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CURSO META – MAGISTÉRIO E

PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS

ASPECTOS LEGAIS DA
EDUCAÇÃO ESPECIAL E
INCLUSIVA –
Aspectos legais da Educação Especial e Inclusiva –

Nos últimos anos, uma série de leis e regulamentações


acerca da educação inclusiva entraram em vigor em
nosso país. Conheça cada uma delas detalhadamente e
saiba como garantir esses direitos .
Histórico dos marcos
legais da educação
inclusiva
Nas últimas décadas, muitos países têm passado por
significativas transformações referentes a políticas e
práticas voltadas à educação inclusiva.

No Brasil, as principais mudanças foram decorrentes


da publicação da Convenção sobre os direitos das
pessoas com deficiência , feita pela Organização das
Nações Unidas (ONU) em 2006.
Inspirado nesse documento, o Ministério da Educação
(MEC) lançou, em 2008, a Política nacional de
educação especial na perspectiva da educação
inclusiva .
Seu objetivo foi estabelecer diretrizes para a
criação de políticas públicas e práticas
pedagógicas voltadas à inclusão escolar.
Uma das principais contribuições dessa
medida foi reformular o papel da educação
especial por meio do estabelecimento
do atendimento educacional especializado
(AEE)
• Em 2008, a Convenção da ONU foi ratificada no país com
equivalência de emenda constitucional, passando a atuar
como um referencial a ser respeitado por todas as leis e
políticas brasileiras.

• Em 2014, foi promulgado o Plano nacional de educação


(PNE) , que prevê a universalização do acesso à educação
básica e ao AEE para o público-alvo da educação
especial até 2024.
• Em 2015, finalmente, foi aprovada a Lei brasileira
de inclusão (LBI) , que traz uma série de inovações,
como a proibição da negação de matrícula e de
cobrança de taxas adicionais em casos de estudantes
com deficiência.
Como consequência direta dessas leis, o número total de
matrículas dos estudantes com deficiência na educação
básica cresceu substancialmente nesse período,
particularmente no contexto inclusivo.
Convenção da ONU sobre
os direitos das pessoas
com deficiência
Em 2006, a Organização das Nações Unidas
(ONU) publicou a Convenção dos direitos das
pessoas com deficiência, com o objetivo de
proteger e garantir o total e igual acesso a todos
os direitos humanos e liberdades fundamentais
por todas as pessoas com deficiência, e
promover o respeito à sua dignidade.
O documento foi assinado por mais de
160 países, incluindo o Brasil. E em
2009, foi ratificado em nosso país com
equivalência de emenda constitucional,
passando a atuar como um referencial a
ser respeitado por todas as leis e políticas
brasileiras.
A Convenção estabelece que “não é o
limite individual que determina a
deficiência , mas sim as barreiras
existentes nos espaços, no meio
físico, no transporte, na informação,
na comunicação e nos serviços”.
O foco, portanto, não está em “tratar” a pessoa
ou esperar que ela “mude”, mas identificar e
eliminar as barreiras existentes nos espaços, no
meio físico, no transporte, na informação, na
comunicação, nos serviços, nas atitudes etc., que
impedem ou dificultam sua plena participação em
todos os aspectos da vida contemporânea.
Qual a relação da Convenção com a Constituição
federal?
Em 2008, a Convenção sobre os direitos das pessoas
com deficiência foi ratificada em nosso país com
equivalência de emenda constitucional . Isso significa
que o texto do documento passou a fazer parte da
Constituição brasileira, ou seja, a vigorar como lei.
Como a Convenção impactou a educação brasileira?
Desde a publicação da Convenção, em 2006, e de sua aprovação com
equivalência de emenda constitucional, em 2008, o Brasil tem
passado por grandes transformações no que diz respeito à educação
inclusiva. Como consequências diretas, nesse período, o país
construiu e aprovou um conjunto de leis bastante avançadas,
fundamentais para a garantia do direito de todos à educação e
aumentou significativamente o número de matrículas de estudantes
com deficiência na educação básica.
O número total dessas matrículas apresenta um
crescimento de quase 70% nos últimos 10 anos,
beirando atualmente 900.000 matriculas na educação
básica brasileira. O percentual de matrículas em
ambientes inclusivos atinge a expressiva marca de
80%, contrapondo um contexto oposto, ou seja, de
predominância em escolas e classes especiais.
Política nacional de educação especial na perspectiva da educação
inclusiva

Criada pelo governo federal brasileiro em 2008, a Política nacional


de educação especial na perspectiva da educação inclusiva é um
importante marco regulatório para a garantia da matrícula das pessoas
com deficiência na escola comum. De acordo com essa Política, a
educação especial deve integrar a proposta pedagógica da escola,
eliminando barreiras para a plena participação dos estudantes com
deficiência, transtornos do espectro autista (TEA) e altas
habilidades/superdotação, por meio do atendimento educacional
especializado (AEE).
Qual o impacto da Política nacional na educação
inclusiva no Brasil?
O impacto determinante foi a mudança radical de paradigma
quanto à atuação da educação especial nos sistemas de ensino do
país. Antes substitutiva ao ensino regular, a educação especial
assume caráter complementar, passando a integrar a proposta
pedagógica da escola.
A Política define o público-alvo da educação especial os alunos
com deficiência, transtorno do espectro autista (TEA) e altas
habilidades/superdotação – e institui o atendimento educacional
individualizado (AEE) como seu principal serviço de apoio.
O que é atendimento educacional especializado (AEE)?
Segundo a Política nacional, a função do AEE é de
identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de
acessibilidade para a eliminação das barreiras para a plena
participação dos estudantes com deficiência, transtorno do
espectro autista (TEA) e altas habilidades/superdotação,
em prol da autonomia e independência na escola e fora
dela.
O referido atendimento complementa e/ou
suplementa o processo de escolarização desses alunos.
Ou seja, não é substitutivo, devendo ocorrer no
contraturno escolar, preferencialmente na mesma escola e
em sala de recursos multifuncionais (SRM) .
Trata-se de um serviço da educação especial, que deve
ser realizado em articulação com as demais políticas
públicas, integrar o projeto político-pedagógico (PPP) da
escola e envolver toda a comunidade escolar.
Plano nacional de educação (PNE)
O Plano nacional de educação (PNE) orienta a política de educação no
Brasil por meio de 20 metas a serem cumpridas até 2024. Na área
da educação inclusiva , prevê a universalização do acesso à educação básica
e ao atendimento educacional especializado (AEE) para crianças e
adolescentes de 4 a 17 anos com deficiência, transtorno do espectro autista
(TEA) e altas habilidades/superdotação. Mas é importante considerar que a
efetivação das metas específicas de inclusão para esse público certamente
beneficiará também os demais estudantes ao exigir mudanças no atual
modelo de educação, vislumbrando uma escola melhor para todos.
Lei brasileira de inclusão (LBI)
Em vigor desde 2016, a Lei brasileira de inclusão (LBI) ,
também conhecida como Estatuto da pessoa com deficiência,
destina-se a assegurar e promover, em condições de
igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades
fundamentais da pessoa com deficiência, visando a
sua inclusão social e a cidadania. Essa determinação
envolve todos os níveis de ensino da escola regular, seja ela
pública ou privada.
A lei traz ainda uma série de inovações na área da
educação, como: multa e reclusão a gestores que
neguem ou dificultem o acesso de estudantes com
deficiência a uma vaga, proibição de cobrança de
valor adicional nas mensalidades e anuidades para
esse público e a oferta de um profissional de
apoio quando necessário.
Como proceder quando a LBI não é cumprida?

Representa crime:
• Recusar a matrícula ou até mesmo dificultar o acesso de
estudantes com deficiência à escola comum;
• Cobrar valor adicional nas mensalidades e anuidades
escolares devido à deficiência;
• Descumprir qualquer outra das determinações previstas na
Lei brasileira de inclusão (LBI).
Quais serviços de apoio para alunos com
deficiência são garantidos por lei?
Os estudantes público-alvo da educação especial têm direito
ao atendimento educacional especializado (AEE) no contraturno
escolar. Alunos surdos têm direito a intérpretes de Língua
brasileira de sinais (Libras) e surdocegos, a guias-intérpretes. E,
quando necessário, estudantes com deficiência ou transtorno do
espectro autista (TEA) têm direito a um profissional de apoio em
sala de aula.
Qual é o papel do profissional de apoio?
Segundo a Lei brasileira de inclusão (LBI) estudantes com
deficiência auditiva, visual, física ou intelectual ou com
transtorno do espectro autista (TEA) têm direito a um
profissional de apoio. A legislação diz:
XIII – profissional de apoio escolar: pessoa que exerce atividades
de alimentação, higiene e locomoção do estudante com
deficiência e atua em todas as atividades escolares nas quais se
fizer necessária, em todos os níveis e modalidades de ensino, em
instituições públicas e privadas (…)
O processo de inclusão de cada estudante é único. Por
isso, é fundamental avaliar cada situação especificamente,
a fim de constatar se o profissional de apoio é de fato
necessário para garantir a inclusão efetiva de um
determinado aluno. E é importante considerar que todos
devem ser envolvidos no processo: os próprios alunos, a
família, os educadores e demais atores da comunidade
escolar.
https://diversa.org.br/educacao-inclusiva/
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015.

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