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Número, recurso ou

ARTIGO

pessoa?
Ninguém é insubstituível, mas carregamos valores, conhecimentos e qualidades que juntos são
únicos

Joice Cremonesi
Publicado em 19/04/2022 às 22:28Atualizado em 19/04/2022 às 22:50

Joice Cremonesi (Reprodução)

Você sabia que o significado de carreira na língua inglesa se referia a um caminho por onde as carruagens passavam ou um
trajeto a ser trilhado, percorrido?

Ao longo da história as empresas e seus respectivos líderes mudaram a forma de entender a importância do colaborador dentro
da organização. Passamos por um período extremamente rígido durante a revolução industrial quando fomos considerados
apenas números (literalmente), depois fomos vistos como recursos e hoje, com um olhar mais humanizado, somos pessoas com
qualidades técnicas e emocionais. (São todas as empresas e líderes que tem essa visão atualizada? Não. Mas, já é um conceito
extremamente difundido.)
O que essas mudanças trouxeram? Creio que, acima de tudo, a nossa responsabilidade em gerir a nossa carreira, nosso trajeto.
Enquanto números apenas obedecíamos ordens, enquanto recursos nos preocupávamos com os resultados que gerávamos para
as organizações, agora enquanto pessoas aprendemos a analisar a vida como um todo e queremos não só produzir e receber por
isso, queremos que essa relação faça sentido com nossos valores e objetivos.

É aí que entra a gestão de carreira.

O austríaco Peter Drucker, um dos principais analistas da administração moderna, afirmou que "o planejamento (carreira) não diz
respeito à decisões futuras mas, as implicações futuras de decisões presentes."

Não podemos colocar somente na conta da empresa em que estamos ou passamos a responsabilidade de decidir o futuro da
nossa vida profissional.

Toda demissão expõe o verdadeiro sentido daquela relação e o quanto ela impactava ou não em quem realmente somos. Pois é,
construímos com a empresa, em muitos ou poucos anos, um relacionamento.

A bolha da falsa ideia que nunca seremos demitidos nos coloca na cama macia do comodismo que esconde espinhos dolorosos
durante uma demissão. Dor real, que acerta em cheio nossa vida se não estamos comprometidos conosco e conscientes de que
nós precisamos sim pensar que esse dia pode chegar. E isso não deve nos gerar medo. Ninguém é insubstituível, mas
carregamos valores, conhecimentos e qualidades que juntos são únicos, por isso o seu desenvolvimento pessoal e técnico
precisa ser feito ao longo da caminhada. Tem muita empresa bacana que já entendeu que precisa reter talentos e pra isso essa
relação precisa ser coerente para ambos os lados.

A nossa cultura muitas vezes nos coloca na posição de mendigos profissionais mas, na verdade, precisamos aprender e aceitar
que somos líderes de nós mesmos. Estude, leia, faça novas conexões, descubra novos talentos. Se você foi demitido não veja
isso como uma derrota. Analise seu potencial, faça um plano de carreira com objetivos, sonhos, desejos, vontades e, se preciso,
busque ajuda profissional. Estabeleça os seus valores, sua missão, isso vai te ajudar a identificar as empresas que caminham no
mesmo passo que o seu nessa carreira. Não tenha medo de desbravar o mercado, fazer coisas novas isso mostra que você está
vivo.

Deus abençoe sua vida profissional com ótimas decisões.

Joice Cremonesi, Jornalista, especialista em Gestão de Pessoas e Comunicação e Marketing Digital; repórter do SBT Interior

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