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1.
Introdução
As mudanças sociais e culturais da atualidade, somadas à adoção das inovações tecnológicas, têm
resultado em grandes desafios para a excelência no desempenho do trabalho. É válido pensarmos
que os treinamentos, formações e experiências passadas são suficientes para lidar com os novos
desafios? Na verdade, não é tão simples assim, como veremos adiante.
Como aponta Tracy (1998) e Dutra (2017), ainda que tenhamos muitas experiências e aptidões, sem
o devido e contínuo treinamento, nossas capacidades estarão limitadas, dado o contexto de grandes
mudanças e inovações do mundo contemporâneo – sociais, culturais, tecnológicas, organizacionais
e mercadológicas.
É claro que isso não se limita ao lado profissional, visto que por baixo do profissional existe uma
figura humana, que floresce de dentro para fora, e, por isso, é preciso incluí-la no panorama.
Portanto, a conclusão inevitável é que para o desenvolvimento do profissional ser bem-sucedido, é
preciso que cuidemos igualmente da vida pessoal.
Vivemos em uma era de transição, posto que o começo do novo século (XXI) veio acompanhado por
novos desafios e pelo aumento da competitividade a cada dia. Porém, do mesmo modo, também
crescem os instrumentos para o desenvolvimento do indivíduo. Com dedicação, preparo e atenção,
podemos nos desenvolver, a fim de alcançar padrões mais altos de excelência, exigência e
complexidade.
No fim das contas, nem sempre as organizações têm um plano estruturado para potencializar os
funcionários. E mesmo que tenham, cada indivíduo deve estar ciente de “quem é” e os valores que
são importantes, para que possa traçar o caminho que pretende seguir, com satisfação pessoal e
profissional.
2.
Desenvolvimento Humano e Profissional
O desenvolvimento profissional na carreira é uma ideia comum na atualidade, contudo, no Brasil e
nos outros países latino-americanos, não há uma cultura para esse planejamento (DUTRA, 2017).
Nadando contra a correnteza, podemos assumir o protagonismo de nossa trajetória, seja para
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“Para quem não sabe aonde chegar, qualquer caminho serve”, é uma frase dita em “Alice no País
das Maravilhas”. Do mesmo modo, será o caminho daquele que não refletem e projetam o próprio
futuro. Qual o destino que desejamos? Como chegaremos lá? Quais os instrumentos disponíveis?
O papel das organizações, de gerir e desenvolver a carreira de seus funcionários, foi alavancado
pela percepção de que os investimentos nessa área retornavam como aumento das vantagens
competitivas das empresas (FARIAS, 2005), o que se iniciou na década de 1940 (DUTRA, 2017).
Na década de 1960, porém, houve uma mudança de mentalidade e as pessoas começaram a assumir
para si parte da responsabilidade perante o desenvolvimento na carreira, em virtude de serem
estimuladas para pensarem os próprios caminhos de vida (DUTRA, 2017). Farias (2005) aponta
que o maior patrimônio profissional deixou de ser o cargo de atuação e as remunerações recebidas,
e passou a ser os conhecimentos, habilidades, competências e relações desenvolvidas.
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Neste momento, você deve estar se perguntando o que significam os conceitos “carreira” e
“desenvolvimento”, sobre os quais podemos atribuir diferentes noções. Segundo Dutra (2017, p. 4),
“carreira é a sequência de atitudes e comportamentos, associados com experiências e atividades
relacionadas ao trabalho, durante o período de vida de uma pessoa”. Dessa maneira, envolve a ação
do indivíduo e as suas ocupações profissionais ao longo do tempo, de forma dinâmica e mutável.
Futuro pensado em bases movediças: o indivíduo deve levar em conta o que mais importa
para si, o que lhe traz satisfação e o compromisso que estabeleceu com a própria vida
profissional. Assim, pode-se fixar em terreno firme, em vez das bases movediças, que são as
pessoas, organizações e contextos em constante mutação.
Dificuldade de sonhar a carreira: as pessoas costumam visualizar o futuro profissional
atuando nas mesmas funções, em organizações do mesmo tipo e em níveis hierárquicos
semelhantes. Uma solução é exercitar o planejamento do futuro profissional, refletindo sobre
novas funções, setores do mercado e posições.
Criação de autorrestrições: a fim de não se limitar na visão do futuro, os profissionais
devem considerar alternativas de colocação dentro e fora da empresa em que atuam, de forma a
abranger mais possibilidades.
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Ao refletir sobre esses pontos, podemos nos preparar contra os equívocos que envolvem as escolhas
de carreira: planejar com base em elementos mutáveis; projetar o futuro de forma pouco diferente
do presente e restringir-se às opções do entorno mais imediato. Dessa maneira, também facilitamos
a construção de novas alternativas e opções de carreira.
As escolhas de carreira, assim como os riscos e equívocos que as cercam, exigem uma postura
proativa, visto que que possuem implicações não apenas na vida profissional, mas também pessoal.
A situação de insatisfação de um profissional compromete tanto o apoio que daria aos outros
colaboradores, como aos seus familiares. Afinal, se o lado humano do indivíduo não está bem,
também não estará a sua atuação profissional.
3.
Construção do Plano de Desenvolvimento
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Posto isto, seguiremos apresentando as quatro etapas que compõem o Plano de Desenvolvimento
definido por Farias (2005): a) Autoavaliação 360°; b) Análise do Cenário Profissional; c)
Montagem do Currículo; d) Abordagem ao Mercado.
FARIAS, 2005, p. 22
A Autoavaliação 360° tem como base o entendimento de que cada um busca atingir o seu
potencial máximo, a excelência, dependendo, para isso dos ingredientes faltantes a fim de um
realizar este desempenho. Como processo, envolve oito ações, apresentadas a seguir.
com afinidade com nossa profissão, além das habilidades e competências que elas demandam.
Essas informações darão subsídio para todo o plano de desenvolvimento.
A análise de tendências visa a complementar essas informações com a visualização das demandas
futuras. Ou seja, as condições atuais indicam quais possibilidades futuras de trabalho no nosso
ramo de atuação? A visão criativa, empreendedora, com o cuidado rigoroso que ela requer, é um
instrumento poderoso para antever oportunidades que não são claras no momento.
Desenvolvimento na carreira.
Para sua construção, é preciso atentar-se aos seguintes elementos: i) conteúdo: as informações
devem ser passíveis de confirmação, não devem criar múltiplas interpretações e apenas transmitir
as que agregarem valor para quem analisa; deve apresentar, em convergência, as experiências
anteriores e os objetivos vinculados à oportunidade de trabalho; ii) extensão: é recomendável que
seja curto, objetivo, preciso e atraente, em relação à quantidade de informações apresentadas; iii)
foco: deve construir a percepção de que a pessoa é adequada para o trabalho almejado.
Por fim, chegamos à Abordagem ao Mercado, composto pelas fases de recrutamento e seleção.
Na primeira, nos candidatamos às oportunidades das empresas, o que acontece dentro de um
ambiente de concorrência pelas vagas. Ocorre pela triagem de currículos, e, ao sermos bem-
sucedidos, chega-se a “hora da verdade”, que é a fase de seleção, em que ocorrerá uma avaliação,
feita por meio de entrevista, que irá habilitá-lo, ou não, para exercer o trabalho.
Segundo Chiavenato (2006), alguns elementos devem ser observados em uma situação de
entrevista, sendo importante, portanto, que consideremos: apresentação, postura corporal (gestos e
o modo de sentar), posicionamentos (valores, pontos de vista), atitudes e comportamentos,
conhecimentos sobre a própria área e as perspectivas pessoais sobre o mercado e o projeto pessoal.
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4.
O Desenvolvimento no Contexto das
Novas Tendências
As transformações que compõem o mundo contemporâneo estão, cada vez mais, provocando
impactos na estruturação do trabalho na sociedade. Os resultados já são vistos na expansão do
trabalho a distância, na realidade de maior mobilidade dos profissionais entre empresas e carreiras,
e no crescimento da flexibilização das relações de trabalho.
O profissional do futuro.
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Para que estejamos atentos às mudanças, vejamos algumas das tendências descritas por Dutra
(2017).
Por outro lado, Chiavenato (2006) destaca que se o mundo dos negócios está em constante
mudança, estas já indicam as habilidades e competências necessárias a sobrevivência e sucesso
profissional no futuro. Além disso, o autor nos relembra que precisamos assumir o papel ativo de
preparação; e em oposição aos paradigmas de certeza, estabilidade e permanência até então
presentes como princípios para o desenvolvimento profissional.
[...] você, profissional em constante formação, o que tem feito, efetivamente, pela sua própria
carreira? Está esperando que alguém invista em você? Está deixando que alguém se preocupe com
o seu grau de atualização e cuide disso? Esqueça!
FARIAS, 2005
Indo além, Farias (2005) aponta que, cada vez mais, o que se espera dos profissionais é um
conjunto de múltiplas competências e habilidades para a prática profissional, mais estratégicas e
menos operacionais. Vejamos o funcionamento disso, ao examinarmos a pirâmide das
possibilidades de ação profissional (FARIAS, 2005):
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O Nível 1, do empregado, representa o patamar do passado, visto que, com a situação de crise da
função do emprego no mundo, está em diminuição e não agrega muito valor as empresas. O Nível 2
já aponta para o caminho de reestruturação no mundo, no qual o trabalho como autônomo faz
parte das novas formas de organização do trabalho, mais flexíveis.
Por sua vez, o Nível 3, do empresário, ao mesmo tempo que vive um momento de expansão, passa
por uma renovação radical de seu modo de funcionamento. E, por fim, o Nível 4 é o que demonstra
da melhor forma as demandas dos novos paradigmas do trabalho: com formação interdisciplinar e
múltiplas competências orientadas a agregar valor por meio da qualidade dos produtos ou serviços.
É importante considerar que os níveis não são excludentes, nem evolutivos, mas ajudam na
demonstração de possibilidades e alternativas, para a realização pessoal e profissional, em face das
transformações do mundo contemporâneo.
5.
Conclusão
Neste tópico, apresentamos os princípios do desenvolvimento pessoal e profissional na carreira – a
subida de um estágio inferior para um superior –, contextualizando sua importância e o papel do
protagonismo de cada indivíduo. Além disso, descrevemos e refletimos sobre os elementos que
precisamos estar atentos para a construção de um plano de desenvolvimento de sucesso, centrado
nos propósitos pessoais. Ao encararmos as tendências já em andamento e as vislumbradas para o
futuro, geramos subsídios para que possamos estar preparados para o por vir.
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Referências
CHIAVENATO, Idalberto. Carreira: você é aquilo que faz. São Paulo, SP: Saraiva, 2006.
DUTRA, Joel Souza. Gestão de carreiras: a pessoa, a organização e as oportunidades. 2. ed. Rio
de Janeiro: Atlas, 2017.
TRACY, Diane. 10 passos para o empowerment: um guia sensato para a gestão de pessoas. 3.
ed. Rio de Janeiro, RJ: Campus, 1998.
MAGALHÃES, Breno. Rock Content, 2019. Desenvolvimento pessoal: o guia completo para o
sucesso. Disponível em: <https://comunidade.rockcontent.com/desenvolvimento-pessoal/>.
YouTube. (2018, Julho, 05). TEDx Talks. O Profissional do Futuro. 16:13. Disponível em: <
https://www.youtube.com/watch?v=9G5mS_OKT0A>.
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