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26/06/2021

Curso Básico de
Tratamento de
Esgoto Sanitário
Eng. Químico Moisés Antônio Benvegnú

Instrutor
Engenheiro Químico pela UFRGS.

Experiência de 10 anos na área de tratamento de
água e efluentes, atuando na indústria e no
saneamento.

Trabalhou na Eletrobras - CGT Eletrosul, na operação
de planta de água desmineralizada, e com
o tratamento de água para caldeira de alta pressão,
água de resfriamento, água potável e efluentes
industriais.

Atualmente trabalha na Companhia Riograndense de


Saneamento – CORSAN, onde já foi responsável pela
operação de diversas Estações de Tratamento de
Esgotos no RS.

Cofundador da Água e Efluentes. Moisés Antônio Benvegnú

Conteúdo do Curso
• Breve Histórico
• Panorama Atual
• Legislação
• Características do Esgoto e Parâmetros de Monitoramento
• Problemas Causados pelo Despejo de Esgoto
• Sistema de Esgotamento Sanitário - SES
• Etapas do Tratamento de Esgoto

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Livros Recomendados
Bibliografia Básica Bibliografia Avançada

Breve Histórico Peste Negra


Dispositivo de Mouras

Cloaca Máxima em Roma


Canal de esgoto em cidade do
Vale do Indo

Antiguidade (4000ac a 476dc) 1860

Idade Média (476 a 1453) 1848 1887 Entre 1913 e 1914

Estação Experimental Lawrence, em


Despejos nas ruas na Surto de cólera em Londres Massachusetts, nos EUA
Desenvolvimento do processo de Lodos
Europa
Ativados por Arden e Lockett

Banheiros públicos em Roma

Breve Histórico no Brasil

• 1561: poço para abastecimento


na cidade do RJ

• 1673 a 1723: Arcos da Lapa


transportavam água do Rio
Carioca para o Chafariz

• 1864: sistema de coleta de


esgotos moderno no RJ

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Breve Histórico
Fontes:
• http://www.tratabrasil.org.br/blog/2020/01/07/a-origem-do-saneamento-basico/
• https://www.saneamentobasico.com.br/quem-inventou-o-saneamento-basico/
• https://www.eosconsultores.com.br/historia-saneamento-basico-e-tratamento-de-agua-e-esgoto/
• http://www.senado.leg.br/comissoes/ci/ap/AP20091130_FranciscodeAssisSalvianodeSousa.pdf
• http://revistadae.com.br/artigos/artigo_edicao_33_n_704.pdf
• https://ensinarhistoriajoelza.com.br/a-misteriosa-civilizacao-de-harappa/
• https://www.menos1lixo.com.br/posts/historiasaneamento
• https://www.dom.eng.br/single-post/2018/09/25/Breve-hist%C3%B3ria-do-tratamento-de-esgotos
• http://etes-sustentaveis.org/?p=3958

Panorama Atual

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Fontes notícias
• https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-09/trecho-morto-do-tiete-aumenta-33-e-esta-com-163-quilometros#
• https://www.saneamentobasico.com.br/teresina-esgoto-jogado-rios-tratamentos/
• https://amazonasatual.com.br/manaus-e-a-sexta-cidade-entre-as-dez-com-pior-saneamento-basico/
• https://www.correiodopovo.com.br/especial/esgoto-bem-longe-do-ideal-1.355343
• https://www.folhape.com.br/noticias/noticias/plano-diretor/2018/08/09/NWS,77378,70,1213,NOTICIAS,2190-RECIFE-
AINDA-FALTA-SANEAR-METADE-CIDADE.aspx
• https://oglobo.globo.com/rio/tomada-por-lixo-esgoto-praia-de-botafogo-agoniza-24198516

Legislação
• Resolução CONAMA nº 357 de 2005 - classificação dos corpos d’água superficiais

• Resolução CONAMA nº 430 de 2011 - padrões de lançamento de efluentes

• Resolução CONAMA nº 396 de 2008 - classificação das águas subterrâneas

• Resolução CONAMA nº 498 de 2020 – disposição de lodo de ETE no solo

• Lei Federal nº 11445 de 2007 - Saneamento Básico

• Lei Federal nº 14026 de 2020 – Novo marco legal do saneamento

• Normas ABNT
– NBR 12209 – Projeto de Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário
– NBR 12208 – Projeto de Estação Elevatória de Esgoto Sanitário
– NBR 9649 – Projeto de Rede Coletora de Esgoto Sanitário
– NBR 7229 – Projeto, Construção e Operação de Sistemas de Tanques Sépticos
– NBR 13969 – Tanques sépticos - Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos - Projeto,
construção e operação

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Características do Esgoto e
Parâmetros de Monitoramento

O que é o esgoto?
Esgoto Doméstico Origem: residências, edifícios
comerciais, instituições ou
quaisquer outras edificações que
contenham instalações de
banheiros, lavanderias, cozinhas, ou
Água de chuva qualquer dispositivo de utilização da
água para fins domésticos.
Sanitário
Água de infiltração

Esgoto,
Eventualmente parcela não Composição: água de banho, urina,
Efluente ou significativa de despejos fezes, restos de comida, sabão,
Água Residual industriais. detergentes, água de lavagem.

Extremamente diverso, provém de


qualquer utilização da água para
Industrial fins industriais, e adquirem
características próprias em função
do processo industrial empregado.

Vazão
• Base no consumo de água
• Quota Per Capita (QPC)
• Média, Máxima e Mínima
• Estudos populacionais
Porte da Consumo per capita (QPC)
Faixa da População
Comunidade (L/hab.d)

Povoado Rural < 5.000 90 – 140

Vila 5.000 – 10.000 100 – 160

Pequena localidade 10.000 – 50.000 110 – 180

Cidade média 50.000 – 250.000 120 – 220

Cidade grande > 250.000 150 – 300

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Vazão
• Vazão média
• Coeficiente de Retorno (R)
– R = Qesgoto/Qágua ≈ 0,8

• Variação da vazão
– K1 = 1,2 (coeficiente do dia de maior consumo)
– K2 = 1,5 (coeficiente da hora de maior consumo)
– K3 = 0,5 (coeficiente da hora de menor consumo)
– Assim:
– Qmáx = Qméd . K1 . K2 = 1,8 Qméd
– Qmín = Qméd . K3 = 0,5 Qméd

Vazão
• Água de chuva
• Ligações clandestinas
• Infiltração
– Vazão por km de rede ou km²
– NBR 9649 cita 0,05 a 1,0 L/s.km
– Estimada de 20 a 2000 m³/d.km²
• Vazão industrial

Cor

Esgoto fresco Esgoto velho

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Odor
• Esgoto fresco: odor de mofo, suportável
• Esgoto velho: odor de ovo podre, desagradável
• Gases gerados nos processos de tratamento
• Subprodutos sólidos contaminados são fontes de mau cheiro
• Sistemas projetados e operando de forma adequada não
devem gerar odores significativos

Temperatura
• Varia de acordo com as estações do ano
• Atividade microbiana
• Velocidade das reações químicas
• Solubilidade dos gases
• Viscosidade dos líquidos

pH e Alcalinidade
pH: potencial hidrogeniônico (H+)

pH íons
> 9,4 hidróxidos e carbonatos

Alcalinidade: capacidade de neutralizar ácidos 8,3 a 9,4 carbonatos e bicarbonatos


4,4 a 8,3 apenas bicarbonatos

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Sólidos

Esgoto Água (99,9%)

Sólidos (0,1%) Poluição Tratamento

Sólidos Fixos
(SSF)
50 mg/L
Em Suspensão
(SS ou SST)
350 mg/L
Voláteis
(SSV)
300 mg/L
Totais
(ST)
1000 mg/L
Fixos
(SDF)
400 mg/L
Dissolvidos
(SD ou SDT)
650 mg/L
Voláteis
(SDV)
250 mg/L

Matéria Orgânica
• Consumo de OD pelos microrganismos para a sua estabilização
• Proteínas, carboidratos, gorduras e óleos, ureia, surfactantes..
• Fração biodegradável e inerte
• Fração particulada ou solúvel
• Dificuldade de analisar separadamente os compostos
Proteína
• Métodos diretos e indiretos de análise
• Indiretos: DBO e DQO (mais usados)
• Direto: COT (pouco usado)
Glicose

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Oxigênio Dissolvido
DBO
8 a 9 mg/L

0 mg/L
Matéria Orgânica + O2 + Bactérias CO2 + H2O + Bactérias + Energia

DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio


• Conceito: Quantidade de oxigênio requerida para estabilizar,
através de processos bioquímicos, a matéria orgânica carbonácea
• Indica a fração biodegradável
• Taxa de degradação do efluente
• Taxa de consumo de O2
• Método demorado DBO última

• DBOúltima: cerca de 20 dias DBO DBO 5


(mg O /L) 2

• DBO520 : 5 dias a 20°C DBO última


= 1,46
DBO5

DBO520 do esgoto bruto: 250 a 400 mgO2 /L


5 10 15 20 Tempo
(dias)

DQO – Demanda Química de Oxigênio


• Conceito: Quantidade de oxigênio requerida para estabilizar, através
de processos químicos, a matéria orgânica carbonácea
• Oxidação química
• Matéria orgânica biodegradável e inerte
• Compostos inorgânicos
• Resultado em até 3 horas
• Não se pode prever a taxa de oxidação

Relação DQO/DBO normalmente em torno de 1,7 a 2,4

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COT – Carbono Orgânico Total

• Método direto

• CO2 liberado

• Resultados rápidos

• Ensaio ainda pouco utilizado

• Pode se tornar mais viável

Crédito: Rafael Casagrande/Unisinos

Nitrogênio
Uréia

Amonificação Nitrificação Desnitrificação

Nitrogênio
Orgânico Nitrogênio
Amônia Nitrito Nitrato
gasoso
(proteínas, (NH3) (NO2-) (NO3-)
(N2)
ureia)

Nitrogênio Total Kjeldahl (NTK)

Nitrogênio Total

Nitrogênio
NOx NOx NOx

NTK
Amônia
solúvel
N total
NTK

N org NTK
particulado

Esgoto doméstico bruto

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Nitrogênio
Poluição das águas
• Eutrofização
• Consumo de OD - Nitrificação
• Amônia livre é tóxica para os peixes
• Doenças associadas ao Nitrato
Tratamento de Esgoto
• Importante para os microrganismos
• Consome OD e alcalinidade na nitrificação
• Havendo desnitrificação:
• Economia de OD e alcalinidade
• Aderência de N2 nos flocos e deterioração da sedimentação Cafeína

Nitrogênio
T = 15°C T = 20°C T = 25°C
pH
% NH3 % NH4+ % NH3 % NH4+ % NH3 % NH4+

6,5 0,09 99,91 0,13 99,87 0,18 99,82

7,0 0,27 99,73 0,40 99,60 0,57 99,43

7,5 0,86 99,14 1,24 98,76 1,77 98,23

8,0 2,67 97,33 3,82 96,18 5,38 94,62

8,5 7,97 92,03 11,16 88,84 15,25 84,75

9,0 21,50 78,50 28,43 71,57 36,27 63,73

9,5 46,41 53,59 55,68 44,32 64,28 35,72

Fósforo
• Fósforo Total = Fosfatos (PO43-) Íon fosfato

• Eutrofização
• Importante para os microrganismos no tratamento
• Fração inorgânica
– Formada por polifosfatos e ortofosfatos
– Origem: detergentes e outros produtos químicos domésticos
– Solúvel
• Fração orgânica
– Ligado a compostos orgânicos
– Origem: fisiológica
– Maior parte particulada
Tripolifosfato de Sódio

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Fósforo
Trifosfato de adenosina
(ATP)

P inorg
(poli+orto P
fosfato) solúvel
P total

P org P
particulado

Esgoto doméstico bruto

Formas em que os ortofosfatos se apresentam nas águas: PO43-, HPO42-, H2PO4-, H3PO4

Organismos Patogênicos
• Microrganismos importantes no tratamento

• Transmissores de doenças – PATOGÊNICOS

• Bactérias, vírus, protozoários e helmintos

• Origem predominantemente humana

• Podem também ter procedência animal

Doenças de transmissão feco-oral associadas à água


Doença Bactéria Doença Vírus
Febre tifóide Salmonella typhi Poliomelite Poliomyelitis virus
Febre paratifóide Salmonella paratyphi Hepatite infecciosa Vírus da hepatite A
Salmonella Salmonella – várias espécies Meningite Enterovírus
Disenteria bacilar Shigella dysenteriae Enterovírus, Norwalk, rotavírus, etc
Gastroenterite
– vários tipos
Cólera Vibrio cholerae
Doenças respiratórias Adenovírus – vários tipos
Gastroenterite E. coli enteropatogênica
Gastroenterite Campylobacter jejuni e coli Doença Protozoário
Leptospirose Leptospira – várias espécies Balantidíase Balantidium coli
Disenteria amebiana Entamoeba histolytica
Doença Helminto
Giardíase Girardia lamblia
Ascaridíase Ascaris lumbricoides
Criptosporidiose Cryptosporidium
Tricuríase Trichuris trichiura

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Indicadores de Contaminação Fecal

• Difícil detecção dos organismos patogênicos

• Organismos indicadores de contaminação fecal

• Contaminação por fezes humanas ou de animais

• Potencialidade de transmitir doenças

• Bactérias do grupo Coliforme

Grupo Coliformes
• Grande quantidade nas fezes humanas
• Alta probabilidade de detecção
• Resistência ligeiramente superior
• Mesmos mecanismos de remoção
• Testes para detecção rápidos e econômicos
• Mais utilizados
– Coliformes Totais
– Coliformes Termotolerantes
– Escherichia coli

Coliformes Totais
• Encontrados no ambiente e em fezes de
animais de sangue quente
• Engloba bactérias não fecais
• Conhecidos como de vida livre ou não
intestinais
• Sem relação quantificável com patogênicos
• Indicado para sistema de abastecimento de
água potável

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Coliformes Termotolerantes
• Predominantemente de origem fecal

• Amostra submetida a temperaturas superiores

• Permanecem bactérias de origem não fecal

• C. Termotolerantes e não C. Fecais

Escherichia coli
• Principal bactéria dos Coliformes Termotolerantes
• Abundante nas fezes humanas e de animais
• Detecção laboratorial bastante simples
• Garantia de contaminação exclusivamente fecal
• Mas sem garantia que seja humana
• Tendência de ser utilizado como indicador
• Algumas cepas são patogênicas
• Avaliar contaminação exclusivamente fecal humana
requer testes complementares

Indicadores de Contaminação Fecal

Bactérias intestinais
humanas Bactérias de vida livre

C. Totais
C. Termo
Patogênicas E. coli

Bactérias intestinais de
animais

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Outros
• Enxofre
• Óleos e Gorduras
• Surfactantes
• Metais Pesados
• Micropoluentes Orgânicos

Contribuição per capita


Características Concentração
Parâmetro (g/hab.d)
físico-químicas Faixa Típico Unidade Faixa Típico
Sólidos totais 120 - 220 180 mg/L 700 - 1350 1100
dos esgotos Em suspensão 35 - 70 60 mg/L 200 - 450 350
sanitários Fixos 7 - 14 10 mg/L 40 - 100 80
Voláteis 25 - 60 50 mg/L 165 - 350 320
Dissolvidos 85 - 150 120 mg/L 500 - 900 700
Fixos 50 - 90 70 mg/L 300 - 550 400
Voláteis 35 - 60 50 mg/L 200 - 350 300
Sedimentáveis - - mL/L 10 - 20 15
Matéria orgânica
DBO5 40 - 60 50 mg/L 250 - 400 300
DQO 80 - 120 100 mg/L 450 - 800 600
DBOúltima 60 - 90 75 mg/L 350 - 600 450
Nitrogênio total 6 - 10 8 mgN/L 35 - 60 45
Nitrogênio orgânico 2,5 - 4,0 3,5 mgN/L 15 - 25 20
Amônia 3,5 - 6,0 4,5 mgNH3-N/L 20 - 35 25
Nitrito ≈0 ≈0 mgNO2--/L ≈0 ≈0
Nitrato 0,0 - 0,2 ≈0 mgNO3--/L 0-1 ≈0
Fósforo Total 0,7 - 2,5 1 mgP/L 4 - 15 7
Fósforo orgânico 0,2 - 1,0 0,3 mgP/L 1-6 2
Fósforo inorgânico 0,25 - 1,5 0,7 mgP/L 3-9 5
pH - - - 6,7 - 8,0 7,0
Alcalinidade 20 - 40 30 mgCaCO3/L 100 - 250 200
Metais pesados ≈0 ≈0 mg/L traços traços
Compostos orgâ. tóxicos ≈0 ≈0 mg/L traços traços

Microrganismos e parasitas presentes nos esgotos domésticos

Contribuição per capita Concentração


Tipo Organismo
(org/hab.d) (org/100mL)
Coliformes totais 109 - 1013 106 - 1010
Coliformes termotolerantes 109 - 1012 106 - 109
Bactérias Escherichia coli 109 - 1012 106 - 109
Shigella 103 - 106 100 - 103
Salmonella 105 - 107 102 - 104
Cryptosporidium parvum (oocistos) 104 - 106 101 - 103
Protozoários Entamoeba histolystica (cistos) 104 - 108 101 - 105
Giardia lamblia (cistos) 104 - 107 101 - 104
Helmintos (ovos) 103 - 106 100 - 103
Helmintos
Ascaris lumbricoides 101 - 106 10-2 - 103
Vírus Vírus entéricos 105 - 107 102 - 104

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Problemas causados pelo despejo de esgoto

Poluição
“degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:

• Prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

• Criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;

• Afetem desfavoravelmente a biota;

• Afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e

• Lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.”

Fonte: Lei Federal nº 6938, de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente.

Problemas causados pelo despejo de esgoto

• Diminuição do oxigênio dissolvido dos


corpo d’águas

• Contaminação por organismos


patogênicos

• Eutrofização de lagos e represas

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Consumo do Oxigênio Dissolvido (OD)

Consumo do Oxigênio Dissolvido


reaeração
atmosférica

OD OD
DBO solúvel e finamente
particulada nitrificação
fotossíntese
(oxidação)
demanda bentônica
DBO OD DBO OD
DBO suspensa
(sedimentação)
DBO

lodo revolvimento

AUTODEPURAÇÃO
Matéria Orgânica + O2 + Bactérias CO2 + H2O + Bactérias + Energia

Autodepuração

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OD na CONAMA 357/2005

Valores que devem ser mantidos nos corpos hídricos:

Classe OD mínimo (mg/L)


Não são permitidos lançamentos de
Especial efluentes mesmo tratados

1 6,0
2 5,0
3 4,0
4 2,0

Contaminação por Organismos Patogênicos

Contaminação por Organismos Patogênicos

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Contaminação por Organismos Patogênicos


Concentração (NMP/100mL)

despejo

Distância ou Tempo

Contaminação por Organismos Patogênicos


Concentração (NMP/100mL)

despejo

Físicos

Distância ou Tempo
Químicos

Biológicos

Doenças de transmissão feco-oral associadas à água


Doença Bactéria Doença Vírus
Febre tifóide Salmonella typhi Poliomelite Poliomyelitis virus
Febre paratifóide Salmonella paratyphi Hepatite infecciosa Vírus da hepatite A
Salmonella Salmonella – várias espécies Meningite Enterovírus
Disenteria bacilar Shigella dysenteriae Enterovírus, Norwalk, rotavírus, etc
Gastroenterite
– vários tipos
Cólera Vibrio cholerae
Doenças respiratórias Adenovírus – vários tipos
Gastroenterite E. coli enteropatogênica
Gastroenterite Campylobacter jejuni e coli Doença Protozoário
Leptospirose Leptospira – várias espécies Balantidíase Balantidium coli
Disenteria amebiana Entamoeba histolytica
Doença Helminto
Giardíase Girardia lamblia
Ascaridíase Ascaris lumbricoides
Criptosporidiose Cryptosporidium
Tricuríase Trichuris trichiura

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Eutrofização

Eutrofização
• Conceito
• Algas e outras plantas aquáticas
• N e P nos esgotos
• Excesso de nutrientes
• Floração
• Lagos e Represas
• Outros fatores

Eutrofização
Problemas
• Estéticos e recreacionais

• Condições anaeróbias

• Mortandade de peixes

• Custo do tratamento de água

• Cianotoxinas

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Sistema de Esgotamento Sanitário - SES

Sistema de Esgotamento Sanitário - SES

Corpo d’água
receptor

CESAN

Rede Coletora

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Rede Coletora

EBE - Estação de Bombeamento de Esgoto

ETE - Estação de Tratamento de Esgoto

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Etapas do Tratamento de Esgoto

Etapas de Tratamento
Subprodutos
Esgoto Rede
EBE
Tratamento sólidos
Destinação
bruto Coletora Preliminar final

Tratamento Tratamento Tratamento


Terciário Secundário Primário
Esgoto
tratado

Tratamento
Destinação
do Lodo final
Lodo

Etapas de Tratamento
EBE
Rede coletora Desarenador Calha
Esgoto Parshall
bruto Gradeamento

Caçamba
Floculador Tanque Aerado
Câmara de contato
Decantador Decantador
Esgoto Secundário Primário
tratado

Coagulante
Desinfetante
Lodo recirculado Líquido percolado
dos leitos
Corpo hídrico receptor
Lodo

Biogás Digestor Lodo digerido


de lodo
Queimador
Leitos de Secagem

Lodo desidratado sendo


enviado para local licenciado

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Tratamento Preliminar
• Gradeamento

• Desarenador

• Medidor de Vazão

Gradeamento
remover sólidos grosseiros

• Proteção dos dispositivos de transporte

• Proteção dos dispositivos de tratamento

• Proteção dos corpos d’água receptores

• Remoção parcial da carga poluidora

Gradeamento

Tipo de grade Milímetros


Grades grosseiras 40 a 100
Grades médias 20 a 40
Grades finas 10 a 20
Peneiras 0,25 a 10

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Desarenador
remover areia

• Abrasão

• Obstruções

• Facilitar o transporte líquido

Partículas entre 0,1 e 0,4 mm removidas por sedimentação

Desarenador

Medidor de Vazão

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Tratamento Primário
remover sólidos suspensos sedimentáveis

• Mecanismo: físico
• Sólidos orgânicos
• DBO em suspensão
• Remoção
– Sólidos suspensos: 60 a 70%
– DBO: 25 a 35%
• Materiais flutuantes

Tratamento Primário
• Decantador Primário

• Fossa Séptica

Decantador Primário

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Decantador Primário

Fossa Séptica

Fossa Séptica

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Fossa Séptica
biodigestora da Embrapa

Tratamento Secundário
• Mecanismo: biológico
• Processos naturais otimizados
• Sólidos não sedimentáveis remover
• DBO em suspensão fina
matéria orgânica
• DBO solúvel
• Eventualmente nutrientes e patógenos
• Remoção de 60 a 98% de DBO

Tratamento Secundário
• Processos Aeróbios e Anaeróbios
• Reator Anaeróbio – UASB
• Fossa Séptica e Filtro Anaeróbio
• Lodos Ativados
• Reatores Aeróbios com Biofilmes
• Lagoas de Estabilização
• Banhados Construídos (Wetlands)
• Disposição Controlada no Solo

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Tratamento Secundário
processos aeróbios e anaeróbios

Aeróbio:

Anaeróbio:

Tratamento Secundário
processos aeróbios e anaeróbios
anaeróbio

Energia: aeróbio

Aeróbio: respiração - O2
Anaeróbio: fermentação, metanogênese, desnitrificação, sulfetogênese

Tratamento Secundário
processos aeróbios e anaeróbios

Gás Carbônico Gás Metano


DQO afluente (40 a 50%) DQO afluente (50 a 70%)
(100%) (100%)

Reator Reator
Aeróbio Anaeróbio
DQO Efluente
DQO Efluente
(5 a 15%)
(10 a 30%)
Lodo Lodo
(30 a 40%) (5 a 15%)

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26/06/2021

Tratamento Secundário
processos aeróbios e anaeróbios

Processo Vantagens Desvantagens


• Operação mais flexível a flutuações • Maior custo operacional
• Melhor eficiência na remoção de matéria • Alta dependência de energia elétrica
orgânica • O gás gerado não pode ser aproveitado
Aeróbio • Remoção de nitrogênio amoniacal energeticamente (CO 2)
• Redução dos níveis dos materiais graxos e • Alta produção de lodo
coliformes • Tempo maior de secagem do lodo
• Ruído
• Baixa produção de lodo, maior estabilidade e • Operação menos flexível a flutuações
facilidade de desidratação • Lenta taxa de crescimento das bactérias produtoras
• Não necessita de energia elétrica de metano
Anaeróbio • Produção de metano (biogás) • Eficiência moderada
• Possibilidade de preservação da biomassa • Geração de sulfeto de hidrogênio (odor desagradável
e corrosão)

Reator Anaeróbio - UASB


UASB - Upflow Anaerobic Sludge Blanket
Biogás
Reator Anaeróbio de Manta de Lodo

Saída do
efluente

Entrada do esgoto

Reator Anaeróbio - UASB

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26/06/2021

Reator Anaeróbio - UASB

Reator Anaeróbio - UASB

Fossa Séptica e Filtro Anaeróbio

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26/06/2021

Fossa Séptica e Filtro Anaeróbio

Lodos Ativados
• Convencional
• Aeração Prolongada
• Reator Sequencial em Batelada - SBR
• Biorreator de Membranas – MBR
• Sistemas de Aeração
• Decantadores Secundários

Lodos Ativados
convencional
Injeção de ar
Entrada Saída

Tanque
aerado
Decantador

Lodo

Lodo em excesso removido


Lodo recirculado

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Lodos Ativados

Lodos Ativados
convencional

Lodos Ativados
aeração prolongada

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Reator Sequencial em Batelada - SBR


SBR - Sequencing Batch Reactor

Reator Sequencial em Batelada - SBR


SBR - Sequencing Batch Reactor

Biorreator de Membranas - MBR


MBR – Membrane Bioreactor

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Sistemas de Aeração
aeradores superficiais mecânicos

Sistemas de Aeração
ar difuso

Decantadores Secundários

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26/06/2021

Decantadores Secundários

Lodos Ativados

Esgoto Bruto Esgoto Tratado

Lodos Ativados
Lodos ativados Lodos ativados com
Parâmetro
convencional aeração prolongada
DBO5 (%) 85 – 93 90 – 97
DQO (%) 80 – 90 83 – 93
Sólidos em Suspensão (%) 87 – 93 87 – 93
Amônia (%) > 80 > 80
Nitrogênio Total (%) < 60 < 60
Fósforo Total (%) < 35 < 35
Coliformes (unidade log) 1-2 1-2

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Reatores Aeróbios com Biofilmes


• Filtro Biológico Percolador

• Biofiltro Aerado Submerso

• MBBR/IFAS

• Biodisco

Filtro Biológico Percolador

Filtro Biológico Percolador

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26/06/2021

Filtro Biológico Percolador


Imagem: Krzysztof A. Zacharski

Biofiltro Aerado Submerso

MBBR
MBBR – Moving Bed Biofilm Reactor

Reator de Leito Móvel com Biofilme

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MBBR/IFAS
Moving Bed Biofilm Reactor/Integrated Fixed Film Activated Sludge

Reator de Leito Móvel com Biofilme

Meio Suporte Plástico

Biodisco

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26/06/2021

Lagoas de Estabilização
• Lagoa Facultativa

• Lagoa Anaeróbia

• Lagoa Facultativa Aerada

• Lagoa Aerada de Mistura Completa e de Decantação

• Lagoas de Maturação e Polimento

Lagoa Facultativa
1,5 a 2,0 metros

Lagoa Anaeróbia

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26/06/2021

Lagoas de Estabilização

Lagoas de Estabilização

Lagoas de Estabilização

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26/06/2021

Wetlands Construídos
Quanto ao regime de escoamento

Superficial Subsuperficial

Quanto à direção do escoamento

Horizontal Vertical

Wetlands Construídos
Sistema francês tradicional

www.gesad.ufsc.br

Wetlands Construídos

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BET – Bacia de Evapotranspiração

Círculo de Bananeiras

Disposição Controlada no Solo


• Alternativa para disposição final

• Tratamento em diferentes níveis

• Recarga do lençol freático e evapotranspiração

• Necessidade das plantas

• Destino dos contaminantes no solo

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26/06/2021

Disposição Controlada no Solo


• Mecanismos físicos, químicos e biológicos
• Degradação da matéria orgânica no solo
• Tipos de aplicação no solo
– Infiltração lenta (irrigação)
– Infiltração rápida
– Infiltração subsuperficial
– Escoamento subsuperficial

• Formas de aplicação

Disposição Controlado no Solo


• Infiltração lenta

• Infiltração rápida

• Infiltração subsuperficial

• Escoamento superficial

Tratamento Terciário
• Nutrientes (Nitrogênio e Fósforo)
• Organismos Patogênicos (Desinfecção)
• DBO e SS residuais
• Metais
• Outros específicos

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26/06/2021

Remoção de Nutrientes
lagoas de estabilização
• Volatilização da amônia
• Nitrificação-Desnitrificação
• Sedimentação do nitrogênio orgânico particulado
• Assimilação dos nutrientes pelas bactérias e algas
• Sedimentação dos fosfatos

Remoção de Nutrientes
disposição controlada no solo
• N e P para as plantas
• Substituição aos fertilizantes sintéticos
• Fertirrigação
• Precauções
• Destino produtivo dos esgotos

Remoção de Nutrientes
lodos ativados e reatores aeróbios com biofilmes
• Nitrificação
• Desnitrificação
– Condições anóxicas
– Recirculações internas
• Desfosfatação (apenas lodos ativados)
– Condições anaeróbias e aeróbias alternadas
– Organismos acumuladores de fósforo Filamentous poly-P bacteria in
the foam of activated sludge

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26/06/2021

Remoção de Nutrientes
processos físico-químicos
• Nitrogênio
– Aumento do pH
• Fósforo
– Agentes coagulantes
– Filtração ou flotação
– Combinação de ambos

Desinfecção
• Organismos patogênicos
• Bactérias, vírus, protozoários e helmintos
• Mecanismos envolvidos
• Processos Naturais
• Processos Artificiais PROSAB

• Remoção de coliformes na ordem de 99,99% ou mais

Desinfecção
processos naturais

• Lagoas de Maturação/Polimento

• Disposição controlada no solo

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26/06/2021

Desinfecção SESAMM

processos artificiais
• Cloração
• Ozonização
• Ultravioleta
• Outros
– Oxidantes
– Membranas
– Processos Oxidativos Avançados

Flotador

Tratamento do Lodo
suprodutos sólidos gerados na ETE

• Material gradeado
• Areia
• Escuma
• Lodo Primário
• Lodo Biológico
• Lodo Químico

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26/06/2021

Tratamento do Lodo
Lodo

• Adensamento
• Estabilização
• Condicionamento
• Desaguamento ou Desidratação
• Higienização ou Desinfecção
• Disposição Final

Adensamento
Objetivo: aumentar a concentração de sólidos no lodo

Estabilização
Objetivo: remoção da matéria orgânica do lodo

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Condicionamento
Objetivo: preparação para o desaguamento

Desaguamento
Objetivo: remoção de umidade e volume

Centrífuga Decanter
Bag
Leito de Secagem

Filtro Prensa Filtro Prensa de Esteiras Prensa Parafuso

Higienização
Objetivo: remoção de organismos patogênicos
Radiação Solar
Compostagem

Secagem Térmica Caleação

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26/06/2021

Disposição Final
Aproveitamento Aterro Sanitário
na agricultura

Tratamento do Lodo

Muito Obrigado!

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que,


para cada dólar investido em água e saneamento, são
economizados 4,3 dólares em custos de saúde no
mundo, enquanto 2,5 bilhões de pessoas ainda sofrem
com a falta de acesso a serviços de saneamento básico e
1 bilhão pratica a defecação ao ar livre.

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