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Amigos, como é bom!

Nada como ter amigos, nada como rever e relembrar de e com antigos amigos.
Passamos, mudamos nossas feições, envelhecemos, mas, lá, na essência de tudo, lá
estão os antigos amigos novos. Rever amigos de outrora, rever a si mesmo. Como a vida
transforma e nos transforma. É como se parássemos pra suspirar e nesse suspiro um
pensamento chegasse e, aí, nesse exato momento você olhasse para trás e lá, bem aos
seus olhos você mesmo, aquilo e o como você foi, como era bom ser daquela forma, a
vida que no compressor veio macetando, moldando seres em bolo, a vida. Então, poxa,
como é bom um resgate da nossa própria essência, que sempre esteve aqui, em nós, na
nossa dignidade, mas, acima de tudo aquilo que realmente somos em nossa alegria de
viver e ser. Bom e necessário resgate.

Aqui em meu escritório sobrevivência de um soldado do homem só. Mas agora


olho ao lado e aqui está, a figura de uma ilustre visita, o Miguel, menino e netinho que
na simples presença enche cada cantinho da casa com a alegria que sempre esteve na
casa. Coisas pra se pensar. Nada de triste, coisas pra se pensar, a vida, ela tá ai, como
diz uma querida e muito querida amiga, um dia de cada vez, mas, que tenham todos os
dias essa lembrança em nossas almas, nosso coração cheio dessa alegre vontade de
viver, cada um de nós com seus problemas, misturamo-nos não levando esses, mas, a
nossa essência como a real felicidade, aquilo que estava sempre em nós, que, quando
olho pra o lado vejo, no menino Miguel, simples assim. E ali se diverte com meu
celular, já rabiscou todos os papeis em branco que encontrou, conversou um tanto,
cantou, dançou e agora, lá está com seus jogos, e, como um herói, ali, o Batman ou
Homem-Aranha, combate o crime em seus pensamentos de criança. Menino ser que
transforma o mundo, a suavidade que o adulto nunca deveria deixar se ausentar de sua
essência. Assim é e assim somos e verdadeiros devemos, como crianças, assim é feliz
na vida, que de dura se torna doce.

Mas, e lá está o céu, lua cheia aqui no Sul de Minas, um céu muito aprazível se
tem aqui. Mas o mundo é mais elástico que isso. Estamos muito além dessa paisagem de
montanhas, que nos prendem da possibilidade de um olhar mais distante, a vida é uma
paisagem aberta, a aventura de olhar para o distante, sempre e sempre, cortar os ares, ir,
vir, passar para além de todas as fronteiras, mas, a melhor delas é quando atravessamos
a nossa própria fronteira e saímos para além de qualquer superficialidade e num
mergulho, pronto, lá está a nossa essência, ali toda pura e pronta pra convivência da
gentileza de um simples e feliz sorriso.

As necessidades que acreditamos úteis, essa precisão, nos embrutecem.


Buscamos e por vezes nem sabemos ao certo o que é aquilo que buscamos.
Curiosamente sabemos que a felicidade é algo que não se alcança, claro, pra que
alcançar algo que está aqui mesmo, em nós, não é preciso erguer os braços, não
precisamos de subterfúgios, de nada pra chegar a essa dita felicidade, não são fogos de
artifício, talvez a felicidade possa ser inclusive a aceitação de nossa própria condição
frágil como seres humanos, corpos vulneráveis a qualquer mudança, transtorno do
tempo, doenças, mazelas, sobra então a nossa essência, fica a alma, o crescimento em
nossa espiritualidade. Mas, falamos e falamos e quando para o lado olhamos, pra esse
mundão aí, vemos tudo torto, muito torto e daí te pergunto: - Fomos nós que criamos
isso? Não, não fomos e nem somos os responsáveis por nada disso.

Nossa responsabilidade está em nós mesmos, acredito. Como vemos e como


fazemos a manutenção de nossa perseverança, duro manter-se estável em época tão
cruel. Tempos que massacram qualquer essência humana para moldá-las em máquinas,
robôs, todos com pensamentos parecidos, que gostam de uma mesma música, ritmos
que se mantêm de música pra música, repetição triste da escassez de se acreditar que
basta apenas um pensamento, basta vontade, basta isso e a sinceridade para se alcançar
o bom desejo - crescer com a alma.

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