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TESEU E O MINOTAURO

I - INTRODUÇÃO

A nossa mentalidade atual concebe a história dentro de uma visão


positivista, com a história seguindo uma evolução linear onde o futuro será uma
intensificação do momento atual. Ou seja, o futuro da civilização obedece a uma
lei material e linear onde neste teremos a representação do nosso momento atual,
menos defeituoso, mais aperfeiçoado, porém, dentro do referencial atual. Não
conseguimos imaginar que é bem provável que os interesses do homem de
amanhã possa ser bem diferente do atual. Porque não seria assim, se nós quando
adultos pensamos, sentimos e nos interessamos pôr coisas que na maior parte
das vezes nada tem a ver com a nossa infância, quando brincava-mos como
crianças. Na verdade a humanidade atual ainda é criança, envolvida em jogos
infantis, para aprender a ser adulta.

Essa concepção linear da história concebe quatro momentos para a História


da Humanidade:

-Período Mágico, com totens e tabus.

Momento onde o homem primitivo manifestava sua ignorância e


preconceitos através de totens e tabus, como uma forma de se
referir ao desconhecido da natureza que temia em razão da força
que esta manifestava.

-Período Religioso.

Onde o período anterior é substituído pela fidelidade aos deuses e


sacerdotes, porém, uma obediência cega marcada pelo servilismo e
o medo.
-Período Filosófico.

Onde mais reflexivo, o homem começa a indagar sobre o que


desconhece e racionalmente, à partir desse momento mais
metafísico, começa a dar as bases para a ciência atual.

-Período Científico ou Positivo

A ciência atual, de visão positivista e linear da história, prendendo-se


ao elemento empírico fundamentado no mundo dos efeitos e não das
verdadeiras causas que estão além do mundo material e visível.

No entanto, na visão tradicional a evolução histórica é cíclica. Isto é o que


explicaria a descoberta de pilhas elétricas de antiguidade mínima de 3 a 4.000
anos, pedaços de lupas do 3º. milênio a.C., cortes sobre diorite pré-dinástica
egípcia com uma incisão superior à que é utilizada na perfuração de rochas em
busca de lençóis subterrâneos de petróleo, bússulas utilizadas pôr chineses 1.000
anos antes de Confúcio.

II - SENTIDO DOS MITOS

Hoje, dentro desta visão linear da história, o antigo foi definido como
primitivo, encarando-se os velhos mitos como infantis, produtos de crianças
supersticiosas, de uma etapa pré-lógica da Humanidade, não se reconhecendo
nos povos primitivos restos de antigas civilizações. Hoje não reconhecemos que
uma civilização mágica, como pôr exemplo o Egito, poderia abrigar uma ciência e
técnica avançada, abraçada pôr um profundo sentido religioso, alimentado pelo
espírito filosófico.

A concepção de que a história é cíclica parte do princípio de que o mundo


sensível na sua manifestação e busca de aperfeiçoamente tem origem em um
outro mundo, um Mundo Ideal, um Mundo Arquetípico, que serveria sempre de
modelo para a manifestação. O mundo se move porque não está satisfeito com o
que é. E não o está porque de alguma forma sente que há algo melhor, um
Modelo, e o persegue. No momento que mais se aproxima deste, mais perfeito se
torna, porém, há algo ainda não devidamente aperfeiçoado que o puxa novamente
para fora dessa perfeição, ou seja, este movimento na matéria geraria movimentos
cíclicos em busca da origem arquetípica e perfeita: o eterno retorno histórico em
direção à origem. Platão desenvolve muito bem esse conceito quando nos fala do
mundo sensível e o mundo ideal, com o sensível sendo a sombra do ideal.

Os mitos nesse sentido seriam importantissimos, pois seriam representação


de valores, do heroismo que é inerente a espécie humana, e serviriam de modelos
e estímulos para os homens desenvolverem essa saga heróica, saga que se trilha
à medida que se desenvolve os valores dos heróis. Heróis que buscam os
Deuses. Assim, os mitos antigos não são produtos da ignorância e fantasia. A
Humanidade fez a história através de sagas míticas em que se imitou aos heróis.

A simbologia, assim, é uma chave importante para o conhecimento dos


fundamentos e objetivos do homem. Nos mitos, na sua correta interpretação,
temos inscrito toda uma relação psicológica, mental e espiritual, onde está inserido
a raiz das mais profundas motivações humanas e que são a causa de sua ação
presente em direção ao futuro.

Bem compreendido e conduzido esse processo, o homem pode despertar


em si um novo sentido para a vida, onde desenvolvendo a sua saga heróica,
torna-se ele próprio um ser mítico, virtuoso, próximo dos deuses.
Mito significa "Verbo", no sentido de criador, "Palavra". O mito não é um
conjunto de contos, sendo a expressão de realidades para-históricas ou
metafísicas. O mito trata de mostrar essa realidade. Uma realidade paranormal
antes da origem dos tempos, concebendo Criador e Criado num único momento
antes da manifestação.

Rito vem de "rta", ordem regeneradora no sentido contrário ao desgaste do


tempo, e consequentemente do espaço, já que este é gerado com o fluir do
tempo, e por isso para as civilizações tradicionais se realizavam ritos de
consagração do tempo e do espaço, buscando-se “religar” o sagrado com o
profano. Conforme com a ordem deve-se manifestar-se o Arquétipo. O rito trata de
integrar o mundo profano com o mundo mítico pela consagração do espaço e do
tempo. Trata de regenerar, conforme o mito, o tempo e o espaço do seu desgaste
natural. O rito trata de evocar a realidade demonstrada no mito.

O mito parte da concepção de que as coisas não são só coisas, sendo


manifestação do poder divino. O rito trata de evocar essa potência.

III - CONCLUSÃO

O Mito de Teseu e o Minotauro trata de nos relacionar com essa potência


divina. Fala da parte bestial que está inserida na natureza humana, e na
necessidade de superá-la para que a consciência se eleve para a dimensão
espiritual. O labirinto descreve o jogo ilusório da vida manifestada, com seus
diversos caminhos, entre os quais no seu percurso nos perdemos, ficamos sem
norte, valorizando formas de vida artificiais. O caminho bem demarcado por
Ariadne descreve essa determinação, sem permitir dúvidas que nos desviem do
rumo. O Minotauro morre quando finalmente Teseu tem a grande batalha de sua
vida, contra o seu maior inimigo, ele mesmo, representado praticamente pelos
seus instintos e desejos que tendem a desvia-lo da sua alma imortal e divina.
Teseu é um herói, vence inúmeras provas ao longo da vida, representadas
pelas inúmeras aventuras e façanhas que realiza. Isso o fortalece, lhe dá condição
para finalmente se defrontar com a sua maior e no fundo única e verdadeira prova.
O que viveu antes, a sua vida aventurosa e mítica lhe deu condições para o
confronto com esse momento final.

Vence o Minotauro, o Touro que representa a matéria, entra no Labirinto e


no centro do mesmo, desfere o golpe fatal nas partes mais tenebrosas de sua
natureza terrestre, conquistando a imortalidade, a realidade do seu ser.

Teseu, na sua relação com o Minotauro (matéria) e Ariadne (consciência) é


símbolo da Alma Humana que aspira elevar-se até o divino, até Deus, mas que
está acorrentada à matéria pôr ação dos desejos terrenos, as paixões, os
instintos. Teseu é símbolo arquetípico do homem que despertou sua consciência e
que se encontra na batalha interior de que nos fala o Bhagavad Gita e tantos
outros textos místicos.

REI EGEU

O mito nos diz que era rei de Atenas, vindo a ser pai de Teseu. Porém, no
início não tinha descendentes, embora tentasse com várias esposas. Tinha, no
entanto, 50 sobrinhos, os palântidas (filhos de um de seus irmãos), que
esperavam pacientemente a sua morte para dividir o reino entre si. Egeu
consultou um oráculo que o aconselhou “não desate a boca do odre antes de
atingir o ponto mais alto da cidade de Atenas”. Não conseguindo decifrar o
enigma, decide retornar para Atenas. No caminho de retorno, consulta um amigo,
mago dotado de grandes poderes divinatórios e grande sábio. Confessa ao amigo
que não entendera nada. Porém, o mago disse que tinha entendido tudo. O amigo
mago tinha uma bela filha e depois de embebedar a Egeu com vinho, fez a moça
se unir a ele. Em algumas versões se diz que o deus Poseidon, apaixonado pela
moça, também se unira a ela antes de Egeu, nessa mesma noite, tendo
engravidado de Poseidon, de modo que Egeu foi para a moça o intercessor
humano de uma união com o deus. Antes de conhecer o filho, que seria Teseu,
Egeu teve que retornar rapidamente a Atenas, pois a situação estava
insustentável devido à ambição dos sobrinhos. Por esse mesmo motivo, para
proteger o futuro filho, o rei pediu a Etra que se ela desse a luz à um menino, só
revelasse ao filho quem era o pai quando ele tivesse forças para pegar a espada e
as sandálias que Egeu escondera sob uma enorme pedra. Depois disso deveria ir
em segredo a Atenas, portando a espada de seu pai e calçando suas sandálias,
pois os ambiciosos palântidas eram capazes de matá-lo.

Nasceu um menino, que cresceu vigoroso e forte como um herói, como as


façanhas posteriores o demonstrou. Aos 16 anos seu vigor físico era tão
impressionante que Etra decidiu que chegara a hora de contar-lhe quem era o seu
pai terrestre e o que este esperava dele. Teseu então ergueu a enorme pedra
antes movida por Egeu, recuperou a espada e as sandálias do pai e dirigiu-se
para Atenas. O Rei Egeu reconheceu seu filho ao ver a espada e as sandálias que
Teseu calçava, e anunciou a todos que Teseu era o seu filho e herdeiro.

A guerra contra o Rei Minos, de Creta, teve origem em razão da morte do


filho de Minos, Androgeu, culpa que foi atribuída ao Rei Egeu

REI MINOS

Rei de Creta, tendo vivido três gerações antes da guerra de Tróia. Depois
da morte de seu pai, apesar dos seus dois outros irmãos, quis ocupar sozinho o
trono, porém, os irmãos também tendo pretensões ao poder, se opuseram. Minos
afirmou que os deuses lhe destinavam o trono e que o podia provar. Disse que
fazendo alguns sacrifícios aos deuses, estes o atenderiam em tudo que
solicitasse. Fazendo um sacrifício a Poseidon, pediu ao deus que fizesse sair das
águas um touro, prometendo-lhe sacrificar o animal. Poseidon enviou um belo
touro branco, mas o animal era tão majestoso que Minos decidiu ficar com ele,
colocando-o entre os animais que possuía, desejoso de conservar-lhe a raça.
Poseidon vingou-se tornando o touro furioso. Com esse touro a mulher de Minos
concebeu numa paixão culposa o touro de Creta, o Minotauro.

Minos dirigiu diversas expedições militares, principalmente contra Atenas, para


vingar a morte do filho Androgeu. Uma peste acabou colocando os atenienses a
sua mercê. Vitorioso, exigiu dos atenienses um tributo anual de sete moços e sete
moças, que seriam lançadas em alimento ao Minotauro.

ANDROGEU

É um dos filhos de Minos e de Pasifae. Algumas lendas dizem que tendo


tido vitórias em diversos jogos, concorreu aos jogos de Tebas. Só que os seus
adversários temerosos de sua vitória e enciumados o atacaram no caminho e o
assassinaram. O Rei Egeu, de Atenas, foi considerado pelo Rei Minos o
verdadeiro culpado. O Rei Minos para vingar o filho reuniu sua frota e partiu,
atacando Atenas. Porém, a guerra se arrastou sem que a vitória pendesse para
um ou para o outro lado. Desejando terminar a guerra, com sua vitória, Minos
suplicou a Zeus a vitória contra os atenienses. A lenda diz que a peste e a fome se
abateram contra os atenienses que para terminá-las ofereceram em sacrifício aos
deuses várias virgens, porém, foi inútil já que a situação mantinha-se. Então
Atenas perguntou ao Oráculo, e tiveram como resposta que para cessar o flagelo
os atenienses deveriam conceder ao Rei Minos o que ele pedisse.
Minos exigiu que a cada ano lhe fosse entregue um tributo de sete moços e de
sete moças, sem armas, que seriam dadas como comida a um ser monstruoso,
chamado de Minotauro.

PASIFAE

O mito conta que quando Minos reivindicava o trono de Creta, ofereceu um


sacrifício a Poseidón, a quem pediu como sinal de seu direito ao poder que fizesse
sair um touro do mar, prometendo sacrificar-lhe o animal. Saiu das águas um
belíssimo touro branco de chikfres dourados. Minos não cumpriu a promessa.
Poseidón, por vingança, primeiro tornou o touro furioso, depois inspirou a Pasífae,
que se casara com Minos, uma paixão irresistível pelo animal. Dos amores entre
Pasífae e o touro nasceu um ser monstruoso, meio homem, meio animal, o
“Minotauro”.

MINOTAURO

Dava-se o nome de Minotauro a um mostro que tinha corpo de homem e


cabeça de boi; algumas representações o temos como um touro com torso
humano ao invés da cabeça. O seu nome verdadeiro era Astério e era filho de
Pasífae, a mulher de Minos, e de um touro enviado pelo deus Poseidon àquele rei.
Horrorizado e cheio de vergonha com o nascimento desse monstro, Minos após
receber o conselho do Oráculo de delfos encarregou o artista ateniense Dédalo de
construir um imenso palácio em Cnossos, Creta, o “Labirinto”, tão cheio de
corredores que se entrecruzavam e de aposentos dispostos de tal maneira que
quem nele entrava não conseguia sair. Ali encerrou o Minotauro, o qual cevava o
seu apetite em vítimas humanas. Quando impôs tributo a Atenas, as sete moças e
sete moços eram atirados a cada ano como alimento ao Minotauro. Este foi morto
por Teseu, que depois de o matar encontrou o caminho de volta de dentro do
Labirinto graças a Ariadne, filha de Minos.
A origem da lenda do Minotauro pode estar relacionado ä importância do
touro no ritual minoano (civilização que se desenvolveu na ilha de Creta, maior ilha
do mar Egeu, 2.700 ac – 1.450 ac). Os prédios minoanos eram enfeitados com
chifres de touro e as tampas da ampulhetas eram revestidas com o couro do
touro. Afrescos antigos mostram jovens minoanos saltando sobre chifres de
touros, como um tipo de esporte

DÉDALO

Trabalhava em Atenas como arquiteto e escultor. Invejoso de um sobrinho


muito habilidoso, o matou., sendo condenado pelo crime ao exílio. Refugiou-se em
Creta, junto ao Rei Minos, onde continuou o seu ofício. Tendo Pasífae, a mulher
de Minos, se apaixonado por um Touro, construiu para consola-la uma imagem do
animal em madeira, construindo para o Rei Minos o “Labirinto”, palácio de
complicados corredores, para encerrar o Minotauro. Quando Ariadne quis salvar
Teseu, que tinha ido matar o monstro. Dédalo ensinou-a como salva-la. Sabendo
disso, Minos encerrou a Dédalo e seu filho Ícaro no Labirinto. Para escapar,
Dédalo fabricou asas que uniu com cera aos seus ombros e aos do filho, com as
quais conseguiu fugir, porém, o seu filho Ícaro ficou tão encantado que vou cada
vez mais alto, chegando perto do Sol, o que derretou a cera e lhe provocou a
queda mortal sobre o mar, que depois se tornou o mar Egeu.

TESEU

Minos armou poderosa expedição, sitiou Atenas e Mégara, apoderando-se


das duas cidades e impôs-lhes um tributo pagável cada nove anos, constituído de
sete moços e sete moças, que seriam lançados ao monstro Minotauro. O tributo já
fora pago três vezes quando Teseu ao se aproximar o prazo da nova entrega de
jovens, se ofereceu para seguir como um deles.
A viagem de Teseu se realizava sob felizes augúrios. À partida Teseu
consultara o oráculo de Delfos, que lhe prometera êxito no empreendimento, se o
amor lhe servisse de guia. Ao partir, o seu pai, o Rei Egeu, lhe ofereceu dois jogos
de vela para o navio, um preto e outro branco, recomendando-lhe que se voltasse
vitorioso, mandasse hastear as velas brancas; se o navio voltasse com velas
negras era sinal de que os jovens enviados, entre eles Teseu, tinham morrido.
Chegados a Creta, Teseu e seus companheiros foram encerrados no Labirinto,
morada do Minotauro, complicada construção construída por Dédalo, com tantas
voltas e corredores, e retorcidos caminhos, que quem ali entrasse não atinaria
com a saída, e de fato dali ninguém tinha conseguido sair. No entanto, quando
chegaram, Ariadne, uma das filhas de Minos, enamorou-se perdidamente do belo
Teseu. Para que encontrasse o caminho de volta, deu-lhe um fio de novelo de lã.
Ariadne ficaria à entrada, segurando o novelo que Teseu iria desenrolando à
medida que fosse avançando pelo Labirinto. Para voltar ao ponto de partida, teria
apenas que ir seguindo o fio que Ariadne seguraria firmemente. Ariadne impôs
uma condição para o seu auxílio: que ele a desposasse e a levasse consigo para
Atenas. Teseu empenhou-se em luta contra o Minotauro e matou-o com um só
golpe na cabeça, saindo do Labirinto com o auxílio do fio de lã, levando para fora
os seus companheiros. Em seguida inutilizou os navios cretenses para dificultar a
perseguição, e fêz-se de vela, levando consigo Ariadne. Quando o navio fez
escala numa região, Ariadne desceu e adormeceu na praia. Quando acordou
estava só. Teseu a havia abandonado. Como logo a jovem foi consolada pelo
Deus Dionísio, que a desposou, diz-se que Teseu a abandonou por ordem
daquele deus. Outra versão diz que Dionísio a raptou durante a noite. Também se
afirma que um golpe de vento arrastara o navio para longe, enquanto Ariadne
descansava, dormindo na praia, sem que Teseu tivesse tido a intenção de
abandonar a moça. Teseu fez também outra escala em Delos onde consagrou
num templo uma estatua de Afrodite. Ali, ele e os companheiros executaram uma
dança de evoluções complicadas, representando as sinuosidades do Labirinto.
Esse rito subsistiu na região por muito tempo. Com todas as peripécias da viagem,
Teseu esqueceu de mandar trocar por velas brancas as pesadas velas negras do
navio. O Rei Egeu do alto de um promontório avistara a embarcação de velas
escuras, e acreditando morto o filho bem-amado, no desespero da dor que sentia,
atirou-se ao mar, que desde então passou a se chamar mar Egeu. O navio que
serviu para essa expedição foi cuidadosamente guardado e conservado pelos
atenienses. Com a morte do pai, Teseu subiu ao trono de Atenas. Seu primeiro ato
foi realizar o sinecismo, isto é, reunir numa cidade única os cidadãos
disseminados pela região. Atenas foi a capital do estado constituído. Teseu, como
rei, promoveu leis e a ordem, adotou o uso da moeda, dividiu a sociedade em três
classes: a dos nobres, a dos artesões e a dos agricultores. Enfim, Teseu
organizou o seu povo em torno de um governo que promoveu leis sábias e úteis
para o povo, gerando um período de prosperidade. Feita todas essas coisas, que
propiciaram a prosperidade para Atenas, retomou à vida de aventuras que tanto
apreciava. Participou de incursões contra as amazonas, de combate contra
centauros, na conquista do Velocino de Ouro, da guerra contra Tebas, e de
incursões nas regiões infernais, governadas por Hades. Conta-se até que lutou
junto com Heracles, e até mesmo que tentou raptar Perséfone, a rainha das
sombras, nas regiões infernais, esposa de Hades. Quando Teseu retornou, achou
o reino em condições deploráveis, com um insurpador se instalando no trono,
auxiliado pelos nobres irritados com as reformas do rei ausente. Impossibilitado
para reinar retirou-se para a Ilha de Ciros onde tinha algumas propriedades,
acreditando terminar ali em paz os seus dias. Aparentemente acolhido pelo rei da
Ilha de Ciros, este sentindo-se ameaçado pelo poder de Teseu, foi atraiçoado e
com o pretexto de lhe mostrar a magnífica paisagem da ilha, o levou ao alto de
uma montanha e do penhasco o atirou ao mar. Mesmo depois da morte, se conta
que a alma de Teseu ajudou os atenienses durante a batalha de Maratona (480
a.C), afugentando os persas.

Aparentemente, Atenas, fria, tinha esquecido Teseu, até que sendo


consultado o oráculo ordenou que os atenienses acolhessem as cinzas do herói e
lhes dessem sepultura honrosa. Os seus restos mortais foram encontrados
quando se viu uma águia riscando a terra da Ilha de Ciros com suas poderosas
garras. Nesse lugar foi encontrada a ossada de uma pessoa de grandes
proporções e junto dela uma lança de bronze e uma espada. Essas relíquias
foram levadas para Atenas, dando-lhes sepultura digna, com grandes festas. O
túmulo de Teseu se tornou um asilo para os pobres perseguidos pelos ricos, já
que em vida tinha ele sido um campeão dos desvalidos.

Esse mito, que tem sido objeto de investigações dos historiadores, aparentemente
parece indicar que Atenas durante muito tempo esteve dominada pelos reis de
Creta, que lhe exigiam pesados tributos, com o episódio de Teseu e o Minotauro
indicando uma revolução que libertou os atenienses.

Escavações realizadas na Ilha de Creta, no início do século XX, revelaram


a existência de um grande palácio provido de imensos corredores que lembravam
um labirinto. Por outro lado, afirmam os especialistas que existem elementos que
permitem dizer que os reis de Creta, em certas festas e cerimônias religiosas,
máscaras representando cabeças de touros.

ARIADNE

Filha de Minos e de Pasifae. Quando Teseu chegou a Greta, com o objetivo


de lutar contra o Minotauro, viu a princesa e concebeu por ela violenta paixão.
Para que ele conseguisse sair do Labirinto, prisão onde estava encerrado o
Minotauro deu-lhe um novelo de fio de lã que ele foi desenrolando, marcando o
caminho por onde seguia, o que lhe indicou o caminho de volta.

Alberto D. H. Amigo

Bibliografia

Dicionário da Mitologia Grega (Ruth Guimarães).


Pesquisas gerais na internet

28/08/09

TESEU E O MINOTAURO

I – CONCEPÇÃO LINEAR DA HISTÓRIA

-Período Mágico, com totens e tabus.

-Período Religioso.

-Período Filosófico.

-Período Científico ou Positivo

II - SENTIDO DOS MITOS

-O Mundo Sensível e o Mundo Ideal

-O Herói e a Saga da Humanidade

-Mito “verbo”; “palavra”, poder criador

-Rito “rta”, ordem regeneradora de retorno


III – O MITO DE TESEU E O MINOTAURO

-Rei Egeu

-Rei Minos

-Androgeu

-Pasifae

-O Minotauro

-Dédalo

-Teseu

-Ariadne

IV – CONCLUSÃO

-A parte bestial e a parte humana

-O Labirinto e o Jogo da Vida

-Ariadne e o Fio da Consciência

-A vitória a partir do centro

-O Jogo entre a matéria (Minotauro) e o espírito (Teseu)

-Os embates de Teseu ao longo da vida e a vitória final

-Teseu como símbolo da Humanidade


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