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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO

TECNOLÓGICA CELSO SUCKOW DA


FONSECA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PARA CONCLUSÃO


DO CURSO TÉCNICO EM MECÂNICA

ALUNO: Kaio Alvim Faustino Ramos


MATRÍCULA: 1700849MECINT
TURMA: 4BMEC
CONTATO: (21) 98048-0685
EMAIL: kaior8@hotmail.com
ORIENTADOR: Aldecir Araújo

Rio de Janeiro
2021
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AGRADECIMENTOS

Minha estadia no CEFET-RJ foi marcada de experiências e eventos incríveis


que contribuíram tanto para minha formação acadêmica, quanto para pessoal. Além
do conhecimento adquirido em sala de aula, tive oportunidades de participar de
visitas técnicas, palestras, workshops, atividades extraescolares e experiências
práticas, então, só há gratidão para com a instituição.

Há várias pessoas que encontrei nesses 4 anos que gostaria de prestar os


agradecimentos, porém seria uma lista demasiada extensa para este fim. Entretanto,
destaco meus colegas de turma César Augusto e Mário Ailton que além de serem
muito prestativos, foram excelentes amigos que gostaria de levar do CEFET para a
vida. Também não poderia deixar de mencionar meu professor Wilber, da biologia e
orientador dos projetos que considero ter sido minha maior realização na escola.
Graças a ele fui capaz de apresentar no MAST (Museu de Astronomia e Ciências
Afins), fazer duas apresentações medalhistas de ouro na EXPOTEC e ganhar uma
bolsa de iniciação científica.

Gostaria de agradecer a empresa MetrôRio por me oferecer a oportunidade


de estágio e aprendizagem, mesmo no contexto de pandemia. Pude conhecer
diversas pessoas dentro da empresa que me acolheram e ensinaram.

Por fim, agradeço a minha amada mãe, Armanda Faustino, que sempre me
deu todo o apoio necessário em qualquer situação.
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................4
1.1 OBJETIVO..........................................................................................4
1.2 DO PROCESSO SELETIVO..............................................................4
1.3 DA FUNÇÃO EXERCIDA...................................................................5

2 ESTÁGIO NO METRÔ RIO...................................................................6


2.1 QUANTO AO TRABALHO EM SI......................................................6
2.1.1 TREINAMENTO......................................................................6
2.1.2 OFICINA DE VIAS..................................................................7
2.1.3 ESCRITÓRIO..........................................................................8
2.2 QUANTO À ADAPTAÇÃO.................................................................9

3 CONCLUSÃO......................................................................................10
3.1 COMPARAÇÕES CEFET/RJ X
ESTÁGIO.......................................10
3.2 DISCIPLINAS DO CEFET/RJ QUE DEVEM SER
APRIMORADAS.........11
3.3 CONSIDERAÇÕES
FINAIS..............................................................11

4 ANEXOS..............................................................................................12
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1 INTRODUÇÃO

1.1 OBJETIVO

Este relatório tem como finalidade descrever, analisar e avaliar as atividades


do período de estágio realizadas pelo aluno Kaio Alvim Faustino Ramos, de
matrícula 1700849MECINT e turma 4BMECINT do Centro Federal de Educação
Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ) – Campus Maracanã. O
discente estagiou na empresa MetrôRio, localizada na Av. Presidente Vargas 2600,
em Cidade Nova, RJ do período de 14 de abril de 2021 até 14 de outubro do mesmo
ano, com carga horária de 30 horas semanais.

O Metrô do Rio de Janeiro ou MetrôRio, é um sistema de transporte público


sobre trilhos do estado do Rio de Janeiro. Inaugurado em 1979, hoje conta com 41
estações e 56,5 quilômetros de trilhos, distribuídos em 3 linhas (1, 2 e 4) e
transportou no ano de 2019 em média 880 mil passageiros por dia, média que caiu
pela metade durante a pandemia.

1.2 DO PROCESSO SELETIVO

O primeiro contato foi feito pelo GRUPO CAPACITARE, empresa agente


integradora entre o estagiário e a empresa concedente de estágio, que ao visualizar
o perfil do estudante no site VAGAS.com.br, mandou um e-mail o convidando para o
processo seletivo. Este processo foi dividido em duas etapas, sendo a primeira uma
dinâmica de grupo e a segunda uma entrevista individual. Após selecionado, o
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candidato foi solicitado para fazer a entrega de documentação e um exame


admissional. Por fim aprovado, deu-se início as atividades de estágio.

1.3 DA FUNÇÃO EXERCIDA

A empresa metroviária possui 2500 colaboradores e é dividida nas áreas de


RH, Operação, Suprimentos e Manutenção. Dentro da Manutenção temos o setor do
Material Rodante (cuida exclusivamente da manutenção dos trens e carros),
administração, gestão de ativos, meio ambiente e o setor de Infraestrutura e
Sistemas que por sua vez é dividido em seis coordenações: Trafego Automatizado,
Energia, Via Permanente, Equipamentos e Aparelhos de Transporte, Predial e
Estruturas e Automação e Telecomunicação. O estagiário técnico trabalharia a
princípio com a equipe de GSI (gerência da manutenção de sistema e
infraestrutura), porém por realocações internas de superiores, acabou sendo
transferido para a equipe de Via Permanente.

Contextualizando, a Via Permanente é um conjunto que inclui toda a estrutura


necessária para que se faça a passagem do trem, isto inclui: O lastro da via (que
pode ser brita ou concreto), o trilho de rolamento, dormente (apoio transversal do
trilho de rolamento), lubrificador de via, aparelho de mudança de via (AMV), tapete
de piloto automático, aparelho de dilatação e trilho condutor de corrente elétrica
(terceiro trilho). O objetivo principal do setor de Via Permanente é manter o bom
funcionamento desses componentes em toda a extensão do metrô, tanto a via
principal onde há o transporte de passageiros que vai desde Jardim Oceânico até
Pavuna ou Uruguai, quanto as vias secundárias que incluem as zonas de manobra,
estacionamento e os centros de manutenção.

Há cinco centros de trabalho bem definidos na coordenação de Vias sendo


estes: Dormentes, Preventivas de AMV, Reestabelecimento, Trilhos e Componentes
e Geometria de Via e Lastro. Pode ser considerada uma equipe majoritariamente
noturna, já que só é possível realizar as grandes manutenções na via durante a
madrugada, fora do horário de operação. Sendo assim, o centro de trabalho que
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esteve mais presente com o aprendiz foi o único diurno, reestabelecimento. Suas
responsabilidades são apoiar os centros noturnos, cuidar do pátio e oficina, realizar
manutenções de máquinas e equipamentos, abastecimento de veículos,
manutenção de AMV’s dos centros de manutenção e atendimentos emergenciais de
trilhos partidos ou outras avarias durante o horário de operação.

2 ESTÁGIO NO METRÔRIO

2.1 QUANTO AO TRABALHO EM SI

Pode-se dividir as atividades desenvolvidas do estagiário cronologicamente


em três momentos: fase de treinamento, atividades em oficina e atividades em
escritório.

2.1.1 TREINAMENTO

Ao chegar na empresa, encaminharam o aluno para o centro administrativo


onde atua a área de recursos humanos, educação corporativa e administração.
Junto de outros 16 jovens de diferentes áreas (técnico e superior) que também
participaram do programa de estágio, o estudante assistiu palestras que
apresentaram a empresa, assim como suas normas de segurança de trabalho. Após
os primeiros dias (agora com um grupo menor), foi-se dado uma série de
treinamentos e cursos que incluíram: Acesso à via, Deslocamento e Trabalho na via,
NR10 – Segurança em instalação e serviços em eletricidade, Primeiros Socorros e
Proteção contra incêndios.

Durante esse período de treinamento também foram feitos passeios com os


instrutores com o intuito de apresentar cada parte da empresa, dando uma visão
geral sobre elas. A impressão que fica no colegial é que a Metrô Rio é uma empresa
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bem completa e autossuficiente e vários dos setores dialogam com as disciplinas


lecionadas no curso técnico do CEFET. O novato passou por setores de usinagem,
automação, controle de qualidade, calibragem, oficina de grandes revisões dos
trens, almoxarifados, energia, centro médico e oficina elétrica. Passada as primeiras
semanas, com os treinamentos de caráter obrigatório, cada um pôde se dirigir as
suas respectivas áreas de atuação.

2.1.2 OFICINA DE VIAS

O estagiário, como mencionado na introdução, trabalhou na área de Via


Permanente, acompanhando a equipe de reestabelecimento desde seu primeiro dia
na área, onde foi dado uma visão mais detalhada sobre a oficina de vias, a
ferramentaria e a rotina de trabalho no geral.

Todas as segundas, quartas e sextas foi realizado o abastecimento de diesel


dos veículos auxiliares que são utilizados nas manutenções da madrugada. O TM
(track mobile, vide anexo nº1) é uma automotriz capaz de acoplar e rebocar veículos
ferroviários, tendo a opção de trafegar em solo com pneus ou no trilho de rolamento
com a roda ferroviária. Já as VM’s (veículo motorizado, vide anexo nº2) são
caminhões de linha que realizam o deslocamento da equipe noturna de manutenção
e suas ferramentas, possuindo um guindaste para embarque de materiais pesados.

Nos primeiros meses todas as segundas-feiras chegavam máquinas de chave


e equipamentos eletromecânicos para manutenções preventivas. O aluno pôde
realizar acompanhado e sozinho preventivas onde era feito um teste de
funcionamento da máquina, checagem no nível de óleo e estado dos contatos
elétricos, reaperto nos parafusos e limpeza geral. As máquinas de chave são a parte
do AMV responsável por realizar a força que vai mudar a direção da agulha do trilho
e exemplos de VP’s (equipamentos eletromecânicos) são a rebarbadora,
esmeriladora, tirefonadora, furadeira de trilhos e máquina policorte.

Outro ponto notável que o escolar pôde aprender durante esse período foi a
atuação da segurança de trabalho em uma empresa. Todos os dias, a primeira
tarefa do colaborador foi assinar o diálogo diário de segurança (DDS) que consistia
em um papel com um tema sobre segurança que por vezes era perguntado pelo
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técnico em segurança do trabalho. Para cada atividade foi elaborado uma APT
(análise preliminar de tarefa) que é uma folha contendo diferentes tipos de riscos,
EPI’s (equipamentos de proteção individual) necessários e normas a serem
considerados. Havia também as regras de ouros e pôsteres alertando sobre riscos
por todas as partes da empresa.

As tarefas que o estudante julgou como mais difíceis eram as passadas pelo
técnico responsável pela equipe como um desafio, que consistia em desmontar e
montar os controladores que fixam e dão a posição das agulhas dos aparelhos de
mudança de via pro centro de controle. Além destas, as manutenções corretivas
podiam por vezes ser árduas, já que requeriam um bom entendimento do
funcionamento do equipamento, diagnosticar uma causa para falha, assim como
suas possíveis soluções. O aluno pôde aprender bastante sobre uso, escolha e
manuseio de chaves, diferentes tipos de porcas, parafusos e molas e adquirir
experiência num geral. Depois dos primeiros meses, pensando no desenvolvimento
do colaborador, houve uma mudança na abordagem e o estagiário técnico passou a
estar mais presente no escritório do que na oficina.

2.1.3 ESCRITÓRIO

No segundo andar da oficina havia refeitório, salas de reunião, sala de


líderes, sala dos supervisores e a sala de apropriação. A sala de apropriação de
manutenções é um escritório com vários computadores para uso de todas as áreas,
onde os colaboradores podem verificar e enviar e-mails, fazer o tratamento de
ordens e notas, mandar documentos para impressão, requisição de materiais e etc.

Todo sistema, uso do pacote office e quaisquer conhecimentos que


tangenciavam a informática foi passado pelo coordenador de Vias, ou engenheiro
júnior. O estagiário era encarregado de fazer serviços administrativos como
relatórios, aberturas de notas e ordens e a padronização destas.

O programa mais utilizado foi o SAP ERP, responsável por integrar todos os
dados e processos de uma empresa em um único sistema, padronizando e
alinhando os procedimentos de múltiplos setores. Para cada defeito/falha no Metro
Rio é aberto uma nota no programa, contendo informações detalhando dados de
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localização, responsabilidades, sintomas, causas e ações tomadas. Posteriormente,


destas notas são feitas as ordens de trabalho e são registradas em um banco de
dados, onde a gerência da manutenção é capaz de extrair informações a fim de
melhorar o sistema do metrô.

Neste período o estudante também teve a oportunidade de acessar a estação


conhecimento do MetrôRio e assistir cursos que iam desde Cadeia de Valor da
Manutenção e Gestão de Ativos, até Gestão Pessoal, Comunicação e Carreira,
também passando por Pacote Office. Ao todo, foram 14 cursos assistidos com carga
horária média de uma hora.

2.2 QUANTO A ADAPTAÇÃO

A empresa no geral sempre foi bem receptiva. Desde os slogans “é da


gente” / “todo mundo coopera, a gente supera”, até as folhas com os nomes dos
novos estagiários em todos os murais, sempre fizeram com que o colegial se
sentisse bem-vindo. O discente pôde aprender muito principalmente nas primeiras
semanas, onde houveram os cursos de treinamento e tudo no setor era novidade.

Pôde-se observar um contraste bem grande entre a área do centro


administrativo onde foram realizados os treinamentos dos estagiários superior e
técnico para área do centro de manutenção, mais semelhante a um chão de fábrica,
sendo as condições de trabalho e cuidado da primeira bem superiores. Contudo,
essa diferença acabou não sendo relevante para o aprendiz que procurou dar seu
melhor aonde estivesse.

Ainda sobre o ambiente de trabalho, foi notório e elogiável o esforço da


empresa para conter a disseminação do coronavírus e atender as recomendações
contra a pandemia. Mensalmente foram dadas máscaras aos colaboradores que as
utilizaram o tempo todo, o trabalho da equipe de limpeza foi impecável, foi
respeitado o distanciamento social na medida do possível e houve sempre a
divulgação de informações a respeito do vírus. Ainda assim, o aluno chegou a
contrair a doença durante o período de estágio, porém se recuperou sem
complicações, precisando ficar duas semanas afastado.
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Os maiores problemas enfrentados foram durante o momento das atividades


em oficina. Como foi a primeira experiência profissional do colegial, houve uma
demora para entender a dinâmica de trabalho do setor e se ajustar a seu ritmo
menos acelerado. Com o passar dos meses, a quantidade de informações a serem
ensinadas pela equipe foi naturalmente caindo, o que levou a um aumento da
sensação de ócio. Cada vez mais surgiram atividades que em nada contribuíram
com o desenvolvimento do estagiário, como tarefas de montagem extremamente
repetitivas ou serviços de limpeza que não estavam previstos no programa de
estágio. Esta situação foi resolvida após um diálogo com os superiores que
acarretou na mudança de abordagem que fez o estagiário estar mais presente no
escritório aprendendo sobre serviços administrativos da gerência de manutenção do
que na oficina de fato.

3 CONCLUSÃO

3.1 COMPARAÇÕES CEFET/RJ X ESTÁGIO

Como anteriormente mencionado, o aluno pôde passar pelas diferentes


seções da empresa e teve uma visão geral que se assemelhava com o CEFET. A
escola apresenta múltiplos conteúdos e consegue dar uma base para qualquer que
fosse o setor designado ao estudante. Evidente que ainda assim, o conhecimento do
estudante teria que se aprofundar mais para cumprir todas as exigências do
trabalho, assim se especializando na área.

Dentro do setor de vias, foi necessário usar conhecimentos de manutenção,


eletromecânica, automação, pneumática, desenho técnico, gestão da produção,
além do ensino básico.
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3.2 DISCIPLINAS DO CEFET/RJ QUE DEVEM SER APRIMORADAS

O discente foi afortunado de cumprir o programa de estágio após ter completo


todo o curso, evitando que fizesse práticas sem bases teóricas, porém ainda há
lacunas que podem ser melhor preenchidas pelo CEFET.

A primeira e mais importante, é o uso do EXCEL, programa de planilhas


essencial em qualquer empresa. Não que seja necessário criar uma disciplina
própria, porém a escola tecnológica deve se atualizar as necessidades do mercado
e cada vez mais as empresas estão cobrando o EXCEL nos programas de estágio,
sendo muitas vezes exigência mínima nos currículos. Nos 4 anos de curso, o escolar
não se viu impelido a usar a ferramenta para trabalhos nenhuma vez.

As práticas manuais também poderiam ser melhor exploradas. O aluno fez


aulas práticas de usinagem e motores, mas nunca chegou a apertar parafusos
durante o período escolar. Para formação do técnico seria interessante pelo menos
uma primeira experiência manual a práticas como lixadeira, prensas e outras
ferramentas e máquinas comuns nos ambientes de trabalho.

3.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O programa de estágio bateu as expectativas do estudante que pôde ter seus


conhecimentos técnicos aperfeiçoados (adquirindo um “know how”), se sentir mais
confiante em relação a suas habilidades, ter sua primeira experiência profissional e
de dinâmica empresarial, apoio financeiro e contribuir na sua formação pessoal.

Toda a trajetória no CEFET fez jus ao título de excelência da mesma e foi


capaz de cumprir as matrizes de formação educacional, fazendo que o aluno se
sinta bem inserido na sociedade e orgulhoso de ter estudado na instituição.
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4 ANEXOS

(Anexo nº1: Track Mobile)

(Anexo nº2: Veículo


Motorizado)

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