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Compartilhando notícias difíceis...

Princípios-chave na gestão de conversas difíceis

• Ser capaz de trabalhar a própria reação à notícia antes de compartilhar isso com alguém

• Uma comunicação sensível e clara faz diferença na forma como a família recebe e responde à informação

• Refletir sobre os diferentes papeis que as pessoas desempenham na família e como eles processam informações

• Fazer perguntas abertas para avaliar o que a família já sabe e quais são as suas preocupações

• Repetir para garantir a compreensão do que está sendo dito; oferecer feedback

• Documentar as informações de acordo com a orientação atual

• Oferecer-se para falar com outros familiares

Comunicação de notícias significativas...

1. Planejamento (a quem / o quê)

• Planejar o que dizer e quem precisa fazer parte da conversa

• Oferecer um ambiente privativo e tranquilo para a comunicação

2. O que o paciente/familiar sabe?

• Estabelecer o que paciente/pais sabem

• Avaliar a capacidade de compreender más notícias

3. O que o paciente/familiar quer saber?

• Reconhecer e apoiar as preferências do paciente

• Evitar jargões, eufemismos e monólogos; promover o diálogo, usando uma linguagem clara e honesta

. Prepare-se para dizer “não sei”

4. Responder a emoções

• Prepare-se para acolher fortes emoções

• Incentivar descrições de sentimentos, a partir de uma escuta atenta e empática

• Validar as respostas

5. Comunicação de Óbito

.. Apresentar-se e, com calma e empatia, fazer pequeno preâmbulo sobre a gravidade da saúde do paciente

. Em linguagem acessível, dizer literalmente que o paciente morreu, assumindo postura de condescendência

. Em silêncio, dar tempo para que a família eventualmente se manifeste e faça perguntas

. Perguntar se querem chamar outro familiar ou amigo

. Perguntar se os pais querem ver e/ou estar com o falecido por algum tempo

Protocolo S P I K E S Setting up

Perception

Invitation

Knowledge

Emotions

Strategies/Summary
Checklist de procedimentos em situações de Morte Encefálica, Óbito e Pós-óbito

1 PRÉ-ÓBITO
1.1 Comunicação com a família a partir da constatação de situação de pré-óbito

- Plano de gerenciamento de sintomas. (Equipe Médica)

- Assegurar que os pais sejam comunicados, tão logo quanto possível, de súbita piora e/ou morte. (Equipe
Médica)

- A comunicação de notícias difíceis aos familiares (dois ou mais profissionais: Equipe Médica e Chefia
de Enfermagem) deve ser feita em ambiente privado e confortável. As orientações clínicas devem ser
fornecidas, claramente, sobre o estado e evolução da criança. Tais orientações podem necessitar de
repetições.

1.1.2 Critérios para liberar visitas serão definidos pela Equipe Multiprofissional, após observação das
condições emocionais dos familiares diretos (avós, irmãos maiores de idade) e do entorno, levando em
conta a capacidade de acolhimento da própria Equipe da Ala ou UTI.

1.1.3 No processo de final de vida dos bebês, é possível que os pais queiram pegar seus filhos no colo,
acompanhados por profissionais da UTI, pois poderá ser uma das poucas oportunidades que terão de um
contato físico mais próximo com a criança.

1.1.4 Orientar sobre decisões sobre manutenção de funcionamento de equipamentos de suporte à vida.
(Equipe Médica em conjunto com a família)

1.1.5 Entrada de religiosos mediante autorização prévia da família, sob orientação das Equipes de
Enfermagem e de Serviço Social.

2 ÓBITO
2.1 Cuidados com a criança

- As tarefas que abrangem a preparação do corpo devem ser realizadas a partir de uma abordagem
empática e solidária, visando apoiar a família (Equipe de Enfermagem). Verificar se a família pode/deseja
ou não ser envolvida neste processo - sempre levando em conta o aconselhamento profissional da Equipe
Multiprofissional.

- Caso a família não esteja presente no momento do óbito, deve-se aguardar a sua chegada, antes de
encaminhar o corpo ao necrotério, para que os pais possam despedir-se do filho, se assim o desejarem.
Para isso, a criança deverá estar vestida, desligada de quaisquer aparelhos. (Equipe de Enfermagem)

2.2 Cuidados com a família

- Apoiar famílias no momento da morte requer sensibilidade e compaixão, pois esse é um momento único
e doloroso, diferente de tudo o que se passou antes entre a Equipe Multiprofissional e os familiares.

- Em casos de morte encefálica, os familiares podem querer um tempo com a criança - isso deve ser
facilitado quando possível, com o acesso promovido de acordo com a avaliação da Equipe
Multiprofissional. Alguns pais podem precisar de orientações sobre o que eles podem fazer, como, por
exemplo, segurar ou abraçar a criança.
- Quando necessário, esclarecer aos pais sobre o procedimento de necropsia, o qual tem como objetivo
facilitar o entendimento posterior das causas do óbito, bem como orientar a família sobre os riscos de
determinadas patologias ocorrerem novamente, na família. (Equipe Médica)

2.2.1 Assegurar privacidade aos familiares da criança no processo de luto, disponibilizando espaço
específico para tal.

2.3 Verificação do óbito (Equipe Médica / Multiprofissional)

- Registrar horário, data, local e circunstâncias da morte, com relação dos profissionais presentes.

- Notificar Serviço Social, Psicologia e SAME.

- Notificação do óbito aos familiares pelo médico responsável, com uso de sala no andar do óbito.

-Suporte da Equipe Multiprofissional; acolhimento e informações sobre providências relativas ao


sepultamento, com entrega de folder.

- Documentação do evento (Evoluções Médica e Multiprofissional em prontuário; Declaração de Óbito).

- Envio da Declaração de Óbito preenchida pelo médico responsável ao SAME.

2.4 Preparação da Câmara Fria

- Notificação sobre agentes infecciosos (CCIH – Centro de Controle de Infecções Hospitalares).

2.5 Preparação do corpo antes de levá-lo ao Necrotério (Equipe de Enfermagem - POP)

-Banho ou lavagem no leito, se necessário.

-Retirar sondas e drenos.

-Tamponamento de orifícios; fazer curativos, se necessário.

-Identificar e colocar o corpo no saco de óbito.

-Demais procedimentos observados nas UTIs se estendem às Enfermarias e PA.

-Encaminhar pertences do paciente aos familiares, em embalagem plástica.

-Nos óbitos nas Enfermarias, a preparação se dará na Sala de Procedimentos.

2.5.1 A vista do corpo poderá ocorrer nas Enfermarias e PA (na Sala de Procedimentos) ou nas UTIs, após
a conclusão do preparo do paciente, a critério da Equipe Multiprofissional. Para tal, deverão ser
observadas as condições emocionais dos familiares diretos.

2.6 No Necrotério

- Providenciar kits/equipamentos de proteção e higiene, disponibilizando-os para familiares e profissionais


do Serviço Funerário Municipal. (Enfermagem)
-Após preparação final e vestimenta do corpo por dois profissionais da Enfermagem (roupas trazidas pela
família para tal), o mesmo é colocado na urna funerária, fornecida pelo Serviço Funerário Municipal,
contratado previamente pela família, na presença dos pais ou responsáveis.

-Instalar familiares diretos da criança na Sala de Acolhimento, ao lado do Necrotério. (Equipe


Multiprofissional)

2.7 Documentação do óbito no Prontuário (Equipe de Enfermagem)

-Procedimentos, horário, nome do médico que constatou o óbito, horário do aviso ao Registro Geral; tipo
de óbito; retirada de drenos, cateteres e equipamentos de suporte; horário de encaminhamento do corpo
ao necrotério, IML (Inst. Médico-Legal) e SVO (Serviço de Verificação de Óbitos). Encaminhamento do
prontuário ao Registro Geral.

2.8 Entrega de folder do Serviço de Psicologia, colocando a Equipe Multiprofissional à disposição,


oferecendo a possibilidade de agendamento para atendimento psicológico, visando proporcionar suporte
emocional e espaço para a reflexão e expressão de sentimentos.

3 PÓS-ÓBITO
3.1 Follow up, visando prover informações, acolhimento e prevenção de luto patológico na família,
fazendo atendimentos multiprofissionais e encaminhamentos, quando necessário. As Equipes de
Psicologia e/ou Serviço Social entrarão em contato com os pais/responsáveis, por telefone, no pós-óbito
de em 60 dias, colocando os Serviços da instituição à disposição para suporte psicológico e social, e/ou
realizando encaminhamentos para profissionais da rede pública de Saúde. Após 06 meses do óbito, será
realizado novo contato telefônico, com os mesmos objetivos.

Providências - Óbito

- Trazer documentos oficiais originais de um dos pais ou responsáveis (RG e CPF) e do paciente

(RG e/ou Certidão de Nascimento).

- A Declaração de Óbito é preenchida pelo médico, informando a data e as causas da morte. Duas
cópias (branca e amarela) são entregues à família. Uma via (branca) deverá ser entregue no Serviço
Funerário Municipal, para autorização do sepultamento. A outra via (amarela) é necessária para o
registro do falecimento no Cartório, onde será expedido o Atestado de Óbito. (Equipe de Serviço
Social)

- A Equipe Médica orienta os familiares em caso de encaminhamento ao SVO (Serviço de Verificação de


Óbitos).
SERVIÇO FUNERÁRIO MUNICIPAL – SÃO PAULO

.Agências do Serviço Funerário Municipal – SP (tel: 156 - 24 horas)

.Quarta Parada – 24 horas

Av. Salim Farah Maluf, s/nº - Água Rasa

Tel: 2605 1215

.Vila Formosa - 7 às 19 horas

Av. João XVIII, 2537-a - V. Formosa

Tel: 2154 7803

.Itaquera – 24 horas

R. Augusto Carlos Bauman, 851, salas 28/29 – Itaquera

Tel: 2205 6648

.Central – 24 horas

Viaduto Dona Paulina, s/nº (baixos) – Centro

Tel: 3247 7021/7022

.Servidor Municipal – 7 às 19 horas

R. Apeninos, 96-a – Liberdade

Tel: 3208 6992

.Santo Amaro – 24 horas

R. Min. Roberto Cardoso Alves, 186 - Santo Amaro

Tel: 5687 8586

.Araçá – 24 horas

Av. Dr. Arnaldo, 300 – Pacaembu

Tel: 3231 5626/3214 0843

.Lapa – 7 às 19 horas

R. Bergson, 347

.Santana – 7 às 19 horas

R. Nova dos Portugueses, 141 – Santana

Tel: 2256 8251

.Agência SVO - Serviço de Verificação de Óbitos – 24 horas

Av. Dr. Enéas Carvalho de Aguiar, 250 – Cerqueira César

Tel: 97128 6584

Fonte: www.prefeitura.sp.gov.br/servicofunerario
Ajude-se a si mesmo durante o luto
O tempo...
Cada um vivencia o luto à sua maneira. Não há fórmulas para fazer essa dor passar,
em determinada data. Então, não se sobrecarregue com expectativas sobre como
deveria lidar com isso. Permita-se tempo para decidir o que fazer com roupas e
objetos da criança. Dê tempo a si para lamentar, chorar, sentir e viver a sua perda.

Mudanças...
Alguns creem que a dor será menor evitando lembranças, preenchendo o vazio ou
mudando alguma coisa. No entanto, a perda já representa uma transformação
profunda - e não seria aconselhável realizar mudanças em meio a emoções tão
intensas, que podem afetar a sua capacidade de tomar decisões.

Cuide-se...
O luto pode levar a uma grande fadiga. Por isso, não se sinta culpado se conseguir
relaxar ou desfrutar de alguns momentos, como almoçar com um amigo, caminhar ou
ouvir música. Tenha atenção com o consumo de substâncias, como o álcool, que
podem “anestesiar” a dor temporariamente, mas não ajudarão a superar o sofrimento
– só irão aumentá-lo.

Peça ajuda...
É possível que família e amigos não saibam o que fazer para ajudar - por isso, fale
sobre o que precisa, expresse seus sentimentos, peça ajuda. E lembre-se: caso sinta
necessidade, a qualquer momento, o Serviço de Psicologia - HICF está à sua
disposição.

Serviço de Psicologia - Hospital Infantil Cândido Fontoura


R. Siqueira Bueno, 1757 – Água Rasa – São Paulo-SP
Tel: 11 – 2603 5430 (segunda a sexta, das 7 às 19 horas)

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