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Apresentação 100 anos de solidão

O livro que escolhi e que pretendo apresentar é um romance do


escritor colombiano, Gabriel García Márquez, foi publicado no ano
1967 pela Editorial Sudamericana. Considerada uma das melhores
obras da literatura latino-americana, “Cem anos de solidão” ganhou o
prémio Nobel da literatura em 1982.

Gabriel García Márquez:

Nascimento - Aracataca, 6 de março de 1927 

Morte - Cidade do México, 17 de abril de 2014

Casado com Mercedes Barcha, teve um filho, Rodrigo García.

Gabriel José García Márquez foi


um escritor, jornalista, editor, ativista e político colombiano.
Considerado um dos autores mais importantes do século XX, foi um
dos escritores mais admirados e traduzidos no mundo, com mais de
40 milhões de livros vendidos em 36 idiomas.

Ganhou o Prémio Internacional Neustadt de Literatura em 1972 e


o Nobel de Literatura de 1982 pelo conjunto de sua obra que, entre
outros livros, inclui o aclamado Cem Anos de Solidão. Foi o maior
representante do que ficou conhecido como realismo mágico na
literatura latino-americana.

Resumo -comentário:

É uma história muito difícil de resumir, tantas são as personagens, as


situações, e a quantidade de informação que o livro contém.
Basicamente, trata-se da história de várias gerações de uma família
marcada pelas características particulares dos seus membros que,
apesar da estranheza que as distingue, acabam por ser ir repetindo

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ao longo dos anos – com particular destaque para a solidão e a
forma estranha de amar.

Mais detalhadamente, o livro narra a história da fictícia cidade de


Macondo bem como a ascensão e a queda dos seus fundadores, a
família Buendía. O facto da evolução da cidade estar diretamente
relacionada com a evolução da família torna a história mais
interessante e cativante, pois à medida que Macondo se vai
desenvolvendo, a família Buendía vai igualmente prosperando e vice-
versa. (tal como ocorre no fim onde ambas caem no esquecimento,
em parte devido à decadência social, como o incesto, luxo, corrupção
e guerra, criticadas pelo autor ao longo de toda a obra).

José Arcádio Buendía é o entusiasmado fundador da cidade e


patriarca da família, enquanto Úrsula Iguarán é a espinha dorsal da
família e de todo o romance, bem como a matriarca. Trata-se de um
casal de primos, que se casaram assustados pelo mito de que o
casamento entre familiares poderia gerar filhos com rabos de porco.
Este temor cria situações divertidas no início do relacionamento, mas
também situações trágicas, e será, em última análise, o causador da
mudança de cidade, formando o casal, assim, a cidade de Macondo.

O casal tem quatro filhos: José Arcadio, Aureliano Buendía, Renata


Buendia e Rebeca, tendo sido esta última adotada pelo casal. Em
pouco tempo, a cidade é encontrada por um grupo de ciganos, que
trazem diversas descobertas ao povo de Macondo. Entre os ciganos
está Melquíades, um sábio que morre e ressuscita diversas vezes no
decorrer da história, sendo uma personagem chave para o enredo de
Cem anos de Solidão.

Então, A história de Cem anos de solidão passa a girar em torno da


família Buendía por diversas gerações. São mostrados os encontros e
desencontros ocorridos nas vidas dos seus membros por diversos
anos. Neste trajeto, há uma mistura bastante rica e bem doseada de

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elementos, personagens e passagens, que incluem um comboio
carregado de cadáveres. Uma população inteira que perde a
memória. Mulheres que se trancam por décadas numa casa escura.
Um massacre dos Trabalhadores do cultivo da banana, seguido por
chuvas que se prolongaram por 14 anos, 11 meses e 2 dias. A
personagem centenária, Úrsula, que viveu entre 115 e 122 anos,
morre depois das chuvas, nascendo também o último Buendía,
Aureliano Babilonia que consegue decifrar as escrituras de
Melquíades, que prediziam o futuro da família. Este acaba por ter um
filho com Amaranta, que nasce com o tal rabo de porco. A cidade fica
isolada e vazia e todos da família morrem.

Neste livro, temos vários presságios os quais nos vão encaminhando


para um sentimento de que a família será esquecida, isto após um
período tao próspero e promissor. José Arcadio Buendia, outrora um
homem forte e visionário, acaba por ficar louco e morrer (presságio-
após a evolução segue-se um declínio).

Esta decadência acaba por ser uma crítica à sociedade, pois enquanto
o mundo evoluía, os latinos, como a Colômbia, perdiam tempo com
guerras desnecessárias e pareciam não querer evoluir, mostrando
como a América Latina estava isolada do mundo.

Por último, o titulo “Cem anos de solidão”, baseia-se numa das


personagens principais, Úrsula, figura centenária da obra que
acompanha por mais de 100 anos a trágica história da família e
cidade, onde todos acabam por se isolar e morrer solitários sem
nunca alcançarem as suas verdadeiras expectativas.

Gostei do livro pela imaginação e porque à medida que vamos


avançando no livro, as várias gerações desta família vão desfilando
perante os nossos olhos, num sem-fim de situações que variam entre
o estranho, o caricato e o sobrenatural. Apesar das diferentes
personalidades, todas estas personagens são, em maior ou menor

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grau, marcadas pela solidão. Todavia, pela mesma razão, acabamos
por nos perder na multiplicidade de personagens e ações, o que é
cansativo.

Além disso, percebi que a obra tinha como objetivo também


denunciar questões políticas retratadas no livro, mas acabei por estar
mais focada no destino da família Buendía propriamente dita.

Aconselho a leitura do livro por ser tão famoso e por ser realmente
bem escrito, mas alerto para a complexidade que pode desmotivar …
ou não…

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