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Omnia finita est.

Donec non est.

Ah! Pobre moça louca, vive em um conto aterrorizante.


A história de desgraças da vida de Anna Agnese começam antes mesmo que ela
viesse a esta terra. Afinal quem acreditou que um casamento entre um fanático
cristão e uma louca, que todos suspeitavam que era bruxa, daria certo?

Briga daqui, briga dali.


Bate aqui, bate ali.

Os dias não eram os mais agradáveis na grande, invejada e desejada Mansão


Portinari, mas deste casal criado nas amarras da sociedade nasce a moça louca
Anna Agnese.
Anna nunca foi agradável, amável, gentil e nem nunca foi ensinada a ser. As coisas
vivas, as vidas menores sempre foram isso; menores. Menores que a imponência
do perfeito nobre cristão que era o pai, e menores que a nobre arrogância
egocêntrica da mãe. Logo, menores do que a vida dela.

Omnia finita est.

Em algum momento na vida desgracenta surge algo que a moça nunca temeu, mas
em algum momento começou a entender e se interessar, a morte. Não adorava a
morte, não se intrigava com ela, a morte era um fim adequado para vida tão nobre.

E foi a morte que encerrou as nobres vidas importantes que cercavam Anna
Agnese. Primeiro foi a mãe; em um momento entre as brigas dali e daqui, algo não
funcionou como rotineiramente, algum desentendimento se sobressaiu e a raiva
tomou o pai tão bom, tão cristão. O homem que escrevia tão convicto sobre a fé,
arrastou a esposa escada abaixo até o subsolo. Lentamente a filha o seguia sem
chorar e sem reclamar, só esperando que as brigas finalmente cessassem. As
brigas realmente cessaram de vez.

Um facão acabou com tudo, repetidas vezes. Como o devoto por um segundo virou
um açougueiro proficiente; o primeiro corte letal foi na garganta, mas ele não parou
ali. Mesmo com o corpo vazio de vida ele continuou e continuou, cortou e cortou até
que sobrasse só um guisado daquilo que um dia era esposa e mãe.

Anna Agnese olhou tudo aquilo sem esboçar emoção, sem chorar, sem sentir. No
fim do dia sua mãe a ensinou direitinho "Sentir é algo tão menor, tão pertencente às
vidas menores. Sentir demais cega, e nós não podemos ser cegos."
A morte da mãe a marcou como ferro aquecido na brasa, era a vívida em sua
memória do facão afiado e brilhante enquanto o pai esfaqueou a mãe, ironicamente,
era vívido na memória o momento em que a vida deixava o corpo da mãe.

A partir do dia em que a mãe morreu, a bela moça andava pelas ruas da cidade
como uma viúva, só usava roupas pretas leves e elegantes. Ela não queria que as
vidas menores se aproximassem, principalmente as que tinham famílias felizes. Era
tão desprezível mães e pais rindo com seus filhos, pessoas casadas que fingiam se
amar.
Daí em diante a vida se encaminhou de enterrar seu destino infeliz.

Entre uma visita ao mercado para comprar facas, outra ao cemitério, ela conhece
outro ponto importante para sua série de tragédias: Vicenzo Macerata(Nome e
nacionalidade podem ser revistos).

Ela ouviu a mãe, mas talvez não como deveria; "Sentir é algo tão menor, tão
pertencente às vidas menores. Sentir demais cega, e nós não podemos ser cegos."

Anna ficou cega, encantada por este homem que a lia como um livro, sem mistérios
ou empecilhos. Vicenzo não se assustou pelas roupas tão mórbidas e tão
escandalosas dela, não se chocou quando ela mostrou sua coleção de facas, nem
com o hábito dela ver o sangue escorrer das carnes tão mal cozidas que ela comia.
Ele não se assustou com a falta de empatia e o egocentrismo dela.

Ao contrário das vidas tão menores, ele parecia deleitado pela bela moça e até pela
loucura que a acompanhava.

Mas a vida desgraçada de Anna Agnese não iria entregar um amor de forma tão
barata assim! Não! Custou muito caro.

Anos após a morte da mãe, com algum tempo de cortejo, o bondoso cristão que
sorrateiramente matou a esposa veio a falecer. A filha que tanto ignorava por ser
igual a mãe, o cuidou até os últimos momentos, e tudo que Anna Agnese ouviu do
pai foi "Você é um monstro como a bruxa da sua mãe." Essas não são as últimas
palavras que ela queria ter escutado, mas como a sua mãe diria, sentir é algo para
as pessoas menores. O pior de tudo era que tanto Anna como Agnese sentiam, e
não era algo que queria, então sempre fingia não sentir e se isso a tornava um
monstro que fosse. Só Vicenzo a entendia. Mas enfim, seu pai estava morto.

A vida de Anna parecia que ia finalmente mudar, podia ignorar qualquer sombra do
passado que carregava como uma mala e seguir a vida. E o primeiro passo foi o
casamento às pressas com o amor de sua vida.
Ela não tinha amigos, nem conhecidos, e confiando nele deixou que Vicenzo
cuidasse dos detalhes e ele cuidou.
Donec non est.

Como noite de núpcias ela esperava poder finalmente tocar e sentir-se segura ao
lado de alguém que podia confiar. E no início foi assim, Vicenzo a acariciou e
permitiu que ela se sentisse confortável e à vontade para ser sua. Ele ofereceu a
primeira bebida que ela alguma vez já bebeu, e cada vez que o copo dela estivesse
vazio ele enchia novamente. Anna revelou cada canto sórdido da construção do seu
ser, contou sobre sua família, sobre seus medos, e sobre a morte.

Contou como a morte era algo que desejava, desejava desde nova, e que mesmo
quando estava com ele a morte era mais atraente. No fim ela queria pôr um ponto
final a sua vida de desgraças.

Por ambição, por emoção ou por pena, não se sabe o que fez Vicenzo fazer o que
fez, mas em um momento bastante íntimo entre os dois ele serve a última taça de
bebida para Anna Agnese e entrega para ela e propõe um brinde. "Você é tão jovem
e imatura, minha Anna. Isso vai ficar no passado, confie em mim."

E ela sorriu genuinamente para ele. Esse foi o último riso que ele viu da amada.
"Por quê eu não confiaria?". Após beber a taça ela ficou tão sonolenta, tão tranquila.
Como se o corpo dela pesasse o mesmo que uma pluma, como se qualquer vento
pudesse levá-la.

Quando acordou chegou aquilo que admirava e desejava, chegou ali no mesmo
lugar que acometeu sua mãe, no porão que ainda possuía as manchas de sangue
da mãe. Mas não chegou como um ponto final, chegou como uma vírgula. Seu
corpo não era mais o mesmo, o corpo quente, ele tinha se tornado frio, frio e vazio
como corpo do amado.

Ao se olhar em um espelho ela não era mais a mesma, estava pálida, não tinha as
bochechas coradas, os dentes estavam diferentes. Em um momento de ansiedade a
pior parte veio, seu coração já palpitava e não parecia querer sair pela boca, o
coração se quer batia, o pulso não se sentia. Era vazia.

Como se não bastasse o vazio de sua casca, estava trancada neste lugar que
sempre fingiu não se importar, sempre ignorou. Então negando os ensinamentos da
mãe ela voltou a sentir, o medo e a raiva se apossaram da pobre moça louca.

Medo pelo local do assassinato da sua mãe, medo do que Vicenzo tinha feito a ela,
medo dele, medo do que tinha se tornado, medo de ser agora o que o pai disse que
ela era; um monstro.
Raiva, sentiu tanta raiva de Vicenzo, sentiu raiva de si mesmo por ter se colocado
nessa situação, sentiu raiva e suja por ter deixado ele entrar em sua vida como um
cavalo de Tróia. Vicenzo a traiu da pior forma.

A raiva se exteriorizou, gritos, gritos e mais gritos, clamando pelo amado,


questionando o porquê e o quê fez com ela. Lágrimas de raiva, de medo, tristeza.
Quebrou cada canto do porão, tudo que podia, por último deixou o espelho ao qual
via o monstro que havia se tornado, então o quebrou. Os cacos ela usou para tentar
pôr um fim naquilo que parecia a mimese da vida. Mas não conseguiu, a maior
desgraça é que ela não conseguiu.

Por fim, veio o silêncio e então a fome. A maldita fome, ela era um poço de sangue
e lágrimas largadas no canto do cômodo revirado. Então Vicenzo apareceu, ele já
não parecia o amor da vida dela, mas ele deu seu próprio sangue a ela, para
amenizar um pouco o sofrimento da amada. "Você é tão imatura, tão crua, tão
jovem, tão pouco sábia, Anna. Confie um pouco em mim, eu sei o que faço."

Por muito tempo ele a manteve nesse estado de êxtase pelo seu sangue, mas toda
vez que tirava ela voltava a fazer as mesma coisas, chorar, quebrar e tentar dar um
ponto final naquilo das mais variadas formas.

Após alguns anos sob efeito do sangue do marido, finalmente os sentimentos


esfriaram e ela pôde pensar, estudar, entender e absorver o que tinha acontecido.

Novamente a Mansão Portinari se tornou ambiente de brigas daqui e dali, era um tal
de " Eu sei o quê é melhor para você, pare de agir como uma criança!" aqui, um tal
de "Você me traiu, você me conhecia tão bem e me traiu para se sentir menos
sozinho!" ali.
Ah! Pobre moça louca, perdeu os pais, o amado, o dinheiro que agora ele cuidava.
Então o que poderia fazer?

Ela teve que sair desse lugar que chamava de lar, afinal ele sugava tanto dela, que
conseguiu convencer o marido a cuidar das viagens que envolvam os negócios de
família, afinal ele tinha seus próprios negócios a cuidar. Distante dele e da Mansão,
ela pode respirar e alinhar seus pensamentos.

Ela não queria aquilo, ela não queria uma vida eterna. Ela queria uma vida bem
curta, uma vida como a vida das pessoas menores. Mas não podia deixar a traição
passar de forma tão barata, a traição havia custado tão caro. Assim como ele tirou a
escolha de viver dela, ela vai tirar uma escolha dele. Ela irá colocar um ponto final
na vida dele, sem mais vírgulas.
Sobre o Marido:

Anna foi uma missão dada pelo seu mestre, era uma jovem moça com muitas
condições e terras em mãos. Ela não sabe, mas tem terras relevantes tanto na Itália
como na Inglaterra e isso é usado em prol do clã.
Ele precisava arrumar um jeito de controlá-la, após a morte do pai, que foi planejada
por ele também.
O plano inicial era que Anna morresse logo após o casamento deles, mas Vicenzo
se envolveu demais com a moça e acabou encantado por ela.
Ele gastou todos os esforços para convencer seu mestre a abraçá-la e não matá-la
e conseguiu convencê-lo com uma condição: a esposa estaria inteiramente sob a
tutela dele. Ele precisa lidar com ela e o início da sua transformação.
Ele não ficou feliz pelo ódio que a esposa sentiu dele, mesmo após os esforços para
mantê-la viva. Ela é ingrata e imatura, e não fica feliz por ter sido tão imaturo e
despreparado ao abraçá-la.

Ele sabe que foi estupidez o jeito que levou as coisas, que não precisava ter sido
assim, foi muito afobado, mas ele queria tanto ela. Agora, por mais que a ame,
prefere ela longe, pois sente que vê tudo com mais clareza. E quanto mais longe,
menos está interferindo nos planos do Clã.

A importância do clã: Antes de ser abraçado ele era só um charlatão, ele só


conseguiu ser "alguém", ter poder e influência por causa do Clã e do mestre. Ele vê
ser um cainita como uma benção, algo que transformou a existência dele em algo
positivo. O clã e a palavra do mestre sempre são suas prioridades. Ele quer crescer
mais ainda.
Questões iniciais:

Qual a aparência do seu personagem? Como ele se parece, como ele se veste?
Usa vestes elegantes, mas bastante leves, mas sempre corte mais comuns entre
mulheres solteiras. Sempre em tons de preto, bordô, marsala. Adora jóias,
principalmente as com rubis. Inclusive, usa um colar que ganhou do marido.
Ela é bastante alta, tem cabelos pretos longos e sempre deixa amostra, seus olhos
são azuis extremamente claros.

Qual equipamento seu personagem tem? Ele tem armas e armadura? Ele se veste
bem (pois tem dinheiro ou roubou), se veste normal ou aos trapos?
Ela tem uma herança dos pais nobres, que é administrada pelo marido; ele não se
opõe aos gastos dela; o gosto por roupas, jóias, facas e adagas.

Quais peculiaridades seu personagem tem? São detalhes pessoais do personagem,


escreva frases ilustrando as coisas estranhas e interessantes do personagem.
Coisas como senso de humor mórbido, carinho por animais ou tentar
desesperadamente imitar a etiqueta da corte.
-Ela tem um bonequinho de palha que achou ao visitar uma família e carrega por aí
para se sentir menos sozinha, ela fala com ele. (Uma criança deu para ela para que
ela não sentisse tanto medo)
-Ela gosta de crianças e conversar com elas.
-Ela se alimenta de famílias, como costume ela gosta de se sentar com as pessoas
à mesa para sentir como se tivesse uma.
-Ela não tem medo de parecer estranha por mais que saiba as regras de etiqueta.
Ela tenta a todo custo afastar todos de perto dela com essas ações.
- Ela tem hábito de ouvir pregações devido ao pai.

Qual a nacionalidade do seu personagem? Onde ele nasceu e se nasceu em outro


país ou região, como foi parar em York? Considerando a região, ele pode ser
Nórdico, Normando, Inglês, etc.
Ela Anglo Italiana, a mãe é de York mas foi arranjada com um romano cristão, de
uma família nobre com quem tinham relações, e mandada para Itália por causa de
boatos de que ela era algo ruim, muito rapidamente antes que gerassem boatos e
difamassem a família.
Ela está em York com a desculpa de reaver as relações que existiam entre a família.

O que motiva seu personagem? O que faz com que ele ria, chore ou fique bravo? O
que ele quer da vida (e da vida como morto-vivo)? O que lhe dá esperanças? No
que ele acredita? Do que ele tem medo?
A motivação dela é fazer com que o marido sinta o que ela sentiu ao ser abraçada,
sentir a traição, angústia e tristeza que ele fez ela sentir.
Ela chora ao saber que nunca vai ter uma família, nunca terá filhos que irá amar,
nunca vai ter um casamento onde há amor e companheirismo, e que nunca vai
saber o que é esse amor, nem o amor dos pais. As relações familiares afetam ela.
Ela chora pois sempre será o monstro, igual ao monstro que o pai matou.
Ela não ri de muitas coisas, mas quando ri é sempre levemente maldoso ou sádico.
Pessoas que merecem se dando mal são a cereja no bolo.
Ela não gosta de ser lida, de ser decifrada, devido aos problemas com marido e com
família ela não gosta de se sentir exposta, não gosta que saibam a história dela, ou
que saibam os sentimentos dela.
Contraditoriamente, ela tem medo da solidão e de si mesma.
Por mais que tenha o hábito de ouvir pregações, ela não acredita na benevolência
divina.
No momento ela não tem algo que dê esperança, ela quer que o marido morra, para
que ela possa morrer também.

O personagem tem uma identidade entre os mortais, para viver em meio a


sociedade mortal? O que ela é? Ele tem uma vida dupla?
Ela é conhecida pelo seu título de nobreza em sua cidade, mas desde que o Marido
assumiu ela não ocupa nenhuma função lá, ela viaja entre cidades em busca de
melhorar e buscar mais aliados e melhorar as relações da família.

Qual sua Idade (considerando que a campanha começa em 1230, em que ano
nasceu e em que ano foi Abraçado)? Quão velho você aparenta ser?
Ela foi abraçada entre os 18/19 anos, e aparenta ter essa idade. Mas está com 26
anos já ok.

Como você se sente quanto aos mortais? Você ainda tem alguma conexão com
pessoas de quando era mortal? Os vê como seres a serem tratados decentemente
ou apenas como fonte de alimento?
Ela foi ensinada de que os mortais eram vidas irrelevantes, mas depois da
transformação começou apreciar crianças e a ser uma observadora da vida mortal,
como uma criança que observa formigas.

Qual o conceito que você começou a ter de si mesmo? Você acredita que o Abraço
é uma maldição ou uma benção? Como você lida com a Besta?
Abraço para ela é uma maldição que a prende na terra. Ela tenta se manter focada
para não perder a si para a bestialidade.

Onde é seu território? Onde normalmente você se alimenta e como é uma caçada
por sangue pra você? Onde é seu refúgio para dormir durante o dia? Como é o
local?
Ela não tem um refúgio já que vive entre cidades, ela fica em casas cedidas por
outros nobres, ou invade locais vazios.
Qual é a motivação do seu personagem? Quais são seus objetivos?
Ela não consegue matar o marido com suas próprias mãos, pois vê ele às vezes
como alguém que ama e pode confiar, então ela quer encontrar um jeito de matá-lo,
fazer com que alguém o mate ou ainda fazer com que ele repare pelo que fez a
ela.

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