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Rio de Janeiro
2017
C2017 ESG
Este trabalho, nos termos de legislação
que resguarda os direitos autorais, é
considerado propriedade da ESCOLA
SUPERIOR DE GUERRA (ESG). É
permitida a transcrição parcial de textos do
trabalho, ou mencioná-los, para
comentários e citações, desde que sem
propósitos comerciais e que seja feita a
referência bibliográfica completa.
Os conceitos expressos neste trabalho são
de responsabilidade do autor e não
expressam qualquer orientação
institucional da ESG
_________________________________
Eduardo Netto dos Reis
64 f.: il.
Aos meus professores de todas as épocas por terem sido responsáveis por
parte considerável da minha formação e do meu aprendizado.
Aos estagiários da Turma Ordem e Progresso do CAEPE pelo convívio
harmonioso de todas as horas.
Ao Corpo Permanente da ESG pelos ensinamentos e orientações que me
fizeram refletir, cada vez mais, sobre a importância de se estudar o Brasil com a
responsabilidade implícita de ter que melhorar.
Ao meu orientador, Cel Esteves, pela ajuda em todas as fases de execução
desse trabalho.
Aos meus pais queridos, Antônio e Izabel, pelo exemplo de caráter e pela
educação que moldaram minha personalidade.
“Terroristas não saqueiam para
possuir, nem matam para saquear.
Matam para punir e purificar através
do sangue. ”
Umberto Eco
RESUMO
This monograph approaches Terrorism as one of the most worrisome phenomena for
International Security. The objective of this study is to analyze the concepts of terrorism
by actors and international organizations comparing them with the perception and the
Brazilian legislation to conclude on reflexes for Security and Defense. The
methodology used included a bibliographical and explanatory research, using works
by consecrated authors, monographs of the Higher School of War (ESG) and
consultation of ostensible scientific articles on terrorism and international security on
specialized websites. It also focused on the treatment of the subject set forth in
Brazilian legal norms, especially Law 13,260 of March 16, 2016 (Antiterrorism Law),
the National Defense Policy, the National Defense Strategy and the White Defense
Paper. The work was limited to the analysis of antiterrorism concepts, policies and
strategies advocated by International Security and Brazil and was restricted to the
perception by the International System of the so-called "New Terrorism", whose
representative mark was the terrorist attack of September 11, 2001. The conclusion
presents reflexes for the Security and Defense of the country from the comparison of
perception and Brazilian legislation with that of the International System.
Keywords: Terrorism. International Security. Brazilian legal framework. Security and
Defense. National Defense Policy. National Defense Strategy.
LISTA DE QUADROS
QUADRO 9 Vulnerabilidades.......................................................................... 49
1 INTRODUÇÃO..................................................................................... 10
2 O TERRORISMO ................................................................................ 12
2.1 CONCEITOS........................................................................................ 12
2.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA..................................................................... 14
2.2.1 A primeira onda.................................................................................. 16
2.2.2 A segunda onda................................................................................. 18
2.2.3 A terceira onda................................................................................... 19
2.2.4 A quarta onda..................................................................................... 22
2.3 CARACTERÍSTICAS DO NOVO TERRORISMO................................ 25
2.4 PREVENÇÃO E RESPOSTA AO TERRORISMO................................ 26
3 A SEGURANÇA INTERNACIONAL ................................................... 28
3.1 TEORIAS DE SEGURANÇA INTERNACIONAL................................. 29
3.2 A ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS........................................ 32
3.3 A UNIÃO EUROPÉIA........................................................................... 34
3.4 OS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA................................................ 40
3.5 ASPECTOS COMUNS DAS ESTRATÉGIAS ANTITERROR.............. 45
4 O BRASIL E O TERRORISMO........................................................... 46
4.1 A EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA DE ENFRENTA-
MENTO AO TERROR......................................................................... 46
4.2 O MARCO LEGAL VIGENTE.............................................................. 47
4.3 LACUNA DA LEGISLAÇÃO................................................................ 48
4.4 VULNERABILIDADES DO BRASIL .................................................... 49
4.5 A PERCEPÇÃO BRASILEIRA............................................................. 51
4.6 A POLÍTICA E A ESTRATÉGIA NACIONAIS DE DEFESA................ 54
4.7 REFLEXOS POSSÍVEIS PARA AS EXPRESSÕES DO PODER
NACIONAL........................................................................................... 57
5 CONCLUSÃO...................................................................................... 58
REFERÊNCIAS.................................................................................... 61
10
1 INTRODUÇÃO
1Daesh (Estado Islâmico), de origem sunita, surgiu por volta do ano de 1993 e ganhou notoriedade
como grupo insurgente contra os EUA e seus aliados na invasão do Iraque em 2003.
11
2 TERRORISMO
2.1 CONCEITOS
Whittaker (2005, apud MESQUITA 2012, p. 17, grifo nosso), cita o discurso de
Yasser Arafat, então líder da Organização para Libertação da Palestina (OLP), na
Assembléia Geral da ONU, em novembro de 1974, que dá o tom da complexidade da
percepção do terrorismo pelas pessoas:
Sinai (2008, apud GONÇALVES e REIS, 2017, p. 6, grifo nosso) destaca que:
13
6Atentado no qual onze integrantes da seleção olímpica de Israel foram sequestrados e mortos em
uma tentativa fracassada de troca por cerca de 234 detentos palestinos presos em Israel.
16
7Alcorão ou Corão é o livro sagrado do Islã. Os muçulmanos creem que o Alcorão é a palavra literal
de Deus (Alá) revelada ao profeta Maomé (Muhammad) ao longo de um período de vinte e três anos.
17
mais violento do que a Narodnaya, promoveu o terror na Rússia para estimular o início
de uma revolta popular socialista que derrubasse o Czar Nicolau II (1868-1918).
O Partido Operário Social - Democrata de Lenin, em que pese discordar dos
assassinatos individuais dos socialistas, fez uso do terror por meio de expropriações
proletárias e outras ações que angariassem fundos para a revolução comunista.
Segundo Gonçalves e Reis (2017, p. 30), essas práticas acabariam
constituindo doutrina a ser empregada por organizações revolucionárias em todo o
mundo, como os movimentos de luta armada no Brasil, nas décadas de 1960 e 1970.
Os anarquistas usavam o terror para a destruição rápida e brusca do Estado
e, assim, implantar o comunismo. Para obter seu fim, eles elegiam líderes de governo
e seus representantes de vários países como alvos, utilizando-se de assassinatos
individuais e explosão de bombas em evento público, como se vê no Quadro nº 1:
causa revolucionária; e o terrorismo como meio mais rápido e efetivo para destruir a
ordem convencional.
8A Guerra do Vietnã foi um conflito armado que começou no ano de 1959 e terminou em 1975. As
batalhas ocorreram nos territórios do Vietnã do Norte, Vietnã do Sul, Laos e Camboja.
20
organizado brasileiro, marcado nos últimos anos por uma disputa de espaço9 no
mercado distribuidor de drogas entre facções criminosas da Família do Norte10 (FDN),
Primeiro Comando da Capital11 (PCC) e Comando Vermelho12 (CV).
Segundo o Ministério da Defesa, o agravamento da Segurança Pública no
Brasil, desde 2010, ocasionou 29 operações de Garantia da Lei e da Ordem 13 (GLO),
sendo que 10 delas foram no Estado do Rio de Janeiro, berço do Comando Vermelho.
Alguns episódios recentes, ligados ao crime organizado, desencadearam
operações de GLO, tais como:
- A Operação Varredura, iniciada em janeiro de 2017, tendo como objetivo a
busca de armas, celulares e drogas nos presídios estaduais do Amazonas (AM), de
Rondônia, (RO), de Roraima (RR), do Rio Grande do Norte (RN) e do Mato Grosso
do Sul (MS). Pelo menos três dos presídios vistoriados foram palco de barbáries neste
início de ano, decorrentes da disputa pelo controle do tráfico de drogas na Região
Norte, entre o PCC e a FDN, como a penitenciária de Alcaçuz, em Natal, a de Monte
Cristo, em Roraima, e o complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) de Manaus; e
- A Operação Segurança e Paz, no Estado do Rio de Janeiro, deflagrada em
28 de julho de 2017, com o emprego de 8.500 militares das Forças Armadas em ações
de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) que atuarão em conjunto com outros agentes
de segurança pública federal, estadual e municipal para conter a criminalidade.
Como se denota, o reflexo da conexão FARC e Sendero Luminoso com as
organizações criminosas brasileiras suscitaram o emprego frequente e vulgarizado
das Forças Armadas, notadamente vocacionadas para a Defesa, em operações
voltadas para incrementar a Segurança Pública.
9 As facções Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital, aliadas há quase duas décadas,
romperam sua união em 2016, por disputa de território nas fronteiras do Brasil com Paraguai, Bolívia e
Colômbia, que ocasionou numa rebelião nos presídios em Rondônia e Roraima.
10 A FDN é uma organização criminosa criada no Estado do Amazonas como reação ao controle
exercido pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) nas atividades do tráfico de drogas.
11 O PCC é uma organização criminosa criada no Estado de São Paulo que coman-
Mendes, na Ilha Grande/RJ, a partir da união de presos comuns, de presos políticos e de militantes de
grupos armados.
13 O emprego das Forças Armadas em operações de GLO tem por objetivo a preservação da ordem
14 Conjunto de leis islâmicas baseadas no Alcorão que ditam o comportamento dos muçulmanos.
23
15A Guerra Civil Síria é um conflito interno em andamento na Síria, que começou como uma série de
grandes protestos populares em 26 de janeiro de 2011 e progrediu para uma violenta revolta
armada em 15 de março de 2011, influenciados por outros protestos simultâneos no mundo árabe que
busca derrubar o presidente Bashar al-Assad e implantar uma democracia.
24
16 O termo "lobo solitário" é usado pelas agências americanas de aplicação da lei e a mídia para se
referir a indivíduos que executam violentos atos de terrorismo fora de uma estrutura de comando.
25
17Foi uma investigação da Polícia Federal do Brasil, deflagrada às vésperas da Rio 2016 contra uma
suposta célula do grupo terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante no Brasil.
28
3. A SEGURANÇA INTERNACIONAL
Segundo Rudzit (2005, p. 298), com esse atentado, o uso da força nas
relações internacionais tornou-se imperiosa e citou os exemplos do ataque ao
Afeganistão em 2002 e, principalmente, no Iraque em 2003.
A expressão militar (força) do poder nacional, sob a forma de Segurança e
Defesa, passou a ter a seguinte relevância, segundo Rudzit (2005, p. 298, grifo nosso):
Fria. Poderia ser caracterizada pela proeminência dos vetores militar, estratégico e
nacionalista dos Estados, conforme o pensamento de Tanno (2003, p. 50, grifo nosso):
Segundo Booth (1995, apud TANNO, 2003, p. 50, grifo nosso), com o fim da
Guerra Fria, a comunidade internacional questionou a fragilidade da teoria realista ao
não prever a queda soviética e envidou esforços na elaboração de três novas
vertentes teóricas que pudessem retratar a Segurança Internacional, surgindo, a partir
de então, as vertentes tradicionalista, abrangente e crítica.
Segundo Walt (1991, apud TANNO, 2003, p. 50), a vertente tradicionalista,
consonante com as premissas teóricas realistas, defende que os estudos da área se
restrinjam às questões militares e que resguarde o Estado como base de análise.
Conforme Buzan (1991, apud TANNO, 2003, p. 50), a vertente abrangente
sustenta que os estudos de segurança devem incorporar tanto as ameaças militares
quanto aquelas advindas das áreas política, econômica, ambiental e societal.
E por fim, para Booth ((1995, apud TANNO, 2003, p. 50), a vertente crítica,
associada aos trabalhos da Escola de Frankfurt18, propõe que as pesquisas de
segurança devam colaborar para a emancipação humana, salientando outros valores
como a igualdade e a liberdade, além da segurança.
As vertentes tradicionalista e abrangente são mais comumente aceitas e,
segundo Rudzit e Nogami (2009, p. 6), em que pesem interpretações distintas, ambas
definem o conceito de ameaça em termos de ser externo ou vindo de fora, isto é, de
fora da unidade de análise mais aceita em Relações Internacionais, ou seja, o Estado.
A Escola de Copenhague, berço da vertente abrangente, impregnada pelo
pensamento eminentemente europeu, até mesmo por ter sido palco de grandes
tensões da Guerra Fria, estava mais focada na obtenção da paz do que suas
congêneres escolas americanas, voltadas para o poder. Ela possibilitou que seus
18Escola fundada em 1923 e composta por marxistas dissidentes e agregados do Instituto para
Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt.
31
19Aliança político-militar criada em 1949, que reúne países ocidentais e capitalistas, liderados pelos
EUA como contraponto à ameaça do Pacto de Varsóvia, liderado pela URSS.
36
Quadro 7 - Visão geral de ataques falhos, frustrados ou completados em 2016, por país e motivação
na troca de dados;
c. Perseguir todo indício de planejamento de atentado terrorista. Por meio da
criação de obstáculos a redes terroristas, impedindo o financiamento e a obtenção de
meios materiais para sua execução e entregando os suspeitos às autoridades; e
d. Responder aos atentados terroristas com capacidade militar e mecanismos
de proteção civil compatíveis às ameaças.
O Tratado de Lisboa (2009) sucedeu o Tratado de Maastricht e expôs a
necessidade de transformação da percepção de Segurança da UE.
Segundo Martin (2015, p.39), os desafios de segurança e os seus impactos
exigem da UE políticas mais unidas e coerentes. Assim, o fardo será dividido entre os
estados membros, com os EUA e outras potências emergentes, nomeadamente os
BRICS, facilitando a abordagem de questões de segurança globais e regionais.
Conforme Seabra (2010, p.41), o Tratado de Lisboa inova no que diz respeito
à “comunitarização” do terrorismo (espécie de responsabilidade solidariedade entre
seus estados membros):
20Lei que renovou algumas medidas da lei anterior, porém excluiu o programa de metadados e
desautorizou a posse de registros telefônicos pelo Estado.
41
Dessa forma, verifica-se que o terrorismo estava com uma elevada percepção
de ameaça pelos dois últimos mandatários e pelo Congresso norte-americanos, no
período de 2001 a 2016.
O texto da Resolução de “Autorização para o Uso de Força Militar” deu plenos
poderes ao Presidente norte-americano para empregar “toda a força necessária e
apropriada contra as nações, organizações, ou pessoas que ele determine que
tenham planejado, autorizado, realizado ou auxiliado os ataques terroristas ocorridos
no dia 11/09/01, ou abrigado tais organizações ou pessoas, para prevenir quaisquer
atos futuros de terrorismo internacional contra os EUA por tais nações, organizações
ou pessoas”.
A partir de então, o uso de seu aparato militar tem sido a tônica da Estratégia
de Segurança Nacional para prevenir ameaças terroristas.
Entretanto, segundo o Artigo 2º da Carta das Organizações das Nações
Unidas, havia restrições quanto ao uso da força para solução de conflitos, pois feriam
os princípios de integridade territorial ou a dependência política de qualquer Estado:
21 O regime do Presidente Bashar al-Assad faz guerra em duas frentes: uma contra os insurgentes
sírios que querem a sua derrubada e outra contra o Daesh, que se aproveita da fragilidade do Estado
para ocupar o território sírio para criar um califado. Tem sido extremamente violento contra ambos.
45
4. O BRASIL E O TERRORISMO
A nossa lei não alcança o terrorismo político, que é aquele que está vinculado
a ações de partidos e de movimentos sociais. Se alguém vinculado a
movimentos sociais explode um carro-bomba, por exemplo, não é
considerado terrorismo.
Quadro 9 – Vulnerabilidades
Estruturais 17,5 mil Km de fronteiras terrestres, com 9 tríplices fronteiras e 8 mil Km de fronteiras
marítimas
Grandes vazios territoriais sem fiscalização e controle, resultado da concentração
demográfica na faixa litorânea do país.
Falta de um plano de emergência nacional contra os terroristas.
Conjunturais As deficiências no controle de entrada, permanência e saída de estrangeiros em território
nacional.
Deficiências de efetivo e equipamentos nas Forças Armadas e na Policia Federal.
Fonte: adaptado de Woloszyn (2009)
principais palcos e alvos terroristas, nada impede que atores hostis desencadeiem
ações contra nossos ativos.
Segundo o Índice Global de Terrorismo, o Brasil ocupa a 80ª/163 posição
mundial, com um grau de possibilidade de 1,74, considerado “muito baixo”.
De acordo com Smith (2000, apud WOLOSZYN, 2009, p. 83), as fases dos
atentados são a:
1. Preparatória: caracterizada pelo recrutamento, treinamento, arrecadação
de fundos, e aquisição de equipamentos;
2. De crise: execução do ataque; e
3. De consequências: após o ataque e serve para avaliação da ação e retirada
do grupo do local.
Portanto, ao se constatar que o Terrorismo preexiste muito antes do atentado
propriamente dito, ele pode estar mais perto da realidade brasileira do que se pensa.
A existência de uma grande comunidade de muçulmanos na Tríplice Fronteira
do Brasil, Argentina e Paraguai e a possibilidade desse público dar suporte financeiro
e homizio a indivíduos ligados ao terrorismo é uma preocupação real para nosso país.
Além dessa região, podemos encontrar pessoas ligadas ao terrorismo em outras
regiões, devido à existência de várias comunidades árabes e ao crescimento do
número de nativos convertidos ao Islamismo.
Nesse sentido, Lasmar (2015, p. 51) cita o resultado da Operação Panorama,
de 2005, da Polícia Federal (PF), para ilustrar a presença desses indivíduos e o grau
de dispersão dos mesmos pelo território nacional:
terroristas para seus delitos; a proximidade dos grupos terroristas das FARC na
Colômbia e do Sendero Luminoso no Peru, com perspectivas de associação ao crime
organizado como forma de sobrevivência; a atuação de movimentos sociais e partidos
radicais de esquerda; e a existência de políticos com renomado histórico terrorista.
E a pergunta que se faz é por que o terrorismo tem uma baixa percepção pela
sociedade brasileira?
Uma resposta plausível é a que o governo brasileiro baseia sua percepção no
fato de que não ocorreram atos terroristas no território nacional nos últimos 30 anos,
desde as tentativas de tomada do poder por grupos terroristas de esquerda. Esquece-
se, entretanto, de que qualquer ato preparatório consumado já é terrorismo.
Ademais, outra explicação se refere a uma clara postura de “negacionismo”
do governo, ou seja, negar veementemente a ocorrência do terrorismo no Brasil, muito
embora os eventos supracitados evidenciem o contrário.
O discurso negativo da existência de atividades ligadas ao terrorismo pode
ser explicado por vários argumentos segundo Lasmar (2015, p. 55, grifo nosso):
22“Eixo do mal” foi uma expressão adotada pelo presidente George W. Bush para se referir ao Irã, à
Coréia do Norte e ao Iraque, considerados países hostis dos EUA e apoiadores do terrorismo.
55
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
CORREIO BRAZILIENSE. Lei antiterror não previne ataques nos Jogos Rio
2016, diz especialista. Disponível em: <http://www.correiobraziliense.com.br/app/
noticia/politica/2016/07/18/internas_polbraeco,540623/lei-antiterror-nao-previne-
ataques-nos-jogos-rio-2016-diz-especialist.shtml>. Acesso em: 04 maio 2017.
GLOBAL FIRE POWER. Military Strength Ranking 2017. Disponível em: <http://
www.globalfirepower.com/ countries-listing.asp>. Acesso em: 22 jul. 2017.
SOUZA, Ielbo Marcus Lobo de. Desafios à Ordem Internacional: Ataques arma-
dos por atores não estatais e o direito de legítima defesa. Revista de Informação
Legislativa. Brasília, online, DF. Edição jan/mar 2008. Disponível em: <https://www2.
senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/160175/Desafios_ordem_internacional_177.p
df?sequence=1>. Acesso em: 25 jul. 2017.