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Joaquim da Social,

da Costa Leite* AnáliseAnálise Social, vol. xxvi, (3.º-4.°), 741-752


(112-113), 1991 (aº—49),
xxw (nz-113),

emigrantes:
de emigrantes:
O transporte de
da vela
da ao vapor na rota
vela ao
1851-1914
do Brasil, 1851-1914
do

um dos
A emigração éé um dos temas grandes da portuguesa. Mas essa
da história portuguesa.
tem contribuído para
importância tem sua carga emotiva, enquanto
para acentuar a sua
ficam na
na sombra muitos dos dos aspectos concretos da emigrató-
da experiência emigrató—
ria. Todos conhecemos os de Guerra Junqueiro
os versos arrebatados de sobre
Junqueiro sobre
a partida de saberão dizer quanto custava uma pas-
de emigrantes, mas poucos saberão pas—
quem tinha de
para oo Brasil ee quem
sagem para emigrar1. Sem
de facto condições para emigrarl. Sem
artísticos, que da
menosprezar de modo algum os testemunhos artísticos,
menosprezar escultura
da escultura
ao romance são
ao por vezes
são por vezes de grande riqueza, precisamos no
de uma grande no entanto
de conhecer as
de as bases materiais dos da emigração para avaliarmos
dos circuitos da
correctamente aa força dos dos interesses que
dos sentimentos ee dos volta se
sua volta
que àà sua
desencadearam.
O
O transporte dede emigrantes éé um que merecem ser
dos aspectos que
um dos em
ser tidos em
conta. O
conta. de comunicações ee transportes registou mudanças profun-
O sector de profun-
segunda metade do
das durante aa segunda
das do século XIX, em resultado da
xix, em difusão ee
da difusão
desenvolvimento da industrial. Não
da tecnologia industrial. foram só
Não foram os comboios ee os
só os os
vapores, mas todo um um conjunto de de inovações ee melhoramentos —do — d o telé-
telé—
grafo àà composição tipográfica, da da distribuição de às instalações
de correio às
portuárias—, que
portuárias—, que produziram um um efeito combinado de de informação, veloci-
dade, regularidade ee organização.
dade,
Portugal também foi atingido por por essas mudanças tecnológicas e organi-
que alteraram signiãcativamente
zativas, que de informação e trans-
as condições de
significativamente as trans—
porte dos emigrantes. Nas
dos emigrantes. Nas páginas seguintes discutirei & a cronologia ee o o
impacte dada mais relevante dede todas: aa substituição dos por vapores
veleiros por
dos veleiros
Brasil2.
na rota do Brasilº.

Faculdade de
** Faculdade Economia da
de Economia Universidade Nova de
da Universidade de Lisboa.
Lisboa.
*1 Guerra «Finis Patriae», in Horas de
Guerra Junqueiro, «Finis de Luta, Porto, Lello
Luta, Porto, 1965 ((Ll .ªa
Irmão, 1965
& Irmão,
Lello &
portuguesa: a lei e os números (1855-1914)»,
ed., 1890), pp. 42-43; JJ.. Costa Leite, «Emigração portuguesa: (1855-1914)»,
Análise Social,
in Análise Social, n.º 1987, p.
97, 1987,
n.° 97, p. 467.
º2 Convém notar desde já que aa substituição
substituição teve consequências múltiplas, algumas das quaisquais
transcendem oo âmbito emigração; no
da emigração;
âmbito da se refere
que se
no que emigração, apenas
refere ààemigração, serão considerados
apenas serão considerados
no presente artigo
no presente aspectos mais
os aspectos
artigo os directamente ligados
mais directamente ao transporte,
ligados ao por exem-
excluindo, por
transporte, excluindo, exem-
plo, as repercussões agentes ee engajadores.
repercussões na rede de agentes engajadores. 741
J4J
Joaquim da Costa
Joaquim da Leite
Costa Leite

1. Os benefícios da transição
transição para o vapor foram salientados 1874 por
salientados em 1874
João de Sousa Lobo, ministro de Portugal em
ministro de em Washington, nos seguintes
nos seguintes
termos: «Da
termos: «Da questão de emigração e das que lhe
das misérias que são inseparáveis
lhe são
muito se têem
muito governos e imprensa na
têem ocupado governos na Europa como nos Estados
Unidos. Têem-se feito leis com o fim de
Unidos. de proteger os emigrantes pobres, e
bem
bem que elas tenham melhorado &a sua
que elas do que
sua sorte, nada mais &a melhorou do que
que se
a rápida revolução que na navegação, substituindo oo vapor às
deu na
se deu velas,
às velas,
primeiros e não
por este modo os seus primeiros
porque por dimi-
não menores sofrimentos dimi-
metade.»3
nuíram de mais de metade.»3
Com efeito, os os emigrantes com destino ao ao Brasil
Brasil e aos Estados Unidos
enfrentavam na do Atlântico o seu
na travessia do seu primeiro grande teste; os cam-
teste; os
poneses, sobretudo, habituados aos espaços abertos e à terra firme debaixo
dos pés,
dos sentir-se-iam apertados e inseguros no
pés, sentir-se—iam no limitado espaço dede umum veleiro,
veleiro,
entregues durante semanas consecutivas à força imensa do
entregues do mar e dodo vento.
Os veleiros da
Os veleiros eram, na
do Brasil eram,
da carreira do na sua maior parte,
parte, embarcações
de 200 a 400
de 200 400 toneladas, capazes de de transportar entre 100 100 e 200 pessoas4.
200 pessoas“.
Como passageiros de de proa, os emigrantes não tinham acomodações próprias
os emigrantes
e dormiam no no chão dede um sufocante5. Falta
um porão atravancado, escuro ee sufocantes.
constituíam as queixas mais frequentes dos fun-
de espaço e falta de higiene constituíam
cionários consulares nas nas suas visitas
visitas de inspecção. A ementa tinha como base
de inspecção.
6
salgado6;
duro, carne e peixe salgado
o arroz e o biscoito duro, ; sem qualquer mesa, uma
tina
tina de sua volta um
reunia à sua
de comida reunia um grupo de de colher em
que, de
de pessoas que, em
punho,
punho, se iam servindo;
se iam servindo; todos bebiam pela pela chupeta, queque circulava dede mão
7
em mão
em Os riscos de
mãoº'.. Os de saúde podem ser ser facilmente imaginados; & a promis-
cuidade e aa tensão aumentavam ainda mais o desconforto da viagem.
da viagem.

ª3 João de Sousa Lobo a JJoão


Sousa Lobo Corvo, 10
cão de Andrade Corvo, 10 de Maio de 1874, in Negócios Exter- Exter-
nos: Documentos Apresentados
nos: Documentos Apresentados às Cortes na
às Cortes na Sessão Legislativa
Legislativa de . .] Emigração
de 1875 [.[...] Emigração Por-Por-
tuguesa, Lisboa, Imprensa Nacional, 1875, p. 74. .
4
ª No caso concreto embarcações com
concreto de embarcações com entradas comcom passageiros portugueses em Belém
passageiros portugueses
contam-se 30 viagens de 11
do Pará em 1872-73 contam-se 11 veleiros com a média de 296 toneladas e 49
viagens de 8 vapores
vapores com a média de 1071 Externos. 1875. Emigração Por-
1071 toneladas; Negócios Externos,
tuguesa, pp.
tuguesa, 62-66. Para mais comentários e outras listas
pp. 62—66. de embarcações ver,
listas de ver, nomeadamente,
Apresentados às Cortes na Sessão Legislativa
Externos: Documentos Apresentados
Negócios Externos: Legislativa de 1874 [...] [...]
Emigração Portuguesa,
Emigração Portuguesa, Lisboa, Imprensa Nacional,
Lisboa, Imprensa 1874, pp.
Nacional, 1874, pp. 34, 36, 38
34, 36, 38 ee 41.41.
55 Deve notar-se, no entanto,
entanto, que, mesmo nas todos os camponeses estavam
nas suas casas, nem todos
camas; o confinamento &a um reduzido espaço era
dormir em camas;
habituados a dormir era provavelmente sen-
tido com mais agudeza do
tido falta de
que a falta
do que de camas ouou privacidade. Sobre as as casas ee aa mobília de de
vários grupos sociais na Figueira da da Foz ver Rui de Ascensão Cascão, Permanência
Ascensão Ferreira Cascão, Permanência
e Mudança em Duas Comunidades do Litoral: Litoral: Figueira da Foz e Buarcos entre 186! 1910,
1861 e 1910,
dissertação de de doutoramento, Universidade de de Coimbra, 1989, 621-657 (esp. pp.
pp. 621-657
1989, pp. pp. 636-637).
6
“ Parece que dos navios procuravam garantir abundância de
os capitães dos
que os embora
de comida, embora
não se se importassem de de transportar passageiros acima da da capacidade legal. Ver, Ver, por exemplo,
Externos 1874. Emigração Portuguesa, p. 108
Negócios Externos
Negócios 108 e, em termos mais gerais, gerais, p. 205.
77 Essas condições habituais
Essas eram condições passageiros de proa, segundo
habituais dos passageiros descrição do cônsul
segundo a descrição
Amazonas em Negócios Externos,
de Portugal no Pará e Amazonas Emigração Portuguesa, p. 230;
Externos, 1874, Emigração
742
742 a comparar com o comentário mais breve do cônsul-geral no
breve do de Janeiro,
Rio de
no Rio ibid., p.
Janeiro, íbid., p. 205.
O transporte
O de emigrantes: da
transporte de ao vapor
da vela ao vapor

Os veleiros eram lentos e irregulares, estando sujeitos &


Os a prolongamentos
que aumentavam &a probabilidade de
da viagem que
da de deterioração ouou esgotamento
da água e comestíveis e quebravam &
da dos passageiros. Em
a resistência dos Em caso
de doença a bordo, &a situação podia tornar-se trágica, como demonstra um
de um
caso referido pelo cônsul-geral de de Portugal no Rio de
no Rio «[...] [deu]
de Janeiro: «[...]
no porto de
entrada no de Santos, no no dia de Outubro [de
dia 24 de [a] barca por-
[de 1857], [a]
tuguesa Santa
Santa Clara, capitão Lourenço Fernandes do do Carmo, conduzindo
do Porto 174
da cidade do
da 174 passageiros, contratados ali por António Joaquim
ali por
de
de Andrade Villares para
para o serviço de
de Campos Júnior & Irmão, da
& da cidade
de Campinas, na
de na província de de S. Paulo.
«Infelizmente, logo à saída deste navio do daquela cidade, sobre-
do porto daquela
vieram moléstias de
vieram que junto
etc, que
de sarampo, febres gástricas, disenterias, etc., junto
à grande viagem de de 62 por causa de
dias, por
62 dias, de ventos contrários, ocasionou aa
18 indivíduos a bordo, sendo 16
de 18
morte de adultos.»8
16 crianças e 2 adultos.»8
por isso, aa ênfase dada por João de
surpreende, por
Não surpreende, de Sousa Lobo à tran-
sição da especificamente os
para o vapor, salientando especificamente
da vela para os benefícios que
benefícios que
trouxe aos passageiros mais pobres. Os Os vapores eram mais rápidos e () o encur-
tamento dodo tempo de tornava-a desde logo mais suportável em
de viagem tornava-a em ter-
ter—
mos físicos e psicológicos. MasMas os previsí-
os vapores eram, além disso, mais previsí-
veis nas suas rotas e tempo de
veis de deslocação; & a previsibilidade aumentava
consideravelmente () o sentimento de de segurança dos que, assim
dos passageiros, que,
que subiam &a bordo, podiam começar a contagem decrescente
que decrescente para dia
para o dia
desembarque9.
do desembarqueº.
As condições a bordo dos dos vapores eram, mesmo para os passageiros de
para os de
3. a classe, indubitavelmente
3.ª superiores às dos veleiros. Quando
indubitavelmente superiores compa-
Quando as compa-
nhias de de navegação anunciavam nos jornais de de província as (ou, mais
as camas (ou,
propriamente, beliches) e roupa de cama dos
de cama seus paquetes e pequenos luxos,
dos seus
como pão pão fresco todos os dias, elas estavam na
os dias, realidade aa oferecer um
na realidade ser-
um ser—
que os
viço que
viço dificilmente poderiam oferecer mesmo aos passageiros
os veleiros dificilmente
10
de L
de l. aª classe
classelº.. A maior e mais desimpedida área área dede convés dos vapores,
onde os conversar, era outra
os passageiros podiam movimentar-se, espairecer ee conversar,
das suas vantagens. É
das natural, por
É natural, que já
por isso, que já em 1862 os
em 1862 funcio-
os mesmos funcio—
nários consulares que registavam queixas sobre os
que registavam os veleiros notassem o bom
serviço dos paquetes, onde os
dos paquetes, 3. a classe eram «bem tratados,
de 3.ª
os passageiros de
11
com bons alimentos, etc.»11
com etc.» -

º8 Barão
Barão de Moreira ao
ao marquês de Loulé, Novembro de
Loulé, 30 de Novembro Externos,
1857,, in Negócios Externos,
de 1857
8 74, Emigração
!1874, Portuguesa, p.
Emigração Portuguesa, 35.
p. 35.
º9 A previsibilidade tinha também
também consequências comerciais e organizativas, de que &a distri—
consequências comerciais distri-
buição
buição regular de correio dádá apenas um exemplo; ver Armando
Armando Mário
Mário O. Vieira, Subsúíios
Subsídios para
a História
História do do Correio do Ateneu Comercial do
Português, Porto, Núcleo Filatélico do
Marítimo Português,
Correio Mar:?imo do
Porto, 1988, passim.
1988, passim.
10
ªº Apenas três exemplos: Gazeta
Gazeta do Norte
Norte (Valença) de 28 de Dezembro de 1878, p. 3;
O
0 Jornal do Povo (Oliveira
do de Azeméis) de
(Oliveira de 12 de
de 12 Novembro de
de Novembro 1880, p.
de 1880, 4; 0O Comércio
p. 4; Comércio da da
Figueira de l1 de Janeiro de de 1880, p. 4.
“11 António José Duarte Nazareth ao marquês de Loulé, 7 de Agosto de 1862, Negócios
Negócios Exter—
Exter-
nos, 18
nas, 1874, Emigração Portuguesa,
74. Emigração Portuguesa, p. 130.
p. 130. 743
743
Joaquim
Joaquim da Costa Leite
da Costa

Se as vantagens eram patentes nos anos


anos 60 e 70 do século xix, tornaram-
XIX, tornaram-
-se
-se ainda mais evidentes nasnas décadas seguintes, àà medida que os vapores
que os
foram incorporando inovações e melhoramentos tecnológicos. A refrigera—refrigera-
por exemplo, garantiu aa melhor conservação dos
ção, por
ção, víveres e uma ementa
dos víveres
se, em
mais variada e aa electricidade animou o ambiente; se, em 1883, o Cotopaxz'
1883, () Cotopaxi
da Pacific Steam com iluminação eléctrica, meia dúzia
era o único navio da
era de
dúzia de
anos depois todos os outros paquetes da
anos companhia exibiam
da companhia exibiam esseesse
12
melhoramento12. . Começando embora por beneficiar os passageiros da
a
Lª tais progressos chegaram, de
l. classe, tais de uma forma ou
uma forma de outra, aos passa-
ou de
de 33.. ªa classe
geiros de frequentemente elementos de
constituíam frequentemente
classe e constituíam de concorrên-
cia entre
cia entre as companhias"13.
as companhias
Os vapores tornaram-se maiores e mais potentes: os
Os da Red
os navios da Red Cross
que serviam
Line que
Line serviam Belém do do Pará em 1872 pouco excediam &a média de
em 1872 1000
de 1000
mas, em
toneladas, mas, em carreiras mais importantes, aa Royal Mail tinhatinha nessa
altura navios de
altura 3000 toneladas; nos anos 90,
de 3000 as 5000 toneladas eram fre-
90, as fre-
quentes, e pouco antes da da primeira guerra muitos navios ultrapas-
mundial muitos
guerra mundial ultrapas—
toneladas14.
savam as 8000 toneladas“.
as companhias de
Para as de navegação isto significava grandes investimentos
isto significava
e para osos passageiros aumentava o espaço ee aa segurança.segurança.

2. Desde o início dosdos anos 60 os vapores conseguiam cobrir a distân-


que os
60 que
cia do
cia de Janeiro aa Lisboa em
Rio de
do Rio metade ou
em metade ou mesmo um um terço dodo tempo
oficial e os
veleiros. A gazeta oficial
exigido pelos veleiros. davam
de Lisboa e Porto davam
os jornais de
frequentemente notícia de
frequentemente de entradas e saídas de acrescentando
de embarcações, acrescentando
por vezes
por vezes alguns úteis, como nacionalidade, tipo,
alguns pormenores úteis, tipo, tonelagem,
porto de ou de
de origem ou de destino e tempo de de viagem.
viagem Essas indicações são sufi-
são sufi-
para ilustrar
cientes para
cientes fundamentais.
ilustrar algumas mudanças fundamentais.
exemplo, 10
Por exemplo,
Por 10 embarcações provenientes de diferentes portos brasilei-
de diferentes
ros
ros entraram no Tejo durante
no Tejo durante o mês de Janeiro de
mês de 1863, transportando mer-
de 1863,
cadorias ee passageiros. Uma Uma delas, & a barca portuguesa Novo Tentador, che-
Novo Tentador,
gou &a Lisboa no
gou 19 com uma tripulação de
dia 19
no dia 19 homens, 42
de 19 42 passageiros
um carregamento de
ee um de açúcar ee outros produtos, ao ao fim uma viagem
de uma
fim de de
viagem de
dias sem escala desde o Rio
43 dias de Janeiro.
Rio de Hellena,
Janeiro. Outra barca portuguesa, Hellena,
fez aa mesma viagem com um um carregamento do do mesmo tipo, 17 17 tripulantes

12
ªº Hastings Charles Dent, A A Year
Year in Brazil* Londres,Kegan
Brazil, Londres, Trench&&Co.,
Paul,Trench
KeganPaul, 1886,p.p.7;7;
Co.,1886,
Jornal dos Carvalhos de 3 de Agosto de 1889, 1889, p. 4.
13
comida à portuguesa destacados
Basta referir o vinho e a comida
” Basta companhias nos anúncios
destacados pelas companhias anúncios
dos jornais, exemplos em O
jornais, com exemplos O Comércio da Figueira de 3 de Agosto 1882, p. 4; Jornal
Agosto de 1882, Jornal
dos Carvalhos de 3 de AgostoAgosto de 1889,1889, p. 4; O O Comércio do Porto de l1 de Janeiro de 1891,
11 de de 1901
Janeiro de
de Janeiro Janeiro de
de Janeiro
1901 ee l1 de 1911, todos
de 1911, p. 4.
na p.
todos na 4.
“14 Negócios Externos,
Externos, 1875. Emigração Portuguesa, pp. pp. 22—23, 62-66; A Gazeta Financeira
22-23,62-66;
de 11 de
de Julhode
deJulho 1895,p.p. 1;1;OO Primeiro
de1895, Primeiro de Janeiro de
de Janeiro 1909,p.p.6,6,e e1 1dedeAbril
Outubrodede1909,
de l1dedeOutubro Abril
de 1910, p. 6. Os paquetes das das carreiras maiores; ver comentário
norte-americanas eram ainda maiores;
carreiras norte-americanas comentário
de James W
de Three Thousand
W.. Wells, Three Through Brazil,
Thousand Miles Through Brazil, vol. I, Londres, Sampson Low,
vol. 1,
744
744 Marston, Searle & Rivington, 1886, 1886, p. 2.
emigrantes:dadavela
transportededeemigrantes:
O transporte
O vela vapor
aoaovapor

28 passageiros, mas precisou de


e 28 dias para chegar aa 30
63 dias
de 63 30 de Janeiro. No
de Janeiro. No
inglês Magdalena,
dia seguinte chegou o vapor inglês
dia Magdalena, com 130 110
130 tripulantes, 110
passageiros e carga; tinha deixado o Rio dias antes, fazendo escala nos
Rio 22 dias nos
portos da Baía, Pernambuco e São Vicente.
da Baía, francês, o Estre-
Um vapor francês,
Vicente. Um
madure, tinha chegado a Lisboa no
madure, no dia 15, fazendo a mesma viagem em
dia 15, em
18
18 dias,
dias, com uma tripulação de
de 118
118 homens, transportando 142
142 passagei-
carga15.
ros e carga”.
havia mais passageiros na
Em geral, havia
Em ida para
na ida Brasil do
para o Brasil que no regresso,
do que regresso,
os números apresentados acima
e os representam certamente
acima representam uma fracção da
certamente uma da
capacidade total de das embarcações. De
de transporte das resto, os quatro exem-
De resto, exem-
plos foram escolhidos para ilustrar tendências gerais,
plos gerais, como a da da maior tri-
pulação dosdos vapores e aa duração relativa
relativa da evidentemente, o facto
viagem; evidentemente,
da viagem;
de os veleiros
de serem portugueses e os vapores estrangeiros não
veleiros serem não é uma
uma
16
coincidência16.
coincidência .
Vejamos com mais atenção a regularidade e aa duração da viagem. Os
da viagem. Os velei-
ros
ros estavam sujeitos à inconstância do
estavam particularmente sujeitos do tempo e das corren-
das corren-
tes marítimas e, em em tais
tais condições, & do capitão no comando da
a mestria do da tri-
pulação e do reflectia-se na
do navio reflectia-se na velocidade conseguida; embarcações do do
mesmo tipotipo e com tripulações semelhantes tinham diferentes,
tinham desempenhos diferentes,
como no no exemplo da da barca Hellena, que gastou cerca de
Hellena, que 50%
de 50 mais de
% mais de tempo
que o Novo
do que
do Tentador. Pode até
Novo Tentador. até apontar-se o caso de outra barca portu-
de outra portu—
guesa, Linda, que
guesa, que fez a mesma viagem do do Pará a Lisboa com com treze
treze anos de
intervalo, mas na
intervalo, na mesma época do do ano, gastando 38 dias dias em 1863 e 50
em 1863 dias
50 dias
187617.
em 1876".
diferença entre vapores podia também ser
A diferença grande em
ser grande em termos percen-
percen-
tuais, embora de
tuais, embora de menor âmbito, e pode, no ser atribuída não
no essencial, ser não a
naturais, mas aa uma escolha humana relativamente, por
elementos naturais, exem-
por exem-
entre velocidade e consumo de
plo, à relação entre
plo, de combustível: cada navio podia
cumprir razoavelmente um
cumprir um horário estabelecido de de antemão. De De facto, osos
dois vapores de pertenciam &a companhias subsidiadas que
do exemplo anterior pertenciam que
tinham obrigação de
tinham de seguir Estremadure
seguir rotas e calendários determinados: o Estremadure
era propriedade da da Compagnie des des Messageries Maritimes —também
—também conhe-
cida por
por Compagnie des Messageries Impériales durante a era
des Messageries de Napo-
era de
leâo III— e o Magdalena
leão Magdalena da Royal Mail Steam Packet Company". Company18.

"15 A gazeta oficial, então com o título de Diário Lisboa, referia o movimento das embar-
Diário de Lisboa,
cações, numa secção regular, de um a três dias depois da entrada ou saída.
cações,
16
"ª Uma década mais
Uma tarde, aa mesma observação foi feita
mais tarde, às embarcações que
em relação às
feita em que
transportavam imigrantes para Belém; ver Negócios Externos,
transportavam Portuguesa,
Externos, 1875, Emigração Portuguesa,
aspecto foi salientado por
p. 66; este aspecto Serrão, Temas
por Joel Serrão, Oitocentistas — 1:
Temas ºitocentistas 1: Para a História
História
de Portugal
de Portugal nono Século Passado,
Passado, Lisboa, Livros Horizonte, 1980, p. 174.
1980, p.
"17 Em 1863, &a barca chegou a 14 14 de Janeiro, com 18 18 tripulantes e l1 passageiro; em 1876
chegou aa 28 de Janeiro, com 16
28 de tripulantes ee 44 passageiros
16 tripulantes passageiros (ver Oficial, datas
Gazeta Oficial,
(ver Gazeta respectivas).
datas reSpectivas).
18
'“ Há uma lista de navios das principais companhias da carreira do Brasil, compilada por
Armando Mário 0. O. Vieira, Subsídios para
Vieira, Subsídios para a História
História do Correio Marítimo
do Correio Português,
Marítimo Português,
PP. 193-195.
pp. 193-195. 745
745
Joaquim daCosta
Joaquim da Leite
Costa Leite

décadas seguintes, os vapores registaram


Nas décadas aperfeiçoamentos,
registaram notáveis aperfeiçoamentos,
mas, no
mas, que diz
no que viagem, o maior salto estava dado
da viagem,
diz respeito à duração da
guerra mundial apenas se
até à primeira guerra
e até uns dias mais.
se puderam ganhar uns
Um Anuário Postal de
Um anunciava os
1872 anunciava
de 1872 Royal Mail
da Royal
os paquetes da da car-
Mail da
reira de Southampton &
reira de que faziam escala em
a Buenos Aires que em Lisboa nos dias
mês, partindo no
de cada mês,
13 de no mesmo dia Baía
dia para São Vicente, Pernambuco, Baía
Rio de
6e Rio as chegadas ao
de Janeiro; as Rio estavam previstas para 4 do
ao Rio mês
do mês
numa viagem de
seguinte, numa
seguinte, de 21 ou pelo Magdalena
dias, tempo gasto pelo
ou 22 dias, para
Magdalena para
186319.
fazer a viagem de regresso em 1863”.
quem pretendesse uma
Para quem viagem mais rápida, a linha de
uma viagem de Liverpool & a
Valparaíso e Callao da Steam poupava tempo com uma
da Pacific Steam uma ligação
directa de
directa de Lisboa ao Rio: os
ao Rio: os paquetes tocavam em em Lisboa a 4 ou ou 5 e a 19
20
de cada mês, chegando à capital brasileira 15 dias depois depoisªº. . Quatro décadas
mais mesma companhia anunciava que
mais tarde, a mesma os seus
que os levavam geral-
seus navios levavam
mente 13 dias de Lisboa ao Rio de Janeiro“. Janeiro21.
Referi & a ligação entre de Portugal e do
as capitais de
entre as do Brasil infor-
Brasil porque &a infor—
mação é mais abundante e comparável neste caso, mas não se se deve perder
de vista
de vista o facto de de muitos dos emigrantes terem origem no
dos emigrantes no Noroeste e, pelo pelo
durante os
menos durante os anos 50 60, rumarem
50 e 60, rumarem ao ao Brasil
Brasil directamente do do Porto.
Havia também o caso especial dos
Havia ilhéus, que
dos ilhéus, que estavam mais próximos dos dos
22
brasileiros”.
portos brasileiros . De qualquer modo, as mudanças observadas na carreira
de Lisboa
de Lisboa ao Rio de
ao Rio dizem respeito ao
de Janeiro dizem ao maior fluxo migratório por-
sugerem a natureza
tuguês e sugerem
tuguês das mudanças que
natureza das que estavam a ocorrer noutras
rotas.
Em termos gerais, pode assim dizer—se
Em que um
dizer-se que emigrante do
um emigrante do continente,
ao embarcar num
ao num veleiro rumo ao
veleiro rumo de Janeiro, deveria contar com uma
Rio de
ao Rio
viagem
viagem de seis semanas, que
de seis que poderia facilmente prolongar-se por por mais duas
ou três. No entanto, se
ou se pudesse pagar a passagem num num vapor, & viagem pode-
a viagem
ria em três
feita em
ser feita
ria ser três semanas, ou reduzida a duas semanas se
ou mesmo reduzida se o navio
não fizesse escala em
não fizesse em portos intermédios.

início dos
3. No início 60, os
dos anos 60, os vapores eram concorrentes no
os veleiros ee os no
transporte de Os vapores ofereciam as
passageiros. Os
de carga e passageiros. da velo-
as vantagens da velo-
cidade e regularidade
cidade regularidade da implicavam elevados investimentos
máquina, mas implicavam
da máquina,
iniciais, ee o carvão
iniciais, carvão era mais caro do
era mais que o vento
do que muito espaço
vento e ocupava muito
de outro
que de
que carga. OO futuro pertencia ao
outro modo seria destinado a carga. ao vapor,
mas, enquanto não
mas, construídos engenhos mais
fossem construídos
não fossem mais eficientes na utiliza-
na utiliza-

19
ªº Postal para
Anuário Postal
Ernesto Madeira Pinto, Anuário 1872, Lisboa, François Lallemant, s. d.,
para 1872,
pp. 176—177.
pp. 176-177.
20
Id., ibid.,
ªº Id., 177.
ibid., p. 177.
21
ªª O Jornal 1911, p. 2.
Comércio de l1 de Janeiro de 1911,
Jornal do Comércio
22
ªº Contudo, nem nem sempre os ilhéus podiam contar com nos últimos
c o m viagens mais rápidas; nos últimos
1865, quando outras embarcações levavam 40
de 1865,
meses de 40 aa 42 d o Porto
dias do
42 dias a o Rio,
Porto ao chegou uma
Rio, chegou uma
42 dias
da Terceira com 42
da dias de viagem e uma
de viagem outra do
uma outra Funchal com 53
d o Funchal esca-
53 dias (talvez tenham esca-
746
746 lado Negócios Externos,
intermédios) (ver Negócios
lado portos intermédios) Portuguesa, p.
Emigração Portuguesa,
Externos, 1874, Emigração 176).
p. 176).
emigrantes:dadavela
transportededeemigrantes:
O transporte
O vela vapor
aoaovapor

ção de
ção os fornecimentos
de combustível e os fornecimentos de não se tornassem mais abun-
de carvão não
dantes e baratos nos diferentes portos, a vela tinha condições dede concorrên-
os veleiros eram mais lentos, mas eram também mais baratos e, com
cia: os
suas tripulações mais pequenas e reduzidos custos
as suas
as de manutenção, mais
custos de
em tempo de
resistentes em as embarcações tinham
de crise quando as de permane-
tinham de
carga23.
cer paradas ou navegar com pouca carga23
A cronologia da da substituição da vela pelo
da vela pelo vapor foi diferente para dife-
diferente para
24
rotas“.. Em
rentes cargas, passageiros e rotas Em princípio, quanto mais curto era era
o trajecto mais cedo os teriam condições técnicas para
os vapores teriam para superar
os veleiros; mas esta orientação geral era condicionada por
os por vários aspec-
tos práticos, como aa existência de
tos de subsídios ou ou contratos de de correio, oo
volume do do tráfego, as as características dada carga, ou as possibilidades eco-
ou as
25
nómicas dos passageiros”.. No
dos passageiros No caso do do transporte de entre Por-
de passageiros entre
Brasil, a substituição começou com os
tugal e o Brasil, os paquetes dos 50, mas,
dos anos 50,
veremos, ocorreu essencialmente na
como veremos, na primeira metade da da década
de 70.
de 70.
da transição para o vapor não
que aa questão da
Deve notar-se que ser escla-
não pode ser
fonte. Há
numa única fonte.
recida numa muita informação sobre o assunto nos
Há muita nos jornais
oficial, bem
incluindo a gazeta oficial,
portugueses, incluindo bem como na na correspondência dos dos
cônsules portugueses e em em relatórios brasileiros. Mas geral-
Mas esta informação é geral-
mente incompleta: por
mente por exemplo, há há sumários estatísticos indicam oo
que indicam
estatísticos que
número das embarcações, mas omitem os
tipo das
número e o tipo de cada grupo,
os passageiros de
dando apenas o total; cada fonte deixa algumas pontas soltas,
deixa algumas mas, no
soltas, mas, seu
no seu
elas permitem
conjunto, elas
conjunto, claramente os
identificar claramente
permitem identificar fundamentais da
os aspectos fundamentais da
vapor.
transição para o vapor.
Tomemos como primeira referência o movimento
primeira referência movimento de de navios no porto de
navios no de
Lisboa: o número
número anual de de embarcações de as origens entradas no
de todas as no porto

23
"' Não
N ã o serão aqui considerados
considerados alguns casos particulares relacionados, por exemplo, ccom om
navios mistos (vapores com casco de
c o m casco madeira ee veleiros de
de madeira ferro), ou
de ferro), o u com primitivos vapo-
o s primitivos
c o m os
res
res dede rodas de quando os
de pás; quando desempenhar u
o s vapores começaram a desempenhar um significativo nnoo
m papel significativo
transporte de emigrantes portugueses para o Brasil, eram geralmente navios de
de emigrantes casco de
de casco ferro
de ferro
com
c o m motores de de hélice. Ver, sobre estas questões, T. K. Derry e Trevor I.
T. K. I. Williams, A ShortShort
History
History of University Press, 1979, p
Oxford, Oxford University
Technology, Oxford,
of Technology, pp. 370-374; P.
p . 370-374; P. L Cotrell,
L.. Cotrell,
«The Steamship on Mersey, 1815-80:
o n the Mersey, Investment and
1815-80: Investment Ownership», in
and ºwnership», P . L.
in P. Cottrell ee D
L. Cottrell D..
H. Aldcroft (orgs.), Shipping, Trade Commerce: Essays in Memory
Trade and Commerce: Memory of Ralph Davis, Lei-
cester, Leicester University Press, 1981 1981,, pp. 137-163; e Robert Craig, «William Gray & Com-
& Com-
Hartlepool Shipbuilding Enterprise, 1864—1913»,
pany: 3a West Hartlepool ibid., p
1864-1913», ibid., pp. 165-191.
p . 165-191.
24
24 A cronologia da da substituição em em algumas carreiras principais, especialmente no n o que
que sese
refere aa carga, é discutida
discutida porpor Charles K K.. Harley, «The Shift from Sailing Ships tto
Shift from Steamships»,
o Steamships»,
1850-1890:
1850-1890: A Study in Technological
Technological ChangeChange and Diffusion», in
and its Diffusion», in Donald N (org.),
N.. McCloskey (org.),
Essays on
Essays on a Mature
Mature Economy: Britain After
Economy: Britain Princeton, N
After 1840, Princeton, N.. JJ.,
., Princeton Universíy Press,
Universiy Press,
1971, pp.p p . 215—237.
215-237.
25
ªª Note-se, por exemplo, que, nos anos 40 e 50, o subsídio do d o correio garantiu cerca de 40 40%%
das receitas
das receitas da Mail; ee as
da Royal Mail; as primeiras carreiras de fazerem escala em
de paquetes &a fazerem Lisboa,
e m Lisboa,
começar em
a começar 1851 pela
e m 1851 linha da
pela linha da Royal Mail, precisaram de contratos de
de contratos correio. Ver
de correio. P . L.
Ver P. L.
Cottrell,
Cottrell, The Steamship on 1815-80, p.p. 149;
the Mersey, 1815—80,
on the ArmandoMário
149; Armando MárioO. Subsídios
Vieira,Sul;—sªias
O. Vieira,
para a História do Correio Correio Marítimo
Marítimo Português,
Português, pp. 166-173. 747
747
Joaquim da Costa
Joaquim da Leite
CostaLeite
26
mostra que os vapores ultrapassaram os veleiros no início da década de 80 26;
mostra ;
que os vapores eram,
posto que em média, de maior capacidade que os
eram, em os veleiros,
veleiros,
os números apontam para uma
os uma transição na esta primeira
na década anterior; esta primeira
indicação é reforçada pelo de os números mencionados dizerem
pelo facto de dizerem res-
res-
de tráfego e o transporte de
ao total de
peito ao geralmente àà
andar geralmente
de passageiros andar
frente da na mudança para o vapor.
da carga na
Passando à correspondência dos dos cônsules portugueses no no Brasil, podemos
verificar que,
verificar no período de
que, no 1870 aa 1874, o número
de 1870 número dede veleiros
veleiros entrados nono
Rio
Rio de tendeu aa declinar, enquanto o
de Janeiro com passageiros portugueses tendeu
número
número de acentuadamente (gráfico 1).
subiu acentuadamente
de vapores subiu capital bra-
I). Sendo a capital
sileira, de longe, o mais importante porto de
sileira, de emigrantes portu-
dos emigrantes
de destino dos portu—
gueses, &
gueses, a mudança da entre vapores e veleiros
da relação entre de 1,4:1 em
veleiros de 1870-71
em 1870—71
para 3,4:1 em
para em 1873-74 de particular interesse.
1873-74 reveste-se de

Passageiros portugueses embarcações entradas


portugueses e embarcações no Rio
entradas no Rio de 1870-74
de Janeiro, 1870-74

[GRÁFICO 11
I]

160+ A _1_.
140 _.r “__-"..- ..“-“5% “. -u-

120 “ ,ja—“f"! "'ª'-«__ .|..


..-*"' .*” “'ª- “ªo
100 _. _ __. "'—.. _.Hª'... ª..—"'“.“- __—.a-—a _,

.E"! ..e-“"# “D'—_E— 7


80 _1_ ““F“-;**... -' - __
60 _...— P fiª—"“""
— ..,-|_ _',_.

40 _.L <)———_ W h a - _ _ _ __——-0 —-1|-

20 + _-
º+ % : = 4
1870 1871
1871 1872 1873
1873 1874
-:'_':- .* a

Veleiros Vapores Passageiros/100


Passageiros/100

Fonte: Negócios
Negócios Externos:
Externos: Documentos Apresentados às Cortes
Documentos Apresentados 1875 [.[...]
Cortes na Sessão Legislativa de 1875 . .]
Portuguesa, Lisboa, Imprensa Nacional, 1875, pp. 10-13
Emigração Portuguesa, 10-13

Ao terminar aa Guerra
Ao Guerra dodo Paraguai em Brasil
1870, aa emigração para o Brasil
em 1870,
aumentou e as as companhias de energicamente
de navegação aa vapor penetraram energicamente
em expansão.
neste sector em
neste mostra que
expansão. 0O gráfico 1I mostra de vapores
número de
que oo número acom-
vapores acom-
panhou dede perto o aumento do do número de de passageiros, mantendo aa razão

26
26 JJ.. Bacelar Bebiano, 0O Porto
Porto de Lisboa: Estudo
de Lisboa: Estudo de História Económica,
de História Económica, Lisboa,
Administração-Geral
Administração-Gera] do de Lisboa, 1960, gráfico
do Porto de II. 0O gráfico mostra também que,
gráfico 11. em
que, em
capazes de recuperar,
década de 90, os veleiros eram capazes
períodos de crise, como no final da década
curtos períodos recuperar,
enquanto o número de numa demonstração da
de vapores diminuía, numa resistência das
da resistência embarcações
das embarcações
748
748 entanto, o transporte de passageiros.
não afectou, no entanto,
temporária não
à vela; esta reversão temporária
transporte de
O transporte emigrantes: da
de emigrantes: ao vapor
da vela ao vapor

27
passageiros 27.
de aproximadamente um vapor por centena de passageiros . Isso apresenta
visualmente uma fase do
visualmente do processo de de substituição, que 1873 era
em 1873
que em era comen-
tado num de fundo
artigo de
num artigo fundo do do jornal Aurora
Aurora do Lima; o autor registava «o
do Lima; «o
prodigioso desenvolvimento que que a navegação a vapor, entre Europa e a
entre a Eurºpa
apresenta há
América, apresenta há três anos para cá;
três anos cá; vemos com entusiasmo que, que, de duas
carreiras regulares queque os mensalmente, pas-
os paquetes para o Brasil faziam mensalmente,
samos &
samos a ter só estranhamos que
dez! e só
ter dez! que os capitais portugueses se hajam con-
servado na
servado inércia, desprezando os lucros
na inércia, lucros fabulosos que que as companhias
auferido»28.
estrangeiras têem auferido»ºª.
Se a tendência para o predomínio dos
Se dos vapores é clara, a fonte fonte nãonão per-
per-
no entanto, determinar a parte dos
mite, no dos passageiros por eles transportados.
por eles
essa altura, porém, o cônsul
Por essa
Por cônsul de Portugal no Pará elaborou uma uma lista
lista
de navios
de navios chegados a Belém em 1872 e 1873;
em 1872 1873; constam dessa lista 1670 1670 por-
por-
tugueses (&
tugueses (a comparar com com os 604 do
os 21 604 do Rio
Rio de Janeiro), 555%
de Janeiro), 5 % dos quais
dos quais
foram transportados em
foram em 30 veleiros
veleiros e os restantes 45 45%% em em 49 vapores.
49 vapores.
Embora os números envolvidos sejam muito menores, o fluxo é semelhante
ao do
ao Rio —a
do Rio ——a ratio de vapores e veleiros
de vapores de 1,6:1, sendo os
veleiros é de os passageiros
portugueses—— e as
igualmente emigrantes portugueses as percentagens têmtêm um significado
um significado
29
que não é meramente local local29. .
Ao
Ao comentar alista, cônsul Joaquim Baptista
a lista, o cônsul escreveu que
Baptista Moreira escreveu «os
que «os
30
vapores são ingleses
vapores são navios à vela são
ingleses e os navios são portugueses»
portugueses» ªº. . Podia ter ter acres-
que os vapores, provenientes
centado que provenientes de feito escala
tinham feito
de portos ingleses, tinham
Lisboa, enquanto os veleiros
em Lisboa,
em veleiros tinham partido do do Porto ou das Ilhas3
ou das Ilhas311..
Se o cônsul substituísse
Se inglês por
substituísse inglês por estrangeiro para abranger, entre
para abranger, outros,
entre outros,
navios franceses e alemães, as
navios suas conclusões relativas
as suas relativas a nacionalidade, tipo tipo
origem das
e origem das embarcações poderiam aplicar-se também ao Rio de
ao Rio Janeiro.
de Janeiro.
O
O resumo estatístico de 1870-74 acima mencionado registou 222
de 1870-74 veleiros, 217
222 veleiros,
portugueses; e 507 vapores, dos quais 497 eram estrangei-
dos quais eram portugueses;
ros. continuavam a ser
Os portugueses continuavam
ros. Os ser capazes de construir, armar
de construir, gerir
armar e gerir
uma
uma grande frota de
grande frota revelavam-se incapazes de
veleiros, mas revelavam-se
de veleiros, de absorver a nova
exigências de
tecnologia, com maiores exigências de capital e organização. NesteNeste processo
relativo, aa década de
de declínio relativo,
de de 70 crucial.
um período crucial.
70 foi um

"27 Sugere-se atracção de emigrantes


capacidade de atracção
Sugere-se aqui a capacidade portugueses, que é o que nos
emigrantes portugueses, n o s importa,
importa,
capacidade dos navios; do
confundido com a capacidade
mas isso não deve ser confundido compa-
de vista das compa-
d o ponto de
nhias de
nhias navegação haveria que
de navegação que contar não
não apenas com passageiros de
com passageiros nacionalidades,
de outras nacionalidades,
ainda com o facto de
mas ainda dos navios
de aa maior parte dos navios servir argentinos.
servir outros portos brasileiros e argentinos.
28
ºª Aurora do Lima
Aurora Lima (Viana dod o Castelo)
Castelo) de 1515 de Janeiro de 1873, citado por Maria JJoannis oannis
Benis, «A
Benis, de Viana do
vista de
« A emigração vista in Revista
Castelo», in
d o Castelo», Revista de História Económica
de História Económica e Social,Social,
3, 1979, p. 99.
p. 99.
29
29 Negócios Externos,
Negócios Externos, 1875, Emigração
Emigração Portuguesa,
Portuguesa, pp.p p . 62-67.
30
ªº Ibiá,
lbid y p. 66.
66.
31
ª' Os vapores
vapores que
que escalavam periodicamente oo porto
escalavam periodicamente porto dedeBelém
Belém faziam
faziam parte
parte de
de uma
uma compa-
compa-
não subsidiada que o Anuário
nhia não I872 dava como
Postal de 1872
Anuário Postal c o m o saindo de Pará,
de Lisboa para o Pará,
Maranhão aproximadamente nos dias 1,
Maranhão e Ceará, aproximadamente segundo os jornais,
10 ee 20 de cada mês; segundo
1,10 jornais, tratava-
-se da Red Cross Line of
da Red Ver Ernesto Madeira Pinto, Anuário
of Steamers. Ver Posta! para
Anuário Postal para 1872,
Comércio de
p. 172; Comércio de Lisboa
Lisboa de Dezembro de
15 Dezembro
de 15 de 1878, p.p. 4.4. 749
749
Joaquim da Costa
Joaquim da Leite
Costa Leite

As conclusões
conclusões anteriores
anteriores são confirmadas
confirmadas por brasileiras, em par-
por fontes brasileiras,
por relatórios sobre movimento de
ticular por de passageiros em 1876 e 1883.
1871,, 1876
em 1871
Um relatório da
Um da Agência de revela, por
de Colonização revela, por exemplo, que que 8124 por-
tugueses chegaram ao
tugueses ao Rio de Janeiro em
Rio de 1871, dos
em 1871, dos quais 6230 foram anota-
dos como imigrantes. Nessa
dos Nessa altura, designação de
altura, a designação de imigrante não era baseadabaseada
em qualquer questionário ou
em qualquer ou contrato; tratava-se
tratava—se de um rótulo administra-
de um
tivo aplicado aos passageiros dos
tivo dos veleiros inspeccionados pela pela Agência de de
Colonização. As As 4949 embarcações de de vela visitadas em 1871 eram todas por-
em 1871
32
tuguesas; 40 eram provenientes do Porto, 1 de Lisboa e 8 das Ilhas Ilhas 32. . A elas-
clas-
ainda concluir que
permite ainda
sificação administrativa permite
sificação os passageiros portugueses
que os
não registados como imigrantes (23
não registados %) deverão ter
(23 %) ter chegado ao Rio em
ao Rio em vapo-
res procedentes de
res de Lisboa.
No começo de de Março de 1876, a ameaça de
de 1876, de um
um surto de febre-amarela
de febre—amarela
obrigou a medidas
medidas de daí resultando um
quarentena, daí
de quarentena, um relatório com uma lista
completa de de embarcações e passageiros chegados ao de Janeiro
Rio de
ao Rio entre 12
Janeiro entre
de Março e 30
de Junho. A lista mostra que
de Junho.
30 de que a transição para o vapor estava
praticamente concluída: em
então praticamente em 8686 embarcações havia havia 81 vapores; os os 5
veleiros ((1] brasileiro e 4 portugueses) tinham transportado apenas 106 106 pas-
sageiros, correspondendo a menos de de 2 % dodo total de 5776 pessoas de
de 5776 de várias
nacionalidades, entre as quais 2499 portugueses. Os
entre as Os portugueses represen-
tavam 43 % do
tavam asseguravam —com
do contingente imigratório, mas asseguravam ——com 4 veleiros
e 22 vapores— o transporte de de apenas 33%. % . Os restantes foram transporta-
Os restantes
33
dos por navios ingleses, franceses, alemães e brasileiros brasileiros33 .
A mudança para para o vapor e & a reorientação do do fluxo migratório do do conti-
nente português com saída por
nente por Lisboa são confirmadas de de novo em em 1883.
Nesse
Nesse ano, 11 286 imigrantes
11 286 imigrantes portugueses foram contados no no Rio de Janeiro,
Rio de J aneiro,
96% dos
96% provenientes de
dos quais provenientes de Lisboa; o_sos restantes 44% tinham partido de
% tinham de
34
diferentes portos europeus e americanos
americanos34. . Todos tinham sido transporta-
vapores e a própria
dos em vapores própria classificação administrativa imigrantes tinha
administrativa dos imigrantes
mudado: a viagem com passagem de 3. a classe num
de 3.ª num vapor era era já
já então a
marca do
marca do imigrante.

32
além dos
Para além
ªº Para portugueses, essas
6230 portugueses,
dos 6230 42 espanhóis
embarcações transportaram 42
essas embarcações ale-
espanhóis ee 33 ale-
mães; ver Relatório Apresentado
mães; à Assembleia Geral Legislativa
Apresentado & Negócios
pelo Ministro dos Negócios
Legislativa pelo
da Obras Públicas,
Comércio e Obras
Agricultura, Comércio
da Agricultura, Públicas, Barão de de Itaúna,
Itaúna, Rio de Janeiro, 1872,
Rio de D,
1872, anexo D,
relatório de
relatório 26 de
de 26 Março de
de Março 1872, p.
de 1872, quadros ]1 ee 2.
10, ee quadros
p. 10, (Note-se que
2. (Note-se fonte portuguesa
que aa fonte acima
portuguesa acima
regista 52
mencionada regista
mencionada veleiros em 1871; qualquer
52 veleiros desta diferença,
motivo desta
qualquer que seja o motivo dema-
diferença, ela é dema-
para afectar
pequena para
siado pequena
siado afectar as conclusões).
as conclusões).
”33 Dados relatório da Inspectoria
compilados de um relatório
Dados compilados Colonização, com
Inspectoria Geral das Terras e Colonização, com
data de 25 de Novembro Coelho Cintra, in Anexos
assinado por JJ.. C. Coelho
Novembro de 1876, assinado Anexos ao Relatório
ao Relatório
A presentado &
Apresentado Primeira Sessão da Décima Sexta Legislatura
Legislativa na Primeira
à Assembleia Geral Legislativa Legislatura
pelo Agricultura, Comércio e Obras
Negócios da Agricultura,
Estado dos Negócios
pelo Ministro e Secretário de Estado Obras Públi-
Públi-
de Almeida, Rio
Thomaz José Coelho deAlmeida,
cas, Thomaz quadro
de Janeiro, Tipografia Perseverança, 1877, quadro
Rio de
n.° !1..
n.º
34
Relatório Apresentado
º“ Relatório A presentado &à Assembleia Geral Legislativa
Assembleia Geral na Quarta
Legislativa na Sessão da Décima
Quarta Sessão Oitava
Décima Oitava
Legislatura Ministro e Secretário
pelo Ministro
Legislatura pelo de Estado
Secretário de Estado dos Negócios da Agricultura,
dos Negócios Agricultura, Comércio Obras
Comércio e Obras
750
750 Públicas, Afonso
Públicas, Moreira Penna
Augusto Moreira
Afonso Augusto Tipografia Nacional, 1884, p. 218.
t Rio de Janeiro, Tipografia
Penna,
O transporte
O de emigrantes: da
transporte de ao vapor
da vela ao vapor

4. Nas
4. as vantagens
Nas páginas anteriores procurei concretizar sucintamente as
dos vapores e determinar a cronologia do
dos seu triunfo
do seu os veleiros
triunfo sobre os no
veleiros no
Do ponto de
de passageiros entre Portugal e o Brasil. Do
transporte de dos
de vista dos
emigrantes, essas vantagens não oferecem dúvidas e a cronologia da da transi-
que a esmagadora maioria dos
ção mostra que
ção benefi-
dos emigrantes portugueses benefi-
35
mundial 35.
ciou delas nas décadas anteriores à primeira guerra mundial . Mas para isso
era preciso dinheiro ou
era pagar uma passagem que, sendo mais
ou crédito para pagar
rápida, mais
rápida, mais confortável e segura, significativamente mais cara.
segura, era também significativamente cara.
Com efeito, os os vapores concorriam com os veleiros, não
os veleiros, em preço, mas
não em
em qualidade de
em serviço. Isso mesmo acontecera nas carreiras da
de serviço. da América
do Norte, as
do Norte, pelo vapor no
substituir aa vela pelo
as primeiras aa substituir no transporte de de passa-
geiros; a quota de de passageiros dosdos vapores do do Reino para os
Reino Unido para os Estados
Unidos e Canadá subiusubiu de °7oem
46 %
de 46 1863para
em1863 para9898%
% em em1872. transi-
essatransi-
1872.E Eessa
ção tem significado na
ção tem da situação económica do
na avaliação da. emigrante, como
do emigrante,
foi apontado por Brinley Thomas: «Nos
por Brinley «Nos meados da da década dede 60, em
três em
60, três
tomaram o vapor, apesar de
emigrantes tornaram
cada quatro emigrantes de o preço médio [da [da pas-
pas—
sagem] ser
sagem] 30%
entre 30
ser entre % e 5050%% mais elevado do do que veleiros, facto que
que nos veleiros, que
que a maioria dos
sugere que
sugere deixavam o país
que deixavam
dos que de ser
longe de
país estava longe pobre.» 36
ser pobre.»36
Semelhante observação parece ajustar-se às da América do
às carreiras da Sul,
do Sul,
aa julgar
julgar pelo entre o continente
pelo fluxo migratório entre Em
Brasil. Em
continente português ee o Brasil.
1873, no
1873, da transição, &a passagem mais barata num
crucial da
no período crucial veleiro
num veleiro
custava cerca
custava 35$000, soma provavelmente sujeita
de 355000,
cerca de mas, de
sujeita a desconto, mas, de
substancial numa
qualquer modo, soma substancial altura em
numa altura que um
em que um trabalhador de
enxada poderia ganhar menos de 200 réis
de 200 réis por dia; aa passagem de
por dia; 3. a classe
de 3.ª classe
num vapor era
num vapor 30% mais cara e, apesar disso, os
era quase 30% os veleiros
veleiros perdiam
37
passageiros
passageiros37. . Torna-se evidente que os emigrantes do continente português
eram uma
não eram
não uma massa de indigentes.
de indigentes.
ganha maior relevo quando notamos que,
Esta conclusão ganha não
que, embora não
quantificada, a transição foi seguramente mais tardia nos fluxos
quantificada, migrató-
fluxos migrató-
dos Açores e de
rios dos
rios Verde para os
de Cabo Verde os Estados Unidos. No dos Aço-
No caso dos
dos anos 80,
res, nos meados dos
res, ingleses, alemães e portugueses faziam
80, vapores ingleses,
nas Ilhas, mas o papel essencial no
escala nas de emigrantes cabia &a
no transporte de
ou quatro
três ou que faziam as
veleiros que
quatro veleiros as ligações do Boston
do arquipélago com Bóston
38
Iorque38.
Nova Iorque
ee Nova No caso de
. No Verde, aa transição deu-se bastante mais
de Cabo Verde,
tarde: com passagens mais locais, nomeadamente
mais baratas e maiores ligações locais,

35
Segundo as
” Segundo estatísticas portuguesas,
as estatísticas cerca de
apenas cerca
portuguesas, apenas 20 %
de 20 da emigração
% da d o período
total do
emigração total
1855-1914 ocorreu
de 1855—1914 antes de
ocorreu antes ver JJ.. Costa
1880; ver
de 1880; Costa Leite, «Emigração portuguesa:
Leite, «Emigração os números
leiee os
portuguesa: aa lei números
(1855-1914)», p.
0855-1914)», n.° 3.
p. 474, quadro n.º
36
Thomas, Migration
Brinley Thomas,
"' Brinley and Economic
Migration and Growth: A
Economic Growth: A Study Greaí Britam
of Gree!
Study of Britain and the
and Ihe
Adamic Economy,
Atlantic 2 . a ed., Cambridge, Cambridge University Press, 1973, p
Economy, 2.ª p.. 39.
37
Negócios Externos,
" Negócios Externos, 181875, Emigração Portuguesa,
75, Emigração 66-67.
Portuguesa, pp. 66-67.
38
ªª Walter Frederick Walker, The Azores or
The Azores or Western Islands: A Political,
Western Islands: Política], Commercial
Commercial and and
Geographicaí Account,
Geographical Londres, Trúbner
Account, Londres, The Portuguese
1886, p. 108; Leo Pap, The
Triibner & Co., 1886, Ame-
Portuguese Ame-
Twayne Publishers, 1981, pp. 39-40.
ricans, Boston, Twayne
ricans, 751
da Costa Leite
Joaquim da

facilitando manobras clandestinas, os veleiros mantiveram-se activos até à


192039.
década de 192039.
sugere até
Nestas condições, aa transição para oo vapor sugere uma ordenação eco-
até uma
40
nómica dos fluxos migratórios
migratórios”. . Mas essa é uma das questões que não
podem serser adequadamente discutidas no contexto do
no contexto claro,
do transporte. Fica claro,
que a substituição
no entanto, que
no da vela
substituição da pelo vapor não foi
vela pelo episódio
foi um mero episódio
tecnológico: além dasdas consequências directas nas nas condições dede transporte,
teve repercussões económicas ee organizativas que
substituição teve
a substituição não cabem
que não
numas dezenas de páginas. Fica apenas levantado oo desafio para
de páginas. para &a investi-
investi—
fundamentos ee significado
dos fundamentos
completa dos
gação mais completa
gação significado daquilo que alguns
daquilo que entu-
alguns entu-
siastas sem precisão,
talvez sem
designaram, talvez
siastas designaram, precisão, mas com muito
mas com muito conteúdo, como aa
conteúdo, como
era do
era do vapor.

39
39 começo da década de 1920, os veleiros ainda anunciavam &
Noo começo
N a emigração para os Esta-
dos Unidos; ver António Carreira, Migrações
dos nas Ilhas
Migrações nas Ilhas de Cabo Verde, 2 . ªa ed., Instituto
Cabo Verde, Cabo-
Instituto Cabo-
verdiano do
verdiano Livro, 1983,
do Livro, pp. 111
1983, pp. Leo Pap, The
111 e 253; Leo The Portuguese Americans, p. 40.
Portuguese Americans, 40.
40
algum apoio, tanto em
configurada encontra algum
“*º A ordenação assim configurada quantitativas
em avaliações quantitativas
e qualitativas dodo padrão de nas regiões de
de vida nas origem, como em
de origem, em comparações específicas no
comparações específicas no
contexto da entre outros, Paul
da emigração; ver, entre Paul Bairoch, «Europe's Gross National National Product in in
Some New
1870-1910: Some
Europe, 1870-1910: Explorations in
Estimates», in Explorations
New Estimates», in Economic History, vol. 20,
Economic History', 20, 1983,
1983,
pp. 387-401; Stanley G. Payne, A History ofSpain
History of and Portugal,
Spain and Portugal, vol. University
vol. 2, Madison University
of Wisconsin Press, 1976, pp. 534-547; Carlo Cario M. Cipolla, Literacy Develºpment in the
Literacy and Development the
West, Harmondsworth, Penguin Books, 1969,
West, 1969, pp. António Carreira, Migrações
pp. 96-97; António Migrações nas Ilhas
nas Ilhas
de Cabo Verde,
de Cabo 251; Negócios
p. 251;
Verde, 1). Emigração Portuguesa,
Externos, 1874, Emigração
Negócios Externos, Portuguesa, pp. 144-145
76-77,, 144-145
pp. 76-77
752 ee 203-211.

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