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RESUMO
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Aluna do curso de graduação em Ciências Sociais da Unicamp; membro do Grupo de Pesquisa
Neoliberalismo e relações de classe.
2 Optamos por utilizar essa denominação do movimento assim como a de “Movimento de Resistência
Global” por estas serem aparentemente as mais aceitas pelos próprios integrantes do movimento e por uma
parcela extensa dos estudiosos sobre o tema. Outras denominações que podem ser encontradas são:
Movimento(s) Antiglobalização, Movimento(s) Contra a Globalização Econômica, Movimento(s)
Anticapitalista(s), entre outros.
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Assim, através de uma análise do avanço do capitalismo neoliberal no último
século, compreendemos o surgimento desse movimento como uma forma de resistência
importante às suas conseqüências. Essas conseqüências podem ser observadas no impacto
ecológico e humano, material e subjetivo que afeta direta ou indiretamente o presente e o
futuro da humanidade. Assim, a importância desse tema também está ligada às
possibilidades de transformação desse sistema, considerando qual seria a real influência
desse movimento nessa realização e qual seria o “outro mundo possível” de ser construído.
Os movimentos são aparentemente a grande demonstração popular de tentativa de
resistência à lógica de primazia do capital em detrimento dos recursos naturais, da saúde da
população mundial, da justiça, da democracia, da paz, da igualdade social. Exemplos
importantes dessa luta podem ser encontrados através da observação dos objetivos
específicos que os diversos grupos possuem ao participar das manifestações e outras ações
de luta. Enquanto o movimento feminista luta pelo fim da exploração do corpo feminino
como uma mercadoria, o movimento ecologista manifesta-se contra os transgênicos e pelo
controle da expansão capitalista que promove destruição dos meios naturais, o movimento
sindicalista luta pela não precarização dos direitos trabalhistas e dos postos de trabalho, os
movimentos de mídia manifestam-se pela democratização da mídia e dos meios de
comunicação e os movimentos rurais e campesinos protestam contra os latifúndios e usos
indevidos e improdutivos da terra e pela a realização de reforma agrária, etc. Existem
também setores considerados radicais que lutam explicitamente contra o sistema capitalista
em geral e não apenas contra sua manifestação sob sistema neoliberal e suas conseqüências.