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Silvicultura

Caracterização

Entende-se por silvicultura, o ato de criar e desenvolver povoamentos florestais, satisfazendo as necessidades de
mercado.

A silvicultura brasileira pode ser considerada uma das mais ricas em todo o planeta, tendo em vista a biodiversidade
encontrada, as variações dos fatores edafo-climáticos e a boa adaptação de materiais genéticos introduzidos.
Entretanto, todas estas vantagens podem também se manifestar como verdadeiras armadilhas, quando o conjunto
destes fatores não são devidamente analisados na tomada de decisão.

Num país de extensões territoriais como as do Brasil, onde a variação climática é muito grande, uma das tarefas mais
difíceis é exatamente a escolha do gênero e da espécie a serem cultivados.

Tomando como exemplo o gênero Eucalyptus, tem-se observado uma grande variação de espécies: ao sul
predominam espécies de maior tolerância ao frio, como E. dunnii e nitens; já na região leste e centro oeste, a
predominância ocorre com o E. grandis, saligna e urophylla, ou híbridos destas espécies.

O sucesso de um empreendimento florestal depende estritamente de um bom planejamento de projeto, levando-se


em consideração os fatores acima mencionados.

Fases do projeto:

Elaboração de Mapas

A elaboração de mapas do projeto florestal é o primeiro passo a ser seguido, devendo conter a área total do projeto,
área útil de plantio, locações de reservas legais, aceiros e estradas, entre outros.

A locação de estradas e carreadores é de fundamental importância, uma vez que estes influenciarão nos custos de
implantação, colheita, índice de aproveitamento de área e custos de conservação de solos, que transcorrem por todo o
período do projeto.

Esta etapa exige dos técnicos um acompanhamento minucioso em campo, para adequações em termos de obstáculos
naturais, declividade do terreno e outras variáveis que podem influenciar nos custos da implantação florestal.

Elaboração do Projeto

A elaboração de um projeto florestal merece a participação de técnicos de formações multidisciplinares, para


contemplar todos os aspectos cujas influências definirão o sucesso do empreendimento.

Um projeto bem elaborado deve contemplar o início e o término do estabelecimento do plantio, as definições das
operações a serem executadas, material genético e, por fim, um cronograma de atividades e orçamento bem
definido.

 Definição do Material Genético

Este é o fator de maior importância em todo o projeto florestal, tendo como base a complexidade dos fatores
ambientais, descritos anteriormente e que devem ser contemplados. Uma falha nesta fase pode comprometer todo o
sucesso do empreendimento e o futuro abastecimento de matéria-prima, que, por sua vez, poderá comprometer a
performance e talvez a sobrevivência da própria indústria.

A eleição do gênero e da espécie no projeto devem estar completamente alinhados às necessidades, características e
qualidade da matéria-prima da indústria.
Neste aspecto, fatores como a procedência, grau de melhoramento genético e método de produção das mudas terão
pesos significativos nos custos de formação florestal e no resultado da produtividade futura da floresta.
Melhoramento Genético Florestal

Conceito

O melhoramento genético é uma ciência utilizada em plantas e animais para a obtenção de indivíduos ou populações
com características desejáveis, a partir do conhecimento do controle genético destas características e de sua
variabilidade.

O melhoramento genético foi iniciado no Brasil em 1903, com a introdução do gênero Eucalyptus por Navarro de
Andrade para a produção de dormentes para estradas de ferro.
Em sua forma mais comum, o melhoramento florestal se dá através da seleção de indivíduos superiores, identificados
em plantações comerciais, os quais podem ser vegetativamente multiplicados, ou restabelecidos em um delineamento
adequado para a comprovação de sua superioridade genética, para a produção de sementes ou para a propagação
comercial.
Esta comprovação de que os indivíduos selecionados (que formarão os futuros plantios comerciais ou produzirão
sementes para este fim) são geneticamente superiores pode ser realizada através da implantação de testes de
progênies ou de testes clonais.

Métodos

Na área florestal, existem três importantes formas de multiplicação vegetativa dos indivíduos selecionados:

Estaquia (método de propagação vegetativa por enraizamento de estacas).

Enxertia (união de partes de indivíduos através de seus tecidos, de modo que a união seja seguida de crescimento
vegetativo).

Micropropagação (cultura de tecidos).

A escolha do método depende da finalidade da multiplicação e da fisiologia da espécie com a qual se está trabalhando.

Seleção de Indivíduos (Árvores)

É a escolha de indivíduos ou populações, que apresentam caracteres desejáveis para o melhoramento.


Para uma maior garantia dos resultados, a seleção dos indivíduos pode ser realizada através de:

* Seleção dentro de famílias, através de cálculos que utilizam o desvio do valor individual em relação à média da
família no bloco.
* Seleção entre famílias que utilizam o desvio da média de famílias em relação à média geral do teste.
* Seleção combinada ou que utiliza ambos os desvios, no que se conhece como seleção combinada.
* Seleção multi-efeito, que propicia a correção dos efeitos ambientais, maximizando o ganho genético.

Com relação à seleção entre famílias e dentro das famílias, observou-se o problema da existência de indivíduos
excepcionais, em famílias não selecionadas, e de indivíduos selecionados com valor inferior até mesmo ao pior
indivíduo de outra família. Portanto, a seleção será baseada em medidas genéticas e não fenotípicas (que sofrem ação
do ambiente).

Teste de Superioridade Genética

Grande atenção deve ser dada ao objetivo final da seleção. Para isso, são realizados os seguintes testes:

* Testes de Progênie, que fornecem dados sobre valores genéticos (apenas a variância aditiva é considerada). O
teste de progênie avalia os pais pela comparação do desempenho das suas descendência-s.
* Testes Clonais, que fornecem dados sobre valores genotípicos (a variância dominante também é considerada). O
teste clonal é a avaliação de um indivíduo ou clone através da comparação de clones.

A importância destes conceitos está no fato de que pode haver grandes erros no resultado esperado, se indivíduos
selecionados para a reprodução sexuada (pomar de sementes) forem utilizados para a clonagem, ou vice-versa.
A produtividade, a qualidade da madeira, a forma do fuste, a resistência a pragas e doenças, bem como outras
inúmeras características que podem alterar o valor de uma floresta plantada, estão definidas já nas sementes, nos
cromossomos. Isto torna a produção de sementes a partir de pomares testados uma ferramenta essencial.

Produção de Sementes Melhoradas

A propagação dos resultados obtidos com o melhoramento genético florestal pode ocorrer através de sementes, ou
através de estacas (clonagem) a partir do material selecionado.
As sementes melhoradas podem ser obtidas das seguintes formas:

Área de Coletade Sementes (ACS)

Povoamento comercial onde se coletam sementes dos melhores indivíduos para utilização massal. Caracterizado por
ser a mais simples forma de produção de sementes melhoradas, implica em baixa intensidade de seleção (cerca de
1:10) e seleção fenotípica no lado feminino.

Área de Produção de Sementes - A.P.S.

Povoamento onde houve seleção e desbaste, removendo-se as árvores com características de qualidade inferior,
deixando-se apenas os melhores indivíduos para o cruzamento. É a forma mais utilizada. A intensidade de seleção
também é baixa (1:10) e a seleção fenotípica ocorre dos dois lados (feminino e masculino).

Pomar de Sementes Clonal Testado - P.S.C.T.

É uma plantação de árvores com genótipo selecionado através de um teste clonal, estabelecida através da propagação
vegetativa. Recebe um manejo diferenciado para o florescimento e produção abundante de sementes, através de
tratos culturais específicos. Apresenta melhor resultado devido à maior intensidade de seleção (cerca de 1:5000) e
porque trabalha com a seleção genética, no lugar da fenotípica, e nos dois lados (feminino e masculino). A dificuldade
desta forma de produção para algumas espécies é a enxertia.

Vantagens

* Os genótipos das árvores produtoras de semente são conhecidos e somente são utilizados os superiores.
* O florescimento se inicia mais rapidamente em função da idade fisiológica.
* O pomar pode ser implantado em local mais conveniente, mais econômico e mais produtivo.

Desvantagens

* Apenas um ciclo de seleção é obtido na operação.


* Há restrição da base genética.
* Existem possíveis dificuldades na propagação.

Contudo a possibilidade de cruzamentos entre indivíduos aparentados é mínima e os genótipos superiores podem ser
repetidos diversas vezes.

Pomar de Sementes por Muda - PSM


É uma plantação de árvores selecionadas geneticamente através de um teste de progênies, estabelecida através de
mudas oriundas de sementes. Recebe um manejo diferenciado para o florescimento e produção abundante de
sementes, através de tratos culturais específicos. Assim como o PSCT, resulta em sementes de melhor qualidade que
as ACS’s e APS’s, porque a seleção também é genética em vez de fenotípica.

Este tipo de pomar requer a existência de teste de progênie.

Vantagens

* Quando as características de interesse se manifestam em idade jovem.


* Quando a espécie floresce precocemente.
* Quando a propagação vegetativa é difícil.

Neste caso, tem-se dois ciclos de seleção em uma operação e é possível manter uma base genética mais ampla, a
partir de um maior número inicial de pais.

Desvantagens

Como o PSM surge a partir de desbastes em testes de progênie, torna-se desvantajoso quando:

* A avaliação das progênies (teste) e a produção de sementes são dificilmente obtidas no mesmo local e, como os
testes de progênie são feitos para as seleções originais, e não para os indivíduos que constituem o pomar, os
genótipos dentro do pomar de produção não são conhecidos.

Em função do delineamento do teste e dos desbastes realizados, existe o problema de cruzamento entre parentes,
principalmente quando se utiliza sementes de polinização aberta. Ocorre ainda que, se a espécie apresenta floração
demorada, este processo não pode ser acelerado como ocorre na enxertia e, ao contrário do que ocorre na produção
de sementes através de clones, um genótipo superior é representado por somente uma árvore.

Desenvolvimento de Pomares de Sementes

Produção de Estacas

Estacas (cuttings) são segmentos de folhas, ramos, secções do caule ou raiz, tratadas com a finalidade de promover o
enraizamento.

Muito comum no caso dos gêneros Eucalyptus e Populus, a propagação na forma de estacas apresenta a vantagem de
obtenção de maiores ganhos em pouco tempo. Neste caso trabalha-se com a herdabilidade no sentido amplo, ou seja,
sem cruzamentos. Plantios comerciais estabelecidos a partir de estacas apresentam maior homogeneidade, maior
sobrevivência e maior produtividade.

Herdabilidade

Herdabilidade é a porção da variação fenotípica observada que ocorre em função dos efeitos genéticos.
A estratégia de melhoramento pode ser definida em função:

* da herdabilidade, a qual não é apenas uma propriedade do caráter.


* Da população.
* Das condições ambientais a que foram submetidos os indivíduos.

O valor da herdabilidade pode ser aumentado não somente pela introdução de mais variação genética na população,
mas melhorando as condições experimentais, de modo a reduzir a contribuição da variação ambiental para a variação
fenotípica total.

Interação Genótipo x Ambiente

Um fator relevante quando se fala em melhoramento florestal é a interação “genótipo x ambiente”.

Um mesmo genótipo (por exemplo, estacas de uma mesma matriz) pode apresentar comportamento inverso em dois
ou mais ambientes. Este fenômeno é conhecido como interação genótipo x ambiente e é indesejável em um programa
de melhoramento envolvendo mais de um local.

A conseqüência negativa deste fenômeno é justamente o erro que pode estar embutido na indicação de um
determinado material para ambientes diferentes.

Melhoramento Genético Florestal x Agrícola

O melhoramento genético é uma atividade já consagrada na agricultura, que permitiu a obtenção de resultados
fantásticos em culturas anuais como o milho, a soja e a cana-de-açúcar.

Entre estes resultados estão o aumento da produtividade, a resistência a doenças e o aumento do teor de brix. Tal
sucesso se deve aos esforços para o conhecimento e definição das melhores técnicas de melhoramento em função da
cultura com a qual se está trabalhando, e de condições favoráveis, como a floração anual, o porte das plantas e
facilidades na polinização, diferentemente do que se encontra em espécies arbóreas.

Apesar das diferenças encontradas para as condições citadas na área florestal, o melhoramento genético também é
possível e vem sendo realizado desde o início do século XX, em diferentes países e com diferentes espécies. Mas,
mesmo com as dificuldades inerentes às espécies arbóreas, como o tempo para a maturidade fisiológica e a
conseqüente floração, a distribuição das árvores nas populações naturais e a dificuldade de coleta de sementes
representativa da variação existente, a altura das árvores, a variedade de agentes polinizantes, dificuldades na
propagação vegetativa, etc., o melhoramento vem sendo realizado e os resultados já são visíveis.

A maioria dos trabalhos desenvolvidos no melhoramento genético florestal visam o aumento volumétrico das árvores e
a melhoria da retidão do fuste, mas diversas outras características, principalmente voltadas à tecnologia da madeira,
já são também contempladas na seleção.

Em espécies utilizadas comercialmente, a determinação da variabilidade genética para uso no melhoramento em


características relacionadas à produção de celulose, painéis de madeira e carvão se tornam interessantes devido à
possibilidade de ganhos em qualidade e quantidade significativos no produto final, trazendo bons resultados
econômicos e compensando o custo envolvido com a pesquisa e a tecnologia aplicadas.

Como exemplo, o teor de lignina e o rendimento em celulose, a densidade da madeira e seu poder calorífico, a
presença de tiloses, o teor de cinzas, o teor de extrativos, e muitas outras variáveis mostram a importância da
condução de pesquisas em anatomia e tecnologia da madeira paralelamente a programas de melhoramento genético,
otimizando o tempo e incrementando os resultados obtidos.

Melhoramento Genético Agrícola

Utiliza técnicas avançadas de biotecnologia, em função do amplo conhecimento genético das principais culturas
utilizadas, facilitado pelas curtas rotações e pela possibilidade de obtenção de vários ciclos de seleção em curto espaço
de tempo.
Melhoramento Genético Florestal

Através da seleção de famílias, procedências e indivíduos, procura explorar a variabilidade natural das espécies, ainda
pouco conhecidas em função da amplitude de variação em que ocorrem.

O eucalipto, por exemplo, ocorre naturalmente na Austrália entre latitudes de 13o a 43o, altitudes que vão do nível do
mar até 4.000 m, em regiões sem problemas de déficit hídrico e outras onde este déficit chega a 300 mm.

Basicamente, o resultado do melhoramento genético ocorre em função:

* Da variabilidade genética existente.


* Da intensidade de seleção a ser praticada (manuseada pelo homem).
* Da herdabilidade do caráter de interesse na espécie e condições disponíveis.

As principais espécies às quais o melhoramento genético florestal vem se dedicando no mundo, são:

* Eucalyptus grandis
* Eucalyptus urophylla
* Eucalyptus saligna
* Pinus taeda
* Pinus caribaea var. hondurensis
* Pinus radiata
* Criptomeria japonica

* Acacia mearnsii, que vem sendo melhorada na África do Sul desde 1920

Entidades voltadas ao Melhoramento Genético Florestal no Mundo

Existem várias entidades no mundo trabalhando para o melhoramento genético de espécies florestais. Entre as
principais entidades e as respectivas espécies com as quais trabalham, encontram-se:

Eucalyptus

* CSIRO (Commonwealth Scientific Industrial Research Organization) – Austrália – tem realizado coletas de
semente e possibilitado a realização de testes de procedência em todo o mundo.
* ICFR (Institute of Commercial Forest Research) – África do Sul – vem coordenando trabalhos visando a produção
de sementes.
* EMBRAPA (Empresa Brasileira de Agropecuária), IPEF (Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais), IFSP
(Instituto Florestal de São Paulo) – Brasil – vêm produzindo sementes melhoradas de eucalipto.

Pinus subtropicais (Pinus taeda e P. Radiata)

* USDA (United State Department of Agriculture) Trabalha com estações experimentais para o melhoramento
destas espécies.
* NZFI (New Zealand Forestry Institute).
* NCSU (North Carolina State University).
* IPEF (Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais).

Pinus tropicais

* CAMCORE (Central America and Mexico Coniferous Resource).


* IPEF (Insituto de Pesquisas e Estudos Florestais).

Araucaria cuninghamii

* QFD (Queensland Forest Department) – Austrália.

Tendências do Melhoramento Genético Florestal

* Continuidade dos programas de melhoramento visando explorar a variabilidade existente através da


recombinação dentro da espécie.
* Produção de árvores híbridas visando atender exigências industriais.
* Identificação ou caracterização de árvores selecionadas através de técnicas de marcadores moleculares.
* Utilização da clonagem como alternativa para plantações altamente produtivas, combinada a cuidados
ambientais necessários à tal prática.
* Utilização intensa da seleção precoce visando minimizar o fator tempo.
* Pesquisas na área de transgênicos x impactos ambientais.
Curiosidades

O gênero Pinus possui 13.000.000 de genes e 12 pares de cromossomos.

* Gene = unidade de herança. Os genes estão localizados em locus fixos nos cromossomos e podem existir em
uma série de formas alternativas chamadas de alelos.
* Alelo = uma das alternativas de um par ou série de formas de um gene, os quais são alternativos na herança,
porque estão situados no mesmo locus em cromossomos homólogos.
* Cromossomos = unidades estruturais do núcleo portadoras dos genes de ordem linear. O número em cada
espécie é tipicamente constante. Os cromossomos sofrem um ciclo típico em que muda drasticamente sua morfologia
nas várias fases do ciclo vital dos organismos. Os cromossomos se situam na parte central da célula chamada núcleo.

As plantas superiores apresentam aproximadamente 2,3 bilhões de pares de nucleotídeos

* Nucleotídeos = unidade constituinte dos ácidos ribonucleicos e desoxirribonucleicos (RNA e DNA), formada por
um açúcar, um grupo fosfato e uma base nitrogenada.
* O DNA é formado por uma estrutura em dupla hélice, que nada mais são que sequências de nucleotídeos (duas
cadeias polinucleotídicas que se enovelam uma na outra).

Produção de Mudas

Nas últimas décadas, a produção de mudas tem passado por profundas e significativas evoluções. Há pouco tempo, a
formação de mudas era essencialmente realizada através de sementes e em recipientes de sacos plásticos ou outros
de qualidade ainda inferiores a este . Mais precisamente na década de oitenta, foram introduzidas alternativas
consideradas até então revolucionárias no sistema de produção de mudas, principalmente as de eucalipto.

As principais inovações foram ocasionadas através de uma série de automações nos viveiros florestais brasileiros,
entre elas, a produção de mudas em série através de viveiros modulados e compartimentalizados, em que cada fase
do crescimento ficou bem definida.

A automação dos viveiros possibilitou também a utilização de outros recipientes, como os tubetes, resultando numa
expressiva redução de custos, rendimentos operacionais, além da grande melhoria na qualidade das mudas,
principalmente sob o aspecto de formação do sistema radicular e aspectos fitossanitários, por possibilitar suas
disposições a níveis mais elevados em relação ao solo.Também na década de oitenta, sementes com alto grau de
melhoramento genético, como as gerações F2 e híbridas, tiveram suas contribuições no aumento da qualidade dos
povoamentos florestais. Ainda neste período, o processo da propagação vegetativa, micropropagação e cultura de
tecidos foram os destaques entre os fatores que mais contribuíram para o incremento da produtividade.

A definição de um ou outro sistema de produção de mudas e a escolha do material genético mais ou menos evoluído
afetarão substancialmente os custos do projeto.

Preparo da Área

O início das operações de implantação de um projeto florestal apresenta inúmeras variáveis, dependendo da espécie a
ser cultivada e principalmente das condições do relevo, solo e clima.

A abertura de carreadores e estradas normalmente é o início do processo, vindo em seguida o desmatamento (ou
limpeza da vegetação), o qual pode ser representado pela vegetação nativa ou restos da cultura vegetal da própria
espécie em cultivo.

A execução desta atividade requer máquinas pesadas, roçadas mecânicas, manuais ou químicas, dependendo do
grau de infestação da vegetação ou do grau de mecanização que se pretende adotar.

Controle de Formigas

As formigas cortadeiras são as principais pragas no estabelecimento de um povoamento florestal, com potencialidade
de danos significativos inclusive durante os anos de crescimento da floresta.

Após a limpeza de vegetação, enleiramento, roçadas ou trituração de resíduos florestais, recomenda-se a espera de
aproximadamente 30 dias para que o combate às formigas seja iniciado, tempo suficiente para que os formigueiros se
restabeleçam e retornem às suas atividades normais.

Normalmente nas áreas propensas às infestações de formigas, ocorrem diversas espécies e até gêneros diferentes, o
que exige diferentes métodos, processos e produtos para seu eficiente controle.

As formigas consideradas potencialmente mais críticas em termos de danos à silvicultura brasileira, e que ocorrem em
quase todos os estados, são as do gênero Atta, comumente conhecidas como saúvas, e as Acromyrmex.
Vários métodos e produtos para o controle são normalmente utilizados, muito embora os controles manuais com
inseticidas granulados, atualmente à base de sulfluramidas, são os mais empregados e recomendados, devido ao
menor dano ao meio ambiente e pela maior disponibilidade no mercado, o que os tornam mais competitivos em
termos de custos e porque sua distribuição no campo torna-se bastante prática e com alto rendimento operacional,
fazendo com que seu custo seja viabilizado.

Outros produtos como os termonebulizáveis, são também empregados em larga escala e com bastante sucesso em
algumas regiões, principalmente onde a infestação com espécies de saúva é muito elevada. Os custos, rendimento e
eficiência do controle, são largamente variáveis em função do grau de infestação, sistema operacional e produto
utilizado; por isso é fundamental um bom planejamento técnico florestal.

Preparo do Solo

Nesta operação incidem o preparo do solo propriamente dito e as operações de sua conservação. O preparo tem por
objetivo potencializar as condições ambientais para o máximo aproveitamento de todos os recursos disponíveis ao
crescimento das mudas.

O preparo do solo com ênfase à conservação é feito com intuito da preservação contra erosões, perda de nutrientes e
retenção da água e matéria orgânica, fundamentais e indispensáveis para a perpetuação da produtividade florestal.
Nesse caso, tanto o preparo quanto o plantio deverão ser efetuados preferencialmente em curvas de nível.

Uma ampla variedade de máquinas e equipamentos é utilizada na efetivação desta operação, normalmente máquinas
mais pesadas são as preferidas em solos mais argilosos e agregados, e máquinas mais leves ou de menor potência
para solos arenosos e com baixa estruturação.

Os custos desta operação são dependentes diretos do tipo de máquina a ser usada e do grau de preparo necessário.
Preparos manuais também podem ser executados em situações nas quais a viabilização de máquinas fica
comprometida.

Adubação

A primeira adubação, também chamada de adubação de plantio, normalmente é realizada concomitantemente ao


preparo do solo ou sulcamento. No passado, as adubações em eucalipto com os elementos N, P e K e formulações
próximas de 10:20:10 eram quase que unanimidades nas empresas florestais, mesmo sabendo que muitas delas
eram localizadas em condições completamente distintas. Contudo, com o passar dos anos e a introdução de materiais
clonais com comportamento e necessidades nutriciais diferenciados, mais ou menos responsivos às adubações, houve
a necessidade de definição de novas formulações, combinações e dosagens, considerando as inter-relações entre
ambiente e material genético.

Para a contemplação destas inter-relações, tem-se utilizado um conceito bastante moderno, denominado de unidades
de manejo químico (U.M.Q.).

Atualmente, na maioria das empresas florestais, as unidades de U.M.Q. contemplam não somente as adubações à
base dos nutrientes N, P, K, Ca e Mg, como também leva em consideração as necessidades de diferentes
micronutrientes, como B, Zn, Cu e Mn, principalmente.

Outras adubações também empregadas são as denominadas de adubações orgânicas, através do uso de resíduos
industriais, como cinza de caldeiras de biomassa , resíduos de clarificadores, e, em casos peculiares, resíduos do
tratamento de lixo urbano.

Tratos Culturais

São todas as operações florestais com ação de eliminação da concorrência da cultura em questão com outras
plantas, classificadas como ervas daninhas. O período de maior atenção com tratos culturais é aquele que
corresponde à fase de estabelecimento e adaptação das mudas às novas condições do campo.

Tipos de Tratos Culturais:

• Coroamento: deve-se fazer logo após ao plantio: ao redor da muda, faz-se a limpeza.

• Capina: raspa-se a parte superficial do solo (plantas rasteiras são eliminadas).

• Roçadas: corta-se a vegetação mais alta.

• Gradeação: faz-se entre as linhas de plantio; é uma limpeza superficial.

•Herbicidas: o controle das ervas daninhas é normalmente executado com utilização de herbicidas, podendo ser de
pré ou pós emergência. Os de pós emergência mais usados são à base de gliphosate e os de pré são os conhecidos
como oxifluorfen. Também outros meios são amplamente adotados nesta operação, como as roçadas, gradagens e
limpezas manuais.

Tratos Silvicuturais

Visam uma melhoria das condições de crescimento de indivíduos isolados ou alterações das condições ambientais em
povoamentos para melhorar a estabilidade biológica.

São funções dos Tratos Silviculturais:

•Proteção: evitar o ataque de insetos e danos físicos e proteção a temperaturas extremas.

•Seleção: eliminar fenótipos desfavoráveis; selecionam-se as melhores árvores em crescimento e desenvolvimento.

•Educação:controla o ambiente com intervenções rigorosas e criteriosas: retirada de galhos, controle de densidade.

•Acessórias: melhoria visual do povoamento, melhoria do sítio.

Tipos de Tratos Silviculturais:

•Poda (desrama): é a retirada de galhos de uma árvore item por objetivo a produção da madeira de melhor qualidade,
a melhoria no acesso à floresta e a redução de risco de incêndios.

• Desbaste: são cortes parciais feitos em povoamentos imaturos, com objetivo de estimular o crescimento das árvores
remanescentes e aumentar a produção de madeira utilizável.

a) Proteção Florestal
Dois aspectos na proteção são vitais no desenvolvimento de um projeto florestal:

• o controle de pragas

• o controle de incêndios florestais

Manejo de Reflorestamento

Conceitos

O termo “manejo” pode ser definido como sendo o tratamento dispensado a um povoamento florestal, o qual interfere
nas condições ambientais em prol do desenvolvimento da floresta, ou também como sendo a administração de uma
empresa florestal.
Assim sendo, o manejo nada mais é do que a execução de operações durante o crescimento e maturação da floresta
com o objetivo de incrementar a produtividade, melhorar a qualidade e agregar valores à matéria-prima.
A administração ou planejamento florestal deve considerar:

* A definição dos objetivos da empresa.


* O planejamento da produção de cada povoamento.
* O planejamento da produção total da empresa.

Ao se efetuar um planejamento florestal, a disponibilidade e a qualidade da matéria- prima, bem como as operações a
serem realizadas, principalmente a idade da colheita, devem ser bem dimensionadas, pois para cada finalidade
emprega-se um manejo diferenciado. Um equívoco muito comum é a implantação de reflorestamentos antes da
definição do destino e uso final da madeira. Neste caso, ou são executados manejos inadequados, comprometendo a
produtividade e a qualidade do produto, ou as práticas excedem aos objetivos da produção, desperdiçando-se dinheiro
sem o retorno esperado.
Todo manejo causa conseqüências no ecossistema. Interferências que parecem mínimas podem trazer conseqüências
de grande porte para o sistema produtivo florestal. Medidas semelhantes de manejo, em regiões diferentes, podem
causar conseqüências também diferentes ou até contrárias ao seu objetivo.
Os povoamentos florestais devem ser caracterizados sob a ótica da produção atual, análise da produtividade potencial
futura e determinação de medidas mais convenientes para gerenciar e atingir a produção potencial.

Planejamento Estratégico

Esta é a principal função do gerente florestal ou empresário que dirige uma empresa do ramo.
No setor florestal, o gerente de planejamento tem uma posição estratégica, pois dele depende, a princípio, o
abastecimento atual e futuro da indústria, com um produto de longo tempo de obtenção e que está sujeito a várias
interferências ambientais.
O planejador florestal deve definir a área a ser plantada, o tempo de maturação da madeira ou idade de colheita, a
percentagem de abastecimento próprio ou de terceiros, a oferta, a localização e os preços de mercado, para então
poder traçar, com segurança, sua própria estratégia e definir o custo da matéria-prima a ser empregada na fábrica.

Material Genético

Em função dos fatores solo, clima e da destinação da matéria prima, as espécies, bem como o grau de melhoramento
genético destas espécies, são fundamentais na agregação da qualidade e valor do produto final industrializado.
Deve ser observado que determinadas espécies selvagens ou pouco melhoradas apresentam utilizações bastante
genéricas e pouco rentáveis, enquanto que espécies melhoradas poderão ter aplicações mais específicas, para usos
mais nobres e, portanto, com maiores retornos financeiros. Exemplo típico são as espécies de eucalipto, que, quando
empregadas sem grau de melhoramento, apresentam restrições de uso. Entretanto, quando determinadas
características são melhoradas, a qualidade da madeira produzida permite uma infinidade de aplicações.

Espaçamentos

O espaçamento, ou densidade de plantio, é provavelmente uma das principais técnicas de manejo que visa a
qualidade e a produtividade da matéria-prima.
Deve ser definido em função dos objetivos do plantio, considerando-se que a influência do espaçamento é mais
expressiva no crescimento em diâmetro do que em altura. O planejamento da densidade de plantio também deve visar
a obtenção do máximo de retorno por área. Se, por um lado, a densidade for muito baixa, as árvores não aproveitarão
todos os recursos como água, nutrientes e luz disponíveis e, por conseqüência, haverá menor produção por unidade
de área; mas por outro lado, se a densidade de plantio for muito elevada, tais recursos não serão suficientes para
atender a demanda do povoamento, o que também repercutirá no decréscimo de volume e na própria qualidade das
árvores.
Normalmente os plantios são executados com espaçamentos variando entre 3x2 e 3x3 metros, os quais favorecem os
tratos culturais mecânicos. Empresas integradas destinam a madeira dos primeiros desbastes para energia ou
celulose, e as árvores remanescentes do povoamento, com porte mais expressivo, são utilizadas para a fabricação de
serrados ou para a laminação.

Características dos Espaçamentos:

Espaçamentos maiores (densidade baixa)

* produção em volume individual


* menor custo de implantação
* maior número de tratos culturais
* maior conicidade de fuste
* desbastes tardios

Espaçamentos menores (densidade alta)

* produção em volume por hectare


* rápido fechamento do dossel (menor número de tratos culturais)
* menor conicidade do fuste
* desbaste precoce

Quanto à forma dos espaçamentos, os quadrados ou retangulares são os mais indicados e praticados, podendo ser
bastante apertados para produção de madeira para fins energéticos, ou mais amplos, quando se deseja matéria-prima
para fins de fabricação de papel e celulose ou serraria e laminados.

Operações do Manejo

A produção de um maciço florestal depende dos fatores genéticos das espécies e sementes utilizadas, da capacidade
do sítio e das técnicas de manejo adotadas. Após o plantio, a produção florestal pode ser influenciada pelos fatores:

1. Melhoramento das condições ambientais, como adubações controle de pragas e competição por ervas daninhas.

2. Diminuição da população original, através de desbastes, disponibilizando melhores condições de luz, nutrientes e
água às plantas.

3. Aprimoramento da qualidade das árvores, através da poda.

Tratos Culturais Existem dois problemas imediatos após o plantio: a mortalidade das mudas e o crescimento
extremamente lento ou crescimento travado.
Algumas semanas após o plantio, faz-se uma estimativa sobre o número das mudas que estão mortas. Por exemplo,
em um plantio onde uma em cada 5 mudas está morta, significa que há uma porcentagem de sobrevivência de 80%
ou uma mortalidade de 20%. Se a mortalidade das plantas apresenta-se muito alta, é preciso efetuar o replantio nos
espaços livres. É necessário tomar cuidado com a demora do replantio, pois certos atrasos podem causar às mudas
replantadas desvantagens permanentes, em crescimento e desenvolvimento.
São vários os fatores que influenciam a sobrevivência das mudas no início do plantio:

* A habilidade dos operários durante o plantio, a firmeza do solo ao redor das raízes e a profundidade das covas.
* As condições meteorológicas após o plantio.
* A qualidade das sementes, mudas com raiz nua ou mudas em embalagem.
* Condições desfavoráveis do solo, como superfície alagada ou erosão.
* Ataque de formigas, cupins ou fungos.
* Competição de ervas daninhas.
* Danos causados por animais (criação intensiva, etc.).

As mudas destinadas ao replantio devem ser de boa qualidade, um pouco maior que o normal e com raízes bem
desenvolvidas.
O crescimento lento e deficiente, mesmo sem a ocorrência de pragas, pode ocorrer em qualquer período.
Normalmente acontece antes do fechamento do dossel. Como aspectos visíveis: a má formação das acículas ou folhas
e um crescimento anual de 1 ou 2 cm; contudo, existem vários fatores podem causar esta deficiência em crescimento
e desenvolvimento:

* Seleção errada das espécies.


* Deficiência de nutrientes.
* Drenagem insuficiente do solo ou lixiviação excessiva.
* Problemas no solo, como compactação, erosão.
* Deficiência ou ausência da associação micorrízica.
* Capinas insuficientes, criação intensiva de animais, e outras.

Através de uma correta adubação, pode-se conseguir melhorar as condições dos solos empobrecidos ou compactados,
enriquecer os solos, favorecer o crescimento das mudas, aumentar a resistência das plantas contra fungos, insetos e
doenças. A adubação é recomendada, conforme os resultados das análises de solo realizadas em laboratório e de
acordo com as exigências da espécie selecionada.

Importância dos Nutrientes mais utilizados na Adubação em Plantios Florestais

Nutriente Importância

É o elemento mais importante para a elaboração de substâncias no


Nitrogênio (N) interior da célula e na clorofila, sendo portanto fundamental para os
processos vitais da planta.

Mantém o crescimento das raízes, da inflorescência e das sementes,


Fósforo (P) favorece o processo de lignificação e é importante para a atividade da
microflora e microfauna do solo.

Influencia a atividade das enzimas, regula o balanço de água das


Potássio (K) plantas e é componente indispensável para a constituição da celulose
e do processo de lignificação.

Atua como regulador dos nutrientes das plantas, protege a formação


Cálcio (Ca) da clorofila, tem importância como elemento da estrutura das plantas
e é um bom desacidificador do solo.

Atua na formação das clorofilas e conseqüentemente tem influência na


Magnésio (Mg)
fotossíntese.

Em relação à limpeza do terreno, para evitar a competição de água, luz e nutrientes pelo mato e por ervas daninhas,
há o método manual, através de coroamentos e roçadas; o mecânico, através de gradeação superficial, e o químico,
através da aplicação de herbicidas.
Sempre que houver a competição por mato ou ervas daninhas, independente da época, deve-se fazer a limpeza.
Principalmente na época de crescimento (primavera), o plantio deve estar isento destes problemas para facilitar e
estimular um bom desenvolvimento, sem a competição.
Desbastes

Os desbastes são executados com diferentes finalidades, entre elas: o aumento da produção volumétrica, a melhoria
da qualidade do produto final e para acelerar o retorno dos investimentos, diminuindo os riscos do projeto.
Os métodos de desbaste são:

Seletivo: tem por objetivo a seleção e a proteção das melhores árvores pela eliminação da competição com as árvores
vizinhas. São classificados em:

Desbastes baixos - visam a supressão apenas de árvores dominadas (árvores que apresentam copas raquíticas
comprimidas ou unilateralmente desenvolvidas), sendo empregados com bastante freqüência em povoamentos de
Pinus. É a forma mais comum de desbaste seletivo. O resultado é um povoamento com um estrato apenas de árvores
dominantes e codominantes.

Desbastes altos - visam a retirada principalmente de árvores codominantes (árvores que apresentam copas formadas,
mas fracas, em desenvolvimento) dando às dominantes melhores condições de sobrevivência e crescimento.

Sistemático: neste desbaste não se leva em consideração a classe da copa nem a qualidade das árvores a serem
retiradas. Normalmente são retiradas linhas inteiras de árvores; sendo assim, o peso do desbaste dependerá do
número de linhas retiradas.

Seletivo-sistemático: neste caso corta-se, a cada número fixo de linhas, uma linha inteira e nas linhas que ficam faz-
se um desbaste seletivo, de onde se retiram as piores árvores (finas, bifurcadas, quebradas).

Graus de intensidade dos desbaste


Desbaste baixo
Leve Elimina além das árvores doentes, as oprimidas.

Moderado Retira árvores doentes e dominadas.

Forte Árvores doentes, dominadas e algumas dominantes e codominantes.

O povoamento fica somente composto por árvores com boa forma de


Muito forte fuste e copa, com bom espaço para crescimento e com distribuição
simétrica no sítio.

Desbaste alto

São retiradas todas as árvores mortas, esmorecidas e doentes.


Além destas, eliminam-se algumas árvores das classes
Leve
dominantes, para aumentar o espaço vital dos elementos deste
grupo.

As árvores do corte final são em geral selecionadas. Beneficia um


Forte
certo número de árvores de melhor incremento do povoamento.

           

Outros métodos de desbastes que são utilizados:

Arruda Veiga: para este método, existe um limite máximo de assimilação dos fatores disponíveis como luz, água e
nutrientes em relação à área basal do povoamento.

Deichmann: método desenvolvido especificamente para povoamentos de Araucaria angustifolia. Baseia-se no espaço
ocupado pelo crescimento.

Pré-selecionado: consiste na seleção de árvores que ficarão para o corte final. O intervalo entre os desbastes, de
aproximadamente três anos, sempre retirando as árvores mais próximas das selecionadas, visa dar melhor condição
de luz, água e nutrientes às selecionadas.
Podas

A poda, que também é designada por derrama, desrama ou derramagem, é a supressão e o corte de galhos ou ramos
ao longo do fuste, sendo uma alternativa viável para obtenção de madeira e produtos de alta qualidade, sem
ocorrência de nós.
Nó é o ponto de inserção de um ramo no fuste da árvore. Nesse local as fibras sofrem um desvio de direção, afetando
o valor tecnológico da madeira pela sua inserção, forma, sanidade e localização. Há vários tipos de nós, conseqüências
da não efetivação da poda, ou de podas bem ou mal conduzidas.

Nó vivo: é aquele que faz parte da madeira em conseqüência de poda bem conduzida. O corte do galho é rente à
casca, permitindo uma boa cicatrização. A madeira apresentará desenhos característicos que agregam beleza e valor
comercial.

Nó soltadiço: nó aparentemente solto, mas que não é possível retirar com a pressão dos dedos. Afeta negativamente a
qualidade do produto.

Nó morto ou solto: pode cair com a pressão dos dedos. Restringe o uso da madeira para fins menos nobres.

A poda pode ser natural, ou seja, ao longo do tempo, conforme fatores genéticos e densidade do plantio, os galhos
secam e caem. A desrama natural, geralmente, é bastante eficiente em florestas de eucalipto.
A desrama natural pode ser acelerada pelo manejo da densidade do povoamento, embora com sacrifício do
crescimento em diâmetro. O processo mais simples consiste em desenvolver e manter um estoque inicial denso o que,
além de manter os galhos inferiores pequenos, causa-lhes também a morte. Geralmente, isso representa o melhor
meio para condução de povoamentos de eucalipto, pois não só estimula a desrama natural, como também impede que
os troncos se tornem curvos e engalhados.
Já a poda artificial vem a ser a operação de corte dos galhos, objetivando a produção de “madeira limpa”, ou seja,
isenta de nós, em rotação mais curta que a exigida com desrama natural, e também para prevenir a formação de nós
soltos, produzindo madeira com nós firmes, mas não necessariamente limpa.
A poda artificial, além de evitar a ocorrência de nós que desvalorizam a madeira, também apresenta as seguintes
vantagens:

* Evitar a presença de nós na madeira.


* Beneficiar o controle e combate a incêndios.
* Facilitar os trabalhos de relascopia e manejo.

Há, entretanto, alguns danos causados pela poda artificial: em galhos muito grossos, pode ocorrer a formação de
bolsas de resina, prejudicando a qualidade da madeira, e na poda de galhos verdes poderá ocorrer o ataque de fungos
e bactérias, causando o apodrecimento das pontas dos galhos.
Quando a finalidade da madeira a ser obtida for para laminados, faqueados e serraria, a poda se torna necessária. Já
para madeiras destinadas para aglomerados e fábrica de papel e celulose, a poda é dispensada.
O DAP é o fator decisivo para determinar o momento adequado para a execução da poda. É indicado podar as
melhores árvores em diâmetro, que possuam:

* Fuste sem bifurcações.


* Galhos finos.
* Copa bem desenvolvida.
* Ausência de doenças ou pragas.

É importante ressaltar que a parte mais valiosa da madeira (seu volume) está concentrada na parte inferior do fuste.
Portanto, a altura da poda deve ser de no mínimo 5 metros e não mais que 10 metros do solo.
Tipos de poda:

Poda seca: os galhos mortos e secos são eliminados. Pode ser realizada em qualquer período do ano.

Poda verde: os galhos vivos, na maior parte da área com sombra da copa viva, são eliminados. É importante ressaltar
que esta poda, realizada fortemente, pode provocar perdas de crescimento na altura e no diâmetro da árvore; por
isso, deve atingir no máximo, um terço da copa viva. A melhor época para proceder esta poda é a de menor
crescimento vegetativo, em que a cicatrização é mais rápida.

Procedimento da Poda

Em função dos tipos de equipamentos (poda manual ou com máquinas), uma árvore sempre deverá ser podada no
sentido horário, com o intuito de ter o corte mais perto possível da casca. O corte deve ser em um único golpe, para
não arrebentar o resto do galho.
Proteção Florestal

Pragas e Doenças

As pragas que representam a maior importância econômica são: as formigas cortadeiras em primeira instância, que
ocorrem e devem ser controladas durante toda a fase do projeto; em segunda, no caso de plantios de eucalipto, pode-
se considerar os cupins, na fase mais juvenil, e as lagartas, como a Thyrinteina arnobia na fase mais adulta,
principalmente.
Outra praga comum e causadora de sérios problemas é causada pelo fungo Puccina psidii Winter (ferrugem do
eucalipto). A primeira ocorrência da ferrugem, causando danos, aconteceu no Espírito Santo, nos anos 70, em plantios
de Eucalyptus grandis, com idade inferior a dez anos. Além de ocorrer em mudas de viveiro, a ferrugem pode atingir
também plantas jovens no campo até os dois anos de idade, reduzindo a produtividade da cultura e podendo levar à
morte os indivíduos mais debilitados.
Em relação aos plantios de pinus, o macaco-prego (Cebus apella), vem causando danos consideráveis. O macaco-
prego ocorre em praticamente em toda a América do Sul, a leste dos Andes, apresentando uma grande adaptabilidade
às condições ambientais e uma grande diversidade comportamental. Tem o hábito de arrancar a casca das árvores
para alimentar-se da seiva, que tem sabor doce. Ao romper a casca, a árvore fica sem proteção e a circulação da seiva
é interrompida. A árvore fica extremamente debilitada e suscetível ao ataque da vespa-da-madeira, que, em termos
de danos econômicos, é uma das principais pragas. Outra praga que vem causando danos é o pulgão (Cinara pinivora
e Cinara atlantica) que hoje, ocorre em várias regiões de Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
O controle de formigas cortadeiras pode ser desenvolvido como citado anteriormente, e para o controle de lagartas
tem se usado muito o lagartecida biológico, que tem como agente a bactéria Bacillus thuringiensis, cujos nomes
comerciais são o Dipel e o Bac control.

Incêndios Florestais

Entende-se por incêndio florestal todo fogo sem controle sobre qualquer vegetação, podendo ser provocado pelo
homem (intencionalmente ou por negligência), ou por fonte natural (raio).
Anualmente, após as geadas, ocorre a estação seca, por um período crítico que se estende do mês de julho até
meados de outubro. Neste período a vegetação torna-se suscetível a incêndios.
Os incêndios florestais, casuais ou propositados, são causadores de grandes prejuízos, tanto no meio ambiente quanto
ao próprio homem e a suas atividades econômicas. No período de 1983 a 1988 no Brasil, os incêndios destruíram uma
área de 201.262 hectares de reflorestamento, que representa aproximadamente 154 milhões de dólares para o seu
replantio, fora o prejuízo direto.
As causas dos incêndios podem variar bastante de região para região. No Brasil, há 8 grupos de causas: raios,
queimadas para limpeza, operações florestais, fogos de recreação, o ocasionado por fumantes, por incendiários,
estradas de ferro e diversos.
Os incêndios, devido principalmente às condições meteorológicas, não ocorrem com a mesma freqüência durante
todos os meses do ano. Pode haver também uma variação das épocas de maior ocorrência de incêndios entre as
regiões do país, devido às condições climáticas ou às diferenças nos níveis de atividades agrícolas e florestais. Da
mesma maneira, os incêndios não se distribuem uniformemente através das áreas florestais. Existem locais onde a
ocorrência de incêndios é mais freqüente, como por exemplo os próximos a vilas de acampamentos, margens de
rodovias, estradas de ferro, proximidades de áreas agrícolas e pastagens.
A proteção das florestas, bem como a de povoamentos florestais, torna-se eficiente quando existe um planejamento
prévio das atitudes e atividades a serem tomadas ou implementadas nas diferentes situações que podem apresentar.
Quanto ao controle de incêndios florestais, o processo preventivo tem se mostrado como o de maior eficiência, através
de aceiros manuais e mecânicos, gradagens internas ao povoamento e um bom sistema de vigilância; este, muito
praticado entre empresas florestais vizinhas, num sistema de cooperativismo.

Planos de Proteção

É necessária a observação de vários fatores existentes na área em questão:

* O problema do fogo na unidade a ser protegida.


* Os aspectos físicos da área.

Causas mais freqüentes de incêndios, épocas e locais de maior ocorrência, classes de material combustível e
delimitação de zonas prioritárias são informações indispensáveis para a elaboração de um plano. Este plano deve
incluir as ações propostas para a prevenção, detecção e combate aos incêndios e o registro sistemático de todas as
ocorrências.
Classes de Combustível

Os tipos de vegetação influenciam de maneira significativa no potencial de propagação dos


incêndios.
Tipo de formação vegetal Propagação

Povoamentos de coníferas Mais rápida e intensa

Povoamentos de folhosas Mais lenta

Florestas plantadas Mais rápido

Florestas naturais Mais lenta

Pastagens e campos Mais rápida, principalmente após geada

Os mapas de combustível, ou cartas de vegetação, permitem prever as áreas nas quais o fogo apresenta maior risco
de propagação.

Zonas Prioritárias

É preciso definir as áreas que devem ser prioritariamente protegidas, embora todas as áreas sejam de grande
importância. Áreas experimentais, pomares de sementes, nascentes de água, áreas de recreação, instalações
industriais e zonas residenciais são exemplos de áreas prioritárias.

Plano Operacional

a) Prevenção

A prevenção dos incêndios florestais envolve, na realidade, dois níveis de atividades, a redução das causas (através de
campanhas educativas, legislação específica e medidas de controle) e a redução do risco de propagação, que consiste
em dificultar ao máximo a propagação dos incêndios que não forem possíveis de evitar. Pode ser feito através da
construção de aceiros, da redução do material combustível e da adoção de técnicas apropriadas de silvicultura
preventiva.

b) Detecção

É a primeira etapa do combate a um incêndio. Pode ser fixo, móvel ou auxiliar, dependendo das condições locais e da
disponibilidade de recursos da empresa responsável pela proteção da área.
A detecção fixa é feita através de pontos fixos de observação, torres metálicas ou de madeira. A altura da torre
depende da topografia da área e da altura da floresta a ser protegida. As torres são operadas por pessoas ou por
sensores automáticos à base de raios infravermelhos, que detectam o incêndio devido à diferença de temperatura
entre o ambiente e a zona de combustão.
A móvel é feita através de operários a cavalo, em veículos ou em aeronaves leves. O patrulhamento aéreo é indicado
para áreas muito grandes, de difícil acesso.
A auxiliar é exercida voluntariamente, por pessoas que não estão ligadas diretamente ao sistema de detecção. Quando
bem conscientizadas, através de programas educativos, as pessoas que vivem nas imediações ou transitam pela
floresta podem comunicar a existência de focos de incêndio.
Passos básicos na detecção dos incêndios:

* Comunicar à pessoa responsável pelo combate todos os incêndios que ocorrerem na área protegida, antes que o
fogo se torne muito intenso, de modo a viabilizar o combate o mais rápido possível; o ideal é cumprir este objetivo em
no máximo 15 minutos após iniciado o fogo.
* Localizar o fogo com precisão suficiente para permitir à equipe do combate chegar ao local pelo acesso mais
curto, no menor intervalo de tempo possível.

c) Combate

Equipes treinadas, equipamentos adequados, mobilização rápida, plano de ataque já estabelecido - é o necessário
para proceder um combate eficiente.
Os equipamentos, incluindo as ferramentas manuais, devem ser de uso exclusivo no combate aos incêndios florestais.
O tipo e a quantidade de equipamentos para o combate a incêndios depende de vários fatores, tais como:
características locais, tipo de vegetação, tamanho da área, número de equipes e disponibilidade financeira.

d) Registro das ocorrências


Com base nesses registros é que se pode obter informações sobre causas, épocas e locais de ocorrência, tempo de
mobilização, duração do combate, número de pessoas envolvidas, equipamento utilizado, área queimada, vegetação
atingida e outros fatores.

Custos da Operação

Na última década, a silvicultura brasileira tem se destacado não somente no cenário interno como também tem sido
referência àqueles países cujos produtos florestais contribuem significativamente na geração de divisas.
A grande evolução tem sido baseada fundamentalmente pela introdução de novos materiais genéticos, expansão das
fronteiras e adoção de novos métodos silviculturais. Dentro desta verdadeira revolução silvicultural ocorrida e da
integração floresta/indústria, cresceu na mesma intensidade a demanda por matéria-prima de alta qualidade e a
necessidade de adequação dos custos dentro da nova realidade.
Devido às grandes extensões territoriais onde se localizam os principais povoamentos florestais, muitos são os fatores
biodiversos, como solo, clima, materiais genéticos, entre outros, que contribuem para o sucesso ou o fracasso de um
empreendimento florestal.

Limpeza do Terreno

Estes custos são constituídos basicamente por operações de roçadas, decepas, aplicação de herbicidas pós
emergentes, rebaixamento de tocos ou destocas, gradagens para trituração ou incorporação de resíduos,
enleiramento, combate às formigas e queima (limitada somente a algumas situações).
A composição destes custos , incluindo insumos, mão-de-obra e horas de máquinas, gira em torno de R$ 250,00/ha.

Conservação e Preparo do Solo

Os custos de conservação do solo estão relacionados àquelas operações cujo objetivo é manter a vida e a integridade
deste mesmo solo, principalmente no que se refere a danos provocados por erosões, perdas de nutrientes e
degradação da matéria orgânica, cuja inobservância levará a seu empobrecimento e conseqüentemente à perda da
produtividade futura.
Já os custos de preparo do solo constituem-se por operações que antecedem ao plantio, como as gradages leves ou
pesadas, gradagem bedding, subsolagem ou ripagem, coveamento e sulcamento>
A soma destas operações pode ser executada por valores médios em torno de R$ 130,00/ha.

Plantio e Replantio

Os custos deste item são intimamente dependentes do material genético usado e do método de formação das mudas,
acrescidos do custo da operação de plantio propriamente dito, incluindo-se a mão-de-obra e horas de máquinas para
realizá-lo.
A alta tecnologia empregada para produção de mudas, aliada aos sofisticados métodos de sua produção, confere à
operação de plantio um dos principais custos da formação florestal. Considerando-se que a maioria das empresas
florestais já dominam o processo de produção de mudas pelo método da propagação vegetativa ou micropropagação e
que este sistema onera significativamente o custo de formação em relação àquelas formadas diretamente a partir de
sementes, pode-se considerar para fins desta análise uma composição de 50% das mudas em cada sistema.
A densidade de plantio, ou espaçamento, é outro fator que interfere diretamente nos custos; por isso, pode-se adotar
o espaçamento médio de plantio entre 3x2 e 3x3m e um índice de reposição para replantio de 10% da população
original.
Isto posto, os custos de plantio e replantio acarretam um investimento de aproximadamente R$ 350,00/ha.
Em relação à adubação, é a operação da formação florestal de maior divergência entre às empresas, devido
basicamente as diferentes composições, fontes e dosagens dos insumos utilizados. Os principais insumos são de
origem química, mineral e orgânica; este, proveniente de material vegetal ou resíduo industrial.
Adubações consideradas padrão para uma boa formação florestal acarretam um custo da ordem de R$ 350,00/ha.

Tratos Culturais

Os tratos culturais mais dispensados nos povoamentos florestais na fase da implantação são aqueles voltados à
eliminação das ervas daninhas, cuja competição por água, luz e nutrientes compõe-se como o principal fator da perda
da produtividade florestal.
O uso de herbicidas de uma forma geral tem sido a prática mais adotada para eliminação da “matocompetição”, vindo
em seguida as capinas manuais ou mecânicas.
Estes custos representam uma parte significativa dos investimentos na formação florestal, girando em torno de R$
340,00/ha.

Manutenção do Povoamento

São todas as operações que incidem após o período de implantação florestal. Normalmente ocorrem do segundo ao
sétimo ano de idade do povoamento, também chamado de período de maturação florestal.
As principais operações neste período são o controle de pragas, readubações e controle de incêndios florestais.
No período de manutenção do povoamento (do 2º ao 7º ano), são investidos cerca de R$ 600,00/ha.
Considerações Finais

O termo silvicultura traduz perfeitamente seu significado, como sendo o cultivo de árvores, uma vez que para a
obtenção de uma produtividade florestal satisfatória, devem ser empregadas uma série de operações, também
denominadas de manejo intensivo e materiais genéticos de altíssimo valor agregado, desta forma nada devendo ao
cultivo agrícola.
Percebe-se que são investidos para formação e maturação de um maciço florestal cerca de R$ 2.000,00/ha.

Silvicultura do Eucalipto (Eucalyptus spp.)

O eucalipto é uma planta originária da Austrália, onde existem mais de 600 espécies. A partir do início deste século, o
eucalipto teve seu plantio intensificado no Brasil, sendo usado durante algum tempo nas ferrovias, como dormentes e
lenha para as maria-fumaças e mais tarde como poste para eletrificação das linhas.

No final dos anos 20, as siderúrgicas mineiras começaram a aproveitar a madeira do eucalipto, tranformando-o em
carvão vegetal utilizado no processo de fabricação de ferro-gusa. A partir daí, novas aplicações foram desenvolvidas.
Hoje encontra-se muito disseminado, desde o nível do mar até 2.000 metros de altitude, em solos extremamente
pobres, em solos ricos, secos e alagados.

Atualmente, do eucalipto, tudo se aproveita. Das folhas, extraem-se óleos essenciais empregados em produtos de
limpeza e alimentícios, em perfumes e até em remédios. A casca oferece tanino, usado no curtimento do couro. O
tronco fornece madeira para sarrafos, lambris, ripas, vigas, postes, varas, esteios para minas, mastros para barco,
tábuas para embalagens e móveis. Sua fibra é utilizada como matéria-prima para a fabricação de papel e celulose.

Produção de Mudas

A produção de mudas pode ser de duas maneiras: sexuada (com o uso de sementes) ou assexuada (por propagação
vegetativa).

Quando sexuada, deve-se considerar a disponibilidade de semente e de recipiente. A semente pode ser obtida de
árvores existentes na região ou compradas em locais especializados e os recipientes devem ser sacos plásticos,
apropriados ou comuns, previamente furados. Para a implantação de reflorestamento de eucalipto, é muito importante
a escolha da espécie que se adapte ao local e aos objetivos pretendidos, como por exemplo:

Para lenha e carvão: espécies que dêem grande quantidade de lenha em prazo curto (E. grandis, E. urophylla, E.
torilliana)

Para papel e celulose: espécies que apresentem cerne branco e macio (E grandis, E saligna, E urophylla)

Para postes, moirões, dormentes e estacas: espécies com cerne duro (para resistir ao tempo), (E citriodora, E robusta,
E globulus)

Para serrarias: espécies de madeira firme, em que não ocorram rachaduras (E dunnii, E viminalis, E grandis)

Plantio

É necessária a adoção de um conjunto de medidas silviculturais, como, por exemplo, a época do plantio (primavera ou
início do verão, conforme a espécie), preparo do solo, adubação (fertilização mineral em doses apropriadas) e tratos
culturais destinados a favorecer o crescimento inicial das plantas em campo.

Tomando-se como exemplo o preparo para fins de cultivo de eucalipto, este tem apresentado uma ampla evolução nos
últimos anos, passando desde o preparo mais esmerado até o cultivo mínimo, muito difundido e utilizado atualmente
no setor florestal. Logicamente que, quando se generaliza o uso do equipamento ou o grau de mecanização sem se
levar em conta todas as variáveis e peculiaridades de cada solo, clima e topografia, a probabilidade de dispêndio de
dinheiro sem necessidade e a degradação do solo são praticamente inevitáveis.

As espécies de Eucalyptus são altamente sensíveis à competição de ervas daninhas (até aproximadamente de 1 a 1
ano e meio) e também ao ataques de formigas (normalmente não suportam 3 ataques consecutivos).

Preparo do terreno

O preparo do terreno está relacionado com as características da área onde será realizado o plantio. O preparo do solo
para o plantio deve ser feito de maneira a propiciar maior disponibilidade de água para a cultura, visto que o regime
hídrico do solo é um fator essencial para o crescimento da maioria das espécies de eucalipo.
Geralmente as operações são realizadas na seguinte ordem:

- construção de estradas e aceiros

- desmatamento e aproveitamento da madeira

- enleiramento ou encoivaramento

- queima das leiras

- desenleiramento

- combate à formiga

- revolvimento do solo

- sulcamento e/ou coveamento

As técnicas de cultivo mínimo e plantio consorciado têm sido adotadas por muitas empresas a fim de diminuir os
danos ambientais.

Espaçamento

Visando a produção de madeira para laminação, serraria e fina para papel e celulose, geralmente são utilizados os
espaçamentos de 3,0 x 2,5 (1.333 árvores/ha) ou 3,0 x 2,0 (1.666 árvores/ha).

Com o advento dos plantios clonais, as empresas de celulose passaram a adotar espaçamentos mais largos (como o
de 3 m x 3 m), que suprem o maior espaço aos genótipos idênticos.

Na mecanização e nas atividades de colheita, o aumento do espaçamento torna-se uma necessidade visando
condições mais adequadas à produção de indivíduos com maiores dimensões, que levam a uma maior produtividade
dos equipamentos.

Métodos de Plantio

O plantio pode ser realizado através de dois métodos:

- Plantio manual: consiste inicialmente de balisamento e alinhamento, abertura de covas, distribuição de mudas e
plantio propriamente dito.

- Plantio mecanizado: consiste de um trator que transporta as mudas e abre a cova com um disco sulcador enquanto
um operário distribui as mudas. Ao mesmo tempo, duas rodas convergentes fecham o sulco. As mudas mal plantadas
são arrumadas por um operário que segue a máquina, sendo este processo utilizado para mudas de raiz nua

Tratos Culturais

 Limpeza

A limpeza é realizada até que as plantas atinjam um porte suficiente para dominar a vegetação invasora e geralmente
são feitas através de três métodos principais:

- Limpeza manual: através das capinas nas entrelinhas ou de coroamento e por roçadas na entrelinha.

- Limpeza mecanizada: utilização de grades, enxadas rotativas e roçadeiras.

- Limpeza química: utilização de herbicidas.

 Combate às formigas

A prevenção ao ataque das formigas cortadeiras deve ser realizada constantemente, através da vigilância e do
combate na fase de preparo do solo, na qual a localização e o próprio combate são facilitados.

As espécies mais comuns na região Sul são as dos gêneros Atta e Acromyrmex, geralmente combatidas com iscas
granuladas distribuídas nos caminhos e olheiros.
 Replantio

O replantio deverá ser realizado num período de 30 dias após o plantio, quando a sobrevivência deste é inferior a
90%.

Tratos Silviculturais

 Poda ou Desrama

Esta operação visa melhorar a qualidade da madeira pela obtenção de toras desprovidas de nós. O controle do
crescimento dos galhos, bem como sua eliminação, é uma prática aplicada às principais espécies de madeira. Os nós
de galhos vivos causam menores prejuízos que os deixados por galhos mortos. Estes constituem sérios defeitos na
madeira serrada.

Ocasionalmente, as árvores também são podadas para prevenir a ocorrência de incêndios florestais e para favorecer
acesso aos povoamentos, durante as operações de desbastes, inventário e combate à formiga.

São dois os tipos de desrama:

- Desrama natural: é bastante eficiente em floresta de eucalipto, sendo que nenhuma medida especial deve ser
tomada a fim de promovê-la. O processo mais simples consiste em desenvolver e manter um estoque inicial denso, o
que, além de manter os galhos inferiores pequenos, causa-lhes também a morte.

- Desrama artificial: o objetivo mais tradicional desta prática é a produção de madeira limpa ou isenta de nós em
rotação mais curta que a exigida com desrama natural. A desrama artificial pode ser feita também para prevenir os
nós soltos, produzindo desta forma madeira com nós firmes. Este esforço pode não oferecer recompensas muito
valiosas, porém envolve um período de espera menor.

 Desbaste

Os desbastes são cortes parciais realizados em povoamentos imaturos, com o objetivo de estimular o crescimento das
árvores remanescentes e aumentar a produção da madeira utilizável. Nesta operação, removem-se as árvores
excedentes, para que se possa concentrar o potencial produtivo do povoamento num número limitado de árvores
selecionadas.

Para determinar a intervenção, é preciso conhecer-se o incremento médio anual e corrente da floresta. Quando o
incremento do ano passar a ser menor que o médio até a idade correspondente à ultima medição, tendendo portanto a
baixar a média geral da produção da floresta, este seria o ano para a sua intervenção. Esta análise é possível
mediante a realização de inventários contínuos.

Nos desbastes, as vantagens em consequência da competição devem ser, pelo menos em parte, preservadas. Assim,
num programa de desbaste, para rotações relativamente longas, o número de árvores deve ser reduzido
gradativamente, porém a uma taxa substancialmente mais rápida do que seria em condições naturais.

A seleção das árvores a serem desbastadas é caracterizada da seguinte forma:

- Posição relativa e condições de copa (dominantes)

- Estado de sanidade e vigor das árvores

- Características de forma e qualidade do tronco

O principal efeito favorável do desbaste é estimular o crescimento em diâmetro das árvores remanescentes.

A variação no diâmetro das árvores induzidas pelos desbastes é muito ampla. Desbastes leves podem não causar
efeito algum sobre o crescimento, embora seja possível, em razão dos desbastes pesados, conseguir uma produção
constituída de árvores com o dobro do diâmetro que, durante o mesmo tempo, elas teriam sem desbastes.

Os desbastes também tendem a desacelerar a desrama natural e a estimular o crescimento dos galhos. A única
vantagem disso é que os galhos permanecem vivos por mais tempo e, desse modo, reduz-se o número de nós soltos
na madeira.

Métodos de desbaste

- Desbaste sistemático: Aplicados em povoamentos altamente uniformes, onde as árvores ainda não se diferenciaram
em classes de copas. Aplicam-se em povoamentos jovens não desbastados anteriormente. É mais simples e mais
barato. Permite mecanizar a retirada das árvores.

- Desbaste seletivo: Implica na escolha de indivíduos segundo algumas características, previamente estabelecidas,
variadas de acordo com o propósito a que se destina a produção. As árvores removidas são sempre as inferiores,
dominadas ou defeituosas. Este método é mais complicado, porém permite melhor resultado na produção e na
qualidade da madeira grossa.

Manejo Florestal

Conceito

A conceituação de manejo florestal está associada, inicialmente, aos determinantes do desenvolvimento em bases
sustentáveis que são: promover o capital natural, o capital humano e institucional e ser objeto de análise econômica.
Nesse aspecto, não se descarta a análise de custos e benefícios, apesar de suas limitações, como instrumento
fundamental na tomada de decisões visando à proteção ambiental. Assim, o manejo de florestas nativas deve englobar
um conjunto de procedimentos e técnicas que assegurem:

1.A permanente capacidade da floresta oferecer produtos e serviços, diretos e indiretos.

2.A capacidade de regeneração natural.

3.A capacidade de manutenção da biodiversidade.

Para que os empreendimentos florestais se enquadrem nesse contexto, devem evoluir em rentabilidade, prever
segurança e sustentabilidade. Caso contrário, não apresentarão viabilidade econômica, social e ecológica e, portanto,
garantia de rendimento sustentado.
Essas premissas permitem conceituar manejo florestal em Regime de Rendimento Sustentado como sendo o
planejamento, o controle e o ordenamento do uso dos recursos florestais disponíveis, de modo a obter o máximo de
benefícios econômicos e sociais, respeitando os mecanismos de auto-sustentação do ecossistema objeto do manejo.
As atividades de manejo não degradam a floresta se corretamente conduzidas, porém, podem alterar a qualidade do
ecossistema por influir na distribuição e composição das espécies e nos processos ambientais.

Fases do Empreendimento

 Planejamento

A fase de planejamento envolve o conhecimento dos recursos florestais sob os aspectos auto-ecológicos e
sinecológicos, ou seja, o estudo individual das espécies ocorrentes e o estudo da comunidade florestal como um todo.
Nessa etapa, desenvolvem-se os estudos para a caracterização geral da cobertura vegetal, regional e local, o
inventário florestal e a análise estrutural da floresta, visando a planificação da exploração racional, embasada nas
condições silviculturais e tendências de desenvolvimento futuro. Com base nesses estudos, também se efetiva, nessa
fase, a planificação das operações de manejo e dos tratos silviculturais.

Cobertura vegetal da área em estudo - identificação e mapeamento da cobertura vegetal da área do empreendimento,
considerando as delimitações das diferentes tipologias vegetais existentes (campos, matas, capoeiras, outras), áreas
de preservação permanente e outras áreas destinadas à preservação e proteção.

Inventário florestal - o inventário florestal visa o levantamento das informações qualitativas e quantitativas dos
recursos florestais do empreendimento. É realizado dentro de parâmetros estatísticos predefinidos, objetivando o
conhecimento da precisão e o nível de probabilidade dos resultados. A seleção da metodologia de trabalho para o
desenvolvimento do inventário florestal, previamente estabelecida, deverá abranger:

1.Processo de amostragem : discorrer e justificar o processo de amostragem selecionado. Normalmente, em


inventários de florestas nativas, são utilizados os processos de amostragem aleatória restrita (estratificada), processo
sistemático e misto.

2.Métodos de amostragem : descrever o método de amostragem selecionado, ou seja, as metodologias utilizadas na


abordagem referentes às unidades amostradas.

3.Intensidade de amostragem : o número de amostras a serem instaladas está intimamente interligado à precisão
estatística preestabelecida. Normalmente é realizado o “inventário piloto” que determinará a intensidade amostral
necessária para satisfazer a precisão desejada.

4.Mapeamento da amostragem : deverá ser feito o “layout” das amostras. Em campo, as unidades amostrais devem
ser bem marcadas, para permitir fácil visualização.
5.Dados coletados em campo : informar quais os dados coletados em campo, como DAP (diâmetro à altura do peito),
altura total e comercial, informações relativas à qualidade das árvores e outras de interesse. Informar quais
instrumentos de medição foram utilizados.

6.Amostragem da regeneração natural : descrever e justificar a metodologia utilizada para a abordagem dos
indivíduos de regeneração natural.

7.Processos de cálculos : informar quais os processos de cálculos utilizados (relações dendométricas, equações de
volumes, etc).

8.Análise estatística : informar qual a precisão e o nível de probabilidade utilizado e os resultados da análise
estatística.

9.Relatório dos resultados : listagem das espécies ocorrentes (nome regional e científico); número de árvores por
espécie e classe de diâmetro por hectare e para área total; área basal e volume por espécie e classe de diâmetro, por
hectare e total; quantificar, por espécie e por hectare, o volume e o número de indivíduos considerados como estoque
em crescimento e adultos.

10.O relatório da amostragem de regeneração deverá conter : lista das espécies (nome regional e científico);
abundância e a freqüência dos indivíduos de regeneração por hectare e total.

Análise estrutural

Há uma grande variação de métodos a serem empregados para a análise estrutural da floresta, considerando
requisitos básicos estabelecidos internacionalmente. Dentre os métodos utilizados, distinguem-se os processos
clássicos de investigação científica para obtenção de informações quali-quantitativas, definidos pelos parâmetros da
estrutura horizontal e vertical da floresta.

1.Estrutura Horizontal : a estrutura horizontal é analisada pelos índices de abundância, dominância e freqüência das
espécies florestais, nos termos absoluto e relativo de ocorrências. A combinação desses parâmetros fornece o Índice
de Valor de Importância - IVI. O estudo permite quantificar a participação de cada espécie em relação às outras e a
verificação da forma de sua distribuição espacial.

2.Estrutura Vertical : a finalidade da análise estrutural vertical é a indicação do estágio sucessional das espécies
dentro da floresta. O estudo dos estratos superior, médio e inferior permite o conhecimento de dois índices de
interesse: posição sociológica e regeneração natural das espécies existentes. Os dados de regeneração natural e
posição sociológica de cada espécie, combinados com os índices de abundância, dominância e freqüência,
determinados pela análise horizontal, fornecerá o Índice de Valor Ampliado (IVIA) de cada espécie, caracterizando sua
importância fitossociológica dentro da floresta estudada.

O Relatório de Análise Fitossociológica deverá citar a metodologia utilizada para o desenvolvimento da análise
estrutural, os resultados obtidos e a conclusão deles. Poderá ser acompanhado do perfil esquemático da floresta.

Planificação das operações de manejo

A planificação das operações de manejo considera:

1.Instalação das parcelas permanentes: as parcelas permanentes têm como objetivo a avaliação contínua dos
parâmetros indicativos do comportamento e desenvolvimento da floresta, nas condições naturais e sob condições de
manejo florestal. Os parâmetros de avaliação da evolução do crescimento e do comportamento da regeneração natural
das espécies deverão ser estudados em período de tempo preestabelecido, visando ao acompanhamento dessas
variáveis ao longo do tempo.

2.Seleção das espécies a serem exploradas: as espécies serão selecionadas para a exploração segundo suas
potencialidades econômicas e suas características fitossociológicas dentro da floresta. A intensidade e os ciclos de
corte deverão ser planejados e executados de forma compatível com a capacidade da floresta em assegurar a
permanente geração de produtos e serviços, conservar a biodiversidade e garantir a capacidade de regeneração.

3.Equipamentos a serem utilizados: seleção dos equipamentos a serem utilizados na exploração, arraste e transporte
dos toros, considerando as condições do meio e o mínimo possível de impacto negativo no ambiente.

4.Planificação da rede viária e estaleiros: os caminhos florestais na área do empreendimento, visando ao acesso e
condições de transporte do material lenhoso explotado, deverão ser planejados e construídos considerando-se as
condições de acessibilidade e curvas de nível do terreno, com a otimização da rede viária já existente.

5.Planificação das etapas da exploração: as etapas de exploração, que envolverão a marcação visual nos indivíduos a
serem explorados, derrubada, desgalhamento, traçamento, arraste, estaleiramento e transporte de material lenhoso,
deverão ser planejadas considerando as condições do ambiente e de forma a causar o menor impacto ambiental
possível.

Planificação dos tratos silviculturais - a exploração deverá considerar as características silviculturais, volume e
distribuição das espécies. Poderão ser aplicados métodos que promovam melhores condições de desenvolvimento da
regeneração natural e que melhorem a qualidade do perfil da floresta

Fase da Instalação

A fase de instalação do empreendimento envolverá as etapas de alocação das parcelas permanentes e a construção da
rede viária, de estaleiros, da infra-estrutura e sede do empreendimento.

Fase da Execução da Exploração

Nessa fase, ocorrem a exploração dos indivíduos das espécies previamente selecionadas e demarcadas e a aplicação
dos tratos silviculturais planejados.

Impactos Ambientais e Monitoramento das Atividades

Diretrizes Ambientais: Conceitos de Avaliação, Estudos e Relatórios de Impactos Ambientais

 Impacto Ambiental

Considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente,
causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente,
afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota, as condições
estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais.

 Avaliação de Impacto Ambiental (AIA)

Instrumento de política ambiental, formado por um conjunto de procedimentos capazes de assegurar, desde o início
do processo, que se faça um exame sistemático dos impactos ambientais de uma ação proposta (projeto, programa,
plano ou política) e de suas alternativas, e cujos resultados sejam apresentados de forma adequada ao público e aos
responsáveis pela tomada da decisão, e por eles considerados. Além disso, os procedimentos devem garantir adoção
das medidas de proteção do meio ambiente, determinada no caso de decisão da implantação do projeto.

 Estudo de Impacto Ambiental (EIA)

É um instrumento constitucional da Política Ambiental um dos elementos do processo de avaliação de impacto


ambiental. Trata-se da execução, por equipe multidisciplinar, das tarefas técnicas e científicas destinadas a analisar,
sistematicamente, as consequências da implantação de um projeto no meio ambiente, por métodos de AIA e técnicas
de previsão dos impactos ambientais. O estudo de impacto ambiental desenvolverá no mínimo as seguintes atividades
técnicas:
1- Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto: completa descrição e análise dos recursos ambientais e
suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do
projeto, considerando:

O subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a


topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos de água, o regime
Meio físico hidrológico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas.

Os ecossistemas naturais - a fauna e a flora - destacando as espécies


Meio
indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico,
biológico
raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente.
O uso e ocupação do solo, os usos da água e a sócio-economia,
Meio sócio- destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais
econômico da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os
recursos ambientais e o potencial de utilização desses recursos.

2 - Descrição do projeto e suas alternativas

3 - Etapas de planejamento, construção, operação

4 - Delimitação e diagnóstico ambiental da área de influência: definir os limites da área geográfica a ser direta ou
indiretamente afetada pelos impactos,denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a
bacia hidrográfica na qual se localiza.

5 - Identificação, medição e valorização dos impactos: identificar a magnitude e interpretação da importância dos
prováveis impactos relevantes, discriminando os impactos positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e
indiretos, imediatos e a médios e longos prazos, temporários e permanentes, seu grau de reversibilidade, suas
propriedades cumulativas e sinérgicas, distribuição de ônus e benefícios sociais.

6 - Identificação das medidas mitigadoras: aquelas capazes de diminuir o impacto negativo, sendo, portanto,
importante que tenham caráter preventivo e ocorram na fase de planejamento da atividade.

7 - Programa de monitoramento dos impactos

8 - Preparação do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)

Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)

Documento que apresenta os resultados dos estudos técnicos e científicos de avaliação de impacto ambiental.
Constitui um documento do processo de avaliação de impacto ambiental e deve esclarecer todos os elementos da
proposta em estudo, de modo que possam ser divulgados e apreciados pelos grupos sociais interessados e por todas
as instituições envolvidas na tomada de decisão.

O relatório refletirá as conclusões do estudo de impacto ambiental:

a.Objetivos e justificativas do projeto

b.A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, especificando para cada um deles, nas fases de
construção e operação a área de influência, as matérias-primas e mão-de-obra, as fontes de energia, os processos e
técnicas operacionais, os prováveis efluentes, emissões, resíduos de energia, os empregos diretos e indiretos a serem
gerados

c.A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da área de influência do projeto

d.A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação da atividade, considerando o projeto,
suas alternativas, os horizontes de tempo de incidência dos impactos e indicando os métodos, técnicas e critérios
adotados para sua identificação, quantificação e interpretação

e.A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparando-as

f.Diferentes situações da adoção dos projetos e suas alternativas, bem como a hipótese de sua não realização

g.A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aos impactos negativos, mencionando
aqueles que não puderem ser evitados e o grau de alteração esperado

h.O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos

i.Recomendação quanto à alternativa mais favorável (Conclusões)

Plano de Controle Ambiental (PCA)

O Plano de Controle Ambiental reúne, em programas específicos, todas as ações e medidas minimizadoras,
compensatórias e potencializadoras aos impactos ambientais prognosticados pelo Estudo de Impacto Ambiental - EIA.
A sua efetivação se dá por equipe multidisciplinar composta por profissionais das diferentes áreas de abrangência,
conforme as medidas a serem implementadas.

Exploração

Idade de corte

A condução dos talhões de eucalipto geralmente é realizada para corte aos 7, 14, e 21 anos. São 3 ciclos de corte para
uma mesma muda original. De acordo com a região e o tipo de solo, o ciclo de corte poderá ser menor (a cada 5 ou 6
anos). Tudo está ligado ao objetivo da plantação de eucalipto (lenha, carvão, celulose, mourões, poste, madeira de
construção ou serraria).

Limpeza da área para corte

Quando o povoamento de eucalipto de um talhão atinge a idade para o primeiro corte, deve-se efetuar a limpeza do
local. A eliminação do mato ralo e da capoeira existentes na área do eucalipto facilita os trabalhos de corte e retirada
de madeira. Depois da limpeza da área, mas antes de se efetuar o corte das árvores, deve-se proceder uma vistoria
para controle das formigas, pois estas são muito danosas e impedem a rebrota das cepas de eucalipto.

Capacidade de rebrota das cepas de eucalipto

A rebrota do eucalipto é variável conforme a espécie. As espécies E. saligna, E. urophylla, E. citriodora apresentam
boa rebrota; já as espécies E. grandis e E. pilularis apresentam má brotação.

Época de corte

A capacidade de rebrota das cepas de eucalipto varia conforme a época. Geralmente a sobrevivência dos brotos é
maior quando se cortam as árvores na época chuvosa (primavera).

Altura de Corte

A altura de corte em relação ao terreno define a percentagem de sobrevivência das brotações. Deve-se cortar bem
próximo do solo, deixando-se o mínimo de madeira na cepa da árvore. O corte deverá ser chanfrado ou em bisel. As
espécies com boa brotação devem ser cortadas a uma altura média de 5 cm acima do solo. As espécies com baixa
capacidade de rebrota deverão ser cortadas a uma altura de 10 a 15 cm da superfície do solo. Poderá ser feito a
machado ou com motosserra.

Diâmetro das cepas

O vigor das brotações do eucalipto está ligado com o diâmetro das cepas. O número de brotos aumenta a medida que
o diâmetro das cepas aumenta.

Manejo da Brotação
Limpeza das Cepas

Consiste em limpar-se ao redor das cepas de eucalipto, retirando-se a galhada, folhas, cascas, evitando o abafamento
da brotação. Deve-se evitar que a madeira cortada seja empilhada sobre as cepas. A entrada de caminhão para
retirada da madeira pode prejudicar as brotações. Não deve ser utilizado o fogo para limpeza da área, pois este é
inimigo das brotações do eucalipto.

Gradagens

O eucalipto é exigente em solo bem preparado. Por isso, nas áreas de eucalipto em brotação devem ser realizadas
gradagens entre as ruas de cepas. O uso da grade de discos elimina as ervas daninhas e poda as raízes das cepas,
aumentando-lhes o vigor.

Desbrota das cepas

Quando os brotos apresentarem de 2,5 a 3 m de altura, ou seja, após 10 a 12 meses do corte das árvores, efetua-se a
desbrota.

Isso deve ser feito no período quente e chuvoso, para garantir o crescimento da brotação. Conforme o tamanho da
cepa, deixa-se a seguinte quantidade de brotos:

Cepas menores que 8 cm: apenas um broto.

Cepas maiores que 8 cm: de 2 a 3 brotos.

Adubação para brotação

Na véspera do corte das árvores, aplica-se de 100 a 150 gramas de fertilizantes por cepa, da fórmula 10:30:10. A
aplicação é feita nas entrelinhas do eucalipto, em sulco ou a lanço. As cepas tem melhor brotação.

Interplantio

Consiste no plantio de mudas ao lado do tronco de eucalipto que não tenha brotação. Por isso, de 2 a 3 meses após o
corte das ávores, efetua-se um levantamento das cepas não brotadas. Identifica-se os locais para o plantio.

Plantam-se mudas bem desenvolvidas com 6 a 8 meses de idade, especialmente produzidas no viveiro. Deve-se abrir
covas bem grandes, durante a estação chuvosa, ao lado das cepas mortas. O ideal é efetuar adubação de cova, a base
de 150 gramas da fórmula 10:30:10.

Doenças Causa Ação na planta Controle


A insolação do período Recobrir o solo
da tarde incide na areia A maioria das árvores ao redor do
e atinge, por reflexão, afetadas permanece viva e tronco com a
porções basais no reage a essas lesões por vegetação
Escaldadura tronco, danificando as calejamento, formando capinada; ou
do caule árvores pelo efeito cancros típicos. A área recomenda-se
provocado por danificada é invadida por nestas áreas
temperaturas parasitas fracos que espécies que
excessivamente aumentam a lesão. possuam casca
elevadas. espessa.
Recomenda-se
Queima da folhagem do terço em áreas de
Frio intenso com basal, ou terço basal- ocorrência de
Geada
ocorrência de geadas. intermediário ou de toda a geada o plantio
copa. de espécies
resistentes.
Afogamento Plantios e tratos Aterramento de parte do Plantios e tratos
do coleto culturais mal caule das mudas ou plantas culturais bem
conduzidos, ou jovens. Em plantas feitos em áreas
enxurradas. tolerantes, ocorre sujeitas a
hipertrofiamento na porção enxurradas;
do caule aterrada e produção construção de
de novas raízes; em plantas terraços para
intolerantes, as raízes iniciais
vão morrendo, as plantas
ficam debilitadas e há o
contenção da
aparecimento de lesões
água.
necróticas causadas por
patógenos fracos (Fusarium
sp. e Cylyndrocladium)
Em viveiros e casas de Controle na
Necroses ou manchas
Fitotoxidade vegetação, a aplicação aplicação de
amareladas e esbranquiçadas
em mudas de adubos, defensivos, inseticidas,
nas superfícies dos limbos.
acaricidas e inseticidas. herbicidas, etc.
Tecidos da casca e
câmbio são mortos ou
calcinados. Podem
ocorrer cancros típicos
quando acontece a Controle de
Fogo Temperaturas elevadas. calcinação. Nas incêndios
árvores que não florestais.
morrem, ocorre a
redução no ritmo de
crescimento.

Resposta a uma
agressão mecânica O seu controle
Por trincas ocasionadas ou
(estrangulamento por depende de uma
inchamento no tronco, há o
Gomose cipó, dano por insetos, proteção a
escorrimento anormal de uma
geada, fogo, seca e agressões
substância marrom.
ventos, fatores edafo- mecânicas.
climáticos adversos).
Gomose generalizada,
Evitado com o
Pau-preto coloração preta da superfície
Reação da planta a plantio de
(gomose da casca de árvores adultas,
fatores adversos do plantas
mais resultante da exsudação de
ambiente. resistentes a
intensa) goma em vários pontos do
fatores adversos.
tronco. Não causam a morte.

Pragas e Doenças

Principais doenças abióticas do Eucalipto

Ainda como doenças abióticas pode-se citar:

 Déficit hídrico em eucalipto

A falta de água acarreta distúrbios fisiológicos no eucalipto, em viveiros a falta de irrigação pode levar as mudas à
murcha permanente.

Sintomas

Em eucaliptos de 0,5 a 1,5 anos, há seca dos ponteiros, de galhos, e da haste principal; a necrose é em forma de V
invertido em folhas ainda fixas; folhas com sintomas de deficiência mineral (clorose marrom pálida); necroses
irregulares (trips); cancros pequenos; fendas e rugosidade na haste principal.

Eucalitptos com mais de 1,5 anos, são pouco afetados pelo déficit hídrico, com exceção do Eucalyptus grandis.
Em eucaliptos com mais de 4 anos, não se apresentam sintomas externos.

 Solos encharcáveis

Devido à retenção de água ou ao levantamento do lençol freático, ocorre a deficiência de oxigênio para as raízes e
microorganismos, elevando a concentração de gás carbônico.

Sintomas

Plantas raquíticas que morrem prematuras.


Ocorre a seca dos ponteiros em galhos e na haste principal em árvores tolerantes.
Há o lançamento de folhas anormais em árvores adultas e vários sintomas de deficiência de minerais.
Excesso de folhas nos talhões, principalmente após o primeiro corte.

 Seca de ponteiros do eucalipto

Ocorre em regiões encharcadas, e onde a drenagem é insatisfatória ou onde o lençol freático é muito alto.

Sintomas

Lesões na extremidade da haste principal e dos pontos de inserção dos seus galhos e ramos; tais lesões podem causar
anelamento e cancro. Esta doença é caracterizada pela inserção dos galhos com a haste principal, e pela inserção dos
ramos e pecíolos.

Causas

Devido à ocorrência de um distúrbio fisiológico nas árvores de eucalipto, aparecem como consequência a inserção dos
galhos com a haste principal, e a inserção dos ramos e pecíolos, predispondo as árvores ao ataque de fungos parasitas
facultativos.

Controle

Plantio de procedências ou clones de eucalipto tolerantes à doença.

Principais doenças bióticas do Eucalipto

 
Doença Características Ação Controle
Técnicas especiais de
Ocorre em locais que produção de mudas e por
apresentam as meios químicos.
Na pré emergência
Tombamento de características: parte das sementes
mudas não germinam. Produção em tubetes
(damping off) Elevada umidade de deve receber prioridade
solo e do ar em relação à semeadura
decorrentes de Anelamento do
direta em sacos
Fungo: irrigação e chuvas coleto.
plásticos.
muito freqüentes.
Cylindrocladium Lesão escura nas
Fumigação do substrato
scoparium hastes.
Viveiros instalados em com Brometo de Metila.
área sombreada e
Rhizoctomia solos de má drenagem Queda das hastes. Em semeadura direta,
solani
recomendam-se
Elevada densidade de Anelamento das desbastes na fase em
Pythiriumsp. mudas por área. hastes, com as que as mudas tem de 4 a
mudas murchando, 7 cm de altura.
Fusariumsp. morrendo e secando
Adubações orgânicas em pé.
ou nitrogenadas em Efetuar vistorias 2 vezes
excesso. por semana (base e
haste).

Podridão de Ocorre em locais que Lesão escura que se Fumigação do substrato


estacas apresentam: alastra da base para com brometo de metila,
o ápice da estaca. suspensão dos
Fungo: recipientes para evitar
Elevada temperatura. contaminação vinda do
chão.
Cylindrocladium Umidade excessiva.
sp.
Rhizoctonia sp.
Material vegetal
debilitado.
 
Pulverizações quinzenais
Manchas isoladas ou de 35 gramas de
Ocorrem em toda planta, com Benomil/100 litros de
freqüentemente em aparência de talco. água ou semanais de
época de estiagem. 250 g de enxofre
Oidium Folhas com visível molhável/100 litros de
encanoamento. água.
Fungo:
 
Geralmente ataca em Estrangulamento e  
Oidium sp. viveiros e em casa de deformação dos
vegetação, mas não limbos mais novos.
No campo, as medidas
costuma causar muita
de controle são
preocupação. Morte dos rebentos
dispensadas, uma vez
foliares. que só são atacadas as
folhas jovens de E.
Citriodora.
Minúsculas Evitar plantios de
pontuações verde espécies suscetíveis à
claras ou vermelho doença.
Ferrugem do amareladas, com
posterior
eucalipto Pulverizações semanais
desenvolvimento de
urédias, seguidas de com fungicidas.
  Ocorrem em locais coloração amarelo-
com umidade elevada gema-de-ovo. Seleção de espécies,
e temperaturas baixas procedências de clones
Fungo: ou moderadas.
Raramente mata as ausentes de doença e
plantas, exceto que precocemente
Puccinia psidii quando ataca com atingissem o crescimento
severidade brotações em altura e desrama
novas após o corte natural nos dois
raso. primeiros anos de vida.

Mortes esporádicas e
lesões basais em
plantas jovens. Na resistência
interprocedência, o
As plantas reflorestamento deve ser
respondem à doença feito com procedências
formando uma nova moderadamente ou
casca, resistente, altamente resistentes.
Cancro Na resistência
Geralmente ocorre em abaixo da infectada
regiões com (sapatas). A casca se intraprocedência, são
Fungo: temperatura maior desgarra do tronco feitas plantações adultas
pesadamente infectadas
que 23oC e sob a forma de tiras. de modo natural.
Cryphonectria precipitação anual
cubensis maior ou igual a 1.200
Cancro típico, que se  Recomenda-se a
mm, sendo uma
caracteriza por uma utilização do maior
doença típica de
  regiões tropicais.
lesão margeada por número de clones
calos, resultando em possíveis nas plantações
lesão profunda, clonais, evitando
matando o câmbio. estreitar
demasiadamente a base
Quebra das árvores genética.
pelo vento à altura
das lesões.

Fungo: Ocorre em ambientes Formação de um Calda bordaleza.


com precipitação denso micélio cor-de-
anual de 1200 a 1500 rosa, que representa
a sintomatologia
típica da doença.
mm.

Os orgãos atacados
Ataca plantas Utilização de espécies
Corticium se ressecam e
fisiologicamente resistentes à doença E.
salmonicolor perdem a
debilitadas e que se Deglupta e E. torreliana
sintomatologia
encontram
característica da
inadaptadas
doença, resultando
ecologicamente.
em áreas necrosadas,
escuras e com calos.

Após o abate das


árvores, consumir a
matéria-prima o mais
rápido.
Estromas negros O local de estocagem
Interferem deverá ser bem drenado,
Fungo: negativamente na É caracterizado pela limpo e capinado, e a
qualidade da celulose presença de estromas estocagem, no máximo
produzida, isenta de negros em crostas de tempo de 2 meses.
Hypoxylon
sujeira, pois os irregularmente
mummularium Manejar o pátio de forma
constituintes químicos elíticas, de marrons a
que se utilize a madeira
do processo Kraft não negras, superfícies
Hypoxylon com no máximo 3 meses
conseguem dissolver rugosas.
stygium de estocagem.
os estômatos negros.
Limpar o pátio de forma
a diminuir a quantidade
de inóculos iniciais de
fungo.

Outra doença biótica do eucalipto é a mancha da folha, a qual apresenta as seguintes características conforme o fungo
que a ataca:

Culindrocladium sp. e Coniella fragarie: inicialmente apresentam colônias esverdeadas e, posteriormente, azuladas.
Ocorrem em clima tropical em épocas chuvosas, atacando principalmente as espécies E. dunnii, E. grandis, E. Saligna.
Provoca perdas da fotossíntese (local transparente).

Phaeoseptoria eucalypti: inicialmente ocorrem manchas marrom arroxeadadas agrupadadas por todo limbo;
posteriormente salpiques negros pela folha, até que esta fique completamente necrosada. O controle é realizado com
pulverizações químicas com Mancozeb.

Aulographina eucalypti: ocorrem manchas de marrons a pretas circularescoriáceas, pontuações negras e calosidade.
Ocorre em regiões quentes, atacando principalmente as espécies E. saligna, E. globulus, E. viminalis. Não há controle.

Altenaria tenuissima: inicialmente manchas marrons avermelhadas e irregularmente circulares, contornadas por halo
marrom vermelho, no centro amarelo claro, ocorrendo de 1 a 20 manchas por folha. Ocorre em regiões quentes,
atacando principalmente as espécies E. alba, E. grandis, E. globulus. O controle é realizado através de adequado
suprimento de macro e micronutrientes e pulverização com Mancozeb.

Trimmatostroma excentricum: manchas marrons escuras, coriáceas e várias por folha. Em E. Citriodora

Micosphaerella sp: manchas marrons claras, coriáceas e salpicadas de negro, no viveiro e em campo, irregularmente
circulares. E. grandis, E. camadulensis.

Cercospora sp: ocorre em mudas passadas, maduras, manchas retangulares e irregulares. E. grandis, E. dunnii.

Exigências e Tolerância das Espécies mais


recomendadas para plantios nos estados do Paraná
e de Santa Catarina
  
Fatores E.dunnii E.viminalis E.grandis E.saligna
Férteis, úmidos
Úmidos, bem Profundos e bem
Solos Úmidos e férteis mas, bem
drenados drenados
drenados.
Tolerante,susceptí Média tolerância
Média tolerância
Geadas vel a geadas Tolerante a geadas
a geadas severas
tardias severas
Deficiência
Baixa tolerância Baixa tolerância Baixa tolerância Baixa tolerância
hídrica
Reduzida ante
Capacidade de
Boa Boa deficiência Alta
rebrota
hídrica
Supera as
Crescimento Bom Bom Bom
demais espécies
Altitude entre 500 Partes
Locais Altitudes entre Partes superiores
metros até 1000 superiores do
recomendados 650 e 1.100 m do terreno
metros terreno
Procedências Telêmaco Borba- Telêmaco Borba- Telêmaco Borba-
Canela-RS
indicadas* Pr/ Canela-RS Pr Pr

Silvicultura do Pinus (Pinus spp.)

As espécies do gênero Pinus são amplamente utilizadas em reflorestamentos no Brasil, devido principalmente ao seu
rápido crescimento. A madeira do pinus é usada em construções leves ou pesadas, na produção de laminados,
compensados, chapas de fibras e de partículas, na produção de celulose e papel, entre outros. O P. elliottii também é
muito utilizado para a extração de resina. O pinus também pode ser utilizado na implantação de quebra ventos.

Produção de Mudas

Sementes

As sementes podem ser obtidas das árvores existentes na região ou compradas em locais especializados. Para maiores
informações sobre a obtenção de sementes de qualidade, ver Melhoramento Florestal.

Semeadura

Para o Pinus podem ser empregados três tipos de semeadura:

Em sementeiras: as sementes são espalhadas diretamente em sementeiras, sendo que, após a germinação, as
plântulas sofrerão uma repicagem e serão transferidas para os recipientes onde continuarão seu processo de
formação.

Em canteiros de mudas embaladas: as sementes são semeadas diretamente em recipientes, podendo ser utilizados
tubetes especiais, sacos plásticos, taquara, entre outros.

Em canteiros de mudas de raiz nua: a semeadura é realizada diretamente nos canteiros, onde as mudas permanecem
sob cuidados no local até o plantio definitivo. O método de raiz nua é indicado para locais onde ocorre boa distribuição
pluviométrica e temperaturas pouco elevadas, como no sul do Brasil. Esta prática é realizada quando o plantio é
mecanizado.

As mudas devem permanecer no viveiro até que atinjam uma altura entre 20 e 30 cm e um sistema radicular bem
desenvolvido.

Substrato
Canteiros em raiz nua: em viveiros de raiz nua, o único substrato é o próprio solo, que constitui o meio de
desenvolvimento das raízes.

Canteiros com mudas em recipientes: o substrato mais utilizado é uma mistura de materiais, devidamente
decompostos. Os principais componentes desta mistura são: turfa, cinza de caldeira, vermiculita, cascas de árvores e
de arroz. A adubação mineral é introduzida à mistura.

Inoculação de micorrizas em viveiros de Pinus spp.

A existência de uma associação simbiótica entre determinados fungos e as raízes das espécies do gênero Pinus é uma
condição necessária para o sucesso do reflorestamento com este gênero. Tal associação confere ao Pinus um sistema
radicular com maior área de absorção, permitindo suprimento maior e mais eficiente de nutrientes às árvores.

O material obtido por meio do solo e/ou “litter” de antigos reflorestamentos de pinus é incorporado ao solo do viveiro,
geralmente antes da semeadura. A distribuição do material com o inoculo é feita sobre o substrato contido nos
canteiros, com posterior incorporação mecânica ou manual no solo, até a profundidade de 12 a 15 cm. A proporção de
inóculo: o substrato para os recipientes deve ser na faixa de 1:10.

Acículas contidas no chão de povoamentos florestais adultos, ainda não decompostas, são utilizadas por algumas
empresas para cobertura dos canteiros, visando, além da proteção das sementes em germinação, a introdução do
inóculo micorrízico.

Plantio

Preparo do terreno

Como o preparo do terreno está ligado com as características da área onde será realizado o plantio, geralmente as
operações são realizadas na seguinte ordem:

* construção de estradas e aceiros


* desmatamento e aproveitamento da madeira
* enleiramento ou encoivaramento
* queima das leiras
* desenleiramento
* combate à formiga
* revolvimento do solo
* sulcamento e/ou coveamento

As técnicas de cultivo mínimo e plantio consorciado têm sido adotadas por muitas empresas a fim de diminuir os
danos ambientais.

Espaçamento

A escolha do espaçamento de plantio, na maioria dos planejamentos florestais, tem sido fundamentada principalmente
no uso final da madeira. O espaçamento tem uma série de implicações do ponto de vista silvicultural, tecnológico e
econômico. Ele influencia as taxas de crescimento das plantas, a qualidade das madeiras, a idade de corte, bem como
as práticas de exploração e manejo florestal e conseqüentemente os custos de produção.

A idade de corte e o espaçamento encontram-se também intimamente relacionados, ou seja, os plantios em


espaçamentos menores normalmente exigem desbastes ou ciclos mais curtos de corte, pois a competição entre
plantas ocorre mais precocemente, antecipando a estagnação do crescimento. A percentagem de árvores dominadas e
mortas cresce com o avanço da idade, causando um aumento da percentagem de falhas. Este fato ocorre com maior
intensidade e mais precocemente nos espaçamentos mais apertados. Um número elevado de árvores dominadas pode
refletir negativamente no volume da madeira, estabilizando e até reduzindo o incremento médio anual.

Nos plantios de pinus, costumam ser utilizados os espaçamentos de 3m x 2m e 2,5m x 2,5m.

Métodos de plantio

O plantio pode ser realizado através de dois métodos:

Plantio manual: consiste inicialmente no balisamento e alinhamento, abertura de covas, distribuição de mudas e
plantio propriamente dito.

Plantio mecanizado: consiste de um trator que transporta as mudas e abre a cova com um disco sulcador enquanto
um operário distribui as mudas. Ao mesmo tempo duas rodas convergentes fecham o sulco. As mudas mal plantadas
são arrumadas por um operário que segue a máquina, sendo este processo utilizado para mudas de raiz nua.

Tratos Culturais
Os tratos culturais visam a manutenção dos povoamentos, sendo realizados após o plantio até o fechamento do dossel
de copas. Estes tratos tem como objetivo reduzir a concorrência por nutrientes, a luz e a umidade impostas às plantas
pela vegetação invasora.

Para o gênero Pinus, estes tratos estendem-se normalmente até os dois ou três anos, com variação para as diferentes
espécies do gênero e sob diferentes condições de clima e até de solo.

Limpeza

A limpeza é realizada até que as plantas atinjam um porte suficiente para dominar a vegetação invasora. Geralmente
são feitas através de três métodos principais:

* Limpeza manual: através das capinas nas entrelinhas ou coroamento e por roçadas na entrelinha.

* Limpeza mecanizada: utilização de grades, enxadas rotativas e roçadeiras.

* Limpeza química: utilização de herbicidas.

Combate a formigas

A prevenção ao ataque das formigas cortadeiras deve ser realizado constantemente, através da vigilância e do
combate na fase de preparo do solo, na qual a localização e o próprio combate são facilitados.

As espécies mais comuns na região Sul são as dos gêneros Atta e Acromyrmex, geralmente combatidas com iscas
granuladas distribuídas nos caminhos e olheiros.

Replantio

O replantio deverá ser realizado num período de 30 dias após o plantio, quando a sobrevivência deste é inferior a
90%.

Tratos Silviculturais

 Poda ou Desrama

Esta operação visa melhorar a qualidade da madeira pela obtenção de toras desprovidas de nós. O controle do
crescimento dos galhos, bem como sua eliminação, é uma prática aplicada às principais espécies de madeira. Os nós
de galhos vivos causam menores prejuízos que os deixados por galhos mortos, sendo que estes constituem sérios
defeitos na madeira serrada.

Ocasionalmente as árvores também são podadas para prevenir a ocorrência de incêndios florestais e para favorecer
acesso aos povoamentos durante as operações de desbaste, inventário e combate à formiga.

 Desbaste

Os desbastes são cortes parciais realizados em povoamentos imaturos, com o objetivo de estimular o crescimento das
árvores remanescentes e aumentar a produção da madeira utilizável. Nesta operação, removem-se as árvores
excedentes, para que se possa concentrar o potencial produtivo do povoamento num número limitado de árvores
selecionadas.

Para determinar a intervenção, é preciso conhecer o incremento médio anual e corrente da floresta. Quando o
incremento do ano passar a ser menor que o médio até a idade correspondente à ultima medição, (diminuindo
portanto a média geral da produção da floresta), este seria o ano para a sua intervenção. Esta análise é possível
mediante a realização de inventários contínuos.

Nos desbastes, as vantagens em conseqüência da competição devem ser, pelo menos em parte, preservadas. Assim,
num programa de desbaste, para rotações relativamente longas o número de árvores deve ser reduzido
gradativamente, porém a uma taxa substancialmente mais rápida do que seria em condições naturais.

A seleção das árvores a serem desbastadas é caracterizada da seguinte forma:

* posição relativa e condições de copa (dominantes)


* estado de sanidade e vigor das árvores
* características de forma e qualidade do tronco

O principal efeito favorável do desbaste é estimular o crescimento em diâmetro das árvores remanescentes.

A variação no diâmetro das árvores induzidas pelos desbastes é muito ampla. Desbastes leves podem não causar
efeito algum sobre o crescimento, embora seja possível, em razão dos desbastes pesados, conseguir uma produção
constituída de árvores com o dobro do diâmetro que, durante o mesmo tempo, elas teriam sem desbastes.

Os desbastes também tendem a desacelerar a desrama natural e a estimular o crescimento dos galhos. A única
vantagem disso é que os galhos permanecem vivos por mais tempo e, desse modo, reduz-se o número de nós soltos
na madeira.

 Métodos de desbaste

a) Desbaste sistemático: aplicados em povoamentos altamente uniformes, onde as árvores ainda não se diferenciaram
em classes de copas, e se aplica em povoamentos jovens não desbastados anteriormente. É mais simples e mais
barato. Permite mecanizar a retirada das árvores.

b) Desbaste seletivo: implica na escolha de indivíduos segundo algumas características, previamente estabelecidas,
variadas de acordo com o propósito a que se destina a produção. As árvores removidas são sempre as inferiores,
dominadas ou defeituosas. Este método é mais complicado, porém permite melhor resultado na produção e qualidade
da madeira grossa.

c) Desbaste seletivo sistemático: este tipo de desbaste, além de favorecer as melhores árvores, retirando-se a
concorrência de árvores ruins, pode ainda com a retirada de uma linha inteira, aumentar o volume retirado no
desbaste e, com isto, compensar os custos, aumentando-se a renda. Esta prática é utilizada em algumas empresas do
Sul do Brasil em plantios de Pinus spp.

De acordo com o peso dos desbastes, podem ser classificados em:

* Desbaste baixo: quando a relação entre o volume médio desbastado e o volume médio antes do desbaste for
menor que 1.
* Desbaste alto: quando a relação entre o volume médio desbastado e o volume médio antes do desbaste for maior
que 1.
* Desbaste neutro: Quando a relação entre o volume médio desbastado e o volume médio antes do desbaste for
igual a 1.

Exploração

A idade de corte refere-se ao tempo necessário para que uma floresta, ou parte desta, cresça e produza ótima
quantidade de madeira.

A definição técnica da idade de corte pode ser obtida em razão do crescimento da floresta. Para isto, deve haver um
acompanhamento por meio de parcelas permanentes representativas, em que, de ano em ano são medidos o
diâmetro, a altura e o volume das árvores. Com isto, determina-se o incremento médio anual (IMA) do volume da
floresta, assim como o incremento corrente anual (ICA). Quando o incremento do ano passar a ser menor que o médio
até a idade correspondente à última medição, tendendo, portanto, abaixar a média geral da floresta, este seria o ano
para a sua exploração.

Para fins industriais, as espécies do gênero Pinus geralmente são cortadas em rotações que variam de 5 a 8 anos, por
meio de cortes rasos ou parciais.

Pragas e Doenças
Doença Características Ação na Planta Controle
Tombamento ou Ocorre nas Lesão fúngica na base Usar preventivo de
seguintes
damping-off condições:Elevada
Fungo: fungicidas no primeiro
umidade,  irigação da mudaNa pré-
Rhizothoctonia mês de produção de
e chuvas emergência parte das
solani mudas.Evitar umidade
freqüentesEm sementes não
Fusarium excessiva no
solos com má germinamAnelamento
monoliforme substrato.Promover
drenagemElevada do colo das
Fusarium arejamento satisfatório
densidade de mudasQueda das
centricosum  das mudas por meio de
mudasAdubação hastes
Pythium nitrogenada em espaçamento adequado.
debaryanum
excesso

As mudas têm-se
mostrado amarelecidas
Excessivo
Asfixia de mudas e até mortas. Notam-
enovelamento de
Fungo: se basidiocarpos
raízesExaustão
Telephora marrons de escuros a Aplicar a de calda
dos nutrientes do
terrestris negros, típicos do bordaleza.Aumentar o
substratoIrrigação
Telephora fungo basidiomiceto do espaçamento.Promover
insuficiente das
caryophyllea gênero telphora, a ventilação.
plantasInterrupção
Telephora firmemente aderidos
do fluxo de água e
fimbriata ou envolvendo as
sais minerais porções basais dos
seus caules.

Proceder as desramas
dos povoamentos,
A notoriedade de Anelamento de hastes proporcionando melhor
S. Spinea como de arejamento.Remover os
patógeno de Pinus mudasApodrecimento órgãos desramados
spp. deve-se, de raízes de árvores para  evitar que se
sobretudo, aos adultasCancros nas transformem em futuras
Seca das pontas surtos de secas diversas alturas do fontes de inócula de S.
Fungo: das pontas em fuste, sendo a Spinea.Evitar o
Sphaeropsis plantações de penetração do fungo estabelecimento de
sapinea Pinus spp., através das feridas da plantações de Pinus
previamente desrama artificial, spp., em áreas
danificadas por azulamento da madeira castigadas por chuvas
chuvas de pedra Seca das pontas dos de pedra ou por outras
durante verões galhos ou da haste adversidades climáticas
chuvosos. principal que afetem a espécie
plantada.Evitar os
estresses fisiológicos.

Acículas com lesões de


coloração amarelo-
amarronzada, medindo
Queima de Ataca mudas de 2 a 5 mm de
acículas enviveiradas e comprimento causando
Controlar com
Fungo: plantas no campo mais tarde o seu
Cylindrocladium até quatro anos de anelamento. fungicidas.
pteridis idade. Posteriormente, as
acículas tornam-se
marrons pardas e
caem.

Queima de Doença atrelada à Manifesta-se em Utilizar espécies


Acícula ou Pinus radiata, plantas em campo resistentes à
Queima de espécie que depois dos 6 – 8 doençaControlar com
Dotistroma mostrou-se não meses, e é severa até fungicidas cúpricos
Fungo: adaptável ao os 10 anos de idade.A
Dothistroma Brasil.É doença começa nas
septospora considerada acículas basais do
doença-modelo na tronco e progride, de
Patologia modo ascendente, na
Florestal, em vista copa.O principal dano é
dos estudos na a perda de incremento
sub-área de das árvores atacadas
epidemologia e que está relacionada
controle químico com a intensidade de
doença refletida pela
percentagem de copa
queimada ou
desfolhada.A partir de
em campo. 80% de folhagem
afetada, a planta tem
paralização de
crescimento ou morre.

Geralmente ocorre
na primeira
rotação, em
Limpar a área a ser
plantações de
Apodrecimento de recém desmatada e
pinus
raízes e de porções arada  para o plantio de
estabelecidas em
basais do tronco, pinus, recolhendo-se os
áreas onde havia
levando há maioria das restos de raízes, tocos,
floresta natural ou
vezes à morte.As troncos e galhos da
reflorestamento
árvores inicialmente vegetação anterior,
com espécies
exibem crescimento apodrecidos ou não e
florestais folhosas
Amareliose vagaroso, tornam-se queimá-los ou
com reconhecida
Fungo: amarelecidas e destinados à
capacidade
Armillaria mellea multiplicadora de apresentam exsudação carbonização.Abrir
de resina na base do trincheiras ou valas,
inóculo do
tronco e nas isolando árvores
patógeno em
raízes.Queda atacadas para que a
regiões úmidas,
acumulada de acículas, doença não atinja as
com temperatura
secamento de árvores vizinhas pelo
moderada.A
terminais de galhos e contato das raízes.Evitar
doença pode ser
finalmente morte. o plantio de espécies
transmitida de
uma árvore para suceptíveis à doença.
outra através do
contato radicular.

Geralmente a doença é
observada a partir de
um ano de idade no
A doença campo.No início ocorre Abrir trincheiras ou
geralmente ocorre amarelecimento de valas, isolando árvores
Podridão de
a partir de 1 ano toda copa, com raízes atacadas para que a
Raízes
de idade.A já mortas devido à doença não atinja as
Fungo:
mortalidade ocorre presença de resina árvores vizinhas pelo
Cylindrocladium
tanto em plantas cristalizada em suas contato das raízes.Evitar
clavatum esparsas ou em superfícies.A copa fica o plantio de espécies
reboleiras. marrom-ferrugínea, suceptíveis à doença.
devido à mortalidade
de acículas.Morte da
planta.

Inicialmente manchas
amareladas, diminutas,
que se expandem,
Sua ocorrência se envolvendo todo o
Manchas de dá por todo o diâmetro da
Acículas Brasil, mas não acícula.Posteriormente
Não há necessidade de
Fungo: causam grandes a mancha necrosa-se e
controle no campo.No
Davisomycella danos. As fica com cor marrom
Brasil ainda não há
sp. manchas causadas avermelhada, sendo
Lophodermiums despertam muito a que, a partir do ponto ocorrência em viveiros.
sp. atenção do necrosado, a acícula
observador. morre.Dos primeiros
sintomas à morte,
demora-se cerca de
um ano.

Pragas

 Macaco prego (Cebus apella)


O macaco-prego é um espécie nativa do Brasil que tem causado prejuízos aos reflorestamentos de pinus do país. Este
animal ataca o terço superior da árvore de pinus, descascando o tronco e alimentando-se da seiva, que tem sabor
doce.

A medida que a superfície exposta pelo descascamento aumenta, aumenta também a dificuldade de recobrimento do
xilema por novos crescimentos da casca, levando a deterioração da madeira e, no caso de anelamento, morte e queda
da copa.

As árvores atacadas ficam mais suscetíveis ao ataque da vespa da madeira, uma praga de pinus que causa ainda mais
prejuízos.

Para o controle do ataque do macaco, são recomendadas medidas como a abertura da floresta e limpeza da área, de
forma que o ambiente torne-se menos atrativo aos animais.

 Vespa da Madeira (Sirex noctilio)

A Praga da Vespa da Madeira em Reflorestamentode Pinus sp.

Atualmente, há cerca de seis milhões de hectares de plantações florestais no Brasil, dos quais dois milhões com
diferentes espécies do gênero Pinus. As espécies de Pinus, na América do Sul, permaneceram por muito tempo isentas
de pragas e doenças. Entretanto, a partir dos anos 80, várias espécies de insetos e fungos foram introduzidas no
Continente, provocando sérios danos a reflorestamentos implantados com essas espécies.

Assim, várias pragas ameaçam a viabilidade futura dos plantios de Pinus e também a diversidade arbórea como um
componente de programas de reflorestamentos sul americanos. Entre elas está a vespa da madeira, Sirex noctilio:
ordem Hymenoptera, sub-ordem Symphyta, família Siricidae, subfamília Siricinae, gênero Sirex Linnaeus, 1761. Este
inseto está associado a um fungo, Amylostereum areolatum, o qual é tóxico para certas espécies de Pinus.

Inseto nativo da Europa Central, Oriente Próximo e norte da África, o Sirex noctilio, nos locais de origem, são
consideradas como praga secundária em troncos de Pinus. Entretanto, quando introduzida na Nova Zelândia,
Tasmânia e Austrália, causou danos em grandes áreas reflorestadas, notadamente nos plantios de Pinus não
desbastados e superestocados (mais de 1.600 a 1.700 plantas/ha), com idade entre 15 a 20 anos, conseqüência de
um manejo inadequado ou pela falta de mercado para a madeira no início do século. Assim, foram iniciados na Nova
Zelândia e Austrália os programas de controle biológico da praga, desenvolvendo - se estudos sobre seleção de
hospedeiros ou gêneros específicos de parasitóides da área de origem da vespa-da-madeira.

Na América do Sul, a Sirex noctilio foi registrado pela primeira vez, em 1980, no Uruguai, e em 1988 foi constatada no
sul do Brasil. Durante o primeiro encontro de Grupo de Trabalho Permanente em Sanidade Vegetal, ocorrido em 1992,
no Brasil, os países do Cone Sul (Argentina, Brasil, Chile e Uruguai), identificaram S. noctilio como praga que oferecia
ameaça às plantações de Pinus na América Latina.

A praga inicialmente constatada em povoamentos de Pinus taeda no Rio Grande do Sul já em 1989 foi observada em
Santa Catarina, e em 1994 foi diagnosticada no Paraná. Atualmente, a S. noctilio está presente em aproximadamente
250.000 hectares de Pinus spp., em cerca de 60 municípios dos três estados do Sul do Brasil. No Paraná, a Secretaria
de Estado da Agricultura e do Abastecimento – (SEAB, 07/00), editou o mapeamento dos municípios com a incidência
da vespa da madeira.

Estima-se que as perdas causadas pela praga atinjam U$ 5 milhões/ano na sua área de distribuição nos estados do
RS, SC e PR.

Biologia e Ecologia do Sirex noctilio

A maioria dos insetos adultos emerge, no Brasil, de novembro a abril, com picos de emergência nos meses de
novembro e dezembro. Os machos começam emergir antes das fêmeas. A proporção entre machos e fêmeas é de 1,5
macho para 1,0 fêmea.

Após o período inicial de vôo, as fêmeas perfuram o tronco das árvores com seu ovipositor e colocam seus ovos no
alburno. Em cada local de oviposição, esses insetos podem perfurar até 4 (quatro) galerias. As fêmeas maiores
colocam de 300 a 500 ovos, em aproximadamente 10 dias. No Brasil, foi observado que o número médio de ovos nos
ovários das fêmeas dissecadas varia de 20 a 430, com média de 226 ovos. Durante as posturas, as fêmeas
introduzem esporos (artrosporos) de um fungo simbionte, Amylostereum areolatum, e uma secreção mucosa
fitotóxica, que são os causadores da toxicidade e da conseqüente morte das plantas. O fungo, que serve de fonte de
nutrientes para as larvas da praga, é responsável pela morte da árvore e pela podridão na madeira.

Além disso, a qualidade da madeira é afetada pela atividade das larvas que constroem galerias, pela penetração de
agentes secundários que danificam a madeira, limitando seu uso ou tornando-a imprópria para o mercado. Após a
morte da árvore, a madeira é degradada rapidamente e sua utilização deve ser feita no máximo seis meses após ter
sido atacada.

Os plantios mais susceptíveis ao ataque de S. noctilio geralmente têm entre 10 e 25 anos de idade e estão sob
estresse. Povoamentos sem desbastes são mais susceptíveis ao ataque do inseto do que os desbastados.

Os sintomas de ataque começam a aparecer logo após os picos populacionais do inseto (novembro e dezembro),
sendo mais visíveis após a revoada, a partir do mês de março.

As características externas mais visíveis que denotam a presença de S. noctilio são: progressivo amarelecimento da
copa que depois se torna marrom avermelhada, esmorecimento da folhagem, perda das acículas, respingos de resina
na casca (em função da perfuração para oviposição) e orifícios de emergência de adultos. Os sintomas internos são:
manchas marrons ao longo do câmbio, devido ao fungo, e galerias feitas por larvas.

É inevitável a disseminação dessa praga por todas as áreas com Pinus no Brasil, visto que a praga pode dispersar-se
naturalmente entre 30 e 50 km por ano, o que requer medidas urgentes e eficazes para controlar, monitorar e
retardar sua dispersão.

A necessidade urgente de controle do inseto fez com que entidades particulares e representativas ligadas ao setor
madeireiro, bem como órgãos públicos sensíveis ao problema, criassem em junho de 1989 o Fundo Nacional de
Controle à Vespa da madeira - FUNCEMA e o Programa Nacional de Controle à Vespa da Madeira - PNCVM. O
FUNCEMA, entidade civil sem fins lucrativos, congregando aproximadamente 100 empresas do setor madeireiro dos
três estados do Sul do Brasil, tem como principal objetivo o aporte de recursos para o desenvolvimento do “Programa
Nacional de Controle da Vespa da Madeira”. O Programa tem a incumbência de proporcionar estímulo imediato às
atividades de pesquisa, em convênio com a Embrapa Florestas, para geração e adaptação de tecnologias, visando o
monitoramento e o controle da praga.

Controle Biológico de Sirex noctilio

Experiências bem sucedidas onde a praga foi introduzida demonstram que o controle biológico associado a medidas de
prevenção é o método mais eficaz e econômico para o combate de Sirex, principalmente por tratar-se de uma praga
exótica, introduzida sem o seu complexo de inimigos naturais. Para a implantação de um programa semelhante, no
Brasil, foram introduzidos o nematóide Deladenus siricidicola e os parasitóides Ibalia leucospoides, Rhyssa persuasoria
e Megarhyssa nortoni, visando proporcionar uma maior estabilidade da praga com o seu ecossistema.

O nematóide Deladenus siricidicola age por esterilização das fêmeas do Sirex noctilio. Apresenta dois ciclos de vida:
um de vida livre, alimentando-se do mesmo fungo simbionte da vespa da madeira e outro de vida parasitária, dentro
de larvas, pupas e adultos de S. noctilio. Pelo fato de apresentar o ciclo de vida livre alimentando-se do fungo
Amylostereum areolatum, pode facilmente ser criado em laboratório e liberado em campo, através de sua aplicação
em árvores atacadas por S. noctilio, podendo atingir níveis de parasitismo próximos a 100%.

AIbalia leucospoides é um endoparasitóide de ovos e larvas da vespa da madeira dentro da árvore enquanto que a
Rhyssa persuasoria e a Megarhyssa nortoni, pelo fato de apresentarem um longo ovipositor, atacam larvas da vespa
em estágios mais avançados de desenvolvimento.

Quanto à dispersão destes parasitóides, a Ibalia leucospoides pode dispersar-se rapidamente a longas distância (até
80 km) e, quando atinge áreas novas, reproduze-se intensamente. Foi observado também que a I. leucospoides é
mais eficiente em locais secos. Rhyssa spp. e Megarhyssa spp. podem se dispersar por todas as áreas infestadas por
Sirex, de 7 a 18 km, respectivamente, do ponto de liberação.

O complexo de parasitóides (Ibalia + Rhyssinae) pode eliminar até 70% da população de S. noctilio em determinados
locais (Nutall 1989). Entretanto, observou-se que, usualmente, não atingem mais do que 40% da população,
percentual este insuficiente para evitar que os ataques da vespa da madeira atinjam níveis elevados, mas que são
importantes para manter o equilíbrio ecossistema/praga.

Medidas de Prevenção e Controle

Medidas de Prevenção e Controle através de operações silviculturais

Trabalho dos Voluntários - Rio Iguaçu - ParanáDesbaste: um manejo florestal adequado, consorciado com medidas
preventivas evitam o alastramento da praga.

Sanidade florestal: restos de desbastes devem ser eliminados ou queimados para que não sirvam de criadouro da
praga.

Tratamento quarentário: secar toda madeira de Pinus, por 48 horas (mínimo) a uma temperatura de 60ºC. As toras
que não tenham sido secas em estufa, não devem sair da região infectada.

Instalação de árvores-armadilha: procedimento simples. Em quatro grupos de cinco árvores (cada 100 ha) é aplicado
o herbicida Dicamba, a fim de se detectar pontos estratégicos e probabilidades de ataques.

Inoculação de nematóides: o nematóide (Deladenus siricidicola), esteriliza as fêmeas da vespa controlando em média
70% da população da praga.

Parasitóides:Ibalia leucospoides, Megarhyssa nortoni e Rhissa persuasoria; espécies que matam as larvas da vespa-
da-madeira.

Medidas de monitoramento instalação de árvores-armadilha

A utilização de árvores-armadilha, através do estressamento das árvores, é uma técnica muito eficiente e utilizada
principalmente para detectar a presença de Sirex sp em níveis populacionais baixos proporcionar pontos para a
liberação de inimigos naturais. Além disso, a detecção nos estágios iniciais e de colonização de Sirex noctilio permite o
conhecimento da necessidade de realizarem-se desbastes antes que a praga atinja níveis de dano.

A manutenção de um sistema de árvores-armadilha pode aumentar significativamente a eficácia do controle biológico


da vespa da madeira. A Embrapa Florestas recomenda:

* O processo de instalação de árvores-armadilha deverá ser efetuado anualmente, visto que há um progressivo
decréscimo na atratividade à Sirex noctilio, de um ano para outro.

* As árvores armadilhas devem ser instaladas no período de 15 de agosto a 30 de setembro.

A instalação das árvores-armadilha deve se dar em grupos de cinco árvores, de preferência com DAP entre 10 e 20
cm, variando a distância entre grupos, de acordo com o local onde a praga se encontra, tais como:

* em áreas onde o Sirex está presente, bem como em áreas distantes até 10 km do foco, instalar grupos de cinco
árvores a cada 500 m;
* a uma distância de 11 a 50 km do foco, os grupos de árvores-armadilha deverão ser espaçados a cada 1.000 m;
* acima de 50 km do foco, principalmente em áreas de fronteiras, os grupos deverão ser distanciados a cada 10
km;
* em áreas onde o inseto está a mais de 200 km, a vigilância florestal é a técnica mais adequada.

Os grupos de árvores-armadilha deverão ser revisados entre janeiro e maio, para verificar-se a presença do ataque do
inseto.

Assim que a Sirex noctilio for detectada na região, o número de grupos de árvores-armadilha deve ser aumentado e
estes devem ser instalados em plantações susceptíveis, próximas as serrarias, nas principais rotas de transporte de
madeira e nas bordas de dispersão natural da praga. Também recomenda-se que, nas áreas infestadas, realize-se a
amostragem seqüencial, como forma de efetivar um monitoramento mais detalhado.

Uma vez detectada a praga, nas árvores atacadas deve ser aplicado o nematóide Deladenus siricidicola. Após o
estabelecimento dos agentes de controle biológico na região e do declínio da população de S. noctilio, os grupos de
árvores-armadilha devem ser instalados para monitorar a presença da praga e de seus inimigos naturais. (Resolução
0215/96 – SEAB)

Medidas de controle biológico

Após a detecção de árvores atacadas, é necessário o início do processo de controle biológico pela aplicação do
nematóide Deladenus siricidicola. A Embrapa Florestas, através do laboratório de Entomologia, tem mantido a criação
massal deste inimigo natural, assim como sua distribuição para inoculação no campo.

Algumas características desse processo:

* Os nematóides são distribuídos na forma de doses de 20 ml, contendo cada uma cerca de um milhão de
nematóides. Com cada dose, é possível tratar aproximadamente 10 árvores, pois em cada árvore são inoculados em
torno de 100.000 nematóides.
* Ao serem recebidas pelos produtores, ou pelo técnico inoculador, as doses devem ser mantidas em geladeira, à
temperatura entre 5º e 8º C. Cada dose tem validade de 7 dias.
* A temperatura ambiente, durante a inoculação, deverá estar entre 7º e 20º C, pois temperaturas superiores ou
inferiores tendem a provocar a morte dos nematóides. O inóculo deve ser armazenado e transportado em caixas de
isopor com gelo, à temperatura entre 5º a 15º C, não devendo nunca ser congelado.
* Outro cuidado técnico muito importante para o sucesso da aplicação de nematóides é a atenção que deve ser
dispensada para com o estado de conservação do martelo vasador.

Ações Preventivas de Longo Prazo

As árvores resistentes a S. noctilio são aquelas que se mantêm - se sem danos, apresentando crescimento vigoroso
em bons sítios e talhões bem manejados. Um controle mais efetivo de pragas pode ser obtido, a longo prazo, pela
aplicação de práticas silviculturais, criando razoável resistência floresta-inseto. Assim, as perdas devidas a insetos
podem ser reduzidas.
Medidas Quarentenárias e Recomendações

A Sirex noctilio pode dispersar-se naturalmente de 30 a 50 km por ano. Contudo, o transporte de madeira das áreas
atacadas para áreas onde ainda não tenha sido detectada a sua presença aumenta a probabilidade de dispersão.

É provável que a S. noctilio foi introduzido no Brasil, vindo do Uruguai. Em função disso, a fiscalização das áreas
afetadas e a proibição do transporte de madeira de áreas atacadas para outras são fundamentais para impedir o
rápido avanço da praga.

S. noctilio é essencialmente uma praga oportunista. Portanto, a prevenção contra danos, é um problema de manejo,
que pode ser aliviado pela vigilância dos plantios e pela aplicação de tratos silviculturais adequados.

Como tratamento curativo, além da realização de desbastes fitossanitários, é fundamental a utilização de agentes de
controle biológico.

Legislação Pertinente

Certificado Fitossanitário de Origem

O Ministério da Agricultura, através da Secretaria de Defesa Agropecuária, com base na Convenção Internacional de
Proteção a Vegetais, instituiu procedimentos para a certificação fitossanitária de origem e transporte de produtos
vegetais que possam causar a dispersão de pragas quarentenárias e não quarentenárias regulamentadas. Constante
dessa relação de produtos está o Pinus sp. Desta forma, para o transporte de toras e de madeira serrada de Pinus,
deverão ser observados alguns procedimentos e normas instituídas pela SEAB.

O que é CFO

Certificado Fitossanitário de Origem, entendendo-se por origem uma propriedade Rural/Florestal, ou povoamentos de
Pinus sp.

Fundamento do CFO

Evitar a dispersão de pragas para áreas indenes, ou seja, aquelas ainda sem a presença dessas pragas, visando a
manutenção do patrimônio fitossanitário nacional e a preservação da competitividade da agricultura.

Objetivos

Certificar a origem e a sanidade dos produtos agrícolas e florestais, além de garantir sua credibilidade junto ao
comércio nacional e internacional.

Por que obter CFO

Além de atestar a qualidade fitossanitária na origem das cargas de produtos vegetais, os certificados serão necessários
para o trânsito de produtos potenciais veículos de pragas quarentenárias A2 e não quarentenárias regulamentadas, e
no atendimento de exigências específicas de certificação para mercado interno e externo. No caso do Pinus sp, o CFO
será exigido para o transporte de toras para regiões sem a presença da vespa da madeira, e também para a emissão
de CFOC para madeira serrada a ser transportada para áreas indenes e para exportação.

O que são pragas quarentenárias A2 e não quarentenárias regulamentadas

Pragas quarentenárias A2 - são aquelas de importância econômica potencial, já presentes no País, porém não se
encontram amplamente distribuídas e possuem programa oficial de controle.

Pragas não quarentenárias regulamentadas - são aquelas não quarentenárias cuja presença em plantas, ou partes
destas para plantio, influi no seu uso proposto com impactos econômicos inaceitáveis.

Quem emite CFO

Serão emitidos por engenheiros agrônomos ou florestais nas suas respectivas áreas de competência, devidamente
credenciados pela SEAB.

Como obter o CFO para reflorestamentos de Pinus sp


Para reflorestamentos de Pinus sp, a emissão do CFO, pelo profissional habilitado, está condicionada ao registro dos
plantios e a comprovação, perante a SEAB, de que nesse povoamento estão sendo executados o monitoramento de
ataque da vespa da madeira, com instalação das árvores armadilhas e, se necessário, a aplicação de nematóides.
Somente poderão ser emitidos CFOS para plantios de Pinus sp após, pelo menos, um ciclo de monitoramento e
controle da vespa. O cronograma de monitoramento envolve: instalação de árvores-armadilha, anualmente no período
de 15/08 à 01/10, em plantios de idade superior a oito anos; inspeção destas árvores -armadilhas, no período de
março a agosto do ano seguinte da instalação, e a aplicação de nematóide se constatada a presença da praga.

Certificado Fitossanitário de Origem Consolidado

O que é CFOC

Certificado Fitossanitário de Origem Consolidado, e se dará quando da certificação em unidade centralizadora e/ou
processadora de produtos vegetais, a partir da qual saem cargas destinadas a outras unidades da federação ou a
pontos de saída para o mercado internacional. Em outras palavras, no caso de Pinus sp, a emissão do CFOC se dará na
serraria.

Quem emite CFOC

Serão emitidos por engenheiros agrônomos ou florestais nas suas respectivas áreas de competência, devidamente
credenciados pela SEAB, mediante o efetivo acompanhamento do recebimento, armazenamento e expedição dos
produtos certificados, que será comprovado através do livro de registro de lote, o qual deverá ser mantido à
disposição do Fiscal Agropecuário da SEAB.

Como se dá a emissão do CFOC

1- As unidades centralizadoras (serrarias, no caso de Pinus sp) que pretendam comercializar produtos certificados
mediante emissão de CFOC deverão promover o seu cadastro junto a SEAB.

2 – Para Pinus sp, o CFOC se dará para os lotes de madeira serrada, com base na procedência da matéria prima, ou
seja, florestas já certificadas com CFO.

Quem emite a permissão de trânsito

Somente Engenheiros agrônomos ou florestais pertencentes aos organismos estaduais de defesa vegetal, que exerçam
função de fiscalização (técnicos da SEAB). Assim, para o transporte de toras e madeira serrada de Pinus sp para áreas
indenes, ou seja, regiões ainda sem a presença da vespa da madeira, é preciso solicitar a permissão de trânsito das
cargas junto aos Núcleos Regionais da SEAB. Para os plantios já com CFO e madeira serrada já com CFOC os
procedimentos para a emissão serão mais simplificados, emitidos pelos profissionais ( Enf, agronômos ou florestais)
devidamente credenciados pela SEAB.

Legislação pertinente

* Convenção Internacional de Proteção a Vegetais


* Portaria nº 130/97 - Ministério da Agricultura e do Abastecimento - dispõe sobre obrigatoriedade das
exigências quarentenárias, com os requisitos específicos exigidos pelo Brasil em relação aos Estados Unidos.
* Instrução Normativa nº 38/99- Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura e do
Abastecimento – Estabelece a lista de pragas quarentenárias A1 e A2 e as não quarentenárias, que demandam
atenção do sistema brasileiro de defesa fitossanitária.
* Instrução Normativa nº 06/2000 - Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura e do
Abastecimento – Estabelece modelo de Certificado Fitossanitário de Origem e Certificado Fitossanitário de Origem
Consolidado.
* Instrução Normativa nº 11/2000 - Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura e do
Abastecimento – Estabelece procedimentos para a emissão de Permissão de Trânsito para todos os vegetais potenciais
veículos de pragas quarentenárias A2 e não quarentenárias.
* Resolução nº 90/2000- Secretaria de Estado e da Agricultura e do Abastecimento do Paraná - Estabelece no
Estado do Paraná o Sistema Estadual de Certificação Fitossanitária de Origem – SISE/ CFO
* Resolução nº 215/96 - Secretaria de Estado e da Agricultura e do Abastecimento do Paraná – Estabelece, no
Paraná, a obrigatoriedade da instalação de árvores armadilhas para povoamentos de Pinus sp, com idade superior a
08 anos.
* Lei nº 11.200/95 – Dispõe sobre a definição e normas para a Defesa Sanitária Vegetal no Estado do Paraná

* Decreto nº 3.287/97 – Aprova o Regulamento da Defesa Sanitária Vegetal no Estado do Paraná


Mapeamento da Área do Estado do Paraná, atacada pela Vespa da Madeira

Viveiros e Produção de Mudas

Viveiros Florestais

Localização e Caracterização

Entende-se por viveiro florestal um determinado local onde são concentradas todas as atividades de produção de
mudas florestais.
Para a escolha do local onde será instalado o viveiro, deve-se levar em consideração os seguintes aspectos:

Facilidade de acesso

É necessário que o acesso possibilite o fácil trânsito de caminhões, sendo que todas as estradas deverão ser
transitáveis mesmo em época de chuva. Os custos de transporte, principalmente de mudas produzidas em recipientes,
são minimizados quando os viveiros situam-se a uma pequena distância da área de plantio. Longos trechos de estrada
podem trazer danos à qualidade fisiológica das mudas e ocasionar perda de umidade do substrato.

Suprimento de água

Durante todo o período, após a semeadura, há necessidade de abundância de água para irrigação. Poderão ser
utilizadas águas de rios, lagos e de origem subterrânea, devendo ser evitada a introdução de algas ou sementes de
ervas. A água deve ter menos de 200 partes por milhão (ppm) de silte e cálcio e menos de 10 ppm de sódio e 0,5 ppm
de boro.

Área livre de Ervas Daninhas

Deverá existir contínua vigilância e erradicação das ervas daninhas efetuada imediatamente após o seu aparecimento,
quer sejam perenes ou anuais.

Facilidade de obtenção da Mão de Obra

É indispensável que alguns funcionários morem nas imediações ou na própria área. A vigilância quanto ao
aparecimento de doenças precisa ser permanente. Existem doenças cuja virulência pode ser tão intensa que provocam
enormes danos em pouco tempo, principalmente em mudas recém-formadas.
Declividade da área

A declividade deve ser de 2%, no máximo, para não correr danos por erosão. É importante salientar que os canteiros
devem ser instalados em nível, perpendiculares à movimentação da água. Áreas planas contribuem para o acúmulo de
água da chuva, principalmente quando o percentual de argila for maior que o indicado.

Área do Viveiro

O viveiro possui dois tipos de áreas:

Áreas produtivas: é a soma das áreas de canteiros e sementeiras, em que se desenvolvem as atividades de produção
Áreas não produtivas: constitui-se dos caminhos, estradas e áreas construídas

A extensão do viveiro será determinada em função de alguns fatores:

1.Quantidade de mudas para o plantio e replantio

2.Densidade de mudas/m2 (em função da espécie)

3.Espécie e seu período de rotação

4.Dimensões dos canteiros, dos passeios (caminhos) e das estradas

5.Dimensões dos passeios (ou caminhos)

6.Dimensão das estradas (ou ruas)

7.Dimensão das instalações

8. Adoção, ou não, de área para adubação verde (no caso de viveiros em raiz nua)

A distribuição dos canteiros, caminhos, construções e principalmente o acesso devem visar a melhor circulação e
utilização da estrutura do viveiro.

Luz

Deve-se levar em consideração a necessidade de luz solar, evitando na locação do viveiro uma área inconveniente. O
viveiro deve ser instalado em local totalmente ensolarado. Se houver necessidade de sombra, pode-se lançar mão de
abrigos, como o sombrite. Em alguns casos, o sombreamento é necessário em certos períodos. As espécies umbrófilas
exigem proteção contra a luz solar. Os raios solares concorrem para a rustificação dos tecidos, tornando as mudas
mais robustas e resistentes.
Em relação à exposição solar, deve-se colocar o comprimento dos canteiros voltado para a face norte, acompanhando-
os ao longo de sua extensão. Contudo, tal medida para locação dos canteiros deve ser tomada, apenas se for possível,
pois existem outros critérios prioritários

Tipos de Viveiros

Considerando a duração, os viveiros podem ser classificados em:

1.Viveiros Provisórios: temporários ou volantes, são aqueles que visam uma produção restrita; localizam-se próximos
às áreas de plantio e possuem instalações de baixo custo.

2.Viveiros Permanentes: centrais ou fixos, são aqueles que geralmente ocupam uma maior superfície, fornecem
mudas para uma ampla região, possuem instalações definitivas com excelente localização. Requerem planejamento
mais acurado; as instalações são também permanentes e de maiores dimensões.

Com referência à proteção do sistema radicial, os viveiros são classificados em:

3.Viveiros com mudas em raiz nua: as mudas em raiz nua são as que não possuem proteção do sistema radicial no
momento de plantio. A semeadura é feita diretamente nos canteiros e as mudas são retiradas para o plantio, tendo-se
apenas o cuidado de se evitar insolação direta ou, até mesmo, vento no sistema radicial. O solo onde se desenvolvem
as raízes permanece no viveiro. Após a retirada, são ordenadas em grupos, com material úmido envolvendo as raízes,
antes da expedição para o plantio. Este tipo de viveiro é muito difundido no sul do Brasil para Pinus spp.

Contudo, algumas espécies promissoras na Amazônia, como o freijó – Cordia goeldiana, tatajuba - Bagassa
guianensis, e marupá - Simaruba amara – têm demonstrado aptidão para plantio com muda em raiz nua em forma de
“stripling”.

4.Viveiro com mudas em recipientes: apresentam o sistema radicial envolto por uma proteção que é um substrato que
o recipiente contém. Evidentemente, o substrato vai para o campo e é colocado nas covas, com as mudas, protegendo
as raízes.
Topografia

O terreno deverá apresentar-se aplainado, recomendando-se um leve declive, favorecendo o escoamento da água,
mas sem que provoque danos por erosão.|
Para áreas com elevada declividade, a alternativa mais plausível é a confecção de patamares para a locação de
canteiros. Os patamares devem ser levemente inclinados e devem ter dispostas ao longo de sua extremidade manilhas
em forma de “U” , a fim de impedir o escoamento de água de chuvas fortes pelo talude, provocando erosão. Além
disto, é aconselhável seu revestimento com gramíneas rasteiras.
A camada superficial removida deve ser reservada para aproveitamento na produção de mudas. Este substrato é mais
fértil, mas pode apresentar o inconveniente de conter sementes de ervas. Neste caso, a fumigação deste material
pode ser recomendável ou uso o de herbicida em aplicação pré-emergente.

Drenagem

Através da drenagem, provoca-se a infiltração da umidade gravitacional e a retirada de água por meio de valetas que
funcionam como drenos. Sua localização mais usual é ao longo das estradas que circundam os blocos de canteiros. Os
tipos de canalizações passíveis de uso são:

1.Vala Cega: composta de uma vala com pedras irregulares (a água corre pelos espaços entre as pedras sendo
possível o trânsito por cima da vala);

2.Vala Revestida: composta de uma vala com revestimento de cimento, tijolos ou outros materiais;

3.Vala Comum: vala aberta ao longo do terreno (podendo ser vegetada ou não)

As dimensões das valetas variam conforme a necessidade de drenagem aérea. Normalmente, a largura do fundo que é
plano tem cerca de 40 a 60 cm e a abertura de 70 a 80 cm. As paredes são inclinadas, na valeta aberta, para evitar
seu desmoronamento. A altura das valetas também é variável, oscilando em torno de 90 cm.

Se a área for plana, a altura deve variar, com a profundidade maior para o lado externo, conduzindo a água para fora
do viveiro. Sendo a área levemente inclinada, a profundidade da valeta pode ser uniforme.

Quebra-vento

São cortinas que têm por finalidade a proteção das mudas contra a ação prejudicial dos ventos. Devem, contudo,
permitir que haja circulação de ar. São constituídas por espécies que se adaptem às condições ecológicas do sítio.
Usualmente as espécies utilizadas são as mesmas que estão em produção no viveiro. O recomendado é que sejam
utilizadas espécies adequadas, distribuídas em diferentes estratos, apresentando as seguintes características: alta
flexibilidade, folhagem perene, crescimento rápido, copa bem formada e raízes bem profundas.
É importante salientar que as árvores que compõem os quebra-ventos não devem projetar suas sombras sobre o
canteiro. Para tanto, devem ser, em distância conveniente, afastadas dos viveiros. As raízes das árvores não devem
fazer concorrência com o sistema radicial das mudas em produção.

Para otimização dos efeitos favoráveis, alguns critérios básicos devem ser observados:

1.A altura deve ser a máxima possível, uma vez que a área a ser protegida depende da altura da barreira.

2.A altura deve ser homogênea, em toda sua extensão do quebra vento.

3.As espécies que constituem o quebra-vento devem ser adaptadas às condições do sítio.

4.A permeabilidade deve ser média, não impedindo totalmente a circulação do vento.

5.Não devem existir falhas ao longo da barreira formada pelo quebra vento, para evitar o afunilamento da corrente de
ar.

6.A disposição do quebra vento deve ser perpendicular à direção dominante do vento.

Administração e Controle

Para um melhor desempenho do viveiro, deve-se adotar alguns procedimentos administrativos, sendo os mais
importantes:

1.Planejamento da produção visando cobrir todas as fases do processo, em que devem ser considerados o número de
mudas a serem produzidas, as espécies e as épocas mais adequadas para a produção.

2.Estoque de insumos e demais materiais necessários para a produção, tais como embalagens, ferramentas e outros.

3.Disponibilidade de sementes necessárias ou locais definidos para coleta ou compra.

4.Supervisão dos trabalhos distribuindo atribuições e obrigações ao pessoal.


5.Acompanhamentos periódicos através de relatórios em que figurem informações sobre as espécies produzidas,
atividades produtivas com seus rendimentos e custos atualizados da produção.

Para facilitar a administração e o manejo dos viveiros, são necessárias as seguintes instalações:

1.casa do viveirista

2.escritório

3.depósito para equipamento e ferramentas

4.depósito para produtos químicos

5.abrigo aberto nas laterais (para atividades que não podem ser executadas sob chuva)

Produção de Mudas

Canteiros e Sementeiras

São vários os tipos de canteiros utilizados para a produção de mudas florestais:

·Canteiro para raiz nua: dentre os tipos de canteiro utilizados para a produção de mudas em raiz nua, os mais
utilizados são os diretamente no solo e os canteiros com anteparos laterais. A proteção lateral pode ser feita com
vários materiais, dependendo da disponibilidade de recursos e da facilidade de obtenção, podendo vir a ser utilizados:
madeira, bambu, tijolos, concreto, etc.

.Canteiros para embalagens: devem apresentar uma largura que permita o manuseio das mudas centrais ( + 1 metro
de largura), o comprimento pode variar sendo os mais adotados os de 10 a 20 metros. A instalação deve posicionar-se
longitudinalmente no sentido leste-oeste para permitir uma insolação uniforme. O terreno deve ter um rebaixamento
para o acomodamento das embalagens. Outra possibilidade é a utilização do solo como bordadura, ou ainda a
montagem de molduras com materiais diversos, como tijolo, madeira, arame, taquara e concreto.

.Sementeiras: é o local onde as sementes são postas para germinarem e posteriormente serem transplantadas para as
embalagens (repicagem). Podem apresentar-se em duas formas: fixas ou móveis. As fixas são sementeiras instaladas
em locais definitivos, geralmente visando produção de um número grande de mudas. As móveis são sementeiras
montadas em recipientes com drenagem e volume compatível com as necessidades; podem ser feitas de madeira,
plástico ou metal; e tem a facilidade de serem transportáveis. Devido a esta característica, a sementeira não pode ser
muito grande, o que limita o número de mudas a serem produzidas. A instalação de canteiros e sementeiras é
acompanhada da necessidade da instalação de um abrigo para a proteção das mudas recém repicadas ou plântulas.
Deve-se deixar um intervalo entre os canteiros ou sementeiras que permita o desenvolvimento das atividades de
produção

Recipientes

Após o peneiramento, mistura (adubo, matéria orgânica, etc.) e expurgo (brometo de metila), o substrato está pronto
para o enchimento dos recipientes.

1.Funções vitais dos recipientes:

a) Biológica: propiciar suporte de nutrição das mudas, proteger as raízes de danos mecânicos e da desidratação,
moldá-las em forma favorável para o desenvolvimento das mudas, assim como maximizar a taxa de sobrevivência e o
crescimento inicial após o plantio.

b) Operacional: facilitar o manuseio no viveiro e no plantio.

2.Classificação dos recipientes

a) Tubos: os tubos possuem parede externa, precisam ser preenchidos com substrato e podem ser plantados com as
mudas. A rigidez da parede permite fácil manuseio e transporte das mudas e a impermeabilidade da parede pode
restringir a dessecação do substrato, dependendo do material com que é confeccionado. Como exemplo, podem ser
citados os recipientes de papel, papelão, lâminas de madeira, etc. A exceção fica por conta do saco plástico, que não
pode ser plantado com as mudas.

b) Moldes: também são preenchidos com substrato, sendo que as mudas permanecem nos moldes por um período
suficiente para que sua massa radicial envolva todo substrato das cavidades, facilitando sua extração.

c) Blocos: é o próprio recipiente e o substrato. São plantados com as mudas. Usualmente são rígidos e permitem
rápido desenvolvimento das raízes. Em conformidade com o período no viveiro, possibilitam a penetração das raízes
no espaço das mudas vizinhas. Como exemplo, tem-se o torrão paulista, recipiente não mais utilizado no Brasil.

3.Vantagens do uso dos recipientes:


a) proteção das raízes

b) a época do plantio pode ser ampliada

c) melhor desenvolvimento inicial das mudas

d) melhor controle sobre a quantidade de sementes

4.Desvantagens do uso de recipientes

a) maior peso para o transporte

b) são mais difíceis de serem manuseados

c) exigem trabalho mais intensivo

d) custos mais elevados de produção

5.Características físicas do recipiente

a) Forma: deve evitar o crescimento das raízes em forma espiral, estrangulada, como também a dobra da raíz

b) Material: não deve desintegrar-se durante a fase de produção de mudas

c) Dimensões: a altura e o diâmetro do recipiente deve variar conforme as características da espécie e respectivo
tempo no viveiro

6.Tipos de recipientes mais usados no Brasil

No passado, o torrão paulista (mistura de solo argiloso, solo arenoso e esterco curtido) foi muito utilizado para
espécies de Eucalyptus spp.
Atualmente, são utilizados alguns recipientes de baixo custo, como taquara e outros, como as lâminas de madeira e,
em certos viveiros, recipientes de papelão. “Fertil pot” é um tipo de recipiente em forma cônica, com dimensões
variáveis para cada espécie. São fabricados na indústria à base de pasta de madeira e turfa hortícola, formando uma
mistura levemente fertilizada.
PXCL são recipientes de formato hexagonal, produzidos com fibras vegetais, contendo adubo e fertilizante químico.

Substrato

Substrato é o meio em que as raízes se desenvolvem formando um suporte estrutural, fornecendo água, oxigênio e
nutrientes para que a parte aérea das mudas se desenvolva.

1.Tipos de substratos usados no País

a) Canteiros em raiz nua: em viveiros de raiz nua, o único substrato é o próprio solo, que constitui o meio de
desenvolvimento das raízes.

b) Canteiros com mudas em recipientes: o substrato mais utilizado é uma mistura de materiais, devidamente
decompostos. Os principais componentes desta mistura são: turfa, cinza de caldeira, vermiculita, cascas de árvores e
de arroz. A adubação mineral é introduzida à mistura.

Exemplos:

ParaCordia goeldiana (freijó), estudos revelam um bom desenvolvimento utilizando-se latossolo amarelo, textura
muito argilosa, areia e matéria orgânica na proporção de 3:1:1.

ParaEucalyptus grandis, produzidos por enraizamento em estaca, pode ser utilizado o composto orgânico (80%) e a
moinha de carvão (20%).

ParaEucalyptus spp e Pinus spp, pode ser utilizada mistura de turfa e vermiculita na proporção de 2:1.

Deve-se proceder uma análise do solo que vai ser utilizado como substrato, para ser constatada a necessidade de
adubação e correção, obtendo-se, assim, resultados satisfatórios no viveiro. Considera-se que toda a adubação e
correção excessiva, além de anti-econômica, torna-se prejudicial devido ao tempo para o efeito. Quanto à adubação,
pode-se considerar que seja efetuada posteriormente, em época oportuna, inclusive com o adicionamento de matéria
orgânica.

Atualmente, podem ser encontrados no comércio vários tipos de substratos já preparados e prontos para o uso,
facilitando a produção de mudas de espécies florestais.

organismos benéficos ao substrato.


A eficiência da fumigação depende de alguns fatores que são combinados pela interação de efeitos físicos (substrato),
biológicos (microorganismos) e químicos (fumigantes). As condições para a aplicação deste tratamento dependem de
alguns critérios:

a) Seleção do fumigante para um fim específico, isto é, o controle de nematóides, fungos ou ervas ( ou a combinação
destes).

b) Aplicação do fumigante de acordo com o método recomendado pelo fabricante.

c) Determinação das dosagens apropriadas para uma finalidade específica (é recomendável o ajuste para dosagens e
condições específicas, obedecendo-se a dosagem máxima prescrita pelo fabricante).

d) Maiores cuidados deverão ser tomados, quando se tratar de substrato de textura fina (a fumigação é mais eficiente
em substrato de textura mais grossa).

e) Preferencialmente a temperatura do substrato deverá estar entre 10 e 29o, e o conteúdo de umidade, entre 5 e
30%, até uma profundidade de pelo menos 15 cm.

f) Evita-se a dissipação de gases.

g) Arejamento do substrato, revolvendo-o antes da semeadura para eliminar efeitos residuais.

Micorrizas

Entende-se como micorriza a associação de simbiose entre certos fungos e raízes finas, não lenhosas, de plantas
superiores, com ocorrência de benefícios mútuos. Como conseqüência, ocorrem maiores índices de sobrevivência após
o plantio e o desenvolvimento das mudas, especialmente em sítios em que fatores edáficos e climáticos são adversos.
Principalmente no caso de coníferas, há necessidade de presença de micorrizas, na maioria fungos específicos para
uma ou mais espécies. Em viveiros novos, há necessidade de se proceder a inoculação no solo previamente, cuidando
para não serem introduzidas bactérias, insetos, outros fungos, etc. A inoculação poderá ser realizada utilizando-se solo
de locais (reflorestamentos ou florestas naturais) onde ocorra a espécie a ser produzida.

Conforme as características morfológicas e anatômicas, as raízes micorrízicas dividem-se em dois grupos:

1.Ectomicorrizas: o fungo coloniza a superfície das raízes curtas, formando um manto espesso ao seu redor. Podem
ser vistas a olho nu, pois muitas formações são brancas ou apresentam um colorido brilhante. Os esporos das
ectomicorrizas são transportados de formas diversas, sendo o vento o principal meio de propagação. Dentre as
espécies que apresentam este tipo de associação, estão Pinus spp. e Eucalyptus spp.

2.Endomicorrizas: não provocam diferenciação morfológica nas raízes, não podendo ser identificadas a olho nu. Sua
presença é detectada por técnicas de mudança de coloração de tecidos e exames microscópicos. Dentre as espécies
que apresentam este tipo de associação, estão: Eucalyptus spp. e muitas espécies de culturas agronômicas,
forrageiras, frutíferas, ornamentais. As espécies dos Cerrados, da Floresta Amazônica, da Floresta Atlântica e da
Floresta com Araucária apresentam associação essencialmente endomicorrízica.

Vantagens do uso das Micorrizas

1.Aumento da área de absorção das raízes

2.Aumento da absorção de nutrientes, especialmente de fósforo

3.Aumento da longevidade de raízes infeccionadas

4.Maior resistência a extremos valores ácidos de pH

5.Maior proteção à infecção patogênica

6.Maior resistência à seca das mudas e às altas temperaturas do substrato

7.Maior poder de absorção de umidade

Semeadura

1.Quebra de dormência de Sementes:

Este método consiste em restituir às sementes a umidade que elas perderam durante o procedimento de sua retirada
de frutos, cones ou secagem com fins de adequação do teor de umidade para o armazenamento em câmara fria.

Para Pinus taeda, a quebra de dormência mais utilizada no País é a estratificação, mantendo as sementes sempre
úmidas, à temperatura de 2 a 5o, por cerca de 60 dias.
2.Época de Semeadura

O plantio é realizado principalmente no período das chuvas, para atingir altos índices de sobrevivência. Outros fatores
importantes a serem considerados na época do plantio são a rotação das espécies no viveiro e a resistência das
espécies.

3.Profundidade de Semeadura

A semeadura não deve ser superficial, pois as sementes recebem intenso calor do sol, não absorvendo umidade em
quantidade adequada à germinação. Também não deve ser profunda, pelo fato de que o peso do substrato constitui
um fator físico inibidor da emergência de plântulas.
A profundidade ideal deverá variar com as dimensões e o vigor das sementes. Geralmente a profundidade não deverá
ultrapassar de duas a três vezes a espessura da semente.

4.Cobertura de Canteiros

Conceitua-se como cobertura uma camada de material que deve ser leve, atóxica, higroscópica e que recubra, em
espessura adequada, a superfície dos canteiros. Visa conservar a umidade necessária, proporcionando emergência
mais homogênea; proteger as sementes de chuvas, fortes regas e oscilações de temperatura na superfície do canteiro
após a semeadura.
A cobertura dos canteiros também protege as raízes novas e mais finas das plântulas logo após a emergência. Os
materiais mais utilizados para cobertura de canteiros são: casca de arroz, acícula seca picada, vermiculita, sepilho,
areia, serragem, etc. Podem ser utilizados, por períodos curtos e controlados, plásticos e aniagem que aumentam a
temperatura na superfície dos canteiros, estimulando a germinação das sementes.

5.Abrigo de Canteiros

Entende-se por abrigo uma proteção colocada a uma altura variável, usualmente até 50 cm, sobre a superfície de
canteiros. A finalidade da proteção é estimular a percentagem de emergência, atuando contra baixas temperaturas, no
inverno, e também protegendo contra forte insolação e intempéries com granizo e chuvas fortes no verão.
Podem ser utilizados ripados de taquara e folhas de palmeira, sendo mais usual a tela de poliolefina (sombrite), que
apresenta diferentes percentagens de sombreamento. Para espécies como o palmito (Euterpe edulis), é muito utilizado
o sombrite de 50%; para o jacarandá da Bahia (Dalbergia nigra), é recomendado sombreamento entre 30 ou 50%;
para a cupiúba (Goupia glabra), é recomendado o sombreamento de 30%.

Irrigação

Para as sementeiras ou canteiros em germinação, as regas devem ser freqüentes até as mudas atingirem uma altura
aproximada de cinco centímetros (folhas formadas), sendo os melhores horários pela manhã ou no período final da
tarde. A irrigação no início das manhãs é recomendável em épocas e em locais frios, para desmanchar o gelo formado
por geadas. Regas ao final do dia contribuem para que o substrato permaneça úmido por mais tempo, de modo que o
potencial hídrico das mudas mantenha-se com valores mais altos durante as noites.
É recomendado que após a emergência ter alcançado seu ápice, o regime de regas deva ser alterado, substituindo-se
gradativamente a irrigação freqüente e leve por outro regime de maiores intensidades e duração de rega. Substratos
com teores elevados de areia requerem maior freqüência que os de menores teores.

Deve-se tomar cuidado com o excesso da irrigação, pois isto poderá acarretar as seguintes conseqüências:

a) diminuição da circulação de ar no substrato

b) lixiviação das substâncias nutritivas

c) aumento da sensibilidade das mudas ao ataque de fungos

Os trabalhos de irrigação poderão ser feitos com a utilização de mangueiras, regadores ou aspersores, dependendo
das condições de cada viveiro.

Repicagem

A repicagem é o transplante de uma plântula de um local para outro no mesmo viveiro. Comumente, aproveita-se a
oportunidade para refugar as plântulas que apresentam algum tipo de deformação ou baixo vigor. Esta operação é
executada manualmente no Brasil, de um recipiente onde há duas plântulas para outro recipiente onde nenhuma
semente germinou. Não há tradição no país, do uso desta operação em viveiro de mudas de raiz nua.
A repicagem não deve ser efetuada ao sol e deve seguir os seguintes procedimentos:

a) Após o umedecimento da sementeira, retira-se a muda com o auxílio de um lâmina, evitando ocasionar danos ao
sistema radicular.

b) Enquanto não ocorre o transplante para a embalagem, as mudas devem ficar em recipiente com água e à sombra.

c) Com o tarugo cônico, o trabalhador do viveiro realiza movimentos circulares, após introduzi-lo no substrato que
preenche a embalagem, formando um orifício para acomodar a muda.
d) Se necessário, as raízes devem ser podadas para reduzir o volume radicular, facilitando a acomodação da muda no
recipiente. poderá ser utilizada uma lâmina afiada ou uma tesoura.

e) Coloca-se a muda no orifício do recipiente com substrato, cuidando-se para evitar a formação de bolsa de ar.

Doenças

As doenças em viveiros estão associadas principalmente a quatro fatores: água, sombreamento, substrato e material
propagativo. Devido às suas características, o viveiro reúne condições de umidade, sombreamento e proximidade das
mudas que favorecem a instalação, o desenvolvimento e a disseminação de doenças fúngicas.
Para o controle de doenças, podem ser utilizadas as seguintes medidas:

1.Medidas preventivas são tomadas antes do aparecimento das doenças e estão associadas às técnicas de manejo do
viveiro, que têm por finalidade a melhoria das condições ambientais do viveiro.

2.As medidas curativas são tomadas após diagnosticado o aparecimento dos sintomas da doença. A utilização de
fungicidas torna-se indispensável.

As práticas adotadas para o controle de doenças são:

a) Melhoria das condições ambientais do viveiro: controle da irrigação, semeadura, drenagem, insolação e adubação.

b) Desinfestação de substrato e recipiente: geralmente são utilizados produtos que tenham como princípio ativo o
brometo de metila.

c) Identificação dos agentes patógenos: é muito comum a ocorrência de doenças associadas aos fungos dos genêros:
Cylindrocladium spp, Rhizoctonia spp., Pythium spp., Fusarium spp., Phytophtora spp.

d) Aplicação de fungicidas: geralmente utilizam-se 2 gramas de fungicida para 1 litro de água com intervalo de três
dias entre as aplicações. Dentre alguns fungicidas utilizados, estão: Benomyl, Benlate e Captan 50.

e) Descarte de mudas atacadas: mudas que estejam contaminadas deverão ser descartadas para evitar a
contaminação das mudas vizinhas.

Qualidade das Mudas

Um viveiro florestal deve sempre visar a produção de mudas sadias e vigorosas para posterior utilização em plantios.
Elas devem apresentar:

1.sistema radicular desenvolvido

2.raiz principal sem defeitos

3.parte aérea bem formada

4.caule ereto e não bifurcado

5.ramos laterais uniformemente distribuídos

6.folhas com coloração e formação normais

7.isenção de doenças

Certificação Fitossanitária

Para que o viveiro esteja operando em condições fitossanitárias adequadas à produção de mudas de qualidade, é
necessário que os técnicos da Secretaria da Agricultura realizem a vistoria e o cadastramento dos viveiros de mudas.

No Paraná, o Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária – DEFIS e a Divisão de Produção de Sementes e


Mudas - DPMS, com a finalidade de preservar a qualidade e a defesa do estado sanitário das mudas produzidas e
comercializadas no estado, promovem as seguintes ações:

1.Fiscalização dos viveiros para verificação da qualidade e sanidade de mudas das espécies: café, citros, essências
florestais frutíferas, espécies não normatizadas.

2.Instauração de processo em caso de irregularidade.

3.Quanto aos serviços disponíveis, tem-se:

4.Registro de produtor de mudas.


5.Coleta de amostras para controle da sanidade das mudas.

6.Emissão de Certificado de Sanidade e Permissão de Trânsito de Mudas, Plantas e outros.

7.Transportes de vegetais para fins de comercialização e trânsito.

8.Informação sobre dados estatísticos da produção de mudas no Paraná.

9.Orientação técnica, legal e documental a produtores de mudas.

Sistema Estadual de Certificação


Fitossanitária de Origem SISE/CFO

1. Documentos Necessários para o Cadastramento:

a)Ofício de solicitação ao chefe do DEFIS, citando as pragas quarentenárias para as quais se pretende o cadastro
(assinatura com firma reconhecida)

b)Ficha Cadastral

c)Cópia do Contrato Social e alterações

d)Cópia do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ

e)Cópia do Cartão da Inscrição Estadual

f)Cópia do Contrato de Trabalho ou Contrato de Prestação de Serviço firmado com o Profissional credenciado pela
SEAB para a Emissão de Certificado Fitossanitário de Origem consolidado – CFOC

OBS: As empresas que prestarão serviço de desinfecção de frutos deverão providenciar o cadastro de Prestador de
Serviços Fitossanitários na SEAB.

2. Locais Para Entrega dos Documentos:

Os documentos poderão ser entregues em qualquer um dos Núcleos Regionais da Secretaria de Estado da Agricultura
e do Abastecimento - SEAB, à Divisão de Defesa Sanitária Vegetal DDSV ou à Divisão de Produção de Sementes e
Mudas - DPSM.

3. Locais Para Retirada da Credencial:

O cadastro deverá ser retirado no mesmo local onde foi dada a entrada dos documentos de solicitação de
cadastramento.

Recuperação de Matas Ciliares


O processo de ocupação do Brasil caracterizou-se pela falta de planejamento e conseqüente destruição dos recursos
naturais, particularmente das florestas. Ao longo da história do País, a cobertura florestal nativa, representada pelos
diferentes biomas, foi sendo fragmentada, cedendo espaço para as culturas agrícolas, as pastagens e as cidades.

A noção de recursos naturais inesgotáveis, dadas as dimensões continentais do País, estimulou e ainda estimula a
expansão da fronteira agrícola sem a preocupação com o aumento ou, pelo menos, com uma manutenção da
produtividade das áreas já cultivadas. Assim, o processo de fragmentação florestal é intenso nas regiões
economicamente mais desenvolvidas, ou seja, o Sudeste e o Sul, e avança rapidamente para o Centro-Oeste e Norte,
ficando a vegetação arbórea nativa representada, principalmente, por florestas secundárias, em variado estado de
degradação, salvo algumas reservas de florestas bem conservadas. Este processo de eliminação das florestas resultou
num conjunto de problemas ambientais, como a extinção de várias espécies da fauna e da flora, as mudanças
climáticas locais, a erosão dos solos e o assoreamento dos cursos d'água.

Neste panorama, as matas ciliares não escaparam da destruição; pelo contrário, foram alvo de todo o tipo de
degradação. Basta considerar que muitas cidades foram formadas às margens de rios, eliminando-se todo tipo de
vegetação ciliar; e muitas acabam pagando um preço alto por isto, através de inundações constantes.

Além do processo de urbanização, as matas ciliares sofrem pressão antrópica por uma série de fatores: são as áreas
diretamente mais afetadas na construção de hidrelétricas; nas regiões com topografia acidentada, são as áreas
preferenciais para a abertura de estradas, para a implantação de culturas agrícolas e de pastagens; para os
pecuaristas, representam obstáculos de acesso do gado ao curso d'água etc.

Este processo de degradação das formações ciliares, além de desrespeitar a legislação, que torna obrigatória a
preservação das mesmas, resulta em vários problemas ambientais. As matas ciliares funcionam como filtros, retendo
defensivos agrícolas, poluentes e sedimentos que seriam transportados para os cursos d'água, afetando diretamente a
quantidade e a qualidade da água e conseqüentemente a fauna aquática e a população humana. São importantes
também como corredores ecológicos, ligando fragmentos florestais e, portanto, facilitando o deslocamento da fauna e
o fluxo gênico entre as populações de espécies animais e vegetais. Em regiões com topografia acidentada, exercem a
proteção do solo contra os processos erosivos.

Apesar da reconhecida importância ecológica, ainda mais evidente nesta virada de século e de milênio, em que a água
vem sendo considerada o recurso natural mais importante para a humanidade, as florestas ciliares continuam sendo
eliminadas cedendo lugar para a especulação imobiliária, para a agricultura e a pecuária e, na maioria dos casos,
sendo transformadas apenas em áreas degradadas, sem qualquer tipo de produção.

É necessário que as autoridades responsáveis pela conservação ambiental adotem uma postura rígida no sentido de
preservarem as florestas ciliares que ainda restam, e que os produtores rurais e a população em geral seja
conscientizada sobre a importância da conservação desta vegetação. Além das técnicas de recuperação propostas
neste trabalho, é fundamental a intensificação de ações na área da educação ambiental, visando conscientizar tanto as
crianças quanto os adultos sobre os benefícios da conservação das áreas ciliares.

A definição de modelos de recuperação de matas ciliares, cada vez mais aprimorados, e de outras áreas degradadas
que possibilitam, em muitos casos, a restauração realativamente rápida da cobertura florestal e a proteção dos
recursos edáficos e hídricos, não implica que novas áreas possam ser degradadas, já que poderiam ser recuperadas.
Pelo contrário, o ideal é que todo tipo de atividade antrópica seja bem planejada, e que principalmente a vegetação
ciliar seja poupada de qualquer forma de degradação.

As matas ciliares exercem importante papel na proteção dos cursos d'água contra o assoreamento e a contaminação
com defensivos agrícolas, além de, em muitos casos, se constituírem nos únicos remanescentes florestais das
propriedades rurais sendo, portanto, essenciais para a conservação da fauna. Estas peculiaridades conferem às matas
ciliares um grande aparato de leis, decretos e resoluções visando sua preservação.

O novo Código Florestal (Lei n.° 4.777/65) desde 1965 inclui as matas ciliares na categoria de áreas de preservação
permanente. Assim toda a vegetação natural (arbórea ou não) presente ao longo das margens dos rios e ao redor de
nascentes e de resevatórios deve ser preservada.

De acordo com o artigo 2° desta lei, a largura da faixa de mata ciliar a ser preservada está relacionada com a largura
do curso d'água. A tabela apresenta as dimensões das faixas de mata ciliar em relação à largura dos rios, lagos, etc.

Largura Mínima da Faixa Situação


30 m em cada margem Rios  com menos de 10 m de largura
50 m em cada margem Rios  com 10 a 50 m de largura
100 m em cada margem Rios  com 50 a 200 m de largura
200 m em cada margem Rios  com 200 a 600 m de largura
500 m em cada margem Rios  com largura superior a 600 m
Raio de 50 m Nascentes
30 m ao redor do espelho d'água Lagos ou resevatórios em áreas urbanas
Lagos ou reservatórios em zona rural, com
50 m ao redor do espelho d'água
área menor que 20 ha
Lagos ou reservatórios em zona rural, com
100 m ao redor do espelho d'água
área igual ou superior a 20 ha
100 m ao redor do espelho d'água Represas de hidrelétricas

Um ecossistema torna-se degradado quando perde sua capacidade de recuperação natural após distúrbios, ou seja,
perde sua resiliência. Dependendo da intensidade do distúrbio, fatores essenciais para a manutenção da resiliência
como, banco de plântulas e de sementes no solo, capacidade de rebrota das espécies, chuva de sementes, dentre
outros, podem ser perdidos, dificultando o processo de regeneração natural ou tornando-o extremamente lento.

Uma floresta ciliar está sujeita a distúrbios naturais como queda de árvores, deslizamentos de terra, raios etc., que
resultam em clareiras, ou seja, aberturas no dossel, que são cicatrizadas através da colonização por espécies pioneiras
seguidas de espécies secundárias.

Distúrbios provocados por atividades humanas têm, na maioria das vezes, maior intensidade do que os naturais,
comprometendo a sucessão secundária na área afetada. As principais causas de degradação das matas ciliares são o
desmatamento para extensão da área cultivada nas propriedades rurais, para expansão de áreas urbanas e para
obtenção de madeira, os incêndios, a extração de areia nos rios, os empreendimentos turísticos mal planejados etc.

Em muitas áreas ciliares, o processo de degradação é antigo, tendo iniciado com o desmatamento para transformação
da área em campo de cultivo ou em pastagem. Com o passar do tempo e, dependendo da intensidade de uso, a
degradação pode ser agravada através da redução da fertilidade do solo pela exportação de nutrientes pelas culturas
e, ou, pela prática da queima de restos vegetais e de pastagens, da compactação e da erosão do solo pelo pisoteio do
gado e pelo trânsito de máquinas agrícolas.

O conhecimento dos aspectos hidrológicos da área é de suma importância na elaboração de um projeto de


recuperação de mata ciliar. A menor unidade de estudo a ser adotada é a microbacia hidrográfica, definida como
aquela cuja área é tão pequena que a sensibilidade a chuvas de alta intensidade e às diferenças de uso do solo não
seja suprimida pelas características da rede de drenagem. Em nível de microbacia hidrográfica é possível identificar a
extensão das áreas que são inundadas periodicamente pelo regime de cheias dos rios e a duração do período de
inundação.

Estas informações são extremamente importantes na seleção das espécies a serem plantadas, já que muitas espécies
não se adaptam a condições de solo encharcado, ao passo que outras só sobrevivem nestas condições.

Técnicas de Recuperação de Matas Ciliares

1. Regeneração Natural:

Através da regeneração natural, as florestas apresentam capacidade de se recuperarem de distúrbios naturais ou


antrópicos. Quando uma determinada área de floresta sofre um distúrbio como a abertura natural de uma clareira,
um desmatamento ou um incêndio, a sucessão secundária se encarrega de promover a colonização da área aberta e
conduzir a vegetação através de uma série de estádios sucessionais, caracterizados por grupos de plantas quer vão se
substituindo ao longo do tempo, modificando as condições ecológicas locais até chegar a uma comunidade bem
estruturada e mais estável.

A sucessão secundária depende de uma série de fatores como a presença de vegetação remanescente, o banco de
sementes no solo, a rebrota de espécies arbustivo-arbóreas, a proximidade de fontes de sementes e a intensidade e a
duração do distúrbio. Assim, cada área degradada apresentará uma dinâmica sucessional específica. Em áreas onde a
degradação não foi intensa, e o banco de sementes próximas, a regeneração natural pode ser suficiente para a
restauração florestal. Nestes casos, torna-se imprescindível eliminar o fator de degradação, ou seja, isolar a área e
não praticar qualquer atividade de cultivo.

Em alguns casos, a ocorrência de espécies invasoras, principalmente gramíneas exóticas como o capim-gordura
(Melinis minutiflora) e trepadeiras, pode inibir a regeneração natural das espécies arbóreas, mesmo que estejam
presentes no banco de sementes ou que cheguem na área, via dispersão. Nestas situações, é recomendado uma
intervenção no sentido de controlar as populações de invasoras agressivas e estimular a regeneração natural.

A regeneração natural tende a ser a forma de restauração de mata ciliar de mais baixo custo, entretanto, é
normalmente um processo lento. Se o objetivo é formar uma floresta em área ciliar, num tempo relativamente curto,
visando a proteção do solo e do curso d'água, determina as técnicas que acelerem a sucessão devem ser adotadas.

2. Seleção de Espécies:

As matas ciliares apresentam uma heterogeneidade florística elevada por ocuparem diferentes ambientes ao longo das
margens dos rios. A grande variação de fatores ecológicos nas margens dos cursos d'água resultam em uma
vegetação arbustivo-arbórea adaptada a tais variações. Via de regra, recomenda-se adotar os seguintes critérios
básicos na seleção de espécies para recuperação de matas ciliares:

* plantar espécies nativas com ocorrência em matas ciliares da região;


* plantar o maior número possível de espécies para gerar alta diversidade;
* utilizar combinações de espécies pioneiras de rápido crescimento junto com espécies não pioneiras (secundárias
tardias e climáticas);
* plantar espécies atrativas à fauna;
* respeitar a tolerância das espécies à umidade do solo, isto é, plantar espécies adaptadas a cada condição de
umidade do solo.

Na escolha de espécies a serem plantadas em áreas ciliares é imprescindível levar em consideração a variação de
umidade do solo nas margens dos cursos d'água. Para as áreas permanentemente encharcadas, recomenda-se
espécies adaptadas a estes ambientes, como aquelas típicas de florestas de brejo. Para os diques, são indicadas
espécies com capacidade de sobrevivência em condições de inundações temporárias. Já para as áreas livres de
inundação, como as mais altas do terreno e as marginais ao curso d'água, porém compondo barrancos elevados,
recomenda-se espécies adaptadas a solos bem drenados.

A escolha de espécies nativas regionais é importante porque tais espécies já estão adaptadas às condições ecológicas
locais. Por exemplo, o plantio de uma espécie típica de matas ciliares do norte do País em uma área ciliar do sul, pode
ser um fracasso por causa de problemas de adaptação climática. Além disso, no planejamento da recuperação deve-se
considerar também a relação da vegetação com a fauna, que atuará como dispersora de sementes, contribuindo com
a própria regeneração natural. Espécies regionais, com frutos comestíveis pela fauna, ajudarão a recuperar as funções
ecológicas da floresta, inclusive na alimentação de peixes.

Recomenda-se utilizar um grande número de espécies para gerar diversidade florística, imitando, assim, uma floresta
ciliar nativa. Florestas com maior diversidade apresentam maior capacidade de recuperação de possíveis distúrbios,
melhor ciclagem de nutrientes, maior atratividade à fauna, maior proteção ao solo de processos erosivos e maior
resistência à pragas e doenças.

Em áreas ciliares proximas a outras florestas nativas, e quando não se tem disponibilidade de mudas de muitas
espécies, plantios mais homogêneos podem ser realizados. Nestas situações, deve ocorrer um enriquecimento natural
da área recuperada, pela entrada de sementes vindas das florestas próximas. Entretanto, salienta-se que o aumento
da diversidade nestes plantios homogêneos tende a ser muito lento, podendo ser necessários posteriores plantios de
enriquecimento ou até a introdução de sementes.

A combinação de espécies de diferentes grupos ecológicos ou categorias sucessionais é extremamente importante nos
projetos de recuperação. As florestas são formadas através do processo denominado de sucessão secundária, onde
grupos de espécies adaptadas a condições de maior luminosidade colonizam as áreas abertas, e crescem rapidamente,
fornecendo o sombreamento necessário para o estabelecimento de espécies mais tardias na sucessão. Várias
classificações das espécies em grupos ecológicos têm sido propostas na literatura especializada, sendo mais
empregada a classificação em quatro grupos distintos: pioneiras, secundárias iniciais, secundárias tardias e climáticas.
A tolerância das espécies ao sobreamento aumenta das pioneiras e climáticas. Para facilitar o entendimento das
exigências das espécies quanto aos níveis de luz, adotou-se apenas dois grupos: pioneiras e não-pioneiras. O grupo
das pioneiras é representado por espécies pioneiras e secundárias iniciais, que devem ser plantadas de maneira a
fornecer sombra para as espécies não pioneiras, ou seja, as secundárias tardias e as climáticas.

Tabela I - Características de espécies arbóreas nativas do Brasil, que compõem os diferentes grupos
ecológicos.
Grupo Ecológico
Secundárias Secundárias
Características Pioneiras Climáticas
Iniciais Tardias
lento ou muito
Crescimento muito rápido rápido médio
lento
Madeira muito leve leve mediamente dura dura e pesada
Tolerância à tolerante no
muito intolerante intolerante tolerante
sombra estágio juvenil
Altura das 20 a 30 (alguns 30 a 45 (alguns
4 a 10 20
árvores (m) até 50) até 60)
banco de banco de banco de banco de
Regeneração
sementes plântulas plântulas plântulas
restrita
(gravidade);
ampla (zoocoria: ampla (zoocoria:
ampla
alta diversidade grandes
Dispersão de (zoocoria: principalmente
de animais); pelo animais);
sementes poucas espécies pelo vento
vento, a grande restrita
de animais);
distância (gravidade)
pelo vento, a
grande distância
Tamanhos de
pequeno à médio
frutos e pequeno médio grande e pesado
mas sempre leve
sementes
inata
Dormência das induzida (foto ou
sem sem (imaturidade do
sementes termorregulada)
embrião)
Idade da 1.°
prematura (1 a prematura (5 a relativamente tardia (mais de
reprodução
5) 10) tardia (10 a 20) 20)
(anos)
Tempo de vida muito curto Muito longo
curto (10 a 25) longo (25 a 100)
(anos) (menos de 10) (mais de 20)
florestas florestas
florestas secundárias e secundárias em
capoeiras, bordas secundárias, primárias, bordas estágio
de matas, bordas de de clareiras e avançado de
Ocorrência
clareiras médias clareiras, clareiras sucessão,
e grandes clareiras pequenas, dossel florestas
pequenas floresta e sub- primárias, dossel
bosque e sub-bosque

Na tabela II são apresentadas as espécies nativas indicadas para a recuperação de matas ciliares, com
os respectivos nomes vulgares, o grupo ecológico a que pertencem e a tolerância à umidade do solo.
Foram incluídas na lista aquelas espécies que aparecem em destaque na maioria dos estudos
fitossociológicos em matas ciliares, e as que a experimentação científica tem comprovado sua
capacidade para recuperar estas áreas. Espécies arbustivo-arbóreas, recomendadas para recuperação de
matas ciliares

G.E. = grupo ecológico: P = pioneira; NP = não pioneira; Si = secundária inicial.

Quanto a indicação: A = áreas encharcadas permanentemente; B = áreas com inundação temporária; C


=  áreas bem drenadas, não alagáveis.

Nome Científico Nome Vulgar G.E. Indicação


Acacia polyphylla DC. angico-branco P B, C
Acrocomia aculeata Lodd. ex Mart macaúba, macaúva P B, C
Aegiplila sellowiana Cham. tamanqueira, papagaio P C
Albizzia hassleri (Chod.) Burkart farinha seca P (Si) C
Albizzia glandulosa Poepp & Endl. tapiá P B, C
Alchornea triplinervia (Spr.) Muell. Arg. tapiá mirim P A, B
Allophylus edulis (A. ST. HIL.) Juss lixeira P C
Amaioua guianensis Aublet café do mato, marmelada NP C
Anadenanthera macrocarpa (Benth.)
angico vermelho P (Si) C
Brenan
Aniba fimula Mez canelinha NP A
Annona cacans Warm. araticum, araticum cagão NP B, C
Apulea leiocarpa Macbr. garapa NP C
Aspidosperma cylindrocarpum Müell Arg. peroba poca NP B, C
Aspidosperma polyneuron Müell. Arg. peroba rosa NP C
Astronium graveolens Jacq. guaritá, quebra-machado P (Si) C
Balfourodendron riedelianum Engl. pau marfim P (Si) B, C
Bauhinia forficata Link. unha-de-vaca P (Si) B, C
Blepharocalyx salicifolius (Kunth) Berg. guruçuca NP B, C
Brossimum gaudichaudii Trécul. mamica-de-cadela NP B
Cabrelea canjerana (Veloso) Martins canjerana NP B, C
Calophyllum brasiliensis Camb. guanandi, landi NP A, B
Campomanesia xanthocarpa Berg. gabiroba NP B, C
Cariniana estrellensis (Raddi) O. Kuntze. jequitibá branco NP C
Cariniana legalis (Mart.) Kuntze. jequitibá rosa NP C
pitumba, guaçatonga,
Casearia decandra Jacq. NP B, C
espeto
guaçatonga, erva-de-
Casearia sylvestris Sw. P C
lagarto
Cassia ferruginea Schard. ex DC. canafístula P (Si) B, C
Cecropia glaziovi Sneth. embaúba vermelha P B, C
Cecropia hololeuca Miq. embaúba branca P B, C
Cecropia pachystachya Trécul. embaúba P A, B
Cedrela fissilis Vell. cedro P (Si) C
Cedrela odorata Ruiz & Pav. cedro do brejo NP A, B
Centrolobium tomentosum Guill. ex
araribá P A, B
Benth
Cestrum laevigatum Schlecht   P A, B
Chorisia speciosa St. Hil. paineira P (Si) B, C
Chrysophyllum gonocarpum (Mart. &
guatambú de leite P (Si) B, C
Eichl.) Engl.
Citronella gongonha (Mart.) Howard congonha NP A, B
Clethra scabra Pers vassourão, canjuja P (Si) A, B
saquaragi vermelho,
Columbrina glandulosa Perkins P (Si) C
sobrasil
Copaifera lansdorffii Desf. óleo copaíba, copaíba NP B, C
Cordia ecalyculata Vell. café-de-bugre P (Si) B, C
Cordia superba Cham. barbosa, grão-de-galo P C
Cordia trichotoma Vell. ex Steud. louro-pardo, canela-batata P (Si) C
Croton florinbundus Spreng. capixingui P C
Croton priscus Müel. Arg. pau-sangue P C
Croton urucurana Baill. sangra d'água, aldrago P A, B
Cupania vernalis Camb. camboatã P (Si) C
Cytharexyllum myrianthum Cham. pau-viola P A, B
Dendropanas cuneatum Decne. &
maria-mole, mandioca P (Si) A, B
Planch.
Duguetia lanceolata St. HIl. pindaíba, biribá NP C
Endlicheria paniculata (Spreng.) J. F.
canela do brejo NP A, B
Macb.
Enterolobium contortisiliquum (Vell.)
tamboril, orelha-de-negro P (Si) B, C
Morang
Erythrina crista-gali L. suinã P A, B
Erythrina falcata Benth. sainã P B
Erythrina speciosa Andrews candelabro, faquinha P A, B
Esenbeckia leiocarpa Engl. guarantã NP C
Eugenia florida DC. guamirim NP A, B
Eugenia uniflora L. pitanga NP C
Euterpe edulis Mart. palmiteiro, jussara NP B
Ficus citrifolia Willd. figueira P (Si) B
Ficus guaranitica Schodat figueira, figueira branca P (Si) B
Ficus insipida Willd. figueira branca P (Si) A, B
Gallesia intergrifolia (Spreng.) Harms pau d'alho P (Si) B, C
Genipa americana L. genipapo NP A, B
Geonoma brevispatha Barb. Rodr.   NP A, B
Gomidesia affinis (Camb.) D. Legr. guamirim NP C
Guapira opposita  (Vell.) Reitz. maria-mole P (Si) B, C
Guarea guidonea (L.) Sjeum. marinheiro, cura-madre NP A, B
Guarea kunthiana A. Juss marinheiro NP A, B
pindaíba-preta, araticum-
Guatteria nigrescens Mart. NP C
seco
Guazuma ulmifolia Lam. mutambo P C
Heliocarpus americanus L. jangada P (Si) C
Hyeronima alchorneoides Fr. All. urucurana, licurana P (Si) A, B
Hymenaea coubaril L. jatobá NP B, C
Ilex brasiliensis Loes cana da praia NP A, B
Ilex paraguariensis St. Hil. erva-mate NP A, B
Inga affinis DC ingá, ingá-doce P (Si) A, B
Inga fagifolia Willd. ingá, ingá-feijão P (Si) A, B
Inga luschnatiana Benth. ingá P (Si) A, B, C
Inga marginata Willd. ingá P (Si) A, B
Inga uruguensis Hook. et Arn. ingá P (Si) A, B
Inga vera Willd. ingá P (Si) A, B
Jacaranda macrantha Cham. caroba-do-mato P (Si) A, B
Jacaratia spinosa (Aubl.) A.DC. jaracatiá P C
Lafoensia pacari St. Hil. dedaleiro P (Si) B, C
Lithraea molleoides Engl. aroeira brava P (Si) B
Lonchocarpus muehlbergianus Hass. embira de sapo P (Si) B, C
Luehea divaricata Mart. açoita-cavalo P (Si) B, C
Luhea grandiflora Mart. & Zucc. açoita-cavalo P (Si) C
bico-de-pato, jacarandá-
Machaerium aculeatum Raddi P (Si) B, C
de-espinho
Machaerium nictitans (Vel.) Benth. bico-de-pato, jacarandá- P (Si) B, C
ferro
Machaerium stipitatum Vog. sapuvinha P (Si) B, C
Maclura tinctoria (L.) Don ex Steud. amoreira P (Si) B, C
Matayba elaeagnoides Radlk. miguel pintado, pau-crioulo P (Si) B, C
Mauritia flexuosa L. buriti P A, B
Metrodorea stipularis Mart. carrapateira NP C
Myrcia rostrata DC. lanceira, guamirim-miúdo P B, C
Myrciaria trunciflora Berg. jabuticabeira NP C
Nectandra lanceolata Ness canela-do-brejo NP A, B
Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez canelinha, canela-preta NP C
canela-amarela, canela-
Nectandra rigida (H. B. K.) Ness NP B, C
ferrugem
Ocotea beaulahie Baitello canela NP B, C
Ocotea odorifera (Vell.) J.G. Rohwer canela sassafrás NP C
angico-cangalha,
Peltophorum dubium (Spreng) Taub. P (Si) C
canafístula
pau-de-sapateiro, cacho-
Pera obovata Baill. NP A, B
de-arroz
Persea pyrifolia Ness. & Mart. ex Ness. maçaranduba NP C
Piptadenia gonoacantha (Mart.) Macbr. pau-jacaré P (Si) C
pau-de-fumo, vassoura-
Piptocarpha macropoda Baker P C
preta
Platyciamus regnelli Benth. pau-pereira, cataguá NP C
Podocarpus sellowii Klotz. ex Endl. pinheiro-bravo NP B, C
Protium almecega March. almacegueira P (Si) A, B
amescla, almíscega, breu-
Protium heptaphyllum (Aubl.) March
vermelho
P (Si)  
Prunus myrtifolia (L.) Urb. pessegueiro-bravo NP A, B
Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A.
embiruçu P B, C
Rob.
Psidium guajava L. goiabeira P B, C
Psychotria sessilis (Vell.) Müell. Arg. cafezinho-do-mato NP C
azeitona-do-mato,
Rapanea ferruginea (Ruiz & Pav.) Mez P (Si) C
capororoca
Rapaenea guianensis Aubl. capororoca P A, B
Rapanea umbellata (Mart. ex DC.) Mez capororoca-branca P (Si) A, B, C
Rheedia gardneriana Planch. & Triana bacupari NP B, C
Rollinia sylvatica (A. St. Hil.) araticum-do-mato, cortiça P (Si) B, C
Rudgea jasminioides (Cham.) Müell. café-do-mato NP C
Sapium glandulatum Pax leiteiro P (Si) B, C
Savia dyctiocarpa Kuhlm. guaraiúva NP B, C
Schefflera morototonii (Aubl.) B.
mandioqueiro, mandiocão P C
Manguire
aroeirinha, aroeira-
Schinus terebinthifolius Raddi P A, B
pimenteira
Schyzolobium parahyba (Vell.) Blake ficheira, guapuruvu P B, C
Sebastiana brasiliensis Spreng branquilho NP A, B
Sebastiana klotzschiana Müell. Arg. branquilho, capixava NP A, B
Sebastiana serrata (Baill) Müell. Arg. branquilho NP A, B
Seguieria floribunda Benth. limão bravo P (Si) C
Sesbania virgata (Cav.) Pers.   P (Si) A, B
Sorocea bonplandii Burger folha de serra NP C
Styrax pohlii A. D. C. benjoeiro, estoraque P (Si) C
Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glass. jerivá, coquinho babão P (Si) B, C
Tabebuia cassinoides (Lam.) DC. caixeta P (Si) A, B
Tabebuia chysotricha (Mart. ex DC.) ipê-tabaco P (Si) C
Stanley
Tabebuia impetiginosa (Mart.) Standley ipê-roxo P (Si) B, C
Tabebuia umbelata (Sound.) Sand. ipê-amarelo-do-brejo P (Si) A, B
Talauma ovata St. Hil. pinha-do-brejo NP A
peito-de-pomba, pau-
Tapirira guianensis Aubl. P (Si) A, B
pombo
Terminalia triflora Griseb pau-de-lança, amarelinho NP A, B
Trema micrantha Blume crindiúva, trema P C
Trichilia catingua A. Juss. catiguá NP C
Trichilia clausseni C. DC. catiguá vermelho NP C
Trichilia elegans A. Juss. catiguá miúdo NP C
catiguá amarelo, baga-de-
Trichilia pallida Sw. NP B, C
morcego
Triplaris brasiliana Cham. pau-formiga P (Si) B, C
pau-de-fumo, vassourão-
Veronia difusa Less. P C
preto
Virola oleifera (Schott) A.C. Smith bicuíba NP B, C
Vitex montevidensis Cham. tarumá NP A, B
Xylopia aromatica Baill. primenteira, pindaíba P (Si) C
Xylopia brasiliensis (L.) Spreng. pindaíba, asa-de-barata NP B, C
Xylopia emarginata Mart. pindaíba-d'água P (Si) A, B
Zanthoxylum rhoifolium Lam. mamica de porca P (Si) C
ipê-felpudo, bolsa-de-
Zeyheria tuberculosa (Vell.) Burn. P (Si) C
pastor

   
 

Indicadores de Recuperação

O sucesso de um projeto de recuperação de mata ciliar deve ser avaliado por meio de indicadores de recuperação.
Através destes indicadores, é possível definir se o projeto necessita sofrer novas interferências ou até mesmo ser
redirecionado, visando acelerar o processo de sucessão e de restauração das funções da mata ciliar, bem como
determinar o momento em que a floresta plantada passa a ser auto-sustentável, dispensando intervenções antrópicas.

A avaliação da recuperação, através de indicadores, é função das metas e dos objetivos pretendidos com ela. Não se
pode cobrar uma elevada diversidade biológica em um projeto cujo objetivo tenha sido o de proteger o solo e o curso
d'água dos efeitos negativos da erosão do solo de uma área extremamente degradada. Neste aspecto, modelos de
recuperação mais complexos, envolvendo uma diversidade inicial maior de espécies, tendem a promover uma
recuperação mais rápida da biodiversidade e da funcionalidade do ecossistema. Vários estudos têm proposto um
conjunto de indicadores de avaliação da recuperação e da sustentabilidade dos projetos de restauração e, ou, manejo
das florestas.

Os insetos têm sido considerados bons indicadores ecológicos da recuperação, principalmente as formigas, os cupins,
as vespas, as abelhas e os besouros. Em nível de solo nas áreas em processos de recuperação, há uma sucessão de
organismos da meso e macrofauna que estão presentes em cada etapa da recuperação destas áreas, sugerindo que
possam ser encontrados bioindicadores de cada uma destas etapas. Outros indicadores vegetativos podem ser
medidos como: chuva de sementes, banco de sementes, a produção de serapilheira e silvigênese. Estes indicadores
apresentam a vantagem de serem de quantificação relativamente fácil, quando comparados com outros indicadores
biológicos.

1 - Regeneração Natural:

O monitoramento da comunidade jovem, do ponto de vista estrutural estático e dinâmico, possibilita a identificação do
estágio seral e a evolução da mesma. Assim, as análises da regeneração natural são essenciais para se avaliar o
sucesso da recuperação. A regeneração natural é analisada através de medições de diâmetro, no nível do solo, e da
altura das plântulas e plantas jovens, presentes em pequenas parcelas amostrais, lançadas na floresta. Uma
estratificação vertical auxilia o entendimento da dinâmica da regeneração natural. Estudos mais detalhados
determinam categorias de tamanho para a análise da regeneração. A quantificação da regeneração, quando associada
com a classificação sucessional das espécies (pioneiras, secundárias iniciais, secundárias tardias e climáticas),
compõe um indicador extremamente útil das condições de recuperação e de sustentabilidade da floresta ciliar.
Quando, na regeneração natural, espécies típicas dos estágios iniciais da sucessão (pioneiras e secundárias iniciais)
predominam em número de espécie e, ou, de indivíduos, percebe-se indicativo de que a sucessão está muito lenta na
área e que as espécies tardias não estão conseguindo chegar até o local ou, embora estejam chegando, por algum
motivo não estão conseguindo se estabelecer. Neste caso é necessário algum tipo de intervenção. É claro que a
análise deve levar em consideração o tempo em que a floresta foi implantada.

2 - Banco de Sementes:

O banco de sementes compreende as semenetes viáveis presentes na camada superficial do solo. Através de uma
moldura de 05 X 0,5 cm, lançada na superfície do solo, coleta-se toda a serapilheira e o solo, numa profundidade de
0-5 cm, que retém a maior parte das sementes. Transferindo para a casa de vegetação e livre de contaminações
externas, são forcecidas condições de luz e de umidade necessárias para a germinação das sementes. Após um
determinado tempo, as sementes germinadas são contadas e as plântulas identificadas. É importante destacar que o
banco de sementes é formado, principalmente, por espécies pioneiras que, normalmente, apresentam dispersão a
longa distância e, portanto, não estão, necessariamente, presentes na vegetação arbórea local. Em condições de boa
cobertura vegetal e com bom sombreamento do solo, espera-se que estas espécies pioneiras presentes no banco não
encontrem condições favoráveis à germinação e ao estabelecimento, a menos que ocorra um distúrbio. Contudo, este
aspecto não diminui a importância do banco de sementes como indicador de recuperação e de sustentabilidade, uma
vez que são as espécies pioneiras que irão desencadear o processo de colonização de uma área, após um distúrbio. O
importante é determinar a riqueza de espécies do banco de sementes e a proporção entre espécies nativas e
invasoras. Um banco rico em sementes de espécies invasoras ou ruderais sugere que, frente a um distúrbio natural,
como a abertura de clareiras, estas espécies poderão vir a colonizar a área, podendo competir com as espécies
nativas, afetando a sustentabilidade da floresta ciliar.

3 - Produção de Serapilheira e Chuva de Sementes:

A serapilheira compreende, principalmente, o material de origem vegetal (folhas, flores, rasos, casas, frutos e
sementes) e, em menor proporção, o de origem animal (restos animais e material fecal) depositado na superfície do
solo de uma floresta. Atua como um sistema de entrada e saída, recebendo entradas via vegetação e, por sua vez,
decompondo-se e suprindo o solo e as raízes com nutrientes e com matéria orgânica. Este processo é particularmente
importante na restauração da fertilidade do solo nas áreas em início de sucessão ecológica.

Em comunidades sucessionais, o acúmulo de serapilheira e o tempo de sua remoção podem produzir mudança radical
na estrutura, afetando a substituição de espécies dominantes, bem como a riqueza e a diversidade. A quantificação da
serapilheira, ao longo do ano, permite estimar a produção anual por hectare. Em uma área ciliar em recuperação, esta
informação é muito importante, pois possibilita a comparação com outros estudos realizados em áreas ciliares. Se a
produção de serapilheira da área em avaliação está muito baixa em comparação com outras comunidades ciliares pode
estar ocorrendo problemas, em nível de ciclagem de nutrientes.

A ausência ou a baixa densidade de sementes de espécies não pioneiras na chuva de sementes significa que estas
espécies terão dificuldades de regeneração na área em recuperação. Como as espécies pioneiras são mais importantes
na definição da estrutura da floresta, devem ser tomadas medidas visando estimular sua chegada na área.

4 - Abertura do Dossel:

O dossel da floresta, ou seja a cobertura superior da floresta formada pelas copas das árvores, em termos ecológicos
apresenta uma grande influência na regeneração das espécies arbustivo-arbóreas, além de atuar como barreira física
às gotas de chuva, protegendo o solo da erosão. Em florestas secundárias jovens, o dossel normalmente encontra-se
mais aberto, com grandes espaços entre as copas das árvores, permitindo maior passagem de luz e, assim, inibindo a
regeneração de espécies não pioneiras, especialmente as climácicas. Nas florestas maduras, o dossel é mais fechado,
causando maior sombreamento no sub-bosque e favorecendo a regeneração das espécies tardias, formadoras de
bancos de plântulas.

Numa área ciliar em processo de restauração, espera-se que o dossel tone-se cada vez mais fechado, à medida em
que as árvores cresçam e que suas copas se encontrem. Contudo, em áreas em que ocorreu mortalidade elevada de
mudas, sem posterior replantio, o dossel apresentará muitas falhas, e a regeneração natural de espécies não pioneiras
poderá ser prejudicada. Desta maneira, o nível de abertura do dossel pode ser um bom indicador da recuperação de
uma mata ciliar. Porém, cabe ressaltar que este indicador deve ser combinado com outros principalmente com a
regeneração natural, pois é posível se obter um dossel muito fechado, com bom sombreamenteo e boa cobertura do
solo em reflorestamentos homogêneos, e que, apesar da proteção ao solo, não são considerados auto-sustentáveis e
são pouco eficientes na recuperação da biodiversidade.

Existem vários métodos para se estimar a abertura do dossel, sendo a utilização de fotografias hemisféricas o método
mais prático e preciso. A abertura do dossel também pode ser estimada através da projeção das copas das árvores,
determinando-se a proporção entre as áreas cobertas e as abertas. É um método subjetivo, mas que possibilita uma
visão geral do estado de recuperação de uma floresta, em nível de cobertura do solo.

Fonte resumida: Recuperação de matas ciliares. Sebastião Venâncio Martins. Editora Aprenda Fácil. Viçosa - MG, 2001.
Agrossilvicultura

Conceitos

A agrossilvicultura é um sistema racional e eficiente de uso da terra. Nesse sistema, árvores são cultivadas em
consórcio com culturas agrícolas e/ou criação animal que propicia, entre outras vantagens, a recuperação da
fertilidade dos solos, o fornecimento de adubos verdes e o controle de ervas daninhas. Consiste numa prática de
manejo na qual as culturas são cultivadas nas ruas entre as fileiras ou renques plantados com espécies arbustivas ou
arbóreas, geralmente leguminosas, e na qual as espécies lenhosas são podadas periodicamente durante a época de
cultivo.

Sistemas agroflorestais ou agrossilviculturais são sistemas de produção consorciada envolvendo um componente


arbóreo e um outro, que pode ser animal ou cultivo agrícola, de forma a maximizar a ação compensatória e minimizar
a competição entre as espécies, com o objetivo de conciliar o aumento de produtividade e rentabilidade econômica
com a proteção ambiental e a melhoria da qualidade de vida das populações rurais, promovendo, assim, o
desenvolvimento sustentado.

Um Sistema Agroflorestal (SAF) tem os mesmos atributos de qualquer outro sistema:

* Componentes: são os elementos físicos, biológicos e sócio-econômicos.


* Limites: definem bordas físicas: entradas (energia solar, mão-de-obra, insumos) e saídas (alimento, madeira e
produtos animais), constituem a energia ou matéria trocada entre sistemas.
* Interações: são as relações entre os componentes do sistema.
* Hierarquia: indica a posição do sistema com relação a outros sistemas.

Classificação

Uma das principais características dos sistemas agroflorestais é o uso do componente arbóreo em sistemas agrícolas.
Portanto, este componente é usado como referencial para a classificação dos sistemas.

O uso das árvores no sistema agrícola possibilita aumentar a diversidade dos sistemas monoculturais, controlar as
condições microclimáticas para os outros componentes e melhorar ou conservar as propriedades físicas, químicas e
biológicas do solo. A classificação dos SAF's é feita seguindo os seguintes critérios:

Estrutural

Refere-se à composição, arranjo espacial do componente arbóreo, estratificação vertical e ao arranjo temporal dos
componentes. Nos SAF's existem três grupos de componentes a serem manejados: o florestal, que pode ser
representado pelas árvores, palmeiras ou outras plantas lenhosas perenes com origem florestal; o agrícola, com
plantas herbáceas ou arbustivas, incluindo plantas forrageiras; e o animal, tanto de pequeno porte quanto de grande
porte.

O arranjo espacial contempla a densidade de plantio e a distribuição das plantas na área. As árvores podem ser
plantadas em stands densos, como no método taungya e no “home garden”, ou abertos, como no uso de árvores de
sombra em pastagem.

A distribuição das árvores na área pode ser de forma misturada com os outros componentes, como nos sistemas de
condução de regeneração natural da espécie florestal (sistema tradicional da bracatinga, no sul do Brasil), ou em
zonas, podendo estas serem estreitas (microzonais), como é no caso do “alley cropping”, ou plantio entre fileiras de
árvores, e do método taungya, ou largas (macrozonais), nos quais as árvores podem ser plantadas em fileiras, faixas
ou blocos distantes uns dos outros, como nas cercas-vivas, quebra-ventos, bancos de proteína, e nos plantios de
árvores em terraços para conservação de solo.

Funcional

Refere-se à principal função ou papel do componente arbóreo no sistema, que poderá ser de produção de bens
(madeira, fruto, semente, forragem, lenha, etc.) ou de serviços (quebra-ventos, cercas-vivas, conservação do solo) a
outras espécies ou ao sistema como um todo.

Sócio - econômico
Refere-se ao nível de utilização de insumos no manejo e intensidade ou escala do manejo e aos objetivos comerciais.
Os SAF´s podem atender a diferentes escalas de produção, atingindo os níveis comerciais, intermediários e de
subsistência, e podem utilizar diferentes níveis tecnológicos e de manejo, como alto, médio e baixo.

Ecológico

Refere-se às condições ambientais e de sustentabilidade ecológica dos sistemas, ao assumir que certos tipos de
sistemas podem ser mais apropriados a determinadas condições ecológicas.
Sistemas e Práticas Agroflorestais
Sistemas Agrossilvicultural

Sistema Descrição Componentes Função

Arbóreos: pioneiras e Produtos: madeira,


leguminosas lenha, frutos
Pousio Plantio de árvores
Melhorado na fase de pousio
Agrícolas: culturas Proteção: melhoria
comuns do solo

Plantio de espécies Arbóreos: espécies


Produtos: madeira
agrícolas nos comerciais
Taungya primeiros anos dos
povoamentos Proteção:
Agrícolas: culturas
florestais conservação do solo
comuns

Plantio de árvores Arbóreos: pioneiras e


Produtos : lenha
em fileiras ou faixas leguminosas
Alley Cropping
e cultivo agrícola
(Aléias) Proteção:
entre as fileiras ou Agrícolas: culturas
faixas conservação do solo
comuns

Árvores plantadas, Produtos: vários


dispersas Arbóreos: uso múltiplo
produtos das árvores
Árvores de uso aleatoriamente, ou ou frutífero
múltiplo em em padrão
áreas de cultura sistemático em Proteção:sombreame
Agrícolas: culturas
bordas, terraços ou nto, fixação de
comuns
faixas conservação do solo

Arbóreos: espécies
Plantio Produtos: madeira,
cultivadas e para
Culturas mutiestratificado frutos, etc.
sombreamento
arbóreas com com árvores para
cultivos sombreamento de Proteção: melhoria,
agrícolas culturas arbóreas ou Agrícolas: culturas
sombreamento,
herbáceas comuns e tolerantes à
conservação do solo
sombra

Combinação Arbóreos: uso múltiplo Produtos: vários


multiestratificada de e frutífero produtos das árvores
Jardins
árvores e culturas
domésticos
agrícolas em torno Agrícolas: culturas Proteção:
da casa comuns conservação do solo

Produtos: vários
Árvores para Arbóreos: xuso múltiplo
produtos das árvores
melhoria ou Árvores plantadas
conservação do em faixas e terraços Agrícolas: culturas
solo Proteção:
comuns
conservação do solo

Arbóreos: árvores de Produtos: vários


diferentes alturas produtos das árvores
Cercas-vivas e Árvores plantadas
quebra-ventos em torno de culturas
Agrícolas: culturas Proteção: cercas,
comuns quebra-ventos
Sistema Silvipastoril
 
Sistema Descrição Componentes Função

Arbóreos: uso múltiplo e


Regeneração forrageiras Produtos: produtos
Árvores em artificial ou natural das árvores, forragem
pastagens de árvores em Agrícolas: gramíneas e e produtos animais
naturais e/ou áreas de pastagens leguminosas
plantadas naturais ou Proteção: sombra
artificiais Animal: bovinos, suínos para os animais
ou ovinos

Arbóreos: espécies
comerciais
Pastejos em Produtos: madeira,
Pastejo em áreas povoamentos Agrícolas: gramíneas forragem e animais
reflorestadas florestais leguminosas
comerciais Proteção: sombra
Animal: bovinos, suínos
ou ovinos

Arbóreos: leguminosas
Plantio de árvores forrageiras
em áreas de
Banco de
produção de Agrícolas: gramíneas Produtos: forragem
proteína
proteína para corte
ou pastejo direto Animal: bovinos,
caprinos ou ovinos

Arbóreos: arbóreas
cultivadas

Pastejo em áreas Áreas de culturas Produtos: vários


Agrícolas: gramíneas e
de cultura arbóreas sob
leguminosas
arbórea pastejo Proteção: sombra

Animal: bovinos, suínos


ou ovinos

Plantio de árvores Produtos: forragem


Árvores para nos taludes de Arbóreos: árvores
produção de tanques, represas forrageiras para peixes
forragem de ou açudes para Proteção:
peixes produzir forragem estabilização de
Animal: peixes
para peixes talude

Sistemas Agrossilvipastoris
Sistema Descrição Componentes Função

Jardins domésticos Combinação Arbóreos: uso Produtos: vários


com animais multiestratificada de múltiplo e frutíferas
Agrícolas: comuns
árvores, culturas Proteção:
agrícolas e animais conservação do
em torno da casa Animal: pequenos solo
animais

Arbóreos: comerciais

Sistemas Método taungya Agrícolas: gramíneas Produtos: vários


agrossilvipastoris seguido de pastejo e leguminosas,
em áreas de plantio durante a fase de forrageiras
florestal manutenção florestas Proteção: sombra

Animal: bovinos,
suínos ou ovinos

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