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CORPO E ARTETERAPIA
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EXPRESSÃO NÃO VERBAL DO CORPO ATRAVÉS DA ARTETERAPIA

2 - CORPO E Arteterapia

O corpo é instrumento de relacionamento, tanto receptivo quanto expressivo. Ao escutarmos nosso corpo, podemos dar
formas às emoções, mediantes a descoberta do simbolismo com auxílio de recursos artísticos (Arcuri, 2004 p,21). Você já
teve uma dor de estômago ou uma diarréia após um estresse? Fique tranqüilo isso ocorre porque os hormônios do estresse
tornam a liberação do suco gástrico e o esvaziamento do estômago mais lento. Esses mesmos hormônios aceleram a
peristalse do cólon fazendo com que o seu conteúdo se mova com mais rapidez. O estresse crônico pode levar ainda a
níveis altos constantes de cortisol no sangue, o que causa um aumento do apetite e conseqüente ganho de peso. Portanto,
o estresse pode engordar. No nosso corpo, cada parte tem sua simbologia e correspondência. A cabeça está relacionada
com o plano superior céu, as emoções e em cada órgão (boca, nariz, orelhas, testa, olhos, encontraremos um significado
mais detalhado e específico). Os pés se refere à terra. Nossa raiz, a porta de entrada da alegria em nosso corpo – de acordo
com a sabedoria africana a cabeça não é nada sem os pés. Na parte superior do corpo, estão às coisas mais sutis e menos
terrenas, e na parte baixa, ou seja, na zona dos pés, localizam-se as áreas materiais relacionadas com o ser humano. O lado
esquerdo do corpo aloja-se as coisas pessoais e sentimentais do homem à área emotiva, e no lado direito, as situações
racionais a campos profissionais. Servindo as mãos para agarrar aquilo que se pretende e os braços para alcançar aquilo
que se quer, quando alguma coisa acontece com as mãos este pode ser um sinal de falta de posse por parte da pessoa. O
mesmo acontece com as pernas e os pés, pois as pernas seguem por um caminho, mas dependem dos passos que ditam
as verdadeiras regras. “Se ocorrer algo com as mãos ou os pés, pode ser uma evidência de que a pessoa sofre escassez de
posse e que não consegue agarrar por inteiro as coisas que alcança.” (Othon Smith – 1999, www.guiadobuscador.com.br)
Os trabalhos corporais, as técnicas expressivas, são meios de estimular e desbloquear o corpo e permitir que ele se
expresse livremente. O método de transdução (transformação de energia) decodifica os processos armazenados no
inconsciente trazendo para o nível consciente. O trabalho com o barro é uma das técnicas utilizada na busca de
entendimento da psique do corpo, ou seja, do desenvolvimento da função transcendente. A saúde será possível se o corpo,
pensamento e sentimento estiverem em harmonia. Neste contexto, elementos da arte, através da Arteterapia, possibilita a
compreensão que a doença pode ter expressão no corpo e na psique e pode ajudar nessa integração, na decodificação, ou
seja, na transdução corporal, pela ação da arte, com o simbolismo do corpo. O inconsciente coletivo é o reservatório dos
símbolos ricos de significação e energia vital, herdados de nossos ancestrais, da mesma forma que os elementos
morfológicos do corpo humano. Daí a necessidade de um trabalho em Arteterapia coligando Corpo e Mente.

CORPO E MENTE SEM FRONTEIRA


A mente (o cérebro, o sistema nervoso central) pode ser treinada para alterar processos e respostas específicas do corpo.
Não há sistema no corpo que seja autônomo e invulnerável à influência mental. A mente, sob certas condições, pode
solicitar conscientemente ao corpo que realize uma mudança. O corpo acatará a ordem. Nenhum conceito de mente que
derive de estudos com animais (...) pôde explicar a capacidade da mente para influenciar diretamente o corpo. (Epstein,
1989, p.152 ). O desenvolvimento do cérebro acontece desde o nascimento do bebê. Aos oito anos, a criança já possui
conectados 90% dos neurônios que carregará ao longo da vida. Aos dezessete anos de idade, o cérebro humano atinge os
100% do seu estágio de crescimento. No entanto, estima-se que apenas 30% da capacidade intelectual das pessoas sejam
inata, determinada pela herança genética. Os outros 70% vêm do uso e do aprendizado. Isso significa que, assim como
existem seres humanos mais altos ou mais velozes, existem pessoas com maior capacidade orgânica cerebral. É isso que
faz a diferença entre uma pessoa mais inteligente e outra menos. O cérebro tem milhões e milhões de células conectadas,
entre si, por neurônios – os microscópicos filamentos nervosos que conduzem os sinais elétricos. Cada neurônio pode ligar-
se a outras 100.000 terminações como ele. O número de combinações possíveis pode chegar quase ao infinito. Para o
psiquiatra Gerald Epstein através da mente, podemos controlar o nosso corpo, através da mentalização, resolvendo inclusive
alguns distúrbios físicos. Seria a mente um instrumento capaz de realizar a cura? Em alguns casos a mente pode levar o
indivíduo à morte, há pessoas que estão doentes há algum tempo sem que apresente nenhum sintoma, mas ao receber o
diagnóstico do médico sobre o seu estado de saúde (câncer, por exemplo) este logo passa a viver como se estivesse pronto
para morrer e às vezes, morre mesmo. Mas o que será que o matou foi à doença (que já vinha com ela há algum tempo) ou
foi o medo da doença?

Porque será que para alguns a recuperação é rápida e total e para outros a acontece exatamente o contrário? O corpo
carrega toda história de vida, toda carga emocional, necessitando a mente estar desbloqueada, para não aprisionar as
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emoções e estagnar as tensões. O trabalho corporal coligado a arteterapia, constitui um excelente método de expressar os
sentimentos conscientes ou inconscientes. Deepak Chopra descreve que, “o desconforto do corpo se manifesta como dor,
entorpecimento, espasmos, inflexibilidade e trauma, e tudo isso é como um nó que a consciência por si só é capaz de
desfazer. Através da prática e da dedicação, você pode curar qualquer desequilíbrio no sistema corpo-mente através da
consciência, uma vez que seja apreendida, a técnica adequada de relaxamento e libertação” (1994. p, 121). O sintoma é
sempre a expressão de uma emoção. É a resposta a uma estimulação. A emoção se exprime ou se reprime. Ela se traduz
pela contratação ou relaxamento muscular, e é responsável pelo comportamento pessoal. A impossibilidade de expressar
bloqueia a circulação energética.

TÉCNICA DE MEDITAÇÃO E RELAXAMENTO


De acordo com Arcuri (2004), as técnicas de relaxamento possibilitam o emergir de fantasias, tornando o indivíduo
espectador de suas próprias vivências internas, desatando certas inibições, principalmente as corticais, que se manifestam
como críticas, ceticismo, racionalização exagerada. NA PRÁTICA - Escolha um ambiente silencioso e aconchegante, apague
as luzes, coloque uma música instrumental (se possível com barulho de água), bem suave, acenda um incenso e deite-se
confortavelmente no chão (colchonete) com abdome voltado para cima, pernas e braços estendidos e relaxado. Mantenha
os olhos fechados durante a meditação, procure não dormir. Não permita que nenhum barulho interfira neste momento, se
algum pensamento vier, deixe que vá embora naturalmente. Ouça sua respiração – o inspirar e o expirar. Perceba como o ar
entra e sai naturalmente. Deixe seu corpo integra-se ao chão, sinta como se cada parte do seu corpo derrete-se ao chão: 1.
Começando pelos pés, sinta seus tornozelos, panturrilhas, coxas e virilhas um a um se derreterem ao chão; 2. Sinta agora o
quadril e as nádegas derreterem-se ao chão; 3. Sempre atento à respiração, deixe estender-se toda extensão da coluna,
começando pela lombar, a cervical, região das omoplatas, ombros e pescoço; 4. Aos poucos vá tomando consciência de
cada parte do corpo e relaxando e mantenha-se neste estado. 5. Lentamente arraste pernas e braço e veja que seu corpo
formou um X. Continue relaxando; 6. Agora visualize um facho luz saindo de suas mãos e pernas, cruzando acima do seu
corpo e em seguida, forme um círculo energético.  Permanece neste círculo, recebendo os benefícios destas luzes e
energias; 7. Gradativamente vá convergindo estas linhas de energias para seu umbigo como se fossem rios chegando ao
mesmo lugar; 8. Concentre-se no seu umbigo ele é o centro de sua força e de sua vitalidade novamente, inspire
profundamente enchendo toda caixa torácica e expandindo-a para o abdome até o umbigo; 9. Vire seu corpo de lado em
posição fetal, recolhendo seus braços e pernas – tocando com as mãos seu umbigo. Permaneça assim por alguns minutos
nessa posição (DEMORA UM POUCO); 10.Sinta a coluna ereta, apóie as mãos e os joelhos com as palmas das mãos
voltadas para cima. Sinta seu corpo perpendicular a terra novamente; 11.Abra os olhos e finalize sua meditação. Essa
meditação pode ser usada para iniciar uma Oficina Criativa em Arteterapia.

CALATONIA
Um outro método de relaxamento bastante utilizado é a Calatonia de Pethö Sandor. A expressão Calatonia do grego significa
Khalaó indica “relaxação” e também “alimentação”, “afastar-se do estado de ira, fúria, violência”, “abrir uma porta”, “desatar
as amarras de um odre”, “deixar ir”, “perdoar aos pais”, “retirar os véus dos olhos”, etc. A calatonia acontece com toques
sutis, é importante explicar ao cliente como será o procedimento, retirar pulseiras, anéis tanto do terapeuta quanto do
paciente, como forma de evitar desconforto ou estímulos desnecessários, além de folgar a roupa do cliente. Sandor
considera, “ser útil que os pacientes tenham um caderno para anotar as observações ocorridas durante o relaxamento”
(1982, p. 96).

Com a continuidade das sessões de calatonia, pode incluir as palmas das mãos, a face anterior do pescoço (especialmente
em caso de gagueira), mas é importante ressaltar aqui, que o pescoço é uma parte delicada, e que só deverá ser tocada
quando o terapeuta já tiver certa intimidade e com a permissão do cliente. Sandor diz que, quando houver impossibilidade
de trabalhar a calatonia, nos membros inferiores (amputação, micose, criança irrequieta, etc.), o terapeuta, deverá usar os
membros superiores (mãos), de modo idêntico ao processo descrito anteriormente.

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