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EXTRADIÇÃO:
importância da extradição no contexto das relações internacionais
Rio de Janeiro
2013
C2013 ESG
Este trabalho, nos termos de legislação
que resguarda os direitos autorais, é
considerado propriedade da ESCOLA
SUPERIOR DE GUERRA (ESG). É
permitido a transcrição parcial de textos
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Os conceitos expressos neste trabalho
são de responsabilidade do autor e não
expressam qualquer orientação
institucional da ESG
_________________________________
Assinatura do autor
Stocker, Ademar.
Extradição: importância da extradição no contexto das relações
internacionais / Delegado de Polícia Federal Ademar Stocker. - Rio de
Janeiro : RJ, 2013.
55 f.
Ademar Stocker.
RESUMO
Esta monografía analiza extradición como uno de los mecanismos más importantes
en el proceso penal a través de fronteras. El objetivo de este estudio es demostrar
cómo procesar la extradición manda una, ya sea activa o pasiva. El papel de la Corte
Suprema, Ministerio de justicia, el Ministerio de relaciones exteriores, el Consejo
Nacional para los refugiados CONARE, INTERPOL, acuerdos internacionales,
sellos, casos especiales, voluntaria, extradición simplificada, los refugiados, entrega
de extradición del brasileño, Portugués y Extraditando. Justificación de la extradición.
Objetivo específico. ¿Por qué la necesidad de racionalización de los procesos.
Cumplimiento de acuerdos internacionales. Finalmente, un análisis de caso estudio
que implica la Cicinho italiano Battisti. La decisión de la Corte Suprema concede la
extradición. La posición del Ministerio de justicia y el Gobierno Federal al negar la
extradición y la concesión de asilo a los extranjeros La Unión de la decisión de la
Corte Suprema de Justicia no de posicionamiento del poder ejecutivo. Análisis crítico
de los caso Edward Snowden.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 9
2 EXTRADIÇÃO ................................................................................................ 11
2.1 CONCEITOS E PRINCÍPIOS ......................................................................... 11
2.1.1 Conceitos ...................................................................................................... 11
2.1.2 Princípios ...................................................................................................... 12
2.2 INSTITUTOS DISTINTOS: EXTRADIÇÃO, EXPULSÃO E DEPORTAÇÃO ... 14
2.2.1 Expulsão ........................................................................................................ 14
2.2.2 Repatriação e deportação ............................................................................ 15
2.3 EXTRADIÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE PESSOAS CONDENADAS ............ 16
2.4 CLASSIFICAÇÃO DA EXTRADIÇÃO ............................................................. 17
2.5 AUTORIDADE CENTRAL BRASILEIRA: O PAPEL DA SECRETARIA
NACIONAL DE JUSTIÇA, DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA............................. 18
2.6 CONTROLE DE LEGALIDADE: O PAPEL DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL ....................................................................................................... 19
2.7 TRÂMITE DOS PROCESSOS DE EXTRADIÇÃO NO BRASIL ..................... 20
2.7.1 Processamento dos pedidos de extradição ativa ...................................... 21
2.7.2 Processamento dos pedidos de extradição passiva ................................. 22
2.8 CONCORRÊNCIA DE PEDIDOS ................................................................... 23
2.9 DOCUMENTOS JUSTIFICATIVOS E FORMALIZADORES DO PEDIDO
DE EXTRADIÇÃO .......................................................................................... 24
2.10 INFORMAÇÕES E DILIGÊNCIAS COMPLEMENTARES .............................. 24
2.11 ENTREGA DE EXTRADITANDO: REQUISITOS DE PROCEDIMENTOS ..... 25
2.12 EXTRADITANDO QUE RESPONDE A PROCESSO PENAL PERANTE A
JUSTIÇA BRASILEIRA ................................................................................... 26
2.13 EXTRADIÇÃO VOLUNTÁRIA ......................................................................... 27
2.14 EXTRADIÇÃO TEMPORÁRIA ........................................................................ 28
2.15 EXTRADIÇÃO SIMPLIFICADA ..................................................................... 28
2.16 EXTRADIÇÃO DE REFUGIADOS .................................................................. 29
2.17 EXTRADIÇÃO DE BRASILEIROS .................................................................. 31
2.18 EXTRADIÇÃO DE PORTUGUESES .............................................................. 32
2.19 TRÂNSITO DE EXTRADITANDO PELO TERRITÓRIO NACIONAL .............. 32
2.20 CONTAGEM DE PRAZOS ............................................................................. 33
3 ANÁLISE DO PROCESSO DE EXTRADIÇÃO DO ITALIANO CESARE
BATTISTI........................................................................................................ 34
3.1 CONHECIMENTO DO CASO ......................................................................... 34
3.2 ANÁLISE CRÍTICA DA DECISÃO .................................................................. 39
3.3 ANÁLISE CRÍTICA DO CASO EDWARD SNOWDEN ................................... 42
4 CONCLUSÃO. ................................................................................................ 44
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 47
ANEXO A - LEGISLAÇÃO ............................................................................. 49
9
1 INTRODUÇÃO
2 DA EXTRADIÇÃO
2.1.1 Conceito
1 REZEK, Francisco. Direito Internacional Público: curso elementar. 11. ed. rev. e atual. - São
Paulo: Saraiva 2008, p. 197.
2 ACCIOLY, Hildebrando; Silva, G. E. do Nascimento e; CASELLA, Paulo Borba. Manual de Direito
Internacional Público. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 541.
3 Ibidem. p. 541.
12
Observa-se, ainda, que o fato de os países não possuírem tratados entre si,
não impede que o instituto da extradição se efetive. Isso, porque, segundo Valerio
de Oliveira Mazzuoli, a ausência de tratado não prejudica essa cooperação entre os
Estados, com base na reciprocidade, desde que, não se oponha à legislação do
Estado requerido4.
Nessa senda, o referido autor preleciona que a extradição trata-se de uma
“medida de cooperação internacional na repressão ao crime que visa à boa
administração da justiça penal”. A partir disso, observa-se que esse instituto trata-se
de um dos meios mais eficientes e eficazes de cooperação jurídica internacional,
pois, além de objetivar a assistência jurídica mútua entre os países em matéria
penal, o “jus persequendi como o jus puniendi do Estado requerente estariam
totalmente esvaziados”5.
Imprescindível se faz destacar a legislação atinente ao presente instituto, a
qual se encontra disposta no art. 5º, incs. LI e LII, da Constituição Federal de 1988,
regulamentados pela Lei nº 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro), que define a situação
jurídica do estrangeiro no Brasil, bem como os compromissos internacionais
firmados com vistas ao combate à impunidade; e, no Decreto nº 86.715, de 1981.
A partir da conceituação básica do instituto da extradição, necessário para o
entendimento do presente estudo, discorre-se acerca de outros elementos afetos ao
tema em discussão, os quais se tornam pertinentes ao esclarecimento do assunto.
2.1.2 Princípios
4 MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 4. ed. rev., atual. e ampl.
São Paulo: Editora: Revista dos Tribunais, 2010, p. 673.
5 Ibidem, p. 673-674.
13
2.2.1 Expulsão
Destaca-se que a expulsão não será procedida nas hipóteses de: extradição
inadmitida pela lei brasileira; o(a) estrangeiro(a) possuir relação conjugal com
brasileiro(a) do(a) qual não esteja divorciado ou separado de fato ou de direito e,
desde que, o casamento tenha sido celebrado a mais de cinco anos; se o
estrangeiro tiver filho brasileiro que, comprovadamente, estiver sob sua guarda ou
dependência econômica17.
Salienta-se que a expulsão gera, como consequência, a impossibilidade de o
expulso reingressar no território nacional enquanto vigente o decreto de expulsão,
sob pena de cometer o crime previsto no art. 338, CP (reingresso de estrangeiro
expulso)18 de competência da Justiça Federal, nos termos do art. 109, inc. X, da
Constituição Federal19.
17 MORAES. Alexandre de. Direito Constitucional. 25. ed. – São Paulo : Atlas. 2010. p. 104.
18 ACCIOLY, Hildebrando; Silva, G. E. do Nascimento e; CASELLA, Paulo Borba. Manual de Direito
Internacional Público. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 546.
19 Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: (...) X - os crimes de ingresso ou
permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de
sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a
respectiva opção, e à naturalização; (...)
20 REZEK, Francisco. Direito Internacional Público: curso elementar. 11. ed. rev. e atual. - São
Paulo: Saraiva 2008, p. 195.
21 ACCIOLY, Hildebrando; Silva, G. E. do Nascimento e; CASELLA, Paulo Borba. Manual de Direito
Internacional Público. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 546.
16
poderá ser preso para fins de deportação. É importante ressaltar que esta medida
deve ser ordenada por autoridade judicial, uma vez que não se admite mais a figura
da prisão administrativa, após a Constituição de 198822.
A causa da deportação, portanto, é o não cumprimento dos requisitos legais
para a permanência no país, não possuindo ligação com a prática de crimes.
Enquanto não for efetivada sua deportação, o indivíduo poderá ser levado a prisão
pelo prazo de 60 (sessenta) dias, por ordem de um Juiz Federal, não mais se
aplicando a regra do art. 61 do Estatuto do Estrangeiro, o qual incumbia ao Ministro
da Justiça tal competência. Entende a doutrina, portanto, que tal regra não foi
recepcionada pela Constituição de 1988, em face do art. 5º, LXI, da Carta Magna23.
Importante explicitar o instituto da repatriação, o qual “ocorre quando um
estrangeiro sem autorização é impedido de ingressar no Brasil, ainda na área de
controle migratório do porto, aeroporto ou da fronteira”24. Portanto, esse não pode
ser confundido com a deportação, uma vez que não há o ingresso efetivo do
estrangeiro no território nacional.
Observa-se que somente após ressarcimento de eventuais gastos, que a
União obteve com a deportação ou repatriação e o aceite da multa estabelecida, o
retorno do estrangeiro ao Brasil será permitido, se for o caso25.
36 MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 6. ed. rev., atual. e
ampl. São Paulo: Editora: Revista dos Tribunais, 2012, p. 743.
37 MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 6. ed. rev., atual. e
ampl. São Paulo: Editora: Revista dos Tribunais, 2012, p. 747.
38 MORAES. Alexandre de. Direito Constitucional. 25. ed. – São Paulo : Atlas. 2010. p. 101.
20
39 MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 6. ed. rev., atual. e
ampl. São Paulo: Editora: Revista dos Tribunais, 2012, p. 745.
40 MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 6. ed. rev., atual. e
ampl. São Paulo: Editora: Revista dos Tribunais, 2012, p. 745.
41 BRASIL. Secretaria Nacional de Justiça (SNJ). Manual de Extradição – Brasília: Secretaria
Nacional de Justiça (SNJ), Departamento de Estrangeiros, 2012. p. 23.
21
42 MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 6. ed. rev., atual. e
ampl. São Paulo: Editora: Revista dos Tribunais, 2012, p. 743.
43 BRASIL. Secretaria Nacional de Justiça (SNJ). Manual de Extradição – Brasília: Secretaria
Nacional de Justiça (SNJ), Departamento de Estrangeiros, 2012. p. 24.
44 Ibidem.
22
Segundo o Manual de Extradição, tomando-se por base o art. 6748 c/c o art.
8949 da Lei nº 6.815/80, não havendo pendências com a Justiça brasileira, a
50 Art. 86. Concedida a extradição, será o fato comunicado através do Ministério das Relações
Exteriores à Missão Diplomática do Estado requerente que, no prazo de sessenta dias da
comunicação, deverá retirar o extraditando do território nacional.
51 BRASIL. Secretaria Nacional de Justiça (SNJ). Manual de Extradição – Brasília: Secretaria
Nacional de Justiça (SNJ), Departamento de Estrangeiros, 2012. p. 26.
52 MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 6. ed. rev., atual. e
ampl. São Paulo: Editora: Revista dos Tribunais, 2012, p. 747.
53 BRASIL. Secretaria Nacional de Justiça (SNJ). Manual de Extradição – Brasília: Secretaria
Nacional de Justiça (SNJ), Departamento de Estrangeiros, 2012. p. 26-27.
24
Art. 91. Não será efetivada a entrega sem que o Estado requerente assuma
o compromisso:
I - de não ser o extraditando preso nem processado por fatos anteriores ao
pedido;
II - de computar o tempo de prisão que, no Brasil, foi imposta por força da
extradição;
III - de comutar em pena privativa de liberdade a pena corporal ou de morte,
ressalvados, quanto à última, os casos em que a lei brasileira permitir a sua
aplicação;
IV - de não ser o extraditando entregue, sem consentimento do Brasil, a
outro Estado que o reclame; e
V - de não considerar qualquer motivo político, para agravar a pena.
58 Ibidem.
59 Ibidem.
60 REZEK, Francisco. Direito Internacional Público: curso elementar. 12. ed. rev. e atual. - São
Paulo: Saraiva 2010, p. 212.
61 MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 6. ed. rev., atual. e
ampl. São Paulo: Editora: Revista dos Tribunais, 2012, p. 748.
26
Observa-se que o artigo citado refere-se a uma exceção prevista no art. 67,
do mesmo diploma legal, o qual dispõe que
62 Ibidem.
63 BRASIL. Secretaria Nacional de Justiça (SNJ). Manual de Extradição – Brasília: Secretaria
Nacional de Justiça (SNJ), Departamento de Estrangeiros, 2012. p. 35.
64 Ibidem.
27
65 Ibidem. p. 35-36.
66 BRASIL. Secretaria Nacional de Justiça (SNJ). Manual de Extradição – Brasília: Secretaria
Nacional de Justiça (SNJ), Departamento de Estrangeiros, 2012, p. 36-37.
67 Ibidem.
68 Ibidem.
28
69 Ibidem.
70 BRASIL. Secretaria Nacional de Justiça (SNJ). Manual de Extradição – Brasília: Secretaria
Nacional de Justiça (SNJ), Departamento de Estrangeiros, 2012, p. 37.
71 Ibidem.
72 Ibidem, p. 37-38.
29
73 Ibidem, p. 37-38.
74 BRASIL. Secretaria Nacional de Justiça (SNJ). Manual de Extradição – Brasília: Secretaria
Nacional de Justiça (SNJ), Departamento de Estrangeiros, 2012, p. 37-38.
75 MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 6. ed. rev., atual. e
ampl. São Paulo: Editora: Revista dos Tribunais, 2012, p. 760-761.
76 MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 6. ed. rev., atual. e
ampl. São Paulo: Editora: Revista dos Tribunais, 2012, p. 760-761.
30
77 MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 6. ed. rev., atual. e
ampl. São Paulo: Editora: Revista dos Tribunais, 2012, p. 764.
78 Ibidem, p. 765.
31
Nada obsta, porém, que o Supremo Tribunal Federal declare nula a decisão
do Ministro da Justiça, diante de uma decisão atinente ao controle da legalidade,
caso em que poderá dar seguimento a análise do pedido extradicional79.
Art. 5º (…):
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de
crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da
lei;
79 Ibidem, p. 766.
80 MORAES. Alexandre de. Direito Constitucional. 25. ed. – São Paulo : Atlas. 2010. p. 93-95.
81 BRASIL. Secretaria Nacional de Justiça (SNJ). Manual de Extradição – Brasília: Secretaria
Nacional de Justiça (SNJ), Departamento de Estrangeiros, 2012. p. 43.
82 Ibidem, p. 44.
32
83 MASSON, Cleber Rogério. Direito Penal Esquematizado – Parte geral – vol. 1 – 3ª ed. rev.,
atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense ; São Paulo : Método, 2010, p. 148-149.
84 BRASIL. Secretaria Nacional de Justiça (SNJ). Manual de Extradição – Brasília: Secretaria
Nacional de Justiça (SNJ), Departamento de Estrangeiros, 2012, p. 46.
85 Ibidem, p. 46-47.
33
86 Ibidem, p. 47.
87 Ibidem.
88 BRASIL. Secretaria Nacional de Justiça (SNJ). Manual de Extradição – Brasília: Secretaria
Nacional de Justiça (SNJ), Departamento de Estrangeiros, 2012, p. 47.
89 Ibidem.
34
de uma análise mais profunda e detida da decisão do STF, bem como do Tratado
entre Brasil e Itália.
Em 31 de dezembro de 2010, o Presidente negou o pedido de extradição,
com fundamento exarado pela Advocacia Geral da União - AGU, concluindo que no
tratado havia disposição no sentido de que existiam ponderáveis razões para que o
extraditando fosse submetido a agravamento da situação, em razão de seu passado,
marcado por atividade política de intensa relevância.
Em razão da decisão, os patronos do extraditando, entre eles o Dr. Luis
Roberto Barroso, formularam o pedido de expedição de alvará de soltura. No mesmo
dia, 04 de novembro de 2011, a República Italiana protocolou pedido pela
impugnação do pedido de soltura, alegando a competência exclusiva do Plenário do
STF decidir sobre a revogação da prisão, bem como se a decisão do Presidente está
de acordo com o acórdão proferido pelo STF. Alegou, ainda, sobre a possibilidade
de fuga do mesmo, eis que, anteriormente, havia fugido da Itália para França, onde
estava em liberdade condicional, respondendo processo na Corte da França, em
que já haviam decidido pela sua extradição, momento em que fugiu novamente para
o Brasil.
Em 06 de janeiro de 2011, o Min. Cezar Peluso indeferiu os pedidos, em
razão da troca da Presidência do STF, além de outros argumentos. O novo relator
pediu parecer ao Procurador da República, o qual ensejou um novo pedido de
reapreciação do relaxamento da prisão, em razão da injustificável manutenção do
extraditando em prisão preventiva. Foi indeferido o pedido e colocado para pauta de
julgamento pelo Plenário do STF, no dia 23 de maio de 2011.
No voto do Min. Gilmar Mendes foi analisada a natureza jurídica da decisão
do Presidente quanto à negativa da extradição. Foi denominada de “terceira fase do
processo de extradição”, em que se questiona se a decisão do Presidente é
autônoma em relação à decisão do STF.
A extradição, segundo o Ministro, é a entrega que um Estado faz a outro de
um indivíduo condenado criminalmente. Trata-se de relação de direito internacional
entre Estados soberanos para o fim de cooperação em matéria de repressão ao
crime. Tem como representantes os chefes de governo de cada Estado e é
materializada com base em tratados internacionais ou, na falta deste, em promessa
de reciprocidade.
37
90 Comentários retirados do site: Blog do Daniel Ravena: O caso Battisti e a opinião de Francisco
Rezek. Acessado em 20/05/2013.
40
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
MORAES. Alexandre de. Direito Constitucional. 25. ed. – São Paulo : Atlas. 2010.
REZEK, Francisco. Direito Internacional Público: curso elementar 11. ed. rev. e
atual. São Paulo: Saraiva, 2008.
SILVA. José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. 26. ed. rev., atual.
nos termos da Reforma Constitucional (até a Emenda Constitucional n. 48, de
10.8.2005). – São Paulo: Malheiros Editores.
49
ANEXO A: LEGISLAÇÃO