Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Recife-PE - 2006
RESUMO
ABSTRACT
When the operators of the right excite doubts in questions of patrimonial countable
nature, request the intervention of the professional connoisseur-accountant to
elucidate the question. The counting connoisseur after to analyze the involved
documentation emits its opinion based and impartial about the facts for intermediary
of written document called countable expert report. The countable expert report to be
elaborated passes for diverse stages and in its formularization some basic
requirements are necessary, however the diverse thinkers on the subject possess
positions that are not uniforms, each one detaching one determined model. In this
article we are comparing the points of view of these thinkers as well as surveying with
the norms emitted for the Conselho Federal de Contabilidade-CFC.
1 – Introdução
O laudo pericial contábil para ser elaborado passa por diversas etapas e na sua
formulação são necessários alguns requisitos básicos, porém os diversos
pensadores sobre o tema possuem posições que não são uniformes, cada um
destacando um determinado modelo.
Dessa forma, um dos campos em que a contabilidade pode exercer de forma ampla,
sua função social e ainda, auxiliar a solução de questões concretas, é dentro do
ambiente jurídico, através da perícia contábil.
4 – Ambiente jurídico
5
5 – Meios de prova
De acordo com Silva (2005), a palavra Prova é de origem latina, (proba) e significa
demonstrar, reconhecer ou formar juízo. Afirma Houaiss e Vilar (2001) que também
pode ser definida como aquilo que tem o poder de demonstrar que uma afirmação
ou um fato são verdadeiros.
Art. 212 – Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico
pode ser provado mediante:
I – confissão
II – documento
III – testemunha
IV – presunção
V – perícia - artigo 232
Afirma Neto (2005) que a prova pericial vem à tona quando o juiz não estiver apto a
realizar a averiguação dos fatos, seja pela falta de conhecimentos técnicos ou pela
impossibilidade de obter as informações indispensáveis. Nessas condições, a tarefa
será realizada por “experts” na matéria por meio de perícia.
6 – Perícia
Neste contexto, Sá (2005), afirma que, a prova que esclarece o juiz a respeito de
assuntos relativos ao patrimônio das entidades ou pessoas é a perícia contábil.
7
7 – Perícia contábil
Dessa forma, segundo Alberto (2002) pode-se firmar a convicção que a perícia
contábil é um meio de prova que demonstra a veracidade de fatos relacionados com
o patrimônio de quaisquer entidades e complementa Hoog (2005) sendo utilizada
para deslindar questões judiciais e extrajudiciais empregando bases científicas
contábeis, fiscais e societárias.
O CFC (2006) afirma que a perícia contábil subsidia a solução de litígios utilizando-
se o conjunto de procedimentos técnicos e científicos em conformidade com as
normas jurídicas e profissionais e a legislação pertinente. Já Pires (2006)
complementa que visa propiciar o estudo, exame e a certificação de matéria fática
vinculada à contabilidade, para que a certeza jurídica possa ser alcançada de forma
cada vez mais científica.
Sá (2005) afirma que o ciclo da perícia judicial envolve seu curso, em suas fases:
preliminar, operacional e final.
FASE PRELIMINAR:
a perícia é requerida ao juiz, pela parte interessada na mesma;
o juiz defere a perícia e escolhe seu perito;
as partes formulam quesitos e indicam seus assistentes;
8
FASE OPERACIONAL
início da perícia e diligências;
curso do trabalho;
elaboração do laudo
FASE FINAL
assinatura do laudo
entrega do laudo ou laudos;
levantamento dos honorários;
esclarecimentos (se requeridos)
O código de processo civil, disciplina a prova pericial entre os artigos 420 e 439.
Esse conjunto de regras, entre outras formalidades, explicita que esta prova se
materializa através da elaboração e entrega do laudo pericial.
9.1 – Laudo
A palavra laudo, de acordo com Houaiss e Vilar (2001), tem sua origem no latim
(laudare) e na linguagem atual é empregado para exprimir o parecer ou relatório dos
peritos. [3] Significa, também, texto contendo parecer técnico. Sá (2005), afirma que o
laudo é, de fato, uma declaração ou revelação de um expert, ou seja, o que entende
ele sobre um ou vários fatos, que foram submetidos ao seu exame.
Afirma Silva (2005), que a palavra laudo pericial é a designação dada à peça escrita
pelo perito, na qual este emite relatório de seu exame, respondendo aos quesitos
formulados e dando as suas conclusões ou parecer.
Já Medeiros Junior, afirma que o laudo pericial é o documento escrito com respostas
objetivas e fundamentadas sobre a matéria submetida a exame do especialista.
De acordo com Zanna (2005), o laudo pericial contábil judicial é a prova técnica
escrita pelo perito oficial que visa dirimir pontos obscuros relacionados com o
patrimônio, complementa Medeiros Junior (2006) que este laudo deve ser exposto
ao usuário com observações e conclusões fundamentadas a respeito da matéria.
Enquanto que o CRC (2006) destaca que o laudo pericial contábil é um documento
escrito que relata os aspectos e detalhes da realização da perícia elaborada pelo
profissional de nível superior, com habilitação em ciências contábeis, devidamente
registrado no Conselho Regional de Contabilidade, o qual necessita de propriedades
fundamentais para explicitar a exatidão científica e/ou tecnológica, coerência das
afirmações e acolhimento do objeto que foi discutido, em sua extensão e densidade.
De acordo com Alberto (2002), o laudo pericial contábil é sempre uma peça escrita e
deve apresentar nitidamente as circunstâncias de sua preparação, mostrando ao
usuário as observações e estudos efetuados sobre o assunto, especialmente, os
embasamentos e as conclusões a que chegou. Os laudos devem conter certos
aspectos e têm características essenciais razoavelmente delimitadas.
De acordo com Sá (2005), não existe padrão definido de um laudo, todavia existem
formalidades que devem compor a estrutura do mesmo.
11
o Anexos
o Documentos juntados
o Data
o Assinatura
Por fim, Orlenas (2003) conclui que a condição de que o laudo pericial contábil deva
ser circunstanciado é evidente. Se o laudo é a compilação de tudo o que foi
verificado pelo perito, como também de seu parecer, deve o mesmo ter o poder de
persuasão que provem as razões técnicas de que se vale para ponderar suas
conclusões.
10.3. De acordo com Alberto (2002), o laudo, assim, deve conter, se possível nesta
ordem, o seguinte:
Abertura;
Considerações Iniciais;
Determinação e descrição do objeto e dos objetivos da perícia;
Informação da necessidade ou não de diligências;
Exposição dos critérios, exames e métodos empregados no trabalho;
Considerações Finais;
Transcrição e respostas aos quesitos formulados;
Encerramento do laudo, e
Anexos e documentos.
As respostas devem ser proferidas com clareza e detalhe suficiente para serem
compreendidas. As respostas em simples "sim" e "não" devem ser terminantemente
evitadas.
10.4. Segundo o CFC (2006), o Laudo Pericial Contábil deve dispor, no mínimo, a
seguinte estrutura:
identificação do processo e das partes;
síntese do objeto da perícia;
metodologia adotada para os trabalhos periciais;
identificação das diligências realizadas;
transcrição dos quesitos;
respostas aos quesitos;
conclusão;
outras informações, a critério do perito-contador, que sejam imprescindíveis
para esclarecer ou apresentar o laudo pericial;
rubrica e assinatura do perito-contador, e número de inscrição no CRC.
Autores pesquisados
Item Descrição
Lopes de Sá Ornelas Palombo CFC
1.0 Abertura
1.1 Indicação a quem a perícia é dirigida X X
1.2 Indicação do processo X X X
1.3 Indicação das partes X X X
1.4 Identificação do perito X X
1.5 Qualificação do perito X
Número do registro em seu conselho de
1.6 X
classe
2.0 Considerações Preliminares
2.1 Pedido da inicial X
2.2 Contestação X
2.3 Posicionamento do juizo
Identificação de quem e quando
2.4 X
solicitou a perícia
2.5 Identificação do objeto da perícia X X
Constação da existência nos autos da
2.6 documentação necessária para o X
trabalho
3.0 Trabalho em campo
3.1 Termo de início de perícia X
3.2 Diligências X X X
3.3 Ocorrências X X
Metodologia adotada para os
4.0
trabalhos periciais
4.1 Limites e responsabilidades do perito X X
4.2 Análises realizadas X X X
4.3 Métodos aplicados X X X
4.4 Resultado da aplicação das técnicas X X
5.0 Quesitos
5.1 Transcrição dos quesitos do juizo X X X X
5.2 Respostas aos quesitos do juizo X X X X
5.3 Transcrição dos quesitos das partes X X X X
5.4 Respostas aos quesitos das partes X X X X
6.0 Considerações Finais
6.1 Fatos observados X X X
6.2 Conclusões X X X
7.0 Encerramento
7.1 Apêndices (se houver) X X X
Anexos (documentos juntados) (se
7.2 X X X
houver)
Parecer de outro profissional (se
7.3 X
houver)
7.4 Número de folhas X X
7.5 Local X
7.6 Data X X
7.7 Assinatura do perito X X X X
7.8 Nome do perito X
7.9 Qualificação do perito X X
7.10 Número de inscrição no CRC X X
7.11 Função nos autos (perito ou assistente) X
7.12 Descrição do(s) apêndice(s) X
7.13 Descrição do(s) anexo(s) X
7.14 Descrição do(s) parecere(s)
A estética do laudo pericial contábil envolve dois aspectos a serem ponderados pelo
perito:
Forma gráfica: Além do conteúdo o perito deve preocupar-se com a forma gráfica e
apresentar um trabalho primoroso em sua forma visual sendo atrativo para seus
leitores.
O documento deve ser disposto levando-se em consideração uma margem esquerda
de no mínimo três centímetros e de 1,5 centímetro de margem direita e margens
superiores e inferiores de 2,5 centímetros cada uma. A margem esquerda é
fundamental na apresentação do trabalho, pois o laudo pericial contábil, quando
juntado aos autos, caso não tenha essa margem, ficará sem espaço adequado
causando prejuízo na sua leitura, já que parte do texto ficará oculta.
Fácil leitura: O perito deve oferecer o laudo pericial contábil de forma a possibilitar
uma leitura fácil e compreensão de todos os interessados. A título de exemplo, no
momento de responder os quesitos, o perito deve transcrever as perguntas
formuladas e em seguida oferecer a sua resposta.
21
De acordo com o CFC (2006), a linguagem adotada pelo perito deve ser
compreensível aos interlocutores, permitindo aos julgadores e às partes do pleito,
conhecimento e interpretação dos resultados dos trabalhos periciais contábeis. Os
termos técnicos utilizados devem trazer as informações de modo claro o e cristalino
Devem ainda, se necessário, ser acompanhados de esclarecimentos adicionais,
sendo aconselhados o emprego daqueles de maior domínio público.
De acordo com Sá (2005), para que um laudo possa classificar-se como de boa
qualidade, é necessário, pelo menos conter os seguintes requisitos:
Objetividade;
Rigor Tecnológico;
Concisão;
Argumentação;
Exatidão;
Clareza
A clareza é imprescindível, pois uma resposta deve ser isenta de dúvidas, como
também ter a abrangência completa naquilo que se indaga.
Para o CFC (2006), o Laudo Pericial Contábil deverá ser um trabalho técnico,
elaborado pelo perito contador, escrito de forma objetiva, clara, precisa, concisa e
completa.
Sá (2005) afirma que o perito do juízo tem por encargo primordial oferecer norte para
a decisão do magistrado. Em determinadas ocasiões a orientação transcende a
fronteira dos quesitos formulados, portanto o perito contábil, por desempenho ético
de sua profissão deve ir alem do que solicitam os temas abordados pelas partes e
adicionar algo mais que possa colaborar para a deliberação do juízo.
15 – Conclusão
Pelo que se pode observar, examinando-se o que recomendam três dos mais
ilustres peritos brasileiros e as próprias normas emanadas pelo CFC, apesar de
existirem elementos imprescindíveis e comuns a todos os modelos, e como também
em virtude de não haver qualquer tipo de fiscalização ou controle sobre seu trabalho,
o perito contábil goza de ampla liberdade para elaborar o seu laudo.
Assim, concluí-se que não existe um formato padrão para elaboração do laudo
pericial contábil, mas o perito deve ter como objetivo principal, orientar a decisão do
magistrado e, para tanto, precisa apresentar sua opinião com clareza,
fundamentação e argumentação objetiva, se comprometendo com os resultados que
obteve e com a conclusão que apresentou.
24
REFERÊNCIAS:
2 ORNELAS, Marinho Maurício Gomes de. Perícia contábil. 4ª. Ed. São Paulo:
Atlas, 2003 p. 63.-93
7 CINTRA, Antonio Carlos de Araújo et all. Teoria Geral do Processo. 22ª. ed. São
Paulo, Malheiros Editores, 2005 p 25-371.
9 ALBERTO, Valder Luiz Palombo. Perícia contábil. 3ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2002
p. 19-123.
10 SÁ, Antonio Lopes de. Perícia Contábil. 7. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas,
2005. p. 14-63
11 ZANNA, Temo Dalla. Prática de perícia contábil. 1ª. ed. São Paulo: IOB, 2005,
p.21-143.
12 HOOG, Wilson Alberto Zappa. Prova Pericial Contábil – Aspectos Práticos &
Fundamentais. 4. ed. rev. e ampl. Curitiba: Juruá, 2005. p 47