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MÓDULO POLÍTICAS - ESTUDO DE CASO

Os(as) alunos(as) organizados propuseram um projeto que visa discutir política


com as turmas da escola. No entanto, há uma preocupação de pedagogos(as) e
coordenadores(as) que esses encontros se tornam palanques políticos. Haverá uma
reunião onde esse projeto será apresentado à direção.
A preocupação com as dimensões e rumo que esses encontros possam tomar
é legítimo, visto as polarizações partidárias que ocorreram nos últimos anos no país,
no entanto, ao mesmo tempo, é de suma importância que os(as) alunos(as) aprendam
sobre política, e é louvável a iniciativa dos(as) mesmos(as) em buscarem pessoas e
grupos que possam debater esse tema. É importante

Vislumbramos o grêmio estudantil como instrumento que possibilita a


aquisição de aprendizados políticos, essenciais na luta de classes. Os
conhecimentos gerados, vivenciados e socializados nas práticas
desenvolvidas pelos grêmios se instituem no e para o coletivo,
auxiliando tanto no processo de expansão da consciência de classe,
como também no engajamento em práticas de militância, essenciais
para a ampliação dos direitos sociais e políticos e para a
transformação das relações de mando e submissão, presentes na
sociedade de classes ou na instituição a que o grêmio está vinculado
(BOUTIN, 2021, p.28)

Portanto, há de se buscar uma solução que concilie as necessidades


formativas dos(as) docentes, e seu crescimento como cidadãos, mas, não leve a
escola a ser subvertida em canteiro eleitoral de um grupo político específico.
Passam pela solução desse problema: a direção da escola como mediadora na
situação; pedagogo(a) e coordenador(a) que apresentarão as suas preocupações;
os(as) discentes representantes dos(as) alunos(as) que trarão seu projeto. Além disso,
será necessária a participação do conselho de escola, uma vez que, Segundo o
Regimentos Comum das Escolas da Rede Municipal de Ensino do Município de
Cariacica-ES “Art. 53 § 1º. O Grêmio terá autonomia para elaborar propostas,
organizar e sugerir atividades para a unidade de ensino, contando com a autorização
do Conselho de Escola”. (CARIACICA 2018)
A direção da escola deverá: reunir alunos(as), pedagogo(a), coordenador(a) e
representantes do conselho de escola para a apreciação do projeto de formação
política na escola de autoria dos discentes; solicitar aos(às) alunos(as) que
apresentem pormenorizadamente o projeto em seus mais variados aspectos como a
quantidade de encontros, os temas propostos, a relação dos convidados, suas
respectivas formações, e cargos que ocupam na política e seus respectivos partidos,
e/ou correntes ideológicas. Após isso, pedir que o(a) pedagogo(a) e coordenador(a)
que apresentem as suas preocupações de uso partidário desse momento; em seguida,
permitir que os(as) representantes discentes exponham suas percepções e opiniões
sobre a preocupação da equipe pedagógica, ainda, ouvir a opinião dos conselheiros,
elencando suas percepções e sugestões.
Por fim, mas sem encerrar o diálogo, o diretor a par de todas as opiniões
propõe um termo de conciliação, provavelmente, encaminhado para a realização do
evento com um equilíbrio de opiniões, e posições políticas e ideológicas, valorizando a
pluralidade de ideias, com condições adequadas para o exercício da democracia.
O método se baseia simplesmente em permitir que todos os segmentos da
comunidade escolar se manifestem em seus anseios, expectativas e temores sobre a
atividade a ser desenvolvida. Permitir que por meio do diálogo aberto e franco, os
diferentes sujeitos possam encontrar um termo de conciliação que possibilite a
realização do evento, sem no entanto, ferir princípios básicos da cidadania como a
pluralidade de ideias. E ao mesmo tempo, valorizar o protagonismo dos(as) alunos(as)
em sua formação política e cidadã. A estratégia de negociação é mostrar que todos
podem ganhar, desde que estejam dispostos a permitir que diferentes pontos de vista
políticos e ideológicos possam atuar de forma respeitosa e democrática, e que a
escola e a sociedade, como um todo, ganha com a pluralidade de ideias.
O acompanhamento da solução se dá num primeiro momento ao fim da
reunião com um acordo estabelecido entre todos(as) envolvidos(as), e posteriormente,
com a realização dos encontros, verificando se ocorreram como combinado. A
responsabilidade do acompanhamento é partilhada entre todos(as) pessoas que
fizeram parte da reunião de apresentação do projeto. Da mesma forma, cada
segmento será informado dos desdobramentos da realização do projeto pelos seus
representantes do conselho de escola, também caberá ao(à) pedagogo(a) informar
aos(às) professores(as), os(as) representantes discentes aos(às) alunos(as) do
desenvolvimento do projeto e suas repercussões na escola.

CARIACICA. Regimento comum das escolas da rede municipal de ensino do município


de Cariacica/ES. Edição 777, Cariacica, 09 fev. 2018.

BOUTIN, A. C. B. D.. A participação política em grêmios estudantis na perspectiva de


documentos orientadores. Disponível em:
http://educacaoonline.edu.puc-rio.br/index.php/eduonline/article/view/974 , publicado em
06/08/21, acesso em 02/2022. (p. 28)

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