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Curso

Cultivo
e produção
de grãos
2018. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO

INFORMAÇÕES E CONTATO
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO
Rua 87, nº 662, Ed. Faeg,1º Andar: Setor Sul, Goiânia/GO, CEP: 74.093-300
(62) 3412-2700 / 3412-2701
E-mail: senar@senargo.org.br
http://www.senargo.org.br/
http://ead.senargo.org.br/

PROGRAMA PRODUÇÃO VEGETAL

CURSO CULTIVO E PRODUÇÃO DE GRÃOS


PRESIDENTE DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DO SENAR/AR-GO
José Mário Schreiner

TITULARES DO CONSELHO ADMINISTRATIVO


Daniel Kluppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo Moreira Guimarães e Tiago Freitas Mendonça.

SUPLENTES DO CONSELHO ADMINISTRATIVO


Wanderley Rodrigues de Siqueira, Marcos Epaminondas Roriz de Moraes, Rogério Azeredo Cardoso D’Avila,
Flávio Roberto de Arruda Costa e Eleandro Borges da Silva.

SUPERINTENDENTE DO SENAR/AR-GO
Antônio Carlos de Souza Lima Neto

GESTOR DO DEPARTAMENTO TÉCNICO DO SENAR/AR-GO


Marcelo Lessa Medeiros Bezerra

GERENTE DE EDUCAÇÃO FORMAL DO SENAR/AR-GO


Fernando Couto de Araújo

COORDENAÇÃO TÉCNICA
Fernando Couto de Araújo e Sílvia Romano Ribeiro

IEA - INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS S/S


Conteudista: Juliana Lourenço Nunes Guimarães

TRATAMENTO DE LINGUAGEM E REVISÃO


IEA: Instituto de Estudos Avançados S/S

DIAGRAMAÇÃO E PROJETO GRÁFICO


IEA: Instituto de Estudos Avançados S/S
MÓDULO 03
Semeadura
MÓDULO 03 | Semeadura

Foram muitos aprendizados até aqui, não? Ainda t emos mais pela frente! Veja o que você aprenderá
em cada aula desse módulo.

Aula 1: Tratamento Você conhecerá os benefícios e os métodos de tratamento de


de sementes sementes.

Aula 2: Espaçamento Com esta aula, você será capaz de analisar os espaçamentos mais
e densidade de recomendados de acordo com a cultura e identificar a densidade
semeadura populacional ideal para semeadura das culturas de soja e milho.

Aula 3: Época e Você compreenderá as épocas de semeadura das culturas de soja


recomendações de e milho e verá as regulagens e recomendações de operação de
semeadura máquinas na semeadura.

Antes de avançar, acesse o ambiente de estudos e assista ao vídeo


que preparamos para você. Nele, você saberá mais sobre o Módulo 3.

Avance para a primeira aula do módulo!

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MÓDULO 03 | Semeadura

AULA 1
Tratamento de sementes

O tratamento de sementes, no sentido amplo, é a aplicação de processos e substâncias que preser-


vem ou aperfeiçoem o desempenho das sementes e permitam a expressão máxima do potencial
genético das culturas. Inclui a aplicação de defensivos (fungicidas, inseticidas e nematicidas), pro-
dutos biológicos (Trichoderma), inoculantes (bactérias do gênero Rhizobium fixadoras de nitrogê-
nio), estimulantes (hormônios), micronutrientes (Cu, Zn) etc., ou a submissão a tratamentos físicos
(termoterapia). No sentido mais restrito, refere-se à aplicação de produtos químicos eficientes
contra fitopatógenos.

O inoculante é um produto que contém microrganismo com ação benéfica para o desenvolvimento
das plantas.

Organismo, em geral um microrganismo, que causa doenças das plantas ao disturbar o metabo-
lismo celular pela secreção de enzimas, toxinas, fitorreguladores ou outras substâncias, ou pela
absorção de nutrientes da célula para o seu próprio crescimento e metabolismo.

É uma prática antiga, barata, e as vezes mais segura, que propicia os melhores êxitos no controle das
doenças disseminadas pelas sementes.

Objetivo da aula:
Conhecer os benefícios e métodos de tratamento de sementes.

Para a semeadura de grãos, é muito importante a utilização de produtos químicos no tratamento de


sementes, sobretudo quando há condições desfavoráveis à germinação da semente e à emergência da
plântula, especialmente a deficiência hídrica, que torna esses processos mais lentos e expõe por mais
tempo as sementes a pragas e fungos de solo, como Rhizoctonia solani, Pythium spp., Fusarium spp. e
Aspergillus spp., entre outros, que podem causar a deterioração da semente ou a morte das plantas.

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MÓDULO 03 | Semeadura

Na semente de soja, os principais patógenos trans-


mitidos são: Cercospora kikuchii, Fusarium pallidoro-
seum (syn. F. semetectum), Phomopsis spp. anamorfo
de Diaporthe spp. e Colletrotrichum truncatum. O
melhor controle dos patógenos citados é propiciado
pelos fungicidas do grupo dos benzimidazóis.

Os fungicidas podem ser classificados de duas formas:


fungicidas de contato e fungicidas sistêmicos. Você
sabe a diferença entre eles? Entenda os conceitos:

São os fungicidas aplicados nos órgãos aéreos. Não são absorvidos nem translo-
Fungicidas de
cados. A função dos fungicidas de contato é proteger a semente contra fungos
contato
do solo.

São fungicidas que se movem para o interior da planta após a sua aplicação. A fun-
Fungicidas
ção dos fungicidas sistêmicos é controlar os fitopatógenos presentes nas sementes.
sistêmicos
Assim, é importante que os fungicidas estejam em contato direto com a semente.

Os fungicidas de contato e os sistêmicos, já formulados e mais indicados para o tratamento de semen-


tes de soja, estão apresentados na tabela a seguir.

Fungicidas Dose/100 kg de sementes


Nome comum Ingrediente ativo (g)
Produto comercial Produto comercial (g ou mL)
Carbendazim + Thiram 30 g + 70 g
Derosal Plus 200 mL

Carbendazim + Thiram 30 g + 70 g
Protreat 200 mL

Carboxin + Thiram 50 g + 50 g
Vitavax-Thiram 1
250 mL

Piraclostrobina + Tiofanato metílico + Fipronil 5 g + 45 g + 50 g


Standak Top1 200 mL

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Thiabendazole + Fludioxonil + Mefenoxan 15 g + 2,5 g + 2 g a 18,75 g + 2,75 g + 2,5 g


Maxim Advanced 100 mL a 125 mL

Tiofanato metílico + Fluazinam 35 g + 5,2 g


Certeza 2
180 mL

1 - Não é indicado para controlar Sclerotinia sclerotiorum (micélio dormente) em sementes de soja.
2 - Recomendação durante a XXXI Reunião de pesquisa de soja da Região Central do Brasil, Brasília, DF. 2010.
Fungicidas de contato e fungicidas sistêmicos

CUIDADOS: devem ser tomadas precauções na manipulação dos fungicidas, conforme as orienta-
ções da bula dos produtos.

Como realizar o tratamento?


O tratamento de sementes com produtos indicados
como fungicidas, inseticidas, micronutrientes e ino-
culantes pode ser feito de forma sequencial, com
máquinas específicas para tratar sementes, desde
que disponham de tanques separados para os pro-
dutos, uma vez que a mistura de agrotóxicos em tan-
que não está regulamentada (Instrução Normativa
46/2002, que revoga a Portaria DAS N 67, de 30 de
maio de 1995). Em pequenas propriedades, o trata-
mento de sementes pode também ser realizado com
tambor giratório ou com betoneira.

Para a cultura da soja geralmente realiza-se a mistura de micronu-


trientes e inoculantes no tratamento químico, com os micronutrien-
tes molibdênio e cobalto. O molibdênio tem a função de estabelecer
simbiose com microrganismos fixadores de N2 pertencentes à família
Rhizobiaceae.

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Esses microrganismos infectam as raízes da soja e formam os nódulos, em cujo interior é sintetizado
um complexo enzimático, denominado nitrogenase. Ele rompe a tripla ligação existente entre os
átomos de N que formam a molécula do N2 e utiliza esses átomos para produzir duas moléculas de
amônia (NH3), as quais são fornecidas à planta para sintetizar os compostos nitrogenados. O cobalto
também influencia a absorção de nitrogênio por via simbiótica, porque faz a estrutura das vitaminas
B12, necessárias à síntese de leg-hemoglobina, responsável por determinar a atividade dos nódulos.

Hemoproteína fixadora de oxigênio ou nitrogênio que está presente nas fabáceas.

Saiba mais
A fixação biológica é um processo realizado por diversas espécies
de bactérias que habitam o solo. No caso da soja, bactérias que per-
tencem ao gênero Bradyrhizobium se associam simbioticamente às
plantas e formam estruturas especializadas nas raízes da soja, os
nódulos, nos quais ocorre o processo chamado de fixação biológica.

Tratamento com máquinas de tratar sementes


Entre as diversas vantagens que essas máquinas apresentam, em relação ao tratamento convencio-
nal (tambor), destacam-se os itens a seguir.

Menor risco de intoxicação do operador, uma vez que são utilizados fun-
gicidas líquidos.

Melhor cobertura e aderência dos fungicidas, dos micronutrientes e do


inoculante às sementes.

Rendimento de 60 a 70 sacos por hora.

Maior facilidade operacional, já que o equipamento pode ser levado ao


campo, por conta com engate para a tomada de energia do trator.

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MÓDULO 03 | Semeadura

Tratamento industrial de sementes

Em muitas empresas, o tratamento indus-


trial de sementes (TIS) já faz parte das eta-
pas do beneficiamento das sementes. São Boa parte das empresas que
utilizados equipamentos especiais e alta-
comercializam sementes realiza
mente sofisticados, os quais combinam a
o tratamento no pré-ensaque,
aplicação de fungicidas, inseticidas, mi-
antes do armazenamento ou
cronutrientes e nematicidas, entre outros.
no momento da entrega das
Esse tipo de tratamento vem ganhando
sementes ao produtor.
espaço no mercado de sementes de soja.
No Brasil, cerca de 40% das sementes são
tratadas assim.

O tratamento que é realizado na unidade de beneficiamento de sementes apresenta uma série de


vantagens em relação ao tratamento convencional (tambor ou betoneira).

Precisão no volume de calda utilizado para o tratamento das


sementes.

Melhor cobertura da semente com o produto químico.

Menor risco de intoxicação dos operadores.

Maior rendimento por hora (existem no mercado máquinas para


tratamento industrial, com capacidade para tratar até 30 tonela-
das de sementes por hora).

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MÓDULO 03 | Semeadura

O tratamento de sementes, principalmente de milho híbrido, é realizado por empresas produtoras


de sementes, que as comercializam já tratadas. Entre as vantagens do tratamento industrial da se-
mente vale destacar a qualidade superior decorrente da precisão da dose, cobertura e aderência dos
produtos aplicados, além da questão da saúde dos operadores e da segurança na aplicação, que é
muito mais controlada.

Outra vantagem é a possibilidade da aplicação


de produtos de recobrimento (film coating) à
base de polímeros sintéticos, que protegem as
sementes e melhoram o desempenho no cam-
po. Uma desvantagem é o maior custo, pois o
agricultor poderá adquirir sementes com todos
os tratamentos, ou seja, fungicidas, inseticidas
e nematicidas, que serão utilizadas em áreas
sem necessidade de controle de patógenos e/
ou pragas e isso poderá causar contaminação
do solo e do meio ambiente.

Síntese da aula

O tratamento de sementes é uma prática essencial no manejo de culturas produtoras de grãos. Entre
suas vantagens estão tanto o controle da infestação de diversas pragas e doenças relacionadas ao
desenvolvimento inicial das culturas, o que evita a redução da produtividade final da lavoura, como
a inoculação de sementes de soja com bactérias fixadoras de nitrogênio. O tratamento pode ser
feito de forma manual, mas o recomendado é que seja feito com equipamentos específicos, como
tambor rotativo ou betoneira, na própria propriedade. Outro procedimento indicado é o tratamento
industrial de sementes, quando as empresas já comercializam as sementes tratadas, o que evita a
exposição de produtores e trabalhadores a substâncias químicas. Os produtos e o tratamento devem
estar de acordo com as orientações de um responsável técnico.

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MÓDULO 03 | Semeadura

Atividade de aprendizagem
De acordo com o conteúdo de tratamento de sementes estudado, analise as afirmações a seguir e
marque a alternativa correta.

a. O tratamento de sementes é uma prática antiga e ultrapassada, em desuso em lavouras


comerciais de grãos.

b. O tratamento de sementes de forma manual apresenta os melhores resultados de rendi-


mento, segurança e eficiência do tratamento.

c. O tratamento de sementes dispensa a pulverização de defensivos agrícolas na condução da


lavoura posteriormente, ou seja, garante seu desenvolvimento livre de pragas e doenças.

d. O tratamento industrial de sementes (TIS) utiliza equipamentos especiais e altamente sofis-


ticados, o que garante bom rendimento e boa eficiência no tratamento, além de segurança
ao ambiente e ao trabalhador.

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MÓDULO 03 | Semeadura

AULA 2
Espaçamento e densidade de semeadura

A densidade de semeadura é definida como o número de plantas por unidade de área e tem um
papel importante no rendimento de uma lavoura, uma vez que pequenas variações na densidade
exercem uma grande influência no rendimento final da lavoura.

A importância de uma densidade de semeadura adequada está em facilitar uma distribuição unifor-
me das sementes, promover boas produtividades, prevenir a ocorrência de doenças, uniformizar a
maturação e evitar o acamamento de plantas.

Objetivo da aula:
Analisar os espaçamentos mais recomendados de acordo com a
cultura e identificar a densidade populacional ideal para semeadu-
ra das culturas de soja e milho.

Na cultura de milho, ainda é muito variado o espaçamento entre fileiras de milho nas lavouras, em-
bora seja nítida a tendência de sua redução. Entre as vantagens potenciais da utilização de espaça-
mentos mais estreitos, encontram-se os citados a seguir.

Aumento do Em decorrência de uma distribuição mais equidistante de plantas na área,


rendimento dos
com o aumento da eficiência da utilização de luz solar, água e nutrientes.
grãos

Melhor controle Com o fechamento mais rápido dos espaços disponíveis, o que diminui a dura-
de plantas
ção do período crítico das plantas daninhas.
daninhas

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MÓDULO 03 | Semeadura

Redução da
Em consequência do efeito da cobertura antecipada da superfície do solo.
erosão

Por meio da menor velocidade de rotação dos sistemas de distribuição de se-


Melhor mentes e maximização da utilização de semeadoras, uma vez que diferentes
qualidade de
culturas, como milho e soja, poderão ser plantadas com o mesmo espaçamen-
plantio
to, o que significa maior praticidade e ganho de tempo.

Espaçamentos mais estreitos (45 e 50 cm) têm


mostrado tendência em gerar maiores produ-
ções de grãos, principalmente com os híbridos
atuais, que são de porte mais baixo e arquite-
tura mais ereta. A redução no espaçamento re-
sulta também em maior peso de grãos por es-
piga. Esse comportamento acontece porque os
milhos atuais têm características de porte mais
baixo, melhor arquitetura foliar e menor massa
vegetal, o que permite cultivos mais adensados
em espaçamentos mais fechados. Graças a tais
características, esses materiais exercem meno-
res índices de sombreamento e captam melhor
a luz solar.

Uma avaliação de diferentes cultivares de milho, espaçamento e


densidade de plantio mostrou que o rendimento de grãos cresceu
com o aumento da densidade de plantio, em ambos os espaça-
mentos (reduzido e normal), o que demonstra que a produtividade
poderia ser ainda maior com um aumento na densidade de plan-
tio; entretanto, no espaçamento de 0,50 m entre fileiras, a produti-
vidade apresentou maior ampliação quando se passou de 40.000
plantas/ha-1 para 77.500 plantas/ha-1 do que no espaçamento de
0,80 m. Isso indica que a redução do espaçamento é mais vantajo-
sa em densidades de plantio maiores e comprova, mais uma vez,
que o benefício das linhas mais estreitas aumenta à medida que a
população de plantas também aumenta.

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MÓDULO 03 | Semeadura

Para a cultura da soja, a simples variação, dentro de certos limites, do espaçamento entre fileiras e
da densidade nas fileiras de semeadura, pode gerar uma diferença na produtividade de grãos, altura
da planta, diâmetro do caule, número de vagens por planta e o peso médio das sementes. Com um
espaçamento maior, diminuem a altura da planta, a inserção da primeira vagem e o grau de acama-
mento, enquanto aumentam o número de ramificações, o número de vagens por planta, a produtivi-
dade por planta e o peso médio das sementes.

Saiba mais
Você sabia que nos últimos anos a população de plantas de soja
vem sofrendo uma redução gradativa? Ela passou de 400 mil para
aproximadamente 320 mil plantas por hectare.

Isso é possível por causa dos avanços nos sistemas de semeadura,


cultivares mais adaptadas, melhoria da capacidade produtiva dos
solos, adoção de práticas conservacionistas, cobertura vegetal do
solo e da semeadura direta.

Fique atento! O número de plantas por hectare pode variar e chegar a 240 mil plantas por hectare
em solos mais férteis e semeadura realizada em novembro; já em semeadura realizada em outubro
ou em dezembro, principalmente em regiões onde a soja não apresenta porte alto, é recomendável
não reduzir a população para menos de 300 mil plantas por hectare, para evitar o desenvolvimento
de lavouras com plantas de porte muito baixo.

Síntese da aula

A densidade de semeadura é definida como o número de plantas por unidade de área (por hectare,
por metro etc.). É uma importante atividade dentro do planejamento de implantação da cultura, pois
uma vez realizada a semeadura e estabelecida a cultura não é mais possível alterar a densidade de
plantas da área naquele ciclo. Uma densidade de plantas bem estabelecida tem por objetivo garan-
tir boa produtividade, reduzir a competição entre plantas da mesma cultura, reduzir a infestação de
plantas daninhas e aumentar a proteção do solo, entre outros benefícios. A densidade ideal varia de
acordo com a cultura, a cultivar e o híbrido dentro de cada cultura a ser implantada na área, por isso
é ideal que se conheça as características de cada uma.

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MÓDULO 03 | Semeadura

Atividade de aprendizagem
Conforme estudado nesta aula de espaçamento e densidade de semeadura, analise as alternativas
a seguir e marque a correta.

a. O ideal é utilizar a mesma densidade de semeadura para o milho e a soja, de forma que uma
cultura seja semeada na mesma linha de semeadura da cultura anterior.

b. Uma vez identificado o erro de espaçamento e densidade de semeadura de uma cultura,


deve-se proceder à correção logo após a germinação e emergência da cultura, antes do seu
pleno desenvolvimento, para evitar prejuízos.

c. Espaçamentos mais estreitos para a cultura do milho (45 e 50 cm) têm mostrado tendência
de maiores produções de grãos, principalmente com os híbridos atuais, que são de porte
mais baixo e arquitetura mais ereta.

d. A soja apresenta menor densidade de semeadura em comparação com o milho e isso expli-
ca sua menor produtividade relativa, em sacos/hectare.

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MÓDULO 03 | Semeadura

AULA 3
Época e recomendações de semeadura

A época de semeadura é fator preponderante para o sucesso da lavoura, pois resulta em alterações
das relações hídricas, bem como da temperatura, do fotoperíodo e da radiação solar disponíveis
às plantas. A semeadura tardia pode acarretar perdas da ordem de 30% a 50% na produtividade
de grãos, enquanto semeaduras na época de safrinha podem causar perdas de até 70% em relação
à época recomendada. Portanto, a adoção de épocas de semeadura que propiciem condições cli-
máticas próximas às exigidas pelas plantas é de extrema importância para um bom desempenho
produtivo das lavouras.

São as horas de exposição solar que as plantas exigem para se desenvolverem de forma adequada.

Objetivo da aula:
Compreender as épocas de semeadura das culturas de soja e milho
e descrever as regulagens e recomendações de operação de máqui-
nas na semeadura.

Época da semeadura
de milho
A semeadura de milho na época adequada, em-
bora não tenha influência no custo de produ-
ção, afeta o rendimento e, consequentemente,
o lucro do agricultor. Para a tomada de decisão
quanto à época de semeadura, é importante co-
nhecer os fatores de risco, entre eles os riscos cli-
máticos, que tendem a ser minimizados quanto
mais eficiente for o planejamento das atividades
relacionadas a produção.

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MÓDULO 03 | Semeadura

A produtividade do milho é dependente de vários fatores integrados. Veja quais são os mais
importantes:

Interceptação de radiação pelo dossel vegetal

Eficiência metabólica

Eficiência de translocação dos fotossintatos para os grãos em


desenvolvimento.

As respostas diferenciadas dos genótipos e a variabilidade ambiental, ou seja, a interação genótipo e


ambiente, significam que os efeitos genéticos e ambientais não são independentes. Daí a importância
de conhecer a época de semeadura, para prever as condições ambientais (temperatura, duração do
dia, radiação solar, distribuição das chuvas e disponibilidade de água do solo) no período em que a
cultura do milho terá maior probabilidade de se desenvolver em condições edafoclimáticas favoráveis.

Conjunto de genes característicos de cada espécie, vegetal ou animal, ou seja, o genótipo são os
genes em formato de DNA que um animal ou um vegetal recebe de herança por parte de seus dois
progenitores, mãe e pai, e que, portanto, são formados pelos dois dotes de cromossomos que contêm
a informação genética do ser em questão.

Condições de solo e clima da área. Referem-se às características definidas pelos fatores do meio,
como o clima, o relevo, a temperatura, a umidade do ar, a radiação, o tipo de solo, o vento, a com-
posição atmosférica e a precipitação pluvial.

É uma tarefa difícil estabelecer a época de semeadura para uma de-


terminada região sem um conhecimento prévio das cultivares que
serão plantadas e das condições ambientais em que se pretende
desenvolvê-las.

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MÓDULO 03 | Semeadura

Com o objetivo de estabelecer a época de semeadura do milho para as diferentes regiões, foram
desenvolvidos trabalhos para recomendação das épocas em relação aos períodos críticos da cultura
a estresse hídrico. Para isso, além dos fatores climáticos, como precipitação (intensidade e distribui-
ção), temperatura e radiação na estimativa da demanda de água pela planta, levam-se em conside-
ração os aspectos fisiológicos da planta e as características físico-hídricas do solo.

Na região do estado de Goiás, a época de semeadura varia de ou-


tubro a novembro. Em Rio Verde/GO, observou-se que a partir da
primeira época tida como ideal (início de outubro para aquela re-
gião), os decréscimos em produtividade eram nítidos para o milho
– independentemente do ciclo (superprecoce, precoce e de ciclo
normal) – com uma perda de 58,11 kg de grãos/ha-1 por dia de atra-
so de semeadura. O milho safrinha é aquele cultivado de janeiro a
março, normalmente após a soja precoce e, em alguns locais, após
o milho de verão e o feijão das águas.

Época de
semeadura da soja
Provavelmente, nenhum outro fator cultural iso-
ladamente é mais importante para a produção
da soja do que a época de semeadura. A soja é
uma planta sensível à luz e a outras condições
ecológicas, como temperatura, altitude e umi-
dade. Em decorrência dessa fotossensibilidade,
cada cultivar tem o seu mínimo de ausência de
luz para ser induzida a florescer.

A época de semeadura determina a exposição da soja à variação dos


fatores climáticos limitantes, portanto semeaduras em épocas inade-
quadas podem afetar a estatura, o ciclo e a produtividade das plantas
e aumentar as perdas na colheita.

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MÓDULO 03 | Semeadura

A melhor época para a semeadura depende da cultivar e do local de cultivo. Está clara a necessida-
de de trabalhos experimentais em diversas regiões produtoras para determinar a época mais ade-
quada para o cultivo da soja e as cultivares aptas a estas regiões.

Saiba mais
No Brasil, existem indicações de que a soja não apresenta matura-
ção satisfatória nas semeaduras realizadas antes de 1° de outubro
ou depois de 20 de dezembro. De modo geral, na região Centro-O-
este e principalmente no estado de Goiás, recomenda-se a semea-
dura entre 10 de outubro e 15 de dezembro; a maior produtividade
de grãos e a altura adequada da planta são obtidas quando o se-
meio é feito em novembro.

Síntese da aula

Considera-se época ideal de semeadura aquela em que a operação é realizada num período que
oferece condições climáticas favoráveis à cultura e desfavoráveis à incidência de doenças e pragas.
Os fatores determinantes para o planejamento da época de semeadura de culturas de grãos são a
luminosidade, a temperatura, o fotoperíodo e a umidade do solo. Tais fatores devem ser levados em
consideração no planejamento da rotação de culturas na área.

Atividade de aprendizagem
De acordo com o conteúdo desta aula sobre época e recomendações de semeadura, analise as afir-
mações a seguir e marque a alternativa correta.

a. A época de semeadura ideal deve apresentar boa disponibilidade hídrica, bem como tempe-
ratura, fotoperíodo e radiação solar ideais para o desenvolvimento das plantas.

b. Quanto mais tardia for a época de semeadura do milho, maior será o custo de semeadura
para o produtor.

c. Na região do estado de Goiás a semeadura da primeira safra deve ocorrer entre os meses de
janeiro e fevereiro, para possibilitar o cultivo da segunda safra ainda no mesmo ano.

d. A melhor época de semeadura da soja no estado de Goiás é no cultivo de safrinha, devido a


sua resposta às condições climáticas dessa época.

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MÓDULO 03 | Semeadura

Gabarito
Módulo 3

Aula 1

Resposta correta: D

No tratamento industrial de sementes as empresas já comercializam as sementes tratadas, o que ga-


rante eficiência no tratamento, praticidade e segurança ao produtor. A alternativa A está errada, pois o
tratamento de sementes é uma prática antiga e bastante utilizada atualmente, como forma de proteção
do desenvolvimento inicial da cultura contra o ataque de pragas e doenças, além de inoculação com
bactérias fixadoras de nitrogênio na cultura da soja. A alternativa B está errada, pois o tratamento de
sementes de forma manual apresenta baixo rendimento e eficiência, além de alto potencial de conta-
minação do trabalhador. A alternativa C, por fim, está errada, pois o tratamento de sementes protege
contra a infestação de pragas e doenças durante o desenvolvimento inicial da cultura, mas é recomen-
dado utilizar outras medidas de controle para infestações posteriores nas culturas.

Aula 2

Resposta correta: C

A redução no espaçamento do milho resulta também em maior peso de grãos por espiga. Esse com-
portamento decorre dos milhos atuais, que têm características de porte mais baixo, melhor arquitetura
foliar e menor massa vegetal, o que permite cultivos mais adensados em espaçamentos mais fechados.
A alternativa A está errada, pois a densidade ideal varia de acordo com a cultura, a cultivar e o híbri-
do dentro de cada cultura a ser implantada na área, por isso é ideal que se conheça as características
de cada uma. A alternativa B está errada, pois a determinação do espaçamento e da densidade de
semeadura é uma importante atividade dentro do planejamento de implantação da cultura. Uma vez
realizada a semeadura e estabelecida a cultura, não é mais possível alterar a densidade de plantas da
área naquele ciclo. Por fim, a alternativa D está errada, pois a densidade de semeadura da soja é maior
do que a do milho. Enquanto com o milho se cultiva até em torno de 77.000 plantas/ha-1, com a soja é
possível ultrapassar 300.000 plantas/ha-1.

Aula 3

Resposta correta: A

Esses fatores são essenciais para o bom desenvolvimento das plantas, pois há uma interferência direta
na produtividade quando algum deles não está de acordo com as exigências da cultura. A alternativa B
está errada, pois a semeadura de milho na época adequada não influencia o custo de produção direta-
mente, mas afeta o rendimento e, consequentemente, o lucro do agricultor. A alternativa C está errada,
pois na região do estado de Goiás, a época de semeadura da primeira safra varia de outubro a novem-
bro, no início do período chuvoso. Por fim, a alternativa D está errada, pois a melhor época para se
realizar a semeadura da soja depende da cultivar e do local de cultivo. Além disso, a soja é uma planta
sensível à luz e a outras condições como temperatura, altitude e umidade.

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MÓDULO 03 | Semeadura

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