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Analise de conjuntura 14/10/2019

1. Nas análises que temos realizado, tenho demonstrado que existe uma
crise global do capitalismo. Seja na Europa, EUA ou em outras partes do
mundo. Na América Latina, podemos destacar, entre outras, a situação
recente de dois países que são reflexos desta crise, Peru e Equador.

2. O presidente do Peru, Martín Vizcarra, dissolveu o Congresso e o


presidente do Equador, Lenín Moreno, decretou estado de exceção e
pôs o Exército nas ruas contra manifestantes que pediam sua saída do
poder.

3. No Peru todos os presidentes que vieram depois de Fujimori estão


envolvidos em escândalos de corrupção e foram presos. O presidente
acusava o Congresso de travar a pauta e dificultar o governo, e isto se
refletiu na escolha da nova composição do tribunal constitucional.

4. No Equador, Moreno, realiza uma virada neoliberal e passa a governar


com uma agenda política e econômica que significa a volta do
neoliberalismo, isso se dá com a adoção de um pacote em que o
governo equatoriano segue imposições do FMI que acabam acarretando
o fim dos subsídios aos combustíveis e a um aumento sem precedentes
nos preços. Consequentemente, temos uma greve por parte dos
caminhoneiros e mobilizações populares na capital que pedem a
renúncia do presidente. Moreno decreta estado de exceção, mudando a
capital do país.

5. Na 161ª (centésima sexagésima Primeira) Plena (final e setembro), na


mesa de conjuntura o ponto dedicado ao debate da conjuntura contou
com as explanações de Valério Arcary, Joaninha Oliveira, Rosana
Carvalho e Clayton Rodrigues.

6. A defesa das liberdades democráticas e dos direitos da classe


trabalhadora, título da mesa de conjuntura.
Valério Arcary, pontuou elementos econômicos e políticos da atualidade,
passando pelo choque monetário e o processo de aceleração das
privatizações. Joaninha Oliveira, levantou a diferença entre frente única
e frente ampla, defendendo a primeira. Para ela o capitalismo
obviamente não consegue resolver sua crise estrutural e empurra a
humanidade à barbárie. Rosana Carvalho, militante da Intersindical e
trabalhadora dos Correios, comentou a luta dos trabalhadores ecetistas.
Defendeu a unidade dos trabalhadores nas lutas. Segundo ela, para
resistir aos ataques é importante “colocar as divergências de lado e
unificar na ação”.
Clayton Rodrigues, traçando um panorama histórico de ataques aos
trabalhadores, defendeu que o governo Bolsonaro foi preparado e
manejado pela burguesia. Ele comentou que diversos sindicatos
acabaram “guinando para a luta legal” e deixando as ruas de lado.
7. Li um conjunto de documentos produzidos por vários sindicatos e
apresentados no último Congresso da CSP Conlutas que sintetizam
bastante a situação de crise e ataques de todas as formas que estamos
sofrendo desde a posse do governo Bolsonaro.

8. Destaco sobre os documentos. O relativo ao Funcionalismo. Bolsonaro


tem intensificado os ataques aos serviços públicos, promovidos desde
os anos 90 pelos governos de plantão, impulsionados pelos planos
neoliberais de estado mínimo. Fizeram privatizações, terceirizações,
criaram as Organizações Sociais (OSs) e legislações que engessaram o
Estado, como a lei da Responsabilidade Fiscal e a Emenda
Constitucional 95 (EC 95), implementando um teto, como forma de
impedir maiores investimentos nos serviços públicos.

9. As políticas neoliberais também buscam transformar os serviços


públicos em negócios rentáveis, subvertendo a lógica de que são
direitos e devem ser garantidos pelo Estado, transferindo para a
iniciativa privada sua prestação, reduzindo salários, diminuindo o
número de trabalhadores, entre outros ataques.

10. Desmonte dos serviços públicos, através de ampla reforma


administrativa, impondo medidas como enxugamento máximo das
estruturas e do gasto com servidores, extinção de órgãos, entidades,
carreiras e cargos; redução do quadro de pessoal, redução de jornada
com redução de salário; instituição de um carreirão horizontal e
transversal; congelamento salarial e fim da estabilidade; ampliação da
contratação temporária, terceirização contratar organizações sociais e
serviço social autônomo; contrato de gestão ou mesmo convênio, para
prestar serviços ao Estado nas diversas áreas do serviço público.

11. Para a educação, o projeto do Governo Bolsonaro é a destruição da


rede de educação superior, composta pelas Universidades e Institutos
Federais. Neste sentido, o MEC apresentou um projeto chamado
FUTURE-SE, cujo propósito altera o conceito de educação para
instituições com fins financeiros, que visam a captação de recursos
como prioridade. Para executar tal projeto, as Instituições Federais de
Educação Superior (IFES) perderiam sua autonomia didático-científica
administrativa e de gestão para entregá-la às OS. Esse projeto de
educação foi apresentado como forma quase impositiva, já que o
Governo promoveu cortes que já atingem R$ 6,1 bilhões neste ano, o
que levará as IFES a pararem as suas atividades já no segundo
semestre. Como existe resistência na comunidade acadêmica aos
projetos de Bolsonaro e seu ministro, a política do Governo tem sido de
desrespeitar as consultas que indicam os Reitores e dar posse a
Reitores que garantam a aplicação de sua medidas, ou até mesmo de
nomear agentes de sua confiança para atuar e intervir nas IFES.

12.

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