Você está na página 1de 1

RACISMO NO BRASIL

A característica mais marcante do racismo brasileiro é seu caráter não oficial ou como vemos o racismo velado.
Se a lei conferiu liberdade jurídica aos escravos, estes nunca foram de fato integrados à economia e, sem assistência do Estado,
muitos negros caíram em dificuldades após a liberdade. Assim, desde a "Proclamação da República" (1889), não há referência
jurídica a qualquer distinção de raça. A mestiçagem, vista como o "clareamento" da população, criou raízes profundas na
sociedade brasileira no início do século XX. Assim, os negros foram abandonando a sua cultura africana, substituída por valores
brancos, o que faz das vítimas do racismo o seu próprio carrasco. Na prática, muitos negros(as) preferiram se casar com
companheiros(as) de pele mais clara, visto que seus filhos teriam menos probabilidades de sofrer com o racismo. O combate ao
racismo é uma questão crucial para construir uma sociedade mais justa e inclusiva no Brasil. Entender os caminhos para
combater esse problema é o primeiro passo para promover a inclusão racial e buscar a equidade entre todas as pessoas. Neste
artigo, discutiremos estratégias eficazes para combater o racismo no país e promover a igualdade de oportunidades. Uma das
principais estratégias para combater o racismo no Brasil é a educação inclusiva. É fundamental investir na formação de
professores e incentivar a inclusão de conteúdos que abordem a diversidade racial em sala de aula. Além disso, é importante
promover a conscientização dos estudantes sobre a importância da igualdade racial e combater estereótipos e preconceitos
desde cedo. Dessa forma, estaremos criando uma nova geração de brasileiros mais conscientes e comprometidos com a luta
contra o racismo.

CONTO: PAI CONTRA MÃE - MACHADO DE ASSIS

“Pai Contra Mãe” é um conto escrito por Machado de Assis, publicado em 1906 no livro “Relíquias da Casa Velha”. Faz parte
da segunda fase do autor, a fase realista, que aborda temas mais complexos, inovadores e ousados.
É um dos contos mais sérios e pesados do autor, pois trata do período da escravidão no Brasil. Começando com o famoso
trecho “a escravidão levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a outras instituições sociais [...]”, Machado mostra
diferentes métodos usados pelos senhores de escravos para “educá-los” de seus “vícios” e explicita a dura realidade enfrentada
pelos escravos que tentavam fugir de seus locais de trabalho forçado.
O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões. Imaginai uma coleira grossa, com a haste grossa também à direita ou à
esquerda, até ao alto da cabeça e fechada atrás com chave. Pesava, naturalmente, mas era menos castigo que sinal. Escravo
que fugia assim, onde quer que andasse, mostrava um reincidente, e com pouco era pegado.
Há meio século, os escravos fugiam com frequência. Eram muitos, e nem todos gostavam da escravidão. Sucedia ocasionalmente
apanharem pancada, e nem todos gostavam de apanhar pancada. Grande parte era apenas repreendida; havia alguém de casa
que servia de padrinho, e o mesmo dono não era mau; além disso, o sentimento da propriedade moderava a ação, porque
dinheiro também dói. Além disso, Machado mostra uma sociedade maquiavélica e capitalista, que apenas vê os escravos como
“coisas” desprovidas de qualquer humanidade, o que pode ser comprovado pela falta de remorso de Cândido ao provocar o
aborto da escrava. Também podemos ver a ironia presente no nome do protagonista e de sua esposa, que remetem à cor
branca, muito simbólica nesse contexto de repressão aos escravos africanos.

FRASES DE APOIADORES DO MOVIMENTO ANTIRACISTAS


"Ser negro no Brasil é, pois, com frequência, ser objeto de um olhar enviesado. A chamada boa sociedade parece considerar
que há um lugar predeterminado, lá em baixo, para os negros e assim tranquilamente se comporta."
Trecho do artigo "Ser negro no Brasil hoje", publicado pelo geógrafo Milton Santos na Folha de S. Paulo, em 2000.

"Se todas as vidas importassem, nós não precisaríamos proclamar enfaticamente que a vida dos negros importa."
Frase sobre o Black Lives Matter dita pela ativista do movimento negro e feminista Angela Davis, em discurso sobre direitos
humanos em uma universidade nos EUA.

"Se você ficar neutro em situações de injustiça, você escolhe o lado do opressor."
Desmond Tutu, arcebispo sul-africano ganhador do Nobel da Paz de 1984 por sua luta contra o apartheid no país.

“Não lutamos por integração ou por separação. Lutamos para sermos reconhecidos como seres humanos.”
Malcolm X, ativista e defensore dos direitos dos negros nos Estados Unidos.

“Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra.”
Trecho traduzido da música "War", do ícone da música Bob Marley.

"Ninguém nasce odiando outra pessoa por sua cor da pele, sua origem ou sua religião. As pessoas podem aprender a odiar e,
se podem aprender a odiar, pode-se ensiná-las a aprender a amar. O amor chega mais naturalmente ao coração humano que
o contrário."
Nelson Mandela, vencedor do Nobel da Paz em 1993, líder ativista na luta contra o apartheid na África do Sul, país onde se
tornou presidente entre 1994 e 1999.

Você também pode gostar