Você está na página 1de 8

Hime to Goeiku

***

Autora: Sarah Aniceto dos Santos


Para: Hebi Weiss

Capítulo I-Confiança
Uma taverna.
As melhores histórias sempre começam nelas.
Aquela taverna em específico não tinha nada de muito especial. O mesmo tipo de madeira
no chão. Os mesmos copos sujos. O mesmo barman mal encarado. Tudo em seu devido
lugar. Quero dizer... Quase tudo.
Num estrondo não muito forte, duas figuras entraram no salão, chamando a atenção de
todos. Talvez fosse suas roupas estranhas, que denotavam que não eram daquelas terras. Ou
quem sabe o fato de serem goblins adentrando um lugar dominado por elfos da floresta e
vampiros? Isso de fato era bem incomum! Quem sabe tenha sido o fato de serem uma goblin
de no máximo 21 anos e um goblin bem mais velho entrando juntos. Mas talvez... Talvez
tenha sido o cartaz que o mais velho entre eles carregava... Junto da frase que saiu de sua
boca:
—Watashi tachi wa Angra O’Mera wo sagasu.
Nenhuma daquelas pessoas entendeu aquela frase, ao menos, não completamente,
entretanto, a menção daquele sobrenome... Aquele simples sobrenome... “O’Mera”... Fez
todos ali os olharem espantados.
A goblin mais nova deu um passo à frente, engolindo em seco e olhando ao redor com os
olhos grandes e estreitos bem atentos. Um leve desconforto lhe consumia por estar sendo
observada por toda aquela gente, mas ela mantenha-se firme ali, mesmo com o tom de verde
claro de suas bochechas se tornando mais escuro.
Ela virou a cabeça para lá e para cá, à procura de algo, até que seus olhos se cruzassem com
uma figura sentada numa mesa solitária, tomando um copo de leite.
Aquela era uma genuína medusa. Os cabelos de mambas negras prendiam mais para o lado
direito da cabeça do que para o lado esquerdo, dando a impressão de que ela tinha um cabelo
maior que o outro. Sua pele tinha um tom de marrom acinzentado, o que ornava bem com
os olhos brancos de escleras negras e a farda militar típica dos soldados provenientes da
longínqua cidade de Cirana.
“Hm. A descrição bate perfeitamente.”, a goblin pensou. Ela rapidamente ajeitou seu longo cabelo
branco e colocou suas mãos de maneira elegante à frente da barriga, com as mangas
esvoaçantes de seu longo kimono azul e verde água caindo de um jeito particularmente
bonito. Logo em seu encalço, o velho goblin veio, ajeitando seus óculos de aros redondos na
ponta do nariz, parecendo bastante inquieto.
—Sumimasen, a senhorita seria Angra O’Mera? —A goblin jovem se aproximou da górgona,
mantendo uma face neutra.
Quase que imediatamente, todas as cobras do cabelo da medusa viraram na direção da
pequena, fazendo um filete de suor escorrer por sua têmpora. “Ok... Ela é mal encarada...”, a
goblin pensou, mas manteve a compostura, pedindo o papel para seu acompanhante e
mostrando para medusa, dizendo:
—Fui eu quem a requisitei. Necessito dos seus serviços de mercenária.
Angra olhou para o papel com uma expressão séria, logo em seguida a suavizando um pouco
e analisando seus contratantes de cima à baixo antes de finalmente responder alguma coisa:
—Princesa Hikari Midori, eu presumo. —Ela ajeita sua postura —Recebi sua mensagem e
a resposta para sua proposta terá de ser não.
—Nani?! —O homem ao lado de Midori exclamou, indignado.
—Shotto matte, Kazumi-san. —Midori o acalmou, logo em seguida se voltando para Angra —
Qual a razão da sua rejeição, senhorita?
—Sou uma caçadora, vossa alteza. Eu mato, não protejo. —Angra fala de maneira direta —
O valor que estão oferecendo é bem generoso, tenho certeza de que encontraram alguém
disposto à aceitar essa missão.
—Agradeço que nos considera generosos, porém, eu discordo do seu ponto: Não existem
muitos cavalheiros ou caçadores de recompensas interessados na proposta de uma princesa
estrangeira. —Com um pouco de esforço, Midori consegue se sentar à mesa junto de Angra,
mesmo estando ridiculamente baixa —Você foi uma das poucas que ao menos resolveu ter
um encontro conosco.
—Hm... Você acha que pode me fazer mudar de ideia, vossa alteza? —Angra a olhava com
curiosidade e talvez um pouco de dó ao ver que aquela cadeira definitivamente não foi feita
para uma goblin se sentar —Já vou avisando que não estou disposta a mudar de ideia.
—Pense o seguinte, senhorita O’Mera: No que um caçador e um guarda costas tem em
comum? —Midori estava visivelmente desconfortável naquele acento, sendo amparada por
Kazumi, que colocou uma almofada de outra cadeira abaixo dela —Eles detectam o alvo e o
nocauteiam com todas as habilidades que estão disponíveis. Se seguirmos essa visão, o seu
ponto tecnicamente não faz sentido, certo?
—Tcs. Você desconsidera uma coisa, vossa alteza. Um guarda costas, que é o que você
precisa, acerta o alvo porque está protegendo alguém. —A górgona aponta para si mesma
antes de continuar —Um caçador, que é o que sou, mata por necessidade, independente de
qual seja. —Ela beberica seu copo de leite —Consegue entender o que quero dizer?
Nesse momento, Midori engole em seco, olhando para Kazumi, igualmente tenso. “Ok...
Ela é mais difícil...”, a princesa começou a passar as unhas de leve nos nós da madeira da mesa,
com seus olhos violetas percorrendo a taverna inteira, à procura de qualquer coisa que
pudesse lhe ajudar ali.
Desde que começou essa empreitada de conseguir fundos para a reconstrução de seu reino,
Midori já lidou com todo tipo de mercenários possível: Desde os que estavam ali apenas pelo
dinheiro e nada mais até os charlatões que enchiam o peito para dizerem que eram os
melhores, quando na verdade não chegavam nem perto dos piores. Nesses meses todos,
viajando de cidade em cidade com sua pequena caravana de sobreviventes de seu reino natal,
Midori não lembrava de ter visto um mercenário tão... Resistente, quanto Angra era.
Aquela górgona claramente não pensava apenas no dinheiro ou prestígio da missão. Havia
algo à mais que faltava para que Midori pudesse penetrar sua casca dura e convencê-la à
mudar de ideia. “Demo... Nani?”, ela pensava com seus neurônios.
Talvez o destino tenha sido generoso com a pequena princesa, pois logo ela reparou uma
movimentação inquieta naquele salão. Vários dos frequentadores do lugar estavam olhando
para sua mesa, com um rosto assustado, cochichando entre si. Assim como eles, Midori tinha
orelhas grandes por um bom motivo, rapidamente captando o que diziam: “O que uma O’Mera
faz aqui?”
“Ouvi dizer que a família faliu anos atrás.”
“Você sabia? Uma delas foi presa um tempo atrás!”
“É verdade! Dizem que a linhagem toda está amaldiçoada!”
“Aquele ali largou o exército depois que a mãe morreu!”
“Não tinha uma história de traição no meio?”
“Pobre daquela garota”
“Ela não sabe que não se pode confiar em um O’Mera?”
“Hehe... Misuketta!”. Um pequeno sorriso de gatuno surgiu no rosto da princesa, que coçou
a pintinha em seu rosto e questionou:
—Pelo visto você tem um sobrenome bem conhecido, senhorita Angra. Algum motivo
particular pra isso?
Angra se encolheu um pouco em seu acento, com as cobras igualmente constrangidas.
Midori manteve seu sorriso vitorioso, brincando de passar a ponta da unha nos nós da
madeira da mesa, comentando:
—As coisas não andam muito boas, não é? Eu entendo. Da última vez que eu vi, alguém
escreveu “volte para seu país” na entrada do nosso acampamento. —A princesa usa um tom
pesaroso —Rumores são cruéis, né?
—Só idiotas acreditam em rumores. —Angra é ríspida em sua fala —Eles não sabem de
nada do que aconteceu.
—Hehe. Temos algo em comum, nesse caso. —Midori solta uma risadinha contida —Mas
sabe… Eu conheço um bom jeito de quebrar a perna de um rumor! Você quer ouvir?
Angra não falou nada, contudo, o movimento de suas mambas denunciou que ela estava
interessada no que Midori estava falando. Os olhos violetas da pequena princesa cintilaram
de maneira animada. “Peguei”!
—Quebre as expectativas deles. Mostre na cara deles que eles estão errados. Desse jeito, os
rumores não vão conseguir se sustentar e morrer antes mesmo de se espalharem. —Midori
fala de maneira convicta.
Por alguns segundos, as duas se encararam, uma sustentando o olhar da outra. Talvez
fosse algum tipo de teste de resistência ou quem sabe estavam tentando ler a mente uma da
outra. Elas só pararam quando Kazumi retornou à mesa, trazendo consigo três copos, um
de leite, outro de suco de frutas vermelhas e outro com hidromel.
—Sumimasen, Midori Ojou Sama. Dozou. —Kazumi deixou a bandeja na mesa, só se sentando
com elas pois Midori fez sinal para que ele o fizesse.
Angra levantou uma sobrancelha perante isso, o que Midori rapidamente explicou:
—Esse é por nossa conta. —Ela pisca para a górgona, pegando seu suco —Aproveite
enquanto ainda estamos discutindo os pormenores do contrato!
Um pequeno sorriso brotou nos lábios de Angra, que se viu obrigada à rir, aceitando o copo
de leite e fazendo menção de um brinde.
—Você é uma espertinha safada… Mas não dá pra dizer que não sabe fazer um negócio. —
Angra diz —Só farei uma missão. Depois disso, vai ter que arranjar outra pessoa.
—Hihi. Não vai se arrepender, senhorita! —Midori se junta à ela no brinde
—Pode me chamar de senhor também. Sou os dois. —Angra observa
—Certo. Perdão pelo meu erro, senhor. —O sorriso vitorioso de Midori se manteve.
Os três brindaram, selando assim o seu contrato.
Como eu disse, as melhores histórias começam nas tavernas e essa é uma delas.
Porém… Ela não é um épico de aventura!
Não se preocupem em entender isso agora… Logo tudo fará sentido.

Mais tarde…
Castanopla. A ligação de Faerog com as terras do leste. Uma Cidade-Estado dividida pelo
mar, conhecida pelo comércio e as suas maravilhosas cavernas floridas, cuja vegetação
esplendorosa e mosaicos tradicionais atraiam milhares de turistas todos os dias.
Angra se lembra bem daquela cidade dos seus tempos de Espada. O górgon e seus
companheiros de equipe passaram por lá com sua comandante, recebendo todo o dia de
regalia e bajulações por uma missão cumprida nas terras próximas, uma lembrança não tão
feliz, pois Angra nunca se importou com esse tipo de coisa.
Dado esse contexto, qual não foi a sua surpresa ao ver que os reis do elfos da floresta
daquele reino, o rei e a rainha Demir, não tiveram o mesmo cuidado com uma nobre?
Assim que chegaram no castelo, Midori não teve tempo de despedir-se de Kazumi, o qual
Angra descobriu ser o conselheiro dela. Assim que ela se apresentou, já estava sendo
empurrada para dentro, quase quebrando o instrumento que ela trazia nas costas e com Angra
só conseguindo entrar porque Midori confirmou a sua função de guarda costas. Praticamente
ninguém no castelo olhava para a princesa, sussurrando coisas como “Ah! A representante dos
trapaceiros chegou!”, “Ela poderia ao menos não usar essa roupa estranha aqui?” e “Não olha muito. Acho
que ela pode roubar sua alma!” sem o menor pudor.
Essas atitudes deixavam a cabeça de Angra confusa. Em sua visão, as realezas tinham pelo
menos um pouquinho de respeito entre seus iguais, então a indiferença com a pequena
princesa era algo impensável para ela.
As coisas não foram muito melhores na sala dos reis. Primeiro que eles mal deixavam Midori
falar, achando impressionante que ela havia aprendido a língua élfica em tão pouco tempo e
que ela e sua pequena caravana de sobreviventes conseguiram atravessar o mar que cortava
Castanopla em dois. Segundo que eles sempre que podiam, debochavam do pedido de Midori
por ajuda, usando todo o tipo de desculpas para que a princesa desistisse da sua ideia,
chegando ao ponto de dizer que eles poderiam tentar procurar uma cidade abandonada em
alguma montanha, já que goblins são bons em escalar.
Tantas ofensas diretas e indiretas...
Tanto descaço e desdém...
Tantos deméritos...
Mas Midori de mantinha a mesma aparência calma e contida.
Um nó estranho se formou na garganta de Angra ao constatar isso. Mesmo sendo tão
maltratada, Midori não atacava de volta ou parecia se importa com isso. Aquela calmaria
irritava o górgon na mesma medida que lhe deixava preocupado. “O que você ganha com isso?
Fale qualquer coisa!”, ele pensava. Por que a princesa não retrucava
Não obstante disso, em um dado momento os reis soltaram a seguinte piada:
—Se quer tanto a nossa ajuda, por que não entra na caverna abaixo do castelo e encontra
para nós a canção mais antiga de Castanopla? Você deveria ter experiência com isso, já que
seu “reino” só prosperava por causa dos minérios!
Nesse momento, Angra já queria puxar as orelhas de Midori e mandá-la xingar aqueles
cretinos de qualquer coisa, entretanto...
—Agora estamos indo para algum lugar. Onde é a entrada desse lugar?
...
...
...
“Ela não pode estar falando sério!”. Era o pensamento geral. N-Ninguém seria tão louco à ponto
de aceitar algo assim, não é? Aquela provavelmente era uma piadinha de Midori para
desestabilizar os reis e fazê-los mudar de ideia. T-Tinha que ser!
...
...
...
“Ela não estava brincando.”
Quando Angra deu por si, lá estava ela, no meio de uma caverna de raízes brilhantes, flores
e mosaicos já desgastados pelo tempo, correndo atrás de uma princesa goblin que literalmente
foi atrás de uma canção que elas nem tinham certeza que existia.
Chegava a ser humilhante. Angra havia se acostumado com missões de alto risco, nas quais
um erro de suas flexas poderia ser fatal, coisas grandes, palpáveis para seus sentidos, e agora...
Ela se sentia como a babá de uma criança insistente que não sabia dizer não para uma clara
mentira. Angra só queria entender... Qual era daquela princesa, afinal de contas?! Aliás... Ela
era realmente uma princesa?! Não que Angra tivesse visto muitas delas na vida, mas... QUE
TIPO DE PRINCESA DEIXA SUA HONRA SER MANCHADA DESSE JEITO?!
Aquilo simplesmente atordoava a mente do górgon, que, até certo ponto, queria agarrar
aquela goblin pelos ombros e chacoalhá-la até que recuperasse a razão.
“O que ela ganha com isso?!”
Ela saltava os buracos atrás dela
“Ela realmente acha que vai conseguir algo aceitando tudo?”
Já preparava as flexas em sua besta
Pronto para acertar os morcegos gigantes que vinham para cima deles
“Ela é muito ingênua se acha que vai conseguir algo nesse labirinto!”
Numa jogada rápida, ela pega a goblin nos braços e corre de uma armadilha
“Uma dica, ‘princesa’... Eles não cumprem o que prometem.”
“Entenda isso e desista.”
Continua correndo atrás de Midori, que parecia não se cansar
“Tenha um pouco de autopiedade e volte.”
Ela via as orelhas da princesa se mexerem, parecendo usar elas para se guiar
“... Por que você não desiste?”
De repente... A caverna pareceu ficar mais... Calma?
“Você... Você...”
Os mosaicos pareciam mais novos... As plantas mais vivas...
“... Você é mesmo uma princesa...?”
—MITSUKETA!
Angra teve que tirar algumas raízes da frente de seu rosto, surpreendendo com o que viu:
Era uma sala coberta por mosaicos que retratavam grandes festas coloridas, onde grandes
bardos tocavam suas lindas canções, animando toda a cidade. O som de água corrente do
lugar era relaxante, combinando com o brilho leve dos pequenos vagalumes e,
principalmente, com a placa de ouro contendo uma partitura antiga.
“Mas... Mas...”, os olhinhos esbranquiçados confusos e esbugalhados. A canção... Era real?
Sua mente estava realmente confusa naquele momento, acabando por focar em Midori,
vendo-a sorrir de orelha a orelha, dando pulinhos e comemorando sua descoberta.
Ali... Angra viu uma expressão completamente diferente na princesa. Uma expressão suave,
dócil e alegre. Uma expressão sinceramente feliz. Plenamente feliz. Era como uma aura
esbranquiçada emanando do sorriso de Midori, sendo completamente encanadora,
principalmente quando fala num tom tão mais doce e, ao que parecia, mais próximo do seu
comum:
—Eu sabia que minha intuição tava certa! Eu sabia! —Ela comemorava, pegando Angra
pelas mãos —Veja, senhor Angra! A canção é de verdade!!!
—E-Estou vendo, senhorita. M-Muito bonita. —Angra corou de leve, não estando
acostumada com esse tipo de toque.
—Sim, ela é! —Midori concorda, risonha —Ah! Desculpa ter te arrastado sem falar nada,
mas é que... As pessoas costumam fugir de mim quando eu digo que tenho uma boa intuição
para música. Tipo assim... Acham meio macabro.
—A-Ah! N-Não se preocupe que isso! Você está me pagando para eu te acompanhar de
qualquer forma. —Angra diz, claramente desconcertada —Mas admito... Sua intuição
realmente é bem precisa. Eu mesma demorei um pouco para captar o som da água.
—Hihi, acontece! —Midori diz, toda tímida —Mas hey! Adorei as acrobacias que você fez
lá trás! Você é realmente boa nisso!
Todas as cobras do cabelo de Angra se levantam, imitando sua expressão surpresa. Ele não
estava acostumado a receber elogios por simplesmente fazer seu trabalho, então ela
simplesmente não sabia reagir a coisas desse tipo que deveria ser tão comum para outras
pessoas.
Sua maior questão nesse momento, a medusa questionava-se como elas levariam aquela
placa presa na parede para cima, porém, mais uma vez, ela foi surpreendida pela pequena
princesa. Midori pegaram o instrumento que carregava nas costas, revelando-o como um
biwa, rapidamente tocando a música que viu, murmurando-a com delicadeza e de olhos bem
fechados, começando a mover-se para fora da sala.
Pelos dedos da princesa, aquela música se tornou esperançosa e suave como a brisa noturna,
parecendo que reagia com a caverna, que se iluminou numa explosão colorida e vivida. Uma
verdadeira magia musical, do tipo que Angra nunca imaginou presenciar em sua vida.
Novamente, o górgon questionou-se das origens da pequena goblin, entretanto, sentiu-se
profundamente encantado pela forma como ela tocava aquele instrumento. Não apenas ele...
Mas aparentemente todo o castelo, pois, quando finalmente conseguiram sair da caverna,
dando de cara com a corte inteira reunida na entrada do lugar, completamente chocados e
maravilhados com aquela apresentação.
Ao notar a pequena comoção que criou, Midori sorriu levemente, soltando uma frase que
ressoou na mente de Angra um pouco mais do que deveria:
—Eu sou Hikari Midori... E eu falo pelo povo de Irosora!
Angra não tinha certeza do que poderia vir a seguir. Não sabia se a corte seria carinhosa
com aquela princesa ou se ela conseguiria alcançar o que ela queria... Mas... A górgona tinha
uma certeza em seu coração.
“Eu quero ver como essa história termina!”

Capítulo II-Adaptação

Você também pode gostar