Você está na página 1de 232

CONGRESSO NACIONAL

ANAIS DO SENADO
41 ~ A 54~ SESSÕES

AN. SEN. BRASíLIA - V. 9 NQ 4 P. 641-886 16/30 ABR. 1985


SENADO FEDERAL SUBSECRETARIA DE ANAIS
lNDICE TEMATICO

Pie.
ACmENTES Resolução n.0 8/85, conclus6ee da CPI criada para lnvea~
tlgar os problemu l'lnculados ao aumento 1J0!1111aclonal .. '197
Participação de m111tares, aeronautas e aerovlúios na
apW'IIÇI.o de causa. de acidente aéreo; PIB n.o '18/85. 8eD. BANCO
Itamar Franco • .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . • . • . . . . . . . . . 886 Sulbraallelro e Habltasul. sen. OctAno C8.l'do8o .•.. ·.. M9
'18ll
ACORDO DITERJIIACIONAL
Sulbr1181lelro e Babitalui. Sen. Belvlcllo Nunes ..•....... 865
Convenção IIObre a conservação dos llecurll08 V1101 :Ua- Sulbraallelro e Rabltasul. Sen. Marcondes Qadelha .... . 709
rlnhas Antli.rtlcos, conclulda em Camberra; PDL n.0 2/81 • • • 883
Apnnra tezto do Acordo sobre Oooperaçio ECOD6mlca, Sulbr11811elro e Babitaaw. Sen. Carkla Alberto ......... . 718
Industrial e Tecnolól!1ca com o Governo da Suécia. PDL Oblervaçiles ao dllcUl'IIO JlrDDUDclado pelo Ben. O&rloll
n.0 1/81 . . . . .. . . . .. . .. .. . . . . . . . . .. • .. . .. . . .. . . • . . . • . .. . .. ..
Apnnra texto de Convençio a fim de entar evul.o flacal
881
:fl:.'Jf ~~~ :.K:~:':O.dO. ~~~- ~~~~~- .~ .~. ~ 718
de Impoato IIObre a Renda entre o Oovemo do Br&Bil e dU suibrasllelro e Babitasul. Ben. Alfrlido CamJ)os ....... . 775
J!'lllplnas. PDL n.o S/85 .. . .. . . .. • . .. .. . .. . .. .. .. .. .. .. .. .. . 7S8 Recurll08 orçamentú1001 para 11000mr entidades do 81a-
· Aprova tezto dO
Acordo de Cooperação na ll.rea de Bner-
lla Nuclear entre os Governos 11o Braall e Venezuela . . . . . . 787
tema l'lnancelro. Sen. Américo de Souza ·, ••••••.••••.•.•• '18~
Sulbrllil.lelro e Babitasul. Sen. Nlvaldo :Machado ••.•.• '183
ABRCNA"DTA Sulbr1181lelro e Babitaaul. Sen. Itamar Franco ........ . 1M
. Batabelece critérios de preferência na admlnlatração e 887
adml.!llão de aeronautas quando· eeta se tomar lmperloaa por Sulbrasllelro e Babitaaul. Sen. José l'raaem .......... . llllli
motivo de ordem econômica; PLS n.o 70/85. Ben. Nelaon Car-
neiro ...................................................... 800 BASALTO
Regula o ezerclclo da profilsl.o de aeronauta; PLS' n.o Inclui o b!Lialto no regime especial -de exploraol.o por
'lll/81. Sen. rtamar Franco .. .. . .. . .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. 885 Ucenclamento; PLC n.o 2/85. Aprovado.......... : . ....... .
AEROPORTO BIBLIOTECARIO
DA-se o nome de • Aeroporto Internacional Tan.credo Aprovada a redaçl.o final do PLC n9 22/80, que regu-
Neves• ao Aeroporto Internacional de Confins em :Minas Oe- lamenta a proflllão de Blbllotecirlo ................... .. 880
rala; PIB n.0 'lll/85. Sen. Alfredo Campos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 808 I'IORRACHA
AGRICtlLTURA. Custeio e comerelalla.ação da borracha nativa da Ama-
z6Dla. Sen. MArio Ma1a ................................. .. asa
Apelo em fa10r dei trl.tloultores e produtores de alii'Odl.o CARTEIRA NACIONAL DE BABII.lTAÇAO
do Estado do P&ranA. Ben. Roberto W7PJC.h . . . . . . . . • . . . . . 721
Regula a concessão de carteiras de habilitação a0a anal-
Problemitlca agrlcola nacionaL Ben. Jutab7 M~~galhãea 872 fabetos; PIB n.0 82/85. Sen. Lenolr Vargas ... ; .......... , . ~M
AGROTOXICOB CBRTIDOES
o problema dOa ~~grotózlcoa. Sen. Nelaon Carneiro Mil Ezpedlção de certldllftl para a defesa de direitos e es- ..
clareclmentos de .sl.tuaç6ea, PIB n.0 7/83. Aprovado . . . . . . · 877
ALCOOL
Parecer n.0 383, sobre o PIB n.0 '1/83 : .. ........ :.. .. . 8~7
Prazo para a Cooperativa :Miata AgropecuAI"Ia de Para- CóDIGO CIVIL '
J10m1Das - PA Implantar unidade produtora de ll.lcool. Sen.
RéUo Guelras .. .. .. .. .. .. . .. .. .. . .. . .. .. .. • .. . .. .. .. .. .. .. 809 DA nova redação t. alfnea "A" do art. 12, da lei n.0 6.1i91,
de 16-12-M que trata da lmlssio de poue em terreno de-
AMAZONIA sapropriado, lledação final (PIB n.0 2'12/781 . . . • . . . . . . . . . . 809
Bxtensl.o doa beneflcloa da Resolução n.0 829, do Banco· CODIOO DE PROCESSO CIVIL
Central, t. AmazOnla paraense. Ben. Hélio Guelrol .. :. . . . . . 858
Requ~rlmento n.0 89/85, prorroga prazo para oferecimen-
ANAI.li'ABBTO to di! em~ndas ao PLC n.o 175/M, que I.DsUtul o Código de
Proce1110 Cll'll .................................... , ... _... ..
a
llegula. "conceasl.o de carteiras de ~abWtaçl.o aoa anal-
fabetos. PLS n:o 82/85. Sen. LellOlr Varsas .............. : . '11M CODIGO TRIBVTARIO •
871

APOSENTADOS · Prorroga pór ·90 dlu o pra.O t. Coml.llão Especial criada


a realizar estudos eobre Reforma TributAria; Reeoluçl.o n.o 4 788
Bltuaçl.o doa aposentados da Prevldencla SociaL Sen. Nel- COLIIIOIO ELBl'I'ORAL
son Carnel.ro ............ , .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 8158
O pleito eleitoral de 15 de Janeiro Oltlmo. Sen. NeiiOD
AOliiBNTO POPULACIONAL Carneiro .................................... , .. . • .. .. • .. .. 889
Aprovada .a redaçio final do PR n.0 138/M, da CPI. des- . COMISSAO PARLAMENTAR DE INQtlltRITO - CPI
tlnada a Investigar os problemaa l'lnculados ao aumento po- Aprovada. a redaçl.o final do PR n,o Z/83, da CPI des-
il'!l&el!"':al. ::::::::::::: ·::::::: '.'. '.'... •.• .. • • . • . . . . . ... . . • . • : ~ tlnad!! . ~ examinar a l'loiêncla urbana .. , .. .. .. .. .. .. .. .. 677
Aprovada a redaçlo final do PR n.0 188/84, da CPI des-
..... Bnchentes no Nordeete. Sen. Humberto Lucena . . . . . • . •
.....
178
tinada a 1D-rest.lp.r 01 JI!Qblemu vlnculadol 110 aumento po-
pulaclOllal ••••••••••••••••••••.••••••••••••••••.•••••••••• 877 O li:Btado do Rio Grande do Norte em face iii enchentes.
Sen. Moaeyr Duarte .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. • • '121
COILilcleraçliea aobre o Requedmento n.0 15/85, aolld-
&anclo a e~m~tttulçlo de CPI deatlnada a ln-retlp.r 01 tatol Socorm li populeçlo de Terealna - PI, em decOrrência

i:e~:mnc=. =~Jo:= -~~~-~~~


CCIII&Ideraçilelaobre o Requerimento n.0 11185, qae e~m~­
daa enchentes. Scn. Joio Lobo .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .
Socono li popula.çlo de Pemambuco, em decorrtncla
du enchentes. San. Nl-raldo Machado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
771

781
tltUl a CPI destinada a 1D-r11t11ar 01 tatol que colOCaram Asal.stêncla 1101 tlageladOI pelaa cbelas no Nordeste.
eD1 Nilo o controle adonirlo da companhia Vale elO RIO Sen. JOiê LIDa .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 818
Doce. Sen. rtamar :rranco ................................ .
Rellllaçio n.0 5/85, .sobre aa conclU115n da CPI deetl- 01 tlapladoa du Cbelaa elO Nordeste. sen. Carlos Alberto 85D
nada a eDIIIlnar a "fiOlênela urbana •...........••......• BNBRGIA N11CLEAR
Relllluçlo n.0 8/85, conclua6ea da CPI criada para ln- · Aprova texto do Acordo de Oooperaçio na Area de Ener-
Yeatlpr 01 problemas Ylncaladoe 110 amnento popuJ&donal •
gia NUeleer entre 01 Oo"fernoa do Brasil e da Veneomela . . 787
Solicita CPI destinada a tn-reatlp.r a patio du eocle- ENSINO
dadea de economia :m1ata naa quais a 17Diio detenha mato-
ria aciODf.riL Sen. Seftm Domes . , , .................... . 808 Encaminhando proJeto de lei que cllspl5e eobre a auto-
Requerimento n.• 88, Sen. &nem oomea. Orla CPI del- nomia ·du universidades rederal8. Sen. Carlos Alberto . . • . 774
tlnada a lnYesttp.r a pet1o dU aocledades de economia m!lta Autonomia du UDI-reraldades federal8; PIB n.• 87/85.
nae quais a 1l'llllo detenlla maiOria aclonArla. . ....•.....• 835 Sen. Carklll Alberto .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 777
CIOIIPANBIA VALB :00 RIO DOCl!: - CVliD Enquadramento dos Prote110res Cola.boradoft!ll e Auxilia-
res de Bllalno; PIB n,o 22/81. Ap!Qvado. Redação final . . . 778
CODIIderaçllee aobre o Requerimento n.• 11185, aollcltan-
dO a conatltulçlo de CPI dlltlnada a lnft&tlp.r 01 tatol que Bugeat6ea 10 Mlnlltro da l!lducaçlo para a liberação do
aolocaram em Jfllco o controle actonArlo da CVRD. Sen. JOID aalirlo-educa~lo e a melhoria do Bna1no Técn1co de nlvel
Lobo ..................................................... . ml!cllo. Sen. Nelaon Camel%0 .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 781
coD81deraçliea IObre o Requerimento n.• 15/85, que cona- Gravidade da altuaçlo da Unl-rersldade J'edel'al do IR1o
tltul. a CPI deetlnada a ln"feetlgar 01 fatol que COlOcaram Grande do Norte, em race da falta de recunaos para a sua
em Jfllco o controle adonll.rlo da CVRD. Sen. Itmar :rranco '1112 manutençlo. 8eD. Carlos Alberto .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 871
CONVBNÇAO DB OAYBERRA BVASAo JI'I8CAL
Ccm:vençio IObre a ecmaer-raçlo doa Rec- VI- 11&- Apro-ra tuto de Convençlo a fim de CYitar evuio fllea1
rlnhoB Antárttcoa, aonclulda em Camberra; PDL n.0 2/85 • • 163 de Impoato IObre a Renda entre o 00-remo do Braall e dU
J'lllplnaa. PDL n.• 1/85 ...... .......... ........ .... .... .... 118
DBSEMPKECJO UAME DE SA'ODE
Bd1torlal do Jornal Conelo an.wenae aob o tlliulo ''Prlo- Batabelece a obrlptorledade do exame ele anldade ifalca
rtdade Social". Sen. Kl-raldo :Machado • • • • . • • • • • • • • • • • • • • • • • 143
e mental para os eandldatol aos cargos de Prealdente e Vlce-
DIPLOIIIATA Prealdente da Re!n\bllca; PIB n.0 78/85. Sen. Jorae B:alume 847
D1a Nacional elO Diplomata. Sen. Jorge Kalame 808 Ju.l~ltlcaçlo do PIB n.o 78/85, que eatabelece a Obriga-
toriedade do ezame de sanlda.cle flalca e mental para os can-
DISTRITO n:oBRAL didatos 101 eai'IOI de Presidente e Vlce-Prealdente da Repd-
bllca. Sen. Jorge Kalume .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 858
Subetltulçio e auceaalo temporf.rla dO OOYemaclOr dO
DJatrlto Pederal; PIB n.• 80/85. Sen. Bêl1o Guelroa . . . • . • 870 I'IDELIDADE PARTIDARIA
DJacuuio do Puecer n.• lll/85, que cleaiiJia o Mlnl.ltro Votação de Jm~po~tes de emenda li COIIatltulçlo que
.Reinaldo casta couto para ueraer em Cadter Interino o earao trata da eleiçlo para preteftoa du capitais e suapeaalo da
de Governador do Distrito J'ederal .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. • 7•5 tldellda.cle partldirla. Sen. Nelson Camelro . . . . . . . . . . . . . . . . 188
DJapõe aobre a denomlnaolo de "Presidente Tancredo
NeYII• a atua1 Praça dOI Três Poderes; PIB n.• 71/85. Sen• I'UNDO DB GARANTIA POR T1!:MPO DE SERVIÇO - 11'0'1'8
.Joio Lobo .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. • 800 Permite utwzaçlo da conta por motl-ro de cuamento;
PIS n.o '5/71. Aprovado................................... 111
BOONOMIA
GOVERNADOR DO DJ8TlUTO J'EDERAL
Ccmalderaçlies 80bre artaro J!Ubllcado no JomaJ Diário dO
Comúelo e Jnt16strle, de AJOyllo 111cmdl, aobre a economia Jlllltlflcando proJeto de lei ciiBpondo eobre a aubltltulçlo
aaelonal. Sen. Vllllfllo TAYOra .. .. .. .. .. .. .. .. • .. .. .. .. .. • IoM e suceulo temporArla do OOYemador do DJatrlto l'ecleral.
Informes do Mlnl.atro da I'BIIenda aobn a lltuaçlo da Sen. Bêllo OUeln~s .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 870
economia em DOIRO Pala. Sen. Vlllllllo Ti"VOG • • • • • • • • • • • • • 815 A eacolha do Mlnlatro Ronaldo casta Couto para Ocm!r-
na.clor Interino do DJ'. Sen. Murllo Badar6 . . • . • • . . . . . • • . . • 81'
BDUCAÇAO
A deeiiJiaçlo do Mlnlatro Ronaldo Coita Couto para Oo-
operaentual elo orçamento federal li edueaçlo. sen. yernaclor l'nterlno do DI'. Sen. Belv1cllo Nunca . . . . • . . • . . . . 849
Joio Calmon .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 888
GUARDA COSTEIRA
J:I.IP'Rf:STIMO Br1'1i:RNO ~agem n.0 95/85, .sollclta reellllllle da Mensagem
Oficio n.• 8/l7/85,.so!lclta autorllaçio para o Bataodo do n.• 894/83, relatl"fB .., PLC n.• 95/84, que cria a Guarda
1118;:0 GrDIIO coatratar empriatlmo utemo ..............• Coltelra .................................................. . 858
Requerimento n.• 74/85, para que seJa aollcltado 110 Joll- HOMENAGEM
nl.atro Chefe da Cala OIYII lnfOl'lllaç(lea IObN emprlatlmDs
extemoa ................................................. .. Rlquerlmento n.• '12/85 para que .seja bomenqeado no
apecllente D. Aquino Coma, a-Govemador de Mato Grouo.
Oftclo n.• 19/85, .sollclta autortsaçlo para o Batado do San. Gutio Mllller ...................................... .
Rio Grande do Norte contratar empmtlmo externo ..... .
Dia Nacional da Sfrla. Sen. JOl'le Kalume ••...•.•..•
BNCBENTEII Romenapna a Joaquim JCIIê da 81lva X&v1er - o Tl-
Socono iii Yltlmu dai eDChentes do III'Ol'delte. Sen. radAintea e ao Correio Brulll- 25." 11111-renArlo de Bra-
~ de "SoUIII. .. .. .. .. .. ............................ . 1711 11111L 8en• .rorae DJume ............................·..... . 'J88
Pie.
101.0 anlvenirlo de nuclmento de oet1lllo VariJBol. Sen. Bomenagem pó8tuma ao Prellldente Tancredo Neves.
Carlos sen.
Nelson Carneiro . ·... , • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . 'J88 Alberto . .. .. . .. .. . .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. 805
ATABDE J'a.la loiiOalaUva da Mesa JJJretora do Senado u home-
nage:na pre~tadaa l memória. do Pnllldente Tancredo NIIVIII.
A Tarde, da Bahla, cleetaaado no 1o110 com o prêmio •eo- Ben. .Taeé l'ragelll . . .. . . . . ... ... .. ... .... . .. .. ... .. . . . .. . . . 805
1unl.sta NaciOnal". Sen. NelloD Carnelzo . . . . . . . . . . • . . . . . • . . . . 'J88
Alf Homenagem pó8tuma ao Prealdente Tancredo Neves. 81!'11.
HOMENAGEM POBTt1MA redo Campos .. .. .. . .. .. . .. .. .. .. . .. .. .. . .. .. • .. .. .. .. .. soe
Requerimento n.o '18, mlla1tando a.a homenage:na pelo fa- Homenagem pó8tuma ao Prealdente Tancredo Neves. 81!'11.
lecimento do a:-:Minlatro Ola"VO Bllac Pinto. Sen. Loml:val Humberto Lucena .. .. . .. . .. .. .. . .. .. .. . .. .. .. .. . .. . .. .. .. . 858
Baptista .. . .. . . . .. .. . .. . . . . .. . . . .. . . . .. . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . '168
Homenagem de peaar pelo fa.lecl!D4!Dto do ex-'Minl.ltEO HonleDarem póstuma ao Presidente Tancredo Neves. se.n.
Milton Cabral .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. . .. . .. . .. .. . .. .. .. .. .. . 880
e ex-Deputado l'lderal, Ola"VO Bllac Pinto. Sen. P&UOII POrto '88
Homenagem de pesar pelo falecimento do ex-'M!Distlo e B'mnenagem póstuma ao ex-Deputado Olavo Btlac Pinto.
ex-Deputado J'ederal, 01&'90 Bllaa Pinto. Sen. Lulz Vianna . . '88 Ben. Lourlval Baptista .. . .. . .. .. . .. .. .. .. . .. .. . .. .. .. .. . .. 888
Homenagem de pesar pelo falecimento do ex-M1nl.stEO e IORE.TA CATóLICA
ez-Deputado J'ederal, Olaw Bllac I'!Dto. 8eD. Amér1ao de Nomeaçlo de Dom .Toaé Cardoso Sobrlnllo, Bispo de P&-
Sousa ..................................................... no raeatu - lllO, para aubatltu1r Dom Hélder Colmara 11a Ar-
Homenagem de pesar pelo fa.leclmento do ex-:Minlatro qu1dloceae de Ollnda e IReclfe. Sen. Nbaldo lllaahado . . . . . . Ma
e ex-Deputado J'ederal, Olavo BUac Pinto. Ben. Hélio OUelroa no
Homenagem de pesar pelo faleclmeDto oo ex-:MinlatEO IMISSAO DE POSSE
e ex-Deputado l'ederal, Olaw Bllac Pinto. Ben. Kurllo Badar6 no Dl nova redaçlo l allnea • A• do art. 82, da Lei n.• <1.881,
Homenagem de pesar pelo falecimento do grande parla- de 18-12-H, que trata da lmlssio de posse em terreno de-
mentar Ola'VO Bllac Pinto. Sen. Nelson Carneiro . . . . . . . . . . 1'18 aaproprlado. Redaçio final IPLB n.• 2'12n8l .. . . . . . . . . . . . . . 808
!!'ala a.asoalatlva da !Ilesa D!retora do Senado u bome- IMPOSTO SOBRE A RENDA
naaens de pesar pelo falecimento do Ilustre poUtlao, diploma- Aprova texto de Convençlo a fim de mtar evaaio flacal
ta e ma~~atrado, Ola"VO Bllac Pinto. Sen. l4arttn8 l'llbO . . . • 7'11 de Imposto mbre a Renda entre o Governo oo Brasil e das
Homenagem póstuma ao Dr. Adão Pereira Nunes. sen. l'lUplnaa. PDL n.0 3185 .. .. .. .. • .. .. .. .. .. • .. • .. • .. .. .. .. .. '153
ROberto Satumlno .. .. .. .. . .. . .. . .. . .. . .. .. . .. .. .. .. .. .. .. no& D1Sp8e sobre o cê.lculo do Imposto de Renda u
pe&IOIIII
lllall1fest&çlles de pesar pelo faleciJnento do ex-Deputado flalcaa. PLB n.• 'lol/85, Sen. loio Ca.atelo .. .. • .. .. • .. .. • .. .. • IKB
:hderal e .suplente de Senador Adio Pereira Nun111. Sen.
Nelson Carneiro . .. . .. . .. .. .. . .. . .. .. . .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . '188 ProJeto de lei apreaentado boJe dlapondo sobre o cAlculo
Homenagem de pesar pelo falecimento do ex-Deputado Oo J:mpoato de Ken4a de peasoaa flalcaa. Sen. .Tolo cutelo 881
Olavo Bllac Pinto. Sen. Itamar Franco • . . . . • . . . . . • . . . . • . . '80 IMPOSTO SOBRE PROD1lT08 INDtl'8'I'IUALIZAD - IPI
Bomenqem p5etuma ao Pruldente Tancreclo Neves. Sen. Isenta do Imposto sobre Produtoe Industrlallaadoe o ma-
Alfredo Campos . .. .. .. . .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. . .. .. .. .. .. '180
terial totogrê.fleo naclonal; PLB n.o 83185. Sen. J'Orge Kalume '1'01
Homenagem p61tuma ao l'realdente Tanaredo NII'V'M. Sen.
Nelson Carneiro .. . .. .. . .. .. .. .. .. .. . .. . .. . .. .. .. .. . .. . .. .. 800 !NDIO
Homen&llem p6atum& ao Pftlll4ente Ttr.ncndo :Ke1U. D1a Nacional do lncllo. Sen. Nel.lon CarneirO . . . . . . . . . . '188
Sen. Fernando Henrique Ca.nlolo .. .. . .. .. • .. .. • .. .. .. .. .. • 801 D1a Nackmal do :tndlo. Sen. lllê.rlo Mala ..... , . . . . . . . . . . '191
&mena111m póatuma ao Presidente Tanaredo NevM. sen. IND08TRIA AtlTOlllOBILfSTICA
C&rloa ChlarelU .. .. .. .. . .. .. .. . .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. .. . .. .. 801
Tratamento flacal diferenciado para oa fabricantes de
JJDmenagem p61tuma ao Presidente Tanaredo Neves. Sen. velculoa automotl\'01 eopeclala. Sen. Nel•on Carneiro . . . . . . 808
Oastlo M11Uer .. .. . .. . .. .. .. . .. . .. . .. .. .. . .. .. . .. . .. . .. . .. . 801 INS'I'ITDTO BRASILBIRO DE IDSBNVOLVIMBNTO JI'LO-
Homenagem póatuma ao PNIIdente Tancn!do Neves. Sen. RESTAL - mDP'
Jorge Kalume . .. . .. .. .. .. .. .. . .. . .. .. .. . .. . .. . .. .. .. . .. . .. 801
Autorlaa o IBDP' a ooar lm6vel ao Manlclplo de Mafra -
&menagem póstuma ao Presidente Tancredo Neves. Sen. SB. PLC n.0 7185 • . • . .. .. . .. .. .. . .. . • . . • .. ... • . . • . .. .. .. .. . '153
.Tollé LIM ................ , .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 1102 INSTITDTO NACIONAL DE COLONIZAÇJI.O E R.EI'ORMA
BoJnena,gem p6ltuma ac l'Jelll4ente Tancredo Nevet. AORARIA- INCRA
San. Pasloll Ptlrt.O .. .. • .. .. .. .. • .. .. .. .. • .. .. .. .. .. • .. • .. • 1102
A revlaio, pelo INCRA, doa aeus Impostos. Sen. Alberto
Homenagem póatuma ao Presidente Tancredo NevM. Sen. Silva ...................................................... H8
C6nr Cals. • .. .. .. .. .. .. . .. . .. .. . .. • .. .. • .. • .. .. .. . .. .. • .. • 1102
Homenagem p601tuma ao Presidente Tancredo Neves. Sen. INSTRUMENTADOR CliR'OBOICO
Américo de Soua .. .. .. . .. .. . .. .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. . 808 Bldgêncla de quadro de lnatrument&dor clrdrgl.co dos
Homenagem póatuma ao Presidente Tancredo Neves. Sen. holplta.la da rede partiCular, como condlçlo para credencia-
Cid Sampaio .. .. .. .. .. .. • .. .. .. • .. • .. .. • .. .. .. .. .. .. .. .. .. 803 menta pela Previdência Social; PL8 n.• 88/85. Sen. Nel.lon
carneiro .................................................. '188
RollleDIIgelll póstuma ao Prelldente Tancredo Neves. 8elll.
lofareondes Oadelha .. . .. . .. .. . .. . .. . .. . .. .. .. . .. . .. .. .. .. . 808 ISENÇJI.O TRIBUTARIA
Homenagem póstuma ao Presidente Tanaredo Neves. Sen. Solicita lnformaçlieo aobre o PLB n.o lol'l/82, que laenta
ld.rlo llla.la .. .. .. .. .. • .. .. • .. • .. .. • .. .. .. • .. .. .. .. .. .. • .. • 8011 qualquer trlbutaçlo 01 proventos da aposentadoria. Sen.
Homenagem póstuma ao Presidente Tanaredo Neves. Sen. :tta.mv l'n.nco .. .. .. .. .. .. • .. .. . .. .. • .. .. .. .. . .. .. . .. . .. .. 1145
.Tolo Lobo .. .. .. . .. . .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. .. .. .. .. . .. . .. . .. 80ol Rellpoata lsoUcltaçlo do Sen. Itamar J'ranco relativa 1
Homenagem póstuma ao PrBIIdente Tancredo Neves. Sen. tramltaçlo de proJeto de le.l que !.senta de qualquer trlbu-
.Toeê Ignl.clo Ferreira .. .. . .. . .. .. .. .. .. .. . .. . .. .. . .. .. .. .. 8M taçlo os proventos da apoaentedorlL Sen. Passos P6rto . . . . 845
Homenagem póstuma ao Prealdente Tancredo NevM. Sen. Apelo em fa10r de aervldorea apoeentadoll no carao de
Vlrglllo Tt.10n .. . .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. • .. .. • .. .. .. .. .. . 80ol abefe de aeçlo de vlllllncla do llllnlatêrlo da l!'azenda. Sen.
Nelson Carneln~ . .. . .. .. . .. .. • .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. . .. . .. '118
Homenagem póstuma ao Presidente Tancredo Neves. Sen.
Seftro Gom• . .. .. . .. .. . .. .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. .. . .. .. . .. .. 80ol .TORNADA DE TRABALHO
Bomenagem. póstuma ao Prea.ldent.e Tancredo Neves. Sen, l'lxa em olto boraa a JCilllada de trabalbo dos vigias
Alberto Silva .. .. .. .. . .. .. .. . • .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. . .. .. . .. 8011 PLO n.• 1/81. AprovadO .................................. : l'll
Homenagem p6lt;uma ao l'realdente Ta.neredo Neves. Sen. Votaçlo em tunro 6Dlco do I'LC n.0 1/81. Apmvada a te-
Belvfdio Nunea . .. .. .. . .. .. .. . .. . .. .. .. .. .. . .. .. .. . .. . .. .. . 806 da.Oio !lna.l • .. .. .. .. .. .. • .. .. • .. • .. .. .. .. .. .. .. • .. • .. • .. .. 8'l1
JOBIII SARNEY. Aaslatêncl& aos fla.geladce das chelaa de Pernambuco.
....
Desempenho do Vtce-Presl.dent.e Joaê 8BrneJ ;no exero1c1o
Sen. Nlvaldo lfach&do , .. .. .. • .. .. • .. .. • • .. • • • • • • .. .. • .. .. '1'81
da Presldênda.. Sen. Nlvaldo Machado .. . • . . . . . . • . . . . . . . . . 781 'J'l"a.ba.lho da J'u:lldaçã.o .Joaquim Nabuco aob o t.ltulo
'"Nordeste: Proposições Altematlvas". Sen. Luis Cavalcante 78'1
Prcmunclamento do P.relldente lolé Ba.me.Y l N119io, por
oeulã.o da morte do Preeldente TaDcredo N~. Sen. Oestlo Asslstêncla - flagelados do NordeSte. Sen; loaê Ll!l!8 . :: 813
:Müller . .. .. .. . .. . .. . .. . .. . . .. . .. . .. .. .. . .. .. . . .. . . . . . . . .. . . 1148 Proposta para aproveitamento d& ;periferia dos grandes
JtJ'IZ
119Udee :no Nordeste. Sen. Alberto Silva ... ; .. .. .. .. .. . .. .. . 858
Dia do lUIJI c~ san. Nelaaa: Camelzo • . . . . . . • . . . . . 888 Pzov!dêllclas a favor do& flagelados do Nordeste. Sen.
Carlos Alberto .. . .. .. . .. .. .. .. . .. . .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. . 8511
JVSTIÇA :n:DEIUL NOVA REPOBLIOA
Orga.nfa a .Justiça J'ederal de 1.• IIIAitADcl&. PLS n. 0
81/85. Sen. Nelaon carneiro .............................. .. 704 As quest6ea aoel&le, eccm6mleaa e Dnancelraa na Nova
Repdbllca. Sen. Alfl'edo Campos .. • .. .. • .. .. .. .. • .. .. .. .. • '108
lUSTIÇA "TRABALHISTA O momento polftlco bra.sllelro. Sen. AlbiiDO ll'r&DCO. .. .. 888
Rest.ttuição de autótrrafo do PLC n.o 139/83, que estende
a Jurlscllpio ·da& ..Tlmtas de ocm.clllapão e Julpm.ento de São OBRA iPOBLIOA
Luis &Da Mlmlciploa de ·Bosá.rto, São José de Rlbamar e Paoo .. · · Obru ·permanentes, vlsando evitar aa eDehentes e secas
do Limiar-MA .. .. .. .. .. • .. .. .. .. .. • .. • .. .. .. . .. .. .. .. .. .. •. 799 na rel!lão Nordeate. sen. Helvidlo Nunes • • • • • • • • • • • • • • • • • 8'12
LEGIBLAÇAO ELElTORAL . Recu,_ feden.ls para a re&llzaçio de obra.l, pela Pre-
feitura de Salvador-BA. eapue~~ de pnvenlr danos eau-
Liminar concedida :pelo Supremo Tribunal l'edeml ao aadoll por chuvaa prololnpdaa. seu. Lom.a.nto .Jdnlor . . . . . . . . 888
IKIUidado de Segurança do Prefeito de Oanou-RS, suapen-
dendo ato de nomeação de pretelto subat.ttuto poo temp-. p AlU!lCER.ES
Sen. LeDOlr V&rps .. • . . .. .. .. .. • .. .. .. .. • .. • .. .. .. . . .. .. . 708
N.o 383185 - Eçedlçã.o de certidões 11 defesa de direitos
Joat.tfica e apresenta o PLS n.0 '18/85, que eatabelece a e esta.belei:llw!Dtos. PIB a.o '1/83 .. .. .. .. .. • .... . .. .. .. .. • .. 077
obrlptorled&de do uam.e de .aanldade flslca e mental para N.o 48185 - Cria a Semana. Nacional do .Jovem. PL8
06 candidatos - cargos de P!esldente e Vlce-Presl.dente da
Re:públlca. Sen. Jorge Kalume .. .. .. . .. .. . .. .. .. .. .. .. IKtl 858 n.o 207/83 .................... .' .. .. . .. . .. .. • .. .. .. .. .. .. .. • ' m
· N.o 30/85 - Comissão de Bedavio. Toma lnsuballltente
LEGISl.AÇAO PREvmENCWW. a nlildo&de de atos pmtlcados sem a &p.re~~entação elos certl-
Determlfla.. que as
fUhas .ioltak'pa de qualquer Idade pe,r- _ e
fle&dos de rer;ularld&de de situação d!! q1iltaçlo com a pre-
ma.neoim -eoaiO deipendente doa eeii'Urldoe da· PmkiêDCI.a; • . vidência social. Aprovado o substitutivo . . . • • . . . . • . . . • . . . . 7'18
PIB n.o 58/86. Sen. ll'elao.n Cla.melro ....................... · M2 N.O 4'1/8& - Coml8sio de Redaçio. Destlna.çio do pzo-
duto arrecadado da TR"D' .. .. . .. .. .. • • .. .. .. .. .... • • .. • .. .. 780
LEG:tBLAÇAO TRABALHISTA
N.D 39/85 ·- Coml.sSiO de Bedação. DA - J.Wd&çio 11
.. . Altera.& cLT, uiodlflca.n.do o c&pitulo V sobre a orpnl- · aUnea "a" do &rt. 824& Lei D.0 4.&91, de 18-12-84 .. • •. • .. • 81111
lapão lllndlcal; PLS n.0 '13/85. Sen. l!'erna'lldo Henrique Cll.r-
do.eo ..... .................................................. 838 N.o 85/85 - Oom!sillo de Bedaçio. Aprova Wzto do se-
iundo · ProllOcolo Adicional 11 Const.ttulçio da tnl1io Poatal .
LEITE daa .Amlrlca.s e Dpanha. PDL n,o 12184 .................. , 810
Apelo ao Mlulstzo daa Rel1196es Exteriores no ~~~tnUdo N.o 49/85 - Comlasio de Bedaçlio, !>e*erzn!Da repoe:lção
de que permita o lnllresm no Brll8ll de técnico cuba:no, para nlarlal obrigatória. PL8 ;n..o -24&/84 .. .. .. . .. • .. . .. .. • .. . .. . 812
pa.rt.lcl.p&r ,de 81mp~ eobre o .leite. Sen. Alcldes 8llldallh& 789 N.o &o/85 - CDmlsslio de Const.lbulçã.o e .Ju.stl.fl&. Dlap6e
101m! a posslbllld&di! de 011 sindicatos de trabalhadores pede-
LEONEL BRIZOLA rem reclamar em Juizo. sen. Belvidlo Nunes. PL8 n.0 2W83 883
Allança ant.t-Brlmla. Sen. NelsOn Came!ro . . . . . • . . . .. • • 1148 N.o 51/85. OomJ.s.são de CoiiAitltulçiQ e luatlça. Estabe!e-
lece limite para os reaJustes dCI8 preçca de Ingresso de Joaos
MAQ-DE-OBRA 1!: SALARIOS PROPORCIONAIS de futebol. PL8 n,D '10/83. SeD. Mart.1DII Filho . , , , • , . · , . , , • 883
Estabelece a propore!Onalldade de ll/3 de empregados ·
PI!:CO:LIO PARLAMENTAR
~~= ~~-~ -~~-~-~~~: -~~~:0. ~~~~: . 884 AtnOvãda a redação final· do PDL n.a 22/82, aobre pe- :
a1111o parlamentar .... ·.. ·... ·... ·...... ·...... ·.. .. .. .. .. . .. .. .. 880

llenta do Imposto 110~· PlOdutoa l!llduatl'lalliadca o PENSAO


material fotogrê.flco na.clonal; PLS 11.0 83/86. sen. lOI'Ie · Altera legislação que rege 06 m!lltazes para. :permitir. às
Kalume ........................... : ........... ·. . .. . .. . .. . .. 705 ex-esposas dlvorel&du o recebimento de pen.sio. Sen. !felsoD
Carneiro .. . . . . .. . . . . • . . .. . .. . . .. . .. . .. . . . . . . . . . .. . .. . . .. . . . 848
NAVEGAQAO XAlUTIMA.
PETRóLEO·
Irregalal'icta&! denlmdada pelo Prealde'llte do Sindicato
Naclonat dos Oflcl&fa de Radlocom.unlcações da Marinha. .. Re&tlvaçl.o d.u atttid&des de prospecçio na Bada .elo
lllere&nte; Sen. Hélio 9uelros ....... , . .. . .. .. .. . .. .. . .. . .. 87& oeará. Sen. Cêaar cai.s ................................... ; .. . 847
Enquadramento dU Cooperativas de Colldutores Aut8-
NORDESTE tolnos na categoria de "grande ccmsumldor". Sen. Céilar aaJ.s 870
Obl'IUI :perma:nA!Dtes, v1sa.ru1o ~lta.r as enchentes e
na região Nordeste. Sen. Helvldlo Nunes .... ·• . . . . . • . . . . • •
aecu 872 PODER JNDICIARIO
Melhor aparelhamento do Poder JudlciA.riO. SeD. Nelson
Socorros às vtt1maa daa enchentes do Nordeste. Sen. AIIIA!- Carneiro ........................................... ; • . .. . . . 87&
rteo de Souas ............................................. · 87&
Sollelt& transformação do PIOjeto Nordeste· em projeto POLl'l'ICA J!i,XTERNA
de lei. Sen. Humberto Lucena ......................" .. : .. ·.. 8'1!1 : Plano .para a NlcariiUa do Prea!dente BOil8ld Reapn.
Preoclipeçõee com a e11!enaão "dli.s enchente. na região" Sen. A.lcldes S&ktanh& ................ ,. .. .. .. • .. . .. .. .. ..... 788
Nordeste. Sen. HUmberto Lucena. .. .. • .. .. • .. .. .. .. • .. • • .. • 01~ PoL1TICA SAI;ARIAL · · .
o Estado do Rio 01'ande do None, em conaeqllêncla das Apelo 6a llder&nçaa partldl.rlaa para. apreciação, em re-
tnundaç6ea. Sen. MOaqr D1,larfle ... : •............... ·• ... • ... • 'lll~
stme ele urgência, do PLS ;n.o. U&/IK, que dlspiie llllbre a ma-
~:,O~n~9f!~.~~~-~ -~ -~~··. 711 ~-~-~~~--~--~-~~:.:.~~: ••~~~ ·848
b:

ftc.
Determina zepoelçio aalarl.al oblip.tórla - trabalha- PLS n.• '10/85 - Sen. N~ Camelm - Bllltabelece crl-
dores; .PLS n.•.Z45/84. lledaçio filial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 812 t&tos de preferêuela 11a admlnlatraçlo e deml&lio de aero-
· · Reposlçio aalarlal. · sen. Nelson Carneiro . . . . . . . . . . . . . . . 888 nalltal Quando eata ee tornar Imperiosa por :mot110 de ordem
ecoa6mlca •••.•••••••••.••••••.•••• ; •••••••••••••••••••••• 800
POLUIÇAO PLS D.0 '11185 - Sen. Joio Imlo - Dlaplle 101xe a di!DD-
Maleflelos da po!uiçio produzida pelos velculos automo-
tores. Sen. NellloD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7'15 =~:~:==.;:.~.~~~-~-~t~l.~~-~ 800
PRECONCEITO DE SEXO PLS n.0 72/85- Sen. Alfredo Campoa- DI!. o nome de
• AelVporto l:Diterna.C1cma1 Plluklente Tanczvdo NeftB• .o
Toma ccmtra"f&llçio :penal a prt.tlca de atos resultante! aeroporto Internacional de Ccmflna em Mlnaa 0era1a •.•.• 801
de pn!COncelto de .sexo; PIB n.• 8188. Aprovado . . . . . . . . • . . . 871 PLS n.• 71/85 - Sen. J'erna.Ddo Jlienr1que O&niDIO - So-
PREF'ElTO m 01"pnlzaçio Slndlcal ................................ . 838
Medida llm1Dar, conced1da pelo Supremo Trlbwlal ll'e- PL8 n.• '1<1/85 - Ben. Joio Castelo - Sobze o cli.lculo do
deral ao Mandado de Segurança do Prefeito de Clanoaa-BS, ImPQ3to de Jl.enda das peasoas !laicas que alo obrigadas a
suspendendo ato de nomeação do prefeito substituto pi'O a.pzuentar cleclaraçlles dentro do &DO-base ••••••••..•••••
tempore. Sen. LeDOir Vargaa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 708 PIB n.• 75185 - Sen. Nellon oarne1ro - Dtabelece regra
Votaçio de Propostas de Emenda IL Oon&:ttulçio que tra- eepeclal de fllcallzaçio dQs Teiculoa oftc.la.la .............. .. M'l
ta da elelçio para prefeito das capitais e auspensio da fi- iPlB n.• '18/85 - Sen. Jorce Kalume ...:.. Dta~ a.
delidade partldll.rla. Sen. Nelson Carneiro . . . . . . . . . . . . . . . . . 78J obrii!'Btorledade do exame de 88Didade !laica e menta.! para
01 canclldatoa 1011 carp de Pfts1dente e V!Ce--P~ente
PREVID8NCIA SOCIAL da Bepdblk:a ............................................. . M7
Determina que as filhas solteiras de qualquer ccmdlgio PLB n.• 7'1185 - sen. Nelaon 0arne1ro- Elltabelece a
permaneçam como dependentes doa aeKW"&doa da PrevldêDcla, proporelcm.all4ade de emprep brasllelroa nas 1ndflstrlas •
Independentemente de Umlte de lciBCfe; PIB n.• 18/85. SeD.
Nelson C&melro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1142 PL8 e.• 78/85 - Sen. Itamar l'ranco -Determina que os
pmcacllmeDtoa lnatauradOI para apurar causa de acidente
Regulamenta os direitos do sezagenll.rlo que lngreaaa na aéreo aeJa lntesradoe por militares, aezonautu e aeZOriirlol
Previdência SociaL PIB n.• 81121'18. Aprovado . . . . . . . . . . . . 871
PLC n.• 51/'1'1. Aprovada a lledaçio final, P._r n.• PLS n.• '18/11& - Seu. Itamar ~ -ll.elula o exerci-
80/85, que toma lnauabalatente a nulidade de atos praticados elo da proflaaio ele aeronautas .......................... .
aem a apreeentaçio doe certifiCados de regularidade de 111- PLB n.• 80185 - Sen. LeDOir V&rii'BB - Tora'Diformaçlo
tuaçio e de qu1taçio com a Prevldênc:la Social . . . . . . . . . . . . . . 7'18 de CII!1IOI do lllnlatérlo da ll'lllleDda .................... . fiiB
Eldgêncla de quadro de lnatrumentador clr6rs1co nos
hospitais da rede particular, como ccmdlçio para credencia- PJIOJ'II:SSOR,E
monto pela Prevldêncla Social. PLS n.• 88/86. Sen. NelsoD DJ.aplle IObre enquadramento de I'I'Ofeallclnll Ool~
Carneiro . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . • . . . . . 788 :N1 e AwdUIINII de I:DIIno; PIB n.• D/81 - Apzonde. a Re-
DefeSa da rev!aio· do elstema de beneflcloll da Pn!vldên- daçlo final ............................... ' .............. . 778
cla 8oclaL Sen. N~ CVDelm • . • • . • . . . . . • . • . . . • • • • • . • • • • m
PROVBNTOS
PBOm'1'0 RADAlot
J.lesta. de qualquer trlbutaçlo 011 pl0ftl1toa da IPOIISDta.-
Apelo fllll fa"VOI" da nlo-deaa.tlnçAQ elO iPrQieto B.ADAM: doda; PLS n.• 147182 - ApiUvado ....................... . flll
Brasil. Sen. César Cais • . • • • • . • . . • • . • • • • • • • • . • • . • • • • . • • . • . 17<1
PRO.lli:TOS BlmE I'II:RROVIAlUA I'BDI!:RAL SIA
PIB n.• 18185 - Sen. Nelaon carnelftl - Determina que Trabalbo do economlata Augusto BenecHto Ottom 1'1-
as filhas IOI.telras de qualquer Idade permaneçam como de- lho a respeito do Decreto-Lei n.• 1.178/8<1, que venaiOiml u
pendentes doe aeguradoa da Previdência Social ..........• tarlfu d1L RI'J'8A. Sen. Nelaon carneiro , . . . . . . . • . . . • . • . . . '180
iPL8 n.• 18185 - sen. Nellcm Came1m - Critério de oo- REOJ:UBN'l'O INTJI:Rlii"O
llrulça de tua de OCIUJiqio pela poue e UIO de eapego em
pMprkJe elO Dl.ltrlto ~ •...•.........•.•.•.........•. Cria a. Comlallo de Ciência e Tecnolotlla; PR n.• 12185
PLS n.• to/BS ..:.._ Sen. Hél1o ~ - DiBp6e IIObnt • - Aprovado • • • . . • • • • • . • • • • • • • . • • • . . . . • • • • . • • .. • . • . . . • • . . • flll
aub&tltu1çio temport.rla. do Governador do Dtatrlto ll'ederal 8'11 Api'Cmldo o PR n!> Zl/13, vanaformand~ na Beaolu-
PIB n.• 81185- Sen. Nellon Oanlelro- Orp.Diza a ZU.. çlo n.0 3/85 . . . . . . . . . . . . . . • . . . . • • . . . . . . . • . . . . . . • • . . • . • . .. . 701
tio& ll'ederlll de 1.• J:a8tAucla ............................ . JlodWca o Relllmento lnterao aumentando o ndmero de
PL8 n.• 12/85 - Ben. LIIDDir Varpa - Resul& a concea- Olllmlal5ea; PR n.0 8/85 - Sen. JllltoD Cabral • . . . . • . • • • . . • • 851
do de cartelraa de llab!Utaçlo a Ulllfabetos ..•.•••..•••.• Illdqa aobre desUno do Projeto de llaoluçlo que np1a
PLS n.• G/85 - Jorp Kalume - r.Bnta do IPI o mate- o uso da palvra pelas Udel'lllOU. Ben. Jutall7 Maplhies • • 11'12
dai. llototP'II.ftco nacional ................................ .
PLS n.• M/115- Sen. .Jorp Kalume- llenta do Imposto RBPOSJOAO 8ALA1UAL
10bnl operag6ee relat!Yas IL cln=ulaçio de metadorlu o ma- Determina Z'IIJI(IIIIçio l&larlal obrla'atórla - kabalha-
tar:lal tototlril.!lao nacional •..•..••.•.•.•.•.....••......•. ckmll; PL8 n.• :KI/M - Redaçio final • • • • • . • • . • . . . • • . . • • • • 812
PLS L" 111/85- sen. Nelacm Cl.rnelm- IIIK!piln& o - RODOVIAS I'EDERALB
I1IZV obrli!'Btórlo de vclculoa automotorea ..•.•.••••••••.•••
iPIB u.• 88185 - Sen. Juta117 lllllalJll,ea - Cria o balan- Autol'llla o Poder J:ucutlvo a cm>ceder direitos de uao
ço trlmeltral f i de8J)eaaa - transport,ea a6No •••••.••••.• daa ll.reaa de terra que margelam as Zlldo1laa federa!B,
PLO 11.• 411/82; - A.proyado .. • • • • • • .. • • • • • • • • • • • .. • • • • • • • • !18
PL8 n.o fll/85 - Sen. C&rlall Alberto - Autoaomla. cla8
unlveraldadea federais .................................... . 77'1 RONDONIA
PLS n.• 88185 - Sen. Nelmn CarDelm - DJ.ap6e IObre a sun.te 110 Senado o llCIIDe do Deputado Zatadual Anp-
n111DcJa de quadJO de tnatrumentador clr6rilco nos ba.lpl- 1o Angelln para eJIIHICer o caqo de CJcn"emador do Estado di!
flllla da rede particular, como ccmdlçlo para cndenclamento Rond6nla. l4enaagem. n.• 88/85 . . . . . • . • . • . . . • • . . . • • . . . • . . . 83<1
:pela Pri!YlciiDala 80clal .................................. .
IWI'l'A OAT.ABINA
PL8 n.• 89/85 - Sen. Amaral Pldmto - 1Dolu1 TaDC'redo
O prol!,!"ama eapeclal de reconatrugio do Elltado de S&n-
•de Almeida Nevea na plerla doa u:-Prelldentlea da
Rep6bll-
....................................................... . t.a cuaztna. 8811. x-Oir Varpa • • • • • • • • • • .. • • .. • • • . . • • • . . • 11<17
IIBGt71WIÇA
Dlsplle oiObftl 'III8Cildu de aeruranga. - es-Presldentea
J'ic,
T&CNroO BM :RADIOLOGIA
Aprovado o PLO n.0 28178, que :regula. o eurclelo da pm-
"'·
da Bep(lbllca. PLO n.0 11185 • . • • • . . • . . . . . • . . • . • • • . . . . • . • • • . • 883 &aio de 'Ncnlco em RadJolosla . .. .. • .. .. •.. .. .. .. .. .. . .. 718

BBGURA!IÇA NACIONAL TllCNOLOGIA


Reatlt111çio do PLC n.0 2111/83, aanelour.do, que ezclul o Apmva. tnto do Acordo IIObre Coopera.glo l:con6mlea..
M1mleJplo ·de cmou da. Area de ·eerurança Nactonlll, que llnduetrlal e Tecno16slca. com o Governo da s~ PDL
à"&Dafamloll 11a Lel n.o 7.1011, de 1.11-t-85 • • • • • • • • • • • • • • • • • • 1163
0
n. 1185 .................. " ............. " ... "." ..... ". eaa
'1'RABAL1lADOR RlmAL
IIBG"D'BO OB!UGATOBIO Veto a.poeto ao proJeto de lei. que cria. o auziBo-doenga.
Dlaclpllna. o •rum obrlp.t6rlo de 1'elculal a.ut.omotozw; pala o trabalha.dor r.ura.I. San. Américo de Souza. • • • • • • • • • • 8118
PL8 n.0 ts/86. Ben.·Nel8o.D O&melzo ...... ••• ••• ••• ........ 788 Reatrlçiles a. veto aposto a. proJeto de lei gue cria. o au-
:dllo-4oenga para. o trabalhador ru:raL Ben. loAo Cutelo . • • • 881
SBIXA8 DólUA
Deaagnl.vo ·ao u:.aovemaclor do Eatado de Serppe, Bel· 'l'RAN8FOR.MAÇAO DB CAROOS
:aa D6r1a, em fato que menelooa. Ben. N~ C8.1'DIIIzo • • • • 788 Tra.nafOrma.gão de cargoe do Mlnlstêrlo da. II'BIIenda;
PIB n.0 80/85. Ben. Lenolr Va.rgae .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. . .. .. 878
8ZMANA NACJONAL DO .JOVEM
Parecer n.o te. !edação final do PUI 207/83, que cria
n.0 TRANSITO
a Semana NIIClcmal do .TOTIIID. ••• , •••••••••••••••••••• , • , • • • 777 Dlac1pllna. o aerum obrigatório de veiculas automotorea;
PUI n.0 85/85. Ben. Neieon CarDei!O • ...... ............... 788
SBRVIÇÓ NAclóNAL i:Jm: ~. . .
TRANSPORTE .A:b.I!IO
Declaraçilee do Mlnlat.zo Ivan de SOuza Kendal, do BNL
Sen. Nelson O&melro .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. • .. .. .. .. • .. • .. • '188 Orla o llalango trlmeatral doe cleepeeaa com triiD.BPOl'te
1161eo; PUI 11.0 88186. San. .Jutaby IISIIalhiea .. .. • .. .. .. .. • 772
SERVJDOKJ:s TRANBPOR'1'B lJRBANO
TraDBformaçlo de carso do :MIDlatêriO da J'Uend&, PlB IDatltulgio dO va.le-tmnaporte para flmekmirloe e aenl.·
a.o 80/86. Se!ll, Lenolr Varp.s .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ..
. . .. . . . . . . .
ln8 cloNI pdbllcoe. Sen. Nelson Camelro • .. .. .. • • .. • .. • .. • .. .. 1188
80CII!:DADI!l DE EOONOMIA lo!ISTA UNIAO POS'l'AL
Qtaglcr de CPI deatlnr.da a. lnveatlp.r a palio da.a 10- Apmva. tezto dO lelflllldO pmtocolo r.dlelona.l ' COII&Utul·
cledades de eccmomia mista, Dl.l qua.IB a l1Diio detenha ma.lo· çlo da Ul:llio POstal dae Amêrlc&a e BlpaDha. PDL n.0 12/M 810
na. aeloDirl&. een. 8eftm aomea .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. •.. • 108
tJNlVII:RSIDADE n:DERAI8
T~:KJMS Autonomia da.a untvendcladea federais; PLS 11.0 87/86.
Beflezllea .eobre art1110 'd8 .autorli. ·de . .r0111111 Jof«<ILtellD, Sen. Cll.rloa Albertlo .. .. .. .. .. .. .. • .. .. .. .. .. .. • • .. .. .. .. • .. 777
Intitulado - A Mlaaão Tancredo Nevea. Sen. Lourlval Bap-
tlata "• .. "• "• " "• "•" •" "• " " • " " "• " " • • •"" I " • '120 'iiTI:LIDA:b1: 'P1l'Bt.lCA
Illclul Tancndo de Almeida J!l'evea D& p.ler.la doa a- Declara de utilidade pdblica. o trrUPO eeplrita crlatio
Preaklentell da Repdblica; PL8 n.o 89/85. Sen. Ama.ra.l l'ei· •AsJ.~ Lull de ·I:D.ter~aaoa•; PLO n.0 228183 - .&plovr.do • • • m
zoto ................................ ; .. .. • . .. . .. .. . .. .. .. . '188
VALE-TRANSPORTE
Denomina. "PZeeldente 'l'a.niiNdo Neves" a a.tual Pr&ga.
ckiB Trêa Poderes; PLS n.o 71/811. Sen. .João Lobo . . . . . • • . . . • • 800 lllatltulgio do vale-tr~m~porte para. tunclont.rloe e aer-
Yidoree pdblicos. Ben. NeleOil Camelro .. .. .. .. • .. . .. .. .. .. 888
RequellnlntO n.0 M/811, para. que aejam prestr.dae hOme-
nagens à memória. do Presidente TancredO Neves. Sen. Hum- 'VB1CtlLOS onaL\IB
berto I.ucena. .. .. .. • .. • .. .. .. .. .. .. • .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .. • 800
Dta.belece ngra eepeela.l de flllcallzacio doDB 1111cul1Da
iDf. o DDDlB de •Aeroporto Intamackma.l Tarulredo'Nevea• ortclall; PLS ll.o 711/811, Sen. Nelaon CanWzo .. .. • .. • .. .. .. M7
ao Aezoporio Intem&Cional de OoDflnB em Mlna.e Oerala;
PlS n.0 72/811. Ben. Albedo ClloJIIPQII .................._. .. • .. . 808 VIGIAS
PronunCiamento de;· Presidente·,;~· Sa.me,-"li NaÇio, J'llL'a em alto llmU a JorD&da de traba.llul doe Ylgl.ae;
~:.~:'~:· ~~~. ~. '::~~~~~. ~~~~~- .~~~:. ~· 848
PUI n.o 1/81 - Apmvado .. • .. • .. .. .. .. .. .. • .. .. • .. • .. .. . 8'11
A,pmvada a. reda.oão final. ................ , .. . .. . .. .. . . 708
: Artjgo do .lomal de Bras~ Intitulado "O legado de TBD·
credo". Ben. oa.atio Milller . . . • .. . . .. .. . .. . . . . .. . . .. . .. . .. . 877 VIOLtNCIA
'l'AXA·DB OCOPAÇliO. Aoonteclmeatos ocorr1dOe bole na. cidade de II&Daua-AM,
entze a. pollcla. llllll.ta.r e profeeaorea do primeiro e 1181f11Ddo
Cr:ltêrlo de cobranga. da. tua de ocupaçlo pela. poaee e craua il&quele :DtadO. aen. Jl'li.b.lo L u - . . • • • . • . . • • • . • • • . . 8'18
uao de eepa.goa em próprloa do Dlatrlto ll'edera.l; Pl8 ·
ll.o 1111/85. Ben. Nelaon carneiro .................... • ; .. .. . . 1188 VIOLINCIA URBANA
TAXA BODOVIA:IUA. '01IWA Aprovada. a. reilaÇI.o ·finai ·do ·PR r:i.o 2/83, da CPI deaU·
nada a examinar a 'rlolêDcla. mba.Da. .. .. .. • • .. • .. .. • .. .. .. 4'12
De.totlnaçio do produto arreeadedO da T.!W - Aprovado
em 1.o turuo em~ de uratnc~a- Aprovado em :t.o·turuo 7'18 · cOncl11161i8 da. OPJ: destinada. a. e:u.mlnar a. Ylolêllela
u:tlunL -:- Reeol.uçlo D.0 5/85 • .. .. • .. .. . .. • .. .. .. .. .. .. .. .. '187
Redagio tlnal -. Pa~r n.0 ·~. -:- Aprov~ • • • •. • • • • • . 780

• • ,••• A •

0
''' • 0 ' • o O o I • o 0 o • o, o o o o o :.J
:INDICE ONOMASTICO

ALBANO FRANCO
.... Aldli.ICO IIB SOUZA
f'ic.
Momento poiiUao brUIIelzu 889 Reflezllea 80bre o resultado eleitoral de ~a.nelro 1l.ltlmo.
- Aparte ao Sen. Nelson C&rnelro .. • .. • .. .. .. • .. .. .. . .. .. .. etl9
ALBERTO aiLVA
Construção de obras permanentes, visando evitar en-
Apelo ao Pre&lden!e da Rapdblica DO aentldo de determi- chentes no Plr.ul e em todo o Nordeste. - Aparte ao Sen.
nar ao Instituto Nacloria.l de CDlOnlza.çio e Reforma .Agré.rla. Belv!d!o Nunes " • " .............. " ...... " .... " . . .. .. .. . 874
(IN'C&\) a revi8IQ -do lmpoeto cobrado por 14uele ID&tltuto Dec~ do Governo Federal em favor dai vitimas das
Bm!Undo parecer, pela ComlllsiD de Mlnaa e Energia, enchentes no Nordeste ......................... , . • . .. .. • .. 875
Bobn o PLO n.• 2/85, que Inclui. o bU&lto no reslme espeel.al Encarnlnha.mento da votação do ll.equerltMDto n.0 79/85,
de exploração por llcenc.lamento .............. ·, .......... . '1'18 de homenagem de pesar ao ex-Ministro e ex-Deputado Pe-
Dlscuesio do PLS n.• 48/85, que dlap6e IIObre a deiiUna- deral, Olavo Bllac Pinto .. .. .. .. .. .. .. . .. .. • .. • • .. • .. .. . . . .. 7'10
naçiiD da TUa lii.Ddo"l!árla "Cn!ca ......................... . Aplicação de recurlll8 orçamentl.rlos para aocorrer en-
Votação do Requerimento. n.0 84185, de l:lomenageD,S 1 tidades do alstema financeiro em cllflculdlldea . . • . . . . • • • • . . . 787
mem6rla do Presidente Tancredo NeTBS •.•.•....••.•••..... 805 Votação do Requerimento n.• 84/85, de homenagens 1
Aproveitamento da periferia doa tp'andea açudes no memória do Presidente Taneredo Nev111 • . . • . . . . • • . • • • . . . . • 803
Nordeste ................................................ .. 856 Veto pres.ldenclal ao projeto de lei que cria o auxWo-
doença para o trabalhador rural .. . . .. .. .. . . . .. .. .. . .. .. . . 858
ALCIDE8 8ALDANBA
Defesa de .aeu pro~eto de lei dlspcmdo sobre o cAlculO
A prop118ta do Governo para o Banco Sulbraallelro. - do Imposto de ll.enda das pessoas flslcas e restrlç6ea ao veto
Apartee ao Seu. Octá"VIo C&rdollo ......................... .. 851 pre!:ldenclal a proJeto de 11!1 que cria o awdllo-doença para
854 o trabalhador ruraL - Aparte ao San. João Castelo . . • . • . . . 81K
Dilcl1l'II08 doi Sena. Ma;rcondes Ckdelha e Octl.v!o cardo- BENEDITO FERREIRA
ao sobre o problema dos BallCOII Sulbraslle!ro e Habl.taauL -
Apartes ao Sen. CarlOs Alberto .......................... . 716 Construção de obras permanentes, visando evitar en-
718 chentes no Piaui e em todO o· Nordeste. ....:. ApaTte io aen.
Helvldlo Nunes . . .. . . . . .. . . . . . . . .. . . .. . . . .. .. . . .. . . .. 8'7ll 8'13
Plano do Presidente Rona.ld Raagan para a Ntcarf.gua e
q>elO ao Ministro daa Relaçlles Exteriores para o lngreao Bltuaçi!D do Klo Grande do Norte em conseqllêncla das
de técnico cubano ao Brasil para participar de olmpóslo Inundações e liberação de recurEOS da ll.eserva de COnUngên-
sobre o leite ............................................. . 789 cla para atender f.quela eme1'((ênctL - Aparte ao Sen. Moa-
cyr Duarte .. . . .. . . . .. . . . .. . . .. .. . . .. . .. • .. .. .. . . .. . . . .. . . '123
Solução uraente para o caso dos Bancos Sulbrasllel.ro e
BabltssuL -Aparte ao Seu. N!valdo Maehado ........... . CARLOS ALBERTO
Apreciação de Informes do Mlnll;tro da Fazenda sobre Anál!.se a ~leto de lei do Goremo IObre oa Ba:ncos Sul-
a altuação econômlca do Pais. - Aparte ao Sen. Vlrglllo brasileiro e RabltasuL - Aparte ao San. Marcondes aa-
Tf.vora ................................................... . 818 delha ...................................................... 711
Esclarecimento sobre aeu projeto de lei referente ao ot- Dl!Cursos dOa Sena. Marcondes Gadelha e Octê.vlo Car-
denamento dos trabalhos daa sesaões do Senado e a proble- doso aobre o problema dos Br.naos Sulbrullelro e Babltssul 713
mf.Uca agrfcola nacional. - Aparte ao Seu. Juts.hy Ma- Observaçllea ao d!lcurao dO Sen. CarlOs Alberto aobre o
p.lb.i.ea ................................................... . 874 problema dos Bancos Sulbraallelro e Habltasul. - Apartes ao
Sen. Hélio Guelros . . . . . . . .. . . . .. .. ... ... . . .. . . . . . . . . 718 717
ALEXANDRE COSTA
Situação do Klo Grande do Norte em conseq11êncla daa
Indicação do Govemador do Illat!l.to ll'edelral Interino 74'1 lnundaçõe.' e Uberaçl.o de recursos dr. Re.serva de OOlldngên-
cla para atender f.quela emel'!lêDcta. - Aparte ao Sen. Moa-
ALFREDO CAMPOS cyr Duarte ............... ., .......................... ., .. . 722
Aa questlles sociais, econ6mlcaa e financeiras da Non ApelO em favor dr. popu!açl.o de 'l'ereslnr. (PI>, vitimas
Repdbllca ................................................ . 706 daa enchentes naquela Cidade. - Aparte ao Sen . .Joio Lobo m
Ind!caqio do Governador dO Dlstrlto Federal Interino .• 751 ProJeto de lei que dlap6e aobre a autonomia das unl-
Utlllzaçlo da Re.se"a de Con tlngêncla para .solucionar a veraldades federal8 ....................................... , 774
questão dos Bancos -Sulbraallelro e Habl.tasul ............. . '1"15 PLS n.• 87/85, que dispõe aobre a autonomia daa unl-
HDmenagem de peaar pelO faleclm.ento do es.-Deputado vetlldades federais . .. .. . .. .. . .. . .. .. . .. . .. .. .. .. . . . .. .. . . . '1'17
Bllac Pinto ••.. " ........ "." ... ".""." ... " ......... . 'III O V:otsção do Requerimento· n.• IK/85, de homenagens á
PLS n.• 72/85, que di o nome de "Aeroporto Internaclo- memoria do Prealdente Tancredo N - , .... , .. , , . . . . . . . . . . 1106
na.l Presidente Tancredo Nevea" ao Aeroporto Internacional
de Confln.l, em Mlnaa Gerala ............................. . 808 Assistência aos tlage!lldoll daa chel.as do Nordeste . . . . . . . 859
Homenagem ao Presidente Tancredo Neves .•.......... 808 ll8clareclmento sobre seu proJeto de lei ~eferente ao
ordenamen .o dos trabalhos daa sell86es do Senado e a proble-
AMARAL PEIXOO'O mãUca agrfaola nacional. - Aparte ao Sen. Jutal!y Maga.lhies 8'13
PLS n.• 89/85, que Inclui TaDcredc de Almeida Neves Falta de recuraoe para a tnllveraldade Federal dO JUo
na Galeria doi ex-Presidentes da ll.e))l\bllc& ...............• Ckande do Norte ..........................." . .. .. .. • .. .. .. . 8'15
II

DefM& ele aeu pzoJeto de le1 di&DODdo oiOIIrll o célculo


.... Vota.çlo do Requerimento n,0 84/85, de homenqena l
....
do Imposto de Renda das p e - flalcas e reatz1ç6ea 80 memória do Prelldmte Ta!lcredo Neves •.•...•••.•••••.•.• 803
Yeto ~enelal a pzoJeto de le1 que cria o a~DÇa Apreclaçlo dos lnfllnDes do loflw.tro da Fazenda 80bre
para o trabalhador rural - Apartes 80 Sea. Joio Castelo 882 a altuaçio eeonllmlca do Pala. - Apartes ao San. V1rgllio
883 Tá"YOI'Bo ................................................... . 818
81~
CARLOS CHIARBIU
818
Substltulpo ele membJO em Oomlaalo Yl8ta .......•... 878 PABIO L17CI!:NA
Illdlcaçlo do Oovemador do Dlatrtto Federal Interino •. ~51 A ]IZiliiOBta do Governo para o BB.Dco Sulbrasllelro. -
Illdlcaçlo dos SeDa. M'&rOODdea Oade!ha e lflvaldo Ma- ·: :-'ParteS ao Sen. Oc'IAvlo CardOio ........................ .. 1149
chado para o quad!ro de V1ce-Ud- do Partl4o da Frente 150
Liberal .................................................. .. ~89 852
PnlJeto ele lel que dlcl6e aobre a autcmomla das unlver- 153
llldades federais. - Aparte 110 Ben. oarloll Alberto ........ . '1'15 854
·· Ranallas aobre o resultado eleitoral de Janelm 6.ltlmo.
Solução urpnte para o caso dOS Bancos Bulbrasllelro e - Aparte ao sen. Nelaon Oamelm ....................... .. 1189
BabltaauL - Aparte ao Sen. !ftvaldo :Machado •.••..••••.• '192
Alxmteclmentos ocorridos em Kanaua (Ali), envolvendo
Vota.çio dO Requelimento n.0 IM/86, de homen&geD& l a Policia Militar e pzoftiSIIOiell de 1.o e 2.o 1!1'8WI daquele
mem6rta do Prel1dente TB!ICledo lll'evea .................. . 801 Batado .................................................. .. 8~8
A.preclaçio 408 lntormes do IIID.I8tro da :rra.enda o110blre PERNAliiDO BENlUQ1JE CAKDOSO
a attuaçio ~ca. do. Pala. -.Aparte 110 Sen: Vll'llllo Tt-
vora. ..................................................... .. SUl Votaçlo do Requerimento 11.0 84/85, de hOmellageu l
memória do PrU!clente Taunldo lll'eves •.•••••••.••••••••.. 801
tlaa~n:e~= Cl'a~~~~~ .~. ~~.~~: 835 PIB n.0 '13/85, que a1:era dlllposltt1oa da OcmaOiidaçlo
das Leis do Tmbalho no Titulo V que trate da Orpntsaoão
C.UU.OS LYRA Sindical .................................................. . 838
ADAllse a proJr.o de Jel do.Oovemo aobre os BB.Deos Sul- OABRIBL BDKIIB
brullelm e Ba.blta.suL - Aparte ao Sen. Ma.rcondea a.delha ?12
A proposta do GoYemo para o BB.Dco Sulbrallllelm. -
Dl8Cu11108 doa. SeDa. K&rOODdea Oadelha e OctAno ca.r- Aparte ao Sen. Octivlo Card080 .......................... .. 1151
doao aobm o pzoblema. dos BI.Dcos Sulbl'Uilelm e Rabltaaul.
PIQJeto ele leJ que dla]l6e aobre a autonomia. dae unlwr-
- Aparte ao sen. Carlos Alberto ......................... .. UI lldadl!ll federa.la. - Aparte ao Sen. Clll'los Alberto ••••••.•
CiSAR CAIS OASTAO MIILLl!:R
Apelo &o P-tcrente da PEraomtM, JIO oii!Atldo de rea.- Requerimento .n,o '12/85, llllldtalldo que o tempo destl-
tlvaçlo dos tral:lalbos de Jll'OI!P8CÇio da bacia do Cem ..... lllldo aos oradores do Bçedlente ele aeaalo a aer marcada
Construçlo de obras perm&Dentee rilaDdo evitar eachen- aeJa destinado a homenagear Dom .AqulDo COrreia, ez-Oo·
tee no Pla.ut e em todo o lllordeste. - Aparte 110 sen. Belvf- ftmador de Mato Oros80 e membJO da Academia Brasileira
dlo Nunes ............................................... .. ele Letras IABLl ........................................ .. 848
Vota.çlo do Requerimento D.0 84/115, de bomena.gens à
Apelo em favor da Dlo-ctesatlvaçlo do l'lro.leto RADAK memória do PrU!dente Ta.neredo Neves .................. . 801
Brasil ................................................... ..
Sageatilea ao Prel1dente da Rep6.bllca aobre deCreto que
~~· D11CIIZ30 do PriWdente José SarDe:Y lNaçio, por ocaalio
da morte do Prealdente Tancredo Neves .................. .. 848
Institui o ProJeto lllordeste e preocupado oom as encl1entee
naquela l'elllo. - Aparte 80 Sen. HUmberto LUcena .•..... Desl&'Daçio do Oovemadol' mtermo do Dl.ltrtto J'ederal.
.ADAllae a pzoJeto de lei do Governo IIObnt os Bancos Sul- -Aparte 80 sen. Belvldlo Nunes .......................... . 850
br.ullelro e Bablwul. 7 Aperte ao Sen. M'a.rcondes Oadelba ~12
3W1tltlcaçlo do PIB n.o ~8/85, de aua autoria. - Aparte
DlacuriD8 dos Sena. M'&rOODdes Oadellla e Octivto car- ao Sen. JGrBe Kalume .................................. .. 8511
doao IOblre o pzoblema dos BB.Deos Sulbrasllelro e Rabltasul.
Aproveitamento da pedferla dos srandes açudes no
- Aparte ao SeD. ca.rlos Alberto ......................... .. 118 Nordeste. - Aparte ao Sen. Alberto Silva ..•..............• 858
Apelo em ravor da populaçlo de Terellna IPI>, vftlm&l Artigo do Jomal d.• Brasllla, Intitulado "O Lepdo de
de enehen:e. naquela cidade. - Aparte ao Sen. Joio LobO T&DCredo• ..................................... : .. : ....... . 8'1'1
Desempenbo do V1ce-Prellldente no ezerclelo da PrU!- Defesa ele seu projeto de lel d1a;pondo aolmt o cilculo
dênela da Rep6.bllca e a IIINtênela 101 flegelados das en- do Imposto de Renda das pllll8088 tllllcas e restrtçlies ao veto
Chentes em Pernambuco. - Aparte 80 8eD. llllvaldo Machado ~81 pzesldenclal a pzoJeto de lei. que cria o awdUo-doenga para
Vota.çlo do Requerimento n.0 84185, de hom.ena.gms l o trabalhador raraL - Aparte aa Sen. Joio Castelo ...•.... 885
M'emórla do Prellldente Tallcredo Neves •••••.•••..•..•...•. 802 BliUO OUII:IROS
BDquadramento das cooperativas de eandutores au:6no- Retleziles aobre o resultado eleito!'al ele Janeiro 6.ltlmo. -
mos na categoria de pnde CODBumldor de COJDbWitlvel .••. 8'10 Aparte ao Sen. Nelscm Ce.rDeiiQ .......................... . 888
B'aclareclmento aobre aeu pzoJeto ele lei referente ao or- .JUstlftcaçlo de Pnlleto de lei que encaminha l Vela •.
denamento dos trabalhos das aesa6ea do Senado e a piOble- 8~0
mitlea agrlcole nacloDal. - Aparte 80 Sea. Jutahy Map.- PIB D.0 80/BD, que dl&p6e aob!e a IIUbstltulgão e IIUCell-
lhias .................................................... . 874 ollo temporArta do Govemador do Dl&trtto J'ederal ••••••••• 8~1

J'elta de - para a UDI.veraldade l'ecleral do ll.to Erreplertdade denUDclada pelo Presidente do Sindicato
Grande do Norte.·- Aparte ao 8eD. carJos Alberto •.•••• 8'15 Nadcmal dos otlclal.ll de KadlOCOIDUDicaçlo da Marinha M'el'-
cante .................................................... . 8~5
OID SAMPAIO. . . . .. DlacU1'1108 dos SeDa. Marcondes Oadelha e Octivlo Car-
A pmpos:a do Oo'leriiO para o BloDeo Sulbraslle1m. - doao aobre o problema dos BI.Dcos SulbrUilelro e Eablteaul
Aparte& ao sen. Octivlo C&rdoao ........................ .. 850 - Aparte ao Sen. Carlos Alberto ·.. : ...... .. :. :: .. ........
153 ObserVaçlies 80 dfllcuno do Sen. Carlos .AIIJerto aobre o
11M Pmblema dos BI.Dcos Sulbr88llelm e Babltasul ••••........ 718
Sugestões ao Presidente da Repdbllea o110bre decreto que l!lacam!Dllamento da vot&çio cici Requerimento n.o '711/116,
lnsUtul o ProJeto Nordeste e preocupado com u eneheDtes de homenapns de pesar ao ez-MIDIII:ZO e ez-Deputado Fe-
naquela regllo. - Aparte ao Sen. HUmberto LUcena .•..•••• 1180 deral, Olavo Bllac Pinto ................................. .. no
Reaoluçio n.o t/85 ele prorropglo de pruo CCIDCedldo l Conal4eraç6es ao dlacurlo dO Sen. M'&rOODdes Oadelha
OODI1sslo Dpeclal des'l:tiíada a realizar estudos aobre a re- aoblre o proJeto dO Govemo relativo aos Bancos Sulbra.sl-
forma trlbutirta • :. ·. ·• ·• ·• ·. : .. . ·.. ·:... .. ·. ·• :::. ::. ·............ . 788 lelro e Babltasui. - Aparte 80 SeD. Octivto Ca.rdoao ....... . ~83
Prorropçlo de prazo 1 Cooperativa N!lta Apopecuf.rla
de Paragomlnas lPA), ;para a; "lmPlantaçlo de unidade pro-
dutora de ·f.lcool ••••••••.•••••••••••••••.•••••••••••••••••
~telllão de beneflc1oa do Banao Central 1 Amllz6nla
pal"&eiiS8 ................................................. .
Aconteelmantoa ocorrldoa em Mlmaua IAM>, en~vendo
a Pollc1a Militar e pmfetiiiOn!S de 1.o e 2.0 graua d&Quele Es-
tado. - Aparta ao Sen. ftblo Lucena. ................... .
808

858

8711
PLS n.0 78/BD, que determina que oe procedimentos lna-
taura.cloa para. apura;r causa de acidente &êreo aeja.m 1Dte-
IZ'&doa por m!Utlm!l, aercma.utae e aeiOrif.rlas •••••••••••••
PLS n.• 78/85, que df. -nova ndação ao art. 111 da. ·Lei
n.o 7.183184, que regula a. ;proflasio de aemnauta •••••..•••
Indeferimento de aeu requerimento de Informações re-
ladonsdas com a Intervenção nos Ba.ueos Sullmlallelro e
Babltaaul ............................................... ..
-
885

880
JOAO CAL140N
RELVlDIO NUNES Homenarem ao Presidente T&ncredo Neves. - Aparte
A propoa!a do Governo pa.r& os Bancos Sulbra&llelro e ao Sen. Alfredo Camp011 .................................. . 807
Rabltaeul ................................................ . 855 Declaração do lollnlatm Marco K&alel .10bre o pereentual
OoDstrução de obru perma.uentes vl1111.11do evitar en- elo Orçamento Federal à Bduca.çlo ......••••••••••..•..•.•. BDB
chentes DO Plaul e em todo o Nordeste ................... . 872 JOAO CAB1'ELO
Votação do Requerimento n.0 IK/85, de homena.gen,s 1 PLS n.• 74/85, que dlep6e sobre o cf.lculo do Imposto de
memória do Presidente Tancredo Neves ................... . 805 Renda das pe.-.. flslcas que lio obrlrada.s a apresentar
Designação do Governador Interino do Dl.str1to Federal 849 declaração de rendimento dentzo do ano-base ............ . 848
Aproveitamento da periferia doe lll'&Dclea açudee DO Nor- Defesa de seu P'l'OJeto de la! dispondo sobre o ctlculo
deste. - Aparte ao Sen. Alberto Silva ................... .. 857 do Imposto de Renda da.s pessoas flaleas e ~Utrtções ao
veto prealdenclal a proJeto de lei que cria. o auxl11o-doença
Recursos federala para obras da Prefeitura de Salvador para. o trabalhador rural ................................ .. 881
IBAI.- Aparte ao Sen. Lommto Jlínlor ................. . 867
JOAO LOBO
HENRIQUE SANTILLO Apelo ao Presidente da PETROBRAB, no sentido de rea-
Indicação do Governador do Dlatrlto Federal ln~rino tlv&çio doa tra.b&lhoa de prospecção na bacia do Cearf.. -
Aparte ao Sen. César C&ls ............................... .. 847
- Apartes ao Sen. Murllo Badaró .. .. .. .. . .. .. . .. . .. .. 814 815 A proposta do Governo para. oe Bancos Sulbra.sllelm e
Acontecimento& ocorridos em Mlmaua IAM>, envolven- Rabltasul. - Apartes ao Sen. Re:h1dlo Nlmee •.••••.•.•.••. 855
do a Policia M!Utar e 011 pmfessorea de 1.0 e 2.0 lll'aua da- 658
quele Estado.- Aparte ao Sen. ftblo Lucena ........••.... 88J Reflexões sobre o resultado eleitoral de Janeiro !Ut.lmo.
-Aparte ao Sen. Nelson Camelro ........................ .. 870
EUMBER.TO LUCENA Construção de obra& permanentee vlaando evitar en-
Substituição de melllb!O em Comlaaio Mlata ..•.••.••.. 876 chentea no Plaul e em todo o Nord.ellte. - Apartea ao Sen.
Sugca~õea ao Presidente da RepdbUca .10bre decreto que
Relvldlo N1mea ........................................... . 872
Institui o ProJeto Nordeste e preocupado com u enchentee 673
naquela região ........................ · .. · ...... • · .. • .... • 878 Tt!rmlno do prazo para. oferecimento de emendas aoe
Proje:oa de RI!IIOlução n.oo 3, 4 e 5/85 .. : ........ : ..... ;; .. 878
Requerimento n.0 77/85, de urgência para o !PrOJeto de
Le:l da Clmara n.• 2/85, para. Incluir o baaalto DO regime Declaração do Ministro da .As1'1cultura. mbre a retirada
especial de exploração por licenciamento ..•.............. 718 de aubaldioa agrlcolaa ................................... .. 882
Requerimento n.0 78/85. de urgência. para. o PLS n.• 48, O DJa Nacional da Slrla. - Aparte ao Sen. JOI'IIe Kalume 708
de 1985, que d!Bpõe sobre a destinação da Taxa. Rodoviária DiscurSO& dos Sena. Mareondea Gadelha e OCtá'rio Car-
O'nlca .................................................... . 718 dOIIO mbre o problema dos Bancos Sulllraa1lelro e Ha.bltaaul.
Indicação do Governador dO Dlatr1to Federal Interino . 751 - Apartee ao Sen. Carlos Alberto ........................ .. 714
715
Requerimento n.• 84/85, de que sejam prestadas home- Ape!o em favor da população de Terealna (PI>, •ttlmas
nagens à memOria do Presidente Tancredo Nll'l'ea ......... . 800 de eonch.entes naquela cidade .............................. . 711
Indicação de Senadores para comporem a CPI que ln- COnsl:leraçõea so dlacurso do Sen. Mareondes Ga.delha
vea!.lra a cr1ae na Previdência Social ...................... . 835 sobre o prol eto do Governo relat110 aos Bancoa Sulbraal-
Votaçio do Requerimento n.• 84/85, de homenagens à 1elro e H&bltaaul -Aparte ao Sen. Octávio Cardoso ..... . 784
mem6rla do Presidente Ta;ncredo Neves .....•..•............ 859 PLS n.o 71/85 que d:l.spõe .10bre a denominação de "Pre-
sidente Tancredo Neves'' à atual Praça dos Trêa Poderes .... BCO
Requerimento n.0 90/85, de retirada dO Requerimento
n.0 15/85, de sua autoria. .................................. . 871 Votação do Requerimento n.• 84/85, de homenapns à
memória elo Presidente Tancredo Neves ..........•......... 804
Requerimento n.• 81/85, de 1J111ênc1a para. o PLS n.• 14185-
Complementar ........................................... . 878 JORGE KALUME
ITAMAR l'li.ANCO A proposta do Go?erno para o Banco Sulbra.311elro. Aparte
ao Sen. Octávio Cardoso .................................. . 864
SoUclt&Dclo Informações à Mesa .101mt o PIB n.• 147n2,
que laenta da qu&llluer tributação oe provento& da aposenta- Apelo em falOI' da l1io deaatlvação do Projeto RADAM
doria .................................................... .. 845 BrliBIL - Aparte ao Sen. César Cais ................... .. 675
Eooamlnha a 10tação do Requerimento n.• 72/85 ...... . 846 Sugestões ao Presidente da Repll.bUca sobre decreto que
Institui o ProJeto Noroeste e preceupado com a.s enchentes
Requerimen:O n.0 75/85, de 1Dvenio da Ordem do Dia 871 n&Quela região. - Aparte ao Sen. Humberto Lucena •.••... 878
Indicação do Governador Interino do Dlatrlto Federal 745
PLS n.0 83/85, que laenta do IPI o ma.terlal fotogrf.flco
Indicação do Governador Interino do Dlatrito FederaL nacional ................................................. .. 705
- Apa!ltes ao Sen. Marcondel Ga.delha .................. .. 748
740 PIB n.• 84185-Complementar, que !.senta de Ic:M o mate-
ria.! fOtogrf.fico caclon&l ................................. .. 705
Requerimento n.• 80/85, de Inversão da Ordem elo Dia 773
Defesa de aeua proJetos .............................. .. 705
Bomenagena póstumas ao ex-Deputaclo BUa.c Pinto ... 780 O Dia Na.clonal da Slrla ............................. . 707
Votação do Requerimento n.0 80/BD, de lnvel'llio da Ordem
do Dia ................................................... . 782 Bmltlndo pareeer, pela Comlasio de Munlclploa, mbre o
PLB n.• 48/85, que dispõe sobre a destinação da Taxa. Rodo-
Desapropriação de aç6es das compa.uhlas elo cQD.Ilome- vlf.rla 'Onlca .............................................. . 778
ra.do Sulbraallelm e Habltaaul ........................... .
Homenagens a Joaquim JOOé da Silva ll:avler - O Tira-
Indicaçio elo Governador elo Dlatr1to FederaL Interino. dentes - e ao CDrnlo Braablense 110 2&.• mlversf.rlo de
- Apar .e do Sen. Murllo B&daró ......................... . 815 BraiiU!a .................................................. . 788
ftc,
Votação do :Requedluento a,o oiK/85, de bolllenap~~a t. A propoeta. do Governo piA C11 Ba.ncoe Sulbrasllel%o e
memiJI1,a. 411) ~te 'l'allczedo N.ves , ••••••••.••••..•• , . 801 Ba.bltuul. - ~ ~ Sen. Bclvldlo NuNs . '" ... ., ... IS&
Dia do Ilfplomata. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. • 808 IIS7
Emlalio elo Parecer da. Oomllaão de Lellalaalo Social Requerimento de JDforma.çlo D,0 74185, atravêa do Poder
aolm! o PL8 :n.o 1'13/85, que cllaplle 80iml o n&3utamento dCII Eucutlvo a.o Banlio Central ... ; ; . ; ..... ; ............ ; ... .. 888
va.Ioru du a.paleDtadorfu e ~ clev1du pela. PNvl· Suhatltutglo de membro em ClOm1s8lo II.Oata •••••..•• 8'18
dêDC!a. Social .. • .. .. .. .. .. .. • .. .. • . .. . .. .. .. .. .. • .. • .. • .. . .. 810
Declaração do Mlnlatro da. AgzlAlultura 110bze a retlra.da
Bm1asio do Parecer da. OomiBiio de Leglala.ção Social ao- de 1Uhsld108 a.picolu. - A,pa.rte ao Sen. João Lobo • , ••••••• 883
1m! o PLB n.0 .M5/84, que dlap&t aobnl a. ma.nuten9ão dll
correção monetária. para. o t1m de determinar a. zeposlção PIB n.• 1111/88, que cria o ba.1a.nço trimeStral de tralll.&por-
llliarlal obrlptórla. a paRir do pr!Dciplo de 1985 ... , . • . • . • • 811 te aéreo ................................................. .. ?73
PL8 :n.o 'M/84 que estabelece a obrfp11Drfeda.cle do eza- Indleaçlo de Sena.dores para. eomporem a CPI que lnvu-
- de Hlllda.de -il.iiia. ·• mental 101 cll.lldl4a.toa a. caraoa de tlp a. crise na Pl'evldêncla. Soc1al ......................... . 835
Presidente e Vlce-Prealdente da. Repdbllca . . . . . . . . . . . . • . . . . 847 Escla.rec1mento sobre .oeu P>Oieto de lei referente ao or-
Justificação elo PLS n.0 'M/85, de aua a.ullOrla . . . • . . . . . . . 858 dena.mento doa trsbalhGs da.a -..õe.s do Senado e a prob!e-
Rec~ IJ&l'IL Clllltelo e comercla.llzaçlo da. bOI'ra.cha. Da- mitlca asrlcola. D&Cion&J ................................ .. 872
tlva. - Aparte ao San. MArio lllala. .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. 858
LENOIR VAKGAS
Recumos tederala para. obraa da. Prefeitura. de Salva.clor
!BA). - Aparte ao Sen. Loma:nto .T11Dior .. .. .. • • .. .. • .. .. 887 A criação do Oolllelho Extraordlnirlo de Reconstrução
ICER> que lnatltul o Prosrama Especial de ReCODitrução de
.1082 li'BAOELLI Ssnta Catarina , ......................................... . 847
RecebimentO dO Orlclo 11.• 8-17/85, do Governador de A propOSta do Oovemo para. o Banco Sulbrasllel.ro. -
llla.to Oroaao de autorização para. realizar operaçliea de em- Aparte ao Sen. Octivto Cardoso ......................... . 853
prútlmo eztemo no valor de tJSf 811,500,000.00 • . . • . • . . . . • . ea Declaração do 1111n1etro da. Agricultura. 80lm! a. retlra.da
Recebimento do Avlao n.0 189/84, do Preeldente do Tri- de IUhsldloa asrleola.a. - Aparte ao Sen. Joio Lobo .•.... 883
bunal de Contu da. t1DIIo e<DC&mlnhando cipla.a da.s decllllles
aplicando 18Dç6e.s aos re.spcm.aAvel.s qutt relaciona, bem como PLS n.o &2/85, que reJUia a ccmeesslo de ha.bllltaçlio a.
a d1scrlmlnação dos recwaoa providos 110 per1oclq de 23 de a:nalfa.betoa e acrescenta. um pari.sraro no a.rt. 70 da. Lei
apto a 8 de novemb10 de 1984 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 848 n.• 5 .108, que criou o C6dlso Nacional de Trl.nsito .........•
Adiamento da yola~io do RequerfmenllO n.o 72/85 . . . • . 8411 Ll:mlna.r concedlda. ao Mandado de SeJUr&nea. do PrefelllO
Aliso n.• 69185, do Tribunal de Conta.s da. 11Dião, de e6- de Canoas IRS) .......................................... . 708
plaa de ata.a da.a aeu5ea reallza.du com u decl.l5ea e a. Oonnderaçliea ao cl1acurao do Sen. lllarcondea Oa.delha.
apHeaçlo de san~ . . . . . . .. . . . . .. . . .. .. . .. . .. . . . .. . . .. . . . 188 80bre o piOjeto do Oovemo relativo aos Bancas Bulbraallelro
llla:nutenção de Yeto a.posto ao PIB n.• 121/84-DI', que e Ba.bltaaul. - Apa.rte ao Sen. Octivto Cardoso ..•.•.••. 783
dl.sple sobre o Estatuto dos Pollclala 111111tarea do D!strlto PIB n.• 410/85, da.ndo nova l'edação a.o a.rt. 8.o da. Lei
Federal .. • .. . .. • .. .. • • • .. • • • .. .. .. • • .. .. • • • • .. .. • . • • .. .. • • . 188 11.0 'r.02G/82, objetlvando o aproreltamento de eervidorea do
Convocação d8 aeaalo extraordlnl.rla . . . . . . . . . . . . . . . • . 870 EIERPRO como T6cnlco de Atlvida.de Trlbutirla. .•.....•. , .. 878
A.slloelando-ae LI bomenagena prestada ii. mem6rla. do LOIIIANTO J'O'NIOlt
Presidente Taneredo Neves na votaçlo dO Requerimento n.•
84175 •• . . .. ... . • . • .• ••• ... • . . . • . • . . • • ... . • . •• . . •. •• . . • .. . . • 805 Recur- federala para obras da. Prefeitura. de Selva.dor
(BA) ..................................................... . 888
Jostll IGNACIO FERREIRA P'alecbnento do ex-Deputa.do Bl1ac Pint.o. - Aparte ao
Indlcaçlo do Governador interino do Distrito l!'ederal . . . 749 Sen. Lourlval Baptlata ................................... . 889
Votação do Requerimento n.•
84/85, de homenagena ii. LOlllUVAL BAPl'ISTA
memória do Presidente Ta.ncredo NEWes • . . . . • . . • . • . . . • . . • • . 804
Reflezões sobre o artigo de Josué II!Ontello: - "A Mlssio
Requerimento n.• 89/85. de prorrogação de praao para Tancredo Neves" ........ , ................ , ............... .
oferecimento de emenda ao PLC n.• 175/84, que ln8t1tu1 o :Requerimento 11.0 79/85, de bomenalll!ns de pesar para. o
C6cllgo de Proceaao Penal .. • .. . . . . . . . . . . . .. . . . . . • . . . . . . . .. • 871 ex-lllnlatro e ex-Deputado Jrederal, Olavo Bllac Pinto ... . 769
JOSS LINS l'aleclmento do ex-Deputa.do Bllac Pinto ............. . 889
Anállle a. projeto de lei do Governo sobre os Ba:ncoe LUIZ CAVALCAliTE
Sulbras1lei10 e Ba.blta.aul. - A,partea ao sen. Marccmdes
Oa.delha. . . . .. . . .. . .. • .. • . . • . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .. .. . . • 709 Tra.balho da. l'undação loaqulm. Nabuco sob o titulo:
710 "NOl'deate: PIOposlç6ea Alterna.tlvu" •... , . , ........... , , .. 7/fl
711 Aproveitamento da. periferia doa srandes a.çudea DO Nor-
713 deste. - Aparte ao Sen. Alberto Silva ................... .. 857
Apelo em fa.vor da. população de Terealna. IPil, vltlma.a
de enchentes naquela. cidade. - Aparte a.o Sen. Joio Lobo 771 LUIZ VIANA
Votaçlo do Requerimento n.o 84/85, de homenagena ii. Encaminhamento de wtação do Requerimento n.o '19185,
memória. do Presidente Ta.ncredo Neves • . . . . • . . . • . • . • • . . . • . 802 de homena.sens de pesar ao ex-Ministro e ex-Deputado :re-
~aio do Parecer da. Comlasão de Flnança.a aolm! o PLS deral, Ola.vo Bllac Pinto .................................. . 789
n.• 173/84; que dispõe aobre o rea.lu.stamento doe Yalores da.a l'alecimento do ex-Deputado Bllac Pinto. - Aparte ao
a.poaentadorfu e pemõea, devlda.a ;pela Previdência. Social 810 Sen. Lourlval Baptista .................................. .
Eml.sSi.o de Parecer da Coml.saão de :nna:nça.a sobre o PIB
n.• 245/84 que dispõe sobre a ma.nuten~lo da correção mo- IIIARCELO MIRANDA
IM'tArla, deotermlnando a. reposição aalarlal obrfsa.t6rla a. par- :Requerimento n.0 85/85, de Inversão da Ordem do Dia 808
tir do principio de 1985 . . . . . .. . . • . . . . . . . . . . . .. . . .. . . . . . . . . 812
Emlsaão de Parecer da. Comissão de J'lnançu sobre o PLS IIIARCONDES GADELHA
n.• 0/85, que cllspõe solm! a. dHtlnação da. Tua Rodovtirla Anillae a P>Qjeto de le1 do Governo sobre os Bancos
'O"nlca. ...................................................... 818 Sulbrasllel!o e Hablta.aul ................................. .
Asalstênda aoa f!a.sela.doa ;pela.a enehentea do Nol'deate 818 Indicação do Ooverna.dor Interino do D!atrlto Jrederal. -
Aparte ao Sen. Itamar Pra:noo .......................... .
JUTABY IIIAOALHAE8
Indicação do Governador Interino do Distrito l'ederal
Apelo ao Presidente da. PB'l'ROBlUS, no aentldo de rea-
tlvação doa trabalhos de prospac~ão da. bacia do Cea.ri. - Votação do Requerimento n.• 84185, de homenasens ii. me-
Apa.rte ao Sen. cêaar Cala .. .. .. .. .. .. .. . .. .. . .. . . .. . . .. . 848 m6rla do Presidente Ta:ncredo Neves ..................... . 803
·v
Pie.
ReQ.ueztmento n.0 11./81, de V1êDa1a. pam o PlD n.0 J/115,
psra lnalu!T O INII&lto IIII nclme especial 4le eçlomçlo 1m
11cenc111DU!Dto .......................................... .. '1'18
VotaoAo do RA!Quedmento n.o IK/85, de hollleD.IIgelll •
memória do PlU!deDte TaDeredo Neftl . . . . • • . . • . • . . • . . . . . 81111 ll.eQ.uerlmento n.• 82/85, de urgência psra o PL9 n.o t811111,
que dlap8e IIObrw a dtNitlna.Oio da Tua BodoVlllrla 'ODiea. • • '1'18
Recunos para cutelo e comerdallla.çiG 4a. borracha na..-
tlva. ........................................................ 8118 Ind1caçio do Oovemador do Dl.ltrlto Federal Interino 814
MARTINS J'ILBO Queatlo de Ordem relalh& 10 ea.me da nomeaçio do
Goftmador de Rond6nla .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 871
Situação do 1t1o Orlmde do Norte em eonaeqll6nc1a daa
lnun4açlles e Uberaçlo de recurao.s 4a Re8erva. de Oontlnllên-
cla. pa.ra &tender "luela. emeraêncla.. - Aparte MI Ben. :Moa- NELSON CARNJ:tRO
eyr Duarte .............................................. .. PIB n.0 68/85, que determina que aa fllba.s IOI.teJra.s per-
Aproveitamento da periferia doa grandes açudes no Nor- maneçsm como dependentes do aegurado, 1D4epeondenliemen-
deste. Aparte ao Ben. Alberto Slln ..................... . 857 te do 11mite de Idade .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 842
Aeonteclmentos oeorrlclos em Manava (AI/I), envolftndo Apslo is Llderançaa Partldl!.rlaa no sentido de apraclar
a PO!fala Ml.lltar e profeesores de 1.0 e 2.0 IRU daquele EB- - regime de urgênala o PIB n.• llü/84 .. .. .. .. .. . .. .. .. . 848
tado. - Aparte ao Ben. Fábio Lucena ................. . 880
.Agrolózlcas .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. • 848
Defesa de aeu p10Jeto de lei dispondo aobre o cAlculo
do Imposto de Renda da.s peasoa.s flslca.s e restrlçlles MI veto PIB n.• 68/85, que altera & cobrança. da tua 4e ocupaçio
preakienclal a proJeto de lei que cria o awdllo-clOenea psra o pela. posse e 11110 de espaços em pzóprloa dO Dlltrlto J'edere.l • 888
trabalhador rural. - Aparte ao Sen. João C&atelo . . . 883 884
Beflez6as aobre o resultado eleitoral ele janeiro ..Utlnlo • 888
Reaparelhamento do Poder Judlclárlo . . . . . . . . . . . . . . . . . 875
MAtJRO BORGES
DliiCillllão do PLC n.0 228/88, que declara. de uWidade
In4!caeão do OovemaciOr Interino elo Dl&trlto Federal. - p6hUca o Grupo Baplrlta Crlatio •Andrl! Lulll ele Interla.p• 877
Aparte ao Sen. Itama.r :rranco .......................... .. 747
PIB n.• 111.186, acrescenta parigra.to l'llllco ao art. 115 ela
MILTON CABRAL Lei n. • 5. 010/88, que organiza a Justiça Federal de 1.0 Ins-
tlncla ..................................................... 704
ProJeto de ReiOlução n.0 8/85 Q.ue do!. nova redação aos
arta. '18, ~4, 75, 78, 88, 98, 98 e 105 a 118; e :revoga o I e.• do Queatlo de ordem referente a. reQ.uerlmentoa enaamlnha,..
art. 9S do Regimento Inflenlo do Senado Federal ........... . 851 cb • Mesa de urgência para. projetas de Interesse c1ae tra-
votação 4o ReQ.uerlmento n.0 114/85, de homenagens à balhadores .. • . • . . .. .. . .. .. .. .. .. . .. . . . . . .. . .. .. . .. .. .. .. • '119
memória do Presidente Tancredo Neves ..........•..•..... 880 ApelO em favor de aervldo:res aposentados no CIII'IPI de
Defesa 4e aeu proJeto de lei dispondo aobre o cilculo do Clhefe ele Beçlo de Vl!lllA.ncla 4o Ministério 4a J'aaencl.a . . . • 719
Imposto 4e Renda 48.8 passou flslca.s e :restrições ao Yl!to Indicação do Governador do Distrito Federal I:DLerlno 750
prealdenalal a. proJeto 4e leiQ.ue cria o awdllo-clOença para o PLS n.• 115185, Q.ue cllsCipllna o seguro obrlga.t6rlo de ve1-
trabalha.dor rural. - Aparte ao Seu. Joio cutelo .......•.. 883 culol a.utomlltores .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. '188
884
Encaminhamento do ReQ.uerlmento n.• 70/811, de home-
KOA.CYR DUARTE nagens de pesar ao ex-Mln!Btro e ex-Deputado Federal,
A proJI(l8ta do Governo para o Banco Sulbrallllelro. Olavo Bllou: Pinto .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 770
Aparte ao Sen. Octt.vlo CardOIO ...... . .. .. .. .. . .. .. . .. .. .. 851 Maleflclos da poluição automotora . . . . . . . • . . . . . . . . . . . 775
A proposta do Governo para os Bancos Sulbrasllelro e Tra.balho do lle0110JD!Sta Auguato Benedito ottonl Filho '180
Bablta.sul. - Aparte ao Sen. Helvldlo Nunes .. .. .. .. .. .. 857
PLS n.• 88185, que dispõe sobre a ezlgêncla de Q.uadro de
Construçlo 4e obras permanentes vlaa.ndo evitar enchen- lnstrumentador eil'6rglco nos hospitais da. :rede particular . 788
tes no Plaul e em todo o Nordeste. - Aparte ao Sen. Helvf-
dlo Nunes .. .. .. .. .. . .. .. . .. .. . . .. .. .. . .. .. . .. .. . .. .. . .. . .. 874 RcqU>rimento n.• 83/85, de retirada do PIB n.• 25/85,
Discutindo o PIB n.• 7/83, Q.ue dlap6e aob:re a expedição com vistas a determinar, nas escrituras condomlnlal.l, a com-
de certidões para a 4efesa de direitos e esclarecimentos de provação de ausência de débitos para. com o condomlnlo . . 786
sltuaç6es .. . . . . . .. . .. . . . . • . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 721 Trabalho da Fundaçio Joaquim Nabuco sob o titulo
Sltuaçio do Rlo Grande do Norte em consectüêncla das "Nordeste: Proposições Alterna.tlvas". - Aparte ao Seu. Lula
lnundaçlies e llberaçlo de recur101 da Reserva de Contingên- Cavalcante . . . . .. .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 787
cia para atender II.Q.uela. emergência .. . .. .. .. . .. . . .. .. .. . .. . 721 101.• anl.versl!.rlo de Da$Cimento de Oet6llo Va.rgas. Pesar
Apelo em favor da populaçio de Terealna <PIJ, vitimas pelo falecimento de Adão Pereira Nunes. Dia do fndlo. Vo-
de enchentes naquela cidade. -Aparte ao Seu. Joio Lobo 771 tação de propostas de emenda. à COnstituição. Desagravo ao
Desempenho do Vlee-Presldente no exerciclo da Presi- e:o:-oovemador Selxas Dória. Declaração do Mlnlatro Ivan
dência da Rep6bllca e a aasl.otêncla aos flagelados das en- de SOuza Mendes, do SNI e a concessio do destaQ.ue ® ano ao
chentes em Pernambuco. - Aparte ao Sen. Nlvaldo Ma- jornal A Tarde, da Bahla .. . .. .. . .. .. . .. . .. .. .. .. .. . .. .. .. ~88
chado ..................................................... 782 sugestões ao Ministro da Educação aobre a Ubera~lo do
salário-educação e melhoria do ensino técnico de nlvel médio 789
:MlJRILO BADARO
Substltulçio de membros em comissões permanentes . . . . 705
PLS n.o 70/85, eatabel~cendo critérios de preferência na
admiSSão e demwão de aeronautas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 800
KeQ.uedmento n.• 78/85, de que o tempo da aesslo de Votação do ReQ.t:erlmento n.• 84/85, de homenagem à me-
ll4 de a.brll aeJa dedlca.do à comem.oraçlo do 25.0 aulverú.rlo m6rla do Presidente Tancredo Neves . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 800
do Carreio •um- .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. . .. .. .. .. .. .. 708
Tributação dl1erenclada para os veicu!Qs automotlvos es-
Indlcaçlo do Governador do Dlatrlto Federal Interino. peciais .. .................................................. 808
- Aparte ao Sen. Marcondes Oadelha . . . . . . . . . . . . . . . . . . 749
iReQ.uerlmento n.• 88/85, de urllêncla para o PLS n.•
Encaminhamento da wtaçio do Parecer sobre a lndlca- 173/84, que diSpõe sobre o reajustamento cto. valores das
!lio do Governador do Dl&trlto Federal lnter1no . . . • . . . . . . ~52
aposentadorias e pensões dev!da.s pela. Prevldênala SOcial . 809
Indicando o Seu. Bf·nedlto Ferreira para Vlce-Lider do ReQ.uerlmento n.• 87/SS, de urgência para o PLS n.•
Partido Democrl!.tlco SOcial .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 788 245/84, c100 o fim de determinar a. reposição salarial obriga-
Encaminhamento 4a wtaçlo do ReQ.uerlmlmto n.• 79/85, tória a partir do prlnclplo de 1885 .. . .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. 809
:~mJli:e~:; ~: ~.~~~~~.~.~~-~~~~.~~
245/114, com o fim de determinar a reposlçlo aala.rlal Obrlga-
'170 <alar!a! obrigatória a partir do principio de 1985 . . . . . . . . . • 812
VI

PL8 u.o 75/llli, que estabelece zea:ra 18pecl&l de t1sc&11Jra-


.... da corregilo monet4r:la, para o f1m. de cletermiD&r a zeposl-
çio~-~o!l~a.la ::••..•.••.. :···~:····.:.:..•. .-.••.• 847 glo alllalial obrip.tLma • partir do pdnelplo de 1885 ••••••
· Aprovaçlo·cle·projetos de aua·autorta,-alteraçl.o-na le- ACODteclmentlelt ocorrldol em· Malla118IAMl; avolvendo
lllal&çio q1111 reae os mWtaree do Búralto, para perm1tlr o :re- a Pol.lcla Militar e profeuore.s de 1.o e :r.o jp:a1111 daquele Es·
~mez>,tq de penlli.o àa eJ:-eiJI!I8&a d1~adu, d.aquelell \ado. - Aparte ao Sen. l'iblo Laceu ... .-............... . 8'10
mWtares e esclarecendo ncittclir!O do lm'ui do Brlllll 8D·
volvendo seu nome . . . . . . • . . . • . . . . . . . . . • . . • . . . . . . . . . . . . .. . Mil ODACIR BOAREB
Aposentacloa da Prel'ldêncla 8ocllll · ...•.•..•.•.•.... , • . • aa8 Aaanteclmentot ocoi-rlcloe em Manaua (AJ4)~ · envcilven-
do a Policia Militar e pzote.saorea de 1.0 e 2.o craaa d84Qele
PI.S "D.0 77/85, -que modifica a; proporclonalldade de em- Bstado. - Apa.rtes 10 Sen. ftblo Lucena .................. . 878
pregados brullelros prevlollta na OLT .. .. . . .. .. .. .. .. .. . .. . 884 880
l'l.ecur.EOS ~erala para obras da Prefeitura de Salvador
- IBAl.- Aparte 10 Sen. Loman::O .rtlnlor .. ............ 887 PASSOS PORTO
Inatltulçlo do vale-tranaporte, repoalçlo aa.larlale o "DI& Beapo~~de aollcltaçio do seia. Itamar
J'raDao .•........
do .JUIII Claeslsta• . • . .. .. • . . .. . . .. . .. . . . . .. .. . .. . . . . . .. .. . . . 888 Bacamlnhamento da. TOta.çl.o do Requerimento n.o '18/811,
Revlaão do olstema de beneflclol da Previdência 8oclal 877 de homenageD.B de pesar 10 a-MIJIIItro e s-Depatado ll'e-
deral, Olavo Bllac Pinto ................................ ..
JQV~ l4&CIIADO Bugeatõea 10 Mllllatro da Educação aolml a llberagl.o do
aalirlo-educaçli.o e melhOria. do euaiDo têcDico de nlvel mé-
A DCIIII18&VIo de Dom 1016 C&rd0110 Bobrlnho para IUbl· dio. - Aparte 10 Ben. Nelsou Camelro .................. .
tltulr DOm Hélder Cimara na Arquld1oceae de Olinda. e Becl· Votaçl.o do Requerimento u..o 84111&. de hclmenagena à
fe e o edltor:lal do ODI'reJo Br'aldll-. lntltulado "Plior1dade memória. do Preoldente Tancredo Nevea •.•••••..•••...•.•
Boelal" ................................................... 843
8ugeat6ea 10 Presidente da Repdbllca IIObre decreto qu ROBERTO BATIJRNINO
Institui o ProjellO Nordeste e preocupado com as enchente& Homenagem póstuma. 10 Dr. Adão Pere:lr& Nanea •..•••
Daquela zeglio. - Aparte ao Ben. Blllllberto Lucena • • • • • • • • 180
ROBERTO W'i'PYCB
Ae qaeat6ea eocla.la, eccm6ml.c8ll e flnance:lr&s da. NcmL
Repll.bUca. - Aparte ao Ben. Alfredo Ca.lllaJOI . • . . • • . • • • • . · 708 Apelo em favor elos trlt.lcultmea e produllOzea de algodl.o
do Parani .............................................. .. '121
l!:neaml1lhllmento do Bequertmento :g..o '19/811, de home·
nag<>D.B de pesa.r ao ex·Minlatro e ex-Deputado l'ec1era1. Olavo SEVERO GOMES
B1lac PintO. - Aparte ao Sen. NelloD CBme:lro • • • • • • • • • • • • '1'10
Declaração do lll1nlatro da Agricultura aobze a retirada.
Apelo em fa1'01' ela populaçl.o de Tenalna IPI), vltlmaa de aubaldloa agr:lcolu. - Aparte ao Ben. :João Lobo ••••••.• 883
de enchentea naquela llldade. - Aparte 10 Sen. Joio Lobo • • '1'12
Vot&çl.o do Bequer:lmento n.0 84/85, de homeDageD.B à
Bmltlnd.o Parecer, pela COm!Bsão de Oonatltulçlo e Ju- memór:la. do PrMidente 'l'a.Dcredo Nevea ••.•••.••••..•.••.••
t.toa. &Obre o PIB n.o Q/115, que d.l.lp6e oiOb1'e a. destinação da
'1'a.ll'& RodOV14rla. Ol1lca. • • • • • .. • • • • • • • • • • .. • • • • .. • .. • • • • • • • 'ITII Cr:laçlo de CPI 10bre a pstl.o daa IOdecladea de econo-
mia Dilata em que a 11Dll.o deteDha malor:la. a.clon6.rla .••. 80S
• , IlelempeDho do Vlce·Preeldente no uemlclo da Pl'IIBI·
llêncla da. 11.epll.bUca· e a uslatancla· &Cl8 fla.geladoa daa en- Bequer:lmento n.o 88/85, de mação de CPI destinada a
chentes ele Pernlllll.buco .. • . . • .. . .. .. .. .. .. • .. .. .. .. • .. .. .. 781 Investigar a BeStão daa IOcledadea de eccmomla Dilata em
que a UDII.o detenha malona. aclonir:la ................... .. . 835
Trabalho da Jl'undaçio Joaquim Nabuco sob o titulO
"Nordeate: Pmpoelçõea Alternatlvaa."- Aparte 10 Ben. Luis VJRG:tt.IO TAVORA
cavalcante . . . . .. . . . . . .. .. . .. . . . • .. .. . .. . .. .. . .. . .. . .. . .. . . 787
CCID.Bkleraçllea eobN artigo ·de Alolalo Bkmd1 publicado
Soluçio 1IJ'II'Mlt& para O CaBO cliDs BIIDCOII Bulbraallel!o e · DO jornal DJár:lo do Comfmlo e lluláatrla ................ .
Hablta.sul . .. .. • .. .. .. .. • .. .. .. .. .. .. .. .. .. • .. .. .. .. .. • .. .. · m A]lelo 10 Prealdente da PETROBB.AB, no aentldo de rea-
OOl'AVJO CARDOSO ttvaçlo doa trabalhos de prospecção na. bacia do Ceari. -
Aparte ao BeD. César Cala ............................... .
A proposta. do Governo para. o Banco Bulbrulle1ro . . . 848 A propoata. do Govemo para. os Ben0011 Bulbraalle:lro e
Aa qaeatilea IOclllla, eccm6m1caa e fiD&DAielraa da Non. Babltasul. - AP&l'llea 10 Ben. Helvidlo Nuu.ee •••••••••••••. 858
Bep6bUca. - Aparte 10 Sen. Alfredo Oampoa • • • • • • • • • • • • 707 85'1
ADillse a projeto de lei do OoverDD eolml oe Baacoa Bol- Bugestilea ao Prealdente da Bepll.bllca 10bze decreto que
brullelro e HabituaL - Apartea 10 Ben. Ma.rcolldes Otlde· ID.Btltul o Projeto Nordeste e preocupado com u enchentea
lha. ........................................................ 708 naquela zel(.io. - Apartes 10 SeD. Elml.berto Lucena •••.••
710
711 Ae questões SOcia.la, eCOD6mlcu e financeiras da Nova
712 Repll.bllca. - Aparte 10 Ben. Alfredo Campos .•..•.....•. 708
Sltaaçlo do 111o Gnmde do NCil'te em conaeqllencla dU Desempenho do Vlce-Preoldente DO ezerclclo da Preal-
lDund&çllea e llberaçio de ~ da R~ de COntln· dêncla da República e a &Bolltêncla aoe flagelados daa 8JI~
gêncla para a.::ender ILquela emergência. - Aparte ao Ben. cbentea em PernambUCO. - Aparte ao Ben. Nlvaldo U:a.cha.do '182
Moaeyr Duarte . . . .. . .. • .. • .. • .. . .. .. . .. • .. . .. . .. .. . .. .. . .. '121
Votação do Reqaerlml!!llto n.o 84/85, de hamenageD.B à
Oonalderaç6ee 10 dlacurao do BeD. :Ma.rcondell Gaclelhll. memória do Pruldente Tanczed.o Nevea . • • • . • • • • . • • • . . . • • 1J1N
eobre o projeto do oovemo re!at110 - BancoB 8u1braaUeko
e Ballltanl .. .. • .. .. . • .. .. • .. .. . .. .. .. .. .. • .. . .. .. .. . .. .. • '182 Homenagem 10 Prealdente Tancredo Nevea. - Aparte
lllmlollllo de Pa.-recer da Comlsal.o de Ocmatltulçio e lua- 10 Ben. Alfredo Campos .. .. .. . .. • .. .. .. .. . .. • .. .. . .. • . .. • 807
UO& IIObrll o J'L8 u..o 1'13/84, que dfapGe IIObrll o ~­ Cr:laçlo de CPI lllbze a gestão das mcledades de econo-
to doe vakmle dU apoaentador:lu e pena6ea da. Pmv1c1êDc1a. mia Dilata.· ·em que a 11nll.o detenha mllorla a.clon6.rla. -
8oclal .................................................... 810 Aparte 10 Sen. Severo Gomes .. . .. . . .. .. .. .. . . . . .. . . • .. .. 808
Bmlado de ~r da OODIIIBiD de Olmltltulçlo e Jul.. Apreclaçl.o dos Informes do lofiDiatro da I'UeDda mbre
tlça sobre o PIB u.0 M5/84, que dllpile eobnl a aumutenglo a .dtua.çl.o econ6m1ca do Pala .. .. . . .. .. .. . .. . .. . . .. • .. . .. 8111
República Federativa do Brasil
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL SEÇÃO 11
ANO XL- N• 032 CAPITAL FEDERAL TERÇA-FEIRA, 16 DE AIJRIL DE 1985

SENADO FEDERAL
SUMÁRIO
l-ATA DA 41• SESSÃO, EM 15 DE ABRIL ao Senhor_ Pres_id~nte da_ República por S. Ex• e ou- externo no valor de cinqUenta milhões de dólares.
DE 1985 tros Srs. Parlamentares do Nordeste, face a extensão Votação adiada por falta de;, "quorum" .
!.l-ABERTURA .das enchentes que atingem aquela região. - Requerfrilento -nl' 58/85, solicitando urgência
1.2- EXPEDIENTE para·o Ofício Sf8, de 1985, através do qual o Prefeito
SENADOR ITAMAR FRANCO. pela orâem--
1.2.1 - Leitura de projeto SolicitandO informaÇões à Mes~ sobre o Projeto de Municipal de Anápolis (00), solicita ãutorização do
Senado para que aquela prefeitura possa realizar
Lei. do Senado n~ 147 f82.
Projeto de Lei do Senado n'it 58, de 1985, de autoria operação de empréstimo externo no valor de USS
,do Sr. Senador Nelson Carneiro, que altera dispositi- O SR. PRESIDENTE- Reposta à solicitação do 3.500,000.00 (três milhões e quinhentos mil dólares}.
vo da legislação previdf'nciâ.ria,·com vistas a determi- Sr. Itamar Franco. Votação adiada por falta de-"quorum". ·
nar que as filhas. solteiras de qualquer condição per- -Projeto de Lei do Senado n~ 26/79, que acres-
maneçam como dependentes dos segurados da previ- SENADOR ALBERTO SILVA - Apelo ao Se- centa parágrafos ao art. 517 da ConsoliQ.ação das
dência, independentement~ de limite de idade. nhor. Presidente da República no sentido de determi- Leis do TrabalhoL.\Cota.;ão adiada por falta d(:. ••quo-
nar ao INCRA a revisão de imposto cobrado por rum".
1.2.2 - Comunicações da Presidência aquele Instituto.
- Projeto _de Lei do Senado nY 2/80, que dispõe
-Recebimento do Ofício n9 S/17/85,. do Sr. Qo.,_ _S,ENADOR NELSON CARNEIRO - Apelo às sobre a escola e a nomeação dos dirigentes das Fun-
vernador do Estado do Mato Grosso, em que solicitá Lideranças Partidárias no sentido de apreciar em re- da-ções de Ensino Superior. Votação adiada por falta
gime de urgência o Projeto de Lei do Senado n 9 d~ "quorum".
autorização do Senado Federal a fim de que aquele
Estado possa realizar operação de emprêstimo exter- 245/84, que acrescenta dispositivos à Lei nt>7,238f84, -Projeto de 4i do Senado nY 340/80, que acres-
no, no valor de US$ 66,500,000.00,- para os fiils·-que Qtie diSpõe sobre a manutenção da correção sernes~ centa parágrafo único ao art. 373 -da ConSolidação
especifica. tr_al de salários·,--para' ó fim de determinar reposiÇão das Leis do Trabalho, facu!Umdo à empregada com
salarial obrigatória, a partir do princípio de 1985, no prole o direito. à jornada de trabalho reduzida, com
-Recebimento do Aviso nl' 589/84, do Sr. Presi- "quantum" e condições que especificá. remuneração proporcional. Votação adiada por falta
dente do Tribunal de CQntas da União, encaminhan- de "quort!m".
do cópias das atas das sessões em que foram tomadas i.2.4- Requerimento
decisões aplicando sanções aos responsãveis que rela- -Projeto de Lei do Senado n~' 18/80, que dispõe
N~ 72/85, de autoria do Sr. Senado_r Ga.s_tão sobre aPosentadoria especial do músico: (Apreciação
ciona, bem como a discriminação dos recursos provi-
dos no período de 23 de agosto_a 8 de novembro de Müller e outros__ Sxs. Senadores, solicitando que o preliminar da Çonstitucionalidade). Votaçlo adiada
tempo destii1ad9 aos orado_res do Expediente da seS- por falta de. "quorum".
1984.
são a ser marcada de_acordo com as conveniências,
1.2.3 - Discursos do Expediente seja dedicada a homenagem a D. Aquino Correa, -ex- ..:..... Projeto de Lei do Senado nt> 320/80, que revoga
Governador de Mato Grosso, membro .da Academia a Lei n9 6.815, de 19 de_agosto de 1980, que define a
SENADOR NIVALDO MACHADO - No· Brasileira de Letras. situação jurídica do estrangeiro no Brasil, cria o_Con-
meação de Dom José Cardoso Sobrinho, Bispo de selho Na.cional_de Imigração e dá outras.provídên-
Paracatu-MG, para substituir Dom Hélder Câmara 1.3-0RDEM DO DIA cias~ Votação adiada por falta d~. "quorum".
na Arquidiocese de OJinda_e_Recife._f.ditorial do jor-
nal ... Correio Braziliense" de 11 do corrente, sob o P.rojeto de Lei da Câmara n~ 6f?l tnl'_ 237 /79,_-qa I.~. I__...:..~ COmuniCaÇão d~ Pfes_~dência
tftulQ. "Prioridade Social" Casa de origem), que fixa em oito horas a jorncada de
- Adiamento da votação do Requerimento n~ 72f85,
trabalho dos vigias. Votação adiada por falta de
lido no Expediente, por falta de. ''quorum".
SENADOR VIRG[L/9 TÁVORA ·~ Conside- quorum.
rações sobre artigo publicado no jorna~ ... Diário do -Requerimento n~ 15/85, solicitando a· consti- 1.3.2- Discursos após a Ordem do Dia
ComérciO e Indústria". de hoje, de a~toria de Aloisio tuição _(je_ÇomissãO Parlamentar d~ ln,_g_~é!rit-oodesti­
Biondi. nada a investigar os falaiHJ.IIJI~.. <;Olocarãm em risco b SENADOR JOÃO LOBO- -çonsideraç__ões sobre
controle acioná.rio, pela l)nião, da Companhia· Vale o Requerimento nY 15, de 1985, constante do item 2
do Rio Doce. Votação adiada por falta d~ "qu_orum".
SENADOR HUMBERTO LUCENA - como da Ofdem do Dia da presente sessão. soli~itando a
Líder- - SUgestão de S. Ex~ ao Senhor Presidente da -Requerimeniõ -n.., 57/85, requerendo urgência constituição de ComisSão Parlamentar de Inciuêrito
República com Vistas a· remeter ao Congresso Nacio- p~fra.oOfíciO 'SJ2, de 1985, do Governador do Esta- destinada a inyestigar os fatos que colocaram em ris-
nal em forma de projet~ de lei. recente decreto que do- do Rio Grande do Norte, solicitando autorização co o controle acionãrio, pela União, da Companhia
instituiu o Projeto Nordeste. Preocupações levadas do Senado Federal para realizar oPeração de crédito Vale do Rio Doce,
0642 Terça-feira 16 DIÃiUO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção ll) Abril de !985

EXPEDIENTE
CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERAL

LOURIVAL ZAGONEL DOS SANTOS DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL


Oiretor-Geral do Senado Federal Impresso sob a responsabilidade da Mesa do Senado Federol
NiSIO EDMUNDO TOSTES RIBEIRO
ASSINATURAS
Diretor Executivo
JOÃO MORAES DA SILVA
Via Superfície:
Diretor Administrativo
Semestre ................•........•... , ..• ·· • • • . . CrS 3.000,00
MÁRIO CÉSAR PINHEIRO MAIA
Ano Cr$ 6.000,00
Diretoi Industrial
PEDRO ALVES RIBEIRO Exemplar Avulso, Cr$ 50,00
Diretor Adjunto Tiiagem: 2.200 exemplares.

SENADOR LENQIR VARGAS- Criação, pelo 1.3.3- Designaçio da Ordem do Dia da próxima 3 - INSTITUTO DE PREVIDENCIA DOS
Governador do Estado de Santa Catarina, do Conse- sesSão. CONGRESSISTAS
lho Extraordinário de Reconstrução - CER, que Ata de reunião da Assembléia Gerat Ordinária
1.4- ENCERRAMENTO
institui o Programa Expecial de Reconstrução doEs-
tado de Santa catarina. 4- GRUPO BRASILEIRO DA UNIÃO INTER-
2 - DISCURSOS PRONUNCIADOS EM SES- PARLAMENTAR
SENADOR CESAR CALS-Apelo ao Presidente SOES ANTERIORES ,
da PETROBRÃS, no sentido da reativação das ativi- A tas de reuniões da Comissão Dire(ora e da Co-
dades de prospecção daquela empresa na bacia do - Do Sr. Octávio Cardoso, proferido na sessão de missão Deliberativa.
Ceará. 11-4-85. 5 - MESA DIRETORA

SENADOR NELSON CARNEIRO- O proble- -Do Sr. Helvídio Nunes, proferido na sessão de 12- 6 - LIDERES E VICE-LIDERES DE PARTI-
ma dos agrotóxicos. 4-85. DOS

Ata da 41' Sessão, em 15 de abril de 1985


3' Sessão Legislativa Ordinária, da 47' Legislatura
Presidência dos Srs. José Fragelli, Passos Pórto, Enéas Faria e Alberto Silva

ÀS 14 HORAS E_30 MINUTOS. A,CHAM·SE PRE- PROJETO DE LEI DO SENADO Justificaçlo


SENTES OS SRS. SENADORES: N9 58, DE 1985 Há um cliimor generalizado no País para que se aca-
Altera dispositivo da legislaçio previdenclárla, bem com discriminações injustificáveis, particularmente
Jorge Kalume - Mário Maia - Fábio Lucen·a - coni -vlStas- a d-eterminar que as rdhas solteiras de no que se refere às diferenças remuneratórias ou mesmo
Aloysio Chaves- Qabríel Herm~_-:-_ Hél!o Gueiro~_­ qualquer condiçio permaneçam como dependentes de natureza previdenciária atualmente existentes.
Américo de Souza - Alberto Silva - Helvfdjo Nunes - dos segurados da previdência, independentemente de Tais orientações, quando consideradas concj_uistas so-
-João Lobo- César Cais- Virgílio Távora....:__ Carlos limite de idade. ciais e, portanto, acertadas, devem, entretanto, estender-
Alberto - Moacyr Duarte- Martins Filho - H;um- se a todos.
berto Lucena- Marcondes Gadelha- Cid 'sampaio-
O C~ngresso ·Nacional decreta; É o caso das filhas dos segurados que, no âmbito mili-
Nivaldo Machado~ Luiz Cavalc_ante- Lourival Bap-.
Art. 19 O inciso I do art. II da Lei n'1 3.807, de 26 de tar, são dependentes em qualquer condições que se en-
ti:;tu- Passos _Põrto- Lo manto Júoior- José lgnácio
agosto de 1960, já modificado por legislação anteriorf\ contrem (casada, solteiras ou viúvas) sem nenhum limite
Ferreira- Nelson Carneiro- Itamar Franco- Muri-
passa a vigorar com a _seguinte redll:ção: de id~e. enquanto que na esfera da previdência comum,
lo Badaró - Henrique Santillo - Mauro Borges -
Gastão Müller- José Fragelli- Enéas Faría- Jorge aplicável aos trabalhadores em geral, deixam de sê-lo tão
1- a esposa, o marido inválido,_ a companheira, logo completem 21 anos de idade, salvo se forem ilivâli~
Bornhausen - Lenoir Va_rgas - Octávio Cardoso. mantida há mais de cinco anos, os filhos de qual- das.
quer condição menores de dezoito anos ou inváli-
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli)- A lista de pre- dos, e as filhas solteiras de qualquer condição; Trata o projeto, por isto, de procurar igualar referida
scnçu acusa o comparecimento de 35 Srs, Senadores. Ha- situação.
vt::tu.lo número regimental, declaro aberta a sessão. Art. 2'1____ As de!ip~sas decorrentes da execução dest;;~.lei Parece chegado q momento de o _Congresso, em casos
Sob a proteçào de Deus iniciamos nOssos trabalhos. corr~rão à conta das fontes normais de receita da previ- de manifesta eqUidade, como o atual, romper o círculo
Sobre u mesa, projeto de lei que vai ser lido pelo Sr. J9. dência social. de fe_rro do parágrafo único do artigo 165 da Carta
Sc;.·retário. Art. 3Q Esta lei entrârá em vigor na data de sua Constitucional de 1969, para que. o prinCíPio maiOr da
publicação. igualdade de direitos e de deveres não sofra injustificáVel-
E lido o seguinte Art. 49 Revogam-se as disposições em contrário. violação, Ainda recentemente, o Senado Federal, unani-
Abril de \985 DIÁRIO DO CONGRESSO NÁCIONAL(Seç1io II) Terça-feira 16 0643

memente, aprovou entre aplausos a criação do Estado de II, de Dom Josê Cardoso Sobrinho, pernambucano, no Por isso, Sr. Presidente, eSrs~Senadores, passo aqui a
Tocantins;- acOlhendo projeto de iniciativa parlamentar, momento Bispo de Paracatu, para substituir o antigo Ar- lú o-ean.oiíal ·a que estou me reportando:
com largo e justificad_o aumento da despesa pública e cebispo de Olinda e Recife, Dom Hélder Câmara.
criação de numerosos cargos, repudiando a interpre- Esse assunto justifica, à saciedade, requerimento de P.RIORIDADE SOCIAL
tação literal e rigorosa do artigo 57 da Constituição. congi-atulações com a Arquidiocese mais famosa do
Sala das Sessões, 15 de abril de 1985.- Nelson C~r­ País, de Olinda e Recife, pela escolha do seu novo Pas- Dos problemas mais graves que atormentam O
neiro. tor. País, o desemprego ê sem dúvida, aquele de maior
- A imprensa faz alusão aos s_eus títulos, às suas quali- ressonância sociaL A desativação de grande parte
LEGISLAÇÃO CITADA dades inegâveis, às suas virtudes. Por isso, os católicos de na força _de_ trabalho, provocada pelas políticas re-
LEI N' 3.807, DE 26 DE AGOSTO DE 1960 Olinda e_ Recife têm os justos motivos para o júbilo que c_essionistas do passado recente, põe em movimento
Dispõe sobre a Lei Orgânica da Previdência So- Pernambuco inteiro, e diria mesmos atê o Brasil todo, quase todos os fatores sociais de perturbação. Des-
cial. tem razões para manifestar. . perta inconformidades difíceis de serem contorna-
Tivemos à frente da Arquidiocese de Olinda e Recife a . das, com repercussões na própria estabilidade polí-
CAPITULO 11 figura de O. Hêlder Câmara. Combati_do por uns, aplau- tica, alêm de gerar o desespero de natureza conta-
Dos dependentes dido por outros, e por muitos seguido incoitdiciOnalmen- gi3nte. Essa disfunção do sistema económico ê ain-
-- - te, S. Ex• Revm• no cumprimento da missão recebida, da mais preocupante, quando se sabe existir no Bra-
Art. II. Consideram-se dependentes do segurado, soube imprimir a sua marca pessoal, o seu estilo, a sua sil cerca de sete milhões de dese'mpregados com suas
para os efeitos desta lei: _ maneira de administrar os negócios da Igreja e conduzir famílias n-a maiOr paite, atiradas à tragédia da fome.
I - a esposa, o marido inválido, os filhos de qualquer os rebanhos sob sua liderança. Acresce no caso brasileiro a circunstâricia de que
condição, quando inválidos ou menores _de 18 (dezoito) Não é hora de registrar discrepâncias. Não é o mo- a insuficiente oferta de emprego ê crônica, cada vez
anos, as filhas solteiras de qualquer condição, quando mento de acentuar mesmo alguns erros, assim considera- mais agravada pelo pressão de quase dois milhões
invãlidas ou menores de 21 (vinte e um) anos; dos pelos que o combatiam, mas é hora de registar que S. de Jovens que, anualmente, forçam ingresso no mer-
II- o pai inválido e a màe; · Ex• Revm• se houve a contento e se conduziu de modo a cado de trabalho. Outro aspecto negativo da estru-
III- os irmãos inválidos ou menores de 18 (dezoito) merecer os aplausos e o apoio de quase toda a Arquio- tura de trabalho reside no fato de que parte signifi-
arios e as irmãs solteiras, quando inválidas ou menores diocese de Olinda e Recife. cativa da população adulta vegeta no chamado mer-
de 21 (vinte e uni) anos; No que toca ao seu substituto, o que os católicos espe- cado marginal, ex~rcendo funções não instituciona-
§ I'~ O segurado poderá designar, para fins de per- ramos ê que S. Ex~ Revm• siga o caminho que se traçou lizadas e mal remuneradas.
cepção de prestações uma pessoa que viva sob sua de- há tantos anos no desempenho de outras missões, sem- . Estatísticas recentes da Fundação Getúlio Var-
pendência económica, inclusive a filha ou irmã maior, pre atento aos princípios do Evangelho, conduzindo com gas asseguram que cerca de um terço da força de
solteira, vi6va ou desquitada. acertos os destinos da grande fração de católicos que ele trabalho vegeta na pobreza absoluta, devido à ine-
§ 2'~ A pessoa designada apenas fará jus à prestação . teve, em diversas oportunidades, o_ ensejO de liderar. xistência de empregos. Uma parte desses contigen~
na falta dos dependentes enumerados no item i deste ar- Portanto, Sr. Presidente e Srs. Senadores, considero tes humanos exerce pressões maléficas sobre as polí·
tigo e se por motivo de idade, condições de saúde ou en- plenamente justificado o requerimento de congratu- ticas migratórias, pela formação ·de verdadeiras pro-
cargos domésticos, não puder àngariar meios para o seu lações com a Ar(iuidioCese de Olinda e Recife, pela no- Cissões na.direção dos grandes centros urbanos. Aí
sustento. meação de Dom José Cardoso Sobrinho para substituir nas J)eriferi:i.S- Urbanas, estabelecem-se em precárias
D. Hélder Câmara. Por isso, em atenção aos sentimentos condições habitacionais, formam os cortiços e as fa-
(Às Comissões de Constituição e Justiça e deLe- religiosos do povo de Olinda e Recife, de Pernambuco · velas, fundam-se em palafitas sobre os alagados. Es~
gislacão Social.-) todo, e por que não dizer do Brasil inteiro, estou justifi- sas violentas condições de s_obrevivência, pois desas- ·
cando essa posição, à. Mesa, no dia 11 próximo findo, sistidas de elementares provisões infra-estruturais,
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli)- O projeto lido por e$SC grande acontecimento sem dúvida de tanta sig- só podem gerar sitUlições t:imbém violentas, entre as
será publicado e despachado às comissõeS competentes. nificaÇão- para o povo daquelas cidades. quais sobressaem as agressões contra a sociedade.
Outro assunto, Sr. Presideate, Srs. Senadores, é o refe- É dessa ordem e dessa dimensão a eSsência do
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli)- A presidência problema que o novo governo da República preten-
rente à inserção, no Diário do Congresso, para que cons-
recebeu, do Governador do Estado do Mato Grosso, o de enfrentar._ Para buscar soluções emergenciais, ca-
te· dos Anais, do Editorial do Correio Brazillense, edição
Oficio ri9 S/17, de 1985,_ s_olicitando, nos termos do item pazes de situá-lo em níveis menos dolorosos para o
de 11 do mês em curso, sob o títuiQ. "Prioridade Social".
IV do a:rt. 42 da ConstituiçãO, autorízação do Senado conjunto da sociedade, o Governo colocará. em açã.o
Federal a fim de que aquele estado_ possa realizar ope- Sem dúvida nenhuma que neste País e nesta hora, plano específico e de urgência. A próxima reunião
ração de empréstimo externo, no .valor de USS prindj)ãlmente nesta hora atormentada, nesta hora an- mínisferial tratará de definir os termos dessa ope-
66,500,000.00 (sessenta- e seis milhões e quinher).tos mil gustiada, hâ muitas prioridades; sobretudo prioridades ração e de implementá-la com os recursos que forem
dólares norte-americanos), para os fins que especifica. de carácter SOcial a se.rem enfrentadas pelo gÕv-efno d~ possíveis captar nas rubricas ol-çamiiltárias.
A matéria será despachada às Comissões de Finanças Nova República, e, entre elas, nenhuma é maior do que a O pressuposto fu-ndamental para o combate ao
e de Constituição e Justiça. que se relaciona com a criação de novos empregos. desemprego_ é o reaquecimento da economia. A re-
Uma economia como a nossa teria qUe, para atender à cessãO· ptalicada a partir de 1982, como parte dos
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - Através do compromissos pactUados com o Fundo Monetário
demanda no setor, cr-i<ir cerca de 2 (dois) milhões de em-
aviso n'~589, de 10 de dezembro de 1984, o Presidente-do Internacional, pós o parque industrial e os setores
- pregos desiiil.ados aos jovens que chegam ao mercado de
Tribunal de Contas da União encarriinhou ao Senado có~ de serviços com limitada capacidade operacional. E
trabalho, dada a explosão demogrâfica ~que está sujeito
pias das atas das sessões em que foram tomadas decisões a própria crise econóniicq-financCira de natureza
o· Brasil. Assim, a economia brasileira deveria crescer a
aplícando sanções aos responsáveis que relaciona, -bem conjuntural paralisou o crescimento do País, ali-
índices que assegurassem, não diria o pleno emprego,
como a discriminação dos recursos providos no período mentando ainda mais as estatísticas de desemprego.
porque esse--objetiVo é realmente díficil de ser alcançado,
de 23 de agosto a 8 de novembro de 1984. Pior de tudo é que as diretrizes recessionistas,
mas os empregos que pudessem atender ao maior núme-
O expediente foi encaminhado, com oficio, à Comis- que objetivavam eliminar alguns dos principais
ro. de jovens que procuram o mercado de trabalho a:os IS
são de Finanças, para conhecimento. agentes inflacionárioS, mostraram-se inteiramente
anos. Porque vivemos uma realidade de salários ab:iixo
Há oradores inscritos. ineficazes. A inn_ação prosseguiu a sua marcha trá-
das necessidadeS de sobrevivência humana e ait:tda do su-
Concedo a palavra ao nobre Senador Nivaldo Macha- gica, em crescente elevação, para atingir, na cabecei-
bemprego, e, o que é o-pior, do desemprego, o salário ze-
do. ra do ano corrente. o desastroso patamar dos 230%.
ro, a situação -deste País se torna dramática exigindo que
o Governo se volte, sobretudo, para o desenvolvimento Portanto, o reaquecimento da economia se inscreve,
O SR. NIVALDO MACHADO (PFL- PE. Pronun- _ econômico, imperativo a ser alcançado;· não com a tera- apesar da renitente resistência das correntes mone-
cia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.)-- Sr. pêutica que, até o momento, vem sendo aplicada e que, taristas, como única alternativa para reequilibrar a
Presidente e Srs. Senadores: em grande parte fracassou, porque toda ela moldada em situação económica do País, pelo menos quanto à
Apesar de inscrito desde o dia 11 último, nào me foi realidades diferentes da nossa. Não podemos aplicar ao geração de empregos.
possível ocupar a tribuna naquela oportunidade. Pelo Brasil o remédio de outros países, que com eles se deram Segundo os planos do atual governo os investi-
que ao fazê--lo, hoje, não tenho como deixar de reportar- bem. Temos que pensar na nossa terapêutica, na certeza mentos na estrutura económica deverão privilegiar
me aos assuntos que justificariam, no ensejo-, ainda hoje de que a economia brasileira há de crescer a níveis supe- iniciativas não dependentes da importação de bens
justificam, a minha palavra. riores ao do crescimento demográfico do País, sob pena de capital-ou de. tecnologias- para não agravar
Um desses assuntos, Sr. Presic!ente e Srs. Senadores, se de empobrecimento progressivo, capaz de criar, de gerar, os encargos do balanço de pagamentos. E, para não
refere à nomeação, por sua santidade o Papa João Paulo um perigoso clima de convulsão social. realimentar a inflação, esses recursos deverão ser
0644 Terça-feira 16 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abril de 1985

buscados em fontes financeiras-hacionais não infla- muito mais lembrando o passado, para que os erros não ministros e propostas económicas, de f9rma mani-
cionáveis. Haverá necessidade de rediredonamento sejam cometidos no presente e se 'reflitam no futuro de queísta, revela apenas o desejo de conquista do po·
das receitas orçamentárias, _ordenando-se priorida- aqui falar quando necessário. Nós, hoje, vamos nos per- der. Nega-seao povo, à opinião pública, o direito de
des que poSsam· privilegiar as políticas de emprego. mitir, pedindo a transcrição de um artigo do DCI de sá- entender corretamente o significado, vantaiens e
Não há dúvida, pois, de que o Governo est_â bado e. segunda-feira - sábado da semana passada e desVantagens de cada medida trapaceando~se quan-
diante de um dos maiores desafios políticos e econó- segunda-feira desta semana, portanto, hoje-- traçar, ao to às reais opções que cada um dos contendores fa-
micos dos últimos tempos. Apesar disso, sua dispo- mesmo tempo, algumas consideraç_ões que sejam uma ria (veja históriu "Os personagens").
sição serã fortalecida pela solidariedade nacional: advertência durante este mês de agonia por que passa- Mal, muito mal- repete ele o que dissemos hâ
Afinal, o desemprego, por configura-se como fenô- mos, de que a Nação brasileira-deve, ao lado da dor, ter, pouco. O País já viu esse filme, nos idos de 1979- e
meno multiplicador de turbulências sociais, atinge também, e já, tomadas as providências pai'a qUe não se o fin-al foi tráglco: explosão da divida externa, in-
rliretamente todos os estratos sociais- oS emprega- verifique a dicotomia que em 1979, por um simile que as- flaçãÕ galopante: dependência dos credores interna-
dos e os desempregados. susta a quem cuida da coisa pública brasileira se caracte- cionais, massacre do povo. Em 1979, como- é sabido,
rizou pela luta do domínio da condução da política eco- venceram os "bonzinhos"- ou que se apresentam
E o articUlista, dentro dessa lógica incontestável, de- nómica do Pais referimo-nos, mais especialmente, a luta como tal.
senvolve o tema da necessidade de criação de emprego, e entre os ministros ditos desenvolvimentistas e de abran- O País precisa superar seus problemas com ur-
o faz de modo lúcido, com base em considerações pru· gência de idéias avançadas em relação àqueles outros gência não pode cair outra vez na mesma armadi-
dentes, equilibradas e, sobretudo, pertinentes. - "mauzinhos", mas que justamente representavam algo lha_ Cabe, assim, recapitular a lição deixada por
Desse modo, peço que seja transcrito o editorial a cuja do passado. Referimo-no~ àquilo que, à época, tão aqui 1979,já que é este um país sem memória. Naquela é-
leitura acabei de proceder, pela sua importância e pela comentado foi pela nobre Oposição de então, isto é, a poca, antes mesmo -da posse do Governo Figueire·
lucidez dos conceitos emitidos em torno de um problema luta que Se desenvolveu contra o ex-Ministro Mário do, começaram-se a "plantar", na imprensa, versões
que, nós todos, atentos à dramaticidade do quadro por Henrique Simonsen, que desejava levar a economia bra- de que o Ministério estava dividido em duas corren·
que passa o País, sabemos da maior significação; da sileira dentro ·das suas possibilidades e todos aqueles ou- tes: de um lado o.s "desenvolvimentistas", o:;; "bon-
maior importância. tros que, denodadamente, se lançaram à liça para que zinhos" que queriam o crescimento econômico,
Sr. Presidente e Srs._Senadores, desejo, por último, por · houvesse realmente uma continuidade de desenvolvi- mais empregos etc.; do outro, o~ "recessionistas",
oportuno, registrar pronunciamento _recente do Ministro mento, quando a prudência do professor da Fundação os ministros que queriam com bater a inflação e o in-
do Exército,_ o General Leónidas Pires Gonçalves, quan-
Getúlio Vargas ditava que primeiro necessário se torna· chaço da dívida externa através do aperto no crédi-
do de sua presença, no Rio Grande do Sul, em Porto va ter o controle da situação monetária. Não vamos tra· to, do "arrocho", provocando queda na produção _
Alegre, para dar posse ao Comandante da unidade ali se-- tar porque pediremos a transcrição como parte integran- industrial, falências, desemprego (veja históri~ "Os
diada. S. Ex• reafirma a vocação de legalidadj!_ daS --
te do nosso pronu'nciamento, deste primoroso discurso, personagens", nesta página).
Forcas Armadas, e faz sentir que a Constituição será
que deve ser tomado por todos os presentes, por todos Na verdade, o Ministro Mário Henrique Simoil-
cumprida rigorosamente,_ e que nós jã demos uma prova
aqueles que hoje têm a responsabilidade pela condução sen, então no comando da economia como Ministro
de maturidade política. As Lideranças políticas deste da política nacional, como um aviso da autoria justa· do Planejamento, desejava tomar medidas par<;~.. "se-
País, e as diversas lideranças de outros setores da vida mente_de Aloysio Biondi, ::iquele cronista que foi tão se· gurar" o crescimento da indústria - mas previa-se
riacional estão todas conscientes _dessa responsabilidade vero muitas VeZes na apreciação dos atas _da adminis· expansão e·empregos para outras áreas. Razões da
e sentem-se tranqUilas da manutenção do quadro institu- tração passada, mas que realmente teve a seu cargo a de- estratégia: segurar o crescimento das importações
cional brasileiro. fesa daquilo quea_elese afigurava, por certo, ser o JUSto-. exigidas pela indústria até que fossem concluíd~s os
A propósito, ainda hoje, o Presidente do Senado, o Se- GostÚia aqui de recordar, a este Plenário que no meiO grandes projetas, inidados no Governo Geisel, pai'a
nador José Fragelli e o Presidente da Câmara, Ulysses do n~gativismo tremendo_ que envolveu todas apre· substituir matérias-primas e produtos básicos (aço,
Guimarães, faziam sentir -a- sua confiança em que as ciações da economia em 1984, principalmtmte nOs pri- metais não ferrosos, papel e celulose, petróleo etc.),
Forças Armadas garantiriam a tranqUilidade institucio- meiros meSes, insuspeitamente aquele crítico tãá grande, Paralelamente, previa-se a contenção da inflação
nal. Assim, não é fora de propósito que aqui se reafirme foi o pioneiro do reconhecimento do que realmente o Essa estratCgja, evidentemente, contrariava os inte-
esse_ fato, e que se insista em dizer: fiéis a vocação demo- Brasil iria ter, de um lado, aquele superávit que apresen- resses dos grandes grupos industriais e empresariais
crática do povo, fiéis ao sentimento de liberdade que do- tou__ na balança comercial e, de outro, principalmente, do SUl-Sudeste, beneficiados pela pOlítica -de "cres-
mina esta Nação, fiéis ao espfrito e à índole da nacionali- qu_e os anos negros de 83 e fins de 82 estavam sendo aos cimento-a -qualquer preço" (e o preço no caso, era a
dade, as elites dirigentes - e uso a palavra no melhor poucos deixados no passado, em tennos de desempenho inflação e o crescimento da dívida externa). Uma
sentido~ unidas e conscientes, estão firmes na detenD.i-
da economia. Campanha bem orquestrada (veja história "Os hob·
nação de lutar, para que não sofra mais nenhuma inter-
Mas, ,que diz S. Ex•? bies"), em que o ministro Simonsen era apresentado
rupção o regime- democrático, que pitsSou pOr muitas
como ""mau",. "recessionista", levou o Ministro
dessas interrupções, as quais deixaram lembranças dolo- • Aloysio ,Biondi Delfim Netto de volta à posição de superministro,
ros~s. Todos nós que temos a responsabilidade de um
O -Governo da Nova República nem bem co- de que já gozara de 1967 até !974. Ele subiu, entré
mandato popular; mandato conquistado a duras penas meçou e já vai ficando clara a pior ameaça que po~ apl<iUso$ entusiásticos de empresários e economistas
nas ruas, confiado por um pcivo que, tantas 'vezes enga- deria pairar sobre ele e sobre o País: a luta pelo po- "bonzinhos", afirmando que a. ''dívida externa não
nado em sua b_oa fé_, tantas vezes ludibriado nas suas es- der, isto é, a luta peLo comando da política económi- impOrta, o que imp-orta é crescer". E deu de ombros
peranças, ainda acredita no regirrie democrãtioo, por ca. Muito mais rapidamente do que se poderia pre- -à inflaçãO: O resto da-história, todos conhecemoS: a
considerá-lo compatlvel com a sua índole e sua vocação, ver, o noticiário da imprensa vai reveland_o_um cho- dívida dísparou, a inflação dispaíOu, o Brasil, sem
não podemos decepcioná-lo. que· de correntes de força, dentro _do Ministério, dólares, foi empurrado para os braços do Fundo
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. (Muito bem! com opiniões aparentemente divergentes quanto ao Monetário fnternacional e credores internacionais e
Palmas.) "modelo económico" que_se_deyeria adotar. De um teve, aí sim, que se -sujeitar à bfuhl recessão e ao
lado, estariam os ministros. "bonzinhos", preocupa- brutal desemprego de 1982/1983. Uma '"crise" gi-
O SR. 'PRESIDENTE (José Fragelli) - Concedo a dos co~ os problemas sociais, querendo o bem· gantesca que poderia ter sido evitada se, em 1>.)79, o
palavra ao nobre Senador Martins Filho. estar do povo, dotados de 8--randes sentimentos na- País tivesse aceitado segUrar -o Crescinlento da in-
cionalistas, tantó que seriam grandes defensores da dústria (e continuar crescendo em o.utras áreas),
O Sr. Martins Filho- Desisto da palavra, Sr. Presi-
industrialização e do avanço tecnoló'gico -do Brasil. temporariamente, isto é, até que dependesse menos
dente.
Do _outro lado, estariam os mirlistros. "maus", dis- de importações. ·
O SR. Pl!ESIDENTE (José Fragelli) - Coneedo a_ postos a massacrar o povo~. "entreguistas", teleguia- Hoje, ministros e economistas novamente se
palavra ao nobre Senador Virgflio Távora. dos do Fundo Monetário Internacional, e desejosos apresentam comQ "bonzinhos", tentando conseguir
de destruir a m'dústria naci~nal, para transformar o apoio par1:J "puxadas de_tapete" semelhantes às de
OSR. VIRG!LIO TÁVORA (PDS- CE. Pronuncia Brasil, outra vez, em "colónia'' de grandes potên- 1979. Ora, suas propostas, aplicadas pelo Ministro
o seguinte discurso.)- Sr .. Presidente, Srs. Senadores: cias. Delfim Netto naquela época, deram no que deram.
De acordo coni as diretrizes traçadas pela nossa Lide- Em um regime democrático, é_essencial 3. diversi- Chegou a hora de testar as propostas dos Ministros
rança temos, tanto quanto po-ssível, procurado, respei- dade de opiniões mesmo dentro do próprio Gover- _chamados de "maus": o País tem o direito de saber
tando a dor por que passa toda a classe política, toda a no - atê que as_ _decisõ_es sejam tomadas -, para se elas realmente são infrutíferas~_Mesmo porque,
Nação brasileira, não tocar em assuntos que envolvam que todos os ângulos de_cada questão sejam analisa- _até agora, os ministros ditos_ "maus" estão adotan-
uma critica que defina nossa ação de oposição contumaz dos, através do debate interno, na busca da melhor do medidas práticas contra a inflação, deixando de
ao Governo que se instalou a 15 de março· de 1985. Mas __ so_lução para o Pais. Mas não é essa saudável diver- lado as teorias pomposas que infestam o debate eco-
pão nos furtamos, muito mais ·como uma advertência, gêTJcia que está em cena. A tentativa de "rotular" nômico. E, ao contrário dos ministros e economis-
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACiONAL (Seção 11) Terça-feira 16 0645

tas .. bonzinhos", o povo brasileiro exige a queda da do crescimento econômico integraram os quadros nais, "logo depois do carnaval". O ..catastrofismo"
inflação - fonte permanente de dificUldades para dos chamados. "economistas de oposição'', nos últi- está de volta, com todas as suas conseqüências ne-
resolver os problemas da economia. E a situação do_ mos anos - da.i ser fácil apresentá~ los como. "a fa- fasta-s, jã que ele superdimensiona problemas, alar-
povo. vor do povo". Acontece, porêm que os. "economis- ma os empresários, inibindo negócios etc. A "mo-
tas de oposição", e seus economistas, foram forma- da", agora, é dizer que_ o Brasil vai perder rapida-
CONHEÇA OS PERSONAGENS EM: "GUER- dos sob a ideologia muito propagãda na década de mente suas reservas de dólar~. proque o saldo da
RA" 50, de que soffiente políticas de-industrialização e balãnça comercial (exportações menos importações)
crescimentd econômico acelerados permitiriam que será menor do que o _previsto. Estranhamente, esses
Quem são os Ministros.~bon_ziohos" e os Minis- países 'subçleserivolvidos Como o Brasil (da época) economistas- estão· coníetendo, em seus cálculos, os
tros "maus", em luta pelo poder dentro do novo conseguiriam romper a. ••dependência" em relação mesmos enganos vistos no ano passado: no total de
Governo? Já há algumas décadas, duas correntes de ap_s países ricos (chamados d~ ...centrais''). Asssim, empréstimos já garantidos ao Brasil, por exemplo,
economistas' estão em choque-no Brasil (e no resto ·para eles, na realidade, a infalção não tem impor- deixam -de irii::luir oS créditos concedidos por bancos
do mundo, em diferenças de nuanças). 0$, "bonzi- tância, se esse for o preço para crescer. Em poucas oficiais~dos países ricos; ou agênciás ·nnailCCiraS in-
nhos.", ou que se ~presemtam como tal, são os cha- palavras: mergulhados na,_ ••ideologia _desenvolvi- . ternacionaiS, como o Banco Mund~al. Esquecem-se
mados ..desenvolvimentistas", isto ê, que pregam o mentista", viraram' teóricos que se esquecem does- de que o valor dos juros a serem pagos pelo Brasil
crescimento económico cQmo solução para todos os sencial, ísto é, que o povo (que dizem defender com serã inferior ao previSto, porque eles estão em queda
problemas da economia. Assim, eles dizem que a in- Suas propostas) ê esmagado pela inflação. Em con- no mercã.do ínternacional. Ignoram que tambêm a
flação deve ser combatida através do_aumento da versas reservadas - e em alguns artigos publicados previsão de investimentos estrangeiros no Brasil (a-
produção (porque o aumento da oferta deveria pro- na imprensa·-- eles cheg-a.m a defender que uma in- - ·-pénas·-uss 1,0 bilhão) deve ser Supàada. E, filial-
vocar a baixa de preços). Já os "maus" seriam os flaÇão de 200% não causa problema,~ ..se ela for está-· mente, desprezam a possibilidade de a produção de
"conservadores", 01,1. "monetaristas": eles defendem vel". Por quê? Porque, dizem, com taxas de inflação petróleo ultrapassar as expectativas, reduzindo im-
o controle_ do crédito, das emissões de moeda, como estáveis, mesmo aitas, as empresas têm condições de portaçõeS e Poupando dólares.
forma d~. "esfríar" a economia e provocar a queda planejar seus negócios, e com isso a economia conti-
no consumo e, por conseqUência, provocar a queda nua a andar. Esqueceram-se de que o assalariado, Sr. Pr~idente, Srs. Senadores, por que ler e pedir a
dos preços. Em resumo, os. ~·desenvolvimentistas" perdendo_ 8%, 9% oU 10% de seu poder aquisitivo transcrição, como parte fundamental de nosso_ pronun-
defendem o combate à inflação através d~. "mais mês a mês, até o reajuste semestral, está sendo vio- ciamento, desse artigo? Justamente pela experiência vívi-
crescimento" (e por isso ajudaram a derrubar o Mi- lentamente· sacrificado. EsqueCeiam-se- dos proble- da de tempos passados, que desejamos, num alerta, fazer
nistro Simonsen- e ãplaudiram a política do Ministro mas sociais, de que tanto falam -em tese. Se as em- com que nos atuais, os erros não se repitam. Reservemo-
Delfim Netto; em 1979). Já os "monetaristasn de- presas vão bem, e a economia parece bem, tudo está nos para uma apreciação em globo de todo este primeiro
fendem a queda da inflação através da contenção da bem. Em resumo: não há Ministros ....maus", ten- ' mês de Governo, tão logo cesSem as apreensões, no res-
produção ou, em casos extremos, da recessão. tando esmagar o povO, a pretexto de combater a in- peito, muito bem aqui delineado pelo nosso Líder Muri-
Como é esse o caminho recomendado támbêm pelo fação. Há Ministros posando d~ .. bonzinhos", e que Io Badaró, à comoção por que passa toda a Nação.
FMI, os.. "monetaristas" ou.. ••_cQJtservadores" _silo na- vefdade São a· favOr da manutençãO da Inflação - Mas, o alerta aqui fica feito. Repi-oduz-se a mesma
chamados d~ "entreguistas", inte!essados em des- - esquecendo-se ainda de que, dOs 200% ao ano, -coisa e diremos nós, coino Aloysio Biondi;, ·~Esse nlme
truir a indústria nacional, através da recesSão, sem ela pode pular p~üa os 400%, 500%, 700%, levando o nós jã Vimos. E te~minou (muito) mal."
falar no aumento_ do desemprego e dos problemas País aos caos social e político. Era o que tínhamos a dizer, Sr: Presidente. (Muito
sociais. . bem'!)

A TENTATIVA QUE ESTÁ SENDO FEITA UM CASO DE VESGUEIR.A CONSERVADO-


RA O SR. PRESIDENTE (Enéas Faria)- Coriceâo a pa-
A esta altura, o choque entr~ ... monetaristas" e lavra ao nobre Senador Humberto Lucena, como Líder
'"desenvolvimentistas", dentro do Ministério do Uma área em que o Governo parece acometida do PMDB.
novo Governo, é um fato até certo porito. "inventa- de.. ••vesgueira" conservadora: o Salário mínimo.
Rejeita-se a proposta de conceder um aumento real, O SR. HUMBERTO LUCENA PRONUNCIA
do", com fins-políticoS. Por quê? Porque os Minis-
acima da infação (10%, 15% ou 20% além do INPC), DISCURSO QUE, ENTREGUE À REVISÃO DO
tro:;. ''"conservadores" 01,1. "maus" não estão aplican-
sob a alegação de que haveria um impacto psicoló- ORADOR. SERÁ PUBLICADO OPOSTERIOR-
do um. "arrocho" radical contra a inflação, se pode-
gico negativo, exatamente no- momento em que se MENTE.
ria efetivamente levar à recessãO. PodC-se dizer mes-
mo que, surpreendentemente, eles não estão sendo tenta derrubar a carestia. A análise~. ••vesga", não O Sr. Itamar Franco- Sr. Presidente, peço a palavra
teóricos, e pirfindo pára medidas de ordem prática olha outros ângulos da questão, que podem atê au- para uma questão de ordem.
contra a infação (tomando inclusive decisões que · xiliar o combate _à inflação. Primeiro: melhoria na
provocam horror no FMI, como o controle de venda de alimentos e ritmo de comercialização de O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto) - Concedo a
preços). E como se, de repente, os Minlstrõs brasi- safras (eVitan-do que o Governo precise emifir ma- palavra aO- nobre Senador Itamar Franco, para uma·
leiros descobrissem o óbvio, rejeitado todos esses ciçamente para comprá-las, o que dificultará o con- questão de ordem..
anos: inflação. "é" algo· de preçÇ)S, logo d que é pre- trole monetârioa, a contenção da dívida, interna, o
ciso fazer é exercer vigilânciã perrriã-iieDte contra os déficit do setor público etc.) Segundo: melhoria na O SR. ITAMAR FRANCO (PMDB- MG. Pela or-
reajustes indevidos de preços. Óbvio, mas esquecido venda de produtos de consumo de massa, como dem. Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, Srs. Se-
estes anos todos, repita-se. Os. ••conservadores", di- calçados ou vestuário, com a!Jmento na arrecadação nadores.
tos teóricos, arregaçam mangas e passam a exami- de impostos e, portanto, maior controle sobre o dé- Em 1972, apresentamos um projeto que recebeU no n9
nar os custos das empresas, a fiscalizar e conter suas ficit do setor público e dívida inteiria - e- menor- - 147,, .. que iseilta de qualquer tributação os proventos da
margens de lucros e estendem os controles atê o co- pressão sobre os juros e a iitfl~ção. Detalhe: em na- aposentadoria". É um projeto de alto alcance social, ele
mércio, como foi anuriciiido-- na- qUinta-feira. Mos- nhum desses casos_- produtos agrícolas ou indus- já foi aprovado -em primeiro e segundo turno e estã.inos
tram disposição para governar, isto é, administrar triais - haveria prejuízos à exportação, jã que a si- 'aguiudando na ComissãO de RedaÇão, fazão pela qual
permanentemen~e. Não hâ nada de teorias...maneM tuação do mercado mundial, a curto prazo, não lhes consulto V. Ex~· sobre o andame!lto desse projeto.
taristas", de.. "recessionismo" nessa política. En~ é mesmo favorável. De quebra: um aumento real
quanto isso, os ••desenvolvimentistas" insistem em - - para o salário mínimo (não de irrisórios 3% ou 5%) O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- 0. projeto a
ignorar essa realidade, e usam -e iibi:isam 'de slogans, - - melhoraria a dís-posíçãO do movimento sindical em que V. Ex• se refere já teve o parecer da Comissão de Re-
para se apresentar como os_ "bonzinhos", interessa- relação ao novo Governo, abrandando os conflitps daçãq._lidà na última sexta-feira. Tão logo seja cumprido
dos no bem-estar da população, através do. ••cresci- tfabalhistas, que podem ter aspectos inflacionários. o interstício regíirie'nfal, previsto no art. 302 do Regi-
mento da economia que levaria à criação de empre- mento Interno, a Presidência determinará a sua inclusão
gos'~. UM CASO DE V ESGUEIRA CA TASTRUFISTA na Ordém do Diã:

QUEM~ A FAV(JR DA INFLAÇÃO~ No. ano passado, 90% dos economistas, por culti- O SR. ITAMAR FRANCO--,.,... Vou aguardar, então,
var-em Q, HcaüiStrofismo" em suas análises sobre a as providências de V. Ex• Muito _obrigado.
Os Ministros incumbidos do combate à-inflaçãO, economia brasileira, erraram em suas previsões. Di-
chamados d~. "conservadores", estiveram ligados ziam_ que as exportações não cresceriam, que a re- O SR. PRESIDENTE (Passos pôrto) - Concedo a
aos últimos governos - daí ser fácil apresentá-los ces,são se agravaria, que o Brasil precisaria pedir atê palavra ao_ nobre_ Senado_~- !o.ão L.obo, _para uma breve
comQ. ••maus". Os MinistroS que Se dizem adeptos "mais USS 10 bilhões" aos banqueiros internado- comunicação.
0646 Terça-feira 16 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Scçào II) Abril de 1985

O Sr. João LObo- V. Ex• deve me conceder a palavra Desta feita, estou endereçando, mais uma vez, desta Campos e José lgnâcio Ferreira, de adiamento devo-
pela ordem de inscrição, não para uma breve comuni- tribuna, este apelo para que não se diga que o Legislativo tação para o dia 18 de abril de 1985.
cação. ficou ocioso e omisso num assunto dessa_ relevância. Sr, Presidente, nósjâ estamos no dia .1_5_ de abril. Não é
Era o que eu tinha a dizer. (Muito bem!) hora 'tio Senado da República, não só de aprovar essa in-
O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto) -: Então, eu versão da Ordem do Dia, mas permitir que a Câmara
O SR. PRESIDENTE (Passos Pô rto)- Sobre a mesa, Alta examine a Companhia Vale do Rio Doce? Não ape-
peço a V. Ex• que aguarde a Ordem do Dia, a fim de que
requerimento que vai ser lid.o pelq Sr. }'?_-Secretário. nas no seu aspecto acíonârio, como trata o requerimento
nós possamos lhe dar a palavra pela ordem de inscrição.
Concedo a palavra ao nobre Senador Alberto Silva, do próprio Líder do nosso Partido- e esta também é a
É lido o seguinte
para uma breve comunicação. int_ençã_o do Senador -Severo Gomes e qe todos aqueles
REQUERIMENTO N• 72, DE 1985 senãdOres -qu~ assinaram - para" que a gestão da Com-
panhia Vale do Rio Doce seja examinada. Aquijâ Se dis-
O SR. ALBERTO SIL'\":A (PMDB -_PI. Pa_ra uma Nos termos do artigo 185 do Regimento Interno, re- se que não se busca investigar o processo de ·ação execu-
comunicação. Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente,
queremos que o tempo destinado aos oradores do Expe- tiva ·da Companhia Vale do Rio Doce. Mas é uma abri.::
Srs. Senadores;
diente da sessãO a ser- marcada de acordo c-om as conve- gação do Poder Legislativo. .
A comunicação que eu queria fazer era um apelo ao
niências e seja dedicada a homenagem a D. Aquino Cor- Sr. Presidente, eu diria que nesta Nova República, o
Senhor Presidente da República para que mandasse re-
rea, exRGovernador de Mato Grosso, Membro da Aca- princípio democrático aí está, o processo de fiscalização
ver, neste instante em que o Nordeste estâ vivendo os
demia Brasileira de Letras, Poeta e Tribuno consagrado, do Poder Executivo tem que estar presente, ainda mais
dias mais dificeis da sua história, depois de cinco anos de
pelo transcurso dos cem anos de seu nascimento. que não foi instalada a chamada Comissão de Fiscali-
seca, essas enchentes que põem cidades inteiras debaixo
Sala das Sessões, 15 de abril de 1985.- Gastão Müller zação e Controle prevista, jâ agora, em lei, através dare-.
d'água e que já vão aí para quase quinhentos mil o núR
- Marcelo Miranda- Jutahy Magalhães- Jorge KaluR gulamentação do art. 45, Pprtanto, nada mais justo que
mero de desabrigados. E nesse instante, o INCRA resolR
me - João Lobo - Nelson Carneiro - Moacyr Duarte essa inversão, e além dessa inversão e aprovação, pelo
ve cobrar, daquelas terras que não estão produzindo
- César Cais. Senado, do requerimento ora p-retendido.
mais nada, porque toda a plantação feita foi dizimitda ou
Era o que tinha a dizer. (Muito bem!)
está debaixo d'água, o INCRA apresenta o imposto ele. Q SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto) - O requeri-
vado, nada mais nada menos, do que 400% a maiS que mento lido serâ objeto de deliberação após a Ordem do O SR. PRESiDENTE (Passos Pôrlo)- Em votação o
cobrou no ano passado. Que o Presidente da República Dia nos termos regimentais. requerimento,
mande rever urgentemente, porque isso só pode ser ação COMPARECEM MAIS OS SRS. SENADORES:
de quem não deseja que o Nordeste sobreviva, e sobretu- O Sr. João Lobo -Sr. Presidente, peço a palavra para
do numa hora dessas em que as terras estão debaixo d'á- Altevir Leal- Eunice Michiles- Raimundo Parente uma questão de ordem.
gua e que não têm produçâ.o nenhuma. Pagar, além de -Gal vão Modesto- Alexandre Costa- João Castelo ·
não ter produção, 400% a mais de imposto, seria como -Albano Franco- Jutahy Magalhães- Luiz_ Viana O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- Sobfe a VoR
que uma pâ de terra sobre as aspirações dos produtores - Amaral Peixoto- Fernando Henrique Cardoso - taçào do requerimento?
rurais do Nordeste e, particularmente, do meu Estado, Severo Gomes - Marcelo Miranda~ _CarJos Chiarem
O Sr. João Lobo- Perfeitamente! Eu entendo que es-
na região do delta do rio Parnaíba, onde os dois imposR - Alcides Saldanha tâ em votação o Requerimento n~' 37 j85.
tos se somam: o Património, Domínio da União, aumen-
ta 400% e o INCRA 400% sobre as mesmas terras das O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- Esgotado o O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto) - O que está
ilhas que formam o delta do rio Parnaíba. Com tamanha tempo destinado ao Expediente. em· -votação é o requerimento de inversão da Ordem do
pressão não é possível sobreviver nenhum lavrador daR Passa-se-à Dia_,
quêla região.
~um apelo que faço à experiência do parlamentar, do O Sr. João Lobo;_ E, a seguir, V. Ex'-colocará em vo-
homem público que fõí Governador do Maranhão, e ORDEM DO DIA tação o Requeriinento n~" 37/85?
. hoje Presidente em exercício do Brasil, o nosso eminente
companheiro José Sarney, para que mande imedíataR O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto) - Se _ele for
Sobre a mesa, r~querimento que vai ser lido pelo Sr. aprovado, é posto em votação o item 2 da pauta, que de-
mente rever isso, para que os nordestinos tenham ao me-
1~"-Secretârio. pende da votação do Requerimento 37/85.
nos a esperança de que depois da enchente não tenham
que pagar ao INCRA e ao Património da União, ao É lido o seguinte O Sr. João Lobo- Perfeito!
mesmo tempo, quantia de 400% sobre o que cobraram o
ano passado. REQUERIMENTO N• 73, DE 19fi5 O SR. PR.ESIDENTE (Passos Pôrto)- Em votaçàó_o
Acredito até, nobres companheiros, que isto é inconsR requerimento.
titucional: cobrar, aumentar um imposto em 400%, sem Nos termos do art. 198, alín~. "d" do Regimento ln-
Os Srs. Senadores que o aprovam queiram permanecer
autorização do Co'i:igresso, -é simplesmente inaceitável e terno, requeiro inversão da Ordem do Dia, a fim de que
sentados, (Pausa.)
inconstitucional. a matéria constante do item n~" 2 seja submetida ao Ple-
Está aprovado.
Faço um apelo aos companheiros para que me ajudem nário em }I' lugar.
nessa batalha de evitar que esses órgãos arrebentem com Sala das Sessões, 15 de abril de 1985L.....-SeVero Gomes.
a economia do Nordeste, da maneira qu~ querem fazer. O S~. M:a~iins Filho - Sr. Presidente, peço verifi-
Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente. (Muito O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- Em votação o caçã.o.
bem!) requerimento lido.
O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- Será feita a
O Sr. Itamar Franco - Sr. Presidente, peço a palavra
O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto) - Conçedo a _ verificação solicitada pelo nobre Senador Martins Filho.
para encaminhar a votação.
palavra ao·nobre Senador Nelson Carneiro, Qara uma A Presidência vai suspender a sessão por 10 minutos,
breve comunicaçã.o, O SR. PR~SIDENTE (Passos Pôrto}- ÇoncedO a aciomindo as ca_mpaínhas para chamada dos Srs. SenaR
palavra ao nobre Senador itam·ar Frãnco, para encamiR dores á. plenáriO.
nhar a votação, Çstá suspensa a sessão.
O SR~ NELSON CARNEIRO (PTB ~ RJ. Para uma
comunicação. Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente (Suspensa à.ç 15 horas e 50 minutos, a sessão é rea-
e Srs. S_enadores: O SR. ITAMAR FRANCO (PMDB- MG. Para en- berta às 16 horas.)
Na última sexta-feira, comuniquei aos lfderes de diver- caminhar a votação. Sem revisãO do orador.)- Sr. Pre-
sos partidos que se encontravam sobre a mesa, aguar- sidente, Srs. Senadores: O SR. PRESIDENTE (José Fragelli)- Está reaberta
dando assinaturas, pedidos de urgência pa-ra projetas Mais uma vez~ o-Senador Severo Gomes tenta senSibi- -·a sesSão.
que dizem respeito à fixação do salário mínímo. lizar o Senado da República, para o requerimento de au- Persistindo a falta de quorum em plenáiio, a Presidên·
Até hoje, infelizmente, os nobres líderes não se digna- toria do Senador Humberto Lucena, solicitando a cons- cia deixa de proceder à verificação solicitada, declarando
ram a subscrever o apelo, de modo que eu ratifico; Sr. tituição de uma Co111issão Parlamentar de InC{uérito des- p·r~Judi_cado o requerimento.
Presidente, desta tribuna, para que o salârio mínimo não tinada .a investigar os fatos qUC Colocaram em risco O - A5-Inatérias constantes~da pauta, constituida do Proje-
resulte de uma benesse do Poder Executivo, mas seja contrOle acionârio pela Coinpanhia Vale do Rio Doce.' to de Lei da Câmara n~' 6/81;· Requerimentos n9s 15, 57 c
uma iniciativa do_Poder Legislativo, São projetas que aí Veja, Sr. Presidente, que essa luta do Senador Severo 58/85; Projetas de Lei do Senado n~'s 26/79; 2, 340, IH _c
estão desde o ano passado e que vejo que vão ser aprova- GõlileS- fóllnlcfãda no dia 8 de março, e há O fe(juerí- J20/80, tõdos em fase de votação, ficam com sua apre-
dos e acolhidos pelo Governo dentro de breves dias. mentq_._que recebeu n~' 37, dos Srs. senadores Robeito - ciaçào adiada_ para a próxima sessão ordinária.
Abril de 1985 DIÁRIO DOCONGRESSONACIONAL (Seç5o II) Terça~fcira 16 0647

O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - O requeri- CER 30/84,_de 15 de janeiro último, que fixa as bases do nense, jã tã_o_ castigado pelas enchentes, o direito a traba-
mento rJ172/85, lido no Expediente e que nos termos re~ sistema e estabelece as_ medidas primeiras para sua im- lhar com segurança, e a produzir, como, aliás, é de seu
gimentais deveria ser objeto de deliberação nesta oportu- plantação. feitio. _
nidade, fica adiado para a próxima sessão._ Sem risco de cometer injustiças, posso_afirmar que, no Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente, (Muito bem!)
assunto, esse projeto é um dos mais ~rios e abrangentes
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli)- Volta-se à lis- já elaborados neste País. Propõe a instituição, no Esta- O SR. PRESIDENTE (José Fragetti) - Concedo a
ta de oradores. do, de um sistema de desenVolvimento de_ bacias hidro'- palavra ao nobre Senador Américo de Souza. (Pausa.)
Concedo a palavra ao nobre Senador João' Lobo. gráficas de cuja opeiaçãó resultarã a realização de obras S. Ex• não estã presente.
e serviços estruturais e não estruturais capazes de pro- Concedo a palavra ao Nobre Senador Cesar Cais.
O SR. JOif.O LOBO PRONUNCIA DISCURSO mover a defesa contra as enchentes.
QUE, ENTREGUE À REVISÃO DO ORADOR, _ O SR. CESAR CALS (PDS - CE. Pronuncia o se-
No testemunho do eficiente Secretãrio Extraordinário
SERÃ PUBLICADO POSTERIORMENTE. guinte discurso.)_- Sr. Presidente, Srs. Senadores:
para a Reconstrução, nosso colega e ex-Senador Antô-
Todos nós estamos cientes que a Nação atravessa uma
nio Carlos Konder Reis, a proposta ..corresponde às ur-
hora de angústia em que o Presídente Tancredo Neves
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - Concedo_ a_ gentes e ingentes necessidades da comunidade catarinen-
estã preso a um leito de hospital, já com poucas espe-
palavra ao nobre Senador Lenoir Vargas. se no qu.e se refere à segurança para viver~ conviVer, pro-
duzir riqueza, a:sseg_urar a Circulação dessa riqueza, de- ranças de restabelecimento, e nós do PDS estamos soli-
seJlyolVer Sua vida social, política e cultural". dáriõs- Corri--essa 3:flição e juntamos as nossas preces à·
O SR. LENOIR VARGAS (PDS - SC. Pronuncia o
seguinte discurso.) ....,.... Sr. Presidente, Srs. Senadores; . O pla11o integra uma série de relações. Sugere soluções quele mutirão de orações pela saúde do Presidente.
As chuvas que ora castigam o Nordeste revivem trági- de ·narureza· eStruturai e não estrllü.ti"al, que integram o Por outro lado, o Nordeste não pode juntar a estas
Ca lembrança. Há dois anos abateu-se sobre os Estados Pliuio Gerat de Controle das Inundações. Esse Plano, preoCU.j:iãções óS êfeitOs de um desemprego que cada dia
do Sul catástmfe semelhante. Rio Grande do_Sul,- Para- por sua vez, integra o Planq de Desenvolvimento das Ba- que passa se torna mais acentuado.
ná e, sobretudo, Santa Catarina, viram-se inundadOs-Por ciaS- HiClrográfic3.s,- qUe~ por fiiri, é parle do Plano Esta- É necessãrlo que o Ministério nãO -deixe arrefecer o rit-
enchentes antes in-imã.glnãveis. -- dual de Desenvolvimento. mo de obras, que por si jã ê inSuficiente, para dar empre-
As violentas chuvas que d'esabaram em 1983 sobre Elaborado com base' na experiência nacional e interna- go à mãO-de-obra do nordestino que precisa trabalhar.
Santa Catarina inundar-am 138 dos 199 müniclpios~- dei- cional no tocil.nte à-administração de recursos hídricos; O Entre os assuntos que se procurou dinamizar no Nor-
xando um saldo de 250 mil desabrigados e dezenas de projeto prevê ampla participação do poder federal, esta- deste e no Brasil está o setor de petróleo.
mortos-, além de imobilizarem 80% da estrutUra produti- duaf, municiPal e comunitário no equacionamento-e so- Aiilda, há poucos dias, vim do interior do Piauí e pude
va do Estado. Os setores público e privado, então, sofre- iuç.lfo dO jnciblema das enchenteS. -v-erificar que, praticamente, todos os projetas que rece·
ram prejuízos superíofes a 600- bilhões de cruzeiros. Agora, providências indispensãveis ao bom encamí- bem incentiVos da SUDENE estão sendo paralisados,
Passada a tragédia, impunha-se o ãrduo desafio de nhamento de soluções capazes de resolver esse dramãtico poiS nerihuni investidor_se sente em condições de prosse-
reerguer o Estado. Para sua recuperaç"ão, S~ta Catarina problema precisam ser tomadas. Em ordem de priorida- guir colocando recursos próprios no seu projeto, uma
contou basicamente com recUrsos próprios, jã que a i!Jii~ de, enuncio três dessas providências: vez que foi constituída uma Comissão, pelo prazo de 90
da do Governo Federal não se aproximou das expectati- dias, que estUda a prioridade que deve ser dada aos in-
vas. Dos 80 rriilhões de dólares prometidos, até fevereiro I. Execução da Resolução CER 30/85, que aprova o centivo-s fiscais.
de 84, somente 20 milhões haviam chegado. Plano Global e Integrado de Defesa contra as Enchentes O Nordeste, Srs. Senadores, está com duas calamida-
A indústria e o comércio continUàVam-submetidos à e institui O sistema de controle e administração dos re- des: a da enchente e a da economia paralisada pelo Go-
recessão. Na verdade, o volume da produção industrial cursos hídricos e preservação do meio ambiente de Santa verno da Nova República. Entre os assuntos que se pro-
'Cm 84 retrocedeu aos níveis de 1976. Catàrina; curou dinamizar no Nordeste do Brasil estã o sucessor
As esperanças de superação da crise depositavam-se 2. Apressamento da elaboração do Projeto Global de do petróleo.
na agricultura, ,cuja produção aumentou 52,5% em re- obras estruturais de defesa contra as enchentes dos Vales Durante o Governo João Figueiredo, a PETROBRÁS
lação à fraca colheita do ano anterior. do ltajaí e Iguaçu e prosseguimento das obras cujos pro- intensificou a.sua -atenção na plataforma continental, ad-
No entanto, quando o Estado ensaiava os primeiros jetOs estão em execução de responsabilidade do DNOS; e quiriu nova tecnologia, tendo tambêm proporcionado o-
passos na recuperaçã9 dos estragos, novo desastre, pior 3. Início dos projetas de obras e serviços não estrutu- surgimento de uma indústria brasileira de equipamentos
que o antecedente, tornou a abatê-lo. E o saldo, todos rais. petrolíferos.
conhecem: 243 mil desabrigados, 15 mortos, 80 municí-
pios em estado de calamidade pública e os 119 restantes Para a concretização da primeira prioridade, ê. indis-
pensável a ampliação do convênio já exíStente entre o O Sr. João Lobo - V. Ex• me permite um aparte?
em estado de emergência.
Assim, Sr. Presidente e Srs. Senadores, inimagináveis Govetriõ do Estado e o Departamento Nacional de à- O SR. C~SAR CALS - Concedo o aparte ao nobre
há alguns anos, as chuvas tornaram-se fantasmas guas e En_ergia Elétrica - _l?NAEE- incluindo a parti-
Senador João Lobo.
ameaçadores a rondãr o·quotidiano catarinense. O inver- cipação -do DNOSI, IBDF, SEMA, SUDESUL, EL&
no de 83 trouxera enchentes antes jamais vistas. O de 84 TROSUL, PETROBRÃS e FUNAI, além das prefeitu- O Sr. Joio Lobo- Senador César Cais, pedi o aparte
superara-o com grande vantagem. E o de 85? E o de 90? ras municipais, do CREA; da UFSC, da UESC, das fun- antes que V. Ex• mudasse um pouco o teor do seu discur-
E o do ano 2000? dações educaclonais e de representação de·empregadores so, o qual esta Casa ouve com tanta atenção. Queria, Se-
Os invernos Se ap«:lxima-m.~-0 tempo urge._ O que fazer e trabalhadores urbanos e ruraiS. nador, juntar a minha preocupação a de V. Ex• sobre os
para proteger o Estado- principalmente o Vale do Ita- Recursos também são necessãrios. Para honrar os projetas, sobre os empresários do Nordeste, na atual fase
jaí- de grandes enchentes _e recuperar sua Vida econô- contratos em vigor durante 1985, õ Estido necessita-de da vida brasileira. Não sei se no Ceará, em Pernambuco,
mica e social? · 90 bilhões de cruzeiros e, para implementar novas obras,
ou na Bahia, estã acontecendo o mesmo que no Piauí,
Necessãrio recompor o sistema ecológico -do Vale, como as do Vale do ltajaí, de 50 bilhões. Comojã dispõe
que V. Ex• citou. Mas os conhecidos, os nossos amigos,
disciplinar-lhe o uso do solo urbano e rural, promover o de 20 bilhões, necessita de um total de 120 bilhões.
os empresãrios que têm projetas dei1tro-da SUDENE,
reassentamento da atividade económica, reurbanizar aS Ca,so esses- re_cursos não sejam assegurados, paialisar-
paralisaram as s_uas ativi!fades porque não têm nenhuma
cidades, estimular a retomada do processo Produtivo. se-ão as obras da Barragem Norte sobre o Rio Itajaí, já
- ·em fase de conclusão, e a dragagem e retificação dos rios segurãnçã nos investimentos. Esses projetas sofrerão so-
Eis o grande desafio a exigir do Governo de Sarifã Ca-
Itajaí~Açu e ltajaí-Mirim, ambas a cargos do DNOS .
lução de continuidade, com graves prejuízos para a sua
. tarina: harmonia, coerência, precisão e efetividade nas
ações. Essa paralisação, aliás, já está prevista. E podem ima- 'írriplantação, porque V. Ex• sabe, apenas repito uma coi-
Como primeira resposta, o dinâmicO GovernadorEs- giºar os senhores os ~~tos sociais, econômicos- e morais sa que é do conhecimento geral, a SUDENE apenas libe-
piridião Amin cria o Conselho Extraordinário- de Re- que se lhe seguirão. ra esses recursOs depois que comprova a aplicação dos
construção- CER -, que institur o Programa Especial No momento em que se instala o novo Governo da recursos próprios do empresário; depois que fiscaliza
de 'Reconstrução do Estado de Santa Catarina. República, que Se defronta com os graves problemas de- serviços feitOS Com Um mês, dois meses de construídos, e
Novos e cuidadosos estudos são promovidos. Em se- rivados das enchentes do Nordeste, estou seguro de que então libera os recursos, liberações essas que demOram
tembro de 1984, a idéia de se criar um sistema de contro- o apelo do Estado de Santa Catarina encontrarã solo fér- mais dois, três, quatro, ou talvez cinco meses, oferecen-
le e administração dos recursos hídricos do Estado, com til. E os recursos necessãrios ao prosseguimento das do, dando aOs recursos oferecidos um desgaste de cinco,
vistas à preservação do meio ambiente, veio à mente de obras serão liberados em tempo hábil, garantindo-se, as- se:s meses, pelo menos. Ora, Sr. Senador César Cals, V.
nosso Governador, criou corpo e mereceu cuidadosa sim, a segurança de pessoas e bens de vastas regiões do Ex~ sabe, nesta fase da inflação brasileira, o que repre-
pesquisa do ConSelho Extraordinário de Reconstrução. Estado. sentam seis meses de desgastes de recursos imobilizados.
Desse estudo, foi aprovado parecer do Engenheiro Edi- Sabemos todos nós que esses recursos correspondem a Então, os empresários da SUDENE, da minha região,
son Flávio Macedo. Desse parecer, resultou a Resolução investímeOJo.de breve -retorno. Afinal, dar-se-á ao catari-- estão apavorados com a perspectiva de verem os seus re-
0648 Terça-feira 16 DIÂRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abril de 1985

cursos desgastados, os seus investimentos mal remuner!lw esse esforço, ultrapassar a meta dos 500 mil barris zação do gás natural. Até o Governo Figueiredo, prati-
dos fazendo com que esses projetas se transformem em diâií6s de petróleo e a redUção da dependência de pe- camente, o gás natural estava sendo queimado ouj'Ogado.
coisa inviãvel, provocando graves e sérios prejuízos ·para tróleo de mais de 1 milhão de barris para 450 mil barris, ao mar, gás natural associado ao petróleo. Nós fizemos
toda uma região que preCisa desesperadamente_desses inw se não me engano. Então, veja V. Ex• o que representou um esforço para can:ilizar esse gás natural, e através de
centivos fiscais. Quero me solidarizar com essa parte do esse esforço no perfodo de Governo em que V. Ex•ésteve uma unidade como essa que vai ser instalada em M ucuri-
discurso de V. Ex,- à frente do Ministério- das Minas e Energia. Isso precisa pe - o projeto já está aprOvado - graça:s ao esforço do
ser ressaltado porque, muitas vezes, escutamos as Críti- próprio Ministro, vai-se separar esse gás natural, a gaso-
0 SR. CftSAR CALS- Agradeço ao nobre S~nador cas, e é muito fácil criticar....;;.. esta a vantagem de ser O- lina natural, o gãs liqUefeito de petróleo e o gás seco para
João Lobo o seu depoimento esclarecedor. Mas, na reali- posição, po-rque ·é ·muito bom, muito agradável para a indústria. Além de usar o gãs natural no transporte co-
dade, eu ainda chamo a atenção para uma coisa mais quem fica no Parlamento- mas, também, temos que sa- letivo, podemos baratear as passagens de ônibus. Nós fi-
grave ainda. Os projetas _estão sendo paralisados -rio ber fazer elogios no momento próprio e reconhecer aqui- - zemos esses projetas em todo o Nordeste, em todas as re-
Nordeste, que já tem uma alta_ taxa de des.emprego, mais lo de bom que foi feito em beneficio do País. Nesse setor giões onde existe gás naturaL Por isso, o sentido do meu
ainda com uma indefinição, porque foi constitufda uma que~V._~JC.' hOje e&fã_ abordando,_que é o problema da discurso é fazer um apelo ao Presidente da PE-
comissão para dizer quais são os incentivos fiscais que PETROBRÁS, V. _Ex'" pode t_ra.ryqüilamente _estar rindo TROBRÃS para: qüe, primeiro, vOltem· ã. ser intensifica-
serão prioritários. De modo que o prejUízo é imCnso, de satisf~çãg, pel~s resultados obtidos no período de das as atividades de prospecção na bacia do Ceará, onde
porque ninguém pode continuar investirido sem uma de- Governo em que V. Ex• esteve à frente do Ministério. há ãieasjã idelliificadas, como também um apelo ao Mi-
finição do Governo. COmo eu disse, são duas calamida~ Portanto, quero parab~izá-lo e faço votos de que não nistro daS Minas e Energiã, S. Ex~ o Sr-: Allreliano Cha-
des, a das enchentes e a do desemprego.- Eu ptide consta- paremos também na PETROBRÁS, que não seja1_11 redu- ves, a fim de que S. J;:x• não permita qUe.-Os Projetas ·
tar isso no Piauí, o cjue se repete em todo o Nordeste. zidos os trabalhos de prospecção e não vejamos mais na como os que estão sendo realizados no N ardeste, no
Mas, voltan'clo ao setor de petróleo: na bacia do Cea- empresa, ~mo hoje vi n·os indicadores fmanceh-os, d,e campo da eQergia, uma região tão carente de empregos,
rá, chegou a serem operadas sete sondas de perfuração, que neste último mês os únicos investiirientps_ que tive- dimiri.Uil" o sCU ritmO, pois a soma deles levará sem dúvi-
obtendo-se um resultado concreto. Hoje, em conseqUên~ ram resultados razoáveis foram aqUeles feitQS em ouro e da a _uma redução gradativa da dependéncia externa do
cia dessas perfurações, já existerri 8 plataformas em pro: dólar no_ paralelo. Então, veja V. Ex• que isso deve ter petróleo, além de proporcionar emprego ao homem do
dução:· uma no campo de Espada, duas em Curimã, três um significado muito grande, mostrando o paradeiro em Nordeste, que quer e precisa. trabalhar.
em Xaréu e duas em Atum. No início do_G_overno Fi- que estamos._ Por isso, faço votÕs que a PETROBRÁS E~a o que tinha a dizer, Sr. Presidente. (Muito bem!)
gueiredo, a produção de petróleo, no Ceará, era de. ~erO, também não pare.
não existia. Hoje é de 22~m_il barris por dia. O SR-_ PRESIDENTE (Alberto Silva)- Concedo a
Ultimamente, a PETROBRÁS vem desativando as O SR. CtSAR CALS ---:- Agradece o aparte e as pala- palavra ao nobre Senador Nelson Carneiro.
sondas de perfuração e, neste momento, eXiste somente vras generosas de V. __Ex~ sobre a minha ação no Minis-
uma sonda em operação. têrio. Na realidade, os números mostram que a Nação O SR. NELSON CARNEIRO (PTB- RJ. Pronuncia
Quando Ministro das Minas e Energia sempre fui in- -ínterrafêZ. Um eSforço enorme, no Governo do P"residenM o seguinte discurso.)- Sr. Presidente, Srs~Senadores:
f<?rmado que a bacia do Ceará era promissora, apreseri- te João Figueiredo, para reduiir a nossa dependência ex- O problema da fabricação e comercialização dos agro-
.tando, inclusive um óleo de boa qualidade. (19° API). terna de Petróleo. · tóxicos no País tem merec_jd9 -~onsiante atenção tanto
Existem áreas effi que já foram constatadas boas pers- dos órgãos_de divulgação, como, principalmente, de enti-
pectivas em óleo, tais como a noro~te_do Campo Atum, O S~. __:v_!_rgíl~o Távora- Pe:mite V. Ex~ um__ aparte? dades _científicas e representativas das atividades agrope-
e Poço CES.,J3, a sudeste de Curimã, que em 1980 che- cuãrii, merecendo, por igual. acurado estudo das entida-
gou a produzir em testes 120 m 3 /d. O SR. Ci!:SAR CALS - Concedo o aparte ao nobre des oficiais tanto do campo sanitário, como_da indústria,
Além disso, como áreas promissoras de gás -teiriOS-a Senador_ Virgnio Távora. do comércio, da agricultura e da pecuária.
CES-49, nas proximidades_ de Aracati, que Chegou a Pro- Diante dess_e_ _enorme interesse_ e das visiveís cono-
duzir em testes 200.000 in 3 /d e área de Acaraú, ao norte O Sr. Virgílio Távora- Eminente Senador, a primeira tações do problema com referência à saúde pública,
de Paracuru. parte de nossa intervenção, é quase que a repetição das organizou-se, nesta Casa, u.ma Comissão Mista, presidi-
Por outro lado os trabalhos em terra, na fazenda Be- palavras do eminente Representante da Bahia, da res- da pelo Senador Amaral Peixoto, que realizará investi-
lém, revelam a existência de um óleo naftênico (16 a 19° ponsabilidade que tem V. Ex• da cobrança da PE- . gações até 14 de outubro próximo.
API), próprio para turbinas, óleo idêntico somente pode TROBRÁS de prosseguir aquele esforço colossal que a Evidentemente, os vinte e dois membros dessa comis-
ser encontrado na Austrália a um preço ·que- va:ria em en1Presa realizou quando da administração dC V. Ex~ à são especial têm condições para proceder seguras investi-
torno de USS 40 a USS 60 o bariit. Como o óleo tem alia frente da Pasta a que subordinado estava. Mas gostaría- gações no amplíssimo çampo da fabricação e comerciali-
viscosidade (5.00(} a -15.000 centfp01S""ésf, es-tá previstO mos, tam-6êm, de adll.t.ir algo, isto é; perante a -ierra cea- -zação dos agrotóxicos, examinando o problema da na-
que o projeto de um gasoduto, a partir da planta de-gás rense, tem o atual Presidente da PETROBR..\S uina res- cionã.IizaÇã.O deSses insumos, o importantíssimo aspecto'
natural em Fortaleza, transporte de gás seco até Aracati ponsabilidade imiito grande. Sabe V. Ex' que o primeiro dos preços e conseqüente ânus à lavoura, mas, sobretu-
num volume de 175.000 m3 fd; onde será utilizado como plano de governo Que houve no EstadO foi reito, justa- do, os_ efeitos da sua aplicação na flora, na filuna e. ãté
combustível nos geradores de vapor de um sistema de re- mente, por S. Ex~ Hélio Beltrão, então contratado pelo sobré â saúde-humana, claramente conhecida a ação po-
cuperação especial, o que elevará a produção dos poços Governador eleito em 1962 para o Estado, e uma das saí- luente de muitos deles.
de 380 m.l/d para 2.000 m 3fd. das que S. EX• via justamente na miséria erii ·que se en- Mas é preciso que todos os Deputados e Senadores
Para o Ceará, tambéin 'é. muíto imPOriãrite O" refeiído·--:- -centrava (l_ Estado, à época, era a __industri~lização ~_a dêem contribuição a esse trabalho, principalmente de or-
projeto da PETROBRÁS, qllé-a"prõVeitará'-O'g'a:~lliãtúral procuJ.a --=- está Jâ escrito - dos recursos minerais exis- dem crítica,_ acompanhando o desempenho da comissão
associado ao petróleo _existente nos campos oft shores tentes. Queremos dar aqui o testemunho do esforço pes- por via de pronunciamentos no plenário, que terão a mr-
que estão sendo queimados ou lançados ao mar, à razão soal, da interferência -·vamos falar claro- de V. Ex•, · cessária divulgação na imprensa falada, escrita e televi-
de 500 a 600:ooo-nPya~-transPortando-o em. gaSOtfuto- tà.nto no prosseguimento da exploração of shore, como_ sionada, mobilizando a opinião pública, que precisa par-
subtnarino uma uniâãde de produÇão- de -gáS naiural dos Cã.ffipos em terra- em Aracati, -qua~do de uma des- ticipar deSsa discussão, oríeO.tando ·a seu comportamenM
(UPGN), que aproveitará 350".000-ffi 3{ci e estará pronta crençâ ou pelo menos ceticismo que existia, que lavfava to no ·sentido de denunciar O mau emprego dessas subs-
em agosto de 86, produzindo gasolina natural, gás Iiqile~ entre algun_s téc;nicos daquela companhia. R Ex~ fez a- tâncias tóxicas, indicando, ademais, quando do seu co_~
feito e gás se<:O -pararn-d-ústría--:-- - - -· quilo que devia fazer, e esperamos que o Dr. Hélio Bel- nhecimento, onde' se encontra:m focos de poluição.
trão, que tão ligado é a terra d~ V. Ex~e a nossa, também A qualidade de vida, em todo o mundo, das nações in-
O Sr. Jutahy Magalhães- V. Ex• permite um aparte? proce_da da mesma maneira. dustrializadas como naquelas em vias de desenvolvimen-
to, vem sendo prejudicada, crescentemente, pelos despe-
O SR. CESAR CALS - Ouço, com prazer, o nobre b SR. CtSAR CALS - Agradeço o aparte.dÕ Sena- jos industriais nos riOs e na orla litorânea, pela impreg-
Senador Jutahy Magalhães. dor Virgílio Távora esua palavra também generosa de a- nação mefítica da atmosfera, por alterações maléficas nõ
preciação a minha ação no Ministério neste setor, onde clima, pela deterioração biológica, fisioquímica e sani-
O Sr. Jutahy Magalhães - Quero aproveitai- pai-a;-- fiz um esforço imenso para cuinprir a minha missão. O tária de-vastas regiões do mundo.
mais uma vez, demonstrar à opinião pública, através do sentido, inclusive, do meu dlsCUfSo é chamar a atenção Cresce o número das espécies em eXtinção, na flora e
Senado, o esforço e o trabalho-gigariteSco que V:EX•, à do Presidente da PETROBRÁS, porque, muitas vezes, no reino animal, -em conseqUência dos efeitos maléíicõs
frente do Ministério das Minas e Energia, no Governo dentro do ·amaranhado de projetas, projetas in:lportantes dessa degTii.daçãO ambiental, sendo certo que o m"au uso
Figueiredo, fez na PETROBRÁS, com reláÇãO ao podem ficar em segundo plano. Srs. Senadores, já no fi- dos agrotóxicos contribui, altamentE:, pari esse quadro
problema de prospecção. Conseguimos, agora, graças ã. . nal do Governo Figueiredo, o esforço fOi leito pela utiti- negativo e ameãçadOr.
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 11) Terça-fdra 16 0649

É tempo de lutar pela preservação das espécies, pela 6 13


melhoria da qualidade de vida tanto nas cidades como
Votação, em primeiro turno, do Projeto de Lei do Se- Discussão, em segundo turno, do Projeto de Lei do Se-
nos campos, ·objetivo que criou, em vârias nações do
nado n9 2 de 1980, de autoria do Senador Humberto Lu- nado n"' 302, de 1979, de autoria do Senador Humberto
mundo, partidos ecológicos, mas, no Brasil, deve ser
cena, que dispOe sobre a escoJa.. e a nomeação dos diri- Lucena, regulando os direitos do- sexagenârio que ingres-
preocupação de todos os Par_ti.dos.
gentes das Fundações de :EnsiTto SupeftOr, tendo sa nã Previdência Social ou a ela retorna, tendo
Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente. (Muito
Pareceres, sob n'i's 747 e 748, de 1981, das Comissões: Parecer, sob n9 41, de 1985, da Comissão:
bçml)
--de Constituição e Justiça, pela Constitucionalidade -de Redação, oferecendo a redação do vencido.
e Juridicidade, com o voto vencido, em separado, do Se-
O SR. PRESIDENTE (Alberto Silva)- O Sr. Sena- nador Moacyr Dalla; e _ · O SR. PRESIDENTE (Alberto Silva)- Está encerra-
dor Jutahy Magalhães encaminhou à Mesa requerimen- da a sessão.
-de Educação e Cultura, Favorável.
to de informações.
Nos termos do inciso VI, do art. 239 do Regimento In- (Levanta-se a sessão às 16 horas e 50 minutos.)
7
terno, o requerimento serã examinado pela Presidência.
Votação em primeiro turno, do Projeto de Lei do Se- DISCURSO PRONUNCIADO PELO SR. OC-
O SR. PRESIDENTE (Alberto Silva) -Nada mais nado n"' 340, de 1980, de autoria da Senadora Eunice Mi- TÁVIO CARDOSO NA SESSÀO DE 1/-4-85 E
havendo a tratar, vou encerrar a preset:tte sessão, desig- chiles, que acrescenta parágrafo únicO ao art. 373 da QUE. ENTREGUE À REVISÃO DO ORADOR.
nando para a sessão ordinârlã-- de amanhã a segUinte. 'co·nsolidação das Leis do Trabalho , facultando à em- SERIA PUBLICADO POSTERIORMENTE.
pregada com prole o direito à jornada de trabalho redu-
zida, com remuneração prop'orcional, tendo·
Pareceres, sob n"'S 445 a 447, de 1984, das Comissões: O SR-OCTÁVIO CARDOSO (PDS- RS. Pronun-
-de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade e cia o seguinte discurso.)- Sr. Presidente, Srs. Senado-
ORDEM DO DIA res:
juridicidade;
-de Legislação Social, favorável; e Nós estamos vivendo uma grande expectativa em tor-
-de Finanças, contrário, com o voto vencido, em se- no deste prójeto enviado pelo Governo Federal à Câma-
parado, do Senador Jorge Kalume. ra dos Deputados abrindo um crédito especial de 900 bi-
Votação, em turno único; do_ Projeto de Lei da Câma-
lhões de cruzeiros, para recuperar os bancos Sulbrasilei-
ra n"' 6, d~ 1981 (n"' 237/79, na Casa de origem), que fixa 8 ro e Habitasul,, em regime de intervenção.
em oito horas a joTnada de trabalho dos vigias, tendó Naturalmente que a nossa expectativa é nO sentido de
Parecer favorável, sob n"' 190, de 1981,- da Comissão VotaçãO, em prímeiro turno (apreciação preliminar da
que se encontre uma solução e que ela seja rápida, por-
- de LegislaÇão Social. 1:onStitu.Cio"ilãlidade, nos termos do Art. 296 do regimen-
que, na verdade, esses bancos estão se deteriorando e, a
to interno), do Projeto de Lei do Senado n~> 18, de 1980,
cada dia que passa, pçrdendo a sua substância. Haverá o
de autoria do Senador Itamar Franco, que dispõe sobre
momento em que a recuperação se tornará muito mais
aposentadoria especial do músico, tendo
Votação em turno único, do Requerimento ri\' 15, de cara do que a prevista desde que o Governo optou por
Pareceres, sob n' 1.032, de 1980 e n'415, de 1984, da
1985, de autoria dQ Senador Humberto Lucena, solici- esta solução. Eu tenho até.algum recei~ de abqrdar esse
Comissão:
tando a constituição de Comissão Parlametitar de In- assunto, receio de que o nobre Senador Fábio Lucena
-de Constituição e Justiça, }9 Pronunciamento: pela
quérito destinada a investigar-os fatos que cplocararn em diga que já o abordou e que eu sou o segundo. Mas, mes-
inconstitucionalidade; 29 Pronunciamento: (reexame soli-
risco o controle acionãrio, pela União, da Companhia mo correndo esse risco de ser o segundo, eu desejo tecer
ci~ado em Plenário)- ratificando seu parecer anterior.
Vale do RiQ Doce. algumas considerações e, muito especialmente, porque
(Dependendo da votação do Requerimento n' 37/85, 9 temos a solidariedade e o apoio do nobre e corajoso Se-
dos Senadores Roberto Campos e José lgnãcio Ferreira, nador do Estado do Amazonas.
de adiamento da votação para o dia f8 de abril de 1985.) Votação, em primeiro turno (apreciação preliminar da
juridicidade, no's termos do art. 296, do Regimento ln- O Sr. Fábio Lucena - Permite V. Ex'- um aparté
3 terno), do Projeto de Lei do Senado n' 320, de 1980, de
autoria do Senador Pedro. Simon, que revoga a Lei n'
Votação, em turno único, ·do Requerimento n"' 57, de O SR. OCTÁVIO CARDOSO- Ouço V. Ex•
6.815, de 19 de agosto de 1980, que define a situação jurí-
1985, _de autoria dos Líderes Gastão Milller e Moacyr dica do estrangeiro no Brasil; cria o Conselho Nacional O Sr. Fábio Lucena- No caso que V. Ex'- aborda, o
Duarte, requerendo nos termos do art. 311, c, do Regi- de Imigração e dã outras providências, tendo caso Sulbrasileiro, não hã primeiro nem segundo, todos
mento Interno, urgência para o Ofício S/2, de 1985, do _Parecer, sob n"' 1.144, de 1981, da Comissão
Governador do Estado do Rio Grailde do N arte, solici- somos brasileiros.
-de Constituição e Justiça. pela injuridicidãde ..
tando autorização do Senado Federal para realizar ope- O SR: OCTÁVIO CARDOSO- Muito obrigado a
!ação de crêdito externo no valor de cinqUenta milhões lO V. Ex•
de dólares._ Então, Sr. Presidente, nós precisamos analisar, de ca-
Discussão, em turno único, da Redação Final (ofereci-
4 beça fria, algumas circunstâncias que envolvem esse epi-
da pela ComiSsão de Redação em seu Parecer no;. 43, de
sódio. Primeiro, nãO se trata de sanear uma instituição
1985), do Projeto de Lei do Senado n9 147, de 1982, de
Votação, em turno --único, do Requerimento n"' 58, de para devolvê· la aós reSponsáveis pelo seu desastre. Esse é
autoria do Senador Itamar Franco; que isenta de qual- o primeiro e grande ponto que precisa ser frisado. Segun-
1985, de autoria dos Líderes Gastão MUller e Moacyr
- quer tributação os proventos da aposentadoria e dá ou-
Duarte, solicitando, nos termos do art. 371, c, do Regi- . do, não se trat.a de colocar dinheiro público para salvar
tras_ proVidências. uma instituição e depois entregâ-la à iniciativa privada,
mento Interno, urgência pira o Ofício n~ S/8 de 1985, a-
través do qual o Prefeito municipal de Anâpolis (Go), 11 sem que o Goverrió Obtenha o ressarcimento de tudo
solicita autorização do Senado para que aquela prefeitu- quanto investiu nesse banco. Então se dirá: bom, mas já
ra possa realizar operação de empréstimO externo no va- Discussão, em turno único, da Redação Final (ofereci- qife f~z o-saneamento, que-fiC(ue cOm o banco, não o en-
lor de US$ 3,500,000.00 (três milhões e quinhentos mil da pela Comissão de Redação em seu Parecer n"'44, de tregue à iniciatiVa privada. Bem, ai, já é Um problema de
dólares). 1985),_do Projeto de Lei 9-o Senado_Q,_9, ,c;le 1983, de au~ filosOfia políticã de governo. O GoVerno CstabeleceQ es_sa
teria do Senador Nelson Carneiro, que inclui, entre as opção: recuperar o banco e vendê-lo, em licitação públi-
5 contravenções penais, a prática de atas resultantes de ca, ao cabo de um ano. Agora,. se o Governo decidir que,
preconceitos. de sexo e de estado civil. saneado o_ banco, deve ficar com o Estado - Estado no
Votação, em primeiro turno,-do Projeto de Lei do Se- sentido genérico- com a UniãO ou com o Estado da Fe-
nado n"' 26, de 1979, de autoria do Senador Orestes 12 deração, muito bem! ~ uma decisão política de Governo
Quércia, que acresceniá parágrafos ao Art. 517 da Con- contra a qual não me oponho.
solidação das Leis do Trabalho, tendo Discqssào, em. turno único, da Redação Final (ofereci-
Pareceres, sob n"'S 184 e 185, de 1984, das Comissões: . da pela Comissão de Redação em seu Parecer n9 37, de O Sr. Fábio Lucena - Permite V. Ex'- um aparte?
-de Contituição e Justiça, pela ConstituciO!lalidade 1985), do Projeto de Resolução n' 22, de I 983, de autoria
e Juridicidade; e do Senador Marco Ma_çiel, que cria a Comissão de Ciên- O SR. OCTÁVIO _CARDOSO -_Com muito prazer,
-de Legislaçio Social, Favorável. cia e Tecnologia. no_bre Senador Fãbio Lucena.
0650 Terça-feira 16 DIÁRIO DO CONGRESSONACIONAL (Seção II) Abril de 1985

O Sr. Fábio Lucena- A- hipótese que V. Ex~ levanta é dt: paulista fosse o termômetro do interesse e da conveM Quero dizer a V_. Ex~· que não. me oponho em q~e o
inviâvel, porque a lei proíbe, o projeto proíbe. Se o pro- niência nacional. Governo Federal socorra outras empresas.
jeto fo{ trii1Sfõrffiado em lei: OuÇo V. Ex•, nobre Senador Cid Sampaio.
O Sr. Cid SampaiO - Ele não poderia socorrer. Não
As ações- não poderão ser adquiridas por pessoas haveria recursos.
jurídi.cas de direito público ou sociedade sob seu O Sr. Cid Sampaio - Estou ouvindo com muita a-
controle. tenção a exposição de V. Ex• Realmente, esse assunto O SR- OCTÁVIO CARDOSO- Eu entendo a po-
1:: o que reza o_ art. 8, no seu § 2'i' hoje iflteressa ao Brasil, não sobre _o_ aspecto regionalista, sição de V. Ex•
de um problema do Rio Grande do Sul, do Paranâ ou de O que eu quero dizer é que o Governo tem de apreciar
O SR. OCTÁVIO CARDOSO -V. Ex' tem razãO. Santa Catarina, Mas quem analisar a economia brasilei- cada caso dentro da sua peculiaridade; caso do Sulbrasi-
Eu· estava dizendo que hã uma opção de Governo. Quer ra desses últimos anos hã de__ver grande número de fábri- · leiro, por exemplo, tem alguma solução; primeiro, 6 uma
dizer, foi o Governo que· entendeu de estabelecer esta cas, setores inteiros como os setores têxteis de Pernam- grande rede de agências bancárias, ao redor de quatro-
opção; sanear e devolver a iniciativa priVada. Mas pode buco encerraram as suas atividades. E isso v3i conti- centas, plantadas principalmente no Estado do Rio
ser que o Governo aceite uma outra opção que stirga do nuando dentro de uma inflação que caminha para 300%, Grande do S_ul, mas não exclusivamente, e que gera uma
debate da Câmara" Federal ou do Senado da República, e de um processo recessivo 'que desemprega, que está de- certa dependêilcia econômica de municípios que nãQ têm
no sentido em que, uma vez saneado _o banco, ele siga no sempregando no Brasil, é de se prever que outros casos outro banco. Outra circunstância que deve ser ressalta-
domínio da União, ou seja transferido ao domíttio do Sulbrasileiro venham a se repetir. Se o <;Joverno d_o Bra- d_a; o grande númerq de empregos que esse estabeleci-
Estado, ou que a União auxilie o Estado na recaupe- sil, passe a utilizar recursos públicos, portanto, reCursos mento, ou qu_e esse sistema bancário- gera pela sua es-
ração e manutenção deste banco. São opçqes políticas. da totalidade do povo brasileiro, da comunidade, para pecificidade de serviço, pela importância que tem o ho-
socorrer instituições privadas, principalmente insti- mem na prestação do serviço ao cliente bancário, embo-
O que eu acho muito estranho, Sr. Presidente, estra- tuições financeiras. Por que, então, não socorrem to-das ra se use os terminais de boca de caixa, embora se use o
nho mesmo, é o item VI da exposição de motivos, que as fábricas_?_Os empregados das fábricas ficam desempre- processamento de dados, embora s_e use a tencologia
diz: gãdOs. Só as instituições financeiras ê qu_e são_ privilegia- mais moderna, o cliente não gosta de ser, apenas, um núM
a
das? Dizem que falta desses recursos causam uma ca- mero de computador, mas um cliente bancário atendido
6. Posta a ploblemáÔca-em todl,l ª_sua amplitu- tástrofe no Rio Grande do Sul. Eu estranho! Pedem, por u~ funcionàrio de banco.
de, é conveniente recordar o notório repúdio da so- para liquidar depósitos, 400 bilhões de cruzeiros. Tem o- Alêm disso, o sistema bancário brasileiro, sabidamen-
ciedade pela aplicação de recursos govername;ntais corrido catástrofes ~;m vários Estados do Brasil, mesmo te, é rentáyel, qom exceção desses casos em que a própria
na recuperação de instituíÇõeS-firlanceirãs-maTadrili- erriSanta Catarina, que deram prejuízos bem· maiores do incúria de alguns leve ao desastre. Portanto, o Governo
nistradas. É igualmente notória a condenação da so- que 400 bilhões de cruzeiros, e nãq levaram Q§ .Estados Federal não vai jogar dinheiro a fundo perdido numa
ciedade à intervençãO do Estado na economia priva- ao desêspero e nem à ruína. Vou sugerir, e V. Exf estava instituição, não vai realizar nenhuma aventura ..~
da para assumir a administração de empreendimen- referindo-se às possibilidades de sugestões que surgissem
tos comerciais, nesse Congresso. Quando no Governa de Pernambuco O Sr. Cid Sampaio - Perdoe-me V. Ex• ...
eu quis fundar um Banco do Estado, porque não existia
Banco do Estado, e quis iniciar um processo de indus- O SR. OCTÁVIO CARDOSO- V. Ex• me permite
Depois de dizer a exposição de motivos o notório re-
trialização em uma região sem capital, eu crier um adi- concluir a minha idêia e terei muito prazer em ouvir V.
púdio da sociedade ã aplicação dos recursos públicos e o
cional_ de 10% so_bre_o imposto, que equivaleria hoje ao Ex•, depois de atender outros colegas que estão solicitan-
notórío repúdio da sociedade à estatização, diz no XV
Imposto de Ci_rculação de Mercadorias. Çom esse ?c;li_- do aparte.
item da exposição de motivos:
cional criei o BanCo do -Estado, capitalizei o Banco do O doverno cei'tamente já analisou.• e-não irá entrar em
IS. EstaiilOS- Cei-tos- de que o· COngreSsO Nadõ- Estado. e montei a maior fábrica do Nordeste para ó Es- nenhuma aventura de colocar 900 bilhões de cruzeiros
nal adotará, no exame políticO das alternativas que tado de Pernambuco. Esse banco interessa aos Estados numa empresa que sabe que não vai recuperar. O Gover-
se oferi:cem para o- eqiiacion<inlento da qlleSfâO~- a de Sanla- Catarina, áo Paraná e do Rio Grande do Sul. no sabe que vai recuperar, porque o sistema ê rentável,
. decisão mais comp<itível com os interesses da socie- Não digo que eles indenizem, paguem, depositem. Mas desde_ que bem administrado.
dade brasileira. através, por exemplo, de um processo que adoiei em Per- Então, dentro de um ano ou, que seja, um pouco mais,
nambuco.- No meu Estado! esses lÚ% adicionais signifi- a entidade, o estabelecimento, o banco está recuperado,
Ora, o Governo não poderia mandar ao Congresso cavam uma parcela de contribuição de toda a comunidaM e o Governo pode se reembolsar. Reembolsar-se com a
NaCÍ"''lal, salvo melhor juízo, uma: proposta que sabida- de. E os-üiiiestimentOs pertenciam à comunidade, através vantagem de não ter permitido o desemprego, de não ter
mente é repudiada pela sociedade nacional em dois de da devolução das ações, não só das cotas de capital do comprometido especialmente a economia, de um Estadl?',
seus pontos maiS importa~tes, quer no desembolso do banco, como das ações das fábricas. Então a comunidaM com a vantagem de ter cumprido com a sua função de:
dinheiro, quer nos aspecto da estatização? O Governo de juntou-se em PernamQuco para montar um banco e EstadO, que ê-sllprir e corrigii oS rumos da "t"i1íciativa pri~
talvez devesse procurar então outras alternativas para fazer fábricas. Talvez com 3% do orçamento de cada um vada. O projeto não prevê, em nenhum momento, a im-
não deixar o Congresso Nacional neste impasse cruel de desses Estados. do Orçamento tributário, fosse possível punidade dos dirigentes. Pelo contrário, tem o cuidado
decidir contra a sociedade brasileira, se é que está certa a · realizar um capital que passaria a pertencer a toda a co- de dizer que mesmo recuperado o banco, mCsm'o transfe-
exposição de motivos quanto ao repúdio da sociedade munidade, porque se poderia adotar um título restituível rida a iniciativa privada, mesmo assim persiste a respon-
brasileira. · para o adicional criado ou para a parcela do imposto que sabilidade penal pelo ilicito e a responsabilidade civil
fosse paga e, desse modo, o Estado teria recursos para pela reparação do ilícito penal. O projeto prevê isso, e
O Sr._ Cid Sampaio- V. Ex' permite um' aparte? com toda a razão.
capitalizar o banco, deixar punir os antigOs proprietários
-e; -através dessa nova capitalização, expelirem a expres- Acho que nós temos de analisar esse projeto sob um
O SR. OCf Á VIO CARDOSO-~. Com- ini.úiO-pia:zer
são como donos do banco, em função das ações que pos- ponto de vista muito lógico, muito alto, sem estabelecer
ouvirei V. Ex•, em seguida.
suem. Há de se preocupar uma solução que não signifi~ o conttaste entre as regiões ricas e as sofrídas. As regiões
E é esse ponto que eu quero examinar. Não estou con-
que o socorro puro e simples do Erário federal, porque sofridas, como o Estado de V. Ex•, e o Nordeste dC V.
vencido, Sr. Presidente, de que a' sociedade brasileira re-
casos como o do Sutbrasileiro vão se repetir Pelo Brasil Ex•
pudia uma e outra alternativa. Estou convencido de que
a socidedade brasileira repudia o socorro do dinheiro afora, E o Brasil não iem condições de socorrer fábricas
público às entidades mal administradas e falidas para o e instítUíÇões finan~ras que passém a falir, só socorrer O Sr. Cid Sampaio- Não ê a este aspeCto que me refi-
nada, deixando impunes aqueles que tenham cometido instituiÇões financeiras seria uma injustiça. Então, deve- ro, perdoe-me V. Ex• Não me refiro ao País corno um to-
ilícito penal. Esse tipo de paternalismo, penso, que aso- mos procurar um caminho que não signifique um prece- do.
ciedade brasileira repudia. Agora, não estou conVencido dente que vai acrescentar mais algumas dificuldades que
- primeiro- de que o Rio Grande do Sul, Santa Cata- já atravessam a eConomia e as finanças do País. Muito O SR. OCfÁ VIO CARDOSO - Estou me referindo,
rina, e o Paraná não integrem a sOciedade brasileirã. Eles obrigado pelo aparte a V. Ex• para bem podermos compreender a situação, às parciali-
integram, por certo, a sociedade brasileira. E são três_~­ d8:-des que compõem esse todo. Não se trata de abando-
tados importantes da Federação, imPortantes Por serem O Sr. Gabriel Hermes- V. Ex~ me concede um apar- nar um -Estado pOrque é rico; porque esse dinheiro pode-
Estados da Federação. e importantes pela sua contri- te? ria ir para uma região mais sofrida. Não!
buição à Federação brasileira.
EntàQ, não se pode dizer que a sociedade -repudia Ú S:R. OCfÁ VIO CARDOSO- Eu sou grato ao aM O Si-. Cid Sampaio- Não ê isso que eu estou prOpon-
como se os- grandes grupos paulistas, como se a socieda- parte de V. Ex•, nobre Senador Cid Sampaio. do.
Abril de 1985 DIÁRIO DO CO]\/GRESSO NACIONAL (Seção II) Terça-feira 16 0651

O SR. OCTÁ VlO CARDOSO- Não é o caso ape- lustre companheiro de Pernambuco, pedem uma coisa; Então, estatizamos, que, aliâs era a nossa opinião inde-
nas de V. Ex.•, não estou faz.eõdo o meu discurso só para vamos fazer alguma coísa que não fira á sensibilidade da pendentemente do problema no seu início._ Muito ob_ri-
V. Ex', embora fosse uma grande honra. Eu estou falan- economia, das finanças e até a sensibilidade do sofrido gado.
do para ao Senado e para a opinião pública. povo de todo o Brasil, porque não é só do N ardeste so-
O que eu quero dizer é que não se trã.ta de estabelecer frido, são os milhares de nordestinos de outros Estados O SR. OCTÁVIO CARDOSO - Eu sou muito grato
esse contraste, como algunsjâ fizeram s-entir qUe estamos que vivem nas periferias do Rio de Janeiro, de São Pau- à participação de V. Ex~ _e à colaboração que traz ao meu
dando 900 l?ilhões de cruzeiros para o Estado do Rio lo, do Rio Grande do Sul, de Belém, de toda a parte, mi- pronunciamento.
Grande do Sul, tão rico em sõja, em arroz, na "Indústria, seravelmente, pobre_men~e. Esse prOblema mexeU com a Eu, efetivamerite, iria abordar esse assun_to que V. Ex~
na pecuária. Não! b um Estado sofrido na sua econo- -população toda. Então, nós temos que usar a nossa sen- levantou e tratado na nossa Comissão Parlamentar de
mia, Justamente por 10er -um -produtor de bens primários. sibilidade. É natural que se ouça até-ISto- por que um Inquérito, que foi justamente a estimativa feita pelO ex-
Não é um Estado que se compare, por exemplo, à pujân- banco? Quando nós sabemos que foram os grandes privi- diretor da área bancária do Banço Central, e hoje diretor
cia do Estado de São Paulo, ricamente industralizado e legiados do passado governo, as instituições bancá.rias. da área de fiscalização do Banco Central, o diretor Iran
tão premiado na come'rcialização de seus prOdutos. Não ~Siqueira Lima, que nos afirmou, categoricamente, que
Todos esses problemas, nobre Senador, me levaram a
se trata de estabelecer esse contraste. Eu acho que se tra- interromp~Io para dizer que admiro cada vez mais essa uma liquidação hoje seria muito ma"is onerosa para o E-
ta de que o Governo tem ou não tem o deve de fazer al- gente extraordinãria~ ·que é a nossa gente do Rio Grande rário nacional do que o socorro atfavés da medida pro-
guma coisa. Nós achamos que tem. Então, o Governo do Sul, pois sabem defender os seus problemas. Contem posta pelo Governo ou simil~res.
procurou encontrar as alternativas que submeteu a esta · com a nossa simpatia, mas realmente nos tragam coisas
Casa e que nós estamos examinando. Será a melhor al- - que nós estamos estudando, eu estou estudando com O Sr. Moacyr Duarte- Permite V. Ex' um aparte?
ternativa sanear o banco- e não devolvê-lo à i.niciativa os- nleuS Corilpa;nheiios da Confederação das Indústrias
privada? Quem sabe! Vamos examinar essa hipótese. En- - que nos deixem condições de poder ficar bem com a O SR. OCTÁVIO CARDOSO - Ouço o nobre Sena-
tão ninguém dirâ que com dinheiro do povo se saneou nossa consciência, consciênci.a que, no caso, representa a dor Moacyr Duarte ..
uma instituição e se devolveu a particulares, possivel- do povo que está esperando por nós.
mente ligados àqueles que levaram o estabelecimento a O Sr. Moacyr Duarte- Nobre Senador Otâvío Car-
. sua ruína. O SR. OCI'ÁVIO CARDOSO - Sou muito grato à doso, o que me surpreende nesse debate que V. Ex.• traz à
contribuição com q\Je V. Ex• dá ao meu modesto pro- colação, como representante do Rio Qrande do Sul, ê.
O Sr. Gabriel Hermes'- Permite V. Ex.• um aparte? nunciamento. que temos verificado que os Governos têm sido pressu-
rosos e diligentes no socorro a economias de regiões mais
O SR. OCI'Á VIO CARDOSO- Com muito prazer. ~Sr. Alcldes Saldanha..:..... Permite V. S• um·aparte? pÍ'ósperas e desenvolvidas, e morosos e até carrascos em
relação àquelas regiões cujo desenvolvimento considC:.
O Sr. Gabril Hermes - Nobre· Senador, merece um O SR. OCI'Á VIO CARDOSO -Ouço V. Ex• nobre _ram meta prioritária. Haja visto que o Governo passa-do
hino de admiração a bravura conjunta do Estado do Rio Senador Alcides Saldanha com ~J~Uito prazer. reduziu em 15% o orçamento do Departamento Nacio-
Grande do Sul. Eu recebi telegramas e apelos de corpo nal de Obras Contra as Secas. O Governo atual ampliou
presente dos meus companheiros, diretores da Fede- O Sr. Alcldes Saldanha- Uma coisa Uisse muito bem esSa redução para 25%. Isto representa uma sangria da
ração das Indústria do Rio Grande do Sul, que defen- Y.. Ex•; não se trata apenas de um problema só da Região ordem de 220 bilhões de cruzeiros, somente no orçamen-
diam, com o mesmo entusiasmo de V. Ex.•, esse proble- Sul, os reflexos que teriam na própria economia nacio- to do DNOCS, comprometendo diversos programas exe--
ma. Admiro agora o Senador brilhante, defendendo uma nal, face ({OS problemas de quebra em cadeia da econo- cutados pela SUDENE, quais sejam POLONORDES--
posição; Admiro esses sofridos funcionários dessa insti- mia iío-grandense, trariam, inclusive, problemas ·de a- TE, Sertanejo, PROHIDRO e outros tantos. O FINOR
tuição espalhada por todo o Brasil e pelo meu Estado. porte de dinheiro e imposto ao próprio País. Diz muito- que contava com recursos da ordem de 550 _bilhões de
Do meu Estado também recebi apelos, uns cheios de do- _bem V. Ex•, que não se trata de separãr Sul do Nordeste, ct:uzeiros, teve-os bloqueados. liberados apenas 60 mi-
lar, digamo~ assim, outros até quas.e jogando alguma ou Sul do Centro num momento dessas. Uma coisa deve lhões de cruzeiros para atender projetas industriais erit e-
coisa que entristecia mais ainda do que a própria dor, do ficar claro e V. Ex•, como membro da Corilissão Parla- xecUção na ãrea do Nordeste. Em 22' anos de vida da SU-
sofrimento dos que estão aí na nossa porta. E li isso, exa- mentar de Inquérito, ao qual pertencemos também, re- DENE, foram aplicados no Nordeste 4 bilhões e 200 mi-
tamente o que V. Ex.• leu, no iníciO~ dado pelo responsá- corda que o Diretor do Banco Central, Iran Siqueira, lhões-de dólares, contra 50 bilhões a serem gastos em 16
vel Pela República, no setor das finanças, como qUem chamava a atenção no seu depoimento que a liquidação anos, no~ 10 mais importantes Projetas nacionais eril im-
diz: Tomem esse problema. Veja a posição em que foi co- Custa mais caro ao Governo hoje do. que o aparte dos plantação. No ano passado, o FINOR teve um orçamen-
locada a questão lançada nas nossas mãos, de Deputa- 900 bilhões de cruzeiros que devem voltar aos cofres do to de 300 bilhões, enquanto a União destinava 1 trilhão e
dos e Senadores, que até bem pouco tempo não éramos Estado. Porque os compromissos internacionais que es- 600 bilhões de incentivos. às __ dem_ais regiões do País.
ouvidos para nada, depois de termos tido em 5 Presiden- tão sendo pagos. inclusive pelo interventor, e que terão COnstata-se, assim, melancolicamente, que o tratamento
tes. 4 saídos do Rio Grande do Sul, só nesta l1ltima eta- de ser p8gos sem problema nenhum na Jiquidaçãq, leva- do Governo não está sendo diferenciado em relação ao
pa, jogam-nos o problema, da Câmara dos ~putados e riam essa liquidação para um custo acimã de 2 trilhões N ardeste. O Gõveinci estã diferenciando esse tratamento
do Senado, desiS3 maneira. Acho louvável que V. Ex.• ve- de cruzeiros, fora os outros compromissos. Então, hâ aí em favorecimento do sul e do Centro-Sul. Agora mesmo,
nha com essa bravura, como acho ~portuno que o nosso um problema de gasto nacional, infelizmente. De qual- segundo se depreende por declarações do Ministro Ro-
brilhante companheiro Cid Sampaio, de Pernambuco, quer maneira, o menor gasto ainda seria o empréstimo naldo Costa Couto, o Governo teria determinado que o
levante também essas dúvidas que são, realmente, as que voltaria aos cofres públicos, do que permitir a liqui- Banco do Nordeste adquirisse 460 bilhões em títulos
preocupações'que correm as pãginas dos maiores jornais dação, que alêm de criar problemas talvez imlfastãveis públicos federais, nós próximos dois meses, através de
do Brasil.. É meu hábito, pela madrugada, sempre às 4.30 da eConomia _do R'io Grandé do Sul, do Paraná e de San- extramercado. Com essa liberação, o BNB atenderia às
horas, quando acordo, ler os editoriais bem feitos doEs- ta Catarina, ainda assim seria mais caro. Então me pare- operações consideradas indispensáveis pelo novo Gover-
tado de 'S. Paulo, do Jornal do BrasU, de tantos outros ce, tem razão V. Ex•, que é uma questão de lógica. Qu8.n- no nO setor rural nordestino, tendo em vista que o plan-
jornais, citei. apenas estes dois por serem de duas grandes to a alguns problemas que tem levantado o nobre Sena- tio se efetivarã ·nesSe 'período. Por outro lado, segundo o-
capitais~ e até dos jornais do Rio Grande do Sul que re- do e alguns ilustres companheiros de Casa, de que ·se es- pinião do próprio MinistrO, õ Banco do Nordeste contri-
cebo em recortes. :e_ como acompanho essa luta, eminen- taria criãndQ aquele problema de sanear as finanças do buiria com a política económica monetária do novo Go-
te Senador. Realmente, é um problema que nos jogaram Banco e devolver a gri.Ipos que poderiam fazer mal nova- verno, facilitando a colocação de papéis fora das ope-
nas mãos, como Que para que a responsabilidade ficasse mente, daf a dois anos, eu sou pela estatizS.ção. Acho que rações de open market sem pressões adicionais na taxa de
sobre' nóS. Isso requer debates e a nossa reflexão. Somos se essa emenda entrar na Câmara teria realmente de ser juros. Ora, segundo se depreende seriam parte desses re-
um País tomado de problemas demasiados, e mais um a- aceita. Claro qu-e nós vamos para uma discussão filosófi- cürso·s que iriam ser injetados no Banco Sulbrasileiro,
gora quando se dã uma mudança e vem um Presidente ca entre o pessoal que acha que a estatização é um peri- -para cobrir o rombo provocado pelos administradores
como Tancredo, com a saúde abalada. Calculem como go, e eu digo que não, digo que a estatízação -é rUim daquela instituição financeira gaúcha. Esse tratamento
sofre este homem nos seus momentos de lucidez, hoje, quando o Estado é autoritãrio e que nos paises subdesen- desigual é que estarrece os representantes dos Estados e
como sofremos nós pensando nisso. E o nosso compa- volvidos a estatização, muitas vezes, é a única saida para ? povo da região nordestina. Diz-se que essa providência
nheiro que estã na Presidênciã da República, homem i- que se possa, realmente, fazer um desenvolvimento. Mas IJo Governo tem também um sentido humano e social,
lustre, esclarecido, jâ com experiência bastante grande de essa é uma discussão a posterlori e se entrar a emenda, qual seja o de atender o universo de 24 mil funcionáriOs
Governador, de Parlamentar, e o problema nas nossas mas afastaria aquele problema de se dizer que iria sanear da instituição falida, ameaçados da perda de seus empre-
mãos. Fico feliz em ver que V. Ex•· recebe as contestações as finanças de um banco, como se fosse só esse o proble- gos. Ora, hoje exíStem no N ardeste quase 300- mil de-
~ambém, mas ambos, V. Ex• e aquele que o_ contesta, o i- ma, e depois vai se devolver para a inlcíativa privada. sabrigados em decorrência das enchentes, das calamida-
0652 Terça-feira 16 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II)
Abril de 1985

des que estão ocorrendo naquela região, e no entanto tQ~


0 SR. OCTÁVIO CARDOSO -Ouço Q nobre SenaM O Sr._ Fábio Lucena -_Aqui está a vacina:, Srs. SenaM
dos os Governadores nordestinos estão reclamando o dor Fábio Lucena e, em seguida, ouvirei o nobre SenaM dores:
não atendimento do Governo na assistência àquet3.s pO~ dor Lenoir Vargas.
pulações vitimadas pelo Oagelo; e no entanto a fonte de
"Com a posse_ dos novos administradores, o Ba~M­
recurso, apresentada pelo Governo,- para atender ades-
O Sr~ Fábio L_ucena- ~O:~re Senador Octávio Cardo~ co Central do Brasil declarará a cessação da inter-
pesa com a injeção de 900 bilhões de cruzeiros na econo-
so, há um exemplo de tardança, com relação às regiões venção, mantidos os seguintes efeitos:
mia gaúcha, essa fonte de recursos apontada é justamen-
sofrida_s, que parece esquecido. Permito-me recordar. l -Prosseguimento dos inquéritos para a puM
te a reserva de contingência do Ç)rçarnento da União, re-
Qu_ando o Terdtório elo Acre foi arrancado ao Território ração da _responsabilidade de adminístradores e
serva de contingência que deveria servif, sobretudo e
do Estado do l).mazonas ... ·- membros do Conselho Fiscal, nos termoS dos art. 41
principalmente. para atender os efeitos emergenciais d~s
a 49, da Lei nq 6.024, de_B de 01arço de 1974.
calamidades públicas. Então, não somos, eu pelo menos
2- Manutenção da indisponibilidade dos bens
não sou contra a ação do Gqver_no em socorro Qa econo- O __SR~ OCTÁVIO __c;ARDOSO -_Foi soc-orrid~ pelo dos administradores, bem como da inexigibilidade
mia gaúCha, socorro dos Estados do Paranâ_, S~nta Cata~ Estado do Rio Grande do Sul. - dos crêditos de que forem titulares junto às compa-
rin~ e Rio Gra~de do Sul, que são Os_ q-ue irãO sõfre:r,
nhias eril intervenção ou em liquidação, até fiGa\ da
ma1s profundamente, a conseqüência das desonestidades
O Sr. Fábio Lucena- ... o Governº do Amazonas, em apuração das suas responsabilidades."
e das irregularidades praticadas pelos dirigentes do conM
glomerado Sulbrasileiro e Habít~sul. Agora, o que nós 1904, contratou o advogado mais iiustl:_e da época, 0 ad-
o SR. ocrÁ VIO CARnoso - Que se combln"a
·representantes do N ardeste não podemos admitir; -sob vogado Rui Barbosa, para propor uma ação de indeniM com o 99.
comprometimento das nossa,s responsabilidades para zação junto ao Supremo Tribunal Federal. Pois bem,
com os nossos Estados, é que este tratamento desigual nobre Senador Octáv_io Carcl_oso, em 1954, 4:~ _ailo_s de- (fSr~ Fábio Lucena- Que se combina com o 99. Tem
continue sendo praticado pelos governos do País, pelos pois, é que essa indenização começou a ser paga ao Esta- to-da rã.ZàO- V. Ex•
Governos da l.J.niãp; e q_uando falo _governos, estou faM do do Amazonas. Na verdade,_ trataMse de enormes
lando no plural, porque a culpa não é apeÕã.s do G_OverM doenças sociais, no Norte, no N ardeste, no Centro-Oeste .. A ulterior recuperação das companhias, decorM
e no Sul. Tem toda razão o eminente _Senador Moacyr rente d8. execução do programa de saneamento, pre-
no atual, a culpa cabe também aos__ governos anteriores.
Duarte nas colocações, muito bem feitas, a respeito da visto nesta (ei, não afetará o valor da indenização
V. Ex• me perdoe por ter me alongado t_anto neste -a-pafM
dramática situação nordestina que, quando merece as a- pago pela desapropriação das ações, nem eÜdirá -
te, mas deuMme a oportunidade de definir o meu posicioM
tenções dos governos ou os governos dão _o seu próprio isto é, n~ impedirá- a responsabilidade dos DireM
namento, aproveitando o ensejo da abordagem_de V ._Ex•
na que,stão ora em debate.' anel, como esmola ao Nordeste como aconteceu com o tores e Conselheiros, de que_tratam_ os arts. 39 e 40,
Imperador D. Pedro II, há mais de 100 anos ou os gover- da Lei n"' 6.024, de 13 de março de 1974"_--
nos- se lamuriam e diiem, «houve quem me pedisse que
O SR. OcrÁ VIO CARDOSO - M_uito grato ao pro- aqui não- VieSse", cOmo há 15 anos fez o Presidente Aqui, Sr. SCnador Octãvio -Cardoso, está a vacina.
nunciamento de V. Ex• Eu sei que o plural de V. EX• Emílio Garrastazu Mêdici, ao lançar, no Recife, o Plano Não creio· que um Governo, quando inVeste numa vaciM
quanto a governos é o. mah~ amplo de todos, vai da Re- de lntegração Nacional, o PIN. Mas ê preciso salvar os na, vâ contribuir para a proliferação de endemias, de
pública ao fmpério. O que eu poderia dizer a V. Ex• é doentes, nobre-Senador. E o caso do Rio Grande do Sul Pandemias ou de epidemias_ Nào posso crer.lsso cont'raM
que o Rio Grande do Sul estará sempre pronto a dar a se enquadra numa imagem muito .feliz, adotada pelo SeM ria a ló_giç:a _e, além de contrariar a lógica, contraria ..o
sua co_ntdbuição, material e política, aos reclamos e às nador Carlos Chia.s:_el_li. Trata-se de optar pelo pronto so- bom -~emo; e al~ de contrariar O bom senso, contraria a
reivindicações do N.orc;ieste; como aliás tem dado sem- corro ou pe!Qt.emitério~ Essa é a pura realidade. Eu ouvi n_atlire_za das cOisas. Quanto à SUDENE, Sr. Sefiador
pre, como aliás o Brasil tem sido solidário com o sofdM o argumento do Senador Cid Sampaio, autoridade lumi- Octávio Cardoso, parece-me que nesses últimos 22 anos,
menta e a aflição dos nossos companheiros nordestinos. nar em matêria 'de ciência econômica, que tem prelecio- tem .certa responsabilidade que deve ser apurada com re-
E mesmo quando o OrçameDto._da UniãO não destina nado_ a este Senado lições que, pelo menos por mim -_e ~ação à questão nordestina. Veja que bilhõ'es de cruzeiros
dotação, na sUa reserva de contingência, para o socorro acredi~o que por grande parte dos Srs ..Senadores - são foram gastos na construção de centenas ou talvez milha-
de emergência no Nordeste, mesmo assim o Parlamento estudadas com acuidade, com profundidade, e que resul- res de açudes na iegião nordestína; no entanto, a~ enM
brasileiro tem sido seilsív~l a proposições do Execu-tivO, tam num_ aptendiiado, tipo urn aprendizado pós- chentes atuais, pelo menos no Estado do Ceará, como
no sentido de vota.J crêditos es__peciais par~ atendimento universitário. Diz·s .. Ex• que se o G_overno começar a soM a~ui revelou, faz poucos dias, o nobre: Senador Virgilio
de emergência. correr empreendimentos falidos_haveria uma espécie_ de Távora, primos interpares do Nordeste.- o Cea_rá,
Mas, numa coisa V. Ex• tem razão. Sempre são tardios desabrochar de situaÇões ~melhanteS em todo o~ País, e a como dizia Getúlio Vargas, ê o coração, é o espelho do
os socorros que os governos costumam dar àqueles que Nação não agaentaria.estar socorrendo empresários ir- Nordeste__~ _os açudes, cons~ruídos com _recursos pú~_liM
sofrem. Mas não são tarQiqs np No~.deste, são tardios no responsáveis. Nobre Senador Octávio CardosO, me per-, cos foram destr:uídos pelas enchentes. Então, é preciso
Rio Grande, que sofre grandes inundaçÕes, co~-o V. Ê~• mita a falta de modêstia, mas aos 21 anos de· idade fui que se apure responsabilidades também da SUDENE na
deve ter vi_sto; são tardios especialmente com o Estado professor de Matemática no Colêgio Estadual do Ama- questão ~~_rdestina. Vou conclujr, nobre Senador, para
do nobre Senador Lenoir Var_g;as, Sa_nt?- Catarina, que ·zonas, no meu Estado, e aprendi e lecionei aos meus.alu~ fazer ver- simplesmente o seguinte, porque este argumenM
chega a ter municípios atingidos por três, quatro cheiâs nos uma lição fundamental de que é hipótese... Porque se to me parece um argumento irrespondível- e se alguêm
num mesmo ano, destruindo casas, fãbricas, destruindo o Governo"- parte-se de uma hipótese. A-hipótese, só puder respondêMlo que o faça, por favor, porque não so-
vidas. Nós sabemos, somos sensíveis a essas calamidaM é aplicada com exatidão na ciência Matemática, sobretuM mos donos da verdade, muito menos \:U, um curioso,
des. O que nós queremos, nobre Senador Moacyr Õua~M do na demonstração dos teoremas. Quando se demonsM mero amazonense, curioso em debater, em ajlldar, em
te, é convencer_ os nobres parlamentares e_ a~ opinião tra um teorema, parte-se d.e uma hipótese para chegarMse não atrat:Jalhar, pelo menos em não atrapalhar. Observ~:
púbHca do_País, ainda não convc::ncida. O doxCrtiº não a uma tese~ Só n':'- Matemâtiça a hipótese tem uma pro fiM qual é o mal menor? É a liquidação extrajudlcial 0!-1 a aM
estã fazehdo nenhqma ª-_yentura_quando col~ca recurs~s ciência indiscutível. Na Ciência Soci3.1, como é o caso da _quisição das ações dos conglomerados g!!úchos pela UM
para sanear uma _institllição que dentro de um ano, pode Ciência Econômica, e como é o_ça~o em tese, essa hipóieM nião Federal? Oi:a, a aquisição dessas ações, a c::>mpra
ser levantada, pode tornarMse 6til à economia e necesM se, no meu entender, não proce_de. Não procede pelo dessas ações, representa 900 bilhões ·de cruzeiros e a liM
s~ria aos milhares de empregos de rio~grandenses. O que ---próprio texto do projeto. O projeto contêm uma vacina; quidação extrajudicial. ..
nós precisamos afirmar e _r_eafirmar é que a União não peia primeira vez, acredito, na história republicana,
pratica nenhuma irresponsabilidade porq~e não há c~r­ - adotaMse uma vacina em um projeto de Lei 1 para atemori- OSR~ OCTÁVIO CARDOSO- Pode nem chegar a
zar, para impedir ou para tornar mais dificiL Sabe V. isSo; é até o crédito. -
relação entre o_socorro material que se dê a essas entídaM
des com a impunidade daqueles que não s.ouberam gerir E.x•, criminalista que o ê, que o crime não pode ser impeM
d1do, mas pode ser atropelado, atemorizado, e até ser O Sr. Fábio Lucena - Até, mas a liquidação judicial
eficazmente a esseS bancos._ O que nós precisamos dizer ê
prevenido e evitado. que terá que ocorrer por força da lei, sabe V. Ex• e sabe o
que se trata de um esUm_ui_Q_, a curto prazo, :j eco_no~ia;_ e
Senado, essa liquidação vai aproximar-se de 7 trilhões de
se trata mais de ir buscar aquilo-quc..a. Ieaouro Nacional
já colocou dentro desse banco, m,!!is de 550 bilhões de
O SR. OCTÁViO CARQOSÜ ~V. Ex• se refere ao cruzeiros! Onde está o prontoMsocorro? Onde está 0 ce-
art. 99 do projeto? mitério? O prontoMsocorro está na aprovação da lei, ~orM
cruzeiros; e se trata de: evitar_ que se coloque lá mais de
que são 900 bilhões de cruzeiros e o cemitêrio está na HM ·
um trilhão de cruzeiros para fazer a liquidação. o Sr._Fábio Lucena- Não! RefiroMme ao ãl't. sq;do ejuidação extrajudicial, que, essa sim, custará, a fu~do
projeto. perdido, para a União Federal, a bagatela de 7 trilhões
O Sr. Fábio Lucena- Permite V. Ex• um aparte? de cruzeiros. Vale dizer, o Congresso tem que escolher,
O SR. OCTÁVIO CARQOSO - O S• e o 9•. ~u o pronto-so-corro, ou o cemitêrio.
Abríl de 1985 Dlt\RIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Terça-feira 16 0653

O SR. OCTÁVIO CARDOSO - Sou muito gfatõ,- minutos fiz uma veemente defesa desse projeto. Eu acho que as fãbricas estão fechando, e o número de desempre-_
nobre Senador Fábio Lucena, à contribuição de V. Ex• que o eminente Senador Lenoir Vargas não pode, ou me~ gados ê crescente, não se pense que se pode tirar 900 bi-
lhor, poder pode, não deve generalizar. lhões e atender a um, porque amanhã, por eqí.lidàde, ou-
O Sr. Lenoir Vargas- Permite V. Ex• um aparte? tros pedirão e Q Govemo·não vai ter possibilidade para
O SR. OCTÁVIO CARDOSO- V. Ex• tem toda a atender a todos. Nós estamos dentro de uma economia
O SR. OCTÁVIO CARDOSO - Ouço co.m muito razão, e eu sou testemunha do empenho de V. Ex• O que de guerra, como tem feito referência o GOVerno, u'ma e-
prazer o ilustre representante de Santa Catarina, Sena- certainente Quis ressaltar o Oobre Senador Lenoir Vargas conomia que atravessa talvez, a fase mais diffcil que este
dor Lenoir Vargas. ê a grande dificuldade que se estâ manifestando neste País já enfrent~u, e não é poSsível uma solução de, sim-
projeto, na Câmara Federal, onde ainda, realmente ... plesmente, tapar os buracos. Então, pergunta-se: por que
O Sr. Lenoir Vargas- O aparte que gostaria de dar a
V. Ex•, agora está até um tanto atenuado pela inter- não se_ _t_apa o buraco do BRASILINVEST, e jã s~ está
O Sr. Cid Sampaio- Permite V. Ex.• um aparte?
venção do Senador, pelo Amazonas, F-ábio LuCefla que prcurando colocar o seu antigo diretor na cadeia? Que o
senta, neste monlento, no lugar da Liderança.~ que, Sr. ponham na cadeia, como ponham na cadeia os _outros
O SR. OCTÁVIO CARDOSO- Ouço com muito
Senador, nós que, com empenho, como representante de criminosõS, niãs nãó vamos adotar soluções, que possam
prazer o nobre Senador Cíd Sampaio.
Santa Catarina, viemos acompanhando este fato do arrastar o País como um todo, porque o BRASI LIN-.
Sulbrasileiro desde o seu início, verificani.os ·que houve, VEST, como o Sulbrasileiro, amanhã_ surgirão outros
da parte do Governo, uma grande movimentação. Estu- 9 Sr. Cid Sampaio- Ilustre Senador, eu, além de fa- bancos e outras empresas, que exigirão do País o mesmo
dos se fizeram, convocação de Lideranças que apóiam o zer·algumaS 'pOnderações em relação-a esse projeto, que- comportamento e o País não terâ condições de fazê-lo.
Governo, isto é, as Lideranças do PMDB e da Frente Li- rO me referir às afirmaÇões do Senador Lenoir Vargas. E.sse é o grande risco: estatizar. Por que assumir o Go-
beral, que, somadas, representam a Maioria na C_âi,tla"ra Esquece o ilustre Senador que nós não estamos mais verno a responsabilidade do setor financeiro? Eu quero
dos Deputados e a Maioria no Senado da República, numa ditadura. Quando um governo manda um projeto, fazer uma análise: há 10 anos, o custo administrativo de·
portanto, representam o fator decisó.rio neste problema e nesse sentido o próprio Ministro da Fazenda aqui veio, um banco não ultrapassava 3% dos depósitos; hoje, em
do Sulbrasileiro. Depois de todas essas audiências_. de~ comparecendo ao Gabinete do Presidente do Senado, di- face_ da hipertrofia do sistema financeiro, o custo admi-
-zendo que ia t:i'ãnsferir ao Corigi'esso a reSf!óriS.abilidade nistrativo de um banco fica em termo de 12% dos_depósi-
pois de todos esses estud.os, o Presidente da República,
que é um nordestino, encontrou uma Solução para aber- de estudá-lo._Somente nos regimes ditatoriai_s o Congres- tos. Esse número enorme de agências, espalhadas pelo
tur~ de um crédito especial que encaminhou ao _Congres-
so recebe pacotes e é obrigado a aprová-los. Ó que este Brasil todo, para captar recursos nessa roda gigante que
so Nacional. Pensava que _o assunto _estava resolvido pois dOvetn.o màndã. Para o COngresSo são prOJetaS para se- é esse mercado financ~iri} brasi1eiro, está canalizando re-
que as Lideranças dos Partidos governistas participaram rem estudados, onde O Cong"resso, com a sua aUtonomia, cursos para a especulação. Hoje, a soma de recursos apli-
desses entendimentos e o que verificamos- agora, pelo · O seu dever de diZer O que pensa e de_aprovar o que acha cados diariamente no .:.ver night, só em março deu u'a
menos através da Imprensa, é que se reúne na Câmara que deve, age com toda a liberdade. Só nas ditaduras, se · média de cinqUenta e um trilhões de cruzeiros. O dinhei-
dos Deputados, a Bancada do PMDB e não dá o respal- impõe pacotes aos membros de um parlamento, com a ro da Nação está sendp canalizado para a aplicação e os
do que a proposição preciSa para ser Vitoriosa nO Senado obrigação de aprová-los de olhos fechados, de aprovâ- banc.os a multiplicarem as suas agências e as revestirem
lo,s setn discutir, de aprová-los ainda que com eles não de granito e de mármore, gastando fo~tunas, custando·
e na Câmara do's Deputados. Isto é que me surpreende.
Cõncord~m. de aprovâ-los quando acham criniiliõSOS. hoje a sua administração ®rca de I 2% dos depósitos.
Parece que é um filho enjeitado este projeto do Governo,
é um filho que não tem padrinho, que não foi estudado, Essa é, portanto, a razão que nós, parlamentares do Isso vai ter que acabar, porque o_País_ não_aguenta, e is-
que não foi trabalhado. Este é o projeto que está em dis-
PMDB·,- estudamos esse projeto. Eu Dão estou defenden- so, do S~lbrasileiro, é uma etapa dentro da desordem fi-
cussão neste momento. E os responsáveis ... do, como Senador, que se abandone o Sulbrasileiro às nanceira brasileira .. No Sulbr.asileiro houve tam_bém,
'ifffig-àS. NãO-é-esse ·a inC\1 ponto de vista. Creio que deve- como o Govern_Q tem salientado, desonestidade dos ad-
O Sr. Fâbio Lllcena- Eu acho que há ex.ceções. mos 'estudar, com mais profundidade, para não compro- ministradore_s. Nas outras organ_izações, nas quais não
-meter a prõ"pria NaçãO.-(YiJuStre Sénador FáhiO Lucena, _houve des9nestidade, tem muita gente que deu tiro _na
O Sr. Lenoir Vargas- ... pela sua aprovação, que são quando fez referência ao hospital e ao cemitério, cabeça, porQue faliu; não foi desonestidade, nem avanço
os Partidos que sustentam o Governo, da chamada Nova esqueceu-se de dizer que 1 quando o Governo vãi para o do dinheiro público, foi conseqüência de uma crise defla-
República, o que fazem? Posam, ora a favor e ora con- pr_onto-soCOt('O, ele assume os outros d~bitos, _porque o grada por uma política financeira e económica louca,
tra, e não dão o respaldo que o Presidente da República Governo é obrigado a pagar os débitos em dÓtã.res, que mas isso terâ um fim. Portanto, este precedente é perigo-
e
tem o dir_eit9 de .~per'ar das suas Lideranças dos seus se elevarão a um trilhão e tantos bilhões de cruzeiros - so, na hora em que as coisas começar~m a mudar neste
Comandados. Por isso, eu estranho profundamente_este não estou certO do núm-e~Õ·-.OU QU_ãs~ dOis t~ilh.õeS de País, porque_ não podemos continuar, não podemos dar
novo procedimento, porque se não tivesse havido enten- cruzeiros. E s~ o banco comprar as ações não_ fica res- o que não temos. _a muito fácil, o FMI exigir lã fora,
dimentos, não tivesse havido_ trabalho, não tives~e havi- PC?nsâvel por esse débito, em d~l~res, _que o Teso~ro ava- .como V. Ex.~ tem visto, que paguemos 12, 13 ou 17 b.i-
do escuta, não tivesse havido consulta entre essas lide- lizã, por todos os empréstim-Os que s3.oJeitos·ao_Brasit? _}hõ_es de .dólares ao ano. Se não temos os dólares, nós
ranças, para depois se propor o projeto de lei, poderia se Ele não é obrigado a pagar imediatamente, mas fica de- não vamos poder pagar. Da mesma maneira aqui dentro.
dizer que ele não tinha dono. Mas esse projeto de lei tem vendo e é obrigado- a pagar amanhã, porque o' banco, a Isso vai sofrer um processo _de interrupção. Não tem
o seu dono, que é _o Preside_11~ da República, que o encl}- admifif-se... quem o evite, porque. desde que o Brasil não gere recur-
minhou a esta Casa. Não o encaminhou pari que fosse sos, ele não pode pagá-los. Essa crise se gei:teraliza com
derrotado, esta seria uma atitUde estranha na histótia toda a indústria e tambêm com a agricultura no Pafs.
O_SR.OCTÁ VIO CARDOSO- A obrigação persis·
política do Brasil, em que o Presidente da República não Ess_e precedente. vai provocar atitudes _semelhante para
te-lla liquidação -:ou no salvamf,!:nto do banco. A respon-
pudesse contar com os Partidos que lhe dão apoio, para outras instituições, criando talvez o caos neste País. Va-
sabilidade do _Governo Federal com os empréstimos ~x-'
apoiar as súas -proposições, sobretudo des.ta importân- mos procurar uma solução! Tem cer.tas horas que ê ne-
ternos é a mesma, com _a, diferença de que na liquidação
cia, como é o caso do SYlbrasileiro. Esta é uma grande e cessário pedir-se sacrificio a_o povo. Quando começou o
paga e não se reembolsa.
profunda decepção que estou tendo na apreciação" dessa processo de _industrialização do Nordeste, eu pedi aos
proposiçãO. Eu acho que V. Ex•, como representante do O Sr. Cid Sampaio ~ Poderia ser reembolsado se o pernambucanos lO% de adicional sobre Imposto de Ven-
Rio Grande do Sul, e não por ser do Rio Grande do Sul, banco tivesse condições de reembolsar. O que quero ana- da e Consignações, da época, para construir o Ba11ço do
inas por ser um Senador da República, faz mUito bem lisar, neste projeto, é c-om relaçã-o à segurança de que Estado e para começar a montar fáOricas. Hoje, 5% da
em defender essa posição e eu queria colocar perante o com esse aporte, ao banco vai se recuperar. Esse proble- receita do_Rio Grande_do Sul daria mais do que os 400
Senado da República essa incoerência, qUe me parece ma da dívida, que somOs obrigados a pagar lá fora, jã bilhões n~essãrios para salvar o banco. Quem sabe se os
que é um mau começa-para a Nova República, em que preocupa o Governo, porque, da mesma maneira que ele outros Estados se juntãssi:m, encontrassem uma solução,
os seus líderes não sustentam a posição d_o seu Presidente não está podendo saldar os seus débitos exter-nos, os de- e colocassem outros responsáveis lá dentro para tomar
da República. vedoreS daqui não eStão podendo também pagar ao Go- cont3._1 aliuêffi_-que pUseSSe o seu próprio dinheiro .. : Por-
verno. A inadirnplência é generalizada_ neste País, e se o que esse diÕh-ei~o do Governo chega lâ dentro, os 400 bi~.
O Sr~ Fábio Lucena- Nobre Senador Octãvio Cardo-
so; permita-me um aparte?
a
Govêtno -se dispõe socorrer casos com:o este, vai socor- l_hões, e se não derem? E se precisarem de outros 400?
rer outros,. entrando simplesmente com recursos. Eu não M8.is- oUtros 400, mais outros 900, na crise finãnceira e-e-
defendo que se abandone ma_s que se procurem soluções conómica que_ se aproxi!l1a? Quem'-assegura que o
O SR. OCTÁVIO CARDOSO~ Com todo prazer.
adequadas que não venham a comprometer o futuro do prontó-socot:ro não,s-e transformará em ceniitério, com a
O Sr. Fábio Lucena- Nobre Senador, ocupei hoje a País, porque o número de_ empresas que está falindo, despesa do_ p'ronto~socorro e mais a_ despesa do cemi-
tribuna do Senado, como Líder do PMDB, e durante 50 t:om_ ~ssa in~ação de 3~% ao ~;~.n?, com essa recessão, em tério, Eram essas as ponderações que eu queria fazer.
0654 Ter<;a-feira lo - DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAl(Seção !I) Abril do 1985

O SR. PRESIDENTE (Martins Filho)- Lembro ao criar o imposto sobre o patrimônio e triplicar o imposto Vargas, não há Estado grande e nem pequeno, grande é
ilustre orador que ô seu tempo está esgotado. sobre o latifúndio. o Brasil. Aquilo que afetar o Rio Grande do Sul, Santa
Catarina ou o Paraná, no caso presente tambêrn, onde o
O SR. OCTÁVIO CARDOSO~ Atenderei ao apelo O Sr. Fábio Lucena- Permite um aparte, nobre Sena- Sulbrasileiro tinha ramificações, afeta o Brasil inteiro.
que me formula a Mesa. Acredito que, com a tolerância dor? Daí por que ser obrigação do Governo ir em socorro,
da Mesa, poderei atender aos apartes que me são solici- principalmente com essa modalidade de aplicar para re-
tados. O SR. OCTÁVIO CARDOSO- Com muito praz.er,
tornar posteriormente. Quero dizer a V. Ex• que tem a
ouço o nobre Senador Fábio Lucena.
mính_a solidariedade e do povo acreano, que também é
O Sr. Alcides Saldanha - Permite um aparte, Sena- Sr. Presidente, concluirei breve. muito grato aos gaúchos, que contribuíram· através de
dor?
Plácido de Castro para integrai- aquela parcela ao Brasil.
O Sr. Fábio Lucena- Sr. Presidente, com sua tolerân- Agora, merece um- reparo histórico a resposta ao nohre,
O SR. OCTÃ VIO CARDOSO- Em segtiid'a. Gosta- cía. Nobre Senador Octãvio Cardoso, quando o Gover-
ria somente de responder ao nobre Senador Cid. Sam- querido _e estimadq jurista, homem de letras que é Fâbio
nador Cld' Sampaio fez aquela proposta comovente ao Lucenà, que se engajOu a essa luta em favor do povo gaúcho ...
paio. Parece que estamos encontrando uma certa dificul- povo pernambucano e foi pelo seu grande povo atendi-
dade, S. Ex• e eu, em nos reciclarmos nas nossas po- do, o barril de petróleo custava Cr$ 1,00 e a inflação- O SR. OCI:Á VIO CARDOSO - Com muita honra
sições; ele é do Governo est~ fazerido OposiÇão, eu sou S. Ex• foi G'overnador ao tempo do Presidente Juscelino pa~amim.
da Oposição e estou defendendo um projeto do GovCi- Kubitsche~_de Oliveira e transferiu o Governo !lO seU su-
no. cessor, Miguel Arraes jã no Governo do Presidente João ela ao Brasil.
Goulart, no dia 31 de janeiro de 1963. Bem, observe, di- O Sr. Jorge Kalume - .-.. do povo catarinense, do
O Sr. Cid Sampaio - Estou defendendo o que eu acho
zia CJJ,_a_inflação estava ã época na faixa de 30,35%. Ve- povo paranaense; erifim, essa luta que é do povo brasilei-
certo.
ja, nobre Senador Octâvio Cardoso, o desastre - e vou ro. Quero dizer.- para um ligeiro reparo histórico -
fazer a Conexão entre o pronto-socorro, o cemitério e a que o Acre nunca pertenceu i" Amazonas. Aquela terra
O SR." OCTÁVIO CARDOSO ~ Agora veja bem: o
ressurreição - veja o desastre que seria para o Rio era de ninguém e para lá acorr~ram elementos do. Nor-
nobre Senador Cid Sampaio, como homem de Oposição,
Grande do Sul se vingasse a proposta d~ aumento da car- deste, e graças às armas dos brasileiros, aquela terra se
censurava a voracidade do Poder Público quanto aos im-
ga tributária. Dados colegidos por Joelmir Beting pro- intt:grou ao Brasil. Mas o interesse econô~ico que era vi-
postos. Hoje, S. EX•-piopõe que o Rio GraiidC do Sul e-
vam que no Brasil tanto o empresário como o trabalha· sado atfavês do imposto da borracha, e que beneficiou
xaspere a sua tributação, taxando com mais 10% o con-
dor trabalham os meses de janeiro, fevereiro, março e grandemente o Estado do Amazonas é o Estado do Pará.
tribuinte gaúcho- primeira contradição. SeS:unda con-
abril, um quarto do ano, apenas para recolherem impos~ em prejti.Izo da própria unidade, porque naquele tempo
tradição: respondeu ao Sr. Senador Lenoir Vargas: não era território ainda, que se chamou Aquiri e depois
tos ao Governo; vinte e cinco por cento da força de tra-
"Não estamos mais no período discricionário. Agora, o
balho brasileira e da sua conseqüente produção é desti- Acre, o Estado do Amazonas, como é natural, apesar de
Congresso p_ensa, agOra o" Congresso decide." Mas, on-
nada para pagar tributos. O Pafs foi _transformado ri um irmão, quis abocanhar o Acre. Daí por que o povO a-
tem, chegou, uma Mensagem aqui no Congresso, com o
estado fiscal por excelência. E se V. Ex• consultar a cre.ano se rebelou e o_ povo amazonense contratou o
Governador do Distrito Federal jã· nomeado -- prim~­
Constituição, art. 153, parágrafo 29, no capítulo de Di- grande Rui Barbosa para ser patrono da sua luta jurídi-
ro, nomeado e com ato publicado no Diário Ofichtl; de-
reitos e Garantias Individuais, que é onde estão estabele- ca, e veio em nosso socorro o juriSta sergipano GumCr-
pois, o ato foi retificado para ser designado "interino. sindo Bessa que, sem .sair de Aracaju, venceu o grande
cidos os princípios da anualidade dos tributos e da legali-
provisório". Além da redundância, o desrespeito a esta tribuno, o grande jurista, o íRComensurável brasileiro
dade, vale dizer, anualidade- o ~ributo s6 pode ser cria-
Casa que não decide, como diz o nobre SenadÕr. Segun- . que eu estimo, respeitO e prezo, que foi Rui Barbosa. A
do num exercícío para ser cobrado no outro - e da lega-
Oa crítica que faço ao seu aparte. Terceiro, V. Ex• esque-
ce que é um homem de Governo. E ao dizer que as eni-
lidade - não pode haver tributo sem lei que o crie - se petição de Rui Barbosa, hoje impressa em mais de 1560
V. Ex• observar bem, o princípio da anualidade foi re- páginas~-e ã petição 'de Gumersindo foi uma simples pe·
presas estão falindo, qu-e-as ernpresasestão capitalizadas, tiÇãO, humilde como ele era, humilde como era o Nor-
bentado no parágrafo 29, do art. 153, da ConstitU.íção
V. Ex• deve dizer que a Caixa Econômica Federal não deste, e o Supremo Tribunal deu ganho de causa a Gu-
Federal, pelo Presidente Geisel, no famoso Pacote de
poderia ter cessado as suas operações por 90 dias; que o mersindo Bessa, o que equivale dizer, aos acreanos. Era
Abril. Hoje, o Governo, mediante lei complementar- e
Banco do Brasil não poderia ter fechado os seus cofres
eu espero que o Serihor Presidente José Sarney, erraçli- este o amparo histórico que eu gostaria de fazer. E o A-
por 60 ou por 90 dias; que o BNDS, o Banco do Nordes--
que logo da Constituição Federal essa anomalia inqu3If- cre, então, passou a ser Território em 1904, quando era
te e todos os estabelecimentos de crl:dito deste País não Presidente, se não me falha a memória, Afonso Penna,
frcável contra o contribuinte,. contra o pov-o brasileiro,
poderiam ter fechado para o atendimento dessas empre-
hoje, por mera lei complementar, que pode ser votada in- com a reforma que fez. Portanto, não é razão para V.
sas que V. Ex• diz que estão falindo, para essas indústrias Ex• dizer que o Acre pertenceu ao Amazonas. Agora,
clusive por acordo de lideranças, tanto no Senado como
que V. Ex• alerta que estão quebrando. V. Ex• precisa nas horas dificeis, d-ata venla, o Amazonas se apegava
na Câmara dos Deputados, o Governo pode criar tribu-
reciclar-se. V. Ex• é um honlem de Governo e não pode nCsse assunto de que precisava ser indenizado po"rque o
tos. Ora, se nós formos ·aumentar os tributos no Rio
dizer que a nossa solução para o Sulbrasileiro não t boa. Acre lhC pertenceu. NUnca, n'unca, absolutamente. _O
Grande do Sul, digamos, para 30%, daquilo que jâ paga
V. Ex• tem o dever de contribuir para uma solução. Por-
o povo gaócho, jã paga o povo brasileiro, nós vamos ter Acre pertenceu aos brasileiros e ao Brasil. E hoje somos
que nós, quando éramos GovernO, nós dizíamos que a
três situações distintas. Primeiro, passar pelo pronto~ Est3do, graças ao patriotismo daquela &ente que foi do
Oposição só criticava, que a Oposição não era construti-
socorro; sc:gundo, ir para o cemitério; e, terceiro, recor- N ardeste para lã, e graças ao projeto de José Guiomar
va. Pois nós, agora,-não queremos fazer' uma oposição
rer à Bíblia, que está aqui em minhas mãos. sobre os dos Santos. Tem V. Ex• a minha solidariedade.
que não seja construtiva, que nlo seja p3tri6tica, que
Santos Evangelhos, e promover a ressurreição do Rio
não seja voltada para o interesse público. Temos, tam-
Grande do Sul, tarefa diVina, eVidr:intemente, que não es~ O SR. OCTÁVIO CARDOSO~ Muito obrigado.
bém, o direito de exigir que o-s homens do Governo, que
tã nas preocupações do Governo.
criticam as soluções ditas c~omo V. Ex• simplistas, te-
nham uma outra solução mais iilteligente, uma solução O Sr. Fábio Lucena- Nobre Senador, apenas um re-
O SR. OCfÁVIO CARDOSO- Muito obrigado a paro ao reparo. O nobre Senador Jorge Kalume deve co-
genial à altura de V. Ex•, para que o Pais não incorra V. Ex•
nesse-grave erro que V. Ex• critica. --- nhecer o· Hino d_o Acre. O Hino do Acre foí es-crito por
Ouço V. Ex•, nobre Senador Alcides Saldanha. O Sr. Jorge Kalume- Permite V. Ex• um aparte? ·Francisco Man~abeira.

O SR. OCTÁVIO CARDOSO- Ouço V. Ex• O Sr. Jorge Kalume- Um baiano.


O Sr. Alcides Saldanba --Falou-se aqui, nobre Sena-
dor, nos dólares de que o Pais precisa. Pois ele sai da soja O Sr. Jorge Kalume- Não poderia deixar V. Ex• en- O Sr. Fábio ·Lucéna- Um baiano, e data de 1902. O
do Rio Giande do Sul, do arroz, da carne, do calçado, cerrar a brilhaqte_ defesa que_ estã fazendo .•~--- Hino do Acre faz uma exaltação à_ condição amazonense
dos ônibus que Caxias vende para toda a Anlêric8. do povo acreano, o que_ é uma honra para nós, amazo-
Quando se fala no aumento do imposto, o Rio Grande ºSR;_ O-CTÁVIO CARDOSO- Muito obrigado. nense:;. Agora, quanto ao Acre ter ou não pertencido ao
do Sul não recebe- e é preciso que se faça a reforma tri- Amazônas, basta que se leia o Tratado de Petrópolis, fir-
butária com urgência-, porque penalizado por ser pro- O Sr. Jorge Kalume- ... do seu Estado sem aparteá- mado pelo Barão do Rio Branco. E quanto ao Gumel--
dutor de exportação, não recebe mais de um terço do que Jo. Eu quero dizer que V. Ex•, neste OlOIDento, não estã sindo ter vencido o Rui, não consta da História, porque
teria direito, se não tivesse exportando para que OBrasil falando apenas com o espírito ou sentimerlto, muito o Amazônas foi incfenizado pela União Federal, e por
tivesse dólares. Concordo com o aumento de imposto. E mais do que isso. As palavras de V. Ex• têm o sentido da deliberação d~ Supremo Tribunal Federal que deu ga-
se o Senado Federal tivesse poder de iniciativa deveria razão, porque, como disse o grande Estadista Getúlio nho de causa a Rui Barbosa, senão o Amazonas não te-
Abril de 1985 DIÁRIO DO~CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Terça-feira 16 0655

ria recebido a indenização, por ter perdido a farta fatia -1974, evoluir p:_1ra a liquidação extrajudicial, promoven- ..Nesse contexto, antes do prosseguir no sentido da li-
territoríãl do glorioso hoje Estado do Acre. ~o a realização do ativo e a sitisfação do passivo das em- quidaçãO exttajU;diÇia_l, determinada pela legislação per-
presas sob intervençãO." tiqef!~e em vi_gor., isto é, a Lei n9 6.024, de lO de mar~Q de
O SR. OCTÁVIO CARQOSO- Sr. Presidente, p_e· Número 3. 19.74, torna-se recomendável su-bmeter a exame e apro-
dindo desculpas a V. Ex• por ter infringido o Regimento vação do Poder Legislativo a alternativa consistente na
e me alongado tanto, e não desejando, d,epois do feito de ..Tem havido fortes reivindicações regionaiS, rio tentativa ·de sanear os coõSiomerados, a fim de obter o
Plácido de Castro, "ilustre gaúcho e são gabrielense, a sentido de evitar a liquidação extrajudicial". soerguimento das instituições e o normal funcionam-ento·
quem o Acre tanto deve, não deseja agora outro gaúcho da economia regional."
criar problemas entre o Amazônas e o Acre. Essas reivindicaçõe são naturais, são justificáveis, me-
O Ministro da Fazenda, Sr. Presidente e Srs. Senado-
Encerro, Sr. Presidente, dizendo que o Rio Grande do recef!l aplausos. Longe de mim criticã-las. Estou apenas,
res, o" Governo Federal não tem certeza do resultado das
Sul, espera não só como uma solução para si, mas uma como disse inid3.lmente, adejando sobre a peça do Mi-
medidas que está oferecendo ao Congresso Nacional. Ao
solução para o Brasil e para o sistema bancãriO brasilei- nistério da Faz~ridã..
contrário, confessa-no que é louvável o procedimento-
ro, que· o Parlamento Nacional en_ç_oz:Ure,_ se não a so- confessa que vai fazer uma tentativa.
O Sr J utahy Magalhães- Permite V. Ex• um aparte?
r
lução para o projeto, pelo menos unia solução que nos li·
vre de uma ruinosa liqUidação dos bancos sob intee- O SR. HtLV1DIO NUNES- Tem V. Ex• o aparte, O Sr. João Lobo- Permite V. Ex• um aparte, Sena-
Vençãa. eminente Senador. dor?
Muito obrigado a V. Ex• (Muito bem! Palmas.)
O Sr. Jutahy Magalhã~- Como bem disse V. Ex.•, O SR. HELVIDIO NUNES - Com todo o prazer,
DISCURSO ~l'RONUNCIADO PELO SR. nós só teríamos a parabenizar aqueles que .fazem a rei- Senador João Lobo.
HELV[DIO NUNES NA SESSÃO DE !2-4-85 E vindicação a respeito dos interesses dos seus Estados, e
QUE. ENTREQUE À REVISÃO_ DO ORADOR. O Sr.João Lobo- Senador Helvfdio Nunes, eu como
no momento, eu só teria a parabenizar os gaúchos que se
SERIA PUBLICADO POSTERIORMENTE. toda a Casa ouvimos, com muita atenção, os discursos
uniram·nessa luta, que considero uma 1':1-ta injuStà, rii::is
que V. Ex• produz neste Plenário, porque eles sempre
eles consideram que é uma causa juSta. E eles souberam
são bons, substanciosos e trazem luz a muitas coisas que
O SR. HEL VIDIO NUNES (PDS- PI. Pronuncia ~ se Unir realmente para reivindicar e lutar pelos seus inte-
ficam obscuras, no desenrolar dos dias.
seguinte discurso.)- Sr. Presidente e Srs. Sen~dores: __resg;es_. pelos interesses da sua economia. Mas, no caso
Vou tecer, nesta tarde calma e amen_a, algumas <::onsi- específico, digo apenas que se nós esÜvésSemos aqUi p"iiiã- - O SR. HELVIoio }~tJNEs- Muito ()brigado à bon-
derações sobre a Mensagem n~> 224, remetida ao Con- defender junto ao GÕvetno brasileiro para que- aplicasse dade de V. Ex•
gresso Nacional e ora em tramitação na Câmara dos De- recursos orçamentários ou quaisquer outros em empre-
putados. sas· mal dirigidas e que atingissem a economia regional, O Sr.João Lobo- Mas eu queria apenas fazer uma li-
Na semana transata, ao borboletear nesta tribuna a eU; por exemplo, não estaria hoje aqui, siin-na CEPLAC, geini iiicursão no discurso de V. Ex• Como membro· da
expressão usada na oportunidade - _sobre· a matêria, mas defendendo os. interesses da regi~o caC8.Ueira; que Comissão Mista de Inquérito, que ouve as testemunhas,
enfoquei-a tendo como base artigo de natureza econômi- uma empresa, a INTERCACAU tarnbêm tem os seus as pessoas, ps depoimentos do Sulbrasileiro e dos con-
ca, publicado em um dos matutinos da nossa cidade. problemas e esiâ dando t.im rombo na· econo_mia"-_da re- glomerados do Sulbrasileiro, inclusive do BNH e autori-
Naquele dia, algumas interpelações foram feita-s às pa- gião-, ·de 400 bilhões de cruzeiros. Mas se a tese for vito- · dades d~ ãrea ri-lonetãria~ que foram responsabilizadas
lavras que pronunciava, e uma delas, eu me lembro, pelo riosa, aí com"eç"arei a achar que tambêm tenho que defen- pelo ocorrido com o Sulbrasileiro, nós precisamos al-
Senador Fãbio Lucena, que não se encontra,_infelizmen~ -der esses interesses e o Governo Feçleral terã que injetar guris--depoimentõs. E nos pareceu, no momento, entre
te, na tarde de hoje em Plenãri_o. na economia da. n:_gião cacaQeira 400 bilhões de ç:ruzei- outras coisas- para não me alongar muito'no aparte-
Procurando contestar-me, o Senador Fãbio Lucena a- ros, porque a economia regional também eSt8rá atii-tgida. o.uvimos o depoimentO do P~esidente do Banco Sulbrasi-
firmou que, enviando a esta casa a Merisageni sobre a si- Hoje eu declarei aos componentes de uma comissão do leiro;- Coronel Hélio- Prat-es. Devo diÚr a V. Ex• qUi: os
tuação de dois conglomerados gaúchos, não faria o Go- Sul brasileiro esse meu ponto de vista, de que sou contra argumentos esposadOs pelo Coronel não nos Convence-
verno Federal senão cumprir determinação constitucio- qualquer espéi:íe de estatização, seja-qiial ror a maneira" a ràm;·absoluta:m-ente, da validade do pleito que se faz, do
nal, com o que concordei plenamente. Mas S. Ex.•, no en- ser feita e por isso eu disse que o único ponto que pode- apelo que s_e.faz, para que o Governo assuma os prejuf-
sejo, contestou-me veementemente na parte em que afir- ria me comovei seria -a questão dos funcionãrios, mas zmn:laquela entidade. O Coronel Hélio Prates, eu posso
mei que a mim me parecia "que, atravês-daquéla-Mensã.- que, infelizmente, eu não li esse programa mericionado estar enganado, me pareceu um homem absolutamente
gem, o Governo Federal não apenas: observa._va a _Lc;i na mensagem. alhe.io às realidades do Banco Sulbrasileiro. No rneu en-
Maior do Pais, mas pretendia, tambêrn, repartir respon- terl.dimeri.to, ele respondeu mal às interpelações. Não sa-
sabilidade; O SR. HELVIDIO NUNES- Nobre SenadorJutahy bia nem situar-se direito no organograma que dirige as
--Magalhães, eu agradeço a participação de V. Ex•, por to- empresas. E me parece que ele ê um homem honrado,
Hoje, Sr. Presidente e Srs. Sena.dore.s, entendo que,
com a Mensagem 224, o Governo Federal não deseja, dos os titulas, valiosa. Mas, V. Ex• pretendeu, embora honesto, talvez, cheio e repleto de boas intenções e since-
em breve aparte, examinar o mérito da queStão. ridade, mas tota~mente despreparado para o cargo em
não quer, não pretende apenas dividir responsabilidades,
Com a permissão de V. Ex•, continuarei adejando que ele estã investido, naquela entidade. As suas razões
o Governo pretende transferir resPonsabilidades. A
s-obre o terri<i,. nãO iiõS convenCeiâin. Nós todos sábemos que o melhor
mensagem aqui está, capeando a exposição de motivos
endereçada à Presidência da República pelo Exm~> Sr. 3. ..Tem havido fortes reivindicações regionais no negócio Que eXiste neste'País, ri'êsSes últiri-los anoS, são os
Ministro da Fazenda; sentido de evitar a liquidação extrajudicial. Esse procedi- ban-cos. Não podemos compreender como um banco do
Vou fazer ligeiros comentários, adejar sobre a peça do ·mento abalaria profundamente ·a economia do Sul do porte do Sulbrasileiro, que enfeixou os três maiores ban-
Ministério da Fazenda, pois que ela diz mais do que País, particul~rmente no que diz respeito ao· desemprego cos do Rio Grande do Sul, na sua composição, inclusive
quaisquer palavras sobre a posição daquela pasta gover- -de 'aproximadamente 24.000 PeSsOas: Haveria também no pecúlio do Montepio da Famnia Militar, que tinha
namental. graves repercussões sobre as pequenas e médias empre- tOda a assistência e· toda a boa vontade das equipes go-
sas··credoras dos conglomerados, que ficariam incapazes verna:ffieOtaíS deste País, conforn-ie testemunho do pró-
Começo o Ministro Dornel_les:_ de resistir a dificuldades fiminCeii"as decorrentes da liqu~­ prio Coronel Prates, entrou num parafuso sem saída;
"Conforme é do coo_hecji;n~ntQ_de V. Ex•." ... dação extrajudiCial". sem safda porque, e V. Ex• tem razão, a honestidade do
- dirigindo-se, claro, ao Presidente d~ Rep6bÜca - Sabe-se por consegUinte, S~. Presidente e Srs. Se~ado­ _MiniSiro da FaZenda levou-Õ- a dizer que não sabe Se es-
...0 Banco Central do Brasil, em 8 e 11 de fevereiro de res, que uma das razões fundamentais que levaram o GO..: ses recurS"os serão oneCessârios, porque não me dã a im-
1985, promoveu intervenção, com base na Lei nt 6.024, verno a enviar ã mensagem ao Congresso Nacional, foi pressão de que seja só íssó. A estrutura é caduca, mal di-
de 10 de marçO de 1974, nas seguintes cómpanhias: Con- CViiar o desemprego de aproximadamente 24 mil" pes- rigida. t; um autêntico "elefarite branco". Acho que o
glomerado Sulbrasileiro - especifica as entidades que soas. E sabe-se, também, que está na preocupação do GOveriio es1.á fe prepa-rando para botar dinheiro bom em
compõem o COnglomerado - e COrlglomerado HABI- Governo defender as pequenas_ e médias empresas, que cima de dinhC:iro mau. Sou favorável a que se atente para
T ASUL - ralaciona as entidades que compõem esse ficariam incapazes de resistir às dificuldades fianancei- a situ~Ção social, para o drama desses desempregados.
Conglomerado." ras. Os 900 bilhões de CruzeiroS em -reCursos solicitã(fos, Acho que o Governo deve diligenciar no sentido de que
Número 2 - não é o núm~o_ :?_dq _S~pador Virgílio __por -co=nseguinte; ViSam àteiláef tanlbêm às pequenas e esses trabalhadores, esses funcionãriõs de todo o conglo-
Tãvora, mas é o nómero 2 da peça do Dr. Neves Dor- médias empresas, aos pequenos comei'ciantes, aos arte- merado, de todo o sistema HABITASUL e Banco
nelies. sões e não apenas ao restabelecimento da credibilid~de Sulbrasileiro, tenharit a sua Vida funcional preservada, a-
"Em conseqüência deve o Estado, dando prossegui- pública desses dois estabelecimentos, hoje atirados como travéS de outfo esquema qualquer. Vamos usar a noss3 i-
mento às determinações contidas na Lei n9 6.024, de que à exe_cração pública nacional. maginação. O Go~ei--rio deve usar a sua própria-imagi-.
0656 Terça-feira 16 DIÃ!ÜO DO~CONGRESSO NACIONAL (Seção ll) Abril de 1985

nação, os próprios dirigi:ültes do banco devem apresentar chegou ao valor de 1.200 mHhões de cruzeiros, era muito Isto é muito -imPortante, Sr. Presidente e Srs. Senado-_
outra solução. Eu não vou interrOmper, por mais fempo, dinheiro naciueia época. bentro daquela função a que res, e quem diz isso é o Exml' Sr. Ministro da Fazenda.
o discurso de V. Ex•, m-as veja que uma das ãcUsações nos referimos, três ou quatfo meses depois de resolvido Eujâ o ã(frnírava. e a partir da leitura desta peça passei ·a -
principais do Coronel Prates, a favor de que o Governo esse problema de toda a ãrea nordestina, fomos chama- admirâ-lo muito mais. -
invista dinheiro no seu banco, é de que assim ele evitará dos a este plenãrio para explicar a atuação doGoverrio
que as multinaciomi.is açambarquem aquele património, brasileiro na solução do "caso Borregaard", por uma in- ...é conVeniente recordar o notório repúdio ·da
que deve permanecer no Sul, no her~ico Rio Grande do feliz coincidência também nas plagas gaúchas, e tivemos sociedade pela aplicação de recursos governamen-
Sul, nas províncias do Sulbrasileiro. E diz ele que isso é i- que queimar as pestanas para explicar como, só para a- tais na recUperação de instituições firianceíras mal
minente. Mas conta como fato principal, no seu depoi- quela indústria de porte médio, havia um comprometi-_ administradas. ~ igualmente notória a condenação
mento, que apenas por vinte e quatro horas o Ministro menta não de 1.200 milhões de cruzeiros - são decorri- da sociedade à intervenção do Estado na economia
D~lfim Netto causou a ruína no sistema. Ele estava pro- dos quase dez anos - mas de 1.800 milhões de cruzeiros, privada, para assumir a administração de empreen-
pondo, entabolando um negócio c_om o City Bank, já em ou seja, uma vez e meia aquilo que havia' sido liberàdo diffientOs -comerciais" ...
fase conclusiva; queria apenas vinte e quatro horas de para todos os Estados do Nordeste, da Bahia ao Mara-
:1:: o Governo Federal quem afirma que a sociedade
prazo, mais, mas não conseguiu essas vinte e quatro ho- nhão. E com que surpresa ~nc.ontramos hoje, persona-
brasileira repudia a injeção de recursos governamentais
ras, porque o Sr. Delfim Netto decretou a intervenção gens envolvidos, em um caso e em outro, como magna
na recuperação de instituições financeiras mal adminis-
antes disso. Então cai por terra o argumento principal do púte, justamente do MOntepio da Família Militar, caso
tradas.
Sr. Hélio Prates. Se eram as multinacionais, se são as ~·Borregaard", caso Sulbrasileiro. Era o que tínhamos a
E o Governo Federal também detectou que a socieda-
multinacinais q~e estão querendo apoderar-se da estru- dizer a V. Ex• pedindo que secundasse nosso apelo para
de repele, condena a aplicação de recursos na economia
tura do Sulbrasileiro, por que estava ele tentando vender que Sua Excelência, o Senhor Presidente fizesse vir ao
privada, para assumir a administração de empreendi-
o cohtrole acionârio para o City Bank? conhecimento do Plenário do S~nado todos os Partidos,
mentos -comerciais.
justamente as cópias taquigrâficas, mesmo sem -estaiem
O SR. HELV(DIO NUNES- V. Ex•, nobre Senador Vem o ítem 7, Sr. Presidente.
revisadas, dos depoimentos dessas pessoas. Porque uma
João Lobo. presta um depoimento que dispensaria coisa é meia dúzia de colegas nossos que assistem os con- 7. Por tudo issp, é fundamental eleger entre as
quaisquer outras considerações de minha parte. fiteor nas comissões, e outra coisa somos nós que vamos duas alternativas - liquidação extrajudicial, ...
V. Ex• foi ao âmago da questão. V. Ex• participa de julgar e votar esse projeto. Isto sem tomar, aprioriStica-
uma comissão de InqUérito,- e ouviu depoimentos, e trou- mente, uma posição de condenação ou de absolvição to- - isto é, aplicação da Lei n~' 6.024, de lO de março de
xe depoimentos estarrecedores a esta Casa. Muito obri- tal ao que o Governo quer fazer, nem torilar situação de 74,-
gado por esta notâvel contribuição àquele que apenas oposição ou de Governo. Queremos aqui a verdade; pen-
deseja proferir considerações leves, nesta tarde, sobre a samos que o que V. Ex• quer é o de melhor para a econo- ... "~ saneamento financeiro das' sociedades - a
mensagem presidencial. mia brasileira. que melhor consulte os interesses do País. Compete
Muito obrigado! ao Congresso Nacional, legítimo representante do
O 'SR. HELVIDIO NUNES -~ Nobre Senador povo," ...
· O Sr. Virgnio Távora-- Permite V. Ex• um aparte?
Virgílio Távora, endosso plenamente o pedido que V.
legitimo representante da sociedade, a que ele faz refe-
Ex• faz. Os fatos que V. Ex' relembrou dispensam, pela
rência no item 6,
O SR. HELV(DIO NUNES- Com muito prazer, e- clareza, pela certoU e pela oportunidade, quaisquer co-
minente Senador Virgílio' Távora. - mentârios adicionais. Mui to obrigado pela valiosa con- ... "eleger a alternativa mais adequada, destinan-
tribuição que V. Ex• traz às minhas palavras. do os recursos limitados, provenientes da ação go-
O Sr. Virgílio Távora - Serâ também numerado: 1, 2
vernamental de cobrar tributos."
e3. I) No momento em que se discute um problema cuja
"4. Nesse contexto, antes de prosseguir no senti-
seriedade nós não podemos .ocultar, não só pela magni- Ora, Sr. Presidente, Srs. Senadores. no item anterioi, o
do da liquidação extrajudicial determinda pela legis-
tude dos números envolvidos, como os precedentes que Ministro fez. detectou aquilo que todos sabem: que aso-
lação pertinente em vigor, torna-se recomendável
dele se derivarão, seria talvez de mais prudência, algo ciedade brasileira, ontem como hoje, no governo ante-
submeter a exame e aprovação do Poder legislativo
como que imposto pela nossa consciência, se nóS todos rior e no governo atual, nos governos anteriores e no go-
a alternativa consistente na tentatiVa de sanear os
fizêssemos um apelo ao Sr. Presidente da Casa, :Para qUC verno presente, sempre condenou a prática de tais atos,
conglomerados, a fim de obter o .soerguimento das
do seu alto alvedrio emanassem as providências neces- que ferem a lei e que desservem à sociedade.
instit~;~ições e o rtormal funcionamento da economia
sârias, para que segunda Ou teiça-feira, jâ tõssem distri-
region·a[" Mas, -se no ·item anterior o Ministro detectou o pensa-
bufdos aos membros, pelo menos, do Senado, que é uma
5. "Nesse passo; convém salientar que a liqui- mento da sociedade, por que no item 7 a Mensãgem des-
Cas·a mais restrita, as cópias taquigrâficas dos depoirrien---
dação extrajudicial dos conglomerados acarretará, conhece que os legítimos representantes do povo são os
tos desse principais implicados no affâir Sulbrasileiro
para.a Ui1ião, um custo maiS ·elevado do que os no- Oeputados e Senadores? Ou será que o Executivo quer
que hoje prestam seus esclarecimentos i: continuarão:na ser Legislativo? Ou será que está pretendendo ocupar o
vecentos bilhões necessários para o soerguimento
semana que vem, perante a comissão de inquérito respec- lugar que é nosso? Se o raciocínio é válido no item ante-
das companhias que os integram."
tivo. Até o ,dia de hoje não há um documento bâsico que rior,_deye ser tamb~m ne$te, que acabo de ler; quer dizer,
dê um convencimento a esta Casa de que deve est3. so- procura atribuir., procura delegar ao Legislativo a facul-
lução_ ser adotada. A forma apresentada pelo próprio Confesso, Sr. Presidente e Srs. Senadores, ao ·ler este dade _de destinar rec1,1rsos. Não, Sr. Presideiú.e, o Con-
Ministro da Fazenda que, vamos falar claro, se vê nas iÚ::-m 5, sofri um imp~cto. Mas, pensando melhor, matu- gresso Nacional não pode destinar recursos, quem desti-
entrelinhas, que não é nada favorável à Mesa, é colocar, tando, cheguei à conclusão de que ~sses custos devem ser na recursos é o Chefe do Poder Executivo. O Poder Le-
um pouco como Pilatos, nas mãos do Congresso a so- custos sociais, porque.se fossem de outra natureza esta- gislativo não tem caha, quem administra o T~Ouro Na-
lução desse caso. A nós é que ficará toda essa responsa- riam especificados na peça do Ministério da- Fazenda, Cional é o Poder Executivo; quem sabe se existe dinheiro
bili<j.ade. Não estamou:~trando no mérito temos autori- Serâ que esses custos adicionais para cobrirem a situaçã.o é o Poder Executivo; quem pode atestar a ex.istênciade
dade para falar sobre esse assunto, e muito, pondo a mo- funcional de cerca de 25 mil pessoas, de 25 mil funcio- recursos é o Poder Executivo. Em uma palavra: o gestor
déstia à paite. Lembra-se V. Ex•, em Legislatura passa- nári'!s, requerem a aplic~ção imedi~ta de quase. _I trilhão o-
dos negócioS Públicos "é Poder Executivo.
da, encarregado éramos nós da defesa da política econô- · de cruzeiros, Sr. Presidente e Srs. Senadore.s? Tecn"icainen"le, portanto, a Mensagem, neste particu-
mica e financeira do GoVeino Geisel- meses atrás, iiú- _ , p~p_ois, l~nib~i-me q~e lendo as notÚ:ta,s que osjOI:- l~r!_l"!l~~~_: re~~rc_>S.
cio_ do Governo do então Coronel César Cais, GoVerna-:- -nais diarialnente publicam, uma delas fazia referên.cia à
dor do Cearâ, hoÚve uma crise muito grande na econo- O Sr. João Lobo- V. Ex' me permite um aparte?
existência de um dêbito de 200 milhões de dólares. Ter-
mia de nossa terra. Foi criilda, graças aos esforços de minei a leitura da peça do Ministêrio da Fazenda, reli O SR. HE.LV.IJ;liO.Nl)NES- Tem V..Ex• o aparte,
toda a Bancada nordestina, principalmente cearense, que toda a matéria, torne.i a ler e, ao cabo da terceira leitura, nobre Senador Joãb Lobo ..
inicialmente foi impOrtante, à boa vontade de Mârio a~nta, Sr. Presid~nte, não enconterei a mínima referên-
Henrique Simonsen, da amizade que com ele possuía- cja à ~xistência desse débito de 200 milhões. de__dóla.res. O Sr. João Lobo- Serei rapidíssimo e-peço deSculpas
mos, uma linha especial de crédito de 350 bilhões de Cru- FicO então com o custo social, unicamente com o custo põf'fnterromper a linha do brilhante raciocínio de V. Ext
zeiros para salvar 27 indústrias do Estado, - o Senador social. Era só quase que para tentar ajudar a completar esse ra-
César Cals eStâ aqui presente e pode testemunhar - ciocínio. Quando o Miilistro - parece-me, talvez, qu'e
e.<;tendeu~se depois esse crêdito para todo o Nordeste. "NI' 6 - Posta a problemática em toda a sua am- no Item 5 - se refere que, em não ajUdando o banco, 3.d-
Muito bem, estendida para todo o Nordeste, essa linha plitude é conveniente recordar o notório ... viriam disso prejufzos incalculáveis à sociedade. elê não
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção Il) Terça-feiw 16 0657

estâ se referindo aos custos sociais, ele estã se referlrido O SR. HELV(DIO NUNES_-- No_bre e eminente . O_meu propósito, o meu objetivo é, apenas, o "de des-
aos dinheiros oriundos de uma portaria, s~ não me enga- --sena-dor Moacyr DUarte, cabe-me agradecer a parti- pertar a Casa para a gravidãde do problema, e pedir, e
no a de n<? 63, que gera uma obrigatoridade para o Banco cipação de V. 'Ex• com a qual concordo inteiramente. reclamar que não podemos confundir os interesses, os
Sulbrasileiro. O banco, parece-me, tem uma responsabi- Apenas, a·ntes de assomar a esta tribuna, eu já me desejos, as reclamações, as reivindicações dos funcio-
lidade oriunda dessa portaria e o Ministro acha que esses havia imposto o dever de não fazer referência ao náriQS_, do~ servidores, d_os que fazem os .dois conglome-
dinheiros não serão pagos se não (Qrem socorridos com Nordeste, porque acho e entendo que temos elemen- mdos, nm;. suas quatrocentas e poucas agências, com a
esses novecentos bílhões de cruzeiros. 'ora, para pagat tos de sobra dentro da Mensagem para um posicio- prútica, com os interesses daqueles que prriticaram atos,
duzentos e poucos, ou trezentos bilhões, o Governo vai namento _correto. E os recursos que estão sendo ten- por ação e omissão, que levaram à situação de calamida-
sacrifiCar noVeceritos bilhõ~~- ê- melhor perder os trezen- tados para o Centro-Sul, especialmente para o Rio de pública esses dois conglomerados, que em outros tem-
tos bilhõ~s, porque, de qualquer jeito terão que ser pagos Gr-ãnde do Sul, não devem merecer confronto, abso- pós, que em outras épocas prestaram os mais relevantes
esses recursos. lutamente1 com aqu~las_ verbas, que_~_ão destinadas serviços ao desenvolvimento do Centro-Sul do Pa_ís,
aoS problemas da nossã região. - ---
Se .nós alegássemos 'que verbas substanciais são Vou reler, ligeiramente, o item 8, -para, em segiJ_ida,
O SR. HELVlDIO NUNES -A suacontribuição,
transferidas para o Centro-Sul, se dissermos que es- continuar o exame que venho fazendo da peça que infor~
mais uma vez, é inestimável, nobre Senador João Lobo.
ses recursos vão -rros faz.er falta e, de ou_tra parte, al- ma a Mensagem Presidencial.
Muito obrigado a V. Ex•
cançássemos as providências do Governo para resol-
vermos as nossas mazelas, muito bem. Mas eu prefiro "8. A primeira alternativa já se acha devida~
O Sr. Moacyr Duarte - Permite V. Ex• um aparte? recorrer ao manancial que aqui existe para fazer as mente disciplinada na Lei n"' 6.024, de 1974."
O SR. HELVIDIO NUNES - e_ um prazer--ouvi~lo, minhas considerações e, eventualmente, mostrar al-
-gum senão existente nessa mensagem sobte oS prOpó- Uma confiss~o clara do.Ministro de que esse é o cami-
eminente Senador. nho principal.
sitos que ela objetiva.
O Sr. Moacyr Duarte - Senador Helvfdio Nunes, os "Caso, entretanto, o Congresso- Nacional opte
O Sr. Jutahy Magalhies - Permite V. Ex• um
pronunciamentos de V. Ex• são ouvidos pelo Senado. aparte? - pelo saneamentO finimCeiro, Impõe-se a edição de
com o maior respeito, com a maior atenção, porque as lei, de conformidade com o projeto anexo, hipótese
abordagens que V. Ex• faz, sobre os mais diversos assun- O SR. HELVIDIO NUNES- Com muito prazer. em que o Poder Executivo deverã desenvolver es-
tos, são feitas cOm-prudência, com cautela mas, sobretu- forços capazes de dar execução à deliberação do
O Sr. Jutahy Magalhães - Eu agradeço a V. Ex• a
do, com profunda percuciência~ Daí a atenção que mere- Parlamento, cabendo salientar, pela sua iri1porfân-
gentileza de conceder este aparte, Senador Helvidio Nu-
ce desta Casa. -cia, as medidas a seguir relacionadas."
nes, e quero apenas dizer que esse foi o maior libelo que
eu já ouvi a resPeito da mensagem que nós vamos votar Sr. Presidente, Srs. Senu,dores, aqui o caçador colocou -
O SR. HELVIDIO NUNES =-Muito obrigado~ em breves dias do Sul brasileiro. V. Ex• está condenando botas de 7 léguas e passou da caça. Não cabe ao Con-
de tal maneira, e simplesmente adejando sObre a mensa- gresso Nacional faz.er a opção entre o cumprimento da
O Sr. Moacyr Duarte- Apenas me permito lembrar gem, utilizando ·apenas uma entonação diferente de voz lei e as medidas que devem ser tomadas pelo Poder Exe~
que, quando eclodiram os escân_dalos e quando a opinião em determinadas frases, mas simplesmente, meramente, cutivo. O Poder Executivo tem que cumprir a sua obri-
pública tomou conhecimento dos descalabros havidos. lendo a mensagem com essa sapiência e Conhecimento de gação, tem_que conhecer a lei, e a_ conhece, e tem que
nas instituições financeiraS denominadas Corôa Brastel e chamar a atenção para os pontos necessários, V. Ex• afu- executá-la, tem que dar cumprimento à determinação le-
Brasilinvest, o atual Gov!!I"no, através de seus- porta- gentou a sitUação. Não há maiS niilguém da _situação gal. Este é o papel do Executivo.
vozes mais abalizados, chegou a declarar que, jamais, re- presente, aqui no plenário. Todos saíram porque não Mas, diz o Ministro:
cursos públicas seriam uti1izados pã.ra cobrir fatos deli- têm- como responder, Mas, Sr. Senador veja V. Ex' Que
tuosos, ocorridos em instituições financeiras privadas. O só com- a mera leitura, com entonações diferentes e cha- "Se o Congresso optar pelo saneamento financei-
governo negou-se a socorrer as duas primeiras insti- mando a aten-çã-Õ sobre determinados aspectos V. Ex• es- I-o,jmpõe-se a ediçãõ de lei, de conformidade com o
tuições; neg(fU:se,-tãmbêm, Coin relação ao Brasilinvest, tá liquidando ·com todos os argumentos favoráveis ares- projeto anexo - que ele elaborou - em que o Po-
-~ peito desse assunto. E só posso admitir que V, Ex', utili- der Executivo deverá desenvolver esforços capazes
a honrar o seu compromisso de avaÍista, em operações
realizadas por aquela instituição c-om bancos estrangei- zando a mensagem governamental, tenha tais condições, de dar execuçãO à deliberação do Parlamento."
ros. Hoje, porém, prevalece a tese de que o Banco Cen- além de sua inteligência e sua capacidade oratória, por-
que dá a impressão de que o Sr. Ministro _da Fazenda, Aqui, vai mais além ainda, vai mais longe ainda, por-
tral, tendo sido avalista, também numa operação de cré-
s·fmdo contra esta- decisão, propositadamente em sua que determina_ que o Poder Legíslativo filça a opção e,
dito realizada pelo Sul brasileiro com entidades privadas
menSagem dá argumentos para que nós votemoS contra._ em seguida, confessa que esses recursos não existem, mas
estrangeiras, deverá honrar eSse compromisso. Então,
Acho que S. 'Ex' fez questão de colocar e enfatizar certos que ele vai desenvolver um trabalho muito grande, que
vê-se que, o Governo está usando __dois_ pesos e _duas me-
pontos para que alguém, com a sua inteligência, Sr. Se- não sabe ainda se será c_apaz de realizá-lo, para obter os
didas. Atê agora, não sei qual a diferenç3. existente entre
nador Helvídio Nunes, chamasse a atenção da Casa e recursOs para repassar aOs dois conglomerados.
o escândalo da CoroafBrastel ou do BrasilinVest e o mal-
mostrasse· que a mensagem não ·poderia ser atendida, Verifica-se aqui, Sr. PreSidente, aquilo que eu disse no
barato dos dinheiros privados, promovido pelos admi-
porqUe ~ó esse aspecto de dizer que é Uma mera tentativa discurso da semana transata. Na época- vou repetir-
nistradores do Sulbrasileiro. Penso que a diferença é ape·
nas quantitativa: o volume_do_r_QID_bo no Sulbrasileíro é e não um-a solução do problema, só- de se dizer qúe va- afirmei: o Governo vai _tentar repartir responsabilidades.
mos Joga:r 90ú bilhões de cru:ZeiioS unia tentativa -de so- HoJe, chego à conclusão. à evidência, que é cristalina, de
bem maior do que o volume ocorrido nas outras duas
lUção que, como V, Ex• chamou a atenção e o Sr. Sena~ qu_e o_Poder Executivo não apenas pretende repartir •.ao
instituiçõe-s. Mas a situação se me afigura perfeitamente
dor Cesar Cais está também, aqui, lembrando, condena- contrário, pretende atribuir totalmente ao Poder Legisla-
semelhante, igual mesmo. Não vejo qualquer diferença
da p_ela sociedade ... Quer dizer, são palavras dessa men- tivo a responsabilidade pela solução às calamidades que
entre uma e outra, a não ser a diferenÇa: em termos -quan-
sagein. S~ podemos di~er: S. Ex'_ fez ísso de propósito, foram praticadas no Sulbrasilei.ro e no Habitasul. Enten-
titativos. Enquanto o Governo se insurge contra a liqui-
está contra e quer que -a mensagem seja destrufda. Isso eu do e acho que o Poder Legislativo não deve aceitar essa
dação extrajudicial do Sulbrasileíro, admite a liquidação
disse aos funcionários do Sulbrasileiro. Ainda não vi, até responsabilidade, nó_sjã as temos tantas, Sr. Presidente,
.extrajUdicial das outras duas instituições finartcei.I'ãs. N_o
hoje, nenlii.lm GoVerno, i"fo -inicfó, pefder uma votação por que aceitar aquelas que são da responsabílidade do
final das contas, quem serão penalizadOs por essa vonta-
nO Con-gr-ess()", a não ser que queira p-êrder, e acho que Poder Executivo? ·
de do Governo - que praza aos Cêt.is não se efetive
como está sendo proposta- o segm_ento que será penali- eles querem. . ·
"9. Seriam desapropriadas as· ações representa~
zado, sobretudo, será a classe dos fpncionários públicos,- O SR. HELV.f.QIO NUNES - Muito obrigadq mais tivas dos capitais sociais das empresas Banco-
porque 80% dos rec_u_rsos da. r~erva de contingência_ são uma vez pela contribuição de V. Ex•, eminente Senador Sulbrasileiro S.A., BanCo de Investimento Sulbrasi-
destinado_s ao atendimento do pagamento dos possíveis Jutahy Magalhães. Discordo das _afirmaçõeS de V. Ex• leiro S.A.,_Banco Habitasul S.A. e Habitasul Distri-
aumentos dos funcionários públicos. Os outros 20%, apenas qu:ando me atribui, claro_ que Cheio de bons pro- buidora- de Títulos e Vãlores Mobiliários- S.A.,
como nó~ sabemos, ao atendimento Pe outras prováveis pósitOs: um desejo demolidor, absolutamente. estimando-se que não haverá pagamento aos expro-
obrigações-do. Governo, entre as quais, a assistência às priados, posto que,,segundo levantamento do Ban-
cons~qiiências decorrentes das çalamidades públicas. E, O Sr. Virgílio TávOra - Imagine se não fosse. co Central do Brasil, o valor do patrimônfo·Jíquido
no Nordeste, estamos sendo vítimas de uma calamidade dessas empresas é negativo."
pública. Enfim, os grandes penalizados serão- os funcio- O Sii. HELV1DIO NUNES- Tive o _cuidado -de de-
nários públicos federais que terão suas pretenções mini- clarar, inicialmente, que o meu propósito é apenas o de EOi~O. Sr. Presiderite, não há necessidade de estimati-
mizadas e o Nordeste brasi_leiro _que até agora não está adejar sob r~ essa ~ensagem, e fui buscar_essa n~va pala- - va, considerando-se que não haverá pagamento aos ex-
sendo atendido na _medida do que necessita. vra porque não quis usar a da vez anterior, borboletear~ propriados. Se o vaiO r do patrimônio líquido é negativo,
0658 Terça-feira 16 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abril de 1985

já se sabe, :mtccipadUmenti::, que n1'ío haVei-á recursos 13. ~'Manter-se~ia a -inoVt!stiiação de- todas as ir~ iinediat3.mente, todos aqueles que prestaram, ao longo
para atender a essa exigência. regularidades praticadas pelos antigos administra- dos anos, e que ainda prestam o seu contributo àquelas
"lO. Seriam desapropriadas as ações represen- dores, bem como a indisponibilidade de seus. bens organizações, aos dois conglomerados.
tãtivas dos capiwis sociais das empresas Sulbrasiiei- até a. inteira apun~.ção de suas respons~bilidades." Não sei se deveria lembrar, nesta hora, que nós vive-
ro Crédito, Financiàmento 'e Investimentos S~A., mos num pa[s de desempregados. São milhões os desem-
Sulbrasileiro S.A. Corretora de Valores Mobiliãrios Muito bem, a Lei n<:' 6.024, de l0-3-1974, existe e va- pregados existentes, neste País. Não quero aumentar esse
e Câmbio, Sul brasileiro S.Ã.- Distribuidora de Títu- mos aplicá-!a. Parabéns, Sr. Ministro. número com mais 25 mil, absolutamente. O que desejo, o
los e Valores Mobiliários, Habitasul Corretora de que peço, o que espero, e o que, tenho certeza, o G.over-
14. Finalmente, os créditos dos investidores se:.
Títulos e Valores Mobiliários S.A. e H:abifasul Lea- no, afinal, fará, usando o bom senso, é dar uma solução
riam pagos parceladamente sob a condição de con~
sing s-.A Arrendamento Mercantil, mediante o pa- humana, social àqueles que servem aos dois conglomera-
versão de parte desses cré:ditos em ações das insti- -
gamento do valor patrimonial das ações, calculado dos.
tuições devoradoras.
segundo levantamento do Banco Central do Br"asil, Apesar disso, Sr. Presidente, absolutamente, eu não
à data da publiC<lção da lei, Estima-se que a situação . Eu acho ·que ninguém, neste País, em sã consciência, me furto, não dfgo ao prazer, mas ao dever de ler aquilo
patrimonial dessas empresas é equilibrada." 'v aí correr tal' risco. que o Joroa1 do Brasil pubticou hoje, e que diz:
Pelo menos, assumir o risco de correr um risco de tal
Pelo menos uma informação confortadora, neste parM "PRESSÃO ALTA
magnitude daqui a Um ano.
ticular.
15. "Estamos certos de que o Congresso Nacfo- O primeiro desafio que a Nova República enfren-
"li. Promover-se-ia a aplicação, sob a"dorlnas n3:1 adotarã, no exame político das alternativas que ta é um teste radical: 2.500 funcionários de dois fali-
de empréstirriO é de capital acionário, dos recursos se oferecem para o equacionamento da questão, a dos conglomerados finanêeiros dO Rio Grande do
aprovados, no saneamento dos conglomerados, decisãO maiS compatível com os interesses da socie- Sul plantaram~se na Praça dos Três Poderes, em
pelo período de um ano. TransCorrido esse prazo, as dade brasileira." Brasília, para executar um plano de intoler'ável pres~
companhias seriam alienadas. ao setor privado, me- são política."
diante oferta pública das ações no pregão de_ Bolsa A tarefa maior agora foi cometida ao Congresso Na~
cional. Não vamos examinar os aspectos financeiros, os Mais adiante:
de Valores."
aspectos económicos, não vamos examíriàr nein ás as~
"Que querem os manifestantes? Além do crêdito
Esses 900 bilhões de cruzeiros solicitados,_ Sr. Presi- pectos sociais; devemos examinar apenas o aspecto polí-
·para impedir a solução legal de empreendimentos
dente, diz a peça do Ministéi'ío-da Fazenda, serão aplica- tico e dizer ·ao Ministro e ao Góverno: V. Ex.•s não de-
falidos por incompetência, exigem o privilégio da
dos sob a formu de empréstimo e de capital acionârio no vem cumprir, por enqua,nto, a Lei n"' 6.024, façam uma
garantia de emprego e o direito de indicar os direto-
saneamento dos conglomerados. trégua, denunciem apenas os colarinhos brancos, os
res financeiros dos conglomerados. Ou s_eja: o Brasil
A impres-são que et.i tenho, Sr. Presidente, é que esses maior:es, os peixes que não passam nas malhas- da tarra-
inteiro se sacrificaria para que os funcionários dã-
conglomerados constituem hoje uma espécie de saco sem fa, e deixem, por enquanto, os demais, porque junto com
quelas empresas gozem de um privilégio que ne-
fundo. Já foi dito e repetido várias vezes, no Senado, que o Gongres.so, nós iremos encontrar a solução.
nhum brasileiro tem neste momento extremamente
o GOverno anterior jã iiljet(n.( recursoS da ordem de qua- Bonita tarefa, bonito encargo_ esse que é cometido ao
grave da economia nacional. Os empregos só podem
Congresso Nacional. ·
trocentos, quatrocentos e ciilqUênta, qUinhentos bilhões s-er garantidos pela saúde das empresas na normali-
de cruzeiros.-- Infelizmente eu não disponho de infor- · Mas, no fim do item 15 ainda estâ escrita "a decisão
dade econômica.
mações oficiais sobre esse assunto, mas, no particular, mais compatível", Sr. Presidente, não é a decisão mais
Os conglomerados gaúchos explodiram por in~
desejo louvar-me em artigo assina~o pelo jornalista Ruy conveniente aos interesses do País, é a mais compatível.
competência e práticas financeiras inaceitáveis, in-
Lopes, publicado na Folha de S. Paulo de ontem, jorna- -Confesso a V. Ex• Sr. Presidente e aos erilinentes Srs.
clusive excesso de despesas com empregados .. Por
lista que me merece o maior resptbito, c'ujas Til formaçõ-es Senadores, que ainda não tenho posição sobre o assunto,
que o dinheiro do contribuinte teria de cobrir o d~­
são sempre verídicas. Diz o jornalista Ruy Lopes: estou examinando a matéria Q!le está, -a esta hora, na
s-astre de um empreendimento privado sem a menor
nossa congênere, a Câmara dos Deputados. Daqui a
garantia de recuperação? Em nome da democracia,
dias, por certo, ela aqui virâ. Todos' nós Senadores tere-
Há dias, sustentei nesta coluna que o Banco Cen- não; da justiça social, muito menos. A criação e a
mos tempo suficiente para examinar convenientemente o
tral já havia injetado. 714 bHhões de cruzeiros no garantia ·de empregados terão que ser conseqüência
assunto e _decidirmos de acordo corrr os interesses maio-
Sulbmsileiro. Ontem, a diretoría ôo -Banco confir- da prosperidade econômica, e não do apadrinha-
res do País.
mava e innacionav-ã a informação:-_os dispêndios já mento do Estado.
O Globo, edição de sexta-feira, 29 de março, página 3
alwnçam 820 bllhões de cruzeiros, de acordo com Não há a menor prioridade social ou política
publica.
os números oficil.IÍS:-- para o Congr~so salvar- com dinheiro do sofrido
"A perigosa ãrea da estatização". Vou ler um pequeno
contribuinte - dois empreendimentos privados."
mas sugestivo)recho:
E mais um tópiCo, para encerrar as minhas conside-
Esses recursos teriam sido gastos na deVolução raÇões:
..Tendo-se ·anunciado um Governo disposto a
dos depósitos à vista dos clientes.
conter O processo- de estatização dã. economia, e "Os recursos para salvar os empreendimentos fa-
Ora, se antes de começar a tramitação da lei os
encargos já subiram a 820 bjlhões, quem assegura- bem assim a cessar o emprego de recursos do Tesou- lidos do Rio Grande do Sul só existem teoricamente
que o tot<tl do passivo é de somente 900 bilhões? ro para a cobertura de erros, desmandos e irreguJa- numa abstrata reserva de contingência. Transferir
12. "Durante o período de saneamento, seriam ridades_ na- ãdmiTtistração de empresas que acabam das hipóteses de calamidade pública (como a que
remanejadas agências bancárias, alienada.s cartas __ levadas à concordata ou à falência, torna-se incom- vive o Nordeste neste momento) dinheiro arrancado
preensível que no caso do Sulbrasileiro as forças aos contribuintes para socorrer empresas inviáveis é
patentes de ugências e de instituições, designados_
polítíc-as que aPóiam o GoVerno vehham de propor velho expediente do paternaliSmo político da antiga
administradores profissionais, enfim, seriam prati-
o sacrifícíO-CfOS cofres públicos no mOntante de 900 República que se acredítava extinta. Não haverá re-
cados os a tos necessários a tornar os cong!Omenldos
bilhões de cruzeiros, a pretexto do saneamento '~de torno -dessa aplicação, exceto sob a forma de votos
economica~ente viáveis."
entidades financeiras" que passam a Constituir mais para os candidatos às futuras eleições: são os patro~
uma gigantesca empresa estatal". nos da aprovação da medida no Congresso".
Acena-se' aqui, nestes dois últimos tópicos, Sr. Presi~
dente e Srs~ Senado·res, com a possibilidade de recupe- E por" últilno, Sr. Presidente, uma· palavra de com~ Li, Sr. Presidente e Srs. Senadores, artigo de fundo,
ração. no prazo de um ano, dos recursos que jâ foram in~ preelisão:Utría, como honlem mais eXpi:riente, mais ve- publicado, hoje, pelo Jornal do Brasil. Muito_ obrigado.
jetados, e que se pretende injetar agora, jã_pertO de 2 tri- lho; mais vivido, c:liria aos que acamparam e que hoje en- ,(Muito bem! Palmas.)
lhões de cruzeiros, números conhecidos, 1.720 bilhão de_ feitãm a praça em frente ao Congresso Nã.cional: ju~ta a_
cruzeiros. h.i.ia em que estão emPenhados. O Governo tem meios
Eu pergunto a V. Ex•, nobre Senador Alberto Silva, para resolver plenamente a situação, sem cometer qual- INSTITUTO DE PREVIDENCIA DOS CONGRES-
que ora preside a sessilo desta Casa, V. Ex• daqui a um quer violência contra o País. SISTAS
:.mo preferir{! adquirir ações. obrigações do Banco do Afimil de Contas, (juemjã gastou, quemjã entregou ao Rennião Ordinária, realizada em 9 de abril de 1985
Brasil ou de outras instituições idôneas, ou irá jogar as coilglomerado Sulbrasileiro a quantia de 820 óílhões, e _Às nove horas do_dia nove de abril do ano de mil no~
:o;uas parcas economi:.ls. o pequeno resultlldo daquilo de pretende entregar mais 900 bílhões, querendo, tem con- vecentos e oitenta e cinco, no Auditório Nereu -Ramos,
que V. Ex~ se privou, na·aquisiçilo de títulos do Banco dições para resolver, imediatamente, a situação de 25 mil com a presença do S,enhor Senador Nelson Carneiro,
Sulhmsilciro ou do HABITASUL? funcionârio_s. Só Os b<incos oficiais podefi<!ni abSorver, Presidente, Senador Passos Pôi"to, Deputados José Ribaw
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Terça-feira 16 0659

mar Machado, Milton Figueiredo, Raul Bernardo, Nil- GRUPO BRASILEIRO DA UNIÃO vendo a "tratar, suspende-se a sessão para que se lavre a
son Gibson, Carlos Wilson e Ra_ymunda· _Urbano.. INTERPARLAMENTAR Ata. RCabertos os trabalhos, é a mesma lida e aprovada.
realizou-~e a Assembléia Geral Ordínâria do Instituto de -Eu,Sebastião Rodrigues Júnior, Secretário, JavreC-a pfe-
Previdência dos Congressistas para, errl -conformidade sente Ata, que vai asSinada pelos Senhores Deputado
com o Art. 16, itens I e I_1 da Lei n'i' 7.087, de 29 de de-
Reunlio da Comissão Diretora, realizada em 19-3-85
Edison Lobão e Sen::idor Saldanha Derzi.
zembro de 1982, para o fim de tomar conhecimento do
Relatório do Presidente cujo mandato se encerrou em Às dez_ horas do dia primeiro de março do ano de mil
trinta e um de março deste ano e elegeu o Conselho Deli- novecentos e oitenta e cinco, reúne-se, em sua Sede, a Reunião da Comissão Deliberatlva, realizada em 7-3-85
berativo para o ,biênio 85/87. O Senhor Nelson Carneiro Corilíssão Diretora do Grupo Brasileiro da União lnter-
deu por aberta a Assembléia e convidou o Senhor Furta- parlamentar para realização da sessão de. transmissão de Às dez horas e trinta minutos do dia sete dC março do
do Leite a proceder à leitura do relatório relativo à. sua_ cargos, presentes os Senhores Deputado Edison Lobão, ano de mil novecentos e oitenta e cinco, reúne-se, em sua
gestão, encerrada em 31 de ma.rço de 1985, que será PreSidente, Senadores José Lins, Prime"iroMVice- Sede, a Co_mis~ã~_ Deliberativa do Grupo Brasileiro da
publicado à parte. A seguir, teve iri.ícío a vOtação, com Presidente, e Humberto Lucena, Segundo-Vice- União lnterparlamen~r, presentes os Senhores Senador
término no prefixado para as dezessete horas. Durante a PresideJ;Jte, e Deputados Sebastião Rodrigues Júnior, Se- Saldanha Derzi, Presidente; Deputados Fernando Lyra,
votação, a Assembléia foi temporariamente. presidida cretário, e Afrísio Vieria Lima, Tesoureiro, e mais os Se- Segundo-Vice-Presidente; Jorge Uequed, Secretário, e
pelo Senhor Passos Pôrto. Ãs d_~~seishoras e trinta mi- _ nhores Senador Saldanha Derzi e Deputados José Pene- João Rebelo, Tesoureiro; Senadores Humberto Lucena,
nutos, o Senhor Nelson Carneiro reassume- ç_dá por do, Fernando Lyra, Jorge Uequed e João Rebelo, elei- Membro do Conselho Interparlamentar, e José Lins; e
encerrada a votação, designando para escrutinadores os tos, em trinta de novembro de mil novecentos e oitenta e Deputados Paes de Andrade, Edison Lobão, Afrísio
Senhores parlamentares Passos Pôrto e José Ribamar quatro, para e~ercerem, respectivamente, os cargos de VieÍra Lima, Hélio Duque, Álvaro Gaudêncio, Adhemar
Machado. Aberta a urna, foram encontradas novecentas Presidente, Primeiro e Segundo-Vice-Presidentes, Secre- Ghisi, Daso Coimbra, Marcelo_ Linhares e Ubaldo Ba-
e noventa sobrecartas, que confere com o número_de vo- tário eTesóu_reiro do Grupo Brasileiro da União Inter- rem. Ausente, por motivo justificado, o Senhor Deputa-
tantes. Feita a apuração, verificaram o seguinte resulta- parlamentar, durante o biênio mil novecentos e oitenta e do José Penedo, Primeiro-Vice-Presidente. Havendo nú-
do: para membros efetivos: com nOvecentoS e oitenta e--- cincofseis. Havendo número legal, o Senhor Presfdente mero legal, o Senhor Presidente declara abertos os traba-
seis votos os Senhores Senad_o_res PassoS Pôrto, Jutahy declara abertos os trabalhos e, em seguida, faz relato lhos e esclar"?ce que a presente Reunião fora cOnvocada
Magalhães, João Lobo, Deputados Francisco Studart, pormenorizado das atividades do Grupo durante sua para examinar a constituição da Delegação que partici-
Raul Bernardo, Nilson Gibson, Carlos Wilson, José Ri- gestão. S_ua Excelência agradece, ainda, a colaboração pará, de vinte e cinco a trinta do mês em curso, da 73'
bamar Machado e Raymundo Urbano; para suplentes prestada por seus companheiros de Diretoría nesseS dois Conferência Interparlamentar, a realizar-se em Lomé
com novecentos e oitenta e seis votos os Senhores Sena- anos de trabalho. Formulando votos de êxito à nova Co- (Togo). Prosseguindo, Sua Excelência sugere que, em
dores Gastão Müller, Martins Filh_o, Deputados Milton missão Diretora, declara empossado o Senhor Senador obediêitcia ao disposto no parágrafo quatro do artigo
Figueiredo, Fernando Cunha, Stélio Dias e Antônio Saldanha Derzi e convida Sua Excelência a assumir a vinte e seis, do Estatuto do Grupo, a referida indicação
Morais, segurados obrigatórios, o funcionário da Cârna- _ Presidência. O Senhor Presidente agradece as palavras obedecerá a ordem estabelecida no seu artigo onze, o que
ra dos Deputa?os, Senhor Gentil Humberto Barbosa, o do Senhor Deputado Edison Lobão e afirma que a nova é aprovado. Por proposta do Deputado Ubaldo Barem,
funcionário do Senado Federal, Senhor Luiz do Nasc_i- _ Diretoria terá por roteiro seguir a mesma linha ·a_e con- é concedida delegação de podéres ao Senhor Presidente
menta Monteiro, ambos segurados facÚltativos e o Se- duta da" que a antecedeu, no sentido de sempre elevar o para, de comum acordo com as PresidênCias das duas
nhor Geraldo Guedes, pensionista. Foram anulados prestígiO do Grupo Brasileiro dentro da UniãÇ) InterparM Casas do CongfesSo Nacional, constituir a Delegação à
quatro votos. O Senhor Presidente proclama os eleitos e lamentar. A seguir, o Senhor Preside_nte declara empos- Reunião de Lomé. A Comissão Deliberativa resolve,
convida-os para a posse, a realizar.-se na próxima Quinta-- -- -sados os demais membros da Diretoria, assim Como os ainda, conceder aos membrqs da Delegação: a) passa-
feira; dia onze do corren_t_e, às quinze horas, na sala do Senhores sena-dores Humberto Lucena e Aloysio Cha- gem Brasília-Rio-Abidjan-Lomé e vplta, em classe ·eco-
Conselho Deliberativo do IPC. Nada mais havendo a ves, eleitos, também em trinta de novembro de mil nove- nômica; e b) ajuda de custo no valor de dois mil dólares
tratar, foram encerrados os trabalhos às dezessete horas. centos e oitenta e quatro, Membro~ do Conselho Inter- affiericanos. Nada mais havendo a tratar, suspende-s~ a
E, para constar, eu, Zilda Neves de Carvalho, Secretária, parlamentãr. Em seguida, a Comissão DiretOra aprOva O Sessão p<lfa que se lavre a Ata. ReabertOs os trabalhos, é
lavrei a presente ata que, depois de lida e aprovada, serâ nome do_ Senhor Deputado Roberto Rollemberg que a mesma lida e aprovada. Eu, Jorge Uequed, Secretário,
assinada pelo Senhor Presidente. formulou pedido de filiação ao Grupo. Nada mais ha- lavrei a presente Ata que irâ a publicação.
República Federativa do Brasil
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL
Q1 _u !!i&,,dWR,c ]# SEÇÃQ 11

AID XL-N• 033 CAPITAl,. FEDERAL QUARTA-FEIRA, 17 DE ABRIL DE 1985

SENADO FEDERAL
SUMÁRIO

l-ATA DA 42• SESSÃO, EM 16 DE ABRIL 1.2.6 - Discursos do Expediente - RequerimentO n~' 57/85, requerendo urgência
DE,l985 SENADOR NELSON CARNEIRO, como Líder para o Ofício Sf2, de 1985, do Governador do Esta-
!.l-ABERTURA - Reflexões sobre o resu!Útdo do Pleito eleitoial de do do Rio Grande do Norte, solicitando autorizaçãO
!.2- EXPEDIENTE 15 de j3n~iro último. do Senado Federal para realizar operação de crêdito
1.2.1- Mensagens 'do Senhor Presidente da Re- SENADOR MOACYR DUARTE- Situação em externo no valor de _cinqUenta milhões de dólares.
pública que se encontra o Estado do Rio Grande dQ No_r_te, Votação adiada por falta d~ "quorum".
N~' 92/SS_(n~' 225/&5, na origem), de agradecimento em conseqUência das inundações. Liberação de re- - Requerim~nto n'i' _58/85, solicitando urgência
de comunicação, cursos da Reserva de Contingência para atender à- para o Oficio S/8, de 1985, através do qual o Prefeito
N"' 93/8~ (n~' 226/85, na origem), restituindo autó-- quela emergência. · Municipal de Anãpolis (GO}, solicita autorização do
grafo de projeto de lei sancionado. SENADOR Hi1LIO GUEIROS,- Justificando Senado para que aquela prefeitura possa realizar
1.2.2- Qficios do Sr. 1"'-Secretário da Câmara dos projeto de lei, que encaminha à Mesa, dispondo operação de empréstimo externo no valor de US$
Deputados sobre a substituição e sucessão temporâria do Gover- 3,500,000.00 (três milhões e quinhentos mil dólares.
Encaminhando à revisao do Senado aut6grajos dos nador d<? J;>iStritci Federal. Votação adiada por falta d~_"quorum".
seguintes projetos: ~ ------- 1.2_._7- Comunicação da Presidência - Projeto de Lei do Senado n9 26/79, que acrt;S-
- Projeto de Decreto Legislatiyo n9 Í, de 1985 (n~' Convoéação de ses_são extram:dinária a. reãlizar-se centa parágrafos ao art. 517 da Consolidação das
56/84, na Câmara dos Deputados), que aprova o tex- hoje, às 18 horas e 30 minutos, com Otderi1 do Dia Leis do Trabalho. Votação adiada por falta de. "quo-
to do Acordo sobre Cooperação Econômica, Indus- que d~i_gn~. rum".-
trial e Tecnológica entre o GovemQdª_R,epública Fe- 1.2.8 - Leitura de Projeto - Projeto de L_ei do Senado n9 2/80, que dispõe
derativa do_Brasil e o GoVernQ d~ Su~cia, c9riclufdo Projeto de Lei do Senado n~' 60/85, de autoria do s_cl>re a escol'a e a nomeação dos dirigentes das Fun~
em Brasília, a 3 de abril de 1984. Senador Hélio Queiras, que dispõe sobre a substi- dações de Ensino Superior. Votação adiada por falta
- J,>rojeto de Decreto Legislativo' n~' 2/85 (ti~' tuiçãO e-suCessão teril.porãrfâ do GoVernad-or do Dis- de. "qUOrum••. ·
60/84, na Câmara.dos Deputados), que aprOva o tex- trito FederaL -Projeto de Lei do .Senado n9 340/80, que acres-
to da convenção sobre a Con~rvação dos Recursos centa parãgrafo Gnico ao_ ar_t. 373 da Consolidação
·1.2.9- Apreciação de Matéria
Vivos Marinhos Antârtiços, Cónçluida em Cambert:a, das Leis do Trabalho, facultando à empregada com
Requerimento _n'i' 72/85, lido em sessão anterior.
em 20 de maio de 1980. Aprovado. prole o direito à jornada de trabalho reduzida, com
1.2.3 - Leitura de Projeto remuneração proporcionaL Votaçil.o adiada por falta
Projeto de Lei do Senado n'i' 59/85, de autoria do 1.3-0RDEM DO DIA
- Redªção _final do Projeto de Lei do Senado__n'i' de_ "quorum".
Senador Nelson Carneiio, queattera o critêrio de
147/82: Que -Isenta cie qualquer ir'í5Utação os pioven- -Projeto de Lei_ do Senado n'i' 18/80, que dispõe
cobrança da taxa de ocupação pela posse e uso de es-
tos da aposentadoria e dã outras providências. Apro- sobre aposentadoria especial do músico. (Apreciação
paços em próprios do Distrito Federal, e dá outras _
providências~
vada:·Ã Câmara dos DePutados. preliminar da Constitucionalidade). Votaçio adiada
-Projeto de Lei da Câmara n'i' 6/81 (nt~ 237/79, po'r faha d~_"quorum".
1.2.4- Requerimento
N~' 74, de 1985, de autoria do Senador Jutahy Ma- na Casa de origem), que fixa em oito horas a jornada -Projeto de Lei do Senado n9 320/80, que revoga
galhães; solicitando inform_a_çê)_çs J!,_órgão do Poder de trabalho dos vigias. Votação adiada por falta de a Lei n9 6.815, de 19 de agosto de 1980, que define a
'•QUo~u~"._ ·- --------- -- situaçãO fuHdfca do estrangeirO no BraSil~ cria o Con-
Executivo. Deferido_,
1.2.5- Comunicações da Presidência -Requerimento n'i' 15/85, solicitando a consti- selhO NaCioilal de Imigridtó e dâ OUtraS proVidêll-
Recebimento do Aviso n~' 69/85, do Presidente do tuição de Comissão Parlamentar de Inquérito desti- cias. Votação adiada por falta d~- "quorum".
Tribunal de Contas da União, encaminhando ao Se- nada a investigar os fatos que c_olocaram em risco o ----"Redação fmal do Projeto de Lei do Senado n9
nado cópias de atas de sessões que menciona. controle acionário, pela União, da Companhia Vale · 9/83, qUe iildui, entre as contraVenÇões penais, a prâ--
Manutenção, por decurso de prazo, do veto aposto do Rio Doce. Apreciação adiada por falta d~. "quo- tica de atas resultantes de preconceitos de sexo e de.
ao Projeto de Lei do Senado n~' 121/84-D F. rum" pal'a -võtaÇãci- do Requerimento n' 37/85. estado civil. Aprovãda. Ã Câmara dos _Deputados.
0662 .Quarta-feira 17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 11) Abril de 1985

EXPEDIENTE
CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERAL

LOURIVAL ZAGONEL·DOS SANTOS DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL


Diretor-GerOI do Senado Federal Impresso sob a responsabilidade da Mesa· do, Senado Fedet::al
NiSIO EDMUNDO TOSTES RIBEIRO
ASSINATURAS
Diretor Executivo

JOÃO MORAES DA SILVA


Via Superfície:
Oiretor Administrcitivo
Semestre Cr$ 3.000,00
MARIO CESAR PINHEIRO MAIA
Ano • • • • • • · • · • • • • • · · '• • • • • • • • • · • c~-' ·~• • ,~.c' .. •. Cr$ 6.000,00
Diretôr Industrial
PEDRO ALVES RIBEIRO Exemplar Avulso, Cr$- 50,00
Diretor Adjunto Tircigem: 2.200 exerTipl(?res.

:...._ Redaçào final do Projeto de Resolução n~' 1.3.3- Designação da Ordem do Dia da próxima Projeto.de Lei da Câmara n"' 226/ib (n9 5.693/81,
22/83, que cria ã Comissão de Ciência e Tecnologia. sessão na Casa de origem), que declara de utilidade pública
Aprovada. À promulgação. o Grupo Espírifa Cristão.. ~·André Luiz de Interla-
- Projeto de l,..ei do Senado n'J"304/.79, que regula 1.4- ENCERRAMENTO
gos", sediado na cidade de São Paulo- SP. Aprova-
os direitos do sexagenário que ingressa na Previdên- do, após.usar da palavra na sua discussão O Sr. Nel-
cia Social ou a ela retorna. Aprovado. À Câmara dos
2-ATA DA 43• SESSÃO, EM 16 DE ABRIL
DE 1985 son Carneiro. À sanção. ·
Deputados.
Projeto de Lei do Senado n"'7, de 1983, que dispõe
1.3.1 - Discursos ap6s a Ordem do Dia . 2.1-ABERTURA
so]Jre a: expedição de certidões para a defesa de direi-
SENADOR HELVIDIO NUNES- Necessidade, 2.2- EXPEDIENTE
tos e esclarecimentos de situações. Aprovado, com
da construção de obras permanentes .visando evitar
2.2.1-:- Comunicações das Lideranças do PMDB, emenda, após usar da palavr,a na sua discussão o Sr.
as ench~ntes e ~as no Estado do Piauí, bem como . ~oacyr Duarte. À Comissão" de Redação,
PDS e PFL
na Região Nordeste.
Referentes às substituições de membro~ erh comis- ..
SENADOR CESA R CALS- Apelo em favor da 2.3.1- Designação da Ordem do Dia da próxima
são mista. sessilo ·
não desativação do projeto RADAM Brasil.
SENADOR AMERICO DE SOUZA-'- Decisões 2.3-0RDEM DO DIA
2.4- ENCERRAMENTO
tomadas pelo Governo Federal em favor das vítimas Redação final do Projeto de Resol~ção n'~ 2f_83,
que aprova o relatório e as conclusões da Comissão 3-DISCURSOS PRONUNOADOS EM SES-
das enchentes no Nordeste.
SÃO ANTERIOR
SENADOR NELSON CARNEIRO - Melhor Parlamentar de ID-quêrito destinada a examinif a vlo-
aparelhamento ·da Poder Judiciário. lêO.cia urbana, suas causas e conseqUências;. Aprova- - Do Sr. Humberto Lucena, proferido' na sessão
SENADOR HELIO GUEIROS -Irregularidade da, à promulgação. ·· de 15·4-85
denunciada pelo Presidente do Sindicato· Nacional · Redação final do Projeto de Resolução ric;l 136, de -Do Sr. João Lobo, proferido na sessão de 154-
1984, que aprova as conclusões e recomendações da
85,
dos Oficiais de Radiocomunicações da Marinha
Mercante. · Comissão Parlamentar: de lnquér!to, criada pela. Re- 4- ATAS DE COMISSOES
1.3.2 ~ Comunicação da Presidência solução n"' I, de 1983, e destinada .a investigar os . ~~ 5- MESA DIRETORA
Término do praz_o para oferecimento d~ çm~ndas problemas vincUlados ao aumento populacional bra- 6- LIDERES E VI CE-LIDERES DE PARTI-
aos Projetas de Resolução n~>s 3, 4 e 5, de 1985. sileiro. AProvada, à promulgação. · · - DOS

Ata da 421!- Sessão, em 16 de abril. de 1985


3• Sessão Legislativa Ordinária, da 47• Legislatura
Presidência dos Srs. José Fragelli, Passos Pôrto e João Lobo

ÃS'/4 HORAS E 30 M/NU"FOS. ACHAM·SE PRE· ra - Nelson Carneiro - Itamar Franco - Murlio Ba- O Sr. t"-Secretârio irá proceder à leitura do Expedien·
SENTES OS SRS. SENADORES: daró - Fernando Henrique Cardoso - HenriQUe San- te.
tillo .:.._ Gastão Mirller · - Marcelo Mirarida - Álvaro .
JOrge Kalume - Mário Maia - Fábi9 Lucena - Dias - Enéas Faria - Jaison Barreto - Jorge Bor- t lido o seguirite
Aloysio Chaves ---:- Gabriel Hefmes- Hélio GU.e1f0s .::::::.- -llhausen'- Carlos Chiarelli - Alcides Saldanha, - Oc-
Alberto Silva - Helvídio Nunes - César Cais - EXPEDIENTE
távio Cardoso.·
Virgílio Távora·- Cl{rlos Alber.tO- Moacyr Duarte- MENSAGF.NS DO PRESIDENTE DA REPúBLICA
Martins Filho:..-. Humberto Lucena - Marcondes Gã- · O SR. PRESIDENTE (José Fragelli)_: A lista de pre- De agradecimento de comunkaçilo:
delha- Cid Sampaio - Nivaldo Machado- Luiz Ca- sença aCusa o comparecin:ténto de40 Srs. Sei:tadores. Ha- N"' 92/85 (n"' 225/85, na origem), de l2'do corrente, re-
valcante :- LQurival Baptista- Jutahy Magalhães- vendo número regimental, declaro aberta a sessão. fúente à promulgação do Decreto LegislatiVo n" 03, de
Lomanto Júnior- João Calmon- José lgná:cio ~errei-_ Sob a proteçào de Deus, iniciamos nossos trabalhos. 1985.
Abril de 1985 DIÃR!OOOCDNGRESSO NACIONAL (Seção ll) Quarta-feira 17 0663 .

Restituindo autógrafos de Projeto de Lei sancionado: d)estabelecer uma relação de tais· áreas a ser revista pecífiCC)s em ambos os países e em terceiros mercados,
N~> 93/85 (n~' 226/85, na origem), de 15 do corrente, re- sempre que necessário; conforme julgar apropriado;
ferente ao Pt:ojeto de Lei da Câmara n"' 251, de 1983 (n"' e)_ encorajar e f'!-cilitar cantatas entre inStitUições, or- . d) estabelecerá um~ ·n~lação de tais áreas, a ser revis-
!5/83, na origem), que e~clui o Município de Canoas da ganizações, empresas e outros interessados na coope- ta sempre que necessário;
relaçãO dos municípios declarados ãreas 'de segurança ração prevista no Acordo; e e). encorajará e facilitará contatos entre as insti-
nacionaL · O incluir na ata final de cada reunião propostas tuições, organizações, emJ)ieSas e outros interessados a
(Projeto que se transformou_na Lei n"' 7.30&, de IS de aproPriadas, relativas à implementação do Acordo. que se refere o artigO I; e
abril de 1985) 4. Tendo presente a importâricia de semelhantes ins- O incluirá na ata -final de cada reunião propostas
trumentos de cooperação para o estreitamento <41s re- apropriadas relativas à implementação do presente acor-
O FI CIOS Jações entre o Brasil e as nações amigas, julgo ·que o do.
Acoi-do em tela ser.á capaz de proporcioniu beneficies
Do Sr. l'i'-Secretârio da Câmara dos Deputados, enca- Artigo VI
mútuos e contribuir para a consecução' dos objetivos de
minhando à revisão do Senado autógrafos ~os seguintes
projetas: desenvolvimento naciollal. Convém, pOrtanto, submetê-
lo à aprovação do Congresso Nacional, nos tCrmos do
A. ~omissão Mista POderá tarÍlbém tro.câr opiniões..
sobre as possibilidades de desCnvolver a cooperação bila-
PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO art. 44, inciso I, da Constituição Federal.
N"' I, DE 1985. Aproveito a opor(unidade para re~ovar a Vossa Exce-
e
teral em outras ãreas de interesse mútuo inCluir na ata
final" de '?ada reuniãO propostas apropriadas a esse res-
(n'i' 56/84, na Câmara dos Deputados) lência, S~nhor Presideti.te, os p,rOtestos do ~eu mais pro-
peito.
fundQ respeito. - João ae~ente Baena.
Aprova o texto do Acordo sobre Cooperaçio Eco-
Aitigo Vll
nômica, Industrial e Tecnol6gita entre o Governo da ACORDO ENTRE O GOVERNO DA REPÚBLICA
República Federativa do Brasil e· o G_overno dB Sué- FEDERATIVA J?O BRASIL E O GOVERNO OA A Comissão Mista reunir-se-á alternadamente no Bra-
cia, concluído em Brasília, a 3 de abril de 1984. SUf:CIA SOBRE COOPERAÇÃO ECONOM!CA, IN- si1 e na Suécia~ em datas mut~amente acordadas pelas_
DUSTRIAL E TECNOLOGICA partes contratantes.
o cOngresSo Nacional decreta:
Art. i"' fica aprovado o texto do Acor'do sobre Coo- Ô GQveriro da República Federaifva do Brasil e
peração E:conômica, Industrial e Tecnológica entre o Artigo Vlll
O Governo da Suécia,
Governo da Repúbfica Feder3.tivil. dO Brasil e o.Poverflo Considerando a importância que atribuem ao crescen- I. As Partes Contratantes notificar-se-ão, por escri-
da Suécia, concluído em Brasflia, a 3 de abril de 1984. to, áo-ci.JmJ)rimento, erii cada um dos respectivos países,
te fortalecimento das relações entre os dois países.,
Art. 21" Este decreto legislativo entra em Vigor na das formalidades constitucionais exigidas para a entrada
DesejosoS de promover o desenvolvimento da coope-
data de sua publicação.
rãÇão ecOnômiCã, industrial e tecnológi'ca, com vistas ao em vigor deste Acordo. O Acordo entrará em vigor na
beneficio mútUo de ambos os pafses, data da última notificação.
MENSAGEM N' 172, DE 1984 Reconhecendo a. importância que atribuem a tal coo- 2~- As alterações ao presente Acordo entrarão em vi-

Excelentíssimos senhores Membros do Congresso .Na~ peração, bem como ao. comércio e ao desenvolvimento gor na forma indicada no § 19 do presente artigo.
cional: __ec_QQô_mico, 3. O _presente Acordo . permanecerá em vigor por
De conformidade com o'disposto no art. 44, inciso I, Coi-IVTúam no seg~ínte: período ilimitado--a meilOs- que- uma das Partes Contr"a-
da Constituição Federal, tenho a honra d.e submeter à tantes o denuncie, notificando a outra pela via .diplomâ-
Artigo I tica. Nesse caso, a denúncia surtirâ efeito seis meses após
elevada consideração- de Vossas Excelências, acompa-
nhado de E~posiçãó de Motivos do Senhor· Ministro de a data da respectiva notificaÇão.
As partes Contratantes encorajarão ·e facilitúào a
. Estado 'das Relaç_õ_es Exterio_res, o textd-do Acordo sobre" Feito em BrasHia, aos 3 dias do mês de abril de 1984,
cooperação econõmíCa, --industrial e tecnológica entre
Cooperação Eco-riômica, Industrial e Tecnológica entre eni dois exemplares originais,- nos--idiomas pOrtuguês,
"inStituições, organizações, empresas e outros interessa-
o Governo da Repúbli~a Fedcrativà do Brasil e o Gover- · sueco e inglês, sendo todos os textos igualmente autênti-
dos nos respectivos países:
no da Suécia, concluído em Brasília, a 3 deabrÚ de 1984. cos. Em caso de divergência quanto à interpretação, pte~
Brasflia, 4 Qe junho ~e 1984, -_João Figueiredo. valecerá o texto em inglês.
Artigo li
Pelo Governo da Re"pública Federativa do Brasil: Ra-
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS DE -1/DAI/DPC/ As formaS, modalid-ades e con-diÇões para a coope- miro Saraiva Guerreiro. Pelo Governo da Suécia: Leo-
DOTEC/124/800 (846) (F25) DE I' OE ração dentro do quadro deste Acordo serão negociadas e nart Bodstrom.
JUNHO OE 1984, 00 MINISTSRIO OAS acordadas pelas instituições, organizações, empresas e
RELAÇ0ES EXTERIORES. outros interesSádos, em conformidade com as leis e regu- (Ãs Comissões de Relações Exteriores e de CiêilCJiz
A Sua Excelência o Senhor lamentos dos res-pectivos países. - - e Tecnologia.)
João Baptista de Oliveira Figueiredo
Presidente da República Artigo Ifi ·
PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO
Senhor Presidente:
:\s Part~ Contratantes procurarão facilitar, na medi- · N.,.. 2, DE 1985
TenhO a honra de encaminhar a Vossa· Excelência O.
anexo Acordo sobre Cooperação Econômica', Industrial c:~ do possível, as formalidades relacionadas com a pre- (N9- 60/84, na ·Cliõilra dos Deputados)
e Tecnológica, firmada em Brasfliá, a 3 de abril do cor- paração, contratação e implementação das atividades de
Aprova o texto da Convenção sobre a ConsenaÇão
rente ano, com o Governo da Suécia. cQopúiçãO a que se refere o artigo I.
dos Recursos Vivos Marinhos Aotárticos, coDcluida
2. Trata-se de·doçumento___bãsico de cooperação na- em Camberra, em 20 de maio de 1980.
Artigo IV
queles setores indicados, elaborado com Q objetivo de es-
tabelecer princípios a p-artir dõ:f(JúatsO relacionamento Fica estabelecida pelo presente Acordo uma Comissão O Congresso Nacional decre:ta:
entre o Brasil e a Suécia deverá desenvolver-se, consoan- Mista InteTgovernamental entre o Brasil e a Suécia. A Art. 19. Fica aprovado o texto da Convenção sobre a
te a importância que atribuem a tal cooperaçãO os países Comissão Mista será constituída de representantes dos Conservação dos Recursos Vivos Marinhos Antárticos,
signat~rios. . · - ·_ dOis GovernoS e poderá lnclufr representantes de-insti- concluída em Camberra, em 20 de maio de 1980.
3. O .Acorco em apreçó crja a Comissão .Mista tuições, organiZações; empresas e outros interessados Art. 29 Este decreto legislativo entra em vigor na
.Brasil-Suécia, órgão de coordenação e exCcução, consti- nos dois países ..
tuído por representantes dos dois países. Pelo arti~o V, data de sua publicação.
compete à Comissão Mista: MENSAGEM N' 141, DE 1984
a) examinar a cooperação eéonômica, comercial, in-
dustrial e tecnológica e:ntre o Brasil e a s_Uêcia; A Comissão Mista: Excelentíssimos Senhores Mc~mbros d_o_ Congresso Na-
b) trocar informações e opiniões sobre assuntos dª a) exarriinarã a cooperação econômica, comercial, cional:
área de sua competência; -industrial e tecnológica entre o Brasil e a Suêcia;
c) identificar áreas de interesse comum e promover a b) trocará informações e opiniõ~ sobre assuntos na Em conformidade com o disposto no art. 44, inciso I,
implementação de projetos e programas específicos em ãrea de sua Competência; da "c"onstituição Fed~ral, tenhÕ-a honra de submeter à
ambos ·os países e em terceiros mercados, conforme jul- c) procurará identificar áreas de interesse comum e elevada consideração de V. Ex•s, acompanhando de Ex-
gar apropriado; promover a implementação de projetas e programas es~ posição de Motivos do Senhor Ministro de Estado das
0664 Quarta-feira 17 DIÂRIO DO CONGRESSO NACIONAL (SeÇão II) Abril de 1985

Relações Exteriores, O texto da Convenção s-obre. a _Con- Convenção serão repartidas igualmente entre as Partes, leve 'devidamente em consideração os dispositivos do
servação dos Recursos Vivos Marinhos Antârticos, con- até 1988. Traiãdo da Antártida f1 que conte com a participação ati-
cluída em Camberra em 20 de maio de 1980. 4. A Convenção está aberta à ade_são por qualquer va de todos os Estados engajados·em atividades de pes-
BraSt1ia, 10 de maio de 1984. - JOio Figueiredo. Estado interessado em atividades de pesquisa ou de cap- . quisas ou de captura em águas antãrticas;
tura em relação aos recursos vivos marinhos aos quais RecOnhecendo as responsabilidades primordiais das
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS. DNU(DPB/DAI/- ela se aplica. Participam da Comissão, além dos quinze Partes Consultivas do Tratado-da Antártida na proteçã.o
SAL/106.10. (D), DE 8 DE MAIO DE 1984, DO MI- signatários originaiS, todo Estado-Parte aderente ativo . e preservação do meio ambiente antãrtico e em particu~
NIS'ffiRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. - em- pesquisa ou captura daqueles recursos. lar as resPonsabilidades assumidas por elas de conformi--
5._ O Brasil, embol-a ainda não se dedique à pesca nos dade com a alínea (f) do parágrafo primeiro do Artigo
A S. Ex• o Senhor Oceano-s Austrais, vem, desde o verão de 1982--1983, de- IX do Tratado da Antãrtida a respeito da preservação e .
João Baptista de Oliveira Figueiredo, senvolvendo pesquisa sobre recursOs vivos marinhos an- conservação dos recursos vivos na Antártida;
'Presidente da República. tárticos, dentro do Subprograma de Ciências da Vida do Recordando as medidas já tomadas pelas Partes Con-
Programa A.ntãrtico Brasileiro. No pla11o internacional, sultivas do Tratado da Antártida, incluindo, em particu-
Senhor Preside~te, 'o Brasil.integrou-se ao programa BIOMASS (Pesquisas· lar as Medidas Acordadas para a Conservação da Fauna
Tenho a honra d_e elevar à__ ~onsjckração d(_V._ Ex•, Biológicas e Sistemas e Estoques Marinhos Antárticos). e da Flora Antãrticas, bem como os dispositivos da Con-
para fins de submissão ao Poder Legislativo, o anexo Em 1982, participou da reunião de pHmejamento da Se- venção para a Conservação de Focas Antãrticas;
texto de Convenção sobre a Conservação dos Recur.sos gunda Experiência Internacional do BIOMASS (SI- Tendo em vista a preocupação expressa pelas Partes
Vivos Marinhos Antárticos. A Convenção foi adotada, BEX), a qual, com o- concurso brasileiro, se realiza no Consultivas, na IX ReuniãO Consultiva do Tratado da
em 20 de maio de 1980, pela Segunda Reunião Cons_ulti~-- _ presente verão e no de 1984-1985. Antártida no que concerne à conservação dos recursos
va Especial do .Tratado da Antãrtica e entrou em vig6f, 6. Além de, pof- conseguinte, reU.illF "ã:S condições vivos marinhos Antárticos e ·a importância dos dispoSiti-
em 7 de abril de 1982, após o depósito do oitavo insti'U~ pa:ra aderii à Convenção e para integrar sua Comissão, o vos da Recomendação IX-2, que levou ao estabelecimen-
menta de ratificação. No momento, são partes da Con~ Brasil tem interesses concretos no campo dos recursos vi- -to da presente Convenção;
venção as Partes Cons_ultivas do Tratado da Antã_rtlc_a-, :- vos ,marinhos an-tárticos-. Cofio assinRtãdo 8.ci!na: a pes-_- Acreditando ser do interesse de_ toda a humanidade
com exceção do Brasil, da lndia, e da Polónia, a saber: ca do krill, na mais pessimista das hipóteses, pode-se de- preservar as águas que circundam o continente antártico
África do Sul, Argentina, Austrâlía, Bélgica, Chile, ·Esta~ senvolver dez vezes em relação a seus níveis atuais. As unicamente para fins pacíficos e evitar a sua transfor-
dos Unidos da América, França, Japão, Nova Zelândia, maiores concentrações já identifica~as encontram-se ao mação_ em c:enário ou o_bjeto de disc'órdias internacio-
Noruega, Reino Unido, República Federal da Alemanha largo das Geórgias do Sul, Sandwich d.o Sul, Órcadas do nais;-
e Uniã_o Soyié_tiCa: A- República Democrática Alemã, Sul e Shetland do Sul, relati~an1ente próximas, portanto, Reconhecendo, à luz do que procede, 'que é desejáv"el
que não é Parte Consultiv_a, também participou da nego~ de nosso País e da área onde implantamos nossa primei- estabelecer um mecanismo adequado para recomendar,
çiação da Conver:ção, tendo-a assinado e ratificado. ra estação antártlca. o' Brasil, principalmente com o por~ promover, t;leterminar e coordenar medidas e estudos
to de Rio Grande, tem, assim, vantagens comparativas científicos necessários para assegurar a conservação de
2. A Convenção responde ao interesse ecOnômicO para desenvolver atividades pesqueiras na área coberta . organismos vivos marinhos antárticos;
crescente em relação aos recursos vivos marinhos antãr~ pela ConvençãO. Concordaram- no seguinte:
ticos. CorifOrme dados da FAO, a captura total de espé- 7. Assinale-se ainda que a Convenção s_e inse(e no
cies antãrtiqas, em 1980, subiu a cerca de 600.000 tonela- sistema do Trãtado dà Antãrtida, O Artigo V da Con-
Artigo I
das, das quais aproximadamente soo_ mil referem-se_ ao venção reconhece as obrigações e responsabilidades es-
KfiU, molusco especialmente rico em proteínas. Entre peciais das Pa~tes Consultivãs do Tratado para a pro~ L Esta Convenção se aplica aos recursos vivos mari-
1976 e 1980, ainda _segundo a F AO, a pesca de krill teção e preservação do meio ambiente da área do Trata- nhos antárücos da· área do sul de 60 graus de latitude sul
multiplicou-se por seis~ sendo os países mais ativos a do. Como Parte Consultiva, o Brasil ê garantia _do_siste- e aos recursos vivos marinhos antárticos__da área com-
União Soviética, o Japão e a Polónia. Alêm de suas pi"o- · ma dentro de cujo âmbito funciona a Convenção. preendida entre aquela latitude e a Convergência: Antár-
priedades alimentídas, o krill notabiliza-se pela quanti- 8. A Cómíssão Nacional paia Assuntos Antárticos, tica que fazem parte do ecossistema marinho antârtico.
dade~ As· estimativas ainda acusam acentuada variação, tendo examinado a Convenção; é de parecer que a ela o 2. ''Recursos vivos marinhos antãrticos" significa as
indo de 200 milhões de toneladas _a 2.900 milhões, a Brasil deve aderir em tempo hábil de modo a poder estar populações de peixes com nadadeiras, moluscos crustá-
maior parte delas situando-~e entre 500 e 1.400 milhões.. pf.esente na terceira reunião da Comissão, em ~eados do ceos e todas as demais espécies de organismos vivOs in-
Menos ainda se sabe sobre o comportamento da espécie, ano em curso, cluindo pássaros, encontrados 'ao Sul da Convergência
inclusive sobre ~ua reprodução. Conseqllenteritente, as 9. Nessas condições, submeto a V. Ex• o anexo pro- Antártica.
conclusões sobre a captura permissível variam grande~ jeto de MenSagem ao CongreSso Nacional para que, em 3. "Ecossistema marinho antártico" significa o com-
mente, entre 5 milhões e 150 mHhões de toneladas por regime de urgência, seja dada a necessária autorização plexo das relações dos recursos marinhos antárticos en-
ano. ~ão hã dúvida, contudo, ·de que a fauna marinha · para o depósito do instruffiento de'adesão, conforme: .dis- tre eles e com Oseu meio ambiente físico.
antártica, notadamente o krill, constitui recursos de con- posto no Artido 44, inciso I da ConstitUição Federal. 4. A Convergência Antártica será considerada como
siderável importância econômic3. Aproveito a oportunidade para renovar a V. Ex", Se- uma linha que une os seguintes pontos ao longo dos pa-
nhor Presidente, os protestos do meu mais profundo.res- ralelos de_ latitude e meridianos de longitude: 50 11 8, 01):
3. Embora o título da Convenção empregue a pala·~
peito. - Saraiva Guerreiro. 50'S, 30'E; 45'S, 80"E; 5S 0S, 80'E; 55"S, 80'E; 55"S;
vra "conservação", seu Artigo II indica que o _termo in-
clui "uso racional". Em outras palavras, a Convenção· IS0°E: 60°S, 150°E; 60°S, SOOW; 50°5, 50°W; 50°5, 0 11 •
CONVENÇÃO SOBRE A CONSERVAÇÃO
. pode ser considerada como um complexo acordo de pes- DOS RECURSOS VIVOS MARINHOS ANTÁRTI-
ca. Complexo porque, ao coritrãrio de outros instrumen- COS Artigo II
tos similares, não se destinha a regular apenas um recur-
so. Como o ecossistema Jiiarinho ãntárti~o -compõC-se de As Partes Contratantes, 1. Ü objetiVo desta Convenção é a Conservação de
relativamente poucas espécies sobremaneira intel-depen- Reconhecendo "a importância de se proteger o :nieio recursos vivos marinhos antárticos.
dentes, todo ele incluindo as aves é abrangido pela Conw ambiente_ e prese_rvar a integridade do ecossistema dos .2. Para os fins desta Convenção, o termo "conser-
venção. Por essa razão a área de aplicação estende-se ao mares adjacentes à Antãrtica; vação" inclui utilização racional.
norte do paralelo de 6QI> Sul limite da área do Tratado da Tendo em conta a concentração de recursos vivos ma- 3. Toda captUra e atividades conexas na área à qual
Antártica e alcança até a Ccinvi:.rgência 'Ailtártica, à. rinhos encõlltrados ·em águas antárticas e· o . inte-resse a
se 8.ptica pfeSente Convençfu:l_serão- conduúdas de con-
qual, conforme a longitude, situa~se entre 45° e 60° Sul. crescente nas possibilidades que se apresentam de -utili- formidade com os seguintes princípios de conservação:
·A Convenção estabelece uma Comissão para· a Conserw· zação de tais recurs9s como fonte de proteína; (a) prevenção da diminuição do volume de qualquer
vação de Recursos Vivos Marinhos Antárticos, que, en- Consciente da urgência de se assegurar a conservação população expl~raOa a níveis inferiores àqueles que ga-
tre outras funções, tem poderes para fixar quantidades dos recursos vivos marinhos antãrticos; -· - rantam a·-m.anuienção de s-uã capacidade de renovação.
de pesca, para designar áreas abertas ou fechadas à cap- COnsiderando que é essencial incremeritar o conheci-. · Para esse fim, não s~ deverá deixar seu volume cair abai-
tura, para resolver sobre espécie protegidas, para deter- menta do ecossistema antãrtico marinho e de seus com- xo de um nível próximo daquele que garante o máximo
minar sobre époCãS e méfodos de peSca: A- Comissão, ponentes, de modo a poder fundameniar-decisões sobre. crescimento líquido anual;
que tem sede em Hobart, na Austrália, é assistida por um captura em informações científicas seguras; · (b) manutenção das relações ecológicas entre as po-
'comitê Cíentífico·e.-j:IOr urii Secràaiíido. As despeSas Acreditando qUe a conservação dos recurSos vivos ma- pulações capturadas, dependentes e associadas dos re-
decorrentes do funcionamento da estrUtura cría"da pela rinhos antárticos requer cooperaçãO internacional que curso:. vivos marinhos antãrticos e a restauração das po-
Abril de 1985 DIÃRIOOOCDNGRESSONACIONAL(Seção II) Quarta-feira 17 0665

pulaçÕes reduzidas ao nível definido na alínea (a) acima; tantes participa-m de reuniõ~s que se realizem nos termos vidade das espécies capturadas e. das espécies ou popu-
do Artigo IX do Tratado da Antãrtida. lações dependenteS ·ou associadas;
(c) prevenÇão de modificações ou minimização do ris- c) assegurar a OblenQãõ-de estatísticas sobre a pesca e
co de modificações n.o ecossistema marinho que não se- Artigo VI as atividades empreendidas no que concerne às popu~
jani potencialmente reversíveis no curso-de duas ou trê~-- _ Nada na presente Convenção derrogará os direitOs e lações capturadaS;
décadas, levando em consideração o nível de conheci- d) analisar, difu~dir e publicar as informa~ões indica-
obrigações nas Partes COntratantes rios termos da COn:.:
mento disponível sobre o impacto direto e indireto da venção Int.g_o_acional para a Regulamentação da Caça à das nas alíneas b e c acima e os relatórios do Comitê
captura, sobre o efeito da introdução de espéCie exóge- CientífiCo; .. _
Baleia e da Convenção para "a ConservaÇão de Focas An-
nas, sobre os efeitos de atividades conexas no ecossiste- tãrticas.
e) identificar aS necessidades .em matéria de conser-
ma marinho e sobre_os efeitos das alterações ambientais, vação e analisar a eficácia das medidas. de conservação;
com o objetivo de possibilitar a conservação continuada f) elaborar, a dotar e revisar medidas de conservação
Artigo VII
dos recursos vivos marinhos antãrtiCos. com base nas melhores indicações científicas disponíveis,
I. As Partes Contratantes, pela presente Convenção de conformidade com o dispositivo no parágrafo 5 do
Artigo III estabelecem.e concordam em manter a Comissão para a presente Artigo;
COruerVaçãci dos Recursos Vivos Marinhos Antãrticos , g) efetivar o siStema de observação é inspeção estabe-
As Partes Contratantes, sejam elas partes do Tratado lecido de acordo com o Artigo XXIV da presente Con-
da Antârtica ou rÍão, concordam em que não desenvolve- (aqui doravante referida c.omo "Comissão").
2. A Composição da Comissão será a seguinte: venção;
rão quaisquer atividades na ãrea de aplicação do Trata- h) realizar outras atividades que sejam necessárias ·
do da Antãrtida que sejam contrárias aos princípiOS e a) cada Parte Contratante que participou da reunião
na qual foi adotada a presente Convenção será membro para cumprir ·os objetivos da presente Convenção.
propósitos daquele Tratado e que, em seu relacionamen-
to reciproco, estão vinculadas pelas pbrigações constan- da Comissão; 2. As medidas de conservação a que se refere a alínea f
tes dOs Artigos I e V do Tratado da Antãrtida. · b) cada Estado~Parte que tenha aderido à presente do pã.rágrafo 1 acima incluem as seguint~:
Convenção de conformidade com o Artigo XXIX terá o a) a determinação dit quantidade de cada espécie que
Artigo IV direito de ser membro da Comissão durante o periodo pode ser capturada na área de aplicação da presente
em que a mesma Parte aderente esteja.engajada em ativi- Convenção; ·
1. No ·que concerne à ár'ea de aplicação do Tratado _ -· dades de pesquisa ou captura relacionadas com os recur- b) a designação de regiões e sub-regiões com base na
da Antártida, todas as Partes Contratantes, sejam- elas sos vivos marinhos aos quais se aplica a presente Con- distribuição de populações de recursos vivos marinhos
ou não Partes do Tratado da Antártida, estão obrigadas venção; ari.tárticos;
pelos Artigos IV e VI do Tratado da Antártida_ em seu_ c) cada organização regional de integração económica c) a determinação da quantidade das populaçõés das
relacionamento mó.tuo. que tenha aderido à presente Convenção de corifoániâa- regiões e sub.:-~iões que pode ser capturaQa;
2. Nada na presente ConvençãO e nenhum ato ou de com o Artigo XXIX terá o direito de ser membro da d) a designação de espêciés protegidas; ·
atividade que ocorra enquento a presente Convençã~ es- Comissão durante o período em que os seus Estados- e) a designação do tamanho, da idade e, quando for
tiver em-vigor: membros;- tiverem tal direito; . . apropriado, do sexo das espécies cuja caphi.ra é permiti-
(a.) constituirá base para proclamar, apoiar ou contes- d) uma Parte Contratante que deseje participar dos- da;
tar reivindicação sobre soberania territorial na área de Trabalhos da Coniissão de conformidade coln as alíneas f) a determinação de períodos abertos ou fechados à
aplicação do Tratado da Antártida ou para criar direitos b e c acima notificará o Depositário dos fundamentos captura;
de soberania na área de aplicação do Tratado da Antár- &obre os quais deseja tornar-se membro da Comissão e g) a ·determinação da abertura e do fechamento de
t;da; de sua dispC?SiÇão ~e aceitar_as_I_nedidas de conservaçã~ áfeas, regiõet. ou sub-regiões para fins de estudo científi-
(b) será interpretado como renúncia ou diminuição, em vigor. O Depositário comunicará a Cada Membro da cÕ ou de conservação, incluindo áreas especiais destina-
por qualquer Parte Contratante,ou ainda como sendO Comissão e referida notificação e informações aneXas. das à proteção e ao estudo científico;
prejulgamento ~e qualquer direito ou reivindicaÇão ou De'ntro de dois meses após o recebimento dessa comuni~ h) a regulamentação dos meios utilizados e métodos
base de reivindicaçãO para o exercício- de jurisdição de cação do Depositá{io, qualquer membro da Comissão de captura incluindo equipamento de pesca, a fim de, ln·
Estado costeiro conforme o Direito Internacional dentro poderã so1icitár que se realize uma reunião_ especi_al da ter alia, evitar uma concen_tração indevida de captura em
da área à qual se aplica a presente Convenção; Comiss.ãQ para considerar o assunto. Ao receber essa so- ·qualquer região ou sub-região;
(c) será interpretado como prejulgando a posição de licitação, o Depositário convocará tal reunião. Caso não i) a adoção de quaisquer outras medidas de conser-
qualquer Parte Contratante quanto ao reconhecimento haja solicitação para uma reunião, a Parte Contratante vação_ que a_Comissão Considere necessárias para a con-
ou não reconhecimento por ela de tal direito ou reivindi- que apresentou a notificação será considerada como ten- secução do objetivo da presente Convenção, incluindo
cação ou base de reivindicação; do preenchido os r_equisitos para tornar-se membro da medidas relativas aos efeitos da captura e de atividades
( d) prejudicará o disposto no parágrafo 2 do Artigo IV Comissão. correlatas sobre outros componentes do ecossistema ma..
do Tratado da Antârtida, sengundo o qual nenhuma 3, Cada Membro dá Comissão será representado por rinho além das" populações capturadas.
nova reivindicação ou ampliação de· reivindicação exis- um delegado, que poderá fazer-se acompanhar de su-
tente relativa a soberania têrritorial na Antártida será
3. A Comissão "publicará e manterá um registro de to-
plentes e assessores. das a5 medidas de conservação em vigor.
apresentada en_quanto o Tratado da Antártida estiver em
vigor. 4. No exercício ·das funções de conformidade com o
Artigo VIII
parágrafo 1 acima, a COmissãO levarâ plenamente consi-
Artigo V A Comissão terá personalidade jurídica e gozará, no deração as recomendações e a assessoria do Comitê
t~rritório de cada um dos ~tados-Partes, a capacidade Científico.
1. As partes Contratantes que não são Partes do-Tra-
legal que seja necessária para desempenhar sua função e 5. A Comissão levará plenamente em consideração
tado da Antártida reconhecem as obrigações especiais· e
alcançar os objetivos da gresente Çonvenção. Os privilé- qualquer medida ou reguiamentçs relevantes estabeleci-
as responsabilidades das Partes Consultivas do Tratado
gios e as imunidades a serem gozados pela Comissão e dos ou recomendados pelas Reuniões Consultivas reali-
da Antártida quanto à proteção e preservação do meio
seu pessoal no território de um Estado-Parte serão deter- zadas conforme o Artigo IX do Tratado da Antãrtida ou
ambiente na área de aplicação do Traiado da Antârtida.
minados por acordo entre a Comissão e o Estado-Parte por comissões ~e pesé_a:_ existentes que se ocup~ de espé-
2. As Partes COntratantes que não são Partes do Tra~
Interessado. cies que possanl-Penetrar na área de aplicação desta
tado da Antártida cOncordam em qUe, nas suas ativida-
des na área de aplicaÇão do Tratado da Antártida, obser- Con,venção •. de modo que não haja incompatibilidade
Artigo IX
varão, se e quando apropriado, as Medidas Acordadas entrê os direitos e as obrigações de uma Parte Contratan-
para a Conservação da Fauna e da Flora Antárticas e de- A função da Comissão será a de efetivar o objetivo e te em d.ecorrência de t;ais medidas ou regulamentos e as
mais medidas que tenham sido· recomendadas pelas Par- os princíPios de'finidos no Artigo II da presente Con- medidas de conservação que poSsam ser adotadas pela
tes Consultivas do Tratado da Antârtida no cumprimen- venção. Para esse fim, ela deverâ: · Comissão.
to de sua responsabilidadê quanto à proteção do meio a) fãCilitar a pesquisa e estudos abrangentes sobre os 6. As medidas de conservação adotadas pela Comis-
·ambiente antártico em relação a todas as (ormas de in- recursos vivos e maririhos antárticos e sObre o eCossiste- são de ConfOrmidã.-de COm a presente Convenção deverão
terferência" humana danosa. ma inarinho antãrtico; ser efetivadas pelos membros da· Comissão da seguinte
3. Para os fins da presente Convenção, "Partes Con- b) compilar dados sobre o estado e alterações das po- forma:
sultiv"as do Tratado da Antártida" significa- as Partes pulações de recursos vivos marinhos antárticos e sobre a) a Comissão nOtificará as medidas de c.onservação a
Contratantes do Tratado da Antártida cujos Represen- fatores que afetam a d"istribuição, abundância e produti- todos os inembiâs da Comissão;
06.66 Quarta-feira 17 D!ÃRIO DOCDNGRESSO NACIONAL (Seçãp 11) Abril de 1985

b) as medidas de conservação tornar~se~ão obriga~ após a entrada em vigor da presente Convenç~o, desde (f) formulà.r propostas para a realízaçãÕ de programas
tóriis -p-ara todos oS Membros da Comissão 180 dias que entre as' Partes Contratantes haja pelo menos dois de pesqUisa nacionais ou internacionais sobre os recur-
após a referida notificação, com exceção do disposto nas Estados que desenvolvem ativiôade de captura na área sos vivos. maririhos antárticos. · ·
alíneas c e d abaixo; de apficaçã:o da presente Convenção. A priineira reu- 3. No deSeJ?1penh6 de -suas funções -o Cciffifiê Científi-
c) se, dentro de 90_ dias após a notificação referida na nião, de qualquer forma,' será realizada dentro de um co levará em conta o trabalho de outras organizações
alínea a? um Membro da Comissão informar ã·Comissão" anõ após a entrada erii vigor da presente Conv:en-ção. O té;cnfcas e científicas relevant~s e aS atividadei cient{fiCa.S
de que não pode aceitar, em parte ou' em sua totalidade, Depositário consultará os Estados signatários sobre a realiZadas no âmbito do Tratado da Antãrtida:.
a medida ,de conservação, esta não serã obrigatória para , prim~ira reuniãO da Comissão, levando em consideração
o referido Membi:o na medida por ele declarada; ·que uma alnpla·representação de taíSEstados é neces- Artigo XVI
d) no caso de qualquer Membro da Comissão invocar Sâtía para o funcionamento efetivo da Comissão.
o procedimento estabelecido na alínea c acima, a Cernis- . 3. O Depositário corivocará a primeira reunião da · I. A primeira reunião dO CÕmitê Óe~fífico Será reali-
são se reunii-á a pedido de qualqUer Membro da Comis- Comissão Da sede da ComiSsão; A partir de então, as zada dentro de três me_Ses após a primeira reunião da Co-
são para examinar ã-riiedida de coitservação. Por ocasião reuniõe~ da Comissão 'serão realizadas na sua Sede, a me- 'mlssão;· O Comitê. Científico reunir-se-á daí em diante
da referida reunião e dentro dos trinta: dias seguintes à nos que a Comissão decida -de outra forma. cóm a rreqoêllcia netX:ssári"ã para o deseinperi.ho dC suas
4. A Comissão elegerá dentre os seus membroS um funções.
reuniãO, qualquer Membro da Cor,niss?o terâ o direito
de declarar que já não está em condições de aceitar a me- Presidente e um Vice-Presidente, cada um- dos quais-terá 2. b COmitê Científico deverá adotar e emendar,
dida de conservação, caso em que o Membr~ não _estará . mandato_ de dois anos e poderá ser reeleito para. um man- confQrme necessário, suas regras de procedimento. As
mais obrigada por tal ~edida. dato adicional. O primeiro Presidente, porém, será eleito reiras e quaisquer eméndas a elas deverão ser aprovadas
para um mandato inicial de três ano~. O ~resi~ente e o pela ComísS~o. AS regi-as d~verão incluir proc~dimentos
Artigo X Vice-Presidente não -poderão· ser repreSeritantes da mes- para a apresentação de relatórios· de minoria .
. ma Parte Contratante. 3. O Comitê Cieiltifíco" poderá estabelecer, com a
I. A Comissão deverâ chamar a atenção de tÔdo o Es--
5. ·_A Comissão adotarâ e e111eri·d-arâ, confOrm~- neces- aproVaçã,9 da Comissão,· o~ órgãos subsídíárià~ que se·-
tado que não sejil. Parte desta Convenção para qualquer
atividade empreel1dida por seUs nacionais Ou seus naVios
sário,_ as. regras çe a
procedimento para co.ndução de jam necessários ao desempenho de suas funções.
suas reuniões, exceto no qUe concerne às questões trata-
que, n~ opinião da Comissão, afete a cõnsecu-çãÓ do ob- Artigo XVII
das no Artigo XII da preseitte Convenção. · ·
jêtivo ·da presente Convenção. 6. A ComissãO poderá estabelecer os·_ órgãos subsi-
2. A Comissão deverá chamar a 'ateQ-ção de todas as diários que sejam neceSsários para o desempenho de suas A ComiSsãO nomeará um Secretário ExecUtivo
Partes Contratantes para qualquer atividade que na opi- para serv.ir a Comíssão e_o Comitê Científico segundo 'os
funções.
nião da Comissão-afete a realização de uma Parte Con-· procedlõlentos e nos termos.e condições que a ComisSão
tratante do objetivo da present~ Convenção ou .o cum- · determinar. O Seu mandato serâ de quatro anos e pOderá
primento por aquela Parte Contratante_ de su_as obri- Artigo XIV ser .renOvado. ·
gações nos termos da presente Convenção. 2. A Comissão autorizará a composição- do pessoal
l. As Partes Contratantes estabelecem pela presente do Secretariado conforme necessário e OSecretário Exe-
Convenção o Comitê Científico para ·a ConservaÇão dos cutivo· nomeará, dirigirá e supervisionará o pessoal de
Recursos Vivos Marinhos Antártic_os (aqUi doravante re- acoro com as regras e Os procedimentos e nas condições
A Comissão procurará cooperar com as Partes Con- ferido corno "Comitê Científico'),· que_ será um órgão ··que a Comissão determinar. .
tratanteS que possam exercer jurisdição em ãr~ãS. mari- x:o_nsulfivo da Com.issão. O Comitê Cieptífico reunir-se-á 3. O SeCfetárlo Executivo e o Secretariado exercerãO
nhas adjacentes à ârea Qe aplicação desta ConvençãO a
respeito da conservação de qualquer p'opulação ou po'-
a
normalmente na sede·da ComissãO, não Ser que o ÓJ- as funções a eles confiadas pela Comíssão.
mitê Cientifico decida 'de outra f9rma.
pulações de espécies -asSoCi"adá.s que se encOntrem tanto 2. Cada membro da'Comissão será membro do COmi- Artigo XVIII
dentro daquelas áreas quanto da área de apFcação da tê Ckmtíflc_o e designará um representante _com as quali-
presente Convenção, com vistas a harmonizar as riu;:di- ficações cient.ff'lcã.s apropriadas o qual poderá fazer-se As línguas oficia,is da Comíssão e do COmitê Científi-
_das de conservação e a·dotadas com relação a iais popu- acompanhar de outros especialistas e assessores. c_o serão o espanhol, o francês, o inglês e o russo.
lações. . - 3.-_11 Comitê Cientifico.pod'erâ solicitai- 'ã oPiniã-o de·
Artigo XIX
- outros _especialistas e assessores na medida em que possa
Artigo XII
ser 'necessário em carâter Bd hoc. 1. Em cada reunião anual a Comissão deverá adotar,
I. As decisões da Comissão sobre assuntos de fundo_ por cOnsenso, o seu orçamento e o orçamento do Comitê
serão tomados por consenso. A questão de se considerar Artigo .XV Científico.
um asSunto como sendo de fundo será tratada comO um 2. ·_Um projeto de orçamento para a ComiSsão e para
assunto de fundo. 1~ O Comitê Científico constituirá um foro para con- O.Com1tê Científico e quaisquer ór8ã0s subSidiários será
2. As decisões' sobre assunto que não·os referidos no Sulta e cooperação sobre a coleta~ estudo e intercâmbio preparado pelo Secretário· Executivo e submetido aos
parágrafo 1 acima serão tomados por maioria simples de · de informação a respeito dos recursos vivos·.marítimos a merilbros da 'comissão no mínimo sessenta dias anies da,
membros da Cor1;1issão presentes- e votantes. que a presente Convenção se aplica.. Deverá estimu!B.r e reuniãõ anual da Comissão.
3. Quanto ao exame pela Coriissão de qualquer 9ues- promover cooperação no campo da pesquisa científica a 3. Cada meffibro da cOffiissão contribuirá para o
tão que requeira timã-d~são, seJ;".ã deix-ado claro se uma fim de se ampliar o conhecimeil.to sobre os recursos vivos orçamento. Até a eXpiração-de um prazo de cinco anos a
organização regional de integração econ~mica p~rticípa­ marinhos- do ecossistema antãrtico marinho. .contar da entrada em vigor desta Convenção a_ conti:i-
rá da tomada da decisão e, em caso afirmativo, se-qual- 2. O Comitê Científico cond_uiirá as atiVidades de que _buição de. cada membro será igual. A partir de então, a
quer d9s seus Estados-membros deverá também partici- for imcumbido pela Comissão de conformidade com 'os contribuição Será determinada segundo dois ciitêrio~: a
par. O número de Partes Contratantes que assim partici- õQjetivos desta Convenção, e deverá.: · quantidade de captura efetuada a uma participação igual
pem não excederá o número de Estados-membros da. Or- (a) estabelecer critérios e métodos a serem usados para de todos os membros da Comissão. A Comissão fixará,
ganização regional de integração econômica que São determiriações concernentes às medidas de conservação por consenso, a proporção na qual os dois critérios serão
membros da Comissão. referidas no Artigo IX da presente Convenção; aplicados.
4. Na tomada de decisões, nos termos do presente Ar- (b) valiar periodicamente o estado e as tendências das 4. As Operaçõ,es financeiras da Comissão e do Comi..:
tigo, uma organiz.ação_regional de integração econômica populações de recursos vivos marinhos antárticos; tê Científico serão conduzidas de acordo Com regula-
terâ apenas um voto. (c) analisar dados sobre os efeitos diretos e indiretos meptos financeiros adotã.dos pela CÇtmissão e estarão su-
da captura sobre as populações de recursos _vivos mari- jeitas a uma auditoria anual por auditores externos esco-
Artigo XIII nhos B.ntãrticos; lhidos pela Comissão .
. 1. A sede da Comissão será eStabelecida em Hobart. (d) valiar os efeitos e alterações propostas nos mêto- 5. Cada membro da Comissão cobrirá suas próprias
Tasmânia, Austrália. dos ou nos níveis de captura e nas medidas de conser- despesas decorrentes da participação em reuniões da C o·
2. A Comissão realizará uma reuniãO anual regular. vação propostãs; missão e do Comitê Científico.
Outras reuniões serão também realizadas a pedido de um (c) ancaminhar à Comissão avaliações, análises, rela- 6. Um membro da Comissão que deixar de pagar as
terço de seus membros e de conformidade e<im outras tórios e recomendações sobre medidas e pesquisa para suas contribuições por dois anos consecutívps não terâ
condições previstas na presente Convenção. A primeira efetivar o ohjetivo da presente Convenção confome soli- direito de participar da tomada de decisões da Comissão
•reunião da Comissão será realizada dentro de três meses citado ou por sua própria iniciativa; atê h.:ivú pago suas contribuições em atraso.
Abril de 1985 DIÂRJÜ DOCXJNGRESro NACIONAL (Seção !!) . Quarta-feira 17 · 0667

Artõgo XX 2. o-sistema de observação e'inspeção serâ elabora- 2. Os instrumentOs de ratificação, a~itação ou apro-
do pela Comissão com base nos seguintes princ~pios:: vação serão depositados junto ao Governo da Austrália,
1. Os membros da Comissão comunicarão anual~ · (a) as Partes Contratantes cooperarão entre si para . que fica designa,do Depositâri~. -
mente à ComissãO e ao COmitê Cíenfifico, na maior me- assegurar a execução efetiva do siste~a.de observação e
dida po~sível os dados estatísticos, biológicos e outros e insp.eção, levando em conta_ as _prât!cas: internacionais Artigo XXVIII
is informações de que a Comissão e ó Comitê CientífiCo- exixtêntes._ Este sistema incluirâ, infei' alia, procedi'men-
possam necessita.r. para o exerc1Ciõ- de suas ~unções. tos de visita a bordo e inspeção por observadores e inspe- I. A pr~sente Convenção entrarâ em vigor no trigési-
2. Os rriembros da CciinísSão comünicarão na forma tores desi~_ãdos pelos membros da ComiSsão~ procedi- mo dia após a data de depósito do oitavo instrumento de
e com a freqUência que sejatn prescritas ínforinaç-ões mentos relativos aos processos' impet,rados e às sanções ratificação, acélt3.ção Ou aprovação por Estados referi-
sobre as suas atiVidarles de captura, inclusive sobre as · aplicadas ao Estado de bandeira com base em provas re- dos no § l do art. XX~I da presente Convenção.
ãreas de pesCa e os n8.vios de maneira a possibilitar a sUltantes de tais visitas a bordo e inspeções. Um relatório 2. Para cada EstadO oU Cada organização regional de
compilaÇão de estatísticas confiáveis sobre a captUra· e os de tais processo~ e sanções impostas dev~r~ 5:er incluído integração económica que, após a d.ata de.entrada em vi-
meios enlpregados. nas in_(Qrmações a que se re_fere o Artigo XXI da presente gor da prese~te Convenção~ depositar um instrumento
3. Os membrOs da ComiSsão coriri.r.Tlicarãri. à Cômi~ Convenção; . · de ratificação, aéeitaç~o, aprovação ou adesão, a Con-
são, com a freqUência que seja pre5crit3 iitformaÇões . (b) a· fim de verificar·o.cumprime"nto das medidas venção entrarâ em vigOr no trigésimo dia subseqUente a
sobre as· medidas tornadas para .efetivar as medidas. de ado_tadas nos. termos d!! presente Convenção, a obser-. tal depc;Jsito. · ·
conServação adotadas pelá Comissão. · vição e a: inspeção serão efC:tuadas a bordo de embar-
4. Os membros da Comissão concord·am c;m que em caçõ-es engajadas em pesqui~a científica ou na Captura ~e
quaisquer de suas aÚvidades de captura serâ.feito 'Pleno Artigo XXIX
recursos vivos marinhos na ãrea de aplicação da pres~nte
uso das oportunidades que se apresentarem para a coletá Conv~nção, por,meio de o~serva:dores e inspe~ores· desig- · 1. A presente ConVe~çãó e~tá, aberta a adesão p-or
de dados necessários à avaliação do impacto decorrente nadoS.. pelos membros da Comissão_ que atuarão confor- qualq~er ·EStado interessado em atividades de pesqJ.!.isa
da paptura. me os termos e condições eStabelecidas pCla Comissão; ou· de captura Com relação aos recu.rsos vivos marinhos
Artigo XXI . (c) os observadores e insp'etores designadOs p~rma­ aOs quais se aplica a presente ConvençãO.-
necerão suje~tos à jurisdição da Parte Contratante de que · 2. A presente ConvençãO estâ aberta à adesão de or-
1. Cada Parte GontFatapte de~erá tOmar medidas sejam- itacionáis. Eles apresentarão seu relatório ao ganizaÇões region:~Js. de integração Cc9nôrilica cOnstituí-
apropriadas, dentro dos limites de sua t:ompetência, para Membro da Comissão pelo qual foram designados, o · das de J;:stack.s soberanos, que incluam entre· seus
a;:;segurar C? cumprimento· das disposições da Presente · - quarpof s-u:a- vez,_inform3rá a· COmissão. · . melnbrÔs um ou mais Estados membros da Comissão e
Converição e Oas medidas de conserVação adotada'S pela 3~ -_No p~odo. qu~ preceder ao estabelecimento do
para a qual os Estados membros da organização tenham
Comissão; às qUa.is a Parte_estâ obiigadS nos termos do sistema- de observação e inspeção, os _Membros da Co- transferido no lodo ou em parte competências com re-
Artigo IX da pre.sente ConVerfçãci~ · nifssão_ -pr,ocurarão estabelecer entenqimentos provi-· · lação às questões d~ .que traía 1:1. presente Convenção. A
2.- Caáa. Parte Contratante deverâ transmitir à Co- sórios p<ira designar observadores e inspeto~es e tais ob- ~desão de.tais organizações regionais de integração eco-
. miSsão informações sObre medidas tomadas nos terlno:s servadores e inspetores designados estarão habilitados a nómica será objeto de conSultas ,entre os membros da
a
do' parâgrafo 1 acima, inclusive sobre aplícação de eretuar inspeção de acordO Coin os princfpibs estiP-ulados Comissão.
sanções por qualquer infração. . riO- pã.I-á.grafo 2 ãcitna. - ·

Artigo XXII Artigo XXX


Artigo XXV . .
IL Cada Parte Contratante se compromete a em- I. A Presente Convenção poderá ser emendada em·
1. Se ocorrer qualqUer controvérsia entre duas ·ou
preen!ier esforÇos aproprtados. compatíveis com a Carta qualquer mOmento.
mais da~ Paftes Contratan~ sobre~ Íntei-pretação ou a
·.das Na'cões· Unidas, a- fi~ 4e que ninguém desenvolva 2. Se um terço dos membros da Comissão solic~tar
aplicação da presente Convenção, aqUelas-Partes Con-
qualquer atividade contrâria ao objetivo da presente uma reunião para discutir a emenda proposta, o Deposi-
tratantes farão consultas entre si cOin vistas l solução da
·COnvenção. târio' deverã convocar tal reunião.
controvérsia pOr meio de negociação, ínvestigação; me-
2. Cãda Parte Contratante deverâ notificai- a Comis-
diação,_ ~onciliação, arbitragem, decisão judicial ou ou- 3,. U~a emenda entrar~ em vigor quando o Deposi-
são de qualquer atividade desse tJpO que chegue a seu co- ,
tros meios- pacíficoS de sua própria eScOlha. -- = - Íârio tiver ~ecebido de todos os membros da Comissão os
nhecimento. · · instrumentos de ratificação, aceitação ou aprovação da
r--z. ·QUalqUer cont~Ovérsía desSa !latuir!za que não en-
referida emenda. ·
ArtigO XXIll Contrar solução pelos meios indicados aeverâ, com o
4. Tal emenda' a partir de então entrarâ em Vigor
consentimento, em cada caso, de todas as Partes envolvi-
com relação a qualquer outra Parte Contratante quando
L A Comissão e o COmitê Científico coOperação das na controvérsia, ser .encaminhada para decisão da ·
notificação de ratificação, aceitação ou aprovãção por
çOm as Partes ContratanteS .do Tratado da Antârtida nos Coite Internacional de JustiÇa ou para: arbitragem; con- ·
ela tenlia sido recebida pelo Depositârio. Qualquer Parte
assuntos que são da competência destas. tudo, a impossibilidade de se chegar a um acordo ~obi-e
. Contratante, da qual não tiver sido,recebida nenhUma
2. · A Comissão e Comitê Científico cooperarão, con- Ci:J.camfnharnento ·à Corte Internacional de Justiça ou
notificação no pra.zo d_e um ano a contar da data de en-
forme apropriàdo, com a Orga'nizaÇão das NaÇões Uni- para arbitragem; não dispensarâ a1)õ Partes envolvidas na
trada em vigor da emenda, conforme o § 3 acima, serâ
das para a Alimentação e a Agricultura e com outros or-:- controvérsia da obrigaçãO de continuar a pr0cui-3r uma
considerada como tendo $.C retirado da presente Con-
ganismoS especializados. Solução Por qualquer dos meiOs pacíficos indicados. no
venção.
3. · A ·COrriissão e o·Coniitê Cfentífico procurarão· de- parágrafo I acima. --
senvolver relações de traba~ho cOoperativas conforme 3. NO caSo em que a controVérsia for encaminhã:da à-
apropriado, com organizações inter&overnamentais · e arbi~ragePJ, o tribunal arbitral serâ constituído de con- Artigo XXXI
não-governamentais C[ue possam contribuir para os seus formidade com as disposições do Anexo à presente Con-
1. Qualquer Parte Contratante poderâ retirar-se da
'trabalhos~ inclusive com o Co"mitê Científico de .Pesquisa . venção. ·
prlisente Convenção no dia 30 de junho de qualquer ano,
Antârtica' coffi o Coffiitê Científico de Pesquisa Oceânica
mediante entrega de notificação por escrito, atê no niais
e com a Comissão- Internacional da. Caça à Baleia. Artigo XXVI tardar o dia I~' de janeiro do mesmo ano, ao Depositário,
4. A Comissão poderá concluir acordos com as orga-
I: A presente CoJ;Lvenção será aberta à asSinatura em o qual, ao receber tal nOtificaÇão; deverâ comj.lnicâ-la
. nizações referidas no' presente Artigo e com outras orga-
nizações conforme apropriado. A Comissão e o Comitê Camberra de li' de agosto a 31 de de.zembro de 1980 pe- imediatamente às demais Partes Con~ratantes. ·
2. Qualquer outra Parte Contratante poderâ, no pra·
Científico poderã~ convid~r tais orgariizações a enviar los Estados participantes da Coriferência sobre a Conser-
observadores para as suas reupiões e para reuniões dOs vação dos Rt:cursos Vivos Marinhos Antârticos realiza- · zo de sessenta dias a contar do recebimento de uma có-
pia de tal notificação comunicada pelo Depositário, en-
se)J.S órg~s ~ubsidiârios. da em Camberra, -de 7 a 20 de maio de 1980.
2. ·os Estados que assim assinateni seião ·os Estados · tregar notificaçãO por e~crlto ao Depositário sobre su~
Artigo .XXIV signatários origimlis- da Conve'nçijO. " retiràda. Nesse caso, a Convenção deixará de estar em
vigor, n-o dia 3Ó de junho do mesmo ano, para a Parte
I. As Partes Contratantes concordam em .estabelecer Artigo XXVII Contratante que entregar tal .notificação.
um sistenia de observação e de -inspéção para pí-omover 3. -A retirada da presente Convenção de qualquer
o objetivo e assegurar a observância das disposições da 1. A presente Convenção está sujeita à ratificàção, Membr,o da C_omissão, não afetàrâ süas O.brigaç-õês fi-
presenÍe Convenção. aceitação oti aprov8ção dos Estados signatários~ nanceit:as nos- ter~os da present~ Convenção.
0668 Quarta-feira 17 DIÂRIOOOCDNGRESSONACIONAL(Seção II) Abril de 1985

Artigo XX~II Sobre a mesã, projeto de lei que vai ser lido pelo Sr. 1"'- (geralmente terren~s- de us_o comum do povo), por esta-
Sec.retãri~. belecimentos comerciais (quase sempre bares, restauran-
O Depositârío--rilotificará todas as Partes Con_tratan..:-- tes, lanchonetes,- etc.), tem sido feita, desde há muto, da
tes: t:: lido o seguinte maneira menos regular e mais abusada posstvel, sem que
a) das assinaturas da presente Convenção e do depô- o Governo local sequer tome conhecimento oficial da
dito dos instrumentos de ratificação, aceitação, apro- PROJETO DE LEI DO SENADO . o_cupaçào, quanto mais se.quer cobre qualquer preço ou
vação ou adesão; N• 59, DE 1985 taxa em· decorrênci_a dela.
b) da data de entrada em vigor da presente Con- O re_sultado de tal desorganização é, de um lado, ares-
Altera o critério de cobrança da tllXa de ocupação trição__ imposta por tais estabelecimentos comerciais à
venção e da data de qualquer emenda a·eia.
- pela posse e uso de espaços em próprios do Distrito utilização comum dos terrenos de que clandestinamente
Artigo XXXIII Federal, e dá outras providências. · se apossam e, de outro, o prejuízo acarretado ao erário
que, podendo e devendo cobrar pelo uso, simplesmente
l. A presente Convenção, cujos textos -em- espanhol, · O Congresso Nacional decreta:
não o faz.
francês, inglês e russo são igualmente autênticos, será de- Art. 1."' A taxa pela posse e utilização de espaços em
Chega-se, aSsim; ao estado de coisas atual em que o
positada junto ao Governo da Austrália, que enviará có- próprios do Distrito Federal, a que: se refere o art. 24 da
plano urbanístico da cidade de Brasília está inteiramente
pias devidamente autenticadas dos mesmos a todas as Lei n"' 4.545, de 10 de dezembro _de 1964, quando o bene·
desobedecido, deturpado, sem que a autoridade compe--
Partes signatárias e aderentes. - ficiário da ocupação for estabelecimento -Comercial e_-o
tente tome providência para coibi-lo.
2. A presente ConVenção 5eiâ iegistradl:\ pelo D~po­ espaço for terreno e constituir bem de uso comum do po·
Por isto que, ante as inúmeras situações de fato já esta-
sitârio de conformidade com o art. 102 da Car.t.a das vo, será cobrada à base de quatro (4) ORTNs por me~ro belecidas, propomos uma legislação que efetivamente se
Nações Unidas. quadrado, _em cada exercício. · _ - __ imponha através de sanção pecuniária eficaz e que, de
-Feita em Camberra, aos vif.lte_dias do mês de maio Art. 2"' O Governo do Distrito Federal, pelo órgão certa forma, desestimule a ocupação de terrenos origina-
do ano .de mil novecentos e oitenta. competente, realizará, dentro do prazo improrrogável de riamente des_tinados ao_ uso comum da população, pelo
Em fé do que, os abaixo assinados, estando devida· cento e oitenta (180) dias, completo levantamento doSes- alto preço cobrado, tudo em beneficio da comunid:ide.
ment~ autorizados, assinaram a presente Convençãó. paços de sua proPriedade que estão sendo ocupados à Sala das Sessõ"f!s, 16 de abril de 1985.- Nelson Car-
data da publicação desta lei, nas condições do artigo an- neiro.
ANEXO terior, para fins de imediato lançamento e cobrança da
TRIBUNAL ARBITRAL taxa de ocupação. ( Ãs Comissões- de Constituição e Justiça, do Dis-
§ i"' O n.ão pagamento da taxa pelo estabelecimento trito Federal e de Finanças.)
I, O tribunal arbitral a que se refere o parágrafo 3~do comercial beneficiário da ocupação, na fórma e con-
artigo XXV serâ composto de três árbitros, que serão de'.. dições estabele_cídas· pela administra);ão, implicará ime· . o "sR. P.RESIDENTE (José-Fragelli) '--O projeto lido
signados da seguinte forma: diata interdição do uso do espaço, sem prejuízo da será publicado e remetido às comissões competentes.
a) · a Parte que deu início ao processo comunicará o_ cobrafiça judidal do débito com· os acréscim~s de lei. Sobre..a.mesa, Requerimento que vai ser lido pelo Sr.
nome de um árbitro à outra Parte a qual, por sua vez, § 29 A não cobrança da taXa de ocupação pela admi- !"'-Secretário.
num prazo de quarenta dias a contar dessa comunicação, nistração, na forma estabelecida nesta lei,-implicará res·
comunicará o nome do segundo árbitro. As Partes deve- ponsabilidade dos servidores encarregados do respect-ivo É lido e deferido o seguinte
rão, num prazo de sessenta dias a contar da designação lançamento e exigibilidade.
do segundo árbitro, designar um terceiro árbitro~_ que REQUERIMENTO N• .74, DE 1985
-Árt. 39 O Governo do Distrito Federal regulamen-
não poderá ser nacional de qualquer das duas Partes e tará esta lei dentro do prazo-de sessenta (60) _dias. Sr. ~:'residente:
não poderá ser da mesma nacionalidade _que qualquer Art. 49 Esta lei entrará em vigor na data _de sua Na forma do que faCulta o artigo 239 do Regimento ,
dos primeiros dois árbitros._ O ter<:eifO árbitro presídirá o publicação. Interno do Senado, e tendo e-!11 vista a tramitação nesta
tribunal;
"b) se o segundo ~rbitro não tiver sÍdo designado no
Art.__ 59 Revogam-se as disposições em contrário. easa os numerosos pedidos de autorização, feitos por
Estados e MunicíPios, para a contratação de operações
prazo determinado ou se as Partes não logr~ram acordo Justificação' de empréstimos, solicito sejam requeridas, através do Se-
dentio do prazo determinado sobre a designação do ter· A concessão, a particulares, de __ uso de terrenos públi- nhor Ministro-Chefe do Gabinete Civil da Presidência
ceiro árbítro, esse árbitro será designado, a pedido de cOs, mediante estipêndio", é prática comum em todo o· da República, as seguintes .informações ao Poder Execu-·
qualquer uma das Partes, pelo Secretário~Geral da Corte País, disciplinada a matéria a partir do art._ 79_ do -tive:
Permanente de Arbitragem, dentre personalidades de re- Decreto-lei n"' 271, de 28 de setembro de 1967, que diz: l ~-o ril.ontante individualizado e discriminado, Esta-
pUtação inü:rnaciollã.l que não sejam nacionais de um do por Esfado, dos débitos ·ou dívidas dos Bancos ofi-
Estado que seja Parte da presente Convenção. -"~ instituída a concessão de us_o. de terE_eno~ ciais estaduais junto ao Banco Central;
2. O tribunal arbitral decidirá onde sua sede será lo· públicos ou particulares, remunerada ou gratuíta, 2'"- s_e_esses Bancos estaduais estão pagando, dentro
caliiada e adotará suas próprias regras de procedimento. por tempo certo ou indeterminado, como direito dos compromissos assumidos }unia ao Banco Central, o
3. O laudo dQ__tri_b_un_aLarbitral será proferido por real resolúvel, para fins especifK;o:; de urbanismo, principal e os ]tiroS -das suas dívidas. Disc;iminar cada
uma 'maioria de seus membros, os quais não poderão ·se industrialização, edificaçãO, cultivo da terra ou ou· caso;
abster de votar. tra util~açào de interesse geral." . 3'"- se o Banco Central jã acionou providências ten-
4. Qualquer Parte Contratarrte que--não é- Parte da dentes à Iiqul_dação d'?_s referidos débitOs. Quais?
controvérsia poderá intervir riO pi"oceSso com o cOnsenti- Aliás, no Distrito Fedei-ai a qUestão jã era 6specífiCã-- 4•- se o Poder Executivo já traçou estratégias para
mento do tribunal arbitraL mente regulada através da Ler n9 4.545, de 10 de de- subvencionar os Bancos estaduais devedores do Banco
5. O laudo do tribunal ar_bitral será recorrível e será zembro de 1964, Cujo ãrL .24 estabelece: Central, e que levassem à liquidação de todos os débitos,
obrigatório para todas _as partes na controvérsía e para ou se lhes concederá o perdão das dívidas.
"A utilização de espaços em próprios da Prefei- Sala das Sessões, 16 de abril de 1985. -Jutahy Maga-
todas as Partes que intervierem no processo, e deverá ser tura do Distrito Federal ou de empresas a ela vincu-
cumprida sem delonga. O tribunal arbitral interpret~rá o lhíies.
ladas serã feíta em ca~áter precário, a juízO exclusi-
laudo a pedido de uma das partes na controvêrsia ou de vo do Prefeito, e mediante pagamento da taxa de O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - Através do_
qualquer das Partes intervenientes. ocupação, reaJustável na conformidade do critério Aviso n9 69, dê 1985, de 14 de março do corrente ano, o
6. A menos que o_ tribunal arbitral tome outra deci- estabelecido no art. 59 da Lei n"' 4.380, de 21 de Presidente do TribUnal de Contas da União encâminhou
são, à luz de circunstâncias especiais do caso, as despesas agosto de 1964." ao Senado cópias das atas das sessões em que foram to-
do tribunal, incluindo a remuneração de seus membros, madas decisõ,es aplicando sanções aos responsÁveis que
serão custeadas pelas partes na controvérsia Cm -partes - O dispositivo, segundo a abalizada opiniã~ do Dr. He- relaciona, bem como a discriminação dos recursos provi-
iguais. IiOiJ. Moreira Silva, Proc;urador do Distrito_Federal, ver- dos no período de 13 de novembro a t4 de dezembro de
sa sobre a utilização: 1984.
(Às Co_missões-de Relacões Exteriores, de Agricul_- - de esp~ços em imóveis; O Expediente fOi encaminhado~ com ofício, à Comis-
rura e de Ciência e Tecnologia.) -qualquer que seja a natureza do espaço - solo, são de Finanças, para conhecimento.
subsolo, espaço aéreo ou acessão;
-sob qualquer modalidade. O SR. PRESIDENTE (José Fragelli)- A ~residência
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli)- O Expediente Entretanto,_apesar de tal disciplinamento legal, a ocu· comunica aO plenário que, tendo se esgotado o prazo
lido vai à publicação. pação" e uso de espaços em prédios do Distrito Federal constitucional de quarenta e cinco dias, sem ter havido
Abril de I 985 DlÁRIO DOCON:JRESSO NACIONAL (Seção II) Quarta-feira 17 0669

deliberação do Senado Fedenll, fica mantido o veto pre- TROBRÁS qUe é, sem dúvida um ministêrio tão grande O Sr. Fábio Lucena- V. Ex' me permite um ·aparte'?
s'idencial aposto ~o Projetp de Lei do Senado n'i' 121/84- quanto qualquer dos outros ~rês. E somente de contrape-
DF, que dispõe sobre o Estatuto dos Policiais-Militares so, na última hora, aceitou o Ministério da Desburocra- O SR. NELSON CARNEIRO - Com todo prazerl
do o'istrito Federal e dã outras providências, conforme tização.
O Sr. Fábio Lucena- A Frente Liberal, de fato, con-
determina o § 41' do art. 59 da Constituição. Agora, vejam V, Ex•s, enquanto o sócio minod~ário fi-
segue verdadeiros milagres. Veja V. Ex• que foi o único
cava com o filé mignon, e Deus permita que e~ -Participe
Partido a conseguir a adesão de um Presidente de um ou-
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) -Concedo a um dia dele ...
Ü'o.Paft1do, ~a do Presidente do Pa.rtido de V. Ex•- o
palavra ao primeiro orador inscrito, o nobr~ Senador
O Sr. Héli~ Gueiros - Com a carne .de_ pescoço . ilustre Deputado Ricardo Ribeiro.
. Nelson Car.neiro, que falarã cqmp Líder do PTB.
O SR. NELSON CARNEIRO (PTB - RJ. Como- O SR. NELSON CARNEIRO - ... os sócios majori- O SR. NELSON CARNEIRO- Veja V. Ex• quanto
Líder, pron~ncia o seguiilte discruso.)- Si. Presidente, tários ficaram com a carne de pescoço, antecípa-o nobre vale ter uma porta aberta e, atrás dela, um Jordão que
Srs. Senadores: Senador Hélio GueiroS. Realmente, porque, ou são títu- lifnpa toGas as cufpas e purifica todoS os homens deste
los~ meros títulos: Ministérió do Urbiinismo, Ministério.:_
País. · - · ·- ·
Inicialmente, devo agradecer ao Líder do Partido Tra-
da CultUra, Ministério da Administração, Ministério da MaS,- Sr.. Presidente; continuo, e agora, Agapito Du-
balhista Brasileiro ter-me cedido' a hora, para tr~r aqui
algumas observações de meu prezado companheiro de Ciência e. da Tecnologia, ou, então, são problemas comQ: rão estava mais sério. Parou com seu tom irónico para
longa vida pública, 56 anos de atividade partidária, Aga- Ministério da Previdência e Assistência Social, Minis- dizer que a Nação não é o que dizem osjorna:is, 3 Nilção
pito Durão. Pediu-me Agapito Durão começasse esta tério do Trabalho, Ministério da Saúde, Ministério dos não é a Aliança Democrática Sociedade Anónima; a
oração tirando o chapéu aos ilustres.dirigenteS da Ffenté Transportes, todos sem recursos e_de pires na mão. · Nação somos todos nós, é a Nação inteira, é a Aliança
Liberal. C_onfio, Sr. Presidente, e "estou certo, que, embora en- Democrãtica, também. Sem a Aliança Democrátícã"D.ão
tregues ~ses Ministério, sejain de títulos ou .apenas de existiriam as candidaturas vitoriosas, hOnra lhé seja-por
É o que eu vou fazer, Sr. Presidente.
trabalho, a ilutres figuras do PMDB, nao podein realizar isto, sem ela não teria havido o deflagar da luta pela con-
Neste momento, estou me curvando diante da sabedo-
os mesmos milagres que a providência deferiu aos iil.teli~ vocação popular para a vitória de 15 de janeiro, honra
ria dos ilustres membros da Frente Liberal. ·
gentes e experimentados lídei-es da Frente Liberal, aos também lhe seja por isrO. Mas, há que se lembrar que
Todos nós estávamos certos de que a lei de sociedades .
quais ainda uma vez tiro o meu. chapéu, o chapéu de quem foi às ruas para ilpciiar a Aliança Democr"ática, •
por cotas era uma das ·mais perfeitas do País. E a Frente
Agapito Durão. aquele homem de pês descalços, aquele homem analfabe-
Liberal, ao formar a Aliança Democrática, conseguiu
Porque, o que resta? to, aquele.homem sem partido, aquele homem sem em-
modificar a lei, sem que passasse por este Congresso.
prego, não era nem de um partido nem de outrQ: era o
Na verdade, Sr. Presidente, a Aliança Democrát.ica Restam os Ministérios técnicos, que não são de nin~
povo, era a Nação. Isto é que é preciso entender, esta a
Ltda. é a mais curiosa sociedade limitada do País. En- guém, são de todOs: Ministério da Fazenda, Ministério
convicção que se tem que ·ínfiltrar no pertsamento de to-
quanto o sócio majoritário, o PMDB, conserva o mesmo do Interior, a Secretaria de Planejamento, o Ministério
dos nós. Quem deu· vida, quem prestigiou, quem deu
número de cotas, o sócio minoritário, a Frente Liberal, da Justiça - que só cuida, hoje, de previdenciários, já
que todo dia há uma. greve. De mod.o que todos são pu- conteúdo à deliberação constitucional do execrado Colé-
vai aumentando o número de suas cotas. Em breve, o só-
gio Eleitoral foi O povO; ã. massa, a Nação. E é a Nação
cio minoritário será majoritário, sem que este tome qual- ramente técnicos, não sendo especifiCamente políticos se-
quer providência para evitai' que ó atual maior Partido rá, também, um erro técnico achar que o Min.istério da que hoje indaga se o Brasil vai ser património exclusivo
da Aliança Deq1ocrática Limitada.
do Continente, que jâ. foi a Ai-ena, e depois do PDS, se Indústria e do ComérCio não ficOu entregue a um têcni-
converta no ex-maior Partido do Continente. çO. No máximo se dirá que ficou entregue a uril sócio O -Sr. AmériCo de Souza - Permite V. Ex• um aparte?
Muita gente diz que a arte imita a vida. Nã9. Agapito majoritário de São Paulo. ·
Durão chegou à conclusão de que, no caso, é a vida que Mas, onde estâ o segredo da Frente Liberal? O segredb O SR. NELSON CARNEIRO - Com muita honra,
imita a arte. E por quC? Os babltués, os que acompa- reside exatamente em não fechar a inscrição.. A Porta da concedo o· aparte a v: Ex•
nham os programas de televisão aos domingos, numa ci-
dade ondejá não se vê fute_bol, devem ter, ~um dos pro-
Esperança está aberta. e só transpô-la quem quiser se
O Sr. Américo de Souza - Nobre SenadOr Nelson
banhar nas águas lustrais da Nova República. E cada dia
gram~s mais populares dos domingos, um quadro curio- Carneir.o, somente V. Ex• pela aUtoridade que possui
entra mais gente. Se consegiu até o milagre; Sr. Presiden-
s.o: ~-"A porta da esperança". Algu~m que quer, por te, de pelo consenso, e pelo aplauso de todOs, inclusive o pelo respeito que merece dos seus pares, poderia produ~
exemplo, visitar seu parente que está há muitos anos no zir um discurso em ~om tão irónico, porém, aplaudi~o e
meu, se alterar os regimentos das. Casas, sem nenh"1,1ma
Amazonas, ou no· Ceará, e não tem recursos, então vai ac~tado por toda a Casa. Percebi na sua oração, nobre
modificação regimental. Existem nuin partid.o em for-
ao animador, faz-lhe um apelo e ele se interessa para que Sef!.ador, uma informação que me pareceu não segura .
mação, lideranças da Frente Liberal, posiçõeS propor-
alguém atenda a solicitação. E o pedinte comparece à te- Inicialmente, V.· Ex•, e ainda hã pouco, declara que a
cionalmente divididas com a Frente Liberal. etc. E tudo
levisão, ç:: é aberta então, a Porta da Esperança, ~surge, aí está por quê? .Esse é o milagre da capacidade política,
Alia_nça Democrática é uma sodedade por cotas, aquela
então o doador, aquele que oferece a passagem para que em que sócios se reúnem e resolvem fundar uma firma
__ da experi_ência política dos homens da Frente Liberal,
o cidadão modestO, hunlilde, sem recursos realize seu so- com capital limitado, para limitar também suas respon-
- que, !JlUito rhaís experimentados dO que aQu!!ICs que,
nho. sabilidades perante terceiros. Mais adiante, diz V. Ex'"
como nós, nessa velha Ba,ncada ~o MDB, depois do
Aqui, a Frente Liberal é a Porta da Esperança. Mas que é tiril.a ~Ocidade anónima...
PMDB, hã vinte e um arios, chamavamos contra tudo.
uma porta da esperança, Sr. Presidente, ainda mais aper-
Portanto, não faço críticas, apenas-aplaudo, não em O SR. NELSON CARNEIRO - Esta expressão eu
feiçoada, porque atrás da porta tem um Jordão. Todos
meu nome, mas em nome do meu velho.e querido com- ainda não usei.
os que na República Velha - naquela decantada Re-
paitheiro dejuvêntude, Agapito Durão. Aliás, não criti-
pública Velha - seriam chamados de carcomidos e que O Sr. Américo de Souza - Sociedade anónima, está
co os que se aproveitam dessa Porta da Esperança.
depois passaram a ser autorifáríós à-s vésperas da Nova no discurso de V. Ex'"···
Lembrava-me Agapito Durão que em 1930 se sucediam
Repúblicã; todos se podem ba.nhar .no Jordão, que passa
os i ntrventores na Bahia. E um dia ele interpelou Certo
atrâs da Porta da Esperança ·da Frente Liberal. E então, O SR. NELSON CARNEIRO - Não, só se por um
correspondente de um jornal carioca:- Mas fulano, vo~
enquanto vão aumentando as quotas da Frente Liberal, lapso. Eu não usaria. A .minha expressão sempre é
cê ontem era a favor daquele; agora é a favor deste; ama-
vai diminuindo a diferença, com as quotas do sócio·ma- Aliança Democrática Limitada, porque anónima ~ a
-- nhã, do que vier; toda hora muda o interventor, e você é
joritário. E por quê? Aí é que eu quero" tíai· Och3péu, ·em-- Nação inteira. -
sempre a favor: Eis a resposta: Eu não tenho culpa, eu
nome de Agapito Durão, à Frente Liberal. S que a Fren-
sou"Governo, eles é que mudam. (Risos) O Sr. Américo de Souza- Eu pedi o 3.pci.rte a V. Ex•,
te Liberal não fechou ainda seus quadros. É o único Par-
tido que pode aCeitar adesões. E, com isSo, vai sempre re- --· Mas, que prejuízo, traz à Frente Liberal essa situação? baseado no lapso de V. Ex•
cebendo mais adesões, e mais adesões, enquanto os ou- Nenhum, só traz lucro. Só traz prejuízO aos Outros Parti-
tros partidos estão impedidos de fazC-Io. Essa inteligên~ dos, pois não podem aceitar nenhum novo filiado e estão O SR. NELSON CARNEIRO....: Eu peço perdão a V.
cia é que justifica meU aplauso, e traduzindo o aplauso perdendo alguns em favor da Frente Liberal. Há, por Ex~ ·
do meu velho companheiro de lutas aos dirigentes da exemplo, o caso notório, publicado em todos os jornais,
. Frente Liberã.I. Não é uma crítica, é um aplauso. do Deputado Airton Soares, que quer entrar rio PMDB e O Sr. Américo de Souza- E, no lapso de V. Exf., vou
Sr. Presiqente, realmente, ao tirar o chapéu à compe- não pode, porque o PMDB não está em formação. Por- continuar o meu aparte, para o que peço pCrmissão a V.
tência politica àqueles dirigentes, quero lembrar que até tanto, no entender dos homens d3. Frente Liberal, o bom Ex' Se é cOmo sociedade anónima, como disse V. Ex•,
na divisão.dos ministérios foi de uma excessiva compe- é continuar seffipre de porta aberta, a Porta da Espe- p-or lapso, eu aceito e acato, porque, realmente, a
tência a Frente Liberal. Contentou-se com apenas qua~ rança_ Aliança Democrática não tem donos. Ela é, na verdade,
tro: o Ministério das Minas· e Ener8ia, o Ministério da Sr. Presidente, ê preciso_meditar. Eu tenho lido. toda do povo e da Nação brasileira.
Educação, o Ministério das Relações Exteriores e a PE- hora, que é preciso fortalecer a Aliança Democr"ática. Muito obrigado.
0670 quarta-feira 17 DIÂRIO DOcpNGRESSO NACIONAL (Se<;_ão li) Abril de 1985

O SR. NELSON CARNEIRO- Sr. Presidente; e Srs. O SR. _NEL$0N CARNEIRO - Agradeço muito o noineaçãQ constitUcional do seu Governaqor, qu~ prevê
Senadores, eu agradeço o apaffe do nobre Senador, meu seu aparte, e não excluo a possibiHdade de ser uTn dos be- uma aprovação prévia do nome pelo Senado Oa Repú.bli-
velho companheiro de longos an<;~s, de antigas lutas. Mas neficiários dessa generosa Porta da Esperança. ca.
só por lapso eu teria usado a. expressão...sociedade anó- Nestas condições, Sr: Presidente, para resolver -o im-
Mas, Sr. Presidente, devo concluir para não esgotar os
nima". Sempre tenho dito que é um~. "sociedade limita- passe, apre~ento o seguinte· pÍ'ojeto de lei:
vinte minutos que me são des.tinados.
da'~. Limitada porque, realmente, foram os dois grandes
partidOs, o PMDB e um'a facção valorosa do antigo ·.Hoje, mais do que nunca, o GOverno necessita de toda PROJETO DE LEI DO SENADO N• DE I985
PDS, Que se unir"ain para fOrm·ar a Aliariça Democrática. a Nação. Precisa da União da Aliança Democrática e (Do .·senado~ Héli9 Gueiros)
A vitória não foi apenas frutO dã. Atiança- Demo'crát1i:"a além da Aliança D:emocrática. toda a Nação sem ex-
Isto era o que o meu amigo Agapito Durão acent~ava. A ceção neCessita estar unida, unida em di:f6sa das ínsti- Dispõe sobre a substitUição e sucessão temporária
vitória eleitoral, no Colêgio Eleitoral, sim, foi, mas não tuições democrâticas,_ullida em :defesa di solução Ccin.sti- do Governador do Distiito -Federal. -
vamos reduzir a vitória do Sr. Tancredo Neves _e do Sr. tu_ciÕnal para que, numa horà' a~ar&a, Que talvez se.avi- O Senado Fedei-a! decreta:
José Sa~ney-a um ~~;~ltado numérico do pleito d-o dia 15. · zinhe, não sofra ~ p~ís _nenhum abalo.
de j antiro_. O que_~ preciso dizer é que quem ga'nhou foi a·
Disse eU :;tum jornalista que nós estávamos nu-ma lOja Art. [9 O Governador do Distrito Fecleral serâ no-
Nação, quem prestigiou as escolhaS foi a Nação, toda
de louças, não podemos quebrar nenhum vidro, ·nenhu- -meado pelo Presidente da República apÓs aprÕ~ação do
chi. Aquela· Nacão que muitas vezes não tem partido,
ma peça, temos que preservar o arcabouço democrático, seu nome, por voto secreto, no ·senado Federal.
aquele homem que não sabia que partido era aquele, que
instituído em 15- de janeiro, com os maiores cuidados, Art. 2"' Substitu'irá o Governador no caso de impe-
não é nem do PMDB, nem da Frente Liberal, nem do
cofn cuidados paternais; a N"!-çào é toda a nação, é o dim~nto- e s:UCeder~lhe-ã, no de vaga, temporariamente
PTB, nem do PT,_ era o homerh da rua, anônimo, a mU-
Brasil inte!ro. O que me surpreende é que cada vez, que se atê a escolha do novo Governador, o Presidente_ da Co-
lher; a criança que foram para- as ruas aplaudir. Não va-
abre um jornal_ se f~la;_ "~preciso prestigiar a Aliança missão do Distrito .Federal do Senado Federal.-- -
mos reduzir o pleito de 15 dejanc;iro apenas ao resultado
Democrática". Não, -vamos prestigiar a Aliança Demo- Art. 3"' Esta Lei entra em Vigor na data de sua pubÚ-
da convenção, do Colégio Eleitoral. Foi a Nação, é distO
Crática, mas ela não é a Nação inteira, e neste momento cação.
que é preciso se_ convencer C? levar ao conliecimeitto _de
gravíssimo do Brasil é preciso que a Nação inteira esteja Art. 49 Revogam-se as disposiç~es em contrário.
todos, foi toda a Nação que_ elegeu. Ainda'aqueles que
votaram c_ontra, porque .se não tivésSemOs aijueles qUe ao lado do Presidente José Sarney; porque S. Ex• rePre-
Justificação
defenderam as ·candidaturas contrárias, não teria havido senta a otdem constÚucional, e 6 a ordem constituciorial
eleição. Se oS adversários da Aliança Democrâtica tiveS- que a Nação precisa preservar e não apenas determina- Há necessidade de uma norma legal para o problema
sem arriado a_ bandeira antes de 15 de_janeiro, ninguém dos grupOs partidários. da sUbstituição eventual ou sucessão temporária do Go·
sabe se haveria eleição naquela data. Portanto, ê preciso Concluo, Sr ..Presidente. vernadOr do Distrito'Federal.
!~ar em conta, neste instante, que a Na_ção não é o que Parece adequado apticar-se a fórmula tradicional, -
Vejo se falar que foi nom_eado o primeiro es.c3.lão, virá
eu vejo todas as horas, nos jornais; a Aliança-Demociá_ti- vigente pat~fO Executivo· Fede"r:al, Estadual e Municipal,
agora o segundo escalão, o terceiro escalão está para
ca foi um fator indispensável, teve a coragem de liderar a - de convocar o Presidente'do Legislativo ao qual estâ
sai_r_.. _. Eu penso que estou no regime passado, no milita-
campanha, ~as teve ao ladO deiS. a Nal;ãa inteira. E: pre- jutisdicionado a autoridade executiva para responder
rísmo, em que as tropas têm primeiro escal~o, segundo
ciso olhar a Nação inteira e não apenas aqueles que inte- pelo cargo nos impedimentos ou vacância. !:lo titular. Co-
escalão, terceiro escalão, é só escalão qU:e passa, e o_ que
graram a Aliança _Democrática naquele instaflte inicial, -mõ;hõs termos do§ {9 dci art. 17 da ConstitUiçãO Fede-
resta?
porque, hoje, ela está integrada por muitos que dela rlão ral, combinado com o item V.doart. 42 da Carta Magna,
participaram. A Nação, Sr. Presidente - e concluo, irtl-O:ome do compCte ao Se_nado Federai legislar o DiStrHo Federal,
meu amigo Agapito Durão - a Nação não pode ser nada mais razoável do que transformar-se o Presidente
da Comissão do DiStrito Federal no substituto eventual
O Sr. Joio Lobo - Permite V, EX• u_m aparte? - aquela moça do verso do ChicQ .Bua:rque de Holanda,
ou sucess_or temporário do Governador. A preferência
que fica debruço na janela-vendo a banda passar. Não,
O SR. NElSON CARNEIRO - Com muita honra. isto não é o que a Nação deseja. (Muito bem! Palmas. O pelo Presidente Qa Comissão do Distrito Federal e não
orador é cumprimentado.) pelo Presidente do Senado é que este jâ é um •:ocacionil-
do para: substituição do Presidente da República e have-·
O Sr. João Lobo- Nobre Senador Nelson Carneiro, O SR. PRESIDENT-E (Jo~ê Fragelli) ·- Concedo a ria um desnivelamento hierárquico à sua remessa para a
é sempre'um deleite parã esta Casa ouvir V. Ex• fal<ii' dã palavra ao nobre Senador Moacyr Duarte, por cessão do. governanç<i Jnterit:~a do bistrito Federal.
seu nobre e. ilustre amigo Agapito Durão. E quero, pri- nobre Senador Jorge Katume. Sala das Sessões, 16 de abril de 1985.- Hélio
meiro, agradecer, em nome do meu Partido e me meu·
Gueiros.
nome' p-eSSoal, as palãVras de -Slinpatia e de elogio, apesar
OSR. MOACYR DUARTE PRONUNCIA DIS-
da fina ironia de Aa;apito Durão ... CreiO; Sr. Presidente, Srs. Senadores, qúe Com a aPro-
CURSO QUE. ENTREGUE À REVISÃO D(J
ORADOR. SEKÃ PUBUCADO POSTERIOR- vação deSte projeÍO se previnirá d~qui pára a frente-are-
O SR. NELSON CARNEIRO - A culpa não é mi- MENTE. p.etição desse. problema, dessa confusão em torno do
nha. (Risos.) substituto eventual do Go.vernador do Distrito Federal.
Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente. (Muito
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - Proponho à
bem!)
O Sr. João Lobo - ... sob i-e a formação dessa socieda- Casa. uma prorrogação· da hora do exPediente por lO
de de cotas. limitadas. Mas parece, nobre Senador, que minutos.
COMl'ARECEAi MAIS. OS SRS. SENADORES:.
há uma espécie de destino em toda sociedade de cotas li- Em votação:
- AJtevir Leal - Eunice Michiles - Raimundo Parente-
mitada: os sócios minoritários se.esforçarem, redobrada-
9s Srs. SenâdOi-es..qui: aprovam, queiram perffianecer Claudionor RQriz - Gal vão Modesto ......:. --Alexandre
mente, para pelo menos igualar as cotas entre os sócios,
os partiCiPãiifes· -da Sociedade. h evidente que nóS pO- s~~tados. (Pausa.) Costa- João Castelo- Américo de_ Souza- José Lins
- Aprovada. - Gui.lherme ·Palmeira- Carlos Lyra ~Albano_ Fra~­
deríamos, através de V. Ex~. nóS da Frente Líóeral, pret-
co- Luiz Viao_a_---: Mo.acyr .Da_! la- Arilaral Pei1toto ~.
tear a troca desses ministérios, se os nossos são tão tnaís ~ica pror_~Qgada a_ Hora do _E~~edi~nie por m~~ 10 Alfredo Campos- Amaral Furlan- Seve_ro Gomes-
importantes, nós podêrianios deixar a escolh"ã à VOntade minutos. Benedito Ferreira- Mauro Bqrges·- Roberto Wypych
do outro sócio, então~ nós podenios trocar i:sses_-millis-
.-Concedo a palavra, para uma breve comunicação, ao - Lenoir Vargas.
. térios. NóS só' achamos que V. Ex• minimizou a ilnpor-
nopre Senador Hélio Gueiros.
tância dos ministério e do sócio majoritário· e exagerOU a O SR. PRES~DENTE (Jqsé Fragelli)- A Presidência
importância dos nossos ministérioS. f\'ia.s, dC- qUalquer convoca SesSão "EXtraordinária a realizar-se hOje, às 18
- O SR. HtLIO GUEIROS (PMDB- PA. Para uma.
forma, ilustre Senador, também não fomos nós que fiie- hruas e 30 minutos, destiriada à apreciação das seguintes
ç_omunicação.sem revisão do orador.)- Sr. Presidente,
mos a legislação eleitoral que permitiu e pernlite ãinda o matêrias:.
Srs. SenadÓres: ·
ingresso de ilustn;s companheíi'os no nossO Pcirtid:o; ilós Redações Finais dos Projetes de Resolução Q"'S 2, de
começamos do nad!l, temos que deixar essa porta aberta Nos tçrroos_ r_egimentais, pedi para jUStificar aaj)feSen- 1983 e 136, do 1984;
porque senão não formaríamoS um púiiOo:-E a verdade - tw_ão de um_ projete de lei. - Proj~tõ de-Lei da Câmara n9 22b; de 1983; e
é que essa porta, esse portão, esse riO coiltirüi'a âberto, .- Proje~o de. Lei do Senado n9 7, de 1983. ·
escancaradO,. esperando companheiroS ilustres como V. Brasília estâ atravessando uma c_erta crise com a dis-
Ex• e outros mais que queirám noS hOnrar cOin sua pi--0- cu-ssão_ a respeito da nomeação- do seU Governador, in- ·O SR. PRESIQENTE (José Fragelli) - Sohre a mesa
ximidade e sua pre..<>ença. Era Cste o ·aparte. · clusive quanto_ à interinidade de quem deve ficar até a Projeto que_serâ lido peta ·19-Secretârio.
April de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (S.eçilo ll) Quarta-feira 17 0671

É lido o seguinte· a matéria constarite do-item n~ 10 "Seja submetida ao Ple- inclui, entre as contravenções penais, a prática de
nário em J<o> lugar. · atas resultantes de preconceitos de sexo e· de estado
PROJETO DE LEI DO. SENADO Sala das Sessões, 16 de abril de 1985.- Itamar Fran- civil. ·
N• 60, DE
1985 co.
Em discussão. {Pausa.)
Dispõe sobre a substituição e ~ucessib tefmporária Não havendo quem peça a palavra,- encerro a discus-
O SR. PRESIDENTE (José Fra~elli) - Item 10:
do Governador do Di.!ltrito Federal. são.
Discussão, em turno único da Redação Final (o- A Redaçào _Fíilal é_ considerada definitivamente apro-
O Senado Federal decreta: ferecida pela Comissão de RedaçãQ em seu Parecei vada, nos termos do art. 359, do Regimento Interno.
Art. l~> O Governador do Distrito Federal-será no~
n9 43, de 1985), do Projeto de Lei do Senado n~ 147, O proje_to vai à Câmara dos Deputados.
meado pelo Presidente da República após aproVação do
de 1982, de autoria do Senador Itamar Franco, que
seu nome, por voto secreto, no Sef!ado Federal. E a seguinte a Redação Final aprovada
insenta de qualquer tributação os proventos da apo-
Art. 29 Substituirá o Governador no caso de impe-
sentado_da_e _dá __o_utras providências.
dimento e suceder~Jhe--á, no de Vaga, ,temporariamente Redação final do Projeto de Lei do Senado n~' 9, de ·
até à escolha do novo Governador, o Presidente da Co- Em discuSsão a Redação Final. {Pausa.) 19113.' '
missão do Distrito Federal do Senado Federal. Não havendo quem peça a palavra, encerro a discus-
Art. 3"' Esta lei entra eril vigor na data de sua publi- Rela!<:~r: Senador Oaudionor Roriz
são.
cação. Eii."cerE-ada a discussão, a Redação Final é considerada
Art. 4Y_ Revogam-se as disposiçõ~ em contrário A ComissAo apresenta, em anexo, a Redação Final do
definltivam·ente aprovada, nÓs term'os do art. 3.5_9 do Re- Projeto d~ Lei do SenadO n"' 9, de 1983, que inclui, entre
gimento Interno. as con'travenções penais, a prática de atas resultantes de
Justificação
O projeto vai à Câmara dos_ Deputados. preconceitos de sexo e de estadô civil. ·
·Há'necessidade de uma norma legal para o·problema
É a seguinte a Redaçã.o Final aprovada:
Sala das Comissões, I r de abril de 1985. - Lenoir
da substituição eventual ou sucessão -temporária do go· Vargas, Presidente..,.. Claudionor Roriz, Relator- Jor-
'vernador do DiStrito Federal. Reda_ção final do Projeto de Lei do Senado n<?147, ge Kalume - José lgnácio Ferreira - Martins Fdho.
Parece adequado _aplicar·se a fórmula tradicional, - ~ de 1982.
vigente para os executivos federal, estadual e municipal, O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrlo)- Item 12:
-de ~onvocar o presidente do Legislativo ao qual estâ Relator: Senador José Ignácio Ferreira
juridicionado a autoridade executiva para responder A Comissão apresenta, em anexo, a Redação Final do __ piScussão, em turno único~ da Redação Final (o-
pelo Cargo nos impedimentos ou vacâilcüi do titular. Co- Projeto de .Lei do Senado n~' 147, de 1982, que isenta de ferecida pela Comissão de Redação em seu Parecer
mo, nos termos do§ ('?do Art. 17 da ConstituÚ;:ão Fede- qualquer tributação os proventos da aposentadoria e dá n~ 37, de 1985), do Projeto de Resolução n'? 22, de
ral, combinado com o item V do art. 42 da Carta Magna, outras providências. 1983, de autoria -do SenadOr Marco Maciel, que cria
compete ao Senado Federal legislar para o Distrito Fe- Sala das ·comissões,. 1_1 de abril de 1985. - Lenoir a Cgmissão de Ciência e Tecnologia.
deral, nada mais razoavel do que transformar-se o Presi- Vargas, Presidente -José Ignácio Ferreira, Relator -
dente da Comissão do Distrito Federal no su.bstituto Jorge Kalum~- Claudionor Rorlz _:_Martins Filho. Em discussão a Redação Final.
·eventual ou sucessor temporário do gove~nador. Apre- Não _havendo quem peça a palavra, encerro a discus-
ferência pelo,Presidente da Comissão do Distrito Fede- O SR. PRESIDENTE (José Fragelli)- Item 1: são.
ral e não- pelo Presidente do Senado ê que este jâ é um A Redação Final é considerada definitivamente âpro-
Votação, em turno único, do Projeto de Lei da Câ- vada. nos termos do art. 359, do Regimento Interno.
vocaciOnado para substituição do Presidente da Re-
mara n9 6, de 1981 {o~? 237f79, na Casa de oritem), O projeto vai à promulgação.
pública e haveria um desnivelamento hierárquico a-Sua
que fixa em oito honis a jornada de trabalho dos vi-
remessa para a iovernança interina do Distritó Federal.
gias, tendo · h a seg_uinte a Redaçào Final aprovada
Sala das'Sessões, 16 de abril de 1985. _-Hélio GueirOs.
Parecer favorável, sob n"' 190, de 1981, da ComiS-
são Redaçã"o F"mal do -Projeto de Resolução n~' 22, de
(Às Comissões de Cõiistuuição e Justiça e do Dis- 1983.~
trito Federal.) - de Legislaçio Social.
- --Yotação do projeto em turno únicQ. (Pa.u_sa.} Relator:· Senador José lgnácio Ferreira
O SR. PRESIDENTE (José Fragel!i)- O projeto que Os Srs. Senadores que o aprovam queiram permanecer
acaba de ser lido será publicado e remetido às comissões sentados: {Pausa.) A ComiSsãO apresenta a Redação Final do Projeto de
competentes_, ·Áprovado_~ Resolução n"' 22, de 1983. que cria a Comissão de. Ciên-
cia e Tecnologia. ·
O SR. PRESIDENTE {José Fragelli)- Em sessão an- O Sr. MartinS Filho- Sr. Presidente, peço a verifi- Sala das Comissões, II de abril de 1985. ~ Lenoir
terior foi lido o Requerimento n9 72, de 1985, de autoria cação de votação. Vargas, Presidente- José Ignáclo Ferreira, Rebitar -
do Senador Gastão Maller e outros Srs. Senadores, soli- Jorge Kalume - Oaudlonor Roriz - Martins Filho.
citando que o tempo destinado- aos oradores do Expe- O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - Serâ feita a
diente de SessãO, a ser oportUnamente ·mãrcada, seja de- · verificaçã:o. soliCitãda pelo nobr_e Senador Marti~s_Filho.
A Presid@ncia vai suspender a sessã.o por dez minutOs, .O ~R. PRESIDENTE (Passos Pôrto)-: Item 13:
clicado a homenagear D. Aquino Correa, Ex-
Governador do Mato_ Grosso, membro da Academia antes aciOnando as 'campainhas a fim de qUe cis.Srs. Se-
Discussão, em segUndo turno, do Projet9 de Lei
Brasileira de Letras; poeta- e tribuno Consagrado, pelo nadores compai-eçam ao plenário.
do Senado n11 302, de 1979, de autoria do Senador
transcurso do centenário de seu nascimento. {Suspensa às 15 horas e 46 minutos, a sessão é Humberto Lucenà, iegulando os direitOs do-sexage~
O requerimento deixou de ser votado, naquela oportu- reaberta às 15 horas e 52 minutos.) nário que ingressa na Previdência SoCial ou a ela re·
nidade, p_oT falta de uquorum". torna, tendo
Em votação o requerimento. _O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- Está reaberta
Parecer, sob n11 41, de 1985;- da Comissão;
Os Srs. Senadores que o aprovsam queiram permane- :a sess.ão. Persistindo a falta de quorum, a Pre5idência se
-de Redaçiio, oferecx;:ndo a redação do vencido.
cer sentados. {Pausa.) dispensa de proceder a verificaÇão solicitada.
Aprovado. · O Projeto de Lei da Câmara n"' 6/81, fica com a sua . Em discussão o projeto, em segundo turno. (Pausa.)
Serâ cumprída a deliberação do plenário. votação adiada. · Não havendo quem peça a palavra, encerro a discus-
Igualmente, 3.s matérias da Ordem do Dia,' em fase de ;ão.
O SR. PRESIDENTE (Josó fragel!i) - Passa-se à votação, constituída dos Requerimentos n"'s 15, 57 e O prõjeto é dado cOmO aprovado, nos termoS do art.
58f85; Projetas de Lei do Senado n~'s 26/79 e 2, 340, 18 e 315 do Regimento Interno.
ORDEM DO DIA 320/80, ficam 'com a SUR' apreciação adiada para a próxi- O projeto irá à Câmará dos Deputados.
Sobre a mesa, requerimento que vai ser lido pelo sr. ]li-
ma sessão ordinária.
Secretário. É a seguinte a Redação Final aprovada
É lido e aprovado o__ seguinte 6 SI( PRESIDENTE (Passos Pôrto}"- Item ni Redação do vencido, para o 29 turno regimental,
do Projeto de Lei do Senado n~' 302, de 1979.
REQUERIMENTO N• 75, DE 1985 Discussão, em turno único, da Rt<dação Final (o-
ferecida pela Comissão de Redação em seu Parecer Relator: Se~dor Jorge Kalume
Nos termos do art. 198, alínea. "d", do Regimento In- n<o> 44, de 1985), do ProjetO de Lei do Senado n99, de A Comissão apresenta a redação do vencidO, para o
terno, requeiro inversão da Ordem do Dia, a fim de que 1983, de autoria do Senador Nelson Carneiro, que segundo turno regi!Jlelltal. do Projeto de Lei do Senado
0672 Quarta-feira 17 D0RIODOCONJRESSONACIONAL(Seção II) Abril de 19R5

n<:> 302, de 1979, que revoga o art. 21' da _Lei n~_6,243, de chentes: barragens de controle de cheias, dragagem dos no médio Parnaíba, um pouco acima, 60 Km de Floria-
24 de setembro de 1975. - - rios. Por exemplo, o iío Jaguaribe tem o leito muito raso; no, aproxtmadamente,-po"i' determinação do Presiderite
Sala das Comissões, li de abril de 1985~ -:.__ Lenojr uma vez que o criStalino aflora, leva aquele assoreamen- Castello Branco, e através da competência do engenheiro
Vargas, Presidente- Jorge Kalume, Relator- José Ig- to e faz uma verdadeira duna na foz, e essa duna é que e hoje Sen_ador aqui presente, César Cais, foi construfda
nácio Ferreira- Claudionor Roriz ...-Martins Filho. represa as âguas maiores das enchentes, inundando 80 a barragem da Boa Esperança. Pois bem, a barragem es-
km para a retaguarda. Foram ·feitos todos esses diagnôs~ tá cumprindo o seu papel, está desempenhando a sua
O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- Está esgotada ticos, mas, passada a enchente, passam, também, uma missão. Apenas a bacia de acumulação é que não com-
a matêria-constante da Ordem d_o Dia. VoltaMse à lita de borracha na memória dos administra:doi-es. e ninguém porta o volume de água que tem caído sobre o território
oradores. consegue uma obra_ de_ fato permanente, para evitar que piauiense, mesmo porque abaixo da barragem existem os
Concedo a palavra ao nobre Senador Alexandre Cos- itovas enchi:ntes aconteçam. Eu cumprimento V. Ex~. aflue"ntes do -Parnaíba que são: o Canindé, o Piauí, o
ta. (Pausa.) porque este é um assunto da maior importância, ou seja, Longâ, o Gurguê:ia e vârios outros.
S. Ex• não estâ presente. reclamar obras definitivas de controle de cheias e draga~ t particularmente grave, neste instante, a situação de
Concedo a palavra ao nobre Senador Helvfdio Nunes. gens para evitar que haja represamento nos ríos:-Curri~ Teresina que, à margem direita do Rio Parnaíba, estâ
primento V. Ex~ pela diretriz e p_~lo seu discurso. com mui tas de suas ruas do centro comercial alagadas.
O SR. HELVIDIO NUNES (PDS- PI. Pronuncia o Os bairrOs Poti Velho, Mafrense e Nova Brasília estão
segUinte discurso. Sem revisão do orador.)_- Sr. Presi- O-SR. HELVfDIO NUNES- Muito obrigada~ V. totalr:ncnle alagados, e parcialmente alagados
dente e Srs._S_enadores; Ex•, eminente Senador Cesar Cals, pelo depoimento, encontram-se os bairros Matadouro, Parque Alvorada,
Dep-ois do magnífico discurso pronunciado na tarde pela valiosa contribuição que trouxe ao meu discurso. O ltapiru, Acarápe e Mocambinho.
de hoje pelo alter ego do Senador Nelson Carneiro, q Se- aParte de V.Ext como que me dispensa de continuar fo-
nador Agapito Durão, embarco nas âguas do discurso calizando esse aspecto da questão, que é importante, que O Sr. Joio Lobo- Permite V. Ex• um aparte?
também aqui pronunciado pelo eminente representante é o mais Valioso, porque cUida de obras permanentes, da-
O SR. HEI.VIDIO NUNES- Com muito prazer,
do Rio Grande do Norte, Senador Moacyr Duarte, para quelas que atendem as causas, porque quanto aos efei-
falar sobre enchentes e para referir a particular situação nobre Senador João Lobo.
tos, a cada vez que a calamidade ocorre, todos estamos
por que passa o meu Estado. cientes _e conscientes de que é necessária a presença do O Sr. João Lobo- Nobre ~enador Helvídio Nunes,
Ao longo da minha permanência neSta CaSa, fui sem- Poder Público para atender as emergências._ eu serei breve para não interromper o discurso de V. Ex•,
pre âvaro no falar sObre calamidades na minha região. Há poucos dias, nesta Casa, o eminente Senador por que toda esta Casa conhece o cuidado e a sobriedade
As secas se alternam com as enchentes, embora aquelas Humberto Lucena trouxe a posição do Governo, fez com que V. Ex• sempre aborda os problemas por mais
tenham uma incidência infinitamente maior do que es- como que um relatório das providências governamen-
urgentes e prementes que eles sejam. Mas V. Ex~ tem ab-
tas. . tais, para atender a difícil situação por que passam, na
A minha avareza, Sr. Presidente, Srs. Senadores, iem, soluta razão, hã uma espécie de fatalidade nas coisas do
atualidade, os Estados nordestinos. É certo que os Líde-
como tudo na vida, uma explicação. f: que, frente às ca- Nordeste, principalmente do Piauí. Mal nós consegui-
res anteriores_não faziam tais relatórios., mas os_repre~
lamidades, os representantes nordestinos, que jã temOs mos Sair de uma calamidade de secas e ironicamente va-
sentantes da região davaril conta das medidás, dos atas
know-how no assunto, reclamamos, pedimos, e as nossas do Governo, no sentido de amparar as populações ca~ mos entrar agora numa calamidade de ãguas, e o Nor-
reclamações e os nossos pedidos são atendidos exclusiva- rentes. Mas eu quero ftxar, nesta oportunidade, eriibora, deste inteiro, o Ceará, o Piauí, o Maranhão. etc ... , sofre
mente via paternalismo governamental: de certa forma irrelevante, que a fala do Líder trouxe a destruição de tudo aquilo que nós, penosamente, con-
Há um problema social grave, hã um problema social apenas uma novidade; __é que o Senador Humberto Luce- seguimos manter e construi( nesses cinco anos de seca
imediato. E, no caso das secas, a assistência é maior, é na terminou fazendo uma previsão de tempo, ao anun- Ciiiel que assofou TOda a nossa região e que talvez tenhã
mais abrangente, é mais prolongada porque as secas du- ciar que as chuvas, até o fim do mês de abrif corrente, até enfadadO os ouvidos dos habitantes do Centro-Sul,
ram mais tempo, demoram mais que as enchentes. Quan- continuarão copÍosas na região nordestina. das regiões mais privilégiadas deste País. Mal estes ouvi-
do surgem as enchentes, com o seu poder de destruição, Sr. Presidente e Srs. Senadores, a situação no Piauí é dos conseguiram· ter uma certa·trnaqüilidade dos nossos
sempre a presença do governo é indentificada através das partícularm_ente grave. Chove naquele estado quase que reclamos, da nossa insistência por repisar o sofrimento
toneladas de alimento, das caixas de medicamentos que sem interrupção, desde o dia 28 de dezembro do ano pas- de toda uma região, n6sjá voltamos a ocupar os ouvidos
são enviadas à região _e do númer()de barraCas para abri- . sado. Na região a que estou mais particularmente ligado desta· mesma gente, d~te mesmo Pais, dizendo que agora
gar aqueles que se encontram em situação desesperado- existem três açudes - em Pio IX, .em Fronteiras e em não ê mais a seca, não é mais a falta d'gua, mas sim o ex-
ra. Daí por que procurei orientar a minha atuação, nesta Paulistana - açudes de pequeno porte, de 20 milhões a cesso de água. Tudo isso me parece uma certa ironia que
Casa, no sentido de reclamar providências de ordem per- 45 milhões de metros cúbicos de água, e que estão san- até nos deixa um pouco constrangidos a ponto de cDm-
manente, providências para combater o problema, para grando há vários dias e com uma expressiva lâmina de á- preendermos o cuidado e a sobriedade com, que o
com bater as s_ecas e para com bater as enchc!ntes, procu- gua. Lutei durante vários anos para que fosse concretiza- piauiense como V. Ex", profundo conhecedor de todo o
rar soluções. Uma delas foi minha preocupação pricipal, da a constfução de Açude Bocaina, que flca a 20 Km a sofrimento daquela região, daquela cidade, aborda com
pois que, tomada essa providência, serve à seca e à en- montante da cidade de Picos. Municfpio de Bocaina que toda a calma aqueles problemas graves e urgentes Nós
chente. É a construção de barragens, ê a construção de foi desmembrado do meu município. Velha aspiração, jã eStávamos Coin as nossas cidades à margem do Parnaí-
açudes. Nas enchentes, os açudes, as barragens, recebem, antiga reivindicação daquela gente, foram iniciadas as ba praticamente alagadas, antes que a barragem da Boa
acumulam as águas e, nos períodos de seca, as águas acu- obras com uma previsão de acumulação_ de 104 milhões Esperança Sangrasse - esta sim, a maior barragem do
muladas nos açudes e nas barragens podem resolver,' de metros cúbicos. Mais tarde, essa previs.ão foi alterada Nordeste e não como, equivocadamente, falou o nosso
pelo menos um pouco, pelo menos mediante, oS proble- para mais de 120 mílhões de: metros cúbicos e, embora o S~nador Moacyr Dua.rte que achou, Ou talvez S. Ex• qui-
mas causado pela seca. sangradouro ilão esteja ainda concluído, a previsão, ·que sesse se referir a açude, porque a barragem da Boa EsPe-
se deveria completar em alguns anos, aconteceu neste in- · rança é maior que a barragem do Açu, a barragem Ribei-
O Sr. Cesar Cais -.Pennite V. Ex• um aparte?
-Vemo: o açude está cheio e pelo sangradouro sai uma lâ· ro Gonçalves- mas como dizia V. Ex•,jâestavam as ci-
O SR. HELVIDIO NUNES- Tem V. Ex• o aparte mina de 1,70 m de água. dades como Floriano, Amarante, Terezina;· e no baixo
nobre Senador César Cais. _ Aquela região é umª espécie de celeiro do Estado do Parnaiba: Luzilândia, Buriti dos Lopes e Parnafba em es-
Piauí e o excesso de chuvas, alêm de destruir estradas e tado de calamidade. J?e repente o lago da barragem não
O Sr. Cesar Cais- Eu cumpriniento V. Ex•, Senador Obfas P-úbHcas de toda a sorte, vai fazer com que, não
comporta mais, a cota mlxima daquele lago foi atingida
Helvidio Nunes, pela diretríz -que tomou, de falar apenas naquela região, mas em todo o Estado, tenhamos
e jâ superada, e os engenheiros, com o cuidado que de-
sobre as obras permanentes.Esta tem sido, também, uma este ano a maiOr seca verde do Piauí.
vem ter com uma abra daquele porte, abriram as com-
das minhas diretrizes; inclusive nas declaraç~s que eu
tenho dado no Estado do Ceará. É claro sei que ·a. ca}.a- O Si. Benedito Ferreira.- Permite V. Ex~ um aparte? portas, deram vazão total dos sangradouros e das com-
midade exige o atendiinento_ de-emergência: é o salvar de portas, esta é, das portas que regulam as turbinas para a
O SR. HELVlDIO NUNES - Permita-me apenas passagem da água, para ver se o lago não continua a su-
vidas, é não deixar a população entregue à aflição, à an-
concluir o meu pensamento. Em seguida, darei o aparte bir, pondo em perigo toda a barragem da Boa Espe-
gústia e ao desespero. Mas as providências permanentes
nunca são tomadas. Em 1974, quando Governador do
a V. Ex• rança . .f: evidente, e não quero alarmar, que não hâ peri~ .
Estado do Cearâ, houve enchentes em três rios do Esta- go para a barragem da Boa Esperança, porque o sangra-
O Sr. Benedito Ferreira- Aguardarei, então, o desen-
do do Ceará: o_ rio Jagua-ribe, o Rio Acaraú e o Rio Ba- vol.viniento do discurso de V. Ex• douro e as Comportas atenderão a vazão mãxima do rio
nabuiú. Nós tivemos lá, na ocasião, 100 dias de chuvas, Parnaibã. Mas o que vai acontecer com as cidades a ju~
com 100 mil famílias·desabrig8.das. Foram feitas, então, O SR. HELVfDIO NUNES- O rio Parnaíba oferece sante ·da barragem, como de Floriano, Parnaíba que V.
algumas análises e at8:uns diagnósticos para aquilo que um quadro ainda pior, um quadro desolador: sabem to~ Ex• está enfocando. neste momento? Cidades como Buri-
V. Ex• estâ chamando a atenção, para evitar novas en- dos que o Parnaíba separa o Piauí do Maranhão e que ti dOs loPCs, nO baixo Parnaíba, tem cjuase que a metade
Abril de 1985 DIÁRIO DOCONJRESSONACIONAL(Sedío II) Quarta-feira 17 0673

da sua população desabrigada porque está próxima dos qualquer forma, a nossa índole é a de não plantar jaboti- deste., via Piauí. Então o Piauí hoje é o caminho, grandes
lagos' do Buriti dos Lopes, nas proximidades do rio. Nin- cabeira, mas todos nós gostainos de jabotícaba. Daí, trechos das rodovias do Piauí são o escoadouro natural
guêm sabe a extensão, ao longo de to_do o percurso do nobre Senador Helvídio Nunes, ê: louvável o seu discur- para o_ abastecimento do NÇ>rdeste do Brasil. No caso,
rio Parnaiba, que um ou dois metros d'âguas baixados s_o, sobretudo pela Sll;a postura. Seria bom que todos nós _ por exemplo, de Fortalez~ e Natal, regiões também abas-
desse lago vai provocar. Então, eu quero solidarizar-me do Brasil, principalmente os homens públicos, nos desa- tecidas por nós, e cidades como Recife e dos demais Es- .
com V. Ex• pelo oportuno e sério discurSo e pela conde- joujâssemos - parece-me atavismo - do aventureiro tados, Paraíba, nós dependemos das estradas do Piauí, e
nação- da falta de continuidade dos recursos que evitas- portugu.ês, de querer realizar tudo de imediato e partisse- essa interr~:~-pção, essa destruição das estradas vai, sem
sem a repetição mes-mo de desastres, de· calamidades, mos, efetivanlente, para as soluções efetivas, e-passásse- dóVida alguma, estrangular como estâ estrangulando de
como sã.o as secas e como são as enchentes; calamidades mos a constr~ir obras que nos rendessem, eleitoralmen- fato. E a própria Belém/Brasíliajá ~tá seriS:rilente dini-
mais ou menos previsíveis; elas tem se repetido com re-- te, dentro desse imediatismo da admÍnistração brasileira, ficada - cheguei de lá essa noite, fiz um percurso de 1.250
gularidade cruel, princij,atmente. no território nordesti- mas que se fiZessem obras realmente duradouras e que quilómetros de ontem para cá e constatei que, em breves
no. Quero solidarizar-me com o discurso de V. Ex•, nesta resolvessem os problemas como este que V. Ex~_acaba de dias, a própria Belém/Brasília estarâ também com o seu
tarde no Senado. levantar. Meus parábens a V. Ex• mas, sobretudo, para- tráfego interrompido, se não for tomada alguma medida
O SR- HEL VI DIO NUNES - Mui to obrigado pela béns ao Pjauí e ao Brasil, por ter homem da estirpe de V. cautelar. Era essa a observação, vez que, parece que com
Ex~. aqui no Senado FederâL V. Ex• voltando novamente para o problema fluvial que
participação de V. Ex',nobre Senador João Lobo, por-
que, além do conhecimento p~ofundo que V. Ex• tem da é, sem dúVida alguma, lamentavelmente o setor de trans-
nossa região, partícipa como lindeiro do Parnaíba, como O SR. HELVlDIO NUNES- Muito obrigado pelo porte do Brasil abandonado, inexplicavelmente abando-
habitante da cidade de Floriano, uma das mais prósperas aparte de V. Ex• nobre Senador Benedito Ferreira. nado, porque não aproveitamos a nossa navegação flu·
e importantes cidades do nosso Estado, das agruras e dos V. Ex~ feriu, entre vái'ios pontos importantes no seu vial. Mas, dé imediato, jâ que vivemos emergencialmen-
sofrimentos de nosso povo· nas horas de calamidade aparte; um que precisa ser objeto de algumas conside- te, cabe urgentemente ao Ministêrio dos Transportes
pública, quer sejam enchentes,. quer secaS. rações: é exatamente aquele que diz respeito às estradas .. volver suas atenções, concen~rar todas as suas disponibi-
Na verdade, Sr. Presidente e Srs. Senadores, as si- O Estado do Piauí, hoje, conta com uma malha rodo- lidades para aquela ârea, porque, caso contrârio, tere~
tuações de Floriano, de Amarante e de Teresina princi- viária ·realmente apreciável, elogiáVel. Nós partimos de mos que abastecer aquela região de aviões, e V. Ex~ sabe
palmente nesta hora, são situações difíceis, de angóstia, cerca de 80 quilómetros de estradas asfaltadas, em 1964, o preço que custaria levar esses alimentos para atender à-
de privações, de dor. para aproximadamente 2.500 quilómetros hoje, que, é a quela ârea toda, com aquela imensa população que lâ es-
A Capital d-o Estado, parcialmente 3Iagada! M-ilhares - in-ãlharQdoviária dO Piauí. Por conseguinte, não houve, tá ·recla!T!ando a atenção governamental. MuitQ obríga~
no partiCUlar, descaso, nem do Governo Federal, muito do a- V. Ex• -
e milhares de pessoas, as qUe jâ vivem no sofrímento, as
que cujo viver já constitui uma dor, agora, com a si- menos dos Governos Estaduais. Mas sabemos que gran-
O SR. HELVlDIO NUNES- Mais uma vez eu agra-
tuação agravada pela chegada das águas volumosas, des· de parte dessas estradas, agora, foi levada pelas águas,·
deço a participação de V. Ex• eniinente Senador Benedi-
.truindo casas, plantações, levando bens de toda sorte~ áCsúllída pelas encherltts-. -~-preciso, é necessârío, é im----=--
to Ferreira, mas confesso que não fiz uma referência es-
Se até: em Floriano a situação ê difícil, ê. crític'a, ê de pCiíõSO'recui)erã-faS. Tãlvez a recup"eiação dessas estiei~
p~cial, mais prolongada. vamos 'dizer, sobre a matéria,
calamidade P.óblica, avaliem os Srs. Senadores os estra· das seja mais importante do que essa assistência paSsa-
porque eu não quis, não pretendia assanhar o meu bair-
gos. os prezufzos que essas águas vão provocando ao geira que se presta--a-oSflageladoS. -
rismo, a minha picoensídade, uma vez que o meu mu·
passarem pelas cidades de União, de Luzilândia, de; Buri- Inegavelmente, hoje, o Piauí vive momentos de dificul·
nicípio de origeni, mfnha cidade de origem é o maior
ti dos Lopes e de Parnaiba, até chegarem ao mar. dades em todos os pontos cardeais, mas a situação é mais
centro rodoviário do Nordeste. Mas agradeço a
Parnaíba é uma cidade particularmente sofrida, mas é grave, ·a situação reclama tratamento específico no que
lembrança, sobretudo a participação de V. Ex'
precisO chamar a atenção para o quadro vivido pelo tre- diz respeito h margens do. Parnaíba. E talvez não de
cho que vai de Teresina à União, porque as âgllas alêm mOdo permarlente, mas de maneira duradoura do pró- Sr. Presidente, Srs. Senadores, desejo· concl~ir essas.
de destruirem vârios povoados, afetaram profundamente prio rio que extravasa com facilidade porque está moi- considerações fazendo um apelo, um duplo apelo, dirigi-
a lavoura, pois que aquela região é a fornecedora de ~li· rendo. Há urri aSsoreamento muito grande do leito do do 8.o Governo que começa, mas que se inicia, apesar da
mentos- a principal fornecedora de alimentos- à Ca- · Parnaíba, não apenas provocada pela barragem, pois tragédia, apesar do calvário suportado pelo Presidente
pital do Pia'uí, sobretudo no que diz respeito a horti- as
qüe Obras qUe permitem a transposição do- médio e do Tancredo Neves~-C:Om as esperançaS-dã:-8-randC m~ioria
frutigrarljeiros. baixo para O alto Parnaíba ainda não foram executadas. da quase totalidade do povo brasileiro. Não desejo abso-
Mas desaparec_eu, praticamente, do Parnaíba a nave- lutamente atirar pedras no passado, atribuir responsabi-
O Sr. Benedito Ferreira----:- Permite V. Ex• um aparte? gação fluvial, do velho Parnaíba que foi, em versos ma- lidades a quem quer que seja, mas desejo fixar mais uma
gistrais; ca~tado Pelo inexcedível poeta Da Costa e Silva. vez, neste instante, que é preciso que o Governo tome
O SR. HELVIDIO NUNES- Pois não, nobre Sena-
E: preciso, dentre as providências de ordem permanen- consciência de que não basta apenas prestar assistênciã
dor Benedito Ferreira.
te, desassorear o Parnaíba, para dar-lhe condições de na- social às vítimas das enchentes e das secas. h preciso mu-
O Sr. Benedito .Ferreira - V. Ex•, quando fala no vegabilidade, de estrada móvel de ligação do extremo sul dar a estrutura nordestina. 1:: preciso dar-lhe os meios, as
problema de abastecimento em Tefesina; em virtude da do Piauí, quase que do Maranhão, até_ Parnaíba, Luiz alavancas de que carece,_ para caminhar com o seu pró-
destruição das lavouras e dos horti-fruti-granjeírOS,' eu--- Correa, atê o Oceano Atlântico. prio esforço, com a sua própria vontade. .S preciso que o
gostaria, participando do discurso de V. Ex' e corrobo- E, retirando a terra, a areia em excesso depositada no Governo se compenetre de que grandes obras, obras per-
rando as suas palavras; de dizer que ãinda ontem eu fala- leito do Parnaíba, cria-se-ão condições, não resta dúvi- marientes, sejam constn.ddas naquela região, principal-
va com Teresina exatamente sobre a dificuldade de tráfe- da, para que haja uma acumulação maior de ãgua e, con- mente no que diz respeito à acu~ulação de âgua, à cons-
go para aquela região; onde as estradas estão ou submer- seqUentemente, para que sejam evitados os transborda- trução de barragens, à construção de açudes. h preciso
sa ou destruídas pelas águas, tal a incúria, tal a falta de mentos'médios. Mas esta providência ainda se justifica, que as estradas sejam conservadas e que outros quilôme-
previsão, tal ~ imediatismo c.om que se fazem as coisas princip-almente, pela solUção que será dada ao transporte tros de estrada sejam asfaltados. h preciso cuidar de tO-
neste Pafs.Para mandarmos carretas hoje, de carne para nunia via de quã.se 1.500 Km de extensão, além dos efei- das as obras públicas implantadas naquela região. h pre-
Teresina,- da nossa regiãõ nci· extrem-õ noi-te- dC Goiás, tos colaterais óbvios; não apenas para o Piauí, mas tam- ciso cuidar da t.erra; é impi-escindível dar assistência aos
precisamos mandar meia carga em- comboio, para que bém para os nossos irmãoS do Maranhão. trabalhadores rurais. A assistência no que diz respeito à
uma carreta vâ puxando outra e, assim, tentar chegar a saúde não pode ser esquecida. Hâ um mundo de proble-
O Sr. Benedito Ferreira - V. Ex• me pe-J:.mite uma bre- mas a resolver. Daí por que se impõe eleger os priori-
Teresina, mas as possibilidades são remotas. V. Ex•, com
ve interrupção? tários, dar-lhes combate ~ oferecer-lhes soluções. ·
a sua atitude, a sua postura no Congresso Nacional ou
. mesmo quando Governador do Piauí, em buscando so- O SR. HELV{DIO NUNES - Pois não, eminente Se-- O Sr. João Lobo- Permite V. Ex• um aparte?
luções para as causas e não o combate aos efeitos, coino . nadar.
nós temos verificado atê aqui nã Brasil, tem ,o comporta-
O Sr. Benedito Ferreira- Quando V. Ex• se refere ao
O SR- HELV(DJO NUNES -Tem V. Ex• o aparte,
mento certo. Talvez por um atavismo, talvez por sermos nobre Senador João Lobo.
originários de aventureiros que habitaram e povoaram problema do transporte, ocorreu-me que havia escapa-
este País, nossa índole ~ a do enriquecimento rápido e fá- do, e parece-me que escapa também no discurso de V. ()_ sr.~João LObo- Nobre Senador Helvídio Nunes,
cil. Nós vivemos sonhando, de olhos abertos, em achar Ex• a importância da malha rodoviária do Piauí, não só apen.:is a título de cooperação, dentro do_ contexto do
uma pedra de diamante, uma jazida de ouro, em ganhar para o próprio Estad_o em si, mas para todo o N ordes_te, discurso de V. Ex•, quando fala na necessidade indíspen-
na loteria ou mesmo arranjar uma "boca-rica", como di- Sabe V. Ex~ que quando se interrompe o tráfego na BR- sãvel de se dar continui-dade às grandes obras, às obras
zem na gíriá, ou uma marmelada governamental. De IOl, a Belém-Brasília ê- o sangradouro do Norte e Nor- póblicas, eu queria inserir um exemplo no discurso de V.
0674 Quarta-feira '17 DIÃRiOOOCONGRESOONACIONAL (Seçã~ Ú) Abril de 1985

Ex~. Hã poucos meses, quando estive ·nas Estados Uni- · O SR. HELV[DIO'NUNES- .Tem V. Ex• o aparte, Fiz o primeirO apelo ao Governo np sentido de ~e­
dos visitei ·uma obra que está em fase final de execução, n.obre Senador Moacyr Duarte.· cução de obras permanentes, de obras que aténdam tan.
uma obra de irrigação que vai da: Bacia do São Francisco. to às enchen~es como às situações de Secã.
até mais de 650 Km nos 1imites-dos Estados da Califór- O Sr. Moacyr Duarté- Eminente Senador Helvídio No _momento, é preciso qUe o Governo Federal socor-
nia com o Arizona.~ uma o\>ra gigantesca que vem s~ Nunes, no meu pronUnciamento de hoje, manifestei ao ra o GOverno do Estado. Que preste assistêndã ao Go-
arrastando· com recursos maciçamente e continu-amente, Senado a grande preocupayão da população da região verno do Estado a fim de que, atraVés da Comissão de
postos no seu orçamento, desde o traking americano de do Vale do Açu, onde se encontra a barragem Armando Defesa Civil e dos órgãos próprios do Estado, uma assis·
1930 até esta data. Desde 1930, o goVerno anterícano iri~ :Ribeiro Golnçalves, pelo fato de a Bacia desse grandé re- tência efetiVa~ seja dada às populações carentes daS mar-
veste sem nenhuma solução de Continuidade num proje- serVatório, qtie tc:_m uma cã.paddade de armaz~namento gens do Parnaíba. Barracas, remédios, alimentação, a as·
to gigantesco cte -irrigação, entre esses dois Estados, tão de 2 bilhões e 400 milhões de mc;tros cúbicOs d'água, es· siStência de caráter social não pode ter limites, ao con-
grandes e tão vitais p3ra a vida da grande potência ·irmã. iar com essa Capacidade extraPolada em mais de 1 bilhão trário, ela deve ser a mais arilpla possível e imediata. Não
Quer.dizer,lâ, apesar do montante de r~ursos que eles de metros cúbicos, com Um agravante: continua choven· vamos procurar remédio,s para os. males, vamos tentar
investem em cada ano, ein cada etapa do cronograma,jâ do copiosamente nas cabeceiras do rio Piranha·Açu, que evitá-los, dando a assistência que o povo pede, dando a
quase cinqUenta e três anos consecutivos são P,assados e é o graitde c8rreador ~e água para essa Bacia; Os três assitência que as populações reclamam.
o governo americano continl.la re1igiosamente investi~dQ sangradores da barragem estão sangrando com uma lâ· . 'Nesta hora, eu me dirijo de uma maneira especial ao
naquela obra, porque foi considerada prioritária e vital miqa d'água· superior a, 4 metros, e, muito e~bora os téc· Vice·Presidente_em exercíCio da Presidência, um nordes-
p~ra a vida dos dos Estados. Isso era um exemplo que a
nicas procurem tranqüilizar aquelás populações, procu· tino como eu. As nossas vidas públicas enContraram~se
nossa admiq.i'straçãO devia seguir e acolher nos. seu_s pia· rando conscientizá·las de que não haverá a menor pos~i· em várias oportunidades e eni diferentes situações; co-
nos. bilidade de que venha a ocorreT qualquer rompimento na nheço a sua capacidade de trabalho, sei do s~u amor a
estrutura dàquele grande reservatório, há quase um pâ- nossa região, e todos os nordestinos esperam, nes_ta hora,
O SR. HELVlDIO NUNES- Mais uma veZ, muito . nico a. se apodei-ar daquelas· populações, teme~osas de a atuação pronta, _im~diata do Governo, para mitigar um
obrigado pela participação de V. Ex~, eminente Senador que ,possa ocorrer com a Rib,eira Gonçalves a mesma pouco o grande sofrimento por que passam, de uma ma-
·João Lobo. Eu gostaria apenas de.~embrar, nesta oportu· ameaÇa que hã alguns anos assustou a!i populações ·cir- neira geral, as pOpulações permanentemente sofr'edoras
nidade, que q!Jando falo em grandes obras, eu as vejo cunvizinh~ do açUde Ofós, que também se viu ameaça- do Nordeste.
com a ótíca do N ardeste. São pequenas obras, mas disse· do com o rompimento de sua parede. Chamei a atenção Era o que tinha a dizer, Sr. P'reside'nte. (Muito' bem!
minadas em toda região. Há pouco teinpo, o emim;nte do Senado p~ra este fato, porque constitui uma preo,cu- Palmas.) ·
Senador Moacyr Duarte fez referência ao açude Ribeiro pação do Poder Público do Rio Grande do Norte, e
Gonçalves, - Ribeiro Go'nçalves é um ilustre piauiense sobretudo porquC:, segundo o 'vaticínio· e as previSões do
- com a capacidade de acumulação de dois bilhões e' em;inente Líder do PMDB, as chuvas abundantes conti· d SR. PRilSIDilNTE (João Lobo)- Concedo a pa-
nuarão a cair na região Nordeste. O que significa dizer:: a lavra ao nobre Senador' Virgílio Távora. (Pausa.) ·
quatrocentos milhões de metros cúbicos. Não, Sr. Presi·
S. Ex• não esiá presente. '
dente, o Piauí não reiVindica ~bras desse porte. Mas nós tendência da atual situação' ê de agravamento, com de-.
sabrigos e outras seqUelas dei:r<.adas pelas inundações. V. Concedo a palavra ao nobre Senador César Cais. ·
gostaríamos de ter, além dos açudes de pequeno porte
que já existem naqUele Estado; dez ou vinte; açudes de Exf,.no decorrer do seu pronunciamento, Como tantos
pofte médio, totalizando dois bilhõ'es e quatro.centos 'mi. outros brilhante e oportuno, afirmou, 'que é mais irilpor- O SR. CI!:SAR CALS (PDS - CE. Pronuncia o se-
lhões de metros cúbicos dó'. Armando Ribeiro Gónç3l· tante tratar das seqUelas do que propriamente da guinte discurso.) -Sr. Presidente, Srs. Senadores:
ves. doença. Eu concordo em tese com V. Ex•, porque aS con· Ocupo hoje esta tribuna para falar sobre uma das me·
7

seqUências das enchentes. na econoCnia das regiões atin- lhOres equip6s técnicas existentes no Brasil- à do proje·
gidas, são muito mais funestas do que o fenômeno pro· . to RADAM.
O Sr. Américo de SouZa - C~ncede-me um aparte, AO longo de praticamente I 5 anos de s~a atuação,
priamente dito, no seu· ápice, no seu pico, na sua intensi-'
nobre Senador'? pois rOi.criada em 29.10.1970, desenvolveu Qma tecnolo-
dade maior, tirante, naturalmente, Õproblema de ordem
social: o d~abrigo, as doenças, a fome. Infelizmente, ou gia de ponta no leva'fltamento integrado de recursos na·
O SR. HELVfDIO NU~FS - Com muíto prazer.
felizmente, vivemos numa região de contrastes. Viv~mos turais.
O Sr. Américo de Souza - Senador Helvídio Nunes~· numa região de contrastes, mas temos juntado os n9ssos No início restringiu süas atívldades à Amazônia brasi-
trazemos, com o nosso aparte, a solidariedade a V. Ex• e esforços e- o nOsso patriotismo para fazê·la, como deseja· leira; uma área de 1.500.000 km 2 • Ppsteriormente, foi es·
ao v'izinhci Estado_ do Pia!J-Í de u.m representante mara· mos, a terra da promissão almejada pel9s nordestinos. tendida a sua ação para Outras regiões, abrangendo uma
nhense. Estàmos vivendo, como o Estado do Piauí ta_m~ área de 4.500.000 km 1 tendo.o Governo federal mudado
.bém o está, momentos cUffceis, nesta tempor:ada ae chU- O SR. HELVlDIO NUNFS- Muito _obrigado pela a sua denominação p_ara RADAMBRASIL.
vas, talvez a maior de qu'antas temos tido notícia _ultima· partiCipação $ie V. Ex•, emjn-ente Senador Moacyr Duar~. N~stes últimos 7 anos o 'projet~ concluiu o levanta·
mente. Louvo V. Ex~. nobre Senador, quando proclama, te.- Eu estou de pleno acordo com a_s cQlocações feitas mento de todo o terrÜ.ório nacional em mapas com 5 ver·
além da necessidade do _atendimento e.mergencial, de que por V. Exf.,- e elas, a mim, me ajudam particularmente sões: geológico, geomorfológico, da vegetação, dos SO·
O governo ponha ·em prática soluções permanentes, para neste instante, e delas também eU: me valho para chamar los, do uso potencial da terra.
que as nossas populações não mais venham a sófrer, no a atenção para- !.mi aspecto Particular do Piauí: temos Para o Nordeste foram feitas 2 outras versões: metalo·
futuro, como es~ão sofrendo no presente. Vem a propósi· ·fronteiras, com exceção de uma pequena pS:rte com o Es- genético prebisional e recursos hidricos superficiais e
to o apelo de V. Ex•, nobre Senador Helvídio Nunes, tado de Goiâs, com a Bahia, Pernarnbuço e o Ceará, -e subterr"âÍ1eos. ·
porque, desde EpitáCio Pessoa e Café filho, é no momen· todas elas são demarcadas por rios. A eQuipe era vinculada ao MME, inicialmente ao
to presente cjue tCmos um ·polítko- da nossa região na Todas as águas, por conseguinte, por via pluviomê~ri· DNPM e p~sterriormente·, po'r ato ·do Ministrá, ·a
Presidência da República, mesmo que numa interinida~ ca, que caiem _sobre. o Piauí, iêm um eScoadouro único, secretaria-geral, pelo·Detreto n9 90.826 de i2 de j<irielro
de. Mas tendo em vista :que Sua Excelência, o Senhor . através dâ rede de _tributários, que é o rio Parnaiba._ O _rio de 1985, face a sua abrangência de atuação e:r<.trapolar
Presiderite José Sarney, im'buído das responsabilidades Parnaíba está ~heio, ab_andonol!- as suas margens e inva·_ á-reã. dó M.ME, o_RADAMBRASIL passou a ser vincu-
que o cargo lhe coffiina,· vem se determinando a governar diu as cidades. - - lado a Sec,retaria de Planejanien_to da Presidência c4t Re-
como se titular fosse. Sua Excelência, certamente, haverá pública, exec;utando atividades retacionadas com assun-
de ouvir o apelo de V. Ex• ao qual junto o meu próprio O SR: PRESIDENTE (João Lobo)- A Mesa adverte tos de competência do Conselho de Segurança Nacioi-tal.
apelo, e ainda· hã pouco, Ouvia pêlÓs semelhantes dos a V. ·Ex• que seu te~po estã esgotado.. · Hç:tje esta eqUipe congrega cerca de 300'especialistã.s:
eminentes Senadores representantes do Rio Grande do geólogos, 8:e6grafos, engenheiros fl~restais, engenheiros
Norte. Parabéns, Senador HelVídio Nunes .. O SR •.HELVIDIÚ NUNES- Muito obrigado pela agrônomos, naturalistas, biólogos, analistas de sistemas,
advertência de V. E:r<.• Já vou concluir, Sr. Presidente. e cartógrafos.
O SR. HELVIDIO NUNES- Muito obrigado ·p~la O Parnaiba invadiu as cidades, parte do centro.comer· Em que pese todo o serviço prestad_o _ pelo RA·
participação' de V. Ex• eminente Senador Américo de Cial de-Teresina estã coberto pelas águas, três bairros es- DAMBRASIL, e embora esteja-pronta a minuta de por-
Souza. E, como uma-espécie de agradecimento, eu queria tão totalmente cobertos, outros parcialinente atingido taria regulamentando o Decreto n"' 90.826, até agora, ne·
apenaS lembrar, na oportUnidade, que pratica!J?ente · pelas ág)las e, repito aquilo que foi dito inicialmente, se a n-huma providência foi tomada·, visando a sua efetivação.
tudo aquilo que eu.diSse em relação ao Piauí serve, cabe situação do Parnaíba é essa, avaliem os Srs. Senadores a Soube que o Ministro chefe da seplan _está avaliando o
perfeitamente ao Maranhão. Muito obrigaria a y. Ex• situação das cidades de. União, de Luzilândia, de ~uriti projeto. A continuar sem definição, terá de ser desmobi-
dos Lopes, d.e Parnaíba, entre outras. É de Calamidade . lizada ~oda a equipe, a partir do próximo. mêS de junho,
_ .O .Sr. Moacyr Duarte.- Permite V. Ex• um aparte? pública. devido a falta de recursos ..
Abril de 1985 _DIÃRIODOCDNGRESSONAC!ONAL(Seção !!) . Quart[Í-fejra.
.- - Q6i5
!7. .

Eu sou testemunha do interesse de vários paíseS em repouso no turno, estava o Presidente José Sarney a tele- neração, sem apelo a expedientes engenhosos como os
importar serviços_ do projeto RADAMBRASIL . fanar aos Governadores _dos Estados para saber das si- consagrados pelo DecretO-lei n<;> 2.019. ·
Serã maiS um -efeito da indecisão a qUe citâ acometida tuações em que se_encontravam as vitimas d~s enchen_te~ _ Con_v~nh~mos, Sr. Presidente, glle n~s circunstâncias
à "NOVA REPÚBLICA". . e transmitir a S. Ex•s a infqrmação.das providências to- atuais, com o chapêu na mão, o Poder J udiciârio não po-
A desativação do projeto RADAMBRASIL e desmo· madas pelo Governo Federal e, de todas elas, a que mais derá preencher suas funções,_ nem os magistrado~ pode-
bilização de sua equipe acarretará, também,- a "parali- me imPressionou fofa ·de' que o Governo"Federit, POr .. rã o tçr a ai~~. a serenidade; o eql!-ilíbrio e a dedicação
sação do Sistema gráfico interatiVô' corriputadOrizã.do, determinação do eminente Presidente JOsé Sarney, não ao sec labor que se lhes exige. Úrge aparelhar convenien-
implantado pelo projeto com a finalidade de cria.r a me- limiiará recursos para o aiendímento dri.s populaÇões fla- a
temente. J ustíça em todos os quadrantes do País, dar
mória nacional dos recursos naturais. geladas. E, nesta ocaSião, quando falava com o Gover_. paga digna a serventtiãrios e jUfzes, destinar residências a
Esta foi uma das diretrizêS.qUe dei COffio Mi!listro da nadOi do meu E$tado, Luís Rocha, e reçebia de S. Ex.• as esseS nas comarcas interioranás, remotas e desprovidas
área; colocar em computador todas as .vérsões dos levan- informações das ·providências que tinham sido tomadas de conforto; obrigar o juiZ a fixar residência ria comarca
. tamentos realizados para que pudessem estar disponí- no Maranhão, declarou o Presidente José Sarney que, e puni-lo por ausentar-se dela sem motivo jusÍificàdo; e,
Veis, ·facilitando as decisões a serem tomadas. _a_tendimdo à solicitação do Governador, iria, ·naquele finalmente, prover o Judiciário de leis que lhe propícíem
O projeto quando completado pC:rmHlria que -6 termi- momerito, altas botas. da noite,. telefonar ao Dr.· .I;Iélio baratear, simplifica~ e agilizar a entrega da prestação ju-
nais, existentes ao longo do. Brasil. em várias regiões, at~ Beltrão, para que colocasse os helicópteros da Petrobrás, risdiciOri.aL
· guem pudesse ter. as informações: por exemplo, se ai~ estacionados na região •. para distribuição de medicamen- Era o que tínhamos a dize_r,_ (Muito bem!)
guém quçr plantar soja num lugar servido de estradas, tos e gêneros alimentícios.
Esta, Sr. Presidente e Srs. Senadores, a minha inter-
·O SR. PRESioENtE"(Jo~o Lobo)- Concedo a pa-
veni a versão do.geomorfológico para dizer onde hã área
lavra ao nobre Senador Hêlio Gueiros.
qu~ podé ser mecanizada, a do clima, a do solo, quàis Venção, nesta .Cas~. neste momento. Que~o t~mbém jun-
são os cofretivos para o s-olo com os--depósitos previsiõ~ · tar o meu· apelo ao de outros .Co'mpanheiros que fáo fize- -0 SR. Hfi:LJO GUEIROS (.PMDB-·PA. Pronuncia
nais e as de estradas e dar as opções. . ram antes, para Que continuem a ser assistidos os noss.os o seguinte discurso.)- Sr. Presidente, Srs. Senadores:
Quer'dizer, ê realn;tente uma tecnologia de ponta. Este e,
conterrâneos atlngidos pelas cheias; ao mesmo tempo, Rec~bi correspondência do Sindic3to Nacional dÕs ·
projeto está em vias de. ser desativado. agradecer 3.o_ ~residente José Sarney as prOvidências que Oficiais de Radiocomunicações da Marinha Mercante
O projetQ RADAMBRASIL executa, neste mom~nfo, veln ã-cfotando em favOr daquelas mesmas populações. em que se faz denúncia dignà das iitenções Qesta Casa e
serviços para i. SUDENE, INéRA, IBDF, govei:'no dos Muito obrigado. (Muito bem!) do Ministêrio da Marinha. · ··
Estados de Pernambuco, Mato Grosso e Mato Grosso Assinado pelo presidente daquela entidade, Segundo-
do Sul, entre outros; todos ·esses serviçqs ·serão pai-alisa~ O SR ..PRESIDENTE (joão Lobo)_: Conced"O a pa- Oficial de Radiocomunicações da Marinha Mercante,
doS. lavra aO. nobre Senador Nelson Carneiro. · · Luciano Ponse Pasini Judice, o documento aponta a Di~·
O Sr. J~ge Kalu~e- Perrhite V. Ex• um aparte?. ·ietoria de Portos e _Ço~tas do.Ministério da Marinha,
O SR. NELSON CARNEIRO (PTB- Rl. Pronuncia comó iesponsãvel I?Or ..graves'irregularidades" que es-
O SR. CllSAR CALS - Pois não. o segUinte díscursá.)- Sr .. Presidente, Srs. Sefladores: tão ocorrefido na nãvegação marítima brasileira.
Nessa_quadra de revisão devem9s ~proveitar o ímpeto Essas irreg!llã.ridades, segundo aquela entidade sindi-
O Sr. Jorge Kalume- Quero me-associar às palavras as·
reformiSta_ p'ara rever Completas. f: indispensável, por cal, se óriginam d_Qfatci de_ a__DPC ter cedido às pressões
·de V. Ex• de elogio ao projeto- Radam. Efetivamente,_-é . exemplo, infundir vida ao princípio da indepe~dência do~ se.torC!õ empresariais reduz_indo de dois _para ll:m o
um trabalho altamente técnico e exercido pOr pessoas al- entre os P()d~r(!S_ da Repúbli6.,_ princípio que na prática ndinero de oficiais de radiocomunicações a bordo dos
tamente classificadas.· E V. EXf fez riú.iifo bem em trazer pouco.mãis tem sido do que mera declaração. Na realí~ navios ·mercantes .brasileiros.
ao conhecimento da Casa esse trabalho que teve grande dade tal declaração .. ~a realidade tal_declaração é Cheia Além de expor vidas e patrimónios aos riscos inerentes
incentivo, quando V. Ex• fOI Ministrt? dã.s Minils e Eitú- de requintes e pompa, mas destituída de autenticidade, _da falta.de um correto servi_çO de comunicação, indispen-
gia. As minhas congratulações. -Porque vazia de força e eficácia. Há qUe se dar base de sável à na.Vegação, princiJ)al~ente em alto mar- diz o
sustentação aO princípio mediante autonomia orçãn1en- sindicato - a supressão do Segundo-Oficial de Rildioco-
O SR. C€sAR CALS ....:.... Agradeço ao nobre Senador tária. Jamais se alcançará o ideal da p_erfeita ~ndependên­ municações a bordo dos navios leva ao descumprimento
Jorge Kalume pelo Seu depoimento e pelas generosas pa- da enquanto o Legislativo e q. J udiciáríci eStiVererri suJeí- da portai-iã (oii Portomariitst) n9 108001/83, que. tOrnou
lavras_· . - -
tos à 'compreensão e liÇera1idade do Executivo, J1a desti- obrigatória a presença de um primeiro e de. um segundo
Daqui faço um ·apelo aos Srs. Ministro da SEPLAN e naC;ão_dos recursos que lhes forem indispensáveis à orgà- cificiaís de comunicações nas tripulações emb.arcadas.
·Secretãrio do CSN para qu_e baixem com urgêndi, a nização e funci.on<J.men.to. Decididamente não se cons- Em entrevista- ao joi-nallnformativo Marítimo, da Fe-
j:lortaria regulamentando o Decreto 90.826 de 22.01.85, e trói e efeti.va a independência Pela dependência. Ora, é deração Nacional dos Trabalhadores em Transportes
se preveja uma suplementação orçameniária de Cr$ 15 em_no_tória situação de precariedade financeira que vive Marítimos e Fluviais~ o presidente do Sindicato moStra
bilhões pa'ra que não seja desatiyada uma excelente equi- o Judiciário pelo País afora. Em relatório feito em 1981, outrO_-ângulo do fato:
pe de.~especiSlistas que presta serviços da· maior impor- após viagens de,observação pelo Brasil, o Ministro Xa-
tância--ao IfrãsHi (Muito bem! -Palmas.) vier de Albuquerque, en~ão Presidente do Supremo Tri- "A falta a borda· de mais um Oficial de Radioco-
bunal Federal, teve a franqueza de registi'ar que "a municações, práticas que sé tornou restrita por
O SR. PRESIDENTE (João Lobo)- Concedo a pa- força de injunções -econômicas, fere a:s regras inter-
pobreza di:) Judidârio é superlativa, fianciscana e crôni~
lavra ao· nobre Senador Américo de Souza. nacionais sobre o assuntO" ·
éa". Sua Excelência pretendia uma definitiva e aq.têntica-.
O ·sR. AMJi:RICO. DE SOUZA (PFL ::._ MA. Pr~: -reforma do Judiciãrio, o que lhe foi negado, para sua de~ O Sr. LucianO Pónse Piasini Judice aprofunda sua
nunciâ. o seguinte discur:so. Sem revisão do- oradorJ- · cepçlio, levandoi..o ao pedido d~ apose!l~adoria. análise para chegar ao cerne da questão: Trata-se de
Sr. Presidente, Srs. Senadores; Disse Rui, Sr. Presidente, que "a exi!;tência da Re- mais uma manobra d~s grandes empresas do ramos para
Dentr:o do guadro de tristeza que todos encontramos pública se mede pbla existência da justiça". A que temos reduzir o mercado de tÍ-abalho. ·
pela precariedade da saúde dà Emine'nte Presidente Tao- deixa muito a deSejar. Seu apárelhamenio é precaríssi- Ora, não s~ P~ecisa ser C!õPecializado no-tema para per-
credo Neves, temos que enfrentar a realidade, deix~ndo mo. Na maioria das comarcas_do interior, o juiz não tem ct;ber as inco.erências da decisão daquele <?rgão do M inis-
de lado as no'ssas tristezas, para buscar soluções a como pagar aluguel de residências condignas, e se vale de . tério da Marinha.
problePlaS que também vêm causando tristeza~ como o pensões de baixá qualidade. A conSéqOência é qu'e o juiz Primeiro! a nenhum título se pode· reduzir· os serviços
das cheiaS que eil.frentam o- meu Estado, o Estado do 6Um e~no a1_1seitte, faUndo, Po:r sua.ausê~ç:ia, perig-ar a . de -radioc0rllunicaçõ€:s a bo~do dos navios, porque-é de~
Piauí, o do Ceará, o do Rio Grande do Norte, Õ da Pa- liberdade, a pessoa e a fazenda dos jurisdicionados. De IeS que depende em grande parte a segurança das viagens
raíba, Iev~ndo ao desabrigo milhares de familias das o~tro lad_o, os s_ervid~res ganham mal, e os juí~~ _taln_- Iparltif!1as. Além _disso, 'estamos R;a Nova República·e,
mais care~tes e das mais necessitãdas. bêm.._Não sab'emos qual é hoje o venciinentó de um juiz- -no regime inspirado por Tancredo Neves, nada justifica
Jl1as, Sr. P,residente, juntan'do as nossas vozes às de d~_justiça coriJ.um no -Pi~uí, por ~emplo, mas em 1981 o_,estrt?_tamento do mercado <!e' trabalho em nosso País.
quantos já falaram neste Plenârio, eminentes Sf:nadcifeS de púcebia: seis vezes menos do <lue s_eu colega do Esta- Sr. Presidente, Srs. Senadores, ao solidarizar-me com
como' os do .Estado do Rio Grande do Norte e do Estado do do Rio, como refere o Min.istro Xilvier de AlbuqUer~ a labot:iosa categoria dos O[tciais de Radiocomunicações
do Piauí, vimos tambéffi, riesta oportunidade, trazer o. que no ref~rido relatório. E: evidente que os magistrados .do Brasil, faço um apelo ao bom senso do Ministro Hen-
nosso depoimento relativamente à atitude que vem to- devem perceber justa remuneração em todo o território rique Sa~õia-, que-acaba de assUmir o MinistériO da Ma-
mando a re;;peito o eminente Presidente José Sarney. . _naciomil, remuneiaÇão à altura dÕ importante papel que rinha coin. renovadas esperanças de conferir à Annada
Ontem à noite, Sr. Presidente, q~ando, certamente, a lhes é atribuído pelo Estado. Mas iss-o deve-se alcançar· um no~o papel na história republicana, para que faça
populac?o brasileira já se encontrava recolhida. e!Il seu pelo aumento de seus vencimentos, de sua base de fe!Ilu- respeitiu as detet:miriações da po~taria 108001/83.
0676 Quarta-feirC17 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abril de 1985

Sugiro, também 'que o próprio diretor da Diretoria de Aos projetas não foram oferecídas emendas. -3-
Portos e Costas daquele MiriiStériõ venha a público ex~ A Presidência, nos termos fegimentais, despachará as
plicitar sua posição no episódio, para que se esclareçam matérias às comissões competentes. Discussão, ~;m turno único, do Projeto de Lei da Câ-
mara n9 226, de 1983 (n"' 5.693/81, na casa de origem),
as denúncias feitas a ·Partir de uma ca~egoria siridical que O SR. PRESIDENTE (João LObo)- Nada mais ha-
que declara de utilidade pública o Grupo Espírita Cris-
merece nosso apreço e nosso respeito. veildo a tratar, vou enc;errar a presente sessão, designan-
tãQ ....André Lt;liz de interlagos". sediado na cidade de ·
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. (Muito ben1!) do para a extraordinãria das· 18 ~oras e 30 minutos, ante-·
São Paulo - SP, tendo
.riormente convocada, a seguirite
.Pareceres Favoráveis; sob n9s 378 e 379, de 1984, das
O SR. PRESióltNt·E -(JoãO Lobo)- Es8otada a lista comissões: ..
de oradoreS. ORDEM DO DIA -De Constitui~ão e JustiÇa; e
O Sr. Senador Itamar Franco encaminhou à Mesa re- - De Finan~as.
querimentO de informações. -J-·
Nos termos do inCiso VI, do art. 239, do Regimertto
Interno, o requerimento ser.â examinado pela Presidên- Discussão, ·em tu.rno único, da redação final (OfereCida -4-
cia. pela comissão de redação em seu parecer n~' 36, de 1985),
O SR. PRESIDENTE (João Lobo) - Na presente do Projeto de Resolução n~' 2, de 1983, qu~aprova o.rela- Discussão, em primeiro turno, do Projeto de Lei do
sessão terminou O praia para- apres:entaÇão de emendas tóiío e as conclUsões da Comissão ·Parlamentar de In- Senado n9 7, de 1983, de autoria do Senador Moacyr
aos seguintes Projetas de Resolução: quérito destinada a examinar a violência urbana, suas Duarte, que dispõe sobre a expedição de certidões para a
- N~' 3/85, de autoria do Senador Henrique Santillo,· causas e conseqüêncí3.s." defesa de direitos e esclarecimentos de situações (art.
que altera dispositivo do Regimento Interno do .Senado 153, § 35. da Constituição Federal), tendo
Federal;
-2- Parecer, sob n"' 383, de 1983, da comissão_
- N~' 4/85, de autoria do Senador Jorge Kalume, que _-:-De Constituição e Justiça, pela constituciOnalidade,
DiscuSsão, em. turno único, da redação final (oferecida juridicidade e, quanto ao mérito, favorável, com effienda .
altera .o Regimento Inierno do Senado Federal; e pela comissão de redação em seu parecer n"' 38, de 1985),
- N~' 5/85, de autoria do Senador Jorge KalumC, que
que apresenta de n9 1-CCJ.
do Projeto de Resolução n9 136, de 1984, que aprova as
ci'ia ·a Coordenação de Recursos Humanos e Patrimônio conclusões e recomendações da Comissão Parlamentar O SR. PRESIDENTE (João Lobo)- Estã encerrada
Cultural do Senado Federal, diretamente subordinada de Inquérito, criada Pela resolução n~' I, de 1983, e desti- a sessão.
ao Diretor~Geral e dispõe sobre a sua estrutura e atri~ na a investigar os problemas ao aumento populacional
buições. brasileiro. ( Levania-se a sessão às 17 horas e 14 minutos.)

Ata da 43'~- Sessão, em 16 de abril de 1985


3~ Sessão Legislativa Ordinária, da 47~ L(fgislatura
-EXTRAORDINÁRIA-
Presidência do Sr. José Fragelli

ÀS /8 HORAS E 30 MINUTOS, ACHAM-SE PilE: São lidas a<; seguintes Brasília, 16 de abril de 1985.
SENTES OS SRS. SENADORES: . Bra,sflia, 16 de abril de 1985. Senhor Presidente,
Senhor Presidente, Nos termos do§ 1."' do art. 10 do RegimentO Corri.um,
Jorge Kalume- Altevir Leal- Mário Maia- ·Euni- NoS termos do§ 19 do art. to dô Regimento Comum, tenho a honra de comunicar a V. Ex•, para os devidos
. ce Michiles - Fábio Lucena - Raimundo Parente - tenho a honra de comunicar a V. Ex•, para os devidos fins, qUe esta Liderança deliberou propor a substituição
Claudionor Roriz..:... Gaivão Modesto- Aloysio Cha- fins, que.esta Liderança deliberou propor a substituição do nobre Sr. Senador Benedito Canelas, pelo nobre Sr.
ves - Gubriel Hermes - Hélio Gueiros - Alexandre do nobre Sr. Senaclvr Saldanha Derzi, pelo nobre Sr. Se- Senador Nivaldo Machado, que dará parecer sobre o
Costa- João Ca~telo- Américo de Souza -Alberto nador Gastão Miiller, na comissão Mista do Congress() Projeto de Lei n"' 2, de 1985-CN que. "Autoriza o Poder
Silva - Helvídio Nunes - Joãõ LobO -César Cais - Nacional, que dará parecer sobre o p;ojeto de Lei n"' 2, Executivo a abrir ao Ministério da Marinha o Ciédito
José Lins- Virgílio Távo~a- Carlos Alberto- Moa- de 1985-CN que. "Autoriza o Poder Executivo a abrir ao especial até o limite decrs 388.800.000.000 para o fim-
cyr Duarte - Martins Filho - Humberto Lucena - que especifica".
Ministério da Marinha o crédito especial" até o Iiniite de
Marcondes dadelha- Cid Sampaio- Nivaldo MadÚ!- Cr$ 388.800.000.000 pa_ra o fim que especifica". Aproveito a Õportunidade para renovar os protestos
do- Guilherme Palmeira,- Carlos Lyra- Luiz Cavai~ da mais alta estima e distinta consideração. - Carlos
c~_mte -Albano Franco- Lourival Baptista- PaSsos -Aproveito-a oportunid<ide para renoVar os prOtestos Cbiarelli, Líder do PFL.
Põrto - Jutahy Mugalhães- Lomanto Júnior- .Lu ii da mais alta estima e distinta consideração. - Humberto
Viana- João Calmon- José lgnácio Ferreíra- Mo"a- -Lucena, Líder do PMDB.
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - Serão· feitas
cyr Dalla- Amaral PeixOto- Ne)son Carnejfo ~ Ita- BrasP.ia, 16 de abril de 1985. as silhstituiçôes solicitadas.
mar Franco-· Mui"ilo Badaró- Alfredo Campos- A- Senhor Pres~dente,
maral Furlan- Fernando Henrique Cardoso- Severo i"fQs termos dO§ 1"' do art. lO d.o Regimento Comum, O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - Passa-se à
Gomes - Benedito Ferreira - Henrique 'Santillo - tenho a hqnra de coniunicar a V. Ex•, para os devidos
Mauro Borges - Gastão. "MUller - José ·Fragelli - fins, que, esta Liderança deliberou propor a substituição
Marcelo Miranda- Roberto Wypych·- Álvaro Dia·s ORDEM DO DIA
do nobre Sr. Senador Odacir Soares, pelo nobre Sr. Se- .
- . Enéas Faria .;_ Jaíson Barreto - Jorge Bornh~usen nador Jorge Kalume, _ria Comissão Mista do Congresso
- I.enoir Vargas- Carlos Chiarelli - Alcides SaldãM Nacional, que dará parecer sobre o Projeto de Lei n9 2,
nha - Octúvio Cllrdoso. . Item l:
de 1985-CN que>•autoiiza ci Poder ExecutiVo a abrir ao
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli)- A lista de pre-
Ministêrio da Marinha o crêdito especial atê o limite de Discussão, em turno único, da redaçã.o final (ofe-
sença acusa o comparecimento de 62 Srs. Senadores.. Ha- CrS 388.800.000.000 para O fiÍn que especifica". recida pela Comissão de Redação em seu Parecêr n"'
vendo número regimental, declaro aberta a sessão. Aproveito a Oportunidade para renovar os Protestos 36, de 1985), do Projeto de ResoluÇão n"'2, de 1983,
Sob a proteçõlo de Deus ínicíamõs nossos trabalhos. da mais alta estima e distinta coitSideração.·- Jutaby que aprova o relatório e as conclusões da Comissão
Sobre a mesa, com-uniCaÇões Cflie vão ser lidas pelo Sr. · Magalhães, ViceMLíder do PDS, no exercício ~a !-ide-- Patianlentar de Inquérito destinada a examinar a
19-Secretário. · · ·· · · l'.an.ça. v{otência. urbaita, suas causas e conseqd.êncías.
Abril de I 985 D!ÁRIÓ DÓCONGRESSO NACIONAL (Seção II) Quarta-feira I 7 0677

Em discussão a redação final. (Pausa.) n~ 1, de 1983, e destinada a investigar os problemas Art. 39 Revoga,m-se as disposições em contrárío.
Não havendo quem peça a palavra, encerro a discus- vinculados ao .aumento populacional brasileiro. O SR. PRESIDENTE (José Fragelli)- Item 4:
são. O Senado Federal resolve: Discussão, em- primeiro turno, do projeto de lei
A redação final é consíderada definitivamente aprova- Art. l"' São aprovadas as conclusões da Comissão do Senado n"' 7, de 1983, de autoria do Senador
da nos termos ·do art. 359 do Regimento Interno. Parlamentar de Inquérito, criada pela Resolução n"' 1, de M_oacyr Duarte, que dispõe sobre a expedição de
O projeto vai à. promulgação. 1983, e destinada a investigar os problemas vinculados certidões para a defesa de direitos e esclarecimentos
É a seguinte a redação fiilal aprovada ao aumetltó p"oJ)uJacio"ilal brasileiiõ. - --- - de situações (Art. 153, § 35, da Constituição Fede-
Art. 2.,- Q anteprOjeto âispondo. sobre a Polítícá. Na- ral),· tendo
Redação final do Projeto de Resolução n~' 2, de cional de População e Planejamento Familiar, apresen~ :Pare~er, sob n"' 383. de 1983, da Comissão
1983. tado como conclusão pela Comissão Parlamentar de In- - d~ ConstitUil:ão e Justiça, pela constitucionali-
quérito será enviado à Presidência da República para dade, jilridicidade e, quanto ao mérito, favorável,
Faço saber que o Senado Federal aprovou, e eu,
que est~ possa submeter seus princípios ao Congresso com erhenda que apresenta, de n"' 1-CCJ.
, Presidente, nos termos do art. 52, item
30~ do.Re~imento Interno; promulgo a seguinte
Nacional.
Em disc~ssão o proieto e a eme11da. (Pausa.)
Art. 3"' Esta Resolução entra em vigor na data de
RESOLUÇÃO N• ~ ,DE (985 sua publicação. o.'Sr. M~acyr Duarte- Sr. Presidente, peço a palavra
para discutir.
Aprova o relatório e as conclusões da Comissão O SR. PRESIDENTE (José Fragelli)- Item 3:
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - Concedo a
Parlamentar de Inquérito destinada a examinar ,a vio- DiscusSão, em turno único, do Projeto de Lei da
Camâra n9 226, .de 1983 (n9 5.693/81, na Casa de palavra ao nobre Senador Moacyr Duarte,' para discutir.
lência urbana, suas causas e conseqüências.
'origem), que declara de utilidade pública o grupo OSR. MOACYR DUARTE PRONUNCIA DIS-
O Senado Federal resolve: espírita crístã.O "André Luiz de lnterlagos", sediado CURSO QUE.· ENTREGUE À REVISÃO DO
Art. 19 São aprovados o relatório e as conclusões da na cidade de São ~aula - SP, tendo. .ORADOR, SERÃ PUBLICADO 'POSTERIOR-
Comissão Parlameiltar- de Inquérito, criada pela Reso~ Pareceres Favoráveis, sob n~s 378_e 379, de 1984, MENTE.
lução n~ I, de 1980, destinada a examinar a violência ur~ das Coriiissões:
bana, suas causas e conseqüências. O SR. PRESIDENTE (José Fragelli)- Não havendo
- de Com~tituição e Justiça; e
e
Art. 1~- Serão Cnviadri.s cópias do relatório das co-n-:.
- de Finanças.
mais quem pela a palavra, encerro a discussão.
clusões -da Comissão Parlamentar de Inquérito a que se Em votação o projeto, sem prejuíZo da emenda,
refere o artigo anterior: Os Srs. Senadores que o aprovam queiram permanecer
Ertl disCussão: (Paus~.)
1- à Presidência da República, aos Ministérios da· sentados. (Pausa.) Aprovado.
Justiça, do Trabalho, da Previdência e Assistência Social
O SR. NELSON CARNEIRO- Sr. Presidente, peço É o seguinte o projeto aprovado
e da Educação e Cultura;
a palavra para discutir.
II -aos Governos eStaduais e às prefeituras das capi~
tais e das cidades de mais de IOO.OOO.(cem mil) habitan~ PROJETO DE LEI DO SENADO
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli)- Conceçio.a
tes; N 9 7, DE 1983
'pillavra aó nobre Senador Nelson Carneiro, para discu-
I I I - às secretarias estaduais de J.ustiça, ·de Segurança tir. Dispõe sobre a expedição de certidões para a defe-
Pública, de Serviço Social e de Educação;-
IV -às universidades públicas e privadas; O SR. NELSON CARNEIRO (PTa - RJ. Para dis-
art:
sa de direitos e esclarecimentos de situações ( 153,
_Ç-lJtir. S~ril reyisão do orador.)- Sr. PresidenteeSrs, Se~
§ 35, da.Constitu-içio Federal). -
V- às ·associações e aos órgãos representativos de
pais, educadores e professores, advogados, magístnidos, nadares: o--congresso Nacional decreta:
membros .do Ministério Público, policiais, assistentes só~ Ao_dar_meu voto favorável ao projeto em discussão, Art. !9 As certidões para a defesa de direitos e escla-
cíais, médicos, psicólogos, sociólogos, comunicadores quero fazer um apelo às,doutas comissões desta Casa, recimentos de situações, requeridas aos órgãos da admi~
sociais, igrejas e c] ubes de serviços. para que agilizem os.pan!cerC:s sobre o projeto de lei que nistração centralizada ou autárquica, inclusive às empre-
Art. 39 A Mesa do Senado Federal editará as con~ declara de utilidade pública as instituições de rádio- sas públicas, sociedades de economia mista e fundações
clusões e o relatóriO da Comissão Parlamentar de In- amador que prestam, realmente, serviço da maior rele- Qficiais da União, Estados e Municípios deverão ser ex-
quérito a que se refere esta ResolUção-.-- 'l,lência a este País, mas, no entantO, são obrigadas a pa- pedidas no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias, con-
Art. 49 Esta Resolução entra em vigor na data de gar uma taxa que corresponde a meSma paga por qual- tado do registro do pedido no órgão expedidor.
sua publicação. quer estação transmissora de rádio do País. Art. 2"' Nos requerimentos objetiva':Jdo cêrtidões a
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - Item 2: Este é o apelo que faço às comissões técnicas, para que qUe se refere esta lei, deve!ão os interessados fazer cons-
agilizem este processo. tar esclarecimentos relativos às razàes e fins do pedido.
Discussão, em turno úniCo-, dá redaçào final (oÍi!- Muito obrigado a V. Ex• . Art. 3"' Esgotado o prazo a que se refere o art. 1"', a
recida pela Comissão de de Redação em seu Parecer negativa ou re!ardamento de expedição da certidão im-
n9 38, de_ 1985), do Projeto de Resolução n"' 136, de O SR. PRESIDENTE (José Fragelli)- Não havendo porta em crime de responsabilidade para a autoridade ou
1984, que aprova as conclusões e recomendações da mais querit peçi a palavra, encerro a discussão. servidor. -
ComisSãO-Pariãmentar de Inquérito, criada pelaRe- Em votação_o projeto. Art. 4"' Esta lei entra em vigor na data de sua· publi-
solução n"' l, de 1983, e de.o;tinada a investigar os - Os Srs. Seiiã'dofes-que o_ aprovam queiram permanecer cação.
problemas vinCulados ao aumento populacional sentados. (Pausa.) · Art. 59 Revogam-se as disposições em contrário.
brasileiro. - Aprovado.
Em discussão a redação final. (Pausa) O projeto irâ à sanção. O SR. PRESIDENTE (José Fiagelii)-:. Em votação a
Não havendo quem peça a palavra, encerro a discus- É o s~guinte à projeto aprovado: emenda.
são. · Os Srs. Senadores- qlit!_a_ipr"Qvam queiram permanecer
PROJEtO DE LEI DA cAMARA sentados. ('Pausa.) Aprovado.
Encerrada a discussão a redação final é considerada
N' 226, DE 1983 A matéria irá à Comissão de Redação, a fim de redigir
definitivamente aProvada nOS termos do art. 359-do Re-
gimento ln terno. -- - -
(N"' 5.693(81, na Casa de orige_!ll) -o vencido para o segundo turno regimental.
O Projeto vai à promulgação. Declara de utilidade pública o Grupo Espirita E. a s_eguinte a· emenda aptovada
Cristio "André Luiz de lnterlagos", sediadO na cida-
É a seguinte a redaçã~ final ~provada.
-~- de de ~o Paulo - SP. EMENDA N' 1-CCJ
Redação final do Projeto de Resolução n9 136, de
O Congresso N3Ci0i1al decreta:
1984. Dê--se ao art. 29 a seguinte redação:
Art. I~ É declarado de utilidade pública o Grupo
Faço saber que o Senado Federal aprovou, e
Espírita Cristão UAndré Luiz de rnterJagoS", sociedade ' "ArL 29 Nos requerimentos que objetivem a·
eu, , Presidente, nos termos do art. 52; itefu
civil de fins filantrópicos, mantenedor -do Lar André obtenção das certidõ_es a que se refere ista Lei, deve-
30 do Regimento Interno, promulgo a seguinte .
Luiz de lnterlagos, que acolhe e assiste mães e _crianças rão os interessados fazer constar esclarecimentos re-
RESOLUÇÃO W , DE 1985 de ambos os sex.os, normais, desamparados, com sede na lativos aos fins e razões do pedido."
Rua B, n"' 56,_Jardim São Bernardo, na Capital Paulista.
Aprova as conclusões e recomendações da Comis- Art. 2~ Esta lei entra em vigor na· data de sua publi- · O SR. PRESIDENTE (José Fragelli} - Nada mais
são Parlamentar de Inquérito, criada pela Resolução caçào. havendo a tratar, vou encerrar a presente sessão, desig-
0678 Quarta-feira 17 DIÁRIOOOCONGRESSONAC!ONAL(Seção II) Abril de 1985

nando para' a Ordem do Dia de amanhã as matérias · gadã com prole O direito -à jOrn-adR de trabalho reduzida, porque·vindo aqUi ao Congresso este projeto para ser de-
constantes da pauta da sessão ordinária de hoje, que não com remuneração proporcional, tendo .· batido, aflorarão ldgo_ aspectos que não sabemos por
foram votadas por falta de quorum, assim constituída. -.f'areceres, sob n..,s 445 a 447, de 1984, das Comis- que, nem o Governo passado nem o atual, estão deixan-
sões: do de apresentar ao respeitável público. Sabe V. Ex• que
ORDEM DO DIA -de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade e esse projeto se originou de um pequeno projeto-piloto do
juridicidade; · Estado do Ceará, chamado Projeto Nordeste, eom o
-de Legislação Social, favorável; e mesmo BancO Mundial. A e:xperiencia que teve o Banco
I .
-de Finanças, contrâto, com voto vencido em separa- Mundial_ permitiu que ele aquiescesse fazer, e nisso
. do,, do Senador Jorge Kalurne_, . acompanhado pelo BID- ignoramos se V. Ex' sabe-
Votação, em turno único, do Projeto de Lei d:,t C:i.ma~
·o BID entra no acordo com o Estado de Minas Gerais; o
ra n~' 6, de 1981 (n~' 237/79, na Casa de origem), que· fixa.
resto do Nordeste faz esse projeto, com acordos- aí é
em oito horas a jornada de trabalho dos vigiaS~-- tendO
qLte era o ponto que gostaríamos de ·tocar a V. Ex• com
Parecer faVorável; sob nl' 190, de 1981, da Comissio- Votação, em primeiro túrno (apreciação-preliminar da
acordos parciais dos diferentes Estados, interveniência
. de Legislação Social. Constitucionalidade, nos termos do Art. 296 do regimen-
do Governo Federal,!!~ Banco de Minas Gerais faicom
to interno), do Projeto de Lei do Senado n9 18, de 1980,
o Banco lnterameficano, com o'BID. Mas, Exa., ar é que
.2 de aUtoria .do Senador Itamar FrancQ, que díspõe.sibre
devemos chamar bem a atenção, e aqui já nos pro"nuncia-
· aposentadoria especial do músico, tendo
Votação, em turno único, ·ao Requerimento n"' 15 de mos uma vez, donde o aplauso qu~ damos à sua iniciati-
Parecer~ sob n'>' 1.032, de 1980 e g9 415, de 1984, da
1985~ de autoria do _Senhor__Senador Humberto Lucena, va. Este ano, por exemplo, qual 'roi o critério'? Porque o
Comissão: · · ·
solicitando' a constituiçl,io de Comissão Pa.rlanientar de Estado de V. Ex.•__e o Estado de Pernambuco, foram ex-
-de Constituição e Justiça, 19 Pronunciamento: pela
Inquérito destinada a investig~r os fatos que colocaram cluídos nesse primeiro semestre; só' para Citar dois; mas
inconstitucionalidade; 29 Pronunciamento: (reexame soli-
em risco o controle acionãrio, pela União, da Campa~ são todos os outros, com exç_eção de Rio Grande 4o
citado em Plenário)- ratificando seu parecer anterior.
nhia Yale do Rio" Doce. · Norte e Se-rgipe, que são aqueles que neste primeiro se-
Vótação, ein primeiro trii-ll."o -(apreciação prelimín-ar da
(Dependef!do. da votação,do Requerimento n9 37/85, mestre, aprovada qUe foi por Sua Excelência, o Senhpr
juridicidade, nos termo.s do art. 296, do Regimento ln-
dos Senadores Roberto Campos e José lgnácio Ferreira, Presidente da República, em grau final de decisão, a rea:-~io 1"­
temo), do Projeto de Lei do Senado n9 320, deJ980, de
de adiamento da votação para o dia 18 de abril de 1985.) lização desse projeto· Nordeste, assinar com o BanCo
autoria do Senador Pedro Simon, que revoga a Lei nt
Mundial esse AGREEMENT, esse convênio .. Mas, por
6.815, de 19 de agosto de 1980, qu"e define a sítuaçãojurí-
3 que razão os demais Estados vão ier, justamênte, essa se-
ôlc~ do eStrangeiro no Brasil, cria o Conselho Nacional
.. fiação?· Quando o ·nosso, por exemplo, já tinha esse pro-
. Votação, em turno·_único, do Requerimento·n957, de de Imigração e dá outras providências, tendo
jeto, é todo pronto, que ele esUí executando sob outro
1985, de autoria dos Lideres Gastão Miiller e Moacyr Parecer, sob n' 1.144, de 1981, da Comissão
nome. Mas, o grave ê que c_om a contra partida brasileira
Duarte, requerendo, nos termos do art. 371, c, do Regi- -de COnStituição e Justiça, pela injuridicidade,
vai ser tirada do Projeto Sertejano, do Polonórdeste, do
mento Interno, urgência para o Oficio Sf2, de 1985 1 do O SR. PRESIDENTE (José Fragelli)- Estã encerra- Pro-Hidra, do PR~ANOR, todos esses recursos brasi-
Governador do Estado do Rio Grand.e do Norte, solici- da a 'sessão. .leiros, tememos muitfssimo que o resto do Nordeste não
tando autorizaçãêJ do Senado Federal para realizar ope- tenha os recursos necessãrios para prosseguir os projetOs
(Levanta-se a sessão às 18 hora~ e 42 mlhutos.)
ração de crédito externo no valor de cinqUenta milhões· bons ou maus ·exiSt~tes, até que, sejam contemplados
de dólares.. com a participação real neste projeto, mercê das assina-
DISCURSO PRONUNCIADO PELO SR. turas dos respectivos governos. Este projeto precisa ser
HUMBERTO LUCENA .NA SESSÃO DE 15-4-85 ·...;_como diz V. Ex•- examinado pelo Congresso e mo-
E QUE. ENTREGUE À REVISÃO DO ORADOR.
Votação, em tur~o Ónico, do Regimento n'1 58, de SERIA PUBLICADO POSTERIORMENTE.
dificado em algumas das suas facetas. Desculpe-nos o
1985, de autoria dos Líderes Gastão Miíller e Mo~cyr alongado do aparte, coisa que geràlmente não procede-
Duarte, solicitando, nos termos do art. 371, c, do Regi- ·o SR.~fiÜMBERTO LUCENA (PMDB- PB. Como mos. Mais um~ vez, queriathos felicitar V. Ex• pela perti-
mento Interno, urgên.cia para 0: Oficio n9 S/8, ·de 1985, Líder, pronuncia o seguinte discurso.)~ Sr. Presidente, nência da sua atenção junto ao Senhor Presidente da Re-
através do qual O Prefeito municipal de Anã polis (GO), Srs. Senadores: pública.
soliCita autofizaçã.o do Senado para que aquela Prefeitu- Hoje, petã manhã, comparei ao Palácio d~ Planalto O SR., HUMBERTO LUCENA- Muito obrigaçlo a
ra pOJi:Sa realizar operação de empréstimo externo nova- em c_ompanhia dOs Coordenadores das Bancad.as, na Câ- V. Ex•, nobre Senador Virgilio Távora, que aduz consi-
lor de USS .3.500.000.00 (três milhões e quinhentos mil mara dos Deputados, do PMDB do Nordeste, para uma derações importantíssimas a respeito da matéria e que
dólares). · · audiência com o Senhor Presidente em exercido, José nOs preocupam a todos nós, dos demai~ Estados, que até
Sarney, a respeito de problemas relacionados com a nos- agora estão discriminados dentro -da ex_ecução d~es
5 sa região. · acordos com o Banco Mundial e o Banco Interamenca:
Votação, em primeiro turno, do Projeto de Lei do Se- Em prímeiro lugar, deixamos um apelo a Sua Excelên- no de DesenvolvimentO. · ·
nado n"' 26, de 1979, de autoria do Senador Oresies cia, no sentido de examinar a possibilid_ade de transfor-
Mas ·eu acredito que o Senhor Presidente da Repúbli-
Qu~rcia; que-acrescenta parágrafos ao Ai-t. 517 da Con-
mar em projeto de lei o recente decreto que assinou
co, José Sarney, pela sensibilidade que demonstrou ao
solidação das Leis do Trabalho, tendo numa cerin;tônia solene na sede do Governo, lançando as
ser abordado o assunto pelos parlamentares nordestinos
Pareceres, Sob n9 184 e 185, de 1984, das Comissões: bases do chamado Projeto Nordeste eleborado pela SU-
cjlle esti\leram com ele esta manhã, possa exat;ninar. me-
-.de Constituição ê Justiça, pela Constitucionalidade e - DENE, para asSegurar compromissos assumidos com o
lhor a matéria, so&reiudo sob o aspecto jurfdico, porque
Juridicidade; e · · Banc;o Mundial e o Banco lnteramericano de Desenvol-
a única pre"ocupação de Sua Excelência é a de qUe não
- de Legislação Social, FavoráveL vimento, _que vão assegurar uma matiem -de- alguns tri--
haja uma repercussão desfavorável no caso de remessa·
. lhões de cruzeiros para ajudar no desenvolvimento <;lo
aO Congresso de um projeto nesse sentido, nos acordos
6 Nordeste, mais especificamente na: e-xecução d~ projetas
que estão sendo firmados com essas institUições -financei-
previamente elaborados na área da Educação, Saúde, Ir-
Votação, em primeiro turno, do Projeto de Lei do_Se~ rigação e da Agricultura, sobretudo no amparo ao pe- ras internacionais.
nado n"' 2, de 1980, de autoria do Senador Humberto Lu- queno agricultor, para que a matéria fosse debatida pe-
cena, que dispõe sobre a escola e' a nomeação dos diri· · Jos representantes. do povo, -notadamente aqueles ligados O Sr. César Cais, - Permite-me V. Ex• um_ apa~e?
gentes das Fundações de Ensino Superior, tendo ao Nordeste, diante da controvérsia reinai?:te a respeito
O SR! HUMBERTO LUCENA - Acredito que, nes-
Pareceres, sob n'>'s 747 e 748, de 1981, das Comiss_õ.es: de alguns aspectos daquela importante -proposição ·que
se particular, não haverá obstáculo, e o Congresso será
-de Constituiçilo e Justiça, pela ConstituciOnalídade foi, como disse, examinada no âmbito da SUDENE, sob
chamado a debater aprofundadamente essa matêria,
e-Juridicidade, com voto vencido, em separado, do Se- a inspiração de sua superintendência geral, e dos gover- porque não é possfvd que se apliquem no Nordeste esses
nador Moacyr,Dalla; e nandores_da região. 15 bilhões de dólares, que equivalem a 60 trilhões de cru-
-de Educação e Cultura; Favorável.
O_Sr. Virgílio Tál'ora ~Permite- V.- Ex• um aparte? zeiros, com uma contrapartida de recursos nacionais-
como-dii V. -EX~-.:..... retirados de projetas específicos, que
7.
O SR. HUMBERTO LUCENA - Pois não. já estão criados e em fase de execução na região, sem que
Votação em primeíio turno, do Projeto de Lei do Se- o Congresso Nacional se -pronuncie a respeito e inclusi·
nado n'>' 340, de 1980, deautori3.da Senadora Eunice Mi- O Sr. Virgílio Tál'ora- Eminente Senador, vamos lhe ve, a sociedade b!asileira, de _um modo geral, que quer
chiles, que acrescenta parágrafo único ·ao ·art. 373 da bater palmas, uma vez que a Oposição não só faz criti- ver bem aplicados os recursos financeiros ria nossa ,re-
Consolidaçã.o das Leis do Trabalho, facultando à empre- car. Vamos bater palmas à iníciativa de V. Ex• mesmo giã_o, para que não se continue a dizer que o Nordeste
Abril de !985 . DIÁR!OOOCONJRESSO NACIONAL (Seção IIL •• Quarta-feira 17 06'Í9

malbarata as verbas que lhe são distiibuídas. A nossa v anta poderá ser- objeto, inclusive, de discussão no Con- 145 mil e 651 pessoas desabrigadas_em 33 Mu-
pn!oucupação é essa. gresso, se por acaso o Senhor Presidente da República nicipios. _:_ _
O Congresso Nacional tem absOlUta. caPacidade para vier a acolher a idéia que nós lhe deixamos hoje, pela ma- Regiões mais críticas: Baix.o Jagua'ribe e Vale do
debater ésse assunto e deliber sobre ele, porque no passa- nhã, durante a nossa ~udiência. Acaraú. ·
do, sabem V. Evs, que os'plaOos diretores da SUDENE Por outro lado, Sr. Presidente, Srs. senadores, i:tesse Prpvidências-ªdo-tas pela SEDEC/.MINTER: ali~
eram diScutidos e vOtados pelo Congresso Nacional. E mesmo encontro as Lideranças do PMDB do Nordeste nientos fornecidos pela SUDENE 577 mil tonela-
foi no seio do Cong.res.so que nasceram as grandes idéias ta~bém manifestaram ao Presidente José Sarney a sua das.
norteadoras do desenvolvimento regional, entre as quais preocupação com a extensão dos efeitos calamitosos das Barracas armaQas, 1257. Foram armados 139
a do ex-Deputado Gileno de Carli, que criou, .pa nossa enchentes que vém ocorrendo em quase todos os Estados abrigOs construidos com lona plástica, Autorização
legislação, o chamado incentivo fiscãl, através do dispo- nordestinos... · para fornecimento de 30 mil lítros de queroSene
sítivo do 34/18, que ensejo,u o carreamento para a nossa para ope~ação de helicóptero no transporte de ali-
região de recursos financeiros ponderáVeis que foram, O Sr. Nivaldo Machado - V .. Ex.• permite-me um mentos para á.reas sem acesso rodoviário.
infelizmente, depois desviados para outras regiões e pata aparte? · Compra de-150 mil sacos plásticos para acondi-
out~os setores ·da economia brasileira. ciottar alimentos. Três het'icópteios atuando· na
.9 SR. HUMBERTO LUCENA - ... átingindo um
área, sendo'2 da FAB e um da CHESF.
Ouço o nobre Senador César Cais. sem" número de cidades com popuiações desabrigadas,
Remessa de 500 barracas de São Paulo para For~
pessoas às cent!!nas, aos milhares, passando_ fome. Tive~
O .Sr. César Ca1s - Eir. desejo, como O Senadór- taiezã.
mos então o cuidado de nos informar, para trazer ao co~
Vi~gnio Távor, louvar V. Ex.• pela inicíativa.' Na semana Piejufzo de infra-estrutura e apropecuâria. Le-
nhecimento do Sen"ado as providências concretas que o
passada, apresentei à Mesa deste Senado um requeri~ GOVeri:to tomou neste particular. O Senhor Presidente da
vantamento superficial acusa perda de aproxima-
menta convocando o Tylinistro Ronaldo Costa CoUto ~ República em exercido, José Samey, viajaria aó Nordes~
damente 35 rUi! ~ectares de lavoura com milho,
para dar esclarecimentos sobre esse Projeto Nordeste, e algodão e feijãO, O Governo do ·Estado prevê a
te na última sexta-feira para visitar, especificamente, os
que recebeu o apoio dO nobre Senador Fábio Lucena. reco~strução de maís ou menos dez mil casas.
Estados do Maranhão, Piauí e Ceará, em companhia do
Na realidade, li cOm, toda a atenção 'o decreto baixado Estado de Rio Grande do Norte:· continua ·cho.-
Sr. Minlstro do l.nterior é de vãrios parlamentares daRe;
pelo Presidente José Sarney e os documentos sabre esse Vendo em todo o Estado. 35 mil pessoas desabriga-
gião que foraiil conVidadOs, mã.s, infelizmente, diante do
projeto que ·chegaram às riiinlias mãOs: Parece...me que os das, em 17 muni9IpiOs. No Vale do Açu, a lâmina da
agravamento do estado de saúde do Sehhor Presidente
documentos são muito Vagos~ não tem lJ,ma metodolo- barragem Armando Ri.beiro Gonçfllves alcança 4,5
Tancredo Neves~ Sua Excelência não pôde se deslocar da
gia. Dizem, por exemplo: facilitar o acesso do homem à m.
Capital Federal. Entretanto, para ali seguiu o Sr. Minis~
terra e à água. COmo facilitai, Com cit.ie recursOS, -efJ.fiffi, Providências adotadas pela SEDEC/MINTER:.
tro do Interior, que inspecionou pessoalmente as áreas
qual a metoçiologia? De modo que me parece que o de- Alimentos autorizados pela SUDENE (86,7 mil to-
mais afetadas e marido u-m e entregar um relatório da si·
bate na Congresso, com a·experiência dos S.r:s. Senadores neladas.) ·
tuação' atua,l do Nordeste, no que tange às enchentes que
do assunto,. pode ser um deba~e muito válido, até para Barracas aramadas, 300. A SEDEC/MINTERjá
ali eStão provocando uma série de conseqUências graves
complementar aqueleS dados que nos parecem omissos autorizou a entrega de mais 148, barracas à defesa
de ordem cconômica e de ordem social. .
no decreto baixado por Sua Excelência o Presidente da Ci.vil do Estado, abrigos armazenados na 7Y Bdgada
'Segundo S. Ex\ no Estado do Maranhão há 117 mil
República. De modo que eu quero louvar V. Exbz9 pela de Infantaria Motorizada, em Natal.
- pessoas desabrigadas em 42 Municipios.
sua iniciativa e estOú ce.rto de qUe o resultado des-se deba- Estado da Eani{ba: Ainda chove em toda a re-
te enriquecerá os documentos· que fundamC:mtarão Os Cri- O Sr. Nivaldo Machado- V. Ex~ me permite, nohre gião. 5.710 desa:b.riga~os em 14 municípios atingi-
térios que sTrvarri de fato 'para o desenvolvimento do Senador Humberto Lucena? dos.
Nordeste. Muito obrigado. ' Regi~es mais críticas: Cruz do Espírito Santo,
O SR. HUMBERTO LUCENA - Continua choven- Vale do Paraíba. Em São José de Piranhas houve o
O SR. HUMBERTO LUCENA - Muito importante do fórte, com· tenc!ênçía d~ aumentar o núm~ro de de- ~rombamento do Açude Público com conseqUente
a solidariedade de V. Ex' a ess'a posição que assumi. sabrigado~. desabrigo de ! .000. pessoas.
Apenas quero esclarecer ao Senado que não deixei fá · Eu pediri~ a V. Ex.• que me permita ler o relatóriO. Em Providênci'as adotadas pela SEDEC/MINTER:
·com os companheiros do PMDB do Nordeste que me seguida, eu darei o aparte COJ!l muito pr~r.
acompanharam senão um apelo, não houve ainda· uma Alimentos autorizados pela SUDENE (19,0 tonela-
decisão do Senhor Presidente José Sarney a esse respeito. Ali. á[eas mais críticas naquele Estado são todo o das). Barracas, '50. Pfejuízos de infra-estrutura
Mas, espero que, pela receptividade que encontrei no seu Vai~ do Mearim e áreas dos Rios Pindaré, Itapecuru
agrícola e processo de levanta!Tlento pelos órgãos dó
. espírito, ele que é um homem que veio d9 Congresso, da e Grajaú, Prejuízo de infra-eStrutura e safras agrico- __· Estado.
Câmara dos DeputadoS e do Senado Federal, haverã de las. Danos m_ateriais: perda de. lavouras no Estaçio -Barracas
tomar as providências cabíveis e necessârias para trãns- - ffiand.iOcR, 60%; milho, 30%; soja, 10%; cana-de- . - armadas - 150
formar a matéria dãquele decreto numa mens.agem, açúcar, 40%; ·algodão, 70%; arroz, 40% e feijão, 80%. · - disponíveis - 250_
acompanhada de projeto de lei, ao Congresso Nacional. Pe'rdas nas lavouras ribeirinhas: em torno de 80% a Total-400
Não se explica, no meu ponto de vista, qúe, enquanto iOO%. Estradas vicinais- ~sas e Pontes: er;n levan· Prejuízos de I.nfra-estrutura e Agropecuâria
o Congresso Naciorial é chamado, Por exemplo, a delibe.,_ tamento Estado e DNER. Em processo de levan~amento, pelos' órgãos Estaduais.
rar sObre a aplicação de 900 bilhões para sanear insti~ PrOVIdências adotadas pela SEDEC/MINTER: 6 - Estado de Pernambuco
tuiçôes financeiras do.Rio Grande do Sul, nós não ·te~ alimentos fornecidoS Pela SUDENE (366,5 tonela- .Chuvas localizadas. .
nhamos também que falar, com a competência que nos das), barracas armadas, 480, disponíveis, 120. 66? pesso~s desabrigadas· em 03 Municfpios atingidos.
· cabe, a respeito da aplicação de 60 trilhões de cruzeiros A SEDECJMINTER'está providenciando are-
no Nordeste brasileiro em prÇJjetos' específicos destina- meSsa de 500 barrãcas de São Paulo para São Luís
dos a promover o desenvolvimento Regional. do Mamnhão. Autorizada a SUDENE a adquirir MUNIC!PJOS MAIS AFETADOS
5.000 metros de lona plá~tica para construção de
O Sr. Jorge Kalume - Permité V. Ex' um aparte? 'abrigos.
Estado. do Piauí: chove muito com tendência de
O SR. HUMBERTO.LUCENA- Pois não. MunicíPios DesabrigadoS Em emergência
aumentar o número ded'esabrigados. 33.610 pessoas
O Sr. Jorge Kalume- O assunto, pela sua seriedade, -dCs_abrigadas em 14 Municípios.
Prejuízo de infra-estrutura e safra agrícola. Recife 67
merece os nossos aplausos e a nossa solidariedade. Ago- CaciiOeíririha 300
ra, eu acho o p.razo muito longo: ·12 bilhõeS de dólares Hoje está sendo feita uma reunião na Secretaria
de Planejamento dÕ Estado visando o levantamento . Passira 300 X
para !5 anos. NóS poderíamos até emendar, .UmliJ. Vez que
o Brasil não vai permanecer .com eSsa inflação galopante - -de todas as perdas· ocorridas.
nesses 15 anos, nós temos que aciéditar no Brasil e nos
Providências adotaO;ts pela SEDEC(MINTER, Providências adotadas pela SEDEC/MINTER
seus homens públicos. Se nós acreditamos, vamos sanear
ãlimentos distribuídos pela SUDENE 158 mil tone- - - Alimentos fornecidos pela_ SUDENE (~,3 tonela-
as finanças., por que não reduzir à proporção que oBra-
sil vai saneandO as suas finanças? A sugestão que quero ladaS. · das)
oferecer à Liderança do Governo ê a redução do prazo, Barracas armadas 350. ..,...... Bari:acas
Estado do Ceará. Ainda chove muito em todo o ~ armadas- I O

O SR. HUMBERTO LUCENA - M!Ú1.o obrigado a a


Estado com tendência aumentar o número de de- ·~disponív~is-~ 590
V. Ex.•. E veja que um aspecto co'riJ.o esse que V, Ex' le~ sabrigados. Total-600
-----~-~ -~-~- - ~- -

0680 Quarta-feira 17 DIÁRIO DOCDNGRESSO NACIONAL (Seção _II) , Abril de 1985

Quanto aos Estados: Revisão de gastos adicionais para 30 dias Cr$ 9,6 bi- gerais dos Ministérios para implantar e pôr em marcha o
De Alagoas, Sergipe e Bahia a situação está normali- lhões plano do álcool e, durante alguns anos. foi de taJ modo
zadl!l, conforme informações obtidas pela SUDENEjun- To tal Cr$ 11,6 bilhões retardado. que ainda hoje o Bra<>il paga as conseqUências
to aos Governado_res .. Observação da inadvertência, da falta de efic~Cia das medidas toma-·
Recursos necessários i fase emergencla.l o quadro_a seguir resume as providências tomadas até das naquela época. Portanto, parabenizo-me com V. Ex•-
A serem repassados à SUDENE a presente data, bem como a situação na região. e espero que o trabalho do CoOgre:Sso possa sensibilizar
A previsão da meteorologia para o litoral Nordestino o Presidente da República e nós possamos examinar esse
CrS 2,0 bilhões (do RiO Grande do Norte à Bahia) continua de grandes projeto ria Casa que deve opinar em nome do povo, que
precipitações pluviométricas. é o Congresso brasileiro. Muito obrigado a V. Ex_•
Têirilino FUNCAP
O Sr. Virgíllo Távora- Permite-me V. Ex' um apar-
QUADRO !lll.'l0S"STltrí1VO 0.\ STTilbÇ,'íO' ll! Et<;"C"!E~IES
te?
TCOA R~CL'íO S"O~OZSTE

..:_. O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto) ___:_Peço a V. Ex'-


l~u:>.lCf?IOS ALH!Z:.'fl'OS
!:~i DES,\ai'l!CADOS roTI:<ltclnCS que não conceda mais apartes, porque o seU tempo já ex-
SUilENE
Z·:!:G.Ci'Z.l>C~AS FJ.Tt,tS {:) cedeu em muito mais de 10 minutos e nós temos outro.s
oradores inscritos.
~-~ - lf?.OOO.
S$.HO
~~6,S

l5S,D
_6~.0.
"' ~zo

577,6 1.522 O. SR. HUMBERTO LUCENA- Ninguém mais do


" 145.6$1
S6,7 que V. Ex•, nobre Senador Cid Sampaio, tem autoridade
l9,C para pr.9ferír as palavras que acaba de proferir, porque
56T- 2,:; V. Ex' é um homem da região e profundamente conhece-
dor de sua problemática. Conheço de perto as suas preo-
cupações não só sobre o Nordeste, mas sobre o Brasil.
so.o Ainda há poucos dias, V. Ex' fez no Senado excelente
u,a Pronunciamento, dando ênfase às contribuições que en-
H7.63S 1.2S5,6 tregou ao Presidente Tancredo Neves a respeito de uma
· ~~::~;;~~!l;~;;:~~~u::~':"~~~;~~~o:oMa L_.~~7 ~s_tio c:~ con!lc~cs ~c "$o. política eficaz de combate à i""ntla:ção" e de uma política
energética valiosíssima. Eu, portanto, quero, neste ins-
S-'..~~':-)::x"l'e;~.- c~~! 1~::.<!c ~l"IOYl~cnc!:O.~<>. )";ojo, a ·,~o::u;iõue ~" 1.000 b~::-roc~•. utcc~do~ no lõ;o;ir:-Cfto, c:. ~i"o i'o~lo • ...-r. .!~:
~: l :"''"" o !s~:.to ~o C:ür.i ~ ;!o -,.rra. cr l:J~:1~o & :.:.. •.:r.!>lo.. tante,.e_xaltar a atuação parlamentar de V. Ex• e as suas
preocupações com a nossa região e com o Brasil.
Sr. Presidente, Srs. Senadores, o Nordeste é uma re- to seja submetido ã alta consideração do Congresso Na- Sr. Presidente, se V. Ex'- me permitir, antes de encer-
gião que ora ê atingida pelas secas periódicas ora pelas cionaL Muito obrigãdo. - rar, eu daria o último aparte ao nobre Senador Virgílio
encnhentes catastróficas, deixando rastros de preju(zos Távora.
imensos de desabrigo e de fome. Mas, o impo.rtarite; nes- O SR. HUMBERTO LUCENA - Agradeço a inter-
te instante, é que o .Governo José Sar_pey estâ atento ao " venção de V. Ex', mas quero, mais uma vez, esclarecer
desenrolar dos acontecimentos, tomando as providên- 'que não fiz, com os demais companheiros do Nordeste O Sr. Virgfllo Távora- Eminente Senador, fizemos
cia.s cabíveis através do Ministério do Interior, com re- que estiveram, hoje, com o Presidente da República se- questão de não fazer nenhuma crítica 'ao projeto, a não
cursos alocados peta SEPLAN e pelo Minsitério da Fa- não um·apelo veemente nesse sentido. Sua Excelência fi- ser aquele alerta quanto aos recursos. Mas, se V. Ex• les-
zenda. E tenho a Certeza de que, se essas medidas são a cou de examinar e de tomar uma decisão. Espero que S. se o documento que temos em mão, da Comissão Inter-
curto prazo, a médio praz-o o Governo Federalhaver_á de Ex~ venha ao encontro da nossa idéia, porque vejo, in-" ministerial do. Projeto do Nordeste, a qui alUde S. Ex'. o
levar recursos indispensâveis para a reconstrução de ca- clusive, pelos apartes que recolhi, a grande receptividade nobre Senador Cid Sampaio, veria que os temores dos
.sas nas cidades que foram mais atingidas, para assegurar qU:e ela encontra no seio do Senado e, tenho certeza, representantes nordeStinos têm sua razão de ser. Não va-
o auxílio às populações que estão hoje, em situação de também na Câmara dos Deputados. Neste particular, se- mos aqui destruir, não vamos aqui combater só por que-
crise social crescente. ria imp·or.tante que cada Senador, sobretudo do Nordes- rer combater. Não, vamos justamente dar uma racionali-
Eram as informações que a este respeito desejava tra- te, independentemente de partido, procurasse, também, da.de àquílo que em tão boa hora e inspiração foi pensa-
zer ao Senado. e à Nação, e, antes de concluir, gostaria-·de att.i.ar neste particular,junto ao Senhor Presidente daRe- do realizar. Mas, no momento, como está proj~tado o
ouvir o aparte do nobre Senador Nivaldo Machado. pública, porque a hora é de prestigiar o Poder Legislati- programa, como estâ estabC"lecído o PrO} era· Nordeste, é-
vo, cujas prerrogativas e atribuições - teriho certeza- absolutamente necessário, a nosso ver, que ele venha
O Sr. Nivaldo Machado- Senador Humberto Lece-: serão restauradas o mais breve possível. Não é possível passar pelo crivo dos Srs. Congressistas, daqueles já ta-
na, peço, em primeiro lugar, desculpas a .Y. Ex' por tê-lo que ~'!1. e_r_oj~~(_l d_es~3:_ordem seja produto apenas da tec- rimbados, durante tantos anos, na luta pelo desenvolvi-
feito interromper sua exposição e, antes dela; a infor- nocracia. ps políticos têm que dar a sua palavra em tor- mento da região e que conhecem justamente os fracassos
cia, o Senhor Presidente da República, sobre o Proj'et.o' no da matéria porque nós é que conhecemos de PertO os e os sucessos de programas outros que, precisa se dizer,
Nordeste e a situação de calamidade em que se encontra aspectos mais importantes do desenvolvimento regional. vão ser abolidos, o Projeto Nordeste vai substituir todos
grande parte do Nordeste, melhor diria, quase toda are- os grandes projetas do Governo Federal existentes na re-
gião nordestina. Isto porque, como homem da Região, gião. Daí o apoio que demos a V. Ex•, e o reforço, neste
O Sr. Cid Sampaio - Permite-me V. Ex' um aparte?
sofrendo como todos os conterrâneos aquelas conse- -momento, do aparte, dizendo que na realidade não é
qt.lências a que V. Ex• se reportou, que se sucedem cicli- O SR. HUMBERTO LUCENA- Ouço V. Ex• uma dádiva s'uplernentar que vamos ter. Realmente, virá
camente, de secas ou de chuvas devastadoras, gostaria de aparte de dinheiro dé fora, mas a contrapartida brasilei-
dizer que nos últimos 150 anos de nenhum projeto mais O Sr. Cid Salnpaio - Ilustre Senador Humberto Lu- ra vai implic~r a extinção dos recursos para todos aque-
importante se apresentou à consideração dos represen- cena, as suas ponderações e a su.a_anâlise sobre o PJ:ojeto les projetas existentes, donde precisamos bem examinar
tantes do povo do que o ProjéRi Nordeste. De modo que Nordeste expressam não só o interesse daquela Região, esse programa aqui no Congresso Nacion31.
faz bem V. Ex• quando, em entendimento com o Presi- mas o interesse nacional. E expressam mai~ uma coisa: a
dente José Sarney, sugere que Sua Excelência encaminhe noção de: eficiêncía que os homens experimentados-como
a esta Casa projeto dispondo sobre o assunto, em substi- V: Ex' jâ adquiriram no curso de seus mandatos. A ad- .O _SR. HUMBERTO LUCENA - Mais uma vez,
tuiÇão ao decreto que o institu.iu ·e· está viabilizando. ministração do Projeto Nordeste serâ feita por uma~~ agradeço a contribuição de V, Ex'
Mais do que ninguêm, representantes do povo, sofremos missão de secretários-gerais dos Ministérios. Ora~ os ho- Ficam aqui, portanto, Sr. Presidente, Srs. Senadores,
as suas agruras e dificuldades e participamos dos seus so- mens mais ocupados dos Ministérios !.ào os secretários- essas considerações e espero que o Senado, de um modo
frimentos, e por is.so temos condições de debater da ma- gerais. Se se vai atribuir um projeto dessa magnitude à geral, e particularmente a bancada nordestina, acima dos
neira mais ampla esse projeto e de lhe dar um cunho de execução por uma comissão de secretários-gerais, as me- partidos, procure respaldar esse apelo que dirigi ao Se-
maior pragmaticidade, se isto vier a ser exigido. Eram es- didas que deveriam ser tomadas morrerão de inanição. nhor PreSidente da República, a fim de que possamos
tas as palavras que desejava dizer a V. Ex• sobre a sua in- Aliâs, a titesma coisa foi feita quando, logo no inicio da realmente dar a grande contribuição da· Congresso Na-
ciativa, junto ao Presidente, para fazer com que o assun- crise do petróleo, pretendeu-se frear o plano do âlcool. cional ao desenvolvimento regional do Nordeste. (Muito
mação do entendimento que manteve coin Sua.EXcelên- Nomeou-se uma comissão composta dos secretârios- bem! Palmas.)
Abril de 1985 DIÃRIO DOCDNGRESOO NACIONAL (Seção II) Quarta-feira 17 (}681

DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. • Cana-de-açúcar ~ 4Ó% Morada Nobre 2.600 X


HUMBERTO LUCENA EM SEU DISCURSO: • Algodão "'70% Limoeiro do No r te 15.200 X
• Arroz 940% · Tabuleiro do Norte 12.5ÓO X
MINISTI!:RIO DO INTERIOR • Feíjão. 980% Jaguaruana . 13.500 X
Perdas nas lavouras ribeirinhas Quixeré 5.770 X
SISTEMA NACIONAL DE DEFESA CIVIL É em torno de 90% - I 00% São João do J aguaribe 7.500 X
Estradas vieinab- Casas/pontes Palhano 500
Posição em 11-4-85
Em levantamento pelo Estado e DNER Alto Santo 2.000 X
SITUAÇÃO ATUAL Providências adotadas pela SEDEC/MINTER Jaguaribe 540
• Alimentos fornecidos pela SUD~NE (366,5 tonela- lcó !.500 .X
Região Nordeste das) lguatu 2.750 X
I -ESTADO DO MARANHÃO • BarrãCas-- Sobral 4 ..000 X
117.000 pessoas desabrig~das em_~2 MunicípiOs. -armada·s 9480 Acaraú 1.250 X
Contínuã. chovendo forte, com tendêncja de aumentar - disponíveis ' 120 Santana do Acaraú 1.830 X
o número de desabrigados. Total '600 Carire 110 X
• A SEDEC/MINTER está providenciando a r~mes­ Bela Cruz 2.440 X
sa de 500 barracas de São Paulo para São Luís do Mara- Marco 616 X
MUNICIPIOS MAIS AFETADOS
nhão. Mas~_apê 800 X
• Autorizada a SUDENE a adquirir 5.000 metros de Crateús 600 X
Emsituaçio
MUnicípios , Desabrigados de eme~ência
lçma plástica para cons.trução de abrigos. CamPos S~les 650 X
Fortaleza 3.000
2-ESTADO DO PIAÚI Caridade 500
Ch9ve muito com tenqência a aumeritar o número de Itapi'úna 1.000 X
Pedreiras 22.000 . X Camocim 1.500
desabrigados.
Bacabal 17.000 X
-33.610-pesso~s desabrigadas eni -~4 municípios. Capisfrano t:ooo
São Luiz Gonzaga 600 X Morrinhes 1.200
Arari 10.000 X MUNIÇIPIOS MAIS ATINGIDOS Paracuru 1.500
Vitória do Mearim 10.700 X Groaira:s 750
Barra do Corda 900 X - Coreau 750
Jozelândia 1.500 "X MI.Ullciplos O:ranja_ 1.250
Esperantinópolis 2.400 X Município~ Desal!_rigados em emergência
Santa Ovitéria 2.500 X
São Bernardo 2.000 X Luzílândia 6.000 X Providências adotadas pela SEDEC/MINTER
BreJo 800 X Barras 1.180 X -Alimentos fornecidos pela SUDENE (577 ,6 ~anela­
CoelhO Neto 1.200 X Parnaíba 5.000 X das)
Tutóia 2.000 X Luiz Correia 1.140 X -Barracas
São Francisco dO Maranhão 600 X Esperantina 4.000 X -armadas 1.257
Buriti 1.800 X Migu~l Alves 1.300 X -disponíveis
Araiozes 3.000 X Teresina 4.000 X Total 1.257
Magalhães de Almeida 600 X Çampo Maior 300 X -Foram armados 139 abrigos construídos com lona
Duqúe Bacelar 400 Buriti dos Lopes 10.()()0 X plástica.
Timon 500 Joaquin Pires 200 X -Autorização para fornecimento de 30.000 litros de
Grajaú 1.000 X Piiacuruca · 1.750 X - querOsene para operação de helicópteros, no tra':l~porte
Pio XII 800 X Porto 1.000 X . de alimentos para as ãreas sem acesso rodoviário. --
Vitorino Freire 800 _x UniãO 2.100 X -Compra de 159 .obo sacos plãsticos para acondicio-
Paulo Ramos 1.100 X Batalha 160 X nar aumentos.
Presidente Juscelino 500. -3 helicópteros atuando na âreã, sendo 2 da FAB e I
Caxias 1.5oo· X da CHESF.
Coroatâ 3.000 X. __Prejuízos de infra-estrutura e safra agrícola -Remessa de 500 barracas.de São PaulQ Par~ Forta-
Codó 500 X ____ Hoje está sendo feita uma reunião. na Seci-etaria de leza, via F AB.
Timbiras 800 X P_la.nejamento Po Estado viSando o levantamento de to- Prejuízos de infra-estrutura e agropeatária
Pirapenãs 600 X das as perdas ocorridas. · Levantamento superficial acusa:
Rosário 800 X "PROVIDENCIAS ADOTADAS PELA SEDEC/MIN- - perda·de aproximadamente 35.000 ha de lavouras
Catanhede 400 X TER como mílho, algodão e feijão.
Estreito 800 X -~Alimentos d-istribuídos pela SUDÊNE (158,0 tone- O Governo do Estado prevê reconstruçãO de mais ou
Imperatriz 2.500 X l~das). menos 10.000 caSas. · .
Carolina 1.000 X -Barracas De um modo geral todo o levantamento dos prejuízos
Cândido Mendes 800 X -armadas 550 no estado está sendo feito pelas Secretarias de Planeja-
Pindaré Mirim 5.QOO. X ~ disponíveis
mento e Agricultura.
Cajari 4.800. X Total 550
Monção 800 X 4 - RIO GRANDE DO NORTE
Santa Luzia 2.000 X 3- ESTADO_D.QCEARÃ Continua chovendo em todo o Estado.
Tuntum 1.000 Ainda ch_ove muito em todo o Estado com tendência a · 35.000 pessoas desabr.igadas em 17 municípios.
Santa Inês 700 aumentar o número de desabrigados.
Alta mira Em levantamentos X 145.651 pessoas desabrigadas em 33 municípios: ·
Regi~ mais crftiC;M · MUNICIPIOS MAIS AFETADOS
· Baixo JaguarEbe
mais crmcas
.l'lRMl!i
Vale do Acaraú
· -Todo o Vale do M~a~im Municípios DesabrigadoS Em emergência
-Áreas dos rios Pindaré, ltapecuru e Grajaú
MUNICIPIOS MAIS AFETADOS Mossoró 7.500 X
Prejuizos·de infra..estrutura e safras agrfcolas Açu 2.000 X.
DA~OS MATllRIAIS Municípios Deoabrigados Em emergência Ipanguassu 2.000 X
Perdas de layonras no Estado c'arnaubais 2.000 X
• Mandioca '60% Taiçaba 13.250 X Tendências 1.000 X
• Milho "'30% Aracati 40.000 X Alto do Rodrigues I.OOQ. X
• Soja '10% Ru~as 13.845 X BaiaFormosa 215 X
0682 Quarta:. feira 17 DIÁRIODOCONGRESSONACIONAL(Seção lD Abril de 1985

Areia Bran~a l.QOO X MUNtClPIOS MAIS AFETADOS Quant~ aos Estados:


Apodi 6.000 X De Alagoas, Sergipe e Bahia a situação 'esfá normal i·
Touros 250 _x "Zada, ct>~forme informações obtidas pela SUDENEjunR.
Felipe Guerra 2.300 X ~unicípios Desabrigados Em emergência to aos Governadores.
Pedra Grand~ 300 --X
R~s _nec~rios à f~se em~rgêncial . ~
Parasinho 2SO X Recife A serem repassadoS à SUDENE Cr$ 2,U bilhões
Governador Dix Cachoeirinha (têfmino FUNCAP)
Spet Rosado 2.500 X Passira X Revisã~ de gastos a~tCiOnais
Canguaretama 1.800 p~ra 30 .dias- ·Cri 9,6 bilhões
Caicó 2SO Providências adotadas pela SEDEC/MINTER T6tal Cr$ 11,6 bilhões
Nova Cruz 100 __:_Alimentos forn~cido~ pela SUDENE (2,3 tonela- Observação
das). O quadro a seguir resume as providências tomadas atê
OBS: No vale do Áçu a lâmina 'da bartagem Armando Barracas a presente data, bem como a siluaçíio na região.
Ribeiro Gonçalves alcança 4,5m. :._armadas lO A previSãô.da -meteorologia para o litoral Nordestino
-·disponíveis S90 (do Rio Graride do Norte à Bahia) continua de grandes
. 600 precipitações pluviométricaS. .
Providências adotadas p~la .SEDEC/MINTER Total

---Alimentos autorizados pela SUDENE (86,7 tonela-


das). QU:,ono DEI.:C.~S>RIT!VO D.\ STTUAÇí'íO"Il!t-~!{ti!E:\Ti:S
-Barracas i"O:lA ~tGlÃO K'O~O~STE
-armadas 300
Pos:y;o Ul lLC~ .• s;
- disponníVeíS
M•l<lr.os ;-:.:r.ncr.~cr;..rs
Total 300 -m.nRxcxsr-
~""
Htr.ncn:-Tos ~'.U:.'t~.~Pros '!!TI~:.>.~
~g~m~~s
-A SEOEC/MlNTER já atitorizou-:-a eritrega __d~
mais 148 barracas, à Defesa Civil do EStado, abrigos es-
E:·!~~G~~!ClAS
D~SA~R:G,\OüS

FAT,\!5 ,,,
SUil!;.~C !XISTE,\T~S

"' ~STAJ~
Aa.\!AD).S DIS?O:O:r\'~IS

tes armazenados na Sé;tima Brigad.a 'cte Infantaria Moto- 1 ~o


rizada, eni NatalfRN. _
.llA

.?.PI
~2
!·I
li'7.000

~3.610
" 36"6,>

lSB,O 600
""
sso ~ 50
Prejuízo~ de Infra-estrutura e Agropecuária CE
"
·'H l4S.6H O< S)),é 1.522 1.247"
:<.:;
As Secretarias de Agricultura, Saúde, Trabalho, Inte- 86,7
"' ""
rior" e Justiça. aiflda estão fazendo, conjuÕtamente, o le· __ ·l'il'

l'!,
!>.71.0
" "·" "" lSO

vantamento de todas as pcrdasL


~;.,L
'·'
5- ESTADO DA ·PARAIBA '·'
Ainda chove em toda _a Região. "'i' SO,O ia6
5.710 desabrigados em 14 Municípiôs atingidos. Jl,O
z.n;
'· "
~~~!~; S~~~;;~:::~~~:~~s~c~~~~~a~oe.~r.t.c ~~2~7 ~sti6
3Z7.i">H

e=:
l.!SS,S

condi~5cs ~e t:so~
MUNIC!PIOS MAIS AFETADOS
Si:.:H'.~·J.:.i~':~~- u;~ scn<!o p:-cvidc:i.ciado, hoje_, o.:.r;;.nsl'o::'tc de ·l.OOO ~o.rnc-H. ~~:o~~Co~ M C.:c.ê::-~itCI,_(ç, S.'io .·~~_l.:,,c::~~-'
::~: r=" o :0.~ <!:: C4~•ii o s.:.J ;.::n" E::;t.,o:!;l .::.o ~!0.::'~~'>-Eo.
Municípios Desabrigados Em emergência

. . DISCUR'SO PRONUNCIADO PÊLO SR . n'ário, .colciq-l,lem -u~ ffiC:nibro. no Conselh~-d~ AdminfS- --·
'Antenor Navarro soo .-X JOÀO LOBO NA SESSÀO DE IS-4-85 E QUE, traÇão da Companhias, fazendo com que os segredos, in-
Souza 300 X formações sobre descobertas de jazidas minerais, etc da
ENTREGUE À REVISÀO DO ORADOR, SERIA
Espírito Santo !.200 Administração, sejam do domínio de alguns particulares
PUBLICADO POSTERIORMENTE.
Alagoa Grande 80 interessado em armar uma negociata lesiva aos interesses
Soledade 250 O SR..JOÃO LOBO (PFL·- PI. Pronuncia o seg~inte .da Cia.
'campina Grand~ !.000 X discurso.) - Sr. Presidente, Srs~-'Senadores: Então, St._ Presidente, não ê correto imputar à atual
Olho D'água 480- X _ Há vários dias consta' da--Ord-em do Dia o Requeri- dir.eçào da Vale do Río Doce, a atenção de privatizar o
Suiné 500 mento_n.,.-(~,_-do L.ídÚ HUmberto Lucena, pedindo uma capital desta Companhia, porque eles sabem que a
Gurinhêm . 400 X . Comissão de Inquérito para_ a investigação d.e fatos q~e Urtião ê protegida pela lei, e pode sempre se assegurar
Sãà.José de Piranhas_ [.000 X colocaram em risco o controle acionârio pela Uni-ão da deste controle acionário.
Santa Rita Em levantamento ·X Companhia Vale do Rio Doce. Ora, Sr. Presidente, não O grave é que estas debêntures estavam sendo passa-
João Pessoa Em levantamento X me parece que haja necessidade desta Casa protelar e das através de pura negociat~, de conchavas escusas,
Pombal Em levantamento adiar a votação desta Comissão de Inquêrito. Apesã.r de para a mão de grupos particulares. O objetivo, a priva ti·
São Bento Em levantamento já transpirarem notícias, de que o fato grave com a Com- zação relatiVa d3. Vãie tãmbêm parece claro; qualquer
panhia Vale do Rlo Doce, não ê a perda do controle grupo que detenha esse percentual de ações, como eu já
Regiões mais críticas acionár:io pela União - os diretores deSta COmpanhia d-isse antes, pode ter ac.esso a toda a movimentação, a
Cruz do Espírito Satito sabem que a União tem por lei, eSte conttole assegurado vida íntima da Companhia. O que aconteceu, Sr. Presi-
Vale do Paraíba - mas rumores sêrios, que a imprensa deve começar a dei1.te., quando a União em maio de 1984 perdeu o con-
Em São José de Piranhas houve. o arrOmbamento do . explorar que havia, sim,- Urria intenção de faier, uma ti-oJe acionário, foí ·apenas um ãcidente, porque as-de-
Açude Público com conseqüente -desabrigo de I .000 pes- "desprivatização -particular'', privada, da va·Ie do)·Vo bêntures transformadas em ações obedecem a uma fór·
.sÇlas. . Doce, v~n~en~o parte do seú património para ·parÚCuta~ mula matemática que está sujeita a variações incontrolá-
Providências adotadas pela SEDEC/MINTER res, numa esc"imdalosã. _e injusta negociâta. Este que é o veis; como a valorização do mercado, a valorização das
-Alimentos autorizados pela SUDENE (19,0 tonela· ponto 'grave. pr6pifas ações pela Companhia, e isto tudo provocou--
das). _ ~r. Pre!?idente, acho_ que administradores do bem um acidente no plano preestabelcido, fazendo com que o
Barracas público, da coisa pública, devem ser como a mulher de controle do Governo desc.esse abaixo de 50%. Por isso,
-armãdas ISO CésB.r: não deve sobre eles pairar a menor suspeita; ·nem estabeleceu-se o pânico e foi rapidamente comprado,
-disponíveis --:!so suspeita poderia Paitar sobre eles quanto ao rumor de readquiri~o este património e a Companhia se garantiu,
Total 400 que a administraçãO atual defez-se de quase 30% do pa- continuando com cinqUenta e poucos por cento do co_n-
Prejuizos .de Infra:.estrutura e Agropecuária trimónio, do controle acionârio da CVRD, por parte da trole acionârio da Vale do Rio Doce. ·
Em processo d~? levantamento. pelos órgãoS Estaduais. União. 1:.__ muito graVe, principalmente porque vendeu ôra, Sr. Presidente, parece-nos também, que não tem
6- ESTADO DE PERNAMBUCO esse patri_mônio por quantia irrisória e ridícula, frente aO nênhuma validade as justificativas que a diretoria deu
Chuvas localizadas. valor r~! desse bem. Em segundo lugar, porque enseJa através da imprensa. Diz a diretoria que "não há nem
667 pessoas desabrigadas em 3 M unicíPfo"s atítigidõs. que particulares, q'ue detenham 15% do contro'e acio- nunca houve a intenção de privatifar a Vale, cujo c·on-
Abril de 198o DIÃR!O OOCONGRESSO NACIONAL (Seção 11) _Quarta-feira 17 0683

trole continua sendo a União".~ claro, realmente nunca O SR. JOÃO LOBO - Em relação ao v~lor reia!. tosse uma_ empresa priva~a. Mais ainda: o que é que se
houve esSa intenção de Privatizar, que poderíã-, no Pare- ~iria a conhecer? h o verdadeiro patrimônio da Val.e do
cer do HusÚeSenador Roberto Campos, ser até louvável. O Sr. Lenoir Vargas- Eu sempre pensei que, sendo Rio Doce. qra, neste instante,, a Vale do Rio Doce só Po- .
~unca houve a intenção de privatizar esse capital. O ob- ~ões negociadas em Bolsa, elas seriam vendidas através deria tér aumentado enormemente o seu crédito no exte-
jetivo e}·'a proporcionar grandes lucros a um detefmina- da Bols!i de Valores e, através da Bolsa; a competição é o rior, Porque realmente estaríamos dentro de uin conheci-
do grupo econ6mic9, através da privatização limitada a livre mercado. Não pod~ haver uma venda irrisória; pelo mento verdadein;l, deste. património. Quer dizer, não hâ
preços b'aixos, irris.óáos. menos, parece-me que todas as sociedades da natureza nada por que imaginar que esta Comissão venha a lançar
"Não é verdade que o património da Companhia Vale da Vale do Rio Doce· têm que Passar pela Bolsa. E se um descrédito Sobre a Vale do Rio Doce, mas, muitO ao
do Rio Doce seja superior a 20 bilhões de dólares, por- passaram pela BOlsa, não pode exiStir uma operação contrário, um ri~co de privatização que para os nossos
. que não hã qualquer' avaliação do património da Vale", ·com valOr menor do que aquele que é cotado na Bolsa . clientes tanto faz ou até prefeririam e o conhecimento de
diz a sua diretoría. -PareCe-me isso riniito- rilais grave, Sr. & aconteceu isso, aí efetivamente y, Ex• tem ri:Lzão, se um valor patrimonial .que certamente iria auinentar o
Presidente.' Se não .há nenhuma avaliação desse patrimó- ·houve alguma cois_a neste sentido. crêdito da eni.presa junto aos b~ncos e aos nossos clien-
nio, qual é a justificativa: dC Se vender, por vã.lOr ridíêuio, tes. Muito obrigado.
26% ou. 30% do controle acionãrio dessa Compa!lhia? O SR. JOÃO LOBO - Apenas a título de esclareci-
, "A redução da participação da União no capital da mento, não sOu técnico neste assunto, mas- o Senador Se-
Vale foi de 18% ·!!não de 30%," diz a ~t~al diretória. 'te· -a
Virij Gomes vãi r PàtaVra, num aparte, e-vai poder O SR. JOÃO LOBO - I~co;poro o apã:rte Ço Sena-
Não é verdade. Conforme da~Os, a CartaD9 21/85 de - explicar. Eu disse a V. Ex• que a conversão çJedebêntures dor Severo Gomes ao meu discurso, pelo que tem de es-
4-03-85 mostra que o capital da Vale f:m 28-2~85 é cobi- erri ·aç.ões obedece a uma fórmula matenlâtica que depen- claiecedor, e a contribuição que ele oferece à Casa sobre .
posto 'J)Ot 26 bilhões 540 milhões de ações. de de certos valores que a diretoria da Companhia ou a este assunto.
No resumo aCumulado, .. "anexo àquela carta", Bolsa de Valores determina e fixa.~ uma fórmula mate- Sr. PresiQente, falc;t sobre estas coisas cOm mui_to -cui~
. observa-se que o total de debêntures emitidas foram con- mãtfca· que depende da avaliação que a Companhia eSii- dado porque, por enquanto, são apenas rumores que co-
vertidas em 6 bilhões, 980 milhões de ações, isto é, 26,3% - belece para o_ valor nominal das ações, ou pelà valo_ri- meçam a transpirar e que a irpprensa vai começar a dar
'do capital total da Companhia e não 18% cpnfOrme afir- zaçãO que as ações têÔ1 no' mercado aberto._ _ _ - _.. curSO ...:.. sãó apenas murmúrios, como eu disse, mas
ma a diretoria. - Não é exclusivamente o valor .que es.sa açõés têm na acho que não há razão para que pairem dúvidas Sobre a·
Bolsa que determina a. reconversãO da debênture em honorabilidade, sobre a 'seiiedade da administração de
Além disso, Sr. Presidente, "as debêntures erarri neces- um·-p-atrimônio tão inestimável para este País como~ a
ação. Por isso 0entendimento-de V. Exf, êde leigo no as-
sárias para imppr a equação financeira dO Projeto Car:a- . Companhia Vale do Rio Doce.
jâs". Parece contiadit_ória, Ülmbéni, essa afirmaç~o da sunto.
Otiç_o ? aparte do nobre Senador Sever? Gqmes.
diretoria, porqUe o Sr. Eliezei Baptista declarou na i'evis- O Sr. J u~ahy Magal~ães - V.· E;x~. permite um aparte?
.ta [sto t de' 6-3-85, que a "Vale utiHz'ou apenas 700 mi-
O Sr. Severo Gomes- Nobre Senador, estou acompa- O SR. JOÃO LOBO -Concederei jâ o aparte a V.
lhÕes de dólares do erpPréstimo- de 1,7 bilhão de créditos·
nhando atentamente o discurso de V. Ex• e gostaria de Ex•
levantados pela V aleno exterior. IsSo signífica quC-haVia
trazer alguns comentários. O primeiro diz respeito à O que representaria em perda de substância,· de cori-
excedente do empréstimo quase um bilhão de dólares,
questãO da perda do ·controle acionârio. Como V. Ex• cei.to, para uma companhia tão poderosa,' tão $Ólida
Qual era a razão de se em-itir 181 milhões de dólares em
bem 'disse, o Estaçio tem sempre o poder para recuperar
debêntures? nenhum ~entido. comQ a Vale do Rio Doce, se uma Comissão-de Senado-
____:·eSse controle acionário. Mas se nós nos lembrarmos de re~ apurasse realmente, !impasse-a realmente; desses
..A .emissão das debêntures, diz a diretoria, foi autori-
que a autorização para o lançamento de debêntures foí conceitos tão desabonad?res que circulam e que vão en-
zada pelas autoridades económicas, Ministro Delfim
equivalente a 250 milhões de dólares e quando, na altura grossar cada vez mais, 'os mu~múrios, reforçando o des-
Netto e o Ministro Ernane·Galvêas", Ora, Sr. Presideri-
de 18_1 milhões de_dólares, jâ se estava correndo o risco crédito em que as empresas pfiblicas deste País. vivem? .
te, a existência de "interesses superíriLes" não pode exi-
de perda do controle acionãrio e o restante do lançaffien- Cont:edo o ·apãrte ao.. nobre Seoador Jutahy Maga-
mir de responsabilidade a Diretoria da Vale do Rio Do-
to não foi em virtude do aviso· do Ministro ·Galvêa1) ao-
ce, que sabi~ de todos ~ses pormenores. lhães. ·
Ministro Delfim, para que determinasse à SEST que sus- ·
Alêm disto, Sr. Presidente, 30% ou 26% de debêntures
pen'desse o lançamento; nós teríamos uma perda de con- ·. O Sr. Jutahy ·Magalhães - Senador João Lobo,.
da Vale do Rio Doce, que foriim vendidas por um total
ti-ole num valor razoável, de 1-Q% a 20%. Ora, o Estado permita-me deixar um pouco de lado a Parte técnica e fi-
"de 181 milhõeS de dólares, nUm câlculo rãpido, numa
só poderia recuperar o controle ac:\onário indenizando car na ârea política. Eu não entendo bern a Nova Re-
simples regra de três~ dada corria patfinlónio da Vale do
os' portadores dessas ações j>elo valor patriminial, que públici, ainda não consegui entender dirl!ito. 'veja V. Ex•
Rio Doce, aproxinladamente 690 milhões de dólares,
hoje é: ~esconhecido. Ficaríamos os muito supresos, ou que; hã algum dias, o Líder do Partido da Frente Libe-
quandO o levantamento do mês de dezembro de 84, dâ
não patrimon,ial da Vale do Rio Doce seria de I00 mi-- ral, Senador Carlos Chiarelli, feZ um discurso aqui,
como património líquido da Vale do Rio Doce 2 bilhõe-
l:P,ões dê dólares. Então, a ideni:iação estaria fora d9 al- ·aplaudido por todÕ nós, de que o' Ministro Aureliano
se 300 milhões de dólares·- e a Diretoria sabia, porque
cance do próprio Tesouro, criando-se· um!! situação .de Chaves teria declarado, e feito com que ele dech:J.r"asse
consta dos seus relatórios.
fato de difícil suPeraÇão. Aí se pode encarar 3. outra isso ao Senado, que estar.iam dispostos a convocar a CPI
O Sr. Severo Gomes - V. Ex~ permite um aparte? questão: é que realmente se o patrimônio édesc-Onhecído para examinar a questão da Vale do Rio Doce: Agora,
do grande público, nã_o será desconhecido de um gru,PO leio nos jOrnaiS notícia inteiramente opostà, de. que qual-
O SR. JOÃO LOBO- Um instante,jâcont:ederei o restrito de pessoas e o valor das ações na Bolsa estarâ li- quer movimento ou qual_quer apuração a respeito da
aparte a V. Ex• · gado ao nível do conhecimento do público. E, mesmo as- Vale do Rio Doce acarretaria grayes prejuízos à Compa-
sim, nós observamos nesse ano uma enorme situa~;ão, nhia. E, cOmo vêm do mesino s~tor, fic-o ria dúvfda de
Então, Sr. Presidente e Srs. Senadores, não querO afir- quer dizer, uma einpresa que tem um patrimônio líquido qual ê a informação verídica: S~râ. a do Líder do Partido
mar ·que esses dados sejam verdadeiros, ma"S são acu- contabilizado UJ? pouco acima de 4 bilhões de dóla~es, da Frente Liberal, em nome da direção atual da Vale do
. sações grayes que pairam sobre a administração da Vale quando se sabe que nenhuma das suas jazidas estâ conta- Rio Doce, ou serão as informações. que estão vazando
do Rio Doce e que, ao meu ver, uma Coinissão de In- b:iliza_d_a..por valor superior .a um cruzeirà. E quem tem pela imprens~. de que nós não deveremos apurar nada,
quérito desta Casa, não pondo nem u-m risco na estabili- cqnhecimento disso? Ninguêm sabe qual é o património pOrque isso trarâ graves pLejuízos à Companhia? Por
dade e no· conceito da Conipanhia, apuraria. São fatcis di Vale do Rio Doce, quer dizer, este desconhecimento isso é que eu digo que fico sem entender, que realmente
. que a ori~ntaçãQeste Governo, esta Nova República não do valor de uma empresa, de ~ma ação, não existe. Mas ainda não consegui interJ)I-efar bem esta Nova Repúbli-
pode admitir que existam rios seus quadroS. gostaria de lembrar ainda uma outra_ questão que tem ca, pOrque não consegui saber se se está falando portu-
Ouço,' agora, pela ordem, o aparte do ilustre Senad-Or sido colocada no Senado Federal·com freqiiê~cia: é a de guês, grego, ou o qUe se está falando. .
Lenoir Vargas. Eni. seguida, ouvirei o aparte do nobre que há uma grande inCoveniência na instalação dessa O SR.JOÃÜ l.OBO- Sr. PÍ'esideÍtte, não estou que-
Senador Severo Gomes:- ~ Comissão Parfamentar de Inquérito, pelo fato de com a rendo eXagerar, carregar demais nas críticas à atual ad-
sua instaiação, ter amanhã a Companhia Vale do Rio· ministração da Vale do' Rio Doce. Mas existem certos as-
O Sr. Lenoir Vargas - De certa forma, jã passou a Doc'e, o seu prestigio abalado no mercado externo e jun- pectos que merecem, nó mínimo, uma irivestig3.ção desta
oportunidade do meu aparte.
to aos banco.s. Ora, o que é que se deseja investigar? Pri- Casa.
O SR. JOÃO LOBO- Lamento, Ex• meiro, se houve um risco de perda de controle, quer di- Vejam V. ~~s qtie, em 1979, o controle acionârio da
zer, de acionistas privados pbderem ter amanhã o_ con- Vale, para o Tesouro Nacional, era· de 84%; autarquias,
O Sr. Lenoir Vargas- Quand()V. EX!: ralou que as trole ac'ionário da empresa. Não creio Que isso af venha 4,5%; público, Í5,1%. Isso a partir de 1979, quando a
ações da Vale do Rio Doce foram vendidas por preço ir- abalar de qualquer maneira o conceito de uma empresa, atual diretoria foi empossada. Em 1980, a participação
ris6~io. onde Creio que a maioria doS seus clientes gostaria que do Tesouro Nacional era d~ 77%; autarquias, 4,5%;
0684 Quarta;feira 17 DIÁR!OOOCONJRESSONACIONAL(Seção II) Abril de !985

público, 18,5%. Em 1982 há um decréscimo gradual da A Dr• Carmen Barroso agradece o honroso convite, e Nós vamos no nosso depoimento. nos basearmos num
participação da União de 77% para 68%; de 68% para salienta seu desejo de poder contribuir para o trabalho documento interno da Associação 'Médica Brasileira
65%; de 65% Para 53%, em 1983, chegando a 50,8% em çlesta Comissão, ao traze{ aqui, algumas.idêiaS desenvol- que, como relatamos aqui num·a outra Comissão Parla~
dezembro de 1984. yidas ao lo_n_go dos anoS, através de sua experiência como mentar de lnqué_rito, vem se reunindo e discutindo al-
Como eu já disse antes no meu pronUnciamento, eril pesquisadora, principalment~, idêiãs deSenvolvidaS -Pelã guns assuntos de grande interesses relacionados à medi-
determinado momento-de maio de 1984, o Governo fi- sua experiência: como mulher e com mulheres de diferen- cina brasileira.
cou apenas com 49% dessa participação acionãria,-isto é~ tes classes sociais de cujo convívio teve o previlêgio de Assim sendo, foram feitos 22 seminários internos
perdeu o controle acionário da Vale do RiO Doce. Foi, usufruii em inúmerOs grupos- de educação sexual que sobre os mais variados assuntos de cada um sendo ex-
como disse antes e como murmuram, um acidente de tem coordenado, conforme afirmou. _trafd~ t.un_documento e que tem sido levado a simpósios
percurso'? Não esta va previsto que isso aconteCeSSe. Durante á fase interpelatória, usam da palavra, os Srs. em todos os setores do Pafs.
Aconteceu. por um acidente, por uma valorização incoil- Senadores Almir Pinto, Mãrio Maia, Eunice Michiles, a Acabamos de ter um no norte, em Amazonas, Ma-
trolável das ações na Bolsa, enfim, ou por qualquer ga- Senhora Ana Maria Mendonça _e o Dr. Roberto Men- naus, e agora por final deste mês teremos um em Ftoria-
nância dos grupos detentores das debêntures, que acha- donça. nopótis e posteriormente em Recife e Goiãnia.
ram oportuno transformar su·as debêntures, imediata- Finalizando, o Sr. Presidente determina que as notas Esse documento é fruto desse tipo de estudo e em geral
mente, em ações, enquanto aquele valor na Bolsa não taquigrãficas tão logo traduzidas e revisadas, sejam é convidado um expositor e 4 debatedores além da· Dire-
crescia muito, porque já vimos antes que a fórmula que publicadas em anexo a presente Ata. toria da Associação_ Médica Brasileira e então são feitas
converte debêntures em ações depende da valorização na __ Nada mais havendo_ a tratar, encerra-se a reunião e, as discussões a respeito.
Bolsa das ações, ou de um valor médio que a diretoria para cotistar, eu, Edson Luiz Campos Ãbrego, Assisten- Vou, no meu depoimento inicial,· me ciqgir a este do-
prefixa para isso. te da Çomissão, lavrei a Presente Ata, que, lida e aprova- cumento que chegamos entregar à Comissão.
Então, num determinado momento de maio, esse con- d_a._será assinada pelo Sr. Presidente e irâ à publicação. Pedinlos desculpas por estar batido assim preliminar~
trole baixou de 50%. Rapidamente, uma portaria, um mente e, inclUsive com erros datilográficos. .
oficio do Ministro da Fazenda advertiu o Sr. Ministro ANEXO À ATA DA 7• REUNIÃO DA COMISSÃO
Controle da natalidade ou planejamento familiar po-
do Planejamento, que tomou as providências, e a Vale PARLAMENTAR DE INQUER!TO, REALIZADA
dem ou não significar a mesma coisa. Independente do
voltou a deter 50,8% do controle acionãrio, e a União EM 17·5·83, QUE}NVESTWA PROBLEMAS VIN-
nome, o que vamos discutir são as ações concretas, feitas
voltou a d_eter o controle acionário da Vale. CULADOS AO AUMENTO POPULACIONAL BRA-
por órgãos públicos com o f'im de interferir na dinâmica
Tudo isso são suspeitas (rüe pairam, sobre uma admi- SILEIRO, DESTINADA A OUVIR OS DEPOIMEN·
demográfica, ~uma abordagem da poHtica populacional
!1istração. Longe de mim o intuito de condenar quem TOS DOS~ SRS. MÃR/0 !!ARRETO E CARMEN
do Estado, intervindo na sua relação com a famflía, com
quer que seja, Eu estava apenas estranhando, porque BARROSO QUESEPUBLU5XCOM A DEVIDA AU·
o indivíduo, através da alocação de recursos. Como
esta Casa retarda uma decisão que é moralizante e sanea- TORIZAÇÃO DO SR. PRESIDENTE DA COMIS· preocupação maior posicionamos a questão ética desta
dora. SÃO.
relação, as prioridades de investimento comparadas com
Sr. Presidente, eram estas as palavras q'ue eu queria Presidente: Senador Mário Maia
outras prioridades e ~s metas a serem atingidas,
pronunciar neste momento: (Muito bem!) Relator: Senador Almir Pinto
A atenção oficial. no Brasil, com a questão populacio-
(Integra do Apanhamento TaqUigráfico)
nal tem sido intermitente. Em determinados momentos
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUI!:RITO,
tem surgido aÇÕes ou tentativas de ações de política po-
CRIADA COM O OBJETIVO DE INVESTIGAR O SR. PRESIDENTE (Mãrio Maia)·_ Estã aberta a pulacional. O primeiro destes momentos ocorreu em tor-

.
PROBLEMAS VINCULADOS AO AUMENTO PO- 7• Reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito que no da década dC 60, refletindo uma preocupação com as
PULACIONAL BRASILEIRO. investiga problemas vinculados ao aumento populacio- elevadas taxas de crescimento populacional nos anos 50 .
7• Reunião, realizada em 17 de maio de 1983. nal brasileiro: O mesmo fato verificava-se em OutrOs países da Am~ca
Convido a Dra. Carmem Barroso, peSquisadora da Latina, sob inspiração e financiamento de instituições es-
Aos dezessete dias do mês de maio de mil novecentos e ___ Fun_d_a_çijg_ Carlos Chagas para participar da mesa. trangeiras.
oitenta e três, às dezessete horas, na sala de reu~iões da Convido a Ora. _Carmem para que faça o jurameilto ç]e - Difundia-se a idéia de que estas taxas acentuadas de
Comissão de Economia, presentes os Senhores Senatio- praxe. _crescimento da população iriam impedir ou anular os be--
res Mãrio Maia, Almir Pinto, Eunice Michiles, reúne-se Pela ordem de depoerites inscritos _~everia depor a neficios do crescimento económico.
a Comissão Parlamentar de Inquérito, criada com o ob- ·Ora. Cartnem Barroso, pesquisadora da Fundação Car- -No_ períodO do ..milagre econômicou a questão foi
jetivo- de investigar problemas vinculados ao aum~nto los Chagas e como sétimo depoente o Dt. Mário Barre~ secundarizada. ante a euforia da perfonnance da econo-
populacional brasileiro. to,- Presidente da AssociaÇão Médica Brasileira. Mas, mia, medida por taxas.
Deixam de comparecer, por motivo justificado, os Srs. como Dr. Mãrio Barreto tem horãrio jã previsto de re- - O segundo m!Jmento se estabelece após a falência
Senadores Claudionor Rori~. Hélio Gueíros, Jaison Bar- gresso ao Rio, a Ora. Çarmem, genfilmenle, nos cedeu a do _milagr~, ante a iminência da recessão econômica. nos
reto, João .Lobo, Murilo Badar6, Marcondes Gadelha. troca de ordem. Então, ficarã càmó pririleir"o depoente anos mais recentes.
nesta reunião o Dr. Mário Barreto, Presidente da Asso- -l'j_o primeiro momento vínhamos realmente de ele-
Havendo número regimental o Sr. Presidente, Senador
. dação Médica Brasileira, ao qual peço para fazer o jura-:- vadas taxas de crescimento da população, mas no segun-
Mãrio Maia, declara abertos os trabalhos~--,-~- . ,__
merito- de praxe. do, vivemos taxas declinantes.
O Sr. Presidente solicita ao s:Iepoente que proceda a
pe 1965 a 1980 houve uma queda de 25% na natatida-
leitura do jurament_o. _ _ __
Em seguida, o Sr. Presidente concede a palavra ao DÍ'. 0 DR. MÁRIO BARRETO (presta juramento) . de, Sem que houveSse uma polftica oficial assídua c de in-
Mãrio Barreto, Presidente da Associação Médica Brasi- terferência direta.
leira, na qualidade de depoente.
Vale lembrar que historicamente, -<;m todos os-pafses,
JURAMENTO
onde a taxa de natalidade entrou em regressão, ela se fez
O Dr. Mário Barreto agradece a oportunidade que·the JURO, COMO DEVER DE CONSCI~NCIA, DI· de forma irreversível.
foi dada para aqui trazer a posição da entidade máxima ZER TODA A VERDADE - NADA OMITINDO -O fato- marcante é que se a preocupação com a
dos médicos brasileiros, e que, seu depoimento será ba- DO QUE SEJA DO MEU CONHECIMENTO SOBRE questão surge nos momentos de crise económica, ela tem
seado num documento interpo da AssociaÇão Médica QUAISQUER FATOS RELACIONADOS A CARGO se moStfã.cfo iri.depCndente das próprias taxaS de cres-
Brasileira. DESTA COMISSÃO PARLAMENTAR DE .lN· ciemtno populaciónal.
Durante a fase interpelatória, usam da palavra, o Se- QUI':RITO QUE INVESTIGA PROBLEMAS VINCU- :..::...-O que está por trás disso? Quais são as ideologias?
nador Almir Pinto a Senadora Eunice Michiles e as Se- LADOS AO AUMENTO POPULACIONAl, BRAS!· Como os responsáveis concebem a relação população-
nhoras Ana Maria Mendonça e Flórida Acioli Rodri- LEIRO.___ . sociedade para justificar esse nível de preocupação?
gues. As dúvidas surgem na saída, pois a argumentação já é
Logo após o término da exposição do Dr. Mário Bar- O SR. PRESIDENTE (Mário Maia) -Com a pala- pe-rrriêa:da por uma forma ideológica de ver a questão, e
reto o Sr. Presidente suspende a reunião por cinco minu- vra o Dr. Mário Barreto. há_ dific_uldad_e de acesso à infornlãÇão ccú110 -da ~ apre-
tos. para que a Dr• Carmen Barroso, Pesquisadora da O DR.. MÁRIO BARRETO - eu queria i~iciaJmen­ sentada oficialmente.
Fundação Carlos Chagas tome seu lugar para pronun- te, Sr. Presidente, Sr Relator, agradecer effi nome da As- Nos tempos atuais, a questão populacional no Brasil,
ciar seu depoimento. sociação MédiCa Brasileira mais esta oportunidade que apesar das tentativaS de fica:r adstrita à área da Secreta-
O Sr. Presidente solicita a depoente que proceda a lei- nos dá o Senado Federal de vir aqui traZer a posição da ria do Planejamemto,· fOi levada para o~ Ministéri_O_ da
tura do juramento e e_rn seguida lhe conceda a palavra. entidade máxima dos médicos br.asileiros. Saúde, Esta estratégia foi concebida para toda a Amêrica
Abril de 1985 DIARIODOCONJRESSONACJONAL(~eçãQII) _Quarta-feira I 7 0685

Latina, c-omo forma de evitar objeções que resultariam Estes fatos são .de__conhecimento do governo, e de con- - :t: posição oorreta falar-se_ em controle da natalida-
de um en(oque político.·econômico direto. creto pouco .-se fez. de?
Partiu.se de um fato reaL e inconteste:_a procura de Esta omisSão gerou uma ocupação do espaço por enti- Como atender a demanda?
meios anticoncepcionais pela população. Isto criou uma dades privadas, cujo protótipo é a BENFAM. Como situar a questão num ·plano de saúde?
demanda, que competiria ao setor saúde responder. Se a saída correta para a questão do planejamento fa- Há papel para entidades privadas?
Quais os.meios mais adequados? Como colocâ-los' num miliar é vida saúde, não o poderá ser num programa de- A AMB precisa posiCíOnar-se.
programa de saúde? Em síntese, são estes os argumentos formado, comQ ~o caso da BENFAM. _ Repito, que.iss.o foi o resultado de uma discussão com
que justificam o programa no Ministério dã Saúde. Esta entidade atinge hoje lO Estados e são 511 municí- · alguns convidados e onde ent~o não é um documento
A discussão do controle da natalidade há 15 anos atrás pios que atuam.com a sua política. Em 1965 a BENFAM conclusivo e onde são lançadas essas pergUntas. Mas, do
tinha dois _enfoques básicos. De um lado a c_olocação centrava sua politicá em discursos do tipo "Paternidade p~óprio documento fica muito clara, a posição da Asso-
neo-malhtusiana que justificava a neCessidade de deter o responsável; menor número. de filhos, melhores con- ciação Médica Brasileira, que julga que em primeiro lu-
crescimento 'populacional para que os sesforços do de- dições de via". Hoje, diante dos novos enfoques da ques-· gar o Brasil é um dos _Países do mundo onde a densidade
senvolvimento tivessem tempo de sentir os seus efeitos. tão,_ela propala "A fa.míliâ. .. é responsáve! P:~la saúde". populacional é das mais rarefeitas. O Brasil tem, todo
De outro lado havia a poSição -crítica:; contrastando que · Numa: postura ideológica que visa retirai' do Estado a · mundo bem o sabe, 8 milhões e 'SOO mil quilómetros qua-
o desenvolvimento era conseguido de ou_tra meneira. responsabilidade pela saúde. drados. Tem uma dencidade de população que está mui-
Neste sentido, o trabalho de Paulo Sin&:er: mostrava que," A par distO, é criminosa a sua campanha visando dis- to abaixo da maioria dos Países desenvolvidos de todo o
para o desenvolvimento ocorridO nos ano.s 50, o- cresci~ misÜficar os riscOs doS anticoncepcionais. · nÍundÓ. Por oUt!o lado, a questão que s~ coloca, é sobre
mento populacional não só teve· um papel positivo, mas Mantida pOr verbas oriundas de entidades estraJ;Jgei- o desenvolvimento e populaeão. A grande maioria dos
necessário para que o desenvolvimento tivesse ocorrido. ras, representa em síntese uma forma de implementar a Países o fizeram C:n] cima de populações, bastante eleva·
Hoje, no entanto, com as novas modalidades do de- política demográfica dos EU A para os países subdesen- das. Hã' Países,· como o Japão, que têm a densidade
senvolvimento · económico, esta relação se modificou. vOlvidos. várias e várias vezes maior do que o nosso Pais, sem ne-
Não se póderia mais simplesmente dizer que a poPulação Por que os EUA gastam enormes quantias com re- · nhuma das riquezas de que nós -dispomos e que é hoje o
pode crescer sem problemas, que a e·conómia tem que dução de natalidade nestes países? Sabe-se que socieda- País líder do mundo inteiro rapidamente passan.do até a
dar conta. Isto à luz do atual p10delo económico brasilei-·. des com taxas de natalidade em decr~scimo são mais própria economia dos Estados UnidOs da_América.
ro, onde os limites do mercado de trabalho estão-. se inertes em termos .de transformações agudas. Por outro lado, se é verdade que há da necessidade de
reduzindo. ~--~·Isto representa uma garantia para a manutenção da
uma massa critiCa populacional, para se dar o desenvol-.
O crescimento económico, atraVés do núcleo capitalis- relação de dependência económica. vimento económico, é verdade, também, que os únicos
ta, gera uma disponibilidade de emprego, em descom- Na dêcada de 40, instituições americanas especializa- · Países do Mundo que têm controle de natalidade, con-
passo com o crescimento da força de trabalho. Disto sur- das em Controle da natalidade (conceituada com inter- trÕle rio sentido de autocontrole são exatamente os par-
ge uma ..periferia capitalista" que vai absorvendo uma venção_ estatal para reduzir natalidade) criaram a expres- ses desenvolvidos, como é o caso da Inglaterra, da
força de trabalho que nos últimos 20 a· 3b anos estaria se são planejainento familiar para indicar a livr~ expressão França,_ da Alemanha Oci?ental que têm, repito, cr~ci-
m·antendo mais ou menos constante num percentual d.e do casal, para ter o númeio de filhos que desejar. CriOu~ - menta zero. Hoje a população está diminuindo e não é
30%. ~a periferia. constituída pelo trabalho dos autóno- se af um subterfúgio, para atingir os mesmos objetivos; por nenhum programa oficiaL Ao ~ontrário, a tentativa
mos, empregadas doméstiCas, engraxates, lavadores de trocando o económico-ideol(lgico pela necessidade ética, de se instituir programas oficiais de controle da natalida-
carro, pequenas oficinas, J)ecjUerias-VeiidinflaS, Uriícfãaes técniCa e de justiça. Sob o manto do novo termo, estas de, como foi feito na fndia que, sabi'damente, tem uma
agrícolas familiares, etc. ~ um grupo não homogêneo, instituições foram e são responsáveis por muitos progra- população muito grande, e onde se fez ~_distribuição de
mas que tem no conjunto um r'endimento fixo, limitado mas de reduzir natalidade. A novidade de hoje é que rádios de pilha, por exemplo, para promover a esterili-
polo núcleo capitalista do qual depende, e aí, quando diante da falência de programas baseados em métoçlos zação, inclusive através da vasectomia, redundou num
cresce a populaçãq, o nível de vida cai. anticoncepcionais transitórios parte-se para ·métodoS de- to.tal fracasso e que. levou, inclusive, à queda 'do Governo
É verdade que nas atividades específicas de produção, - finitivos de ·eit"erilliã:Ção. de Indira Qhand, na sua primeira fase. Então fica claro' o
em regime familiar, o aumento' de filhos pode aumentar Um fato importantíssimo, de ordem médica, nestas posicionamento da Associação Médica brasileira, que
a renda da famflia. · questões, é a deformação com que tem-se colocado julga ser .o Brasil um País extremamente rico, e onde o
Mas este é um tipo de relação em franco desapareci- problemas· técnicos ligados à anticoncepção. Por exem- que estâ na base de tudo, é uma distribuiçãO de renda
mento em grandes áreas do país, sobretudo no meio ru- plo: O manual de instrução do pró-famflia diz que a tiga- multo mal feita, que é lesiva aos interesses nacionais, aos
ral, advindo ·dai a migração. ---~ura de trompa é reversível em 70% dos casos; que os interesseS de 'todos, e que leva grande parte da nossa po-
Já a relação assalariada, que é crescente, implica contraceptivos orais causam pequenos problemas (náu- · pulação a não poder ter a vida que as riquezas do País,
família pequena como estratégia de sobrevivência. sea, cefaléia) nos três primeii-os meses e dCpois desapare- perfeitamente podçriam garantir, se houyesse educação,
Ante o baixo salário do marido, a mulher passou ii tra- ceriam. O Ministro Almeida Machado, em seu progra- se houvesse oportunidade, se houvesse uma politica en-
balhar, como forma de reequilibrar o orçamento domés- ma, tratava de forma extremamente infeliz a questão da dereçada ao homem e não à economia, -e não, por exem-
tico. gestação de alto riscO. plo, aO mode.lo económico que Se baseia em exPortar, em
Isto se passando num pafs onde a ação estatal não Uma tarefa importante para a AMB é divulgar a ques- satiSfazer interesses de um comércio internacio:riãl, por-
cumPre suas responsabilidades em áreas de creche, edu- tão, dando informações técnicas corretas, e assim 'am- que nós temos tÓdos os alimentos. no Brasil que pode-
cação, saúde, habitação e transporte, que ficam à mercC. pliar a liberdade individual das pessoas em suas opções. riam alimentar toda a nossa população. No entanto às
do salário, cada vez mais arrochado. - O Brasil, segUndo o IBGE, vem tendo taxas declinan- Vezes, nós exportamos muito abaixo do que seria neces- ·
Diante deste quadro, cada vez mais as mulheres, quer tes de natalidade há mais de IO anos e a produção de ali- sário, e o fazemos com Prejuízo, plantando outras coisas
da área assalariada ao núcleo capitalista, quer da área mentos vem crescendo com as técnicas modernas. Temos que não alimentam e que levam a que essa. população
periférica, assumem a id~a da anticoncepção. Não como maior área que os EEUU, condiçõeS climáticas para pro: não possa ter, tudo o que faz jus e que lhe seria absoluta-
uma opção, p.ão como exerCício de liberdade, livre mas duzir alimentos o ano inteiro e metade da população mente necessário.
comp uma imposição das con~ções sócio-econômicas america:ria. -- Acredito que fica bastante clara a posição da Asso-
adversas. Procuram então os serviços de saúde, quando Por que tão profunda preocupação com nossa popu- ciação Médica, que é uma posição discutida por médicos
conseguem ter acesso, e solicitam orientaÇão. Como lação? de todo o País, pelas suas federadas, que é uma posição
atender esta demanda, este reclamo, que é justo? Aqui Segundo Fernando Homem de Mello a atuaJ pro- contrária ao controle do Estado, no sentido de um plane·
abrem-·se divergências. O que não serâ aceitável ê perma- dução de alimentos do pafs é mais que suficiente para a jamento familiar. :9. preciso que fique cla:ro no entanto,
necer através dos serviços de saúde, um programa priori- poPulação, have:ri~o Jógico, uina anÔm~al_a-_c!istr_ibuição. -- que nós julgamos todos que é um direito que assiste a
tário de anticoncepção, centra.ndo aí uma ação preferen- Vale lembrar que cultivamos apenas I 0% de nosso terri- cada um, de planejar inclusive a própria famflia, e que os
cial. Pois, em verdade, o que ê prioritário é uma atenção tório, sabendo-se que 35% ê agricUlturável. Uma politica inais pobres, os mais desprovidos de recursos são exata-
global de saúde da mulher, mais especificamente urna de reduç-ão de natalidade só trará conseqüências maiores mente os que têm menor condição de poder exercitar
atenção materno-infantil, não só Da época f'ertil, não só 18 a 20 anos após. Assim, ante os enormes territórios a esse dfreito, e que -o- direito à S!J.úde, é hoje em todos os
em relação à contracepção.- serem ocupados no futuro, seria válido pensar em con- regimeS filosóficos, sociais e econômicmo, um direito ina-
Contudo, a verdade é que esta demanda específica de trole de natalidade nos dias de hoje, em função de crise e li~náv~l do homem, e que ao Estado cabe fazer todos os
anticoncepção~ existe e vem Sendo atendida em con- desemprego? esforços para garanti-:lo. E nesse sentido, iss.o não tem
dições precaríssima: é um aborto mal feito, um anticon- Estas são ãlgumas questões que este trabalho trás à sido feito, de forma inteiramente adequada. E, é preciso
cepcional mal i"ridicado, etc. discussão. que se faça um esforço no sentido de garantir àqueles
06R6 - Quúria-Teira I 7 . DIÁRIOOOCDNGRESSONACIONAL (Seção !)) Abril ~e 1985

qu'e querem, inclusive, dando-lhes a necessãria educacão, 8. 10, 12 filhos. Quer dize_r então q~e distribuição de ren- tâ pretendendo faz~r .um c_ontrole de natalidade. Veja
para que isso possa ser feito. Mas nunca esterelizando da é uma cOisa que pressupõe, scin dúvida alguma, uma bem: no caso dâ. vac;i"na, se fôsseinos"esparar espontanea- ·
pessoas que nem têm noção exata.do que lhes estã acon- qualificação. Não Se tem como pegar o dinheiro do ricp e · mente que as famflias tomassem a decisão de vacinar os
tecendo. O direito à ~eprodução, é um direito também dar para o pobre: É preciso qUe se qualifique essa massa, seus filhós~ isso ia ocorrer quando? Parece~me que há al-
ina!i'enável, e que todas as e.c;pécieS:, Quarida; estão sob di- e para qualificar, é necessái:iO que na medida em que os guma coisã não declarada, quançlo Se afirma que o País
ficuldades, inclusive de sobrevivência, elas têm 'uma ele- ricos têm um ou dois filhos, e vai-se elitizando cada vez quer fazer um controle de natalidade, embora V, S• te.
vada laxa de natalidade, com9 uma resposta até biológi- mais a class_e A, a base ~desta piçâmlde vai fic3.ndo cada · nha dito que isso é uma questão de semântica; não é,·
ca paia que elas p-ossãm se nlaO.ter vivas. -vez maior, porque enquan-to Os pobres proliferam mais, ~ão. Há uma diferença- fundamental entre uma cais? e
Sr·. Presidente~ neste momento era o que nós tínhamos os ricos proliferam- menos, e isso. dâ uma distribuição outra.
a dizer. (MuitO- bem! Palmas.) cada vez mais injusta, é-uma conseqüênCiilnatural. Dizia Pará concluir, lamentando, Sr. Presidente, ter tomado
'também V, St que só 15 ou 20 anos após se teria o resul- um tempo tão grande, paréce-me que é.um direito bãsi-
O SR. PRESIDENTE (Mário Maia)- A Sra. Sei'!-a-.
tado de uma política de planejamento familiar. Que~ co, humano, e (Jue compete ao Estado, porque vamos re·
dora Eu.nice Michiles deseja fazer alguma pergunta, O!J
dera _que há IS anos alguém tivesse tido a coragem cívic:i correr a quem? Parece-me que é o Çioverno que' tem ess.i
consideração?
de dar aos casais o direito çle ·planejar as suas famílias. respOnsabilidade.
A SRA. EUNICE MICHLLES -:Dr. Mário Barreto, Hoje jâ. estaríamos, talvez, tendo um equilíbrio maior e E Quando V. S• faz crítica a BEMFAM eu queria ape·
o Senhor conseguiU me confundir. Porque, de infcio, eu não tendo que enfrentar dolorosame!lt~ as pessoas que nas dizer que conheço m'tiito 'pouco da BEMFA.M; co·
tive a clara Í!!ipressãO de que V. S• se posicionava inteira- procuram emprego, os· jovens que chegam ao mercadO nheço.a Dr.' Flórida, conl quem tenho amizade, mas d~
mente a u-r:n prqgrama de planejamento familiar. Ma$, de trabalho depois _de formados com muito sacrifíCio, e encontros de congressos, etc. Mas, tenho admiração pelo
<:oncluiu dizendo, ser um direito leg"ítim6 de todas as pes- que i:iâõ chegam lá, porque hâ'essa disputa cada vez mais fato do pioneirismo da BEMFAM, errando, acertando:
soas, _e_ de todos os casais, ter acesso a essas informações, desumana, cada vez maior. Mas, mesmo assim, eu diria a Não tenho condições de avaliar os atas da BEMFAM;
e que era dever do Estado Je:vã:ias a -esSes casais. Então, V. 5' que dentro de um ano já se veria algum beneficio, mas, sem nenhunia dúvida, merece o crédito por ter, no
realmente eu não entendi, eu entendo que, nesSe momen- dentro de dois, três, ou cinco anos, em termos de custos momento em que ninguém fazia nada, começado a fazer
. to em que se discute, o que se quer, o que se propõe, ê para a Previdência Socia\ 1 em termos de custos de abor- alguma coisa .
exataménte que o Estado leve, de uma maneira particu- tos; dentro de ~ete anos, em termos de demanda de es.co- E~am estas as consideraçõ_es que eu des~java fazer.·
lar às camadas menOs protegidas pela sorte, as info~­ las; em quinze anos, em termoS de busca de emprego. Muito obrigada. (Palmas.) ,
mações e os meiOs -paTa que elas possam planejar as· siias ~ntão, realmente, não são tão a longo prazo. A partir de
famílias. Porque me parece, Dr. Mário· Barreto, de uma dois ou três anos já se começãiia sentir os resultados. O SR. PRESIDENTE (Mâri~ Maia) -· Dr. Mário
extrema maldade, de uma .extrema deSumanidade, a·so- Outra consideração, levando~se em conta o Japão, que Barreto, V. Ex' está com a palavra para re~ponder a_s
perguntas ou·considerações da Sen!J,dora Eunice Michi-
negação dessas. informações," e deixai que ~las aconteçam tem a 'maior densidade, e não tem terras agricultáveis.~
les. _
· ·naturàlmente: isso me parece até doloroso que venha da o pafs onde se eXerce o mai perfeito programa de plane- . . .
Associação Médica. Então, aqui seria o caso de ·eu per- jamento familiar; eu não diria perfeito, mas o mais seve- O SR. MÁRIO BARRETO- Com muito prazer. Eu
guntar. O que está--atráS: disso? Que ~ai tem que uma ro; o mais consciente programa de planejamento fatni- goStãrí3:-de começar pela· qu~tão semântica, porque te.
mulher menos instruída, menos educada, saibã, como eu liar, e é onde mais se inVestiu em termos de recursos hU- nho a impresSão que a Senadora não leÚ muito bem ou
sei, como as outras mulheres de nível médio, da classe A manos. O Japão tem japoneses, enqua~to nós não pode- não ouviu G que eu disse. O documento diz o seguinte:
ou B, saíbam como planejar; cómO- disciplinar a sua ferti~ inos, neste momento, ter brasileiros n·o Brasil. ''o controle da-natalidade ou planejamento familiar p~.;.
lid::~de. Então, eu me pergUnto: 'Por que issci? Onde estão As teses de ocupação de espaços vazios _parecem-me já
dem ou não significar a mesma coisa". AchO que ficoU
mal que isso aconteça? Mesmo porque eu acho que as ultrapassadás, porque espaço vazio requer, sem-dúvida
perfeitamente claro; há casos em que há superposição
pessoas que têm de 15 filhos par.a baixo, não têm assíni o · alguma pólos de desenvolvimento; mesmo Porque quan- duas coisas. · -
direito moral de ex..iiir isso das outras pe.c;soas. Porque do se fala em espaço vazio eu não estou pensando no
A pergunta de V. Ex•, eu não gosto nunca de persona-
todo mundo sabe que a reprodução, deixada Iivre.merite meu filho~ !lem V.. S' está penSando no se:u filh~ para
lizar as coisas, principaimente numa discussão dc;:sse ti-
que ela acontCça, quer dizer, se esse casal tiver uma vida ocupar o espaço vazio da Amazônia ou do interior não
po, mas a sehhora me perguntou inclusive quantos filhos
seXual ativa, e se tiver boa~ condições de saúde, esse casal sei da onde, Nós'estarrios Pensando no 'filho da pobre mi-
eu tenho.
vai ter .de 12 filhos para Cima-. Então, quem não tem esse serável; mais uma vez é aquele po,bre cqitado que te~
número de filhos, de algum;l maneira se p-rotegeu, se tevi: que ir para Já, e nem para isso ele vai servir, porque V, A SR• EUNICE MICHILES- Em tese," ~ão precisa-
a sorte de ter acesso a um m"êdico, se teve a sorte de ter S•, como médico,- sabe perfeitamente que uma pessoa va dizer.
todc- um aCompanhamento, ótimo, mas de alguma for- que não teve a devida _alimentação d~sde o ventre mater-
ma esse cas~I se protegeu. Concordo com V. S• doS riscos no, vai ser _provalvelmente, ou muito certamente um OS~. MÁRIO BARRETO- Ma~ eu vou dizer: infe-
dos anti-concepcionais, realmente eles trazem riscos. anormal, pelo menos um deficiente; ele não terá con- - 1izmente, só tenho uma filhá e gostaria de ter muito mais.·
Mas eu não vejo esta meslna Preocupação corri os tisi::o_s dições de concorrer com os demais. Então, ele só vai· Mas, quanto à filha d_e minha lavadeira, eu crio três fi-
de uma gravidez indesejada; não vçjo esta mesmjl preo- prestar mesmo para ocupar os espaços vazios aí, não ~ei lhas das minhas três empregadas. Agora, a questão de
cupação com. os abortos que são feitos- por ar; rião vejo nem para quê. . ·qUe não houve em nenhum momento preocupação com
esta mesma preocupação com as oportunidades· que a Em termos de segurança naçional, isso também jâ é ·o-aborto, é que o documento também fala dos abot:tos.
mulher perde de_ educação, de trabalho, enfim, de todas- umã. tese ulti-apassada, uma vez que sabemos que nãÓ é a mal fe(tos; e~sa é uma preocupação para todos.nós'mêdi-
as oportunidades, porque se vê obrigada a ter um filho quantidade de pessoas, mas a qualidade delas que garan-; cos e que vemos que exatamente quem. é obrigado a se
por ano. te a segurança nacional. Não fosse assim, a India seria submeter a abortos em piores coódições são as pesSoas
'Agora passemos para um outro aspecto que V. S• co~ muito mais forte do que os Estado Unidos e tantos ou- mais désprovidas, já ql]e aquelas que têm maiores recur~
mentou, distribuição de renda. A._colocação daqueles tros países. sos, felizmente, podem fazê-lo de _maneira mais adequa-
que são contra o planejamento familiar, é sempre no sen~ Há aindâ. a questãd do m~rcado consumidor, que V. St. da. Embora eu, pessoalmente, compreenda como proble·
tido de que esse não é o problema, o problema está numa nRo citou, mas que ê um assunto muito comentado, é um ma premente de todo dia e que é um fato social que não
melhor distribuição de renda. Es'tamos de acordo que se argumento muito citado. Agora, eu pergunto: nós tere- podemos negar e com o qual convivemos, mas, de qual-
precisa fazer alguma coisa ·neste sentido, e parece ó_bvío, mos condição,- da maneira .que estamos, de gerar um ·quer maneira, num sentido filosófrco, ê uma vida e era
mas uma coisa não _quer dizer que tem de haver com a mercado consumidor ou de um mercado produtor, Por- sempre preferível que não se chegasse ou não tivesse que
outra. ou q~e uma· coisa seja necessariamente contra a que estamos só criando consumidores, não pessoas Capa- , chegar a isso.
outra. Acho que um 'plano de planejamento fimíliar é zes de p_roduzir. · O q1,1e nós procuramos dizer, e essa é a idêia, reálmen-
um dado a maiS, é um elemento a mais," é um instrumen-- Dizia também V. S• que há países onde essa disciplina te, da Associação Médica Brasileira, que se possa, que se
to a mais para essa distrib1,1ição de renda. Veja bem- da fertilidade ê feita de maneira espontânea, e iSso ê ver-, deva, concordo com V.. Ex• absolutamente que é uma ne-
vou jogar no escuro - . os filhos de V. 5' têm conçlição dade. Só que na Rússia, até nos c_omitês polítiCos são dis- · cessidade premente, que Se deva dar oportunidade tam-
de estudar nos melhores .colégios, e até no ·exterior, e tribuídos os ànticoncepc1onais. Na França, em qu'alquer bêm ou sobretudo às pessoas mais desprovidas, para que
ocuparão sem dúvida alguma lugares de destaqti.e na so- lugar, uma garota de 12 anos encontra as informações, elas possam se beneficiar disso, porque são elas que pre-
ciedade dentro 4e alguns anos. O filho da sua lavadeira os meios e o jeito de disciplinar a sua fertilidade. cisam mais. A. nossa dúvida, Exf, é ao contrário; é que
não tem essa oportunidade. Porque V. Sf tem um, dois Também a confusão que se faz entre planejam~nto fa- isso não adianta, não adianta mesmo. Nos vários lugares
ou três filhos, no máximo 5 ffihos, enqUanto que uma miliar e controle da n11talidade me parece assim um prê~ onde esses programas foram executados, nenhum deles
pessoa da classe mais Pobre, por pura ignorância, vai ter julgamento. Não sei tiaseado em que se diz que o Países- conseguiu realmente ter um êxito que fosse desejável, ou
Abril de 1985 DIÁRIO-!X)CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Quarta-feira 17 0687

um êxito como se pensava.-c~mo se queria, como se idea- para rião deixar mal os banqueiros internacionais, não' aqui presentes, que _queiram fazer perguntas ao depoen-
lizava. Na realidade, da! vem aquele argumento, apenas _teremos Çinheiro para -isso, mas eu acho que eles preci~ te. ·
·os paí~es suficientemente desen-volvidos, e ~í entra o Ja- sam muito-menoS de coffier'do que as -nossas crianças, Concedo a ·palavra a Ora. Ana Maria.
pão.-0 Japão-, V. Ex' tern toda razão, é um dos lugares sem· dúviàa-·aiguffia. - · ·
A DR' ANA MARIA- or. Mário Barreto, na con-
onde se faz mais abortos, oilde se faz prevenção, onde se dição de pessoa que está acostumada a viver junto_ do 'po-
faz controle ·da'natalida~e. Mas isso deriva da própria A SR• EUNICE MICHILLES- Eu cOncordo cOm
vo, que está co·mpanhando como professora, que jã
condição também econômiCã. Em -tOdos os países alta- V, Ex• de qUe muitos erros se conictem nesse.Pafs, Mas
acOmpanhei durante muitos anos, prirtcipaJinente a po~
mente desenvolvidos, é como a ·estória do ovo e__ da gãli- eu também perguntaria se dinheiro ·não foi gasto ·n-os
pulação ma'is carente, como Política, embora sem man~
progtamas de Goveino, sé:m querei', ilçste momento, jus~·
nha, o Q.ue vem primeiro. Não adianta muito. V. Ex• co- dato parlamentar no mOm~nto, é que eu gostaria -de co~
nhece mulheres, coitadas, ignorantes; é muito difíCil ex- tificar tiPo- alguin. de comportamCmlo. Mas, não seria
locar algumas questões. Em primeiro lugar, eu $Ostaria
plicar adequad~mente ou se ter certeza de que elas pos- essa razão da nossâ. conversa. Mas. a minha pei-gunta, e
de con-Corôar e me ~olidarizar .com a posição da Senado~
sam seguir qualquer tipo de planejamento adequado. In- dizia alguém' até com muita g~3ça, ''como secar 9 chão
ra Eunice Michilles, porque realmente S. EX:' fez __YãiiaS
felizmente, essa é apenas Uma cOnstatação; há múito me~ totn ;i torneira aberta?" Não tem coma. Não se fala, nes~
colocações que me pareceram muito claras, objetiVas, e
nos maldade nesse sentidó, não houve de jeito algum te momento em parar de Crescer, não seria nem lú~ido is-
. muito sinceras ca·m referência a essa questão do planeja~
essa intenção. É uma cOnStatação. Na França, hoje, es-- so. A questão é crescer como, a que velocidade, de ·que
mento::f3.mifi;u. Petõ qUe sei não exiSte ninguém, e agora.
tão Tãzendo todo o esforço para aumeritar a populaçãO, forma, porque nós pl~ri.ejamos tude:, só a farriília não
que me ocorreu isso, ouvindo a sua exposição, se referin~
porque está diminuindo; é um país-de velhoS. A Alem a~ deve ser planejada?.
do à esterliização_ em massa, a controle pdo Estado. Pelo
nha Ocidental a mesma coisa; o crescimento é mel)or,
'cada casal tém menos de 1,6 filhos. Por quê?-TaiVez o
O M-ARro. BAR.RÉTo ~Acho que deve ser Pia~
$R. que sei~ pelo-Que -tenho lidO~- peiO que tenho acompa-
nejada, que devem ser fornecidos todos os recursos. A ú~ nhado e pelo que tenho visto, essa questão não tem sido
próprio .desenvolVimento econôinico é qlie tenha permi~ colocada, a questão de controle pelo Estado. O que sei é
nica dúvida nossa ê de que não adianiam normalmente,
tido e que tenha g8.rantido iss~. q'ue o planejã:iiiéntO- familiar é um direito humano ...
porqUe a pessoa que nãO tem um desenvolvimento cultu~
Tenho ótimos amigos também na BEMFAM, mas Acredito que o Senhor defende o direito que a pes-soa hu.~
ral para utilizar esses métodos, qualquer que sej_a o méto~
acredito que a ques!ãO-ôe quantas- pessoas -devam existir mana tem ao trabalho e quero crer também que o Senhor
do, a gão ser que se faÇa ·a esterilização, e aí "Sim ...
no Brosil não deva ser decidida de fora· para dentro. reconhece como um direito humano o direitO do casal de
'Essa é urria qUestãO braSileira que a nós como sociedad~ A SRA. EUNICE MICHILl.ES_- Eu não quero fa~ planejar sua famflia. .
cabe resolver. Esse é o ponto fundamental. E há algumas ,zer comparações, mas isso é verdade em relação à vaci~ NãO ê nada de novo a questão dO planejamento fa":li~
facilidades quando o documento diz ou qUe o anticon~ n_a? É preciso que a pessoa tenha um nível cultural capaz liar, é uma questão pai" demais conhecida. A classe mé~
~pcional tim pOuco risco, C:tc, podC:mos atê .entender do de aceitar a vacina? · dia planeja sua famí.lia, a burguesia plan~ja sua fatnítia,
ponto de Vista faCtUal, de tentativa de explicação às pes~ todos nó_s q~e temos c_onhecirilento planejamos nosSa
soas, mas não é absolutmente correto. A questão dos jo~ O SR. MÁRIO BARRETo.:_· Não, porque ·a vacina é famflia. Agora, se· o operaTiado; se as mulheres ope-
venS formadOs não chegarem lá, e aí sim é uma questão. uma cói.Si:i Síinj)les, a qual se dâ uma injeção e estã tudo rárias, se os casais dê mitis baiXa renda, de nível sócio-
. de uma visão inclusive do mundo. O- Brasil é um Pais resolVido. M3s os meios anticoncepcionais são-diferen- econômico fuferior têm Qito, dez filhos - isto eu já ví,
muito rico, concordo com a questão do espaço, não é . tes. Hoje· em dia se tem que tomar a pílula várias Vezes assim, numa peSq1,1isa que faço no dia a diá -·é justa-
meramente o espaço tisicO, nias Se tr!Inoi35% das nõS:iTas seguidas, em vários dias, viriie ou mais dias durante o mente porque não têm informaç_ões adequ:,tdas e acesso
terras agricultáveis; se tC:irioS a POSSiOilidade de plantar mês, ou -ni~ls, então", e muito. mâ.is fâCir que· haja uma ª
aos meios. Mas, m_u_lher deseja planejar a família, por~
·arroz, feijão e atimentar-todõ-iilundO, e nóS t~mos_às_ ve~ -Si:rie .de interco_rrências. Enquanto a vacina, _vacina~ªe que toda mãe deseja realmente oferecer ao filho con~
zes que impOrtar feijão para pOder expõi'tar soja, açúcar uma ou duas veies. E a vadria- ê uina coisa relativamente . dições .dignas de vida. Na1uralmente, elas pensam em
a duzentos e poucos dólares a tonelada, realmente não muito simples, porque tudo em matéria de doença tem planejar '3 família, quando têm algum conhecimento têm
faz· m-uito sentidO. Então, ai é que está a qUestão de se ·uma· niUI_tiCau.Saljdade, atê -mesmo -quarldo se trata de a idéia de qUerer planejar, mas muitas vezes as cois.as
produzir para consuino; produzir para que essas pessoas uma ·doença infeCciosa,-da tem caracterfsticas difei"entes ~contecem sem que ela_possa dCcidi~ e sem' que tenha
possam se alimentar. E nos parece_claro que só existe a de pessoa para pessoa. Então, a 8.pticáção de uma vacin'a acesso aos meios.
possibilidade no momento em ·que todos tenham iguais nos· parece,· se'nl dúvida algJ,Ima, m1,1ito mais simples do Com referência à questão populacional, eu não sei se o
oPortur1idades de .alimentação, de nutriÇão, de acesso à que qualquer outro tipo de·método, a não ser que se Senhor já consultou as estatísticas, mas é alguma cOisa
escola. Nq· Japão, hoje; educa~se através da ·computação faça, por exemplo, a esteriliZaÇão, que é muito rilais com~ assim que impressiona: iioS-últimos 13 anos nós cresce-
·eletrônica as suas crianças de quatro anos. Infelizmente, plicada,. mas que do ponto de vista da tecnologia médica, mos 34 milhões de brasileiros, e esse crescimento é justa~
nós temos vinte milhões de crianças abandonadas, que muito simples, relativamente, e qUe pode obter sucesso. me.hte nas çimadas- de" nfvel sócio~econõmico i_nferior.
vão para a periferiã- das cidades, que atrav:ês das rrii~ -M-aS-essa eu acho que do ponto de viSta· moral não é mui- Essa_ população, Dr. Mário Barreto, ela equivale a toda
grações internas que têm que fazer óe tudO parasobrevi~ fo justifiCável, a não ser ~m casos muito especiais, ã. mu~ pOpu-Iã.çâo- da Argentina soma:da à· do Paraguai e Uru~
ver, atê ir ao crime, e que caem num regime peniten- lher quejã'tém muitos·filhos. Mas a vida, para ·n9s médi~ guai. Agora, nós desejamos que todos tenham realmente
ciário, cjue ê a escola de póS~graduaçãO d9 crime, que cos, por e~emplo, que têm muitas complicações e que condições 'dignas. de vida. Não há como negar que se n6s
não tem safda, é-uma coiSa terríVel pra todos nós. V. Ex• hão se pode prever o que pode acontecer, ou quem tenha t,emos capacidade de produção,. de desempenho econô-
tem toda razão quando imagina que .não se to"mar provi~ filhos, se por uma desgraça, perde os filhos, e se quer tê-- rnico, essa divisão, essa distribuição,"para 34 milhões de
dência.S ãriticoncepciónaís pOderia aumerúâr esse coriiiÍl~ los depois, as coisas são- muito ffiais coo1PlicadaS, elãs brasileiros em 13 anos, o Senhor há de ~~vir que é real-
gente. Realmente pode, mas o que se. tem que fazer é des- não podem ser -resolvidas com a mesma facilidade de se mente uma questão que preocupa. . .
ar
de uma fase muitO riiais precoce, sím, dar uma cober~ dar uma vacina que também, infeliZmente, tem as suas Planejamento, como diz a Senadora, é uma questão
tura do tipo ~aterno~in.fantil completo e total, esse é que cOmplicações. Mas o nosso ponto seria esse, a difiCulda~ que hoje está no vOcabulário de todas as pessoas que têm.
é um dever do Estado. de que vemos é exatamente uma. questão de cpnhecimen~ um certo nível de instrução dos países com um certo grau
·to e que quanto mais desenvo~vida a pessoa; melhor~ .de ç~esenvqlvimento, todos planejam.
A SR• EUNICE MICHILES- EU gOStãríaae-per.:- .condições, evidente-merite, ela tem para se beneficiar de E se a família é célula de uma nação eu acho que não
guntar a V. S• como poderfamos faiCr isSO;-se não damos QUa!quer mé_~odo. tem nada demais em se planejar uma família, porque nós
conta da missão que temos neste mOmento, Se não cqnse~
guimos suprir as nossas nic"r!S:Sí~aáeS-.Ou se imagina <iue ~Q SK. PRESID~ENTE (Mã~io Maia) - O Regimento Planejamos em nível micro e temos que planejareffi nível
macro.
é por maldade que o Governo não atende a todas as não prevê, -mas- esta Cõmissão tem sido liberal e tem
criimças. Serã que se imagina que é por maldade que o dado oportUnidade de pessOas que·não sejam parlameii~ Com relação" à assistência materno~infantil, concordo
Governo não atende hoje a todaS as mulheres gestantes? tares, fazer uma indagação à Mesa, com a permissão dos plenamente com o Senhor, há necessidade de se oferecer.
depoentes. Eu perguntaria a,o Dr. Mário Barreto se ele · Nós temos acompanhado programas de aleitamento ma~
Não é por causa diSso, é porque slriiP!esmenete não há
a
estaría-disj:ios"to rêsponâer·a alguma pergunta ou consi- · terno, de ~omplementação alirrientar, de aSsistência
recursos. Então, corria fazer-Isso, -nllma n1Cdida enl -que
materno~infantil que os ~édicos, que sua classe tem
daqui a vinte e Cinc-o, trinta anos teremos duzentos ffii~ deração feitã por quem não ~é parlamentar?
· dadO a contribuição. Agora, porque retirar da assistên~
lhões de habitantes. Súà que estaremoS em melhor si-
O SR. MÁRIO BARRETO - Perfeitamente, se eu. Cia ri:tatertio-infántii o planejamento familiar? Não vejo.
tuação? É essa a pergunta que lhe faço.
puder. lógid, não vejo porque se fala em dar assistência
O SR. MÁRIO BARRETO - Eu responderia dizen- materno~infantil e quando se fala em planejar a família
do, nobre Senadora, que enquanto o Brasil tiver que pa- O SR. PRESIDENTE (Mário Maia) - Então, darei parece que nós estamos falando em alguma· coisa terrf~
gar cerca de três bilhões de dólares, a_cada quatro meses oportunidade a· pessoas que não sejam- parlamentares, vel, que -seja proibida discutir. ·
0688 Quarta-feira 17 DIÃRIOOOCDNGRES_SONACIONAL(Seção II) Abril de 1985

Eu vejo o planejament~ familiàr con'l.o uma coisa mui~ lização •. é o caso que ética e moralmente é absolut_amen!~ -..:inte anos: A BEMFAM, tenho impressã9 que· presta
to sinlples, uma coisa que não caberia ~tê tantos debates insusúmtãVel. Não crerilos que alguém. tenha pensado serviço_ a_o GovernO brasileiro -porque o serviço que a
em torno desta questão. · nisso, apenas estamos citando como o extr~mo da po- .BEMFAM faz já deveria estar sendo feito pelo Governo.
Com referênC:lá à esterilização ou coisas que pO.ssam siç_ão. O Governo brasileiro, através dos seus Ministêrios com-,
estar aconlecendo que não se enquadrem em uma ética: petentes- o Ministério da Saúde, o Ministro da Ed!J~
adequada, eu aCho que cabe à classe médica, realmente, O SR. PRESIDENTE (Mário Maia)- O Senador Al- cação e Cultura,_... já deveria estar com um planejamento
investigar, averiguar e -dar a diretriz com referêncüi. à mir Pinto, relator da COmissão est~ com a pala'vra. e ~nda- não está pprque espera decerto o resultado desta
parte do exercício da medicina. Agora, o que-D!Ss quere- O SR. ALMIR PINTO- Dr. Mário, desejo felicitâ- Coltlissão 1 do que chegar finalmente a deCidir esta Co-
mos é que reall)lente a mulher séja assistida criteriosa- lo pela sua palestra -e· acompanhei atentamente a leitura missão Parlamentar de Inquérito de Aumento Popula~
mente. Ninguém; eu- acho que ninguém deseja para o do seu trabalhO e fiz algumas anotações. Pelo que senti, cional do Brasil. O Governo federal quer, decerto, saber
Brasil esterilização em massa, eu acho que ninguém dese- pelo que está dito, a Associação Médica Brasileira ainda a opinião do Congresso Nacional sob~e o prOblema de
ja para o Brasil que as mulheres sejam esterilizadas ou não se posicionou com relação ao problema do aumento plariejameno 01,1 controle_da natalidade. No con.trolc da
que os homens ~ejam esterilizados - engraçado é que populacional, ou da natalidade no Pais. ~ natalidaçie nós não poderemos na verdade falar porque
sempre se rata em m:ulher, não se fala muito hoje em o V. S' falou planejamento ou controle, na verdade, a este é um País católico. Agora, depois que o governo se
homem utilizar os meios de controle da fertilidade. Senadora Eunice Michiles;eusei que V. Ex' sabe perfei- decidir ao planejamento familiar, a opção, digamos as-
E nós sabemos que existe realmente vantagem, em ter~ tamente que nós temos um problema seriíssimo no Bra- sim, espontânea do casal, aí, então, quem sabe, a BEM-
mos ~e custo /benefício, em se a dotar um planejamento sil, nós usamos, podemos dizer assim, o eufemismo do FAM passarâ a ser um órgão, quem sabe, não sei, ser
familiar, prinCipalriJ.erite na queStão çlo aborto que o Se- _planejamento familiar para que evitemos atritos com a dispensada porque o MinistériO -da Saúde passará 3.
nhor como médico sabe que há neste Pafs um número Igreja Católica, porque, na verdade, o controle fainiliar é cobrir todo. o_ território com um planejamento oficial, e
muito grande de abOrto clandestino, que vai cair nós uma coisa estatal, é controle mesmo, não é como_ no pla- ai teremos o planejamento de dentro para dentro. Por
hospitais oficíáis ·e que por um dever realmente de ofício nejamentõ, uma opção entre os dõis cônjuges, marido e enqUanto é de fOra pãra dentro. porque o Pã.fs, o Gover~
essas pessoas todas terão que ser atendidas. mulher. Aquele casal que tem dois ou três filhos, que tem no ainda não olhou para o problema do planejamento
Há estatístiCas ·não oficiais do que s·e gasta· com o- instrução, conscientemente poderá aquele casal J!Spaçar fari:dliar. M_as, no instante em que o governo tiver cha-
aborto clandestino. Eu sou favorável ao planejamento o número de filhos. · · mado _a si a responsabilidade de orientar e eduCar o po-
familiár como, inclusive, medida preventiva do aborto ,Aqui no seu trabalho, numa pãgiria, V. S' diz: "OBra~ _vo, a famma brasileira para o j:llanejarilento racional, ar
que é uma questão de humanidade. sil, segundo o IBG E, vem em estágio declinante de riata- teremos o planejamento de d,;:ntro para dentro. Quer di-
Hoje, nós acreditamos que b planejame_nto venha be- lidade a mais de IO anos e a produção de alimentos vem zer; tiffi planejainento inteiro. A BEMFAM,na verdade,
neficiar neste sentido e acredito que, como já foi discut-i- crescendo com as técnicas modernas". Aé que está, Pafa é um Órgão qUe recebe uma aju-da financeira de uma fun-
do, o planejamento familiar, a mulher brasileira terá que quê daqui a 18 o_u 20 anos o aumento populacional? Para dação interJ?acion8.1, mas o que. se sente é o seguinte: o
ser· ouvjda. porque isso diz respeito muito diretamei1te à quê? Ocupar espaço vazio, Como? Se a_tr.:ndência daqui trabalho que ela tem feito, que eu vejó e que defendo e
mulher, porque é a mulher qile assume com os ónus para a frente é mecanizar Cada vez mais a lavoura, a área defendO Porque o Cearâjã foi assistido pela BEM FAM,
maiores, ou seja da maternidade ou dO controle da ferti~ agricUltável. Quafiio niai-!1 -aumeniar a poP.ulaç3.o Inais o Rio Grande do Norte está sendO ass~stido e o q-uê eta
!idade. - -- · - desemprego vái ier na agt:icultUra. ·Hoje jâ está se sentin- eviúi:? Ela não_ vai dar a pílula anticoncepcional à-toa. De
De maneira que eu quero crer que as questões, como' o do isso, porque um tratar, uma mâquina colhedeira, faz regra iem uma enfermejra, tem q1:1alquer criatur{l que
Seflhor mesmo disse, tenham sido levantadas não numa o se~iço por cinco ou dez pessoas, cinqUenta pessoas, sei oriente a, mulher na adoçãp, no uso daquela pflula anti·
posição- de ser contra o planejamento fâmiliar, mas colo- lã. Eu vi Uma máquina daquélas no Projeto Jari apa- concepcional. Mas, o que acontece? Aqueles fatores co-
cando algumas questões que realmente mereçam ser ana- ilhando o arroz, quando visitei o Jali, ii.Uma Comissão de laterais da Pílula, que provoca no organismo ou não, tal-
lisadas em beneficiO de um planejamento familiar corre- senadores, é uma coisa maravilhosa. Uma mãquina da- vez sêja 1% ou 2% dos perigos que oferece um aborto
to e adequado à nossa realidade, humano e de a~Ordo quela d3:quela faz o t~a~alho que talvez vinte ho~ens praticil.dõ. Aí que estâ. Eu sou médico" interiorano e den-
corri o que manda a consciência de qualquer cidadão. nãO fizessem numa sf:maii.a. Não- sCi. O perigo é esse. trO de Uma mateirl"ída~e vi- hã 46 anos que sou médico
, Nós vamos ter no dia 24 aqui o comparecimento de S. em Maranguape, ffiédico parteiro-, e essa maternidade
O SR. PRESIDENTE (Mãrio Maia).-Dr .. Mãrio
Ex• o Sr. Ministro Danilo Venturi~_i, que é o Minis_tro que construí com a verba de 200 contos de réis que Ge-
Barret~ desej~···
para Assuntos Fundjârios e Qe Segurança Nacional. S. túlio Vargas deu ao antigo Governador Menezes PimCn-
O SR. MÁRIO BARRETO - Eu desejaria apenas Ex• é Secretário da Segurança Nacional. E_ntão, esse tel, 200_contos ·de réis naquele tempo, eu construr essa
tentar explicar que realmente a nossa posição ilão é, em problema dos latifúndios, a questão de ocupar espaços maternidade e o empreiteiro ainda ganhou 18 contos de
absoluto, contra que alguém que queira possa planejar a vazios, isso tudo tem que ser bem estudado por esse Mi- réis e construiu duas casas para· ele. Ent-ão, inicialmente
sua famflia, e acho que não são mutuamente eXcludentes nistro- Ministério Extraordinário. Porque é preciso sa- essa era dirigida Por freiras. Fiz questão de colocar frei-
o tratamento ou a assistência adequada materno-infantil ber_ como ocupar esPaço. Tenho atê dado aqui, por ris. Mas chegou a um ponto que não estava dando mais.
e o planejamento, absolutamente.' Mas o que se deve exemPlo, o que o Nordeste passou nas secas .de 1932 ã. Não estaVa: dando porqu_e a freira passou a conVersar
sobretudo fazer, pensamos nós, é oferecer à mulher que 1958, aquela migração ·desordenadíssi-ma para a Amazô- para o vigário capelão dando a entender que os médicos
queira engravidar ou que engravide uma assistência- per- nia, quando pegavam aqueles homens, sem as suas espo- e as parteiras estavam provocando abortos na materni-
feita. sas filhos e jogavam aquelas infelizes criaturas "em cami- dade. E achei o vigário, o nos_so capelão assim um pouco
E, até me permitiria voltar a um ponto a que se referil.l nhõ~ e os mandavam para a AmaZônia. Começou pelo esquisito, com uns sermõezinhos, deixando nas entreli-
a Senadora, de que não tinha visto uma grande preocu~ SEMPÃ depois pela CAEPA. O reSultado, Dr: Mário, -nhas umas suspeitas e aí fui a ele e lhe disse: O que estâ
pação dos médicos com relação a mulher e lembrou, in- foi que·criou-se um problema social. Eu já disse isso. Os acontecendo? Ele respondeu: Estou sabendo que mêdi-
clusive, o aborto e etc, EU diria que hã uns 10 dias atrás, homens foram sem as mulheres e sem os seus filhos e es- ços a parteiras estão fazendo abortos aqui na maternida-
ví~os aqui mesmo no SeriadO, na ComissãQ P;ulamen-:_ sas pobres mulheres ficar:1.m viúvas com o marido vivo. de. Eu lhe disse: Não, o Senhor me conhece e es.sa casa é
tar de Inquérito da Previdência, e inclusive citamos a Eles lá entregaram-se a amancebia e construíram novas dirigida por mim. Eti vivo aqui ·dentro. Agora, o qu-e
questão da organização da nossa assistência médica, por famílias, deixando a do Nordeste inteirfl.mente" abando- acontece, quero·esc:larecer ao Senhor e à irmãzinha que
· exemplo, o setor de medicimi de grupo que hoje repfe- nada. Por conseguinte, a questão da ocupação tem que estã lhe contando essa estória, é que nós apenas salva-
senta uma tentativa inclusive de controle da, (orça de tra- ser ordenada, através desse Ministério que está aí nas mos pobre:;: mulheres que procuram a essas curiosas, es-
balho, procuiarido saber qual a mulher que engravi~ou, mãos do General Danilo Venturini, que virá aqUi no dia sas parteiras catimbeiras e o que acontece? Elas metem
para deffiitir, para iiri'pedir que trabalhe, quer dizer, nós . 24 prestar esclarc;cimenios a esta Comissão sobre a_ques- uma sonda na pobre mulher, não sabem completar· o
temos absolutamente essa preocupação;-somos comple- tão da Ocupação das áreas vazias do nosso Pais. aborto e, então, ela vem para a maternidade se esvaindo
tamente contrários, "formalmente, ftontalmente a que Falou-se aqui também do probiema do Japão. O Ja- em sangue _e nós não podemos deixar essa pobre mãe de
qualquer desses tipo"s de controle possa' exercCr. -Acho pão tem o aborto socializado. Como ass_iste,' também no famíli~ morre~. Então, temos que completar o aborto.
que todos têm direito, e· essa é uma pOsição que os médi- eStado associado de San Juan, em'Porto Rico, quando · Isso é o que se faz.~ completar um abotto que foi provo~
cos fazem pé firme, ·não. há nenhUma diferença. ~ era oficializado o aborto, o DIU era mais que ofic~aliza~_ cado e· não_ foi territi.nadci. Então, ele me pediu muitas
Eu só volto ao ponto inicial, apenas nós temos dl1vidas do. Agora, V. Ex' diz aqui: "Contud_o a verdade é que descupas. Daí que acho que a BEM_FAM, de certa ma-
é de que, na realidade, isso fíincione adequadamente e essa demanda específica de anticoncepção existe e-vem . neira, pode ser de fora para dentro, ela pfesta os ser~
não o contrário. O que se sabe da experiência é que tem sendo atendida em condições precárias. Mas é um abor~ viços, Como a nobre ·senadora Eunice Michilles disse.
algum desenvolvimento, é que naturalmente faz esse tipo to ma] feito com anticoncepcional mal indicado. E falou Ela Qão é assim uma intrometida. O Governo Federal
de controle. E, logicamente, controle p_elà Estado, esteri- na BEMFAM. Eu conheço a BEMFAM, não sei se hã sabe gue ela existe, como se ~iz, ela é reconheci~a pelo
Abril de 1985 DIÃRIOOOCONGRESSONACIONAL (Seção II) Quarta-feira 17 0689

Governo como de utilidade: pública, pelos Governos Es- . ~O SR. ALMIR PINTO::- Foi em 1932, naéj,oca da Com· a palavra a Dr~ -~lórida Acioli Rodrigues .
taduais, pelos Governos Municipais· de quase todo este . grande: se~.
País, e quero dizer exatamente o seguinte, ela não faz A SR• FLÓRIOA ACIOLI RODRIGUES- Agra-
atabalhoadamente. Tem ordenação, tem pessoas à sua O SR. MÁ~IO BARRETO ~ Existia naquela época. deço a.ó Presidentç da Mesa. Apenas gostaria de tecer al-
frente instruídas para orientar. Daí pOr que de uma certa Era feita a tentafiva nesse sentido. Isso mostra àãta- iiuns· co'mentârios à exposição do Dr. Mário Barreto, que
maneira conhecendo a BEMFAM_ ®IDO c_on.heço,já par- mente a nossa tese. Não estamos particularmente fazen- traz a idoneidade da Associação Médica Brasileira e
ticipei de uns três seminãriõs, vi qUe a paternidade res- do carga sobre o Governo atUai, mas é uma questão que parece-me importante aclarar alguns pontos.
ponsável é tratada, não só no passado, mas cCfmo é tam- vem hã muito' tem-po. Foi feito o CEMTA levou-se esses 'l>riffi"eíro; qué· rião SãO só as coridições sQcio-
bém no presente- nós temos que falar em paternidade homens para lá e tive ó desprezer e a-infelicidade de ver eco.nômicas que fazem com que a mulher queira ter o
responsável. Isso represen~a educação e instrução para o que hoje, pelo menos, a.inddênchi dC:: lepra nestas pes- menor núniero de ffihOs. Há todo um processo significa-
homem do campo. Por conseguinte, acho que a BEM- soas e uma série de doenças, como pessoas mais desassis- tivo de mudanças culturais que estão levando essa mu-
F AM presta, neste particular, um bom serviço à pobre- . tidas, etc., é mais alta do que com relação à grande parte lher a raciocinar em termos de sua fertilidade de urna
za, à famfli3, à mulher pobre bra_silc;ír.a. da população. E moStra muito a questão espasmódica maneira diferente da tradicional.
com que são fiifos esses tipos de programas sem relação Em segundo lugar, concordo plenamente com S. St-
Dr. Mário Barreto, o senhor é cearense como eu, mas
corrca realidade. A questão específica-da BENFAM já quando chama a atenção' para a necessidade de um pro-
viveu pouco no Estado dQ Cearã, eu vivo permanente-
foi deiXada_bem clara, não sou cont~a ninguém da BEN- gama ae "atenção global à saúde da mulher.
mente lã, faz pena ver a situaçãq crítica. Ainda na Sema-
F A M, tenho grandes amigo~ lã. ~ um problema que Agora, em relação à postura da BEMF AM e não pre-
na Santa, estava eu em Maranguape e fui atender uma
achamos que deve caber ao próprio País-decidir~ Não~ tendQfazer .um discurSo em defesa 9a BEMFAM porque
mulherzinha, esquálida, mal alimentada, desnutrida.
nem uma questão do governo, dos Ministérios ou até do acho que a sua defesa será um fato de respresentação his-
Fi(itiei perpleXo ao ver aquela mulher entrar na· sala dei Congresso. É do Congresso na medida em que ele repre-- tórica mesmo como disseram os Senadores Eunice Mi-
parto - eu que jã havia feito até uin pfotesto de não en- senta a Soc1édade, já que 'representa-inclusive as suas mí- chiles e Almir Pinto, é que na verdade o senhor colocou
trar mais em sala de parto, pois depois de passar 30 anos noríis. M3S é. Uma· decisão da sociedade brasileira. Neste _ um fatQ que eu discordo pelo trato que tenho com as po-
em Maranguape, sofri riluito lá, atendendo tambêm a sentido que eu queria chamar atenção. pulações carentes. Quanto mais pobre as comunidades
mais seis municípios. Neste dia fui chamado, pois o mé- são, mais consciência elas têm _do que lhes falta. O pro-
dico de plantão havia saídQ rapidamente, e quando 'che- O SR. PRESIDENTE (Mãrio Maia) - Dr. Mãrio cesso educativo nesse tipo de população em nada dificul-
guei, constatei que aquela mulher já havia tido dezesseis Barreto, essa Comissão ·agradece a presença de V. Ex• ta a eduCação para o planejamento familiar. Ao con-
filhos e estava com uma barrigada de dois filhos. Eu dis- para depor sobre esse .assunto que empolga o momento trário, há uma demanda tão reprimida, há uma necessi-
se: minha filha como pode você estã num estado desses'? bra~iteiro. Antes de encerrar o depoimento de V. s~. eu dade sentida tão forte que eu diria até que a assimilaç,ão
Infelizmente é isSo··mesnio. Fói 6 úriico divertimento que queriá fazer uma consideração bem rápida:. Das discus- é perfeitamente rápida, tão rápida que o senhor observe
Deus deixou para gente pobre. sões ãtê aqui" trazidaS a esta Cori:iisSão, parece-me que que realmente hã gr!l-nde parte da população nÕ B-rasil
s"e-ffipre nos batemos na tecla fundamental, que estamos em que hoje a mulher já r1:ão quer mais nem um método
Por conseguinte, quero dizer ao nobre·cqlega e co.ntçr-
râneo, que esse trabalho vai servir muito, vai dar uma ex~ .discutindo, mais os efeitos do que as causas verdadeiras moderno. Ela jâ busca quase que intuitivamente oS mé-
celente indução ao modesto relatório, que pretendo do nosso estado sócio-ecOnómico. Somos um país do ter- todos irreversíveis de hoje, contra os quais nós fazemos
apresentar à Comissão; porque abriu uma discussão. Ti- ceiro mundo, subdesenvolvido, ou em desenvolvimento. realmente severas restrições- e coisa que a BEMFAM
vemos um rei pela manhã e agora temos um rei das fi- - Parece-:-nOs todoS esses males que nos chegam são decor- não utilizou atê _hoje.
nanças no Senado, mas não foi possível deixarmos de rentes mais do nosso estado de. carência· sócio-
económica, do que verdadeiramente da coisa em si, do Agora me parece estranho quando se critica o modo
comparecer a esta reunião, primeiro porqu-e jâ estavam de agir da BEM_FAM porque se pressupõe que e~tamos
convocados os dois depoentes segundo é obrigação nQs- planejamento familiar, do controle de natalidade, do
problema de aborto, dos problemas éticos religiosos. To- diante de um novo horizonte da _anticoncepção, já que
sa de como Presidente o Senador Mãrio Maia eu c_omo o nós usamos os métodos anticoncepcionais modernos,
Relator, este Senador e a Senadora Eunice Michilis para dos esses problemas, parece-me, que convergem para o
estado de carência principalmente económica. Quanto aprova·dos, jâ que existe um parecer d_o Conselho Fede--
ouvir, o Senhor e a Dt• C armem Barroso· que virá, em se- ral de Medicina defendendo a validade do uso desses mé-
aos vazios demográficos, realmente; tem havido uma
guida, dar seu depoimento. todos, já que existe.um memorial dos professores univer-
presenta espasmódica --como V.S• disse das popu-
sitários de obstetrícia e ginecologia. Então, me parece
O SR. PRESIDENTE (Mário Maia)- Concedo _a pa- lações decori-entes de migrações internas por efeitos ge-
ralmente de fenômenos climáticos. _Para a Amazônia, que se.está diante de umaperspectiva futura nos novos
lavra ao Dr. Mário Barreto para responder.
várias vezes, acoriei"am populações tangidas pela seca d·o métodos da anticoncepção. Porque o que é utilizado"são
O SR. MÁRIO BARRETO -Queria á.penas respon- os- rriétodos Cientificamente aprovados em alta eficácia e -
Nordeste. Desd'e i877 que os nordestinos procuram a
der brevemente ao Senador Almir Pinto.Com. relação à . Amazônia mais em decorrência do fenômeno do seu ha- reversíveis - não os métodos irreversíveis.
questão do documento de que a Associação Médica não bitat do que à. procura mesmo de melhor estado social. Quando o senhor diz que há uma procura no sentido
se posicionou. Na realidade, tentei explicar de início.que Realmente aquelas populações nunca foram planejadas, de minimizar os riscos da anticoncepção acredito_ qu~,
esse era um documento interno e como desejo de alguma nunca houve um planejamento par~ a recepção, para o talvez, a postura não tenha sido bem essa, na verdade. o
forma contribuir, nesta reunião, com toda lealdade o acolhimento dessas populações. O que acontece quase que nóS procuramos é, na medida em que democratiza-
trouxemos. Quando se diz que é o grupo, que a AMB sempre são_as_ tragédias, onde a população fica exposta mos o uso dos métodos anticoncepcionais, minimizar
precisa falar, precisa posiCionar-se. Acho que a posição sim os riscos da alta multiparidade, os riscos de uma gra-
às dOenças troPicais, principalmente a malária, aumen-
está muito clara do que foi dito aqui. Na realidade, te- videz realmente problemática e ainda a alternativa da
tando consideravelmente o índice de mortalidades das
. mos uma posição que ficou explicitada, mas quando mulher ter o aborto como úniCa opção .
populações que se deslocam do Nordeste e .de outras
V.Ex• falou da ocupação dos espaços, de que a tendência áreas para o Amazônas. Então quero crer que a Asso- E apenas gostaria também de me reportar ao item da
é aumentar a mecanização qUe através- dela aumenta o ciação Médica Brasileira não tendo ainda se posiciona- sua observação quando diz que numa postura ideológica
desemprego e que isso dificultaria a questão própria de do, levaria em conta 'como· um dos fatores fundamentais a BEMFAM visa a retirar do Estado a responsabilidade
ocupação do espaço. Na yerdade, sempre que o home_m a situação ainda de atraso ec9nômico em que nós nos en- pela saúde. Eu acho que o nosso comportamento foi exa-
passa a dispor inclusive de vários tipoS de energia, libe-- contramos como uma Nação do Tefceiro Mundo. l::esse tamente ao contrário. Apenas para ilustração de V. S•,
rando a sua própria en~gia mecânica, tem muito mais o pensamento de V. Ex.t, nesta colocação. nesse momento- no Brasil nós temos oito ptogramas a
possibilidade de inclusive numericamente poder satisfa- nível de governos éstaduais onde o intuito da BEMFAM
O SR. MÁRIO BARRETO-~ realmente nós aCha-
zer a·s suas necessidades, já que países como ~stados foi fazer com que se chegasse àquele ideal da assistência
mos que no cerne de todo o problema está o nosso grau
Unidos da América, através da grande mecanização per- materno-infantil permeabilizando o sistema de saüde
de desenvolvimento e que isso é que precede a questão
mitiu liberar o homem e permitiu que a ecoriomia se de- com informação sobre o planejamento familiar e onde é
do próprio aumento demográfico em si e não exatamente
senvolvesse muito maiS. Concordo plenamente com V. o Estado que, de fato, oferece esse programa dentro de
__o co~trário,já·que oS países desenvolvidos têm então um
Ex~ quando falou a respeito do CEMTA. Até por uma uma perspectiva de atendimento global à mulher.
crescimento diminuto e às vezes até cre~cimen~o zero.
questão histórica, meu paffoi .mêdico, era muito amigo Por outro lado, também, queria lembrar a V. S• que o
de V. Ex.•,_e foi diretor do CEMTA. :bramas pequenos O SR. PRESIDENTE (Mário Maia)- Ant<s de termi- problema da dependência económica, que é um proble-
. quando estivemos na Amazônia durante algum tempo. nar eu quero dar: unia chance à Dr• Flórida Acioli ~odri­ ma hiStórico ligado ás nossas_ origens coloniais não está
Aquilo foi uma tentativa dUrante o·período de guerra em gues, que é uma assídua freqUentadora da nossa Comis- afeto apenaS e eXclusivamente à divulgação e à propa-
que o país estava aliado e tivemos a questão da borracha são, p~ra fazer alguma pergunta ou consideração ao de- gação dos meios anticoncepcionais. t. preciso lembrar
que ficou. po_ente. que a mulher brasileira, o casal brasíleiro, a família mo-
· 0690 · Quarta-feir·a 17 DIÁRIO OOCDNGRESSO NACIONAL (Sei;ão 11) Abril de 1985

dernajâ estâ proPensa a uma-postura n·ova cotn relação TOS RELACIONADOS A CARGO DESTA COMIS- cada, indicarido um aumento extraordinâ~o nOs anos
à fecundida.de. _ _ SÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO QUE IN- mai~ recentes.
Apenas éstes indicadores para que possamos, de fato, VESTIGA PROBLEMAS VINCULADOS AO AU- . Um e;ame cuidadoso dos dados aponta sugestivas de-
ter urna postura crítica em relação à instituição de uma MENTO POP~LAC!ONAL BRASILEIRO. ferenças regionais: a esterilização é Um métódo_ relativa-
rórma mais adequada conl aquilO CiUe'-I·.taimetite ela rea- mente mais importante no Nordeste (no Piauí e no Rio
liza. _ O SR. PRESIDENTE(Mãrio Maia)- Concedo a pa- Grande do Norte) do·queem São Paulo. Em·São Paulo o
lavra à Drt Carmem Bàrroso para depor. ritmo de expansão d8 esterilização foi mais rãpido entre
O SR. PRESIDENTE (Mãrio Maia) - Dr. Mário
Barreto po-de responde~. A SR• CARMEM BARROSO_- Q1,1ero; inicialmen- as niutheres de nível mais baixo de instrução, pois se 'na
te, agraçlecer aos nobres Senad9res o honroso convite década de 60; a proporçãO de mulheres esterilizadas en-
O SR. MARIO BARRETO - Pois não. Não tenhO para participar desta Comissão. Esj:>ero poder contribuir tr.e as 'que tinham instrução 'mêdia ou superior era o
dúvida tambêm de que as mulheres de baixa condição para o seu trabalho ao trazer aqui algumas idéias desen- do_bro do que entre as analfabetas, na década de 70 essa
econômlco-socfal sintam, inclusive, como a Dr' falou, volvidas ao .longo dos anos, através de minha experiência difireriça desapareCeu. Nó Nordeste, o grande fornece-
esSa necessidade prement~ de querer diminui~ tarilbém o COtllO pesquisadora que procura se colocar a Par dos es- dor de esterilizações tem sido o Estado, atráves de hospi-
número de filhos e por todas as razões e por mais razões. tudos mais sérios sobre o assunto_no mundo todo e, prin- tais estaduai's e municiPais, -segl).idó pelo INAMPS. Ã
O que nós tentamOs dizer é que certos métodos e cer- ciP,a1mel1te, idéias dt;Senvolvidal) pela minha experiênci~ clínicà particular 'é responsável-por aperla<> 6% das esteri-
tas infonnações são melhores apreendidas Petas mulhe- como mulher e. com mulheres de diferentes classes sociais liza,ções no Piauí e 14% no Rio Grande do Norte." 1__
res que têm maior fadlidade ou que têm maior acesso in- de cujo con~ívio tive .o privilêgio de usufruir _em ·inúme~ O crescinientO da esterilização representa reaiidades
clusive a esses métodos. E como relação à diminuiçãO-do ros grupos de educação sexual que tenho coordenado. muito defirentes para diferentes grupos sociais, e múitas
:risco de gravidez problemática nós achamos que o enfo. Em 5 _de janeiro de 1979, o New York Tim~ notificoU vezes oS dado~ não mostram as divisões de classe; de raça·
que principal seria dar à própria mulher essa cobertura que quatro' trabalhadoras de uma -inddstria química e de sexo que estão por trás das estatísticaS. Em relação à
através de uma assistênCia inteiramente adequada-qüe americana haviam optado pela esterilização para não ter divisão entre o.s sexoS, conforme aponta o Dra. Elza Ber-
dimiiluiria: muito, indusive a gravidez de risco. Quer di- que desistir de seu emprego - ((m que eStavam expostas quó: "As estatfsticas falam de casais, mas quando sedes-
Zer que é um conceito ~ambém bastante subjetiVõ-_ e~que a perigosas substâncias teratogênicas e mutagênicas. ée ao detalhe para saber se· se trata de esterilização tu-
deperide muito das condições de que elas se disponham Ess~ caso, e ún:t mímero crescen"te de casos semelhantes, bária ou de vasectomia, o qu~ se suspeitava é confirma~
de prê-natal, do tratam~ntO, ·etc. · levanta Vârias questões, uma· daS quais é a "tendência de . do: são as mulhe~~s as esterilizadas. Sobre os homens -as
Eu queria chamar a atenção mais uma veZ de que a grande· indústria de adOtar políticas discriminatórias informações ·são inais limitadas, e não raro o silêncio
AMB defende uma posição, que esse documento- e até contra a mulher em lugar de eliminar os riscos-reproduti- toma 'con-ta das tabelas quando se lhes pergUnia Opeso
pensamos em suprim,ii esSa pergu-nta final para não dãf vos que infestam os locais de trabalho e afetam tanto ho- que tem o sexo masculino nas esterilizaçõeS realizadas." 2
exatamente a impressão falsa de que nós não ttvésserrios m~ns como mulheres. Num outr_o nível, o dilema dessas Como aliás, apontou, também, a Ora. Ana Maria.
uma posição - é apenas iiiil dõCUhieillo interno 'e que quatro operárias dramatiza a· questão da liberdade de es- Os farriosos estudos CPS (prevalência de métodOs an-
com toda lealdade nós o trouxemos. Porque uma discus- a
colha em relação ao planejamento familiar, e -ímpoÍ'- *tiCóncepcionais) realizados no BrasiP parecem mais
são não significa item -que fosse- a P._Osição pessoal do Pie. tância.de analisar essa escolha em relação ao seu contex- preocupados em dimensionar o_ ~~mercado potencial para
sidente da AssociaçãO Médica Brasileira. Isso é uma dis- to sOcial, econômico e cUltural. Embora a decisão tenha os serviços -de esterilização" do que em explicar os fato-
cussão de grupo e é isso q!J.e se tentou retratar e não -po- sido voluntãria num sentido estrito, foi feita sob con- res que criam t;<Sta demanda. Tran_sportando os pressu~
deríamos deixar de até com uma certa crueza dizer o que dições materiais e políticas restritivas: a n~cessidade das postos e o vocabulário do modelo cconômico neo-
estâ dito aqui. Mas é que isso rePresenta o que ficou Ou q ~ulheres trabalharem fora de casa, a dificuldade de con- clássico para o campQ do planejamento familiar, e~ses
que s~iu dessa· discussão e esperamos que ela possa de ·a.l- seguirem empregos seguros e re!ativamente_~etn pagos, o
estudos repousam sobre a ideologia do liberalismo. Pres- '
guma maneira servir de contribuição par;1 ~ta CerniS· supõem que as de~isões sobre ter ou não ter filhos, qu_an-
perigo de abortO ou de concepção de crianças· deforma-
são. do tê-los e seu número, e que niêtodos antico~cepcionais
daS, a recusa da empresa em transferir as operârias para
usar, são decisões pessoais tomadas no recôndito por
De resto, eu queria agradeCer, Sr. Presidente e Sr. Re- a
funções menos' perigosas _ou em evitar poluição-do _am-
. motivações individuais e não_pelo contex.to social mais
lator, o convite feita à Associação Médica Brasileira biente de trabalho com substância: ~óxicas, á falta de em-
para mais uma vez vir aqui ao Senado o qui:: nos honrou amplo. Como o economista que analisa compradores de
penho dos sindicatOs em levantar esse tipo de questão. sabão ou de automóveis, esses estudiosos do_planeja-
bastante. Nós estamos sempre à disposição parã Vil- dis- Dadas essas condições. essas Operãrias "escolheram" a mento familiar podem analisar a i~fluência do poder
. cutir no momentO em ciue nos convocarem para tal. esterilização em condições que não lhes deixava_ mt.ili.o _ aquisitivo dos consumidores de produtos e.trâ.ticas con-
Agradeço as intervenções da ·Senidora e das outras pes- escolha. traceptica's, mas as divisões de classe e de raça geralmen-
soas ·que aqui discutiram e agradeço também mUlto à Embora 'esse exemplo não seja necessariãménte típicO te não entram em consideração.
Dr-• Carmem que cede\). a vez com grande paciência, jâ das condições em que se e_ncontra a maioria das mulhe-
que nós, pelas dificuldades, bnte~ dormimos eni. Cur:iti- Na baSe deste modelO, es.tâ a teoria da utilidade margi-
res, ê certamente sintomâtico dos determinantes sociais nal da "escolha·reprodutiva"; a noção de que os ServiçoS
ba, já -estiVemos em São Pauto, es~ivemos no Rio de J a- da escolha reprodutiva. Em diversos graus e modos, mu-
neiro e vamos voltar para o Rio porque amanhã temos e produtos do planejamento familiar, como qualquer
lheres em diferentes_ países; ocupações, classes,' raças, mercadOria, cirçulam.livremente num mercado sejeitO às
que estar etil São Pauló de no.vo. idades e situações conjugais encontram suaS decisões re-
Peço desculpas inclusive por ter que me retirar. Gosta~ __ leis da oferta C?- da procura, que são adqpiridos "volunta-
produtivas. estruturadas por um conjunto de condições riamente.. por çonsumidores:que agCm com base em suas
ria <fe levar também o seu material da exposição e agra- sobre as quais têm muit9 pouco çontroleL . preferências pessoais namitadas apenas pelo seu poder de .
decer penhoradamente. em na:me da Associação Mêdi:ca Como é sabido, a taxa de facundidadc .das mulheres compra 'e pela distribuição da oferta) e que as escolhas .
Br:isileira. ao Sr. Presidente e ao Sr. Relator por esta . brasileirà.s permaneceu praticá~ente constante de 1930_ feitas pelos consumidores são sempre a verdadeira ex-
CO!J.VOCação e por esta oportunidaq:e q'ue nos é muito ca- até 1965;verificando~se uma queda a partir daqoeta da- . preSsão dos seus desejos.
ra. Muito obrigado. (Palmas,) ta. Pesquisas realizadas em diversos Estados indicam au- A política demográfica oficial dO Brasil, enunciada em
O Sll.. PRESIDENTE (Mãfio Maia) - Dr. Mãrio mento acentuado do uso 4e anticoncepcionais, d_a práti- Bucarest em 1974 e repetida freqfientemente a partir de
BarretO, esta CqmiSsão. por intermédio da presidência, é ca dO aborto e, especialmente, do recurso à esteriliz_ação. en"tãO, atribui ao cãsal a decisão quanto à composição ra.
que .agradece a V. S• e'por intermédio de V. S• à Asso~ Es~ dados, que refletem _uma. tendência mundial,· têm miliar, no presSuposto de que só precisam de métodos
ciação Médica Brasileira: pi-esente aqui para depor. Mui- sido debatidos por demógrafos e ins'títuições de planeja'- contraceptivo-s casais' que tomam decisões como uma
to agradecido. mento 'familiar.· Unidade, sem nenhum conflito entre os parceiros. Ao
Vou supender a reunião por 5 minutos, par~ depois Pretendo fo_calizar especialmente o crescimento recen· contrâri6, esses estudos de_dimensio"namento da deman-
ouvirmos a depoente, Sr• Carmem Barroso. . te__da esterilização. feminina porque esse método que per-
O SR. PRESIDENTE (Mário Maia)- Estâ reaberta manece praticamente irreversível, em alguns Est~dos,
como o Piauí, jâ é o_ método mais comum.
1
Fontes Rodrigues et alii: "Pesquisa sobre Saúde Mlllerno-lnfantil c PI~;~:
a reunião.
ncjamcnto Familiar. Rio Grande do,Norte, 1980. Piauf, 1979". Bcmfam:
Convido a Dr• ·carmem Barrpso, pesquisadora da Comparando' dados de São Paulo de 1965 a 1978, ve- Na.kamur:~.._M. & Fonseca J. B. "Pesquisá Estadual.dc Saúde Mutern<l·
Fundação Carlos' Cbaga's, para tomar seu lugar à noSsa mos que o recurso à esterilização a~mentou de 100% neS- Infantil" 1978. Campinas PESMI/PUCC mimco.
Mesa e fazer o juramento de praxe. ses 13 anos. Em pesquisa realizada em 1979 no Piauí, ' Elza Berqu6: "Os Corp~s Silenciado~~. NovO!! E~tudo~ Cebrap nt 3, Ju·
constatou-se que 93% das ligaduras foram · realizadas lho de 1982 PP 46-49. ·
A SR• CARMEM BARROSO-JURO, COMO 1
Janowitaz, B, et Post-pãrtum steriiÍ~ation in S. PaUlo State. Bruzil. J.
DEVER DE CONSCIENCIA, DIZER TODA JS:VER- após 1970. No Rio Grande do Norte; das mulheres este-
Blosoc. Sd(l982) 14, 179-82; Janowit:z, B:etalii: Acess toPost-Partum.Stc·
DADE, NADA OMITINDO DO QUE SEJA DO rilizadas atê 1980,7% o haviam sido antes de 1970,22% o rilizatio.n in Southeast Brazil.l\1edlcal Care, May 1982 vol. 20 n~ S, Rodri·
MEU CONHECIMENTO SOBRE QUAISQUER FA- foram et:ttre 1970 e 1975 e 7i% na seg~nda metade da dê- gucs, W. ct alii op, cit.
Abril de 1985 · p!ÃRIOOOCDNGRESSQNACJONAL(Scçuoll) · Quartn-fcira 17 0691

da focalizam apenas a n'tulher casada~ mas isoladamente países do Terceiro Mundo, combinada com os interesses QUando is m~Uieres do Terceiro Mundo são vistas
como se ela pudesse conceber sozinha. Num e noutro das elites nacionais em reduzir o volume 'de desemprego como vffimaS indefesas dos controlistas, omite-se que as
caso o resultadq é o mesmo: ignora-se a atividade sexriil.l pela redução do núinero de trabalhadores potenciais, . limitãçõt;:s sociais, políticas e económicas às opçõs · dis-
fora· do casamento e despreza-se qualquer elemento de para possibilitar a manuten<;ão de um modelo de desen~ poníveis pára as mulheres das diferentes classes sociais
conflito que possa existir por trás do uso de um método volvimento intensivo de capitaL . influenciam e são influenciadas por condições culturais,
anticoncepcional. A intenção de órgãos com,o a USAID em. reduzir a tais' cOmo a consciência das mulheres em relação às suas
taxa da. natalidade nos países em desenvolvimento pare~ necessidades, os tipos de relações sexuais e familiares Ílos
Na· medida em que ignora as: condições sociais -riiiS
ce inegâveJI e i&ualmente inegável é que setores das elites quais as mulheres têm de se enVolv~r,· e as estratêgi.as que
qu~is uma escolha é feita. o modelo é circular: a P,rev"a-
nacionais têm procurado apresentar o planejamento fa- elas a dotam para negociar" os conflitos acerca do número ·
lência estatística da esterilização é considerada· uma indi-
miliar como solução para problemas sociais e económi- de filhos e o modo de evitâ~los.
cação de que é o método mais desejável.' As mulheres
cos do país. 2 No entanto, os qu~ vêem o crescimento'.iia
"preferem" a cirurgia porque esta é escolha mais co- a esterilização.G.omo decorrente unicamente:; de uma cons-
mum. piração antinatalista ignoram elem~ntos culturais e so-
' Veja-se, por exemplo. Ô relatório do seminário promovido pela USAID
Por outro hdo, a literatura anticontrolista vê o cresci- ciais· que mediatizam a experiência de cada mulher e, as-
. em 1979. {Youssef)
mento da esterilização como parte de uma campãnha.im- sim fazendo, obscurecem as contradições reais e não ex- 1 Veja-se a tese de Maria Isabel Baltarda Rocha: Um estudo sobre o neo-

perialista para reduzir o cresCiriiC:rltõ demográfico dos plicam o fenômeno da eSterilização ~m _sua totalidade. malthusianismo no Brasil (1965·1970). 1979, Tese dc.Mestrado, USP .

.. r.ll r ~r l' .r
roPv~:"Hi"i0 IU>•lf.I,O\It!o!\(tJlr. f,1\V'fl n'l\ ~0 111Jr/,. í:\:•;r>lS, 1'():0. {.(·;>.\}

~
~

'3 .~.J.
;: . (., ,.,, '' !..f\1 [.

" 31,1)

,_
'"
·~> ,, .

ID
I" i
ú.l

I. ,, -'C':
.
·--·--L-- '---·---·---l'-·
[.. ~-----~ I ·:: •.

I~ ; .; 'i~' .l'l'!l

111':JD 11'10

PO~C(NHC.Et1 of rlUlll(Rr;:C f.ll(J'í'.;. .c.·c rnr~Íl\1-1 üV {i):Uu<.,.<:~ ..

(~'l't HAl:O. t>i" p,-r.r.'('l<;,, tJf\ ?.[ fl ~'('ÓUNI;O (I rtir,é.riLtlli~•

... ~.. ~\·:,

o
il
L___ l
2 3 .q, + Ni o;;: FJLHOS
0692 Quarta-feira 17 _piÁRIO OOCONJRESro NACIONAL (Seção 11) Abrildei985

É provãvel que grande parte das esterilizações realiza- Jidade, a violência dentro da família atingindo mulheres controle sobre sua própria vida. Se ·os companheiros são
das no País tenham sido ardentemente solicitadas pelas e crianças etc. ho~tis aos métodos anticonc_epcionais ou não querem as·
clientes. Claramente, não foram O resultãdo de coerção As condições econômicas afetam ás mulheres diferen- sumir nenhuma responsabilidade, as mulheres podem
ou manipulação diretas mas é também' provâvef qUe a temente, depen~endo de sua classe, raça, idade, situação preferir o método que é o ~enos conspícuo, o mais ga-
grande maioria dessas solicitações sejam determinadas conjugal e ocupação. A grande maioria- das mulheres rait~do e o menos dependente da cooperação masculina.
por fatores integrantes da estrutura da própria sociedade não está, como as trabalhadoras da indústria química
capitalista. Na máioria áas vezes, as inulheres indivi- americaria, em condições de escolher entre a-fertilidade e PoJítica de saúde
dualmente decidem "livremente", isto é, como agentes empregos melhor remunerados. Seja ·como bóiaS-fria.s,
Atuatmente a contracepção é uma indústria controla-
morais conscientes, mas o fazem dentro de um conjunto nOS Canaviais paulistas, como qitebrade.iras de castanha
da por interesses econômicos altamente concentrados _,_
de alt~rnativas cujos limites foram socíalmerite estabde- erD. Belém do Parâ, como trabalhadoras a domicílio nas
indústrias de-confecções do Rio de Janeiro':" as mulheres as companhias farmacêuticas rnultinacionais 1, a rede
. cidos e que elas, individualmente, são impotentes para
hospitalar privada, a medicina de grupo e as instituições
alterar. não contam com nenhum apoio da sociedade para a re·
de planejamento familiar. 2 A mercantilizaçào da regu.
Embora uma ampla variedade de fatores determinem produção das novas gerações. Como empregadas domés--
.Jação da fecundidade assume foirilas que refletem os in-
a probalidade de diferentes grupos de mulheres serem es~ ticas à mirgem da legislação trahalhista, como operârias
teresses destes grupos: uma definição de "eficácia", em
terelizadas, quatr_o determinantes sociais parecem críti~-· que têm de se subrrieter a humilhantes provas de não·
que a garantía de evitar filhos pesa mais do que a saúde e
cos: a posição da mulher na família e no mercado de tra· graVidez: -c-omo c:lientes das extorsivaS clínicas de aborto
a segurança dos usuários, o favorecimento do controle
balho, a cultura patriarcal, a polítiCa de saúde e.a políti~ clandestino, diferentes grupos de mulheres experimen~
dos profissionais em detrimento da autonomia dos "pa·
ca demográfica. tam diferentes formas de: opressão reprodutiva. Mas
·para a maioria das· mulheres, a crise econômica- e a im~ cientes'', a preferência por métodos de tecnologia sofisti·
Posição da mulher possibilidade de a família servir como refúgio seguro são cada, mais rentáveis e eficientes. D,aí a predominância da
pflula e da esteriliZação:
deter~inantes estruturais da decisão de se submeter a
As mães continuam a ser as principais responsáveis Os médicos e. as instituições de planejamento familiar
uma cirurgia irreversível para controlar a fecundidade~
pelo cuidado das crianças, eril que pese o fato de qüe, na tendem a pressupor qu~ as mulheres, e especialmente as
Em face das ConseqUências da maternidade, sem apoio
última década, houve um grande aumento da partici· pobres e de baixo nível de instrução, são incapazes de
de equipamentos sociais e instituições públicas, sob con-
pação de mães na força de trabalho. 1 • usar métodos anticoncepcionais que requeiram a sua
dições de vida extremamente difíceis, mui_tas mulheres
Há ~m gráfico, ao final, onde se mostra o,cres.cimento participação iltiva. Na verdade, este pressuposto e a prâ·
sem dúvida escolhem- racionalmente, sem coerção - a.
entre 1970 e 1980, as mulheres, de seis milhões que esta· tica daí derivada resultam não apenas de preconceito.
solução que mais oferece garantias contra -i concepção.
vam na força de trabalho passaram a doze milhões, pra· mas também das condições concretas oferecidas pelo sis·
No entanto, o desejo de um método. e.ficaz, que estã na
ticamente dobrou o número O.e 'mulheres na força de tra· tema de saúde, e, para certos métodos, pelas precárias
raiz do crescimento das esterilizações, não pode ser redu·
balho. conçlições de habitação em que vive a maioria das mu-
zido apenas a condições económicas. O controle da fe.
Depois, o segunáO ·gi-áfico mostra que esSe· cresdmen· lheres. Em todo o País, mulheres pobres e pouco instruí-
cundidade também envolve as questões relacionadas à
to foi mais acentu-ado entre as mulheres casadas, e um das têm aprendido o uso dos mais variados mêtodos, em
autonomia e à autodeterminação da mulher~
terceiro gráfico mostra a proporçãO das mulheres ·Que - pequenos grupos de dpbate, onde feministas têm tido o
A tendência à esterilização é reforçada pelos meios de
têm filhos, conforme o número de filhos que-têm e que trabalho cuidadosO de, respeitando as vivências de cada
camunicação de mass:i, aos quais· têin comparecido di-
participam da população economicamente ativa e i:{ue uma, colocar o desenvolvimento do conhecimento cienti-
versos profiSsionais· de-Saúde Que apresentam a esteríei.i-
varia de 36 a 34%. fico a serviço do atendimento de suas necessidades ime-
zaÇão ccimo um nieio- normal de controle da fecundida·
Paralelamente a essa divisãO ·sex.Uaf êo trabalho=aeso· · diatas.1 Esse tipo de trabalho, necessário para a partici· -
de. Por vezes, a promoção da esterilização é acomparihã·
cialização dos imaturos, a responsabilidade principal pação consciente da pessoa mais diretamente interessa·
da da promessa de um bõnus especial de "uma vida se-
pela gravidez ou pela contracepção fica não coin os ca·· da, tem pouca possibilidade de ser realizado nas con-
xual sem preocupação".! Como diz Petchesky (1981), os
sais, mas somente com as mulheres. Independentemente dições atuais de atendimento do INAMPS, com suas
advogados da esterilização apreendem a ideologia domi-
de ser ou não parte de um casal estável, a mulher des· longas filas e consultas rápidas.
nante da ·"liberação sexual", recuperada dos movimen·
cobre que- tanto o marido ou o .companheiro, como os Dadas as características do sistema médico brasileiro,
tos feminista e homosexual, transmitem a noção de que a
médicos, a sociedade em geral e até ela própria - espe.. a maioria das esterelizações cirúrgicas são realizadas
esterilização poderia dar: uma solução tecnológica rápida
ram que seja ela somente que se encarregue de contra· imediatamente após uma cesariana (97% das estereli-
não só para a chamada explosão populacional, mas tam·
cepção e que erifrente as conseqtlêiicias se ilãó o fizer. · zações realizadas em hospitais de Campinas2 e 60% das
bém para os problemas sexuais do indivíduo.
Esta carga desproporcional se reflete na desproporção esterelizaçõés do Rio Grande do Norte e Pernambuco 3).
Para muitas mulheres, no entanto, o sexo pode ser
entre o número de esterelizações masculinas e fe-mininas,
muito diferente do mito da liberdade sexual projetado na Não é por acaso que o Brasil é o país. que tem a maior
apesar de que r;stas sejam muito mais· caras e perigosas. percentagem de cesarianas.• E que um estudo realizado
-retórica de mercado da esterilização. Parece ciue muitas
E isto é verdade não somente para o número crescente em nove hospitais de São Paulo e, Rio concluiu que con-
das mulheres que recorrem à esterilização ~tão entre as
de mulheres chefes de família- eu não dou dados, Sabe- siderações fmanceiras desempenham um papel impor-
mais influenciadas pelas ideologias e relações sexuais tra-
se que, atualmente, o número de famílias chefiadas por tante ao encorajar os médicos a planejar maior número
dicionais. A -esterilização é o método de controle da fe-
mulheres tem crescido-. mas também para as mulheres de cesarianas entre clientes particulares e de convênios
cundidade mais afastado do ato sexaal_e, portanto, hão
casadas qui: trabalham fora, e. que constituem o grupo do que entre outras mulheres. Entre outros, esses '(lados
tem nenhuma ligação direta com o exercício da sexuã.Ii-
que mais aumentou sua participação na força de traba- refletem dois aspectos do sístema brasileiro: a submissão
dade. Enquanto a prática do aborto implica que um ato
lho na última década. 1 Essas mulheres acumulam uma dos interesses da saúde à lógica do lucro e a tendência à
sexual foi praticado, e o uso de mêtodos anticoncepcio~
dupla jornada de trabalho, labutando longas horas fora medicalização da contracepção. que faz parte de uma
nais estão articulados com o planejamento sexual, o que
de casa ao mesmo tempo em que permanecem as princi- tendência geral de favorecimento de hospitalização e so·
significa conSciência e vOlição, uma mulher pode seres-
pais responsáveis pelo cuidado do lar e dos filhos. Não é frsticação dos serviços em detrimento das medidas pre-
terelizada e "esquecer do problema da procriação", evi-
de surpreender que uma proporção muito alta de mulhe- ventiv;;ts e de cuidadOs básicos da saúde. Esta política de
tando assumir·se como ser sexual ativo, que tem desejos
res se conctntre em empregos de tempo parcial.e nos in~ saúde, responsável pelos custos crescentes dos serviços,
e é dona de seu corpo.
certos bicos da chamada economia informaL . resulta no gravíssimO problema das cirurgias desneces·
Para as mulheres educadas a ignorar o próprio corpo,
Na última década, o aumento das opor:tunidades de sárias, p8.rte das Quais estã ligada ao problema da esteri-
e se ater a normas sexuais de recato e passividade, com
emprego para mulheres, especialmente nas funções de lização.
medo de serem estigmatizadas como "imorais", a esteri·
serviços mais mal pagos,. foi experimentado por cada
lização não apresenta os problemas de assumir a respon-
mulher, no contexto de uma inflação crescente e·de uma ' Foram vendidos 41 milhões de ciclos em !980, representando parte consi-
sabilidade: pela atividade sexual e especialmente pela sua der11vel da receita de poderosas multinacionais farmacêuticas.
incapacidade das famHias de manter o seu padrão de
separação da procriação. ' Estima-se que mais de l bilhão de dólareS sejam gastos anualmente no
vida com o salário de apenas um dos cônjuges. Esta si-
Por outro lado, é tambêrn verdade_que o contexto ma· planejamcnto familiar nos pefses subdesenvolvidos. A maior parte destes re-
tuação ínev:tavelmente viria afetar"as decisões sobre o cursos (cerca de 450 milhões de dólares) pr~vêem de governos de pal5es de-
teria! e sexual no qual a mulher se encontra pode fazer
crescimento da prole, mas as escolhas das mulheres fi· senvo[vidoz c de instituições privadas. (Fonte: Sources of Population and
com que a esterilização seja o método que inaximi:ia seu· Family Planning Assistance. Populallon Reports, J - 26, Jun. - Feb. 1983.
cam ainda mais restritas por" uma série de· fatores: por
__11le Johns Hopkins University.)
exemplo, a generalizada carência de creches de bOa qua-
' Cartilha do "Pró-família". São Paulo, 198!. Petchesky R. P. i198l) Re· ' Veja-se fnb•ndttjuntas. ..
produtive Choice in the Contempornry U. S. A Social Analysis of Female ~ Janowítz, B. et alii: POllt·p•rtum sterilizatlon.•.
(li Ver gráfico I. 2 e J Sterilization ln Miehaelson: And tbe Poor gel Cb!drea. Monthly Review 1 Janowitz, B. et alii. Á!:e$!1 to post-p•rtum...
t!l Ver grilfi<:o 1. · Press,. Lo<mdon. (Base de grande parte da presente anâlise.) • Janowitz, B. ct alii. Cesarean ~dou ln Brazil •• ,
Abril de 1985 DIÁRIO DO C:ONJREsSO NACIONAL (Seção 11)

Nos EUA, em 1978, um relatório da Câmara dos De· não foram s-uflclenteS para dar a todas as mulheres inte· Pior que a linguagem rébuscada, muitas vezes a infor-
putados estimou em 2 milhões o número de cirurgias resSadas o acesso a meios anticoncepcionais ideais, ou mação, quando não totalmente sonegada, é apresentada
desnecessárias realizadas no ano anterior, a um custO de seja, Seguros, inócuos, reversíveis, de baixo custo e de fá. de fo_rma distprcida. Este problema se refere especial-,.
4 bilhões de dólares e cerca de 10 mil vidas. O foco prin- · cil uso. (Aliás, nem é de interesse dos controlistas pro- mente à reversibilidade e aos possíveis efeitos secun-
cipal do relatório são as histerectomias, e particúlarmen- mover o .acesso amplo a métodos reversíveis pois depen- dários.
te as realizadas para a esterilização. Embor.a o, governo dem da motivação individual e, portanto, não são os Uma cartilha do Pró-família que jã foi aqui; hoje,
americano, ao regulamentar a esterilização, tenha proi- mais eficazes do ponto de vista da_ redução da natalida- niéric~omida, programa ensaiado pelo governo Maluf em
bido a histerectomia com esta finalidade, consideran~o-a de.) Mulheres que querem evitar a gravidez enfrentam São Paulo, dizia simplesmente que a reversibilidade da
um procedimento arriscado, doloroso, caro e inapro- dificuldades que vão desde a falta de acesso às infor- ligadura de trompas é possível em 70% dos casos. Os
priado para a esterilização, mulheres, sem nenhuma pa- mações necessárias até a exposição ao risco de efeitos da- rrie_ios _dc:::_c_om_unicação bra"sileiro~ têm reproduzido de-
tologia séria, cóntinu~vam a ser persuadidas de que a nosos à saúde,.causados peta ingestão de pílulas sem o claraçÕeS de &inecologiStãs afirmando altos índíces de re-
histerectomia seria Um método prático de evitar filhos e -devido· acompanhamento médico. Não é de sprpreender versibilidade. Embora sejâ auspicioso o desenvolvime~to
prevenir o câncer. Para explicar a persistência desta prá- que a esterilização definitiva lhes pareça uma alternativa da microcirUrgia que PoSsibilita algumã· esperança às
tica, Petchc..sky aponta, além da motivação do lucro, a tentadora. mulheres e aos homens que mudaram de idéià depois de
ideologia da medicina americana, que considera o corpo Pelo mesmo motivo que não interessa aOs controlistas . esterilizados. é altamente temerárío alardear uma revÚ- --
da mulher como um campo de intervenção. As mulheres ·a plena disseminação de métodos que' dependam da per- sibilidade.que depende de inúmeros fatores, tais como o
menos instruídas e com menor acesso à opinião de ou- sistência da vontade de não ter filhos, também não lhes tipo de método de oclusão-tum bária, a técnica de rever-
iras especialistas são as mais vulneráveis à persuasão de · interessa tornar o :iborto mais seguro e ácessível, através são. empregada, o período de tempo decorrido desde' a
uma autoridade mêdica, numa situação em que a linha de sua discriminação. esterilização, a alta perícia do cirurgião etc., e que, devi-
demarcatória entre "coerção~· e "escolha" praticamente Essa é uma questão importantíssima, sobre a qual não do a seus altos custos, é praticamente inacessível à maio-
desaparece e o clínico assume um papel decisivo na defi- vou me alongar muito, mas esp.ero·que no debate surjam ria da população.
nição das escolhas da mulher. perguntas sobre o aborto. Seria mais. prudente e honesto enfatizar que a esterili-
Evideiltemerite,- Porém; os produtores-e foi-nece·do-res Permanec_endo il~gal, o aborto apresenta um sério ris- zação só deve ser utilizada por pessoas abso'lutamente
das mercadorias de contraconcepção- não impõem seus co pã.ra as mulheres que decidem interromper uma gravi- seguras· de: que não desejam ter mais filhos, sob quais-
métodos preferidos sem ter ~e se acomoçfar às necessida- dez que não conseguiram evitar. Pagando exorbitâncias Quer circunstâncias: mudança de parceiro, mudança de
despercebidas pelas mulheres. A política da reproduçãO incompatíveis com seus minguados salários e entregando situação de vida, morte eventual de um filho etc. Mesmo
segue_um processo sutil de negociação e luta. A prevalên~· seus corpos a mãos sobre cuja qualificação não há ·ne- porque, uma fonte respeitável como o '.'Populatlon Re-
. cia de um método num determinado momento tem tanto nhum co_ntrol~ social_, muitas dessas tp.ulheres são leva- · ports", editado em janeiro, de 1980 pela Johns Hopkins
a ver com estratégias para manutenção do controle; legi- da;> a optar ,;livre e r~cionalme~te" pela soluÇão definiÚ-- University, indica um índice de apenas 10 a 50% de rever-
timidade política e ausêi:tcia de reSistência orga:nízada va da esterilização. sibilidade, tanto para a laparotomia abdominal clássica
quanto com a·lucratividade ou eficácia demográfica. Isto Em relação à esterilização ã política oficial apresenta como para aS técnicas mãis inodernas de esterilização fe--
explica, po:r exemplo, porque o uso de D:IU ainda não ê ].lma forma çuri9sa de acomodação. Ao mesmo tempo minina.
mais disseminado no País'. --~m qUe, como vimõs, a esterilização vem sendo praticada Quanto aos efeitos secundários uma fonte francamen-
Política governamental em larga escala no país, inclusive pelo INAMPS, ao que te favorável à esterilizaçã9 e qUe, portanto, não tem ne-
. se saiba, o Ministério da Saúde e o Conselho Federal.de nhum interesse em exagerar seus riscos (o "Population
A política do governo brasileiro ao longo dos últimos
Medicina não adotaram à proposta que lhes foi encami- Reports" mencionado acima) diz o .seguinte:-
20 anos tem sido marcada por contradições e ambigíiida:-
nhada em 1981 pelo congresso de ginecologistas brasilei- ..Todo Procedimento cir'úrgico é potencialmente peri-
des, tanto a nível da retóriCa oficial quanto a nível das
ros no sentido de alterar a legislação para permitir a la- goso~ deve ser praticado com cuidado. Na vasectomia,
medidas concretas. 1 As contradições de interesses anta-
queadura por indicação médica e.vontade da paciente. embora sejam muito raras, têm ocorrido complicações
gónicos entre- as facções internas dos diferentes grupos
Dessa forma, esta cirurgia, que se torna cada dia mais graves em cerca de ·I% dos casos ... Nos procedim~tos
que detêm o poder resultaram numa política de acomow
comum, mantém um caráter de semiclandestini.dade, o femiriínoS; ã. 'freqGência de complicações graves é m"aior
dação, onde coexistem a omissão de um programa global
que impede sua regulamentação e fiscalização. do que na vasectomia .., Se forem usados procedimentos
e o apoio, ao nível dos governos estaduais, à atuação de
Com isto, abrem-se as portas ã abusos muito sêrios, e padrões médiCos aceitos, a vasectomia virtualmente
entidades privadas financiadas por organismos estran-
que restringem ainda mais os limites ao exercíciO da li- não implica risco de morte, ao passo que aligação tu-
geiros sobre os quais não têm controle.
berdade reprodutiva. bária acarreta leve risco ... Cerca de 95% dos homens e
· Como' não poderia deixar de ser, os efeitos dessa pólí·
Ofiê:ialmente, as próprias agências inteinacionais ofi- pouco ritais de 95% das ffiulheres disseram que seu prazer
tica sobre o exercício da liberdade reprodutiva são tam-
ciais e privadas que financiam o phinejamento familiar sexual aumentara ou não se alterara (após a Cirurgia)."
bém contraditóriOs, embora sempre restritivos - numa
não dão seu apoio a práticas de esterilização compul- (Observe-se _o subterfúgio de .não expliCitar a porcenta-
direção ou noutra. - -
Sória. Documentos da US'AID e dá IPPF incluem entre gem dos que acharam que seu desejo diminuíra, embora
Por fortes que tenham sido as pÍ'ofissões de fé natalis-
os requisitos para a esterilização i docUmentação do naturalmente um leitor menos distrafdo possa fazer facil-
taS que continuam a ser feitas àté hoje, não foram sufi-
consentimento consci~nte ("com o pleno con.hecimento mente a subtração.)
ciefltes para promover um sistema de saúde que desse à
dos riscos e beneficiaS à saúde e ao bem-estar associados Nada disso consta da cariilha do Pró-famflia. Há~ pelo
gestação, ao parto e ao puerpério Uma:-ateO.ção adequadã
à esterilizaçãO"), o acesso imediato a outros método:; an· contrârío, uma negação peremptória do risco de dimi-
tanto do ponto de vista quantitativo quanto do qualitati-
ticoncepcionais, a manutenção de servjç9s de alta quali- nuição ~o desejo sexual, e se chega a acenar com o bô-
vo. Não é de surpreender que mulheres procurem limitar
dade e a proibição do incentivo financeiro de clientes em nus extra da "confiança para levar uma vida sexual sem .
a prole para preservar sua saúdê, pois a taxa de II?-Ortãli-
potencial. preocupação". Haverá alguém que ainda acredite que a
dade materna por complicações do parto é nove vezes
ma"ior nô Brasil do que nos pafses desenvolvidos 2, e pCs- Na prática, porém, não tem havido grandes esforços ú:Oica "preocupação" da vida sexual seja o risco de uma
quisa ~lizada no Piauí ~õStroU que apenas '62% de mu- para garantir esSas condições indiSpensáveis ao exeicício graVidez indeseja_da1
lheres haviam recebido assistência pré-natal durante a consciente de uma opção de tão.amplas repercussões Tudo isto representa um sério desrespeit9 à necessida-
última gravidez e menos da metad"e das mulheres do inte- ·para o indivíduo e para: a sociedade._ . de .de as pessoas terem plena partidp'ação em decisões
rior tinha feito seu últi"mo parto em hospitais. Ainda que no, Brasil i:tão. seja usada a coerção pelo·ofe- fundamentais_para sua felicidade pessoa:!. Mas os proble-.
recimerlto de_dillheiro, conlO ainda ácontece na India, di- mas não pafam aí.
Por outro lado por sistemáticas que tenham siao as
ficilmente são_ (ornecidas tQdas as informações neces- · O maiS grave de tudo é que um número desconhecido
campanhas dos neo-malthusianos para promover a idéia
sária~ para um Consentimento consci~nte. de esterilizações tem sido realizado sem o consentimento
de qUe a redução da natalidade seria importante para a
Muitas vezes a linguagem usada é incompreensível e até mesmo sem 6 conhecimento das pacientes. Em
soluÇão de todos os problemas sociais que nos assolam,
para ·o usuário. Numa clínica de _São_ P.aulo há um for- 1980, 'uma mulher deQunciou à delegacia de OsaSco ter
desde a poluição, a dívida externa, até o desempr~go,
mulário a ser assinado pelo paciente declarando" saber· tido suas trompas ligadas durante uma cesariana, sem
tratar-se de operaçã_o irreversível. Ora, como es'se vocá· autoriZação prévia suá ou de seu rriarido. Abusos _seme-
' Há várias anlilises sobre o a3Sunlo. Veja--se, por ellemplo: Candido Proc6- bulo ce{tam_ente não faz p;rte do património lingü{stico lhantes não parecem ser raros.
pio F. de Camargo et aiii: (1978) A ambigbidndc de uma Ideologia: inSti- -da maioria d3. população, faria muito mais sentido que o O qUe é siinplesmente-estarrecedor é q"ue o- poder mé-
tu.ições c_reprodução humana no. Brasil. Cadern_o CEBRAP 29; e Barrpso:
paciente produzisse· com suas própri<ls palavras uma de- dico está de tal forma aceito e legitimado no Brasil, que
Planejamento a Natalidade: Folb• de S. Paulo.
1
Alcantara (1979) ln: Mulher, Sociedade c Esbldo no Br•sU UNICEF. p. claração do tipo: .. Sei que depois de esterilizar-me nunca · corisideráveis--parcelas da pO"pulã.ção e dos profissionais
96. fiais poderei ter filhos".· da medicina não questionam o direito do médito de deci-
0694 Quarta-fein) I 'Z plÁR!OJXlCDN:JRESSONACIONAL (Seçã() 11) . Abril de 1985

.dir uriilateraÚnente questões vlfais-corho- a CesSãÇão d~fi. Essas reiviildicações são entendidas como parte de um Agora ach..o, que houve· ~ma preocupação exagerada
nitiva da -capaci.dade de procriar de. uma pessoa. plano global de atendimento à mulher durante todas as - com ~s esteriliz;ções. Entendo que se elas existem contra
Em outros paíseS ãsTi!iriiriiStasjá desenVolvem amplas fases da vida ..Essa m~m_ã_ idéia porteou o grupo de estu- a vontade da mulher, isso deveria ser caso de c~deia, um
campanhas para· combater os abusos de esterilização. dos sobre saúc!.e, do Conselho Estadual da Condição _Fe_- - ~o policial, como também um aborto, que e:!iÍ:Í inclusi-
Nos Estados Unidos a luta iniciou-_se quando uma jovem minina, i:IO úoVeirio de São Pauld. Além do carâter glo- ve ;ho Código Penal. Acho que a mesma coisa deveria ser
negra denuriciou à Justiça que el~ e sua irmã·haviam sido. balizante, suas propostas diferem dos atuais programas em reláção à esterilização. E que a esterilização ta'mb~m
esteril~zadas em 1964_ sem con_sentimento del.as o ... d.e de planejamento' familiar em dois pontos essenciaiS: o seria um·caso de aperfeiçoamento, va~ os dizer na~ carti~.
seus pais, quanto tinham 12 e 14 anos respectivamente. T~peito à liberdade da. mulher e do homem quanto a Se- . lhas e nos fOrmulários que sé assinam, vamos dizer, que
Em resposta ã indignacilo da opiniãO pUblica, o govefno Xualid9.de e a rep~odução e a ênfase na participação po- se use uma linguagem mais popular, concordo perfeita-
;1.mericano em 1974 baixou normas para a execuçãO de pular; tanto a nível dos métodos de ensino quanto a nível menfe. Mas não descartaria a esterilização como um mé-
esterilizações. As normas atualmente em vigor proíbem a da ~rientaçãO e contr-ole do· próprio programa. to~o,já que_a mulher esteja de acordo, tenha plena cons-

realiZação de histerectomia para eSterilizaçãq e estabele- ciência do que deseja e que passe também pelo. crivo, mi-
É basicam~nte isso Sr. Presidente. _(Ea.lma_s.)
cem procedimentos precisos·para obtenção do co.n:senti- turah:nente de uma inspeção mêilica, isso é o óbvio. E
rnento,.bem-infOrniado da pessoa. N~o é perrnitida·a ob- qUe micro•cirurgia também hoje Ine paréce um método
tenção de autorização durante o patto, o aborto ou soJia O SR .. PRESfDENTE (Mârio Maia) --Com_a pala- basicamente sem perigo. Claro que sem perigo algum,
innuência de drogas. O paciente deve ·assinar um formu- vr~ a Senadora. Eunice Michiles, se quiser usâ-la. nada existe. Até para se cortar uma unha, existe uma
lário aProvado pelo governo, no qual estão listados, porcentagem mínima de perigo. Mas que 1%, o rlsco que
riuma linguagem facílmente compreensível, a natureZa, a vasectomia_apresenta, ou talvez um pouquinho mais
A SR• .EUNICE MICLHILLES- Eu gostaria de pa-
. os riScos e as conseqUências do procedimento, assim com·o risco·da . microMcirurgia, realmente ê um risco que
rabenizar a depoente pela brilhante exposiÇãO que fez, e
como dos outros métodos de contracepção. Além dissO, se pode tranqUilamente enfrentar, porque ê um risco
na verdade eu não teria assim pergurltas a não ser algu-
o paciente deve ser inforrrüido de que não perderá ne- muito baixo. Muito obrigada.
mas consideraçOes, que eu anotei aqui, muito rápida-
nhum benefício óu serViÇO ffiédico se não desejar ser este- mente, mas gostaria de dizer que gostei niu'ito do s_eU fi- O SR. PRESIDENTE (Mário Maia)....:.... Concedo a pa~
rilizado, ou se mudar sua decisão entre a data de 'assina·:- nal. Na verdade acho que V. S• terininà. exata,mente por lavra à Dra. Carmem para responder, ou comentar as
tura do consentimento e a realização da cirurgia, período concordar da necessidade 'de proporcionar às mulheres .cci!9_t:ações__ da S_enador!l:
de 30- dias exigido para que o paciente evite tomar deci- de tõdOs ·os 'níveis os- acessos aOS rrif:ios ·aiiteCóncé}:jcio-=-
sões imtempestivas. náis..seguros. Apenas algutl).a coisa aqui ine.parece que A SRA. CARMEM BARROSO --Gostaria de co-
não seguiu bem a lógica, é quando V. S• disseque haverá .meçar. pela questão~ da relação entre a: p·obreza e a pro-
Conclusões __OQ_e_!!_gQ_da indução, é um perigO que a mulher corre de -çriação, se efetiv;:~.mente a p_obrez3 influi na _quantidade
O problema da esterilização apresenta de forma mais . ser induzida a eVitar·filhos. No_entantO;--ColOca aqui de filhos. Essa é_uma questão que tem pre'ocupado de_-·
aguda ~ dramática ~ dificuldades que as mulfl:eres en: como um dirêito bâsico'·da m-ulher o aborto, quer dizer, mógrafos, econàmistas em muitos países, e·ê U:ma ques:.
frentam n() controle de sua vida reprodutiva, de um entãO -haveria illdunção_dos métodos orais, haverià. inM tão mu'ito c_omplexa_tanto ao nível macro, quanto a nível
·modo geral. · dUÇãO Pãiã i:sterilização, mas, qUanto ao aborto_ nãO hã.-- micro, tanto ao nível da família, tanto-ao n-ível do·pa'ís.
A análise deste problema deixa claro que somente_ a
veiia também o mesmo-risco? Parece-me assim, que não se n'ós fizermos um estudo cuidadoso em diferentes mo-_
seguiu uma lógica. mentos· históricos, riós vamos chegai- à Co0.Clusão de que
construção:- de uma sociedade mais justa, igualitária e li-·
vre possibilitará a _todos o pleno exercício do diteito de OUtro pOntO me -chamou a- atenção, na página -19, foi as r~lações são_ muito cOmplexas, que realmente não se
desejar ou de não desejar ter filhos e agir de acordo com quando, V. S• dissê que, "igualmente, deve-se combater pode dizer, e aí a minha-birra particular porque o plane·
esse d~ejo, No entanto, há uma série de medidas que po- a idéia falaciosa, de Que ~pobreza ê c.ausada pelo grande jame'nto familiar deve ser defendido, pelo direito qu"e a
deriam e de~eriam ser implantadas_ desde já, a fim de que número de filhos", nem semp-re isso é verdade, mas, a · mulher tem de co_JJtrolar o seu corpo, e não porque ele é
as pesadas restrições que atualmente pesam 'sobre a liber- pobreza ger:ilmente tTaZ no ·seu bÓjo um.grande nónlúO -- uni ínstrunlento de limitar a natalidade paia -que o pafs
dade .de escolha possain ser minoracta·s. de filhos. Agora, tambÇm eu diria que mima família, e s'e desenyolva, porque ·isso é fa(acioso, isso cettamçnte é
vemos' cada dia na prática;- e- <itigã'ill~n(e se dizia 'que falacioso. Cõm-õ também, é falacioso _o contrário que diz
No relatório que preparei para a Unicefem 1982 tive a
oportunidade de faz.er uma sé~ie de _r~o.Inendaç_õ.es, onde come um, come dois, isso hoje não é verdade. En- que o çrescimento populacional é essencial para o desen-
tão a família que tem ·um, dois- ffihõs, -pode dar a eSses volvimento do país. Posições natalistas baseadas na idéia
coffip'lementares e mutuamente dependentes, que, no seu
qonjunto, focalizaVã.Iri a questão específica da mulher dois filhos coridições de nutriçàQsuficientes. Aliâ_S, outro de que o pafs precisá como também é falaCioso o con-
· dia, eu vi uma estatística que me ·parece bastarite interes~ trãrio que diz que o crescimento populacio~al é essencial
como um elemento, muito importante, dentro de uma es~.
.santeS, qüe dizia ql!e l!m cása.l no Nordeste, ·com dois sa- para o desenvolvimento do país. Quer dizer, as posições
trategia global para promover a plena participação d.e
todos os Orasileiros. __ lários mfnim.os, teria condições de criar até três- ffihos, natalist::!s baseadas na idéia de que o Brasil pr~sa po-
em- termOs de calorias, de aquisição de calorias. E, no. voar os espaços vazios e que o país precisa de uma densi·
No que se refere ao planejamento familíar, estas reco-
.momento em que viesse o qUarto filhos toda a famfla es- dade de~ográfica para Qefender a sua integridade e a sua
mendações incluíam o seguinte: taria carente de Calorias. Então me parece que também é segurança, ~ambém ilão encontra um apoio nos- dados e.
"Deve-se proporcionar às mulheres o acesso a meios riieío falaçioso dizer .que os fl.lho não inotivarri pObreza. mesmo em_termos de desenvolvimento econôtnico, Quer
anticoncept:iona(s segllfõs, com acompanhamento mêâi- Acho que no.m·omento em que a famíli'a gera máí:dilhos dizer, os' estudiosos; em gerai, são muitp cautelosos
co. Paralelamente, será necessário incentiVar a pariiCi- do qUe aqueles que Pode criar essa pobreZa seria serri dú- quando fazem afirmações neste sentido, nem numa di~
paçào masculina na responsabilidade pela concepção e yida ·agravada. Agora, concordo em gênero e, número e reção nem noutra, quer dizer, nem a limitação do au_-
pela antico-ncepçào, e coibir os abusos na esterilizalção grau de que a mulher deve ser amparada, niio se deve fa- mento é essencial para o desenvolvimento e nem a manu-
praticada llem pleno Consentimento_ e conhecimento da lar sobre um casal, porque na verdade a reprodução· traz tenção do aumento é essencial para o des_envolvimento.
paciente, quanto à sua irreversibiiid3.de. Deve-se, a todo um ônuS muito mais pesado para a mulher. Então quan- Em termos da famflia também a questão é muito comM
custo, .evitar imposiÇões no sentido de constranger a mu- do não existe- eSse casal ou quando o marido não assume plexa porque ao mesmo tempo que é lógico que os recur-
lher a ter ou a ~ão t'er filhos. Igualmente deve-se comba- parte da responsabilidade, compete à ~ulher a decisão, sos teftdo de ser reduzidos por um número maior de fi-
ter a idéia falacio.Sa de que a pobreza é causada pelo sem nehhuma dúvidà., e rilãiS o seguinte, -que, deVe haver lhos eles vãQ ser·_ mais escassos, "os filhos também repre-
grande número de filhos. Propiciar às mulheres a infor- um apoio maiõr do Estado ou da sociedade para repro- sentam um potencial econômico para a famflia, em algu-
mação e a oportunidade de d~baterem livremente entre si dução-das novas geraçõ,es, nesse ponto V. S• tem inteira màs regiões mais tarde, em outras muito cedo, infeliz-
os seus problemas será fundaffiental para que possam razão, tenho observado o ·seguinte: P_arece que toda a mehte, cl.~graçadainente, muito cedo.
optar conscientemente e usufruir do seu direito.de dispor ~esponsabilidade fica só nas mãos da mulher. As pes- A Sra., sabe muito bem que na agricultura brasileira,
de seu próprio cOrpo, de sua sexuati~ad'e e de -sua- vida.'' soaS, en:t geral, se esquecem que uma 8-eraÇão beiQ. educ.a- em certas- regiões a criariçâ começã.. a trabalhar aos 4
Na verdade esse debatejã está se_nd-o levado pelo mo-· da, bem criada e preparada, é do maior iriteiesse do Es- anO$ d_~i!f!id_e, _e os custos d_e manutençã9 d~as crianças
· vlmento feinínista que, em março óltimo, p·romoveii úm tado, e, sobretudo, do interesse da sociedade. ~ntão, de são muito pequenos, porque esta criança vai cOm~r rifai e
encontro de Saúde, com representantes de 57 grupos de . certo modo se dificulta também a mulher com filhos e se porcamente apenaS aqueles produtos de subsistência
todo o País, no qual aproVãram um manifesto em que ciia uma série de ·obstáculos para a mulher grávida, plantados pela própria familia ati ao lado da casa e por·
reivindicam o fornecimento de mei,os ·anticoncepciànais quando se deveria dar um apoio. Na verdade~ r_epito que ela não vai receber nenhuma educação, etc., e tal.
sob c.ontrole médico,_ através de uma ampla rede de ser- ~uma geração sadia é, sobretuÇo, do interesse do Está- Então, çtuer dízer, do pont() de vista de uma lógica, de
viços. o i:stabelecimento de. um programa de educaCão do. Nesse ponto estoU de pleno acordo; e de um modo uma racionalidade da_ fa_mi!ia, nós não podemos dizer
sexual e o direito .ao- ãborto. · ger.ll concordo perfcitaniente ·com as suás colocaçõe.s. quê o número ·de filhos é que estâ g~rando a pobreza,
Abril de 198 5 DIÁRIO OOCONGRESSO NACIONAL (ScÇão 11) Quarta-fcfru 17 0-695 .

aquela fa~ília ê pobre mesmo co~ ou sem filhos, ainda V. Ex' citou em relação ao depoente q~e me antecedeu. sobre a avaliação do planejàmento familiar no mundo
que eles não tivessem f11hos nenhum des estariam num Não é a limitação da nataÚdade que vai resolver esse em 1979, a USAID fez uma reunião internacional com
nível de subsistên'cia abaixo da dign'idade· humana. problema econômico. Quer dizer, esse problema econó- os seus especialistas·para ver se os programas de planeja-
mico é económicO, o problema- do pla:nejamento familiar menio famiiiiT-estavam ou não funcioOando: Sabe qual
A SRA. EUNICE MICHILES- Sim, concorda·. Só ..
é 'o problema do planejamento familiar, e eu defendo o era o c"ritêrio? Era a diminuiç~o da natalidade COf!l argu-
vou irlterromper um ins,tantinho para. dialogarmos.
direito da mulher de limitar os seus filhos para çontrolar meilÚtçãO -d.é-Carãter económico, quer dizer, "nas 50 pâgt-·
Concordo inteiramen~e no que se refere à população
sua vida, mas não para resolver os se.us groblemas eco- nas do relátório não há "uma menção a outros objetiVÇlS
rural, só que exJste uma urbanização tão grande, tão ace~
ilótniCOS, porque não resolve. que -não os dessa natureza. .· .
Ierada, tão galopante, que acho que nossos enfoques de·
veriam· ficar muito mais na POPulação Urbana hoje, por· Entãa:, não é que a jJessda seja s;implista, ingêllua, bur-
A SRA. EUNICE MICHELES- Bom, é ose.uponto
que quando se fala também em espaços vazios, acho que ra. de dizer: olha, faça planejamento familiar e estaremos
de vista. Eu diria que hoje, com os meios de comuni-
temos que considerar que não tem havido nada capaz de no paraíso: Não é isso; absÕlutamente, mas ê a ênfase
cação que getqrt;J uma expectativa muito-maior, acho que_
reter a· família· no campo. Então, está ficafldo no·campo que se dâ. Eniijo quarido se vai defender planejamento
aí então o planejaml!nto familiar vem mUito a propósito,·
sempre aquele que não tem a menor condição de ceder à . porque·é claro que' há 20 anos se poderia ter uma família familiar se gasta todo o tempo falando dos problemas
atração das grandes cidades. Então o enfoque deve ser de de 10 filhos, que e_staria·m muito. satisfeitos no c'ampo sociais e da contribuição que o planejamento familiar vai
que a criariça aos 4 anosjâ pode trabalhar na roça. Esse é plantar:do, colhendo e vivendo ali. Hoje,,com os meios dar para a solução dos prOblemas sociais.
um número muiio reduzido, porque a grande população de comunicação gerando toda: essa expectativa, acho que Então, isso é uma forma de mascarar as causas e~tru­
e
hoje se, concentra nas grandes cidades, uma criança aos aí há urria responsabilidade muito ma:ior, dobrada, np turais dos pro])lemas sociais. Quer dizer, essa função
a
4 anos só pode ir para rua pedir esmolas ou ter um .su~ 'momento em que não se pode satisfazer a expectatiya ideológica ·me preocupa e me preocupa porque eu defen-
bemprego. ' mínima de um filho. E daro que. quando eu falei em es- do o planejamento familiar, porque se não defendesse ~u
tudo no exterior, claro qUe eu estava me referindo a:o acharia ótimo. Está vendo. estão aí a serviço do imperia-
A SRA. CARMEM BARROSO --ConsiderO muito.
nível s_ócio"econômico do médico, d<? depoente, obvia- · Hsmo -e pronto! Então, eu me preocupo co~ esSe aspec-
interessantes as últimas observações de V. Ex'· com re-- to.
mente que a pessoa que ganha salário mínimo não tem
laCão ao fato de nada ser capaz de reter a família no c~m­ Agora, teiltanto resPonder à sua primeira pergunta,
essa condição, que ê ínjusta e Perversa a nossa distri-
po. Não sou a favor de reter a-família no campo, acho sobre o perigo de indução. Acho que o perigo de inqução
buiç,ão de renda, também estamos d.e·acordo. Agora, qu!!
que cada um terTI o dir'eito de migrar como bem entende,
o planejamento familiar é um elemento que conta nisso, ê real e existe tanto pa~a métodos reversíveis, como para
quer dizer, se prefere ir para a cidade, ê um diieíto de
isso não ê passível de dúVida, que vá 1-esolver todos os . a esterilização como para o aborto. Acho que o perigo de
cada um. Agora, quanto à colocação de V. Ex' de que ·
problemas, não, evidentemen~e que não, mas que é um induçãO é múito gráve e deve-se evitar a manipulação de
nada seja capaz de incentivar a permanência no campo,
.elemento ·c.ontributivo, me parece, assim, muito claro. todas as formas possíveis.
não posso conqordar. Entend~ que se tivéssemos uma
Agora tudo vai depender·da forma como a coisa ê fei-
políticà ecOnômíca de desenvolvirriento rural CiUeTeY3sSe
em consideração as necess.ídades das fainflias que lã es-
O SR. PRESIDENTE (Mário Maia) - A depoente ta. Quer dizer, da forina de unl planejamento familiar
tão, a tendência à rriigração seria muito ·atelluada, ela fica com a palavra final se a Senadora não quiser mais onde haja efetiVa participação. da ·população na determí-
··pergunta~. · nação da política e no controle, na gerência dos progra-
não desapareceria· porque a cidade continuaria a ter uma
série de.atrativos, mas ela·seria muito a~enuada. Os eco- mas, evitará eSsa indução, tanto para as pílulas, conló
A SRA. ÇARMEM BARROSO- Senadora, tenho a para o DIU, como para a esterilização, como para o
nonlista~ que têm 'estudado_ o desenvolvimento agrário
brasileiro "têm-mostrado que esse desenvolvimentO exPu!-:
impressão de que a nossa discordância ê uma mera dis- aborto, como para tod~s as formas de controle de fecun-
cordância de palavras num determinado ponto. Estou didade.
sa o homem do campo, expulsa pela forma como o capi~
talismo entra, a propriedade se concentra, e as máquinas
preocupada com a pobreza absolúta em que vive a maio- Então, eu a~ho que não é que um mêtodo seja mais
substifuem os homens, etc~ QUer dizer, haveriam foimas ria da -poptilã.ção para a qual ter m3is filhos ou menos fi- susceptível ou menos susceptível à indução do que o ou-
alternativas de desenvolvimento rural, que existem em 'Jhos faz pouquíssima diferença, tanto é que eles estão tro, ê apenas a forma como os métodos são apresenta.dos
outros países e são fl1Uito bem sucedida_s do_pont~ ~e vis- tendo filhos, porque senão já não teriam ~ais, eles têm · à população.
ta econômicó e que n-ão prejudicam o interesse da família .sua própria racionalidade, tem SU<I.S formas de controlar, · A preocupação exageraç)a com a esterilização e a ques-
do campo. · apesar de muito ruins, mas têm. tão da esterilização sem autorização, ,que é caso de ca-
O qt.ie-ine preocupa Senadõra ã que essa defesa do pla- dela. .
A SRA. EUNICE MICHILES_-;- Desculpe, inas me nejamento familiar em termos e9onômicos tem uma Na verdade~ não sou contra a esterilização, não sei se
parece que m~mo em países mais adiantados ou m~ito função ideológica perversa e tem a função de mascarar. ficou be~ dar_o, _.nfto sou contra, acho que deve ser uma
adiantados a tendência realmente ê de diminuir a po"pu- os problemas econ,ómiCOs, Porque na f!1edida em que alternàtiva para as pes~o·as que estão absolutamente con-
lação rural, uma vez que a mecanjzação expulsa. Con-· apontamos o pÍanejamento familiar como uma panacéia vencidas de que não querem mesmo mais ter filhos. Mas,
corda plenatt:Jente que se deveria melhorar a política, qUe vãi reso.lver atê a nossa divida externa ... ·que essa alternativa seja colocada com pleno co.nheci-
agrãria. Concordo, isso é ponto pacífico, mas qué isso
mynto pa~a os int~ressados.
fosse a solução tola!, também não acredito, porque, no A SRA. EUNICE MICHILLES- Sr. "Presidente, me
A minha seleção da esterilização para estudo é porque
momento em que há uma tnecanização rural, a te-ndência desculpe, mas me permita, eu nunc~ ouvi isso,_eu só ouço
é-emigrá. r, u·m trabalho que prCciS3.va de 20 homens, hoje a esterelização é o mêtodo mais comu,m no Nordeste..
ess.e argumento vindo das pessoas que são contra. Nunca
Enião acho que ele dramatiza a questão de liberdade de
se faz éom uma máqUin-a.· Então, sóbra iilã.o-df:-obra, vi uma pessoa que defenda um programa ~e planejameO:-
sem dúvida a!guma, no campo também. opção. Quer diZer, pi-.ecisamos pensar na questão da li-
to familiar ciiar isso. Citar que o planejamentO familiat
bf:rdade de opção, porque se fala muito da liberdade de
seria a solução dos nossos problema's, mas quem dera
opção; todo mundo ê a favor' da liberdade de cp9ão, nin-
A SRA. CARMEM BARROSO -Acho q'ue neste
ponto estamos de acordo. Quer dizer, uma política rural
que foSSe; e,staria a· nossa mão: Na verdade rião-·ê eu e guém é contra.
não tenho ouvidO esse argumento.
_que levass~ em consideração mais os interesses da popu- Se a Sr' for ·à China, o controle da natalida.de nesse
lação do que os interesses de lucro das grandes compa- A_SRA. CARMEM BARROSO- Senadora, acho País é absolutamente compulsório. Agora de 1979 para
nhias, eu aCho ·que apenaS atenuaria a tendêriciã à mi- que até erit seu discurso na semana passada acho que V. cá, a campanha do filho único, então existe a maior pres-
gração, mas seria benêfica soO tõdos óS pontos de vista, Ex• só usou argumentos no sentido de problemas sociais. são para que os casais não tenham mais de um filho,
inch.isive sobre a produção de alimentos, porque estamos pressão económica,_ pr~sào política, pressão social, pres- .
produzindO mais e mais materiais para-exportação em A SRA. EUNICE MICHILLES- V~lto a repetir é · são de .toda~ forma. Se ã Sra. pei-guntar aos dirigentes ·
detrimento da prOdução de alimentos. uma solução contributiva, ê um ponto a m,ais, ê urna chineses se eles fazem controle de natalidade, eles dirão
Agora, acho muito importante a questão das cria-nças· contribuiÇão,.agOra- qUe fosse a· única so"fução, que -iSSO- que 'rião; eles fazem planejamento da natalidade. Então,
na· zOna urbana, que a maior~a da população agora se fosse .capaz de resolver, fossé uma pànacêia, isso eu não essa ambigüidade de teFi'i'fõS-esconde realidades muito di-
COQcentra em zon~ urbanas, e temos que levar' em conta: di~~ em 111:omento algum. ferentes. .· ·
O que representa a criar;tça·em termos de despesa, de ma- AchO que era só iSso.
nutençãO ou de a'umento da pobreza da família. ·a SR. PRESIDENTE (Mârio Màia)- A depoente.
· Entendo, Senadora, que a situação éconômica das continua com a palavra Para fec.har o _depoimento se de- O SR. PRES.IDENTE (Mârio Maia)- Então, a Pro-
fan1ílias nas ·grandes metrópoles bnlsileira's, de grande fessora Ana Ma~ia, vai fazer uso da palavra e após inqui-
parte das famíÍias, é indecente, quer diz«::r, o" salário míili- rir a depoente, ou fazer algumas considerações sobre o
mo ê insuficiente· para manter o próprio trabalhador. Ã SRA. CARMEM.BARROSO- IsSo é umR queS- depoi.mento. · ·
Mesmo que o casal resolva não ter filhos, nem por isso tão docUmentada, quer dizer. a ênfase que se dá, não que
eles vão' poder estudar no exterior, como o exemplo que seja a-única so~ução. Por e~emplo: o relatório da USAI O A SRA. ANA MARIA - Muito obrigada.
0696 Quarta-feira 17 D!ÁRIOOOCONGRESSONACIONAL(Seção II) A h ri[ de I 9R5

Quero cumprimentar a- depoente, que hã realmente · talidade para que as pessoas depois tenham as sérias c-ori- o- SR. PRESIDENTE (Mário Maia) --A- Professora_
pontos c:;m que há uma perfeita concordância com a ma~ seqüêhcias; vamos dizer; económicas, de saúde, dificul- Ana Maria, na reaHdade, não f7z nenhuma pergunta.
neíra como temos -pensado com relação ao assunto e gos- dades que vão encontrar pelo motivo de terem sido esti- Fez considerações sobre o seu depoimento, mas a Dr•
taria até de complementar um aspecto que. considero muladas a uma posição natalícia. Carmen Barroso tem também o direito de fazer conside-
muito importante, quando se coloca o problema de justi- Nós sabemos que nos pafses onde se pretendeu fazer rações sobre as considerações feitas pela Professora Ana
ficar sob o ponto de vista econ~mico, de segurança na- distribuição de re!i.da por métodos simplesmente distri- Maria.
cional, de ocupação de espaços vazios. butivos, distribuir, por exemplo·, a riqueza dos ricos com
Acredito plenamente qu'e essa preocupação, que existe A SRA. CARMEM BARROSO- Vou tentar serrá-
os p~bres num processo simples como a India, como a
com referên~ia a planejamento familiar', tenha razão de pida. · _
. China, isSo não resultou em nenhuma solução. A 1ndia,
ser, porque o momento em que tiv~os o planejament~ A respeito da sua colocação inicial, de que~ e~fa~e no
por isso, não se" tornou uma NaçãO desenvolvida, a Chi- econômicio aparece- como uma resposta à resJstenc1a ao
familiar~ serã constatada uma reduçao na taxa de_ cresCI- na muito menos, _e lá se pratica o planejamento familiar, plant!jamento, acho que aí há interpretae;ões divergentes,
mento populacional. Será um efeito do planejamento fa- ou s~ja, o contrai~ da natalidade, imposto de uma forma,
quer dizer, quando se critica, por exemplo, o nível pan-
mita:~ia uma sêri~ resistência ao planejamentc familiar vamos dizer assim, sem que a mulher seja ouvida.
De maneira que o prímeiro Ponto é que acho que a
fletário do nível econõmico, também, das esquerdas, em
sob a alegação de qUe tínhamos que crescer a taxas mui- geral as esquerdas se.defendem dizendo: é, mas isso daí é
questão do planejamento familiar não tem matiz ideoló-
to elevadas, para ocupar vazios demográficos, para de- uma resposta ao nível panfletário dos controtistas. En-
gica. Na verdade, nos países de economia de mercado, .as
senvolver, para crescer o mercado interno, para desen- tão, quer dizer, o que vem primeiro aí, a galinha ou o
famflias são plarlejadas, nos pafses s-ocialistas e comums-
volver economicamente e, tambêm, como fator de segu- ovo, não sei, só sei que acho lamentável que tanto uns
tas também há planejamento familiar. com referência à
rança nacional. como outros se atenham a consiqerações de ordem eco-
questão da esterilização, realmente, achei uma ênfase
Vejo essa questão de associar os aspectos econômicos, nômica.
muito grande nesse aspecto. Na verdade, a esterilização, Quanto a sua afirmação, que acho importante, a res·
de segurança nacional, e de ocupação de vazios demo- quando é realizada com o pleno conhecimento, com o
gráficos, quando se fala e~ planejamento familiar, não peito da ideologia, acho que temos que reconhecer que o
pleno esclarecimento da mulher, seguindo to~o um com- planejamento familiar está associado a diferentes ideolo-
como uma relação de _casualidade totalmente comprova- portamento ético, acho que.é plenamente aceitável e está
da, mas é que as resísfênciàs para o "planejamento fam~­ gias. Não que não esteja associado a ideologias, estâ as-
sendo aceita, está sendo realizada~ Não tenho visto dís-
tiar, durante muito teinpo feiram exatamente os ãrgu- sociado a diferentes__ideo_logias, tanto para a sua defesa,
cri'minação de que sejani. somente as mulheres de posição
mentos' de que se deveria crescer para desenvolver, de c~mo na fofma da sua implementação. E, quando se fala
sócio-económica inferior ·que ·são esterilizadas._ Não, de- educação sexual, que acho um ponto importantíssi-
que a mulher deveria ter muitos filhos para assegurar a muitas mulheres de posição sócio-económica média para
tranquilidade e a paz, aliás, por motivo de segurança na- mo, o ponto mais importante do planejamento fan:_iliar,
alta fazem opção pela esterilização conscientemente, fi- esta educação sexual é sempre carregada de ideologm, te-
cional, que se deveria crescer para ocupar vazios demo- cam felizes corri a esterilização, porque realmente elimi-
. gráficOs. ____ -- ---- - - mos que reconhecer isso e temos que discutir que tipo de
na uma série de_ problemas. Agora, dentro do esclareci- ideologia vai ser levado? Como é que vai ser discutida,
Então, do meu ponto de vista, esses aspectos são abor- mento que se faz necessário, de uma maneira ética, total-
dados para derrubar o mito de que não hã uma relação vai ser abertamente discutida ou vai se fazer uma doutri-
mente compatível com o respeito que se deve à pessoa
clara de que haja uma relação hoje, no momento atual, nação ideológica num sentido ou noutro? Aí volto à
humana, realmente, se há algum caso específico de este- questãO -da relação de pobreza com !imitação -de prole,
de que temos de que as mulheres têm que ter muitos fi- rilização sem conhecimento, sem o consen~imento, acho
lhos, por motiVos de segurança J1aciõnal, desenvolvimen- quer dizer, se vamos chegar lã e dizer. a fa~ília pe_quena
que deve haver uma punição para esse tipo de procedi-
to econômico, ocupação de espaços vazios. é a família feliz, vocês são pobres porque tem tÇlUttos fi-
mento, como afirmou a Sr• Senadora Eunice Mich'iles.
Então procuramos buscar comprovantes de ~rdem, lhos. fsso é uma- Ideologia e é uma ideologia que acho em
Na verdade,. não__ se admi1e que s~ use a pessoa sem o
vamos dizer, exemploS- que nos mostrem que tais. argu- -detrimento dos interesses dª maioria_ da população, que
consentimentO, principalmente no que se refere ao. cor-
mentos hoje não são Válidos. Buscamos o caso, p~r são os pobres, porque mascara as causas reais. Quer di-
po, e principalmente da mulher que, no caso, tem sido a zer, isso não impele, não me coloca na posição de dizer:
exemplo, da lndia, que tem uma população imensa e três mais atingida pelos métodos anticoncepcionais em maior
vezes maior do que a dos Estados Unidos e nem por isso olha, por isso não pode ter planejamento familiar. não
escala. . pode ter educação sexual. Pelo contrário, acho que deve
é um país desenvolvido. Nós buscamos o exemplo de Is- Por outro lado, se há alguns procedimentos que não
rael que é um País com uma população pequena e nem haver eduCação sexual, planejamento familiar, mas que
são recomendáveis e se nós pudermos enquadrá-los, va- seja ·colocado claramente em disCussão para que se _pro-
por isso deixa de ser, do ·ponto de vista de d~fesa, um mos dizer assim, como exceção, eles terão que ser trata-
país forte._Nós buscamos,yamos dizer, vários exemplos, picie oportunidades para que aquelas pessoa~ reflita~
dos como exceção dentro de um contexto geral, mas não sobre_sua própria Condição e procurem determmar quats
para derrubar esse tipo de mito. Agora concordo plena-__ devem ser esquecidos para justamente buscar o aprimO-
mente que o ptanejamento familiar tem uma razão muito são as causas e quais são as estratégias para mudar sua
ramento daquilo que se deseja, daquilo que é um direito condição. - ·
rorte, que é o direitO da mulher, realmente, de ter 9 realmente humano de todos e especialmente, considero,
domínio sobre o próprio corpo. - Depois, punição para a esterilização compulsória.
da mulher. Não posso deixar de concordar inteiramente com ~ su_a
Naturalmente há certos aspectos que eu gostaría de No mais, com referência à sua conclusão, concordo
lembrar. Quando se fala de planejamento familiar hã idéia e acho que, para isso precisa haver uma conscJentJ-
plenamente. Deve-se proporcionar às mulheres o acesso zação inclusive da própria população. Sei de casos, por
quem pense que tem algum matiz ideológico o .~roble~a aos meios antico_n_cepcionais seguros, com o acompanha-
de planejamento familiar, mas oão tem. A Uma9 So_vte- exemplo, de mulheres que me contaram que foram este-·
mento médic_o. Paralelamente será necessário incentivar
tica e os Estados Unidos ·contribuem igua_lmente em rilizadas sem saber e que achavam: olha, bem, se o mêdi-
a participação masculina na responsabilidade pela co~­
grande escala para o fundo de população e desenvolvi- co fez isso, deve saber o que está fazendo. Quer dizer. en-
cepção e pela anticoncepção e coibir os abusos na esten-
mento, países naturalmente, como a China têm planeja- tão, não é i.Jrila qUestão ·de maldade, é uma qu.estão de
lizaçãó' praticada sem pleno conhecimento da paciente
mento familiar. consciência, falta consciência à população brastle1ra, de
quanto à sua irreversibilidade e quaisquer outros efeitos
Nós temos observado que normalmente quando seco- 'modo geral, sobre o!> seus direitos e sobre os deveres de
que pOssa ocasionar. Não tenho a menor d~vida de que
loca a política em quC:Stão de ideologia política; telnos seus- profis.sionais.
o planejamento familiar realmente bem. feito, s-eguindo
observado que as esquerdas latinq-americanas sempre principalmente pelo aspectO educativo, esclarecendo am-
procuram re·lacionar, dizem o seguinte: O SR. PRESIDENTE (Mário Maia)- Mais alguma
plamente a população, inclusive dentro de um aspecto. consideração, Sr~ Professora Ana Maria?
..Tudo o que_ se opõe ao natalismo das massas que acho muito import~ilte, que é a educação sexual, que
deve ser, no meu entender, dada dentro dos programas A SRA. ANA MARIA- Não. Agradeço os esclare-
latino-amáicana.S- serve ao imperialismo das multi-
nacionais, que receiam que- Cst:as· massas tomem ofiCiais das escolas. Te mos uma estrUtura educacional no cimentoS.
PaíS, que pode perfeitamente co~tribuir dando Uma c;dti-
conta das nações mais desenvolvidas, ~omeçan~o
cação sexual adequadã~ integrãda às diSCiplinas de um O SR. PRESIDENTE-(Mário Maia)- Concedo a pa-
pelos Estados Unidos."
currícUlo, as disciplinas que já existem, assi_m como lavrã 8.0 nobre Senador Almir Pinto, ilustre Relator da
A primeira questão que temoS c.]ue colocar não é_ essa noções de paternidade ·responsável, acredito que tudo Comissão.
parte ideológica, mas realmente, serâ que a mulher quer isso s-Omado e que tudo seja feito dentro da maior hones-
ter muitos filhos? Ela quer ter oito ou dez filhos? É uma tidade em termos de realmente buscar o melhor' para a O SR. RELATOR (Aimir Pinto)- Sr.-Presidente,
questão que tem que ser colocada muito em função da li- mulher brasileira para principalmentç a mulher de con- distinta depoente, queria justamente dizer isso: o qtie é
vre decisão da mulher. _E, na verdade, acho que é uma dições sócio-econômica inferior~ Acho qu~ realmente, que tenho com _o_ ca_so?·Sou o Relator, mas não vou me
questão de desrespeito, inclusiVe, à vida, estimular a na- neste ponto, somo com o seu pronunciamento. intiometer na discussão de três mulheres.
Abril de 1985 DIÁRlOOOCDNGRESSONAClONAL(Seçuo 11) Quarta-feira 17 0697

O SR, PRtsiDENTE (Mário_ Maia)- Veja como as cada vez mais, o agravamento dos problemas sociais, O SR. PRESIDENTE (Mário Maia) - Formar um
mulheres são- importantes nesta ComiSsão, e temos que fossem levadas para essas regiões, com um planejamerito conceito global a respeito.
dar ênfase aos depoimentos principalmente das mulhe· efeúvo, -dando condi.ções bem melhores do que aquela.s Concedo a palavra ao Sr. Roberto M~ndonça.
res. em que elas se encontram, na periferia das cidades, mar-
ginalizadas. Então, poder-se-ia se ocupar, como tem~se O SR. ROBERTO MENDONÇA -Sr. Presidente,
O SR. RELATOR (Almir Pinto)- O problema é-de- ocupado, lentamente, a Amazônia, com as migraçõeS in- dado ao avançado da hora., tenho rima única conside-
las, e elas dissecaram o assunto. ternas. Então, o fator ai seria. discutível. O aumento po~ ração a fazer.
Que"ro dizer à Dr• Carmerri que- a· sua -conferência pulacional para ocupar o espaço vazio, mesnio em países Sou economisÍa, com mestrado na área de política e
abordou todos aquele~ pontos, aquelas facetas sociológi- continentais como o Brasil, poderia ser feito por uma programação económica. Foi levantada aqui uma pe..
cas, rurais;econômicaS, médico-êticas, porque, inclusive, melhor distrib~ição da população e não por um incenti- quena dúvida com relação à conotação econômica dada
falou-se aqui em esterilizaÇão; eril cesarianas, effi histe- vo ao aumento populacional. ao planejamento familiár. A depoente declarou que iss.o
rectomia, tudo isso só aceito sob o ponto de vista ético lhe par~ia falacioso e até perverso-. Acontece que é um
porque, devo dizer como médico, e o. nosso Presidente Quanto à esse aUmento populacional, nós achamos,
ponto, como ela mesmo posteriormente disse, o planeja-
também o é, e cirurgíãõ;- deve ter sido procurado lá no estamos proCurando mesmo. e cabe uma responsabilida-
ment6 familiar em todo mundo, não deixa de ter alguma
seu Acre, para fazer a cesârla eletista, como se chama, é de muito grande ao Relator, captar todas essas opiniões, conotação ideológic!l. Mas, a conotação económica, as
aquela cesâria, como as mulheres mesmo dizem, o parto e ver se expressa, ou se consegue criar um conceito nacio- impliCãções económicas do planejamento familiar, não
sem dor, preferem a cesária a sentir a dor do parto. Esta nal, para ser seguido por toda a estrutura social brasilei- foram inventadas e nem desenvolvidas pelos teóricos
cesária existe, V. Ex' sabe disso. Também não ignorar a ra, pâra fins educativOs, até para começar a ensinar em económicos do mundo capitalista. Muito emborajâ exis-
mãe solteira, os problemas s_ociais advindes da mãe_sol- todas as escolas, do que seja planejamento familiar. Por- tisSe planejamento familiar, a Inglaterra foi praticamente
teira de soltar o filho, o nome está dizendo: mãe solteira, que o nome está muito polémico, 12orque o conceito a pioneira de todo o m_undo. Em 1921, já existia na ln~
solta o filho e quem toma conta é o Estado. A questão da atual, nós af não sabemos se o planejalnento familiar vai glaterra planejamento familiar, assim já sob a orientação
presença do Governo na fiscali:{ação jâ fo1 nfuifo discuti~ ser nó sentido de frear 'o crescimento populacional, ou governamental. Mas o primeiro pais do mundo que deu
da, o Próprio problema da migração é im,poitantlssimo, no seritido de estimular o crescimento_popu!acional, em um tratamento econQmico ao planejamento familiar, foi
p,orque discutiu-se sobre o problema da vida rural e da determinado mOniento histórico do País. De maneira a União Soviética. Em 192B, foi homologado o_ primeiro
vida urbana. ' - -qué- Se saiba quando ele ~eve ser aumentado, quando ele plano qiliriqílenal, plano global de Governo da União
Então, sabemos que, hoje, essa migração para os gran- deve ser criado. Então, aí~ cabe uma educação básica Soviética. Não sei se a Sr• sabe, mas quando Lenine che-
de centros é justamente dada às dificuldades do trabalho -para que nós_ todos tenhamos uma compreensão históri~ gou ao poder na Rússia, havia uma população_de cento e
na ·zon_a rura:l, principalmente no Norte e _no Nordeste, ca do problema atravês da educação a méOio e longo
-quarenta e guatro milhões. Os teóricos e pesquisadores
somos daquela região e sabeffios perfeitamente disso, é - prazo.
soviéticos, de-pOis de nove- anos-de estudo, constataram
um problema muito sério. De-1Ilodo,--QUe eu queria fazer essa cons_ideração. Outro que ~s excedentes populacionais daquela massa ignoran-
Sr. Presidente, o assunto foi tão d~batido, tão bem tra- ponto tan{bém que gostaria de deiXar expresso nessa .Ú: que existia na União. Soviética, ê que concorriãm para
balhado pelas três Senhoras, cada qual com mais prepa- oportunidade, é realmente a ênfase Que temos procurado devorar todos os frutos do progreSso e do desenvolvi-
ro. Apenas dida à DJ'f Carmem exatamente isto: que a· d~r a presença da mulher, do _d_epoímento -da mulher, mento econômico. E, em 1928 ao homologan:m o pri-
sua contribuição, para mim principalmente, ê valiosíssi- aqui nesta Comissão, que é muito mais- vaHOsã 'dO que meiro plano quinqUenal do desenvolvimento económico,
ma, como Relator. Vamos ler com muita atenção, fiz achamos, não querendo menosprezar outros depoimen~ eles já incorporam neste plano o primeiro planejamento
várias anotações, e creio que a Senhora prestou uma sig- tos, que partam do sexo masculino, mas acho valioso do familiar, já calca-do dentro de uma filosofia económica.
nificativa ajuda aos trabalhos do Ret~tor. O assunto foi ponto de vista de darmos uma preferência à mulher, por- A proVa da eficiência do planejamento familiar adot_ado
bastante debatido, e desejo patabenizã-la pelo magnífico que ela entra ·cortf uma cant:ribuição muito maior rio na RúsSia, é que, em aproximadamente setenta anos-
trabalho que acaba de apresentar à Comissão Parlamen- controle populacional. Porque, como eu já disse uma vez completa agora - de Governo socialista, a população
tar de Inquérito. aqui, que a expressão popular já defirie bem isso, quando não dobrou, e a nossa já dobrou duas vezes, Eram essas
a mulher, geralmetile das chamadas pobres, são chama- - as Considerações que eu queria fazer.
O SR. PRESIDENTE (Mãrio Maia)- Antes de en- das de mães solteiras, porque as pessoas que têm mais re-
cerrar esta reunião, quero fazer uma consideração tam- cursos económicos, às vezes, têm filhos, mas, podendo O SR. PRESIDENTE (MáriO Maia)- Concedo a pa-
bêm muito ligeira sobre o assuflto, para que a Presidên- sustentar essés. filhos, não são chamadas de mães soltei- lavra a DJ'f. Carmem para responder a consideração.
cia também traga a sua humilde e pequenina confri- ras, mesmo que nio haja assim um pai identifiCado na
buiçãO ao problema, sempre que haja oportunidade. famflia atravês do casamento, ou da convivência no lar. A DRA. CARMEM BARROSO - (Inaudível. Fora
Realmente nós concordamos com a t_e.§_ç aqui levanta~ Mas, se ouve falar com freqUência da mãe solteira, mas do microfone) - ... reduzido o crescimento, é toda uma
da pela Dra: Carmem, pela ProfessOra Ana Maria e.pel-: não se ouve falar do homem solteiro, do pai solteiro, s6 série de incentivos para que os casais tenham filhos, e es-
Senadora Eunice Michiles, quanto à ocupação dos es- da mãe solteira, não há pai solteiro. Então, só essa defi- ses incentivos riniitã.S Veies eStão funcionando. A taxa de
paços vazios. Nós temos esses espaçOs vazio~ dispos_f_V~is nição, jã traz uma carga social muito grande sobre a mu- · creScimento da união Soviética é bastante baixa, como é
para serem ocupados, mas não é pelo aumento popula- lher, em que ela tem de ser ouyida. Porque, agora numa bastante baixa: a taxa da natalidade em toda a Euro_pa e
cional. Nós, até temos exemplos mesmo da ocupação linguagem bem "tchan" o homem tem o seu congresso nos Estados Unidos atualmente.
desses espaços vazios no Centro..Sul do País, atraVés de sexual e, às vezes, sai por af irresponsavelmente por aí,
imigrações feitas por pessoas originârJas de vários países, O SR. ROBERTO MENDONÇA -Não é tão baixa
engravida, e a mulher fica com o ânuS da gravidez, de-
como a colonização italiana, a alemã, em Santa Cat_ari- assim ~ão. b 1,81 por casal.
'
pois justamente o ânus de criar o produto da concepção,
na; em São Paulo, a contribuição japonesa, a contri-· e o pai sai por a[ fazendo outros filhos. E ele não é consi- A SRA. CARMEM BARROSO -Sim. Mas_ ainda
btiição do aumento populacional da Região Centro-Sul, derado um pai solteiro, e a mãe é consLderada mãe soltei- abaixo do cr~scimento zero.
atraVés das imigrações· e, as vezes, um aumento-ligeiro, ra. E até, em determinada época, ou para as camadas
que não aparece- devido à grande extensão territorial, com uma compreensão sociológica do problema, a mãe O SR. ROBERTO MENDONÇA- Isso correspon-
como acontece no Centro_-Oeste brasileiro, e na grande solteira, em determinado momento histórico, tem-se essa de em termos de 0,9 o crescimento atual da população
~egião N arte, de onde s_omos representantes, ~u e a Se- russa. Um pouquinho acima da americana, que é 0,8.
concepção de mãe solteira ·de uma maneira pejorativa,
nadora Eunice Michjies~ também por deslocamento de . como sinónimo de irresponsabilidade.
populações como já falamos aqui. Então, não haveria De modo que eram só essas considerações, sem fazer A DRA. CARMEM BARROSO - Eotã abaixo da
necessidade do aumento da população através do estí- perguntas, porque já o debate entre os depoentes e os ou- taxa de reposição, que é ...
mulo da natalidade, para ocupar esses espaços vazios. tros inquiridores, foram bem esclarecedores.
Bastaria que houvesse uma política de desenvOlvimento O SR. RO!IERTO MENDONÇA - Jâ estâ deduzi-
Mas, vejo que, antes de terminar, devo conceder· a pa~ . do. Isso jã é o Hquido do crescimento p-opulacional.
e ocupação dessas ãreas, uma política de ·deslocamento lavra ao nobre Senadoi Almii' Pinto.
das grandes concentrações das cidades, como Rio de Ja- A-SRA. CARMEM -B~RROS<;l_:- As est'atísiiCas_qitC
neiro, São Paulo, Recife, das grandes capitais. Uma polí- O SR. ALMIR PINTO - O Relator está tão cons~ eu conheço não são_ exãtamenú~ essas. O que eu queria
tica não só de diminuição, como a Dra. Catmerh falou, ciente da responsabilidade que lhe pesa sobre os ombros, dizer é' que em termos de efeitos económicos dos diferen-·
da corrente imigratória da zona rural para ·as cida~es, que já está pedindo, e V. Ex• assinou e já__egtou ·receben~ tes ritmos de aumento populacional, ·porque a[ há uma
mas uma política que pudesse inverter essa tendência, e do, as fitas de cada depoimento. Porque é meu desejo série toda complexa. Você sabe muito melhor do que eu,
fazer com que as populações marginalizadas' em torno ouvi~las direitinho, e de cada uma tirar, como V. Ex' dis- não é só a questão da densidade demográfica, a questão
dessas cidades, que edemaciam essas cidades,_ criando, se, aquilo que mais possa influir para o nosso relató~o do l'ifrri6 do-Cte5ciniento, qtie_é uma coisa diferente, do
0698 Quarta-feira 17 , DIÁR!OOOCOI\GRESOONACIONAL(Seç~o II) Abr'J d~, I 985

número absoluto de habitantes, em termos de dimensioM a distinção com que foram honrados pua exercer tão
naroento do mercado interno etc. e ta1. Há u.rna séi'ie- de" --ATAS DE COMISSOES importante missão, e propõe que as reL'llÍÕes ordinárias
variáveis, e há uma sêrié- de circunstâncias históricas, cJUe sejcim ~ealizadas às quartas-feiras às il horas. Não há
variam de país para país o que torna difiCílimo fazer es- COMISSÃO DO DISTRITO FEDERAL restrições e a proposta é aprovada, por unanimidade.
sas afirmações simplistas com que o planejamento costu- Nada mais havendo a tratar, encerra-se a reunião, la-
ma ser defendido. Posso citar por exemplo, só- pãra citar g, Reunião, realizada em 4 de dezembro de 1984 vrando eu, Marcelino dos Santos Camello, Assistente da
um caso, - tenho que citar autoridade, porque eu não Comissão, a presente Ata, que lida e aprovada, será assi-
· Às d~ horas do dia quatro de dezembro de mil nove~
sou economista - vou citar o K urtche1 que é um econo- nada pelo Senhor Presidente e demais membros presen-
c_entos e.oitenta e quatro, na Sala Ue Reuniões da Cernis.·
mista, respeitável, que publicou ulna análise, pOr exem- tes. - Odaclr Soares - Carlos Lyra ~ César Cais -
-são, Ala Senador Alexandre Costa, comparecem os Se-
plo, da distribuição, o efeito da distribuição de renda em Jorge Kalume -: Milton Cabnl..
nhores Senadores Alexandre Costa, Pres.idente, Jutahy
áreas rurais, sobre a queda do crescimento demográfico,
Magalhães, Passos Pôrto, Altevir Leal, Moacyr Duarte,
publicado pelo próprio Population Consult que é uma
João Castelo e Saldanha Derzi, reúne-se a Comissão do·
entidade, realmente, que não se pode dizer, anticontro- COMISSÃO DE REDAÇÃO
Distrito Federal.
lista, uma entidade como o p'ró.prio Population Consult I' Reuniio (instalaÇão), realizada
Deixam di comParecer, por motivo juStificado, os Se-
publicou o livro do Kurtchel que mostra que t: mais ra-
nhores Senadores Louriva,l Baptista, Morvari Acayaba, em lO de abril de 1985
zoâvel dizer que é a distribuição da renda que leva· à que-
GUilherme Palmeira, Benedito Ferreira~-Marcondes Ga-
da da natalidade, e não vice-versa. Então, acho que no
delha, Mauro Borges, Alfredo Campos e Gastão MUller. Ã~ dez horas do dia d~ de abril de mil novecentos e
terreno da economia cada um adota a interpretação que
Havendo número regimental, o Senhor fresidente de- _oitenta e ·cinco, na Sala da Comissão, na Ala SeDado r
gosta mais. -
clara abertos os frabalhos, e dispensa a leitura da Ata d~ Alexandre Costa, com ·a presença dos Senhores Senado-
Reunião anterior que ê dada c_omo- ãpiovã.da. res Lenoir Varga~. Jorge Kalume, José lgnâcío Ferreira,
O SR. ROBERTO MENDONÇA- Acho, Professo- Em seguida, o Senhor Presidente concede a palavra ao MarÚns Filh~ e Claudion.or Roriz reúne-se a Comissão
ra, que o planejamento familiar deve-se limítar exclusi- Senhor Senador Jutahy Magalhães, que emite parecer fa- de Redação.
vamente àquela visão, como um direito humano básico vorãvel ao Projeto de Lei do Senado n9184, de 1984, que Deixa de comparecer, por motivo justificado, o Sena-
incorporado à Declaração dos Direitos Humanos das ·~alterâ. dispositivos da Lei ri~' 5:682, de 21 de julhO -de dQr Américo de Souza.
Nações Unidas, como o direito. do trabalfio, como o di- 1971, modificados pelas Leis n~'s 5.697, de 27 de agosto Assumindo a Presidência, conforme preceitua o Regi-
reito à liberdade, dessa forma foi pr3ficamente incorpo- de 1971,5.781, de OS de junho de 1972, 6.444, de3 de ou- mento Interno, o Senhor Senador Jorge Kalume dedara
rado à vida de todos os paíSes do Mundo. Agora, eu fi.i tubro de 1977, e 6.767, de 20 de dezembro de 1979, e dâ aberta a reunião, comunicando que a mesma se destina à
essa observação porque às vez~ poderiam pensar que fo. outras providências". Posto em disc_ussão o parecer, e, eleição do Presidente e Vice-Presidente da Comissão,
ram os pafses capitalistas que inventaram essa conotação em seguida, em v~tação, ê o mesmo aprovado por unani- para o biênio I 985 f86.
com o lado econômico, sócio-econômico, e 'sim partiu midade. Em seguida o Senhor Presidente manda providenciar a
exatamente dos países socialistas~ E hoje nós sabemos Nada mais havendo a tratar, encerra-se a reunião, la~ distribuição das cédulas e designa o Senhor Senador
tambêf!l.• atravês do Fundo do Desenvolvinwnto da Po- vrando- eu, _{(léber Alcofora~o Lacerda, AsSistente da Claudionor Roriz para funcionaria como escrutfnador.
pulação das Nações Unida~, que a União Soviêtica atê o Comissão, a presente Ata, que lida e aprovada, serã as~i­ ProcedÍda a eleição, verifica-se o :oeguinte resul~adO: ·
ano passado, era o país que dava a maior contribuição na._Qa_ pelo Senhor Presidente. Para Presidente: · ·
oU seja, qiJe-essã-coiifribuição ê, inclusivt;:, proporcional Obs. Republicada por ter safdo com incorreções no DCN-IJ de Senador L_enoir Vargas .................. .4 votos
ao espaço territorial de cada País. Como jâ tem recursos pâginas 4937}4938. Senadof Jorge K alume .....•...•. ~. ·~ .... 1 voto
in~rnos suficient~s para atender aos seus rigorosos pro- Para Vice.-Presideri.te:
gramas de planejamento familiar, quer dizer que ela não COMISSÃO DE SEGURANÇA NACIONAL Senador Amêrico de Souza ..... ,_. ~· ..• , . .5 votos
faz uso desses fundos,. esses fundos .são redistribuídos São proclamados eleitos Presidente e Vice-Presidente,
para todos os pafses do mundo. Inclusive me parece que 1' Reunião, (de insta.laç~o) realizada respectivamente, os Senhores Senadores Lenoir Vargas e
o Brasil também recebe recurs_os originários desse fundo .. em 10 de abril de 1985 Américo de Souza..
Era apenas isso. Muito obrigado, Sr. Presidente. ProSseguindO,--o Senhor Presidente convida o Presi-
Às on~e horas do dia dez de abril de mil novecentos e d~nte' eleito, Senhor Senador Lenoir Vargas, para assu-
oitenta e cinco, na sala de Reunião da Comissão, na Ala
O SR. PRESlbENTB (Mário Maia) - Carílo a hOrii' , mir a presidência e dar i::qntinuidade aos trabalhOs. Com
Senador Alexandre C~ta, presentes os Senhores Sena-
destinada ao funcionamento da Coinissão jã eslá ultra~ a palavra, o Senhor-Presidente agradece ;i honra da esco-
dores Odacir Saaies, Cêsar Cais, Milton Cabral,- Oirlos
pa~sada, dou a palavra à Dra. Canne.m para a ·pa~avra fi- lha do seu nome para desempenhar tão importante mis-
Lyra_e_Jorge K alume, reúne-se a ComiSsão de S-egurança
nal, como depoente. são e espera poder oferecer a melhor de ~ua contri-
Nacional. bui~ão, a fim de tornar a Comissão de Redação um ór-
Deixam de comparecer, por m_ot~vo justificado_dlS Se- gão dinâmico.
A SRA. CAR.MEl\1 BARROSO- GoSiãiía 'ápe:Oãs- nhores Senadoies Moacyr Dalla~ Mauro Borges, Benedi- Nada milis havendo a tratar, encerra-se a reunião, la-
de dizer que, prim~iro, não tenho nada a ver com a to Canelas e Gastão MUller. · vrando eu, Sarah Abrahão, Assistente da ComissãO,
União Soviética, não tenho procuração para defendê-la e _De acf?rdo_c~m 9 que preceitua o§ 3"' do art. 93 do Re· eventual, a presente Ata que, lida e aprovada, serã assi-
não acho que é uma acusação muito séria emdizer que gimento Interno, assume a Presidência o Senhor Senador nada pela Senhor Presidente.
ela teria contribuído para o FundO das Nações Unidas. Milton Cabral, que declara instalada a Comissão.
Agora, as dados dessa fonte do Consult Population Em seguida o Senhor P~idente anuncia que vai pro~
Repport sobre as fontes do fmanci~meiit.Q para o P.Iane- cedei à eleição dq Presidente e Vice-Presidente da Co- COMISSÁO Dll MINAS E ENERGIA
jamento familiar, eles são um tanto diferentes, eles mos- missão, para o biénio de 1~85/86. Distribuídas as cédu-
tram os Estados Unidos como o maior contribuinte, es- las para votação, o Senhor Presidente convida para fun- 1~ Reunião (insÚalaçiio), realizada
pecialmente a USAID. Agora, acho que isso é irre~evan­ cionar como éscriturador, o Senhor Senador Jorge Kalu- em II de abril de 1985
te. ~só a título de informação. Realmente eu não entra- me. Às onze hÕras do dia onze de· abril de mil novecentos e
ria nessa briga para saber ·se é ou não é. Procedida a eleição, verifica-se o seguinte resultado: - oitenta e cinco; na sala da Comissão, na aia Senador Ale-
xandre Costa com a p~esença dos Senhores Senadores
Para Presidente:
O SR. PRESIDENTE (Mãrio Maia)- A Comissão Senador Odacir Soares 5 votos
Gabriel Hermes, Albano Franco, Mauro Borges, Hélio
p_or intermédio da Presidência. agradece penhorada a ~Gtieiros e João Castelo, reúne-se a -Comissão dC Minas e
. presença da Dra. Carmem, que trouxe depoimento valio- Para Vice-PreSidente: Energia .
so para o estudo dos problemas vinculados ao aumento Senacior Mauro Borges 5 votos Deixam de comparecer, por motivo justificado, os Se-
populacional brasileiro. -ilhores SenadOres Cesar Cais, Odacir Soares, Altevir
Convido os presentes para a próxima reunião, dia-14; São proclamados deitas, Présldenti:: e Vice-Presidente, Leal e Milton Cabral.
quando estarã depondo aqUi o Ministro Oanilo Velltiiri-=- respectivamente, os Senhores Senadores Odacir ·s-oares e Assumindo a Presidência, conforme preceitua o Regi-
ni, que falarâ sobre a.sSunt.Os fundiãrios e Segurança Na- Mauro -Borges. mento Internet o senhor Senador Gabriel Hermes decla-
cional. Prosseguindo o Senhor Senador Odacir Soares, assu- ra aberta a reunião, comunicando que a mesma se desti-
Nada mais havendo a tratar, declara encerrada a reu- me a Presidéncia e agradece em seu nome e do Senhor na à eleição do Presidente e Vice-Presidente da Comis-
nião. -Senador Mauro Borges, ausente, por motivo justificado, são, para o biénio ~e 1985 f86.
,Abril de 1985 DIÁRIO OOCONGRE~SO NACIONAL (Seção II) Quarta-feiru 17 0699

Em seguida, ó senhor Presidente manda providenciar COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUtRITO, Em seguida, é aprovado o seguinte roteiro dos traba-
..
a .distribuição das cédulas e designa o senhor Senador CRIADA ATRA VE:S DA RESOLUÇÃO N• 01, DE lhos: ·
João Castelo, para funcionar como escfutinador. 1985, "DESTINADA A APURAR IRREGULARIDA-
Procedida a eleição verifica-se o seguinte resultado: DES NO TRANSPORTE MA.Ril:IMO BRASILJ<;IRO Almirante Jonas Corrêa da Costa SObrinho, ex-
Para Presidente': E ESTALEIROS NA.CIONAIS". Superintendente da SUNAM,AM, no dia nove de abril;
Senador Albano Franco ........ ~ ....... 5 Votos Dr. Cloraldino Soares Severo, ex:~Ministro -dos Trans.;
2' Reunião; realizad~ em 26 de março de 1985.
Para Vice:-Presidente: porte~. no· dia onze dC abril; Dr. Clodoaldo 'Pinto Filho,
Senador Hélio GueirdS .. ~.•.. , .......... 5 votos AOs vinte e seis dias do_m_ês de março do ano de rflil Secretário Executivo do Ministério dos Transportes, no
São proclamados eleitos Presidente e Vice-Presidente novecentos e oitenta e cinco, às dezessete horas, na Sala día deússeis de abril; Dr. Hélio Paulo Ferraz, Presidente
respectivamente, os Senhores S.enadores Albano Franco de Reuniões da Comissão de Relações Exteriores, :Pre- dos EstaleirQs Mauâ, no dia dezoito de abril; Dr. Renal-
e Hélio Gueiros. . sentes os Senhores Senadores Virgflio Tãvora (Presiden- do Cesar Coelho, Presidente da Associação Nacional
Prosseguindo, o Senhor Senador Gabriel Hermes con- te), Alexand~e Cosia, Marcelo Miranda (Relator), e dos Bancos Investimento- ANBID, no dia vinte e três
vida o Presidente eleito, Senador Albano Franco para Martins Filho, reúne-se a Comissão Parlamentar de In- de abril; Dr. f:lcio Costa Couto, ex-Superintendente da
assumir a Presidência e dar cont.inuidade aos trabalhos. quérito, criada através d~ Resolução n<:o 01, d.e .1985, des- SUNAMAM, no dia vinte e cinco de abril; Comandante
Com a palavra, o Senhor Presidente.agradece a honra da tinada a apurar irregularidoíldes no Transporte Marítimo João Carlos Palharés, ex-Superintendente da SUNA;
escolha do seu nome para desempenhar tão importante Brasilei.ró e EStaleiros Nacionais. MAm no dia_30 de abril; Comandante Manoel Abud, ex-
missão e esp~ poder oferecer a melhor de sua contri~ Deixam de comparecer, por motivo justificado, os Se- Superintendente da SUNAMAm no dia dois de maio e o
buição, a fim de tornar a Comissão de Minas. e Energia nhores Senadores Benedito Ferreira, Gabriel Hermes, Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Ja-
um órgão dinâmico. Altevir Leal, Alfredo Campos, Roberto Saturnino,' José . nein?, em data á ser marcada posteriormente.
Nada mais havendo a tratar, encerra~se a reunião, la~ Lins, Aderbal Jurema e a Senadora Eunic~ Michiles.
VrandQ eu, Francisco- GonçalVes Pe~eira, Assistente da Havendo número regimental o Senhor Presidente de- Nada mais havendo a tratar, encerra-sç a reunião e,
comissão, a presente Ata que, lida e aprovada, serã assi~ clara abertos ·os trabalhos da Comissão. para constar eu, José Augusto Panisset Santana, Assis-
nadà pelo Senhor Presidente e demais membros· prese~­ O Senhor Presidente 'franqm;a a palavra aos membros t~nte da Comissão, lavrei a presente Ata qUe, lida e apro-
tes. -Albano Franco- Gabriel Hennes- Mauro,Bor- da Comissão no sentido de indicarem nomes ligados ao vada serâ assinada pelo Senhor Presidente e irâ à publi-
ges -. Hélio Gueiros - João CastelO. assunto ora em estudo na Comissão. __ cação.
República Federativa do Brasil
DIÁRIO DO. CONGRESSO NACIONAL SEÇÃO 11
ANO XL- N• 034 CAPITAL FEDERAL QUINTA-FEIRA, 18 DE ABRIL DE 1985

SENADO FEDERAL
Faço saber que o Senado Federal aprovou, e eu, José Fragelli, Presidente, nos lermos do arl. 52, item 30 do Regimento
Interno, promulgo a seguinte

RESOLUÇÃO N• 03, DE 1985

Cria a Comissão de Ciência e Tecnologia.


Art. I• Os arts. 73 e 78 do Regimento Interno do Senado Federal passam a vigorar com as seguintes alterações:
'"Art. 73.

18) de Ciénc1a e Tecnologia (CCT).

Art. 78.

17) de Ciência e Tecn·ologia, 7 (sete)."


Art. 2• À Comissão de Ciência e Tecnologia compete opinar sobre:
I - proposições que tratem de assuntos referentes à ciência e à tecnologia;
II- políticas relativas à ciência e à tecnologia;
lll- planejamento e execução de Planos e Programas de interesse do Sistema Nacional de Desenvolvimento Científi-
co e Tecnológico, envolvendo, entre outros: formação, aperfeiçoamento e fixação de recursos humanos qualificados; infra- .·
estrutura de apoio, notadamente os centros de pesquisa e desenvolvimento tecnológicos; sistemas de normalização e de certifi-
cação de garantia e controle de qualidade, de propriedade industrial e de metrologia; estímulo e proteção ao inventor; coleta e
difusão de informações; cápaCitação em- proJetes básicos para produção de conhecimentos, de instrumentação e insumos; medi-
das normativas e de controle sobre orçamento, aplicações e custos fínailceiràs. 1ncefüivos fiscais ao sistem-a empresarial;
IV- atos internacionais concernentes M atribuições da Comissão.
Parágrafo único. Constitui destacado interesse da ComiSsãO os recurs_OS halllrais e o meiO ambiente bem como as tec-
nologias avançadas~ em especial no campo de Informática. --
Art. 3• Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 49 Revogam-se as disposições em Contrário.
Senado Federal, 17 de abril de !985. -Senador José Fragelli, Presidente.
0702 Quinta-feira 18 . DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abril de 1985

EXPEDIENTE
CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERAL

LOURIVAL ZAGONEl DOS SANTOS DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL


Diretor-Ger_ol do Senado Federal Impresso sob a responsabilidade da Mesa do Senado Fedet::al
NISIO EDMUNDO TOSTES RIBEIRO
ASSINATURAS
Diretor Executivo
JOÃO MORAES DA SILVA
Via Superfície:
Diretor Administrativo
Semestre Cr$ 3.000,00
MÁRIO C~SAR PINHEIRO MAIA
Ano Cr$ 6.000,00
Oiretor -Industrial
PEDRO AlVES RIBEIRO Exemplar Avulso: Cr$ 50,00
Diretor Adjunto Tii·a~em: 2.200 exemplares.

SUMÁRIO
l-ATA DA 44• SESSÃO, EM 17 DE ABRIL SENAD07rALFREDO CAMPOS- Conside- operação de empréstimo externo no valor de US$
DE 1985 rações em torno de questões sociaiS, econômiCa.S e fi- 3,500,000.00 (três milhões e quinhentos mil dólares.
nanceiras na Nova República. Votaçilo adiada por falta de quorum.
1.1-ABERTURA -Projeto de Lei do Senado n9 26/79, que acres-
SENADOR JORGE KALUME- Dia- Nacional centa parágrafo ao art. 517 da Consolidação das Leis
1.2- EXPEDIENTE _ da Síria,. do Trabalho. Votaçlo adiada por falta de quorum.
- Projeto.de Lei do Senado fl9 2/80, que dispõe
1.2.1- Comunicações da liderança do PDS SENADOR NIVALDO MACHADO- Desem- sobre a escola e a nomeação dos dirigentes das Fun-
penho do Vice-Presidente José Sarney no exercício da dações de Ensino_Superior. Votaçilo adiada por falta
De substituições de membros em Comissões Per- Presidência d3 República. Assistência-aos flagelados de quorum.
manentes. das cheias em Pernambuco. - Projeto de Lei do Senado nl' 340/80, que acres-
centa parágrafo único ao art. 373 da Consolidação
1.2.2- Oficio do Sr. Governador do Estado do Rio 1.2.5- Requerimento das Leis do Trabalho, facultando à empregada com
Grande do Norte
prole o direito à jornS:da de ttabalho reduzida, com
N~' 76/85, de autoria do Sr. Senador Murilo Bada- · remuneração proporcional. Votação adiada por falta
N"' 85/85, de 16 de abril de 1985, encaminhando in- ró- e outros Srs. Senadores, solicitando que o tempo
formações para instruir o Oficio n~' S-2/85. de quorum.
destinado aos oradores do Expediente da sessão de
-Projeto de Lei do Senado n"' 18/80, que dispõe
24 de abril de 1985 seja dedicado à comemoração do
1.2.3- Leitura de projetas sobre aposentlidoria especial do mUsico. (Apreciaçã-O
25~' aniversário do Correio Braziliense.
preliminar da Constitucionalidade). Votaçio adiada
-Projeto de lei do Senado n~" 61/85, de autoria 1.2.6 - Comunicação da· Presidência por falta de quorum.
do Sr. ·Senador Nelson Cã.rneiro~ que aCreScenta diS:. - Projeto de Lei do Senado n9 320/80, qUe revoga
positivo à Lei nl' 5.010, de 30 de maio de 1966, que or- · Convocação de sessão extraordi'nária a _realizar-se a Lei n"' 6.815, de 19 de agosto de 1980, que define a
ganiza a JustiÇa Federal d~ primeira instância. hoje, às 18 horas e 30 minutOs, com Ordem do Ôia · situação jurídica do estrangeiro no Brasil, cria o Con-
_que designa. selho Nacional de Imigração e dá oUtras providên-
·-Projeto de lei çto Senado n"' 62/85, de autoria do
Sr. Senador Lenoir Vargas, que regula a concessão de cias. Votaçio adiada por falta Oe quorum.
1.3- ORDEM DO DIA
carteiras de habilitação a pessoas qualificadas como
analfabetas, e acrescenta um parágrafo ao art. da Lei 1.3.1- Comunicação da Presidência
-Projeto de Lei da Câmara. n9 6/81 (n"' 237/79.
nl' 5.108 de 21 de setembro de 1966, modificada pela na Cas~ de origem), que ftxa em oito horas a jornada
Lei n~' 6.73l,de 4 de dezembro de 1979. Votação adiada, por falta de quorum, do Requeri-
d~ trabalho dos vigias. Votação adiada, por falta de
mento n"' 76/85, lido no Expediente.
quorum.
- Projeto.de Lei do Senado nl' 63/85, de autoria
- R.equerimento n~' 15/85, solicitando a consti-
do Sr. Senador Jorge Kalume, que isenta do imposto 1.3.2·- DiscW'SOS ap6s 1. Ordem do Dia
tu(ção de Comissão Parlamentar de Inquérito desti~
sobre produtos industrializados o material fotográfi-
nada a investigar os fatos que colocaram em risco o
co nacional. SENADOR LENO!R VARGAS- Medida limi-
controle acionário, pela União, da Companhia Vale
nar, concedida pelo Supremo Tribunal Federai ao
-ProJetO de Lei do Senado n~' 64/85- do Rio _DocC. Apredaçio adia~ por falt? de quorum,
T mandado de segurança do Prefeito de Canoas-RS.
Comp\ementar, de autoria do Sr. S_enador Jorge Ka- para votação do Requerimento n"" 37/85. suspendendo a.to de nomeação de prefeito substituto
lume, que isenta do imposto sobre operações relati- - Requerimento n"" 57/85, requerendo urgência
pro tempore.
vas à circulação de mercadori8s o- material fotográfi- para o Oficio Sf2, de 1985, do Governador do Esta-
co nacional · do do Rio Grande do N arte, solicitando autorização SENADOR MARCONDESGADELHA -Análi-
do Senado Federal para realizar operação de crédito se sobre o projeto de lei encamin-hado pelo Governo
1.2.4 - Discursos do Expediente externo no valor de cinqnenia milhões de dólares. Federal, relativo aos Bancos Sulbrasileiro e Habita-
Votaçio adiada por falta de quorum. sul.
SENADOR JORGE KALUME- Ad.uzind.o..Jto- - Requerimento n<? 58/85, solcitando urgência
vos comentário~ à justificação do Projeto de Lei do para o Oficio S/8, de 1985, através do qual o ~refeito SENADOR OCTÁVIO CARDOSO, como Llder
Senado n"' 63/85, apresentado por S. Ex• na presente municipal de Anâpolis (GO), solicita autorização do - Considerações ao discurso do orador que o· prece-
sessão. Senado para que aquela prefeitura possa realizar deu na tribuna.
Abril de 1985 -DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Quinta-feira 18 0703

SENADOR CARLOS ALBERTO - Interpre- ---- NQ 78/85, de autoria dos Srs. Humberto Lucena dor Eduardo Andrade Ribeiro de Oliveira Para exer-
tações a discursos pronunciados na presente sessão, e Murilo Badaró, solicitando urgência, nos termos_do cer o cargo de Ministro do Tribunal Federal de Re-
relacionados ao problema do Banco Sulbrasileiro e art. 371, alínea b do Regimento Interno, para o Pro- cursos, em vaga destinada a Magistrados ou
Habitasui._ jeto de Lei do Senado nQ 48/85, que dispõe sobre a Membros do Ministério Público dos Estados, do Dis-
.destinação do produto da arrecadação da Taxa Ro- trito Federal e dos Territórios, decorrente da aposen-
SENADOR HtLIO GUEIROS, como Líder - doviária Única, e dá outras providências. tadoria do Ministro Inâcio Moacir Catunda Martins.
Observações ao discurso pronunciado pelo orador 2.Z.4 - Questão de ordem
RE-tirado da Ordem do Dia pela Presidência.
que o antecedeu na tribuna.
Levantada pelo Sr. Nelson Carneiro e respondida 2.3.1 - Comunicação da Presidência
1.3.3- Designação da Ordem do Ola da próxima pela Presidência sobre o andamento de requerimen- Prejudicialidade, por falta de quorum para vo-
sessão tos encaminhados à Mesa, solicitando urgência para tação, dos Requerimentos nYs 77 ef8, de 1985, lidos
projetas ·de interesse _dos trabalhadores. no E~pediente da presente sessão.
1.4- ENCERRAMENTO
- 2.2.5 - Apreciação de matéria 2.3.2 - Discursos após a Ordem do Dia
2- ATA DA 45' SESSÃO, EM 17 DE ABRIL Requerimento n976/85,_lido em sessão anterior, de
DE 1985 iiutoría- do Sr:Senador Mu_rilo Badar6 e outros Srs. SE.VADOR NELSON CARNEIRO- Apelo em
Senàdores, solicitando que o tempo destinado aos favor de servidores aposentados no cargo de Chefe de
2.1- ABERTURA oradores do Expediente da sessão de 24 do corrente SeçãO de Viglfância do Mínistérió da Fazenda.
mês seja dedicado à comemoração do 2_59 aniversári_o
2.2 - EXPEDIENTE SENADOR LOURIVAL BAPTISTA- Reflexões
do jornal Correio Braziliense. Aprovado.
sobre artigo de autoria de Josué MonteUo, intitulado
2.2.1 - Oficio 2.3- ORDEM DO DIA --A Missão Tancredo Neves.

Do Presidente da Câmara dos Deputados encami- - Redaçào Final das Emendas do Senado ao Pro- SENADOR ROBERTO -W\:'PYCH ~Apelo em
nhando requerimento do Sr. João Hercu_lino, solici- jeto de Lei da Câmara n9 26/78 (n~ 317/75, na Casa favor dos triticultores e produtores de algodão do Es-
tando transferência de sessão solene do Congresso de oiígem), que regula o exercício da profissão de tado do P<lraná.
Nacional cQOlemorativa do 25" aniversário de Técnico en1 Radiologia, e dá outras- providências.
Brasília. 2.3,3 - Comunicação da Presidência
ApfovaOã. Ã Câmara dos Deputados.
- Redação Final das Emendas do Senado ao Pro-
2.2.2 - Comunicação da Presid_ência -convocação. de sessão extraordinária a realizar-se
jeto de Lei da Câmara n" 45/82 (nO? 1.898/79, na Casa
-amail-hã, às 10 horas, com Ordem do Dia que designa
de origem), que autoriza o Po_der Executivo a conce- _
Cancelamento da sessão solene do Congresso Na-
der direito real de uso sobre áreas de terras que mar- 2.4 ~ENCERRAMENTO
cional convocada para o próximo dia 19, tendo em
- __ geiam as rodovias_ federais. Aprovada. À Câmara_dos
vista o oficio lido anteriormente.
Deputados. 3- DISCURSOS PRONUNCIADOS EM SES-
2.2.3 - Requerimentos -Projeto de Lei do Senado n" 45f79, que altera SÃO ANTERIOR
disposições do Artigo 89 da Lei n" 5.107, de 3 de se-
- N" 77/85, de autoria do Sr. Humberto Lucena e -tembrO de 1966, que cria o FunáO- de-Gúãntiii-por Do- Sr. Moacyr Duar'ie, proferidos na sessão de 16-
outros Srs. Senadores, requerendo urgência, nos ter- Tempo de Serviço, e dá outras providências. Aprova~ 4-85.
mos do art. 371; alínea b do Regimento Interno, para do. Ã Câmara dos Deputados.
4-ATAS DE COMISSÃO
o Projeto de Lei da Cãmara n9 2j85, que altera a Lei - Parecer da ComissãO de Constituição e Justiça
n"' 6.657_, de 24 de setembro de 1978, para incluir o sobre a Mensagem n9 88/85 (n" 214/85, na origem), 5- MESA DIRETORA
basalto no regime especial de exploração por licen- pela qual o Senhor Presidente da República submete
ciamento. a deliberação do Senado a escolha do Desembarga- 6- LIDERES E VI CE-LIDERES DE PARTIDO

Ata da 44{1 Sessão, em 17 de abril de 1985


3~ Sessão Legislativa Ordinária, da 47~ Legislatura
Presidência dos Srs. Jose Fragel!i, Joáo Lobo e Alberto Silva

ÀS 14 HORAS E 30 MINUTOS, ACHAM-SE PRE- O SR. PRESIDENTE (José FrageUi)---:- A lista de pre- Aproveito a oportunidude para renovar a Vossa Ex.e-
SENTES OS SRS. SENADORES:_ sença acUsa o COmparecimento de 38 Srs. Senadores. Ha- celência protestos de elevada estima e distinta conside-
vendo número regimental, declaro aberta a sessão. ração. - Murilo Badaró, Líder do PDS.
Jorge Kalume- Mário Maia -Fábio Lucena- Sob a protCção de Deus, iniCiamOs ·naSsos--trá.lmlhos
Aloysio Chaves - Hélio G_ueiroS -- Américo de Souza O Sr. !"-Secretário vai proceder à leitura de comuni- Em 17 de abril de 1985.
-Alberto Silva- Helvídio Nunes- João Lobo- Ce- cações. Senhor Presidente:
sarCals- Virgílio Távora- Carlos Alberto- Moacyr
Duarte- Martins Filho- Humberto Lucena- Mar- São lidas as seguintes Nos termos do artigo 86 do Regimento Interno, tenno
condes Gadelha - Aderbal Jurema - Cid Sampaio - ahqn~~ de comunicar a Vossa Excelência, para os deyi-
Nivaldo Machado- Luiz Cavalcante- Lourival Bap- Em, 17 de abril de 1985. dos fins, que esta Liderança deliberou propor a substi-
tista- PassQS Pôrto- Jutahy Magalhães ~Lomanto Senhor Presidente;_ tUição do nobre senhor Senador Moacir Duarte, pelo
Júnior- João Calmon- José Ignácio Ferreira- Nel- Nos termos do artigo 86 do Regimento Interno, tenho nobre- senhor Senador Áltervir Leat;"na Comissão deLe-
son Carneiro- Itamar Franco- Murilo Badaró ....... Al- a honra de comunicar a Vossa Excelência, para os devi- gislação Social do Senado F~deral, na qualidade de Titu-
fredo Campos- Fernando Henrique Cardoso_-Bene- dos fins, que esta Liderança deliberou propor a: Substi- lar.
dito Ferreira - Gastã.o MülLer -_José Fragelli ~ Álva- tufção_do nobre senhof Senãdor Altevir Leal, pelo nobre AproveitO a oportunidade para renovar a Vossa Exce-
ro Dias - Enéas Faria - Carlos_ChiareiH -Octávio Senl.l-or Senador Moacir Duarte, na Comissão de Agri- lência protestos de elevada estima e distinta conside-
Cardoso. cultura do Senado Federal, na qualidade Titular. - fação . .,...-- Murilo Badaró, Líder do PDS.
0704 Quinta-íeira 18 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçãoii) Abril de 1985

O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) Serão feitas as No entanto, a polícia federal não sujeita ao crivo e ao § 2Q Os analfabetos poderão submeter-se a exa-
substituições sõfíCHãdas, - -- controle judiciário os a tos de seus agentes. Atua livre e mes de habilitação para dirigir veículos automoto-
Sobre a mesa, __ oficio que --vai ser Hdo pelo Sr. 1~'- soberana, dentro ou fora dos limites da Lei, escapando res."
Secretârio. - ao contrOle do Judiciário, a nível de correição, seus even-
tuais excessos. Art. 2Q Se o candidaw aprovado for analfabeto re-
1:: lido o seguinte Tafsltuação vai desaguar na contraditória e- freqüente ceberá uma licença provisória com validade pOr 12 me-
situação de os crimes funcionais, de um modo geral, e os ses, dentro dos quais deverá se alfabetizar, fazendo, en-
Ofício· n~> 085/85- GE crimes de abuso de autoridade, praticados por agentes tão, jus à licença definitiva. -
Natal, 16 de abril de 1985. da Polícia Federal e da administração de seus presídios Parâgrafo único. O comprovante da alfabetização serâ
Senhor Presidente, serem investigados e apurados por eles próprios. singelo, sem a necessidade de diplomaçào.
Em aditamento ao Oficiõ n"' 039/85-GE, de !Y de five- Em miúdos: o próprio infrator é Que irá investigar a Art. J'? 9 Poder Executivo regulamentará a presente
reiro último, com referêDCia aO pedido de autorização sua infração. É manifesto o paradoxo. lei no prazo de 90 (noventa) dias.
para fins de contratação de empréstimo externo, no va- A exemplo do que ocorre no âmbito da Ju~tiça esta- Art. 4'? Esta lei entra em vigor na data de sua publi-
lor deUS$ 50 milhões, encaminho a Vossa Excelência in- dual, pois,·cumpre que se atribua a uma das Varas Fede- cação.
formações relativas aos compromissos para corh a dívida rais de cada circunscrição judiciária o poder correicio- Art. 5'? Revogam-se as disposições erri cOntrárío.
interna_e externa, a previsão de despesas com a presente nal, de caráter permanente, sobre os a tos praticados por
operação, além da posição atual do endividamento, de agentes da ?Utoridade d_os presídios e polícia judiciária Justificação
acordo com o que estabelece a Resolução 62, do Senado federal, submetendo-se, assim, ao controle do Judiciário
Federal. os atos por eles praticados. Ninguém haverá de desconhecer que ocorre, no Brasil,
Renovo, na oportunidade, a Vossa Excelência e aos Em última análise, ao Judiciário caberia apurar em uma comercialização ilegal, em grande escala, do docu-
seus ilustres pares os meus protestos de elevada estima e sindicância correicional, substitutiva_ de inquérito poli- mento de habilitação para conduzir veículo automotor.
cordial apreço, -José Agripino Maia, Governador. cial, as infrações penais praticadas por aqueles agentes Em um país oportunidades de emprego são restritas, es-
da autoridade com desvio de poder. pecialmente para analfabetos, não é de se estranhar que
O SR. PRESIDENTE (Josê Fragelli) - As infor- Referido projeto visa a corrigir evidente lacuna e pos- essa comercialização ocorra, mesmo porque a profissão
mações _serão anexadas ao processado do Ofício -nY S-2,
de 1985. - - - sibilitará a imediata eliminação de abusos que se vêm ve- de motorista (e outras a ela correlatas) ê uma das poucas
rificãndo, Por uma parcela minoritária, pela atuação ir~ acessíveis à classe menos favorecida. O Código Nacional
Sobre a mesa, projetes de lei que vão ser li~os pelo Sr. regular das autoridades policiais federais. de Trânsito não contêm_claúsuta expressa que proíba a
I "'-Secretário.
-- Sala das SessOes, 17 de abril de 1985.- Nélson Car- concessão de carteiras para analfabetos, mas o seu Regu-
São lidos os seguintes:_ leiro. lamento enuncia, no§ I~> do art. !42, que. "a prestação de
exames ê requerida pelo candidato alfabetizado, que te-
LEGISLAÇÀO CITADA nha completado 18 (dezoito anos de idade, mediante a
PROJETO DE LEI DO SENADO
prova de identidade expressamente reconhecida pela le-
N' 61, DE 1985 LEI N' 5.010, DE 30 DE MAIO DE 1966 gislação federal". Resulta daí que, como uma grande
Acrescenta dispositivo à Lei nl' 5.010 de 30 de maio parte dos analfabetos assegura a própria subsistê11cia em
de 1966, que organiza a Justiça Federal de primeira Organiza a Justiça Federal de primeira instância, profissões que exigem condução de automóvel, a comer-
instância. e dá outras providências cialização ilegal do documento ê fato amplamente com·
provável na prática.
O Congresso Nacional Decreta: Não se nega, aqui, a importância da educação como
Art. _li' t acrescentado ao art. 65 da Lfii n~'_ 5.010, de_ fator fundamental do progresso nacional e da justiça so-
30 de maio de 1966, o seguinte parágrafo único: cial. Naturalmente, a educação deve constituir uma das
Parágrafo único. Em cada circ_unscrição judiciária metas prioritárias do todo Governo democrático. Mas é
Art. 65. A políciajudiciâria federalseráexercidape-
haverá uma Vara encarregada da Corregedorla dos impossível, a curto prazo, resolver completamente um
las autoridades policiais do Departamento Federal de
Presídios e da Polícia Judiciária Federal. problema que não é recente, e sim histórico. O problema
Segurança Pública, observando-se, no que couber, as
Art. 2Y Esta lei entrará em vigor na data de _sua brasileiro com relação à educação data da colonização,
disposições do Código de Processo Penal (Decreto-lei nY
publiCação.- quando os jesuítas, empenhados na formação educacio·
3-639, de 3 de outubro de 1941), da Lei n• 4.48), de 16 de
Art. J'? Revogam-se as disposições em contrário. na! dos indígenas, foram perseguidos pela Coroa--Portu·
novembro de 1964, e demais normas legais aplicáveis ao
guesa. Considerãndo, -aínda, o aumento demográfLco,
Justificação processo penal.
conclui-se que a resolução do problema educaciOnal é ta-
refa para uma geração.
A medida consubstanciada no presente projeto-de lei é
Por íõdq:S as considerações acima alinhadas, torna~se
mais uma das sempre brilhantes e oportunas sugestões
conveniente t até imperioso alargar as oportunidades de
que nos manda a Associação dos Advogados de São
(Às Comissões de Constituição e Justiça e de Le- emprego para aqueles que ainda sofrem as _conseqUên-
Paulo, presentemente presidida pelo Dr. José RQb_er_to
gislação- S ocia{.) cias da deficiência secular d<>s nossas instituições educa-
Batochio, cujos argumentos_-dejustificação vão a sêgtúi:
cionais. Est<> tarCfa, que tem por objetivo solucionar um
reproduzidos. . problema mais imediato, pode, perfeitarrlente, ser reaii-
· Há crimes que só podem ser praticados por agentes da PROJETO DE LEI DO SENADO zada paralelamente àquela. Esperar pelos frutos de um
autoridade pública no exercício de suas funções. São os N• 62, DE 1985 grande investimento na educação, para resolver o
denominados crimes próprios, -que só uma -categoria de
problema da pobreza decorrente do analfabetismo, seria
pessoa pode comete-r. Regula a concessão de carteiras de habilitação a
cruzar os braços para a resolução de outros graves
Destaque especial merece o crime de abuso de autori- pessoas qualificadas como analfabetas, e acrescenta
problemas. Além disso, o presente Projeto tem,lambém,
dade, reprimido pela Lei nY 4.898, de 9 de dezembro de um parágrafo ao art. 70 da Lei n~> 5.108, de 21 de se- o objetivo de incentivar analfabetos a se alfabetizarem,
1965. - - tembro de 1966, modificada pela Lei n~> 6.731, de4 de
já que determina que o indivíduo licenciado para dirigir
frequentemente agentes da polícia eXorbfta·m-de suas dezembro de 1979. veículo se alfabetize no prazo de 12 (doze) meses, para,
funções e praticam atas que atentam contra a liberdade então, adquirir a autorização defiititiva. Para o ato de
O Congresso Nacional decreta:
individual, a incolumidade fíSica e moral dos cidadãos, provar que, neste prazo, ele se alfabetizou, não h-á que
Art. I~> O art. 70 da Lei nY 5.108, de 21 de setembro
tipificando~se nessa conduta, diversos áimes,-entre-- oS ser exigido nenhum tipo de certificado, mas a-penas um
de I966, passa a viger acrescido do seguinte§ 29, alterado
quais o de abuso de autoridades. teste que c-omprove o seu aprendizado. Muitas vezes, o
o título do parágrafo único, que-passaráa § 1~>, na forma
No ·âmbito da Justiça Estadual há, effi quase todas as a seguir indicada: indivíd_\10 mora em zona rural ou em qualquer outro lo-
unicfudes_ dã- Federação, dispositivo na Lei de Organi- cal inacessível a alguma escola, porém nada impede que
zação Judiciária local, que comete ao Poder Judiciário, "Art. 70 ... aprenda a ler e escrever com algum parente ou pessoa
por um de seus órgãos, a Corregedoria Perma_nente dos § I'? O reconhecimento da habilitação para próxima.
Presídios e Polícia Judiciária Estaduais. conduzir, originária de outro país, estará subordina- O art. 160 da Constituição Federal versa sobre l.l "Or-
A correição permanente exercida pelo Judiciário sobre dei às -condiÇões estabel«idas em acordos inferna·. dem Econômica e Social", enunciando que esta tem por
os atas dessa espêcie de agentes da autoridade pública é cion~ais ratíficadõs pe1o-"Br3sil e, na inexistência-des- firit realizar O desenvolvimento nacional e a justiça SO·
altamente salutar e estratifica a garantia coiitia Os exces- tes, na forma estipulada pelo Conselho Nacional de cial. O Projeto de Lei que ora apresentamos aos noss,os
sos e desvios do poder. Trânsito. ilustres Pares está em consonância com o item VI do re-
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Qüinta-feira I 8 0705

ferido artigo, que reza que a expansão das oportunidades A par desse aspecto, ressalte--se o incentivo que a deso· PROJETO DE LEI DO SENADO
de emprego produtivo constitui um dos princípios-da Or- neração fiscal em tela P.ropiciará ao desenvolvimento N• , DE 1985
dem Económica e Social. Ci:isó Seja aprovado, o mercado . _tecnológico e industrial nacional no âmbito da fotogra-
de trabalho será, certamente, aumentado, e poderâ fazer fia; o que- Sem dúvida contribuirá para elevar o setOr à Isenta do imposto sobre produtos industrializados
com que a gama dos brasileiros sacrificacjos pelo analfa- condição de fonte suplementar de divis'as. o material fotográfico nacional.
betismo encontre mais meios de prover a própria subsis- Por último, não se olvide ainda o carâter da fotografia
O Congresso .Nacional decreta:
tência. Incentivando, ainda, a alfabetização, procurará como forma de lazer e mesmo de expressão afetiVa no
Art. }9 Fica iSento do iri-tposto sobre produtos in-
suavizar o problema do analfabetismo, levando em con- seio da família e no âmbito.social. dustrializados o material fotogrâfico nacional, pelo pra-
ta que a Educação constitui UQI dos princípios cardeais Sala das Sessões, 17 de abril de 1985. -Jorge Kalume.
zo de 10 (dez) anos. ·
da nossa ordem constitucfõiial. (Às ComissQe_S de Consrituiçiio e Justiça t: de Fi- Art. 2Y O Poder Executivo regulamentarâ a presente
Sala das Sessões, 17 de abril de 1985. - Lenoir Var- nanças.)
lei no prazo de 60 (sessenta) dias,
gas. Art. 3Y ·Esta lei entra em vigor na data de sua publi-
LEG!SLAÇÀO CiTADA PROJETO DE LEI DO SENADO cação.
LEI N' 5.108, DE 21 DE SETEMBRO OE 1966 No~. DE 1985 (COMPLEI~'IENTAR) Art._~~- -~~~~~~~-~~ dis~?~-~ções em contrário.
Código Nacional de Trânsito
~ Isenta-do-imposto sobre opera-Ções relativas à cir- .JustificllÇ'ão
culação de mercadorias o material fotográfico nado-
Não se pode ignorar a importância da fotografia para
na!.
b'c:iesenvolvimento cultural de um povo, dada a 'sua utili-
Ó Congresso N;cional decreta: '" .tã:Cão cada vez·mais larga no registro e na divulgação de
,. "Art.· 70. A habilitação ·para-cOnduz,ir veíC-ulo auto- fatos e como meio de documentação de eventos históri-
- ·A-rt. IY FiCà isento do imposto sobre oPerações rela-
motor apurar se-ã através da realização dos exames pres- -cos, especialmente neste aÍlo, considerado o Ano Nacio-
tivas à circulação de mercadorias o material fotográfico
critos pt;;:lo Conselho Nacional de Trânsito, requerida nal da Cultura, pelo Presidente João Figueiredo.
nacional, pelo prazo de lO (dez) anos.
pelo candidato que tenha completado 18 (dezoito) 8rios Essa importância ê tal que a reprodução da imagem,
Art. 29 Esta lei complementar eritra em vigor na
'de ldade à autoridade de trânsito de qualquer Unidade como expressão da realidade, equipara-se ao de outras
data de sua publicação.
da Federação, mediante a apresentação da prova de formas de comunicação. O seu emprego é particularmen-
Art. 3~' Revogam-se as disposições em contrário.
identidade expressamente reconhecida pela legislação fe- te útil na educação e Do ensino, que merece a proteção
deral. constitucional, podendo-se citar, entre outros dispositi-
Parágrafo único. O reconh~me:ptQ_ da habilitação, Justificação vos do texto magno, o art. 19, III, a, que concede imuni-
para conduzir, originária de outro país, estará subordi- dade ao livro, ao jornal e ao_s periódicos, assim como ao
nada às condições. estabelecidas em acordos internacio- papel destinado à sua impressão. Ni:sse sentido, a
nais ratificados pelo Brasil e, na inexistência destes, na O art. 19, § 2•Ç da Constituição Oferece o necessãrio
isenção ora preposta seria um complemento lógico e na-
forma estipulada pela Conselh.o Nacional de Trânsito. respaldo ao presente projeto de lei complementar, que
tural, daquela imunidade, que assim se tornaria plen·a,
sem dúvida trata-âe assunto de rdevailte -intúe"Sse ao
haja vista a utilização em grande escala da fotografia na
mesmo tempo social e económico.
elaboração de material didâtico.
O aspecto sócia! decorre da inegâvel importância da
folografia para o desenvolvinlento cultural de um povo,
a
A par desse aspecto, ressalte-se o incentiVo que deso-
neração fiscal em tela ·propiciará iio desenvolvimento
(Às Comissões de Constituição e Justiça-e deLe- dada a sua utilização cada vez mais larga no registro e di-
tecnológico e industrial nacion·al no âmbito da fotogra- ·
gislação Social.) ----vulgação de fatos e como ffieio de documentação de
fia, o que sem dúvida contribuirá para elevar o setor à
eventOs históricos, especialmente neste ano, considerado
___condição de fonte suplementar de divisas.
o Ano NaciOnal da Culturâ, pelo Presidente João Fíguei-
PROJETO~ DE LEI DO SENADO Por último, não se olvide ainda o caráter da' fotografia
redo. ·
N• 63, DE 1985 como forma de lazer e mesmo de expressão afetiva no
Essa iriiPOitância -é-tal que a reprodução da imagem,
seio da família e no âmbito social.
Istnta do Imposto sobre produtos Industrializados como. expressão da realidade, equipara-se ao de outras.
Sala das Sessões, 17 de abril de ~985. -Jorge Kalume.
formas de comunicação. O seu emprego ê particularmen-
o material fo~ogr4fico nacional.
te útil na educação e no ensino, que merece a proteção
O Congresso Nacional decreta: -constitucional, podendo-se citár, entre outros dispositi- PROJETO DE LEI DO SENADO
Art. IY Fíca isento do imposto sobre produtos in- vos do texto magno, o art. 19, IH, a, que concede imuni- N• , DE 1985 (COMPLEMENTAR)
dustrializados o material fotográfico nacional,. pelo pra- dade ao livrô, ao jornal e aos periódicos, assim como ao
zo de 10 (dez) anos. . papel destinado 'à sua impressão:- Nesse -sentido, a Isenta do imposto sobre operações relativas à dr-
Art. 2Y O Poder Executivo regulamentará a presente isenção ora pi-oposta seria um complemento lógico e na- cillái;ão de mercadorias o material fotográfico nacio-
lei no prazo de 60 (sessenta) dias. . tural daquela imunidade, que assim se tornaria plena, nal. ·
Art. 3~' Esta lei entra em vigor na data de sua publi- haja vista a utilização em grande escala da fotografia na O Congresso Nacional decreta:
cação. elaboração de material didâtico. Art. 19 _ Fica iSento do imposto sobre operações rela-
Art. 4'i' Revogam-se as disposições em contrário. O aspecto econômico advélh do incentivo que a deso- -ti Vãs-à Cil-CuTação.de mercadorias o material fotogfáfico
neração fi.SCaJ em telà. propiciará ao desenvolvimento nacional pelo prazo 10 (dez)anos.
Justiflcaçio tecnológico e industrial nacional no âmbito da fotogra- Art. 2~' Esta ICi cOriiPiementar entra em vigor na
fia, o que sem dúvida contribuirâ para elevar o setor à -- data de sua publicação.
.condição de fonte suplementar de divisas. -Art. 3~' Revogam-se as disposições em contrário .
Não se pode ignorar a importância da fotografia para
Last but noi Ieast, não se olvide o caráter da fotografia
o desenvolvimento cultural de um povo, dada a sua utili- Justificação
como forma de lazer e mesmo de expressão afetiva no
zação cada vez mais larga no registro e na divulgação de
s:~o da família e no âmbitO social.
fatos e'como_ meio de documentação de eventos históri- O art. 19, §29, da constituição oferece o necessário res-
Sala das Sessões, 17 de abril de 1985. -Jorge Kalume. paldo ao presente projeto de lei complementar, que sem
cos, especialmente neste ano, ·considerando·o Ano Na-
(ÁS-Comissff-es de Constituição e· Justiça e de Fi-
cional da Cultura, pelo Presidente João Figueiredo. dúvida trata-se de assunto_ de relevante interesse ao mes-
nanças.)
Essa importância é tal que a reprodução da imagem, :-_ mo tempo social c: económico.
como expressão da realidade, equipara-se ao de outras O aspecto social decorre da inegâvel importância da
formas de comunicação. O seu emprego é partícul8rmen- O SR. PRESJDENTE(Josê Fragel!i)- Os projetOs li· fotografia para o desenvolvimento cultural de um povo,
te útil na educação e no ensino, que merece a proteção dos serão publicados e remetidos às comissões compe- dáda a su~ utilização cada vez mais larga no registro e di-
constitucional, podendo-se citar, entre outros dispositi~ tentes. vulgação de fatos e como meio de documentação de
vos do texto magno, o art. 19, III,a, que concede imuni- Concedo a palavra ao nobre Senador Jorge Kalume eventos históricos, especialmente neste ano, considerado ·
dade ao livro, ao jorna.l e aos periódicos, assim como ao parajtist.ificar o Projeto de Lei do Senado n~' 63, de.l985, a Ano Naci9nal da Cultura, pelo Presidente João Figuei-
papel destinado à sua impressão. Nesse sentido, a redo.
que vem de ser lido.
isenção ora pt'õpOsta seria-um complemc:nio lógico e na: Essa imp-ortância é tal que a reprodução da imagem,.
tural daquela imunidade, que assim se: tornaria plena, O SR. JORGE KALUME (PDS- AC. Para uma jus- como expressão da realidade, equipara-se ao de outr'as
haja vista a utilização em grande escala da foto_irafia na · tifica-Ção: Sem revisão do orador) -.Sr. Presidente, Srs. formas de comunicação. O seu emprego é particularmen-
elahoracào de material didãtico. Congressistas.__ _ te útil_ na educação e no ensino, que merece a proteção
0706 Quinta-feira 18 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abril de 1985

constitucional, podendo~se citar, entre outr-os disp-oSiti· impunidade. Precisamos, urgentemente, hoje, neste ins- Sobretudo no regime democrático, se não tivermos, os
vos do texto magno, o art. 19, III, a, que concede imuni- i.Unte, colocar um ponto final nos escândaios financeiros. representantes do povo, condições e capacidade para
dade ao livro, ao jornal e aos períodicos, assim como ao Já os tivemos, em larga escala, no sistema que considera- coibir e punir os crimes praticados contra a sociedade,
papel destinado à sua impressão. Nesse sentido, a mos falido, que condenamos, que nos propusemos a mo- cujos interesses nos compete defender, decairemos da
isenção ora proposta seria um complemento lógico e ma- ralizar para o bem do povo e com a confiança e o aval sua confiança, e o que é pior, a própria democracia cairá
turai, daquela imunidade, que assim se tornaria Plena, deste mesmo povo. em descrédito. Muito obrigado pela atenção.
haja vista a utilização em grande escala da fotografia na A história dos atos lesivos ao interesse público se ini-
elaboração de material didático. cia pela compreensão do significado latente do Estado
O aspecto econômico advêm do incentivo que a deso- autoritário imposto ao País em 1964. O SR. ALFREDO CAMP_Ç)S -:- Eu que agradeço,
neração fiscal em tela propiciará ao desenvolvimento É certo que a gênese do golpe militar esteve nitidamen- nobre Senador. Se a Nova República não partir desse
tecnológico e industria.! nacional no âmbito da fotogra- te Õrientada para o esfacelafnento da economia interna princípio, ali ela será muito parecida com a Velha Re-
fia, o que sem dúvida contribuirá para elevar o setor à nacional a partir dos interesses do siStema capitalista públíca ou ainda pior. Agradeço, portanto, suas pala-
condição de ·rante suPlementar de divisas. exógenO," por via das determinações_emanadas de seus re- vras. E pfossigo: ~a hora do. "basta", Senhores! Neste
Last But Not Least, não se olvide o caráter da fotogra~ presenta-ntes institUcionais: os EstadOs cêntricos, com momento em que iniciamos a nossa caminhada por uma
fia como forma de lazer e mesmo de expressão afetivano seu pOde"r de ingerência ílitnitado- nOs- asSuntos interÕos RépúbliCa que-pietendemos venha a ser Nova, é mister
seio da família e no âmbito social. das nações periféricas. que pisemos com firmeZa em um chão que teremos di:
Saladas Sessões, 17 de abril de 1985. -Jorge Kalume. ESse princípio" se reProduziu de- forma sistemática nos desinfetar dos vícios de um regime fracassado.
padrões de comportamento das classes dirigentes peran- Historicamente, os grandes escândalos, respaldados
Quero nesta oportunidade, Sr. Presidente, te o patrimônio público. A espoliação da economia na- pela administração pública, tiveram seu nascedouro na
congratular-me com V. Ex• e com toda a Mesa por ter cional pela interferência externa .serviu de preâmbulo proteção ao grupo têxtil de José Luís Moreira de Souza,
abrigado a idéia da organização de uma exposição de fo- para que se repetisse, com sucesso, em dose proporcio- por ordem pessoal do Ministro da Fazenda do Governo
tografias, neste ano que se comemora o jubileu de prata nal, quase pessoal ou familiar, todo tipo de atitude lesiva Costa e Silva, evitando a insolvência do grupo graças aos
de Brasília. V. Ex• fOi bem inspirado ao acolher este plei- aos cofres públicos. recursos ingetados pelo Banco Central.
to, patrocinado pelo Comitê de Imprensa do Senado Fe- Dessa vez., grupos financeiros nadonaís se viram na ,__Foi na década de 80, no entanto, que começaram a vir
deral e pelo fotógrafo, nosso conhecido, Adão Nasci- contingência de dilapidar o patrimônio nacional, na bus- - à tona estouros de maior proporção, destacando-se, em
mento, que ê repórter fotográfico do Estado de S. Paulo, ca cfa solidificação dos projetas financeiros pessoais de 1983, a insolvência do Grupo Coroa-Brastel, acarretan-
e da Folha da Tarde. É um velho profissional, considera- seus administradores e outros beneficiários afinS". Con- do, para os investidores, um prejufzo de cerca de 400 mi-
do um dos pioncir'ós de Brasília, um dos veteranos. desta tando com a conivência do desmazelo atuãri_o do Banco lhões de dólar~.
Capital. A iniciativa da exposição também tem um senti- Central do Brasil, tais grupos se sentira-m à vontade, de:- Anteriormente, o Grupo Delfin já havia sanado um
do cultural e é natural que eu comunique a esta Casa o vido à situação de descrêdito em que se encontrava nossa rombo, no Banco Nacional da Habitação, da ordem de
acontecimento, e me congratule com V. Ex.•, certo de que m!lior_i_ilstituição fiscalizadora. - 200 milhões de dólares, graças ao favoritismo do Gover-
a exposição fará su.ciisso. _ O GoYerno, encãmiiã.ndo essa onda dei debOChe, se- no FederaL
Muito obrigado a V. Ex'. {Muito bem!) quer fez valer seus poderes, na busca de se estabelecer Ainda em 1983, o ramo não-previdenciárío do Sistema
um direcionamento rigidamente honesto na condução da CAPEM I foi vítima de um dos exemplos mais gritantes
análise de tantas imoralidades, em atendimento ao cla- de corrupção administrativa, isto para não nos determos
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli)- Concedo a
palavra ao nobre Senador Alfredo Campos, por cessão mor de justiça lançado pelo povo, o grande lesado por em casos g.utros, por demais conhecidos.
do ilustre Senador Fábio Lucena. - - -· -- - - essa situação de desleix<? a_dministratiVo. Um breve e oportuno aparte do nosso Presidente, Se-
O Congresso Nacional, Vlrfuahnente cassadas suas nador José Fragelli, a discurso por mim pronunciado em
O SR. ALFREDO CAMPOS (PMDB - MG. Pro- prerfOgativas de interferência no processo, por-fOrça de 15 de março de 1984, relativo ao problema CAPEM I, as-
nuncia o seguinte discurso.)- Sr. Presidente e S!s. Sena- expedientes legislativos interpretados ao sabor dos inte- sinalou, entre outras considerações, a sistemática impu-
dores: resses do Executivo, privou-se de reclamar respeito às nidade dos responsáveis por esses escândalos e o vee-
Da mesma forma e com a mesma intensidade com que _ mais legítimas exigências nacionais. mente desejo de que fosse aquele o último da longa série
nos lembramos, a todo instante, da saúde do Presidente Em suma, a liberalização afoita e direcio"nada da eco- registrada pela nossa História. Infelizmente, tal augúrio
Tancredo Neves, devem permanecer, gravados a fogo em nomia brasileira, forçada pelo poder de busca e apreen- não se concretizou; precisamos, entretanto, realizar ago-
noSsas consciências, os príndpios e valores morais tão são engendrado nos g3:bínetes dos países Cêntricos, alia- ra eSse desejo q"ue não é somente meu, mas de todo o
ardorosamente defendidos por aquele homem íntegro da à conivência _de um Poder Ex..ecutivo interessado na povo brasileiro. Não mais podemos aceitar e muito me-
que é o próprio símbolo da Nova República, esperada perpetuação de todos os atos lesivos às finanças do País, nos colaborar para que a Nação seja novamente ínfelici-
com tamanha ansiedade pelo povo brasileiro. fez com que a Nação se visse à mercê_dos grande$ estou- lada por atos e mais atos de vandalismo económico.
Foi Tanàedo Neves que, ao situar o desequilíbrio so- ros internos, cujo maiot respaldo semr}.re foi, Coffi certe- - Sim, Excelêri~ias! A expressão ê forte, mas correspon-
cial e a exorbitância do poder financeiro em nosso País, za, a impunidade de seus fespoÍlsâveis. _de em in~ensidade à violência do que se pretende. Classi·
em palestra proferida em 21 de novembro de 1984, na fico de vandalismo ecoD.ômico a intenção d~...salvar" o
Comissão de Defesa do Consumidor da Câmar3-dos De- ~anco. Sulbrasíleiro às expensas do sacrifício do povo,
O Sr. Nivftldo Machado~ Permite-me V. Ex'" um apar- porque, seja qual for a fonte dos recursos - tanto faz
putados, afirmou qut;:_ "não existe país no mundo onde
te? que da Reserva de Contingência ou dos cofres do Banco
seja tão difícil ganhar dinheiro honestamente como no
Brasil; não existe nenhum país onde seja tão fãcil ganhar Cerilr3.1 - sua origem primeira estâ nos impostos que
O SR. ALFREDO CAMPOS - Com maior prazer,
muito dinheiro como no Brasil". penalizam impiedosamente o bolso de cada cidadão.
nobre Senador Nivaldo Machado.
Considero, também, extremamente oportunas as pala-
vras do Ministw Aureliano Chaves;. "A transigência, na O Sr. Virgnio Távora - Permite V. Ex' um aparte?
O Sr. NivaldÕ -Machado - Nobre Senador Alfredo
vida pública, tem um limite, que ê o bem público, a aus- Campos, por mais que incorra em lugar comum, -eu não O SR. ALFREDO CAMPOS - ConcCdo o aparte a
teridade pública, a moralidade pública. Fora disso, é poderia deixar de dizer a V. Ex' que estou acompãrihan- V. Ex', com o maior prazer, senador Virgílio Tãvorã.
sempre possível negociar. O homem não pode transigir é do, como todo o Senado, com o -maior interesSe, o pro-
com o interesse público". nunciam_ento de V. Ex' principalmente por estar expres- O Sr. VirgOio Távon - Estávamos ouvindo atenta·
Foi para reconduzir o Brasil ao caminho da verdadei~ Saf!d~ o seu _protesto indignado_ contra tudo quanto se mente a sua dissertação - verdadeira dissertação -
ra democracia que se fifmou a Aliança Democrática, fez, noS~ ú.ltimos ·anóS~ neste Piís, contra não dir,ia o pa- sobre o que de ruim existia do que V. Ex• chama a outra
para que os direitos e a liberdade de cada cidadão sejam trimônio público, mas contra as eSperanças do povo. O República,- para justamente então darm-os- também um
realmente respeitados. Não podemos, portanto, transigir povo espera, daqueles que lhe dirigem os destinos, que pouco de nossa contribuição. Hoje, ao ·que saibamos, o
neste momento. Não devemos, não nos cabe o direito de ajam com probidade, honradez e espírito público. Por is- Ministério é da Nova República. Os poderes, justamen-
reforçar a famosa frase do General De Gàulle;. ••o Brasil so, na hora em que V. Ex'" condena- e o faz da maneira te, de sanar todas aquelas - qualificado por V. Ex'" -
não ê um país sério." Não, Excelências! O Brasil serã de mais veemente- o procedimento de governantes em re- mazelas e enumeradas sinteticamente desta tribuna, es-
novo um País cuja Seriedade, em todos os campos, volta- - lação aos interesses do próprio povO, estou trazendo a V. tão na mão do atual Governo. Mas, V. Ex' vai nos per-
rá a ser reconhecida, tanto pelo seu povo, quanto pela Ex' minha palavra de solidariedade, de apoio e de aplau- mitir; agora fazer-lhe pequena pergunta, como item dois:
comunidade internacional! E um país só ê considerado so pelo que expressa de indignação contra esse estado de a idéiã que estã aí expondo, do alto desse pretório, é do
sériO qi.tando gOvernã.do, quB.ndo administrado através coisas~ Nós, aqui, para que sejamos dignOs da Conflarlça, - Goverlto a que dá apoio, ou ê pessoal? Perguntamos isso
de decisões --polítlC3s- confiã veis. -- - - -- e do respelto popular, Principalmente, precisamos ado- porque justamente o Governo a que V. Ex• dá apoio,
Não poderemos, jamais, propugô<ir pela austt~rldã.de, lar atitudes como a de V. Ex' nesta ocasião, de conde- sem .entrarmos no mérito da questão, foi quem mandou,
se, ao mesmo tempo, convivermos com a- corrupÇão e a - nação a esses descalabros, esses crimes cOntra o povo. à apreciação do Congresso, a mensagem que, uma vez
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Quinta-feira 18 0707

por nós aprovada, o habílitaria a despC:rider essa quantia nârios daquela instituição bancâria - e tenho a certeza razões para isso, mesmo porque não hâ povo que não al-
de 900 bilhões de cruzeiros. Vê V~ Ex~ que necessário se de que é esse o sentimento de todos aqui presentes. meje viver soberanamente, por mais limitadas que sejam
faz Jogo esclarecer, pois quem não deseja não envia men- Encontro-me, porém, inteiramente convicto de que os as suas condições, inclusive territoriais. Não ê o caso do
sagem alguma - parece-nos raciocínio curial- ou, en- novecentos bilhões de cruzeiros - ou, conforme decla- pais a que estamos aludindo, o qual sempre soube
tão, lava as mãos como Pilatos e joga o problema para o ração do Deputado Pimenta da Veíga a -todo o Brasil, manter-se à altura de suas tradições.
Legislativo decidir. Portanto, gostaríamos de _ouvir, se através dO program~. '-"Bom dia Brasil", um trilhão e tre- . "A Síria", escreve um escritor patrício., "desempenhou
não é insistência de nossa parte, se essa opinião que daí zentos bHhões necessários à liqUidação de todos os débi- importante papel na história antiga".
está sendo expressa é pessoal, é de seu Partido, ou do tos do Sulbrasileiro - se convenientemente aplicados, Povo_ ordeiro, conserva no espírito e no coração o de-
Governo a que dá sustentação. gerarão empregos, não somente aos diretamente atiilgi- sejo da paz; contudo, a posição geográfica de seu pais
dos, mas a alguns milhares de outros brasileiros que per- tem contribuído para ser cobiçado com as conseqaentes
O SR. ALFREDO CAMPOS- Senador VírgTiiO Tá- manec-em desempregados ou subempregados. e audazes investidas daqueles que alimentaram e alimen-
vora, V. Ex'" me faz uma pergunta muito Oportuna e te- - Reporto-me, novamente, Sr. Presidente, Srs. Senado- tam o apetite de domínio, especialmente o .econômico.
nho o maior prazer em respondê-la. Minha posição hoje, res, aos pronunciamentos do Dr. Tancredo Neves, cujos Mesmo com as invasões sofridas ao longo de sua hist6ría
nesta tribuna, é a... posição pessoal, é a posição do Sena- . princípiOs devem, agora mais do que nunca, inspirar as pelas mais variadas raças, a altivez de seu povo, o amor à
dor Alfredo Campos. Louvo ·a atitude do Ministi:o da decisões deste País que ressurge dos escombros de vinte pâtria e a sua antiqGíssima cultura representaram e re-
Fazenda em mandar para esta Casa, onde estão os repre- anos de opressão: presentam verdadeira couraça de resistência. Embora in-
sentantes dos Estados brasileiros, um problema tão gra- vadida, nunca se entregou completamente;jamais permi-
ve que deverâ ser resolvido pelos representantes do povo "O grande problema do Brasil de hoje estâ no tiu o su~sso completo dos invasores.
e pelos representantes dos Estados. Mas quero adiantar emprego. Hoje, arranjar um emprego é mais impor- Esse pafs do Oriente Médio, pela sua própria for-
a V. Ex• que só entendo a Nova República no momento tante do que receber salário. E devemos, então, pro- mação cultural, sempre esteve ao lado dos países chama-
em que aqui estívennos, membros de um Governo que mover maiS emprego, para que haja mais salârio. E dos aliados, _como aconteceu nas primeira e segunda
defendemos, corajosamente, para apoiar somente aque- só conseguiremos promover mais empi'ego- na pro- guerras, participando diretamente com seus soldados e
lesa tos, aquelas atitudes que acharmos boas para o País. pOrçãO ein que tivermos capacidade de promover a armas. Não obstante essa va,liosa contribuição, obrigou-
Não iremos defender aqui irrestritamente o Governo, o retomada do pro9esso de desenvolvimento econô- se a lutar internamente contra a França, que a domina-
Executivo da Nova República; iremos, sim, lutar por mico, ativ-arido fábricas em ociosidade, ativando va, até _obter ª_liberdade total.
tudo aquilo que acharmos digno, que acharmos valoro- fábricas paralisadas, ativando atividades econômi- E aqui vale destacar trecho de um registro sírio, por-
so, que acharmos bom para o p·ovo, mas não seremos, ja- cas que estão aí em deficit de pro'dução. Se conse- que vem corroborar esta minha assertiva. Ei-lo:
mais, aquilo que na expressão popular se consignou cha- guirmos li:var a efeito- eSSe programa, estaremos
mar dr;:_ "bois de presépio". Haveremos de ter a cabeça realmente ampliando noso mercado de trabalho. .-''Naquela êpoca, o abominável nazismo ameaça-
erguida, teremos fibra e iremos votar a favor do Gover- Esse deve ser, no momento, o nosso grande objeti- va a Europã. O povo sírio, tendo que arcar com a
no naquilo que o Governo não estiver noS aviltando nã vo." responsabilidade peranie o mundo, decidiu não
compficar eiS C'Oisas "para a França que estava ten-
fundo da nossa consciência. Outro- problema a ser considerado é o dos investido- tando enfrentar Hitler. Observou-se a trégua entre o
O Sr. Octávio Cardoso- Permite-me V. Ex• um apar- res. Lembremo-nos, no entanto, de que aqueles que pro- povo sírio e seus colonizadores, até a hora oportuna
curam os bancos que oferecem as taxas de juros mais ele- de d_ar um novo passo. Tal posição foi verdadeira
te?
vadas, na maiOria -das vezes se encontram cientes dos ris- para as tradições árabes que possuem o provérbio:
O SR. ALFREDO CAMPOS_-__Pºis não, Senador. cos que correm. qualquer incidente deve ser negociado em seu devi-
Quanto aos responsáveis pela situação, defrontamo- do tempo."
O Sr. Octá_v_I_Q Cardoso - Eu estava ouvindo, do meu nos -~om u_m caso típico de gestão criminosa de uma em-
gabinete, o pronunciamento de V. Ex• e parece-me que presa privada; e concordo com o Ministro Aureliano Mesmo sob domínio da França, a nação ârabe da
V. Ex• chamou de vandalismo o procedimento do Go- ChaVes; ao" afirffiar, em i::ntrevista à TV Universitãrii de Síriã., levada pelo espírito de coerência, não mediu es-
verno, caso acontecesse de reanimar o Banco Sulbrasilei- Natal, que forços e nem sacrificios em abraçar a causa da democra-
ro. Eu não sei, mas eu gostaria muito de conhecer a opi- cia. Mas a chama do patriotismo e a vontade férrea de
nião de V. Ex• sobre o seguinte: o Governo teria ou não ..Os crimes econômicos têm que ser apurados no libertar-se falaram mais alto. Terminada a guerra, o seu
o dever de entrar neste problema? E se devesse entrar, setor competente, que é a Justiça." anseio foi consegui-do.
sendo esta a solução errada, qual, no entender de V. Ex•,
deveria ser a solução? Quanto à posição de V. Ex•, de fa- Em suma, Sr. Presidente, Srs. Senadores, os prfricípios ~ ·~Dessa vez, o povO árabe da Síria adquiriu sua fi~
zer oposição sem ser. "b_oi de presépio" ot,t, "vaca de pre- definidos para a Nova República não nos permitem ati- herdade total e os franceses se retiraram de Damas-
sêpio", gostaríamos muito que isso acOtl.tecesse. Agora, tudes incoerentes ou impensadas, as quais estarão esti- co como tambêm de toda a Síria. A Síria se tornou
o parecer de V. Ex•, no caso_ do Governador interino do mulando as distorções e abrindo campo fértil para a cor- membro da Conferência P,e São Francisco, que pre-
Distrito Federal, não é uma boa mostra do que V. Ex• rupção e a ineficiência, erVas daninhas que Se alastraram parou a base para a criação das Nações Unidas, da
estâ dizendo. Porque o Senado teve p-odada a sua prerro- na vida nacional e que a nós compete erradicar, definiti- qual a Síria estava enti'e os membros fundadores."
gativa e o parecer de V. Ex• não foi no se"rilido d~ preser- vamente.
var as prerrogativas do Senado_ da República. Desculpe- A hora e a honra nos exigem coragem! Tenhamo-la, a
Obtida s-ria liberdade, continuou aliada da França,
me, meu nobre colega, mas pelo menos entendi desta for- Senhores! Assumamos o nosso papel de defensores da com a qual mantêm perfeito relacionamento.
socíedade! Façamos por merecer a confiança desse povo País com uma ârea de 185.180 km 2 e uma população
ma o seu posicionamento.
eSpoliado que, com todo o direito, nos pedirá contas das de aproximadamente dez milhões de habitantes, nizoâvel
nossas ações e das nossas omissões. Tenhamos a hombri- renda per capita, industrializado, contudo tem na agri-
O SR. ALFREDO CAMPOS - Prezado Senador, dade e o mérito de não coonestar uma medida que con- cultura sua grande fonte de receita.
respondo também a V. Ex.•
traria frontalmente os ideais do novo Brasil, cuja aurora Ali existe liberdade econômica, conforme regiStra o
O meu parecei", na ComissãO do DistritO-Federal, com
se delineia tão conturbada, mas que, sem sombra de dú- matutino Gazeta Mercantil; ..A Síria oferece- uma sur-
relação ao problema do DistritO Federal, não poderia
vida, se tornará uma realidade, caso saibamos desempe- preendente liberdade econõmica. Continua a ser uma
abordar a parte legal do problema criado.
nhar, a contento, o nosso papel. riação dC capitalistaS onde as atividades empresariais são
à Comissão do Distrito -Federal não -Cabe opinar,
Torno minhas as palavras de Alceu Amoroso Lima: ativamente praticadas e aceitas". O turismo, que tam-
através de um parecer, do ponto de vista da legalidade
bém engrossa o seu orçamento, merece do governo espe-
do ato. Essa atitude poderia ser tomada pela Comissão ...A -liberdade n~o exclui a responsabilidade para cial atenção através do Ministêrio próprio; suas cidades
de Constituição e Justiça, se tivesse sido eãviada ã cOmu- com a moral, para com o bem comum e para com o antiqGísSfirias e seus monumentos têm sido uma atração
nicação que fez o Senhor Presidente da RCpública a esta direito dos outros." constante.
Casa, da nomeação interina do Governador do Distrito
FederaL- "Mas--nóS tert.:mOS-opottunidade, talvez hoje à Era o que tinha a dizer. (Muito bem.) Sôme-se â issõ, êôfii.ô diz um aricülistã htãsiieitõ:
noite., de discutir este assunto_ e- rião quero desviar do
problema que me traz a esta tribuna. O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) -~Concedo a , ••o sírio é hospitaleiro e agradável. A costa sfria
palavra ao nobre Senador Jorge Kalume. tem 173 quilômetros. salpicados de praias amenas
O Sr. Octávio C8rdoso - Muito- agradecido. como se fosse;...uma janela aberta para o mar". Há
O SR. JORGE KALÚME (PDS - Ac: Pronuncia o estâncias minerais e bosques aprazíveis. São tantos
O SR. ALFREDO CAMPOS---::- Declaro-me sincera- seguinte discurso.)- Sr. Presidente, Srs. Senadore;;: os monumentos históricos dignos de ser vistos pelos
mente condoído com a situação de insegurança e expec- A Sífia, país niilenar que mantêm relações com o Bra- turistas que seria imPossível enumerá~los rapida-
tativa em que se encontram os vinte e quatro mil funcio- sil, comemora nesta -ôata o seu dia naCional. E há sobejas mente. Como por exemplo, citaremos as ruínas de
0708 Quinta-feira- 18 DIÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abril de 1985

Teli~Ahmar e de Arslan-Tass, que remontam à épo-- S. Ex• não está presente. O SR. PRESIDENTE (Joªo Lobo)-_ Será feita a veri-
c a assíria. Os vestigioS de Ras-Sharma São do VI I Concedo a palavra ao nobre Senador Nivald~? Macha- ficação solicitada pelo nobre Senador Martins Filho.
milênio antes de Cristo, o que situarrl Cstã cidade do. Antes de proceder à verificação, a Presidência vai sus-
como uma das mais antigas do mundo." pender a sessão por 10 minutos, acionando as campai-
O SR. NIVALDO MACHADO PRONUNCIA . nhas para a chamada dos Srs. Senadores ao plenário.
A Síria, ao lado dos demais países árabeS, vem se ~ DISCURSO QUE, ENTREGUE À REVISÀO DO Está suspensa a sessão.
forçando, e com alvissareiro resultado, no sentido de er:· ORAJ)OR, SERÁ PU/JL/CADO POSTERIOR-
radicar o analfabetismo do seu território, orid~- a ins- MENTE. (Suspensa às 15 horas e 48 minutos, a sessao é rea-
trução ê_obrigatória e grat~íta eril todos os graus, porque berta às 15 horas e 52 minutos.)
sabem o seu governo e seu povo qw~...uma nação se li- CQM PARECERAM MAIS OS SRS. SENADORES.-
berta quando começa a pensar"! Altevir Leal- Eunic_e Michi/es- Claudionor Roriz- O SR. PRESIDENTE (João Lobo)- Estã reaberta a
Gaivão Modesto- Gabriel Hermes- Alexandre_ Costa sessão. Persistindo a falta de quorum, a Presidência se
O Sr. J~ão Lobo- Permite V. Ex• um aparte? -João Castelo·- José Uns- Guilherme Palmeira- dispensa de proceder a verificação solicitada.
Carlos Lyra - Luiz Viana - Moacyr palia --;- Amaral O Projeto de Lei da Câmara nt> 61/81, fica com sua vo-
O SR.· JORGE KALUME - Com muitO -p-razer, _Peixoto - Amaral Furlan - Severo Gomes -Henrique tação adiada.
nobre Senador João Lobo.' - - Sa~tillo- Mauro Borges- Marcelo Mi~anda- Rober- Igualmente, as demais matériaS da Ordt!m do Dia,- to-
to Wypych-:- Jaison Barretõ ~Jorge Borfthausen- Le- das _em fase de votação_, constituídas dos RiquerimeiltOS
O Sr. Joilo.I.obo- Senador Jorge Kalu~e. quCro
noir Vargas· -, Alcides Sãldanha. nl>s 15, 57 e 58/85; Projetas de Lei do SCnado n"'s 26j79 e
solidarizar-me com V. Ex• e parabeni.Íã-lo pelo brilhante
2, 3, 3_40, 18 e 320, de 1980, ficam CÇ>m a sua apreciação
discurso que pronuncia nesta tai"CI.e, louvando o.-..Dia na- O SR. PRESIDENTE (João Lobo)- Concedo a pa- adiada para a próxima sessão ordinária.
cional" da Síria, Odia da libertação da Síria. Nós, des- lavra ao nobre Senador Itamar Franco. (Pausa.) __
cendentes de sírios, que habitamos esta terra, nãó pode-- S. Ex• n~o está presente. O SR.. -PRESIDENTE (João Lobo) ..,... Fica também
mos esquecer as nossas origens e a enorme contribuição · Concedo a palavra ao nobre Senador Amêrico de Sou- adiada a votação do Requerimento n9 76, de 1985, lido
êtnica que a Pátria longínqua deu a este País, na for- za. (Pausac) no Expediente.
maçã-o de brasilidâ.de, na colonização e no desenvolvi- S. Ex• não está presente.
mento de toda a civilização brasileira, que representa
O Sr. Roberto Wypych -Sr.' Presidente, peço ~ pala-
como elemento constante na formação dessa cultura, O SR. PRESIDENTE (João Lobo) - Sobre a mesa
vra para uma explicação pessoal.
desse patrimônio, as o-rigens sírias.'Nada mais oportuno requerimen~oque sc;:r~ lido _pelo Sr." 19-Sêcretárici.-
do que o discurso de V. Ex•, comemorando o... dia da so- O SR. PRESIDENTE (João Lobo)- Temos orado-
berania síria", hoje, nesta tãfde, no Senado. Parabêns a E lido o seguinte res· inscritos para b-reves comunicações e para falarem
V. Ex~ e a minha solidariedade. apôs à Ordem do Dia. Darei a palavra a V. Ex• logo após
REQUERIMENTO No 76, DE 1985
a breve comunicação do nobre Senador Lenoir Vargas.
O SR. JORGE KALUME- Muito obrigado a V. Ex•
Efetivamente, não deVeinO-sesquecer--aS flossas origens Nos termos do_ artigo 185 do Regimento Interno, re-
queremos que o tempo destinado aos oradores do Expe- O Sr. Roberto Wypych - Eu me rendo à detenni-
- mesmo porque a Síria ê Um Pais amigo dO "Bi-aSir- nação de V. Ex'
diente da sessão de 24 de abril de 1985 seja dedicado _à
nem o seu povo que veio para cá,-neni o povo que lá se
comemoração do 25~''anlver.Sário do Coi-reio Bi-asiliense. O SR. PRESIDENTE (João Lobo)- Concedo a pa-
encontra; os de lã, admirando o Brasil, os de cá, ín.tegra-
Sala das Sessões, 17 de abril de 1985. -Murilo Badarô
dos à nossa vida. Muito obrigado a V. Ex•, pelo seu lavra ao nobre Senador Lenoir Vargas, para uma breve·
--Virgílio Távora - Otávio Cardoso ~ Lenoir Vargas
aparte, que veio enriquecer a rilinha saudação desta tar- comunicação.
~ - ·césar C!lls - Moacyr Duarte.
de.
Se~ no passado, os sírios e os árabes a cuja etnia per-
O SR. LENOIR VARGAS (PDS - ~SC. Para uma
O SR. PRESIDENTE (João Lobo)- De acQfdo com breve comunicação. Sem revisão do orador.)- Sr. Pre-
tencem se sobressaíram na arquitetura, na mateniát.icà, · o art. 179, I, do Regimento Interno, este requerimento
na poesia e na astronomia, não tem sido difúentes nos- sidente, Srs. Senadores:
~eyâ objeto de delib~?ração após a Ordem do Dia.
dias atuais. e
Nesta Casa tem stdo, por várias reiteradas vezes, dis-
Desde o século 18 e no início do atual, os sírios, ante a O SR. PRESIDENTE (João Lobo)-.., A Presidência cutido o problema dos chamados prefeitos pro tempore.
opressão sofrida, somada ao espírito de conhecerem ou~ _convoca sessão extraordinãria a realizar-se_ hoje, às 18 Durante largo espaço c;Je tempo,lfderes do PMDB acusa-
tros mundos deixaram s_ua terra mater e vieram para o horas e 30 minutos, desti,nada à apreciação das seguintes ram a ICgisla9ão que regia essa matéria de inadequaçào
Brasil, elegendo-o sua segunda pãtria. Acolhidos frater- matérias: com a ConstituJçào da República. Mas esta foi sempre
namente, ?QUi se radicaram e constituíram Suas famílias, -· Redaç~o final da Errienda do Senado ao Projeto de_" uni~ <J.Iegação qlJe ficou nos discursos proferidos aqui,
Seu lab_or_ em prol da nova pátria muito contribuiu para: Lei da Câmara n~' 26, de 1978; no. ple.náriO do Senado, e nos discursos, creio eu, tam-
o nosso desenvolvimento, mesmo porque o emigrante - Redação final da Emenda do Senado ao. Projeto de bém proíeridos na Câmara dos Dep~tados. Nunca se
sírio, c_omo o árabe, de modo geral, na sua maioria, pre- Lei da Câmara n"' 45, de 1982; procurou chegar ao apelo final, de saber da p<i.rte da au-
feriu o interior brasileiro, inclusive a Amazônia, quaJido -.Projeto de Lei do Senado n~' 45, de 1979; e tor_idade competente, que_é a autoridade maior,·o Supre-
ainda imperavam as endemias e o desconforto. Destemi- -Mensagem n9 88, de 1985 mo_Tribu~~l Fe~~J!ll, qual seria, efetfvãrrie-rite-, a legitimi--
dos e generosos no trato, logo se familiarizaram com os dade dessa legislação.
novçs costumes. Ante a nossa hospitalidade, viram-se OSR. PRESIDENTE (João Lobo) - Estã finda a Agora, leio no Jornal do Brasil notrcia a respeito, de
.enleados, contribuindo para aumentar ainda mais a hora do Expediente, que vou dar conhecimento ~ Cas-ã: -- ·
crença no Brasil e aí o seu sentimento de amor passou a P.c:1.ssa-se à
Brasília - Por meio de uma medida liminar con-
ser confundido entre a sua origem e a nov_a terra, neste
cedida pefo STF (Supremo Tribunal Federal), o pre--
Novo 'Mundo! ORDEM DO DIA feitO de Canoas (RS), Clãudio Schultz, conseguiu
Associando-me à festiva· data da República Áribe da
-suspender provisoriamente o ato da nomeação de
Síria, saúdo o seu povo~ bondoso, acolhedor e dinâmico, Item 1:
um substituto pro tempore para o cargo atê que
na pessoa do ilustre representante no Br:asil, o DiPloma-
Votação, em turno único; do Projeto de Lei da ocorram eleições para a ocupação' definitiva da Pre-
ta Clovis KhOury, na certeza de que o Brasil manl.êffi em
Cãffiara--nt? 6~ de 1981 (n"' 237/79, rià Cas-â áC:-ori.: - feitura; já não mais considerada. ''de Segurança Na-
cada um dos emigrantes do passado lOngínquo ou mais
gem), que fixa em oito horas a j9rnada de trabalho cional''.
recente o reconhecirilento pela Valiosa coiltribuição dadi
O.os vigias, tendo Cláudio Schultz, nomeado em setembro de 84
para a grandeza nacional.
Era o que tinhã. a _c!ízer. (Muito bem! Palmas.) Parecer favorável, sob n~' i9o, de 198i. da Comis- para a Prefeitura, deu entrada junto ao STF em
são mandado de segurança contra ato do Presidente Jo-
O SR. PRESIDENTE (João Lobo)- Concedo a pa- - de Legislação Social. sé Sarney que d'esignou Delfina Nunes de Oliveira
lavra ao nobre Senador Moacyr Duarte, por cessão do seu substituto pro tempore, com base na legislação
nobre Senador Lomanto Júnior, (Pausa.) Em votação., baixada em dezembro último.
S. Ex:~ declina da palavra. Os Srs. Senadores que o aprovam queiram permanecer
Concedo- a paf:ivrã-aO- nobre Senador Alberto slTVa. sentados. (Pausa.) É claro que o noticiário faz uma afirmação qu6 Dão
(Pausa.) · Aprovado. corresponde inteiramente à verdade. Na realidade, o Su~
S. Ex• não está presente. p_reiTio_ Tribunal_concedeu a medida limirúlr,-qtie é q~.edi­
Concedo a palavra ao nobre Senador Jutahy Maga- O SR._Mar.tigs Filho_- Sr. Pl-esid_ente, solicito v~rifF da cautelar, para POder eXaminar o mérito da ·problemá-
lhães. (Pausa.) cação ·de votação. tica da legislaçã-o que regula os prefeitos pro tempore. E,
Abril de 1985 DIÃRIOD<YCONGRESSONACIONAL(Seção II) .c. Quinta-feira 18 0709

com a medida limimir~ foí natlü·ã.Imente excluído o pre- Já Rui Barbosa doutrinava, com a simplicidade que O Sr. Octávio Cardoso - Permite V. Ex' um aparte?
feito pro tempOre, nomeado pelo Presidente da Repúbli- caracteriza o gênio, que...os diretores de uma sociedade
ca, José Sarney, e rec_olocado na situação anterior -o pn!- anónima são mandatários do ente coletivo, na adminis- O SR. MARCONDES GADELHA- Só um instante,
feito que estava <interiormente no exercício regular des- tração de cujos interesses estão investidos, do que deflui nobre Senador Octávio Cardoso.
sas funções, na forma da Constftuição, isto é, designado como corolário natural que os princípios que determi- Não aconteciam --aSsim as coisas, preferindo-se quase
pelo Governador do Estado com prévia· aquiescência-do -nam a responsabilidade na administração das sociedades sempre o regime dã. porta- fechada, da confabulação em
Senhor Presidente da República. anôriim-as são,-portaiito, os mesmos pelos quais se esta- segredo. Não se tratava, pois, de uma solução de merca-
De modo que, agora, Sr. PreSidente, a liminar, eviden- belece a responsabilidade no exercido do mandato. Ora, do, mas, sim, "de um ersatz, uma fachada, um arremedo.
temente, não diz que o prefeito ficarã até as eleições; a li- o mandatário responde, assim, por exorbitar dos poderes Esses vinham sendo, Sr. Presidente, os hábitos de
minar deverá dizer que suspende o ato do Senhor Presi- que no mandato se lhes confere, como por se haver com comportamento a reger todos os problemas dessa natu-
dente da República até que o Supremo examine o méritO- dolo_, çy.lpa ou negligência, no caso dos poderes c_onferi- reza.
da questão, isto é, se essa legislação é ou não ini::oilstitU~­ doS"-.-
Eis, portanto, Sr. Presidente, um axioma quase ingé- O Sr. Jo-sé Lins -- Permite V. Ex• um aparte?
cional. Esta é o que me parece a provfdéncia determinã..:
da pelo Supremo Tribunal Federal e acredito que vamos nuo: o· administrado tem o dever da probidade, Esta pe- O SR. MARCONDES GADELHA -Desta vez, to-
ter um exame muito judicioso desse problema, um exame quena verdade, mais do que uma óbviidrriposiçào âe_êti- davia, o problema é traZido à consideração do Congres-
muito eficiente e muito capaz, porque o autor da liminar ca cotidiana, transformou-se no Brasil, e estranhamente, so Nacional.
proferida é o ilustre Ministrá Djaci Falcão, um dos mais el!J norm_aju~ídica, Assim é que~ Lei n~' 6.404/76, acha- Pross_eguiremos após ouvir o eminente Senador José
antigos Ministros do SupreffiO Tribunal e dos mais con- mada Lei das Sociedades Anônimas, determina no seu, Lias.
ceituados juízes da República. art. 153:
De modo que a providência tomada pelo Prefeito de O Sr. José Lins - V. Ex• poderia dar a palavra, logci,
..0 admistrador da companhia deve empregar,
Canoas, em defender o seu díreüci, não ficou apeilas na ao nobre Senador Octávio Cardoso, porque S. Ex• havia
no exercício de suas funções o cuidado, a diligência,
oratória, não ficou apenas na reclamação; foi diretamen- pedido em primeiro lugar.
que todo homem ativo e probo costuma empregar
te ao Poder competente para que definisse a situação.
na administração dos seus própriOs negócios", O SR. MARCONDES GADELHA - Ah. perdão!
O Sr. Octávio Cardoso - Permite V, Ex~ um aparte? Ouço o aparte do nobre Senador Octávio, que o havia
Está na lei, Sr. Presidente, é estranho, bizarro,_curioso,
mas estâ na lei. A probidade, o cuidado, a diligência são pedido há mais tempo,
O SR. LENOIR VARGAS- Pois não! _
por conseguinte mais do que exigências morais, mais do
que predicados éticos, mais do que virtudes; tornaram-se
o-sr. Octávio Cardoso- Muito obrigado a V. Ex•,
O SR. PRESIDENTE (João Lobo).,.., O orador estã_ nobre Senador Marcondes Gadelha. Como V. Ex~ é sa-
falando para uma breve comunicação e esta não c_om- no Brasil obrigações jurídicas. E, no entanto, quantos
bidamente um homem de boa fé, um homem de bem, eu
desconsideram, quantos ridicularizam, quantos vilipen-
porta aparte, não imaginaria que V. Ex•, tendo lido o projeto enviado
diam estes deveres tão comezinhos.
pelo Governo, estivesse fazeildo U:rila afirmação como se
Não se encontram, evidentemente, no arcabouço jurí-
O SR. LENOIR VARGAS- E mais_ain:da, Sr. Presi- isso não estivesse iil.Sciífo.--En-tã.o, suponho que- V, Ex•
dico das relações c_omerciais e financeiras, as razões de
dente, tenho conhecimento de que, no Município -de não terá atentado para essa disposição. V. Ex~ está ver-
eclosão dessas verdadeiras orgias administrativas. As leis
Osório, onde o Presidente da República, José Sarney, berando a incúria, a má fé e a desonestidade no trato da
são boas, são completas, são tão minuciosas que erigi-
nomeou prefeito pro tempofe, o Prefeito que foi excluído empresa privada. Como esses procedimentos são dignos
ram em preceito legal o dever da honestidade._ O proble-
entrou também com um mandado de segurança, e um de censura, são merecedores de censura, tanto na função
ma certamente deve ser busJ::ado em outra parte.
outro eminentejtiíz do SllpremoTCibunal Federal conce- pública quanto na vida política, no mandato legislatívo,
Sucede que a longa e colorida história do intervencio-
deu também a liminar para que o Supremo examine ale- V, Ex• sabe disso, V. Ex• deve ter atentado que o art. 51',
galidade ou não desse ato, nismo-_ :desabusado do Estado, na vida do cidadão e na do projeto, diz que:
at.ividade econômica príVada, gera nlaus hábitos de dÍ~
De modo que acredito que o Senhor Presidente da Re-
ficflima erradicação. A sabedoria simples, porérri sagaz,
pública, uma vez notificado da liminar, irá defender ale- Art. 51' Com a posse dos novos administrado-
do folclore nordestino gerou o aforismo precioso segUn-
gislação que aplicou, a legislação que o PMDB tanto res, o Banco Ceifttãl do Brasil declarará a cessação
do o qual "uma esmola para o homem que é são ou mata
condenou aqui, em épocas passadas, e que agora o Presi- da intervenção, mantidos os seguintes efeitos:
de_ vergonha ou vicia o cidadão". Ora, sabemos todos __
dente da República vai defendê-la, porque é o seu ato I - prosseguimento dos inquéritos para apu-
que a vergonha tem matado muito pouca gente no Bra-
que ele tem que defender. Mas, a vantagem que daí va- ração da responsabilidade de administradores e
sil. Desde há muitos anos aqui se descobriram duas vaci-
mos tirar, a vantagem que toda a Nação brasileira vai ti- membros do Conselho Fiscal, nos termos dos arti~
nas eficazes contra esta virtude letal, que são: o capitalis-
rar é que, de uma vez pOr todas, a palavra do Supremo gos4! a49 da Lei n~'6.024, de 13_de março de 1974;
mo sem risco, e a desonestidade impune. E como quem
Tribunal Federal, na hora em que examinar o mêrito, vai II- manutenção da indisponibilidade dos bens
deflnir se vaie ou não~esSa leglsiaçãO que-regu'l"ã os -Prefei- nã.o_morre vida-se, temos estimulado muito a dissemi-
--dOS-adrrltiiistfã"dores, bem como da inexigibilidade
nação desta dependência debilitante.
tos pro tempore. dos créditos de que forem titulares junto às compa-
· Eram essas as considerações que eu desejava fazer, O capitalismo sem risco e a desonestidade impune são
ambos de uma decorrência de uma ótica torta e inCom- nhias em intervenção ou em liquidação, até final
neste momento. (Muito bem! Palmas.) apuração das suas responsabilidades.
preCnSíVéi-;-que tende_ a procrastinar as medidas legais
O SR. PRESIDENTE (João Lobo)- Concedo a pa- que devem ser tomadas contra as administrações comer-
Acho que nesse ponto o legislador foi bem insiiirádo,
lavra ao nobre Senador M arcondes Gadelha. ciais faltosas e fraudulentas, até o momemto em que a si-
porque, no curso da recuperação ou recuperada a entida~
tuação se torne insustentável, seja pela impossibilidade
de sob intervenção, e depOis desapropriada, poderiam os
O SR. MAR CONDES GADELHA (PDS- BA. Pro- de se prosseguir no seu acobertamento, seja porque a ex-
antigos -dete-iitores- de mandato ou de capital entender
nuncia o seguinte discurso. Sem i'eVisâo do ofãáof.)- tensão_ do prejuízo para a p_opulação jâ tomou dimensões
Sr. Presidente, Srs. Senadói-es; - - que nada maís devessem. Então, o art. 9~' ainda diz:
alarmantes. --
Prepara-se o Congresso Nacional para decidir, de for- . Desde o escând3.IO da CorOa:Bra:Stel,-incorporou-se ao Art. 9~' A ulterior recuperação das companhias, de-
ma definitiva, sobre o problema do Banco Sulbrasileiro, vocabulário rilulticor das explicações _oficiais, a expres- corrente da execução do programa de saneamento pre-
o mais recente desses escândalos que passaram a integrar são; ...solução de mercado". Trata-se, Sr, Presidente, de visto nesta Lei, não afetará o valor da indenização pago
o cotidiano do povo brasileiro com inaceitável desfaça- um eufemismo adunco para significar- que as autorida- pela desapropriação das ações, nem elidirá a responsabi-
tez e constância. deS, obrigadas a fiscalfzcir e intervir, prefériram adíár o _ lidade dos diretor~s e _conselheiros de_que tratam os arti-
Seria apenas mais um entre tantos casos escabrosos, problema por razões insondâvi:is, até o limite do possível gos 39 e 40 da Lei n9 6.024, de 13 de março de 1974,
não se revestisse de caracterfsticas especialíssimas de ter e, eventualmente, além dele. Quando se torna evidente
sido a sua resolução confiada, pela primeira vez, dentre - ser impossível manter os fatos enterrados por mais tem- Citada por V, Ex• assiffi, diz que não querem uffia so-
tantos anos, ao discernimentO-ao Congresso NacionaL po, começam a ser articuladas negociações às carreiras, lução de mercado para que a situação dessas empresas
Assim sendo, Sr. Presidente, a decisão que daqui em busca de algum grupo infeliz, conVidado a assumir o não venha a público, é justamente ao_contrârio. A Si-
emergir haverá de inaugurar uma doutrina, uma diretriz pã"S-sivo deterio"rãdo em troCa de" favores, PasSados pre- tuação de mercado é que preserva este sigilo~...Quanto é
de procedimento_ que orientará, necessariamente, a abor- sentes ou futuros. - - - que você quer pela carcaça ·do seu banco? Tanto. Aqui
dagem de problemas futuros da mesma natureza. O diag- Uma real solução de mercado implicaria, Sr. Presiden- está. Fechado o negócio, cessa tudo"-. A solução de mer-
nóstico do problema que s_e coloca neste momento é de te, primeiro, a exposição pública da verdãdCira siiuã"Çào cado é assim, Aqui. não. Essa é uma solução dada pelo
uma clareza singela. Trata-se apenas de mais um caso de contâbil e econômica da empresa em causa; e, segundo, Poder Público, em que socorre e saneia uma entidade
incúda~ de desídia, de má fé e de improbidade na gestão uma-licitação pública entre os candidatos, com regras mas não ixinie, a priori, de responsabilídade aqueles que
dos negócios que afetam a -economia popular. claras quanto às condições da encampação proposta. dev~ ser responsabilizados. É bem o contrário!
0710 Quinta-feira 18 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção li) Abril de 1985

O SR. MARCONDES GADELHA -Nobre Sena- O sr.-José Lins- Nobre Senador Marcondes Gade- tra entidade que queira arcar com a responsabilidade de
dor, V. Exf. apenas estã corrobõrando com todas as_últi- lha, V. Ex' fala com a categoria, com a percuciência de comprar· essa instituição. Tratando-se de um negócio en·
mas afirmaÇões que eu fiz,- ao longo do meu discurso. sempre e, hoje, neste momento, sobre problema do tre duas entidades privadas, evidentemente não haveria
Sulbrasileiro. E me parece muito clara a colocação de V. necessidade dessa clareza, dessa transparência, jâ que se-
O Sr. Octávio Cardoso - A preliminar colocada por Ex', quando distingue as duas faces do problema, quais trata de um negócio entre instituições qUe_ decidem pelas
V. Ex' não foi essa. sejam, aquela relativa à probidade dos administradores suas próprias diretorias. -
das sociedades anônimas, e aquela relativa à fiscalização,
O SR. MARCONDES GADELHA- Antes de con- O SR. MARCONDES GADELHA- Fosse verdadei-
à solução de mercado ou à intervenção. A mim me pare-
ceder o aparte a V. Ex', eu dizia que uma real solução de ro esse entendimento de V. Ex•, não haveria necessidade
ce, também, que a questão da probidade não é nem dis-
mercado, uma y_c.;_cdad_ei_ra solução de mercado ex.atamen- de a lei impor às empresas que publiquem seus balanços,
cutível, e muitas dessas questões têm morrido na Justiça,
te se opunha a esse sigilo, exatamente se opõe a essa con- que publiquem os seus balancetes. Empresa de sociedade
sem nunca sabermos, porque ninguém é punido por er-
fabulaçào. em segredo. anónima _envolve interesse coletivo. O dever da publici-
ros dessa ni:l.tllreza. No que tange, nobre Senador Mar-
dade é implícito, está na base da Lei __das Sociedades
O Sr. Octávio Cardoso- Ao contrário, data venia; ~ condes Gadefh<i, ao segundo aspecto, à questão da nor-
ma institucional do mercado financeiro, da fiscalização Anónimas. O conhecimento público da situação contábil
o contrário. das empresas, isso é um dado elementar, ê um dado pre-
doS bancos, e de o_utras instituições, acho cliie_a norma é
liminar.
O SR. MARCONDES GADELHA- A história ante- bastante clara quando prevê a solução de mercado que, a
rior das soluções de mercado, infelizmente, tem sido essa meu ver, também não- é esta solução aberta, já que se tra- O Sr. José Lins- Acho que V. Ex• confunde in-teresse
trágica história que eu acabei de contar a V. Ex' Pouco ta, de qualquer modo, de uma instituição privada que público com o interesse dos acionístas, que são repreSell~
adianta, depois, partirem com sanções, por mais drásti- pOde negociar com quem quiser, sem fazer-qualqUer lki-
lados pela di reteria e pela assembléia geral. Evidente que
cas que elas sejam. Pouco adianta, nobre Senador, se taç_ào pública com outra entidade. Nesse caso, compete à
um ato dessa natureza teria que ser aprovado pela as-
propõem indisponibilidade dos bens da_ direção da em- própria instituição buscar a solução do mercado, isto é,
sembléia geraL
presa fraudulenta, porque o dano social já terá sido cau- vender_ até com prejuízo, mas, de qualquer modo, dar
sado e, lamentavelmente, não pode mais ser reparado. uma solução que minore as dificuldades por que atraves- O SR. MARCONDES GADELHA - Nobre Sena-
O que nós pronigamos; neste momento, foi exatãmen- sa. Nes~e ponto eu admito, portanto, que não deve haver dor,-unl bancO Opera com carta patente, que ê uma con-
te uma açào precisa--a tempo e a hora, uma ação qUe eU essa abertura geral, como se fosse fazer uma c_oncorrên- cessão, diz respeito ao ente coletivo, que eu e V. Ex• re-
diria quase profilática da autoridade encarregada da fis- cia pública, ou qualquer outra· coisa semelhante. QUanto presentamos aqui nesta Casa; um banco lida em si-
calização, no caso o Banco central, que deveria ter agid_o _ à intervenção, e deVe chegar exatamente quando não- foi tuações privilegiadas, recebe crêdito diferenciado, ei-lfim,
no momento adequado. No entanto, procrastinou e le- possível a solução de mercado, essa é uma questão do há uma séria de preferências, de vantagens, de direitos,
vou até_essa situação. Esta ê a verdade que acontece nes- ente fiscalizador. Agora, o que me parece esdrúxulo, .que não são rigorosamente fixados pelas leis do merca-
se_escândalo do Sulbrasileiro e que tem acontecido em nobre Senador Marcondes Gadelha, ê a solução que estâ do, mas que são concessões da vontade do povo, através
relação a outras tantos escândalos cujas reparações, sabe sendo aventada, porque nem é uma solução de mercado dos dados normativos aprovados por essas casas.
muito bem V. Ex•, em nada vieram a recompor os prejuí- e nem ê aquela solução normal da intervenção para mos-
zos que o Erário público teve, e bem nada vieram ares- trar os erros, chamar às responsabilidades, e encontrar, O Sr. José Lins- A solução do mercado sempre pro-
sarcir a situação do contribuinte, em nada vieram ares- afinal de contas, a solução que poderá ser a ruptura total tege os direitos, seja dos acionistas, que podem perder al-
tabelecer a credibilidade na entidade, por acaso salva por da instituição. Mas criou-se a figura nova da partici- gunra coisa, mas com o conheciinento di! Causa, seja dos
essa operação. pação do Governo, do salvamento do espólio. Isso é que deposita_ntes, nes~e caso,_::). preservação do direito é inte-
realmente me pare-ce esdrúxulo. E eu até_diria, nobre Se- gral.
O Sr. Octávio Cardoso -:- E V. Ex• permite uma per- nador, que casos ·devem haver o digamos, questões,
gunta? problemas sociais envolvidos, que o Governo tivesse O SR: MARCONDES GADELHA - Muito bem,
mesmo que adotar alguma atitude dessa antureza, como nobre Senador José Lins, qualquer que seja o entendi-
O SR. MARCONDES GADELHA - Pois não. mento de V. Ex• sobre solução do mercado, nós estamos
venr propondo agora. Mas a mim me parece que este
problema não poderia ser conduzido de modo casuística; de acordo num Ponto. Apenas exijo Que essa solUção seja
deveria haver uma· norma, através da qual se pudesse clara, públiCa e que haja proposta de conhecimento de
O Sr. Octávio Cardoso --:Sabe V. Ex•, por acaso, Qúe todoS-OS friteressados nO- itiercado. V. Ex• ilropõe, Com·o
o Diretor encarregado da Fiscalização, que naquela êpo- chegar à terceira solução, que nem seria a solução de ~
mercado, nem a intervenção pura e simples, mas uma so- atternativa, a chamada solução de governo.
ca se chamava Diretoria do_Meicido de Capitais, ocupa
hoje uma nova Diretoria, criada pela Nova RepúbliCa, lução de Governo, se o caso socialmente reclamasse uma O Sr. José Lins- V. Ex• me permite, eu não propo-
chamada Oiretoria de Fiscalização? E que esse homem atitude dessa natureza. Mas o que me parece realmente nho.
da Velha República que não fiscalizou_é o titular de nova perigoso, no caso, é o precedente. Porque uma vez que o
Diretoria, na Nova República, e que se chama lran Si- GoVerno enc-ontre deste modo, isto é, através de uma O SR. MARCONDES GADELHA - A lei propõe.
queira? proposta do ExecutiVo para injetar recursos nã insti-
tuição, para este caso do Sul brasileiro, dificilmente nós O Sr. José Lins- Eu achei esdrúxulo que se criasse
O SR. MARCONDES GADELHA - V. Ex•.estâ -- VaffiOs ter cOndições de negar a outras instituições seme- uma nova figura que _n_ão est_ã prevista na lei, e parã a
confundindo, quan-do pensa que eu estou dando a esta lhantes~ Então, atrás disso viria uma espécie de jurispru- qual sugiro até que haja alguma norma, porque pode
matéria um tratamento político. Que estou tentando co- dência ou, pelo mesmo, de uma imposiçãO moral, agora realmente_ ocorrer algum caso.
tejar ações da Velha República com ações da Nova Re- jogada sobre o próprio Congresso, sem qualquer norma
pa·ra ·sé-àvaliar a con-veniência de aplicar vultosos recur- O SR. MARCONDES GADELHA- Lembro a V.
pública! Não sei o que vai acontecer com a NOva Re-
Ex~ que vamos votar um projeto de lei, que vai criar dire-
pública! Não ~ei o que vai ac_ontecer com esse caso sos púbHcos para instituições as inais diversas. Quero pa-
- rabenizal- V. Ex• pela matle1ra _clara e, sobretUdo, equi- trizes novas, que vai, de alguma forma, fixar uma Juris-
Sulbrasileiro, que vai delimitar, que Va-i exatainente bali:-
librada com que examina a questão. prudência, vai fi"Xar uma atitude no tratamento dessas
zar o comportamento da Nova República, diante destes
questõ.es.
casos._ Não sei, nobre Senador. Também não estou aqui O SR. MA_R.CONDES GADELHA - Muito obriga-
tentando indiciar peSSoaS ilem suscitar nomes à conside~ do a V. Ex~. nobre Senador José Lins. Devo dizer que o··sr. José Lins -- Foi o que chamei ã atenção.
ração des_te Plenário. Eu estou tentando, nobre Senador não me oponho em princípio a qualquer das soluções al-
e V. Ex~ vai ver ao fim do meu disi:Ui_so, é discutir atOs- vitradas por y, Ex~; nãÔ- me OPO_nho a u!na soluçãO de ·
O SR. MARCONDES GADELHA- E V. Ex• com
administrativ_os, é discutir natureza e gestão, ê discutir i muita propriedade chama a atenção para que nós tenha-
mercado desde-que seja efetivaffiente ...
necessidad_e de que se tomem medidas doravante capazes mos a precaução, o cuidado de que isso-não venha a -se
de salvaguardar o interesse público, capazes de salva- O Sr. José Lins- Eu apenas citei o que a lei prevê, as converter num precedente perigoso a sê repetir indefinf-
guardar o bem co!etivo e, eventualmente, apresentar mo- soluções que a lei prevê. damei1t~, a se reproduzir tão logo surjam questões dessa
dificações ao--projeto de governo, capazes de tornar essa natureza, envolvendo, obviamente, interesses sociais
O SR. MARCONDES GADELHA - ... uma solução
opera-ção assimilada pela consciência rilõral da Nação. efou regionais, Acho _que V. Ex• tem plena razão e nãO ê
de merC-ado. A solução de mercado, no nosso modesto
outro o objetivo do meu discurso, nobre Senador José
entendimento, implica necessariamente em transparên-
Lins. Faço um esforço humilde, penoso esforço, n-o sen-
O Sr. Octávio Cardoso- Eu vou aguardar o curso do cia da operação; implica em clareza, implica no conheci-
tido de dar alguma cotaboração para que esta operação
pronunciamento _de V. Ex•. mento prévio da situação cOntábil de cada entidade que
seja única, ou seja, seja a- Primeira sem 1-epetições, senl
compõe o conglomerado.
O Sr. José Lins - Permite V. Ex' um aparte? segunda, sem terceira.
O Sr. José Lins- Eu acho que no caso, uma entidade Segundo, que ela seja uma operação tanto quanto
O SR. MARCONDES GADELHA - Pois não. que se_encontra em dificuldades procura alguém, ou ou- possível sadia, tanto quanto possível capaz de receber a
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção Jl) Quinta-feira 18 0711

m~rca do, convencimento do Congresso Nacional, que Justiça, das Minas e Energia, das Relações Exteriores e O Sr. Ca-:los Alberto- Mas eujã sei aonde V. Ex• vai
vaJ se aplicar todo, com toda a sua h.onorabHidade, com do Trabalho, para .este mesmo ano. chegar.
todo o seu descortino, com toda a sua respeitabilidade, Não estamos, portanto, discutindo exatamente ninha-
com toda a carga de esperança que a Nação nele deposi~ rias, nem importâncias que possam ser remanejadas sem O SR. MARCONDES GADELHA - Essa obser-
ta; o Congresso vai se aplicar pela primeira vez na so~ alterações· sensíveis nos- setores qu_e delas devam abrir vação-não impede que V. Ext prossiga com o seu aparte,
luçào de uma questão de extrema gravidade. mão. · que estou ouvindo atentamente,. ..
- A mensageni do Executivo alude a \.l.m número aproxi-
O Sr. José Lins- Nobre Senador, quero dizer que V. O Sr. Carlos Alberto - Eu não tenho uma varinha de
mado de 24 mil funcionários dos conglomerados Sulbra-
Ex• discorre com m~;lita proficiência sobre o tema, e eu o condão para saber ...
sileiro e Habitas ui. É um dado percuciente, uma p~r;pec­
considero um dos Senadores mais brilhantes,· sem detra- tiva d~lor~ -~e_grave problema sociaL Por outro lado, O SR. MARCONDES GADELHA- Embora enten-
tar dos_ outros, que se representam nesta Casa. deve ser considerado que a garantia desses empregos da muito pouco de pizza e muito menos de·melancia,
orça pelos 37 milhões e meio de cruzeiros per capita e que nobre Senador.
O SR. MARCONDES GADEL!IA- Muito obriga-
do a V. Ex•, nobre Senad_o_r_José Lins.
a: austeridade da administração, prevista na exposição de
motivos do Exm'i' Senhor Ministro da Fazenda, para os O Sr. Carlos Alberto- Mas V. Ex•,_ como nordestino,
Prossigo, Sr. Presidente, dizendo que esses eram os hã-
conglomerados, certamente, não autoriza o otimismo, sa~e que pizza de melancia é impossível de se fazer, por-
bitos de comportamento a reger problemas dessa nature-
com relação à manutenção daqueles empregos em sua que ela se desmancha. Mas a verdade é que o Governo
za e que agora o problema é trazido à consideração do
totalidade. · __ não está querendo ?-Ssumir, Senador Marco_ndes Oade-
Congresso Nacional. Como se sabe, a idéia central man~
Com respeito que "deva merecer desta Casa a questão lha, e está mistificando para a ópirifão pública, querendo
tida no projeto de lei oriundo do Poder Exec1,1tivo envol-
- -social do desemprego, Sr. Presidente, não será este argu- dar um tom de Nova Repóblica, de seriedade à coisa,
ve a injeção de 900 bihões de cruzeiros a serem remaneja-
mento mais forte em favor da aprovação do projeto do quando nós estamos vendo com clareza que é um engodo
dos no Orçamento da Uniã_o, com a finalidade de
Executivo num momento nacional em que, segundo a que está dando à Nação, querendo impor ...
salvarem-se os conglomerados Sulbrasileiro e Habitasul
os empregos de seus funcionários e, na-medida do possí~
Gazeta Mercantil, de 6 de fevereiro último", somente a
grande São Paulo conta com 82:5 mil desempregados, O SR. MARCONQES GADELHA- Senador, o Go-
vel, o património de seus depositantes e credores. verno agiu judiciosamente quando enviou a matéria para
ff3.ra cujo sOCorro ninguém se lembrou de pedir do-
~ inquest\onãvel que os bancos Sul brasileiro e Habita- o Congresso Nacional.
tações. Não. A informação de fato mais pertinente na ex-
sul vinham, até a sua implosão, desempenhando um pa-
posição de motivos do Senhor Ministro da Fazenda,
pel basilar na economia gaúcha, com <:onsiderãvel núme- O Sr .. Carlos Alberto- O engraçado é que o Governo,
aquela que poderá fazer pender a balança para a apro-
ro de depositantes, mutuários e investidores, a gfahde com relação a~ Sulbrasileiro, tem dois pesos e duas me-
vação do projeto, é a de que a liquidação extrajudicial
maioria dos quais constituída de pessoas de poucas pos- didas, pois, quanto ao BRASIUNVEST, õs diretores ...
çios conglomerados acarretará para a União um custo
ses e pequenas empresas, que confiavam seus negócios a
':"_~is elevado do q~e os 900 bilhões necessários· para o O SR. MARCONDES GADELHA- Essa pergunta
instituições aparentando a maior solidez.
sõerguimento das companhias que os integram. É o ar- V. Ex• vai fazer depois que o CongreSso Nacional se ma-
De outra parte, há que se considerar, com toda a
gumento que se vai tornando tão popular, segundo o nifestar sobre esse assunto.
atenção, a indiscutível legitimidade dos reclamos desses
tantos funcionários que se fazem rep-resentar à porta do-- - éfUaTsalriá maiS barato pagar a conta do hospital do que
a conta da funerâría. O Sr. Carlos Alberto - ... estão, inclusive, com um
Congresso Nacional, para fazer-nos conhecer, de manei-
Com relação a esse trapo, e em que pudesse pesar a mandado de segurança, com um mandado de prisão.
ra ordeira e determinada, da angústia e da incerteza que
Veja que há dois pesos e duas medidas.
desabaram sobre as suas vidas. nossa boa fé, o fato é que a exposição de motivos do
Exm9 Sr. Ministro da Fazenda não alinha as razões dessa O SR. MARCONDES GADELHA - Absolutamen-
Reconhecidos todos esses fatos, cuja importância não
crença, ou dessa ___ cónvicção, autorizando-nos, natural· te, Nobre Senador.
pode ser minimizã.da, existe, não obstante, uma outfa
mente, a colocar sob re&.erva a sua assertiva. .
face da questão, cujo exame constitui responsabilidade a crsr. Carlos _Alb-erto- o que eu gostaria de pedir, no
~~- De.mais _a mai.s, é de convir-se que não existe qualquer
que_ esta Casa não pode se furtar. aparte a V. Ex•, é para que haja clareza da posição do
garantia de que, após 'pagar a conta do hospital, a Nação
Há pouco fiz re-fCrênciâ à iOvenção perversa do capita- G~verno, porque, na verdade, nós estamos com 27 mil
não se veja forçada a arcar, também, com a conta da fu-
lismo sem risco e das falsas soluções que implicam em le- nerária_:_ --- -- funcionários·- qUerendo uma solução. Ã frente do Con-
sar a sociedade, drenando seus recursos para tapar os g~esso Naci~mal estão trabalhadores que vieram do Pa-
romb~s _gerados por administradores incompetentes, raná, do Rio Grande do Sul, do Rio Gtande do Norte
---0 Sr. Cados Alberto - Permite V. Ex• um aparte,
maliciOsos e até criminosos. . -
IYobfC-SCrlã.dor? talvez da Paraíba, ter~a de V. Ex•, e de todos os rincõe~
Ora, Sr. Presidente e Srs. Senadores, a Nova RepCtbÚ- desta Na_c_ào, e estão querendo ouvir uma posição nossa.
ca que se instala sobre os sólidos ali~_c;rces de um poder O SR. MARCONDES GADELHA -Ouço o aparte Por quê? Porque foi o GovernO que nos impôs, foi o Go-
confiante, emanado de todos os segmentos da Nação de V. Ex• _ . verno que colo_cou para esta Casa, para a Casa do povo,
brasHeíra, representa um pacto novo, um compromisso __ a_ decisão que ele, governo, deveria tomã.r. Pergunto: Se-
de atitudes. respoQsãveis e judiciosas na administração rã que esses homens que estão mandando, hoje, nesta
OS~. Carlos Alberto- Senador Marcondes Uadelha,
dos. bens pCtblicos, visando sempre atender, da melhor Nação não têm responsabilidades para com o passado?
sabe V. Ex• a admiração que tenho pelo seu talento, pela
forma possível, às necessidades prioritária-s da popu- O homem que estâ mandando, hoje, na Fazenda, não~
sua inteligência,. pelo seu mais alto nível cultural, e .de
lação br.asileira. A Nova República e seu CongressO têm outro senão- um homem do passado, da Velha Repl1bli-
como V. Ex• tem se comportado nesta Casa na defesa
verdadeiramente um compromisso com a verdade e a ca. O homem do leão que cassou a classe média, que em-
das aspirações populares, das causas mais justas. V. Ex•
moralidade, e) a partir deSse dado maior, cabe questio- pobreceu a classe média, que levou a classe mais etilizada
traz para o debate, hoje, o caso do Sulbrasileiro e do H a_-·
nar até que ponto a solução oferecida para 0 caso e burguesa à posiCã;o de classe mêdia e empobreceu quem
bitasul. Começo a meditar, aqui, na c_ondição de Lider
Suibrasileiro não responde apenas à força de um mau era da média. Então, responsabilid:ides, Sen-ador Mar:
de Partido da Oposição, que é o PDS, se o Governo não
hábito à inércia do passado. condes-Gadelha, Õós sabemos que o passado tem com o
estâ querendO fazer, agora, Uma pizza de melancia, por-
Sim, esse questionamenfo pãssa a Ser crucial, na medi- present~, e é preciso que se-asslirita isSo. O que ilão pOde
que ainda hâ pouco ouvíamos um Líder _do PMDB, uma
da em que a Nova República consolidar a sua doutrina é_o_ Partido da Frente Liberal e o PMDB quererem misti-
figura que nos merece respeito e profunda admiração, o
a _partir de suas atitudes no trato com problemas reai~ . ficar em torno de uma posição que o povo e a Nação es-
Senador Alfredo Campos, tomando uma posição con-
que, doravante,· hão se apresentar. tão atentamente ouvindo os seus Parlamentares, ouvin-
trâria a ·essa solução que se quer dar ao Habitasul e ·ao
Uma dotação de 900 bil_hões de cruzeiros representa do os homens com mandatos pópulares porque, na ver-
Sulbra~ileiro. S. Ex• fa~ou na qualidade de representante
considerável aparte de recursos. Novecentos bilhões de dade) nós do PDS. nós que fazemos hoje a Oposição,
do PMJ?B; V. Ex• sobe, agor:a, à tribuna e, como repre-
cruzeiros são uma quantia que ultrapassa todo o orça- queremos. a solução mais rápida porque entendemos que
sentante do Partido da Frente Liberal, também faz um
mento para o corrente ano do Estado do Ac_re, do Esta- não podemos brincar com a barriga do povo. E os Se~
pronunciàmento contra o Sulbr:asileiro.
do dà __A~azonas, do Estado do Maranhão, do Estado nhores que hoje fazem Governo estão querendo brincar
do Piauí, do Estado do Rio Grande do Norte, dq Estad_o com 24 mil trabalhadores que estão de barriga vazia. E é
da Paraíba, do Estado de Alagoas, do Estado de Sergipe. O Sr. OctáVio Cardoso- M8.s esse é a favor.
preciso que o Governo assuma a responsabilidade hoje,
Novecentos bilhões de_ cruzeiros representam bem 0: Sr. Carlos Alberto - Pelo que eu estou ouvindo, do mesmo jeit~ que assunliiJ. com o Brasilinvest. Por que
mais do que tc;tdas_as dotações somadas de iodo o Poder contr~ <? projetá:_ 2 pesos e 2 rriedidas, Senador Marcondes Gadelha? ~ a
Legislativo e de todo o Poder Judiciário, no Oi'çamento interrogação que faço a V. Ex• ·
da União para 1985; representam, Sr. Presidente, mais O SR. MARCONDES GADELHA - Eu ainda não
do que as dotações dos Ministérios das ComuniCações, ci:mc_I~í o meu pronunciamento. Ainda estou na parte O SR. MARCONDES"GADELHA- Devo esclare-
da Fazenda, da Indústria e do Comércio, do Interior, da analtttca do fato em si. cer, em primeiro lugar, entre as muitas questõeS que V.
0712 Quinta-feira 18 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abril de 1985

Ex' colocou, que essa não é uma questão nossa do O SR. MARCONDES GADELHA- De se esconder diferente o problema do Brasilinvest com o problema ôo
PMDB; não é uma questão nossa, da Frente Liberal; não a responsabilidade, quando durante tantos anos eu, V. Sulbrasileiro. O Banco Sul brasileiro foi um Banco de um
é uma questão nossa, do PDS; é uma questão nossa, do Ex•, toda esta Casa reclamávamos do carâter sigiloso, conglomerado de três ou quatro bancos do Rio Grande
povo brasileiro. opaco, fechado, das iniciativas govefi:tame"ntais neSse do Sul. E um banco que tem uma origem de 1856; é um
campo institucional e financeiio. Enviar ao Congresso banco que tem 400 agências, enquanto o Brasi\invest foi,
O Sr. Carlos Alberto- Mas, Senador Marcondes Ga- Nacional, é o mínimo de atitude de respeito que se deve a vamos assim dizer, uma dessas arapucas montadas nos
delha, quando era PDS, era governo, V. Ex!s da Opo- esta Casa, e foi o que nós C_Qbramos durante tanto tem- últimos 6 anos.
sição diziam que em tUdo nós éramos os responSãveis. po. Agora, não há por que se queixar simplesmente por-
Agora, V. Ex•s são hoje sócios da crise do poder, e têm que a responsabilidade vem para as nossas mãos, não há O Sr. Carlos Alberto - Que se roubou diferentemen-
que assumi-la. Não queiram assumir somente o poder, por que se queixar simplesmente porque a batata quente te?
assumam também a crise, vem repousar no regaço do Congresso Nacional. Abso-
O Sr. Carlos Lyra- Não é que se roubou diferente·
lutamente, nobre Senador Carlos Alberto. Devemos sau-
O SR. MAR CONDES GADELHA- Se V. Ex• insis:. mente, nobre Senador, é que a pessoa tem deter uma ori-
dar com entusiasmo essa inicíativa. Eu me preocuparia
te em dar esse enfoque po!ítico à questão, eu digo a V. gem. Eu não defendo os administradores; eu defendo a
muito mais_ sé o Governo tomasse outras decisões à reve-
Ex• que não vou fugir a ele. Exarriiriarei sOb esse aspecto instituição ju~fdica do Sulbrasileiro. Eu acho que o
lia da soberana vontade do povo, aqui representada nes-
também político, como V. Ex• insiste, embora eu ache Sul brasileiro não é a mesma coisa do_ Brasilinvest. Essa
ta Casa. EU me preocuparia muito mais se as decisões
que o que interessa a esse Congresso Naciorial, o que in- posição é uma posição_ que muita gente concorda.
fossem tomadas no esconso dos conciliábulos dos gabi-
teressa à opinião pública, é a discussão sobre a natureza
netes fechados. Mas, uma vez que a matéria é exaustiva- O Sr. Carlos Alberto - Mas a escândalo é o mesmo.
da operação, sobre o seu interesse, do ponto de vista so-
mente discutida no Congresso Nacional e em todas as O rombo é o mesmo.
cial, ou seja, do ponto de vista da sociedade brasileira.
instâncias da vida pública e em todos foros, à disposição
Interessa à Nação brasileira, neste momento, é possível
das vozes mais autorizadas deste País, eu só posso é ver O Sr. Carlos Lyra - O que acontece é o seguinte: os
que interesse, é possível que não interesse. Mas nós te-
isso como um bom sintoma. administradores. as pessoas fisicas, acredito que sejam as
mos que examinar essa questão do ponto de vista da sua
mesmas coisas. Mas o que acontece é que o Banco
eficácia. Se ela realmente vai surtir efeito, se vamos res- O Sr. Carlos Alberto - .E: por demais salutar. Agora,
taurar a credibilidade deste conglomerado S_u_lbrasileiro, Sulbrasileiro representa Um Estado. O Sulbrasileiro tem
só que eu estou vendo, nobre Senador, que o Partido de mais de 400 agências. O Banco Sulbrasileiro, no Rio
considerando que banco ... V. Ext e o PMDB estão querendo se esconder. Grande do Sul; em certas cidades, só existe aquele Ban·
Nobre Senador Carlos Alberto, V, Ex• vai me ouvir
c_Q~ É completamente diferente do Brasilinvest. O que eU
um pouco, e depois c-oncederei ... O SR. MARCONDES GADELHA- Agora, compe· sei -do Brasilinvest é que existia em São Paulo uma má-
te a este Congresso, não pensando em dividendos políti- quina mo"ntada nestas estruturas da ciranda financeira e
O Sr. Carlos Alberto- Vou Quvir,_Y. Ex•
cos a serem auferidos ... Eu digo a V. Ext que a atitude
que deu na realidade um rombu_à Nação brasileira. Esse
O SR. MARCONDES GADELHA -V. Ex• vai me mais fácil seria no primeiro ato, sem maiores discussões, era o aparte que eu queria dar ao nobre Senador Mar-
ouvir atentamente, ouvir pacientemente. V. Ex• vai me consideriiridO q-ue há 24 nl-ii pessoas inStaladas na frente condes Gadelha.
deixar primeiro que responda as suas questões, para que, do Congresso Nacional, a primCiri atitude, a mais fácil,
depois, V. Ex• possa então formular outras perguntas. a mais rápida, a mais direta e a que faria mais m-e eximir
O SR. MARCONDES GADELHA- Eu agradeço a
da minha responsabilidade congressual, seria simples-
V, Ex~, nobre Senador Carlos Lyra. COOsiderando a sua
O Sr. Carlos Alberto- Estou colocando o microfone mente apoiar de olhos fechados sem questionar. Embora
experiência ·comO empresário dos mais competentes, dos
em ponto de alerta, tão-somente. V. Ex• saiba que esse expediente que estâ aí j:lode ser uma
mais esforçados, eu acho que essa sua manifestação enri·
porta aberta para que, amanhã, venham milhares de nor-
O SR. MARCONDES GADELHA - Dizia eu, Sr. quece bastante o nosso pronunciamento e lança alguma
destinos aí pulular como um répteis sobre o verde relva-
Presidente, que nós temos que examinar a natureza dessa luz sobre as relações entre as duas operações, do Brasi-
do do Congresso Nacional, forçar as portas dos centros
operação sob o ponto de vistã da sua eficácia- ou Seja, Iinvest, do grupo Habitasul e do Sulbrasileiro.
de decisão deste País com a sua pobreza, com a sua cata-
se ela realmente vai restaurar a credibilidade deste con- Infelizmente, não são duas situações isoladas, singula·
dura magra, esquálida e sofrida, e nós estamos imPedi-
glomerado. Sabemos que banco lida fundamentalmente res, dentro do mercado financeiro deste País. Há uma
dos ..
com crédito. E a sua raiz latina, creditum, quer dizer con- quantidade enorme e nós precisamos mapear uma po-
fianÇa:, Quer dizer credibilidade. E, uma vez perdida, difi- O Sr. Carlos Alberto- Isto seria salutar. sição, nós precisamos ter uma disciplina definitiva sobre
cilmente será restaurada por mais modificações que V. esses casos que vão aflorar aos montes, daqui por diante,
Ex• faÇa no CorpO de gestores da empresa, ou até mesmo O SR. MARCONDES GADELHA - Eu apenas es- nobre Senador Carlos Lyra.
na sua razão social, ou até mesmo na natureza de algu- tou dando um exemplo extremo. V. Ex• sabe que há gra- Sr. Presidente, esses casos há de aflorar, daqui por
mas das suas operações. Esta é a questão que está sendo dações de atitudes intermediárias de outros segmentos diante, e como o procedimento até aqui foi esse, a pri·
examinada, nobre Senador Carlos Alberto. Agora V. Ex• que se verão prejudicados e que virão aqui, cobrar da meira vez que foi trazida à consideração do CongrCsso
diz que o Sr. Ministro da Justiça tem responsabilidade mesma forma. V. Ex• exigiu um tratamento para o Brasi- Nacional, considerã:ndo o Executivo tratar-se este de um
com o passado! Eu acho que nós ... linvest. V. Ex~ certamente haverá de exig'ii tratamento §rgão ~qlegiado, d~ocrático, pluralista, aberto, onde se
igual para mais 20, 30 ou 40 instituições financeiras que exerce a livre manifestação do pensamento, há de se che-
O Sr. Carlos Alberto- Ministro da Fazenda Senador, estilo às vésperas da falência. gar a uma solução consentânea e que, daqui por diante,
eu estou falando do Ministro· da Fazenda, o homem do pode servir como modelo, como referencial, como mar~
leão. O Sr. Carlos Alberto- Perguntei por que ter 2 pesos e co, para outras decisões da mesma natureza para proble-
2 medidas, Senador. mas do mesmo jaez.
O SR. MARCONDES GADELHA - Exatamcnte,
que tem responsabilidades com o passado, e por isso não O SR. MARCONDES GADELHA- Como-~ que va- O Sr. César Cais- Permite V. Ext um aparte?
está obrigado a mudar o curso ou a natureza do trata- mos repetir essa situação. Muito bem, nobre Senador
mento dado a essa matéria, tem que repetir todos os er- Carlos Alberto. Exatamente para que não tenhamos que O-SR. MARCONDES GADELHA- Ouço o nobre
ros do passado, dar as mesmas soluções que tiveram a sofrer o ónus de atuarmos com 2 pesos e 2 medidas, para Senador eminente Ministro Cesar Cais.
Coroa-Brastel, que tiveram todos os outros ... _que não tenhamos que discutir a- natureza doS nossos
procedimentos e dos nossos gestos. TemOs que--esgotar O Sr. César Cais- Nobre Senador Ma reandes Gade-
O Sr. Carlos Alberto - Nãol os ângulos desta questão, não deixar nenhum ponto obs· lha, quero louvara V. Ex• por trazer aqui o assunto neste
curo, porque isso aqui vai marcar um estiiQ. Essa decisão enfoque de se disciplinar e não o Congresso decidir caso
O SR. MARCOND_ES GADELHA- Não, nobre Se· vai marcar uma posição, esta decisão_- vai marcar um
nador, louve-se a capacidade do Sr. Ministro da Fazen- a caso. Nós todos estamos cansados dos casuísmos e
princípio, um preceito, uma atitude que serâ cobrada de· achamos que, de fato, o Congresso deve disciplinar, deve
da, Francisco Dõrnelles, de iriovar, de sair do guante do zenas, centenas e milhares de vezes daqui por diante.
passado, de sair e respirar uma situação intéirameri.te no- -fazer uma regra geral. Agora, entendo que a exposição
va, porque isso é o que a Nação espera de nós, isso é o de motivos assinada pelo Ministro Francisco Dornelles e
O Sr. Carlos Lyra - V. Ex' me permite um aparte?
que a Nação espera -de S. Ext Ora, cOndellar a 3títude de encaminhada ao Congresso Nacional pelo Presidente em
quem envia para o Congresso Nacional, como se fosSe O SR. MARCONDES GADELHA - Ouço V. Ex• exercício José Samey tem 3 pontos que me parecem dei-
essa uma forma de escapismo, como se fosse essa uma xarem dúvida o Congresso Nacional quanto à verdadei·
forma de lavar as mãos, como se fosse essa uma forma de O Sr. Carlos Lyra- Senador, estava ouvindo de meu ra intenção do Ministro Dornelles. Em um ponto, S. Ex•
esconder... gabi~ete a sua exposição sobre o problema do Brasilin- diz o seguinte:- A tegislaçà_o manda que se faça a liqui-
vest: Quero aqui responder, também, ao nobre Senador dação extrajudicial. No segundo ponto, S. Ex• diz que o
O Sr. Carlos Alberto - Pôncio Pilatos ... Carfõs Alberto que eu acho uma coisa completamente Congresso Nacional pode recomendar a adoção de um<~;
Abril de 1985 -DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Quinta-feira 18 0713

medida para tentar o sal'!eamento fina:O.C"etrO-ao CoiigfO- - pronunCiâ.mf:nto de V. Ex' e nem sei porque a Oposição da mais a conversão dos débitos dos conglomerados em
merado e, no terceiro ponfó;N. Ex• diz que ê notória a ou arguns que já tomâ.ram um posicionamento a respei-- partíCipações societârias, provendo, de outra parte,
condenação da sociedade brasileira a que o Governo Cá~ -tO dessa questão poderiam e"ncontrar -qualquer motivo maior alívio para a liquidação dos débitos em dinheiro,
loque recursos em instituições financeiras mal adminis- para criticar V. Ex•,já que V. Ex• não emitiu, até agora, visando assim a uma valorização relativa das ações
tradas. E invoca aos representantes das sociedades brasi- nenhum conceito positivo de carâter pessoal s-obre a ma- quando da alienação do controle acionârio dos conglo~
leiras a decidirem sobre o assunto, quando S. Ex• diz que têria. Pelo contrário, V. Ex.• faz uma análise transparen- merados
é notória a condenação. São pontos que me parecem que te da questão e é disso que o Congresso precisa; analisar Alienação a ser promovida naturalmente pela União,
deixam em dúvida, pelo menos a mim, a intenção real do com calma, com tranqüilidade, com segurança, abs- conforme dispõe o Governo. A emenda prevê, também,
Ministro Dornelles. traindo de tudo que ê secundário nessa questão, para que os eventuais créditos da administração direta ou
que a decisão, a qual não podemos fugir, porque estâ descentralização do estado do Rio Grande do Sul junto
O SR. MARCONDES GAD~LHA - Eu não creio
que haja qualquer dúvida sobre a intenção do Ministro sob nossa responsabilidade, seja tomada conscicintemen- aos Conglomerados, sejam iritegralmente convertidos em
Dornelles. A intenção do Ministro Dornelles é colocar te. De modo que quero elogiar o discurso de V. Ex' e di- participações acionârias, de forma a que o Governo do
ao discernimento do Congresso Nacional, ao juízo do zcif que "o congresso teni que receber esse discurso como Estado mais diretamente atingido pelo problema venha
Congresso Nacional a solução do problema. As três afir- urri8 contribuição da maior importância para a análise a ter ãfuação solidária na gestão das empresas.
mações de S. Ex• são corretas. Primeiro, que a legislação dessa questão. Finalmente, Sr. Presidente e Srs. Senadores, desejo
manda que se faça a liquidação extrajudicial; segundo, ressaltar que considero da maior importância que o
O SR. MARCONDES GADELHA -Eu agradeço a Congresso Nacional, premido pelas circunstâncias a
que o Congresso Nacional pode tentar, através de modi-
V. Ex•, e faço observar que há um ditado, um refrão po- aprovar solução tão onerosa para a Nação, no caso em
ficação na lei, o saneamento das empresas e, terceiro,
pular que diz: paga-se por ter cão e por não ter cão. pauta, não descuide do esforço para que tal solução re-
que hã uma notória condenação da sociedade brasileira.
Se o Governo não manda ao juízo do Congresso Na- 7

sulte proveitosa, acompanhando permanente as ope-


Essa última expr'esSão, que causou espécie a V. Ex•, ~
clonai, então será tido por arbitrário, será tido por auto· rações envolvidas e a gestão dos conglomerados, en-
apenas uma advertência que o Ministro Dornelles faz ao
ritário, ou quem sabe até interessado em soluções escu- quanto a União detiver o seu controle acionário. Para
Congresso Nacional. O máximo que V. Ex• poderia di-
sas. Se o Governo manda ao Congresso Nacional, então
zer a que essa advertência seria desnecessâria, que é inó- tanto, desejo sugerir o acionamento da recêm-criada Co-
está montando uma armadilha para pegar esse Poder._ missão de Fiscalização e controle do Executivo do SenaM
cua, que temos o senso de nossa responsabilidade, que
Acho, nobre Senador, que não há nada mais sensato do Feder::~!, cuja atuação dará a medida do interesse
estamos correndo o mesmo risco, estamos sob a mesma
do que se sustentar, em qualquer circunstância, o pensa~ ~ngressual no atingimento dos objetivos propostos
..espada de Dâmocles" que os funcionários do Habita-
mente técnico sobre o fato, despojado de qualquer emo-
sul. ~ a nossa responsabilidade, enquanto Congressis- Sr. Presidente, Srs. Senadores, encerro, dizendo ·que
cionalismo, de qualquer eiva de sentimento partidário,
tas, enquanto novo Congresso cioso da recuperação de não temos a pretensão de esgotar a questão. Esta é ape-
para que nós possamos cumprir o desiderato a que nós
seus poderes no quadro de uma Nova República, que es- nas uma modesta colaboração de quem, sinceramente,
tá em jogo. ----- - nos propusemos quando reclamamos, ao longo -de 20
anos, a restauração do equilíbrio entre os Poderes. -deseja encontrar uma solução que seja adequada aos in-
Realmente, mesmo essa maciça transferência de di- teresseS da-NaÇão, ã preservação "do alto espírito e da
O Sr. José Lins --V. Ex• permite rirri-aparte? respeitabilidade desta Casa, e, acima de tudo, da con-
nherios públicos para aquelas instituições, não pode as-
O SR. MARCONDES GADELHA- O Ministro faz severar, coril. razóavel probalidade, a sua efetiva recupe- fiança da NaÇão brasileira no seu sistema económico.
ração. A recuperação depende de mais do que recursos Era o que eu tinha a dizer. Muito Obrigado. (Muito
uma advertência de que há uma notória repulsa, há um bem!}" -- -
repúdio habitual da população a esse tipo de solução. materiais, depende da credibilidade e da confiança, tan-
Precisa ser muito claro sobre isso, precisa exemplificar? to do público quanto do mercado financeiro, que não O SR. PRESIDENTE (João Lobo)- Concedo a pa-
V. Ex• sabe que os livros que cuidam desses assuntos, de podem ser estimulados por outros meios que não uma lavra ao nobre Senador Octávio Cardoso, como Líder
escândalos financeiros, ocupam posições de best-seller boa administração provada ao longo dos anos. Dessa do PDS.
no mercado nacional e que essas matérias, tratadas pe- forma, não se pode elidir que o instrumento jurídico que
los jornais, têm diariamente uma leitura ãvida, que isso ora se submete à apreciação do Congresso não é mais do O SR. OCTÁVIO CARDOSO PRONUNCIA
é ponto de discussão em todos os lugares onde se proces- que uma tentativa dispendiosa e otimista. DISCURSO_QU~ ENTREGUE À REVISÃO DO
sa a vida deste País. De modo que quase sempre a popu- Eis o fato verdadeiramente estarrecedor. Não se apre- ORADOR, SERÁ PUBLICADO POSTERIOR·
lação acha que está sendo lograda, acha que está sendo sentaram alternativas, não se apresentaram quaisquer MENTE.
Jesada, o que é muito natural, muito humano, porque o opções reais, porque malícia dos administradores crimi-
povo não tem acesso aos escaninhos destas decisões e nosos encontrou terreno fértil no descaso das autorida- O SR. PRESIDENTE (Alberto Silva) - Concedo a
acha sempre, em última análise, que estilo tirando di- des incumbidas de fiscalizar e disciplinar o mercado fi- palavrB; ao nobre Senador Carlos Alberto.
nheiro do seu bolso, que estão tirando dinheiro suado nanceiro.
do contribuinte, estão remanejando as taxas que ele pa- Defronta-se, assim, o Congresso Nacional com fatos O ~SR. CARLOS ALBERTO (PDS- RN. Pronuncia
gou, para sanear operações fraudulentas, para acobertar consumados, sobre cuja evolução pouco poderá influir. o seguinte discurso. Sem revisão do orador.)- Sr. Pre-
o erro, para acobertar a desonestidade. Ainda assim, é seu dever zelar para que a solução do sidente. Srs. Senadores:
Não vejo porque V. Ex• estranha essa observação. ~ problema, que se apresenta úniCã e insatisfatória, resulte Ouvimos hoje à tarde, no plenário do Senado Federal,
uma advertência apenas. Mas o Congresso - o Minis- efetivamente ini"eressante para a ComUnidade, ao invés dois Líderes políticos analisando o problema Sulbrasi·
tro é claro- é soberano para decidir isso. Se o Congres- de se caracterizar, uma vez mais, como um Subsídio à leiro e Habitasul, um do Partido da Frente Liberal e ou·
. so disser que não aceita essa lei, o Govcirno partirá para fraUde, um prêmio à mendacidade. E digo que esse prê- tro do PMDB.
liquidação extrajudicial, conforme manda a lei atual. V. mio é de,_ pelo l!lenos, 300 vezes urna loteria esportiva. Qs dois são do Goverrio,_ só que hoj_e não querem as·
Ex• não tenha nenhuma dúvida quanto a isso. ~ o que Julgo, Sr. Presidente e nobres Senadores, ser de nossa sumir o ônus e o peso de serem do_ Governo. E é preciso
deflui naturalmente. Se o Congresso aprOvar, muito obrigação introduzir na proposta dispositivos tendentes assumir, e isto não está acontecendo, o povo começa a
bem. O Governo tentará saneai' da forma que puder, da a garantir, da melhor forma possível, que a operação de cobrar, o povo começa a se manifestar, o povo começa a
forma melhor possível, tentará sanear essas empresas. tão alto custo atinja realmente os propósitos colimados. reivindicar, o povo começa a chegar na sua própria casa
Se o GoVerno se recusa-, tCilainOs umã Solução mais 'rá- Para tanto será necessário, em primeiro lugar, envol- para exigir posições anteriormente assumidas para com
pida, talvez mais dolorosa, talvez mais exemplar para ver ao máximo a cumunidade mais diretamente interes- este mesmo povo. Ontem o PMDB como oposição aqui
outras situações. sada n_a_saúde_financeira de ambos os conglomerados no gritava e dava respostas rápidas e urgentes a todas as
compromisso com a sua recuperação de forma a que, na questões de Governo coin Críticas radicais. A mesma
O SR. PRESIDENTE (João Lobo)- V. Ex• tem
defesa de seu património, a referida coinunidade cola- coisa aco-ntecia com os membros do Partido da Frente
dois minutos para finalizar seu discurso. A Mesa solici-
bore eficazmente para soerguer as empresas, nelas apli- Liberal. ontem, horriens do sistema governamental que
taria que não concedesse mais apãrtes.
cando reCursos e fiscaliZ"ando, de motu proprio, o seu davam resp-ostas ao-PMDB na época Oposição.
O SR. MARCONDES GADELHA- Eu gostaria de comportamento no mercado. O envolvimento comuni- Via aqui o Senador José Lins, José Lins·o grande de--
ouvir a palavra do eminente Senador José Lins, que é tário acrescenta ainda a vantagem de induzir a uma- ati- fensor; o SenadOr'que mais defendeu o Sistema econômi-
um homem talentoso, experimentado, e sereno no seu tud-e Psicológica positiva, numa situação em que a con- - co fmanceiro deste País, o homem que m_ais entusiasmo
julgamento. fiãilça do público se- apresenta como elemento primor- _ tin_ha para defender, nesta Casa, os Ministros da área
dial de f~t11rament~ e
econôiriica, hOje vejo uffi Josê Lins tímido, um Sena-
O Sr. José Lins- Muito obrigado_a V. Ex• Senador Neste sentido, estarei encaminhando emenda ao pro- dor que até o presente momento não despertou_ em si, a
Marcondes Gadelha, quero fazer um elogio ífreStrilo iiõ Jeto de lei do poder executivo, tendente a incentivar ain- Nova República, -e a Nova República parece que co-
0714 Quinta-feira 18 -- DIÁRIO DO CONGRÉSSO NÍI.CIONAL (Seção 11) Abril de 1985

meça a complicar, e a Nova República parece que não é ceram tão rapidamente o ABC paulista e me parece que O Sr. Carlos Lyra - Eu sou a favor de uma solução
a República das expectativas, a República dos anseios, a vão esquecer muitas outras questões populares, E por que não leve à fiquidação extrajudicial.
República da esperança, a República que, na verdade, isso eu digo que o Governo brinca com o povo, começa
viriS para dar soluções a todos os problemas deste País. a brincar com o povo. E se nós aqui ainda não assumi- O SR. CARLOS ALBERTO - Qual é essa outra so-
Vejo o Senador José Lins, tímido. Sua timidez pode ser mos uma posição em torno dos problemas maiores que lução?
o retrato falado do nosso futuro. nós devemos questionar de imediato, é porque nós tam-
O Sr. Carlos Lyra - Eu acho que está em nossas
Pois bem, hoje, humitdemente, Sr. Presidente Srs. Se- bém estamos-profundamente sentidos com o queseaba-
mãos, nas mãos daqueles que representam o povo, pro-
nadores, coloco-me na posição de homem da Oposição t~u sobre esta Nação, sobre o homem que era das aspi-
curar uma solução que seja compatível com o interesse
e, humildemente coloco-me aqui, como homem da opo- rações do povo, um homem das aspirações da maioria
geral da população brasileira. Este é o aparte que eu
sição. O PDS é que foi jogado Para a oposição, porque - da classe política, e que hoje está na UTI do Instituto do
queria dar a V. Ex•
nós não fomos pari a oposição porque queríamos, fo- Coração. Por isso mesmo é que temos meditado um
mos para a oposição porque nela fomosjõgados. Agora, pouco em torno das questões. Mas eu gostaria de ver a O SR. CARLOS ALBERTO - Agradeço a V. Ex•
muitos que estão no governo e que fazem parte do Go- posiÇãO da Liderança do PMDB e a posição da Frente pelo seu aparte. Estava eu dizendo, aqui, que gostaria de
verno, foram porque não sabíam conviver dentro de um Liberal sobre a questão do Sulbrasileiro e Habitasul. ver a posição da Liderança do PMDB e estava fazendo
Partido_ de oposição. Muitos que estão fazendo o_ G_over- -Porque aqui também um Senador da Frente Liberal já comparação com a posição da Liderança da Frente Li-
no e que estão tendo medo de assumir este ônus, estão se levantou uma outra questão, Si-. Presidente, que é pro- beral, porque Uffia denúncia foi feita pelo Senador João
questionando e perguntando agora: será que eu fiz o me- funda, e que merece de nós meditação. Lobo de que o Sendor Humberto Lucena, Líder do
lhor para o meu País? Será que eu fiz o melhor para o Eu acredito na palavra do Senador João Lobo, do PMDB, hoje o Partido majoritário, assinou um pedido
meu povo? Será que eu fiz o- melhor para esses 130 mi- glorioso Estado do Piauí, quando disse aqui, aiitda há para criação da CPI da Vale do Rio Doce e, hoje está
lhões de brasileiros? Então coloco-me cômo homem de pouco, em aparte, que foi o Senador Humberto Lucena, mandando os seus parlamentares não comparecer a ple-
Oposição e vou assumir, vou levantar as questões, vou Líder do PMDB, quem subscreveu o requerimento pe- nário. Então, quero dizer a V. Ex• o seguinte: eu nãQ
participa-r do processo coino homem de oposição, por- dindo a CPI da Vale do Rio Doce. Ele faz uma denúncia quero nem saber o que é, eu sou muito povo, fui eleito
que fui levado para a oposição, não poque queria, mas gravíssima. Olha, sinceramente, não sou eu quem digo, pelo povo, já assumi um compromisso com o sindicato
porque o meu Partido perdeu e, democraticamente, não gostaria de dizer, foi o nobre Senador João Lobo das Bancários do Rio Grande do N arte e dê no que der
aceito a derrota e a aceitei. Agora, é preciso que os ho- que disse quem é, hoje, o nobre Senador Humberto Lu- - partido feche questão ou não- eu voto com os tra-
mems que estão no poder, os homens da Nova Repúbli- cena quem está, por detrás dos gabinetes, pegando um balhadores, eu voto com o projeto do Governo, embora
ca, assumam tanlbém, agora e ]á, a críse e o po-der; por- amigo, pegaildo outro, dizendo: "não entra em plenário eu seja da Oposição, porque eu quero é acabar com o
que quando eu era Governo não assumia só o Poder para não votar a CPI do Vale do Rio Doce". drama qu~ os trabalhadores estão viVendo hoje, com a_
não, assumia a crise também. E quantas e quantas vezes Eu quero que a Taquigrafia registre, não fui Cu quem intervenção do Sulbrasileiro. Quanto à solução em tor-
tive que ocupar este microfone para defender o Gover- disse não, foi o nobre Sellador João Lobo. no do futuro econômico e financeiro para consolidar a
no. E agora vejo aqU:i os Partidos que levaram o Gover- economia nacional o Sr. Dornelles, o Sr. João Sayad, V.
no a uma vitória, os homens que levaram o Governo da O Sr. João Lobo- Permite V. Ex• um aparte? Só
Ex~s que representam o Governo encontrem as soluções.
Nova República a uma vitória, tomando posições que, para colocar bem o problema.
Nesta hora, entendo que o povo não pode ser penaliza-
sinceramente não entendo. Não estou mais eritendendo do e o Governo tem que ter a saída. E a saída é o projeto
O SR. CARLOS ALBERTO - Prinleiro, pois já ul-
o que se quer fazer, porque o sistema manda um projeto, que está aí em pauta e que nós vamos '{()lar a favor. Não
trapassei o tempo, gostaria de conceder um aparte ao
o Líder da Frente Liderai diz que esta medida é por de- sei como vai votar o Partido da Frente Liberal, porque
meu querido Senador Carlos Lyra e, logo em seguida,
mais -importante para dar solução a um problema an- um diz que não vota; outro, diz que vota. O PMDB vota
cederei um aparte a V. Ex~
gustiante e tem que ser resolvido "já" foi muito -üs"ada, um, outro diz que não vota. ~ um Governo sem lide--
temos que resolver "já", agora, só que n~o estão queren- O Sr. Carlos Lyra- Nobre Senador Carlos Alberto, rança, é um Govci'no que está aí merecendo, acima de
do assumir o ónus, não estão querendo assumir o peso com esse brilho de V. Ex•, que já é conhecido na Casa:, ... tudo, uma atenção por parte de nós que fazemos a Opo-
de ser governo e vão querer mistrficã.r o tempo todo para sição, porqUe este Governo que está formado não tem
os milhões de brasileiros que aí estão. Mas nós temos O SR. CARLOS ALBERTO- É muita generosidade líderes e nem liderados; não tem Partido de sustentação.
que assumir a nossa responsabilidade de oposição, não de V._ Ex• E eu pergunto qual o Governo que, nesta Nação, ou em
uma Oposição radical, sectária, mas uma Oposição fir- qualquer Nação desenvolvida ou subdesenvolvida, pode
me, que possa dar até entusiasmo aos homens que fazem O Sr._ Carlos Lyra- ... jovem, no encontro, nobre Se- sustentar-se sem apoio político, sem apóiO partidãrio.
o sistema, a assumirem o sistema. Eu até gostei do ilus- nador, refiro-me ao ca~odo Sulbrasileiro. Nós não po- Começo a duvidar da Nova República, porque apoio
tre Senador Hélio Gueií-os, qué, diga-se de passagem, - demos isolar imediatamente uma coisa que ac-onteceu político parece~me que vai faltar, pelo que eu estou ven~
fugiu à regra, porque hoje eu só ouvi aqui- hOffiens do no Gover':JO passado e foi transp~rtada para o Gove_rno do, vai faltar.
governo discordando do Go_verno, e sem querer assumi- atual. O sistema anacrôi:tico financeiro ·do País, que foi
lo. Será que não estão tentando fazer uma pizza de me- levado pelo~ g'?v_ernos anteriores, é que d~guou nesses O sr. João Lobo - V. Ex• me concede um aparte?
lancia? Assim é o goV..::rno, querendo fazer, -com os seuS escãndã"Ios que nós conhecemos na área financeira; en-
parlamentares, uma pizza de melancia, onde a posição tão, o Sulbrasileiro faz parte do passado. _Quer dizer, O SR. CARLOS ALBERTO - Com muito prazer.
do Governo ninguém coilhece, ninguém sabel Só se sabe nós, hoje do Governo, não podemos responder por to-
que existe um projeto aqui para sanar a situação do O Sr. João Lobo -Meu caro Senador Carlos Alber-
das as coisas que aconteceram no passado. ó que me fez
Sulbrasileiro. Aqui acredito até que estejam alguns fun- to, sinto até remorso em interromper a peça artística que
pedir o aparte é no"amente para dizer que o sistema V. Ex• produz nesta tarde no Senado Federal. Mas que-
cionários- do Sulbrasileiro, como lá fora tãmbém estão. anacrônico do Brasil, montado neste últimos 20 anos na
Agora, estão querendo brinc-ar. O -GovernO niaridou ria apenas fazer uma colocação.
área financeira, fez com que se concentrassem os ban-
para esta Casa um prOfeta pai-ã. ficar bem com a Nação, cos. En-tão, nós vãinOS"i que ponto? NóS vamos cheiar a Ü SR.. CÃRLOS ALBERTO- V. Ex• é muito gene-
bem com a oinião pública; o GOverno está farseando, é ter 2 a 3 bancos para financiar, praticamente, toda a roso_~-~ devolvo o talento artf~tico que V. Ex• tem para .
uma farsa o que .o Governo está tentando pregar. Nação brasileira. O erro D.ão és tá no Governo atuaL O apartear-me.
Governo atual está sendo transparente, está mandando,
O Sr. Carlos Lyra-- Permite V. Ex' um aparte, nobre aqui, uma: mensagem do Sr. Ministro Dornelles para O Sr. Joio Lobo- Gostaria eu de ter o talento artís-
Senador? que se buscasse uma solução. Sou contra a solução da li- tico de empolgar as multidões que V. Ex• tem.
quidação extrajudicial, porque isso vai afetar profunda-
O SR. CARLOS ALBERTO - Dentro de 30 segun- O SR. CARJ.:OS ALBERTO - Não é à toa que V.
mente...
dos. ~ uma farsa! Agora, esse é um jogo perigoso. Sr. - EX"i" ê senador do Piauí. v. EXi não estâ .ãciui-por acaso,
Presidente e Srs. Senadores, é um jogo perigoso; Porque V. Ex' só se elegeu Senador porque o povo votou.
O SR. CARLOS ALBERTO- V. Ex•, então, é a fa-
vou dizer a V. Ex.'s que já hã milhares e milhares de tra-
vor do projeto?
balhadores nas ruas. O ABC paulista já está gritando, e O Sr. João Lobo- Agradeço a V. Ex• Mas que que-
V. Ex•s, que ontem defendiam o ABC paulista, vão de- O Sr. Carlos Lyra-- Em parte não sou favOrávCI. Em ria apenas posicionar-me. Nobre Senador, eu disse real-
fender as greves? Onde é que estão os Senadores do parte ... mente que achava que o Governo não tinha obrigação
PMDB, que não estão solidários com-O ABC paulista, de patrocinar, de adotar a causa de uma empresa parti-
que não estão solidários coni o Lula, que não estão soli- O SR. CARLOS ALBERTO- V. Ex• é a favor dos cular, de uma empresa como o Sulbrasileiro e seu con-
dários com aqueles que trabalham nas fábricas? Esque- novecentos bilhões que o Governo ... glomerado, mas já que o fez, que mandou para esta
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçâo 11) Quinta-feira 18 0715

Casa o projeto adotando aquela postura, o Governo ti~ O Sr. João Lobo- ... de exercitar a cte"mo-craCia, den- O Sr. Hélio Gueiros- O ~utor dessa frase ou, pelo
nha a obrigação de patrocinar-a súa aprovõ.ção. Estra- tro da nossa Bancada, que alguns também não concor- menos, atribui-se essa frase a_o_ ilustre General Juracy
nhei, no entanto, que o GoVerno continuasse nutria po- derri cO-m isSO. Nós não temos unanímidãde em nada. MagalhãeS. Exataminte, como Ministro da Justiça do
sição de perplexidade - tenho a impressão que as mi- InfeliZmente, a democracia oferece eSses riscos, esses pe- Governo Castetlo Brànco, S. Ex• cOm~teu--essa frase ao
nhas palavras estão registradas na Taquigrafia- repeti- rigos. Nós não podemos co_agir a no-ssa Bancada, forçar justificar algutn pedido ao Congresso Nacional. Então,
da inclusive no incidente do requerimento do Líder a nossa Bancada a tomar uma atitude coesa e indivisível. _não_tenho nada a ver com essa frase. Só digo isso a V.
Humberto Lucena, pedindo uma comissão de inquérito Eu disse, não sou Liderança. Não falo pela Liderança Ex•
para a Vale do Rio Doce que estava sendo acusada de do PFL. Falo em meu nome pessoal. Acho que Governo
procedimento irregular e desabonad_or para a sua direto- ten1 a obriiação de atentar para a gravidade do que se O SR. CARLOS ALBERTO - Eu, também, muito
ria ... e5iã'ãirila0do, do que se está prepafaTi.do para acontecer menos. Mas como_ a democracia americana sempre tem
no Rio Grande dO SUl. Se a'destruição de urDa estrutura Sido focalizada, _em todas as discUssões, como a maior
O sR.CARLOS ALBERTO~ Também_a_s_sinei ore- 'econômiCil como a do Sulbrasileiro, afeta a econorriia democracia do Mundo, e V. Ex• citou o exemplo de que
querimento! daquela região, u Gov-erno tem a obrigação de interferir, o goVerno american-o_ res·otveu democraticamente solu-
de amparar e de não deixar que mesmo o ric"o Rio Gran- cionãr o p-roblema dã" Chrysler, injefamando l bilhão de
O Sr. João Lobo -- ..-. e, apesar disso, o Líder signa- de do Sul seja atingido nn sua estrutura e na sua integri- dólares, então, acho que o que é bom, numa hora dessa,
tário do requerimento estava orieritando no sentido de dade. I;sta é a noss_a opinião. Se é a opiniã_o de todos da Para o americano, é bom para o Brasil, o estilo, pelo me-
que o requerimento não fosse votado. Não disse_que ele -nossa Bancada, também não sei. Também não sei se é nos--o estilo._Yamos_ dãr solução._ Não estou falando em
estava cabalando votos nos gabinetes escusamente, para opinião da Liderança do PMDB que poderâ responder, termos genéiicos, mas falo, pelo menos agora, em-ter~
que essas coisas acontecessem. íJofs-estâ presenté ria pessOa do ilustre ViCe_-Líder Hêlio mos de Sulbrasileíro. · ·
Gueiros. Mas, Sr. Presidente, tive que entrar no dis_curso do
O SR. CARLOS ALBERTO - Repito - pizza de problema Sulbrasileiro, porque é um assunto que estâ
melancia. O SR. CARLOS ALBERTO- Por antecipação; já em voga na Casa e já tinha o espaço s_ido ocupada_ pu r
conheço a posição do Senador Hélio Gueiros, que quer, dois Parlamentares do Governo, e eu aqui, também, fiz
O Sr. JoãQ Lobo- Não seise_metan_c_i_a__ dá pizza, mas exatamente, a soluçãO do problema Sulbrasileiro e H a~ a minha incursão com o Senador Octávio Cardoso.
vou prosseguir só no aparte_ a V. Ex~ Acho o-seguinte, biti:l:~ul, da mesma maneira como o governo americano Mas o que _eu gostaria hoje mesmo, era de fazer um
meu caro Senador Carlos Alberto. V, Ex• deve estares~ ··resol~·êu o problema da Chrysler Americana nos Esta- apelo aos Srs. Senadores do PDS, Partido de Oposição,
tranhando bem esse procedimento porque o Governo dos Unidos. e aos Senadores dQGoverno, Partido do PMDB, Parti-
estâ te_ntando fazer o jogo da democracia; oG~verno es~ Então, por antecipação, jâ conheço a posição do do da Frente Liberal, PTB _e PDT. que fazem aliança
tã pondo nesta CaSa, que é o lugar própdo -para tomar -nobre Senador e o que é bom para os Est?dos Unidos é para que compareçam ao plenário da Câmara dos De-
essas decisões, srias idéias, suas intenções. O Governo bom para o Brasil, o que é bom para o Brasil deve ser putados para ajudar a derrubar o veto presidencial que
tem aquela intenção, fez a proposição e jogou~a aqui na muito bom para a Nação. do projeto que foi aprovado por todos nós, Senadores e
Casa do povo para que falâssemos e decidíssemoS sobre Deputados Federais, em reunião do Congresso, digo,
ela. Com toda sinceridade não _entendo que o Governo O Sr. Hélio Cueiros__:_ V. Ex• me pe;mite um aparte'? em reuniões realizadas para examinar o assunto, e o
quis descarregar responsabilidade sobre o Congresso, o projeto de lei complementar do Senador Henrique San~
Governo estâ tratando o Congress_o cOm a consideração O SR. CARLOS ALBERTO- Caril muita honra. t:. tillo foi aprovado. Só que foi vetado, vetado pelo Go~
que ele merece, esses assuntos devem ser decididos por sempre um prazer ser aparteado por V. Ex•, brilhante verno. Mas nós temos um compromisso de derrubar
nós, representantes do povo. Que alguns, do nosso Par~ representante do povo do Pará. esse veto. Nós temos um compromisso para com os Ve-
tido, discordem da mensagem que o GOverno manda readores e todo o Território nacional de derrubar este
não há nada que estranhar, I! o perigoso júgõ da demo- O Sr. Hélio Gueiros- Para não incorrer no veredito veto. E por que temos um compromisso'? Porque nós vo-
cracia. O Partido de V. Ex• ... conseqüente daquele ditado que diz: "Queih cala, con- tamos, na alegativa do Governo Federal de que veta o
sente", é que eu interfiro .. projeto de autoria do Senador Henrique Santillo e diz
O SR. CARLOS ALBERTO - O nosso Partido, o
sobre as dificuldades evidentes que ocasionaria nos
nosso Partido. -O SR. CARLOS ALBERTO- V. Ex' nunca foi_ ho-
orçamentos municipais.
mem de ficar calado.
O Sr. João Lobo- O Partido de V. Ex' o PDS, o meu Mas é bom que se diga que se falou muito, tanto na
é o PFL O Sr. Hélio Gueiros- .-.. é que eu interfiro nO discur- Câmara dos Deputados como no Senado da República,
so de V. Ex•, para dizer que, na minha opinião, ele mere- em reforma tributária. E, na hora em que pensamos em
O SR. CARLOS ALBERTO -Ainda não é Partido, aprovar ou rejeitar- _d_igo- o veto Presidencial, é por-
ce uma resposta mais adequada e mais organizada, e é
ele estâ em bloco, em grupo. que entendemos dos propósitos do Governo da Nova
por isso que -eu estou deixando que V. Ex~ exponha todo
o seu raciocín-iO fulgurante e a sua lucidez muito cõnhe- RePóbiica -que almridOu que faria uma reform~ tríbu-
O Sr. João Lobo- O Partido de V. Ex• também não
cidii~ <iiínhave seus argumentos para que depois eu res- tária. E evidente que os Municípios estão garroteados,
tem unanimidade. Conheço muitos Senadores ilustres,
ponda a V. Ex• Apenas de raspão, porque V. Ex~ disse sem recursos, sem verbas, sem condições para pagar 6%
respeitáveis, do PDS que são contra o projeto do Gover-
que o -que -é bom para os Estados Unidos é bom para o do que ganha um Deputado Estadual aos Srs. Vereado~
no. E conheço alguns brilhantes, combativos que são a
Brasil, eu quero dizer a V. Ex' que o autor ... _re~. Mas os homens que assumiram e que conquistar_am
favor. A Bancada__do Partido_de V. Ex• está também di-
vidida. Tão dividida quanto a Bancada do Governo
-o -pod_er~ anunciando a Nova República, anunciaram
0-"S""R. CARLOS ALBERTO - Pefo menos em ter- uma reforma tributária. E na hora em que fizermos aqui
sobre esse assunto. Acho que é uma questão de conven-
mos de democracia. a aprovãção de uma re(orma tributâ_ria, nós vamos dar
cimento de cada Senador.
condições aos diversos Municipios brasileiros condições
O SR. CARLOS ALBERTO - Eu não qtiis falar no O Sr. Hélio Gueiros - ... o autor dessa observação de pagar 6% do que ganha um Deputado Estadual aos
horârio da Liderança, e deixei que o Senador Octâvio n-ão pertence ao lado de cá, ele tem descendentes do lado Vereadores. Então, é a minha conclamação.
Cardoso falasse. E ele colocou aqui a nossa posição. de lâ. Eu não tenho_ nada a ver com esse figurino de que
o que é bom para um é bom para outro; eu não uSei isto.
O Sr. João Lobo- Ele cotoca_u_a posição de que o O Sr. Alcides Saldanha- V. Ex• me permite?
projeto deve ser estudado para ser decidido e não de que O SR. CARLOS ALBERTO - Estou querendo sa-
é uma questão fechada da Bancada de V._ Ex•s -ber quem é o autor. O SR. CARLOS ALBERTO --Com muito p-razef,
nobre Senador.
O SR. CARLOS ALBERTO - Não é uma questão O Sr. Hélio Gueiros- Apenas citei o exemplo dosEs-
fechada._ tados Unidos, porque é uma Nação realmente capitalis~ O Sr. Alcides Saldanha- Senador, em primeifõ'Iu-
ta e mostrei que até nas nações Capitalistas não se usa gar, quero cbsciarecer que o veto ao problema dos Verea-
O Sr. João Lobo- Se não é uma questão fechada e ~empre a so_tução <!e _mer_cado. Mas eu aguardo para, dores foi no GovefDo anterior.
existem vários Senadores que discordam dessa orieri- I_c:go epl _ s_eiuida, r~~ponder a V. Ex•
tação, é um direito, inclusive...
O SR. CARLOS ALBERTO -Voltando ã frase._ e: -osR~ CÁRLoS- ALBERTO - Exatãmente.
O SR. CARLOS ALBERTO_~_ Eu pelo menos s-ou a mais uma frase que quero ter guardada-para- mim. Quem O Sr. Alcides Saldanha- Não, para ficar tudo bem
favor. --é o a-u-tor'? -- - claro.~. - - -
0716 Quinta-feira l8 DJÂRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II)

O SR. CARLOS ALBERTO - l\.ra.S foi aprovado os demais Pru:lamentares do Gov_erno, para apoiar, no verno, como homem do PMDB, Representante do Go-
por todos nós. Congresso Nacional, os Vereadores do Brasil, os Verea- verno nesta Casa, convoque os Srs. Senadores do Go~
dores que nos ajudam nos diversos Municípios. São eles, vemo, Go~no do PMDB, para que se façam presentes
O Sr. Alcides Saldanha - Agora, aProveitando essa vamos dizer assim, o burro de carga do Parlamentar, e ajudem a derrubar este veto presidenciaL
frase, eu queria aparteã-lo antes, mas havia dois Sena- porque nós aqui estamos em BrasíJia e eles estão atuan- Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. (Muito bem!)
dores f~zendo isso, para eu me congratular com V. Ex• do nas bases. São_ eles_ os .nossos representantes e eles
·pelo posicionamento a favor do projeto, em relação ao . agora precis,atp do noSs9 apoio e da nossa_solidariedade.
Sulbrasileiro e ao HABITASUL. C_omÕ Senador do RiO ~~- OSiCPlü:SIDENTE (Alberto Silva)- Concedo~ a
O Governo anterior podia vetar e dizer que não tinha
Grande do Sul, venho me congratular e dizer a V. Ex~ recursos, mas mesmo as.!tim nós votaríamos ·pela derru- palavra ao nobre ~enador Hélio Gueiros, como_Líder.
que, nesse jogo democrâtico que está" sendo aberto, sa- bada do veto, por entender que é necessária a- rêforma
bemos que podemos contar com V. Ex•, dentro da sua O SR. HtLIO GUEIROS (PMDB - PA. Como
tributária, por entender que devemos fazer urgentemen- Líder, pronuncia o seguinte discurso. Sem reVisãO do
Bancada. para levar ao convencimento Senadores do te a proposta de reforma tributária, e que devemos apro- orador.).- Sr. Presidente e Srs. SenadoreS:
PDS que por-ventura ainda estejam contra o projeto var para tirar os municípios brasileiros deSse sufoco, O meu ilustre e denodado colega e amigo, nobre Sena-
que V. Ex~. com toda a sua capacidade de convicção e dessa camisa-de~força, dessas algemas, dar condiç~es dor Carlos Alberto, acaba de fazer um discurso corsârio.
com a capacidade de convencer que possui, possa auxi- aos muniçfpios para que eh~~ possam trabalhar, dar con- S. Ex• fez uma espécie de pirataria, qualquer navio que
liar também os Senadores do Rio Grande do Sul riesse dições àqueles que_estão_:~as bases atUando, dar ÇQ~~ passasse S. Ex• atirava e tentava alvejar e tentava atingir.
jogo democrático de convencimento, que V. Ex• lerilbra- dições aos vereadores para que eles possam executar os Começou falando por exemplo, o ilustre Senador.~.
va há poucO. O_ GóVerrio mandou o projeto. Não há seus manç:latos. Eu conheço Municípios do Rio Grande
questão fechada. h preciso que os Senadores, que acre- do Norte em que os Vereadores, coitadoS, o eleit9_~ vai O Sr. ·cailoS Alberto- Mas, Senador, defender os ve-
ditam na validade do projeto e que vão positivamerite na sua casa pedir como se_ fosse uma esmola e ele não readores! Espere aí, Ex•
votar nele, também usem do seu direito democrátiCõ de tem como dar, porque ele m~mo está precisando de_ aju~_
conversar, de trocar idéiils Com seus pares, pa-ia- que ele O SR. HtLIO GUEIROS - Começou falando num
-da, o qUe ele ganha nãÕ-dá para viver. Ele tem que tra-
seja apro'vado. Eu me _cõngratulo, em nome do_ R~~ assunto, era o primeiro navio que passava nas proximi-
balhar como biscateiro, el~ _tem que trabalhar no campo,
dades, sobre a Bancada do Governo não assumir. Então,
Grande do Sul, da região--sul da economia bí-aSileifa, na diârla, se foss; vi~~f tão-somente do que ganha como S. Ext atacou logo essa primeira nau, dizendo que a Ban-
com essa posição -ae V. Ex• Agora, Ex•, só rapidamente. vereador morreria de fome. E com a propo'sta de refor-
V. Ex• estava cobrando, eu não sou Líder, não sou Vice- cada do Governo .. :
ma tributária, por que não derrubarmos o veto presi-
Lfder do PMDB, mas sou um Senador do PMDB. As dencial? O.Sr. Carlos Alberto- Quer dizer que eu estou fazen-
greves de São Paulo. Eu sou fav~rável a elas, como era do pirataria defendendo -os vereadores e os trabalhado-
favorável, ao tempo eni que não sendo Senador era da ·o· Sr. César Cais - Permite V. Ex• um· aparte? res do Habitasul, Ex•?
Oposição, p-orque acho que a democracia consiste, aci-
ma de tudo, em pressão bem organizada. E ninguém O SR. CARLOS ALBERTO - Coril muitO prazer, O SR. H~LIO GUEIROS - ... tinha que entrar nos
mais do que os trabalhadores, em todo o País, tem que meu nobre e querido Senador César Cais. eixos, tinha Que assumir e se o Governo manda para cá
fazê-lo. Agora, V. Ex• não vai esperi:u que o Governo da O Sr~ César Cais - Quero, neste momento, um proje.to, é para aprovar não pode discutir, não pode
República vá incent"íviir a greve. A greve deve ser_ feit!! fazer nada.
congratularMme com V. E~•_pela oportuna convocação
pelos trabalhadores, e ao Governo Cabe garantir- aos que faz aos Se!"Jadores que hoje estão na_Situaçã_o -~· na- __ O Sr. Carlos- Alberto - Eu não disse isso, Ex•
grevistas o seu direito de fazê-ta. O que V. Ex~ vai rtco- turalmente, aos Senadores do PDS, para· comparecerem
nhecer é que nem sempre foi garantida no tempo em que ao Congresso Nacional, visando derrubar o veto do Go- O SR. HtLIO GUEIROS- Logo depois, S. Ex• dis-
o Governo estava riã.s mãos do Partido de V. Ex• Era só verno Federal anterior, sobre a remuneração dos Verea- se que o Líder dÕ PMDB- e aí era outra nau passando
isso. dores. SintO-me muito à vontade porque; e-mbora Minis- - tinha assih8.d0 Um requerimento de convocação de
tro de Estado do Governo do Presidente João Figueire- uma CPI da Vale do Rio Doce, mas andou se esconden-
O SR. CARLOS ALBERTO - O interessànte é que, do pedindo, para um e para outro para não aprovarmos
do, eu fui ao Presidente dizer que não concordava com
no meu tempo, no tempo em que o Governo era do .coisa e tal. Depois, sobre os vereadores., foi outra nau,
as razões do veto. Realmente, os vereadores são aquelas
PDS, ·as· greves não eram abafadas. As greves-àetona- ele _embarcou em outra ..
peças fundamentais numa estrutura democrática, verea-
vam. A televisão mostrava à Nação inteira. E hoje esta-
dores, suplentes de vereadores e chefes políticos munici'-
mos sabendo que São Paulo estâ em greve, só que a tele- pais. São eles que, realmente, levàm a grande carga da- O Sr. Carlos Alberto - Eu estava fazendo um apelo.
visão não a mostra.
quela assistência direta aos eleitores; são eles que estão, O SR~ Hi!:LIO GUEIROS- Entrou no Sulbrasiteiro,
O Sr. AfcidesSaldanha- V. Ex• deve queixar-se à te- no dia a dia, reçebendo as aflições, as angústias, as réi- enfim, foi uma pirataria. O discurso. foi uma pirit.taiia, o
levisão ... vindicações, orientando os eleitores. Eles fazem um tra- que me deixa embaraçado, Sr. Presid~nte e Srs. Senadc;l:-: _
balho diário sem horário, sem noites nem dias,_ sem ne- res, para responder num curto período, até porque S. Ex•
O SR. CARLOS ALBERTO - A televisão não a nhuma condição financeira. De mãneira que Considero ftiz a cei-a regimental, púa evitar que eu dispusesse de al-
mostra. Uma prova_cabat de que a Nova Repúbfíi::a-rião muito -oportuna a convocação de V. Ex•. e tambêm gum tempo para ...
está dando liberdade para que o noticiário do ABC pau- sinto-me liberado, embora Ministro do Governo ·ante-
·lista tenha a sua dimensão naCional. Agora, o que eu rior, libera_do em votar contra ~r veto, porque eu fui ao O Sr. Carlos Alberto - Se ~ pirataria defender os ve-
cobrei Senador aqui não foi uma poSição de Sen-ador Presidente João Figueiredo e, com a Sináridaae que . readofCs os trabalhadores do Sulbrasileiro, eu vou ser pi-
is~!adamcntc do PMDB não. Acho que V. Ex~, como sempre caracterizou o meu relacionamento pessoal com rata durante muitos anos aqui, nest"a Casã: -Se defEinder
homem do Governo, realmente já toma um-a J)osiçã"o, - o Presiderite, eu disse que não via razões para o veto e os trabalhadores do Sul brasileiro e os vereadores do meu
que estaria contra esse veto aqui no Congresso NaCiO- Brasil for fazer pirataria, eu fou faz~r mUita pirataria
dizendo que é a favor da greve do ABC paulista. O que
aqui.
cobrei, aqui, é que via, antigamente, em -sesSões memo- nal. Cumprimento V. Ex• peta oportunidade de sua con-
vo.cação.
ráveis, que- o Senador Humberto Lucena chegava aqui e O SR.
PRESIDENTE (Alberto Silva) - R.ogo ào
dizia: Comunicaçãà de [idáançã. Aí, pegava um mani- nobre Senador__que não aparteíe sem a aquíescência do
festo ·de apoio aos grevistas do. ABC paulista. E não es- O SR. CARLOS ALBERTO- Sr. Presideiite, encer-
ro, então, as minhas palavra fazendo este apelo final a orador ..
tou vendo, ainda não vi nenhuma manifestação de
apoio. Eu não vi nenhum -manifesto_ de· apoio de nenhum todos ·os Srs. Senadores, para que todos nós marqUemos O SR. Hf:LIO GlJEIROS- Vou tentar, com a boa
partido de Oposição. Não sei se, lá na Câmara dos_De- preseOça no plenãrio da Câmara dos Deputados, para vontade do ilustre Senador Carlos ALberto, responder a
putados, já tenha por acaso acontecido. Mas aqui, nesta que todos ri6s possamos dar o nosso voto para ajUdar a S. Ex' Sobre o comportamento do nosso Líder, é uma
Casa, ainda não ví. E os Anais ainda não têm Compro- derrubar o veto presidencial e possamos dar condições fantasia isso. S. Ex• imaginou, auxiliado até pela agilida-
vaçã~ de nenhuma manifestação de apoio. t isto que aos Vereador~ brasileiros. V. Ex•; que preside esta: C a- de mental do Senador João Lobo, que o PMDB assinou
cobrei. - sa~ sabe perfeitanlente, como homem do Nordeste, o Um requerimento e agora não quer aprovar. Não houve
qlllmt~ sOfre uin homem que faz p.olítica nunl pequeno ·nada disso. O requerimento está em pauta, o Senador
A verdade é que o povo vai poder analisar, daqui a município; É o vere8.dor que faz política e ê ele que pre- · Humberto Lucena está honrando o Seu compromisso. O
seis meses, o que é bom, o que é ruim, o C]ue foi bom, o cisa agora de nós, políticos, e não comparecei- seria ~m qu·e existe", iwbii Sen-ador-Cirlos Albf:rto; 'ê-. que hoje a
que foi rUim, fazer c-omparativos, analisar o tempo per- ato de insensibilidade. Bancada do Governo não iecebe mais ordem unida, aca-
dido ou o tempo que conquistou oU qUe ganhou. Mas eu Portanto, nobre Senador Hélio Gueiros, apelo a V. bou esse negócio de ordem unida, de enquadramento.
gostaria de convi~ar V. Ex•, Senador Hélio Gueirõs, e Ex• para que, na condição de Líder da Bancada dO-Go- Hoje, agora, aqui, no Senado, todos têm liberdade.
Abril de 19K5 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 11) Quinia-feiri1 18 0717
- --- . "

Então, há um Senador do Partido do PMDB que dis- fica 'de certa maneira: desconcertada, ela fica perplexa, ver se é possível ele crescer um pouquinho e vamos ver s~
corda dessa CPI e está usando as armas regimentais rigo- -mas isso.pass? e_ vai passar. · ele v"ai ser útil à coletividade. Mas o filho não é do
rosamente_ dentro do Regimento Interno, e no dia em PMDB, o filho é do PDS ..
que a ilustre Bancada do PDS quiser nos ajudar e .colo- O Sr. Carlos Alberto- Permite V. Ex• um aparte?
car uns 15 ou 20 e nós c_om uns 15 ou 20, nós aprovamos O Sr. Carlos Alberto- V. Ex~ me concede um aparte?
O SR. HE:LIO GUEIROS - Tenho certeza de que
es5a; CPI da Vale do _Rio Doce. Agora, sem e.ssa colabo-
com esse apoio unânime, maciço, integral do povo brasi- O SR. HÍ.LIO GUEIROS- Dou o. aparte. Desculpe·
ração do PDS, já que um ilustre membro da nossa Ban-
leiro vamos suplantar todas ess~s dificUldades e a Nova me, nobre Senador, ê uma satisfação conceder um aparte
cada discorda dessa CPI da Vale, nós temos que aceitar a V. Ex~ - -
República vai elltrar por seus caminhos normais, tran-
as regras do j9go democrático.
qUilos, serenos, sob ãs benções de Deus e a inspiração di::
O que hã, nobre Senador Carlos Alberto, é que demo- O Sr. Carlos Alberto - É agradabiHssimo participar
Tancredo Neves_ Porque não tem, Sr. Presidente_ e Srs.
cracia não é fácil, é dificil, é trabalhosa, é pen·osa, precisa de um debate com V. Ex•, porque V. Ex• sempre encarna
Senadores, ao longo desses 4_Q ou 50 anos de vida pública
muita paciêticia. Mas nós vamos ter paciência,' nós va- o·-debate com a mais alta grandeza e até mesmo com
. brasileira, nãO houve uffi-homenlque encarnasse tanto as
mos, com muito cuidado, seguindo passo a passo no ca- espírito, às vezes humorístico, e faz com q!Je também a
aspiraÇões; até as frUstraçõeS, as a"mbiÇões-, aS necessida-
minho da redemocratização, e vamos chegar lá. Entre- gente entre em moment<>;s de devaneios. Mas, eu gostaria
des do povo brasileiro do que Tancnido Neves. De uma ·
tanto, com pressa, nós não vamos chegar a coisa nenhu- de dizer a V. Ex' que o sentido pirataria, pelo menos en-
hora "para outra, esse homem como que se tira do palco,
ma porque essa pressa, essa ordem unida só existe no re- tendi, por con_ta das defesas que .fiz aqui dos trabalhado-
da circulação, é claro que tem que haver um trauma.
gime autoritário que, grãçã.s a Deus e a Tancredo Neves, res que hoje estão amargando dificuldades,· que são os
Tem que haver um trauma. O brasileiro gosta. ama 1 esti-
estamos saindo dele. . trabalhadores do Sulbrasileiro e dos Vereadores- só fa·
ma e reSpeita Ta.ricfedo Neves e, naturalmerite, està. so-
S. ·Ex, o nobre Senador Carlos Alberto achou que o lei nis~o - e· da posição do PMDB. Não falei em outra
frendo os efeitos dessa sua ausência que espe~o seja cur-
Governo não estaria sendo muito correto nesse proble- · coisà, Só fatei nisso. Então, se é fazer pirataria, defen-
ta.
ma do Sulbrasileiro, porque mais uma vez está havendo .dendo essas causas, vou fazer, vou ser um pirata:; vou
um divergência de um ou outro colega da Bancada do O Sr. Ca:rl.:_as Alberto- V. Ex• me coil~CIC o apãrtC?- -Cfeix"ar de ·ser Senador e vou aceitar o estigma de V. EJC.•
PMDB, mas é que:; ..o uso do cachimbo faz a boca tOrta••, de ser um pirata. E; quem sabe se o pirata não se tornará
o nobre Senador Carlos Alberto acostumou-se a receber 0 SR. H.t!:LIO GUEIROS- Vou já ronceder o·apar- um grande vencedor amanhã, defendendo as causas do
ordens da sua Liderança e as cumprir ceg~ente. Muito te a V. Ex• povo. Agora, essa posição de V. EX'", de dizer, como
bem! Isso é um procedimento, ~ uma filosofia e eu nada Nessas condiçÕes~ nobre Senador Carlos Alberto, eu aquela música dã. Nega Maluc~;. "Toma que o filho ~
tenho a ver com isso. Mas há elementos, dentro da Ban- disse que V. Ex• fez.um discurso pirata, corsário, não à te~'\ acho qiie. essas não foram as pregações feitas em
cada do PMDB, da Bancada do Governo, que pensam sentido que ~·.. f?x_';ialvez eSl~ja interpretando de e~ t~i" - patã.Rque nas pràças ptíblicas, não! V. Ex•s quando iam
diferentemente, querem tei- o direito de opinar, de discu- a"chado alguma coisa desagradável. Apenas eu disse que para as praças públicas pregar as eleições diretas e pre-
tir, de dialogar, de mostrar dificuldades, de mostrar van- V. Ex•, ao passar 6m b~rco, ace.rtava numa direção, pas-. gar, depoi.s, atê mesmo. a ~leição do Presidente Tancredo
tagens, de mostrar desvantagens para, no final, tentar- . sava .outro V. Ex..' atir:ã.va noutra. direção. Foi nesse senti- Neves pelo voto indireto, V. Ex's apareciam para a opi·
mos encontrar uma solução sábia, "oportuna, justa e pa- do a expiessão .Corsário, pirataria. njão pública como os salvadores da Pátria e anunciavam
I
triótica ·para esse problema do Sulbrasileiro. as boas novas.
Não hã por que se estranhar, mas não há mesmo por O Sr. Carlos Alberto- Mas V. Ex• não é contra?
que se estranhar essas discordâncias e divergências den- O SR. PRESIDENTE (Alberto Silva) - LembrO aos
-0 SR~ Hi!LIO CUEIROS- Não há nenhum sentido
tro da Bancada do Governo. Isso é absolutamente demo- ·nobres Senadores que faltam 2 minutos para O eilcerrã- -
pejorativo. Se estou defendendo, na frente de V. Ex•, o
crãtico e V .. Ex•s terão que se acostumar com esse novo menta da sessão. Peço ao nobre Senador Carlos Alberto
Sulbrasileiro, se eu defendi na frente de V. Ex• e sem as-
estado de coisas, ao.longér dessa legislatura e da: outra, que seja breve, porque vamos ter uma sessão imediata-
sistência, defendi Q_Sulbrasileiro, como é que ago"ra eu ia
porque acredito que essa democraCia reimplantada no mente após esta.
chamar V. E~• de corsário e pirata por estar defendendo
Brasil haverá de chegar atê o final do· sêculo e o começo
uma causa que para mim êjusta? De maneira nenhuma. O Sr; Carlos Alberto- Vo.u encerrar, Sr. Presidente.
· do ano dois mil.
Agora, 'apareCe o PMDB, V. Ex• me dandÕ esse outro
O Sr. Carlos Alberto- Só tenho medo-qrie essã demo- O Sr. Carlos Alberto - E por que então? visual da Nova República .. Então, todos os pro.blemas
. cracia não venha a matar o povo de fome! de.stà Nação, se O-PMDB for resolver, se o Governo.for
O SR. H.ll:LIO GUEIROS- Apenas a maneira como resolver com a chamada música ..Nega Maluca", tenho
O SR. Hl!:LIO GUEIROS -Tenho fé que chegare- V. EX• encaminhou o seu disçurSo, peganc;!o um assunto a impressão que vai ser o governo das aspirações popu-
mos a essa situação, e por isso h~vêrá sempre essa disCus- a-qui, outro assunto acolá, um mais perto, outro inais lares! Devolvo que o filho é teu!
são, essas pressões, essas contra pressões, esse jogo para longe, parecido com aqueles piratas que só conheci nas
cá, essejogo para lá, mas isªo é do regime democrático, histórias de televisão e nos filmes em que qualquer um O SR.._HÍ.LIO GUEIROS- Nobre Senador Carlos
esse é o jogo democrático. Muito de nós estamos d~a­ que passasse e1e atirava. Assim fez V. Ex• Aqui passou· o Alberto,. de maneira alguma, das minhas palavras se
costumados a isso, mas vamos ter que nos acostumar, Senador João Lobo, botou o navio dele na frente. V. Ex• pode deduzir que vamos renegar essas criaturas que for-
porque é uma Nova República, estamos numa: Nova Re· · atirOu;· V. Ex• olhou para o Senador_Severo Gomes, .bo· ma deixadas à nossa porta, quando. chegamos ao Palá-
pública:. Aconteça o que acontecer com o· Presidente tau o navio dele e atirou "no Sf:vero Gomes; eu, V. Ex• cio. Nós não as vamos abandonar. Nós vamos tentar
Tancredo Neves, é irreversíverã Nova República no Bra- ólhou para mim e me atirou, também. (Risos.) ç;uida.cdelas, nós vamos tentar recuperá-las para s.erem
sil. 1! só isso. Só nesse sentido, exclusiVamente nesse senti- úteis à comunidade. Apenas estamos plenamente con-
. do é que· eu fiz a observação da pirataria. .
Não adianta in1rfga, · <irtiffiãnhã., inte!J)rêtações disso vencidos do ônus .terrível .qu~ esse ato pesarâ sobre os
ou daquilo, a democracia reimplantada no Brasil é irre. nossos ombros, mas não estamos refogando a carga,
Versível, vamos continuar nessa pisada democrática. Cla· O Sr. Cilrlos Alberto - V. Ex• está me fazendo rir.
nem essa: cruz, pãiS estamos aceitando-espontaneamente
roque se não há decisões fulminantes, corno desejam al- O.SR. HtLIO GUEIRO$- Esteja .certo, nobre Se- C$S3_. carga e essa.cruz. Nós vamos aceitar, v~mos levar a
guils ilustres colegas do PDS, é porque o Brasil inteirO, nador Car.los Alberto,_ que o PMD~ e a_Erent~ Liberal nossa cruz, ou me.lhor, a cruz que o PDS estã jOgandO
são 130 milhões de brasileiros que sabem a angústia e a.ss!-W].em a .sUa condição de GQverno. Apenas nós temos sobre os nossos ombros e vamos fazer com que o Brasil
agonia que estamos vivendo, todo. mundo sabe, ê uma que, em assuntos como neste do Sulbrasileiro, cantar chegue a melhores e mais tranquilos dias, e para isS"o nós
coisa inesperada. O Presidente Tancredo Neves, de uma como aquela modinha do carnaval passado, na Nega devemos ter - àcredito - nã·o só o apoio unânime, ma-
hora par~ outra, se viu acometido num leito de dor e é Maluca: "Toma que o filho ê teu", mas o Sulbrasileii"o .. ciço, consciente da nossa Bancada mas, tamOém, c~eío
evid!'=nte que isso tinha que causar pro.blemas no Brasil.
que da parte do PDS e da hoje Oposição haverá tambêm
Seria" estranho se isso não ocorresse, um Presidente com O Sr. Carlos Albérto- Mas iSso é a Nova República'?
o respeito, a estima, a confiança do povo braSileirO, de . - . um braço estendido, já que com o Presidente João Fi-
repente fica num leitO de dor, como é ~ue o Brasil não O SR. H1!:LIO GUEIRpS ~ ··~ () Sul~rasileiro é filho gueiredo se falou muito em braço estendido, então que
--·da Nega Maluca. eSS~ braço ~stendido também o seja em direção ao atual
vai se traumatizar com isso? Tem que se traumatizar e se
traumatiza o povo que chora na rua, c.omo aqueles que GOVerno, e que todo~ jtin~os- possam~s construir ~m
_ O Sr.__ Ofrlos Alberto - São os métodos que serão novo Jlrasil nesta Nov.lR-epública. -
vivem nos altos escalões ...
ãd"aptados pela Nova República'? ' Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente. (Muito
bem.n--- --" · -· --
O Sr. Carlos Alberto- Mas-0-Biasil nãO pOde Parar.
--~-SR." Hl!:Í.HO GUEIROS - Não é d~ Nova Re-
O SR. HE:LIO GUEIROS- ... e então o Brasil tem pública. Esse filho não é nosso; agora, vamos ter que tra- O SR. PRESIDENTE (Alberto Silva)- Não há mais
que sofrer como qualquer pessoa da família da gente que tát, vamos ter que cuidar, vamos ter de dar um remedia· oradores inscritos. Nada mais havendo a tratar, vou en-
tem um probie"ma desse, todos ficam afetados, a famllia zinho para ele, vamos ver se é possível ele.se endireitar, cerrar a presente seSsão, designando para a extraord.i·
0718 Quinta-feira 18 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abril de 1985

nária das 18 horas e 30 minutos, anteriormente convocaw 1985), da Emenda do Senado ao Projeto de Lei da Câ- 4
da, a seguinte mara n"' 45, de 1982 (n9 1.898/79, na Casa de origem),
que autorizada o Poder Executivo a conceder direito Discussão, em turno único, do parecer da Comissão
ORDEM DO DIA real de uso sobre áreas de terras que margeiam as rodo- de Constiiuição e Justiça sobre a Mensagem n9 88, de
vias federais. 1985 (n9 214/85, na origem), de 2-de -ãbril do corrente
ano, pela qual o Senhor Presidente da República subme-
te à 9eliberação do Senado a escolha do Desembargador
DiScussãO, em turito úníco, da redaçào final (ofereci- 3 Eduardo Andrade Ribeiro de Oliveira para eX:C:rcCr o
da pela Comissão de Redaçào em seu pare~er n"' 31, de cargo de Ministro do Tribunal Federal de Recursos, em
1985) das Emendas do Senado ao Projeto de Lei da_Câ- pisc~ssão, em segundo turno, do Projeto de Lei do
vaga destinada a magistrados ou membros do Minis-
mara n" 26~·-de 1978 (n"' 317/75, na CâSá de origem), que Senado n9 45, de 1979, de autoria do Senador Nelson tério Público dos Estados, do Distrito Federal e dos Ter-
regula o exercfcio da profissão de tê_cnico em radiologia, Carneiro~ que altefa disposições do artigo 89 da Lei n9
ritórios, decorrente da aposentadoria do MiniStrO frlâ-
e dá outras ,providêilcias. 5.107Lc;lcil3 de setembro de 1966, que cria o Fundo de cio Moacir Catunda Martins.
Garantia por Tempo de Serviço, e dâ outras providên-
cias, tendo O SR. PRESIDENTE (Alberto Silva) - Está encer-
2
Parecer. n9 40, de 1985, da Comissão rada a sessão.
Discussão, em turno único, da redação fiilal (ofereci- ---=-' De Redaçào, oferecendo a redação do vencido. (Levanta-se a sessão ás 18 horas e 30 minutos.)
da pela Comissão de Redação em seu Pare_cer n<? 33, de

Ata da 45lil Sessão, em 17 de abril de 1985


3~ Sessão Legislativa Ordinária, da 47~ Legislatura
- EXTRAORDINÁRIA -
Presidência do Sr. Martins Filho
ÀS 18 HORAS E 30 MINUTOS, ACHAM'SE PRE- Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Exce- REQUERIMENTO N• 78, DE 1985
SENTES-OS SRS. SENADORES: lência protestos de apreço. - Ulysses Guimaries, Presi-
dente da Câmara .dos Deputados. Requeremos urgência, nos termos do art. 37 I, alínea b
Jorge Kalume- Altevir Leal- Mário Maia- Euni- do Regimento INterno, para o Projeto de Lei do Semido
ce Michiles - Fábio Lucena - Claudionor Roriz - Brasília, 15 de abril de 1985. n9 48/85, que dispõe sobre a destinação do produto da
Gaivão Modesto - Aloysio Chaves --Gabriel Hermes arrecadação da Taxa Rodoviária Única, e dá outras
-Hélio Gueiros- Alexandre Costa -João Castelo- Excelentíssimo Senhor providências.
Américo de Souza_- Alberto Silva - Helvídio Nunes Deputado- Ulysses Guimarães Sala das Sessões,17 de abril de 1985.- Humberto Lu-
-João Lobo- Cesar Cais- José Lins- Virg"ílio Tá- Presidente da Câmara dos Deputados cena - Murilo Badaró.
vora - Carlos Alberto - Moacyr Duarte - Martins BraSJ1la- DF.
Filho - Humberto Luce_na - Marcondes Gadelha --
O SR. PRESIDENTE (Martins Filho)- Os requeri-
Aderb<.Ll Jurcma- Cíd-Sampaio- NivaJdõ -MaChado Senhor Presidente:
meritos lidos serão Votados após a Ordem do Dia, na
~Guilherme Palmeira- Carlos Lyra- Luiz Caval- Como autOr do requerimento solídtando a partici-
forma do art. 375, item II do Regimento Interno.
cante - Lourival Baptista - Passos Pôrto - Jutahy pação do Congresso Nacional nas comemorações do 259
Magalhães - Lomanto Júnior - l.uiz Viana - João aniversário de Bras!J-ia, marcadapelo Excelentíssimo Se-_
· Cafmon - José Ignúcio Ferreira - Moacyr Dalla - _nhor Presidente do Congresso Nacional, para o dia 19 O Sr. Nelson Carneiro- Peço a palavra pela ordem,
Amaral Peixoto - Nelson Carneiro .:.._ Itamar Franco do corrente mês, através de uma Sessão Extraordinária e Sr. Presidente.
- Murilo B:.tdaró- Alfredo Campos- Amaral Furlan Solene e, considerando o agravamento do estado de saú-
- Fernando Henrique Cardoso- Severo Gomes --Be- de do Excelentíssimo Senhor Presidente da República, O SR. PRESIDENTE (Martins Filho)- Concedo a
nedito Ferreira- Henrique Santillo- Mauro Borges Dr. Tancredo Neves, solicito a V. Ex• examinar a possi- palavra, pela ordem, ao Senador Nelson Caneiro.
-Gastão Müllcr- José Fragelli- Marcelo Miranda biUdade de transferir_esta__co_rn.e~oraçãp para uma data
- Roberto Wypych - Álvaro Di<is - Enéas Faria·.:.:... O SR. NELSON CARNEIRO (PTB- RJ. Pela or-
oportuna. dem)- Sr. Presidente, eu pediria a V. Ex• que esclare-
Jaison Barreto- Jorge Bornhausen- Lenoir Vargas- Certo de _que V. Ex• _compreenderá as razões que me
Carlos Chinrelli - Alcides Saldanha - Octávio Cardo- cesse~ a data desses requerimentos.
levaram a fazer esta solicitação, sou, cordialnieilte, -
so. João Herculino, Deputado Federal. O SR. PRESIDENTE (Martins Filho)- Datados to-
dos de hoje.
O SR. PRESIDENTE (Martins Filho)- Em atendi-
O SR- PRESIDENTE (Martins Filho}- A lista de
mento ao Expediente que vem de ser lido, a PresidênCia
presença acusa o comparecimento de 61 Srs . .Senadores. O SR. NELSON CARNEIRO - Sr. Presidente, V.
cfrrrcela a sessão solene do Congresso Nacional, convo-
Havendo número regimental declaro aberta a sesSão. Ex• tem na mesa dois requerimentos semelhantes; am-
Cada para o dia 19 do corrente mês, às 10 horas e 30 mi-
Sob a proteção de Deus iniciamos nossos trabalhos. bos_ de minha autoria, assinados por todos os Lfderes; e
nu-to-s, destinada a comeinorar o 259- AniversáriO de
Sobre a mesa, expediente que será lido pelo Sr. }9- surpreendentemente não foram procedidas a leitura des-
Secretário. - Brasília.
ses requerimentos.
Sobre a mesa, requerimentos que vão ser lidos pelo
Gostaria que V. Ex• prestasse algum esclarecimento a
~ lido o seguinte Sr. }9-Secretãrio. -
respeito dessa omissão.
GP-O- São lidos oS seguintes
O SR. PRESIDENTE (Martins Filho) - A Lide-
Brasflia, 17 de abril de 1985. REQUERIMENTO N• 77, DE 1985 rança da Maioria do GOverno solicitou que essa matéria
não fosse posta na Ordem do Dia da presente sessão.
Senhor Presidente, Requeremos urgência, nos termos do art. 371, alínea b
Encaminho a Vossa Excelência requerimento em que do Regimento Interno, para o Projeto de Lei da Câmara O SR. NELSON CARNEIRO- Eu pediria a V.-EXf
o Senhor Deputado João Herculino solicita o adiamen- n9 2, de 1985 que altera a Lei n{> 6.657, de 24 de setembro que esclarecesse qual a Liderança da Maioria: do
to da sessão solene convocada para o dia 19 deste mês de 1978, para incluir o basalto no regime especial de ex- PMDB ou da Frente Liberal? Gostaria que V. Ex•escla~
para comemorar o 259 aniversário- de Brasília. ploração por licenciamento. recesse que Maioria é essa, porque parece que ainda não
Informo a Vossa Excelência que esta Presidência está Sala das Sessões, 17 de ãbril de 198"5.- Humberto Lu- há um Líder da Maioria no Senado. Oujã há um forma-
de acordo com a solicitação. cena - Murilo Badaró - Carlos Chiarelli. lizado?
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Quinta-feira 18 0719

O SR. PRESIDENTE (Martins Filho)- f: o Líder EMENDA N• 2 rência das hipóteses previstas nas alíneas b, c e e do
do Governo, e do PMDB. (corresponde à Emenda n9 2-CLS) inci5o II di::ste artigo."

O SR. NELSON CARNEIRO- Então, Sr. Presiden- Suprima-se o art. 16 do Projeto, renumerando-se os Art. 29 Esta Lei entra em vigor na data de sua
te, quero deixar consignada minha estranheza. Durante demais artigos. publicação.
anos, nesta tribuna, o PMDB, com meu apoio, lutou ~rt. 39 Revogam-se as disposições em contrârio.
O SR~ PRES~DENTE (Martins Filho)- Item 2:
contra a política salarial que não devolve ao trabalhador
O SR. PRESIDENTE (Martins Filho)- A matéria
aquela parte que dele foi brutalmente retirada. 1:: a repo- Discussão, em turno único, da redação final (o- constante do Item 4 da Ordem do Dia da presente ses-
sição_ salarial reclamada por todos os trabalhadores. ferecida pela Comissão de Redação em seu Parecer são, nos termos da alfnea h, art. 402, do Regimento In-
Porta':lto, surpreende-me que seja o próprio PMDB que n9 33, de 1985), da emendado Senado ao Projeto de terno, deverá ser apreciada em sessão secreta.
tome agora a iniciativa de evitar que esse projeto seja Lei da Câmara n9 45, de 1982 (n9 1.898/79, na Casa Por falha na instrução do projeto, a matéria vai ser re-
votado, quando se avizinha a decretação de um novo _sa- de origem), que autoriza o Poder ExecutivO a con- tirada da Ordem do Dia da presente sessão.
lãiio nlíriimo, e o próprio Ministro do Trabalho e o Se- ceder direito real de uso sobre áreas de terras que
nador Carlos Chiãrelli anunciam que haverâ essa repo- margeiam as rodovias federais. E a seguinte a matéria retirada.
sição. Seria bom que fosse o- Poder Legislativo o autor Em discussão. (Pausa.)
dessa recuperação, dessa retribuição ao trabalho dos_ _ Discussão, em turno único, do parecer da Co-
Não havendo quem peça a palavra, encerro a discus-
que suam, dia e noite, pelo progresso do País, e não uma f!Jiss~o de CqnstítUição e Justiça sobre_ a Mensagel!J
são.
benesse do Poder Executivo. n' 88, de 1985 (n'íl 214/85, na origem), de 2 de abril
Encerrada a discussão, a redação final é considerada
Sr. Presidente, pedirei verificação de todos os pedidos do corrente ano, pela qual o Senhor Presidente da
definitivamente aprovada, nos termos do art. 359 do Re-
de urgência, até que seja libera-do meu requerimento. República submete à deliberação do Senado a esco-
gimento Interno.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. (Muito bem!) lha do desembargador Eduardo Andrade Ribeiro
A matéria voltará à Câmara dos Deputados.
de Oliveíra para exercer o cargo de Ministro do Tri-
O .SR. PRESIDENTE (Martins Filho)- Em sessão - ~ a seguii1te a redação final aprovada bunal Federal- de -Recursos, em- vaga destiti.ada a
anterior foi lido o Requerimento n976, de 198S, de auto- Redaçio final da emenda do Senado ao Projeto de magistrados ou membros do Ministério Público
ria do Sr. Senador Murilo Badaró e outros Srs. Senado- Lei da Câmara n9 45, de 1982 (n9 1.898/79, na Casa dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios,
res, solícitando que o tempo destinado aos oradores do de origem), que autoriza o Poder Executivo a conce- decorrente da aposentadoria do Ministro Inâcio
expediente da sessão de 24 do corrente mês seja dedica- der direito real de uso sobre áreas de terras que mar- Moacir Catunda Martins.
do à comemoração-· do Vigésimo Quinto Aniyersário do geiam as rodovias federais.
Correio Braziliense. O SR. PRESIDENTE (Martins Filho) - Passa-se
O i'equeriniento deixou de ser votado naquela oportu- EMENDA No I agora a apreciação do Requerimento n9 77/85 de urgên-
: nidade por falta de quorum. (corresponde à emenda n9 1-CA) cia, lido no Expediente, para o Projeto de Lei da Câma-
Passa-se, agora, à votação do requerimento. ra·-ri.9 2, de 1985.
Em votação. - Dê~se aO~~ 29 do art. I 9 do Projeto a seguinte redação: Em votação o requerimento.
Os Srs. Senadores que o aproVam queiram permane- Os Srs. Senadores que o aprovam quei~am permane-
"§ 29 Tem preferência na concessão o trabalha- cer sentados. (Pausa.)
cer sentados. (Pausa,)
Aprovado. . dOr rural.''- Aprovado.
Será cumprida a deliberação do Plenário.
O SR. PRESIDENTE (Martins Filho)- Item 3: O Sr. Nelson Carneiro.:.__ Sr. Presidente, solicito vei'i.:
O SR. PRESIDENTE (Martins Filho)- Passa-se à fiCãção de quorum.
Discussão, em segundo turno, do Projeto de Lei
do Senado n9 45, de 1979, de autoria do Senador O SR. PRESIDENTE (Martins Filho) --Serâ reitã a
ORDEM DO DIA Nelson Carneiro, que altera disposições do artigo verificação solicitada pelo nobre Senador Nelson Car-
89 da Lei n' 5.107, de 13 de setembro de 1965, que neiro. SC-Õ.do evidente a falta de quorum, a Presidência
cria o fundo de garantia por tempo de serviço, e dá vai suspender a sessão por 10 minutos, fazendo acioiiir
Item 1:
outras providências, tendo as campainhas para chamada dos Srs. Senadores a Ple-
Discussão, em turno único, da redação final (o- Parecer, N9 40, de 198S, da Comissão nário.
ferecida pela Comissão de Redação em seu Parecer -de Redação, oferecendo a Redação do Venci- Está suspenda a sessão.
n9 31, de 198S) das emendas do Senado ao Projeto do.
de Lei da Câmara n9 26, de 1978 (n9 317/75, na (Suspensa às 18 horas e 44 minutos, a se-ssão é rea-
Casa de origem), que regula o exercíciO da profis-- Em discussão. (Pausa.) berta às /8 horas e 46 minutos.)
são ·ue Técnico em Radiologia, e dá outras provi- Não havendo quem peça a palavra, encerro a discus-
são. O SR. PRESIDENTE (Martins Filho)- Estã reaber-
dênciaS.
Encerrada a discussão, o projeto é dado Como defini- ta a sessão. Persistindo a ralta de quorum, a Presidência
Em discussão. (Pausa.) tivamente aprovado, nos termos do art. 31 S do Regi- se dispensa de _proceder à verificação requerida.
Não havendo quem peça a palavra, encerro a discus- mento Interno. O requerimentO está prejudicado.
são. O projeto irã à Câmara dos Deputados. Nestas condições, fica igualmente prejudicado o Re-
Encerrada a discussão, a redação final é consideradf querimento n'íl 78/85, lido no Expediente.
definitivamente aprovada, nos termos do art. 3S9 do Re É o seguinte o projeto aprovado
- O SR. PRESIDENTE (Martins- Filho)- Concedo a
gimento Interno.
Redação do vencido, para o 29-turno, do Projeto de palavra ao nobre Senador Nelson Carneiro.
A matéria Voltará à Câmara dos Deputados.
Lei do Senado n"' 45, de 1979. Altera disposições do
~ a seguinte a redação final aprovada
art. 89 da Lei n9 5.107, de 13 de setembro de 1966,
O SR. NELSON CARNEIRO (PTB- RJ. Pronun-
Redação final das emendas do Senado ao Projeto que cria o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, e
dá outras providências.
cia o seguinte discurso.)- Sr. Presidente, Srs. Senado-
de Lei da Câmara n9 26, de 1978 (n9 317/75, na Casa res:
de origem), que regula o exercício da profissão de O Congresso NaCional decreta: A legislação de pessoal, principalmente a que se refere
Técnico em Radiologia, e dá outras providências. Art. 19 A alínea e do inciso II e o inciso III do art. aos servido_r~_civis da _União, tem sido a mais variável
EMENDA N.• I 89 da Lei n' 5. I 07, de 13 de setembro de I 966, que cria o do Pais, suced_endo-se os planos de classificaçãO e rCClas-
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, e dâ outras sificição, alterando-se o Estatuto _e a própria Consti-
(corresponde à Emenda n9 1-CLS)
providências, passam a vigorar com a seguinte redação: tuição tant?S Ve_zes, tantas que, como conseqUência, as
Dê-se o art. IS do Projeto a seguinte redação: situações iníquas s~ repetem, as injustiças se multipli-
"Art. 89 cam, atingindo, principalmente, os aPosentados.
"Art. IS. OS beneficies desta Lei são extensi- !1. Vejamos, por exemplo, o que ocorreu com o antigo
vos aos contratados do serviço público federal, au- e - casamento do empregado. cargo de Inspetor de Guarda, nívell2, do Mínistêrio da
tárquico e paraestatal e, ainda, aos contratados do UI -durante a vigência do contrato _de traba~ Fazenc;la, conhecid_o como Cheff:_da Secção de Vigilân-
serviço público estadual e municipal." lho, a conta somente poderá ser utilizada na ocor- cia.
0720 Quinta-feira 18 . D_IÃ~IOJ?OCONGRESSONACIONAL (Seção II) - Abril de 1985

Muitos funcionãriõs.se àpOsentaranl ile~se POsto, nos fenômenos da fome, da desnutrição, das doenças e da Por vezes, a impressão qui nos fica, diante de tanta
termos do art. 101, item III, da Constituição,- ci:irilbiria- ameaçadora." expãnSão da agressividade, violência e Cri- provação, diante de tanto suplíciO permanente, iriedutí- .
do com o art. ISO, letra a, da Lei n~ 1.711, de 1952. minalidade nas regiões metropolitanas e principais aglo- vel às no~sas preces e a todos os esforç9s da competência
Logo depois, o Plano de Classificação de CargOS, atra- - rileraçõ'i!s urbanas· do Páís. - mêd-ica, é que, acitria das nossas súplicas e dos recursos
vés da Lei n'il 5.645, de 1970, extinguiu o quãdro da Se é verdade que a exaustiva peregrinação do Presi- da Medicina, levanta-se uma força inflexível, que sobre-
Secção de Vigilâncía, coloCadOS os--seus ·componentes dente _Tancredo Neves durante os comícios realizados paira à nossa perplexidade. .
'em quadro assemelhildo. - - em todas as Unidades da FederaçãO muito contrihuiram Teríamos diante de nós um exemplo a mais de que,
Em 1980, atravês da-Lei n' 6.849, foi recriado o qua- para agravar os níveis de esgotamento, a fadiga e o stress superpondo-se à liberdade e à súplica dos homens, per-
dro da Seção de Vigilância do Ministério da Fazenda, sé refletiram inexoravelmente: na deterioração posterior dura a Fatalidade dos deuses, como supunham os gre.-
com o intuito de corrigir as fnjtisiiças havidas. Mas, nes- de suas condições físicas, também é certo que a sua gos, no conflito de suas tragédias? Ou será que essa Fata-
sa oportunidade, os aposentados não tiveram tratamen- atuação no decorrer da campanha, projetou-o como a li- lidade implacável, que n_os atordoa, que nos desorienta,
to igual ao pessoal da ati~a. justamente. beneficiado. derança predominante e o protagonista máximo 1_10 que nada mais significaria do que uma parte da missão de
tange às mudanças, à renovação e às transformações exi- · Tancredo Neves, neSta hora da vida nacional?
· Hã casos de servidores que trabalharam trinta e sete
gidas pela Nação br3.sileira. - Inclino-me pela segunda conclusão. E isto, se de todo
anos no Serviço Público Federal, aposentado-se como
Nos discursos que pronunciou nas praças públicas, e não me consola, como amigo e como brasileiro, pelo me-
Chefes daquela Secção, mas, atualmente, est~o na car-
nas mensagens que redigiu, logrou o Presid,ente Tancre- nos suaviza meu s~ntimento de revolta, em face da pro-
reira inicial âe Agentes -de Portaria, ganhando o salário
do Neves conscien tizar as m-ultidões que o aplaudiam vação im~recida.
mínimo, insUficiente para a nl.anUtC:nçãO ·da família, en-
com entusiasmo, e condensar, nos parâmetros de um Dir-se--ia ter havido um requinte _do Destino em levar
quanto seus· colegas, do mesmo quadro, qUe se aposen-
verdadeiro testamento político, direttizes e· planOs de Tancredo Neves até a um passo de s_ua glorificação defi-
taram em 1980, recebem prOventos muito superiores.
ação destinados a implantar a Nova República- ou se- nitiva, na cerimônia da posse da Presidência da Repúbli-
Este problema precisa ser convenientemente examina- ja, a concretização das aspirações máximas da nacionali- ca, para, por fim, sustar essa glorificação, de modo re·
do pelo· Ministério da Administração, possibilitando um dade cons-ubstanciadas no advento de um Estado de Di- peiltino e inexplicável.
acurado reexame ·do problema, em nome do princípio reito, efetivamente democrático capaz de proporcionar, A s·olenidade da posse seria o fecho da abóbada, o
da isonomii salãiiarq-uC:, há tanto temPo. se acha inscri- a cada brasileiro, melhores condições de vida, trabalho, pendão da vitóría fincado no cume da mais alta monta-
to no texto constitucional. liberdade, justiça social, paz e ilimitadas oportunidades nha. Do mundo inteiro vieram os convidados dessa hora
Se o antigo DASP nunca encontrou lazer suficiente de desenvolvimento. única. E tudo falha, e tudo se defaz, porquanto a missão
para equalizar os proventos da aposentadoria, nos ter- Foram estas as_ reflexões _que entendi formular, depois de TancredO Neves trazia consigo esse hiato_brutal, que
mos dos vencimentos pagos na atividade, esperamOs que de ler o artigo de Josué Montello, publicado no Jornal do até. hoje nos desorienta.
o novo Ministério, superiormente diiigido_ por Alufzio BraSil de 16 de abril passado, intituladq .···A missão de Cada um ·de nós guardará em seu íntimo_o sentimento
Alves, c_onsiga, com a maior brevidade, sanar situações Tancredo Nev~"! e cuja incorporação solicito neste mõ= da provaçãÕ prolongada. E por mais que curve a cabeça,
como essa; ofensivas aos priticípios da equid:ide. mente como um dOcumento digno de ser transcrito nos no esforço para aceitar o drama na sua brutalidade, sem-
Era o que tínhamos a dizer, Senhor Presidente. (Mui- Anais do Senado Federal. pre haverá um momento em que indagaremos, sem con-
to bem!) Na opinião desse eminente escritor, membro da Aca- seguir compreender:
demia Brasileira de Letras,. •• ... cabe agora ao Presidente -:-._~a~ por que, Senhor? Por quê?_
O SR. PRESlDENTE (Martins Filho)- Concedo a José Sarney, com o seu tato, com a sua experiência e com -NãO hã memória de outro líder submetido a uma tor-
pa'lavra ao nobre Senador Louriyal Baptista. ·a sua obstinação de bem realizar, a transformação gra- tura análoga, vivendo a crucificação de fios e tubos, na
dativa do ideário de Tancredo Neves em realidade obje- imobilidad~ das terapias intensivas. TanCredo Neves,
O SR. LOURIVAL BAPTISTA (PDS- SE. Promin- iiva - a que associará, naÚ~ralmente, a s~l_la própria ex- que havia sensibilizado o povo na tribuna dos comícios,
cia o seguinte discurso.)- Sr. Presidente, Sr.S. Senado- Periência, ajustada à complexa realidade dos· momentos passou a sensibilizar-nos ainda mais no seu leito de hos-
res: ifadonals ... " Ao concluir o seu esplêndido artigo, Josué pital, travando o corpo-a-corpo com remédios e bisturis,
Os sofrimentos; ã prolongada e comovedora agonia, Montello assevera qu~. " ... não há mais alto louvor a um no implacável suplício da enfermidad~ irredutível.
do Presidente Tancredo N~es, vêm provocando, em líder do que a realização gradativa das suas idéias e_ aspi- Aind~ bem que não perdurará conosco apenas a
toda a Nação, impresSionantes demonstrações de solidã~­ rações"; -quando ?S circ~nstâncias afastam da luta- ~S~ vigília dessa luta desigual, porque guardamos em nos.<;a
riedade evidenciando a realidade de um povo trauma ti: mesmo líder. As idéias e aspirações de Tancredo Neves memória a figura miúda!! frágil que soube ser_o condu-
zado e perplexo diante_de uma tragédia sem paralelo nos estão, naturalmente, associadas às diretrizes de seus tor de_seo. povo, na hora da transição política. Nesse mo-
anais da História do Brasil. companheiros de campanha. À medida em que elas fo- mento, a consciê~cia da Nação foi ele, tão vivo e fulgu-
Mais importante do que a esmagadora vitória que ob~ rem sendo executadas, Tancredo Neves estará presente, rante quanto uma labareda. Aquela coluna de fogo que
teve no Colégio Eleitoral, a-imensa Credibilidãde-do Pre~ como seu inspi~ador ... A transformação do Estado auto- \/ai à frente da multidão no texto bíblico. E a voz de co- --
sidente Tancredo .Neves foi conquistada no decorrer do. ritário em Estado democrático, com a impfã.'iitação da mando a que a multidà.o obedece.
. seu incomparável desempenho político, desde quando Nova República, foi o sonho de Tancredo Neves, no pa- Conheci Tancredo Neves por intermédio do Presiden~
Vereador e Presidente da Câmara Municipal de São lanque dos comícios populares, e há de ser, também, o te Kubitschek, ao tempo em que tinha sobre meus
João dei-Rei, Deputado estadual, MiniStrO da Jus'tiça no seu sonho ao longo dos dias e dias de sofrimento, no lei- ombros a responsabilidade de uma das subchefias do
Governo do Presidente Getúlio Vargas, Deputado Fede.- to do- hospital .:. O Presidente José Sarney, posto pela Gabinete Civil. Já conhecia o político, atuando ao tempo
ral, Presidente do Conselho de Ministros do efémero re.- CónSfituiçào no seu lugar, cumprirá, fíelm_ehte, as dire· do último Governo de Getúlio Vargas; passei a conhecer
gime parlamentarista· implantado em 1961, Senador da trizes de Líder e companheiro, para poder dizer ao País, o amigo, de quem _guardo as mais gratas atenções.
República e Governador de Minas Gerais. _ · aõ termo- de. sua missão: - Fiz meus p·lanOs de GOverno No meu Diário da Manhã, com a data de 21 de agosto
Ao longo-dessa magnífica trajetória, o Presidente-Tao~. com as idéias e aspirações de TanCredo Neves." de 1956, tive oportunidade de aludir aos dois tipos de de-
credo Neves também conheceu o ostracismo dos reveses Eram estas as corisiderações que desejava fazer, à mar- putados propostos por Alfred de .Vigny no seu Jotimal_
eleitorais, riJas "f0i;"Ce:itamenre-.- nas duras pelejas que tra- gem do luminoso artigo de Josué Montello, eJ5_at_?mente d_'un poete: os deputados da França e os deputados do
'vou como líder incontestâvel da oposição, que revelou, no momento em que o povo brasileíro em sua tolã!idade "povo francês. E ajustando a sugestão ao problema brasi-
por inteiro, as dimensões de sua fascinante personalida- roga a· Deus Pela COmPié:ta recuperação do Presidente leiro, reconheci que cabia a Afonso Arinos, não o título
de_ no cenário n~cional: - coragem; probidade, talellt() -Tancred.O-Neves. de deputado ou senador de um partido, e sim o de Sena-
excepcional, cultura, tenacidade- em síntese, um esta7 A saúde do Presidente é, no momento, a preocupação dor da Nação, por não ter nomeações a pleitear, mas
dista sempre vinculado aos supremos interesses da nacio- funda11_1ental de todos quantos acreditam que a Nova causas nacionais a defender.
nalidade e aos imperativos da democracia, da justiça so- República tornou ...se um imperativo irripõsiergâvel- fa- E concluía; "·Assim Tancredo Neves. Assim GUstavo"
cial, da liberdade e da bem-estar do povo. tor decisivo para superação das crises que perturbam o Capanema. Para falar apenas nos veteranos. Por vezes,
o e
prestígio popul~i. 0 respeito, a admiraçãO a lilCo~ desenvolvimento nacional e o advento de uma autêntica não consegUem ser deputados ou senadores de um parti-
mensurável confiança da sociedãde -braSileira; iraOsfof~ Deffiocracia - a aspiraçãO máxima da· naci()nalídade. do. Porque são, em última análise, deputados e senado-
m3.ram T.ancredo NC:ves em símbolo do valor morãl, -na e sr.
Era o que tinha a dizer, Presidente. (Muito bem!) res do Brasil". .
esperança maior do,nosso País, sobre o qual desabaram, DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SENA- Tancredo Neves está realmente acima das disputas lo-
além das calamidades nat~rais das secas e inundações, DOR LOUVJVAL BAPTISTA . cais·. Sempre teve estofo para a representação nacional
múltiplas crises económicas e·soCiais cjue Se poderiarri re-- - a representação que o povo lhe conferiu, mais por
sumir na seqUência fri.fídiCã dos fi'agelos gerados pela re- Jornal do Brasil - terça feira, 16-4~85 consenso da praça públíca do que Pelo crivo da urna elei-
cessãõ econômica, pelã giga-ritesca inflaÇão, pelo Oeseiri- A MISSÃO DE TANCREDO NEVES tor?!. Dai a apoteose de sua escolha.
prego maciço, pelo avassalador empobrecimento devas- Dia por dia, hora por hora, cada um de nós vive a an- Se a enfermidade não lhe houvesse interrompido o ca-
tos segmentos da população, - matizes geradores dos siedade e angústia da enfer~nidade de Tancredo Neves. minho; detendo-o a algumas horas de sua posse, Tancre--
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Quínia-feira 18 072-1

do Neves teria chegado à Presidência da República pOr tóres, cujoS custos de plantio estão acima dos recursos ......A lei assegurará a expedição de certidões requ!>
derivação natural. A vida política grada~ivarnente o pre- autorizados. ridas às' repartições administrativas, para defesa e
parou para essa última ascensão, como a glória suprema Queremos salientar qúe o Paraná, caso tenha efetivo esclareCimento- de situações".
- por seu tirocínio e por seu tatO pessoal. apoio do Govern_o Federal, deverá apresentar um au-
Por isso, nos seqs vários pronunciamentOs ao longo da m-ento da área de Plantio de ti'igo ein mais de 20 pOr cen- O projeto em discussão estabelece prazo· para que a
campanha política, ele compôs um ideârio - o ideârio to. A previsão preliminar estimada pela Secretaria de administração direta ou indireta conceda as certidões re-
da Nova República. Agricultura do Paraná é de uma produção de até um mi- queridas. Porque, o que vem ocorrendo é que o interes-
Ainda bem que a dóença imerecida não .interrompe a lhão e duzentas mil toneladas de trigo para ~ste ano de sado requer a certdão, questiona junto ao órgão compe-
atuação de Tancredo Neves em nossa vida política. As 1985. Entretanto, torna-se imprescindível a ampliação tente e não há prazo estabelecido para o atendimento de
idéias que defendeu, e que o levaram a ser eleito Presi- do ref6rido valor de financiamento de repasse do trigo seu petitório. O projeto_em tela se propõe a estabelecer o
dente da República como fecho do aplauso plebiscitário para no mfnimo 55 milhões de cruzeiros, mínimo iridis- prazo de 30 dias para a concessão das certidões requeri·
dos comícios populares, continuarão a compor o emba· pensável que possibilitará o perfeito ateridimento de pe- das. Ao mesmo tempo, a emenda oferecida pelo eminen-
sarnento -doutrinário da nova democracia_ brasileira. quen0s e até médios plantadores de trigo associados às te Senador Pedro Simon, objetiva dar melhor inteligên-
cooperativas do Sul do País. cia- à redação proposta no.art. 2"' do referido projeto.
Essa justa reivindicação, segundo nosso entender é de
capital importância não só pa'ra os produtores interessa- DIRCUSO PRONUNCIADO PELO SR. MOA-
Cabe agora ao Presidente José Sarney, com seu talo, CYR DUARTE NA SESSÃO DE /6-4-85 E QUE.
dos como também para a própria economia do País que
com a sua experiência e com a sua obstinação de bem ENTREGUE À REVISÃO DO ORADOR; SERLA
ap-esar -de possuir um imenso território de áreas férteis,.
realizar, a transformação gradativa do ideário de Tao- PUBLICADO POSTERIORMENTE.
deve-importar cinco milhões de toneladas para 1985 de
credo Neves em realidade objetíva -=-- a que' associará,
trigo para o abastecimento interno (previsão da S U- O SR. MOACYR Dl,JARTE (PDS-:- RN. Pronuncia
naturalmente, a sua própria experiência, ajustada à com-
NAB), onerando assim as reservas do País em um bilhão o seguinte _dis_curso~)- Sr. Presidente, Srs. Senadores:
plexa realidade dos momentos naCionais.
de dólares. Antes de se ma_ndar dólares para fora, é de Ocupo a tribuna paria fazer sucinto relato sobre a si-
O rumo foi traçado. Sofrerá alterações? -Siin, naquilo
suma importância que se dê todo o apoio ao homem bra- tuação em que se encontra o Rio Grande do Norte, sofri~
que corresponder ao ajustamento do plano de ação às
sileiro da terra, ainda tão desamparado e esquecido. do pelas conseqUências das inundações, que também
novas conjunturas brasileiras .. Mas guardando, em es-
Erri segundo lugar, queremos comentar o problemâti- ocorrem nos demais Estados do Nordeste.
sência, as suas linhas fundamentais.
Não há mais alto louvor a um líder do que a realização
eo· mercado de algodão, que está trazendo prejuízos aos Ouvi ontenl, com toda a atenção, o discurso do nobre
produtores do Paraná. Já estamos enfrentando o proble- Líder Humberto Lucena, dando· c-onhecimento à Casa
gradativa das suas idéias e -aspiraçõeS~ Cjtiaiido_as cir-
ma de estocagem com uma supersafra deste ano. Como do relatório do Exm9 Sr. Ministro do Interior, ·após sua
cunstâncias afastam da luta esse mesmo líder.
todos devem ter viStO, inclusive' pelos meios de comuni- recente visita a alguns Estados da região atingida.
AS: idéias e aspirações de Tancredo_Neves estão natu-
cação, não há mais lugar· para armazenamento das Lamen_to surpreso que o Sr. Ministro não tenha visita-
ralmente associadas às diretrízes -de seus companheiros
860.000 toneladas produzidas, e isso está. sendo feito até do o Rio Grande do Norte nesta sua viagem.
de campanha." À medida que elas forem sendo executa-
das, Tancredo Neves estará presente, com'o seu inspira- nas tuas· de alguns municípios. A situação no Rio Grande do Norte, onde se regis-
Há necessidade portanto de se aprovar imediatamente tram inundações em varias regiões, é verd11deiramente
dor.
a prõrro@.J;ão da correção do preço mínimo desse pro- calamitosa. São as seguintes as áreas inundadas: No Vale
Las Cases recolheu de Napoleão Bonaparte esta con-
. fiSsão: - duto até julho deste ano. _ _ _ do Apodi: seis 'municipíOs; no Vale do Açú: sete municí-
Milhares de produtores estão vivendo dias de incerte- pios; na região Agreste: oito municfpi·os; na re,&ião Lito-
- Fiz meus -planos de batalha com os sonhos de meus
za e proocupação, com a dCmora.da aprovação do pro- rânea: cinco municíPios; n.a região do seridó: oito mu-
sOldados adormecidos.
longamento dos reajUstes dos preços mínimos. E aqui vai nicípios; perfazendo um total de trinta municípios que
A transformação do Estado autoritário ein Estado de-
uma advertêricia: se o preço mínimo para O algodão não foram considerados como em estado de emergência.
rrlocfátic_o, com a implantação da Nova República, foi o
continuar sendo reajustado até julho, a agricultura para- As enchentes provocaram os seguintes problemas: 60
sonho de Tancredo Neves, no palanque dos comícios po;.
t).a~nse será sensivelmente prejudicada.
pulares, e hã de ser também o seu sonho ao longo dos mil desabrigados, 228 pequenos e médios açudes destruí-
Era isso, Senhor Presidente, Senhores Senadores o que dos, 16 sistemas de abastecimento d'água danificados
dias e dias de sofrimento, no leito do hospital.
tínhamos a dizer. (Muito bem!) pelo rompimento de adutoras ou do sistema de captação
No momento em que escrevo este artigo, ele ainda se
deba~e como um lutador ínVencível. Não se rende. E hã O SR. PRESIDENTE(Martins Filho)---:- À. Presidên- que foi inundado. Isto ocorreu nos Municípios de GO-
de ouvir, em seu íntimo, a solidariedade de toda a cia convoca sessão extraordinária a realizar-se amanhã, vernador Dix-Sept. Rosado, Alto do Rodrigues, Água
Nação, reZando em voz alta para que a Fatalidade o às IO horas, com a seguinte Nova, Rafael Godeiro, Encanto, São Francisco do Oes-
poupe, nestes lances fatigados. te, Joã9 Dias, Jucurutu, Montanhas, Nova. Cruz, Serri-
O Presidente José Sarney, posto pela Constituição no nha, Tangará, !elmo Mârinho, Carnaú.b3. dos Dantas,
ORDEM DO DIA Ipueira e Florância.
seu lugar, cumprirá fielmente as diretrizes do líder e
companheiro, para· poder dizer ao País, ao termo de sua -I- O tráfego rodo_viârio encontra-se interrompido nas
missão: B~;_405, 406, 110, e 304; e nas es.tradas estaduais que li-
.- Fiz meus- planos de governo com as idéias e aspi- Discussão, em turno único; do Parecer n~' 29, de 1985, gam -os Municípios de Nova Cruz a Montanhas, Pau dos
rações de Tanc~edo'Neves. da GomJss_ão do Di-strito Federal, sobre n"' 89, de 1983 Ferros Porto Alegre- Viçosa, de Caícó a SãO Ja:ão Sa~
Josué Montel~o (n 219/85, na origem), pela qual o Senhor Presidente da
9 bugi, e Ipanguaçu ao Município de Pendências.
República comunica ao Senado a designação do Doutor
O SR. PRESIDENTE (Martips Filho}- Concedo ·a Ronaldo Cos't::i (~OU:tO, Ministro de Estado do Interior, O .Sr. M_art_hts_ Filho - Permite V. Ex• um aparte?
palavra ao nobre Senador Roberto Wypych .. - pãfa exercer, em carãter interino, como substituto, Õcar-
-gO ·de Governador dÔ Distrito Fede'r"al, vago em decor- 9 S~. MúACYR.DUARTI;:- Pois não, com o rilaíof
rência da exoneraçã,o, a pedido, do Senhor José Ornellas prazer.
O SR .. ROBERTO WYPYCH (PMDB - PR. Pro-
de Souza. Filho.
nuncia o seguinte discurso.)___; Sr. Presidente, Srs. Sena- O S'r. Ma.rtins Filho --Gostaria que V. Ex• incluísse,
dores:_ também, no comunicado à Nação e à Casa, que o Mu~
Desejamos~ neste momento, fazer um aPelo em favor nícíPio de Umarizal está totalmente isolado, e que pro-
O SR.. PRESIDENTE (Martins Filho)- Está encer-
dos trítii::i.J.Itores e produtores de algodão do Estado do vaVehiit:-iúe- não' consta do telex do Sr. Govetnador do
rada a sessão.
Paraná, 'a fim de senSibilizar à CFP- ComiSsãO de Fi- Estado, e está íiltefrompido através da RN I t 7, à altura
nanciamento à Produção e à Comissão de Orçamento- (LeVamo-se a sessãó às 18 horas e 50 minutos.) do Município de Riacho da Cruz e à altura do Município
COMO R, constituídas pelos Ministéri~S-do l?'lanejamen- de Olho d' Água do Borges, deixando a nossa cidade to-
to, Fazenda e Agricultura além do Banco Central e Ban- DISCURSO PRONUNCIADO. PELQ Sfl." ta.Jmente isolada do resto do Brasil e por que não dizer
co do Brasil para dois fatos que preocupam aqueles agri- MOACYR DUARTE NA SESSAQ DE I6-04-85 E do !'esta do Mundo. Qu~ro me. solidarizar com o diScur-
cultores do nosso Paraná, QUE. ENTREGUE À REVIS;(Q DO ORADOR. so de V. Ex~ neste momento difícil por que passa o nosso
Em piiriieifO lugar, trata-se da ampliação do lírilite de SERIA PUBLICADO POSTERIORMENTE. Estado. Realmente, ê dramática a situação dos Vales do
financiamento- de l"epasse do trigo. O GovernO jâ autori- Apodi, do Açu e ,do Cearâ-Mirím. Principalmente do
zou o fmariciamento no Vã.lór de apenas 32 milhões de O SR. MOACYR DUARTE (PDS- RN. ~ara discu- Vale do Açu, onde o DNOCS já estuda a possibilidade
cruzeiros pai-a cada agricultor, através de cooperativas tir.)- Sr. Presidente, Srs: Senadores: de acionar um sangradouro de emergência; denominado
de produção. Ora, essa quantia-é muifó iilsuficieilte pois --- - · Este projetõ objetiva regulamentar o parágrafo trinta de fusível, pafá diu vazão às águas acumuladas na re-
não permite sequer o atendimento dos pequenos agricul- e cinco do 'art. 153 da Consti~uição Federal, que diz. pressa Armando Ribeiro Gonçalves. E se isso ocorrer 1
c
0722 Quinta-feira 18 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abril dé 1985

haverá uma verdadeira tragédia em vários Municípios camentos, de agasalhos e de barracas aos desabrigados. cú, s_egundo se depreende _do relatório do Ministro do Jn~
do Valé do Açu, com total interrompimento do tráfego Mas, eu tenho certeza de que o Governo Federal não vai tedor, que merece reflexão e crítica. Há morosidade em
entre Mossoró e Natal, com a destruição da ponte sobre dar condições àqueles que estão com problemas habita- se atender emergencialmente o Nordeste, mas se encon-
o Rio Açu, nas próximidade da cidade do mesmo nome. çio_nais, ou seja, com suas tasas destruídas ou parcial- tra recursos da ordem de 900 bilhões de cruzeiros para
Portanto; é muito im-Portante o pronurid3.Ineilt0 que fai mente destruídas. Problemas graves, como é o caso_ de socorrer·se instituições financeiras falidas: cujos respon:
V. Ex• e, na qualidade de representante do Rio Grande Mossoró, uma parcela de Açu e, agora, o Senador Mar- sáveis malbarataram os dinheiros dos clientes e deposi~
do Norte, quero lançar neste instante, com a permissão tins Filho fala também no Município de Umarizal, que é tantes.
de V. Ex•, um veemente apelo às autor-idades daRe-- a su_a terra natal e que não está incluída entre os municí- Para o Sul, geralmente, as medidas são tomadas C()m
pública no sentido de socorrerem o Rio _Gr-ande do NorR pios atingidos no relatório da Comissão qu_e enviou a V. pressurosidade, com presteza, sem delongas, mas com
te e o Nordeste. E veja bem, ontem eu falei com o Prefei- Ex• Mas acho que é preciso dar uma sugestão, agora, ao relação ao Nordeste, ao Norte, às regiões subdesenvolvi-
to de Mossoró. Apesar do trabalho executado num es- Governo Federal para que possamos dar também uma das, os pró-homens do Governo geralmente são lentos e
coadouro de emergência, já construído há vários anos, as contribuição, uma contribuição sabemos que ê pequena, excessivamente cautelosos nas suas ações.
cheias na cidade de Mossará aúngiram limites ainda não mas sabemos qui! poderá ser amanhã substancial. Acho,~
vistos e a cidade passa por momentos difícies. V. Ex~ Senador Martins Filho, que poderíamos fazer um apelo O Sr. Octávio Cardoso- Permite V. Ex• um aparte?
bem conhece a posição política do Prefeito de Mossoró. ao Governo Federal para que fossem liberados o FGTS,
O SR. MOACYR DUARTE - Ouço com prazer o
Ape:mr de filiado do PDS- hoje, o Governadoijà Per- o PIS e o PASEP de todos aqueles trabalhadores dos
eminente representante do Rio Grande do Sul, Senador
tence ao PFL - mas esse município passa por dias âifí- municípios das áreaS de emergência, das ãreas_ decreta-
Octávio Cardoso.
ceis porque, segundo informações que obtive, o GovernO -das de calamidade pública, porque sabemos perfeita-
do Estado, numa ação paralela à ação municipal, não mente que o Governo Federal está chegando com o O Sr. Octávio Cardoso - V. Ex• tem a minha mais in-
procura um entrosamento com o prefeito para que os auxílio do remédio, do mantimento. Mas aquele pobre teg"ra"i Solidarieda_de no que _diz respeito à- necessidade de
flagelados das enchentes daquele município possam rece- c.o_itado que está com sua casa parcialmente destruída, assistência, assistência pronta aos nossos irmãos sofridos
ber aquela solidariedade não só do governo estadual ele não _vai ter condição, amanhã, de reconstruir a sua do Nordeste. Agora, o argumento invocado por V. Ex•
mas, também, do Governo municipal, numa ação con- casa e nem o Governo vai fi:!.ze'r esse trabalho. Por isso não faz. justiça ao seu talento, ao seu brilho e à sua dialê-
junta e entrosada, vizando minorar _o sofrilnento -diique- acho que nós, Senadores do Nordeste, nós Senadores tica. Quando o Banco Central dá assistência a um esta~
les desvaHdos do nosso Estad_o. Parabenizo V. Ex~ pelo que fazemos parte daquela região que está sendo atingi- belecimento de crédito, não estã dando assistência a um
pronunciamento e quero dizer que V. Ex~ pode contar da pelas enchentes, deveríamos formar um pacto para banco do Sul num período de iliquidez temporária, está
conosco na Comissão de Agricultura. Estamos manten· formular ao Governo Federal este apelo, para liberar o dando assistência ao sistelna; porque V. Ex' sabe que
do contatos _com os componentes daquela Comissão FGTS, o PISe o PASEP de todos os trabalhadores nas quando um banco perde a sua liquidez temporária ou
para programarmos uma viagem de visita e de obser· áreas de emergência, nas áreas de calamidade pública. E permanentemente ele afeta todo o sistema, seja em que
vação _às áreas flag~::tdas _,do ~ardeste, no sentido de faço aqui também, dentro deste aparte a V. Ex', o meu Estad_Q da Fe_de_ração for. Assim, V. Ex• não está usando
apresentarmos minucioso relatóriO à -PrCsí&ncia dc!sta apelo para que V. Ex', hoje um hon1ein muito mais afei- o melhor argumento ao dizer que o Banco Central já Pre-
Casa, para que o iloSso Prcsidenie, o Sr. Senadõr José to_ e _Qentro do esquema governamental, possa ser o nos- cisou injetar um determinado volume de recursos a um
Fragelli, faça chegar ess~ relatório ao conhecimento do so porta-voz- o porta-voz do S_enador Carlos Alberto e banc_o_do sul. Na verdade fez isso com muitos bancos, e
Presidente da República para as providências cabíveis. do Senador Martins FilhÕ- para que, neste-momento fez mais com bancos de São Paulo do que propriamente
de drama,_ de dificuldades do Rio Grande_-do Norte, es- com o Banco do Rio Grande do Sul. O apelo de V. Ex•
O SR. MOACYR DUARTE- O aparte do nobre Se· queçamos as síglas, os partidos e as posições políticas tem inteira procedência. Agora, a comparação não faz
nadar Martins Filho, que incorporo-ao meu-ôiscurso;re- para que todos possamos somar, para que o Rio Grande justiça ao talento de V. Ex•
ae·-
presentà um valioso subsídio. Iriclusive o dep"õíffientO do N_orte n~9 s~ia prejudicado e para que_ o_Rio Grande
S. Ex~ vem reforçar o reta to que faÇo, nesta horil, sobÍ'e a do_l'Jorte possa ~air dessa dificuldade extrema que atra~ O SR. MOACYR DUARTE - Obrigado pela inter~
dramãüca situação do meu Esta.-do: - - - vessa. Meus parabéns a V. _Ex•, e conte conosco, c_onte venção de V. Ex~
Obviamente, o municípiO onde S. Exf atUa política-· com a nossa participação, para que possamos então en- Mas a fonte de recurso a ser utilizada para atender a
mente não fói olvidado, pois esfá ii:tcluído entre aqueleS__ _ grandecer e tirar o Rio Grande do Norte da tragédia. situação de dificuldades desses dois conglomerados, des_-
atingidos pelas conseqiiêncfas da catástrofe.- Assim, a sas duas instituições finãnceiras, a fonte de recursos indi-
presunção do meu nobre aparteante cai no vazio. Mas o O SR. MOACYR DUARTE- Estou ptonto para so~ cada pelo Governo é a reserva de contingência, que tem
que é preciso é que nos ab~tenhamos das idiOSsincra-sias mar o meu trabalho ao trabalho do Senador Carlos AI~ destinação.- esp"eCífiCa do conhecimento de todos. E o
político-partidárias e juntemos· _oS fioSSOf_6sforçoS para __ berto, do Senador Martins Filho e de tantos outros Se- próprio Govúno FedefãrutiliZoU esta mesma fonte de
ajudãrmos o Rio Grande do_ Nói-te· ii vencer-áS ãtuais-dl=" - nadores que representam os Estados da Região nordesti- recursos, recentemente, para abrir um crédito de 53 bi-
ficuldades, que não são pouCas. - na, para que, junto ao GoVerno ·Federal, procuremos lhões· de c-ruzeiro-s, a -pedido do Exm~" Sr. Ministro do
uma assistência maís enérgica e efetiva capaz ae atender Exhcito; Utlliúildo,- Como -fonte de recursos, novamen-
O Sr. Carlos Alberto- Perinite-me V. Ex• um aparte,
as mínimas necessidades das ãreas vitimadas pelas ínun- te, a reserva de contingêndã:
nobre Senador Moacyr Duarte?
dações. Isto porque, as providências até agora adotadas
pelo Governo Federal, são por demais tímidas, muito O Sr. Octávio Cardoso- Permite V. Ex• um aparte?
O SR. MOACYR DUARTE- Ouço, com prazer, o
nobre Senador Carlc..s Albirto. - aquém da dimensão da calamidade que nos penaHza.
Basta que se diga que dentre as medidas Hstadas na tarde O SR. MOACYR DUARTE- Ouço com prazer, ain-
da, outra intervenção do nobre Senador Octávio Cardo-
O Sr. Carlos Alberto- Em primeiro lugar, falo da mi- de ont~m pe.Jo eminente Líder HU_ffiberto LUcena, reiatk
nha satisfação em--ap.ãrteai este brillian-te SenadOr pdo vamente ao RiO Gfande do Norte, enfatizãva-se a c~~-­
so.
meu Estado, o Rio Grande do Norte. Homem culto, de cessào de mais 148 barracas de lona para atender um O Sr. Octávio Cardoso- Entendi que V. Ex• esfava se
uma inteligência invejável e que-tem-; õa Veidad-e~ assurrii- universo desabrigado de cerca de 60 mil pessoas, o que referindo, já, a dispêndios realizados pelo Banco Cen-
do nesta Casa um compromisso que eu gostaria de teste- me parece providência que se pode quaHficar de infantil, traL
munhar, compromisso este marcado .CQDl_as_aspirações, irrisória e ridícula.
com- as reivindicações, com os anseios do povo do Rio 9 Governo Federal, segundo o_uvi ont~m !lO relato fei- O SR. MOACYR DUARTE - A mensagem nã_o foi
Grande do Norte. E V. Ex• -asSume a tribuna, nesta- tar~ to-pelo n~b~e lÍder Humberto Lucena, autorizava a con- ainda aprovada, via de conseqUência, não há lei, e não
de, em sessão do Senado, para trazer a sua preocupação cessão de mais de 148 barracas de lona, para atender a si- pode haver_ realização do dispêndio.
que é a preocupação de todos nós, do Rio Grande do tuação emergencial em que se encontra o Rio Grande do
Norte, que é a preocupação de todos aqueles que São do Norte, isto é, das 300.barracasjá ex;istent~. houve o au~ O Sr. Octávio Cli.rdoso- Ê que o Banco Centraljã fez
Nordeste e das áreas atingidas pelas cheias. V. Ex• traça menta de mais de 148. Pareceu-me a ação governamental dispêndios para atender as suas obrigações. Aos com-
o quadro do que acontece e_está acontecendo _com o nos- por demais tímida, que não atende às necessidades de um promissos externOs do Banco, o Banco Central é coobri-
so Estado. E eu gostaria de, nesta oportunidade, ser soli- Estado que se encontra atualmente com quatro BRs da- gado,_ e o_atendi.mento _dos depósitos em conta corrente e
dário com o discurso de V. Exf, de poder participar tam- nfficidas, quatrO esir"ãdas estaduais interrom pidas, de- ã Yísta, gue também são garant'id_os pelo Governo Feçle-
bém, _c_om V. Ex• e com o nobre Senador Martins Filho, zenas de serviços de abastecimento d'ãgua comprometi- ral, e aí não foraa res_erva de contingência-, Ago"ra~-V. Ex•
desta luta, que_é a luta dos mais pobres, dos mais humil- do pelas enchentes, mais de 60 mil desabrigados, lO mil também sabe, e esta Casa inteira sabe, que quando se
des que estão sofrendo no nosso Estado. E gostaria, tam- casas destruldas e interrupçãO dÕ_tráfego ferroviário in- trata de uma calamidade, como as acontecidas o ano
bém, de fazer uma sugestão aqui, aproveitando o pro- terestadual no trecho Mossoró-Souza. passado, quer por inundações em Santa Catarina e rio
nunciamento de V. Ex•, ao-_G6Vétno· Federal que eStá O nósso apelo ao GOverno Federal é Para que olhe Rio Grande do Sul, quer por estiagem no Nordeste, o
atento aos problemas da nossa região. O GoVerno Fede- com um pouco mais de interesse para a realidade do Rio Governo Federal atendeu, inclusive, c0n1 apOio dest3.
ral tem chegado com o auxílio de: mantimentos, de medi- Grande do Norte, porque até agora foi feito muito pou- Casa e do Parlamento Nacional, sem ter as necessáriã:s
Abril de 1985 DIÁRIO DO-cONGRESSO NACIONAL (Seção 11) Quinta-feira 18 0723

dotações na reserva de contingência, porque numa hora morar. Acho que deveríamos buscar outras fontes que 3. Água Nova
dessas, é preciso -encOntrar os- recursos e, então, se po- não essas, porque essas serão, sem dúvida nenhuma, o 4. Rafael Godeiro
dam dotações orçamentárias outras_ do orçamento para alento da velhice de cada um, o pé-de-meia. E acho que é Sr Encanto
atender a essas emergências: Estou inteiramente soli- o Governo Federal que deve buscar, que nós devemos 6. São Francisco do Oeste
dário com V. Ex.•, quanto à necessidade e, mais do que buscar, com a nossa criatividade, outros meio_s que não 7. João Dias
isso, ou tanto quanto isso, à urgência de atender a casos esse_. Eram essas as colocaç~es, pedindo desculpas ao 8. Jucurutii
como o das inundações no Estado de V. Ex• e em outros nobre Senador Carlos Alberto por divergir de S. Ex~, 9. Montanhas
Estados nordestinos. Entendo, porém, que a par disso, a porque acho que há outros meios, já que temos dinheiro 10. Nova Cruz
União tem também o dever de encontrar caminhos para para cobrir os descalabros financeiros deste País, sem 11. Serrinha
resolver problemas tais como o do Sulbrasileiro e o do que se confisquem os bens dos aproveitadores, e não se 12. Tangará
Habitasul. tem notícia de nenhum deles na cadeia. -13. !elmo Marinho
O SR. MOACYR DUARTE - Agradeço mais uma O_ SR_._ MOACYR DUARTE - Muito obrigado, ~e­ 14. Carnaúba dos Dantas
vez a intervenção çle V. Ex•, e apenas m~ pennito discutir fiador Benedito Ferreira. 15. Ipueira
a coobrigação do~Banco Central -reiã.tiVamente às res- 16. Florania
ponsabilidades externas assumidas pelo Sulbrasileiro. O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) ~O tempo de 2.2 Interrupção do tráfego rodoviário, nos trechos:
Argumenta-se _que o Banco Central foi avalista do V. Ex• já se esgo!oU em 2 minutos. BR 40? - ItaUfPau dos Ferros
Sul brasileiro nas operações que essa instituição realizou BR 406-- João Câmara/Macau
O SR. MOACYR DUARTE --Sr. Presidente, vou
com os bancos estrangeiros, mas também foi avalista do BR 110- MossorófAugusto SeverofJanduis
ctmduir dentro de I minuto. Apenas para trazer conhe-
Brasilinvest e não honrou os compromissos. Então, está BR 304- LajesfAnjicos
cimento ao Senado, que o maior reservatório dágua exis-
utilizando dois pesos e duas medidas._ Vai honrar os RN 269 - Nova Cruz/Montanhas
tente na região Nordeste é a Barragem Armando Ribeiro
compromissos com o Sulbrasileiro, mas não honrou os Gonçalves, no Rio Grande do Norte._Tc::m uma_ capaci- RN 177 - Pau dos FerrosfPortalegrefViçosa
compromissos com o Brasilinvest. Os casos são análo- dade de armazenamento de 2 bilhões e 400 milhões_ de RN 118 -Caic_ófSão João Sabugi e lpanguaçufPen-
gos, parecem-me absolutamente semelhantes. dências
metros cúbicos de água e se encontra, atualmente, com
Sr. Presidente, o apelo que faço ao Exmv Sr. Ministro essa capacidade aumentada em mais I bilhão de metros 2.3 Redes de fornecimento de energia interrompidas
do Interior, respeitando as suas natu_rais preocupações cúbicos; está sangrando pelos 3 sangradouros, e causan- pelo tombamento postes e rompimento rede distri-
com os problemas do Distrito Federal, ê que não sedes- do apreensões às populações, porque o Piranha-Açu, seu buição, nos municípios:
cure dos problemas do Nordeste brasileiro. Embora S. principal abastecedor, continua descendo com grande Serra São Bento
Ex• tenha sido nomeado ad referendum do Senado, tem volume de água, o que importa dizer que a capacidade de Pedro Velho
obrigações indeclináveis com o Distriro Federal, pois é o armazenamento da Barragem Armando Ribeiro Gonçal- Goianinha
seu Governador de fato. Mas também ê Ministro do In- ves terá que suportar tamanho excedente. Jucurutu
terior. --Sr. Presidente, talvez nehuma Região como o Nordes- São Rafael
te brasileiro tenha concentrado, em seu território, tantas Serra Negra do Norte
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - O tempo de pessoas resignadas, tantos servos da terra, tantos escra- Augusto Severo
V. Ex• está quase esgotado, nobre Senador. vos da gleba. Não pela servidão feudal, mas pelo amor à Caraúbas
O SR. MOACYR DUARTE- Agradeço a advertên- terra onde nasceram e, sobretudo, pela sua grande fideli- Mossoró
cia de V. Ex•, e me renderei ao imperativo do relógio. dade à miséria. Obrigado. (Muito bem!) Grossos
Mas, se V._ Ex• me permitir, eu ouviria, como último Felipe Guerra
aparte, o Senador Benedito Ferreira, qúe já me solicitara DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. João Dias
anteriormente. V. Ex• sempre foi um homem compreen- MOACYR DUARTE EM SEU DISCURSO: 2.4 Cerca de 10.000 CasaS danificadas, em áreas urba-
sivo e liberal. nas.
Exm' Sr.
O SR. BENEDITO FERREIRA - Gostaria, Senador Senador MOacyr Duarte 2.5 Interrupção do tráfego ferroviário interestadual,
Moacyr Duar_te, de levar ao bravo povo do Rio Grande _ Senado Federal no trecho Mossoró/Souza-PE.
do Norte, por intermédio-de V. Ex•, a minha solidarieda- BrasíJia (DF) 3. Providências adotadas e a serem adotadas
de, a minha solidariedade de irmão, de irmão ajoujado 3.1 Face esse quadro, Governo do RGN decretou es-
Cumpre--me informar estimado amigo et eminente se-
com a minha famflia aos destinos da Região Nordeste. tado de emergência nos seguintes municfpios:
nador situação Estado Rio Grande do Norte onde sere-
Até em alguns casos, analisando como aquela nossa gen-
gistram inundações várias regiões, bem como apresentar
te é flagelada, sai da seca, cai nas enchentes, sai das en- • Apodi
chentes, cai na seca, além de outros flagelos que é o pro- quadro necessidades e providências adotadas, a partir
• Felipe Guerra
cesso permanente de descapitalização da Região, sobre- seguintes dados:
• Pedra Grande
tudo dos seus valores humanos, chego a imaginar que 1. Áreas inundadas • Parazinho
nós, os ajoujados àquela região, ali nascidos ou ali vincu- LI. Vale Apodi - Município Apodi - Felipe • -Mossoroh
lados. já que Deus é justo, já que Deus não penaliza seus Guerra- Governador Dix-Sept Rosado- Mossoró- • Açu
filhos indeVidamente, eu chegO a imaginar qtie n6S,-os Areia Branca - Grossos. • Ipanguaçu
reencarnados naquela região, somos aqueles que peca- 1.2. Vale Açu- Municipio Açu ~São Rafael- • Carnaubais
ram muito em outras encarnações, e aqui voltaram p"ara Ipanguaçu- Alto do Rodrigues- Pendencias- Car- • Pendencias
purgar os seus pecados. Eu não vejo outra explicação, naubais - Jucurutu. • Alto do Rodrigues
nobre Senador Moacyr Duarte. COmo é que pode uma 1.3. Agreste- Rio Curimatau - MunicípiO Nova • Touros-
gente sofrer 5 anos consecutivos de seca, uma seca mise- Cruz- Canguaretama- Montanhas- Pedro Velho. • Baia Formosa
rável, desgraçante e desgraçada como aquela da qual Rio Jacu- Município Espírito Santo- Goiaitinha. • GoVeirmidor Dix-Sept Rosado
acabou de sair, agora estarem sendo afogados por exces- 1.4. Litoral- MunicipiO Baia Formosa- Touros
so de água. Logo, eu concluo que eu mesmo, de minha • Areia Branca
- Pedra Grande - Parazinho - São Bento do Norte. • Baraunas
parte, devo ter sido um demónio aqui em outra encar~
- 1.5. Outras áreas: Municipio Caicó- Baraunas- • São Rafael
nação, para hoje participar, assistir e sentir na própria
Encanto - Portalegre - Francisco Dantas - Equa- • Nova Cruz
carne, as dificuldades qrie flagelam as regiões Norte e
Nordeste deste País. Mas, gostaria da sua permissão e do dor/Parelhas. • Montanhas
nobre Senador Carlos Alberto, para divergir de S. Ex• no 2.1. Enchentes provocaram, entre outros, seguintes • São Bento do Norte
que diz respeito à liberação dos fundos do PIS, PASEP e problemas: • Canguaretaina
FGTS. -Acho qUe- é ObrigaÇãO- do Governo Federal, do a) 60 inil desabrigados até t2-4..S5. • Caicoh
País, ajudar a cobrir esses danos e essas dificuldades que b) 228 pequenos e médios açudes destruídos. • Macau
aquela Região vem sofrendo, sem lançar mão dessas re- c) 16 Sistemas de abastecimento d'água danificados, 3.1. Governo Estado. com seus parcos recurso~ e
servas que é o pé-de-meia da velhice dos homens do Nor- _pelo_ rompimento adutora efou sistema de captação com apoio Governo Federal, tem atendido emergencial-
te e Nordeste como, ·de resto, de todos os assalariados inundado, nos municípios: mente vítimas- enchentes através oferta alimentos, medi~
brasíleiros. Acho que é um absurdo ter que se lançar I. GoVernador Dix...Sept Rosado camentos, abrigos em prédios públicos e barracas e so-
mão disso para que eles recuperem as suas casinhas de 2. Alto do Rodrigues corros de urgência.
0724 Quinta-feira 18 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 11) Abril de 1985

Afora isto, tem procurado restabelecer, ainda que COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÊRITO DA planejei a minha Jamilia e pude, com alguma tranqUili-
precariamente, a rede serviços básicos, tais como estra- - - PIAP dade, criá-la, apesar dos tempos ruins e das crises
das, eletrificação e abastecimento d'água. politico~econóinicasque nosso País tem passado. Abate-
3.2. Urge adoção medidas sentido preservar sobre- O SR. ALMIR PINTO (Assumindo a Presidência) me então uma revolta íntima em saber que outras mulhe·
vivência populações atingidas, garantindo alimentos, Não estão presentes, estão nos seus Estados, o Presi- res, também, como eu, podem fazer o mesmo. E se não o
medicamentos, alojamentos e restabelecimento serviÇos dente e o Vice-Presidente. Assumirá a Presidência o fazem, é por absoluta falta das mais elementares infor-
bâsicos em níveis ri:tfnimos atendimento. mais vivido, não digo_ o mais velho, senão assim fica mações~
Necessita estado Rio Grande do Norte, para isto, ruim para mim. Com a associação de Donas-de-Casa que presido, te·
para número desabrigados hoje registrados, 60 tonela- _nho acesso· aJoda$ as camadas sociais, das mais humil·
O SR. PRESIDENTE (Almir Pinto)- Eu, como o
das semanais alimentos, medicamentos indispensâveis âe"S às mais abastadas. Nossos assuntos de mulheres gi-
mais antigo, considero aberta a presente reunião.
ao combate epidemol6gico e mais barracas para abrigar ram em torno de, desde o custo dos alimentos até o nú·
Será ouvida o terceiro depoente, convocado por esta
vitimas enchentes. mero de filhos, porque tudo isto está muito interligado
- ConlissãO, a Srf Vera S8ntana~ Presideilte da AssociaÇão
3.3. Cessada fase crítica inUndações espera este Go-- São assuntos do dia a dia da Dona~de-Casa, da mãe de
das Donas-de-Casa de Bfasília. fiunília e s"empre, revoltantemente sempre, a mulher mais
verno dispor sementes para replantio, garantindo assim
safra culturas subsistência populações rurais. Esta é a quinta reunião da presente Comissão. pobre é a que sofre mais. ~a que mais fica deprimida. t
3.4 Recuperar, de imediato, a infraestrutura afetada
C0i1Cedo a palavra à Sr' Vera Santana. a que mais luta para a sobrevivência da sua família, qua-
e as residências -danificadas, afigura-se providência in- se, invai-íavCimente, com ma.íor mfinero de filhos. E por
A SRA. EUNICE MICHILES- Para uma questão
dispensável. quê? Porque falta orientação, informaÇã:o, acesso ao que
de ordem. Gostaria de conf1rmar se esta é a terceira ou a
3.5. Necessário se faz, também, garantir recursos ela tem direito. Se a esta mulher com três filhos, ou no
quinta reunião. mâximo qti3.tro, fosse levado o conhecimento de que ela
para custeio agrícola e recuperação açudes, visando di-
minuir efeitos danosos sobre a economia Estadual. O SR. PRESIDENTE (Almir Pinto) .,- Ê a quinta e o marido tinham o dever obrigatório de dar a esses fi-
Cordialmente - Jose Agripino Maia, Governador reunião, porque já houve a reunião de instalação. lhos toda a subsistência, para que esses mesmos filhos se
to~nassem cidadãos úteis à Nação e também levado ao
Estado Rio Grande do Norte.
A SRA. EUNICE MICHILES - Muito obrigada. seu conhecimento como ela deveria fazer para evitar a
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUtRITO, vinda de mais filhos, posso garantir aos Senhores e às Se-
CRIADA COM O OBJETIVO DE INVESTIGAR O SR. PRESIDENTE (Aimir Pinto) -Concedo a pa· nhoras que essa mUlher não haveria de querer mais dar à
PROBLEMAS VINCULADOS AO AUMENTO PO- lavra à Sr' Vera Santana. luz ou, pelo menos, o faria consciente de suas responsa~
PULACIONAL BRASILEIRO. bilidades. Também o pai - um outro problema, para o
A SR• VERA SANTANA- Bom dia, Srs. Senadores qual deve ser chamada a atenção. Peço aos Srs. Legisla-
Ata da S• Reunião, realizada em 26 de abril de 1983.· e Sr• Senadora. Sinto-me um pouco iilibida em falar a dores, aos Srs. Senadores que seja criada uma lei de pa·
·Aos vinte e seis dias dom~ de abril de mil novecentos e respeito de um assunto da maior importância para todos ternidade responsável. Não sei se existe, mas, mesmo que
oitenta e três, às dez horas, na sala de reuniões da Co- nós, principalmente, para todas nós, mulheres brasilei- exista, não é posta em prática, pois os hóffiens faOriCam
missão de Economia, presenteS os Senhores Senadores ras. Não_sei se tenho competência para falar sobre o as- os filhos e depois vão embora, deixando a mulher em si-
Almir Pinto, Eunice Michiles, re6ne-se a Comissão Par- sunto e também quero dizer-lhes que falo com a con- tuação de desamparo, juntamente com os filhos,
lamentar de Inquérito, criada com o objetivo de investi- vicção, porque acredito realmente no que estou dizendo, juntando-se com outra, lã na frente e fabricando mais fi-
gar problemas vinculados ao aumento populacional acima de tudo, mas não quero ser a dona da verdade. lhos, geralmente muitos, não menos do que quatro ou
brasileiro. Mas vou dizer aqui exatamente o que penso, o que acho. cinco. E, nad~ é feito para punir esse homem, para
Deixam de comparecer, por motivo justificado, os Se- Essa também não é uma opiniãO aperias- minha. Presido chamar-lhe à responsabilidade. A paternidade e a mater-
nhores Senadores Mário Maia, Claudionor Roriz, João -uma associação de donas-de- casa, onde temos contato nidade devem ser responsáveis. Srs. Senadores, outro as-
Lobo, Marcondes Gadelha, M urilo Badaró, H~lio com muitas mulheres, que pertencem a todas as camadas pecto do planejamento familiar é a questão da Igreja,
Gueiros, Jaison Barreto. sociais, tanto da mais alta, como da mais baixa, do mais que deverfamos nos opor com pertinácia, pois, simples-
Em virtude do não comparecimento do Senhor Presi- alto poder aquisitivo, como do mais baixo. mente, padre e freira não se casam e não têm filhos. Por-
Começaria dizendo sobre a Declaração dos Direitos tanto, não deveriam se intrometer. Esse assunto diz ex-
dente, Senador Mário Maia, assume a presidência, inte-
da Criança, aprovada e proclamada, por unanimidade, clusivamente, ou quase - eu diria - exclusivamente à
rinamente, o Senador Almir Pinto.
pela Assembléia das Nações Unidas, em 20 de novembro mulher. Outro detalhe é que a Igreja não ajuda financei-
Havendo número regimental o Senhor Presidente de· de 1959. ' ramente aos pobres, e não dev~ ''enfiar o nariz onde nilo
clara abertos os trabalhos. Apenas o quarto princípio: é chamada", portanto. A Igreja deve, sim, cuidar das al-
O Senhor Presidente concede a palavra a Senhora
mas das pessoas, da fé e não da procriação, enfiando na
Vera Santana, Presidente da Associação das Donas-de- .. uA criança gozará os -benefícios da Previdência
cabeça da mulher que é pecado evitar filhos. Deveria não
Casa de Brasflia, na qualidade de depoente. Social, terá direito a crescer, criar-Se cOm sa6de, e complicar, mas esclarecer... "A Deus o que é de Deus, e a
Logo após o término da exposição da Senhora Vera para isto, tanto à criança, como à mãe, será propor- César o que é de César." Não sei o que significa para a
Santana, o Senhor Presidente declara aberta a fase inter~ cionada proteção especial, inclusive adequados cui- Igreja crianças desamparadas e pãrias da vida. Não sei
pelatória concedendo a palavra a Senadora Eunice Mi- dados pré~ e pós-natais. A criança terá o direito à - diria assim - porque tenho depoimentos de vârias
chiles. alimentação, habitação, recreação e assistênciã. roê- Donas-de-Casa que foram pedir socorro à Igreja, porque
Finalizando, o Senhor Presidente determina que as dica adequadas". se encontravam em-situação horrível sem terem o que co-
notas taquigráficas tão logo traduzidas e revisadas, se- ,."A população dos países subdesenvolvidos está mer e o que dar aos seus filhos, Simplesmente essas
jam publicadas em anexo a presente -Ata. crescendo em ritmo de 3% ao ano. A sorte média Donas-de-Casa que foram procurar ajuda da Igreja, al-
Nada mais havendo a tratar, encerra-se a reunião e, dos indivíduos decaiu a olhos vistos. O povo Perma- guma cõisa -Que fOsse, a resposta foi. ..não" e elas foram
para constar; et.., Edson Luiz Campos Ábrego, Assisten- nece pior alimentado. Há menos bens de consumo mandadas embora. Então, não sei o que significa-para a
te da Comissão, lavrei a presente Ata, que, lida e apro- disponíveis por pessoa. E, praticamente, cada expe- Igreja as crianças desamparadas, que são os párias da vi-
vada, será assinada pelo Senhor Presidente e irá à publi- riência feita il() sentido de melhorar as c_onclições de da. Mas, garanto que Deus não gosta disso.
cação. vida tem sido invalidada pela pressão inexorável de
um crescimento contínuo da população, A superpo- Áreas vazias_- é mais um aspecto de nota. Mas, ne-
ANEXO À ATA DA 5• REUNIÃO. REALIZADA
pulação conduz à insegurança económíca e à intran- nhuma mulher deve parir, para ocupar áreas vazias, a
EM 264-83. DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE não ser que nestas áreas haja condições para se viver, o
qUilidade social. Esta, por sua vez, promove maior
INQUi!RITO. CRIADA PARA INVESTIGAR que não acontece. Por isso ocorrem as migrações em
controle por parte dos GOvernos, uin aumento por
PROBLEMAS VINCULADOS AO AUMENTO PO· massa e a superpopulação nos grandes centros. Isso tam-
parte deles, geralmente, em nome da ordem."
PULACIONAL BRASILEIRO. DESTINADA A OU· bém precisa ficar claro. É hipocrisia e não tem funda·
VIR O DEPOIMENTO DA SRA. VERA SANTANA. Essas são as· palavras ao Oiretor Qa Sucursal do JorQal mento querer que a mulher tenha filhos para ~cupar
PRESIDENTE DA ASSOC!AÇÃO DAS DONAS·DE- do Brasil, em São Paulo, Mário Guimarães,- ila seção áreas vazias. Creio ser chegada a hora da parte mais inte-
CASA DE BRASlLIA. QUE SE PUBLICA COM A "Ponto de Vista," da revista Veja. ressada no assunto ser consultada. Não s.omos máquinas
DEVIDA AUTORIZAÇÃO DO SR. PRESIDENTE Srs. Senadores, venho falar como mulher, simples- de produzir filhos. Ninguém melhor do que a mulher
DA COMISSÃO. mente como mulher. Creio que nada mais poderia dar- para opinar. ~preciso que os homens que dirigem o País
Presidente; Senador Mário Maia me credenciaiS para aqui depor a não ser a minha con- pergu~tem a nós, as mulheres, se desejamos ter filhos, se
Relator: Senador Almir Pinto dição d"e mãe e de mulher. Devo ainda esclarecer que te~ somos ou não a favor do planejamento familiar, porque
(Integra do apanhamento taquigrâfico) nho subsidias para enriquecer o meu depoimento, pois somos nós que" parimos. Particularmente, não acredito,
Abri\ de 1985 PlÃRJO DO CONGRESSONACIONAL (S"'ão II) Quinta-feira 18 0725

absolutamente, não acredito - repito - q1..u;; uma mu~ precisamos, no mínimo, ser ouvidas. Nós precisamos trutora para aquela mulher e ela ainda errou o caminho.
lher, suficientemente esclarecida haveri_a de querer ter opinar. E eu ~iria mais: se nós fizéssemos uma enqucte, ~rgunto:.se ai!)da há quem queira usar de palavra. A

muitos filhos, sabendo, antecipadamente, que não pode- hoje, neste Pats afora, de ponta a ponta, do Rio Grande Sra. Scia..dora_é.unice Michiles já falou. Se alguma das
ria dar a esses filhos o ~!ementar, o necessário_, para que do Sul ao Amazonas, de Leste a Oeste, no Sertão, em to- senhofas presentes desejar fazer uso da palavra, conte
sejam seres humanos de bem e que ela possa dar pro- dos os lugares, e perguntássemos a uma mulher se é seu com a .liberalidade da Mesa.
teção, alimentação, recreação e assistência médica ade- desejo ter seiS, sete, óito, dez filhos, acho que nós tería- Dona Vera, a Senhora vai desculpar a presença apenas
quadas. Ela não hã de querer ter muitos filhos, partindo mos 100% de não --: "Não, não queremos". Todas as de dois Senadores. Esta Casa- sempre tenho o cuidado
dc!sse princípio, que é_ o quarto dos Direitos da Criança, mulheres querem ter filhos, óbvio. Eã.té um cOndiciona- de di:zér-e--repetlr- é um uniVerso. Nós temos aqui ape-
proclamad_o pela Organização das Nações Unidas. mento,_ vamos dizer, biológico nosso. Mas nós não que- nas sessenta e nove Senadores para atender a um sem-
Outro princípio é não deixar que esta Comissão Parla- refias ser matrizes, nem animais paridores, nós quere- n-úmero· -de Comissões dentro Oa Casa, afora ainda as
mentar de Inquérito caia._ na vazio. _Precisamos apenas mos ser mães. E eu digo, então, "é niuito bciliitO ·mesmo Obiig3.Çôe5 -q-Ue cada um tem em comparecer a seus Esta-
que o primeirO passo seja dado. que o Gov-eni.o diga Que a mulher tenha esse direito, mas dos. O Presidente, Senador Mârio Maia, precisou acom-
Leio a manchete do jornal de maior númer9 de leitores se não def a ela, se não -dei' à faffiília as condições, os panhar o seu Governador, que esteve aqui, atê o Acre. E
em Brasília, Correio Brazili~nse,_ do dia 23-4-83.~ "Ceilão- meioS para que esSa familia possa colocar em prática o _o Vice~Presidente, Senador Claudionor Roriz, tambêm
dia j â pode aumentar os seus beb&s". _:OepoiJTLe[!tO de selo! desejo, realmerite, aí estaria falhando no ·comeÇO ·da foi chamado pelo seu Governador lá em Rondônia. Mas,
uma mãe da Ceilândía: sua proposta. Acho que nós devimos respeitar o desejo -como a_Corr:t_issão pode funcionar com o Relator e com o
do casal, mas é preciso que esse casal seja orientado, que Presidente, eu, sendo o mais vivido, estou fazendo_o pa-
....Só posso gastar 10 mil cruzeiros com o enxoval esse casal tenha a seu dispor os meíos, as informações, pel de Presidente e Relator.
da criança. Preciso de umas cinqOentas fraldas e só para que ele possa realmente planejar sua família. E Isto Que a Senadora MichHes disse em relação à sua
elas ficam em toi'no de 15 mil cruzeiros". quem luta, quem batalha, quem segura a bandeira do funcionária vem casar-se perfeitamente com aquilo que a
planejamento familiar, na verdade, quer só isso. Senhora falou sobre a parte de informações,
E essa mãe diz que só poderá gastar 10 mil cruzeiros Sr~ Presidente, peço pernlissão para m·ê-aiõii8ã.r 'um Tivemos ·o cuidado - eu, com a responsabilidade de
para o enxoval dessa criança. Rodete Flores de Oliveir~. pouquinho, porque parece que hoje nós estamos com Relator, e o Presidente, com a responsabilidade_de Presi-
20 anos, mãe de três filhos, esperando a quarto filho. pouco tempo, mas pode bater aí a campainha na hora dente da Comissão - de procurar trazer a esta Comis-
Isto, meus Senhores e minhas Senhoras, é uma violên- em que eu deva terminar. E vou fazê-lo já. são nada mais nada menos do que cinco Ministros de Es-
cia contra a mulher. MaS, eu-diria-que hoje nós, na verdade, não queremos tado, def!tro das suas respectivas atribuições, em relação
~o que eu tenho a dizer. Muito obrigada. (Palmas) nada mais nada menos do que isso: uma democrati- à questão do aumento populacional da famflia brasileira,
zação, para que aquílo que nós mulheres, felizmente, de da comunidade brasileira. E dentre esses Ministros, virá
O SR. PRESIDENTE (Almir Pinto)- Está facultada
uma classe privilegiada, fizemos ou estamos fazendo em a nossa Ministra, por sinal mulher. Estive com ela pes-
a palavra. (Pausa)
termos de planejar nossa família, que isso _também posSa soalmente, conversei com ela e a razão principal, primor-
A SRA. EUNICE MJCHILES - Peço a palavra. ser levado à mulher mais humilde. dial de convidá-la Pilra comparecer é justamente por que
E para terminar, eu contaria aqui uma piada, mas qlie sei que o M inistêrio da Educação está intrinsecamente li~
O SR. PRESIDENTE_(Almir Pinto)- Concedo a pa- aconteceu de verdade no meu gabinete, eu tenho repeti- gado a ~ta Comissão. !: o problema da informação.
lavra à Senadora Eunice Michiles. do isso. No ano passado, uma senhora que trabalha aqui
no Senado, trabalhava, no meu gabinete, mãe de nove fi- Sou médico interiorano, qUarenta e seis anos de vida
A SR• EUNICE MICHILES- Vera, eu não teria se- lho~ •. naturalmente sem marido, quer dizer, sem um com~
profissional, quase ioda ela_vivida no interior do m~u Es-
quer perguntas a fazer, mas simplesmente para me asso- panheiro definido, chamei-a e disse;. "dona fulana, a se- tado, o Cearã. Se eu rosse cootã.r; não como piada- e
ciar a tudo isso que voe! disse. Na verdade, de uma ma- nhora quer continuar tendo filhos?"_ Ela disse; ...não, Se- contei uma pela televisão, ainda agora - na Semana
neira singela, porêm muito correta, você colocou __o posi- nadora, eu queria até ligar_ as trompas, porque não quero Santa, uma pobre mulher que esperava o 169 filho vie-
cionamento da mulher. mais ter filhos e tal". Então, chamei a minha funcionária ram dois. A mulher deprimida, como a Senhora disse.
É interessante que, quando existe~ esses discursos - .maís velha do gabinete e pedi a e_la que desse uma orien- pobre, sOfredora, magrinha, que iria ter o 16'1, foi uma
sobre planejamento familiar t sobre política demogrâfica, _tação à outra, mais moça, que a levasse ao médico, que suspresa -chegar ao 17'1, com uma gravidez dupla. Precisa
eu tenho assistido algumas vezes discussões as mais emo- - visse ó qUe tinha que fazer e-tal~ Pira·qt.ie ela DãO tiveSse exatamente haver a questão de informação e de habi-
cionadas, as mais pasSiOnais -possíveis, em-· qüe·um. lado, m-ais filhos, já que ela não queria mais tê-los. A verdade é tação.
se opõe ao outro de uma maneira até irracional, alguns que passaráin-se alguns meses e um belo dia eu olho para A Senhora falou na Igreja. Acho exatamente isso. A
defendendo que se deva- usando a expressão que você ela, quando ela vem me servir cafezinho: ela estava toda Igreja terá, no meu ponto de vista, de avançar um pouco
usou - parir indefinidamente, porque o Brasil precisa redondinha. Eu_ disse;, ..dona fulana, a Senhora está grã-_ mais. Es.~a coisa de que o tempo fértil, de que o ritmo ...
ser· uma grande potência, porque precisa preencher es- vida?" Ela disse: .. "ah, Senadora, eu estou grávida." Não se pOde, nunca, nunca, se bem que, em Brasiiia a Se-
paços vazios, porque são_ inter_~sses _multinacionais que .. Mas a Senhora etá grávida, comO?" Chamei a Dona nhora vê que acontece; quanto maiS nas barrancas do
querem diminuir o nOsSo potencial humano, enfim, uma Maura, que é a mfnha funcionâiia mais antiga, e disSe: Amazonas, Tocantins, do Araguaia, lã no meu Nordes-
série de coisas. Então, o assunto é visto nos mais djverSOs -.'Mã.Ura, como é que pode?" Você não a levou ao mêdi- -te, aquelas mulhires iriteiriunente despreparadas, viven-
ângulos, sob as mais diferentes _fprmas. Agora, todo co?" EJa disse: "Levei, o médico passou o anticoncepcio- do a vide~. ~9~ campo_. O Jl!arido, a paternidade responsá-
mundo esquece de um detalhe, um insignificante detalhe: nal para ela. Você não está tomando?" Ela virou para vel não sabe nem o que~- «responsável". Quer dizer, não
que homem nenhum tem filho, que quem os tem somos mim e disse; •·ah, Senadora, todo dia eu coloco lã". Quer chega essa palavra por lá. Responsável é ter a responsa-
nós, e eu não vejo ninguém; ·nem õ-s médicos, nem os dizer, ela estava usando via vaginal. biridáde de arr-ailjar uma mulher, e não estar pensando
educadores, nem os sociólogos, nem os economistas, Então, vejam bem, isso em Brasília, no Senado Fede- nem em criar os filhos. Pensa, assim, tanto ela"; -quanto
ninguém dizer;, .. Bom, nós entendemos que a população ral, no ano de 1981! A mulher ainda carece muito de es- ele, em ter filh_os, porque isso é uma forma algébrica. Se
deva crescer indefinidamente". Mas ninguém pergunta: clarecimentos.. o homem quer, a mulher também quer ter filho. A mu-
"A senhora quer? A senhora está disposta a trazer esses Quando vejo estatísticas que dizem que a mulher, de lher nasceu com esta finalidaâ-e, ter filho. O casal terá:
filhos? Mesmo que sejam para moi'rer coino moscas, mas um modo geral, tanto na zona urbana quanto na rural, que multiplicar a família. Então, a forma algébrica: se o
nós precisamos dessa superpopulação". está mais ou menosj~ informaçla no Brasil, eu di_sçordo, homem quer-e-a mulher quer, sinais iguais, resultado po-
Quer dizer, é realmente, como você colocou n:tuitp porque aqui, na Capital Federal, dentro do meu gabine- sitivo, natural. Então, o que se tem a fazer é exatamente
bem, uma violência contra a mulher, é um desrespeito o te, em que batalh_o tanto pelo planejamento"familiar, ain- isto, é instruir, é orientar. ~o trabalho que a Senhora
mais profundo à nossa condição de seres humanos res- da ocorrem fatos como este. faz, que poderá fazer,- comQPresidente de uma sociedade
ponsáveis. Quer dizer, quem tem que decidir se quer ter o De maneira que acho que_todas nós, unidas, juntas, de mulheres. ~o que a BENFAM tem feito no Brasi,
filho ou não é o casal, em óltima anãlise, a mulher, por- deveríamos, de fato, levar avante _esta bandeira que h do conveniada com quase dois mil e tantos Municípios, não
que no momento em que o casal divergir, compete à mu- mais alto significado, em termos de. luta feminista, em me recordo bem o número. De qualquer forma, vão ins-
lher, porque ela é quem passa nove meses grávida, ela é termos da luta pela valorização da mulher, truindo. E, agora o perigo é que temos essa situação de
quem dá à luz, com todo o sofrimentõ que só nós mtilhe-_ ·-Milito obrigadá: terra sem gente e gente com pouca terra. É o problema
res sabemos - sofrimeiü.O_s~e também as a,legrias, feliz- do Nordeste, que a gente poderá. eqUacionar. Mas, tem o
mente, de ter um filho. Então, nós mulheres e os nossos O SR. PRESIDENTE (Almir Pinto) - Por ai a Se- problema da Amazônia, tem muita terra que não dá se-
filhos é que corremos o risco de morrer. N!)s ~que mor- ilhara vê que dentro do Senado Federal, -eu jâ conhe- quer um hab/kmz, dá 0,9 por enquanto. Mas, vamos ha-
remos num parto, nosso filho é que morre ao nascer. Ho- cia o caso, não é_ uma piada, é um caso vericÜco,- e por bitar- esse território, mandando à-toa as mães terem fi-
mem nenhum morreu para procriar, que eu saiba. De ai até o BilingS peca, púrque o Bilings nas suas folhas lhos sem condições, como a Senhora disse? Todos nós
maneira que compete a nós. Acho que esse é, de fato, o tantas diz que quando a mulher não entender que arranje sabemos que ter filhos, sem poder criar, pra quê? Não.
ponto fundamental da nossa bandeira. Nós_ mulheres um instrutor. A Senadora Michiles c.onseguiu uma ins- Não é i"so auc o Brasil precisa para desenvolver. OBra-
0726 Quinta-feirá 18 DIÁRIO DOCONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abril de 1985

sil precisa exatumente crescer o número populacional. dele e teremos que fazer logo uma relação. Tenho a pri- COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQVI!:RITO,
Nós sabemos que cortaram toda a floresta Amazónica. meira relação. Vi quando V. Ex• entregou ao Senador CRIADA COM O OBJETIVO DE INVESTIGAR
Se for habitar todo o Brasil, ele comportará 900 milhões Mário Maia alguns nomes que-foram convo_cados_para PROBLEMAS VINCULADOS AO AUMENTO PO-
de habitantes. A superficie, a área geográfica do Srasil, esta Comissão. Ele oS--guãrdoU, deve estar com _eles. PULACIONAL BRASILEIRO
dá para comportar esses 900 lnilhões-de habitintes. Mas, Mas, nós teremos que ter o cuidado, a Comissão tem
acredito que 300, 350 milhões de habitantes pai-3 nós já é cento e vinte dias, até 1., de agosto. O recesso é um mês Ata da 109 Reunião, realizada em 21 de junho de 1983._
muita coisa. O País poderá desenvolver-se muito bem, parado, ninguém vai trazer. Então, terã que ser prorro- Aos vinte e um dias do mês de_junho de mil novecen-
trabalhar muito bem, produzir o necessál'io para manter gado por mais 120 dias, para que se ouça o maior núme- e
tos e oitenta três, às I 0:00 horas, na sala dÚeuniões da
essa gente, e até para exportar, porque, temos uma rique- - ro possível, porque o desejo da Comissão ê ouvir pes- Comissão de Finanças, presentes os Senhores Senadores
za infinda para manter uma população. Mas, o que ê soas, como esta Senhora prática, objetiva. Foi alguma -Mário Maia, Almir Pinto, Marcondes Gadelha, João
e
preciso, é uma orientação. uma orientação, é o plane- coisa como V. Ex" disse, mesmo: singela, mas muito ob- Lobo, Lourival Baptista, Gabriel Hermes, reúne-se a
jamento, não ê toda mulher que sabe planejar, Achei in- jetiva, muito concreta. A Senhora falou como mulher, Comissão Parlamentar de Inquérito, criada com o obje-
teressante-aquele Bilings eu li e dei até para o capelão da como mãe e como dona-de-casa. As dificuldades que es- tivo de investigar problemas vinculados ao aumento po-
nossa maternidade dar uma visita, dar uma olhada. Ele sas pobres mul~eres sentem de adquirirem as fraldas, e pulacional brasileiro.
achou uma coisa interessante, qUanto tá- iiO liVfO-eiC leu: Deixam de comparece-r, por motivo justificado, os Se-
não só as fraldas. E, como vai adquirir o leite depois, se
"Bem, se não entendeu bem a história, procure um ins-- nhores Senadores Hélio Gueiros, Jaison Barreto, Muri-
ela não for uma mulher muito bem alimentada, para ali-
trutor." Ele, então, veio perguntar~ .. Como é Doutor
mentar o seu filho? E: outro problema muito sério. Faz lo Badaró, Eunice Michiles e Claudionor Roriz.
essa histórla de instrutor?" Eu disse;. .. Eu mesmo não en~ Havendo número regimental o Senhor Presid~nte, Se-
pena a gente chegar no Nordeste e ver aquelas mulheres
tendi. Eu mesmo não entendi como ~ esse instrutor'" .•• nador Mário Maia, declara abertos os trabalhos.
C.om aqueles seios caídos, aquelas crianças chuPando o-
São umas tantas coisas, que a gente precisa botar os pés O Senhor Presidente solicita ao depoente que proceda
quê? Não tem nada para tirar. Estão secando a pobre
no chão, e essa Comissão é para isso. Isso não quer dizer, a leitura do juramento.
mulher, secando o resto de ar. Não é proteína, é-resto de
que essa Comissão nãO cairá no Vazio. Airldâ não tem
ar que a pobre mulher tem, pouco mais, a água que ela Em seguida, o Senhor Presidente concede a palavra
ninguém escolhido para a próxima terça~feira. Eu vou
tem. Não tem mais nada para se sugar, não tem leite, ao Senhor Ministro de Estado da Saúde Waldyr Arco-
me entender com o prcfessor Agnaga, com o professor
não tem coisíssima alguma, só para enganar a_ criança. S verde, na qualidade de depoente.
Nakamura, com Glaycon de Paiva.
preciso que a Igreja veja isso. Inclusive ela não aceita a - O seflhof-Ministro agradece a oportunidade oferecida
A SRA. EUNICE MICHILES- V. Ex•, me conce- questão. ~or exemplo, ela acha- pelo o que tenho lido, ao Ministério da Saúde para participar desta CPI e as-
deria um aparte ou permissão, para uma interferência? tenho dito, já disse aqui, o aborto ela não aceita, está sim contribuir na discussão do controvertido tema do
certo, é uma questão de formação moral e religiosa. aumento populacional.
Mas, a pflula? Está provado que a pílula não provoca o Afirma, ainda, o Ministro Waldyr Arcoverde que sua
O .SR. PRESIDENTE (Aimir Pinto) -Temos que aborto. Não há aborto com a pílula, porque a Igreja exposição serâ enfocada sob o prisma da saúde do in-
convidar a CNBB, a OAB, a Associação Médica Brasi~ acha que houve a fecundação. Havendo a fecundação, dividuo, da famflia e da população, onde os aspectos li-
leira, Rubens Vaz da Costa, que é um grande demógra- há uma vida espiritual~ pela fecundação. Havendo fe- gados à regulação da fertilidade com vistas ao planeja-
fo. Todos eles virão aqui. Agora, às vezes acontCce ísto, cundação existe uma vida espiritual. Mas, se a pflula mento da prole - de acordo com o projeto de vida de
é que um dis é meio aziago para a gente, falta Seil-ador, permite fecundação, hâ a vida espiritual, não há o abor- cada indivíduo, representam apenas componentes de
falta uma as.c;istência maiár. Mas, isso tudo terâ, cada to, estâ claro. E eu já disse aqui nesta Comissão que al- uma ação mais ampla do setor saúde vinculados aos
dia, é outro ctia que se vive. gumas senhoras que usam a pflula estão comungando, prindpfOs de eqUidade e proteção à saúde.
estão se confessando. E a Igreja está aceitando um pou- Durante a fase interpelatória, usam da palavra, os Se-
co por baixo, mas está aceitando porque tem que aceitar Ílhores Senadores Marcondes Gadelha, João Lobo,
A SRA. EUNICE MICHILES --Conceda~me, por
favor, um apartezinho, Sr. Presidente? mesmo. S um meio artificial, mas que pode, sim, preju- Lourival Baptista, Mário Maia, Almir Pinto, os Senho-
dicar um pouco a mulher. Não é toda mulher que se dá res Deputados Haroldo Sanford, Oscar Alves, as Senho-
bem com a pílula, sei disto. Mas, talvez, 80% aceitem ras Ana Maria Mendonça e Flórida Acioli Rodrigues.
O SR. PRESIDENTE (Almir Pinto)- Pois não, Se- bem a pílula, o organismo assimila bem aquele estróge- Finalizando, o Senhor Presidente determina que as
nadora. no que está dentro_da pflula. Pois bem, então, o que nós notas taquigrãficas tão logo traduzidas e revisadas, se-
temos que ver é justamente isto. A Igreja precisa ser tne- jam publicadas em anexo à presente Ata.
nos intransigente, transigir mais um pouco. Esse é o meu Nada mais havendo a tratar, encerra-se a reunião e,
A SRA. EUNICE MICHILES - Eu gostaria de su- para constar, eu, Edson Luiz Campos Ãbrego, Assisten-
ponto de vista e digo a eles mesmos. E como a Senhora
gerir um nome, apenas, pela oportunidade. Estará aqui te da Comissão, lavrei a presente Ata, que, lida e apro-
disse aqui e eu anotei: ••t preciso <1 Igreja ajudar os
sexta-feira, a Drf Ecléa Guaze11i, que é Deputada Esta- vada, Serâ assinada pelo Senhor Presidente e irá à publi-
pobres e não complicar." Não é isso? Ajudare não se in-
dual, haja. que foi Presidente da FUNABEM e que tem cação.
trometer naquilo que cabe ao casal deliberar, resolver. O
livros escritos a respeito do menor. De maneira, que eu
planejamento é uma opção, uma coisa íntima do casal. ANEXO À ATA DA I!l' REUNIÃO, REALIZA-
proporia que ela fosse convidada para a próxima terça-
O marido e a mulher decidirão se não terão mais filhos, DA EM li-6-83, DA COMISSÃO PARLAMEN-
feira, jâ que estã va11a. Ela é Deputada Estadual pelo
se querem apenas espaçamento de filhos. Isso é proble- TAR DE INQUERJTO. CRIADA PARA INVES-
Rio Grande do Sul, esposa do Ex~Ministro Sinval Gua-
ma deles. Eles não vão pecar pelo fato de tomarem a TiGAR PROBLEMAS VINCULADOS AO AU-
zelli, hoje Deputado Federal, foi Presidente da FUNA- MENTO POPULACIONAL BRASILEIRO. DES-
pílula, que não provoca nenhum aborto, porque não hã
BEM, é uma pessoa do mais alto gabarito. Eu sugeriria, TINADA A OUVIR O DEPOIMENTO DO SR.
sequer a fecundação. Acho quejã é meio caminho para
além de ter a grande credencial de ser mulher, no caso, MINISTRO DE ESTADO DA SAGDE, WALDYR
nós podermos. orientar bem a famflia brasileira, a
para que ela fos~e convidada para a próxima terça-feira, ARCO VERDE. QUE SE PUBLICA COM A DE-
famflia pobre, porque hoje a mulher rica, a mulher da
uma vezqueela vai estar aqui para uma reunião na UPI, VIDA AUTORIZAÇÃO DO SR. PRESIDENTE
-classe média-alta e até da classe média-baixa entende
entre quinta e sexta-feira. Quem sabe, ela poderia per· DA COMISSÃO.
perfeitamente o que seja planejamento e jâ sabe plane-
manecer atê terça-feira e nos daria a oportunidade de
jar. Há poucos dias, li no jornal de São Paulo quede 100
sua p<~.lavra. Presidente: Senador Mário Maia
mulheres de São Paulo, ouvidas se queriam ter filhos, Relator: Senador Almir Pinto
70% disseram que não. Nâo sei se chegaram a ler isto. (Integra do apanhamento taquigrãfico)
O SR. PRESIDENTE (Almir Pinto)- Apenas fico Eu Ii no jornal hã poucos dias. Não sei se foi no Estado
com uma ligeira dificuldade, porque a convocação, p~a­ de S. Paulo, ou na Folha de S. Pa~o. De cem mulheres O SR. MÁRIO MAIA- Estã aberta a 10• Reunião
ticamente, parte do Presidente da Comissão. Não estou Ouvidas se queriam ter filhos, 70 disseram que não. Já da Comissão Parlament"ar de Inquérito que investiga
sabendo o dia da volta do Presidente Senador Mãrio estavam com suas famílias planejadas. problemas vinculados ao aumento populacional brasilei-
Maia. Por conseguirite, D. Vera, achei interessante a sua ro.
conferência e, em nome da Comissão, quero agradecer a Acha-se presente, para dar esclarecimentos a esta Co-·
sua presença aqui como depoente, e creio que o que a missão, o Sr. Ministro Waldir Arcoverde. Antes de pas-
A SRA. EUNICE MICHILES - Mas, gostaria de sar a palavra para o pronunciamento, peço a S. Ex• que
Senhora disse servirá de subsídio, principalmente para
pedir a V. Ex• que transmitisse a ele a minha sugestão. faça o jura-men=to de praxe.
ml:m, que-sOU b Relator da Comissão. Muito obrigado.
Está encerrada a reunião.
O SR. PRESIDENTE (Almir Pinto)- Somos quase O Slt. WALDIR ARCOVERDE---:- ..Juro, como de-
vizinhos, ali. Moramos pertinho, vamos até o gabinete ( Le~·anta-se a reunido às II horas e 5 minutos.) ver de consciêncía, dizer toda a verdade, nada omitirido
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Quinta-feiro 18 0727

do que seja do meu conhecim_ento So_bre quaisquer fatos Baseado em dados da Fundação IBOE, que inclusive da produção, enquanto a relação entre crescimento po~
relacionados a cargo desta Comissã.o Parlamentar !i~ ln-_ já foram_ apresent'!dos nesta Comis~-~-<~. c_OJ).Statou-se que pulacional e saúde dev:e pa_rtir ~o princfpío do direito à
quêrito que investiga problemas vinculados ao-aumento a1axa de cresciminto total da população verrl decrescen- sitúde,_ crescendo ou decrescendo ã taxa de cresciinento
populacional bruS:ileiro. do a partir de 1960, apresentando-se nos resultados do populacional. Em ambas, a análise do contexto histórico
censo de 1980 em torno de 2,49%. Paralelamente, decres- onde ocorrem as relações entre os homens e destes com a
O SR. MÁRIO MAIA -Os nossos trabalhos dura- ceram as taxas brutas de natalidade e mortalidade. Aes- natureza deve orientar a ação política.
rão I hora cada período. No primeiro, V. Ex~ disporá de pecifi.cidade desse Comportamento, no entanto, consiste QU-anto ã interseção entre essas duas abordagens, da
I hora, aproXimádamente, para fazer uma exposição ge- em que, apesar da diminuição do coeficiente de mortali- qual até poderia resultar uma política demogrâfica, cabe
ral do assunto que está vinculadQ ~o aumçpto populacio- dade geral, a tax:.a de mortalidade infantil ainda se man- ao Miriistério da Salíde-c!Stu-dar a dinâniica populacional
nal brasileiro. E, na segunda etapa, S. Ex• se disporá a tém- alta, apesar dos esforços desenvolvidos pelo setor dando ênfase às variáveis natalidade e mortalidade. Uma
responder perguntas dos SrS. Parlamentares sobre o que saúde na redução desse coefi-ciente. política de população envolve aspectos relacionados não
expuser no seu depoimento. A análise _isolada da taxa geométrica mêdia de cresci- apenas com a interação· entre taxas de natalidade e mor-
Com a palavra o Sr. Ministro para fazer a apresen- mento anual na década de 1970-1980, pode conduzir a talidade mas, sobretudo, com a distribuição- da popu-
tação do assunto. •· uma visão equivocada dos problemas vinculados ao_ au- - laç_ão so~~e_ o espaço. _Essa distribuição ê decorrente da
mento populacional. Embora constitua uma das mais organização espacial das atividades econômícas, consti-
O SR. WALDIR ARCOVERDE-.:..._ -sr. Presidente, elevadas ta~as de cres_cimento do mundo, não chega a ser tuindo unl setor onde a intervenção do Estado é mais
Sr. Relator, Srs. SenadOres, sr·s. Deputados, Senhoras e ameaçadora à economia brasileira, não só porque seria pertinente do que na regulação da fecundidade (Quadro
Senhores: por demais simplista atribuir ao tamanho da população 1).
Inicialmente, desejo agradecer a oportunidade ofereci- a responsabilidade pelos problemas enfrentados atual- _ Essa ~ab_~La já_ [<;li apresentada, aqui, mas ê importante
da ao Ministério da Saúde para participar-desta CPI e mente por nossa sociedade, como principalmente pela que nós venhamos novamente a v_ê-la, a fim de melhor
assim contribuir na discussão do controvertido tema dQ tendência de dçcréscim9 grad~al e seguro da taxa ~e fe- entender por que realmente a taxa bruta de natalidade
aumento populacional. As c_onsiderações que aqui fareí cundidade, acentuada na última década, o que descarac- iló~sa vem -decrescendo àO longo do tempo. Há, também,
não têm pretensão de esgotar o tema no tangente aos as- teriza jã uma situação de explosão demográfLca. a taxa bruta d.e mortalidade, que também decresceu nes-
pectos vinculados à definição de uma política populacio- A argumentação neo-malthusiana, fundamentada em se mesmo período, saindo de 32 para 7,2. 0-cresdmento
nal brasileira. A grande contribui_ção Oferecida nesta tal pressuposto, tem sido discutida por diversos depoen- natural foi de 14 para 24, e a migração líquida, 0,0.
Casa por destacados "membros _da_socied~de brasileira, tes destã CPI e poderá ser ampliada durante os debates,_ Na realidade, o crescimento de uma população se
bem_como por pessoas simples de nossa comunidade- de forma a assegurar a objetividade da exposição. mede por esses 2 fatores, e como eles têm denominadores
cujos depoimentos acompanhei atravês de documentos A ·relação entre crescimento populacional e crise eco- iguais a 1.000, basta nós diminuirmos um pelo outro
que me chegaram às mãos -, por certo possibilitará a nómica deve ser abordada sob o ângulo da organização para ãcharmÕs ·a- taxa de crescimento anual.
esta expoente Comissão subsidias suficientes para a
abordagem do tema em_ toda a sua plenitude e complexi-
dade. Minha exposição será enfocada sQb o prisma da
saúde do indivíduo, da familla e da população, onde os
aspe<:tos ligados à regulação da fertilidade com vistas ao
planejamento da prole - de acordo com o projeto de
vida de cada indivíduo - , representam apenas compo-
nentes de uma açào mais ampla do setor saúde vincula-
dos .aos princípios de eqUidade e proteção à saúde_.
..-... =---·-· ;:.I~;;:__;:._ç.:.::
Essa ótica está justificada .a_rnplamente ao considerar L;Gw:::~.:.
as notórias evidências de que a redução da fecundidade
no Brasil, por diversas vezes ammdada neste Plenário, -·-·~---'-' ___ -~'--'-
;...:'
,- -! ; G~ )
sobretudo a ocorrente nos estr~tos sociais mais çarentes
- os mais necessitados da atenção do Estado -, seria
l5, l
resultante não de uma livre escolha de famílias menores, 2,0 E, -
planejadas, mas de uma estratégia de sobrevivência, rea-
lizada através do recurso a soluções drásticas, taritO do
._ .. ,,_. 18,2- - r- -G)J" :~ ;2

ponto de vista ético, como do sanitário. Complementa o !,.•,;, 8

quadro de referência aqui esboçado para a minha expo- 2G,S


sição, a forma como se articulam o campo da saúde -
compreendendo o conjunto de fatores sociais e naturais _:;- .-::...: 23,9
que determinam o estado de sa.úde de uma população-, .. _,;; ~·j,CJ
e o setor saúde, como o conjunto de re_cursos e ações vol-
tados especificamente para recupenir a saúde: e eVitar a 22 .. 9
doença. Acredita-se que a- população não constitua um ~; ·, -;. 2~,9
universo homogéneo, com probabilidades iguais de v"i~
ver, ficar doente e morrer, ao contrárj_o, é composta de
grupos sociais distintos, possuidores, portanto, de for-
mas diferentes de existir. A _saúde do homem está deter-
minada pelo grupo social no qual se insere, ou seja, pela
maneira como ele produz seus meios de vida, em _que _e A julgar pela taxa de mortalidade bruta. _os a.tuais Nós yimos,_ neste quadro anterior apresentado aqui,
como trabalha. Ao mesmo tempo, depende igualmente níve"is de mortalidade no Brasil são aparentemente mui- que a taxa de mortalidade estava na base de 7,2, e esta-
de como e com que satisfaz suas necessidades. to mais baixos, equivalentes à mêdia dos países euro- mos agora dando_ uma taxa de 9. É porque considera-
peus. Uma _das diferenças entre o padrão brasileiro e o mos, no Ministério da Saúde, também os sub-registros,
Por essa razão é que as ·ações do setor saúde ou de daí essa elevação da taxa de mortalidade geral.
campu saúde, mesmo quando eficietl.ú:!riiC-nte articulada! europeu está na-estrutura etária. Enquanto o Brasil pos-
sui uma população jovem, o produto de níveis d~_f~cun­ Pelas mesmas razões, qualquer comparação entre
e até interdependentes, estão condicionadas pelas carav-
didade que se mantiveram elevados durante muitos sub-regiÕes do Brasil, em ter"mos de taxas de morta tida- -
~erísticils das estruturas sodais econômicaS da sociedade_
Permitam-me agora, senhoiàs e- SenhoiéS:"OísêOrrêf. anós, Sobretudo entre as décadas 40 e 60, os países euro- de, estaria afetada pelos mesmos fatores.
sum_ariamente a respeito da evoluÇão demográfica brasi- peus têm uma população envelhecida, como resultado As reduzidas taxas de crescimento nesses países foram
leira, enfocando basicamente os indicadores mais impor- de uma fecundidade reduzida durante vÚias décad_as. alcançadas não apenas atravês de baixas taxas de natali-
tantes relacionados ao setor saúde, em especial os atinen- Simplificando, se o Brasil possuísse a composição por - ôã.dé, mas também pelos níveis de mortalidade, que se
tes à população feminina, à problemática mêdica vincu- idade e sexo_ dos países europeus, mantida a atual taxa expressam menhor na esperança de vida ao nascer e na
lada à regulação da fertilidade_ e concluir com uma apre- de mortalidade infantil, sua taxa de mortalidade geral se mortalidade infantil.
sentaç_ão sumária de proposta do Ministério da Saúde, situaria em torno de 14 a 17 por rriil habitantes e não no A distância que existe entre o Brasil e aqueles países ê,
contendo_ subsídios para o desenvolvimento de ações de atual nível de 9,0 (nest~ taxa considerou-se a e:stjm_ativa_ no entanto, muito gr~nde ainda no que se refere à mor-
assistência integral à saúde da mulher. do sub-registro de óbitos). taliCiade, assim cOmo à fecundidade. Compare-se amor..:
0728 Quinta-feira !8 DIÁRIO DO CONGRESSO NÁÓONAL (Seção 11) Abril de 1985

talidade infantil no Brasil (89/1.000 nascidoS vivOs) corri Essa distância representa a dívida social não só dos Aqui estão os coeficientes de natalidade, de mortali-
a dos Estados Unidos da América do Norte ou a dos países deSenvolvidos em relação ao:> em desenvolvimen- dade infantil, de mortalidade geral e de crescimento po-
pafse5 da Europa Ocidental (9 a 14/1.000 nascidos vi: to, como também a que o próprio país tem com -a sua pulacional.
vos). população_ que a~pira at~ngk níveis de desenvolvimento No Nordeste, o cotillciente de natalidade é de 35,8; o
Então são 87 contra 9 a 14. e saúde_semelhantes ãos dos países ~eferidos (Quadro 2). de môrtalídade infantH de 130,0 por -1.000 nascidoS- Vi~
vos, enquanto o do Brasil é de 87,3. O do Sul é de 55,0 e
o do Sehtro-Oeste é de 85,0.
Vejam que a média nacional é de 87,3 por 1.000 nasci:.
dos vivos, mas chega-Se no Nordeste a 130,0. Aqui nO
---s·ul do País é de 55,0. Então vejam que hâ uma dívida

~~;, ,_J;io:; .:::::::~~,! ;~~:.~~~=z~_!:__-_",~-·.:,_:~:.-_'.~ -_-,/.-'~_:_:_'_.,!~.-_,_ .~, 1.:::::. : :_:. :.: .~. !;.;: . Ti.:'-~ =~-:~7~;~:~ i
soei_?! tambéni aqui_a ser resgatada. Aqui_ o coeficiente é
_po,o _e ãqui é 55~0. Muito parecido com a dos países de-
_~-~_:=_~ _;·,_~_-.\.,~"~"~:_~
-;,_;.:,_ :'"~:_:·~- ~ -~- -.,.r'";-.,.:;'"'•~ -J"'t~'",_"G;_,i'"'·"~:": _,_,~"':_;"'_, _l_;~:"~:_· ~"'E"':s_, -+-_;C=: : .~:c.i._':=:,":~_. ,l_-"-~(;~-=-:"'~':. -=~" : ?=: . ·_,_
..__ .. .,.i _,__· ,;,:i?-'-'_-
senvolVidos, que é de 9 a 14, qu<!ondo a média nacional é
de 87,0.
Outro fatof Importante a ser-analisado, r~fere-se à re-
! ,.:.LE:•:,;,_,~~~:;::;;,;~ t~~-' i3 f_~~ j::-_: ;::: [75 l O.l i ~~.3 i .-i l!t,O (/~ l~-~ (8:) j· l~-2 ~:.:; dução da taxa de. fecundidade total, medi4a que traduz
erll termÇ>s gerais o número médio de Ulhos tidos por
mulher entre os 15 e 49 anOs. A anãlise dos fatores dire-
tos que.influem nessa taxa, bem como dos determinan-
tes indiretos -~ituados ao nív.el do processo mais amplo
de transformação da sociedade, ajudam a compreender
o fenômenO. A idade mêdia ao casar, o ImÍice de ce'liba~
tó o .Padrão· de amamentação e o índice de abstinência
sexual pós-parto, fatores diretos que influem isolada-
mente ou combinados na taxa de fecund.id~de total, não
-rorãni- sigi1if1clltiva~ente alterados. Qu~nto ao· número
de abortos, cujo aumento também poderia interferir
nesta taxa, não chega a ser significativo a ponto dejusti-
- __.fica! a dimii1U!Ção da fec'undidade, embora se constitua
num séri~ risco para a sàúde. (QUadro 4).

. _ QUADRO 4 _ _
Taxa de mortalidade infantil e taxa de fecundidade total
··Bras.il t940- 1980
_D,3 CE.Ji

Anos Taxa de Mortalidade Taxa de Fecundid~e


Infantil (%) Total
É importante ressaltar ainda que nos países menciona.: · zoâvel sugurança de _sobrevi& de seus descendentes, an-
dos o equilíbrio atual de -baixa mortal1dad-e e b-ãlxa nata- tes de· ~eduzir de forma significativa_ a sua fé:cundidad~. 1940 160 6,16
lidade foi precedido historicamente por períodos de cres- No Brasil, observam-se também diferenças evidentes 1950 146 6,21
cimento popUlacional râpido, porque Primeiramente de- entre regiões. A mortalidade infantil no Sul, de 55/1.000 t960 t22 6,28
cresceu a mortalidade, como resultado de melhores con- nascidos vivos representa merios da metade da mortalid- 1970 116 5,76
dições de v:ida e saneam~nto ambiental, e s6 então dimi-- -de infantil do Nordeste: de 130/l.OOO nasCidos vivos, re- 1972 112 5,45
nuiu a natalidade até alcançar-se o nível atuaL - fletindo as melhores condições de vida e saúde prevale- 1973 109 4;89
Aparentemente, os grupos sociais precisam de uma ra- centes no Sul (Quadro 3). 1976 98 4,26
1977. 96 4,25
1980 93 4,19
Fonte: Anais do 29 Encontro N,acional de Estudos Po-
. ;. :.~~:.s ;;:~:~;::J~~s ~.: Sii.ÚDL ?OR tl(..l~JJ:.s P.EÜéES~ pulacionais, ABEP, IBGE, Tabulações
~-::~~.3~l, E7~183 Avançadas do Censo Demográfico de 1980.

· ;b taXaile mortalidade infantil e de fecundidade total.


c.::~=J.::-R7~· r--- ·~=-- i(..,-- -.... -.......·-o A taxa de mortalidade infantil, em 1940, era de 160
v c~~~~i:.65o .·l'tL (?::~~~~~ ~ -~.3) J Pi~~~~~l_~~-i~··l por 1000 nascldos vivos, enquanto que a taxa de fecun-
- didade era de 6-fiihos por mulher, durànte a sua vida ce-
II . lGJ .. D 2,5 5,0 produtiva, se durante este período fossem obedecidas as
taxãs de natalidade, a cada ano, dos 15 a 49. Então ela
teria 6 filhos, e a taxa de mortalidade infantil era de 160.
Quando chegou em 1980, são dados do IBGE, por isso
não podemos alterâ~los, o Ministério da Saúde tem 87
por 1000 nascidos vivos ataxa de fecundidade foi de
4,19. '
Estou mostrando claramente que u·m segue o Outro.
A redução observada na fecundidade somente se ex-
plica se uma proporção crescente da população, particu-
larmente das ãreas urbanas, estiver exercendo prâticas
de regulação da fertilid~de. Entretanto, é importante
ressaltar que existem diferenças na: forma e no' significa-
do do_ co~~ole da prole nos diversos estratos sociais.
Existem evidências de que a queda da fecundidade nos
Abril de 1985 DIÁRiO DO CONGRESSO NACIONAL (SeÇilo 11) Qüinta-feira 18 0729

estratos sociais baixps seria resultado não tanto valora- Como decorrência da queda da fecundidaQe e d~ di- A intensificação do uso de métodos contraceptivos
tiv'o de uma familia menor, mas de uma estratégia de minuic.ãO- dos índices de mortalidade. tem-se um perfil pela popul::~çào merece uma análise mais detalhada,
sobrevivência face às dificuldades materiais existentes, populacional já bastante alterado. Percebe.-se claramen- princip::~lmente no atinente aos riscos de uso inadequa-
realizada através do recurso a alternativas praticamente te que este perfil apresentà-se como de transição com a do. Recorrendo aos únicos dados disponfveis sobre o as-
irreversíveis: como.é o caso-das esterilizações ou a práti- redUção do tamanho Qa população infantil e jovem, pa- sunto, originados de pesquisa nos estados das regiões
cas que expõem a mulher à situação de risco elevado, rale1amente ao aumento relativo da poulação de 60 anos Sul, Sudeste e Nordeste, constata-se nítida predominân-
como é o cas9 do aborto provocado. e mais (Quadro 5), · cia do uso de métodos de elevada eficácia, como é o caso
das pílulas contraceptivas, seguido pela prevalência da
esterilização. (Quadro 6)

O conhecimento da distribuição dos métodos contra-


ceptivos na população feminina evidenciou o grau de
Oilii!l!!ll ~i inadequação do uso de pílulas por mulheres acima de 35
anos, constituindo um risco grave à saúde desse grupo,
co;·WOSJ ç.i.D ITr.l\ li\ I! i\ I'OI'LILz\ÇiiO, P.Rf,S 1L, Na mesma pesquisa citada anteriormente, 11% das mu-
19'10 I El(:O lheres casadas da Paraíba, na faixa de 35~39 anos, faziam
uso de pílulas. Ainda mais grave, no Estado do Rio
Grande do Norte, 10% das mulheres casadas, no grUpo
etário de 40-44 anos, usavam pílulas. Em São Paulo, 20%

70
I
'i-: ...J
das mulheres de 35-39 anos e 11,5% das mulheres entre
40-44 anos utilizavam esse método (Quadro 7}.

[i)-{,<) I·· Para se avaliar os danos à saúde que essa situação po-
derá representar, é preciso lembrar qu~ o risco de inorte
CD··GII ~--·· devid() ao uso de pílulas por mulheres com idade supeK
1- . . rior a 35 anos, é maior que com o uso de qualquer outro
TT !."()r··"··
:.>.)-.::>. método contraceptivo. :t. também maior que o risco de
morte devido à gravidez, quando a mulher apresenta ou-
S0-5Li ·-·~ ·- tros fatores de risco, como fumo, obesidade ou hiperten~
são.
11~·-49
Por outro lado, a percentagem de mulheres abaixo de
lj()-ljll 25 anos que foram esterilizadas é indicativa da falta de
alternativas oferecidas para a regulação de sua fecundi-
3~-39 ~~--~··:." dade (Qu.adro 8).

30· 3111~~~: Em quatro dos cinCo Estados do Nordeste estudados,


observa-se que 12% ·das mulheres casadas entre 25-29
2C,-2~l .. anos jâ estavam esterilizadas, e 10 a 17% das mulheres
'"'-:::'" com dois· filhos encontravam-se na mesma situação
20-211 (Quadro 8A).

15-19 As mesmas pesquiSB.s mencionadas mostraram aiO-da-


que entre 63 e i4% das mulheres que tiveram parto por
10-1'1 cesariana foram submetidas à esterilização tubãria no
mesmo ato Cirúrgico. Esses dados mostram, por um la-
do, que muitas mulheres e neonatos são submetidoS aá :____
- r'ísCO desnêcessãrió da cesariana para prãtica da ligadura
0-0'1 de trompas e, por outro, que a esterilização é realizada
o ----- no momento em que a mulher tem meno'res condições de
~:" lW decidir refletidamente se aceita ou não esse tipo de inter-
ro:nE: ll~CE '\1\l~Ulf',(;Gc:; (\\1 ,\.~K.:N)/\S_ DO Clnso .l1L.n:~,i~F!CO - J0~J" ~.ençào praticamente irreversível.

Entretanto, a contraCepção bem indicada e com orien-


tação adequada pode dar uma contribuição ímportante
nos programas de saúde materno-infantil, seja evitando
gravidez de maíor risco, seja possibilitando um adequa-
do espaçamento entre os filhos.
O que estã em amarelo é o ano de 1940, e em azul, o
ano de 1976. Isto ê a pirâmide populacional brasileira de O cresc~ento da população, ainda que a taxas dedi-
Tem-se constatado que, em certos grupos de mulheres,
0-4 anos. Verificamos que em- 1940 essã população ia nantes, significará rriais 60 ou 70 milhões de pessoas até o
a gravidez representa um risco para a saúde ou mesmo
além de 15% do total geraL Já em 1976 ela estãaquém de ano 2000 que viverão nas cidades, para onde se desloca-
·15%. Então, hã realmente uma queda significativa- da
para a sua vida e a do concepto. Nesse C8:SO, a utilização
rão ademais 5 a _!O milhões dos habitantes rurais de h_oj~.
de métodos contraceptivos reverte em grande beneficio
taxa de fecundidade, c ao mesmo tempo se observa que a A fecundidade em declínio e o aumento çia esperança de
para a saúde materna.
população começa a envelh~r. ou seja, que melhorou vida significarão um acelerado aumento da proporção de_
as condições de. saúde, que a expectativa de vida, ao nas- · idosos: no ano 2000 teremos em torno de 19 milhões de
cer, _do indivíduo cresceu-, e 'cresceu muito nesses últimos maiores de 60 anos em comparação com os 8 milhões de O fato de que alguns métodos naticoncepcionafs mais
tempos. Só assim se consegue explicar por ·que houve hoje. eficazes impliquem risCos para a saúde exige uma indi-
essa dilatação para setenta anos·ou maís_. Quer dizer, o As modificações do perfil da composição etária da po- cação médica e acomPanhamento pelos serviços médicos
cidadão brasileir-o começou a viYer mais: Provavelmente pulação, a médio prazo, implicará na necessidade de re- da clientela que os utiliza. Assim, oferecida a ínfor-
Cstamos dentro de uma população jâ em i"rã-rls-içãO, nuina direcionamento daS políticas sociais do pais, de previ- rliação, adot.ida a decisão livre e conscie-nte de limitar a
época jã de transição, porque mostra que está havendo dência social em especial, e, no que se refere à saúde, cer- prole e oferecidos os meios necessários, é indispensável o
uma redução significativa da fertiliQade, ao mesmo t_em- tamente serão alteradas as características epidemiológi- aco"mP8nhame-nto e a avaliação sistemâtica para evitar
po que a população começa a envelht..'Cer. cas indicaüvas das pr!oridades do setor. ou reduzit: efeitos colate:rais de maior risco para a saúde.
0730 Quinta-felra-·ls DIÁRIO DO CONGRESSONAÔONA((Seçãoll) Abril de 1985

(I! 1/\i 11(11 (i

li'.:O /\I i 1!J Iii /J I lll /1:: COi: I i<i; r II 'l J \'O~: I'üi·: i-iii LI ii 1:1..~: Ui:/dli;S Ç(((i
lll.~"\li!. J~: . :r~; i\ l;'i r.:!o:-: n:: NJii~il~) coH o r-íCwnu [ !\ w:cú\o'
!. . . ~.~,,_,:::;/~(iii~·, I ;;;;~-,y_-~:-:=··r;;;,,~;~~;~-<;.>· r~~;,~:;,;~;~c;:)"-
·~i L:i,/. -;;)~;)_ _ _/_ ---;-;~s----

... :·:-~:Ji ii~J<ro J!r,b~ JG,<J .l5,3


í. ~~I O_ .1.3,?
~-; ·, :. :; . '
:·:·' li
j' : !•l ; .(1l ,- "
;),I_ 11_,5

r , : 1~'! ': : :·n:: ;: !C' r-;:· l :;::)_ I 7,5 3,G


('"·'''"' 7,li .L~J

'',.' -·~'·':~=l~:~--- =:_;~;=- ~;; ~-


Fo:;T!.: : CU !'r:.~.NIJ <;;/\ sc11~J{E SJ\ljv.E i'lATEi·!l:O-li!F/\JJTI L
í-AHIU!In l\r:Gti·:o SuL- f{EsUi·iO-
)8;0

'l9U2.
c Pu\nr:~J/i.FtEHTO
G.LS

(/.) 1~/\l(td·',I.IR,\, 1·1. S,, l'iormu: Lr:o r:T 1\LJ'I, COIITR!•.Ct:l'ri VE


Ust.: Arm rt:J:'J ILlTY Lr:vct.s trl Si\o Pr1uLo) B:v\ZJL.~~-~runiES
Hl FMHLY [>u~tWH!G) \'OLU>i[ .lL tW:-:nER /!8 - JULY/{\LJGUST/
198[1, (i1ULII[f~[S DE J) .. /iC) !IIHd,

()) [~nnrnc~ur:::J) \·1. CT .\L. f 1 t·:~~ctn~;/\ sonr~E SAúrn~ VvçrEt::t·:o--lnri>t~:rJL


E PLr~t!(-:,J!\I·;t:t:TO Í'iii·\ILII\l\ (Ui\) I)E., 11B) PI.. ["~[0 ··· 1980.

;,..----."'< ---=---:-;:.~
.-
..;;,._ ~· ;:: : ·····: ....

~-ST.ô:.~ ~ P::::z::_;;._-,3_:._.:ço ~~~.:::.:._:::,·. ' :.:c- c~,.


··;;:-::--
~~-

b.".éi!A ' ,:;:.; ~


,-'; - ~-.:. ?/,-..::_c
r::AD=N i C'
l' (1) CL)
" ·,.:.1'
/ ~
(l)
"
10'!
·.,__, J:~:;:

15-29 iI
I
•, 7 o 15-,8 ,., n
v 3:~
- -- -
.:..:.;, ··-· '•

20-21! I'i 15.6 20.0 20.9 19. s 13.7 41..2


I
25-29 II 15. ~
l5 .7 13, ' LL,!.. lS,J. :..:;;
'"

30-34 1I 16.6 10.3- 12,1 18.2 L; ,5 !..' ·~


,,

35-39 I L!,;:>
r-
6.9 10,5
-
lJ.l 8 .. 4 2_:}_.2

~Q-~4
I 3.5 7,5
..
·...• o 10.2 7,l .li. 4
I
;< II 1395 1259 1:.33 1...:.:-....::J. ! l~~J 2:~~0
i
Fo:<IE= (1) RouRiGt.ics_, i'i. ET. AL. S..:~GDs ~~ATER:-1o-1NFA:~TI!~ E Pu-~~·JEJA:-:a;To F;;_;.~{Lr::.~~
(~).) PE:,. .P3_, RI'i.- PD - 1;7~ .. ].930,
(2) i\;-.,;.~,r-;JRAJ ·i·í.S., i·bR;={i-S) Lc:2- ;::T ,ü.L.II Co?,CIT.)
f;·í:.?,_H:.R_ES DE 15-~·g A;;os),
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Quinta-feira 18 0731

RU/.:DP,J 8

Es-:-·.".:r:J PiAtiT ~b 0 r·&.~T(~!)~ p,\C:P.Í ~~; !r:::::~::~.- . .::-:...=cc B,~~ ~ ;:., -~----.:-
_,_
1::.:\::-·-- I (l) (:_) ; ~. \
C_) c_< (:Z!
~

I >..:.1
j
13-'~9--- - i 0.0 c0 c c. '...}, cJ -
II ,,
s; l
2Qc2~
!
2.7 -5 ~,I

- I
1.2 i_ I

T:;-t:::~,

II ll. 3 l2 5 l2.9 - 1
i ~~.L. l 7 ) ? ,:;o

3_'}-:~ I 24.2 l9 4 17 Q ::-r:


...,:.), o l2. 9 .c:.;; G

35-33 I 22.7 32 4 28. 4 "":-;"


L/, l ~6. T 27 8
!
.:;;J-l~~- 2J. 7 2.3.7 2Ll .2 23',4 l5,) 2.J. c-.:.'

l54D l3S::_ ;..:.33 :z:: l3'J5 L::.J


Fç.:-;-~: tll?ESQ~~s;~ sc3?.E ·s,r;::;;::::: f-~'!.T=:R:-~c..:.I:~r:.o:..:-:T~~- (:~.c;-:-,·)
(2) :L:.:~.~.::.;,;;.;A~ it.:S.~ccr:-.ciT.)- i-~uu::::::::::s t::_l)-~;Sr.:;os

QU.D.Df\0 8-A

· ÔAHiA

G 0.0 0.9

l 0.3 5.5 2.3

2 7 ['_ ~S.4 lJ.3 - '! ].:.7

14.3 22.5 2E.G

4 15,3 34.2 20.7 3L2

14.3 25,4 24.7 ..._,,L:

13% l2:õ9 !J l~33


I
rtODR!GU::s ...
0732 Quinta-feira 18- DIÁRIO DOCONGRESSONACIONAL(Seção Il). · Abrifde 198S-

Permito-me agora, após discorrer sobre repercussão 16 óbiiO_s, I corresponde ao de uma mulher em idade ce- Aí já é uma classificação brasileira, em que desdobra-
do planejamcnto familiar, infonTiar sobre o conjunto de produtiva, As sete priqteiras causas de óbito são, em or- mos as doenças _cardiOVasculares, e, ao desdobrá-los, elas
patologias referentes ao aparelho reprodutívo, além das dem_ de freqUência: doe~ças do aparelho circulatório _deixam de ser a primeira causa, e os neopiasmas malig-
patologias clínicas que indistintamente àcometem as mu~· {2S,8%); causas externas, acidentes e violência (16,7%); nos passam a ter uma contribuição de 15%. As doenças
lheres. neoplasias (15,7%); doenças infecciosas e parasitárias cerebro~tasculares, 10%. As doenças circulatórias pulmo-
. (8,4%); doenças do aparelho respiratório (6,7%); doenças nares e outras formas de doenças do coração, 9.12%. Ou-
A população feminiilã: âe 15 a 49 anos contribui com do aparelho digestivo (6,3%) e complicações da gra:videz, tras doenças do aparelho circulatório, _6.'62%. Doenças
aproximadamente 7% do total de óbitos gerais. De cada parto e puerpério (5,9%) (Quadros 9, 9-A e 9-B). ·do aparelho digestivo, 6.3 I%. Acidentes de transporte,
5.34%, Causas obstétricas diret3.s, 4.9.3:%. Doenças isquê- ..
mícas do coração, 4.50%; outras viol_ências, 3,39%, e
doenças hipertensivas, 2,84%. Este é um outro fato mui-
to importante. Por isso mesmo ê que foram desdobradas
f•:.J ;,.~; L·.;;:~!! :.!:!.!;i ~:;:·:;;;· .1~ L 1;'3 í:.':,/3., J'~~{ í:r.l.!S/\ \ as cardiovasculares, para que pudéssemos entender a
J.::~.·.~;Jl, - l!}:_;Q \- contribuição das cardiovasculares e das neoplasias na

·- ----:--~-~-~T7~::ciií---~~,~~~r-·-;·----·:::.~r-,~~:~::_-_~
. . mortalidade feminina, que ê de 2.84%. Então, se conside--
rarmoS as doenças do aparelho-circulatório, as doenças
hipertensivas, as cerebrovasculares e ffiais as isquêmicas

: ;:,-: ~~~~:;:::r:;~:!;~,;à:~i::;,~~;~ ·- -~í~~t - -_ -~;::~t--~ ~~: ~~


--
do coração, ela passa a ser realmente a primeira causa.
Neste quadro estão a causa de óbitos de mulheres aci-
ma de 50 anos. Acima dessa faixa de idade, ainda na
J1 - J::.:wL'.:·.~~~.~. bG::i0 JS.-!.í7 f,,l,/.1 classificação brasileira, as doenças ~rebrovass:ularcs
:. l~r.J;ç;;,, ];:;-r c::; cr:.;.::; 1: ]';,r::~~. I rÍ.Iili•S 3-S/~; 8,39 G:J,CQ têm uma contribuição de 20%. Aqui o negócio se agra-
1 vou ainda mais, ROrque, se somarmos as ccrebrovascula-
·:;1 -Jb::r:ç;.:7 !K) J,:•;,_:;;:uto k:,;•Js:r."!-é::uo t.er::5 G.,G7 · '15 .. 27
·i>:. - ]);:~;,:rçt·.'·' r::r 1.:·,\r.t:t.HO il!~;,:~;'il\'0 I 26SJ G,3l S:?,)~.
~es com as doenças .hipertensivas, as doenças circula-
tórias do coração mais as doenças isquêmicas do co-
x! - f;e~:;;;:{~·;i:.r, G:ó_vn1:i%;--.P,.,:ao I! '/.IJ:J:J 5,~;>j ' 8S,IJIJ ração, o percentual das cardiovasculares ê realmente sig~
nificativo na mortalidade. Então, as cerebrovascularcs
.--nor:.:v~ ;··) t·.;>;,!::~wo C:u:~rvRJH/~~~o J31i9 :>,.1G 9.1,[.0
chegam a 20%. AS neoplasias malignas estão em 15%. As

~- ~ ~ :~_f_~_i;_t_:,: ~·: :·r:_.:,:~_·:·~_.': "ccl r:,:~_:'; c.-,-~1 ;~~:~ I ~:::; :;:~:


isquêmicas do cor~ção, 15%.-As doenças circulatórias e
pulmonares, 15%, etc., etc.
.·__
:.: b--iinj:lOrtante que estejamos enti-ando nesses detalhes,
para que possamos melhor compreender o assunto, no
'1%59 . - - - ~~~ -· _ _
10~~-=--- momento em que se decide elaborar um programa de
Tc-l;.r\1. _~t2G7.8C 1 ) ·lOO,OG . Píanefamento familiar em função dos métodos e dos riS;-
TC.;T!;"";-jí;jJfr::.\!;.:;..-i·:S -- E5T,il"i$."r!C.V5 ]1!: r:u::r;,U;),",jl~- Bl:.-.sJt. jC)~ff----~--­ c_os cie vida a que estâ sujeita cada,.mulhú que utiliza es- __
(1) [;.:o.U/D.:J.S (.:; Ól:f~o;; I'Vi:_SJJ:,\f;.,, !i!l!IÕ."·l.\5 I .ÜC:f..Ç.ÕCS ii!,[. Dllr!illl.WS (3)J2), ses métodos.
· Considerando as causas diretamente relacionadas com
a função reprodutiva, observa-se que são mais freqUen-
tes. os óbitos por hipertensão na gravidez, complicações
Verificamos, por esta tabela, qrie as doenças do apare- eSse -êc- o acumulado - doenças do aparelho genituri-
- do trabalho de parto, infecção puerperal, hemorragias
lho circulatório,- neste grupo de mulheres de 15 a 49 nário, doenças endrócrinas, nutricionais, metabólicas
obstétricaS e aborto. Esses fatos preocupam o Ministério
arios, contribuem para uma mortalidade _de 28,78, prati- etc., e_ doenças do sistema nervoso e outras.__ -
da Saúde, já que todas essas causas são evitáveis através
·camente 30%. As causas externas vão a 16, I7%. As neo- de adequada assistência pré-concepcional, pré-natal, ao
plasias vão praticamente a 1()%, iií vêm as doenças in- e Mostra-se claramente que a contribuição das do_enças parto, ao puerpêrio e intergestacional (Quadros 10 e 10
fecciosas ~ parasitãriaS, doenças do aparelho respira- do aparelho respiratório, na mortalidade feminina, !1.~ A).
tório, doenças do aparelho digestivo, complicações de idade de 15 a 49 anos,- é realmente signJficativa e mUiú ·
No quadro !O temos o número de casos e porcentagem
gravid'ez, parto e puerpêrio, contribufndo com 6% - importante, Esse dado seria im~ortante ser gravado.
das principais causas de morte por complicação da gravi-
dez, parto e puerpério. Aqui pegamos só aquele item
"gravid~. parto e puerpério". E agora vamos desdobrar
ou!inP.o 9-r, esse item nos seus subiten~, nos seus componentes maiO-
l'f!H·it:l!~rls u.u:.:·.s Di:. O:;i r os ;;t i·:uu!t:t~cs 1:nn'.E 15 ~ ljg ~~~-~os­ res. Entãõ,-Vãlnos verificar que a hipertensão e compli-

.
J:i:fl.S.!L w 193!1 cações da gravídez, patto e puerpêrio -têm uma partici..
pação muito grande. Então, a doença hipertensiva ê real-

~~-~=~-~~-:?-:_---~-;~~c,::::-~----,~--~~-~~--~-,'-l-_-_-_-_-_-.-'--:_~·,_-_-r:-
. _l~-·1~-~~~~-~--r__-_-~,~=--~~~r ?_r.c----~-. · -·mente ·um fato muito importante a s,ei;" cóó.SideradO ·
quando_de um programa de planejamento familiar, em
que se utilizar determinados tipos de métodos que vêm
,(J~~ill) /~t:Oi'! ..',S!·lil5 _j·'.:.t.ic.,·:~l:; ú./!28 15,0S .15,03
agravar essa situação, Diante da necessidade de'um pla-
(L::Jj D.:;~:.~:s:..s __cu{J:l:!u.r'IAsi::.uu,!:~s : .Ii300 lO,OJ · /.S,17
nejamento"fami!iar, como jâ demonstramos aqui, hã ne.
!. ;~ 23 ~ ~o[i~~~·~r~:1'~~~~~~fil~;i~_;::L fgt.tg~:~~~g "38·37 9,.12 3!!,/.9 cessidilde de um acompanhamento médico durante todo
o período em que se estiver utilizando esses métodos. A
. c~;!_> b.n::f.5 'D,?:::t:ç;,s r\r•:.!'Cí:LiiO Hr:s:>Jit,\1ÚiUO 2323 "[J..[i2 1!0,91
: <3';;~3f!) {~[J:ç;.s n:> APt,i\LLEO D! G!:sT Ivo 2G90
' G,3.l 1[/,7.?.
fim de que estejarilos alertas para uma série de compli-
cações que podem ocorrer durante o uso desses anticon-
.
. (!:7)
i[
:;c J r.t:m ~$
C19) C!,u.:::,s
-
llf:. Tr~,.::~I'Oi<YE
..
·oaz;·iEr~lCAS--lli1:i:l"(·S
.
'2U~;

2JO)
;.,,)'j

.11,93:" -5/.,SG.
)7,1:9
e;epcionais.
As hemor"ragias de ante parto, o descolamento prema-
turo da placenta etc,_chegar a 12%. A infecção puerperal,
; {:'7) "ikr::~r~--fs:.:irÊI-iJ-ct;"'-:y) lo:Jr.çfo .l910 11,)0 l\1, ~j9 este é um outro fato muito importante a ser ressaltado. A
hemorragia pós-parto, os abortos especificados, a nOr-
· (5:/) OliTf:A~ Vw:.ft!Cl!~s }f(!J) ::S,39 (i~)~ ::;g malidade da contração interina e etc., etc.,_e etc.
. ···- ' . r,s,n Óbitos por complicações da gravidaz, do parto e pUer-
{20) D,:~:~ç,;s lf1 ~·~!n Ln; r,\'M>- 1210 2.. ;:;:i
pério, segundo grupos de idade de ocorrência:
! ~ . D:::I~'.I s CAÜ:>AS J35f!/ }l.. IS lOJ~(!O.. O aborto, em !980, na faixa de lO a 14 anos, teve 5, 6%
de inçidência. De I 5 a 49 anos, 13%. E de 50 e mais, ·em
)2.'!:'-..______ ,,,c,úC> JGO,GJ 1979,- 16%. As..causas obstétricas, em 94, 82, 84 e 83%.
'"'" ,_Jt:;;_;s;::.::c:-:s/=:;s~--~-~...:.......c.:__::.:: ____,--c .-- -~~-------~ O mesmo Ocorie a respeito das neoplasias malignas
{l} J;.:cl.uúio:;. o::: Ú;rJ ri:rs 1'01~ ~ 1''·'· t $~. snnc:-~,s· __ E t.nCçõr:s 1~\L · D!.:.ri ~n !J,\; WS.l2). que, em grande parte, seria evitáveis mediante exame
Abril de 1985 DlÃR!O DO CONGRESSO NACIONAL (Seçãà 11) Quinta-feira 18 0733

preVentivo sistemático das mamas e -citologia cervical


(45,0%.d01;> óbitos por neoplasias malignas em mulheres
'P!m:Ç!r:r,:; (/,1.1::';'; l;[ 6J;Jlo;"; G:i 1:1: 1'. 1.l:._EU:r~:_J!i:. ~O :.~:et:; _[ 1".\iS çie_IS anos_e mais;-~orr~:;pondam a tumores ginecol.ógt-
]:!'J1Sll. ·· J~.~'J__ cos.)
~ _ A mÔrbidad·e apfesen~a, em geral, a mesma estrutura
.---·-(·:•\•,·o~ -l'l'.-C:.u~t.s «~-~-- ,:,: _1;;::,_,~-~~---~~-.---~~--;~-.-.-- - . POr caUSas, ipã"i-'eCCndO; em n"íVdS 'cresceilteS, as cardio-
patias, a - agora estamos vendo não mais a mortalida-
7?.~) ·~:~~:.;~ i:t.i:;;;o.,z.~~~:;;-:~:;-~ --~~;~~:~---- ---)~-;;2-- ·--!~~-~~?.·---· de, mas a morbidade, quer dizer, são as pessoas doentes,
'(C~:-1!1) -t!::(.~·t.i.~::\S l'.,·.d:-::>J:; l~:ú:J:> J~;,;;:l )~i,J?.
de que elas adoec\!m - hipertensão arterial, os acidentes
e doi:nças- relacionads com aÚvidades P.rofisSioilais.
y;)} ];;:[;;.~'"'~: 1 l~~:~~l\ICA 1-0 Ü'i::.çf:q Quanto às patologias que interferem no desempenho
obstétrico, Oestacam-se a desnutrição, as moléstias se-
:~~: J~::::·:·~ ~!;· ~~~:~ç:-.~~;;~ ~u~~~;.:~s xualmente transmitidas, a presença de patologiâs cttnícas
como a hipertensão arterial, as cardiopatias, as infecções ·
·Gf) r::_:,;::.~•. f:::::;:r:.:;.!. i\P:.:::::_;w ~I: SI; 11:.\,r\::n :J do trato urinário ·e alguns hábitos como o tabagismo.
Tendo como referência os fatos por mim menciona-
(!.~) -~~~~~~~ i~~~~;~IO ::;,~ DO J',ü:,r:t.Ll 5:--.o· [-- dos, enlendo que :;ração do Ministério da Saúde deve in-
5198
cidir sobre a mulher em todas as suas necessidades. O
{26) t:J;~;:t;:l l!!l'CHTDiSI'.',', - planejamento familiar aí se insere, sendo fundamentado
em motivos de ordem médica e de oportunidade de aces-
. ;{;,Jr QlH;::,:;~llJi::ç,\s ri;-r,::~u;:~ fi~~:;•jr.í1Tb1~ so às informações e aos meios contraceptivos pela popu-
; C3~) to::::(,s n::1 Ai'l:,;u:\,.l!i: \hr::í.i").\O lação. 1?. esse o conceito de assistência integral preconiza-
r.~/l.\1$ c.ws:,s do pelo meu Ministério: as ações de saúde _dirigidas glo-
balmente ao atendimento de todas as necessidades do
grupo populacional, onde todo e qualquer conta to que a
__ m_uJb~r venha a ter com o sistema de saúde seja utttlzado
~-· ~ -beileficto d~ Proteção iniegi'al de su~ sa~de. Por esses
motiv_os, não é recomendável qualquer serviço qUe de-
senvolva exclusivamente ativldades de planejamento fa-
!:t~i·:t:r:cr i::~ cr,sns E P0~CC:iÚ,~)E:·; n:\S Tr:Jl:CJ rtd S CftUSi\S ~~ r:oi.tiÇ I~OR ·miliar.
[.(':·:í•f.!(I:Ç/.~J lJ,i G~J'.\']J.:::z~ F:~!TUE pt;t:-r:r'Úi!O~ !;D r;;;o 1t lSBO, -l~P,ASJL __:_--" Essa postura está em consonânc;ia.com os princípios
dedaraçlo_s pelo Governo brasileiro, em agosto d~? 1974,
.\ 9 8 o no Congresso MundÍal de População, em ·BucareSt, que
--~ l~ú:-·.~r•o ~---]_ ~~·y:=== atribuiu a~ Estado "porpÕr~ionar informação e meios
----------~----~-r~--~--- para que todos possam planejar suas famílias, oferecer
. J!r;>:::ZiP.il:_::f.l) r. Cc:·:J'i.rC;.çor~~ n:,·G<~r-.vri:~z~
serviços adequados e adotar medidas necessárias para a
P;.;no. c P:.:i:::t.f:f:lo CG'i21 75'i
redução de mortalidade ger~.t. especificamente a infan-
Jl:;;;c-m·:f,GJ;, f",:m:rMrro, D~:;,cQL;,r;r;;:;o f'm:.:-l.',TUi\0 til'_'.
!JA I'LtiCEõ:l,\ c. Pt,:,cc::'f(, Pi•.f.:nA com . 310. 12,15 Nesse se--;;tid.o, estão se concentrando esforços na me-
lhoria das atividades de saúde materno-infantil através
J ;m:cçf.o P~::-r.PEiAL <Vi'C) 7.70 .10,53 do desenvolvimento de Ações de Promoção da Saúde da
lir~;~'t>R.',GJ,\ Pú:..:~r.\!!10 fGGG) '203 . ~,15 Criança, compreendendo como prioridade atiVídãdes de
controle das doenças diarréicas, assistência alimentar e
/.rir•il-:'0 r:k1 f::t•t:l.H·rcr.::., CG3i'). G,35
.. . . nutricional, controle das doenças transmissíveis, das res-

.~~~~~~.:~~~~w.;.~~~P~:~ r~~·g~·~f0 t:~ ;:r. r:l1i r;o 102


piratórias agudas, das enteroparitose, bem como o in-
centivo ao aleitamento materno. Em relação à mulher,
entendo que as ações de saúde devem visar, de modo in--
lkw,;s. C!lu: ·,s tegrado, todas as suas necessidades no campo sanitário,
captando todo e qua)quer cantata que esta _...:_~nhª- a ter
JOJ,O com o sistema de saúde, independente da fase dO ciclo re-
- produti.vo em que se enc:ontrar.
Por sua -vez, os serviços de saúd~ s_erãÕ instrume~t:ali­
OllfdH\f'l .·:I;·,;\ zados de acordo com seu grau de complexidade, para
u1:11: :: !'o:: cc:i: 1 t.iCi'.Ç~J~:~;
Jlr1 c:~ .~~.~:m::c ::o ;' .~Jo r: í'Ui.::r{:::o~ ofe_recer atii:idades de controle de pré-natal, assistência
no parto e no puerpério, controle das doenças sexual-
:~LCIIi:i.J.i rd;i!l\lS W· I !ir1.ili:_l:E Ci Ol~!::~.i:C I h.- J f(,··.S I L..Fi/~J-Y<:·J CD mente transmitidas, do cãncer cérvico-uterino e da
mama e assistência para a concepção e a contracepção.
No final desta minha exposiqão, desejo destacar que as
,____ -- . ----- ações propostas pelo Ministério da Saúde, relat.ivás à re-

--~~~:~,~-~=~~]~J~tt~~~::,):_!-:'~f<~',:-~~1~;2:3~.~~ gulação da fertilidade, devem s.er norteadas pelos mes-


mos princípios que- o fazem atuar no sentido de reduzir
(.:í8) fi!~ I :(1 S,ll l!J,:Í 11~·,5 10,7 I os índices de morbilidade e mortalidade infantil, mater-
na e geral. Ao planejamento familiar deve ser atribuído o
· ''lugar adequado" no contexto das ações de saú_de, ou se-
O:l~>IC'T!:;c;,s ja, não deve ser superva\orizado enquanto 'solução dos

"''"' •.• I"'·' .I •., 1000,0


(39) ê-;.;J!;/,s
problemas sociais e económicos nem subestimado no r"e-
100,0 . ferente à sua real necessida~e no âmbito da 'saúde, espe-
cialmen_te na saúde d_a _mulher.
I
"
Assim, com'preendo que o desenvolvimento de ativida-
(IJO) Cwsr,s _O]Oo;fn:Ic,\S 1
des nessa área deve norte'ar-se pelas. seguintes diretrizes

-II<o_u'c-·rr-s----~-~-~_i__L8 --~:~ /-J~~- gerais:


-o plun~jamento familiar é atividade complementar
no elenco de ações de saúde materno-infantiL As moti-
~~ ~------- 12 _ 13 J 2573 ;''1"9 G I vações- que leva~ o Ministério da Saúde a propor uma
·ação _efetiva nesta área são bas.eadas em- princfpfos de
eqUidade e de ordem médica;
0734 Quinta~feira-18 -DIÁRIO D? CONGRESSO NACIONAL (Seçã? II)

- as implicações de carâter ético, reHgioso e sanitário Quando o Presidente Figueir~do sugeriu esse qebate,_é _ de_ amparo à __Saúdc da m~lher e, dessa forma, encontra,
afetas à questão de p!anejamento familiar são indicativoS parque, na realidade, nãCJ existia o programa, seria até no tipo de método usado, urna fórmula de protegê~la
da necessidade de um controle o_bjeti_vo, que assegú-re a uma incoerência do- Ministério da -Saúde, no momentO também, de ampará-la de possíveis riscos. Se não me enR
obediência às drreü-Tzes do Mirlistério da Saúde; em que--o Presidente da República solicita isso à Casa áO gano, é o essencial que eu entendi.
- a oferta de meios e orientações para o planejamento povo, sa~r jã com um programa aí. O Ministério da_Sa:ú- V. Ex' enumerou um grupo de causas de óbitos, meoR
familiar deve desvincular-se de qualqUer caráter coerciti- di:: pautOu ·as suas atividades no- sentidóde colher o plasias, doenças cê:rebrovasculares e acidentes_ como as
vo para as famílias que venham a utilizá-los. t íridíSpen~ · maior número de Subsídios para trazer_ como colabo- - mais freqUentés. ISso é maiS freqUente no mundo todo,
sável assegurar a liberdade de opção às f<iinílias quinto ração a esta Casa, a fim de que as coisas não ficassem hoje, e essa freqdência refiro~me aos países mais desen-
ao número de filhos que desejam ter; apenas nó plano da discussão. O Ministério da Saúde volvidos- é uma tendência natural da própria evolução
- assim sendo, todas as atividades atinentes à questão trouxe, além da palavra do MinistrO, um documento que - sócio-cultural dos povos e do próprio progresso da medi-
do planejamento familiar ctev.em ser désenvolvid~s atra- eu acabei de entregar ao Sr. Presidente, que traça as dire-- cina. Então, ~ada vez mais aparecem com maior freqUênR
vés de serviços de assistência materno-infantil, Comple- trizes maiores da política para um programa de atenção cia as neoplasias, as doenças cardiovasculares e os aci-
mentando outros serviços que estes proporcionam; integral à mulher e não especificamente de planejamento dentes, como causa geral de óbitos, inclusive em ambos
-todos os esforços a serem empreendidos a a cap~ familiar. Durante todo o discorrer da nossa palestra nós os sexos. Eu não tomaria esses fatores isoladamente,
taçào de recursos pa-ra a-operacionalização de atividades fizemos questão absoluta de mostrar que não é vãlido como uma causa para condenar tal ou qual mêtodo,
devem guardar coerência com .estas dlretrizes. desenvolvermos apenas atividades de planejamento fa- sobretudo quando nós consideramos as razões práticas
Finalizando, o Ministério da Saúde aprese:rlia conio miliar que apenas venha a atender a mulhir no seu peiro- de uti-lização dessa metodologia.
proposta a esta CPI subsídios que visam uma ação pro~ do preconcepcional ou no seu perfodo gravidíco- Gostaria de saber qual é então o método de escolha
gramática voltada à assistêndi-íiltegral à saúde da mu- puerpe-ral. E importante que nós atendamos a mulher de para um programa 9,e planejamento familiar, se nós nos
lher, sem qualquer pretensão inovadora, mas de apli- maneífa global. Nó-S vimos uma série de patologias que fixainos nas conseqUências, nos riscos do uso_ de contra-
cação ampla no sistema básic-o de saúde.- -- acontecem na mulher e que são decisivas: Essas patolo- ceptivos orais com tanta sistemática, com tanto cuidado
No momento em que concluo este depoimento, e em gias, combinadas com a idade, podem indiCar o método e com tanto zelo.
homenagem aos Excelentíssimos Senhores Parlamenta- que essa mesma mulher venha a utílizar. Claro estã que Outro aspecto. V. Ex' invocou a Conferência de Buca~
res componentes desta Comissão, conclamo todos os se- não são só as atividades de planejamento familiar, mas rest, em abono da sua tese, da sua proposta.
tores governamentais e da sociedade em_geral para uma as atividades de prevenção do câncer uterino. de pro~ Ora, a posição- do Brasil na Conferência de Bucarest
atuação conjunta no sentido da melhoria da qualidade moção, prevenção e tratamento mesmo das dpenç_~_ se:- foi _uma posição francamente conservadora, foi uma po~
de vida e da elevação dos níveis de saúde do nosso povo. xualmente tnmsmissíveis, enfim, doençãs Cardiovascula- sição francamente não interv~ncionista, inclusive aludin-
(Muito bem! Palmas._) res, a hipertensão arterial, tudo isso deve. ser levado em do àquelas razões que V. Ex' descarta neste momento.
consideração antes que nós tenhamos qualquer tipo de Quer dizer, naquele tempo, precisamente na Conferência
O SR:- PRESIDENtE (Mário Maia)" =--Passando, indicação. Daí a necessidade de nós não vermos a mu- de Bucarest,_esta lá dito com todas as letras, o Brasil não
agora, à segunda parte da nossa reunião, esta Coinlssão lher apenas Como um objeto a ser tratado defltro de um precisa de qualquer programa de planejamento familiar,
oferecerá aos Srs. Senadores e Srs. Deputados a oportu- programa de contracepção; ela tem que ser vista de uma por uma série de razões que alega no preâmbulo da ConR
nidade de fazerem perguntas ao Sr. Ministro. - maneira global. O Ministério trouxe aqui mais esses ferência para, no· final, tiXar-Se efn qU3tro itens. A po:..
De acordo com o Regimento Interno, é facultativo - s_ubsídios prog~amáticos para que, em cima disso, se pu- sição do Brasil, na Conferência de Bucarest, a meu ver,
não está expresso - que a Comissão conceda a pessoas desse contribuir de um<). mane:ir_a mais significatiVa para não serve para informar a nova posição do Governo bra-
estr.anhas, e não Parlamentares, a palavra para fazerem o aprimoramento desses mesmos subsídios programáti- sileiro diante do problema do crescimento demogrãfico,
perguntas. No entanto, esta Comissão tem adotado, nos cos.- de acordo com o que foi proposto pelo Presidente daRe-
demais depoimentos anteriores, um critério democráti~ Eu creio que o momento_ em que se en·eerrar esta CPI, pública na sua mensagem ao Congresso Nacional em I 'i'
co, e com a aquiescência do depoente, também concede a -deverão sair as suas resoluções. Eu tenho a impressão de março deste ano.
palavra aos presentes que estiverem interessados em fa- que o Governo deverá acatar essas mesmas resoluções. A São essas duas observações que gostaria que V. Ex'
zer perguntas, sendo facultado à Mbsa limitar o tlúmero partir daí, cabel-á ao Governo a formulação de um pro- diseutísse:_qual o método de escolha e por que nós temos
de pessoas a inquirir. grama de atendimento integral à saúde da mulher e da que no$ orientar pelas posições assumióas em BuCarest.
Eu pergunto ao Sr. Ministro se concorda com esse cri- criança.
tério, submetendo-se a perguntas não só de Parlamenta- O SR. PRESIDENTE (Mário Maia)- Tem a palavra
res, mas de outras pessoas presentes que queiram fazer O SR. PRESIDENTE (Mário Maia)- Concedo a pa- o Sr. Ministro Waldir Arcoverde para responder ao
perguntas a S. Ex~ lavra ao Sr. Senador Marcondes Gadelha, para inquirir nobre Senador Mareondes Gadelha.
o Sr. Ministro.
O_ SR. WALDIR ARCOVERDE- Nobre Senador
O SR. MINISTRO (Waldir Arcoverde)- País não! O SR:. MAR:CONDES GADELHA - Sr. Ministro, Marcondes Gadelha, realmente, o eixo central de toda a
parece-me que o eixo central de suas considerações gira nossa palestra, agui, a coluna dorsal dela é a de que não
O SR. PRESIDENTE (Mário Maia)- Então, inicial-
em torno dos métodos contraceptivos e toda a ênfase das basta desenvolvermos atividades isoladas de planeja-
mente_, eu concedo a palavra, para inquirir o Sr. Minis-
· suas considerações diz respeito, em última anãlise, ao mento familiar. O que importa é que venhamos a dar um
tro, ao nobre Deputado Haroldo Sanford.
problema da escolha do método contraceptivo. atendimento global nos seus aspectos de promoção, pre-
O SR. HAROLDO SANFORD- Sr. Presidente, aca- Eu fiquei com esta impressão a partir da correlação venção, cura e reabilitação da saú.de da mulher. E éden-
bamos de ouvir a magnífica exposição que nos fez o que V. Ex~ fez entre os índices de mortalidade das diver- tro des_te contexto que nós apresentamos todo esse nosso
Exm'i' Sr. Ministro-da Saúde a respeito do p1anejamento sas entidades mongológicas e possfvel associação com al- tmbalho. Eu diria a- v. Ex~, guarido se referiu aí a proble-
familiar- guns_ métodos anticoncepcionais. Nós sabemos, por mas referentes as nossas doenças, que são parecidas com
Sr. Ministro, em face da atiluâe tomada pelo Senhor exemplo, que há uma correlação entre o uso de estróge- as dos países desenvolvidos. Eu gostaria de esclarecer
Presidente da República, quando enviou mensagens ao nos e o _desenvolvimento de meoplasias ou, pelo menos, melhor a situação de mortalidade em nosso País, a fim
Congresso Nacional, sobre a necessidade de um planeja- agravamento desse processo. Existe alguma correlação de que nós pudéssemos ter uma melhor visão do que
mento familiar no Brasil, perguntaríamos se o Mlnistêrío entre anticoncepcionais orais e· problemas vasculares pe- realmente está acontecendo. Existem áreas no nosso
da Saúde já tem em elaboração um programa efetivo de_ riférjcos, cerebrais, efC. V. Ex' i:nfatizou durante toda a -País, as· ãreás subdesenVolvidas, onde há um predomínio
política de planejamcnlo familiar. Se já tem, quando s·. sUa fala, essa temática, sob a epígrafe de amparo à saúde nítido das doenças ligadas a esse próprio subdesenvolvi-
Ex~ pretende iniciá-lo, e se já estão previs~os os recursos dá mulher como elemento fundamental de um progr~ma mento, ou seja, as doenças da pobreza. Nestas regiões se
necessários à implantação desse phnejarriento. - de planejariiento familiar. V. Ex', descarta as razões de observa um quadro tanto de mortalidade como de mor-
ordem sódo-econômica aparentemente, que inclusive bidade, totalmente_ diferente de outras regiões. Essas pa-
O SR. WALDIR ARCOVERDE- Prezado amigo, nos fnduziram mais recentemente a uma aceitação me- tologias da pobreza são caracterizadas principalmente
Deputado Haroldo Sanford, quando o Presidente Fi- lhor dessas propostas. Havia uma resistên.cia muito" for- pela desnutrição proteico-calórica, pelas distrofias de ca-
gueiredo sugeriu um deba.te soPre planejamento fam-iliar te, pelo menos há dez anos como base ein que o Brasil rências vitamhlicãs -ou distrofias de carência de ferro por
no Congresso Nacional, o Ministério da SaO.de jã tinha era um_a esPécíe--ae ilha da prosperidade, eSta Vã. cr"escen- uma outra incid-ência de doenças transmissiveis, não só
uma s_êrie de subsídios a respeito desse programa, inclu- do com uma taxa do PIB bem superior às taxas demo- aquelas que são controladas através de agentes imuni~
sive_ em posições já -fir-madas anterio_npente naquele gráficas. Então nós descartávamos, in limine, essas ide- zantes mas, também, aquelas que são controladas atra-
cêlebre doeumento_do PREVSAÚDE. Lá estão -todas as , ias. Ultimamente, com o agravamento dos Índicadores, vés de programas especiais, como a tuberculose e a an-
diretrizes, há três anos foram estabelecidas todas as dire-- com a deterlorização dos indicadores sócio-_econômico, ciania
tri.Zes maiores com relação à formulação de urri progra- nós passamos a considerar que isso tivesse importân9_ia __ Tl:).mbém aí existem probleffias seriíssimos das doenças
ma de planejamento familiar. -_taínbé"m por essa razão. V. Ex' insiste apenas no aspecto diarrêlcas. Nessas regiões hã um pfedomínio -nítido das
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção !I) Quinta-feira 18 0735

grandes endemias, principalmente da febre amarela, ma- exemplo, um anticoncepcional oral à mulher partira da faixa da patologia, o que a mulher apresenta inde-
lária, a esquistossemose, a doença de Chagas, a Leishma- das 35 anos de idade, eu aumento o risco de sua vida. pendente de usar pflula, o estado, a higidez da mulher, o
niose, enfim, todas essas patologias que se enquadram Isto estã provado cientificamente, não é uma correlação que favorecia sem as pílulas.
dentrQda patologia da pobreza. Este ê o parâmatro infe- linear, não; estâ verdadeiramente provado.
rior. O parâmetro superior nossO é que ein outras áreas, O SR. MARCONDES GADELHA- Não. O que eu
as áreas mais desenvolvidas do nosso Paí_s, há um pre- O SR. MARCQNDES GADELHA - Gostaria de quero saber ê o seguinte: se o maior índice de obtuário é
domínio nítido das doenças do desenvolvimento._ E aí o perguntar a V."Ex.': se não houvesse o uso de pílulas, al- devido àquelas doenças que estão associadas com pílu-
quadro é totalmente diferente do anterior. Há um pre- teraria a incidência de doenças cérebro vasculares? las, então na ,grande maioria dos casos nós não devemos
domínio nítido das doenças cardiovasculares, das neo-
O SR. WALDIR ARCOVERDE- Nobre Senador, recomendar pílulas. Somadas as cardiovasculares e a
plasias, dos agravos à saúde mental, da violência, dos
se estou dizendo a V. Ex• que se ela usar pílula vai agra- neoplasia, qual o percentual do obtuârio de mulheres
aciden.tes, enfim, é toda aquela patologia, que se relacio-
var o problema, é porque essa situação, aqui, jâ está em idade fértil?
na à poluição, é toda patologia que Caracteriza as áreaS
desenvolvidas do Pais. ~ dentr_o deste contexto em_ que agravada. Foi o uso inadequado que n6s vinios aí, por
nos encontramos .;..que nós terrios que desenvolver essas parte de mulheres, a partir de 35 anos de idade, de méto- O SR. WALDIR ARCOVERDE- Quase 40%.
atividades de atenção integral à saúde da mulher, com dos não compatíveis com i sua idade nem com as pato-
concepções totalmente diíeriiites de área para área, com logias que elas têm. Nós vimos ai que mUlheres acima O SR. MARCONDES GADELHA - Quase 40%
necessidades totalmente diferentes. Então, é um piogra- dos 35_ anos de_ idade estão utilizando anticoncepcionais das mulheres em idade fértil. Então isso significa, no
ma que deverá ser o mais eclético possível, o mais maleá- orais. Ora, se isso é um fator de risco, é um fator de . meu ~ntender, que "49% das mulheres em idade fértil não
vel, o mais realístico possível. agravamento, clarO que vai auinentar a mortalidade. devem tomar pílula anticoncepcional. Foi essa a questão
V. Ex~ me perguntou, no final, como o Ministério da Isso está provado cientificamente, não estã no plano da correlação linear.
Saúde escolheria o método, já que ele combateu uma mais do acho, eu penso.
série deles, enfim, qual seria o seu método de escolha. O SR. WALDIR ARCOVERDE- O que eu disse
Diria a V. Ex• que não existe esse método de escolha. O SR. PRESIDENTE (Mârio Maia)- Satisfeito, Se- foi o seguinte: que ã. pãrtir dos 35 anos de idade o risco
Exís"tem "n" métodos de planejamento familiar, e o su- nador? aumenta. Se nós pegarmos um grupo de mulheres ...
cesso de_ um planejamento familiar está em se ter um
maior número possível de opções, para que a mulher, li- O SR. MARCONDES GADELHA - Em outros O SR. MARCONDES GADELHA- Mas, Excelên-
vre e conscientemente, possa escolher um método que pafses essa atitUde também foi assumida? cia, isso não é mais risco, isso ê uma doença cerebrovas-
melhor lhe convier, após ouvir a recomendação médica. cular. Hã uma relação mUito forte entre o agravamento
Não é o mêdico que indica o método. É a mulher que es- OSR~ WALDIR ARCOVERDE- No mundO intei- de doenças c"erebrOvasculares e o uso de anticoncepcio-
colhe o seu método, dentro da infQrmação que ela rece- ro. nal, entre neoplasias e usos _de anticoncepcional. Isso
beu e dentro das recomendações médicas, dentro daquilo O Sr. pega a bula de qualquer anticoncepcional-va- contra-indica formalmente, absolutamente, totalmente,
que melhor lhe convier, para isto o Ministro da Saúde, mos falar no anticoncepcional oral- e vê que em todos completamente, sem qualquer sombra de dúvida, o uso
na parte de subsídios programáticos, que é esse papel os países as contra-indicações, as indicações, todos, sem de anticoncepcional. Se 40% de mulheres têm neoplasia,
que V. Ex• tem aí ern vermelho, oferece um levantamen- exceção, são as mesmas. morrem por neoplasia, e de doenças cerebrovasculares,
to de todos os contracpetivos em uso disponível no mer- então 4Q~Ç daS mulherris em idade- fértil não devem to~
cado brasileiro e internaciotial. O SR. MARCONDES GADELHA.- Sr. Ministro, mar pílulas. Esta é a minha concll.lsão.
Esta foi uma contribuição, também, que o Ministério não estou discordando desse aspecto.
da Saúde trouxe, aqui, mostrando as complicações de O SR. WALDIR ARCOVERDE- Não. Não é isso
O SR. WA!.-DYR ARCOVERDE- Então V. Ex•
cada um desses ,métodos e a sua indicação maior. não. Eu realmente estou tendo dificuldade em lhe expli-
Tenho -â-impreSsã'o que assim ficam respÕildídis- as me desculpe, mas eu não entendi, não conseguí enten--
der; a falha talvez seja mii1.ha. car. O problema talvez realmente seja meu. Eu disse
perguntas de V. Ex•, a não ser que não tenha anotado
aqui que nós íamos pegar um contraceptivo oral para
todas elas.
O SR. MARCONDES GADELHA- Nós estamos podermos demonstrar essas coisas. Se nós pegarmos
diante de uma proposta de planejamento familiar, e te- uma população de mulheres com mais de 35 anos de ida-
O SR. MARCONOES GADELHA - A minha im- mos que escolher métodos. O método mais prãtico até de, e um grupo de mulheres, e esse primeiro grupo to-
pressão, Sr. Ministro, é que não responde no aspecto, mando__ o contraceptivo ora(, e este outro grupo, que é o
aqui usado no mundo inteiro, com todos esses riscos, é a
por assim dizer, da atitude genérica que o Ministério as- grlipo -teste, sem- tomar o contraceptivo oral, certamen-
pílula anticoncepcional. No entanto, foi feita aqUi, ·atra-
sume com relação a um determinado método, no caso os te, a mortalidade do grupo que estã tomando o contra-
vés da palavra do Ministro da Saúde, uma tistagem de
métodos anticoncepcionais, porque se V. Ex• enfatiza,
doenças com maior incidência, cOmo se isso fosse um ceptivo aumentará, e muito, em função do agravamento
na sua exposição, a incidência brutal de doenças
mecanismo pãra proteger a mulher brasileira contra o das doenças cardiovasculares, em relação àquela que
cérebro-vasculares e neoplasmas malignos, estabelece
uso da pílula que outras mulheres f~m no mundo in- não ·está tomando nada. Quer dizer, se a mulher acima
uma correlação linear com a atitude de cuidado com re-
teiro, mesmo sabendo desta incidência. Se levássemos de 35 anos de idade tomar contraceptivo oral, ela está
lação a esse método contraceptivo. aumentando o seu risco de morrer de doenÇas cardio-
em consideração outro inétodo, nós estarfainoS-prote-
gendo a mulher brasileira~ Esta é a minha pergunta. vasculares.
O SR. WALDIR ARCOVERDE- Esta~ a minha
obrigação. - O SR. WALDIR ARCOVERDE - Claro que es- O SR. MARCONDES GADELHA- Sr. Ministro,
O SR. MARCONDES GADELHA - Perfeito. taríamos. Se eu utilizar qualquer outro método que não as estatísticas brasileiras apresentadas por V. Ex• dizem
seja o l;!.nticoncepcional oral nas mulheres acima de 35 o seguinte: óbitos de mulheres entre 15 e 49 anos, por
O SR. WALDIR ARCOVERDE- ta obrigação de anos, claro está que eu vou melho_rar o quadro de mor- causa:-doença do aparelho circulatório, 28,78%; ni:opla-
chegar, chamar e apresentar os riscos que cada método talidade. Quanto mais métodos se tiver disponível para sias, 15,67%. Se V. Ext somar isso dá 44%. Então V. Ex'
tem. Acho que não é só a obrigação do Ministério, mas õpção da mulher, melhor será a aceitação do programa como profissíonal, como médico, em sã consciência,
do profissional. e melhores serão os resu1tado_s desse programa. ., prescreveria um anticoncepcional para um paciente por-
tador de neoplasia'? Eu não digo nem neoplasia, mas de
O SR. MARCONDES GADELHA- Mas, do pon-
O SR. MARCONDES GADELHA- Muito obrigado Uffi:a neoplasia de qualquer patologia que pudesse deri-
to de vista da verdade científica, nós temos que exami~
a V. Ex•. - var ou se agravar pelo uso de anticoncepcional? V. EX•
nar as coisas dialeticamente, temos que responder à per~
prescreveria um anticoncepciona[ para uma paciente
gunta: se as mulheres não fizerem uso da piTula, o índice O SR. PRESIDENTE (Mârio Maia) - Está satisfeí- portadora de doença cardiovascular'? Então eu entendo
de neoplasia vai diminuir? O índice de doenças c_érebro- to? Parece que o Senador estava pensando ern enfatizar que 44% das mulheres em idade fértil estão formalmente
vasculares vai diminuir o_u es_sa ê Uma tendência inevitâ- a indicação de métodos cirúrgicos ou esterilizações defi- proibidas de tomarem anticoncepcional ou então al-
vel da civilização, uma tendência ineVitáVel do progresso nitivf!S a parti~ da idade mais avançada. guêm vai ter que assumir um risco.
da medicina, cada vez mais restrita essa parte com um
método de causalidade entre uma Coisa e outra, e não te- O SR. MARCONDES GADELHA- Não absoluta-
mos., absolutamente, qualquer meio. mente. O SR. WALDIR ARCO VERDE- Não. Não é isso.

O SR. WALDIR ARCOVERDE -Jâ estâ provado O SR. ALMIR PINTQ__-- Da minha parte, o que eu O SR. MARCONDES GADELHA- Realmente eu
que este ê um fator de risco. Quando eu indico, por senti que o Senhor Marcondes Gadelha queria saber era não estou entendendo.
0736 Quinta-feira 18 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (SéÇão Íl) Abril de.1985

O SR. PRESIDENTE (Mãrio Maia)- Gostaria de, gum tempo p-ara continuar respondendo às pergumas e mente no fato de a paciente, de a mulher não tomar pílu-
para boa ordem dos trabalhos, que não houvesse apar~ considerações do Senador. la anticoncepcional, mas no desamparo governamental,
tes paralelos. está na desnutrição, está na desidratação e de uma série
O SR. WALDIR ARCOVER_DE- Não devo ter de outras conseqiiências que aparecem em relação a um
O SR. WALDIR ARCOVERDE- A base de toda a conseguido transmitir ao Senador de uma mani:ira mais rriáior crescimento da população. A população que cres-
proposta do Ministério da Saúde é a que se refere a pia~ clara, mais objetiva como essa situação realmente a-con- ce desordenadamente, gera uma deficiência econôinica
nejamento familiar. A pessoa deveria livre e consciente- tece. Eu poderia chamar um outro elemento aqui para que vai repercutir em cima da natalidade.
mente escolher. Isso quer dizer o seguinte: deveria ser que pudesse melhor fazer essas colocações com relação à Quando se vê, em um dos quadros, que a população
dada a ela todas as informações, não só sobre processo utilização dos anticoncepciona-iS, em função da idade e do Brasil cresce na faíxa etária icima dos setenta anos,
reprodutivo de um modo geral, mas sobre as suas con- de patologia. Eu gostaria de verificar a possibilidade, Sr. se verifica, com muita eloqiiéncia, que cada vez mais a
dições de saúde naquele instante e qual o método mais Presidente, de chamar aqui o Sr. Edson Barros Leal, que população do Brasil necessita de amparo. Quando se faz
adequado para ela, levando em consideração, todos es- é Presidente da FEBRASOO, Federação Brasileira de o bloqueio da natalidade, não diria o bloqueio, mas a
ses fatores, inclusive o idade. Aí o médico diria que tem Ginecologia e Obstetrícia, para que ele pudesse nos dar orientação ao casal, estamos fazendo com que o Brasil
••N" métodos que poderiam ser utilizados por ela, e ela o seu depoimento a respeito deste assunto. ajnda continue a crescer.
escolheria um desses. Alguns métodos para essa mulher Paralelamente a isto, existe a chamada medicina pre-
estaria contra-indicado. E aí nós pegamos a idade. Por ventiva, que está. dando condições à população de cres-
quê? Porque ela jã estava acima de 35 anos. Então, o O SR. PRESIDENTE (Mãrio Maia)- A Presidência cer mais. Então, se nós temos um índice de crescimento
método anticoncepcional oral não seria o melhor indica- defere o pedido de S. Ex.• acima de setenta anos, e damos proteção à mulher para
do para ela; existirão outros métodos para essas pessoas ter o número c:ie filhos sadios que necessita ter, então sig-
acima dessa faixa de idade. O SR. EDSON BARROS LEAL - Sr. Presidente, nifica, sem sombra de dúvida, um crescimento quase
quero, antes de tudo, expressar a minha satisfação de es-
que vertiginoso de uma população sadia e até certo pon-
O SR. MARCONDES GADELHA - Infelizmente tar presente nesta CPI, principalmente pelo fato de de-
to prenhe de algumas condições que seria a economia, a
eu não tenho aqui os indicadores de morbidade que V. sempenhar a função de Presidente da Federação Brasi·
educação e outros fatores que se discute em termos de
Ex• projetou aí. Ieira das Sociedades de GinecQ_Iogia e Obstelrícia e, mais
política de planejarnento familiar.
ainda, preocupado com esta política que o Brasil co-
meça a agilizar. que é a relacionada com o _que eu costu- A esterilização de mulheres do Nordeste foi também
O SR. WALDIR ARCOVERDE- ~a mesma coisa. enfatiZada em utn -dos slides. Em cima daquela popu-
mo chamar de orientação familiar, eu não diria planifi-
O SR. MARCONDES GADELHA - ~ a mesma lação, chamada população adolescente, a minha impres-
Cação familiar- af é uma questão muito pessoal. Dâ a
são -eu não estudei esses dados, não estava preocupa-
coisa! impressão de uma coisa muito adredernente preparada.
do_ com isso ,.,..,.__é_de.que repousª num fato-muito-impor~
Nãõ diriã conttoie, seria uma coisa muito rígida em cida
O SR. WALDIR ARCOVERDE- "muito pareci-. tante: a reprodução na adolescência. E isso existe em me-
de imposições. Eu diria orientação fàmiliar, no sentido
ninas de mais de onze, doze e treze anos. Há poucos me-
do. Mas é ex.atamente isso que lhe estou dizendo. de ouvir o casal, de ouvir a mulher, de ouvir o homem,
ses fiz parto em meninas de onze anos. Naturalmente foi
levar em consideração as condições clinicas de cada um, uma operação cesariana. Em decorrência da própria ida-
O SR. MARCONDES GADELHA- A morbidade ou de cada casal, as condições econômicas, as condições
é a mesma. de, isso vai gerar uma série de patologias nessas meninas.
fisícãS -e emoCionaiS, e dãf em diante ditar a forma que Inclusive o próprio parto é cheio, é eivado de problemas,
O SR. PRESIDENTE (Mário Maia)- Com a pala- mais possa convir, clinicamente falando. Deste modo, porque elas não estão ainda com a sua constituição pél-
vra o nobre Relator Almir Pinto, para fazer algumas eu aplaudo o Sr. Ministro quando enfatiza que não só vica amadurecida, de modo a suportar uma multiparida-
considerações. um método t~ valor quand_o se deseja fazer o_eqgacio- de desordenada. A minha impressão é que nos casos em
nalnento de planejamento familiar. que existe esterilização nessafaixa de meninas, de mulhe-
O SR. ALMIR PINTO -Senador Marcondes Gade- Na verdade, a pílula anticoncepcional é largamente res adoleScentes, onde já existiu um certo nómero de fi- -
lha, pelo que pude aprender, V. Ex• chega à conclusão usada no Brasil e em quase todos os palses do mundo, lhos, daí em diante a multiparidade vai gerar uma depen-
de que 44% das mulheres não poderão utilizar pflulas eu diria todos, porque na China, atualmente, a pflula es- dência negativa. em última instância, que significa cau-
anticoncepcional. ~ isso? tã em se_gurido lugar em termos de preferência. sas e condições de alimentação, de ecucação e· de saúde
Eu iniciaria pelo último assunto que foi aventado, de propriamente dita. Afinal de contas, a saúde não é so-
O SR. MARCONDES GADELHA - Exatilmente, que existe uma faixa obstétrica chamada de alto risco. mente a ausência de doenças; a saúde ê a presença física,
porque essa ~ a incidência de neoplasias e de doenças Essa faixa de alto risto é levantada pelo clínico, pelo e presença de economia, é a presença de educação. Isso é
cêrebrovasculares, fora outras não catalogadas, de uma obstetra. Nota-se, constata-se, diagnostica-se umà fase o que se viu em Genebra, hã poucos anos, quando a Or-
correlação muito forte. Eu estou apenas utilizando clínica de alto risca._ A primeira orientação d~e cl!nico ganização Mundial de SaCade se reuniu e catalogou que a
aquelas que são rigorosamente letais, fatais, e que têm deverâ ser de proibição do uso da pflula anticoncepcio- saúde ~a mulher estâ repres~ntada por ~~ses ite~s.
essa correlação forte. nal. - Quando se fala.que existê-doei1Çã. dÓ àparelho cardio-
Houve uma êpoca no Brasil em que um Ministro da respiratório acima de 38%, é aí que -entra sobejamente
O SR. ALMIR PINTO- Eu estou perguntarido isso SaCade considerou a pflula anticoncepcional como um essa política ministerial de amparo a essas mulheres que
a V. Ex• justamente porque eu havia notado aqui umas método válido para que o INAMPS fizesse o controle de atingiram 35, 36 anos e não têm o que fazer, porque não
perguntas a fazer depois, como Relator, a S. Ex.•, o Sr. alto risco. Era justamente o contrãrio. A pflula, pela as-- tem quem as ampare, e ela compra na farmácia ou -recebe
Ministro, mas senti que entre nós dois hâ um princípío sociação dos estrogêneos e da progesterona, condiciona âe quem quer qrie seja a píl~la anticoncepcional.
de metapsíquica, o meu espírito passou para V. Ex• e o uma sêrie da patologias que, se jâ existem num plano E mais, ain-da; se ela soma a idade ao fumo- que estâ
seu passou para mim. Então, estou quase me desobri· muito pequeno, tendem a crescer assustadoramente de- crescendo muito em relação à mulher- mais ainda che-
gando de interrogar o Sr. Ministro. ga a crescer essa problemática cardiorespiratória pro-
vido à presença constante de estrogêneos e da progeste-
priamente dita.
rona, embora haja a tendência internacional de se cada
O SR. MARCONDES GADELHA - Eu ganhei De modo que quando se protege a mulher nessa faixa
vez mais baixar o percentual das dosagens dessas subs-
de idade, nós estamos eliminando um índice grande de
com isso. tânCi<i.s. - -
mortalidade de mulheres. Mas a pílula, o estrogênio,
De modo que enfatizariajustariletlto o que o Dr. Wal· principalmente este, vai diminuir o índice de vitalidade
O SR. ALMIR PINTO- Mas, no final das contas, dir Arcoverde estava orientando. A pflula tem a sua vez,
queria ainda fazer algumas perguntas ao Sr. MinistrO. O da própria--mulher brasileira.
mas chega ao ponto em que ela é praticamente contra- Eu diría CjUe a polftica do Governo, se justifiCa e, mais
que eu pude entender foi juStarrierite isso: 44% das mu- indicada em relação às cardiopatias, em relação à diabe-
lheres brasileiras ... ainda, ela é bem recebida quando a coisa é entregue ex-
te, em -relação à hipertensão e em relação à multiparida- clusivamente ao médico. Acho que deveria existir uma
de, porque a própria multiparidade ocasiona ou desen- política matei-no-infantil. Quando a mulher gesta, ela
O SR. MARCONDES GADELHA .:_Em "idaàdér-
cadeia outras patologias, como seria, por exemplo, a va- pas·sa a-ser olientãda pelo médico, ou por paramédico,
til, sofrem de neoplasias e de doenças cêrebrovasculares.
ricosidade, a.s varizes pélvicas, as varizes dos membros porque o Bntsil não tem condições de dar sobrevida a
O SR. ALMIR PINTO - Perfeito. inferiores, que vai condicionar uma oUtra patOlogia, ou um pré-natal só com médico. Esse paciente vai -à matei-
outras patologias. nidade e gera um ser. Ela deve ser amparada daí en dian~
O SR. PRESIDENTE (Mário Maia)-Bom, então o Ouvir do Dr. Waldir Arcoverde, em relação ao Nor- te, 4eve ser 9lhadu, ciciada, em termos de prevenção, se
diálogo e as perguntas estão concluídas. O Sr. Ministro deste, que há um maior índic.e de mortalidade. Eu consi- existe ou não patologias, Enquanto, por exemplo, uma
estâ satisfeito_ em respciitder ou pretende usar maüf ar~--- defo-que esse-nulior -Índice de moftalidade não estâ so~ cesária não gera ·uma patologia cervical, a multiparidade
, Abril de 19~5 DIÂRIO DOCONGRESSONACIONAL (Seção II) Quinta-feira 18 0737

gera essas patologias, gera o pró-lâbio cervical, gera a Comissao, sObre-o meSmo assunto. O Ministro conhece terna. E o planejamento fai!Ji_liar, chamado assim, tem
cistocele, gera a retocele, e outros. o programa que desenvolvemos na Secretaria Qç Saúde e também o objetivo de impedir, de prevenir a gravidez in-
Então, quai'tdo a pessoa termina o puerpério e vai para Bem-Estar Social dp Estaçlo do Paraná. Eu quero desejada, com isto favorecendo um índice tão alarmante
um ambulatório de controle ou de orientação familiar, cumprimentá-lo, e ao mesmo tempo, manifestar a alegria de mortalidade mateinci, por causa de abortos infectados
preCisa desses parâmetros. Se a mulher chegou a uma da coincidência imensa de pontos de vista entre o pro~ e abortos clandestinos~ Sem dúvida- vou dar uma opi-
fase de multiparidade, para que dentro daquelas con- grama que: desenvolvemos no Paraná e esse do Minis- _niã_p- pessOal- mUitos segmentos da sociedade têm equi-
dições econômicàs e emocionais dela e do casal, possa tério da Sa_úde, porque nós entendemos que não há outra vocadamente pleiteado e trabalhado pela legalização do
fazer-se a distribuição dos métodos, mostrar os métodos: [_Qrma mais adequada do que esta proposta, quando ten- aborto, que eu considero uma violência, -porque todos
'"olha, minha filha, o método que dá menos problemas, ta atingir objetivo de assistência ~n,tegral e global à mu- aqueles que trabalham pela defesa da saúde da pessoa
para que a-senhora daqui a dois anos possa voltar e ter lher, independente da fase e do ciclo em que ela se encon- humana não podem, a não ser por incoerência, defender
um novo filho é o dispositivo intrauterino, que tem uma tra, ciclo reprodutivo. a legalização do aborto, porque o aborto é uma violência
gama de c_ondições positivas em relação à própria pílula Seria, num pãís em fase-de desenvolvimento, inoportu- no aspecto_biológico, no aspecto jurídico e no aspecto
anticoncepcional, são os outros métodos que não dão no n·ós ateõtar-rriãs pata um aspecto exclusivo do plane~ moral. Então, se nós queremos diminuir o abortamento
uma garantia de não haver uma nova ges_tação, no senti~ jame!'lto familiar que muitos teiinam, oli por ign_ofãnCia~ que resulta em grande parte da gravidez indesejada, nós
do de ev_itar abortamentos. ou por má fé, em confundir com controle da natalidade, temos qU:e incentivar a- implantação de programas deste
De modo que há uma série de coisas, uma série de mé- a querer obter um resultado meramente de redução de tipo, para proteger a ·mulher, para proteger a família, e a
todos que são importantes. Eu acho que o Ministério, crescimento demográfico, quando na realidade o proble- solução não ê-, nunca, legalizar o aborto.
através do Dr. Waldir Arcoverde está certíssimo, a Fede- ma neste País é muito mais sério. Eu gostaria ainda de tocar num outro ponto, pois sei
ração Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia também Tentamos atingir, em primeiro lugar, pelo direito que que ê sUa preoCupação: o tabagismo tem uma influência
olha as coisas por esses ângulos, porque, a meu ver, em as pessoas têm ao acesso à educação e aos meios para muito grande na morbidade e na mortalidade. E também
relação aos países que fazem há muitos anos uma políti- tornar a sua famnia digna de ter uma vida profundamen- a preocupação para proteger a saúde da mulher ê nós
ca de orientação familiar, essa é a forma médica ideal de te assistida em todos os sentidos, um ser humano inte- çombate_rmos o tabagismo. No nosso Estado nós oficia-
se proteger a mulher brasileira. -gral. E este objetivo apresentado pelo Ministério atinge lizamos um programa que foi com grande dificuldade
plenamente a esse escopo. O planejamento familiar, da implantado, rnas que gostaríamos de ver o Ministério in-
O SR. PRESIDENTE (Mário Maia)- Satisfeito, S_e- centívar essa luta tão necessária, porque ê, sem dúvida,
forma que está colocado, como uma atividade dentro da
nador? Tem a palavra o Sr. Ministro. um dos maiores problemas de saúde pública. O Sr. Mi-
assistência integral à mUlher, nós vamos também atingir,
O SR. WALDIR ARCOVERDE- Eu estava aqui a sem dúvida, O equilíbrio no crescimento demográfico nistro sabe que uma das causas maiores, depois da fome,
pensar onde é que estaria a nos-sa confusão, Senador. - s-Cm ser o objetivo principal. E mais ainda; o objetivo é; ·sem dúvida, o tabagismo _na morbidade e na mortali-
principal deve ser o de justiça social, porque se é dada à dade.
O SR, MARCONDES GADELHA - Vão pensar camada da população mais bem aquinhoada em recursos E, por último, eu quero cumprimentar a equipe do Mi-
que estamos_ travando um diálogo de surdos. financeiros e na escala social acesso à ed.ucação e aos mé- nistério da Saúde que elaborou o programa e não deixou
todos de planejar a sua família para ter seus filhos e sua neilh-unfSenão sem ser analisado, inclusive com os fluxos
O SR. WALDI.& ARCOVI':RDE- Veja bem, talvez necessários da operacionalização de um programa de tal
família crescendo dignamente, à camada menos favoreci-
eu faça as colocações em termos de população, para que ordem. Nós acreditamos, pela experiência que tivemos
da deve se dar também a mesma oportunidade para efeti-·
a gente possa entender o que é a morbidade e o que é a no Paraná, naquele programa inêdito._O Ministério nes-
varmós ajustiÇa Social. E ao Estado cabe suprir essa de·
mortalidade. se caminho vai ter amplo sucesso se conseguir sensibili-
ficiência.
A população feminina, de 15 a 49 anos, correSponde a zar a área econóni.ica, para dar recursos financeiros, por-
31,5% da população geral, ou seja, vamos colocar 30% Sem dúvida, o Ministério tem lutado com grandes difi-
que sem dinheiro nada se faz. E, realmente, o Ministério
para efeito de _cálculo, para melhor raciocínio. Varrfos Ciifãade, porque ainda neste País educação e saúde não
-tem a prioridade devida que deveriam ter, infelizmente. está no caminho certo. Só é preciso que a área económi-
ver: 30% dá 40 milhões. São 40 milhões de mulheres nes~ ca acredite e invista maiS recursos.
sa faixa, essa faixa contribuí apenas com 6,9, 7% do_s Óbi~ Com raras exceções, os economistas entendem que in-
vestir em educação e saúde não é bom, porque o retorno Muito obrigado, Sr. Mb1istró. E gostaria de obter as
tos, que acontecem no Brasil, na ordefll de l milhão e ~O suas respostas.
é muito lento e demorado 1 enquanto que realmente ore-
mil por ano.
torno mais correto para·ter uma população desenvolvida O SR. PRESIDENTE; (Mário Maia)- Passo a pala-
O SR. MARCONDES GADELHA -.Bo!1t, mas isso em todos os sentidos, ê, ~em dúvida, colocar a educação vra a() Sr. MiniStro; para responder não propriamente
é o que nos interessa para efeito de planejamento fami~ -_e·a saúde-como inyestimento prioritário.
perguntas, porque o nobre Deputado Oscar Alves, em
fiar. Por isso é que os recursos são escassos para a edu- verdade, não fez perguntas objetívas, irias considerações
cação e para a saúde, a rede de saúde, a rede bâsica está sohre a sua exposição.
O SR. WALDJR ARCQVERDE -:-_Deixa eu termi- -ainda muito longe daquilO_ que o Ministério deseja, em-
nar de explicar, para ver se a gente chega a uma com- Concedo a palavra ao Sr. Ministro para fazer, tam-
bora tenha lutado muito para atingir esse objetivo. E por bém, considerações sobre as considerações do Deputa~
preensão.
isso que a educação às vezes é esquecida. do. ·
Então, a população que morre, corresponde a 6% ape-
O Presidente da FEBRASGO salientou muito bem: o
nas daquelas mulheres que estão entre 15 a 49 anos, que O SR. MINISTRO WALDIR ARCOVERDE- De·
termo exato não s_eri~. "planejamento familiar". Seria a
são 40 milhões d~ mulheres. Isso não quer dizer que to· putado Oscar Alves, meu prezado Secretário da Saúde
orientação que nós empregamos no Paraná, seria a edu-
das essas mulheres que morreram tivessem essas patolo· do Paraná, até bem pouco tempo, eu a aprendi o admirar
cação familiar. O componente mais -iinportante deve ser
gias. Não sei se deu para V. Ex• entender. Então, elas es· e o respeitar pelo seu trabalho_ em prol da elevação da
a educação.
tão sujeitas a riscos diferentes de adoecer e morre_r. Ago- qualidade de vida dO povo paranaense, mostrando os as-
ra, daquelas que adoecem e morrem, realmente há Um E aqu1 me permite Sr. Minístro. Embora esteja no pro-
grama como o item 1', "educação e saúde," mas no de- pectos de saúde, fazendo ressaltar os aspectos de saúde e
agravamento de situação, se nós utilizarmos determina- fazendo com que o GovernO do Paraná entendesse que
dos contraceptivos que não tenham_uma indicação médi- senvolvimento C sua exposição não foi enfatizado esse
segmento tãQ irr.,.>Ortante da educação. sáú'de era prioritária e, realmente, o foi em todo o seu
ca precisa, face à possibilidade de agravamento do peiíOao.-
problema se utilizar o método incorretamente. Não sei se Nós implantamos esse programa lã, não exclusiva-
mente como médico, caro colega, porque o médico é im-
deu para ficar claro. O SR. OSCAR ALVES- Obrigado a V, Ex•
portante, más talvez não seJa nem o mais- impOrtante dOs
Eu fiquei a pensar onde~ que estava a nossa divergên-
profissionais num programa de tal emergência. Nós utili- O SR .. MINISTRO WALDIR ARCOVERDE -
cia, e me pareceu que era aí.
zamos a educador_a, a pedagoga, treinada especificamen- Mas, o meu prezado amigo Oscar Alves teceu uma sêrie
O SR. MARCONDES GADELHA ~Muito obriga- te para a saúde, e as colocamos em todas as equipes re- de considerações~ Parece-me que S. Ex• se ateve a três
do a V. Ex•, gionais, pa-ra SUpervisão ConStante de edu~çãó e saúde. itens básicos: o primeiro, é que concorda em gênero, nú-
O papel do educador ê preponderante num programa de mero e grau com o programa do Ministério da Saúde.
O SR. PRESIDENTE (Mário Maia)- Damos então, tal ..abrangência. A penas S. Ex• _gostaria que os aspectos educacionais, os
por encerrado o diálogo entre o Sr. Ministro e o Sena- ~-Outro por t J que eu gostaria de abordar, Ministro, aspectos educativoS _tivessem iilna ênfase maior. Eu diria
dor. q·ue tãriibém T áo vi destacado na sua exposição, ê a preo- que aqui eu concordo plenamente _com S. Ex• porque
Vamos então, passar ao inquiridor seguinte, o Depu- cupação com o aborto . .Sem d_úvida,_o_abOI'tamento êum guando nós _listamos a educação em primeiro lugar, não
tado Oscar Alves. grave problema, eu diria, de saúde públiéa neste Pafs. eri.iraffios num deialhe maior- pÔrque -0 que nós estamos
O SR. OSCAR ALVES - Em primeiro lugar, gosta- Nós"Sabemos, por estatlsticas que não são precisas, que apresentando hoje a esta Casa, a esta Comissão Parla-
ria de cumprimentar S. Ex•, o Ministro Waldir Arcover- ultrapassam a casa de 2 milhQes os a_bortOS clandestiilos mentar de Inquérito são apenas subsídios para um pro-
de, pelo excelente programa que apresenta hoje, nesta e que tem um papel.preponderante na mortalidade ma- grama de atendimento integral à saúde da mulher e da
0738 Quinta-feira !8 __DIXRIO [)O CONGRESSONACIONAl(Seção]I) _··•· Abril de I 985

criança. Ora, se são subsídios, eu n·ão deverei fazê~ lo sob Ex~ Eu acho, particularmente, que não há explo~ão de- específico, ele age apenas e tão-somente ns. fertilidade.
a forma programática. No instante em que o Governo 11~ mogrãfica nO Brasil: A causa do desemprego não é devi- Um é abrangente, um age em todas as necessidades, ao
zer o seu programa de atendimento integral à saúde da do a nossa grande explosão demográfiCa. Nós, nordesti- passO- que o outro é específico, age apenas, e tão-
mulher, em que exista a ativídade de planejamento fami- nos, sabemos que há abundante desemprego no Nordes- somente, na fertilidade. Essa é a grande diferença.
liar, é desse programa que nós vamos extrair os conteú- te..Há mào-de-obr~ ociosa no Nordeste não por excesso A questão do números de filhos etc., realmente é um
dos para primeiro, o treinamento do pessoal de saúde; de mão-de-obra, mas por falta de trabalho, de empregos. c-omponente educativo maior. Existem algumas infor-
segundo, as informações necessárias parã toda popu- Não há nenhuma atividade mais naquela região. E nós, mações de ordem estatístícas que mostram que no após-
lação e, mais especificamente, para tadÕs os_s_egmentos nord~tinos, sabemos que há uma grande rarefação po- guerra, quando a França precisava fazer um reposição
a
populacionais, a fim de que informação realmente che- pulacional no Nordeste. Nós sabemos que de vinte em da sua população que ela perdeu nos campos de batalha,
gue e seja absorvida, que ela seja digerida, que não seja vinte, de dez em dez, de trinta em trinta quilômetros sem que o Governo promovesse absolutamente nada,
apenas ingerida. Por isso é que nós não entfam-os num encontra-si: um casebre miserável plantado naquelas pa- houve um aumento do número médio de filhos por casal,
detalhe maior. Mas concordo plenamente em que o fator. ragens. Se levarmos esta vis_ão para o Norte, para as até c-hegar ao nível de reposição ideal da sociedade. E a
educacipnal é primordial dentro de um programa tão imensidões do Pará e da Amazónia, de todo esse terriK partir desse nível, novamente caiu a: fetilidade. ,No mo-
abrangente quanto este que nós estamos propondo. tório da Amazónia, sentimOs que é muito mais grave a mento em que houve a reposição, ela voltou a crescer,
Em segundo lugar, quero tecer algumas considerações ra~efação do que a densidade populacional. Então, não como vinha crescendo no período anterior à guerra.
com relação ao aborto. acredito que o Brasil atravesse ainda a fase em que tenha Então, isso é componente educativo puro ,e simples.
Nós diríamos qUe as estatísticas São, realmente, isola~ nec_essidade de fazer um planejamento familiar ou o con- Nós tiveiDOs, podemos dizer assim o boom ou a expio~
e
das e parciaiS -difícil de realmente termos uma codifí~ trole da natalidade. Porque a diferença, a meu ver, entre são, podíamos chamar assim, lã pelos anos de quarenta
cação maior com relação à incidência ou à prevalência planejamento familiar e controle da natalidade, é apenas ou cinqUenta, ou até sessenta, em que nós crescemos por
de aborto em nosso País. De qualquer modo, alguns es~ que, um é bas'eado na educação e o outro é forçado. Um volta de 3.2%. Hoje, nós estamo.s cresçendo 2,1 a 2. Quer
tudos existem e mostram, dependendo de área para área, é ~pontâneo, se faz o controle da natalidade espontâ- dizer, estamos claramente num período de transição
um incremento de 30 a 150%. . neam_ente, por convencimento, por determinados fato- quanto à população.
Acredito mesmo qUe esta Casa, que ê a Cása do povo, res; e no controle da natalidade hã quase que uma obri- Foi demonstrado na própria tábua de vida e na pirâ-
é o melhor lugar para se debater esses assuntos, para Sa- gatoriedade de se_ Gontrolar essa nata!iOade. mide populacional claramente ~ue está havendo um. es-
ber o que a sociedade pensa e ,quer. O que o MinistériO Mas, Sr. Ministro, temos visto que o Nordeste não treitamento da barra da população de zero a 4 anos e es-
da Saúde pensa, a respeito desse assunto, é que a pre- tem explosão demogrâfica. A causa do empobrecimento tá alargando a base dos 70 e mais.-ISSO-deniõnStra que O
venção é a palavra chave. Então, se a nossa palavrá cha- do Nordeste não é devido à explosão demográfica que Pãís está num envelhecimento. Estamos numa fase de
ve é. "prevenção", nós temos que levar em consideração nós estamos atravessando. Há realmente_um inchamento transição para o envelhecimento da população. E mais:
o que que nós temos realmente para oferecer à popu- nas grandes metrópoles. A população dos campos foi - qUando eu disse que hoje somos 8 milhões de velhos, e
lação são informações e· meios, para que nós possamos atraída para as grandes cidades, e isso naturalmente que no ano 2000seremos 19 mithões, teremos uma incor~
evitar a gravidez indesejada e, conseqUentemente, o causou os seus problemas. Sr. Ministro, e aí vai a minha poração de 60 a 10 milhões de pessoas a mais, esses 70
aborto. · pergunta, parece que hâ uma espécie de defesa da pró- milhões de pessoas a mais só se dará se as taxas de natali- .
Achamos que mesmo o aborto sendo legalizado, ele pria natureza que cria armadilhas para se proteger. Nós dade ou a taxa de fertilidade conservar-se nos índices
será sempfe uma agressão ao organismo da mulher. Não sabemos que onde há uma ra,refaç_ão populacional, onde atuais,_ quafl:do_ sabemos que isso não é verdade, porque
é porque nós vamos legalizar o aborto que ele deixa de exlste pobreza, parece que aumenta a fertilidade das mu- estâ cairldo. Então, esses 70 milhões de novos brasileiros,
ser uma agressão; ele continua sendo uma agressão, e lheres, e as fam,ilias crescem enormemente. Isto também provavelmente, não os teremos, porque se seguirmos a
esta é a posição do Ministério da Sã:úde. é verdadeiro para os lugares onde existem densidades de- te.J]dência de uma série histórica, vamos verificar que es-
Com relação ao fumo, eu sei que õ Deputado Oscãr mográficas enormes como na Europa, em que essa ferti- tá caindo. Tanto é verdade-que a fertilidade caiu de 6.2%
Alves tem um programa muito intenSo, desenvolveU -uni- - !idade baixa a tal ~onto qu_e chega a_p~~~cup~_r_o~_(3_~~e~- i?~~~ 4~_num_p~r~a:c!ft_curt9__de 15 ~nos, aPr-oximadamen-
programa mui to intenso no Paraná. E eu gosta-ria de -di- - te. -- -- __ _ . _ ·
zer que, nós estamos trabalhando com uma associação Eu lembro que quando eu tive ocasião de viajar pela O SR. PRES1DENTE (Mário Maia) - A palavra
médica também nesse caminho. continua franqueada aos Srs. Parlamentares.
França, os jornais, as revistas, as televisões, faziam pro-
paganda pedindo às famílias que auÍnentassem os núme- O SR. LOURIVAL BAPTISTA - Sr. PrOsidente,
O SR. PRESIDENTE (Mário Maia)- Com a pala- ros de seus filhos, dos seus descendentes, porque a peço a palavra.
vra o Senador João Lobo, para inquirir o Si:. Ministro~ França estava ficando sem juventude. Nos países nórdi-
(Pausa.) Antes de S. Ex.' falar, o Sr. Ministro deseja dar ços, na Holanda, Dinamarca, estes festivais de pornogra- O SR. PRESIDENTE (Mário Maia) - Concedo a pa-
uma informação. - fia d~;. "stríp-terse", parece que tinha só o sentido de des- lavra ao nobre Sr. Senador Lourival Baptista.
pertar a sexualidade dos casais. Ninguém via casais
O SR. WALDIR ARCOVERDE- Eu estou receben- abraçados, ning1,1ém via mais- essa comunhão çie jovens; O SR. LOU RIVAL BAPTISTA -Sr. Ministro, d.eve-
do uma informação aqui Qo Secretário-Gerai de que estava havendo era uma diminuição perigosa da natali- ria estar presente aqui desde o início da sua palestra, mas·
· houve entendimento por parte de algumas·pessoas aqui daçl_ç. Essas coisas parecem ser armadilhas criadas pela ti vem os uma aUdiência com o Senhor Presidente da Re-
do plenário que o Ministério da -Sãúde deseja legalizar o próptla natureza. Eu queria perguntar a V. Ex' o seguin- públicae chegamos há pouco. Não tívemos a grande sa·
aborto. Eu tenho a impressão que não. Eu tenho a im- te: é realmente assim que se comporta o aumento popu- - tisfação de ouvi-lo. Naturalmente V. Ex• há de ter expli-
pressão Cjue disse exatamente o contrário. Eu achO-qUe JacionaJ? É ass.im que se comporta a natureza? cado o que o Ministér(o dã Saúde tem feito com relação
eu fui claro, nisso, não? Muito obrigado, ao planejamento familiar e a explosão demográfica.
O SR. PRESIDENTE (Mário Maia)- Com a pala- Os- colegas já devem ter feito perguntas a este respeíto.
O SR. PRESIDENTE (Mário Maia)- Então, com a vra o Sr. Ministro. Mas, quando eu entrava, o Sr. Ministro dava uma res-
palavra o Senador João Lobo. posta ao Deputado Oscar Alves a respeito do combate
OSR. WALDIR ARCOVERDE-Eu lhe diria o se- ao tabagismo. Eu não sei, mas creio que a pergunta do
O SR. JOÃO LOBO -Sr. Presidente desta Comissão, guinte: as Nações que hoje têm índices de crescimentos eminente Deputado Oscar Alves deveria ser nesse senti-
Sr. Ministro Waldir Arcoverde, em primeiro l!Jgar, os baixos, também pasS3.raQ1_ por crescimentos altos, o do.
nossos cumprimentOs pela brilhante exposição de V. Ex', Problema todo está, como V. Ex~ col-ocou, nas questões Pergunto, então, ao Sr. Ministro: quais as providên-
fundamentada, que traz grandes subsídios para estaCo- ligadas a planejamento familiar e a controle de natalida- cias que têm Sido tomadas para o combate do tabagismo;
missão. de. Vamos sair por aí para ver se a gente consegue um este nefasto vício que atinge, hoje, muitas mulheres? São
Sr. Mínistro, eu não sou mêdico, eu sou en'{~:enbeiro:e bom entendimento. 25 milhões de fumantes no Brasil, sendo que 16 milhões
gostaria de enfocar o problema que ê o.objetivo desta Nós_en_~er:t_demos que o.pla_nejamento familiar, é muito são_ mulheres, e aumentando cada vez mais. Elas deve-
Comissão. Esta CoriiiSSão inVeSfíia os pro&lenlas- Vi~Cu­ abrâ.ngente. Não vê apenas uma atividade; vê a mulher e riam compreender o mal que isto lhes causa, a seus filhos
Jados ao aumento populacional. a criança no seu contexto social maior e busca meios e menores, aos amigos que vão visitá-la em casa etc., etc.
Eu acho que não temos importado muita coisa boa. O modos para atender, não só as suas necessidades imediaK Então, não queria me alongar muito, porque a hofa está
Brasil realmente está nesta fase de crescimento, e tem tas de saúde, 'mas também a promoção da sua saúde, em vançada. Qt,1Cria fazer urn apelo ao Ministêrio da Saúde
que importar. Sô se :lprende as coisas por imitação. En- toda a sua integralidade. para que intensifique esta campanha centra o tabagismo,
tão, entre as coisas que o Brasil importou, está uma Assim, o planejamento familiar busca a reduÇão da porque o Brasil precisa que as mulheres continuem belas
grande preocupação com o aumento populacional, com mortalidade infantil, a redução da mortalidade em geral, e formosas.
a explosão demográfica. · busca -o ·aumento da expectativa de vida das pessoas, ou
Eu quero, Sr. Ministro, dar a nlinha opinião de políti- se}a;· uma -elevação da qualidade de vida do indivíduo O SR. PRESIDENTE (Mário Maia)- Concedo a pa-
cO e de engenheiro, e depois fazer uma interpelação a V. · com_o um todo. Ao passo que o controle da natalidade ê lavra ao Senhor· Ministro.
Abril de I 985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Quinta-feira~! S 0739

O SR. MINISTRO ARCO VERDE-- Eu queria dizer miliar da mesma maneira como defendemos o direito O SR. WALDIR ARCOVERDE- Professora Ana
ao nobre Senador que concordo com S. Ex•. Acho que as que a pessoa tem de morar, de vestir de c;ducar7 se, e ter Maria, a sua pergunta foi a mais abrangente. Eu gQStaria
mulheres brasileiras devem ·continuar belas e formosas. liberdade. de fazer algumas colocações aqui. Depois, quando nós
Mas respondi ao nobre Deputado Osc-ar: Alves, quando Então nós acreditamos que esse debate tem que ser fei- entrarmoS no_assunto eminentemente técnico, eu gOsta-
S. Ex• se referiu ao problema do tabagismo, que_ o Minis~ to dentro da mãxima natU:ralídade, -sem preconceitos, ria de pedir a colaboração do Professor Aníbal Fagun-
tério da Saúde tem desenvolvido esforços em conjunto sem_ mitos, sem t<ibu. porque ê através de um debate des, que é médico ginecologista, obstetra e professor de
ou em apoio àquelas atividades, que hÔje são desenvolvi~ sério e bem intencionado que certamente nós encontrare- ginecologia e obstetrícia da Universidade de CampTnas,
das pela Associação Médica Brasileira, porque acho que mos as melhores soluções para a questão. Daí por que bem como Superintendente do Hospital das CHnicas da
este é o melhor fórum para debates do _as_sl!.nto~ O Minis-- quero mais uma vez cumprimentar o Sr. Ministro por cidade de Campinas, e foi um dos assessores da nossa
tério da Saltde tem apoiado todas as ipiciãtiVas da Assoo; . essa sua atitude de vir -a esta Comissão para debater com equipe que elaborou este documento.
ciação "Médica Bras_ileira, sinceridade e com desarmento de espírito um Problema Mas, com relação ao problema ..
que nos preocupa a todos.
O SR. PRESIDENTE (Mário Maia) - Dado Q A S_RA. ANA MARIA -:--- Pode_ ser até que eu esteja
'Cofu referênCia ao planejamento famuiar, nós primei- fazendo_ c:olocaçôes descabidãs por não conhecer o docu-
avançado da hora.~...- queria ra:z~ um apelo aos inquitídoR _
res restantes para que fossem bem objetivos nas sUaS per- -rO coloCam-os· a decisão quanto ao espaÇamerlto entre_ Os mento.
guntas, para uqe nós não ultrapassássemos do tempo es- filhos e de engravidar ou não. Planejar a familia é decidir
tabelecido para o Sr. Ministro. basícamente quanto a estas questões: saber se vai ti{ fi- O SR. WALDIR ARCOVERDE- Ao contrário, as
lhos o.u não, qual o espaço entre uma gestação e outra, e suas colocações foram m_uito importantes e técnicas que
Não havendo mais Congressistas inscritos para faze-
rem perguntas ao Sr. Ministro, a Comissão, cóino ·de quantos filhos gestar. Bem, acredito que esse aspecto bá- vou louvar-me de uma oUtra pessoa para poder lhe res-
sico envolve a questão de saúde, devido às implícações ponder com maior conhecimento de causa.
praxe, vai conceder à pessoas outras, não parlamentares,
da multíparidade com os problemas de saúde da mulher, Mas nós gostaríamos de dizer, professora, que o Mi-
o direito de fazerem perguntas ao Sr. Ministro.
Estão inscritos a-Prof' Ftórida Adóly e a Pr_oft.:_Ana devido à gravidez de alto risco. Há um rol de questões nistério da Saúde tem pautado toda a sua atuação no
que realmente colocam o planejamento familiar na ãrea sentido de congregar todas as instituições que realmente
Maria.
Concedo a palavra à Prof' Ana Maria, que tambêffi-ê: da saúde. Mas não podemos tambêm ignorar que há ra- trabalham ou desenvolvem atividades semelhantes. As-
z.õ~ súcio-econômicas que podem levar a uma determi- sim é que nós temos nos unido dentro de uma progra-
política e suplente de Deputado. Trata-se de uma pessoa
que tem comparecido a todas as nossas reuniões e tam- _ nadã decisão com referência a quanto ter um _filho e qual . mação conjunta com o Ministêrio da Previdência e As-
bêm já foi nossa depoente. . ~ Cfespaçamento entre filhos. Por exemplo, nós temos que sistência Social, com o Ministério do Interior, com o Mi-
ver a questão dentro de um ponto de vista muito realista, nistêrio da Agricultura, e principalmente com as.Secreta-
A SRA. ANA MARIA - Muito obrigado: porquc_hã uma realidade da qual não podemos fugir. rias estaduais e ffiunicipais de saúde. Daí o MiniStêrio da
Em primeiro lugar, cabe-me cumprimentar o Sr. Mi- Muitas vezes uma mulher totalmente desprotegida tem Saúde: ter conseguido leyar avante alguns programas que
nistro e a sua equípe pelo primoroso trabalho que apre- vida sexual ati va, sem um companheiro permanente que lhe sào cometldos.
sentou e pela brilhante exposição que trouxe a esta CPI. assuma a_responsabilidade de uma possível gestação. Eu Nós gostaríamos _de_dizer que, quanto à criação desse
Como se observou durante todo o período da expo- considero que desde o momento em que exis.te uma ges- órgão interministeriat, nós não somos absolutamente
sição e dos debates, o planejainenfo familiar ê um assun- tação deve existir a responsa~itidade do co-autor daque- contra. Achamos _que é muito~ importante, desde que o
to que atinge basicamente a mUlher, porque não se falou la gestação.__ _ __ __ · Ministério da Saúde assuma a responsabilidade de ditar
aqui em pílula e esterilização para o homem. Acredito _Há tm;bêm Pr~blemas de ordem pSicOlógica: -às vezes aS pàlíticas com relação aos problemas ligados às âreas
que a nossa responsabilidade é muito grande, quando a mulher não está suficientemente preparada, so~ o ponw de planejamento familiar e trace claramente normas rígi-
usamos a palavra neste momento. to_cie vista psicoiógico, ·para assumir, naquele momento, das para o cumprimento de todas_ essas atividades. Creio
Gostai-ia de Jazer uma colocação, antes de entrar no a maternidade, e gostaria de esperar por mais algum qu~ é importante que a parte de informação e a parte de
que me interessaria mais diretamente, a proPósito· dé tinf leiftpo, alêm de dificuldades económicas. Nós _ac:redita~ educãção, que foi referida aí, não precisamos mais nem
debate que_ se travou, co_m __referência ao uso da pílula mos que há momentos em que a esposa prefere aguardar dizer, porque julgarnos que seja coisa primordial, essen-
para as mulheres acima de 35 anos ·de idade, conforme que o marido esteja empregado ou então que ele já tenha cial para o desenvolvimento de qualquer tipo de planeN-
trabalhol:i realizados, a pílula acarreta riscos para a saúde uma casa-própria. Isso fica na decisão do casal, São deci- mento familiar ou de_ conscientização em termos de uma
da mulher. Acredíto que seria de todo importante e ne- sões- que vão fnterfefir na escolha livre do casal com re- paterni_dade responsáveL
cessário enfatiZar ó riscO~dã._-pílU.la para·ã hlúlher com lação ao número de filhOs. Mas_ cmTI relação aos problemas ligados à pílula, a
idade acima de 35 anos, assim como também o risCO da gr-avidez acima de 35 anos, a utílização de anticoncepcio-
Diante_ dess:;~.s considerações, primeiro gostaríamos de
gravidez aCiriüi. dos 35 anos. Realmente, ele existe, e as saber se Õ S-r. Miril.Stro toinou -conhecimento de uma prO- nais acima de 35 anos ou às questões ligadas ao espaça-
estatísticas demonstram, isso. As mUlheres estão tendo mento gestaciorial, número de filhos, etc, etc, nós gos-
posição da Senadora Eunice Michiles, referente à criação
como causa mortis a hipertiil!ião e pioblemas vasculares, taríariws de ouvir então o Professor Ariíbat Fagurides,
de um órgão interministeriafde coOrdenação do planejaw
mas os homens, embora não tomando pílulas, são atingi- mento familiar. Qual seria a opinião do Sr, Ministro que nos falará com maior segurança sobre estes assun-
dos por problemas seme{hantes: hípertensão, problemas sobre essa proposição, muito embora nós saibamos que tos.
cardiovasculares, etc. Talvez, com esta comparação e aqui se estã falando de uma ação da área da saúde. Mas
com o número maior de dados, o nobre Senador Mar- o Sr. Ministro é uma grande- autoridade na- questão, e a O'SR. PRESIDENTE (Mário Maia)- Então, por so-
condes Gadelha tivesse atenuado e, em muito a sua preo- licit~ção do Sr. Ministro, COnCedo a palavra ao Dr. Aní-
saú.de é_uma das questões prioritárias quando se trata de
cupação, porque o risco jamaís creio eu, seria de 40% de pl~ne]~inen~o familiar. Que_ pensa V, Ex' a res_r~to de
bal F"agundes--;- pedindo a S. S• que leve em consideração
mortes provocadas em mulheres acima de 35 anos ou-eril ufn progrãmã envolvendo os MinistérioS da Siú.de, Pre- o tempo nas suas respostas. Muito obrigado. ·
mulheres crn geral. S_eria a tax·a líquida, devido ao uso da vidência e Assistência Social, Justiça; Educação. Traba-
pílula. Isso nos preocupa, porque, na verdad_e, nós nota- O SR. ANIBAL FAGUNDES- Muito obrigado,
lho, visando, além_ da assistência médica nos ani.bula-
mos que logo que foi feita por S. Ex•, o Sr. Ministro, a· Sr. Presidente. Penso que o problema mais discutido,
tórios, a educação sexual, a paternidade responsável, que
colocação a respeito do uso da pllula, toda a imprensa vieSs-e tambêm resultar ria forinação de uma_ consciência que ficou um pouco no ar, é o problema do uso da pílula
evadiu-se do recinto, já com o prato feit_o para publicar -coletiva de reprodução responsâvel'l Seria suficiente para antiCOncepcional no programa de planejamento fami-
amanhã nos noticiários; "O Ministro disse, realmente, nós atingirmos na plenitude 9~ses objetivos de paterni- liar.
que a pílula é nociva e não deve ser usada." Quer dízer dade res_ponsável, de consciência de reprodução respon- ~ bom lembrar que a pílula é igual a qualquer outro
que há uma preocupação com referência a isso. ' sável, se apenas fosse desenvolvido um programa de pta- medicamento. Alêm do efeito terapêutico que se preten-
ncjamento familiar embutido num programa de assistên- de na indicação dela, há outros efeitos secundários dife-
O SR. MINISTRO ARCOVEROE_- A-minha preo- ren-tes daqueles pretendidos por quem a use.
cupação_, se me permite, Prof' Ana Maria, ê que amanhã cia integral à saúde da mulher? Sr. Ministro, hã necessi-
dade da form-ação dessa consciência de paternidade res- Ago~a. isso obviamente não significa condenar a pflu-
saia publicado o s_eguinte; uo Ministro; ao invés de dar
ponsável e de reprodução responsâvel no Brasil diante de la, assim como nenhuiD sanlüiiísta condena a penicilina
alimento está dando pílulas. pelo fato de que proVoca alergia, choque anafilático ou
um -quadro que nos- é cõlocado no dia-a-dia, às vezes
A SRA. ANA MARIA- Essa preocupação procede, com crianças em situações, como o próprio Sr. Ministro morte. t simplesmente tentar colocar o uso daquele mé-
realmente, porque quase sempre quando se fala em pla- disse, de marginalidade, de falta de assistência? Que·açha todo dentro do marco em que os risc:os são menores e os
nejamento fam-ilia-r existem posições extremistas com re- o Sr. Ministro acerc_a_dessas questões que nós coloca- beneficias -sãO maiores. A pÍlula se diferencia de outros
lação a esta questão. Então, deve-se ter sempre um certo mos? medicamentos por duas razões: prinleiro, porque se usa
cuidado para se falar na questão. por longo tempo; e, em geral, qualquer outra droga é
Acreditamos que planejar uma família é um direito O SR. PRESIDENTE (Mário Maia)- Com a pala- usada só durante o período da doença. E a outra dife-
humano fundamental. Defendemos o planejamento fa- vra o Sr. Ministro Waldir Arcoverde. rença fundamental ê que se usain em pessoas sadias, en-
0740 Quinta-feira rs DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 11) Abril de 1985

quanto outras drogas se usam para combater uma O SR. PRESIDENTE (Mário Maia)- Com a p3.ta- Quanto àquilo que a professora Ana Maria falou, da
doença, vra o Sr. Ministro. __ idéia da Senadora Eunice Michiles, de uma secretaria de
Ora; não hf segu-ramente na Iíteratura médica ne- planejamento, ou um departamento, ou instituto, isto
nhum medicamento que tenha sido objeto de tanto estu- O SR. WALDIR ARCOVERDE- Bem. o Minis- tudo deve ficar diretamente ligado, no meu modo de en-
do como a pílula anticoncepcional. E isso permitiu à tério da Saúde tem feito um esforço muito grande no tender, ao Ministério d"a Saúde. Acho que o Ministério
medicina modCrna conhecer com muita claridade quaís sentido de desenvolver rapidamente uma infra-estrutura estã muito sobrecarregado de afazeres, e esse problema
são os riscos e quais são ãs vantaS:Cns d.3. píluíá. Os efeí- ·- de saúde em todo o País. Basta dizer que nós crescemos. tão sério, que é o Planejamento familiar, deve ter um ór-
tos secundários da pílula- têm sido muito deSt"aC:ilâos até - Nós tínhamos, aproximadamente, 5.500 unidades de gão específico dentro do Ministério para cuidar desse
na imprensa leiga, e esSCs_efeitos podem ser desfavorá--- saúde, e!!!- 1979. _Hoje,_ nós temos por volta de quase assunto, orientar e fiscalizar, dar uma ordenação, tornar
veis, e acho que o meu colega e queÍ'ido amigo Edson I 1.000 unidades de saúde, distribuídas nos 3.991 municí- a coisa oficial. E tanto é que aqui ficou testemunho que
Barros Leal colocou muito claramente os problemas ne-- pios brasileiros. o Governo quer-um controle familiar. Praticamente não
gativos da pílula. _Mas também existem efeitos secun- Temos aproximadamente 190 municípios que ainda se falou aqui em controle familiar, no aborto, na laquea-
dários positivos da pílula. Está claramente demOnstrado não têlll cobertura de serviço de saúde. Qualquer ativi- dura, coisa que praticamente não aceitamos. Falou-se
que a mulher que usa a pílula tem menos infecções pélvi- dade que o Ministério da Saúde venha desenvolver atra- em pílula. Inclusive sobre isso, quero falar a V~ Ex• Fi-
cas, tem menos doenças infecciosãi ginecOlógicas. A Vés das suas unidades, direta ou indiretamente, com re- cou aquela faixa da mulher dos trinta e cinco anos de
mulher que usa a pílula tem menos câncer de ovário. En~ lação às questões ligadas ao atendimento integral à saú- idade que não deve, por cautela, usar a pílula. Então,
tão não é qUe-a PífUia ietiha só os elementos negativos. d~ da mulher, deverão obedecer rigorosamente a deter- perguntaria, primeiro a V. Ex• exatamente isto: não se
O que o Sr. Ministro colocou e que o prog-rama coloca é iníriados preceitos. Por exemplo: para uma atividade de falou no uso do DIU se essas mulheres da faixa dos trin-
que existe um conhecimento acerca de quando a pílula é vacinação não é necessãrio que nós tenhamos um mêdi- ta e cinco anos devem evitar o uso da pílula anticoncep-
melhor indicada, e quando não deve ser usada. Então, co. Uma atividade de controle das diarréias infecCIOSas, cional. O Ministério ofereceria alguma posição pã.ra a
basta esse conhecimento baseado no fato de que em de-. nós poderemos fazer isso aí em parte com o pessoal lei- aplicação do DIU? Até agora os dois depoentes que
terminadas circustâncias hã outras alternativas de pla- go, distribuindo substâncias hidratantes, uma vez que aqui estiveram, õ Professor Walter Rodrigues e o Presi-
nejamento faQliliar muíto melhores, desde que não ve- nós-Sabemos que a maioria dessas diarréias se curam es- -dente do Conselho_Federal de Medicina, afirmaram, pe-
nha ser a pílula um único método disponível. Em deter- pontaneamente nos 5 primeiros dias. A qUestão toda é rante esta Comissão, que nada teriam ouvido ·qu-e ·con-
minadas circunstâncias, esSa estatistíca qUe a: gente- co::. manter o equilíbrio hidroeletrolítico, que nós vamos fa- denassem o DIU como abortivo. Quer dizer, eles não
nhece no Brasil estã mostrando que é amplo o número zer atravéS deSse sOro. têm, até agora, uma coisa formal, uma coisa certa, uma
de mulheres que estão usando a pílula, quando não de-. Há uma série de outras atividades de pequeno s,anea- coisa, digamos asSiffi, exata sobre se o DIU é ou não
veriam e.c;tar usando. O QUe justifiCii<-a iriterverição do mento básicO, que também não tem necessidade de aten- abortivo. Até agora, acredito que não o seja. Então, per-
Ministério no sentidO de ofei-ecer a essas mulheres ou- dimento à mulher. Mas o Ministério da Saúde não reco- gunto se hã alguma restrição do Ministério para a
tras alternativas que não a pílula, quando a indicação menda nem deseja que atividade de planejamento fami- adQção do DIU em substituição à pílula nos casos de
mais apropriada é justamente eSsa outra alternativa e liar, que tenha determinados tipos de componentes, seja mulheres portadoras de hipertensão e de outros fatores
não a pílula anticoncepcional. Não estamos imaginando feita sem essa indicação médica precisa. Esta é a posição _patológicos, e a conselho médico. Haveria algum cons-
que a pílula deve ser sempre condenada. Ela deve ser co- do Ministério da Saúde. Quer dizer, a coisa é de indi· trangimento ou algum impedime"nto, por parte do Mi-
locada no lugar que lhe corresponde, dentro do que o cação médica. Se nós não temos condições de atender a nistério da Saúde, neste particular'?
médico dispõe. tOda a população, vamos atender, dentro deste progra--
ma, apenas aquela que nós temos condições de atender O SR. MINISTRO (Waldir Arcoverde) --Gostaria
O SR. PRESIDENTE (Mãrio Maia)- Como último em termos reais, porque se não nós estaríamos, ao invés de dizer ao meu prezado amigo, Senador Almir Pinto,
-penúltimo- porque o ültimo serão Sr. Relator, con- de proporcionando uma medida de planejamento fami~ que estamos de acordo p~ra que o Ministério da Saúd"e,
cedo a palavra à Professora e Socióloga Flórida Accioly, liar, de diminuição ou espaçamento dos filhos, agravan· sc:jª _Çl_ órgão, embora coordenando-se com ••_N" insti-
para fazer perguntas ao Sr. MinistrO. do a situação da população, e o Ministério da Saúde não tu-içõés;-de Polítíca realmente na área, nesse típo especí-
pode concordar com isso, jamais. Claro está que 6ss3s fiCo de ativid"ades, ditando as estratégias, as nOrmas, os
A SR• FLÓRIDA ACCIOL Y - Ministro, inicial- outras atividades que são _desenvolvidas por pessoas lei· procedimentos, os conteúdos programãticos e fiscali~
mente gostaríamos de dizer, com todo o respeito, que gas, o Ministério da Saúde acata. Deseja e incrementa, zando, afinal, o próprio cumprimento de todas essas ati-
realmente é muito grãtificante vei,- depois de tanto tem- realmente, que as ações de saúde sejam realmente desen· vidades.
po, o Ministério da Saúde pronunciar-se sobre um as- vOlvidas por pessoa leiga, principatm'ente pessoas recru~ Tenho alguma dúvida, e todo o nosso documento foi
sunto que, digamos assim, é de pleno conhecimento e de tadas onde essa unidade é instalada, porque é uma pes- no sentido contrãrio, de que nós tivéssemos, no Minis-
plena opção de uma massa significativa da população, soa que conhece melhor a sua própria comunidade. ~iO da-Saúde, um órgão tratando_ especificamente do
como os própi'iOs dados da pesquisa que V. Ex• apresen- Planejamento_ familiar. Mas temos, isto sim, um órgão
tou demonstram. Quer dizer, pdo menos 60% das mu- O :SR. _PRESIDENTE (Mário Maia) -Concedo a de assistência materno-infantil, globalmente, nos seus
lheres na área Sul e na área Sudeste já optaram e já f3- palavra ao nobre Senador Almir Pinto, Relator da Co- aspectos preventivos, promocionais e de recuperação da
zem planejamento familiar, iilclusive, preferencialmen- missão Pa,rlamentar de Inquérito. - saúde integral da mulher e_ da criança.
te, usando métodos até reversíveis, contra os quais nós Com relação ao problema do DIU, poderia falar al-
fazemos algumas restrições. Mas eu gostaria de insistir O SR. ALMIR PINTO -Nobre Ministro Waldir guma coisa, mas vou~me louvar mais de uma vez do
no pormenor focalizado pela professora Ana Maria, de Arcoveide, parabéns, V. Ex' recebeu de .todos os seus in- Professor Oswaldo Grassioto, que é médico obstetra e
que é compreensível que o Sr. Ministro tenha dado ênfa- terpelantes pela brilhante conferência que -Pronunciou Professor de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade
se à parte médica do problema. ~ preciso lembrar tam- esta manhã perante a Comissão Parlamentar de Inq_llét:i- de Campinas e assessor da equipe que elaborou o docu-
bém que hã profundas transformações sociais que afe-' to quf: apura o aumento populacional do Brasil. E quan- mento de saúde do Ministério da Saúde, para nos falar
tam a mulher, hoje. A própria participação dela no mer- dO Sua- Exceiêilcia, OPresidente da República, fez cons- especificamente a respeito do problema DIU.
cado de trabalho; a própria elevação dos níveis de edu- tar da sua mensagem, mandada ao Congresso Nacional,
cação, já fazein com que as nil.ilheres vejam o problema o temã ''planejamento familiar", é porque quer S. Ex~ O SR._ PRESIDENTE (Mãrio Maia) - Com a pala-
da reprodução sobre outro ângulo, optando por um nú- que o País adote uma política de planejamento familiar vra o Prof. Oswaldo .Grassioto, referendenda pelo Sr.
mero muito menor de filhos. para o País, mas deseja também receber _do Congresso Ministro. Pedida a S. S• tambêm que fizesse uma expo-
E vemos, hoje, o projeto do Deputado João Menezes, Nacional subsídios que o levem a determinar uma políti- sição mais _sucinta possível, dado o avançado da hora.
endossado por vários-grupos feministas; pedindo a lega- ca correta, acertada e humana para o povo brasileiro. O SR. OSWALDO GRASS!OTO- Realmente, tem
lização do aborto, como_ uma opção. Por isto nós tivemos o cuidado, aqui, lia Comissão Par- sido uma polêmíca. E nas _reuniões anteriores têm sido
Dada a ênfase que V. Ex~ deu à participação do médi- lamentar de Inquérito, de convidar personalidades alta- colocados, às vezes de uma maneira mais incisiva, às ve-
co no planejamento familiar, como fica realmente o en- mente conhecidas, como demógrafas, e estudiosas do as- zes de uma maneiia um pouco mais recatada argumen-
volvimento do pessoal paramédíco, que é o que faz a sunto de planejamento familiar no setor de vãrias profis- tos sobre qual seria o mecanismo fntimo de ação_dos dis-
grande realidade da ârea rural brasileira, segundo o tes- sões. Tivemos o cuidado maior de chamar para depor, o positivos intra-uterinas os DIUs. Tem sido motivo de
temunho do Deputado Oscar Alves? Nós sabemos que a Ministro para Assuntos Fundiáfíos, Dariitõ VC:itturine, muita discussão. E essa discusSiõ -ainda permanece no
interlorizã.ção do rilédicO; Para atender a toda demanda que fez um estudo mais demogrãfico. Hoje, estã vindo momento.
dos serviços de saúde, não é suficiente, e as Parteiras, as V. Ext, particularmente para o estudo da saúde. Então Frente a uma nova tecnologia ou a um método con-
orientadoras de saúde automaticamente têm que ser en- vejo que compete ao Ministério da Saúde a ordenação e traceptivO, duas posições em relação ao DIU têm que
volvidas nesses processos. - _a fiscalização do planejamento familiar. ser estabelecidas: em primeiro lugar, comprovar se ele é
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Quinta-feira 1.8 0741

ou não abortivo. Em segundo lugar, se comprova que _o-sR.-pRESIDENTE (Mário Maia)- Antes de en- lhor visão a respeito da dinâmica populacional brasilei-
ele é abortivo; e com_que freqUência isSo aco_ntece. En- cerrara reuniãO, cabe à Presidência, st;mpre, apenas diri- ra.
tão, 'seriam duas. colocações, em que uma'estaria muito gir os ti'abalhos. Entretanto, como médicos que somos,
tangente, muito próxima a outra. JJ_ueremos também dar alguma contribuição a esse traba- O SR. PRESIDENTE (Mário Maia) - A razão da
Em relação aos DIUs antigos- a história do DIU já lho. E como a colocação sempre tem sido democrática nossa pergunta, Sr. MiniStro, se atém nO fato seguinte: é
remonta há muito tempo, a gente sabe, eXiste docutnen- aq~i na Mesa da diretção dos t:iahalhos, eu tambêm me que o regime implantado no Pals a partir de 1964 a esta
. tação científica - aqueles DIUs inertes, que agiriam coloco entre aqueles que às vezes fazem alguma pergun- data, em certo perí-odo, no período de 1966 a I968, enfa-
Como corpos estranhos, colocados dentro da cavidade ta. Eu teria várias perguntas a fazer a V. Ex~. mas quase tizava o aumento da pÓpulação, fazia uma política de
uterina, teriam, pelo menos parte do seu mecanismo de todas já foraffi, pelo menos, objeto de cori.Sideraçào. Eu estímUlo à-poptilação brasileira, com a finalidade princi:
ação, uma .ação que poderia ser chamada de microabor- qUeriã: aPen-as resumir-me ã uma pergunta à v. Exf, que pai, se não específica de ocupar ·essas áreas demogrãficas
ê essa atinente, de maneira específíca, à Comissão Parla- - o Centro-Oeste e a grande região Norte. Inclusive fi-
tiva.
inentar de Inquérito, que investiga problemas Vinculados zeram v~rlos programas políticos de ocupação da região
Com referência aos DIUs mais modernos, os DIUs
ao aumentO popülacionat brasileiro. O Ministério tem Norte, enfatizando a· criação de projetas-impactos, a
ativos, os DIUs bioativos, ilqueles que são atê- -existe
uma conceitu_ação global da problemática continental, Transamazônica, a BR-364, para ocupar o Oeste brasi-
uma proposta de modificação do nome; ao invés de se
visando as várias regiões fisiográficas do País'? _V. Ex• leiro e colocar populações nessas regiões. E o que se veri-
coloCar dispositivos infra~iitefinos, seriãm Colocados an-
sabe que enquanto nós temos uma rarefação muito gran- fica atualmente, é que há um estímulo à ocupação de cer-
ticonceptivos intrã.~uterinOS- =-.- vale aqueles portadores
de de popi.dação na grande região Norte, temos relativa- tas áreas. A preocupação do Governo é de que realmente
de cobre, em que o íon teril uma ação muito específica essa população que ocupe essas áreas, tenha uma melhor
mente uma concentração grande no Nordeste, com po-
pelo espermatozóide, hoje o principal mecanismo deles, qualid3de de vida, oferecida naturalmente pelo progra-
pulação, do ponto de vista sócioMeconômico, idêntica.
certamente, ao que se sabe não é o microgoto. O que é Ambas as populações são vítimas de pouca assistência, e ma, pela política do Governo, o que não estâ ocorrendo
necessârio é provar, numa casuística bastarite ampla, são constituídas por pessoas muito carentes. Então, o em determinados setores. No meu Estado, como eu fala-
muito controlada e muito honesta, que ele realmente Ministério tem uma visão global, uma visão segmentar va a V. Ex~, antes de virmos a ter esta reunião, os proje-
não seja um micróabortivo, de maneira alguma. Tudo - para cada região, relacionado ao item planejamento fa- tas de assentament-os do INCRA, em determinado lugar,
leva a crer que o mecanismo íntimo de ação d'os disposi~ . miliar? Diria melhor; a tendência ê enfatizar a diminuição com a preocupação de ocupar mais aceleradamente o es-
ti vos' com cobre ou com hormônios não seja-m indução da aceleração nas gran~es metrópoles, onde jã hã uma paço demográfico brasileiro, às vezes se fazem açodada-
de goto. Agora, é uma realidade que necessita de: um . conceQtração grande de pessoas o crecimento demogrãfi~ mente e não se dá a assistência devida a essas populações
pouco mais de informação, para que seja colocada con- co específico e também o a porte de populações vindas do .que se deslocam para lá.
cretamente, e o dispositivo intra-uterino atiVo, aquele interior, tangidas pela própria falta de condições sócio- Por outro lado, é notório que as classes mais bem ser-
portador de cobre ou de hormônio, não seja abortivo. ·econômicas desse interior, ou o pensamento é uma polí- vidas economicamente -_é um c_onceito nossO, de V.
tica· global recomendada para todo País'? Então, Ex', do Deputado Oscar Alves - as populações melhor
incentivar-se-ia a população, naturalmente dando assis- aquinhoadas economicamente fazem a sua limitação,
O SR. ALMIR PINTO -Agradeço a V. S• a infor- sua programação no sentido de desacelerar o número de
tência adequada e devida para que essas áreas rarefeitas
mação. fOssem mais iritensanleitte ocupadas com uina poPulãÇàO filhos: E neSsas regiões nota-se que não é só o problema
Sobre os debates desta Comissão, quando _o nobre Se- da educação que resultam em aumento de filhos, V. Ex_• é.
qualificada atravês de_assistência sócio-económica?
nador Marcondes_ Gadelha falava sobre o problema da médico, nós somos médicos do interior, e sabemos que
mulher escolher ou não o método anticonc~pcional, há casais que não tém filhos não por que não querem,
acho o seguinte: a mulher escolhe- estã cert9 ~_mas o O SR. WALDIR ARCOVERDE- O Ministêrio da· mas porque a biologia sócio-económica obriga muitas
médico é quem vai dizer se ela deve ou não usar aquele Saúde, na realidade, não pode, se vier estabelecer um mulheres ... Eu sou cirurgião. Elas me procuram, no meu
método. Então, se o método que ela escolheu é a pílula, e programá de planejamento familiar de.ntro de um atendi- Estado, para se tornarem estéreis, porque já têm 8, 10, 12
ela não pode usâ-la, se não cOnfia nos métodos naturais-, mento modal à saúde da mulher, chegar a induzir a po- filhos e não têm condições de comprar pílulas. Elas pro-
ela deverá ter outra alternativa que não seja aquela da la- - _pll:lação a ter mais filhos ou rhenos fil~os, porque aí nós curam uma solução definitiva, porque acham que já
queadura definitiva, ou então o aborto, que é criminoso, estávamos negando tudo que nós debatemos atê ágora,-e cm;npriram cõm o seu dever procriativo. Então foi nesse
que é uma agressão ao corpo da mulher. Então, dentro · a apresentação básica: dp Ministêrio da Saúde foi no sen- sentido que fizemos a pergunta.
dessas conceituações, chegaremos a um esclarecimerito tido' de que nós temos que dar informação à população Todos temos preocupação com relação àquilo que fa-
melhor sobre o DIU, porque seria uma alternativa nor· para que ela possa conscientemente escolhei'- aquilO que ia mos. Eu queria agora me dirigir à imprensa aqui pre-
mal para a mulher qUe não pode utilizar a pílula. melhor lhe convier em termos de fiiho. Jamais o Minis· sente pedindo que pr'este bastante atenção quando capta
Vimos que tem essa parte dós trinta -e- cinco anos. É téiio da Saúde pautaria as suas ações para incentivar ou informações, porque às vezes capta informações de ma~
como disse a Professora Ana Maria: o que fazer, então, diminuir qualquer coisa.relativa à natalidade. Mas, isto neira deturpada.
· sobre a gravidez da mulher aos trinta e cinco anos? Por-_ sim, proporcionaria as iilfofmações e os meios neces- Ainda na vez passada, por ocasião d_o depoimento de
que a mulher aos trinta e cinco anos ê normalmente ati- sários para que as pessoas pudessem estabelecer o Cs· S. Ex~. ÕSr. Ministro para Assuntos Fundiários, foi cap-
va, certo? Então, vamos cuidar dessa mulher - se ela j>açamento gestacional que ela deseja ter. E, de outro la- tada uma informação do Presidente da Comissão e do
não pode engravidar- dar-lhe o método para ela utili- do, lá peia·metade de nossas conversas hoje, aqui, nós ti-' Relator completamente diferente, Nós estáva'mos defen-
zar sem prejuízo maior ou sem imprevisto para sua saú- vemos a oportunidade de citar o caso da França que no dendo, jUntO com a Senadora Eunice Michiles, com a
de. pós-guerra repôs· a população. Naturalmente, quando PrOfessora. Ana Maria, porque sempre o nosso ponto de
houve a reposição, ela voltou aos índices de cobertura, vista aqui ê em -dCfesa da mUlher, dando importância à
Sr. Ministro, a coiSa foi tão debatida e estou tão satis- índices de fertilidade anteriormente aP.ontados. Mas vejo mulher como estojo de procrj.ação, como o relicário que
feito com isto, que eu gostaria de dizer a V. Ex• o seguin- eSsa situação que aconteceu na França, acontece em unifica onde a espêcie se' reproduz, sempre tomamos o
te: eu ~ou ouvir na fita o que o Dr. Fauerdes explicou, qualquer lugar. . partido da mulher nesse problema do planejamento fa-
porque ele falou com sotaque meio cãstelhano, e eu sofro Alguns indicadores de saúde para regiões do Brasil. miliar.
de uma insuficiência auditiva. Quando acadêmico de Norte- Qual é o crescimento populacional'? Cinco por Em virtude diSso. nós atê falamos o seguinte, expressa-
Medicina, lá na Bahía", eu estaVa na ponta do trampolim; cento. Nordeste: 2.2; Sudeste: 2.6; Sul: 1.4; Centro~oeste: mente: que a mulher que tinha essa grande responsabili-
e um colega me empurrou, eu caí de mau jeito, arrebentei 4.1. Vejam q'ueo Centro-Oeste e Norte, um tem 5 e o ou- dade muitas vezes tinha a vida sexual ativa, e não tinha
a membrana do tímpano do ouvido esquerdo, e a !ninha tro 4.1. Quer dizer, a população tem resposta para isso. um pãrceii'-0 constante, como falou a Professora Ana
audição toda hoje é direcionada mais. para a direita. E ele O Governo não tem que es.tar chegando ç dizendo para a Maria, mas ela tem direito à biologiã sexológica, como o
falando com aquela pronúncia castelhana não deu para população, "Olha, você tem que ter mais filhos, porque · homem tem; ela tem necessidade de ter a sua atividade e
entender. Vou ouvir a fita. tem espaço aqui -para botar mais um".· Então, a popu- quer ier a sua atividade s_exual e, às vezes, isso resulta
Mas era só esta pergunta que queria: fazer jâ que esta- lação resolve esse problema naturalmente. E, depois esse num filho que ela não desejava. E o parceiro deSaparece,
vámos diante de uma opção: a mulher pode ou não pode negócio de ocupação é mais amplo, porque a ocupação e ela tem que assumir a responsabilidade de mãe. Então
tomar pílula? Quem não pode tomar pílula, pode usar o não ê só com gente; ocupação tambêm ê económica, ge- nós f3lãvamos assim: e ainda a sociedade chama a mu-
DIU. Então, está esclarecido que até <igora nada tem; e a rando toda uma infra-estrutura, toda uma estrutura pro· lher pejorativamente_ de "mãe solteira". Nós não temos
Igreja não ;1ceita a pílUla: tãmbém não aceita o DIU. A dutiva, com absorções de tecnologia etc., quer dizer, é conhecimento de que a sociedade use o mesmo estigma
Igreja tem uma co~sa interessante: ela diz ter uma con- um negócio DJ.Uito compléxo. para o homem, chamando-o de:_ "pai solteiro". Então, é o
cepção de vida, desde que haja fecundação ou a fecun- Daí eu achar importante esta CPI, poré}ue está ouvin- machismo querendo discriminar sempre a mulher. A i mM
dação é dita aquela vida espiritual. Mas, se o DIU e a 'do pessoas de diferentes Setores económicos, sedais e prensa captou isso, dizendo o contrário, que nós estáva-
pHula não deixam fecundar, não há vida. Então, pode ser políticos do Brasil e da maioria dos segmentos popula- mos contra, eu e o Senador, à Senadora Eunice Michiles,
o método a adotar sem a palavr~ "controle". cionais, para que nós possamo.s realmente ter uma me- e a favor dos pais solteiros. Não! Nós estávamos a favor
0742 Quinta-feira tlf _ DIÁRIO[)O_CONGRESSONACIONAL (Seção li) Abril de (985

das mães solteiras e contra os pais solteiros irresponsâ- buir,}urito com as outras que nós estamos captãOdo nes- O SR. MINISTRO (Waldir Arcoverde) - Muito
veis. (Risos.) Então eu queria fazer essa ressalva. tas reuniões, para os nossos trabalhos. E temos certeza agra~ecid_o
a V. Ex•
Feita a ressalva, Sr. Ministro, resta à Presidência agra- que no final nós teremos colhido subsídioS necessârios
decer a V. Ex• a gentileza de ter comparecido aqui, a nos- para fazer um programa de planejamento familiar que O SR. PRESIDENTE (Mário Maia)- Estâ encerra-
so convite e do relator, e dizer a V. Ex• que esta Presidên- venha ao enc-ontro do desejo de toda a população brasi- da a reunião. (Palmas.)
cia, a -COmissão e O COngresSo· Seiltenl-se· Sratifl.CicfOS__ _ leira.
com a exposição feita por V. Ex•. que muito vem contri- Sr. Ministro, muito agradecido a V. Ex~ (Levanta-se a reunião às 13:00 horas.}
República federativa do Brasil
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL SEÇÃO 11

J\NOXL-N• 035. CAPri'AI,. FEDERAL SEXT<\.-FEIRA, .19 DE ABRIL DE 1985

SENADO FEDERAL
SUMÁRIO

1- ATA DA 46• SESSÃO, EM 18 DE ABRIL -Projeto de Decreto Legislativo n'· 4/85 (il' 2.2.8 - Comunicação da Presidência
DE 1985 59 f84, na -Câmara dos Deputados), que aprova o tex- . Convocação ·de sessão extraordinária a realizar-se
!.l-ABERTURA to do Acordo de Cooperação na Área da Energia hoje, às 18 horas' e 30 minutos, com Ordem ·do Dia
1.2- ORDEM DO DIA Nuclear para fins pacificas entre o Governo da Re-- que designa.
Parecer n9 29, de 1985, da Com~ssão do Distrito pUblica Federativa do Brasil e o Governo da Re- 2.3- ORDEM DO DIA
Federal, sobre a Mensagem n9 89, de 1985 (n' 219J8S, póblica da Venezuela, concluido em Caracas, a 30 de -Projeto de Lei dfl Câmara n~' 6/81 (il' 237/79,
na origem), pela qual o Senhor Presidente da Re- novembro de 1983. na Casa tle o~gem), que fixa em oito horas a jornada
pública coini.Inica ao Senado a ·designa~o do Doutor de trabalho dos vigias, Votaçio adiada por falta de
2.2.2- Leitura de Resoluçio
Ronaldo Costa .Couto, Ministro de Estado do Inte- quorum.
Nt 4/85, que prorroga por 90 dias o prazo c-Oncedi-
rior, para exercer, em caráter interino, como substi~ -Requerimento n' 15/85, solicitando a consti~
do à Comissão Especial criada pelo Requerimento n~'
tuto, o cargo de Governador do Distrito Federal, tuição de Comissão Parlamentar de Inquérito dcstiw
196, de 1982, destiJ).ada a realizar estudos sobre Re-
vago em decorrência da exoneração, a pedido, do Sr. nada a investigar os fatos que colocaram cm risco o
forma Tributária.
José Ornellas de Souza Filho. Dilcll5do encerrada, controle acionário, pela União, da Companhia Vale
ficando a votação adiada por falta de quorum, após 2.2.3 - Leitura de projeto
do Rio Doce. Votação adiada .por falta de quorum.
usarem da palavra os Srs. Senador~ Itama_r Fr;mco, Projeto de_ Lei do Senado n' 65 f85, de autoria do
Sr. Senador Nelson Carneiro, que disciplina seguro --- = Requerimento nt 57 f85, requer~ do urg~ncia
Henrique Santillo, Murilo Badaró, Alexandre Costa,
ob~gatório de veiculas automotores.
para o Offcio S/2, de 1985, do Governador do Esta-
Marcondes Gadelha, Jos~ Jgnácio Ferreira," Nelson
. do do RiO Grande do Norte, solicitando'autorlzação
Carneiro, Alfredo Campos, Humberto Lucena, tar~ 2.2.4--,- Comunl<açiles do Senado Federal· para r.ealizar oPeração de credito
los Chiarem e Murilo Ba'd.aró. _
...:.:Da Bancada do Partido da Frente Liberal, refe-. externo no valor de cinqUen~ milhões de dólares.
1.2.1 - Deslgnaçio da Ordem do Dia da pnlxlma rente as indicações dos Srs. Senadores Marcimdes Votaçio adiada por falta de quorum.
Sessio. Gadelha e Nivaldo M_achado, par~ intcgt"arem ·o qua~ -Requerimento ·nl' 58/85, solicitando urgancia
1.3- ENCERRAMENTO dro de Vice-Lfderes. para o Offcio Sf8, ~c 1985, através do qual o Prefeito'
2-ATA DA 47• SESSÃO, EM 18 DE ABRIL - Do Partido Democrático S_ocial, referente a in- municipal de Anâpolis (GO), solicita autorização do
DE 1985 dicação do Sr• .Senador BCnedito Ferreira para a Senado para que aque!a prefeitura pOssa realizar
2.1 -ABERTURA fl,lllçàO de Vice-Líd~~ operãção de empréstimo externo no valor de USS
2.2~-. E)j:PEDIENTE 2.2.5- Requerimento 3,500,000.00 (três milhões e quinhentos mil dólarCs).
2.2.1 - Offclos do Sr. ti..S..,..túlo da Cfm""' doS . Nt 79/84, de a~;~toria do Sr. Senador Lourival Bap- Votaçio adiada por falta de quorum.
Deputados tista~ outros Srs. Senadores, solicitando homenagens -Projeto de Lei do seDado n' 26/79, que acres-
Encaminhando à revisão do Senado autógrafos dos de pesar pelo falecimento do ex-Ministro e éx- centa parágrafos ao art. 517 da Consolidação das
seguintes projetos: · Deputado FCderal, Olavo ;Bilac Pinto. Aprovado, Leis do Trabalho. Votaçio adiada por falta de qu~
-Projeto de Lei da Câmara n• 7/85 (n• 3.009/84. após usarem da palavra no seu encaminhamento os rum.
na Casa de origem), de iniciativa do Senhor PrcsidenM Srs, Luiz Viana, Passos Pôrto, Nelson Carneiro, - Projeto de Lei do Senado ~' 2/80, que dispõe
te da República, que autoriza o' Instituto Brasileiro Américp ·de SQuza, M\lrilo B~daró e Hélio Gueiros, Sobre ·a escolhá e a nomeaçãO doS cm;gentes-das -fun..
de Desenvolvimento ·Florestai-làDF a doai- o im6M têndo a Presidência sC =aSsociado em nome da Mésa. d8Ções de EnSino Superior. Votaci,o adiada Por falta
vel que menciona. 2.2.6- D~ do Expediente de quorum.
-Projeto de Decreto Legislativo n,-·-3/85 (n9 SENADOR JOÃO LOBO- Apelo em favor de -PrOjeto de Lei do Senado n' 340/80, que acres-
, 64/84, na Câmara dos Deputados), que aprova o tex- medi<;las que amparem a população de Tercsina - centa parágrafo 6nico ao art. 373 da Consolidação
to da Convenção_Destinada a Evitar a Dt,Ipla Tribu- PI, em deco~ência das enchentes que se verificam na~ das Leis de Trabalho, facultando à empregada com
tação e Prevenir a Evasão Fiscai em Matéria de Im- guela cidaQe. prole o direito à joi'nada. de trabalho reduzida, com
postos sobre a Renda entre o Governo da República ·2.2.7 - Leitura de projeto remuneração proP,orcional. Votaçio adiada por falta
Federativa do Bfasil e o Governo da_ República das Projeto de Lei do Senado n~' 66/85, de autoria. do de quorum. ·
Filipinas, celebrado em Brasfli~, a 29 de set~ Sr. Senador Jutahy Magalhães, que cria o Balança· _:.Projeto' de Lei do_ Senado n' 18/80, que diSpõe
1983. Trimestral de T-ransporte aêreo. sobre aposentadoria especial do m6sico. (Apreciação
19_ _ _ _ _ _ _ _~~D
o_7_4_4_·s_ex_t_a-_re_ir..:.a__ __1Ã_R_I_o_o_o_c_o_N_G_R_E_s_s_o_N_A_C~IO_N_A.:_,_L..:.(S_e..:.,ç_ão_I_I:...)-----'---------_:_A:..:::bril del9~5

EXPEDIENTE
CENTRO GRÁFICO DO, SENADO FEDERAL

LOURIVAL ZAGONEL DOS SANTOS DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL


Diretor-Geral do Senado F~deral Impresso sob a responsabilidade da Mesa do Senado Federo!
JOSÉ LUCENA DANTAS
ASSINATURAS
Diretor Executivo
JOÃO MORAES DA SILVA
Via Superfície: ·
Diretor Administrcitivo
Semestre .........• ~· .......... 1 ••••••••••••••••• Cr$ 3.000,00
MÁRIO CÉSAR PINHEIRO MAIA
Diretor I':Jdustrial
Ano ...........• -~- ••••••• --* ....... ~ .•.••••••... crs 6.ooo1oo
PEDRO ALVES RIBEIRO Exemplar AV\Jiso, Cr$ 50,00
Diretor Adjunto Tiragem: 2.200 exei'Tlplares.

preliminar da constituci~nalidade). Votaçio adiada por . 3.2- EXPEDIENTE 3.3.1 -Matérias apreciadas ap6s a Ordem do Dia
falta de quorum. Projeto de Lei da Câmara n'~ 2/85, em regime de
3.2.1- Pareceres encaminhados à Mesa
-Projeto de Lei' do Senado n~'320J80, que revoga· urgência nos termos do Requerimento n• 81 f85; lido
a Lei n' 6.815, de 19 de agosto de 1980, qUe define a 3..2.2 -Leitura de projeto
no Expediente. Aprovado, após parecer da comissão
situação jurldica do estrangeiro· no Brasil, cria o Con- Projeto de Lei do Senadq n9 67/85, de autoria do c~petente. A sanção.
selho Nacional de Imigra~o e dá outras providên- Sr. Carlos Alberto, quC dispõe sobre a autoilomia das
Projeto de Lei do Senado n' 48/85, em regime de
cias . .Votação adiada por falta de quorum. universidades federai·s.
urgência nos termos do Requerimento n• 82/85, lido ·
2.3.1- Discursos após a Ordem do 'Dia 3.2.3 - Requerimentos no Expediente. Aprovado, em l'~ e 2'1 turnos, após pa-
SENADOR ROBERTO SATURNJNO- H orne- N'~ 81/85, de autoria ·dos Srs. Murilo Badaró e receres das comissões competentes, tendo usado da
. nagem póstuma ao Dr. Adão Pereira Nunes. Hêlio Gueiros, de urgência para o Projeto de Lei da palavra na sua discussão o Sr. Alberto Silva .
SENADOR CARLOS ALBERTO - Encami- Câmara n'~ 2/85 (n'~ 4.794/84, na Casa de origem), Redação final do Projeto de Lei do Senado nt ·
nhando à Mesa projeto de lei que -dispõe sobre a au- que altera a Lei n'~6.657, de 24 de setembro de 1918, 48/85,-em--reS:fme de urgência. Aprovada. À Câmara
tonomia das universidades federais. para incluir o basalto no regime especial de explo- dos Deputados.
SENADOR NLVALDO MACHADO -Defesa de Iação por licenciam.ento.
-3.3.2- Discursos após a Ordem do Dia
solução urgente parã. o Banco Sulbrasileiro e Habita- N'~ 82/85, de autoria dos Srs. Murilo Badaró e
SENADOR JOSE L!NS- ;As~istência aos flage-
suL Hélio Gueiros, de urgência,para o Projeto de Lei do lados pela§ cheias no N ardeste.
SENADOR NELSON CARNEIRO'- Maleficios Senado n~> 48, de 1985, que dispõe sobre a destinação SENAD9R NELSON CARNEIRO -Trabalho
da poluição produzida pelos ve[culos automotores. do produto da· arrecadação da Tax-a Rodoviária Úni- do economista Augusto Benedito Ottono Filho a res-
SENADOR ITAMAR FRANCO- Considerações ca e dá outras providências.
peito ?o Decreto-Lei n"' 2.178(84.
sobre projeto de lei que autoriza a desapropriação de 3.3- ORDEM DO DIA ,
ações das companhias integrantes dos conglomera-· Rediiçâo finilf- do Pi-oje.to de Lei do Senado n'
-3.3.J_.,....- Designação da Ordem do Dia da pr6xima
dos Sulbrasileiro e Habitasul. · sessão
22/81, que dispõe sobre enquadramento de professo-
ALFREDO C,AM,fOS - Utilização de recursos res colaboradores e auxiliares de ensino e dá outras
3.4- ENCERRAMENTO
da Reserva de Contigência para sOlucionar a questão pro"vidências. APrOvada, à- Câmar:a dos DePuta'dos. 4-.DISCURSOS PROFERIDOS'EM SESSÃO
do Banco Sulbrasi~eiro e Habitasul. Substitutivo-do Senado :io Projeto de-Lei da Câ- ANTERIOR
2:3.2-- Designação da Ordem do Dia da próxima mara n~> 51/77 (n~> 3.107/76, na Casa de origem), q.ue Do _Sr. Nivaldo Machado, pronunciado na sessão
sessão. torna insubsistente a nulidade de atas praticados sem de 17-4-85.
2.4 .:._ENCERRAMENTO a ápresentação de certificados de re2u1aridadi de Si- Do Sr. OctáVIo Cardoso, pronunciado na sessão de
3-ATA DA 48• SESSÃO, EM 18 DE ABRIL tuação e de quitação com a Previdência Social. AprO- 1.7-4-85.
DE 1,85 . vado, em turno suplementar. À Câmara dos Deputa- 5- MFSA DIRETORA
3.1- ABERTURA dos 6- LIDERES E VICE-LIDERES DE PARTIDO

Ata. da 46~;~ Sessão, em 18 de abril de 1985


3' Sessão Legislativa Ordinaria, da 47• Legislatura
EXTRAORDINÁRIA
ÀS /0 HORAS. ACHAM-SE PRESENTES OS SRS. João- Lobo- Cesar-Cals- JoSé Lins·- Virgflici Tãvora ...- R,oberto Satumino - Itamar Franco- Murilo Ba·.
SENADORES: ....... Carlos Alberto - Moacyi- Duarte - Martins Filho dará..;..- Alfredo Campos- Amarai Furlan- Fernando
:._ Humberto Lucena - Marcôndes Gadelha - Cid - Henrique' Cardoso -Severo Gomes - Benedito Ferrei-
Sampaio ...:._ Nivaldõ Machado - Guilhenne Palmeira ra ....... Henrique Santillo - Mauro Borges - Gastão
Joq~e Kalume- Altevir Leal- Mário Maia- Clau- - Carlos Lyra- Luiz Cavalcar;lte- AJbano Franco-.:... - MifHer- José Fragelli- Marcelo Miranda- Roberto
dionor Roriz;....:.... Gaivão Modesto - Aloysio Chaves - - Passos P~rto - Jutahy Magalhães- Lomanto Júnior Wypych - Enéas Faria- Jorge Bornhausen __:_ Lenoir
Gabriel Hermes- Hélio Gueiros- Alexandre. Costa- ......;. Luiz Viana -:-João Calmon- Josê lgnâcio Ferreira Vargas- Carlos Chiarem...:..... Alcides Saldanha- Octá-
João Castelo - Aniérico de Souza - Alberto Silva - -.M.oacyr Dalla- Amaral Peixoto- Nelson Ca~neiro vio Cardoso.
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL(Seção II) Sexta-feira 19 0745

O SR. PRESIDENTE (José Fragelli)- A lista de pre- mesmo, Sr, Presidente, um dos primeiroS parlamentares Dir-se-á, Sr, PreSidente e Srs. Senadores, que o Gover-
sença acusa 'O comparecimento de 56 Srs. Senadores. Ha- a apresentar proposta de emenda à Constituição, dando nador jâ foi indicado. EVidentemente, teria que ser indi-
vendo número regimental, declaro aberta a sessão. representatividade a Brasília, porque desde que aqui che- cado, como ~u disse, o problema da acefalia.
Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos. g_uei, entendi e continuo. entendendo que o Senado da Vamos partir do absurdo para chegar ao caso atual,
Não· hã Expediente a ser lido. República não tem estrutura suficiente para gerir aqUilo · Sr. Presidente: digamos que no recesso do Congresso
Passa-se à que lhe permite a Constituição ou que lhe diga a Consti- Nacional, o Governador do Distrito Federal tivesse fale-
tuição às coisas atinentes ao Distrito Federal. E eis que o cido ou tivesse alguma lesão cerebral qualquer e não pu-
ORDEM DO DIA Senhor Presidete da República comunica a V. Ex•, Sr. desse mais exercer o cargo de Governador do Distrito
Presidente, o seguinte- e, chamo a atenção, ~eSpeitàsa­ F.ederal. O que aconteceria? O Senhor Presidente da Re-
Discussão, em turno únic-o, do Parecer nl' 29, de 1985, mente, dos Srs. Senadores para este fato: pública teria que esperar o- Congresso Nacional convo-
da Comissão do Distrito Federal, sobre a Mensagem nl' car os parlamentares no seu recesso? E uma coisa mais
89, de 1985 (n9 ~19/85, na origeril}, pela qual o Senhor "Exm'il Sr. Presidente do Senado Federal: grave ainda: é que o. sistema é bicameral, Sr. Presidente.
Presidente da República comunica. ao Senado a desig- Para os devidos fins, tenho a honra de comunicar O Senhor Ptesidente ~a República não poderia -convocar
nação do doutor Ronaldo Co_sta Couto, Ministro de Es- a V. Ex~ que, na forma da lei, acabo de designar o apenas o Senado da República, teria que convocar o
tado do Interior, para exercer, em caráter interino, como Doutor Ronaldo Costa Couto, Ministro de ·Estado Congresso Nacional: Câmara e Senado.
substituto, o cargo de Governad_or do Distrito Federal, do Interior, para exercer em _carâter interino, como
~por isso que aqui faço um corte: tenho insistido, Sr,
vago em decorrência da exoneração, a pedido d_o Sr. José substituto, o carga· de Governador do Distrito Fe-·
Presidente, desde que aqui cheguei, em que o Distrito
Ornellas de Souza Filho. deral, vago em decorrência da ex:oneração, a pedi-
Federa! deve ter um órgão local até que ele possa ter
Em discussão o parecer. do, do Sr. José Ornellas·de Souza _Filho."
aquilo que todos desejamos: a eleição direta do Gover-
O Sr. Itamar Franco- Sr. Presidente, peçO a palavra. nador. É preciso que se tenha aqui uma Assembléia Le- .
Sr. Presidente, o Presidente da República diz "na for-
gislativa ou~ como querem alguns uma Câmara deVe-
ma da lei". O Presidente da República não precisaria e
O SR. PRESIDENTE- (José Fragelli)- Conced~o a nem precisa ensinar aos_ Senadores da República que,
readores; mas é preciso ter um-órgão local. Por quê? Por-
palavra ao eminente Senador Itamár Franco. que esse órgão local é que vai gerir, em determinadas cir-
••na forma da lei", deva ser aplicada a Constity.ição da
cunstâncias, os aspectos atirientes ao Distrito Federal.
República, creio eu. Seria aqui, despiciendo que o Se-
O SR. ITAMAR FRANCO ~ (PMDB- MG. Para Não sou contra, por exemp!o, que se coloquem Senado-
nhor Presidente da República indicasse que no art. 42 es.-
discutir parecer.) - res e Deputados, como querem mudar na Constituição.
íavã. Claro qUe o Senado da República c{everia opinar,
Sr. Presidente, inicialmente, quero deixar claro o meu Tudo bem. Estamos de acordo que o Dis"trifo Federal te·
como deve opinar, sobre o problema atinente ~o Distrito
ponto de vista em relação ao Senhor Presidente da Re- nha Deputados e Setiidores.
Federal. ~ interessante até nós atinarmos para algumaS
pública. No meu etendimento, o Senhor Presidente agiu Mas não basta, S-r. Presidente, e não basta por quê?
peculiaridades concernente à Constituição· outor_gada,
corietamente. Podemos discutir quanto à escolha do Mi- Porque quando houver o recesso do Congresso Nacional
mas temos que buscar nela os nossos valores maiores. E
nistro do Interior, não relativamente aos seus méritos, - e já disse aqui também que é um recesso por demais
aqui já se disse- e já o fez o Líder do_ PDS, Sr. Senador
pois, mineiro dos mais ilustres ele é perfeitamente capaz prolongado - que farão os Deputados e Senadores do
Murilo Badaró, com a sapiência que Deus lhe deu- que
de dirigir os destinos do Distrito Federal. Discordamos Disfrito Federal se o Senado da República não estâ reu-
se nós afastarmos da Constituição, O que vamos fazer·se
da escolha do Ministro não nO-seu ·aspecto pessoal, mas nido? Se o Congresso Nacional não está reunido? Qual a
é esta a Constitu-iÇão que hoje estâ realmente a manter o
porque o governo do DistritO Federal ... açãO qtie terão esses Deputados e Senadores, isolada-
pOdei que aí estâ, face à doença do Senhor Presidente da
mente? Agora, se houver Deputados-e SenadOres~ se hôuver
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli. Fazendo soar as República, Dr. Tanctedo Neves?
lima -aS:Sefhbléia· legislãti\ia, se- pudermoS colocar as
campainhas) - Eu solicito _ãos Srs. Senadores-guarda- câmaras municipais nas cidades-satélites aí sim,- e aqUi
Devemos observar que o regime autoritârio tentou
rem o mãximo de silêncio, pOi'qlie hã um orador na tri- não me canso de dar o exemplo: Taguatinga, hoje, demo-
realmente retirar do Senado da República a apreciação
buna. graficamente" é rriaioi' do que todas as cidades mineiras, à
do Governador do Distrito Federal. Se nós examinar-
mos, por exemplo, o que diz o art. 17. da Constituição, eXeção, possivelmente, da minha cidade e da Capital. Ve-
O SR. ITAMAR FRANCO- Sr. Presidente, não me
encontraremos o seguinte: jam Sr. Senadores a importância que tem hoje Taguatin-
importunava o barulho. Pensei apenas ·que V. Ex• fazia
ga dentro do cenârio das cidades-satélites.
um gesto para que eu parasse de falar. Não havia enten- "Art. 17. A lei disporá sobre a organização ad-
dido. Quanto ao barulho estamos acostumados, -maS E o que ê mais grave, quando se discute a importância
ministrativa e judiciâria do Distrito Federal e dos de um ó_rgão local para Brasnia, por.que o art. 17 da
agradeço a gentileza di! V. Ex• Territórios. Constituição, no seu§ Jq limita, Sr. Presidente e Srs. Se·
§ J9 Caberá ao Senado Federal discutir e votar nadares, a ação do próprio senado da República. Eu
O SR. PRESIDENTE (José Fragclli) - Todos nós
projetas de lei sobre matéria tríbutária e orçamen- aqui não estou. atacando, em absoluto, a Comissão do
queremos ter o prazer de ouvir melhor V. Ex•
tária, serviços públicos e pessoal da administração Distrito Federal, da qual jâ fiz parte, f~i inclusive seu.
do Distrito Federar: Vice-Presidente, mas todos aqueles que por ali passaram,
O SR. ITAMAR FRANCO- Agradeço e digo a V.
§ 29 O Govern·ador do Distrito- Federal e os que-hão de passar, dentro desta Constituição, Vão Ver os
Ex• que, depois de alguns anos nesta Casa, nos acostu-
-- Governadores dos Terfitórios serão nomeados p"elo limites de ação de um Senado.r da República que sequer
mamos com isto, Sr. Presidente. Inicialmente estranhâ-
_ Presidente da República." pode fisc-alizar os atas do Governaodr do Distrito Fede-
vaiQ-os, mas depois, não.
Como dizia a V. Ex•, e me permita ser repetitivO neste ral,_ que até a noSsa chegada a esta Casa, não podia con-
Aqui, o regime autoritário tentou retirar da Consti- vocar o Governador do'Distrito Federal para debater na
caso, entendo que 'o Senhor Presidente da República
tuição a apreciação do SenadO_ da República, mas se es- Comissão do Dist,dtQ_ Federal. E foi através de um proje-
agiu corri!tamente. O cargO não poderia permanecer va-
queceram aqueles que assim o fizeram, que O art. 42 per- tÇ>. de resolução nosso, aprovado por unanimidade nesta
go, o Governo do Di'strito Federal não poderia estar acé-
mal!_ece em vigor. E o que'diz o art.'42, Sr. Presidente? Casa, que se tornou obrigatório o comparecimento do
falo. Podemos discordar, não pel~ pessoa mineira, como
Vale a pena recordar à Casa, sem necessidade, mas vale a Governador do Distrito Federal porque até agora, e as-
dizia, mineiro dos mais ilustres, perfeitamente capaz de pena:
· dirigir os destinos do Distrito_ FederaL~ claro que a acu- sim continua, Senador Mauro Borges-'{. Ex• que hoje
mulação do cargo de Ministro do Interior com o de Go· "Art. 42. Compete privativamente- ao Senado é o Presidente da Comissão do Distrito Federal- não se
vernador do Distrito Federal, a mim, particularmente Federal: pode convocar nenhum Secretârio do Governo do Dis-
me parece difícil. Af está o problema do Nordeste que, a III- aprovar, previamente, por voto secreto, a trito Federal para depor na Cõinissão do Distrito Fede-
todo instante, precisa da presença do Si'. Ministro dO In- - escolha de magistrados, nos casos determinados ral. V. _Ex!__t_era apenas que convidá~ los, porque nós não
terior. - ----::-:-: pela Constituição, dos Ministros do Tribunal de temos força suficiente para conv:oCai' uni SecretáriO de
O problema não é discutir o nome em si, o problema é Contas da União, do Governador do Distrito Fede- ·Governo,
discutir a posição do Senado da República. Estou dei- ral, bem como dos Conselheiros do Tribunal de O Sr. Mauro Borges - É uma falha.
xando bastante claro o meu pensamento, de que o Se- Contas do Distrito Federal e dos'Chefes de missão
nhor Presidente da República agiu corn~tamente, porque diplomâtica de caráter permanente;" O SR. ITAMAR FRANCO--~ uma falha terrível.
não poderia haver' acefalia no Governo do Distrito Fede-
ral que exige - é preciso que se diga aqui de passagem Está, portato, em vigor, o texto constitucional que _ Vej!J, Sr. Pr~idente, que é preciso recOrdar isto ao Se-
- uma maior dedicação, uma maior presença. A Casa cabe ao Senado aprovar previamente, por voto secreto, a nado da República, antes de entrarmos propriamente no
conhece o meu ponto de vista desde 1975. Creio ser eu escolha do .GOvernador do Distrito Federal. fluxo da questão, na posição central do nosso pronuncia-
0746 Sexta-feira 19 DIÁRIODOCOl':'GRESSO NACIONAL (Seção II) Abril de 1985

mento. O Senado é restrito na sua ação administratiVa dor Sepúlveda Pertence. De- modo que, não é este fato, Distrito Federal, e aí ajudei o -Senidor Alfredo Campos
porque diz no artigo-O se:guirite: não é a rriàistência: de uma Câmara de Vereadores que -embora discordemos daqui a i:iouco-dO riosso conter-
vai fazer com que esta Lei deixe de estar em vigor, quan- râneo, prezado amigo Senador Alfredo Campos- por-
''§ 19 Caberá ao Senado Federal discutir e v_o- do todos os demais atos por ela previstos, todas as de- que nesse aspecto agiu bem S. Ex• teria qu~ mandar o
tar projetas de lei sobre matéria. tributária e orça- mais possibilidades nela inscritos estão sendo investidas. Parecer também como fez a presidência, ao PlenáriO.
mentária, serviços público e pessoal da adminis- A verdade, nobre Senador Itamar Franco, é que.não estã Já vamos daqui a pouco contrariar a C_onst_i_t:u_ição,
tração do Dis_t_rito Federal." elJl discussão o Parecer do Procurador Sepúlveda 'Perten- não tenho dúvida disso. Mas, V. Ex• jã também, quer
ce; o--Que está em discussão aqui, neste momento_, ê o Pa- primeiro, iffipedir que eu continue falando, com a delica-
Pergunto eu ao·Senado da República: Corria -é qUe recer do Senador Alfredo Campos, proferido na douta deza que lhe caracteriza; em segundo, V. Ex• está que-
iríamos discutir aqui, Por exemplo, o Estatuto do Deten- Comissão _dQ Distrito Federal. Pelo menos, ê isso que eu rendo esquecer o art. 234, salvo engano, item 4, do Regi-
to? Nós poderíamos? bem possÕ entender da leitura da Ordem do Dia. E digo. mento q'ue diz que todo o parecer deve ser debatido. Por-
Aqui já houve um caso, Sr. _Presidente, quando se a V. Ex•; por maior que seja a nossa Qoa vontade, por tanto, peço a atenção de V, Ex•, não digo a atenção, mas,
doou às Nações Unidas um terreno. O legislador brasi- -maior que seja o noss_o amor à polêmica, aO exercício do pelo menos, a paciência de V,_ EX:• em me escutar por
leiro 'à época, no próprio autoritari.Snio-;-s-e sentiu em difi- contraditório, não hã muito o que discutir neste caso. A · mais alguns minutos. Evidentemente, V. Ex• tem lã seus
culdade, Essa matéria deveria ser apreciada apenas pelo· própria Comissão do Distrito Federal entendeu dessa motivos; m·as tenho eu também o dever de homem que_,
Senado Federal ou deveria ser apreciada pelo CongreSs-o maneira, tanto que o Parecer do Senador Alfredo Cam- . desde Que cheguei a esta Casa, Senador Marcondes G.a-
Nacional? O que aconteceu com a doação do terreno às pos é bastante sucinto. Qual foi o objetivo desse Parecer, delha, de defendê-la e ninguém mais do que eu nesta
Nações Unidas? A matéria tramitou ilão apenas no Se- afinal de contas, do Senador Alfredo. Campos? Foi ca- Casa o tenha feito. Agora, para não cansar V. Ex•, en-
nado da República, mas ela teve que tramitar também na racterizar, e bem caracterizado, deixar nitidamente tipifi- tão, vou entrar naquilo que diz a Ordem do Dia. Mas era
Câmara dos Deputados, porque a ConstitUição realmen- cada a interinidade, o carãter interino, de que está inves- necessário, Senador Marcondes Gadelha, esse pequeno
te, limít2 ·os pOderes do Senado Federal. tido o Dr. Ronaldo Costa Couto. Achou a Comissão do histórico.
Esse projeto aprovado pelo Congresso Nacional não Distrito Federal,.d~spiciendo, .discuti~ o méfÍto_ da ques- Agora, por favor, jã que vamos infringir, daqui hã
poderiá, portantO, Como aconteceu, ser debatido apenas tão. Mas yeja bem, nobre Senador Itamar Franco, 13-pe- pouco a Constituição, pennita-me V. Ex' que, dentro do
no Sena.do da República, ele foi debatido também na Cà~ sar de o Senhor Presidente da República, na sua mensa- Regimento, eu possa co~tinuar falando, a não ser que V.
mara dos Deputados, aprovado e enviado à sanção do , &em, caracterizar de maneira até redundante, de maneira Ex~ não me permita eu posso até sentar.
Senhor Presidente da República. até pleonástica, esta interinidade, uma vez que insiste em Sr. Presid~ te, Srs. Seriadores, então, já que o Senador
Sr. Presidente, Srs. Senadores, invocou para felicidade dizer:, "ein carãter interino e como substituto". O que, de Marcofides Gadelha permite que eu continúe, com a
acordo com a Lei, jã ê desta rri:iileira, umã. forma de re- 'gentileza· que lhe é característica e dentro do espírito que
nossa, o Procurador~Geral da República, a lei n~ 3.751,
forço de linguagem. Ainda assim, a Comissão do Distri- preside o País da Nova República, veja Stnador Ma{-
de abril de 1960. Senti~me feliz com a_ invocação desta lei
to FeQeral volta a insistir nesse ponto, quando diz o Se-
pelo hoje diino Procurador~Geral da República, Porque condes Gadelha, que o Senador Murilo Badaró, com a·
nador Alfredo Campos: alegria nossa, vai à tribuna e diz;."Aqui está a Consti-
num longo pronunciamento aqui no SCnado - e Veja-m
V.. Ex•s a data, em 21 de abril de 1983- dizia- eu exata~ ..Ante o exposto, não hã o que opinar. Assim, so- tuiÇãt:i." Que beleza ouvir isto do Senador Mutilo Bacia-
mente que a Lei n~' 3.751, no meu entendimento estava mos pela comunicação ao plenário de que esta Co- ró! Que beleza! O Senador Murilo Badaró diz que, real-
em vigor, particUlarmente no seu art. 611, que preconiza; missão assim eritendeU e que, dentro dos trinta dias, niente, e com muita assertiva~."É esta á Constituição
"o Distrito Federal poderá ter uma Câmara dos Verea- ·que, no momento, diz S. Ex•, é a Bíblia dele". E que nela
prazo máximo da interinidade, estará aplicando a
dores com um número de vinte vereadores. Constituição e_ o Regimento Interno do Senado Fe- estã a garantia de S. Ex• E com muita propriedade tem a
presença, para nós grata, do Senhor Presidente José Sar-
Vou mais além, Sr. Presidente. Hoje, qualquer cida- deral quando da indicação do Senhor Presidente da
ney, atÇ _que o Presidente Tancredo Neves possa se rees-
dão de Brasília, com o parecer do Dr. Consultor o_u do República Para a nomeação do futuro Governador
do Distrito Federal". --- - - tabeleCer;· o qUe nós aqui pedimos a Deus, mais uma veZ,
Dr. Procurador po-deria, também, salvo melhor interpre- para que aconteça brevemente. ·
tação, se dirigir ao Tribunal Regional para- pedir a fi- Veja bem, a COffiisSão ·teffi esse entenaímeríto- e achou
xação de datas das eleições para a Câmara de Vereadores que o plenário deveria tomar conhecimerito. A verdade é V. Ex• falou 'em interinidade e eu, agora, então- vou
do DíStríto Federal. · que 'isso é apenas uma forma de usar ciência ao plenário, examinar, Sr. Presidente, Srs. Senadores. Não há interi-
Se é o próPrio ~Scalão jurídico do Govern-O que invoca para que fique bem marcado e bem registrado e gravado nidade p~ra o_ Senado_ da República. O Procurador poje,
a Lei n"' 3.751, que diz que ela não estã revogada, pergun- nos Anais que eSta investidura tem um carãter iriterino. o Dr. Consultor pode invocar a Lei n~' 3.751, mas iiê?Se---
n-aóõ~-não interessa- ~;S!ia interinidade,
tamos nós: estaria ela revogada e'm seu art. 6"', em que se Consequentemente, não fere a lei invocada. E, por exten-
diz que hã uma Câmara -de vereadores? Nós encontra- Sã-o, riãO fere a Constíiuíçãci,-Uma vez que estâ lei é com- Ó Senado, quando aprova o nome do Governador do
mos Sr. Presidente, na avaliação que fizemos, nO estudo plementar ao artigo 17, desta ConstituiÇãO·.. De modo Distrio Federal não importa a ele se é para I, 2 dias ou
que fizemos, em relação ao Centro de Processamento de que não há muito o que discutir, V. Ex~·me perdoe, esse é para 30 ou 60 dias. Aí, Srs. Senadores, é -que precisa
Dados, do Senado Federal, qualquer açã-o que nos mosM o meu entendimento, salvo melhor juízo. atentar para a importância dessa interinidade e para o
tre que este art. 69, foi revogado, dentro da LegiSlação que possa vir a causar no futuro, Sr. Presidente Passos
a tua! brasileira. O SR. ITAMAR FRANCO- Eu tenho a impressão, Pôrto. Eorque uma interinidade é por demais perigosa;
O que não se pode é apenas o Procurador ou Dr. ConM Senador 'Marcondes Gadelha, que V. Ex~ ainda não se - ela pOde-se-processar, como eu diSSe, no recesso do Con--
sultor é pinçar aquilo que venha interessar, no momento, acostumou com a Nova :República. V. Ex•, parlamentar gresso Nacional e muito mais agora, Sr. Presidente,
ao- Presidente da República ou ao_ Governo da União, dos mais brilhantes, que merece o nosso respeito, a nossa quando o Senhor Presidente da República diz em 30
para dizer que se pode estabelecer a interinidade de um atenção, jã quer me cercear até o direito de debater os as- dias. Quem é que pode supor - e espero que não acon·
Governador. - suntos:_ã.i.inentes ao DiStrito Federal. teça- que daqui a 28 días o Ministro do Interior solici-_
Acho que nós estamos, senador Marcondes Gadelha, tado como está, e sendo solicitado pelo problema nor-
O Sr. Marcondes Gadelha- Permite v. Ex• um apar- · numa Nova República, num regime mais aberto, e creio destino que nós escutamos aqui todos os dias Desta Casa
te? que tenho ci direito de ocupar, a tribuna pafa até que a não póssa mais exercer· o Governo do Distrito Federal e
· presidência me chame a atenção quanto ao meu. tempo ele inteJ;"inamente vier depois de 28 dia-s comuni_c:ir um
O SR. ITAMAR FRANCO-:_ E aí Sr. Presidente, an- novo GOvernado! do Distrito Federal por mais uma in-
tes que eu passe a examinar esta interinidade vOu ouvir, -debater e evidentemente não para V. Ex', nem para os
Senadores, de historiar um pouq urnhO sobre o Distrito terinidade, a partir dos 28 dias. A interinidade, Sr. Presi-
com muito prazer, o Senador Marcondes Gadelba. dente, é perigosa! Muito mais perigosa será a opçãO do
Federal.
O Sr. Marcondes Gadelha - Nobre Senador Itamar Veja que v·. Ex• comete um erro. aí, e tenho que dizer a Senado da República!
Franco, ilão hã qualquer dúvida de que a Lei n9 3.751 se V. ·Ex•, um etro muito crasso. A Coinissão do Distrito Diz O Líder do Partido da Frente Liberal que nem
encontra em vigof. Esta é a Lei OrgâniCa do DiStríto Fe- Federal não está fazendo nenhum favor, Senador Mar- toda interinidade é perigosa. Eu não sei se foi como pio-
deral. É por esta Lei que se regem todos os atos da admi- condes Gadelha, ein mandar o Parecer do DistritO Fede- vocação; como provocação não vou responder ao nobre
nistração do DistritO Federal. _Se existe aí, um hiato, com ral, não. E porque o art. 234, do Regim~to, no seu item Líder da Frente Liberal. E até estranho que o Partido da
relação à Cârllara doS Vereadores, se hã uma espêcie de 4, ·aiz que todo o parecer tein- que ser- examinado pelo Frente Liberal co~ece a levantar problemas com a inte-
alipse, é porque simplesmente a Constituição de 67 silen- Plenário. rinidade. Já me assUsta, ~r. Presidente. Já ê Um Problema
ciou sobre este assunto. Nem disse sim, není disse rião. Veja o quê V. Ex• está dizen~o; rião é nenhum favor da que me passa nesse instante a me preocupar acima dOs
De modo que, o cidadão a que V. Ex• alude que, em Comissão do Distrito Federal não. V. Ex• está.indo mais problell)as atinentes ao GovernO do Distrito FederaL
dado momento, queira invocar essa Lei, para exibir a além. Não sei se V. Ex• está apressado, quer se retirar do Mas, evidentemente, o nobre Líder da Frente Liberal,
instalação de uma Câmara de Vereadores, em Brasília, Plenário, estã cansado de ouvir a nossa voz;- V. Ex• tem com a sua intelÍgência nos deixou um pouquinho preocu-
poderã f~_-lo independente desse Parecer do procura- que ter cuidado também em verifiCar que a Comissão do pados nesses momentos. Mas, enfim, vamos ao O:istrito
Abril de 1985 DIÃRIO DO CONGRESSO NAClONAL (Seção II). Sexta-feira 19 0747

Federal antes que o Senador Ma reandes Gadelha inter- nome do Ministro do Interior, a partir da rejeição do Se- diria saber que o Presidente da República, que se encon-
venha mais uma vez. nado e a devida comunicaç~O oficial ao Senhor Presiden- tra enfermo, desejava fosse o Governador do Distrito
Mas que diz o nobre Senador de Minas Gerãis,- Sena- te da República, S. Ex' não poderia mais continuai Go- Federa! um-ex-Colega 'nosso, também um eminente ho-
dor A!fre_do Campos diz o seguinte, já no final do seu pa- Vernador do Distrito Federal. Porque q_ualquer ato de S. mem público, que é o_ Dr,. Carlos Murilo.
recer:" Ante o exposto não hâ o que opin~r. Assim so- a
Ex•· partir desse instante, e pal-a algun-s }á agora Pode- A realidade é:· que surgiram as dificuldades; Maurq
mos pela comunicação ao Plenário de que esta Comissão ria, qualquer ato, repito, póderia ser coniest"ãdo na Jus- . Borges, indicado pela política de Brasilia e Carlos Muri-
assim entendeu, que dentro dos 3_0 dias, pràzo máximo tiça, como jâ -aconteceu n.o pãSsado. -lo, candidato pessoal do Presidente Tancredo Neves e
da interinidade, estará aplican.do a Constituição e o Re- outro candidato da liSta, o candidato do Dr. UlySses
-Portanto, se o SeÕado da República, volto _a dizer isto,
gimerlto Interno d<i Senado'FCderal quando da indi- Guimarães. Tudo ísto muito-natUral. O que não-ên8tu-
rejeitasse, nesta manhã, o nome do Governador do Dis--
cação do Senhor Presidente da' República, ,par,a a no- ral, o que não ê admissível ê que o Senado da República,
trito Federal, que lâ está para o Presidente da_ República
meação do futuro G_overn_ad_Q.t do Distrito __í='ed~ral." os Srs. Senadores sejim agredidos, mutilados por dificul-
intcilno," e para nós~ -não, os atos de S. Ex• não teriam va-
. Sr. Presidente, m~is três ~inutos- e eilceri~. 1 lor. e
d:ides· Que não !hei "pertencem nem lhes cabem, da
1
Sr. Presidente, 'discordo frontalmente do Senadqr Al- Aqui fica o final da minh~ fala. Entendo que o l?arecer Aliança DemocrátiCa, ·na esCola do Governador do Dis-
fredo Campos, e mais ainda da aprovação pela ~omis~ d-a ComisSão do DistritO Ft.~deral deva ser rCjeitado e, em trito Federal. Maneiras havia, as mais corretas e as mais
são do Distrito_Federal deste parecer. Um parecer que seguida, com esta rejeição o Plenário do Senado venha -sérias.---- NãO- cre"io- que -flão houvesse, na cidade de
precisa ser rejeitado pelo Senado da Rê:pública, ~arque discutir e aprovar ou não o nome do Ministro do Inte- Brasíl!a, nem em membros muito. ilustres da Aliança De-
se o Senado não o fizer-estará abrindo um preced~nte da rior. mocrática, Quém aceitasse õ Sacriflcio, antecipadamente
maior gravidade. Deveríamos aplicar o que pediU o Se- Era O que eu tinha ·a dizer, ·sr. ~residente. (Muito combinado, de.ser nomeado Governador do Distrito Fe-
nhor Presidente da Repú,blica, inclusive enviand.o um bem!) . . derai até que Tancredo Neves, .como Dós todos deseja-
Curriculum do Governador Intedrio do Distrito fede- mos, saia do leito e assuma as funções para as quais o
ral, interino para Sua Excelência, para nós não. A ihteri.: povo_brasileiro o designou, de Presidente da República:
O SR. PRESiDENTE (Passos Pôrto) - Concedo a
nidade não cabe, repito, ao Seriado da República. Mas, não. Preferiu-se o menor; preferiu~se violentar,· no-
palavra ao nobre Senador Henrique Santillo, para adis-
Na fOrma da lei. A lei mandaria o que, Sr. Presidente? meando, contra a Constituição e contra a Lei, um gover-
cussãO do parecer. -
Primeiro, o nosso Regimento Interno, m_andaria que a nador proviSório.- E, ainda mais, propiciar aquilo que
Comissão-do Distrito Federal, não por uma visita, cOmõ O SR. HENRIQUE SANT!LLO PRONUNCIA nunca o .Senado Federal recebeu, a simples comunicação
disse outro dia ao Senador Mauro Borges, e que o espfri- · ____ DISCURSO QUE, ENTREGUE X REVISÃO DO de ter noméado um gOverno provisório para o Distrito
to público de s; EX' disse, não vamos agora convocar o ORADOR, SERÁ PUBLICADO POSTERIOR- Federal.
Governador do Distrito Federal. S. Ex• teria que ',ser MENTE. .. .
convocado realmente. A Comissão, até em ·uma deferên- O Presidente do Senado Federal, que ê um homem de
. cia se quisesse, poderia dispensar o seu debate, masi; S. OSR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- Continua em bem, um homem sério, cometeu o_ equívoc_o de enviar
Ex• teria que ser convocado, porque. assim o diz a lei ~o discussão ci parecer. (Pausa.) esse documento para a Comissão do Distrito FederaL
Senado, obrigatoriamente para debater perante aque~a _ :C:o~cedo a palavra ao nobre L~der, ~ena_do~__ Murilo Afinal de contas, por que enviar à Comissão dO Distrito
Comissão. ' Federal para julgamento um ato jâ Consumado?
BadfÍcó,. para discutÚ.
Fala-se muito em entulho autoritário. Dizem até que o
O Sf. Mauro Borges- V.· Ex• permite urit aparte?!:' . O SR. MÚR!LO BADARO PRONUNCIA DIS- · grande trabalho é a varredura, mas pelo que se vê é que
CURSO QUE,. ENTREGUE À REVISÃO . DO s~ efetivamente, estão varrendo de um lado um dos la·
O SR. ITAMAR FRANCO- Ouço V. Ex• ()_RADOR, SERÁ PUBLICADO POSTERIOR- tões, estão enc!lendo um latão com outro tipo de entulho
O Sr. Mauro Borges- Perdoe-me, V. Ex• tem mais MENTE. autoritário, semelhante ao que estamo-s- assistindo. Ao
exp~iênCiã aqui nesta Casa, mas não con.Sf:gui verlficar, · O SR. PRESIDENTE -(PassoS Pôrto) -Concedo a
invés de um, temos, agora, dois latões de entulho autori-
pela Conslituição, a obrigatciiíeOãOe-do ~xame; digamos táriO: um da Velha República e outro, da Nova. Traba-
pal~vra ao nobre ~~nadar Alexand~_e Costa pa_ra d~scutir
assim, da verificação da capacidade do candidato, da fi- lho dobrado; entulho dobrado; tempo dobrildo, até que
o parecer. devolvam as prerrogativas ao Congresso Nacional.
gura proposta pelo Presidente da República. seriam dois
casos; o art. n9 42 é absolutarriente claro no caso de can- Se o Senhor Presidente da: República errou, -é muito
O SR. ALEXANDRE COSTA (PDS- MA. Para dis- .
didato permanente; sem ser inlê:l"íito, é claro que deve ter n_aiural os homens errarem - não vejo nada demais em
cutir o parecer.) - Sr. Presidente, Sr$. Senadores:
um curso normal e o Regimento Interno no seu art. 105 que voltasse atrás em seu_ ato. Que demérito haveria para
Se t_alento __tiy~sse, repetiria, aqui, com o brilhantismo
estabelece, claramente, que a C<:imissãç deve ouvir eco- um Presidente da República voltar atrâs em ato seu?
com que foi fdto,·as mesmas palavras e os mêSmos argu-
loca entre parênteses o art. 42. Não está claro, absoluta- · Mas1 julgam o Presidente da República um rei, que não
mentos aqui pronunciados pelo Senador Henrique San-
mente, m!m no Regimento e nem na Constituição de que pode errar, e aSsim, jogam para o Congresso Nacional-
se deva fazer a convocação pela ComisSão -do Distrito tillo. Mas divergiria do final, quando S. EX• concorda
teceptâculo de tudo - a ~lução de tudo aquilo que, não
Federal, para os casos de interinidade. Este, parece-me, ê com o parecer, porque já votou na Comissão do Distrito
desejando _fazer, desejain seja concre~izado;
um caso omisso. Federal e se protitifica a votar pela aprovação do parecer
Esta, a grande verdade, que estâ atrâs do biombo de
da Comissão do Distrito Federal no Plenário desta Casa.
todas as discussões sobre leis! ·
O SR. ITAMAR FRANCO- Exatamente, nobre Se- Ouvi a todoS: a esse brilhante colega que ê Itamar Fran-
Mas, não hâ leis a serem discutidas. A alquimia aí está
nador Mauro Borges. t que, para o Senado da Repúbli- co, ao meu Líder, Senador M urilo Badaró, a quantos
a serviÇo de tudo isso. Encontra-se quem dê parecer fa-
~ - e este ê o núcle_a da minha tese -não hâ interini-
-aqui se manifestaram.
vorâvel; encontra-se quem dê parecer contrário, ao sabor
dade. O Senado não tem que discutir interinidade. Se o __ Sinto; Sr. Presidente, que nenhum dos orãdores- que dos intereSses.
cargo vagou, não poderia ficil.i acéfalo o cargo de Gover- e
aqui falaram, por motivos que desconheço que respei- Colocar o Senado da República para reunir três vezes
nador do Distrito Federal e se não podia ficar acêfalo, o to, quiseram abordar as razões pelas quais se violentou e a ComisSão do Dísti'ito Federal,- e esta é a terceira ses-
Senhor Presidente da República resolveu colocar o Sr. se agrediu o Congresso Nacional, nomeando um gover- são do Senado para se discutir se hâ ou não amparo legal·
Ministro do Interior. Nós tlão aceitamos a inteririidade; nador.sem_ a .aprovação prévia desta Casa: As fazões sã-o a essã noineaÇãã pretendendo a legalização de ato jâ for-
h por isto, sr; PreSidente, qu~ -entendo que este páfecer aS m-iis corlhecidas, toda a ~dade de Brasília conhece; malizadot porq!Je o Ministro jâ é Governador. O cami-
da ComisSão dO -Distrito FedCfal d-eva ser rejeitado e o _todõs os Senadores cOnhecem. Quando se precisou do nho a trilhar seria devolver o ofício ou dele não tomar
Plenârio pOss~; então, aprovar_ ou não. a nomeação do Povo brasileiro, da população de Brasília para compare- co'nhecimc;nto, não aceita.ndp, assim, impassível, essas
Governador indicado. O problema da acumulação serâ "cerim às praÇas "J>úbtiCás, compromiSsos fOram assUm-i- discÚs$Õ~ estéréiS qu~ a .nfn8-uê~ ~onvenceffi, tampouco
decidido depois, quando a Senhc;u Presidente da- Re- -dOs, e aí .estão as faiXaS liaS avenidas da cidade, que di- à população de Brasília. · ·
pública nomear, efetivamente, o Governador do Distrito zem: "Palavra é_ palavra, um brasiliense no Buriti." Se se comprometeram a colocar o Governador de
Federal. Aí, sim, poderá h'!-ver a.cumulaÇão ou não. Nós O partido então de oposição, hoje no governo, indica- Bi-a.sília", J;oaem até faltar ao compiOmisso, mas que te~
entendemos, tambêm, que não Poderia haver acumu- va t.çês membros para governar o Distrito Federal, entre nham a coragem de dizer: "Vamos faltar ao·compromis::-
lação do cargo de Ministro com GOVCriiador. Esta é ou- eles uma das figuras mais eminentes e que honra estaCa- so." À finar de contas, não vai ser a primeira vez, e nem-
tra tese que, no momento, não vale a pena discutir. Ago- sa_, que é o Senador Mauro Borges,_ como honrados são s~râ_a últÚita, que se engana o povo nas praças públicas.
ra, veja V. Ex•, río~re Senador Mauro BQrges~ por que o tOdos_ os demais ·da lista tríplice. Agof.a~ enganar o Senado Federal, ou ele mesmo
Senado deve e precisa opinar? t porque, se neste irtstan- Todo mundo sabe, e eu li no Jornal de Brasilla, de on- iludir-se ém discussão de lei que absolutamente não se
.te, nesta manhã- e aí que está a gravidade- do proble- tem ou dC anteontem, declaração atribuída ao meu emi- aplica ao caso, poiqÜe é-liili- caso PoliticÕ, de dificuldã-
ma. Se o Senado da República, por exemplo, rejeitasse o nente colegâ Senador Alfredo Caffipos, Relátor, em que des política"S de um partido oU de dois que compõem a
0748 Sexta-feírã !9 .. J:>IÁRID DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abril de 1985

aliança Democrática, penalizar o Senado por problemas O Sr. Itamar Franco - Hã muito tempo, desde que não é nossa tradição, a Constituição mais liberal que·este
que não são seus, não me parece lícito, não me parece aqui cheguei, em 1975, defe;ndi_ exa:tamente o que dii V. País jâ teve, a de 46, não conferia eleições diretas para
justo, não me Parece que devamos aceitar calados sem Ex• Governador no Distrito FederaL.,
um protesto, -que agora faço. Não podemos consolidar O Sr. Itamar Franco- Respeitamos o ponto de viSta
. O SR. MAR CONDES GADELHA- É um traço in-
uma ilegalidade, apenas para satisfazer caprichos e vaiM
teressante. d.e V. Ex•.
dades dos que erraram e insistem em persistir- no erro.
Mui.to obrigado, Sr. Presidente. (Muito bem!r O Sr. Itamar Franco~ Um traço interessante, não! t O SR. MARCONDES GADELHA - ... e não con-
um traço que consta nçsAnais do Senado. V. Ex•, se não cordo que . Brasflia tenha representação em todos os
O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto) - Concedo a níveis. Compete à sua população escolher em quais
acredita mi minha palavra, é só verificar os Anais.
palavra ao nobre Senad_or_Marcondes Gadelha. · níveis :Pretende ser. Agora, não pode ser mais representa-
O SR. MARCONDES GADELHA - Fico feliz que da do que o cidadão de outro Município.
O SR. MAR CONDES GADELHA (PFL- PB. Para
V. Ex• reconhece que a Lei estâ em vigor.
rliscuür.parecer. Sem revisão do orador.)- Sr. Presiden- O Sr. Itamar Franco _: O que não pOde, Senador
te, Srs. Senadores:. O Sr. Itamar Franco- V. Ex•, então, não escutou a Marcondes Gadelha, é o Senado da República continuar
Gostaria Je f~er apenas duas ou três considerações minha argumentação. Ao contrário, eu disse que se a Lei a dirigir os destinos de Brasflia. Esta é a verdade .
• sobre as objeções aqui trazidas de boa fé, com muito de 3.7.51 de 13 de abril 4e 1960, no meu entendimento,
espírito público e, sobretudo, com muita proficiêil.Cíã e estâ em vigor, ela permite exatamente o que tenho dito O SR. MARCONDES GADELHA - Mas o ponto
elegância -pelos eminentes Senadores Itamar Franco, aqui: que Brasília tenha sua Câmara de Vereadqres._ No fundamental que V. Ex• colocOu ...
Murilo Badaró e Alexandre Costa, basicamente, no que momento em que o Procurador da República invoca esta
respeita à suposição do Senador Itamar f'ranco_ de que a Lei, busca amparo nesta Lei para dar ~ssa interinidade O Sr. Itamar Franco- Não é?);: fundamental aí, jus-
rejeição desse parecer implica a rejeição do nome do Sr. ai, o' que eu dis~e?: qualquer cidadão brasilien,se pode, in- tamente!
Ronaldo Costa Couto para Governador interino do Dis- clusive, recorrer ao Tribun,al Eleitoral para que Brasília
trito Federal; basicamente, no que diz w;peito à suges- tenha a sua Câmara de Vereadores, até que a Justiça ... O SR. MARCONDES GADELHA - ... é a impres·
tão do Senador Alexandre Costa de que se deva devolver são, a suposiÇão de que a rejeição deste Parecer implica
o Oficio ao Excelentíssimo Senhor Presidente da Re- O SR. MARCONDES GADELHA- V. Ex• não estâ na rejeição do nome -do Sr. Ronaldo Costa Coufo ...
pública e acima de tudo, no que diz respeito à colocação trazendo nenhuma novidade, porque antes desse cidadão
d0 Senador Murilo Badaró de que estaria havendo umã brasiliense, este Próprio Congresso' pode até marcar O Sr. Itamar Franco.,..... Não! Absolutamente, Senador
usurpação de poderes do Senado Federal por parte do eleições para Vereadores, com báse nesta lei. Marcondes Gadelha. ·
Presidente da República, o que levaria S. Ex• ao gesto
O Sr. Itamar Franco- Pode! Por que não se fez? Por- O SR. MARCONDES GADELHA - ... e, canse·
dramãtico de se retirar do Plenário, ·de se omitir do seu
que havia um regime autoritáriO, Ex• que não permitia. qU~ntemente,
nós votaríamos.
direito de voto e abdicar, momentaneamente, de uma
prerrogativa que o po-vo lhe concedeu O SR. MARCONDES GADELHA- Vou dizer a V. O Sr. Itamar Franco- Senador, Marcondes Gadelha,
Sr. Presidente, tenho acompanhado a luta do Senador Ex~ porque não se fez V. Ex' sabe, perfeitamente, porque talvez por.deficiência de raciocínio V. Ex• não tenha en-
Itamar Franco em favor do Distrito Federal, secundan- V. Ex' 10abe melhor do que eu, nobr~ Senador Itamar tendido o meu ponto de vista. E a culpa não é de V. Ex•.
do modestamente as suas inlciativas no sentido de qUe Franc.?• porque é que não se fez. é minha, porque talvez, eu não tenha sido claro. O que
esta entidade federativa venha a ter sua represen-iiição
O Sr. Itamar Franco- Melhor do que V. Ex•, não sei. disse é o seguinte, Seriado·r Marcondes Gadelha: o pie·
política. Ma~. não concordo que se venha a afirmar que
nário tem que debater o Parecer da Comissão do Distrito
o Presidente da República agiu c~mtra a Lei, pelo simples
O SR. MARCONDES GADELHA - Não se fez, Federal. Isso é o primeiro ponto pai-a mim. Porque isso é
fato de não ter Brasília uma Câmara de Vereadores_. Te--
porque aconteceram atos políticOs iri'egrilares, -situações regimental; precisamos debater. O que_ eu pretendo? No
nho projeto, apresentado a esta Casa, concedendo repre-
anómalas que aconteceram sobre as Instituições deste que eu insisto junto ao Senado da República? primeiro, é
sentação a Brasília, e concordo em que esta cidaçle tenha
País; a deposição do Sr. João Goulart e os atos subSe- na derruhada d_o_-PareCer da Comissão do Distrito Fede-
a sua representação local. Não concordo com a represen~
qUentes ... ral. Derrubando o Parecer da ComiSsão do Distrito Fe-
tação em todos os níveis. Acho que os cidadãos brasi-
deral, o Senado da República vai opinar sim ou não
lienses devem fazer a sua escolha quanto ao nível da sua O Sr. Itamar Franco- Evidentemente, Ex•, o que eu sobre _o Governador, sobre o nome indicado, potque se-
representação popular, se Cânfara de Vereadores ou se disse? Nós estamos nos referindo ao regime autoritário não, Senador Marcondes Gadelha, basta que V. Ex• en-
representação na Câmara Federal. O que não se POde ê, Ex• Havia um regime autoritário neste Pais. tenda - é mais do que inteligente, S. Ex• é ...
na tentativa de corrigir uma frijUstiÇa; se procedei numa
injustiça n1aior em -refãÇâO aos cidadãos de outrOs- ffiu- O SR~ MARCONDES GADELHA - ... que aconte- O SR. MARCONDES GADELHA - Senador Ita-
nicípiõs que não têm representação ein todos Os ilfVCIS. ceram nO campo político-militar e que acabaram desa- mar Franco,__ V, Ex' sabe que ?ão. Rejeitado_o ...
O cidadão paulistano não tem um Senador sô da sua guando na constituição de 1967 que, iilfelizmente, silen-
cidad\. não tem Deputados Federais, só do seu Municí- ciou sobre a Câmara dos Vereadores. O Sr. Itamar Franco- Não, Ex.', veja ...
pio. Brasflla não pOde partir de nenhuma representação Mas, quero dizer que este mesmo Congresso já tomou
para uma super-representação, ficando numa posição iniciatiVas ·marcando eleições cOm base nesta Lei. De O SR. MARCONDES GADELHA - Parecer ...
extremamente favorecida em relação ao resto da cidada- modo que não é nenhuma novidade que qualquer cida-
nia brasileira. dão poderã invocar a Lei. O Sr.Itamar Franco- Se reJeitado o Parecer, nós po-
Ora, Sr. Presidente, essas observações vêm .ã propósito demos ~ se o Parecer do eminente Se'nador -Alfredo
da colocação fundamental do SenadOr Itamar Franco, O Sr. Itamar FranC9- Evidente E'xt Eu não estou di- Campos for aprovado pelo Plenário, V. Ex• sabe que nós
• que nega validade, ao ato do Presidente da República, zendo qUe é novidade, porque desde 75 que eu dig~ que não temOs mais o que fazer. O Que-diz OSemidor Alf~do
pelo simples fato de não termos uma representação, des- essa Lei está em vigo~. Que novidade há? Não hã novida- Camr)õS? Veja: V. EX•, e ÕSenador Alfredo Campos veio
conhecendo que os outros atos da vida admirifstratiVa, de, evidente. V. Ex• tem razão; ela está regendo o destino aqui realmente buscar e tentar, dentro do seu Parecer,
deste Município, ·estão sendo regidos por esta Lei n' do Governador do Distrito Federal. Pda pr-imeirâ vez se n10stfar exaiãmente o Que- eu não quero. Mas se o seu
3.751. tem às claras um Parecer do Dr. Consultor e -di:iDf. Pro- ParCcCr for aprovado, VCj3 V: Ex•, diz o SeDado-r Alfredo
Pois muito bem, SCnadQr Itamar Franco. Quero avi- curador invocando esta Lei. Esse é um fatO importante Câmpos:- ·
var a memófia de V. Ex• Quero dizer que, com base na que V. Ex• hã de concordar comigo.
''Ante o exposto não há o que opinar...
Lei n' 3.751, estê mesmo Congresso já votou um _ato
O SR. MARCONDES GADELHA - Eu sugiro,
marcando eleição para vereadores, no começo dos anos Diz ele:
nobre Sena_dor, que tomemos iniciativ~s no Sentido de
60.
fazer com qUe a população decida qual é o tipo de repre--
"Assim somos pela comunicação ao Plenário de
O Sr.ltamar Franco- V. Ex• não tem que me avisar a sentação que quer em representação popular e, então
que esta Comissão assim entendeu .•. "
Lei n' 3.751. Não! Porque antes de V. Ex•, eu jã disse, nós, com base nesta lei, nós poderemos. implaittar uma
nesta Casa, que ela estava em vigor. V. Ex• já co-mete aí Câmara de Vereadores. E, agora, vem o Senador Alfredo Campos, na parte
· um engano para com o seu colega. Pessoalmente eu discordo de V. Ex~ com relação ao principal do seu Parecer.
tipo de representação que brasília deva ter. Não concor-
O SR. MARCONDES GADELHA .:._ Perfeitamente. do com eleições diretas para Governador, porque esta O SR. MARCONDES GADELHA- Muito bem!
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Sexta-feira 19 0749

O Sr. Itamar Franco - O SR. MARCONDES GADELHA - Sr. Presidente, O SR. MAR CONDES GADELHA -:Nós assuminos
dizia eu, que se nós aceitássemos a ponderação do Sena~ essa responsabilidade. E lamentamos de que V. Ex.'s não
"E que dentro de 30 dias, prazo máxima da inte-. dor Itamar Franco, de rejeitar essa matêria, ainda que queiram assuril.ír a responsabilidade de preservar este di-
rinidade... fosse Por inócua, ainda que fosse por inútil, ainda que reito do Senado Federal de indicar a responsabilidade,
fosse por desprovida de efeitos jurídicos, nós estaríamos, de fixar nos termos desse parecer o caráter de interinida-
O SR. MARCONDES GADELHA - Perfeitamente, de, de deixar bem claro que esta é uma solução apenas
Sr. Presidente, aí sim abrindo .mão de uma prerrogativa
Ex• que ê ·noSsa; a de fixar a natureza deste mandato do Sr. provisória. E que esta Casa se .reserVará nos termos desse
Ronaldo Costa Couto, por que o Senador Alfredo. Cam- - pãrecer, o direito de usar firmemente a Constituição e o
O Sr~ Itamar Franco - E nós não concordamos com
pos, de maneira "inuíto prudente, de maneira muito judi- Regimento quando da inlfícação do futuro Governador
essa interinidade.
ciOsa, "encerrou o seu Parecer, e a forma era tão clara, tão do Distriio Federal, éonforme está dito com todas as le-
O SR. MARCONDES GAOELHA- Prossiga, n-obre evidente, que o Senador Itamar Franco não 'quis concluir tras pelo Senador Alfredo Campos. Lamento que por
a sua leitura. um gesto dramático de natureza apenas política, qUe
Senador Itamar Franco, V. Ex' vai chegar seguramen-
Diz O" Senhor Alfredo Campos, ao fim do seu sucinto, pode ter um visual apenas chocante, mas que não vai à
te...
mas brilhante parecer: • essência dos fatos, lamento que douta Minoria perca eSfã
O Sr. Itamar Franco- ~··~somos pela comunicação ao Plenário de que oportunidade de preservar esse direito de deixar bem cla-
esta comissão assim entendeu e que, dentro dos 30 ro que este parecer poderá ser invocado mais adiante,
Estar-se-ia- aplicando a Constituição e o Regi- dias, prazo máximo da interinidade, estará aplican- que o Senado só o aceitou, porQue ficou bem claro, ficou
mento Interno do Senado Federal, quando da indi- do a Constituição e o Regimento Interno do Senado bem nítido, o cai'áter de iriterinidade, de provisoriedade,
cação .do Senhor Presidente da República, para a Federal, quando da indicação do Senhor Presidente do Gov·ernador do Distrito Federal.
nomeação. -da República, para a nomeação do futuro Governa- Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. (Muito bem!
. dor do Distrito Federal." Palmas.)
Eu jâ entendo diferente.
Então, está deixando claro, o Senador Alfredo Cam- O SR. PRESIDENTE (Passos Põrto) ......: Conci:do a
O SR. MARCONDES GADELHA - Com a no-. pos, e poi' extensão estará deixando claro este plenário, palavra ao nob_reSenador Josê Ignâcio Ferreira para dis-
meação de que, Senador Itamar Franco? Conclua, por no momento em que acolher o seu parecer, que reconhe- cutir o parecer.
favor. ceo.caráter definitivo do maq.dato do Sr. Ronaldo Costa
Couto. O SR. JOSE: JGNACIO FERREIRA (PMDB- ES.
O Sr. Itamar Franco- Estâ aqui, vou concluir. Se nós deixássemos passar este momento histórico, Para discutir, sem revisão do orador.)- Sr. Presidente,
sem fazer constar nos An.ais este elemento crucial de de- Srs. Senadores:
O SR. MARCONDES GADELA- Nomeação do fu- cisão da nossa parte, s_e nós deixássemos passar esse ins- Já dissemos em ocasiões anteriores e qUeremos repetir
turo Gover1_1ador. tante, sem apormos a nossa assinatura, o no_sso aval, a agora. Este episódi-o se dá perante o Senado Federal, no
esta posição da Comiss~o do Distrito Federal, aí sim, momento em que o Poder Legislativo, e aí apartamos
O Sr. Itamar Franco- Mas é aí que nós discordamos.
nós estaríamos deixando que fossem usurpados estes po- quaisquer considerações de natureza partidária, quais-
O SR. MARCONDES GADELHA -Ora! Se nós re- deres do Senado Federal tão carinhosamente zelados, quer reflexos sobre as correntes partidárias que aqui con-
jeitamos isso aqui... tão veludosamente cuidados pelo eminente Líder Murilo vivem, no momento em que, repito, o Poder Legislativo
Badaró em sua brilhante exposição. vive os seus dias de afirmação perante o Poder Executi-
O Sr. Itamar Franco- V. Ex•rne deu o aparte. Posso Desta forma, Sr. Presidente, quero crer Que estaremos vo. t exatamente num momento assim ê qUe se dá um
acabar de concluir? Volto à Mensagem do Senhor Presi- resguardando direitos do Senado Federal no momento epiSódio como este, que tem provocado tantas contro-
dente da República, Senador Marcondes Gadelha. O em que aprovarmos este parecer, estaremos nos preca- vérsias. Momento de afirmação do Poder Legislativo,
que diz o Senhor Presidente da Reptiblica? Já, agora, vendo e precavendo à Nação de que qualquer indicação afirmação essa que haverâ de se dar seguramente às cus-
não o Senador Alfredo Campos, mas o Senhor Presiden- de Governo, em caráter definitivo, tem que ser submeti-_ tas da redução dos poderes amplfssimos que a Executivo
te da República: ''para os devidos fins". dO a anuência prévia do Senado ·Federal. Estamos dizen- adquiriu ou tomou ao longo dos vinte anos de autorita-
do de um forma sóbria, estamos dizendo de uma forma rismo que vivemos.-
O SR. MARCONDES GADELHA - Não estamos escorreita e prudente aos outros poderes desta Reptlbli- ~ importante que Se fale inicialmente, Sr. Presidente,
votando a Mensagem do Presidente da República. V. ca, que não nos conformamos com qualquer tentativa de que aqueles que hoje falam da existência do entulho au-
Ex• concluiu uma leitura· muito fecUnda ainda há pouco, perpetuação que não seja referendada por este Congres- toritáriO, e tantO se falou nesse entulho autoritário, são
em que o· Senad_or Alfredo Campos.•. so. Estamos deixando bem claro e. bem explicito, que os mesmos que aci longo de vinte anos pacientement;
esta é uma atitude cautelar do Congresso Nacional, construíram esse entulhq autoritário, diante do quãl, ho~
O Sr.ltamar Franco- Não! V. Ex• que t:Mé:dico não . quando faz votar um parecer que, a rigor, ní'io seria ne-- je, nos quedamos preocupados e nos enovelainos num
pode separar o seu caffipo pós-operatório. Nós temos cessãrio. esfOrço enorme :Para corileçaçr, a·duras penas, a removê-
que examinar todo o corpo aqui, no caso. V. Ex~ não po- ~.apenas, Sr. Presidente, para ritarcar a posição do Se-- lo do tabuleiro ju~ídico da vida nacional. Esse entulho
de, apenas, no aspecto çirúrgico examinar aquilo, limpar nado Federal, é apenas para marcar a posição do C_on· autoritário foi feito por eles, pelos qUe, hoje, afirmam a
o campo. Vamos fazer diferente. V. Ex• tem que exami- gresso Nacional, e por isso não podemos abrir mão de necessidade imediata da sua remoção.
nar o corpo n·a sua integralidade. votar este par~r. ()_que também pareCC óbviO, Sr. Presidente, 6 que a
· O Sr.- MurilO Badaró (Fora do microfone.) -- Opo- ConstituiÇão é clara no seu ~rt. 42, iriciso III, da prévia
O SR. ~RCONDES GADELHA - V. Ex•, como sição da Maioiia. - audiência do Senado Federal para efeito da nomeação
engenheiro, sabe que toda construção tem o seu ponto O' SR. MARCONDES GADELHA ~ Eu esperaria do G~veÍ'nador do Distrito Federal. O Presidente indica,
basilar, tem· o seu ponto de sustentação. que também a Minoria participasse dessa votação. o Senado aprova e o Presidente nomeia. Este fato, tam·
Sr. Presidente, não gostaria que a douta Minoria se bém, parece claro. Mas aí quando nós descermos na hie--
O Sr. Itamar Franco- Como engenheiro, eu sei que omitisSe, se 3bdicasse de uma prerrogativa que é sti'a, que rarquia das leis, abaixo do teto constitucional, começam
não há efeito sem causa. Porque a mente humana, na ló- lhe .foi conferida pelo povo, que cruzasse os braços, que as complicações. É irrecusável que a legislação que nós
gica, ~ão permitiria um efeito sem causa. V. Ex• há.de fechasse QS olhos diante de um ato de absoluta conscien- tanto manuseamos nesses Ciltimos dias - a Lei Orgânica
concordar comigo. tiza;ção Qo Senado. Federal dos. seus direitos e dos seus do Distrito Federal, a Lei n9 3.751- tem provocado as·
deveres. Fugir ao assunto, sair do Plenário, ·omitir·se na maiores controvérsfas, na medida em que até se indaga
O SR. MAR CONDES GADEUIA - Eu estou preo- h9_ra de uma tomada de pqsição qUe marca, efetivamen- se é vâlido afirmar-se a sua exiStência legal no tabuleiro
cupado em que nós terihamos causa sem efeito. te, a determinação do Senado de não abrir mão do seu jurídico do País. Ela exi_ste_ Cfetivamente, senl dtlvida
direito de votar a nÕineação do Senhor Presidente da Re-- existe; é lacunoSíssima em niuitos pontos. Inclusive, um
O Sr. Itamar Franco- Não existe. A mente não aceita públi~a em caráter definitivo, jogar ao lixo da hi~tória deles é este, o do dispositivo que terá respaldado o com~
isso. Pelo. amor de Deus! Não há efeito sem causa. Esse C esta proposta. portirmento do Senhor Presidente da Rep!iblica. Então,
o princípio~ não só matemático, c-omo físico e lógico, que parece claro que na hierarquia das leis, abaixo da Consti·
O Sr. Murllo Badar6- Permite V. Ex• um aparte? tuição, a p.ormatização qlle existe jânão mais perinite um
V. Ex~. como médico; sabe muito bem disso. O que diz· o
Senhor Presidente da República? Eu vou encerrar o O SR. MARCONDES GADELHA -Ouço V. Ex• comportamento com uma nitidCz absoluta, à vista de
aparte para não tomar mais tempo precioso de V. Ex•. uma interpretação. Sem dúvic:la ·alguma, que não deixe
Diz o Senhor Presidente da Repúbli~; ...... na forma de O Sr. Murilo Badant- V. Ex•s da maioria terãõ que margem alguma deSsa legislação hierarquicamente infe-
lei". A forma de lei, Senador, é o Scilaâo da República assum li sozinhos a responsabilidade da transgressão à. ri~r ao tet-a constitucion~l. Essa legislação não permite
não ser omisso e apliCar -a Constituição. ordem Constitucional. que o Senhor Presidente da Rep6blica tenha um com-
0750 Sexta-feira 19 DIÁRIO DO CONGRESSb NACIONM.: (Seçã-o II) Abril <;le 1985

portamento que fique indene de dúvidas e a salvo das tica do que jurídica, no Senado da República; no mo- Senhor Presidente da República, ao nomear o novo Go-
controvêrsias quando da apticação dela, mento em que apartadas todas essas controvérsias quejã vernador do Distrito Federal, ainda que em caráter inte-
Então, o Presidente da República pode ter errado, Sr. justificariam, no mínimo, o benefíciO da dúvida quanto rino, tivesse tido um bom assessoramento jurídico, Sua
Presidente e Srs. Senadores, o Presidente da República ao comportamento do Executivo, neste momento-8.inda EXcelência nã(l teve. Sua Excelência não poderia jB.mais
pode ter cometido um equívoco até. E por que não? HuM sobrevém o fato de que uma decisão política mais vee- nomear sem a prévia autorização d(! Sen_ado FederaL
mano como é, respald.ado, embora em pareceres de emi- mentemente se impõe, porque vivemos uma efetiva tran- Dãí, qli_a_n<fõ advertido Sua Excelência corrigiu o e~o.
nentes juristas, mas o Presidente pode ter cometido um sição, sobretudo na cúpula dos poderes da República. Enviou um ofício substituindo a palavr~ "nomear" por
equivoco, respaldado numa interpretação de um texto de Estamos surpreendidos, ~m cima da ponte, com a imi- "designar".
lei que existe, na realidade. nência da perda do f!OSSO grande Líder. No momento da Já, agora 1 apreciemos o problema da designação e não
transição, eJé pode desaparecer da vida. do País. E, na or- da nomeação, porque é esse o problema que está em fo~
Nós, então, quando do envio daquela comunicação ao:
fandade iminente .em que quase toda a Nação se queda, co. É pena que tenha faltado assistência jurídica ai) Pre-
Senado da República, uma comunicação da prática de -
um ato, S. Ex' comunicoU que designou para, interina-
temos que dar esse crédito à Presidência da República, sidente_ da República no momento _exato, no seu primei~
uma Presidência interina que_seguramente invoca isso de ro atO em que se dirigia ao Congresso Nacional, Porque
mente, resp-onder pelo Governo do Distrito Federal, o
nós, e que em nada. nos diminui na concessão_dessecr_édi- num assunto _dessa importância, aconselharam-no mal.
Sr. Ministro Ronaldo Costa Coufo. Entendemos que er·a
to, Sr. Presidente, em nada nos diminuT. Sua E'xcelência baixou ·um decreto nomeando, ao invés
absolutamente vâlido o _comportamento do Sr. Presiden-
Mantenho os meus entendimentos no que_toca aos as- de designando.
te da Casa, remetendo a espécie à Coril.issão -do Distrito
Federal para os devidos fins como, aliâs, aparentemente pectos }urídicos da questão, mas acho que o Senado da Vejamos agoi-a, se ê possível designar.
para nós, o solicitav-a _O eininente_ Senhor Presidente da República deve, precisa e pode cumprir o seu papel, que Pelo que se tem dito e repetido nesta Casa, o Governa-
República. é o de simplesmente aprqvar o parecer _da Comissão do dor do Distrito Federal, aprovado pelo Senado Federal,
Distrito Federal, e tomar como sendo uma simples co- pode, no caso de impedimento, designar um substituto
Ocorre, Sr. Presidente, que em face não da clareza do municação, este expediente enviado pelo eminente Se- para exercer o Governo do Distrito Federal. Esse substi-
texto constitucional, mas da dubiedade do textO legal nhor Presidente da República. Nós confiamos enl Que tuto não ê aprovado pelo Senado. Trata-se de uma emer-
e
que à Constituição sUbmisso, em face dessalacunosida- não terâ de modo algum havido, na inspiração desse gência. Com muito mais razão o Presidente da Repúbli-
de do texto legal, muitas divergências ocorreram nesta comportamento do Senhor Presidente da República, um ca, eleito pelo Colégio Eleitoral, que representava e re-
Casa. O parecer da Comissão do Distrito Federal certa- propósifõ de atingir o Senado da Repúbfica. bum "mo- presenta até hoje, infelizmente, na Constituição, a Nação
mente decorre de qm·a interpretação feita desse texto e, niento de transição que nós temos que respeitar. Pode- inteira, pode designar um Governador para exercer irite-
mais que isso, de uma aferição do expediente enviado mOs vivê-lo com intensidade, respeitando-o na sua intei- rinamente o Governo do Distrito Federal.
pelo Senhor Presidente da República. Eu, que em oca- reza, e podemos e devemos neste momento, afirnlar mais Ora, esse póder de designação, que é do Governadoi,
siões anteriores, defendia um comportamento do Senado uma vez a conveniência da tomada de uma decisão polí- com muito mais razão pode ser do Presidente da Re-
~o _sentido de analisar a espécie, votar ou não votar o tica que em nada nos diminui, aprovando o parecer-da pública. E mais ainda, em que data foi feita essa deSfi-
nome proposto pelo Senhor Presidente da República, eu Comlssão do Distrito Federal. · nação? Porque a nomeação não tem nenhuma razão, ao
que defendia hâ pOuc_os dias que o_Senado cumprisse o Eu, portanto, Sr. Presidente, sumulando este meu pro- contrãrio deveria merecer uma repr.ovação desta Casa. O
seu papel, continuo defendendo agOra que o Senado o nunciamento, marrtenho os meus entendimentos no que Governador não pode ser nomeado nunca e espero que o·
cumpra, mas entendo que o cumprimento desse papel hã toca aos aspectos jurídicos dá questão. Entendo que assessor jurídico, ou quem quer que seja, que aconselho
de se'r o da aprovação do parecer da Comissão de Cons- pode o Senhor Presidente da República ter se equivocã- o Senhor Presidente da República de agora. por diante
' tituição e Justiça, cujo Relator foi o eminente Sen_8.dor do; enteildo também qUe, mesmo equivocado, não terá o não cometa esses erros crassos.
Alfredo Campos. Por que? Porque o eminente Senador Senhor Presidente da República se inspirado em propó-
Alfredo Campos·-concluiu que o que ocorreu foi uma Sr. Presidente, vejamos o que ocorre num caso muito
sitos de desrespeito ao Senado da República ou ao Poder mais grave no da intervenção federaL Eis o art. 12 da
simples comunicação do Senhor Presidente da Repúbli- Legislativo, e entendo que vivemos um momento_ de
ca, não para o cumprimento do disposto no art. 42, inci-
ConstituiçãO:
trahsição que temos que respeitar, transição por todos os
so III, mas concluiu que não havia como a Comissão do titulas, e afirmaremos esta consciêricí3. pela aprovação "O decreto de intervenção, que será submetido à
DiStrito Federal exercer os seus poderes específicos, pre- do parecei da Comissão do Distrito Federal. O Senado apreciação do Congresso Nacional, dentro de cinco
vistos nas normas regimentais -da Casa. E a mim pareceU Federal cumpre o seu papel aprovando o parecer da Co~ dias, espe_cíficará a sua amplitude, prazo e condições
que ele o fez acertadamente, Sr. Presidente, a mim pare- missão do Distrito_ Federal. de execução e, se couber, nomeará o interventor."
ceu que a Casa cumpre seu dever acompanhando _o en-
tendimento do eminente Senador Alfredo Campos, O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto) - Concedo a
E -~iz no Parágrafo Primt::iro:
acompanhando o enteftdimento da Comiss-ão do Distrito palavra ao 'nobre Senador Nelson Carneiro.
FederaL Cumpre à Casa o seu papel. "§ 1'~ Se não estiver funciOllandci, OCongreiiso
O SR. NELsON CARNEIRO (PTB- RJ. Pronuncia Nacion3.1 será co~vocado,_ dentço do mesmo prazo
Se o Presidente da República terá se equivocado- eu o seguinte discurso.)- Sr. Presidente e S!s. Senadores: de cinco dias, para apreciar o atO -dO Presidente da
disse em ocasíões anteriores e mantenho a miriha afir- Acompanhei com i_ryteresse os debates _aqui travados, e República."
mação de antes - seguramente terá ocorrido esse equí- senti do· meu dever deixar a. minha opitlião- nos Anais,
voco, pelo menos, pelo meu enfoque pessoal, as eminen- opinião desapaixonada e·que procura focalizar·os ratos- Orã, é muitO m<iis grave ó ato de intervenção no Esta~
tes autoridades do mundo jurídicó-_que- respaldaram com como eles ocorreram. do, afastando o Governador eleito pelo povo, do que o
o seu parecer o·comportamento do Senhor Presidente da -~~icial~ente, __ q~Úo decl<l:rar qu~ le~·ho n<~: mais alta da deSignação tempórâria de alguém para exercer o Go~
República, certamente se equivocaram. Mas eu tiiiho . conta O MúllSirO-Rõiialdo Costa CoUto; que cOnhea se.. verno do Distrito Federal.
que admitir que a esta altura o cumprimento do papel do cretârio de Estado do Governo Faria Lima, e que depois Sr. Presidente, aí está ·um caso, num assunto muito
Senado, o cumprimento da missão do Senado há de ser a prossegu_iu a sua trajC:tôri3. nõ EstadO de Mirias Gerãís. mais gravé. O 'Presidente da Repóblica tem poder de
da aprovação t:'ura e·simples do parecer do eminente Se- Nenhuma restrição pessoal, pois, faço à investidUra- e à fazê-lo, convocando de logo o Congresso Nacional se ele
nador Alfredo Campos, aprovado pela ComiSsãO dõ s:
peSSõa de Ex' Mas, devo fazer algumas_~onsideraçõ~. não estiver füncionando. -o Congresso Nacíàrtal eStava
Distrito Federal. E há de ser por· quê? PorqUe 3 Comis- Primeiro: 0 Governo não tiiiha fazão de ser surpreen_- funcionando, mas_durante a quinta~ feira, sexta-feira, sá~
são-do Distrito FeaeraTeõtendeu que nada havia a fãier dfdo com 8:-fenúncia do Corbnef José.Ornellas, pois d"es- bacio e_ domingo não se reuniu. En~ão, no dia 3, quando
diante de uma simples comunicação do Senhor Presiden- , de o dia 15 de março sabia-se que o Governo não pode- o Congresso não estava reunido, por deliberação do pró#
te da República. Cumpre assim o Senado, o Seu papei: O ria manter--nO Governo dO Distrito Federal o Sr. José- · prio CongreSso, foi designado alguêm para exercer o
Presidente da República enviou um expediente à .Casa Orn~llas: Evídentem"ente; que a vida eâi.õcfonal qUi Cà.:. ~ mandato.
que o Senado pode tomar como uma .simples comuni- racterizou todos esses momentos justifica ou explica que De modo, Sr. Presidente, entendo que devemos inter-
cação: - o Senhor Presidente da República se tenha retardado pretar os fatos com clareza e sem paixão. O Senhor Pre-
Cumpre o Senado o seu papel e em nad·a se diminui·o nessa Substituição. Mas, o rato ê que não surpreendeu 0 sidente da República retardou, ·pelos motivos jâ expos-
Senado da República, sobretudo, Sr. Presidente, no mo- Senhor Presidente da República. O que surpreendeu~ ao tos, a nomeação até o__ dia 3 de abril do_Go_vernador do
mento em que nós vivemos ãs eXPectativas de um desen- contrário, foí a· iniciativa do Sr. José Ornelias em abrir Distrito Federal, qUe, todos nós sabíamos, não seria o
lace imiriente· na Vida do eminente Presidénte ele~to Taii- mão do cargo, porque todos esperávamos que ele fosse Sr.José Ornellas e as razões que levaram Sua ExcelênCia
credo Neves, no momento em que todos nós vivemos es-: coriVidadO i-de"íx-á-lo e ele, ao CõnúâríO-; foi que se ante- a -isso--São explicadas_ pelo momento emocional em que
sas expectativas e contínuamos, fervorosamente, a levan- cipou, abrindo mão do cargo. Mas, Sr. Presidente, essa vivia a Nação; segundo, o Senhor Presidente errou quan-
tar as nos-sas preces·aos Cêus pela recuperação rriilagrcisi demora na escolha, que é explicada apenas pelo estado dO, mal assessorado, baixou um decreto de nomeação do
do eminente Presidente eleito. Este é um momento de emoci:Jnal que empolgou a todos nós e ainda empolga Governador do Distrito Federal que provocou todo esse
transição efetiva pOr toâos os títulos, um momento em toda a Nação, e explicada também pela lealdade ao Pre- protesto do Senado Federal, justo e irrecusável protesto ,
qUe temos .que tomar uma decisão que é rriuitõ maiS Poli- sidente Tancredo Neve~ poderia ter sido minorada se o do Senado Federa!; terceiro, o Serihor Presidente da Re-
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Sexta-feira 19 0751

pública, não estando fu.ncionando o Congresso e não ha- III- aprovar, previamente, por voto secreto, a O SR. HUMBERTO LUCENA (PMDB- PB. Pro-
vendo necessidade de convocá-lo em cinco.dias porque escolha de magistrados, nos casos determinados nuncia o seguínttb discurso.)- Sr. Presidente, Srs. Sena-
ele reabria os seus trabalhos na segunda~ feira, designou pela Constituição, dos Ministros do Tribunal d~ dores:
alguém para responder pelo expediente, porque não po~ Contas da União, do Gov·ernador do D.istritO Fede- A matéria está_ amplamente esclarecida. O parecer da
dia ficar acéfalo o Governo do Distrito Federal e não se- ral, bem como dos Conselheiros do Tribunal de C-~~issão do Distrito Federal não desceu ao exame dos
ria o Sr. José Ornellas que iria-designar um Secretârio do Contas do Distrito Federal e dos Chefes de.missão ~pectos jurídicos da questão e apenas, como bem acen-
seu Governo para substituí-lo~· Daí porque o Senhor Pre- diplomática de carâter permanente;" tuou o nobre Senador Alfredo Campos, Relator da ma-
sidente da República, ao design~r, andou acertado. téria, coilcluit.i que,-em se tratandO de uma mera comuni-
Àquela· C9ffiissã.O, 3.Co_missão do DiStrito Federal, ca- Cti!Ção do Senhor Presidente da República da designação
Este .é o ponto de vista que queria expor com a maior beria Sabatfllar Õ candidato ao Governo do Distrito Fe- de. um Governador interino por 30 dias para o Distrito
serenidade e fixando os responsáveis pelos acontecimen: deral, sabatinar o .caQdidato proposto pelo Presidente Federal, ~ão cabia à Comissão, de- acordo com o art.
tos que hora trazem a emoção e o protesto a esta Casa. O para posterior nomeação, mas, entendeu e continua en- 105, inciso I, letra c, do R~gimento Interno, opinar sobre
Senado não pode abrir mão do direiTO de exigir que pre- tendendÕ aquela Comissão, que ela não poderia sabati- esta designação, porque, segundo esse dispositivo regi-
v:iamente o Presidente da República lhe submeta o nome nar o Governador interino, já nomeado. O Governador mental, cabe à Cor:nissão, privativamente, decidir sobre a
do Governador do Distrito Federal. MaS hã contigêncí<is interino, já nomeado, não ·poderia Ser.Sabatinado, por- esc.olha do Go.vernador, quando feita nos termos do.art.
em que o Presidente da República não pode ficar com os que, aí sim, o Senado estaria se menosprezando e se di- 42, inciso II, da Constituição.
braços cruzados. Imagine V. Ex• se o Governador do minuindo, ao analisar uma imposição da Presidência da E como bem acentuou no seu pronunciamento o
Distrito Federal morre num acidente de automóvel no República. nobre Senador Alfredo Campos, a COmiSSão poderia
dia de Natal. O Congresso vai se reunir 'no dia }9 de Assim, a Comissão- do Distrito Feder~ resolveu apro· com base no art. 166 do Regimento Interno·, ter simples-
março, normalmente. O Presidente terá que Convocar o varo meu modesto parecer, e não quis decidir sobre este- __ mente pedido o arquivamento da Mensagem do Senhor
Congresso extraordinariamente ou··aguardar que o Con- problema. Porque, se a Comissão do Distrito Federal, Presidente da República que, !mtão, não seria submetida
gresso se reúna no dia l9 de março? E durante esse inter- não quisesse, inclusive, prestar uma homena$em a todos ao Plenário do Senado Federal. Mas, a Comissão do
regno quem dirige o Distrito Federal'? Dai porque o Pre- - os Senadores, trazendo este assunto para que fosse discu- Distrito Federal, em atenção aos S.rs. Senadores, saben-
sidente não pode menear, mas pode designar. Se a men- tido aqui, a Comissão do Distrito Federal poderia do que todos que~iam·dar uma pa~a-.:ra em torno.do as-
sagem dissesse respeito à nomeação, Sr. Presidente, eu estribar-se no art, 166 do Regimento Interno, que diz o SUJÚo, achou pOr bem aprovar o parecer que ora está
ilão a aprovaria, porque seria uma invasão e um desres- seguinte: sendo submetidO ao-·PierÍârio do Senado Federal.
peito às prerrogativas constitucionais do Sena~o. Mas a
"Art. 166. Quando uma Comissão julgar que a Nestas condições, Sr. Presidente, Srs. Senadores, ago-
designação nas circunstãncia:ftem a sua explicação.
petição, memorial, representação oU outro docu- ra, o que nos cabe· é votar a matéria, e de maneira rãpida,
Era o que eu tinha a di2:er, Sr. Presidente! (Muito
mento não deva ter andamento, mandá-to-á arqui- para que este controvertido caso se dê por encerrado, na
bem!)
var, por proposta de qualquer de seus membros, co- certeza de que _o __ Presidente José Sarney, como já disse
O SR. :PRESIDENTE (Passos Pôrto) - Concedo a municando o fato à Mesa. . desta tribuna, em nenhum.momento teve qualquer pro-
palavra ao nobre Senador Alfredo Campos. § 19 A comunicação será. lida no Expediente, p6sito de menosprezar o Sefiado Federal, Casa do Con-
publicada no Diário do Congresso Nacional e enca- gresso Nacional a que ele pertenceu durante tantos anos.
minhada ao Arquivo com o documento que lhe deu Tenho convicção absoluta.que Sua Excelência, no menor
O SR. ALFREDO CAMPOS (PMDB- MG. Para
origem. esPaço de tempo pOsSível, haverá de enviar ao Senado o
discutir sem revisão do oraP,or.)- Sr. Presidente, Srs.
§ 2"' O exame do documento poderâ ser reaber- nome do novo Governador efetivo do Distrito Federal,
Senadores: _ _ .
O Senhor Presidente da República. José Sarney, estn~ to se o Plenáiio o deliberar, a requerimento de qual- para que, aí sim, de a_cordo COIJ:l o art. 42, item II, da
bado e~ parecer do Consultor Geral da República e do q-uer seflador ... Constifuição Federal, nós o aprovemos ou não, confor-
me é da.nossa atribuiç[o.
Procurador Geral da República, enviou 3 esta Casa men; c Sr. Presidente e Srs. Senadores, o que quis a Comissão Era o que tinha a dizer, Sr. Pres.idente. (Muito bem!)
·sagem em que comunicava a designação, em caráter inte- do Distrito Federal foi trazer para o debate amplo, para
rino, do Ministro de Estado do' Interior, Dr. Ronaldo o debate aberto, numa sessão aberta, e não numa sessão O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto) - Concedo a
Costa Couto, para assUmir interinamente o Gov.emo do -secreta, aquela decisão que lhe pareceu ser a melhor. A palavra ao nobre Líder d_~. PFL, Senador Carlos Chia-
Distrito Federal. ComiSsão do Distrito Federal já está percorrendo plena- rem.
O Presidente do Senado Jos~ Fragellí, encaminhou mente os caminhos da Nova República. Não quer discu-
.esta mens~gem à Comissão do Distrito Federal por en-__ - · - tir nada intramuros, quer discutir tudo abertamente pe- . O SR. CARLOS CHIARELLJ (PFL - RS. Como
tender que aquela Comissão ·era a competente para ana- rante o povo e, p:r:incipalmente, perante à população do Líder, pronuncia o seguinte discurso .. Sem revisão do
lisar e decidir sObre a mensagem. Distrito FederaL orador.)- Sr. Preside!lte, Srs. Senadores:
Se nós da Comissão quiséssemos, este assunto não es- Gostaríamos, Sr. Presidente, apesar da. sugestão, da
Havia, não tenho a menor" dúvida, a interinidade e ta.cia aqui. Se nós, da Comissão, quisêssemos, este assun-
essa interinidade, ·sendo de urn dia o.u de tririúi diaS; ê in- to só poderia voltar a ser debatido neste Plenário a re- ponderação do ilustre Uder do PDS, de que maioria ·
teririidade. A vacância do cargo não poderia continuar,· querimento de um senador, aprovado pelo Plen4rio á vota e não discute, que é uma recomendação ~e estraté-
o cargo não poderia continuar vago, o Governo do D~s- su<~, volta a este recinto, o que nós. queremos dizer é que gia pragmática e recomendável em certas circunstâncias,.
trito Fedei-ai não poderia continuar acéfalo porque ficar se 0 Presidente José Sarney baseou-se ejp dois pareceres e creio que apenas seria o caso de reiterar, partidaria-
o Distritõ Federal sem GovernadOr· uffi-(Hi ou cenl ·dias é que não estavam corretos, cabe ao Senado repreender mente, o reconhecimento da. oportunidade, juridicidade
e adequação do parecer, de l~mbrar que a interinidade,
a mesma coisa. Talvez em um dia só suff<im mais prõbte- Sua Excelência, cabe ao Senado solicitar de Sua Excelên-
tão explicitada na mensagem do Senhor Presidente da
mas do que em cem dias. O que quero dizer é que· OJ)jg. cia que daqui para a frente passe a cumprír verdadeíra-
República, mais do' que explicitada, redundantemente
trito Federal não pode ficar, e batci-rrie.neSta teCii,-rle- mente a Constituição. Coisa que nós achamos que o Pre-
referida, porque fala em carâter interino, como substitu-
nhum dia sem Governado!:. A interinidade era neces- si dente da República não deixou, em momento algum,
sâria. Era necessário· que o Presidente da República no- de cumprir. · to, o que parece que tem o ·efeito claro de separar essa
mera designação para quem vai responder transitaria-
measse o Governador do Distiito Federal, através de in- Mas, sua Excelência, na presença de alguns Senadores ·
. mente pela· gestão de alguém realmente indicado para
dicação, ou nomeação, qu designação, qualquer que fos- . aqui presentes, como é 0 caso do Senador Itamaf Fran.:-
ocupar a função em carâter efetivo. E essa in~enção, -esse
se a forma. O Governo do Distrito Feôeral é q~e não po- co, do Senador Líder do,PMDB, Humberto Lucena, e de
propósito, e, mais do que isto, essa explic.itação, no en-
deria ficar acéfalo. vârio.s .o.t.i(ros Srs. Senadores, disse de viva' voz, no Palã~ tanto, mereceu desta Casa uma análise aprofundada e
Pois bem, Sr. Presidente e.Srs. Senadores, à Comissão ·cio do Jaburu, para nós, que nós, em futUro muito próxi~
mereceu do Senhor Presidente da República, em exercf-
do Distrito Federal, no que co-mpete a ela, PelO aft: 105 mo, deveríamos regulamentar esta indicação da interini-
-cio, a preocupiação de que, em nenhum momento," se ar-
do Regimento Interno, diz: · · dade para 0 Governo do Distrito Federal. E já o Senador
ranhassem. as prerrogativas e se passasse por cima das
.. "Art. lOS. ·À Comissão do Distrito Federal Hélio Gueiros entra com um projeto resolvendo definiti-
atribuições e da competência do Senado da República.
cotrtpete, privativamente: -vãmen~e ..esta qUestãO, ou seja, propondo ao Senado que
At~porque poderia ser utilizado o art. 166 do_ Regimen-
I -opinar sobre:
................. -- .....
~ .... -. ....
-.. ~ ~-
transforme em lei a sua proposição. que ê a seguinte: ila
interinidade, em toda e qualquer interinidade, o Gover-
to Interno, se se quisesse, dada a postura adotada pela
c) a escolha do Governador e dos Conselheiros Comissão, porque a Comissão, ao- não utilizar-se de ne-
do Tribunal de Contas do DistritO Federal (COnsL,-
no do Distrito Federal deve ser exeicido pelo Presidente
da Comissão do Distrito Federal do Senado Federal.
nhuma das alternativas do art: \54, que ê de aprovação,
art. 42, lll)." · de rejeição e de arquivamento, e ao manifestar, explicita-
Era o que tínhamos a dizer. (Muito bem!) mente, que entendia apenas que cabe à. Casa como de
Diz o art. 42, Item III, da Constituição: (j SR. PRESIDJli'IJ"E (Pasoos Pôrto) - Concedo a resto é o que cabe, tomar nota da comunicação feita e o
~ palavra ao nobre .$enador Humbert? Lucen,a . melhor caminho seria o do art. 166, que. é o aplic.âvel no
. "Art. 42. ··········"··"········-·········
0752 Sexta-feira 19 _ DIÂRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abril de 1985

caso em pauta, quando ela, ao tomar ciência determina o O__SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- Estâ reaberta PARECER, sob n9s 184 e 185, de 1984, das Comis-
arquivamento para fins legais. a sessão. sões:
No entanto, para que não restasse nenhuma dúvida, Persiste a falta de número em Plenârio para se proce- -de Constituição e Justiça, pela Constitucionalidade
para que não surgisse nenhuma suspeição da tentativa de der à votação. Em face disto, deixamos -de deliberar e Juridicidade; e
evit:ir o debate, do trânsito pelo Plenário da Casa, das sobre a matéria, que fica adiada para outra oportunida- -de Legislação Social, Favorável.
idéias democrãticas expostas e da análise dessa situação de.
é que se adotou_ o procedimento que não o do arquiva~ O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto) ~Nada mais
menta, e sim da cfrcu]ação da matéria. Pof isto, e pa:Tã havendo a que tratar, vou encerrar a presente sessão, de-
ser breve, porque me parece que os argumentos nesse signando para a ordinâria de hoje a seguinte Votação, em primeiro turno, do Projeto de Lei do S_e-
sentido foram abundantes, pertinentes e já expendidos nâdo n9 2, de 1980, de ãutoriã do Senador Humberto Lu-.
com lucidez, é que nós entendemos que se torna absolu- ORDEM DO DIA cena, que dispõe sobre a escola e a nomeação dos diri-
tamente justo e necessãrio aprovar o parecer da laVra do gentes das Fundações de Ensino Superfor, tCndO
ilustre Senador Alfredo CariljJOs;-apiOV-ado pela Comis- PARECERES, sob n9s 747 e 748, de 1981, das Coniis:
são do Distrito Federal. · - sões:
Era o que tinha a dizer. (Miiitõ-bemrPalmas.) Votação, em turno único, d_o Projeto de Lei da Câma-
ra n9 6, de 1981 (n9 237/79, na Casa de origem), que fixa -de Constituição e Justiça, pela Constitucionafidade
em oito horas a jornada de traQalho dos vigias, tendo eJuridicidade, com voto vencido, em separado, do Sena-
O SR. PRESIDENTE (Pãssos Pôrto)- Encerrada a dor Moacyr Dalla; e
PARECER FAVORÁVEL,_sob nv 190, de 1981, da
discussão, passa-se à votaÇãO -do Parecer. -de Educação e Cultura, Favorâvel.
Comissão
O Sr. Murilo Badar6- Sr. Presidente, para encami- - de Legislação Social.
7
nhar.
· Votação em primeiro turno, do Projeto de Lei do Se-
O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto) - Concedo a ·nado n9 240, de 1980, de autoria da Senadora Euncie Mi-
palavra ao nobre Líder do PDS, ·seriadoT Mui:'ilõ Bada::- chiles, que acrescenta parágrafo único ao art. 313_ da
Votação, em turno único, do Requerimento n~ 15, de Consolidação das Leis do Trabalho, facultando à empre-
ró, para encaminhar a votação. 1985, de autOria do Senador Humberto Lucena, _solici- gada com prole o direito à jornada de trabalho reduzida,
O SR. MURII;O BADARÚ (PDS- MG. Para enca- tando a constituição de Comissão Parlamentar de In- com remuneração proporcional, tendo
minhar.) - Sr. Presidente e Srs. Senadores: quérito destinada a investig~r os fatos que-colocaram em
PARECERES, sob n~s 44S a 447, de 1984, das Comis-
Não tomarei o temPo dã Casa. Sô lainento que ao ser risco o controle acionârio, pela União, da Companhia sões:
cítado o art. 166 pelo Senador Alfredo Campos, acolita- .. Vale do Rio Doce. -=--de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade e
do, ago-ra-; pelo Senador Carlos Chiarelli, Comissão não juridicidade; -
tenha procedido -dessa forma: mandar para o arquiYo o 3 -de Legislação Social; favorável; e
parecer rigorosamente inépto, do ponto de vista jurídico. ~de _Finanças, contrário, com voto vencido, em sepa-
Era melhor do que constrangir o Senado na tentativa de Votação, em turno único, do Requerimento n~ 57, de rado _so Senador Jorge Kalume.
convalecer pelo voto uma ilegalidade e uma inconstitu- 1985, de ãutoria dos Líderes Gastão MUuller e Moacyr
ciõmilidade. · · · - Oúirte, -requerendo, nos termos do ari..._ 371,--c, dÕ Regi- 8
Renovo o nosso protesto, retirando do plenârio a Ban- mento Interno, urgência para o Ofício Sf2, de 1985, do Votação, em primeiro turno (apreciação preliminar da
cada do PDS; para não convalecer uma situação de ile- Governador do Estado do Rio Grande do NOrte, solici- CoristituciQnalidade, nos fermos do Arf. 296-âõ regimen-
. galidade. tan.do autorização do Senado Federal para realizar ope- to interno), do Projeto de Lei do Senad.o n9 18, de 1980;
Era o que tinha a dizer. (Muito bem! Palmas.) ração de crédito externo no valor de cinqUenta milhões de autoria do Senador Itamar Franco, que dispõe sobre
de dólares. · aposentadoria especial do músico, tendo
O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto) --Fica consig-- -Pareceres, sob n9 1.032, de 1980 e n9 4'15, de 1984, da
nada a comunicação de V. Ex• Comissão:
4 -de Constituição e Justiça, 1~ Pronunciamento: pela
Em votação o Parecer.
Os Srs. Senadores que o aprovam, queiram permane- inconstituciorialidade; 29 PronunciamentO: (reexame soli-
Votação·, em turno único, do Requerimento n~ 58, de
cer sentados. (Pausa.) citado em Plenârio)- retificando seu parecer anterior.
1985, de autoria dos Líderes Gastão M üller e M oacyr
Aprovado, contra o voto_do Senador Itamar Franco. Duarte, solicitando, nos termos do art. 371, c, do Regi-
mento Interno, urgência -para o Oficio" Ô:9 S/8, de 198-5,
O SR. MURILO BADARÓ- Sr. Presidente, solicito através do q1;1al o Prefeito Municipal de Anápolis (GO), VotaÇão, em primeiro turno (apreciação preliminar da
verificação de votação. solicita autorização do Senado para que aquela prefeitu- juridicidade, nos termos do art. 296, do Regimel).to ln-

O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- Serâ feita il. ra possa realizar operação de empréstimo externo. va-no terno), do Projeto de Lei do Senado n9 320, de 1980, de .

verificação s-olicitada pelo nobre Senador Murilo Bada- lor de uss 3,500,000.00 (três milhões e quinhentos mn autoria do-- Senador Pedro Simon, que revoga a Lei n9
6~815, de 19 de agosto de 1980, que (iefine a situação jurí-
ró. --- dÓlares).
dica do _e~trangeiro no Brasil, cria o Conselho Nacional
A PresiQência vai suspender a sessão por I O miriUtoS,- de Imigração e dâ outras providências, tendo
acionando as campainhas para chamada dos Srs. Sena- PARECER; sob n~ 1.144, de 1981, da Comissão
dores a plenário. -de Constituição e Jusl:içit, pela injuridicidade~
Está suspensa a ·sessão. VQU!._ção, er'n primeiro turno, do Projeto de Lei do Se-
nado n9 26, de 1979, de autoria do .Senador_Otestes O SR.. PRESIDENTE (Passos Pôrto) - Declaro en-
(Suspensa às 12 horas e42 minutos, a sesSão é rea-- Quêrcia, -que acrescem ta parágrafos ao Art. 517 da Con~ cer:rada ª-presente Ses~ã:o.- ·
berta às 12 horas e 52 niinutos.) · solidação das Leis do Trabalho, tendo (Levanta-se a sessaO às 12 horas e 58 minutos.)

Ata da 47t~ Sessão, em 18 de abril de 1985


3' Sessão Legislativa Ordinária, da 47' Legislatura
Presidência dos Srs. João Lobo, Martins Filho e Mário Maia
ÀS 14 HORASE.30MINUTOS. ACHAM-SE PRE- Atnêri~:;o de Souza- A1bert.o Silva- João Lobo- Ce- A1óan0"-.E'ranco_- Pas_sos Pórto- Jutahy Magalhães-
SENTES OS SRS. SENADORES: ~ sar Cais - Josê Lins - Virgílio Tá vora- Carlos Alber- Lomanto Júnior- Luiz Viana.- João Calmon -José
to - Moacyr Duarte- Martins Filho- Humberto Lu- lgnâcio Ferreira- Moacyr Dalla- Nelson CarneirO-
Jorge Kalume - Máno Maia - Aloysio Chaves - cena- Marcondes Gadelha- Cid Sampaio......:. Nivaldo Roberto Saturnino - Itamar Fra'nco - Murilo Badaró
Hêlio Gueiros- Alexandre Costa- João Castelo - Machado- Guilherme Palmeira ....:_Luiz Cavalcante- - Alfredo Campos - FernandO Henrique Cardoso --
Abril de 1985 DIÁRIO DOCONGRESSONACIONAL(Seção 11) .Sexta-feira 19 0753

Severo Gomes- Benedito Ferreira- Henrique Santillo- Excelentíssimo Senhor Presidente da RepúbHca: Art. 4'1 Os Ministérios Civis indicarão ao Serviço do
- Mauro Borges - Gastão Maller - Josê Fragelli - A Prefeitura Municipal de Mafra, no Estado de Santa Patrimônio da União, no prazo de 60 (sessenta) dias,
Marc~Io Miranda- Roberto Wypych- Enéas Faria- Catarina, solicitou ao Instituto Brasileiro de Desenvolvi- para os fins do disposto no art. 19 desta Lei, os imóveis
Jorge Bornhausen - Carlos Chiarem - Alcides Salda- mento Florestal- lBDF, a doação de uma área urbana sob sua jurisdição que se encontrem ou venham a se en-
nha - Octávio Cardoso. · . de 34.863,47m 2 (trinta e quatro mil, oitocentos e sessenta contrar sem utilização, ou com aproveitamento ParCial.
e três metros e quarenta' e sete centímetros quadrados), Art. 5'1 Os terrenos pertencentes às entidades da Ad-
O SR. PRESIDENTE (Martins Filho)- A lista de situad,a naquele Município, para, em convênio com a minis_tração Federal lndireta, cuja alienação esteja legal-
presença acusa o comparecimento de 48 Srs. Senadores. -Furidação Legião Brasileira de Assistência ex~cutarem, mente autorizada, serão oferecidos, antes de qualquer
Havendo número regimental, declaro aberta a sessão. na r_e[~rida ãrea, a construção de mor_adias para famHias procedimento licitatório, à aquisição pelo BN H.
Sob a proteção de Deus iniçi8.rrios nossos trabalhos. -carentes de recursos que hoje se encontram instaladas em Parágrafo único. As entidades da Adminístração Fe-
O Sr. 1~>-Secretârio procederá à leitura do Expediente. terrenos de propriedade da Rede Ferroviária Federal derallndireta deverão proceder, no prazo de 180 (cento_e
É lido o seguinte S.A, a qual necessita urgentemente do imóvel para a ex- oitenta) dias, _ao levantamento dos imóveis de sua pro-
Pãnsão de suas_'atividades. - -- priedade que, não podendo ter aproveitamento para seu
EXPEDIENTE Posteriormente, em face das enchentes verificadas nO próprio uso, sejam suscetíveis de utilização para implan-
O FI CIOS Município, o Sr. Prefeito Municipal solicitou a área em tà:Ção de moradias, a fim de, procedida sua avaliãção, se-
apreço ac-olhesse, também, as vítimas das chuVas, me-· rem oferecidos prioritã.riamente ao BNH e, no caso de
Do Sr. l~>~Secretlbio da Câmara dos Deputados encami~ diante doação dos lotes, como forma de ince~tivo e segu- recusa, à licifã.ção púl;llica.
nha.ndo i revisão do Senado autógrafos dos seguintes pro- rança da família. Art. 6'1 Os terrenos de propriedade da União ou -das
jetas: Informa o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento entidades da Administração Federal Indireta que, à data
.Florestal - IBDF, não- possuir, até a presente data, da publicação desta Lei estejam ocupados por favelas de-
PROJETO DE LEI DA CÂMARA No 7, DE 1985 qualquer destinação para o referido imóvel, não haven- verão ser alienados ao BNH, na forma estabelecida em
(n9 3009/84, na Casa de origem) do, portanto, inconveniência em atender aos reclamos da regulamento, a titulo oneroso ou gratuito, desde que
(De iniCiativa .do Sr. Presidente da República). Prefeitura Municipal de Mafra, ainda mais quando o ob- possam ser utilizados para fins de regularização fun-
jetivo ê de ordem social, uma das metas prio-ritârias do diâria e -urbanização especial.
Autoriza o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento
Florestal - IBDF a doar o imóvel que menciona•. governo de Vossa Excelência. § 19 São considerados favelas, para os fins previstos
Nestas condições, e já tendo aquele Instituto cumpri- neste artigo, os aglomerados habitacionais desprovidos
O Congresso Nacional decreta: do as determinações previstas na Lei n9 6.987, de 13 de Q_e_infra-estrutura, serviços e equipamentos sociais bási-
Art. l9 Fica o Instituto Brasileiro de Dese_nvolvi- abril de 1982, com manifestação desfavorável à aqui- cos, e com predomináncía de cOnstruções precárias.
mento Florestal- IBDF autorizado a doar ao Municí- SiÇão da ârea pelo Banco Nacional da Habitação, tenho
--a hQnra de submeter à elevada consideração de Vossa § 29 Os terrenos adquiridos na forma deste artigo se-
pio de Mafra, no Estado de Santa Catarina, um terreno
Excelência o anexo anteprojeto de lei, que consubstancia rão transferidos, preferencialmente, aos que os estiverem
urbano com área de 34.863,47 m 1 (Trinta e quatro mil,
a medida proposta. ocupando, atendidas as normas estabelecidas em decreto
oitocentos e sessenta e três metros quadrados e quarenta
Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Exce- do Poder Executivo. · .
e sete decímetros quadrados), com todas as suas benfei-
lência protes~os de profundo respeito. - Angelo Amaury -Art. 79 É o Poder ExecuÚvo autorizado a regulari-
torias e instalações.
-'"Stabile, Ministro da Agricultura. zar a ocupação em terrenos de marinha por pessoas ou
Parágrafo único. O imóvel a que se refere este artigo
empresas que neles tenham moradia ou neles exerçam
confronta-se, por um lado, com o Rio Negro e, por ou-
LEGISLAÇÃO CITADA a~ividãde econômica.
tro lado, com a linha da Rede de Viação Paraná-Santa
LEI No 6.987~ § l'~ A regularização da oàip3ção estender-se-à ex-
Catarina e terrenos de Mathias ç Victor _Piechnick.
Art. 2"' A doação será efetivada mediante escritura DE 13 DE ABRIL DE 1982 clusivamente à ãrea necessária para os fins de moradia
pública e fica condicionada à construção de moradias, oU atividadé picidutiva ·
Dispõe sobre a alienação de imóyeis de proprieda-
com área de lazer, recreação e centro Comunitário de ati- -§ 2"' A regularização de que trata este artigo poderâ
de da União e das entidades da Administração Fede-
vidades, objetivando localizar as famflias desalojad_as da ser efetivada, tambêm, mediante concessão de uso, pre-
ral Indireta, e dá outras providências.
área de propriedade da Rede Ferroviária Federal S.A. e vista no Decreto-lei h"' 271, de 28 de fevereiro de 1967, de
as que foram vítimas das enchentes ocorridas no Municí-
q Presidente da República, modo a· resguardar os objetivos desta _Lei.
Faço saber que o Congresso_ Nacional decreta e eu
Pio, dtuante o ano de 1983.. ' SaftciOno a seguinte Lei: Art. 89 · Esta Lei entra em v~g;or na data de sua publi-
Art. 3'~ O terreno dividir~se-á em .lotes, a serem doa- Art. }9 ~c Poder Execu~ivo âutorizado a alienar ao caçã.o.
dos pela Prefeitura, mediante critêrios adotados por lei Banco Nacional da Habitação- BNH, a título oneroso
municipal, às famílias menciOnadas no artigo anterior, • Att. 9'1 Revogam-se as disposições em contrário.
ou gratuito, terrenos de propriedade da União, situados
com a expedição de título de· domínio. em. locais suscetíveis de serem aproveitados para fins de
Art. 49 O imóvel doado, com suas benfeitorias e ins- (Às. Comissões de Agriçu/tura e de !"inanças.)
construção de moradias populares.
talações, se porventura existentes, reV'erterâ, de pleno di-
Parãgrafo- úriico. t. o, Poder Executivo igiJ.almente
reito, ao patrimônio do InStituto Brasileiro de Desenvol-
autorizado a dar em aforamento ao BNH, a título onero- PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO
: vimento Florestal- IBD_F, independentemente de qual-
·so ou gratuito, terrenos de marinha suscetíveis de apro- N'~3, DE 1985
quer indenização, se não for utilizado com a finalidade
veitamento para fins de consi:rução de moradias popula- (N9 64/84, na Çâmara dos Deputados)
constante do instrumento de doação.
res, para uherior alienação aos mutuârios finais por Aprova o texto da Convençio deStiQ.ada a evitar a
Art. 5'1 Esta lei entra em vigor na data de sua publi-
qualquer das formas em direito permitidas, notadamen- dupla tributação e prevenir a evasão fiscal em matéria
cação.
te, a critêrio do BNH, mediante concessão do uso do
Art. 6'~ Revogam-se as- disposiçÕes em Contrãrio .. de impostos sobre a renda entre o governo da Repúbli-
dominio útil, conforme previsto no Decreto-lei n'~ 27.1, de ca Federativa do Brasil e o Governo da República das
MEN.SAGEM No 58, DE 1984 28 de fevereiro de 1967. Filipinas, celebrado em Brasília, a 29 de setembro de :
Art. 2"' - Os terrenos alienados em dCco~ciR da pre- 1983. .
Excelentíssi,mos, Senhores Membros do Congresso Na- sente· Lei' se desti9am à implantação de projeto's habita-
cional: ci.onais de interesse social ·ou de núcleos urbanos capazes O Congresso Nacional decreta: . .
Nos termos do art. 5 I ~ ConstituiÇão, tenh.o a honra de absorvf:r o desenvolvimento populacional ou indus~ Art. l'~ Fica aprovado o texto da Convenção desti-
de submeter à elevada deliberação de Vossas Excelên- · trial. · nada a evitar a dupla tributação e prevenir a evasão fis-
cias, acompanhado de Exposição de Motivos do Senhpr Art. 3'1 A alienação de que trata esta' Lei serã efetua- cal em matêria de impostos sobre a rendã entre o Gover-
Ministro de Estado da Agricultura, o anexo projeto de · da na forma do art. 195 do Decreto-lei n'~ 200, de 25 de no da República Federativa ~o Brasil e o. Governo da
lei que "autoriza o Instituto Brasileiro de Desé:nvolvi- fevereiro de 1967, com a redação dada pelo Deéreto-lei República das Filipinas, celebrado em Brasflia, a 29 de
mento Florestal - IBDF a doar o imóvel que meneio- n'~ 900, de 29 de setembro de 1969. setembrõ de 1983.
na... Parãgrafo único. Em caso de alienação onerosa, o Parágrafo Único. Ficam sujeitos à aprovaç~o do
Brasflia, 6 de fevereiro de .1984. - João Figueiredo. preço dos terrenos, a ser pago pelo BNH, serã fixado Congresso Nacional quaisquer atas de que possam resul-
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS No 63, DE 13 DE DE- com base ilo valor estabelecido em laudo de avaliação tar revisão do Acordo.
ZEMBRO DE 1983, DO SENHOR MINISTRO. OE procedida pelo Serviço do Patrimônio da União ou pela Art. 2'~ Este decreto legislativo entra em vigor na
ESTADO DA AGRICULTURA, Caixa Econômica Federal. data de sua publicação.
0754 Sexta-feif'a 19 DIÁRIO DO CON()RESS<)]'lACI()NAL (Seç5o II) Abril de /985

MENSAGEM N' 453. DE 1983 destinada a evitar a dupla ·tributaçao e de um Estado contratante e uma empresa
prevenir a evasão fiscal em mâtéria de im·- explorad~ por um resi·dente do outro Es:-
postos sobre a renda, tado contratante;
Exeelentl&slmos Senhores Membros do ACORDARAM o seguinte: h) a expressão ''tráfego internacional"
Congr€:sso_· Nacional: designa qualquer transporte efetuado por
Em conformidade com o disposto no art. Artigo I um navio ou- aeronave explorado por um
44, inciso I, da constituição Federal, tenho residente de um dos Estados contratantes,
Pessoas visadas exceto quando o navio ou aeronave seja
a honra de submeter à elevada considera- --A presente Convenção aplica-se às pes- explorado unicamente entre lUgares .situa-
çã-o de Vossas Excelências;- aeompanhado soas residentes de um ou d~ ambos os Es- do~ no outro Estado Contratante;
de Exposição 'de Motivos do Senhor Minis- tados contratantes.
tro de Estado das Relações Exteriores, o i) o termo "imposto" designa o imposto
texto da Conveiiçãl) Destinada a Evitar a ,Artigo 2 braslleiro ou o impo,sto filipino; consoante
Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fis- o contexto;
cal. em Matét!a de Impostos sobre a Renda Impostos visados
j) a expressão "autoridade competent-e"
entre o Governo da República Federativa 1. A presente Cmivenção aplica-se aos designa: ·
do Brasil e o Governo da República das Fl- impostos sobre a renda cobrados por um
!lpinas, celebrada em Brasília, a 29 · de se~ dos Estados Contratantes, seJa qual for o I - no Brasll: o6!in!stro da Fazenda, o
t<>lnbro de 1983. sistema usado para sua cobrança. . Sect.etárlo da R:afe• Federal ou seus re-
presentantes au.izados;
. Brasfl!a, 1.0 de dezembro de 1983. - João 2. Os impostos a tu~ aos gúais se aplica
Figueiredo. · a presente Convenção são; II---- nas Filipinas: o Ministro da Fazen-
da ou seu rEpresentante autorizado.
a) no caso do Brasil:
EXPOSIÇAO DE
MoTIVOS DPF/DAIJ 2.- Para a apllcatA. da presente Con-
DAOC-II/S~/235/651.31
(B46l (G43l, DE
--0 ~impOSto federal de renda, com ex- venção por lim Esta<W Contratante, qual-
clu.são das 1nddênc1as sobre remessas ex- quer_ expressá<> que 4o se encontre de outro
28 DE NOVEMBRO DE 1983, DO MINIS- -- cedentes e atiVfdadeS- de- m.enor -impor.:.
TÉRIO DAS RELAÇõES EXTERIORES. modo definida ·tem o sentido que lhe é atri-
tãncià; buído pela legislação desse Estado Contra-
A Sua Excelência o Senhor (doravante referido como "imposto brasi- tante no que respeita aos impostos a que se
João Baptista· de OUveira'Figueiredo, leiro"): apliCa a Convenção, a não .ser que o con-
texto imponha uma interpretação diferen-
Presidente da República. b) no caso das Fllipinas: te.
Senhor Presidente, - os impostos sobre a renda cobrados Artl&u 4
pelo GOverno da República das Fillpina.>;
Tenho a honra de submeter à alta apre- (doravante referidO& .como "impost-O filipi- Residente
ciação de Vossa Excelência o texto da Con" no"). 1. Para os fins· da presente Convenção,
venção Destinada a Evitar a Dupla Tt!-
butação -e Prevenir ::;~. Evasão Fiscal em Ma- _s: /'J. presente Convenção apllca.:..se tàm- a expressão. "residente de um Esta<lo Con-
bém a quaisquer impostos idênticos ou tratante" designa qualquer pessoa que, em
tét!a de Impostos sobre a Renda, firma<la :.Sub.stanclalmente ~emelhallltes _que forem virtude da legislação desse Estado, está ai
em Brasll!a, a 29 de setembro de 1983, entre Posteriormente illtroduzidos, se.fa em adi- sujeita a imposto em razão do seu domi-
o Brasl! e as Filipinas. ção aos impostos acim~ mencionados, seja cilio, da .sua residência, da sua sede de
2. Obedecendo, em linhas gerais, à ot!- em sua substituição. As autoridades com- direção ou de qualquer outro critério de na-
entação adotada anteriormente em nego- petentes dos Estados Contratantes· not!fi- tureza -anãloga. Todavia, esta expressão não
ciações de Acordos semelhantes, estabele- car-se-ão mutuamente <ie qualquer modi- compreende as pessoas que estãó sujei tas
ceram-se cláusulas qUe, mediante alívios fis- . ficação significativa que tenha ocorrido em a imposto ne<lse Estado somente em rela-
cais, visam a estimular as transferências suas respectivas legislações tributárias. ção a rendimentos de !ontes situadas nesse
reciprocas de dividendos, juros e royalties, Artigo 3 Estado.·
incentivando os fluxos de investimentos nos 2. Quando, por força d<> . disposto do·
te,ritórios de ambos os países. ·uef1niçõês gerais paTâgrafo 1, uma pessoa, fisica for um resi-
3. Por outro lado, a Convenção -pq-opor- 1. Na presente Convenção, a não ser dente de ambos os Estados contratantes,
cionará copdições mais vantajosas ao 'de- que o contexto imponha interpretação dife- a situação será resolvida de acordo com as
senvolvimento da navegação maritimi e rente: seguintllS r':gras: ·
aérea, ao intercâmbio de serviços de pro- a.) o termo "Brasil" designa a República
fissionais liberais e de at!vidades de artis- Federativa do Brasil; a) será considerada como residente do
tas e desportistas, bem como à expan,são das Estado Contratante em que disponha de
atividades culturais, através do intercàmbio b) o tel'!llo "Fllipimis" designa a Repú- uma 'habitação permanente; se dispuser de
de professores. e estudantes. bllca das Flllpinas; uma habitação permanente em ambos as
4. Em vista da.s razões acima expqsta_s, c) o termo "nacionais'' designa: Estados Contratantes, será considerada
s·enhor Presidente; consiçlero a Convenção I - to:das as pessoas físicas que pos- como residente do Estado COntratante com
em apreço merecedora da aprovação do Po- _suam a nacionalldade ou a cidadania de o qual suas relações pessoais e económicas
der Legislativo e, para tal, junto à presen- um Estado Contratante; sejam mais e-Streitas (centro· de interesses
te um projeto de Men,sàgem, a fim de que vltal.'l);
vossa. 'Excelência, se assim houver por bem, II-..,....::: todas as pessoas jurídicas, socie- b) se o Estado Contratante em que tenha
.se digne encaminhá-l_a ao CongreSS() Na- dades de Pe&soas e associações constituídas o c-e.p.~ de seus interesses vitais não puder-
clonai, ·nos termos do Art. 44, Inciso I, da de acordo com a legislação -em vigor num sru;- determinado, ou s·e não dispuser de um~
Constituição Federal. Estado Contratante; habitação permanente em nenhum dos Es-
AproveitO a oportunidade __ -para renovar tados COntratantes, será considerada como·
a -vossa Excelência, Senhor P-residente, os - d) as expressões '~um· Estado COntratan- residente do Estado Contratante em que
protestos do meu . mais profundo respeito. te" e "o outro Estado contratante" designam permanecer de forma habitual;
o- Brasil ou as Filipinas, consoante o con-
- Ramiro Elysio ~saraiva Guerreiro. texto; · c i'. se permanecer de torma habitual em
CONVENÇAO ENI1RE O GOvERNO DA RE- ambos os. Estados. COntratantes ou se não
PúBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E O e) o termo "pessoa" compreende uma Pes- permanecer de forma habitual em nenhum
GOVERNO DA REPOB!JICA DAS FILIPI- Soa física, uma sociedade OJl_ qualquer ou.tro deles, será considerada como. residente do
grupo de pessoas; · -- -- · · · ·· -- EStado Contratante de que for nacional;
NAS DESTINADA A EVITAR A DUPLA
TRIBUTAÇAO E PREVENIR A EVASAO - fl ·o termo '<sóciedacie" designa qualquer dl se for nacional de ambos os Estados
FISC"AL- 'ElM. MA'I1li:RIA DE IMPOSTOS . . pessoa Jtiridica ou qualquer entidade que, Contratantes ou se não for nacional de ne-
SOBRE A RENDA . para fins tributários, seja considerada como nhum ·deles, as auttoridades competentes
o Governo· da República Federativa do I_?es~~ ju~~<!i~_; dos Estados Contratantes resolv•rão a ques-
Brasil g) as expressões ''empresa· àe um Estado tão de comum acor~o..
e ___Contratante" e "empresa c:Jo outro Estado 3. Quando. em virtude do disposto do
o O<>verno · da República das Ffl!pinas, Contratante" designam, respectivamente, parágrafo l, uma pessoa que· não sefa uma
DESEJA:NDO concluir uma C<!nvenção uma empresa explorada pOr um téS!_dente pess9a física · for um residente· de ambo~
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO.NACIONAL (Seção II) Sexta-feira 19 0779

acrescentar que, dada~ as características do basalt~ e _O SR. NIVALDO MACHADO (PFL- PE. Para regem o assunto". E demonstra que, em nosso Pafs, "até
suas aplicações à construção civil, torna-se·conveniente emitir parecer.) ._ Sr. Presidente. Srs. Senadores: Q adve_nio da EBTU, os únicos transportes urbanos pro~
que sejam agilizados os procedimentos legais para sua O Projeto de Lei n9 48, de 1985, de iniciativa do Sena~ jetados foram os trens elêtricos do Rio e São Paulo, e os
explora.ção, os quais não são convenientemente atendi- dor Alberto Silva, dispõe sobre a deitinação de parcela metrôs". Conclui, portanto, que ..o resto era uma
dos no sistema de autorização e concessão de lavras. dos recursos oriundos da Taxa Rodoviária Única aoS Es.: embrlilliaâa de milhares de empresas de ônibus, muitas
Diante do exposto, somos pela aprovação do Projeto tados e Municfpios, com o fim-de reduzir os Cl,LSlos do vezes pércorrendo o mesJ_no itinerário em vias p6blicas
de Lei da Câmara n' 2/85. Transporte Urbano, amenizando, as.sim, as "Dificulda- supercongestjona-das, e por is~o mesmo com baixíssimo
~ o parecer, Sr. Presidente. des por que passam os nossos trabalhadores", que têm rendimento",
que pagar para trabalhar, pois, só em transporte, conso- Deseja o aut'or que o trabalhador brasileiro, tão agre~
O SR. PRESIDENTE (JosÇ Fragelli) -O parecer da mem em média 40% (quarenta por cento) do· salário· dido pelo preço do trans"porte urbano, venha a ser bene-
Comissão de Minas e Energia é favorável. mínimo, por pessoa. ficiado com subsídios capazes de garantir à população·
Completada a instrução, passa-se à sua apreciaçãO. O Projeto determina que os recursos previstos ·no art mendS despesa no deslocamento de pessoas.
Em discussão o projeto, em turno único. (Pausa.) 19 do Decreto-lei 091.886, de 26 de "outubro de 1985, 12% O projeto é oportuno e conveniente por beneficiar a
Não havendo quem peça a palavra, encerro a discus- (doze por cento) serão transferidos à Empresa Brasileira grande massa de trabalhadores das cidades, e, por esse
são. de_ Transportes Urbanos, a partir de 1985 a contar do motivo, opinalnos pela sua aprovação.
Em votação. Fundo de que trata o art .. 14 da Lei n"' 6.261, de 14 de no~ ~ 9 p~recer, Sr. Presidente.
Os Srs. Senadores que o aprovam queiram permanecer veri:lbro de 1975, ao mesmo tempo em que autoriza aque-
sentados. (Pausa.) - ~la Empresa "a firmar convênios com os Estados e Mu- O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) -O parecer da
Aprovado. nicípios, no sentido de subsidiar, em até 45% (quarenta e COmiisãO--ôe- Mui1idpiÕSO ~~faVorável.
A matéria vai à sanção. · cinco por cento) o cUsto daS tarifas de Transporte Urba- Solicito ao nobre Senador JoSé Litts o parecer da Co-
no·~. obed~cidas as condições que estabeleCe. missão de Finanças. ·
t o seguinte o projeto aprovado:
-- Na jUstifiCação, vagada em termos objetivos, aPós dis-
PROJETO DE LEI DA CÂMARA N° 2, DE 19~5 correr sobre a oportunidade e conveniência do Projeto, O SR. JOSE UNS- PRONUNCIA DISCUR-
(N9 4.794/84, na Casa de origem) conclui _Q seu ilustr_e autor: "Na maioria dos países de SO QUE, ENTREGUE À REVISÃO DO ORA-
senvolvidos do mundo, o Transporte Urbano é altamen- DOR, SERÁ PUBLICADO POSTERIORMENTE.
Altera a Lei o' 6.567, de 24 de setembro de 1978,
para incluir o basalto no regime especial de explo- te subsidiado".
_O SR, PRESIDENTE (José Fragelli)- O parecer da
ração por licenciamento. Estâ na hora, pois, de nós, os representantes do povo,
COtnissào de Constituição e Justiça conclui pela consti-
no Congresso Nacional, aprovando esta Proposição, ga-
O Congresso Nacional decreta: tucionalidadee juridicidade do projeto. Os demais pare-
rantirmos ao trabalhador brasileiro a oportunidade de
Art. Jo;o O art. l"' da Lei no;> 6.567, de 24 d~ seteip.bro . ceres também são favoráveis.
gastar menos com o transporte urbano, sobrando mais
·de 1978, passa a vigorar com a seguinte redação: Completada a instrução da matêria, passa-se à su~
de Seus minguados rendimentos para atend~ a outros apreciação.
"'Art. 1"' O aproveitamento das_substâ_ncias mi· itens vitais para sua sobrevivência e de s_ua família. Em discussão o projeto.
nerais enquadradas na Classe II a que se refere o art. No que respeita ao âmbito de atribuições da Comissão
5"' do Decreto-lei n'l 227, de 28 de fevereiro de 1967- de Constituição e JuStiça, inexistem obstáculos Gapazes O Sr. Albe-rto Silva- Sr. Presidente, peço a palavra
Código de Mineração -, de argilas empregadas no de impedir a tranlitação da matéria. para discutir.
fabrico de cerâmica vetmelha, de calcário dolomíti- Somos assim, por sua aprovação.
co empregado como corretivo de solos na_ agricultu- E. o parec~, Sr. Pfesidente. O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - Concedo a
ra e de basalto a ser emprega,do como pedra de re- palavra ao nobre Senador Alberto Silva.
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - Solicito ao
vestimento ou Ornamental na construção civil far-. nobre Senador Jorge Kalume o parecer da Comissão de O SR. ALBERTO SILVA (PM D B - PL para discutir
se-â, exclusivamente, por licenciamento, na forma Municípios .. o projeto.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores:
das disposições desta lei, ressalvada a hipóteSe pre- Apenas duas palavras a respeito deste projeto de lei,
O SR. JORGE KALUME (PDS- AC. Para emitir
vista no art. 12." que ora tramita nesta Ca.Sii do Parlamento Nacional, e
parecer.) --Sr. Presidente, Srs. Senadore~:
Art. 2'l___ Os requerimenlõ-s-âe aiTto_cização de pesqui- O projeto de lei que passa a ser examinado é de autoria cujos pareceres das COmísSões próprias foram favofã-
sa de basalto a ser empregado como Pedra de revesti- do Senador Alberto Silva. Pretenqe transferir à Empresa ··veis.
mento ou ornamenta!, pendentes de decisão-, serão arqui- Brasileira dos TranspOrtes Urbanos-EBTU, a partir do Neste instante, queria apenas dizer que, com este ges-
vados por despacho do Diretor-Geral do Departamento ano em. curso, a parcela de 12% (doze por cento) dos re- to, os nobres Senadores ap'reciam esta matéria, trazem à
Nacional de Produção Min~J:al_- DNPM, assegurada aos Sofrida gente tr·aba\hadora brasileirã uma oportunidade
cursos previstos no item·II do parágrafo J<;t do art. 69 do
respectivos interessados a restituição dos emolumentos de poder, no início de cada dia, verificar que seus recut-
Decreto-lei n9 1.691, de 2 de_agosto de 1979, com are-
que hajam sido .pagos. sos poderão sobrar para alimentação' de sua família e de
dação dada pelo art. J<;t do DL n'l 1.886/81. Por conse-
seus filhos, já que com este projeto de lei devidamente
Art. 3'l Esta lei entra em vigor na data de sua publi- guinte, o objetivo -da proposíção é destinar-à EBTU a
aprovado_ e executado como previsto no meu pro}eto de·
cação. parCela de 12% dos 55% (cinqüenta e cinco por cento) da · lei, as ta~ifas dos transportes urbanos, no Brasil, sejam
Art. 49 Revogam-se as disposições ·em contrário. arrecadação da Taxa Rodoviária única distribuída à subsidiadas.
União. S~. Presiç:iente, Srs. Senadores, no Brasil se faz-o subsi-
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli)- Passa-se, ago- •
Tal parcela de recursos permitirá à Empresa Brasi!eira dio do trigo, muito justo e muito oportuno, mas veriffca-
ra. à votação do Requerimento_ no;> 82;- de 1985, lido no
de Trailsportes UrQanos firmar convênios COin oS Esta- mos que o pobre trabalhador, hoje, jâ não tem quase
Expediente, de urgência para o Projeto de Lei do_Senado
dos e MunicípiOs (art. 2<l) no sentido de subsidiar em até condição de compnú.-o-pão, porque, mesmo subsidiado,
n"' 48; -de 1985. ·
4590 p custo das tarifas de transporte urbano concedido s.eu preço é alto. Porque não subsidiar o transporte urba~
Em votação o requerimento.
pelos governos_ estaduais e prefeituras muniC:ipãis~ b no -Que atualffiente, nõ item das despesas de um assala-
Os Srs. Senadores que o aprovam permaneçam senta:
subsídiO de 45% _i'eferido dependerá de l 0% também con- riado, talvez seja -o-que mais aflige .a quem necessita tra-
dos. (Pausa.) c.edidos' por Estãdos e Municípios. balhar. ·
A provado. . _ _ O ã.rt. 59_ do pr<>jeto 'estabelece que "a parcela dos Mu- . Senão_.,.._ejamos: o pã&_amento da moradia, casa com-
Aprovado o requerimento, passa-se' à imediata apre- !líclpios no subsí<lio "referente_ aos convênios" preconiza- prada ou alugada Se não for feito pOr falta de recursos ou
ciação da matéria. · dos "poderã ser int~gralizadã; mediante a conce-ssão de 'deseffiPrri:go, ã:iiléla-nao-recurso do parcelamento, ainda
isenção do Imposto Sobre. Serviços de Qualquer N~ture­ tem atê o_ recurso do perdão da dívida. As tarifas de ener-
DiscussãO. em Piitiieiro turno, do Projeto de Lei
za incidente sobr-e os serviços de transportes coletivo ur- gia elétrica ou de ãgua, também pagas por mês, dão ao
do Senado n9 48, de 1985, do Senador Alberto Silva,
banQ''~ usuário 30 diã.s para efetuar o pagamento, podendo o
que dispõe sobre a destinação do produto da arreca- mesmo pedir algum pãrCeiamento antes que Sua ene-rgia
dação da Taxa Rodoviária Única e dã outras provi- Na JustifiCação. o autor do projeto expõe a experiên-
cia adquirida na implantação da Empresa Brasileira de ou sua água sejam- co"rtadas; mas o trabalhador para ir
dências (dePendendo âe pareceres das Comissões de ao serviço iem de pagar- a condução, porque não -eXiste
Constituíção e Justiça, de Municípios e de Fi- Transporte Urbanos, da qUal foi o primeirO dirigente.
Lembra que tal entidade realizou, "em convênio com ór- transporte p~blico no Brasil pago a prestação.
nanças).
gãos- federais, estaduais e rnunic;ipai~, uma política inédi- De modo que, no começo do dia, o assalariado tem de
Solicito_ do nobre Senad-or Nivaldo Machado o pare- ta e pra.ticamente desconhecida no País, istO é, o enqua- silber do recurso que tem-para decidir se paga para ir ti-il-
cer da Comissão de Constituição e Justiça; c;lramento do transpo:rte urbano às regras universais que balhar ou compra alimento para su~ famOia. Por i~o
0780 Sexta-feira 19 OIÁRJODOCONGRESSÓ NACIONAL (Seção II) Abril de I 985~

basta a enunciação da pretensão a ser atingida com este Art. 49 São os Estados autorizados a utilizar os_ re- eliminação dos chamados ramais antieconômícos, como
projeto de lei, para que ele esteja plenamente justificado. cursos previstos no item I do§ 19 do art. 69 do Decreto~ ninguêm aceitaria, de bom grado, a privatização dessa
Agradeço aos c.ompanheiros do Senado que apreciam lei n9 1.691, de 2 de agosto de 1979, alterado pelo art. 19 empresa, muito menos no diSfarce proposto pelo arL 49
. esta matéria, com o espirita público que todos têm, nesta do Decreto-lei n9 1.886, de 26 de outUbro de 1981, para daquele decreto-lei, emitido ao apagar das luzes do últi:-
Casa, pois estão dando sua cOOtribuição- e aprovando fazer face_ às despesas com os convênios referidos no arti~ mo Governo. Não é admissível a abertura à participação
em regime de urgência- para que o assalariado brasHei· go anterior. acionãria do capital da RFFSA a agentes financeiros na~
ro, depois de aprovado na Câmara dos Deputados e san- Art. 5_9 A parcela dos Municípios -no subsídio refe~ cionais credores, porque amanhã as multinacionais po-
cionado pelo Senhor Presidente da República, tenhamos rente aos convênios autOrizados pelo art. 29 desta Lei po- deriam. manipular a empresa, por via de testas-de-ferro.
no Brasil, finalmente como existe em todo _o mundo, o derá ser integralizada, mediante a concessão de isenção Diante disso, torna~se necessãrio uma nova anãlise, ·
tranporte urbano subsidiado em favor do assalariado. do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza inci- ern pfofundídade, pelo Go'verno, do Decreto-Lei n?
Eram as palavras que queria dizer, ao ser aprovado dente sobre os serviços de transporte coletivo urbano. 2.f78, de 4 de dezembro de 1984:
este projeto de l.ei do_ maior ·alcance social para o País. Art. 6~ Esta Lei entr.a em vigor na data de sua publi~ Era o que tinha a dízer, Senhor Presidente. (Muito
cação. bem!)
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli)- Continua em Art. 711 Revogam~se as disposições ent contrário.
disc_ussão o projetei - O SR. PRESIDENTE (Josê Fragelli) --Nada mais.
Não havendo mais quem peça a Palavra, encerro adis~ O SR. PRESIDENTE(José Fragelli) - Em discuSsão havendo a tratar, vou encerrar a presente sessão, desig~
cussAo. .a redaçào fina[ (Pausa.) nando para a sessão ordinãria de amanhã a seguinte
Em votação, __ Não havendo quem peça a palavra, encerro_ a discus-
sãO. -
Os ·srs. Senadores que aprovam o projetÕ queifãm
·permanecer sentados. (Pausa:) Em votação.
Os.Srs. Senadores que a aprovam queiram permanecer· ORDEM DO DIA
Aprovado. .
Api-ovado o projeto em primeiro turno e_ es~ando 1!_ sentados, (Pausa.) ·
matéria em regime de urgêridã, pisSã-se imediatamente Aprovada.
à sua apreciação em segundo turno. - -- A matêria vai à Câmara dos Deputados.
Em discussão o projeto enl segundo turno. (Pausa.) Votação, ern turno único, do Projeto de Lei da Câma~
O Sr. José Lins- Sr. Presidente, peço a palavra para ra n'? 6, de 198 I (n9 237 f19, na Casa de ori&em), qUe fixa
Não havendo quem peça a palavra, encerro a discus~
_uma breve comunicação. ~m oito horas a jornada de tra.balho dos vigias. tendo
são.
O projeto é_dado como definitivamente aprovado nos PARECER FA VORÃVEL, sob n9 190, de 1981, da
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli)- Conc_edo a pala~
termos do art. 315 do Regimento Interno. Comissão
vra ao nobre-senador José Lins, para uma breve comuni-
A matéria vai à Comissão de Redação. cação. - - de Legislação Social.

O SR. PRESIDENTE (José Fragclli) -Sobre a mesa, O SR. JOSE LINS PRONUNCIA DISCURSO
parecer da Comissão de Redação, que será li~o _pe~o ~r~ QUE. ENTREGUE À REVISÃ.O DO ORADOR, Votação, em turno único, do Requerimento n9 15, de
J9~Secretário. - SERÁ PUBLICADO POSTERIORMENTE. 1985, de autoria do Senador Humberto Lucena, solici-
f! lido o seguinte: - O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - Concedo a tándo â constituição de Comissão Parlamentar de In-
palavra ao nobre Senador Nelson Carneiro. quéríto destinada a investigar os fatos Qlle colocaram em
risco o controle acionário, pela União, da Companhia
PARECER N• 47; DE 1985
~O SR. NELSON CARNEIRO (PTB- RJ- Pronun~ Vale do Rio Doce.
Redaçio final do Projeto de Lei do Senado g9 48, cia o segui_nte discurso.)- Sr. Presidente, Srs. S7nado-
res: 3
de 1985.
Os problemas configurados nos desequilíbrios técni~ Votação, em turno único, do Requerimento n9 57, de
Relator: Senador Jorge Kalume _cos, operacionais e fmancelros da Rede Rerroviâria Fe- 1985, de autoria dos Líderes Gastão Müller e Moacyr
A Comissão apresenta a redação final do Projetõ de deral provocaram a edição, a 4 de dezembro último, de Duarte, requerendo, nos term!JS do art. 371, c, do Regi~
Lei do Senado n9 48, de 1985, que .dispõe sobre a desti~ um decreto-lei configurando algumas diretrizes saneado~ mento Interno. urgêrrcia para o Oficio S/2, de 1985, do
nação do produto da arrecadação da Taxa Rodoviãrta ras, c:ntre as quais." a adoçãu, até o ano de 198?:, de rea~ Governador do Estado do Rio Grande do Norte, solici~
única e dã outras providências. justamentos tarif'aríos que assegurem, em termos reais, o
tando autorização do Senado Federal para realizãr ope-
Sala das Comissões, uf de abril de 19.85. - Lenoir valor do produto médio ferroviãrio e atnôuíção de liber- ração de crédito externo no valor de cinqUenta milhões
Vargas, Presidente- Jorge Kalume, Relator- Martins dade tarifária à RFFSA a partir de 1988, para os serviços
Ftlho. . . de dólares.
p"os-síveis de competição com iguais ou outras mo"dalida~
des de transporte". 4
ANEXO AO-PARECER N• 47, DE 1985. Numa análise crítica desse dispositivo, o economista ·
Augusto Benedito Ottoni Filho, salienta que tarifa ê o Vota-ção, em turno úniâQ, do Requerimento n" 58, de
Dispae sobre a destinaçio do produto da arreca-
preço cobrado pela prestação de um serviço, resultado 1985, de autoria dos Líderes Gastão Müller e Moacyr
daçi.o da Taxa Rodoviária Única e d' outras provi- Duarte, solicitando, nos_ termos do art. 371, c, do Regi~
do somatório do custo de produção com o .beneficio ge-
dências.
ra:do pelo investimento, enquanto o produto médio ê :um menta i;teriw, urgência para o ondO -n"' S/8, de 1985,
O Congresso Nacional decret<;~.: índice ferroviãrio em que o numeradOr é a receita do ~ !J.través dO qual o Prefeito m-qnicipal de Anápolis (GO},
Art. 19 Dos recursos previstos no item Il do§ J9 do transporte de-bens ou pâssageiros e o denominador o nú- - solicita autorização do Senado para que aquela prefeitu-
art. 69 do Decreto~lei n9 1.691, de 2 de agosto de 1979, al- meiO de pasSaS:ciro oU a quant_idade daqu~les bens. ra possa realizar operação de empréstimo externo no va-
terado pelo art. 1'1 do Decreto~lei n9 1.886, de 26 de ou~ Assim, o legislado( ...não s·oube distinguir um fridice . lor de US$ 3,500.000.00 (três inilhões e quinhentos mil
tubrd de 1981, serão fran-sferldos à Empresa Brasileira de ferrbviârio que mostra a receita por bem ou trabalho dólares).
Transportes Urbanos 12% (doze por cento), a partir de realizado, com tarifa, que é custo mais beneficio". Quis
ele diZ~r...custo -específi.co do transporte acrescido do be- 5
1985, à conta do Fundo de que trata o art. '14 da Lei n'.
6.261, de 14 de novembro do 1975. neficio gerado pelo investimento, com base no custo de Votação, em primeiro turno, do Projeto de Lei do Se-
Art. 2"' ~ a Empresa Brasileira de Transportes Ur- oportunidade do capital". nado n~ 26, de 1979. de autoria do Senador Orestes
banos autorizada a firmar convênios com- os Estados e Nesse trabalho, salienta o arguto economista que há Quércia, que acrescenta parãgrafos ao Art. 517 da Con~.
Municípios, no sentido- de subSidiãZ.-até 45% (quarenta C um século o sistema ferroviâr!o serve como instrumento
solidação das Leis do Trabalho, tendo
cinco por cento) o custo das tarifas de transporte urba- de ação política, princípalment~ no período republicano, -
PARECERES, sob nts 184 e 185, de 1984, das Comis~
·no, desde que concedido por aquelas pessoas jurídicas de , embora jã o Regente Feijó houvesse garantido juros
sões:
direito público o subsídio de i O% (dez por cento) do refe- mínimos sobre capitais estrangeiros investid9s em ferro#
~de Constltui~io e Justiça, pela constitucionalidade e
1ridó custo a cargo de cada uma. vias, daí porque as ferrovias se transfonnararn ...erD. ni#
juridicidade; e
Art. 39 Destínar~se-â à cobertura das despesas de- nhos de empreguismo, entrand·o em acelerado ritmo de
~ de Legislaçãe Social, favoráveL
correntes da celebração dos convênios d~ _que trata o ar~ decadência econômica, material-e técnica...
tigo anterior parcela não inferior a 50% (cinqUentâ pÕr Na verdade, a RFFSA tem transportado a safra agrf- 6
cento) dos recursos transferidos à conta do Fundo de cola,_o adubo, o álcool, o sal, os minérios, que represen--
Desenvolvimento dos Transportes Urbanos, nos termos tam setenta e um por cento dos bens que desloca, no in- Votação, em primeiro turno, do Projeto de Lei do Se-
do art. {9 desta Lei. teresse na~onal. Nesse contexto, jamais se justificou .a nadq n? 2, ~e 1980, de autoria do Senador Humbertq Lu-
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Sexta-feira 19 0781

cena, que dispõe sobre a escola e a nomeação dos diri- toda ,a Nação, está atento aos deveres que a outorga do posto pela calamidade das cheias, atingindo 24 municf-
gentes das Fundaçôt::s de Ensino Superior, tendo mandato popular lhe impõe. pios e quase 15.000 pessoas desabrigadas.
PARECERES, sob n~'s 747 e748, de 1981, das Comis- Por isso que, ao lado daquelas medidas de carãter defi-
sões: - nitivo~ como a fOrmulação do IV Plan_o Nacional de De- O Sr. César Cais- Permite-me V. Ex'- Urtl aparte?
-de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade e seO.volvimento, entregue ao Ministério do Planejamento,
O SR. NIVALDO MACHADO- Ouço,coin prazer,
. juridicidade, cOm voto vencido, em separado, do Sena- Sua Excelê-ncia vem dando ênfase a providências de cará-
o Senador César Cais.
dor Moacyr Dalla; e ter transitório, entre as quais a referente à implemen-
-de Educação e Cultura, favorável. tação, urgente, do Plano de Emefiência, visando ao O Sr. César-cais- Quero dizer a V. Ex'-, nobre Sena-
combate à fome e ao desemprego. dor Nilvaldo Machado, que é muito oportuno estar re-
7 Ê evidente que os recursos são parcos; ê claro que os lembrando os problemas que afligem o Nordeste. Natu-
meios de que dis.põe o Governo não correspondem à am- ralmente nós, nordestinos, temos confiança em que um
Votação em primeiro turno, do Projeto de Lei do Se-
plitude dos problemas a serem enfrentados. Mas ê certo . nordestino Presidente da República, o Presidente em
. nado ns> 340, de 1980, deau1oriada Senadora Eunice Mb
também, Sr. Presidente e Srs. Senadores, que o Presiden- exercício Josê Sarney, será sensível a medidas práticas,
chiles, que- acrescenta~ parágrafo .único ao art. 373 da
te em exercício, José Sarney, está aterito às suas respon-
Consolidação das Leis do Trabalho, facultando à empre- mas urgentes. Ainda hoje, recebi telefonema do baixo Ja-
sabilidades e ao desempenho das atribuiçÕes do. alto car-
gada com prole o direito à joitiãda de trabalh,o reduzida, guaribe, no Ceará, em-ql.le as ág~as que já começavam a
go que ocupa.
com ·remuneração proporcional, tendo baixar, voltam a crescer. Há, neste momento, fome! Os
Sua Excelência determinou por isso, há poucos días,
PARECERES, sob n"'s 445 a 447, de 1984, das Comis- telefonemas_que vieram de LimoeirO do Norte e de Rus-
lhe fosse trazido o Plano de Emergência paià a· sua iin-
sões: f)luntação, tendo em vista sobretudo, a criação de empre- sas indicam fome. Os alimentos que têm chegado, face à
-de Constituiçilo e Justiça, pela constitucionalidade e gos nos setores da agricultura, do saneamento e da cons- burocracia, não acompanham o número de desabrigados
juridicidade; trução civif,- pOi-- isso que esses s_etores podem gerar, a que a cada dia cresce velozmente. Por exemplo, em Li-
-de Legislação Social, favorável; e moeiro do No r te, os alimentos estão chegando para 3
curto prazo, os empregos de que necessita a população,
-de Finanças, contrário, com voto vencido, em sepa- principalmente, a residente nas áreas periféiicas das mil famflias desabrigadas e de repente, estão desabriga-
rado, do Senador Jorge Kalume. grandes Capitais, que se debatem com esse grave proble- das 5 mil famílias; assirri, hã 2 mil famflias com fome,
ma do desemprego, o qual angustia o Governo. como também faltam barracas. Realmente, é incrivel se
8
Essa a razão pela qual entendi registrar o empenho do possa,· num relatório, dizer que foram enviados para
Votação, em primeiro turno (apreciaÇão preliminar da Senhor Presidente da República, o seu interesse, a sua aquele local,-cento e setenta barracas, QU coisa desse ti-
constitucionalidade, nos termos do__Art. 296 do regimen- firme determinação de implementar o Piograma de po. Creio-que há necessidade, neste momento- e enten-
to interno), do Projeto de Lei do Senado n9 18, d~ )_9~0. Emergência, por oportuno e porque, nesta hora, antes de do já a angústia: QUe_ V. Ex'- tem, porque as cheias vêm do
de autoria do Senador Itamar Franco, que dispÕe -sobre -medidas de maior profundidade, essas contidas e con- N arte e vão carÍl.inhando para Pernambuco, e, em segui~
aposentadoria especial do músico, tendo substanciadas no referido plano devem ser imediatamen- da, para Alagoas, Sergipe eBahia, começando no Mara-
PARECERES, sob n' 1.032, de 1980 e n'415, de 1984, te P_<?Stas em prática. Esse fato me induz a trazer a esta nhão, Piauí e Ceará - que as medidas sejam concre_tas e
da ComisSão~ Casa minha palavra de aplauSO, de apoio, aõ Presidente urgente_s. É uma operação de guerra que s-e tem que mon-
-de Constituição e Justiça, ]9 Pronunciamento: pela José Sarney, por essa decisão, que corresponde aos mais tar, pois faltam barracas, faltam mediCamentos. Em Li-
inconstitucionalidade; 29 Pronunciamento: (reexame s_oli- altos !nteresses_ do povo brasileiro. moeiro do Norte há famílias ilhadas e s6 um helicóptero
citado em Plenário)- ratificando seu parecer anterior. -Ao lado disso, Sr. Presidente, Srs. Senadores, o Presi- tratando de salvá-las. E. uma verdadeira operação de
dente José Sarney, conhecedor da realidade brasileira, guerra que se tem que montar. Não ê apenas c_om pala-
determinou também que o Ministério da Justiça ponha vras, dizendo que não faltam recursos, ou que os recur-
Votação, em primeiro furilo fapreciação preliminar da em prática, a curto prazo, med.idas para combater o cri- sos são limitados para o N ardeste. É preciso, sim, reali-
juridicidade, nos termos do art. 296, do Regimento In- me. Ainda há pouco, referia-se, o Senador Alfredo Cam- zar' operações práticas. Por outro lado, as estradas estão
terno), do Projeto de Lei d.o Senad-o_o9 __320, de)980, de pos, aos-crimes cometidos no Mercado Financeiro. O cortadas~_os municípios estão sem comunicação, Ppr is-
autoria do Senador Pedro SirUõn,-que revoga a Lei nY Presidente acaba de determinar, repito, ao Ministério da so, entendi que, no discurso de V. Ex• eu deveria fazer
~.815, de 19 de agosto de 1980, que define a situação jurí- . JuSiiça .:..__ este fato foi noticiado amplamente pela im- este depoimento. E, mais do que este depoimento, se
dica do estrangeiro no Brasil, cria o Conselho Nacional prensa--- qu-e promova estudos para a refOrmulação das mostrasse, _de fato, um comando para esses efeitos práti-
de Imigr~ção e dá outras. providênciaS, tendo_ leis do mercado financeiro e para a elaboração de outras, cos, que não fosse toda uma burocracia que se perde. De
PARECER, sob n9 1.144, de 1981, da Comissão destinadas a pôr cobro a este estado de coisas, porque o modo que eu quero dizer da oportunidade do discurso de
-de Constituição e Justiça, pela injuridicidade. povo, que passa. dificuldades, mormente aquela parcela V~ Ex• e da confiança que nós, nordestinos, temos no
que passa fome, exige não só o espírito público, a preo- nordestimo que, h~je, ê presidente e!D exercido da Re-_
O SR. PRESIDENTE (Josê Fragelli)- Está encerra- cupação com o interesse maior do País, dos seus gover- p~blica, e que corlhece, por si só, as dificuldades que
da a sessão. nantes, mas a lisura, a honestidade, _a· probidade, no de~
atravessa o Nordeste.
(Levanta-se a sessdo às 19 horas.} semj)fmho do múnus pÓblico. - - ·
Esta a razão pela qual, Sr. Presidente, Srs. Senadores,· O SR. NIVALDO MACHADO- Nobre Senador
venho à tribuna para, abordando esse problema, trazer CéSar Cais, ê com muita honra que acolho seu apãrte, C:
DISCURSO PRONUNCIADO PELO SR. NI- tambêm minha palavra de aplauso ao Presidente da Re· incorporo às considerações que estou fazendo, embora
VALDO MACHADO NA SESSÃO DE 17-4-81 E pública, q~:~-e inclui, n~sã.s suas·preocupações, a_quela de d~ _mod_'_? __ ligei~o. a respeito desse problema. Q. aparte
QUE, ENTREGUE X REVISÃO DO ORADOR, reformulação da chamada Lei Fleury - lei por cujas com que V. Ex~ acabou de me distinguir reveste-se da
SERIA PUBLICADO POSTERIORMENTE. malhas generosas e amplas passam todos os tipos de cri- maior importância, Pois V. Ex• é um homem públíco de
minosos, mesmo os mais bárbaros, bastando que sejam larga experiência, conhecedor profundo da realidade
O SR. NIVALDO MACHADO (PFL - PE. Pronun- primários. nordestina e, mais do que isso, da própria realidade bra-
cia o_ seguinte discurso.)- Sr. Presidente, Srs. Senado- Sr. Presidente, Srs. Senadores, sil~ira, pela sua participação, por muitos anos, na vida
res~- _______:__: Com ·_essas palavras, que julgo servirem de estimufo"a pública do País. Não podemos deixar, principalmente
Estou certo de que ninguén:t- que venha acompanhan- um homem a quem o destino impôs uma tarefa espinho- nõs que representamos o Nordeste, de estar aflitos e já
do, com interesse, a ação do Vice-Presidente no exercício sa, quero, cOmo -represei}tante do povo, louvar o correto pensando, em alguns cas-os, na antecipação de medidas,
da Presidência da República, a partir de 15 de março p. e exemplar desempenho do Vice-Presidente José Sarney. como na hipótese de Olinda, que precisa ser defendida
passado, pode opor a menor restdção ao comportamen- Antes de terminar, porém, cumpre-me fazei" referência contra as enchentes do Beberibe.
. to, à competência e à solidariedade com que se vem de- ao problema das cheias de que padece hoje ioda a região A respeito, tive ontem oportunidade de solicitar ao
sin.curil.bindo dessa dífícil missão o ViCe-Presidente José _ nordestina, que, esca"pando, hã dois anos apenas, de uma
Ministro Flávio Peixoto, do Urbanismo e me~o Ambien-
Sarney. Todos sabemos haver restrições de toda ordem ~eca que se prolongou por cinco anos, estâ vivendo as
te, providências para que recursos, apenas 12 bilhões de
envolvendo o exercício do Governo da Nova RepúbliCa. agruras, oS sofdmentos, as dificuldades e as angústias
cruzeiros, fossem liberados com a finalidade de aplicar
Não ê necessário aqui faii!rererência a qualquer dessas dessa calamidade, atingindo as cidades, dizimando- as
no alargamento e retificação do leito do rio Beberibe,
restrições, porque t_oda a população brasileira, toda a plantações e inquietando todo o povo nordestino.
que banha Olinda e Recife, trazendo"com as inundações,
Nação o sabe, e estã convicta de que ninguém poderia ter Pernambuco, que apresenta um quadro diferente dos
Qutros Estados de maior intensidade de sofrimento, com as cheias. atropelos, infortúnios, dificuldades e so-
desempenho mais correto, desempenho mais à altura d_o
fri~~J.entos de toda ordem, às populações ribeirinhas.
momento e das tradições do povo brasileiro do que o ccimo o Piauí, o Ceará, o Rio Grãnde do Norte, o Mara-
Vice-Presidente José Sarney. E Sua Excelência, nesta nhã9 e a Paraíbã, mesmo assim teve também o seu qui- Desta form.a, quero_ apenas nesta oportunidade_ dar
hora de amargura, nesta hora de agonia em que vive nhão de sofrímento impostO pelos. fatores naturais, im- testemunho do acolhimento por parte do Sr. Ministro
0782 Sexta~fi:ira 1!1 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (SO<;ão II) Abril de 1985

Flávio Peixoto, o qual foi o mais anlplo possível, ao plei- é mais Urgente, mais desejado e tem maior importância, O SR. NIVALD.O MACHADO- Sr. Presidente, eu
tCi em favor de Olinda e RCcife .. Pelo espírito pragmático que a palavra rapidez. Ou se tofnam medidas com rapi- vou concluir. Antes de fazê-lo, quero estender o meu
que revela, a capacidade e o conhecimento dos proble- dez, na hora exata, para atender esse drama em que vive agr_a9ecimento ao nobre Senador Moacyr Duarte, pela
mas afetos à sua Pãsta, espera-se dele um eficiente de-. grande parte da população do Nordeste, _ou essas medi- sua palavra autorizada, pela sua palavra que traduz a
sempenho. das frustrarão mais uma vez as esperanças do povo nor- realidade sofrida do povo do Rio Grande do Norte. E eu
destino. Mas, estamos certos de que com a boa vontade tenho não só o maior apreço por todos os conterrâneos
O Sr. Virgt1io Távora - Permite V. Ex' um ·aparte? do Ministro Ronaldo Costa CoutO, apisar dos novos en- como, sobretudo, pernambucano filho de norte-rio-
cargos que assumiu como Governador do DistritO Fede- gra-ndinses, tenho motivos, por isso, de ordem sentimen-
O SR. NlVALDO MACHADO - Ouço O no~re Se-
ral, e contando com a decisãO dO Presidente da Repúbli- tal, para o especial carinho que demonstro pelo povo do
nador Virgílio Távora.
cã, José Sarney, de enfrentar com firmeza esse desafiO, as Rio Grande do Noite.
O Sr. Virgmo Távora - Eminente Senador, neste providências adequadas serão adotadas - e esperamos, Concluo Sr. Presidente, fazendo o registro da partici-
oportuno discurso de V. Ex', gostaríamos de aduzir al- com a rapidez necessá.ria - objetiVando a assistência às pação do Governador Roberto Magalhães diante desse
gumas rapidísSiritaS- considerações, rej:>etiÇão pratica: populações flageladas. problema, mormente porque Pernambuco - como de
mente daquilo qUe há dois dias já transmitimos, via· tele: Sr. Presidente, Srs. Senadores, são essas as infor- resto os demais EstadÔs 'do Nordeste - não dispõe de
fone, ao Sr. Ministro dó Interior, que hoje muito atarefa- mações qUe tenho a respeito de Pernambuco, e sentindo recursos suficientes para enfrentar, sem a ajuda da,
da acumula, também, as furições- de GOvernãdor desta o drama dos outros Estados, principalmente porque o união, _a atual situ~ção de calamidade_em que se encon-
nossa Capital. Nós esçamôs acOstUmadOs, no N ardeSte, - inverno se Cfesloca do Norte para -o Sul~ fico na expectati- tra parte do Estado. Registre-se qtfe o GovernadOr Ro-
a tomar medidas de combate às secas que permitem, nas va aflita de que Pernambuco, já vivendo horas angustia- berto Magalhães que já vem se desdobrando para ateri-
êpocas de crise, uma certa defasagem no tempo, porque das, ainda possa vir a ser atingido Por maiáres sofrimen- der aos encã.i-gos normais, agora diante da calamidade
a seca vai-se instalando progressivamente_, Mas-não esta- tos e maiores prejUízos. Esperamos que agora, depois de que enfrenta, se depara com dificuldades adicionais. An-
mos organizados para enfrentar os efeitos daS cheia"s. E tantas esperanças frustradas repetidamente através dos tes de concluir, passo a ler a relação dos municípios atin-
aqui gOstaríamos de chamar a ãtenção de V. Ex•, -corria anos, agora com a possível implementação do chamado gidos.
jã chamamos a do Sr. Ministro e de todos os Srs. Sena-_· Projeto Nordeste, possamos amanhã construir uma es-
trutura capaz de fazer com que a populaçãO-no'rdestina MUNICIPIOS EM ESTADOS
dores que agora nos ouvem; é quejustaffieille iimâ-Pila-
suporte com menores sacrificios os t;:feitos das secas _e daS DE EMERGENCIA
vra devia ser como que a diretriz desse socorrO: rapidez.
cheias, já que esses fenômenoS não ·podem ser domina- Jataúba - Floresta - Itacuruba - Passira -
Nós desejamos é um s'OCOfri::i-7ápido. Há pmrco, o emi-
dos pelo homem. Cachoeirinha - Mirandiba -Belém do São Fran-
nente Senador Cesar Cãls, cujaS -íiiformações são das
cisco - Ingaze.ira - Parnamerim - Çranito ~
mesmas fontes que a nossa, prinCipalmente do baixo J a-
Sítio dos Moreiras- Terra Nova- Araripena com
guaribe, que é a região-mais asSálada por eSSa ·seca, mos- O Sr~ Moacyr Duarte - Permite V. Ex~ um aparte?
os distritos de Gergelim, Nascente e São Pedro -
trou a desproporção imensa que existe entre- os fecurSos
Santa Maria da Boa Vista- Ouricuri- Afogados
necessários e aqueles que no· momento foran:i --a.IõcadoS. O SR. NIV ALDO MACHADO - Ouço o nobre Se· da Ingazeira - lbimirim - Inajã- Orocó- São
Não nos adiilnta dizer que, dentro de duas, três semanas, nadar Moacyr Duarte. BentQ do Una- ~pubi- Trindade- Bodocó_.:....:..
teremos os recursos sufidCntes. o· qUe PreCiSamos é dOS
São_ José do Belmonte'.
recursos imediatamente porque a enchente tem uma ca- O Sr. Moacyr Duarte- Sr. Senador Nivaldo Macha-
racterística, a de ser assim tão curial, tão acaciano que do, todos reconhecemos a sensibilidade do Presidente Hã, como disse, mais de 14.500 pessoas asSistidas pdo
atê ficamos aCanhadOs de vir repetir aqui~ as Cnchenies José Sarney para com o_s prob_lemas do Nordeste, mesmo Governo do Estado, que espera, e tem como certa, a aju-
tern uma característica completamente diferente no seu porque S. Ex• está plenamente identificado com esses da do Governo Federal, na certeza de que essa não falta-
atendimento de efeitos do que as secas. Se a seca vai-se probltmas, nordestino que é. O que desijã:mos ê- que as fá, dada a pfomessa, e mais do que a promessa, a firme
instalando progressivamente, ~6s também- podemos prO- medidas já_de.terntinadas pelo Presidente da República, determinação do atual Presidente da República, o Sr. Jo-
gressivamente ir instalaridO o soCorro à ffiesma, mas a . no :rentido de que a assistência às regiões atingidas pelas sé SarneY,' de eiifreni:B.r o problema. Muito obrigado a V.
enchente n~s tirando a casa, roUbando-nos o alimento, inundações se faça com a maior agilidade, a maior pres- Ex' (Muito- bem!)
torna-nos dependentes, no dia imediato à tragédia, do teza, essas determinações não fiquem apenas no papel ou
comer, do viver, do alimento, do ter onde dormir, da. nas boas intenções. Elas precisam ser 'efetivadàs, a fim de DISCURSO PRONUNCIADO PELO SR. OC·
barraca. Há poucO, ouvimos eS-se comunicildo, pareceu que possam surtir os efeitOs esperados. Com relação ao
até um pouco jocoso, de- I 70 barracas. Se só em LirllOei- TÁV!O CARDOSO NA SESSÀO DE 17-4-85 E
.IJleu Estado, que hoje tem um contingente. superior a 60 QUE. ENTREGUE À REVISÃO DO ORADOR.
ro temos cinco mil famíliaS-desabrigadas,-0 fito por si só mil pessoas desabrigadas e que na manhã de hoje ama-
mostra realmente que a questão precis-a ser -considerada SERIA PUBLICADO POSTERIORMENTE.
nheceu com cerca de 22 municípios sem energia elétrica,
como um problema de enchente, como um problema de porque a rede de distribuição foi danificada, o Rio Gran- O SR. OCTÁVIO CARDOSO (PDS- RS. Como
solução imediata e não como um prOblema no monlento de do N_orte recebeU, até o dia de hoje, do GovernO Fe- Líder, pronuncia o seguinte discurso.)- Sr. ~residente,
mais atuado por boas intenções. Não somos tão empe- deral, apenas 250 toneladas de gêneros alimentícios para Srs, Senadores:
dernid_os oposicionistas que não recOilheçamOs o mérito serem distribuídas com os desabrigados carentes e as po- O nobre Senador Marcondes Gadelha, na primeira
çlo socorro que-o nordestino, hoje à frente do Governo, pulações mais necessitadas. Essas 250 toneladas de gêne~ parte do seu pronunciamento, timbrou' em verberar a in-
preÚ:nde emprestar à sua Região. _Mas, Ex•, a sua terra ros alimentícios repreSentam- um investimento de cerca cúria, á má fé, a rll.á administração dos bancos sob inter-
vai ver, como disse o Senador Cesar Cais, correr de nófte de 500 milhões de cruzeiros. Há de convir V. Ex• que isto venção, e discorreu sobre o capitalismo sem risco e a de-
para sul a incidência dessas secas e dessas enchentes e na é muito pouco como providência efetiva do Governo. O sonestidade impune.
nossa região, que tem não só secas, mas enchentes, tam- próprio Governo do Estaào, -cujos iecursoS são parcOs e A posição do meu Partido, Sr. Presidente, ainda não
bém. V. Ex+s verão lâ o horror das enchentes- espera- difíceis, está custeando a aquisição de medicamentos está defi_nida. Eis que, oiltem, o Líder Murilo Badaró' de-
mos que esteja errado o nosso prognóstico; na eXtensão para distribuiÇão entre a .população, a fim de evitar a -Signou uffiãêomissão para instuir, vamos dizer âssim, o
com que no Maranhão, no Piauí, principalmente rio propagação de surtos epidémicos. Daí verifica- V. Ex• projeto perante a bancada e oferecer alternativas caso
Ceará, estão destiuindo _toda a economia rural. que os reclamos dos representantes dos Estados do Nor- nã~ fosse viável a. aprovação do projeto tal como se en-
Desculpe-nos o alongado do aparte, mas nós temos que deste, entre os quais V. Ex• se situa, que os nossos recla- contra.
citar bem estas palavras: rapidez, ou seja, socorro ime- mos, que os nossos apelos têm a sua 1'azão de ser. Por- Tenho feito inúmeros pronunciamentos. em favor de
diato. ~
que, como bem disseram os Senadores César Cals e uma _medidà que ·venha- a reativãr os Bancos SulbrasHei-
Virgílio Tãvora, a urgência na adoção das providências é ro e Habitasul. Não erivolve isso posição de banç:ada;
O SR. NIV ALDO MACHADO - Senador Virgnio que poderá ter condição de evitar as_ seqUelas maiores. posição _de bancada é a que estou dando agora de que
Tãvora; registro e agradeço o aparte com que V. Ex• me uma comissão estuda as alternativas que adotaremos.
honrou. V. EX• homem de grande experiência nã:vidã: O SR. NIVALDO MACHADO- Muito obrigado,. Mas, Cl)mo certamente não-serâ fechada a questão con·
pública, que foi inclUsive -Ministro de Viação e Obras ao nobre Senador Moacyr Duarte, pela valiosa contri- tra o projeto, posso-continuar i:xternando as minhas po-
tempo do Governo do l'i' Ministro Tancredo Neves, buição que traz ao debate. · sições.
pode ·trazer a esta Casa os meliwres depoimentos, os Começo por dizer que esse projeto, embora sendo do
·mais "idôneos, nos quais o Senado pode confiar, para as O SR. PRESIDENTE (João Lobo)- O tempo de V. Executivo, e embora majoritária a Bancada do Governo
suas decisões e para suas conclusões. N8. verdade, nenhu- Ex• estã esgotado. A Mesa so_licita que V. Ex• encerre o nesta Çasa, este projeto, repito, parece que não tem pai,
ma palavra do vocabulário brasileiro, parà O nofdestino, seu pronunciamento. nem mãe. Porque, na verdade, é uma mensagem do Po-
..
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO_NACIONAL (Seção II) Sexta~feira 19 0783

der Executivo, encaminhando o projeto à esta Casa, ein pelo-poâér públiCo, e tendo injetado reCursos, se recom- cuperar uma instituição e devolvê-la, a_o cabo de um ano,
que não apenas se oferece uma alternativa para que o põe, se reabilita. e novamente a União poderá reaver à iniciativa privada; muitos acham que isso não é justo.
Congresso ·a adote ou não. aquilo que desembolsou para reativar dois conglomera- Muito bem, pode não ser. Então, que se diga, no Projeto,
Não, Sr. Presidente. O Jte.Ól 4 da exposição de moti~ dos bancârio. que o Góvetno recuperará essas instituições e não as
vos, e me socorre nisso o nobre Senador Lenoir Vargas, venderá_. É a estatização. ~ uma opção, uma opção ado-
diz que: O Sr. Lenoir Vargas- V. Ex' me permite um aparte! tada pelo Governo, em face da necessidade de manter o
emprego, de criar empregos, de reativar uma economia
"torna-se recomendãve_l submeter a exame e O SR. OCfÁVU) CARDOSO- Ouço V. Ex• com
regional, de não permitir a devoluçã_o de bens àqueles
aprovaçãO do Poder Legislativo a alternativa c.on- muito prazer.
que procederam mal, na administração das empresas. ~
sistente na tentativa de sanear os conglomerados, a uma opção. Agora, o que vejo é que o Líder da Frente
-0 Sr. Lenoir Vargas- Vou dar um aparte a V. Ex~ jã
fim de obter o soerguimento das institilíções e o nor- Liberal anuncia, por parte do Governo, uma operação
- que não foi possível dâ-lo aQ nobre Senador Marcond~
mal funcionamento da economia regional." hospital, Para não ter os dêbitos de funerária, de cemi-
Gadelha, jâ que S. Ex' só a concedeu ão talentoso Sena-
dor José Lins. Quer dizer que eu sou da categoria dos tério. E, depois, vêm os seus companheiros de Partido fa-
~ preciso que fique bem da'ro, Sr. Presidente, que ao
não talent~sos, mas acredito que V. Ex' vai aceitar assim zer críticas ao projeto, dando a entender que ele não terá
apoiarmos este projeto não apoiamos a incúria, nem a
mesmo o meu aparte. O que eu tenho estranhado, meu __ viabilidade, neste Senado.
mã fé, nem- a malversação dos dinheiros amealhados nos
depósitos desses bancos. Não. t que entendemos satisfa- caro Senador, e aqui jâ falei disso nesta Casa, é qi,ie.-
O Sr. Hélio Gueiros ~ Permite V. Ex• um aparte?
tórias as medidas propostas pelo Governo 'quanto à res- quanto ao pmblema do Sulbrasileiro, a Nova República
ponsabilização das pessoas que, efetivamCnte, devam ser o encontrou quando chegou~_Fizeram estudos, fizeram O SR. OCTÁVIO CARDOSO- "Ouço, com mtiito
responsabilizadas. E eu jã disse, em aparte, ao nobre Se~ __ exames, convocaram técnicos, escolheram o Ministro da prazer, o nobre Senador Hélio queiras.
nadar Marcondes Gadelha, porque ·o art. 51' prevê -o Fazenda, escolheram assessores, ouviram as Lideranças
prosseguimento do inquéritO para a ãpuração de respon- do PMDB e da Frente Liberal e, depois de todos ouvi- O Sr. Hélio Gueiros- Nobre Senador Octávio Car-
sabilidades no seu inqiso I, e no seu incis-o II, a manu- dos, apresemaram o projeto ao Congresso. E o que nós doso, permita-me que inicialmente eu me reporte à ad-
tenção da índisponibilidade dos bens de todos os admi- verificamos aqui no ·congresso? t que os lideres desses moestação do ilustre Senador Lenoir Vargas,. com res-
nistradores e conselheiros de ambos os bancos. PartiçfoS n-ão defendem o proJCto do G_Qv_erno,· quandõ peito ao comportamento da Lideranaça do Governo
E prevê õ art. 99: que qualQuer que séja a sorte futura · bastaria que essas Lideranças mantivessem a palavra do aqui no Senado FedCral. Mas na mesma hora em que S.
• dos bancos desapropriados, isto não inibirá is ações que Governo para que o projeto fosse aprovado. Eu desco- EX' faz a crítica, de que nós estaríamos refogando a ini-
porventura devam responder aqueles responsabilizados nheço governo que não tenha o apoio parlamentar sufi- ciativa do governo, S. Ex• em seguida reconhece que o
pelos arts. 39 e40 da Lei n'~6.024, de 3 de março de 1974. ciente para garantir a sua iniciativa, E essa história que nobre Senador Carlos C.hiarelli fez um discurso defen-
estâ sendo divulgada, de que o Governo mandou_a men- dendo a iniciativa do Governo. E V. Ex•.que estava pre-
Fique ciaro, portanto, que nós não advogamos a im-
-sagem ao Congres_so para que o Congresso escolhesse sente na ocasião; iambém deve recordar-se de que eu, no
punidade; fique claro, entretanto, 'que tanto quanto a Si-
uma solução, não é verdadeira. O Governo mandou a eventual exercício da Liderança do PMDB, nesta Casa,
tuação desejamos que aqueles que devam paguem civil e
mansagem, porque era obrigad'O a mandar, porque se também tive ocasião de refutar uma série de críticas e ob-
criminalmente. Agora, o que é preciso - e nessa parte
trata de abertura de um crédito especial, e crédito espe- servações' que eu considerei injustas, do nobre Senador
louvo o final do_discurso do nobre Senador Marcondes
cial não se abre sem aprovação do Congresso Nacional .. · João Castelo, no que fqi apoiado por vários ilustres re-
Gadelha que procura uma solução, penso também que
Agora, a opção apresentada pelo Governo é a opção que presentantes do PDS, A verdade, nobre Senador Octávio
as inversões, as aplicações que o Estado do Rio_ Gran®
ele achou melhor, tanto que a exposição de motivos que Cardoso, ê que o nobre Senador Lenoir V argas não pode
do SuJ tenha _nessas insti~uiçõe_s, deva ele, tal como está
V. Ex• acaba de ler diz o seguinte: "Torna-se recomen-dá-. cobrar esse apoio incondicional cia Bancada do Governo
fazendo o Óoverno Federal, converter em participação
vel submeter a exame e aprovação do Poder Legisl~ti­ a qualqueriniciativa do GoYei'no. Nos anos de autorita-
acionária nas mesmas condições que os outros aplicado-
vo". Não diz exame" e tergiversação do Pod_er Legislati- rismo isso era o normal, o natural, mas estamos inaugu-
res, não porêm na gradação de 40% _de subscrição e de
vo. Ele veio para ser aprovado e qUem tem de sustentar a rando uma nova fase na_ vida pública brasileira, e não ~
60% restituíveis à base de 40 e de 20% dentro do prazo
sua aprovação_ são os Partido_s políticos que apóiam o possfvel que certos erros, vícios e 'prejUízos do passado
que fixa o projeto. ·
Governo e não nós que estamos aqui .a defender, porque sejam ainda observados na Nova República. Quero dizer
Penso que nós temos de enconirar alternativas, p~nso somos do Sul, a posição do Sulbrasileiro, enquanto se a V. Ex• - e repito - estou· ao lado do projeto do Go-
que não se pode simplesmente dividir 900 bilhões de cru- omite a Oposição. Ouvimos o nobre Senador Marcondes vCrllo para salvar o Sulbrasileiro, se a existência de fral;l-
zeiros por 24 mil empregos, para saber quanto custa' um Gadelha, há pouco, na tribuna, e o que aconteceu? S. Ex~ des, de rombo&, fosse suficiente para liquidar com a insti-
emprego do Sulbrasileiro e ~o HABIT ASUL. Essa ope- em grande parte de seu discurso, fez críticas severas à tuição, então vamos acabar com a Previdência Social. Aí
ração é muito singela, esses bancos representam, Sr. Pre- proposição do Governo. Mas - meu Deu_!i do Cêu! - está a Previdência Social nas manchetes diârias dos jor-
sidente, Srs. Senadores muito mais do que isto - os em- quem veio nos comunicar, na Comissão de Inquérito dÔ nais; cada dia é 1 bilhão, 2 bilhões, 5 bilhões, já está em
pregos são import.antes, os empregos de 24 mil funcio- Sulbrasileiro, que o Governo havia encontrado a solução . "trilhOes, e o novo Ministro diz que já está em lO trilhões.
nários e a estabilidade de 100 mil pessoas, que são as e que encaminharia, dentro de poucas horas, a mensa- Mas quem 'é que pensa em acabar com a Previdência So-
fam.ílias, são muito importantes,- IriaS não são tudo. gem ao Congresso N aciorial, foi o próprio Uder da cial?
Já foi dito aqui pelo nobre Senador Carlos Lyra que_o Frente Liberal. E agora, se hâ escapismo, o escapisrilo E não acaba porque se trata d~ ~~a instituição com
·Banco Sulbrasileiro resulta da iil.corporação do Banco está havendo ê da parte daqueles que deveriam estar a grande repercussão social, e da mesma maneira o Sulbra-
da Província, mais que centenário, do Banco do Comér~ defender a proposta que o Governo remeteu ao Congres- sileiro; não é uma instituição sem significado na vida
cio e do Sulbanco, representa, portanto, a fusão de ban- so Nacional. pública brasileira, muito especiallnente de grande signifi-
cos.antigoS-do-RlO-GrandC do-Sul, de_patrimônig_inesti~ O SR~ õCfÁVIõ CARDOSO- Eu soumt.tito·graio
cadoJá no .SuL do País.._ Também_ _não_ acc::ito_ que_ _se_ diga
mãvel do Estado e do País, representa 400 agências, re- que tOda vez que vem um projeto para câ temos que pri-
ao aparte de V. Ex' nobre Senador Lenoir Vargas.
presenta a paralisação de determinados municípios onde meiramente verifiCar sejá.foi a mesma coisa para o Nor-
o Sulbrasileiro detê!Jl a única agênCia, onde o Banco do -O Sr. Hélio Gueiros- Permite ,V. Ex' um aparte? deste ou para o Norte. Sou do Norte e sou do Nordeste,
Brasil não quis instalar agência, onde as Caixas Econó- sou representante do Norte, nascido no Nordeste. Mas,
micas Estadual e Federal não. quiseram instalar agência O SR. OCfÁ VIO CARDOSO- Em seguida.- nobre como jâ disse, não acho que tudo tenha que ir para o
por não serem' rentáveis, lã está o Sulbrasil~iro estimU- Senador. Nordeste, porque lá estão morrendo-de fome, sem água e
lando a economia daqueles munic;ípios. Portanto, não se Nós estamos nesta empresa,_ Sr. Presidente, e nesta po- tudo o mais. Nada disso! O Sul tambêm é Brasil. O 'Sul
pode apenas dividir 900 bilhões de cruzeiros por 24 mil sição, porque estamos convencidos da necessidade de o tenl os seus problemas, tem as suas crises e tem o direito
empregos. Não é disso que se trata. Mesmo porque se fi- Governo Federãl agir, fazei- alguma coisa, embora eu de ser ajudado pelo resto do Brasil. Não acho que o Sul
zéssemos essa conta, não eStaríamos seguros de que em não esteja absolutamente convencido de que essa seja deva fi.car marcando passo à espera de que o Norte e
algum momento, Cm algum lugar, em algum setor, a não só a melhor com·o ·a única solução. Não estou Con- Nordeste cheguem à velocidade dele; nada disso! Enten-
União, colocando 900 bilhões de cruzeiros gerasse 24 mil vencido d.C-que-seja a únitfa solução nem a melhor. Ago- do que o Sul é tão respeitável quanto o Norte e Nordés-
necessários, produtivos e úteis empregos. Não são todos ra, quando acho que uma solução não é a únic_a, quando te. Portanto, não vejo nada de mais em que numa emer-
os setores que respondem com a brevidade que respon~ acho qp.e uma solução não ê a melhor, eu me sinto mo- gência como a atuàl, onde há J.!ma· instituição preciosa à
derá um conglomerado bancário nessas circunstâncias. 1:: r!J,lmente obrigado a dar uma solução melhor antes que familia sulista, como ~ o Sulbrasileiro.. que se cruze os
u1na rede bem estruturada, ê uma instituição com crise, simplesmente vote contra. Alguns acham, por exemlo, braços porque eventUalmente haja outros problemas.
agora de credibilidade, mas que uma vez desapropriada que não é justo usar dinheiro' do Erário nacional para re- Quanto a essa história, também de se criticar o Governo
0784 Se~ta-feira 19 - DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abril de 1985

por haver mandado um projeto para cã, eu jâ tive a oca- O SR. OCI'ÁVIO CARDOSO- Assim que respon· uma Comissão de Inquérito para a Vale do Rio Doce e o
sião de relembrar que os Estados Unidos, a maior nação der ao nobre aparteante, terei prazer em conceder novos próprio Líder está orientando a Bancada para que não
capitalista do mundo, usam tais soluções de mercado cri- apartes. vote esta Comissão de Inquérito, quando assuntos sus-
ticadas'aqui pelo .nobre Senador Marcond~ Gad.elhª-. O peitos estão sendo denunciados e são quase do conheci-
governo dos Estados Unidos, quando houve a crise com O SR. PRESIDENTE. (Alberto Silva) - Lembro ao 'mento pú.blico. Acho que se o Governo mandou esta
a Chrysler, a quarta ou quin'ta potência na indústria au- nobre orador que o tempo de V. Ex' jâ estâ esgotado. mensagem para o Congresso tinha a obrigação de patro-
tomobilfstica nos Estados Unidos, O Presidente d~ Re- O SR. OCI'ÁVIO CARDOSO - Eu apenas apelaria
cinar a sua aprovação. AchO muito justo que o Governo
pública mandou um projeto para o Congresso riorte- patrocine e segure a situação do Rio Grande do Sul, de
pará um pouco de tolerância da Mesa, a fim de ouvir os
americano e o Congresso aprovou urna ajuda de uni. bi- uma entidade que é vital.para a estrutura e para o desen-
meus colegas que solicitam apartes e logo em seguida
lhão de dólares para salvar a Chrysler; desse modo a volvimento daquela regtão. O Goverriõ tem obrigação,
concluirei.
Chrysler foi salva e, mais do que isso, pagou o débito an- no meu eniídimento, de amparar o Nordeste, o Norteou
Nobre Senador Hélio Gueiros, V. Ex• tem toda razão.
tes do prazo de seu vencimento. Agora meSmo, hã um o Sul, desde que a sua estrutura econõmica esteja sendo
Eu dizia: ainda ontem, aqui neste plenãrio mesmo, que
banco, o Continental Illinois, que .está sendo socorrido_ atingida por secas,· por enchentes ou por uma mã admi_-
não se trata de estabelecer o contraste entre o Sul, cha-
peJo governo dos Estados Unidos. Então, essa história nistração, que leVou toda uma região a ter truncado o
mado rico, e o Nordeste e o Norte, chamado pobre. Não
de solução de mercado, preconizada aqui por muita gen- seu desenvolvimento, na sua parte econõmica. Era este o
se trata disso. Trata-se de não deixar de empobrecer os
te, não encontra amparo na história das nações mais ca- aparte que queria dar a V, Ex•.
mais ricos, quando necessitam de socorro da União, e
pitalistas do mundo. Por que, então, só no Brasil a gente O SR. OCfÁ VIO CARDOSO - Sou muito grato a
nem se trata de desprezar os mais necessitados, quando
vai deixar que "quem for podre que se quebre? Não! Se V. Ex•, nobre Senador João Lobo.
precisam da ajuda, também, do Erário nacional.
se'puder ajudar, vamos ajud!!r. Estou de pleno acord_o Quero dizer a V. Ex• que o meu Partido apóia a. inicia-
Agora, alguns censuram a circuntância de que se tira
com a iniciativa do Gov'emo. Agora, acredito que a últi- tiva do nobre Senador Severo Gomes, porque, na verda-
recursos da reserva de contingência. Mas quantas e
ma palavra tenha que ser do Congresso Nacional. O quantas vezes, neste Senado, na República e no Império, de, existe uma Circunstância: a Companhia Vale do Rio
Executivo estâ dizendo que quer essa solução, mas ê evi- jã se votou recursos para o Nordeste, sem que se tivesse· Doce teve uma profunda alteração na sua estrutura acio-
dente que o Congresso Nacional é que vai ter toda a li- dotação na reserva de contingência. Foram abertos cré- nãria; isso basta para que esta Casa tenha o direíto de sa-
berdadC e soberania para dizer se concorda ou nã_o com ber porque isto aconteceu e se isto corresponde ao inte-
ditos especiais para socorrer irmãos nordestinos necessi-
essa solução. Mas eu acho qÚe o bom se~so, o patriotis- tados, quer por circunstância de seca, quer por circuns- resse_ nacional; por isso apoiamos a formação desta CPI.
mo, o dever de solidariedade do Brasil inteiro para com Concluo, Sr. Presidente, para não abusar da tolerância
tância de inundaçÕes.
o Sul haverá de prevalecer, e nós haveremos de aprovar Ouço o nobre Senador João Lobo. de V. Ex•. Concluo pedindo desculpas ao nobre Senador
esse projeto. Quero dizer que considero salut~ essa dis:- Hélio úueiros qile disse que o período discriciOnário já
cussão .ampla que estâ ocorrendo, aqui, no plenârio do O Sr. João Lobo- Senador Octávio Cardoso, eu,_na- passou e que este Congresso -pensa! Imaginei que esse
Senado da República. As opiniões são diversas, cada um turalmente, quero dar um aparte o mais breve possível, perfodo ainda não tivesse passado, porque se editou um
adota uma posição, mas quero crer que, no final de tudo, porque o tempo de V. Ex• já está esgotado, apesar dó as- decreto sec.reto, se editou decreto-lei, como· antes se no-
vamos encontrar um denominadQr comum, que pode sunto momentoso que V. Ex• aborda. Acho_- e _isso é meou Governador do Distrito Federal sem ouvir o Sena-
não ser, como diz V. Ex•, na íhtegra, o projeto de inicia- opinião minha- que o Governo não tinha, vamos dizer, dO -como não Se fazia. O relator do projeto do Sulbrasi-
tiva do Governo, mas há de ser alguma que vá salvar a obrigação d_e mandar a mensagem para o Senado, para leiro, na Câmara Federal, correligionârio de V. Ex•, o
uma instituição preciosa para os gaúchos e para o Sul do o Congresso, pedindo créditos especiais, nem encampan- nobre Deputado Valmor Giavarina, queiXa-se da pre-
País,,que ~o Banco Sulbrasileiro. do ísso que ocorreU com uma entidade privada, como ê o sepça do povo no Congresso Nacional, diz que não pode
Sulbrasileiro. Esse é o meu entendimento. Mcis quero de- mais transitar nos corredores, porque encontra povo, e
O SR. OCI'ÁVIO CARDOSO- Muito obrigado a nunciar, neste momento, a perplexidade em que estão as S. Ex• acha que isso é uma coação. Por isso, imaginei que
liderariças deste Governo. O Governo mandou. Então, o os tempos rtào tivessem mudado. ,!;: que as coisas não me
v. Ex•
induzirãm a essa evidência!
Governo devia patrocinar esta iniciativa, este projeto;
O Sr. Joio Lobo - Permite V. ~· um aparte? mas isto jâ aconteceu antes. O Líder do Governo pediu - Muito obrigado, Sr. Presidente. (Muito bem!)
República Federativa do Brasil
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL SEÇÃO II

ANO XL-N• 36 CAPITAL FEDERAL SÁBADO, 20 DE ABRIL DE 1985

SENADO FEDERAL
SUMÁRIO

l-ATA DA 49t.SESSÃO, EM 19 DE ABRIL tuição que tratam da eleição para prefeito das capi- -Projeto de Lei _do Senado n• 26/79, que acres-
DE 1985 tais e suspensão_ da fidelidade partidária. Desagravo centa parágrafo ao art. 517 da Consolidacilo das Leis
ao ex-Governador dó Estado de Sergipe. Seixas do Trabalho. Votação adiada por falta de quorum.
I. I -ABERTURA Dória, em fato q·ue menciona. Declarações do Minis-
- Projeto de Lei do Senado n9 2/80, que dispõe
tro Ivan de Souza Mendes do SNI. Concessão aojor- sobre a escola e a nomeação dos dirigentes das Fun·
1.2- EXPEDIENTE na,l ..A Tarden da Bahia, do destaque do ano no prê-
dações de Ensino Superior. Votação adiada por falta
miQ ...Colunistas Nacional ...
1.2.1- Leitura de Projeto de quorum.

SENADOR VIRGILIO TÁVORA -Apreciação -Projeto de Lei do Senado n"' 340/80, que acre5o
PrOjeto de Lei do Senado n9 68/85, de autoria do
centa parágrafo único ao art. 373 da Consolidação
Sr~ Senador Nelson Carneiro, que dispõe sobre a exi- de informes do Ministro da Fazenda s_obre a situação
de economia em nosso País. das Leis do Trabalho, facultando à empregada com
gência de quadro de instrumentador cirúrgico nos
prole o direito à jornada de trabalho ,reduzida, com
hospitais da rede particular, como condição para cre-
SENADOR ALCIDES SALDANHA - Obscr· remuneração proporcional. Votação adiada por falta
de~iamento pela previdência social.
vações sobre plano do Presidente norte-americano de quorum.
I.Z.l- Requerimento Ronald Reagan para a Nicarágua. Apelo ao Ministro -Projeto de Lei do Senado n"' 18/80, que dispõe
· das Relações Exteriores no sentido de que permita o sobre aposentadoria especial do músico. (Apreciação
N9 83 f85, de autoria do Sr. Senador Nelson Car- ingresso no Brasil de técnico cubano, para participar preliminar da Constitucionalidade.) Votação adiada
neiro, solicitando a retirada do Projeto de Lei do Se- cJe simpósio sobre o leite. por falta de quorum. ·
nado n' 25/85, de sua autoria. -Projeto de Lei d_o Senado n' 320/80, que revoga
1.3- ORDEM DO DIA a Lei n"' 6.815, de 19 de a~osto de 1980, que define a
1.2.3 - Discursos do Expediente situação jurídica do estrangeiro no Brasil, cria o Con-
-Projeto de Lei da Câmara ri' 6/81 (n"' 237/79, selho Nacional de Imigração e dâ outras providên-
SENADOR JORGE KALUME- Homenagens a na Casa de origem), que fixa em oito horas de jorna- cias. Votação adiada por falta de quorum.
Joaquim José da Silva Xavier - O Tiradentes e ao da de trabalho dos vigias. Votação adiada por falta
"Correio Braziliense.. , 259 aniversário de Brasflia. de quorum. 1.3.1- Discursos ap6s a Ordem do Dia
SENADOR LUIZ CAVALCANTE - Trabalho -_ ~equerime11;to n9 15/85, _solicitando a consti- SF.NADOR NELSON CARNEIRO ..,.- Sugestões
elaborado peta Fundação Joaquim Nabuco sob o tuição de Comissão Parlamentar éle Inquérito desti- de S. Ex• ao Ministro da Educação com vistas ades-
,títuiQ, ..Nordeste: Proposições Alternativas". nada a investigar os fatos que colocaram em risco o burocratização na liberação do salário-educação e a
controle acionârio, pela União, da Companhia Vale melhoria do ensino técnico de nível médio.
do Rio Doce. Votação adiada por falta de quorum.
SENADOR AMERICO DE SOUZA - Pensa-
-Requerimento n"' 57/85, requerendo urgência SENADOR ITAMAR FRANCO- Homenagem
mento de S. Ext sobre a aplicação de recursos orça-
para o Oficio Sf2, de 1985, do Governador do Esta- póstuma ao ex-Deputado Bilac Pinto.
mentários para socorrer entidades do sistema finan-
ceiro em dificuldades. dQ do Rio Grande do Norte, solicitando autorização
do Senado Federal para realizar operação de crédito SENADOR ALFREDO CAMPOS- Homena-
SENADOR NIVALDO MACHADO- A data de externo no valor de cinqUenta milhões de dólares. gem de pesar pelo falecimento do ex-Deputado Bilac
ii de abiil e os ev~:ntos a ela relacionados. 1019 ani- yotação adiad~ por falta de quorUm. Pinto.
versâ~io de nascimento de Getúlio Vargas. -Requerimento n"' 85/85, solicítanto urgência
para o Oficio S/8. de 1985, através do qual o Prefeito SENADOR MÁRIO MAIA - Dla do lndio.
SENADOR NELSON CARNEIRO. - 101' ani- municipal de Anâpolis (00) solicita autorização do
versário de nascimento de GC:túlio Vargas. Manifes- Senado para que aquela prefeitura possa realizar 1.3.2- Deslgnaçio da Ordem do Dia da p~óxfma
tações de pesar pelo falecimento do ex-Deputado Fe- operação de empréstimo externo no valor de USI sessão.
deral e suplente de Senador AdàoYereira Nunes. Dia 3,500,000.00 (tras milhões e quinhentos mil dólares).
do lndio. Votação de propostas de emenda à Consti- Votação adiada por falta de quorum. 1.4- ENCERRAMENTO
0786 Sãbado 20- DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abril de 1985

EXPEDIENTE
CENTRO GIL(FICO DO SENADO FEDERAL

LOUR!VAL ZAGONEL DOS SANTOS DIA.RIO DO CONGRESSO NACIONAL


Diretor·Geral do Senado Federal lmpressç sob a responsabilidade da Mesa do Senado Federal
JOSÉ LUCENA DANTAS
ASSINATURAS
Oiretor Executivo
JOÃO MORAES DA S!LVA
Via Superfície:
Diretor Administrativo
Semestre CrS 3.000,00
MÁRIO CESAR PINHEIRO MAIA
Ano Cr$ 6.000,00
Diretor Industrial
PEDRO ALVES RIBEIRO Exemplar Avulso, Cr$ 50,00
Oiretor Adjunto Tiragem: 2.200 exemplares.

2- DISCURSOS PROFERIDOS EM SESSÃO Do Sr, Itamar Franco, pronunciado na sessão âe 4-ATOS DO PRESIDENTE
ANTERIOR 18-4-85.
N9s 60 a 71, de "!9&5.
Do Sr. Itamar Franco, pronunciado na sessão de 3 -INSTITUTO DE PREVIOfl:NCIA DOS
5 - MESA DIRETORA
18-4-85. CONGRESSISTAS
Do Sr. Nivaldo Machado, pronunciado na sessão 6- LIDERES E VI CE-LIDERES DE PARTI-
de 18-4-85. Ata da I~ Reunião Ordihária, realizada em 11-4-85 DOS

Ata da 49~ Sessão, em 19 de abril de 1985


3' Sessão Legislativa Ordinária, da 47~ Legislatura
Presidência do Sr. José Fragelli
ÀS 14 HORAS E 30 MINUTOS, ACHAM-SE/'liE- particular a manutenção, por esses, de quadro de instruw O SR. PRESIDENTE (José Fragelli)- O projeto tido
SENTES OSSRS. SENADORES: ínentador cirúrgico,_ nas condições estabelecidas. em re- será publicado e remetido às comissões-competentes.
gulamento. Sobre a mesa, requerimento que vai ser lido pelo Sr.
Jorge Kalume - Mário Maia - Hélio Gueíros - Art. 29 Os hospitais que já mantêm convênios com a l~"-Secretário.
Alexandre Costa - João_ Castelo - Alberto Silva -
previdência social terão o prazo de 180 (cento e oitenta)
João Lobo - Virgnío Távora - Carlos Alberto -- É lido o seguinte
âias para adaptarem~se à exigência do artigo anteríor.
Moacyr Duarte- Martins Filho- Humberto Luc_ena
Art. 39 O Poder Executivo regulamentará esta lei
- Ma reandes Gade[ha- Cid Sampaio- Nivaldo Ma- REQUERIMENTO N' 83, DE 1985
chado - Guilherme _Palmeira - Luiz Cavalcante - den"tro do prazo de no\·enta (90) dias.
-Art. 49 ESta lei entrará em vigO-r na data de sua Sr.- Presidente:
Passos Pôrto- João Calmon -José lgnácio Ferreira
- Nelson Carneiro~ Itamar _Franco- Murii_o Badaró publicação: De acordo com o Regimento Interno, solicito a retira-
-Alfredo Campos- Mauro Borges- Git.Stão MUller Art. 59 Revogam-se as disposições em contráiio. da do Projeto de Lei de minha autoria n925, de 1985, que
-José Fragetti- Jorge Bornhausen- Carlos Chiarelli "dá nova redação ao pa_râgrafo único do artigo 49 da Lei
Justificação n94.591, de 16 de dezembro de 1964, com vistas a deter-
- Alcides Saldanha - Octávio Cardoso.
minar, nas escrituras relativas à alienação de unidades~
O SR. PRESIDE~TE (José Fragelli)- A lista de pre- A atividade de instrumentador cirúrgico é, atualmen-
condomjnais, a comprovação de ausência de débitos
sença acusa o comparecimento de 30 Srs. Senadores. Ha- te, da maior importância para o TuncionamêritO de qual-
para com o condomínio", para reexame.
vendo número regimental, declaro aberta a sessão~ quêr instífuíção hospitalar.
Sala das Sessões, 18 de abril de 1985.- Nelson Car~
Sob a proteçào de Deus, iniciamos nossos trabalhos. Entretanto, as pessoas que se formam nesta especia!iw neiro.
Sobre a mesa, projeto de lei que vai ser lido pelo Sr. Jt;~w dade e que levam anos para consegui-lo, costumam ficilr
Secretário. desempregadas, quando não são contratadas por uma
equipe médica. O SR. PRESIDENTE (José_ Fragelli) - O requeri-
É lido o seguinte mento lido será publicado e posteriormente incluído em
Por isto, impõewse a adoção da medida preconizada no Ordem do Dhi nos termos regímentals.
PROJETO DE LEI DO SENADO N• 68, DE 1985 projeto que, se por um lado contribuirá para o melhor Há oradores_ inscritos.
aparelhamento dos hospitais particulares do País, por Concedo a palavra ao nobre Sr. Senador Jorge Kaluw
DispOe sobre a exigência de quadro de instrumen~ outro criará novo e necessário mercado de trabalho para me.
tador cirúrgico nos hospitais da rede particular, como os instrumentadores cirúrgicos.
condição para credenciamento pela previdência so- O SR. JORGE KALUME (PDS- AC. Pronuncia o
S(!.la das Sessões, 19 de abril de 1985. - Nelson Car-
cial. seguinte discurso.) -_ Sr. Presidente, Srs. Senadores:
neiro.
O Congresso Nacional. decreta. O 21 de ãbril que se aproxima; pela sua expressividade
Art. }9 É condição essencial para a realização de (Às Comlssões de Constituição e Justiça de Legis· no contexto da história brasileira, merece ser relembrado
convênio entre a previdência social e os hospitais da rede fação Social e de Saúde.) ante o seu alto significado. Registra o sacrifício de túri
Abril de 1985 -DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Sábado 20 0787

patrício que não só viveu para a sua pâtria como_ por e1a O SR::PRESID_ENTE (José Fragelli)- Concedo a dos, para uma solução adequada dos problemas que afli~
morreu. Chamou-se Joaquim José da Silva Xavier- o pãlavra ao nobre Senador Luiz Cavalcante. __ gem toda a região. Podemos acentuar, como V. Ext está
Tiradentes. Embora de origem humilde, o destino lhe re- fazendo com propriedade, que essa colaboração é, sem
O-SR. LUIZ- CAVALCANTE (PFL- AL. Pronuncia dúvida alguma, indispensável e oferece o_ensejo de que o
servou a sublime missão de defensor da liberdade ou da
o seg"uiilte discursO,)~ Sr, Presidente, Srs. Senadores: legislador, de que o administrador, o homem público,
soberania de nosso País. E, como todo herói, nessas cir-
A Fundação JQaquim Nabuco, de tão gloriosas tra· enfim, precisa, para, com base nesses estudos, encami-
cunstâncias foi incompreendido, pagando com a vida a
dições nas ciências pátrias, repositório das ciências so· nhar, refito de forma açlequada, a solução dos problemas
sua ousada empresa, mesmo porque, como disse o vate:
cla!S-e s·oma ôa--melllor intelectualidade nordestina, ãca- que hoje afligem toda a população nordestina, sobretudo
ba de produzir importante documento que vem de ofere- a população de baixa renda, os que vivem no semi~ârido
..Assim é que se escreVe a lúcida epopéia cer ao novo Governo da República.
De quem abriu um sulco e fecundou uma idêia." e lutam _com dífiCuldãd6S de toda ordem para a própria
Ê notória a contribuição intelectual da Fundação para sobrevivência. Assim, associo-me a V. Ex• nesta hora em
Não tardaria a sua .idéia materializar-se. o estudo sistemático__ da_realidade nordestina,_ o conheci- que está fazendo a análise, da importância dessa contri-
O seu holocausto o imortalizou, tOrnando-o por isso o -- -menta dos tfópicos e para a defesa dos ecossistemãs. Seu buição oferecida pela Fundação Joaquim Nabuco a to-
-trabalho, intitulado modestamente- de "Nordeste: Pro- dos nós, que temos responSabilidade no debate e na ges-
Patrono da nossa Independência.
posições Alternativas", é um exame percuciente das_de- tão da coisa pública. Muito obrigado.
Louvamos o herói -e bendizemos o .seq nome, que ~e
mandas nQi"destinas e 1.1ma identific<_lção dos meios a se~
perenizou na gratidão de todo o povo brasileiro. O SR. LUIZ CAVALCANTE- Meu caro colega, re--
rem mobilizadoS, a fim de permitir à economia regional
Com o mesmo propósito de homenagem, vamos bus- _um_des.empenho mais brilhante e ass_egurar ao homem de dobro agora os meus agradet:imentos, porquanto já esta-
car Hipólito Josê _da Costa, figura que vivenc1õU ·um va bem perto de concluir a minha fala, e estava sem apar~
noss!! área g~()~fica___melh'!r Cl~~li~_ade de __vida~
período conturbado da História. Jornalista primoroso, te. E discurso sem aparte é como casamento de viúva, ao
patriota, voltando~se em defesa da Pâtria, fundou um Aliâs, o enfoque principal do Estudo- como O.ão po-
-qual fica faltando o toque do ministério, do desconheci-
jornal com o nome de Correio Brazillense. deria deixar de ser, tratando-se de uma instituição volta- do. Muito obrigado, também, por isso.
da para as ciências soci:is - é o fator humano, para o Não pretendo estender-me. Quero apenas ressaltar
Apesar de meritóriO escopo, tendo como sede Lo.n~ qual delineia políticas de emprego, moradia, higiene e
dres, onde o imprimia e mandava para o Brasil, sua vida que a pequenez material do documento faz realçar ainda
bem-estf!r:.__ P~Ia ordem, podemos ver que a Fundação _.mais, o seu conteOdo.
foi efêmera, como a do seu proprietário, faleCido aos Joaquim Nabuco aponta a conveniência de se elimina-
quarenta e nove anos, representando ••uma nítida enca~­ Foi verdadeiro deleite a sua leitura.
rem os bolsões de pobreza abs_oluta e_os cinturões de
nação do talento brasileiro, de boa seiva, ágil, ativo, en- marginalidade." Não se compadece com a Persistêricia Ó Sf. Nelson Carneiro- V. Ext- da licença por um
tusiasta, amante das idêias livreS .e capaz de lutar por dO-.$. ••programas de emergência" e outras alternativas_de ~p~-~_t~~
elas", conforme registro feito por Sflvi_o Romer'!. jul}gir õ opqârio_nordestino à ~_cráVidão da esmora. Es~
Morto, o seu trabalho continuou vivo. E o seu simile ta, no dizer do poeta popular; "ou me mata de·vergonha, O SR. LUIZ CAVALCANTE- Pois não, ouço V.
Assis Chateaubriarid, nÕrdestiiio qUe soube encarnar e oU:- vicia- o cid8dã0''~- -- -- Ex~

lutar pelas grandes causas, empenhou~se por Brasília e, Perfeitamente atualizada com o futuro, propõe ilo
num gesto que caracte_rizava a sua ação patriótica, reedi- ítem 6, uma .. Polítíca Urbana", condenando ações para- O Sr. Nelson Carneiro- Apenas para um comentário:
lelas ou incongruentes, no domínio do espaço social", quando do V. Ex• fala, geralmente não se aparteia pelo
tou o Correio Braziliense, nesta Capital, inaugurando-o
polífíca- ess~-"que nãO -extreme nem na urbanização nem prazer de não Interromper a exposição sempre lúcida que
no dia 21 de abril de 1960, tendo a seu lado, dentre ou-
na ruralização da comunidade". À tal polítíca me filio caracteriza os seus pronunciamentos nesta Casa, O apar-
tros, João Calmon e Paulo Cabral. te, no caso de V. Ext-, não seria eSsa festa no casamento
com prazer, convicto também de que o... desvirtuamento
Nas suas páginas, não faltou o título-"0 Correio Bra- da viúva. Não! Seriã a homenagem da Casa a um ho-
da planificãção social através de políticas quase exclusi-
ziliense volta a circular depois de 137 anosu. mem que merece dela o respeito pela preocupaçã_o com
vamente voltadas para a resolução de problemas urba-
Como p'ioneiro, tornOu-se eStrela de primeira grande- os graves problemas nacionais. Era esse o comentârio
nos é, mais--que verdadeiro crime político, imenso erro
za a iluminar os caminhos ainda íngremes de uma cidade _sociológico", no dizer de Mestre Gilberto Freyre. que__queria fazer.
que apenas nascia ...
Os itens 11 a 14 tratam de incentivos fiscais, da recupe--
Mas a fé de Chateaubriand e de seus seguidores no fu~ O SR. LUIZ CAVALCANTE_- Meu colega, quem
ração de recursos que foram surrupiados do mecanismo
turo radioso de Brasflia era o resultado da conduta de não gosta de elogios? E·V. Ex~, neste plenârio, não perde
-34/18, de novos incentivos à indústria incipiente, sobre-
quem nasceu para pelejar em prol da grandeza do Brasil. a oportunidade de lisonjear este seu colega. Nem parece
tudo a micro, a mini e a média empresas regionais.
Pode-se diZer a seu respeito que, erribofa tenha assiStido que é o criador __do implacável Agapito Durão.
Pelo que._se_vê, a FJN propugna por uma sociedade
apenas aos primeiros lampejas do seu jornal, sabia, pela Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente e Srs. Senado·
menos desigual, capaz de oferecer maiores oportunida- res.
sua experiência, tratar-se de uma obra para a posterida- des no mercado de trabalho, capaz de gerar renda me-
de! lhormente distribufda pela maioria de seus cidadãos e ca- O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - Concedo a
N asei do adulto, pois não teVe tempo de infância por- paz também de dar a cada nordestino uma vida menos palavra ao nobre Senador Américo de Souza.
que trouxe o mesmo destino de Brasflia, o Correio Brazl- severina.
liense logo seria, como é, um diârio modernO que hõnra ---- Avulta do trabalho dos cientistas sociais de Pernam- O Sr. Nélson Carneiro- Apenas para um comentário:
a imprensa naciori"at, sob a égide de umã equipe idealista, buco que não é lícito esperar o milagre da melhoria de quando do V. Ex• fala, geralmente não se aparteia pelo
com E<;lilson Cid Varela, A ri Cunha, Alberto Sã Filho e vida do Homem nordestino com a passiva manutenção · prazer de não interromper a exposição sempre lúcida que
Ronaldo_ Martins Junqueira, através dos quais saúdo to~ dos monstruosos desníveis de renda atuais. caracteriza os seus pronunciamentos nesta Casa. O apar-
dos que ali trabalham. te, no caso de V. Ex•, não seria essa festa no casamento
O Sr. Nivaldo Machado - Permite-me V. Ext- um da viú.va. Não! Seria a homenagem da Casa a um ho-
Sr. Presidente, Srs. Senadores, não me deterei apenas
aparte? mem que merece dela o respeito pela preocupação com
sobre essas duas datas. Teríamos que homenagear, na
manhã de hoje, no Congresso Nacional, a data consagra~ os grayes problemas nacionais. Era esse o comentârio
O SR. LUIZ CAVALCANTE- O aparte de V. Ex• é que queria fazer.
da também à Brasília. Lamentavelmente, por motivos do o própriO aparte da Fundação Joaquim Nabuco, dada a
conhecimento geral, a sessão ror cancelada~ sua qualidade de permanbucano. O SR. LUIZ CAVALCANTE - Meu colega, quem
Neste momento, quero dizer que os corações dos bra- não gosta de elogios? E V. Ext-, neste plenârio, rião perde
silienses, como de todo o _Brasil, mantêm ainda viva a O Sr. NivaJdo Machado - Muito obrigado. V. Ext-, a oportunidade de lisonjear este seu colega. Nem parece
chama da criação desta cidade, pela figura-imortal de em primeiro lugar, me confunde com a sua generosidade, que é o criador do implacável Agapito Durão.
Juscelino Kubitschek, que com o seu destemor, a sua de~ mas eu desejaria- que essa oportUnidade não fluísse sem Era o qu~ tinha a dizer, Sr. Presidente e Srs. Senado-
terminação, soube levar a efeito um programa que vinha que eu-registrasse aqui a minha admiração, que é a admi-
res.
desde o Império, Homenageando a memória do grande ração de Pernambuco, que é a aQmiração do Nordeste,
estadista da construção de Brasília, que foi Juscelino Ku· conforme V. Ex• acaba de acentuar, pela Fundação Joa- O SR. PRESIQE:NTE (José Fragelli) - Concedo a
bitschek, desejo_ dei]!:ar consignado tambérp que a cidade quim Nabuco de Pesquisas Sociais. Foi criada por esse palavra ao nobre Senador Américo de Souza.
de Brasília já nasceu ádulta e, como adulta, o seu_ povo grande brasileiro, sociólogo de fama internacioal, que é
tem o direito de votar nos seus dirigentes. Estou certo de Gilberto Freyre, quando constituinte em 1946, logo que O SR. AMtfÚCO DE SOUZA (PFL - MA. Pro·
que o Congresso Nacional, dentro_ de mais algum tempo, o País voltou à normalidade democrâtica, depois do Es- nuncia-o-·següitite-discurso. Sem revisão do orador.)-
dará essa oportunidade para que os brasilienses possam tado Novo. De maneira que quem quer que se debruce, ~r. Pr~idr;:nte e Srs. $enadores:
ter a sua independência política. hoje; scibi'i a problt!"inâtica nacional e, sobretudo, nor- Dentro do nosso conturbado mundo da economia e
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. (Muito bem!) destina, nào poderá dispensar a colaboraçã_o_ desses estu- das finançãs, qUando é trazido à apreciação do Congres-
0788 Sábado 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Sel;ão ii) A~bdl de 1985

so Nacional um projeto P<:i.ra-socorfer eniidãdeS-ffrl-a:iiCci~ A VARIG;-Ou Fundação Rubem Berti; é dirigída por Lam~ntei, Sr._ Presidente, não estivesse ontem aqúi ·
ras privadas, propondo abertura de crédito da ordem de cerca de lO% dos seus funcionãrios, hoje em termos de para juntar minha solidariedade à ma~ife_stação de pe-
900 bilhões de cruzeiros, ouso, Sr. Presidente, trazer à 400. Esse conjunto de funcionários é denomfii"aâO C olé~ sar, expressa pelo nobre Senador Roberto Saturnino
consideração do Senado Federal idéias que me ocorre- gio Deliberant~ e elege o presidente e o vice-presidente, pelo falecimento do suplente de Senador e ex-Deputad~
ram que poderão servir, quando menos, para despertar que são representantes na Assembléia de Acionisfas da Fe~eral, A~ão Pereira Nunes, a quem os episódios polí-
polémicas sobre o assunto. VARlG e da Cruzeiro do Sul para eleger os seus direto- _t~cos deste último quartel de século devem primoroso li-
Pensamos, Sr. Presidente, no que representam 900 bi- res executivos, o seu Conselho de Administração e o seu vro de memórias, que, surpreendentemente, revela aque-
lhões de cruzeiros se aplicados no nosso Nordeste sofri- Conselho Fiscal. le velho combatente como homem de Letras da melhor
Por que, Sr. Presidente, não se inspirar o Governo qualidade.
. do, mas pensamos, tambêm, nos objetivos que desejaram
atingir o Excelentíssimo Senhor Presidente José Sarney e num- exemplo como este? À êpoca, para instalar a Fun- Adão Pereira Nunes, que Üve como companheiro e
o seu eminente Ministro da Fazenda, tentando evitar que daçã-o, Rubem Berta solicitou do Governo do Estado do muitos- de nós o tivemos na Câmara- dos Deputados,
o sistema financeiro brasileiro sOfra turliulências nõ seu Rio Grande do Sul, que era um dos seus grandes acionis- realmente era figura que merecia respeito e admiração de
caminho. tas, que fizesse a doação dessas ações ou parte delas à quantos o conheceram, a estima e o apreço de quantos
Fundação a ser criada; que os outros a'cionistas não com ele conviveram. Meu pesar é de todo o Estado do
E buscamos, Srs. Senadores, da nossa vivência de eXe-
subscrevessem as ações a que teriam direito num aumen- Ri<:!. de. J af!.eiro
cutivo, de diretor de uma empresa, talvez uma das maio-
to de capital, permitindo que a Fundação o fiZesse. O Sr. PreSidente~ hoj~ ê outro dia que não pode ficar si·
res da Amêrica Latina, e com certeza a 11' do mundo in-
próprio Rubem Berta fez a doação à Fundação de parte lenciado nesta Casa: é o "Dia do Indio": Talvez, para
teiro no s~tor da aviação comercial, que é a VARIO.
de suas ações e das que havia recebido de Otto Mayer, ..festejá-lo", ai esteja a divergência quanto à nomeação
A VARIO, Srs. Si:D.adores, da qual eu--tive 3 honra de
que não poderia detê-las consigo. · do novo Presidente da FUNAJ
ser um dos seus diretores, de servir sob_ a presidência de
Ruben Berta, homem de espírito lúcido e voltado para os Tudo isto, Sr. Presidente, Srs. Senadores, quem sabe, Confiam~s Í~do~ no equilíbrio, na serenidade, no
p-oderá o _9overno fazer com relação ao Habitasul e ao ~píri~o _pú~~i~o d_o Ministro Ronaldo Costa Couto que,
assuntos do interesse social do trabalhador, de servir sob
Sulbrasileiro. Certamente que me ocorre a idêia, a hipó- certamente, darâ a melhor solução para esse problema
a presidência Erik de Carvalho, espírito determinado, no
sentido de buscar sempre melhores resultados económi- tese de uma desapropriação de ações ordináriaS daqueles que angustia as populações indígenas do Brasil; proble-
cos e financeiros parã ã. empresa. e de servir, Sr. Piesi- que detinham --o Coiiti:o1e acionãrio e que levaram esses ma que tem grave reflexo no panorama internacional.
dente, ao lado do atual dirigente mâximo da VARIO, bailcos a essa situação de calamidade. Por isso que, em todas as conferêncías a que tenho com-
Feito isto, criada a Fundação, certamente que_ esses p~re~ido, o problema indígena é sempre apontado, e o
Hélio Smídt, homem da minha geração, que tem prova-
do ser um dos m·ais eficientes administradores brasilei- 900 bilhões de cruzeiros seriam melhor entregues e me-- Brastl ê constantemente indicado como País que perse-
lhor geridos, porquanto, pela experiência que temos na gue sua população indfgena. ·
ros, é a empresa que busco para servir de exemplo. Na
VARIO, Srs. Senadores, eu moldei o meu espírito-em- VARIO, Onde os diretores e até o presidente são funcio- É prCciSô, port3nto, deix~r claro que esse U:~unto, que
presarial e considerei aprimorados os meus conhecimen- nários da empresa, são os grandes interessados no suces- a muitos parecerá irrelevante, é de singular repercussão
tos de administrador. .so desse desafio. internacional e deve merecer, e certamente mereceri., o
Esta, Sr. Presidente, é a contribuição que queremos maior cuidado do ilustre Ministro do Interior.
Atravessava essa empresa momentos dificeis em décii-
trazer ao Governo, e se não a trouxemos já em forma de Sr. Presidente, leio hoje, nos jornais, que o DepUtado
das passadas, quando _havia perdido, por contingência
emenda ou substitutivo, é porque pretendíamos, pririlci:. Pimenta da Veiga anuncia para o dia 25, provavelmente,
especial, o seu presidente de então, Otto Mayer, alemão
ramente, provocir o debate sobre o assunto, para que_os a-votação da Emenda Constitucional que fixa as eleições
de. nascimento, à época da guerra, aS Condições para diri-
gir empresa de aviação em território nacional. nobres pares, com certeza dotados de muito maior co- âiretas das capitais.
Vítima de turbulências d~ todo ~ado, ecoilômicas, fi- nhecimento nos aspectos jurídico e económico, pudes- Deus peimita, Sr. Presidente, quC haja número para
nanceiras e s.ociais, o que pensou o gênio de Ruben Berta sem concluir, com a sua contribuição, por alternativas votação, porque embora todos os Governadores procla-
mais condizentes ao aprimoramento da idêia. mem seu asSentimento a essa íriadiável reivíndicação, no
seu dirigente substituto? PetisOu, inspirando-se na Encí-
Sr. Presidente, pensamos que com esta atitude estamos fundo, poucos são realmente aqueles que a desejam.
clica Rerum Novarum, em transformar a V ARIG, urria
tentando trazer uma contribuição a mais para que possa- E esse ê um C:óinfli'omisso dos que lutaram pela eleição
empresa privada, em uma Fundação. Chamou o jurista,
' mos sair do impasse que, acredito, está iminente no Con- de Tancredo Neves e José Sarney. ~um OOmproritisso
ainda vivo, Adroaldo Mesquita da Costa, e deu-lhe a in-
gresso Nacional, na votação do projeto que abre 900 bi- assumido com a Nação e que não pode ser retardado,
cumbência de preparar os estatutos da Fundação.
lhões de cillzeiros de- crêdlto Para atender .às necesSida- sob pena do desencanto popular. Mas, queria pedir ao
Instituída a Fundação, Sr. Presidente eSrs. Senadores, des do Sulbrasileiro e do Habitasul. nobre Deputado Pimenta da Veiga que, com o mesmo
a VA RIO passou a ser sua propriedade; propriedade ci(ls Muito obrigado, era o que tinha a dizer. (Muito Bem! erripenho, com a mesma insistência, lutasse pela inclu-
seus próprios funcionários. Os próprios dirigentes da Palmas.) são, na Ordem do_ Dia, das sessões do Congresso NaciO-
Fundação e da VA RIO vinham do seu corpo de colabo- nal, da Emenda Constitucional oferecida pelo Deputado
radores; desde o presidente até ao maís modesto admi- O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - Concedo a Elquisson Soares - aquela que extingue a fidelidade
nistrador. E, como fundação, a VARIO venceu todos os palavra ao nobre Senador Nivaldo Machado. partidária para que, afinal, se acomodem os parlamenta-
problemas que teve de enfrentar, sendo hoje a única em- res dentro do,s partidos a que realmente desejam filiar-se.
O SR. NIVALDO MACHADO PRONUNCIA
presa brasileira; JUntamente com a CruzeirO ôo Sul, qUe Sr. Presidente, neste escasso 20 minutos que o Regi-
tambêm pertence à Fundação dos funcionãrios da VA- DISCURSO QUE, ENTREGUE À REVISÃO DO
ORADOR, SERÁ PUBLICADO POSTERIOR- mento me permite, desejava desagravar um homem
RIO, hoje denominada Fundação Rubem Berta, a 6_nica· público da melhor qualidade, um homem público que
empresa a chegar ao seu cinqüentenârio como empresa MENTE.
durante todos esses anos teve conduta exemplar de que
privada, guardando a sua realidade original. todos somos testemunhas, o ilustre ex-Governador de
O SR. PRESIDENTE (Josê Fragelli) - Coneedo a
Toda essa históna, que estou a contar aos meus emi- palavra, como Líder, ao eminente Senador Nelson Car- Sergipe Seixas Dória. Leio, com pesar, no Jornal dt
nentes pares, serve para dizer que, certamente, um exem- neiro. Brasília de hoje, a seguinte notícia:
plo nós temos palpâvel à nossa presença; o Governo o ""'O ex-Governador sergipano, Seixas Dória, esta-
tem, porque é a VARIG é concessionâria de serViço O SR. NELSON CARNEIRO (PTB - RJ. Como va ontem à tarde cuspindo fogo. Fora dado como'
público e, como Fundação, é fiscalizada pelo podC:r Uder, pronuncia o seguinte discurso.)_- Sr. Presidente, praticamente certa a sua indicação _para a vice-
·público. E este exemplo oferecemos ao Senado para sub- Srs. Senadores: Presidência executiva da Petrobrás Distribuidora. Ã
sidiar a solução que todos desejamos dar ao Sulbrasileiro A circunstância de não ser muito numeroSa a Bancada última hora, contudo, o Sr. Hélio Beltrão, P~esiden­
e Habitasul. Talvez, Sr. Presidente e Srs. Senadores, fos- do PTB e serem vários os assuntos que devem ser aflora~ te da Petrobrâs, deu conhecimento a Seixas Dória
se o caso de o Governo, inspirado nesse grande exemplo, dos; justifica que sobre eles fale a passo rápido. que, ao invês da Distribuidora, o cargo que lhe esta-
tentar encontrar uma fórmula, que não a tenho no bolso, Inicialmente, Sr. Presidente, cumpre-me reiterar aspa- va reservado, no Sistema Petrobrâs, era o de Presi-
mas lanço-a para debate e receber sugestões, e até alter- lavras de homenagem à memória do Presidente Getúlio dente da Ultraf"ertil. Seixas Dória recusou o convi·
nativas outras, de transformar o Banco Sulbrasileiro e o VargaS, nó 1019 aniversá.riõ do seu nascimento, porque o te."
Banco Habitasul numa fundação, dando-os à adminis- Senado acaba de subscrever e aplaudir 'as considerações Seixas Dória - e me antecipo à reparação que cCrta-
tração dos seus próprios funcionáriOs, ·certamente muito aqulfeitas pelo nobre Senador Nivaldo Machado. mente fará o_ ~fder do PMDB - sofreu, Sr. Presidente,
mais categorizados e qualificados éjue os que foram o·s Realmente, a figura de Getillio Vargas pertence, hoje, durante esses anos, todas as agruras da divergência; in-
seus dirigente&, -d01litârios-de -ãçõe.s ordinári"as nominati- à História e assim deve ser julgada pelos homens do nos- clusive, foi dos raros, com Miguel Arraes, que durante
vas, até o naufrágio dessas instituições. so tempo -e do tempo que hâ de vir depois de nós. seis meses carpiu as distâncias e o isolamento de Feman-
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 11) Sãbado 20 0789

do Noronha; Governador _de Sergipe, de conduta exem- Simões e Jorge Calmon e o Secretário de redação Joa- tica brasileira de defesa da não-intervenção, :Porque na
plar, figura destacada nas hostes que lutaram pela vi- quim Cruz Rios. verdade Q S:r. Presidente dos Estados Unidos pede ao seu
tória, que afinal resultou no día 15 de janeiro, não mere- É um jornal que honra a imprensa brasileira e, neste Congresso a quantia de 14 milhões de dólares, no que S.
cia ~se agravo, que agora, em nome de seus amigos, pro- mom~nto, reeebe mais um galardão, que lhe é deferido Ex'- chama de plano de paz para a Nicarágua. Quatorze
curo reparar. pelos altos serviços prestados à inteligência e à cultura milhões de dólares que, dizem os jornais, seriam utiliza-
nacionais. . dos para a compra de comida, roupas e medicamentos
O Sr. Passos Pôrto - Permite V. Ex• um aparte? Eram esses os motivos, Sr. Presidente, que me trouxe- para os rebeldes; mas que se o Governo da Nicarágua
ram a esta tribuna e que procurei resumir nos- esCassos não permitisse essa entrada de comida, roupa e medica-
O SR. NELSON CARNEIRO - Com muita honra. minutos que o Regimento me concede. (Muito bem!) - mentes para os re_beldes, o Governo americano os utili-
zaria na compra de armas, para entregar aos rebeldes;
O Sr. Passos Pôrto- Nobre Senador Nelson Carnei- O -SR.,. PRESIDENTE (José Fragelli) - Concedo a que na verdade não são rebeldes, são mercenários.
ro, não sei se a -notícia procede. Mesmo que ela tenha palavra ao nobre Sena.dor Virgflio Tãvora. Toda a América; e todo o mundo vibrou quando os
procedência, seria para ele também uma honra dirigir a sandinistas conseguiram afastar a oligarquia dos_Somo-
Ultrafertil, que é também subsidiãria da PETROBRÁS; O SR. VIRGILIO TÃVORA, PRONUNCIA zas,_ que infeiicíta_va aquele pequeno país, ~ não preciso
o que aconteceu com o ex-Governador Seixas Dó!ia foi ~ - DISCURSO QUE, ENTREGUE À REVISÃO DO aqui repetir, homens cujas famílias detinham dois terços
que a Representação de Sergipe,--vitoriosa-com a eleição ORADOR. SERÃ PUBLICADO POSTERIOR- das terras aráveis do pequeno país da América Central,
de Tancredo Neves, solicitou a diretoria da PETROMI- MENTE. cuja fortuna escandalizava o mundo, feita às custas dos
SA, que é subsidiária da PETROBRÃS, dedicada à ex- cofres públicos. Feita uma revolução, esta revolução não
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - Concedo a
ploração do potássio. E o potássiO-só existe no Brasil, no agrada perfeitamente ao governo dos Estados Unidos, e
palavra ao nobre Senador Alcides Saldanha.
momento, em Sergipe, onde está em fase de exploração, o Presidente americano busca todos os pretextos para in-
e no Amazonas, em fase de avaliação.-Negada essa Di- O SR. ALCIDES SALDANHA (PMDB- RS. Pro- tervir no_ pequeno pafs centro-americano, partindo do
reção, que foi oferecida à PETROBRÁS Di~tribuição, e nuncia o 'seguinte dis-cu~so. Sem revisão do orador.) - princípiO: de qúe, se as demais nações americanas permi-
ele confiado na promessa, evidentemente, surpreendido, Sr. Presidente, Srs. Seiladores: tirem, de braços cruzados, que isso aconteça, sem um
ele que não estâ buscando cargos, deve ter-se negado a Esta Casa em que vivemos tem tarifas problemas, estã protesto, sem um posiciO-nãmento firme, hoje é Nicará-
aceitar essa outra Diretoria. E quanto à figura do ex- de tal forma a pedir consertos, que às vezes, assuntos que gua, amanhã será outro e., quem sabe, este colosso onde
Governador Seixas Dó ria, quero me solidarizar com V. não digam diretamente com a economia e com os proble- a economia jã é, toda ela hoje quase tomada pelas multi-
Ex• e dizer que realmente tudo que V. Ex• disse é verda- mas nacio~ais podem parecer que não _sejãin importantes nacionais, amanhã, também, seja da tentação do Presi-
de; é um homem digno, foi um-gõvernador honrado, víti- neste momento. dente dos Estados Unidos. _
ma do infortúnio daquela conjuntura que a Nação pas- Contudo, Sr. Presidente e Srs. Senadores, como aquele ~ preciso protestar pelo pe(j_ue-no irmão, é preciso
sou, nos idos de 1964, foi nOss-o companheiro de Câma- que tem que fazer consertos na sua própria casa, mas defendê-lo com a palavra firme, para que se aprenda de
ra, rrieu e de V. Ex• - eu o conheço hâ muitos anos, meu sente que começam a lhe demolir o quarteirão em que uma vez pÓr todas que a América pode ter problemas,
ex-correligionário -e meu grande amigo. Solidarizo-me mora, -se vê na necessidade de falar também no problema que a América pode ter povos em desenvolvimento, mas
com V. Ex• e com ele, que realmente não está precisando do quarteirão, é que nós hoje trazemos ao Senado um que hâ ~e se respeitar a soberania de cada um dos povo_s
de cargos; quer, sim, um encargo para servir à Nova Re- problema que os jornais estão a falar, no plano interna- e
americanos a dignidade daqueles que querem seguir os
públíca. cional, qual seja o plano do Sr. Ron.ald Reagan em re- seus próprios caminhos.
lação à, Nicarágua. Era este, Sr. Presidente, o registro que queríamos fa-
O ltamaraty recebeu, para estudos, o pseudoplano do zer, nesta tarde, no Senado. (Muito beml Palmas.)
O SR. NELSON CARNEIRO- Muito obrigado a V.
Ex• Presidente americano. Mas é preciso salientar, Sr-. Presi-
Sr. Presidente, sinto de meu dever exaltar a atitude do dente, que o Itamaraty deve manter- e temos esperança COMPARECERAM MAIS OS SRS. SENADORES:
General Ivan de Souza Mendes, pelas declarações ontem de que assim o seja- a p-olítica nacional que semPre de- -Gaivão Modesto- Gabriel Hermes- Américo de
presta~as, dando, ao ServiÇõ Nacional de Informações fendeu a não-intervenção. Mas principalmente neste Souza- Carlos 'Lyra -Albano Franco- Jutahy Ma-
outro enfoque, aquele que os países democrâticos dese• caso da Nicarágua, em que rebelar-se, aqui, dizer aqui galhães - Lomanto Júnior - Luiz Viana - Moacyr
jam para serviços dessa natureza. Não lerei suas decla- que o Sr. Presidente dos Estados Unidos, na verdade, Dalla- Amaral Peixoto- Fernando Henrique Cardo-
rações porque constam do Jornal de Brasilla de hoje, e não _tem nen~um plano para aquele país centro ameriCa- so - Roberto Wyp-ych- Enéas Faria- Lenoir Vargas
no que não seja invadido, que não seja criar, na América -- Octãviõ Cardoso.
todos os nobres Senadores delas tiveram conhecimento.
Central, um foco em que os Estados Unidos da América O SR. PRESIDENTE (Josê Fragelli) - Passa-se à
Para não abusar da paciência dos ilustres colegas e
não ultrapassar os 20 minutos regimentais, chego ~o últi- querem impor a sua forma de ser, a sua forma de pensar,
mo dos assuntos que me trazem a esta tribuna. ~a noti- econômica e politicamente, a um pequeno pais da ORDEM DO DIA
cia de que o prestigiosojo"rnal da Bahia A Tarde conquis- América.
tou, mais uma vez, o destaque do _ano no prêmio "Colu- Posso relatar, Sr. Presidente, a certeza que temos de Não há quorum, em plenário, para deliberação.
nistas Nacional". O jornal A Tarde é Patrini.ônio éiiltural que o riosso Ministro do Exterior agirá ·dentro dos Em conseqUência, as rilatêriaS constantes da Ordem
e cívicO da Bahia e, dizendo- da Bahia, poderia dizer de princfpios que· norteiam a política externa deste País, hâ do Dia, todas em fase de votação, constituída pelo Preje-
todo o País, tanta e tão larga é sua repercussão em todos muito tempo, poique tive a hora de ter a audiência com to de Lei da Câmara n"' 6/81; Requerimentos n9s 15,57 e
os setores da vida nacional. Ali, surgiram e florecem S. Ex~ hã poucos dias, juntamente com o Dr. Renê De-
58/85; Projetas de Lei" do Senado n"'s 26/79 e2, 340, 18 e
muitas das mais expressivas figUrãs da fnteligência brasi- 320.• de 1980, ficam com a ap-reciação adiada para outra
bojs, Presidente da AsSociação Nacional de Médicos- oportunidade.
leira e da inteligência- bai.iina. "Para recordar algu-ns -dõs Yeterinários, e ·que -vão realizar no inês de maio, nesse
que se foram, lembrarei o nome do seu fundador, o ex- pais, um simpósio sobre o problema do leite e que inte-
deputado, ex-líder de bancada, o ex-miriistro Simões Fi- ressa a toda a Amêrica. Por incrível que pareça, o Chan- 0- SR. PRESIDENTE (José Fragelli)- Há oradores
lho, seu fundador, seu aguerrido fundador. E para celer anterior estava criando problemas para que entras- inscritos_,
lembrar um lfder da geração literária, do meu tempo, re- se no País ·um conferencista que os europeus e os restan· Concedo_ a palavra ao nobre Senador Nelson Carneí-
cordarei que foi, nas colunas de A Tarde, que Carlos ro.
tes americanos que vêm ao Congresso querem ouvir, que
Chiacchio comãndou uma legião de poetas e esciiiores, é o cubano Diretor de Los NaranjOs, uffi homem que ê. O SR. NELSON CARNEJRO (PTB- RJ. Pronuncia
reunidos no movimento que se chamou "Do ArCo e Fle- considerado, em t_ernlos mundiais, hoje, a maior autori- o seguinte discurso.)- Sr. Presidente, Srs. Senadore$:
xa". Muitas figUras com-o Aloísio de Carvalho Filho e, dade em leite, E o _Chanceler anterior criava dificu[dades Recentemente, o Ministro Marco Maciel, atendendo a
Luiz Viana, ali, começaram a sua vida de jornalista ....:_ para a entrada do técnico, porque era cubano. solicitação que lhe encaminhamos, com outros parla-
Aloísio, até os últimos dias da sua vida, e Luiz Viana, na Pois bem, estivemos em audiência com o Sr. Ministro mentares, em nome d_o alu.l).ado brasileiro, ~mendQU à
sua radiosa mocidade; são figuras que marcam a traje- e
do~Extetio-r, llnediatamente S. Ex• declarou que basta- Fundação de Assistênci"a ao Estudante que efetue o pa-
tória daquele jornal. Recordarei também_ a figura deRa- va oficiarem novamente, que o ltamarati p-enriitiria a en- gamentO. das b~lsas de estu_do através dos próprios esta-
nulfo de Oliveira, cj_ue durante tantos anos foi seu dire- trada do técnico cubano Diretor de Los Naranjos e que ê belecimentos de ensiito, proVidência que. evitará desca-
tor, e me congratulo, desta tribuna, Sr. Presidente, como uma das maiores atrações que terá esse Congresso Inte- mlnhos. burocráticoS e atrasos incoitveriientes.
constante leitor do _bravo vespertino e, algumas vezest ramericano sobre o Problema do Leite. D1ante da boa VPntade demonStrada peJO-nobre Cole- -
seu colaborador, recordo e homenageio seus aluais diri- - Assin1 sendo,_temos certeza de que o Itamarati, nesse ga, um político no lugar Qerto, como conviria a ocupação
gentes, a Sra. Regina Melo Leitão, os diretores Renato prOblema da Nicarágua, manterá, Sr. Pr~sidente, a PC?lí- · de todos os Ministé_rios, aPelamos pira sua Exceiêiicia
0790 Sâbado 20 DIARIO DOCONGRESSONACIÓNAL(Seçãoii)- Abril de !985

no sentido de tomar providência análoga no que tange Ao lado de eminentes políticos, lutara contra o Estado Deixa Bilac Pinto viúva a Srf Maria do Carmo e os fi-
ao salário-educação-que, como as bolsas de estudo, sofre Novo, até vê-lo derrubado em outubro de 1945. Já em lhos Francisco, Regina e Beatriz.
descabidas protelações de pagamento, por mau zelo da 1943, ~uP~crevia o fàmOso_"Manifesto d-os Mineiros", Essas, Senhor Presidente, as palavras que desejava dei·
nossa famigerada tecnoburocracia.- primeiro libelo contra a ditadura, o que lhe custou o car- xar registradas nos Anais desta Casa, quando Minas_ e o
Evidentemente, se tomadas providências desburocrati- go de_Professor Catedrático da Faculdade de Direito da Brasil perdem um grande vulto.
zantes em todos os setores do Ministério da EdUcação, Universidade do Brasil, em razão de aposentadoria com- Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. (Muito bem!)
aquela Secretaria de Estado se torn~rá num dos nossos pulsória,- fundado no art. 177 da Carta autoritária de
mais eficientes MinistêrioS, ã.peSar de não disPOr-de tan- 1937_ O SR. PRESIDENTE (José FragelH) - Concedo à
tas verbas quantas necessárias para enÍrentar os desafios E fora este mesmo regime discricionârio que lhe cassa- palavra a_o nobre Senador Alfredo CampoS.
e a problemática do ensino no País.
ra, também, o seu mandato parlamentar à Assembléia
Vale salientar que os recursos liberados com presteza O SR. ALFREDO CAMPOS (PMDB - MG. Pro-
Legislativa do Estado de Minãs Gerais.
correspondem duas vezes mais do que caindo em exercí- nuncia- o seguinte_-discurso.)- Sr. Presidente, Srs. Sena:
Mas vão além suas preocupações liberais. Notabiliza-
·dores:
cio findo, como costuma acontecer, principalmente com se ainda este insigne político e juriSta no campo dos Di-
as verbas dos MiniStéiíoS iriãiS Pobres ou menos ajuda- Perde o Brasil uma figura ímpar na Política, na Diplo-
reitos HUIJ]anos ao criar, atravês da Lei n~ 4.319, o Con-
dos, como ~ o caso daquela importantíssima pasta, que- macia, no Magistério, nas Ciências Jurídicas, na Litera-
sC!ho de Defesa dos DireitÕs da Pessoa Humana.
tem desafiado, no ·correr dos tempos, os mais competen- tura, no espii"ito cívico com que mergulhou em lides que
Eis, Senhores Senadores, alguns exemplos de sua bri-
tes miniStros, serri--õbter aquela dinamização que todo o escreveram a história.
lhante vida pública que esboçam o perfil de seu carâter e
mundo lhe reclama, principalmente os corpos docente e Olavo Bilac Pinto nasceu -em Santa Rita do Sapuca{,
de sua ação política.
discente das escolas públicas de todo o País, a partir do 11 anos atrâs. 77 anos férteis em realizações nos mais va-
Sua biOgrafia, rica em lições e ensinamentos, exibe um
selundo grau. riados campos de atividades públicas_. Foi advogado,
corolário de posições e cargos, os mais relevantes da Re-
Tambêm esperamos do MinistrO Marco Maciel que formado-em 1929 pela Faculdade de Direito da Universi-
pública: Deputado Estadual. à Constituinte mineira
empreste sua maior atenção ao ensinO têcnico de nível dade de Minas Gerais~ E, em ascensão constante, partiu
(1934); Secretário de Finanças de Mirias; DepUtado Fe-
médio, abrangendo todas as especialidades, seja na Or- ·pelos caminhos da Política e da Administração Pública:
derai eleito em !950. pela União Democrátíca NaciOnal
dem da preparação para as tarefas da produção pri- Advogado, Professor do Departamento de Instrução da
e, sucessivamente, reeleito em 1954, 1958, 1962 e 1966.
mâria, do comêrcio, da indústriã ou da ârea de serviços. Força Pública de Minas Gerais, Deputado à Assemblêia
Em 1965,-torna-SC-Presiden-te da Câmara dos Deputa-
Evidentemente, no caso da agronomia, da veterinâria, da Constituinte e à Assembléia Legislativa de Minas Gerais,
dos. Anteriormen~e. em 1963, exercer:a a Iíder-ança de seu
biologia animal, da botânica e ciências afins, seria boa a Diretor da Revista Forense, Membro Titular da Socie-
Partido naquela Cfisa, e, depois; a sua presidênCia.
realização de convênios têcnico-educacionais com o Mi- dade Brasileira de Criminologia, Membro do Congresso
nistétio da Agricultura. Seria o caso, tambêm, para solu- Parlamentar sério, extremamente êtico, combativo, Nacional de Direito Judiciârio, Membro dO Congresso
cionar o problema da colocação dos jovens têcnicõs as- trabalhador, foi _um dos expoentes do Congress_o Nacio- Nacional de Direito Penal, Professor da Faculdade de
sim formados, entrar o Ministério- da Educação em con- nal nas décadas de 50 e 60, compondo, com outros emi- Direito da Universidade de Minas Gerais.
tacto c:Jm o MinistéiíO do Trabalho, que deve ter cadas- nentes congressistas, a famosa bancada da União Demo- Com o golpe de 1937 e a instituição do Estado Novo,
tramento próprio em todo o Pafs. · crática Nacional, de reconhecida combatividade e deste- teve cassado o seu mandato de Deputado à Assembléia
A educação não se cci!npleta em apenas um Minis- mor como oposição aos gov_ernos de então. Legislativa. E, nos primórdios da década de 40, quando
tério, mas por veZes eXige uin --en.tendinl.ento multí~ Constituiu-se nUm. paladinO da moralidade pública, de- as teorias sociológicas inspiradas na realidade nacional
setorial, como este que estamos ousadamente sugerindo destacada luta contra a corrupção e as distorções dos inichivam seu'c3.iniilho em direção ao entendimento dos
ao Ministro Marco Maciel. costumes políticos. processos que regem a vida comunitária, Bilac Pinto bus-
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. (Muito bein!) Obstinã.do neste mister, propôs vârios projetas de lei -cava, com lúcida visão, iilcorporar os procCdimentos
como o que se converteu na Lei n9 3.502, de 1958, que econômicos como elemento bâsico para a análise das re-
Hregula o seqUestro e o perdimento de bens nos casos de lações sociais.
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - Concedo a Mais que isso, todavia, estendeu à ciência jurídica a
palavra .ao nobre Senador ltamar Yrancq. enriquecimento ilícito _por influência do abuso de ca_rgo e
função"; o Projeto de Lei que "regula a prestaçãd de necessidade de se compreenderem os fatos econômicos e
contas das entidades de direito Privado ou- -de -àireito sociaiS; no julgamento das ações coletivas, entendendo
O SR. ITAMAR FRANCO,PMDB- MG. Pronun- público, que recebem e aplicam contribuições parafis- que "a formação do individualista dos juízes e as natu-
cia o seguinte discursõ.) - Sr. Presfdente, SrS. Senado- cais; crÜ1das ou autorizadas· por lei federal" e ainda o rais dificuldades encontradas para compreender catego-
res: rias ji.úídicas novas tornaram a justiça imprória ao
Projeto que disciplina o direitO- de representação e o pro-
A cena passa-se no Plenârio da Câmai'a dos Deputa- cesso de responsabilidade administrativa, civil e penal exerc1cio da chamada jurisdição social".
dos, Palácio Tiradentes, Rio de Janeiro, então Capítal da ~esse o pensamen!o que predomina na vida e na obra
nos casos de abuso de autoridade.
República. Dia 5 de junho de 1952. de -Bitac Pinto, quaÕdo o hO-ri:tem suplanta sua_dimensão-
Calorosos debates sacodem aquela Casa hã vários me- Bateu-se, tambéin, pela renovação e aprimoramento individual e passa a intervir nos princípios revitalizado-
ses. DiscutC-se ali o ante-projeto de lei do Poder Executi- do processo eleitoral, no intuito de evitar os vícios e frau-
res do condicionamento jurídico. Para ele, a crise do di-
des nas eleições, como a instiiuição da cédula-úriii:a de
vo sobre a criação da PETROBRÃS, que nãO estipulava reito se- resume em seu desencontro, em seu desajusta-
votação; o aperfeiçoamento da Justiça Eleitoral,
o monopólio estatal do petróleo em nosso País. mento e em· sua desconformidade com a i'ealidade social, -
Assume a Tribuna o Deputado Bilac Pinto, da UDN dotando-a de legislação moder:Ó.a e _eficaz, com a am- econômica e política, e é nissO" que repousa a intransigên· -
pliação dos poderes de fiscalização, como o projeto de lei
mineira e, ante a expectativa geral, apr_esenta o .substitu- cia dos legisladores.
que condiciona o registro de candidatos à Presidência da Foi cõm- es~ra preocupação que se dispõf-a serVir· ao
tivo de seu Partido, do qual fora relator, instituindo o .
monopólio estatal para a pesquisa, lavra e exploração do República, Governador de Estado e Prefeito das grandes Brasil: com a determinação do jurista aliada às posiÇões
cidades à prova da origem licita das respectivas fortunas.
petróleo, que seria convertido na_.Lei n9 2.004 da, PE- cautelosas dos- grándes negociadores_. Çom isso, cons-
TROBRÁS. ~- ... - Em 1955, Bilac Pinto candidata-se ao Óove~n~ de. Mi- truiu seu tempo, no qual repassaram tantas ações gran-
Culminava, finalmente, com retumbante vitória,' uma naS~ ·c'oncorrendo contra Bias Fortes, do PDS, apoiado diosas, capazes de fundamentar toda uma época. -
das batalhas mais arduamente disputadas no País entre por Juscelino· K ubitschek. Apesar de expressiva votação fiç.mem trabªlhador, estudioso, di~creto em se1,1 te_m-
forças nacionalistas e reacionãl-ias: a batalha do petróleo qUe--recebeu~do eleitorado mineiro, não conseguiu·eJCger- peramento pouco expansivo de mineiro, sabia, como
brasileiro. · se. poucOS, aplicar-se às tarefas ·a qt.ie se dediqava.
Bilac Pinto tinha sido peça chave nessa vitória. Esta Na área do Diréito, profiSsão -na- qual se form-Ciu em · E acreditava Oo Que fazia, Senhores! Acreditava e ba-
posição nitidamente nacionalista sobre assunto tão vital 1929 pela -Faculdade de DireitO da Univ-ersidade de Mi- talhaya por suas convicçõ_es com tal pertinácia, qti~ foi
à Nação, como a questão energética -e o- nionopOiio do nas GeraiS;pUblicou vârios trabalhOS, conlO o .. Esiudos considefado, pelo Marechal Castelo Branco, como um
Estado, confería-Ihe dimensão e postura cívica invUlgar, de DireitO PUblico", .. Recurso de Revista", "Ministêrio horllen1 teimoso.' .
digna dos grandes homens públicos. PúóltcO'")~-,-,Reg~la!jtentação Efetiva dos Serviços de Uti- Mas, em sua Ierrea obstinação confundida com teimo-
Agora tomba para sempre este brasileiro ilustre. lidade Pública" e ..Contribuição -de Melhoria": sia, soube defender o Brasil e os brasileiros de agressões
Mineiro de Santa Rita do Sapucaí, onde naséêu em -O juriStã que, ao ladO._do político; con..,ive-dentro de si, antinacio!"lalista.S: F"9i ele o aUtor do substitutivo que se
1908, Bilac Pinto pela sua inteligência, cultura e probida- -pioiiUnda=-se~ OOvã.inênte, COritõ -no início- de suas ativi- trãnsforffiou na Lei criadora da Petrobrâs. Foi ele, tam-
de, alinhou-se, desde jovem, entre aqueles que advoga- dades profissionais, levando-o, nos começos dos anos 70, bé~, quem den~nciou, em estrondoso p~otesto, a in-
vam um regime democrãtico isento de qualquer roi-ma-de pã.ra õ POdCr )udiclãriO, Colno MiniStrO do Supremo Tri- tenção -goVernamental de enviar um corpo- expedicio-
corrupção. bunal Federal, do qual se aposentou em 1978. nário brasileiro ao Vietnã. E foi ele, ainda,· o autor de
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) .. Sãbado 20 079)

uma Lei destinada a punir os crimes de enriquecimento portantO, possuidores de Direitos e Deveres a s~em res- Donde se vê que 70% das áreas necessárias para garan~
ilícito praticados por admiriisiradorCs. Quão necessária peitados. tira sobrevivência dos grupos tribais não estão ainda de-
seria, em nossos dias, a justa aplicação desta Lei! Nós brasileiros muitas vezes nos referimos ao Brasil, marcadas. Isto passados 12 .anos da.instituição do Esta-
Perdoem-me, Senhores Senadores, mas discordo de comJustHicado orgulho, como um "País continental"- tuto do lndio (Lei n~' 6.0Cll, de dezembro de 1973) que
todos os que disserem que Santa Rita do Sapucaí perde dadas as dimensões do nosso território e as pluralidades previa um prazo de 5 anos para a demarcação de to.das
um de seus mais ilustres filhos. Não é a Cidade, nem o as terras indígenas do País.
culturais e étnicas que o cons_t_itu~in ..P.Qrêm o nosso ufa-
Município! ~ Minas Gi!iais, Senhores! to Brasil quem nismo não nos deve fazer esquecer que nesse Território Cabe ressaltar que o processo de demarcação, na forM
pranteia a partida daquele que, desde muito jovem, na tão gigante, existem tantos sem um quinhão de terra! e ma prevista pelo Estatuto do lndio, foi alterado pelo De-
Presidência do Centro Acadêmic'? da Faculdade de Di- que as etnias indígenas são vilipendiadas em seus Direi- creto Presidencial n~' 88.118, de 23-2-83. O decreto tnlns-
reito, iniciou sua jornada política em defesa dos elevados ferc da FUNAI para um Grupo de Trabalho. composto
tos elementares..
ideais de justiça e de liberdade- valores que nortearam pelo Ministério do Interior. pelo então Ministêrio Ex-
sua participação ativa em importantes momentos da Este nosso País, Srs. Senadores, carrega uma enorme traordinário para Assuntos Fundiários e pela FUNAI,
vida nacional. · mancha em sua História! Essa mancha é a dívida secular as decisões básicas sobre a demarcação das terras indíge-
para com os nossos irm~os indígenas. Eles que foram os nas. A formação deste Grupo de Trab~lho, como era de
Como filho de Minas, acompanhei com orgulho a tra~ primeiros elegítimos habitantes desta terra, foram c.om o se esperar, desacelerou ainda mais o ritmo já bastante
jetóría dessa figura tão cultuada em meu Estado natal! correr dq_s séculos brutalmente dizimados ou tornados lento «m. que se processavam as demarcações. DUrante o
Espelhei~me, muitas vezes, nos seus exemplos de bravura estrangeiros em sua própria· t~rra. "Triste Pafs este que a riO de 1983, nos dois mes~ imediatamente anteriores ao
- contida quando necessário, porém pujante, caso o carrega em suas costas o pes-o de ter reduzido urna popu- DeCreto n9 88.118/83, dez ãreas indígenas foram demar-
momento assim o exigisse. E cresci, e me fiz homem, à lação de 4 milhões de indígenas a cerca de 200 mil!... cadas. Nos 10 meses subseqUentes, apenas cinco áreas o
luz do seu otimismo quanto às aspirações humanas, da fé A história:· da ocupação económica deste imenso País, foram.
no progresso científiCo e tecnOlôgico, di-adequação dos Srs. Senadores, infelizmente tem sido pautada por episó- Particularmente no Estado do Acre, o quadro da si-
valores. históricos ao tenlpO- presente. dios como este que vou lhes descrev~r abaixo. Trata-se tuação das terras indígenas consegue ser ainda mais cala-
Perdoe~-me, ainda uma vez, Senhores, se, ao home- do testemunho do Padre Tastevin, que percorreu a te-: mitoso. devido talvez à intensidade e à velocióade··ao
nagear o modelo de Parlamentar, de Embaixador, de gião da bacia do Juruá. no Estado do Acre. Este episódio processo de ocupação daquela região levado a cabo nos
Ministro, ouso relacionar fatos da minha vida: pessoal à OCorreu na dêcada de 20, e portanto durante o apogeu últimos lOO anos. De sorte que, em apenas 100 anos, de
brilhante trajetória de Bilac Pinto! Mas quem, neste das atividades nos seringais da região. Eis o r.elatório: centenas de grupos tribais existentes na região, apenas 14
"Reuniam-se 30 a 50_ homens, armados de rifles, Cónseguiràm so.br~viver enquanto grupo, perfãzendo um
País, que haja trilhado os caminhos da Advocacia, pode-
cercava-se a única cabana em forma de casa de abelha total de cerca de 3 mil índios. Sendo que alguns destes
rá deixar de reconhecer, no emérito Professor de Direito,
onde todo o clã dormia .. ~ um sinal convencionado era grupo·s se encontram em estado avançado de desinte-
o inovador das cotreções de ordem jurídica, do direito
feito e os assaltantes faziam fogo, todos juntos e à vonta- graçãO. E, de um total de 43 áreas indígenas existentes no
subjetivo que coloca, sob a proteção do EStado, a cama~
Acre, apenas duas foram demarcadas, 16 delas se encon-
da populacional de menor poder aquisitivo? O interesse de. Bem poucos conseguiam escapar ... para eles, índios
tram apenas delimitadas, sendo que para 25 delas não foi
coletivo, Senhores Senadores, us deserdados da sorte- não eram senãQ um ser irracional que se podia matar
tomado nenhum tipo de providéncia pela FUNAI.
que somam milhões neste País - impregnaram míiüla como se matava um macaco".
Srs. Selladores," :i grãvidade da situação em que se en-
formação como br~sileiro, como advogado e como polí- Srs. Senadores, este é um relato de um quadro por de- contram os povos indígenas no Brasil reclama providên-
tico, primeiro a.o desabrochar das minhas aspirações da mais brutal. porêm, se rn:e permiti citã-lo ê pOrque:-c.onsi- cias urgentes. Espero que fique claro que não estou aqui
mocidade, por influência do lar paterno; depois, na for- dero que o horror que ele suscita na mente dos homens me colocando contra o progresso econômico. Porém en-
maçã.o acadêmica, no Direito_Processual, no Direito Ad- de bem, não deve ficar em vão. Pois neste momento his- tend9 que o deS~nvolvimento econômico só pode ser
ministrativo e, finalmente, no Direito Financeiro, terre- tórico, quando estamos despertando de uma noite escu- pensado de maneira subordinada ao desenvolvimento
no este no qual o saudoso mestre condenava abertamen- ra, para vivermos um alvorecer ~emocrãtíco, ê chegada a social. P9r. issq con~idcro _que os projetas de ocupação e
à
te os ganho~ ilicitos de urna restrita mirioria, custa das hora de se resgatar R; dívida quC a sociedade nacion~ tem - expánsão necessário~ Pa;a promover o desenvolvimento
obras públicas executadas com dinheiro da coletividade. para com os povos tribais deste País. da região amazônica só CUmprirão seu des.tino social se
AcomP,anhei-lhe o rastro, Excelências, analis·ei a fun- forem elaborados levando-se em conta os direitos dos
do as contribuições-desse grande talento, dessa profunda A Nova República que ora se inicia necessita também indígenas lá existenfes~
experiência, do amor com que se dedicou ao interesse co- uma nova política de relação entre a so.ciedade nacional
A sociedade nacional ora se ergue. para retomar em
letivo. Com ele muito aprendi. É bem verdade que, em- e os grupos tribais brasileiros. Sei que nada podemos fa- suas mãos o controle de sua História, que lhes foi usur-
bora respeitando-lhe as atitudes e opiniões, e admirando zer por aqueles milhares de irmãos índios que tombaram pado pelos governos militares, Este soerguimento é, a
a energia com que pugnava pelos princípios espOsadOs, -d-uf.ante os últimos 4 sêculos, vitimados pela ganância de um só tempo, conseqUência e causa das lutas democráti-
inúmeras fOram as ocasiões lias quais a maturidade e a interesses ec.onôrnicos. No entanto sei tambêm que mui- cas que travaram e se travam neste País.
própria diretriz política por mim eleita levaram-me adis- to poderemos fazer daqui pai" diante para assegurar o E inequivocamente, dentre as bandeiras de luta demo-
. cardar radicalmente da forma de participação e dos ca- Direito à vida aos 200 mil índios hoje existentes. crática, se encontra aquela que exige:
. minhas trilhados por Bilac Pinto. Demarcação das terras indígenas jã.
E dizer. "assegurar OdireitQ à vida dos indígenas'', é si- Muito obrigado, Sr. Presidente. (Muito bem!)
Não obstante as divergências de idéias e de rumos nónimo de dizer...assegurar a cada grupo tribal o direito
pa:líticos, ser-me-ia imperdoável omitir esta homenagem de possuir e usufruir de üm território. É mais que sabido, O SR. PRESIDENTE (Josó Fragelli)- Não hã mais
ao batalhador que se retira fisicamente do campo da lu- Srs Senadores, mas não custa ressaltar que não possuir oradores inscritos. Nada mais havendo a tratar, a Presi-
ta, mas cuja energia e perseverança de hã muito integram · um território_ adequado às necessidades económicas, sig- dência. vai encerrar a preSente sessão, designando para a
a História do nosso País. nifica, para: um grupo tribal, tornar impossível a sua sessão ordinária de segunda-feira a seguinte
Era ·a que tinha-a -di-zer·; Sr.· Presidente; ·(Muita ·bem!} SO!ifCVlVênCíã-CU:lttital e mesmo físi·ca.
O quadro abaixo demonstra que a situação da demar- ORDEM DO DIA
O SR. PRESIDENTE (José Fragellir ~ Conceoo a
cação das terras indígenas atualmente é calamitosa.
palavra ao nobre Senador Mário Maia.
Votação, ·em turno único, do Projeto de Lei da Câma-
O SR. MÁRIO MAIA (PMDB - AC. Pronuncia o
ra n•f6. de 1981 (n9 237/79, na Casa de origem). que fixa
seguinte discurso.) -Sr. Presidente e Srs. Senadores:
Superficle Populaçio em oito horas a jornada de trabalho dos vigias, tendo
Um Estado para ser democrático precisa necessaria- (bab)
(I.OOOba) Parecer Favorável, sob n9 190, de 1981, da Comissão
mente respeitar as diversidades culturais e étnicas que
-de Legislaçio Social.
sob ele se abrigam. Porque respeitar as liberdades indivi- Terra demarcada 13.121 60.410
duais - preceito bãsico de qualquer democracia - sig- 2
nifica. em última instância, reSpeitar o direito dos indiví- Terra identificada
duos serem diferentes uns dos outros, e dos grupos de in- mas não demarcada 27.896 70.714 Votação. em turno único, do Requerimento nil' 15, de
divíduos serem diferentes uns dos outros. 1985. de aUtoria do SC.nador Humqerto Lucena, solici-
Sob quaisquer culturas humanas, o que se encontra Terras a identificar Sem previsão 11.398 tando a constituição de.C~missão- Parlamentar de In-
produzindo-as e sendo por elas produzidos - são seres, quêrito destinada a investigar os fatos que colocaram em
que a despeito das diferenças individuais, culturais ou êt- Total 40.997 142.522 risco o controle acionârio, pela União, da Companhia
nicas, são humanos no seu sentido pleno e universal. E . Vale do Rio Doce.
0792 Sábado 20 .. DIÁRIO DO CONGRESSO.NACIONAL (Seção li) Abril de 1985

3 Como disse, Sr. Presidente, este ofício vem assinado


-pelo Prefeito Hélcio Galvã(l.
Votação, em turno único, do ReqUeriinento il9 57, -de Votação, em primeiro turno (apreciação prelim-inar da Aproveito, portanto, a oportunidade de fazer, mais
1985, de autoria dos Líderes GastãO Müller e Moacyr jurid!cidade, nos termos do art.- 296, do Regimento In-
uma vez:, este encaminhamento, solicitando ao Senado
, Duarte, requerendo, nos termos do art. 37 r, c, do Regi- terno), do Projeto de Lei do Senado Jl9 320, de 1980, de
da República a aprovação, primeiro; da inversão da Or-
mento Interno, urgência para o Ofici~ S/2, de 1985, do autoria do Senador Pedro_ Simon, que revoga a Lei n9
dem do Dia e, em seguida, a rejeição do requerimento.
Governador do Estado do Rio Grande do N arte, solici- 6.8 15, de 19 de agosto de 1980, que define a S,ituação jurí·
Há muito tempo estamos tentando obter essa Comissão
tando autorização do Senado Federal para realizar ope.. dica do estrangeiro no Brasil, cria o Consellio Nacional Parlamentar de Inquérito, que esperamos o plenário
ração de crédito externo no ·Valor de cinqUenta milhões de Imigração e dá outras providências, tendo
aprove agora.
de dólares. Parecer, sob n9 1.144, de 1981, da Comissão
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. (Muito bem!
-de Constituição e Justiça, pela injuridicidade.
Palmas.)
4
O SR. PRESIDENTE {José Fràgeili)- Está encerra- DISCURSO .PRONUNCIADO PELO SR. NI·
Votação, em turno únici:i, do Requerimento ii'~ 58, de da a sessãO. VALDO MACHADO NA SESSÃO DE 18-4-85 E
1985, de autoria dos Líderes Gastão MUller e Moacyr QUE, ENTREGUE À REVISÃO DO ORADOR.
Duarte, solicitando, nos termos do art. 371, c, do Regi- (Levanta-se a sessão às 16 horas e 4S minutos.) SERIA PUBUCADO POSTERIORMENTE.
mento Interno, urgência para o Oficio n9 S/8, de 1985, -·-·DISCURSO PRONUNCIADO PELO SR. ITA-
atravês do qual o Prefeito municiPal de Anâpolis (GO),- MAR FRANCO NA SESSÃO DE 18-4-85 E QUE, O SR. NIV~LDO MACHADO (PFL- PE. Pronun·
solicita autoiiza"ção do Senado para que aquela prefeitu- ENTREGUE À REVISÃO DO ORADOR, SERIA cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Senado-
ra possa realizar operação de empréstimo externo nova~ PUBLICADO POSTERIORMENTE. res:
Poucos dias depois que aqui cheguei para assumir a
lor de USS 3,5_00,000.00 (três milhões e quinhentos mil
O SR. ITAMAR FRANCO (PMDB- MG. Para en· cadeira de Pernambuco, neste senado, vaga em decor-
dólares).
caminhar a votação.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores: rência da nomeação do eminente Senador Marco Maciel
Vamos tentar hoje, mais uma vez, sensibilizar o Sena~ para o diffcil cargo de Ministro da Educação, vi
5 instalarem-se centenas de barracas nas proximidades do
do da República para a importância do Requerimento n't'
Votação, em primeiro turno, do Projeto de Lei do Se- 15, do Uder do_nosso Partido, Senador Humberto Luce- Senado e. da .Càmara dos Deputados.
nado n~' 26, de 1979, de autoria do Senador Orestes na, que pretende a constituição da Comissão Parlamen- E essa_ instalação de barracas, em cujo interiõr
Quêrcia, que acrescenta parágrafos ao 3rt. 517 da Con- tar de Inquérito destinada a investigar os fatOs qUe colo- encontram-se militares de pessoas, essa instalação de
solidação das Leis do Trabalho, tendo caram: em risco o controle. acionário, pela União, da barracas não representa apenas, uma exibição de pique-
Pareceres, so_b_ n~'s 184 e 185, de 1984, das Comissões: Companhia Vale do Rio Do~;e. nique ou uma demonstração de camping. Nela, se vê, an-
-de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade e Não é apenas o exame do aspecto acionário, que pre- tes, a presença de pessoas angustiadas, de pessoas preo-
juridicidade; e tende: esse requerimento do nobre Líder do Governo. Vai cupadas com a sua sorte e com o seu destino.
-de Legislação Social, favorável. mais além, ao pretender examinar as gestões dos Srs. Di- Ali dentro daquelas barracas, sofrendo as intemp~ries,
retores, não no seu aspecto pessoal, mas no aspecto de sentimos pulsar o coração humano, o coração do traba-
como tem andado a Companhia Vale do Rio Doce. lhador nos estabelecimentos bancários, o co.ração daque-
6 Aproveito o ensejo, Sr. Presidente, com a permissão les que estão sob a ameaça da perda dos seus empregos.
-de V. Ex• para endossar o apelo que o Prefeito Hélcio Sabemos quanto é _elevado o coeficiente de desemprego
Votação, em primeiro turnO, do Piojeto de Lei dO-se:.
Gaivão, de Nova Era, faz a _S, Ex• o Ministro das Minas neste Pais e até, paralelam~nte ao desemprego, o subem-
nado n9 2, de 1980, de ~utoria do Senador Humberto Lu- e Energia Dr. Aureliano Chaves.
cena, que dispõe sobre a escola e a nomeação dos diri- prego, o trabalho informal, enfim, um grupo de pessoas
Com a autorização de V. Ex•, leio este oficio de 17 de vivendo sob a incerteza do dia de amanhã.
gentes das Fundações de Ensino Superior, tendo abril de !985:
Pareceres, sob n~'s 747 e 748, de 1981, das Comissões: Sr. Pryside_nt_e e Srs. Senadores, o que desejo assinalar,
-de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade e nesta hora, é que já não é mais possível - faz mais de
No; 49/85
juridicidade, com Voto vencido, em separado, do Sena- trinta _dias, ou quase trinta dias- procrastinar a solução
Assunto: Solicitação {faz)
dor Moacyr Dalla; e pela qual esperam os funcionários dos Bancos Habitasul
SerViçO: Secretaria Geral
-de Educaçio e CultUra, favorável. e Sulbrasileiro, que ali aguardam, com esperança e con-
Data; em 17 de abril de 1985.
fiança, palavra e decisão dos seus representantes no Con-
Senhor Ministro, gresso Nacional.
7 A exploração da jazida de Piçarrào, está para ser desa~
tivada. Por esse motivo, estamos seriamente preocupa-
Votação em primeiro turno, do Projeto de Lei do Se- O Sr. Carlos Chiarem- Permite V. Ex• um aparte?
dos com os problemas que irão surgir em nosso municí-
nado ntt 340, de 1980, de autoria da Senadora Eunice Mi-
pio como: desempregos, diminuição dos recursos do
chiles, que acrescenta parágrafo único ao art. "373 da O SR. NIVALDO MACHADO- Ouço, com muito
IUM, etc. - prazer e muita ~onra, o meu Líder Senador Carlos Chia-
Consolidação das Leis dQ Trabalho, faCultando à empre-
gada com prole o direito à jornada de trabalho reduzida, Solicitamos assim de V. Ex•, a interferência junto a relli.
com remuneração proporcional, tendo CVRD no sentido da não paralização das explorações
Pareceres, sob n9s 445 a 44 7, de 1984, das Comissões: pois conforme dados coletados, a usina possue atual- O Sr. Carlos Chiarelli - Ilustre Presidente, nada po-
-de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade e mente· 2.500.000 toneladas de minério, sendo 1.000.000 deria ser mais oportuno nesta tarde e nesta hora do que a
juridicidade; toneladas na zona norte, 700.000 ao centro e 800.000 ao manífestáÇãõ esclarecidii e esclarecedora do Senador Ni-
-de Legislac;ão Sócia!, favorâVd; e sul. Além disso, sendo a exploração _entregue a e~prei­ valdo Machado, nosso estimado Vice-Líder, que mostra
- de Finanças, contrário, com voto vencido, em sepa- teiras, Gá instaladas) deverá reduzir o custo das ope- de maneira clara que SãO- pescidores de águãs tuivas
rado, do Senador Jorge Kalume. rações, pois estas empreiteiras entregam. o minério, car- aqueles que açodadamente tentam dar a essa tentativa
regado a 4.5. dólares. Esclarecemos ainda, a V. Ex• que a valiosa, oportuna, legítima, conveniente.de soerguimc:n-
Metalur só entrará em funcionamento dentro de 2 anos, to dos Bancos Sul brasileiro e Habitasul; essa tentátiva de
8 recuperação indispensãvel desses bancos, aqueles que
-se a jazida ficar completamente parada durante tanto
tempo, nosso municipio terá prejUízos incalculáveis, pois tentam dar a essa tentativa a idéia de uma guerra do Sul
Votação, em prin1eirô- tUrno (apreCiação pfeHrriinar da contra o Nordeste e do Nordeste contra o Sul; aqueles
constitucionalidade, nos termos do art. 296 do Regimen- como já explicamos, dependemos muito desses recursos,
sendo' que além do mais, a continuação da extração'Pelas que tentam mostrar, açodadamentc, e penso eu que com
to Interno), do Projeto de I,.ei do Senado n~' 18, de 1980, certa dosagem de má fé, a idéia de que os Parlamentares
de autoria do Senador Itamar Franco, que dispõe sobre empreiteiras, não prejudicará em nada o andamento das
do Nordeste, dos quais V. Ex', estimado e ilustre S6na-
aposentadoria especial do músico, tendo obras da Metalur.
dor Nivaldo Machado, que vem de Pernambuco, que
Pareceres, sob n~' 1.032; de 1980 e no? 415, de 1984, da Sem mais, esperando contar com a valiosa colabo- ocupa com mérito, que ocupa por mêrito também a vaga
Comissão: raÇão de V. Ex•, desde já agradecemos e subscrevemo- deixada pela licença do ilustre Senador e nosso compa-
-de Constituição e Justiça, 1~' Pronunciamento: pela nos. nheiro de Partido da Frente Liberal, hoje Ministro Mar-
inconstitucionalidade; ,29 Pronunciamento: (reexame soli- Atenciosamente, - Hélcio Galv.ão, Prefeito M unici- co Macie_J. V. Ex•, com mérito, chega a esta Casa, eéefe-
citado em Plenârio)- ratificando seu pareçer anterior. pal. tivamente, um legítimo representante dos parlamentares
Abril de 1985 DIÁRKl DO CQNGRESSO NACIONAL (Seç_ão 11) Sábado 20 0793

do Nordeste. e com a sua probidade, com a sua isenção, permisSão para incorporá-lo às considerações que estou rào, no momento dificit, no momento crucial, que estive-
com a sua acuidade e, sobretudo com a sua sensibilidade fazend_o em torno desse problema. E, na oportunidade, mos lá e respondemos corretamente. O pronunciamento
social, aflora, neste momento, um problema da maior dizer a V. EX' que eu Otenho na mais a_lta conta, no con- de V. Ex~4 c.omo ontem o pronunciamento do nobre Se-
gravidade e da maior importância a nível de País. E V. _ ceito mais elevado de homem público, cônscio das suas nador Carlos Alberto, do Rio Grande do Norte, deixam
Ex• mostra a_ s.ua dimensão _de político com. "p" maiúscu- responsabilidades, _estudioso da problemática brasileira, aos gaúchos a tranqüilldade de que o Congresso Nacio-
lo ao deixar bem claro que não se trata de um problema e sensível à solução dos problemas do povo; V. Ex' é, in- nal é o Congresso Nacional que os brasileiros espera~
de uma questão, absolutamente, regional, que se trata de clusive, nesta Casa, um defensor permanente da melho- vam. Muito obrigado.
uma questão de muito maior envergadura, que se trata ria das condições de vida do homem, propondo soluções O SR. NIVALDO MACHADO- Muito obrigado,
do problema universal do emprego, não importa onde para que, no reajustamento de v.encimentos, por exem- Senador Alcides Saldanha. Registro o aparte de V. Ex• e
ele esteja localizado, que se trata de preservar a econo- plo, se dê algo mais ~o que aquel::J. reposição cifrada na me valho dos seus argumentos para reforçar as conside~
mia de uma região, que se mostra combalida em face de base de I00% do lN PC. t necessário distinguir, como fez
rações que estou desenvolvendo aqui em torno desse
uma série de adversidades, e que se trata, atravês desse V. Ex~. aqueles que (ecebem vencimentos médios, e
problema que nós consideramos urgente.
esfoi'Ço comurri- que se faZ -neste vCrâadeiro mutirão de aqueles que recebem - e isso infelizmente constitui a
esperança, onde estão os funcioná_rios acampadõs- aqui, - inaioria da força de trabalho deste País - vencimentos Na verdade, não podemos deixar que a sua solução
onde estão os outros funciOnários acampados por todo o rtão superiores, às vezes, a dois salârios mínimos. E nós demore Inais do que o tempo necessário para aperfeiçoar
Rio Grande, esperançosos, e ac-ampados por todo o Bra~ sabemos que a remuneração correspondente a dois ou a mensagem e o projeto que o Presidente da República
sil, porque lá no Recife há agências do Sulbrasileiro, três salários mínimos não permite que o homem possa encaminhou à alta deliberação do Congresso Nacional.
como há em Maceió, no Pará, em Curitiba, no Rio de Ja- manter a sua família e fazê-lo com alguma dignidade, e Não podemos, Sr. Se-nador, e não podemos porque as
neiro, e em São Paulo, sendo portanto, Uma questão na- fazê-lo com um mínimo de conforto, porque, atê para ser soluções têm que vir na hora certa, na hora adequada,
cional. V. Ex• mostra, com absoluta pertinência, que Virtuoso, como jâ dizia Santo Agostinho,. "é necessârio com a rapidez precisa, sob pena de se estiolar todo o es-
precisamos, na Câmara dos Deputados e aqui, neste epi- que se tenha um mínimo de condições materiais de vi~ forÇo e de se levar a grande parte da p-opulação brasilei-
sódio em que o Congresso restaure, de fato, as suas prer- d3.". ra, ou aquela pa:rte que talvez veja sob suspeita a ·atuação
rogativas, porque nos incumbirá decidir, nós que duran- De maneira que, aqui onde vim aprender, e aprender do Congresso Nacional, sob pena de levar a essa parte, a
te muito tempo levantamos a nossa voz aqui, assumindo com homens como V. E>:.', com homens que podem ensi- iinpressão, de que aqui nós não estamos atentos aos inte~
a luta pelo direito de decidir, para que esta Casa fosse nar, pelo seu -eX:einPio, que podem .erisiriai' Pela sua capa- resses do povo e, ao contrário, ficamos de braços cruza-
mais do que um mero foro de debate, nós que agora tere- cidade, pela sua cultura e pela sua devoção aos negócios dos, muçulmanicamente indiferentes, ao drama em que
mos, por direito de conquista, a oportunidade de decidir, Públicos, quero dizer ao nobre companheiro de Partido, vive grande parte da população brasileira
queremos que essa decisão seja pronta, ainda que a cele- que me sinto honrado por tê-lo como Líder, nesta Casa, Quero dizer a V. Ex• que, nesta hora, o Congresso Na-
ridade não ponha em risco a qualidade da decisão. E nós Líder no Senado. Líder do meu Partido e, sobretudo, ca- cional precisa tomar posição e fazê-lo de modo urgente
haveremos rle decidir aperfeiçoando, modernizando, paz de conduzir, de ensinar e de dirigir os seus liderados porque, já hâ quase trinta dias, milhares de pessoas que
ajustando, fazendo pertinente e adequada a proposta para os melhores caminhos, e os melhores caminhos, se revezam no pãtio do .Congresso, não podem levar des-
que o Executivo encaminhou, numa demonstração de nobre Senador e meus Companheiros do Senado, os me- ta Casa uma impressão que riãó seja positiva, lisonjeira,
que na Nova República o Legislativo não apenas discu- lhores caminhos estão junto do povo, os melhores cami~
de que os representantes do povo na verdade a·qui estão
te, mas delibera. Por isso, cientes da realidade que esta- nhos estão na defesa legítima dos interesses da comuni-
mos a viver, à luz desse episódio, cujos responsáveis, em para defender os seus interesses, os interesses dà coletivi-
dade.
termos de inidoneidade, de incapacidade, de omissão, dade e jamais para cuidar de privilégios, que se alar-
têm que ser exemplarmente punidos. Mas não pode ser O Sr. Alcides Saldanha- V. Ex• _I_!le_permite? deiam como d~sfrutados pelos que integram o Congresso
punida a sociedade brasileira, a família gaúcha, os 23 ou NaciOn"iC NóS sabemos que a campanha feita, por al-
24 mil empregados, porque esses agiram com absoluta li- O SR. NIVALPO MACHADO - Ouço o Senador guns, contra os representantes do povo, feita por mino-
sura, boa fé e correção. E V._Ex• nos dá uma, satisfação Alcides Saldanha. rias, é verdade, que fracassaram na conquista de um
muito grande, principalmente a nós, que somos gaúchos, mandato popular, pelo esforço e pelo trabalho, tem o
__ O Sr. Alcides Saldanha- Senador Nivaldo Machadõ
e que temos, com tanto empe;nho, ao lado de tantos ou- há alguns dias, neste trocar de idéias, neste debate que é propósito de instilai- o ódio e descarregar suas frus-
tros parlamentares, como o ilustre Senador Alclctes Sal- - a democracia, em que às vezes parece que os problemas trações contra os representantes dO povo. São os pesca-
danha, acima dos Partidos e_além das divergências, luta- se resolvem mais lentamente, mas, se assim ê feitO-ê por- dores de ãguas turvas a que se referiU o nobre Senador
do lado a lado, pacificamente, para se chegar a uma so- que terminam sendo resolvidos da melhof forma, nós, do Carlos Chiarelli, que desejam colher, não o que hã de
lução que agora se avizinha, jã que se está desenhando a Rio Grinâe do Sul, ficávamos temerosos de 'que aquela melhor, mas o detrito, qUe não leva a nada e só acarreta
urgência na votação, lá na Câmara dos Deputados. E força, que certa imprensa lançava em cima dos proble- prejuízo e desilusão ao povo.
aqui, no Senado Federal, eu tenho muita convic-ção que mas do Rio Orande, pudeSse afetar a solução desse . sf. Presidente e SrS. Senadores, acho que chegou a
decidiremos bem e logo. -v. Ex~ nos traz, como nordesti- problema que, como bem diz V. Ex•, aí estão centenas e hora de o Congresso, reunido, entendidas as suas Lide~
no; a palavra que gostaríamos de ouvir. Nós que sempre centenas de rio-gr~ndenses-do-Sul, acampadas, mal vivi- ranças - porque não se trata de uma questão regional,
temos dito que, com relação ao Nordeste, temos o maior das, em termos de alojamentos, apenas prÕcurando, para como muito bem acentuou o Senador Chiarelli - discu-
sentimento de afeto, o maior apreço, o maior entusias- seus casos, justiça. Temíamos, em determinado momen- tir e dar a sua contribuição para a solução desse proble-
mo, por fazer aguilo que o Nordeste não pede, mas me- to, que, esta Casa e a Câmara dos Deputados, pudessem ma. h uma questão nacioal, é uma questão de integração
rece, que é receber a atenção, para que as desigualdades, não entendei_", com perfeição, todo o problema que repre- nacional. Precisamos deixar claro que não hã luta, que
tão flagrantes, sejam minimizadas e, se possível, extintas, sentam o Sul brasileiro e o Habitasul para a região Sul e não há entrechoque entre as regiões. Todas elas se inte-
para que possamos ter um País de oportunidades iguais, para o País. Felizmente, pronunciamentos como o de V. gram, to_das elas vivem uma interdependência, todas ~las
s~a entre as'pessoas, seja entre as_ regiões. Por isso;· meu Ex~, neste momento, V, Ex' que é pernambucano do
caro Senador e ilustre Parlamentar do Nordeste, compa- precisam quebrar o isolamento por que passou muito
PFL e o pronunciamento do nobre Senador Carlos Al- tempo este País, quando até as estradas o isolavam das
nheiro da Frente Liberal, a sua manifestação nos entu- berto, ontem, do PDS do Rio Grande do Norte, nos dei-
siasma e nos emociona, e é profundamente valiosa, não regiões, fazendo com que cada uma fosse uma nação à
xam tranqUilos d-e que, atê meados cteSta semana, dentro parte. Estamos muito longe dessa época, Sr. Presidente e
apenas ao companheiro _de Partido, não apenas ao cole- dos prazos normais que o Parlamento precisa para sacra~
ga de Senado, mas sobretudo a nós, gaúchos, que q_uere- Srs. Se!Jad~res. _precisar_nos d:ar exatamente nesta horã a
-menta r as suas decisões, nós encuntraremos aquela so~
mos que entendam a nossa postura e o nosso pleito, não resposta necessária àqueles que querem perturbar, àque-
lução que não só o Rio Grande do Sul, que nãó só os 25
com o uma tentativa de priVilégios, niaS apenas como o mil funcionários do complexo Sulbrasileiro e Habitisui;-- la minoria que não deseja que este Pafs continue a viver
direito de reparação a uma situação êj_ue, humanamente, sob a égide do regime democrático, regime que nós esco-
mas toda a Região Sul e todo o País, estão aguardando
ademais de económica e socialmente, clama por um tra- com ansiedade e que, nos meados da semana que vem, lhemos por vocação, e que_desejamos fazê-lo como uma
tamento justo. E _o tratamento justo ser~ seguramente permita Deus que assim ocorra, passamos dizer que so- filosofia de vida: a democracia. Portanto, quero, neste
viabilizar a recuperação, por decisão clara, meridiana lucionarrios com lógica, com tranqUilidade, através do momento, fazer um veemente apelo às Lideranças do
destas casas do povo, com a punição dos culpados, das debate, é verdade, um problema crucial que aparece_u CongressO-, que, -eStou certo, estão atentas e são sensíveis
instituições onde estão os empregos de tantos que deles para a Nova República, nos seus primeiros dias e que à situação nacional, principalmente nesta hora difícil e
dependem, das instituições que são irrigãdoras da econo- nós, do congresso Nacional, sendo nos devolvido o direi- dramática de _angústia pela doença do Presidente para
mia do nosso Estado e_do Sul do_País. to de participar~os das grandes decisões nacionais, sa- que se encont~. com a mãxima urgência, a s_olução justa
beremos fazê--lo corretamente. O Rio Grande do Sul, Pa- e adequada para esse problema do Habitasul e do
O SR. NIVALDO. MAÇJIADO - Senador Carlos raná, Santa Catarina, O Brasil em si, têm os olhos volta~ Sulbrasileiro, o qual envolve a sorte de mais de 100.000
Chiarelli, quero, como disse, depois de ouvir, com muita dos para eSte Congresso, para homens como V. Ex•, que, peSsOas, inclusive os familiares dos funcionários desses
honra, o aparte com que V. Ex• me distingue;, pedir-lhe tenho certeza, responderão à Nação com dignidade e di- estabelecimentos de crédito sem falar nos que trabalham
0794 Sâbado 20 DIÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção lÍ) Abril de 1985

nas atividades industrias e comerciais dependentes dos -I! a administração p6blica avalisada, fiadora ou ga- A fórmula legai encontrada para autorizar o a porte de
seus financiamentos, Não podemos frustrar as espc:- rantidora,-a--qLialquer Utulo, daS obrigações que têm recu-rsos públicos na operação de salvamento dos dois
ranças desses brasileiros, principalmente na hora em que ç:omo prinCipal devedor as empresas integrantes do con~ conglomerados financeir,os, em estado de insolvência, foi
instituímos a Nova República, que ressurge sob o signÕ glomerado? Caso afirmativo por que e sOb que" fUnda- a desapropriação "das ações representativas do capital
da justiça social, porque não teremos democracia, não mento legal? das companhias" (art. !9, _§ I"' do projeto).
teremos estaclo de direito se não formos capazes de diS- -Que montante global Pe recursos p11blicos foram Cumpi"e desde logo examinar se o referfdo instituto
tribuir a riqueza dentro dos princípios da justiça social. até o presente alocados na Úmtativa de salvar financeiraM jurídico é pertineÍlte e aplicãvel ao fim desejado. segun-
Sr. Presidente, era o que eu desejava dizer. Muito obri- mente os conglomerados? Havia permissão legal para do Cretella Jr., a desapropriação consiste na série orde-
gado. (Muito bem!) tanto?; nada de atas mediante os quaiS o Estado•. "necessitando
-Por que foi c;;leita a via da desapropriação quando de um bem para fins de interesse plÍblico, obriga o titular
DISCURSO PRONUNCIADO PELO SR. ITA- se sabe que o património das entidades é negativo, nada desse bem a desfazer-se da propriedade mediante indeniM
MAR FRANCO NA SESSÃO DE IBC4-8S E "([UE. ha'>:endo pois a ser expropriado? zação" {Tratado Gerai da desapropriação, pág. 15 e vol.
ENTREGUE À REVISÀO DO ORADOR. SERIA -Dos Cr$ 900.000.000.000 a serem liberados, quanto 1).
PUBLICADO POSTERIORMENTE. se destina ao pagamento de indenização e quanto será De imediato, constata-se que o procedimento visa, 6-
nica e exclusivamente, a permitir à autoridade pública
aplicado no saneamento econômicoMfinanceiro das em-
O SR. ITAMAR FRANCO (PMDB- MG. Pronun- promover a transferência compulsória de um bem do pa-
presas?
cia o seguinte discurso.)- Sr. Presidente, Srs. Senado- trimónio particular para o estatal quando tal medida se
Entendo, Sr. Presidente, que o Senado da República
res: faz necessária ao atendimento de interesse da comunida-
il.âO- deve nem pode deliberar a r~speito de assunto tão
Acompanhado da Exposição 'de Motivos subscrita de.
grave sem antes estar completa e satisfatoriamente escla- Veremos que, no caso em tela, nenhum dos pressupos-
pelo Ministro da Fazenda, submete o Sr. Presidente da
recido sobre todos os dados, elementos e circunstâncias tos existe.
República à consideração da Congresso Nacional projeM que envolvem o tema.
to de lei autorizando a desapropriação de ações de Com~ Bem, juridicamente falando, é tudo aquilo suscetível
Passaremos, a seguir, a tecer algumas considerações
panhias que menciona (integrantes dos conglomerados de valoração económica. Ê o que integra o património
Sulbrasileiro e Habitasul) e a abertura de créditO especial sobre o projeto apresentado, não sem antes lembrar que
as soluções políticas para os problemas sociais devem, da pessoa. Ora, as pessoas jurídicas a serem desapropria-
de atê CrS 900.000.000.000, e dã outras providências". das se encontram, por força do próprio ato declaratório
O titular da Pasta da Fazenda enfatiza ..o notório reM num Estadó de direíto que se quer demOcrático, observar
de intervenção, em estado de insolvência, isto é, carentes
plÍdio da sociedade pela aplicação de recursos governaM os princípios fundamentaiS da ordem jurídica.
de património capaz de satisfazer os débitos assumidos.
mentais na recuperação de instituições financeiras m3.1 O consagr"ado Prof. Caio Mário da Silva Pereira, após Presume-se, até prova em contrário, que o Banco Cen-
administradas" como igualmente "a notória condenação registrar que " ... no direito brasileiro, como na maioria tral adotou as medidas do conhecimento público porque
da sociedade à intervenção do Estado na economia priM dos sistemas jurídicos ocidentais, a lei é a principal fOnte a gestão temerária, ver criminosa, dos acervos socie-
vada para assumir a administração de empreendimentos for.Õlal de direito, por via da qual o Estado politicamente tários levou as empresas ao colapso econômico.lndireta-
comerciais (item 6 da Exposição de Motivos)". organizado dita as regras de comportamento a que os sú- mente, ê o próprio projeto que o reconhece ao estipular
Não obstante, justifica a submissão da matéria ao ditos devem obediência ... " define-a como sendo: que a desapropriação "objetivará o saneamento finan~
Congresso Nacional a fim de que o legítimo representai-i-- "a norma geral e permanente, editada pela autoridade ceiro, a reorganização e a recapitalização das compa-
te do povo eleja entre duas alternativas: "liquidação exM soberana, e dirigida coativamente à obediência dos cida- nhias" (artigo !9, § !9). Em outro dispositivo, já anteven-
trajudicial e saneamento financeiro". A iniciativa ê expli- dões".(Instituições de Direito CiVil- Vol. I Ed. Forense do a inexistência de acervo patrimonial, cria ficção jurí-
cada também em virtude das ''fortes reivindicações reM 1982 - pág. 56.) dica para estabeleCer o critério lndenizatório de bem ine-
gionais no sentido de evitar a liquidação extrajudicial", AnalisandO o carãter de generalidade, ínsito à lei, xistente.
fato que "~balaria profundamente a economia do Sul do " ... dirige-se indistintamente a todos: como comando
País, particularmente no que diz respeito ao desemprego abstrato não se pode particularizar uma certa pessoa ... .''Na companhia em que o valor do património
de aproximadamente 24.000 pessoas ... "e as repercusM Quando o provimento reveste a forma oU i. aparên-cia -de lfQ.UldÕ for negu.tivo, o depósito previsto n~ste artigo
sões sobre as pequenas e médias empresas credoras dos lei, sem o sentido de comando geral, não pode ser lei, (indenização) será de um cruzeiro para cada cem mil
conglomerados que ficariam incapazes de ri!Sisiii a difiM éinbora eman~do do poder competente ... " (~b, cit. pág, açàes ou fraçào". (art. 29, § 2~').
~J ~
culdades financeiras .. .: O festejãdo-Cretella Jr. arrola como tercetro elemento
Ora, o projeto em causa contempla, única e confessaM da definiÇão (de desapropriação~" ... a existência do bem
Duas observações devem, desde logo, ser feitas. Em damente, "a estabilidade das atividades empresariais" pertencente_ a particular ... " e como quarto elementQ. " ...
primeiro lugar, as autoridades executivas em momento dos grupos Sulbrasileiro e Habitasul e não do mercado a supressão-aquisição do bem, que passa das mãos de
algum ousaram assumir claro e definido posicionamento financeiro como um todo. Privilegia, com exclusividade, um a pessoa privada para as mãos de uma pessoa públi-
em prol da solução ora apreciada. Em segundo lugar, os credores dos mencionados conglomerados quando é ca ...... Consiste, pois, a desapropriação, por um lado, na
inexiste na documentação enviada ao Poder Legislativo_ sabido existirem milhares de outros lesados em idênticas perda do direito de propriedade sobre determinado bem;
qualquer elemento capaz de permitir um<Í avaliação obM condições que permanecerão desamparados. por outro lado, na aquisição compensatória de um crédi~
jetiva, quer dos acontecimentos que precederam a interM O mínimo que se pode dizer é que o carãter degenera- to, em virtude mesmo daquela perda".
venção quer da situação presente. Diversas indagações lidªde _da lei, "erigido em gaiantia fundamental pela Indaga-se então: Que bem es'tã sendo transferido ao
de vital importância pãi'ã. o prOcesso- decisório permane- Constituição (art. 153 § 19), foi relegado a um solene oca- Estado? QUe acervo está sendo adquirido? De que ma-
cem no ar: so. neira está o patrimônio público a engrandecer-se? A que
- Quais os fatos espedficos que eiisejaram- a inter- Não é só neste particular que o projeto agride os con- título pagar-se-á compensação indenizatória? São per-
venção nos conglomerados? ceitos jurídicos fundamentais. Retomemos a lição do ci- guntas que, por não poderem ser respondidas, eviden-
-A partir de que época foram constatadas irregulari- tado mestre civilista: ciam a impropriedade do instituto aplicado à espécie.
dades administrativas· e ou sinaís de iliquidez? _ .. Ligada à universalidade. assinale-se a· permanência.
-O que foi apurado pelo interventor ao serem exami- :E: próprio da lei a duração, a extensão no tempo. A ma- Por outro lado tampouco se encontra presente o requi-
nados os papéis, escrituraÇão, balanços e demais elemen- nifestação que se exaure numa só aplicação pode ter a sito de utilidade pública, se este for tomado na sua ver-
tos constantes da contabilidade das empresas? aparência ou a forma da lei, mas não o serâ material- dadeira acepção jurídica. Segundo a autorizada opinião
mente, ou na sua essência. (Ob. cit. pâg. 58.) de Seabra Fagundes, há utilidade pública quando:
-Que motivos graves terão levado o Banco Central a
concluir pela necessidade de passar da mera intervenção I! o próprio projeto, em seu art. 19, parágrafo único,
para a liquidação? que c-onfessa ter a iniciativa PoT escopo exclusivQ, ••reor- ~"a utlhzacão da propriedade privada é conve-
ganizar e recapitalizar as companhias ... c:om vistas ares- niente e vantajosa ao interesse cÔlCtivo ~Da des3pro-
- CoD;Jo se pretende assegurar o emprego dos 24.000
tabelecer o seu funcionamento sob capitais privados ...". Priãçã0 no direito brasileiro, Ed. Freitas Bastos
funcionários? ·
Sequer deseja o Estado intervir de forma estável e dura- 1949 - pág. 23). Barcelos de' Magalhães, em sua
- Qual o número e montante de créditos das ..peque- doura na economia. Apenas e tão somente se trata de obra Teoria e· prática da desapropriaçao, arguta-
nas e médias empresas., junto aos integrantes dos con- acudir, com recursos públicos, a um grupode empresas. mente observa que a utilidade pública ..prf:ssupõe a
glomerados? nominalmente ci~_adas, que se enc_ontram em estado fali- necessidad_e da coletividade de utilizar diretamente a
-Por que se afirma ser mais oneroso para a União li- mentar. Portanto, o segundo carãter essencial à própria coisa", (pg: 9), sendo, em virtude das condições fãti-
quidar extrajudicialmente dO que fazer um aporte de CrS idéia de lei - a permanência - se encontra ausente na cas, imperiosa_ a transferência definitiva do bem
'900.000.000.000? iiiiciaiiVa governamental. para o domínio público."
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Sábado 20 Q795

-Tanto é assim que O Cõdigo Cí'!il, em seu artigo ~•aumento do capital social (exercendo) o direito de pre- INSTITUTO DE PREV!Dll:NCIA DOS CONGRES-
1150, expressamente consagra o direito à retrocessão nos ferência para subscrição de aumento de Capital". SISTAS
seguinte~ termos: A opiniãO pública nacional foi mobilizada pelo drama
..A União, o Estado, ou o Mun!cípiã, -oferecefã" dos milhares de desempregados que haveria caso a liq!Ji· 1'- RelDliio Ordinária, Realizada em
ao ex proprietário o imó_Vel -desapropriado, pelo dação dos grupos fosse decretada,_ "Ironicamente, ne- --- - I 1 -de abril de 1985
preço por que foi caso não tenha o d~tipo, para que nhum dispositivo trata do assunto".~ ''Nenhuma garantia
se desapropriou." _ç_ assegurada aos servidores das empresas", ..A estabili- Aos onze dias do mês de abril do ano de mil novecen-
-O iristitlllo expropriatório se_distingue da utilização dade no emprego, o mais importante e almejado, com tos e oitenta_ e cinco, às quinze horas, presentes os Senho-
temporária da propriedade privada pelo Estado (art. 36 justa razão, foi solertemente descartada". res Senadores Nelson Carneiro, Presidente, Jutahy Ma-
do Decreto-lei n"' 3.365/41) justamente pelo caráter pere- galf'lães, José Passos Pôrto, Deputados Nilson Gibson,
Os artigos 5~>, 6'~ r: 79 que tratam das conseqaências
_ne das medidas que o primeiro implica enquanto ·O se- Raymundo Urbano, Francisco Studart, Antônio Mo·
jurídicas da novª-·1>ituação advinda com a promulgação rais, Raul Bernardo, José. Ribamar Machado e o Senhor
gundo só envolve atos d.c_ef~ito transitódo. da lei constituem monumental letra morta.Dizer ·que,
- A utilidade da operação na qual se pretende aplicar Luiz do Nascimento Monteiro, reuniu-se o Conselho
cessaçla a intervenção, permanecem suspensas as abri-__ Deliberativo eleito em Assembléia Geral Ordinária reali-
CrS 900.000.000.000 de recursps orçamentários visa, ex- gaçôes, prosseguem·os inquéritos e mantem-se indisponi~
clusivamente, sanear empresas insolventes para, logo a zada em nove do corrente. Abertos os trabalhos, o Se-
bitidad~ dos bens dos adminiStradores, revela a mais to-_
seguir,_ "restabelecer o controle_ de capitais privados?'. O nhor Presidente dá por empossados us Conselheiros, fa-
tal ignorância dos elementares princípios jurídicos._~ zendo _breve saudação aos companheiros de trabalho.
interesse envolvido se limita à proteção do patrimônio de que a inexigibilidade de qualquer obrigação hâ que se
alguns abastados capitalistas que investiram desastradaM Declarou que irã cumprir, rigorosamente, salvo casos ex-
fundar em razão jurídica relevante que deixa de existir cepcionais de força maior, o dispositivo legal que deter-
mente no mercado financeiro.... HA utilidade não estã voiM quando o acervo patrimonial que por ela responde é re-
tada para a coletividade como um todo mas sobretudo .. mina que todas as aplicações financeiras sejam previa-
composto; o eventual delito contra o património se torna mente autorizadas pelo Conselho Deliberativo. A seguir,
para a satisfaçãO de pretenSões pessoais ou, quando muiM impun,ivel por falta de justa causa (ressarcimento); a in- · foi aprovado que se-riam recolhidas propostas de firmas
to, grupais." disponibilidade dÕs bens só se justifiCá havendo prévio idôneas, a fim de que um estudo fosse feito em termos de
Quarido o Estado prom~ve a expropr_iaçª-~_forç~da de reconhecimento de ilícito, fa"to·que deixa de existir tendo auditoria, quanto à situação financeira do Instituto;
bens, supõe-se existir um interesse Social perene a ser em viSta o ingresso da administração no empreendimen- quanto aos depósitos bancãrios já existentes, foi acolhi-
protegido." A construção de uma escola, de um hospital, to como açionista. da sugestão do Conselheiro Senador Passos Pô.rto, no
de um parque ou outro empreendimento da espécie cons- Quatquef estudante de _direito medianamente escl;:~.re­ sentido de ser ouvido o Banco Central do Brasil na pes-
tituem obras cuja utilidade servirá, pelo menos, uma ge- cido sabe que a lei não pode prejudicar. "o direito adqui- soa do Diretor da área bancária, objetivando preservar o
ração, "Justifica-se, no caso; Sacrificar o interesse priva- rido, O atO jurídico perfeito e a coisa julgada" (art. 153 § patrimônio da instituição; igualinente quanto à situação
do em proveito do bem comum, tomado este numa pers- Ji?). Cessada a intervenção com o_ decreto expropriatório dos imóveis de propriedade do órgão, o Senhor. Presi-
pectiva de longo prazo. "Na hipótese-ora examinada tal e conseqUente aparte de capitais públicos, tornam-se dente indicou o Senhor Deputado João Faustino, Vice-
não ocorre.':. "f: o próprio projeto, em seu art. 1~>, § úni- liquidas e exigíveis, de imediato, todas as obriga.ç_ões ven- Presidente, _para que esse levantamento fosse posterior-
co, que determina o retorno das empresas ao. "controle cidas .. relativas a depósito a prazo bem como as decor-
mente remetido pelo PRODASEN, ofício DAF/EXTM
de capitais privados" uma vez procedido o. "saneamen- rentes de letras de câmbio e debêntures, emitidas ou acei-
023/85, de 8 do corrente, sobre a filiação na qualidade de
to",."Cogitã-se; pois, de usar recursos públicos parare- 4!-s_pelas instituições e as referentes a i!'versões em ope- contribuintes facultativos, dos servidores daquele órgão,
cuperar uma unidade empresarial falida, devolvendo-a, rações de curto prazo ou de mercado aberto (art. 6~>)". E no qual o Diretor da Divisão Administrativa e Financei-
logo após, à iniciativa particular, e não de atender a uma que a lei superveniente não tem nem pode ter o condão ra, Se_nhor José Lucena Dantas, informa que jâ está
. "necessidade pública" premente e inadiável •. "Também de inovar refações jurídicas consolidadas como parece constituído um grupo de trabalho'para_amplo exame da
neste particular o conteúdo.jufídico da noção de desa- pretender o projeto ao estipular o prazo de um ano para questão. Ficou resolvido que os processos pendentes e
propriação conftita gr~tantemerite com _O caso- ao qual se resgate dos débitos "sem correção monetária" (art. 6~>) todos os subsídios referentes a esse assunto incluindo a
pretende aplicá-la". ou então a respectiva liquidação parcelada (art. 7~>). mesma situação dos servidores do Centro Gráfico do Se-
NCste ponto cumpre examiflar mais-detidMlente a ver- O artigo 8~>, por seu tUrno, revela o inexplicável açoda- nado Federal, serão encaminhados ao Conselheiro De-
dadeira natureza'cta oPeração que o Estado pretende fa- mentci em malbaratar, a qualquer p~eçO, o investífneólo_· pu.tad0 Ra-ul Bernardo p3ra Posterior 4ecisão. Discutida
zer sob o rótulo d~ "desapropriação",, "Como já vTinos~ feito p-ela União na medida em que determina um prazo a situação_ dos não filiados ao IPC que solicitam emprés-
não hã que se cogitar-de "utilidade pública" ou "interes- fatal deol2 meses para ali~nação do ''controle acionárío"_ timos, foi resolvido que essa modalidade de atendimento
se socia1'', tal como estas expressões se encontram consa- segundo a maior oferta. estâ suspensa, até ser verificada sua conveniência, dada a
gradas no ordenamento jurídico, "O que se dá no caso TraJa o artigo tO de alocar os recursos julgados neces-- inadimplência em vârios casos, que serão passados ao
vertente ê uma autêntica intervenÇão administrativa Do- sãrios à operação: CrS 900.000.000.000, importância que Cons_ultor Jurídico para as providências cabíveis. Foi de-
campo econômico·com o confessado intUito de "sanear" serã subtraida do Orçamento da União, sob_ a rubrica signado o Conselheiro, Senador Jutahy Magalhães, para
empresa insolvente,, "Oral, tal matéria tein- tratamento ErlCirgos Gerais que se destina a atender casos espe- verif)car a situação em que se encontram todas as apóli-
específico tarito a nível constitucional c_omo legal." "S~~ cialíssimos. Mais grave é que nem toda a quantia serâ ces de seguro do Instituto. O Senhor Presidente fez
gundo dispõe a carta outorgada, de inspiração "liberal", aplicada na compra de açôes. Preferencialmente, segun~ menÇão às inilmeras reclamações que chegam dos pen-
ne~te particular, só pode a autoridade intervir "quando do o arUgo n, sêrão as importâncias adjudicadas na for- sionistas, principalmente dos Estados, devido à demora
indispensãvel por motivo de segurança nacional ou para ma de "depósito de acionista" rendendo apenas cor- no recebimento das pensões, em alguns casos, de até
organizar·setor que não_ poSsa Ser desenvolvido com efi- reções mon~~~rias.A título meramente complementar se- quinze dias, ficando resolvido que seria consultado o Ge-
_cãcia no regime de"competição e de liberdade de iniciati- rão as importâncias aplicadas como aumento de capital rente do Banco de Crédito Real de Minas Gerais SJA,
va" (art. 163 da Constituição)~ ••r:: notório que ambas as com a respectiva participação acionária. Resta uma in~ sobre as irregularídades apontadas, visando sanâ-las
hipóteses são inócorrentes i-ta espécie. Tem-se a·ssim a dagaçllo: do total quanto pode ser aplicado na efetiva de- para agilizar esse recebimento. Colocado em votação, fo-
nítida impressão que, reconhecida a inviabilidade legal sapropriaÇão das ações? ram unanimemente aprovadas as seguintes nomeações,
de recorrer à via prevista, optaram "as aUtoridades res- Uma análise superficial do texto evidencia que a in-- de aco-rdo com o ·estabelecido no ítem III, da Lei n'~' 7.087
ponsáveis pelo subterfúgio da "desapropriação", traves- tenção primordial é alocar recursos, sem garantia de re- de 29-12-8~; para Tesoui'eiro-EfetivO o Senhor Senador
lindo sobe esta capa algo que lhe é totalmente estranho''. torno, a longo prazo e desprovido de qualquer rentabili- Josê Passos Pôrto, para Tesoureiros Substitutos os Se-
CuriOso é o ·preceito lançado no artigo 2~> do projeto. dade. nhores Deputados Harolso Sanford Barros e João Ro-
"Determfna-se o pagaffierifo aos expropriados de valor Para completar toda a panacêia estipula o artigo 12 drigues de Cerqueira, este funcionário da Câmara dos
apurado. ''com base em balanço levantado pelo interven- que os recursos já adiantados - em que valor não se Deputados_, exercendo o .cargo de Diretor da Coorde-
tor e ... certificado por auditor-independente." ~·ora, serâ sabe - serão ressarcidos com mera correção monetária · nação de Administração Financeira do Departamento
que os levantamentos procedidos pelas autoridades mo- "em forma fixada pelo Conselho Monetário Nacional". de Finanças. Ao término da reunião, os Senhores Conse-
netãrias precisam ser submetidos ao crivo de auditor in- Concluindo esta análise preliminar da matéria, pode- lheiros determinaram que fizesse registrar em ata· o voto
dependente." "Não terá o Banco Central ou o Minis- mos afirmar tratar~se de proposta danosa, gritantemente de louvor ao Senado Federal pela eleição do Senador
tério d_a Fazenda suficiente credibilidade para tanto? int:onstitucional e, sobretudo, atentatória aos mais ele- Nelson Carneiro, como Presidente deste órgão. Foi rati-
"Serã que a fé pública, inerente aos atõs administrativos, -mentares princípios de administração pública. Tantos e ficada a Resolução número 04/85, que altera dispositivo
deve ceder ante a opinião ~."auditor independente?" tamanhos são os vícios que não temos dúvida em afirinar da Resolução nl' 09/84, ·bem como a de n9 02/85, que
Jã o artigo 3~> reite-ra a cOnvicção de estar o Tesouro a que os congressistas que vierem a aprovar semelhante reajusta os valores das gratificações dos servidores do _
ingressar numa empreitada ruinosa pois autoriza a absurdo podem vir a ser responsabilizados pessoalmente Congresso Nacional à disposição do IPC. Nada mais ha-
União.,. "inclusive", a reconhecer a ''perda do capital so- se alguma ação popular vier a ser impetrada -na Justiça. vendo a tratar, é encerrada a reunião às dezoito horas. E
cial" das empresas que acaba de adquirir e proceder ao- Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. (Muito bem!) para constar, eu, Zilda Neves de Carvalho, secretária, la~
0796 Sábado 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I!) Abril de 1985

vrei a presente ata que depois de lida e aprovada, será as- Centro de Informática e Processamento ode Dados do Se- ATO DO PRESIDENTE N• 068, DE 1985
sinada pelo Senhor Presidente_. nado Federal - PRODASEN, a partir desta data.
Senado Federal, 17 de abril de 1985. -José Fragelli, O Presidente do SenaOo Feder~!. no uso de suas atri-
Presidente._ buições regimentais e com base no que estabelece o§ 2',
ATO DO PRESIDENTE N• OóO , de 1985 do Art. 57, do Regulamento do PRODASEN, aprovado
pelo Ato n9 19, de 1976, da Comissão Diretora, ri!solve
O Presidente do Senado Federal, no uso de suas atri- ATO DO PRESIDEI'/TE N• 064, DE 1985 nomear Francisco José Bitencourt Araójo, Analista de
buições regimentais e lóni -base rio -que- eStabelece o art. Sistemas. "A", do Quadro Permanente do PRODASEN.
514, do Regulamen,to Administrativa do Senado Fede- O Presidente do Senado Federal, no uso de suas atri-
para exercer o Emprego em Comissão, Código SF-DAS-
ral, aprovado pela Resolução n~' 58, de 1972, e alterações- buições regimentais e com base no que estabelece o§ 2',
IO 1.4, de Diretoi da Coordenação de Informática, do
posteriores, e o § l'~,do Art. 57, do Regulamento do do Art. 57, do Regulamento do PRODASEN, aprovado Centro de Informática e Processamento de Dados do Se-
PRODASEN, aprovado pelo Ato n9 19, de 1976, da Co- p-e,to Ato n9 19, de 1976, da Comissão Diretora, resolve nado Federal, a partir desta data.
missão Diretora, resolve exonerar, apedido, -Rui Oscar exonerar, a 'pedido, Sé-igiO de-Otero Ribeiro, TêcniCo Le- Senado Federal, 17 de abril de 1985. - José Fragelll,-
Días Janiques, a-naliSta- de suporte de sistemas."A", do gislativo, ClaSSe-Especial, Referência NS- 25, do Qua- Presidente.
quadro permanente d~o PRODASEN, da emprego em ·dro Permanente do Senado Federal, colocado à dispo-
Comissão, Código SF-DAS- 5.101., de Diretor ExecUti- sição-(fo PR6bASEN,--do E~prego em Coffiissão, Códi-
vo do Centro de Informática e Processamento de Dados go SF--DAS- 101.4, de Diretor ~_a Divisão de Supor~
ATO DO PRESIDENTE N• 069, DE !985
do Senado Federal- PRODASEN, a partir desta data. te TêcrtÍCo e Operações) do Centro de Informática e Pro-
Senado Federal, 17 de abril de 1985. - José Fragelli, cessamento de Dados do Senado Federal, a partir desta O Presidente do Senado Federal, no uso de suas atri-
Presidente~ data~ buições regimentais" e c_om base no que estabelece o§ 29
Seilado Feder:al, !"7. de abril de 1985. -José Fragelli, do art. 57, do Regulamento do PRODASEN, aprovado
Presidente. pelo AtO nQ 19, de-1976, da Comissão Direto.ra, resol~e
ATO DO PRESIDENTE N• 061 , DE 1985 nemear Carlos Magno Cataldi Santoro, Anahsta de Sts-
ATO DO PRESIDENTE N• 065, DE 1985 temas, ... •_'A'', do Quadro Permanente do__PitODAS~N.
O Presidente do Senado Federal, no uso de suas atri-
buições regimentais é com base no que estabeteCe o§ 29, O Presidente do Senado Federal, no uso de suas_a_tri- para exercer o Emprego em Comissão, Código ~F -
do Art. 57, do regulamento do PRODASEN, aprovado buições regirrientais e com base no que estabelece o§ 29, DAS- lO 1.4, de Diretor da Divisão de Des.envolvtmen-
pelo Ato n9 19, de 1976, da Comissão Diretora, resolve do Art. 57, .do Regulamento do PRODASEN, aprovado to- e Sistemas, do Centro Oe lnformãtica e Processamento
exonenar, a pedido, José Lucena Dantas, técnico legisla- pelo Ato n9 19, de 1976, da Comissão Diie1ora, resOlVe de Dados do Senado Federal, a partir desta data.
tivo, classe especial, referência - 25-, do quadro perma- exonerar, a pedido, Luciano de F'igueiredo Mesquita do Senado Federal, 17 de abril de 1985. _.....:JoSé Fragelli,
nente do Senado Federal, colocado à disposição do Emprego em Comissão, Código SF- DAS- 101.4, de- Presidente.
PRODASEN, emprego em Comissão, Código·_s_F-DAS- Diretor da Coordenação de Informática, do Centro de
101.4, de Diretor da Divisão Administrativa e Financei- Informática e Processamento de Dados do Senado Fede-
ra do Centro de Informãtica e Processamento de Dados ral, a partir desta data. ATO DO PRESIDENTE N• 070, DE 1985
do Senado Federal, a partir desta data. Senado Federal, 17 de abril de 1985.- José Fragelli,
Senado Federal, 17 de abril de 1985_,_.....,.. José Fragellí, Presidente. O Presidente do Senado Federal, no uso de suas atri-
Presidente. - b-uições regimentais e 'com base J?O que eStabelece o § 29
do art. 57, do Regulanlento do,PRODASEN, aprovado
ATO DO PRESIDENTE N• OM, DE 1985 pelo Ato n•>,-19~ de 1976, da Comissão Diretora, resolve
ATO DO PRESIDENTE N• 062 , DE !985. nomear_ Jair Pedro de Oliveira, Analista de Adminis-
O Presidente_ d._o Senado Federal, no uso de suas atri- traçàQ ...A", do Quadro Permanente, do PRODASEN,
O Presidente do Senado Federal, no uso de suas- à:trf- buições regimen~ais e_CQm base no que estabelece o§ 29, para exercer o Emprego em Comissão, Código SF -
buições regimentais e Com base no que estabêíéCe o art. do art. 57, do_!_tegulamento do PR.ODASEN, aprovado DAS- 101.4, de Diretor da Divisão Administrativa- e
514, do regulamento administrativo do Senado Federal, pelo Ato n' 19, de 1976, da Comissão Diretora; ieSolve Financeira, do Centro de "Inforffiâtica e ProcesSamCnio
aprovado pela resolução n9 58, de 1972, e alterações pos- exonerar, a pedido, Miguel Sérgio Guzzarçii, Ana!ista de de Dados. do Senado Federal, a partir desta data.
teriores. Resolve nomear José Lucena Dan tas, técnico le- SíSt~ma~. "A", ~.0 Quadro J;'ermãnentedo PRODASEN, Senado Federal, 17 de abril de 1985. ~José Fragelli,
gislativo, class~ "Esp.ecial", referência NS-25, do quadro do Emprego em Comissão, Códígo SF-DAS- 101.4, de Presidente.
permanente, para exercer o emprego em Comissão, Có- Diretor da Divisão de Des~nvolvimento e Sistemas, do
digo SFCG-DAS-101.5, de direior execUtivo do centro. Centro de Informática e Processamento de _Dados doS~
gráfico do Senado Federal- CEGRAF, a partir desta nado Federal, a partir desta data. ATO DO PRESIDENTE N• 071, DE 1985
data. Senado Federal, 17 de abril de 1985. -José FrageUi,
Senado Federal, 17 de abril de 1985. -José Fragelli, Presidente. - O Presidente do Senado Federal, no uso das atri~
Presidente. - buições que lhe conferem os artigos 52, item 38, e 97, in~
ATO ·Do PRESIDENTE N• o61, DE t985 · ciso rv, do Re"gímento Int~no e de conformidade com a
delegação de competência que lhe foi outorgada pelo
ATO DO PRESIDENTE N• 063, DE 1985 O Presidente do Senado Federal, no uso de suas atri- Ato n9 2, de 1973, revigorada pelo Ato n9 12, de 1983, da
buições regimentais e com base no que estabelece o§ 29, Comissão Diúúora, resolve tornar sem efeito os A tos do
O Presidente do Senado Federal, no uso de suas atri- do Art. 57, do Regulamento do PRODASEN, aprovado Presidente n's 3, de 1985 e 4, de 1985 que íricluíram os
buições regimentais e-Com base no que estabelece o Art. pelo Ato n9 19, de 1976, da Comissão Diretora, resolve nomes- de Hélio Lima de Albuquerque, Agente de Segu~
514, do Regulamento Administrativo do Senado Fede- nomear Sinval Senra Martins Júnior, Analista de Supor~ rança Legislativa, Class~;, "D", Referência NM-33 e José
ral, aprovado pela Resolução n9 58, de 1972, e alterações te deSistem as_ "A", do Quadro Permanente do PRODA~ Luiz Lopes, Agente de Transporte Legislativo, Classe
posteriores, e o § J9, do Art. 57, do Regulamento do SEN, para exercer o Emprego em Comissão, Código SFw "Especial", Referência NM-35, respectivamente, na re-
PRODASEN aprovado pelo Ato n9 19, de 1976, da Co- DAS-10!.4, de Diretor da Divisão de Suporte TécnicO-e lação nominal dos ocupantes do cargo de Inspetor Legis-
missão Diretora, resolve nomear Waldwin Bueno Netto, Operações, do Ceritro de Informática e Processamento lativo, Classe única, Referência NS-14, mediante trans-
têcriico -de Informática ...A", do Quadro Permanente do_ de Dados do Senado Federal, a partir desta data. posição.
PRODASEN, para exercer -o- Emprc:go em Com-isSão, Senado Federal, 17 de abril de 1985. -José Fragelli, Senado Federal, 17 de abril de 1985.- José Fragelll,
Código SF- DAS --101..5, de Diretor_ Executivo do Presidente. Presidente.
República Federativa do Brasil
.DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL SEÇÃO II

ANO XL- N• 037 CAPITAI, FEDERAL SEXTA-FEIRA, 26 DE ABRIL DE 1985

SENADO FEDERAL
Faço saber que o Senado Federal aprovou, e eu, José Fragelli, Presidente, nos termos •.o ar!.. 52, item 30, do Regimento·
Interno, promulgo a seguinte · ·
RESOLUÇÃO N• 5, DE 1985
Aprova o relatório e as conclusões da Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a examinar a violência·
urbana, suas causas e conseqüências.
Ar!. 19 São aprovados o relatório e as conclusões da Comissão Parlamentar de Inquérito, criada pela Resolução n• r;
de 1980, destinada a examinar a violência urbana, suas causas e conseqüências.
Ar!. 2• Serão enviadas cópias do relatório e das conclusões da Comissão Parh1mentar de Inquérrto a que se refere o
artigo anterior:
I - à Presidência da República, aos Ministérios da Justiça, do Trabalho, d.a Previdência e Assistência Social e da
Educação e Cultura; ·
II-'-- aos Governos estaduais e às Prefeituras das Capitais e das cidades de mais de 100.000 (cem mil) habitantes;
III- às Secretarias estaduais de Justiç.a, de Segurança Pública, de Serviço Social e de Educação; ··
IV- às Universidades públicas e privadas;
V - às associações e aos órgãos representativo·s de pais, educadores, professo'res,- advOgados, magisfrados, membros
do MiniStériO Público, policiá is, aSSistentes sociais, médi~os, psicólogos, sociológos, comunicado.res sociais, igrejas e clubes de
serviç-os.
Art. 3• A Mesa do Senado f'ederal editará as conclusões e o relatório da Comissão Parlamentar de ln.quérito a que se
refere esta Resolução.
Art. 49 Esta Resolução entra em viga~ na data de sua publicação.
Senado ·Federal, 25 de abril de 1985. - Senador Jos~ Fragelli, Presidente.

Faço saber que o Senado Federal aprovou, e eu, José Fragelli, Presidente, nos termos do art. 52, item. 30 do Regimento
Interno, promulgo a seguinte
RESOLUÇÃO N• 06, DE 1985
Aprova as conclusões e recomendações da Comissão Parlamentar de Inquérito, criada pela Resolução n• I,
de 1983, e destinada a investigar os problemas vinculados ao aumento populacional brasileiro.
Art: }9 São aprovadas as cOi1clusõeS da-Coinissãõ-Parlamcntar de Inquérito, criada pela Resolução n9 I, de 1983, e·
destinada a investigar õ-s problemas vinculados ao aumento populacional brasileiro.
Art. 2• · O anteprojeto dispondo sobre a Política Nacional de População e Planejamento Familiar, apresentado como
c011clusão pela Comiss-ão Parlamentar de Inquérito, será enviado à Presidência da República para que esta possa submeter seus
princípios ao Congresso Nacionar. · ·
Art. 3• Esta Resolução entra em vigor na data ·de sua publicação.
Senado Federal, 25 de abril de 198.5. - Senador José Fragelli, Presidente.
0798 Sexta-feira 26 DIÁRIO DO CONGRESSONACIONAL(Seçào 11) Abril de 1985

EXPEDIENTE
CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERAL

LOURIVAL ZAGONEL DOS SANTOS DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL


Diretor-Geral do Senado Federal Impresso sob a •esponsobilidade da Mesa d,o Senado Federal
JOSÉ LUCENA DANTAS
ASSINATURA~
Diretor Executivo
JOÃO MORAES DA SILVA
Via Superfície:
Diretor Administrativo
MÁRIO ctSAR PINHEIRO MAIA
Semestre eis 3.ooo;oo ~
Ano Cr$ 6.000,00
Diretor litdustrial
PEDRO ALVES RIBEIRO Exemplar Avulso: Cr.S 50,00
Diretor. Adjunto TiraQêm: 2.200 exemplares.

SUMÃRIO

l-ATA DA 50• SESSÃO, EM 25 DE ABRIL Gad_elha, Cid Sampaio, S"eVéiO -Domes; Virgífio Tá- lízar operação de empréstimo externo no valor de
DE 1985 vora, José Ignácio Ferreira, Milton Cabral, João Lo-· US$ 3,500,000.00 (três mil_hões e quinhentos mil
bo, Alberto Silva., Helvídio N.unes,· Moacyr Duarte e dólares). Votação adiada por falta de quordm.
lJ -ABERTURA Carlos Alberto, tendo o Si. Presidente se associado
em nome da Mesa. - Projeto de Lei do Senado n'<' 26/79, que acres-
1.2- EXPEDIENTE centa parágrafo ao art. 517 da Consolidação das Leis
1.2.4- ComunicaçÕes da Presidência do Trabalho. Votação adiada por fiLlta de quorum.
1.2.1 - Mensage'm do Senhor Presidente da Re-
pública -Convocação de sessã:o-co-njunta a r~alizar~se ho- -Projeto de Lei do Senado n~' 2/80, que disp'ôe
je, às 19 horas, com Ordem do Dia que designa. sobre ·a escola e a nomeaç-d.o dos dirigentes das Fun-
Restituindo S.iitógrafos de projet~ de lei sanciona- .:..... Convocação de sessão extraordinária a reã.Iizar- dações de Ensino Superior. Votação adiada por falta
do: se hóje, às 18 horas·e 30 minutos, com Ordem do Dia de quorum.
· que designa.
N~> 94/85 (nq 234/85, na origem), referente ao Pro- -PrOJeto éie Lei do Senado n9 340/80, que acres-
jetO ~e Lei da_Câmara __ nl' 139(83 (n"' il-.512/81, na 1.2.5 - Leitura d.e projeto centa parágrafo ·único ao art. 373 da Consolidação
Casa de origem), que estCnde a jurisdiçãO das Juntas das Leis do Trabalho, facultando à empregada com
de Conciliação e Julgamento de. São Luís ~o_s Municí- Projeto de Lei do Senado n~' 72/85, de autoria do prole o direito à jornada de trabalho reduzida, com
pios de Rosário, São José de Ribamar e Paço do Lu- Sr. Senador Alfredo Campos, que dá o nome de "Ae- remuneração proporcional. Votação adiada por falta
miar, todos do Estado do Maranhão. (Projeto que se roporto Internacional Presidente Tancredo Neves" d_e quor~in.
transformou na Lei n"' 7.309, de 22-4-85). ao- Aeroporto Internacional de Confins 'em Minas
Ge_ntis. · -Projeto de Lei do Senado n9 18/80, que dispõe
J .2.2 - Leitura de. projetos sobre aposentadoria especial do músico, (Api-eciação
l.3-0RDEM DO DIA preliminar da cç:nstituciqpalidade). Vota.;ão adi11da
-Projeto de Lei do Seriado n'<'-69/85, de ã.Utóríi- por falta de quorum.
do Sr. Senador Amaral Peixoto, que inclui TancrCdo --Projeto de Lei da Câmara nl' 6/81 (n9 237/79,
de Almeida N e.ves na Galeria dos Ex-Presidentes da na Casa de origem), que fixa em oito horas a jornada -Projeto de Lei do Senado n"' 320/80, que revoga
República •. de trabalho dos vigias. a Lei nQ 6.!::15, de 19 de agosto de 1980, que define a
-Projeto de Lei do Senado n9 70/85, de auiOda sifuã.ção jurídiCa do eStrangeiro rio _Brasil, cria o Con-
Votação adiada por falta de quorum.
do Sr, Senador Nelson Carneiro, que introduz modi- selho. Nacional de Imigração e dá outras providên~
ficações na Lei n"' 7.!'83, de 5 de abril de 1984, com --~~querimento n9 15/85. solicitarido a cOnsti- ci~. Votação adiada por falta de quorum.
vistas a estabelecer critérios dC preferência na admis- , tuição de CQ!}1issão Parlamentar de fnquérito desti-
são e_ demissão de aeronautas, quando esta se tornar nada a investigar os fatos que colocaram em risco o 1.3.1 -Discursos após a Ordem do Dia
imperiosa por motivo de ordem económica. ·contrai~ acioná_rjo, pela União, da Companhia Vale
-Projeto ·de Lei do Senàdo n91J, de 1985, de au- do Rio Doce. SENADOR JORGE KALUME- "Dia do Diplo:
toria do Sr.. Senador João Lobo, que dispõe sobre a mata".
denominação ·de "Presidente Tancredo NeVes" iL võtação adiada ·por falta de quorum.
atual Praça dos Três Poderes, em Brasília, DF'. SENADOR ALFREDO CAMPOS- Homena-
- Requerimento n9 57f85, requerendo urgência
gem ao· Presidente Tancredo Neves.
1.2.3 - Requerimento para o Ofício S/2. de 1985, do Governador do Esta-
do do Rio Grande_do. Norte, solic_itanc!o autorização
SENADOR SEVERO GOMES- Criação de CPI
N'<' 84/85, de autoria do Sr. Senador_ Humberto do Senado Federal para r~a1izar op.et:_ação d_e crédito
destinad~
Lucena e outros Srs. Senadores, ieqtiereildo que Se-- externo no_ valor de cinqUenta milhões de--dólares.
a investigar a gestão das sociedades de eco-
nomia mista nas quais a União detenha maioria acio-
jam prestadas homenagens à memóri<i. do Presidentê Votação adiada por falta de quorum.
Tancredo Neves. Aprovado, após usarem- da palavra nária.
os Srs. Humberto Lucena, Nelson Car'neiro, Car!Õs - ReqÚerimento n<> 58/85, solicitando -urg-ênda ·
Chiarelli, Gastão Mliller,- JOrge Kaluine, Fernando r>ara o-OfiCio S/8; -de 1985, através do qual o Prefeito SENADOR-NElSON-CARNEIRO- Tratamen-
Henrique Cardoso, Passos Pôrto, César Cais, JoSé Municipal de Anápolis (GO), solicita autorização do· to fiscal diferenciado para os fl:lbricantes de veículos
Lit1s, Américo de Souza, Mário Maiã, MarcondeS Senado Federal para que aquela prefeitura possa rea- aulomotivos especiais.
. . .
Abril de 1985 DIÃlÜO DO CONGRESSO-NACIONAL (Seção li) Sexta-feira 26 0799

SENADOR HEUO GUEIROS- Apelo da Coo- 2.3- ORDEM DO DIA lido no Expediente. Aprovado com emenda, após pa-
perativa Mista Agropecuária de Paragominas- PA, receres das comiss_ões competentes, tendo usado da
concernente à prorrogação de prazo para a implan- palavra no seu encaminhamento o Sr. Nelson Carnei-
tação de ~nidade produtora de âlcool. ·- Redação _final do substitutivo da Câmara ao. ro. Ã Com is são de Re.daçãq.
Projeto -aeLei do Seiiado n~> 272778 (n~' 2.090/79, na-
1.3.2 - De~ignaçiio da Ordem do Dia da próxima quela Casa), de autoria do Senador Otto ~ehma_nn, - Redaçào' final do Projeto_'de Lei do Senado n9
. . que dá nova redação à alínea a do art: 32 da Let n9
sessão 245j84, em regime de urgência. Aprovada. À Câmara
4.591,- de lú d~ dezembro de .'19_64. Aprovada. À dos _Deputad':'s.
sanção.
1.4- ENCERRAMENTO
2.3.2 - Designação da Ordem do Dia da próxima
. -- Redação- final _do PrOjeto de Decreto Legislati- ·
2- ATA'DA SI• SESSÃO, EM 25 DE ABRIL sessão
vo n~' 12/84 (n~> 48/84, na Câmara dos Deputa~os),
DE 1985 que aprova o texto Segundo Protocolo Adicional à
Con'stituição da União Postal das Américas e Espa- 2.4- ENCERRAMENTO
2.1-ABERTURA
nha (UPAE), assinado em Manâgua, a 28 de agosto
2.2- EXPEDIENTE. -~e_1981. ~p~;~n·ada. b-promulgação. 3 - DISCURSOS. PRONUNOADOS EM SES-
SOES ANTERIORES
2.2.1-- Requerimentos . 2.3.1·- Matéri&s apreciad~ após a Ordem do Di~
- N'i' 86/85, de urgência para o Prqjeto deLe! çlo -Do 'sr. Senador José Uns. proferidos na sessão
-Projeto de Le.i do Senado n~' 173/84, em regime de 18-4~85,
Senado n9 173, de 1984, que dispõe sobre_o_reajusta-
de urgência, noU!!rmos do Requerif!Iento n9 86/85, - Do Sr. S6nador Murilo Badaró, proferido na
mento dos valores das aposentadorias e pensões devi-
lido no Expediente. Aprovado, após pareceres das co- sessão _de 18-4-85. _
das pela Previdência Social.
missões competent_es. ~ Comissão de Redação. -Do Sr~ Virgílio Távora~ pronunciado na sessão
- Nl' 87/85, de urgên_cia para o Projeto,_ de Lei do
Senado n'" 245, de 1984, que acrescenta dispositivo à de 19-4-85.
· - Redaçào final do Projeto- de Lei do Senado n~'
Lei ·n9 7.238, de 29 de outubro de 1984, que dispõe 173/84, em regime de. urgência. ~provada. À Câmara 4-ATAS DE COMISSOES
sobre a manutenção da correçã.o Semestral de .sa- dos De~utados.
lários, para o fiiTI de determinar reposição salarial 5-.MESA DIRETORA
obrigatóxia, ·a partir do princípio de 1985, no quan- -Projeto de Lei do Senado n~' 245"[84, eln i"egime
tum e condições. que es~ecifica. " - de urgência, \TIOS termos do R7querimento n9 87/~5, . 6- LIDERES E VI CE-LIDERES DE PARTIDO

Ata da 50"'" Sessão, em 25 de abril de 1985


3~ Sessão LegislativaOrdinária, da 4 7~ Legislatura
_Pr;sidên~ia do Sr. José Fra!(elli, Passos Pôrto e. Martins Filho
-ÀS 14 HORAS E 30 MINUTOS, ACHAM-SE PRE- ~ lido -o seguinte Art. 2~' . Q_-riOrile de-1'anciedo ai Almeida Neves figu-
SENTES OS SRS. SENADORES: r:i'tâ,' m{fefei"ida Giilãriá, Como o trigésimo Presidente da
EXPEDIENTE República.
Art. 39 Revogam-se as di~posições em contrário.
Jorge Kalume- Altevir Leal- Mário M~ia -.Euni- MENSAGEM DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
ce Michiles- Fábio Lucena- Raimundo Parente- Justificação
-:..Re,stitJdndQ aut6grafos de Projeto de Lei sancionado:
Claudiõnor Roriz- Gaivão MOar!stO .:..:..:·odacir· So'ares-
. Nv 94/85 (n~' 234/85, na origem) de 22 do coerente, te-
- Héli~ Gueíi-o:S --Alexandre Costa- João CásteiO- . ferente 2c1.0 Projeto de Lei da Câmara n~' 139,_de 1983 (n~'
Projetas de lei como este, agora apresentado, a não ser
Américo de Souza - Albertó Silva ..:..:.. Hélvídio NÜnes para cumprir as exigências formaiS, se justíficam POr si
4.512/81, na Cas~ de,_orig~rn), _que estende a jurisdição
- João Lobo- Cesar Cal~- José Lins- Virgílio :rã- dã.s Juntãs de Conciliação e Julgam~nto de São Luís aos
mesmos.
O povo brasileiro, çomo um só e como um todo, por
vara - CarlOs- Albei-to -- Mõacyr Duarte- Maftins Municípios de Rosârio, São Jo_sé de Ribamar e Paço do
Filho ·_ Humberto Lucena - Marcondes Gadelha - seu gesto e pelo seu' carinho, empossou o Presidente elei-
Lumiar, todos do Es_tado do -Maranhão. to..Tancredo Neves na Prisidência da República. A au-
Milton Cabral - Aderbal Jurema - Cid Sampaío ·- - (Projeto que se tr~sfçrmou na Lei n9 7.309, de 22 de
Nivaldo Machado_-- Guilherme Palmeira - Carlos sência do .ato_ formal foi substituída, de maneira maior,
abriJ·de 1985). no ato-da Nação_que acompanhou a sofrimento de Tan-
Lyra - Luiz Cavalcante-. Lourival Baptista- Passos
Pórto- Jutahy Magalhães ..... Lomanto Júnjor ~João çredo Neves nos seus dias de luta contra a doença e na
--0 SR. PRESIDENTE (JÇJSé·Fragelli)- O expediente sua morte.
Calmon - José lgnácio Ferreira -Amaral Peixoto - lido vai à pui:Hicação.
Nelson Carneiro -AlfredO Campos -Fernando Hen- Por certo dificilmente se repetirá o ato de um tão gran-
Sobre a mesa, projetas de lei que vão-ser lidos pelo Sr.
rique Cardoso_.:....,.. Sever-o.Gomes- Henrique Santillo- 1~>-Secret.átio. - de número de pessoas acompanhando e participando,
Mauro Borges -·Gastão Maller - José' Fragelli - São lidos os cseguintes nas ruas e pelos meios de _c_o'municação e divulgação, dia
Marcelo Míranda - Saidinha Derzi - Roberto Wy- e.noite, a triste viagem de Tancredo Neves, quando da
PROJETO DE LEI DQ SENADO volta,_ pela última vez, á sua cidade natal: São João dei
pych.- Enéas Faria-- Jaí:S-on- Baireto.:....:. Jorge Bór- ·N< 69, DE 1985 . -
nhausen - Lenoir Vargas- Carlos Chiarelli, ...:.: Alcides Rei. Recebeu Tancredo Neves a manifestação inequívo-
Saldanha - Octávio Cardoso. · ca ·de seu povo, maior por certo da que teria em ~ua pos-
Inclui Tancredo de Almeida Neves ~a Galeria dos
se, consagrando-o definjtiv_amente ..
Ex-Presidentes da República.
Nãó poderia, pois, o nome de Tancredo Neves deixar
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli>- A lista de pre- O Con!?reS$o Nacional ~ecreta: de figurar na Galeria d~s Ex-Presidentes da República,
sença acusa o comparecimento de 56 Srs. "Senadores. Ha- para desse modO perinailecer, também dentro dessa ca-
·Vendo número regimental, declaro, aberta <1: sessão. A,rt. J<:> O Presidente da ~egública Tancredo cje Al- r.::tterística format, na História do· nosso Pa,ís,
Sob a proÚ~ção de Deus, iniciamos nossos trabalhos. rO.elda Neves, eleito e não empoSsado por motivo de seu O Legislativo estará, assim, em nosso entender repre-
O Sr. !~>-Secretário irá proceder à leitura do expedien- falecimento, passa a figurar na Galeria dos Ex- sentando o desejo da Nação ao aprovar a medida agora
te. Presidente da República Federativa do Brasil. proposta.
----- '~---

0800 Sexta-feira 26 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abril de 1985

Sala das $essôes, 25 de abril de 1985.- Amaral Peixe- Art. 3~' Revogam-se as disposições em co.p.trário. Tancredo de Almeida Neves, incorporando todo o
to. jdeário democrático do Brasil, imolou-se para ver vingar
(Às Comissões de Constituição e Jujliça e de Edu- Justificação o anseio maior de sua gente.
ca cão e Cultura.) -, · . Ele, como Tirade.ntes, mãrtir da Independência Pátria,
Trata a presente proposição de, quanto à forma, abrir
PROJETO DE LEI DO SENADO enca~nou, em sua pessoa, o espírito da Nova República
espaço na Seção n; do Capítulo I, da Lei n~' 7.183, de 5
Nt' 70, DE 1985 · que conseguiu a ir'lli-!;iiada~ ullanirriidade dos brasileiros,
de abril de 1984, para nela. introduzir dispositivos que
em torno da renovação moral, administrativa e política
· tratem da fixação de critérios de preferência para a ad-
Introduz modificações na Lei 11' 7.183, de 5 de para o povo, para geraÇões passadas e presentes, an~io
missão_ e para a demiss_ão de aeronautas pelas empresas,
abril de 1984, com vistas a estabelecer critérios de de todo o Brasil e foi aiil:da O resporis.âvel- pelo grande
especialmente quando·, ~ratando,-se de demissão, esta de..
preferência na admissio e demissio de aeronautas, pacto nacional.
correr de motivo de ordem económica.
quando esta se tOrnar imperiosa por ·motil'o de ordem Nada mais próprio, portanto, que dar o .seu nome à
Com tal desiderato, cuidamos de 'acFesCentar dois no~
económica. Praça onde se defrontam os Três Poderes da República"
vos artigos, so.b n~'s 91' e 1O, na mencionada Seção, bem
Símbolo da ~econciliação da Nação com o Governo.
O Congresso Nacional decreta: CtimO de reunir as matérias tralB:das nOs atuais arts. 91',
Com esta iniciativâ, pensamos perpetuii- o Iio.me dó
Art. 19 A Seção II, do Capítulo I, da Lein'~7.183, de lO e I I nuin só dispositivo.
homem que faz na História a conciliaçãO naciOnal.
· 5 de abril de I 984, que regula o exercício-da profissão de Pãrece-nos, j>oT outro lado, qUi! a pr~visão destes cri-
Sala das.Séssões. 25 de abril de 1985.- Joio. Lobo.
aeronauta, passa a vigorar -com as seguintes mOçiili- térios na-leí Que disciplina o exercício da profissão de ae-
(Às COmissões 'de Constituição e Justiça, de Edu-
cações: ro-nauta é absolutamente indiSpensável, sobré:tudo por-
çação e Cultura e dp Distrito Federal.)
que se ttata de unia atividade sabidamente sujeita a flu-
"Art. 99 Na admissão de aeronautas pelas em- tuações· decorrentes de motivos de ordem econômica,
presas do ramo terão prioridade, pela ordem: não raro com despedidas em grande número que objeti- O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - Os projetes
I -os que não perceben:t proventos de qualquer vam equilibrar a capacidade financeira das empresas à de lei que vêm de ser lidos, serão publicados e remetidos
instituição previdenciãria; . demanda, às comissões competentes. '
I I - os aposentados não suplementados e os Sala das Sessões, 25 de abril d~ 1985. -·Nelson Car- Sobre(!: mesa, requerimento cuja leitura será fei~a pelo
aposentados _não· complementados, nesta ordem; neiro. Sr. 1~'-Secretáríó.
III- os aposentados suplementados e os apo-
É lido o ·seguinte
sentados complementados, nesta ordem; e LEGISLAÇÃO CITADA
IV- os que percebem, como ciVis aPOsentados LEI N• 7.183, REQUERIMENTO No 84, DE 1985
ou· militares reformadOs da reserVa remunerada, DE 5 DE ABRIL DÉ 1984 Senhor Presidente: ·
. proventos de. outros sistemas previdei:tciârios que . Requer~mos a V. Ex', nos termos dos artigos 241 e244
não o INPS. Regula o exercício da pror~o de aeronaU:ta, e dá do Regimento Interno, sejam prestadas à memória do
Art. 10. As demissões decorrentes de redução outras providências. Presidente Tancredo Nevés, as seguintes homenagCm.s::
de força de trabalho provocada por motivo de or- o • • • • o • • •, • • • • • o • • ~ ••• o ••••••••• o •••• o • o •••••••••
1. Inserção em. Ata de um voto de profundo pesar;
dem ec_o-nômica:-ou ae:quaJijiier outra natureza, ex- Art. 9~' Uma tripulação poderá ser: mínima, sim- 2. apresentação de condolências à Dona Risoleta
ceto justa causa, ~tingirão, pela ordem: . ples; composta e de r~ezamento. . Neves, extensivas,aos demais membros da família, ao
I - o aeronauta que.manifest~r. sem perda de Art. 10. Tripulação mínima é a determinada na for" Governador- Hélio _Garcia, de MinaS Gerais, ao Presi-
seus direitos, ~nteresse em deixar o emprego, sendo 'má da certifiêação de tipo de aeronave â constantê do e dente Nacional do PMDB, Deputadt> Ulisses Guima.:
o custo aceitável pelo empregador; - seu manu-al de_ operação, homologada pelo órgão com- rães, ao Prefeito e ao Presidente da Câmara ~unicipal
I I - os que já forem beneficiários Oe 'pfoveiltos petente do Mh1stério· da Aeronáutica, sendo permitid-a de São JoãO Dei Rei;
de inatividade não Provenientes do INPS; sua Utilização em vôos: locais de instrução, de experiên- 3. observação de 1 (um) minuto de· silêncio, em me..
III- os apo~ntados complementados ou suple.. cia, de vistoria e de traslado. mória do Presidente Tancred·o Neves, após usarem da
mentados, nesta ordem, proveniente de qualquer Art. II. Tripulação simples é a ·constituída basica- . , palavra todos os oradores;
orígeln, observada a 6rdem inversa de antigUidade; mente de uma tripulação mínima acrescida, quando for , 4. fixação de data, de comum acordo com a Câmara
IV- os aposentáveis cOm Complemeiitação ou o caso,. dos tiipulantes necessários ,à realização do vóo. dos Deputados e a família, para realização de sessão so-
suplementação, na órdem inversa de antiguidade; Art. 12.- Tripulação composta é a constituída basi- lene .do Congresso Nacional em sua homenagem.
V-- os aposentados não suplernentados e os camente de uma tripulação simPles, acrescida de um pi- Sala das Sessões. 25 de abril de 1985.- Humberto l.AJ-
aposentados q.ão complementados, na ordem iil.v_er- · loto q-ualificado a nível de piloto em comaiido, um mecâ- cena (Líder do PMDB) - Carlos Cb:iarelli (Lfder do
sa de antigUidade; . nico de vôo, quando o equipâm_ento .!Jssim _o e~igir, e o PFL) - Murilo Badar6 (Lider do PDS) - Roberto s.,
VI- os que estiverem em processo de admissão mínimo de:~% (vinte e clli.co por cento) do .número de tumino (Líder do PDT) - Nel59n Carneiro (Líder do
ou em estágio inicial; e comissáríos. PTB) - Fernando Henrique Cardoso.
VII - os de menor antigUidade no emprego. Parágrafo único, Aos tripulantes acrescidos à tripu-
Art. 11. Uma tripulação poderá ser: mínima. lação simples:serão asseguradas, pelo empregador, pol- O SR. PRESIDENTE (José Fiage~li)- Este Requeri-
simples, composta e de revezamento, assim entendi- trci_nas reclináveis. mento depende de .v~t_ação,_ em cujo encaminhamen.to
das~ · · · ~- poderão fazer uso da palavra os Srs. Senadores que o de-
1- tripulação míniriJa, a deterMinada na forma (Às Comissões de ConstituiÇão e Justiça- e de--Le- sejarem.
da certifiCação de tipo·di:. ~eronave e a 'constante do gislação Social.) · Concedo a palavra ao nobre Líder do PMDB; Sena·
seu manual de operação, homologada pelo órgão dor Humberto Lucena.
.competeôte- do MinistériO- da A-eronáutica, sendo -PROJETO DE LEI DO SENADO
permitida sua utiliZação em· vôos: locais de ins-
N• 71, DE 1985 O SR. HUMBERTO-WCENA PRONUNCIA
trução, de experiência, de vistoria e de traslado; DISCURSO QUE, ENTREGUE À REVISÃO DO
Dispõe sobre a denominação de "Presidente Tu- ORADOR; SERÁ PUBLICA.DQ POSTERIOR-
11 - tripu1ação simples, constituída basicamente credo Neves" à ahlal Praça dos Três Podêres, em
de uma tripulação mínima acrescida, qu.ando for o MENTE.
Brasília,' DF.
caso, dos tripulantes neces~rios à realização do _ O Cc:>ngz;~so Nacionil decret~: O'SR- PRESIDENTE .(Jos~ Fragelli)- Concedo a
vóo; Art. li' Passa a denominar-se, Praça,, "Presidente palavra ao nobre Líder do PTB, o eminente Senador
III- tripulação composta, a constituída basica- Tancredo Neves" o lOgradouro póblico de Brasília, Nelson Carneiro. ·
mente de uma trípulação simples, acrescida de um atualmente nomeado Praça dos Três Poderes.
Piloto qualificado a níve~ de piloto em >Comando, um Art. 2-l Esta lei entra em vigor na data de- sua publi-
OSR.. NEi:SõN .CARNEIRO (PTB ::_ RJ." Coma".
mecânico de vôo, quando o equipa~en.t~- ~ssim o Líder, para encaminhar a yotação. Seni revisão do Ora-
cação-.
exigir, e o mínimo de VíOfe--e ciriCo Pof cento- (2~%) Ait. 31' Revogam~c às ·disposi~ em ~ntrãP-o.
- dor.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores:
do número de comissários. Agiadeço a V. Ex' _que me concede o privilégio da ída-
Art. 12. Aos tripulantes acrescidos à tripulaÇão Justificaçio de, Inicialmente, e com a conéordânci.a dos ilustres Líde-
simples serão asseguradas, pelo empregador, poltro- res, pretenOia fazer-um aditamento a'o requerimento que
nas reclináveis. A Capital Brasileira, Brasíl-ia, jovem aindà aos 25 acaba de ser lido e que tem a minha assinatura, para que
a,nos, "natural será que perpetue a memória de ilustres essa manifestação de pesar fosse também estendida ao ·
personalid!'ldes que marcaram sua vida e, principalmen- Prefeito. e à Câmara Municipal de S~o João Dei Ítey,
Art. 2,. Esta lei entr~rá cm vigor na data de sua te,_ o País e muito mais o espírito demociático'do povo numa llomenagem ·a quem viveu naquela terra. honrou·
~~blicação. · b!asileiro. aquela terra e dela não se desprendeu atê o último mo-
Abril de ·1985 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL(Seçiio li) Sexta-feira 26 0801

menta. Se os eminentes subscritores do requerimento esK Liberdade ou nas sinuosas ruelas de São João colonhÚ, Entregue a Deus pelo seu Santo, São Francisco,
tiverem de :icordo, peço a V. Ex'- que juntamente cOm o pode p~estar de maneira tão simples e tão tocant:e. você vai inspirar a salvação do Brasil.
requerimento, inclua esse aden.do que traduz a fidelidad~ . Agora, depois que o toque de silêncio já soou aos nos- Morreu Tancredo Neves.
dos sanjoanenses à terra onde nasceu, onde viveu, onde sos ouvidos, 'aqui itos reu~ímos para dizer, em nome do. Contudo, a ressurreição de sua voz conclama os
formou seu espíritO, onde constituiu JamHia, onde, afiK nosso Partido da Frente Liberal, que teve nele o grande brasileiros: Viva a Liberdade, Viva a Oemocraci~,
nal, foi buscar o último repo'uso. propOnente da 3:1iátlç-a deinocrática e que foi, sem-dúvi-- Viva a República! - Ulysses Guimarães.
Sr. Presidente, creio que o Congresso Nacional desti- da, o inspirador desse movimento de rebeldia pa_cífica
nará uma 'sessão especial à memória de Tancredo_ Neves. rumo aos novos tempos, que Tancredo Neves foi, indis- Era o que tinhi a dizer.
E nesse momento acredito que a·can·gresso-NaclOnal, cutivelmente, Osímbolo e ~ sÍntese do Brasil destes 'tem~
O ~R. PRESIDENTE (José Fragelli)- Concedo a pa-
pelO;ts suas vozes mais expressivas, traduzirá o pensamen- pos; mais do qu.e isso, e inquestionavelmente, o símbolo,
lavra ao nobre Senador Jorge Kalume.
to da Nação. a síntese e a esperança do Brasil dos tempos que hão de
O nobre Senador Humber~o Lucena, ao falar em vir. O SR. JORGE KALUME (PDS - AC: ·Pronuncia o
nome do seu Partido, .estou certo, falou em nome de to- Confiamos e'm que o Presidente José Sarney, fiel ao seguinte discurso. Sem revisão do ora-dor.)M Sr. Presiden»
dos nós .. Quero apenas dizer -que, ontem, entre as váiiaS compromisso com a Nação, escudeiro atuante, discreto e te e Srs. Senadores:
fai;Xa-s Que inarcavam, na Cidade de SãO João del~Rej, a eficiente...das idéias.. de Trancredo Neves, ha,verá de Agora, mais do que nunca, o ditado ou o, pensamento
tristeza nacional pelo desaparecimento de Tailcredo Ne-. viabilizã-las com a sua c.ompetêtícia, a sua idoneidade e a de que há hom~s na face da Terra que não desaparecem
ves, meu velho e querido amigo de tantos anos, campa~ sua lucidez. de todo, mas permanecem, d~pois da morte, com a ca-
nheiro de embates, durante largo pefíodo de nossas Vi- E sç Deus quiser, Sr. Presidente, aquilo que animou beça de fora, vendo gerações e o tempo pas_sarem.
das, queria dizer que uma faixa, uin<J. entre toilas, simbo~ Tancredo _Neves - liberdade, democracia, conciliação, Aí se insere este eminente patrício que se chamou J'anM
lizava o pensamento de Tancredo Neves; era uma·faix_a justiçasõCiãr- qUe estimula iosé.Sarney, que ê o alicer~ credo Neves. Deu's~a vida à Pátria e pareia morreu. Daí
do PMDB de São João del»Rei, e dizia 3.penas o seguin~ ce_ da nõVa democracia, enfim, nós, em l).omenagem a a nossa presença na tribuna, em nome do PQS, para !lOS
te: ''Tancredo Neves: Paz e Conciliação." Esta é a pala~ Tancredo._ hav_eremos de faze:r, de tudo isso, que são es~ associar a estas homenagens à sua memória que, neste
vra qr.ie quero aqui reproduzir em homenagem à me~ peranças, grandes realidades, e tirar dessas_ realidades_- momento,· está sendo pranteada por todos nós.
mória de Tancredo Neves. como dizia Eduardo Gauthier novas_ esperanças, para Conh-eci Tancredo Neves, foi meu Líder desde quando
que possamos ser: dignos da herança cíviCa qUe ele nos le- tivemos a honra de representar o Estado do Ac[:e na Câ-
gou. mara Federal. Homem prudente, pacalo, de cuja lição
O SR. PRESIDENTE (José FrageUi) - Concedo a
palavra ao nobre Senador Carlos Chiarem, para encami- bebi cQrilo exemplo, inclusive para a niiri.ha vida política.
nhar a votação. como Lider. Probo, Jeã.J, coerente nas suas afirmaÇões, sempre esteve
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli)- Cencedo a pa- vo.Itado para a grandeza das instituições e, por que não
O SR. CARLOS CHIARELLI PFL - RS .. Como lavra ao nobre Senador Gastão MCiller, 'para encaminhar dizer, da P<itria no seu todo.
a votação. · Lamentamos o seu desaparecimento, mas o que fazer,
Líder, p~ra encaminhar a votação. Sem revisão do ora-
dor.)- Sr. Presidente, SrS.-Senado'res:. se é dificil penetrar nos designas de Deus? Nasceu para
Certamente, nos termos do requerimento apresentado seryir, veio ao' mundo para amar, e a melhor. prova fol ·
O SR. GASTÃO MüLLER (PMDB- MT. Pronun-
por todas as Lideranças desta Casa, e que tivemos a hon- cía o seguinte discurso. Pam e~caminhar a votação.)- Sr. essa manifest.il.ção de apreço do Brasil int~irq, que se vol-
ra de também subscrever, o parlamento brasileiro em t~?U _para a sua ·rrgura -inerte. Foi a gratidão da Pátria a
Presidente, Srs. Senadores:
data oportuna, brevemente, e com toda a pompa quere- Lá no nosso Mato Grosso, Senador José Fragelli, há o
quem tudo deu por ela, a quem viveu para ela e por ela.
quer~m o ato e o homenag·eado, haverá de prestar as Muito obrigado.
ditado popular de que, quandO uma pessoa de certa cate-
suas reverências formais à figura do nosso'querido Presi~ goria, que representa a·s aspir3ções do poVo da teri-a, do
-dente Tai-IcredQ_Neves. - município, çiesaparece, não rilcirieu, mas fiCo1,1.. "encanta- OS~. PRESiDENTE (José_Fragelli) ~Concedo a pa-
Mas, nesta reabertura da vida p.arlamen'tar, depois da". _No caso nacional de _Tancredo Neves, poderíaffio"S lavra ao nobre Uder Senador Fernando Henrique Car-
desse mome;nto trâgico por que pass~os, dessa _êpica q_~er que não morreu; transformou-se num· encantado. E dosÕ, -para encaminhar a votação.
História erh que vimos a conduçã_o até a derradeira mo- _para a Nação brasileira, por longos anos, por gerações,
rada, desse verdadeiro "EI Cid'', que mesmo ""depois de Tancredo ~eves, a meu v~r, representarão sfmbolo da O SR. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
morto continuou comandando, de forma legendária, as esperança, da c:oricitiação, do amor ao próximo e da paz. (P.MDB- SP. Como Líder, para.enc3minhar á votação.
suas tropas pacíficas e conciliadoras, não poderia o Se- - --Quero, Sr. Presidente, ler, para que conste" dOs Anais Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente e Srs. Seriado-
nado da República, que aqui tf:ve,' em Tancredo Neves, e desta Casa, a pequena nota oficíaJ do eminente Presiden- res:
·pouco tempo faz, uma das suas vozes mais expressivas e _ te do PM.DB e Presidente da' Câmara dos Deputados, Eu também quero juntar a minha voz à dos demais
um dos seus expoentes mais ilustres, a ser nosso m~stre, que na madrUgada do 4ia 22 leu compungido, perante Líderes que ~e precederam, nesta homenagem·ao Presi~
que víamos nele o grande desbravador de caminhos, Ílàl jornalistas e parlamentares, cOmunicação oficial do fale- dente Tancredo Neves . .Talvez já tudo tenha sido dito a
poderia o Senado da Repúblíca iniciar esta nova etapa cimentt;? dc-Tancredo I-;Jeves. Diz a notã de-UlysSes-Gui~ respeito do homem t! do político. E mais do que foi dito
da atividade sem ·parar para refletir,.sem meditar para marães; pot-. nós, todos presenciamos nos últimos dias, por essas·
reconhecer e sem erguer mais uma vez o seu pensamento ruas imensas do-adeus- que no meU caso começaram e~
a Deus pan~ prestar a mais sentida, a mais sincera, ainda . "Morreu Tancredo Neves. São_Paulo na ~a.. noite do seu falecimento até esta
que a mais simples, de tantas homenagens quantas têm Morreu o amigo. madrugada- 'o Brasil inteir_o:jov!1ns, homens, mulheres,
sido prestadas à memória de Trancrcdo Neves. Mais do que avô, marido, pai, morreu o amigo trabalhadores, gente humilde, a sociedade coesa . O Pre- ..
Este homem, de quem já disse o nossoilusfre Líder-do da família. sídente do Senado é testemunha direto- porque estive-
PMDB, Humberto Lucena, a quein jâ se referiu o nosso Mo-rreu ·a amigo que era irmão doS amigos. mos junto's no cortejo nesta cidade de Brasília - do que
grande lidere ey.emplo d.e parlamentar Nelson Carneiro, Acima de tudo, morreu o grande e apaixonado signi'ficou para este p·õvo -e para nós o pUssamento de
foi o conciliador. a convergência das divergências transi~ - amigo do Brasil_. A biografia- de Taf!credo Neves é Tancredo. ·
tórias e episódicas, o traço-de-_união da vida brasileira comovente e edificante história de amor pelo Brasil. Foram inúmeras as ~·eZes- que populares se aproxima-
desses últimos tempos, a ponte entre a insensatez e a es- Logo agora, quandO o povo tanto neceSsifa de ram de nós, foram váriaS as vezes que vimos - rato, tal~
perança: esse homem, fato e verdade. é ago_ra a l~enda, · amigos corajosos, leais e talentoSos, perde o maior vez, in-édito" na_Hts.tória_da.República - o ca.rro do SenaM
o emblema e a nossa estrelaMguia._ 'deles _e o lider de todos eles, aclamado pelas praças, do ser ovacionado por populares, por ser do Senado,
Arquiteto d:.~ Nova República, quis a fatalidade do - ungido pelas ruas, carregadO triunfalmente· por-mul- -porque sabiam que:o Seiiãâo, hoje, nesta Nova Repúbli-
destino que ele não possa ser o engenheiro da obra que tidões. ca, e antes d_ela, desde a presença dos homeós que luta- -
projetou. Seguramente,_ a sociedade bràsileira, em seu Adeus, Tancredo. ram pela democratização, se tornou, como a Câmara,
nome, solidária com ele, solidáría com o seu próprio des-- Sem você, embora esmagados pela dor e pela se- em símbolo da luta de Tancredo. _Eles_ nos diziam com
tino e com o encontro .consigo mésmo, hayerá de ler, na paração, ficarfloS.mais fortes e decididos, na compa- simplicidade: "não deixem cair_a peteca", ·~otherri, cui-
cartilha qu'e Trancredo Ne.ves escreveu, para chegar a nhia de sua memória· e de seu exemplo. dado, não vão parai' a luta"! Diziam até f~ases mais ex.-
ess.e objetivo maior de paz, de concórdia, de desenvolvi- A_ fatalidade decretou que o eleito não gov_ern~s­ pressivas;_"Tancredo é nosso rei"~ coisa que num povo
mento e de justiça Socíal. Amãriie da liberdade! 1:: põr se seu povo. como o noSso, qu~ n'ão tem tradição alguma nesse senti-
isso que aqui est?mos, para render-.lhe homenagens, que Mas Voçê não nos abandonou. A homenagem do, sim baliza apenas que Tancredo transcendeu o coti-
tantas ocorreram, mas nenhuma delas poderá, por maís sincera e conseq-uente dos que o choram ser~ impe- diano, que Tancredo deixou de ser apenas o político que
pomposa_que se faça, ser tão valiosa, tão signifícativa, . dii'- qualquer rci:úo na caminhada pelas instituições virou Presidente da República, que deixou de ser apenas
tão abrangente, quanto aquelas que o povo,:nas ruas de livres, que se consolidarão atravi!s da Assembléia o Líder da Frente Democrática, da Aliança Democráti~
São Paulo, na Esplanada dos Ministérios, na Palác.:ío da . Nacional Constituinte. ca. que _deixou de s.er o homem do PMDB, para encar-
0802 Sexta-feira 26 DIÁRIO DO CONGRESSO NÀCIONAL (Seção 11) Abril de 1985

nar, realmente, a esperança do Brasil. A Perda é i~repa-· o candidato que marchava para o sacrificio me impe: tã.s vezes, ouvi de Sua Exf:lênCia o President~ João Fi- -
rável e insubstituível. Quando morre um Líder c_omo diam de conferir-lhe mais um_a expressão de solidaried~­ gueiredo pal~vras, referências as maís carinhosas -à figu-
Tancredo, o máximo que podemos fazer, cõino -diSse- -de na sua ?-SCens~o à PresidêQcia da República, mas, ra d9 político que foi Tanered0·Neves, então Governa-
Ulysses Guimarães, ontem à [\cite; em setl diséursô, às guar_~ei sempre dele_ e com.ele a melhor admiração, o . do_r_de Minas Gerais, numa luta política para vencer o
Lideranças, as chefias que sobreviveram a-ele, o máximo maior apreço por aquele homem que conheci nos dias tu- candidat'? do Partido do Presidente João Baptista de Fi-
que podemos fazer é nos mántermos únidos~ pensatldo multua'dos da posse do Sr. João Goulart; quando ele era· gueiredo, mas sempre ouvi as palavras de respeito àquela
no Brasil e, quem sabe, seguir aquela trilha que Tancre- convocado, do ostracismo em Minas Gerais,. para orga- oposição e à maneira como Tancredo- Neves conduzia a
do, não só pelas suas palavras ou pela sua açào, nesses ni:lar o primeiro gabinete parlamentar no 'Brasil. Eu Ovi sua _campanha para chegar à Presidência da República.
cinqUenta anos, marcou para todos.nós, a trilha da tole- ·Sr. Presidente, nesta Casa, homem de talento e de vivaci- Creio que .seria grande falta minha se não deixasse re-
rância, a trilha do díál_ogo_, mas'também aquilo qUe era dade, procurando naquele instante conciliar uma crise gistrado nos Anais do Senado aquela posição de João Fí-
próprio de TancrCdC:i, O boinem, qui sem incomodar, em formação, em edosão na política brasi_leira, que, sem gueiredo ao homem que foi Tancredo Neves. Esse respei-
sem causar dissabor a quem quer que fosse, era capaz de dÚ.vida al_&~.qna, com a sua presença, com a sua forma to, embora adversários políticos, era o de todos aqueles
dizer_ sim e dizer não. - mediadora, conseguiu encaminhar-nos Por aqueles dias 'que faziam o Ministério e com quem.eu convivia mais in.:- ·
Nete não falecia a energia de que tanto c~recemos para tul.mutuad'os até o plebiscitd pelo Presidencialismo. tensamente.
pqder f<~zer a transform~çào de que o Brasil necessita. A Acho, Sr. Presidente, que Tancredo Neves_ __vai se in- Quero, portanto, ao manifestar o profundo Pesar que
ternura que existia em Tancredo não encobria nenhuma corporar à História brasileira. me envolve e que en:volve toda a Nação, deixar registra-
fraqueza; era apenas uma maneira de tornar mais doce, O meu partido hoje, através de um projeto d~ seu Pre- do o respeito pela ftgura humana e política do homem
mais suave, mais meiga, talvez, a sua convivência sem sidente, já o inclui_ na galeria ~os Presidentes da Repúbli- .público que foi Tancredo Neves.
que daí derivUsse qualquer afastamento do camíilho que ca. É {J. primeiro gesto nosso, da Oposição, para mostrár
traçara. _O caminho eStá traçado. a_Oossa so!idariedade e o 'nosso respeito a,essemineirO da O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - Concedo a
Espero, Sr. Presidente, .Srs. "Senadores, posSa-mos, com Serra da Mantiqlleira, homem nascido numa das regiões pala\;ra·-ao nobre Senador José Lins.
as n·ossas limitadas forÇas e todos juntos, sei capazes de de trrinsÍção da própria sociedade mineira- região da
continuar por· esse mesmo· caminho já traçado. O SR. JOS.t UNS (PFL - CE. Para encaminhar a
. mineiração, região Qa cultura, regiào'de transição entre a
Sabe o Senadc•, sab~; a República Q quanto pessoal- votação.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores:
montanha e o mar.
mente sou grato a Tancredo. Sabem todos que, para sur- Eril certos rilomentos sou um emotivo; por isso, Sr.
Creio que Tancredo não traz consigo a formação .dos
presa até minha, ele me fez.seu Líder, posição que decli- Presidente, falarei a meu modo.
homens da mineração de Teófilo Otôni nem também dos
nei esta manhã diarite do Presidente Sarne;', que a reno- Vive agora' entre nós uma ·nova lembrança imortal: a
homens da, Mata, que tiveram em Raul Soares e em João
vou. lembrança Qe um Líd_er que abr_iu as janelas da Pátria
Pinheiro os seUs paradigmas. Para mim,Tancredo' ~eves
Não quero, entretanto, trazer palavras pessoaiS e vou -para q'ue vls1Umbrássem os um futuro melhor.
é o hÜmem que emerge da socied?d·e agrária de Minas
dizer-lhes, - com sinceridade,_ porque, como aconteceu Tancredo Neves morreu, mas morreu como a abelha
Gerais, formadO dentro de uma nova sociedade pré-
na rua- e não fui eu só- posso até chorar de novo. O mo- que fecunda uma geração inteira, com o sacrifício da vi-
industrial e industrial brasileira. E.siginifica, sem dúvida
mento não é para o pranto apenas; o momento é para da.
alguma, aquele tipo de cidadão" comum, não messiânico,
tenno_s também uma palavra de alento porque a morte Ele deixou em cada um de nós a semente fecunda de
não de liderança efetiva e constante_, mas o homem que
de Tancr~do significou, sobretudo, a disseminaç,ão em um·a nova: consciência cívica e de novos anseios coleti-
siginifica ·a. mêdia do pOvo brasileiro, na conduçãO pela
todos nÓs, no BraSil inteiro, da esperança, - . vos. Queiramos·ou não, sentimos todos, Sr. Presidente, a
paz_ c pelo entendimento dos negócios pt!blicos.
Gostaria de terminar dizendo -que eSsa esperança é pressão germinal dessa semen_te que intumesce, fertiliza-
Qu"ero, SR. Presidente, neste instante, representar o
da por uma fatalidade que nunca desejamos.
bem fundada; é esperança' fundada -no exemplo de um pensamentO ~o povo dO meu Est_ado. Não poderia hoje
homem que se imolou· para permitir uma transição de- Da eternidade, ele projeta, agora, a verdadeira persM
..A "Hora do Brasil", quando cÕJislgnasse estas homena-
mocrática; é uma esperança fundada no querer coletivÕ pectiva de sua missão. histórica - a de tranSformador
gens, no encaminhamento_ da votação deste requerimen-·
que, no meu modo de, entender, é a esta altura impossivel dos sonhos de todo um povo numa realidade ao alcance
tq, deixar d.e ter um representante do nossO 'Estado, ciue,
de ser transformada. 'vamos continuar, a deinoáaü- do. nosso bom senso.
com t~da certe~a. chora, por unanimidade, o desapareci-
iaçào seguirá e dela espero que advenha, não apenaS a Voltandb as vistas para os meses momentosos da cam-
mento desse gTande brasileiro.
regulamentação da vida polltica, mas também - quem pinha presidenCial, vejaMo como um pássaro a asvoaçar
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
sabe - mais tarde, nos próximos cortejos que possan:- sobre a árvore da República Velha, arrancando, aqui e
existir na Repúblié<i, nãs manifeStações de massa, não teM · ali, pacientemente, frágeis vergôneas resSequidas, para-
nhamos que ver o que o Senador José Fra8elli e eu vi- O SR. PRESIDENTE (JoSé. Fragelli) - Concedo a construir o ninho de onde todos esperamos que surja,
mos, um povo que parece querer-nos muito, mas que se palavra ao nobre Senador César Cais; para encaminhar a agora, com a graça de uma redenção, outra pomba da es-
distanCia' de riós porcjue 3inda é muíto pobre. Multo votação .. p-erança.
obrigado. Coni a morte de Tancredo, a Nação está abalada. O.
O SR. CltsAR CALS (PDS- CE. Para encaminhar a País, Sr. Presidente, está feridO. Mas ferido como o foi,
votação. Sem revisão do orador.)- Sr. Pre'sidente, Srs. . no âmago de suas entrailhas, na adolescência de nossa
O SR. PRESIDENTE (Jos~ Fragelli) - Concedo a
-Senadores: História, 'por Fernão Dias Paes Leme, be cada chaga
palavra ao nohre St!na'dor Passos P6rto. - . ---
Quefo, neste ritomenio, solid-ariZar-me com ã Nação e, abertJ:t pelo desbravador das selvas, nasceu uma picada,
O SR. PASSOS PôRTO (PbS- SE. Para encami- em partiCular, com esta Casa, pela profunda dor em vir- uma vereda ou uma aldeia colonizadora, marcas indelé-
a
nhar votação. Sem revisão do oradõr.)- Sr. PresidenM tude dO desaparecimento do grande lidei e estadista que
_ foi Tançredo Neves. ·
veis que ficaram na floresta antes desconheCidas, como
te, Srs. Senadores: · testemunho da. conquista do território pátrio~
Creio qUe nada mais se poderia- acrescentar-ao que foi ·Na realidade, poucas palavras teria a acrescentar ao Tancredo Neves morreu como o grande violador dos
di~o. ao longo desses dias funest~ terríveis da sociedade intiiía quejã foi dito, sobr~ a figura ímpai de Tancredo sertões.· Mas como ele, ressurge na História como um
brasileira, sobre o passamento do eminente Presidente Neves, mas, .creío que como ex-Ministro de Estado, do novo bandeirante- conquistador já não de terras, mas_
Tancredo Neves. · · ·açverno do Presidente João Figu~iredo e tendo cOnvivi- dç novos .ideais de humanidade, de solidariedade e de
Os tneios de comunicação eletrônica· transmitiram,· do longas horas, muitas vezes durante aqueles meses em justiça social. _ ·
nesses dias, a palavra de todos os segmentos da socieda- que ele.. Governador qo Estado de Minas Gefail,o e eu Mi- As riquezas com que sonhou já não são apenas gemas
de - falaram os poetas, os artistas, os políticos, o- ho- nistro das··Minas e Energia, nos encotrãvamos em reu- preciosas escolfiidas e arrancadas da: canga d'à. terra mãe.
mem comum da rua; visualizou-se, ao longo das peregri- niões de trabalho; outras vezes, só os dois, percorríamos São esmeraldas mais valiosas dO que as de Fernão Dias·
nações de São Paulo - Brasília - Belo Horizonte - horas para chegar ao interior para visitar uffia mina-, Paes Leme, ilusórias esmeraldas que lhe iluminaram as
São JOão D~l Rey, t3Ivez pela piimeira vá na Histôrfã para fazer uma inauguração, conversávamos sobre o mãos na hora suprema da agonia. ·
Republicana, a -expressão da unariimídade nacional. -' Brasil, conversávamos sobre a política nacional, sobre as São esverd~das, tamb~m. porque são feitas de espe-
Ninguém, ·sr. Presidente; creio, nem mesq1o Getúlio várias propostas que estavam em pauta no CongreSso ranças verdadeiras, tépidas e luminosas, que ele buscou
Vargas; nem mesmo Juscelino, se tivesse desaparecido Naciõfml. Sempre ouvi de S. Ex.e-. palavras do mais alto colher como um brilho mais nobre e mais puro, para Hu- , ·
no poder, teria tido essa conVergência de se~timento e de signific,àdo, do. grande espírito público, da sua modéstia, minar os caminhos do Brasil.
tristeza pelo seu desaparecimento, pelo deSaparecimento do ~eu grande amor JlO. Brasil. . Fernão Dias Paes Leme expandiu as fronteiras territo-
de um homem citado várias vezes ccimo se fosse Moisés, Embo~a fazendo parte do Partido que ia fizer opo- riais dà Pátria. Tancredo expandiu as fronteiras da alma
que conduziu o seu povo até a terra prometida, mas não sição ao seu Governo, e que naturalmente ~tá disposto a . brasileira. ·
pôdC chegar lá. · f~er oposição construtiva, eu não poderia deixar de não Que possamos :nós os-políticos, compreender o sentido
Sr. Presidente, não dei o meu voto ao Sr. TancredO - só- dar meu testemunho do quanto o GovernO do Presi- dessa fatá.lidade histórici que abalou a Nação inteira.
Neves para chegar à Presidência-da República. A minha dente João Figueiredo e_-o próprio Presidente João_ Fi- Que possamos nós, ~nte o novo. evangelho político,
formaçã~, a: minha Origem, os inius ~compromisSos tom gueiredo admiravam a figura de.Tancredo Neves. MUi- . cuja doutrina aí estã, amadurecida na consciência do po-
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Sexta-feira 26 0803

VIJ, mais firme do. que uma rocha, possamos nós ter o sua_imagem em seu estado, logo a sua.sombra se fez gi- contrição. O pov·o, Sr. Presidente, o povo, vértice das
desprendimento de novos apóstolos, em defesa do bem e gantesca e se espraiou por todo o território nacional._. SU<~:S Pt:cocupações, foi também o seu melhor acompa-
da justiça social, consubstanciada na Nova República Tancredo Neves foi um san.to pelo anior, pela fraternida~ nhante, a sua melhor escolta e o seu intérprete mais fiel.
que ele criou e que o povo consagrou....::. quej- queiramos, de, pela justiça com que sempre se houve para cotn seus O Senado 1 agora, se associa a eyta Nação chagada e
quer não, talvez antes que a compreendêssemos. Nossa semelhantes, para com o seu povo. Foi um herói, porque malferida em suas esperanças. O Senado lembra o esta-
missão, portanto, é grave, Sr. Presidente, e espero que soube, renunciando à própria saúde, entregar-se de cor- dista ilustre· que agasalhou por algum tempo e por c::ujo
saibamos cumpri-la, com humildade e com o desprendi~ po e alma à causa brasileii'a, viVendo intensamente o de- hrilho se iluminou; ed faz com o mais profundo respeito,
menta. .licado momento por que passa a História do nosso País, com a mais comovirlaemoção, certo de que !!Stâ, de algu-
Era o que eu tinha a dize~, Sr. _Presidente.(M!J.itO Herói, sem, Sr~ Presidente, Srs. SenadQres, porque ele ma forma, ·contribuindo para que melhores dias possam
bein!) se sabiaenfermo e de todos os seus familiares, dos mais ser novamente aspirados pelo nosso povo.
íntimOs de selis amigos e dos próprios médicos que o as- Mas, Sr. Presidente, a melhor homenagem que se pode
O SR. PRESIDENTE (Passos .Pôrto) ~ Concedo_ a sistiam, esconde_u a própria doença. É fato público e no- prestar, evidentemente, é aquela que se arrasta pelo tem-
palavra ao nobre Senador· Américo de Souza. t6rJo quC~ pouc:is horas antes de ser recolhido a uma sala. po em fora. Não, não há de parar aqui a nossa sentida
de operações, Tancredo, com a elegância que lhe era pe- ·reverência a esse afau.to das liberdades públicas e da de-
O SR. AMtRICO DE SOUZA (PFL - MA. Para çuliar, vestiu-se impecavelmeryte e, de paletó e gravata, mocracia. Tenhamos sempre presente que a mais justa
encaminhar a votação, sem revisão do orador.) -Sr. con1pareceU à saitta missa ·para, iludindo os outros e a si homenagem que podemos prestar a Tancredo Neves é
Presideflte, Srs. Senadores: mesmo, dar a impressão de que estava na plenitude de preservar, custe o que custar, o seu legado! E o seu lega-
Depois que tantos ilustres Srs. Senadores usaram da sua saúde, quando o seu corpo e a sua alma jâ sofriam do, Sr. Presidente. se compõe de um feixe de virtudes
palavra, somente s_e justificaria minha presença na tribu- implacavelmente-, na in~lmidade, a inexorabilidaÇ-e da simples mas eternas; o seu legado se inscreve na coragem
na desta Çasa para fal~r em nome do meu Estado, o Ma- doe_nça que, ao se complicar, o levaria à sepultura. que ·ele dcmon·strou em tantos episódios da vida deste
ranhão. Oe,sejo, Sr. Presidente e Srs. Senadores, que o Sr. Presidente e Srs. SenaOores, eu não P.Odia deixar si- País, como particularmente no episódio da Rua Tonelei-
Maranhão ·se faça presente_ neste coro de homenagens; lenciada minha voz, neste insta'nte em que se presta ho- ros, q1,1e levou ae -suicídio Getúlio Vargas.
que o Maranhão possa dizer como disse todo o Brasil, menagem, ao se encaminhar a votação do requerimento A outra virtude, Sr. Presidente, que marcava o carátcr
que Tancr'edo Neves é o grande Presidente que não go- assinado pelas lideranças, ao ilustre brasileiro Tancredo de Tancredo Neves era a s,ua temperança, o seu comedi-
vernou mas deixou as suas idêia,s delinead~s para que Neves. O _Acre já era proful}d~tl!_ente ligado à vida de mento, à seu .senso- de realismo, que desmonstrou ta~tas
fossem cumpridas pelos que ficaram. Foi o grande arqui- Tancredo N~, pois fora ele, como Primeiro-Mini~tro, e seguidas vezes ao longo da via pllblica como, por exem-
teto, Sr. Presidente, que projetou a NoVa República, mas que assiilara dato que transformou o então território do plo, no episódio do impedimento de João Ooulart quan-
que não pôde ser engenheiro que acompanhasse a sua Acr_e_em Estado autónomo. E, recentemente, em sua me- dq_propós às duas partes -conflitadas a solução mediado~
construção. morá v~! campanha, ao longo dos Estados da Federação, ra do parlamentarismo. ·
Vemo~, na singeleza do lugar onde nos colocamos, que o meu est:.~do, o longiquo o esqueci~o Estado do Acre, As suas virtudes, Sr. Prcs~dente, prosseguem através
a figura de Tancredo Neves se projeta pelo futuro a den- fora um dos últimos a ser visitado por Stia Excelência, da fortaleza: a fortaleza que ele demonstrou no enfrenta-
tro, incapazes que somos de vislumbrar até oode vai a ExcelentíssiniO SeriliOr _PreSídente Tancredo de Altrieida menta da sua própria doença e do seu próprio padeci-
sua claridade. Foi ali que nasceu, rios céus dO' Brasil, a Neves. mento mas, acima de tudo é a Conciliação, o espírito de
gra.nde estrela da nossa bandeira. Tenho a ce;rteza de que Por esta ligação histórica_ e sentimental, os a~reanos conciliação, o traço mais caracteiístico e que haveremos
Tancredo Neves, quando vivo, jamais poderia ter a idéia estão aqui presentes, Sr. Presidente e SI-s. Senadores, de venerar e de preservar. t: desta conciliação que preci-
do quanto representava para esta Nação e para o'seu po- ti través dã. palavra deste simples Senador, para dizer que samos para viver juntos o futuro .que ele sonhou para
vo. Nós, seres humanos, vivemos num mundo finito e sO- nós também estamos de luto naquele distante ocidental ·nós. ·
mos incapazes de ter noção da velocidade do movimento de nosso Brasil~ - -- Sr. Preside'nte, em meu nom~ pessoal e em nome do
de rotação, porque estamos no mesmo campo gravita- Sr. Presidente, são estas as palavras que eu qu~o tra- meu Estado, a Paraíba, trago endOsso a essa propositura
cional da terra. Da mesma nianeira, nós todos, e a todos zer aqui de improviso, relembrando esses fatos desarru- e a palavra de solidarie<ia_de mais profunda, mais frater-
juntamos o próprio Tâncredo, ignorávamoS que eSta madainente para prestar, com o c~ração, a nossa home- na, também à fãmtlia de n~.ncredo Neves.
Nação estava vivendd momentos _novos, buscando, una- nagem a esse ilustre brasileiro. Ontem, jâ ~o ano~tecer,
. nimidade das suas vontades, a forrriação e a eleição de de uma das ruas ao lado da Igreja de São Francisco dç
um grande novo Líder .deste País. . O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - Concedo a
Assis, contemplávamos o horizonte rosicler, o sol já se
E quando vemos_as esperanças do nosso povo volta-· palavra ao nobre Senador Cid Sampaio.
havia escondido por detrás das colinas que enfeitam São
das para o Governo de Tancredo _Neves, ficamos tran- João dei-Rei e, olhando para o céu ainda azul, enfeitado O SR. CID SAMPAIO (PMDB -.PE. Para encã.mi-
quilos porque .sabemos que o seu sucessor, o eminente com os lenços brancos de algumas nuvens que se derra~ nhar a votaçãO, sem revisão do orador.)- Sr. Presiden-
Presidente José Sarney, está preparado para tranformar mavam no chão do firmamento azul celestial de São te, Srs. Senadores:
em realidade as grandes esperanças do povo. _João Dei Rey, tendo_ co-mo que a silnbollzar a esperança Não quis me furtar de falar, também, no encaminha-
Convivendo com Sarney desde a nossa juventude, de novos dias, víamos Táncredo Neves, na intimidade da mento do requerimento em curso.
acompanhei o d.ia-a-dia da sua vida política, de Deputa- igreja, Visitada pOi- todos os habitantes de São João dei-Rei A posição de Tancredo Neves, no Brasil, é ímPar. Esse
do Federal e de Governador d_Q E_stado e, depois, de Se- ~,·as palmeiras com suas folhas flabeladas e que -se hom-em, quando sen'tiu no Brasil crescerem a desespe-
nador da República, e posso dízet' a V. Ex' que o Brasil projetavam verdes no azul do firmamento celestial, rança, o desespero; quando viu o País, perplexo,
tem em seu timão um homem capaz e. adequado para como num últ_imo adeus ás esperanças que Tancredo Ne-. encaminhar-se para o desconhecido, Tancredo Neves se
realizar as idéias de Tancredo __ Neves, que são as espe- ves semeou no coração de todos os brasileiros. propôs a um~ luta desesperada, a uma luta pela paz, pelo
ranças do nosso povo. -- Muito obrigado, Sr ..Presidente. entendimento, para que os brasileiros, juntos, pudessem
A Tancredo Neves, as homenagens do Maranhão, as .
salvar este Pais. Mas nessa luta desesperada que ele se
homenagens dos homens, das mulheres e das crianças, O Sr. Marcondes Gadelhã- Sr. Presidente, peço a pa- propôs mover, ele escolheu uma só vítima; só alquém de-
dos trabalhadores _e d~ juventude do meu Estado e de lavra. ~
veria morrer na luta que o Brasil travava para sobrevi-
mim mesmo. ver.-
Muito obrigado. 0 SR. PRESIDENTE (Passos Põrto) - Conced<;~ a
palavra ao nobre Senador Marcondes Gadelha.- Ta ncredo Neves teve ·consciência do seu estado de saú-
O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto) --:- <::oncedo a de, quando se recusou<! ir para o hospital, contanto que
palavra ao nobre Senador Mário. Maia. O SR. MARCONDES GADELHA (PFL- PB. Para continUasse a lutar atê que, peia posse, firmasse o têrmi-
encaminhar a votação, sem revisão dq orador.)_::-!--- Sr. no de um período que tanto mal fizera ao Brasil; Tancre-
O SR. MÁRIO MAIA (PMDB - AC. Pronuncia o Presidente, Srs. Senadores: _ _ _ ___ do Neves sabia o riscO que c~rria; imolou a própria vida
seguinte discurso. Sem revis11o'_dQ orador.)- Sr. Presi- A melhor homenagem a Tancredo NeVes já foi inScrita corfrcy obJetivo de salvar a vida da democracia e a vida
dente, Srs. Senadores:_ .-"' __ ___ _ . - pelo povo sobre a linha ardente do asfalto. Eram milha- dOSeu próprio País; sacrificando a sua vida, devolveu ao
Jã dizia um_ grande humanista inglêS que a vida é uma . res,_ milhões-à V()lta do esquife, numa lanci'nante mar-at~­ !)Óvô brasileiro a coilfiança, baniu a desesperança e criou
oferenda divina. Para vivê-la, é preciso o entusiasmo dos na de dor pelas ruas---:de São Paulo, de Brasflia, de &Lo_ uma nova perspectiva para o País.
fortes, _dos que não se abatem às vicissitudes dos seus Hori;zonte,_ de São João del~Rei, com os braços erguidos O que é indispensável, agora, é que nós, brasileiros e
próprios erros. -_perdidamente para o Céu como s_e quisessem reter um n6s, parlamentares, nos pon'hamos à altura da posição,
Tanc:redo Neves, aos olhos desta Nação que chora a sonho sem igual que o destino inexoravelmente aluía. em que se colocciu Tancredo Neves, aó imolar. a própria
sua falta, sem dúvida alguma, fOi um forte, Um forte que A palavra mais eloqtiente, Sr. Presidente, também [ai vida para salvar a vida da democracia brasileira,_ e resti-
soube, desde os primórdios de sua vida, entendera signi- - -murmurada pelo povo nas calçadas _do lncor; no adro tuir a·o povo brasileir~ a esperança que havia perdido.
.ficado do amor e_da frat_ernidade universais. Cedo, foi das igrejas; no aconchego dos lares; onde quer que se pu- Estou ce_rto_ de que os brasileiros, a esta altura,. irào se-
participante da vida polftica de sua terra e, projetando a dessem dar as mãos para sublinhar o grave apelo da sua guir a sua trilha •. irão percõ'rrer a rota que Tancredo Ihe;s
0804 Sexta-feira 26 DlÃRlé> t5LiCONGRESSO J\IACIONAL (Se,;llo lll . A.bril de I QS5

apontou. EstoU certo que, unidos, incluSive ao lado do anos da vida pública brasileira, com a qual se confundiu talento inexcedível na condução de homens e de massa;
Presidente da República, que se elegeu ao lado de Tao- a do grande homt!m e eminente adversário, e caro. amigo homem que produziu a grande obra política pela qual
credo, num movimento de confraternização e de união que foi T~r1_Úedo .Neves. tanto aspirava este País, como vestíbulo para as mu- .
que Tancredo pregou, nós outros havemos de_seg.uir a·s Partícipe dos principais acontecimentos políticos, desde danças que virilo certamente; .a grande obra política da
su~ metas, e havemos de, juntos, fazer com que, real- a _re_constitt_lc_ionalizaçào de 45 a estã parte, sempre ele fi- formação de uma coesão social de que o Brasil precisava
mente, nunca mais o povo do Brasil desespere; que, real- gurou em primeira plana com a postura invariável de muito, depois que o povo saiu da coridição .de massa e
mente, possamos co-ntornar os males que tanto nos afii- calm?, serenidade. ' firmeza, coragem e d_e espírito de pllSSOU a falar nas ruas. Sr. Presidente, faltava isso ao
gem. E, esta homenagem que-fazemos a Tancredo.Neves, conciliação. Outros não eram, Serihores esSas, as · ~rasil de hoje; faltava a unificação da sua vontade políti-
o homem que conscientemente.imolau a vida objetivaO.- lembranças qué ontem, em São João del-Rei,- esparta- ca qüe. não se completara tão-só com as lutas pelas
do chegar ao dia mrircada para fazer nascer a democra- . no entre he!otas representávamos o PDS- assaltavam 3. eleições diretas neste País, que não se completara tão~só
cia no Brasil, esta homenagem há de marcar os brasilei- nós, seu quase cons~ante anw.gonista pela vída.afora, no pela quase eleição direta que simbolizou a elejçào do
e
ros estou certo de que' as gerações futuras, um dia, di- mei da apoteótica, consagradora despedida que o País, grande e inesquecível presidente Tancredo Neves para a
rão; ··precisou a vida-de Uin gr.lnde hoinein nO-Brasil, em prosseguimento às de São Paulo,· Brasjlia e B_elo Ho- Presidência da República; faltava ainda alguma coisa, e
voluntariamente im.Olada para- SaLvar este País pà.ra -qUe, rizonte, tributou a este homém que 'grande na vida, sem foi exatam~nte na caminhada pelas ruas, presenciada
realmente, os brasileiros acordassem e, unidos, procuras- dúvida o foi maior no martírio que culminou com o seu por todo o restante do Brasil, nas ruas de Sã.o Paulo, nas
sem um caminho que pudesse conduzir o Pais a outros desap<Jrecimento deste mundo, mas não no coração de ruas de Brasília, onde ele subiu como Presidente, carre-
· destinos. todos os brasileiros. gado, a rampa do Palácio do Planalto, nas ruas de Minas
Esta homenagem o Brasil há de prestar a Tancredo A sua luta pela sobrevi vencia é o estímulo maior que Gerais,· nás ruas de Süo JOão dei-Rei, este povo traduziu
Neves e é a maior homenagem que Tancredo exige dos tem eS:te P<lís, pari! prosseguir na p-ugna êm busca de aua de modo veemente e enfárico que+ e.fetivamente, está
brusileiros pela imolação da sua própria vida.· ufirmaçlio como nação livre, independente e soberana; composto, pr~pafado pam as transformações que este
"resistindo e morrendo, morrendo .e resistindo". na VÇIZ País vai viver.
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - Concedo a do poeta cearcnse. Sr. Presidente, rememorando a frase que muito me
palavra ao nobre Senado~ Sevt:ró Gomes. Era o que tínhamos a dizei-, em apoiando a Proposição marcou~ na faixa a que me referi no <.:omeço deste pro-
em apreço, Sr. Presidente. nunciamento, "vai com Deus, Tãncredo, ·mas o i::éu bCrii
O SR. SEVERO-GOMESTPMDB- SP. Para enca- que podia esperàr". Eu creio que poderia esperar, mas
minh?r a votação.) - Sr. Presidente, Srs. Sens:dores: O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - Conced9 a
palavr~ao nobre Senador José Ignácio Ferreira. como não ·me-cabe sondar os desígnios divinos, coin eles
Na oração fúnebre que fez André MaraUx a Jean eu me conformo, mas certamente, apesar. deles,
Moulin, diante de seus de~spojos, lembrou qué ci hetói O SR. JOSt JGNÁCJO FERREIRA (PMDB- ES. convenç·o-tne que este País, com esse facho de luz que-
da Resistência Francesa, morto pelos nazistas em Lion, Para encaminhar o requerimento. Sem revisão do· ora- Tancrcdo Neves lançou sobre seu futuro, haverá de pro-
nos seus últimos dias, sangrado e quebrado pelos tortu- dor.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores: duzir, pela' via da unificução da vontade, política do seu
radores, tinha sido a própria iffiagem da FranÇa. O Espírito Santo não poderia deixar de levantar a sua povo; as transformàções de que ele tanto necessita.
No final do marürio de Tancrcdo Neves, de um sofri- Muito ·o~rigado, Si-. Presidente.
voz nesta tarde no Senado da República, eildossando a
mento que não podemo~ enxergar, nem com os olhos da
pretensão dos requerentes, traduzida no requerimento
mais peryersa imaginação, tantas vezes operado retalha.. que se 'acha _em discussão.
do, no tempo de dar o último passo de sua longa vida O SR. PRESIDENTE (José Frage!ID - Concedo a
Lembro-me, ao longo dessas manifestações que se se- pulavra ao nobre Senador Milton Cabral, para encami-
pÚblica, ele foi a prõpria iffiagem. do povo bri:i:sileiro.-·-
guiram desde o Instituto do Coraçã,a, em São Paulo, em nhar a votação:
Assim foi também com Teotônio Vilela. Os dois líde-
Brasília, em Belo Horizonte e em São João dei-Rei, de
t'es que chegaram mais. perto do povo, e que mais espe-
uma· frase contida em uma faixa que entre tantas outras O SR. MILTON CABRAL PRONUNCIA DIS-
ranças despertaram, foram terrivelmente feridos.
se singularizo!.! para mim e mais me impressionou. Dizia CURSO QUE. ENTREGRE À REVISÃO DO
Tailcredo tqrturado na UTI, e impotente para iniciar a
a aludida faixa: "Vai com Deus, Tancr"edo, mas 'o céu · ORADOR. SERÁ PUBUCADO POSTER!OR-
luta prometida cohtra a sórdid~ ignomínia, de conviver-
bem que podia esperar." ME;NTE:
mos na Terra da Promissão, com a .fome, a doença, o de-
Si. ·p(CS-idenie e Srs. Senadores;-_.nàÓ há dúvida de que
semprego e, com a humilhação nacional, que se renova a
cada novo acordo com a banca intefnacional, 'que inven~
os-desígnios divinos, insondáveis cOmo os sãó, determi-
nam em todos nós a inexorabilidade da sua .aceitação O SR. PRESiDE~TE (José Fr~gelli) - Concedo a
tau o FMI para disfarçar a sua cupidez. eres
Corri O- Sâ.O -mesffios. Fica em nós a .CerteZa- de que- palavru ao nobre Senador João Lobo.
.O povo se identificou com o sofrimento de Tancredo.--
rhuito_ ainda restava por fazer ao extinto Presidente Tan-
Ninguém se esquecerá dest'es dias. As boCas que rezaraln credo Neves; ele que arrancou aquelas mesmas multi-
à frente do Instituto do Coração, foram as bocas desden- O SR. JOÃO LOBO (PFL- PI. Pronuncia o seguin-
dões que vieram para as ruas em São Paulo, Brasília,
tadas do Brasil. te disc_urso. Sc;:m revisão do orador.) - Sr. Presidente,
Belo Horizonte. e em São JOão del-Rei; arrancou as Srs. Senadores:
Os milhões que fofam ás ruas, os paulistas iitrás do multidões que não puderam vê-lo, diretamente, no seu
ca,rro fúnebre, correram quilômetros pelas avenidas e No momento em que me solidarizo com o requerimen-
féretro e, sim, através dos meios de comunicação, aqu_e..
jardim., como' se quisessem alCançar o próprio sonho, ou to, quero apreseritara.justificativa que me levou a apre-·
14$ multidões que, num passado bem receilte, eram plas-
inventar no avanço, o ·seu futuro. sentar um projeto de lei na sessão de hoje, dando o nome
.s~fe não'erãni póvo, àquelas multidões, que. num passado
Nunca passou pela cabeça ardente de Tancredo Ne- do Presidente Tancredo NeVes à atual Praça dos Três
bem 'recente, 'quedavam-se numa verdadeira asfixia, so-
ves, que um dià, iría- ser reverenciado pelos brasileiros Poderes.
pitaD;do na garganta os gritos e as manifestações de de-
num.paroxismo, que ultrapassaria o maior drama políti- . Tancredo de Almeida Neves, incorporando todo o
núncia e de aplauso ÇJue elas, em absoluto, podiam fazer
co de nosso passado, a morte de Vargas. O cstadis~a que ideário democrático do Brasil; imolou-se para ver vingar
, nos tem pus do autoritarismo de passado receme. Ele que
Tancredo teve como modelo e exemplo. o anseio maior de sua gente. Ele, Como Tiradentes, Már-
arrUncou Cssas Ínultidões de um -estágio assim e as trou-
Essé processo que passa por Teotônió Vilela e atinge o tir da IndependéOcia Pátiia, encarnou em sua pessoa o
xe para as ruas. Buliçosas antes,. trepidando sempre,
. climax em Tancredo, é a história de um povo martiriza- espírito da Nov,a República, que conseguiu a inusitada
vibrando sempre, antes nos com.ícios que ensejaram a
do, que identifica os seus intérpretes e vai se intoxícandQ, unariimidade dos brasileiros em torno da renovação mo-
formaçãO de verdadeiras caudais, engrossando rios hu-
com os benditos venenos, da esperança e da coragem. ral, administrativa e polÍtica para o povo, para as ge-
manos que desembocaram nas praças públicas, essas
Essa' é a questão de hoje e do 'r_uturo, e, com i~so, o rações passadas e presentes, anseio de todo o Brasil. Foi,
m~ltidões naqueles tempos, buliçosas, aplaudindo,
meu apoio ao requerimento. ainda, o responsável pelo grande pacto nacional. Nada
Vibrando nas praças públicas; depois, ainda as multidões
Quundo o corro· de Tancredo Neves entrou no' espaço mais próprio, portanto, que dar o seu nome ã praça onde
que, no passado, estãvam. asfixiadas, vieram agora
poHtico do P8.\á~io do Planalto, ouviu-se uma insólida e acompanhá-lo no tfajeto com destino a sua última mora-
se defrontam os t-rês Poderes da República, símbolo da
demorada salv.a de palmas. Não parecia uma cerimônía reconcil'iação da Nação com o Góverno. Com esta ini-
da.
fúnebre, mas a festa da Ressurreição, de Tancreéio e do ciativa, pensamos perpertuar o nome do homem que faz,
Sr. Presidente, Tancredo Neves foi um desses homens
Brasil. ··na 1tistória:, a conciliação nacional.
que misturaram aquilo que uns têm e outr9s não têm.
Sr_ Presidente, apresentei hoje este projeto de lei e~­
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) -· Conceqo a H"Omem Que foi um misto de reflexão e de açào; homem
pero e confio que ele terá de todos os Srs. Senadores a
palavra ao nobre· Senador Virgílio Távora. ·que [ói um misto de sacerdote e de guerreiro; homem que
mais inrrestrita aprovação.
foi da catacury~ba, mas foi, sobretudo, homem do coliseu
Era ó que tinha a dizer.
O SR•.VIRGILIO TÁVORA (PDS.- CE. Pronuncia também; homem que produziu em vida un1 exemplo de
o seguinte discurso.)-- Sr. Presidente, Srs. SeÍ1adores: lnte&ridade pessoal, um exemPlo de aquisição lenta, mas
Neste momento de dC?r, comb em um retrospecto má- constante d~ uma experiência que o tornou· admirado O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - Concedo a
gico, vem-n<;lS à mente uma cadeia de recordaçõeS ae 3.$ por todOS nós, um exemplo ~e competência pessoal, um palavra. ao nObre Senad~r Alberto ~ilva. ·
Abril de 1985 DIÁRIO 00 CONGRESSO N AC!ONA.L (Seçào I!) Sexla-feira 26 0805

O SR. ALBERTO SILVA(PMDB-.PI. Pronuncia o ciliação". Com razã,o porque, de fato, ele nos deixa esta O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto) - Concedo a
seguinte discurso. Sem revisão do orador.)- Sr_,_ Presi- lição, de que sempre procurou resolver pelos meios sua· palavra ao nobre ~enador Carlos Alberto, para encamf··
dente e Srs. Senadores:. sôrios 0 -_pelos recursos legais, pelas soluções inStitucio- nhar a votação do requerimento.
O PMDB do Pi~uí, por meu intermédio, traz o seu nais, todos os momentos. de crise da vida brasileira.
apoio ao .requerimento do nosso Uder Humberto· Luce- Também, n~o apenas no seu trato pessoal, mas nas suas O SR. CARLOS ALBERTO (PDS- RN. Para enca·
na. Tancredo Neves foi muitas vezes ao Piauí. Duas .ve- confabulaçõ~ políticas, nas quais- ele -sempre se revelou minhar a votação. Sem revisão do orador.}. Sr. Presi-
zes cOmo Presidente do Partld_o Popular e 1 em inemorã- um mestre, procurou a concíliação de pessoa a pessoa, dente~ Srs. Senadores:

veis comícios em praça pública, já apontava os rumos da de grupo a grupo, de Partido a l>artidQ, procurando am~ A tragédia sempre foí um marco na vida dos grandes
união nacional. Ali, em 1981, em um desses memoráveis pliar essa conciliação a esferas Cada vez maior da socie- líderes de todo o mundo: O povo indiano, também, viveu
comícios, tiye a honra de, talvez por i:nspiraÇãõ divina, dade, da comunidade nacional. momentos de angústicis, de sofrirrientos, quando deposi-
lançar S;ua candidatura à Presidência da República. An- _Senl dúvida que. o gesto nobre," elevado de um dos se. tava todas as suas aspirações; devota v~ todo o seu cami-
nhar COm perspectivas de um mundo melhor, através de
tes de _Presidente, porém, ele foi SC?rvii" a seU povo Como nadares que mais reverenciamos; nesta Casa, o Presiden·
G_overnador de _Mivas Gerais. Em seguida, 'foram as te do PDS, SenadOr Amaral Peixoto, pedindo, requeren- Mahatma Gandhi, esse que, tragicamente foi levado pela
exaustivas campanhas pelas diretas e, depois disso, a do e desejando que se faça a lei a inclusão do n_om_e Tao- tragédia.
aceitação do povo brasileiro pela única forma possível de credo Neves na galeria dos Presidentes da República, O páVO americano, nos seus- mom'entos vividos de as-
chegar·se_ à Presidência através do Colégio EleitoraL E, mostrg, como de fato, que toda aquela a-tividade deTan- pirações, as mais palpitantçs, também foi levado a um ·
ali, ele foi consagrado com a maioria esmagadora dOs- credO Neves, Procurando Paz e conciliação, a·gôra teffi momentõ extremo de dificuldade e de luto, quando, tra-
eleitores daquele Colégio, para a qual o nosso Partido nesse grande .gesto do presidente do maior PartidO da gicamente, o seu lí~er, o seu· líder maior, John Kennedy
contribuiu com expressiva maioria -de votos. Oposição uma comproVação 'de que iancrt!do era um era assassinado em praça pública, em Dalla's. Indira
E ontem; Sr. ·Presidente e Srs. Senadores, Já na sua homerri~da paz e dá conciliação, e que é esta a demons- Gandhi também levada pela tragédia. Getúlio Vargas.
querida São JOão del·Rei -_creio que como alguns dos tração que o-nobre Senador pelo PDS quer dar aos polí- Juscelino Kubitschek~
nossos colegas mencionaram_- faixas expressívas, nasci· -uêOS eao-povo brasileiro. . . E agora, quando o povo brasileiro depositava toda a
das do fundo do coração do povo, eu recolhi na missa Uma últíma refetência, relembrando palavras do sena- sua esperança, todo o seu caminhar em torn_o de um fu-
concelebrada por arcebispos, bispos e padres, numa de- dor Fernando Henrique Cardoso, quando relembrava turo melhor,. eis qu~ em menos de 24 hora$, para que
monstração de que ele era, alêin do grande estadista, do que o povo naquela caminhada de quatro horas e meia aquele que seria o intérprete das aspirações dos diversos
grande brasileiro, aquele mineiro querido de todo o po- do aeroporto até_ o Palâcio do Planalto, ta vez, numa prí- segmentos da sociedade brasileira, é traído pela tragédia
vo, aquele mineiro que tinha fé, aquele mineiro que em· meira op-ortunidade ovacionava o carro do Senado FC· que sempre marCou· a vi~a dos grandes Hderes do mundo
polgava a todos, uma frase, ~o celebrante, que dizia que dera!; não ovacionava nem o Presidente, nem os Senado:. inteiro."
·quem acredita em Deus, não pode fazer um·a pergunta, e res, acredito eu; porque .ali se encontra:v~m os Líderes Não votei com Tancredo de Almeida Neves, não o fiz
usou a expressão; "uma pergunta tola",. "Por que Tao- Humberto Lu_cena e Fernando Henrique C~rdaso, mas, Presidente da República, mas vivendo o princfpio de um
credo, Presidente da República eleito pelo cor3.ção de ovacionava o "legislativo e manifestava, entre ang'ústia e País democrâtico e vivendo o clima dei democracia plena.
todo o povo brasileiro, ali jazia morto?" B Q celebrante esperança, o seu mais ardente desejo, dizendq;. "conta- no meu País, certo dia, neste plená~o, ao então Senador
dizia: "Nós, que temos fé, não podemos perguntar por mos com vocês, contamos com o ·Legislativo." José Sarney eti dizja~. "Não o acompanhei na luta do
· quê. Essa é a realidade, esses- os desígnios de Deus.'' A grande lição. que fica da vida de Tancredo Neves e "Muda Brasil", mas espero que V. Ex• com o Dr. Táh·
Dali voltamos convencidos de que, assim como aquele do povo. que sentiu tão de perto no seu coração é essç, o credo Neves, possa, realmente, dar a contribuição para
outro grande mineiro, da mesma cidade, deixou no Bra- de _que as instituições democráticas para sobreviverem que este País seja um País melhor para todos os nossos
sil a semente da liberdade e da independência, Tancredo neste .P:lí$ precisam funcionar em conjunto, com todos . segmentos sociais.
Neves, lançando os alicerçes da' Nova República, da os Seus poderes: Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Rendo hoje, Sr. Presidente, as minhas homenagens ao·
união do povo brasileiro em tOrno de novos princípios, ca·ncedo a palavra ao riobre Senador Helvídio Nunes. nosso ex-Presidente Tancrê:do Neves, lembrando talvez a
· em torno de uma nova Ordem social, onde Tosse mais jus- frase que foi uma das -mais dignas de ser revividas nestes
ta a presença do homem, tod~ nós que ali formos lévar, momentos atuais, que foi dita pelo atar Lima Duarte, na
em nome desta Casa, o nosso derradeiro adeus a__Ta,ncre:- <;)SR. HEL VIDIO _NUNES (PDS- PI. Para encami- televisão, em rede para todo o Território Nacional:
do Neves, dali voltamos convencidos de que a sua pala- nhar a votação. Sem revisão do ora9or.)- Sr. Presiden- "Tancredo foi o maior de todos os Presidentes, sem assu-
vra, a sua pregação e o seu sacrifício não fõram em vão. te, Srs: Senadores: . mir um só dia a Presidência da República". Ele encarnou
O Brasil, depois de Tancredo Neves, será outro os e A vida pública é .deveras passageira, rápida, fugaz. as aspirações populares e ele representava, como repre-
senta hoje, as aspirações dos mais fracos, dos mais hu·
seus filhos têm a obrigação, sob o comando dos seus re-- Dos componentes da Comissão -de Constituição de Jus-
presentantes nesta Casa, de conduzir o pÓvo aos destinOs tiça de 1971, rbotarnos dois: Nelson Carneiro e eu, Mil- mi Ides, dos mais necessitados. Ele representa hoje a luta
qUe esta gloriosa Nação esPera. tOn Campos, Gustavo Cãpanem~. Wilson·Gonçalves, por um Brasil melhor. Mas, nesta minha homenagem,
Que Tancredo Neves nos 8jude de lá a levarmos de que ainda vive, passaram, como muitos outros passa- gostaria de deixar para os Anais da Casa a esperança; a
descida esta difícil empreita~a. · ram. esperança muda de nome mas não muda de cor.
Em 1979, eleito Senador, passou a integrar ComisSão Era o que tinha a dizer. Muito ob~igado.
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - Desde que Permanente da Casa, Tancredo Neves.
precisO me retira,. por· motivo de viagem, vou me permi- Sem-pre· presente, parti.cipãtivo, vibrante, defendendO,
tir comO Presidente, pronunicar algumas palavras asso· O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- Em votação c
com andor os pareceres e combatendo aqueles que não.
ciando a Mesa às homena&ens que por todos os Srs. Se- requerimento.
lhe pareciam certos, Tancredo Neves foi presença atuan·
nadores são prestadas à memória de Tancredo Neves. te, durante quatro anos, da nossa Comissão ae Consti- O Sr. HUmberto LuceDa -Sr. Presidente, peço a pala~
Um dos eminentes Senadores que usaram da palavra tuiÇão e Justiça. vra, pela ordem.
lembrou a manifestação de Tancredo Neves, dizendo Foi lá, Sr. Presidente _e Srs. Senadores, que o conheci.
que "a política é a mais nobre e compensadora das atívi- Oaro que riósjã nos conheCíamos d-o Plenário, da: Casa. · O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- Concedo a
dades humanas". Mas as ConiiSsões Técnicas, as Coinissões Púrrianeri.tes palavra, pela ordem, ao nob_re Líder Humberto Lucena.
são aquelas que aproximam, são aquelas que nos dão a
Ele teve em vida inúmeras prOvas e a mais sincera de
real dimensão, o exato valor dos que ~s compõem. O SR.• HUMBERTO LUCENA (PMDB - PB. Pela
que realmente exerceu com nobreza a atividade_ política, ordem. Sem reyisão do orador.)- Sr. Presidente, ape--
Neste instante e nesta hora de dor e de saudade da
foi a prova da compensação que ainda em vida teve pelo
·Nação inteira, qu~ro trazer ao grande_ companheiro que nas Para len'lbrar se V. Ex' está advertido para o minuto
seu grande trabalho, em momentos os nlais sígnífiCã.tiVos de silêncio.
foi Tancredo Neves as minhas homenagens, o meu preito
da História NaciOnal, desenvolvido pelo Brasil. sem dú-
de saudade.
vida nenhuma, como expressou o poeta, se do outro O SR. PRESIDENTE (?-dssos.Pôrto)- A Mesa sem~·
mundo a memória deste po-d~ se ter, ele teria sentindo pre está advertida. Em votação o requerimento.
ainda uma compensaÇão muito maior com as manifes- Os Srs,_ Senadores que os aprovam queiram permane-
O ~:iR. PRESIDENTE (P:issos Pôrto) ·Concedo a pa-
tações, as mais espontâneas, as mais ardorosas, as mais cer sentados._(Pausa.)
lavra ao nobú:;_ Senador Moacyr Duarte.·
cálidas do povo brasileiro, de São Paulo, de Brasflia, de Apt9vado o requerimento. Será cumprida a delibe~
Belo HorizOnte, de São João dei-Rei e de tod.as as IJde- O. SR- MOA CYR DUARTE PRONUNCIA DIS- ração do Pknârio.
ranças politica<> e não politicas da Nação, ovacionando o CURSO QUE.· ENTREGUE À REVISÀO DO .O item 3 do recjuerimento é a observação de_ um ritinu·
seu nome como um dos grandes _estadistas desta Pâtr.ia. ORADOR. SERÁ PUBLICADO POSTERIOR- t9 de silêncio _em meniória do Presidente Tancredo Ne~
O eminente Senador Nelson Carneircr impressionou- MENTE. ves, ·de modo que convoco a iodos os presentes a ficarem
se, com razão, com aquela faiXa siinPles escrita pelo de pé para um minutO de silêncio.
povo de São João dei-Rei: "Tancredo Neves, paz e con- O Sr. Carlos Alberto~ ·Pelo a palavra, Sr. Presidente. É observado um minuto de silêncio.
' . ', .
, 0806 Se~ ta-feira 26 , DIÁRIO DÓ CONGRESSO NACIÔNAl (Seção II) Abril de 1985

O SR. PRESIDENTE (Passos Põrto)- A Presi~ência O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)....., Em votação o e conhecimento~ para vencer os óbices. Pois bem, soube,
convoca sessão conjunta a realizar-se hoje, às 19 _horas, requerimento. com galhardia, deslindar faVoravelmente a questão do
no plenário da Câ'mara dos DeputadOs, destinada à vo- Os S~. Senadores que o aprovam queiram permanecer Amapâ e a do Acre, que resultou no i ratado de PetróPo-
tação do Projeto de Lei d_o Senado n~' ~5,_de'1984, vetado sentados. (Pausa.} . !is de 1903, bem como as relacionadas com a Venez~ela,
totalmente pelo Senhor Presidente da República, relati- Aprovado. . Çolômbia, EquadQr, Bolívia, Peru, Uruguai e Argentina.
vo à remuneração dos Vereadores, e das partes vetadas O Sr. Moacyr Duarte- Sr. Presidente, solicito \!erifi~ Atuava em vârios campos e dentro dos mais variados
do Projeto de Lei nl' 16; de 1984-CN, referente ao Estatu- caçào de votação. assuntos. O B~·asil, por exemplo, passou a ser sede do
to d~ MlcroempreSa, e à discussão do Projeto de lfii nl' 2, O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- Serã feita a primeiro ça_rdinalato da América do Sul; criou-se a Em·
de 1985-CN, autoriz3ndo a abertura de crédito eSpecial verificação solicitada pelo nobre Senador Moacyr Daur- baixada em w3.shington, tendo Joaquim Nabuco como
para o MiniStério da Marinha. · te, nosso primeiro Embaixador, e Rui Barbosa foi o nosso
Alues, a ~residência vai suspender a sessão por tÔ mi· ~ri'meiro Embaixador ....a uma conferência mundial,
O SR.-PRESIDENTE (Passos Pôrto)- A Presidência nutos, acionando as campainhas para a chamada dos como os congressos de Haia". ·
convoca sessão extrao.rdinária a realizar-se hoje, às 18 SrS. Senadores ao plenário. E aqui vale destacar· o depoime'nto do escritor Jarbas
horas e 30 minutos, destinada à apreciação das .redações Está suspensa a sessão. Maranhão a ·seu repeito; "Ele que não queria aceitar' a
·finais do substitutivo da Câmar'a ao Projeto .de Léi do
chancelaria do Itaniaraty, foi nosso maior Chanceler e
Senado n"' 272, de 1978, e do Projeto de Decreto Legi~la· Suspensa às 16 horas' e 42 minutos, a sessão é rea- talvez a maior figura· nacional". E o noSso-contemporâ-
tivo nl' 12, de 1984. berta às 16 horas. e 48 minutos.} neo historiador, o estimado Senador L.uíz Viana Filho,
O SR. PRESIDENTE(Passos Pôrto)- Sobre a mesa, registrou em sua valiosa obra. "Os três· estadistas: Rui,
O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- Estâ reaberta
projeto de lei que serâ, lido pelo Sr. 1~'-Secretârio. Nabuc;o e Rio Branco", que ao fin.ct'ar-se o Barão, nas
a sessão. Persistindo a falta de cjuorum, a P_r_esid~ncia se
· Ê lido o seiuinte · ~dispensa de proceder a verificação solicitada.
inúmeras homenagens a .ele prestadas, não faltaram, in-·
O requerimento está prejudic.ado clusive, as de seus inimigos e adversários, reconhecedo·
PROJETO·DE LEI DO SENADO res do seu inestimável valor. ·
Em.conseqUência,,as matérias da Ordem do Dia, tod3s
'N9 72, DE 1985 em fase de votação, constituída do Projeto de Lei da Câ- . "Era a gratidão rlacionar•. E continua a sua narrativa:
mara nQ 6/81; Requerimentos n~'s 15, 57 e 58, de 1985; "Ao baixar à sepultura, aberta ao lado daquela em que
Dá o nome de nAeropOitO-;-IIiti!fDR"CIOUal Presiden- Projetas de Lei do Senado n9s 26/79 e 2, 340, 18 e320, de jaz o Visconde, ao silvo das salvas da infantaria, postada
te Tancredo Neves" ao Aeroporto Internacional de !989, ficam com a sua apreciação adiada para a próxima ao longo do cemitério, misturavam-se eis tristes acordes
CONFINS_ em Minas Gerais. sessão ·ordinária. de Chopin". Naquela' multidão havia, porém, um ausen- ·
'te: José CarlOs Rodrigues. 'Por que não levar o amigo à
O Congresso ·Nacional decreta; O SR. PRESIDENTE (PassÔs Pôrto)- Volta~se à lis- morada derradeira? Quis oy.vir, entfetanto, o rCpórterdo
Art. )"' Passa a denominar-s~ ...Aeroporto Interna- ta de oradores i~scritos. Jornal do Commérclo que descrevia a grande c;en;i. E
cional Presidente TanCrcdo Neves" o Aeroporto Inter- Concedo a palavra ao npbr~ Senador Jorge Kalume. · quando este se re(eriu à inarcha fúnebre, interrompeuMo:
nacional de CONFINS em Minas G~rais. , "A música qUe ele merecia era a _do Crepúsculo dos
Art. 21' Esta lei entra em vigor na data de sua publi- _O_ SR. JORGE KALUME (PDS ~ A C. Pronuncia o Deuses.'.. Condizia tnelhor com o herói." ·
cação. . seguinte discurso.) - Sr. Presidente, SrS. Sena,õOrCl): 1:: ·esta figura que, an-te os relevantíssimos serviços
Art. 3~' Revogam-se as disposições. errl contrário .. Em boa hor'a o Governq Federal instituiu o 20 de abril~ prestados à Pátria, homenageamos neste seu dia.
co'mo do Dia do Diplomata. Foi 'uma maneira de home- Valendo-me da oportunidade quero registrar a eficiênM
nagear o primus inter pares, da nossa diplomacia, o Ba- cia do Chanceler Saraiva Guerreiro, qUando à frente do
Justificl.ção
rão do Rio Branco, também cognominado o "Deus ter-· Itamarat)r, hoje nosso' Embaixador em Roma. Sua Exce-
· O presente projeto visa a'boffienagear o eminente Pre- min'us das nóssas fronteiras:·. na expressão feliz de Rui lência, como discípulo d9 Patrono, deixOu marcas inae-
sidente Tancredo Neves, emprestando seu nome ao prin- Bà.rbosa. léveis no seu_ Ministério e estou convicto de que em seu
cipal aeroporto da Cidade de Belo Horizoryte, Capital de Nada mais jUsto do que recordar essa figura ímpar da' novo posto saberá imprimir o meSmo rítmo de grandeza
Minas Gerais, seu Estado natal. · no,ssa história e em especial da nossa diplomac_ia, o que nas nossas relações com a Itâlia. .
O Aeroporto, recentemente inaugurado, cOm a deno- lhe valeu o título de Patrono dos diplomatas" CC?ngratulando-me com os· Diplomatas, aProveito
minação_ Aeroporto lntcrnadonal Tancredo Neves, per.- O Brasil ainda parecia viver sob o impacto da trans- · para cumprimentar Sua Excelência, o Ministro Olavo
petuará a imagem do giande brasile.iro, que nos últimos· formação política de Reinado para o Regime Republica- Setúbal, com votos de sucesso à sua administração. Mui-
meses, em grande campanha cívica pelo País, utilizou, no, quai-ldo, em 1902, o Presidente Rodrigues Al\!es no- to Obrigado! {Muito bem!)
constantemente, aeroportos d!! todo o Brasil, levando mevu o Barão do Rio Branco para Ministro das Re- O SR. PRESIDENTE (Passos·Pôrto)- Concedo a
uma palavra de esperança e fé ao povo brasileiro. lações Exteriores. A escolha do seu nome para esse mi-_ pal:.lvra ao·nobre Serlador Alfrec!o CamPos.
Entendemos que a CapitaJ.:do Estado des,se grande nistério~ n'uffia fase de limiies fronteiriços pendentes, teve
brasileiro, se orgulhará da honlenagem· que ora· propo- o escopo de merecimento. O seu desempenho desde o iní- O SR. ALFREDO CAMPOS (PMDB - MG, Pro-
mos aos nossos pares, certos do apóio que a Casa nos cíO de ·~ua éB.rreira diplomática, quando ainda ~ôns'ui­ nuncia o seguinte discurso.)- Sr. Presideilte, Srs. Sena-
prestarâ. · . geral cm Liverpool em 1876, induziu o arguto Rodrigues dores: ·
Sala das Sessões, 25 de abril .de 1.985. -'-Alfredo Cam- Alves a trazê'-Io Para -participar do seu Ministério: E a Neste doloroso momento-, em q~e uma NaçãO enluta-
pos. sua ação foi de tal maneira benfazeja qUe perritaneceu no da pranteia a morte daquel que as:rumiria, em bi-eve, o
·cargo até q seu falecimento, em 1912 .. seu posto supremo, não poderia deixar de render meu
(Às comissões de_ ConstitUição e Justiça e de Edu- Trazia nas veias a tradição da família ..Filho do Vis: preito de homenagem a um homem que, mais do que
cação c C!!-ltura.) . conde do Rio Branco - JOsé Maria- qa ~i! va Paranhos político, soube ser a espera,nça de um povo levado às
_ - diplomata do Império, jornalista, foi parlàmentar e raias do desespero Pela miséria, pe1a fome, pela des-
O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto) __:_O projetO Si::- crença na justiça e na liberdade.
enfim um estadista que soube transmitir para o filho a
rá publicado e remetido às comissões- competentes.
herança que também haveria de honrF~.r a República nas- Esperança feita homem! Esperança feita aquela figui-a
O SR. PRESIDENTE ~Passos Pôrto_) - Pas~a-se à cente. Seu pai era baiano; e o filho- o Barão- era na- . Queiida das massas, amada pela ge'rite humilde, it'mana-
tural do Rio de Janeiro, onde nasceu· a 20 de abril de da'c_om os que vibravam.nas festas dos comícios pelas
1845, portanto há 140 anos. Afeiçoou-se à rl~plomacia Diretas.....:. festas em que foram escritas páginas sublimes
ORDEM DO OlA graças à origem ,patefna e à sua natural vocição. Forma- da história de um povo, emPenhado em luta .cívica. e
Sobre a mesa, requeriménto que. vai ser lido pelo Sr. do em direito, também dedicou-se à Geografia e à His- pacífica, mergulhado no sonho feito ânsia de paz, 'pro-··
. J9.Secretário. · -·- -· tória, que contribuíram pa'ra facilitar sua caminhada na gresso, prosperidade,
carreira. Tancredo de Almeida Neves!
É lido o seguinte. Da mesma forma dotado de adinirãvel sensi:bilidade · Nasceu·_ predestinado herdeiro político do clã dos
pelos assuntos pâtríos, ainda como jovem cônsul escre- Neves- na cidade mineira de São João dei-Rei. Ali cres-
, REQUERIMENTO N• 85, DE 19S5
veni: em francês "Esquisse de I'histoire du BrésU"- Es- ceu, um deiltre os 12 filhos de Francisco. e Antonina -
Nos ter.mos do art. 198, alíilea "'d", do Regirríento· ln-· boço da fiistória do Brasil - e pelo Jornal do Brasil 12 irmãos âmigos, iriibufdos daquel'a grande sinceridade~
· terno, da Ordem do Qia, a fim de que as matérias cons- public01.1. "Efemérides brasifeiras". · seffi.de'masiadas efuSões, Própria da'gente mineira.
tantes dos Itens 5 e 6 sejam submetidaS ao Plenário em 39 Embora tenha se eilgrandecido no campo cultural, o Formado em Dii-eito pela Faculdade Qe. Minas Gerais,
e 4<.> lugares respectivamente. · seu inconfundível mérito se apoiou nas negociações das bem cedo abraçqu a carreiia política, sempre atuando
·Sala da's Sessões, 2)-de abrlfde 1985,..- Marcelo MiR nossa lindes, as qüais peÚt s4a própria delicadeza exi- dentro de um ideal de liberalismo, tradicional em seus
randa g~am -como exigem- pert!nácia; elegância, prudência antepassados.
Abril de 1985 __:_DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçiio II) Sexta-feira 26 0_807

O primeirq representante da família Neves pisou ter- vida dedicada ao povo que amou, que respeitou, pel~ Neves agradeceu as minhas palavras, que incorporç_ a
ras brasileiras em 17.96, quando o açoriano José Antônio . qual lutou, cujos direitos defendeu. este aparte.
das Neves aqui chegou para assumir o posto de_ ouvidor- •• ... nosso grande compromisso é com' a obra para a Eu não poderia prever que ocOrresse o dramático des-
mar da Comarca do Rio das MorteS. Um dos netos de História"- afirmOu Tancredo, no plenário O.a Câmara fecho do_diâ2_r de abril e que Tancredo Neves ficasse au-
José Antônio, o tenente-coronel da_ Guarda NacionaJ ~o­ dos Deputados, em fmais do ano que pasSQU. Já ele se sa- reolado pelo ·martírio,. no seu calvário no Instituto do
sê. Juvêncio, avó de Tancreda·, entrou para a política bia vitorioso, àquela época, na Campanha encetada para Coração, De uma coisa, entretanto, todos nós estamos
elegendo-se vereador. Seu filho, Francisco de Paula Ne- a eleição de 15. de janeiro. Mas recUsava-se a_ repousar certos, nobre Senador Alfredo Campos: o sofrimento de
ves, o pai de Tancredo, revelou-se também um ardoroso. .sobre os louros da vitória. Aínda havia muita luta pela Tancredo Neves e seú ideário vão inspirar esplendorosa-
político da região. frente·, em prol do_ bem-estar de um povo que nele_c_onfia- mente a Nova República, garantindo a sua plena conso-
Herdeiro, em linha direta, da vocação familiar, o jo- va, e Tancredo pretendia, "combater." o bom C.Qmbate" li_daçào. Muito obrigado a V. Ex•. ·
vem Tancredo infciou-se na carreira como vereaQor, em atê o final, comprometid-o com ó povo, comprometido
1935. Porém, dois anos mais_ tarde, com a instauração do com a História que ele ajudava a fazer. O SR. ALFREDO CAMPOS ...:_ Senador João Cal·
Estado Novo, abandonou a vida pública, incapaz de Entretanto, escondido na so"mbra e aguardando o ins- mon, quem agradece somos -nó.s e queremos colocar, no
paCtuar com o regime tOtalítário em que o País havia tante da investida, encontrava-se o único opositor qui: bojo do n9sso ~jscurso.• as palavras que V. Ex~ ac:aba de
mergulhado. · ele não poderia vencer. Lutou! ~utou corp. a forca íngen- pronunciar, neste memo'rável apatt~ só não concorda-
Fiel ao liberalismo que seinpre no-rteou os seus paSsos, te dos que se habituaram a um 'passado de lutas. Bata- mos com as palavras elogiosas de V. Ex~, vindas do co-
preferiu isolar-se no anonimato de um escritório de ad- lhou com a fe inabJ:J.Iável dos q1,1e se habituaram a acredi- ração, ao dizer de um possível brilhantiSmo de nossa
vocacia, durante os oito anos da ditad_urp._ de.(ietúlio tar no futuro. Mas sucumbiu ante o imponderável, o parte que não hã. O que_ existe é um esforço enorme1 não
Vargas, a trair seus ideais democráticos. inexplicável, ó imbatíveL para substituir TanCredo Neves, maS pa'ra continuar lu-
Mas, como viria a declarar quase meio século depois: ·Até os últimoS meses de sua atuação política, a.prC:o- tando por Minas Gerais, o meu Estado, que tanto mer'e-
.. Por mais pesadas que sejam as sombras totalitárias ou cupação com o bem-estar da população ·brasileira foi ce e. que também cobra de mim. Muito grato a V. .Ex~
mais desatadas as paixões. anárquicas, o instinto da liber- uma constante em s~us pronunciamentos públicos. Há Peta lembrança daquele prognóstico, às vésperas do .co-
dade e o apego à ordem justa tr:ibalham para restabele- apenas cinco meses atrás~ em palestra proferida perante
meço da campanha memorável, que trouxe .Tancredo
cer o equilíbrio social", A liberdade venceu, o País vol- a Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos
Neves à Presidência da República. Mais uma vez, rrluito
tou à normalidade democrática e, anos depois, quando o Deputados, por várias vezes expressou o seu interesse pe-
grato à V. Ex•
mesmo Getúlío Vargas ·retornou à Presidência da Re- Los problemas. básicos de sobrevivência dos menos favo-
pública, escolhido pelo povo· em eleição direta e livre, . recidos, em frases tais como: __ "Hã qu~ lembrar também . Sr. Presidente, Sfs. Senadores:
Tancredo, então deputado federal pelo PSD mineiro, a chaga nacional que é o "bolsão da pobreza", aqueles Esta grande preocuPaçã9 que demonstrava para com
aceitou apoiá-lo e colaborou com o seu governo na qua- mais de 20 ni.ilhões.de cidadãos que precariamente sobr~­ ·o povo sofredor teve resp0sta no carinho e no amor com
lidade de_Ministro da Justiça, E, ao lado de Getú!io, par- vivcm e ainda não estão, de fato, incorporados ao merca- que .este mesmo povo o acompanhOu, passo a ·passo, no
ticipou da última reunião do Gabinete, na véspera fatídi- do de consumo"; ou ainda.:. "Temos, realmente, que reto- calVãrlo final que culminou com a morte.. Jã foi dito-que
ca de um suicídio. que passou à História-; recebendo en- mar com urgência o processo de desenvolvimento econõ- . ..o poder está em boas mãos quando o poderoso é mais
tão, das mãos de Vargas, em um singelo gesto de muda e rrlic9 pãra Que haja fn\balho para um número cada vez afiado do que terriido". E quem, mais do que Tancredo,
carinhosa despedida, a caneta de _ouro de uso_ constante maior de brasileiros." E, em seu discurso no Colégio " soube neste País aglutinar a massa humana de mais de
do Presidente. Eleitoral que o elegeu, resumiu, em apenas uma frase, o roo milhões de brasileiros' em torno de apenas um ho-
ideal do homem que respeita o homem.:. "Enquanto hou-
mem, naquela corrente feita de fê, de esperança, de mui-
O SR. Virgílio Távora- Pe,rmite V. Ex• um aparte? ver, neste País, um só homem sem trabalho, sem pão,
to amor?
Sem teto_ e sem letras, _toda a prosperidade será falsa."
. O SR. ALFREDO CAMPOS- Com o maior prazer, Referindo-se às cãmpanhas pelas Diretas e pela sua vi-
Senador Virgniõ Távora. tória no Colégio Eleitoral, Tancredo desabafou: "Nun-
O SR. João Calmou- V. Ex~ me permite um aparte? ca." em nossa História, tivemos tanta gente nas ruas ...". E
O SR. Virgílio Távora- Apenas para inserir, em ho- prosseguiu, num apelo vibrante: ..Continuemos reuni-
menagem a esse grande morto, uma achega à história. O SR. ALFREDO CAMPOS- Com o maior prazer, . dos. co111o nas praças públicas, com a mesma emoção, a
Sabe V. Ex• Por que o Presidente Varg'as ofereceu essa nobre Senador João Calmon. mesma dignidade e a mesma deçisão". Estas suas oala-
caneta a Tancredo Neves? Não, com certeza V', Ex' não vras foram ouvidas, n~s últimos dias, por todo o povo·
sabe, pois é muito jovem. No~ momentos difíceis; no~ O SR. João Calmou- Nobre Senador Alfredo Cam-
brasileiro, povo que permaneceu reunido, povo que con-
momentos das desventuras, onde c;>S -amigos geralmente pos, V. Ex• ·enfrenta uma responsabilidade extraordi-
servou a emoção dCrramada em lágrimas, povo que de-
rareiam e aparecem os inimigos, proliferando como er- nária ·nesi.a Casa, ocupando a cadeira que Tancredo Ne-
monstrou a dignidade e. a decisão dos fortes. Por dias e
vas que do chão nascem, foi o Minístrô Tancredo Neves, ves tanto honrou como representante do glorioso Estado
no.ites seguidãs, este povo juntou-se frente aos portões
primus inter pares, que, junto a Getúlio, deu a Voz da re- de Minas Gerais. Nos primeiros meses de atuaçào no Se-
dos hospitais ....:.... palcos da luta desesperada que um ho-
sistência rião compartilhada por todos aqueles outros nado, V. Ex• tem se caracterizado como um combatente
admirável da causa democrática, tem demonstrado as mem corajoso travava para viver. Ali, naqueles pedaços
qtie, amigos de ontem, viam, antes de tudo, a salvação ·
suas eXcepcionais qtialidade"s de 'Líder e, pai-tanto, de de calçada, pedaços de Brasil, pulsaram pedaços de co-
do hoje e talVez o fastígio do amanhã.
agora em diante, diante do aumento ainda maior das ração destroçado de uma gente que orava, chorava, su-
O SR. ALFREDO CAMPOS- Muito grato por este suas responsabilidades, nós todos esperamos que V. Ex• plicava!
depoi'mento histórico, Senador Virgílio Távora. É muito seja aqui, como tem sido até agora e cada vez mais, um Senhor Presidente, Senhores Senadores, este momento
importante para nós, e pára a Nação to.da, saber de niais esplêndido representante do povo das Minas Gerais. é triste! :t: o rriomento de .homenagear a memória de Tan-
esta f~çanha incrível de destemor do nosso Presidente AP,roveito a Oportunidade, nobre Senador Alfredp Cam- credo Neves. Tancredp está morto, e toda uma Nação
Tancredo Neves. pos, para recordar um episódio da História política re- endaga o porquê dO seu desapa~ecimento. Tancredo já
Continuo, Sr. Presidente, Srs. Senadores, referindo-se cente do Brasil: quando Tancredb Neves se despediu do não mais elevará a firme voz que clamava por liberdade,
a D._ Pedro H, Tancredo Neves disse, um dia, ter ele me- Senado, numa sessão memofável, falando para um ple- e todo um povo, combalido peta decepção, treme ante a
recido.. "o culto históriCo da posteridade precisamente ná~ío superlotado, tive a oportunidade de, numa antevi-
incerteza; Tãncredo .fechOu seus Olhos e descansou da
porque soube fazer de seu País uma democracia". Coe- são do que viria a acontecer, declarar que Tancredo Ne-
ferrenha luta travada, por tantos dias, contra o espectrO
rente com o ideal expresso neste pensamento, Tanc~e;do ves era, no cenãrío político do Brasil, a única fiSura Ca-
da morte, e cada brasileiro chora o amigo que se foi.
fugiU do ditador Vargas durante oi_to longos anos, mas paz de garantir a transição entre o regime aU.torítârio dos
-Amigo! Grà~de amigo de todos e de cada um,
soube merecer a amizade e a confiança do Presidente últimos vinte anqs e o regime democrático em toda a sua
doando--se na ternura espontânea dos que sabem ser gen-
Varg3s, eleito ·pelo voto popular. plenitude. Lembrei que nesses últimos anos, por uma
- série de circunstâncias, os Presidentes da República eram te. Foi meu amigo pessoal e orgulho-me do privilégio de
Pr~seguiu em sua brilhant_e. carreira política -
Primeiro-Ministro no regime-parlamentarista, novamen- escolhidos em reuniões do Alto Comando do Exército.e ter privado de sua intimidade. Em seu antigo gabinete de
te Deputado Federal, Senador, Gov"ei"nador de seu esta- Tancredo Neve~. pela suas características de estadista, trabalho, neste Senado Federal, labuto agof\l, também
do natal - a cada passo desenvolvendo, mais e mais, pela sua larga viSão, pela sua capacidade de transigênCia, eu, na defesa dos interesses de nosso povo. Po espírito
seus dotes· políticos e alicerçando a escalada parâ. o topo, de moderação, de conciliação, seria, dentro dos qúadros de Tancredo ali pefmanece, nas paredes, no piso, no am-
como se adivinhasse, talvez, o destino a ele reservado p-olíticos do Brasil, a única personalidade capaz de fazer biente que fof dele, no lugar onde ele ajudou a escrever
pela História, de Supremo Mandatário da Nação. Final- pacificall}erite, tranqdiiamente, vitoriosamente, essa vários capítulos da História Nacion,aL
mente, nos ombrns da glória, foi carregado ·até o posto transição. Dirigi-lhe, então, um apelo para que não en- Foi Tancredo quem disse que .. na vida daS nações, to-
alcançado por direito - o direito adquirido, paulatina- cerrasse a sua carreira política apenas como Chefe do dos os dias são dias de História ... ". Sim, Senhores Sena-
mente, na longa caminhada de cinqUenta anos de uma Poder ·Executivo de Minas Gerais. O Senador Tancredo dores, tOdos os dias são dias de História, mas existem .
0808 Sexta-feira 26 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIC~NAL (Seção 11). Abril de 19R5

aquelas datas que, mais do' que outras, 'são marcadas pe- quéi'ita destinada a ana(i~ar a gestão das sociedades de dos, ou erroneamente dirigidos, nos farão regredir como
los homens que se fazem grandes. Tancre'dq teria podiw economia mista nas quais a Uni~o detenha maioria acio- um caranguejo. Essa era a observação,- desculpe-nos
do, ele próprio, eleger um dia unicamente ~eu. Mas, na nária. termos sido el'a um pouco alongada, geralmente, faZe-
hum.Hdade da figura simples do homem simples, preferiU Parágrafo Ónico. Na análise de que trata este artigo mos nossos discursos, nossos apartes bem sintéticos, -
ocultar-se .na som!'ra de um dia jã inirCado por outros serão levados em conta os métodos de formu[ação das que querfãmos aduzir ao discurso de V. Ex•, junto com
eventos históricos..:...._ escolheu a data de Tiradentes, 193 políticas dessas ·empresas e o processo de tomada de de- a:s nóssa:s melhores congratulações. Vamos levar avante,
anos após a sua morte; escolheu a data de inauguração' cisões, para venn:ea:r sua adequação ao interesse público. justamente, este exame'. Vamos, realmente, dar ao Poder
da nossa Capital, a "Capital da ESperança", em seU Ju- Art. 29- A COmissão Parlanientar de InquéTito a que Legislativo, através da proposição de V. Ex.•. aquelas
bileu de Prata. · se refere· o artigo anterior será integrada de 09 (nove) atribuições que estão no papel, e que e,speramos se trans-
Jamais, porém, conseguirá m.iiitter-se na sombra que e
_meri::tbrãs -terá a d'im1ção de 180 (cento e oitenta) dias. formem, brevemente, em fat~s, _em ações. Des:culpe-noS.
procurou. Porque, ele também, marcará. esta data que Art. 3"' Esta Resolução entra em vigor na data de
crescerá com ele. Paladino da Liberdade, irmão de Tira- sua publicação.
dentes em sua luta, igualmente partiu das Altero.sas na O SR. SEVERO GOMES -·Agradeço, nobre Sena-
busca de seu [deal, e sucumbiu por ele- novo Mártir a Justificação dor Virgílio Távora, o aparte e o interesse de V. Ex~, na
seviço da Pátria,_ - discussão de uma questão de tal relevância. As grandes
"Com a realidade, vivemos; com o ideat, existimos"- Dentro de Um sistema -df:ffiocrãticó de governo, a . empresas estatais estão na história deste Pals, estão na
·escreveu Victor Hugo. Tancredo perdeu a vida;espere- Nação tem O direito de conhecer' e discutir todos os história do nosso desenvolvimento. Certamente, elas te-
rpos que o povo brasileiro não tenha perdido o direito de problemas que lhe interessem. rão uma enorme importância no nosso futuro, na reto-
existir. Porque foí Tancredo quem afirmou, convicto: Se reconhecermos a validade dessa premissa, teremos mada do desenvolvimento económico, Daí a importân~
"Vim para prõmover as mUdanças; mudanças polít~ciS:, de admitir, logicamente, que a Nação tem o direito de cia de sabermos como são administradas, a transparên-
conhecer e discutir as ,questões 'ligadas às empresas de cia dessa administração, e o conhecimento do Congresso
mudanças econômicas, mudariças sOciais, mudanças cul-
sua propriedade. . e, atri!vés _do Congresso, do público, para uma perma-
turaiS, mudanças reais, efefjVas, cOrajosas, irreversíveis".
Ao longo dos últimos anos, muitas companhias esta- nente fiscalização, de tal modo que tenhalnos, realmerite,
Irreversíveis sim, senhores Senadoras! IrreversíVeis por
tais voltaram-se para projetas que, ap?rentemente, não a verdadeira dimensão de sua ímportâi1cia." E mais airrda,
terem sido geradas com amor, iri1plantadas cOm fé, sa-
·guardam. reiação com os interesses atuais ou futuros' de nobre Senador:· estamos às vésperas de uma Assembléia
cramentadas pelo sangue derramado por um brasileiro
que, acimã de tudo, soube amar o seu Pafs. · nosso povo, embora possam oferecer maior rentabilida- Nacional Constituinte. A questão das empresas públicas,
Foi'.político, foi hoinem, foi sonh?, foi esperança. de para grupos. de acionistas, oU criar facilidades para da ativídade do Estado na área económica certamen~te
Morreu o político, morreu o homem, mas o sonho ainda determinados empreendimentos privados, nacionais e es- _ · será um capítulo que será iluminado por esta Comissão'
trangeiros. . Parlamentãr de InquéritO. Muito Obrigado. (Muito
vive, __ aind!! y_ive__ ?: __ espera~ç-~_. ~ vive_p_Ç'_r_q_l,l~:ó-_h()ttle_f!l
T~ncred~ sonhou o so~-ho et~no-do Homeffi, porque o Ãinda há pouco surgiram notícias sobre o risco de per- bem!) · ·
polít~co Tancredo plantou a se'mente imortal da espe-
da 'd~ controle acionârio da Vale do Rio Doce, e'sob"re a
rança. ·compra de equípameittos, pela EletrObrás, em condiÇõe~
O SR. 'PRESIDENTE (Martins Filho)- Concedo a
ruinosas. A ComisSã-o Parlamentar dO Inquérito que re-
O SR. PRESIDENTE (Martins Filho)- Conc~do a palavra ao n'obre Senador Nivaldo Machado. (Pausa.)
queremos servirá ao esclare_cimento desses casos e será,
palavra ao nobre Senador Severo Gomes. S. Ex• não está presente. ·
também, um instrumento para levar ao povo infor-
Concedo a palavra ao nobre Senador Américo de ~ou­
O SR. SEVERO GOMES (PMDB- SP. Pronuncia o mações corretas sobre a gestão de seu patrimônio.
za. (Pausa)
seguinte discufso."Sem revisão do oradOr.) Sr: Pi-esiden- S. Ex• não está presente.
O s·r. Virgílio Távora- Permit_e V. Ext um aparte, an-
te, Srs. Senadores: ConcedO a palavra: ao nobre Senador Nelson Carnei-
tes· da c-Onclusão do seu discurso?
Hã algum tempo entreguei à Mesa um requerimento ro.
assinado por 36 Srs. Senadores, objetivando a instalãção O SR. SEVERO GOMES- Pois não, nobre Sena-
de uma Comissão ~arlamentar de Inquérito que investi- dor. O SR. NELSON CARNEIRO (PTB ~ RJ. Pronuncia
garia os riScos de perda do controle acionário, por parte ·o seguiõte di~curso.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores: ·
do Tesouro, da Companhia.Vale do Rio Doce. O Sr. Virgílio Távora - Emine.nte Senador; é uma De dei anoS para cá, su-rgiram no País pequenas \ndús-
Em seguida à apresentação desse requerimento, surgi- pena estar o plenário completamente vazio _;___ lamenta- trias, vOltadas à fabricação de veículos automotivos fora
ram dúvidas por parte dos Srs. Senadores, com relação velmente isso sucede jâ tantas vezes- e nãO poderem os de série, Nasc_eram e cresceram embasadas em capital
aos reflexos negativos que poderiam advir para a Ccím- Srs. Senadores apreciar a inlp"ortância e- O alcance q'ue · naCional e sem importáção e uso de tecnologia estrangei-
panhia Vale do Rio Doce, com uma Comissão Parla- tem Justamente o requerimen-to de V. Ex• Colocado nes- ·ra. Visaram colocar seus produtos apens no mercado in-
mentar de Inquérito a investigar diretamente a gestã~ da s-es termos. Hoje em dia, quando, de um lado, a crítica le- tefno. Hoje, porém, já conseguem fechar contratos de
sua diretoria, E procurando um entendimento na Casa, . viana; do outro lado, a irresponsabilidade administrativa exportação, carreando divisas para fortUlecimento de
· uma concilia<;ão, chegamos à conclusão de que devería- como que lutam para ver qual delas tem supremacia, é nossas combalidas finanças.
mos apresentar um outrO requerimento mais amplO:, mas absolutamente ne~essário que o Congresso Nacional, Às fábricas de veículos e;speciaiS, em seu crr:scimento
que alcançaria os mesmos tJbjetivos, elimil)ando a preo- má:ro:ime, o Senado, Chame a si -o exame do q~;~e está se· gradual, tem arroStado dificuldades de toda sort.e._Numa
cupação dos Senadores que estav'am discutindo a ques- Passando, naquilo que, hoje, praticamente cOnstitui qua- delas se constitui a pOlítica tarifária, que trata a desigUais
tão. se todo o cerne da atividade" governamental. Quando nós igualmente. 'Com efeito, o Fisco não faz diferenciação
Entregarei à Mesa o novo requerimento que está \taza- comparamos os números do conjunto do orçamento uni- entre Os_ veículos fabricados aos milhares em chap~ de
do, nos seguintes termos: · ficado dessas esta.tais, encetado pela primeira·vez pela aço pelas mOntadoras multinacionais, e os produzidos ·
REQUERIMENTO N• , DE 1985 SEST, com· todos os defeit~s. com todas as corre-ções, artesanalmente pelas fábricas genuinamente nacionais,
como obra humana que é, com o orçamento fiscal; nós de veículos especiais. Essas pequenas empresas brasilei-
· 'Senhor Presidente:
ficamos abismados. De maneira que a iniciativa de V. ras deveriam êstar sujeitas a um IPl de cinco e doze por
Nos termos do disposto no Art. 171 do Regimento In-
Exf., a nosso ver, é da maior pertinência. Gostaríamos de centó, considerando-se que praticamente, sU:a atiVidade
terno do Senado Federal, requer:emos que V. Exf. subme-
que aqui a Casa_ estivesse_ cheia, não só para aplaudir V. se Tesume ao fabrico artesanal de chassis e Garrocerias
ta à deliberação dei. Casa proposta para criação de Co-
Ex•, mas_ principalmente para fazer coro ao qu~ diz V. ·principalmente em fibra de vidro. Não vemos ràzão Para
missão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar-a
EX..__ para apoiar as desataviadas palavras deste aparte. tratá~las como as_ montadoras multinacionais _apenas
gestão dã.s sociedades de economia mista nas quais a
Estimaríamos que, cOm sua anuência,. fizessem sen* ao· porql.\e vendem os veículos prontos. O governo precisa
União detenha maioria acionâría, consubstanciada na
resto da Nação, ao resto do mundo político, que o Sena- tratar desigulament~ os desiguais. Se não o fizer, deve,
Resolução anexa, assin~da por Senadores.
do está coi-Isciente da responsabilidade que lhe cabe· desde logo, assumir a responsabilidade Pet~ extinção
Sala das Sessões, 1"8 de abrH de 1985. -Severo 'Gomes.'
sobre os ombros nesta época em que tanto sé fala na · dessa indústria nacional, pois seu produto, em virtude ·da
RESOLUÇÃO N• , DE 1985 cqmpléta reabsorção de_ todas as prerrogativas parla- oneração tributária, é por demais caro para enfr'entar a
mentares, E que' prerrogativa maior do que esta, justa- competição com as multinacionais da indústria automo-
Cria ComiSsão Parlamentar de Inquérito destina- mente, trazer à tona a verdade do que existe dentro da- tiva.
da a investigar a gestão das sociedades de economia quilo que, hoje, constitui, vamos repetir, a gra.nde parte Esperamos,- Sr, Presidente~ que o Governo Federal
mista nas quais a Uniã~ detenha maioria aci~nária. de todo o esforço goVernamental, para ou-de vão todos tome providências, com urgê,ncia, para salvar os fabri-
Art. ]9 É criada, nos t,errnos_ do art. 170, letra ..b", aqueles recursos federais' que, se bem administrados, cantes_ de_ veículos especiais, fazendo incidir sóbre eles
do RegimentO- Interno, Comissão Parlamentar de ln- l-ealmente, levarão este País para diante, e, se malbarata- apenas um [PI de cinco a doze por ~nto, ao 'invés das
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGR!'SSO NACIONAL (Seção II) Sexta-feira 26 0809

alíquotas de vinte e bito a trinta e três por. cerito incidí- menta dos oito itens indispensáveis ao licenciamento da O SR, PRES.DENTE (M<:J,rtins Filho)- Não hã mais
veís. sobre as montadoras, -Unidade para a produção. oradores inscritos.
Era o que tiilha a dizer. (Muito bem!) Ora, todos haverenlos de convir que, entre 13 de feve- Nada mais _havendo a, tr!ltar, _vou encerrar a presente
reiro e 30 de abri!, d_ecorre_ ~m _tempo.muito curto, em se sessão, designando para a extraordinária das 18 horas e
O SR. PRESID~.NTE (Martíns Filho)- Concedo a pa- tratando de instalar tanques, fazer o redimensionamento . 30 miÍmtos, anteriormente c~nvocada, a seguint~
lavra ao nobre Senador Héli~ Gueiros. de moendas, de ca!deiras e do tprbo-alternador e inst;~lar
O SR. HltLIO GUEIROS (PMDB- PA. Pronuncia _
esQuema de transporte capaz de fazer o âlcool produzido ORDEM DO DIA
chegar ao consumidor com as características impostas
o seguinte discurso.)- Sr. Presidente, Srs. Senadores: A -l-
pelo Conselho N_3.Cfonal -do PetióleQ:
produç_ão de álcool em plena Amazónia 'tem uma impOr- Discussão, em turno único, da redação final (oferecida
Por isso, tenho em mãos apelo feito pelos dirigentes pela Comissão de Redação em seu parecer n 9 39, de
.tânChi fundamental, senão estratégica.
daquela Cooperati~a. por mCu intermêdio e airavês das 1985), do Substitutivo da Câma,raaoProjeto de L~i do
o únicO empreendímento do -gêriero, existente na autoridades paraenses, aos Ministros. da Indústria e do
Amazô.nia Ocidental, a Usina Lincoln, foi inviabilizado Senado n"' 272, de 1978 (n~ 2.fXJ6f79, naquelâ. Casa), de
Comt:rcio e da Fazenda, no sentido de que intercedam autoria do Senador_ Otto Lehrnann, que dã nova redação
pela incúria e irresponsabilidáde que dominaram a admi-
junto à CNA ao Presidente e do Ban~o Cêntral para que à 'alínea_ "a" do art. 32 da· Lei n"' _4.591, de 16 de de-
nistração do Incra, à época. - -
esse praZO -se)"a eStendido por mais noventa dias, conta-
Agora, assisto, com certo entusiasmo, aos esforços da zembro de 1964.
dos a partir de 1"' de maio.
Cooperativa Mista AgrOpecuária de Paragominas, co~ -2-
sede naquela cidade do sul do Parâ, para implantar, ali, Requerimento ness~ sentido foi tarnbêm feito à MeSa Discussão,_enllurno único, da redação final (oferecida
uma Unidade Produtora de Álcool. com _capacidade da Assemblêia Leg'ishitiva -do Parâ pelo .r;>eputado Faus- pela Co~issão de Redação em seu Parecer nQ 35, de
para 150-mil litros/dia. . . to Fernandes. 1985), do Projeto· de Decreto Legislativo n"' 12, de 1984
Vi, tambêm, com igual euforia, aqUela, Cooperativã · Alio-me a esse pléito dos produtores Coopüativãdos (n"' 48/84, na Câmara dos Deputados), que aprova o tex~
~umprir todos os requiSitoS- à obtenção da liberação do de Pãragomínas diante da sua justeZa e pela importância to do Segundo Protocolo Adicional à Constituição da
empreendimento pela ConiiSsão Executiva Nacional do que aquele empreendimento representa para a segurança União Postal d~s Américas e Espanha ·(UPAE), assinado
. Álcool, em Resolução de nú_mero 87, emitida a 13 de fe~ do abastecim~nto de álcool às frotas e indústrias daquela _em Manágua, a 28 de agosto de 1981,
vereiro àeste ano. . faíxa da Amazônía--:
Ocorre quej entre as êxigências feifã.S para a à prOVação FiC3. aqui O rri~iJ ipelo.....: que peço seja regiStrado nos O SR." PRESIDENTE (Martins Filho)- Está encer- '
da carta-consulta, aquele órgão federal impôs à Coope~ Anais da Casa - e passo a viver a expectativa do se!-~ rada a sessão. -
rativa prazo quê expira ·a 30 do corrente, para preenchi-· atendimento pela-s autoridades competentes. · (Levanta-se a sessão às 17 horas e 22 minutoS,J

Ata· da 51 'ii Sessão, em 25 de abril de 1985


3~ Sessão Legislativa Ordinária, da 47~ Legislatura
- EXTRAORDINÁRIA ,;__
Presidência do Sr. Passos Pôrto

ÀS 18 HORAS E 30 MINUTOS,'ACHAM-SE PRE- nado 09-1731 de 198_4, que .. Dispõe sobre o reajustamen- 39, de 1985), do SUbstitutivo da Camara ao Projeto
SENTES OSSRS. SENADORES: to dos valores das aposentadorias e pensões devidas pela de Le.i do Senado n"' 272, de 1978 (N"' 2.006/79, pa-
Previdência Social". quela Casa}, de autoria do Senador Otto Lehmann,
Jorge Kalume- Altevir Leal- Mário Maia- Euni- · Sala das sessões, 25_de abril de 1985.- Nelson Camei- que dá nova redação à alínea .. a" do art. 32 da Lei
ce Michiles- Fábio Lucena - Raimundo Parente-· r~,- Líder -do PTB - Fábio Lucena, como Uder do n9 4.591, de-16 de' dezembro de 1964.
Claudionor Roriz- Gaivão M9desto ....... QdaCir Soares . PMDB- Jorge Kalume, como Líder do PDS- Nivaldo
- Hélio Gueiros- Alexandre Costa- João Castelo- Macb&.!iO, comO Líder do ·PFL. O. SR. PRESI.DENTE (Passos Pôrto) - Em discus-
Américo de Souza - Alberto Silva - H_elyídio Nunes são. (Pausa.) ·
-João Lobo- Cesar Cais- José: Lins- Virgílio Tá-. Não havendo quem peça a palavra, encerro a discus-
vara --Carlos Alberto - Moacyt Duarte - Martins . REQUE_RIMENTO N• 87,_DE 19li5
são.
Filho - Humberto Lucena ....;. Marcondes Gadelha_-:- · Encerrada a discussão, a redação final é considerada
Milton Cabral - Aderbal Jurema - Cid Sampaio - Requeremos urgência, nos termOs do art, 371, aUnea
.. 8, do Regimento Interno; para o Projeto de Lei do Se- aprovada, nos terp1os do art. 359 dà regimento Interno .
Nivaldo Machado - Guii_fien:rie Paimeira - C3.rlos O projeto vai à sansão.
Lyra - Luiz Cavalcante- Lourival Baptista- Passos nado n"' 245, de 1984, Que "acrescenta dispositivo à Lei
n~ 7.23"S"; de--29-âe outubrO de 1984; que dispõ"e sobre a
Põrto- Jutahy Magalhães_- Lomanto Júnio~ -João É a seguinte ·a redação final aprpvada
Calmon - Josê Ignãcio Ferreira - Amaral Peixoto ~ manutenÇão· da Correção semestral de salários, para o
Nelson Carneiro - Alfredo Campos- Fernando H_en- fim ~e-deten:ni:Õar- _repoSição s~ladal oOrígatória, a Partir
ri que Cardoso......:. Severo Gomes- Henrique Santillo- do priÕcfÍJio d,e 1985,- nO q.u.anttim ecoildições que especi- Redaçiio.final d~-~-ubstitutivo da Câmara ao Proje-
Mauro Borges·- G{lstão MUller- José_Fragelli..:.... fica". to de Lei do Senado n9 272, de 1978 (D"' 2.006/79, na-
Marcelo Miranda - Sa_ldanha Derzi - Roberto Wy- Sala das sessões1 25 de. abril de _1985.- Nelson CarJiei- quela Casa), que dá nova redaÇio i alí~ea "a" da
pych - Enêas Faria - Jaison Barreto - Jorge Bor- ..0, Líder do PTB - Fá~!o Lucena, cpmo Líder do art. 32 da Lei n9 4.591, de 16 de dezembro de 1964.
nhausen- Lenoir Vargas- Carlos Chiarelli- Alcides PMDB- Jorge Kalume, como Líder do PDS.- Nivaldo
Saldanha.- Octávio Card_oso. Macbado, ·como Líder do PFL.
Relator: Senador Martins Filho
O SR. PRESIDENTE (Pa.ssos Pôrto) - A lista de O SR. PRESIDENTE (Passos.Pôrto)- Os requeri- A Comissão, nos termos do disposto no § 2"' do art.
presença acusa'o comparecimento de 56 SrS. Senadores. mentos lidos serão votados após a Ordem do Dia, na ~ar­ 352 do Regimento Interno, propõe seja considerada
Havendo número regin;tental decla~o aberta a sessão. ma do Regimento Interno. a
.como final redação do texto do substitutivo da CâmRra
Sob a proteção de Deus iniCiamos nossos trabalhos. dos Deputados, oferecido ao Projeto de Lei do Senado .
Sobre a mesa, requerimentos-que vão ser lidos pelo Sr. O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- Passa-se _à nQ 272, de 1978 (n"' 2.006/79, naquela C~sa), uma vez que
19 -SecretâriO. ---
São lidos os seguiqtes
O-RDEM DO DIA aprovado sem emendas e em· con-dições de ser adotado
~m definitivo.

REQUERIMENTO N• 86, DE 1985 Item 1: S"ala das Comissões-,Tr de abril de 1985.


- Leonoir Vargas, Presidente- Martins Filho,
Requeremos urgência, nos termos do art. 371, alínea Discusão. em tur:n_o único, da redação final (ofe- Relator- José lgnácio Ferreira- Claudionor Roriz-
.. B'' do Regimento Interno, para o Projeto de Lei do Se- .. recicla pela Comissão de Redação em seu Parecer n9 Jorge Kalume.
I
0810 Sexta-feira 26 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (SeÇão II). Abril de 1985

. t a seguinte a redação do texto do substitutivo da Câ- Passa-se agora apreciação do Requeriment~ n9 reajustamento dos benefícios de prestação continuada
mara dos Deputados: · 86/B_;i, lido no Expediente, de ur&-enCia para o PrOjeto de (ou seja, as aposentadorias, as pensões, o auxílio-doença
O Congrésso NacióOai decieta: . Lei do Senado n9 173/84. · etc.), face as sucessivas alterações que sofreu desde a
Art I<~ A alínea ado art. 32lei n\'4.59l,de 16-dede- - Em votação o requerimento. ediçã9 da lei, acabou por ficar sem um preceito definido;
zembro de 1964, pass~ a vigOrar com a ~eguinte redação: Os Srs: senadores que o aprovam queirarll perinanecer o eminente Senador Nelson Carneiro propõe, pela pre-
sentados. (Pausa.) Aprovado. · . sente pr_oj;to, que seja dada uma redação ao dispositiv().
"Art. 32.
AprOvado o 'reque-ririlento, passa~se à apreciaçãO da restabele_cendo, de certa forma, as disposiçõeS do
a) título de propriedade· de terreno, ou' promessa
matéria. Decreta-lei.n'<' 66, de 1966. .
irrevogável e irretratável, _de compra e venda, ou
DíScussão, em I 9 turil~, do ProjetO de-Lei dO Se- Em bem J8.nçada "Justificativa", procura demonstrar
cessão de direitos-Ou de peiinu-fa, do qual conste· ela-
, usula de imissão na pOsse do iffióvel, não haja esti-
nado n9 173, de 1984, do Senador Nelson Carneiro, a
. o autor .a procedênCia da crítica. citando plêiade· de al-
que dispõe .so~re o reajustanlento dos v.alores das teraçõ~ introduzidas, seja pelo jâ reterido Decreto~lei_ n9
pulações impcditiva,s de sua alienação em frações
apas.entãdorias e pensões- devidas pela Previdência 66, de 1966, seja pelos Decre.to~~leis n9s 2.064, 2.065,
ideais e inclua consentimento pata demolição- e
SoCiaL 2.087, estes de 1983 e 2.113, de abril de 1984.
construção, devidamente registrado; ou, ainda, cer-
EStâ dependendo ainda de pareceres das Comis~ Realmente, torna~se difícil, hoje em dia, ao intérprete
tidão expeOida pelo juízo em que se processa ação
sões de Constit~ição e Justiça, de Legislação Social ou mesmo aos destinatários da lei, os seguradOs da Pre-
de desapropriação para execução de plano Urbariís-
e de Finanças. vidência Social, que não possuein uma biblioteca espe-
tico, ·cornprobatória de que o expropriante foi imiti~
Solicito ao nobre Senador OCtãvio Car-doso o parecei- cializã.d:i, sab6- ·qual o preceito Vigente. Tantas modifi~
do provisoriamente na posse'do imóvel e que este se
da Comissão de Constituição e Justiça. cações ~remissões a disposítivos, muitos dei~ revogados
acha na área remanescente do plano;
O SR. OCTÁVIO CARDOSO (PDS- RS. Para emi-' -pOr outraS leis ou decretos~leis, torna a matétia um ema-
.. ·---· ...... -............. ·.......... ... ..
~ ~·
tir parecer.) -Sr. Presidente, Srs. Senadores: ranhadD legiSlativo que impossibilita a informaç_ão preci-
O Projeto em exame, de iniciativa do Senadc!r Nelson. sa.
Art. 211 Para .os fin:5 dô dispOSto no art. 19 desta lei, o Carneiro, visa a fixar critério para o reajustamento dos -Deve--se, a bem da 'verdade, ressaitar que o ú!Ümo
Registro de Imóveis poderá inscrever, em nome _Q_Q ex~. --valores das aposentadorias e pensões da Previdência S.o~ · Decúio-lei; o de-n9 2.113,_de 1984, ao revogar o artigo 2_9
propriante imiÜdo na po;ise do Imóvel situado na área e,
-cfal pa-ra tanto, reStaura o art. 67 da Lei nf 3.807, d.e 26 n. .
d~-Dec~~to~lei 2.087, de 19.83, .disPõe, expressamente,
remanes~nte _do plano, as .ações de desapropriação para de agosto de I 960 ~ Lei Or8ânlcã dá Previdência Social- que ficã.vam "re~tabelecidas as disposições legais ante-
·execução de plano urbanístico, e, subseqüentem~te, os com a seguinte redação: . riormente vigentes_ sohre a matéria".
instrumentos de cessão õu promessa de cessão relaciona~ ..Os valores dos benefícios em manutenção serão ESsa ..ressalva" d6 legislador; no entanto, traz pouca
·dos com essas açôes. -- reajustados se~pre 'que for alterado o salário nifni~ ajuda à per'feitil--Compreensão d~. te'ma, pois, bastaria Õ
Art. 3~' Esta lei entra em vigor na data de sua publi~ mo, obedecendo o mesmo íildice fixado para este." desconhecimento de qualquer um daqueles três decretos-·
cação: Na jUstificação, após ligeiras considerações sobre· as leis ·consecutivos, ,editados em 1983, para lançar o pes-
Art. 49 _Revogam-se as disposições em corl~rãrio. -· várias- tentãfivas ·Para solução ·do problerria- deflagrado Q'uiSadOr em f.otB.I perplexidade. .
com a ~evogação do ar1. 67 da citada Lei n9 3.807/60, Ora, a proVidêncfa -adotada pelo ilustre autor é das
O SR. P"RESIOEl'fTE (Passos Pôrto) -Item 2 : -que si conSumou poi- via do Decre'to~lei Ji9 66/66, o au- mais cOrretas e de elevado interesse público, dé vez que,
tor advetth.. · · fazendo remissão ao aitigo 67 da Lei Orgânica, .restaura
Discussão, em -turno úilico,~ da redação final (0~ "Temos, então', a seguinte situação: o art. 67 da a sua vigência e eVita a disPersão do preceito em legis~
· ferecida' 'pela Comissão de Redação em seu Parecer LOPS foi revogado pelo Decreto-lei nl' 66/66, que laçã_o paralela.
n~' 35, del985), dO P-rojeto -de De~reto Legislativo n9 fqi_, pOr sua v_ez, revogado pelo Decreto-lei n9 2.064, A redação adotada pelO projeto é, por sua vez, pCrti-
12, de 1984 (n9 48/84, na Câmara dos Deputados), de 1983, também rev:ogado pelo · Decr_eto·lei n~' nente e precisa, porquanto adota a fórmula tradicional
que aprova o texto do segunda pi-o toco lo adicional 2.065, revogado por seu turno Pelo -Decreto-lei n~' · para os reajustes dos benefícios de prestação cOntinuada
a Constituição da União postal das Américàs e Es~ 2.087[83, eSte.fihalmente revogado pelo Decreto-lei da Previdência Social, isto é, a de que ocorram seinpre
panha (UPAE), assinado em Manágua, a 28 de n9 2.113, de_I984", para, em__seguida, ~ssinalar: que for alterado o valor do salário mínimo, e ne~: m~sma
agosto de 1981. · "DaÍ resulta que n.ão existe em vigor nenhum cri- proporção deste .
tério para se fixar-as valores do reaJustamento das .Ante. essas tazões e, considerando que o projeto sere-
Em discussão, (Pausa.)
~posentadorias e pensões. devidas pela Previdência_ . veste da maior oportunidade, opinamo_s pela sUa apro-
Não havendo quem peça a palavra, encerro a discus- - Social! vação.
são. ·
Realmente, diz o§ 39 dQ_art. 29 da Lei de Intro- É o .parecer.
Encerrada a discussão, a redaçào é considerada apro-
dução ao Código Civil~ Decreto-lei n9 4.651, de 4 de
. vad<Í, nos termos do art. 359 do Regimento fnterno·.
seteinbro de 1942 - que: -O SR. PRESIDENTE (Passos Pórto) - Solicito a~
O projeto v8.i à prOm~lgação.
"'§~-salVo disposição em contrário, ·a lei revaia.- nobre Senado~ José Uns o parecer da Comissão de Fi-
~ a seguinte a redaçào firial aprovada da não se restaura por ter a lei revogadora perdido a nanças.
Reda~ão final· do Projeto de Decreto Legislativo n9 vigência".
Assim, inCxiStinda disposição em contrário res- O_SR. JOSt LINS (PFL- CE.- Para emitir parecer.)
12, de 1984 (n~' 48/84, na, Câmar~ dos Deputados).
taurando o império do art. 67_da Le:i Orgânica da -~r. Presidente, Srs. ~enadores:
Faço saber que o Cof!gresso Nacional aprovou nos' Previdência Social, a _matéria está sem disciplinª'~ Da autoria do ilustre Senador Nelson Carneiro, a pro-
termos do __ art. 44, item 1,· da Constituição, e menta." :POposiçào em exame pretende restabelecer critério con~
eu, , Presidentedo Senado Fed~ral, promul- cernerlte ao reSjuStamento ·automático· dos valores dos
No caso em exame e como _destacª' ~o ilus_tre SenadQ_r
.. go -o--seguinte_ Nels-~n C~r~ei~o; a 'rante de custeio estã implícita, p6is bene:ffcios Oe prestação. continuada da Previdência' So-
.cial. . .
resulta da própria maJoração do salário de contribuição,
DECRHO LEGiSLATIVO No D.E 1985 inap!icã'vel, portanto, a restrição da norma constitucio- Em sua justificação demonstra o eminente autor que
as~rrormas tendentes à disciplinação dos reajustes dos be-
nal contida no parágrafo único do. art. 165 da nossa Lei
Aprova o texto do segundo Protocolo Adicional a neficias pr<!videnciários tem tido efêmera vigência nos
Maior. · ·
Constituição dã Unlão PoStitl das Américas e Espa- últimos tempos.
A Proposição disciplina matériã da maior relevância e,
nha (UPAE), assinâdo em Manágua:.a 28 de agosto
por in_exiStirem obstâculos de na~ureza jurídico~ Assim é que, a partir do adyento do.art. 67 da Lei Or~
de 1981. gânica da Previdência Social, que provia o reajustamen-
constitucional que a passam invalidar, somos peta apro-
. vaçãa da proposta. to das· aposentadorias e pensões, à medida em que .os
O Congresso. Nacional decreta:
- ~ o parecer. índices dos Salários 'de contribuição tivessem majoração
Art. {9 É aprovado o texto do .segundo. P~otocolo·
sUperior a 15%, desde o ano em que ocorresse o último
Adicional à ConstHi.i1ção da União Postal diis Américas O sR. PRESIDENtE ( Pas~os Pôrto) - Solicito ao reajustamento, muitos dispositivos foram íqcorporados
e Espanha (UPAE), assimido em.Manâgua, a 28 de agos~ nobre Senador Jorge Kalume o parecer da CorriissãÕ.de ~. logo a seguir, excluídos do orç)enamento jurr.diC-o.
to. de 1981. Legislação S9cial. Menciona a peça motivadora do Projeto as hipóteses
Art. 2'>' Este Dect'eto- LegiSlativo entra ém vigor na
O SR. JORGE KALUME (PDS- AC. Para.emitir do art. 17 do DeCreto-lei n9 66, de 21 de setembro de.
data de sua publicação:
parecer.) -Sr. Presidente, Srs. Seriadores: I966, do art. 44 do Decreto-lei n~' 2.064, de 19 de outubro
O SR. PRESIDENTE (Passos Põrto) EsgOtada a ma- Sob o fundamento de que o artigO 67 da Lei Orgânica de 1983, revogado pelo Decreto-lei n9 2.065, de 26 da-
têría constante da Ordem do Dia. dã- PreVidêriciB.- SoCial, que dispõe sobre os Úitérios de quele mesmo mês.
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRÉSSO NACIONAL (Seç.ã.o II) Sexta-feira 26 0811

Pt:ilo Decreto-lei n'i' 2.087, de 22 de dezembro d~ 198'3, ANEXO AO PARECER N' 48, DE t985 . Sobre o mérito da matéria deverã opinar a ilustrada
foi reintroduzido o sis~ema automático de;: reajustamento Comissão de Legislação Social.
.o qual, todavia, resultou revogado pelo art. 2~' do Red8ção final do-Projeto de Lei do-Senado n9Ji3, Do âmbito de nossa competência, opinamOs fâvora-
Decreto-lei n• 2.113, de.l8 de abril de 1984. de '1984, que'dispõe sob_re o reajust~mento dos valores velmente ao Projeto, por ccnsiderá-lo constitucional e
EVidencia-se dessarte, que jnexiste regra jurídica, na das aposentadorias e pensões de.vidas pela Previdência jurídico.
atualidade, que 'discipline a itlatéda, possibilitando a Social, dando nova redação ao ar·t. 67 da Lei n9 3.807, É o parecer.
imediata atualização dos benefícios pecuniários da Pre- de 26 de agosto de 1960.
O SR. PRESIDENTE (PaSsos Pôrto) - Solicito ao
vidência Social. nobre Senador JOrge Kalume o parecer da Comissão de
No que tange ao aspecto financeiro, enfoq~e que Pre- O Congresso Nacional decreta:
Art. {9 Ó arte 67 da Lei n93.807, de 26 de agosto de Legistação Social.
side O âmbito de apreciação desta Comissão, n~o nos pa- · Propõê· o eminente Senador Nelson Carneiro, com o
. r'ece que possa a medida compOrt.ar qualquer rCstrição. 1960, que dispõe sobre a Lei Orgânica da Previdência
SOci~l, passa a vigorar com a segui~te redação: presente ProJeto, a mclusão de m~1s um parágrafo ao ar-
Não trata 'ela de ampliação ou aumento dos Valores tigo 29 da Lei n9 7. 238, de 29 de oútiibro de 1984, que dis-
dos benefícios previstos -no sis(emã ofiCial de previdêit- "'"ArL 67. Os_ valores dos benefícios em manu- Põe sobre á correção automática dos saláriQs dos ttaba-
cia, .mas de norma reguladora dos necessários reajustes tenção serão reajustados sempre clue for alterado o . lhadores, com: o Objetivo de acre§ce~ aos próximos qua-
daqueles beneficias ein decorrência do processo inflaciti.:- salário-mínimo, obedecido o mesmo índice fixado tro reajustes salariais um percentual de 5,75% "a tftulo
nário que se faz presente na econcimia nacional. para este." de reposição salarial".
Seria injusto e ilógico qtie hão tivesseffi os segurados Sustenta o autor, baseado· em trabalho jornalísttcc
da Pr~idência Social, ou seja, aqueles -que dela depen~ Art. 29 Os enc~gos oriunõ.os da-presente lei one-ra- publicado na "Folha de São Pauló", que, "nos .últiffios 4
derh para a sua própi'ia subsistê~cia: nó mais daS vezes, rão as fontes de receita previstas ri.o art. 69 da Lei n9 anos, até 1983, o brasileiro ficou, em mêdia, 22,9% mais
.atualizados, de forma automática~ os parcos pfoventos e ~ 3.807, de 26 de agosto de !960. · pobre".
pensões advindes daquele órgão. Art.- 39 Esta lei entra em vigor na dat~ de sua publi- Isto se deve, segundO se depreende do referido traba-
Inaplicável à rriedida, cabe ressaltar, a norma prevista cação. lho, às condicíonantes impostas pela legislação que re$u~
nO parágrafo único do art. t65 da Lei Fundamental, que ArL 49 Revog!lm~se as disposições em contrário. Ia a chama "pÓ!ítiCa salarial.", que, além de estabelecer
exige da diScriminàção' parte de custeiO total pa~a os ca~ e~calas díscdminatórias de aumentos por faixas salariais.,
sos dé criação, majoração ou extensão de serviços de as~ O SR. PRESIDENTE (Passos·Pôrto)- Em dis~Ussão
ainda toma por parâmetro o lndice Nacional de Preços
sistêncla, ou de benefício, compreendido na previdência, a redação final.
ao Consumidor - INPC, sabidamente irreal, quando
pois a sugestão ora apreciada cinge-se a. critério de rea- Não havendo _guem peça a palavra, encerro a discus-
comparado com os efetivos fndices de elevação do custo
juste ql!e há de acomP,a:nhár a própria atualizà~ãO das são.
de vida e da própria inflação.
bases de cálculo geradora de receita das· entidades qu'e Em votação.
Dessa política, evidentemente, resultou· o achatamento
compõem o Sistema Previdenciário. . Os Srs. Senadores que a aprovam queiram permanecer
salarial de todos os trabalhadores, o que o autor preten-
As razões Ora alinhadas são suficiC:iltes, a nosso ver, sentados. (Pausa.)
de corrigir, pelo menos parcialmente, adotando a fórmu-
para que se acolha.a PropoSição so~ ª-- ótica jurídico: Aprovado.
la precÓnizada no Projeto, que faz incidir sobre os qua-
· financeira. A matéria- vai à Câmara dos Dep.utados.
tro reajustes semestraiS que se seguirem a !9 de janeiro de
Somos, assim, Peta aprovação do projeto em exame. 1985 aquele percentual de reppsição:
O SR. PRESIDENTE (Passos pôrto)- Passa~se ago~
O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- Completada ra à apreciação do Requerimento n9 87/85 de urgência, Na verd.ade, a correção dos salários baseada naquele
a instrução da matéria, passã-se a Sua apreciação. lido no expediente para o· Projeto de Lei do Senado n9 . índice é fruto de uma politica recessiva, imposta pelo
Em discussão Q projeto' em primeiro turno. (Pausa.) 245 de 1984. FJ\111, com o objetivo de reduzir a capacidade de conSu~
Não havendo quem peça a palavra, encerro a discus- Em·votação o.requerimento. mo'da população, com vistas à contenção do processo ·
são, Os Sri Senadores que o aprovam queiram permanecer inflacionário. Entretanto, se no plano econômico essa
Em votação. sentadÕS. (Pausa.) - política pode resultar em soluções positivas, no plano so-
Os Srs. Senadores,que o aprovam queiram pennancer Aprovado. cial_ ela é, comprovadamente, desastrosa. Basta ver que,
sentados. (Pausa.) Aprovado o requerimento, passa-se à apreciação da de acordo com levantamentos estatísticos recentes, o rea-
Está aprovado. _ _ matêfia. juste safarí8.l de 100% do INPC, teimado p~r base o sa-
Aprovado o projeto effi prímeiro ·turno, e estando a lário _mfnimo' vigente, não atende sequer, aos custos da
Distu'ssâo em primeiro turno do Projeto de Lei
matéria ein rCgime de urgência, passa~se imediatamente prÓpria "cestâ básiCa de alimentos'', mesmo desprezados
do Senado n9 245 de 1984, de autoria do Sr. Senador os outros. componentes essenciais do' salârio, como a
a sua apreciação em seguitdo turno.
Nelson Carheiro, qpe acrescenta dispositiVo à Lei n9
EÍn discussão o projeto "eiTISegundo_tUrno. (Pausa.) habitação, o vestuãrio,· o transporte, etc.
7.238 de"29 de outubro de 1984, que dispõe sobre a
Não h~vendo· quem peça a,palavra, encer.ro' a discus~ Por isso, ainda no final.do.Governo passado, começou
manutenção da Correção Monetária automáticâ ·se-
são. a ser discutida a alteração do levantamento db INPC,
rriesti-~r dos s_i:!.láriós, p~ara o fim. de determinar repo·
O projeto é dado como definitivamerite aprovado nos como forma de se atenuarem ·as inevitáveis pressões dá.
sição salarial obrigatória a partir do princípio de classe trabalhadora em busCa de melhores salários. Tais
termos do art. 315 d.o Regimento Interno. ·
A matéria vai à Comissão de· Redação.
1985, no quantum e condição que específica. estudos foram ·reiniCiados pela Comissão para o Plano
-EStá dep-endendo, a(nda, dos pareCeres das Comissões de Ação do Governo- COPAG, à'época, coordenada
O SR. PRESIDENTE {Pa~sos Pôrto)- A Presidência
de Constituição e Justiça, de Leii~lação Social, e de Fi-
designa, n~ termos do_art. 9_0, § {9, do Regimento Inter- p~lo economista José Serra, que defendia a "necessidade
nanças. de se aumentar -6 poder aquisitivo dos trabalhadores,
no, os Srs. Jo_rge Kalume •. Jo,sé Lins e Hélio Gueiros,
Solicitõ ao nobre Senador OctáVio Cardoso o parecer com vistas à retomada- do crescimento ·dQ mercado inter-
como membros da Comissão_ de Redação. (Pausa.)
da Comlssão de. Constituição e Ju~tiça. no. . _ .
Sobre a mesa, redacão final que vai ser lida pelo Sr. 19-
Sec;retário. O SR. OCfÁ VIO CARDOSO (PD_S- RS. Para em i· . .~e qualqu~r _forma,_ há uma realidadé Pa"Ij,ãvei e pre-
tir Parecer.)- Sr. Presidente, Srs. Senadores: o Projeto sente: a classe trabalhadora rião fésiste por mais tempo à
~ lida a seguinte ora submetido à nossa apreciação é de .autoria do emi- atual política de recessão cumulada com o arrocho sala-::
nente SenadQr Nel!)on Carneiro e tem por objeto incluir ria!. .Como diz o eminente Senador Nelson Carneiro, na
PARECER No 48, DE .1985 preceito .na Lei n9 7.238, de 1984, determinando que nos "justific8.tíva" do Projeto, "todos reconhecem que algo
(Da Comissão de Redação) quatro primC::íros reajUstes ali previstos 'a correção auto· tem de ser feito para qUe o peso maior das dificuldades
.Redação final d.o Projeto de Lei do ~enado'n9173, mâtica ·dos salários dos trabalhador~ será acres.Cid6 de econôrJ!icas por que passa o País· nã:o recaia somente
5,15% a título de_ reposição salarial. sobre os trabalhadores",
de 1984.
Ao justificar a proposição seu douto ·autor baseou·se Daí a nossa concórdância com a medida ora proposta,
Relator: Senador Jorge Kalume em trabalho de Teodoro Meiss~ner publicado no jornal Enquanto se discutem as grandes soluções, pode-se ame-
A Comissão apresenta, e·m anexo, aredação final do "Folha de Sào Paulo'', no qual ficou_ comprovado que nizar um pouco essa situação aflit!va, repondO.:-se, p~lo
Projeto de Lei do Senado n9 1_73, de 1984, ·que dispõe "nos últb:nos quatro anos, até 1983, o_ brasileiro ficou_, meno.s, os percentuaiS reprimidos nestes último_s quatro
sobre o reajustamento dos valores das aposentadorias e em média, 22,9% mais pobre". anos.
pensões devidas pela: Previdência Social. Aduz, ainda,_ que a medida proposta ~isa a repor esta Peta aprovação do Projeto, com a corre_ção da data.de
Sala das Comissões, 25 de.ab.ril_de 198iL-José Lins, defas~gem salarial empercentua,is disbribuídos por qua~_ vigênci!J. ~a medida par!J. o J9 de maio de 1985, na forma
Presidente - Jorge Kalume, Relator - Hélio Gueiros. · tro semestres, da seguinte
0812 · Sexta-feira 26 . QJÃRJO DO.tONGRESSO'NÃCIONAL (Scçãó II) Abril de 1985

EMENDA No t-CLS O SR. NELSON CARNEIRO (PTB- RJ. Para dis- ANEXO AO PARECER N' 49, DE 1985
cutir O· projeto. Sem revisão do orador.)-$(, Presiden-
No artigo I'i', onde se lê: .. 1, de janeiro de 1985",1e.ia· te;· sis. SenSdores: ~ - . Reda'.-;ão do' vencido, para o 211 Turno do Projeto de
se: .. 1"' de maio de 1985". Esse projeto de 28 de novembro de 1984 é uma reivin- Lei do Senado n~' .245, de 1984, que altera a Lei 09
t: o parecer. dicação que o Legislativo procura atender antes'da de- 7.238, de 29 de outubro de 1984, para o fim d~ deter-
cretação do novo salário mínimo. minar reposi.-;ão salarial obrigatória nas condições
O. SR. PRESIDENT€' (Passos Pôrto)- Soliclio ã~ FalB.-se muito em reposição-saladal,·masjá se.ànliilcia que especifica. ·
nobre S_enador José Lins o parecer da· Comissão de Fi- que· o Poder Executivo tomará essa medida. A.ssim, a
O Congresso Nacional decreta:
nanças. aprovação deste projeto mostra, ao menos, que o Poder
Art. 1~' O art. 2~' da Lei n9 7.238, de 29 de outubro de
Legislativo não se descurou desse problema e procurou 1984, que dispõe sobre a manutenção da correção auto-
O SR. JOS1!: UNS (PFL- CE. Para emitir parecer.) lhe 9ar a necessária-solução. Aceito ou não pelo Poder
mática semestral dos salários, de acordo com o lndice
- Sr. Presidente, Srs. s'enadores: - - Exe_cutivo, ficará provado que os representantes do po-
Nacional "de Preços ao Consumidor - INPC, e revoga
A Proposição em tela, apresentaOa- pelo ílustre Sena- vo, nO Senado Federal, não foram insensíveis às dificul~
dispositivos do Decreto-lei n~' 2.065, de 26 de outubi-o de
dor NelSon CarneirO, tein por escopo conceder, a partir ~ades da classe trabalhadora.- ·
1983, pas_sa a· vigorar acrescido do seguinte parágrafo:
de }'i' de janeiro do ano em curso, correção salarial auto- Somente isto, Sr. Pre~idente.
mática com o acréscimo de 5;75%, a título de reposição "§ 3? Nos 4 (quatro.) primeiros reajustes, reali-
obrigatória nos quatro primeir-os reajuste-s contaaoSóa- zados em conformidade com o disposto neste arti-
_Q .SR. PRESIDENTE (Passos Põrto)- Continua em
quela Oaia. discussão o projeto e a: emenda. go, que se seguirem à data de l Q de maio de 1985, a
A medida, formalmente, acrescenta § 3'i' ao art. 21' da Não havendo quem peça a palavra, encerro a discus- correção automática dos saláriOs dos trabalhadores
Lei n'i' 7.238, de 29 de outubro de 1984. -Sefâ -~c'rescida de 5,75% (cinco ínteirOs e setenta e
são.
FundaMse Oeminente autor em artfgo publicado na im~ Votação do projeto, sem prejuízo da emenda. cinco centésimos porçento), a título de reposição
prensa recentemente, o qual expõe a.dramática situação . Os Srs. Senadores que o aprovam queiram per"manecer salarial."
das classes assalariadas que; no período de 1979 a 1983,
sentados. (Paüsa)
apresentou um empobrecimento superior a 22%, Art. 29 Esta lei entra em vigor na data de sua publi-
Aprovado. cação.
ressaltandoMse que as faixas mais carenteS foram; [LiStaM
Votação da emenda.
mente, as que mais sofreram decréscimo em seus saM Art. 3~' Revogam-se as disposições em Co"il.trário:
Os Srs. Senadores que a aprovam queiram permanecer
!árias. O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto) -Em discussão
. sentados. (Pausa.)
Diante de quadro social onde as desigualdades mais se o projeto em segundo turno. (Pausa.)
Aprovada.
acentuam, bUsca a Proposição em. exame solucionar, Não havendo quem peça a palavra, encerro a discus-
Aprovados o projeto e a emenda, a matéria vai à Co-
pelo menos em parte, a situação da massa trabalhadora- são.
missão de Redação, a fim de redigir o vencido para o 211
ffiediante a recomposição gradUal de seu poder aquisiti- Encerrada a discussão, o projeto é co.nsiderado defini-
turno regimental.
vo. tivamente aprovado nos termos do art. 315 do Regimen-
É de se reconhecer a sensibilidade do representante do to Interno.
Estado do Rio de Janeiro para a cruciapte qu"estãO·sara=-- O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto) - Estando a
A matéria vai à Câmara dos-Deputados.
rial, pois não há como se deixar de considerar que tal matéria em i:egime de urgência, passa.:-se imediatamente
medida' vá propiciar a solução progressiva do problema, à Sua apreciação em 211 turno. · O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto) ...:... Nada ma~s
especialmente quando essa !;ituação o~rre no s'eio de hãvendo ~ tratar, vou encefrar a presente sessão, desig-
Discussão em 2Y turno do Projeto de Lei do SenaM
uma economi:i que atingiu a níveis inflacionários com nando para a sessão ordinária de amanhã a seguinte:
do n~'245/84, de autoria do senador Nelson Cani.d-
três dígitos,. ro, que-acrescentã dispositivO- à Lei 7.238~ de 29 de
Não Se jaStifica que a classe tfabalhadora continue a ORDEM DO DIA
outubro de 1984, que dispõe sobre a manutenção da
arcar com os maiores ônus de uma política recessiva, en- correção automática semestral-dos salários, para o
quanto que as parcelas da soc~edade que detém o maior fim de determinar reposição salarial obrigatória, a
· quinhão de riqueza nacional não abrem mão de seus ga- partir do princípio de· 85, no quantum e condição
nhos. Votaçãó, em turno único, do Projeto de Lei da Cãma-
No âmbito das finanças públicas, a rigor, não há o que
a
que 'especifiCa. r'ã nv 6, de 1981 (n~'237 /79, na Casa de origem), que fixa
D_~pendendo de .parecer da Comissão de Re-
considerar dentro dos limites-de-Competência desta-Co- em oito horas a jornada de trabalho dos Yigias, tendo
dação · ' Parecer Favorável, sob n~' 190, de 1981, da Comissão
missão, ante a eXpressa disposíção contida no art. 165,
item I da Consti~uição Federal. - de Legislação-Sodal.
O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- A Presidência
.Ainda que algum obstáculo de ordem estritamente fi-
desígna, nos tefmos do art. 90, § 1~', do Regimento Inter-
nanceira pudesse ser oposto ~ providência, face ao inte- 2
no, os Srs. JOrge Kalume, José ·uns e Hêlio Gueiros,
resse que o Poder Público viesse a demonstrar quando
tomo membros da Comissão de Redação. (Pausa.) . Votação, em iurno único, do Requerimento n~' "15, de
alçado à posição de .err,tpregador, tal conveniência Sobre a m.esa, redação final que vai ser lida pelo Sr. }9-
render-se-ia ao príncípió constitucionã.l supra-referido. 1985, de autoria do Senador f-(u1_11berto Lu_cena, solici-
Secretário. · . tando a constituição de Comissã_o Parlamentar de ln-
Somos, ppis, pela aprovação do projeto.
Este é o parecer, Sr. PreSidente. · . quérito destinada a investigár os fatos que colocaram em
É lida a seguinte
risco·<o"cóntrole acionário; pela União; da Companhia
Vale do RiO Doce. ·
O SR. PRESIDENTE (Passos Põrto)- O parecer da
PARECER N• 49, DE 1985
ConiisSãó cje Constituíção e Justiça concluiu peta c~msti­ 3
(Da Comissão de Redação).
, tucionalidade e jui'idicidade do projetp. ·
A ·comissão de Legislação Social é favorá':'el com Votação, em turno único, do Requerimento n~'57, de
emenda que apresenta de número 1. Redação do vencido, para o 211 turno, do Projeto de 1985, de autoria dos Líderes Gastão MUller e Moacyr
A C.omissão.de Finançãs-Conéluiu favoravêlrii.ente_a_ó_ Lei do Se!lado n~' 245, de 1984. Duarte, requerendo, nos termos do art. 371, c, do Regi-
projeto. mento Interno, urgência para o Oficio S/2, de 1985, do
Completa~a a instrução da matéria, p·assa-se à discusM Relator: Senador Hélio Gueiros ·Governador do Estado do Rio Grande do Norte~ solici-
s~i'o do projeto e da emenda em primeiro turno. A Comissão apresenta, em anexo, a redação do venci- tando autorização do ·semi.do Federa( para realizar ope-
Em discussão. do, para o 29 turno, do Projeto de.Lei do-Senado n~'245, ração de crédito externo no valor de cinqUenta milhõe~
de 1984, que acrescenta dispositivo··à Lei n~'7.238, de 29 de dólares.
O Sr. Nelson Carneiro - Sr. Presidente, peço a pri.la-- de outUbro de 19-84, que diSpõe" sobre a manute-nçãO da
vra para discutir. correçào automática Seinestral dos salários, p-3ra o fim 4
de determinar reposição salarial obrigatória a partir do
O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto) - Conce.da a pt'indpio· de 198"5, no quantum e cOiidição que especifiCa. voia~o. em turno. úniCo, do Requeriment~ n~' 58, de
palavra :ia nobre Senador.Nelson Carneiro, para discutir Sala das Comissões, 25 de abril de 1985. - José Lins, 1985, de auf.oria dos Líderes Gas_tão MUller e Moacyr
a matéria. Presidente ~HéTfo. Cueiros, Relator -:-Joi--Ce Kalume. · Duarte, solfcita:ndo, nos teimas do arL 371, _c, do Regi-
Abril de 1985 . DIÃRÍO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçõo II) · .Sexta-feira 26 0813

intensas nos Estados do Maranhão, Piauí e Ceará, ,dimi-


menta Interno, urgência para o 'Ofício n~ Sf8, de 1985, DISCURSO PRONUNCIADO PELO SR. JO-
S~ UNS, NA SESSÃO DE. 18-4-85, E QUE, EN- nuYndo de intensidade apenas nos meses de mãiO e j_~-
através do qual o Prefeito Municipal de Anâpolis (GO),
TREGUE 'Ã . REVISÃO DO ORADOR. SERIA nho. .
solicita autorização do Senado para que aquela prefeituw
PUBLicADO POSTERIORMENTE: Vê-se, portanto, Sr. Presidente, que a inundação que
ra possa realizar operação de empréstim,.o externo no va-
gr<i.ssa, hoje, em quase todos os Estados,-em vez,de dimi-
lor de US$ 3,500,000.00 (1rês--milhões e quinhentos mil
nufr, pode ·ainda aumentar até o final deste mês.
dólart!s). O SR. JOS~ LINS. (PFL- CE. Para emitir parecer.)- Diz tambêm a informaçãO que ocorrem discOntinui-
Sr. Presidente, Srs. Senadores: trata-se de proposição dades termodinâmicas provocadas pela intensidade de
oferecida-pelo ilustre Sen.ador Alberto Silva, visando ai~ ondas do Leste que, quando associadas às fr~ntes frias
terar critérios de destinação do produto da arrecadação oriundas do Sul, provocam essas chuvas catastróficas
Vota.ção, em primeiro turnO, dõ PrOjeto de Lei do Se- ~da Taxa Rodoviã_ria Única, c_om o objetivo desubsidiar
com toda sua coorte de dificuldades.
nado n~' 26, de 1979, de autoria. do .S~_r:1.ador Orestes o .cusio dã.s tarifas de' transporte urbano através da Em~ A rede rodoviãria do Nordeste está praticamente inca-
Quércia,-que acresCenta parág'rafos ao art. 517 da Con- presa Brasileira dos TranspOrtes Urbanos. · pacitada ·para atender, inclusive, a essas populações de-
solidação das Leis do_ Trabalho, ten'd_o · A medida, inicialmente, sugere a transferência de 12% sabrigadas. . ·
Pareceres~ sob n9s 184 .e 185, de 1984, das Comissões: do prodUto da arrecadação do referl?o tributo à EBTU, Fiz questão, Sr. Presidente, de pedir informações mais
-de Constituição e Justiça·, pela constitucionalidade e a nm de que aquela empresa, gestora do Fundo de De- seguras sobre a ação dos Ministérios, para minorar a
juridicidade; e senvolvimento dos Transportes Urbanos, mediante con- aflição do povo jã tão sofrido em decorrência das secas
-de Legislação Social, favorável. vênios firmados com os Estados e Municípios, venha a ·que, por dois anos, se abatem sobre o Nordeste.
aplicar, no mínimo, 50% dos. recurs~s transferidos, no O MiniStro Pedro Simon informou-nos que já entre-
6 custeio de subsíd.ios das tarifas de transporte urbano. gou-à--SUDENE, para distribuição aos flagelados, nada
Procura a medida, em síntese, a solução do problema menos de 1 milhão e 364 mil quilos de gêneros alimentí-
Votação, em primeiro turno, do Projeto de Lei doS~ - que, a cada passo, tem-se agravado, a ponto de se cons- cios, totalizando cerca de 3,5 bilhões de cruzeii-os. ·Foi a
nado n"' 2, de 1980, de autoria do Senador Humberto Lu- tatar _que os dispêndios com o transporte do t(abalhador seguinte a ajuda por Estado: o Maranhão recebeu 22.500
cena, que dispõe' sobre a escola .ea.nomeação dos diri- ao local de trabalho, nas áreas urbanas, alcançam quase quilos; o PiaUí 194 mil quilos; o Ceará 500 mil quilos; o
gentes daS: Fundações de. Erisino Superior, tendo 40% do salár"io mínimo em vigor. Rio Grahde do Norte 93 mil quilos;· a Paraíba 45 mil qui-
Pareceres, sob n"'s 747 e 748, de 1981, das Comissões: Registre-se que o mecanismo preconizado pela. proVi- los; Pernambuco 41 mil quilos; A lagoas 53 mil quilos;
-de Constituição e Justi.;a, pela constitucion~tlidade e dência ein_ tela envolve a participação estadual e munici- Sergipe 18 mil quilos, e a Bahia 94 mil quilos.
juridicidade, com voto vencido, em separado, d~ Sena- pal, a qual poderá ser efetivada mediante a co"ncessão de Alguns Estados, segundo informou-me o Ministro,.
dor Moacyr Dalla; e isenções fisc:iiS-ãS-empresas aut_orizadas a explorar o ser- ainda não apresentaram a projeção das necessidades de
-de Educaçã~ e Cultura, favorável. viço de transporte. alimentos e_ de recursos básicos para o' atendimento das
Pretende a medida, em síntese, reduzir em 45% (qua- populações, para que o ·Ministério possa providenciar o
7 renta e cinco por cento) o preço das passagens de trans- abastecimentp. Entretanto, se sabe que para o Ceará se-
portes de massa, distribUindo-se o ônu~ dos subsídi9 aos rão necesSárioS, nas próximas oito semanas, 3 milhões e
Votação em primeiro turno;--do PrOjeto de Lei do Se- Põderes Públicos dos trêS níveis de Governo. 440 mil quilos adicionais de alimentos, af compreendidos
nado n"' 340, de 1980, de autoria da Senadora Eunice Mi- b inegãvel que o projetO reveste-se de maior interesse feijão, arro'z, açúcar, leite em pó, f~rinha de maQdioca,
chiles~ que acrescenta parágrafo úr:aico ao art. 373 da público, tendo em vista que a medida nele proposta hã óléo de soja,. café, Sal, charque, fubá, sar~inha e sabão.
Consolidação das Leis do Trabalho, faCuJtando à empre- de beneficiar milhões de trabalhadores brasileiros, cujos Estes foram os alimentos 'r.elacionados para o atendi-
gada com prole o dirCito à jornada de trabalho reduzida, lares serão favorecidos pela redução das despesas reali-
mento. . . . .·
com remuneração proporcional, tendo zadas ~om transporte do ·chefe de família ao local de tra- Para o Piaui está prevista a distribuição de 1 milhão e
Pareceres, sob n"'s 445 a 447, de 1984, das Comissões: balho. 100 quilos de gêneros; nas prÓximas quatro semanas, e
-de Constitui.;ão e' Justiça, pela constitucioi:talidade e No que concerne aos aspectos financeiro e jurídico, para fi Rio Grande do Norte 980 mil quilos.
juridicidade; · não vislumbramos qualquer 6b~ce· que se possa opor à ·A COBAL está reivindica_ndo que a Coordenadoria de
-de L~islação Social, fayorável; e Pr~po~íção. · · Defesa -Civil do -Ceilrá C-o]o(j_Ue a sua' disposição meios
-de Finanças, contráriõ;-oom voto vencido, em sepa- Com efeito, os recursos necessários à impl~ntação da para levar· esses a:Iiméntos até as pOpul!ições.
rado, do Senador Jorge K alume. · medida, por parte do Poder Execu_tivo_ Federal, Por"outro lado o Ministério do Interior, complemen-
originam-se da receita. -qriunda. da incid_ência da Taxa tarmente, çiá-nos .o seguinte q·uadro:
8 Rodoviãria única, reimplantando-se o 'percentual de " .•. Estão atingidos, no Estado do Maranhão, 47
transferência Pe 12% à EBTU a que aludia o art. 61, IV, municípios,-dos quais 37 com-emergêpcia reconheci-
Votação, em primeiro tur:no (apreCiação preliminar da do Decreto"lei n"' 1.691, de 2 de agosto de 1979,-alterado da: no Piauí 33.municfpios, sendo 19 em estado de
COnstitucionalidade, nos termos do art. 296 do Regi- pelo art. 1"' do DecretO-lei n"' 1.886, de 26_ de outubro de. emergênCia; ·no Cearâ 35 nlunicípios, dos quais 32
mento InterRo), do Projeto de Lei do Sen3.do 'n"' 18, de !981. ·. . em emergência; no Rio Grande do Norte2~ municí-
1980, de autoria do Senador Itamar Franco, qUe dispõe Quanto ao aspecto jur(díco"constituch:mat, sua apre" pios, todos em est3.do de emergência; na P_araiba 29
sobre aposentadoria especial do músico, tendo · ciação Compete à douta Comissão de Con~tituição .e Jus- municípios, com 8 ,em ·estado de emergência; em
Pareceres, sob n>'1.032, de 198Ó, e n>'415, de 1984, da tiça, nos termos regiment!lis. Pernambuco 28 municípios, dos quais 2~ erri estado
Comissão: . . Pelas razões êxpostas, opinamos pela:_ aprovação -do de emer.gênc~.a; em Alagoas com 12 municípios, to-
-de Constituição e Justiça, I"' Pronunciamento: pela Projeto de Lei do Senadp n"' 48, de 1985. dos em estados de emergência; em Sergipe 13 mu-
inconstitucionalidade; 2"' Pron-unciamento: (reexame soli- É o r.arecer, Sr. Presidente. nicípios, igual~ente todos em emergênci~; na Bahia
<;Hado em Plenário)- ratificando seu parecer anteriOr. - apenas um município afetado. Os desabrigado~
DISéURSO PRONUNCIADO PELO SR: JO- · atingem, hoje, 55_8 mil e 160 flagelados, sendo 130
9 S~ LINS. NA SESSÃO DE '18-4-85, E QUE. EN- mil no MaranhãO, 100 mil no Piauí, 212 mil no Cea-
TREGUE À REVISÃO DO. ORADOR. SERIA rá, 60 mil no Rio Grande do Norte, 5 mil em Per-
Votação, em primei ró turno (apr~iação preliminar da PUBLICADO POSTERIORMENTE. nambuco, 17 mil em A lagoas, 7 mil em Sergipe e 835
juridicida~e~ nos termos do ·art. 296, do Regimento In- no Estado da Hahia."
terno), dó Projeto de Lei do Senado n"' 320, de 1980, de O SR~ JOSt LINS iPF~ -·CE. Para uma ~re":e co- O Ministério do Interior distribuiu cerca de~ mil bar·
autoria do Senador Pedro Simon, que revoga a Lei n 9 municaçãO..) -Sr. Pr~idente e Srs. Sepadores: raca:s, o que ê muito pouco pará abrigar mais de 500 mil
6.815, de 19 de agosto de 1980, que define a situação jurí- É notória a situação aflitiva por qUe está passando o · pessoas, embora, evidentemente, nem todas precisem.
dica do estrangeiro .no Brasil, cri~ o Conselho Nacional Nordeste, com as chuvas torrenciais ali ca'fdas e que têm ~arece-me extremamente exígua essa quantidade de bar-
dl! Imigração e dá outras providências, tendo levado a~gústia e sofrimento à família nordestina. · .. racas. _
Parecer, sob __ n"' 1.144, de 1981, da Comissão Quase todos os Estados da re~ão et>tã9 _a(etados. São Comunicou-me o Sr. Ministro do Interior que ter~a
-de Constituição e Justiça, pela injuridicidade. hoje ffiilhares e milhar~s de famílias desabrigadas. autorizado os Governadores a comprar aliffie~tos para
As notícias a respeito da meteorologia, segundo colhi, . os de'sabrlgados, para os flageladOs e, para, em segui_da,
O SR. PRE.SIDENTE (Passos Pôrto)- Está encerra~
-liOje, dãO -conta de que a região, atê o final do mês de apresentar-lhe o montante das despesas. Essa medida se
da a sessã-o.-
abril, estará sujeita a .fortes aguaceiros, devido a ação da estenderia, tambéi):I, a remédios, p~lo menos naquilo que
(Levanta~~e a sessão às 18, horas. e 57 minutos.) ~ona intertropical de convergência q~e provocarâ chuvas for estritamente ·necessfu-io. · ·
0814 Sexta-feira 26 DIÃRIO_DO CONGRESSO NACIONAL (Seçãoll) Abril de 1985

Finalmente, Sr. Presidente, desejo inform(\r, para co- d~ jovem interino Governador de BrasHia! JP:éritos estes ao Lídt:r do Governo, Senador Humberto Lucena, de
nhecimento de todos, que a Comissão de A.ssunios Re- que nós, mineiros, reconhecemos e proclamamos, Mas, que a Bancada do PDS não riegaria apoio à indícação do
gionais do :Senado;-·da-·qUal sou Presidente, ·convidou o esqueceu-se S. Ex~ que em todos estes casos de avaliação; Sr. Ronaldo Costa Couto e -votaria a matêria em regime
Ministro do Interior, Dr. Ronaldo Costa Couto, para seja a Comissão de Constituição e Justiça, quandÕ opina de urgência urgentíssima. ~gora, ê fácil saber porque
expor-lhe a situação do Nordeste, reunião . qUe ficou sObre a escolha de magistrados, seja a Comissão do Dis- aconteceu isto, Sr. Presidente. 1:. que o Governo foi apa-
marcada para a próxima 4• feira, às lP horas da manhã. trito Federal, quando opina sobre a escolha do Governa~ nhado cm flagrante de inSincerid3.de. Durante tantos
Era isso o que tinha a dizer; Sr. Presidente. (Muito dor,,se esqueceu S. Ex•.de q~e há um procedimento, for~ anos, o nobre Senador Henrique Santillo e outros Sena-
malidade essencial ao ato que se pratica, que é a votação· dores da Oposição verberaram acremente, duramente o
bem!) ·
secreta, em reunião secreta, através do sistema das bolas Governo pela prática dos deci-etos-leis, Oos decretos r~­
pretas e das bolas brancas, do nome do escolhido, por~ servados e todo esse chamado "lixo autoritário".
DISCURSO PRONUNCIADO PELO SR, MÚ- que pode ocorrer a· hipótese, talvez não fosse o caso do
nome orá objetà de noSsa apreciação, mas nad8. pode im- O Sr. Henrique Santillo ·V. Ex• há de fazer-me justiça;
RILO BADARO NA SESSÃO DE 18-04-85 E
pedir que o Senado, em determinado caso, vote contra- nobre Líder. Eu, desta ti-ibuna, embora apoiador, e
QUE, ENTREGfJE À REVISÃO DO ORADOR.
riamente colocando mais bolas pretas, na urna, do que apoiador com convicção do novo Governo, por conside-
SERIA PUBLICADO POSTERIORMENTE.
bolas brancas. O que inviabiliza, praticamente, a decisão rar que ele- realmente estâ procurando com sinceridade
O SR. MURILO BADARÓ (PDS- MG. Paradiscu- da Comissão ainda que o plenário seja soberano para de- os caminhos da democracia, verbcrei conira ele ...
ttr.) -Sr. Presidente, Srs. S.enacf:ores: cidir.
O SR. MURILO BADARÓ - Exatamente.
Eu me socorri agora do eminente acadêmico, Senadóf-
e historia~or luiz Viana Filho para saber de onde provi- O Sr. HeUrique Santillo- V. Ex~ me permite um apar- O Sr. Henrique Santillo ., ... 'e considerei um descuido
nha o velho e corriqueiro brocãrdo que andá pelos corre:- te? imp~rdoável o ato do Governo, do ponto de vista políti-
dores. do Congresso e das_ Assembléias, de qw;_ "maioria co e jurídico.
não discute, maioria vota": O SR. MURILO BADARÓ - Com prazer.
Entendeu o Senador Luiz Viana que esta assertiva O Sr. Henrique Santillo- Apenas para dizer a V. Ex• Ç> SR. MURILÜ BADARÓ - Eu assinalei iseyo.
·pode ser da lavra do imortal e saudosO Senador Nereu que eu acho que, çmbora não sendo jurista, opinei corre-
Ramos. um dos vultos mais impressionantes cjuejâ pas- O Sr. Henrique Santillo- Então, V. Ex• hã de fazer-me
lamente a respeito desta matéria. Continuo entendendo justiça, por 'favor. ·
saram por esra Presidência que V. Ex~ ocupa neste ins- que compete à Comissão do Distrito Federal examinar
tante, com o brilho e a eticiência de sempre. os méritos -do candidato. El<l examina as qualidades e as O SR. MURILO BADARó - Exatamente, já havia
Lembrei-me disso, Sr. Presidente, Srs. 'Senadores, para vÚtudes do candidato para o preenchimento dessa: feito isto. Então, foi V, Ex• q'ue não Ouviu. V. Ex• assina-
tentar encontrar uma expHcaçào, para tentar buscar as função: Isso não significa que o plenário deva acolher o lou o descuido no seu discurso e eu chamei a atenção
razões ql!e levaram a Com"issão do Distrito Federal, pre- parecer favorâvel ou contrário ao mérito do candidato \'ara isso. _ . .
sidida por este extraordinário homem público, que é o indicado. Agora, no que diz respeito ao aspectos jurídi- Agora, Sr. Presidente, a publicação dos decretos-leis, a
Senad-or Maurõ BoriiS,-a aprova-r este parecer que, sem cos e constitucionais, a meu ver, cabe à comissâQ de publicação dos decretos reservados, tudo.isso criou uma
alusão ao seu relator, que é um ilustre jurista mineiro, Constituição e.Justiça opirlat', se houver dúVidas. espécie de sín~rome no Governo, de vez que, pilhado em
vai se inserir nos Anais da Casa c_omo uma monstruosa- O SR. MURILO BADARÓ - Veja, Sr. Presidçnte, flagrante, no us.o do chamadQ.''entulho autoritário", de-
teratologia jurídica. E para analisar este 'episÓdio triste _que tenho razão porque a Comissão do Distrito Federal signação usada por V. Ex• durante tanto tempo, se sentiu
da No' va R'epública, da violenta agr~são à ConstituiçãO~-~-­ sequer opinou sobre o mérito. Por que. nãO opinou sobre
constrangido como se fosse um ato de diminuição o Go-
da insólida usurpU:ção das prerrogativas do Senado, vou o mérito? vern_o reconhecer que errou. Não raro, o Governo que
começar do fim para o princípio, até porque, Sr. Presi-
dente, devo fazé~Jo de uma forma bastante rápida para
faz isto está muit.o mais no caminho do bom senso do
O Sr. Henrique Santillo - V. Ex• me permite, mais qUe aqueles gov~rnos de antigamente que, dominados
não cansar a Casa. M!is, vamos começar pela Comissão uma vez? Vou dizer o porquê, como membro da Comis-
por uma tendência e vocação totalitârias, insistiam em
do Distrito Federal. · são do Distrito FederaL
manter o erro, muitas vezes quando ele se evidenciava. E
O que diz o ArL 105, do Regimento da Casa:
foi por isto, Sr. Pre.sidente, que.o. Senado recolhe, nos
Art. 105. .....:.... À Comissão do· DiStritO Federal O SR. MURILO BADARÓ ~Vou responder, primei- seus Anais, as peças ·contraditórias deste m~:J,lsinado ato
~o!ao aparte_ de V. Ex• em seguida, o ouvirei. que não envolve a fi~ura do jovem administrador Ronat-
compete privativamente: 1 __:.. opinar sobre .. ~. ·...
9) a escolha do Governador e dos _Conselheiros do Costa Couto. Ele não tem nada a ver com este proble-
O Sr. Henrique Santillo ~V. Ex• hâ de convir que a Co- ma jurídico, mas ciue mostra o quanto o Governo térgi-
do Tribunal de Contas do Distrito Federal. (Const.,
missão não opinou sobre o mérito porque o art.:42, item versou, o quanto o Go1eerno .tentou corrigir, através de·
art. 42, III)
III da Constituiç?o, estabelece que ela só pode opinar manob.ras, remetendo para aqui ofícios modificando o
Diz o' pafecer; ..ante o exposto não há o que ~pinar". sobre o·mérito, por antecipa'ção, em relação aos cándida- texto de decreto de nomeação, quando era muito mais
Já começa por aí a primeira a'gressão ao Regimento In- tos indicados, para futura nomeação pelo Presidente da razoável ~ue o Governa aceitasse as nossas ponderações
ternp, "Não há o que opinar", diz o parecer. República. Não era o caso. No caso presente jâ havia e ganh<lsse o suficiente tempo, que era de 24 horas~ parà
Muito bem! A Comissão~ pura ·e simplesmente, se de- sido designado o Governador do Distrito Federal. que o Senado deliberasse em regime de urgência, com o
mite das suas atribuições privativas e, como Pilatõs, lava nosso compromisso, a ser honrado, de votar o nome in-
O SR. MÚRILO BADARÓ • Percebe:se, claramente,
as suas mãos na vasta b'acia da injur~dicidade para dizer dicado.
que v. Ex• é um grande médico. ConfesSO!.! l)ãO ser um
.que simpleSmente não há o que fazer. Corriunici ao Se· .,._, _ Pois bem, não aceitaram as ponderações, violentaram
jurista porque, veja EXcelência, se admitirmos essa juris-
nado q,ue mantenha a agressão à Ccins~ituiÇão por que a Constituição, o que nào fica' bem para um Governo
prudência da Comissão, vamos consolidar aqui um ab~
no pa'râg;rafo anterior o nobre relator disse que nãQ cabe que se inicia sob os auspícios de uma merlsagem renova-
surdo. O de que basta que se faça, anteriormente, a de-
à Comissão aprofundar-se rros aspectos jurídicos e cons~ . dora. Usa-se a Lei n9 3.751, que, como disse o Senador
signação para_ que o Senado não opine sobre mais nada.
titucionais. Ora, Sr. Presidente, convenhamos que o Itamar Franco, só vale naquilo que serve ao Governo,
Esse absurdo conduz o raciocínio de V. EX•
mínimo que se poderia esperar da Ccimissão;con:i a gra- no reSto ela es~á completamente derrogada, está derroga-
ve resporisabilidade que ela possui, era o de, face à cons~ O Sr. Henrique S8.ntiiiõ .v. Ex~ há de éonvir que a mi- da pelo desuso, está revogada P_elo não uso.
tatação e a opinião do relator, solicitar da Comissão de nha posição- é no sentido de que cabe ao Plenârio
Constituição e Justiça da Casa uma apredâ.çâo da ma- O Sr. Henrique Santillo ~Ela rege as normas da admi-
manjf~st<lr_-s~- a_ respeito da legalidade dêste acordo, da
téria. · nistração do Distrito Federal.
constitucionalidade do ato ou não.
Então, Sr. Pn:sidente, a maioria, integrada pelO
O SR. MURILO BAOARÓ- Muito beml Se regesse
PMDB e pelo Partido da Freilte Liberal, que drifãnte O SR. MURILO BADARÓ ·Veja V. Ex• nobre Sena~ .
dor HenriqUe SantiUo, que o PDS tem tido, nes.te caso,· as normas do Distrito Federal, certamente o Distrito Fe-
anos profligraram a cham3.d~ "noite do arbítriú", como
uma grande prudência, uma grande Cautela. Este é um deral já teria a· sua Câmara de Vereadores. Ou então as
lembrou aqui o nobre Senador Helvídio Nunes, não se
dos episó.dí_os mais tristes da vida dO Senado. V. Ex• re- leis não foram_ f~itas para valer.
pejou, não se constrangeu em passar por sobr!! a Consti;-
tuição e, mais do que isso, Sr. Presidente, transforma- conheceu no seu discurso, assim como o SénadOr Itamar O Sr. Henrique Sa~tillo- Nesse aspecto, foi o Gover-
ram, uma vez.ultrap'assada a Constituição, o Regimento Franco recõr;theceu e, também vários Srs. Senadore§, -de- no apOiado por V. Ex' durante tanto tempo que não per-
num traste iinprestâvel. que foi uma usurpação inclusive illdevida e desneces- mitiu, arbitrariá"mente..
Diz o Senador J-h:nfique Santlllo, coffi o bi-llho que lhe sária, foi um gesto gratuito e não havia nenhuma razão
é peculiar, com a facúndia qUe éaracteriza -os -seUs pro- de o ser, Porque, politicamente - e, aqui, eu faço uma O SR.. MURILO BADARÓ - Não tem importância.
nunciament.Qs e,.sobretudo, coni sua poderosa dialética, revelação, de vez que no caso a inconfidêncià ajuda a cla- Em verdade, com exceção feita ao Senador Itamar Fran-
que a Comissão tão simplesmente analisaria os méritos rear os fatos - eu assegurei ao Presidente do Senado c . co, que durante longos anos lutou erri favor da prerroga-
. .
Abril de 1985 DIÁlUQ DO CONGRESSO NAclONAL.(Seçuo 11) Sexta-feira 26 081 ~

tiva do Distrito Federal, poucos foram os Senadores do djnariamente. HoUve. a,>J:acãncia do cargo. Esse é um. mente, e como não tivemos a honra, nem a ventura de a
PMDB que trouxeram à colação essa Lei nY 3,751. Pou- ponto importante para ser analisad~, Senador. nós chegar nenhum dcicumento oficial a respeito, mas
cos. sim aquilo que, na~uralrriente, press releases,,permitii-am
O SR. MURlLO BADARÓ --:.. Sr. Presidente e Srs. aos diferentes órgãos da imprensa apresentar, uns como
O Sr. Henrique Santillo - Poucos. A correção foi in- ·Sendadores, em verdade, o que se está fazendo é um jogo extra tos, e outros, o teor inteiro daquela apreCiaÇão feita
teressante. de palavras para "convalescer uma situação de extrema sobre. as finanças ~adóilais, vamo-nos valer justamente
gravida'de, e mais do que isso, o que se está fazendo é dÇl que a Gazeta Mercantil e o Jornal do Brasil estampa-
O SR. MURILO IJÂDARÓ- Então, Sr. Piesidente, tentar defender o indefensável, é tentar juStificar o injus-
estriba-se o Governo no parecer do Procurador-Geral da ram em suas páginas. ·
-til'icável, e, sobretudo, deixar perpassar como transitado Na nova sistemátiCa apresentada, o Orçamento FiScal
República que, infelizmente, só o GoverÍlo conhece. Eu,
em julgado um péssimo exemplo de dt:scu~primento da
por exemplo, não tive a· honra sequer de folheá-lo. Mas se apresenta com um déficit de 798 bilhões de cruzeiros
Constituição.
busca, num dos melho_resJuristas de Minas Gerais, que é sobre a assunto falaremos daqui a pouco~ o. Orç8.men-
A nossa p~lavra, verberando õ ato tem o' objetivo, de
o Professor Darcy Bessoni, amparo à sua tese, que faz to Monetário de 1 trilhão e 452 milhões de cruzeiros o
mostrar.a,.o Pais e à.Casa quê, como acentuou o Senador
Uil'l;a iilterpretação à base dS. teoria da,. "interpretação que, em somado, nos faria apreciar - hipoteticamente,
Henrique Sa:ntillo, ninguém contróí Uma Nação senão
construtiva", muito usaçla nos Estados, un·idos,.na supo- bem entctldido, pOis não estamos çoncordando bem com
através do respeito à lei e do respeito à Constituição. Por
sição de que aplicaf-se--iam,-no caso, as hipóteses do art. __mai~ que nós possamos inquinar a nossa ,Carta Magna os números- um déficit consolidado de 2 trilhões e 250
19 da lei, de vez que havia vacância no Gdvern'o dQ Dis- 'de ter sido elaborada ainda no regime autoritário, edita- milhões de cruzeiros. Isto projetado para doze meses, se
trito Federal. da a Emenda n'>' I sob a égide de uma Junta Militar, ê ela continuado· fosse o mesmo ritmo·de despesas, inclusive
Ora, Sr. Presidente, não hâ_ninguém nesta cídaae que o estatuto fundamental que rege a vida ~a sociedade bra- dívidas a rolat, de receitas, de compromissos a saldar e
. diga que houve vàcância no Governo do Distrito Fede- sileira.""C;ompete à inteligênciâ brasileira, aos nossos ju- de fontCs de recursos a Obter, ter-se-ia praticamente 50
ral. O qUe poderia haver era um 'estado instalado de crise ristas; à sociedade pelos seus órgãos mai.s representati- trilhões de d.éficit no fim do ano. Muito· bem!
'entie o Governaaor que jâ estava demissionário e· o ao: vos, propor as modificações ao texto constitucional, Gostaríamos de chamar a.atenção dos eminentes Se-
verno novo, que poderia perfeitainenté fazer 'o pr~cesso substituindO-o por' outro mais adequado à realidade so- nadores, de que· aqui apresentamos o resultado de um
de nomeação -do seu substituto nos termos da Consti- cial. mês, e não serâ uma_simples multiplicação matemática já
tuição. O Senado, sem uma palavra de protesto, sem uma re- que o grosso da dívida vem nos meses que se seguem ao
O Sr. Itamar Franco- Permite-me V. Ex" um aparte? primenda pública a um .ato de usurpação do Governo transato, que daria este total a que citamos, calculado
sobre uma' das suas mais nobres prerr-ogativas, não pode- por uma interpolação até o fim do corrente ano.
O SR. MURILÜ BADARÓ - Pois não.
ria ficar silencioso, Sç. Presidente, porque seria·estarmos A primeira observação qÜe faríamos é que realmente o
O Sr. Itamar Franco - Nós ai temos pontos de vista coniventes com a prática de uma ilegalidade que em · orçamento fiscal é equilibradq. Esses 798 bilhões de cru-
.contrários. Houve a vacância. E é o prOprio Senhor Pre- nada contrói em favor da democracia, que é- o objetivo zeiros deviam ser diminuídos de" outros 713, já que são
sidente da República que diz aqui na· Mensagem ao Se- coffium de todos nós. Não há como convencer a doutíssi-. recursos obtidos do PIN e do PROTERRA, oriundos
nado da República. CreiO que, no fUndamental, pouca ma maioria de que ela está pratic'ando'um ato que por just3;mente dos cortes feitos, em tempos passados, da-
discordância temos. Mas, no fluxo, V. Ex" há .de enten- todos os títulOs e com a sua configuração mais perfeita,
quelas alíquotas do ,incentivo que se destinava ao Nor-
der o seguinte, o cargo estava vago, o Senhor Presidente lesa a Constituição,, "A Maioria não discute, a Maioria
deste. Se de 798 bilhões de cruzeiros, tirarmos 713, tería- ·
da República d~veria preenCher esse cargo. O Governo vota."
mos um déficit praticamente insignificante de 63 bilhões
do Distrítõ- Federal não 'poderia permanecer vago. Não Por isto_mesrrlo, Sr. Presidente·, a Bancada dq PDS no
Senado, em sinal de protesto contra tantas violações, em que, num orçamento de trilhõe,s, não significaria pratica-
vamos discutir aqui se Sua_ Excelência escolheu certo ou mente nada, mas é que estes 713 bilhões estavam deposi-
errado o nome do f\1inistro do Interior. No meu entendi- sinaJ de protesto contra a violação do Regimento da Ca-
sa·, que não poderia estar discutindo um parecer inédito, tados em: bancos - no caso, oficiais, reconhemos -
mento não deveria haver acumulação tle casos. Não que-
no sentido jurfdko, que não poderia estar discutindo par'a fazer caixa ao~ mesmos por 60 dias,.o qtie demons-
ro também entrar nos métitos Pessoais do Dr. Ronaldo.
Uma p.eça que nã.o tem nenhum va!Oi-regimerita-1, em si- trava a carência de recursos co~ que, no momento,
Mas, a própria Mensagem do Senhor Presidente da Re-
nal de protesto, retini-se do plenário, porque não quer aquelas instituições bancárias se defrontavam.
pública ao Presidente do Senado Fe.deral é bastante Cla-
que nos Anais da Casa conste, para efeito do julgamento Passemos, então, ao segundo item, jâ que aqui esta-
ra; ·~Na forma da lei" ... E diz, mais à frente;, "vago em
decorrência da exoneração, a pedido, do Sr. José Or- dos homens e das instituições, a nossa participação, se- mos obedecendo rigoros~mente a ·nova sistemática ,de
nellas de Souza :Filho". O cargo estava vago. Ele.teria quer dando número, para convalescer uma ilegalidade, apreciação das contas federais- receitas e dispêndios-
que ser ocupado P,Or alguém. O que não pode haver, Se-. uma arbitrariedade como essa. A Bãncada do PDS ao OrÇamento MonetáriO. Aí não achamos, com toda
nadar Murilo Badaró, é exatamente it oinissão do Seóa- reti_ra-se d? Plenário em sinal de protesto e, sobretuto, sinceridade - procurando por u~ n{áximo Possível de
. do da República. Nós, aqui, siril, terifos que discutir para para resguardar, perante a Históri<}, as sUas responsabili- · imparcialidade - se discutível deve ser o déficit consoli-
aprovar ou não o nome indicado, na interinidade, para O dades, porq~;~e, no momento em que se fizer o julgamento dado de 2 trilhões e 250 milhõeS, que, convenhamos, já
Senhor Presidente da República. Para o Senado da Re- deste ato, hã de se dizer que neste plenário· houve, pelo não está com aquela transparência anunciada na parte
pública, insisto, ri~o há interiiiidade, e o Senado deve menos, alguns homens, 'alguns SenadoreS que não aceita- relativa aO financiamento do déficit. Quando no item D-
apreciar ou.~ão o nome do_Dr. Ronaldo. ram que· se passasse por sobre a Constituição, comÓ se I, é dado "dívida pública", subentenda-se:. coJocação
ela dt. nada valesse, que se transgredisse a lei, que se fe- · líquida de títulos do Tesouro, fora uma pequena emissão
O SR. MURILO BADARÓ -Senador rtamar Fran~ risse a tionna constitucional sem sequer uma palavra de de moeda- pequena relativamente ao montante dos nú-
co, mesmo que eu queira concordar com V. Ex' de que protes'to. (Muito bem! Palmas.) meroS aqui Considerados. Mas, quando nós falamos em
não houve va.cãncia, a informã.ção do Oovern'o, na sua DISCURSO PRONUNCIADO PELO SR.
colocação líquida de títulos, refefimo-nos a diferença en-
Mensagem n9 219, nãQ'elide a violência ~onstitucional. tre os títulos colocados no ·mercado e aqueles que, no
VIRGíUO TÁVORA, NA SESSÃP DE 19-4-85 E
QUE, ENTREGUE À REVISÃO DO ORADOR, mês, há que ser resgatados_ por seu térniino ..
O Sr. Itamar Franco -·Não. Vamos ver então, vamos
debater.· ' · SElUA PUBUCADO POSTERIORMENTE. Então,· prirriC:í_['a prirguriht a ser feita às autoridades
monetá:rias:. de quanto ficou ·acrçcida a nossa dívida?
O SR. MURILO BADARÓ - É evideni~. A vacln· O SR. VIRGIUO .TÁVORA (PDS- CE. Pronuncia Porque ju·stamente aqui temos aPenas o líquido: retirei
cia. longe de le;var o Governo à prática da ilegalidade. ao seguiqte d_iscurso .) - Sr. Presidente, Srs. Senadore~: tantas, coloquei tantas, houve a diferença de tantas. Per~
contrário, deveria condiconâ71o à prátiCa do preceito na É de se.saudar com satisfação o 90mpromisso real-· guntamos: quantas ORTN realmen.tC: foram· colocadas
Co_nstituição. · · merite tido_ Jlelo Sr. Ministro da Fazenda'para com a para justamente cobrir esse déficit?
Nação, no primeiro dia em qUe assumiu a sua Pasta· e
O Sr. ~tamar Franco - ~ p!ecisC? deixar claro. Esta-
Do exame qlle se faz do orçamentO monetário, se veri-
agora saldado dé apres.entar ménsalmente aquilo qlle fica quejustamep.te a: compra de produtos agrícolas para
mps de acordo com V. Ex" em que o Presidente daRe- chamou o orçamento consolidado mensal das despesas e
:pública poderia ter indicado já definitivarn'ente o Gover~ a sustentação ·de preços mínimos corresponde, depois
receitas da União.
nadOr. Concordo: Mas,' não poderia haver vacância do dos encargos com a dívida externa das empresas estatais ·
cargo. Dei um exemplo claro, e lembrava muito bem esse Como goStainos bastanté de fazer as comparaçõ"es en- cobertas pelo Banco do Brasil, a maior de todas ·as parce-
aspecto o Senador Henrique Santillo. A verdade é que o. tre aqUilo que ê,prontetidÔ C: o que é afirmado e, depois,' las. Mas, aqui também não caberia terminar esta parte
Senadó estava em recesso. Não trabalhou nem quinta, aquilo que é realizado, as no-ssas primeiras palavras fo- da nossa apreciação, sem uma indagação: aonde estão oS
nem seXta, nem sába'do, nem domingo. Veja a data do ram aquelas de contentamente por ver que o compromis- encargos da dívida externa dos EstadOs e dos municípios
Õ!Jcio do Senhor Presidente da República. O Senado não so ·realmente foi tomado a sério. que, Pelo aviso" dB .588 o_ Banco do Brasil, por delegação
estava no seu exercício, o Senado não foi convocado ex- Feito este exórdio, passemos ao que S. Ex" chamou do Banco Central, encampa nas datas dos vencimentos
traordinariamente. Poderia ter ·sido convocado extraor- ...administração do caos". Vamos examinar ·detalhada- dos avais do Tesouro'Nacional? Se há algo a ser explica-
0816 Sexta-feira 26 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçã-o IIi_ Abril de 1985_

do? Mais airida, poderia estar um pouco mais transpa- Não podemos no 'momento _acreditar que ai, sim, sem O SR. VIRGiqO TÁVORA- Ainda não chegamos
rente o item "Opéraçôes -Com o setor ex-terno". E. óbvio uffi estudo do Congresso; o poder Executivo -possa, no a esse ponto. mas fa!areffios já.
que hâ uma nota no rodapé explicando que, alérri das momento, fazer uma opção deste montante.
contas cambiais, no valor de 217 bilhões de cruzeil-os, Dizemos bem, não vamos discutir os números apreM O Sr. Carlos Chiarelli - E será possível, e serâ pre-
havia que se levar em conta os encargos -de projetas, que sentados pela pasta da Fazenda. Considerámo-los ComO sumível, será absolutamente lógico e ·coerente, 'conti-
são depósitos eni bancos estrangeiros, credores do Brasil se verdadeiros fossem, mesmo porque não temos no mo- nuando o processo no ritmo e no rumo que vai, que nós
no Banco. Central - 788 bilh_ões de cruzeirOs- e ob.ri- inento uffia fonte de onde extrair argumentOs eontrários. possanlos ter um índice triflacionârio que fique entre 8 e
gações outras diversas, tidas em moedas estrangeiras- Em sendo, concordamos, tambêm, com- a projeção feita 9%, o que de resto nos dá, senão a alegria, pelo menos a
184 bilhões -, que haveriam de ser deduzidas do depósi- pelo eminehte gestor da pasta, que vai dá ordem de gran- sensação tranqUilizante de que, afinal das contas, se estâ
to em moeda estrangeira no Banco do Brasil Central, no deza, de 50 milhões, máxime pelóS grandes desembolsos conseguindo quebrar a curva, continuadamente ascen- ·
moniante de 3 trilhões e 85 milhões de cruzeiros. que agora se avizinham na parte relativa, aí sim, a dívida dente nos últimos tempos, da espiral innacionária,
Na transparência, que tão proclamada é das contas do pública traduzida em ORTNs, que tem que ser saldada sobretudo tendo em vista o último índice, que foi o de
Governo Federal, gostaríamos de ver, realmente, bem concordamos, também na ordem de grandeza, de que se. março, quando ultrapassou os 12,5%. Em terceiro lugar,
tiaduzido do mês de março, que foi o mês em que não aproxime _de 50 frilhões repetimos. Agora, realmente é apenas como um comentário colateral, a preocupação
obtivemo;S aquela otimista difeienÇB.- entre receita e desM do noSso dever, pedindo_ a transcrição para depois que se tem na análise orçamentária, e que' neste momen-
pesa no setor importação, gostaríamos de ·vef" traduzi- . cobrar, porque não estamos pedindo tranmscrição, por to é o tenia ceritral de V. Ex.•, de verificar a situação de
dos, aí, mostrados claramente a contrapartida em cruzei- pedir quem deve solicitar transcrição de pronunciamen- enorme precariedade de efetivos recursos dispoilíveis, es-
ros para esse acrhcimmo, tão decantado, da receita em tos de membros do Governo são aquelas forças que o pecialmente na área social. Refir:o-me, por ex.emplo, à si-
reservas. cambiais.- - - - apóiam - mas permitimo-nos mostrar a ordem de gran- tuaÇão na área da educação, onde, por determinados
Feitas est:as observações vamos nos fixar no déficit. deza do que hoje é arrecadado e aquilo que realmente se comprometimentos assumidos nos primeiros 70 dias des-
O déficit, então, consolidado - e neste ponto estamos procura em grande parte cobrir por aumento de arreca- te ano e por uma montagem orçamentária que nãO foi
de acordo com o eminente Ministro da Fa'zenda, que dação. · suficientemente eiãtã etri função dos cálculos dos proje-
procurou dar uma idéia à Nação de quanto andam, e:m tadores dos orçamentos, nós estamos correndo o risco de·.
termos gerais, as contas do País-, o déficit consolidado O Sr. Carlos Chiarelli- permite .V. Ex• um aparte. · ver os recursos da merenda escolar esgotados no mês de
foi 'de 2 trilhões, 250 bilhões de cruzeiros, em números niaio. E n~s vemos a necesSídade - quem diz não é o
redondos; cobertos, claro, por um líquido de lançamento O SR. VIRGILIO TÁ VO~A- Co~ prazer, ouvimos
Ministro da Educação do novo Governo e da Nova Re-
de títulos, isto ê, superâvít entre o que tem a pagar e o eniiQente e brilhante Senador pelo Rio Grande do Sul, pública- quem 'disse isso, coin números e com um pala-
aquilo que, realmente, foi lançado e qUe serviu, em parte, Carlos Chiarelli. vreado muito contundente,. foi a Sra~ Ministra da Edu-
para a amortização desse pagamento de 2 trilhões, 559 O Sr. Carlos Chiarelli- Ilustre Senador Virgílio TáM caçã~ do anterior Governo, em uma exposição de moti-
bilhões de ·cruzeiros, havendo, ainda uma emissão de vora, V. Ex\ com a sabedoria q'ue detém, com argúcia vos feita dias antes de encerrar o seu período, criticando .
moeda de 309 milhões de cruzeiros. que lhe é pecu!Íar; faz uma a~~_lise da sínt~se da entrevi~­ acerbamente a não prioridade para o socíal, o dCsleixo
S. Ex', em discurso, que vamos pedir seja anexado ao ta do Ministro da Fazenda, Dr. Francisco Dornelles, com a educação e_ a insuficiência de recursos com que era
nosso Pronunciamento,e aqui- chamamos a atenção da sobretudo trazendo-nos algumas indagações e levantan- dotada a pasta. Então, parece-mê -que neste momento,
eminente Bancada do PMDB e do seu parceiro deres- do algumas questões que deverão ser cotejadas no decur- também à luz dessa análise orçamentária, esses números,·
ponsabilidade governamental, PFL, de que não hã nada so da administração, e situa-se acima das lindes de'even- essa citação, esses dados precisam ser enfocados. E tam-
de novo sobre a terra-, S. Ex• diz, em letras de fôorma, ttJ.ais divergências :Partidárias, bUscando_ ser o mais-isen- bém na entrevista dQ Ministro da Fazenda, ele tratou de
o que nos permítiinos ler: to possível, tão isento quant~ possa ser um polític?··· evidenciar _a sua absolut<~: postura no sentido de dar prio-
Existem quatro alternativas para cobrir o déficit das ridade, mesmo com o sacrifício de certos ,investimentos
contas do Governo, isto é, arrecadação de impostos me-- · O SR. VIRGILIO TÁVORA -Tenta-se. no- campo econôi'nico, para que se pOssa atender, sobre-
nos as despésas. Cortar gastos, aumentar a colocação de tudo, à 8timentação, ~ educação e à saúde. Era apenas
títulos da divida pública, aumentar a emissão de dinhei- O Sr. Carlos Chiarelli - ... e, sobretudo, tão isento um registro que gostaria de fazer, à margem das conside-
ro ou aumentar os impostos. O corte de gastos, por quando possa ser alguém nitidamente definido em ter- rãções numéricas, sobretudo idôrleas. que V. Ex• está fa~
maior que seja, não levará uma economia de 50 trilhões mos partidários como. é V. Ex•. · zendo.
de cruzeiros até o fim do ano.
Recordem Srs. Senadores, que aqui afirmamoS que 50 O SR. VIRGlUO TÁVORA- Eminente Senador,
- O SR. VIRGILIO TÁVORA- Sem sombra de dúvi-
trilhões de cruzeiros seria o déficit, tomando em conta Os rejubilamo-nos pelo aparte de ,V. Ex~ que esteve tão lon-
da.
gastos que, no momento não podemos dele duVidar, to~ go quanto brilhante.
mames como juSto. apresentado pelo Governo e qUe, O Sr. Carlos Chiarelli - Não há, nesta constataçãO
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) -.V. Ex~ tem
projetando até o fim do ano, daria de 49 a 50 trilhões de que faço, nenhuma crítica. Ao c_ontrário, fâço um elogio,
apenas dois minutos para terminar a sua oração.
cruzeiros, na ordem de grandeza. ·pela isenção que consegue ter. O primeiro aspecto que
O corte dos gastos por maior-que seja, repetimos-, flãõ me pãrace importante salientar, como detalhe da sua inM O Sr. Cid Sampaio - Pedimos também a tolerânc.ia
levará uma economia de 50 ti-ilhões de cruzeiros até o tervenção, é a transparência co~ que se busca ofer:ecer à do Sr..Presidente e solicitamos Uf!J. aparte ao ilustre Se- .
fim do ano. Nação as contas e os números referentes à administração nadar.
Agora, à meditação Qos Srs.: ..A colocação de títulos ·pública. Essa espêcie de balancete mensal. essa espécie de
ou emissão de.mais dinheiro, além de serem instrumen- relatório :Peri6diCõ, eSSe informar detalhado da -situação O SR. VIRG1LIO TÁVORÁ- Sr. Presidente, sexta-
tos de forte impacta sobre a inflação, não deverão ser pertinente à vida finariceira da r:f-ação, que durante largo feira, vê 'V. Ex'-, temos. o resto da tarde. V. Ex• já se sacri~
muito utilizados" como afirma Dornelles. · tempo permaneceu de certa maneira urn pouco ·impene- fiCa tanto nesse diuturno trabalho em prol do alevanta-
Suspellse! Resta, portanto, a elevação dos impostos. trável. ou pelo menos sob o domínio de uma faixa muito menta do Lesgislativo, vai-se cansar mais uril pouqui-
Examinemo-la sem âniriio_de _oposição, sem ânimo de restrita daqueles que se 'assenhorearem dessas decisões e Qho, fechê os olhos, Ex' NóS estamos aqui colocando de-
crítica açodada. Quanto é o orçamento fiscal deste --~no, se tinhani como oniscien_tes, onipresenfes e todo- terminados pontos, não como oposicionista, como brasi-
da .União, qÚe traduz a somatória na sua ~ubrica refeita poderosos, agora se c,oloca em letra de fôrrnâ.. se permite leiro, como o que se dese}a, realmente, -ter as bases Para
de todoS os impostos que são arrecadados pelo Governo o debate aberto e se estimulat inclusive, 3 análise indis- depois sobre elas traçar uma esclarecedora discussão.
Federal? Oitenta e -oito trilhões de cruzeiro. pensável e democrática do Parlamento, quê nesta hora é Não temos a ilusão de poder, no acanhado do tempo de
Não pOde. não acreditamos que o PMDB, não acredi- feita, inclusive, com a participação brilhante de V. Exf. que dispomos, gizar grandes· outras· considerações. De
tamos que OPFL, não acreditamos que homens acostu- Então. parece~me que o primeiro aspCcto ~ res!laltar é o maneira que apelamo!; para a bondade e benevolência de .
mados à vida pública brasileira ... fato em si. da exposição, da apresentação' e da infor- V. Exf. Mas uns 10 minutos," nós resolvemos aqui todo~
O Sr. Joio Lobo- PDT? - mação Clara desses números. Em segundo lugar, um de- problema.
talhe qJ..Ie talvez V. Exf. iria referi.r a posteriori, e que de- O SR. PRESÍDEio!TE (José f.ragelli)- Serão conce-
O SR. VIRGILIO TÁVORA- PDT, mais oU menOS:._ .Correu da entrevista de cintem, a assertiva do Ministro didos a V. Ex•, pela magnífica oração tão bem funda-
Estamos falando dos rl;sponsáveis e. daqu~les qUe foram: Dornelles, de que, praticamente coffi 3o-diM -de geStãO da ~_entada que _est_á _p~_oduzindo.
esta aliança que levou o atual Presidente interino ao Pa- vida fmanceira do País, pode trazer à ·Nação a infoi-
lácio do Planalto, o·eminente se·n-aâor RóbertO-Sãturni- f!!~Ç~O .~t:.. q_Ue tud_() iit~ica"gue nós teremos, no .decurso ·O SR. VIRGIUO TÁVORA -Então, dizer dÕ nosso
no diverge muito mais do que um de tudo isio que aqUi <!o mês de abri!, a possibilidade· de_ reduzir a inflação agradecimento é despiciendo; em todo o caso, lã vai ele:
está sen~o exposto. pará a Casa de um dígito só. muito obrigado.
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 11) Sexta-feira 26 0817

Eminente Senador, veja V. Ex•.como as preocupações OfiiitfãÇão cjue possa dar o Sr. Ministro da Fazenda, que O Sr. Cid Sampaio- Mas seria, _apenas, para comple-
aumentarão agora- e fare_mos urha sfntese para poder- nós cheguemos a conter a innação brasileira sem uma in- ta-r. Na realidade, a primeira nõção que os economistas
mos ter o prazer de ouvir o Senador Cid Sampaio - -tervenção êirúi"gicà.. Nós estamos pagando, de títulos da dão aos seus alunos e: il.inguétn ·alimenta ninguém, par-
como as preocupações aumentarão de agora em diante, dívida pública, quer dizer: dos títulos emitidos pelo Go- tindo do nada. Para se supri-r alguma coisa é necessário
se alguns fatos aqui forem colocã.dos bem claramente. verno, .cerca de sete trilhões por mês. tirar de álguém. Mas se nós olharmos para a economia
Número uin: a parte qUe V. Ex• cita é que real(llente não brasileira e calcularmos o quanto em custos financeiros,
devemos absolutamente empanar o êxito do esforço feitO -Ú SR..--vuiáJÜÓ TÁVÓRA- V. Ex• nos d~ raZãO tlõjê~ peSa-o -atUãl processo que foi instalado neSte País e
pela atuat administração, para diminuir o fndice mensal neste ponto a .que hã pouco nos ref!!rimos. que permaneceu por tantos anos, nós chegamos à con~
dà inflação de abril. Mas, Ex•, isso foi feito à base do clusãQ que estamos com o peso dos juroS anuais, p.agos
congelamento de preços administi"ados, o que estaria O Sr. Od Sampaio- Eu estou concordando com as pelo B,rasil, em torno de 5 trilhões e 300 bilhões de cru-
certo se a grande companhia estatal, por exemplo, tão observaÇões de V. Ex•. Eu· só. queria .chamar a a_tebção zeiros. Esta quantia representa juros pagos nas tran-
bem presidida por um colega do Partido de V. Ex•, pu- paf"? o rato de que~ um legado terrível, é o problema da sações- económicas do Brasil: desC'ontos de títulos, finan-
desse suportar o prejuízo de mais de um bilhão de cruzei- mãe de Matheus. Entregaram Matheus não à sua mãe, . ciamento de matêria-pririia: Ehtão, alguém se beneficia
ros, que está tendo por dia, com a derasagem entre a fi. mas à Nova República que, na realidade, não lhe gestou. desses juros, não são só os bancos porque os bancos,
xação do dólar e o preço administrado dos combustíveis. De rorma que, para consertar a vida de Matheus, agora, quando cobram juros, eles repassam aos depositant~
Só para cif3r Urri exemplo a V. Ex• nós temos que sacrificar Matheus e· a mãe, que é aRe- uma parcela dessés juros, mas .o que podemos dizer ê o
En.tão, na realidade, é um remédio heróicO, mas a e
Pública-. ESta a- grande tragédia em que nós estamos seguinte: quem estã_ explorando o pro~so financeiro es-
curtíssimo praZo, porque não- há companhia que possa. f!letid()S. ~ão é possível, com a correção monetâria em tá .absorvendo cerca: de 5 trilhõeS ... Não, acho que estou
suportar - nem a PETROBRÁS - o prejufzo que, c~rso, detel- ã. inflação. Grandes economistas, inclusive o ihe engatrando nos números, os números são tão grandes
mensalmente, está tendo. Que ·se· precisa combatei- a in- ilustre ex-Ministro da Fazenda, airi.da do tempO da Re- que nos atrapalhamos, na verdade são 53 trilhões por
flação é Certo. E sabe V. Ex• que, desde o Governo pas- volÚção~. ano. Esses 53 trilhões por ano podem ser devolvidos à
sado, somos um ponto vencido, conhecido que é, somoS econOmia~ baixando_ os juros: Quem vai perdei? Quem
a ravor da chamada inflação corretiva, pela qual tanto se O SR. VIRG]LIO TÁVORA - Todos nós somos. estâ ganhando de juros. São o bancos? Não, os bancos
bateu Julíen Chacel 1 no passado, e que ao nosso v_e:r, re- também, mas são os ·que estão aplicando em CDBs, em
. solveria em grande parte não só b nosso- problema infla- O Sr. Cid Sampaio- Nós devemos, agora, é a grande
Overnight, em letras do Tesouro.-
cionário, como, principalmente, aquele que nos as- missão de nós brasileiros, todos, impormos a Matheus o
sombra, que é esse aumento desmesurável, e há.pouco já menor sorrimento e não ocasiona'rmos a morte da ma-
O SR. VIRGíLIO TÁVORA- Eminente Senador, s6
fizemos, de raspão, pequena rererência a ele, o cresci- - drasta de Matheus, que não foi a que o gerou. Esse é ó
para um contra parte. Aqui não afirmamos que ê o ban-
mento da dívida interna, através de papéis do Gpverno, grande drama brasileiro, nós temos que, na realidade
co, disse .que alguém, tem que perder. E quem tem que
sempre colocados como urna bola de neve, pela impossi- baixar esses juro~. custe o que cUstar. Esses juros multi- perder é justamente ·o.setor financeiro, de uma maneira
bilidade de ter ele recursos para resgatá-los. plicam de dez~ dezoito vezes o custo, ou por outra, ova~ geral, desde o investidor ao banco. emprestador.
Assim, eminente Senador, não nos rurtamos a dar o_ lar dos aumentos dos custos das mercadorias. Por Olltro .
aplauso à diminuiçãQ. da inflação obtida, e que espera- lado, sabe V. Ex• que nós temos que continuar eXportan- O Sr. Cid Sampaio- V. Ex• tem toda razão.
moS que, neste fim de mês, ~e confirme para os correntes do para saldar· os nossos débitos externos. Para e}tportar,
30 dias. Gostaríamos de' ver. · Subimos o dólar; a subida do dólar aumenta o custo in- O SR . .VIRQíL_IQ TI\ VORA - Agora, vamos ter co-
·Não é porém um remédio de prazO duradouro, porque terno; tenios que subir, nOvamente, O dólar, porque com ragem: Hoje, tudo não é solicitado do Congresso para
está sendo obtido através da contenção brutal, no senti- eis cUstos internOs aLimentados, nós não import.iríamos que ele dê a sua opinião?VamQs ter a coragem necessária
do bom da palavra, de todos os preços administrados, se não subíssemos o dólar. Evidentemente, caracteriza a para as definições. Se realmente nos convencermos que é
seja de tarifas, ·seja de insumos bfui;íços, seja de serviços necessidade de uma iritervenção cirúrgica, intervenção justam~nte o setor financeiro, de uma meneira geral, des-
prestados à comunidade. cirúrgica que eu já tive oportunidade de propor da tribu-· de o aplicador _ao emprestador, o setor a contribuir com
Com prazer, ouvimos o eminente Senador Cid Sam- na desta Ç::isa. E estou certo de que o Sr. Mirlistro da Fa- os prejuízos então nós ]ã demOs um passo avantajadíssi-
~nda, que toma. pê, depois do primeiro mês de adminis- mo mi solução de um problema que, tornamos· a dizer,
. paio, pedindo-lhe·desc.ulpas pelo alongado que tivemos
na resposta ao eminente representante do Rio Grande do tração, diante dos números que V. Ex• aponta, que ele com todo o respeito que temos à seriedade, ã capacidade
Sul. viu, a prova é que V. Ex• os tirou do seu próprio rela- e à boa intenção de Dornellas que não está equacionado.
O Sr. Cid Sampaio- Muito obrigado, eminente Sena- tório. Ele não pode fazer milagres, mas eu .estou certo . Essas medidas, no m~rnento, são m.edidas cirúrgicaS de .
do.r VirgHio Tãvora. As suas observações têm inteiro que os cirurgiões das finanças brasileiras v.ão ter que en~ urgência, paliativas, são como operaÇões ...
rundamento. Só queria dizer a V. Ex• que o Min!stro da trai'- em ação para salvar Matheus _e a madrasta de
Fazenda recebeu um terrível legado. Na real.idade, em Matheus, quç: é a Nova República, porque Matheus Ç eS- O Sr. Cid Sampaio- Não são rãceis e têm riscos, ilus-
quase um mês de aÇão governamental não seria possível . ·púríó~ ·ele não devia existir. Apareceu nos braços de tre Senador.
mudar o aspecto, senão através de medidas everituais quem devia, na r-ealidade, gestar posições melhores e me:-
como o congelamento. nos dificeis do que as que o País atravessa hoje. Muito O SR. VIRG]LIÚ TÁVORA- Pois bem,-mas são
Obrig"ado a v-. EX.f~ medidas de Urgência.
O SR. VIRG]LIO TÁVORA -Não criticamos o
congelamento. MÇJstramos __apenas que 6 uma medida O SR. VIRGILIO TÁVORA- Não é que agradece: O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) (Fazendo soar a
que não pode sustentar ad eternum. mos o aparte Cle V. Ex• Parece que o emiilente Seqador campanhia) - Nobre Senador, o tempo de V. Ex• já se
pOf Pefn3.-mbuco quase QUe -convida o Ministro da Fa- esgotou hã 15 minutos, peço que conclua o seu pronun-
O Sr. Cid Sampaio- Eu estou de inteiro acordo c_Qm _ __zendo a esposar as suaiS teses, abandonando algumas que ciamento.
V. EX•, porque já tenho salientado, em vários pronuncia- ete-alíiina 11quL Mas, o P.residente da Casajâ nos olh~
mentos nesta Casa, que ã. nossa il'lflação é de custos. com caia Severa, ·não poderíamos pois estender muito -as . O SR. VIRGIL! O TÁVORA- Eminente Senador,
Cada semana que o dólar sobe 2%, aproximadamente, e considerações. Acreditamos que não hã hora melhor, não. vamos abusar da b_oa vontade do Sr. Presidente._ Va-
como as variações do's insurnos dependentes de dólar re- não existe hor_a m_elhor ·da que esta para discutirmOs jus- mos apenas lembrar a V. Ex• ql!e, como nordestino, esta-
presentam aproximadamente 25% dos gastos das emPre- tame'nte como se abaixar juros. E vamos ser claro, _emi- mos exigÍrido, como exige o Senador Carlos Alberto,
sas, isso p~ovoca um aumento de custos de 0,5% que, em nente colegas, alguém vai pagar o custo dessa baixã ae como exige o Sen'!-dor Cid Sampaio, c~nlo exige o Sena-
· função do ereito multiplicador doS tributos e dos juro~. juros. Sabe V._Ex•_q~:~e alguém vai arcar cOm os onus das dor Virgílio Tãvõra, co-mo- exige o.- Senador. Moacyr
eleVa-se, aproximadamente, a 9%. Então, só a variação medidas necessárias para que esses juros, em baixando, 0-uúte, como exige o SéiL!j;d.or -Passos Pôrto, como exi-
semanal do dólar provoca uma alta nos preços de 9%. E possa realmente nos fazer p·ensar numa baixa pronuncia- gem todos os nordestirios, ·um aparte colossal de recur-
é muito dificil, com esse aunlento semanal do dólar, con- da da inflação. sos, que também tem que entrar neste quadrinho, aparte
ter a inflação semanal Nós estamos diante de um qua- · de recursos de biJhõe'S de c.ruzeiros porque, ao contrário
dro terrível, porque toda a cirurgia traz riscos enormes. _ O Sr. Cid Sampilio - Concede-me V. Ex• um outro -permita-nos o eminente representahte do Rio Grande
A própria NaÇão estâ sentindo isSO cOmo na Situaçã9 aparte'? do Sul, aqui preSente-, nóS não sornos,,como nós qualifi-
com o Presidente eleito. Impõe-se, para resolver o ca o ilustre Presidente da Federaçã-o das AssociaçõeS Co-
problema econômico-financeilo brasileiro, u_!Jla cirurgia, O SR.' .VIRGILIO TÁVORA -.Já estavamos C~­ merciais de gaúchos, ·usei r os no mau uso do dinheiro
com os riscos que as cirurgias acarreta-m: Eriião, não- me- meçanlio a responder o seu aparte, mas corh prazer ouvi- público- o que constitui utn insulto gratuito. O dinhei-
parece possível, por maior que sej_a o esrorço e a boa · m-os V. Ex•. · ' ro que vai p-ara lá será para reconstrução, e o_ auxqio Ue
0818 Sexta-feira 26 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçãoii) Abril de 1985

~ma economia, sim; de uma região onde tudo_está perdi- mos rileni.bros déssa Comissão quf: está estudando ·o as- gos. Ele informou, também, que nenhum processo
do, e cujo prejtifzo-àe sUB. economia não vai ser m-edido s~nto. Mas foi dito isso, en passant, riobre Senador Ald- econômico Poderia ser sustentado em bases sólidas
em 1,2 ou 3 trHhões de cru;zeiros. Muito ma.is será.abso- des SaldàÕ.ha, para que não passasse em julgado que, es- sem a reVersão do proces;so inflacionário, o sanea-
lutamente necessário para tal. E isto é ma[s-Ulj1 item -a-- tando tantos Senadores do Nordeste, em Brasília, aquilo mento financeirO do setór público e o equilíbrio das
acrescentar dentro daquele das despesas,. e~tas, sim, que que alguns jornais, em letra bem miudinha, e a Veja, em contas externas._ No discurso do dia 17 ao ministério
nós exigimos que sejam feitas. letra maior, publicou, e natur'almente com a repercussão pronunciado pelo Presidente José Sarney, foi deter-
Portanto, gostaríamos de convOcar o partido de_ V. necessária na sua terra, dessa caracterizaçãO, ·absoluta- m·inado um levantamento financeiro da situação de
Ex• para discutirmõs neste gran9e fórum de debate, que mente injusta, insultuosa,. que o Presidente de Uma asso- . cada ministério, de suas empresas, bem ·como uma
é este plenário, aS- diferentes maneiras de enfrentar o . dação comercial de um Estado, que sempre se caracteri- análise ·profu.nda dos orçamentos fiscal, monetário,
problema do combate à inflação. E, assim, vamos repe- ·tou pelas atitudes erectas, firmes e pela geil.erosidaQ.e de das empresas estatais e da Previdência. Nos primei-
tir, pedimos um amplo debate,_ está na moda fazê-lo seus filhos, imputa aos seus irmãos do Nordes.te. ros dias do Governo existia a iminência de uma ex-
sobre os mais variãdos assuntos. Diremos a seu final: a Terminando, Sr. Presidente, vamos dedicar-lhe um plosão d:,t base monetária, que podia elevar e criar
mêdia da opinião é que o camiahó a seguir é este: os téc- agradecimento, e ·v. Ex• talvez, na sua modéstia,_ a rece- uma exPectativa de uma hiperinflaç.ão. Explosão de
nicos_ que critiquem a SOluçã~ po~fÚça que nós apresenta- ba· apenas cOmo co:!tesia. Não! Porque ouvimos de um base essa que era decorrência sobretudo da situação
mos. ilustre membro da Oposição a ConcoÍ'dâncía com a.quilo do setor público:Nos primeiros dias existia também
b Sr. Cid Sampaio- Se o Sr. Presidente me permitir, por que nos batemos dur'ante tanto tempo; ou seja, essas uma incerteza sobre o desempenho do setor externo.
eu pediria a V. Ex' que me conce-da um outro aparte. idéias em --oposição a muita coisa que se está fazendo. E se notoú, desde logo, que havia unia distribuição
Quando falamos diminuir juros em 2,3%, isso é brinca- · . inadequad_a de créditos pQr parte dos bancos ofi~
O SR. PRESIDENTE (José FrageUi) (Fazendo soar a deira; o que se tem de dimiimir é a correção monetária, ciais; inadequação de crédito em relação às priori-
campainha.) - Eu pediria justamerife Que cessassem os num trabalho rígido, constante, num trabalho persisten- dades de investimento e de aplicação estabelecidas
apartes, porque já vamos. para 20 minutos .além do tem- te e progressivo. Isso no dia em que.rios livrarmos da pelo Gover'no. Existia, também, um movimento es-
po regimental. · correção monêtária; e aí o agradecimento que fazémos a peculativo de preços em decon:ência de expectativas
V. Ex•, de ter dado a oportunidade que o ilust(e membro de uma alta taXa de inflação. Em decorrência desse
O Sr. Cid Campaio- Cinr::o por cento de vinte.minu- do PMDB, que não sei bem se está, neste. momento, quadro foi-se obr:igado'a toma-r imediatamente al-
tos, Sr. Presidente. (Risos.) como GOverJ:tO ou como Oposiçãó, está :Proclamando. gumas medidas monetáriãs e fiscais corretivas; foi-
Nunca, jamais, em tempo-algum, se poderá diminui( se obrigado a redirecionar o crédito de entidades
O Sr. Alcfdes Saldanha- V. Ex• me concede um apar- substancialmente juros pagos pelos bancos, sem ~edidas ofiCiais p'ara os setores considerados prioritários
te?. de profundidade. Os papéis por, esses ban~os colocados pelo Governo; foi necessário fortalecer os controles
O SR. VIRG[UO TÁVORA - Ouvimos, com pra- no mercado têm um patamar mínimo: o cias ORTN, dos lla área do setor púPlico e 'estabelecer um controle
zer, o aparte do ilustre_Senador Cid Campaio e, logo em papéis do Governo, cjue pagam essa correção e mais ju- de preços. '
seguida, ouvire! o nobre -Senador Alddes Sãldanha. ro, eles têm que dar mais alguma coisa para obter acei- Em dec.orrê~cia dessas medidas já foi possfvel, no
t<Íção por p3fte-dos inv~stidores.
pi'Tnlf:ffO mês, evitar uma expansão de base mone-
O Sr. Cid Sampaio- Eminente Senador Virgílio Tá- tária. As pe-rspectivas de aumento de base no dia 15
O SR. PRESIDENTE (José FrageUi) (Faz soar a cam-
vora, se os juros baixassem para 24% e se fosse eliminada esta vem entre 20 e 25 por cento. O redirecionamen-
painha.)
a correção monetária; as effipresas que hoje têm um cus- to do crêdito permitiu que fossem canalizados os re-
to mínimo financeiro de 40%, teriam os seus custos redu- O Sr. Cid S~~;mpaio- Com a permissão de V. Ex~. Se- cursos de quC riCcessitaVa a agricultura e de que ne-
. zidos para 16%; ou, por outra, teriam a margem de lucra- . nador Virgílio Távora, eu vinha dizendo iSso antes do. cessitava a exportação e, ao que tudo indica, já no
tiVidaàe de 24%, somente com a redução do custo finan- a tua! Goveq10 tornar posse. Esses males são velhos, e in~ mês de abrH poder~se-á ter um sup~râvit na balança
ceiro dÍls empresas. E se iss~ fosse feito e_ o_ Gav.erno se sisto diante de V. Ex': o legado que foi transmitido ao ·comerei~ de cerca de um bilhão de dólares.
associasse a esta margem em 12%, isso resultaria numa atual Goyerno não permitiria que ele fizesse o milagre de Eu quero dizer qúe no momento as reservas cam-
arrecadação para o Governo de 96 trilhões de cruzeiros. curar essa economia e essas finanças em l).m mês de ad- biais do Brasil se encontram no níve.t de 8 bilhões e
Então, desde que essas. medidas cirúrgíc"fts fossem adota- rpinistraç~o. 200 milhões de dólares. Os cortes no setor público, a
das, desde que os juros fossem tabelados; o GoVerno Po-
política fiscal, monetária e corretiva já produzem al-
deria, participando da dimiimiçãO- de C_uSf.O dos produtos O SR. VIRGILIOTÁVORA- Não pedimos isso.
gum resultado. E tudo indica que a taxa de inflação
industriais no Brasil, arrecàdar 96 trilhões de cruzeiros.
O Sr. Ci.d Sampaio - M âs OGoverno está tentando os no mês de abril p'ode até mesmo ficar abaixo de 8
Isto não seria simples, Causaria âesequilíbrios, é eviden- ·
caminhos, e estou certo de que ele chegará fá. Não estou por cento.Ao·mesmo tempo em que se tomavam es-
te, porque, como -eu disse de início, nós não podemos cu-
·fazendo oposição nem criticando o atual Governo, por- sas medidas, que eu chamaria de curtíssimo prazo,
rar a atual situação com mezinhas, só cUraremos com ci_;
·que não seria possível, inclusive, antes de se ~ntender que foram tomadas, no momento em que o Gover-
rurgia. h essa cirurgia que, estou certo, mais cedo ou
com·· oS nossos credores, tomar medidas drásticas e colO- no assumiu e que eu assumi o Ministério d.a Fazen-.
mais tarde o Executivo~ apOiãdo pelo Le~islativo, terá
car o doente nun:ta mesa de cirurgia. Mui to obrigado a da -dentro de um quadro que se podia con~iderar
que adotar doa a quem doer, porque dessa dor o País
V. Ex~. e muito obrigado, Sr. Presidente, pela tolerância. incerto, dentro de um quadro que não se sabia qual
não vai se Hvr.ar, quer se faça a cirurgia cedo, quer se faça
era á situação - naquele momento, ao mesmo tem-
'a cirurg~a mais tarte. Muito obrigado a V. E~' · Prometo silenciar.
po em que essas medidas. de curtíssimo prazo fora~
O SR. VIRGlLIOTÁVORA-OapartedeV. Ex• se- O SR. VIRGILIO TÁVORA- Sr. Pr.esidente, vamOs tomadas o Ministério da Fazenda e ·a Seplan exami-
rá respondido após o do eminente Senador pelo Rio terminar, apenas lefnbrando ao eminente Senador Cid naram e fizeram um levantamento da ~ituação do
Grande do Sul: · - - Sampaio, que tanto tempo combatemos juntos pOr essa setor público. E esse levantamento pr~liminar já in-
vida·pública afora:, qUe podíamos responder quanto a dicou que o déficit de caixa do setor público para
O Sr. Alcides-SaldanhU:----=-Apenas, ilustre Senador Mateus, primo de Mateus, ~io de Mateus, sobrinho de 1985 deverá estar em redor de ~ trilhões de cruzei·
Virgnio Távora, para dizer que a opinião do Sr. Valente, Mateus, cOm a ffase lapidar daquele que foi responsável r os.
da Associação COmei'CÚif dOXloG!ã:ild-e do Sul, não é a pei3 política econômica financeira deste G6v.erno: uPor Dehtro do prazo de 90 dias que foi dado pelo
opinião ,.ge·ral do Rio Grande do Sul s_o_bre o,N ordeSte ... . que me pefguntam o que fiz para essa inflação chegar a. Presidente Sarney, no discursq pronunciado no dia
200%? Deverili1Jl me 'perguntar o que ftz para ela não ter 17, ainda dentro desse prazo,estão sendo examina~
O SR. VIRGILIO TÁVORA- Felicitam.o-nos por · chegado a mais de 500%, como na Argentiila". das as alternativas para redução. e financiamento
que V. Ex• sal?!! que essá opinião é insultuosa. e, como t~­ ETa:o que-tínhamos Rdizer, Sr. Presid'ente. (Muito desse déficit, para identificação de recursos que pos-
dos os representantes nordestinos, nós não podemos bem! Palmas.) · , · · sam ser redirecionados para setores considerados
concordar com ela. ·
prioritários pelo G~werno ..:._ oU seja, aqueles _setores
O Sr. Alcides Saldanha- t apen'as par'a ressaltar isso: DOCUMENTO A QUESE REFERE O SR. SE- . que ger~m emprego_como agricultura 'e eJCportação-
é a opinião pessoal do Sr. Valente. e que não é opiOião NÃDOR V/RG!L/0 TÃVORA, EM SEU PRO- - e redirecionar também esses recursos para setores
nem ·ao Rio Grande do Sul, NUNCIAMENTO: . de maior importância social. Sobre esse aspecto eu
..0 President~ Tanc(edo Neves durante a sua quero dizer a Vocês .que o Miilistério da Fazenda .
.O SR. VIRGILIO TÁVORA- O que não vai iitfluir, ·campanha informou que a grande tarefa do seu Go- não é um Ministério qUe tenha responsabilidade ou
absolutamente, no julgamento que fize~os do caso verno era a retomada do crescimento econômico, que estabeleça as prioridades para aplicação de re-
Sulbrasileiro, entre parênteses, pelo nosso Par~do. So- qu'e precisava resultar na criação de n<;~vos empre- cursos.
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seç<tó ll) Sexta-feira 16. OSJ9

A responsabilidade do Ministério da Fazenda é 8 do corrente mês de abril. Com a- palavra, o Semi.dor COMISSÃO DE LEGISLAÇÃO SOCIAL
mais no campO da obtenção dos recursos e da admi- Jorge Kalume _relata os seguintes próet!ssos: a) - re-
daçào do vencido, para o turno suple·mentar, do substi- Ãs onze horas do dia dezenoYe de abril de mil nove-
nistiação desses recursos. Eu quero afirmar a vocês
tutivo do Sena'do ao Projeto de Lei da Câmara n9 51, de centOs-e oitenta e cínco, na sala de reuniões da Comis-
que não existe, não tem fundamento essa posição
1?77 (n~ 3.107f76, na Casa de origem), que torna insub- sào,.na Ala Senador Alexandre Costa, com a presença
que alguns têm divulgado de que eu sou contra a
sistente a nulídade dos atas praticados sem a apresen- dos Senhores Senadores Gabriel Hermes, Nivaldo Ma-
apricação de recursos em prpgramas sociais. Eu te- tação dos Certificados de Regularidade de Situação e de chado, AJbano Franco, Alberto Silva, Jorge K.alume e
nho dito a você~ em vãri~s conversas, que a minha Quitação com a Previdência Social;. b)- redação final Alcides Saldanha reúne-se a Comissão de Legislação So-
posição é até ·ao contrário-. Eu acho que o Estado do Projeto de Decreto Legislativo n9 22, de 198~·. que diS- · cial. Deixam de comparecer, por motivo jUstificado, os
deve voltar a ser Estado, ou seja, que o Estado deve põe sobre o pecú1io parlamentar; c)- redaçãQ do venci- Senhores Senadqres Carlos Alberto, Altevir Leal, Helvl-
ocupar-se das atividades inerentes ao Estado tais do, para o 2~ turno, do Projeto de .Lei do Senado n9 45, dio Nunes, Jaison Barreto, Henrique Santillo e Claudio-
como educação, saúde, saneamento, segurança e de 1979,-que altera disposíÇO~S do a~t. 8~ da Lei n~ 5.107, nor Roríz. Assumindo a presidênda, -conforme preceitua
que nós temos que acabar com essa idéia de Estado- de 13. de setembro de 1966, que'cria o Fundo de Garantia o Regimen!o Interno do Senado Federal, o Senhor Sena-
empresário, em que todos os recursoS obtidos dos do Tempo de Serviço; d) - redação do vencido, para ó dor Gabriel.Hermes declara aberta a reunião, comuni-
contribuintes em vez de. serem aplicados em setores 2Q turno, do Projeto de' Lei do Senado n~ 302, de 1979, cando que a ~e'sma destina-se à eleição do Presidente e
próprios do Estado, como os que citei (principal- que--regula -os direitos dO sf:xãg'eriãrio que ingressa 'ita Vice-PresidÚ1te da Comissão, para o biênio 1985fR6. F.m
mente no campo social), e que deixem de ser aplica- Previdência Social ou a ela retorna; e) - re'dação final segui~a, o Senhor Presidente manda providenciar a-dis-
dos em empresas estatais ou, em setores onde o setor O.o l_lrojeto.de·Resólução n~ 136, d~ _19_84, que aprova as tribuição das cédulas e designa o Sf:nhor Senador Jorge
privado é sempre mais eficiente. conclusõ*' e recomeridáções da Cornissã_o Parlamentar Kalume pai-a funcionar como escrutinador. A contagem
de Inquérito destinada a'investigar os problemas vincu- de Yotos apresenta o seguinte resultado: Para Presidente:
O objetivo desta reunião com vocês hoje é_estabe- ladas ao_aumento populacional brasHetro. Submetidos à Se~ador Alberto Silva - 05 (cinco) Yotos. Para Vic_e-
lecer, é informar o demonstrativo das receitas edis- discussão e votação são os pareceres aprovados. Em se-· Presidente; Senador Gabriel Hermes -05 (cinco) votos.
pêndios de março de 85. Eu considt;ro importante guida o Senhor Senador José lgnácio Ferreira relata as Após proclamar eleitos Presidente e Vic~-Presidente, res-
que a sociedade brasileira saiba, tenha noção exata seguintes matérias: a) - redação final das 'emendas do pectivament~, os Senhores Senadores Alberto Silva e
de como são dispendidos os recursos obtidos dessa Senado ao Projeto de Lei d<i Câmara ni 26, de 1979 Gabriel Hermes, o Senhor Presidente eventual convida, o
sociedacte porque ê através dessa informação, desse. (n93l7 /75, na Casã. de orígem), que regula o exercício da primeiro a assumir a direção dos trabalhos. Assumindo a
esclarecimento que a sociedade poderâ disc1,1tir proftssão de Técnico em Radiologia; b)- redação final Presidência, o Senhor Senador Alberto Silva agradece,
onde é melhor gastar :---se alguns desses gastos d~­ do Projeto. de Decreto Legisiativo n~ 12, de 1984 em seu 'lome e do Senhor Senador Gabriel Hermes, a
veriam ser reduzidos e outros aumentados, se alguns (n948j84, na Câmara dos Deputados), que a'prova o tex- honra com 'que foram distirliuidÕs. Finalmente, o Se--
desses gastos deveriam _ser eliminados - e discutir to do Segundo Protocolo Adicional à Constituição da nhor PreSidente comunica que as reuniões ordinárias_ se-
mesmo a validade de cilda Um e até indagar e per:. União Postal das Américas e. Espanha (UPAE), assinado rão realizadas às quintas-feiras,' às dez horas, na sala de
guntar por que nesse mês ou em determinado mês em Manãgua ~ 28 de agosto de 1981; c)- redcição final reuniões. da Comissão, na Ala Senador Alexandre Costa.
foi essa situação. do Projeto _de Lei do Senado il" 147, de 1982, que, isenta Nada mais havendO a tratar, encerra-se a reunião, la-
de qualquer tributação os proventos. 'da aposentadoria; . vrando eu, Luiz Cláudio de Brito, Assistente da Comis-
Esse procedimento eu faço-qlicitãO de garantir a. d) - redação final do Projeto de Resolução n~ 22, de .são, a presente Ata que, lida e aprovada, será ass!nada
vocês, eu entendo que deveria ser fornecido à im- 1983~ que cria a Comissão de Ciência e Tecnologia; e)--· pelo Senhor Presidente ê: demais membros presentes.-
prensa e à sociedade a cada mês. Então vamos agora parecer preltininar sobre o Projeto de Lei do Senado n" Alberto Silva - Albano Franco - Jorge Kalume -
anal-isar ess~ quadro." 84, de 1982,_que submete à aprovação do Senado Federal Gabriel Hermes .,..- Nivaldo Machado - Alcides Salda-
os contratos visando a obtenção de; empréstimos interna- nha.
cion'!-is, sugerindo que se Ouça a Comissão de Consti-
COMISSÃO DE REDAÇÃO tüiç:ão e Justiçã sobre-a emendã-que oferece· como de re. COMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO CIVIL
2f Reunião Ordinária, realizada às 14 horas dação, nos termos do dis'posto no art. 120, combinado Primeira reunião (instalação), realizada
do .dia 11 de abril de 1985 com o parágrafo único do art. 258 e in_ciso V do art. 100 em 9 de abril de 1985 ·
do Regimento Interno. Discutidas e aprovadas as ma-
Às quatorze horas do dia onze de abril de mil novecen- . térias, é conádida a palavra ~o Senhor Senador Martins Aos nove dias do m~ de abril Qo ano de mil novecen-
tos e oit~nta e cinco, na Sala de Reuniões da ComissãO; Filho que relata os seguintes processos; a)- redaçã·_o fi- tos e oitenta e cinco, às onze horas, na Sala de-Reuniões
sob.a Presidência do_Senhor Senador Lenoir Vargas, e nal da emenda do Senado ao Projeto de Lei da Câmara da Comissão, na Ala Seriado r Alexan'dre Costa, presen-
presentes os Senhores Senadores Jorge Kalume, José Ig- n~ 45, de 1982 (n9- L898j79, na Casa de origem), que au- tes os Sehhores Senadores Jorge Kalume, Mário Maia,
nâcio Ferreira, Claudionor Roriz e Martins Filho, os tciriza o Pqder Executivo a Conceder direito real de uso ·Fábi'o Lucena, Alfredo Campos, Hélio Gueiros, Niyaldo
dois últimos suPlentes convocados em virtude da ausên- sobre áteas de terras que; margeiam as rodovias feder8is~ Machado, João Castelo e Jutahy Magalhães, reúne-se a
cia jUstificada dos Senhores Senadores Américo de Sou- b)- redaçào" fit].al do ProjetO de Lei.do Senado n~ 22, de Comissão de Serviço Público Civil. Deixam de compare-
za e Saidinha Derzi, respectivamente, reúne~se a COmis- 1981, que dispõe sobre enquadramento de Professores cer, Por- motivei jUstificado, os Seilhores Senâdores Alba-
são de Redação. O Senhor Presidente, dando início' aos Colaboradoies e Auxiliares de Ensino, com emenda n~ 1- no Franco e HelVídiO NuneS. Assumindo a Presidência,
tr:abalhos, cnmunica que, em período anterior à desig- CR, que apresenta; d)- parecer no sentido de conside- conforme preceitua o Regimento Interno do Senado Fe~ ·
nação e inst~laçào da Comissão, foram aprovadas eri:J rai', como final, a redaçào do substitutivo da Câmara ao dera!, o Senhor Senador Jorge Kalume declara aberta a
Plenário, em regime de urgência, algumas matérias que, Projeto de Lei 'do Senado n9 272, de 1978 (n" 2.006/79, , reunião, co~unicando que a mesma destina-se à eleição
nos termos regimentais, necessitam 'cte parecer deste ór- naquela Casa), nos termos do disposto no§ 2~ do art. 352 do Presidente e Vice-Presidente da Comissão, para o bié-
gão técnico. Ouvidos ·os demais membros da Comissão, do Regimento Interno. Submetidas à discussão e .vo- nio 1985/86. Em seguida, o Senhor Presidente manda
determinou o Senhof PreSidente que constasse desta Ata tação são as matérias aprovadas. Em seguida o Senhor providenciar a distribuiÇão das cédulas e designa o Se-
as matérias entlo rela tidas oralmente em Plenário, e que ~nadar Claudionor Roriz relata os seguintes processos: ~hor Senador Mário Maia para funcionar com9 escruti-

foram as seguintes: redação final do Projeto_ de Lei do a) -:- redaçào final dã emenda do Senado ao Projeto de nador. A contagem de votos apresenta o seguinte resul-
Senado n~ 14, de 1979, que revoga dispositivoS da Lei n9 l-ei da Câmara n" 22, de 1980 (n~ 147/79, na Casa de ,ori- tado: Para Presidente: Senador Alfredo Campos - 05
5.449, de 4 junho de 1968, os Decretos-Leis n~s 672 e gem), que dispõe sobre a profissão de Bibliotecâriá; b)- (cinco) votos. Para Vice-Presidente: Senador Jorge Kalu-
1.273, respectivamente, de-3 de julho de 1969 e 29 de ·rcdaçào fillaJ do Projeto de Lei do Senado n9 9; de 1983,' me- 05 (cinco) votos. Não sendo computados os votos
maio de 1973 e, ainda, redação final do Pfojeto de lei do que inclui, entre as contravenções penais, a prática de dos Senhores Senadores Suplentes presentes. Após pro-·
Senado Ii.' 139, de 1984, que reyoga o Decreto-Lei a tos resultantes de preconceitos de sexo e de estado civil; clamar eleítos Presidente e Vice-Presidente, respecttva-
n~l.541, de 14 de abril de 1977 (L'!!i das SublegendaS), c) - redação final do Projeto de Resolução n" 2, de mente, os Senhores Senadores Alfredo Cilmpos e Jorge
ambos relatados p~lo Senhoi Senador Saldanha Derzi na 198), que aprova o relatório e as conclusões da Comis- Kalume, o Senhor Presidente eventual convida o primei-
Sessão Exttaordinâria, realiZada dia 14 de março; re- são Parlamentar de Inquérito deStinada a examinar a ro a assumir a direção dos trabalhos. Assumindo a Presi-
daçã.o do vencido, para o segundo turno regimental, do violência urbana, suas causas e conseqUências. Uma vez dêÍlcia, o Se'nhor Senador Alfredo Campos agradece, em
Projeto de Lei do Senado n~ 30, de 1985, que autoriza as discutidas e aprovadas as matêrias e, nada mais.havendo seu nome e do Senhor Senador Jorge Kalume, a honra
Comissões Executivas Nacionais dos Partidos Políticos que tratar, o Senhor Presidente declãra encerrada a reu- com que foram distiguidos. Finalmente, o Senhor Presi-
decidir sobre a realização de Convenções, relatada, pelo nião, lavrando eu,_ Sarah Abrahão, Secretária adhoc, a dente comunica que as reuniões ordinârias serão realiza-
Senhor Senador Vrigílio Távora, na SessãO Extraordi- presente A.ta que, rubricada pelo Senhor Presidente, vai das -às quaitas-feiras, ãs dez horas, na sala de reuniões da
riâria do dia 26 de março e, ainda, a redação final do à' publicação. · comissão, na Ala Senador Alexandre Costa. Nada mais
mesmo projeto, .relatada também, pelo Senhor Senador Sala de Reuniões da Comissão de Redação, em ll de havendo a uatar, encerra-se a reunião, lavrando eu, Luiz
Virgílio Tâvora, na Sessão Extraordinária, real~zada dia abril de 1985. ~ Lenoir Vargas, Presidente. Cláudio de Britto, Assistente da Comis~ão, a presente
0820 Sexta-feira 26 DIÁRIO DO CONGRESSONACIONAL (Seç[to !!) Abril de 1985

Ata que, lida e aprov.ada, serâ assinada pelo S~nhor Pre- Procedida a eleição, verifica-se o seguinte resulta.do. R9bcrto Saturnino e a Senadora Eunice Michiles, reúne,-
sidente e d'emais meritbros piesentes. -Alfredo Campos Para Presidente: se a Comissão Parlamentar de Inquérito criada através
-Mário Maia- Fábio Lucena- João Castelo- Jorge Senador Moacyr Dali a . . . . . ...... ·... 1.0 votos da. Resolução n"' l, de 1985, destinada a apurar irregula-
Kalume- NivaJdo Machado- Hélio Gueiros- Jutahy Para Vice-Presidente ridades no Transporte Marítimo Brasileiro e EStaleiros
Magalhães. Senador LourJval Bãptista ....•• ~ 10 votos Nacionais.
Deixam de corri parecer, por motivo justificado, os Se-
COMISSÃO DE TRANSPORTES, cOMUNI- São proclamados eleitos PreSidente e Vice-Pr~sidente nhores Senadores Benedito Ferreira, Gabriel Hermes,
CAÇOES respectivamente, os Senhores Senadores Moacyr DaUa e Alfredo Campos, Martins Filho, José Lins e Aderbal Ju·
'E OBRAS PÚBLICAS (CT) Louríval Baptista. · rema.
1!- reunião, (de instalaçãO) realizada Prosseguindo, o Senhor Senador. Luiz Cavalcante con· Havendo número regimental 9 Senhor Presidente de-
em 18 abril de 1985 vida o Prcsjdente e_i~ito, Senacfor Moacyr Dalla para as· clara abertos os trabalhos da Comissão e esdarece aos
sumir a Presid~ncia e dar continuidade aos trabalhos. Senhores membros da Comissão que no momento a SU-
Ãs onze horas do dia dezoito de abril de mil novecen- Com a palavra, o Senhor Presidente agradece a honra da NAMAM não se reveste mais da organização, das carac-
tos e oitenta e dnco, na sala de reuniões da ComísSão, na escolha do seu nome para desempenhar tão importante terísticas e dos poderes que tinha antes dos meados de
Ala Senador Alexandre Costa, presentes os Senhores Se- mi~são e espera pOder oferecer a melhor de sua contri- mil novecentos e oiteflta e três; quando além de dirigente
nadores Jorge Kalume, Alexandre Costa, Benedito Fer- buição, a fim de tornar a Comissão de Municípios um da política de Marinha Mercante do Brasil era também
reira; Luiz Ca!Valcante e Marcelo Miranda, reúne-se a-- órgão dinâmico, propondo, em seguida, que as reuniões órgão financiador d<t; construção naval. Em seguida, pas-
Comis'são de TransporteS~ COmunicações e Obras Públi- se realizem às quintas-feiras às onze horas, com o que sa a palavra ao Almirante Jo·nas Corrêa da Costa Sobri-
cas. concordaram todos os demais membros. nho, ex-Superintendente da SUNAMAM qUe inicia seu
Deixam de comparecer, por motivo justificado, os Se--- Nada màis havendo a tratar, encei--ra·se a'reunião, la· depoimento agradecendo o convite para prestar depoi·
nhores Senadores RaimUndo Parente, Roberto Wypych .vrando eu, Francisco Gonçal~es Pereira, Assistente da menta nesta Conlissão. ·
e Aderbal Jurema. COmissão, o presente Aia que, lid<:~ e 'aprovada, será assi- Continuando, faz uma síntese sobre a evolução da
De acordo com o que pr~itoa o§ 31' d<? art. 93 do Re- nada pelo Presidente e demais membros presentes. - construção ri.aval no Brasil e dest3ca o per[odo no -qual
gimentO Jpterno, assume a Presidência o Senhor Senador--. Moacyr Ditlla - Jorg"e Kalume -Nelson Carneiro - permaneceu no cargo d<:~ Superintendência da nova SU- ·
Luiz Ca valcantte, que declara instalada. a Comissão. Gaivão Modesto - Benedito Ferreira - Américo de Sou· NAMAM, que,se transformou em órgão autónomo do
Em seguida o_Senho'r Presidente anuncia que vai pro- za - Luíz Cavalcante~ Cid Sampaio- Altevir Leal - Minis.tério dos Transportes. ·
ceder à eleição do Presidente e vice-:Presidente da Comis- Marcelo Mirand~. Prosseguindo, passa-se a fase interpelatória quando
são, para o biênío de 1985/86. DistribUídas as cédulas , usam da· palavra, pela ordem de inscrição, os Senhores
para votação, o Senhor Prcs.idente cOnvida para funcio- COMISSÃO ESPECIAL QUE EXAMINA O PROJE- Senadores Alexandre Costa, Altevir LCa!, Roberto Sa·
nar como escrutinador,' o Senhor Senador Benedito Fer- TO DE LEI DA CÂMARA N' 1)8 DE 1984, QUE INS- turnino, Marcelo Miranda na qualidade de Relator,
reira. TITUI O CÓDIGO CIVIL. além do Senhor Presidente que nesse momento· passa a
Pro~edida a eleição, verifica-se o seguint~ resUltado:
4' Reunião realizada em 6 de março de 1985 PresidênCia ao Senador Marcelo Mifanda.
Pal-a Presidente: Finalizando, o Senhor Presidente agrad.ece o depoi·
Senador Alexandr:~ Costa . ~ ••. ·-~ .'. -· ... ; . 04'_ voto_s Âs onze horas do dia seis de março de_ mil novecentos .
e oitenta e cinco, na Sala da Comissão de Constituição e menta e determina que as notas taquigráficas tão logo
••••••••••••••••-_.----.-m.---.---.-.--..--.--.,_. ~-.-~ •. .,. __,_ 01 branco
Justiça, na Ala Senador Alexan4re Costa, reúne-se a Co- traduzidas e· revisadas sejam publicadas, em anexo, a
Para .Vice-Presidente: · presente Afa.
Senador Luiz Cavalcante ...........•• ..,. 04 votos missão Especial que examina o PLC ri9 118, de 1984, que
inStitui .o Código Civil, sob a presidência do Sr. Senador · Nada ·m<:~is havendo a tratar, encerta-se a reunião e,
..........•... ···-···-··-.. -...• ~.---..·~-~-···· OJ branco para constar-eu, José Augusto Panisset Santa'na, AsSis-
São proclamados eleitos, Presidente e Více--Presiàente_, Nelson Carneiro, Presidente, com a presença dos Srs. Se--
nadores Morvan Acayaba,, Rqberto Campos, R.iimundo tente da Comissão, lavrei a presente Ata que, lida e ap,ro·
respectivamente, os Scin.hores Senadore's Alexandre Cos-
Parente, Lenoir Vargas, Hélio Gueiros e Gabriel Her- vada será assinada pelo Senhor Presidente e irâ à, publiw
ta e Luiz Cavalc.ante. caçào" .
Prosseguirldo, ó Senhor Senador Alexandre Costa as- . mes. Deixám de coinpareser; pOr motivo ju_stificado os
sume a Presidência e· agradece a distinção cOm que· fÔi Srs. Senadores Octãvio Cardoso, Hélvídio Nunes, Luiz , ANEXO À ATA DA 3• REUNIÃO DA COMIS-
honradq para exercer tão impOr_tante missãQ,· e propõe Viana Filho, Carlos Chiarem; Odacir Soares, Passos SÃO PARLAMENTAR DE ÚIQUERITO. CRIA-
que as reuniões ordinãrJ.as- sejairi reaJi~aàa·s-àS q-u!IltaS- Pôrto, João_Castelo, José Jgnácio Ferreira, Enéas ·Fariil, . DA A TRAVES DA RESOLUÇÃO N• I, DE I98!i.
feíiis ãs 11:00 horas: Não hã restrições e a proposta é Alfredo Campos e José Fragelli. Havendo número regi· DESTINADA A APURAR IRREGULARIDADES
aprovada, por unanimidade. · mental, o Sr~ Presidente declara abertos os trabalhos e NO TRANSPORTE MAR!TIMO BRASILEIRO E
Nada mais havendo a tratar, encerra-se a reunião, la- dispensa a leitura da Ata ·da Reunião anterior, que é ESTALEIROS NACIONAIS. DESTINADA A
vrando eu, Marcelino dos Santos Cameilo, Assis_tente, da · dada como aprovada. A seguir, o Sr. Presidente infOrma OUVIR O DEPOIMENTO DO ALMIRANTE JO-
COtnissão, a· presente Ata; que lida e ãPfoVâ"qà., será a:SSf.: ãTomissão qlle avoca o Livro IV parte Especial - Da ·NAS CORREA DA COSTA SOBRINHO. EX-
nada pe!Q Senhor Presidente e demais rriembros presen. : Família. O Sr. Senador Morvan Acayaba solicita a pata- SUPERINTENDENTE DA SUNAMAM. QUE SE
tes. - Alexandre Costa ...:.... Jorge Kalume - Benedito vrà para" se despedir do Sr.· Presidente e. dos. demais PUBLICA COM A DEVIDA AUTORIZAÇÃO
Ferreira - Luiz Cavalcante - Marcelo Miranda. membros da Comissão, em face do retorno ao Senado dO DO SENIIOR PRESIDENTE DA COMISSÃO.
Sr. Senador Murilo Badaró, titular, que ocupava o cargo
. COMISSÃO DE M!!NrCIPIOS de Ministro da Indústria e do Coritércio. O Sr. Presiden- PRESIDENTE: Senador Virgi1io Távora
l' Reunião (instalação), realizada no te agradece ao. Sr. Senador MorVan Acayá.ba a colabO~ · RELATOR: Senador Marcelo Miranda
dia 18 de abril de 1985 ração valorosa e o empenho com o qual se dedicou a esta (lntegra do apanhamento taquigráfíco da Reunião)
Às onze horas do dia dezoito de abril de mil novecen· Comissão. Prosseguindo, o Sr: Presidente .solicita aos
tos e oitentâ e cinco, na Sala_ da ComissãO, na Ala Sena- Srs. Sub~relatores que apressem os_seus pareceres, para
possibilitar a impressão do ]I' Volume de Trabalhos des- COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUtRiTO
dor Alexandre Costa, com a presença dos Senhores Se-
ta Comissão, Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presi- (S\)NAMé\M.)
nadores Jorge Kalume, Nelson Carrieiro, Moacyr Dalla,'
Gaivão Modesto, Benedito Ferreira, Amêi-ico de Souza, dente agradece a presença de todos os Srs. Senadores, e
Depoente: Alni.iraqte Jonas Corrêa da Costa Sobrtnho
Luiz Cavalcante, Cid Sãmpaio, Altevir Leal e .Marcelo encerra a reUnião _lavrando eU, · Ronald Cavalcante
Ex·St,tperíntendente da SUN-~MAM
Miranda, reúne-se a Comissão de Municfpios. · Gonçalyes, Assistente da Comissão, a presente Ata, que ·
Deixam -de comparecer, por motivo ju~tificado, os. S;- lida e .,aprovada será assinada pelo Sr. Presidente. Reunião Reaiizada em 9-4-85
·nhores Sen-adoreS Amarai Furlan, Oct~vio Cai-doso, JO--
COMISSÃO PARLAME:NTAR DE INQUltRITO, O SR. PRESIDENTE (Virgílio Távora) -'Havendo
sé Ignâcio Ferreira, Alfredo Campos, Alcides Saldanha,
CRIADA ATRAVJ!:s DA RESO(.UÇÃO No I, DE 1985, número regimental, está aberta a presente reunião.
Roberto Wypych, Gastão MilUei, Louriv~l Baptista, Ni-
"DESTINADA A APURAR ·IRREGULARIDADES A Comissão Parlamentar de Inquérito, crhido pelo SC?-
valdo Machado e Claudionor Roriz.
N6TRANSPORTÉ MARITIMO BRASILEIRO E ES· ncido Federal para apurar as denúncias sobre irregulari·
Assumind<? a Presidência, conforme preceitua o Regi-
TALEIROS NACIONAIS". dades na SUNAMAM, houve por b~m. aprovando ro-
mento Interno, o SenhOr Senador Luiz Cavalcante decla-
ra aberta a reunião, comunicando que a mesma se destl·· 3• Reu~ião, realizada em 9 de abril de 1985 . tciro aprova~o pelo relator, de ouvir prima faci~ justa-
na à eleição 'do Presidente e ViCe--Presidente da Comis~ Aos·nove dias do mês de abril do aiw de mil novecen- mente,.o último Superintendente da SUNAMAM ..
são~ par_a o biênio de 1985/86. . tas e oitenta e cinco, à~ nove homs e trinta minutos, na E: ne~s'sário explicar aos Sr. Membros da Comissão ·
Em.seguida, o Senhor Presidente manda providenciar Sala de Reuniões da ComisSão de Economia,_ presentes que, no mOmento, a SUNAMAM não se reveste mais da
a distribuição das cédulas e designa o ~enhor Jorge Ka· os Senhores S,enadÇJres Virgílio Távora (Presiderite), Ale-- organização, das ·característicãS, dos poder:es que tinha
lume, para funcionar como escrutinador. xan.dre Costa, Altevir Leal, Marcelo Miranda (Relator), antes dos meados de 1983, _quando, além de dirigente da ·'
Abril de 1985 . DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçiio li) Sexta,feira 26 .. 0821

pOlítica de Marinha Mercante do Brasil, era também o Contra'tadas as novas unidades, o mercado internacio- Para Uavegação de cabotagem foradt contratad~s.
órgão financiador da consti'_ução naval. nal de granéis entra em recessão, conseqUência das crisês · dentro do novo PCN, 8 navios graneleiros de porte entre
E.ssa explicação é dada, justamente, porque 'o depot- de petróleo e seu reflexos negativos na economia mun- 26.690- toneladas a 44.5.00 toneladas de porte bruto, num
mento do Sr. Alri1irante, na parte em que ele foi a·sUpe- dial, embora no Brasil ainda permanecesse o clima de total de 250.760-toneladas de porte bruto;'e no longo
rintçndente da SUNAMAM, não abrangerá grande par- otimismo. curso, 3 navios de 5_0.000, 3 _de 75.000, 2 de 6_3.080, num
te do tempo em que as alegadas irregularidades teriam Naquela ocasião, se sabia que o Fundo de Marinha total de 545.660 _toneladas de. porte brut~.
sido praticadas. Mercante não disporia de recursos suficientes para o fi- Infelizmente, o mercado de granéis voltou a cair, a si-
Feitas essas explicações iniciais, e comunicandO que . hãhdãmcnto da_que!e programa ambicioso, como tam- tuação financeira do Fundo agravou-se e os armadores e
depois de amanhà teremos_ o prazer de ouvir o MiriistiO, bém que _QS __ estaleiros necessitavam de obra de am- Governo voltaram a se preocupar com a operação dos
também à época, Cloraldino Sévcro, damos a palavra a pli<lçào, para a execução dos se_us contratos. navios.
S. Ex.t, o Almirante JQnas Corr&a da Costa.Sobrinho O segundo PCN, em meu enten'dimento, ê origem de
Como consequência do recebimento dos navios grane--
para que inicie as explicaçô'es qu_e aqui nos dará. todos os fatós da antiga SUNAMAM. Cpmeça a ser pre-
judicada em sua execução pelas seg'uintes caus'as: o pri- leiros do II PCN, basicamente navios de 26.500 a 38.000,
Sr. 'Almirante, sinta-se bem à vo_ntade, estamos_ _aQui
meiro PCN não estava -conclujdo e ainda exigia uma 39.000 toneladas de porte bruto, e com a recessão do
para ouvi-lo. Em scgui<;la à sua explanação, passaremos,
considerável.gama de recursos. A conclusão das obras de mercado mundial, o~ armadores perderam as condições
entUo, aos pedidos de escl:.~recimentos que diferentes
a~pliaçào. e de reaparelhamento dos est3Jeiros, só ocor- de competir no mercado livre, por serem os seus custos
membros da Comissão porventura acharem ainda neces~
rid<.~ algum tempo depofs das assinaturas dos contratos. · operacionais mais elevados por causa de certas particula~
sário ter.
Os índices de nacionalização dos equipamentos e com- ridades do navio próprio nacional. Na realidade, os na-
ponentes do navio só foram aprovados pelO Conselho de vios de maior porte podem transportar mais cargas a um
O SR. JONAS CORRM DA COSTA SOBRINHO De~envolvimento industrial mais de um ano depois da frete conveniente e condizente com os do mercado. Os
-Sr. Presidente: em pi-imeiro lugar, desejo agradecer ao assinatura dos contratos, o que levou a conce~são de jus- nbssos navios apresentam maior consumo de combustí-
Senado da Repúbli.;a, aqui representado pelos Srs. Sena- ta causa de 540 dias aos estaleiros, prejudicand.o ainda vel, custos de reparação naval superiores, taxas de segu-
dores membros da Comissão Parlamentar de Inquérito, mais as parcas disponibilidades do fundo de Marinha ro elevadas, número de tripulanteS e dificuldades nas im-
a consideração que tiveram comígó, -convocando-me Mercante. A redução nas importações brasileíras, sob a portações de sobressalentes, tudo contribuindo par"a
para prestar este depoimento. qual incide o FRMM, reduziu ainda mais a arrecadâção.- onerar o seu custo operacional.
É uma rara oportunidade que os Srs. me concedem de
ú atraso na llberação das guias de importação das listas Deve-se observar que os navios foram contratado&
esclarecer ao grande público, que não me conhece, e aos
de material importado pela CACEX, gerando justa cau- quando o mercado se encontrava em alta e os estudos de
Srs. em particular, que fui convocado pelo Sr. Ministro sa-Ou reajustes contratuais.
dos Transportes,'Engenheiro Cloraldino Soares Severo, viabilidade econômica se basearam nos fretes vigentes na
Por último, a insuficiência de recursos para pagamen- ocasião, da mesma fÇlrma que o preço 'internaclonal des-
para auxiliâ-lo, com· minha experiência, na reformulação to dos eventos da contrução naval e a impossibilidade do
do sistema de maririha e de construção nav!ll. · ses navios:
r~ou'ro em suprir aquelas necessidades.
Estranho que nenhuma voz se t_enha Iavantado para Com a crise, o que ocorreu ns exportaçõeS brasileiras?
- Com a recessão_ do mercado de granéis, Os armadores
separar o joio do trigo, 'misturando a antiga au.tarquia Os armadores iniciaram a-paralisação dos seus navios, o
logo reconheceram o mau negócio que haviam feito, cal-
Federal, SUNAMAM, com a atual, órgão autônomo do que agravou ainda mais a situação financeira do Fundo,
cado em estudo de viabiiidãde fantasiosa rázão por que
Ministério dos Transportes. pois a arrecadação do FRMM incide sobre o frete de ex-.
perderam o interesse em acelerar ou faZer cumprir os
Vou fazer um resumo sobre a evolução da construção prazos de entrega dos navios, na esperança da vinda de . portação.
·naval, e espero ser bastante sucinto. melhores dias. A solução encontrada pelo Governo, com o objetivo
· Praticamente, começamos em 1959-1960, co"irio o Pro- A perplexidade armatorial, face à situação do merca- de minorar o problema social que estava sendo criado ·
grama GEICON, Grupo Executivo da IndúStria de do, não permitiu sequer que se realizassem modificações com a paralisação de navios e de reduzir o'affetamento
ConstrUção Naval. Naquela ocasião, contrataram a nos navios, adaptando-os à nova realidade, melhorando de, navio~_ estrangeiros, foi a- aprovação pelo Conselho
construção de 17 cargueiros, num total de 76.310 tonela- suos dimens~es e substituindo seus motores_ por outros Monetário Nacional do Aviso 15-GM, de 18 de janeiro
das de porte bruto, de menOr consumo de combustível. Isto mais tarde iria de 1983, do Ministério dos Transportes, peimitindo a al-
Na década de 7Ó, encomenaaram 62 embarcações, t~ração dos contratos_firmados pelos arinadores nacio-
rcf1etir no custo dia dcrs navios.
num total de _652.610 tonelãdas de porte bruto. De 1967 nais, entre-outras medidas~ Foi o que se denoni.inou de
a 1970, fizeram o que se denominou chamar de plano de Também ? execução dos contratos, com suas peculia-
moratória dos na~ios graneleiros.
emergência, vieram 45 embarcações, perfazendo 464.424 ridades, deixãva muito a desejã~, havendo casos ~ que
A comissão criada pela Portaria lnterministerial n~' 58,
toneladas de porte bruto. · o fundo desembolsava cerca de 60% sem que os cascos .
para regulamentar a distribuição de cargas a granel os
A Exposição de MotivOs n~' 166', de 21/10/70, relativa estivessem séquer na carreira. Ocorriam, da mesma for-
ar.madores parece-nos ser uma obra prima de incoerên-
ao primeiro programa da construção naval, -assinada por ma, desembolsçs de 80 a 93% do valor contratual, quan-
9 Ministros -de Estado, esclarecia que·, de acordo com a cia, pois não se pode conci.liar os interesses dos armado-
do a -prontificação dos navios ainda estava longe.
evolução tecnológica dos transportes marítimos, cerca reS, que desejam elevar os fretes, com os dos u_s_u_ários,
Os índices Qe_ nacionalização iinpostos pelo CDI one-
de 70% dessa demanda seria constituÍda de navios grane-- que desejam rebaixá-los. Eles se apóiam em contratos de
raram os_custos dos navios e prejudicaram os armadores,
leiros de grande porte, com uma capacidade sup~rior a transportes já assinados._ ·
com a mâ qualidade de alguns equipameritos.
100 mil toneladas de porte bruto, por unidade. Em 1979, como conseQüência das medidas adotadas Como as dificuldades no transporte de granéis que
Naquela ópoca, apenas um dos estaleiros nacionais es- pelos países europeus· da Organização da Cooperação perduraram atê 4 de abril de 1984, o Millistério dos
taria capacitado a CC)nstruir navios daqu~Je porte e so- Econômica e Desenvolvimento_, OCED, apó"s as crises do · Transportes solicitoU e obteve aprovação, par&. prorro-
mente 4 empresas de navegação possuíam autorização petróleo, houve um recrudescimento da atividad~ indus- gar por mais 18 meses, a partir de 18 de janeiro de_ 1984,
para operár no transporte de granêis. trial. Paralelamente, devido ao fracasso de sua safrã de as medidas precon-izadas no Aviso J5-GM do MT. lnfe-
Em 197}, com o mercad·o_rnundial de granéis em as- cereais, a Rússia se viu obrigad,a a aumentar as suas im- _lizmente, a moratória cóncedida é uma decisão protela-
censão, as demais empresas de navegação de longo curso portações a tal nível que o mercado se recuperou. tót'ia do Governo que poderá prejudicar futuramente a
pressionaram 6 Governo e obtiveram a concessão de A construção naval brasileira· vinha ressentindo-se da armação, ex.ceto se o mercado mundial reagir de forma
granéis, com o compromisso de contfatarem a cons- estagnação generalizada da econ9mia nacional e, um muito favorável.
trução de navios, para aq'uele tipo de transporte. Naquela ocasião, pareceu-me que seria preferível o
tfárticular, da .dificil situação do· Fundo de Marinha
A Exposição de Motivos n~" 161-B, Interministerial, de Governo· pefder uma imPortância, de forma a tornar
Mercante.
31 de julho dy 1974, indicava que, de acordo coa pro- 'real!dade o seu custo/dia. No período de 18 de janeiro de
Nu~a tentativa de corrigir as várias distorções exis--
jeção do perfil da demanda, passariam a prevalecer. até o 1983 a 3 de junho de 1984, venceram' prest-ações da Or-
fim dessa década os grane1eiros, petroleiros e mistos com tentes no sistema vigente, foi expedido o Dçcreto-lei n~'
1.801, de 18 de agosto de 1980, q·uepromoveU váriã.s al- dem de 40 bilhões de cruzeiros, conforme se verifica.
mais de 70% da frota. ·
O Grupo de_ Trabalho Intemiinisterial programou, ierãções nã POlitica de subsídios à cOilstrução naval, mo- Nã_o hã .dúvida de que, com a concessão da moratória,
díficou a~-alíquota"S de-arrecadação do FRMM e as cotas houve ec.onomia de divisas para o País, evitando-se' o
com base na 'projeção de cargas a transportar, a c_ons-
trução de 53 naviO~ grane1eiros, num total de 1.864.000 destinadas ao Fundo de Marinha Mercante e a.os arma- afretamento.de navios estrangeiros e a criação de proble-
toneladas de porte bruto, sendo 48 para longo curso e li dores. Isto-conduziu ao lançamento do programa perma- ma social com a parali~ação. -
para cabotagem. nente da construção naval, e mais uma vez o clima de eu- Nessa ocasiãO, os arriladores tinham proposto-ao Go- ·
-Assim nasceu o- Segundo plano de construção naval, forismo-dominou os _estaleir.os, armadores e o próprio Verlto o que denominaram de frete de equilíbrio, que se-.
em plena pra:sPeridade do mercado mundial e de onde os Governo, repetindo-se de terta forma, os mesmos equí- ria um frete que poderia permitir o pagamento das pres-
armadores foram buscar os índices e c.oeficentes condi- vOcos do II PCN. De fato, os recui-sos eram assegurados tações mensais, inas justamente isso ocorreu quando o
z'entes com seus estudos de viabilidade econômica. somente no papeL Governo estava re~irando o subsídio do trigo. Então, de
'0822 Sexta-feira 26 DIÃRI() DO CONGRESSO NACIONAL (Seç(io II) Abrjl de 1985

certa forma, OGoverna indiretamente estaria sub$idian- gu!aridades. Basicamente, na minha conceituação, foi a _ Principais argumentos que procuram caracteiizar O$
do o frete, quando estava retirando o subsídio do trig-o e insuficiência de recursos. Depois vamos ver, mais adian- procedimentos· irregulares da SUNAMAM, co~ atos
o trigo ia sair mais caro. Há estudos mostrando qual é a te, porque o digó. Então, coloquei agOra a questão das perfeitos e acabados da administração da autarquia, d_e-_
variação,_ qual é a incidén-~ia-dõ á'lÚTiento 'do rrett~ sobre o empresas de navegação interior e Cabotagem que se di~ vidamente alicerçados em lei.
custo do pão, do quilo do trigo e da farinha. Mas eles até zem prejudicadas coni os critérios que foram estabele·ci~ Os procedimentos da SUNAMAM, calculando siste-
hoje defe'ndem essa posição de frete de eqtiilíbr_io. · dos mática e cnntinuadamente a correção monetária, em va~
Com a aproximação das datas ·cte entrega dos navios Os priilcipais úgumentos extracontratuais dos arrria- Iores inferiores a~ contratualmente previsto, teria gerado
contratados ry.o PPCN, os-armadores buscaram junto ao dores São os seguintes: o ajuste para menos nª c'orreção uma novação contratual, criando um direito ad(ruirido
Governo uma· soJução em faCe da Impossibilidade de monetária, aõ ]ongo do tempo, decorre do conhecimento . para os mutuários. Porta~·1to, o retorno às condições da
operarem aqueles navios em bases econômícas. de que a SUNA~AM tinha da conjuntura setorial ou do correção monetária, prevista nos coniratos, seria uma
A diferença enti-e os preços dos contratos dps- naVios agravamento da situação dos armadores, da notória ca~ ·ilegalidâde. ·
graneleiros do PPCN e· os_vigentes no me'rcadO a tua! é de- - rência de recursos e a FRECAB não fornece recursos En1 priineit:O lugar- r~sposta da SUNAMAM - er-
tal ordem q~e se torna impraticável a sua ~peração pelos para cobrir a correçào mon~tária. FRECAB é uma.tabe- ros de cálculo na cObrança ·aa correção monetária nijo
armadores, sob 'Pena de se autodestruírem. . Ia de fretes da cabotagem. podem gerar nOvação contratual, ainda mais quando
Nos est!,!.dos realizados concluiu~Se que esses navios Então, a opinião da SUNAMAM é a seguinte, contra:- praticados por- quem não tem a competência legal para ·
são necessários ao- riosso comércio exterior, razão por pondo a isso:. entende-se que tais argumentos sirvam modificar critérios pactuados no.inst.rumento do contra~
· que o Governo optou pelo recebimento peio própr.ío para obter subsídios mais substanciais do Estado, o que to. Por outro·lado, a medida novatória, influindo no fi~
Fundo da Marinha Mercante, que poderão fretã~los em não cabe é utilizar tais argumentos para justificar o não nanciamento garantido por hipot~a naval, exige para
regime de tim~ charter, a cascO riu, a armadores que não cumprimento de obrigações contr~tuais Iivremeflte pac- sua validade um ins'trumento público, do Código Çivil,
tenham recusado o seu recebimento. Até hoje ainda hã tuais. Compensar insuficiências tarifárias com o não combinado com a Lei nQ 2.180 após decisão formal. Não
pelo menos 4 navjos do ~l PCN que não foram recebi~ cumprimento das obrigações contratuais é uma forma houve assim novação contratu-al.
dos, porque os armadores se recusaram a receber. Eles se sui generis de subsidiar a tarifa de fretes. Pelo Decreto nQ 1.142, a SUNAMAM tinha compe~
baseiam na cl:ftusula contratual que dÍz que ocorrendo Segundo ponto que eles defendem: a p,alítica de cons- tência para ajustai para menoS a correção monetária das
não sei quantos diaS· de atraso --SãO 210, talvez, não sei· trução naval atribuiu aos armadores créditos desprOpor- prestações devidas até janeiro de 1977, através de vários
precisar- o armador pode' recusa,r a receber. Ainda há cionais às sua situação patrimonial, a fim de atender aos critérios e cálculos diversos dos pactuados .. São as mes-
armadores que não receberam navios do li PCN. E já, objetivos do Governo de absorção de toda a produção mas razões anteriores. Além disso, a estrita observância
quando do PPCN, os a.rmadores. também c·omunicara~ dos estaleiros. das disposições contratuais é regra fun~amental de fun~
que não tinham condições de reCeber aqueles nav!os. O Os contratos de financiamento foram pactuados li.vre- cionamento de qualquer instituição que tenhá a Seu Car~
GovernO optou pelo recCbímento, pelo próprio Fundo; Jnente, é a pqsição da SUNAMAM. go administração de recurs·os públicos.
que poderá fretá-los, desde que não ten~am recusado o A p~rticipação no FRMM ~e _reduziu de 100% para Esses armadoies, em certos pontos, considero que têm
re;cebimento. Esses 'armadores perderão _a írilpQrtâncía · 5o% e, posteriormente, para 35%. Enquanto os recursos razão. Em algumas coisas, eles têm razão. Por exemplo,
correspon-dente à parte não financiada já pãga e não po- PróprioS para os navios novos subiu, QO mesmo período, ffiuitos dos navios, principalmente do PPCN, que foram
derão fretar navios estrangeiros de. tonelagem 6quivalen~ de 5% para 15%. Em termos reais, o valor da parcela que baseados na expansão do Plano Nacional do Carvão,
te, lhes eabe aumentou no período em 53%. O adiciomil sen~ que previa uril transporte fabuloso de carvão, uma distri:
Assim, já exístem nãvios de 75 mil toneladas de porte · do ~obrado como percentual .de 20% do frete cresce na buição de-carvão ao longo do litoral brasileiro. E o Pia~
bruto e de 63 mil toneladas de porte bruto que estão sen~ mesma proporção da FRECAB. Por outro lado, a cor~ no Nacional de Carvão fracassou, não atingimos nem a
do operados pela. DOCENAVE e pelo Lloyd brasileiro. reção monetária que a SUNAMA.M decidiÚ aplicar foi a metade, 50%, do que era esperado inicialmente.
Um caso especial ocorreu com a HIPERMODAL, das ORTN. Da mesma forma, por meio de ação judicial, os expor·
que havia contratado a construção de um navio do tipo se ambos oS itens, receitas do FRMM e dívidas dos tadores conseguiram eliminar o adicional de fretes de
roll~onfroll-off, na lnglaterra, o qual sofreu uma ação ju~ armadores, estivessem sujeitoS à mesma correção, a re~ Marinha Mercante' da área de Manaus. Então, todas as
dicial de arresto movida por. um sócio estriõgeiro da dt.ição da participação de 100% para 35% significaria empresas que faziam linha Santos(Manaus ficaram pre-.
própria: empresa. A mesma empresa se recusou à assina- substanciid perda de capacidade de pagamento. Na reali- judicadas. E se analisarmos, isto tudo aqui é uma análise
tura do contrato de repasse nas condições estabelecidas, dade, porém, o crescimen.to foi.muito mais acentuado da das empr~as de navegação inadimplentes.. Esse material,
criando-se um impasSe. A solução com a qual a HlPER~ FRECAB em rel'ação ao valor das ORTN, faz inverter . os Senhores podem requerei à SUNAMAM, que a em~
MODAL concordou foi a de transferir para o fundo da Os resultados. A FRECAB cresceu muito 'm.ais do que a presa dispõe de tudo o que estoU: falando aqui, docnmen~
Marinha Mercante a propriedade do navio, ORTN. tadamente.
encarregando~se o l.óíde Brasileiro de recebê-lo do esta~· Achata!llento da geraçãO interna de caixa, se compa- Então~ dou certa razão. No início, procurou~se negociar
!eiro inglês e operá-lo em condiçõis semelhantes à dos radas as--variações da FRECAB com as-dã ORTN, entre
empresa por empresa. Chamei os armadores. Mas, pelo
. navios gran~leiros, isto é, afretall)ento. · -- j8.neír~[70__e_janeiroj71. Aleg?m · que nesse período o menos, seis armadores de cabotagem tornaram-se ina-
A necessidade_de angarfar recursos em moeda forte le~ índiCe d~ORTN teria sUperado a FRECAB por 343%. A . dimplentes porque a SUNAMAM não cobrava, porque;
vou o Governo a inceritivar os armadores à contratação -FRECAB real, incorporando as sobretaxas autorizadas, _a SUNAMAM não exigia juros, não exigra coisa algu~
da construção de navios no exterior, em muit-os casos, cresceú ·maiS de 700% no período, em vez dos 2.53% Indi- ma. Então, não havia atraso de pagamento, não havia
sem a audiência da SUNAMAM e a despeito da ociosí-- cados pela AssociaçãO .Brasileira dos Armadores de Ca~ nada. Era tudo meio familiar e 8.cho que isso foi a ori-
dade dos estaleiroS mrcionais. Assim, foram contrataâos botagem. gem. quer dizer, não se fiscalizou, não se exigiu, então
.navios_ tipo roll~onfroll-off na Espanha, na Polónia e na Mesmo que po_r abs~rdo fossem ignoradas as s_obreta~ tudo caminhou longe demais. Essa é a minha concei-
Inglaterra. Da 'mesma forma, se contrataram navios quL ·xa:s, ~·inda a-ssim a. FRECAB ultrapassaria em muito a tuação. E eu tentei, quis resolver caso por caso, mas não
micos na· Espanha, porta-containers no Japão c nâ Ale- ORTN. Basta lembr~r que a crise do petróleo ocorreu fui bem sucedido, porque eles sempre esperavam prote~
manha, e navios porta~celulose na Polónia. nessa época, cpm violentos reflexos nos fretes; FRECAB lar para atingir o novo governo. Pode ser que agora eles
Muitos desses navios não tiVeram seus estudos de via- inclusive. · · consigam resolver esse assunto.
bili.dade económica feitos em bases corretas~- razão Por Foi a correção monetária- dize"' os armadores- de Quer dizer, a solução que se deu foi levar o assunto ao
ql!e os armadores resistem à assinatura ,dos contratos de 1981 quem levou as empresas à sitUação atual de pe- Conselho Monetário e o Conselho Monetário baixou os
repasse dos financiamentos nas condições em que os em~ núria. Diversas delas já tinham dívidas há muito acumu- juros, fez uma: reprogramação para a dívida, num prazo;
préstimos fOram tomadOs lá fõfa, -e como-determinado ladas, muitó antes disso. se não me engano, de 12 meses e, hoje foram transferidas
pelo Con,selho Monetáriõ ·NacionaL _Conclusãa;__dado que a SUNAMAM ê 'detentora_ de todas as contas das empresas para o BNpES. E o
Durante a minha gestão tive a oportunidade de opinar eXtensa lista de atribuições os armadores inadimplentes BNDES, então, dentro de uma Portaria nQ 25, do Minis-
desfavoravelmente sobre a construção de um navio roll- busc*m livrar-se das obrigações assumidas perante a SU- tro dos Transportes, está procurando exigir das empre-
onfroll-off na Rússia e de um navio graneleiro na Romê~ NAMAM financiadora; apelando à magnanimidade da Sa$ esse reescalonamento da dívida, enfim, essa monta~
nia, mesmo sabendo da existência de um certo compro~ .. SUNAMAM subsidiadora;·ou proteStando contra_ a ~V­ gem de n;:negociação de dívida. Esse assunto está afeto
inetimento do Governo. NAMAM tarffãdora; ou caracterizando a SUNAMAM hoje ;10 BNDES _que ê o executor dessa cobrança.
Vou abordar o prob!ema da inadimplência das empre~ dos estaleiros como financiad~ra neglígente, na f~liz de- _Todos os fatos atê aqui narradps ocorreram anterior-
sas; quer dizer, porque em contrução naval, praticamen~ tfniçã9 de-um auditor que a SUNAMAM havia contia- mente à minha gestão.
te, aí está a origem dos fatos, quer dizer, a _inSufiCiê:iicia tado',já na.época do meu a.ntecesso'r .. lsso foi muito bom, Corno C0n·selheiro da SUNAMAM, em 1979, fui o
de recursos gerou, provavelmente, 'toda esta série de irre- excelente. . Relator da Resoll!-ção o\' 6.043- que tanta celeuma tem
Abril de'\ 985 DIÂRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Sexta-feira :!6 082J

produzido. Não' me parece que ela tenha qualquer cunho as duplicatas, mencionadas no iterit anterior, eram traris- Decrçtos-lei n'i' 2.üJ5 e 2.055 e o 'Decreto n~" 88.420, Que o
de ilegalidade, mas a sua execução não me parece corre- formadas em notas p-romissórias. · Sr. Ministro enca'minhou. adiante, passou adiante.. En~
ta, face ao documento que foi assinado entre os represen:-- Compromissos da dívida interna: documentos de ope- tão, hou~e uma reunião intcrministerial, foi criado um
tantes dos est~leiros e a Diretoria Financeira da SUNA- ~:ações da Resolução n\> 63, do Banco Central. . grupo ii1terminis.terihl, do qual participei, ·que era para
MAM. CompromisSos 'da dívida interna decorrentes da com- escalonar toda a dívida da SUNAMAM, e isso foi con~
Tomei posse no cargo de superinte~dente da antiga pra de navios poloneses. Financiamento db Bancp do . cluído em junho de 83. ·
autarquia SUNAMAM, em 18 de março de 198_3. Brasil, acoplado à negociação rla divida navio Cafer. Mas, há um fato que .cu de'sejo, mais uma vez, esclare--
· O Decreto n9 88.420; d~ 21 de Junho de 1983, separou Compromissos da dívida externa, em moedas e bens, cer.
as atividades da navegação de marinha mercante das de da ordem de· 2 bilhões, 174 milhõe$, e~ 30 de abril de NO dia 23, de março de 1983 1 terceiio dia útil após a
·construção naval e foi complementada pelo Dec~eto-lei 1983. minha investid'ura no' cargo de Superintendente, o dire-
n• 2.035(83. Co.mpromissos com os estaleiros relativOs a eventos · tor f(nanceir'a substituto, me trouxe·: o Oficio número
vencidos e a vencer relativos à construção 'naval. ' 02268·, daquela data, juntamente com uma carta do Esta~
No período de 18 de março de 1983 a 21 de junho, diri-
OS valores eXato!:'i correspondentes a essas dívidas não leiro ccN, p~ra que eu informasse ao Banco Bamerin~
gi a antiga au.tarQuía que, entre outras atribuiçõeS, tinha
dus a exi~tência de créditos ,ôJ favor daquele estaleiro, na
a de gerir o Fundo d_e Marinha Mercante. No período de _er;un çonh~idos e flutuavam a ca(ja dia, apesar- d,a cota- autarquia, no Valor equivalente a JS ~ilhões de dólares.
21-6-83 a 27-3~85, permaneci no cargo de_superintenden-' borãção d-e -t~criiCos dO MinistériO- dos Transportes,- d8.
Tendo-me <!-ssegurado com o diretor de que aquela
te da nova SUNAM_AM, que se transformou em órgão SUNÁMAM, do Lóide Brasileiro e airida do GEIPOT, pr<ltica era regUlar na SUNAMAM, e que o estaleiro,
autõn'omo dQ Miciistério dQs Transportes, por força do que procedia a um levantamento dos débitos das ernpre~ realm6nte. dispunha de crédito. na autarquia para cobrir
Decreto nQ 88.420. sas de nay_egaç_ão in~_4imp~ent~ ~om.~Fundo. --. __ aquela importância, o que fOi ·respondido afirmatiVa~
Durante a minha gestão fói ~efniciada a negociação dã.. mente, por escrito, autorizei· a resposta afirmatiVa.
Pelà Port~ria n\> 506, de23 de junho de 1983, çlo Minis- . dívida interna, representada por notas pro~issórias, em Nas apurações a que mandei proceder, conClui-se qUe
· tério dos Transportes, o Sr. Ministro dos Transportes as- . bases que nie pareceram mais favoráveis do que as que jâ somente quando terminadas os trabalhos, contratados a
sumiu a- gestão do Fundo de Marinha Mercante e tinham sido acordadas com os bancos. · p'edido da .Comissão Especial de ToJ!lada de Contas,
delegou-me competência para gerir o referido Fundo, até Da -mesma forma, foram iniciadas e conclufdas as ne- poder:se-á dizer quais OS creditas daQuefe f:staleiro Q.Ue
que· se instalasse o ConselhO Diret!)r do Fundo e o gociações com os bancos daS Opeçações 63: BACEN; poderão· ser con~fderados ·Com·o lêgitimos. Porque hã
BNDES fosSe investido na coildição de agente financei-- realizadas em nome da SUNAMAM, cOm· vistaS ao rees- uma diVergên'cia muito grande entre q diretor fmanceiro
ro .. calonamentb da dívida. da ocasião - que inclusive está aqui presente-:- e a' au~
O Coitselho Diretor do Furido foi instalado em 21-10- -A terceira ·negociação· prevista com 'os bancos dizia ditara do Lloyd. Pelo que estâ estabelecido ali; pelo que
83, e~bora somente em 30-12-83, através da Portaria n9 respeito às Operações 63, BACEN, realizadas de .bancos se lê. no _processo', tenh_q cópia do processo Comigo, e da
957, o Sr. Ministro dos Transportes tenh3 determinado a estaleiros· com base nas famosas cartas-·~rediióriãS emiti- próPria 'toinisSãO de Toniada de COntas, talnbéin; quan:-
. assunção gradativa do B:NDES, nas funções de agente fi- das pela SUNAMAM. . - do verificou o- processo, os crêditoS foram aiterados, foi
nanceiro, a partir de 2-1-84. Om mês d~po~s de ter assumido·a ·SUNAMAM: man- mandada nova carta para a CCN, com novos valores,
. Na mesma portaria foi desig~ada uma comissão para dei ito Sr. Mirlistro.dos Transportes, õ seguinteexp-edien- mas, de Claro,· preto no branco, não fico.u est~belecido.
estudar a deStinação. do acervo'documental da SUNA- te: Então, nós chegamos à con~lusão de que somente de-
. MAM autarquia, relativamente à adminiStração do Fun- ~"Teildo em__v~s-~a as grave~ implicações econômico- pois--que forem feitas as reVisõeS em to'dos os processos ·o
sociais que eventual postergação dÇJ _equacien;mento ... estab~leiro CCN é qUe, então, se poderá avaliar quaiS os
do e' determinava a cessação da competência estabelecida
créditos que.são bon·s e quaís Os que não·s-ãO bons.
na Portaria 506. ·
O SR. PREsiDENTE (Virgílio· Távora)- Quaf é a Não sei se o assunto foge ou se não foge. Eu poderia
Assiri:t, na realidade, fui responsável peta gestão do datã?- ftllar, agora, sobre transporte um pouco Sobre navegação
Fundo no períod~ de 18-3-83 a 2-1-84. de IÜngo curso, a situação da cab.otagem n~ .navegação
Peta Portaria nQ 507, -de 23-6-83, do Ministério dos O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO
-É do dia 22 de abriL Eu assumi a SUNÀMAM no dia interior. Não sei se há interesse, não sei qual é exatamen-
Transportes, .foi designad~ uma comissão especiã.t de to- te d objctivo. PoSso terminar aqui, ou dar um pouco
mada de contas para encerramento da gestão do Fundo 18 de março.
mais de esclarecimentos. O que V. Ex• deterr'nina?
de· Marinha Mercante, p~la antiga autarquia SUNA- "Tendo em vista ... (leitura)
MAM, a quem foi concedido um prazo de 60 dias para a O SR. PRESIDENTE (Virgílio Távora)- Consulto a
conclusão dos trabalhos. " ... deverá se aprOximar d.e 6.6 bilhões de cruzeiros, ex- Comi~são sobre _a alternativâ apresenta pelo d~poente.
Em momento algum desejei Ocupar o·ca·r&o. qe Supe- clusivos enCargos sobre débitos vencldos."
.-=Porque' essa é outra particUlaridade da SUNA- O SR ..ROBE~TO S~TURNINO .:.__Sr. Presidente,
rintendente, maS acabei cedendo a pressões do Ministro
MAM. Na SUNAMAM somente se raciocinava com va- da minh<J. parte, (fora do microfo.ne)
Cloraldino Soares Severo, face à·sua promessa formal de
-lar histórico._ Ela não tinha atualizados, diariamente, os
reformular o setor. Eu me dispuS a ajudá-lo nessa tarefa. O SR. P'RESIDENTE (Vii'gílio Távora)- Consulto
valores de todas as suas contas. Ela trabalhou sempre
O discurso otimista do meu antecessor, na cerimônia com valor histórico, gue era falso. ao Senador AleXandre Costa.
de trans~issãó do cargo, deixou-me bastante preocupa- "~á cm junho, contando apenas com oS seus próprios
do,' o que me levou a produzir uma informação aos ór- O SR. ALEXANpRECOSTA......:. (fora do microfone)
recursos, não terâ a SUNAMAM ... "
gãos de segurança, uma vez que não seri~ correto' -;--=x O .SR. PRESIDENTE (Virgílio Távora) -.Senador
contestá-lo publicamente. . ":.. encargos sociais. . Altevir Leal. . ·
A situação da SUNAMAM vem de longe, co.nforme ~ 3°) Contin"uará a não ocorrer pagamento' aos ban:
se pode comprovar dB. leitura dos jornais da época. Te- · cos:-:-." - · · O SR. ALTEVIR LEAL- (fo~a do m,icrofone).
nho aqui jornaís da época, de 1979, 1980, todos eSSeS · lsso, tamb~m porque dei ordem, prioritariamente,
para que se .Supende~se todo e qualquer pagamentO aos O SR. PRESIDENTE (Virgllío-Tàvora) -Senadora
anos que me pre~eram lá, os escân'da~os estão aqui, já. Eunice ·Michiles: .
havia os escândalos, apenas não se qUis, curar o. tumor. · _ba!lcos, principalmente os de origem dessa operação
O prinCipal problema da anti8a autarquia, produto do 6043._ ''ToTna~se, assim, Sr. Ministro, dramaticanlente
O SRA. EUNICE. MICHILES -(fora do microfo~
seu. endividamento, as dif1Cufdad-es inerentes à sua admi~ clarO a a-bsoluta necessidade de o Tesouro Nacional" ...
ne).
~=X.
nistração, com pessoal defiden.ie e m<:t-1-remuneradõ~
._-H •• Jembra:-s.e, <:tinda, que todo esse quadro está inseri- O SR. PRESIDENTE (Virgíli.o Távora)- Por favor,
'Reconheço que todos os meus antecessores se esforça-.
ram no sentido. de mencionar e equacionar a dívida da
do no cenário o.nde não há previsão de contratação, em v_ s~ pode continuar.
1983, de embarcação'l1nanciadas peta SUNAMAM .. "
instituição, de forma a poder administrã-la adequada~ De fato isto ocorreu,· não contratei nenhum navio. O SR. JONAS CORREA DA ÇOSTA SOBRINHO
mente. OS compromissos do endividamento podem ser · ":... finalmeilte, encareço ... " - - . .Q sistema_vigente.esgotava-se ao longo da sua existên~
separados e~ seis tipos distintoS: compromissos da dívi- cia, razão por que a :sua reformulação tornava--seímpres~
·da interna, representados por notas Promissórias, emití- - . - .. ;......_=x
O SR. ROBERTO SATURNINO - De quando é cindíveL' Isso foi feito, a despeito de forte oposição dos
das. a partir de feVefeiro de 1981, em substituição às du- esse oficio? setoreS interessados na manutenção daS facilidades ante~
plicatas de serviço emitidas ·pelo estaleírO; a partir de Mormente concedidas. ·
1976/77. Jl SR_ JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO . P<~rece-me que as atividad~ funcionais relativas à
Compromissos da divíáãTritt:rna -geradas pela Res'o- -:- .D.i! 22 de abril de 1983. construção naval ficariam melhor localizadas no Minis~
Iução n'i' 6.043, de 1979, da SUNAMAM, na qual reco- Essa é a orig~m dos fatos. Começa, vamos dizer, dare- tério da Indústria e do Com~rcio, emb.ora a parte pro~
rihecia êréditos a favor dos estaleiros, à medi~a em que formulação da SUNAMAM. Daí se originam os gramática e a de seguntnça, e seus dois aspecto~, }:!erma~
0824 Sexta-feira 26 DIÁRIO 00 CONGRESSO NACIONAL (Seçào II) Abril de 1985

n~essem com o Ministédo dos Transportes e da Mart~ dou lendo parte. Já nesta êpoca V. S• tinha notado_g_ual- tante de crédito legítimo cprr.espondente a esses 15 mi-
nh'a, respectivamente. -c{uCr irregularidade;: na SUNAMAM? Porque não vi ne- lhões de dólares. Só quem vai-me dizer isso ea Comissão
A exclusividade concedida ao BNDES comO agente fi. n~l!~tra_al~são a irregularidades na SUNAMAM:. de Tomada_çl~_Çontas. Quando _for concluída essa audi-
nanceiro do Fundo de Marinha Mercante pqderia seres· tOria que foi contratada para auditar as contas desse es-
tendida a outros bancos privados de primeira· classe, à O SR. ]ONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO taleiro é que então vou poder dizer assim: Bom, .in!!us
semelhança do_ Slsteffiã --Fínanceiro da Habltação. --..::;:.~v: Ex~
pode ver que trouxe até jornais. Tive o cuidado -cré_ditos nã'o eram válidos, ou eram vâ.lidos; o'que que
Os í ndíces de nacionalização. aprovados pela CD I do de trazer os jornais da época, Os fatos exist.iram. era válido, .o· que que não era válido.
material importado deveriam obedecer certas normas,
em funçãO da diferença de preço entre eles e a do similar
-0 SR. ALEXANDRE COSTA- Os fatos existiram, O SR. ÁLEXANDRE COSTA- Eu estou satisfeito.
mas dito por jofnais. Pergunto se V. S•, como Superiri..: Eu fjquet admirado porque o sistema de pressão, anun-
nacional.
- tendente.. +
ciado pelo Diretor Financeiro, é um sistema de pressãq
Da mesma forma, poder-se-ia exigir do MICY Minis-
tério da Indústria e do_Comércio, um maiOr controle dos muitO caro, que, afinal..:
O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO
fabricantes de novas peças. _ - Como conselheiro, por diversas vezes, me reportaVa . O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO
A lib~ração pela CACEX das guias de importação das aos superintepdentes da. SUNAMAM sobre<? que eu es- - E-u não cons-Idero que sejã pressão, não.
listas de material aprovadas pelo; COI é outro ponto a tava ouvindo, mas este últiffio Conselho que existia na
considerar, pois os atrasos ocorridos refletem-se direta~ SUNAMAM, quandO tomei posse, não era um conselho O SR. ALEXANDRE COSTA --Não? Anunciou
mente_nos reajustes dqs contratOs de construçãO oneran~ consultivo, era mais um Con~elho de Adm~istração_. greve se não'pagãsse? Ê um sistema depressão. Eu achei
do o preço dos navios. LCffibro-me de que o meu antecessor, Dr. -Hélcio, se caro porque a esse sistema de pressão correspondem 75
Talvez fosse o caso_ de se rever. as normas aprovadas não me engano no começo de janeiro. fez uma reunião bilhões de cruzeir.os.
pelo Conselho Monetário Nacional, p~ra a.concessão do Conselho em que mostrava a tentatiVa que.S. S• esta-
dos contratos de financiamento, especialmente no que va fazendo de reprogramar a dívida. A reprogramação O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO
diz respeito ao valor das garantias oferecidas pelos arma- da dívida era para reescalonar os débitos das notas pro- - Eu não "vejo isso corria pressão, ele me disse uma reali-
dores. A verdade é que· as facilidades eram muitas e tal- missórias, para reescâlonar ãs Operações 63. Então,.isso dade que ele deveria conhecer.
. vez a corda, neste momento, tenha sid_o esticada com u-m eu soube_ oficialmente que havia um débito, mas não
pouco de exagero. · _ __ O SR.-ALEXANDRE COSTA -Certo_, eu não estou
quãi o in~ontante daquele débito. O que me caus_ou sur-
A org.anização da nova SUNAMAM me parCce boa e p01ido em: dúvida .. Apenas me causou uma certa adri].i·
presa é que depois, quando assumi a SUNAMAM, o ~é­ raçãO~-e- só.
ela conta com a colabOração dos membros do ~u Conse- bito foi·bem superior·àquilo que estava.prevísto. Urria·
lho consultivo e da Câmara dos usuários. das causas a que atribuo isso é a falta de controle. Não O SR ..JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO
· Durante a minha gestão foi elaborado um conjunto de- existia um controle de risco. ,Estou convencido de que ~Não creio que devesse ser... E isso era regular ila SU-
nem todo Supedntendente conheceu exatarriente a po- NAMAM. Eu duvido que qualquer um dos senhores aí
normàs que poderão servir de base para a feitura d.e uma
legislação adequada, e ninguêm melhor ·do que' o Con- sição da StJ~AMAM, não tinha issO no dia-a-dia, nào não tivesse assinado.
gresso Nacional será capaz de promover esta reformu- tinha_um controle como de uma empresa em qu'e deve-
lação, com vistas à Política Naciorial de.Comércio Exte- m qs ter~ até não diá_ria, mas semanal, se se fizesse sema- O SR. ALEXANDRE COSTA -·Regular, mas ficou
rior. · nal seria uma grande: coisa,. constatado' que V.- S_• afirmou Um afroux~ment() muíto
A Madnhi,t Mercari.te e sua indústria de construção grande, porqu'e autorizar 75 b~thões de cruzeiros ....
O SR. 'ALEXANDRE COSTA -Finalmente, V. S•
naval não foram criadas para deleite de armadores e de 'afirmou que; também, praticamente trinta dias após as- O SR~-JóNAS CORREA DÁ COSTA SOBRINHO
estaleirOs, e-sim paià atender à expansão do nosso co- sumir a SUNAMAM, atendendo a uma praxe, se dirigiu - Não, mas isso V. Ex' está fazendo ...
mércio exterior e aoS reclamOs da sobeÍ'ania nacional. ao. BAMERINDUS, que poderia pagar ãã estãleiro
_CC~ quinze milhões de dó~ares. O SR. ALEXANDRE COSTA- Masópelodólarde
O SR. PRESIDENTE (Vi-rgílio Távora) - Declaro hoj"e. E claro que o dinheiro de ontem é a me_sma coisa de
abertos os debates. ·
Concedo a palavra ao nob~e Senador Alexandre Cos-
V. S• atendeuã. essa praxe, mas ântes de atender, pe~- hoje, não há -diferença. -
8'-;lnfo se fez a diferenciação entre as cdntas.mãs e as con- O SR. JONASCORREA DA COSTA._SOBRIN.HO .
ta.
tas boas a que V. sf se reieriu-;-depáis, que -existiu? - Eu posso ler até para V. Ex• o que foi dito; ...Tendo
O SR. ALEXANDRE COSTA -Almirante Jonas e_m vista_as_vantagens apontaçiàs no parágrafo anterJor e
Cori'êá da Costa So"brinho, tenhO ãpenas trêS perguntas O SR. JONAS CORREA·DA COSTA SOBRINHO considerando que os valores dos processos oferecidos
a fazer. -......- Eu estava no meu terceiro dia:. Existem mais de não pela CCN _como contrag~rantia pelo compromisso da
o· que V. S• disse ou discorreu já é o suficiente pãra se sei quantas cartas desse tipo na SUNAMAM, essa foi a SUNAMAM são suficientes -para cobrir o risco deSta au-
faz~r um juízo do objetívo :i qiie-sf: :Preteridé Chegá.'t- nestà
última éarta. Deve existir, cálculo, umas cinqüenta car- tarquia, somos de opinião que a SU.pú,irifi::ndência pode
Comissão: - - .. tas creditórias, acho que não estou errando. Se eu diss~r confirmar ao Banco BAMERINDUS a 'existência dos
· cioqlienta cartas-creditórias, e dessas cihqUenta cartas- créc!itos em Causa". Aqui há outro pontó; manda uma
V. S• falou que a débicle nos estaleiros, teve,como mo-
creditórias de 3, ou 4,' 5, 6 ou 7 tipos diferentes, se não outra carta retificando os valores; substituindo o proces~
tivo a correção monetária de 81. Queria que v: S• me
me engano.
desse unia explicação sobre isso. ~ - so. Mais adiante, vai outra carta também retifica.ndo.
Então, aquilo veio para mim, ao terceiro di{!. Eu tinha Adiante, se diz assim;. "Essas dúvidas também pode~iam
O SR. JONAS CORREA DA COSTÀ SOBRINHO -·-confiança no diretor financeiro subStituto. Tinha toma- ter sido facilmente sanadas se tívêssemos eu e o Coman- ·
- DesculPe--me, mas não disse que a débâcle nos estalei- do irlforinações sobre ele.· ~e era urna pessoa que mere- dante Orlando" - o Comandante O dando era chefe da
ros veio com· a correção nometária de 81. Isso foi uma cia a minha c·cin.fiança. Então, ele me disse que sim. Auditoria do Lloyd -: "uma discussão prévia sobre a
alegação dos armadores de cabotagem, que diziam que a Lembro-me, não adianta porque não posso provàr, mas matéria, pois como sabe V. ~' fui eu o autor da infor-
origem dos males da inadimplência deles, tinha ocorrido :-me lembro que perguntei a ele;_ "Se eu.não assina.r?" Ele mação com base na qual foi aprovado 6 empréstimo".
em 1981 çom a correção monetáiia. O que eu disse foi me disse;_ "0 estaleiro entra ~m greve, porque não paga- Está aqUi, ele afirmando isso. V. Ex~ lendo o processo to-
que o II PCN, que para mim foi-um projeto ambicíoso, é ráitl rià sexta-feira", Ou coisa assim. Tenho idéia disso, do, y, Ex' vê. V. Ex' asSinaria, Senad,or.
que contribuiu, devido à escassez dos recursos, devido a Ele estii aí, pode confirmar ou não o qu~ estou diZendo.
.esse protocolo que foi assinado, que retroagiu, inclusiVe, Então, assinei, na boa fé, quer dizer, assumO a responsa- . O SR. ALEXANDRE CÜSTA -·Estou satisfeito_ e
· à vigênCía dessa Resolução n'>' 6.043 da SUNAMAM. Aí bilidade por ter assinado, não estou fugindo da miri.b-a agradeço a atenção que v. s• me dispe"nsou. Muito nbri:.
é que começam os gastos excessivos e corri ·a escassez de responsabilidade, mas quando se enContraram outros ca~ gado.
recursos, então, aqltílo foi-se tornando uma bola de neve .sos em que não havia o crédito, eu fui alertado;. "Olhe,
você chegou a assinar uma dessas cartas 1'.. Aí eu Cha.mei O SR. PRESIDENTE (Virgílio Távora)- Tem a pa-
e com a falta de controle financeiro da SUNAMAM. Aí
a Auditoria do Lloyd e dei à Al,lditoria do Lldyc;l;, "Ve- lavra o Senador Altevir Lea}.
as práticas são grandes, ou mãs prátiêas, vamos dízCr.
Considero, por exemplo, que quando o Governo Con- jam isso, se há esse crédito". Porque hoje no Governo se
O SR. ALTEVIR LEAL- Almirante Jonas, minhas
cedeu 540 dias de justa causa ~briu um buraco tremendo questiona até se, mesmo tendo crédito, se é válido ou
perguntas sã~ muito simples e poderão ser rápidas. Eu
.no Fundo de Marinha Mercante, porque para mim isto não. Eu _acho que é, mas os advogados ai do Governo, os
queria saber qual era o valor da dívida das empresas an-
representou -embora não tenha calculado -um valor juristas aí do Governo, Uns acham que sim, outros
tes de V, s~ assumir a SUNAMAM e hoje.?
muito elevado. acham que nãO. Eu acho que é válido, se houver o crédi-
tó. Daí o empenho do Ministro Severo em apurar, em O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO
O SR._ ALEXANDRE COSTA~ V. S• qu'ando assü.: cada uma dessas cartas, qual é o crédito que é legítimo, - Esse número confesso a V. Ex• que não tenho.
miu em 83 já era Conselheiro antes. Em abril, ou trinta qual é o crédito que não é legitimo. Eu não posso hoje di-
_dias depois, V. Ex• fez 1.1m oficio- ao Ministro, de que an- zcr.quais são os créditos que são legítimos, qual é o moa- O SR. ALTEVIR LEAL- V. S' fica devendo.
1
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Se~ção II) Sexla~feira 26 0825

O SR. JONAS CORREA DA ·coSTA SOBRINHO Vat.ual que.estabdece que eXcedendo 210 dh;1s de atr::~,_sp,_. O SR. JONAS CORRBADA COSTA SOBRINHO
-Não po~so nem ficar devendo porque agora eu não es- o número pode não ser esse, mas é dessa ordem - eles - Eia o Comandante Palhares.
tou mais na SUNAMAM, mas vou tentar ver se ainda podem recusar. Então, usam aquilo que está no contra-
existe. Olhe~ esse dado o Minist~o severo tem. Esse d,ado to, O SR. ROBERTO SATURNINO - Apareceu um
preciso o Ministro Severo iefn porque eu dei a ele esse protocolo pOuco depois dá Resolução n'i' 6.043. Mas, o
d:.~do.
O SR.. AL TEVIR LEAL - A culpa, então, .recai pro.Cesso effi si, a própria mudança do procec;so de câlcu~
sob te a SUNAMAM. O contrato para entrega de um na- lo dos encargos, pelo que estou informado, naquela êpo~
O SR. ALTEVIR LEAL- Então, V. S• fica devendo vio nàb é ~eito por .10 anos, é? ca,· com os jur?s 'bancários tabelados, produziu um
esse dado. ·acréscimo de ónus, de gastos. •
Agora, eu queria também, separadamente, a dívida O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO
das empresaS de grande cabotagem e de pequena cabota- ....:... Mas aí é que esrá o problerria: não pagavam aos esta~ O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO
gem. ]eiras., a CACEX Oão liberava as guias de importação, -E possível.
no exterior. Só quando o Brasil pagava cilsh é que eles li-
O SR. JONAS CORREA .DA COSTA SOBRINHO beravam o. material. Houve uma fase dificílima aí e eu O s·R. ROBERTO SATURNINO-,. Qual era ora~
- Isso também eu não trouxe as_sim separado. ainda pegUei ess~ fase de se adquirir um material-no es- .cio:;=ínio; quais foram a~ r<!Zõeis que- determinaram ...
trangeiro e ele só sair de. lá quando pa~o. O SR. JONAS CORRE:A "DA COSTA SOBRINHO
O SR. ALTEVIR LEAL- Também qUeria saber esse_
Operação 6043; que operação é essa?_ · O SR. ALTEVIR LEAL- Acho qUe nenhuma erri~ _ - Fui relator desse proce.<>So na SUNÃMAM. Na oca-
presa vai contratar. um navio para ser entregue daqui a --- -Síão,.ho-uve um fato real, Jt'imbro~me d6 o superintenden-
O SR. JONAS CORRE:A DA. COSTA SOBRINHO mais de 2 anos. - te ter dito que aqui!o era 'quase que, apoiar uma cciisa
-Essa 6043, é uma resolução eni que a SUNAMAMjâ que jã estava sendo feita, para regularizar uma situação
esta vá inadimplente. · O SR. JONAS CORREA DA COSTA SÇlBRINHO de fato. Quando eu recebi aquele processo, porque eu
- Até 3 anos, pode ser. não entendia daquilo, eu o entreguei para os advogados
O SR. ALTEVIR LEAL---: Também V. S• pode fic~r do Lloyd - naquela ocasião eu estava no UOyd - eles
'ctev_e_ndo . .Vamos a outra:- qU"af a dívida da SUNAM,AM O SR. ALTEVTR LEAL- Eram estas. as minhas per~ me explicaram, 'levei de volta e aquilo foi aprovado, Só
na entrada, Untes de V. S'àssumir e hoj~. com os bancos? guntas, Sr. Presidente. agora, como SUNAMAM, é que vim a saber desse docu-
O SR. PRESIDENTE (Virgílio Távora)- Com a pa-. Tnento assinado enti-e a diretoria financeira e os estalei-
O SR. JONAS CORREA DA ÇOSTA SOBRINHO ros. O próprio superintendente, talvez em 1980~ diz que
- Hoje, co_m os bancos, .todas as dívidas da União fo~ lavra o Senador· Roberto Saturnino.
ignorava a·.existência daquele decuroento.
ram 'ro.ladas, quer dizer, não há dívida. Há o que está
pendeote hoje na SUNAMAM, quer dizer, o Fundo de O SR. ROBERTO SATURNINO- Almirante, re3.1-.
O SR·. ROBERTO SATURNINO- O documento
Marinha Mercante não é mais SUNAMAM, hoje é o -mente, o que não consegui compreender muito, até hoje,
foram as razões que justificaram a Resolução n'i' 6.043. foi assinado pelo diretor financeiro, e não pelo superin-
Fundo de Marinha M~rcante. Quem tem este c.ontrole- tendente'!
hojc é o FunQo de Marin.ha Mercante c o BNDES. Quer Antes da 6.043, a-SUNAMAM pagava aos estaleirOs os
dizer, eu era do Conselho Diretor·dó func~o. Então, a encargos financeiros resultantes do desconto das dupli~ O SR.JQNÀS CORREA DA COSTA SOBRINHO.
Comissão EsPecial de Tom~da de Contas apurou as con- catas. Da 6.043 pa~.a frente, esse reajustamento pàssou a . -_pelo representante dos estaleiros ~ alguns di retores.
tas dos estaleiros Elnin, So, Mac Laren, Caneco,. Falta ser calculado pelo índice de inflação.
concluir as contas de Jshikawagima, EMAQ E CCN. O SR. ROBERTO SATURNINO-Quemeraodire-
O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO tor financeiro?
Estes valores da" dívida foram renegociados. Foi pago :....... ReajuStava sem pagar o valor dos encargos.
aos estaleiros e aos bancos o que era devido a cada um, o O SR. JONAS CORR.EA DA COSTA SOBRINHO
que era legítimo para cada um, e esse assunto fo[ encer-' O SR. ROBERTO SATURNINO - Ocorre que - Rodo1fo Bicalho.
· rado. · · · quando .foi resolvida essa mudança, em julho de 79, os
Então," hoje perdura ainda o montante da dívida da juros bancários estavam tabelados e ficaram tabelados O SR. ROBERTO SATURNINO- Essa decisão que
·. CCN. da EMAQ e da Ishikawagim\. Isso hoje deve dar, até início de 81. Os encargos pelo sistema antes da 6.043 V. _s, tomou de suspender os pagamentos. bancários, por
vamos·dizer,,uns. 450 milhões de dólares que estjo pen- eram relativamente baratos, digamos asSim, pelo fato de vólta de 1983, há q~em diga que,ela, pOr si só, gerou
:dente~ de apu:ação, piua chegar ao que ê bom e ao que ê existir um tabelamento· de juros que continuou vigent~ ·. crescimeittO de débito, por coA ta, de juros vencidos e
ruim. Isso seria divida, dependeindo do que for apurado. até L9,8LPor que essa mudança de critério, que, segundo mUltas contratuais, que hoje está na ordem de. !50 mi-
se diz, aumentou enormerilente o encargo da SUNA~ lhões de 'dólares. Como foi toriui.da essa resolução? Foi
O SR. ALTEVIR LEAL.-: Não está PreenChendo MAM? .. umà resolução sua ou foi uma resolução com a concor-
bem minha pergunta porque eu queria diferente, antes e dância do Ministro" ou do_ Conselho?. Como foi gerada
depois. Antes de V. S' assuinir e'depois. O .SR·. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO essa decisão?
- A resolução em si não aumentaria os encargos. O que
aume.n!ou o encargó foi aquele documento que. mencio- O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO
O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO
nei, que ê con~ecido como protocolo, que foi assin.il.do - Isso com relação à OperaÇão 63, ·com essas cartas-
- Não, porque, por.exemplo, todá a dfvida" de moeda,
entre os estaleiro~ e a diretoria financeira da SUNA- credltórías. Essa decisão eu considero de governo, não
de bens, tudo isso foi transferido para a União .. Quer di-
MAM que por ele tetroage a data. de uma séiie de dupli~ foi minha, Essa.é uma decisão muito impQrtante. Depois
zer, tudo o.que foi transferido para a União acabou, de-
catas, .a Resolução é de junho de 79, o protocolo retroage que ouvi, nurria ocasião, pareceres de vários advogados
sapareceu. A União arcou com. o prejuízo. ·
para 28 de marçO. Toda a cOrreção era feita no mês n me- Qo Governo, perguntei a eles o seguinte;, "se os bancos
nos um. Passou~se a- fazer as correções no mês n. Então, entrarem na JustiÇa contra a União, a União ganha?"
O SR. ALTEVIR LEAL.:....:_ ~egócio de pai para filho, dessa execução, conseqUência, na minha opinião, .desse Um disse perde, outro disse tem.2%, tem 3%. Aí eu disse
e
a divida está"grande, recolhe fica.:.
protocolo,· é que resultou toda. essa complicação que ao Ministro Severo que teriã que ser feito um termo de
Também há O seguinte, eu queria saber a causa dos ar- onerou em .muito o fundo de Marinha Mercante. compromisso, o Governo pagaria aos bancos, rolaria as
madores contratarem a fabricação ·dos navios e depois -·~-dívidas com os bancos. ESsa me parece que teria sido
não quererem receber. Se. receberam depois, qual fcií a O. SR. ROBERTO SATURNINO.- Esse protocolo uma solução mais acertada. Esse assunto foi altamente
causa de eles não quererem receber os navios depois de foi logo em seguida à Resolução n'i'· 6.043? discutido, principalmente na SEPLAN, no Ministério da
contratados? · Fazenda'e no Ministério d~s Transportes. Acho que perM
O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO di 70% do tempo que tenho dedicado à SUNAMAM a
O SR. JONAS CORRE:A DA COSTA SOBRINHO -Esse protocolo é um docurnento que não tem título- esse problema da confusão, dessa Operação 6.043 e des~
. :..._ Ess~ navios demoraram, há navios do II PCN, por processo, não tem nada, ele aparece anexado na Reso- 1>as cart1;1.s-creditórias, sobre a validade ou não dessas
exemplo, que demoraram lO anos para serem construí~ luÇãO n<:> ~.043. Este é um ponto que não falei para V. cartas. O termo do compromisso .não foi assinado. Te-
dos. Então esses navios.se tornaram obsoletos, esses na~ Ex~. mas a SUNAMAM não tinh.a_tJm arquivo de pro~ nho, inclusive, em casa a minuta do termo de compro-
vias têm um cústojdia pelo qual não competem no mer- cessas. Os processos, na SUNAMAM, implod.iam. Eu mis.so que foi proposto.
cado internacio.nal p9r aquela;<> razõeS que eu jâ disse a·_ . tive que d~signar uma Comissão para montar os proces~
V.. Exf Depois que foram adquiridos motores para esses· ·sos, porque eu tive que transferir isso em ordem para o o"SR. ROBERTO SATURNINO -Simplesmente os
navios, já temos motores com duas, três gerações dep'ois BNDES. Existerri, até hoje, muitos e muitos prOcessos encargos· deixaram de ser p<,!gos, foram sendo computa-
da geração daqueles motores. Então, hoje se tern moto- .. desaparecidos, que nunca foram .encontrados. ,dos· com mplt-as. ·
res com Um consumo mínimo de combu'stfvel. Esses na~
vi os recll'iados são de custO operaCiOn-al caro, de cajJaci- O SR. ROBERTO SATURNINO- Quem era o su~ O SR. JONAS CORRE:A DA COSTA SOBRINHO
d~de reduzida. A recusa é baseada numa cláusula con~ per:intendente à época? - Partimos, então, p~ra a seguinte decisão~ apurar, pa-
0826 Sexta-feira 26 DIÁRIO DO CONGRESSQNACIONAL (Seção II) Abril de I 985

gar o que era legitimo. Porque os próprios advogados di- a União não pode aceitar a mora. Eu não sei, mas V. O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO
ziam o ·seguinte: "Isto é um absurdO, a dívida estâ au- Ex's devem saber, havia várias condiçõ:eS qUe a União -NãO existe cOmo armador. Há dois navios apodrecen-
mentando. Se o Sr. pagar, sendo funcionáriO público, não aceitou, as condições fTnais foram. melhoreS. -dO lá em Porto Alegre ...
sendo do Governo, sendo da União, o Sr. entra na pena-
lidade rla Iei." Então, não podemos pàgar aquilo que não O SR. ROBERTO SATURNINO- Mas a dívida .vi- O SR. ALTEVIR LEAL - O .navio está jogado ...
é devido. Temos consciência qUe não é devido. EntãO.. nha sendo capitalizada, dentro das cond,i"ções antigas; até
como é que fica? então'! O SR. JONAS CORRE:A DA COSTA SOBRINHO
E um problema' muito complexo, na minha· opinião, _ - O navio eStá apodrecendo.
O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO. . Eu não consegui .. Aliás, já falei tudo o que tinha que
m;J.s acho que está errada, também, essa nossa legislação.
Porque eu niio posso aceitar que as coisas ocorram cómo __.: Ex.ato. Masse
recalCulou tudo, desde a origem ... falar com relação a estes casos, mas não consegui. Por
isso que eu digo <Íue o Congresso tem que mudar a legis-
eu senti nesses dois an-os.
O SR. ALTEVIR LEAL- Até ali ficc.u.como estava, . Iaçào, o Congresso tem que fazer uma legislação. Acho
O SR. ROBERTO SATURNINO -Almirante, essas a p~rtir dali foi que diminuiu. 'que essa é a única poSição se quiserem ter marinha mer-
condições, multas, juros. vencido~, na sua opinião, na Carife; porque com esse sJstema que está nós não tereffios
O SR. ioNÁS CORRM DA ÓJSTA SOBRri•.JHO marinha mercante.
opinião que V. S• o_uvíu os bancos carregaram nessas co- -:- Na rolagem, a partir dali.
missões?
O SR. ROBERTO SATURNINO - O Lloyd, pelo
O SR. ROBERTO SATURNINO- Almirante, nesta que sei, é um dos grandes inadimplentes.
O SR. JONAS CORRI'A DA COSTA SOBRlNHO inadimplência dos armadores, que V. Ex• diz que téntou
- Dou como exemplo o. probleina das notas promis- renegociar, caso a caso, e. não obteveêxitci, como foi isso
sórias, que já estayam negoCiadas. ~u peguei as notas . O SR. JONAS CORRI'A DA COSTA SOBRINHO
exatamente? -O Lloydjã renegociou a dívida e está renegociada.
promissórias, que não tinham a minha assinatura, esta-
vam assinadas pelo Dr. 1::1cio. Costa Couto, o meu· ante- O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO O SR. ROBERTO SATURNINO- V. Ex• poderia
cessor. O Dr. Ribamar, Diretor Financeiro, as trouxe e - Porque os armadores sempre têm a esperança ... dizer-nos a:lguma coisa sobre as razões que determina-
disse: "Jsto..está pronto, está acordado, está aprovado. . ram essa ínadimplência? V. Ex• foi Presidente do Lloyd,
Todos os bancos já assinaram, é o reescalonamento da O SR. ROBERTO SATURNINO - Essa inadim- como é que foi?
dívida." Eu as levei para o Ministro e disse; "Ministro, pléncía era muito grande?
eu levei esses papéis para casa para examinã-los, eu não O SR: JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO
sou economista, não cri tendo disso, mas isso me parece O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBtÜNHO -O problema do Lloyd é: o seguinte. O Lloyd ê função
es_corcharite. Agora, v_, Ex~ mandou fazer isso, eu estou a -Dentro do volume das dívidas da SUNAMAN, não ~oS governos, já dizia isso um comandante que até foi as-
cavaleiro, porque a' minha assinatura não .está nesse pa- era tão grande. A inadini.plência, po~ exemplo, de al- sassinado, o C. Guimarães. Ele dizia que se o Governo
pel. V. Ex•. chame os seus economistas, se assessore com guns .. está bom, o Lloyd vai bem, se o Governo .vai mal, o
eles, para ver se assina ou nãoassina." O SR. ROBERTO SATURNINO- Representava Lloyd vai rilal. Ele dizia muito isso e até por escrito.
O Ministro chamou. na mesma hora, os eco'nomistas e mais ou. menos. que percentual do Fundo? Muitos navios que eu adquiri eu não quería adquirir,
deu um prazo para eles até o dia seguinte. No dia seguin- não queria comprar. O Lloyd não tinha condições de
te, eles disseram; "Como o Jonas falou, t~m que rever is- O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO -comprar determinado navio, e_era obrigado a comprar.
so. Realmente, estamo-nos entregando aos bancos.". :-- Pequena, porque a cabotagem é de .navegação inte- .
Então, reunimos os representantes do~ bancos na SU- rior. Pequena, mas tinha que pagar. Eles aventavam a hi-' O SR. ALTEVIR LEAL~ Mas, Almirante, eu fui ar-
NAMAM, já com o assessorainen,to dos economistas.do pótese de condições que eram impostas e não podíamos mador. Pela cabotagem na Amaz;ônia, o frete rlá trariqüí-
Ministério .dos Transportes; e se inici.õu a negoCiaÇão. da "colher de chá", eu tinha que me pautar pelo que 'es- lo para qualquer empresa se manter. A Amazônia é o ú~
No começO foi um "pau" muito grande, mas consegui- tava· escrito. Então, dentro do que estava escrito, eu não nico lugar do Brasil em que se pode dizer que aqueles na-
mos çondiçõcs muito mais favoráveis. conseguia. Por exemplo, lembro~me de que havia uma vios que transitam para os altos rios- e que são de pro-
empresa a 1-1. Dantas, que são pessoas que me parecem priedade privada, como no meu caso, trabalhavam ex:-
O SR. ROBERTOSATURNINO-Cónseguiram re- clusivamente para o meu serviço- poderiam dar prejuí-
muito cçrretas, e e.ssás pessoas perderam, de FRMM 'de
duzir? A part.ir de quando'? · Manaus, se n.ão me engano, n'a ocasião, uns 800 milhões zo, mas mesmo assim não dão prejuízo.
O SR. JON(\S CORRêA DA COSTA SOBRINHO de cruzeiros, só com um navio, e 600 milhões com outro, Enho, não entendo. Nesses que não têm problemas de
-Muito mais favoráveis, inclusive o próprio Diretor Fi- enfim os três navios que a.empresa tinha na linhã Santos- águas, problema de rios, que trafegam o tempo todo,
nanceiro da SUNAMAM, que ficou.meio aborrecido co- Manaus dava quase 2 bilhões, o que naquela época era não há como ter prejUízo. O Lloyd não tem como dar
migo pela maneira -como ~inha' dito quC- aquilo era um bastante dinheiro. prejuízo, basta ter uma boa administração e que não·
absurdo, ele mesmo reconheceu que fOi em condições Eu não coôsegui nell!- fazer algo que compensasse haja torneiras abertas. v. s• entende o que é.
beni. mais favoráveis. aquela perda, realmente a firma perdeu. A -firma Com- O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO
prou prevendo uma arrecadação de ta'nto, _quer dizer, a - Entendo perfeitamente o que é.
O SR. ROBERTO SATURNINO - A Partir de arrecadação para ela teria um_a receita, ela não auferiu
qUando? · O Lloyd comprou excesso de navios. Houve uma oca-
aquela receita, aquela receita foi çortada pelo JudiciáriO. sião em que o Lloyd qu~s vender 5 navios desses do II
Então tinha que haver uma condição espeCial. Aí o Go- PCN, são navios de 26.500 toneladas, e foi como se eu
O SR. JONAS CO"RR&:A DA COSTA SOBRINHO
verno endurecia' e dizia que não. Essas condições, por estivesse praticando um ato mal feito, porque resolvi
-Isso fcii renegociado acredito queemjulfio, ou agosto,
exeinplo, que foram estabelecidas pelo Conselho Mone- vender aqueles navios, por intermédio até do Sr. Paulo
ou setembro de 19~3.
tárTo, são niuito rígidaS, são- inaceitáveis pela armação, Ferraz. Quase que fizeram uma Comissão de Inquérito
O SR. ROBERTO SATURNINO --Houve reneg-o- porque não vão ter condições de pagar. Então, o que Se. sobre o Lloyd porque eu estava ,vendendo aqueles 5 mi-
ciação? vai fazer com- tOdos os navios da cabotagem? vias de 26.500 toneladas1 e foi uma das cois'!-s certas que
O SR. ROBERTO SATUR)'IINO - Essa inadim- eu fiz.
O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO Quando, por ex.emplo, assinei o contrato t;Ie cons-
plência está crescendo ainda. E executaram esses contra-
- Houve uma renegociação e resultou em beneficio, _trução do navio porta-cont&ioer, eu disse que não tinha
tos?
caril notas promissórias. recursos para pagar, mas tinha que cOmprar porque ti-
O SR. JONAS CORRI'A DA COSTA SOBRINHO nha que ter o crédito paralelo, tinha que obter aquele va-
O SR. ALTEVIR LEAL- A p'àrtir daquela data?
- Esse é um outro problema que existe no BrasiL No ex- lor. Da mesma forma que não era oportuno a Aliança
O SR. JONAS CQRREA DA COSTA SOBRINÚO teriOr, qualquer armador que se torna inadimplente, não comprar o navio fuii container.
- A partir daquela data. A dúvida rolou mas ás- cOn- precisa ser com o GovernO, é um ínadimplerite com par-
diçÇíes de·rolagem foram melhores.·:. ticular, ele entra com uma ação na Justiça e ela em 24 ho-
ras paraHSa o navio, arresta o navio. O SR. ROBERTO SATURNI;N'O ,....- De onde foram
O SR. ALTEVIR LEAL- Mas dali para trás ficou Aqui no Brasil há um processo de up1a empresa, que é comprados?
como estava? a Casem iro Filho, que está na Justiça há 4 anos, para o
Fundo de Marinha Mercante, a SUNAMAM tomar esse O SR. JONAS CORRM DA COSTA SOBRINHO
O SR. JONAS CORR.~A DA COSTA SOBRINHO----- navio, desse armador, mas esse naviO não existe mais. É. - O loyd coni.prou um no Japão, a Alianç·a comprou
.__O valor, não, porque se pegou o valor histórico. Algu- lá da terra do Senador Virgílio Távora. dois na Alemanha.
mas condições não foriri:i -aceitãs, p-orqUe, iÔclusive, ha-
via problema, a União não podíã aceitar. se não me en- O SR. PRESIDENTE (Virgílio Távora)........: É da nossa O SR. ROBERTO SATURNINO- Imposição da
gano, a mora. Havia qualquer coisa relativo a isso de que terra e a .firma não existe mais. área económica?
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçiio II) Sexta.fein.J 26 0827

O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO de, qu.ase. corresponde :i chamada· comissão que normal- . exemplo, na cabotagem, considero absurdo termos na-
-ImpOsição, tinham que comprar. Os .navios quhnicos mente os estaleiros dão aos armadores. O que V. $'-acha vios llfretados na cabotagem ...
Que foram comprados, foi' por imposiÇãO, agora estão to: disso?
dos aí. Os cas·os da Hipermodal, da Comar, tudo vai O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO O SR. ROBERTO SATURNINO- E há ...
quebrar, tudo foi mal feito, tudo e.rrado. -A-cho perfeitamente pos-sível, porque essa comissão, é O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO
internacional, o . mundo inteiro paga ·essa comissão. -·Há muitos. Então, todos" os anos tein-se que se fazer
O SR. ALTEVIR LEAL- Mas. há frete para todo o Quando estive no Lloyd eu recebia essa cemissão, inclu- um decreto da Presidência da República. Esses navios
tempo? sive ha~ia um es"taleirO que tinha_ uns navios que eu i-tão afr_etados na cabotagem, por exemplo, são mais navios
queria comprar, a SUNAMAM estava pressionando-me da.PETROBRÃS e aJgunS navios químicos. E há agora
O SR.· JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO para adquiri-los. Do estaleiro me telefonaram e diSse- os navios roll-onjroll~off, que fazem a Unha Santos/Ma-
- Não. Nós compramos II navios químicos. ram; "Jonas, você não assina esse contrato. O que está naus, basicamente: Mas isso é bastante. Não deveria
pegando?" Eu rbspondi; "Quefo saber qual é a minha existir nenhum pela nass.a legislação.
O SR. ROBERTO SATURNINO- Também no ex- cQmiSsâo". DiSseram-me;. "Vou aí agof8. acertar com vo-
terior? cê". Eu disse: "Está bem. Pode vir". Quando o interessa-
.do chegou, perguntou-me; "Quanto é que você quer?" O SR. AL TEVIR LEAL- E nós temos capacidade
O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO de não precisnr deles? Está sobrando?
Eu disse;_ "Que_ro_250 mil dólares por um navio". Aí ele
- Compramos no exterior, oão aqueles que. relacionei
disse; "É- muito". ;E eu perguntei: "Quanto é que você
aqui. Eles queriam comprar um navio na Rússia, na Ro- O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO
dá'?" Ele respondeu: "180 mil". Eu disse;:"Estâ bem".
ménia. Navio que se pode construir aqui. Não sei se V. .-Temos. Mas.se V. Ex~ tomar um navio de lon.go curso
Ele perguntou; "Onde é que· você quer: receber o dinhei- e permitir que vá fazer-cabotagem, V. Ex~ elimina os ar-
Ex• entendeu o problema ...
ro'?" Eti disse; "Espere aí". Chamei pelo tClefone OO ire-
madores de cabotagem, porque é uma cOncorrência. Ele
O. SR. ALTEVIR LEAL- Entendi. to r de Engenharia e disse-lhe; "Olhe, Fulano está aqui e
está ali naquele equilíbrio. O que se tinha que fazer, na
vai~nos dar 180 mil dólares por navio. Você acertá com
··minha opinião, os pontos em que tenho lutado, é a PE~
OSR: ROBERTO .SATURNINO- V. S• fez uma re- eJC como é que se vru receber, se Vai ser em sobressalen-
TROBRÁS aumentar a tancagem nos portos brasileiros,
ferência a que o Fundo de Marinha Mercante estaria re- tes; se vai ser em melhorias dos nãYios, como·ê que va- o que reduziria sensivelmente a frota de petroleiros que
. ceberldo navios agora, naviOs que estão sendo devolvi- mos aplicar esse dinheiro".
abas,te~em. Se ela fizesse taO.cagem, por exemplO ...
dOs. Como se ·opera isso? Está previSto nos contratos? Jss.o sabemos que as empresas .estatais fazem, mas as
empresas privadas metem no bolso, e é um dinheiro lim- O SR. ALTEVIR LEAL- Mas os navios ffetados,
O SR. JONAS CORREA·DA COSTA SOBRINHO po, sem ImpostO de Ren'da. Quanto a esses na:vios_adqui- no meu entender são n"acionais e estrangeiros ..
-Não, não está previsto em contrato. O que ocOrre é o_ ridos no exterior. falam que a comissão chega a ser de i
seg~inte: é uma inovação. O ~rmador não quer: receber o milhões de dólares 1 falam que esses navios.graneleiros, o SR. JONAS. CORREA DA COSTA SOBRINHO
nav10 ... af, tiveram comissões de 3 a 4 milhões de dólares, mãs ...,..-Sim, há nacionais e estrangeiros. Esse é um ponto.
isso não se pode p;ovar. · Agora, se, por exemplo, em vez de se construir um navio,
O SR. ROBERTO SATURNINO- Ele não tem a
se fizesse Úncagem nos portos, seria excelente porque o
obrigação contra,tual de receber? O SR. ROBERTO SATURNINO -Sr. Almirante, o Brasil tem a maior reserva; nós precisaríamos ter uma
O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO folclore diz o· seguinte: que os armadores ganham essa. ·.frota menor para a cabotagem, porque a dbrribuição se-
- Ele tem a obrigação de receber, rilas ocorre o seguinte: cOmissão e com ela pagam ~quela parte não financiada, ria feita dos portos pUra o!iPoáOs e nãp para o interior, e
recebem o navio todo financiadó e, depois, não pagam à a PETROBRÁS poderia fazer um escalonamento men~
por exemplo,· um navio grarie!eiro contratado pela Em-
SUNAMAM porque são'inadimplentes. Então, o arma- sal... ·
presa Aliança de Navegação, uma. das melhores empr~­
dor ganha o navio e entra com· o mar ... Iss.o é o que diz o
sas que temos, essa erripresa pagou cerca de 5 milhões de
folclorC .. O SR. ALTEVJR LEAL- Ê realmente muito mal
dólares pela parte não financiada, mas esse navio, na
Almirante, finalmente gostaria de fazer poucas per- administrado isso, Senador Roberto Saturnino. Vou-lhe
realidade, _custa, para o Fundo de f\:lar\Ôha Mercante, 43
guntas sobre essa questão da navegação, que no seu de- dar um exemplo, na Amazônia, em vez de mudar a firma
milhões de dólares; 'o seu preço, no mercado internacio-
poimento, a maioria achou que não devia ser abordada. ou do Governo incentivar a fabricação de tambores e
nal, hoje, é da ordem de 16 milhões de dólares. Então, a
Fala-se que: há uma percentagem grande de na'vios tanques para franquear·os depósitos de inf1amãveis, a
Aliança não tem condições de operar um navio de 33 ml-
afretados na nossa frota, na: frota de bandeira brasileira, PETROBRÁS, não sei com que interesse, de_ onde vem
lhões de dólares quando o seu preço internacional está
há inuitos navios'afretados. v. s~ tem idéia dessa percen- esse interesse, ·eles fretam embarcações para ficar na bei-
em 16 mi1hões de dólares. Como é que ela vai fazer o fre-
te'? Surgiu, então, um ,impasse. No ·começo, eu disSe: tagem'? t: realmentemuito alta? Que regra pr~ide a isso? ra do rio e.~perandO o a rio inteiro, que é o tempo das á-
guas, oS navios tanqueados cheios, para ir esvaziando
"Bem, um·a das idéias é o GoVerno vender' esses navios O SR. JONAS.CORREA DA COSTA SOBRINHO aos pol_lcos. O ano de fret11mento dessa embarcação da-
perdendo dinheiro". Aí o Ministro Severo Gomes me - Isso é um jogo ·que existe. Por exemplo, os estaleiros ria pa:i-a fazer os tambores, os tanques, para a vida toda,
disse;_.''Nào. Esse navio não é. nece-ssário'?'' Eu disse;, "i:: vão para os jornais e dizem que nós temos tarltos milhões não precisaria , no outro ano, mais de fretamento, nunca
necessário, mas o que é que se vai fazer? COmo é que se de toneladas afretadas. El~ dizem iss'o para Obrigar a mais se fretaria. Não se precisaria desses navios 'fretad.os
vai ajeitar essa situação?" · pressionar a antiga SUNAMAM para cont.ratar novos para ficar à espera de se ir retirando aos poucos de den-
n~vios. Eles usam isso comp argumento, mas, normal- tro daquela embarcação, durante o ano inteiro. Isso
Então, se imaginou fazer uma companhia, mas isso se-
ria mais uma estatização, não poderia ser. ImaginoU-se· mente, por exempio, UIT!a empresa de navegação, num vem-se repetindo há anos e anos. Não sei de onde vem
dar pafa o loyd, mas chegou-se à conclusão de que não cursO; POde ter 90% de navios próprios. Já uma empresa este ints:resse.
âe granéis, de uma frota brasileira, aí o percentual muda.
era bom dar para o loyd. I?ar para a DOCENAVE, mas .O SR .. ROBERTO SATURNINO- Mas eu lhe per-
Por eXemplo, na minha opinião, navios p'róprios de gra~
chegou-se tamqém à conclusão de que não era bom dar gunto se não há uma regra escrita de que na <;:abó~agem
néis de Uma frota brasileira o máximo c.hegària 'a 50%.
para a DOCENA VE. Então, se conseguiu o se&uint~ ar- pode haver" fretamento até tantO por cento; no longo cur-
CinqUenta, por" cento seriam afretados. V. Ex• tem que
ranjo: o armacior perde os 15% que ele deu da parte não so, de carga geral, pode haver tanto por cento; longo cu.(-
dimensionar, acompai-thar, não. pelo pique .das sa'fras,
financiada, e não Poderá mais afretar navio de tonela- so a· granel, tanto por centd. Não existe uma lei?
tem que tirar uma média. EJ1tão, no mundo_inteiro,_eles
·gem equivalent~: Então, o armador recebe Um navio, que
usam até_3_Q%. O mundo tem uma conceituação de gril-
é afretado, a casco nu: No caso, só temos dois exemplos, O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO
neleirÇ>s de 30%.
que são um grupo com o)Q.Yd e outro com a DOCENA- ~ Não existe. Essa regra fixa 'não existe. Sabe--se que
YE, empresas estatais. Porque também há ·o risco, de que, O SR. ROBERTO SATURNINO- 30% próprios ... 10% da carga geral. é razoável. ..
se Se fizer essa operação cpm armador que não seja esta-.
tal, ele pode sugar o n~vio, arrebentá-lo, acabar com ele O SR. JONAS<::ORREA DA COSTA SOBRINHO O SR. ROBERTO SA'rURNINO- Mas não. é regu-
e, no final, só se rece;be um ~et:ro velho. Então, como·até --30% própriOs, 70% afretadOS. E se fecha- contrato as- lamentado isso'?... ·
agora só essas duas empresas·estavam dentro dos requi~ sim. Isso é funçã~ de se. fechar contrato; ou nã.o se fechai
sitos impostos: o Fundo assume, "quer dizer, a empresa contrato. O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO
recebe pelo Fundo, é delegada uma competência púa a - Não, nã.o é regulamentado.
.empresa, e ela passa a operar. Ó armador perde os 15%. _Q SR. ROBERTO SATYRNINO- Agora.aqui no
Brasil este afretamento está excessivo em relação a esses O SR\ ALTEVIR LEI\ L- Mas o frete tem tabela.
Q~er dizer, é uma s_olução b.rasilei(a, não é?
padrões? · · O SR: JONAS CÓRREA DA COSTA SOBRINHO
O SR. ROBERTO SATURNINO.-' Há quem diga, · - Realmente o frete tem tabela e cu sou contra se ter fre-
Almirante, que esse chamado v_alor da parte não finan- OSR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO te tabelado na cabotagem. Acho que a cabotagem deve-
ciada, que os armadores pagam aOs estaleiros, na verda- - Não. No Brasil há dois problemaS distintos. Por ria ser l[vre para os-armadores de cabotagem."Eles pode-
08~8 Sexta-feira 26 . -DIÁ.R!O-- DO
-- -CONGRESSO
- -
NACIONAL
- . .
(Seção Il) -~
Abril de 198~

riam negqciar por aí oitde quisessem; çomo acho tam- pacidade ociosa, tem excesso de estaleiros. Por quê? Por- nhões. Quando se freta um caminhão, vamos supor, para
bém que os fretes de cabotagem deveriam ser livres. que o Brasil é um país "rico", então, cada um se julga no currcgar ai-roz, 'apaga·sc na quilometragem.• computando
O SR. ALTEVIR LEAL- Nesse ponto eu acho que direito de financiar estaleiros, como proliferavam estalei- desde a saída, até o retorno.
não. iàs-lânU Amazôrtia. Eu não sou contra, se houvesse ne-
O SR. JONAS CORR~A DA COSTA SOBRINHO -cessidade, se houvesse trabalho Para todos aqueles pe- O SR. ROBERTO~ SATURNINO - Agcadeço a V.
- É a ·[ivre competição. Vão sobreviver os fortes. V. EX' quenos estaleiros que estão lá. Eu visitei, numa Ocasião, S• Eu teria mais algumas perguntas, mas me dou por sa~
irá fazer a Sekçãó natural. - - 14 ou !5 _estaleiros em Manaus e em Belém ... tisfeito.

O SR. ROBERTO SATURNINO- V. Ex• não acha· O SR. ALTEVIR LEAL- Têm mais de 50 __estalei- O SR. PRESIDENTE (Virgílio Távora)- Concedo a
que, jâ que o Brasil tem uma indústria naval que está aí ros ... palavra ao relator. . .·
instalada, equipamento ocioso, mão-de-obra ociosa, O SR. RELATOR (MarCelo Miranda)- Sr. Almi~
quer dizer, não se Poderia exigir mais dos armaaores? O SR. JONAS CORR!ÕA DA COSTA SOBRINHO
- Exato, têm mais, porque a SUDAM financia, um ou- rante, ila qualidade de relator desta CPI, eu' teria algu~
O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOSRINHO tro ófgão do Governo tamb.êm, bancos, -todo mundo fi- maS indagações a fazer, especificamente, com respeito a
- Recentemente, uma das últimas resoluções que eu fiz nancia e todo mundo vai __ construindg ao léu. opinião de V. s~ sobre esses_ assuntos pára que eu possa,
na SUNAMAM; dizia-respeito ao- seguinte: que nenhum na realidade, alinhavar, exatamente, neste início atfavês
annador poderia operar num determinado tráfego so- O SR. ALTEVIR LEAL- E lá ainda temos navios-de dest;,t primeira convocação da CP( que é V. s~. as suas
-mente com navio afretado. Ele teria que ter, pelo menos, Ce'm anoS, fabricados :hã cem anos, ainda em condições palavras, para construir alguma coisa do nosSo felatório,
um navio próprio nacionaL E fiz isso por quê? Porque, d~ navegabilidade, fazendó-se os devidos reparos, navios A primeira pergunta é a seguinte; O Brasil chegou a
por exemplo, essas empresas que fazem o trãfego San- féitõs- ila Inglaterra, ainda. possuir, ao que tudo indica, ou se pretendia, a segunda
tosjManaus só têm navío afretado, porque hã OUtras maior indústria naval do Mundo. O segundo programa
empTesas, por exem-plo, a nacional, que faz a linha para O SR. JONAS CORR!ÕA DA COSTA SOBRINHO de construção naval, na época do Presidente Geisel, pa~
o México, com transportes de granéis, não tem nenhum - Para a Amazônia, nós já fizemos um estudo para rece ter sido fundamental nesse sentido. Um dos argu-
navio próprio, só lida-coin nâVio afretado .. Pois bem, transporte de pass~geiros de baixa 'renda. Lá, pa:ra mim, mentos usados na época foi o de que uma indústria naval
esse é um problema fundamental... forte e uma m_arinha mercante nacional eram decisivos
quando eu fiz essa resolução, não podem imaginar o que
houve de pressão junto ao Governo, junto aos Ministros para garantir a soberania nacional. Qual a opinião de V.
O·SR. ROBERTO SATURNINO- Mas af são em- St?
de Estado; q~e eu estava cometendo uma arbitrariedade; ban.:açõ.es menores..
que eu estava fazendo isso e aquilo. E eu dizia: estou exi-
O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO
gindo um navio e esses armadores têm cartas na SUNA- O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO - Não tenho dúvida de que uma marinha mercante for~
MAM hã anos pedindo a construção de navios,' porque - São embarcaçõeS de 100, 200, 300 passageiros.' Por te e uma indústria de construção naval forte garantem a
eles querem construir, mas' não fecham contrato, da mes- eXemplo,, o Goverf!O constrUiu umas embarcações para a
soberania nacional. Quanto a isso não tenho dúvida.
ma forma que eles dizeol~ "nós queremos construir, mas FRONAPE, se não me engano,. 21 embarcações, .as
Acho q).le nôs cometemos, ao lorigo do caminho, muitos
· o BNDES agora não permite Põfque o shema é burocrá- quais, por erro de projeto, não andam e: por isso sãó co- erros. que acabaram gerando tudo isso. Mas acho que
tico demais". Então, para acabar com isso, se fez essa re- nhecidas como, papa-rancho. São embarcações novas,
para ter um comércio exterior, é indispensável que o Bra-
solução para eles, pelo menos, contratarem um naviO, mal projetadas, cuja modificação vai custar, talvez, mais sil tenha uma marinha mercante. Não há condição de
cada um. Mas nho acho que seja uma boa medida se fi- do que o próprlo valor da embarcação. Brasil desenvolver o seu comércio exterior, como todos
xar tanto por cento, porQue as emergências são, ..
O SR. ROBERTO SATURNINO- -V"-8' confirma -sabemos que precisa,· se não tive~ marinha mercante. _
O SR. ROBERTO SATURNINO- Sim, mas um. es~e dado que costuma aparecer Pela imprensa de que es- Agora, tem que ser construída 'uma marinha mercante
mínimo ... tamos gastando, em afretamento cerca de 500 milhões de com bases sólid~. com bases sérias.
dólares ~r ano? O SR. ROBERTO·SATURNINO- Permite V. Ex-'
O SR. JONAS CORR~A DA COSTA SOBRINI'!O
-Veja V. Éx~ que eu fiz um mínimo, fui bem por bai- o SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO um apar'te? (Assentimento do orador) - Essa regra do
xo~.. · · - É dessa ordem. · frete 40/40/20 está valendo?
Mas, esse fato tem uma razão de ~er, que é a situação O SR. JONAS CORR~A DA COSTA SOBRINHO
O SR. ROBERTO SATURNINO- Sim, essa pró- atual do mercado, em que o armador é obrigado a fretar,
porção que V. s~ mesmo acredita que seja mais oU menos - Está valendo, ela tem sido.respeitada 40/40/20; 50/50
só numa pernada, como se diz, só. do Brasil para o exte- - os acordos bilaterais, estão sendo cumpridos rigoro-
padrão mundial, digamOs, 30 oU 40%" para os granelei- rior, ou do exterior para o Brasil, porque não há o
ros, e 80% para o carga geral, longo curso, eu acho que samente.
equilíbrio de cargas de exportação com importação. En~
isso, tendo em vista a sitUação da indústria de cons- tão, se afreta normalmente mais. O SR. ROBERTO SATURNINO- Só que em gran-
trução naval que aj está, o custo_econômico da produção
O SR. ALTEVIR LEAL- Depois do fábrica, como de parte ·afetado com gosto de ...
de um navio hoje no Bfasil, o cUsto económico, não o fi-
nanceiro, é praticamente zero. O custo de oportunidade se diz, da parte da agricultura, não é_? ·
e emprego desse capital instalado, desse equipamento e . O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO O SR. JONAS CORR~A DA COSTA SOBRINHO
dessa mão-de-obra, para o PaÍs é zero, praticamente. -Não, porque aí é mais carga geral, nem sempre é ~om
- Da agricultura, não. Agora, por exemplo, há celulose,
O SR. JONAS CORREA DA COSTA-SOBRINHO há, piodutos siderúrgicos em quantidade, que não têm a afretada.
--Mas eu acho, e disse isso lá na SUNAMAM fta trans- retorno. Antes, nós tínhamos· retorno porque importáva- Alualmente, está havendo um problema de afretamen-
missãO de cargo, que_ há um superdimensionamento de mos 3, 4 milhões de toneladas de fertilizantes. t_o de navios especializado~, porque no tratlsporte de lon-
estaleiros. E isso eu' considero que é uma iealidade, Com go curso, de carga geral, em certas ãreas, por exemplo,
essa ~onelagem que o Brasil pode processar anualmente O SR. ALTEVIR LEAL- Mas isso, vai todo o tem- nos Estados Unidos, nor_te da Europa, basiCamente, ou o
de aço, o nosso mercado é insignificante. Ninguêm muda po do ano, não é? sujeito tem navios com container, ou então ele não com-
de navio todo dia. Navio se muda com muito menor ra- pete· com as cargas.
pidez do que um automóyel. Há gente que muda auto- O SR. JONAS CORR,~A DA COSTA SOBRINHO
móvel todo anO. Navio nào se podê mud.ar todo ano. por~. __:-Atualmente, por exemplo, nós não temos fertilizante . O SR. RELATOR (Marcelo Miranda)- V. S• acha
que é caro demais. Então,. ou nós temos essa indústria e para ttazer _de volta. Então, nós temos o. quê? Carvão, que a falta de competitividade do navio fabricado no
vamos iricentívar a expOi'(ação de navios~ ou então essa que, praticamente, eStá naS mãos da DOCENA VE, que Brasil corrl o navio construído 'no exterior, é devido ao
indústria é superdimensionada. Acho que o cotreto seria fez um contrato cOm as siderúrgicas nacionais, e nós te- temr.o de sua construção?
a exportaç~o ~e navio._ Tembs condições de competir, mos alguns fertilizantes, mu'ito pouco, enxofre~ em muito
pouca quantidade, que não chega, na minha opinião, a 1 O SR. JONAS CORRE.A DA COSTA SOBRINHO ..
mas temos que ter financiamento, porque o mundo intei-
milhilo ~e: toneladaS, não temos mais nada a tr3.zer a não -Não; mas é que,' por exemplo, quando nós importáva~
ro financia conStrução naval. Por isso me pare-ce que é
ser o trjgo, Trigo e Carvão são as cargas grandes dC im~ mos motores, Ifós importávamoS aqueles que não eram a
fundamental.
portação. Daí então toda essa crise. E os armadores para última palavra d.i geração de motores. Mesmo quando
O SR. ALTEVIR LEAL- A solução da Amazónia, levar~m. por exemplo, soja brasileira, esses produtos era dada a licença para os fabricantes fazerem os moto~
por exemplo, em termos de transportes, tem que ser brasileiros, eles afretam só na pernada de cima, para su- re~ no Brasil nunca era do último motor, o melhor tipo

marítimo, não poderâ ser- terrestre nunca ... bir. de motor, o de melhor tipo de equipamento, En~ão, este
· é um dos problemas que afetam a nossa indústria de
O SR. JONAS CORR~A DA COSTA SOBRINHO O SR. ALTEVIR LEAL - E quando é assim eles construção naval, mesmo porque as mu'ltinacionaís não
- Por exempló, a Amazónia. A Amazônia hoje tem ca- computam os dois fretes, CO!l)o ocorre com. os cami- permitem, não liberam fabricação de determinado tipo-
Abril de \985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (SeçãOII) Sexta-feira 26 -0829

de motor no Brasil, um equipamento mais moderno, havia dito aqui, desde que seja exclusivamente para a mais eleyados do que os seus concorrentes internacio-
m<lis sofisticado. construção no Brasil, para a Maririha Mercante brasilei- nuis?
ra_Agora, se isto expandir-se para a exportação, acho
O SR. ALTEVIR LEAL:- S_ó liberam· construindo o até que ela não é superdimensionada. Mas tem que se O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO
navio. Então, essa era uma das caus;l,S que fazia com que . ....:.... Um dos problemas que existem. é que esse prêmio da
tratar da exportação, seriamente. Quanto a se aprOveitar.
se construísse navio fora, SUNAMAM, embora fosse fixado, inicialmente, em um
- esses estaleiros, por exemplo, para a expansão da frota
de.terminãdo Valor, houve atê tentativas de que esse prê-
pesqueira, dessa frota, vamos dizer, auxiliar, acho que
OSR.RELATOR (Marcelo Miranda)-V. S'•ifirfna mio fosse sendo reduzidO gradãtivamente. Isso não se
isso é tarefa para os pequenos estaleiros, porque há ou-
ria que a làlta da t~cnica do nosso pessoal, daqueles que conseguiu porque aí entrava um outrb órgão do. Gover-
tros pequenos estaleiros, além da Amazônia, nós temos
projetam os nossos navios, a falta de previsão do futuro no, que é muito importante, o Conselho de De~envolvi~
estaleiros menores em Sant_a Catarinil, no Çearâ, onde
: é q~e. origina isso?. menta Industrial, o famoso CD I. O preço de um navio
há um bom estaleiro que inclusive, agora, vai construir
nacional é função da lista de importação de material. Se
OSR.'JONAS CORRlõA DA COSTA SOBRINHO um navio para apoio marítimo. Então, esses estaleirOs de
-menor porteeQue deverão dedicar-se _a essas tarefas. · V. Ex•" importar mais, se V, Ex• Hberar a importação, V.
- Não, acho que temos técnica caPaz, nós temos bóns Ex• faz navios abaixo do preço internacional. Duvido
'profissionais, nós temos tudo de bom. O que falta é_dar- Restará, então, ll;_ decisão dos grandes estaleiros, o que Se
vai fazú com os grandes estaleiros. Esse é o problerria, e que não se fãça no Brasil um navio que custe igual ao da
mos organização, falta seriedade em tratar os__assuntos. Coréia, se se liberar a importação; se se deix3.r a critério
Isso para mim é que é fundamental. unicamente vejo como cam(nho Para a manutenção des-
ses estaleiros a exportação. · do armador, do _estaleiro, importar livremente. O Brasil
tem todas as restrições de-importação, e essas peças simi-
0 SR. ALTEVIR LEAL- Inclusive, hoje, há impor~
O SR. ROBERTO SATURNINO -·Posso dar um lares nacionais do material impórtãdo, têm um custo
taçào de motores porque nós não ternos ainda _motores
pequei!O aparte? Li, já nãO me recordo mais onde; que a que, àS vezes, chega a ser 600% mais caro do que o mate- ,
coni capacidade, bons como têm os es_trarigeiros, os ale-
simples substituição do excesso de afretamento seria su- ria! igual importad-o, -e isso pagandoMse todas as taxas e
mães, os ingleses, q·ue são os melhores· motores. ·
ficiente para manter os estaleiros, mes·mO os grandes, .tributos que há aí para importação. Então, issO é um ab-
O SR. ROBERTO SATURNINO --Os motores são ocupados pOr um período de seis a sete aOos, se nào me surdo. Então, este é um ponto que V. Ex• tem queexamiM
todos· de fabficação das multinaçioo<J.is. engano. nar a fundo, é um ponto importante.'
Surgiram firrrias fictícias, firmas que faziam equipa-
O SR. ALTEYJR.LEAL- Aquí no- BraSil não fabri..: O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO mentos supersofisticados, como radares, como aparelhos
cam. - Podeatéser verdade isso que V. Ex• está dizendo, mas de telecomuniCação. Depois de entregue o material des~
V. Ex•, provavelmente, quebraria a armaçãO, porque eles sas firmas, de quinta categoria·, eu, no Lloyd, o joguei
Os~: JONAS ÇORRI?.A DA COSTA SOBRINHO n'água, fundeei-o, porque era de mã qualidade, só dava
não teriam tempo integral para a ocupação desses na~
- Fabricum. aborrecimento, Comprei então equipame~to americano ,
vias. Essa é a postura dos estaleiros. Outro dia li decla-
rações do Dr. Júlio Lobo nosjorn.ais dizendo que nós es- e pus no l!'3.vio. Fiz isso porque nós êramos obrigados a
O SR. ALTEVIR LEAL - Então estão fabricando
távamos afretando, gastando 500 milhões, etc. Eu lhe comprar aquele equipamento, a colocar aquele equipa-
~gora.
diSse; "É, Julinho, mas e daí? O que vai ac~Hltecer se os mento, t:rara proteger essa indústria fictícia, a NA VE-
O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO armadores comprarem isso tudo? Eles vão quebrar, vai- PECAS, até onde ela foi, hoje já estâ melhor. Máquinas
- Não, fabricamos hã m'uito tempo. 0- inotor SUSA. s.e matá r a g~linhados ovos de ouro." <!o _leme. Quantos acidenteS com navios bf!_sileirC?s_ por
serve para qualquer navio. causa da máquina do leme? As firmas desaparecem e o
O SR. RELATOR (Marcelo Mi~anda) --Terceira Sr. não consegue s_obressalente: Issó é que tem ser corri-
O SR. ALTEVIR LEAL -_Mas desde que ano? pergunta. Acusa-se a'indústria naval brasileira de funda- gido. ·
mentar sua' viabilidade em incentivos governamentais.
O SR. JONAS CORRlõA DA COSTA SOBRINHO_ -Pergunto:--~ possível desenvolver um setor de porlta, O SR. RELATOR (Marcelo Miranda)- Almirante,
-já há aigum iempo, aiguns anos. Está se desenvoiven~ · percentualmente-, qua~-é a-p-arte d-o-navi:o;-o-montante na
como este, em um pais em desenvolvimento, sem incenti-
do ... construção de um navio, o Que mais pesa, em termos de
vos governamentais? E mais: a iOdústria naval não ésub~
p-TeçOT E a Parte eletqSnica? São esseS equipamentos ele-
OSR. ALT.EVIR LEAL- M<!-s é com limite de cava~ sidia~~ no mundo }~~~iro? Qual é a sua opinião?
tfônkõs? Ou o chapeamento?
los...
0 SR. JONAS CORREA DA COSTA. SOBRINHO
O SR. JONAS CORRI?.A DA COSTA SOBRINHO -A indústria naval é subsidiada no-.mundO inteiro em' O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO
- Não, atualmente não. _Estamos produzindo motores percentuais que variam de país para país. Tenho até unia ---:- Não, o chapeamento a parte de casco, propriamente
Para q_ualquer tipo de navio. publicaÇão., posso_ deiXar aqui, sobre o subsídio da: indús~ dito, é barato. O que custa caro é o recheio, são os equiM
tria 'naval e da armação, porque a armação também é pamentos, motores do navio... ·
.O SR._ ALTEVIR LEAL- Há pouco tempo, vamos subsidiada; não é só a· indústria naval não, a armação
di~er, há 5 anos? · · também é subsidiada. Então, acho que isso te111 que con~ O SR. ALTEVIR LEAL --:-.V. S• acha que é o acaba-
tinuar. Agora, todos o~ excessos de subsídios, todas as mento?
O SR. JONAS CORRlõA DA COSTA SOBRINHO coisas que nos pareCeram incorretas, foram consertadas
-Todos esses uavios nossos, de um modo geral,jâ_estão _ri Uma primeifa lnslància, com o Miil'istrO Eliseu, qUanClo O SR. JONAS CORREA. DA COSTA SOBRINHO
com ~otor_es brasileiros. da- promulgação do Decrefo-lei n~" 1.801. O Qecreto-lei - Não, acabamento não.
n~> I .80 I alterou toda a sistemâtica de benefíci~s. E, ago~
O SR. ALTEVIR LEAL- Com a .ma[or-parte das O SR. ALTEVIR LEAL- Porque o casco é uma cai-
ra, esse Decreto n~' &_8.420,_ foi a paulada finã.l, porque
peças iinportadas, fazt:ndo uma pequena parte aqui. .· sa, o resto que tem dentro cliama-seo acabamento, tudo
tarribém não se pode d~r mais paulada porque senão o
O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO doente morre, não é? Temos que tratá-lo.- agora, com ca~ o que dentro do navio.
- O índice da importação aí, confesso que' não sei. · rinho, não se pode acabar com o subsídio. Se se aCabar
O SR. RELATOR (Marcelo Mira.nda)· -_O _ql,!e estâ
com o subsídio desaparece a armação e desaparece a
en~arecendo esse equipamento especial, alguns iteDs des-
· O SR. RELATOR (Marcelo Miranda)- A segunda construção. · ·
se 'equipamento? A minha pergunta diz respeito ...
pergunta, Sr. Almirante, é que Os_ ex.~ MiniStros do Trans~ Vou deixar com V. Ex.•s essa publicaçãO que foi f~ita
. portes Eliseu Rezende e Cloraldino severo- têil'l afirmado pelo Ministério dos Transportes.
que nossa indústria naval está superdimensionada', pelo O SR. lONAS CORRf.A DA COSTA SOBRINHO
menos, hã algumas colocações que jã vimos na Impren- O SR. RELATOR (Marcelo Miranda)- V. Ex•, por- .....-_ A· montagem disso tudo, as tubulações, Os equipa-
sa. Segundo documento assinado por entidades sindicais tanto, deferide os subsídios ... ·mentos eletrônicos, os computadores, porque há navios
do Rio de Janeiro, ligadas à indústría _naval, a priorid~de com computador.
da frota mercante nacional e sua renovação, f~ce a obso- O SR. JONAS C.ORR!õA DA COSTA SOBRINHO
O SR. RELATOR (Marcelo Miranda)- A minha
Iescência,'inadequação ou velhice da maior parte dos na- - Defendo.a manutenção dos subsídios para a armação
pergunta é exatamente porque, separadamente, nós faze-
v~os, a expans~o das nossas frotas fluviais, pesqueiras e e para os estàleiros, evidentemente que controlados, jus~
mos concorrência para exportar material de que ê feito o
.de apoio pode perfeitamente absorver a totalidade da tos e corretos. __
navio.. ·
Con_sl!ução naval instalada. Qual a opinião de V. S•?
O SR. RELATOR (Marcelo Mir'anda)- A SUNA~ O-SR. ROBERTO SATURNINO.- E subsidiamos.
O SR. JONAS CORRlõA DA COSTA SOBIÜNHO MAM, a títu]Q de prêmio, cobria a diferença entre o
-Comungo com os ex-Ministros Eliseu Rezende. e Clo- preço nacional e o int~nacional dos navios. O que expli- O SR. RELATOR (Marcelo Miranda) - E subsidia-
ral di no Severo Desse suPer-dimensionamento, como já ca que nossos navios tenham custós e, portanto, preços fios. Então, na constru_çào do navio, nós tornamos o na-
0830 SextaCfeira 26 DIÃR"ió b() CONGRESSO NACIONAL (Seção II). Abril de 1985

vio mais caro para-não competir com o navio estr3ngf:i- eles dizem porque eles querem dizer, eles procuram p're- aspecto com relação à Marinha Mercante, a navegação
ro. É esse o racioclnio? texto. Eu, pelo menos, não vi tirar, esse ato de tirar, de de longo curso, isto existe, é real. Há empresas brasilei-
Prejudicar, não. A prova disso é que o Fundo tem saldo, ras que, na minha opinião, não·são brasileiras, elas são
O SR: JONAS CORRf:A DÀ COSTA SOBIÚNHO pode construir navios. Não constrói por ineficiência um testas:de-ferrci EifaSileiras, mas não posso dizer o nome
-Se eU criasse, por e-X:emplo, uma subSidiária, uma em- pouco do BNDES, dos armadores e dos estaleiros. Os dessas empresas, e não vou pisar em falso. Elas são regu-
presa lá fora, e írilportasse navios do Brasil, pagaria me-. armadores porque querem continuar com os afretados. larmente brasileiras.
nos do que pago, aqui, coffio armador nacional.' Por Os estaleiros porque têm que se adaptar à nova forma. Então, V. Ex' vê que há empresas aí que estão defen-
exemplo, a Hambourg Sud. A Hambourg Sud construiu Na nova .forma o armador vai a cada estaleiro e diz: eu dendo o outside estrangeiro. Há empresa que defende a
o navio SD-14. O preÇo ôci navio da H.iimbourg Sud quero um navio assim, assim e assim, e quero saber bandeira de .conveniência. Então, essas empresas são ins-
s'aiu, se não me engano, três milhões de dólares mais ba- quanto vai custar. Então, o estaleiro apresenta uma pro- trumentos pãra fazei--b~lix'ar o frete;·querem um outside,
rato do que o navio que o Lloyd tinha contratado aqui. . post<J. e o armador começa a apertar, porque hoje não é vai lá em baixo o frete. Quandp acabarmos com a Mari-
aqui. mais imposto ao armador· comprar aquele navio pdr nha Mercante, aí elas vão impor o frete como faziam em
aquele preço, c:omo a SUNAMAM fazia. Hoje, o arma-· 1967.
O SR. ROBERTO SATURNINO- E ela construiu~
dor é livre para escolher o navio pelo preço que: ele acor- Então, considero essencial a preserVação das conferên~
aqui, também, navio igual.-
dar. Isso considero que foi uma das coisas mais salutares cias de frete, dos acordos bilaterais. Evidente que isto
O SR. RELATOR (Marcelo Miranda) - A mesma que se realizou durante a gestão do Ministro Severo, foi tudo sob ~ontrole porque se não houver controle ~ada
empresa? essa liberdade de o armador contratar pelo preço que ele funciona corretamente. . .
julgar conveniente e separar_ o__ contr:ato de· construção So.u .contra essa imagem que se criou aqui de empresa
O SR. JONASCORREA DA. COSTA SOBRINHb naval do contrato de financiamento. Hoje, o arrilador ê brasileira independente. Não há empresa brasileira inde-
- A mesma empresa, o mesmo navio. Proprietário: ar- quem recebe ·o contrato de financiamento. O problema pendente de navegação porque as empresas recebem
mador nacional; proprietário: armador alemão. Ele pa- dele, estaleiro, é o outro contrato. concessão do Governo e recebem financiamento do Go-
gou menos do que nós p<lgávamos. Isso tem que se corri- verno. O que acho, para consolidar, por exemplO, as em-
gir. t esse o problema. O SR" ALTEVIR LEAL- Antes era vinculada uma presas brasileiras de navegação, especialmente as empre-
_coisa a outra. sas de longo curso, é que essas empresas deveriam abrir o
O SR. RELATOR (Marcelo Miranda)- A crise que
Seu capital porque já que elas recebem subsfdios gover-
afefã a indústria õaval se aáaSta desde o começo da dé- O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO namentais, é justo que o contribuirtte participe da sua lu-
cada. Nesse período, várias alterações foram feitas na. - Antes a SUNAMAM entrava no pacote ... cratividade. Isso considero ess.encial. E, abrindo capital,
política da SUNAMAM, inclusive a reforma de 1983~
-estaríamos preservando a bandeira brasileira dos estran-
mas a crise só sé. agraVOu. O SR. ALTEYIR LEAL- Era nessa que entrava ..
geiros. Mas, com relação à construção naval, não vejo
Dizem os donos 9os estaleiros que as causas dii crise
O SR. J.ONAS CORREA ÇlA COSTA SOBRINHO c~mo o Dr. Hélio Paulo Ferraz viu que hã interesse de
são as seguintes:
- Aí é que começava a confusão. Hoje' é nítida a sepa- outros ...
]'? Retirada de recursos governamentais a partir de
1979, obriga-ndo os estaleiros e a SUNAMA~fã. reCorre- n'!.ção. Não está construindo por quê? Os armadores que-
O SR. ALTEVJR LEAL- V. s~ estã falando em ter-
rem a empréstimos externos extremamente majorados rem operar com fretados. OS estaleiros querem elevar o
mos de navios de ...
pelas maxidesvalorizações e pelas· elevadas taxas ~e juro~ preço. Então, está havendo disputa entre os estaleiros.
internacionais; Pela primeira vez, a lei da oferta e da procura está fun. O SR. JONAS CORREI\ DA COSTA SOBRINHO
29 A retirada de subsídios governamentaís; cionando na construção naval e eles não querem isso, - De longo c_urso.
J9 A redução das encomendas governamentais; par- eles querem voltar a ser como era. Eles vão investir agora
ticularmente a partir dá política ditad<l pelo FMi a pio~ ttido que eles possam para que o novo Governo mude as O SR. ALTEVIR LEAL- V. S• está falando em ter-
dução naval caiu de 1.394 mil.toneladas em 1979 para regras do jogo e se o novo Governo mudar as regras· do . mos de navios de longo curso, mas na Amazônia a maior
5.10 mil em 1983; jogo estará fazendo uma burrice prejudicial. parle dO tra:nSporte é independente do Governo, por fal·
49 o afretamento crescente de navios' estrangeiros, ta justamente de o armador chegar à SUNAMAM. ~u
O SR. RELATOR (Marcelo Miranda)- A afirmação nunca cheguei à S-UNAMAM porque não tinha possibi-
em detrimento da Marinha Mercante Nacional, o que te-
do Senador Roberto Saturnino, êntão, de que o armador lidade. Não quero dizer o porquê aqui, neste depoimim·
ria atingido 81% de todo o transporte marfiimo para O
seria aí no caso o intermediário, de um lado o ·Go-verno to-, ffia.S riós, na Amazônia, não tírthamos oportunidade
Brasil, em 1984, rompendo a fórmula 40 por 40f20. '
ou a SUNAMAM para oferecer o dinheiro para'pagar de e:hegar à SUNAMAM:. chegavam só os grandesA ..
Sua opiníão.
os navjos, o estaleiro para construir os navios e ele entra
O SR. JONAS CUJUU!A DA COSTA SOBRINHO realmeilte com o mar, é quase que uma verdade? O SR. ROBERTO SA TURNINO ...:._Almirante, se o
- Quanto à retirada de recursos do Fundo de Marinha relator me permitir, eu gostaria até de um Pouco contes-
O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO tar essa sua afiimação, dizendo o seguinte: podem os ar-
Mercante para outras âreas, não conheço esse problema
-NãO. Eles já entravam com o mar ... Quando se fez um madoi-es estrangeiros não terem tido acesso às decisões
especificamente como está colocado. Quer dizer, li nos
dos planos de construção naval, por .exemplo, se cons- polítiCas brasileiras para determinar, mas que eles terão
jornais que em 1981,-80, o Ministro Eliseu t~ria tirado
truíram 24 Liners. Foram as primeiras grandes cons- interesse em fechar esta~eiros brasileiros, p:irece-~e que
um dinheiro. Não creio ...
truÇões navais dQ Brasil, eram navios de 12 mil tonela- é uma decorrência da realidade, a realidade mundial,
O SR. RELATOR (Mafcelo Miranda)- Sessenta mi- das, são os navios da classe ITA do Lloyd Brasileiro, to- esta sim, é de superdimensionamento da indústria naval;
'lhões de dólares para o ONER. das as empresas tinham esses navios. Então, esses navios pode não ser a brasileira, tendo em vista as nossas con-
reCeberam um percent.ual· de .FRMM, eles só pagaram dições particulares, o nosso potencial de desenvolvimen-
O SR. JONAS CORREI\ DA COSTA SOBRINHO 5% e era 95% o financiamento, mas eles tinh~m uma ar- to, mas, mundialmente, pelo que está ocorrendo na Eu-
-Não acredito que tenha tirado do Fundo. Aquilo foi recadação prati'camente de .100% do que aqueles navio~ ropa, há estaleiros europeus morrendo, sucessivamente.
um empréstimo externo, que o Goverrio disse àssim: vo- aiícCadassenÍ dê .FRMM-. Então, numa ocasião, na épo- Quer dizer, claro que se eles puderem fechar algUns bra-
cê fica com tanto e voce fica corit taitto. - ca do Ministro EliSeu mostfei a· S. Ex' que um daqueles sileiros para preservarem a vida dos seus, eles vão fechar.
navios do Lloydjá tinha sido pago só com a arrecadação Podem não ter como, ou podem não ter tido êxito ...
O SR. RELA TOR-(Marcelo Miranda)- Em vez de ir do FR ty1 M duas vezes e isso foi corrigido com o
para a SUNAMAM, foi para o DNER. De~reto-Iei n9 1.80 L O S~JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO
-Não, eu concordo com V. Ex', que eles têm interesse-
O SR. RELATOR (Marcelo Miranda)- Falou o Dr.
·o SR: JONAS CORREA DA tOSTA SO~BRINHO Hélio Ferraz, filho de Paulo Ferraz, do Estaleiro Mauá,
em fech<lr qualquer indústria brasileira. Isso é interesse
- Pode_ não ter jdo, pode até ter sido um dinheiro que! a deles, disso eu não discordo. Mas não é com essa ênfase
em dedaraçào à imprensa, corno a questão da moralida-
. SUNAMAM conseguiu lá fora, mas que, chegou aqui, o que o Dr. Héliõ Paulo quis dar, di: atribuir -essa crise a
de foi usada objetiyamente para fugir, para ocultar as
Go-verno disse não, reparte. Quer· dizer, não tiroU do qu_estões·essencials que estavam em jogo, que, segundo uma campanha no exterior. Quer dizer, dissO é que dis-
Fundo. - ek, dizem respeito à tentativa do capital estrangeiro de cordei, mas que o interesse existe, existe, rUas não é só na
Ag_ora mesmo, por ex.em-plo, quando se transferiu para torpedear a indústri~ naval e a Marinha Mercante brasi- construção naVal, é e~ qualquer outra indústria brasilei-
a União bifhões de cruzeiros, milhões de dólai-es, que'_era leira. Qual a sua opinial sobre essa afirmação? ra.
a dívida do Fundo da Marinh:;t Mercante, que se transfe-
riu para a União, depois o Governo tiroli 800 mHhões, se O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO O SR. RELATOR (Marcelo Miranda)- Houve uma
não me engano, dO Fundo da Marinha Mercante, mas - Com relação à construção naval, não acredito que a a'firmação-do_ advogado do Estaleiro Mauâ, Paulo Maia,
ele recebeu uma dívida váriaS- vezes maior do que 800 mi- indústria estrangeira esteja que~endo torpedear a cons- que declªrou que_ ..primeiro o Governo deveria pagar os
lhões. Então. efe não estâ tirando coisa nenhúmã.: Isso trução naval brasileira. Não acredito nisso. Existe essê bancos e depois" -ele afirma- "às fraudes que, acre-
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (S~ção ll) Sexta-feira 26" 0831

· dito, sejam dentro da própria Administração Pública, e números. Os números se alteravam cada vez que eu vi- O SR. ALTEVIR; LEAL- V. S• não reconheceu?
. não na parte que cabe ao Estaleiro". V. S• compartilha nha a Brasília conversar com o Ministro. Os mlmeros, a
dessa afirmação? . coisa mais Qificil que se encontrou foi chegar a um deno- O SR.JORNAS CORREA DA COSTA SOBRINHO
minador cÓmum. - Eu assinei a do Bamerindus:
O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO
- Eu coi"Jcordo com o seguinte, como eti já tinha expos- ·o S.R. ALTE'VfR LEAL~ Porque-parece qtie o~ij~r­ o·sR. RELATOR (Marcelq Miranda)- Almirante,
to aqui. Eu acho que a dívida junto aos bancos, como se n_ais davam a ent~!ider que p~ssava'm por cima ... a.gradeço .a atenção de v.: S• e me dQU por satisfeito.
apoiou na carta-credit6ria, eu considero que ê líquido e
0 SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO- O SR. PRESIDENTE (Virgílio TáVOra)- Teríamos
certo que os bancos ganharão na Justiça. Não vejo por
- Não sei como é que faziam, não seJ. Só sei que suei a que fazer algumas indagações, justamente para esclare-
onde fugir disso. Então, eu acho que seria maiS correto.
minha c_amJs_~ para apurar_ os n*Etl_eroey finais dessa dívida cer bem o assunto, principalmente para deixar a Comis~
se o Governo pudesse ter tido meios de pagar;· meios le-
da SUNAMAM. Muitas vezes essas-dívídas qU-e os-esta- são a par de alguns problemas.
gais para pagar aquilo que ele. achava que era devido, e
leiros dizem, quando se apura, chegamos à conciusão de Pas~aremos a_ Presidência ao Sr. Relator, jâ que·o
não encontrou suporte legal para pagar .um dêbito que
que_ não é aqui1~. Mas_o fato é que se tem que part~r da Vice-Presídeflte riãÕ está- pfêsente, e iOíciareJ;IlOS o ques-
ele achava que era indevido.
dívida dOS 6ãncOs:·· - -. tionamento que achamos venha a elucidar alguns pon-
Agora, existem as fraudes no Governõ, não hã d_úvida
tos.
que houve, senão não estaríamos chamando "escândalo _O SR. ·RELATOR (Marcel~ Miranda)- A última
da SUNAMAM", isso aconteceu, Ocorreu, mas existe O SR." VIRGILIÜ--TÁVÜRA ~ Almir"ante, inicial-
pergunta, Sr. Almirante, que eu considero de grande im-
escândalo no estaleiro também. Quer dizer q"ue o instru- portância para esta CPI. Diz-se que a fraude- no chama- mente, vamo nos felicitar pela indicação que q r~lator fez
mento, na mirlha opiniãO, foi o estaleiro; o corruptor foi do "escândalo da SUNAMAM" vai desde a emissão de da sucessão das pessoas a serem ouvidas nesta Comissão
o estaleiro, o órgão corruptor. Isso não tem parã onde, e duplicatas trias, passando por supeffaturamento até. a e ter colocado V. S' em primeiro lugar. Isso se deveu a
comprova aí as contas que jã foram apuradas com os es- superposiçãó de finan_ciamentos. Isso foi vârias vezes , que, praticamente no início da sua administração,_ não_
taleiros, acertadas com os estaleiros EBIN, SO, MacLa- -publicado, e enfatizado, que algumas duplicatas dessas, chegando a 6 meses, foi justamerite a SUNAMAM,
ren, Caneco. Nessas contas vemos as irregularidades qu~ - achamos nós com muita felicidade, encarada como um
com o mesmo serviço, foram descontadas em bancos di-
foram praticaqas. ferentes. Enquanto isso, o Superintendent~ da SU..NA- problema muito SériO:e já,. nos meados de 83, retitadas
MAM, ÉlciO Costa Couto, afirmou qUe tinha .Ordens su- delas as tarefas -de finanCiamento, passando apenas a
O SR. ROBERTO SATURNINO- E reconhecidas
periore~i;"pãfticularmeitte do MinistrO -da Fazendã, atra- gestor de Marínha Mercante.
por eles, estaleiros, inclusive.
véS-do Aviso nl' 421, para conceder as chamadas. cartas 'I:odO o depoimento.de V. S• foi pratícamentae centra-
O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO atestatórias, que parecem ter servido a muitas das frau- do· em proble~as de armadores. Só a:gora, ante a consul-
-E reconhecidas por eles, estaleiros. Então, houve frau- des, segundo a ÍI1Jprensa veicula. Essas cartas t~m valor ta de vãrios dos Srs. Senadores aqui presentes, passamos
de de a·mbas as partes, e para isso foi aberta uma Comi::;~ legã.l? ~ a primeira pergunta que façO. A l)egunda é: fo- para a parte relativa ao"s estaleiros. Em síntese, gostaria-
são de Inquérito para ver quem ê que na área do Gover- _ra,m de- fatQ .ãutofiZadas pelo Governo? mos agora tocando num ponto e .noutro; de saber: temos
no é responsável por essas fraudes que o Dr. Maia diz aí,. armadores h1adimplentes- e gostaríamos que V. Sf. res-
O SR. JONAS~CORREA DA CO~l:A SOBRINHO pondesse sim ou não, para andarmos depressa- temos
O SR. RELATOR (Mareelo Miranda) _: lOm de-. -Eu li parecer do Procurador~Geral da Fazenda que al- a~madores inadimplentes e estaleiros que apresê:ntaram
zembro de 1983, o então Secretãrió:..Geral do -Mini~té~io gUmas dessas·cartas- são--pelo menos Sete tipos- de cár~ contas que estão sendo contestadas P-ela SUNAMAM e,
dos Transportes informava que a divida__recoflhecida dos tas-;" representam uma garantia real. Então aq·uno é de~ ·portanto, todos eles eill situação de pagar ou de ir à fa-
estaleiros junto aos bancos era de 192 milhões e 760 inil vi.do, de qualquer map.eira, porque é garantia real. Ou- !Sncia? ·
dólares. Agora o Governo só recOnhi:ce menos de 100 tras cartàs,' eles questionam e não dizem se é real ou &;e
milhões de dQiares, enqu-anto que os bancos falam em O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO
não é real, eles acham que nãO. valhem nada. ·
550 inilhões de dólares, ou 580. Como poderia ter tido ...:. -Estão sendo cont~stadas relativamente à parle do
essa evolução? O SR: ALT~V1R _LEAL - ·como assim, garantia~ Fundo da Marinha Mercante.
real? - ·
O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO 0 SR._ VIRGIUO TÂVORA- Carias-crédito. Le-
-Os primeir9s valores das. -aJvia:as, que eu vejo aí, desta o SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO mos, durante a Semana Sa~ta, para ter~os uma idêia do
operação, só estou-me referindo a esta operação, que é -h como s'e fosse uma fiança bancária que V. Ex•_tives-_ assunto do que íamos tratar com V. s~. toda a vasta
com relação à Operação 6043, só c'om relação a isso, era se prestado, uma garantia de fato, que V. Ex' tem que publicação.feita nos jornais mais importantes do País,
inicialmente, se não me engano, de 475 ou 500 milhões honrar. sobre o affaire da SUNA;MAM. v' s• podia explicar- .
de dólares, porque era valor histórico. Pelo que eu tenho já sabemos que no sêu período não houve, com uma ex-
aqui, era valor histórico ainda 475, quando se atuaiizou O SR. ALTEVIR LEAL - Do Ministê:río par~ lã? ceção,-esse procedimento- explicar realmente comO es-
já deu mais.' Então, e'u sempre raciocinei como essa dívi- sas cartas- eram expedidas pela SUNAMAM e se real-
0$&. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO mente elas representavam, como em todo pagamento de
da sendo da·ordem de 701Jmilhões de-dólares, a dívida
--=DA SUNAMt\M1 sempre SUNAMAM. Então, isso e'!lpreitada de engerlhaTiã, a realização, realmente, de es-
para decidir os créditos que eStavam bons- e 'os créditoS
· -Y"_._Ex' tem_ que honrar de qualquer jeito, porque é real, é tãgio -correspondente ao desembolso.
que estavam ruins. Era uma dívida deste valor, ma:s não
l::-onsiderado_ pelos juristas do Governo como "tem que
quer dizer que havia um buraco de 700 milhões. Quando
pagar" .. As outras, eles dizem que não. Por exemplo, O SR. JONAS CORREA .DA COSTA SOBRINHO
.se foi-apurar; af então os Sr.S. vão ouvir aqut o Dr. Clo-
aquele protocolo da 6.043, G Procurador da SEPLAN, - Nem sempre.
doaido entrar em detalhes e saber· quanto tinha cada es-
Õr. Werileck, se não me erigano, disse quê ãquilo ê uma
taleiro de. créditos bons e. de ~réditos r':lins_. O SR. YIRGILIO TÂ VORA- .Então, isso era um in-
-brincadeira; qii.e rião tem validade jurídica nenhuma.
_SObre o problema das caáas-creditórias, do ~viso 421, centivo ...
O SR. AL TEVIR LEAL-- Mas, Almirante, o relator
estâ dizendo que o reconhecido .sãQ 90 milhões de dóla- .fião conversei com o· Dr. ~lcjo Costa Couto a respeito.
·O SR. JONAS C9RREA DA COSTA SOBRINHO
res, e existem 93, e agora são SOO e V. S• está falando que Mas, pelo que estâ escrito no Áviso 421, que eu me
.;....,. Mas isso só se veio a descobrir depois.
agora passou para. 700. lembre, ele autorizou que se fizesse uma operação com o
BanCo-_do Brasil, mas não-estendeu ~os demais bancos. O SR. VIRGILIO TÁVORA- V. S• há de concOrdar
O SR. JONAS CORREA PA COSTA $0BRINHO essa faculd~e: ;ie não me engano, li uma entrevista do que_ é um incentivo. Se estamos pagando adiantadamente
-- Por exemplo, só o E:>taleiro Mauâ, que é a CCN, é Dr. Cid Herâclito, qUe é Procurador-Geral da Fazerida, serviços - é. o q~ ~eduzjmos_ de tudo o que lemos.
responsável por 50% da dívida. Então,-ife a. dívida era de explicando exatamenti: esse ponto, que rião foi-autoriZa-
soo; 250 era do Estaleiro Mauâ e 250 dos outros_seis es- do· a fazer aquela transação, quer dizer, expedir as O SR. JONAS CORREA DÀ COSTA SOBRINHO
taleiros. cartas-cteditórias. - O- qüe :nãó podia porcfue duplicata é Contia serviço
· efeiuado. ~ - -~- -
O SR. ALTEVIR LEAL -Agora, parece que eu' tam- O SR. RELATOR (Marc~lo Miranda)- Mas, ela foi
bém li no jornal que a SUNÀMAM também não tinha · utilizada? Foram dadas cartas a outros bancos?
conhecinlento dessa totalidade. 0 SR. VIRG1Lic;> TÃVORA.,...... Por i;so é que V. Ex'
- -0 ~sR: JONAS COR.REA DA COSTA SOBRINHO vai explicar-mos_ já essas cartinhas. V. Ex• está bem à
O.SR. JONAS CORREA.DA COSTA SOBRINHO -Ela foi amplaniente utilizada. Deve ter mais de 50 car~ ·vontade porque V. Ex• esteve na SUNAMAM, mas V.
-Quando_ eu cheguei na SUNAMAM, eu não tinha os tas para bancos diferentes. Sf, digamos pegou ·uma herança alheia. Como ê qt.ie a
0832 Sexta-feira 26 DI~RIODO ÇON_GRESSONAC!ONAL (Séção !I) Abril de 1985.

SUNAMAM tinha uma explicação, pelo menos cotivin~· O SR. VIRGIL!O TÁVORA- Voltamos ainda um O SR. VIRGILIO TÁVORA -Agora, Almirante,
cen.te, de fazer, numa empreitada de engenharia, um pa- pouco à· divida referida pelo Sr. Relator. uma pergunta para V. Ex~ encará-la no seu sentido ex~­
gamento - se verdadeiras as declarações estaffipadas pe- Em dezembro de 1983, realmente, o Sr. SecretáriO# lo.
los diferentes depoimentos nos jornais- que não corres- Geraf dO Ministério dos Transportes ínformava ao Qual o maior estaleiro do Brasil?
pondesse,.e.:>se pagamento, àquele cronograma de obra,. Pro~urador#Geral da Fazenda Nacional haver decidido
como se faz em qualquer outro procedimento nessa pro- os.três Ministê'rios, Planejamen;o, Fazerida e TranspOr- O SR. JONAS CORREA .DA COSTA SOBRINHO
fissão? tes, neg~Cfar com os banco~ credores o refinanciamento .:_-O Ishikawagime
da dívida e o valor aqui apresentado, justamente o valor
O SR. VIRGIL!O TÁVORA- O segundo?
O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO citado era de cento e noventa e cinc~ milhões de dólar~.
- (fora do microfone). O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO
O SR. JONAS CORREA DA CQSTA SOBRINHO
- Verolme.
O SR. VIRGILIO TÁVORA- Sim, maS-chegou ao - Aí está havendo uma confusão,- nobre Senador.
ponto de que já_ estava pago 95% e o navio ·airida eStava O SR. PRESIDENTE (Virgílio Tã~ora) --E o tercei-
na metade da construção. Por isso· é que- perguntamõs, O SR. VJRGILIO TÃ VqRA- Isso é o que quere'.
ro?
dentro da SUNAMAM: como? Não queremos saber na mos e-sclar~r para a Comissão.
. O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRif"HO
administração de a, b, c, d, e, por.que isso, ao que esta-
mos informado, vem desde o inÍcio da construção navaL
·.O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO -·ccN.
- Nota promissória, talvez seja a Operação" 63 que a
Isso não era um incentivo para justamente os Srs. terem O SR. VIRGfL!O TÁVORA -Quer dizer, nunca
Uilião assumiu.-Talvez não seja esse o montante da dívi#
todos esses aborrecimentos que estão tendo ·ag9ra? passou pela mente do Superintendente da SUNAMAM
da oriunda: da 6.043, porque esse valor é muito· baixo.-
Isso é nota promissória que se transferiu para a Uniã.o, que o terceiro ·estaleiro pud.esse ter metade da dívida que
O SR. JONAS CORRE.A DA COSTA SOBRINHO tem o conjunto dos estaleiros, iss.o continuando a cres-
Quando se fez a renegociação das notas promissórias
-Não há dúvida, mas eu estou entrançlo deCris.to nesse - cer?
desse valor, quef!1 asSinou o ato j? foi a Procuradoria
negócio ...
déraJ da Fazenda.-
O SR. JONAS CORRIOA DA COSTA SOBRINHO
O SR. PRESIDENTE (Virgílio Távon:t}"- Jâ disse- - ~ evidente. Não há dúvida. Houve um superproteciÓ~·
O SR. ALTEVIR LEAL- Eu sempre desconheci que
mos prime"iro, felicitamos o relator jus-tamente por tê· lo nismo. Ele contratou mais navios do que qualquer outro
um órgão d_o Governo pudesse fazer promissória. Eu
escolhido, uma pessoa que nos podia dar depoimentOs estaleiro nacion:a.t
sempre des_conheci até agora.
que julgamos praticamente isentos, porque logo depois JUstamente, talvez uma das alegações fosse de que era
que assumiu, quase 4 meses, houve a bipiÚ'tição da anti- O SR. JONAS CORRE.A DA COSTA SOBRINHO brasileiro, llacional. Como agOi-a, o br. Hélio Paulo está
ga SUNAMAM. ..;_Isso foi aprovado pelo Tribunal de Contas e pelo con- dizendo "capital estrangeiro". t torcer as coisas .
Perguntávamos a V. ~·: é Verdade que_ justamente o -selho Monetário, a conversão das duplicatas em notas
que paga o armador, te~ricamente, na construç~o-de -na-_ O SR. VRIGILJO TÁVORA- Agora com o não pa-
primossórias. gamento da dívida, estão crescendo os encargos da SU-
vi os é I0% do seu custo? '
O SR. VIRGíLIO TÃVORA- Realmeilte, Ítá a deci~ NAMAM, está claro.. ·
O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRiNHO - são do Conselho Monetáfi_o ~ o Tribunal de Contas en-
- Aí ê in}ustiça. O SR. JONAS CORRBA DA COSTA SOBRINHO
dOssou iSSo. Mas há ressalvas, Sr. Almirante. O Ministro - Do Fundo de Marinha Mercante.
O SR. VIRGIUO TÃVORA -.Rec'urs9s próprios, Luciano .Brandão, do Tribuna! de Contas, deste 1982, O·sR. VIRGILIO TÁVORA- Sim, do Fundo de
não de terceiros. protestou contra isso. Marinha Mercame, nãq é mais a St:JNAM.AN. --
O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO V. s~ deu uma sugestão que, naturalmente, parecer.ia a
O SR. JQNAS COiffiEA DA COSTA S<YBRINHO mais lógica, mas.com essa daí, somos o primeiro a lhe di-
-...:.As contas de 1982 çla SUNAMAM não foram apro-
- O armador paga um percentual que varia de lO%, zer que V. Exf. iria para a 'cacteia, sem dúvida ...
. vadas, porque ·o Ministro Luciano Brandão fez várias
15%. Atualmente é 15%. · Em termos de futuro de nossa indústria naval, de um
exigências. .
lado o GovernO a não reconhecer determinadas dívidas
O SR. ROBERTO SATURNINO- Ele recebe a tal
O SR. VIRGILIO TÁVORA - Passand·o: _então, e; do Outro ·lado·, ilão podendo levar a sua solução avan-
comissão -do armador.
p-àra a parte obj(:tiva e prâtica. · _te, desculpe-nos estar aprofundando o assunto m~s o -
O SR. JONAS CORREA DA COSTA SOBRINHO Revestido que fosse V. Ex~ de ·poderes decísórios, por- Govern~ agora tem que chegar ao fim.

--Isso é um negóCío univeis~l que agora está afastado da SUNAMAM, Como encara-
ria o _problema dessas dívidas e o problema ~a prosse- O SR. JONAS CORRE.A DA COSTA SOBRINHO
..:_ O Dr. Oodoaldo tem que encerrar os trabalhos da
O SR. VIRGILIO TÁVORA- Entenda, Almir~nte, cllça·o Oece5sãriã dà indústria llaval?·. -
Comissão dando a César o que é de César. Ele deve estar
queremos saber na mecânica exata, porque pan::Ce, à pri~
O SR. JQNAS CORRBA DA COSTA SOBRiNHO chegando ao final. Acrei:fito que com mais uns 30 dias,
"?eira vista, um negócio .muitO __bom.
- De começo, eu teria pago aos bancos, assinado o ter- vamos.ouvir o Dr. Clodoaldo, ele vai chegar aó fim. Vai~
O SR. ALTEVIR LEAL- Realmente, <tquilO que o mo de compromisso de que o que fosse apura~o.seria de- se apurar e daí poderá quebrar o estaleiro, dependendo
Senador Ro_berto SatuÚJinO diz~ que_ o armador-eiltra vido pelo estaleiro. Assinaria uin termo de C"omprorilisso, do percentual que for legítimo. Por que se um·estaleiro
com o mar, tem fundamento. Hoje, vo_c:ê faz o contrato justamente para que não aumentasse a dívida da SUNA-= der 200 milhões de dólares e ele tem de crédito legítimo
de uma embarcação e dJz ao fabricante:-"auménte 30%, MAM, dívid.i dO FÚndo de Maririha MercaniC. - · 50.%, que é aliâmCnte favorecldó jâ, ele tei1do que j:Jagâf
que é para prevalecer_ a entrada dos meus 20%." Existe Então. eu teria procedido diferente, rolaria as dívidas 100 milhões, está quebrado. Então, vamos quebrar esta-
isso. para os bancos, em no~e do Governo. Os.estaleiros assi- leiros, talves até esteja fazendo-se um saneamento, uma
nariam um termo de compromisso de que as dívidas se- redução no su_permensionamento que ê mertciot;~ado aí.
O SR. JONAS CORRIOA DA COSTA SOBRINHO riarTi aquele rliontaDte cjue seii~ apurado e .Õ- que fOsse"
O. SR. VIRG1UO TÂVORA_.;. Estamos satisf.eito .
-Existe isso. Existem fatos que não se podem provar.- . bom seria pago a 'eles e-o qu-e foSse ruim, eles ê que seres-
Sr. A.lmiraÕte, muito agradecido pda coiáboração que
ponsabilizariam junto aos bancos. _!s~o eu teria feito, prestou aqui à Coinissão.
O SR. ALTEVIR LEAL - Mas tUdo isso ainda é mas, legal_mente, segundo fui informado.. - Estamos certos de que, com a imparcialidade que pen-
válido. Para_a Amazónia, eu acho que deveria ·ser atê pa#
samos e atê o fim agiremos, algO será esclarecido, por-
go. Mas par.a as embarcações-de grande cabotagem, não,
OSR. VIRGIUOTÃVORA- V. S•ia para a cadeia. que. ria1lnente, tivemos es.clarecimeritos oS" mais diver-
porque têm mais margens de lucro -_do que as da Amazô-
sos, Aliás, dissemos a Y. Ex' que passamos a Semana
nia. Na Amazônia as embarcações são menores, os lu-
Santa disÚain"do-nos lendo um documentário' bem gran7
cros são roenores, uma etnbarcação de 300 a 400-tonela- O SR. JONAS CORRE.A DA COSTA SOBR!NriO
de, para pegar o fio da meada. Em suma, devem o Fundo
9as equivale ~o lucro de o sujeíto educar duas famílias 1 -I~ para a' cadeia, tenlio que admitir. Mas eu. acho que
de Marinha Mercante- não mais a SUNA,.MAM- ar~
somente na universidade. I! o lucro de um ano, mas pelo\ isso seria a solução para não permitir o aumenio da dívi-
madores, estaleiros, e brigam entre si com o Governo.
menos tem, compreendendo tudo, todas as despesas co- da, como aumentou, como estâ aumentando. Aí é que et1
Muito agradecido.
bertas. Então é válido para a Amazônia. Mas para na- não concordo com a legislàção, porque, no fiila{, perde-
vios de grande cabotagem, de grande calagem, de grande se dinhejro por-uma coisa que é óbvia. Se eles assinassem o'sR. PRESIDENTE (Marcelo Miranda)- Está en-
tonelagem, não. O lucro é muitO grande e dá pa:ra tudo. um· termO jur~diCo de comproriiisso; daria nisso. cerrada a reunião.
República Federativa do Brasil
DIÁRIO DO ·coNGRESSO NACIONAL
Q i 1M MXW4!4L!JI-..
SEÇÃO 11
ANO XL- N• 038 CAPITAL FEDERAL SÁBADO, 27 DE ABRIL -DE t98S

SENADO FEDERAL
SUMÁRIO

I - ATA DA 52• SESSÃO, EM 26 DE ABRIL cãlculo do imposto de renda das pessoas físicas qUe arts. 73, 74, 75, 76, 78,S6, 98, 99 e 105 f 116; e revoga o
DE 1985 são obrigadas a apresentar declaração de § 6'1 do art. 93, do Regimento Interno do Senado
rendimentos dentro do ano~base. Federal.
1.1 - ABERTURA
- Pr9jeto c:te I,.ei do Sena.Po n"' 7~/85, de autoria
1.2 - EXPEDIENTE do Sr. Senador NelsOn Carneiro, qrie estabelece regra 1.2.7 -Discursos do Expediente (continuação)
1.2.1 - Mensagem do Senhor Pre!lldente da especial de fiscalização dos veículos oficiaís, e dá
SENADOR JORGE KALUME- Justificação do
República outras providências.
Projeto de Lei do sC:nado n' 76/85, apresentado por
-·Projeto de Lei do Senado n~' 76/85, de autoria S: Ex• na presente sessão.
Submetendo ao Senado a escolha do nome
indicado para cargo -cujo provimento depende de sua do· Sr. Senador Jorge Kali.Jme, que estabelece a
prévia aquiescência: obrigatoriedade do eXame de sanidade física e mental 1.2.8 - Leitura de mensagem presideodal
para os candidatos aos cargos de Presidente e Vire-
- N9 96/85 (n"' 23Y85, na origem) referente à' Presidente da República. N' 95/85 (n9 236/85, na origem), de retirada, para
escolha do Sr. Deputado Estadual Ângelo Angelin reexame, da Mensagem n'1394/83, relativa ao Projeto
para exercer o cargo de Governador do Estado de 1.2.5 - DIS<Ill'IOS do Expediente de Lei da Câmara n'~'95, de 1984 (n"' 2.494, na Casa de
Rondônia·. -origem), que cria a ..Guarda CoSteira" .. deferida.
SENADOR NELSON CARNEIRO- Apelo em
1.2.2 - Comunicações favor de alteração na legislação qu~ rege os mi1itares 1.3- ORDEM DO DIA
do Exêrcito, para permitir as ex~esposas divorciadas
Das LidCranças do PDS. PFL e PMDB, referente daqueles militares o recebimento de pensão. -Projeto de Lei da Câmara n9 6/81 (n' 237/79,
às -indicações de Srs. Senadores; para comporem a Esclarecimentos sobre noticiário de jornal carioca n·a Casa de origem), que fixa em oito horas a jornada
Comissão Parlamentar de lnqu6rito qUe investíga a incluindo o nome de S. Ex• em. aliança de forças de trabalho_dos vigias. Votaçio adiada por falta de
crise na Previdência S.Ocíal brasileira, criãda pela quorum.
pOlíticas para. Contrapor-se ao Governador Leonel
Resolução n'i' 99, de 1982, já em funcionamento; Brizola. -Requerimento n"' 15/85, solicitando a
1.2.3 - Requerimento SENADOR GASTÃO MVLLER, como Llder- constituição de Comissão Parlamentar. de Inquérito
destinada" a investigar os fatos que colocaram em
Pronunciamento do Presidente José San1ey à Nação,
N9 88/85, de auioria do Sr. Senador Severo por ocasiã~ da morte do Presidente Tancredo Neves. risco o controle acionário, pela União, da
Gomes, solicitando que se submeta à deliberação da Companhia Vale do Rio Doce. Votaçio adiada por
Casa proposta para a criação' de Comissão · SENADOR JOÃO CASTELO ~ ProjetO de lei falta de quorum.
Parlamentar de Inquérito destinada a investigar a apreseiltãdo hoje por S. Ex' dispondcisobre o cã1culo
gestão das .sociedades de economia mista nas quaiS a do iniposto de renda de pessoas físiCas. RestriÇões a - -RequerimentO n~' 57/85, requerendo urgência
União detenha maiorra--a:cionária. veto do Senhor Presidente da República a ptojet;o para o Ofício S/2, de 1985, do Governador do
que cria o auxflio~doença ao trabalhador rural. Esta-do do Rio Grãnde do Norte, solicitando
1.2.4- ~ Leitura de Projetos · autorização .do Senado .Federal para realizar
SENADOR HELV[D/0 NUNES operação dé crédito externo no valor de cinqUenta
-Projeto de Lei do Senado n'~ 73/85,- de autoria Considerações sobre a desjgnação pelo Presidente milhões de. dóla~es. VoUçio adiada por falta de
do Sr. Senador Fer-nando Henrique Cardoso, que José Sarney do Ministro Ronaldo Costa Couto para quorum.
altera dispositivos da Consolidação das Leis do óovernãdor interinO do Distrito Federal~
Trabalho, aprovada pelo Decreto~lei n~' 5.452, )9 de -Requerimento n'? 58/85, solicitando urgêncía
maio de 1945. Ll--6 ~ _Ldtui'Jl_ de Projeto para o Ofício_ SJS, de 1985, ~través do -qual o Prefeito
Municipal de Anápolis (00), solicita autorização do
-Projeto de Lei do Senado n"' 74/85, de autoria Projeto de Resolução n' 6, de 1985, de autoria do ·Senado para que aquela piefeitura possa realizar
do Sr. Senador João Castelo, que dispõe sobre o· Sr. Senador Milton Cabral, que dá nova redação aos operação de empréstimo externo no valor de USS
0834 Sábado 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL(Seção II) Abril de 1985 ·

EXPEDIENTE
CENTRO GRAFICci DO SENADO FEDERAL
LOUR1VAL ZAGONEL DOS SANTOS DIARIO DO ÇONGRESSO NACIONAL
Diretor-Gerol'do Senado F.ederol Impresso sob a J'esponsabilidade da Mesa do Senado Federol
JOS~ LUCENA DANTAS
ASSINATURAS
Diretor Executivo
JOÃO MORAES DA SILVA
Via Superfície:
Diretor Administrativo
MÁRIO C~SAR PINHEIRO MAIA
Semestre crs J.ooo,oo
Ano Cr$ 6.000,00
·Diretor Industrial
PEDRO AlVES· RIBEIRO Exemplar AV1Jiso, Cr$ 50,00
Diretor Adjunto Tiragem: _2.200 exemplares.

3,500,000.00 (três milhões e quínhentos mil dólares). -Projeto de Lei do Senado n9 320/80, que revoga SENADOR CARLOS ALBERTO- Providências
Votação ad~ada por falta de quorum. a Lei nq 6.815, de 19 de agosto-de 1980, que define a do Governo para assistir os flagelados das cheias do
situação jurídica do estrangeiro no Brasil, cria o Nordeste.
-Projeto. de Lei' do Senado nv 26/79, que Conselho Nacional de Imigração, e dá outras
acrescenta parágrafos ao art. 5f7 da Consolidação providências. Votação adiada por falta de quorum.
1.3.2 - Designação da Ordem 'do Dia da próxima
das Leis do Trabalho. Votação adiada por falta de
1.3.1 - Discursos após a Ordem do Dia sessio.
quo111m.
SENADOR ALBERTO SILVA- Pi'opOsta p'ara
-Projeto de Lei do Senado o'? 2/80, que dispõe aproveitam~nto
da periferia dos grandeS açudes no 1.4- ENCERRAMENTO
sobTe .a escolha e a nom~ção dos dirigentes das Nordeste.
Fundações de Ensino Superior. Votaçio adJada por
falta de quorum. . · SENADOR AMERICO DE SOI.!ZA - Veto 2-'- DISCURSOS PROFERIDOS EM SESSÃO
presidencial aposto a projeto de lei que cria o auxílio· ANTERIOR
- Projeto de 'Lei do Senado· n9 340/80, que doença para o trabalhado.r rural.
acrescetlta parágrafo único ao art. 373 da Do Sr. Humberto. Lucena, pronunciado na sessão
Consolidação das Leis do Trabalho, facultando à SENADOR MARIO MAiA - Liberação .de de 25-4-85.
empregada oom prole o direito à jornada de trabalho recursos para custeio e comercialização da bOrracha
nativa da Amazônia. ·
reduzida, com remuneração proporciOnal. Votaçio . Do Sr. ·Milton Cabral, pronunciado na sessão de
adiada por falta de quOrum. SENADOR NELSON CARNEIRO- Situação 25-4-85.
dos aposentados di! Previdência Sacia{.
- Projeto de Lei do Senado n9 18/80, que d~spõe
sobre a:posentadoria especial do músico. (Apreciação SENADOR HEUO GI.!EIROS - Extensão dos . 3 - MESA DIRETORA
preliminar d8 constitucioni:r.lidade). Votaçio adlacla beneficias da Resolução n" 829, do Banco Central, à
por falta de quorum. · AmaZônia paraense. 4 .:__LIDERES E VICE-LIDERES DE PARTIDO

Ata da 52t~ Sessão, em 26 de abril de 1985


3• Sessão Legislativa Ordinária, da 47• Legislatura
Presidência dos Srs. Passos Pôrto e João Lobo

ÀS. /4 HORAS E_JQ MINUTOS. ACHAM-SE Gastão MUller - Enéas Faria -Jorge Bornhausen - EXPEDIENTE
PRESENTES OS SRS. SENADORES: . OctáViõ -Cárdoso.
MENSAGEM DO·SENHOR PRESIDENTE
Jorge Kalume - Altevir Leal - Mârio _Maia ~
O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto) -·A lista de DA REPÚBLICA
Claudionor Roriz- Hélio Gueiros --Aiexã:ndre Costa
presença acusa _o comparecimento de 32 Srs. SenadoreS.
- João Castelo . . . :. . Américo de Souza - Alberto Silva
Havendo número regim~nta1, declaro aberta a sessão. Submetendo ao Sen~do a escolha de nome indicado para
- Helvídio Nunes - João Lobo - Ces~r Cal.s -:- cargo cujo provimento depende de sua prévia aquiescência:
Virgílio Távora -Carlos Alberto- Moacyr _Du.arte _- __ Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos.
Martins Filho- Humberto Lucena- Milton Cabral- O Sr. 19-Secretário irá ProCeder à -leitura do MENSAGEM N• 96, DE 1985
Cid Sampaio- Guilherme Palmeira- Luiz CaValcante Expediente. {n"' 237/85, na origem)
- Lourival Baptista- Passos Pôrto- Lomanto Júnior
- Jo~ê Jgnácio Ferreira - Nelson Carneíro - Excelentíssüilos Senhores Membros do Senado
Fernando Henrique Cardoso -·Henrique Santillo - f: lido o seguinte Federal,
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Sábado 27 0835

Nos termos do artigo 49 da Lei Complementar n"' 20, -.Professor da .Universidade cio Pará, na extensão ração, - Jutahy Magalhães, Vice-Líder do_ PDS, no
de 1'>' de julho de 1974, t~nho a honra de submeter à Universitária de ViJhena- 1981/1982· exercício da Líderança,
consideração do Egrégio-Senado Federal o nome_do 5.2- Administração. e Direção Superior: Diretor do
Deputado Estadual Angelo Angelin p~uã exercer o cargo Ginâsío Estadu~l de Vila Ipojuca - Rua Acuruã, 240. 25 de abril de 1985
de Governador do Estado de Rondônia:. _ Lapa (SP),.I970jl975 Senhor Preside-nte:
Os méritos do Senhor ·Angelo Angelin, qUe ·me - Delegado de Ensino no Município de Vilhena - Tendo em vista a proporcionalidade partidãria, tenho
induziram a escolhê-lo para o desempenho dessa elevada Outubro 1979 maio 1980 a honra de comunicar a Vossa Excelência, para os devi-
função, constam do anexo Curriculum Vltae. - SecretãriO de Educação e Cultura no Município de dos fins, que esta Liderança indicou para compor a Co-
Brasília, 26 de abril de 1985. __,_.José S~rney. Vilhena (RO),l978fl979 missão Parlamentar de Inquérito que "investiga a crise
5.3- ó~s"ãos de Assessoramento Superior: -:- Exa- na Previdên.cia Social bra~ileira", criada pela ReSolução
mínador.n~ !3anca de Português nos Vestibulares para nl' 99, de 1982; já em funcionamento, os seguintes Se~
CURRICULUM VITAE
os candid.ãtos à Fã"CUtdade de Enge-nhãria da UniVe;rsi- nhores Senadores:
l -Dados Pessoais e Documenta~io: dadede São Paulo- 1972/1974. Como Titulares: Carlos Chiarelli- Lourival Baptista.
l.l -Nome: Angelo Angelin · 5.4- .Mandato Legislativo: - Qeputado Estadual Como Suplentes: Albano Franco- Nivaldo Machado.
1.2- ·Filiação: -Salvador Angetin e Anna Capriolli pelo Estado de Rtmdófli.a;para o período de 1983/1986. -Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Ex.ce-
1.3 - Estado Civil: Casado_ . lência protestos de elevada estima e distinta conside-
1.4- Data .de nasciinentO: 21 de_ Janeiro de 1935 6 - Participações em Congressos, Comissões, Semi~ ração. - Carlos Chiarelli, Líder do PFL.
1.5- Nacionalidade: Brasileira nários; etc.
1.6- Local de Nascimento: Capivari {SP) 6.1 - Ecologia: Estado de Mato Grosso - 1983. .25 de abril de 1985
1. 7 - Sexo: Masculino · 6.2 -COngresso sobre Municipalização: Estado de Senhor Presidente:
1.8- Carteira de Identidade: n~' 92.585 SSPfRO São Paulo....:. 1983. Tendo em vista. a proporcionalidade partidãria, tenho
1.9- Titulo de Eleitor: n~'78.237- CircurisCdÇão doEs- __ 6.3 _,....Ecologia: Estado do. Pará - 1984. a ho.nra de comunicar a Vossa Excelência, para os devi-
tado de Rondônia, 2l!f."Seção", 2• Zona Eleitoral- Expe- 6.4.-Seminário Sobre Alternativas de Desenvolvi-- dos fins, que esta Liderança indicou para compor a Co-
dido em 1-8-78 rilenlCfXegiõrial: EStado de Rondônia- 1984. missão Parlamentar de Inquérito Qüe "investiga a crise
l.lO- Certificado do ServiÇo Militar: n~' 23.341 - 2• 6.:5- CQordenador da Área·· de ·.Educação, Sa6de, na Previdência Socfal brasileira", criada pela Resolução
RM 4• CR Cultura, -Esportes e Turismo: Comissão para elaboração nl' 99, de 1982, jã em fun"cionamento, .os seguintes Se-
1.11 -Carteira Profis~ional do TrabaJho. nl' 053Q26- do Plano Emergencial do· Governo, para o período 'de nhores Senadores; __
Série 158• 1985/!986. Como Titulares: J aison Barreto- ~ário Maia- Ro-
1.12- C!C: n' 044 260 968 - 04 berto Wypych.
2- Escolaridade: 7 - Atividades Politicas
Como Suplentes: Saldanha Derrl - Gastão Miiller.
2.1- Curso Primário: Grupo Escolar AuguS1o Casta- 7.1- Eleito .D@utado Estadual em 1982; pã.ra o -
Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Exte~
nho - Capivari (SP) mandato de !983/!986:
lência protestos. de elevada estima e distinta conside-
2.2- Curso Ginasial: Seminário Deoc.<!.Sano da Imacu- 7.2- Eleito li'-Vice-Presidente da Executiva do Dire-
ração. - Humberto Lu~na, Lider do PMDB.
lada Conceição - Piracicaba (SP) lóiiO Regional do. PMDB- ·1983/1985.
2.3- CursO Colegial: Seminário Deocesano da Imacu- 7.3- Membro Redator da. Comis~o Geral Consti-
lada CoOceição - Plracicaba _(_SP)
· 2.4- Cursos Superiores
tuinte_ par_a a Elaboraç_ão -ºaConstituição do Estado. O SR. PRESIDENTE (Martins Filho)- As comuni-
7.4- Membro da Comissão de Constituição e Justiça caçõeJ> ljdas Vão à publicação.
Filosofia: Seminário Metropolitano - Aparecida do da Assembléia Legislativa. Sobre a mesa, requerimento que vai ser lido pelo Sr.
Norte (SP) ~ ___7.5- Presidente· da Comissão de Educação _da As- !~'-Secretário.
'Teologia: Faculdade de Teologia Nossa Senhora da sembléia LegislatiVa do Estado.
Assunção, Pontifícia Un~versidade Católica de São Pau: 7.6 - Representante da Associação Parlamentar da É lido o seguinte
lo - Estado de São Paulo - Capital Defesa .dó Meio Ambiente.
Letras:_ Licenciatura Plena na Uitiversidade de· São 7.7......:. Membro da Comissão para a Elaboração de REQUERIMENTO N• 88, DE 1985
Paulo- USP Plano Emergencial do Governo 1985/86, na qualidade
Filosofia Pura: Faculdade de Filosofia Ciências e Le- Senhor Presidente:
de coordenador d_a _área de Educação, Sa6de, Cultura, Nos termos do disposto no Art. 171 do Regimento ln-
tras Nossa Senhora Medianeira (SP) Esporte e Turismo.
Pedagogia: Licenciatura Plena em Administração Es- terno do Senado Federal, requeremos que V. Ex• sub-
colar na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Nossa 8 - Declaração . meta à deliberação da Casa proposta para a criação de
Senhora Medianeira (SP) - Declaro que as informações contidas neste Corri~ Comissâci Parlamentar de Inquérito destinada a investi~
3- T'úulos Profissionais: culum vitae são verdadeiras. gar .a gestão das sociedades de economia mista nas quais
3.1 -Licenciado em Filosofia Pura: Faculdade de Filo- Porto Velho-·Ro, I~> de abril de 1985.- Angelo An- a União de"tenha maioria acionária, consubstanciada na
sofi"a, Ciências e Letras.. ..Nossa Senhora Medianeira (SP) gelin. · Resolução anexa, assinada por 24 Senadores.
- Registro nl' F 8800 - SP 1 Sala das Sessões, _18 de abril de"1985. -Severo Go-
3.2- Bacharel em Letras: Faculdade de Filosofia, Le- (À Comissão de Consti~ulção e Justiça.~ mes.
tras e Ciências Humanas na Universidade de São Paulo-
USP ·O SR. PRESIDENTE (Martins Filho) - O Expe- RESOÜJÇÃ.O N• , DE 1985
3.3- Licenciado em Letra~: Faculdade de Educação de diente lido_ v. ai à publicação.
São Paulo - USP - Registro..n~"_ F 8740 - SP 1 . Sob~e a me"sa, comunicações que ~erão lidas pel9 Sr. ()"ia Comissão Parlamentar de Inquérito destina~
3".4- Licenciado em Pedagogia: Faculdade de Filoso- 1~>-Secretádo. · da a Investigar a gestilo das sociedades de 'economia
fia, Ciê~i3Se Letra$, "Nossa Senhora Mediã.neira- SP mista nas quais a Uniio detenha maioria aclon.árla.
Registro nl' F 8801 -- SP 1 São lidas as seguintes
. Art. 111 f:.. criada, nos termos do art. 170, letra ••b",
4- CUrsos .de Especialização e Aperfeiçoamento: 25 de abril de 1985 do Regimento Interno, Comissão Parlamentar de In-
·Senhor Presidente: quérito destinada. a analisar a gestão das sociedades de
4.1 -Curso de Especialização em Língua Portugue~: Tendo em vista a proPorcioilalidade partidâria, tenho economia mista nas quais a União deteítha maioria
FaCuldade de Filosofia, CiênciaS e Letras Farias Brito a honra de comunicar a Vossa Excelência, para os devi- . acionãria.
(SP) dos fins, que esta Liderança deliberou indicar. para com- Parágrafo Único. Na anãlise de que trata este artigo
4.2 - Curso de Aperfeiçoamento sobre Literatura por a Comissão Parlamentar de Inquérito que '"investi- serão levados· em conta os métodos de formulação das
Brasileira ~contemporânea: Universidade de Mogi das ga a crise na Previdência Social brasileira", criada _pela políticas dess.as empresas e o processo de tomada de de-
Cruzes --Resolução n~" 99, de 1982, já em fundõnamento, os sC: CisõCs, para Verifica{ sua-adequaÇão ao int~esse p6~li-
5 - Experiência Profissional: · gui~tes Senhores Senadores: ·
Como Titulares: Odadr Soares.- Altevir Leal- Ju- Art. 2~> A COmissã,O Parlamentar de Inquérito a que
5.1 -Magistério: Profess~r: de Francês e Português tahy _Magalhães- Joio Castel!l. se refere o arligó- aritêii:or Serâ integrada de 09 (nOve)
no Colégio Estadua,l, "Cândide e So.uza (SP), 1968/1971 Como Suplentes: Gaivão Modesto- LomantoJúnior. membros e terá a duração de 180 (cento e oitenta) dias.
-Professor de Português no Colégio Liceu Pasteur- APrOveito a oportuOidadC para renoVàr à Vo~sa Exce- ·Art. 3~>· Esta Resolução entra em vigor na data de
.Rua Vergueiro, Vila Mariana (SP), 1971/1976 lê~cia ·protestos ~e elevada -~tima e distinta:.conside..: Sua publicação.
0836 Sábado 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abril de 1985

JustificaÇão § 29 Acompanharão o pedido de registro cópia do res outorgados Por procuração da diretoria ou associa:.. .
estatuto e declaração do número de associados, da res- do investido em representação prevista em lei.
Dentro de um sistema democrâtico de governo, ·a pectiva atividã.de ou profissão e da base territôi:iafda as- Art.' 523. PMa melhor proteção dos associados e da
Nação tem o dir.eito de conhecer e discutir todos os sociação. categoria representada, o sindicato poderá estabelecer
problemas que lhe interessem. § 39 As alterações do estatuto deverão ser comuni- delegacias e eleger ou designar representantes em âmbi-
Se reconhecemos a validade dessa premissa, teremos cadas à autoridades que fez o registro" no prazo de 30 to de empresa ou de subdivisão territorial.
de admitir, logicamente, que a Nação teríl o direito de- (trinta) dias. Parágrafo único. O número de representantes sindí~
conhecer e discutir as qUestões ligadas às empresas de § 49 A declaração do número de associados serã" C!\ÍS por emPresa será fixado em acordo ou convenção
sua propriedade. atualizada anualmente com o cômputo das baixas e das coletiva de trabalho.
Ao longo dos últimos anos, muitas companhias estaw novas filiações. Art. 524. ·Serão sempre tomadas por assembléia ge-
tais voltaramwse para projetas que; aparentemente, não Att. 513. Soniente as associações registradas na for- ral dos associados, na forma estatutária, as deliberações
guardam relação com os intere&Ses atuais ou futuros de ma do artigo anterior poderão ser reconhecidas como concernentes ao~ seguintes assuntos:
nOsso povo~ -embora possam oferecer maior rentabilÚia- sindicatos e investidas nas prerrog'ativas defiriidas no ar- a) eleição de associado para representação da respec-
de para grupos de aciol).istas, ou criar racilídadr!S p:if3. tigo 514. · tiva categoria, prevista em lei;
determinados empreendimentos privados, nacionais e Art. 514. São prerrogativas dos sindicatos; b) tomada e aprovação de contas da diretoria;
estrangeiros. _ a) reP[~entar,_perante ~s ~utoridad~s administrati- .c) aplicação do patrimôriío;.
Ainda hâ pouco surgii'anl-riOtícias SObre:·a risco de vas c judicíãrias, os interesseS gerais da respcctivS:- ca\e- - d) iUlga~ento dos atos da dirCtoria, relativos. a pena- ·
perda do contrQle acionârio da Vale do Rio Doce, e . goria ou pr9fissão liberal; . !idades impostas a associados;
sobre a compra de equipamentos, pela Eletrobrâs, em · b) celCbrar acOrdos- e convençÕes coletiv~ de traba- e) pronunciamento sobre relações ou dissidios- de tra-
condiÇões ruinõsas. A- ComiSSão Paria:meritãr de ln.. lho; balho.
quérito que requeremos servirá ao-esclareCimento.desses c) eleger ou designar os representantes da respectiva Parágrafo único. Os estatutos do sindicato fixarão
casos e será, também, um instrurriento para levar ao categoria ou profissão liberal; · obrigatoriamente o quorum para as votações.
povo informações corretas sobre a gestão 'de seu patri- d) impor contribuições a todos os que participam das .Art. 525. b. vedada a pessoas tisicas ou jurídicas es-
mônio. - - · categoria~ 9u profissões liberais representadas. q-anhas ao súidicato qualquer interferência na-sua admi-
Senado Federal, ---Severo Gpmes - nistração ou nos seus serviços.
SEÇÃO ·n Parágrafo único. Estão excluídos deSsa proibiÇão _os
Humberto Lucena José Ignácio Ferreira - Martins
-c

· Filho - Carlos Chiarelli - Guilherme Palmeira - Al- · empregados e demais pessoas ffsicas ou jurídicas que,
Do Reconhecimento e Investidura Sindicais
bano" Franco- Nivaldo MachaO.o- José Lins- Ene- mediante contrato, prestem serviços ao siiidic:ito.
as Faria --Henrique Santillo - Feiriándo Henrique Art515. As associações PrOiiSsioi-mis devem sati~fa­ Art. 526. Aplicam-se aos empregados dos sindica-
Cardoso - Mauro Borges -Itamar Franco- JoãO_ zer os seguiptes requisitos para serem "reconhecidas tos os preceitos das leis de p roteção do trabalho e de
Lobo- Cid Sampaio- Mário Maia- Hélio Gueirõs cqmo sl.ndicatos; · previdência social; bem como as disposições inStitu[das
--JoãO Calmon- Carlos Alberto- Virgilio Távora a) reunião de l/lO (um décimo) no -mínimo, de em- em favor da categoria sindicalizada nas decisões norma-
-Alberto Silv:a- Alcides Saldanha- Marcondes Ga- presas legalmente constituídas, sob a forma individual tivas, convenções e acordos coletiyos.
delha. ou de sociedade, se se tratar de associação de emprega- Art. 527. · Na sede de cada sindicato haverá um livro
dores; ou de 1/10 (um décimo) dos que integram ames- de registro do qual deverão constar:
O SR. PRESIDENTE (Passos-Pôrto)- O reqU:e!l- ma categoria- Ou exercem a mesma Profissão, se se ti-at3r a) tratan.do-sé de sindicato d,e empregadores, a firma,
mento lido será incluído, qportunamente, .em Ordem do de associação de empregados ou de. trabalhadores ou individual ou coletiva, ou denominação das empresas e
··Dia. agentes- autónomos -OU-de .profissiom!.is liberais; b)- d-u- sua_ sede,. c_om _a= _i_dentifiçação oomple_ta _dos__ respectiYo.s
--sObre a meSa;·projctOS-d~-Iel que serãO-iidOSP-éi0-S~-.- ração de três anos para o mandato da diretoria; sócios, ou, em se tratando de sociedades por ações, dos
.t9-Secretário. c) exercício do cargo de presidente e dos demais car- diretores, bem· como a identificação do sócio Ou diretor
gos. de administração e representação por brasileiros. que representa a empresa no sindicato;
São lidos os seguintes b) tratando-se de sindicato de empregados, ou de
Art. 516. Não será reconhecido ffiais de um sindica-
to representativo da mesma catego"ria econôrnica. ou agentes ou trabalhadores J.utônomos ou de profissiCinais
PROJETO DE LEI DO SENADO
profissional numa só base territorial. tiberais, além do"nome, idade, estado civil: naci~malida­
N"' 73, DE 1985 de, profissão ou fUnção e residência de cada associado, o
Parágrafo único, Os sindicatos poderão Ser munici-
pais, intermuriicipais, estaduais, interestaduais ou nacio- estabelecimeJ!tO o_~ lugar onde exerce a sua profisSãO Ou
Altera dispositivos da Consoliaçio das Leis do
- função, e o número e a série da respectiva Carteira de
Trabalho, aprova~a pelo Decreto-lei n"' 5.452, de J9 nais.
ArÍ. 518. Se mais de 'uma aSsociação reivindicar a Trabalho e Previdência Social.
de ma~o de 1945.
represe?tação sindical da mesma categoria. ou-profissão
-SEÇÃO IV
O -cong-resso Nacional deàeta: - liberal no mesmo território, será sempre reconhecida a
Art. 19 O Título V da Consolidação das Leis do associação mais representativa, pelo critério do número Das Eleições Sindicais
Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei n9 5.452, passa ·a de associados.
vigorar com as seguirites alterações: Art. 519. O pedido de reconheciÍnento serâ dirigido Art.529. São condições para o exercício do direito-
à Delegacia Regional do Trabalho. que o despach3:rá d.e voto e para a investidura em cargo de administração
"TITULO V com fundamento nos artigos 515.516 e 518 desta Lei. 011- representação. económica ou profissional:
Parágrafo único. em caso de indeferimento ou omis- a) ter o associado mais de 60 (sessellta) dias de ins-
Da OrganizaçãO Sindical
são do delegado regional, ao fim de 30 dias, cabe recurso crição~ no -qu-a'dro sociaL ,
CAPITULO I ao Ministro do Trabalho, que terão mesmo prazo para b) ser maior de 18 (dezoito) anos:
despachar sobre o pedido. § 19 t obrigatório aos associa_dos o voto nas
SEÇÃO I Ârt... 520. _ Reconhecida como sindicatollassocia"ção eleições sindicais; .
profissional, ser-lhe-á expedida carta de reconhecimen- § 29- Re"Iação -nominal d.C;s assoCiados aptos à votar,
Da Associação em Sindicato to. assinada pelo _delegado regional do trabalho, na qual com endereço residencial e do local de trabalho, será afi---
será especificada a representação econômica ou pi'ofis- xada na sede do sindicato 60 (sessenta) dias_anres dás
Art. 5 IJ. ~ livre a asSociação Para fins de _estudo,
--Sional conferida e a base territorial tespectiva. eleições para renovação da diretoria e do conselho fis-
defesa e coordenação de interesses ecoriômicos- Ou pro- cal. -
·-__--Parágrafo único. ___ Q_reconhecimeii.to investe a asso-
fissionais. _ ·
ciação nas prerrogativas d_o artigo_ 514. Art. 531. As eleições para -cargos de_diretoria e con-
Art. 512. Poderão registrar-se no MinistériO- do
selho. fiscal serãO realizadas por escrutfnio secrett> enfre
Trabalho todas as associações de empregadores, empre-
SEÇÃO III 90 (noventa) e 60 (sessenta) dias antes do término do
gados. agentes ou trabalhadores autônomos. ou Pr_ofis-
mandato dos dirigentes em exercício.-
sionais liberais orgariizadas por categoria"econ6rriiCa ou Da Administraçiio do Sindicato
profissional, nos termos do Capítulo II deste Título. § 19 A ~.!? âC organiza_r õ processo eleitoral, serâ es-
§ J9 O registro a qi.ie" se refere este ã."rfigo serâ· feito -=xrL szz::- Será "atribuiÇãO" excliis{Vã:didíretoria do colhida em assembléia" gerai, com pelo menos 30 (trintã)
nas Delegacias Regionais do Traballi()_ o_u n8s- repar- -Slridicatb a repres-entação da ~tidade pe_rante os Pod_e- díàs dC · aritecedênciã, uma comissão de associ8.dÕs -à
tições autorizadas em virtude de lei. - --- as
- -res j)UbHCOS-e empresas, saiVO-ffiãndatâfio cõin POde- qual inCUffib{râ, entre outras pfovidêRcias~ -definir o n-ú~
Abril de 1985 DIÃRLO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Sábado 27 0837

mero, a localização e a composição das mesas coletora_s SEÇÃO VI § 2"' Os bens imóveis das entidades sindicais não se~
e· a composição da mesa apuradora. Dos Direitos dos Exercentes de Átivldades ou rão alienados sem a prévia autorização das respectivas
§ 29 Na composição das mesas coletoras e da mesa Profissões e dos Sindicalizados assembléias gerais, reunidas com a presença da maioria
apuradora será assegurada obrigatoriamente a presença, absoluta dos associados com direito a voto ou dos con-
em igualdade çie condições, de representantes das cha· Art. 540. A toda empresa ou individuo que selhos de representantes com a maioria absoluta dos
pas concorrentes. exerçam, respectivamente, atividade ou profissão, assisw seus membros.
§ J9 Mesas coletoras rum;ionar3o durante_sei!i horas te o direito de ser admitido no sindicato da respectiva § 39'. -caso não seja obtido o quorum estabelecido no
contínuas, pelo menos, na sede do sindicato, na de suas categoda; salvo o .caso de faltã d~ idoneid3de, devida- parágrafo anterior, a matéria poderá ser decidida em
delegacias e nos principais locais de trabalho. me.nte comprovada. nova assembléia geral, reunida com qualquer número de
§ 49 Encerrado o período de votação, as urnas cole- § I~ Petderá os dlieitos ~de aSsociado o sindicalizado· associados com direito a voto, após o transcurso de 1O
toras e respectivas atas serão imediatamente enviadas a que por qualquer- mo.tivo deixar o exercício de atividade (dez) dias da primeira convocação.
uma mesa apuradora que se instalará concomitantemen- ou· de profissão. § 49' Da deliberação da assembléia geral, con<7rnen~
te, em assembléia geral pública e permanente, na sede do § 29 Os assOciados de ·sindicatos de empregados, te à alienação de bens imóveis, càberá recurso volun-
sindicato. Poderá ser designada mesa apuradora supleti- agentes ou trabalhadores autónomos e de profissõe·s li- târio, dentro do prazo de 30 (trinta dias), à Justiça· Co-
va sempre que as peculiaridades ou conveniências do · berais que forem aposentados, estiverem em desempre- mum Estadual, com efeito suspensivo.
.pleito a exigirem. go ou falta.de trabalho ou tiverem sido convocados para § Si> A venda do imóvel será e:fetuada pela diretoria
§ 59 Procedida a apuração, o presidente da mesa . prestação de serviço militar, não perderão os respectivos da entidade, após a decisão da assembléia geral ou do
proclamará os eleitos, na forma· dos estatutos. direitos sindicais e ficarão isentos de qualquer contri- conselho de representantr;s, mediante· concorrência
Art. 532. A posse dos candidatos eleitos será auto~ buição, não podendo, entretanto,. exercer e<irgo de ad- pú-blica, com edital publicado no Diáro Oflcfal da U ri ião
mática ao fim._ do mandato expirante. ministração sindical ou de represinfãção económica ou e na impr~nsa diâria, com antecedência mÚ1ima de 3Ó
§ 19 Caberâ à diretoria em exercício, .até o fim de profissional. (trinta) dias da data de sua realização.
seu mandato, comunicar ao órgão local do Ministêrio § 69 Os recursos destinados ao pagamento total ou
do Trabalho a relação dos eleitos, com os dados pes- Art. 542. De todo o ato lesivo de direitos ou con- parcelado dos bens imóveiS adquiridos serão consiina-
soais de cada um e a função que vai exercer, bem como a trário a esta lei ou' aos estatutos do sindicat9, emanado dos, obrigatoriamente, nos orçamentos anuais das enti-
eventual existência de ações judiciârias a respeito das da diretoria, do. conselho ou da assembléia, poderá qual- dades sindicais.
eleições. quer exercente de atividade ou profissão recorrer à Jus- § 79 Caberá à comiss~o eleitoral a que se refere o §
§ 2"' Ao assumir o cargo, o eleito prestará, por escri- tiÇ-a Comum Esúidiial no pi-azo- de 30 (trinta) dias. (9 do artigo 531 prover a diStribuição dos reCursos orça-
to, e solerlemente, o compromisso de respeitar no exercí- Art. 543. O empregado eleito pata o cargo de admi- mentários destinados ao financiamento da.campanha
cio do mandato a Constituíção, as leis vigentes e o esta- nistração sindical ou representação profissional, inclusi- das chapas concorrentes às eleições sindicais.
tuto da entidade. a
ve juiúo 01-@:ão de d~lib:eração coletiva, não poderá ser Art. 550. Os orçamentos das entidades sindicais se-
impedido do exercício de suas funções, nem transferido rão aprovãdos pelas respectivas assembléias gerais ou
SEÇÃO V paTa lugar ou mister que. lhe dificulte _ou torne impossí- conselho de representantes, até 30 dias antés do início
Das Associações Sindicais d.e Grau Superior vel, o deserilpenho das suas· atribuições sindicais. do exercício finariceiro a: qUe se referirem e conterão a
§ i"' O empregado perderâ o mandato se a transfe- discriminação da receita e da despesa.
Art. 533. _ t _liyre a associação de caráter inter- rência for por ele solicitada ou voluntariamente aceita. · § I"' Os orçanientos, após a aprovação prevista no
sindical para os fins mencionados no art. 5 i I. § 29 Considera-se de licença não remunerada, salvo presente artigo, serão publicados, em resumo, no prazo
Art. 534. Constituem associações sindicais de grau assentimento da empresa ou cláusula con~ratual, o tem- · de 30 (trin,ta) dias, contados da data cfa realização da
superior as-federações e confederações organizadas nos po em que o empregado se ausentar do trabalho no de- resPectiva Assembléia Geral ou da reunião do Conselho
termos desta lei. se.Õlpenho das funções a que se· refere este artigo. de Representantes, que os aprov9u, observada a seguin-
§ j9 -·:e: Vedada a dispensa do empreg.ado sindicaliza- te sistemática:
Art.535. .É facultado aos sindicatos, quando em nú- do, a partir do momento i:l.o registro de sua candidatura
mero não infeTior a cincÕ desde que representem a maio- a cargo de direção ou representà.Ção sindical, até 1 (um) . a) Diário Oficial da União- Seção I-· Parte II. os
ria absoluta de um grupo de atividades ou profissões ano após o final do seu mandato, caso seja eleitO", incÍu- orçamentos das confederações, federaÇões e sindicatos
idênticas, similares ou conexas, organzarem-se em fede- sive como suplente, salvo se cometer falta grave devida- de base' interestadUal ou nacional;
Fação. mente ãpurada rios termos desta Consolidação. b) no órgão da imprensa oficial do Estado ou Terri-
§ 49'. ConSidera-se cargo de direçãO ou representação tório ati járnal de gr ande circulação local os orçamen-
§ I"' As federações poderão ser estat;lis, interesta~ tos das federações estaduais e sindicatos distritais, muni-
duais ou nacionais. sindical aquele cujo exercício ou indicação decorre de
eleição prevista em lei. cipais, intêrriiunicipaiS e estaduais.
§ .2"" 1:: permitido a qualquer federação, Para o fim § 59' Para fins deste artigo, a entidade comunicará § 2"' As dotações orçamentáriaS que se apresenta-
. de lhes coordenar os interesses, agrupar os sindicatos de por escrito à empresa, dentro de 5 (cinco) dias, o dia e a rem insuficientes para o ã.tC:ndimento das despesas, ou
determinado municfpio ou região a ela filiados. hora do registro da candidatura de seu empregado e, em não incluídas nos orçàmeritos correntes, poderão ser
igual prazo, su.a eleição e posse, fornécendo, outrossim, ajustadas ao fluxo dos gastos, mediante a abertura de
a este,. comprovante no mesmo sentido. créditos adicionais solícitados pela Diretoria da entida-
Art. 537. O pedido de reconhecimento de uma. fede- § 6' A empresa que, por qualquer modo, procurar de, às respectivas Assembléias Gerais ou Conselhos de
ração ou confederação será. dirigido ao Ministro do Tra- impedir que o empregado se associe a sindicato, organi~ Representantes, cujos atas concessórios serão publica~
balho acompanhado de um' exemplar do respectivo esta- ze associação profissional ou sindical ·ou exerça os direi- dos até o último dia do exercício correspondente, obede~
tuto e de cópias das atas da assembléia de cada sindicato tos inerentes à condição de sindicalizado, fica. sujeita a cida a mesma sistemâtica prevista no parágrafo anterior.
ou federação que autorizar a ~liação. niulta adlninistra'tiva. de 2 (dois)' a 100 (cem) va~ores re- § 3' Os créditos adicionais classific:hn-se em:

§ 19' A organização ~as federações e confederações gionais de referência, dobrada na reincidência, sem pre- a)· suplementar, os destinados a reforçar dotações
obedecerá à exigência contida nas alíneas "b" e "c" do juízo da reparação a· que tiver direito o empregado. alocadas no orçam~to; e
artigo 515. b) especiais, os· ·des_tinados a incluir dotações no
§ 29 O Ministro do Trabalho despacharâ o pedido SEÇÃO VIl orçamento, a fim de fazer face às .despesas para as quais
de reconhecimento no prazo de 60-(sessenta) dias. Da Gestio Financeira do Sindicato e sua FisCalização· não se tenha consignado crédito específico.
§ 4"" A abertura dos créditos adicionais depende da
§ 3' Na carta de reconheCimento expedida pelo Mi- --- exi~têricia de receita para sua compensação,
nistro âo Ttãbaino-será-especific·ada:~r coor-de:nação·eco~­ -A~~--?4~·-· A.~~~-i-~~-~~~_si~~j~t_'?s! __fe<Je~!lç9~_e_c_o_n­
federações só poderá ter apHcação na forma prevista rios
considerando-se, par,a esse efeito. desde que não com,
nômica ou profissional conferidã. e a base territorial res- prometid.os:
respectivos orçamentos anuais, obedecidas as dispo-
peCtiva.
sições estabelecidas na lei e nos seus estatutos. a) . o superávit financeiro apurado em balanço do
Art. 53.8. A djretoria das federações e confede- § 1"" Para alienação, locação ou aquisição de bens ~ercício anterior;
rações será eleita por um conselho de representantes dos imóveis, ficam as entidades sindicais obrigadas a· reali- b) o excesso de arTecadação, assim eritendido o sal-
sindicatos ou federações filiados, composto e escolhido Zar avaliação pfêvia pela Caixa Econômica Federal ou do positivo da diferenÇa entre a ren4a prevista e a reaJi-
da forma que dispuzerem os estatutos da entidade de pelo Banco Nacional da Habitação ou, ainda, por qual~ ·zada, tendo-se em .conta, ainda, a tendência do exerci-
. grau superior. que~ outra: organização legalmente habilitada a tal fim. · cio; e
0838 Sábado 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçâo II) Abril de 1985

c) a resultante da anulação parcial' ou total de do- § l"' Os membros da CES serão assim designados~ nal qu~ se sustentem, para essas maiorias, sobre a base
tações alocaQas no orçaffiento ou de créditos adiciollais a) os representantes d.o Poder Executivo, pelo Minis- falsa de sindicatos_ privados de capacidade real de reivin-
· abertos no exercício4 tro do T(abalho'; dicação e atrelados ao Estado.
§ s~ Para efeito orçamentáiiO e contâbil sindical~ õ b) os representantes das categorias econômícas e pro- A luta dei PMDB em torno desses princípios é antiga,
exercício financeiro coiilcidirá com o ano .ciVil~ a ele per- fiSSionais, PelaS resJiect1Vãs confederações-. · vem do antigo MDB. e ganhou intensidade a partir de ·
tecendo todas as receitas arrecadadas e as despesas com- § 2"' Cada membro da CES terá Um supierite- deSig- 1978, quando o ressurgimento da mobilização sindical
promissadas. nado juntamente c_om o titular. deitou patente a falência do sistema de atrelamento le-
Art. 551. Todas as operações de ordem financeira e -§ 3"' O- mandato dos representantes das categorias gal implantado pela .ditadUra do Estado Novo, sob ins-
p'atrimop.ial serão evldl:nciadas peloS registras contábeiS econômicas e profissionais serâ de 2 (dois) anos, sem piração da •earta dei Lavoro' de Mussolini. Sensível aos
das entidades sindicais, executadoS -Sob a re-sponsabili- possibilidade de recondução. reclamos do sindicalismo combativo que despontava na
dade de profissiorial legalmente habilitado. · . § 49 Alêm das atribuições previstas nõs artiio:S 574 e grande São Paulo e nos principais Centros ·urbanos do
Parágrafo único._ As contas dos adininistradores das 575, caberá à CES resolver, com recurso para o Ministro País, o MDB, em 1979, formou uffia comissão parti-
entidades s~ndicais seião _ap'rãvadRS, pelas respectivas do Trabalho, todas as controvêrsias concernentes ao en- dária para estlidar a reformulação da legislação sindical
assembléias gerais Ó!.! conselhos de represeritantes, com quadramen.to sindical. e trabalhista. Como frutci do trabalho dessa comissão~
prévio parecer do conselho fiScal. § 5"' _.Para os fins do parágrafo anterior, a CES Pode- da. qual tive a honra d.e participar, ·foi apresentado na
rã dividir-se em turmas, m;mtida a mesma proporção de Câmara dos Deputados o Projeto de lei nQ 908/79.
representantes do Poder Executivo e das categorias eco- A proposta legislativa que ora se apresenta retoma o
SFÇÃO VIII nómicas e profissionais. · conteúdo daquele projeto, que na verdade se limitava a
Da Perda da Investidura Sindical § 69 As reuniões do plenO e das turmas da CES se- expurgar do Título V da Consolidação das Leis do Tra-
rão públicas, assegurada às partes interessadas apresen- balho as disposições mais flagrantemente autoritárias. E
Art. 555. _SujeTfa:Se à perda da investidura sindical tação de.defesa oral, a_través de procurador. busca avançar alguns passos no sentido da liberdade e
a entidade que deixar de satisfazer as condições estipula- § 7"' Os membros da CES perceberão gratificação ·de autonomia reivindicadas pelo movimento sindical e exi-
das no artigo 515 desta lei. .·
. preSehçã. estabelecida por decreto executivo. gidas._pela consciência democrática. ·
Parágrafo único. Caso deixe de ser satisfeito o re-
As mudanças aqui introduzidas ainda deixam em
quisito da alínea "a" do artigo 5!5, a perd,a da investi-
dura poderá ocorrer se esta fo'r r-eivindicada· por uffia as-
CAPITULO I!! a
aberto questões importantes. Contornam coiltrovêrsia
Da Contribuição Sindical existente no próprio movimento sindical a respeito d.J.s
sociação mais representativa da mesma- cate&Ofh.-
instituições do enquadramento (implicação inevitãvel da
Art. 556. A perda de investidura serã declarada
-unicidade estabelecida em lei) e da contribuição sindical.
pelo Ministro do Trabalho, cabendo recurso com. efeito SEÇÃO II
Da mesma forma, não enfrentam a questão da central
suspensivo ao. Poder Judiciário. Da Ap~icaç~o da Contribuição Sindical
sindical única, reivindicada por· amplos segmentos dos
Art. 557. A CaSsação da carta de reconhecimento da
Art. 592. A contribuição sindical, alêm das deSpe- trabalhadores. São temàs que devem amadurecer no de-
entidade sindical não importará no ca:ncelamen~o de seu
- sas vinculadas à sUa: arrecadação, recolhimento e ron- bate durante o período que nos separa da Assembléia
registro,.nem, conseqUentemente, a sua dissolução, que
se proecessará de acordo com as disposiçõeS ·da lei que trole, serâ aplicada pelos sindicatos, na confo~mida_de Nacional Constituinte, à qual caberá estabelecer em ter-
das finalidades estabelecidas no art. 5II e dos respecti- mos duradouros as bases legais da vida sindical no País.
regula a dissolução das associações civis.
vos-estatutos. Propo&ta de transição, portanto, nem por isto ela dei-
Parâgrafo único. Os sindicatos poderão destacar, xará. de resgatar uma parcela substancial do compromis-
CAPITULO II em seus orçamentos, atê 20% (vinte poi;. cento) dos re- so da Aliança Democrática com a classe trabalhador~. t
Do EnquadramCnto Sindical cursos da contribuição sindical para o custeio das suas hoi-a de dar-demonstrações inequívocas do alcance so~
atividades administrativas e do processo eleitOral, inclu- - Cial das propostas de mudança defendida pela nova
Art. 570. Os sindicatos constituir-se-ão por càie8o~ sive o custeio da campanha das chapas c-oncorrentes às maioria que se faz presente neste Congresso.
rias econômicas ou profissionais, de acordo com o qua- eleições sindicais. · No que diz respeito à legislação sindical, a abertura
dro de atividades e profissões a que se refere o artigo .democr-ática prometida hã de· começar necessariamente
577. SEÇÃO IV pela eliminação das verdã.deiras pêrolas de autoritaris-
§ ]'1 Denomina-se categoria econômica ao Conjunto Das Penalidades mo corporativista que pontilham o Título V da ClT.
dos empregadores de um mesmo, ramo de atividade ou Assim, propõe-se a reyogação dos artigos 514 e 521, que
de atividades similares ou conexas. Art. 598. Sem prejuízo da ação çriminal, serão apt_i- impõem aos sindicatos obrigações e proibições que, ou
§ 2"' Denomina-se categoria profissional ão conjun- cadas multas de 1/5 (um quinÍo) a 200 (duzentos) valo- são descabidas, ou devem ser estabelecidas e cobradas
to dos empregados de um mesmo ramo-de atividade ou . res regionais de referência, pelas infraçõ·es deste capltu~" pelas Próprias categorias-representadas. Do artigo 528,
de atividades similareS ou conexas. lo, impostas pelas Delegacias Regionais do Trabalho. que permite a intervenção, a qualquer pretexto, do Mi-
Parágrafo único. A gradação- de_ multa atendei-á à nistêrio d9 Trabalho nos sindicatos. Do artigo_ 530, que
§ 3'1 Atividades similares ou _conexas sãQ as que se
natureza da inf~aÇão e às condições sociais e econômicas bane da, vida sindical para sempre os dirigentes destitui-
acham nos limites de cada grupo constante do quadro
do infrator. . dos pelo Ministério do Trabalho. Do artigo 553, que
de atividades e profissões.
--Art. 2Q Ficam. revoiad~s ·os artigos 5i7;-52f; 528, ·permite ao Ministro e a seus delegados regionais suspen-
§ 41' Categoria prOfissional diferenciada -ê aquela
530,.553, 554, 558, 559 e- 566 âã ·consolidaçãO das Leis der e destituir diretorias eleitas c:: fCchar entidades. Do
que se:: distingue:: por força de_estatuto espCcial Ou de con- do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei n\" 5.452, de J9
dições de viüa singulares. · artigo 554, que prevê a nomeação de delegado do Minis-
de maio de 1945. têrio para dirigir entidade cuja diretoria tenha sido des-"
Art. 57 L Os síndicatos que se constituírem pqr ati- Art. J9 Esta Lei entra em vigor na data da sua
vidades sirllilares ou conexas, nos termos do§ 3~',do arti- tituída. Do artigo 559, que proíbe a sindicalização de
publicação. funcionários públicos. Suprimem-se tambêm o artigO
go 570, adotarãO denominação _em que fiquem, tanto
ArL 49 Revogam-se as disposições em contrário. 517, parcialmente incorpOrado aos de número 516 e 523,
quanto possível, explicitadas as atividades concentra-
das, de conformidade com o quadro das atividades e e o artigo 559, que permite ao Presidente da Repúbfica
Justifica~ão
profiSsões. - --- - ·- - _ estender a associações económicas ou profissionáis ·a
O pleno reconhecimento- da liberdade e autonomia prerrogativa de colaborar com os poderes públicos.
Art. 572. Qualquer das atividades ou profissões
concentradas na forma do artigo anterior poderá sindicais ·é um comprOmissO fundamenii:t.l d-a AlianÇa Á partir dessa lirripeZa de terreno, o projeto busca tor-
dissociar-se do silldicato ao qual estiver ligada, fofffiãn- Democrática. Ao inscrevê-lo entre seus-·Compromissos nar transparentes as regras de reconhecimento dos sindi-
do um sindicato especifico, desde que a nova entidade com a Nação', as lideranças do.PMDB e da Frente Libe- catos pelo poder público, fixandO _critériOs mínimos de
atenda aos requisitos de reconhecimento estabelecidos ral deram uma medida da conteporaneidade do pacto de representatividade e circunscrevendo, tanto quanto
nos actigos 515 e 518. transição-pOlítiCa que' levou Tancredo Neves à Presidên- possível, o arbítrio do Ministêrio do Trabalho. E elimi-
cia ~a República. SOciedade que s-e urbaniza e induStiiã:: na a ingerência indevida da autOridade administrativa
Art. 576. A ComisSãO -de Enquadramento Sindical' fiZa de maDeira irreversível,- apesar dos pesares da crise nos assuntos internoS das entidades sindicais, especial-
será constitufda por 15 (quinze) membros, sendo 3 (três) económica, o Brasil, ou antes, suas elites dirigentes não mente_ no que se refere às eleições e à adminístração fi-
representantes do Poder Executiv-o, 6 -(seis) repreSentan- podem mais conceber uma ordem democrática sem--a nãnceira. Quanto às entiâades sindicais de grau supe-
tes das categorias econômiCãs e 6 (seis) representantes partieipaçã() orgariü:3da das ·maiOriaS trabalhadoras e rior, emb~ra não se enfrente a questão da. central única,
das categorias profissionais. · assalariadas- E tião há formas de participação institucio- ê expressamente reconhecida a liberdade de associação
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) S~bado 27 0839

intersindical, criando um espaço institucional para as c) eleger ou designar os representantes da respectiva Art. 517. Os sindicatos poderão ser distritais, muni-
centrais existentes. E atfibui~se às próprias federações e categoria ou poofiss~o libeoal; cipais, intermunicipais, estaduais e interestaduais. Ex-
confederações, atravês .dos respectivos estatutos, a reguw d) c.olaborar com o Estado, como órgãos técnicos· e cepcionalmente, e atendendo às peculiaridades de deter-
lamentação do processo eleitoral com vistas à compo- c.;onsultivos, no estudo e solução dos problemas que se minadas categorias ou profissões, o M~inistro.do Traba-
sição de suas diretorias. Nesse ~spírito, transpos;.se·o ar- relacionam com a respectiva categoria Ol,! profissão libe-- lho poderã autorizar o reconhecimento de sindicatos na-
tigo 558, com nova redação, para o de número 512, ral; cionais.
renutnerando-se os artigos subseqUentes da Seção I do e) impor contribuições a todos aqueles que partici· § 19 O MinistrO do Trabalho outorgará e delimitará
Capítulo I; acrescentou-s.e o artigo 533 à Seçã:o V do pam das categorias econômicas ou profissionais ou das a base territorial do sindicato. § 29 Dentro da base terri-
Capítulo l, renumerando-se os subsecjüentes; e deu nova profissões liberais representadas. torial que nle for determinada é facultado ao.sindicato
redação. aos artigos 511, 513,514, 515, 516, 518, 519, Parágrafo único. Os' sindicatos de empregados terão, instiluir delegacias ou 1;eções para melhor proteção dos
520, 522,523,524, 525,526, 527,529,531,532,535,537, outrossim, a prei-fo&atíva de fundar e manter agências associados e da categoria econômica ou profissional li-
538, 540, 542,543,549, 550, 551, 555,556,557,570,571, de colocação.. beral representada. _
572, 576, 592 e 598.' Art. 514. São deveres dos sindicatos:... Art. 518. O pedido de reconhecimento será dii:-igido
Sala das Sessões, 26 de abril de 1985. - Fei'nando a) colaborar com os poderes públicos no desenvolvi- ao Ministro do Trabalho instruído com exemplar ou có-
Henrique Cardoso. _·menro· da solidariedade social; phi autenticada dos estatUtos da associação.
b) manter serviços de assistência judiciária para os § 19 Os estatutos deverão conter:
LEGISLAÇÃO CITADA
associados: a) a denominação e a sede da a-ssociação;
Decreto-lei n"' 5.452, de 1' de maio de 1943
c) promover a conciliação nos dissídios. de Traba- b) a cate&orla económica ou profissional ou a pro-
Consolidação das Leis do Trabalho
lho; fissão liberal cuj3. representação é requerida;
d) serritlre quê possíVe1 e de acordo Com as Suas poS- c) a afirmação de que à associaçiío agirá cOmo ór-
TITULO V - sibilidades, manter no seu quadro de pessoal, em convê- gão de colaboração com os poderes públicos e as demais
Da Organização Sindical nio com entidades assisteÍtciais ou por conta própria, associações no sentídO da solidariedade social e da su-
CAPITULO I um assistente social coin as. atribuições específicas de bordinação dos interesses económicos ou profissionais
Da Instituição Sindical promover a cooperação operacional na empresa e a inte- ao intere.sse nacional;
Seção I gração profissional na classe. d) as atribuições; õ ptocesso eleitoral e das Votações,
D!l associação em sindicato os casos de perda de mafldato e de Substituição dos ad-
-A alrnea "d" foi acrescida pela lei ~ 6.200, de 16 de abril de 1975
Art. 5 I 1. t: licita a associação para fins de estudo, {0.0. 17-4-1975). . ministradores;
defesa e co_ordenação dos seus interesses económicos ou e) o modo de conStituição e administração do patri-
Parãgrafo úniCQ, Os sindicatos de empregados krão, outrQssiiJl, o dever
profissionais de todos os que, como empregadores, em- de: · mónio social e o destino que lhe será dado no caso de
pregados, agentes ou trabalhadores autônomos, ou pro- dissolução;.
a) promover a fundaÇão de cooperatiVas de consu-
fissionais liberais, exerçam, respectivamente, a mesma f) as condições em que se dissolverá a associação.
- _·mo e de crédito;
atividade ou profissão ou ativi~ade oU profissões simila- § 29 O ProcesSo de reconhecimento será regulado
b) fundar e manter escolas de alfabetização e pré-
res ou conexas. em inStruções baixadas pelo Ministro do Trabalho.
vocacionais.
§ 1'1 A solidariedade de interesses económicos dos -V. Constituição Federal. art. 155, § 21', a e e (Redo~ilo da Emenda
- Qisj"'IÕc o art. !56 da ConsÚtuição Federal, tom u reduci'lo dada)lda
que empreendem atividades idênticaS, similares ou cone- Em.:n.da Constitucional n• li, de 1963: <:onstiwcio.n1;1l n' 11/78).
xas, constitui o vfnculo social básico que se denomina Art. 519. A investidura sindical será conferida sem-
..§ 2Y O EsLldo de sítio autoriza as seguintes 11edidas coercitivas:
· categoria económica. pre à associação profissional mais representativa, ajuízo
§ 2'1 A similitude de condições de vida oriunda da c). intervenção em entidades representativas de classes ou categorias do Ministro do Trabalho, constituindo eleD:J.entos Para
profissão ou trabalho em comum, em situação de em- proli.ssionaiS." · essa apreciação, entre outros:
. Prego na mesma atividade económica ou em iitividades a) o número de aSsociados;
económicas similares ou conexas, compõe a e;o;pressão SEÇÃO 11 b) os serviços sociais fundados e mantidos.;
social elementar compreendida cOmo categoria profis- Do rf!conhecimento e investidura sindical c) · o valor do património. .
sional. Art. 515. As associações profissionais deverão sa- Art. 52.0. Reconhecida como sindicato a assoCiação
§ 39 Categorià.' profisSional di(er!:.nciada é a que se tisfazer os seguintes requisitos par_a serem reConhecidas profissional, ser-lhe--ã expedida carta de reconhecimen-
forma dos empregados que exerçam profissões ciu_ como sindiCatos.: to, assinada pelo Ministro do Trabalho, na qual será es-
funções diferenciadas por força de estatuto profissional a) reunião de um teiço, no mínimo~ de empresas le- pecificada a representação económica ou ·profissional
especial ou em c-onseqüência de condições de via singu- galfueilte COnstituídas, sob a forma individual ou de so- conferida e mencionada a base territoria] outorgada.
lares. ciedade, se se; trat.a.r de associação de empregacfores; ou - Parâgrafo único. O reconhecimento investe a asso-
§ 49 Os litnites de identidade, similaridade ou cone- de um terço dos -que inte_gram a mesma categoria ou
ciação nas prerrogativas do art. 513 e a obriga aos deve-
xidade fixam as dimensões dentro das quais a categoria - exetçam a meSma profissão liberal, se se tratar de asso-
reS do art. 51.4, cujo inadimplemento a sujeitará às
económica· Ou profissional é homogênea e a associação é ciação de ~mpregados ou de trabalhadores ou· a&entes sanções desta lei.
natural. autônomos ou de profissão liberal;
Art. 521. São condições para o funcionamento do·
-V. Constituição Federa!, arts. 8'}, VI e 166. b) duraçãÕ de três anos para o mandato da direto- _ -sindicato:
- V. Convenção [nternaci.o.nal. do Trabalho n9 98. promulgada pdo ria: a) proibiçãO d~ qualquer propaganda de doutrinas
· Decreto n9 39.196, de 29 de junho de 1953, Telativa à aplicação dos
principios do direito de organização e de negociação coletiva c) ex.ercfcio do cargo de presidente e dos demais car- incompatíveis com as instituições e_ os ·interesses da
gos de administração e representação por brasileiros. Nação, bem como de candidaturas a cargos eletivos es,.
~ \ Pflrtoria n~ 3.337. de 8 de setembro de 19711, que veda u associação
de c.1r.íter intersindical (D.O. 14·9·1978). tranhos ao sindicato; ·
- RCdaçilo de acordo eom a Lei ni 6.192, de 19 de deze.mb.ro de 1974,
-que disp1ie sobre restrições a brasileiros naturalizados, e dá outras - Redaçiio da.da ·a "esta alínea pelo Decrete-lei n' 9.502, de 23 de julho
Art. 512. Somente as associações profissionais de 1946 (0.0.27~7-1946).--
providências (0.0. 20-12·1984}.
constituídas para Ós fins e na fornia do artigo anterior e b) proibiçãO de exercício de cargo eletivo comulati-
registradas de acordo com o artigo 558, poderão ser re- Parágrafo único. O Ministro do Trabalho poderâ, ex-
cepdonalrnente, reconhecer como sindicato ·a a~so­ vamente com o de emprego remunerado pelo sindicato
conhecidas com sindicatos e investidas· nas prerrogativas Qu por entidade sindical de grau superior;
definidas nesta lei. ciação cujo número de assoCiados seja inferior ao terço a
que se refere a alínea .. a". c) gratuidade do exercício dos cargos eletivos;
Art. 513. São prerrogativas dos sindicatos: d) proibiçãO de quaisquer atividades não compreen-
a) representar, perante as autoridades administrati- - Dispõe a Lei n9 6.815, de t 9 de agosto de 1980:
didas -nas finafidades mencionadas no art. 511, inclusive
vas e judiciárias, os interesses gerais da respectiVa cate-- ArL 105. 1:: vedado ao estrageiro: as de carã'ter político-partidãrias;
goria ou profissão liberal ou os interesses individuais e) proibição de cessão gratuita ou remunerada da
VU- PJrtidpar da administração ou representaçno de sindicato ou
dos associados relativos à atividade ou profissão exerci- associação profisltional, bem como de entidade 11sca1Uadora do e:ter<:[cio de respectiva sede a entidad~ de índole político-partidária.
da; Pt011-~são regulamentuda (D.O. 22-8-1980).
-As ~lfneas ..d .. e '"e" _foram acrescidas pelo Decreto-lei n' 9.502, de
b) celebrar convenções coletivas de trabalho; Art. 516. Não será reconhecido mais de um sindica..: 23-7-1946 (D.O. 27-7-1946).
- Redacão com fllnJi:lrn~;nt.~ no di~rHwono De<:teto-lei nt 229,de..28·2·
to representativo da mesma categoria ecónômica ou
1967, 4ue deu nova red~~ào ao Trtulv VI lDU~ C<>nvenç<ies coletivas de profissional, vu Profissão liberal, em uma dada base ter- Parágrafo únicO. QUando, paia o exercício de man,
trabalho). ritorial. dato, tiver o associado de. sindicato de empregados, de

-.
0840 Sábado 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abril de 1985

trabalhadores autónomos ou de profissionais-liberais, § 2~' Concomitantemente ao término do prazo esti- do de sociedade por ações, dos dirctores, bem como a
de se afastar do seu uabalho, poderá ser-lhe arbitrãdél- pulado para a votação, ínstalar-se~á, em assembléia elei· indicação desseS dados quaflto ao sócio ou diretor qÚe
peia assembléia gerai uma gratificação nunca excedente toral pública e permanente, na sede do sindicato, a mesa representar a empresa no sindicatO;
da importância de súa-remuneração na profissão resPec-- apuradora para a qual s_erão enviadas, imediatamente, - b) tratando-se de sindicato de empregados, ou de
tiva. pelos presidentes das mesas coletoras, as urnas .recepto- agentes ou trabalhadores ~utônomos ou de profissionais
SEÇÃO I!J ras e as atas respectivas. Será facultada a designação de liberais, alêm do nome, idade, estado civil, nacionalida~
Da. adminlstra~io do sindicato mesa apuradora supletiva sempre que as peculiaridades de, profissão ou função e residência de cada associado, o
ou conveniências do pleito a exigirem. estabelecimento ou lugar onde_ exerce a sua profissão ou
Art. 522. A--administração do sindicato será exerci- · § 111 A mesa apuradora será presidida por membro função, o número e a série da respectiva Carteira de Tra-
da por uma diretoria constituída, no máximo, de sete e. do Ministêrio P6blico do Trabalho, ou pessoa de no- balho e Previdência Social e o número da inscrição nO
no mínimo, -de três membros e de_ um conselho fiscal tória idoneidade, designada pelo Procurador-Geral da Instituto Nacional de Administração Financeira da Pre~
composto de três membros, eleitos esses órgãos pela as- Justiça do_ Trabalho ou procuradores regionais. vidência Social (lAPAS).
sembléia geral. -
§ 1' A di reteria elegerá, dentre os seus membros, o - R~ação dos§§ 2f e 3' daih ~M=l~ De~reto-lei n' 9.502, de 23·7·1946. -V. art.4~do RCPS.
presidente do sindicato. ·
-- § 49-- O pleito s6 será válido na hipótese de participa· Art. 528. Ocorrendo dissídio. ou circunstâncias que
. § 2~' A competência do ·conselho fiscal é limitada à
rem da votação mais de 2/3 (dois terços) dos associados perturbem o funcionamento de entidade sindical ou mo-
fiscalização da gestão financeira do sindiCato.
com càpacídade para votar. Não ob_tido esse coeficiente, tivos relevantes- de segurança nacional, O Ministro do
§ 3' Constituirã atribuição exclusiva da diretoria do
será realiz8da nova eleição dentro de 15 {quinze) dias a Trabalho poderá nela intervir, por intermédio de Dele-
sindicato e dos delegados sindicais a que se refere o 8.rt.
qual terá validade se nela tomarem parte mais de 50% gado ou de Junta lnterventora, com atribuições para
523; a representação e' a defesa dos interesses da elltida-
(cinquenta por cento) dos referidos associados. Na hipó- administrá-la e executar ou Propor as medidas neces-
de perante, os poderes p6blicos e as empresas, salvo
tese de não ter sido alcançado, ha segunda votação, o sárias para normalizar-lhe o funcionamento.
mandatârio ·com poderes outorgados por procuração da
coeficiente exigído, será realizado o terceiro_ e último
diretoria ou associado investido em representação pre- - Redaçílo deste artigo de acordo com o Decrcto·lr:i n~ 3, de 27 deja.nci-
pleito, cuja validade dependerá do voto de mais de 40%
vista em lei. · ro dt 1966 (DO 27·1·1966).
(quarenta por .cento) dos aludidos associados, procta~
-Este parágrafo Ío! acrescido pelo D~o-lcl n' 9.502, de 23 de julho SEÇÃO IV
de 1946. (D.O. 27-7-1946),
mando o presidente da mesa apuradora em qualquer
'dessas hipóieses os eleitos, -os quais serão empossados
Art. 523. Os deiesados sindicais destinados à di- automaticamente na data do término do mandato expi- Das eleições sindicais
reçã.o das delegacias ou seções instituídas na forma esta- rante. não tendo efeito suSpensivo os protestos ou recur·
belecida no § 21' do art. S17 serão designados p~la direto- Art. 529. . São condições para o exercício do direito
sos ofefecidos na conformidade da lei. do voto como para a investidura cm cargo de adminis-
ria dentre os associados radicados no território da cor-
respondente delegacia. tração ou representação econômica ou profissional: -
- Redaç!o deste parâarafo dnda pe.IR Lei nt 2,693, de 23·12-1955 (0.0
Art. 524. Serão sempre. tomadas por escrutínio sê- 29-12·l9SS). a) ter o associado mais de seis meses de iriscrição no
quadro social e mais de dois anos de exercício da ativida-
ereto, na forma estatutâria, as deliberações da assemble- _Não s_endo atingido o coeficiente legal para a
___ · §___ s~ de ou da profissão; ·
•ia geral concernentes aos seguintes à.ssuntos:
eleição, o Ministério do Trabalho declarará a vacância
- R(!{Üçào dada pela Lei nf2.693,de23 de dezembro de 1955(0.0. 29- da administração, a partir do término do mandato dos - Rcdação desta alfnea dRdll pelo Decreto-lei n' 8.080, de li de outubro
12-1955). ' membros em exercício, e designará administrador para de 1945 (DO 13-IO-J94S).

a) eleição de associado pfi!a representação da res- o sindicato, realizando-se povas eleições dentro de seis b) ser maior de 18 anos;
pectiva categoria, prCvista em lei; meses. c) estar no goi:o dos direitos sindicais.
h) tomada e aprovação de contas da diretoria; Parágrafo úniCo. S obrigatório aos associados o
c) aplicação do patrimôniO; - ~ dac:la pelo Deaeto-lel nt 9.502, de 22 de julho de 1946: voto nas eleições sindicais.
d) julgarnento dos atas da diretoria, relativos a Pe-
nalidades impostas a associados; · · Art. 5.25:- ~vedada a pessoas ffsícitS ou jurídicas, es- -Este parágrafo foi actescentado pelo Decreto-lei n~ 229, de 26·2·1967.
tranhas ao sindicato, qualquer interferência na sua ad- -V. COQdtulçlo Federal, art. 166, ~ 29.
- Redacio das alú:lta. "a", "b", ''c" e "d" dada pelo becreto-lei. ~ ministraÇão ou nos seus serviços. .re
-v. Lel nt 6.511, 19ft deumltro de J!n7, que~ INibn •oltrftato-
9.502, dt 23 de julho de' 1946 (0.0. 27-7-1946). ricdade do •oto us ~ dlldiW. '~ otJtru pl'IJ\'~ (DO 20.12·
·-'Rcdaçlo dada. pelo Decreto-lei III' 9.502, de 22 de julho de 1946. 1977).
e) pronunciamento sobre relações ou dis'sídioS de
trabalho. Neste·caso, as deliberações da assembléia ge- Parágrafo único. Estão exclufdos dessa proibição: · Art. 530. Não podem ser eleitos para cargos admi~
ral só serão consideradas válidas quando ela tiver sido a) os delegados do Ministério do Trabalho especial- nistrativos ou de representação cconômica ou profrssio-
especialmente convocada para esse fim, de acordo com mente designados pelo ministro ou poc quem o repre- nal, nem permanecer no exf:rcícío desses cargos:
as disposições dos estatutos da entidade sindical. O sente; l-os que não tiyerem,definitivamente aprovadas as
"quorum" para validade da assemblêia serâ de metade b) os que, como empregados, exerçam cargos 1;10 suas contas de exerc;ício em cargos de administraç~o;
mais um dos assoCiados quites; não obtidos esse ..quo- sindicato mediante autorização da assembléia geral. H- os que houverem lesado o patrimônio de qual-
rum'" em primeira convocação, reunir-se-á a asseiri.bléia quf!f entidade síndical;
Art. 526. Os empregados do sindicato serão nomea- III- os que não estiver-cm desde dois (2) anos antes,
em segunda convocação, com os presentes, dos pela diretoria respectiva ad- Í'eferendum da assemble-
considerando-se aprovadas as deliberações que obtive- pelo menos, no exercício efetivo da atividade ou da pro-
ia geral, não podendo recair tal nomeação nos que esti- fissão dentro da base territorial do sindicato, ou no de--
rem 2(3 (dois terços) dos votos. v'eremi nãs condições previstas nos itens II, IV, V, VI, sempenho de representação econômica ou profissional;
VII e VIII do artigo 530 e, na hipótese de o nomeado ha- IV- os que-tiverem sido condenados por crime dolo-
- R.;daçilo dada pela Lei n' 2.693, de_ 23 de dezembro de 1955.
-V-. súmu!a TST n' 177 e art. 859 desta CL't. - ver sido dirigente sindicaf, também· nas do item I do so enquanto persistirem os efeitos da pena;
-V, Lei n•4.330. de i' de junho de 1964, que regula o direito de greve mesmo artigo. V ~ os que não estiverem no gozo de seus direitos
(0,0. 3_-6-1964, retificada cm 15 c 18-6-J%4). politiCas;
-V. De<:tetc-lei. n• l.632, de 4 de agosto de 1978, que dispõe sobre a - Redação dada pelo Decreto-lei nt 92~. de 10 de outubro de 1969-
proibiç!io de gi'evc nos serviços pCiblic_os e cm atividades cuénciais de intc- · (0,0. 13-10-1969). . VI'- os que, p6blíca e ostensiVamente, por atas ou
rcsse da segunmça naclonal (D.O._ 4-8-1978). • palay!as, defendam os princípios ideológicos de partido
ParáifafO único. Aplicam-se aos empregados dos
político cujo registro tenha sido cassado. ou_ de asso-
§ 19 A eleição para cargos de diretoria e conselho sindicatos os preceitos das teis de proteção do trabalho e ciação ou-entidade de qualquer nature:ta cujas atividades
fiscal serã realizada por escrutfnio secreto, durante seis de previdênCia sOcial, excetuadO o direito 9e associação -tenham sido consideradas contrárias ao interesse nacio-·
horas contínuas pelo menos, na sede do sindicato, na de em sindicato. ·nal e cujo registro haja sido cancelado ou que tenha tido
suas delegacias e seções e nOs principã.is locais de traba- Art.· 527. Na sede de cada sindicato havetã um livro seu funcionamento suspenso por autoridade competente;
as
lho, onde funcionarão meSas coletoras designadas pc- de registro, autentiCado pelo funcionãrio competente do
los Delegados Regionais do Trabalho. MinistêriO do Trabalho. e do qual deverão constar: - Redaçio dada pelo Decreto-ltí n' 229. de 28·2-1967.
a) tratando-se de sindicato de empregadores, a fir-
- Redaçlio dada pelo Decre!o-lcl nf 9.502,. de 23_ dtjulho de 1946, com-
ma, individual ou coletiva, ou a denominação das em- vn- má conduta,. devidam~nte comprovada;
binado c:om a Lei n• 4.923, de 23 de_dezembro de 1965,
presas e sUa sede. nome, idade. estado civil, nacionalida- _ Aerescentado peJo D:l:crcto·lei n' 507, de !8 de ntll!'ÇO d~ 1969. (DO 19-
-V. art. 859 desta CLT.
-V. Jnstru~ TST n• I ~-prcjulgado S6). de e residência dos respectivos sócios, ou, em se tratan- 3-1969):
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçiio ll) Sábado 27 0841

VIII- os que tenham sido destitufdos de cargo1ldmi- SEÇÃo' V § [I' A organízuçã.o das federações e confederações
nistratlvo ou de repre.c:;entação sindical. obedecerá às exigências contidas nas aHnea$-_ "b" c::. ''c"
Das associações sindicais de do art. 515. ·
-Acrescentado pelo Decreto-lei n• 925, de lO de outubro de 1269 (DO grau superior § 29 A carta de reconhecimento das federações será
IJ-10-1969).
expedida pelo Mirilstro do Trabalho, na qual será especi-
Art. 533. Constituem associações síndicais de grau ficada a coordenação econômica ou profissional conferi-
-V, art. 185. da Constiruir;ilo Federal.
superior as federações e confederações organizadas nos da e mencionada a base territorial outorgada.
Art. 531. Nas eleições para cargo de diretoria e do termos desta lei. § 39 O reconhecimento das confederações·será feito
conselho fiscal serão considerados eleitos os candidatos Art. 534. É: facultad_o aos sindicatos, quando em nú- por decreto do Presidente da. República.
que obtiverem maioria absoluta de votos em relação aO mero não inferior a 5 (cinco), desde que representem a ArL 538~ A adminjstr_ação das federações e confede--
total dos associados eleitores. maioria absoluta de um grupo de atividades ou de profis- rações será exercida peJos seguintes órgãos:
§ ]'i' Não Concorrendo à primeira convocação maio- sões idêrlticas, similares ou conexas, organizarem-se em a) Diretoria;
ria absoluta de eleitores, ou não obtendo nenhum dos federação, b) C~nselho de Representantes;
candidatos essa maioria, proceder-se-â a nova convo- · § J9 Se já existir federação no grupo de atividades ou
c) ConSelho Fiscal.
cação para dia posterior, sendo então considerados elei- profissões em que deva ser constituída a nova entjdade, a
§ )9 A di'retoria será constít~ida, no mínimo, de 3
to_s os candidatos que obtivere~ 11_1aioria dos eleitores criação desta não poderá reduzir a menos de 5 {cinco) o_ (três) membros e de 3 (três) membros se comporá o Con-
presentes. número de sindicatos que àquela devam continuar filia-· selho Fiscal, os quais serão eleitos peló Conselho de Re-
§ 29 Havendo somente uma chaPa registrada para as dos. prese~tantes coin mandato por 3 (três) anos. '
eleições, poderã ·a assembléia, em última convocação, ser § 29 As federações serão constitUídas por Estados, ·
§ 29 Só poderão ~ei' eleitos os integrantes-dos grupos
realizada duas horas após a primeira Convocação, desde podendo o Ministro do Trabalho autorizar a con~ti­ das· federações ou_d_os planos das confederações, respec-
que do edital respectivo conste essa advertência. tufção de federações interestaduais ou nac\onais. tivamente.
§ 39 Concorrendo mais de uma chapa, poderã o Mi- § 39 t pennitido a qualquer federação, para o fim de
§ 311 O presidente da federação ou confederação serã ·
nistério do Trabalho designar o presidente da seção elei- lhes c_oordenar os inte~:esses, agrupar os sindicatos de de- escolhido dentre os seus membros, pela diretoria.
toral, desde que o requeiram os associados que enca- terminado município ou região a ela filiados, tnas a § 41' O Conselho de Representantes será formado pe-
beçarem as respectivas chapas. União não terá direito de representação das atividades las delegações dos sindicatos ou daS federações filiadas,
ou profis.sões agrupadas. constituída cada delegação de 2 (dois) membros com
-V.§ 4~ do art. 524 desta CLT, com a rcdaçlo que lhe deu a Lei n• :.__A Lei n• 3.265, de 22 de setembro de 1957, deu nova rcdação ao art. mandato por 3 (três) anos, cabendo um voto a cada dele-
2.693, de 23-12-1965. SJ·:i."C-irmoduZiu mais um parâgrafo, que ficou sendo o l ~.passando os ante- gação.
· - Rcdação de acordo com o Decreto-lei n~ 8,080, de li de ou\ubro de riores §§ l? c 2t a 29 c 3t (DO 24·9-1957)
1945 (DO 13-10.!945), § 59 A competência do Conselho Fiscal é limitada à
Art. 535. As confederações organízarRse-ão com_ o fisCalização da gestão financeira.
§ 41' O Ministro do_ Trabalho expedirá instruções re- mínimo de três federações e terão sede na Capital da Re-
- Redução deste urtigo dadu pelu Lei nt 2,.693, de 23· l2·19SS (DO 29-12-
gulando o processo das eleições. · pública-. 1955), com exceÇiodos§§ J9e4~, que têm sua redação dada pelo Decreto-lei
§ 111 As confederações formadas por federações de nu 771, de 19 de agosto de l969_(DO 20.8-1969).
-O processo d~s clcicõC$ sindlcai5 t r<lgulado pela Portaria n~ 3.437, de- siil-dicatos de empregadores denominar-se-ão: Confede-
20 de dezembro de 1974 (DO 27·12·1974), ração Nacional da Indústria, Confl"de_ração Nacional do Art. 539. Para a_constituição e administração das fe--
Comêrcio, Confederação Nacional de Transportes Marí- . deraÇões Seràõ observadas, no que for aplicãvel, as dis-
Art. 532. As eleições para a renovação da diretoriae
timos, Fluviai$- e AéreOs, Confederação Nacional de posições d<is ~eções II e III do presente Capítulo
do conselho fiscal deverão ser procedidas dentro do pra-
Transportes Terrestres, Confederação Nacional de CoR
zo máximo de sessenta dias e mínimo de trinta dias, an~ SEÇÃO VI
munícaÇões e Publicidade, Confederação Nacional das
tes do término do mandatO dos diriS:entes em exercício.
Empresas de Crédito e Confederação Nacional de Edu- Dos direitos dos exercentes de
· § 111 Não havendo protesto na ata da assembléia elei-
cação_ e C_ultura. atividades ou
toral ou recurso interposto por algum dos candidatos,
§ 29 AS confederaÇões formada~ por federações de profissões e dos sindicalizados
dentro de quinze dias a contar da data das eleições, a
si~dicatos de empregados terão a _denominação de: Con-
posse ·da diretori'a eleita independerá da aprovação das Art. 540. A_ toda _empresa ou indivíduo que
federação Nacional dos Trabalhadores na Indústria,
eleições pelo Ministério do Trabalho. exerçam; respectivamente, atividade ou profissão, desde
Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comér-
§ 29 Competirá à diretoria- em- eX:Ci-cício, dentro de
cio, Confeder.ação Nac~onal dos Trabalhaô.ores em que satisfaçam as exigê~cias desta lei,, assiste o direito_ de
trinta dias da realização das eleições e não tendo havido ser admiÜdo no sindiéato da respectiva categoria, salvo o
Transportes Marítimos, Fluviais e Aéreos, Confede·
recurso, dar publicid.ade a'o resultado do pleito, fazendo caso· de falta de idoneidade, devidamenle comprovada,
ração Nacional dos Trabal.hadores em Transportes Ter·
comunicação ao órgão local do Ministério do Trabalho, com recurso para o Ministêrio do Tr!ibalho.
restres, Confederação Nacional dos Trabalhadores em
da relação dos eleitos, com os dados pessoais de cada um
Comunicações e Publicidade,. Confederação Nacional § )9 Perderá os direitos de associado o sindicalizado
e a designação da função que vai exercer.
dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito e Confede-- que por qualquer motivo deixar o exercício de atividade
§ 39 Havendo protesto na ata da assembléia eleitoral
ração Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos ou de profissão.
ou recurso interposto d~ntro de quinze dias da realização
das eleições, competirá à diretoria em eXêi-CfciO encanii- de Educação e Cultura. § 29 Os associados de sindicatos de empregados,
§ 39 DenominarR*á Confederação Nacional d~s agentes ou trabalhadores autónomos e de profissões libe-
nhar, devidamente instrUído, o processo eleitoral ao ór-
Profissões L(bêrais a reunião' das respectivas federações. ·rais que· forem aposentados, estiverem em desemprego
gão local do Ministério do Trabalho, que o ~ncaminharã
§ 49 As associações sindicais de;_ grau superior da ou~ falta de 'trabalho ou tiverem sido convocados para
para decisão do Ministro de Estado. Nesta hipótese per-
Agricultura e Pecuária serão organizadas na conformi- prestãÇão de serviço militar, não perderão os respectivos
manecerão na administração, at6 despacho final do pro-
dade do que dispuser a lei que regular a sindicalização direitos sindicais e ficarão isentos de qualquer contri-
cesso, a diretoria e o cOnselho fiscal que se encontrarem
dessas atividades ou profissões. · buição; não podendo, entretanto, exercer cargo de admi-
em exercício.
-v. Portaria nt 3.337, de 8 de setembro de 1978, que veda a associação nistraÇão sindical ou de representação econômica ou
§ 49 Não se verificando as hipóteses previstas no pa-
de carâter intersindical (DO 14·9·1978): profissional.
. rágrafo anteri"or, a posse da nova diretOria deverá se veri-
Art. 54 L Os que exercerem determinada atiVidade
ficar dentro de trinta dias subseQUCntes ao_ término do Art. -536, Revogado PelO Decreto~ lei ri9 229, de 28-2-
mandato da !}nterior. ou profissã~- oilde não haja sindicato da respectiva cate-
1967 DO 28-2-1967), goria,- ou de atividade ou profissão similar ou conexa,
- Redaçlio deste artigo dada pelo Decreto-lei nt 8.080, de 11-10·1945 ..-V. Decreto-lei n" 1.166, de 15 de abril de 1971, que dispõC sobre o en· poderão filiar-se a sindicato de profissão idêntica, simi-
(DD IJ.I0-1945). quadra111cn1o e contribuiçã_o sindica] rural (DO 16-4-1971~. . lar ou conexa, exiStente na localidade mais próxima.
- A Portaria 'n9 7 I, de 2 de fevereiro de 1_965, crlou n Confederação Na-
Púágrafo único. O disposto neste artigo se aplica aoS
-A compctO:ncia para dccislio é do Delcaado Regional ~o Trabalh9,
· conforme disposto no a'rt. 24 do Decreto n~ 8l.(i§3~ de 16 de maio de 19"78 cional da Agricultura c a Conf~dcração Nacional dos Trabalhadores na sindicatos em relação às _respectivas federações, na con-
(DO 17-5-1978), De sua dedsllo cabe recurso para a Secretaria de Relações AgriCultura - e
"formidade do -quadro "de ati vidades pi-ofissões a que se
do Trabalho. - -Aplicáveis ao trabalhador rural os art5. 511 a5JS (Lein• S.889,de8·6- refere o art. 517'
1973 c Decreto n9 73.626, de 12-2-1974).
Art. 542L De todo O ato lesivO de direitos ou con-
§ 59 Ao assumir o cargo, o eleito prestará, por escri~ trários a esta lei, emanado da diretoria, do conselho ou
ArL537 ·- _O pedido de reconhecimento de uma fede--
to e solenemente, o compromisso de respeitar, no exercf· ração seiá dirigido ao Ministro do Ti-abalho acompa- da assembléia geral de entidade sindical, poderá qual-
cio do mandato, a Constituição, as leis vigentes e os está· nhado de um exemplar dos respectivos estatUtos e das querex!;fCente de at1v1dade ou profissão recorrer, dentro
tutos da entidade. de 30 dias, para a autoridade competente do Minist~rio
cópias autenticad~s das atas-da assembléia de cada sindiR
-Este parágrafo foi acrescentado pelo Dcaelo-lei n~ 229, de 28·2-1967. cato ou federação que autoriza a filiação. do Trabalho.
0842 Sábado 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçãoll) Abril d~ 1985

~rt. 543. O empregado eleito para o cargo _de adrni~ VIII- para admissão nos serviços portuários e ane- f 29 Os_ bens imóv~is dãs -entidades siri.diCais não s!-
nistraçã<;> sindical ou representação profissional, -inclusi· xos, na forma da legislação específica; rão aiÚmados sem a prévia autQl"ização das respectivas
ve junto a órgãO de deliberação coletiva, não poderá ser IX -na concessão de bolsas de estudos para si ou assemblêias gerais, reunidas com a p'resença da maioria
impedido do exercício de suas funções, nem transferido par~ seus filhos, obedecida a legislação que regule a ma- absoluta dos associados com direito a voto ou çlos Con-
para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossível- têria. selhos de_ Representantes com a maioria absoluta dos
o desempenho das suas atribuições sindicaiS. · seus membros. ·
- Redaçlo dada pelo Decreto-lei n9 229, de 28-2-f967.
§ }'i' O empregado perderá o mandato se a transfe. § 39 Qtso não seja obtido o quOrum estabelecido no
rênci?- for por ele solicitada ou ~oluntariamente aceita. V. Art. 25 da Lei n~ S.\07, de 13·9·1966. que cria o Fundo de Garantia do parágrafo anterior, a matéria poderá ser decidida em
Tempo de Serviço c dâ outras providêncil!ll (DO 14:·9-1966). nova assemblêia geral, reunida com qualquer número de
§ 2"' Considera-se de licença não remunera-da, salvo
assentimento da effipresa ou cláusula contratu-al, o tem- Art. 545-. Os empregadores ficam obriga-dos a desM a~sociados com direito a voto, após o transcurso de lO
po em que o empregado se ausentar do trabalho no de- contar na folha de pagamento dos seus_empregados, des- (dez) dias da primeira convocação.
sempenho das funções a que se refere este artigo. de que por eles devidamente autorizados, as contri- § 49 Nas hipóteses previstas nos §§ 2'1 e 311 a decisão
§ 3~' É vedada a dispensa do empregado sindicaliza- buições devidas ao sindicato, quando por este notifica- sornente terá validade se adotada pelo mínimo de 2/3
do, a partir do momento do registro de sua candidatura dos, salvo quanto à contribuição sindical, cujo desconto (dois terços) dos presentes, em escrutínio secreto.
a cargo de direção ou representação sindical, até l(um) independe dessas formalidades. § 59 Da deliberação da assemblêia geral, concernen-
ano após o final do seu mandato, caso seja eleito, inclusi~ Parágrafo ónico. O recolhimento à entidade sindical te à alienação de bens imóveis, caberá recurso volun-
ve como suplente, salvo se cometer falta grave devida~ beneficiária do importe descontado deverá ser feito atê o tário, dentro do prazo de 15 (quinze) dias ao Ministêrio
m7nte apurada nos termos desta Consolidação. 109 (décimo) dia subseqUente ao do desconto, sob pena do Trabalho, com efeito suspensivo,
de juros de mora no valor de IO%(dez por cento) sobre o § 6'1 A venda do imóvel será efetuada pela diretoria
- Redação deste§ dada pela Lei nt 5.911, de 27 de agosto de 1973 (D Ô
29-8·1973). montante retido, sem prejuizo da multa prevista no art. da entidade, após a decisão da Assembléia Geral ou do
553 e das cominações penais relativas à apropriação in- Conselho de Representantes, mediante concOrrêilcia
· S 49 Considera-se cargo de direção ou representação débita. pllblica, com edital publicado no Diário ÜticaJ da: Uniio
siD.dical aquele cujo exercício ou indicação decorre de e na imprensa diária; com antecedência miniina de 30
eleição prevista em lei, equiparandq-se-lhe o decorrente - Rcdaçã:o dada pelo Decreto-lei n• 925, de 10 de outubro de 1969 (DO (trinta) dias da data de sua realização.
13-10-1969). § 79 Os re:curso~ destinadçs ao pagamento total ou
da designação pelo Ministério do Trabalho, no caso do
parâgrafo 5'1_ do art. 524 e no irt. 528 desta Consoli- . Art ..546. As empresas sindicalizadas ê assegurada parcelado dos bens imóveis adquiridos serão' consigna-
dação. preferência, em igualdade de condições, nas concorrên- dos, obrigatoriamente, nos orçamentos anuais das enti-
§ 59 Para os fins deste artigo, a entidade sindical co- cias'pa.ra exploração de serviços públicos, bem como nas dades Sindicais.
municarâ por escrito à empresa, dentro de 24 (vinte e c~~corrências para fornecimento às repartições federais, - Redaçilo do artigo dada pela Lei n' 6,313"6, de 9 de deumbro de 1976
quatro) horas, o dia e a hora do registro da candidatura estaduais e municipais e às entidades paraestatais. · (Do 10-12-1976).
do seu empregado e, em igual prazo, sua eleição e posse, Art. 54 7, h exigida a qualidade de sindicalizado
fornecendo, 'OUtrossim, a este, comprovante: no meSmo ArL 550. Os orçarrientoS das entidadeS sindicais se-
para o exercício de qualquer funçãO representativa de ca-
rão aprovados, em escrutínio secreto, pelas respectivas
sentido. O Ministêrio do Trabalho fará no mesmo prazo teg~xia ecofléimica ou profissional, efn órg-ão oficial de
a comunicação no caso da designação referida no final - Assemblêias Gerais ou Conselho de Representantes, até
deliberação coletiva, bem como para o gozo de favores
do§ 4'. ou isenções tributárias, salvo em se tratando dC ativida-
30 (trinta) dias antes do início do exercício financeiro a
§ 69 A empresa que, por qualquer modo, procurar que se referem, e conterão a discriminação da receita e
dCs não económicas.
impedir que o empregado se associe a sindicato, organiZe da despesa, na forma-das instruções e modelos expedidos
Parâgrafo ónico. Antes da posse ou exercício das
associação profissional ou sindiCal Ou exeiça os direitos pelo Ministério do Trabalho.
funções a que alude o artigo anterior ou de concessão
à ~ondição de_ sindicalizado, fica sujeita: a· pen3.1ídade···· dos favores, será indispensável comprovar a sindicali- § 19. oS orçamentos, apÓs a aprovação prevista no
prevista na letr1,1, ..a" do artigo 553, sem prejuízo da repa- zação, ou oferecer prova mediante certidão negativa, da presente artigo, serão publicados, em resumo, no prazo
ração a que tiver direito o empregado. autoridade regional do Ministério do Trabalho, de qUe de 10__(trinta) dias, contados da data da: realiZação dares-
não ex1ste sindicato no local onde o interessado exerce a pectiva Assemblêia Geral ou da reunião do Conselho de
-Redação dada pelo Decreto-lei n' 229, de 28-2-1967. respectiva atívidade ou profissão. Representantes, que os aprovou, observada a seguinte
-Decreto-lei n• 9.675, de 29 de agosto de 1946: sistemática:
~ Redaçilo com fundamento na Lei_nt4.923, de 23·12-1965 (DO 29-12· a) no Diário Oficial da União- Seção I - Parte II, os
1965). orçamentos das confederações, federações e sindicatos
Art. 3' A aceitação de cargo de presidente, secretário ou'tesourclro em
~V. Parecer Normativo TST n9 80, de 15 de sCtcmbrode l97g, quecon·
de base interestadual ou nacional;
diretoria sindicato ou de entidade sindical de grau $Uperior importa na abri· b) no órgão de imprensa ofical do Estado ou Terri-
gaçilo de residir na localidade onde o mesmo estiver sediado (DO 31-8· sidera tacitamente derrogado este artigo na parte que c:::stabelecc: limitações
\946).
_l_lo_g_Ol:o de lsençd~ tributárias (DO 25-9-1978). tório ou jornal de grande circulação local, os orçamentos
das federações estaduais e ·sindicatos distritais. munici-
Art. 544. É livre a associação_ profissiOnal ou sindi- SEÇÃO VII pais, interffiunicipais e eStaduais.
cal, mas ao empregado sindicalizado é assegurado, em Da gestio flpanceira do sindicato e sua flscalizaçio § 29 As dotações orçamentárias que se apresentarem
igualdade de condições, prefêrência: - · insuficientes para Ó atendimento das despesas, ou não in-
I - pa~a a admissão nos trabalhos de empr(:sa que ex- Art .. 548. ConstitUem o patdinôniq d~s associações cluídas nos orçamentos correntes, poderão ser ajustadas
plore serviços públicos ou mantenha contrato coin os ~n dicâls: -- ·
ao fluxo dos gastos, mediante a abertura de crêditos adi-
poderes públicos; a) as contribuições ~evidas aos sin~c.atos pelos qu~
cionais solicitados pela Diretoria da entidade às respecti-
11- para ingresso ém funções públicas ou assemelha-- Participem das categorias económicas ou pr-ofissionais vas: Assemblêias Gerãis ou Conselhos de Representantes,
das, em caso de cassação coletiva de trabalho por motivo ou das profissões liberais representadas pelas referidas
cujos a tos concessôriOs serão publicados até o último dia
de fechamento de estabelecimento; entidades, sob a denominação de contribuição sindical,
do exercício correspondente, obedecida a mesma siste-
III- nas concorrências para aquisição de-- ca:sa pró· pagàs e arreCadada& na forma do Capítulo III deste Títu-
mática prevista no parâgrafo -anterior.
pria, pelo Plano Nacional de Habilitação ou por inter- lo;
mêdio de quaisquer instituições públicas; b) as contribuições dos associados, na forma estabele- § 39 Os Crêditos adiCionais classificam-se em:
IV- nos loteamentos urbanos ou rurais, promovidos cida nos estatutos ou pelas assemblêias gerais; a) suplementares, os destinados a reforçar dotações
pela União, por seus órgãos de administração direta ou e) os bens e valores adquiridos e as rendas produzidas alocadas no orçamento; e
indire~a ou sociedade de economia mista; pelos mesmos; b) especiais, os destinados a incluir dotações no orça~
V- na locação ou compra de imóveis, de proprieda- d) as doações e legados; menta~ a fim de fazer face às despesas para as quais não
de de pessoa de direito_ público ou sociedade de econo- e) as multas .e outras rendas eventuais. se tenha consignado crédito especifico.
mia mista; quando sob ação de despejo em tramitação_ Art. 549. A :r:_eceita dos sindic~tos, federações e con- § 49 A abertura dos créditos adicionais depende da
judicial; federações só poderá ter aplicação na forma prevista nos existência d~ receita para sua compensação,
VI- na concessão de empréstimo Simples coricedidos respectivos orçamentos anuais, obedecidas as dispo- considerando-se, para esse efeito,· desde que não com-
pelas agências financeiras do governo ou a ele vincula- sições estabeleci~s na lei e nos seus estatutos. prometidos:
das; § !9 Par-a <ilíenação, locação ou aquisição--de bens a) o superávit financeiro apurado em balanço do
VII -,na aquisição de automóveis, outros veículos e imóveis, ficam as entidades sindicaiS obrigadas a realizar exercício anterior;
instrumentos relativos ao exercfcio da profissão, quandÕ- avaliação prévi.i pela Caixa Econômica Federal ou pelo b) o excesso de arrecadação, assim entendido o saldo
financiados pelas autarquias, ~ociedades de economia ou Banco Nacional da Habitação ou; ainda, por qualquer positivo da diferença entre a renda prevista e a realizada,
agências financeiras do Governo; outra organização legalmente habilitada a tal fim. tendo-se em conta, ainda, a tendência do exercício; e
Abril de 1985 Dl.ÁRJO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Sábado 27 0843

c) a resultante da anulação parcial ou total de do- SEÇÃO VIII § I11 Quando se _tratar de associações de grau supe-
tações alocadas no orçamento ou de créditos adiCional~ _ Das Penalidades rior, as penalidades serão impostas pelo Ministr-o de Es-
abc~tos no exercício. tado, salvo se a pena for da cassação da carta de reco-
Art. 553._ Às infraçõe.s ao_-disposto neste Capítulo se- nhecimentO de -confederação, caso em qUe a pena será
§ 59 Para efeito orçamentário e contábil sindical, o rão punidas com as seguintes penalidades:. imposta pelo Presidente da República.
exercício 'financeiro coincidirá com o ano civil,.a ele per-. a) mUlta de.: (dOiS) a fOO (cem) Vaiàres-de-Feferência, § 29 Nenhuma pena será imposta: sem que seja asse-
tencendo todas as receitas arrecadadas e as despesas dobrada na reincidência; gurada defesa ao acusado.
com p(-Om iss~das~
- Redaçào do artigo dada pela Lei n• 6.386, de 9 de dezembro de 1976 -V. Lei nY 6.205, de 29 de: abril de 1975, que dispõe sobre novos vaiOI."CS SEÇÃO IX
de penalid3d~. R!i:J;ulamentada pelo Decreto n• 75.704, de ·8 de mãio de
(D.O. \0-12-1976). - Disposições gerais
1975.
Art. 551. Todas as operações de ordem financeira e Art. 558. São obrigadas ao registro todas as assp-
patrimoníal Serào evidenciadas pelos registras contãbeis b) su~pe~sào de diretores Por prazo não superior a ciações profisSionais constitUídas por átividades ou pto-
das entidades sindicai~. àecut<idos sob a responsabilida- trinta dias; fissões idênticas, similares OlJ co"rieXas, de acordo com o
de de contabilista legalmente habilitado, em conformida- c) __destittiiçãó de diretores ou-.de membros_ de conse- art. 511 e na conformidade do quadro de atividades e
de· com o plano de contas e as instrtiç_ões baixadas pelo lho· profissões a que alude o" Capítulo II deste Título. As as--
Ministério do Trabalho. d,) fechamento_ de sindicato, federa.cão ou confede- sociações profissionais registradas nos termos deste arti-
§ I 11 A escrituração contãbil -a que se refere este artiw iaçào, por piazo nunca superior a seis meses; go poderão representar, perante as autoridades adminis-
go será baseada 'em documentos de receita e despesa, que /) Revogada pela 'Lei n.v 6.512, de 19 de d_ezembro de trativas e judiciárias os interesses individuais dos asso-
ficarão arquTviidos nos serviços de contabilidade, à disw 1977, qUe dispõe sobre a obrigatoriedade de voto nas ciados relativos à sua atividade ou profissão, sendo-lhes
posição dos órgãos responsáVeis pelo acompanhamento elei.;ões sindicais. (D.O. 20-12-1977). també:ni extensivas as prerrogativas contidas na alínea
administratiVo_e daJiScàlizaçào financeira da própria en- § }9 A imposiÇãO de penalidades aos administrado- "d" e no parágrafo único do art. 513.
tidade, ou do controle que poderá ser exercido pelos ór- res não exclui_ a aplicação das que este artigo prevê para § }9 O registro a que se refere o presente artigo com-
gãos da União, em face da legislação especifica. a: ·assõciaçãO. · petirá às Delegacias Regionais do Ministério do Traba-
§ 29 Os documento:u;_omprobatórios dos atas de re- § 29 ·. Poderá o Ministro do Trabalho determinar o lho ou às repartiçõ'?S autorizadas em virtude da lei.
ceita e despesa, a que se refere o parãgrafo anterior, pow afastamento preventiv·a de cargo ou representação sindi-
derào ser incinerados, após decorridos 5 (cinco) anos da cais de seus ex.ercentes, com f!Jndamehto em elementos - Redação deste § dada pelo DC:creto·1ci n• 925, de. tO de outubro de
1969 (0.0. 13-10-1969).
data de quitação das contas pelo órgão competente. constantes de d_enúncía formalizada que constituam indí-
§ 3.;. E obriga_t6rio o usó -aol_ivro Diário, enca~erfla· ciQ _Veemente ou infcio de prova bastan~e do fato e da au- § 29 O registro das- associações far-se-á mediante re-
do, com folha_s seg_uidas e tipogra_ficamC?nte numeradas, toria denunciados. querimento, acompanhado da cópia autêntiCa dos esta-
para a escrituração, pelo método da,_s partidas dobradas, -o- i:>ccreto:feí n'-925, de 10 de outubro de t%9 (D.O. 13-L0-11169), tu~os e da declar'!-9ão do número de associados, do patri-
diretamente oU por reprodução, ctos atas ou operações acres.eeu_o § 2Y, tendo transformado O parágrafo único em§ ]Y. môni~ e dos· serViÇo_s sociaiS ofgarlizados.
que modifiquem ou venham a_ modificara situação patri- -V. Portaria n•.3.28S, de \Y de setembro de 1971, que disp!5e Sobre afas- § 39 · As alterações dos estatutos das ass_ociações pro-
monial da entidade, o qu~l conterã, respectivamente, na t~mento prevcntjvo de exercente de cargo ou rep.rc:senta~ào sindical (D.O. fissionais não entrarão em vigor sem aprovação da auto-
.primeira e na Ultima páginas, os termos de abertura e de 9·9·1971). ridade que houver concedido o respectivo registro.
encerramento. ~=~Aplicam-se ao trabalhador rural o artigo,."caput", e sua allnea."b'\ Art. 559. O !?residente da República, excepcional-
§ 49 A enti_dade sindical que se utilizar de sistema "<!', "d" c "c" e-§§ I• e 2• (Lei n• 5.889, dc:8·6-1973 c Dccrc:to nY73,626, de
mente e mediante proposta do Ministro do Trabalho,
12·2·1974).
mecânico ou eletrónico para sua escfituração contãbil, fundada em razões de utilidade pública, poderá con-ce-
poderá substituir o Díário e os livros facultativos ou au- Art. 554. Destituído a administração na hipófeseda der, por decreto, às associações civis constituídas para a
xiliares por fichas ou formulários contínuos; cujos lança- alínea,."c" do arti_go anterior, o Ministro do Trabalho defesa e cOordenação· de interesses econômicos e profis-
mentos deverão satisfa2;er a todos os requisitos e normas siOnaiS e não obrigadas ao registro previsto no artigo an-
nomeará um delegado para dirigir a associação e proce-
de escrituração. exigidos com relaÇão aos liVl'QS mercan- terior, a prerrogativa da alinea.. "d" do art. 513 deste
der, dentro do prazO máximo de noventa dias, em ás-
tis, inclusive no que respeita a termos de abertura e de capítulo.
semblêia geral por ele convocada e presidida, à eleição
encerramento e numeração seqUencial e tipográfica. Art. 560. Não se reputarã transmissão de bens, para
dQS novos diretore:s e membros do Conselho FiscaL
§ 511 Na escrituração por processos de fichas ou for~ . Art. 555. A pena de cassação da carta de reconheci- efeitos fiscais, a incorpo~ação do patrimônio de uma as-
mulários contíriuos, a entidade adotarâ livro próprio ·men to será imposta à entidade sindical: s.ociação profissional ao da entidade sindical, ou das en-
para inscrição do balanço patri~onial e da demons- a) que 'deixar de satisfazer -as condições de consti- tidades aludidas eiltre si. _ ·
tração do resultado do ex.çrcício, o qual conterã os mesw tuição e funcionamento estabelécidas nesta ·Lei; Art_- 561. A denominação,. "sindicato" ê privativa
mos requi~itos exigidos para os HVros de escritur~ção. b) tacitdmente revogada pelo Decreto-lei TJ' 229, de 28 das associações profis'sionais de primeiro grau, reconhe-
§ 69 Os -livros e fichas ou formulárioS contínuos se- de fevereiro_ de 196?. q~e revogou o art. 536. cidas na forma desta lei.
rão obrigatoriamente submetidos a registro e autenti- c) que criar obstáculo à execução da política ec~nômi­ Art~ 562. As expressões .. "federação" e,, "confede-
cação das. Delegacias Regionais do Trabalho localizadas ca adotada pelo Governo. ração", seguidas Oa designação de uma atividade econó-
na base territorial çla entidade. mica ou profissio-nal cànstituem de9-o~inação privativa
§ 79 As entidades sindicais manterão registro es~ecí­ - R.cdUçào-d.Cita allnc:a dada pelo Dc-cTcto:)c:i n• 8.080, de li ilc: outubro das entidades sindic~is de grau superior.
fico dos bens de qualquer natureza de sua propriedade,· de 1945 (0.0. 13·10-1945).
-Aplicáveis ao trabalhadot rural os ~rts. 554 a 562 e 564 a S66 (Lei nt
em livrós ou fichas próprias,. que atenderão às mesmas
- Art. 556. A cassação da carta de reconhecimento da· 5.889, de 8-6-1973 c Decreto n9 73.626, de 12·2-1974).
formalidades exigidas para o livro Diâdo, iricluSive rio
q~e se refere ao registro e autenticação da Delegada Re- entidade sindical não importará no cancelamento de seu
registro nem, conseqUenterilente, a sua dissolução, que se Art. 563. Revogado pelo DeCreto-lei n9 925, de 10
gional do Trabalho local.
'procclsará de acordo coni as disposições da lei que regu- de outubro de !969 (D:O. 13-IO-I969).
§ 89 As co~tas dos admini_sttadores das entidades
la a dissolução das .assodações civis. Art. 564. Ãs entidades sindicais, sendo-lheS Peculiar
sindicais serão aprovadas; em escrutínio secreto, pelas
Pafãgrafo ú-nicO: No caso de dissoluçãó, p~r se. e essencial a atribuição representativa e coordenadora
respectivas Assemblêias GetãiS óu Conselhos de Repre-
achar a: assoçiação incursa nas leis que definem crimes dãs correspondentes categorais ou profissões, ê vedado,
sentantes, com prévio parecer do Conselho Fiscal,' ca-
cOntra a personalidade internaCional, a estrutura e a se- direta ou indlretamente, o exercício de atividade econó-
bendo ao Ministro do Trabalho estabelecer waz~s e pro-
gurança do Estado e a ordem politica e social, o~ seus mica..
~dimentos para sua elaboração e destinação.
b.ens, pagas as .dívidas decorrentes das suas ~ponsal?ili­ Att. 565. Revogado pelp Decreto n'1 1.149, de 28 de
_ Red~çil.o do arti.go dada pela Lei n• 6.386, de 9 de dezembro de 1117~ . dades, serão incorporados ao património da União e janeir'o de 1971 (l3.0. 29-I-1971), regulamentado pçlo
(D.O. IJl-12·11176}. itpticados em obras de assistência social: Decreto n•68.465; de 2deabril de .I97I (D.O. 5-4-1971).
Art. 552. Os atos·que importem em malversação ou Art. 557. As penalidades de que trata o art. 553 se- An. _566. Não podem sindicalizar-se os servidores
dilap1dação do património das_assgcj;:~ções Çlu enti~ades . rão impostas: _ . - do Estado e ós das instituições paraestatais.
· sindicais ficam equiparados ao crime de peculato, JUlga- a) as das alíneas. ''a" ~- '"b" pelo Delegado Regional Parágrafo único. Excluem-se da proibição constante
do Trabalho, com recurso para o Ministro de Estado; deste artigo os empregados das sociedades de economia
do _e punido na conformidade_ "d!\ legislação ~ai.
mista e das fundações criadas ou mantidas pelo Poder
- Rcd:l.çll.o dada pelo D'ecreto-lci n!_ 925, de. IOde: outubro de: 1969 (D.O. --=..Redaçào desta alfnc:a com fundamento no art. 31 do Dc:crc:to-lei nt Público da União, dos Estados e Municípios.
13-10-1969~. 229, de 28-2-1967.
-Aplicam-se no trabalhador rural o.s nrts. 537 a 552 (Wnt 5.889, de: 8· - Rcdaçllo daW. pela Lei n'" 6.386, de 9 de: dezembro de 1976 (D.O. 10-
6-1973 e Decreto n• 73.626 de 12-2-11174:). b) as dem-aiS, pelo Mif"!istro de Estado. 12·1976).
0844 Sábado 27 __DIÁRIO DO CONGRESSO NAClONAL (Seçilo fi) Abril de 1985

Art. 567. Revogado pelo Dccreto~Iei n"' 229, de 2~ § li' Antes de proceder à revisão do quadro, a Co~­ fissiohais ou das profissõe-s liberais representadas pelas
de fevereiro de 1967 (Ú.O. 28.:-2-1967): missão deverá solicitar sugestõés às entidades sindicais e referidas-entidades, serão, scib a denominação de "Con-
Art. 568. Idem. às associações profissionais. tribuição Sindical", pagas, recolhidas e aplicadas na for-
Art. 569. Idem. § '29 A proposta de revisão serâ submetida à apro- ma estabelecida neste Capítulo.
vação do Ministro do Trabalho. Dccrcto-l~:,i
CAPITULO II -A denominação "Cç:.ntribuição Sindical" foi dada pelo n•
Art. 576. A Comissão do Enquadramento Sindical
D~ enquadramento sindical 27, de 14 de novembro. de 1966 (DO. 14·11·1966).
serã constiuída pelo Secretário de Relações do Traba-
Art.570. Os sindicatos -Constituir-si-ão, noimil.lmen- lhO, que a presidirâ, e pelos seguintes .membros: Art. 579. A coni.ribuição sindical é devida por to-
te, por categorias eOOtfômic3S ou-'piofissionais especffi- I - 2 (dois) representantes da secretaf1a de-R.el3.ções dos aqueles que partiCiparem de uma determinada cate-
cas, na conformidade da discriminação do quadro das do Trabalho; goria econômica ou profissional, ou de uma profissão li-
atividades _e pr~fissões a que se refere o art. 577, ou se- II - 1 (um) representante da Secretaria de Mão-de- beral; en1: favor do siiú:l:icato representativo da mesma
gundo as subdivisões que, sob proposta da Comissão do Obra; categoria ou profissão ou, inexistindo este, na conformi-
Enquadramento SinQ.ical, de que tratã o art. 576,~(orem I I I - 1 (um) representante do Instituto Nacional de dade do disposto no art. 591.
criadas pelo Ministro do Trabalho. Tecnologia, do Ministério da Indústria e do Comércio;
- Redação dada pelo Decrcto·lei n7 229, de 28-2-!967.
IV_- I (um) representante do Instituto Nacional de
- Aplicâver, o "eaput~, ao tmballmdor rural (Li:i n'5.889, de 8-6--1973 e
Colonização e Reforma Ágrâria, do Ministêrio da Agri- . Art. _580. A C:oiitribuição sindical serâ recolhida, de
Decreto nt 73.626, de 12-2-1974). ·
'Cultura; uma só vez, anualmente,- e consistirá:
Parãgrafo único. Quando os ex.ercentes de quaisquer V--:- 1 (um) repr~en~ante do Minist~ifõ- q9s_ Trans- I -Na importância correspondente à remuneração
atividades ou profissões se constituírem, seja pelo núme~ portes; "de um dia de trabalho, para _os empregados, qualquer
ro reduzido, seja pela natureza mesma dessas atividades VI- 2 (dois) representantes_das categor_ias económi- que seja a forma da referida remuner~ão.
ou profiSSões, seja pelas afinidades existentes entre elas, cas; e II - Para os agentes ou trabalhadores a_utónomos e
em con-dições tais que não se possam sindicalizar eficien- VII- 2 (dois) representantes das categorias profis- para os profissionais liberais, nunla importância corres-
temente pele- critério de especificidade de categoria, ê- sionais. pondente a 30% (trip.ta por· cento) do valor-de-referência
lhes permitido sindicalizar-se pelo critério de categorias ~xado pelo Poder ~ecutivo, vigente à época em que é
·- Redação do e&(lllt deste artigo dada pela Lei nt 5.819, de 6 de
similares ou conexas, ente'ndendo-se como tais as _que se novcinbÚ) de í972 (DO. 7·11·1972). devtda a contribuição sindical, arredondada para CrS
acham compreendidas nos limites de çada grupo cons- 1,00 (um cruzeii"o) a fração porventura existente;
tante do quadro de atividades e profissões. · § 19 Os membros-da "CES serão designadOs pelo Mi- III- Para os empregadores, numa importância pro~
nistro do Trabalho, mediante: porcional ao capital social da firma ou empresa, regis-
Art. 571. Qualquer das atividades ou profissões
a) indicação dos titulares das Pastas,._ quanto aos r~­ trad<;>_ nas respectivas Juntas Comerciais ou órgãos eqUi-
concentradas na forma do parâgrafo úriico do artigo_ an-
- presentantes dos outros Ministérios; valentes, mediante a aplicação de aliquotas, conforme a
. terior poderá dissociar-se do sindiéato prinCipal, ror-
b) indicação dos respectivos Secretârios quari.to às seg~inte tabela progre5síva:
mando um sindicato espeCífico, deSde que o novo sindi-
SC(!retarias de" Relãções do Trabalho e Mão-de-Pbra.
cato, a juízo da Comissão _do Enquadramento Sindical,
c) eleição pelas respectivas Confederações, 'em ·con-
ofereça possibilidade de vida associativa regular e de
junto, qUanto aos representantes das categorias econó- Classe de- Capital Alfquota
ação sindical eficiente. ·
micas e -profissionais, de acofdo cOm as instruções- cjue
Art;. 572. Os. sindicatos que se constituírem porca-
forem expedidas pelo MinistrO do Trabalho. l até 150 vezes o ~alor-de~referência 0,8%
tegorias similares ou conexas, nos termos do piuâgrafo
§- ~- Cada membro terâ um suPlente designado jun- 2 acinfa de 10 atê 1.500 vezes o valor-de-referência
único-~do art: -570, adotirão denominação em que fi~
- lamente com o titular. 0 <-00< <O O<-< 0 0 0 00<0 0,2%
<O O 00 0 0 0 0< <o <O 0-0 <O O-.o

quem, tanto quanto possível, explicitamente menciona-


3 acima de 1.500 atê 150.000 vezes o ·valor-de-referência
das as atividades ou profissões concentradas, de confor- - Redação dos§§ [9, 29 e 4• dada pelo Decret-o-lei nY 229. Ge 28·2·1967. < < < < < < ooo « « << << '0,1%
OOOOOOO>«ooo0-00 OOOOooo

midade com o quadro das atividades e profissões, ou se 4 acima de 150.000. até 800.000- vezes o valor-de-
se trat~r de subdivisões, de acordo com o que determi- § 39 Será de 3 (três) anos o mandato dos represen-
tantes das categorias económica e profissional_.
referência· .- ................... : . - .... ~ . . . o;oo2%
nar a comissão do Enquadramento Sindical.
Parâgrafo único. Oi::orrerido- a hipóteSe ·ao artigo - Rcdação deste§ dada pelo Decreto-lei n• 925, de !O de outubro de § }9 A contribuiçãO Sindical prevista na tabela cons-
anterior, o sindicato principal terâ a denominação alte- 1969 (DO. 13-1"0-1969). tante do item III deste artigo corresponderâ à soma da
rad-a, eliminando-se-lhe a designação relativa à ativida- < <

aplicação das alíquotas sobre a porção do capital distri-


de ou profissão dissociada. § 41' Os integrantes d.a Comissro perceberão a grati-
buído em cada classe, observados os respectivos limites.
Art. 573. O ·agrupamento~dos sindit::atos em fede-· ficação de presença que for estabelecida pOr decreto exe-
§- 2~" Para e"i'eito do_ cálculo de que trata a tabela Pro-
rações obedeCerâ às mesmas regras que as estabelecidas cutivo.
gressiva tnserta no item III deSte artigo, corisiderar-se-â
neste Capítulo para o agrupamento das atíVídades e pro- § -~w Em suas faltas ~u impedimentos, o Secretário
o valor-de-referência fixado pelo Poder Executivo, vi-
fissões em sindicatos. de Relações do Trabalho será substituído na presidência
gente 1! data de cOmj:)i::tência da contribuição,
Parâgrafo único. As federações de sindicitos-- de peJo Subsecretário de Assuntos Sindicais ou pelo repre-
arredondando-se para CrS 1,00 (um cruzeiro) a fraÇão
profissões liberais poderão ser organizadas independen- sentantê deste na Comissão, nesta ofdem.
porventura existente.
temente do grupo bâsico da confederação, sempre que §" 39 ~fixado em 60% (sessenta por cento) do valof-
- Redação de~te §dada pelo Decreto-lei nn 506, de !8 de março d~ !969
as respectivas profissões se acharem submetidas, por {DO. 19-3-1969). de-referência a que ãfud"e o parâgrafo anterior, a contri-
disposições de lei, a um único regulamento.
buição ffiínirna devida pelos empregadores, independen-
§ 6~> Alêm das atribuições fiXadas no presente Capí- temente do _capital social da firma ou empresa, ficando,
- O Oeçreto-Jei n~ 229, de 28 de fevereiro de J 967 (DO. 28-2-1967), tulo e concernentes ao_ enquadramento sindical, indivi-
revogou o§ 2Y, pa~sando o§ J9 a parágrafo único.
do_mesmo modo, estabelecido o capital social equiva-
dual ou coletivo, e à classiflcaç~o das atiVídades e profis- lente a 800.0()() (oitocentoS .mii) vezes o valor-de-
sões, competirâ também à CES resolver, com recuiso referência, Para efeito do cálculo da contribuição ináxl.: ·
Art. 574. Dentro da mesma base territoria.J, as em-
para o Ministro da Trabalho, todas as dúvidas e contro- ma, _respeitada a tabela progiessiva Constante do item
presas industriais do tipo aitesanal poderão constituir
vérsias concernentes à organização sindical. lllo •
entidades sindicais, dç primeiro e segundo graus, distin-
tas das associações das empresas congêneres, de tipo di- - Red:.~.ção dada pelo Decreto-lei nY 229, de 28-2-1967. _- Redação dos incisos 11, III c§ 3~. do art. 580 dada pela Lei n97.04&,de
ferente. · . _. -. . JY de dezembro de 198"2 (ÇlO. 2-1.2-1982).
Art. 577. O quadro de atividade e profissões em vi-
Parágrafo único:--compete à Comissão do Enqua- . gor fixará o plano' básico _do enquadramento sindical.
dramento _Sindical definir, de modo, genérico, com a § 49 Os agentes óu trabalhadores autôn-omos e os
aprovação do Ministro do Trabalho, .a dimensão e as CAPITULO III profissionais" liberais, organizã.dos em firmas ou empre-
demais características das empresas industriais de tipo Da contribuição sindical sas, com capital social registrado, recolherão a contr_i-
artesanal. SEÇÃO I buição sindical de acordo com a tabela progressiva ·a
Art. 575. O quadro de atividades e profissões será Da flxaçio e do recolhimento da contribuição sindical que se refere o item III.
revisto de dois em dois anos, por proposta da ComiSsão § 51' As entidades ou instituições que não estejam
do Enquadramento Sindical, para o fim de ajustâ-lo às Art. 578. As contribuições devidas aos sindicatos obrigadas ao_ registro de capital social, cqns~derarão,
condições da estrutura económica e profissional do País. pelos que participem das categoriaS econômícas ou-pro- como Capital, para efeito do cálculo de que trata a tabela
Abril de 1985 DIÃE.IO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção !!) Sábado 27 0845

progresSiva constante do item III d_f!Ste artigo, o valor Art. 585. Os prOfissionais liberais poderão optar' Art. 591. Inexistindo sindicato, o percentual previs-
resultante da aplicação do percentuaJ de 40% (quarenta pelo pagamento da contribuição sindical unicamente à to no item III do artigo 589 s_erá creditado à federação
por cento) sobre o moviril.ento eço_nômico registrado no entidade sindical representativa da respectiva profissão, correspondente à mesma categoria económica ou profis-
exercício imediatamente anterior, do que darão conheci- desde que a exerça, efetivamente, na firfnã ou "empresa e sional.
mento_ à re$pectiva entidade sindical ou a Delegacia R~­ como tal sejam. nelas reglstiados.
Parágrafo único. Na hipótese prevista neste artigo,
gional do Trabalho, observados os limites estabelecidos Parágrafo únjco. Na hipótese rCferida neste artig(), à caberão à confederação os percentuais previstos nos
no § 3~' deste artigo. _vista da manifestação do contribuinte e da exibiç:ão da
itens. I e II do.art. 589.
§ 6' Excluem-se da regra do § 5'1 as entidades ou ins- · prova de quitação da contribuição, dada por sindicato
tituições que comprovarem, através de requerimento di- de prOfissionais liberais, o empregador deixarã de efe-
-Sobre c~nhibuição sindical rural v. Decreto-lei n• l.t66, de 15 d
ri8"ido ao Ministério do Trabalho, que não exercem ati- tuar, no salãrio do contribuinte, o desconto a que sere- abril de 1971 e decreto n9 82.935. de 26 de de7emh•n tlc !978.
vidade económica com fins'lucrativos. fere o art. 582.
-V. Portaria n9 3.615, de 17-de janeiro de (979, qUC dispõe sobre o Art. 586. A contribuição sindical serã recolhida, SE.ÇÃO I!
conceito de entidade de fim não lucrativo pum efeito de isenção de nos meses fixados no presente Capítulo, à Caixa Econó- Da aplica~iio da contribul~ão sindical
recolhimento da contribuição_sindical (DO. 23·1·1979).
mica Federal, ao Banco do Brasil, ou aos estabelecimen-
Art. 581. Para os finS do item III do artigo anterior, tos bancários nacionais integrarites do sistema de arre- Art. 592. A contribuição sindical, além das despe-
as empresas atribuirãO parte do respectivo capital às cadação dos tributos federais, os quais, de acordo com sas vinculadas à sua arrecadação, recolhimento e con-
suas sucursais, filiais ou agêilcias, deSOe q-ue localizadas instruções expedidas pelo Conselho Monetário Na_cio- trole, será aplicada pelos sindicatos, na conformidade
fora da base territorial da entidade sindical representati- nal, repassarão à Caixa Económica Federal as impor- dOs respectivos estatutos, visando aos seguintes objeti-
tâncias arrecadadas. vos:
va da atividade económica do estabelecimento principal,
§ )9 IntegrarãO.a rede arrecadadora as Caixas Eco- I --Sindicatos de empreg~dores e de agentes au~ôno~
n~ proporção das correspondentes operações económi-
mos:
cas, fazendo a devida comunicaçãO às Delegacias Regio- nómicas Estaduais, nas localidades onde inexistam os
a) assistência técnica e jurídica;
nais do Trabalho, conforme a localidade da sede da ern- ~tabel~cimentoS. previstos no caput deSte artigo.
presa, sucursais, filiais ou agências. § 2' · Tratando-se de empregador, agentes ou tra?a- -V. súmula TST n~ 82.
§ 1' Quando a empresa realizar diversas atividades lhadores autónomos ou profissionais liberais, o recolhi-
econôniicas, sem que nenhuma delas seja preponderan- mento será efetuado pelos próprios diretamente ao esta- b) assistência médica, dentãria, hospitalar e farma-
te, cada uma dessas atividades serã incoi"pocada à res- belecimento arrecadador. · cêutica;
pectiva categoria econômica, sendO a contribuição sin- § 3'>' Ã. contribuição sindical devida pelos emprega- c) realização de estudos económicos e financeiros;
dical devida à entidade sindical_represent2tiva da mesma dos e trabalhadores avulsos serã recolhida pelo empre- d) agências de colocação;
categoria, procedendo-se, em reiação às corresponden- gador e pelo sindic'ato, respectivamente. e) cooperativas;
tes sucursais, agências ciu filiais, na forma:- do presente Art. 587, O recolhimento da contribuição sindical f) bibliotecas;
artigo. dos empregadores efetuar-se-á no mês de janeiro de g) creches;
. § 2' Entende-se por atividade p~eponderante a _que cada ano, ou, para os que venham a estabelecer-se após h) congressos e-<:onferências;
caracterizar a unidade de produto, operação ou objetivo aquele mês, na ocasião em que requeiram às repartições i) medidas de divulgação comercial e industrial no
final, para. cuja obtenção todas as demais atividades o registro çu a licença para o exercício da respectiva ati- País, e no estrangeiro, bem como em outras tendentes a
convirjam, exclusivamente, em regime de conexão fun- incentivar e ãperfeiÇoar a produção nacional;
vidade.
cional. j) feiias e exposições;
Art. 588. A Caixa Económica Federal manterá con- I) prevenção de acidentes do trabalho;
Art. 582. Os empregadores são obrigados a desqon- ta corrente intitulada .. Depósitos da. Arrecadação da m) finalidades desportivas.
tar, da folha de pagamento de seus empregados relativa Contribuição Sindical", _em nome de cada uma das enti-
ao mês de março-, de cada ano, a contribuição sindical dades sindicais beneficiadas, cabendo ao Ministêrio do 11- Sindicatos de empregados:
por estes devida aos respectivos s'indicatos. Tfabalho cientificá-la das ocorrências pertinentes à vida
§ 19 Cônsidera-.se um dia de trabalho._ para efeito de administrativa dessas entidades. a) assistência jurídica;
determinação da importância a que alude o item do r § 19 Os saques na conta corrente referida ao caput b) assistência ·médica; dentãria, hospitaiar e farma-
art. 580, o equivalente: deste artigo far-se-ão mediante ordem bancãria ou che- cêutica;
a) a uma jornada normal de trabalho, se o pagamen- que com as assinaturas conjuntas do presidente 'e do te- c) ãssistência à maternidade;
to ao enlpregado for feito pOr uilidade de tempo; soureirO àa .entidade sindical. d) agências de colocação;
b) a 1/30 (um trinta avos) da qUantia percebida no § 29 A Caixa Econômica Federal remeterá, mensal- e) cooperativas;
mês anterior, se a remuneração for paga por tarefa, em- mente, a cada entidade sindical, um extrato da respecti- f) bibliotecas;
preitada ou comissão. va. c'onta corrente, e, quando solicitado, aos órgãos do g)creches;
§ 2' Quando o salário for" pagõ cüil. utiliaades, ou Ministério do Trabalho. h) congressos e conferências;
nos casos em que o empregado receba, habitUalmente, i) auxflio-funeral;
gorjetas, a· contribuição sindical corresponderã a 1/30 Art. 589. Da importância da arrecadação da cOntn-
j) colónias de férias e centros de recreação;
(um trinta avos) da impoi-tância que tiver servido de ba- buição sil;dic3.1 serão feitos os s_eguintes créditos pela
I) prevenção de acidentes de trabalho;
se, no 'mês de janeiro, para a contribuição do empregado Caixa EconOmica Federal, na fornia das inst~uçõis que
m) finalidades desportivas e sociais;
à Previdência Social. . · · foram exped,idas pelo Ministro do Trabalho:
n) educação e formação profissional;
Art. 583. O recolhimento da contribuição sindical I - 5% (cinco por cento) para a confederação corres-
o) bolsas de estudo.
referente aos empregados e trabã.lhadores avulsos serã pondente;
efetriado no mês de abril dr:. c_ada ano, e o r~lativo aos_ -11-15% (quinze por cento) pãra.a federação; III - Sindicatos de profissionais liberais:
agentes· ou trabalhadores ay.tónomos e profissionais li- III- 60% (sessenta por cento) para o sindicato res-
pectivo; a) assistência jurídica;
berais realizar-se-á no mês de fevereiro.
IV --20% (vinte por cento) para a "Conta Especial b) assistência médica, dentãria, hospitalar e farma-
§ 1<? O recolhimento obedecçrã ao sistema de guias.
Emprego e Salário", cêutica;
de acordo com as jnstruções expedidas pelo Ministro do
Ârt. 590:- Inexistindo confederação,. o percentual c) assistência à maternidade;
Trabalho.
pievis-to no ·nem- I do artigo anterior caberá -à federação d) bolsas _cJ_~ estudo;
§ 29 O cOmproVante -de depósito da contribuição
representativa do grupo. e) cooperativas;
sindical serã remetido ao respectivo sindicato; na falta
§ )9 Na falta de federação, o percentual a ela desti- f) bibliotecas;
deste, à correspondente entidade sindical de grau supe-
nado caberá á confederação correspondente à mesma g) creches;
rior e, se for caso, ao. Ministério do Trabalho.
categoria ecoilômic3. oU profissional. h) congressos e conferências;
Art. 584. Servirá de base para o pagamento da con- § 29 Na falta de entidades sindicais de grau supe- i) auxílio-funeral;
tribuição sindical, pelos agentes ou trabalhadQres aut9- rior, o percentual que àquelas caberia será destinado à j) colônias de férias e centros de recreação;
nomos e profissionais liberais, a lista de éontribuições ..Conta Especial Emgrego e Salário". 1) _ estudos técnicos e científicos;
Organizada pelos respectivos sindicatos e, na falta des- § 39 Não havendo sindicato, nem entidade sindical m) finalidades desportivas e sociais;
tes, pelas fed'erações ou confederações coordenadoras de grau superior, a contribuição sindical serã creditada, n) educação e formação profissional;
. da categoria. integralmente, à ..Conta EspeCial Emprego e Salário". o) Prêmio por trabalhos técnicos e científicos.
0846 s'âbado 27 -DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) . Abril de I 985

IV -Sindicatos de trabalhadores autónomos: _§ 111 O m:ontante das cominações previstas rieste- a·rM Art. 607. É considerado como dàcumento essend.al
tigo reverterá sucessivamente: ao cõirij)are.cimento às concOrrências públicas ou admi-
a) assistência técniC'a e jurídica; a) 30 -sindicato- reSpectivo; nistrativas e para o fornecimento às repartições paraes-
b) assistência-médica, dentária, hospitalai e farma- b) à federação respectiva, na ausência de sindicat_o; tatais pú' autárqu"icas, a prova da quitação da respectiva
cêUtica;
c) assistência à maternidade;
r
c --à coiifederação respectiva, inexistindo federação. cOntribuição sindical, e a de recolhimento de contri-
§ 29 Na falta de sindicato ou entidade de grau supe- buição sindical, descontada dos respectivos emprega-
d) bolsas de estudo; rior,- o montante-a-que alude o parágrafo prec:edel'l.te reM dcts.
e) cooperativas; vertirã à conta "Emprego e Salário". · Art. 608. As repartições federais, estaduais ou mu-
f) bibliotecas; nicipais não concederão registro ou licenças para fun-
..,. Redaçiio dada pela tei n9 6.!81, de ll de dezembro de- 1974 (D.O. 11-
g) creches; 12·1974), que dispõe: cionamento ou renovação de atividades aos estabeleci-
h) congressos e conferênd:iS; "Art. 29 Se o contribuinte for trabaih~dor rural, como tal definido no mentos de empregadores e aos escritórios oti congênerCs
i) auxílio-funeral; ' art. 1~, item I, allnea '"b", do Decreto-lei n• l.l66, de IS de abril de 1971. o
dos agentes ou trabalhadores autônomos e profissionais
recolhimento fora do prazo de contribuição sindical scrã acrescido de multa
j) colónias de terias e centros de recreação; liberais, nem concederão alvarás de licença ou locali-
de tO~ (de;r; por, cento)." .
I) educação e formação profissional; -V. decreto n' 78.339, de 31 de agosto de 1976, que regulamenta a lei zação, sem que sejam exibidas as provas de quitação da
m) finalidades desportivas e sociais; supm (D.b~ 1~ e 2-9-1976). · contribu_ição sindiCal, na forma do artigo anterior.
§ }Y A aplicação prevísta neste artigo ficará a crí~"'" Parágrafo~ _clnico. A não' obs~rvância do. disposto
SEÇÃGV
tério' de cada entidade, que, para tal fim, obedecerá, neste artigo acarretará, de pleno direito, a nulidade doS
pisposi~ões
gerais
sempre, às peculiaridades do respectivo gruPo--o-u caii-- atos nele referidos, bem como dos mencíona9os no ~t.
goria, facultado ao Ministro do T"iabalho permitir -a 10~ Art. 601. No ato da admissão de qualquer empre- 607.
clusã~ de novos programas, desde que assegurados os gado, dele exigirâ o empregador a apresentação da proM -O parâgmfo único foi acrescido pela lei n' 6.386, de 9 de dezembro de
serviços assistenciais fUndamentais da entidade .. va de quitação da contribuição sindical. 1976 {0.0. 10-12-!976).
§ 211 Os sindicatos poderão destacar, em seus orça- Art. 602. Os emprgados que não estiVei-em traba-
. mentes afiuais, atê 20% (vinte por cento) doS recursos da Art. 609. O recolhimento da contribuição sindical e
lhando no rrlês destinado ao desconto da contribuição
contribuição sindical para o custeio das suas atividades todos os lançamentos e movimentos nas contas respecti-
sindical, serão descontados no primeiro-mês subseqilen-
administrativas, independentemente de autorização mi- vas são isentos de selos e taxas federais, estaduais ou
te ao do reinício do trabalho.
nisterial. municipais.
Parágrafo único. De igual forina se procedei-â com
§ 39 O uSo da contribuição sindical pre'vista no § 29 Art. 610. As dúvidas no cumprimento deste Capítu-
os empregados que forem admitidos depois daquela
não poderá exceder do valor total das mensalidade so- lo serão resolvidas pelo Secretário de Relações do Tra-
data e que niio tenham_ trabalhado anteriormente nem
ciais consignadas nos orçamentos dos sindicatos. salvo balho, que expedirá as instruções que se tornarem neces-
apresentado a respectiva quitação. ·
autorização expressa ·do Ministro do Tratialho. sârías à sua exeCução.
Art. 603. Os empregadores são obrigados a prestar
-Os arts • .S80 a592 tiveram nova red;ção dada pelu lei n? 6.386., de_9 de aos encarregados da fiscalização os esclarecimentos ne- - Redw;iio do: acordo com o decreto n• 81.663, d_e 16 de muio de !978,
dezembro de 1976 (D.O. 10.12·1976, retilicada em 17-12-!976). que dispOe sobre a estrutura do Ministl:rio do Trabalho e dá outrus
cessários ao desempenho de sua missão e a exibir-lhes,
providências -(o.o. 17·5-1978).
Art. 593. As perce'ntagens-afri6uidas às entidades quando exigidos, na parte relativa ao pagamento de em-
sindicais de grau superior serão aplicadas de conformi- pregados, os seus livros, folhas de pagamento e outros
dade com o que dispuserem os respectivos conselhos de documentos comprobatórios. desses pagamentos, sob
representantes. ·pena- de multa cabível. (JS Comtssães de Constituição e Justiça e deLe-
gislacão Soclal.)
- Aplic:iveis os arts. 601 a 603 ao trabalhador rural (lei n~ 5.889. de 8-6·
Art. 594. Revogado pela lei n~' 4.589, de 11 de de-
1973, e decreto n9 73.626, de 12-2-1974).
zembro de 1964 (D.O. 17-12-1964). · PROJETO DE LEI DO SENADO
ArL 604. Os agentes ou trabalhadores autônomos N9 74, DE 1985
SEÇÃO lll ou proiTssioriais liberais são obrigados a prest.ar aos en-
Da comissão da contribuição sindical carregados da fiscalização os esclarecinlentos que lhes Dispõe sobre ó cálculo do imposto de renda das
Revogada, toda a seção (arts. 595, 596 e 597), p~la lei forem solicitados, inclusive exibição de quitação da con- pessoas tisicas que são obrigadas a apresentar decla-
n'4.589, de 11 de novembro de 1964 (D.O. 17-12-1964). tribuição sindical. ração de rendimentos dentro do ano-base.
-Aplicáveis os arts. 60S a 629 ao trabalhador rural (lei nt 5.88\1, de 8·6·
1973 e decreto n9 73.626, de 12·2-1974). O Congresso Nacional decreta:
Seção IV
Art. 605. As entidades sindicais são bbrigadas a· Art. l~' O impOsto de renda relativo às declarações
Das penalidades
promover a publicação de· editais concernentes ao reco- de rendimentos apresentadas dentm do próprio ano·
Art. 598. Sem prejuízo da ação críminal e das pena- lhimento da contribuição sindical, durante três dias, nos base, na forma do artigo 17 da Lei n9 3.470, de28 de noM
lidades previstas no art. 553,_sCrão aplicadas multas de jornais de maior circulação local e até dez dias da (faia -vembro de 1958, e do§ 111 do artigo 45 do Decreto-lei _n9
·l/5 (um quinto) a 200 (duzentos) valores-de-referência, fixada para o depósito bancârio. · 5,844, de.-:fl_de setembro de 1943, com a redação dada
pelas infrações deste Capítulo; inlPOstã.S pelãS-Delega- Art. 606. As entidades sindicais cabe, em caso de pelo artigO J9 da Lei n9 154, ci.e 25 de no~embro de 1947,
cias Regionais- do Trabalho. falta de pagamento da contribuiçãõ sindic_al, promover serâ calculado de acordo com tabela especial.

- Rcd~çiio com fi,Jndamento nas leis n~s 6.205,'de 29 cje abril de 1975 e
a respectiv_a cobrança judicial, mediante ação executiva, Parágrafo úndõ. A tabefa referida neste artigo s-erá
6.986, de 13 de abril de 1982 .. valendo como tftulo de díví9-a a certidão expedida pelas obtida mediante atualização das classes de renda líquida
autoridades regionais do Miriistério do Trabalho. da tabela- progressiva em vigor no ano-base, na pro-
Parágrafo único. A gradação da multa atenderá à - Redaçào_dada relo Decreto-lei n~ 925, de lO de outubro de 1\169 porção da variaçãO percentual das Obrigações Reajustá-
natureza da infração -e às condições sociais e ecOiiômicas (0.0. 13-10-1969). veis do Tesouro NaciOnal (ORTN), no período de 111 de
do infrafor. § 111 O Ministério do Trabalho baixará as instruções janeiro a ·31 de,. dezembro do ano anterior.
Art. 599. Para os profissionais liberais, a penalida- regulando a expedição das certidões a que se refere o
·de consistirá na suspensão do exercício profis-sional, até Art. 29 É as~egurado o direito à correção monetâria
presente artigo, das quais deverã const'ar a individuali-
a necessária quitação, e será aplicada pelos órgâõs do Imposto de Renda recolhido no anowbase, a título de
zação do contribuinte, a indicação do dêbito e a desig-
públicos ou autárquicoS disciplíii.adores daS r"i!spectivas retenção 01,1 antecipação, para compensação com o devi~
nação da entidad~ a favor da qual é recolhida a impor-
profissões median'e comunicação das autoridades fisca- d9 _na declaração, na forma da legislação em vigor.
tância-da contribuição sindical, de acordo com o respec-
lizadoras. tivo enquadramento sindical. Piuãgrafo único. A correção monetária prevista
Art. 600. O recOlhimento da contribuição sindical, neste artigo serâ calculada com base na vãriaç-li.o percen~
efetuado fora do prazo referido neste Capítulo, quando _§ 29 Para os fins da cobrança judicial da contri- tual ocorrida entre o valor_ médio mensal das Obrigações
. espontâneo, ~erá acrescido da multa de 10% (dez por buição sindical são extensivos às entidades sindicais, Reajustâveis do Tesouro Nacional (ORTN)em cada um
cento), nos trinta primeiros dias, cOm ri adicioflálde 2% com exceção do foro especiB.I, os privilégios da Fazenda dos tri_mestres do ano-base, e o valor da ORTN do mês
(dois por cento) por mês subseqUente de atraso, além de Pública, para cobrança da dívida ativa. em que termina o prazo legal para a apresentação da de~ -
juros de mora de 1% (um pOr cei1fõ) Por m~s-sUbseQoen­ -V. súmu!a do TFR n9 87. crãraçao:---
te de atraso, além de juros de mora de I% (um por cen~ Art. 39 Esta Lei entra em vigor na data de sua
-V. portaria n• 3.397, de 17 de outubro de 1978, que aprova rotina pam
to) ao mês e correção monetária, ficando, nesse caso, o restituição da contribuição sindical recolhida indevidamente ou a maior publicação.
infrator isento de outra·· penalidade. (0.0. 25:JO.J978). - Art. 49 - Rei.rOSiim-Se as disposições em c<;>ntrãrio.
Abril de 1985 DIÁRIO DO-cONGRESSO NACIONAL (Seção !!) Sábado 27 0847

Justificação laçào à correçào monetária do imposto de renda retido co) dial! após a entrada do pedido de registro dos cand.i-
na fonte, no ano" base em que é ·apresentada a decla~ datos~
A legislação do Imposto de Renda prevê situaÇões em ração. Com tal procedei- diminui-se, indevidamente, o Art. 31' A Junt"a Médica, constituída na forma do
que a declaraçà'o de rendimentos deve ser apresentada valor a ser compensado com o imposto de renda apura- artigo anterior, emitirá parecer sobre a aptidão ou não
ainda no decurso do_ ano-base, sem aguardar o prazo do na declaração apresentada no decurso do ano-base, dO candidato, nos seus aspectos de saúde, para o exerd-
normal, que seria no exercício seguírite. pois que o ímposto de renda retido na fo.nte, ou antecipa- 'Cio do cargo de Presidente da República e VICe-
Nesses casos, a tributação dos contribuintes envolyi- do, é deduzido do imposto declarado tão-somente pelo Presidente da República.
dos é bem mais onerosa do que a das pessoas que pres- seU Vãfor originário, sem correção inónetária. § I~> O candidato julgado inapto poderá recorrer, no
tam suas declarações no prazo normal. pr_azo de 7 (sete) dias, ao Presidente do Tribunal Supe-
Em parte, a desigualdade tributária re.sulta do fato d~ Para se ter idéia concreta da dis:torção causada pelo rior Eleitoral, o qual designará, no prazo.de 8 (oito)
que os contribuintes obrigados a apresentar declaração sistema a tua!, ba:;;ta ver, por exemplo, o diferencial entre dias, outra Junfa Médica, nos termos do artiSo 2~' desta
antecipada, dentro do ano-base, têm o seu imposto de dois contribuintes que em 1984- teQhaffi recebido a mes- Lei.
renda calculado pela tabela progressiva 'então em vigor, ma renda líquida (Cr$ 10.800.00), possuam idênticas § 29 Da decisãO da nova Junta. Médica' não caberá
a qual é muito mais onerosa do que a tabela que irá vigo- - COridições de dedução e abatimento e tiveram o mesmo recurso.
rar no exercício seguinte e que servirá de base para o cál- desconto _de imposto na fonte, Cr$ 2.214.000 (Cr$ Art. 41' Esta Lei entra em vigor na data de sua
culo do imposto dos demais contribuintes. 1.107.000 no !~'_trimestre de 1984 e Cr$ 1.107.000 no 2~> publicação.
A outra causa para a desigualdade de tratamento tri- trimestre do mesmO ano). A situação fiscal de cada um Art. 51' Revogam-se as·disposições em contrãrict
butário está na restrição que atualmente ê feita com re~ está espelhada no quadro a seguir: -- - ·
Jusüficaçio

Contribuinte Imposto Retençio Correção Imposto Restituição Os recentes e lamentáVeis acontecimentos que culmi-
(Cr$) na Fonte do naram com o desaparecimento do pranteado Dr. Tao-
IR-Fonte pagar credo Neves, deixaram a Nação brasileira não apenas
- traumatizada, mas até certo ponto. perplexa e desalenta-
Com declaração antecipada 2.927.000 2.114.000 813.000 da nO que concerne aos rumos políticos e institucionais
Com declaração normal 1.316.000 2.114.000 1.487_000_ 4.285.000 a -serem trilhado's.
As dúvidas e especulações levantadas sobre o estado
de saúde daquele ilustre desaparecido, mesmo antes de
Com o presente Projeto pretende-~e corrigir a it\iustiça J ustiflcação sua escolha, são de molde a que se defina e se estabeleça,
da sistemática atual, instituindo-se tabela de cálculo bem como condição prêvia ao registro eleitoral dos futuros
próxima à dos demais contribuintes e assegurando-se o Todos sabemos que uin dos mais sériós problemas en-
postuiantes à Suprema Magistratura da Nação, a con-
direito à correção monetária -do imposto antecipado na frent;dos pelas autoridades do Governo recentemente
dição de perfeita higidez física e mental.
fonte, à maneira do que ocorre nas declarações normais. instalado na República refere-se à irregular utilização
Evifar-se-á, assim, que contribuiJ;ltes em idênticas si- dos veículos oficiais, que servem não somente ao serviço Trata-se, sem dúvida, de medida destinada a ass~u- ·
tuações, venham a ter tratamento tão diverso como o de- público ou ao transporte do servidor, mas a uma série rar, peiÕ cumprimento-integral dOs mandatos governa-
monstrado no exemplo supra, em que, para um, resulta enorme de finalidades menos escorreitas .. mentais, a realização das metas e programas de governo,
pagar ainda a diferença de CrS 813.000, enquanto qUe, cuja continuidade não_ê aconselhável _que sofra solução.
Assim, contêm este nosso projeto de lei uma medida
para o outro, existe, não a obrigação de pagar e, sim; o que visa, apenas. colaborar com as ditas autoridades no Exemplos recentes, aqui e alhures, mostram essa ne-
direito de receber em devolução a quantia de Cr$ sentido de pôr fim ao abuso do carro oficial em todo o cessidad_e de que sejam elevados às culminâncias do Po-
4.285.000. der, peSsoas· dotadas de saúde física e mental comprova-
território nacional.
das.-
Sala das Sessões, 26 de abril de 1985. -João Castelo. A fiscàlização a cargo de Polícia Rodoviária Federal,
na -forma aqui preconizãda, certaffiente que cOriiríbUírá No passado distante, tivemos os exemplos do Presi-
(Ãs Comissões de ConstHiilçãO- i:--:Justfça e de Fi- para· diminuir Os casós de usO indevido das viaturas ofi- dente Rodrigues Alves para o seu 29 mandato e de seu
nanras) ciais. Vice-Presidente Delfim Moreira, o primeiro não che-
gando a ser empossado, e o segundo com mandato efê-
PROJETO DE LEI DO SENADO Sala das ·sessões, 26 de abril de 1985. - Nelson Car-
mero.
N• 75, DE 1985 neiro
Em passado relativamente recente, ilustrativo é o·
Ê:stabelece regra especial de fiscalização dOs vef~ (Às Comissõe-s de Constituição e Justiça e de Ser~ exemplo do General Arthur da Costa e Silva.
colos oficiais, e dá outras providências. viço Público Civil.) o-próprio exe-x:cício do cargo, em suas múltiplas face-
PROJETO DE LEI DO SENADO tas, exige essa higidez e fortaleza.
O Congresso Nacional decreta: _ N• 76, DE 1985
Art. I~' Os condutores de veículos- de propriedade Sem que tal exigênCia constitua empecilho ao aprovei-
da União, dos Estados, dos Territórios, do Distrito Fe- Estabelece a obrigatoriedade do exame de sanida- ta!nento de nossos mais autênticos e expressivos valores,
deral e dos Municípios identificar-se-ão toda vez que ti- de· fisica e mental para os candidatos aos cargos de o ·Projeto de lei, que tenho a honra de apresentar aos
verem que trafegar diante dos postos da Polícia Rodo- . Presidente e Vice-Presldente da República. meus Pares, representa razão suprema de Estado, no seu
viária Federal, exibindo obrigatoriamente nas barreiras a:nse-ío máximo de preservação, através da garantia da
das sa{das das cidades de origem dos veículos autori- O Congíes-so Nacioilal decreta: perenidade de suas instituições.
zação escrita da autoridaçle a que estiverem subordina-
Art. J9 Fica estabelecido o exame de sanidad.e fisica É com ~e propósito que aprésento o presente Proje-
dos, da qual conste o _destino e a: data do regresso. to de lei, o qual, espero, com os aperfeiçOamentos que
e mental obrigatório para os candidatos aos cargos de
Parágrafo único. A presença da própria autoridade. Presidente e Vice-Presidente da República. lhe imprimirão nossos ó'rgãos técnicos e demais parla-
no veículo oficial não dispensará o cumprimento ·da exi- Parágrafo Ünico. A aptidão físiCa e ffiental para o mentares, ver~se-ã coroado com o assentimento de nos-
gência de exibição da autorização de que trata este arti- exercício dos cargos de Presidente e Vice~Pr_çsidente da sos Pares, dadas suas altas e indiscutíveis finalidades.
go. República, de que trata este artigo, será çondição indis-
Sala das Sessões, 26 de abril de 1985.- Jorge Kalu~
Art. 2~' As aut.orizações- i"ecolhidas pela Polícia Ro- pensável ao registrO do candidato perante a Justiça Elei-
me.
doviária Federal serão imediatamente encaminhadas ao toral.
Ministro da Administração, quando se tratar de veículo Art. 2~> O ~e de sariidade física e mental, de que (Às Comissões de Constituição e Justiça e-de Saú-
oficial ~a União, ou à autoridade competente, nos de- trata a presente Lei, será realizado por uma Junta Médi- de.)
mais casos. ca constituí_da por ! (um) representante do Conselho Fe-
Art. 3~> O Poder Executivo regulamentará--esta lei deral de Mçdicina, I (um) representante da Associação O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- Os projetes
dentro do prazo de sessenta (60) dias. Médica Brasileira e 1 (um) representante da F~deração serão publicados e remetidos às Comissões competentes.
Art. 49 Esta lei entrará em vigor na data de sua Nacional dos Médicos, a serem designados, mediante Há oradores inscritos.
publicação. prévia indicaçã_o c;!.a~_ respectivas entidades, pelo Presi- Concedo a palavra ao nobre Senador Nelson Carnei~
Art. 511 Revogam-se as disposições em contrário. dente do Tribunal-Superior Eleitoral (TSE), nos 5 (cin- ro, que falará como Lfder do PTB.
0848 Sábado 27 • DIÃR10 DÓ-CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abril de 1985

O SR. NELSON CARNEIRO (PTB - RJ. Como zes, se valem de suas interpretações para divulgar notí- Governador Leonel Brizola, naquela segUnda-feira de
Líder, pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do cias que não são exa.tas. Não_os critico; compreendo-os. carnaval, a tivesse tomado a sêrio ..
orador.) -Sr. Presidente, Srs_. Senadores: A velocidade da vida polítiCa- reclama decisões e noti- Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. (Muito berit!)
Devo focalizar, desta tribuna, e rapidamente, alguns ciãrios imediatos. Mas o de hoje, divuigãdo no Jofnal do
assuntos para conhecimento desta Casa. Como Sabeffi Brasil, Sr. Presidente, merece um esc!arecimentO.-Diz o O SR. -PRESIDENTE (Passos Pôrto)- COncedo a
os Srs. sena:áóres; na sessão n-oturna de ontem, foram sçguinte: palavra ao nobre Senador Gastão MUller, como Lfder
aprovados dois projetas de -min.fiã-autoria: o de.n'i' 173, do PMDB.
de 1984, que determina o reajuste dos beriefidOs da Pre- .. PMDB do Rio convida PFL para aliança anti-
vidênCia Social no mesmo dia e no mesmo íridice do rea- Brizola." O SR .. GASTÃO MULLER (PMDB- MT. Como
juste do salário mínimo, e o de n~" 245, de 1984, que líder, pronuncia O seguinte discurso.)-. Sr. Presidente,
acrescenta§ 311 na Lei que regula o reajuste salarial, com E, a certa altura, diz: Srs. Senadores, temos um novo Presidente, Dr. José Sar-
a emenda de Plenário, ficando assim redigido: ney. Ó falecim~nto. do Presidente Tancredo Neves,
.. Pela tãtica traçada por Tancredo, essa ali8.nça levou-o, definitivamente, à primeira magistratUra da
teria um perfil conservador,· pois seria difícil ficar à Nação. Confiamos nele e s'e não o tivéssemos nessa con-
§ 311 Os quatrO príineiros reajUstes realizados
esquerda de Brizola sem cair num radicalismo es- ta estarfamos_ negando o nosso apoio, o nOsso aplauso, o
em cOnformidade com o disposto nest~ artigo que
~éril. Por isso, a idéia é que a aliança aglUtinasse o nosso V<?tO, ao cidadão escolhido para Vice-Presidente,
seseiuirem à data dC 1' de maio de 1985, a correção
ex-Governador Chagas Freitas, o PreSidente do portanto, eventual sucessor do Presidente.
automátiCa dos salârios dos trabalhadoi-es serâ
PFL fluminense, Hélio Beltrão, o Presidente Nacio- Infelizmente, isso se deu, ou seja, o Presidente Tancre-
acrescida de 5, 75% a título de reposição saiari~. nal do PDS, Senador Amaral Peixoto, e o Senador do Neves perdeu a vida e, na ordem natural e lógica das
O projeto visava assegUrar esSa-COITeção a começar de petebista Nelson Carneiro. coisas, o Vice~Presidente ocupou o lugar, sem traumas,
I' de janeiro de 19_85. A emenda de Plenário, porém, de- · Sob a batuta de Tancredo, Amaral Peixoto e sem convulsões', de uma formà mais que natural. ~a de-
terminou que começ-asse depois de I' de maio. Nelson Carneiro seriam convencidos a fazer as pa- mocraciã em marcha.
O segundo assunto, Sr. Presidente, ·que me traz à tri• zes com Chagas F~eitas - estão rompidos desde. O Presi~ente José Sarney, ao ocup1:1ro espaço que lhe
buna é manifestar, ainda uma vez, a preocupação das es- 1978 - e se uniriam em torno de um propósito era reservado, constitucionalmente, manifestou-se pe-
posas dos militares e daquelas que, durante muitos anos, maior: derrotar o Governador Leonel Brizola, rante a Nação brasileira, já como Presidente de fato e de
com eles conviveram e, depois, já divorciadas, foram identificado. como o principal inimigo da Nova Re- direito, numa Mensagem que pasSo a ler para que conste
surpreendidas com a morte dos seus maridos. Ainda pública. O Governador nunca esteve desatento a dos Anais, Sr. Presidente, Srs. Senadores, como um do-
agora, tenho em mãos a decisão do serviço competente esse movimento. Na segunda-feira de carnaval, en- cumento histórico que deve ser preservado:
do Ministério do Exército, negando penSão à viúva dC tre a passagem de duas escolas de samba, no Sam-
bódromo, ele comentou com um amigo: - ..Aqui,
um General que com ele viveu cerca de: 40 anos e se di- .. Brasileiros,
vai juntar toda a direita contfa mini. O Chagas, o
vorciou apenas em outubro de 1982. Em outubro de Deus é test'emunha de que éu lhe entregaria o me-
1984, ele falecia, casado novamente, e o Ministério en- Arn_a.::al e_o Neison vão-se unir em torno do Moiei-
ra." · lhor dos meus dias para não enfrentar a fatalidade
tendia que aquela esposa não tinha direito à pensão dei-
desta hora.
xada pelo seu' ex-marido, embora na sentença que decre-
Sr. Presidente, Tancredo Neves não pode desmentir a Tancredo Neves morieu.
tou o divórcio tivesse ficado expresso que, em caso de
. notícia. O Senador Amar,al Peixoto certamente o fará, Eterniza-se com ele a legenda de idealismo que
morte, ela teria direito a 40% da pensão.
mas devo prestar um depoimento à Casa e eSclire"cC-f" o coinõveti,-iluin movimento sem precederites na nos-
Ora, essa decisão estã de acordo com a legislação es- profissional que assinou essa reportagem: nunca esse as- sa história, as praças e as ruas do Brasil com a ban-
pecífica do Ministério d_o Exército, mas contrariã unia sunto foi tratado, seja cOm Tancredo Neves, seja com deira da Nova República.
disposição repetida em tOdas as Constituições brasilei- Amaral Peixoto, nem nunca se pensou numa aliança Ninguém o excedeu no amor do povo, que acom-
ras, de que a Lei não prejudica o ato jurídico perfeito, a anti-Brizola, no Estàdo do Rio. O que -sempre se susten- panhou o !'jeU longo e santificado martírio que teve
coisajulgada e nem o direitO adquirido. Mais ainda a . tou foi·que os Parti9os deviam ter sua fiSionQmia pró- fim nesse dia- simbólico para a Pátria, 21" de abril,
Lei do divórcio, de núm"ero 6.515, teve a preocupação de pria e, no moinento Oportuno, conforme as suas conve- com a evocação do herói da Independência, Tira- -
afirmar que o segundo casamento em nada prejudicaria niênci:is~Tãzer -as coligações qUe devem marcar todo os dentes. ·
a situação da primeíra esposa. regimes pluripartidários. Lágrimas temos tOdos, das fronteiras escondidas
Devo prestar um esclarecimento, e· o faço com o De forma que não há nenhuma procedênciá neste no verde da Amazônia até o menor dos arroios que
maior prazer: o ilustre MinistrO do Exército, G~neral possível complô contra o Governador Leonel Brizola. nos separam no extremo Sul.
Leónidas Pires GonÇalVes, me comunicou que, ein face Creio mesmo que só como piada humorfstica S. Ex• se Aqui estou, meus compatr:iotas, sob o peso de
dos pronunciamentos feitos desta tribuna, jâ haviã auto-· referiu, e o fez numa segunda-feira de carnaval, a essa um_lnsú:uúe que nâo "pedi e não desejei. Tenho a
rizado o Ministério do Exército a fazer um anteprojeto, conspiração e as suas aspir3.ções. consciêricia de minHas responsabilidades ·e a humil-
aptovado por S. Ex• e enviado ao exame do Estado Num encontro que tivemos, o mais demorado, na re- dade de dizer que preciso ser ajudado por todos e a
Maior das Forças Armadas_, parido fim a essa siTUição sidência dÔ ·Senador Ama~al Peixoto, durante um al- todos peço ajuda.
injusta e inesPerada. Quero, portanto, louvar a atitude moço-; com a presença de Tancredo Neves e de Ulysses Asseguro à Nação, com todas as forças da vonta-
do Sr. Ministro do Ex&CitO-CfaZer--um apelo ao Minis- Guimarães, nUnca, nem por acaso, esse assunto.foi tra- de e dei coragem, que o legado de Tancredo Neves
tro do Estado-Maior das Forças Armadas paTa que ãCe. tado. perm-anecerá vivo. ·
lere esse projeto, a fim de tranQ.Uilizar não só ãquelás De modo qtie quero dar este esclarecimento para re- Assim como não lhe faltei com a minha lealdade,
que, hoje, sofrem díficuldãdeS na obtenção da sUa pen- por os fatos nos seus devidos lugares. Foi. um exercfcio no período do seu calvário, saberei honrá-lo após a
são, mas de todas as senhoras casadas com militares e da imaginação ou de soma de elementos dispares de que sua morte. E não deixarei murchar a chama de es-
que não estão, por iss_ô, isentas de, amanhã, tef decreta- se valeu o jornalista pitra essa reportagem. Não quero perança que plantamos no Brasil.
dos seus divórcios e surpreendidas, na hora, pelo desam~ deixar "passar se~ um registro e sem um esclaredinento Serei maior do que eu mesmo neste desafio que a
paro, atravéS da pensão concedida exclusivamente às se- esse ponto- eu, que tenho ·silenciado sempre quando se híst6ria me entregou.
gundas esposas. me atacam ou se me criticam pelos numerosos órgãos de. Cumprirei cOm -fidelidade e honra mercê de
Pelo projeto que me comlli1icou o Ministro do Exérci- ímprensa. Deus, o meu destino.---- ·
to, essa pensão serã dividida igualmente entre a primeira Por isso mesmo, Sr. Presidente, deixo de fazer qual- Saberei ser o responsãvel pelo Estado, pela
esposa que, geralmente, é aquela que acompanhou o mi- quer comentário, para s~r fiel a essª interpretação e a Nação e pela visão histórica da Pãtria. Saberei ser o
litar nos an_os longos, diffteís, da sua carreira - nos essa -posiçâo que tenho assumírido, ao tópicO dei--um ccimandántc supremo das Forças Armadas, patrió-
anos iniciais- e aquera-nova'esposa-que, nem por issci, prestigioSO jOrnal de São Paulo, critiCando recente Pro- ticas, mantenedoras da ordem e das instituições,
deve ficar desamparada. No caso recente que cito, a pri- jC::to de minha autoria. Mas, nõ que diz-reSpeito .lo-·co- bem--Cõino o condutor firme daS nossãs sofridas
meira esposa viveu cerca de -411 anos Com o referido Ge~ mentário dci Jornal 'do Brasil, no que se refere a uma forças políticas, a que me orgulho de pertencer.
neraL possível coligação contra o Governadõr Leonel Brizola, Quis que iiSsim ·rosse a vontade de Deus. E assim
Finalmente, Sr. Presidente, sou um velho profissional quero deixar claro que essa coligação nunca existiu -e,- se ã cumprirei, coril a sua ajuda e com a sua proteção.
de imprensa. Desde moço ingressei no jornalismo e dele existiu, dela jamais tive conhecimento, nunca participei A vida de TanCr"edo Neves foi um exercício de
só me afastei recentemente. Por isso mesmo, louvo a ca- nem, creio, o saudoso Presidente Tancredo Neves tives- ç:liãlogo e- Conciliação. Seguiremos seu exemplo.
pacidade dos profisSiOnais de imprensa que, muitas ve- se tprnado a iniciativa de fal:ê-10--e, mulló meriOs,-que-o Realizaremos um goVerno de concórdia, mudanças,
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Soção II) Sábado 27 0849

trabalho., moralidade e austeridad~. Implacável O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- Concedo a Começo por lembrar que duas Mensagens, com os
contra a corrupç11o. palavra ao nobre Senador João Castelo, por permY'ta mesmos número e data, mas com substancial alteração
O ideal federativo, consagrado no primado da com o nobre Senador Jorge Kalume. no curto texto, chegaram ao Senado. Na primeira, o
ordem constitucional, será revigorado e a melhor . Presidente comuníc"Ou que" ... acabo de nomear ... " e,
maneira de realizá-lo é acabar. com as desigualda- ·O SR. JOÃO CASTELO PRONUNCIA DIS- na segunda, que •; ... acabo de designar o Doutor Renal~
des regionais que humilham o País. CURSO QUE. INTREGUE À REVISÃO DO do Costa Couto, ·Ministro de Estado do Interior, para
As mudanças reclamadas serão feitas. O nossq ORADOR. SERÁ PUBLICADO PoSTERIOR- exercer, em caráter interino, corno substituto,'o cargo de
programa,serâ o mesmo deTancredo Neves. O nos-:.. MENTE. . - Governador do Distrito Federal, vago em decorrência
so compromisso ê o da Aliança Democrâtícã., "for- da exoneração, a pedidO, do Senhor José Ornella.s de
O SR. PRESIDENTE (PassÇ>s Pôrto) - Concedo a
mada pelo PMJ;:>B, Partido que é uma página de he- Souza Filho".
palavra ao nobre Senador Helvídio Nunes, que falará
roísmo, pela Frente Liberal, homens que quebra- Estranhável a duplicidade, certo é que o Presidente do
pela liderança ao PDS.
ram amarras, e por todas as forças que, privadas da Senado só despachou o. segundo expediente, o qual,
liberdade, lutaram pela liberdade. O SR. HELVIDIO NUNES (PDS- PI. Como Líder, após a publicação, deveria ser remetido, como· o foi, à
O GoViino dará prioridade aos pobres. Ninguém pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) COmissão do Distríto Federal.
pode ser feliz num pafs em qUe milhões de pessoas - Sr. Piesidente, Sfs. Senadores. Nomeação e -designação datadas de 3 de abril de 1985,
não têm direito à felicidade. Anunciam osjorn;:~.is que deverâ chegar ao Senado, na SOmente ãqtiela-foi publicada no Diário Oficial de 8 de
Combateremos, sem tréguas, a inflação que cor- próxima segunda-feira, a indicação do_novo Governa~ abril de 1985. Em decorrência, duas situações esdrúxu-
rói a economia e destrói os salãrio:>, levando fome e dor do_ Distrito Federal. las, mas geradoras de conseqüência jurfdicas, não devem
desespero aos lares dos nossos irmãos. Lutarç:mos ·ficar irreVeladas: a primeira diz respeito ao exercício do
pelo fortalecimento da iniciativa privada, criativ-a e Como ao chegar a indicação anterior, entendi, através càrgo de Oovefflador, 'por-n.omeação, durante dois dias,
competitiva, mas vigJlantes co~tra os especuladores (ie uma questão de ordem, que a Mesa não poderia e ~z que, ato complexo, a posse ocorreu na tarde de 8 de
e Os excessos do poder econômico. não deveria receber a Me'nsagem Presidencial e, mais _aluil_.!_ dia -da publicação no órgão oficial do ato nomea.-
Os direitos humanos são sagrados~ Lutaremos túàe, sustentei este mesmo ponto de vista na Comissão tório; à segunda- se-refere à publicação inserta no Diário
contra a violência, pela segurança dos cidadãos e do Distrito Federal, sinto, Sr. Presidente, que apesar da Oficíãl, de lQ abrit-dê-1985, qUe ·não reproduz o decreto
contra a des9rdem e a anarquia. reclamação por intermédio de questão de ordem, apre- modificado, mas simples retificaçào do anterior, mas do
Implantaremos a reforma agrária, para i'nstalifat -sentada ao Senado na semana transata, defluirá o prazo qual foi feita comunicação à Mesa do Senado_ Fedenil.
a justiça no c~rhpO. de trinta dias sem que o Senado acolha ou rejeite a Men- Importa assinalar, ainda, que a Mensagem n9 89, de
No setor_ externo, a palavra do Brasil será inde- sagem Presídencial. 1985, publicada na editi:to do Diário do Congress_o, de 9
pendente e firme. Haverá, por conseguinte e pela Primeira vez nesta Ca- de abril,-lnas que nãó o foi no Diário Oficial, tr8nscrêve,
A nossa tolerância terá o limite da sobrevivência - sa, a aprovação de· unia- mensagem por decurso de pra- ipsis litteris, a original. Não cogita, e nem poderia fazê-
dign~ dos trabalhadores e da empresa nacional, da zo. Pela primeira vez,. repito, ~r. Presidente, um·a mensa- lo, da fetificação, que só fOf publicada vinte e quatro ho-
retomada do desenvolvi_mento e do nível de empre- gem será aprovada nesta Casa por decurso de prazo. · ras depois da apreciação pela Comissão do Distrito Fe-
go. Daí porque resolvi deixar por escfitO,-nos Anais do Se-· deral.
Vamos conStruir a democracia capaz de liberar nãdo, o meu voto, a minha palavra, o meu pensamento O parecer do ilustre Senador Alfredo Campos, naCo-_
as energias criadoras da juventude e assegurar a li- sobre este assunto! · missão do Distrito Federal, é, inegavelmente, uma peça
berdade política. O objetivo niaior do riosso projeto Ao chegar ao Senado Federal a Mensagem n9 89 (ri<1 de sabedoria política. Considerou o ato de nomeação,
nós o atingiremos com a reafízação da Assemb[êía 219, na origem), datada de 3 de abril de 1985, opús-me, publicacta no Diário Oficial, como se designação fosse,'
Nacional Consti_tujote; livre e soberana, aspiração atiaVés de questão de ·-Ordem tempestivãrilente arguida, afirmou que nãO cabia à u ... Comissão se aprofundar
legítima de toda a sociedade. ao seu recebimentO, c-om fulcro em expressas determi- nos aspectos jiliidicos e constitucipnais da designação'', ·
Este é um momento de dor, que compartilho com nações da Lej Magna e do Regimento Interno deste Co- aSsim também " ... que não hã porque se ater ao art. 42
todos os brasileiros. COmparfilho com a família legiada. item III da Constituição Federal. .. ", e ofereceu uma
Tancredo Neves, simbolizada nessa dam~ extraOr- Declarada impr~cedente a argUição, declinei, por ra- conclusão lapidar: ..Ante o exposto, não há o que opi-
dinária, Risoleta Neves, cuja dignidade no sofri- zão que não vem a pelo investigar. de recurso, e decidi nar. Assim, somos 'pela comunicação ao plenário de que
m-ento é comovent~ exemplo de fé e das virtudes da partictpar, ativamente, na Comissão do Distrito Fede;ral esta Comissão assim entendeu e que, dentro dos trintas
mUlher brasileira. · e neste PlenáriO, ..da- discussão da matéria. dias, prazo mâximo da interinidade, estarâ aplicando a
A memória de Tancredo Neves será nossa con- Naquela Comissão, frustrados os objetivos da primei- Constituição e O Regimerito do Senado f:ederal, quando
vergência, nossa inspiração, a vela acesa na escl,l{i- ra reunião, sustentei, em longo parecer oral, que a Men- da indicaÇão do Senhor Presidente da República, para a
dão de nossas. tristezas. sagem deveria- ser devolvida ao Presidente do Senado, nomeação do futuro Governador do Distrito Federal",
Ela nos manterá unidos, nãO nos dispersaremos. na linha da orientação doutrinária e legal anteriormente Manda a lei interna corporis que a Comissão opine. O
Juntos tqmaremos re;didade os_ ideais __do nosso adotada. eminente Relator, porém, entendeu que não havia o que
grande inspirador. Vencido pela força da maioria, passei- a aguai-dar eh- opinar, Mas 'assegurando que não havia o que opinar,
Tancredo Ne_ves disse:_ ''A esperança é o único seja para discutir a empolgante matéria, quando do exa- opinou. E também opinou, e opinou por maioria, a Co-
património dos deserdados e ela faz ressurgir as me do parecer, aprovado na: Comissão do Distrito Fed~ missão do DiStrito Federal, que aprovou a opinião se-
nações dos seUs desastr_es históricos", E disse mais: ral, pela Casa. · gundo a qual não_ lhe competiria opinar.
"Em matéria de sofrimento, privações e injustiça Cansad_o de esperar, reclamei da Mesa do Senado a Por importante, mais uma vez recordo q~e ao ser
superadas com resignação, poucos povos se igua- jnclusão na Otdem do Dia do prefalado parecer e, pes- aprovado o parecer a Comissão Federal sabia na desig~
lam aos brasileiros". _ soalmente, adiantei ao Pr~idente José Fragelli e ao líder nação, mas desconhecia a retificaçãO, qlr.C só forpublica-
Quis o destino que Taricredo Neves fosse, ele Murilo Badaró _o meu desejo de participar da discussão, da no dia segUinte, 10 de abril. Sim, sabia da designação
próprio e por sua morte, causa de rnais um sofri- -um vez que encontrei subsídios valiosos para oferecerão mas· sobre ela não poderia, oficialmente, trabalhar, vez
mento, símbolo de mais uma privação. Senado. - - que a retificação, ainda que fosse meio idôneo para sa~
Estou certo que a todas essas dificuldades, o País Evidenciei na oportunidade, e repito agora, que não nar o êrro cometido, s6 foi publicada no dia seguinte ao
vencerá. . me move o mais mínimo desejo de intranquilizar o Go- f:)a reunião em que se opinou, por maioria de votos, que
Nossa luta tão'grande, tão forte e tão bela será vernador designado, ainda porque o mandato de trinta não se deveria opinar.
fecundada pelas nossas lágrimas. dias, que lhe foi conferido, não se presta se não para o Ademais, para concluir a exposição dos fatos e a.s li-
A ressurreição de Tanctedo Neves virâ na cons- :_prolongamento de um~- crise político-adminitrativa in- geiras notas que eles ensejaram, convém lembrar que a
trução da Nova Repúbfíca, seu idealismo, seu teiramente desarrazoadá. publicação no órgão oficial dos deCretos presidenciais é
símbolo. O de que cuido, sinceramente, é da apaixonante dis- condição indispensável para a validade e operãrÍcia des-
Deus nos ajude a todos, nos ampare e nos conso-
le, nesta comunhão de sacríffcíos e esperanças.
a
cussão que a espêcie suscíta, emboni -SoluÇão apontada ses átos.
3. PassQ, agora, ao direito aplicável à espécie.
possa e deva _1lervir de orien~ação para casos emergent~.
Humildemente, só vos posso oferecer, neste ins- 2. Prestados estes esclarecimentos preliminares, pas- A ConStituição _de t 8 de setembro de 1946 dispunha:
tante, determinação, coragem e trabalho. COm dig~ so à exposiÇão dos fatos, acompanhados, quando im- "Art. 25. A organização administrativa e a ju-
nidade, honra e_ responsabilidade." -prescindível, de rápidos comentários sobfe os seus as- diciária do Distrito Federal e dos Territórios
Era o que tinha a dizer. (Muito bem!) pectos mais significativos. regolar-se-ão por Lei federal...
0850 Sábado 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Se~o li! Abril de I 985

Art. 26. O Distrito Federal será administrado Federal Ó nome do Prefeito do Distrito Federal, posiçõeS desta Emenda o art. 15 e seus parágrafos ...
por Prefeito, de nomeação do Presidente da Re- fazendo-se a nomeação, depois de aprovada a escolha". c o art. 203 da Constituição ... ".
pública, e terá Câmara, deita Pelo povo, com Não demorou muito o conflitO, felizmente. Logo o
funções legislativas. Legislativo aprovou a Emenda Constitucional n'l 3, de 9 Face à clareza do mandamento constitucioila~ não há
§ 19 Far-se-á a nomeação depois que o Senado de junho de 1961, cujos três Primeiros artigos convém a mais mínima dúvida, o Distrito Federal voltou a ser
Federal houver dado assentamento ao nome pro- reproduzir: administrado por Prefeito, de nomeação do Presidente
posto pelo Presidente da República." da República, depois do assentimento do Senado Fede-
"Art. (9 A Lei Federal, no Distrito Federal e ral.
Doze anos depois, entretanto, a Emenda Constitucio- nos territórios, regulará a organização administra- ·Agora, passando por cima dos AtÕS -InstitUcionais e
nal n9 2, de 3 de julho de 1956, alterou as regras estabele- tiva e judiciária e, observadas as normas gerais esta- referíndo, tão-somente, o preceito da Constituição de 24
cidas, ao dispor: - belecidas nesta Constituição relativamente à de janeiro de 1967, art. 17, § 29, segundo o qual"o Pre-
União, disporá sobre: feito do Distrito Federal e os Governadores dos Terri-
"Art. 19 O atual Distrito Federal será admi- I - a criação e extinção de cargos e serviços tórios serãO nomeados.--pdo Presidente da República,
nistrado por um PrefeitO, cabendo as funçõe5 -legiS- públicos e a fixa.ção dos respectivos vencimentos; depois de aprovada a escolha pelo Senado", resta exa-
lativas e uma Câmara·aeVereadores, eleitos, estes e II- a votação _dos tributos e do orçamento; minar o que dispõe a respeito a Lei Política de 17 de ou-
aquele, por sufrágio direto, simultaneameni~ pelo ll_I - a abertura de crédito e operações finaitcei- tubro de-1969, vigente.
período de quatro anos. ras. Reza o§ 2"', art. 17, que "o Governador do Distrito -
Parágrafo úilieó.- -A primeira eleição para Pre- Art. 29 O Distrito· Federá! serâ administrado Federal e os Governadores dos Territórios serão nomea-
feito realizar-si::--á qUando se efetuar a de Presidente por um Prefeito, nomeado pelo Presidente da Re- dos pelo Presidente da República", competindo~lhe pri-
da R~ública para o próximo PeríodO goverriamen- pública com aprovaÇão do Senado Federal, e terã vativamente també:ffi, nos terffios do art. St, VI, "no-
tal." Câmara eleita pelo poVo, com as funÇões que a Lei mear e exonerar os Ministros de Estado, o Governador
Em 1960, para ãtender ã mudança da c8pital pa~ã Federal lhe atribuir. dO Distrito Federal e os dos Territórios".
Brasília, a Lei n"' 3.751, de 13 de abril do mesmo ano, Art. 31' Compete ao Congresso Nacional fixar O poder de nomear, porérit, não ~total. Assim é que o
dispôs sobre a organização adminitrativa do DiStrito a data das primeiras eleições de representantes do art. 42, quando afirma a competência privativa do Sena-
Federal. Distrito Federai ao Senado Federal, à Câmara dos do F eçjeral, estabelece:
O legislador da época observou, como natural, os pre- Deputados e à Câmara do Distrito Federal, e exer-
ce~;- até que_ est~ se instale, a função legislativa em "III- aprovar, previamente, por voto secreto, a
ceitos da Emenda Constitucioii:al n"' 2, de 1955, estabele-
todos os assuntos da competência do Distrito fede- escolha de magistrados, ... do Governador do Dis-
ceu que a Câmara do DístritO Federal seria cOiripoSia de
ral." trito Federal, bem como dos Conselheiros do T ri~
vinte vereadores (art. 69), e prescreveu:
bunal de Contas ... ".
Claro, pois, sem margem a q:ualquer contestação, ain-
"Art. 19. O ·po_der Executivo serâ -exercido
da que especiosa ou de natureza política, que a Emenda A simples transcrição dos dispositivos dispensa quais-
pelo Prefeito do Distríto Federal.
Constitucíonal n9 3, de 1961, revogou, não apenas pela quer palavras adicionais.
§ }9 O Prefeito será nomeado depois que o Se-
hierãrquia superior, mas de modo expresso. o art. 19 da E na esteira das normas constitucionais, estatui oRe-
nado Federal houver dado assentimento ao nome Lei n9 3.751, de 1960. gimento Interno do Senado Federal, art. 402, quais as
proposto pelo Presidente da República. Certo ê: que menos de três meses decorridos da Emen- normas a serem observadas quando da apreciação sobre
da Constitucional n9 3, conturbado o País com a renún- as escolhas a que se refere o inciso III do art. 42 da
§ 39 Nos impedimentOs- não C:xCi::dentes de 30 ~ çia do Presidente Jânio Quadros, as Mesas da Câmara · Constituição.
(trinta) dias substituiÍ'á o Prefeito um dos do~ Deputados e do Senado Federal promulgaram a
Secretários-Gerais por ele designado.· NOs demais Emc;:nd~ Cons_~itucion~l n9 4, d~ 2 de s_etemhro de ~961, O SR. PRESIDENTE (João Lobo)- O tempo de V.
casos a substitUição se fará por nomeação do Presi- que -mstituíu o Sistema Parlamentar do Goverflo. Ex• eStâ esgotado. A Mesa solicita que V. Ex~ encerre o
dente da República." Ao traÇar a competência do Presidente da República, s·eu pronunciamento.
Anoto, preliminarmente, que o parâgrafo~39 fala-em- todavia, o Ato Adicional prescreveu:
_Q Sr. Gastão Müller- Permite V. Ex• um aparte?
impedimento não excedente de trinta dhis. -lnipedimen-
"Art. 3"' ....... ·- .•.-~. -·-- .. ·- ..... ·- ·- ·-.
to, no caso, pode significar situações de constrangimen- . O SR. HELVIDIO NUNES- Ou,~_Y· Ex•
to moral, de proibição da prática de atas por motivo de XVI- nomear, com aprovação do Senado. Fe-
interesSe pessoal ou em- virtude de imposição legal, de ·O Sr. Gastão Müller- Simplesmente para, em nome
deral, e exonerar, por indicaçãó do Presidente do
afastament_o temporáiio da jllrisdlção teáitorial, às ve- do PMDB, congratular-me com V. Ex• pelo belo traba-
ConSelho, o Prefeito do Distrito Federal..." lho que feZ, eSSe seu -esrorço.de homem brilhante, jurista
zes, até em prOveito da administração;etc: Em socorro à
eventualidade de tais impedimentos, na vigência- da Lei Verdade é que o parlamentarismo teve '-'ida efêrnera. consagrado, seja de agora por diante, um manual e, por
n9 3.751, de-1960, o próprio Prereito fazia a designação Logo a Emenda Constitucional n9 6, de 23 de janeiro de · que não dizer, uma espécie de bíblia para que se resolva
de um L.JS secretários. "Nos demais casos a substituição 1963, viria revogá-la. Mas o fez restabelecendo "o siste- o intrincado_prqblema da escolha do Governador do
se fará ... ", e~pressão incorreta e imprópi'ía üiílizada ma presidencial de governo instituído pela Constituição Distiitci Federal, até que, proximamente, esperamos
pelo legislador no período final do parágrafâ"J9;" ... por Federal de 1946 ... " · nós, o povo e o eleitorado que expressa a vontade do
nomeação do Presidente da República". ~ que nesta Ainda na vigência da Carta Magna de 1946, ina.s im- po-vo do J?istrito Federal possam escolher pelo voto di-
parte a norma cuida dos casos de vacância, motivada perante o Ato Institucional n9 1, surgiu a Lei !l"' 4.483, de relo, secreto e universal o Governador do DistritO Fede-
por exoneração ou falecimento do titular. 16 de novembro de 1964, que reorganizou o Departa- ral. Mas, de qualquer jeito, V. Ex~ estã prestando grande
Em qualquer das_ duas situações, porém, a lei não au- mento Federal de Segurança Pública (arts. J9 a 14), defi- serviço ao Senado e ao Brasil e à comunidade do Distri-
toriza a designação, em carãtednteririõ, como substitu- niu a _9rganização, a competência e a composição da to Federal, elucidando difinitiva e Concretamente todo o
to, do Governador. --- l'olíc1á do DiStrito Federal, e fixou o quadro de pessoal problema que existiu até agora, dissecando-o c_orn abs-o-
De·outra parte, a Lei n~> 3.751, de i960, elaborada ria civil da Polícia do DiS"trito FederaL luta perreição. Meus parabéns a V. Ex1-
vigência da Emenda n1' 2, de 1955, a-o invés de guaráaf- Transcorrido menos de um mês, a Lei n'l 4.545, de 10
lhe obediência complt~fá~- reproduziu, no que tange ao de dezembrp de 1964, dispôs, finalmente, "sobre a rees- O SR. HELV[DIO NUNES - Nobre e eminente
cargo de PrefeitO do Distrito Federal, o parágrafo !'I do truturação administratiVa:, do Distrito Federal" e consa- Líder do PMOB, agradeço a participação de V. Ex•.
art. 26 da Carta Política de 1946. grou, além da descentralização administrativa, os sobretudo a elevação do seu posicionamento, em race do
t provãVel que a anomalia legislativa possa ser expli- pri-ncípiOs de planejamento, coordenação, ~~legação de parecer, porque mais do que discurso estou oferecendo·
cada pela razão malor--óa transferência da Capital do competência e controle. um pa~ecer sobre a momentânea questão. Que no passa-
Rio de Janeiro para Brasília, tanto que, nas disposições MaiS tarde a Emenda Constitucional n9 18, de 6 de de- do tenham sido cometidos erros compreende-se, mas
finais e transitórias, trtulo IV, depois de estabelecer que zembro de 1965, que alterou prof~ndamente a sistemáti- que os que se prOpõem a alterar os erros do passado per-
.. as leis do Distrito Federal, até que se instale a Câmara ca tributária nacional, inscreveu também no seu texto, sistam no c?meftmen:to desses erros~ injustificável; por
respectiva, serão feitas pelo Congresso Nacion3lc0m a art. 25: outro lad~L reconheço a excepcionalidade do caso. Tal~
sanção do Presidente da República" (art. 40), fixou ·no vez se estivesse nã SituaÇão do Presidente José Sarney,
art. 44: .. Nos dez ( 10) dias a contar da vigência da pre:. .. Ressalvado o disposto no art. 26 e seus parã- eu tivesse cometido o mesmo equívoco que ele cometeu .
. 'sente lei, o Presidente da República proporá ao Senado grafos. ficam revo~ados ou substituídos pelas dis- Mas o importante é que o Presidente José Sarney, ho-
Abril de.l985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Sábado 27 0851

rnem que conhecemos muito bem e qu~ 'integrou a Cei- 15) de Saúde (C$); 3) Constituição e, Justiça 15 (quinze);
missão de Constituição e Justiça desta Casa, não se dei- 16) de Segurança Nacional (CSN); 4) Ciência e Tecnologia 7 (sete);
xe conduzir pelos primeirOs pareceres -que lhe -são ofere- 17) de Serviço Público (CSP}; 5) Distrito Federal 11 (onze);
cidos, ainda que embaixo tenham a assinatura de lumi- 1.8) de Trar.sportes, Comunicações e Obras Públicas 6) Economia 9 (nove);
nares, mas que, muitas vezes, não se dão o trabalho de _ (CT). 7) Educação e Cultuia 9 (nove);
examinar com exatidão a matéria. Muito obrigado a V. Art. 74. Compete às Comissões Permanentes: 8) F_in~nças 15 (quinze);
Ex•, eminente. Senador Ga,stão MUller. 1- estudar os assuntos que lhes forem submetidos, 9)- Fiscalização e Controle 17 (~ezessete);
_sobre eles se manifestando; debater os problemas nacio~· 10) Legislação Social 9 (nove);
Prossigo, Sr. Presidente: __ _
na is e inte.rnacionais cíue ·afetem a conjuntUra brasileira, II) Minas· e Energia 9 (nove);
4. Defluem da exposição dQs fatos e dO direito algu-
em todos os seus aspecto~; bem a~sim sugerir ou propor I2) Redação 5 (cinco);
mas conclusões, dentre as 'mais relevantes podem e de-
medidas- de ordem legislativa, na forma deste Regim~n~ 13) Relações Exteriores 15 (quinze);
vem ser arroladas as 'seguintes:
to; 14) Saúde 7 (sete);
I -A legislação em vigor desconhece a figura de Go-
I I - exercer, no âmbito das respectivas competên~ 15) Segurança Nacional 7 (sete);
vernador designado, em caráter interino, como substitu-
cias, a fiscalização dos atos do Poder Executivo, inclusi~ 16) Serviço Público 7 (sete);
to, do Distrito Federal;
2 --São de igual data e p,ubliCados no mesmo Diârió ve.os da administração indireta, como prevêem o art. 45 17) Transportes, ~o~uniCações e Obras Públicas 7
da Constituição, -a Lei 7.295, de 1984, e o titulo XII, des~ (sete}.
Oficial os decretos de exoneração de Jdsé Ornellas de
Sousa Filho e Ronaldo Cosfã. Couto, respectivamente, te Regimento; · f 19 O membro di Comissão Diretora não pode fa~
sendo que aquele ainda permaneceu, à espera da publi~ JII -realizar pesquis!ls de indicadOres econ_ômicos e zer parte de outra Comissão Permanente.
cação, seis dias no exercício do cargo de Governador; sociais compreendidos no âmbito de_ suas competências; § 29 A substituição dos membros da Comissão Di~
3 - O ptoccsso de substituição evetltual do Gov~rna~ TV-:- a_companhar a execução dos planos e progra~ retora pelos Suplentes de Secretário obedecerã ao dis~
dor do DiStrito Federal depende de disciplinamento le- mas administrativos e de desériV-olvimeiltO -adOtados posto no art. 89. - -
gal; pelo Poder Executivo, em_ relação aos Estados, Terrí~
§ 39 Os membros das Comissões Permanentes, ex~
4- O ato de investidur:a -do Ministro Costa Couto no. tórios e Distrito Federal, asSim como os concebidos
cluída a Comissão Diretor·a, têm participação nelas pelo
Governo do Distrito Federal não tem qualquer amparo para as relações exteriores;
período de dois anos, salvo em casos de substituição, não
legal e in~bsistentes são, ipso facto, os atas que prati- _V -:- promover Conferências, reuniões, seminários,
havendo limites para a recondução.·
cou; simpósios, visitas às regiões e áreas Objetivo de estudó
específico, assim como determinar a publicação e divul~ Art. 86. ~ lícito à ·Liderança substituir, a qualquer
5-O Senado Federal deverã devolver, pura e sim~
gação de informações e relatórios decorrentes; tempo e por 'meio de requerimento escrito, liderados nos
plesmente, -à Presidência _da República a Mensagem no;o ÓrgãOs Técnicos, desde que não ex_erçam eles a presidên~
89, de 1985. VI -elaborar leis delegadas;
VII - constituir Subcomissões igualmente · perma- cia de Comissão ou de Subcomissão em que se pretenda
Era o que tinha a dizer. (MuitQ bem! Palmas.) a substit!lição.
nentes, de três a cinco membros, vedada a acumulação
de participação, como- titular em outra Subcomissão. Art. 98. Â Tomiss3o de Agricultura compete opi-
COMPARECEM MAIS OS SRS. SENADORES: niar sobre as seguintes matêrias:
§ J9 Desde que constituídas, as Subcomissões sub-
sisiírão pelO prazo das Comissões que integrarem, _e a I....:. atividades do setor primário da economia; fauna;
Eunice Michiles -Gaivão Modesto- Gabriel Her-
elas se aplicam, no que couber, as mesmas disposiç-ões flora terrestr_y e aquática; exploração dos recursos do
"'leS- José Lins- Marçondes Gadelha- Aderbal Ju~
mar; culturas agrícolas em geral; caça e pesca;
rema - Nivaldo Machado - Carlos Lyra _- Jutahy regimentais que lhes são pertinentes. ·
II -economia agrícola; recursos naturais renováveis;
Magalhães- João Calmon- Severo Gomes- Mauro §_ 2" Para o cuinprimentO da"s suas atívidades, càda
produção; transporte; silagem e armazenagem; comer-
Borges- Saldanha Derzi- Jaison Barreto- Alcides CÕmissão Pe-rmanente é do"iada de Gabinete com servi-
cialização e preços; crédito e seguro agrícola;
Saldanha. dare~ habilitados de acordo com os limites--fiXados me~ Il_I_- ensino e pesquisa; ciência e tecnologia; estações
diante ato da Comissão_ Diretora. eipirimentais; serviços de eXtensão;
O SR.-PRESIDENTE (João Lobo)- Sobre a mesa, § 39 Os estudos e levantamentos realizados conclui- IV- c_ooperativismo;
Proejto que será lido pelo Sr, )9-Secretário. rão por "relatórío sulnário, que seTà -submetido à apre~ V~~--agroindústria e agropecuária; alimentos; rações;
dação do_ plenário da Comissão. peles; padronização; fiscalização do abastecimento e
E: .lido o seguinte § 49 Observadas-as nOrmas regimentais no que sere~ constÚno; inspeção de saúde animal; vaciil.as; controle
fere ao sigilo que deva ser resguardado, os relatórios se- sanitário vegetal;
PROJETO DE RESOLUÇÃO
rão publicados no "Diário do Congresso Nacional" e VI -estímulos fiscais e creditícios às atiVidades ru~
N• 6, DE 1985
em Avulsos, por determinação da Comissão Diretofa, rais-;
Dâ no'l'a redação aos arts. 73, 74, 7S, 78, 86, 98, mediante requerimento do Presidente da Comissão. VII:- conservação do solo e das águas; recursos
99 e 105/116; e revoga o§ 6-;o do art. 93, do Regimen- § 59 As Coriiissões Permanentes encaminharão à hídricos; meteorologia . e climatologia; recursos flores~
to Interno do Senado Federal. Comissão Dfretora, até o dia 30 de inarço, detalhadq re_- tais; florestament() ~ _reflorest':lntento; JJreservação do
latório das sua_s ativida.des realizadas _durante Q_ ano an~ meio ambiente; exploração do cerrado e das áreas com
O Senado Federal resolve. terior, f~endo referência às publicações, parece;es p"ro~ prÕbiemaS climatológicos;
feridos, número de sessões, comparecimento de seus VIII -_corr_eção do solo; fertilizantes; pestes e pestici~
membros, trabalhos das Subcomissões, etc. das; ·agrotóxicos;
Art. 19 Os artigos 73, 74, 75, 78, 86, 98, 99 e 105 a IX -legislação de terras. migração; colonização; legi~
116 do Regimento InternO do Senado Federal passavam
§ 6<;> No informe a'nual da ?residência do Senado .
Federal constarãO, em ordem cronológica, os dados timação de posses; ath7Ldades_do índio no rneio rural; de--
a vigorar caril a seguinte redação: sapropriação; alienação; aquísição, concessãO Ou distri~
••Art. 73. As Comissões Permanentes_são as segu!IJ~ quantitativos referentes ao item. anterior.
buição de terras públicas; e assuti.tos objeto dos arts. 161.
ArL 75. As Coffiissões EsPeciais têm ·competência
tes:
para o desempenho -das atribuições que lhes forem ex~
e 171 da Constituição;
I) Diretora (CD); X- a,tivfdades e competências; programa~ e reali~
2) de Agricultura (CA); pressamente deferidas, e serão: zações de órgãos federais criados para promover e prote-
3) de Assunt.os Regionais e -dos Municípios a) Internas- destinadas a~ estudo de qualque~ as~ ger as atiVidades no meio rural;
(CARM); .sunto compreendido na coillpetên"ciã do Senado; XI -política agrária; formação profissional; assistên-
4) de Ciência e Tecnologia (CCT); b) Externa- destinadas a representar o Senado em cia e proteçãci ao trabalhador rural; relações externas
5} de _Cons_t_ituição e Justiça (CCJ); Corilgresso, SOlenidades e outros atoS públicos; que envolvam interesses da agricultura.
6) do Distrito Federal (CDF); c) Mistas - destinadaS ao estudo de matêria -em Art. 99. Ã Comissão de Assuntos Regionais e dos
7) de Economia (CE); curso no Congresso Nacional, ou a preParo de propo- Municípios cabe emitir parecer sobre matérias da com~
8) de Educação e Cultura (CEC); sição-que a ele deva ser submetida, na forma do disposto _pet~ncia dos organismos regionais de planejamento e
9) de Finanças (CF); no Reçimento Comum. execução de programas de desenvolvimento, assim comÓ
10) de Fiscalização e Controle,(CFC); Art. 78." A _Comissão Diretora é cOnstituida dos ti~ os assuntos. de interesse dos Municípios, cabendo~ lhe,
11) de Legislação Social (CLS); tulares da Mesa, tendo as demais Comissões Permanen~ ainda, opinar sobre as proposições pertinentes a:
12) de Minas e Energia (CME); tes o seguinte número de membros: I~ divísão do território nacional, territórios federais
13) de Redação (CR); 1) Agricultura 7 (sete); e questões a eles inerentes; -ocupação; migração; popu~
14) de Relações Exteriores (CRS); 2) Assuntos Regionais e dos MunicípioS 9 (nove); lação;
0852 Sábado 27- DIÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçi!o ll) Abril de 1985

II- organismos regionais de Planejamento, coord~ V- micro, pequena e médía empresas; produtivíaa:- II -previdência e assistêncía Social; fundOs de pen-
nação e execução de planos e programas de desenvolvi- de; são; previdência privada; proteção· ao desempregado;
mento; · VI -_propriedade industrial; registro do comércio; le- UI- relações e.t}tre empregados e empregadores;
III-. política económica e financeira para as regiões e gisl<J.ção metrológica; pesos e medidas; IV - organizaçã_o e funcionamento das associações
estabclccirilento de crédito a nível regiomil e estadual; VII- politica bancária; crédito interno eexterno;ju- profissionais e sindicais;
IV- política e programas habitaci9nais e- de sanea- · ro_s, capitalização e seguros; sisterr:ta_e captação de recur- V-:- organização e desempenho de entidades destina·
,menta bâsico; sistemaS financeiros para aquisição- dã ~-s~;_ poupança interna; das à promoção e aperfeiçoamento da mão-de-obra; for-
casa própria; aluguel de casas residencias e de loc~s para VIII- importação e exportação; câmbio; mação e readapfaÇão profissional; treinamento;
trabalho e produção; desenvolvimen'to urbano; __ IX-:- recursos naturais; renováVeis C:"ii.ãO-ririOVáveis; VI -política -de migração; integração das minorias
V - estímulos e incentivos fisc8is voltac..los para as matérias-primas e alimentos; . raciais, religiosas e culturais à comunhão nacional;
âreas menos desenvolvidas; política e insti:-umentos- de X - mercado de trabalho; atenção ao índio no que tange aos serviços assistenciais;
colonização e ocupação da Amazônia; navegabilidade e XI - abastecimento interno; VIl- assistência social' à mãe; ao merior c; aos idosos;
utilização dos rios; · Xu ~monopólios, oligopólios e multinacionais; VIU- controle do problema das migrações internas,
VI- ampliação e exPloração de recursos hídricos XIII- acordos e tratados internacionais-iehitivõS áS especialmente no que tange ao favelamento;
·para o Nordeste; irrigação; estudos de clima e meios de questões económicas; relações com entidades de crédito IX -legislação sodal e trabalhista;
prevlsão e de alteração climática; Cooperação da União internacionais; X_- criminalidade, desajuste social e exercício do po-
para obras públicas e recuperação causada Por cara:mi~ XIV -inflação; correção monetária; projeções dos der de política; ação do Ministério_ Público~
dades; beneficiamento de áreas e obras contra as secas e indicadores; sistemas estatísticos e cartográficos nacio- XI- acidentes do trabalho;
inundações; - nais; XII- Justiça da· Trabalho.
VIl -ecologia; política nacíoÍ1al do meio ambiente; XV- endividamento ~ capacidade de pagamento da Parágrafo único. A Co'missão de Legislação Social
parques nacionais; reservas indígenas; aproveitamento _!Jnião, Estados e Municipios. opinará, igua1metite, sobre PedidOs dé autorização para
dos recursos naturais; alienação de terras(C.onst. arL 171, §único), oferecendo
Art. 107. À Comissão de Educação e Cultura com-
Vlii- turismo; zonas francas; portos livres; ·o respectivo prOjeto de Resolucão: -
pete opinar sobic as seguintes matérias:
IX- política fiscal e aduaneira para os Estados e Ter- I - educação e cultura em geral; ensino e magistério, Art. 110. À Comissão de Minas e Energia compete
ritório; legislação tributária da União de interesse dos letras e artes; ooinar sobre.
Municípios; II -constituiçãO e funcionamerito -de entidades cultu-
X- bens da União; alienação e Iegifimação'de feiras; rais e educativas, oficiais e privadas; treinamento e pós- l -recursos minerais e energéticos:
preservação de crédito internos e externos, para os Esta- graQuação: I I - prodw;ão mineral, metalúrgica e siderúfgica;
dos e Municípios, nos limites estabelecidos em Lei; III -comemorações; emissão de selas; homenagens III -cursos e quedas d'água; águas subterrâneas; po-
XII -áreas metropolitanas; cooperação técnicas do cívicas e culturais; teucial hidrelétrico; exploraÇão de recursos hídricos;
Governo Federal às Prefcituras, inclusive treiri'amento de IV -censura artística e literária de veículos de comu- IV -·importação e exportação de minérios e de ener-
servidores m unicipa:is; niciiCão e espetâculos públicos; gia;
XIII- interesses do índio; problemas, reivindicações V -convênios com países estrangeiros; V - produção, transmissão e distribuição de ·energia,
e oportunidades dos indivíduos e da popufação; terras e YJ -estudo e preservação do folclore brasileiro; industiialização do petróleo e derivados; usinas hidrelé-
reservas; .serviços especiais e entidades ligadas às ques- VII- estudo do livro didático e contrdle do material tricas e tennoelétricas; ,
tões indígenas; escolar;_pOPularização d_o instrumento musicaJ e do__ ma- VI- prospecção, lavra e comercialização de c~m­
XIV-=- medidas de qualquer natureza; não compreen- te!íaJ esportivo; valorização do esporte amador; controle bustiveis sólidos, líquidos e gas,osos; controles sobre re-
didàs no espaço dos itens anteriores, de especial interesse sobre .o esporte profissional; servas; economia do petróleo, carvão e minérios radioa~
dos Estados, TerritórioS e Municípios. - VIII- estudos de carâter preventivo-educativo refe- ti vos;
rentes ã ecologia e às instituições encarregadas da defesa VIl ,.;_exploração mineral no mar territorial; minérios
Art. 105. Ã Comissão do Distrito Federal cOinpete, :stratégicos;
privativamente: ambiental; ·. ·
JX -·matéri~ atine_ptes à análiSe científica da fauna e VIII - crenología;
I - Opinar s~bre: · IX -segurança e proteção ambiental relacionadas
a) as proposições legislativas pertiri'entes ao Distrit da flora terrestre e aquática;
X;.:___ promoção do desenvolvim~o das ciência5;'artes com a' exploração mineral e energética;
Federal sobre matéria tributária e orçamentária, serviço X - desenvolvimento técnico-científico' mineral e
públicos e pessoal da administração (art. t 7 da Consti- e letras; difusão cultural; patrimônio'his~órico, ~rqueOló­
gic.o, científico, cultura 1 ~/artístico~ energético.
tuição); -
b) os planos, projetas e ProgramaS de desenvolvim-Cn~ Art. 108. À Comissão de Finanças d-ompete opinar Art. III. Ã Comissão de Relações Exteriores com-
to; sobre: pete opinar sobre atas e relações internacionais,
c) a aplicação dos recursos financeiros ou técnicos, na I - assuntos monetários, creditícios; financeiros e fis- caberÍdo-lhe especificamente opinar sobre as Seguintes
área de inflUência da CapfGr di~Rep.ública; - - cais; matérias:
d) ·alienação, concessão e propriedade de terras; I I - admrníStrãÇão tributária; arrecadação; adminis- . I----:- política internacional; r~elaçô.es dip\omãticas e ser-
e) o Orçamento do DIStrito Federal (ari. 413); traÇãõ -financeira; viços consUlares;
f) a escolha do Governãdor e dos Conselheiros do fi I - progi'ãma e alteraÇões orçamentárias; 'captação II -nacionalidade, cidadania, naturali~ação, entra-
Tribunal de Contas (Const. art. 42, III); . de receita; recursos; estabelecimentos de crédito oficiais e da; extradjção e expulsão de estrangeiros; emigração e
g) as contas do Governador, Oferecendo o respectivo privados; Caixas Económica.s; imigração; turisrriô;
projeto de resolução; . IV- intervenção federal quando tiver por fim reorga- III- indicação de nomes para chefes de missões di-
h) pedidos de empréstimos; oreraçôes ou acordos nizar as finanças do Estado (Const. art. lO, V); plomáticas de carâter permanente junto a governos es-
(Const. art. 42, IV), oferecendo o respcictivo projeto de V-- pedido de empréstin1os; operações ou acordos trangeiros ou .a organizações internacionais de que o
resolução; externos quando se tratar de matéria financeira, ofere- Brasil faça parte;
I I - relatar os vetos do Presidente da República a cendo o respectivo projeto de resolução, ressalvado o IV- requerimento de qualquer forma que se refiram
projetas de lei pertinentes ao Distrito Federal (art. 414, disposto no art. 105, I; a acontecimentos ou atas públicos inter~Jacionals;
1). VI- dívida externa; câmbio e transferência de va:to- . V- requerimento de que trata o art. 44, § 19, a e b, 3;
res; emissão de bônus e obrigações do Tesouro Nacional; VI- questões referentes à Organização das Nações
§ I 'I O parecer da Comissão não exc!ui, riõs casos VII- depósito de dinheiro público; Unidas; à Organização dos Estados Americanos; bancos
das alíneas a, feg do inciso I, os das Comissões de Cons- VIII -administração patrimonial; de desenvolvimento e entidades internacionais económi-
tituição e Justiça e de .Firi.anças, quanto aos aspectos IX - qu;:!lquer matéria, mesmo privativa de outra Co- cas e finanCeiras;
j uridico-co nstitucional e financeiro. missão, desde que, imediata ou remotamente, influa na VII -assuntos de fronteiras e limites da República;
Art. 106. Ã Comissão de Economia compete opinar reCeita ou despesa pública, ou no património da União; VIII -questões de exploração e ocupação do mar ter-
sobre as seguintes matéi'iãs: -- X - toinada de contas do Presidente da R~ública; ritorial;
1- política ec:onómica;·p-rõdliçã.o, cirCUlação e consu- X(- escolha dos Ministros do Tribunal-de Contas da IX~ autorização para o Presidente ou Vice--
mo; União (Const. art. 72, § 39); Presidente da Repúblicã se ãusentar do País;
II - planos e programas de desenvolvimento nacio- XJJ_,... créditos solicitados pelo Poder Executivo. X- conVênios, acordos, cOntratos entre o Brasil e ou-
nal; coordenação e integração; -- Art. 109_ Ã Comíssão de Legislação Social cumpre tros países nos campos social, cultural, polftico, econó-
III- estímulo~ e incentivos ao produtor; desenvolvi- opinar sobre: _ mico, militar, cieniíficOe tecnológico; ajuda económica e
mento industrial e comercial; I - organização social; mercado de trabalho; política humanitària, bem assim a cooperação nos ~ais diversos
JV- defesa do consumidor· - salarial; política de empr~go; fiscãJização; setores com- os países meRos desenvolvidos; exploração
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I!) Sábado 27 · 0853

conjunta de recursos naturais terrestres,_ Q_ceanogrâficos âos pfojetos de iniciath:a do Senado e das emend~ _a Art. 2<:~ Fica revogado o§ 69 do art. 93, do Regimen-
e espaciais; · projetas da Câmara dos ~putados: to Interno ..
XI- transferência de conhecimentos e de materiais § !9 Quando, no texto da proposição, houver cláu~ Art. 3"' Esta Resolução entra em vigor na data de
críticos, especialmente relacionados com a energia nu- sul a de justificação ou paiavras desnecessát;ias, a Presi-_ sua p.ublicação.
clear e o emprego militar; dência a enviará à Comissão de Redação para escoimá-la Art. 4"' Revogam-se as disposições em contrário.
XII -outros assuntos relativos à política de segu- do defeito.
rança nacional, resultantes _das relações externas ou de § 29 A Comissão de Redaçãq _revisará as propo- Justificação
políticas econõmicas internac_i:onais que afetem essas re-- . sições, ainda que não emendadas, dos vícios de lingua- Entre as maiores preocupações de tOdos quantos- se
lações, bem assim as ma.térias relacionadas com a coope- gem, das impropriedades de expressão e dos defeitos de dedicam à atividade legislativa, nesta e em passadas le-
ração entre países nos mais diversos campos de ativida- técnica legislativa. gislaturas, destaca-se a escassa repercussão e o notório
de. --Art. I 16. À Comissão de Transportes, Comuni- esvaZiãmento dos trabalhos das Comissões.
cações e Obras Públicas compete opinar sobre as seguin- · Trata-se d_e distor.Çãó que urge corrigir.
Art. 112. Ã Comissão de Saúde compete opinar Uma melhor estrutUração técnico-administrativa e
tes matérias:
sobre matériaS que digam respeito à saúde em gétal e precisas_ atribuições das Comissões Permanentes irão
I -transporte marítimo, fluvial, aêre_o, rodoviário e
mais as seguin.tes: possibilitar o correto enquadramento da proposição le-
- --~férroviáriü"; os ··organismos respOnsáVeis pela política e
I - política nacional de saúde; gislativa, e o eficiente e rápido exame do seu mérito. São
. execução da ação goverriamental e da iniciativa privada;
11 - higiene; saneamentO" básico; ação preventiva; vi- essas as medidas corretiVas de maior urgência e relevo
tarifas; taxaS; fretes; armazenagem e seguro;
gilâncía sanitária; -ii -condiçõeS- de tempo; atividades na atmosfera; que- se Pretende realizar mediante o Projeto que ora apre-
III - endemias e epidemias; sentamos,- cujas ·principais inovações passamos a desta-
ciência e tecnologia espacial; _
IV- alcoolismo, tabagiSmo e toxicorn_aoia; pre III -serviço Postal e Correio Aêreo Nacional; car:
venção e_tratamento; IV- telecoinu_oi_çações; teleinformática; serviços pos- 1. No elenco das Comissões Permanentes referidas
V- prot-cção ao nascituro e amparo materno- no"Art. 73 do Regimeoto__In_terno, propomos a fusão da
tais;
infantil; V- plano nacional de viação; produção e comêrcto Comissão de Assun~o_s Regionai~ com- a dos Municípios
VI- paternidade responsãvet; planejamento familiar;
política demográfica;
e
- de e_quipamentos; questões tributárias financéiras rela- (esta criada pela Resolução n<:~ 137, de 30-11-1979).
tivas aos sei ores, seja de interesse individual ou coletivp; Justjfica-se esta refo(ma devido à escassa _atividaçle da
VIl- produção, ·consumo e controle de medicamen- VI- marinha· mercante; portos e vias de navegação; primeira, e exclusiv~ ap-reciação, pela segunda," de pro-
~os e alimentos; pesquisa e mercado;
VII- tráfego e trânsito; cessos relativos a empréstimos á.Os municípios. O quadro
VIII- transplantes de órgãos e problemas couelat_os; a seguir mostra o balanço das a~ivid~des .destas Comis-
VI 11 -obras públicas 'em geral;
IX -exercício profissional na rf!.edicinf!, e atividade IX -·concessões de serviços e c~pcorrências_públ!cas. sões nos últimos três anos:
paramédicas; organizações _e preparo dos respectivos
profissionais; sistema hospitalar e ambulatorial; pesqui-
sa c desenvolvimento OQ ensino e_C!Qs equipamen'tos;
X~ alopatia e homeopatia;
Comiss~o de
XI -imigração quanto aos aspectos dos incisos II e
lll; Assuntos Regionais Comissão d~s Municípios
X II -organizações, tratados e acordos internacionais
sobre saúde, medicina e_medicamcntos.
Art. I 13. Â Comissão de Segurança Nacional com- 1982* 1983* 1984*"' 1_982* 1983* (9"84**
pete opinar sobre as seguintes matêrias:
1- forças armadas de terra, mar e ar; Reuniões 03 05 02 13 17 08
II - requisições militares;
Projetas examínados com
II I - declaraçã'o de guerra;
pareceres dados li 04 04 110 32 55
IV- celebração de paz;
Seminários, conferências
V- passagem de forças estrangeiras e sua permanên-
e simpósios realizados 01
cia no território nacional;
Rel~tórios publicados
VI- políciãs militare_s;
VI I -declaração de Municípios como áreas de int~­
rcsse de seguraitça nacional e especificações indispensá- "" Dados do Relatono di> Presidente do Senado Federal.
,.,.Dados rornccidcis -pelas Secretarias das citadas Comissões.
veis (art. 15, §_19, b e 89, parágrafo 19 da Constituição);
VIII- matêrüis referentes ao âmbito de competência
do Conselho de Segurança Nacional (art_. 89 da Consti-
2. A Comissão de Fiscalização e Controle- criada prevê-se a ~omposição, na forma do Regulamento Ad-
tuição);
pela Lei.n9 7295, de 1984, e regulamentada mediante ministrativo do Senado Federal, de Gabinete apropriado
IX- definição dos _crimes contra a S_egurança Nªcio-
Projeto de Resolução do Senador Marcondes Gad_elha e exclusivo em cada Comissão Permanent~. "destinado a
nal e fixação das penas correSpondentes;
-ainda em tramitação nesta Casa- fOi inctuíaa no art. supri-la com servidores habilitados e-qUaliftcados para o
X -serviço militar obrigatório; exerctcio de"- funções técnicas ---e administrativas".
73, por admitirmos que sua aprovaçãq, tendo em vista o
XI- uso militar da energia nuclear; program~s de Pretende-se, destarte, garantir às Comissões o _apoio in-
fundamento legal, bem como a necessidade de
pesquisa e--produção de armas e equipamentos para fins
implementã-lo no mais breye prazo possível. dispensável à estabilidade e repercussão de suas .ativida-
militares;
3. Por outro lado, deixamos de inçluir as demais_ Co- des.
XII- quaisquer matérias que envolvam a segurança
nacional, direta ou indiretamente;
missões previstas e em tramitação- de Defesa do Meio 5.- Agrupam-se, no art. 75, os at.uais arts. 75 a 1 i6,
Ambiente e de Assuntos Fundiários- devido ao reçiuzi- sem alteração _de conteúdo.
Art. I !4. Â Comissão de Serviço Público compete do número de matérias ~pecificamente nessas áreas. Em 6. No art. 78 são atualizados os números de
opinar sol;Jre as seguintes matérias: que pese a relevância de tais questões, seria mais viável, membros ~as Comissões de Legislação Social e de Cons-
I -de interesse do_ funcionalismo civil e militar da
do ponto de vista de eficiência organizacional, a criação tituição e Justiça, aumentados pelas Resoluções n9 47/76
~nião, bem assim das autarquias federais, do Distrilo
de Subçoroissões ligadas à Comissões qUe tradicional- e n<:~ I5f77, respectivamente.
Federal e dos _Territórios;
- mente Vêm cuirulndo dO "exame de seus mêr.iiOs. Casos es- - 7. -No Art":86 selil.Clillvedãção à substituição, nas Co-
II -estrutura e funcionamento das empresas de ser-
pecíficos como a Reforma Agrária- que seria a princi~ missões, pela Liderança, de liderados que ocupem a Pre-
viço -público; política de pessoal;
pai atribuição da Comissão d.e. Assunto~;~_R~ionais - _sidência da Comissão ou _çle S_!l_bç_omissão.~, . _.
III- prestação de Serviços ·concedidos pela União; Caberia mais a uma ComissãQ __Especial, destinada ao 8. As Subcomissões.serão criadas por intermédio de
participação do Estado na pesquisa científica e-tecnoló- exame da matéria na fase de definição qa política e dire- cada CorilissãO, por deliberação de seus merilbrOs e se-
gica; intervenção es_ta_ta_l na produção de bens e serviços; trizes. A SubcOmiSsão de Assuntos Fundiários trataria, gundo O aSsunto__da çonveniênci"a de seus programas de
IV -práticas de corrupção ou outras ativid.ades con- em caráter permanente, do acompanhamento e fiSCali- trabalho, hão podendo, por isso, ser pteviamente eSlabe:.
trárias à ordem, à eficiência e moralidade na adminis- zação de Sua implementação, mais as a~ribuições correla- lecidadas neste R~gimento, salvo o disposto no parágra-
tração pública; · tas. fo único do art. 39, quan~o ao nÚ!JleTO mínimo e máximo
V- aprimoramento do serv!ço burocrático. _ _4. __ _Além de melhor distribui_ção, em itens~ parágra- de seus componentes. A especialização e a çonstante
Art. !15. ·À_ Comissão de Redação compete, salvo . fos, da matéria constante do atual art. 74, no parágrafo preocupação com õS aSSuntos de sua cõmpetência, tal
dispOsição em cOntrário, elaborar a redação do vencido J9, ·que coincide, em-' Parte, com o atual parâgràfo 79, como acontec~ em algUns parlamentos m_elhor organiz,a-
0854 Sábado 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abrj] de I985

dos e_ mais aparelhados, permitiria, certamente~ em nOs- 7) de Educação e Cultura (CEC); I I)__ ~Ia_Çõ~ Exte~io~es. 15 (qJJinze);
so caso, a valorização e acentuada melhoria na qualida- 8) de Fin3:nÇas (CF); 12) Saúde, 7 (sete);
de do trabalho parlamentar. 9). de Legislação__St?cial (CLS}i_ 13) Segurança: Nacional, 7 (sete);
Assim, como exemplo, lembrani.os na prOposta' CO-- 10) de Minas e Energia (CME); 14) Serviç_Q Público Civil, 7 (sete);
missão de Assuntos Regionais e Municipais, com nove II) de Redacão (CR); 15) Transportes, Comunicações e Obras·Públicas, 7
membros, as seguintes SUbcomissões· permanentes que 12) de Relações Exteriores (CRE); (sete).
poderiam ser Criadas: · B) de Saude (CS); - • f _I? O membro da Comissão Diretora i:tã(l poderá
I - Terras e Política Agrária; 14) se Segurança: Nacional (CSN); fazer parte de outra Comissão Permanente.
II- Meio Ambiente; 15) de Serviço Público Civil (CSPC); § 29 A substituição dos membros da Comissão Dire-
III- Habitação, Saneamento e Deserivolvimento Ur- 16) de Transporte, Co.mumlcações e Obras Públicos tora, pelos Suplentes de Secretário, obedecerá ao disposR
bano; (CT). to no art. 89.
IV - Questões Indigenas. Art. 74. As Comissões Permanentes têm por fiflalí-
-Na Comissão de Ecciri0m1a; com nove meinbros, dade estudar os assuntos submetidos a seu exame, sobre ... ' .......... -.- ....... -...- .... - ~ ... ·-·
pelo p1enos duas SubcomiSSõcbs ·padêfiam ser pérmaneri- eJes manifestandoMsiili fOfinã. Prevista neste .ReghnentO, " Art.98. Ã Coffiissã~ de AgriCultura compete opinar
tes: a·ssim:- 6lm-o exercer, no âmbito das respectivas comPe- sobre as proposições pertinentes aos seguintes assuntos:
I -Planos Nacionais e Regionais de Desenvolvimen- tências, a fiscaHzação dos atas do Poder Executivo e da I - agricultura; ·
to; administraÇãO descentralizada prevista no art. 45 da I I - p6CUãria; ---
II - Endividamento Interno e Externo. CánstítUição. . III - florestas;
Na Comissão de Refãçôes Exteríores, cOm 15 § )9 Mediante delegação tácida do Plenário, compe- IV -caça;
membros, seria possível contar com quatro SubcomisM te ainda às COmisSões--Permarienies -realizar estudos ele- V -pesca;
sões permanentes: · Vánüiniertros- sobre os problemas de iDteresse nacional VI- emigração_ e imigração;
I - Relações com os países da América; compreendidos no âmbito de suas atribuições, acompa- VII- colonização, povoamento e diretrizes político·
II -Relações com os países da J;uropa; -nhandO a execução dos planos e programas administrati- económicas do crédito rural; -- -
III- Relações com os países-da ÃfriCã.; vos adotãdos pelo Poder Executivo em todo o território VIII- incorporação dos silvícolas à comunhão na-
I V - Relações com os países da Ásia. nacional. · cional;
9. Compreende-se, portantO, que sejàffi- mais expliciM § 29 Para o desempenho das atividades previstas no IX -alienação ou concessã.o de terras públicas com
tadas e, em alguns casos, ampliadas as atribuíçôes das' parágrafo anterior, as ComisSões Permanentes poderão área_~uper:ior a 3.000 (três mil) hectares (Const. art. 171,
Comissões Permanentes anteriores. · - -constituir Subscomissões mediante proposta de qualquer parágraf<? único); . .
10. E alterada, para. Comissão de SerViço PúblicO, a de seus in.tegfantes. X -:-legitimaçã_o da posse e preferência à_aquisição de
denominação da atual Comissão de Serviço Público CiM § 39 AS SubScomissões a que se refere o parágr<ifo -até 100 rcem) hectares de terras públicas por aqueles qÚe
vil (art. 115). anterior poderão ser constituídas em caráter permanen- as tornarem pro~utivas com seu trabalho e de sua
II. É revogado o§ 6~' do art. 93, para tornar possível te, hipóteses em que subsistirão dorante toda a legislatuM família.(Const., art. 171, caput);
a reeleição do Presidente das Comissões Permanentes, ra. XI- definição e especifiCação dos requisitos exigidos
procurando-se, desta forma, obter melhor rendimento § 49 No funcionamento das Subcomissões aplicâfR à desapropriação de terraS incluídas nos p"ianOs de refor-
dos trabalhos, com base na experiência por eles adquiri~ se-ão, no que couber, as disposições deste Regimento re- ma agrária (Consl, art. 161, caput, e§ 29); - ----~
da na dircção desses Órgãos Técnicos. - lativas ao funcionamento das Comissões Permanentes. XII- atívidàdes e funcionamento do Instituto Nacio-
12. As instaJaÇ-ões das Comissões e respectivas SubM § 5~> .Os estudos e levantamentos realizados pelas Co- nal de Colqn..izaç'ão e Reforma Agrária (INCRA)_;
comissões seriam nas atuais salas construíd"ãs nas alas missõ.es e Subcomissões concluirão por um relatório su- XIII- organização agrária;
Nilo Coelho e Alexandre Costa, com a plena utiliz3Ção mário que será submetido à apreciação do plenário da XIV -ensino agrário;
dos espaços e elas reservados. Nesse sentido, as 21' e 39 e Comissão para o exame das providências e sugestões XV- investimentos e financiam enio agrários.
49~Secretarias teriam. que ser removidas para outro local. cabíveis. Art. 99. A Çomissão de Assuntos Regionais cabe
Esta, reconhecemos, é uma questão de dificil solução, § 69 Observadas as normas regimentais ilo que-sere- opi"nar sobre tOdamatêria-da coffipetência dos organisR
•porém, se quisermos resolver definitivamente o .crônico fere aos assuntos cujo sigilo deva ser resguardado, os re- D;~OS regionais _de planejamento e execução de programas
problema do precârio fuilcionarriento das Comissões, teM latórios das Subscomissões serãO publicadas no Diário e"planos de desenvolvimento..
remos de relocalizar os gabinetes das Secretarias da CoM do Congresso Nacional e em avulsos) por determinação
-· . ...
' •, ....... ~~ ·-· ...... ........ .......... ' ...
- - ~

missão DiretOra. da ComissãO Diretora, mediante requerimento do Presi-


Esperamos que essas ~terações da Lei Interna sejam dente da Comissão.
cuidosamente examinadas pelo Srs. Senadores, nota'da- § 79 Para o desempenho de suas atribuições, as Sub- Art . .105. À Comissão do Distrito Federal compete,
mente os atuais Presidentes das Comissões Permanentes, comissões contarão com a assistência e a colaboração privativamente:
e que possam eles oferecer suas sugestões,"de modo que dos serviços técnicos do senado. . I -opinar sobre:
se torne realidade a velha e nunca alcançada meta do · Art. 75. As Comissões Especiais serão: a) ·as proposições legislativas pertinentes ao DistritO-; ---
correto posicionamento- daS Comissões, e a desejada re- a) . Internas - destinadas ao-· estudo de qualquer as- Federal;
percussão de seus trabalhos - tal como se observa nos sunto compreendido na competência do Senado; b) o Orçamento do Distrito Federal;
Parlamentos dos patses mais adiantados. · b) Externas - destinada a repr:esentar o Senãdo em c) a escolha do Governador e dos Conselheiros do
Com essa proposta, julgamos ter possibilitado ao Se- congressos, solenidades ou outros atas públicos; Tribunal de Contas do Distrito Federal (Const., art. 42,
nado Federal dar um passo da maior significação, tendo c) Mistas- destinadas aci estudo de matéria em cur- lll);
em vista o aperfeiçoamento dos trabalhos parlamentaR so no Congresso Nacional, ou a preparo de proposição. d) as contas do Governador do Distrito Fedei-ai, ofe-
res. -qUe a ele deva ser submetida, na forma do disposto no
recendo o respectivo projeto de resolução;
. Sala das Sessões, 26 de abril de 1985. - Milton Regimento Comum. e) os p'edidos de empréstimos, operações ou acordos
Cabral. · externos para o Distrito Federal, oferecendo o respectivo
projeto" de resolução;
LEGISLAÇÃO CITADA CAPITULO 11 II - relatar os vetos do presidente da República a
RESOLUÇÃO No 93, de 1970 Da Composição projetas de-lei pertiilen~eS ao Distrito Federal (artigo
414, 1).
Dá nova redaçio ao Regimento Interno do Seuado Art. 78. A ComiSsão Diretora~cOnstituídados·titu­
Federal. lares da Mesa, tendo as demais Coiiilssões Perm-anentes Parágrafo único. O parecer da Comissão do Distrito
o seguinte nUmero de niémbros: . FederaJ não exclui nos casos das alíneas a, de e do inciso
O· Seilado Federal i-eSofver: 1) Agricultur·a. 7 (sete); I, os das Comissões de Constituição e Justiça e de Fi-
2) Assuntos Regionais •. -7 (Sete); nanças, quanto aos aspectos juridicoRc-onstituciOnai e fi-
Art. 73. · As Comissões Permanentes são as seguinR 3) Constituição e Justiça, 13 (treze); nanceiro.
tes: 4) Distrito FederaJ, II (onze); Art. l06. A Comissão de Economia compete oPi.nar
I) Diretora (CD); 5) EcõnOnlia, li (onze); sobre proposições pertinentes a:
2) de Agricultura (CA); --6) Educação e Cultura, 9 (nove); (*) I - problemas econômicos do Pais;
3) de Assuntos Regionais (CAR); 7) Finanças, 17 (dezessete); II -,operações de crédito, capitalização e seguro;
4) de Constituição e· Justiça (CCJ); --sr LegiSlação Social, 7 (sete); III- produção e consumo;
5) do Distrito Federal (DF); 9} Minas e Energia, 7 (sete); IV - medidas;
6) de Economia (CE); 10) Redação, 5 (cinco); V -indústria e comércio em geràl.
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Sábado 27 0855

ArL 107 A Comissão de Educação e Cultura com~ g) a autorização para o Presidente ou Vice- ciedades de .economia mista, as empresas públicas e as
pete emitir parecer sobre: Presidente da República se ausentaTem do territóÍ"iÕ ·na~ fUildiiÇóe-S, sobre os atas de gestão administrativa.
I - educação, instrução e cultura em geral; çional; § l"' A fiscalização dos atas do Poder Executivo do
II- instituições educativas e culturais; II~ integrar, por um de seus membros, as Comissões Distrito Federal ê de competência do Senado Federal.
III-- comemorações e home:n_agens cívicas; enviadas pelo Senado, ao exterior, em assuntos pertinen- § 2"' A fiscalização de que trata esta lei respeitará os
IV- censura a diversões; tes à_ [lO lítica externa do País. princípios de independência e harmonia entre os Poderes
Art. 108. A Comissão de Finanças compete opinar Art. I 12. A Comissão de Saúde cumpre manifestar..: dó-Estado, será exerc.ida de modo geral e permanente, e
sobre: se sobre as P.roposições que digam respeito aos seguintes poderá ser objeto de iniciativa de qualquer membro do
1- tributos e tarifas; - assúntos: Congresso Nacional.
II- sistema monetário, bancário e de moedas; I -·higiene;
III -caixa econômica e estabe1ecirri.ent_os de capitali- II -saúde; Dos Órgãos Incumbidos da Fiscalização
zação; · III -exercício da medicina e atividade paramêdicas, A..!~· ?"' _Sà9 instituídos,. como órgãos incumbidos da
IV- câmbio e transferência de valores para fora do suas organizações e preparo dos respectivos profissio- fiscalização, 2 (duas) ·com-iSsões Permanentes, I (uma)
País; nais; na Câmara dos Deputados e outra no Senado Federal,
V -intervenção federal, quando tiver por fim reorga- IV- imigração quanto aos aspectos dos incisos I e II: ambas denominadas ComiSSão de Fiscalização e Contro-
nizar as finanças do Estado (Const., art. 10, V); V - organizações, tratados e acordos internacionais le.
VI- pedidos de empréstimos, operações ou acordos sobre saúde, medicina e profissões afins. . § i"' Compete a cada uma das Mesas das Câmaras
externos quando se tratar de matéria financeira, ofere- Art. 113. Â COmiSSãO de Segúrança Nacional com- do Congresso Nacional fixar o número de integrantes da
cendo o respectivo projeto de resolução, ressalvado o pete opinar s-obre as matérias de que tratam os·arts. 15, § Comissão de FiscalizaçãO- C. Controle, obedecendo, na
disposto no art. 105, I, e; 19, h, e89 da Constituiçã.o, as referentes às Forças Arma- sua composição, o critério da proporcionalidade parti-
VIl- qualquer matêria, mesmo privativa de outra das de terra, mar e ar, requisições militares, declaração dária. .
Comissão, desde que, imediata ou remotamente influa de guerra, celebração de paz, passagem de forças estran- § 29 A indicação dos membros dessas Comissões
na despesa ou__na__receita_ pública, ou no patrimônio da geiras e sua permanência no território nacional, polícias obedecerá às normas regimentais que disciplinam a com-
União. rriilitares e quaisquer outras matérias que envolvam a se- posição das Comissõ-es Permanentes da Câmara dos De-
Parágrafo único. Compete, ainda, privativamente à gurança nacional. putados e do Senado Federal.
Comissão de Finanças emitir parecer sobre: Art. 114. _Ã Comissão de Serviço Público CiVil çom:-
a) tomada de contas do Presidente da República; pete o estudo de todas as matêrias referentes ~os órgãos Das Atribuições dos Orgãos de Ffscalizaçio
b) escolha dos Ministros do Tribunal de Conta~ da do serviço pOblico civil da União e seus servidoi-es, inclu- Art. 4"' Para cumprimento de suas atribuiç.ões as
União (Con:.t., art. 72, § 3"'); sive das autarquias, sOciedades de economia mista e fun- Comissões de. Fiscalização e Controle, obedecidos os
c) alteração do Ot:.çamento da União; ciOnalismo civil dos Ministêrios Militares. preceitos constitución_ais e na forma regimental, pode-
d) crêditos solicitados pelo Poder Executivo. Art. 115. À Comissão de RedaÇão compete, salvo rão:
Art. ·t09. A Comíssão de Legislação Social cumpre disposi-ção em con~ráiío, elaborar a redação do vencido I -solicitar a convocação de Ministros de Estado e
emitir parecer sobre as matêr.ias referentes aos proble- dos projetas de iniciativa do Senado e das emendas a dirigentes de entidade da _AdminiStração Indireta;
mas sociais, organíz<ição e fiscalízação do trabalho, projetas da Câmara dos Deputados. II -solicitar, por escrito, informações à Adminis-
exercício profissional, previdência Social, relaç?;es e"ntre § }9 Quando no texto da proposição houver cláusula tração Direta_e à lndireta sobre matéria sujeita à fiscali-
empregadores e empregados, associações sindicais~ aci- de justificação ou palavras desnecessárias, a Presidência zaçãQ;
dentes do trabalho e Justiça do Trabalho. a enviará à Comissão de Redação para escoimá-la do de- III -requisitar docucy1entos públicos n~cessários à
Parágrafo único. A Comissão de Legislação Social feito. elucidação do fato, objeto da fiscalização;
opinará, tambérri, sobre os pedidos de autorização para § 2"' A Comissão de Redação escoim.ará as propo- IV-:- providenciar a efetuação de perícias e d.iligên~
alienação de terras (Const, art. 171, parágrafo único), sições, ainda que não emendadas, dos vícios de lingua- cias.
qferecendo o respectivo projeto de resolução. gem, das imprOpriedades de expressão e dos defeitos de § !9 So;nente a Me:;a da Câmara dos Deputados ou
Art. 110. A COmissão de Minas e Energia compete técnica legislativa. a _do Senado Federal poderá dirigir-se à Presidência da
opinar sobre proposições que tratem de: Art. 1 I6. À Comissão de Transportes, Comuni- República para soHcitar informações ou docum~ntos de
I -recursos minerais e font~ de energia; cações e Obras Públicas compete manifestar-se a respeito interesse da respectiva Comissão de Fiscalização e Con-
II - produção mineral e metalúrgica, Siderúrgica e do que se relacionar com as via!! de comunicação e as trole.·
energêtica; Obr~ públicas em geral, bem como sobre os serviços § 2"' Serão assinados prazos não inferiores a lO (dez)
III- cursos e quedas d'água; públicos concedidos. a particulares. dias para cumPrimento das convocações, da prestação
IV - transmissão e distribuição de energia; de informações, requisição de dçcumentos públicos e
V - águas subterrâneas; realização de diligências e perfcias.
VI- cOmbustíveis C comburentes; -- - - § 39 O descumprimento do disposto no parágrafO
VI J - gases naturais ou industriais; ·····-················-····-········-~···· anterior ensejará a apul-a:ção da responsabilidade do in-
VI~I- energia nuclea~ e suas fontes;
frator, de acordo com a legislação processual pertinente.
IX - geologia e geofísica; § 4"' Quando se trãtãr de documentOs de caráter sigi-
X - crenologia. LEI N9 7.295 DE 19 DE DEZEMBRO DE 1984 loso, reservado ou confidencial, s.erão anunciados com
-estas classificações, as quais deverão ser rigorosamente
Art. ~ 11. A ComiSsão de Rela.Ç.Õ_es Exterior~s com- Dispõe sobre o processo de fiscalizaçio pela Câma~ observadas, .sob pena de responsabilidade de quem os
pete: ra dos Deputados e pelo Senado Federal, dos atos do violar, apurada na forma da lei.
I - emitir parecer sobre: . _Poder Executivo e os da Administraçio lndireta Art. 5"' Ao concluir a fiscalização, ~ respectiva Co-
a) . as proposições r"eferentes aos atos e relações inter- · missão fará relatório cirCu-nstanciado, Com indicação-·
nacionais, ao Ministêrio das Relações Exteri_ores, e a na- Faço saber que o Congresso Nacional decretou, o Pre- se for o caso-- dos responsáveis e das providências cabf-
cionalidade, cidadania, naturalização, entrada, extra- sidente da República, nos termos do§ 2."', do arti- veis, devendo sobre o mesmo manifestar-se, por maioria
dição e expulsão de estrangeiros, emigraçã.o e imigração, go 59, da Çons_tit11ição Feder_al, sancionou, e eu, de votos, o Plenário da respectiva Casa do Congresso
e turismo; Lomanto Júnior, J9wVice-Presidente do Senado NacionaL
h) a indicação de nomes para chefes de missões di- Federal, nos termos .do § 5~, do artigo 59, da Parágrafo único. A mãtêria que for objeto de apu-
plomáticas de caráter permanente junto a Governos es- Constituição Federal, promulgo a seguinte lei: ração" pof Comissão da Câmara dos Deputados ou Sena-
trangeiros ou _a _o_rganizações internacionais de que o Art. J9 A Câmara dos Deputaos e o Senado Fede- do Federal fica excluída de apuração simultânea por
Brasil faça parte; ral, de conformidacJe com o artigo 45 da Constituição, qualquer instância administrativa.
c) os requerimentos de votos de aplauso ou seme- fisCalizarão os atas _do Poder Executivo, inclusive os da ArL 6Y __ As despesas destinadas ao funcionamento
lhante, qua.ndo se refiram a acontecimentos ou atas Administração lndireta, obedecido o processo estabele- das 2 (duas) Comissões de Fiscalização e Controle, ora
públicos internacionais; · ciâo nesta Ieí, Sem.-prejuíZo da fiscalização exercida com . in_stitl!ídas, cor-rerão à conta das dotações o:r:çamentárias
d) os requerimentos de que trata o art. 44, § 19, a e b, fundaillento em outros dispositivoS constitucionais. da Câmara dos Deputados e do SenadO Federal.
3; . Art. 29 A fiscalização serã exercid~: Art. 79 Esta lei entra ·em -vigor na data de sua publi-
e) as.questões de fronteiras e-limites da República; a) quando se tratar de Administração Centralizada, cação.
f) os assuntos referentes à Organização das Nações os atas de gestão administrativa; Art. 8"' Revogam-se as disposições em contrário.
Unidas e a entidades internacionais ec_onômicas e finan- - b) quando se tratar de Administração Indireta, que Lomanto ·Júnior, 1"'-Vice-Presidente no exerclcio da
ceiras; para os efeitoS 'deSta lei com_-Preende as autarquias, assO- Presidência.
0856 Sábado 27~ --~DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abril de !98S:

O SR. PRESIDENTE (João Lobo)- O projeto lido N.o passado distante, tivemos os exemplos do Presi- . O SR. PRESIDENTE (João Lobo)- A Presidênc~~­
serâ publícado e, cm seguida, ·ficará sobre~ mesa duran~ dente Rodrigues Alves para o seu 21' mandato e de seu defere a solicitação e determina o arquivamento definíti-
te três sessões, a fim de receber emendas, de acordo com Vice-Presídente Delfun Moreira, o primeiro não chegãn- vo do Projeto de Lei n"' 95, de 1984.
o Regimento fnterno, art. 442, '§ }9 Findo esse prazo, será e
do a ser empossado, o segu_ndo com mandato efêmero.
O SR. PRESIDENTE (João Lobo) - Está firida a
despachado às comissões comP,etentes. · Em passado relativamente recente, ilustrativo é o
Concedo a palavra a:o nobre Senador Jorge Kalume, ·· exemplo do General Arthur da Costa e Silva. hora do expediente.
para justificar sua proPosição. - O próprio exercício do cargo, em suas múltiplas face-
Passa-se à
tas, exige essa higidez e fortaleza.
O SR. JORGE KALUME (PDS- AC. Para justificar Sem que tal exigência conStítua empecilho ao aprovei-
proposição) -Sr. Presidente, faço questão de ler o pro- tamento.de nossos mais autênticos e expressivos valores,
ORDEM DO DIA
jeto que encaminhei à Mesa: · o Projeto de Lei que tenho a honra" de apresentar aos· Não há quorum para deliberação, em· plenário.
meus pares repres~:;nta "razão suprema de Estado, no seu Em conseqUência, as matérias da Ordem do Dia, todas
Estabelece a obrigatoriedade do exame de sanida~
anseio máximo de preservação através da garantia da pe- em fase de votação, constituída do Projeto de Lei da Câ- ·
de física e mental para os candidatos aos cargos de
renidade de suas instituições. mara n9 6/81; Requerimentos n~s 15, 57 e 58, de 1985;
Presidente e Vlce-Presidente da República.
É com esse propósito que "apresento o presente Projeto Projetas de Lei do Senado n<~s 26/79 e 2, 340, 18, 320, de
O Congresso· Nacionilf decre~: de Lei, o qual, espero, com os ap~rfeiçoamentos que lhe 1980, ficam com a .sua apreciação adiada para a próxima
Art. I'i' Fica-estabelecido o exame de sanidade tisica imprimirão noSsos órgãos técnicoS e demais parlam.enta- sessão ordinária.
e me~ tal obrigatório -paraos ·candidatos aciS Cargos de res, ver-se-á coroado com o assentimento de nossos pa-
Presidente e ViCe-Presidente da República. res, dadas suas altas e indiscutíveis finalidades. O SR. PRESIDENTE (João Lobo) - Hã oradores
Parágrafo único. ÷-aPtidão · frsica e mental para o ~este o meu projeto. Tenho o prazer de ouvir o nobre inscritoS.
exercício dos cargos de Presidente e Vice-Presidente Qa Senador Gastão MUller. Concedo a palavra ao nobre Senador Alberto Silva.
República de que trata eSte artigO, será condição indis- O SR ..AiBER.Tú SILVA (PMDB- Pl. Pronuncia o
O SR. PRESIDENTE (João Lob9)- O oradorQUã.n-
pensável ao registro do ~ndidato perante a Justiça Elei-
do fala parf:!.j"t:~stificar-proposiçãO, não deve aceitai- iipar-· . seguinte diS.Cuiio. Sem revisão do ora!for.)- Sr. Presi-
toral.
tes. I..amento, nobre Senador. dente e Srs. Senadores:
Art. 29 O exame de saitidade física e mental de ·que·
Arites de entrar no assunto que me propus tratar hoje
trata a presente Lei será realizado por uma Junta Médica O SR. JORGE KALUME - V. Ex• poderia ser tole- neste plenário, desejo f<_tzer um protesto aos meus pares e
constituída por I (um) representante do Conselho Fede- rante, porque estamos numa sexta-feira. - à Presidência..desta Casa.
ral de Medicina, I (um) representante da Ass-ociação Todo homem público- acredito"- tem adversários e
Médica Brasileira e I (um) representante da Federação talvez tenha também inimigos;" acho que tenho os dois.
O SR. PRESIDENTE (João Lobo)- Eu tenho a má-
Nacional dos MédicOs, i serem designados, mediante De vez em quando, alguém que não gosta de mim
xima tolerância p·ara com V, Ex•, aJ?enas é o Regimento
prévia indicação das respectivas entidades, pelo Presi- publica nos jornais que vou sei nomeado diretor do Ban-
Interno que veta.
dente do Tribunal Supeiior Eleitoral (TSE), nos 5 (cinco) co do Nordeste, e diz logo que vârios funcionários do
dias após a entrada do pedido de registro dos candida- O SR. JORGE KALUME- Então, muito.obi-igado a Banco vão protestar contra essa nomeação.
tos. V. E~• Ora, eu que fui Governador do Pi~uí, dirigi empresa
Art. 39 A Jurita Médic3., constituída na forma do ar- de eletricidade do Nordeste, fui coordenador do POLO-
tigo anterior, emitírâ parecer sobre a aptidão ou não do O Sr. Gastão Müller- Lamento, Sr. Presidente, por- NORDESTE, Presidente da EBTU, não acredito que os
candidato, nos seus aspectos de saúde, para o exercício' que eu ia dizer que o projeto é discriminatóii()e que asa· bancários pudessem não querer que eu fosse um dos seus
do cargo de Presidente da República e Vice-Presidente bedoria da ciência social já resolveu o problema. Para is- diretores, pois tenho visto t8.nto diretor de banco que
da República. so, n·ós temos Vice-Presidente. De modo que há uma se- não .tem exp"eriência pública. Acredito, então, que o ini-
§ 19 O candidato ju[gado inapto poderá recorrer, no qUência natural, como eu disse hoje no meu pronunc~a­ migo p"rocura sempre colocar essa questão; "não dever
prazo de 7 (sete) dias, ao Presidente do Tribunal Supe- mento: houve a substituição sem trauma, sem convul~ ser nomeado, é um escândalo, é uma heresia", e diz logo
rior Eleitoral, o qual designará, no prazo de 8 (oito) dias, sões, naturalmente. E.ntão, para isso é que existe Vice- que os funcionáríos Vão fã.zer greve se eu for nomeado.
outra Junta Médica, nos termos d.o artigo 29 destã.Lei. Presidente da República, mas V. Ex• está com pleno di- Agora, 0 mesmo inimigo coloca que eu vou pra o Ban-
§ 2'i Da decisão da nova Junta Médica não caberá e
reito de apreSentar o projeto discuti-lo, até porqu~ hu- co do Brasil, mas que o sindicato de bancãfios· jã está a
recurso. mildemente diz que aceita retificações.
postos para protestar. Eu quero deix!!-r aqui o protesto
Art. 49 Esta Lei entra e~ vigor na data de sua publi- meu, junto aos meus pares nesta Casa, porque essa é
ca~ão.
O S:R. JORGE KALUM:E.- V. Ex• tem que observar · uma campanha sórdida, baixa, pequena, que merece o
Art. 5<~ Revogam-se as disposi'!Ões em contrário. na minha leitura e nos artigos, que não menciono "só o protesto da Casa; que respeitem um Senador da Repúbli-
Justificação Presidente da República. O Vice-Presidente. pode ser ca que não vai deixar 280 mil votos que me foram confe-
·Os recentes e lamentáVeis acontecimeiltos "que culmi- doente também, e isto é para o futuro. Eu poderia até, se. ridos pelos meus par~ no Piauí, para trocar por uma di-
naram com o desaparecimento do pranteado Dr. Tao- quisesse, mesmo que não fosse aceito pelo Plenário das retor"ia de um banco com a perda do mandato.
credo Neves, deixaram a Nação Brasileira não apenas Comissões·, inclusive obriga·r, como acontece nos Esta-
dos Unidos e em outros países, em que os presidentes pe- O Sr. Gastio Müller- V. Ex• me permite um aparte?
traumatizada, mas até certo ponto perplexa e desalenta-
da no que concerne aõS fifmos políticos e institucionais a riodicamente são obrigados. a se submeter a chek-up.
O SR. ALBERTO SILVA- Com muito prazer.
serem trilhados. Mas, muito obrigado a V. Ex•, de qualquer maneira.
As dúvidas e especulações levantadas sobre o estadO Respeito o seu ponto de vista .Para ser discUtido poste- O Sr. Gastão Müller- O PMDB aqUi do Senado só
de saúde daquele ilustre desaparecido, mesmo antes de riormente. admite du.as hipóteses para V. Ex•: voltar em 87 com.o
sua escolha, são de molde a que se. defina e se estabeleça, SenadOr Ou ir ·para o Palácio do Governo no Piauí; fora
O SR. PRESIDENTE (João Lobo) -Sobre a mesa,
como condição prévia ao registro eleitoral d_os futuros disso nós do PMDB, pessoiilmente e como comunidade,
mensagem que será lida pelo Sr. !"'-Secretário.
postulantes à Suprema Magistratura da Nação, a COJ;t- não aceitãrriOs.õUtni hiPótese, Porque V. Ex' é muito útil
dição de perfeita higidez tisica e mental. É lida a seguinte e necessário aqui no Senado representando fielmerite as
Trata-se, Sem ·aovida, de medida destinada a assegu- aspirações naCiOila.iS·e, de fonila particular, as aspiraç·ões
rar, pelo. cumprimento integral dos mandatos governa- . do povo piauiense. oe modo que nós, protestamos tam-
mentais, a realização das metas e programas de governo, MENSAGEM N• 95, DE 1985 bém, pois. queremos V. Ex• aqui por mais 8 an·os, no fu-
cuja continuidade não é <iconselhãvel que sofra solução. (09 236/85, na origem) turo, ou com 4 anos no Governo do. Piauí. Fora disso, é
vetada por nós qualquer hipótese, mesmo que seja mali-
Excelentíssimos Senhores Membros do Senado Fede-
O SI-. Gastão Müller- Permite V. Ex• um ap~rte? ciosa e maldosa como V. Ex• bem quer caracterizar.
ral:

Tenho a honra.de·solicitar a Vossas Excelências a reti-


O" SR. ALBERTO SILVA - Muito agradecido ao
. O SR. JORGE KALUME- togO em seguida darei o nobre Líder do meu Partido, por esse aparte que muito
rada, para reexame, da Mensagem n"' 394, de 26 de ou-
aparte a V. Ex~. nobre Seriador.
tubro de 1983, relativa ao Projeto de Lei da Câmara n"'
e
me honra engrandece.•
Exemplos recentes, aqUI e alhures, mostram essa ne- 95, de 1984 (n"' 2.494, de 1983, na origem), qu~:·cria a O Sr. Luiz Cavalcante - V. Ex• me permite um apar-
cessidade de que sejam elevados às culminâncias .do Po- Guarda Costeira". te?
der pessoas dotadas de saúde física e mental comprova·
das. Brasília, 26 de abril de 1985. - José Samey O SR. ALBERTÚ.SILVA- Com muito pràzer.
>\bril de 1985 _ DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção H) Sábado 27 0857

O Sr. Luiz Cavalcante - Meu caro colega, meu caro visando a adequação dessas terras ao uso imediato de quando se estuda o problema de poluição de águas, tem
amigo, não me surpreendem as aleivosias que se levan- milhares de famílias da região. que se levar em conSideração o volume de água que se es-
tam contra V. Ex•, e eu consolo o prezado amigo citando Nenhuma dificuldade haveria para a concretização _ tá a considerar. Vou da.r um exemplo interessantíssimo e
apenas um dito lá do nosso Nordeste;; ... ~jlieir9 doce é _fiesse <?bjefivo. Bast<1_riam quatro hectares para Cada que fica, aqui, ã consideração dos nobres pares, nesta
que leva pedrada". b por isso que V. E.x• é ofendido, família, representadaS por duzentos metros de terra de tarde com poucos companhefros presentes. Há pouco
frente para a água e duzentos metros de fundo, como dis- menos de uns seis meses-~ eu, minha senhora e várias
O SR. ALBERTO SILVA- Muito obrigado, nobre semos, já pertencentes ao Governo Federal, sem,necessi- outrasSe~l:)o"ras quê ajudam naquela invasão do Paranoá
Senador Luiz cavalcante, milito obrigàdo mesmo_ por dade d!!o uma nova desapropriação. -propus ao então Governador José Ornellas que fizesse
essa demonstração de solidariedade. No' projeto de assentamento incluir-se-ia uma estrada uma itlsüi.lação sumária de água para o atendimento da-
Mas, Sr. Presidente e Srs. Senadores, o que me traz vicinal de baixo custo, contornando todo o açude_e íp.tei'- quela população, cuja maior dificuldade era a falta d'á-
aqui esta tarde - rapidamente para não tomar o tempo ligando.as propríedades.de quatro hectares, acompanha- gua e tive a preocupação de mandar, porque me parecia
dos nobres pares -, ..". - da de uma lio.ha_elétrica de alta tensão, mas de um único l_óg_~co, p~ático _e imediato, apanhar a água do lago na-
condutor com retorno pela t~rra - para econom-izãl---o- quela região, bom~ã-fa" pilfã unl reS"ei-Vatório, filti'áwla
O Sr. Helvídio Nunes- Permite V. Ex• um apart.e?
custo da instaJaçãq. convenientemente·; clorá-la e_, daí se teria âgua de baixís-
O SR. ALBERTO SILVA - Com o maior prazer, simo custo, provisória, facilmente desmontável, para
- O Sr. Martins Filho - Permite V. Ex• um ~parte? atendimento, em carâter provisório, daquela população.
nobre Senador.
E, qual foi a minha sUrpresa ao saber que to~os dizem
O Sr. Helvidio Nunes-- Eu gostaria de fazer duas li- O SR. ALBERTO SILVA -Com o maior pra:z:er, que ? Lago do Paranoâ é poluído. Mandei apanhar al-
geiras observações sobre a_ço.m!!nkação __gue V. Ex• aca-
nobre Senador. guns litros dessa água, remeti para um dos centros mais
ba de fazer ao Senado. A primeira é a de que V. Ex•estâ, importantes de pesquisa deste País, a COPE, da Univer~
O Sr. Martins Filho- O assunto que V. Ex• traz ao
a esta altura, pagando ~m certo ónus pelo fato de ter conhecimento do Senado e da _Nação é muito importR:ntC sidade do Rio de Janeiro, e mandei pedir uma análise da
sido Oposição e hoje ser -Governo, porque a Oposição e viria resolver, de uma maneira prática e eficiente, o água e qUe me informassem se el~ era potáveL E a res-
não pode pleitear diretoria de Banco do Nordeste e nem problema dos sem-terras no País. Veja beml No Rio posta foi: filtre a água e ela é absolutamente potável para
do Banco do Brasil- isto é um ónus natural. Em segun- Grande do Norte temos vários açudes públicos que, ape- o uso nonnal. Logo, essa questão de poluição 6 muito re-
do lugar, é que todos temos certeza que se-v. Ex• fosse :;;ar do Governo ter feito a desapropriação,_ não conC?reti- lativa e, às vezes, com um simples tratamento nós pode-
ocupar um <r diretoria do Uançq_ dQ__J.l'ordeste, ou no Ban- zou a posse porque não indenizou os proprietáriOs. Hou- mos obter água, porque ià poluição só se evidencia, ou só
co do Brasil, ou. em outra organizaç[o de importância na ve indenização há pouco tempo na parte posterior da se implanta em volumes- pequeníssimos de água. Num
vida do País, V. Ex• desenvolveria com_ zelo e competên- barrage'm da Represa Armando Ribeiro GOnçalves: Há volume como o do Lago Paranoá, que tem quase 700 mi-
cia essa missão. E agora eu me lembrei de mais uma ter- poucos instantes mostrava~me o Deputado O lavo Monte lhões de metros cúbicOs de água,, é muito dificil poluir
ceira observação: é a de que nós, os homens públicos, às _Negro uma fotografia, por sinal muitO bela, desse, açude · essa água com a pouca coisa que -cai dentro dela. E, com
vezes precisamos de que o nome seja constantemente sangrando p~ios seus três sangradouros c~m urDa c~paci-· recursos relativamente pequenos, pode-se utili.zâ-la sem
v~tilado, como dizia o granpe-ptaüiense, que foi nosso
dade armazenada de mais de 1 bilhão çie metros cúbicos grandes preocupações.
. candidato a GoVernador,_Lustosa.l! preciso que o nome . acima ·da cota limite. Além do Annando Ribeiro Os açudes púbUcos do Nordeste, com essa pequena
do politico seja ventilado-:;-ern.bora todos ~;aibamos que Gonçalves, temos os açudes p'úblicos de Lucrécia, Itans, quantidade de gente ao longo deles., jamais Poluiria um
V. Ex• não vai deixar o Senado Federal para exercer uma Poço Branco, Pau do Cerro, Gavião de Cima, São João volume como o do açude a que V. Extse referiu, que tem
. diretoria de banco, seja do Banco do Brasil ou do Banco mais de um bilhão de metros cúbicos de água .
do Sabugi, Gargalheira, Apanha Peixe, Pataxó e muitos
do Nordeste. Mas, de qualquer maneira 2. lição dÕ Dr. outros que no momento não me recordo e' que, se o Go-
Lustosa deve ser Iem brada - ventilar. . O Sr. Martins Filho - Dois bilhões e quatrocentos
verno adotasse o plano ou a idéia que V. Ex• esposar mil.hões de metros cúbicos de _água.
com bastante c_onh_ecimentQ aqui, neste instante,_~ería­
O SR. ALBERTO SILVA.- Nobre Senador Helvídio
Nunes, naturalmente ·agradeço a V. Ex• pelas palavras
a
mos solução para milhares de famílias de todo _o Nor- O SR. ALBERTO SILVA- Exatamente. Far-se-ia a
deste. Mas, uma pergunta gostaria de fazer a V. Ex•, tomada de ãgua para o uso da população por meio de
que ajudam nesta hora e até minimizam ·o efe:ito daquilo
nobre Senador Alberto Silva, um estudioso deste assun- Um flutuante, lâ rio meio' do ·açude, e então aquela água
que quiseram ou tentaram fazer com as publicações no
Nordeste. V. Ex• é um grande companheiro do Piaui, co- -to. Corno._tedamos condições de preservar o meio am- não tem qualquer tipo de poluição. Um flutuante, uma
biente, de. evitar a·poluição daS águas desses açudes, fa- tubulação também flutuante até à margem e distribuiria
nhece bem o que pode passar um homem público e aque
zendo o assentamento de dezenas ou de milhares de para cada um deles. Essa é que era a maneira de se tratar.
ele está sujeito e coloca a questão de maneira agradável
. famíHas ao seu teâor? Gostaria que V. Ex•, com o conhe-
- falem mal de mim, mas falem. Em todo caso muito
agradecido a V. Ex•, como meu ~omPanheiro, por esta
cimento" qlie tem do assunto, esclarecesse essa minha dú- O Sr. Martins Filho ~ Agradeço a V. Ex•
vída e, também, creio, de muitos brasileiros que, talvez,
solidariedade. O SR. ALBERTO SILVA- Muito obrigado a V. Ex•
Sr. Presidente, eu queria trazer à CaSa u~ ãSSunto de nos escutem neste instante.
pelõ aparte, pelo enriquecimento que fez.
interesse de todo o País, particularmente do Nordeste. O SR. ALBERTO SILVA- Nobre Senador Martins Para completar o projeto, Sr. Presidente, Srs-. Senado-
· Lembro que, durante os cinco anos de seca que viveu a Filho, V. Ex• abordou_çom_o qonhicimento que tem com res, o__ &NH qo~stri.~a casas Popufares nestes assenta-
região 'nordestina, sustehtei aqui, em vârios prOnuncia- o homem do interior nordestino, com o homem que tem mentos, e-m lugar de fazer aqueles monstruosos coQjun-
mentos, que as frentes de emergência, além de não resol- amor à causa pública de um modo geral, particularmente tos na periferia dos grandes centros, e que só servem
verem o problema, ainda traziam a agravante de_ desor- no seu e;stado, hometT).lUJador, homem sofrido e que, ao_ para aumentar a aflição do assalariado brasileiro, que
ganizarem a família do homem do campo. tempo que faço esse modesto discurso, alcançou com o consegue a casa e não 'pode pagá-la.
Sustentei também que uma das maneiras mais prá.ticas seu aparte como podúíamOs situar milhares de f3.ffiílias Entre as inúmeras vantagens do assentamento aqui
e imediatas para atem~.er a milhare_s de famílias do semi- em frente a água que não é aproveitada nesses açudes. V. proposto, a principal é a garantia de produção de grãos o
ãrido nordestino era a utilização da vasta área de terra Ex' faz duas pe:rguntas ou uma pergunta principal: como ano inteiro.
que envolve o perímetro molhado dos açudes públicos evitar a poluição? Gostaria de situar esse problema de De. fa,to, à medida que o açude vai secando, e isto
daquela região. duas marieiras. Primeiro, se ~tou propondo aqui qne se _acontece fatalmente, todos os anos, p.o período de estia·
Com efeito, ao serem desapropriadas as terras que vão faça esse asentamento, naturalmente com a assistência, sem, ó ~avrador,farâ o se:u plantio na t~rra úmida que vai
ser inundadas pelas centenas de_lagos dos açudes públi- logo em seguida V. Ex• verá, com a assistência dos ór- ficando descoberta. -
cos do Nordeste, inclui-se uma área cpn~ti_tuída por du- , gãos próprios ou de assuntos fundiários - INCRA ou Quanc;lp Cntra a estação de ch~vas, o açude enche e,
zentos metros acima da línha de maior enChente,- cujo bNóCS -, pressuporiho que se faça uma estrada vici- neSte caso, o Lavrador plantará na parte alta, isto~. nos
comprimento é toda a extensão do perlnletro molhado nal, como disse, interligando os diferentes projetes. Uma 200 metros atrás mencionados, pois, se o açude enche, é
desses açudes. - --'estrada vicinal de baixo custo, que contorna a água do pOrque está chovendo na região.
Ora Sr. Presidente, Srs. Senadores, se se aproveitar açude, o perímetro molhado, como chamamos em enge- Creio, Sr. PreSidente; Srs. Senadores, que com essa
essa imensa área, que já pertence ao Governo Federal, e .nharia. Eu proponho, aqui, mais adiante, que o BNH, ~o medida a Nova República, através do DNOCS, poderá
nela se fizerem assentamentos de famUias sem terra no invés de continuar fazendo esses monstruosos conjuntos fazer assentamt?nto de mais 200.000 famffiã-S nordestinas,
Nordeste, a começar por aquelas que residem em áreas -na periferia dos grcirides centros urbanos, colocando es- _levando em consideração todos os açudeS públicos exis-
mais sujeitas às secas, teremos resolvidos vãrios proble- - sas casas aO alç_lince de pesso_as sem emprego, que c_om- tentes no Nordeste, e sem nenhwn aproveitamento das
mas ao mesmo tempo. __ _ p_ram a casa e não podem pagar, esse órgão seria convo- _terras que circundam os lagos formados pelas grandes
Agora que temos um Ministério para tratar dos assun- -cado para fazer essas casas num lote de quatro hectares barragens construídas pelo DNOCS.
tos fundiários, bastaria que, através do DNOCS, fossem com uma fossa- séptíca necessária para reter todos os Os Ministê:rios de Assuntos Fundiários e do Interior
feitos estudos em todos os açudes públicos do Nordeste, · resídUos de usO da área doméstica. Lembro a V. Ex• que. poderiam, em perfeito entrosamento, acionarem seus
0858 Sábado 27 DIÁRI? ?OCONGRf:S$0 )'IACIONAL (Seção II) Abril de I985

resp_ectivos órgãos executivos, INCRA e-DNOCS,-pãra que o abastecimento dos seringais do Acre só pode ser· Sr. Pre-sidente~ estou falando como Senador da Re-
desse plano de salvação do Nordeste. feito durante a época invernosa,_ em que os rios estão pública, homem que não tem nenhuma propriedade ru-
Como complemento, cooperativas seriam criadas para Com boa água, pelo menos em_meia água, uma vez que as ral no Acre, não sou seringalista, sou filho de seringueiro
a estocagem e a comercialização dos gêneros produzid-os estradas naturais do Acre, como V. Ex• sabe, são rios. E sim, que foi para aquelas paragens longínquas nos ídos
nestes projetas, evitando~se a esPeculaçã<? do~ interme- se os seringalistas não tiverem os recursos para abastecer de 1907. mas não sou seringalista e não tenho proprieda-
diãrios. - os seus postos avanÇados,,aó longo dos rios, na intimida-. de rural: estou defendendo a economia da Amazônia,
Com 4 hectares de terra na periferia dos grandes açu- de da floresta, na época oportuna, será impossível fazê.. principalmente do Acre, que é baseada ainda no extrati-
des públicos do Nordeste, Sr. Presidente, Srs. Senadores, lo, quando as chuvas paratem, porque Os rios em vazan- vismo da borracha nativa e na colheita da castanha.
uma fam!lía de lavradOres poderá produzira ano inteiro, --te não darão acesso àqueles lugares longínquos. Portan- Sr. Presidente, agradeço a atenção de V. Ext e dos co-
desde que seja assistida pelos órgãos de desenvolvimento to, nós estamos sabendo que o Ministro Roberto Gus- legas. (Muito bem!)
da região, obtendo retida rio campo nunca inferior a três mão, sensibilizado pelo apelo que lhe fizemos pessoal-
salários míninios. · mente, e a ele por intermédio do Dr. Ant9nio Macedo, O SR. PRESIDENTE {João Lobo)....,.. ConcedO a pã-
Em o que tinha a propor. (Muito bem!) -Superintendente da SUDHEVEA, nós quererilos alertar laVra ao nobre Senador Nelson Carneiro.
o Sr. Ministro da Fazenda, para quelibereimediaiamen-
O SR. NELSON CARNEIRO (PMDB - RJ. Pro-
O SR. PRESIDENTE (João Lobo) Concedo a palavra _te esses rc:;:cursos, porque já se faz tarde, mésmo o fazen-
nuncia o seguinte discurso.) --Sr. Presidente, Srs. Sena-
ao nobre'Senador Art:~érico de Souza. · ~ do agora. E se deixarmos para o fim do mês entrante, o
dores:
recurso jã não terá mais os efeitos que nós estamos preci-
O SR. AM!lRICO DE SOUZA (PFL - MA. Pro· A situação dos aposeritados da Previdência Social
sando. continua a desafiar o interesse -do Governo, no sentido
nuncia o segUinte discurso. Sem revisão do õiador.) -
Sr. Presidente, Srs. Senadores: ô Sr. Jorge Kalume - Permite V. Ex• um aparte? de estatuir uma sistemática que lhes garanta rendime~tos
Ocupamos a tribuna desta Casa para dizer à Nação condignos, corrigidas as injustiças da -legislação em vi- -
que_os quadros pintados por piritores cegos precisam ter O SR. MÁRIO MAIA- Com muita honra, nobre Se- gor, no sentido da correção monetária dos -últimos meses
um intérprete para explicar a.sua rizão e o que nele se nador Jorge Kalume. trabalhadOs.
contém. Atualmente, na aposentadoria por tempo de serviço,
O Sr. Jorge Kalume- Estou satisfeito. Vi V. Ex.-, na recebe _o beneficio o segurado que contar, no mín~o,
Rêferimos, Sr. Presidente, a disCurso pronUnCiado hã
tribuna, fãzendo essa defesa, das mais justas, pois desde trinta anos de serviço, observada a carência de sessenta
pouco, nesta Casa, por eminente Senador da Repdblica,
representante, por· sinal, do meu Estado, condenando,
a hora em que o Banco da Amazônia e os bancos esta- contribuições men~ais, enquanto a renda mensal é de oi-
duais ficaram, principalmente na Amazônia, excluídos · tenta ou noventa e _cinco por cento do salãrio-de-
sem saber, o veto que o eminente Presidente Josê Sarney
de operarem durante 60 dias, prejudicando a comerciali- beneficio, conforme se trate de hOmem, ou mulher, que
apôs ao projeio do ilustre Senador Álvaro Dias, que cria
zação e a produção da borracha, usei a tribuna, por três contar mais de trinta anos dq serviço. O coeficiente serã
o auxílio-doença para O trabalhad'?.r rural. _ ~
vezes, fazendo apelo ao Sr. Ministro da Fazenda, o ilus- acrescido de.três por cento do salário-de-beneficio para
Ora, Srs. Senadores, qualquer um, isento de paixõeS"
tre Francisco Dornelles, a quem enderecei três telex que cada novo ano completo de atividade abrangida pela
ou de ressentimentos, ou atê de inveja; que visse 'as ra-
me respoild6u, dizendo que estava providenciando, eSta- Previdência, até o mãximo de noVenta e cinco desslsa-
zões do veto, logo compreenderia que Sua ExcelênCia o
vàem estudo. E eu cheguei a dizer, num outro telex, que ]á_iiõ, aos 35 anos de serviço.
Senhor Presidente Jos.é_Sarney nãÕ foi movido poi- inte-
a proteiação estava prejudiCando. Porque este ê um País O pagamento do benefício Começa no 16'1 dia de 'afas-
resse de prejudicai a labOriosa classe do trabalhador ru-
carente de borracha e a falta de recursos poderá contri- tamento da atividade, se requerido até trinta dias, en-
ral, pelo contrário, quis o Presidente José Sarney, em ve--
buir para reduzir a produção e com isto prejudicar o quanto o abono de permanência, se paga a partir da data
tando o projeto, criar condições pata que riova p_ropo_-_
Brasil e a Região Amazôntca. O Brasil terá que importar da entrada9Q_requerim~nto, coincidindo a data do início
sição fosse feita, no sentido de que o trabalhadOr c!Jraf-
para atender o seu parque manufatureiro. Cheguei a di~ do provento da aposentadoria cOm a da extinção do abo-
fosse devidamente amparado, nos termos da legislação
zer, aqui desta tribuna tambem, que tod(dili:nistro ou - no de permanência em serviço.
em vigor.
brasileiro deve conhecer a geografia física do seu País, No que tange a essa sistemática, as maiores recla-
Por ISSO, Sr. Presidente e Srs. Senadores, traze.'110S a
tem que conhecer os problemas, a problemática de um mações se referem à não correção monetária dos últimos
esta Casa, com a força da Liderança do Partido da Fren-
modo geral. E com essa medida eU senti, lamentavelmen- doze me:;.es trabalhados, resultando numa perda enorme
te Liberal, estes esclarecimentos à Nação e, em especial,
te, que a Amazônia foi brutalmente atingida. Muito para o aposentado.
àqueles que derramam o seu suor diariamente na luta
obrigadQ a V. Ex• e parabéns pela defesa que está fazen- O certo seria conceder-se aos inativos o salário com o
nos campos, fabricando riqueza para o nosso Pais e ali-
mento para o nosso povo.
do. índice de corre~ão do ano em que se verificasse a aposen-
Sr. Presiden-te, tenho certeza que esta Casa, quando tadoria, corrigindo-se a perda de sua equivalência.
O SR. MÁRIO MAIA.- Agradeço a V. Ex• pelo Muitos, quando contribuíam para o INPS, desconta-
vier a apreciar o veto de Sua Excelência o Senhor Presi-
aparte, que vem ao-socorro de nosso apelo, e dizer, neste1 vam em torno de oito por cento do salário, mais oito por
dente da República, tiaveiâ çle compreerider melhor as
instante_, que nós da Amazônia nos 'admiramos que o - cento por parte do empregador sobre quase vinte sa-
raZões do veto aposto.
novo GoVerno - nós que somos do Governo, falamos . lários, enquanto a respectiva aposentadoria não atingiu
Acredito, por fTiri, que a aSsessoria presidencial, ou até
com toda a autoridade, porque deverfamos estar agrade- mais de um terço do que efetivamente ganhavam. Se, em
mesmo a do eminente Senador Álvaro Dias, haverá de,
ce,ndo ao Ministro da Fazenda as providências que ele
entendendo melhor as razões do veto, preparar uma ·t98J, fosse aplicada a correção monetária sobre os últi-
deveria ter tomado já hã muito tempo, ao invés de estar
nova proposição, sem cair nos erro-s cometidos da falta mos doze meses, o valor dessa aposentadoria equivaleria
discriminando, de continuar discrimando a Amazônia, a peta menos metade dos ganhos da atividade, na êpoCa.
de condições legais para a sua transformáçã.o em lei.
como sempre foi discriminada nos Governos anteriores Enquanto isso, outras classes ganham diferenças 'sala-
Com estas explicações, Sr. Presidente, encerro .estas
que nós nos admiramos da pressa com que o Ministro riais da previdência privada, qOinqUênios e outras vanta-
minhas palavras, na certeza de que cumprimos o nosso
encaminha para o Congresso, para esta Casa, o pedido gens, além de promoções, ajudas para moradia e outros .
dever.
de solução para o Banco Sulbrasileiro, no Rio Grande adicionais.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. (Muito bem!)
do Sul Estamos de acordo, porque, realmente, é uma ca- Uma revisão de toda a legislação da previdência social
Jamid.ade, é um problem~ social grave, erp_ qy.e milhares e deve resultar, também na suspensão da cobrança absur-
O SR. PRESIDENTE (Jo~o Lobo)- Co_ncedo 2:Pa_~ milhares de brasileiros, funcionários dessa entidade ban-
lavra ao nobre Senador Hélio Gueii'os. -(Pausa.r da de contribuição do INPS'e do-imposto de renda aos
câria particu'lar, estão passando necessidades, estão çom apo~entados, desejável, ademais, que o inativo, quando
S. Ex• não está presente. ·
"seus empregos a prêmio, màs, não é justo que a pressa possuísse apenas uma residência, não pagasse o Imposto
Concedo a palavra ao nobre Senador Mário Maia. seja tão grande em resolver os problemas do Sul do País Predial U_rbano.
e a morosidade,_ ou a preguiça mental, seja tão acentuada Esses problemas devem merecer a atenção do Con-
O SR. MÁRIO MAIA (PMDB - AC. Pronuncia o para resolver os problemas da Amazônia. gresso na futura Assembléia Nacional Constituinte:
seguinte discurso. Sem revisão__ do orador.)----:- Sr. Presi- Portanto, St. Presidente, mesmo como homem do Go- Era o que tínhamos a dizer, Sr. Pr~iden~e. (Muito
dente, Srs. SenadOres: - verno_, apresei} to ao :Sr. Francisco Dornelles o meu pro- bem!)
Ocupo esta tribuna, neste instante, apenas para fazer te~to pel?. desapreço, pela pouca atenção dada, até ago-
um apelo, veemente, ao Sr. Ministro da Fazenda, o Sr. ra, aos apelos do Estado do Acre e da Amazônía para a O SR. PRESIDENTE (lol!o Lobo) - Concedo a pa-
Francisco Dornelles, no sentido de que libere, imediata- solução da liberação de 32 bilhões apenas, quando se lavra ao nobre Senador Hélio Gueiros.
mente, a verba que o Ministro da Indústria e ComérCio, pede 900 bilhões para resolver o~ problemas do Sulbrasi-
Sr. Roberto Gusmão, pediu para custeio e comerciali- leiro, nós, toda a Amazónia._ estamos pedindo apenas 32 O SR. HJlLÚ) GUEIROS (PMDB- PA. Pronuncia
zação da borracha natural, nativa da Amazônia. - bilhões para o custçio e a comercialização da borracha. o sc~winte
discurso.)- Sr. Presidente, Srs. Senadores:
Isso porque, Sr. Presidente, se demorar por- n1ifS-al- E essa importância, Sr. Presidente, ainda não foi libera- Vejo com alegria e compreensão concessões feitas a
guns dias, a liberação do recurso, será inócua, uma vez da. produtores de regjões assoladas pelas intemp~ries, subsi-.
Abril de 1985 DIÁRIO DÚ·CONGRESSO NAÇIONAL (Seção II) Sábado 27 0859

diando débitos, protelando prazos, criando· enfim con- da própria sorte- sem destino, sem perspectiva, sem te- Quércia, que acrescenta parágrafos ao art. 517 da Con-
dições para que recuperem- forças e possam retomar O to. E o Governo, uma vez. superada aparentemente a tra- solidação das Leis do Trabalho, tendo
trabalho produtivo em suas glebas. gédia, imagina que sua tarefa acabou. Ela, no entanto, Pareceres, sob n~'s 184 e 185, de 1984, das Comissões:
Como representante da Arriazônía 1 gostaria que trata· apenaS começa.- t preciso reconstruir o que as águas le- -de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade e
menta equânime rosse dispensado à minha região, em varam. ~preciso devolver ao trabalhador o mínimo de juridicidade; e
iguais situações. q1,!e dispunha, o mínimo_necessãrio para que reconstrua -de _L_e~islação Social, favorãvel.
Agora mesmo, um pleito nesse sentido está sendo de-- o se'u futurO com sua -famíiia: o seu teta;
fendido conjuntamente pela Prefeitura 'Municipal de Pa- O Governo, como é óbvio, alega não ter recursos. É
ragom.ínas, Sindicato Rural Patronal, Associação elos uma argumentação rotineira, implacável. Por iSso suge-
Criadores e Coope.rativa Mista Agropecuária de Parago- Votação, em primeiro tui-no, do Projeto de Lei do-Se-
rimos que libere o FGTS, o PISe o PASEP, que são re-
minas e pela Federação da Agricultura do Estado Pará e cursos que pertencem ao·próprio trabalhador e podem nado nO? 2, de 1980, de autOria do Senador Humberto Lu-
Associação dos Agropecuaristas da PA-70. cena, que dispõe sobre a escola e a nomeação dos diri-
ser utilizados num momento como esse, senão como so-
Uma das mais violentas estiagens assolou as áreas de lução - de fato não o é - pelo menos como meiO de gentes das F'undãções de Ensino Superior, tendo
produção agropastoril da Amazônia paraense entre 1983
e 1984 cqm graves e profundas repercussões nos compro-
ª
amenizar-lhe penúria. -
Pareceres, sob n9 s 747 e 748, de 1981, das Comissões:
-de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade e
O que sei é -que, ate aqui, não há resposta para esSe juridicidade, com voto ·v_encido, em separado, do Sena-
missos assumidos pelos produtores na área bancária e de
apelo. Apelo que, repito, sensibí!izou os políticos da re- dor Moacyr Oal!a; e
crédito rural.
gião. Constato tal fato com certo espanto. Afinal, pelo -de Educação e Cultura, faVorâvel.
Esses- produtores estão dirigindo apelo por meu inter-
que li nos jornais, a Nova República anunciou estar dis-
médio, ao Senhor Presidente do Banco Central, para que
posta a apiíca( Cr$ 15 trílhões em programas de emer-
lhes seja dispensado iguâl tratamento ao pratiç:ado com
gência social. E repete que o Nordeste é sua prioridade.
os produtores nordestinos de regiões assoladas pelas se-
Pois bem: é hora de demonstrar isso na prática. Os ·nor- Votação em Primeiro turno,' do ProjetO de Lei do Se-
cas e enchentes~
- -destinOs pedem socorro, E o novo Presidente da Re- nado_n,. 340, de 1980, dça1,1toria da Senadora Eunice Mi-
Querem, precisamente, que o Banco .Central mande
pública, estamos certos,. está ouvindo esse apelo de seus chHes, _que acrescenta parâgrafo único ao art. 373 da
aplicar, naquela faixa da Amazónica, as disposições da
conterrâneos. Consolidação das Leis do Trab,alho, facultando à empre-
Resolução n~ 829, inicialmente dirigida ao Nordeste e,
Era o que tinha a dizer. (Muito bem!) gada com prole_ o direito à jornada de trabalho reduzida,_
posteriormente, estendida a outras Unidade~ da Fe.de-
com remuneração proporcional, tendo
ração. Esse dispOsitivo assegura o prazo de oito anos O SR. PRESIDENTE (João Lobo) ~Nada mais ha-
para resgate, mantidas as taxas de,juros constantes dos Par_eceres, sob nYs445 e447, de 1984, das Comissões:
vendo a tratar, a Presidência vai encerrar a presente ses- -·de ConStituição e Justiça, pela constitucionalidade e
contratos de financiamentos prOrrogados, que eram de são, designando para a sessão ordinária da próxima
7, 12, 18,21 e 35 por centO ao ·ano. As consOlidações, nos jllfididdade:
segunda-feira a seguinte · -de Legislaçà.() Social, favorável; e
termos dessa Resolução, foram feitas até 30 de abril de
-de Finanças, contrârio, com voto vencido, em sepa-
1984. ORDEM DO DIA
Atualmente, os produtores do Pará, atingidos por in- rado, do Senador Jorge Kalume.
tempéries, só fazem jus ajurosde 3% ao mês e a correção
monetãria de 85 por Cento aO ano. -
Votação, em turno único, do Projeto de_Lei.daCâma-
Ora, Sr. Presidente, não se entende que, no mesmo ra n"' 6, de '1981 (n"' 237 (79, na Casa de origem), que fixá Votação, em primeiro turno (apreciação preliminar da
país e diante de quadros idênticos de ~aJamidade, brasi~_ em oito j:l_or.as a jornada. de trabalho dos vigias, tendo Constitucionalidade, nos termos do art. 296 do Regi-
!eiras de diferentes regiões reéebam tratamentos dísp-ares P•rec~ favorável, ~ol;l n"' _190,_de I98t, da Comissão mento Interno), do Projeto de Lei do Senado n"' 1980, de
das autoridades federaiS: --:- de_ legislação Soc!l!_l. autoria dÕ Senador Itamar Franco, que dispõe sobre
Não se entende que a Amazônfa, celeiro do Brasil, seja aposentadoria especial do músico, tendo
discriminada nas horas. diffCeís·.- E esíÇly. _aqui para regis-_ ParecereS, sob n 9 1.032, de 1980 e n"' .415, de 1984, da
trar essa discriminação e manifestar minha confiança ~m_ Comissão: -
que o novo presidente do Banco Central, doutor An.tõ- Vot~Ção, em turno único, do Requerimento n"' 15, de -de Constituição e Justiça, ]9 Pronunciamento: pela
nio Carlos Lengruber, venha a corrigir essa 6tíca distri- 1985 de autoria do Senador Humberto Lu,cena, solicitan- inconstitucionalidade; 29 :Pronunciamento: (reexame soli-
butiva canhestra aplicad~ entre irmãos brasileiros. (Mui- do a constituição de Comissão Parlamentar de Inquérito citado em ~lenário)- ratificando seu parecer anterior.
to bem!) destinada a investigar os fatos que colocaram em risco o
cÜnÚoie acionârio, pela União, da Companhia Vale do
O SR. PRESIDENTE (João Lobo)-,- Concedo a pa- Rio Doce.
lavra ao nobre Senador Carlos Alberto. Votação, em primeiro turno (apreciação preliminar da
jurididdade, nos termos do art. 296, do Regimento In-
O SR. CARLOS ALBERTO (PDS- RN. Pronuncia terno), do Projeto de Lei do Senado n~> 320, de 1980, de
o seguínte discurso.)- Sr. Presidente, Srs. Senadores: Votação, em tUrno único, do Requerimento n"' 57, de autoria do Senador Pedro Simon,· que revoga a Lei n"' ·
Como é do _canhQ;:imentq de todas, o drama das en- 1985, de autoria dos Líderes Gastão Müller e Moacyr 6:815, de 19 de agos.t6 de 1980, que define a situação jurf-
chentes - _com seu cortejo de mortos, famintos e de- ·- Duarte, requerendo nos termos do art. 371, c, Po Regi- dica do estrangeiro no Brasil, cria o Conselho Nacional
sabrigados - continua a assolar o Nordeste. Algumas mento Interno, urgência para o Oficio S/2, de 1985, do de IinigraçãO e dá- outras providências, tendo
cidades continuam literalmente submersas, enquanto ou- Governador do Estado do RJo Grande do Norte, solici- Parecer, sob n 9 · 1.144, de 1981, da Comissão
tras, além de destruídas pcJa:s águas;_estão ífhadas, isola- tando autorização do Senado' Federal para realizar ope- -de Cónstituiçãó e Justiça, pela injuridicidade.
das do resto do Estado. Pude constatar esse drama no ração de crédito externo ilo valor de cinqüenta_milhões
Rio Grande do Norte. E tenho recebido inúmeros apelos de dólares. O SR. PRESIDENTE (João Lobo)- Está encerrada
de conterrâneos no sentido de pedir providências urgen- · a sessão.
tes ao Governo.
(Levanw·s~ a sessão às 16 horas e 46 minuto.~.)
E é justamente isso o que torno a fazer desta tril;luna. ·
Sugeri , desde o começo dessa tragédia- e constato que Votação, 'em turno único, do Requerimento n"' 58, cJe DISCURSO PRONUNCIADO PELO SR.
minha sugestl1o teve boa acolhida junto a_parlamentares 1985, de autoria dos Líderes Gastão Müller e Mo.ac:yl:' HUMBERTO LUCENA NA SESSÃO DE 25-4-85
do Nor-deste, na Câmara e no Senado--. que o Govl!_t110 Duarte, solicitando nos termos do art. 371, c, do Re$i- E QUE. ENTREGUE À REVISÃO DO ORADOR.
liberasSe as vítímas o Fundo de Garantia por Tempo de mento Interno, urgência para o Ofício n"' S/8, de 1985, SERIA PUBLICADO POSTERIORMENTE.
Serviço, o PISe o PASEP, como meio de agilizar a re~ através do qual o Prefeito municipal de Anâpolis (GO),
construção das moradias destruídas pelas águas. A su- solicita autorização do Senado para que aquela prefeitu-· .o SR. HUMBERTO LUCENA (PMDB- PB. Como
gestão, repito, empolgou os parlamentares. Mas, ao que ra possa realizar operação de empréstimo externo nova-_ Líder, para encarhinhar a votação.) - Sr. Presidente,
parece, não sensibil'izou o Governo, que, até_ aqui, lor de USS ·3,500,000.00 (três tnilhões e quinhentos mi] Srs. Senadores: ~
limitou-se às providências elementares- isto é, a forne- dólareS). Pe~o permissão, Sr. Presidente, para quebrar o Reg-i-
cer socorro. mento ln terno desta Casa e hoje, neste discurso, dirigir-
O pior de tragédias como essa- e falo como nordesti- fie não a V. Ex', mas ao falecido Presidente TanCredo
no, habituado a conviver com a hostílidade da natureza Neves. ·
- ê que elas não se esgotam com as vít!mas que fazem. Vota~o, em primeiro turno, do Projeto de Lei do Se- Senhor Presidente da República, Tancredo de Almei-
Os so_brevivent~s pagam ônus pesado, ficando à mercê nado nO? 26, de 1979, de autoria -do Senador Ores~es da Neves.
0860 Sâbado 27 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONÀL (Seção II) Abrírde 1985

Disse Vossa Excelência em seu discurso da Vitória, no Do mes:rho modo que __Tiradentes, seu conterrâneo de um dla especial para homenagear Tancredo Nev-~s- e
dia 15 de janeiro passado: São João Dei Rey, no século XVIII, traçou os caminhos dedicar-lhe um significativo minuto de silêncio, espero
inexoráveis da Independência que Pedro I faria no século ainda desta tribuna, mas em outra-oportunidade, comen-
,,. "A política, tal como a entendemos, ê a mai~ XIX, V. Ex• deixa marCada in·delevelmente a trilha da tar mais uma vez - e talvez até repetir muitos desses
nobre e recompensadora das atividades humanas.. democracia da Nova República, de que foi o arquiteto conceitos- a respeito desta monumental figura brasilei~­
Servir ao povo reclama-dediccição incansâvel, noitr!s no século XX. ra.
indormidas, o peso abrasador das emoções. São O legado de V._ Ex•, representado pelo seu holocausto, Mas, Sr. Presidente e Srs. Senadores, indiscutivelmen-
muitos os que sucumbem em 'pléno Combate, em nome da preservação das instituições democráticas_ e te, de tudo o que se diz de Tancredo, de tudo o que se:
legando-nos o exemplo de seu sacrificio pela -Pá- pela Pátria, será cumprido pelo seu povo custe o_que cus-_ fala de T8;ncredo, podemos reSumir em poucas palavras,
tria." tar. Essa é a promessa que o seu Partido lhe faz em honra 'o· mais_ importa-nte de sua obra, que foi despertar neste
de seu martírio. . · . - País um sentimento de unidade como nunca se vira an~
Eis aí a síntese d~ sua vida pública, desde. o pri,ncípio Confiamos nós que o Presidente Josê: Sarney honrará, tes. Há muito tempo que eu não via a nossa juventude
difícil nos anos 30, atê. a agolliã final suportada no cal- respeitará e cumprirá plenamente o~- _ideais da Aliança cantar o Hino Nacional ou erguer a Bandeira brasileira,
vário_ de quarenta dias. Democrática, Çonstituída -sob sua ·inspiração e ~eu co- como vi nas ru3.s_de São Paulo, Brasília, Belo Horizonte ·
Ontem,-levamos V. Ex• à sua derradeira morada. To- mando para promover a redenção do País. e São João -Dei Rey. A juventude brasileira passou a can-
dos nós, seus companheiros do Senado, estávamos lá. Estejã certo, Presidente Tancredo Neves: V. Ex• não tar o Hino Nacional. Isto é da mais alta significação.
Antes de chegar lã assistimos às manifestações de pesar morreu. Permanece vivo na memória dos 130 milhões de Andando pelo interior da Paraíba, aqui em Brasflia,
vindas dos quatros cantos do mundo e às demonstrações brasileiros, que choraram durante a sua lenta e pen?sa rlo Rio de JaneiTo, por onde eu tenho passado, o senti-
da mais viva emoção do povo brasileiro de norte a sul, de agonia e que farão do seu sacrifício à bandeira e o símbo- mento é o mesmo: todo o povo brasileiro mobilizado
leste a oeste, pranteando a perda de seu convívio entre lo da maior luta pela realização dos seus sonhos. pelo amor à pátria, um amor renovado, fruto da ação
nós. Não, Presidente, V. Ex• não morreu; apenas, passou pessoal de Tancredo Neves.. Essa motivação terá, eviden-
Estou certo de que não hã precedentes ,de tamanho para a glória da imortalídade, pois sua sombra há de fi- temente, enorme repercussão no campo político, sobre-
vulto registrados em nossa História. Pen~ávamos todos car aqui. tudo no momento em que o Brasil se prepara para escre-
até bem pouco, que a mobilização popular pelas eleições Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. ver Uma nova Constituição, e quando todos nós da classe
diretas para Presidente da República e, posteriormente, politica julgamos inadiável revitalizar os Partidos políti-
a sua própria campanha em busca do indispensável res- cos, quando estamos todos convencidos da n~essidade_
DISCURSO PRONUNCIADO PELO SR. MIL·
paldo do povo, como óhico meio de legitiniar a sua prioritária de restaurar a economia brasileira. De Norte
eleição, não pudessem ser -igualadas ou comparadas tão TON CABRAL NA SESSÃO DE 25-4-85 E QUÉ.
ENTREGUE À REVISA O DO ORADOR. SERIA a Sul do País, enl todos os quadrantes da Pátria brasilei-
cedo em nossa História. ra, Tancredo estarã presente como se fora uma inspi-
Nesses três últimos dias, vimos como ê possível a um PUBLICADO POSTERIORMENTE..
ração permanente, pois Seus ideais serão defendidos a
único homem obter a uricmimidade de uma Nação intei- O SR. MILTON CABRAL (PDS- PB: Para encami- todo _custo. Se nós da classe politica, os Par'tidos e o Go-
ra em torno de si. Nunca, em momento algum, o Hino nhar a votação.)- Sr. Presidente, Srs. Senadores: verno, não correspondermoS àquilo' que Tancredo pre-
Nacional indentificou-se tanto com uma só pessoa._ Ja- Nestes últimos dias li na imprensa brasileira um sem . gou, e ao fixar na consciência dos brasileiros a idéia de
mais a Bandeira brasileira foi tão usada para simbO"lizar mlmero de editoriais, comentários, manifestações da Cul- Muda Brasil, eu não sei, caso não se reali~ as esperanças
o, ideal de um só homem. tura nacional a respeito da extraordinária personalidade lançadas, até que ponto a frustração irâ marcar este País.
Faço minhas, nesse instante, as palavras que o seU de Tancredo Neves. Creio que não nos resta acrescentar Espero, como disse, Voltar a falar desta. tribuna sobre
coestaduano Afonso Arinos usou para saudar, neste Par- mais nada. Cada um de nós tem absoluta consciênCia do Tancredo. Mas, neste momento em que todos os meus
lamento, o Presidente Francês Charles de Gaulle: que foi este honi.em e o que ele r.epres~~tou para nós, da companheiros se associam a este requerimento, quero li·
sua importância na vida política brasileirã, sobretudo na mitar o meu pronunciamentÇ), apenas registrando aqui .a
"Vós sois um desses homens que a História elege atual conjuntura. Realmente não há mais nada a acres- minhà saudade, reafirmar a minha profunda admiração
~ cada século, para simbolizar no traçado de uma centar. por este homem que, sem dúvida alguma, na História
vida, o destino inevitável de um povo." 'Mas, em todo _o caso, não só neste momento, ao brasileira será destacado como uma das mais fulgurantes
Presidente Tancre~o Neves associar-me ao requerimento pelo qual se deseja reservar personalidades.
República Federativa do Brasil
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL
c ,as. us119 SEÇÃO 11

ANO XL-N• 039 CAPITAl,. FEDERAL TERÇ~-FEIRA, 30 DE ABRIL DE 1985

SENADO FEDERAL

SUMÁRIO

1 - ATA DA 53• SESSÃO, EM 29 DE ABRlL !.2Á - DIS<UI'SOS do Expedleate 1.2.5- Comunl<ações da Praldéncla
DE 1!185
SENADOR JOÃO CALMON- Declaração do - Convocação de sessão extraordinária a realizar-
LI- ABERTURA Ministro Marco Maciel a respeito da destinação de se hoje, às 18 horas e 30 minutos, com Ordem do Dia
percentual do orçamento federal à Educação. que designa.
1.2- EXPEDIENTE
SENADOR LOMANTO JONTOR- Destinação
1.2.1- Oficio do Sr. l'~-8ecred.rio da Cimara dos de recursos federais para a realização de obras, por - Fixação, para o dia 7 de maio vindouro, a co-
Deputados parte da PrefeitUra -de Salvador-DA, capazes de pre- memoração do 25<:o aniversáriO do ~·correio Brazi-
Encaminhando à revisão do Senado autógrafo do se- venir danos causados por chuvas prolongadas. liense", anteriormente marcada para o dia 24 do cor-
guinte projeto: rente.
SENADOR ITAMAR·FRANCO- Indeferimento
-Projeto de Lei da Câmara n9 8/85 (n\l4,616f84, de pedido de informações de S. Ex•, relacionado com
1.2.6- Requerimento
na Casa de origem), que dispÕe sobre medidas de se- fatos da intervenção dos bancos Sulbrasileiro e Habi-
gurança aos ex.:. Presidentes da República e dâ outras tasul. - N'~' 89j85, de autoria do Senador José lgnácio
providências. Ferreira., solicitando a prorrogação, por 20 dias, do
O SR. PRESIDENTE- Resposta ao Sr. Itamar prazo para oferecimento de emendas ao Projeto de
Franco~ Lei da Câmara n~" 175/84, que institui o Código de
1.2.2 - Pareceres encaminhados à Mesa
Processo Penal. Aprovado.
SENADOR NELSON CARNEIRO- Instituição
1.2.3 - Leitura de projetos do vale-transporte para funcionários e servidores
públicOs. Reposição salarial. c•oia do Juiz Classista". 1.3- ORDEM DO DIA
- Projeto de Lei· do Senado n9 77/85, de autoria
do Sr. Senador Nelson Carneiro, que modifica a pro- SENADOR ALBANO FRANCO, como Líder- -Projeto de Lei da Câmara n"' 6/81 (n~"237f79,
porcionalidade de empregados brasileiros, alterando ConSiderações sobre o momento político brasileiro. na Casa de origem), que fixa em oito horas a jornada
o art. 354 da CLT, e dá outras providências. de trabalho dos vigias. Aprovado. Ã sanção
SENADOR HUMBERTO LUCENA. como Líder
-Projeto de Lei do Senado il'~' 78/85, de autoria - Medidas do Governo Federal para assistir os Es-
-Requerimento n"' 15/85, solicitando a consti-
do Sr. Senador Itamar Franco, que determina que os tados nordestinos atingidos pelas cheias.
tuição de Comissão Parlamentar de Inquérito desti-
procedimentos instaurados para apurar causa de aci-
nada a investigar os fatos que colocaram em risco o
dente aéreo _sejam integrados, paritariamente, por SENADOR LOURIVAL BAPTISTA- Manifes-
militares, aeronautas e aeroviários. - - - tação de pesar pelo falecimento do ex-Deputado Bi- controle acionário, pela União, da Companhia Vale
lac PintO. do Rio Doce. Retirado pelo autor nos termos do Re-
- Projeto de Lei do Senado n'~' 79/85, de autoria querimento n<:o 90/85. Ao Arquivo.
do Sr. Senador Itamar Franco, que dá nova redação SENADOR CESAR CALS - Enquadramento
ao artigo 51 da Lei n'~'7.183, de 5 de abril de 1984, que das cooperativas de. condutores autônomos na cate- - Requerimento n'i' 57/85, requerendo urgência
regula o exercício da profissão de aeronauta. goria 9e grande consumidor de combustível. para o Oficio SJ2, de 1985, do Governador do Esta-
0862 Terça-feira -30 DIÁRIO DOCONGRESSONAC!ONAL(Seção II) Abril de 1985

EXPEDIENTE
CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERAL

lOURIVAl ZAGONEl DOS SANTOS DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL


Diretor-Geral do Senado Fede·ral Impresso sob a ··esponsabilidade da Mesa do Senado Fedet:al
JOS~ LUCENA DANTAS
ASSINATURAS
Diretor Executivo
JOÃO MORAES DA SilVA
Via Superfíc:je:
Diretor Administrativo
Semestre Cr$ 3.000,00
MÁRIO C~SAR PINHEIRO MAIA
Oiretor Industrial Ano --··-·········~····-·············~-~-·-·········· Cr$ 6.000,00

PEDRO AlVES RIBEIRO Exemplar Avulsoo Cr$ 50,00


Diretor Adjunto Tiragem: '2.200 exemplares.

do do Rio Grande do Norte, solicitando autorização selho Nacional de Imigração e dá outras providên~ Polícia 'Militar e professores de 19 e 29 graus daquele
do Sen!l:do Federal para realizar operação de crédito cias. Votação adiada por falta de quorum, Estado.
externo no valor de cinqüenta milhões de dólares.
1.3.3 -Discursos após a Ordem do Dia 2.2.4 - Contunicaçio da Presidência
1.3.1 - Questão de ordem SENADOR JUTAHY MAGALHÃES- Solici- Referente à retirada da tramitação do Projeto de
tando à Mesa, esclarecimentos sobre o andamento de Lei do Senado n'>' 267/84, que constitui anteprojeto
Formulada pelo Sr. Murilo Badaró e respondida
projeto de lei apresentado por S. EXf, modificando o de autoria da Comissão Parlamentar de Inquérito
pela Presidência, argüindo a nulidade de reunião da
ordenamento dos trabalhos das sessões do Senado. criada pela Resolução n9 I /83, que investigava os
Comissão de Constituição e Justiça, réaiizada O.esta
Problemática agrícola nácional. problemas vinculados ao aumento populacional bra-
data, para exame de mensagem presidencial referente
à nomeação-- do Governador de Rondônia. sileiro, para remetê-lo à Presidência da República
SENADOR CARLOS ALBERTO - Gravidade como subsfdio à reformulação da política populacio·
da situação da Universidade Federal do Rio Grande nal de nosso País.
1.3.2- Ordem do Dia (continuação) do Norte, face a falta de recursos para a sua manu~
tenção.
- Requerimento ns> 57/85. Votação adiada por fal- 23- ORDEM DO DIA
ta de quorum. SENADOR NELSON CARNEIRO- Defesa da -_ Redação Finai da Emenda do Senado ao Proje-
revisãO do SiStema--de tieneffCiOs da Previdência So~
-Requerimento ns> 58/85, sOlicitand-o urgência to de Lei da Câmara ns> 22/80{n9 147/79, na Casa de
cial.
para o Oficio Sj8, de 1985, através do qual o Prefeito origem), que dá nova redação ao artigo 39 da Lei ns>
Municipal de Anâpolis (GO), solicita autorização do 4.084, de 30 de junho de 1962, que dispõe sobre a
SENADORGASTÃO MVLLER - Artigo. do profissão de Bibliotecário, e dâ outras providências.
Senado para que aquela prefeitura possa realizar Jornal de Brasília, intitulado "O Legado de Tancre-
operação de empréstimo externo no valor de US$ Aprovada. À Câmara dos Deputados.
do".
3,500,000.00 (três milhões e quinhentos mil dólares). - Redação Final do Projeto de Decreto Legislati-
Votação adiada por falta de quorum. 1.3.4- Designação da Ordem do Dia da próxima vo n"' 22/82, de autoria do Senador Passos Pôrto, que
sessão
dispõe sobre o PeCúlio Parlamentar. Aprovada. À Câ-
- Projeto de. Lei do Senado ns> 26/79, que acres- mara dos Deputados.
centa parágrafos ao art. 517 da Consolfdação das t .4- ENCERRAMENTO
Leis do Trabalho. Votação adiada por falta de qu~ 2.3.1 - Comunicação da Presidência
rum. 2--:-ATA DA 54• SESSÃO, EM 29 DE ABRIL
DE 1985 - Prejudiciabilidade, por falta de quorum regi-
- Projeto de Lei do Senado ns> 2/80, que dispõe 2.1-ABERTURA mental para votação, do Requerimento n9 91 (85,1ido
sobre a escola c a nomeação dos dirigentes das Fun- no Expediente da presente sessão.
dações de EnsinO Superior. Votação adiada por falta 2.2- EXPEDIENTE
de quorum. 2.3.2 - Designação da Ordem do Dia da próxima
2.2.1- Leitura de projeto sessão
- Projet6 de Lei do Senado n9 340/80, que acres-
centa parágrafo único aO- ai't. 373 da Consolidação Projeto de Lei do Senado n9 80/85, de autoria dÔ 2.4- ENCERRAMENTO
das Leis do Trabalho, facultando à empregada com Sr. Senador Lenoir Vargas, que dá nova redação ao
prole o direito à jornada de trabalho reduzida, com art. 3_9 da Lei n9 7.025, de 8-9-82. 3 - DISCURSO PRONUNCIADO EM SES-
remuneração proporcional. Votaçio adiada por falta SÃO ANTERIOR
de quorum. 2.2.2- Requerimento Do Sr. João Castelo, proferido na sessão de
26-4-85._
N9 91/85, de autoria dos Srs. Humberto Lucena e
....:. Projeto de Lei do S;.!'ado n9 18/80, que dispõe Jorge Kalume, solicitando urgência, nos termos do 4 -INSTITUTO DE PREVIDfNCIA DOS
sobre aposentadoria especial do músico. (Apreciação art. 371, alínea'b, Oo Regimento Interno, para o Pro- CONGRESSISTÀS -
preliminar da constitucionalidade). Votaçio adiada jeto de Lei do Senado n9 14/85 - Complementar. Ata da reunião~
por falta de quorum.
2.2.3 - Discurso do Expediente 5 - MESA DIRETORA
- Projeto de Lei do Senado n9 320/80, que revoga
a Lei n9 6.815, de 19 de agosto de 1980, que define a SENADOR-FÁBIO LUCENA- Acontecimentos 6 - LIDERES E VICE-LIDERES DE PARTI-
situação jurídica do estrangeiro no Brasil, cria o Con- ocorridos hoje na cidade de Manaus- AM, entre a DOS
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Terça-feira 30 0863

Ata da 53' Sessão, em 29 de abril de 1985


3~ Sessão Legislativa Ordinária, da 47~ Legislatura
Presidência dos Srs. José Fragelli, Passos Pôrto, Marconr]es Gadelha e. Mário Maia
ÀS /4 HORAS E 30 MINUTOS. ACHAM-SE PRE- 2. -Na Justificação, aduz o Autor:" ... são incontáyeis - damente o artigo 160, item V, da Constituição Federal,
SENTES OS SRS. SENADORES: <)s problemas advindes da periculosidade e insalubridade como objeto do vício que haveria de inviabilizar o proje-
Jorge Kalume - Mário Maia - Hélio Gueiros ~ à qlie são submetiodos ou a que estão sujeitos milhares to.
Alexandre Costa - Américo de Souza - Alberto Silva de trabalhadores, os quais estão vivendo uma situação Isso posto, apela o emiõérite-senador Nelson Carneiro
-- Helvídio Nunes - João Lobo - Cesar Cals - actvC:tsa de trabalho e que, nem_ sempre~ podem reclamat à liderança da Maioria, para que "aceite rejeitar a re-
Virgflio Távora - Moacyr Duarte- Martins Filho - seus direitos, em face das condições de hipossuficiência e jeição dessa inconstitucionalidade" permitindo- que o
Humberto Lucena - Marcondes Gadelha - Cid Sam- de subOrdinação in~:ondicional para com os empregado~ projeto voltasse à Comissão, ..para opinar sobre o méri-
paio - Luiz Cavalcante - Albano Fr<;tnco ~ Lourival res". to ...".
Baptista - Passos Pôrto - Jutahy Magalhães - Lo- 3. __ Nª- verdade~ effibora não se ihe possa fazer ob~ Data vênia do nobre Senador Nelson Carneiro.
manto Júnior - João Calmon - Nelson Carneiro - ,k::çõ_es sob o ponto de vjsta constitucional, o Projeto parece-nos que em suas elevadas considerações existem
Itamar Frtmco ~~ Murilo Badar6 - Henrique Santillo constitui um "bis in idem", sendo, pois, injurídica. O art. alguns pequenos senões -a reparar.
- Gastã_o Müller- José Fragelli_- Lenoir Vargas- 513, Jetra "a" da Consolidação das Leis do Trabalho,
Primeiro, porque se um projeto pode ser juridicamente
OctáviO-Cardoso. com efeito, diSpõe que "são prerrogativas do_s sindicatos,
hábil e constitucionalmente inviável e vice-versa (neste
dentre outras, ~·representar, perante as autoridades ad-
O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - A lista de caso por contrariar a sistemática jurídica e torna-se ine-
ministrativas e judiciãrias, os interesSes gerais da catego-
presença acusa o -comparecimento de 30 Srs. Senadores. xequível), igualmente podem ocorrer ambas as hípótee--
ria ou profissão liberal ou os interesses individuais dos
Havendo número regimental, declaro aberto a sessão. ses obstrutivas- como de fato tem ocorrido-, e isto há
associados relativos à atividade ou profissão exercida''.
Sob a proteção de_Deus, iniciamos nossos trabalhos. de ser ressaltado, quando do exame da matéria na CCJ.
Pof outro ladO, o §-29 do art. 195 da meSma Consolí~
O Sr. (9-Secretário_irã proceder à leitura do Expedien- porque o Regím~nto Iriterno em seu artigo 100, item III,
dação prevê: "argUida em juízo insalubridade ou pericu~
te. determina que a Comissão opine, "obrigatoriamente,
losidade, seja por empregado, seja por Sindicato em favor
"E: lido o seguinte sobre a constitucionalidade e juridicidade de qualquer
-doe grupo de associados, o juiz designará perito ... " (gri~
proposição .. .'', o mesmo estabelecend_o os artigos 10 t e
fos nossos).
EXPEDIENTE Não precisam portanto, os SindicatQs, para· reclamar
102, ao tratar-dos substitutivos oriundos de outras Co-
missões e das emendas de Plenário.
em juízo, adic_ion?-is de insalubridade e periculosidade de
OFICIO Segün'do; porque a vedação do artigo 104, § 1'1, quanto
-grupos de associados se~s. de outorga esp~fica _de po-
deres que a Lei já lhes confere. à manifestação sobre o m<h'ito de proposições que te-
Do Sr. }9-Secretirl.o da Câmara doS Deputados, enca-
A _norma inslitueftda é, assim, supêrflua e repetitiva. nhanl sido-, a Prfori, declaradas incon~tftlléíonais, limita-
minhando à revisão do Senado autógrafo do seguinte proje-
4~ Ante o exposto, opinamos pela rejeição do Proje- se a norma regimental, expressamente, apenas ao con-
to:
to, por injurídica. teúdo do parecer e_ não aQ voto dos membros da Comis-
PROJETO DE LEI DA CÃMARA
Sala das Comissões, 17 de abril de 1985 ....... José Igrui- são, tal como exatamente aconteceu. Aliás, vale ressaltar
No 8, DE 1985
c:io Ferreira, Pr"esidente - Hélio Cueiros, Relator - a inteira autonomia dos componentes das Comissões téc-
(n9 4616/84, na Casa de origem)
Martins Filho - Nelson Carneiro - Lniz Cavalcanti - - nicas em sua competência para decidir sobre todos as-
Dispõe sobre medidas de segurança aos ex- Octí.vl~ Cardoso - -Jutahy Magalhães - Nhaldo Ma- pectos das maté;t:_ías submetidas ao seu discernimento,
Presidentes da República e di outras provldênclu. cllado. pois o conceito de_:' técnico" aqui deve ser entendido em
O 'Congresso Nacional decreta: sentido politico, por isso que nos cabe decidir pela ques-
Art. 19 O Presidente da República, terminado o seu _PARECER No 51, DE 1985 tão do mérito, sempre· que tal for julgado da conveniên-
mandato, tem direito a utili~ar os serviços de 4 (quatro) cia das institpições ou do interesse social afetados.
servidores, destinados a sua _segurança pessoal, bem Da Comissão de Constitulçio e Justiça, sobre o
Projeto de Lei do Senado o9 70, de 1983, que "estabe- Terceiro, o dispositivo constitucional - art. 160, item
como a 2 {dois) veícUlos oficiais com motoristas, custea- V, em que fundamentamos a inconstitucionalidade do
das as despesas com dotações orçamentárias próPrias da lece critério limite para os reajustes dos preços de in-
gressos de jogos de futebol". projeto, realmente não cobre todo o espectro da incons-
Presidênciã da República. titucionalidade- isto é: ·o projeto, além de não demons-
Art. 29 O Ministério da Justiça responsabifizar-se-á Relator: Senador Martins Filho. trar que vem reprimir abusos do pt)der econômico, iü:r-
pela segurança dos candidatos à Presidência da Repúbli- fere no custo da manutenção de estádios e equipes de fu-
ca, a partir da homologação em convenção partidária. - Retorna o projeto em epígrafe à noSsa apreciação, em - tebol, uma a"tividade. esportiva e ígualmente ecoriômica,
Art. 39 Esta lei entra em vigor na data de sua publi- dec_orrência do pedido de reexame feito em Pleilãrio pelo que interessa não penas à inicíativa-·privada, mas tam-
cação. ~:u ilustre autor. Senador Nelson Carneiro, fundamenta- bém ~ e n·o caso da mai_ori_ados estádios - , ao poder
Art. 49 Revogam-se as disposições em contrário. do, oralmente, no argumento de que o voto de desempa- público. Vejamos, como exemplo,'' Maracanã- ou Es-
(À Comissão de Constitt,~içào e Justiça. J te do presidente desta Comissão, favorãvel àqueles que tádio Mário Filho - , pertencente a uma Fundação de_
votaram pela inconstítucionalidade da matéria, lhe fora direito público, ou seja, ao Governo do Estado do Rio
PARECERES prejudicial. de Janeiro. Ali~ nos espetáculos noturnos e mesmo antes
o projeto, realmente, recebeu aqui quando da anterior do término dos jogos vespertinos. dezenas de refletores
apreciaÇão, cinco votos contra o mérito--e cinco votos de alta pOtência têm de ser ligado:i para iluminar o cam-
PARECER No 50, DE 1985 pela injuddicidade e inconstitucionalidade, tendo o Sr. po. Sabendo-se que a energia elétrica é um produto caro
Da Comissio de Consdtoiçio e Justiça sobre o Presidente M urilo Badaró, exercido o voto de minerva e cujo preço aumenta quase que mensalmente, pregunta-
Projeto de lei do Senado nt 244, de 1983, que "dispõe em favor da tese da rejeição quanto ao aspecto da inco- se: _como poderiã o Estado, a partir do 39 ou_4~ mês do
sobre a possibUldade de os Sindicatos de trabalhado-
formidã.de do projeto aos postulados jurídico- ano, cumprir com o pagamento da luz, se o preço do in-
constitucionais. gresso fosse estabelecido em janeiro e tivesse de perdoar
res poderem reclamar em Jufzo, Independentemente
Contestando esse resultado, assinala o nobre Senador até dezembro'? Ademais, com a nova politica salarial de
de mandato procurat6rio, adicionais de iusalubridade
Nelson Carneiro "'que a dose foi dupla: a ComiSsão de reajustes semestrais, como poderiam os governos enta-
e periculosidade, em beneficio de seus associados,.
Constituição e Justiça _ao ju_Igar um projeto ínccinstitu- duais e as prefeituras arcar com as despesas de pessoal
Relator: Senador Hehidlo Nunes cional não preciSa julgar se ele é jurídico ou injurídica dos estãdios, Com uma receita defaS!l.da'? Mas, prini::ipal-
( ... ). Quando declara a injuridicidade e a inconstitucio~ meote, verifica-se aí uma clara ingerência do projeto nos
O Projeto sob exame, de autoria do ilustre Senador nalidade é_ que não sabe, afinal, o qu_e quer". E adiante: negócios a que o texto constitucional denomina de "pe~
Álvaro Dias, diSPõe qtie ••os sindicatos de trabalhadores ·~... _a_ Comjs_sãó não pode, ao mesmo tempo, jUlgar o culíar interesse_ dos municípios (art.l5, item II) e, por ex-
têm a prerrogativa de reclamar em juízo,- em favor-de mérito e a incq__nstitucionalida_de. A inconstitucionalida- tensão, ~os Estados, Trata-se, portanto, de projeto que
seus associados, adicionais de insalubridade e periculosi- de é uma prelímiriar. Só depois do transporte da prelimi- contrai-ia o princípío federativo da autonomia dos ór-
dade, sem necessidade de outorga de poderes por parte nar é que se examina o mérito". Finalmente, alega_ o ilus- gãos celulares da República e~ portanto, absolutamente
dos interessados" (art. 1"). tre Senador Nelson Carneiro que esta CO adotou erra- inconstitucional.
0864 Terça-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abril de !985

No que, finalmente, diz reSp"eito aos poderes da ilustre tudo -industrial, coino o denomina~o ROBO, quando pa!a as_ artes. O computador permitirá as manifestações
liderança da maioria para resolver sobre decisõeS desia- uma unidade desenvolve atividades operacionais, equi- do inconsciente.".
Comissão, acreditamos haver algum exagero, do con- valente a mão-de~obra de centenas e _centenas de ho~ O professor da UFSC disse ainda que as inovações
trário esta e todas as demais Comissões perdiriam sua fi-- mens, -urge agora que se faça, por exigência da lei, o tecilOiógicas ocorrem em épocas de crise e citou dados
nalidade. equilíbrio econômico~socíal na soci'edade obreira. sobre os índices de produtividade decrescentes em alguns
Diante do exposto e como lnexistem fatos novos que O domínio operacional nas atividadeS industriais pelo p-aíses -no Período- de 73 a 77, o que gerou ·a necessidade
pudessem modificar nossa inteli&ência sobre o projeto, o ROBÔ alua como elementos eletrônico desajustador no íinediata da aUtomação do processo industriaL No Ja-
parecer é, como o anterior, pela sua rejeição quanto àju- individual~ humano, de forma agressiva e prejudicial. ~H~ pão duiante o período, o índice paiu de 8,7% para 2,8%.
ridicidade e constitucionalidade, respeitado, todavia, o mina o ROBO, gradatívamente, a posSibilidade de co- Na alemanba, o índice de produtividade que era de 4,6%
entendimento daqueles que no mérito, rejeitam a matêiia ~- geStãO rias-empresas, fulminando a _previsão, no Brasil, cait.i para 3,2%. Na Franç_a a situação foi quase idêntica,
por inoportuna ou inconveniente. · - da participação dos empregados nos lucros das empre- caindo o índice de 4,6% para 2, 7%.
Sala da Comissão, 17 de abril de 1985. -José lgúciÔ sas, conforme preceito Constitucional. Apesar da não introdução da automação gerar o obso-
Ferreira, Presidente - Ma~ Filho, Relato'r - Helvl- A modificação do artigo 354 da Consolidação das Leis letismo do parque industrial instalado, afirmou o profes-
dio Nunes, vencido - Aderba1 Jurema ....:. Nbaldo Ma- do Trabalho proposta neste Projeto de Lei visa preservar sor que a previsão para este ano na França é que a auto-
chado - Américo de Souza - Nelson Carneiro, sem voto direitos humanos elementares, assegurando emprego, mação suprimirá 40 mil novos empregos, o que demons-
- Luiz Cavalcaate - Hélio Guelros - Octi.vlo Cardoso ainda que modestos em desempenho e salário, aO empre- tra a cOii:lple:ddade do tema, que, segundo o professor da
- Moacyr Duarte gado brasileiro, com a observância da participação de UFSC, deve ser cuidadosamente analisado por toda a
quatro quintos (4/5), individual-humano, observada a sociedade".
O SR- PRESIDENTE (José Fragelli)- O Expediente equivalência que o elemento_ eletrônico automat2-:obô, Num país como o nosso, com um contingente enorme
lido vai à publicação. ou a: automação mecânica, corresponderá em mão-de- de desempregados e subempregados, a automação deve
Sobre a mesa, projetas de lei que vão ser lidos pelo Sr. obra individual~h.umana< me:recer por parle de todos nós um cuidado todo espe--
I"'~Secretârio. --- -Ó-JornafCorreio BrazRiense de 25 do corrente, ocupa- cial, obrigando tanto quanto possível, que onde exista
se dos problemas da informática dedicando grande es~ essa implantação, se assegure um aumento do número de
São lidos os seguintes.
paço Para tão palpilante assunto e destacamos dos noti- empregos correspondente.
. ciâiios aH publicados, sendo um com o título ..A posição Para que possamos conviver com esse avanço tecnoló-
PROJETO DE LEI DO SENADO do movimento sindical" e o outro "O fim do trabalho gico, sem ameaças ao aumento do desemprego, neces-
N• 77, DE 1985 dos assalariados", cujos textos transcrevemos. "O movi- sârío se tOrna que nOsso desenvolvimento seja em taxas
Modifica a proporcionalidade de empregados bra- mento sindical brasileiro já se posicionou -hâ algum tein- altas e constantes de! .i:nodo a absorver a tecnologia e ocu-
po sobre a introdução da automação e a robitização no par a mão~de-obra humana.
sileiros, alterando o artigo 354, da CLT, e cbí outro
processo industrial, em documento aprovado por suas li- Para bu~r essa meta é que apresentamos mais este
providências.
O CongreSSo NaCional-decreta: - deranças e elaborado pela diretoria do Dieese. Segundo projeto sobre automação, numa suge:itão que esperamos
o dOcuniento, o avanço tecnológico, fruto do exercício venha a ser aperfeiçoada pelos meus nobres colegas do
Art. 19 O artigo 354, âa Consolidação .das Leis do
do trabalho, é conquista de tod_os os homens, no sentido Congresso Nacional. _
Trabalho, aprovada pelo Decreto~lei n9 5.452, de 1"' de
de colocar as força-s da natureza a seu serviço. A posição Sala das Sessões, 29 de abril de 1985. - Nelson car..
Maio de 1943, passa a ter a seguinte redação: -
''Art. 354 A proporcionalidade será de dois. sindicai é a de que os resultados do progresso técnico de~ oeiro-
vem ser colocados à disposição dos que partiçipaffi da
teJ:ços (2/3) de empregados brasileiros, sendo abri~ LEGISLAÇÃO CITADA
gatóriã não só eni relação a totalidade do quadro de produção, visando eliminar· a pob~za e aproximar as
pessoas. Consolidação Das Leis do Trabalho
empregados como a correspondente folha de sa~
Em térmos de divisão internacional do -trabalho, o
lá rios. Art. 354. A proporcionalidade serâ de dois terços de
§ I 'i> Nas indústrias e em quaisquer empreendi.:
moVimento sindical é ·pelo acesso de todos os povos <lO
saber científico e tecnológico, devendo os países não in- empregados brasileiros, podendo, entretanto, ser fixada-
mentos empresariais, nas atividades onde houver a proporcionalidade inferior, em atenção às circunstâncias
introdução de automação mecâníca, ou a adoção de dustrializados adC\tarem polítiCas que tornem poSsível -o
desenvolvimento interno da tecnologia fá disponível, seu especiais de cada atividade, mediante ato do Poder Exe-
elementos eletrônicos atitomoto-robô, em ope- cutivo, e depois.de devidam'ente apurada pelo Secretaria
rações iniciais, intermediárias ou-de ponta, é obriga~ aprimoramento e adequação às condiÇões peculiares de
ciJda país, ao mesmo tempo em que devem ser denuncia- de Mão-de-Obra a insuficiência do número de brasileiros
tória a definiçãO, -pOr avaliação e controle técnicos, na· atividade de que se tratar.
. de equivalente guantldade_ cta participação de mão- dos- todõs os mecariism.oS muliinaciÕT:tais ou transnacio-
nais que os--impOssibilitem. ~A redação do art. 354 foi alterada tendo em vista o
de~obra individual-humana.
Os Sindicalistas ·consideram qÜe o aum-énto de produ- Decret_o_ntt &1.663, de 16 de maio de 1978, que dispõe
§ 29 A definição. de equivalência de mão-de- sobre a estrutura bãsi9 do Ministério do Trabalho e dá
obra individual humana, quanto a elementos mecâ~ tividade deve ser compartilhado, através de aumentos
dos salários e diminuição dos prC:ços dos produtÔs, o pri~ outras providências (D.O. 17-5~1978).
nicas e eletrõniccis, incidirá na proporCionalidade de Parágrafo único. A proporcionalidade é obrigatória
quatro quintos (4/5) de empregados brasileiros, sen~ meiro atingindo aqueles que são responsáveis pela pro-
dução e a segunda transferindo para toda a sociedade os não só em relação à totalidade do quadro de emprega~
do da competência do Ministério do 'Trabalho a dos, _c_om as exceções desta lei, como ainda em relação à
avaliação -e contr-ole têcnicos, a que se refere O-§ }9 benefícios do progresso.
O deslocamento da mão-de~obra, decorrente_da auto~ correspondente folha de salário.
deste artigo:~
Art. 29 Esta lei eritra em vigor na data de sua publí- matização do processo industrial deve ser enfrentado, se-
gundo as lideranças sindicais, por uma política ae:·piC:nO (Às Comissões de Constituição e Justfça e deLe-
cação. gislação Social.)
Art. 39 Revogam-se as disposições em contrário: emprego, em que se reduzirá não só a jornada de traba-
lho diârio, mas também o tempo dedicado ao trabalho,
PROJETO DE LEI DO SENADO
Justlficaçio dando condições para que as crianças e jovens possam se
N• 78, DE 1985
preparar pelo estudo e lazer, adiando o i"ngresso precoce
Há quase quarenta anos quando da promulgação da mi. força de trabalho e possibilitando uma velhice digna, Determina que os procedimentos instaurados
Consolidação das Leis do Trabalho, pelo Decreto-lei n'i> através de aposentadoria compensadora. para apur~r causa de acidente aéreo sejam integra~
5.452, de }'i> de maio de 1943, o Capítulo referente a Pregam ainda os sindicalistas, que no interior das em- dqs, paritariamente, por militares, aeronautas e ae-
..proporcionalidade de epJpregados brasileiros", consig- presas, cabe a representação sindical não somente a par- roviãrios.
nava o título ~·oa Nacionalização do Trabalho". ticipação na discussão dos novos processos a serem ado-
As su,cessivas Con-stituições -deram plenO Vigor a ob- tados, mas a normatização, através de instrumentos es- ó Congresso Nacional decreta:
servação desse preceito essencial à proteção da mão~de­ pecíficos, como o cantata coletivo, nas formas de rela- ~rt. J9 Todo procedimento admí~istrativo_ instaura-
obra nacional. O artigo 165 da Constituição vigi!iife, em clài:t-amento -interno, exigidas pela nova tecnologia." - dÓ PâraaPu"T"a"r- causa de acidente aeronãutico·serâ inte--
seu item XII, determina a fixaçãõ de perêenta&ens de em- •• A revolução da microeletrôniCâ levará inevitavelmente -grado,. paritariamente, por civis e militares.
pregados brasileiros. No item V da Carta- Magna faz re- -à abolição do ifal;mlho assalariado". A revelação foi fei- § I 'i> Os membros militares Se-tão designados pela au-
comendação para a integração dos trabalhadores na vida ta no dia 24 último por Rabah Benahouchê, professor da toridade comp~tente do Ministério. da AeronáutiCa.
e no desenvolvimento da empresa, com participação nos UniVersidade Federal de Santa Catarina, que participou § 29 Os membroS civis serão designados, respectiva~
lucros e, na gestãO ou cogestão, segundo for estabelecido do painel sobre "O impaCto da automação no nível de mente, pelo sindicato dos aeronautas e dos aeroviários
em lei. emprego". No futuro, segundo o professor, "será reali- CoiD jurisdição na ãrea do acidente.
A progressiva inclusão da automação mecânica, alêm · zado o grande sonho do proletário que é o de aproveitar Art. 2"' O resultado de qualquer investigação, in~
de elementos de potêncíã -eletrônica na produção sobre- suas horas de trabalho para realizar tarefas voltadas quérito, síndicãncia ou outro tipo de procedimento ad~
Abri! de 1985 DIÁRIO DO CONORESSONACIONAL(Seção I!) Terça-feira 30 0865

feitã por prazo determinado de trinta a sessenta


ministrativo serã, necessariamente, comunicado às Co- Fin.almente, contempla o projeto a fixação de um pra-
dias;
missões de Transporte da Câmara dos Deputados e do zo máXimo para concessão de transporte aos familiares e
b) transferência permanente a que muda a base
Senado Federal. -domiciliar do aeronauta e é feita .por prazo superior bagagem do aeronauta transferido definitivamente.
Art. J9 O Poder Executivo regulamentará a presente Acreditamos que as reivindicações postuladas pelos
a um ano e inferior a dois anOs, renovável mediante
lei no prazo de 90 (noventa) dias, inclusive no tocante ao --acordo entre as partes. representantel'! da classe dos aeronautas e consubstancia-
·número de membros dos diversos tipOs de procedimento das na presente iniciativa são Justas e merecedoras de
§ 29 Serão observadoS os seguintes critérios:
administrativo ·que tenham por escopo apurar a causa de a) a tral]sferência se dará de acordo com os tri-
consagração legislativa.
acidente aeronáutico. pulantes que, dentro da mes~a função e equipa- Sala das Sessões, 29 de abril de 1985.- Itamar Fran-
Art. 49 Esta lei entra em vigor na data de sua publi~
mento, manifestarem -interesses em_ trãnsfetir-se
cação.
para determinada base, observando-se, no. caso, a
Art. 59 SãO revogadas as disposições em contrário.
· o·rdem direta de antiguidade; não havendo _tal mani-
LEGISLAÇÃO CITAPA
Jusdfkação festação, a transferência se dará na ordem inversa LEI No 7.183, DE 5 DE ABRIL DE !984
de antiguidade;
Os sucessivos acidentes que vitimaram, no paSsado re- -- b) durante o período escolar do aeronauta ou Regula o exercfclo da profissão de aeronauta, e di
cente, usuários de serviços de transporte aéreo causaram --de seus dependentes menores, salvo manifestação outras providências.
profunda consternação na opinião pública nacional. Im- _em contrário, não poderá haver transferência;
putações gravíssimas forain feitas por familiares de pilo- c) no caso de doença, havendo recomendaçãD
tos desaparecidos quanto à confiabilidade dos serviços médica, terá o aeronauta direito de solicitar tranfe-
de manutenção e reparo a que são submetidos os apare- rência. CAPITULO IV
lhos periodicamente. Fundadas d_(lvidas_ passaram a sur- § 39 O intervalo mínimo entre duas transferên- Das Transferências.
gir, a partir de então, no que tange a segurança do trans- - cias provis_6rias é de um ano e, entre transferências
porte aéreo no País. permanentes, de .dois anos. - Art. 51. Para efeito de transferência, provisória ou
Por seu turno, as entidades que representam os aero- § 4"' Na transfefênCia provísÕria serão aSSegu- permanente, considera-se base do aeronauta a localidade
. viários e aeronautas de longa data vêm pleiteando parti- rados ao aeronauta acomodações, alimentação e onde o mesmo está obrigado a prestar serviçOs e na qual
cipar dos procedimento_s administrativos -instaurados a
transporte .serviço e, ainda, transporte aéreo de ida deverá ter domicf(jo.
§ 1"' Entende-se como:
pai'.t apurar eventual causa de acidente aêreo. e volta, e no regres~o uma licença remurierada de 2
A sistemática até aqui adotada, evidentemente, não lo- (dpis) _dias p~ua o primeiro mês, mais. 1 (um) dia a) transferência proViSória, o deslocamento do aero-
grou bons resul_tados, pelo menos no pertinente à pre- para cada mês ou fração subseqUente, sendo que no nauta de sua base, por período mínimo _de 30 (trinta) dias
venção de novos sinistros. Acreditamos que o concurso _ m_fnímÇJ ~(dois) dias _nãp deverão coincidir com sá- e não superior a 120 (cento e vinte) dias, para prestação
dos trabalhadores na aviaçãO civil nesta importante mi~­ bado, domingo ou feriado. de serviços tempofãrios, sem mudança de domicílio, à
são de apurar as causas dos freqUentes acidentes, direta- § 5,.,- Na transferência permanente serão assegu- quãl retorna tão logo cesse a incumbência que lhe foí co~
mente interessados que são _na matéria, poderá contri- rados ao aeronauta: metida; e
buir sensivelmente para a tranqUilidade e a segurança a)"- Uma ajl,ldã- de custo, para fazer face às- des- b) transferência permanente, o deslocamento do aero-
dos usuários dos serviços. S~ por um lado a grande maio- pesas de instalação na nova base, não inferior a qUa- nauta de sua base, por período superior a 120 (cento e
ria dos inquéritos processadOs coilclui pela .. falha huma- tro_ vezes o valor do saláriO _mensal, calculado o.sa- vinte) dias, com muOança de domicílio.
na'', por outro, não podemos desprezar às reiteradas e _lário ·variável por uma taxa atual multiplicada pela § 29 Após cada transferênci~ pro-visória, o aeronauta
constantes acusações dos trabalhadores no setor quanto mê<ii_a do ç~>.rr~pondente trabalho, em horas ou deverâ permanecer na sua base pelo menos 180 (cento e
à sistemática violação das norma_s de se:gurança e de ma- qu!lômetros de vôo, nos últimos 12 (doze) meses; oitenta) dias.
nutenção pelas empresas. b) transporte aéreo para si e seus dependentes § 3"' _O interstício entrl! transferências permanentes
~chegado o momento_de criar espaços para o cidadão dentrq do prazo mâximo de 30 (trinta) dias; será de 2 (dois) anos.
comum no âmbito da estrutura administrativa do Esta- - cr- transporte da respectiva bagagem e dos seus § 49 Na transferência provisória serão assegurados
do, mormente naqueles setores mais diretamente envol- pertences, dentro d~ igu-al prazo, por qualquer 'meio ao aeronauta acomodações, alimentação e transporte a
vidos com o _interesse público. Aqueles que não se encon- de transporte à escolha do empregador; serviço e, ainda, transporte aéreo de ida e volta, e no re-
tram submetidos a um estrito vÍnculo de subordinação d) uma 4ispensa de qualquer atividade relacio- gresso·uma licença remunerada de 2 (dois) dias para o
hierárquica têm, necessariameilte, maior independência nada com o trabalho pelo período de 8 (oito) dias, a primeiro Inês; mais I (um) dia para ~da mês ou fração
para investir contra pressões espúrias. A fiscalização da ser fixado por uma opção, com aviso préVio de 8 (oi- subseqUente, sendo que no mínimo 2 (dois) dias não de-
máquina burocrática não pode ser levada a termo, exclu- to) dias, à empresa, dentro dos 60 (sessenta) dias se- verão coincidir com o sábado, domingo ou feriado.
sivamente, por meios internos_ QU por pessoas que de al- guintes à sua chegada à nova bas_e." § 59 Na transferência permanente serão assegurados
guma forma integram o complexo funcional. __ Art. 2"' Esta lei entra em vigor na data de sua publi- · ao aeronauta pela empresa; '
Temos a convicção de Que a proposta ora apresentada cação. a) uma ajuda de cust_o, para fazer face_ às despesas de
contribuirá substancialmente, se aprovada, para a cau_sa Art. 3"' São revogados as disposições em contrário. instalação na nova_ base, não ínferior a quatro vezes o va-
do interesse coletivo. lor do salârio mensal, calculado o salári.;> v:ariável por
Sala das Sessões, 29_ de abril de 1985.- Itamar__fl'an~ Justiflcaçio sua taxa atual multiplicada pela mêdia do corresponden-
co. te trabalho, em horas ou quilômetros de vôo, nos últi-
A proposição ora Submetida ao exame do Congresso mos 12 (doze) mese;s_;.
(Às Comfss&es de CotiSiitulção e Justiça, de Ser- Nacional tem por objetivo atender a diversas reívindi- b) o transporte aéreo para si e seus dependentes;
viço Público Civil e de Transportes, ComunicdçõeS e cações relacionadas com o institu_tp da transferência e in- c) a translação da reSpectiva bagagem; e ·
Obras Públicas.) sistentemenre deduzidas pelas entidades representativas d) uma dispensa de qualquer atividade relacionada
dos aeronautas. com o_trabalho pelo período de 8 (oito) dias, a ser fixado
Em primeiro lugar, são alterados os critérios tempo- por sua opção; com aviso prêvio de 8 (oito) dias, à em-
PROJETO DE LEI DO SENADO rais definidores de transferência provisória e permanen- presa, dentro dos 60 (s_essenta) dias seguintes à sua che-'
No 79, DE 1985 te: àquela pass-a a cOrresponder o interregno-de 30 (trin- gada à nova base.
ta) a 60 (sessenta) dias e a esta última o lapso de tempo § 6"' Na forma que dispuser o regulamento desta lei,
Dá nova redação 3"0 artigo 51 da Lei n9 7.183, de s~perior a um al}o e_ inferior a ·dois anos. - poderá ser a transferência provisória transformada cm
5 de abril de 1984, que "regula o exercício da profis- Em segundo_ lugar, procura~se subordinar a conve- transferência permanente.
são de aeronauta". niência administrativa de empresa, neste particular, a
O COngresso Nacional decreta: ____ _ ctitérios__objetivos,_a saber: ·7·:·-. '. '_... . : -· -· "• .. ......... .•..... ·-· ._._ ••••...
·--~ ~ ~ ~-·

Art. .1"' O art. 51, da Lei n"' 7.183, de 5 de abril de - prévia consulta aos interessados, com preferê~cla
1984, paSsa a--vigorar com a seguinte redação: pata os mais antigõs; (Às Comissões de Constituição e Justiça e de-Le-
"Art. 51. Para efeito de transferência, provi- .:._ imPOSs1bl1idade de remoção- dui~ilte o períód6 es- gislação Social.)
sória ou permanente, considera-se base do aero_nau- colar do _empregado _ou de seus dependentes;
ta a localidade onde o mesmo está obrigado a pres- - direitÇJ a solicg"~t~aJ?.sferência por razões de saúde. O SR. PRESIDE!ÍITE (José Fragelli)- Os projetos li-
tar serviços e na qual de'9"erá ter domicílio. O- ipterstíciQ..entre ~rarl.srerêJ;J:ç:ias proVisórias ê amplia- dos serãq publicados e remetidos às c9missões compe-
§ I"' Entende-se como: do de 6 (seis)_m.~s~ p_ara I (um) ano de _sorte a evitar in- tente;!_.
a) transferência provisõrta-·a- qu·e rião altera a conveniência e transtornos fi'egüentes à vida familiar do Há oradores inscritos.
base determinada de trabalho do aeronauta e que é aeronauta. Concedo a palavra ao nobre Senador João Calmon.
0866 Terça-feira 30 -DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abril de 1985

O SR. JOÃO CALMON CPMDB- F.S. Pronurlci_;:Q ~Com a iiltrbdução dessa esPúria áiteraQão, o ex- Q SR. PRESIDENTE (Josê Fragclli) - Concedo a
seguinte discurso.)- Sr. PieSídente: Srs: Seriadofti: minístro Delfin Netto cometia um crime premeditado, palavra ao nobre Senador Lomanto Júnior.
Procurando eliminar as últimas dúvidas que ainda po~ tentando abrir caminho para o não cumprimento da
deriarn s-er suscitadas em torno da necessidade da ime- emenda em favor da educação no exercício de 1985. O SR. LOMANTO JÚNIOR (PDS- BA. Pronuncia
diata aplicação do parágrafo 49, do art. 176, da Consti- Felizmente para o Brasil, no dia 12_deste mesmo mês o seguinte discurso.)- Sr. Presidente, Srs. Senadores:
tuição, que estabelece a obrigatoriedade da aplicação df: de outubro de 1984, Tanctedo Neves, em ni.ensagem en- O Nordeste tem sido estigmatizado ciclicamente, pelo
nunca menos de 13% da receita dos impostos federais e, viada à ·Terceira Conferência Brasileira de Educação, fenômeno da seca, que é inclemente naquela nossa Re-
no míriimo, 25% da receita dos impostos estãduais e mu~ gião_
que se realizou em Niterói, na Universidade Federal Flu-
nicipais na manutenção do desenvolvimento do ensino, o minense, afirmou solenemente: ..Assistimos, com pro- Depois de cinco anos de sofrimento, depois da maior
eminente Ministro da Educação, Marco Maciel, conce- fundo pesar, ao longo dos últimos anos, uma perda gra- seca verificada eni toda a sua história, desde o descobri-
deu à Folha de S. Paulo entrevista publicada no dia 27 do dativa da importância da educação dentro das priorida- . menta do Brasil, eis que a crueldade do destino traz para
corrente mês, da qual transcrevo os seguintes trechos: des governamentais. É preciso reverter essa tendência o Nordeste a tragédia das enchentes, com a inundação de
não apenas no discurso, mas na canalização dos recursos cidades, vilas, povoados e campos, dizimando vidas, des-
"Uma das lutas do Ministério da Educação, se- truindo riquezas, levando a fome àquela já sofrida Re-
financeiros necessários ao aprimoramento dO -áistema"
gundo Maciel, vai ser ..pela rea1 aplicação da Emen- gião em que nasci.
educacional em todos os seus níveis, através do cumpri-
da João Calmon que foi ·aprovada em 1983, e, ainda Sr. Presidente, para que V. Ex~ e os Srs. Senadores sin-
mento da Emenda João Calmon, na sua letra e no seu
hoje, é letra morta, não foi implementada, segundo tam a gravidade do problema, cerca de 215 municípios
c:spírito.
o Ministro!' A Emenda prevê que 13% do orçamen- do '/li ardeste sofrem o flagelo das enchentes. São mais de
to federal sejam Oestinados à e_du_cação e o Ministro Como o Presidente José Sarney afirmou solenemente 630 mil desabrigados que perderam suas casas, famílias
Marco Macie1 acredita que ..uma das formas de cor- no discurso que proferiu à beira do túmulo do criador da que perderam tudo, as plantações dizimadas, as obras de
rigir a omissãO constante da lei orçamentãría deste Nova F.epúQJiCa que "os compromissos de Tancredo arte_e as estradas destruídas, enfim, o desespero toman-
ano será através da abertura de créditos especiais Neves são os meus compromissos", a ninguém é lícito do conta daquela Região- os Estados do Cearã, Mara-
suplementares". duvidar da abertur_a, ao longo do exercido do corrente nhão, Piauí, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambu-
ano de 1985, de créditos suplementares especiais pelo co Alagoas, Sergipe e Bahia.
Com essa incisiva ãfirmaÇâO, o admirâvel titular da menos-'até o limite de 13% da receita de impostos fede- O o bjetivo primordial desta minha presença hoje na
pasta da Educação sepulta o monstruoso sofisma do ex- rais. tribuna Sr. Presidente, é pedir ao GOverno Fedf:ral que
miniStro Delfim Netto, que teimava em con-dicionar a Já citei a-solene afirmáção do Ministro Marco Maciel, não se limite apenas ao atendimento dos problemas
aplicação do sábio díspositívo constitucioÍlai à apro- qüe não brii-á riião rio cuinPrimellto, ainda este ario, do emergenciaiS, mas que obras definitivaS sCjam realizadas
vação pelo Congresso Nacional de um projeto de regula- novo dispositivo constitucional, através da abertura de para retirar nossa Região da situaÇão difícil em que se
mentação, enviado á Câmara dos Deputados, ern 15 de créditos suplementares especiais. Por sua vez, o-eminente encontra. Ontem, era a seca que rriatava; hoje, são as en-
outubro de 1984 (Mensagem n'~ 369, que se-transformou presidente José Sarney, que qüandó govenador ~o Mara- chentes que destroem.
no projeto de lei n<~4.504/84). Tratava-se, acima de tudo, nhão foi o criador da memorãvel campanha das .. Escoli- O Nordeste, Sr. Presidente, representa hoje, pratica-
de sórdida manobra, com o objetivo de tentar prot~lar o nhas João de Barro", construídas n:a base_ do mutirão da mente, em termos populacionais, 1/3 de toda a popu-
cumprimento da emenda, que, no ano passado, poderia comUnidade, em colaboração com o Poder PúbliCo esta- lação brasileira. Ali, residem cerca de 40 milhões de bra-
ter destinado à educa:ção uma verba adi~onal de quase dual, ~lém de ter ímplantado a primeira emissora de tele- sileiros. pois o Censo de -1980 jâ acusava uma população
dois trilhões de cruzeiros. visãi> educatlva_-do No_rdeste, irã cumprir iniegi'almente de cerca de 35 milhões de habitantes.
O eminente jurista Caio Tácito, em seu memorãvel Pa- o solene CõriiProriliS-so ·assumido -espontaneamente- por Ora, Sr_ Presidente, se compararmos a aplicação de re-
recer aprovado no dia 13 de fevereiro de 1984, por unani- Tancredo Neves, que, em várias opOrtunidades, manifes- cursos· do Governo Federal naquela área, e são os pró-
midade, pelo Conselho Federal de Educação, afirmava tou a sua decisão de dar ao ensinõ, eril todOs-os graiis, a priõs- órgãOs ofiCiais qUe reglstr3.ni 9s recursos,- não ul-
inciSivamente: ..A emenda constitucional n'1 24/83 rOi mais alta prioridade. trapassa Os 6% dã receita federal.
promulgada em 1'1 de dezembro de 1983 e publicada no Sr. Presidente, Srs. Senadores, como é sabido através S~- Presidente, numa regiãO em que mora um terço da
dia 4 do mesmo mês e ano. de amplo noticiârio divulgado pela imprensa, as univer- população brasileira, não é possíVel que o investimento
Incorporando-se, de plano, ao- cojunto de normas sidades federais_c!o nosso Paí~-irã_g parar, nos meses de não ultrapasse a 6%. Neste sentido, tenho pronta uma
constitucionais que, -por sua hiCI-ãrquia, se sobrepOem à maio ejun!lo, por absoluta falta 9_e verbas para o prosse- emenda constitucional, regionalizando a aplicação dos
legislação comum, a exigibilidade do preceito nela esti- - _guimento çle Sl,lt!S atividades. recursos e rese(Vando àquela Região um percentu!Jl nun-
pulado opera imediatamellte, imPon-do-s-e a aplicaÇão de ca inferiár- a 30%, cujo projeto apresentareí dentro de
Sem dúvida nenhuma, no quadro da sociedade brasi-
seu conteíido no exercício financeiro de 1984." poucos dias.
leira, o segmento mais perigoso, mais e~<.plosiv.o, não é o
Não importa que, jã então, estivesse Promulg3da -ã lei Mas hoje, Sr. Presidente,limitar-me-ei a clamar ao go-
do trabalhO, é ó do ensino. Professores e estudantes têm,
orçamentária que, a fiar de ser lcl.-autorizativa, diz o ju- verno no sentido de socorrer minha Capital, a primeira
obviamente, mais elevado grau de instrução do que o§
rista Caio Tácito, não pÕde obstar a eficácia da norma Capital do Brasil, a velha cidade de Salvador, que sofreu
trahalhadores. Este Pafs vai ViVei- alguns dos momentos
constitucional imperativa. Na hipótese em que a p(evi- neste mês de abril, nestes 29 dias preciSamente, uma pre-
mais dramáticos da sua existência se todas as suas uni-
são orçamentária não satisfaça a" exigência mínima da cipitação pluviométrica de cerca de 900 milímetros,
versidades federais cessarem as suas atividades, dentro
Constituição, caberá a -Concessão de crédito suplementar comparando-se com a de abril do ano passado. Abril é
de poucas semanas. Esta é uma ameaça real que me foi
que amplia, até o limite ·estipulado, a autorização de' des- um mês macabro para a Bahia, no que tange às intem-
transmitida em conversa recente que mantive com o Mi-
pesas com a «manutenção e desenvolvim€mto do ensi- péries. Em abril do ano passado e neste ano, ocorreram
nistro da Educação.
no." na Bahia precipitações pluviométricas em torno de 900
No dia 6 de setembro do ano· passado, o eminente
os- atualS ministroS -a a areã-economiCa- da: NOva Re- milímetros, as maiores ocorridas nessses últimos 50
pública falam, com muita freqUência, na prioridade da anos, o que provocou no passado e vem provocando
consultor-geral da República, dr. Ronaldo Polletti, em
ãrea social no programa do Governo atual. · agora verdadeira calamidade, e eu diria mesmo, colocan·
magistral parecer aprovado pelo Presidente João Figuei-
redo, defendeu, de maneira irrespondível, a tese favorá- ~ necessãrio, entretanto, lembrar ao Ministro do Pla- do a cidade de Salvador às portas do caos. Neste mês jâ
vel à aplicação imediata da emenda, através da abertura nejamento e ao Ministro da Fazenda que dentro da área são 35 vidas humanas que foram tragadas em razão das
de créditos suplementares especiais. social há um segmento que é o' âa educação, protegido, enchentes, exatamente vidas pertencentes àquela popu-
Infelizmente, o gêriio -do mal, inimigo mortal da edu- por- tim-dispositivo da Constituição, que é o§ 4'1, do art. lação mais pobre, ma:is humilde, mais carente - aquela
cação o então ministrO-Ddfim Netto, conseguiu exertar 176~ :E: n~sârio, portanto, dentro da prioridade justa, população que habita as encostas, que sofre os desliza-
vãrios artigOs no projeto de regulamentação di-eiD:enda merecida, incontestáv__çl que deve ser dada à ãrea social, mentos quando os seus casebres e, às vezes, famDias in-
24/83, desfigurando o ante-projeto que fôra encaminha- reconhecer-se a prioridade máxima para a área da edu- teiras são soterradas.
do à apreciação do consultor-geral da República. Eis um cação, porque não é possível que o Brasil continue a os- Sr. Presidente, verdade se diga, o superintendente da
desses golpes: .. Parágrafo IV do artigo 4.,.- A diferença tentar os mais vergonhosos índices de analfabetismo, de SUDENE Já esteve e testemunhou a dramática realidade
entre a receita e a despesa efetiva!!lente realizada, apro- 28% da sua população, além de 87%_de crianças que não da Capital baiana. Percorreu os seus vales inundados,
vada no Balanço da União, dos Estados, do Distrito Fe- terminam a escola fundamental. verificou as suas encostas ameaçando tragédia maior
deral e dos Municípios será compensada no e~<.ercicio Estgu__ ~er!C!_ de que o Presidente José SaineY vai cUm- ainda, casas d'estruídas, desabrigando familias e provo-
imediatamente seguinte." prir integ~_almente o Compromisso solene,· assumido por Cando pâniCO na população que habita aquelas encostas.
O Ministro Delfun Netto fingia ignorar a existência da Tancredo Neves de r~tar, no seu espírito e na Sua le- Os socorros de urgência, veÍ'dade se diga, têm sido da·
inflação neste País, transferindo para o a!JO seguirite as tra; ã emenda em favor da educação, que foi aprovada dos. A SUDENE acorreu por determinação do Minis-
verbas que não tivessem sido aplicadas em favor da edu- por 2/3 da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. tério do Interior, para atender· às primeiras necessidades
cação_ Muito obrigado. (Muito bem! Palmasl.) emergenciais. Mas a velha Salvador, uma reHquia brasi-
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Terça-feira 30 0867

leira, a primeira Capital dei Br:isil, coro a sua ~rquiteiura da Capital. para que ela possa realizar obras definitivas, excesso de-âgua- isso ê uma prova d6.seu afetO à glo-.
colonial barroca, com a sua arquitetura que é, sem dúvi- para qu-e o abril de 1986não seja uma repetição da tragé- riosa Bahia e aos seus coest3.duanos. Quero, nesta opor-
da alguma, um relicârio para este País, tem, na sua peri- dia que ocorreu em abril de 19~4 e estâ o_correndo no tunidade, pa!ticipar do sofrimento do povo baiano e di-
feria e mesmo no cora-ção da sua cidade, morros; a sua abril do corrente anO. zer que estou solidãrio com V. Ex• e todo _o seu estado.
topografia irregular, e aproveitam, os pobres e os menos Sr. Presidente é Srs. Senadores, tenho a certeza de que
protegidos, as suas encostas para construir casas. o Presidente José Sarney, nordestino como eu, e que tém O SR. LO MANTO JÚNIOR- V. Ex• pode ter certe·
t verdade que o Prefeito Manoel de Castro com o na sua equipe de auxiliares três Ministros baianos, socor- za que maior afeto é o de V. Ex•. Eu tenho obrigação,
apoio do Governador J cão Durval iniciou um traQalho ra a cidade de Salvador, pois esta ajuda é indispensâvel porque dói-me na carne. Sou representante daquela gen-
de s:ustentação e de proteção das encostas, mas é verdade para evitar o sofrimento daquela gente laboriosa e boa. te que me mandou Para.cá, para que eu fosse o porta-voz
tambêm, que a Prefeitura estã desprovida de verbas; pre-- das suas alegrias e dos seus sofrimentos. V. Ex• foi muito
cisa urgentemente receber recursos do Governo Federal O Sr. Hellidlo Nunes- Permite V. Ex• um aparte? afetuoso em seu- aparte, mas a Bahia é a terra de f,odos
para prosseguir esse trabalho, senão, em abril do próxi- nós, a Bahia é o berço comum, é o berço de todos Õs bra-
O SR. LOMANTO JúNIOR - Ouço, com muita sileiros, todos têm um pouco da Bahia no seu cor~o. E
mo ano, a tragédia se repetirâ e novas vidas humanas se-
honra, o nobre Senador HelvídiO N UriCs. V. Ex•, que é um cultor de um dos grandes poetas, âa
rão sacrificadas.
Bahia, que foi Francisco Mangabeira, mais uma vez
O Sr. Hehidio Nunes - Eminente Senador Lornanto comprova o seu afeto pela cidade que é de todos, pela ci-
O Sr. Nelson Carneiro- Permite V. Ex• um aparte?
Júnior, quero solidarizar-me com V. Ex• pelas palavras e
dade que foi capital do Brasil e ainda continua como a
O SR. LOMANTO JÚNIOR - Ou~, o Senador pelo pleito que dirige ao Governo Federal. E o-faço não
capital histórica, o berço onde nasceu o Brasil. , '
Nelson Carneiro. apenas como nordestino mas também pensando em que
São estas, Sr. Presidente e Senhores Senadores as mi-
Salvador é um p~trimónio do povo brasileiro. Muito nhas palavras que desejava pronunciar, é'este o meu dra-
O Sr. Nelson Carneiro- Senador Lomanto Júnior, V. obrigado a V. Ex• mático apelo. (Muito bem! Palmas.)
Ex• sintetiza as preocupações de todos ~que acompa-
nharam e acompanham a tragÇdia que vive a velha Capi- O SR. WMANTO JúNIOR - Agradeço sincera-
O Sr.ltamar Franco- Sr. Presidente, peço a palavra
tal da Bahia. Quero somar o meu apoio à reivindicação mente ao aparte sintético,-maS expressivo do nobre Sena-
pela ordem.
que V. Ex• faz, neste momento, para que o Governo Fe- dor Helvídio Nunes.
deral não se retarde em c_olaborar para dar solução defi- Eu diria mesmo que Salvador é Um património da hu- 0' SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - Conce,do a
nitiva àquelas encostas, àqueles morros desprovidoos de manidade, através das suas obras de arte, através dos palavra ao nobre Senador Itamar Franco, pela ordem.
sustentação, evitando, assim, os acontecimentos do futu- seus conjuntos àrquitetónicos mas sobretudo através da
ro, jâ que não pOde impedir que muitas vidas pereçam sua história que Para o Brasil tem um significado de ser o O SR. ITAMAR FRANCO (PMDB- MG. Pela or-
berço, berço da nacionalidade. Ali bem perto, em Porto dem. Sem revisão do orad()r)- Sr. Presid1=nte, encami~
nos dias atuais. Muito obrigado a V. Ex•.
SegurO, nasceu o Brasil, e em Salvador pouco tempo de- nhei a V. Ex~ um requerimento de informações que dizia
O SR. WMANTO JúNIOR - Agradeço, o aparte pois Tomé ~e Souza fundava a primeira cidade, o pri- o seguinte:
de V. Ex•, e outro não se_ria_ o comportamento do emi- meiro povl?amento,_ às-margens do Atlântico. Agradeço Na forma do que faculta o _artigo 239 do Regi-
nente conterrâneo que a Bahia emprestou ao Rio de Ja- o seu aparte, e ten~o certeza que as minhas palavras, Sr. mento Interno do Senado Federal e tendo em vista o
neiro, mas que se orgulha mui~o da sua baianidade que Presidente, não ficarão restiitas a este recinto. ElaS-dCve- dispo~to no Projeto de Lei 10 IJ84 e Mensagem
não falta em momento algum e sobretudo nos momentos rão ecoar na sensibilidade do Governo de tantas espe- 224/85, solicito sejam reqUeridas as seguintes infor-
trâgicos de sua terra, nos momentos de sofrimento de seu ranças, Governo que, nós temos a certeza, não serâ sur- mações ao Poder Executivo:
povo. dõ -ãoS clamores das-inultidões; Governo que nilo cstâ in- l) Especificar, pormenorizadamente, os fatos
·-Prosseguindo, Sr. Presidente, faço um veemente apelo diferente ao dral!la das populações s_ofridás. do Nordeste. que ensejaram 3. inlerveilção nO!i. ""ConglomeradOS
ao Ministro Ronaldo Cos.ta Couto, que exerce a chefia A solução dos crónicos problemas da região nordestina. Sul Brasileiro e Habitasul" na conformidade do cs-
do Ministério do Interior, no sentido de que além dos Era um compromisso do pranteado Presidente Tancredo tatuído nos arts. 21' e 3~' da Lei 6.~4 de 13 de março
atendimentos emergenciais, a'Iém do socorro de urgên- Neves, compromisso assumido por aquele homem que de 1974.
cia, destaque; recursos substanciais, para: que a Prefeitu- deixou tantas saudades, que nos fez sofrCr tanto, que 2) Fornecer cópia de inteiro teor dos seguintes
ra de Salvador, para que a nossa capital possa melhor3r atingiu duramente o coração de todos os braSileiros. que documentos:
as suas condições de sofrimentO que estâ vivendo, mas, não o esciuec:;em, agora mesmo pronunciando um discur- a) livos e documentos de interesse da adminis-
sobretudo, para que se faça ali uma obra definitiVa, paTa so, falando sobre a tragédia do Nordeste. Recordo-me tração q.a entidade que tenham sido arrecadados
, que tragédias como essas não se repitam. da sua admirâvel personalidade. Sr. Presidente, acompa- pelo iriterventor (art. 9, letra a da Lei 6.024 de 13-3-
Sr. Presidente, fazendo este apelo devo voltar, dentro nhei no anonimato, procurando não dar entrevista, fu- 74.);/
em breve, a esta tribuna, para fazer uma anâlise da dra- gindO a publicidade, todos Os momentos de sua via cru- b) balanço geral e inventârio dos' livros, docu-
mâtica situação do Nordeste, para mostrar o débito que eis e todos os atos de homenagem do povo brasileiro à- mentos, dinheiro e demais bens da entidade (art. 9,
o Brasil tem para com aquela Região, para dizer que jâ quela singular figura. Embora não tendo participado da létra b da Lei 6.024 de 13-3-74);
não é possível mais se esperar pela justiça do País a uma sua eleição, muitos sabem das ligações de amizade, tQdos c) declarações event_ualmente apresentadas pe-
. região- que tem sido útil, e que tem contribuído muito se recordam daquele discurso magnífico de despedida de los ex-administradores das entidades (art. 9i>, § úni-
para o desenvolvimento do Brasil. Se nós _analisarmos. Tancredo Neves para assumir o Governo de Minas Ge- co~ e lO da Lei 6,024 de 13:3-74).
por exemplo, e vou vazer ·aligeiradamente, o problema rais e de meu profético aparte. 3) ·QUal Oteor do relatÓrio e ~u Propostà.'apre-
da nossa divida externa, o Nordeste dela praticamente Pois bem, esperamos que esta promessa, que este com-· sentada pelo interventor do Banco Central na con-
nada se beneficiou, ao contrãrio, o Nordeste contribui promíSso do Presidente inesquecível, do Presid~te Tao- rormidade do disposto nos artigos II e 12 da Lei n" ·
anualmente, superavitârio que é, com uma expressiva credo Neves que hâ de Ser fonte perene de inspiração, 6.024 de 13-3-74?
parcela em divisas para que o Pa!s possa corresponder as que o seu sucessor, que é nordestino e, por isso mesmo, 4) Foram apresentados recursos das decisões
suas obrigações no que tange à Sua· dívida externa. Por~ tem muito mais obrigação de cumprir o compromisso do do interventor do BancO Central'na forma do art. 13
tanto, os 40 milhões de nordestinos que se orgulham de seu antecessor. Acredito na ação do Presidente José Sar- da Lei n~' 6.024 de 13-3-74?
· ser brasileiros jã não suportam mais este desdém, este es- ney incorporando o N ordeste;-ao Brasil próspero e desen- 5) Considerando ser objetivo primordial da in-
quecimento, este deixar para amanhã, soluções paliati- volvido. Pois bem~ Sr. Presidente, temos a certeza de que tervenção normalizar a gest!lo empresarial, por que
vas para os problemas angustiantes que se repetem este apelo que façô em tom dramâtico, de que este apelo razão afirma a Exposição de Motivos_que acompa-
anualmente; ora através da seca que mata o homem nor- em que n~o coloco nenhuma pincelada negra, mas que nha a Mensagem n\> 224/85:
destino, que dizima os rebanhos, que liquida as culturas, reflete realmente o drama vivido pelo Nordeste e sobre- .... Em consequência, deve o Estado, dando prosse-
ora através das enchentes destruidoras que, juntando en- tudo a aflição de que estâ vivendo a população pobre da guimento às determinações contidas na Lei n\' 6.024.
chente e seca, vêm matando as esperanças do povo nor~ minha capital, da primeira capital do- Brasil, da velha e de 1984, evoluir para a liquidação extrajudicial"?
destino. querida cidade de Salvador. 6) Que análise foi realizada para se afirmar que
Sr. Presidente e Srs. Senadores, voltarei breve com ~o~ o procedimento de liquidaçãQ, "abalaria profunda-
O Sr. Jorge Kahnne - V. Ex•' permite um aparte?
vos dados para um debate aqui nesta Casa c. espero a mente a economia do sul do País"? (item 3 da Expo-
participação de todos os meus companheiros, limitar- O SR. LOMANTO JÚNIOR - Ouço, o aparte do siÇão de Motivos que acompanha a Mensagem n~'
me-ei hÔje a pedir ao Govefrio Fedçral que ãtendã; qUe nobre Senador Jorge Kalume. - ~24/85). Especificamente, quais seriam as conse-
socorra, que vâ ao encontro da aflição da cidade de Sal- quências económicas, para o Sul do País, da liqui-
vador e que vâ urgentemente ao encontro daquela gente O Sr. Jorge Kalume - Não resisti. Sente-se no pro- ! dação dos conglomerados?;
sofrida, cujas f3mflias jâ enlutadas -~ outras aind:;1 · - nunciap1ento de v_.E~-' o d~ama, o_ ~ofriment.o que seus 7) Considerando a propalada preocupação em
am~~das, q!Je ~e levem urgentes rec.ursos à prefei~ur~ Coestaduanos estão· experimerÍtail.do n.este m~niento de preServar o empreg? dt::. "24.000 pessoas", por ~ue
0868 Terça-feira 30 - DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abril de 1985-'

motivo inexiste qualquer disposítivo no pfojetO_ de- - 19) Foram liberadas quantias para ~arei­ intervenção nos conglomerados Sufbrasileiro e Ha-
lei encaminhado ao Congresso Nacional asseguran- menta dos depósitos à vista existentes nas entidades bitasul.
do estabilidade, ainda que temporária? (item 3 'da sob íntervençã_o? O exame minucioso do caso concreto não só é
Exposição de Motivos que acompanha a Mensagem V. Ex• enviou-nos o- seguinte oficio, e eu pediria res- pertinente comO indispensável para uma correta e
"' 224/85); peitosamente, a sua atençãO: isenta avaliação da iniciativa em cufso. o legislador
-8) Detalhar as. "graveS repercusões sobre as pe- não_ pode pres~indir dos dados reais e contemporâ-
quenas e médias empresas credoras dos conglome- neos, relativos a assunto submetido à sua apre-
rados" que adviriam <ia liquidação extrajudicial? (i~ . Em 25 de abril de t 985 ciação, sob pena de formar um juízo meramentt;hi-
tem 3 da Exposiç-ãO- de Motivos que acompanham a potêtico e abiiirato dã oportunidade da medida.
à Sua Excelência o S6nhor
Mensagem n9 224/85).
Senador Itamar Franco E aqui, Sr. Presidente, complemento, dizendo quC: o
9) Qtial seria o custo, para a União, da_liqui- . Senado Federal projeto estâ tramitando na Câmara dos Deputados e hã,
dação extrajudicial dos conglomerados? Fornecer inclusive, uma Comissão Parlamentar de Inquérito no
todos os elementos dos estudos e análises procedi- Senhor Senador: Senado da República.
das. Explicar, detalhadamente, as razões ensejado- Comunico a Vossa Excelência que esta Presidên-
ras dos ónus fiil8.nceiros para a União em -decorrén--- cia indeferiu, por considerar não observadas as nor- Assim e, Sr. Presidente, que as informações rela-
t:~Ja
da liquidação. mas regimentats expressas no artigo 239, I, letra b, tivas à iiiteiVeO.ção noS citados grupos empresariais
10) Fornecei- todos o.s elementos dos estudos e do Regimento Interno, o requerimento de infor- constituem elemento de fundamenta! impo_rtãncía
a~álises levadas a efeito e que concluíram pela ne- mações encaminhado pelo ill.!stre Senador e!Jl I6 de para. "esclarecimentp" da proposta apresentada
cessidade de um montante de Cr$ 900.000.000.000 abril corrente e que dizia respeito aos fatos que _en- (art. 239, I, letra b, do Regimento Interno.)
(novecentos bilhões de cruzeiros) para "desapro- sejaram a intervenção (ederal nos co!].g,lomerados , .bt9. posto, requeiro a reconsideração do despa-
priação e saneamento económlco~financeirÕ- -dãs' Sulbrasileiro e Habitasul, ,choexarado e, caso asslm nã_o entenda V. Ex• desde
companhias"? com-unico, outrossim, que a proposição foi, em jâ formUlo recurso para o Plenário, ouvida a aouta
II) Afirma a Exposição de Motivos que acom~ =conseqaência, arquivada, cOmissão ou Constituição e Justiça, na forma do
panha a Mensagem n"' 224/85 que, em relação ao Aproveito a oportunidade para reiterar a Vossa que faculta o ar;tigo 52, n'i' 11, do Regimento Inter-
Banco SulbrãsileirO, -Banco Oe-Investimento Sulbra- Excelência os protestoS de elevada estima e conside· no.
sileiro S.A, Banco Habiiasul-e Habitasul DistribUi~ ' ração. - Seôador José Fragelli, Presidente dó Sena~ · Apr.oveito a oportunidade para renovar meus
dora de Títulos e Valores Mobiliários S.A., a desa- do Federal. protestos· de elevada estima e distinguída conside-
propriação não envolverá,. "pagamento aos ex- ração.
propriados, posto que, segundo levantamento do Sou obrigado, Sr. Presidente, a recorrer a V. EX• no se-
Banco Central do Brasil, o- valor do património gUinte. Era o que eu tinha a comunicar a V, Ex• Sr. Presiden-
líquido dessas empresas ê negativo, Contraditoria- te, aguardando, portanto, este meu rec_urso. (Muito
Brasília, 26 de abril de 1985 bem!)
mente, o parágrafo -úriico, do artigo 2~> dO P!ojeto de
Ex.celen~íssimo Sephor Senador-JQ~é Fragelli
lei estipula: -
· bD_--Presidente do__ Senado Federar'
''Na companhia em que-o valor- do património O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - O recurso de
liquido for negativo, o depósíto previsto neste artigo Senhor Presidente, V. Ex• será tomado na devida consideração e, para tan-
será de um cruzeiro pafa cada mil ações ,ou fração." ~ Ac_u~o o_ recebimento do oficio.S~jl54f~5 com to, será ouvida a Comissão de Constituição e Justiça.
Como se explica a manifesta divergência entre a - o qu?-1 comunica V._Ex• haver determinado o arqui-
intençãO expres~ia na ExpOsição de -Motiveis ê Otex- ~amento ·de requerimento de informações de minha O SR. ITAMAR FRANCO - Agradeço a V. Ex•
to supratranscrito? - -- - -- autori~. ••por considerar não observadas as normas
12) Foi efefuado aporte de -recursos públicos às regimentais expressas no artigo 239, I, letra b, do O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - Concedo a
entidades integrantes dos conglomerados, antes ou., Regimento ln terno". palavra, como UdC!, ao nobre Senador N~lson Carnei-
depois da intervenção'? Caso-afirmativo, iildicar as : OísP-õ"e: referido dispositiVo legal: ro.
datas, os montantes, os fundamentos legais e as jus- Art. 239. Ern relação ao requerimento de in-
tificativas econôrrilcO~fin3.ricéir3S.· · -- O SR. NELSON CARNEIRO (PTB - RJ. Como
formações_serão observad~s as seguintes norma~:
Líder, pronuncia o seguinte discufso, sem revisão dó o-
13) :t: a administração pública, direta ou lndire- · b) para ésclarecimento de qualquer assunto sub-
rador.) .:...... Sr. Presidt:nte, Srs. Senadores:
ta, avalista, fiadora ou garantidora, a qualquer títu- -~~~_ido à apreciação_ do Seriãdo.
Está noticiado que o ilustre Ministro dos Trarlsporte
lo, de obrigações assumidas pelas entidades inte--
Esta, a razão pela qual\.invoquei, Sr. Presidente, o Pro- tomou a iniciativa de estudar a possibilidade de assegu-
grantes dos conglomerados sob intervenção? Caso
jeto de Lei n'>' 101, de 84, que proíbe às entidades inte- rar o vale-iiâ.riSporte aos- funCionáriOs e· servidores pilbll-
afirmativo enumerar os casos, fornecer cópia dos
grantes do Sistema Financeiro Público 'a [ealizaçã.o de cos da Administração direta, e indireta e das fundações.
contratos, esclarecer quais as garantias oferecidas A- riledida, Sr. Presidente, deve merecer o aplauso de
pelo devedor principal, enunciar o dispositivo legal qualquer negócio jurídico, visando assegurar a liquidez
ou a solvabilidade de empresa integrante do Sis~ema Fi- todos, mas bom será que ela se estenda- e penso que
autorizador da concessão de garantia bem como os este ~ Q pensamento do ilustre ex-Senador Affonso Ca·
estudos econômico-finãnceiros que recomendaram nanceiro Privado.
margo e não o que foi divulgado - a todos os trabalha·
a medida. ''A matéria -em tramitação referida no requeri- dores, in-clusive aos aPOsentadoS e pensionista. ESsa me~
14). Qual o teor dos levantamentos levados a e- .. mento em epfgrafe foi o Projeto de Lei n"' IOI, de di da se deve casar com outra queJ~nho sustentado-desta
feito pelo Banco Central do Brasil e que concluíram 1984, qu~. "Proíbe às entidades integrantes do siste- tribuna, que é aquele do horário corrído, para Cvítai- qué
que o valor do património líquido de algumas das ma financeiro público a realização de qualque-r ne- os funCionários sejam obrigados a usar-duas vezes o valC:
empresas sob intervenção Ç, "negativo'' e de outras gócio jurídico visando assegurar a liquidez ou a sol~ transporte, ou seja quatro vezes, como ocorreria em
"equilibrado"? vabilj_dade de empresa integrante do sistema finan- Brasília,
IS)Coffio se jUstifiCa "estabelecer o critério deva- ceiro privado." Também, Sr. Presidnete,_ nesta oportunidade, já que
lor patrimonial das ações para fins~indenizatórios e--- Na justificação, após constatarmos -que: estamos--ãs- vésperas do salário míniri10, · que"ro
o valor de mercado, segundç_ ·•oferta pública no pre- ,. " ... o ordenamento jurídico vigente permite, e congratular-me com o Governo, se ele realmente levar
gão da Bolsa de Valores" para fins de retornar. "as mesmo recomenda, a aplicação de recursOs públicos em consideração a decisão do Senado Federal, na última
comp~nhias ao setor p~ivado"? -----=-em operações de resgate de empresas insolventes ou, quinta-feira, quando assegurou que nos quatros primei-
16) Õos. Cr$ 9oo.oõo'.óoo.ÕOO (rioVecentos ·Bi- na melhor das hipóteses, em crise de liquidez ... " ros reajustes realizados para a fixação do salário míni-
lhões de cruzeiros) a serem liberados, quanto sedes- Concluímos pela necessidade: e _c_onveniência de: mo, se fizesse uma correção automática do salário dos
tina ao pagamento de ind<mizações por desapro- . " ... extirpar ao ordenamento jurídico todas as t~~balllãdOres; acrescida de 5,75%, a título de reposição
priação e quanto será aplicado no.. "saneamento normas -que facultam a intervenção no mercado de salariaL ·
económico-finanCeiro das companhias"? capitais com a finalidade de salvar empresa da fa- São, Sr. Pre$idente, medidas que se impõe para que se
17) Desde quando foram ~~onstatadas irregula~ lência, insolvência ou liquidez às custas do patrimô- dê ínlcio à recuperação, pelo trabalhador, do saláriO que
ridades na gestão dos conglomerados e quais as me- nio público". lhe tem sido--retirado no curso desses anos.
didas adotadas? Evidencia ..se, destarte, que a proposição ora sen- Finalmente, ~r. Presidente, amanhã ê o Dia do Juiz..
18) Quando foram evidenciados os primeiros do apreciada pela Câmara Alta, pretende, especifi- C!<:~ssista, das que compõem os Tribunais Regionais do
sinais de iliquidez nos conglomerados e que medidas camente, vedar a prática de ações administrativas -Trabalho em -todo o Pais e, com eles, quero congratular-
foram adotadas? _ocorridas em período precedente, se não posterior, à me desta triburta.
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Terça-feira 30 0869

Era só, Sr. Presidente, o que eu queria dizer, atenden- tranqUilidade e a paz de que ele tanto necessita para con- na!, quando recebi apartes dos eminentes Senadores: Eu~
do à es.cassez de tempo que me cabe e ao nll.mero de ora- duzir os destinos de nossa Pátria! D~sa forma, sim, pO- rico Rezende, Alexandre Costa, Henrique de La Rocquc,
dores que esperam oportunidade. (Muito bem! Palmas.) deremos dizer: o sofrimento de Tancredo Neves não foi Augusto Franco, Daniel Krieger, Helvidio Nunes, Ben-
em vão. (Muito bem! Palmas.) jamin Farah, Ruy Sa[l_tos, Heitor Dias, José Sarney~ Bra-
O SR. PRESIDENTE (Josê Fragellí) - Concedo a ga Júnior, Wilson Gonçalves, Jarbas Passarinho, ltalívio
palavra ao nobre Senador Albano Franco, que falará em O SR. PRESIDENTE (José Fragelli) - Concedo a Coelho, Fausto Castelo Branco, Murilo Paraíso, Salda-
nome da Liderança do PFL. palavra ao nobre Senador Humberto Lucena, que falará nha Derzi e Otto Lehmann.
O SR. ALBANO FRANCO (PFL-SE. como Líder. como Líder.
pronuncia o_ seguinte discurso.) -
Sr. Presidente, Srs. O SR. HUMBERTO LUCENA PRONUNCIA ~_Sr: _Luiz V~!U_l~ ~Permite V. Ex• um aparte?
Senadores: DISCURSO QUE, ENTREGUE À REVISÀO DO
O SR. LOURIVAL BAPTISTA- Com prazer, emi-
Nunca, nós brasil~iros, passamos por uma provação ORADOR. SERÁ PUBLICADO POSTERIOR·
MENTE. nente Senador Luiz Viana.
tão longa e tão doída. Pov_a _e: Nàção foram chamados a
um grande teste: o teste da_ união, o teste da solidarieda- O SR.__ PRESIDENTE (Mário Maia)- Concedo a pa- O Sr. Lulz Viana - Desejo, apenas, solidarizar-me
de, o teste do patriotismO. lavr:Yio nobre Senador Lourival Baptista, para uma bre- -COm o discurso que V. Ex• está fazendo. No dia do faleci-
Não hã dúvida, o sofrimento ê uma grande escola de ve comunicação. mento do Ministro Bilac Pinto, tive oportunidade de di-
virtude. É com ele que se cresce, ê com ele se amadurece. zer algumas palavras, aqui no Senado, sobre, realmente,
Tancredo sofreu para nos fazer crescer e para elevar o O SR. LOURIVAL BAPTISTA (PDS- SE. Para
a grande figura, a grande personalidade que foi Bilac
nosso sentimento de patriotismo. uma breve--comunicação) - Sr. -Presidente .. Srs.
Pinto, cujo desaparecimento representou, para a vida
Hoje, a Nação está em lágrimas. Mas Deus, muitas ve- Senadores:
pública do Brasil, uma lacuna realmente insubstituível.
zes, lava os nossos olhos com lágrimas para que possa~ Antes de abord3.r o a~sunto que hoje me traz a esta tri- V. Ex•, acentuando, como estâ fazendo, a vida pública
mos ver melhor. Tancredo__ nos fez enxegar melhor. Ele buna, quero me ii,ssociar aos pronunciamentos de todos do eminente representante de Minas Gerais, o grande
nos colocou na mesa como irmãos, como de fato sosmos, os eminentes Senadores que manifestaram nesta Casa o Minislro do Supremo Tribunal Federal, o grande Em-
e que temos .uma obra suprema para construir que, a seu profundo pesar, pelo falecimento do Presidente Tao- baixador, V. Ex~ realiza um ato de justiça, a justíça que
cada passo, exige somar energias. Sim, o objetivo supre~ credo Neves, figura Cxponencial da história política bra- devemos a uma personalidade que, durante toda a vida,
mo é a Pátria, a nossa Pátria por inteiro e nada mais do sileira, que perdemos, diante da Nação como_vida e an- se dedicou ao serviço público, ao serviço do Brasil, hon-
que a nossa Pátria. Nunca foi tão importante nos unir~ gustiada, no último dia 2l de abril. rando e engrandec.:endo a nossa Pátria. Congratulo-me
mos em torno da confiança, do entendimento c da gene~ O Brasil inteir.q acompanhou o sofiimento de Tancre- com V. Ex~, e felicito-o pela iniciativa que tem, neste mo~
rosidadc. Nunca foi tão urgente deixarmos as diferenças do Neves, durante toda sua penosa enfermidade, cujo met!_to.
de lado em favor de um objetivo maior, que é a paz pafa - desfecho traumatizou a Nação.
produzir e pllra enfrentar nossos graves problemas.~. na Por motivo de não me encontrar no plenário, naquela O SR. LOURIVAL BAPTISTA- Muito grato a V.
busca da paz ,nada mais importante do que fazer preva- oportunidade, só agora faço este registro, para dizer que Ex~. eminente Senador Luiz Viana, pelo seu aparte, pelas
lecer o triunfo dos princípios e_ não a vontade de interes- conjuntamente com 130 milhões de_ brasileiros, também considerações e pelo depoimento que dá a respeito da
ses. Sr. Presidente, __Srs Senadores, esta é uma hora deu- acompanhei entristecido o sofrimento do Presidente elei- personalidade do nosso saudoso amigo, o Ministro Bilai:
.nião e não um momento para se tirar diferenças. A gravi~ -to~ até.o_s.eu dramático desenlace, fato que abalou todo o Pinto. Bem sei eu das relações de amizade que o uniam a
dade de nossa crise econômica já demonstrou, de modo País. Bilac Pinto, de há muitos anos, desde a Câmara dos De-
claro, que ninguém, isoladamente, poderá ter sucesso na Sr. Presidente, Srs. Senadores: putados, no Rio de Janeiro, da estima e da admiração
superação de nossos problemas. Ao contrário, se cada O inesperado falecimento de um amigo dileto, compa~ que tinha por V. Ex'. O seu aparte em muito enriquece
parte pretender levar às últimas conseqUências e de for- nheiro de muitos anos, é sempre um acontecimento su- este meu pronunciamento.
ma intrasigente a defesa de se_us intere_sses é bem prová~ mamente doloroso, cujo impacto nos atinge como se fase
vel que venhamos a assistir a ruptura do tecido econômi~ um raio. O Sr. Lomanto Júnior - Permite V. Ex• um aparte?
coe s_ocial, portanto, a derrocada de toda a ordem jurídi- Somente aque_les que já viveram essa dramática expe~ .O SR. LOURIVAL BAPTISTA- Com prazer, emi~
casque, 'a tão duras penas, estamos tentando reconstruir. riência podem avaliar a amplitude e intensidade dos sen- nente Senador Lomanto Júnior.
O momento, portanto, é para conceder para evitar timentos de angústia, tristeza e saudade que, então, nos
romper. Tolerar para impedir quebrar. Unir para poder traumatizam. O Sr. Lomanto Júnior - Eu não poderia deixar de
construir. Esta é a fOrma estranha que Deus escolheu Quando o amigo desaparecido se integra no universo manifestar a V, Ex• a minha soHdariedade a esta justa
Tancre:do Neves para escrever a mais importante pâgina da nossa própri.a família, os sofrimentos gerados pela homenagem que V. Ex• presta à inesquecível figura de
de nossa História. perda irreparável de uma velha e preciosa amizade são Bíla-c Pinto. Então, para não tomar o seu precioso tem-
Sofrimento nunca é em vão". De fato, nenhum homem semelhantes à consternação e à dor que s_entimos ao per~ po, quero fazer da:i suas palavras. as minhas palavras na
pode mostrar toda a sua coragem se nunca.entrar no pe- der um pai, uma mãe, ou um irmão. homenagem de saudade, de apreço, de admiração, àquew
rigo. Tancredo Neves ultrapassou qualquer expectiva. Não existem palavras suficientemente expressivas que la fígti-ra que pontificou no Congresso Nacional e que na
Agora, nós estamos no perigo. Chegou a nossa vez, por- possam traduzir as emoções humanas, quando o destino galeria dos prõ~homens de Minas Gerais tem um lu_gar
tanto, de demonstrar a nossa coragem. A coragem de ce- ou a fatalidade desabam sobre nós, fulminando, de ma- de destaque. Peço que V. Ex• também leve a Exm•esposa
der, a coragem para nos irmanarmos realmente, a cora- neira inexorável, uma pessoa muito querida, que nos haw de Bilac Pinto, Dona Carminha, a manifestação do meu
gem de cada um dar o melhor de si e de sua existência bituamos a estimar e a admirar, ao longo dos anos, du~ profundo pezar e a minha solidariedade, neste momento,
para o bem do povo. r ante os quais se consolidaram os laços de uma amizade de tamanha dor.
Hoje, a histôria colocou ·José Sarney como nosso ti- ba;;eada no respeito .mútuo, na identidade dos conceitos
moneiro. A ele também Deus reservou um momento de vida, dos valores espirituais e morais, ditetrizes, aspí~ - O SR. PRESIDENTE (Marcondes Gadelha) -- A
difícil e um teste de coragem. Ele também passa por tem- rações e objetivos. Mesa lembra ao orador que, em perfodo de breve comu-
pos de profundo sofrimento. Com ele, todos nós, brasi- Foram precisamente esses os sentimentos predomiw nicação, não é permitido apartes.
leiros, haveremos de crescer e amadurecer._Com e:!e, ha~ nantes que, neste momento, evoco, em face do faleci~·
veremos de dar provas de nosso amor pela Pátria e pelo menta de Clava Bilac Pinto, no último dia 18 de abril, O SR. LOURIVAL BAPTlSTA- Agradeço ao emi-
povo. É hora de, com ele, somarmos esforços. com o qual havia estado em contacto pouca:i horas an~ nente Senador Loma_nt,o Júnior o seu aparte, associando-
Tancredo quis tanto uma trêgua social de algums me- tes, e jamais poderia supor que algumas horas depois, se a esse discurso que faço hoje, de saudade, àquele ex~
ses. Hoje, necessitamos de uma longa trégua política. esSe meu ·cato e inesquecíVel" s-ofreria a parada cardíaca traordinário homem público, ex~Deputado, ex-
Hoje precisamos, acima de_ tudo, fazer prevalecer o que lhe roubou a preciosa existência. Presíctente da C.imani dos Deputados, Parlamenta~. cujo
triunfo dos princípios e não a vontade de interesses. Ao ser avisado à 1 hora e 30 minutos da manhã, desaparecimento nós lastimamos. Na verdade foi uma
Por isso, esta é a hora da união pois, cada um de per si, desloquei-me para sua residência encontrando sua espo- perda irreparável, que deixa um imenso vazio, na vida
será impotente para evitar a traumática ruptura da ifóssa -- sa desolada e em prantos, com a trágica ocorrência. públíca brasileira.
ordem económica e_ social. Depois de Tancredo ter sofri~ É que, poucos minutos antes, ela e o marido se haviam E, depoiS, nO-dia 8 de agosto de 1983, pranteei o pre-·
do o que sofreu, de ter demonstrado a coragem que de- despedido dos ilustres Ministros Leitão de Abreu_ e Xa- maturo desaparecimento de seu filho Francisco Moreira
monstrou de ter nos envolvido tanto em torno de sua vier de Albuquerque e senhoras, convidados para um Bilac Pinto, vítima de um desastre automobílistíco, ten~
dor, não seremos nós, os que têm o supremo privilégio jantar íntimo, em sua residência._ do o meu-pronunciamento merecido apartes dos eminel,l~
da saúde, que haveremos de desapontá-lo em momento Relembro, agora, que aqui desta tribuna tive oportu- tes S_enadores Helvídio Nunes, Itamar Franco, Fábio
tão crucial da existência: de nosso povo. Coloquemos nidade de falar de dois acontecimentos ligados a Bilac Lucena, Jorge Kalume e Marco Mareie!.
nosso destino na trilha do entendimento! Apoiemos a Pinto. O primeiro, em 28 de março de 1978, quando da Hoje, aqui estOU Cumprindo o doloroso dever de ex-
prevalência dos princípios! Entreguemos a José Sarney a sua aponsentadoria, como Ministro do Supremo Tribu- pressar os sentimentos de minha saudade e profundo pe-
0870 Terça-feira 30 · DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçlio II) Abril de 1985

sar pelo falecimento do ex-Ministro Bilac Püli6, deppls Bilac PiniO-, foi um brasileiro insigne que, f!O fal~r. o SR. clisAR CALS (PDS - CE. Para uma breve
de ter apresentado um requerimento à Casa subscrito pe- encontrava-se· no apogeu de sua capacidade criadora, comunicação.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores:
los eminentes Senadores José Fragelli, Luiz Viana, Nel- como Mestre do bireito Administrativo, da Ciência das Uma da_s Classes mais atingidas com a crise decorrente
son Carrieiro; Passos Pôrto, Itamar Franco, Jutahy Ma- Finanças e da Política, ainda em condições de prestar ao da alta do preço do Petróleo que desarrumou a econo-
galhães, Moacyr DaUa e Jorge Kalume. Brasil novos e relevantes serviços, tendo exercido com mia dos vãrios Países do rilundo é a dos condutores autô-
Deveria ter comparecido à sessão" na última quinta- eficiência e exerriplar dignidaàe; todos os cargos i:le 5:ua nomás,- oU -seja,- os motoristas de táxis e os caminhonei-
feira, 18 de ábrH, afim de encaminhar a votação do aludi- nOtável carreira. ros.
do requerimento. Os primeiros, por terem sido reduzidos, drasticamen-
-8r. Presidente, ao evocar a minha amizade pessoal de
·Todavia, 11ão me foi possível fazé-lo porciue, dePoi-S te, os usuários de táxis, não só pela alta dos preços dos
loogos anos com Bilac" Pinto, laços de estima recíproca,
das cerimôriiá:s fúneE)res realizadas em Brasília, acompa- combustíveis como t,ambém pela própria perda do poder
que_estiveram sempre acima de quaisquer interesses pes-
nhei o seu corpo até Santa Rita de S:ipúCaí, sua terra na- aquisitivo da população urbana, em particular da -classe
soais, ressalto a importância de uma amizade assim,
tal, onde foi sepultado. · média, que se constitui o prinéipal universo de usuârios
pura e fraternal, característica de nossas· gerações e que
Não me' surpreendi, aliá.s·, com a imenSa multidão de táxis.
hoje em dia vão rareando cada yez mais, na exata pro-
aglomerada nas ruas por onde passávamos com o cortejo ·os caminhoneiros, pela. redução do consumo dO pe-
porção em que os valores sentimentais perderp conteúdo
fúnebre, nem com a enorme tristeza estampada nas fisio· tróleo, em face das altefnativas que abrangem uma sêrie
no confronto implacável com os novos conceitos que vão
nomias. de energéticos, que vão desde o álcool, carvão mineral, e-
sendo implantados na vida moderna, pelo avanço da tec-
O povo chorava, lamentando o desaparecimento do nologia, alt:eranOo o comportamento das pessoas, hoje
letrotermia,· madeira, energia solar e outros.
ilustre, dileto e inolvidável filho de Santa Rita de SapU- Em 1979, o consumo total de Petróleo nacional e imw
sufocadas pelas contingências da sociedade de consumo,
caí, cujo sepultamento contou com a presença do Gover- onde geralmente os interesses materiais prevalecem portado era de l.l40.000 barris por dia, o que foi ~duzi­
nador Hélio Garcia, -dó Ministro José FranciscO Resck sobre quaisquer outros, quer sejam espirituais, éticos ou
do, em razão das medidas de conservação de energia e
-que representou o Supremo Tribunal Federal, do Mi- substituição para 940.000 barris por dia, apesar do cres--
morais.
nistro N ilson Naves, do Tribunal federal de Recursos, cimento da economia brasileira.
dos Deputados Federais Rondon Pacheco e Carlos Eloy, Peço 3 Deus que me conserve sempre valorizando ~s Mesmo adicionando~se. o álcool, que ê um combustí-
do ex-Govemador e ex-Deputado Federal Francelina amizades, como a de Bilac Pinto, pois como bem dizem vel liquido, houve uma queda relativa, alêm das medidas
Pereira, do Secretário de Segurança Pública, Bias Fortes; os versos de uma canção mineíra, atualmente tão divul- tomadas pelo conselho nacional de Petróleo de exigir
do Dr. Manuel Mendes de Freitas, Presidente dci Tribu- gada no Brasil;, ..amigo é coisa para se guatdar dó lado que as empresas distrib~:~idoras tenham uma parcela da
nal Regional do Trabalho da 3• Região, do ex-Deputado esquerdo do peito", onde, como sabemos, está o nosso frota total (20% a 50%). .
Guilherme Machado, de Deputados Estaduais, grande coração. Quando Ministro das Minas e Energia, procurei um
número de Vereadores e Prefeitos de vários MunicípioS~ diálogo permanente coni a laboriosa e ordeira categoria
lideranças políticas e empresariais, membros do Poder Concluindo, devo confessar, com 3 emoção da sauda- profissional. Além do mais, como as empresas distribui-
Judiciário; em síntese, um imenso cortejo fúnebre que· de e a tristeza dà.s despedidas_, que temos que nos confor- doras têm o poder de escolha do mercado, os melhores
.acompanhou a pé o lOngo caminho percorrido até o ce- mar com os insondáveis desígnios da Providência Divi- fretes ficam reservados para a frota própria, deixando os
mitério onde foi sepultado. na. mais distantes para os condutores autónomos.
Na qualidade de- amigo ,da família e companheiro de Resta-nos o ~onsolo de que o nosso caro I\1inistro Bi- A categoria está sofrida!
mais de 30 anos; jamais poderia deixar de falar na opOr- lac Pinto cont~nuarâ, para sempre, a iluminar as novas Entre os beneficios~que procuramos levar aos autóno-
tunidade, tentando externar, nos limites de. um. sucinto geraçõ~s.através de suas lições, dos seus livros e da sua mos se iqcluetn o financimaneto do carro a âlc_ool pela
discurso, a grande saudade c tristeza de todos quantos ti- fecunda, nobre e vitoriosa existência, como um modelo Caixa Económica, para induzir os taxiStas a utilízarem
veram o privilégio de sua amizade. . -de homem de bem e cidadão exemplar de Minas Gerais' e este combustível (Jue por ~er urU preço subsidiado (65%
Abstenho-me,'neste momento, de analisar a personali- do Brasil, a quem dedicou todas as suas energias, pensa- do preço da gasolina), o menor valor da taxa rodoviária
dade e a biografia de Bilac Pinto, na multiplicidade dos mentos e obras imperecíveis, deixando o legado maior única e finalmente o estabelecimento de cooperativas.
atributos que a caracterizavam. do seu exemplo de homem público, que com dignidade e Lamentavelmente, o CNP, por ser um conselho inter-
Deixo, também, de tiaçar o perfil desse insigne ho- ·dedicação sempre soube servir ao seu povo e ao seu País. ministerial, reagiu à orientação do Ministro das Minas e
mem público que honrou Minas Ge-rais e o Brasil, não (Muito bem! O orador é cumprimentado.) Energia, procuraRd.o, por expedierltes sucessivos, evitar
somente por se trata.r de um homem cuja brilhante vida que as c_o_operativas de motoristas de táxis fossem trata-
pública é conhecida de todo País, como também porque, das comq "Grande consumidor", o que poderia levar
O SR. PRESIDENTE (Marcondes Gadelha)- Con-
neste Plenário, já forain feitãS considerações~ neste senil- que O associado pudesse ter o beneficio da não cobrança
-cedo a palavra ao nobre Senador Cesar Câls, para uma
do, por eminentes Senadores, enaltecendo a sua persona- dq. "margem do r.evendedor". ·
breve comunicação.
lidade. A frota de táxis à gasolina, em outubro de 1984, era de
Com um desempenho incomparâvel na vjda_ pública, O Sr. Alexandre Costa - Sr. Presidente, peço a pala- 90.500 unidades, enquanto que a dos táxis a ãlcool atin·
através de uma histórica trajetória como Professor uni- vra pela ordem. giu 59.5oO 'uOidades:
versitário, Escritor, Jurisconsulto, Parlamentar e Enlbai- Creio, Srs. Senadores, que o processo mais adequado é
xador. Também na atividade privada,-ao longo de sua la- estimular a criação de cooperativas de condutores autó-
_O SR. PRESIDENTE (Marcondes Gadelha)- Con-
boriosa existência, foi um empresário bem sucedido. nomos que, .tendo o seu abastecimento próprio, através
cedo a palavra, pela ordem, ao nobre Senador Alexandre
Os eminentes Senadores Luiz Viana Filho, Murilo Ba~ da instalação de posto de suprimento, poderâ ter uma
Costa.
dar6, Hélio Gueiros, Passos· Pôrto, Nelson- Cã.riieiro, fiscalização por parte do Conselho Nacional do Petrólio
Américo de Souza, Alfredo Campos e Itamar F~_an-Co,jâ O SR. ALEXANDRE CÔSTA (PDS- MA. Pela or- e a própria cooperativa abrir mão da margem do reven-
o fiZeram com eloqüência e objetividade, exaltando a dem. Sem revisão do orador.)_:_ Sr. Presidente, a Ordem dedor para seus associados. ·
personalidad_e do ex-Deputado Estadual, ex-Deputado do Dia deveria ter sido feita às 15 hofas e·JO minutos. Em Minas Gerais, foi criada uma dessas cooperativas
Federal, Secretário de Finanças de· Minas Gerais, ex- Então, peço a V. Ex• que logo após falar o Senador Ce- dos condutores autónomos. Pessoalmente, verifiquei os
Presidente da Câmara Federal, ex-Embaixador do Brasil Sar Cills, anuncie a Ordem do Dia, para que '!-quele que seus serviços para fundamentar a orientação que procu-
na França, Professai e ex~Ministro do--SUprCmo Tribu- se inter~sse pela O~dem do Dia possa rtela tomar parte. rei dar ao Conselho Nacional do Petróleo. Todos os ar-
na.l Federal-- o último cargo que exerceu e do qual se gumentos apresentados de que poderiam ser supridos
aposentou em 1978. não cooperados ou que a organização não poderia ter
O SR. PRESIDENTE (Marcondes Gadelha) - V.
Nesta hora; ocupo a tribuna para lamentar; comovi- vida própria, sem a margem do revendedor, foram ob-
Ex' serâ atendido a tempo e a hora l~;tment'!-mos informar servados e logo cheguei à conclusão da justeza do pleito
do, a perda irreparável de um amigo autêntico, conse- _que em função de alguns temas tratados a~ora,já que di-
IhCiro em determinadas ocasiões, de quem recebi pemla- da mencionada classe.
zem respeito ao nosso próprio sentimento, como foi o
nente apoio, além de inumeráveis e concretas demons~­ Desejo, portanto, Srs. Senadores, que esta casa patro-
casq do falecimento do Ministro Bilac Pinto.
trações de amizade, inclusive a honra excepcional de set cine um projeto de Lei que determine ao Conselho Na-
acolhido no seu lar. O SR. ALEXANDRE COSTA- Eu compreendo, Sr. cional do Petróleo o enquadramento das cooper~tivas de
Encerrando estas breves considerações, faço questão Presid!!nte. condutores autónomos na categ·oria de grande c_onsumi-
de manifestar o mais sentido pesar à sua dedicada com- dor, com os direitos inerentes à referida categoria.
panheira de 52 anos de feliz matrimônio, Senhora Maria O SR. PRESIDENTE (Marcondes Gadelha) - A Na reaÜdade, a Nova Repúblcia deve repensar sobre
do Carmo Moreira Pinto, suas filhas Regina ·PiÍtto Ziã- Meia resolveu ser-tolerante, inas pede ao orador seguin- os Co_nselhos ln ter-ministeriais. Eles legislam sobre a eco-
goni e Beatríz Pinto Beraldo, sua nora Mariléa Pinto, te, ao Senador Cesar Cais, que se atenham aos termos do nomia muito acima do próprio_ Congresso, do próprio
seus genros Luiz Zingonié COriolano Beraldo, seu iririão J{.egíinento que estabelece que Uma breve comunicação Poder LegisÍ~tivo. E, muitas vezes, por questões até de
Almirante Ozório Pereira Pi~to, netos e SObrinhos4 dui'a i!Penas cinCo mínutos e nãO dâ. direito a apar.tes. um enfoque mal direcionado pod.em prejw;Hcar uma ca-
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Terça-feira 30 0871

tegoria como é ã dos motoristas de táxi. I::S1ã era a comu- PROJETO DE Ll!l DA CÂMARA O SR. PRESIDENTE (Marcondes Gadelha) - Con·
nicação que eu desej"àva fazer e que apresentarei nesses N• 6, DE 1981 cedo a palavra, pela ordem, ao nobre Senador Murilo
dias um projeto de lei, procurando enquadrar as coo- (N"' 237/79, na Casa de origem) Badarô._ ,
preativas de motoristas de táxi na categoria de grande
consumidor. (Muito bem!) · Fixa em oito horas a jornada de trabalho dos vi-
O SR. MURILO BADARÓ (PDS - MG. Pela or·
gias.
dem. Sem revisão do orador.)- Sr, Presidente:
COMPARECERAM MAIS OS SRS. SENDA ORES: O Congresso Nacícinal decr~ta: Estou pedindo a palavra pela ordem, para comunicar
Art. i"' pjca suprimida a_ alínea b do art. 62 da Con- a V. Ex• uma grave irregularidade.
Altevir Leal - Eunice Michiles- Fábio Lucena -o- E bom que a Mesa dela tome conhecimento, para que
iiolidação -daS LeiS do Trabalho, -aprovada pelo DecretO-
Raimundo Parente- Claudionor ROriz - Odacir Soa- não se repita mais. Nada aqui nesta Casa pode ser trata-
res --Carlos Alberto- Milton Cabral_-:- Nivaldo Ma- lei n"' 5.4'52-;de l"' de maio de 1943, renumerando-Se, em
conscqaência, as demais alíneas. do com pressa, com correria, sem a devida cautela.
chado - Guilherme Palmeira - Carlos Lyra - Lui~ Parece que neste assun'to nós, realmente, começamos
Viana --José Ignácio Ferreira- Moacyr Dana- Ro- Art.· 2<:> Esta Lei entrarâ em vigor na data de sua
publicação. muito mal: jâ tivemos uma grave lesão à Constituição,
berto Saturnino -•Alfredo Campos- Fernando Henri- com o_episódio do Governador de Brasília, e, agora, com
que Cardoso_~ Mauro Borges - Marcelo Miranda - Art. 39 Revogam-se as disposições em contrário.
o caso-da mensagem do Governador do Estado de Ron-
Saldanha Derzi - Enéas Faria- Jorge Bornhausen - dõ_nia, nós estamo_s trilhando o_ mesmo caminho das faci-
Carlos Chiarelli ~ Alcides Saldanha. lidades, do.s equivocas, dos erros e das agressões à Lei
ln terna da Casa.
Votação, em turno único, do Requerimento n~> A Comissão de Constituição e Justiça, convocada ex-
O SR. PRESIDENTE (Marcondes Gadelha) - A 15, de 1985, de aUtoria do Senador Humberto Luce-
Presidência Cohvoca a sessão extraordinária a realízar-se traordinariamente, Sr. Presidente, se reuniu sem estarem
na, solicitando a constituição de Comissão Parla- _presentes na Çasa _9_ seu Presidente_ titular, Senador José
hoje, às 18 horas e 30 mj_nutos, destinada à_aprçciação mentar de Inquérito destinada a investigar os fatos
das redações finais do Projeto de_Decx~to Legislativo n9 Ignácio Ferreira, e os seus _dois Vice-Presidentes, Sena-
que colocaram em risco o controle acionãrio, pela dores Helvidio Nunes e Nivaldo Machado.
22, de 1982, e redação final da Emenda do Senado_ ao União, da Companhia Vale do Rio_Doce.
Projeto de Lei da Câmara n? 22, de 1980. O SR. PRESIDENTE (Marcondes _<;J:adelha) _ -
Sobre a mesa. -requ-eriinento que serâ Üdo pelo Sr. li-- Nobre Senador Murilo Badaró, V. Ex• estâ levantando
O SR. PRESIDENTE (Marcondes Gade!ha)- De a- Secretário.
cordo c-om entendimentos havidos entre as Lideranças, a uma questão de ordem sobre a matéria que se encontra
Presidência, não haveildo Objeção do Plenário, e aten- em votação.
Ê lido o seguinte
dendo à solicitação do Senador Murilo Badaró, primeiro O SR. MURILO BADARó - Não! Eu estou comu-
signatário do Requerimento n9 76, de 1985, resolveu fi- nicando a V. Ex~ ...
xar para o dia 7 de maio vindouro a comemoração do
REQUERIMENTO N' 90, DE 1985
25"' aniversárío do Correio Braziliense, anteriorment~ O SR. PRESIDI!NT~E (Marconôes Gadelha) - V.
marcada para ao dia 24 do corrente. Nos termos do art. 280 do Regimento Interno, requei- Ex• fará a reclamação, p-osteriormente, à declaração de i-
ro a retirada do Requerlmerito n9 f5, de 1985, de minha nexistência de Quorum referente à matéria que estava em
O S:R. PRESIDENTE (Marcondes Gadelha)- Sobre autoria, constante dO-item n"' 2 da Ordem do Dia. vOtação. Eu concederei a palavra a V. Ex•
a mesa requerimento que vai ser lido pelo Sr. 1"'-
Sala das Sessões, 29 de abril de 1985.- Humberto Lu-
Secretário. cena. O SR. MURIW BADAR.ó- V. Ex•, Sr. Presidente,
me desc1,1lpe, mas V. Ex~ vai ter paciência, eu preciso ter-
E lido e aprovado o seguinte O SR. PRESIDENTE (Marcondes Gadelha) - A minar a formulação da questão de ordem.
Presidência defere a solicitação do nobre autor e deter-
. mina o encaminhamento do Requerimento n"' 15, de O SR. PRESIDENTE (Marcondes Gadelha) - V.
1985, ao Arquivo. EX• vai fonD.ular uma questão- de ordem?
REQUERIMENTO N• 89, De 1985
O SR. PRESIDENTE (Marcondes Gadelha)- Item O SR. MURILO BADARÓ - E uma reclamação, e
Requeiro, nos termos do art. 389, XVII, do Regimen- 3: comunicar à Mesa esta irregularidade que é gravíssima.
to Interno, a prorrogação, por 20 (vintC) diaS, ô prazo gravíssima.
para oferecimento de emendas ao Projeto de Lei da Câ- Votação, em turno llnicO do Requerimento n~' 57, Pois bem, Sr. Presidente, estando au~entes_os titulares,
mara n'~' 175, de 1984, que institui o Código de Processo d~ 1985, de autoria dos Líderes Gastão Müller e Presidente e os dois Vice-Presidentes, a Comissão de
Penal. Moacyr Duarte, requerendo, nos termos do art. Constituição e Ju~tiça se reuniu para deliberar sobre ma-
Sala das Sessões., 29 de abril de 1985.- José Ignáclo 371, c, do Regimento Interno, urgência para o Ofí- téria Constante de mensagem presidencial. E, ainda que,
Ferreira, Presidente da Comissão Especial do Código de cio Sj2, de 1985, do Governador do Estado do Rio num esforça de acomodações, se pudesse admitir que o
Processo Penal. Grande do Norte, solicitando autorização do Sena- Senador mais idoso presidisse, como só i acontecer quan-
do Federal para realizar operação de crédito exter- do se trata da primeira reunião da Comissão a que se ele-
O SR. PRESIDENTE (Marcondes Gadelha)- Esgo. no ho valor de cinqUenta milhões de dólares. ger a sua Mesa titular, a COmissão de Constituição e Jus-
tado o tempo destinado ao Expediente. tiça foi presidida por um dos mais novos. Nem nesse as-
Passa-se à Em votação o requerimento. pecto se cumpriu d Regimento. E mais, no caso do art.
OS Srs. SeOadores que o aprovam queiram permanecer 90 do Regimento Interno, ausentes o,Presidente e o Vice-
sentados. (Pausa.) Presidente, porque pode acontecer a hipótese e, nesse ca-
Está .aprovado. so, se chegaria ao absurdo de a Comissão não funcionar,
ORDEM DO DIA competiria à Mesa, ao Presidente da Casa designar por
O Sr. Alexandre Costa- Si. Presidente, peço verifi-
ofício substitutos eventuais, O que não foi feito.
cação de votação.
Item 1: Portanto, quero pedir a V. Ex• que determine à Dire-
O SR. PRESIDENTE(Marcondes Gadelha) -Sendo toria das Comissões considerar nula, para todos os efei-
Votação, em turno 6nico, do Projeto de Lei da evidente a falta de quorum em plenário, vou suspender a tos de direitO, a reunião realizada, contra os termos do
Câmara ri"' 6, de 1981 (n"' 237/79, na Casa de ori- sessão fazendo acionar as campanhias por 10 minutos, a Regimento, pela Comissão de Constituição- e Justiça da
gem), que fixa em Oito horas a jornada de trabalh_o fim de_ convocar os Srs. Senadores, nos termos do dispos- Casa.
dos vigias, tendo _to do art. 327, !t~em VI, do Regimento Interno. Agradeço a V. Ex• a paciência e a atenção com que me
Parecer favorável, sob n'~' 190, de t 981, da Comis- Estâ suspensa a sessão. ouviu. (Muito bem!)
são de Legislação Social.
(A sessão é suspensa às /6 horas e 24 minutos e O SR. PRESIDENTE (Marcondes Gadelha) - A
Em votação o projeto. reabertii-às 16 horas~ 30 minutos.) Presidência toma ciência da reclamação de V. Ex•
Os Srs. Senadores que o aprovam queiram permanecer
sentados. (Pausa.) O SR. PRESIDENTE (Marcondes Gadelha) - Estâ O SR. PRESIDENTE (Marcondes Gadelha)- Per-
Está aprovado. reaberta a sessão. siste a -faltô:\ d~. "quorum" em plenário.
O prôjeto vai à sanção. A votação do Requerimento n"' 57/85 fica adiada.
O Sr~ Murilo Badaró- Sr. Presidente, peço a palavra, Igualmente, as demais matérias da Ordem do Dia, em
í: o seguinte o projeto aprovado pela ordem. fase de votaç1.i.o, constituíd~_do Requerimento nl' 58/85;
0872 Terça-feira 3ÍJ DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçàoii) Abril de 1985

Projeto de Lei do Senado fl'i' 26/79 e 2, 340, IS e 320, de des, pressionando os serviços urbanos, reduziu-se a força erosão, a desertificação. O problema fundiário tem de
1980, ficam com a sua apreciação adiada para a próximã de trabalho no campo, especiah:nente na lavoura de mer- ser enfrentado com realismo. As nossas cidades não po--
sessãa ordinária. cado interno, diminuindo a oferta de alimentos e encare- dem continuar recebendo 900 mil rurfcolas anualmente.
cendo a vida nas cidades. Urge que se ampliem as oportunidades de emprego no
O SR. PRESIDENTE (Marcondes Gadelha)_ -_ O desmatainento irresponsável e a falta de aplicação campo, que se estendam ao trabalhador rural as mesmas
Volta~se
à lista de orador6s inscritos. - -- de técnicas de conservação do solo e de proteção aos sis- conquistas do trabalhador urbano.
Concedo a palavra ao Nobre Senador Jutahy Maga~ temas biológicos têm provocado a erosão, que já ameaça Já foi dito que a revisão da política fundiária não ê ne-
lhães. o futuro de nossa produção agrícola. Combatem-se os a- cessariamente fonte de desassossego. Pode ser o inverso:
O SR. JUTAHY MAGALHÃES (PDS - BA: Pro·
grotóxicos, mas se dá poúco ênfase ao problemã-dõ -des- garantia de tranqailidade e do desenvolvimento no cam-
nuncia o seguinte discurso.)- Sr. Presidente, Srs. Sena- mataffiento ~ da erosão. po. A reformulação da política fundiária tem que ser efe-
dores: A agricultura moderna exige adequado manejo da ter~ tivada mas o governo não pode cair na tentação de
Antes de iniciar o meu pronunciamento, eu solicitaria ra, diferentes níveis de fertilização, uso especializado de ex_ecutá-la demagogicamente, levando, aí sim, desassos-
a V. Ex', Sr. Presidente, mandar saber onde se encontra defensivos, mecanização, técnicas de colheita e processa- sego ao campo.
uma proposta de emenda do Regimento que apresentei, mento, além da tecnologia de armazenamento e trans~ Deve ser buscado o assentamento dos lavradores sem
jã hã algum tempo, até m:iis -de um ano ou dois, fazendo porte. terra c, para eles criar condições de subsistência e de pro-
com que o horário-da Liderança ficasse para após a Or- O aprendizado de tecnologia importada é mais simples dução. Sempre levando em consideração que ainda hoje,
dem do Dia e, se hOuvesse, a urgência urgentíssima da em outros setores, mas não na agricultura, onde se exige aos pequenos produtores, cabe em grande parte a res-
Liderança falar, então, fosse reduzido o tempo, se viesse maiores esforços de adaptação, dada a adversidade de ponsabilidade na produção de _alimentos.
a ser feita a comunicação de Liderança: antes- da Ordem solo e de clima em nossO País. Daí a importância da pes- Sr. Presidente, Srs. Senadores, a polítíca agrícola ado~
do Dia. Reduzia~se o tempo à metade. quisa agrfcola no Brasil. E não podemos ignorar os es- tada nos últimos anos não atingiu os objetivos a que se
Apresentei um pi-oje!o nesse sentido m:is, aliás, como forÇOS despendidos neste campo, nas últimas décadas, propôs, não obstante os esforços governamentais. Crédi-
cOríl excelentes resultados alcançados por órgãos como a lci rural, subsídios, política de preços mínimos, nenhuma
quase todos os projetes que se apresentam aqui nesta
Casa, o assunto morreu no caminho; não chegou ao fi- EMBRAPA, EMBRATER, universidades, Ministério e medida coriseguiu fazer o setor responder à altura das
nal. Mas peço a V. Ex~ que mande verificar onde se en..:- - Secretarias de Agricultura, inclusive cooperativas e em- necessidades do mercado interno e externo.
contra e se seria possível darmos andamento a esse proje-- presas privadas. A pesquisa apresenta resultados a mé- Instituído em fins da década de 60, o crédito rural
to ou alguma outra idéia sobre o assunto, para fazer com e
dio e a longo prazo precisa ter contiõuidade para ser e- cumpriu seu papel fundamental na expansão da agricul-
que a Ordem do Dia fosse, realmente, iniciada, aqui no ficaz. t atividade que exige elevados recursos, mas é fun- tura na década de 70, época em que se verificou o au-
Senado, às 3 horas e 30 minutos. Porque, muitas vezes, a damental pa~a a produtividade da agricultura. Por isso, mento dos preços agrícolas ·em relação aos preços indus--
Ordem do_ Dia fica -totalmente esvaziada, porque nin~ deve ser incentivada a nível público e privado e comple- triais. Atê 1979, o crédito rural foi relatívamente farto e
guém sabe a hora em que vai começar. mentada por ser~iços de extensão rural. fortemente subsidiadp. Infelizmente, na aplicação desses
Então, e5$a seria a solicitação que eu fãria a V. Ex•, a- A cooperativa, aliada à extensão rural, desempenha recursos ocorreram distorções, como a excessiva tecnifi-
proveitando o tempo do meu 'pronunciamento. tarefa importantíssima junto ao agricultor. Ê preciso re- cação de alguns ramos da produção agropecuâria, que
Sr. Presidente, Srs. Senadores: cionaJizar o processamento, o transporte e a distribuição beneficiou especialmente os fabricantes e vendedores de
A agricultura brasileira apresenta diversos estágios de dos produtos agrícolas. O interinediârio ou atravessa- insumos modernos; e o aumento da especulação finan-
desenvolvimento, utilizando desde as práticas mais pri- dor, a quem se atribui a carestia dos preços, surge em vir- ceira e imobiliária, que tem produzido, entre outros efei-
mitivas, naS várzeas amazônicas, às mais modernas e so- tude da ineficiência dos mecãnis-mos de formação de es- tos, o crescimento da concentração fundiária no País.
fisticadas no Sul e Sudeste do País. Estas regiÕes, âbran- toques e distribuição. - · · A partir de I 979, reduziram-se substancialmente os re-
gendo apenas 17% do território nacioilal, detêm 88% dos Muito se espera da agricultura no Brasil: que ela for- cursos destinados ao crédito rural, com o objetivo de di-
tratares, consomem cerca de 90% dos-fertilizantes e mais neça produtos não somente para a exportação, mas tam~ minuir o_ déficit pUbliCo e, conseqUentemente, as taxas
de 80% das sementes melhoradas disponíveis. Mas pode~ bém para serem transformados em combustível, para inflacionáriaS. Mas os financiamentos concedidos atra-
mos presenciar a existência da agricu~tura tradicional ou substituir o petróleo; que abasteça o mercado interno; vés do crédito rural continuaram a atender principal~
de subsistência na mesma ãrca cm que se pratica a agri- que absorva a mão-de-obra ociosa no C3.!}1po, evitando a mente os médios e grandes produtores do setor agrope-
cultura comercializada, cujos produtos se destinam ao migração. Mas o desenvolvimento tecnológico e a ni.o- cuárío, que Se dedicam ao cultivo de determinados pro-
mercado interno, à indústria e à exportação. Esta última, dernizadto da agricultura são condições sitie_ qua non da dutos destinados à exportação ou à transformação a-
praticada pelos agricultores mais profissionalizados, dis- eficácia da pOlítica agrícola. Além da pesqUisa, da apli- groindustrial.
põe de técnica moderna, de insumos, de crédito rural, de cação de insumos modernos, principalmente fertilizan- _ _ É necessário criu-sc condições de .crédito mais farto à
estrutura cooperativa, e apresenta resultados semelhan- tes, é necessário criar infra-esúutura no campo e profis- agricultura alimer.tar destinada ao consumo de nossa-
tes aos obtidos nos países desenvolvidos. A primeira mo- sionalizar o-agricultor diretamente ou através das coope- população.
dalidade, praticada pelos pequenos agricultores de ma- rativas. A política de preços ritínimos tem igualmente, favore-
neira primitiva, encontra~se nas proximidades dos lati- Os três grandes blocos da economia rural são: alimen- cido especialmente os grandes produtores do setor agro-
fúndios. tação, exportação e energia. Não são competitivos nem pecuário, assim como os beneficiadores e os comercian-
A modernização da agricultura levou o produtor rural excludentes, mas aditivos ou complementares. tes de prod~tos agríçolas. Os pequenos agricultores só
a dedicar~se prioritariamente ao plantio e à criação. As Inegavelmente, conseguimos êxito no grande esforço têm tido acesso à política de 'preços mínimos e ao crédito
funções-de armazenamento, proce.c;samento, distribuiçãO- de bUSCã.r na agricultura condições para substituir, em de comercialização por intermédio das cooperativas. Daí
de alimentos e fibras passaram a ser eXercidas pOr- enti- grande parte, a necessidade. de importação de petróleo. a necessidade de eles se organizarem é fortalecerem as
dades estranhas à propriedade agrícola. Aumentamos em larga escala nossa capacidade de ex- suas cooperativas, que os ajudarão a se relacionarem
As técnicas moqet-nas levaram à produção e utilização portar grãos. Não ampliamos, entretanto, noss.i pro- com os demais serores econômicos.
de insumos agrícolas, incluindo sementes melhoradas, dução de alimentos no nível das nossas necess~dades.. E A política de preços mínimos ~m que levar em conta a
tratares e implementas, fertilizantes, caminhões, com- preciso, na execução da política agrícola, levar-se em necessidade de incentivar o plantio de produtos de ali-
bustíveis, rações balanceadas, inseticidas, herbicidas, consideração que diminuímos na produção, por habitan- mentação.
que exigem atividade de pesquisa, produção e comercia- te, de trigo, arroz, feijão, milho, mandioca, carne e leite. É inegável que necessitamos vitalmente da expansão
lização. Verifica-se, pois, a interdependência das ativida- , "A fome e a desnutrição saíram dos estratos sociais de nossa receita cambial, mas sem perdermos de vista a
des agrícolas e in.dustriais, que integram o sistema econó- mais baixos para atingir classes até então imunes a essa necessidade maior do nosso povo de ter alimentação a-
mico em geral. situação." · cessível para sua sobrevivência, para ter condições de
Na década de 50, grande impulso foi dado à industria- Não se pode negar que a lavoura de exportação cres- participar do esforço nacional para o desenvolvimento
lização no Brasil, no processo de substituição de impor- ceu em nível mais acelerado do que as de alimentação. de nossa Pátria.
tações. A industrialização passou a ter papel cada vez Cria-se coridsto iriclusive um problema na área econô- Rc.sumiria repetindo uma máxima já conhecid2;. "Te-
mais importante na participação da renda interna. cres- mica, pois, na medida em que se busca aumentar o poder mos necessidade de aum_entar a oferta interna de alimen-
cia também a importância do setor· terciáriO, enquanto Se aquisitivo da população, não se tem alimentos em quan- tos, sem perder de vista a exigência da captura externa de
reduzia a da agricultura. tidade para oferecer ao c_onsumo e com isto provoca-se divisas."
Na execução do modelo de desenvolvimento a dotado, um aumento nos preços que fazem pressão para o au- Dadas as falhas observadas na aplicação da política de
surgiram várias distorções, responsáveis pela descapitali- mento da inflação. garantia_de preços mínimos, estes passaram' a ser c::orrigi-
zação da agricultura e pela diminuição da população no Outrossim, uma política agrícola racional não pode ig- dos mensalmente, até a colheita, de. acordo com o valor
campo. De acordo com o último censo, a populaçã(_) ru- norar dois graves problemas: a preservação do ambiente das ORTNs, a fim de resguardar o produtor dos efeitos
ral caiu de 41 milhões, em 1970, para 38,6-IniHlões em e a estrutura fundiária. Cumpre evitar a qualquer custo o da inflação. O objetiVo é assegurar ao proprietário rural
1980. Em conseqUência, aumentou a população das cida- desmatamento irracional, a poluição dos rios e do solo, a preço justo pelo seu produto, a fim de que ele se sinta in~
·Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção .. ) Terça-feira 30 0873

centivado a prosseguir na atividade, demandando menos de 9,5 milhões de toneladas, atingiu 15,5 milhões de to- unificá-los, baseado em estudos realizados anteriormen-
crédito, menos AGFs e EGFs. Para a safra 1984/85, o neladas em 1984; o milho, de uma produção de 13,5 mi- te pelo Ministério do Interior, bem como por instituições
Governo decidiu eliminar os subsídios e fixar· preços lhões de toneladas em 1978, passou para 21,2 milhões em internacionais de frnãnciamento.
mínimos estimulantes, medida que consideramos acerta- 1984; e a cana-de-açúcar, cuja produção era de 129 mi- Nesse sentido, o Presideilte em exercício; Sr. José Sar-
da, pois temos afirmadO que -o melhor subsidio é o preço lhões de toneladas, aproximadamente, em 1978, al- ney, assiriou dois decretos no dia 19 do corrente mês: o
justo. cançou 2..45 milhõCcS em 1984. Os dois primeiros produtos primeíro cria o Programa de Desenvolvimento da Re-
Por outro lado, a criação do seguro rural proporciona~ entraram na pauta da exportação, e o último se destinou, gião Nordeste - o Projeto Nordeste, já denominado
rá ao agricultor mais segurança em face das intempéries em grande parte, ã transformação em álcocil- Nordestão; o segundo decreto ..dispõe sobre a definição
- secas., enchentes, geadas etc. - a que estão sujeitas combustível. O objetivo maior se evidencia: o equilíbrio da estratégia de _desenvolvimento rural para pequenos
suas plantações. Outra sugestão que nos parece oportu- do Balanço de Pagamentos, mediante a exportação e a produtores e a criação do Programa de Apoio ao Peque-
na é a revisão dos tributos incidentes sobre os gêneros a- substituição de importação. no Produtor Rural (PAPP).
limentícios de primeira necessidade, de modo a baraterar
o seu custo. Uma providência neste sentido seria isentá- O jornal O Globo, edição de 6 do corrente mês, naco- O Sr. Carlos Alberto- Senador Jutahy Magalhães, V.
los do pagamento do Imposto sobre Circulação de Mer~ luna. "Panorama Econômico", sob a· título.. "Comida, Ex• me concede um aparte?
cadoria (ICM). problema imediatQ", informa:
O modelo agrícola adotado em nosso País - somos O SR. JUTAHY MAGALHÃES- Com todo o pra·
"Em 1970, com 93,1 milhões de habitantes, o zer.
forçados a reconhecê-lo - não tem contribuído para o Brasil produziu 7,6 milhões de toneladas de arroz;
crescimento efetivo da produção de alimentos, mas, sim, 2,2 milhões de feijão; 29,5 milhões de mandioca; O Sf. Carlos Albei'to-..:senador Jutahy Magalhães, V.
para a concentração fundiária e para a reestruturação do 14,2 milhões de milho; 1,6 milhão de batata e 1,5 Ex• profere, na tarde de hoje, pronunciamento do mais
mercado de trabalho no campo. milhão de soja. alto significado para a definição de uma política agrícola
Estimula-se mais o cultivo de produtos destinados à Quatorze anos depois, em 84, com uma popu- e agrária do noso País. E V. Ex,. analisa, sob todos os ân-
indústria ou à exportação do que o daqueles de primeira lação de 131,2 milhões de brasileiros (40 por cento gulos, a problemática do homem do campo, do produtor
necessidade. Opera-se, assim, não apenas a substituição maior), o País só conseguiu aumentar em 18,4 por rural, desde o grande ao pequeno, mas também analisa o
de culturas, mas também a substituição de produtores. cento a produção_ de arroz; 22_,7 por cento a de fei- homem que sem terra procura, acima de tudo, produzir
Os pequenos agricultores, especializados na produção de jão; 48,6 por cento a de milho; 18,7 por cento a de neste País, e não tem a condição de produzir. E V. Ex•,
alimentos básicos - milho, feijão, arroz e mandioca- batata e 875 por cento a de soja em grão (basica- no seu pronundamento, analisa a produção de grãos,
são substituídos por médios e grandes produtores, cujas mente para exportação). Em compensação, caiu em analisa em profundidade o latifúndio; e V. Ex~ enfoca,
atividades estão voltadas para a exportação e a transfor- 28,8 por Cento a produção de mandioca; alimento com o brilhantismo que lhe é peculiar, a_problemâtica
mação agroindustrial. bãsico das populações do Nordeste. maior que é- a reforma agrária. Sabemos, perfeitamente,
Em conseqUência dessa troca, observa-se, de um lado, Per capita,o consumo de arroz caiu 15 por cento nós que sõmos nordestinos, sabemos que neste á't\lal mo--
a crescente concentração fundiãria e, de outro, a reestru- de 81,1 quilos/anos por habitante, em 70, para 68,9 mento vivemos uma crise sem precedentes; uma ioflação
turação do mercado de trabalho no campo. Os pequenos quilos em 84; o consumo de feijão caiu 13,9 por cen- galopante, acochando mais ainda os mais pobres e os
produtores, deslocados pelos médios e grandes, migram to -de 23,7 quilos para 20,4 quilOS por ano;- o de mais humildes; o êxodo rural a cada dia tem crescido; os
para os grandes centros urbanos, ou permanecem na re- mandioca, impressionantes 492 por cento - de centros urbanos receb_endo esses cidadãos que, nas eida·
gHio e passam a integrar a força de trabalho à disposição 316,3 quilos. P3.ra 160,4 quilos ãnuais; e o consumo des, sem qualificação profissional, passam por dificulda-
dos médios e grandes produtores agropecuários. E nin- de batata caiu 14,7 por cento, caindo de 17 quilos des seriíssimas, o que ajuda ainda mais o aumento do se-
guém ignora a pobreza desses trabalhadores sem terra e para- 14,5 quilos anuais. sem prego urbano. Eu gostaria de me congratular com V.
sem emprego permanente. Esses números, segundo técnicos do Governo Ii- Ex•, de levar minha palavra de apoio ao pronunciamento
Não somos contra os grandes e médios proprietários gados à área social, exigem que seja dada prioridade que V. Ex'" profere nesta tarde, porque é preciso, Sena-
rurais; nem ignoram os a inipóitãrrcia-da produçaõ desti- à agricultura voltada para a produção de alimentos dor Jutahy Magalhães, que todos nós políticos nos cons-
nada à exp'ortação e à indústria. A agricultura de expor- básicOs. Nos últimos anos os únicos produtos agrí- cientizemos de uma coisa; é preciso que o poder central,
tação, contribuição relevante para o equilíbrio de nosso colas que acusaram significativo aumento de pro- o Governo Federal, das esperanças do povo, o Governo
Balanço de Pagamentos. A falha está em relegar a segun- dução foram os destinados à exportação." da Nova República, e toda a classe politica, conscienti-
do plano a produção de alimentos básicos, a ponto de Sr. Presidente: um dos instrumentos para corrigir as zados de que somente investindo na agricultura podere-
não raramente tennos de importá-los, e no abandono em distorções obs~rvadas na execução da política agrícola, e mOs tirar este País do caos; somente investindo na terra
que se encontra o pequeno proprietário: --- -para resolver o grave problema social dos brasileiros sem poderemos alcançar os nossos objetivos futuros. E a ver-
A agricultura é uma atividade cara. Grupos fortes po~ terra, é a implantação de uma reforma agrária verdadei- dade, Senador Jutahy Magalhães, é que é preciso dina-
dem arcar com as despesas de maquinaria e de insta- ra, acompanhada de políticas de preços mínimos e de mizar uma política agrária pa~a este País; ê preciso dar
lações modernas, que possibilítem o aproveitamento do crédito rural destinadas a favorecer o pequeno produtor. ao homem sem terra o direito dele na terra produzir.
solo em termos económicos. Dada a situação dificit em , Não é válido o argumento de que o Brasil precisa de Mas entendo que sem o apoio do Governo, sem o enfo-
que se encontra o País e a escassez de verbas, esses em- reforma agrícola e não de reforma agrária. Na verdade, que do Governo, sem a participação do Governo, o ho-
presári,os devem receber maior carga tributária, preciSa de ambas. A atividade agrfcola não pode prescin- mem tendo somente a terra nela nada vai construir. Por
facultando-se-lhes a dedução de despesas com a cons- dir de maquinariã e tecnologia modernas, que propiciem isso, eu gostaria de dar a minha contribuição ao pron-
trução de c~sas para os seus trabalhadores e com a assis- o aumento da produção e' da produtividade. Estes recur~ cunciamento de V. Ex'" É preciso que o Governo Federal
tência médica e dentária que lhes é devida. sos devem ser fornecidos ao pequeno proprietário atra- dinamize a agroindústria, as pequenas agro-indústrias; é
Também no setor de colonização houve um esforço vêsdas cooperatlvas, daS prefeituras e de serviços de Ex- preciso que se dê força ao cooperativismo que-existe no
positivo. No período de 1979/84, foram intensificados os tensão Rural. Sul, mas que ê falido no Nordeste; é preciso que se dê
projetas de assentalnento e de colonização. Fez-se a dis- A reforma agrária, a nosso ver, é questão de justiça e prioridade a esses homens que estão na nossa região,
criminação de terrás, cobrindo uma área superior a 98 até de segurãnça nacional. passando por dificuldades, mas que procuram dar a esta
milhões de hectares. Até novembro de 1984, foram entre- A revisão da polítiCã fundiária não seiã fonte de desas- Nação a contribuição necessária, a contribuição para
gues mais de um milhão de títulos de proriedade ruraL sossego, mas, ao contrário, garantia de tranqliiUdade que possamos sair do caos. Parabenizo V. Ex', que faz
Entretanto, milhares de brasileiros sonham com um pe- para o País e de desenvolvimento no campo. um pronuncia-mento, nesta tarde; do mais alto significa-
daço de terra para nela trabalhar e dela tirar o seu sus- No Nordeste; particularmente, é dramática a situação do; e acho que é uma peça que V. Ex' produziu. V. Ex•
tento. No entanto, há latifúndios improdutivos, especial- dos trabalhador,es rurais. Quando a seca atinge a região, que tem tido preocupação para com os problemas do ho-
mente na Amazônia e no-NordeSte, onde maior é o pro- há evasão de homens para o Sul; quando chove, as en- mem do campo, V. Ex~' que tem tido preocupação para
cesso -do êxodo rural. O País precisa dos grandes proprie- chentes desabrigam milhares de pessoas, como ocorre no com os problemas agrários do nosso País, faz um pro~
tários, que realmente produzam, mas não pode dar-se o momento. Recursos públicos vultosos foram aplicados nunciamento, nesta tarde, .que recebe não somente o
luxo de manter latifúndios improdutivos, quando mi- em construção de barrangens, em alguns projetas de irri- aPoio da Liderança do PDS, mas- acredito- o apoio
lhões de brasileiros necessitam de terra. ga-ção, no fortaleciriiento da pecuária e nos programas de de tod_os que compõem esta Casa, que é o Senado daRe-
Em 1979, o Governo dedarou prioritário o setor agii- emet,iência. Entr-etanto, essas obras fortaleceram apenas pública. Meus parabéns.
cola, objetivando, sobretudo, o cambate à inflação, me-. o grande proprietário, o latifundiário e a empresa rural,
diante maior oferta de alimentos, e a exportação. contribuindo para aumentar mais ainda a concentração O SR. JUTAHY MAGALHÃES - Agradeço a V.
Frustraram-se, entretanto, estes objetivos, em face daS da propriedade. Ex~. Senador Carlos Alberto, e abstenho-me de comen-
intempéries e dos preços internacionais desfavoráveis. ~ Muitos programas foram criados, c-om as melhores in- tar a gentileza de V. Ex•, os comentários elogiosos que
verdade que alguns produtos receberam um impulso ex- tenções, para resolver os problemas do Nordeste. É tal a faz ao meu pronunciamentO, à minha pessoa, pois que V.
cepcional: a soja, cuja produção, em 1978, era de cerca diversidade desses programas. que o Governo decidiu Ex• conhece, como nordestino, também, essa ques~o .
0874 Tetça-feira 30 . DIÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Secão II) Abril de 1985

que angustia a todos nós que vivemos naquela região. V. pa:z-_de resolver o grave problema social do Nordeste e de mente, pelo problema agrário lá existente; uma mão-de-
Ex~ conhece muito bem as dificuldades que tem o ho- corrigir as distoi"ções observadas na aplicação da política obra altam~te especializada, já encontrada até no Para-
mem, o lavrador que fica sem terra, sem condições de agrícola._ guai, ajudando o Sr. Stroessner a fazer a economia do
trabalhar, mendigando muitas vezes pela's ruas das cida- E _hoje, Sr. Presidente, escutamos aqui o Líder da seu país. Também estiveram corlosco, no gabinete, o pes~
des do interior, enquanto muitos letifúndios improduti- Maio~ia, "Senà.dor Humberto Lucena, falar sobre a ques~ soai sem-terras de Santa Catarina e do Paraná; tínhamos
vos existem por aí, esperando apenas que a especulação tão do Projeto Nordeste. S. Ex• declarou que havia soli- uma audiência cóm o Sr. Ministro de Assuntos FuD-
imobiliária permita fazer uma vendã ·mais satisfatória citado, como tive oportunidade de falar neste pronuncia~ diários. marcada para terça-feira, que foi slispe~sa pelo
para o seu proprietáriO. inelito, audiência do Congresso para este estudo, exame faiecimeflto ~o Presidente Tancredo Neves, e será feita
Não se trata de um trabalho de um Governo, não serã e elaboração de novas criticas e nova.s sugestões para na próxima semana. Mas, entre algumas coisas que jâ
o trabalho de dois, três ou quatro governos, será o traba- projeto. E uma das primeiras que o Congresso deve veri- nos deixam um pouco mais animados em relação a isso,
lho de várias gerações, p-ara nó-s-conseguirmos modificar ficai ê coino está o Projeto Nordeste, os gastos de admi- temos: primeiro, a determinação do Ministério da Nova
essa situação fundiária que existe no País. Mas tem que nistração serão maiores do que os gastos feitos em inves~ República de começar a fazer algumas coisas concretas,
ser-dado o passo iniciãl; tem que ser trabalhada não ape- timentos, mesmo antes do grande ato de reforma agrária que tere-
nas aquela distribuição de terras, como nós muitas vezes Não podemos permitir que--dos 12 milhões de· dólafes mos que fazer a médio prazo. Existe aí um instrumento
vemos. Foi um trabalho grande que foi realizado, como que se quer levar para o Nordeste, mais da metade seja que foi esquecido, o Estatuto da Terra, que foi até, sem
já "disse no meu pronullciamentó, ma"s"- q-ue-- ainda fica aplicado pilra a administração do projeto e pagamento modificação legal, reformulado pelas decisões judiciais
muito aquém das necessidades que temos naquelas re- de funcionalismo, praticamente, e não na aplicação de posteriores. Sabe V. Ex• que, quando me apresentei nes-
giões do Norte e Nordeste brasileiro. recursos e investimentos, para melhorar a situação do ta Casa, disse que de duas coisas me orgulhava: de ter
Srs. Senadores, eu agora entraria, até, na parte do Pro- nordestino. vindo das cooperativas e de Bacharel em Direito enten-
jeto Nordeste, o Nordestão, ccirrio é chamado.- - der um pouco de Direito Agrário. O Estatuto da Terra,
~ Sr. César Cal~- Permite V. Ex• um aparte? que ê uma maneira tímida de se começar alguma coisa,
Ficará a cargo do Ministério do Interior a co,Orde-
nação de tal ação de desenvolvimento, que absorverã to- também deu uma espécie de marcha à ré nos últimos
O Sr. Alcldes Saldanha- Permite V. Ex• um aparte? anos, e certos institutos que ele possuía, Sr. Senador, e
dos os programas especiais exiStentes para o Nordeste. O
POLONORDESTE, o Projeto Sertanejo, o PROH1- O SR. JU1AHY MAGALHÃES- Com muito pra- que poderiam dar início, deflagrar, detonar as modifi-
0RO (aproveitamento de recursos hídricos) e o _PRO- zer, nobre Senador César Cais~ cações agrárias, foram sendo esquecidos. Como está, ho-
CANOR (apoio às populações pÕbres das zonas cana- je, na Chefia da Secretaria Geral do Ministério um dos
vieiras). Todos esses projetes pf!.ssarão para o Projeto O Sr. César Cais- Gostaria de cumprimentar V. Ex• seus autores, o Sr. José Gomes, há esperança de que se-
Nordeste. pelos assuntos a tu ais que está colocando neste momento, jam retomadas. O problema dos arrendamentos, o
Em pronunciamento anterior, tive a oportunidade de nesta ·casa. Na realidade, como disse o nobre Senador problema das parcerias, o problema da criação da Jus-
sugerir ao atual Governo que remetesse para o Congres- Carlos Alberto, esse problema do agricultor do Nordeste tiça Agrária, que pode ser feita agora, imediatamente,
so, em forma de projeto, o denominado Projeto Nordes- ê um pi-obl~ma de muita importância. Atê aqui o Gover- para que esses milhares de problerrias de terras que estão
tão bem como a criação do Programa de Apoio ao Pe- no Federal não conseguiu fazer um programa integr::tdo, ocorrendo neste País, ao invés de levarem, na Justiça co-
queno Produtor Rural (PAPP). Com satisfação li Dos conforme V. Ex• está preconizando. Além da refOrma mum, meses e anos -principalmente para os que não
jornais a notícia de que as lideranças do PMDB haviam agrária, a distribuição pura e simples -clã terra, é claro têm terra, para o que está apenás ocupando e que de lá é
feito ídênticiã-soliciiãÇão ao Presidente José Sarney. As- que se precisa dar condições para o uso da terra, ao aces- expulso- que tornam inviável o uso da própria Justiça,
sim, o Congresso teria possibilidade de debater este as- so à água, como o agricultor pode tirar da terra o seu uma Justiça Agrâria que funcionasse como a Justiça do
sunto e fazer as sugestões para melhor adeqUá-lo às nos- sustento. Na realidade, em outro pronunciamento que Trabalho, com a rapidez da Justiça moderna e que diri-
sas realidades e necessidades. fiz nesta Casa, abordei o assunto do Projeto Nordeste e misse os problemas da terra com a rapidez com que a
O Projeto Nordestão_ deverá investir USS 12 bilhões fiz um requerimento convocando o MinistrO- Ronaldo Justiça do Trabalho vem dirimindo os problemas da área
nos Estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Costa Couto, para discutir a fazer alguns esclárecimen- dos trabalhaqores, essa poderia s~r criada de imediato. A
Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e tos, porque o decreto baixado pelo Presidente José Sar~ criação de uma cadeira de Direito Agrário, nas universi-
região mineira do Polígorió daS Secas, no decorrer de 15 ney é totalmente vagO; são capítulos que estão colocados dades, para que os bacharêis, que nascc;:m aos borbQtQes
anos, O PAPP, a ser regulamentado dentro de 90 dias, de no decreto. Ninguém pode, a partir desses capítulos, sa~ neste País, tivessem uma idéia da importância dessetema
acordo com o decreto que lhe deu origem, se propõe a fa- ber o que" realmente se vai fazer. ~muito iniportante que em termos nacionais. Mas, outras coisas poderiam ser
cultar ao pequçno produtor. "o acesso aos meios de pro- se discuta isso com os representante do povo, para que feitas também: na área das cooperativas, das quais passei
dução, à tecnologia apropriada, ao mercado e às formas aquilo que se vai fazer com tantos recursps- um·a sorria para a política, recriar o pensamento do cooperativismo
de associativismo, compreendendo os seguintes segmen- grande de recursos no Nordeste- não fique em projetas para fortalecê-lo, permitindo que as cooperativas de cré-
tos: ação fundiária, recursos hídricos, crédito rural, pes~ esparsos e sim sejam projetas integrados. Dar ãcesso ao díto, que são incipientes no meu Estado, venham a
quisa adaptada, assistência têcõ.ica e extensão rural, co- homem à água e ::t terra é muito importante no Nordeste, preencher lacunas enormes que, hoje, os bancos que são
mercialização e apoio às pequenas comunidades rurais." mas ê preciso que alguma coisa mais de completo para casas meramente comerciais, dentro do regime capitalis-
Essa vultosa quantia - US$ 12 bilhÕes -provém de que ele possa, em função disso, produzir não só para ele ta, evidentemente, não podem atender, São leis, Sr. Se-
financiamentos externos obtidos junto ao Banco Jntera- e para a sua famflia, mas para a própria região nordesti- nador, que podemos aqui, neste Congresso, começar a
. mericano de Desenvolvimento, Banco Mundial e Fundo na. Cumprimento V. Ex' por ter abordado o assunto trabalhar sobre elas. E prometo a V. Ex• que, dentro de
Internacional de Desenvolvimento Agrícola, e de recurso nesta oportunidade porque após toda essa agonia que vi- muito pouco tempo, já em cantata com a Federação das
do PROTERRA e do F!NSOC!AL. veu a Nação, com o falecimento do Presidente Tancredo Cooperativas de Trigo do Rio Grande do Sul, deverei
Pretende-se garantir ao nordestino o acesso à posse e Neves, pre~isamos ir aos fatos práticos. O Nordeste está apresêntar a esta Casa _alguma coisa sobre_ o cooperati-
uso da terra, através da regularização fundiária, da titu- sofrido e nós não podemos ficar só falando em calamida- vismo e, tenho certeza que V. Ex• e outros homens do
lação de pequenas posses, da redistribWção de terras de e sim em projetas que construam, de fato, o Nordeste. quilate moral e do interçsse social de V. Ex• estarão
públicaS, de projetas de colonização. Onde houver con- prontos a examinar, para Que comecemos, imediatamen-
flito social, o Governo fará negociação- para adquirir ou O SR. JUTAHY MAGALHÃES- Agradeço a V. te, a traçar positivamente a modificação· que este Pafs
dsapropriar a ãrea por interesse social. Ex•, nobre Senador Cêsar Cais, mas antes de responder precisa. Somos miihões de pessoas em cima de terras fer-
Esses objetivos determinam a necessidade da audiên- ao seu aparte, concedo, com toda a satisfação, o ai)afte tilfssimas, com milhões passando fome, porque o que
cia do Congresso para, inclusive, sanar uma grande fa- ao eminente representante do Rio Grande do Sul. produzimos não dá para todos. ·
lha. Não é admissivel que um projeto de tamanha impor- O Sr. Alddes Saldanha- Congratulo~me com V, Ex•
tância, que visa atender às necessidades de uma melhor pela oportunidade do seu pronunciamento. Reforma O SR. JUTAHY MAGALHÃES- Agradeço a V.
regularização fundiária, bem cOmo melhor atender às agrária ê um assunto que desde criança ouço falar, ilus- Ex•s que apartearam, porque, graças a isso, esse pronun-
necessidades do trabalhador rural, o Ministério da Agri- tre Senador, e acho que chegou o momento deste Pafs, ciamento cresceu um pouco e talvez mereça a atenção
cultura e Secretarias da Agricultura não tenham partici- que já demonstrou que está amadurecendo politicamen- diq\Jeles que-se interessam pelo_s as.suntos da agricultura
pado de sua elaboração. te, amadurecer socialmente e se passar, na Reforma e Pelos problemas sociais,
Sr. Presidente, Srs. Senadores, depositamos as maiores Agrária, do discurso para a ação. Dizia um pensadores- Mas, diria a V. Ex•s que, na realidade, não se pode
esperanças na execução desse programa, assocíado à rea- panhol qu~. "entre as grandes coisas que não podemos pensar em reforma agrária apenas com distribuição de
lização de uma reforma ·agrária cói"ajosa, que se faça fazere as pequenas que achamos que nãc vale a pena fa- terras; não é uma mera questão de distribuição de terras;
acompanhar de políticas de preços mínimos e de crêdito zer, existe o grande perigo de não se fazer nenhuma". Há !Tias também não se pode deixar de fazer reforma agrária
rural, destinadas a favorecer o pequeno proprietário, poúcos dias, fui procurado pelos sem-terras do meu Es- pensando desta forma, que reforma agrária não é apenas
desde que sejam feitos os estudos necessários para tado, que são muitos. O Rio Grande do Sul exporta, in- uma mera distiibuição de terras_. São fatores que se com·
melhorâ-lo. A reforma agrária é o único instrumento ca- felizmente, milhares e milh~res de agricultores, anual~ plementam e, principalmente, têm que ser uma ação de
Abril de 1985 DIÁR.IO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Terça-feira_ 30 0875

GoVerno, uma decisão de Governo, para aplicação de re- c) programa de recuperação das cooperativas para bou o tempo do "prf:stígio Político do reitQr", ou de.
cursos que se f~em necessários para atender a esses mi- que cumpram sua finalidade social e a revisão imediata _quem o indicou ou garantiu a_sua nomeação."
lhares ou mesmo milhões de trabalhadores sem-terras. da· tributação incidente sobre produtos ~e consumo. poR
pular; · Então, cabe agora a discussão de como salvar as nos-
V. Ex• falou no Estatuto da Terra ena 'Justiça Agrária. sas universidades. Cabe a discussãso mais profunda de
d) diversificação da produção pã.ra o ab~stecimento
Quanto à Justiça Agrária, recordo-me muito bem, tive- do mercado interno; ·· como vamos fazer para, na verdade1 darmos a ·contri-
mos no Congresso brasileiro a oporturiidade de exami- bUição que as nossa universidades estão a exigir. Cabe a
e) produtores consigam preços justos por seus produ-
nar essa questão. F;ilo com saudades daquele meu com- nós, Senador~:s. aos Deputados Federais, aos Deputados
tos e os consumidores possam comprá-los;
panheiro da Bahia, morto em um aCidente, o Deputado -- Esta?uais, aos Governadores de· Estado e aos próprios
f) seguro rural que cubra não apenas o financiamento
Rogério Rego, que na Çâmar3: Federal, apresentou uma reitoie&-IiomeadoS buscarem o diiilogo para discussão de
da safra, mas tod!)S os prejuízos que o produtor possa ter
proposta de emenda .à Constituição para a ·criação da uma proposta que possa dar a contribuição necessária
em sua lavoura.
Justiça Agrária. Infelizmente, não obtivemos_ êxito. Na para que amanhã este Pafs não venha pagar o grande ô-
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente} (Muito bem!)
ComiSsão Místa, a proposta foi ãprOviidá, mas não obti- nus; o ônus da formação de técnicos sem qualificações
vemos o quorum f!.ecessário-para"TãZer-COrri que a propos- para assumirem os seus empregos. E muitas e muitaS Ve-
ta se tornasse unla realidade. No PDS, também fomos; O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- Concedo a zes. são formados têc_nicos; são formados mas sem a qua-
certa feita, cOnvocados- pelo então Presidente do nosso palavra ao nobre Senador CarlOs Alberto. · lificação necessária para que possamos atuar dentro dos
Partido, o atual Presidente da República, Dr. José Sar- · div'ersos segmentos que estão a exigir. E pOr quê? Porque
ney, para apresentarmos, pelo PDS, algumas sugestões O SR. CARLOS ALBERTO (PDS- RN. Pronuncia a universidade cada vez mais está em estado de falêricia,
para modificação da legislação que trata do Problema o seguinte discurso_. Sem revisão do orador~)__:, Sr. Pr~i­ ç::ada vez mais vai se emp_obrecendo aS universidades.
agrário. Na companhia de alguns Deputados, tivemos a dente, Srs~ Senadores: Professores sem entusiast:J)o para entrar numa sala de au~
oportunidade de apresentar esse trabalho, numa reu- Na semana que passou, apresentei,. ne~ta Casa. projeto la. Sr. Presidente, para que V. Ex• possa ter noção da
nião, aqui no Senado Federal, à qual. infelizni.ente, o de lei que concede a· autonoinia universitária. Depois de gravidade do que acontece na Universidade H;~deral do
Presidente do nosso Partido não compareceu, presidid3. debater exaustivamente com vários segmentos interessa- RiQ Grahde do Norte, ~ nã·o é só no Rio Grande do
'pelo Secretário-Geral, com a presença do Ministro Ven- . dos em dar ~sa parcela de contribuição, para que possa- No"r.te não, no Estado de V. Ex~ também, no Ceará,
turini e.seus assessores, Paulo Yokota e outros. Tivemos mos tirar as algemas ·que foram colocadas nas diversas Bahia, Maranhão", no Rio Grande do Sul, em todos os
a oportunidade de debater essa questão e apresentar as universidades do nossO País, recebo, e gostaria de trans- Estados da Federação - eu gostaria de dar enfoque a
sugestões que_'tínhamos feito em nome do PDS." Foi_ um mitir à Casa, dois jornais do meu Estado: O Pode A Tri- este artigo publicado na Tribuna do Norte, do Rio Gran-
trabalho exaustivo, e embora chegássemos a tratar de to- buna do_Norte que, evideritemente, vêm mostrar a esta de do Norte, que diz:
dos os ângulos dessa questão, apresentamos, em nome Casa e, por que não dizer, aO País, o descaso por que
do_ nosso Partido, várias sugestões que poderiam. ser passam as nossas universidades, as situações adversas Quem salvará a UFRN? Não é segredo.para nin~
aproveitadas, como também tivemos oportunidades de qUe enfientam as nossa universidades. guém que a nossa UFRN está vesperando o caos. O
discutir amplamente essa questão, quando fomos convj- Ojo~nal O Poti, de ontem, do meu Estad_o, analisa, seu campus é a fotografia da -decadência. Suas salas
dados para relatâr aquele projeto do usucapião e, e~ com precisão, o eStado falimentar da Universidade Fede- de aulas algo semelhante. a. "um faz de conta", os
nome do Congresso; fizemos várias e vãrias. modifi- ral do Rio Grande do Norte, no que diz respeito ap seu professores improvisando as cadernetas de presCnça
cações na proposta inicial. E, graças à solidariedade das Centro Regional de Ensino Superior da cidade de Ma- . -atê as simples cadernetas es,tão faltando- em
nossas Lidei"(!.nças de então, quando debatemos o assun- cau. E a cidade de Macau, através das suas lideranças., se seús cadernos pessoaís e aproveitando os pedaços de
to com o Ministro Leitão deAbreu~.no momento em que manifesta par!! que, Da verdade, o Centro de Ensino SuR giz- quando tem- pois até o giz está também fal-
foi apreciar o nossO parecer prévio, para exame por parte tando. .
perior daquela cidade não venha a ser techado._ E pOr
do Governo, iniciou o debate dizendQ;, "Vamos cortar o quê? Por "que, hoje, a cidade de Macau passa por este O Sr. César Cais - Permite V. Ex• um aparte?
art. 1"'- noray~ esse -arti!:!o não tem maior sienificacão" drama -terrível? Os seu.s-jov-ens-,--Gom-aspirações de futuro,
Então.' ~on;ordei -~o~ -;-E;~J,~~q~~-realme~te era. ape~ que pensam em conquistas maiores, estão: hoje, Sofren- O SR. CARLOS ALBERTO- Pois não, Senador Cé~
nas um intróito. Quando leu o ar~. 2"', disst;;. .. Vamos mo- do as aflições de ter um Centro de Ensino Superior fe- ,s_ar Cais.
dificar o art. 29, porque no projeto iniCial já estâ implíci- chad_o por falta de recursos e por falta de. verbas.
!a a idéia. de que o usucapião tambêm atinge aos lavra." O Sr. César Cais- Senador Carlos Alberto, V. Ex•
O nobre Senador JoãO Calmon tem tido uma luta da"s está abordando um assUnto da mais alta importância
dores, as terras devolutas do E,stado. Pergun~ei-lhe, en~
mais nobres nesta Casa, em busca de recurso·s, para que para o Brasil. É o destino do Brasil que estará nas niãos
tão;...se-está implícito, por que não explicitar? Vamos exR
a Educação tenha prioridade neste País. Nós votamos e desses jovens que, por força da carência "de recursos, não
plicitar!" Aí ele disse; .. ~'Não, mais aí é ll_uestão de r-e-
nós apro1famos 13% do O.rçamento da União· para a est;mto preparados para conduzir uma .naçã-o como a
dação~·. E disse isso, na presença de dois Líderes hoje já
Educação em nosso País. Nação .brasileira. Sempre entendi que a universidade
mortos, Senador Nilo Coelho, Líder da maioria no Sena-
do, e Deputado Cantídio Sampaio, Lfder da Maioria na Sr. Presf~ent;, depois de ter aPresentado o projeto que deve gerar uma parçela importante dos seus próprios re--
Câmara dos Deputados. . define a autonomia para as nossa universidades, vejo, cursos. Não é possível que a universidade fique amarra-
Então, sÓ tive a oportunidade-de dizer;. ''está bem, Sr. com profundo pesar, de maneira profundamente lamen- da a orçamentos que0 muitas vezes, são elaborados na
~inistro, como Relator, coloco o pÍ-oJeto aqui na mesa"; tável, o noticiário do jornal O Poti, dando ciência de que Secretaria de Planejamento da Presidência da República
mande.os Líderes derrubarem a minha proposta, mas ela o curso superior daquela cidade vai ser fechado, mas não por tecnocratas que não conhecem a realidaéle das Uni-
será apresentada". E, graças a -Deus, a partir daí, pâssa"R somente o curso superior da cidade de Macau, o campos versidades. Cada universidade tem sua vocação, cada
mos a ter concord~ncia em todos os artigos lidos1 sendo av~nçado da cidade de Macau, mas de todas as cidades universidade tem que estã aberta para o mundo do seu
aproveitada, na íntegra, a proposição que fizemos, e o -do interior do meu Estado, o Rio Grande do Norte. O tempo. t uma universidade aberta, é ·uma Universidade
Congresso foi vitorioso, porque conseguiu, apesar de to- artigo da TribuÓa do Norte, também do méu EstadO, em que pre-sta serviços; é a formação, é o treinamento em'
das as dificuldades, d~ toda a reação que houve n"o mo: primeil;'á pâgina, focaliza, conl. ênfase: Quem salvará a formação e em atuação. Ante:;: de chegar ao Ministério
menta, conseguiu reunirRse numa quinta-feira, pela ma- Univefsidade Federal dO Rió" Grande do Norte? Que·m de Mi !las e Energia, quando diretor da ELETROBRÂS,
nhã, e aprovar a proposta que sa~a desta Casa do Con- salvarã? E eu daria a resPosta, Sr. Presidente, Srs. Sena- cabia à diretoria de coordettação a busca das fontes al-
gresso Nacional. dores. A salvaçãO das nossas universídãdes- estâ na sua ternativas de energia. Fizemos uma gama de pesquis~
Então, digo a V. Ex• que, realmente, esse é um assuntO aufonomla; autonomia didático-clentlfiCa. Que as uhiR neSse setor com a~ universidades. Cada universidad(:,.
que me interessa, é um assunto para o qual estarei semR versidades possam ge"rir os seUs destinos, promover re- como eu dizia, tem vocação. Uma para Química; outra-
pie diSpOStO a debater, nãO é Uffi aSSUrito de hqje, quanR • cursos, através .da venda de know hoW, -de; Contratos efeti~ par :a Física. Enfim, é preciso que se descubra a vocação.
Vades com indústrias, com empresas privadas, com órR ~ necessário que ·os vários órgãos do poder público,
do me encon.tro na Oposição, é um assunto de todos os
tempos em que estive aqui no CongresSo. gãos públícos, com os jovens buscando a dinamização da· façam tudo que puder ser feito cõm a universidade.:
própria universidade, e dando--lhe o espírito democráti- Façam~no através de convênios, através de contratos
Mas, p3.ra concluir, Sr.: Presidente, gostaria de dizer
que apresento algumas sugestões das lideranças rurais, Co, fazendo eleger os seus reitores, homens que possam com a:s fedÚações, as indústrias. Enfim, deve a universi-
as quais endosso: · representar as aspirações das comunidades universi- dade buscar também os seus próprios recursos. De moiJo
tárias. que eu não tive o privilégio de conhecer o·projeto de au-
a) revisão da si~temátiCii de p~eços mínim~s para que Diz aqui o articulista da Tribuna do Norte, e eu atê que toria de V. Ex• sobre a autonomia universitária. Mas
eles sejam reajustados_ atê Q vencimento dos contratos de concordo, Sr. Presidente: aqui indagava aos meus companheiros qual seria o senti-
custeio corrigidos monetariamente; - do desSa autonOmia, e ao perceber que essa autonomia
b) necessidade de recursos imedia~os e suficientes "A Universidade "Federal do Rio Grande do universitária é muito mais a gerência de sua própria vida.
para a Comercialização de todos os prOdutos da próxima Norte está vesperando o- caos. Mas a Opôrtunidade nãO só uma atitude unihi.teral mas também buscando os
safra; para salvãRia está aberta pela Nova República-. Aca- recursos para gerir, creio que nada mais oportuno, por-
0876 Terça-feira 30 DIÂRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abril de 1985

que dá, como disse, a realidade. A universidade não fica do Norte?". Depois, esta matéria, publicada ilO jornal O nistério da Edúcacão da Nova República que por certo
fechada para o mundo do seu tempo, para o ambiente Poti,. "Macau em pé-de-guerra contra a Universidade apresentará sOluções mais racionais que o simples fecha-
onde os profissionaiS-que estão se formando vão- Cxirci- Federal do Rio Grande do Norte". mento dos campi. Que existem as deficiências em todos
tar a sua própria profissão; Cumprimento -v.
EX• pefa Era a minha palavra, nesta tarde, no plenário do Sena- os centros da UFRN no interior é um fato incontestãvel,
iniciativa e creici que-O ãSSUnto deva ser abordado tantas do. Muito obrigado. (Muito bem!). mas é bom lembrar que para todas as doenças faz-se ne-
vezes quantas necessárias, a fim. de que possamos cha- cessária a tentativa de cura e não a simples aplicação da
mar a atenção das autoridades a quem cabe realmente DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. eutanásia, como pretendem os dirigentes da Universida"--
executar esse projeto de lei, para que' ele possa ser apro- CARLOS ALBERTO EM SEU PRONUNCIA- de Federal do Rio Grande do Norte.
vado, e possa entrar em execução mais rapidamente MENTO: Macau, mais uma vez, se rebelará contra a tentativa de
possível, porque a Nação precisa, neste momento de cri- fechamento do seu Centro Regional de Ensino Superior
MACAU EM Piõ-DE-GUERRA que agrega cinco cursos (Pedagogia, Letras, Estudos So-
se, cada vez mais não levar a desesperança à juve_ntude
CONTRA A UFRN ciaís, Química e Mecânica). As representações da comu-
universitâria.
Cidade está revoltada com decisão quase definitiva nidae estão cada vez mais unidas para defender os inte-
O SR. CARWS ALBERTO -Agradeço o aparte de do reitor_ de fechar todos os campi resses comunitários, a exemplo do que vem m:·orrendo
V. Ex•, Senador César Cais, e o encàrto ao meu pronun- ultimamente e já se anuncia a composição de uma repre~
MACAU- A população macauense volta a viver um
ciamento na tarde de hoje. - sentação local que se deslocaria até Brasília para congre-
clima de suspense com a decisão praticamente anunciada
Sr. Presidente, gostaria tambêm neste, meu pronuncia- gar esforços da bancada federal do Rio Grande do Nor-
pelo Reitor Genibaldo Barros de fechar os campi do inte--
mento sobre o problema da Universidade do Rio Gran- te. PMDB, PDS e PFL, para questionar junto ao Minis-
rior, inclusive o CRESM - CentrO Regional de Ensino
de do Norte, procurando sair um pouco do meu Estado, tro Marco Maciel a salvação do Centro Regional de En~
de focalizar globalmente o problema universitãrio: E Superior de Macau. Entretanto, já habituando-se a rei-
vindicar c a lutar pelos seus direitos conquistados, os sino Superior de Macau- CRESM, que mais uma vez
gostaria de fazer uma colocação de apoio ao Ministro sente~se ameaçado por aqueles que não nutrem qualquer
vários segmentos da comunidade macauense prometem
Marco Maciel. Quando Senador da República, S. Ex• sensibilidade aos apelos de uma comunidade que começa
usou, por diversas vezes, a tribuna desta-Casa, para foca- um coi:lúa-ataque para salvar um dos seus patrimônibs
na formação de mão-de-obra especializada que haverã a aprender a lutar pelas suas conquistas. (Basco Afonso)
lizar, nos seus mais diversos ângulos, o problema educa-
de conviver com o futuro do município e da região. QUEM SALVARÁ A UFRN?
cional do nosso País e, muito especialmente, as reformas
do ensino universitâfíO~- Mobilização Quem salva rã a UFRN'? Não é segredo para ninguém
Hoje, o Ministro Marco Maciel, que deixou esta Casa, Há algum tempo, valendo-se das deficiências vividas que a nossa UFRN está vesperando o caos. O seu cam-
escolhido que foi para ser Ministro da Educação, tem a pelo Centro Reg!onal de Ensino Superior de Macau, pus é a fotografia da decadência. Suas salas de aulas algo
alta responsabilidade de dar, de imediato, seqUência à ocasionado pelo própria admini~tração da Universidade semelhante a "um faz-de-conta", os professores improvi-
esta reforma. - - - sando as cadernetas de presença- até as simples cader-
Federal do Rio Grande do Norte, alguns professores
E o nosso projeto, Sr, Presidente, poderia ser analisa- netas estão faltando- em ~eus cadernos pessoais e apro-
contratados para lecionar em Macau iniciaram um mo~
do em profundidade pelo Ministrá, pelo Governo Fede- veitando os pedaços de giz- quando tem - pois até o
vimento de desestabilização do campos de Macau e en-
ral, para que nós tirássemos as algemas das universidã- giz está também faltando.
contrataram respaldo na direç~o da própria UFRN para
des, e pudéssemos dar esta grande contribuição, com a
investirem mais concretamente no fechamento dos cur- Então, tudo mais está faltando. Se falta o mínimo, é
finalidade de tirar da nossa universidade da falência.
sos de formaÇãO de tecnólogos em química e mecânica. porque o mãximo simplesmente virou refrão do "já te-
Eu não posso ver, e não posso me calar diante de urna
Era um dos primeíros complôs que se armavam contra ve". Dir-se-ia que o caso da UFRN não é isolado do
matêria que saiu,~ ''Macau em pé-de-guerra contra a Uni-
o CRESM, contra Macau. Entretanto, o movimento de contexto universitário brasileiro. Certamente que não.
versidade Federal do Rio Grande do Norte", uma cida-
desestabilização encontrou resistência como jamais Mas estamos ingressando na Nova República. O minis~
de da máis alta importância. E o Senador César Cais,
tinha-se visto em Macau e a própria direção da UFRN
como Ministro de Estado, esteve em Macau, onde está se tro da Educação já posiciou-se pela reforma do ensino
- que parecia acomodada a acatar e respaldar o movi-
implantando a ALCANORTE, o projeto petroqu!mico no seu todo e abriu o debate amplo.
mento desetabilizador - sentiu de perto que a comuni-
do Estado do Rio Grande do Noite, todo ele lá em Ma- A UFRN está participando desse debate'? Através de
dade havia despertado e estava lutando com tudo que ti-
cau, um municíPiO da mais alta relevância, que tem um quem, .de que maneira? Não indigitamos individualmen~
nha direito a recorrer.
aampus universitário avançado e que está agora na inÚ-- Primeiro foram os próprios segmentos da comunidade te o reitor Genibaldo Barros como culpado, salvo como
nêncía de ser fechado. E o Ministro CêsarCals lá eSteve. qüe dentro de suas limitações fizeram apelos e gestor de uma sítuação gerada nas entranhas do autori~
E, hoje, o próp'rio Presidente da ALCANORTE do Rio mostraram-se unidos para defender a permanência dos tarisino, do verticalismô que o fez reitor exatamente
Grande do Norte, da Alcâlis do Brasil, que é o Professor cursos de tecnólogos em Macau, criados para preparar quando estava mais distante da UFRN, dedicado a ou~
Otomar Lopes Cardoso, sentindo B.S deficiêliciaS da pró- tros deveres, quer como secretário de Saúde; quatro
uma mão-de-obra devidamente capacitada para um
pria universidade, lá em Macau, colocou à disposição do- aprOveitamento com_ o desenvolvimento do município e ailõS, mais Qüatro Como více-Sovernador e outros quase
campos professores, ou seja, têcnico'S da ALCANORTE, da região. E os argumentos iniciais foram reforçados tantos como conselheiro do Tribunal de Contas.
da Álcalis, para ministrar os curs-õs superiores, lá em
com a ação precisa do professor Otomar Lopes Cardoso, Nem por isso invalidamos a
Macau; promoveu a inauguração de um labora~ório
presidente da Álcalis do Rio Grande do Norte - AL- contribuição que pode e deve dar para ~vitar- pelo me-
para que este pudesse servir ao campus avançado, labo-
CANORTE; que alêm de colocar técnicos da empresa nos - que na sua gestão, em meio ao caos material -
ratório que custou milhões de cruzeiros, e que foi um
para ministrar aulas no campos de Macau, autorizou, de até giz es(á faltando nas salas de aula-, fique a UFRN
trabalho, diga-se de passagem, do nosso querido Sena-
imediato, a montagem de um dos laboratórios da empre-- distante do grande debate para reforma de salvação da
dor César Cais, que deu sua parcela de contribuiÇão,
sa, nesta cidade, para servir às aulas prãticas dos tec- universidade brasileira, aberto pelo Ministro Marco Ma-
quando Ministro das Minas e Energia. O próprio Minis-
nólogos de química como forrria de neutralizar um dos ciel num dos primeiros a tos de sua gestão frente ao Mi-
tro César Cals lá esteve, em Macau, para ver de perto
mais sérios argumentos de que os cursos não tinham pro- nistério da Educação da Nova República.
esta situação._ Agora, aqui está a notícia que nos deiXa
fessores e faltava equipamento para as aulas práticas. A Abra o reitor Genibaldo Barros o debate em torno dos
perplexos, como homem eleito pelo Rio Grande do Nor-
decisão do professor Otomar Lopes Cardoso encorajou graves, gravíssimos problemas que abatem de morte a
te, vendo, assistindo nossos jovens terem de abandonar
ainda mais a classe politica, a nível de representação fe-- UFRN .·Rompa os grilhões da,. "pior cegueira" - a que
os bancos dos diversos campos avançados que serão fe--
deral, que manifestou seu apoio e sua solidariedade à co- não quer ver - convocando a sociedade do Rio Grande
chados no Rio Grande do Norte, e se, não tivermos cui- munidade macauense ~m busca de equacionar o proble-
daci'~. serão fechadas as universidades. V. Ex•s vão ver: do Norte para debater a sua, a nossa UFRN, para que a
ma surgido na continuação d.o CRESM. contribuição nossa não seja simplesmente negativa por
se nós aquífiã"O nos pronunciarinos todos os dias, Vam-Os
ter não somente o Rio Grande do Norte com eSse Recuo omissão ou incompetência._ Antes, seja a contribuição
problema, mas o Senador Fábio Lucena lá no Amazo- que todos nós podemos dar e que deve ser a que espera o
nas. S. Ex• vai sentir também este drama por que passam Na época, tantas foram as pressões, tantos foram os ministro Marco Maciel.
as Universidades; o Senador Jorge Kalume, tenho certe-- argumentos racionais que a direção da Universidade Fe- Os professores universitários, estão se reunindo, fa-
za de que, nesSes dias, S. Ex• himbém aqui"Cstaràfãtã.ndo deral do Rio Grande do Norte-UFRN até então coni~ zendo levantamentos, identificando causa e efeito. Re-
a respeito da universidade Federal do Acre, yente com ó movimento de desestabilização do CRESM, descubram entretanto os caminhos da Reitoria para di-
Portanto, Sr. Presidente, peço a V. Ex• inclusive fazer resolveu mudar o comportamento e exigír do seu cole-- zer aos gestores da UFRN que vão contribuir. E nin-
constar, nos Anais desta Casa, essas duas matériaS -publi- giado uma medida mais racional para com o pr_oblema. guém melhor para dar essa contribuição do que os pro·
cadas pelos jornais do meu Estado. Primeiro, o da Tribu- Agora, o Reitor Genibaldo Barros volta _a insin~~r a fessores em nom,e da,. "eficiência e melhoria das con-
na do Norte, o artigo que faz a seguinte- indagação: pOSS-ibilidade dê fechamento dos campi dÕ interiol-, í!Jclu~ dições de ensino" que sempre legendaram os seus movi-
"Quem salvará a Universidade Federal do Rio Grande sive· Macau, sem necessariamente consultar o novo-Mi- mentos previstos, sempre tão justos, tanto quanto apoia-
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Terça~feira 30 og77

dos pelos alunos e, de resto, pela sociedade norte- O LEGADO DE TANCREDO Forjada a Aliança e praticamente unificadas as opo·
riograndenses e no seu todo. sições, Tancredo era potencialmente vitorioso. Contou
Não se há de esperar que decidam ern Brasília com O Brasil está deJu_to. Tancredo morreu. A Nova Re- então com a solidariedade do povo. Seu nome foi saUda-
base na contribuição da_s Universic;lade$ de Pernambuco, pública perdeu o seu criador. Ele se foi, mas deixou um do como a _garantia de seriedade e mudanças. O apoio
de Minas Gerais, de Mato Grosso, do Paraná, da Paraí- legado que não Podemos perder: deixou a unidade nacio- que recebia de todos setores da sociedade o transforma-
ba ou do Rio Grande do Sul. Cada uma vai. refletir os nal pela democracia e para o combate à crise. va em candidat_o praticamente invencível.
seus próprios problemas, propor suas próprias soluções, Em pouco tempo ianCi'edo Conquistou o seu povo. Temia-se uina resistência de setores institucionais que
Nem esperemos que a reforma nacional atenda ao Rio Nunca nosso povo se identificou de tal maneira com um estavam comprometidos no passado recente. Tancredo
Gande do Norte. Coino lei nacional, como norma geral, seu líder. Tancredo, por sua ooragem, por seu sofrimento afirmou-se como garantia de mudanças sem revanchis-
sim. Mas e a especificidade de cada região em cada uma e por sua vida, cativou nosso povo e lhe deu algo que já mos. Seu nome só fez crescer. Mesmo aqueles que pode-
inserida a sua Universidade? parecia impossível: a esperança. A morte de Tancredo riam temer que com sua vitória lhes fosse cobrado seu
A UFRN está vesperando o éaos. Mas a oportunidade cai sobre a nação como uma calamidade. Todos sentem passado passaram a ver nele a garantia de que o passado
para salvá-la está aberta p~la Nova República. Acabou o seu desaparecimento como se fosse o de um próximo. estava morto e que a Nação unificada se voltaria para a
tempo dQ. "prestígio político do reitor" 01,1 de quem o in- Depois de vinte anos de governos autoritários, Tan· solução de seus problemas, se voltaria para o futuro.
dicou ou garantiu a sua nomeação. Esse tempo - o credo apareceu como um guia de um processo de tran- Hoje, quando não mais temos Tancredo entre nós, te-
grande culpado, o tempo do autoritarismo, de verticalis· sição sem traumas. Com o País envolvido em crises múl- mos de lhe creditar esta obra que parecia inconcebível: a
mo político- passou. Vivemos a Nova República, o de~ tiplas todos passaram a crer que Tancredo poderia nos da reconciliação nacional. Tendo unificado em torno de
bate aberto, amplo, sem medo, corajoso e inteligente. Ou tirar do atoleiro. Tendo os escândalos abalado a fe dos seu nome e das bandeiras da Aliança Democrática nosso
a nossa UFRN entra e participa desse debate, ou depois cidadãos em seus dirigentes, Tancredo era visto como o mundo político e conquistado um imenso apoio popular,
não terá como reclamar .. hon:aem probo que poderia redimir o Estado diante dos Tancredo _fez renascer em nosso pais a esperança. Ao
Salvemos a nossa UFRN. cidadãos. -Ele se_ fói _e deixa um vácuo que !lão se deve partir, nos lega tambêm isto. Hoje o Brasil já crê que é
ten-tãr disfarçar. possível suplantar a crise em que vivemos.
O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto) - Concedo a Tancredo atê há pouco tempo era um Üder prestigioso Tancredo em nenhum momento aceitou o caminho da
palavra ao nobre Senador Nelson Carneiro. em .seu EstadO, Minas, conhecido naçionalmente mas facilidade, o caminho da demagogia. Seu recado ele deu
-sem uma liderança popular nacional. Em menos de um ainda quando era governador de Minas. Optou pelo ri-
O SR. NELSON CARNEIRO (PTB- RJ. Pronuncia ano seu prestígio suplantou tudo que um político pode- gor económico e pelo· restabelecimento da autoridade do
o seguinte discurso.)- Sr. Presideqt.e, Srs. Senadores: ria esperar. Ele se transformou em verdadeiro patriarca Estado. Constituiu uma equipe 'moderada e só colocou
Espera-se que uma das primeiras preocupações da da Nova República. como seus- objetivos aqueles que pareciam realizáveis.
Nova República se configure nó reexame da atual Lei Tancredo não .tinha nada de líder carismático. Era um Nada de facilidades, nada d$ promessas quimêricas.
Orgânica da Previdência Social, votada sob severa vigi· democrata e um moderado. Democrata e moderado con~ Tancredo, eleito, se dedicou à tarefa de fazer uma
, lância do Executivo, rejeitada a quase totalidade das segUente. Fói isto que permitiu que ele se transformasse composição das forças que o haviam apoiado na consti-
emendas apresentadas por Deputados e Senadores. no pólo aglutinador de "nossas forças poHticas. Tendo se tuição de seu governo. Não era fáciL As forças eram por
A legislação previdenciária brasileira c;ontinua cheia mantido todo o período do autoritarismo em posição demais diversas. Deu uma verdadeira lição de habilidade
de incongruências. Assim é que Um contribuinte da pre- conseqtiente de defesa da democracia, nunca adotou o política. Fez mais: não deixou estas forças órfãs de orien-
vidência social, feitas todas as contribuições legais e atin- tom do radicalismo. Não conciliando com O estado auto- tação. Elaborou as diretrizes gerais de seu governo. Jâ
gida a aposentadoria, verifica que--s-ua inatividade não se ritário e não se deixando ,levar por radicais, Tancredo se hospitalizado, Súney leu suas diretrizes em reunião de
encontra firianceiramente assistida. Pelo sistema inade- transfo.rmou em confiável para toda a nossa sociedade. miriiSiério. Elas correspondiam às aspirações da Nação.
quado de retribuição, o que passa a receber, como inati- No momento em que se esperava a transição, Tancre- Garantiam mudanças e asseguravam a ordem.
vo, não tem o mesmo poder aquisitivo do salário perce- do apareceu como uma solução confiável para todos. Ele
No momento em que seu vice tomava posse já se ini-
bido na atividade. possuía as rilotívações necesSárias para as mudanças que
c.iara o Calvário que o País assistiu estupefato e condoí-
Diante disso, procura novo emprego; tenta vencer as se impunham e o equilíbrio para evitar aventuras. Num
do. Tancredo foi hospitalizado e passou a sofrer inter-
imensas dific<:uldades impostas aos idosos no mercado de quadro político aparentemente marcado para que a si~
venções sucessivas. Resistiu heróicamente. Seu sentido
trabalho, e só muito raramente obtêm êxito nessa busca, tuacão fosse vitoriosa~ Tancredo, governador de minas>
de dever para com o Estado e com o povo que dirigiria
podendo, quando lhe pareça abandonar, definitivamen- apareceU: como o recurso capaz de unir todos os que que-
lht! davan;J. forças que pared"a.m sobre-humanas. su·a dor
te., a atividade, receber, sob a forma de pecúlio, com ju- riam mudanças. Era aceitável para os que tinham lutado
foi partilhadã pór todos. Sua dor soldou ainda mais a
ros e correção.monetária, o-que descontou no novo em- pelas diretas, era confiável para aqueles que os tempos ti~
Nação em torno de seu nome. Seus sofrimentos, suare-
prego. nham vindo para uma democracia plena.
sistência e seu desejo de viver para servir a Nação foram
Numerosos são os equívocos que aconselham total re- Tendo imposto sua liderança dentro de seu próprio
visão do sistema de benefícios da Previdência Social, a exemplares.
pãrtido, Tancredo aparecia como uma resei'Va da Nação,
Tancredo se fol. Em sua idade e com as complicações
fim de que todos os trabalhadores que descontem para o Participou mais que os demais da campanha pelas dire-.
que afetaram sua saúde não pôde continuar entre nós.
INPS tenham igual tratamento, sem indagar-se da sua tas, imobilizando os que pretendiam apresentá-lo como
Não pôde fazer o que todo o povo desejava, dirigir-nos
procedência e que ninguêm ganhe, na inatividade, menos um imol:!ilista. Colocando o respeito pela autÕridade do
no caminho da democracia e da recuperação económica,
do que percebia na atividade. Isso evitará a senescência Estado em primeiro plano- reverenciando o presidente
na via da superação das injustiças sociais e das desigual-
dos quadros' trabalhistas, possibilitando que a cada ano João Figueiredo como a encarnação da autoridade -
dades regionais. Sua falta será enorme. Sem ele teremos
milhões de jovens ingressem no 'mercado de trabalho. Tãricredo mostrava aos temerosos de aventuras que ele
de fazer o mesmo caminho que nos traçara e, seguramen-
Era o que tinhamos a dizer, Sr. Presidente. (Muito representaria a ordem. Mudanças era seu lema, e o afir~
te com maiores dificuldades. Teremos, entretanto, de
bem!) mava com força, mas ele deixava claro que não, permiti~
realiz.ar o que planejara para o Brasil. Ele nos deu os ins-
ria aventuras jamais.
-%SR. ~~E&DENTE-(Paosos Pêrto)- Concedo a tru_ll}~f!~'?~ p~ra_ _qu~ ~t9__ [o~-~~ _po~~!~el.
palavra ao último orador ioscdto, Senador GilstãO -. o;;se_~h~-~-dO u~ perfil d~ estadista muitos pensa~am A Aliança que compôs, a Aliailça -ue-ffiQ(;f-,üiC3.-.--ê-·o
Miiller. que Tancredo arrisCava perder prestígio popular. Seu ta- instrumento principal para q·ue isto seja possível. Mais
lento foi o de corresponder ao desejo da população. ainda, dentro da Afiança, Tancredo estabeleceu um
O SR. GASTÃO MÜLLER (PMDB- MT. Pronun- Hº-uve como que uma coincidência, destas raras na bis~ equilíbrio de forças, Ele colo_cou o eixo de seu governo
, cia o seguinte discurso.)- Sr. P'residente, Srs. Senado- tór}a, entre _a imagem de Tancredo e_ uma aspiração de assentado nas forças moderadas, mas sem excluir quem
res: nosscf povo. Pedia-se- seriedade, honestidade e franqueza quer que seja. Preocupado com as reformas que prome-
Os jornais brasileiros, de um modo geral, vêm publi- e Tancredo tinha tudo isto a oferecer. tera ao povo colocou em postos-chave de seu governo
cando vários artigos editoriais pelos quais analisam o Moderado, tendo imposto a seu próprio partido a he- políticos sensíveis às aspirações populares. Sua arquite-
que representou a vida e a morte de Tancte-do Neves gemonia de seu grupo, Tancredo era merecedor da con~ tura política tem de ser respeitada.
para o Brasil. fiança dos que, dentro do situacionismo, julgavam que o Taocredo_ não está mais entre nós, mas nos deixou um
Quase todos tem o títulQ, "O Legado de Tancredo", período de autoritarísmo já Se Prolongara· demais. Foi legado que tem de ser respeitado. Seguir suas diretrizes ê
Por exemplo, o o Jornal de Brasília, hã poucos dias, sob a é&ide de Tancredo que se fez a Aliança Democráti- obrigação de todos os políticos responsáveis que forain
publicou um ma.gistral artigo, representando o pensa- ca. Outro político não teria sido capaz de unificar forcaS por ele comandados. Não ê concebível que o jogo de in-
mento dQ...Jornal", que merece a transCrição, pois, nesse que se dígladiavam até às vêsperas. teresses, natural na vida democrática, suplante a dedi-
editorial, faz-se com absoluta correção o que foi e o que Antes de marchar para a formação da Aliança, Tan~ cação às tarefas do Estado. A ausência de Tancredo serâ
será, na História do Brasil, a vida, a obra e ação polítiCa credo teve de unificar seu próprío partido. Sua prover~ apenas física. O povo que o ·amou, que sofreu seu cal-
de TANCREDO NEVES. . bial habilidade o credenciou para esta tarefa: Adver~ vário, o terá como paradigma do político respeitável. Se-
.. Leio Sr. PreSidente. · sários irmãos o aceitaram depois de certa resistência. rá, -este povo, juíz severo de quantos se aventurem a colo-
0878 Terça-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abril de 1985.

car em risco a obra que o presidente Tancredo traçou Nada mais havendo a tratar, vou encerrar a presente de 1962, que dispõe sobre a profissão de bibliotecário, e.
para o BrasiL Se aqueles que chegaram ao poder com sessão, d~signando, para a extraordinária das 18 botas e dá outras providências. ·
Tancredo se afastarem de suas diretnzes, se ousarem 30 minutos, anteriorl?ente convoc;ada, a seguinte
afastar-se _de sua moderação e seriedade o povo saberá -2-
puni-los com o repúdio que a demoáacia permite.
DiscUssãO, ein turno 11nico, da redação final (oferecida
ORDEM DO DIA pela Comissão de Redação em seu Parecer n9 34, de
Tancredo se foi, mas através de sua obra continua a
19~_5), do PrOjeto de DecrCto Legislativo n9 22, de -1982,
nos guiaÍ'. de autoria do. Senador Passos Pôrto, que dispõe sobre o
-I- pecúlio parlamentar.
Era o que tinha a dizer. (Muito beml) Discussão', em turno únicO, da redação final (oferecida
pela Comissão de Redação em seu Parecer n"' 32, de O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- Está encerra-
1985) da Emenda do Senado ao Projeto de Lei da Câma- da a sessão.
O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- Não há maiS ra n\'1 22, de 1"980 (n.,. 147/79, na Casa de origem), que dá
oradores inscritos. · nova redação ao artigo 39 da Lei n9 4.084, de30dejunho _(Levanta-se a sessão às J7 horas e 45- minutos.)·

Ata da 54tt Sessão, em 29 de abril de 1985


3~ Sessão Legislativa Ordinária, da 4 7ª Legislatura
- EXTRAORDINÁRIA -
Presidência do Sr. Passos Pôrto,
ÀS 18 HORAS E 30 MINUTOS, ACHAMCSE l'RE- ~ da Receita Federal, poderão ser aproveitados, me- § I"' O servidor serâ localizado na referência de valor
SENTES OS SRS. SENADQRES: - diante pi-acesso seletivo, que cOnstará de treinamen- igual ou superior mãis próximo ao daquele ein que se en~
to e provas, em até 1/3 (um terço) dos cargos de centrar na data da publicação do ato que efetivar o, pro--
Jorge Kalume- Altevir Leal- Mário Maia- Euni- cada classe criados para a Categoria Funcional de vimento.
ce Michiles - Fábio Lucena - RainiÜndo Parente - Técnico· de Ativídades Tributárias." § 2"' O provimento d~ que trata este artigo será efetí-
Claudio no r Roriz- Odacir Soares-'-" Hélio Gueiros- Art. 29 Esta Lei entrará em v!gor na data de sua vado exclusivamente no regime e.statutârio.
Alexandre Costa- Américo de Souza- Alberto Silva publicação, revogadas as disposições em contrário. § 39 Ficarâ, autorí1atícamente, reduzida a lotação de
-o Helvídio Nunes -·João Lobo - Cesar Cais - Agente Administrativo do Miriistêrio da Fazenda, na
Virgílio Távora- Carlos Alberto - Moacyr Duarte- Justificaçilo . mesma proporção do número de Agentes aproveitados
Martins Filho - Humberto Lucena - Marcondes Ga- na Categeria de Técnico de Atívidades Tributârias.
delha - Milton Ca·bral- Cid Sampaio- Nivaldo Ma- O presente projeto tem por objetivo dar oportunidade
chado - Guilherme P~meira - Carlos Lyra - Luiz de aproveitamento da Categoria Funcional de Técnico
Cavalcante- Albano Franco - Lourival Baptista - de Atividade Tributária do Ministério da Fazenda (Se·
Passos Pôrto -:- Jutahy Magalhães - Lomanto Júnior cretaria da Receita Federal), aos servidores do Serviço {Às Comissões d_e Constituição e Justiça, de Ser-
- Luiz Viana:..._ Joã.o Calmon- José Ignâcio Ferreira Federal de Processamento de Dados - SERPRO, que, viço Público Civil e de FinanÇas.)
- Moacyr Dali a --:- Nelson Carneiro -:- Itamar Franco há cerca de dez anos vêm prestando serviços técriicÕs de
O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto) - O projeto
- Murilo Badaró - Alfredo Campos - Fernando computação e processamento de dados, nas Unidades da
lido será publicado e remetido às comissões competen-
Henrique Cardoso - Heniique Santillo - Mauro Bor- Secretaria da Receita Federal, em ·igualdade de coo~
tes.
ges- Gastão Miílfer- José Fragelli- Marcelo Miran- dições com os funcionários públicos que exercem ativi- ·
Sobre a mesa, requerimento cuja leitura será feita pelo
da -Saldanha Derzi - Elléas Faria -Jorge Bornhau- dades da mesma natureza. ·
Sr. }9-Secretário.
sen - Lenoir Vargas- Carlos Chiareíli- Alcides Sal- Como se Observa, o art. 39 da Lei n9 7.025,_de 8 de se-
danha - Octávio Cardoso. tembro de 1982 Contempla benefício de aproveitamento -É lido o seguinte
na aludida Categoria Funcional aos servidores públicos,
O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- A lista dé pre- deiXando d~ lado, pela omissão, os servidores do SER- REQUERIMENTO N• 91, DE 1985
sença acusa o comparecimento de 53 Srs. -senaaores:Ba- PRO, em flagr~nte inobservância ao prin~ípio constitu-
vendo número regimental, declaro abi:rta a-sessão. cional da isonomia. Requeremos urgência, nos termos do art. 371, alínea
Sob a -Piote.cão de De-us iniciamos nossos trabalhos. Entendemos, pois, de inteira justiça, a proposta, razão ..b ", do Regimento Interno, para o Projeto de Lei do Se--
Sobre a mesa. projeto de lei que vai ser lidO Pelo Sr. 19- · que nos leva a sUbmetê-la ao elevado exa.me do Sen~do nad0--n9 14, de \985-Complementãr:
Se_cretário. Federal. · Sál"S." diiS SeSSões, 29 de abril de 1985.- Humberto Lu-
Sala da Sessões, 29 de abril de 1~85.- Lenoir Vargas. cena- Líder do PMDB -Jorge Kaiume- Lider do
E lido o seguinte PDS

PROJETO DE LEI DO SENADO LEGISLAÇÃO CITADA O SR. PRESID.ENTE (Passos Pôrto) - O requeri-
N• 80, DE 1985 LEI N• 7.025, DE 8 DE SETEMBRO DE 1982 nienfo-lido seiâ votado após a Ordem do Dia.

Dá nova redaçio ao artigo 39 da Lei""' 7.025, de 8 · flxa os valores de retribuição da Categoria Fun~ O Sr. Fábio Lucena- Sr. Presidente, peÇo a palavra
de setembro de 1982. cional de TéCnico de Atividades Tributárias, do como Líder do PMDB.
Grupo--Tíibutaçio, Arrecadação e Fiscalização, códi-
O COngresso Nacional decreta; go TAF - 600, e dá outras Providências. O SR. PRESIDENTE (Passos Pô.lto)- Concedo ~
Art. J9 O Artigo 39, da Lei n9 7.025, de 8 de se- palavra ao nobre .Senador Fábio Lucena, ·que falará
tembro de 1982, passa a vigorar.corà a seguinte redaçãq~ comOLídei" do-PMDB.

. ••Art. 3'i' Os atuais ocupanteS" de ca:rgoS·et'etivOs Art. _39 Os atuais ocupantes de cargos efetivos ou O SR- FÁBIO LUCENA (PMDB - AM. Como
ou empregos permanentes de Agente Administrati- empregos permanentes de Agente Administrativo que, Líder, prOnuncia o seguinte discurso. Sem revisão do
vo que, em 31 de dezembro de 1981, exerciam atri-- em 31 de dezembro de 1981, exerciani atribuições de orador.) -Sr. Presidente, Srs. Semidore~:
buições de apoio operacional às atividades de com- apoio operacional às atividades de ~ompetência específi- Todos aqui conhecem a extraordinária dedicação que
petência do Ministério da Fazenda, e os servidores ca do Ministério da Fazenda poderã9 ser aproveitados, não apenas é prodUto da minha formação, mas que i:
do Serviço Federal de Processamento de Dados - mediant.e processo seletivo, qu_e coD.stará de treinamento cQllSeqtlência de solenes deVeres q1,1e assumi perante o
SER PRO, que, cm igual data, exerciam o cargo de e provas, em até 1/3 (um terço) dos cargos de cada classe povo do meu Estado, todos conhecem minha dedicação,
Auxiliar de Codificação e Preparo de Docunientos e criados para a Categoria Funcional de Técnico de Ativi- por vezes atê extremada, ao Governador do Amazonas,
que se.encontram a serviço dos órgãos da Secretatia dades Tributárias. ~rOfessor Gilberto Mestrinho de Medeiros Raposo.
Abril de 1985 DiÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçi\o 11) Terça-feira 30 0879

Mas, Sr. Presidente, diante do que aconteceu hoje na Justiça., a fim de que S. Ex• determine as indispensáveis centrar um modus viveridi, 'Uma soluçã.o para a grave
cidade de Ma naus, não poderia, sob pena de desonrar o sindicâncias para apu.ar, na órbita do Ministério Públi- questão salarial levantada pelos professores do Estado
mandato que a tão duras penas conquistei, deixar de co- co Federal, a responsabilidade de autoridades constituí- do Amazonas. Nesta denúncia formulada por V. Ex• e
municar ao_ Senado F~d_eral os deplorâveiS: acontecimen- das do meu E_sta-cl.o, diante de incidentes tão graves e de que vai a nível legal institucionalizar, levando aos Minis-
tos que tiveram por cena a cidade de Ma naus, capital do crimes tão tenebrosos. Formalizarei, Sr. ·Presidente, a tros do Exército e da Justiça, V. Ex' também ressalta o
meu Estado, acontecimentos decorrentes de expressa or- mais veemente denúncia aO Senhor Presidente da Re- clima d'e absoluta ilegalidade em que vivem as insti-
dem do Sr. Governador Gilberto Mestrinho. Quero crer, pública, Senador José Sarney, dando conta a Sua Exce- tuições do. Estado do Amazonas, com a convivência de
Sr. Presidente, Srs. Senadores, que atê a KGB ou aGes~ lêÕcia de que, no AmazQnas, os carrascos da violência, práticas consideradas, no nosso Código, de contra-
tapo, se recuperadas fossem, se recusariam a fazer o que não digo que sobrevivam, porque nos meus tempos de venção penal, que é o jogo, ass_ociado ao próprio lenocí-
hoje fez em Manaus a Políçia Militar do meu Estado oposiciq_nistil, pelo_ menos, nã_o e;~d~tiam, os carr3:scos da nio no Estado do Amazonas. O Senado deve observar
cumprindo expressa· determinação do Governador Gil- violência vênl de ser ali instituíCfõs pelo Governador Gil-, muito bem o alto teor de gravidade da denúncia formu-
berto Mestrinho. A entidade representativa dos profes- berto Mestrinho. lada por V. Ex' Deve tê-la como advertência das mais
sores do !<?e 2~ graus pediram uma audiência ao Gover- Sr. PieSidente, r'iãó-apenaS sob o penhor de minha graves, deve tê-la como__advertência a ser considerada
nador Gilberto Mestrinho, na última quinta-feira, para honra, mas pelo Cristo que abençoa o dossel do plenário porque, inclusive, repito, V. Ex' disse ter tentado, de to-
tratar com S. Ex' da questão salarial dos professores do do SenadO- Federal e pela imagem de Rui Barbosa, pa- dos os modos, evitar que o Governo_do Estado do Ama-
meu Estado. O Governador disse que não poderia rece~ trono d~te Poder, que a nós todos _n_os protegem, como zonas agredisse, pisoteasse, violentasse as classes traba-
ber a Associacão dos Profess_ores porque o Estado do defensores maiores _das garantias do homem e do cida- lhadoras daquele Estado, notadamente, inclusive, os jor-
Amazonas não está em condições de pagar além do que dà_a, defensores sobretudo do direito da liberdade~ da nalistas q'ue~ no meio dos estudantes e dos professores,
jã vem pagando aos professores amazonenses. Atê aí, Sr. justiça, eu quero jurar a V. Ex', Sr. Presidente, fazer a também foram agredidos pela Polícia Militar. De modo
Presidente, não entro no mérito da questão. Os profeSso- mais feroz oposição que o Governo ~aquele EStado. tal- que, receba V. Ex', eminente Senador Fábio Lucena,
res insistiram, o Governador, pelos meios de comuni- vez, não possa nem sequer imaginar que exista neste nosSa solidariedade, porque acontecimento como esse,
cação social, afirmou peremptoriamente que -se os pro- mundo, porque foi à custa do povo que hoje ele manda raramente visto no Norte do País, exceto no Estado do
fessores fossem ao Palácio Rio Negro, sede do Governo, espancar, do povo humilde, cujo crime consiste em pedir Pará, quando das eleições, onde o povo foi agredido pela
eles, professores, seriam recebidos pela PoHcia Militar melhorias Salariais, foi à custa desse povo que ele chegou Polícia Militar do governo do Estado. Exceto aquele
do Estadd do Amazonas. ao poder. acontecimento, ainda na época pré-eleitoral, o Norte do
Fui chamado a Manaus, às pressas, Sr. Presidente, e Nesta oportunidade, quero comunicar ao Senado que Brasil não tem sido palco, nestes últimos vinte anoS, de
tentei, por todos os modos a meu alcance, evitar que a o único Estado onde existem casSinos funcionando, avil~ fatos desse tipo. portanto, ~eceba V. Ex', neste momen-
violência fosse consumada. tando a dignidade da sociedade, da Constituição, da lei, to, nossa solidariedade, pretendendo que o Senado Fede-
Formulei um apelo público ao Governador, da justiça, esses cassinos, Sr. Presidente, são exatamente ral tambép1 tome conhecimento, porque V. Ex• esteve fi-
concitando-o a adotar o diálogo, dizendo-lhe, claramen- maRtidos por familiares, por irmãos do Governador do sicamente participando de entendimentos que termina-
te, que se o Estado não poderia pagar os professores que Estado do Amazonas ... ram por não acOntecer e que redundaram, exatamente,
esse argumento deveria ser recitado pelo Governador à- O Sr. Octávio Cardoso - Permite V. Ex' um aparte? pela omissão das autoridades federais, nessa violência
quela classe. Exortando, suplicando, implorando, pedin- que o Governo dO AmaZonas comete contra os professo-
do e clamando ao Governador amazonense que se recu- O SR. FÁBIO LUCENA- Eu não pedi a guerra, eu res, os estudantes e os jornalistas daquele Estado.
~sse a usar a Polícia Militar, porque não foi para conti- ponderei, eu suportei, às vezes, tudo, no mais amargura-
nuar com instrumentos de força e de repressão que nós do silêncio, mas sempre confidenciando a alguris Sena- O SR. FÁBIO LUCENA- Agradeço a manifestaçã.o
do PM D B, em memorável campanha, conquistamos o dores, aos quais eu os fiz não apenas meus amiios, mas de V. Ex•
Governo amazonense, a cadeira no Senado Federal e a meus confessores, confidenciando-lhes que um dia eu Sr. Presidente, peço permissão para ouvir o aparte do
metade das cadeiras na Câmara doE Deputados. não poderia mais suportar que um homem que tenha Senador Octávio Cardoso.
Não adiantaram os apelos, Sr. Presidente. Hoje, às sido banido pelo arbítrio da vida pública e que voltou ao
nove horas da manhã, a cidade de Manaus amanheceu Amazonas embalado por tantas esperanças, hoje, recor- O Sr. Octávio Cardoso- Nobre Senador Fábio Luce-
tomada pela Polícia Militar do EStado. Soldados arma- ra à força bruta para, impunemente, açoitar o povo, tri- na, quero parabenizar-v. Ex• Pela- coragem, pela inde-
dos de metralhadoras, de cassetetes, com canhões colo- pudiar sobre a consciência moral e sobre a segurança pendência e pela autenticidade. Coragem porque V. Ex•
cados nas amuradas do Palácio do Governo, estavam à física não apenas de professores, mas de membros humil- sabe que o GQverno que espanca o povo na rua, poderá
espera da comitiva professoral. Com o correr do dia, a des, os mais humildes, porém honrados, da sociedade também cometer violência contra V. Ex•, e V. Ex' arros-
massa de professores foi-se avolumando. Para espanto e amazonense. ta ess~ perigo; independência, Porque, sendo do PMDB
ÜJ.dignação minha, Sr. Presidente, que passei a tarde in- V. Ex' não titubeia em criticar os atOs-censuráveis de um
O Sr. Odacir Soares- Permite V. Ex' um aparte? correfigionário de V. Ex•: e autendicidadeporque V. Ex•
teira neste plenário, em absoluto silêncio, com o pensa-
mento sintonizado com o coração do pov_o _que aqui re- O SR. FÁBIO LUCENA- Ouço V. Ex', Sr. Senador se revela um representante do povo, acima de tudo, com~
presento, para espanto e indignação minha a cidade de Odacir Soares. prometido com as aspirações, os direitos e as garantias
Ma naus hoje foi vitimada pelas piores cenas de violência individuais. V. Ex' se revela, por isso, como já o fez in-ú-
policial de que não se tem notícia na história do meu Es- O Sr. O_d_acir Soares- A denúncia que y. Ex•, neste meras vezes, nesta Casa, um autêntico representante do
tado. O cassetete e a sua ladainha de violêricia não desce- momento, formula a esta Casa é da maior gravidade, povo amazonense, que merece nossa homenagem e nos-
ram apenas contra os professores que, ordeiramente, não apenas pelas suas vítimas, isto ê, os estudantes, Os so respeito. V. Ex• certamente não estará sozinho nessa
tentaram aproximar-se do Palácio do Governo; o casse- professores e a própria população do Estado dQAmazo- luta.
tete, o açoite e o látego desceram sobre jornalistas, sobre nas, como, sobretudo, pel~ fll:~o de estar send9 formula-
estudantes, sobre o povo curioso que, enfim, se aglome- da, neste instante, pelo LídeT do PMD B nesta Casa. Afo- O SR. FÁBIO LUCENA - Agradeço as gentis pala-
rou por entre as ruas para saber que maldição havia re- ra isso, hã de se considerar que a denúncia parte de um vras de solidariedade de V. Ex'", eminente Senador pelo
caído sobre o meu sofrído Estado. homem com um passado de lutas, com um passado de Rio Grande do Sul, que, por trazerem sua indispensável
Assim, Sr. Presidente, não seria eu, que passei metade combatividade, com um passado de absoluta isenção e e comovente Solidariedade, demonstram ser preciso ficar
da minha vida combatendo regimes de força, que viria de coragem, que é exatamente o passado de V. Ex• Até de pé, vigilante, atento, de atalaia, para que regimes de
hoje, da mais alta tribuna do Parlamentº Nacional, com- porque V. Ex', no Amazonas, faz parte do Partido do terror iguais, hoje, ao do Amazonas, não sejam exporta~
pactuar com atitudes tão deploráveis e tão condenáveis. Movimento DemocrátiCo Brasileiro, ao qual está iD.te- dos para o Estado de V. Ex' e para os dos Srs. outros Se-
E devo afirmar, a bem da verdade, que, ao longo dos 18 grado o Go_vernador Gilberto Mestrinho. · nadores.
anos que se seguiram aos governos militares, iniciados Por isso, a denúncia que V. Ex• formula nesta tarde,
O Sr. Hélio Gueiros - Permite V. Ex• um aparte?
em 1964, eu nunca vi, nunca tive n-Otícia o li informação no p lenãrio do Senado Federal, reveste-se da maior gra-
de que, no meu Estado, no Amazonas, os chamados go- vidade. V. Ext, disse-o bem, tentou por todos os modos O SR. FÁBIO LUCENA - Ouço V. Ex•, eminente
vernantes, que eram nomeados pela Revolução, houves- intermediar as reivindicações dos__ professores junto ao Senador Hélio Gueiros.
sem recorrido a métodos tão bárbaros, tão diabólicos e Governador Gilberto Mestrinho.
tão criminosos, que h9je desacreditam completamente o Esteve no Amazonas com esse objetivo, esteve no O Sr. Hélio Gueiros- Nobre Senador Fábio Lucena,
Governo do Amazonas ~erante o povo amazonense e pe- Amazonas, pretendendo encontrar uma solução· que minha intervenção não diz respeito ao veemente discurso
rante a República brasileira. compusessl?. os interesses do Estado e daqueles que rei- de V. Ex• com relação a fatos acontecidos no Estado do
Sr. Presidente, formalizarei amanhã expressa denüncia vindicavam Jl!elhoria salarial, como estã ocorrendo, nes- Amazonas e aqui relatados, com- condenação, por V. Ex-'
ao Sr. M:ioistro do ExércitO; a Quem, em última instância te instante, em todo o Brasil. Entretanto, a disposição de Apenas quero me referir ao aparte do ilustre Senador
constitucional, a Polícia Militar está s_ubordinada, for- V. Ex' foi permanentemente negada pelo próprio Gover- Odacyr Soares, quando S. Ex' disse que o meu_ Estado do
malizarei a competente representação ao Sr. Ministro da nador do Estado que, inClusive, não se interessou em en- Parã foi a ex.cessão na campanha eleitoral, quand~ a
0880 Terça-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAC(SeÇão H) Abril de 1985

Polícia Militar agredíu-,---'rez-e acOltiCceu.- Qúefo dizer que rua, para o ano, vai bater dolorosamente no dorso obje- Redação final da emenda do Senado ao Projeto de
isso é uma fantasia de S. Ex' Não vou dizer alucinação to dos que hoje o açoitam com o látego mais implacável Lei da Câmara ql' 22, de 1980 (o~' 147j79, na Casa de
porque S. Ex~ absolutamen~e não pode ter chegado a que existe na sociedade, que ê o láté:go do voto, deposita- origem), que dá. nova .redaçio ao art. 3.,. da Lei nY
esse ponto mas é totalmente fantasiosa a Versão de que do em urna livre, para derrotar, sobretudo, governo fas-- 4.084, de 30 de junbo de 1962, que dispõe sobre a pro-
houve ~pancaméhto de populares, do povo no meu Es-- cista como o do meu estado. F'JSsio de Bibliotecá.rio, e dá. outras providências.
tado, no meu Pará. Não houve coisa alguma dessa natu-
reza Na campanha eleitoral tudo transcorreu na maior O Sr. Martins Filho - Permite-me V. Ex' um aparte? EMENDA N• I
calma, na maior tranqüilidade. Isso de acontecer aqui e (Correspondente à Emenda nY JwCCJ)
O SR. FÁBIO LUCENA - Sr. Presidente, V. Ex•
ali uma arenga, uma discordância, é natural, acontece
com a sua tolerância eminentemente sergipana, permita- Suprima-se, no art. _29 do Projeto, a expressão:
em jogo de futebol, acontece em carnaval, acontece em
me ouvir o aparte do eminente Senador Martins FilhO. .. por mais de 5 {cinco) anos ... "
toda parte onde hã aglomeração humana, pode, de vez
em quando, existir um ligeiro distú.rbio,"nias nãO agres- O SR. PRESIDENTE (Passos Põrto)- A tolerância O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- Item Z:
são indiscriminada ao pOvO do Parâ. Quero dizer que é ê do Congresso.
totalmente fantasiosa essa versão, embora, aqui e ali, Discussão, em turno único, da redação final (ofe-
haja interessados em denegrir a imagem de govern-os le- O SR_- MARTINS FILHO - Nobre Senador Fábio recida pela Comissão de Redação em seu parecer fil'
gitimamente eleitos pelo povo, como o fo_ram os eleitos Lucena, ouço, com profunda e inconsolável tristeza, a 34, de I 985), do Projeto de Decreto Legislativo n9
pelo povo em 1982... notícia da violência que estâ sendo praticada tambêm no 2-2, de 1.982, de autoria do Senador Passos Pôrto,
Estado do Amazonas contra humildes professores. Pen- que dispõe sObre o pecúlio parlamentar.
O Sr. OâaCyr -Soafes- Amazonas também, não é? sava eu que a força fosse o direito privilegiado e escolhi- Em discussão. (Pausa.)
do somente pelo governo do meu Estado, o Rio Grande Não havendo quem peça a palavra, encerro a discus-
O Sr. Hélio Gueiros- ••. e assim divulguem coisas ab- do Norte. Mas ouço o pronunciamento de V. Ex!, e to· são.
solutamente faniãsiosas. Era só o i'eparo que desejava fa-
dos comprovamos que aquele Estado, governado pelo Encerrada a discussão, a redação final é considerada
zer.
nosso companheiro de partido, tambêm usa desse expe- definitivamente aprovada, nos termos do art. 359 do Re-
O Sr. Odacyr Soares- Senador Fábio Lucena, queriã diente para silenciar, para apagar os clamores dos pro- .gimento Inte-rno.
dizer a V. Ex• que quem fez este registro não fui eu, foi a fessores que lutam por melhores salários. Fatos como· es- A matéria vai à Câmara dos Deputados.
revista Veja, o Jornal do Brasil, O Globo, O Estado de S. ses devem receber, como estão recebendo, nossa veemen- É a seguinte a redação final aprovada
Paulo, A Folha de S. Paulo, foram esses orgãos da nossa te repulsa e nosso protesto. Eram essas as palavras que
eu· gostaria de dizer. Redaçào fmal do Projeto de Decreto Legislativo nt
imprens::t que- registraram as violências come"tidas pela
22, de 1982. Dispõe sobre o pecúlio parlamentar.
Policia Militar do Pará contra manifestantes, quando da
O SR. FÁBIO LUCENA- Agradeço a manifestação
ocorrência do comido do então carididato Tancrédo
Neves à PreSidência da -RepÓ.blica, inclusive prendeu
de- V-.- -Ex;, ·n-o-bre-Senador -MartimrFiillo;-- --e Congresso_Naciõnai decreta:
Sr. Presidente, agradecendo a tolerância de V, Ex.' Art. 1"' Aos beneficiários do parlamentar falecido
quase todo o PC do B e o PCB, só porque estavam por- no exercício do mandato, bem assim àquele que for afas-
quero afirmar que num estado de direito como o que es-
tanto umas modestas e simples bandeiras vermelhas. tado do mandato em conseqUência de suspensão legal e
tamos vivendo ê constitucionalmente possível a figura da
intervenção federal, e é por essa figura, ao lado da defesa definitiva, invalidei decorrente de alienação mental ou
O Sr. Henrique Santillo- Permite V. Ex' um aparte?
do meu povo, que passarei a lutar, inclusive, doravante doença infecto-contagiosa, o Instituto de Previdência
aqui no Senado Federal. dos Congressistas (IPC) pagarâ um pecúlio formado
O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto. Fazendo soat a
Muito obrigado, (Muito bem!) pelo desconto de duas diárias de cada membro do Con-
campainha) - Gostaria apenas de pedir a V. Ex' que
gresso Nacional.
não concedesse mais partes, pois temos uma sessão do _
§ I 9 O desconto a que se refere este artigo será efe-
Congresso marcada para as 19 horas.
tuado na folha de pagamento seguinte à ocorrência que
O SR. FABIO LUCENA- Sr. Presidente, peço ape- deu origem ao beneficio.
nas a V. Ex~ para concluir meu pensamento e conceder O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrt_o)- A Presidência § 29 H <i vendo mais de uma ocorrência, far-se-ão os
um pequeno aparte ao Senador Henrique Santiiio. comunica ao Plenário que determinou .seja retirado de deScontOs riõS -meseS subseqUentes.
Faço, então, Sr. Presidente, apenas uma rápida colo- tramitação o Projeto de Lei do Senado nl' 267, de 1984, Art. 29 Os ex-parlamentares, pensionistas do IPC,
caçã.o ao Senador Hélio Gueiros. Lembro-me, -apenas, lido em 5 de dezembro do ano findo e que constituí ante- poderão participar do pecútio por morte, em favor de
eminente Senador, de uma violência cometida no Estado prOjeto de autoria da Comissão Parlamentar de Inquéri- se-us bendiciârlos, desde que estejam em pleno gozo da
de V. Ex•, que foi quando o governador de seu Estado, tõ-criada Pela ResOlução nl' I, de 1983, que investigava pensão e esta comporte o valor do desconto a que se refe-
em 1966, mandou metralhar, na porta da Prefeitura de os problemas vinculados ao aumento populacional bra- re o artigo aaterior.
Santarém, o saudoso Brigadeiro Harotdo Veloso. Dessa Sileiro. O referido anteprojeto, de acordo com o art. 21' § J<;o Aos segurados que se enquadrem no disposto
violência eu me recordo. E, por sinal, o Brigadeiro Velo- da Resolução que consubstan~ia as conclusões daquela neste" artigo é concedido o prazo de 6 (seis) meses, a par-
so morreu em conseqfiéncia desse metralhamento. C_P_l, será encaminhado à Pres_idência da República para tir da vígêricia deste decreto, para formular opção, por
Ouço V. Ex•, eminente Senador Henrique Santillo. que esta possa sübmeter seus princípios ao Congress-o escrito, manifestando sua adesão ao pecúlio por morte, e
Nacional. os futuros pertsionistas diverão optar na mesma data em
O Sr. Henrique Santlllo- Receba V. Ex•, por favor, que se habilitarem à pemão.
minha solidariedade, no momento em que manifesta sua ~SR: PR_ESIDENTE (Passo,~ Pôrto) - Passa-se à § 2"' O des_conto, de valor equivalente ao referido no
indignação e sua veemente oposição aos fatos hoje ocor- artigo ânterior, será feito em folha de pagamento de pen-
ORDEM DO DIA sões, nas mesmas condições estabelecidas em seus pará-
ridos na capital do seu Estado, com relação às violências
policiais cometidas contra professores índefesos. Certa~ grafos.
Item 1:
mente, tem V. Ex' o apoio integral da bancada do Art. 39 Os parlamentares em exercício ficam obriga-
PMDB. Discussão, em turno único, da redação final (ofe- dos ao descontO de duas diárias cada vez que ocorrer o
recida pela Comissão de Redação em seu Parecer nl' falecimento de pensionista optante.
O SR. FÁBIO LUCENA- Muito obrigado, Senador Art. 49 Dos pecúlios, de que trata este Decreto Le-
32,_de_l9?5) da emenda do Senado,ao Projeto de Lei
Henrique Santillo. gislativo, serão deduzidos 10% (di:z po-r-cento), em favor
da Câmara n9 22, de 1980 (n~' 147/79, na Casa de
Sr. Presidente, concluindo, quero chamar a atenção do do Fundo Assistencial do IPC, como taxa de adminis-
origem), que dá nova redação ao artigo 39- da Lei n"'
Partido da Frente Liberal, aqui, no Senado da Repúbli- tração.
4.084, de 30 de junho de 1962, que dispõe sobre a
ca, chamar a atenção do PFL para a seguinte_ colocação Art. 5"' Este Decreto Legislativo entra em vigor na
profissão de Bibliotecário e dá outras providências.
que Vou filzer, e chamar a atenção dos Srs. Senadores data de sua publicação.
que eram considerados...malufistas", assim como outJ'OS Em discussão. (Pausa.) ArL 6o:> São revogados os Decretos Legislativos nYs
eram considerados, .. tancredistas". 96, de 14 de novembro de 1975, e 29, de li de agosto de
O PFL está sendo fundado no Amazonas, n:ão como Não havendo quem peça a palavra, encerro a discus- 1981. e dcmaís disposições em contrârio.
segmento do PFL nacional, mas como cauda dOs esganá- são.
res ditatorialescos e-polícialescos que serão enfrentados e- Encerrada a discussão, a redação final é considerada O SR. PRE~I!J_!;l~TE (!'assas Pôrto)- Passa-se ago-
detidos a tempo por mim, por meus correligionários re- definifiVarrienú: aprovada, noS termos do art. 359 do Re- ra à apreciação do requerimentO de urgência lido no Ex-
manescentes do velho M.QB, por outros que chegaram gimento Interno. pediente para o Projeto de Lei do_Senado n"' 14, de 1985,
depois, e ainda, pelo brã,io povo do meu EStado, que A matéria voltará à Câmara dos Deputados. Lei Complementar.
não se verga, Sr. Presidente, que, se apanhou hoje na É a _seguinte a redação final aprovada Em votação.
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (S~ão 11) .Terça-feira 30 0881

Os Srs. Senadores que o aprovam queiram permanece: gada com prole o direito à jornada de trabalho reduzida, vembro de 1958, e do§ 19 do artigo 45 do Decreto-lei n'l'
sentados. (Pausa~ com remuneração proporcional, tendo 5.844, de 23 de setembreo de 1943, com a redação dada
Aprovado. Pareceres, sob n9s 445 a 447, de 1984, das Comissões: pelo artigo 1~> da Lei nl' 154, de"25 de novembro dt; 1947,
- de Constituiçio e Justiça, pela constitucionalidade e será calculdo de acordo com tabela especial.
O Sr. Lenoir Vargas- Sr. Presidente, solicito verifi- j urídicidade; Parágrafo única. A tabela referida neste artigo será
cação de quorum. - de Legislação Social, favorável; e obtida mediante atualização das classes de renda líquida
-de Finanças, contrário, com voto vencido, em sepa- da tabela progressiva em vigor no ano-base, na pro-
O SR. PRESIDENTE (Passos_Pôrto) -_ De acordo
rado, do Senador Jorge Kalume. porção da variação percentual das Obrigações Reajustá-
com o Regimento Interno, vou suspender a sessão por 10
veis do Tesouro Nacional (ORTN), no período de 1~' de
minutos, fazendo soar a campainha para chamada dos
6 janeiro a 31 de d~mbro do arto anterior.
Srs. Senadores, a fim de procedermos nova votação.
Art. 29 É assegurado o direito à correção monetária
Votação, em primeiro turno (apreciação preliminar da do impostO de renda recolhido no ano-base, a título de
(Suspensa às 19 horas e 10 minutos a sessão é rea-
Constitucionalidade, nos termos do art. 296 do Regí~ retenção ou antecipação, para compensação com o devi-
berta às /9 horas e 15 minutos.)
mente Interno), do Projeto de Lei do Senado nl' 18, de do na declaração, na forma da legislação em vigor.
O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- Está_reaberta 1980, de autoria do Senador Itamar Franco, que dispõe Parágrafo" único. A ·correção monetáría prevista nes-
a sessão. -sOhre- a.-posC:ritadoria especial do músico, tendo te artigo serâ calculada com base na variação percentual
É evidente a falta de _quorum em p!enãrio. :Pareceres_, sob nl' 1.032, de 1980 e n~ 415,- de 1984, da ocorrida entre o va~or médio men§al das Obrigações
Em face disso, deixa-se de votar o requerimento, fiCan- Comissão: Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN), em cada um
do em conseqUência, prejudicada a-discussão do projeto. ___ -de Constituicão e Justiça, ]I' Pronunciamento: pela dos trimestres do ano-base, e o valor da ORTN do mês
- inconstitucionalidade; 21' Pronuncia.Uento: (reexame soli- em que termina o prazo legal para a apresentação da de-
O SR. PRESIDENTE (Pªssos Pôrto) - Nada rnais citado em_ .Plenário)- ratific-ando seu parecer anterior. claração.
havendo a tratar, a Presidência designa para a sessão or- Art. 31' Esta lei entra em vigor na data de sua publi-
dinária de amanhã a seguinte 7
cação.
Votação, em primeiro turno (apreciação preliminar da Art. 49 Revogam-se as disposições em Contrário.
ORDEM DO DIA juridicidade, nos termos do art. 296, do Regimento ln-
Justificaçio
temo), do Projeto de Lei do Sentido n~> 320, de 1980, de
autoria do Senador Pedro Simon, que revoga a Lei n'l' A legislação do imposto de renda prevê situações em
6.815, de 19 de agosto de 1980, que define a situação jurí- que a declaração de rendimentos deve ser apresentada
Votâção, em turno único, do Requerimento nl' 57, de dica do estrangeiro no Brasil, cria o Conselho Nacional ainda no decurso do ano-base, sem aguardar o prazo
1985, _de aut~ria dos Lrderes Gastão MUller e Moacyr de Imigração, e ~ã outras providências, tendo normal, que seria no exercício seguinte.
Duarte, requerendo, nos termos do art. 371, c, dO Regi- Parecer-, sob n"' l.l44, de 1981, da Comissão Nesses casos, a tributação dos contribuintes envolvi-
mento Interno, urgência para o Oficio n~' Sf2, de 1985, -de Constituiçilo e Justiça, pela injuridicidade. dos é bem mais onerosa do que a das pessoas que pres-
do Governador do estado do Rio Grande do Norte, soli- tam suas declarações no prazo normal.
citando autorização do Senado Fede_ral para realizar O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- Está encerra-
da a sessão. Em parte, a desigualdade tributária resulta do fato de
operação de crédito externo no valor de cinqUenta mi- que os contribuintes obri-gados a apresentar declaração
lhões de dólares. (Levanta-se a sessão às 19 horas e 15 minutos.) antecipada, dentro do ano-base, têm o seu Imposto de
Renda calculado pela tabela progressiva então em vigor,
DISCURSO PRONUNCIADO PELO SR. a qual é muito mais onerosa do que a tabela que irá vigo-
Votação, em turno único, do Requerimento nl' 58, de JOÃO CASTELO NA SESSÃO. DE 26-4-85 E rar_ no exercício seguinte e que servirá de base para o cál-
1985, de autoria dos Líderes Gastão Müller e Moacyr QUE, ENTREGUE À REVISÃO DO ORADOR. culo do imposto dos demais contribuintes.
Duarte, solicitando, nos termos do art. 371, c, do Regi- SERIA PUBLICADO POSTERIORMENTE. A outra causa para a desigualdade de tratamento tri-
mento Interno, urgência para o OfíciO n~' Sf8, de 1985, butário está na restriÇão que atualmente é feita com re-
através do qual o Prefeito municipal de Anâpolis (GO), O SR. JOÃO CASTELO (PDS - MA. Pronuncia o lação à correção monetária do Imposto de Renda retido
solicita autorização do Senado para que aquela prefeitu- seguinte discurso.)- Sr. Presidente, Srs. Setlãdores: na fonte, no ano-base em que é apresentada a decla-
ra possa realizar operação de empréstimo externo nova- Entre algumas colocações que tive oportunidade de fa. ração. Com tal proceder diminui-se, indevidamente, o
lor de USS 3,500,000.00 (três milhões e quinhentos mil zer, nesta Casa, apresentando, inclusive, um projeto na valor a ser compensado com o Imposto de Renda apura-
d,ólares). área da legislação do Imposto de Renda, trouxe hoje ao do na de_claração apresentada no decurso do ano-base,
Senado Federal projeto de lei de minha autoria:, que dis- pois que o" Imposto de Renda retido na fonte, ou anteci·
3 põe sobre o cálculo do Imposto de Renda das pessoas pado, é deduzido do imposto declarado tão-somente
ftsicas que são obrigadas a apresentar declaração de ren- pc!o seu valor originário, sem correção monetária.
Votação, em primeiro turno, do Projeto de Lei do Se- dimentos dentro do ano-base. Para se ter idéia concreta da distorção causada pelo
nado n~> 26, _de 1979, de autoria do Senador Orestes sistema atual, basta ver, por exemplo, o diferencial entre
Justificam-se, Sr. Presidente, plenamente, as colo-
Quérda, que acrescenta parâgiafõS ao art. 517 da Con- dois contribuintes que em 1984 tenham recebido ames-
cações feitas neste projeto, que desejaria mais à frente vê-
solidação das Leis do Trabalho, tendo ma renda líquida, no caso (Cr$ 10.800.000), possuam
lo tranfor!fi~do em lei.
Pareceres, sob n~>s 184 e 185, de 19_84, das Comissões: idênticas condições de dedução e abatimento e tiveram o
- de Constituiçil.o e Justiça, pela Constitucionalidade O Congresso Nacional-decreta: mesmo desconto de imposto na fonte, ou seja Cr$
e Juridicidade; e Art. I~'- O imposto de renda relativo às declarações 2.214.000 (Cr$ 1.107.000 no I~> trimestre de 1984 e Cr$
- de Legislação Social, favorável. de rendimentos apresentadas dentro do próprio ano- 1.107.000 no 29 trimestre do mesmo ano). A situação fis-
base, na forma do art. 17 da Lei n~'- 3.479, de 28 de no- cal de cada um está espelhada no quadro a seguir:
4

Votação, em primeiro turno, do Projeto de Lei do Se-


nado n~' 2, de 1980, de autoria do 'senador Humberto Lu- Impooto Retenção Correçio Imposto
cena, que dispõe sobre a escola e a nomeação dos diri- Contribuinte (CrS) na do Restituição
gentes das Fundações de Ensino Superior, tendo Fonte 1:".-Fonte pagar
Pareceres, sob n~'s 747 e 748, de 1981, das Comissões:
-de Constituição e Justiça, pela ConstitucionaHdade Com declaração antecipada 2.927.000 2.114.000 813.000
eJuridicidade, com voto vencido, em separado, do Sena- Com declaração normal 1316.000 2.114.000 3.487.000 4.285.000
dor Moacyr Dalla; e
- de Educacão e CUltura, favorável. Vejam os nobres companheiros! enquanto o primeiro,
5 que apresenta de-claração com antecipação, paga um to- tituição 4 milhões 285 mil cruzeiros. Veja como a manei-
tal de imposto de 2 milhões 927 mil, ou seja, com 2 mi- ra de- cobra'r o Imposto de Renda é injusta e penaliza
Votação, em primeiro turno, do Projeto de Lei do Se- lhões 114 mil na fonte e tem ainda a pagar 813 mil no aquele que é beneficiado, inclusive, pelo prazo~
nado nl' 340, de 1980, de autoria da Senadora EuniCe-Mi- ano, aquele que ganhou a mesma coisa, teve retido na Com o presente Projeto pretende-se corrigir a injustiça
chiles, que acrescenta parágrafo único ao art. 373 da fonte a mesma importância, só no ano seguinte presta da sistemática atual, instituindo-se tabela de câlculo bem
Consolidação das Leis do Trabalho, facultando à empre- declaração e, ao invés de pagar mais 81_3 _mil, tem de res- próxima à dos demais contribuintes e assegurando-se o
088"2 Terçacteira 30 - DI~RIO_DOCONGRESSO NACIONAL (Seção II) Abril de 1985

direito à correção mo-netária do imposto antecipado na rural tem uma aposentadoria de 50%, ao passo que se ele como este e muitos outros que qualquer um de nós, qual-
fonte, à maneira do que ocorre nas declarações normais. tivesse um auxilio-doença de 75%, ele iria ser estimulado quer um dos Senho.res aqui poderá apresentar...
Evitar-se-á, assim-, qué contribuintes em idênticas- si- · a fraudar. Ora, nós não podemos, a priori, admitir que
tuações, venham a ter tratamento tão diverso como o de- todo mundo neste País seja tendeO.te a fraudar. Acho isso O Sr~ Carlos Alberto- V. Ex' me permite um ~parte?
monstrado no exemplo supra, em que, para um, resulta injusto. É uma colocação que a mim não convence e
pagar ainda a diferenÇa dC Cri 813.600, enQUanto qUe, creio que aos Senhores. também não. O pereç:lltual em si O_ SR. JOÃO CASTELO~ ... que ajudaremos minimi-
para o outro, existe, não a obrigação de pagar e, sim, o que oneraria aqueles patrões da área rural seria insignifi- zar dificUldades do povo tão soffido da área rural brasi-
direito de receber em devolução a -qua-ntia de Cr$ cante; já o benefício seria muito grande porque atingiria l~ira.
4.285.000. a todos da área rural. Concedo o aparte ao nobre Senador e companheiro
Por outro lado, enquanto o trabalhador da zona urba- Carlos Alberto.
Sr. Presidente, outro assunto que me trãz a eSta tribu-
na diz respeito a uma notícia da qual todos ds Senhores na tem o auxílioRdoença a partir do 16" dia em que ele es-
também devem ter tomado conhecimento, hoje, através ~~- afastado do trabalho, exatamente porque os 15 pri- O Sr. Carlos Alberto -Senador João Castelo, V. Ex'
do Jornal do Brasil, às suas folhas 5, sob o titulo;,~·sar­ meiros dias lhe sãa pagos pelo empregador, o projeto que tem sido nesta Casa um porta-voz, que tem sido um
ney veta plano de auxílio-doença para os trabalhadores previa que o_ trabalhador rural o tivesse a partir do pri- autêntico representante das aspirações mais nobres, das
do campo.'' _ __ __ meiro dia em que se afastasse do trabalho. Naturalmente aspirações do povo, tem tido comportamento elogiável
Confesso aos nobres companheiros que não esto~, que se a doença o levasse à impossibílidade.de voltar ao por todos que compõem o Senado Federal. Ena hora ein
neste instante, usando da tribuna especialmente pa_ra cri~ trabalho, ele teria que ser aposentado na forma da lei. que. V. ~x' L!_az_ p~ua discu~são o veto presidencial ao
ticar ou protestar mas, principalmente, para lamentar Mas aquele auxílio seria o mínimo que ele poderia ter auxílio-doença, projeto aprovado pelo Senado Federal e
que um projeto de tamanho alcance social, apresentado quando afastado do Sel:l_ trabalho rural, um trabalho às pela Câmara dos Deputados, de autoria do Senador ÁIR
pelo nobre colega nosso, Senador Álvaro Dias, -do vezes mal remunerado, um trabalho difícil, um trabalho varo Dias, não fala tão-somente como Senador da ReR
PMDB do Paraná, de tamanho alcance social sobretudo penoso. Nós precisaríamos ter um pouco mais de sensi- pública mas, acredito, fala muito mais como ex-
porque ele é dirigido- ao homem rural, ao homem sofri- bilidade. E aqui vem a minha estranheza. Não quero cri- Governador do Estado do Maranhão, _conhecedor pro-
do, por quem tanto todos nos temos lutado nesta Casa, ticar, eu quero é lamentar que o Governo vete um proje- fundo dos problemas sociais do seu Estado, e também,
acabe de ser vetado pelo· Executivo. to d.e gt_manha importância e de. tanto ~ignificado .socj~l.. por que não dizer? do Nordeste. Tenhó que nesta hora,
Aqueles com os quais a Nova Repóblica tanto se diz Acho que é hora de aumentarmos os nossos sacrifí- exercendo a Liderança do Partido, que ê o Partido de V.
comprometida e prega que procuraria resolver os seus cios, aumentarmos a taxação daqueles que ganham mais. Ex~. o Partido da Oposição, que é o PDS, formar coro
problemas, são exatamente os grande prejudicados. E estou a cavaleiro para defender esse projeto, porque com V. Ex', e até mesmo ir mais adiante para uma con-
Aqueles que não têm a quenr pedir por eles senão a nós também sou empregador rural, embora um empregador vocação daqueles que participaram da aprovação deste
políticos que os conhecemoS mais de perto, tenham um rural de porte médio, mas acho que nós precimos tirar projeto, para que agora possam participar na rejeição do
projeto tão importante vetado. Projeto que passOu pelo um pouco mais de quem tem alguma coisa, para dar alR veto. Este tem que ser o nosso trabalho. E este projeto
Congresso Nacional, projeto de lei complementar, que guma coisa a quem não tem quase nada. quando foi aprovado, na verdade o Senador Álvaro Dias
cria o auxHio-doença para o trabalhador rural. Gosto Esse projeto é importante, em nada ele iria agravar a pertencia ao PMDB, que na época era o Partido da Opo-
sempre de dizer pelas ligações que tenho com esse pes- fraude que aí está comprovada no Brasil inteiro, da Pre~ sição. E isto não poderá ficar caracterizado tão-somente
soal pobre, esse pessoal humilde do campo, de modo es- vidência Social; em nada ele íria levar a uri:ii situação de como um jogo de retória, o jogo que sequer fazer, de dar
pecial lembrando a situação -do Norte e do Nordeste dificuldade. os empregadores rurais, que iriam contribuir a conotação a este Prus de que vamos avançar com os
onde muitos milhões de habitantes lutam no setor rural, apenas coin 0,3% a mais para ajuóar a grande massa tra- problemas sociais e vamos dar mais c-ondições aos mais
e, particularmente, no meu Estado o Maranhão, onde balhadora do campo. Pelo contrário, era uma oportuni- pobres e aos mais humildes, quando neste momento se
72% dos seus 4,5 milhões de habitantes vivem na zona dade para que se dissesse que agora, na Nova República, veta um projeto do mais alto significado para uma classe
rural que este !;tomem geralmente é pobre porque é doen- social do nosso País. Eu o ouvi atentamente, e na hora
jâ estávamos começando a dar apoio a esse tipo de em-
te, e doente porque é pobre. Nós precisamos ajudar, pre-- preendimento, a dar apoio a projetas desse nível, a dar em que V. Ex' relatava o veto presidencial, eu me,
cisamos fazer algUma coisa sobretudo na área de saúde lembrava das palavras do Presidente da Câmara dos De-
apoio a projetas que viSem mais à área social, porque é
. que é uma das mais importantes, uma das mais carentes, realmente esta a área mais esquecida, a menos trabalha- putados Ulysses Guimarães, no sepultamento do Presi-
para que sedimiriuam eXatamente as dificuldades do h o-' da, a mais sacrificada. dente Tanc:redo Neves, em São J_o_ão Dei Rey, quando o
mem do campo e ele saia desse círculo vicioso: póbre Presidente do PM D B fazia quase que uma advertência
Aqui não vai crítica a quem quer que seja:- ou a quem ao Presidente José Sarney, no sentido de que era necesR
porque é doente, doente porque é pobre. . no passado deixou de fazer alguma coisa pelo trabalha-
Por isso, acho que o Senador Álvaro Dias foi muito fe- sário dar amparo aos mais pobres, aos mais humildes,
dor rural ou a quem agora deixa também passar à opor-
liz e bem inspirado quando- apresentou este projeto, e aos trabalhadores famintos e aos homens do campo de-
tunidade para reparar as omissões antigas. Aqui fica, samparados. Agora, cabe a nós cobrar, Senador João
acho também que todos nós, Sen;;r.dáfes e DeputadoS, to- sobretudo~ um apelo à classe política. ao Govei'no~ a to-
dos nós que c-ontribuímos para que esse projeto fosse caste1Q, cabe a nós c_obrar ao PMDB, que ontem era
dos que têm responsabilidades na vida pública, para que
aprovado, tivemos a necessária sensihilída(fe Para que O Oposição e que formou coro para aprovar esse projeto'
vejam que o trabalhador rural já não tem quase nada e
homem do campo recebesse esse benefício tão importanR que dá auxílio-doença ao homem do campo, para que ele •
precisa ter mais alguma ·coisa a mais para que possa
te que é o auxílio-doença •.. venha também a plenário com o PDS, porque esse proje-
sobreviver, para que possa continuar contribuindo para
to foi aprovado com a nossa participaçã.o, e com a nossa
O Sr. Carlos Alberto- Permite V. Ex~ um aparte? o engrandecimento deste País que tem tanta vocação particípação possa fazer, então a rejeição do veto. O Pre-
agrícOla e pecuária. Cito particUlarmente, como- exerri-
sidente tem o direito de vetar. Sua Excelência tem o di..
O SR. JOÃO CASTEW- Darei jã a V. Ex•, com plo, o meu Estado, o Maranhão, coincidentemente o Es- reito de -vetar mas o Congresso tem que se prOnunciar. E'
prazer, o aparte. tado natal também do atual Presidente da República, e aí ê quando me congratulo com o pronunciamento de V.
Exatamente porque o homem do campo é sobretudo que tem, como-eu disse, 72% de sua população no meio Ex' e faço, também, aqui, dentro deste meu aparte, um
aquele que quando adoece, quase não tem a quem recor- rural. Importante seria esse projetO para essa classe tâ.o apelo, para que todos que votaram favoravelmente ao
rer. E eu pude examinar que o projeto em si onera muitO esquecida no passado e tão necessitada no presente. projeto qUe concede auxílio-doença ao homem do cam~
pouco aqueles que contribuirão como empregadores ru- ~asSim Sr. Presidente e Srs. Senadores, que quero dei- po possam agora participa-r da rejeição do veto. V. Ex'
rais para ajudar a grande massa de trabalhadores de me- xar aqui o_meu apelo p~ra que esse yeto seja ie~Xaffiina­ recebe o meu apoio, recebe o apoio da sua bancada ..
nor posses. do no Co·n·grêsso Nacional. Que este assunto seja visto Acredito que V. Ex' venha receber também apoio da u..
Ve-rifico o seguinte: que o aumento da taxação para com um pouco mais de sensibiUdade, para que se possa derança do PMDB, que partícipou, que votou e que, na.
que se tivesse os recurso-s. necessários ao atendimenfo dizer que o trabalhador_ rural também merece a nossa _ verdade, tinha tambêm aspirações de que o homem do
desse auxílioRdoença seria insignificãnfe, Seria de 0,3%. confiança e a nossa solidariedade. campo pudesse conquistar esse direito. AcreditO que V.
Por quê? Porque aumentaria de2,4~ para apenas 2,7% a Vamos punir a fi-a~de· da Previdência Social. Sou um Ex' não v<ii fiCar sozi!tho, Senâdor João Castelo; V. Ex•
contribuição das empresas para o programa de atendi- daqueles que aplaudem, sempre aplaudi e tive oportuni- vai contar com o PDS, hoje como Partido de oposição,
mento ao trabalhador rural. dade aqui, quando analisei nos primeiros dias o projeto mas vai contar com o PMDB, que ontem era oposição e
Oig~ a ·v. Ex~, pelo qu.e pude observar dà notícia de destinação de novecentos bilhões de cruzeiros para o hoje-é poder. Se ontem éramos sócios da crise do poder,
sobre a matéria, o que foi que levou o Senhor Presidente Sulbrasileiro, de ter sido daqueles que disseram que se o sócio da crise do poder hoje é o PMDB. Tenho certeza.
da República a vetar este projeto: pelo que pude ver, o deve amparar os funcionários e punir os administradoreS que ele haverá de ser sensível como Governo, hoje e tam-
Presidente foi induzjdo a vetar o projeto pelos seus técni- irresponsâveis-ou porventura desonestos. Mas, também, bém haverâ de respaldar essa crítica que V. Ex' faz, esse
cos do Ministério dá Previdência Social e, como diz tex- se deve olhar a situação de um modo geral do Nordeste e apelo que V. Ex' faz para que se possa derrubar o veto
tualmente o Jornal do Brasil pelo próprio Ministro da do Norte, onde mais de quarenta milhões de brasileiros presidencial.
Previdência Social, sob a alegação de que o trabalhadQr precisam do nosso apoio. É, sobretudo, com projetas É: O QOSSO aparte.
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 11) Tetça-feira 30 · 0883

O SR. JOÃO CASTELO- Agradeço ao nobre com-. Presidente, precisa ser revisto. Esse projeto não. foi apro- direito, e eles, através de mandado de segurança, pode- ·
panheiro, Senador Carlos Alberto, que, no exercício da vado à toa, esse prometo foi aprovado por todos nós rium pleitear o nivelamento de sua aposentadoria._ Era
Liderança do meu Partido, traz importantes conside- para dar à classe rural o mínimo de apoio que ela carece. esse o meu aparte.
rações que incorporo ao meu discurso. Não posso acreditai' que a Nova República, que. se diz O SR. JÜÃO CASfELO- Companheiro Martins Fi-
Como dizia, e aqui foi muitO bem posto pelo Senador tão comprometida ou tão compromissada com o povo lho,· a sua colocação é uma colocação extremamente
Carlos Alberto, todos nós que aprovamOs esse- prOjeto brasileiro, sobretudo, com as classes mais humildes, com cabí~el.
temos responsabilidades. Não aprovamos simplesmentfi aqueles mais pobres, que são os homens do campo, pos- Entretanto, há um equíyoco, no meu entender, por
por aprová-lo, nem o Senador Álvaro Dias. o apresentõu sa defender um- yetci desse tipo, unla atitude desse tipo parte de V. Ex• até porque, aproveitando o que disse aí o
&impleSmente por apresentã-lo. Qual foi a nossa in- que causa prejuízos terríveis ã população rural sofrida de Senador João Lobo, um erro não justifica outro. Se, por
tenção? A nossa intenção_ foi aquilo que é mais impor- todo o País, sobretudo, porque nós, neste Congresso, de- acaso, 50% é pouco, então que se eleve a aposentadoria
tante: amparar melhor o homem do campo. pois de discutir-mos e examinarmos,-aprovamos esse pro- para 75_%. Mas não se deixe de dar um auxilio-doença,
je,to, que reputo dà maior importância. E, como disse o um benefício importante ao homem, que precisa se tratar
O Sr. Carlos Albert~- Senador João Castelo, sQ mais nobre Senador Carlos Alberto, projeto do nobre compa-
um adenda; vale V. Ex•_até fazer uma pesquisa para sa- para voltar ao trabalho, porque este auxílio é percentual-
nheiro do PMDB do Paraná, que ontem era um compa- mente superior a uma misera aposentadoria a que ele te-
ber se, na época, o Presidente José Sarney, também, não nheiro de OpoSição. Vejam V. Ex•s, as coisas se in-ver-
votou favorãvel ao projeto. Gostaria que V. Ex• fizesse rã direito se ficar inválido. Mas eu acho que V. Ex~ co-
essa pesquisa junto ao banc_o de dados do PRODASEN,
tem, nós eramos do Governo, aprovamos o projeto do meteu um eq~ívocO: o aUxílio-doença não é para cinco
companheiro peemedt:!bista. Hoje, por uma questãO de anos, aquilo é uma coisa passageira, 'é uma coisa emer-
aqui, no Senado, para fazer; ehtão, a verificação. Se o destino; nós somos partido de Oposição- não de Opo- gencial. Se o trabalhador ...
Senador, na época, hoje Presiden[e José Sarney; votou sição sistemãtica, não de Oposição radical, não de Opo~
faVoravelmente ao Projeto." sição por ser OpÕsição apenas, mas Oposição que nos O Sr. Maftins Filho- Se a doença for passageira, po-
O SR. JOÃO CASTELO -Tenho quase certeza que obriga a cumprir com Os compromissos com aqueles que rém, se ele continuar doente durante cinco anos, terã que
Sua Excelência votou favoravelmente, inclusive porque nos elegeram, a defender os seus interesses, a alertar o ficar recebendq cinco anos.
Sua Excelência conhece o meio rural muito bem. Sua Ex- Governo quando ele estiver errado, a alertar o Governo
quando ele for mal conduzido ou quando ele foram leva-
celência é um homem de um estado eminentemente ru- O SR. JOÃO CASTELO - Mas ele não chega a isso
ral, sobretudo agríCola, o Maranhão, onde eu disse que do a praticar qualquer tipo de ato que prejudique a po- porque, se a doença for pi-alongada, ele será, ex-officio,
72% da população vive no meio rural. Tenho quase cer- pulação do País. Assim, Presidente, vou concluir as mi- imediatamente aposentado.
teza de que Sua Excelência votou pela aprovação deste nhas patavras ...
projeto. Não tenho a menor dúvida disto. O que não O Sr. Martins Filho - Mas a Constituição assegura a
O Sr. Milton Cabral- Permite-me V. Ex• um aparte, irredutibilidade de vencimento. Ele nãq pode receber
posso entender ê como se veta um projeto desse tipo que, nobre Senador João Castelo?
praticamente, em nada ori em quase nada- se levarmos, menos.
em consideração que a arrecadação foi prevista no proje.. O SR. JOÃO CASTELO -Se :o Presidente permitir,
to - vai onerar a Previdência Social. Pelo contrãrio. O O SR. JOãO CASTELO - Melhor ainda, nobre Se-
darei o aparte iJ.O nobre Senador Milton Cabral.
que precisamos é ctmtinuar, cOmo. já vem sendo feito nador, porque o hOmem se aposentaria com 75%. Real-
desde o Governo passado e espero que continue no Go- O SR. PRESJDEN'TE (Passos Pôrto)- Só peço a V. mente, se o salário mínimo jâ é tão mínimo, é miserãvel,
verno atual, a ~mbater a grande fraude que foi desco- Ex•.que seja breve, porque há uma lista grande de'orado- não dar para ajudar ninguém, muito menos 50% dele.
berta na Previdência Social, para evitar que os recursos res inscritos. Mas, V. Ex!- pode conceder o aparte. Um erro não justifica outro. O Governo poderia, tran-
sejam desviados, para que esses recursos possam existi_r qüilamente, sancionar o projeto,'porque para tanto exis-
em maior quantidade e serem empregados em programas O SR. JOÃO CASTELO- Sr. Presidente, iria encer- te respaldo financeiro indicado no próprio projeto. As-
.de interesse da comu_nidade brasileira mormente da co- rar o meu pronUnciamento, mas gostaria que V. Ex• des- sim, corrigiria Jogo essa injustiça, esse erro terrível,
munidade rural, aquela comunidade mais desamparada se um ·pouco mãis de tempo pará que os companheiros sobretudo agora sob a égide da Nova República, onde se
até pela sua local,ização, pelas dificuldades das alterações que desejam apartear-me pudessem dizer alguma coisa a diz que tudo vai ser novo, onde se diz que os erros do
climãticas a que eStão sujeitas e, de modo especial, como respeito dQ que pensam. passado vão ser corrigidos, onde se diz que tudo vai ser
as' do Norte e Nordeste. Vejam V. Ex•s: três anos segui- bom, onde s_e diz que todas as mazelas vão acabar. Em
O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto) - Perfeito', seguida, mandaria ao Congresso, onde aprovaríamos
dos de seca e, agora, enchentes devastadoras ... nobre Senador João Castelo! imediatamente, apoiando, V. Ex•s embora estejamos na
. O· .Sr. M~rtins Filho- Permite V. Ex• um aparte? O SR. JOÃO CASTELO ..... Senador Milton Cabral,
Oposição, projeto elevando de 50% para 75% ou para
pediria esperasse apenas.um pouquinho porque o nobre 100% a aposentadoria do trabalhador rural. Saísse de
O SR. JOÃO CASTELO- ... no Sul, no ano passa- onde saísse. Procurasse nas reservas de contingência, em
do, enchentes que levaram Estados, como Santa Catari- Senador rio-grandense e amigo nosso Martins Filho pe-
vez de procurar recursos como os 900 bilhões de cruzei-
na e outros da região, a situações de extremO:! dificuldade. diu o aparte anteriormente.
tos para tapar buraco de banco particular falido a exem-
Com ludo isso, quem mais sofre? Exatamente a popu- plo do caso Sulbrasileiro. Lembro a V. Ex• que em 1929,
O Sr. Martins Filho- Agradeço a V. Ex•, nobreSena-
lação rural. E esse auxtlio-doença era o mín-írno que o .--dor João Castelo. Apenas para dizer que ·a assunto que em Nova Iorque, nos EE.UU., quebravam 10 bancos
trabalhador rural poderia ter de imediato, para ajudar por dia. O Governo não colocou um só tostão para sal-
V. Ex' traz ao conhecimento desta Casa é muito impor-
no suprimento de suas necessidades. Nós poderíamos tante - importante porque diz respeito aos humildes var esses bancos. Aqui no Brasil, na hora que quebra o
dar um crédito de confiança ao trabalhador rural. Não trabalhadores rurais que povoam este imenso Brasil. Eu, Sulbrasileiro, porque 24 mil funcionários estão sujeitos a
podíamos, a priori, partir do pressuposto de que o traba- homem do meio rural, trabalhador rural, quero perder o ~prego, o Governo, além de já ter posto 550
lhador rural, que com o auxílio doença receberia 75%, congratular-me com V. Ex• e Quero dizer que votei a fa- bilhões, tenta colocar mais 900 bilhões de cruzeiros.
iria fraudar, iria dizer que estava doente para rião se_apo- vor do projeto e, salvo melhor juízo, quando da apre-
sentar porque a ap~sentadoria s'eria de 50%. ciação do veto em Plenário, votarei contra o veto. Mas O Sr. Milton Cabral - Tirando do Nordeste.
O Sr. Martins Filho - Permita-me um aparte, nobre uma dúvida me fa~ pedir este aparte a V. Ex• para que eu
possa ser esclarecido: a aposentadoria do homem do O SR ..JOÃO CASTELO - Tirando principalmente
Senador João Castelo?
cainpo corresponde a 50% do salário mínimo. Suponha- do Nordeste do Brasil por ser esta a área mais carente_do~
O SR. JOÃO CASTELO - Isso ê. uma grande injus- mos'que um trabalhador rural fique, durante cinco anos, País. Tira tambêm do resto do Brasil porque a reserva de
tiça. Não posso aceitar esta argumentação. Eu quero, in- percebendo salário através do auxílio~doença. Como se contingência é sobretudo para pagar o funcionalismo, os
clusive, alertar o Senhor Presidete da República no senti- processará essa aposentadoria- c_om os 50% estabeleci- aumentos previstos para o" funcionalismo público.
do de que Sua Excelência analise isso, para que Sua Ex- dos pela legislação, ou com os 75%? O importante é que Agora, como se vetar um projeto tão importante para
celência não se dei.xe induzir por tecnocratas insensíveis. se elevassem esses 50% para 75%. Porque creio que 50% é o trabalhador rural e de quantia tão insignificante?
Entendo, inclusive, que o Sr. Ministro da Previdência muito pouco para um homem sustentar a família. Aí é
Social, que é um homem que tem extrema sensibilidade que vejo a dificuldade para o Ptesidente não vetar esse O Sr. Milton Cabral - Permite V. E;t~· um aparte?
para os problemas sociais, eu o conheço de nome e de projeto, porque cria uma anomalia: o homem que está
passado, acho, inclusive, -que S. Ex• deve ter sido mal- _percebendo através _!fo auxílio·do_ença, receber mais do O SR. JOÃO CASTELO- Sr. Presidente, vou con-
orientado, mal-esclarecido para levar o Presidente a ve- que aquele que trabalhou 65 anos e requereu aposenta- Cluir. An-les, porém, desejo ouvir o Senador Milton
tar o projeto. A minha estranheza também é que o Presi- doria. E criaria essa situação porque, decorridos cinco Cabral, da Paraíba.
dente tenha aceito essas argumentações, sobretudo, por- anos, o homem que estava sob o auxílio-doença, teria Sr. Presidente, V. Ex~ tem que ser comigo tolerante, a
que é um homem que conhece o meio rural, ê um homem aposentadoria com 75% do salário mínimo. Então, para exemplo do que tem sido com out~os companheiros nes-
do inteiiOf de um Estado eminentemente rural. Isso, Sr. os outros, aposentados c~m 50%, creio .que geraria um ta Casa. Esta Casa, por si, já é tolerante c_om todos.
· 0884 Terça-feira 30 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção li) Abril de 1985

O SR. PRESIDENTE (Passos Pórto)- V. Ex• solici- dor Américo de Souza mandar a íntegra do meu discur- orientado pelos seus auXili:ires a levar o Presidente da
tou concessão de apartes, não discur:>os complementares so, ou dos Anais, para o Presidente José Sarney, junto República a vetar um projeto de tão grande magnitude,
aos apartes. com o aparte dele, para que o Presidente José Sarney to- um projeto que tem um grande alcance social, tipo do as-
masse conhecimento da matéria e fizesse as suas conclu- sunto que a Nova República vem colocando, em todos
O SR. JOÃO CASTELO- Eu terminarei já, garanto sões. Como dizia o Senador Alexandre Costa, em aparte seus pronunciamentos, como de absoluta prioridade.
a V. Ex• ao meu discurso anterior, o Senador Américo de Souza, Quero aqut registrar o fato. Acho que todo político
que hoje em dia procura defender o Senador José Sar- tem obrigação de, através dos órgãos de imprensa, de ór-
O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- Era a obser- ney, era exatamente aquele que no Governo Costa e Sil- gãos sériOS C-Omo -o Jornal do Iirasil, procurar ser atuali-
vação que eu gostaria de fazer. va andava com os papéis na mão, paTa cima e para baiM zado, bem inforinado", e usar nesse Parlamento suas prer-
O SR. JOÃO CASTELO --Senador Milton Cabral, -x:o-, homem que se dizia prestigiado no Palácio do Planal- rogativas. para discutir os problemas nacionais, para
V. Ex• tem o aparte. to, querendo cassar o mandato do então Governador Jo- aplaudir os acertos e criticar os erros. Ora, no dia em que
sé Sarney, na ânsia de ser Governador do Maranhão. eu não puder criticar, nesta Casa, qualquer erro do Presi-
O Sr. Américo de Souza - Senador João Castelo, eu dente- áa- República, porque S. Ex' é meu conterrâneo ou
pedi o aparte antes do Senador Milton Cabral. Se V. Ex• O Sr. Américo de Souza - V. Ex• sabe que-Dão é ver- velho conhecido ou ainda possa ser meu amigo pessoal
não me quer conceder o aparte, peço que o Sr. Presidente dade; a única verdade que existe do Governo Costa e Sil- nesse dia deixarei de ser um político sério, nesse dia perM
determine à taquigrafia a minha solicitação e a negativa. va é ter eu andado com um papel, para cima e para bai- coa minha autenticidade. No dia em que eu não puder
xo,-pUrii fazer V.-Ex~ diretor do BASA. chegar aqui e dizer que o Dr. José Sarney está errado,
O SR. JOÃO CASTELO - Pelo contrário, dou o Q SR. JOÃO CASTELO- V. Ex• está me faltando nesse dia eu não sou mais o cidadão que sempre fui. Eu
aparte com muito prazer. Eu não ouvi V. Ex• pedir o com a consideração, sobretudo porque no Maranhão digo e repito, aqui, modéstia à parte, não é por vaidade:
aparte. V. Ex• apenas se limitou a levantar o microfone, quem tem fama de escamotear a verdade éexatamente V. quando tive mais de 70% dos votos do meu Estado,
e eu não ouvi o pedido de aparte. Entretanto, com a perM Ex.' e não eu. como Senador da República, disputando com quatro
missão do Senador Milton Cabral, que já havia solicita- can~idato~ 4a Oposição e mais o Senador Lula Freire,
do o aparte, mas que é pessoa acessível e amigo de todos O Sr. Américo de Souza- E V. Ex• sabe perfeltã:men- na época dentro do meu Partido, eu deixava o Governo
nós, o _aparte passa a ser de V. Ex•. te_b_em como V_Ex~ foi feito Diretor do BASA, por meu do Estado. Portanto, fui julgado pelo povo da minha ter-
intermédio, a pedido do Presidente José Sarney, ra, que aplaudiu o meu trabalho e, sobretudo, a minha
O Sr. Américo de Souza- Muito,obrigado. Senador lealdade, a minha correção. Não será, me permita Sena-
João Castelo! Duvido muito que nos Anais desta Casa, O SR. JOÃO CASTELO- Muito bem! Já ouvi V.
dor Américo de Souza, V. Ex' que virá a este plenário
por ocasião da discussão do projeto, tivesse ele recebido Ex• e desejo, agora, concluir a minha resposta.
para fazer o seu julgamento, sobrepondo-se ao Mara-
o apoio de V. Ex', tão veementemente como vem fazen- nhão inteiro, a meu respeito. Eu recebo o aparte de V.
do agom, ao condenar o veto oposto pelo Senhor PresiM O Sr. Américo de Souzà.- V, Ex~ sabe perfeitamente
bt!m, que v. Ex' me acoid-ou uma niadrugada, telefonan- fx~ por uma questão de delicadeza, ele vai ser inserido
dente José Sarney. Creio, Sr. Presidente, que este assunM no meu discurso até para que, publicado no Maranhão,
to, que diz respeito ao interesse de todos desta Casa, de-- do de Belém, aos gritos ...
os maranhenses possam ler o que eu estou dizendo em
verá ser tratado quando da votação ou da apreciação do defesa do pobre homem rural do Maranhão, E V. Ex•,
O SR. PRESIDENT~ (Passqs Pórto)- Os apartes
veto pelo Congresso Nacional. Entretanto, ao trazer a apen-as com a intenção de ser servil ao Presidente Josê
são todos solicitados!
esta Casa o veto presidencial, onde V.- Ex• não sabe se é
Sarney, procura me agredir injustamente. Eu peço a V.
critica ou se. é lamento, eu gostaria de deixar bem claro O Sr. Américo de Souza- .•. V. Ex" foi Oiretor do Ex~ que seja um pouco mais ponderado, um pouco mais
que o Presidente José Sarney jamais seria insenslvel a· BASA por intermédio do Presidente José Sarney. moderado para que nós, provocados, não transforme-
uma classe como a do trahalhador rural, vetando mos o plenário desta Casa, do Senado da República, em
auxílio-doença exclusivamente. por vetar. Tenho certeza, O SR._JOÃO CASTELO - Sr. Presidente, queria
lugar de lavar roupa suja, em lugar de bate-boca. Vamos
e V._ Ex' também a tem, que o Presidente Josê Sarney o concluir ineu discurso.
deixar os problemas pessoais, os problemas pequenos do
fez movido por razões, as mais sérias e certamente baseaM nosso Estado para serem discutidos lá. nos palanques
do em que a orientação que deu ao Ministro da PreviM O Sr. Américo de Souza- Foi isto o que fiz no Gover-
no Costa e Silva. eleitorais, nas campanhas, onde haveremos de lutar no
déncla Social e aos seus assessores é_ realmerite a mais futuro. Eu espero que V. Ex' continue a ser político, pois
correta. Lamento a veemência do seu pronunciamento, V. Ex~, certamente, vai buscar um mandato na próxima
O SR. JOÃO CASTELO - Queria concluir meu dis-
Senador João Castelo, porque ele, na verdade, velada- curso, mas vejo que o Senador Américo de Souza perdeu _ eleição, já que este V. Ex• o teve por uma lei casuística.
mente, é uma crítica que V. Ex• faz ao Presidente José a serenidade. Quando a gente fala a verdade, S. Ex• não V. Ex~ obteve somente 66 mil votos .enquanto o Presiden-
Sarney, que foi o seu condutor durante toda a sua vida gosta de ouvir. te José Sarney que V. Ex• só combateu, teve aproxima-
pública, não merecendo, portanto, essa desatenção e esse damente 410 mil votos. Assim, com base naquela lei abM
desapreço. Mas, tenho a certeza de que a opinião pública O Sr. Américo de Souza- A verdade é que V. Ex• foi surda, V. Ex~ chegou até aqui, como suplente de Sarney,
brasileira, neste momento dificil que atravessa a Nação, Diretor do BASA pelas mãos do Presidente José Sarney. embora contra ele tenha dado até o voto pessoal e não
toda ela unida à classe política nacional, de todos os Par- tenha sido sequer considerado pelo eleitorado mara-
tidos, à exceção de V. Ex•, irá apoiar o Presidente José O SR. JOÃO CAsTELO- E V. Ex• Sr. Pres.ide~te,
nhense. Aquele que foi eleito com ele não está sentado
Sarney, o representante civil da sociedade e das classes Srs. Senadores, vêem que eu, com toda educação concedi
aqui, hoje. V. Ex• está por uma lei casuística, usando
políticas na Presídência da República. Muito obrigado, ao Senador Américo de Souza o aparte que pediu e S. desta tribuna comigo, que tive mais de 70% dos votos do
Ex• não está tendo a categoria de Senador da República, Estado, e estou aceitando as suas agressões. Mas vamos
O SR. JOÃO CASTELO- Sr. Presidente, apenas al- para deixar que eu conclua a resposta ao seu aparte, ~deixar os problemas tocais, os problemas do Maranhão
guns minutos para poder responder às colocações do Se-
nador Américo de Souza, antes de dar o aparte ao Sena- O Sr. Américo de Souza- V. Ex" não está tendo_essa para serem tratados lá no Maranhão, nos palanques
dor Milton Cabral. - categoria ao dizer mentiras, aqui, da tribuna. políticos, nas praças públicas e vamos ter mais grandeza
Não sei se é de propósíto ou se é por coincidência: para, nesta Casa, dar uma lição ao País, de que nós todos
sempre que eu me inscrevo para falar o Senador Américo O SR. PRESIDENTE (Passos Pôrto)- Peço ao Se- aqui, independente de partidos, de governo, ou de opo-
de Souza chega atrasado. Geralmente, quando estou fa- nador Américo de Souza que solicite sempre o aparte ao sição, nós somos homens responsáveis que queremos o
lando, S. Ex.' c"hcga sempre depoiS-de: ffiuiiaS-coisas que orador. bem-estar da comunidade, porcwe estamos aqui p"ara de-
eu já falei. E como a Taquigrafia ainda "i:tão concluiu a fender aqueles que nos deram o mandato para
O-SR.. JOÃO CASTELO - Mas, vejam, S. Ex• só representá-los e defendê-los.
cópia do que foi dito, talvez-não tenha tomado Conheci- perturba um pouco ineu raciocínio ...
mento exato de tudo aquilo que pronunciei, e sendo S. O Sr. Milton Cabral- Permite V. Ex• um aparte?
Ex• um homem considerado inteligente não é poSsível O Sr. A~érico de Souza- V. Exf se perturba quando
que' sempre interprete diferente as minhas pa!ivras, a se diz a vérdade a seu respeito. O SR. JOÃO CASTELO- Ouço o aparte de V. Ex•
não ser que deseje S. Ext dar uma interpretação diferente
ou distorcida às min.has palavras, para, a seguir, prestar O SR. JOÃO CASTELO - Estou achando tão en- O Sr. Milton Cabral- Nobre Senador João Castelo,
serviços ao Dr. José Sarney. Acho que o Dr. José Sarney graçado, que V. Ex• nem faz idéia. queria dar um curtíssimo aparte ao seu pronunciamento,
não precisa desse tipo de serviço, por duas razões: pri- Vejam V. Ex's, Srs. Senadores, eu não disse a esta só para tentar colocar essa questão nos devidos lugares.
meini, porque o orador que faz as colocações a respeito ·casa que o Dr. José Sarney, hoje Presidente da Repúbli- lnegaveln1ente,_o auxilioMdoença ao trabalhador rural é
da matéria por ele vetac!a ê sobejamente dele_coithecido. ca, não tem sensibilidade quanto aos problemas do ho~ uma medidu que, ninguém pode negar, desejada. É uma
Segunda, S. Ex" conhece o meu caráter e conhece o carâ- mcm do campo; pelo contrário, acho até que S. Ex' tem. falhu da Legislação Social, no País, que tenta-se corrigir,
ter do Senador Américo de Souza. De forma que S. Ex' O que eu disse foi que ele tinha sido induzido pelos seus com o projeto Alvaro Dias, apresentado pelo Senador
pode julgar muito bem. A melhor maneira seria o Sena- isse~SOres,- que o próprio Ministro também tenha- sidO que recebeu o veto dei Presidente José Sarney. Acredito
Abril de 1985 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào II) Terça-[eira 30 0885

que o veto do Presiõente não foi quanto ao mêrito, não O SR. JOÃO CASTELO - Agradeço a \t. Ex•, que dente convidou os Senhores Tesoureiros a participarem
foi à idéia, mas à forinula proposta, conforme aprovada falou como Líder do PMDB, as colocações, porque real- do debate da matéria a ser disculida, vinculada à Tesou-
pelo Congresso Nacional.' Aliãs, vez por outra, aprova- mente estou aqui com o objetivo maior, que é o de evitar raria do Instituto. Deu, a seguir, ciênc_ia aos Senhores
mos aqui projetas sem uma adequada discussão, sem um o grande prejuízo que o homem rural terã pelo veto a conselheiros do informado verbalmente_ pelo gerente da
acurado exame, muitas vezes com votos atravês de acor- esse projeto. Agência Parlamento do Banco do Brasil S~A., sobre o
do de liderança:>. Mas, esse projeto realmente merecia Sr. PrCSfdente, vou concluir as minhas palavras, agra- acolhimento das justificativas contidas no Oficio sjn<~­
um debate em profundidade. E o veto jã começou a pro- decendo a V. Ex' e aos companheiros pela tolerância e IPC -de dezesseis do corrente mês, referentes ao des-
vocar esse debate. Acredito que a Presidência não pode- dizer a todos que eu não estarei aqui apenas para fazer conto do Imposto de Renda efetua_do nas operações fi-
ria arcar com a responSabilidade de assegurar recursos reclamações, ponderações, críticas, acusações, quando nanceiras, quando há isenção total concedida pelo artigo
para dar essa aposentadoria na forma proposta, que nem elas se fizerem necessárias; eu estarei também, como ho- número cinqOenta e oito da Lei número sete mil e oitenta
o trabalhador urbano tem hoje: um auxílio-doença dado mem público, para aplaudir .os: acertos do Governo que e sete de mil novecentos e oitenta e dois;- ficarido O- IPC,·
de imediato, mediante um simples atestado médico. po-rventura possam ser aplaudidos. Agora, eu serei sem- aguardando o documento oficial a ser"-~metido pelo
Além da falta de recursos, hã também outras falhas pre vigilante, como homem responsãvel, para que eu Banco do Brasil S.A. A seguir, foram relatadoS-e-aprova-
apontadas no veto, que deverão ser agora melhor exami- possa cumprir com o meu dever, para que eu possa cor~ dos os seguintes processos de concessão de pensão aos
nadas e tenho a impressão, -quase certeza, de que o Go~ responder à confiança, não do meu Partido, mas, sobre- benefiCiários: Enilda Leite Marinho, Maria da Gloria
verno, oportunamente, mandarã mensagem, ou surgirão tudo. do povo brasileiro e, particularmente, do povo do Pereira Cordeiro, Aldeir Boarque de Paiva Cruz lima,
dentro dos Partidos, algumas propostas concretas cQrre~ Maranhão que me mandou para cã, na esperança de que Marília Vieira da Silva, Ernestina dos Santos Pinto eRa-
tamente formuladas, algum projeto que permita que eu honraria esta cadeira e o representaria com dignidade nildes Kulkamp. Foi autorizado à firma Vera Empreen-
atenda ao nosso objetivo. Esta é a questão. e sobretudo com independência, porque no dia em que dimentos Imobiliários Ltda. proceder à renovação do
eu _não tiver independência para dizer o que o povo pen- contrato de locação da sala número mil duzentos e qua-
O SR. JOÃO CASTELO - Agradeço, Senador Mil- sa ou o que eu penso por ele, ou aquilo que ele quer que tro do Edifício Palácio do Comércio - Setor Comercial
ton Cabra]. eu interprete o se~ pensamento, neste dia eu prefiro dei~ · Sul, de propriedade do I PC, da Norton Publicidade
xar de ser político. S.A., cujo aluguel mensal será de Cr$ 504.585 (quinhen-
Assim, fica aqui a minha estranheza, o meu protesto, tos e quatro mil, quinhentos e oitenta e cinco cruzeiros),
O Sr. Gastão Müller- V, Ex• me pertime um aparte? as minhas colocações de repulsa a esse veto que em nada a partir do dia primeiro de abril do ano em curso, aplica-
ajuda o trabalhador rural brasileiro. do o índice oficial de correção, Autorizado, também, o
O SR. JOÃO CASTELO- Com muito prazer. -Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente. (Muito bem! ç.oq_serto d~máquina processadora de dados, cujo valor
Palmas.) apresentado 'J:!ela firma Selemaq orçou em Cr$ 650.000
(Seiscentos e c\nqaenta mil cruzeiros), para mudança to-
O Sr. Gastão Müller - Eu, como vice-Líder, estou trai do programa. A Seguir, o Sen.hor Presidente indicou
eventualmente na Liderança ·do PM_OB, de modo que o Senador Passos Pôrto para estudar os currículos reme-
INSTITUTO DE PREVIDENCIA DOS
.não tenho autoridade para definir a posição do Partido. CONGRESSffiTAS , tidos ao Instituto de Previdência dos Congressistas -
V. Ex• sabe que nós, no PMDB, como no PDS, também IPC, por duas Firmas de auditoria e solicitar propostas
exercemos a democracia. De modo que não posso falar 2' Reunião Ordinária, realizado em
de orçamento que viabilizem a execução dos enfoques
em nome de todos. vai~se reunir a bancada, o Senador 18 de abril Jle. 1985
determinados pelos Senhores Conselheiros. Vários as-
Humberto Lucena, nosso Líder, vai ouvir as razões do suntos foram ainda abq,rdados, inclusive quanto à tabela
Presidente José Sarney e do próprio Ministro da Previ- Aos dezoito dias do mês de abril do ano de mil nove- aplicada atualmente nos empréstimos concedidos, tendo
dência Social e afirmo a V. Ex'- que o PMDB farã com centos e oitenta e cinco, às quinze horas, presentes os Se- o Senhor Deputado Carlos Wilson sugerido a confecç~o
que a crítica, vamos dizer assim, o alerta de V. Ex'-, para nhores Senadores Nelson Carneiro, Presidente, José Pas- de outras tabelas _comparativas, para serem estudadas
a não-felicidade desse veto, s~a levada em conta e q~J:e sos Pôrto e os Senhores Deputados João Faustino, vice- oportunamente, o que foi aprovado. Nada mais havendo
cheguemos a um acordo para que o homem rural tenha Presidente, José Ribamar Machado, Antônio Morais, a tratar, é encerrada a reunião às dezoito horas e vinte
os beneficias melhores possíveis para que tenha uma. Carlos Wilson, Raymundo Urbano, Nilson Gibson e o minutos. E para constar, eu Zilda Neves de Carvalho,
vida melhOr no labor do campo. De modo que o PMDB Doutor Luiz do Nascimento Monteiro e ainda os Tesou- - Secretãria, lavrei a presente ata que depois de lida e
levarã em conta, com atenção, o alerta e a critica de V. reiros Deputado Haroldo Sanford e Doutor João Rodri~ aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente~- Ass.:
Ex•. gues de Cerqueira. Abertos os trabalhos, o Senhor Presi- Senador Nelson Carneiro, Presidente.

Você também pode gostar