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e implicações
nutricionais
Mônica Dalmácio
Descrição
As dietas vegetarianas vêm sendo cada vez mais adotadas mundialmente e são divididas em algumas
categorias, como ovolactovegetariana ou a mais estrita, que é o veganismo. Estudaremos os efeitos
benéficos e as possíveis carências nutricionais desta escolha alimentar.
Propósito
A cada dia surgem novas dietas, por isso a nutrição clínica precisa avaliá-las, assim como deve ser feita a
aplicação prática das disciplinas de Patologia e Bioquímica dentro desses novos conceitos alimentares
relacionados ao estilo de vida atual.
Objetivos
Módulo 1
Tipos de vegetarianismo
Identificar os tipos de vegetarianismo e os possíveis benefícios.
Módulo 2
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Introdução
Os hábitos alimentares mesmo em diferentes grupos sociais são determinados por diversos fatores que vão
desde o acesso aos alimentos até as escolhas baseadas em crenças religiosas e a influência da cultura
local. Nos últimos 70 anos, as grandes mudanças econômicas e sociais marcaram profundamente a
maneira de viver de grande parte da população e, com certeza, influenciaram as práticas alimentares,
especialmente após a Revolução Industrial.
Diante do atual cenário mundial, pode-se perceber que a alimentação é muito parecida em quase todo o
mundo, em especial nos países ocidentais, com poucas exceções em algumas características regionais que
podem influenciar nas escolhas e hábitos alimentares.
Atualmente, consumimos mais alimentos industrializados ou prontos para consumo, tanto em casa quanto
nas refeições feitas fora de casa. As escolhas baseiam-se na facilidade em apenas aquecer os alimentos
semiprontos e nos alimentos gordurosos, que são muito mais agradáveis ao paladar.
Como saber se esses novos conceitos alimentares podem ser positivos e quais são as características
negativas? Estudando e avaliando as diferenças e, principalmente, comparando-as com a recomendação
padrão da Organização Mundial de Saúde (OMS).
1 - Tipos de vegetarianismo
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os tipos de vegetarianismo e os
possíveis benefícios.
Dietas vegetarianas
Tem chamado atenção as publicações ligadas à alimentação e doenças em grupos especiais, como os
vegetarianos. Esse tipo de alimentação costuma trazer resultados no controle de doenças crônicas não
transmissíveis, como no diabetes mellitus e cardiovasculares. Até pouco tempo, o interesse era o de mostrar
os problemas de saúde ocasionados pela carência nutricional de alguns nutrientes, porém, atualmente, o
principal interesse é em provar os possíveis benefícios à saúde de uma dieta estritamente de origem
vegetal.
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Semivegetariana expand_more
Nas últimas décadas, a escolha unicamente por alimentos de origem vegetal ganhou destaque em vários
países, em alguns por motivos de saúde, em outros por razões filosóficas e até mesmo por opções em
preservar a natureza ou motivos religiosos. Muitas publicações científicas apontam as dietas vegetarianas
como vantajosas quando comparadas às dietas onívoras, devido ao reduzido teor de gorduras saturadas, de
colesterol, de proteína animal, além de apresentarem maior conteúdo em fibras, carboidratos complexos e
antioxidantes, que exercem impacto positivo na prevenção e no controle de doenças crônicas não
transmissíveis.
Geralmente, as dietas vegetarianas são ricas em fibras, fitatos e oxalato, que são compostos capazes de
quelar minerais, reduzindo a absorção de minerais no intestino delgado.
O ácido fítico (AF), muito encontrado nos cereais integrais ou em leguminosas, como feijão ou soja, possui
efeito quelante sobre íons mono e bivalentes, como cálcio, ferro e zinco, formando complexos insolúveis,
que resultam na redução da biodisponibilidade de minerais e de proteínas da dieta.
Como ponto positivo, estudos mais recentes têm demonstrado o papel do fitato no combate à
carcinogênese, às doenças cardiovasculares e na inibição da produção de radicais livres.
Tipos de vegetarianismo
Segundo Dourado (2010), o vegetarianismo é o hábito alimentar em que podemos excluir total ou
parcialmente os alimentos de origem animal. Dependendo do tipo de seleção dos alimentos derivados de
animais, o vegetariano recebe uma nomenclatura diferente.
O indivíduo que escolhe a alimentação vegetariana pode ser classificado de acordo com o consumo de
produtos ou subprodutos de origem animal – ovos e laticínios (GUIA ALIMENTAR DE DIETAS
VEGETARIANAS PARA ADULTOS, 2012):
Ovolactovegetariano
Lactovegetariano
Ovovegetariano
Vegetariano estrito
É o tipo de vegetariano que não consome nenhum derivado animal em sua alimentação.
Esses indivíduos rejeitam qualquer alimentação que pode ter causado sofrimento ou trabalho
forçado a um animal.
Atenção:
A nomenclatura correta é vegetariano estrito, e não restrito.
Vegano
É i di íd t i t it d t i i ã li tí i
É o indivíduo vegetariano estrito que recusa o uso de componentes animais não alimentícios,
como vestimentas de couro, lã e seda, assim como produtos testados em animais.
Nos últimos anos, a popularidade das dietas vegetarianas aumentou consideravelmente. Embora existam
muitas variantes dessas dietas, a ovolactovegetariana e a vegana são as mais comuns. A razão pode ser o
amor aos animais ou por proteção ambiental.
Curiosidade
Muitos artistas e pessoa influentes na mídia eletrônica adotaram esse estilo de vida. Já são quase 30
milhões de vegetarianos no Brasil, segundo pesquisa do Ibope, encomendada em 23/01/2020 pela
Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB).
A American Dietetic Association declara que dietas vegetarianas devidamente planejadas são saudáveis, e
podem ser nutricionalmente adequadas e até benéficas para a prevenção e o tratamento de algumas
doenças, como diabetes tipo 2, certos tipos de câncer, hipertensão, doença cardíaca isquêmica e
obesidade.
Dados epidemiológicos sugerem que indivíduos que aderem às dietas ricas em frutas e vegetais podem
apresentar reduzido risco de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e mortalidade quando
comparados à população brasileira em geral que ingere dietas pobres em alimentos de origem vegetal.
Esses efeitos podem ser atribuídos à dieta, assim como a outras características de estilo de vida, como
manutenção do peso desejável, atividade física regular e abstinência de cigarro e álcool. (DOURADO, 2010)
Todos os motivos
3,6% 3,0% 0,0%
juntos
Essa avaliação expõe os motivos principais da maioria das pessoas que escolhem a dieta vegetariana e
está claro que não é apenas a saúde, mas também as outras questões ligadas ao juízo de valor, como o
cuidado e respeito à natureza ou aos animais.
Devemos respeitar a escolha dos nossos pacientes como uma atitude profissional e ética.
O Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado em 2006, apresentou as primeiras diretrizes
alimentares oficiais para a nossa população. Diante das transformações sociais vivenciadas pela sociedade
brasileira, que impactaram sobre suas condições de saúde e nutrição, fazem-se necessárias mudanças e a
apresentação de novas recomendações. A segunda edição do guia passou por um processo de consulta
pública, que permitiu o seu amplo debate por diversos setores da sociedade e orientou a construção da
versão final de 2014.
Saiba mais
Padrões de alimentação estão mudando rapidamente na maioria dos países e, em particular, naqueles
economicamente emergentes, mas em tempos de quarentena continuam ocorrendo grandes mudanças. As
principais envolvem a substituição de alimentos in natura ou minimamente processados de origem vegetal
(arroz, feijão, mandioca, batata, legumes e verduras) e preparações culinárias à base desses alimentos por
produtos industrializados prontos para consumo. Essas transformações, observadas com grande
intensidade no Brasil, determinam, entre outras consequências, o desequilíbrio na oferta de nutrientes e a
ingestão excessiva de calorias.
Vejamos quatro categorias de alimentos definidas de acordo com o tipo de processamento empregado na
sua produção:
Alimentos in natura são obtidos diretamente de plantas ou animais (como vegetais folhosos e frutas ou
ovos e leite) e adquiridos para consumo sem que tenham sofrido qualquer alteração após deixarem a
natureza. Ainda na mesma categoria, temos os alimentos minimamente processados, que são os
próprios alimentos in natura que foram submetidos a alterações mínimas. Como exemplos, incluímos
grãos secos, polidos e empacotados ou moídos na forma de farinhas ou raízes e tubérculos lavados,
cortes de carne resfriados ou congelados e leite pasteurizado.
A última categoria de alimentos são os produtos de fabricação que envolve diversas etapas e técnicas de
processamentos industrializados e muitos ingredientes adicionados, produtos de uso exclusivamente
industrial. Como exemplos, incluímos refrigerantes, biscoitos recheados, "salgadinhos de pacote" e
"macarrão instantâneo".
Atenção!
Os vegetarianos apresentam nível sérico mais elevado de diversos antioxidantes, como a atividade de
superóxido dismutase (SOD) e proteção contra a oxidação das lipoproteínas das nossas membranas
celulares.
Porém, os vegetarianos que não recebem suplementação de vitamina B12 tendem a ter níveis mais
elevados de homocisteína, o que eleva a formação de radicais livres e o risco de formação de placas de
ateroma nas artérias de todo o corpo e, principalmente, nas artérias coronarianas. No entanto, mesmo
nessas condições, alguns autores demonstraram índice menor de aterogenicidade, peroxidação lipídica e
oxidação.
É fato que os níveis de colesterol são menores em vegetarianos, assim como a redução de peroxidação
lipídica secundária ao melhor estado antioxidante, mas não são apenas esses níveis que determinam a
menor prevalência de doenças cardiovasculares nos vegetarianos.
man
31% para o sexo masculino vegetariano
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woman
20% para o sexo feminino
Desses indivíduos, 50 seguiram a dieta onívora recomendada pela American Diabetes Association (58% de
carboidratos, 16% de proteínas e 25% de lipídios) e os demais 49 participantes do estudo seguiram uma
dieta vegetariana estrita com baixo teor de gordura (75% de carboidratos, 15% de proteínas e menos de 15%
de lipídios). Ao final das 22 semanas, os dois grupos obtiveram resultados positivos, porém foi mais
significativo estatisticamente no grupo vegetariano, como mostra a tabela:
Variável Redução no Grupo Onívoro Redução no Grupo Vegetariano
Esses resultados não comprovam que a adoção da dieta vegetariana reduza o peso ou induza ao
emagrecimento, mas pode indicar uma maior conscientização dessas pessoas com a saúde, melhorando
também o estilo de vida.
A tendência é pensar que vegetarianos estritos são mais magros do que ovolactovegetarianos ou onívoros.
Na maioria dos estudos, o vegetariano estrito costuma apresentar o IMC maior do que o
ovolactovegetariano, porque tudo vai depender das escolhas das refeições.
Relembrando
A dieta vegetariana pode levar ao emagrecimento, à manutenção do peso e até mesmo à obesidade. Tudo
vai depender das escolhas alimentares, do estilo de vida e da composição corporal e genética do indivíduo.
Segundo Ferreira (2006), adoção da dieta vegetariana está relacionada a diversos benefícios para a saúde,
como baixas concentrações de colesterol sérico, baixos níveis de gordura corporal e baixa incidência de
mortes por doenças cardiovasculares, diabetes mellitus e alguns tipos de câncer, a maior expectativa de
vida também é relatada. Entretanto, também tem sido objeto de preocupação, na medida em que novos
estudos realçam que a prática do vegetarianismo possui aspectos prejudiciais à saúde causados por
carências nutricionais devido à restrição de alguns alimentos.
favorite
Vale destacar que os indivíduos que adotaram a dieta vegetariana estrita apresentaram um menor
consumo de colesterol advindo da dieta.
close
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A alimentação onívora desequilibrada ocasiona risco cardiovascular porque na dieta onívora
encontramos na literatura maior IMC (índice de massa corporal), colesterol total, LDL, glicose, ureia,
Na/K.
Cardiovascular
As doenças cardiovasculares estão correlacionadas à obesidade, hipertensão arterial, a diabetes melittus
e dislipidemias. Em alguns casos, as doenças cardiovasculares podem ser prevenidas por meio de
intervenções comportamentais, como, por exemplo, a alimentação, atividade física, deixar de consumir
tabaco e álcool.
As dietas vegetarianas (incluindo vegetarianas estritas), que se caracterizam pelo baixo teor de gordura
saturada e maior consumo de carboidratos ricos em fibras, são eficazes para reduzir ou controlar a glicemia
plasmática, auxiliar no controle ou perda de peso e no perfil lipídico em pacientes com diabetes mellitus tipo
2 (DM2), conferindo benefícios para as comorbidades associadas a DM2.
Alguns trabalhos observaram o aumento da sensibilidade insulínica, além de mudanças positivas nas
respostas de hormônios gastrointestinais pós-prandiais, como o peptídeo inibidor gástrico, o polipeptídeo
pancreático e o peptídeo tirosina-tirosina, e diminuição da glicose plasmática nos indivíduos do grupo
vegetariano estrito, o que indica, após uma refeição isocalórica vegetariana estrita ou onívora e que
contenha carne, uma tendência de que a hiperinsulinemia persista por mais tempo para os indivíduos que
se alimentem da refeição com carne.
Resumindo
O que se observa por meio da leitura de artigos é que uma dieta com maior percentual de carboidratos
ingeridos de alimentos integrais, ou seja, ricos em fibras, é melhor para o paciente já diabético, e podemos
também reduzir as chances de desenvolver a diabetes quando aumentamos a quantidade de carboidratos
integrais e restringimos o consumo de alimentos de origem animal, tendendo a reduzir também o consumo
de proteínas ricas em gorduras saturadas, além do colesterol.
Quanto à hipertensão arterial, alguns estudos levantam a hipótese de que o consumo da carne possa elevar
a pressão arterial, visto que vegetarianos apresentam valores mais baixos de pressão arterial e menor
incidência de hipertensão arterial.
O potássio é um micronutriente que pode proporcionar vasodilatação, está presente em vegetais e frutas e
pode influenciar na prevenção ou controle da hipertensão arterial.
Ele faz parte da composição química dos alimentos vegetais e, dessa forma, costuma ser amplamente
ingerido na dieta vegetariana.
Alguns autores explicam as causas do câncer de colón e reto relacionados à dieta. Devido à importante
influência da atividade da microbiota intestinal, observaram que as dietas ricas em gordura e com poucas
"fibras" favorecem o crescimento bacteriano de bactérias patogênicas e a consequência é um menor
potencial de processar os agentes carcinogênicos encontrados na dieta, como agrotóxicos e conservantes
de alimentos.
O consumo de dietas pobres em fibra retarda a função intestinal aumentando o
tempo de contato com a mucosa intestinal de agentes com potencial carcinogênico
presentes no conteúdo fecal.
O maior número de tumores do intestino grosso ocorre nas áreas onde as fezes tendem a estagnar,
correspondendo ao início do cólon ascendente, cólon distal e reto, sugerindo a relação entre o surgimento
do tumor e o contato prolongado das fezes e a mucosa intestinal.
Um trabalho realizado nos Estados Unidos, comparando o teor de fibra presente na dieta de vegetarianos
estritos e ovolactovegetarianos, mostrou um consumo de altos teores de fibra em ambos os grupos. Essa
observação relacionada com a ausência de distúrbios gastrintestinais, como constipação, mostrou existir
relação entre o alto consumo de fibras e menor número de casos de doenças intestinais nos dois grupos
de vegetarianos observados.
Saiba mais
Outros estudos também afirmam que a eliminação de proteínas de origem animal e gorduras de origem
animal da dieta e que costumam ser consumidas em excesso pela população brasileira diminui as chances
da formação de cálculos renais, sendo os vegetarianos menos propensos a sofrer de cálculos de nitrato.
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Alimentação vegana: riscos e benefícios
A especialista Mônica Dalmácio reflete sobre a importância da alimentação vegana a partir de um relato de
experiência pessoal.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Questão 1
Na Nutrição, vegetariano significa não se alimentar de nenhum tipo de carne nem de produtos feitos
com carne. Quanto à deficiência de vitaminas e minerais e aos nutrientes que podem estar em falta
devido ao vegetarianismo, escolha a alternativa que contém um desses nutrientes:
A Ácido ascórbico
B Cianocobalamina
C Magnésio
D Ácido pantotênico
E Cobre.
A literatura é divergente quanto às repercussões da dieta vegetariana sobre a saúde. Vários estudos
ressaltam que as implicações nutricionais dessas dietas sobre os momentos fisiológicos de indivíduos
ou populações tanto podem ser positivas quanto negativas. Vale assinalar, ainda, que é difícil
desvincular os efeitos sobre a saúde em consequência exclusivamente dos hábitos alimentares, pois,
além da dieta, vários fatores relacionados ao estilo de vida atuam sobre o estado nutricional e a saúde
de vegetarianos e onívoros. Entretanto, alguns pesquisadores acreditam que a dieta seja,
provavelmente, o mais importante componente do estilo de vida a conferir menores riscos quanto à
prevenção de doenças não transmissíveis. Sobre o tema, analise os itens:
I. As dietas vegetarianas têm sido indicadas como alternativa não farmacológica no manejo da
dislipidemia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.
II. Ha evidência de que essas dietas são efetivas na redução dos níveis séricos de colesterol total,
lipoproteínas de baixa densidade (LDL colesterol), lipoproteínas de alta densidade (HDL colesterol) e
não lipoproteínas de alta densidade (não HDL colesterol).
III. Todos os tipos de vegetarianos têm como semelhança a retirada da carne vermelha ou outras da
alimentação e, por consequência, apresentam um menor consumo de proteína animal, colesterol e
gorduras saturadas.
IV. O indivíduo denominado vegano é aquele que adota o vegetarianismo estrito no âmbito da
alimentação, mas que utiliza produtos de origem animal para outros fins, incluindo higiene, vestuário,
entre outros.
As dietas vegetarianas não têm sido indicadas como alternativa não farmacológica no manejo da
dislipidemia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. E o indivíduo denominado vegano é aquele que
adota o vegetarianismo estrito no âmbito da alimentação, mas que não utiliza produtos de origem
animal para outros fins, incluindo higiene, vestuário, entre outros.
Macro e micronutrientes
A dieta vegetariana pode apresentar alguns pontos passiveis de críticas, como o teor de carboidratos ser
muito elevado ou a ingestão de proteínas ser insuficiente. Ou mesmo a possível carência nutricional de
ferro, zinco ou vitamina B12.
O teor de carboidratos deve representar de 45%-65 % do Valor Calórico Total (VCT) com uma
ingestão de 130g/dia para adultos, baseado na quantidade mínima média de glicose utilizada
pelo cérebro.
Proteínas devem ser distribuídas na dieta com valores de 10%-35% do VCT e a recomendação
de ingestão diária para homens e mulheres acima de 18 anos de idade é de 0,8g-1g/kg/dia de
proteínas.
Pelo fato de o Ω-3 de origem vegetal (ALA) ter de se converter em EPA e DHA (já encontrados
bioconvertidos nos peixes de águas frias), as recomendações internacionais de ingestão orientam que o
paciente vegetariano deva receber na prescrição nutricional o dobro do que se prescreve para onívoros.
Apesar de ingerir menos proteína nas dietas vegetarianas do que na dieta onívora, a população vegetariana
ingere mais do que o necessário e não corre risco de desnutrição proteica.
A elaboração do cardápio saudável inclui proteínas na quantidade de 10% a 15% dos VCT.
Compara a composição de
aminoácidos de uma
Essa comparação é feita entre
proteína ou dieta com uma
Escore químico alimentos, e não com as
proteína de referência
necessidades humanas.
específica (albumina do
ovo).
Tabela: Definição e comentários de conceitos básicos para a avaliação de proteínas nos alimentos.
SLYWITCH, 2012, p. 22.
Frios 27,76
Ovos 32,35
Leites 24,67
Porcentagem de Proteína correspondente ao VCT
Alimento/Grupo alimentar
(%)
Queijos 26,53
Leguminosas 26,34
Oleaginosas 10,92
Legumes 22,00
Verduras 32,79
Frutas 6,86
Óleos 0,00
Açúcar 0,00
Tabela: Valor percentual de proteínas em diferentes grupos alimentares por Valor Calórico Total (VCT).
SLYWITCH, 2012, p. 24.
Avaliando a tabela, fica fácil entender por que é muito difícil cumprir a recomendação diária de energia sem
atender às recomendações proteicas. Normalmente, apenas amiláceos e frutas não atingem 10% do valor
energético como fontes de proteínas. Além destes, os dois alimentos transformados industrialmente pelo
homem (óleos e açúcar) não possuem proteínas na composição.
Com relação aos aminoácidos, a metionina não é aminoácido limitante para a síntese de proteínas. O único
aminoácido que exige atenção em alguns casos é a lisina, por ser o aminoácido encontrado em menor teor
nos cereais, que costumam ser a base da dieta da maioria da população mundial. No entanto, mesmo em
dietas baseadas em cereais, a lisina não constitui limitação para a síntese proteica. No cálculo a seguir,
utilizamos o valor calórico de porções adotado pelo Ministério da Saúde, em que o grupo dos cereais tem
150kcal e o dos feijões, 55kcal.
Exemplo
Se a alimentação possuir apenas o grupo dos cereais integrais (que possui o menor teor de lisina)
totalizando 14 porções, em uma dieta com 2.100kcal, calculada para um homem de 70kg, fornecerá 72,21
gramas de proteína, o que corresponde a 1,03g/kg peso/dia. Nessa recomendação dietética, o teor de lisina
necessário é de 2.660mg pela Recomendação de Ingestão Diária (RDA), e ele receberá 2.646mg.
Assim, se esse mesmo indivíduo ingerir 2.100kcal com 2 porções de feijão (4 colheres de sopa ao dia, ou
110kcal) e com 13,26 porções de cereais (1.990kcal), o teor de lisina necessário seria de 2.660mg por dia e
ele teria 2.506mg provenientes dos cereais e 498mg provenientes dos feijões, num total de 3.004mg de
lisina (fonte: Departamento de Agricultura dos EUA/USDA).
Porém, as dietas vegetarianas podem resultar na deficiência de vitamina B12, vitamina D, cálcio, ferro e
zinco. Nessa prática dietética, encontramos grandes teores de fibras que também contêm fitato e oxalato,
que são substâncias capazes de quelar minerais, reduzindo a absorção intestinal de nutrientes.
Porém, publicações mais recentes têm demonstrado o papel do fitato no combate à carcinogênese, às
doenças cardiovasculares e à sua ação antioxidante.
Proteínas
Em um estudo realizado por Siqueira (2007), as refeições onívoras contribuiriam com 23% e 28% das
recomendações da OMS, para homens e mulheres entre 70kg e 60kg, respectivamente, enquanto as
refeições vegetarianas, com aproximadamente 27% e 33% das mesmas recomendações.
A qualidade das proteínas de origem vegetal é considerada de baixo valor biológico, visto que são
incompletas quanto à composição de aminoácidos. Apesar de necessárias novas investigações, a dieta
composta somente por fontes de proteínas vegetais parece capaz de satisfazer as necessidades de adultos
e crianças saudáveis.
Atenção!
Uma combinação de proteínas vegetais quando ingeridas corretamente é capaz de fornecer aminoácidos
suficientes para deter as necessidades proteicas fisiológicas, não sendo necessária a combinação de
fontes complementares de proteínas.
Lipídeos
A ingestão de ômega-3 (Ω-3) na dieta vegetariana não costuma ser problema, mas quando a ingestão de
ômega-6 (Ω-6) é excessiva, a conversão do Ω-3 nas formas ativas (EPA – ácido eicosapentaenoico e DHA –
ácido docosahexaenoico) pode ficar comprometida. Contudo, como a dieta habitual do brasileiro não inclui
boas fontes de ômega-3, a adequação nutricional de onívoros e vegetarianos é similar.
Recomendação
Para tentar melhorar a relação ômega-6 x ômega-3, o ideal é reduzir a ingestão de óleos e gorduras que são
fontes de ômega-6, como óleo de soja e a maioria dos alimentos industrializados, e aumentar o consumo de
ômega-3 de origem vegetal, como a semente de linhaça e chia.
Micronutrientes
De acordo com Janelle e Barr (1995), as mulheres que consumiam alimentação vegetariana após a análise
dos questionários de frequência alimentar apresentaram menor consumo de alimentos fonte de riboflavina,
niacina, vitamina B12 e sódio do que as não vegetarianas e maior ingestão de ácido fólico, vitamina C.
No resultado de pesquisas feitas com jovens veganos, de ambos os sexos, foi observado consumo reduzido
de riboflavina, cobalamina, vitamina D, cálcio e selênio. As ingestões de cálcio e selênio permaneceram
abaixo do recomendável, mesmo após a inclusão de suplementos dietéticos.
Em publicação recente, constatou-se que a ingestão era deficiente em iodo e ferro por indivíduos de ambos
os sexos que são adeptos de dietas veganas. O ferro não heme, que é proveniente de alimentos de origem
vegetal e é menos biodisponível que o ferro heme, apenas encontrado em fontes animais, tem relação com
a anemia ferropriva.
A eliminação de carnes e o aumento de legumes e grãos integrais na dieta podem resultar na menor
ingestão de ferro heme, assim como de zinco.
Apesar dos alimentos vegetais possuírem substâncias que aumentam a captação de ferro, como o ácido
ascórbico, a adoção de dietas vegetarianas precisa ser bem planejada para evitar a deficiência desses
minerais. Assim, a recomendação para ingestão de ferro por parte dos vegetarianos é aumentada em 80%
além da Recomendação de Ingestão Diária.
Ferro
A anemia é uma patologia associada ao vegetarianismo, mesmo em indivíduos lacto e
ovolactovegetarianos, porque a biodisponibilidade do ferro inorgânico (não heme ou ferro 3) presente nos
alimentos vegetais é variada, porém sempre baixa. Ocorre ainda a interação entre o elemento ferro e outros
minerais (principalmente o cálcio e zinco) e fatores antinutricionais presentes em alimentos de origem
vegetal, como fitatos, oxalatos e taninos.
Saiba mais
Estudo realizado com ovolactovegetarianos e não vegetarianos de uma instituição adventista de Minas
Gerais (Brasil), os quais foram submetidos à dieta ovolactovegetariana, evidenciou alta prevalência de
anemia na população estudada (56 indivíduos), na qual 70% estavam anêmicos, havendo maior frequência
no sexo feminino.
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Ferro heme (ferro 2)
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Ferro não heme (ferro 3)
As DRIs sugerem que a prescrição de ferro deve ser diferente para vegetarianos e onívoros, com base em
estudos populacionais que indicam que a biodisponibilidade média de ferro na dieta vegetariana é de 5% a
12%, contra 14% a 18% na dieta onívora. As DRIs sugerem que o profissional de Saúde prescreva para o
vegetariano o dobro do que prescreveria para o onívoro.
Temos poucos fatores de inibição quanto à absorção do ferro heme, um deles é o cálcio ou excesso de
zinco. A vitamina C, os ácidos orgânicos e os demais fatores estimulantes são ativos apenas para a
absorção do ferro não heme, não potencializam a absorção do ferro heme.
Recomendação
Quando o paciente apresenta anemia ferropriva ou seja, deficiência de ferro, a recomendação de tratamento
é utilizar o ferro suplementar, que deve ser determinada sempre após o afastamento de hemoglobinopatias,
estado inflamatório exacerbado e outros estados metabólicos que possam alterar a distribuição de ferro
corporal e confundir o diagnóstico. Nesses casos, a avaliação médica é importante.
A prescrição de suplementos de ferro a indivíduos não adequadamente avaliados é nociva, pois aumenta o
estresse oxidativo e pode causar lesão das mucosas gástrica e intestinal.
Zinco
Dentre os alimentos fonte de zinco, encontramos as ostras em primeiro lugar e depois a carne vermelha.
Quando a carne vermelha é retirada do cardápio, precisamos dar mais atenção às demais fontes
alimentares. Assim como o ferro, ou para a manutenção da boa saúde de quem utiliza a quantidade de
carne limitada ou totalmente retirada, a ingestão de zinco não pode ser garantida com o uso de alimentos
exclusivamente vegetais quando a dieta não é bem distribuída, sendo necessários em alguns casos a
suplementação ou o aumento na ingestão de sementes oleaginosas para atender às necessidades
nutricionais.
A biodisponibilidade de zinco na dieta é considerada alta (50% a 55%), moderada (30% a 35%) ou baixa
(15%) de acordo com a presença de proteínas animais e de alimentos com alto teor de ácido fítico
encontrado em vegetais. Dessa forma, a recomendação de prescrição dietética pelas DRIs para
vegetarianos é de 50% acima do recomendado para onívoros.
Para melhorar a biodisponibilidade reduzindo o teor de ácido fítico dos alimentos, os feijões e cereais
integrais devem ser deixados de molho em água (à temperatura ambiente) durante 8 a 12 horas antes do
cozimento.
O processo de fermentação natural do pão com o uso de fermento biológico e não químico reduz o nível
de ácido fítico do alimento.
Existem evidências de que haja um ajuste homeostático de zinco após a adoção de dietas vegetarianas de
longa duração, mas ainda não se sabe se esse ajuste é suficiente para manter níveis de zinco adequados na
terceira idade.
Cálcio
O cálcio é um mineral extremamente importante no processo de crescimento, preservação e restauração
dos ossos. Os ovolactovegetarianos possuem ingestão de cálcio similar aos não vegetarianos, entretanto,
os vegetarianos estritos possuem reduzida ingestão, pois excluem o leite e seus derivados da alimentação.
Outro ponto importante é a presença do ácido oxálico, que é o principal fator antinutricional que devemos
ficar atentos para melhorar a absorção do cálcio em pacientes veganos. Por isso, recomenda-se evitar os
alimentos com maiores teores de ácido oxálico (espinafre, acelga, folhas de beterraba e cacau) nas
refeições mais ricas em cálcio, pois, para reduzi-lo, não bastam os métodos culinários como o remolho.
Outro ponto importante para minimizar as perdas de cálcio urinário é usar moderação no consumo de sal,
pois, a cada 2.300mg de sódio ingerido, são eliminados pela urina 40mg a 60mg de cálcio.
Curiosidade
Os extratos vegetais, chamados erroneamente de leites vegetais, quando feitos de forma caseira à base de
amêndoas, gergelim, sementes de girassol e castanhas-do-pará contêm baixo teor de cálcio, pois essas
sementes têm menos de 240mg (algumas, 150mg) de cálcio em cerca de 600kcal. Os produtos
industrializados são enriquecidos com cálcio farmacológico.
Vitamina B12
Geralmente, a vitamina B12 é o micronutriente que mais falta nas dietas vegetarianas estritas porque as
fontes alimentares dessa vitamina são geralmente de origem animal, incluindo carnes, leite, ovos, peixe e
mariscos. Há alguns vegetais que também são considerados fontes de vitamina B12, porém apresentam
cobalamina (análogo inativo da vitamina B12) em sua constituição, tornando essa fonte não adequada ao
humano.
Algumas pesquisas mostram que a deficiência de vitamina B12 ocorre em 52% dos veganos, 7% dos
vegetarianos e em 1% dos onívoros. Essa deficiência pode ser manifestada através de sintomas leves, como
a fadiga e a fraqueza, mas também pode estar relacionada a doenças graves, como a doença de Alzheimer,
esclerose múltipla, mielopatia, atrofia cerebral, doença vascular oclusiva.
Uma alternativa de obtenção dessa vitamina é a ingestão de algas marinhas nori, que apresentam
quantidades consideráveis de vitamina B12 ou, então, pela suplementação em cápsula de B12.
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Plano alimentar para um vegetariano estrito
A especialista Mônica Dalmácio demostra na prática um plano alimentar para um vegetariano estrito.
Questão 1
II. O extrato vegetal não pode ser denominado leite porque leite é o produto oriundo do úbere de um
animal mamífero.
O extrato vegetal não pode ser denominado leite e não possui a mesma composição química do
produto de origem animal.
Questão 2
As fibras alimentares (FA) vêm despertando interesse de especialistas das áreas de Nutrição e Saúde.
As fibras formam um conjunto de substâncias derivadas de vegetais resistentes à ação das enzimas
digestivas humanas. Qual é a principal relação das fibras com os fatores antinutricionais?
Os fatores antinutricionais presentes nos vegetais e aderidos fortemente às fibras como
A fitatos e taninos reduzem a biodisponibilidade dos minerais de valência positiva, como o
ferro e zinco.
As fibras alimentares fazem muito bem para o controle da glicose e não possuem
B
fatores antinutricionais.
E As dietas veganas são pobres em fibras e, dessa forma, muito biodisponíveis em ferro.
Os fatores antinutricionais estão aderidos às fibras porque fazem parte da estrutura natural dos
vegetais e, ao se unirem aos minerais, formam um novo complexo que não é reconhecido pelos
enterócitos e é excretado nas fezes.
Considerações finais
Em relação às dietas vegetarianas, muitos estudos demonstram que ocorre uma redução no risco de
desenvolvimento de doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes mellitus tipo 2 e alguns tipos de câncer,
principalmente de intestino. A adoção de uma dieta vegetariana/vegan desequilibrada acarreta um
aumento do risco de carências de alguns micronutrientes (vitamina B12, zinco, ferro ou cálcio).
A alimentação predominantemente vegetariana, aliada a um estilo de vida saudável, pode proporcionar um
padrão muito bom de saúde, refletindo nos indicadores antropométricos assim como nos parâmetros
bioquímicos.
Após as análises, podemos concluir que as dietas vegetarianas, quando bem planejadas, são seguras
porque promovem crescimento e desenvolvimento adequados e podem ser adotadas em qualquer ciclo da
vida. São dietas que propiciam benefícios à saúde, na prevenção e tratamento de doenças crônicas não
transmissíveis.
Nas dietas vegetarianas, a ingestão das proteínas não é uma preocupação, pois elas podem ser
consumidas apenas por meio de alimentos de origem vegetal de forma eficiente. Porém, devemos nos
preocupar com a adequação da ingestão de vitaminas e minerais, a exemplo da vitamina B12, que não é
uma fonte ofertada na dieta vegetariana estrita, assim, é importante avaliar regularmente para prevenir a
anemia megaloblástica no paciente vegano. Também se deve dar atenção ao cálcio, considerando sua
importância para o metabolismo ósseo. Ainda, é extremamente importante na prescrição do cardápio para o
ovolactovegetariano a atenção para a oferta de ferro, zinco, e ômega-3.
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Podcast
Agora, a especialista Mônica Dalmácio encerra o tema falando sobre as possibilidades e os benefícios de
uma alimentação vegetariana para um atleta.
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Para saber mais sobre os assuntos tratados neste conteúdo, leia:
Guia Alimentar de Dietas Vegetarianas para Adultos, na SBV.
Tudo o que você precisa saber sobre a alimentação vegetariana, de Eric Slywitch, na SBV.
Referências
BARNARD, N. D. et al. A low-fat vegan diet and a conventional diabetes diet in the treatment of type 2
diabetes: a randomized, controlled, 74-wk clinical trial. Am. J. Clin. Nutr., 2009. 89(5): p. 1588S-1596S.
FERREIRA, L. G.; BURINI, R. C.; MAIA, A. F. Dietas vegetarianas e desempenho esportivo. Rev. Nutr. [online].
2006, v. 19, n. 4 pp. 469-477.
JANELLE, K. C.; BARR, S. I. Nutrient intakes and eating behavior scores of vegetarian and nonvegetarian
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KAHLEOVA, H. et al. A plant-based diet in overweight individuals in a 16- week randomized clinical trial:
metabolic benefits of plant protein. Nutr. Diabetes, 2018, nov., 2;8(1):58.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia Alimentar para a População Brasileira. 2. ed. 1. reimp. Brasília, DF: Ministério
da Saúde, 2014. Consultado na Internet em: 11 jun. 2021.
SLYWITCH, E. Guia Alimentar de Dietas Vegetarianas para Adultos. Florianópolis: Sociedade Brasileira
Vegetariana, 2012. Consultado na Internet em: 11 jun. 2021.
U.S. Department of Agriculture, Agricultural Research Service. Nutrient Intakes from Food: Mean Amounts
and Percentages of Calories from Protein, Carbohydrate, Fat and Alcohol, One Day, 2005-2006. USDA: 2008.
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