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Uso de resíduos de carvão como agregados finos em blocos de pavimentação de concreto

ArtigodentroGeomateriais · Janeiro de 2013

DOI: 10.4236/gm.2013.32007

CITAÇÕES LÊ
40 2.154

4 autores, Incluindo:

Juarez Amaral Filho Rejane Maria Candiota Tubino Universidade

Universidade da Cidade do Cabo Federal do Rio Grande do Sul

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Geomateriais, 2013, 3, 54-59
doi:10.4236/gm.2013.32007 Publicado online em abril de 2013 (http://www.scirp.org/journal/gm)

Uso de Resíduos de Carvão como Agregados Finos em Concreto

Blocos de pavimentação

Cassiano Rossi dos Santos, Juarez Ramos do Amaral Filho, Rejane Maria Candiota Tubino,
Ivo André Homrich Schneider
Universidade Federal do Rio Grande do Sul—UFRGS, Programa de Pós-Graduação em Mineração, Metalurgia e Materiais
Engenharia—PPGE3M, Porto Alegre, Brasil
E-mail: ivo.andre@ufrgs.br

Recebido em 18 de janeiro de 2013; revisado em 20 de fevereiro de 2013; aceito em 6 de março de 2013

Copyright © 2013 Cassiano Rossi dos Santose outros. Este é um artigo de acesso aberto distribuído sob a Licença Creative Commons
Attribution, que permite uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que o trabalho original seja devidamente
citado.

RESUMO
O objetivo deste trabalho foi estudar a utilização de resíduos de carvão para a produção de blocos de concreto para pavimentação. A metodologia
considerou as seguintes etapas: amostragem de um resíduo de mineração de carvão; separação por gravidade da fração com gravidade específica
entre 2,4 e 2,8; cominuição do material e análise granulométrica; caracterização tecnológica do material e produção de blocos de concreto para
pavimentação. Os resultados mostraram que o resíduo de carvão considerado neste trabalho pode ser utilizado para substituir a areia
convencional como agregado miúdo para blocos de concreto. Essa prática pode colaborar para uma produção de carvão mais limpa.

Palavras-chave:Resíduos de Carvão; Reciclando; Ambiente; Concreto

1. Introdução e poluição das águas superficiais [3].

A produção comercial de carvão na região sul do Brasil
(compreendendo os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul) vem ocorrendo desde o início do século XX.
Especificamente no Estado de Santa Catarina, a produção
ocorre nas costuras “Irapuá”, “Bonito” e, principalmente,
“Barro Branco”. Esses carvões gondwânicos são classificados
em sua maior parte como betuminosos de alta volatilidade. A
espessura da costura “Barro Branco” varia de 1,66 a 2,27 m,
com valor médio de 1,80 m. No entanto, a espessura líquida
do carvão limpo é reduzida para 0,47 - 1,48 m, devido às
camadas alternadas de carvão impuro (carvão xistoso), xisto
carbonáceo, siltito e arenitos (figura 1). Lentes de pirita, às
vezes com vários centímetros de espessura, também são
comuns [1].
Atualmente, o carvão run-of-mine (ROM) é gravimetricamente
concentrado e quase inteiramente utilizado para geração de
eletricidade. Devido às características geológicas, são geradas
grandes quantidades de resíduos sólidos. Estima-se que existam
mais de 300 milhões de toneladas de resíduos de carvão no sul
do Brasil, gerando impactos ambientais e custos econômicos. Em
relação às minas de carvão de Santa Catarina, cerca de 60% - 65%
do carvão ROM é descartado em depósitos como resíduo [2].
Esses resíduos podem levar à formação de drenagem ácida de
mina (DAM), fonte de
Através de processos de concentração por
gravidade desses resíduos de carvão é possível
produzir três fluxos de saída: 1) um material de baixa
gravidade específica (densidade relativa < 2,4) e mais
resíduos carbonáceos compostos por carvão xistoso e
xisto carbonáceo; 2) um material intermediário (2,4 <
densidade relativa < 2,8) composto principalmente por
siltitos e arenitos; e 3) um material de alta gravidade
específica (densidade relativa > 2,8) que é rico em
pirita. Atualmente, existem algumas iniciativas no
Brasil para reprocessar alguns depósitos de resíduos
de carvão com o objetivo de recuperar parte dos
materiais carbonáceos para produção de energia e,
alternativamente, concentrar a pirita para produção de
ácido sulfúrico. No entanto, ainda permanece o
material de densidade intermediária,
Outro problema grave é que a cadeia produtiva da engenharia
civil utiliza enormes quantidades de matérias-primas. Nos últimos
anos, o rápido desenvolvimento levou a um aumento da
demanda por areia de rio, que é amplamente utilizada como
agregado miúdo para construção. A extração de areia do leito e
da margem do rio pode causar efeitos adversos ao meio
ambiente, como erosão da margem do rio, degradação do leito
do rio e deterioração da qualidade da água do rio. Isto

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Figura 1. (a) Localização do sul da Bacia do Paraná, Brasil; (b) Distribuição das principais minas de carvão nos estados do Rio Grande do Sul
e Santa Catarina; (c) Transecto mostrando os perfis litológicos do veio Barro Branco [1].
assunto tem sido motivo de preocupação no Brasil e em outros países
[4-6].
Por exemplo, blocos de pavimentação segmentados são utilizados
em todo o mundo e podem ser usados em uma grande variedade de
aplicações. A fonte convencional de agregados miúdos para blocos de
pavimentação são areia de rio ou, alternativamente, areia artificial por
britagem de rochas [7]. No entanto, pesquisas anteriores mostraram
que também é possível usar alguns resíduos para produzir blocos de
concreto para pavimentação: por exemplo, resíduos de gaseificação
[8], tijolos de barro triturados [9] e resíduos de produção de telha
cerâmica [10].
Assim, o objetivo deste trabalho foi estudar a utilização de resíduos
de carvão como agregados miúdos para a produção de blocos de
concreto para pavimentação. O artigo avalia brevemente os principais
parâmetros técnicos e ambientais envolvidos e focados na parte da
reciclagem dos resíduos de carvão. O presente estudo foi realizado do
ponto de vista científico como parte do esforço para desenvolver uma
rota eficaz de processo de limpeza de carvão focada em mitigar os
problemas de poluição associados aos resíduos de carvão em todo o
mundo.
2. Experimental
O resíduo de carvão foi coletado do depósito de lixão da
“Mina Verdinho”, Estado de Santa Catarina-Brasil, que
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extrai a costura “Barro Branco”. O material foi submetido a um
processamento laboratorial de separação em meio denso que
visou a obtenção de uma fração com densidade relativa entre 2,4
e 2,8 [11]. Essa fração foi triturada em um moinho de rolos e
peneirada para atingir uma distribuição de partículas de tamanho
semelhante à areia de rio, que é comumente usada para a
produção de blocos de pavimentação no Brasil. A areia de quartzo
do rio foi obtida do Rio Jacuí, Rio Grande do Sul.
- Brasil. A caracterização tecnológica de ambos os materiais
incluiu distribuição de tamanho de partículas, medidas de
peso específico, observação visual em uma lupa petrográfica
e determinação da fase mineral por difração de raios-x.
Análises elementares dos agregados finos foram realizadas
por fluorescência de raios X (para Si, Fe, Al, Ca, K) e
decomposição em alta temperatura em um analisador CHNS
(para C, H, N e S). As principais características de ambos os
materiais são retomadas emtabela 1.
Os blocos de concreto para pavimentação foram produzidos
em uma betoneira de eixo vertical. O traço de referência utilizou
5,36 kg de cimento, 6,26 kg de agregado basáltico grosso, 14,18
kg de agregado de areia de rio e uma relação água/cimento de
0,39. O resíduo de carvão foi utilizado como substituto do
agregado de areia de rio, considerando os seguintes níveis
volumétricos de substituição: 0%, 25%, 50%, 75% e 100%.
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Tabela 1. Propriedades do agregado de areia de quartzo convencional e do agregado de resíduo de carvão.

Propriedade Agregado de areia de quartzo convencional Agregado de resíduos de carvão

Tamanho da partícula (mm)

Distribuição de tamanho 0,15 a 4,0 0,15 a 4,0

D90 2,0 3,0

D50 0,4 1,0
D10 0,15 0,15

Densidade (kg/dm3)

Real 2.6 2.3

Aparente 1,6 1.3
Forma de partícula Arredondado e subarredondado Angular

Cor Amarelado Acinzentado

Quartzo—SiO2(fase mineral principal),

Caulinita—Al4(OH)8(Si4O10),
Micomposição neralógica Quartzo—SiO2(fase mineral principal )
Ilita—(K, H3O)(Al, Mg, Fe)2(Si, Al)4O10[(OH)2, (H2O)],
Gesso—CaSO4.2H2O.

Composição elementar (%)

C ND 2.6
H ND 0,8
N ND 0,1
S ND 1,9
Si 63,7 47,0
Fe 1,0 7,5
Al 1,7 14,0
Mn 0,03 0,2
Ca 0,4 4.2
K 3.1 5,5

Para cada nível de substituição, a relação água/cimento foi
restabelecida para proporcionar a mesma consistência do
concreto [12]. As peças de concreto foram moldadas em
prensa manual com capacidade de produção de seis blocos
por ciclo. Os blocos foram moldados no formato “unipaver”
com as seguintes dimensões: 22,5 cm de comprimento, 12,0
cm de largura e 8 cm de altura.
A caracterização tecnológica dos blocos de
pavimentação incluiu a resistência à compressão (aos 7, 28
e 90 dias), resistência à abrasão, absorção de água e
parâmetros colorimétricos (aos 28 dias) [13]. A resistência
à compressão, resistência à abrasão e absorção de água
foram realizadas de acordo, respectivamente, com as
Normas Brasileiras NBR 9780 [14], NBR 12042 [15] e NBR
9778 [16]. As medidas de cor dos blocos de concreto foram
registradas por espectros de refletância obtidos com um
espectrofotômetro MINOLTA CM-2600D com uma esfera
de integração associada a um filtro ultravioleta. Foi
escolhido o iluminante D65, que simula a luz do dia e o
observador padrão a 10̊. No início do experimento, a
calibração foi feita com dois pontos de referência, o zero e
o padrão branco. Os parâmetros de cor a*, b*, e eu*que
correspondiam ao espaço de cor uniforme CIELAB foram
obtidos diretamente
o aparelho [17]. Dentro do espaço uniforme CIELAB, duas
coordenadas de cores, uma*e B*, bem como um índice
psicométrico de leveza, L*, são definidos. uma*assume
valores positivos para as cores avermelhadas e valores
negativos para as esverdeadas, enquanto b*assume valores
positivos para as cores amareladas e valores negativos para
as azuladas. eu*apresenta uma medida aproximada de
luminosidade; de acordo com essa propriedade cada cor
pode ser considerada equivalente a um membro da escala de
cinza, variando entre preto e branco, tomando valores na
faixa de 0 a 100. Todas as medidas foram realizadas em 6
amostras (n = 6), e a média e o desvio padrão foram
calculados. A técnica estatística utilizada para avaliar as
diferenças entre as médias foi a Análise de Variância (ANOVA),
considerando-se um nível de significância de 5%.
Por fim, o potencial de geração ácida do resíduo bruto, dos
agregados miúdos do resíduo de carvão e dos blocos de
pavimentação aos 28 dias foi realizado pelo método
tradicional de contabilização de ácidos e bases (ABA) [18]. O
objetivo foi determinar o equilíbrio entre os minerais que
produzem acidez (potencial de acidez – AP) e os minerais que
consomem acidez (potencial de neutralização-NP). O
potencial líquido de neutralização (NNP) foi calculado a partir
da diferença entre NP e AP. Um sim-

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Tabela 2. Propriedades dos blocos de concreto para pavimentação considerando diferentes níveis de substituição de areia de rio por agregado de resíduo de
carvão.

Substituição do agregado de areia do rio por agregado de resíduos de carvão

Propriedade
0% 25% 50% 75% 100%

Relação água/cimento 0,35 0,37 0,39 0,43 0,44

Resistência à compressão (MPa)
7 dias 28,1 ± 2,8uma 33,0 ± 3,4b 34,2 ± 1,3b 28,3 ± 1,6uma 24,8 ± 4,6uma
28 dias 39,5 ± 2,9uma 37,6 ± 1,6uma 36,6 ± 1,4uma 31,2 ± 2,7b 27,3 ± 3,1b
90 dias 40,7 ± 0,3uma 36,2 ± 5,2b 34,1 ± 4,4b 29,0 ± 3,8c 27,2 ± 4,8c
Resistência à abrasão (mm)
28 dias 6,6 ± 0,0uma 7,5 ± 1,3uma 7,9 ± 0,0uma 8,1 ± 0,5uma 11,44 ± 3,0b
Absorção de água (%)
28 dias 4,9 ± 0,0uma 5,3 ± 0,1uma 5,4 ± 0,0uma 6,9 ± 0,6b 8,0 ± 0,8c
Propriedades colorimétricas
28 dias
eu* 57,5 ± 2,7uma 55,4 ± 5,3uma 52,7 ± 4,1uma 53,2 ± 3,3uma 53,1 ± 3,0uma
uma* − 0,1 ± 0,2uma 0,3 ± 0,5b 0,6 ± 0,3b 0,4 ± 0,2b 0,4 ± 0,1b
b* 7,4 ± 1,4uma 6,2 ± 1,8uma 7,6 ± 1,5uma 7,8 ± 1,6uma 6,4 ± 0,6uma

Massa de agregados finos de resíduos de carvão

0. 0 12.1 24.2 36,4 48,5
consumidos por área de pavimento (kg/m2 )
Média ± desvio padrão. Valores com as mesmas letras comparados horizontalmente não diferem significativamente entre si.

Tabela 3. Resultados da previsão de geração ácida do resíduo bruto, agregado miúdo de resíduo de carvão e blocos de concreto para pavimentação com 0%, 25%
e 50% de substituição de areia de rio por agregado de resíduo de carvão.

Blocos de concreto
Parâmetro Resíduos brutos Agregado de resíduos de carvão
0% 25% 50%
Substituição Substituição Substituição

Total S (%) 7,0 1,9 0,5 0,4 0,9

PA (kg CaCO3/t) 218,8 60,8 15,7 12.2 27,5

NP (kg CaCO3/t) 0,0 0,0 241,0 430,0 488,2

NNP - 218,8 - 60,8 225,3 417,8 460,7

Formação da AMD sim sim Não Não Não

ple é classificado como formador de ácido quando tem valores de NNP
menores que -20 kg CaCO3/t e como não formador de ácido quando
possui valores de NNP maiores que +20 kg CaCO3/t. As amostras são
classificadas como incertas quando seus valores variam de
− 20 a +20 kg CaCO3/t.
3 Resultados e discussão
Os agregados miúdos minerais produzidos a partir do resíduo de
carvão têm o quartzo como sua principal fase cristalina. A
presença de caulim, ilita e gesso também foi detectada. As
partículas são de forma angular, devido ao procedimento de
em níveis de substituição de areia de rio não superior a
50%.
mesa 2mostra as principais propriedades tecnológicas dos
blocos de concreto para pavimentação, considerando os
diferentes níveis de substituição. Pode-se observar que o bloco de
concreto produzido com níveis de substituição de 25% e 50%, aos
28 dias, apresenta estatisticamente comportamento semelhante
aos blocos de referência em termos de resistência à compressão,
resistência à abrasão e absorção de água. Em termos de
resistência à compressão, aos 28 e 90 dias os blocos atingiram, ou
estão muito próximos, o valor de 35 MPa estabelecido pela

fragmentação da rocha. Com relação à presença de enxofre, a Legislação Brasileira [13]. Os parâmetros colorimétricos

concentração no agregado miúdo foi determinada em 1,9%. Este
elemento é considerado nocivo para concretos, e a maioria das
normas internacionais recomenda que a quantidade de sulfatos e
sulfetos nos agregados para a produção de concreto não
ultrapasse o valor de 1% [19]. Em relação aos materiais utilizados
neste trabalho, os agregados miúdos produzidos a partir de
rejeitos de carvão devem ser aplicados
demonstram que os blocos de pavimentação produzidos com
agregados de resíduos de carvão são imperceptivelmente mais
escuros (menor valor de L*) quando comparado com os blocos de
pavimentação produzidos com o agregado convencional (Figura
2).
Com relação à geração de ácido (Tabela 3), o material
recolhido do depósito de resíduos de carvão apresenta uma

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Figura 2. Blocos de pavimentação de concreto produzidos com variados níveis
de substituição de areia de rio por agregado de resíduo de carvão.
alto potencial de geração de ácido, com teor de enxofre de
7,0%, AP de 218,8 kg CaCO3/t, NP de 0,0 kg CaCO3/t e NNP de
-218,8 kg CaCO3/t. A fração utilizada para produção de
agregado miúdo, com densidade entre 2,4 e 2,8, apresentou
potencial de geração de ácido reduzido, com teor de enxofre
de 1,9%, AP de 60,8 kg CaCO3/t, NP de 0,0 kg CaCO3/t, e NNP
de -60,8 kg CaCO3/t. Os blocos de pavimentação produzidos
com 25% de substituição de areia de rio por agregado de
resíduo de carvão apresentaram teor de S de 0,4%, AP de 12,2
kg CaCO3/t, NP de 430,0 kg CaCO3/t, e NNP de 417,8 kg CaCO3
/t. Esses resultados mostraram que a fabricação do bloco de
pavimentação proporcionou um ambiente alcalino e impediu
a geração de ácido.
Com um nível seguro de substituição de 25%, a demanda
por agregado de resíduos de carvão foi estimada em 12,1 kg
por m2de área pavimentada. Considerando uma produção de
carvão run-of-mine de uma mina subterrânea típica brasileira
de 40.000 t por mês, 60% do material descartado como
resíduo e 50% dessa fração separada entre as densidades
relativas de 2,4 e 2,8, é possível produzir cerca de 12.000 t de
agregados miúdos, o que é suficiente para atender uma área
pavimentada de cerca de 1 km2.
Por fim, deve-se considerar que muitos produtores de carvão e
empresas consumidoras de carvão no mundo estão trabalhando
para evitar os impactos ambientais da cadeia produtiva do carvão
[20]. O mesmo esforço tem sido realizado na região carbonífera
de Santa Catarina-Brasil, por meio das indústrias, governo e
instituições de pesquisa, que estão engajados para recuperar
toda a poluição proporcionada por décadas de exploração do
carvão. Muitos foram desenvolvidos para recuperar as áreas
degradadas [21] e tratar a drenagem ácida da mina [3]. No
entanto, consideramos que parte da solução é dar um destino útil
aos rejeitos da mineração de carvão [20,22,23], considerando os
principais
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princípios de reciclagem, desenvolvimento sustentável e
gestão integrada de rejeitos de minas [20,24,25].
4. Conclusão
Os resultados mostraram que foi possível processar o
resíduo de carvão da região carbonífera de Santa
Catarina-Brasil – e obter um agregado miúdo reciclado
que pode ser utilizado na construção civil. Os blocos de
concreto para pavimentação produzidos com 25% e 50%
de resíduo de carvão reciclado em substituição à areia de
rio apresentaram resultados satisfatórios em termos de
resistência mecânica. A utilização de resíduos de carvão
como agregado miúdo para a fabricação de blocos de
concreto para pavimentação apresenta viabilidade técnica
e benefícios ambientais. Essa prática pode colaborar na
produção limpa de carvão e possibilitar o
desenvolvimento socioeconômico no contexto regional. A
demanda por depósitos de areia pode ser minimizada e
uma parte dos rejeitos de carvão pode ser aproveitada,
reduzindo o volume nos depósitos de rejeitos de carvão.
5. Agradecimentos
Os autores agradecem o apoio financeiro da FINEP,
CAPES, CNPq e da Rede Brasileira de Carvão para
esta pesquisa.
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GM