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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFAVIP

2 CURSO DE BACHARELADO EM NUTRIÇÃO


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11 JEDIDIAS PORTELA DOS SANTOS
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20 IMPACTO DA UTILIZAÇÃO DE DIETAS VEGETARIANAS NA
21 PERFORMANCE DE ATLETAS ADULTOS
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1 JEDIDIAS PORTELA DOS SANTOS
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8 IMPACTO DA UTILIZAÇÃO DE DIETAS VEGETARIAS NA PERFORMANCE
9 DE ATLETAS ADULTOS
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16 Artigo apresentado ao
17 curso de nutrição do Centro
18 Universitário UNIFAVIP,
19 como requisito parcial para
20 a obtenção do grau de
21 Bacharel em Nutrição.

22 Orientador: Prof. Sidrack


23 Lucas Vila Nova Filho

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27 CARUARU
28 2021
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Impacto da utilização de dietas vegetarianas na performance de


atletas adultos.
¹Jedidias Portela dos Santos; Orientador: ²Sidrack Lucas Vila Nova Filho.
1
Graduando em nutrição pelo Centro Universitário do Vale do Ipojuca – Unifavip
2
Docente do Centro Universitário do Vale do Ipojuca – Unifavip

RESUMO:
A dieta vegetariana é consumida por várias pessoas, dentre elas os atletas,
que têm consumido a dieta por questões de saúde dentre outras causas,
porém, parece haver medo entre eles em consumirem esse tipo de dieta.
Assim, o objetivo desse estudo foi investigar se uma dieta vegetariana é
apropriada para atletas de forma que seu desempenho não seja prejudicado.
Portanto, foram utilizados artigos científicos publicados nas principais bases de
dados entre 2016 e 2021 que contemplassem o uso de dietas vegetarianas em
atletas adultos, com as seguintes palavras chaves: atletas, desempenho
atlético e dieta vegetariana. Em suma, nosso estudo viu que um atleta
vegetariano ou vegano tem desempenho igual a um atleta onívoro.
PALAVRAS-CHAVE: Atletas; Desempenho atlético; Dieta vegetariana.

ABSTRACT:
The vegetarian diet is consumed by several people, among them, athletes, who
have consumed the diet for health reasons, among other causes, however,
there seems to be fear among them in consuming this type of diet. Thus, the
aim of this study was to investigate wheter a vegetarian diet is appropriate for
athletes so that their performance is not impaired. Therefore, scientific articles
published in the main databases between 2016 and 2021 that contemplated the
use of vegetarian diets in adult athletes, with the following keywords: athletes,
athletic performance and vegetarian diet. In short, our study found that a
vegetarian or vegan athlete performs the same as an omnivorous athlete.
KEY-WORDS: Athletes, Athletic performance, Vegetarian diet.
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1 INTRODUÇÃO:

2 Dieta vegetariana é a prática alimentar de exclusão total ou parcial de

3 alimentos de origem animal segundo a sociedade brasileira de vegetarianismo

4 (SBV,2020). Este tipo de dieta se classifica em 5 grupos principais de adeptos,

5 os ovolactovegetarianos que fazem uso de ovos e laticínios; os

6 ovovegetarianos utilizam ovos; os lactovegetarianos consomem somente

7 laticínios; os vegetarianos restritos comem apenas frutas, verduras, grãos e

8 mel e os veganos não consomem ou utilizam qualquer produto de origem

9 animal; A tabela 1 mostra o esquema. Além desses grupos principais existem

10 os semi-vegetarianos que incluem carnes de aves e peixes, os crudívoros são

11 os que excluem receitas cozidas e os frugívoros são os que excluem vegetais

12 folhosos de sua dieta alimentam-se basicamente de frutas. A tabela 2

13 representa-os (KREY et al., 2017).

14 Tabela 1. Classificações dos vegetarianos. Adaptado de Craddock, Probst,


15 Peoples, (2016).

Tipos de Ovolacto. Ovovegeta. Lactogeve. Vege. restrito Vegano.


dieta

Carnes X X X X X
vermelhas

Carnes de X X X X X
aves e
peixes

Ovos V V X X X

Laticínios V V V X X

Produtos não
alimentares
vindo de
animais V V V V X

Grãos V V V V V
verduras e
1 5
2

frutas

1 Tabela 2. subgrupos dos vegetarianos. Adaptado de Craddock, Probst,


2 Peoples, (2016).

Subgrupos Semi vegetarianos crudívoros frugívoros

Carnes vermelhas X X X

Carnes de aves e V X X
peixes

Receitas cozidas V X X

Frutas V V X

Vegetais folhosos V V V
3

4 Na história da humanidade a dieta vegetariana sempre foi uma opção

5 aos grupos populacionais, porém, não havia conhecimento a respeito do termo

6 vegetarianismo, esse termo só foi cunhado no século XIX. Ao longo dos

7 marcos históricos observaram-se personalidades históricas que foram adeptas

8 às práticas vegetarianas, dentre elas podemos citar alguns filósofos e cientistas

9 como: Pitágoras, Leonardo da Vinci, Benjamim Franklin, Dr. John Harvey

10 Kellogg e Albert Einstein (COUCEIRO, SLYWITCH e LENZ, 2008).

1 Durante a segunda guerra mundial, por causa da devastação na Europa

2 surgiu a necessidade do cultivo de vegetais para alimentar a população, isso foi

3 por um tempo a base da dieta de várias pessoas. Na sociedade atual, esse

4 tipo de prática se popularizou e ganhou força por causa de várias razões tais

5 como: ecológicas, econômicas, ideológicas-religiosas, éticas e benéficas à

6 saúde (KREY et al., 2017).

7 Com o passar do tempo percebeu-se por meio de estudos, que

8 componentes das dietas vegetarianas tinham níveis ótimos de fibras,


1 6
2

1 magnésio, ácido fólico vitaminas C e E, ácidos poli-insaturados n6 e

2 fitoquímicos. Contudo a dieta vegetariana restringe alguns alimentos que

3 podem oferecer minerais e vitaminas como por exemplo: ferro, zinco, vitamina

4 b12 e D, isso pode gerar déficit de micronutrientes, o que pode levar as

5 pessoas a ficarem preocupadas, porém, algumas evidências tranquilizam os

6 simpatizantes, como saber que a vitamina B12 poder ser fornecida pela

7 microbiota do intestino, o Fe³ pode ser convertido e Fe² (forma melhor

8 absorvida) quando entra em contato com o pH estomacal e o zinco poder ter

9 sua biodisponibilidade melhorada (LI, 2011).

10 Além disso, segundo o estudo de caso de Davis (2017), foi mostrado

11 que uma dieta vegetariana somada à prática regular de exercícios físicos

12 diminui o risco de obesidade, diminui o índice de massa corporal (IMC) e a

13 circunferência da cintura. Além disso o estudo viu que a circunferência da

14 cintura de vegetarianos e veganos foi menor em comparação com não

15 vegetarianos.

16 Um outro estudo transversal realizado em atletas de fisiculturismo

17 veganos mostrou que a estratégia nutricional adotada pelos praticantes há

18 mais de um ano não prejudicou o on season (período de competição)

19 (COUTHON et al., 2019).

20 Discute-se a importância desse tema, uma vez que ainda há receio de

21 parte da população relativo à aderência de dietas vegetarianas em atletas,

22 apesar do que se afirma na literatura sobre o atleta vegetariano poder alcançar

23 seus objetivos da mesma forma que um onívoro. Assim este estudo tem como

24 objetivo principal, avaliar se uma dieta vegetariana atrapalha o desempenho de

25 atletas (QUARANTA e JANUÁRIO, 2016).


1 7
2

1 RESULTADOS:
2 Diante disso a presente revisão apresenta resultados de 7 artigos que

3 testaram a hipótese sobre o uso de dietas vegetarianas ser adequado para a

4 atletas, cujos dados estão sumarizados na tabela 3.

5 Tabela 3. Artigos utilizados na presente pesquisa de acordo com objetivo,


6 metodologia aplicada e os principais resultados.

Autores Objetivo Metodologia Resultados

Das e Sharma Comparar a Foram estudadas 60 Foi observado


(2016). aptidão física com atletas do sexo feminino e apenas diferença
relação a saúde divididas em 3 grupos de significativa em
em atletas 20 em seus respectivos resistência, mas não
vegetarianos de esportes: futebol em força muscular,
diferentes americano, basquete e resistências
modalidades voleibol. muscular ou
esportivas. composição
corporal.
Lynch, Wharton e
Comparar o 74 atletas vegetarianos e Os resultados
Johnston (2016).
consumo de onívoros foram avaliados indicam que atletas
oxigênio entre em esteira para medir o de endurance
atletas de elite volume de O2 consumido. vegetarianos tiveram
vegetarianos e Foi também medida a capacidade
onívoros e a força. força entre os dois grupos. respiratória maior
27 vegetarianos e que os onívoros,
47 onívoros. mas o pico de torque
não diferiu entre os
grupos.
Turner-Mcgrievy;
Este estudo tem Foi criada uma enquete Ultramaratonistas
Moore, Barr-
como objetivo online para avaliar o tipo tinham o dobro de
Anderson
principal analisar o de dieta consumido, o chance de responder
(2016). comportamento motivo pelo qual os que consumiam
dietético de adeptos seguem essas dieta vegetariana ou
corredores de dietas principal fonte de vegana em
meia-maratona, nutriente consumido em proporção em que a
maratona e corridas distantes e o distância da
ultramaratona; com histórico de corridas maratona
foco nas diferenças aumentava.
de consumo de
dietas vegetarianas
e veganas

Nebl et al. (2019). Esclarecer Foi realizado um 26 corredores foram


a capacidade de exercício teste para incluídos no grupo
exercício que uma determinar o limite Onívoro, 26 no
dieta vegana máximo de capacidade ovolactovegetariano
fornece. aeróbica de e 24 no grupo
veganos/vegetarianos e vegano. Os três
onívoros em uma bicicleta grupos não se
ergométrica até a diferenciaram
1 8
2

exaustão. Capacidade de notavelmente em


exercício pode ser medida sua frequência de
pela potência máxima e treinamento, tempo
concentração de lactato. de corrida e
distância de corrida,
além disso,

Wirnitzer et al. Averiguar o estado 247 pessoas responderam Os veganos e


(2019). de saúde de a uma pesquisa online vegetarianos tiveram
atletas de que perguntava sobre menor peso
endurance hábitos saudáveis e corporal, os veganos
veganos (VER) e aspectos fisiológicos que escolheram
vegetarianos compõem a saúde em alimentos
(VGR) e comparar geral. nutricionalmente
com corredores mais úteis.
onívoros.
Yadav,
Comparar IMC, Foram randomizados 100 Os testes de
Mukhopadhyay e
peso, razão cintura pacientes de ambos os duração de
Yadav (2020)
quadril e nível de sexos, (n = 50) exercícios e aptidão
aptidão física entre vegetarianos e (n = 50) física mostraram
vegetarianos e não não vegetarianos. diferença
vegetarianos. Subdivididos em significativa onde os
lactovegetarianos, lactovegetarianos
ovovegetarianos e realizaram
onívoros. exercícios por mais
tempo e sua
pontuação de
aptidão foi maior do
que os não-
vegetarianos

Ilić, Dobriević Examinar o 24 mulheres atletas foram Foi visto que


e Rebić (2020) impacto de uma separadas em 2 grupos:11 Veganas
dieta vegana em veganas e 13 onívoras, apresentaram menor
parâmetros foram submetidos a testes IMC, menor volume
hematológicos e de oxigênio em bicicleta de eritrócitos e
comparar ergométrica e avaliadas consumo de
habilidades em níveis de aptidão oxigênio.
cardiorrespiratória física.
entre grupos
veganos e
onívoros.
1

2 Como foi apontado no estudo de Lynch, Wharton e Johnston (2016), as

3 mulheres vegetarianas apresentaram uma capacidade aeróbica superior (p

4 <0,05) em relação às suas colegas onívoras. Desta vez, os participantes foram

5 previamente conduzidos em sua maioria (24/27) à pratica de uma dieta

6 vegetariana por mais de 2 anos. Além disso, adotou-se um rigoroso critério

7 avaliativo e também utilizaram maquinário específico e escalas confiáveis para


1 9
2

1 chegar aos resultados e observar diferenças entre os grupos na massa

2 corporal magra, ingestão de micronutrientes e calorias.

3 No estudo de Nebl et al. (2019), os três grupos de atletas que foram

4 avaliados tinham um (IMC) no intervalo de (21,9 ± 1,97 kg / m 2), o (IMC) não

5 apresentou diferença significativa entre os grupos, nem houve algum parâmetro

6 que sinalizasse que um grupo era melhor que o outro. Ademais, não foi visto

7 diferença nos parâmetros de avaliação de frequência de treinamento, tempo de

8 corrida e distância. Esses parâmetros não se associaram com a P

9 maxbw (potência máxima de peso corporal) em nenhum grupo; não foi vista

10 diferença notável em lactato submáximo nem glicose máxima entre os grupos.

11 Wirnitzer et al. (2019) realizou um estudo que avaliou corredores

12 onívoros e veganos\vegetarianos, e observou fatores como índice de massa

13 corporal (IMC), saúde mental, escolha de alimentos e hábitos saudáveis. Os

14 veganos demostraram fazer as melhores escolhas, abster-se de fumar e ter um

15 bom Descanso, (IMC) com esse intervalo de 19-20 pode ser facilmente

16 encontrado em atletas de endurance consumidores de dietas à base de

17 plantas.

18 Em outro estudo, um grupo de atletas foi avaliado pelo método degraus

19 de Harvard, que mede a aptidão física de um atleta com base na capacidade

20 aeróbica, e registra a taxa de batimentos por minuto e a duração do exercício,

21 baseado nesse registro, o atleta participante recebe uma nota de aptidão física.

22 O método consiste em alternar ambos os pés em movimento síncrono (um pé

23 em baixo e o outro em cima) em cima do degrau e abaixo em tempo

24 preestabelecido pelo examinador. No fim do teste os vegetarianos mostraram

25 um registro superior em qualidade de nota de aptidão física, quando


1 10
2

1 comparados com não vegetarianos (YADAV, MUKHOPADHYAY e YADAV,

2 2020).

3 Na avaliação de comportamento alimentar entre corredores de longas

4 distâncias foi visto que ultramaratonistas, em comparação com meio

5 maratonistas e maratonistas completos, tinham maior probabilidade de

6 consumirem uma dieta vegetariana e vegana do que os maratonistas de Meia e

7 maratona completa combinados (B = 1,94, IC de 95% 1,08, 3,48, p = 0,03); A

8 maioria dos atletas relatou seguir uma dieta saudável (n=21, 51%) (TURNER-

9 MCGRIEVY, MOORE e BARR-ANDERSON, 2016).

10 Atletas femininas, todas vegetarianas, foram testadas para comparar,

11 resistência, força muscular, resistência muscular, flexibilidade e composição

12 muscular entre elas. As atletas de futebol americano apresentaram maior

13 resistência em relação às atletas de voleibol e basquete, além disso não houve

14 prejuízo em seus desempenhos em comparação a não vegetarianos (DAS e

15 SHARMA, 2016).

16 No estudo de Ilić, Dobriević e Rebić (2020), as mulheres veganas que

17 participam do estudo apresentaram alguns parâmetros nutricionais abaixo do

18 nível em relação à comparação com onívoros, apesar disso, ainda estavam

19 dentro dos níveis aceitáveis e não foram prejudicadas em seu rendimento

20 quando foram comparadas por meio do exercício aeróbico em bicicletas

21 ergométricas

22

23 DISCUSSÃO:
24 Segundo Barnard et al. (2019), uma dieta com quantidade baixa de

25 gordura saturada, que é o caso das dietas vegetarianas e veganas podem


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2

1 melhorar a capacidade energética utilizável para realizar exercício de aletas e

2 não atletas, pois essa energia vem alta quantidade de carboidrato, o que provê

3 mais energia para ser gasta por eles, além disso favorece a diminuição da

4 gordura corporal e aumenta a capacidade aeróbica.

5 Seguindo raciocínio parecido, um estudo feito por Craddock, Probst, e

6 Peoples, (2016) para avaliar diferentes modalidades de exercício, os exercícios

7 realizados foram de força e resistência dentre outras avaliações. Os achados

8 dele não detectaram diferença entre os grupos ao realizar os exercícios de

9 força e resistência. Somente houve diferença no consumo de oxigênio por

10 parte do grupo dos vegetarianos, que demonstrou um aparente melhor

11 consumo de oxigênio para exercícios de resistência.

12 Por outro lado, Wirnitzer et al. (2019) argumentam que participantes de

13 maratonas precisam ter foco total para realizar as suas provas em plena forma

14 física, para os corredores de maratona conseguirem atingir seus objetivos em

15 provas que exigem muito gasto de energia. O índice de massa corporal (IMC)

16 entre 19-20 ajuda a lidar melhor com essas modalidades esportivas, pois deixa

17 a densidade corporal mais leve para aumentar a velocidade durante a corrida,

18 essas escolhas fornecem ao seu corpo possíveis nutrientes que beneficiaram a

19 imunidade contra estresse oxidativo, baixa imunidade e disbiose, isso também

20 preparou seu corpo para realizar atividade física principalmente em exercícios

21 aeróbicos porém sem registro significativo de vantagem em relação aos

22 onívoros, eles pareceram alinhar suas boas escolhas com seu estilo de vida

23 atlético, como isso eles recebem muitos benefícios em competições esportivas

24 (TURNER-MCGRIEVY, MOORE e BARR-ANDERSON, 2016; BARNARD et al.,

25 2019).
1 12
2

1 Ademais, Yadav, Mukhopadhyay e Yadav (2020) encontraram que os

2 vegetarianos parecem ter uma boa capacidade de consumo de O 2 o que leva a

3 pensar que seu metabolismo aeróbico possa ter boa Resistência, apesar do

4 maior consumo de oxigênio desse grupo de atletas, isso não fez diferença

5 significante no exercício praticado, porém são necessários mais testes claros

6 em atletas de alto rendimento

7 Além disso segundo Nebl et al. (2019), também avaliaram o lactato e a

8 glicose relacionado ao teste físico, mas não houve diferença preponderante

9 nas concentrações dessas substâncias químicas. As dietas analisaram por um

10 Recordatório 24h mostraram suprimentos adequados da maioria dos nutrientes

11 e aparenta fornecer adequada energia para atividades vigorosas. Portanto, um

12 corredor vegano parece ter a mesma capacidade de exercício que um onívoro

13 (FLORES et al., 2017; YADAV, MUKHOPADHYAY e YADAV, 2020).

14 Como classificado pelo estudo de Turner-Mcgrievy, Moore e Barr-

15 Anderson, (2016), As dietas de corredores ultramaratonistas foram mais

16 saudáveis, como pontuado pela escala REAP (escala que comprara diferentes

17 dietas possivelmente saudáveis), eles tiveram uma nota mais alta em

18 comparação com outros corredores que não seguiam dietas veganas e a dieta

19 vegana pode ter melhor qualidade alimentar do que outras abordagens

20 dietéticas porque tem baixo índice glicêmico e menos gorduras saturadas e por

21 causa do valor nutricional dos fitoquímicos que carrega (FLORES et al., 2017).

22 Uma possível explicação sobre a maior resistência e VO 2 consumidos

23 que atletas vegetarianos podem apresentar é apresentada por Lynch, Johnston

24 e Wharton (2018), uma vez que o maior volume diastólico e menor frequência

25 cardíaca de repouso foram encontrados em um dos atletas avaliados. Esses


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2

1 dados parecem estar de acordo com Barnard et al. (2019) que relata o valor

2 sinérgico entre dietas vegetarianas e saúde cardiovascular mostrando que

3 essas dietas tem a função de diminuir a viscosidade das artérias, aumentando

4 também sua complacência e flexibilidade.

5 Os achados científicos do estudo de Das e Sharma, (2016) sugerem que

6 atletas vegetarianos podem manter seu desempenho normal, pois uma dieta

7 vegetariana pode oferecer energia suficiente para demanda em cada

8 modalidade, além disso essa dieta pode oferecer todos os aminoácidos

9 essenciais desde que consumida uma variedade de alimentos diariamente, as

10 concentrações de creatina se encontraram mais baixas do que em onívoros

11 porém quando suplementados, os vegetarianos respondiam à creatina

12 ergonomicamente melhor (WIRNITZER et al., 2019).

13 Lynch, Johnston e Wharton, (2016) realizaram um estudo que demostrou

14 que o grupo de atletas veganos tinha um consumo maior de O2, o que quer

15 dizer que eles conseguiam respirar um volume maior de oxigênio, isso

16 proporciona uma melhor capacidade aeróbica que permite melhor resultado em

17 exercícios de resistência, contudo ainda não se confirmou qualquer vantagem

18 sobre atletas onívoros. A força entre os dois grupos permaneceu semelhante

19 (CRADDOCK, PROBST e PEOPLES, 2016).

20

21 CONCLUSÃO

22 Diante de tudo que foi mostrado, cabe dizer que um estilo de vida

23 vegetariano/vegano é capaz de elevar um atleta sem prejudicar o seu

24 desempenho. Além de não prejudicar, a dieta vegetariana/vegana acrescenta

25 benefícios ao seu estilo vida e saúde, tais como: resistência aeróbica,


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2

1 qualidade de vida e capacidade cardiorrespiratória. Este tema carece de

2 pesquisas principalmente em atletas de alto rendimento, visto que os dados

3 ainda parecem pouco claros nesse público.

5 REFERÊNCIAS

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