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Gestão democrática:

Aspectos Políticos e
Pedagógicos
Atualmente gestão democrática tem sido um
assunto muito abordado, pois ela permite
que os participantes se envolvam e sejam
responsáveis com as decisões e com as
atividades de maneira geral.

O direito dessa participação democrática


está garantido na Lei de Diretrizes e Base da
Educação de 1996:
Art. 14 – Os sistemas de ensino definirão as
normas da gestão democrática do ENSINO
PÚBLICO na educação básica, de acordo com as
suas peculiaridades e conforme os seguintes
princípios:
I participação dos profissionais da educação na
elaboração do projeto pedagógico da escola;
II. Participação da comunidade escolar e local em
conselhos escolares ou equivalentes.
Art. 15 – Os sistemas de ensino assegurarão
às unidades escolares públicas de educação
básica que os integram progressivos graus de
autonomia pedagógica e administrativa e de
gestão financeira, observadas as normas de
direito financeiro público. (BRASIL, 1996)
A gestão democrática na escola é uma
importante alternativa para a superação de
muitas questões históricas que estão
enraizadas na cultura brasileira.
A instituição escolar deve ter clareza em seus
objetivos, metas e o PPP viabiliza a realização desses
alvos. Sobre esse assunto Dallari aborda:

Um aspecto interessante e grave, que é oportuno


lembrar, é que um sistema político só é democrático
quando as decisões são tomadas com liberdade e se
respeita a vontade da maioria. Ora, quando muitos se
negam a participar das decisões é inevitável que a tarefa
de decidir fique nas mãos da minoria, ou seja, a omissão
de muitos impede que se tenha um sistema democrático.
(DALLARI, 1983, p. 24)
Em relação ao PPP, os pedagogos, gestores,
professores, funcionários, famílias e alunos,
são os envolvidos na elaboração desse
documento norteador.
Segundo Padilha, no planejamento dialógico,
atribui-se a cada segmento escolar
responsabilidades específicas, mas integradas
entre si, que possibilitem o efetivo exercício da
cidadania ativa. (PADILHA, 2005, p. 68).
O PPP deve ser completo afim de que as
decisões sobre a direção a seguir fiquem
claras, porém ele é flexível, pois é de uma
abrangência política, e pedagógica.

Logo na sua estrutura deve conter: missão,


clientela, dados sobre a aprendizagem,
relação com as famílias, recursos, diretrizes
pedagógicas e plano de ação.
Gestão democrática na Constituição Federal de
1988
A Constituição Federal, Carta Magna de nosso país proporciona um
amparo legal para viabilizar a gestão democrática nas instituições
escolares.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a
arte e o saber;
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de
instituições públicas e privadas de ensino;
IV – gratuidade do ensino público em estabelecimentos
oficiais;
V – valorização dos profissionais da educação escolar,
garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso
exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos
das redes públicas; (Redação dada pela EC n. 53/2006)
VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII – garantia de padrão de qualidade.
VIII – piso salarial profissional nacional para os profissionais da
educação escolar pública, nos termos de lei federal. (Incluído
pela EC n. 53/2006)
Qual a importância da gestão
democrática no espaço escolar?
No espaço escolar a gestão democrática é
de uma singularidade extrema, pois visa
garantir métodos coletivos de participação
e tomada de decisões assertivas para as
situações apresentadas.
Objetivando a verdadeira razão social da escola.
A gestão escolar dos sistemas de ensino e de suas
escolas constitui uma dimensão e um enfoque de
atuação na estruturação organizada e orientação da
ação educacional que objetiva promover a
organização, a mobilização e a articulação de todas
as condições estruturais, funcionais, materiais e
humanas necessárias para garantir o avanço dos
processos sócios educacionais. (LUCK, 2006, p.26)
Como implementar uma gestão
democrática na escola?
Para implementar a gestão democrática é
importante dar a oportunidade de
participação.
Lembre-se, participação é ter o poder sobre
a ação! Não há gestão democrática sem a
vivência do exercício de participação e de
tomada de decisão por todos.
É necessário ter em mente que a democratização da gestão
educacional não ocorrerá sem uma compreensão mais ampla
da função política e social da escola, locus privilegiado da
educação sistematizada, e da sua importância no processo de
transformação da sociedade, à medida que ela se
compromete com a função de “preparar e elevar o indivíduo ao
domínio de instrumentos culturais, intelectuais, profissionais e
políticos” (RODRIGUES, 1987, p. 43).
Projeto Político Pedagógico
o que é e para que serve?
O Projeto Político Pedagógico é um documento
escolar, amparado por Lei e como o próprio nome diz é
projeto é político e é pedagógico.

Projeto por nomear ações a serem executadas.


Pedagógico por deliberar as atividades e projetos a
serem desenvolvidos pela escola.
Político para delimitar o rumo, o caminho.
Por meio do PPP são determinados os objetivos mais
abrangentes, as aptidões a desenvolver nos
discentes e o como alcançar as metas estabelecidas.

Segundo Libâneo (2004o PPP é um documento que


detalha objetivos, diretrizes e ações do processo
educativo a ser desenvolvido na escola, expressando
a síntese das exigências sociais e legais do sistema
de ensino e os propósitos e expectativas da
comunidade escolar.),
Quem elabora o Projeto Político Pedagógico da
escola?
Com a necessidade de construir um
pensamento crítico e democrático no
ambiente escolar há a importância da
participação de todos na elaboração do
Projeto Político Pedagógico: gestores,
professores e comunidade escolar. Os atores
envolvidos são internos e externos.
A socialização do poder permite a prática da
participação do grupo e assim todos definem o
caminho a seguir, sentindo-se participantes do
processo.
De acordo com a Lei 9.394/96 ”os
estabelecimentos de ensino, respeitadas as
normas comuns e as do seu sistema de ensino,
terão a incumbência de elaborar e executar sua
proposta pedagógica”.
O que deve conter em um Projeto
Político Pedagógico?

Segundo pesquisadores, a elaboração do


PPP deve abarcar: missão, clientela,
dados sobre a aprendizagem, relação com
as famílias, recursos, diretrizes
pedagógicas e plano de ação.
Como elaborar um Projeto Político
Pedagógico da minha escola?
Para elaborar o PPP em uma escola é imprescindível um
diagnóstico a fim de conhecer a realidade da comunidade em
que a escola está inserida. Após a sondagem é necessário
discussões sobre os objetivos e metas, para uma reflexão.
Assim sendo haverá uma sensibilização com os profissionais
de cada área para levantar propostas objetivas. Posteriormente
há acompanhamento periódico. O trabalho coletivo, no PPP é o
marco para a construção de uma escola autônoma.
Projeto Político Pedagógico da escola
concepção princípios e eixos norteadores
VEIGA possui uma extensa produção sobre o PPP. Segundo a
autora, o “Projeto Político Pedagógico concebido como
organização do trabalho da escola deve está fundamentado
nos princípios que deverão nortear a escola democrática,
pública e gratuita”; que assegure igualdade, qualidade,
gestão democrática, liberdade (associada à ideia de
autonomia) e valorização do magistério. VEIGA (2006, p.
11‐33) Estes são princípios fundamentais para um debate
aberto e dinâmico sobre as temáticas que regem o PPP.
Na LDB estão inclusos, em destaque, três grandes eixos
relacionados à construção do PPP: “O eixo da flexibilidade está
vinculado à autonomia, possibilitando que a escola organize seu
próprio trabalho pedagógico.
Eixo de avaliação que reforça um aspecto importante a ser
observado nos diversos níveis do ensino público.
O eixo da liberdade que se expressa no âmbito do pluralismo de
ideias e concepções pedagógicas e da proposta de gestão
democrática do ensino público, que será definida em cada
sistema de ensino.” (LDB 9394/96).
O Projeto Político Pedagógico e o
currículo escolar
O PPP é uma das formas de se consolidar o
currículo, e ambos são documentos
elaborados de forma coletiva para organizar
ações democráticas na escola e que
orientam o trabalho.
Existem três tipos de manifestações de
currículo: Currículo Formal (prescrito),
Currículo Real (em ação) e Currículo Oculto
(implícito), ambos são relevantes para que
a escola cumpra seus objetivos e a função
social com a comunidade.
Segundo Libâneo (2004), o currículo Real é
aquele planejado pela rotina do professor, cuja a
essência está na contextualização dos conteúdos.
O Currículo Oculto, como práticas que não
estão prescritas, mas é existente e está presente
no planejamento e o Currículo Prescrito não é
concebido pela comunidade escolar ou a partir de
uma concepção atender as diversidades.
Currículo prescrito: são os documentos oficiais que
orientam a educação nacional e as propostas
curriculares das Secretarias de Estado da Educação,
como: DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS –
DIRETRIZES CURRÍCULARES ESTADUAIS – BASE
NACIONAL COMUM CURRICULAR – REFERENCIAL
CURRICULAR DOS ESTADOS: princípios, direitos e
orientações – Pareceres e Deliberações do Conselho
Nacional, do Conselho Estadual de Educação e
Instruções Secretariais.
O que é Currículo Escolar?
Vamos analisar as concepções básicas de currículo
escolar apoiadas na teoria de dois autores:

•Forquin (1993, p. 22), afirma que currículo escolar no


vocabulário anglo-saxão é um percurso educacional, um
conjunto contínuo de situações de aprendizagem (“learning
experiences”) às quais um indivíduo vê-se exposto ao longo de
um dado período, no contexto de uma instituição de educação
formal.
•Saviani (2010), currículo consiste em organizar o conteúdo e
desenvolvê-lo didaticamente.
Qual o objetivo do currículo escolar?

Ele objetiva a construção do


conhecimento de acordo com os saberes
históricos e os conhecimentos
relacionados à vivência do discente em
parâmetro com a realidade regional. O
currículo está sempre em construção
adaptando-se as mudanças da
humanidade.
A importância do currículo escolar

O currículo é de grande importância no


ambiente escolar, é um dos documentos
que orienta o trabalho do educador. É
relevante que o mesmo esteja em
concordância com o Projeto Político
Pedagógico e outros documentos
importantes na área educacional.
Existem três tipos de
manifestações de currículo:

•Currículo Formal (prescrito);


•Currículo Real (em ação);
•Currículo Oculto (implícito).
O que é currículo em movimento?

Currículo é o “documento de
identidade” (SILVA, 2003), que orienta a
escola. Claro que tem uma definição
maior que essa, abordamos de forma
simples para facilitar sua compreensão.
O currículo não é algo estático, e sim
está em constante evolução e atividade,
pois deve acompanhar as mudanças do
mundo. O currículo faz esse elo entre a
cultura, a sociedade e a escola. Logo o
Currículo em Movimento é um
documento único (como a identidade),
mas em constante movimento se
adaptando as mudanças do mundo.
Organização de um currículo escolar

O currículo escolar é a bússola que direciona o processo


educacional na instituição.

“A opção da escola por esta ou aquela forma de organização


curricular requer uma meticulosa discussão, pois cada escola
será reconhecida pelo tipo de homem que ela deseja formar e
por meio dos mecanismos que utiliza na definição de seu
currículo: propondo, selecionando, privilegiando, excluindo,
silenciando conteúdos e posturas tanto dos professores e
alunos quanto de possíveis interesses das comunidades
onde as escolas se localizam.” (GONTIJO. GONTIJO. Salto
Para o Futuro. Série Currículo e Projetos. Programa N° 4/2004).
Referências:

 LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da escola: teoria e


prática. 5 ed. Goiânia, GO: Alternativa, 2004.
 Projeto político pedagógico, currículo e gestão democrática. 27 de
agosto, 2014. Revista Direcional. NATIVIDADE, J.S; MEDEIROS,
S.A. Projeto político pedagógico e gestão democrática: limites e
desafios.
 SAVIANI, Nereide, “Saber Escolar, currículo e didática: Problemas
de unidade conteúdo/método no processo pedagógico”- 6. Ed.
Revista – Campinas, SP: Autores Associados, 2010.
 VEIGA, Ilma Passos Alencastro (org.). Projeto político‐ pedagógico
da escola: uma construção possível. 22. ed. Campinas, SP: Papirus,
2006.

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