O documento discute a falta de representatividade da população negra na indústria do entretenimento e como os consumidores podem ajudar a modificar essa situação. Ele argumenta que precisamos consumir obras que representem melhor a população negra e questionar a ausência de personagens negros protagonistas. Também defende buscar conteúdo produzido por autores negros para ampliar a representação cultural negra.
Descrição original:
Título original
artigo de opinião pronto - leitura e produção textual
O documento discute a falta de representatividade da população negra na indústria do entretenimento e como os consumidores podem ajudar a modificar essa situação. Ele argumenta que precisamos consumir obras que representem melhor a população negra e questionar a ausência de personagens negros protagonistas. Também defende buscar conteúdo produzido por autores negros para ampliar a representação cultural negra.
O documento discute a falta de representatividade da população negra na indústria do entretenimento e como os consumidores podem ajudar a modificar essa situação. Ele argumenta que precisamos consumir obras que representem melhor a população negra e questionar a ausência de personagens negros protagonistas. Também defende buscar conteúdo produzido por autores negros para ampliar a representação cultural negra.
“Como modificar o racismo na indústria do entretenimento é de nossa
responsabilidade também”
Primeiramente, para ser um leitor antirracista, precisamos entender que
vivemos em uma sociedade racista e excludente, visto que, as fontes de entretenimento que consumimos não representam a população negra e a sua cultura; ou você consegue nomear cincos filmes, livros ou seriados que possuem personagens negros em destaque quando a obra não está falando sobre escravidão? Com isso, devemos questionar por que essa realidade persiste e por qual razão, nós como consumidores, possuímos um papel crucial para persistência dessa situação e, ao mesmo tempo, o início da modificação está, também, em nossas mãos.
Logo, é necessário enfatizar que quando a população negra está
presente nessas obras são em papeis de escravos, empregados domésticos ou até mesmo criminosos. Para ser mais preciso, podemos bordar a realidade nas novelas brasileiras, que existem desde 1950, uma vez que a população negra (que é metade da população nacional segundo o G1) é sempre representa em papeis secundários que reforçam os estereótipos associados a essa comunidade. Com isso, pode-se reafirmar esse pensamento a partir do livro “A negação do Brasil: o negro na novela brasileira” de Joel Zito Aruajo, visto que ele cita características sobre a figura da população negra nos meios de comunicação, já que, a partir da sua pesquisa, obteve-se a confirmação de que a população negra é sempre representada em estereótipos negativos e que eles ajudam a perpetuar, ainda mais, o racismo. Isso é, acabam dificultando que o processo de quebra de falsas ideias sobre a população negra ocorra.
Além disso, podemos fazer, também, um paralelo com a falta de
representatividade na indústria do cinema, visto que uma das maiores franquias de filmes da história - a Marvel - levou mais de dez anos para trazer um personagem negro como protagonista em um de seus filmes. Isso foi feito com o filme “Pantera Negra”, em que um homem negro era protagonista e o elenco composto, praticamente, somente por pessoas negras. Tal obra foi um marco na história da franquia, uma vez que se tornou uma das maiores bilheteria (a décima segunda da história); foi extremante aclamado pela critica especializada (atingindo a nota de 97% no maior site sobre cinema, o Rotten Tomatoes) e garantiu o primeiro Oscar para a companhia. Tal situação mostra que, é sim possível fazer obras extraordinárias em que a população negra seja devidamente representada e que o grande público irá consumir ela- se eles tiveram acesso, já que, por se tratar de um filme de super-herói, houve uma divulgação muito grande. Ademais, para conseguirmos ser um leitor antirracista devemos, também, modificar a origem e a temática daquilo que consumimos, isso é, buscar consumir obras que não sejam sempre oriundas dos Estados Unidos ou da Europa. Ou seja, ler autores negros e suas histórias sobre a população negra, histórias em que as pessoas negras sejam muito mais do que o alívio cômico, o marginal ou que o escravo. Para isso, deve-se estudar, pesquisar e subverter o sistema de comunicação e entretenimento, isso é, o consumo dessas obras tem que ser divulgado e incentivado da mesma maneira do que as obras oriundas da comunidade branca sobre eles mesmos são. Imagina se o livro da “A Rebelde do Deserto” (livro de fantasia que conta a história de uma menina negra que possui o destino da sua comunidade nas mãos e precisará enfrente seres místicos e selvagens para conseguir) tivesse recebido a mesma divulgação que a série de livros “Percy Jackson” - um menino branco semideus que tem salvar o seu mundo das ameaças da mitologia grega -, poderíamos ver uma história com uma protagonista negra se tornar filme, seriado e ter influenciado uma geração inteira de adolescente a se tornar leitores, além de proporcionar que uma grande comunidade pudesse se ver, finalmente, representado nos livros e nas telas que o mundo consome.
Para mais, entrando mais profundamente no racismo dentro da indústria
do entretenimento, você acredita que se ao criarem o Capitão America 1941, a fim de mostrar a força dos estados unidos durante a segunda guerra mundial, fosse inicialmente um homem negro - já que a população negra é 13% da população dos estados unidos - ele teria se tornado um marco na indústria das histórias em quadrinhos e posteriormente no cinema? Se tornaria umas das figuras mais populares americana? Tal situação é, levemente, abordada na série de televisão “Falcão e Soldado Invernal” da Disney, visto que, mesmo Sam - um homem negro - tenha sido escolhido pelo Capitão América para assumir o cargo, o governo americano não permitiu; utilizando o argumento que nunca mais haveria outro capitão América. O problema começa a partir do fato de que, logo após Sam entregar o escudo-objeto que representava a figura do capitão e seu ideal -, outro homem branco foi escolhido, ou seja, haveria sim um novo capitão, mas não um homem negro.
Por fim, chega-se à conclusão de que para conseguirmos deixar de ser
um ouvinte e um consumidor racista, é nossa obrigação modificar o tipo de conteúdo que assistimos isso é, devemos questionar o motivo de não ver pessoas negras nas maiores bilheterias do cinema, de não lermos livros com protagonistas que não sejam pessoas brancas e que, quando há, o personagem negro não seja um alívio cômicos ou alguém sem importância para a narrativa. As pessoas precisam conscientizar-se de que ainda vivemos em uma sociedade racista, que as pessoas negras não são representadas e que a gente possui um papel crucial para a modificação dessa realidade.