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O QUE É CNV

Marshall Rosenberg criador - Desde cedo,

Marshall se questionou sobre porque algumas


pessoas se tratam com crueldade e violência,
enquanto outras permanecem sintonizadas
com sua natureza compassiva mesmo nas
piores circunstâncias.
Marshall notou que a comunicação
Girafa é o símbolo da CNV.
desempenha um papel crucial, como falar e o
ouvir, nos ligando a nós mesmos e aos outros. A CNV oferece uma estrutura de reconexão
com as necessidades próprias e dos outros, proporcionando o desenvolvimento de
habilidades sociais importantes para o diálogo e para a paz, nos momentos mais difíceis,
desde as situações familiares até os grandes conflitos diplomáticos.

Podemos viver a vida de duas maneiras: uma maneira baseada em valores ou uma maneira
orientada por objetivos / metas.

• Subir uma montanha – caminhada centrada nos valores (apreciar a vista, o costume
dos moradores do local, sua curiosidade o leva a ver com mais cuidado as plantas,
sua sensibilidade e conexão abrem infinitas possibilidades de experiência).

• O caminhante focado em objetivos tem uma experiência diferente. Seu objetivo é


simplesmente chegar ao topo o mais rápido possível fisicamente. Tudo o que ele
encontra ao longo do caminho pode ser visto como um obstáculo ao seu objetivo.
Ele não percebe nada - as plantas e animais interessantes que encontra, e não tem
tempo para conversar com seus companheiros de caminhada...

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A CNV é desenvolver uma forma de se comunicar de maneira
mais sensível orientada pelos afetos e valores e totalmente
conectada a si mesmo e ao outro!!!

Também conhecido como “ciclo da comunicação


não violenta”, esses 4 PILARES são essenciais na
adoção de comportamentos que levarão a sua
comunicação a ser menos violenta. Vamos
conhecê-los.
Para colocar esse processo de resolução de
conflitos em prática, temos que abandonar totalmente a meta de levar os outros a
fazerem o que queremos. Em vez disso, nos concentramos em criar condições para que
a necessidade de todos seja atendida.

1 – Percepção
Esse primeiro passo envolve distanciar por um minuto da situação e observá-la com
cautela. Ouça, veja e utilize todos os demais sentidos com bastante atenção para
averiguar a situação no momento. É crucial que, nesse primeiro momento, essa
observação seja apenas uma exposição consciente dos fatos, sem nenhum juízo de
valor. Afinal, para a CNV, a observação é diferente do julgamento.
Esse primeiro pilar vai garantir que você se prepare para os passos seguintes, afinal,
aumentará sua percepção e compreensão da situação.

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2 – Sentimentos
Após coletar informações suficientes acerca do que acabou de ocorrer, é hora de
mergulhar dentro de si e buscar sinceridade em relação aos próprios sentimentos. Não
é fácil a tarefa de tentar reconhecer qual o sentimento que está aflorado no momento,
nem mesmo quando se trata de nós mesmos.
É importante não sentir culpa ou vergonha por sentimentos, sejam eles quais forem.
Pois, ignorá-los ou fingir que eles não existem resultará em uma possível comunicação
violenta, sem contar que o próximo passo não será possível.

3 – Compreensão das necessidades


É crucial conseguir identificar quais são os sentimentos envolvidos no momento, já que
eles estão intimamente ligados com alguma necessidade. Tanto os sentimentos quanto
as necessidades andam na mesma direção, em conjunto. Dessa forma, compreender os
sentimentos permitirá que haja uma abertura para a compreensão das necessidades.
As perguntas que surgirão são: “por qual razão eu me sinto assim?” ou “O que eu preciso
para parar de me sentir assim?”. Após identificadas as necessidades por meio dessas
respostas, você poderá, por fim, fazer a proposta para a outra parte em questão.

4 – Pedido
Uma vez que você notou que existe uma necessidade não satisfeita, é o momento de
tentar resolvê-la. Desse modo, apresente, de forma empática também com os
sentimentos e necessidades de outras pessoas, uma proposta ou pedido. Caso a
pessoa se recuse ou não consiga, tente mudar a proposta até atender sua necessidade
ou até a pessoa compreender o que necessita ser feito ou dito.
Deve-se manter em mente que a proposta deve ser bem elaborada e pautada em
objetivos assertivos e explícitos, para não causar confusão na mensagem.

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Uma vez que você foi capaz de fazer isso para você mesmo, repita o processo
colocando-se no lugar da outra pessoa envolvida no conflito. Assim, será mais fácil
compreender as necessidades da outra pessoa e tentar chegar a um ponto em comum
em que ambas as necessidades sejam satisfeitas.

Transformações não são questões


de novas ideias, são questões de novos afetos.
As experiências da vida são experiências da linguagem. Pensando
em linguagem de maneira mais ampla e não apenas como a
linguagem falada ou escrita e sim em todos os elementos que
tenham algum significado ou representam algo para nós.
Pensando nisso...
Qual sua postura verbal? O que sensibiliza você?

O cérebro não gosta de ambiguidades, que são sinônimos de


incerteza, dúvida, desconhecido. Consequentemente, temos medo
do desconhecido, mesmo que a incerteza possa abrir um caminho
melhor. Por isso, com frequência, escolhemos o conhecido.
Esse é o paradoxo de Ellsberg que nos mostra que o pavor do incerto é tamanho que a
dor certa gera menos estresse que a incerta pois o corpo produz muito mais cortisol na
incerteza do que na certeza, mesmo que a causa seja exatamente a mesma. Aprender
sobre esse paradoxo pode reduzir nossa aversão à incerteza.

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Quando as pessoas aprendem que a raiva é algo a ser
evitado, elas podem ser oprimidas por ela, porque se
obrigam a tolerar qualquer coisa que esteja acontecendo.
Viver de coração, fazer observações sem julgamentos, ter
clareza sobre seus sentimentos e necessidades, fazer
pedidos claros e promover conexões que enriqueçam a vida
Chacal é o símbolo da – tudo isso tem a ver com o modo como você reage à raiva.
comunicação violenta
Quais gostaríamos que fossem as razões do
outro para fazer o que queremos?

QUATRO PASSOS PARA LIDAR COM A RAIVA


• Primeiro passo
O primeiro passo para lidar com a raiva usando a CNV é ter consciência de que o
estímulo ou gatilho não é a causa da raiva. Em outras palavras, não é simplesmente o
que os outros fazem que nos enfurece; na verdade, a real causa da raiva é algo dentro
de nós que reage ao que fizeram. Esse passo exige que sejamos capazes de separar o
gatilho da causa.
• Segundo passo
O segundo passo ainda envolve a consciência de que o estímulo nunca é a causa da raiva,
que o que nos enfurece não é simplesmente o que os outros fizeram. A verdadeira
causa é nossa avaliação do que foi feito.

Gatilho X causa
Essa ideia pode ser bem difícil de entender: não confundir o gatilho ou estímulo da raiva
com a causa. A razão para isso é que muitos de nós fomos educados por pessoas que
usam a culpa como forma principal de motivação. Sinto-me assim porque estou dizendo
a mim mesmo, em meus pensamentos, que as ações dos outros são erradas, ofensivas,
inadequadas...

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E isso é importante, porque, quando penso que é o outro que faz com que eu me sinta
mal, é difícil não imaginar uma punição para ele. A CNV mostra que nunca é o que o
outro faz, mas a maneira como nós enxergamos, como interpretamos, a atitude dele.
• Terceiro passo
O terceiro passo para gerenciar a raiva usando a CNV exige a busca da necessidade que
está por trás da reação.
• Quarto passo
O quarto passo para gerenciar a raiva envolve o que é dito em voz alta ao outro depois
que a raiva foi transformada em outros sentimentos pelo fato de termos entrado em
contato com a necessidade por trás do julgamento.
Esse quarto passo inclui oferecer à outra pessoa quatro informações. Primeiro, revele
o estímulo ou gatilho: o que ela fez que está em conflito com a satisfação das suas
necessidades. Em seguida diga como se sente. Observe que você não está reprimindo a
raiva; em vez disso, ela foi transformada num sentimento como tristeza, dor, medo,
frustração ou o que quer que seja. Depois de expor seus sentimentos, expresse as
necessidades que não estão sendo atendidas. Agora, acrescentamos a essas três
informações um pedido claro e presente do que você quer do outro em relação a seus
sentimentos e necessidades não atendidas.

A função natural das emoções é nos estimular a atender às nossas necessidades. Mas a raiva
é estimulada por um desvio. Quando a experimentamos, não estamos em contato com as
necessidades que naturalmente nos motivariam a querer atendê-las. A raiva é criada quando
pensamos em quanto os outros estão errados, o que transfere essa energia da busca pela
satisfação da necessidade para a culpa e a punição dos outros.
Rosenberg, Marshall. Vivendo a Comunicação Não Violenta (p. 106).
Sextante. Edição do Kindle.

Pense nas redes sociais

Nelas é óbvia a importância do pertencimento. Como as pessoas, em geral, se


relacionam no Instagram ou em qualquer outra plataforma? Seus usuários contam o
número de curtidas, compartilhamentos, comentários, engajamento – ou seja, o

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impacto que suas postagens têm sobre o outro. Uma das coisas que estão buscando é o
pertencimento.

Em outras palavras, empatia é sentir junto - “sentir junto” não significa “sentir o

mesmo”.

A empatia presente no mundo animal pode ser chamada de empatia contagiosa. Ela é
automática e não requer esforço. Em geral, muitos gostam de usar a alcunha “empatia
emocional”.

Empatia contagiosa
Um exemplo da tal empatia contagiosa é ver a mão de alguém sendo esmagada por uma
porta. O que acontece? Só de imaginar a dor, você já sente um nervoso, talvez um frio
na barriga ou um flash de calor. Nós sentimos essa empatia com frequência com filmes,
livros, conversas.

Ser uma pessoa empática exige esforço

A empatia cognitiva é o tipo no qual devemos investir. É diferente da automática,


essa pode ser desenvolvida e ampliada.
E por que ela se chama empatia cognitiva? A cognição é o processo mental de aquisição
do conhecimento e desenvolvimento da compreensão. Esse processo ocorre em todo
cérebro, incluindo as regiões que reúnem a razão e a emoção. Assim, “cognitiva”, aqui,
refere-se a “corpo e alma”.

Note que a diferença é que a empatia cognitiva exige esforço e tempo. Esse esforço é cognitivo,
demanda energia cerebral e funciona como uma tarefa com carga cognitiva alta. Se há muito
compartilhamento de experiências e percepções, não exige esforço e parte de uma relação boa,
não se trata da empatia cognitiva, e sim da contagiosa, como a que ocorre entre pais e filhos e
em um casal apaixonado, por exemplo. A empatia cognitiva exige que sua mente trabalhe para
conhecer melhor alguém. A partir dessa aproximação, ampliamos a compreensão e, daí,
desenvolvemos empatia por essa pessoa – o que aumenta a proximidade.

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🟧🟧 EXERCÍCIO 1 - Para ampliar suas habilidades de discernir entre observações e
avaliações, faça o exercício a seguir. Marque as questões que você considera ser uma
observação "pura", sem nenhuma avaliação associada.
(São 4 respostas corretas das 10 questões)

1. Ontem, João estava com raiva de mim sem nenhum motivo.


2. Ontem à noite, Lúcia roeu as unhas enquanto assistia à TV.
3. Marcelo não pediu minha opinião durante a reunião.
4. Meu pai é um homem bom.
5. Maria trabalha demais.
6. Luís é agressivo.
7. Cláudia foi a primeira da fila todos os dias desta semana.
8. Meu filho frequentemente deixa de escovar os dentes.
9. Antônio me disse que eu não fico bem de amarelo.
10. Minha tia reclama de alguma coisa toda vez que falo com ela.

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🟧🟧 EXERCÍCIO 2 - Sabemos o quanto é difícil expressar as nossas emoções nas diversas
circunstâncias da vida. Então marque as questões que correspondam a sentimentos e
não a julgamentos ou críticas.
(São 4 respostas corretas das 10 perguntas)

1. Acho que você não me ama.


2. Estou triste porque você está partindo.
3. Fico com medo quando você diz isso.
4. Quando você não me cumprimenta, sinto-me negligenciado.
5. Estou feliz que você possa vir.
6. Você é nojento.
7. Sinto vontade de bater em você.
8. Sinto-me mal interpretado.
9. Sinto-me bem a respeito do que você fez por mim.
10. Não tenho nenhum valor.

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🟧🟧 EXERCÍCIO 3 - Para praticar a identificação de necessidades, marque as respostas
de todas as afirmações abaixo em que você considera que a pessoa está
comunicando de maneira eficiente suas necessidades.
(São 4 respostas corretas das 10 questões)

1. Você me irrita quando deixa documentos da empresa no chão da sala de


conferências.
2. Fico com raiva quando você diz isso, porque quero ser respeitado e reconhecido.
3. Sinto-me frustrada quando você chega atrasado.
4. Estou triste por você não vir para jantar, porque eu estava esperando que
pudéssemos passar a noite do meu aniversário juntos.
5. Estou desapontado porque você disse que faria aquilo e não o fez.
6. Estou desmotivado porque gostaria de já ter progredido mais em meu trabalho.
7. Tem dias que pequenas coisas que as pessoas dizem me magoam.
8. Sinto-me feliz porque você recebeu aquele prêmio.
9. Você me deixa com medo quando levanta a voz.
10. Estou grato por você ter me oferecido uma carona, porque eu estou com febre e
dor o dia todo.

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🟧🟧 EXERCÍCIO 4 - Para verificar se concordamos a respeito da clara expressão dos
pedidos, marque qualquer uma das frases a seguir em que a pessoa esteja claramente
solicitando que alguma ação específica seja feita.
(São 2 respostas corretas das 10 questões)

1. Quero que você me compreenda.


2. Gostaria que você me dissesse uma coisa que eu fiz e que você gostou.
3. Gostaria que você sentisse mais confiança em si mesmo.
4. Quero que você pare de beber.
5. Gostaria que você me deixasse ser eu mesma.
6. Gostaria que você fosse honesto comigo a respeito da reunião de ontem.
7. Gostaria que você dirigisse dentro do limite de velocidade.
8. Gostaria de conhecer melhor você.
9. Gostaria que você demonstrasse respeito por minha privacidade.
10. Gostaria que você preparasse o jantar mais vezes.

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🟧🟧 EXERCÍCIO 5 - Vamos fazer um exercício para verificar se nos comunicamos
adequadamente a respeito da empatia. Marque as respostas que você considera que
a pessoa B está respondendo com empatia ao que está acontecendo com a pessoa A.
(São 2 respostas corretas dos 10 blocos de diálogo)

⚫ DIÁLOGO 1
Pessoa A: Como eu pude fazer algo tão estúpido?
Pessoa B: Ninguém é perfeito; você está sendo muito duro consigo mesmo.
⚫ DIÁLOGO 2
Pessoa A: Se você me perguntar, acho que devíamos mandar todos esses imigrantes de volta
ao lugar de onde vieram.
Pessoa B: Você realmente acha que isso resolveria alguma coisa?
⚫ DIÁLOGO 3
Pessoa A: Você não é Deus!
Pessoa B: Você está se sentindo frustrado porque gostaria que eu admitisse que há outras
maneiras de interpretar esse assunto?
⚫ DIÁLOGO 4
Pessoa A: Você acha muito natural que eu faça tudo para você. Fico imaginando o que você
faria sem mim.
Pessoa B: Isso não é verdade! Eu valorizo o que você faz por mim.
⚫ DIÁLOGO 5
Pessoa A: Como você pôde me dizer uma coisa dessas?
Pessoa B: Você está magoado porque eu disse aquilo?
⚫ DIÁLOGO 6
Pessoa A: Estou furiosa com meu marido. Ele nunca está por perto quando preciso dele.
Pessoa B: Você acha que ele deveria estar mais próximo do que costuma estar?
⚫ DIÁLOGO 7
Pessoa A: Detesto quando engordo.
Pessoa B: Talvez fazer umas corridas ajudasse.
⚫ DIÁLOGO 8
Pessoa A: Estou uma pilha de nervos com o planejamento do casamento de minha filha. A
família do noivo não está ajudando. Quase todos os dias eles mudam de ideia sobre que tipo
de casamento querem.
Pessoa B: Então você está nervosa com os preparativos e gostaria que a família do futuro
genro tivesse mais consciência das complicações que a indecisão deles causa para você?
⚫ DIÁLOGO 9
Pessoa A: Quando meus parentes aparecem sem avisar com antecedência, sinto-me invadida.
Isso me lembra como meus pais costumavam não levar em conta minhas necessidades e
planejavam coisas para mim.
Pessoa B: Sei como você se sente. Eu costumava se sentir assim também.
⚫ DIÁLOGO 10
Pessoa A: Estou decepcionado com seu desempenho. Eu queria que seu departamento
tivesse dobrado sua produção no mês passado.
Pessoa B: Compreendo que você esteja decepcionado, mas tivemos muitas faltas por motivo
de doença.

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