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DIAGNÓSTICO COLETA E MANEJO DE SEMENTES

E FRUTOS

João Antonio Pereira Fowler


Analista A da Embrapa Florestas
INTRODUÇÃO

DIAGNÓSTICO DO SETOR DE SEMENTE E MUDAS DE ESPECIES


NATIVAS FLORESTAIS
INTRODUÇÃO

DIAGNÓSTICO DO SETOR DE SEMENTE E MUDAS DE ESPECIES


NATIVAS FLORESTAIS
Faltam sementes e mudas de spp.
Tecnologia de sementes de spp. em fase de geração para:
Teste de germinação em laboratório.
Superação da dormência.
Conservação em armazenamento.
INTRODUÇÃO

DIAGNÓSTICO DO SETOR DE SEMENTE E MUDAS DE ESPECIES


FLORESTAIS NATIVAS
Adesão ao sistema de produção (RENASEM):
Produtores, coletores, beneficiadores e armazenadores de sementes em
processo de inscrição no sistema.
Credenciamento de laboratórios:
Poucos laboratórios aptos a análise de sementes de espécies florestais.
INTRODUÇÃO

DIAGNÓSTICO DO SETOR
DE SEMENTE E MUDAS DE
ESPECIES FLORESTAIS
NATIVAS
Demanda estimada 17, 3
Mha.

(Fonte: Sparoveck, 2013)


FATORES QUE AFETAM A PRODUÇÃO DE SEMENTES

Fatores que interferem na ciclicidade de florescimento e


frutificação das arvores matrizes
Sazonalidades climáticas como estações chuvosas, secas ou frias.
Florestas tropicais : o florescimento e frutificação são altamente
sensíveis a pequenas variações climáticas.
Que também afetam agentes polinizadores, dispersores e até
predadores.
FATORES QUE AFETAM A PRODUÇÃO DE SEMENTES

Fatores que interferem na ciclicidade de florescimento e


frutificação das arvores matrizes
Os espécies florestais clímax esporadicamente florescem fora da
estação habitual.
O florescimento gregário normalmente ocorre após períodos de
seca, sendo comum em espécies florestais de regiões subtropicais e
temperadas e decorre do stress hídrico e aumento das horas de
insolação.
FATORES QUE AFETAM A PRODUÇÃO DE SEMENTES

Fatores que interferem na ciclicidade de florescimento e


frutificação das arvores matrizes
O aumento da sazonalidade climática causa aumento da
sazonalidade fenológica para espécies que ocorrem em climas
variados, permitindo o florescimento e frutificação todo o ano.
Espécies cultivadas em regiões onde não ocorrem naturalmente
podem alterar a periodicidade de reprodução.
FATORES QUE AFETAM A PRODUÇÃO DE SEMENTES

Idade reprodutiva
As espécies florestais apresentam períodos juvenis longos,
necessários para seu adequado estabelecimento, antes da fase
reprodutiva:
A idade em as espécies florestais iniciam sua fase reprodutiva é
variável e dependente da genética e do ambiente, pioneiras mais
precoce e clímax mais tardiamente.
FATORES QUE AFETAM A PRODUÇÃO DE SEMENTES

Idade reprodutiva
Especies pioneiras como Leucena leucocephala e Calliandra
calothyrsus podem produzir frutos no 1º e 2º ano de cultivo
Grevillea robusta do 6º ao 8º ano, Azadirachta indica no 5º ano e
Swietenia macrophylla do 10º ao 15º ano
FATORES QUE AFETAM A PRODUÇÃO DE SEMENTES

Idade reprodutiva
A idade em que aparecem os órgãos reprodutivos nos indivíduos
varia entre o sexo na mesma espécie e entre espécies.
A. cunninghamii , espécie monóica, as flores fêmeas aparecem aos
12 anos enquanto que as flores masculinas de 22 a 27 anos de idade.
Em muita espécies com flores hermafroditas, a uma tendência de
que essas se apresentem como masculinas (produzam pólen) e não
sementes.
FATORES QUE AFETAM A PRODUÇÃO DE SEMENTES

Idade reprodutiva
As condições ambientais exercem grande influencia sobre a idade
reprodutiva da espécies florestais, condições favoráveis produzirão
frutos e sementes mais precocemente.

Aumento da intensidade luminosa sob condições de floresta úmida


(clareiras) induzem ao florescimento precoce em árvores novas.
FATORES QUE AFETAM A PRODUÇÃO DE SEMENTES

Idade reprodutiva
Nas espécies clímax, as do gênero Araucaria, há grande variação de
florescimento entre os indivíduos pois aguardam estímulos
ambientais propícias para seu inicio.

A implantação de áreas para produção de frutos e sementes


proporciona o inicio da fase reprodutiva mais precocemente
comparativamente a condição do ambiente natural.
FATORES QUE AFETAM A PRODUÇÃO DE SEMENTES

Idade reprodutiva
Plantas obtidas por estaca, enxertia e alporquia produzem frutos
mais precocemente do as obtidas por sementes desde que seja
coletado material de indivíduos adultos.

Em um pomar de sementes de A. cunninghamii o tempo de


produção de cones masculinos foi reduzido de 22-27 anos para 5
anos e de cones femininos de 12 para 2-3 anos por enxertia.
FATORES QUE AFETAM A PRODUÇÃO DE SEMENTES

Idade reprodutiva
A primeira floração produz poucos frutos e sementes.
Espécies pioneiras possuem ciclo reprodutivo curto e as clímax
longos decorrente das estratégias de regeneração de cada estádio
sucessional.
Muitas espécies possuem um mecanismo fisiológico inibidor da
endogamia que causam o aborto floral.
FATORES QUE AFETAM A PRODUÇÃO DE SEMENTES

Influencia dos fatores externos na produção de sementes


Condições ambientais locais (microclima) influenciam
significativamente a reprodução de indivíduos e população.
Causas da polinização e fertilização inadequadas:
Em espécies dióicas a ausência de planta masculinas próxima.
Em espécies monóicas as condições climáticas também influenciam
a produção de pólen, como períodos secos.
FATORES QUE AFETAM A PRODUÇÃO DE SEMENTES

Influencia dos fatores externos na produção de sementes


Condições ambientais locais (microclima) influenciam intensamente
a reprodução de indivíduos e população.
Polinização e fertilização inadequadas causas:
Falta de agentes polinizadores no momento da receptividade das
flores femininas.
Para as espécies anemocóricas, velocidade e direção do vento e a
umidade do ar.
FATORES QUE AFETAM A PRODUÇÃO DE SEMENTES

Influência dos fatores externos na produção de sementes

O frio e a umidade excessiva do ambiente na época da reprodução


causam:

Encapsulamento das flores e cones no momento em que deveriam


estar abertos e receptivos dificultando a polinização.
FATORES QUE AFETAM A PRODUÇÃO DE SEMENTES

Influência dos fatores externos na produção de sementes

Perda dos frutos e sementes decorrente de:


Condições climáticas desfavoráveis como frio ou seca extremos
durante o desenvolvimento dos frutos.
Ocorrência de granizo ou vendaval intenso.
SELEÇÃO E CADASTRO DE ÁRVORES MATRIZES

PLANEJAMENTO DA COLETA
Finalidade de uso:
Revegetação florestal
Plantio comercial
Conservação genética
Definição da(s) espécie(s)
SELEÇÃO E CADASTRO DE ÁRVORES MATRIZES

Adultas.
Dominantes ou co-dominantes.
Sadias.
Não aparentada.
Selecionar 25 árvores-matrizes/espécie.
Cadastrar as árvores-matrizes no gps.
Considerar a hidromorfia dos solos.
Árvores isoladas ?
SELEÇÃO E CADASTRO DE ÁRVORES MATRIZES

Onde coletar: Populações naturais



Variabilidade genética intrapopulacional adequada
Limitações:
Desconhecimento sobre a distribuição espacial dos genótipos nas
populações.
Distância física não garante diversidade genética.
Usa-se comumente: Seleção fenotípica.
SELEÇÃO E CADASTRO DE ÁRVORES MATRIZES

Populações
naturais
SELEÇÃO E CADASTRO DE ÁRVORES MATRIZES

Qualidade genética dos lotes sementes


Análise dos genótipos nas populações por marcadores baseados em
PCR-RAPD
Metodologia
Material vegetal: Folhas novas ou alburno
Extração do DNA genômico: Protocolos:
salino, CTAB, etc. adaptado à cada espécie.
SELEÇÃO E CADASTRO DE ÁRVORES MATRIZES

Qualidade genética dos lotes sementes


Metodologia
Teste de primers
Seleção dos primers que amplificam os polimorfismos genéticos de
cada espécie
primers : partes sintéticas do DNA com 10 pares de base
SELEÇÃO E CADASTRO DE ÁRVORES MATRIZES

Qualidade genética dos lotes sementes


Preparo da reação
DNA da sp.,reagentes, primer e a TaqPolimerase
Execução da reação no termociclador
Desnaturação inicial 92ºC/4’
92ºC /1’
40 ciclos 40ºC/1’30’’
72ºC/ 2’
Extensão final 72ºC/5’
SELEÇÃO E CADASTRO DE ÁRVORES MATRIZES

Qualidade genética dos lotes sementes


Corrida após as reações
gel de agarose preparado na proporção de 1,5% (P/V)
corrente elétrica de 3 volts/cm
Condição de imersão total em TBE 1X
Revelação
Após a corrida o gel é imerso em solução de brometo de etídeo e em
seguida fotodocumentado em luz ultravioleta.
SELEÇÃO E CADASTRO DE ÁRVORES MATRIZES

Qualidade
genética dos
lotes sementes
SELEÇÃO E CADASTRO DE ÁRVORES MATRIZES
Qualidade genética dos lotes sementes
SELEÇÃO E CADASTRO DE ÁRVORES MATRIZES

Qualidade genética dos lotes sementes


variabilidade genética → evolução
seleção natural

variação para adaptação ecológica

ecótipos

variação entre populações
MÉTODOS DE COLETA DE SEMENTES
Coleta direta na árvore-matriz
É mais trabalhosa e exige profissionais especializados
pelas dificuldades de acesso.
Há maior abundancia de frutos: no topo da planta;
ponta dos galhos.
Operacionalização: escadas apropriadas;
caminhão tipo munck;
escalada com equipamento para rapel.
MÉTODOS DE COLETA DE SEMENTES
Coleta direta na árvore-matriz

1 2
MÉTODOS DE COLETA DE SEMENTES
Coleta direta na árvore-matriz

1 2
MÉTODOS DE COLETA DE FRUTOS

Coletas de frutos no solo


Desvantagens:
 Coletar frutos imaturos.
 Coletar frutos sem semente.
 Coletar frutos/sementes deterioradas.
 Dificuldade de identificar a arvore-matriz originária.
MÉTODOS DE COLETA DE FRUTOS

Coletas de frutos na dispersão


Pelo uso de anteparo às sementes que se dispersam das árvores.

Desvantagens:
 Perda de sementes.
 Risco de dano àquelas que ficam no anteparo.
MÉTODOS DE COLETA DE FRUTOS

Coletas de frutos
na dispersão
MANEJO DOS FRUTOS APÓS A COLETA

Riscos nesse período:

 Perda da identidade (fonte de origem, árvore-matriz, localidade,


município).

 Perda da viabilidade causada pelo aquecimento dos frutos com


alto grau de umidade.
MANEJO DOS FRUTOS APÓS A COLETA

Procedimentos recomendados:

Extrair as sementes dos frutos a campo.

Caso não seja viável transportá-las imediatamente a UBS.


MANEJO DOS FRUTOS APÓS A COLETA

Extração no local ou transporte decorre:

 Distância e tempo de translado até a UBS.


 Característica das sementes coletada.
 Viabilidade de extração através do sol.
 Condições climáticas do local.
MANEJO DOS FRUTOS APÓS A COLETA

Cuidados com a identidade do lote


Identificar corretamente os containers:
Espécie.
Nº lote.
Local.
Peso.
Data da coleta
Nome do coletor
MANEJO DOS FRUTOS APÓS A COLETA

Cuidados no transporte:
Despender o tempo mínimo entre o local de coleta e a UBS.
Transporte rodoviário é o preferível.
Ventilação: Máxima possível.
Temperatura: deve ser baixa.
Grau de umidade: menor possível.
MANEJO DOS FRUTOS APÓS A COLETA

Cuidados no transporte
Precauções com as sementes recalcitrantes:
Dispender o tempo mínimo entre o local de coleta e a UBS.
Transporte rodoviário é o preferível.
Ventilação: Não deve ser excessiva nem deficiente.
Temperatura: deve ser baixa.
Grau de umidade: deve ser mantido alto.
OBRIGADO!
João Antonio Pereira Fowler

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