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Maurice Ravel

Maurice Ravel foi um pianista e compositor, nasceu no país de França numa


comuna chamada Ciboure a 7 de março de 1875 e faleceu a 28 de dezembro de 1937 na
cidade de Paris.
Ravel desde a sua infância teve um
amor pela música pois seus pais,
frequentavam o meio artístico. Seu pai era
suíço e tinha um trabalho como engenheiro,
onde foi bem-sucedido, e sua mãe veio de
uma família espanhola, também teve um
irmão, chamado Édouard, onde houve uma
grande ligação entre os dois ao longo das suas
vidas.

Poucos meses depois de nascer, em


junho de 1875, a família mudou-se para Paris.
Ravel começou a ter lições de piano, mas era
um pouco acidioso, e seu pai para dar confiança, prometia-lhe, depois dos seus estudos
pequenos prémios monetários.
Em 1889 Ravel ingressou no Conservatório de Paris, sendo aluno de Charles de Bériot.
No seu percurso conheceu o pianista espanhol Ricardo Viñes, que se tornou um grande
colega pois foi o mesmo que Ravel escolhia para interpretar as suas obras.
Ravel estupeficava os compositores pela sua rebeldia, Chabrier e Satie, e por outro lado
a música de Mozart, de Saint-Saens e Debussy. Fundeado nesta situação de influências,
Ravel não deixou de mostrar desde cedo um carácter firme e um espírito musical
autónomo.

“A tradição é a personalidade dos imbecis”

Esta é uma das frases principais que Ravel demonstrava na sua vida, pois
retratava o seu ecletismo, perfil de alguém que apesar de ter ganho fama de perigoso,
afinal não foi senão um músico com uma técnica complexa. Ravel tornou-se um homem
esquivo e pouco sociável, durante a sua vida recusou a Legião de Honra, também
recusou a principal condecoração francesa seguindo a sua vida preferindo a dedicação
ao trabalho em vez de usufruir das festas da belle époque. Muitas vezes quando falava
com os seus amigos dizia que precisava de criar uma obra diferente das outras, algo
especial que fosse adorada pelo seu público e também aos críticos, esse momento da sua
vida foi quando compôs Shéhérazade em 1903.
O êxito de Shéhérazade foi atinente, pois o seu reconhecimento total veio com a
composição da obras Daphnis et Chloé no ano de 1912, essa mesma obra tinha sido
encomendada por um coreógrafo russo chamado de Diaghiley.

Um dos pontos da sua personalidade era que Maurice Ravel mostrava uma
faceta infantil, pois o mesmo gostava de brinquedos, e depois em algumas das suas
composições ligava alguns temas á fantasia.

Ao mesmo tempo quando proponham uma composição Ravel gostava que lhe
dessem desafios, onde tinha o dobro do uso das suas capacidades, exigindo um enorme
empenho do intérprete como temos o exemplo da Sonata para violino e violoncelo e do
também do famoso Concerto de piano para mão esquerda, que foi particularmente
produzido para o músico Paul Wittgenstein, que perdeu o seu braço direito durante a
guerra. Com a desenvolvimento da Primeira Guerra Mundial, no ano de 1914, Ravel
tentou fazer parte da aviação militar, mas foi rejeitado, mas não desistiu e no ano
seguinte conseguiu um posto de motorista do Exército.

Um ano depois da morte do seu pai no ano de 1908, Ravel decidiu morar
sozinho, criando um período de composição e iniciando uma nova fase na sua vida,
onde o mesmo compôs a sua primeira ópera, L' Heure espagnole. Ainda nesse mesmo
ano Ravel compôs Gaspard de la Nuit, apreciada como uma das suas obras mais
emblemáticas da vertente impressionista, que teve como inspiração uma enumere
número de poemas em prosa de Aloysius Bertrand, que na sua história eram retratadas
sonhos e façanhas surpreendentes protagonizadas por uma pessoa chamada de Gaspar.
Então Ravel pegou nessa mesma história e baseou-se em três desses contos a que
correspondem três andamentos, começando pelo primeiro andamento, Ondine, onde o
compositor refere-se a um mitológico abantesma das águas, que podia ser uma espécie
de sereia ou tágide, que também estão representadas na literatura portuguesa, como por
exemplo nas obras de Teófilo Braga e Luis de Camões. No segundo andamento, Le
Gibet, Ravel tenta transmitir uma atmosfera apropriadamente espessa, e o terceiro,
Scarbo, é o nome de um gnomo que é diferente dos outros todos pois consegue correr
velozmente e pode assumir a forma que desejar.
Ravel alguns anos depois veio a sofrer outros golpes emocionais, sendo um deles
a morte da sua mãe, no ano de 1917, e outras como as suas deceções amorosas, onde
conseguiram cada vez mais destruir o compositor emocionalmente, ficando cada vez
com menos forças para fazer o que gostava, compor.

Ainda durante a guerra, na sua volta para a cidade francesa, Paris, Ravel não
desistiu e persistiu no seu trabalho de composição, e no ano de 1928, a pedido da de
uma bailarina russa, Ida Rubinstein, compôs a sua mais aclamada para todo o público e
também na nossa opinião a obra Bolero. Originalmente esta obra era composta para um
bailado, teve a sua estreia no ano de 1928 em Paris na Ópera Garnier ainda chamada
de Fandango.

Para Ravel era uma obra com um grupo de orquestração simples, ficando
surpreendido com a propagação que a obra veio a abranger, em parte devido às
variações introduzidas por alguns maestros como por exemplo Willem Mengelberg e
Arturo Toscanini. Mas principalmente a cólera da estreia, com o escândalo existiu por
causa da sensualidade da bailarina Ida Rubinstein que resplandeceu uma alma de
popularidade no Bolero de Ravel. Depois para acompanhar a coreografia de Maurice
Béjard apresentada num dos principais monumentos de França, a Torre Eiffel.

Ravel na sua vida de compositor foi influenciado por outros compositores como
por exemplo Debussy, mas também por Mozart, Liszt e Strauss, mas na sua vida
encontrou o seu estilo próprio, com um apanhado em cheio pelo movimento
impressionista.
Na música, o impressionismo justamente iniciado em França, partiu com os
excessos emocionais do romantismo onde compositores, como Debussy se demonstrou,
Ravel não quis ficar atrás e também preferiu as formas curtas como o nocturno, o
arabesco, ou o prelúdio. Como acontece na pintura, a música impressionista não possui
linhas melódicas nítidas, procura harmonias dissonantes para a época onde viviam.

No ano de 1932, Ravel teve um acidente de automóvel, onde as consequências


vieram mais tarde, no ano de 1936 erguer-se suspeitas de que o compositor possuía um
tumor cerebral dada a falta de destreza mecânica que apresentava, mas com essa
suspeita em alta, Ravel ainda compunha com clareza, mas faltava-lhe capacidade física
necessária para efetuar as suas obras ao piano. No final de 1935, o compositor fez uma
cirurgia que comprovou que não existiu nenhum tumor, mas antes de Ravel recupera a
consciência da cirurgia, falece no ano de 1937, com 62 anos.

Daphnis et Chloé

Daphnis et Chloé também conhecida como “symphonie chorégraphique" foi


encomendada a Ravel no ano de 1909 por Sergey Diaghilev, um partrono, empresário
de ballet, crítico Russo e fundador do Ballets Russes. Esta obra foi criada para os
Ballets Russes, sendo coreografada pelo Michel Fokine. Demorou cerca de três anos a
ser criada, pois houve contratempos e desacordos entre o coreógrafo Michel Fokine e o
bailarino Vaslav Nijinski (bailarino que representava o Daphnis), assim como entre
Ravel e Fokine. No suceder da ação, Ravel, frustrado pelas divergências de opinião,
decidiu retirar a primeira parte do bailado da primeira suite, porém já havia sido
apresentada antes de toda a obra estar completa, o que gerou um certo aborrecimento
por parte de Diaghilev.

A nível estrutural a peça possui só um ato, estado ela dividida em três partes,
sendo que cada parte corresponde á mudança de um cenário. O tempo de duração da
obra é cerca de uma hora, e é composta por uma orquestra grande e coro que canta sem
texto, cantando só a melodia. Esta peça também pode ser apresentada sem bailado, e
para isso Ravel decide criar uma suíte orquestral, na qual a divide em duas partes, sendo
a segunda a mais popular e sempre executada pelas orquestras.

Para a execução da peça, a nível de orquestração, a mesma compõe os


instrumentos seguintes: flautim, duas flautas, flauta alto, dois oboés, corne inglês,
clarinete em Mi bemol, dois clarinetes em Si bemol, clarinete baixo, três fagotes,
contrafagote, quatro trompas, quatro trompetes, três trombones, tuba, tímpano, duas
harpas, instrumentos  de cordas ( violinos, violas, violoncelos e contrabaixos ), tam-tam,
maquina  de vento, triângulo, vibrafone e outros instrumentos de percussão.

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