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i. Subentendido – quando é possível identificar no contexto o referente para o qual remete o sufixo
flexional. EX: «[Tu] Querias crescer depressa, aí tens.»
ii. Indeterminado – quando o verbo se encontra na 3ª pessoa do plural ou do singular, acompanhado,
neste último caso, do pronome pessoal se com valor impessoal, não sendo possível identificar o
referente do sujeito nulo indeterminado, uma vez que não é definido nem específico. EX:
«Disseram-me que ia chover.»; «Via-se bem que alguns deles faziam logo as contas.»
iii. Expletivo – ocorre apenas com verbos impessoais. EX: «Havia já algumas pessoas à sombra dos
toldos ou estendidos ao sol.»
3. Modificador da frase – grupo preposicional (1) ou adverbial (2) que, ao contrário dos
complementos, não sendo selecionados pelo verbo, modificam-no, adicionando informação
suplementar. Caracterizam-se essencialmente pela sua grande mobilidade, podendo ocorrer em várias
posições da frase.
EX: (1) «O carrinho partiu, com Lourival, por entre a azinhaga.»
(2) «O conselheiro enrolava vagarosamente o seu lenço de seda da Índia.»
a. Complemento direto – grupo nominal (1) ou oração substantiva completiva (2) que pode ser
substituído respetivamente pelo pronome pessoal de 3ª pessoa (o/a, os/as) ou ‘’isso’’ , responde a
pergunta ‘’o que’’
c. Complemento oblíquo – grupo adverbial (1) ou preposicional (2) que, ao contrário do complemento
indireto, não pode ser substituído por um pronome pessoal (lhe/lhes).
EX: (1) «Faz bem à alma.» →/ «Faz-lhe à alma.»
(2) «Também me lembro do sopro do maçarico.» →/ «Também me lembro-lhe.»
Exemplos de verbos que pedem complemento oblíquo:
a) ir a, vir de, estar em, partir de (nome ou pronome precedido de preposição; advérbio);
b) comunicar com, concordar com, discordar de, precisar de, necessitar de, troçar de, casar-se com,
divorciar-se de, dispor-se a, arrepender-se de, interessar-se por (nome ou pronome precedido de
preposição).
2. Predicativos
a. Predicativo do sujeito – grupo nominal (1), adjetival (2), adverbial (3) ou proposicional (4) ou
oração (5) selecionado por um verbo copulativo (estar, ficar, continuar, parecer, permanecer,
revelar-se, ser, tornar-se…) que atribui uma propriedade ou uma localização (espacial ou temporal) ao
sujeito.
EX: (1) «A mãe era uma criatura desagradável e azeda.»
(2) «Garcia ficou aturdido.»
(3) «Olhe que isto é preciso é que todos fiquem bem.»
(4) «Caeiro era de estatura média.»
(5) «Pensar é estar doente dos olhos.»
b. Predicativo do complemento direto – grupo nominal (1), adjetival (2) ou preposicional (3),
selecionado por um verbo transitivo predicativo (achar, chamar, considerar, eleger, julgar, nomear,
tratar,…) que atribui uma propriedade ou uma localização (espacial ou temporal) ao complemento
direto.
EX: (1) «[…] se o ministro fizer esse ladrão recebedor de comarca.»
(2) «Todos a achavam simpática.»
(3) «Todos o tinham por tolo.»
3. Modificador do grupo verbal – grupo preposicional (1), adverbial (2) ou oração subordinada (3)
que, ao contrário dos complementos, não sendo selecionados pelo verbo, modificam-no, adicionando
informação suplementar. Caracterizam-se essencialmente pela sua grande mobilidade, podendo
ocorrer em várias posições da frase.
EX: (1) «O carrinho partiu, com Lourival, por entre a azinhaga.»
(2) «O conselheiro enrolava vagarosamente o seu lenço de seda da Índia.»
(3) «Não te posso dar minha filha, porque já não tenho filhos.»
Funções sintáticas internas ao grupo nominal
1. Complemento do nome – grupo preposicional [oracional (1) ou não oracional (2)] ou, menos
frequentemente, adjetival (3) que integra o grupo nominal, ocorrendo sempre à direita do nome que
completa e sendo sempre de preenchimento opcional.
EX: (1) «Tem curiosidade de saber como é esta pobre máquina por dentro […].»
(2) «Ter pena dele seria como ter pena dum plátano […].»
(3) «A procura turística tem aumentado.»
2. Modificador do nome – função sintática que integra o grupo nominal, modificando-o através de
informações suplementares.
a. Restritivo – grupo preposicional (1), grupo adjetival (2) ou oração relativa restritiva (3) que
modifica o nome, restringindo a sua referência.
EX: (1) «Fechou a porta da cela atrás de si […].»
(2) «De repente, a rapariga loira viu uma criança sair a correr.»
(3) «Há palavras que fazem bater mais depressa o coração […].»
b. Apositivo – grupo nominal (1), adjetival (2) ou preposicional (3) ou oração relativa explicativa (4)
que, ao modificarem o nome, não limitam a sua referência. Na escrita, está sempre separado por
vírgulas do nome que modifica e ocorre normalmente à direita do mesmo.
EX: (1) «Alguma vez a sua Loló, magra e frenética criatura de olhos verdes, brincara nos jardins dos
palacetes […]?»
(2) «Que doença estranha, lenta mas tenaz, matava o Rei?»
(3) «A velha tinha-se dado preparatoriamente um choro, de grande efeito em corações de
viajante.»
(4) «O rapaz, que chegou pelo lado de trás, abriu a cancela de madeira.»
c. Complemento do adjetivo – grupo preposicional [não oracional (1) ou oracional (2)] que integra o
grupo adjetival, ocorrendo sempre à sua direita. Não é de preenchimento obrigatório.
EX: (1) «E será o pai feliz com o meu sacrifício?»
(2) «Sou fácil de definir.»
- Deítico pessoal – indica as pessoas do discurso (locutor e interlocutor); integram este grupo
os pronomes pessoais (ex: tu, me, nós, etc.), determinantes e pronomes possessivos (ex: o
meu, o vosso, teu, etc.), sufixos flexionais de pessoa-número (ex: falas, falamos, etc.), bem
como vocativos. EX: «Aceita que eu exista como os sonhos.»; «Quando eu disser não ouças.»
- Deítico espacial – assinala os elementos espaciais, evidenciando a relação de maior ou menor
proximidade relativamente ao lugar ocupado pelo locutor; integram este grupo os advérbios
ou locuções adverbiais de lugar (ex: aqui, cá, além, lá de cima, etc.), os determinantes e
pronomes demonstrativos (ex: este, essa, aquilo, etc.), bem como alguns verbos que indicam
movimento (ex: ir, partir, chegar, aproximar-se, afastar-se, entrar, sair, subir, descer, etc.). EX:
«Vamos até ali.»
- Deítico temporal – localiza fatos no tempo; integram este grupo os advérbios, locuções
adverbiais ou expressões de tempo (ex: amanhã, ontem, na semana passada, no dia seguinte,
etc.) e sufixos flexionais de tempo-modo-aspeto (ex: falarei, faláveis, etc.). EX: «Depois de
amanhã serei outro.»
- Deítico social – assinala a relação hierárquica existente entre os participantes da interação
discursiva e os papéis por eles assumidos (ex: o senhor, vossa excelência, senhor diretor, etc.)
EX: «Eu quero prevenir já o senhor doutor que ele não está bom da cabeça.»
Coordenação
A coordenação é a relação sintática estabelecida entre elementos que pertencem à mesma categoria
gramatical e que desempenham a mesma função sintática.
As orações coordenadas podem-se classificar em:
1. Copulativa – estabelece uma relação de adição com a(s) oração(ões) com que se combina.
EX: «Estou cansado e vou descansar.»
2. Adversativa – transmite uma ideia de contraste, de oposição, relativamente à ideia expressa na
frase ou oração com que se combina.
EX: «Estou cansado, mas vou continuar.»
3. Disjuntiva – exprime um valor de alternativa face ao que é expresso pela oração com que se
combina.
EX: «Ou descanso ou não posso continuar.»
4. Conclusiva – transmite uma ideia de conclusão decorrente da ideia expressa na frase ou oração
com que se combina.
EX: «Estou cansado, logo não posso continuar.»
5. Explicativa – apresenta uma justificação ou explicação relativa à frase ou oração com que se
combina.
EX: «Estou cansado porque andei muito.»
Subordinação
A subordinação é a relação sintática estabelecida entre orações em que uma (subordinada) está
sintaticamente dependente de outra (subordinante).
As orações subordinadas podem-se classificar em:
- Completiva, que completa a ideia da oração anterior e pode ser introduzida pelas conjunções
subordinativas «que», «se» e «para».
EX: «Eu bem sei que tu não voltas».
- Relativa, que é introduzida por quantificadores e pronomes relativos sem antecedente, como
quem, o que, onde, quanto, que, o qual, os quais, a qual, as quais.
EX: «Quem espera sempre alcança.»
- Relativa restritiva, que tem como função restringir a informação dada sobre o antecedente; a
sua omissão acarreta uma alteração do sentido da oração subordinante, pois apresenta
informação relevante para a definição do antecedente.
EX: «O poeta português que escreveu Os Lusíadas foi grandioso.»
- Relativa explicativa, que apresenta informação adicional sobre o antecedente; a sua omissão
não altera o sentido da oração subordinante, uma vez que o antecedente já se encontra
suficientemente definido.
EX: «A literatura, que é imortal, encanta os leitores.»
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