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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás.

Campus Uruaçu – Licenciatura Plena em Química


Prática de Química Geral
Profª . Alécia M. Gonçalves/Nilma Silvania Izarias

Experiência – Separação por Cromatografia

Introdução
O nome cromatografia foi cunhado pelo botânico russo Mikhael Semenovich
Tswett em 1906. Embora Tswett tenha dado a ele o nome cromatografia, referindo-se
às zonas coloridas, essa técnica se aplica também a substâncias incolores.
A cromatografia é um método físico-químico de separação dos componentes de
uma mistura, realizada através da distribuição desses componentes entre duas fases, que
estão em contato. Uma das fases permanece fixa, denominada fase estacionária,
enquanto a outra move-se através dela, por isso denominada fase móvel. Durante a
passagem da fase móvel sobre a fase estacionária, as substâncias da mistura são
distribuídas entre duas fases, de maneira que as menos solúveis na fase estacionária
(mais solúveis na fase móvel) têm uma movimentação mais rápida ao longo da coluna,
enquanto as mais solúveis na fase estacionária serão seletivamente retidas, tendo uma
movimentação mais lenta.
Na cromatografia líquida, a fase móvel é um líquido ou uma mistura de líquidos como,
por exemplo, a água e o álcool. Já a fase estacionária consiste de um material sólido. A
sílica (SiO2)n, e a alumina (Al2O3) são fases estacionárias bastante utilizadas em
cromatografia.
A cromatografia de adsorção é um procedimento no qual uma solução de
substâncias a separar se desloca numa direção predeterminada por uma disposição de
aparatos, por meio de uma fase sólida, insolúvel, inorgânica ou orgânica, sendo os
componentes retidos em medida individualmente distinta. Em geral, na cromatografia
de adsorção empregam-se como adsorventes óxidos, óxidos hidratados ou sais.

A mistura de substâncias atravessa a fase sólida, finamente dividida, sendo que


cada componente da mistura percorre uma distância por ser menos ou mais retido na
superfície do sólido. A escolha do dissolvente baseia-se, em geral, no fato de que as
substâncias em questão podem eluir-se bem com os mesmos solventes ou misturas de
solventes que as dissolvem bem.
Se o dissolvente e o soluto movem se ao mesmo tempo, pode-se expressar a
relação entre as distâncias percorridas por cada um através da fórmula:
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Rf = Distância percorrida pelo soluto/Distância percorrida pelo eluente


Este método é muito usado na cromatografia em papel, representada na Figura 1.
A distância percorrida pelo soluto em um certo tempo é medida desde seu ponto de
aplicação até o centro de sua zona de distribuição, enquanto para o dissolvente se mede
até o extremo máximo de seu caminho percorrido.

Figura 1 - Representação esquemática do cromatograma obtido num experimento.


Dfm = distância percorrida pela fase móvel; Dc = distância percorrida por corantes.

Experiência - Cromatografia em papel

Objetivo:

Ver na prática como ocorre a separação dos componentes de uma mistura por meio da
técnica de cromatografia em papel.
Materiais
 Papel filtro;
 Béquer de 150 a 250 mL
 Tesoura
 Régua
 Álcool anidro;
 Pisseta com água;
 Clipes;
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Procedimentos:
- Recorte o papel filtro em tiras de cerca de 4,0 cm de largura e 13 cm de comprimento;
Coloque pingos da tinta de cada caneta na parte inferior da tira de papel. Utilizando uma
régua, trace uma linha reta com um lápis a 1,5 cm das extremidades do papel maior.
Marque, em uma das extremidades, seis pontos equidistantes com um lápis ao longo da
reta, numerando-os de 1 a 6.
- Faça pequenos pontos com cada uma das canetas seguindo a ordem das cores.

- Coloque água ou álcool anidro béquer. Atenção: Não encha o


copo, coloque apenas uma quantidade suficiente para molhar a ponta da tira de papel
sem alcançar a tinta (aproximadamente 1,5 cm).
- Enrole o papel na forma de um cilindro e coloque grampos para manter a forma de
cilindro. Obs: deixe um pequeno espaço (2mm) entre as duas extremidades de forma a
não se tocarem.
- Observe o que ocorre com o tempo.
- Quando o líquido subir por todo o papel, retire-o e deixe-o secar.
- Anote os fatos observados.

Questionário

1. Quais os fatores envolvidos na separação de uma mistura de compostos por


cromatografia?
2. Por que se utiliza lápis grafite (e não caneta) para marcar no papel?
3. Por que cada componente das tintas percorre uma distância diferente?
4. Qual a composição química do papel? Cite exemplos. Como ele é fabricado?
5. Através dos cromatogramas que você obteve:
a) Indique quais os pigmentos que constituem a cor preta.
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b) Que pigmentos, se existirem, estão presentes na tinta da caneta marrom e preta e não
estão em nenhuma das outras tintas?
c) Calcule o Rf para cada pigmento que compõe a tinta da caneta hidrocor.
6. Quais tintas tinham os mesmos componentes?
7. Qual a diferença observada ao se colocar álcool ao invés de água? Por que houve esta
diferença?

Atividade de Prática (PCC)


Leia o artigo indicado abaixo sobre uma possibilidade didática a ser explorada no
ensino médio de desenvolvimento de cromatografia em giz. Com os devidos cuidados,
você pode realizar facilmente este experimento em casa. Para tanto, você precisa de
barra de giz branco para fazer o experimento. É preciso ter a disposição ainda, pelo
menos, álcool etílico e caneta hidrocor. Compare o resultado obtido no experimento
com aquele da cromatografia em papel feito em sala de aula. Qual a sua opinião sobre a
utilização didática do experimento de “cromatografia em giz”? Grave um vídeo deste
experimento realizado e escreva em uma filha a sua opinião.

Artigo sobre cromatografia em giz: PALOSCHI, Rosiléia; ZENI, Mara; RIVEROS,


Raul. Cromatografia em giz no ensino de química: didática e economia. Química
Nova na Escola, n.7, p.35-36, 1998. Disponível em:
http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc07/exper1.pdf.

Referências:

1. OLIVEIRA, A. R. M.; SIMONELLI, F.; MARQUES, F. A. Experimentos


cromatográficos, QUÍMICA NOVA NA ESCOLA N° 7, MAIO 1998
2. FRACETO, L. F.; LIMA, S. L. T. Cromatografia em papel na separação de
corantes, QUÍMICA NOVA NA ESCOLA , N° 18, NOVEMBRO 2003

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