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16.

Redução ao Valor Recuperável de


Ativos
16. Redução ao Valor Recuperável

16.1 Introdução
16.2 Definições (Valor em Uso, Valor Líquido de Venda, Taxa
de Descontos)
16.3 Teste de Impairment
16.4 Unidade Geradora de Caixa
16.5 Reversão
16.6 Evidenciação
16.7 Conclusões
16.8 Exercícios
16. Redução ao Valor Recuperável
16.1 Introdução

 IAS 36 – Impairment of Assets  Junho de 1998 (revisado em 2004


e 2008)

 CPC 01 – Redução ao valor recuperável de ativos  Aprovado


em 14.9.2007

 Resolução 3.566 do CMN  Publicada em 25.5.2008, com efeitos a


partir de 1.7.2008

 CPC 01 (R1)  Aprovado em 6.8.2010 Dispõe que o BC


pode determinar
ajustes
16. Redução ao Valor Recuperável
16.1 Introdução

 Antes de 2007, eram utilizadas as provisões para perdas


permanentes, porém sem critérios específicos, conforme
tratados na IAS 36

 Atualmente, temos o CPC 01, validado pela Deliberação CVM


nº 527/07, que se configura em uma “tradução” da IAS 36
16. Redução ao Valor Recuperável
16.1 Introdução

 Conceito de ATIVO
“ Prováveis benefícios econômicos futuros obtidos ou controlados por
uma entidade como resultado de transações ou eventos passados”.

 No Brasil, introdução do conceito de controle (versus


propriedade);

 O ativo pode contribuir diretamente ou indiretamente para a


geração de benefícios econômicos;

 Podem ser tangíveis ou intangíveis;

 Podem ter vida útil definida ou indefinida.


16. Redução ao Valor Recuperável
16.1 Introdução

 Ativo – geração de benefícios econômicos

 Custo ou mercado, dos dois o menor ou Custo ou valor


recuperável, dos dois o menor?

 Exemplos:
• Clientes – Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD);
• Estoques – Provisão para “redução ao valor de mercado”;
- Produtos acabados – custo x valor realizável líquido.

 Por que não expandir tal conceito para ativos de longo prazo?
16. Redução ao Valor Recuperável
16.1 Introdução

Objetivo: Garantir que cada ativo não esteja mensurado a um


montante acima de seu valor recuperável.

Diferença que a entidade deve reconhecer contabilmente,


quando o valor recuperável do ativo for menor que o valor
contábil  Perda por imparidade
16. Redução ao Valor Recuperável
16.1 Introdução

Escopo de aplicação: todos os ativos, exceto aqueles que


possuam normas específicas :

 Ativos financeiros (CPC 28) Alcance


 Estoques (CPC 16);
 Contratos de construção (CPC 17); Ativos imobilizados
 Contratos de seguros (CPC 11); Ativos intangíveis
 Ativos biológicos (CPC 29); (Com vida útil definida
 Benefícios a empregados (CPC 33) ou indefinida)
 Ativos Fiscais Diferidos (CPC 32)
 Propriedades para Investimento (CPC 28); Investimentos
 Ativos mantidos para a venda (CPC 31). Goodwill
16. Redução ao Valor Recuperável
16.2 Definições

Valor Justo (Fair Value)

“Fair Value is the amount for which an item could be exchanged


or settled between knowledgeable willing parties in an arms
length transaction” (IASB)

“Fair value less costs to sell is the amount obtainable from the
sale of an asset or cash-generating unit in an arm’s length
transaction between knowledgeable, willing parties, less the
costs of disposal” (IAS 36)
16. Redução ao Valor Recuperável
16.2 Definições

Como encontrar o valor justo?

 Considerar dados/transações observáveis no mercado.

 Quando não houver dados/transações observáveis - refletir premissas que


seriam utilizadas pelos participantes do mercado.

 Ser maximizada a utilização de “inputs” observáveis no mercado e


minimizada a utilização dos não observáveis.

 A hierarquia dá a mais elevada prioridade aos preços cotados (não


ajustado) em mercados ativos para ativos ou passivos idênticos (Nível 1) e
a mais baixa prioridade aos “inputs” não observáveis (Nível 3).
16. Redução ao Valor Recuperável
16.2 Definições

Valor contábil

Montante pelo qual o ativo está reconhecido no balanço depois


da dedução de toda respectiva depreciação, amortização ou
exaustão acumulada e ajuste para perdas.

Valor Recuperável

O maior entre o valor líquido de venda de um ativo e o seu valor


em uso
16. Redução ao Valor Recuperável
16.2 Definições

Perda por desvalorização

Reconhecimento direto no resultado do período. Exceção: nos


ativos reavaliados a perda deve ser tratada como diminuição do
saldo da reavaliação.

Valor residual

Valor estimado que a entidade obteria com a venda do ativo,


após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já́
tivesse a idade e a condição esperadas para o fim de sua vida
útil.
16. Redução ao Valor Recuperável
16.2 Definições

Mercado ativo

Mercado onde todas as seguintes condições existem:

 Os itens transacionados no mercado são homogêneos;

 Vendedores e compradores com disposição para negociar são


encontrados a qualquer momento para efetuar a transação; e

 Os preços estão disponíveis para o público.


16. Redução ao Valor Recuperável
16.2 Definições

Valor Líquido de Venda

Valor a ser obtido pela venda de um ativo ou de uma unidade


geradora de caixa em transações em bases comutativas, entre
partes conhecedoras e interessadas, menos as despesas
estimadas de venda
16. Redução ao Valor Recuperável
16.2 Definições

Como obter o Valor Líquido de Venda

1. Contrato de compra e venda realizado entre partes


independentes evidencia um valor de venda.

2. Preço de mercado do ativo (preço atual de cotação) menos


as despesas de venda. Se os preços não estão disponíveis,
utilizar o preço da transação mais recente desde que não
tenha havido uma mudança significativa nas circunstâncias
econômicas entre a data da transação e a data na qual a
estimativa é feita.
16. Redução ao Valor Recuperável
16.2 Definições

Como obter o Valor líquido de Venda

3. Melhor informação disponível, considerando o resultado de


transações recentes para ativos semelhantes, do mesmo
setor, refletindo o valor que uma entidade possa obter na
data do balanço, menos as despesas de baixa.
16. Redução ao Valor Recuperável
16.2 Definições

Valor líquido de Venda

Despesas de venda - despesas legais, taxas e impostos, despesa


de remoção do ativo e despesas incrementais diretas para deixar
o ativo em condição de venda.

Atenção!!! Não devem ser consideradas as despesas com


demissão de empregados e despesas ligadas à redução ou
reorganização de um negócio
16. Redução ao Valor Recuperável
16.2 Definições

Valor em uso

É o valor presente de fluxos de caixa futuros estimados que deve


resultar do uso do ativo ou de uma unidade geradora de caixa
(UGC)
16. Redução ao Valor Recuperável
16.2 Definições

Valor em uso

Deve ser levado em consideração no cálculo:

 Estimativa e expectativas sobre possíveis variações no


montante ou período dos fluxos de caixa futuros relacionados
ao ativo;
 O valor do dinheiro no tempo, representado pela atual taxa de
juros livre de risco;
 Preço decorrente da incerteza inerente ao ativo;
 Falta de liquidez ou outros fatores que os participantes do
mercado considerariam relevantes.
16. Redução ao Valor Recuperável
16.2 Definições
Valor em Uso
Na projeção dos fluxos de caixa deve-se:

 Utilizar premissas razoáveis e fundamentadas, considerando as


condições econômicas que existirão na vida útil remanescente do
ativo;
 Basear-se previsões ou nos orçamentos financeiros mais recentes,
 Considerar a condição atual do ativo e excluir estimativas
relacionadas a reestruturações futuras ou da melhoria e
aprimoramento do desempenho do ativo, impostos e
financiamentos
 Utilizar na projeção, um período máximo de 5 anos (ou período
mais longo, se justificável)  Projeção acima desse período: utilizar
taxa de crescimento estável ou decrescente
16. Redução ao Valor Recuperável
16.2 Definições
Valor em Uso
Composição das estimativas para fluxos de caixa futuros

 As estimativas devem incluir:


• Entradas de caixa (inflows) pela utilização contínua do ativo;
• Saídas de caixa (outflows) que necessariamente ocorrerão para manter
o ativo em operação;
• Fluxo de caixa líquido (net cash flow) oriundo da venda do ativo ao final
de sua vida útil.

 As estimativas não devem incluir:


• Reestruturação futura em que a entidade ainda não tenha se
comprometido;
• Aumento da performance do ativo  Justificativa: o valor em uso deve
ser calculado com base nas condições atuais do ativo.
16. Redução ao Valor Recuperável
16.2 Definições
Taxa de Desconto
Deve ser a taxa antes dos impostos, que reflita as avaliações atuais de
mercado relacionadas a:

• Valor da moeda no tempo;

• Riscos específicos do ativo para os quais as futuras estimativas de


fluxos de caixa não foram ajustadas.
16. Redução ao Valor Recuperável
16.2 Definições
Unidade Geradora de Caixa (UGC)

 É o menor grupo identificável de ativos, em grande parte


independentes, capazes de gerar entradas de caixa;

 Substituição de ativos com vida útil mais curta é considerada como


gasto relacionado à utilização e manutenção da unidade;

 Composta por ativos com diferentes vidas úteis estimadas, sendo


todos essenciais para a continuidade da operação
16. Redução ao Valor Recuperável
16.3 Teste de impairment

... ou teste de Recuperabilidade

Caso existam evidências claras de que ativos estão avaliados por


valor não recuperável no futuro, a entidade deverá imediatamente
reconhecer a desvalorização por meio da constituição de provisão
para perda  Perda por imparidade ou perda por impairment
16. Redução ao Valor Recuperável
16.3 Teste de impairment

Perdas por Impairment:

 A perda deverá ser reconhecida imediatamente no resultado;

 Caso o ativo tenha sido reavaliado, tal perda por impairment não
impactará o resultado, devendo ser tratada como redução da
reserva de reavaliação;

 Após o reconhecimento da perda, a entidade deverá recalcular a


depreciação (amortização) para os anos remanescentes de sua
vida útil.
16. Redução ao Valor Recuperável
16.3 Teste de impairment

Valor Contábil Líquido

É MENOR É MAIOR

Valor Recuperável Valor Recuperável

Perda por impairment


Nenhuma ação
(Resultado ou Reserva reavaliação)
16. Redução ao Valor Recuperável
16.3 Teste de impairment

Perdas por Impairment:

 O valor contábil do ativo não poderá ser reduzido a um montante


abaixo de:

• Seu valor justo menos custos para vendê-lo (se determinável);


• Valor em uso (se determinável);
• Zero.

 Depois que o impairment foi registrado, conforme detalhado


anteriormente, um passivo somente deve ser reconhecido se
requerido por outra norma
16. Redução ao Valor Recuperável
16.3 Teste de impairment

Valor Contábil Líquido Comparado com

Valor Recuperável

Maior entre

Valor Líquido Valor em


de Venda Uso
16. Redução ao Valor Recuperável
16.3 Teste de impairment

Identificação/Verificação de ativo desvalorizado

 Avaliar, no mínimo ao fim de cada exercício social, se há alguma


indicação de desvalorização.

 Anualmente, para ativos intangíveis com vida útil indefinida ou


ainda não disponível para uso;

 Anualmente, para ágio pago por expectativa de rentabilidade


futura (Goodwill).
16. Redução ao Valor Recuperável
16.3 Teste de impairment São conhecidos
como “TRIGGER
EVENTS";
Indicadores
 A entidade deve avaliar se há alguma indicação de que um ativo
possa ter sofrido desvalorização, por meio de informações
geradas interna ou externamente

• Valor de mercado diminuiu sensivelmente;

• Aumento na taxas de juros de mercado;

• Valor contábil do PL da entidade > Valor das ações no mercado;

• Obsolescência ou dano físico do ativo;

• Mudanças significativas, com efeito adverso sobre a entidade.


16. Redução ao Valor Recuperável
16.3 Teste de impairment
Fontes Internas
Indicadores de Impairment
Fontes Externas

 Fontes internas:
• Evidência de dano físico ou obsolescência
• Mudanças significativas que afetem a utilização do ativo
• Possibilidade de descontinuidade de uma operação
• Aumento da taxa de retorno dos investimentos
• Relatórios internos que indiquem que o desempenho
financeiro da empresa será abaixo do esperado
16. Redução ao Valor Recuperável
16.3 Teste de impairment
Fontes Internas
Indicadores de Impairment
Fontes Externas

 Fontes externas:
• Modificações no valor de mercado do ativo
• Mudanças do ambiente tecnológico ou legal
• Aumento da taxa de juros do mercado
• Valor do PL é maior do que o valor de suas ações no mercado.

A lista de indicadores sugeridos pela norma não é exaustiva!!!


A empresa pode identificar outros indícios para realizar o teste.
16. Redução ao Valor Recuperável
16.3 Teste de impairment

Mensuração do Valor Recuperável

 Nem sempre é necessário determinar o valor líquido de venda de


um ativo e seu valor em uso. Se qualquer desses valores exceder
o valor contábil do ativo, este não tem desvalorização e, portanto,
não é necessário estimar o outro valor.

 Valor líquido de venda para ativo não negociado em mercado


ativo. Nesse caso, o valor em uso poderá ser utilizado como seu
valor recuperável.
16. Redução ao Valor Recuperável
16.3 Teste de impairment

Mensuração do Valor Recuperável

 Se não há razão para acreditar que o valor em uso de um ativo


exceda significativamente seu valor líquido de venda, o valor
líquido de venda do ativo pode ser considerado como seu valor
recuperável.
16. Redução ao Valor Recuperável
16.3 Teste de impairment

Ajustes Depreciação

Após o reconhecimento de uma perda por desvalorização, a despesa


de depreciação, amortização ou exaustão do ativo deve ser ajustada
em levando em consideração sua vida útil remanescente.

 Vida útil: período de utilização do ativo ou o número de unidades


de produção
16. Redução ao Valor Recuperável
16.3 Teste de impairment

Registro contábeis das perdas


16. Redução ao Valor Recuperável
16.3 Teste de impairment

Resumo: Realização do teste

 Identificação do ativo ou das Unidades Geradoras de Caixa e seu


valor contábil líquido;

 Determinar a metodologia e as premissa de avaliação;

 Calcular o valor de venda ou de uso;

 Comparar o valor contábil do ativo e registrar a perda por


Impairment, se necessário.
16. Redução ao Valor Recuperável
16.3 Teste de impairment

Exemplos:

Reavaliação do Fluxo de Caixa da Usina de Porto


Primavera  Aumento de prazo de construção, + Custos
financeiros

Impairment no valor de R$ 2,47 Bilhões


16. Redução ao Valor Recuperável
16.3 Teste de impairment

Exemplos:

Chicago Mercantile Exchange – CME  Redução do valor


recuperável de investimento na Bovespa Holding devido
a crise financeira em 2008.

Impairment no valor de US$ 94 milhões


16. Redução ao Valor Recuperável
16.3 Teste de impairment

Exemplos:

Redução na cotação internacional do petróleo em 2008.

Impairment no valor de R$ 479 milhões


16. Redução ao Valor Recuperável
16.3 Teste de impairment

Exemplos hipotéticos em Instituições Financeiras


Caso 1
Valor recuperável de uma “Folha de Pagamento”
Valor Justo menos custos de Valor em Uso
venda

Comparação entre Folha de Pagamento* Folha de Pagamento


* Desde que fosse possível
revender o ativo

Caso 2
Valor recuperável de um “Prédio”
Valor Justo menos custos de Valor em Uso
venda

Comparação entre Prédio Prédio


Móveis e Utensílios
Operações de Crédito
TVM
16. Redução ao Valor Recuperável
16.4 Unidade Geradora de Caixa

Goodwill

 Reconhecido numa combinação de negócios – ativo que


representa benefícios econômicos futuros decorrentes de outros
ativos adquiridos na combinação de negócios que não são
individualmente identificáveis e não podem ser reconhecidos
separadamente

 Ágio pago por expectativa de rentabilidade futura


16. Redução ao Valor Recuperável
16.4 Unidade Geradora de Caixa

120
Rentabilidade
por Expectativa
100 Goodwill Futura

80
Intangíveis Identificáveis
Ágio
60

Valor Valor Preço de


Pago 40 Justo Mercado

20
Valor Valor
Contábil Contábil
0
Antes IFRS Após IFRS
16. Redução ao Valor Recuperável
16.4 Unidade Geradora de Caixa

Representa o menor grupo de ativos que gera entradas de caixa que


são grande parte independentes das entradas de caixa provenientes
de outros grupos de ativos.

 Identificação de uma UGC

• O valor recuperável do ativo não pode ser determinado individualmente

• O ativo gera entradas de caixa que são dependentes daquelas


provenientes de outros ativos

• Pode ser um único ativo ou até um segmento operacional (determinado


segundo a IAS 14 / IFRS 8)
16. Redução ao Valor Recuperável
16.4 Unidade Geradora de Caixa

 Valor recuperável de uma UGC

• É o maior valor entre o valor líquido de venda e o valor em


uso da UGC.

• O valor líquido de venda e o valor em uso de UGC são


determinados excluindo-se os fluxos de caixa que estão
relacionados a ativos que não sejam parte da UGC e passivos
que foram reconhecidos nas DFs.
16. Redução ao Valor Recuperável
16.4 Unidade Geradora de Caixa

 Impairment

• Quando houver impairment para uma UGC que corresponda a


um grupo de ativos, a entidade deverá:

1. Primeiramente reconhecer uma redução do goodwill


alocado a tal unidade geradora de caixa;

2. Reduzir o valor contábil dos outros ativos pro-rata.


16. Redução ao Valor Recuperável
16.4 Unidade Geradora de Caixa

 Ativos Corporativos
• Incluem os ativos do grupo ou de departamento ou divisão da
entidade, que contribuem mesmo que indiretamente, para os
fluxos de caixa futuros (goodwill), tanto da unidade geradora
de caixa sob revisão, quanto da de outras unidades geradoras
de caixa, mas não geram entradas de caixa independentes

Exemplos: Prédio da sede, escritório central ou centro de


processamento de dados
16. Redução ao Valor Recuperável
16.4 Unidade Geradora de Caixa

 Ativos Corporativos
• Caso haja qualquer indicativo de que o ativo corporativo
possa ter impairment e ele não pode ser vendido
separadamente, a UGC ao qual ele pertence deve ser testada.

• Assim, seu valor recuperável será determinado para a UGC ou


grupos de UGCs às quais ele pertence e comparado com o
valor registrado

• Caso o ativo corporativo não possa ser alocado à menor UGC


em análise, deve-se partir para o próximo nível (próxima UGC
da qual o ativo corporativo faça parte)
16. Redução ao Valor Recuperável
16.4 Unidade Geradora de Caixa

 Intangíveis de vida útil indefinida (Goodwill)

• É alocado, a partir da data da aquisição, a cada uma das


unidades geradoras de caixa do adquirente, ou a grupos de
unidades geradoras de caixa, que devem se beneficiar das
sinergias da aquisição

• Se a desvalorização da UGC for maior que o total relacionado


ao goodwill, o excesso deve ser alocado aos outros ativos da
unidade

• Teste sempre que houver indicação de desvalorização, no


mínimo de forma anual e sempre na mesma ocasião
16. Redução ao Valor Recuperável
16.5 Reversão

 É possível quando as estimativas utilizadas refletirem uma


condição que deixou de existir

 A entidade pode reverter essa perda até o limite do valor contábil


do ativo

 Não existe reversão de goodwill


16. Redução ao Valor Recuperável
16.5 Reversão

 Reversão de Perdas por Impairment

• A entidade deve avaliar se existe alguma indicação que a perda


por impairment reconhecida em anos anteriores, exceto goodwill,
possa ter diminuído ou tenha deixado de existir.
16. Redução ao Valor Recuperável
16.5 Reversão

 Alguns indicativos de reversão da perda:

• Valor de mercado aumentou sensivelmente;

• Diminuição nas taxas de juros de mercado;

• Evidências indicam que o desempenho econômico do ativo é ou


será melhor do que o esperado;

• Mudanças significativas, com efeito favorável sobre a entidade


16. Redução ao Valor Recuperável
16.5 Reversão

 O aumento do valor contábil de um ativo, exceto ágio (goodwill),


atribuível à reversão de perda por desvalorização, não deve
exceder o valor contábil que teria sido determinado, líquido de
depreciação, amortização ou exaustão, caso nenhuma
desvalorização tivesse sido reconhecida em anos anteriores.

 A reversão deve ser reconhecida imediatamente no resultado do


período.

 Sobre um ativo reavaliado, a reversão da perda por


desvalorização deve ser creditada diretamente no Patrimônio
Líquido, sob o título de Reavaliação.
16. Redução ao Valor Recuperável
16.5 Reversão

 Após o reconhecimento da reversão da perda por desvalorização,


a despesa de depreciação, amortização ou exaustão para o ativo
deve ser ajustada em períodos futuros para considerar o valor
contábil revisado do ativo menos o seu valor residual, em base
sistemática sobre sua vida útil remanescente.

 Para UGC, a reversão de perda por desvalorização deve ser


alocada aos ativos da unidade, proporcionalmente ao valor
contábil desses ativos, e reconhecida diretamente no resultado
do período.

 No caso de ágio (goodwill), a perda por desvalorização não


poderá ser revertida em períodos subsequentes.
16. Redução ao Valor Recuperável
16.5 Reversão

 Reconhecimento das perdas – redução ao valor recuperável

• Primeiro  Goodwill
• Depois  Demais ativos da unidade geradora de caixa

 Reversão das perdas

• Somente para ativos identificáveis


16. Redução ao Valor Recuperável
16.6 Evidenciação

 A entidade deve divulgar para cada classe de ativos:

• Montante das perdas por impairment reconhecidas no


resultado durante o período;
• Montante das reversões reconhecidas no resultado durante o
período;
• Valor das perdas por impairment reconhecidas diretamente no
patrimônio líquido para ativos reavaliados;
• Montante das reversões reconhecidas diretamente no
patrimônio líquido para ativos reavaliados.
16. Redução ao Valor Recuperável
16.6 Evidenciação

 A entidade deve divulgar para cada perda ou reversão


significativa:

• os acontecimentos e circunstâncias que conduziram ao


reconhecimento ou a reversão da perda por imparidade;
• o valor da perda por imparidade reconhecida ou revertida;
• a base utilizada para o cálculo do valor recuperável;
• Premissas utilizadas para mensuração do valor recuperável
• Eventos que levaram ao seu reconhecimento
• Valor das perdas e/ou reversão
• Descrição da UGC e/eu ativos que sofreram a perda
• Valor recuperável
• Taxa utilizada para descontar os fluxos de caixa.
16. Redução ao Valor Recuperável
16.7 Conclusões

 Após a atualização da legislação societária e os pronunciamentos


do CPC pode-se verificar uma melhora no reconhecimento e
mensuração dos itens do imobilizado.
16. Redução ao Valor Recuperável
16.7 Conclusões

 Impactos mais relevantes

• Ativos sujeitos à amortização  passam a estar sujeitos a


Perdas por impairment;

• Indicativos de impairment – necessidade de testes, nova


prática contábil;

• Determinação da base para cálculo do valor em uso;

• Definição das taxas de desconto e de crescimento.


16. Redução ao Valor Recuperável

Exercícios

(Bacen/2013) Com relação ao Pronunciamento Técnico CPC 1,


que trata da redução ao valor recuperável de ativos, julgue o
item abaixo.

Ao realizar o teste de recuperabilidade do ativo, é necessário


determinar tanto o valor justo líquido de despesas de venda de
um ativo quanto seu valor em uso.
16. Redução ao Valor Recuperável

Exercícios

(Bacen/2013) Acerca do processo contábil de reconhecimento,


mensuração e evidenciação, julgue os itens a seguir.

Na contabilização de ativos, os ativos intangíveis serão


amortizados e dispensados do impairment test, caso sua vida
útil seja definida.
16. Redução ao Valor Recuperável
Exercícios

(CESPE- Analista do Executivo-ES-2013) Considere que 15 dias antes do encerramento


do exercício social, uma máquina industrial tenha apresentado valor contábil de R$
100.000,00. Considere, ainda que, na data do encerramento do exercício social, o
contador tenha constatado que essa máquina poderia estar com problemas de
recuperabilidade do seu valor. A estimativa era que a máquina apresentasse um valor
em uso de R$ 95.000,00, um valor justo de R$ 102.000,00 e custos de venda no valor de
R$ 3.000,00. Nessa situação hipotética, em relação à avaliação desse ativo imobilizado, o
contador deverá:

a) reconhecer uma perda por valor recuperável no valor de R$ 1.000,00.


b) reconhecer uma perda por valor recuperável no valor de R$ 5.000,00.
c) aumentar o valor do ativo para R$ 102.000,00, que representa o seu valor justo.
d) reconhecer imediatamente os custos de venda como despesas.
e) desconsiderar reconhecer qualquer perda por valor recuperável para o referido ativo.
16. Redução ao Valor Recuperável
Resolução
Valor contábil é o montante pelo qual o ativo está reconhecido no balanço
depois da dedução de toda respectiva depreciação, amortização ou exaustão
acumulada e ajuste para perdas.

Valor justo líquido de despesa de venda é o montante a ser obtido pela venda
de um ativo ou de unidade geradora de caixa em transações em bases
comutativas, entre partes conhecedoras e interessadas, menos as despesas
estimadas de venda.

Valor em uso é o valor presente de fluxos de caixa futuros esperados que


devem advir de um ativo ou de unidade geradora de caixa.

Valor recuperável de um ativo ou de unidade geradora de caixa é o maior, frisa-


se, MAIOR, montante entre o seu valor justo líquido de despesa de venda e o
seu valor em uso.
16. Redução ao Valor Recuperável
Resolução
Na questão temos as seguintes informações:
Valor Contábil= R$ 100.000,00
Valor em uso de R$ 95.000,00
Valor Líquido de Venda= Valor justo de R$ 102.000,00, subtraído de custos de
venda no valor de R$ 3.000,00= R$ 99.000,00
Como o Valor Recuperável é o MAIOR, dentre o Valor Líquido de Venda e o
Valor em uso, concluímos que será de R$ 99.000,00.

Segundo o CPC 01, se o valor recuperável for menor que o valor contábil, o ativo
está SUPERAVALIADO, e por isso devemos reconhecer uma provisão para
perdas, cujo valor será a diferença entre o valor Contábil e o Valor Recuperável.

O lançamento será:
D - Outras Despesas
C - Provisão Para Perdas (redutora do ativo).........................R$ 1.000,00
16. Redução ao Valor Recuperável

Exercícios
Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) - Analista do CNMP - FCC
(2015) O saldo da conta Intangíveis da empresa Explora Marcas S.A., em
31/12/2013, correspondia a um ativo intangível com vida útil indefinida. O valor
contábil deste ativo era R$ 840.000,00 e sua composição era:
- Custo de aquisição: R$ 960.000,00.
- Perda por desvalorização reconhecida em 2012: R$ 120.000,00.

Para a elaboração do Balanço Patrimonial de 31/12/2013, a empresa realizou o


teste de recuperabilidade do Ativo (“impairment”) com as seguintes
informações disponíveis:
- Valor em uso: R$ 740.000,00.
- Valor justo líquido das despesas de venda: R$ 800.000,00.
16. Redução ao Valor Recuperável
Resolução
Com base nestas informações, o valor contábil apresentado no Balanço Patrimonial da empresa
Explora Marcas S.A., em 31/12/2013, foi, em reais,
a) 840.000,00.
b) 740.000,00.
c) 800.000,00.
d) 960.000,00.
e) 680.000,00.

Valor em Uso
Valor Contábil R$ 740.000
Custo de Aquisição R$ 960.000
(-) Perda por Desvalorização (R$ 120.000)
Valor contábil R$ 840.000 Valor Líquido de Venda
R$ 800.000
16. Redução ao Valor Recuperável

Exercícios
Uma entidade possui um ativo cujo valor contábil é de $3.000 e já está
40% depreciado. A companhia detectou que há indícios de impairment
e decidiu realizar o teste.
O valor de venda do ativo foi estimado em $1.700 e custos de venda de
$200. As receitas futuras projetadas, descontadas das despesas,
totalizam $500 por ano, nos próximos cinco anos. A taxa de desconto
utilizada reflete a taxa livre de risco e a incerteza inerente ao ativo, e foi
estimada em 15%.

Pede-se:
Demonstre todos os cálculos necessários para a realização do teste de
impairment.
Demonstre a contabilização da perda, caso seja necessário.
16. Redução ao Valor Recuperável
Resolução
Valor Contábil  $3.000

Valor Líquido de Venda


Venda $1 .700
Despesas ($ 200)
Total $1.500 Valor em Uso
Ano 1 2 3 4 5 Total
Receitas Futuras $500 $500 $500 $500 $500 $2.500
Valor Presente $435 $378 $329 $286 $249 $1.676

Taxa de Desconto 15%

O lançamento será:
D – Despesas com provisões operacionais
C – Provisão Para Perdas com Impairment (redutora do ativo).........................$ 1.324

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