Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Sumário
1 Introdução ........................................................................................................................ 4
1.1 Aumento da produtividade ........................................................................................ 4
1.2 Melhoria no emprego do material.............................................................................. 4
1.3 Segurança................................................................................................................. 4
1.4 Identificação .............................................................................................................. 4
2 Descontinuidades............................................................................................................. 7
2.1 Generalidades ........................................................................................................... 7
2.2 Alguns defeitos estruturais ........................................................................................ 7
2.2.1 Preliminares ....................................................................................................... 7
2.2.2 Porosidade ......................................................................................................... 8
2.2.3 Inclusões de escória ........................................................................................ 10
2.2.4 Mordeduras (undercut)..................................................................................... 10
2.2.5 Falta de fusão .................................................................................................. 11
2.2.6 Trincas ............................................................................................................. 12
2.3 Descontinuidades detectáveis................................................................................. 13
3 Ensaio visual .................................................................................................................. 14
3.1 Generalidades ......................................................................................................... 14
3.2 Instrumentos auxiliares da inspeção visual ............................................................. 15
3.3 Inspeção de partes internas .................................................................................... 15
3.3.1 Método reprodutivo .......................................................................................... 16
3.3.2 Método subjetivo .............................................................................................. 16
3.4 O inspetor................................................................................................................ 16
3.5 O objeto................................................................................................................... 17
3.5.1 Distância da objetiva ........................................................................................ 17
3.5.2 Dimensão do objeto ......................................................................................... 17
3.5.3 Dimensão do defeito ........................................................................................ 17
3.5.4 Reflexibilidade.................................................................................................. 17
3.6 Normalização .......................................................................................................... 18
4 Ensaio por líquidos penetrantes ..................................................................................... 19
4.1 Generalidades ......................................................................................................... 19
4.2 O princípio do método ............................................................................................. 19
4.2.1 Tensão superficial ............................................................................................ 20
4.2.2 Ascensão capilar.............................................................................................. 21
4.3 Técnica.................................................................................................................... 23
4.3.1 Limpeza da superfície ...................................................................................... 23
4.3.2 Aplicação do penetrante e tempo de penetração............................................. 24
4.3.3 Aplicação do revelador..................................................................................... 26
4.3.4 Inspeção e interpretação.................................................................................. 27
4.4 Qualificação de procedimento................................................................................. 27
4.5 Corpo de prova........................................................................................................ 28
4.6 Área de aplicação.................................................................................................... 28
4.7 Normalização .......................................................................................................... 29
5 Métodos magnéticos ...................................................................................................... 32
5.1 Noções básicas sobre magnetismo......................................................................... 32
5.2 Eletromagnetismo ................................................................................................... 32
5.3 Ensaio por partículas magnéticas ........................................................................... 33
5.3.1 Princípio do método ......................................................................................... 33
5.3.2 Método das partículas úmidas ......................................................................... 34
5.3.3 Método das partículas secas............................................................................ 35
5.3.4 Interpretação dos resultados............................................................................ 37
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 2 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 4 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
1 Introdução
Os ensaios não destrutivos abrangem as técnicas de ensaio não se destrói a peça em
exame, podendo o método de ensaio ser executado na peça acabada.
Exemplos:
a) Exame visual
b) Líquidos penetrantes
c) Processos magnéticos
d) Radiografia e gamagrafia
e) Ultra-som, etc.
O objetivo fundamental da inspeção não destrutiva é avaliar a qualidade do material,
verificando sua homogeneidade, sob o ponto de vista de aceitação ou rejeição. Através do
uso das técnicas não destrutivas é possível diminuir o fator de ignorância acerca do material
sem diminuir o fator de segurança em produtos acabados. A adoção destes tipos de ensaios
pelas indústrias vem tendo um grande aumento, pois significa a obtenção de melhores
produtos, redução do custo e aumento da produção e da produtividade.
Aspectos benéficos
A contribuição que os ensaios não destrutivos podem trazer à indústria pode ser classificada
em quatro categorias:
a) Aumento da produtividade
b) Melhoria no emprego do material
c) Segurança
d) Melhora na identificação.
1.3 Segurança
a) Evitar acidentes;
b) Aumentar a vida dos equipamentos.
1.4 Identificação
a) Diferenças de composição química;
b) Diferenças de tratamento térmico;
Os vários tipos de ensaios não destrutivos apresentam diferenças fundamentais entre si, não
só quanto aos princípios físicos e técnicas de cada um, mas principalmente quanto aos
resultados que se pretende obter.
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 5 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
Delaminação
Destacamento do macho
Falta de fusão
Falta de penetração
Porosidade
Trincas superficiais
Trincas internas
Vazios
Variações metalúrgicas
Costuras
Porosidades alongadas
Inclusões
Trincas
Contrações internas
Porosidades
Dobras
Inclusões
Falhas internas
Trincas
Trincas
Inclusões
Classificação geral dos
Técnicas
métodos
Raios X R R B P R I B P B R R B B B R R R R R B B B B
Radiografia Raios γ R R B P R I B I R R R B B B I I I R R B B B B
Fluoroscopia I P R I I I B P I R I R R R I I I I R R R R R
Ondas longitudinais I B B B P B B I B R I R R R R R R P R P P P P
Ultra-som Ondas transversais P B B I I R R R I R P R R I P R R R B B B B B
Ondas superficiais B I I I I I I R I I I I I P I I I R B I I I I
CA – Via úmida B I I I I R I B P R B I I I I R I B B I I I I
Partículas CC – Via seca B I I I I R I B I I B I I I I R I B B I I I I
Magnéticas CA – Via úmida B P I I I B I B P R B P I I R B R B B R I I I
CC – Via seca B R P I I B I B I I B R P I R R R B B B I I R
Líquidos Luz visível B I I I I R I R R I B I R I I I I B B I I I I
Penetrantes Fluorescente B I I I I R I R R I B I R I R I I B B I I I I
Legenda: B → Bom
R → Regular
P → Pobre
I → Insuficiente
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 6 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
magnetização e superficiais e sub- superficiais e sub- alguns casos é portátil. paralelas à direção das
desmagnetização. superficiais superficiais Permite controlar a linhas de campo não
Limalha de ferro com sensibilidade. Na são facilmente
granulometria maioria dos casos detectadas.
controlada e apresenta baixo custo.
pigmentação adequada.
Luz fluorescente quando
for o caso.
Equipamento de Descontinuidades Muito sensível, Requer do operador Muito utilizado para
geração de ultra-sons. superficiais, sub- podendo ser utilizado grande conhecimento medida de espessura.
Transdutores e cabos. superficiais e internas. em locais de difícil teórico e experiência Difícil confecção de
Padrões de calibração e acesso. tanto para a calibração blocos padrão de
de referência. quanto para a calibração com defeitos
Ultra-som
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 7 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
2 Descontinuidades
2.1 Generalidades
Denomina-se descontinuidade a toda falta de homogeneidade detectada por um meio
qualquer. Essa descontinuidade encontrada numa peça mecânica, dependendo do local,
tamanho, direção, profundidade, enfim, de diversas condições a serem registradas durante
uma inspeção para posterior averiguação ou laudo, pode ser considerada um defeito desde
que seja um "não-atendimento de um requisito de uso pretendido ou de uma expectativa
razoável, inclusive quanto à segurança".1
Até o presente momento não existem critérios estabelecidos que nos permitam determinar
uma correlação entre dimensões e quantidade de defeitos e a perda da resistência aos
processos a que estão sujeitas as construções mecânicas, como por exemplo:
• Ruptura sob tensão estática
• Ruptura frágil
• Fadiga
• Corrosão e corrosão sob tensão
• Fadiga associada à corrosão
• Fragilização por hidrogênio
• Fluência etc.
Pelo contrário, os critérios de aceitação que são apresentados nas diversas normas em uso,
foram fixados empiricamente de acordo com o que, na opinião de renomados especialistas,
eram considerados níveis aceitáveis de defeitos.
Há muito, instituições normativas e laboratórios de pesquisas vem se empenhando em
trabalhos visando estabelecer critérios mais realistas para a avaliação da qualidade das dos
produtos primários2 e juntas soldadas o que as tornaria mais econômicas e mais adequadas
ao trabalho.
Esta busca tem se baseado no estudo das influências dos diversos tipos de defeitos sobre
as propriedades dos materiais.
Os trabalhos experimentais têm se baseado tanto em defeitos naturais obtidos durante os
processos de fabricação, quanto em defeitos artificiais introduzidos por meios mecânicos.
Por outro lado, tais ensaios têm sido realizados tanto em corpos de prova padronizados
quanto em modelos em escala reduzida de algumas construções, as quais são submetidas a
solicitações semelhantes às de trabalho normal. Os poucos trabalhos apresentados são
pouco conclusivos e os resultados nem sempre podem ser comparados.
2.2.1 Preliminares
Sem dúvida, para julgar-se a influência dos defeitos no comportamento dos produtos
acabados, deve-se levar em conta antes de tudo a sensibilidade do tipo de material e seu
processamento mecânico a tais defeitos, sua localização e orientação no campo de tensões
e o estado das mesmas tensões, bem como as condições de operação.
Nem sempre é possível o conhecimento completo de todas essas informações e o que se
faz é tentar estabelecer critérios orientativos gerais para julgamento.
• Descontinuidades alongadas, de perfil bem delineado são consideradas mais perigosas
que descontinuidades arredondadas. Entende-se por descontinuidades arredondadas
1
Definição da ISO 8402 (2.11)
2
Laminados, forjados, fundidos, etc.
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 8 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
aquelas cuja relação entre quaisquer medidas ortogonais tomadas em qualquer plano é
menor que 33;
2.2.2 Porosidade
Constitui um dos problemas mais extensivamente estudados e um dos menos
comprometedores e controvertidos. É um defeito característico de soldagem e fundição,
podendo acontecer em produtos laminados.
O parâmetro básico escolhido para avaliar o nível de porosidade é a porcentagem de perda
de área da seção transversal resistente, valor esse que pode ser estimado através de
radiografias.
da seção resistente e quanto mais elevada são suas propriedades de resistência, tanto
menores serão as influências sob tensão estática.
2.2.2.4 Fadiga
Sob cargas vibratórias o efeito dos poros é completamente diferente. Esse tipo de defeito
diminui notavelmente o limite de fadiga de um componente mecânico, principalmente
quando os mesmos estão arranjados em linha e/ou afloram à superfície. Note-se, entretanto
que na maioria dos casos a concentração de tensões causada pelos reforços de um cordão
de solda afeta mais o limite de fadiga que a porosidade interna.
Os poros aparentes na superfície, como qualquer outro defeito superficial, afetam a
resistência à fadiga e dados experimentais limitam de acordo com a aplicação dos produtos,
as porcentagens máximas de porosidades admissíveis.
2.2.2.5 Conclusão
Pode-se concluir que, na maioria dos casos os poros não são excessivamente injuriosos aos
componentes mecânicos, devendo ser limitadas mais por mascarar outros defeitos mais
graves do que pelo seu próprio efeito.
4
Os ensaios de fratura frágil são muito utilizados nas áreas de alto risco, como por exemplo, aeronáutica e
nuclear. São exemplos desses ensaios: JIC e KIC.
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 10 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 11 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
Em aço de baixa liga e alta resistência foi observado que mordeduras de 0,53mm de
profundidade reduziam a vida de um corpo de prova de 10 a 20% e profundidades de
1,27mm, a cerca de 30%.
Ronald Claugh do Canadian Welding Bureau propôs os seguintes limites para construções
soldadas, exclusive vasos de pressão.
Tabela 4 – Tamanho possível de mordeduras em função do tipo de equipamento5
Classe do Carga
Tipo
produto Transversal Longitudinal
4 Estruturas leves, vigas e colunas 0,020 1/16"
Estruturas pesadas, tanques de
5 0,015 3/64"
armazenamento
Guinchos, navios, equipamentos de
6 0,015 3/64"
terraplanagem, comportas
7 Pontes e guinchos muito solicitados 0,010 1/32"
8 Produtos nucleares, balísticos Especiais Especiais
6
Por outro lado a API 5L , permite mordeduras com profundidade máxima de 0,79mm e
comprimento igual à metade da espessura da chapa ou profundidade de 0,40mm em
qualquer comprimento (Ilustração 1).
5
Os dados de ensaios aqui apresentados têm significado limitado servindo apenas para indicar uma tendência,
sendo válidos apenas para as condições específicas dos ensaios.
6
API 5L – Specification for Line Pipe
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 12 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
graves quanto mais próximos das bordas da junta, isto é, superfícies, zona termicamente
afetada, etc. (Figura 3).
2.2.6 Trincas
As trincas são os mais perigosos defeitos estruturais, uma vez que podem se propagar com
muita facilidade provocando a ruína da estrutura ou equipamento. Aí não há dúvidas ou
problemas a respeito dos critérios. Nenhuma trinca deve ser aceita.
As trincas ou fissuras apesar de serem classificadas como defeitos estruturais ou de
continuidade são basicamente originárias de defeitos classificados como de propriedades
(em geral defeitos metalúrgicos). Normalmente estão associados a problemas como
fragilidade devido à soldagem (tensões excessivas, hidrogênio, fragilidade a quente, etc.) ou
o tratamento térmico (precipitações, velocidades de aquecimento ou de resfriamento
elevadas).
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 13 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
O problema prático mais sério da inspeção é escolher os meios para detectar a existência de
trinca ou do problema metalúrgico a ela associado, ou seja, a fragilidade.
A radiografia que é uma das armas mais fortes da inspeção encontra aí um dos seus pontos
fracos. Fissuras muito finas podem não aparecer muito claramente nas radiografias.
Apesar de que neste caso as tensões residuais, os passes subseqüentes e o tratamento
térmico trabalham geralmente a favor da inspeção acentuando as trincas.
O ensaio com ultra-som se apresenta potencialmente como a melhor alternativa que se
poderá dispor para a detecção de defeitos planos e estreitos; é necessário superar o
problema de dependência do operador e da falta de registros. Entretanto, em trabalho de
produção seriada e contínua, como na fabricação de tubos, o ultra-som automático e semi-
automático (com monitorização) tem apresentado ótimos resultados.
O ensaio com partículas magnéticas, onde possível, e o de líquido penetrante são muito
sensíveis às fissuras superficiais.
A detecção do problema metalúrgico depende do conhecimento que se tem dos materiais
envolvidos e dos ensaios químicos, metalúrgicos e mecânicos, que se faz durante a fase de
desenvolvimento dos procedimentos a serem utilizados.
3 Ensaio visual
3.1 Generalidades
O Ensaio Visual é provavelmente o mais empregado de todos os ensaios não destrutivos. É
um método simples, rápido e de baixo custo. Embora seja muito simples, o exame visual
nunca deve ser ignorado, mesmo se a peça em exame for submetida a outros ensaios. Por
exemplo o exame visual de um cordão de solda, por exemplo, feita por um inspetor
experiente, pode revelar alguma informações acerca da qualidade da solda, tais como:
presença ou ausência de trincas, orientação e posição das trincas, porosidade e a interface
entre a solda e o metal base. Uma vez realizado o exame visual, o inspetor poderá lançar
mão de outros exames, como por exemplo, o ensaio radiográfico, com o fim de examinar
possíveis descontinuidades internas.
Dev-se ter sempre em mente que um ensaio não destrutivo não é concorrente de outro; logo
o ensaio visual tem larga faixa de aplicação, porém jamais se pode usá-lo em serviços de
responsabilidade ou em substituição a outro.
A inspeção visual dos metais tem grande importância na condução de outros ensaios,
fornecendo-nos informações referentes ao prosseguimento dos ensaios destrutivos por
outros métodos.
Apesar da aplicabilidade do exame visual, este não dá crédito para concluir sobre o estado
interno da peça.
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 15 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
Imagem
Objeto
(virtual)
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 16 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
3.4 O inspetor
O primeiro dos quatro elementos básicos nos dois métodos. Obviamente o inspetor em
qualquer método de END. deve ser competente. Não existe nenhuma razão para que o
inspetor visual não deva ser qualificado da mesma maneira como os inspetores de
radiografias ou ultra-som. Isto requer programas de treinamento formalizados e ensaios para
receber um certificado de aprovação. Embora não seja praticável de imediato em todas as
indústrias e situações, deverá permanecer como objetivo a longo prazo.
A preocupação imediata deve ser a acuidade visual das pessoas designadas para a
inspeção visual. Mas, de acordo com estatísticas recentes, cinqüenta por cento da
população, maior de 20 anos de idade, requer lentes corretivas. Contudo, nos primeiros
estágios de falha visual, muitas pessoas não se dão conta de que necessitam de óculos ou
não os usam.
Freqüentemente o uso de óculos é inconveniente para observar objetos através de um
borescópio ou fibroscópio, pois é difícil colocar o olho à distância ideal da ocular do
aparelho. A visão é distorcida pelo brilho e reflexos. A concha de borracha nas oculares dos
fibroscópios, desenhada para evitar reflexos externos, não é eficiente para os que usam
óculos. Por esta razão é essencial que cada instrumento tenha capacidade de permitir ao
inspetor o ajuste dióptico na própria ocular.
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 17 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
3.5 O objeto
A peça ou o objeto a ser inspecionado é o segundo elemento importante. Suas
características são determinantes à especificação do borescópio ou fibroscópio necessário.
Na escolha do instrumento deverão ser considerados os seguintes fatores:
3.5.4 Reflexibilidade
Superfícies que recebem luz, tais como as impregnadas com oxidação, necessitam de níveis
de iluminação maiores. A preparação conveniente da superfície muitas vezes se torna
necessária.
Figura 7 – Fibroscópio
Imagem Objet o
Figura 8 – Borescópio
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 18 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
3.6 Normalização
Norma Título
AWS B1.10 Guide for the non destructive examination of welds
AWS B1.11 Guide for the visual examination of welds
ISO-8501 Preparation of Steel Substrates before Application of Paints and
Related Products - Visual Assessment of Surface Cleanliness - Part
1: Rust Grades and Preparation Grades of Uncoated Steel Substrates
and Steel Substrates After Overall Removal of Previous Coatings
MSS SP-55 Quality Standard for Steel Casting for Valves, Flanges and Fittings
and Other Piping Components
Alloy Casting Institute Standard for Alloy Inspection of Casting Surfaces
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 19 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
4.1 Generalidades
O método dos líquidos penetrantes usado para inspeção dos materiais, é hoje, sem dúvida
um dos mais importantes métodos de ensaios não destrutivos devido à simplicidade de uso
e interpretação. Chega mesmo, a se tornar indispensável, sem substitutos, quando olhado
sob o ponto de vista da produção em massa.
Este método é empregado para detectar descontinuidades que aflorem à superficiais em
materiais sólidos e essencialmente não porosos, magnéticos ou não, a um custo
relativamente baixo e pode ser considerado uma extensão da inspeção visual.
O papel dos líquidos penetrantes é revelar as falhas que mesmo um inspetor bem treinado
não poderia encontrar.
O método independe do tamanho, configuração, estrutura interna e composição química da
peça sendo inspecionada é ainda da orientação das descontinuidades. Esses líquidos fazem
o delineamento das falhas superficiais, facilitando a sua observação. Isto torna o método
mais adaptável a alta produção pois a rapidez da inspeção é aumentada.
O método moderno dos líquidos penetrantes foi aperfeiçoado por Robert C. Switzer em 1941
(historicamente o método foi inventado provavelmente pelos árabes, durante as Cruzadas) e
que constitui o desenvolvimento do método do óleo e giz usado para detectar rachaduras em
eixos de vagões ferroviários antes de 1930, é padronizados pela ASTM E 165 – 80 (83).
A maior desvantagem do método é que ele somente pode detectar descontinuidades
superficiais que aflorem à superfície (algum outro método deve ser empregado para a
detecção das descontinuidades sub-superficiais e internas)
Outro fator que pode diminuir a efetividade do método é a alta rugosidade superficial do
objeto sendo inspecionado (podendo ocorrer, dependendo da rugosidade superficial,
indicações falsas, tanto quanto nos materiais porosos)
Outras desvantagens do ensaio por líquidos penetrantes são:
• a falta de limpeza inicial cuidadosa ou o excesso de limpeza na remoção do penetrante
podem mascarar os resultados
• os registros permanentes são duvidosos
• não permite a determinação do tamanho da descontinuidade7
Como vantagens do método, citamos:
• simplicidade
• preço baixo
• resultados imediatos
• alta sensibilidade
7
Referimo-nos às exatas dimensões das descontinuidades (comprimento, largura e profundidade). O método
permite que se tenha idéia do comprimento através da avaliação da indicação
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 20 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
Às superfícies de separação existentes entre duas destas fases que estejam em contato
íntimo, chamam-se interfaces.
Cada uma dessas fases possui características consideravelmente diferenciadas quanto às
suas densidades ou concentrações moleculares, o que determina a existência das interfaces
originadas pelas diversas forças que atuam entre as moléculas dos meios.
Os principais fenômenos envolvidos no comportamento das interfaces sob o ponto de vista
da aplicação de líquidos penetrantes são:
1. Tensão superficial do líquido
2. Capilaridade é capacidade de umedecimento pelo líquido das superfícies dos materiais.
quantidades ou gotas.
Quando porém, depositamos uma
pequena quantidade de um líquido Figura 10 – Tensão superficial de um líquido
sobre a superfície de um sólido,
poder-se observar sua maior ou menor tendência de ficar retido em forma de uma pequena
gota de formato curvo ou esférico ou de se espalhar.
Este comportamento do líquido depende não só da sua tensão superficial mas também das
forças de adesão com relação ao sólido, que surgem do fato de serem as forças de coesão
das moléculas dos sólidos maiores que as existentes entre as moléculas do líquido,
resultando numa tendência de adesão do líquido à superfície do sólido.
As forças de adesão representam e configuram a capacidade que um líquido possui em
umedecer a superfície dos sólidos, aderindo e se espalhando sobre a mesma.
Assim, quanto maior for a superfície de contato de um líquido com uma superfície sólida,
para uma mesma tensão superficial do líquido, maiores serão as forças de adesão líquido-
sólido e maior será o poder do líquido de umedecer a superfície do sólido (figura 11).
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 21 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 22 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
P2 – P1 = ∆P
2
P=
R
onde: R → raio de curvatura da superfície do líquido (raio do menisco), [m]
σ → tensão superficial do líquido, [Pa]
A pressão P1 é a atmosférica é, portanto: P2 < P1
Para que haja equilíbrio, é necessário que em todo plano horizontal, correspondente à
superfície livre do líquido, a pressão seja a mesma, implicando que a situação
esquematizada na figura 12B não é efetivamente de equilíbrio, que somente
acontecerá quando a pressão tanto acima quanto abaixo do tubo for igual. Para que haja
esta compensação deve-se compensar ∆P representado pelo peso do líquido dentro do
tubo, o que vai acontecer quando o líquido ascender (figura 12C) dentro do tubo a uma
altura h.
Sob o ponto de vista hidrostático, a variação de pressão P será
∆p = ∆ρ ⋅ g ⋅ h
onde: ∆p → diferença de densidade entre o líquido e o ar
g → aceleração da gravidade
Ora se
P=2
R
e
∆p = ∆ρ ⋅ g ⋅ h
e admitindo-se a densidade do ar como sendo desprezível temos que:
2⋅
= ⋅ g⋅h
R
o que permite, conhecendo h avaliar R e vice-versa.
Na maioria dos casos, o formato da superfície do líquido não é hemisférico, mas
aproximadamente esférico (calota esférica). Nessas condições o raio do menisco (Rm) ser
Rm = R ⋅ cos θ
e portando:
Rm
R=
cos θ
onde concluímos que
2 ⋅ σ ⋅ cos θ
= ρ⋅ g ⋅h
Rm
Em termos práticos a medida da tensão superficial e da capilaridade requer instrumentos
que possam avaliar com exatidão não só a altura "h" mas também o ângulo de contato "θ".
Pode-se concluir que:
1. Um líquido penetrante para que possa cumprir da melhor maneira sua finalidade, deve
possuir excelentes características de capilaridade.
2. Tais características dependem quase que exclusivamente da relação entre as forças de
coesão do líquido (tensão superficial e sua densidade) com as paredes da
descontinuidade (poder de umedecimento indicado pelo ângulo de contato).
3. Os melhores resultados serão obtidos por um compromisso adequado entre tensão
superficial (σ) e poder de umedecimento (θ).
4. A adição de quaisquer componentes, de forma não controlada, aos líquidos penetrantes,
pode reduzir drasticamente sua capacidade de penetração.
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 23 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
4.3 Técnica
Para se conseguir bons resultados, deve-se seguir as seguintes etapas:
1. Limpeza da superfície da peça
2. Aplicação do penetrante
3. Tempo de penetração (dwell time)
4. Remoção do excesso de penetrante
5. Aplicação do revelador (talco)
6. Inspeção e interpretação
Daí a razão pela qual os penetrantes são, em geral uma mistura de vários líquidos, uma vez
que dificilmente um líquido apenas possui todas as propriedades acima enumeradas. Além
disso, o penetrante não deve ser tóxico nem inflamável.
A norma ASTM E-165, classifica os penetrantes pela maior ou menor facilidade de limpeza,
e também pelo tipo de revelação:
1) Penetrante com corante fluorescente (visível sob a ação da luz ultravioleta)
a) Removível em água
b) Com emulsificação ulterior
c) Removível com solvente especial
2) Penetrante com corante (visível à luz natural)
a) Removível em água
b) Penetrantes com emulsificação ulterior
c) Removível com solvente especial
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 25 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
8
Tabela T-672 do Código ASME..
9
O líquido penetrante é aplicado na parte externa de um recipiente e o revelador na parte externa, com tempo
de penetração entre 12 e 24 h
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 26 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
O assim denominado excesso de líquido penetrante pode ser removido com água ou
solvente, aplicados sobre a peça, de acordo com a indicação do fabricante do penetrante. É
uma operação delicada, que se for feita incorretamente, o ensaio fracassará.
É claro que todos os traços de penetrantes devem ser limpos da superfície da peça, seja por
meios mecânicos, como papel, rodo de borracha, seja por jatos d'água ou de solventes. O
penetrante remanescente, originado pelo procedimento incorreto, poderá constituir uma
fonte de indicações erradas (denominadas indicações irrelevantes).
Os reveladores secos consistem de um talco muito fino que é aplicado sobre a superfície da
peça por meio de um pulverizador. Os reveladores úmidos consistem na suspensão de pó
(talco) num líquido volátil ou de secagem rápida (álcool, éter, etc.).
4.3.4.1 Reinspeções
Em situações onde seja necessária a aplicação do método mais de uma vez, deve-se tomar
a precaução de eliminar todo e qualquer resíduo. O líquido penetrante ressecado no interior
de uma fissura pode não se dissolver em contato com o novo, dificultando a penetração.
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 28 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
4.7 Normalização
Dentre as diversas normas aplicáveis ao ensaio por líquidos penetrantes, as mais
importantes são:
Norma Título
ASME Boiler and Section V, Article 6 – Liquid Penetrant Examination
pressure vessel code
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 30 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
Norma Título
MIL-I-25135 Inspection Materials, Penetrant
MIL-I-25106 Inspection Unit, Fluorescent Penetrant, Type MA-3
MIL-I-25105 Inspection Unit, Fluorescent Penetrant, Type MA-2
MIL-I-9864 Inspection Penetrants, Nondestructive Method
MIL-I-9445 General Specification for Inspection Unit, Fluorescent Penetrant
MIL-I-6866 Inspection Penetrant Method
MIL-STD-410 Nondestructive Testing Personnel Qualification and Certification
MIL-STD-271 (Ships) Nondestructive Testing Requirements for Metals
ASTM E 165 Standard Practice for Liquid Penetrant Inspection Method
ASTM E 270 Standard Definition of Terms Relating to Liquid Penetrant
Inspection
ASTM E 433 Standard Reference Photographs for Liquid Penetrant Inspection
ASTM E 1135 Standard Test Method for Comparing the Brightness of Fluorescent
Penetrants
ASTM E 1208 Standard Method for Fluorescent Liquid-Penetrant Examination
Using the Lipophilic Post-Emulsification Process
ASTM E 1209 Standard Method for Fluorescent-Penetrant Examination Using the
Water-Washable Process
ASTM E 1210 Standard Method for Fluorescent-Penetrant Examination Using the
Hydrophilic Post-Emulsification
Process
ASTM E 1219 Standard Method for Fluorescent-Penetrant Examination Using the
Solvent-Removable Process
ASTM E 1220 Standard Method for Visible-Penetrant Examination Using the
Solvent-Removable Process
ASTM E 1135 Standard Test Method for Comparing the Brightness of Fluorescent
Penetrants
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 31 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
Preparação da Superfície
Aplicação do líquido
Pós emulsificável
Tempo de revelação
Emulsificação
Tempo de revelação
Aplicação do revelador
Não
Descont inuidades Limpeza pós ensaio
Não
Recuperação
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 32 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
5 Métodos magnéticos
5.2 Eletromagnetismo
Sabe-se que toda corrente elétrica que circula por um condutor cria, em redor dele, um
campo magnético. Esse campo é circular e convencionou-se tomar como sentido, o de
rotação de um parafuso que avance no sentido da corrente elétrica figura 23.
Por outro lado, se tomarmos uma bobina e fizermos circular por ela uma corrente elétrica,
cria-se, em seu entorno, um campo magnético figura 24.
Em geral, essa propriedade é
utilizada na construção de
eletroimãs, que consistem de
bobina com um núcleo de ferro. Ao
N S
se fazer circular uma corrente
elétrica contínua pela bobina, o
núcleo de ferro se magnetiza
intensamente. A vantagem desta
construção é de se obter um imã
i muito forte, pois o campo
i magnético criado por uma
corrente, no interior de uma barra
de ferro, é muito mais intenso do
Figura 24 – Campo magnético numa bobina que o criado no ar, devido ao fato
de a permeabilidade magnética do
ferro ser muito maior do que a do ar.
Se a corrente que circula na bobina for alternada, o campo magnético criado, terá seu
sentido alternado, com a mesma freqüência da corrente.
Quando se interrompe a corrente elétrica, o campo magnético se reduz, porém não
desaparece. Isto se dá devido ao fato de que o ferro sempre conserva certa quantidade
residual de magnetismo. Esse magnetismo residual é denominado magnetismo remanente e
o seu valor depende da pureza do núcleo de ferro.
Existem ligas metálicas de alto poder remanente, e ligas com baixo poder. No caso do
campo ser criado por uma corrente alternada é, em geral, bastante reduzido.
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 34 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 35 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
mas não há nada que impeça que utilizando-se máquinas de grande porte, se possa
inspecionar peças grandes.
As partículas ferromagnéticas chamadas de detetoras, podem ser:
a) partículas ferromagnéticas coloridas
• preto – Fe304
• vermelho – Fe203
b) fluorescentes
Estas partículas são aplicadas à peça através de banhos indicadores:
a) banho oleoso
b) banho aquoso
No banho oleoso são utilizados óleos minerais de baixa densidade e com teor de enxofre
baixo. No banho aquoso, podem ser utilizados a água e o querosene.
A concentração das partículas magnéticas no banho é muito importante e aconselha-se
utilizar de 1,2 a 2,4% para partículas coloridas e 0,1 a 0,7% para partículas fluorescentes.
Neste processo, são utilizados dois métodos de magnetização, a magnetização circular e a
magnetização longitudinal.
Na magnetização circular a recomendação é que se deve utilizar correntes alternadas entre
40 a 70 A/cm de diâmetro.
Na magnetização longitudinal, trabalha-se com corrente continua e é utilizado o fator
Ampère x espira com a relação l/d.
Recomenda-se utilizar:
Ampère x espira = 1000 ⋅ (l/d) até 30000 ⋅ (l/d)
A aplicação do banho sobre a peça pode ser feita utilizando-se pulverizadores ou
simplesmente escorrer sobre a superfície. Pode-se empregar a imersão da peça no banho,
com o cuidado de mante-lo sempre em agitação. Quando da aplicação da magnetização,
deve-se manter uma película do banho sobre a peça para obter maior rendimento no ensaio.
Pode-se empregar duas técnicas: a contínua e a residual.
• Na técnica contínua, o banho é aplicado à peça durante a magnetização e é muito
utilizada para peças de acabamento grosseiro.
• Na técnica residual, aplica-se o banho após a magnetização utilizando-se do magnetismo
remanente (alta retentividade) que no caso dos materiais ferromagnéticos é muito
elevado.
O tempo de duração da aplicação do banho pode variar de 1 a 20 segundos.
Devido ao magnetismo remanente nas peças inspecionadas, é necessário proceder uma
desmagnetização.
A desmagnetização circular consiste em ir diminuindo a intensidade da corrente alternada,
que passa através da peça, até o valor zero.
A desmagnetização longitudinal consiste somente em inverter o sentido da corrente continua
aplicada às bobinas.
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 37 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
Figura 29
Segundo a norma ASTM E–125, as descontinuidades podem ser classificadas em oito
grupos:
1. Descontinuidades lineares: são as trincas sem uma orientação específica, normalmente
encontradas em superfícies de peças fundidas e forjadas
2. Contração: são falhas sub-superficiais produzidas por usinagem ou trabalho mecânico.
3. Inclusões: restos de escória que ficam durante o beneficiamento da matéria prima.
4. Resfriamentos internos: tem aspecto de uma unha ou faixa, aparecem quando há falta de
fusão entre o objeto e o material fundido.
5. Porosidade: pequenas falhas ou vazios internos com aspecto de segregação de partículas
magnéticas.
6. Defeitos em cordões de solda:
• porosidade
• falta de penetração
• mordeduras
• inclusões na solda
• trincas
7. Indicações falsas:
• riscos
• depressões superficiais
• rugas
8. Anomalias magnéticas
• camada de óxido
• junção de materiais de permeabilidades magnéticas diferentes
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 38 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 39 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
5.3.6 Normalização
Dentre as diversas normas aplicáveis ao ensaio, as mais importantes são:
Norma Título
ASTM E 125 – 63 (85) Standard reference photographs for magnetic particle indications
on ferrous castings
ASTM E 269 – 84 a Standard definitions of terms relating to magnetic particle
examination
ASTM E 709 – 80 (85) Standard practice for magnetic particle examination
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 40 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
6 Radiografia industrial
A radiografia é um dos mais importantes e versáteis métodos de ensaios não destrutivos
usado pela indústria.
Empregando raios altamente penetrantes que não danificam a peça radiografada, a técnica
provê um registro permanente das condições internas em um filme, contendo as
informações básicas pela qual se pode determinar a qualidade interna.
A radiografia industrial é altamente versátil. Seu campo de utilização vai desde micro
circuitos eletrônicos até componentes gigantescos, pode ser efetuada em quase todos os
materiais conhecidos e na forma manufaturada em um campo altamente variado como
fundidos, soldas e montagens.
Os raios X também são refratados, mas tão levemente que para detectar este fenômeno
exige-se experiências altamente refinadas. Então, não é praticável a focalização dos raios X.
É possível se ilustrar outras semelhanças entre o raio X e a luz mas, para a maioria dos
casos, os efeitos produzidos são tão diferentes – particularmente sua penetração – que é
preferível considerar os raios X e γ separadamente de outras radiações. A figura 33 mostra a
localização dos raios X e γ no espectro eletromagnético.
Luz Visível
Raios X
6.2 Radiografia
Uma radiografia é um registro fotográfico produzido pela passagem de raios X ou γ através
de um objeto até um filme (figura 34). Quando o filme é exposto a raios X, raios γ ou luz,
uma modificação invisível chamada imagem latente é produzida na emulsão do filme. As
áreas expostas, tornam-se escuras quando o filme é Imerso numa solução reveladora, o
grau de enegrecimento depende na quantidade de exposição.
Após a revelação, o filme é lavado, num banho especial para interromper a revelação. O
filme é então colocado num banho de fixação, o qual dissolve as porções não escurecidas
do sal sensitivo. Então se
lava para remover o fixador e seca-se e então a radiografia pode ser manipulada,
interpretada e arquivada.
A revelação, interrupção, fixação e lavagem, podem ser feitas manualmente ou em
processos automáticos.
A figura 34 mostra ainda o essencial na exposição de uma radiografia. O ponto focal é uma
pequena área no tubo de raio X de onde a radiação é emitida. Na radiografia com raios γ, é a
cápsula contendo o material radioativo, por exemplo, cobalto 60, que é a fonte de radiação.
Em ambos os casos a radiação é emanada em linhas retas ao objeto, alguns raios passam
diretamente e outros são absorvidos – a quantidade transmitida depende da natureza do
metal e sua espessura. Por exemplo, se o objeto é um fundido de aço tendo um vazio
formado por uma bolsa de gás, o vazio resulta numa redução da espessura total de aço a
ser penetrado. Então, mais radiação irá passar pela seção contendo o vazio que através do
metal envolvente. Portanto, uma radiografia é uma espécie de desenho sombreado – as
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 42 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
Diafragma
Objet o em inspeção
raios X e o objeto, ou entre o objeto e o filme, diminui o efeito da radiação dispersa sobre o
filme. Uma máscara de chumbo que limita o volume de matéria exposta à radiação primária
é algumas vezes útil na diminuição do espalhamento.
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 44 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
A maior parte da energia aplicada ao tubo é transformada em calor no alvo, só uma pequena
porção se transforma em raios X. A alta concentração de calor numa pequena área impõe
uma severa carga nos materiais e projeto do ânodo. O alto ponto de fusão do tungstênio
torna-o um material muito adequado para alvo num tubo de raios X.
A eficiência do material do alvo na produção de raios X é
proporcional ao seu número atômico. Uma vez que o
tungstênio também tem número atômico elevado, seu uso
tem dupla vantagem. Um Gerador de Raios X típico é
mostrado em serviço na (figura 36).
6.6.3 Refrigeração
A circulação de óleo no interior do ânodo é um método
efetivo de retirar calor. Onde este método não é empregado,
o uso de cobre para o corpo principal do ânodo fornece alta
condutividade térmica e aletas de resfriamento no fim do
ânodo, fora do tubo transfere o calor para o meio ambiente.
Fabricantes de tubos de raio X fornecem dados sob a forma
Figura 36 – Gerador de
de gráficos indicando as tensões e correntes que podem ser
Raios X
aplicadas com segurança em vários tempos de exposição. A
vida de qualquer tubo pode ser diminuída consideravelmente se a operação não estiver de
acordo com a capacidade indicada.
Tabela 13 – Aplicações típicas dos equipamentos de raios X (v. também tabela 14)
Tensão Máxima,
Écrans Aplicações e Limites de Espessura Aproximadas
(kV)
Espessuras finas da maioria dos metais; espessuras
50 Nenhuma moderadas de grafite e berílio, pequenos componentes
eletrônicos; madeira, plásticos, etc.
127mm de alumínio ou equivalente
Nenhuma ou Chumbo
150 25mm de aço ou equivalente
Fluorescente 40mm de aço ou equivalente
Chumbo 75mm de aço ou equivalente
300
Fluorescente 100mm de aço ou equivalente
Chumbo 90mm de aço ou equivalente
400
Fluorescente 120mm de aço ou equivalente
Chumbo 125mm de aço ou equivalente
1000
Fluorescente 200mm de aço ou equivalente
2000 Chumbo 200mm de aço ou equivalente
Chumbo 400 mm de aço ou equivalente
8 a 25 MeV
Fluorescente 500 mm de aço ou equivalente
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 46 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
10
1eV – uma quantidade de energia igual a energia cinética que um elétron obtém ao cair de uma diferença de
-19
potencial de 1 volt. Eqüivale a 1,602177x10 J. Para os raios gama, múltiplos 1keV ou 1MeV são usados
comumente.
11
Homenagem ao cientista francês Antonie Henri Becquerel (1852 –1908), descobridor da radioatividade.
12
Homenagem ao casal Curie – Marie (1867 – 1934) cientista polonesa e Pierre (1859 – 1906) cientista
francês.
13
São acompanhados por radiação de fundo mais ou menos intensa, que depende sobretudo da natureza
química e do tamanho da fonte.
14
Pelo menos dez intensidades diferentes de raios gama.
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 47 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 48 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos F
do
pequena área, a sombra não é perfeitamente nítida
porque cada ponto na fonte tem sua própria a b
sombra do objeto, e cada uma destas sombras
sobrepostas é ligeiramente deslocada das outras,
t
produzindo uma imagem de pouca definição.
A forma da imagem pode também ser modificada
de acordo com o ângulo que o objeto faz com a luz
incidente. Os desvios da forma real do objeto a' b'
mostrados em sua sombra são chamados de
distorção.
As normas que tratam do assunto, discutem e Figura 41 – Imagem produzida por
fixam valores máximos para a penumbra fonte puntual
geométrica.
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 49 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
do
do → distância da fonte à face
do objeto mais próxima da fonte
Objet o a b
6.7.5 Fatores essenciais na
exposição
Genericamente, a densidade da
t
imagem radiográfica depende na
quantidade de radiação absorvida
Filme
pela emulsão do filme. Esta
quantidade de radiação depende de Ug Ug
diversos fatores: a quantidade total de
radiação emitida pelo tubo de raio X Figura 42 – Imagem radiográfica produzida por
ou pela fonte de raios γ, a quantidade fonte não pontual.
de radiação alcançando a amostra, e
proporção desta radiação que passa pela amostra, e a ação intensificadora dos écrans se
são usados.
6.7.5.1.1 Raios X
A quantidade total de radiação emitida por um tubo de raios X depende da corrente no tubo
da tensão e do tempo que o tubo está energizado.
Quando todas as condições de operação são mantidas constantes, uma mudança na
corrente causa uma mudança na intensidade da radiação emitida, sendo que a intensidade é
aproximadamente proporcional à corrente (figura 43).
Nota-se que no feixe de mais alta a tensão, existe alguns comprimentos de onda mais curtos
que não estão presentes no feixe de tensão mais baixa. Assim, todos os comprimentos de
onda presentes no feixe de tensão mais baixa estão presentes no feixe mais penetrante e
em maior quantidade.
Então, o aumento da tensão aumenta a penetração e a intensidade da radiação emitida pelo
tubo.
6.7.5.1.2 Raios γ
A quantidade total de radiação emitida por uma fonte de raios γ durante a exposição
radiográfica depende da atividade da fonte (expressa usualmente em curie, Ci) e o tempo de
exposição. Para uma radioisótopo particular, a intensidade da radiação é proporcional à sua
atividade (em curies).
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 50 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
D
que era adequada em C1, deve ser aumentada
em tantas vezes de maneira produzir em C2 uma
C1
radiografia de igual densidade. Na prática, pode-
D1
se conseguir isto pelo aumento do tempo ou do
aumento da corrente.
A lei do inverso do quadrado pode ser expressa
algebricamente como se segue:
I 1 D 22
=
I 2 D12 C2
onde: I → intensidade
D → densidade
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 51 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
6.7.5.5 Contraste
Na radiografia, as várias intensidades transmitidas pela amostra formam-se com diferentes
densidades na imagem.
As diferenças de densidade de uma área para outra constituem o contraste radiográfico.
Qualquer sombra ou detalhe da imagem é visível em razão do contraste entre ela e as
estruturas circunvizinhas. Dentro de limites apropriados, quanto maiores as diferenças do
contraste ou densidade, mais detalhes aparecerão. Entretanto se todo o contraste aumenta
muito, existe uma perda da visibilidade do detalhe tanto em todas as regiões, inclusive nas
mais grosseiras
O contraste radiográfico depende do contraste do objeto e o contraste do filme. O contraste
do objeto é governado por um campo de intensidade de radiação transmitido pelo corpo de
prova. Uma folha plana de material homogêneo deve ter um baixo contraste do objeto.
Entretanto um objeto com grandes variações em espessura, o qual transmite uma vasta
faixa de intensidades, deve ter um alto contraste de objeto. Acima de tudo o contraste do
objeto pode ser definido como a razão entre a intensidade de radiação mais alta e a mais
baixa sobre o filme O contraste também pode ser afetado pela radiação dispersa cuja
remoção aumenta o contraste.
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 52 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
revelador-filme. Alguns filmes podem ser revelados com um tempo maior que este tempo
mínimo para se obter alta velocidade.
6.10.1 Penetrômetros
Uma peça de teste é usualmente incluída em toda radiografia como uma verificação numa
aplicabilidade da técnica radiográfica. A peça de teste é chamada de penetrômetro nos
Estados Unidos da América do Norte e como Indicador da Qualidade da Imagem (IQI) na
Europa. Este penetrômetro (ou IQI) é fabricado de material similar ao que esta sendo
radiografado e tem forma geométrica definida. Contém algumas pequenas estruturas (furos,
fios, etc.), de dimensões que guardam alguma relação numérica com a espessura do
material sendo radiografado. A imagem do penetrômetro na radiografia é uma evidência
permanente que o exame radiográfico foi executado dentro de condições adequadas.
Códigos ou acordos entre consumidor e vendedor podem especificar o tipo de penetrômetro,
suas dimensões e como serão empregados. Mesmo que os penetrômetro não sejam
especificados, seu uso é importante, porque eles garantem uma aferição efetiva na
qualidade geral da inspeção radiográfica.
Em componentes mais críticos pode ser necessário uma norma mais rígida, e o nível de 1-
2T ou 1-1T pode ser requerido. Por outro lado, a radiografia de espécimes menos críticos
pode ser satisfatória a qualidade 2-4T ou 4-4T.
Em quase todos os casos, o penetrômetro é colocado do lado da fonte, isto é, na pior
posição geométrica. Em alguns casos, entretanto, esta localização não é possível.
Um exemplo seria a radiografia de um cordão de solda circunferencial em uma estrutura
tubular, usando uma fonte posicionada no lado externo do tubo. Neste caso o penetrômetro
deve ser usado do lado filme.
Alguns códigos especificam qual
penetrômetro do lado filme que é
equivalente ao penetrômetro do lado DIN 62 FE
fonte usualmente utilizado. Quando 2T
tal especificação não é feita o
penetrômetro do lado do filme pode
T
ser achado experimentalmente.
104
12,7
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 55 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
Filme
Filme
Filme
Font e
Font e
Filme
Filme
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 57 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
Font e
Filme Filme
Font e
Filme (a)
Filme (b)
Filme Filme
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 58 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
Font e
Font e
Filme Filme
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 59 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
Gama. Este fenômeno está intimamente ligado à energia emitida pela fonte, assim como
suas porcentagens de emissão, em outras palavras, espectro de energia.
Assim, para materiais leves, de finas espessuras e juntas soldadas de aço com até 1" de
espessura, fontes de Raios X são economicamente viáveis e largamente utilizadas.
Entretanto, para juntas de aço com espessuras superiores a 1", fontes de Raios Gama,
provenientes do Ir 192 devem ser utilizados, pois apesar de empobrecer a imagem no filme
radiográfico, o tempo de exposição é bastante reduzido, principalmente se for utilizado
fontes com altas atividades.
A título de exemplo: supondo uma chapa de aço de espessura 1¼" (32mm) a ser
radiografada com uma distância fonte filme de 500mm, utilizando um aparelho de raios X de
290kV e 4,5mA, levaríamos cerca de 6 minutos de exposição, para obter um filme com
densidade óptica em torno de 2.0. Se para a mesma inspeção fosse usada uma fonte de
Ir192 com 80Ci de atividade, levaríamos 3 minutos de exposição, para obter um filme com a
mesma densidade óptica.
Em geral, os aparelhos de raios X, se caracterizam pelo se grande peso e volume, sendo
difícil sua manipulação em locais pequenos, ou em andaimes a grande altura,
posicionamento em relação à solda e outras. Essas limitações, muitas vezes nos leva a
utilizar fontes de raios Gama, pelo seu baixo peso, comparados aos aparelhos de Raios X
(acima de 80 kg), pela facilidade posicionamento e ainda por não necessitar de energia
elétrica para sua utilização. Toda inspeção por radiografia ou gamagrafia, utilizamos técnicas
de exposição baseadas em normas ou códigos específicos. Muitas vezes, quando normas
mais rígidas de qualidade são requeridas ou especificadas, neste caso o uso dos Raios X,
se faz necessário, mesmo que tal procedimento seja antieconômico.
6.12.2 Limitações
Basicamente, as limitações no ensaio radiográfico se constituem de fatores físicos,
econômicos e de segurança. Peças de geometria complexa, tornam o ensaio radiográfico
impraticável ou restritivo, pela difícil orientação da fonte de radiação sobre a peca e o filme.
Por outro lado, algumas partes a serem inspecionadas não possuem os dois lados
acessíveis, tais como soldas de emendas de chapas em resfriadores a ar.
Tais estruturas, constituem duas limitações básicas:
a) Dificuldade de posicionamento do filme radiográfico, internamente à junta, quando ainda
existe acesso interno, ou o aparelho esta inacabado;
b) Dificuldade de interpretação da imagem radiográfica em tipos de juntas não
radiografáveis, como no caso mostrado acima, as descontinuidades presentes em
cordões de solda poderão não ser detectadas ou passarem despercebidas pelo inspetor.
O fator espessura constitui uma limitação intrínseca no ensaio radiográfico, pois neste caso,
tempos de exposição prolongados, assim como fontes de alta energia são envolvidas no
processo, tal como Cobalto-60, em geral.
Sabe-se também que a manipulação de fonte de radiação ionizante, está sujeita a normas
nacionais e internacionais de Proteção Radiologia, ditadas pela CNEN (Comissão Nacional
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 60 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
de Energia Nuclear), estas normas, são bastante rígidas com relação ao nível de radiação
na área de exposição da fonte.
Em geral, a área deve ser isolada, a nível de segurança, e muitas vezes não há condições
para que isso seja feito sem paralisar a produção, constituindo assim, também uma limitação
ensaio radiográfico.
16
Wilhelm Conrad Röentgen – físico alemão
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 62 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
6.15 Normalização
Norma Título
ASTM E 94 – 84a Radiographic Testing
ASTM E 142 – 86 Standard Method for Controlling Quality of Radiographic Testing
ASTM E 586 – 87 Definitions of Terms Relating to Gamma and X Radiography
ASTM E 592 – 77 (83) Standard Guide for Obtainable ASTM Equivalent Penetrameter
Sensitivity for Radiographic of Steel Plates ¼" to 2" (6 to 51mm)
Thick with X Rays and 1" to 6" (25 to 152mm) Thick with Cobalt 60
ASTM E 746 – 87 Standard Test Method for Determining Relative Image Quality
Response of Industrial Radiographic Film
ASTM E 747 – 87 Standard Test Method for Controlling Quality of Radiographic
Testing Using Wire Penetrameter
ASTM E 999 – 84 Standard Guide for Controlling the Quality of Industrial
Radiographic Film Processing
ASTM E 1000 – 84 Standard Guide for Radiographic Real Time Imaging
ASTM E 1025 – 84 Standard Practice for Hole Type Image Quality Indicators Used for
Radiographs
ASTM E 1030 – 84 Standard Test Method for Radiographic Testing of Metallic Casting
ASTM E 1032 -85 Standard Method for Radiographic Examination of Weldments
ASTM E 1079 – 85 Standard Practice for Calibration of Transmission Densitometer
ASTM E 1114 – 86 Standard Method for Determining the focal Size
ASTM E 1165 – 87 Standard Test Method for Measurement of Focal Spots of
Industrial X Ray Tubes by Pinhole Imaging
ASME Boiler and pressure vessel code – Section V
DIN 54109 Image Quality of Radiographs
DIN 8563 Acceptance Criteria of Radiographic Welds
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 64 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
energia adquirida pela onda. Se assumirmos que o meio em estudo é elástico, ou se já que
as partículas que compõe não estão rigidamente ligadas, mas que podem oscilar em
qualquer direção, então pode-se classificar as ondas acústicas em três categorias a saber:
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 67 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
(interface), parte da energia acústica será transmitida e parte será refletida, como mostra a
figura 60.
Meio 1 Meio 2 A energia transmitida, que corresponde ao fator
de maior significância, pois se trata do meio
ρ1 v1 ρ2 v2 onde será processado o exame ultra-sônico,
depende da impedância acústica (w) dos meios
Incident e Transmit ida em questão, definida como sendo o produto da
velocidade de propagação e a densidade do
meio.
w=ρ⋅v
onde: ρ → densidade do meio
Reflet ida v → velocidade de propagação do som
O coeficiente de reflexão (R) pode ser
calculado através da relação:
w − w1
Int erface R= 2
w 2 + w1
Figura 60 – Iteração das ondas em que z1 e z2 são as impedâncias acústicas
mecânicas com os meios dos meios "1" e "2" respectivamente.
Já o fator de permeabilidade (D) é dado por:
2 ⋅ w2
D = (1 − R ) =
w 2 + w1
A tabela 18 mostra alguns valores das impedâncias acústicas para diferentes meios de
propagação.
Tabela 18 – Valores de impedância acústica para diversos meios.
Velocidade
Velocidade Impedância acústica
Material longitudinal, Densidade
transversal, [m/s] [kg.s/m2]
[m/s]
Aço 5900 até 6000 3230 7,8 4,7 x 107
Cobre 4700 2260 8,9 4,2 x 107
F. fundido 3500 até 5600 2200 até 3200 7,2 2,5 até 4,0 x107
Chumbo 1200 700 11,3 1,4 x 107
Alumínio 6400 3130 2,7 1,7 x 107
Acrílico 2730 1430 1,18 3,2 x 106
Ar 330 0 0,0013 430
Glicerina 1900 0 1,26 2,4 x 106
Água 1500 0 1,0 1,5 x 106
Óleo 1400 0 0,8 1,1 x 106
Analisando a expressão de "T" (coeficiente de transmissão) verificamos que quanto mais
próximos forem os valores de z1 e z2, a transmissão retorna mais eficiente.
Portanto, ao acoplarmos um transdutor17 ultra-sônico sobre uma peça a ser examinada (de
aço), imediatamente estabelece uma fina película de ar entre o transdutor e a peça. A tabela
18 também mostra que os valores das impedâncias acústicas entre o ar e o aço são
completamente diferentes, o que proporciona uma reflexão quase que total da energia
sônica. Face a este problemas deve-se proceder o uso de um fluido líquido (denominado
17
Dispositivo que transforma um tipo de energia em outra (no caso presente, transforma energia elétrica em
energia acústica e vice-versa). Quando se trata de ensaio por ultra-som, é denominado cabeçote.
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 68 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 69 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
18
Denomina-se ecograma a representação da tela do tubo de raios catódicos do equipamento de ultra-som.
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 71 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
Queda do eco
Eco a 100%
Recept or Recept or
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 72 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
7.6.1 Sensibilidade
É a sua capacidade de transformar energia elétrica em energia ultra-sônica. O cristal de
bário (por exemplo), possui alta sensibilidade (a altura do eco é grande).
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 73 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
19
Na verdade o feixe sônico tem formato complexo, formado por lóbulos esféricos, provavelmente devido à não
uniformidade da geração do feixe sonoro.
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 74 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 75 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
α α
L L
α
T
β
T
β
L
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 76 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 78 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
a) se a área a ser examinada, não tiver acesso direto, transdutores angulares devem ser
indicados Exemplos: cordões de solda não retificados;
a) regiões que podem apresentar descontinuidades com orientações preferenciais, seguem
a escolha de transdutores que produzem feixes sônicos na direção perpendicular à
direção da falha.
8 Referências
A seguir são informadas as principais fontes de referência consultadas.
8.1 Normas
Norma Título
ASTM E 114 Standard Practice for Ultrasonic Pulse-Echo Straight-Beam Testing
by Contact Method
ASTM E 127 Standard Practice for Fabrication and Checking Aluminum Alloy
Ultrasonic Standard Reference Block
ASTM E 164 Standard Practice for Ultrasonic Contact Examination for
Weldments
ASTM E 213 Standard Practice for Ultrasonic Examination of Metal Piping and
Tubing
ASTM E 273 Standard Practice for Ultrasonic Examination of Longitudinal
Welded Piping and Tubing
ASTM E 214 Standard Practice for Immersed Ultrasonic Examination by
Reflection Method Using Pulsed Longitudinal Waves
ASTM E 317 Standard Practice for Evaluating Performance Characteristics of
Ultrasonic Pulse-Echo Testing Systems Without Use of Electronic
Measurements Instruments
ASTM E 500 Standard Terminology Relating to Ultrasonic Examination
ASTM E 428 Standard Practice for Fabrication and Control of Steel Reference
Blocks used in Ultrasonic Inspection
ASTM E 588 Standard Practice for Detection of Large Inclusions in Bearing
Quality Steel by the Ultrasonic Method
ASTM E 494 Standard Practice for Measuring Ultrasonic Velocity of Materials
ASTM E 587 Standard Practice for Ultrasonic Angle-Beam Examination by
Contact Method
ASTM E 644 Standard Practice for Measurement of the Apparent of Attenuation
for Longitudinal Ultrasonic Waves by Immersion Method
ASTM E 797 Standard Practice for Measure Thickness by Manual Ultrasonic
Pulse-Echo Contact Method
ASTM E 804 Standard Practice for Calibration of Ultrasonic Systems by
Extrapolation Between Flat-Bottom Hole Sizes
ASTM E 1001 Standard Practice for Detection and Evaluation of the
Discontinuities by the Immersed Pulse-Echo Ultrasonic Method
Using Longitudinal Waves
ASTM E 1065 Standard Guide for Evaluating Characteristics of Ultrasonic Search
Units
ASME Boiler and Pressure Vessel Code – Section V – Non destructive
examination
AWS B1.10 Guide for nondestructive examination of welds
DIN 54120 Non destructive testing – Calibration Block 1 and its use for
Adjustment and Control of Ultrasonic echo Equipment
DIN 54122 Non destructive testing – Calibration Block 2 and its use for
Adjustment and Control of Ultrasonic echo Equipment
ISO 7963 Welds in Steel – Calibration block nº 2 for Ultrasonic Examination
of Welds
Rev. 0
Folha:
Treinamento para Inspetores de Fabricação 80 de 80 Patrocínio
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
WWW.ISQI.COM.BR Ensaios Não Destrutivos
8.2 Referências
1) PAULA LEITE, P. G. de – Curso de Ensaios Não Destrutivos – Editora ABM.
2) AGRANAT, B. el al – Fundamentos de la Fisica y la Tecnica de los Ultrasonidos –
Editorial MIR.
3) RUBIO, A. R. – Inspección Radiografica de las Uniones Soldadas – Urmo, S. A. de
Ediciones.
4) SCHNEEMAN, J. G. – Industrial X-Ray Interpretation – Intex Publishing Co.
5) DIETER, G. E. – Metalurgia Mecânica – Editora Guanabara Dois.
6) ASM Committee on Non Destructive Testing – Metals Handbook Volume V – ASM
Edition.
7) ASNT – Non Destructive Testing Handbook – ASNT Edition.
8) ASME – Boiler and Pressure Vessel Code – Section V – Non Destructive Examination –
ASME Edition.
9) Normas ABNT, ASTM, DIN, API, AWS
Rev. 0