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Análise e Otimização de Processos

Químicos – GNE338

Etapas do processo de modelagem

Prof. João Moreira Neto


Etapas do processo de modelagem

•Sistema
Formulação •Variáveis
do problema •Hipóteses

Representação •Teorias e equações


matemática •Simplificações

Análise •Grau de liberdade


matemática •Condições de contorno
•Métodos de resolução

•Comparação com
Interpretação experimental
dos resultados
•Ajuste de parâmetros
Etapas do processo de modelagem

Formulação do problema: caracterizar o sistema (figura) e suas variáveis (listar),


simplificando-os e definindo as variáveis de entrada e saída do modelo.

Hipóteses:
• Mistura perfeita (prop. saída é igual a prop. no tanque);
• Isolamento perfeito do tanque (perdas de calor desprezíveis);
• Transferência de calor instantânea para o meio (resistências condutivas desprezíveis);
• Vazões (entrada/saída) constantes;
• Área (base) constante;
• Volume (tanque) constante;
• Prop. físicas constantes (ρ,μ, cp, etc);
• Reação elementar irreversível(-rA = kCACB);
• Etc...
entradas saídas
do modelo gray box do modelo
Variáveis de entrada var.iáveis de saída (dependentes)

Variáveis de entrada: w1, w2, w, x1, x2 Variáveis de entrada: T0, q0, q e Q


Variáveis de saída: V(t), x(t) Variáveis de saída: T(t), V(t)
Parâmetros: ρ Parâmetros: ρ, cp
Onde,
w1 = vazão mássica na corrente 1; Onde,
w2 = vazão mássica na corrente 2; T0 = temperatura da corrente de alimentação;
w = vazão mássica na saída do reator; q0 = vazão volumétrica na corrente de alimentação;
x1 = fração mássica do componente na corrente 1; q = vazão volumétrica na saída do reator;
x2 = fração mássica do componente na corrente 2; Q = calor transferido da resistência para o reator;
V(t) = volume de líquido no reator; T(t) = temperatura de saída (interior) do reator;
x(t) = fração mássica do componente na saída (interior) do V(t) = volume de líquido no reator;
reator; cp = calor específico do líquido;
ρ densidade do líquido. ρ = densidade do líquido.
Etapas do processo de modelagem

Representação matemática: identificação de teorias e equações que modelam o


problema, assim como as hipóteses simplificadoras.Nas representações matemáticas
de processos da engenharia química são utilizadas as seguintes equações:
 Balanço de massa e energia.

B.M. B.E.
d ( V )
 m 1  m 2
dt d ( Vc pT )
 1q1c p1T1   2 q2 c p 2T2  Q
dt
d ( Vx)
 m 1 x1  m 2 x2
dt

d (C AV )
 q1C A1  q2C A 2  rAV
dt
Etapas do processo de modelagem

Representação matemática: identificação de teorias e equações que modelam o


problema, assim como as hipóteses simplificadoras.Nas representações matemáticas
de processos da engenharia química são utilizadas as seguintes equações:
 Equações gerais do transporte de massa, energia e quantidade de movimento.

 
Eq. continuidade
t
 
 . V  0

V   
Transf. Movimento   V .V   g  P  . ij
t
DT  P 
Transf. Calor  cv   : V  T |Vˆ .V  .q  G
Dt T
C A 
Transf. Massa  V .C A  .( DAB C A )  G
t
Etapas do processo de modelagem

Representação matemática: identificação de teorias e equações que modelam o


problema, assim como as hipóteses simplificadoras.Nas representações matemáticas
de processos da engenharia química são utilizadas as seguintes equações:
Além disso são utilizadas algumas relações constitutivas, como:
 Equações de transferência de calor por condução, convecção e radiação.

Q cond.  kT Q conv.  h(T  T ) Q rad.  (T24  T14 )

 Equações de consumo/geração por reação química.


rA   k
rA   kCA
rA   kCA C B
. rA   kCA  k 1C B
Etapas do processo de modelagem

Representação matemática: identificação de teorias e equações que modelam o


problema, assim como as hipóteses simplificadoras.Nas representações matemáticas
de processos da engenharia química são utilizadas as seguintes equações:
Além disso são utilizadas algumas relações constitutivas, como:
 Equações de Estado

PV  nRT



P  
a  ˆ
2 
V̂ 

V  b  RT

 Equilíbrios termodinâmicos

yi  K i x i
Etapas do processo de modelagem

Análise matemática: análise do grau de liberdade, condições de contorno, resolução


e estabilidade do modelo.
Análise do Grau de liberdade:
1. Listar todas as quantidades no modelo que são constantes conhecidas (ou
parâmetros que podem ser especificados) com base nas dimensões do
equipamento, nas propriedades físicas conhecidas, etc.
2. Determine o número de equações NE e o número de variáveis de processo,
NV. Note que o tempo t não é considerado uma variável de processo porque
não é uma entrada de processo nem uma saída de processo.
3. Calcular o número de graus de liberdade, NF = NV - NE.
4. Identifique as variáveis de saída, NE que serão obtidas resolvendo o modelo
de processo.
5. Identifique as variáveis de entrada, NF a fim de utilizar os graus de liberdade,
NF.
Etapas do processo de modelagem

Análise matemática: análise do grau de liberdade, condições de contorno, resolução


e estabilidade do modelo.
Condições de contorno: são deduzidas a partir dos princípios físico-químicos associados
ao sistema. É necessária uma condição de contorno para cada variável dependente do modelo.
Para EDO de segunda ordem são necessários duas condições de contorno, para EDO de
terceira ordem são necessárias três condições de contorno e assim sucessivamente.

dX
2
d x dx  S
32
dt 2
 49
dt
 11x  0 0,1y ''' 10 y  0 dt
dS
y (0)  0, 15   X  2P  4S
x (0)  8 dt
y '(0)  0, 25 dP
 2X
x '(0)  1 dt
y "(0)  0, 5
X (0)  7
P(0)  5
S(0)  5
Etapas do processo de modelagem

Análise matemática: análise do grau de liberdade, condições de contorno, resolução e


estabilidade do modelo.
Métodos de resolução de modelos: são aproximações feitas por um sistema de equações
algébricas em pontos ou volumes discretos no espaço e tempo. Abaixo são citados alguns
exemplos de métodos numéricos mais utilizados em engenharia química:

 Método de Euler: resolução de equações através de interpolações;

 Método das diferenças finitas: aproximação das derivadas pela série de Taylor.

 Método dos volumes finitos: balanço de massa em um volume de controle


infinitesimal;

 Métodos dos elementos finitos: subdivide o domínio em partes menores aplicando as


equações diferenciais;
Etapas do processo de modelagem

Interpretação dos resultados: Comparação com resultados experimentais


(discussão). Comentar fisicamente, matematicamente e criticamente os resultados
obtidos

(Moreira Neto et al. 2013)

Figura 1: Validação do modelo. Dados experimentais são para concentração de glicose (quadrado
preenchido). Curvas simuladas nas concentrações de celobiose (linha pontilhada), celulose (linha
tracejada) e glicose (linha sólida). Dados experimentais e simulados para carga enzimática de 15,8
FPU/g de bag. seco (475 FPU/L) and 50 CBU/g de bag. seco (1,500 CBU/L) (Moreira Neto et al.
2013).
Etapas do processo de modelagem
Interpretação dos resultados: Comparação com resultados experimentais
(discussão). Comentar fisicamente, matematicamente e criticamente os resultados
obtidos

Discussão: O gráfico à cima mostra os resultados experimentais e simulados para a reação de hidrólise
enzimática do bagaço de cana-de-açúcar em função do tempo. Os resultados experimentais mostram que
a concentração de glicose aumenta com o tempo, saindo de um teor inicial de 0 g/L e atingindo a
concentração de, aproximadamente, 17 g/L após 24 horas de hidrólise. As curvas simuladas de celulose
(substrato), celobiose (produto intermediário) e glicose (produto) mostram que a velocidade de reação
diminui ao decorrer da reação, onde as concentrações de glicose formada e celulose consumida são
praticamente constantes após 24 horas de reação. O modelo indica que a celobiose apresenta
concentração máxima nas primeiras horas de reação, sendo praticamente toda consumida após 24 horas.
Comparando os dados experimentais e simulados, pode-se observar que o modelo foi capaz de
reproduzir bem os dados experimentais de glicose. O alto valor do coeficiente de determinação, R2,
(99%) é um indicativo da acurácia do modelo.
Leis de Conservação
Os modelos teóricos de processos químicos são
baseados em leis de conservação de massa e energia

Conservação de massa
 taxa de acúmulo   taxa de   taxa de 
    (1)
 de massa  entrada de massa  saída de massa 

Conservação do Componente i
 taxa de acúmulo   taxa de entrada 
  
 do componente i   do componente i 

 taxa de saída   taxa de produção 


    (2)
 do componente i   do componente i 
Conservação de energia
A lei geral de conservação de energia também é chamada de Primeira
Lei da Termodinâmica e pode ser expressa como:
taxa de entrada   taxa de saída 
taxa de acúmulo     
 
  de energia por 
 de energia por 
 de energia    convecção 
 convecção   

taxa líquida de calor  taxa líquida de trabalho 


   
 adicionado ao sistema   realizado sobre o sistema  (3)
pelas vizinhanças  pelas vizinhanças 
   
A energia total de um sistema termodinâmico, Etot, é a soma de sua
energia interna, energia cinética e energia potencial:

U tot  U int  U KE  U PE (4)


Conservação de energia

Para os processos e exemplos a serem considerados neste curso


faremos duas suposições:

1. Mudanças na energia potencial e na energia cinética podem ser


negligenciadas porque são pequenas em comparação com as
mudanças na energia interna.

2. A taxa líquida de trabalho pode ser negligenciada porque é pequena


em comparação com as taxas de transferência de calor e convecção.
Conservação de energia

Para estas suposições, o balanço de energia pode ser escrito como:

dU int 
dt
 
  wH  Q (5)

U int  energia interna




do sistema  
-Δ wH = representa a entalpia
H  entalpia por unidade massa das correntes de entrada
w  vazão mássica - entalpia das correntes
Q  taxa de transferência de calor de saída
ao sistema
Conservação de energia

A equação análoga para quantidades molares é

dU int
   wH
  Q (6)
dt
onde H é a entalpia por mol e w
 é a vazão molar

A fim de derivar modelos dinâmicos de processos a partir dos balanços


energéticos gerais nas Eqs. (5) and (6), expressões para Uint e Ĥ ou H
são necessárias, que podem ser derivadas da termodinâmica.
Conservação de energia

Para um líquido puro a pressões baixas ou moderadas, a energia interna


é aproximadamente igual à entalpia, Uint  H, e H depende somente da
temperatura. Consequentemente, no desenvolvimento subsequente,
assumimos que Uint = H e Uˆ int  Hˆ onde (^) significa por unid massa.
Uma mudança diferencial na temperatura, dT, produz uma mudança
correspondente na energia interna por unidade de massa

dUˆ int  dHˆ  C p dT (7)

onde Cp é a capacidade calorífica a pressão constante (assumida como


constante)

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