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DJAMILA RIBEIRO

“OPINIÕES VAZIAS SOBRE QUESTÕES TÃO SÉRIAS, POR SI SÓ, PODEM ATÉ NÃO MATAR, MAS COM CERTEZA
AJUDAM A APERTAR O GATILHO OU PULAM O CADÁVER NO CHÃO.”

Aqui no Brasil, como se criou esse mito da


"democracia racial", de que todo mundo se ama e
todo mundo é legal, muitas vezes o próprio sujeito
negro tem dificuldade para entender que nossa
sociedade é racista.
Se eu luto contra o machismo, mas ignoro o racismo, eu estou
alimentando a mesma estrutura.
- Djamila Ribeiro
QUEM É DJAMILA RIBEIRO? O QUE ELA DEFENDE?

Djamila Taís Ribeiro dos Santos.


É filósofa, ativista social, professora e escritora, Djamila
corajosamente denuncia a violência e a desigualdade social -
principalmente contra negros e mulheres - tão características
da sociedade brasileira.

“O racismo estrutura a sociedade brasileira, e, assim


sendo, está em todo lugar.”

“Quando as pessoas entendem que a gente está lutando


por justiça social, por equiparação e por equidade, não
tem motivo para não ser feminista.”
RACISMO, A HERANÇA DOS TEMPOS DA ESCRAVIDÃO!

Djamila traz à tona o racismo estrutural, que é herança


dos tempos da escravidão e que condena, até os dias
de hoje, a população negra a um determinado lugar
social, com piores índices de desenvolvimento humano
e fora dos espaços de poder. 

Nós tivemos 4 séculos de escravidão, onde a escravidão


foi a base da economia desse país. Então, o que falta para
nós entendemos o racismo e acabar com ele, é a busca
das investigações sobre a origem social da desigualdade e
romper essa ideia da democracia racial.
“INCLUSÃO” DOS NEGROS E DAS MULHERES NA SOCIEDADE:

A escritora sublinha na sua luta que em 1888 foi assinada


a lei Áurea libertando homens e mulheres da escravatura
depois de praticamente quatro séculos de escravidão,
mas sem nenhum tipo de preocupação de como seria
a inclusão dos negros na sociedade. Os antigos escravos
foram marginalizados socialmente e, até hoje, colhemos
os frutos desse tempo.

As mulheres negras, por exemplo, após a abolição, foram


destinadas ao trabalho doméstico (e hoje observamos o
impressionante número de 6 milhões de mulheres
empregadas domésticas negras no país, tendo a profissão
só sido regulamentada em 2013). 
A ROMANTIZAÇÃO DA MISCIGENAÇÃO:

Para a escritora, a miscigenação no Brasil


foi romanceada, o que levou muitos
ingenuamente a acreditarem que não havia
racismo no nosso país. O desafio de
Djamila é justamente mostrar o preconceito
racial que se encontra entranhado na
sociedade brasileira e ajudar, de alguma
forma, a combatê-lo, dando ferramentas
para o grande público (re)pensar a sua
postura social. O seu trabalho acadêmico,
político e intelectual vai no sentido de
apresentar a história para os brasileiros e
motivá-los a praticarem políticas
antirracistas no dia a dia. 
CAUSAS FEMINISTAS:

Djamila também é militante da causa feminista.

“A gente luta por uma sociedade em que mulheres


possam ser consideradas pessoas, que elas não
sejam violentadas pelo fato de serem mulheres. ”

A luta da ativista é pela equiparação e pela equidade


das mulheres, por exemplo, no mercado de trabalho.
Trata-se também de uma batalha em nome da justiça
social.

Djamila reconhece que o rótulo feminismo abarca


uma série de grupos com ideologias muito
distintas e sublinha que, no seu caso, o que lhe
interessa é dar visibilidade e ajudar a reduzir a
questão da injustiça e da desigualdade de
gênero.
CONTRIBUIÇÕES PARA A SOCIEDADE:
Djamila publicou onze
livros.
Dentre as obras lançadas
pela ativista mais
conhecidas são:
- O que é lugar de fala?
(2016)
- Quem tem medo do -
feminismo negro? (2018)
- Pequeno manual
antirracista (2019).

Em 2019, Djamila recebeu o Prêmio Prince Claus na categoria Filosofia, oferecido pelo Ministério
das Relações Exteriores da Holanda reconhecendo a sua luta ativista. No ano a seguir, foi a vez
de levar para casa o Prêmio Jabuti na categoria Ciências Humanas pelo livro Pequeno manual
antirracista.

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