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Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

PJe - Processo Judicial Eletrônico

10/07/2022

Número: 0722886-14.2022.8.07.0000
Classe: EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO
Órgão julgador colegiado: 2ª Câmara Cível
Órgão julgador: Gabinete do Des. Eustáquio de Castro
Última distribuição : 10/07/2022
Valor da causa: R$ 0,00
Processo referência: 0736397-47.2020.8.07.0001
Assuntos: Suspeição
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Advogados
PARTIDO REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL - PROS
(EXCIPIENTE)
BRUNO AURELIO RODRIGUES DA SILVA PENA
(ADVOGADO)
EURIPEDES GOMES DE MACEDO JUNIOR (EXCIPIENTE)
BRUNO AURELIO RODRIGUES DA SILVA PENA
(ADVOGADO)
DESEMBARGADOR DIAULAS COSTA RIBEIRO (EXCEPTO)

Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
37174950 10/07/2022 Arguição de Impedimento e Suspeição - PROS e Petição
22:18 Euripedes Junior
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR RELATOR NESTA 8ª TURMA CÍVEL DO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS.

Por dependência aos processos n.º

0704028-97.2020.8.07.0001
Embargos de Declaração na Apelação Cível em Ação Declaratória
de Falsidade de Documentos e Nulidade de Ato Jurídico
Recorrentes: Partido Republicano da Ordem Social (PROS) e
Eurípedes Gomes de Macedo Jr.
Recorridos: Marcus Vinícius Chaves de Holanda e outros.

0736397-47.2020.8.07.0001
Embargos de Declaração na Apelação Cível em Ação Declaratória
com Pedido de Tutela de Urgência
Recorrente: Eurípedes Gomes de Macedo Jr.
Recorrido: Partido Republicano da Ordem Social (PROS)

0711180-34.2022.8.07.0000
Agravo de Instrumento
Recorrentes: Partido Republicano da Ordem Social e Eurípedes
Gomes de Macedo Júnior.
Recorrido: Marcus Vinicius Chaves de Holanda.

Relator: Des. DIAULAS COSTA RIBEIRO

O PARTIDO REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL (PROS) e


EURÍPEDES GOMES DE MACEDO JUNIOR, suficientemente qualificados nos
autos dos processos em epígrafe, por intermédio de seus advogados devidamente
constituídos conforme procurações anexas (Doc.1 e Doc.2), vem à eminente
presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 144, inciso VIII; 145,
inciso IV; e 146, do Código de Processo Civil; bem como no artigo 312 e seguintes
do Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios,
apresentar a presente

ARGUIÇÃO DE IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO

para que Vossa Excelência, nos termos do artigo 146, § 1º, do Código de Processo
Civil, se manifeste, ao receber a presente petição, se reconhece o impedimento e a
suspeição, a fim de ordenar imediatamente a remessa dos autos a seu substituto
legal; ou, para que em caso contrário, determine a autuação em apartado da

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presente petição, a fim de apresentar suas razões, acompanhadas de documentos e
de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao órgão
competente.
Sem mais para o momento, são estes os termos em que aguarda o
mais célere deferimento.

De Goiânia/GO para Brasília/DF, 10 de julho de 2022.

Bruno Aurélio Rodrigues da Silva Pena


OAB/GO n.º 33.670
(Assinado Eletrônicamente)

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EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS
EMINENTE DESEMBARGADOR(A) RELATOR(A)
DEMAIS JULGADORES
DOUTO(A) PROCURADOR(A) DE JUSTIÇA

RAZÕES DA PRESENTE ARGUIÇÃO

1. DOS FATOS:

O Excelentíssimo Senhor Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO,


ora apontado como Arguido, é o Relator dos processos n.º 0704028-
97.2020.8.07.0001, 0736397-47.2020.8.07.0001, e 0711180-34.2022.8.07.0000, na
8ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, nos quais são
partes o PARTIDO REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL (PROS) e EURÍPEDES
GOMES DE MACEDO JUNIOR, ora apontados como Arguentes.
De início, cumpre ressaltar que o Arguido – que é Relator de
vários processos envolvendo uma disputa judicial pela Direção Nacional do
PROS – possui fortes ligações políticas.
O irmão do Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora
apontado como Arguido, o advogado JOÃO COSTA RIBEIRO FILHO1, na época
filiado ao extinto Partido Pátria Livre (PPL), exerceu o cargo de Senador pelo
Estado do Tocantins, no período compreendido entre 17.10.2012 e 22.04.2013,
na vaga do Senador VICENTE ALVES DE OLIVEIRA, conhecido como
Vicentinho Alves.
Já a irmã do Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora
apontado como Arguido, a advogada RAQUEL COSTA RIBEIRO2, filiada na
época ao então Partido da República (PR), que atualmente voltou a se chamar
Partido Liberal (PL), foi candidata ao cargo de Deputado Federal pelo Distrito
Federal, nas Eleições 2018.
Mas isso não é tudo, além das fortes ligações políticas familiares, há
outros fatos que indicam o impedimento e a suspeição do Desembargador DIAULAS

1 https://www25.senado.leg.br/web/senadores/senador/-/perfil/5166
2 https://politica.estadao.com.br/eleicoes/2018/candidatos/df/deputado-federal/dra-raquel-costa-
ribeiro,2233

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COSTA RIBEIRO, ora Arguido, para atuar como relator dos processos em que os
Arguentes figurem como partes, em especial os que encontram-se em epígrafe,
conforme se passa a expor de forma mais detalhada adiante.

1.1 DOS FATOS QUE DEMONSTRAM O IMPEDIMENTO DO ARGUIDO:

Os Arguentes tiveram acesso a documentos que demonstram que


MARCUS VINICIUS CHAVES DE HOLANDA (parte ex adverso aos Arguentes),
antes das decisões proferidas nos autos em discussão, procurou, se reuniu e
contratou a advogada RAQUEL COSTA RIBEIRO, irmã do Desembargador
DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora Arguido, para influenciar no julgamento e condução
de tais processos, em trâmite na 8ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito
Federal e Territórios, sob a relatoria do mencionado magistrado.
De acordo com declaração, prestada por LILIANE DE SOUSA
DANTAS, a advogada RAQUEL COSTA RIBEIRO (irmã do Desembargador
DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora Arguido) foi contratada por seu ex-
companheiro (MARCUS VINICIUS CHAVES DE HOLANDA), pelo valor de
R$5.000.000,00 (cinco milhões de reais), em razão de ter garantido assegurar
não só um resultado favorável no julgamento dos processos referentes à
disputa pela Direção Nacional do PROS, bem como o imediato cumprimento da
decisão a fim de colocá-lo na Presidência Nacional, e ainda a condução
favorável dos processos com o objetivo de mantê-lo no cargo, conforme
escritura pública de declaração anexa (Doc.3), cujo trecho pertinente segue
transcrito abaixo:

(...) QUE seu ex-companheiro (MARCUS VINICIUS CHAVES DE HOLANDA),


embora tenha trocado de advogado inúmeras vezes, ao longo de quase dois anos,
acumulou sucessivas derrotas judiciais; QUE a sentença, proferida para o julgamento
conjunto de ambos os processos referentes à disputa pela Direção Nacional do
PROS, foi desfavorável aos interesses de seu ex-companheiro (MARCUS VINICIUS
CHAVES DE HOLANDA); QUE após a interposição das apelações para o Tribunal de
Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), o seu ex-companheiro (MARCUS
VINICIUS CHAVES DE HOLANDA) lhe contou que os recursos haviam sido
distribuídos para o Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO, da 8ª Turma Cível
do TJDFT, e que o seu voto seria fundamental, posto que é muito respeitado na
Corte, e, geralmente, seus votos são acompanhados pelos demais julgadores; QUE
ao saber que o Relator dos processos referentes à disputa pela Direção Nacional do
PROS, seria o Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO, informou ao seu ex-
companheiro (MARCUS VINICIUS CHAVES DE HOLANDA) ser amiga desde sua
infância da advogada RAQUEL COSTA RIBEIRO, que é irmã do referido
desembargador; QUE na mesma oportunidade esclareceu ao seu ex-companheiro
(MARCUS VINICIUS CHAVES DE HOLANDA), que a irmã do Desembargador
DIAULAS COSTA RIBEIRO (Dr.a RAQUEL COSTA RIBEIRO) foi sua professora do
Ensino Fundamental no SESI Taguatinga, e que desde então cultivou uma relação de
amizade com ela, tanto que nas Eleições 2018, trabalhou voluntariamente na
campanha eleitoral dela, para o cargo de Deputado Federal; QUE seu ex-
companheiro então lhe pediu para colocá-lo em contato com a irmã do
Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO; QUE no dia 15.12.2021, esteve com o

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seu ex-companheiro na casa da irmã do Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO,
para tratar sobre os processos referentes à disputa pela Direção Nacional do PROS;
QUE na ocasião, a Dr.a RAQUEL COSTA RIBEIRO em razão do seu parentesco
com o Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO (seu irmão), garantiu ter
condições de assegurar não só um resultado favorável no julgamento dos
processos referentes à disputa pela Direção Nacional do PROS, bem como o
imediato cumprimento da decisão a fim de colocá-lo na Presidência Nacional do
PROS, e ainda a condução favorável dos processos com o objetivo de mantê-lo
no cargo; QUE para tanto a irmã do Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO
(Dr.a RAQUEL COSTA RIBEIRO), na mesma oportunidade, solicitou o
pagamento de R$5.000.000,00 (cinco milhões de reais), e que fosse
desconstituído todos os advogados habilitados em ambos os processos, na
representação processual dele (seu ex-companheiro), bem como a habilitação
de uma advogada da absoluta confiança dela (irmã do Desembargador), posto
que ela não poderia em hipótese alguma aparecer nos autos, em razão da sua
relação de parentesco com o Relator (Desembargador DIAULAS COSTA
RIBEIRO), e ainda a Presidência Nacional do PROS Mulher, após um ano da
finalização dos referidos processos; QUE no dia 16.12.2021, o seu ex-
companheiro (MARCUS VINICIUS CHAVES DE HOLANDA) deixou os arquivos em
um pendrive, nas mãos da irmã do Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO (Dr.a
RAQUEL COSTA RIBEIRO), com as cópias de todos os documentos a respeito dos
processos referentes à disputa pela Direção Nacional do PROS; QUE após o referido
encontro, no dia 06.01.2022, seu ex-companheiro (MARCUS VINICIUS CHAVES DE
HOLANDA) manifestou preocupação com a demora na resposta da irmã do
Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO (Dr.a RAQUEL COSTA RIBEIRO), sobre
os processos referentes à disputa pela Direção Nacional do PROS; QUE a Dr.a
RAQUEL COSTA RIBEIRO ainda não havia conseguido falar com irmão
(Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO), em razão dele ter sido internado após
um procedimento cirúrgico no olho, que se fez necessário após ter enfrentado a
COVID-19; QUE a Dr.a RAQUEL COSTA RIBEIRO lhe disse que o irmão
(Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO), ao sair do hospital passaria a
recuperação na casa dela (Dr.a RAQUEL COSTA RIBEIRO), e que então seria mais
fácil tratar do assunto com ele; QUE depois disso seu ex-companheiro (MARCUS
VINICIUS CHAVES DE HOLANDA) passou a tratar os processos referentes à disputa
pela Direção Nacional do PROS diretamente com a irmã do Desembargador
DIAULAS COSTA RIBEIRO (Dr.a RAQUEL COSTA RIBEIRO); QUE algum tempo
depois, seu ex-companheiro (MARCUS VINICIUS CHAVES DE HOLANDA) lhe
confidenciou que a irmã do Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO (Dr.a
RAQUEL COSTA RIBEIRO) havia lhe dado retorno e que tudo estava providenciado
conforme o acordado, para a assinatura do contrato; QUE segundo seu ex-
companheiro (MARCUS VINICIUS CHAVES DE HOLANDA), a advogada indicada
pela irmã do Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO, para ser habilitada nos
autos dos processos referentes à disputa pela Direção Nacional do PROS, foi a
Dr.a CRISTIANE DAMASCENO LEITE; [grifo e negrito não original] (...)

A pessoa que prestou a declaração supracitada, LILIANE DE SOUSA


DANTAS, além de ser a atual Segunda Secretária da Executiva Nacional do PROS,
conforme certidão anexa (Doc.4), também conviveu em união estável com a pessoa
de MARCUS VINICIUS CHAVES DE HOLANDA (parte ex adverso aos Arguentes
nos processos em discussão), de setembro de 2010 a março de 2019, conforme
consignado na própria escritura pública de declaração.
A leitura da declaração transcrita alhures evidencia que a habilitação
da advogada CRISTIANE DAMASCENO LEITE, nos autos dos processos em

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questão (poucos dias antes do julgamento), se deu por orientação da advogada
RAQUEL COSTA RIBEIRO (irmã do Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO,
ora Arguido), para dissimular a sua própria contratação, posto que não seria possível
formalizar em contrato a sua atuação, em razão do grau de parentesco com o relator
dos processos, tendo sido necessário que o contrato fosse feito em nome de uma
advogada de outro escritório.
A declaração feita por LILIANE DE SOUSA DANTAS, pode ser
confirmada por meio de conversas realizadas por meio da aplicação de
internete conhecida como Whatsapp, cujas as quais foram certificadas por
meio de ata notarial com fé pública, cuja as cópias seguem anexas (Doc.5),
conforme se passa a expor.
No dia 15.12.2021, a Declarante (LILIANE DE SOUSA DANTAS), em
conversa com seu ex-companheiro MARCUS VINICIUS CHAVES DE HOLANDA
(parte ex adverso aos Arguentes nos processos em discussão), passou o endereço
da casa da advogada RAQUEL COSTA RIBEIRO (irmã do Desembargador
DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora Arguido), para que ele se dirigisse ao local,
tendo em vista que a referida advogada queria falar com ele:

O imóvel, constante do endereço informado na mensagem supracitada


(SMPW, quadra 13, conjunto 6, lote 9-B), é de propriedade da advogada RAQUEL
COSTA RIBEIRO (irmã do Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora

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Arguido), conforme certidão anexa (Doc.6), cujo o teor segue parcialmente
reproduzido abaixo:

A própria advogada RAQUEL COSTA RIBEIRO (irmã do


Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora Arguido), no dia 27.03.2022, em
conversa com a Declarante (LILIANE DE SOUSA DANTAS), por meio da aplicação
de internete conhecida como Whatsapp, reconhece que recebeu MARCUS
VINICIUS CHAVES DE HOLANDA (parte ex adverso aos Arguentes nos processos
em discussão) e lhe indicou as advogadas:

No dia 06.01.2022, em conversa com a Declarante (LILIANE DE


SOUSA DANTAS), o seu ex-companheiro MARCUS VINICIUS CHAVES DE
HOLANDA (parte ex adverso aos Arguentes nos processos em discussão)
encaminha uma conversa que seria com a advogada RAQUEL COSTA RIBEIRO
(irmã do Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora Arguido), na qual diz que

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“essa semana fecharemos o contrato e pegarei a procuração” e mais adiante que
seu “irmão fez uma cirurgia e está UTI”:

Em outra conversa com a Declarante (LILIANE DE SOUSA DANTAS),


no dia 10.01.2022, por meio da aplicação de internete conhecida como Whatsapp, o
seu ex-companheiro (MARCUS VINICIUS CHAVES DE HOLANDA), diz que teria
que ver com a “Dra.”, se havia uma previsão para fechar o contrato e ele suspender
o trabalho com outras equipes, bem como um cronograma para ter noção do que
poderia acontecer em tempo hábil, apesar das dificuldades enfrentadas pela
advogada em razão do irmão estar na UTI:

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Além das conversas indicadas acima, realizadas por meio da aplicação
de internete conhecida como whatsapp, há ainda uma conversa telefônica entre
LILIANE DE SOUSA DANTAS e RUBENS HENRIQUE DE PAULA (assessor de
MARCUS VINICIUS CHAVES DE HOLANDA (parte ex adverso aos Arguentes nos
processos em discussão), gravada pela primeira, conforme arquivo de áudio anexo
(Doc.7), devidamente transcrito conforme documento anexo (Doc.8).
Na referida gravação, o assessor (RUBENS HENRIQUE DE PAULA)
confirma que MARCUS VINICIUS CHAVES DE HOLANDA (parte ex adverso aos
Arguentes nos processos em discussão) está pagando as advogadas
(RAQUEL COSTA RIBEIRO e CRISTIANE DAMASCENO LEITE), e que a
advogada RAQUEL COSTA RIBEIRO ainda está cuidando de assuntos do
Partido:

(...) 00:00:39 RUBENS


Melhorou. As advogadas estão pagando... tirando não sei da onde aí... fazendo coisa
pagando e pagando... entendeu?
00:00:49 LILIANE
Mas elas não tinha não tinha assinado não tinha assinado um contrato das
advogadas?
00:00:56 LILIANE
Da Doutora Cristiane e da Doutora Barbara?
00:01:04 LILIANE
Tá ouvindo?
00:01:05 RUBENS
Eu não tava presente na assinatura desses contratos...
00:01:08 LILIANE
Não.... foi na minha frente... foi na minha frente...
00:01:10 RUBENS
Entendeu? Isso aí eu não tava... parece... eu não sei. Mas eu só sei que ele tá
correndo atrás...
00:01:21 RUBENS
Entendeu? Isso aí pelo menos... no meu ponto de vista... estar sendo feito. Se não tá
eu não sei. Mas tá sendo feito.
00:01:28 LILIANE
Elas tão recebendo...
00:01:30 RUBENS
Entendeu? Então correndo atrás aí pagando... tal... toda hora ele fica no desespero
com essas advogadas aí.
00:01:37 LILIANE
Mas deixa eu te falar... a a Raquel, ele já acertou?

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00:01:40 RUBENS
As advogadas... Enfim. Tá... tá... tá acertando. Ele foi até... mas se quitou, não sei.
(...)
00:02:55 LILIANE
É... ê... é... tanto a Doutora Cristiane, quanto a Raquel, elas nunca mais... elas... tanto
a Cristiane, quanto a Doutora Raquel, elas nunca mais entraram em contato comigo.
00:03:09 RUBENS
A última vez que ela falou comigo... foi semana passada.
00:03:14 LILIANE
A Raquel ou a Cristiane?
00:03:16 RUBENS
Raquel. Ela queria a... aquela vistoria que a gente fez na sede.
00:03:18 LILIANE
Ela queria o quê?
00:03:19 RUBENS
A vistoria que foi feita lá na sede... a vistoria... lembra?
00:03:24 LILIANE
Aquela vistoria... aquela vistoria do Amauri?
00:03:27 RUBENS
Aquela lá da sede... tava eu, você, o Doutor Amauri...
00:03:32 LILIANE
Sim... aquela primeira... aquela primeira.
00:03:35 RUBENS
Isso. Ela tava precisando para completar um relatório dela lá.
00:03:39 LILIANE
Hum...
00:03:40 RUBENS
Aí eu fui procurei e mandei para ela. Eu peguei os vídeos que foram feitos, tudo
direitinho. Essa foi a última vez que eu falei com ela. Foi semana passada.
(...)
00:06:02 LILIANE
Mas quem tá cuidando disso é a Raquel?
00:06:03 RUBENS
A história é longa... a história é longa... Raquel. Quem tá cuidando é a Raquel. (...)

Assim, ante todo o exposto, resta inafastável o impedimento


absoluto do Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora apontado como
Arguido, para atuar na relatoria dos processos n.º 0704028-97.2020.8.07.0001,

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0736397-47.2020.8.07.0001, e 0711180-34.2022.8.07.0000, em trâmite na 8ª
Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, nos quais
são partes o PARTIDO REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL (PROS) e
EURÍPEDES GOMES DE MACEDO JUNIOR, ora apontados como Arguentes,
nos termos do artigo 144, inciso VIII, do Código de Processo Civil.

1.2 DOS FATOS QUE DEMONSTRAM A SUSPEIÇÃO DO ARGUIDO:

Além dos fatos já mencionados acima, soma-se ainda o fato de que o


Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora apontado como Arguido, na
condução dos processos indicados em epígrafe, antes, durante e após o julgamento,
acabou por revelar uma prestação jurisdicional completamente parcial,
consubstanciada por atos, despachos, decisões e voto, que favorecem nitidamente
as partes contrárias aos Arguentes, conforme se verifica das seguintes condutas:

a) ter ignorado o pedido liminar de concessão da tutela cautelar de


urgência recursal (ID. n.º 110787936), formulado pelo Segundo
Arguente em suas contrarrazões apresentadas no dia 07.12.2021, nos
autos do processo n.º 0736397-47.2020.8.07.0001, as quais foram
apreciadas apenas no Acórdão;
b) ter proferido a decisão de 16.12.2021 (ID. n.º 31604656 -
processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 31608109 - processo n.º 0736397-
47), na qual determinou a juntada aos autos de um correio eletrônico
enviado por um ex-aluno (FELIPE ANTÔNIO DO ESPÍRITO SANTO,
Presidente da Fundação da Ordem Social vinculada ao PROS e
membro da Executiva Nacional destituída), para que fosse dado ciência
ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, a fim de apurar o
que o Arguido considerou uma “anomalia relacional gravíssima”;
c) ter proferido voto (ID. n.º 3305979 - processo n.º 0704028-97 / ID.
n.º 33305690 - processo n.º 0736397-47), em sessão pública3, iniciada
no dia 09.02.2022 e finalizada no dia 08.03.2022, sem explicitar as
suas razões de decidir, inviabilizando aos Arguentes qualquer
discussão ou debate a respeito do referido voto, que lhe foi
desfavorável, amplamente divulgado em redes sociais e pela imprensa,
e ao qual só teve acesso com a disponibilização do Acórdão;
d) ter proferido voto (ID. n.º 3305979 - processo n.º 0704028-97 / ID.
n.º 33305690 - processo n.º 0736397-47), desfavorável aos Arguentes,
alicerçado em fundamento surpresa do qual não lhe foi oportunizado
manifestar;

3 https://www.youtube.com/watch?v=ccRemh6ix0w&ab_channel=TJDFToficial (a partir de 5:16’:16’’)

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e) ter proferido voto (ID. n.º 3305979 - processo n.º 0704028-97 / ID.
n.º 33305690 - processo n.º 0736397-47), desfavorável aos Arguentes,
impregnado de subjetivismo e pessoalidade, revelando pré-julgamento
negativo e verdadeira defesa do mérito dos atos praticados pela parte
ex adverso;
f) ter proferido voto (ID. n.º 3305979 - processo n.º 0704028-97 / ID.
n.º 33305690 - processo n.º 0736397-47), desfavorável aos Arguentes,
com decisão extra petita em favor da parte ex adverso, ao declarar que
MARCUS VINÍCIUS CHAVES DE HOLANDA (parte ex adverso aos
Arguentes nos processos em discussão) é o presidente do Diretório
Nacional do PROS; afastar a expulsão de EDMILSON SANTANA DA
BOA MORTE (parte ex adverso aos Arguentes nos processos em
discussão) e MARCUS VINÍCIUS CHAVES DE HOLANDA (parte ex
adverso aos Arguentes nos processos em discussão); e declarar a
nulidade de todos os atos praticados pelo Diretório Nacional PROS,
sob a presidência de Eurípedes Gomes de Macedo Júnior (ora
Segundo Arguente) e/ou seus suplentes/substitutos regimentais, a
partir da sessão de votação do recurso;
g) ter proferido voto (ID. n.º 3305979 - processo n.º 0704028-97 / ID.
n.º 33305690 - processo n.º 0736397-47), desfavorável aos Arguentes,
em supressão de instância em favor da parte ex adverso, ao afastar a
validade de ato que se encontra sob a jurisdição do Juízo da 21ª Vara
Cível de Brasília/DF, nos autos do processo n.º 0734726-
52.2021.8.07.0001;
h) ter dado, de ofício, sem qualquer requerimento da parte
interessada, cumprimento imediato ao próprio julgado, em favor da
parte ex adverso aos Arguentes (IDs. n.º 33334213/33381472 -
processo n.º 0704028-97 / IDs. n.º 33324795/33326578 - processo n.º
0736397-47);
i) ter proferido decisão no dia 17.03.2022, acatando pedido da parte
ex adverso aos Arguentes, para realização de diligência que extrapola
os limites do que foi decidido no Acórdão, ao determinar ao Cartório do
1º Ofício de Registro Civil, Casamentos, Pessoas Jurídicas, Títulos e
Documentos de Brasília/DF, que registre as atas do dia 09.07.2020,
assim como os atos posteriores do Partido (ID. n.º 33580719 -
processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 33580718 - processo n.º 0736397-
47);
j) ter ignorado o pedido de tutela provisória de urgência para
concessão de efeito suspensivo aos embargos de declaração opostos
pelos Arguentes em 18.03.2022 (ID. n.º 33580719 - processo n.º
0704028-97 / ID. n.º 33580718 - processo n.º 0736397-47);
k) ter contestado (ID. n.º 33955301 - processo n.º 0704028-97 / ID.
n.º 33953317 - processo n.º 0736397-47) a informação trazida aos
autos pela Polícia Civil do Estado de Goiás de que o Hotel Kubistchek
Plaza (que seria o local no qual teria se realizado a Convenção

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Nacional e Reunião do Diretório Nacional do PROS que teria eleito
como Presidente Nacional do PROS a parte ex adverso aos Arguentes)
declarou, por escrito, que no dia 09.07.2020 “não foi realizada
nenhuma reunião ou evento” em suas dependências (ID. n.º 33955300,
fls.5 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 33953316, fls.5 - processo n.º
0736397-47);
l) ter ignorado a reiteração (ID. n.º 34461025 - processo n.º
0704028-97 / ID. n.º 34461029 - processo n.º 0736397-47) do pedido
de tutela provisória de urgência, feita em 19.04.2022, para concessão
de efeito suspensivo aos embargos de declaração opostos, em
18.03.2022, pelos Arguentes;
m) ter determinado, sem mencionar qualquer fundamento legal, a
retirada, dos embargos de declaração opostos pelos Arguentes, da
pauta da sessão designada para o dia 04.05.2022, descumprindo o
prazo estabelecido pelo artigo 1.024, § 1º, do Código de Processo Civil
(ID. n.º 34782759 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 34783918 -
processo n.º 0736397-47);
n) ter proferido decisão monocrática não conhecendo o Agravo de
Instrumento n.º 0711180-34.2022.8.07.0000 (ID. n.º 34386240),
interposto em insurgência à decisão interlocutória proferida pela 25ª
Vara Cível da Comarca de Brasília/DF, por entender que ele teria sido
interposto contra decisão do Eminente Relator, que nos autos das
apelações n.º 0736397-47.2020.8.07.0001 e 0704028-
97.2020.8.07.0001, aplicando as consequências jurídicas decorrentes
do julgamento, inativou o segundo agravante, EURÍPEDES GOMES
DE MACEDO JÚNIOR, ora Segundo Arguente, do exercício do cargo
de Presidente Nacional do PROS;
o) ter indeferido o pedido de habilitação de terceiro interessado
formulado por THIAGO PEREIRA MOURA FÉ (ID. n.º 34782759 -
processo n.º 0704028-97) – que é o Tesoureiro-Geral da Executiva
Nacional do PROS, empossada após o julgamento conduzido pelo
Arguido, mas destituído logo em seguida por MARCUS VINÍCIUS
CHAVES DE HOLANDA (parte ex adverso aos Arguentes nos
processos em discussão) – com a advertência de que “a interposição
de recurso contra esta decisão, que apenas tumultue a condução do
processo, se declarado inadmissível, protelatório ou improcedente,
acarretará na condenação às penalidades fixadas nos arts. 1.021, § 4º,
e 1.026, § 2º, do CPC”; e,
p) ter determinado, sem mencionar qualquer fundamento legal, a
suspensão da tramitação do Agravo de Instrumento n.º 0711180-
34.2022.8.07.0000 (ID. n.º 34902632), até o trânsito em julgado do
Mandado de Segurança n.º 0710891-04.2022.8.07.0000, que não
possui nenhuma relação com o objeto do referido recurso.

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Assim, ante todo o exposto, resta evidente que as condutas
supracitadas formam um conjunto apto a caracterizar a suspeição do Arguido
para processar e julgar com imparcialidade processos envolvendo os
Arguentes, conforme se passa a expor.

1.2.1 Da suspeição do Arguido evidenciada pelo ato de ter ignorado o pedido


liminar de concessão da tutela cautelar de urgência recursal formulado pelos
Arguentes em suas contrarrazões apresentadas nos autos do processo n.º
0736397-47.2020.8.07.0001:

Na condução do processo n.º 0736397-47.2020.8.07.0001, o Relator,


ora Arguido, demonstrou conduta parcial com relação às partes do processo,
favorecendo uma em detrimento da outra, violando o Princípio da Igualdade
Processual entre as Partes.
Enquanto que para o PARTIDO REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL,
representado por MARCUS VINICIUS CHAVES DE HOLANDA, o Arguido, de ofício
e extra petita, dá cumprimento imediato ao Acórdão proferido pela 8ª Turma Cível do
TJDFT, para determinar que fossem oficiados o Presidente do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), Ministro Edson Fachin; o Presidente do Tribunal Regional Eleitoral
do Distrito Federal (TRE-DF), Desembargador Humberto Adjuto Ulhôa; o Presidente
do Senado Federal, Senador Rodrigo Pacheco; e o Presidente da Câmara dos
Deputados, Deputado Arthur Lira.
Para EURÍPEDES GOMES DE MACEDO JÚNIOR, ora Segundo
Arguente, ignorou solenemente o pedido liminar formulado nas contrarrazões (ID.
n.º 110787936), apresentadas, no dia 07.12.2021, para a concessão da tutela
cautelar de urgência recursal, em caráter incidental, para determinar a
intimação pessoal do PARTIDO REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL,
ilegitimamente representado por MARCUS VINICIUS CHAVES DE HOLANDA,
ora Recorrido, para que se abstivesse de se pronunciar em nome do PROS,
bem como de utilizar qualquer documento referente à suposta Convenção
Nacional e Reunião do Diretório Nacional que teriam sido realizadas no dia
09.07.2020, até o julgamento da apelação cível interposta, sob pena de multa
diária de R$5.000,00 (cinco mil reais).
O referido pedido foi formulado pelo Segundo Arguente em razão de
MARCUS VINICIUS CHAVES DE HOLANDA, apesar da sentença (ID. n.º
95555435) proferida nos autos ter NEGADO o pedido de declaração de validade da
Convenção Nacional e Reunião do Diretório Nacional de 09.07.2020, estar utilizando
das atas e documentos para continuar praticando atos, tais como registro de atas
notariais em outros cartórios (ID. n.º 31369734/31369736); e ainda para publicações
no Diário Oficial da União (ID. n.º 31369737).
Mesmo assim, o pedido foi solenemente ignorado pelo Arguido, que se
manifestou sobre o mesmo apenas no julgamento do recurso de apelação (mais de
três meses após a apresentação do pedido), conforme consignado no voto proferido
pelo Arguido:

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(V) Do pedido de tutela de urgência cautelar suscitada em contrarrazões por
Eurípedes Gomes de Macedo Júnior (autos nº 0736397-47.2020.8.07.0001).
68. Em contrarrazões (ID nº 31369733), Eurípedes Gomes de Macedo Júnior requer
a concessão de tutela de urgência cautelar. Argumenta que o pedido tem por objetivo
compelir Marcus Vinícius Chaves de Holanda a se abster de atuar em nome do
PROS, bem como de utilizar documentos que não possuem validade reconhecida.
69. Essas alegações se confundem com o mérito da causa e, por isso, serão
analisadas adiante.
70. Indefiro o pedido.

Assim, ante o exposto, resta demonstrada a parcialidade do


Arguido, em razão do tratamento diferenciado dispensado às partes,
ignorando o pedido liminar de concessão da tutela cautelar de urgência
recursal formulado pelo Segundo Arguente, enquanto que de ofício, dá
cumprimento imediato ao Acórdão proferido pela 8ª Turma Cível do TJDFT, em
favor da parte ex adverso.

1.2.2 Da suspeição do Arguido evidenciada pelo ato de ter proferido a decisão


de 16.12.2021 (ID. n.º 31604656 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 31608109 -
processo n.º 0736397-47), na qual determinou a juntada aos autos de um
correio eletrônico enviado por um ex-aluno (FELIPE ANTÔNIO DO ESPÍRITO
SANTO, Presidente da Fundação da Ordem Social vinculada ao PROS e
membro da Executiva Nacional destituída), para que fosse dado ciência ao
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, a fim de apurar o que
considerou uma “anomalia relacional gravíssima”:

Na condução dos processos n.º 0704028-97.2020.8.07.0001 e


0736397-47.2020.8.07.0001, o Relator, ora Arguido, demonstrou conduta parcial, ao
adotar postura mais severa a respeito de fatos relacionados aos Arguentes, e bem
mais branda a respeito de fatos relacionados à parte ex adverso.
Por um lado, o Arguido, com relação ao PARTIDO REPUBLICANO DA
ORDEM SOCIAL, representado por MARCUS VINICIUS CHAVES DE HOLANDA,
questiona UMA INVESTIGAÇÃO INICIADA PELA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO
DE GOIÁS - por provocação de THIAGO PEREIRA MOURA FÉ, eleito
Tesoureiro-Geral da Executiva Nacional do PROS, E UM DOS BENIFICIADOS
pela decisão da 8ª Turma Cível do TJDFT - para apurar possível crime de
falsidade ideológica na documentação apresentada por MARCUS VINICIUS
CHAVES DE HOLANDA, nos autos do processo n.º 0736397-47.2020.8.07.0001;
mesmo diante de ofício do Hotel Kubitschek Plaza declarando que no dia
09.07.2020, não foi realizada nenhuma reunião ou evento em suas
dependências (ID. n.º 33953316, fls.5), cujo o teor segue reproduzido abaixo:

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Por outro lado, com relação aos Arguentes, o Arguido considera
uma “anomalia relacional gravíssima”, que deve ser levada ao conhecimento
do Ministério Público para apuração, um simples pedido de audiência feito por
um ex-aluno, em seu correio eletrônico privado, para o recebimento dos
advogados constituídos nos autos, conforme será melhor esmiuçado adiante.
No dia 16.12.2021, o Arguido proferiu decisão (ID. n.º 31604656 -
processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 31608109 - processo n.º 0736397-47), na qual
determinou a juntada aos autos de correio eletrônico recebido em seu endereço de
correio eletrônico privado, cujo o remetente seria a pessoa de FELIPE ANTÔNIO DO
ESPÍRITO SANTO, que referindo-se à sua pessoa como “professor”, teria
manifestado que defende “interesses de Eurípedes Gomes de Macedo Júnior em
processos que envolvem o Partido Republicano da Ordem Social (PROS), Marcus
Vinícius Chaves de Holanda e outros”, para esclarecer alguns fatos, tendo em vista
que os advogados constituídos nos autos não teriam conseguido despachar
memoriais com o próprio.
Diante deste contexto, o Arguido, considerando a referida
correspondência, uma “anomalia relacional gravíssima”, com a juntada determinou
também a comunicação do Ministério Público para que adotasse as medidas que
entendesse pertinentes ao caso.
Na mencionada decisão, a respeito do ex-aluno (FELIPE ANTÔNIO
DO ESPÍRITO SANTO), o Arguido destaca que “sem menosprezo a sua pessoa,
tinha apenas uma vaga lembrança do nome”; que nunca teria concedido a
nenhum aluno, dentre os milhares que passaram por suas aulas, espaço para
“tratativas além das fronteiras acadêmicas”; e que não tem correspondência

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íntima com alunos e não trata com eles de assuntos que não sejam
acadêmicos, sendo uma relação “próxima o suficiente para a construção
conjunta do processo de ensino-aprendizagem e distante o necessário para
não gerar intimidade”.
Entretanto, apesar do Arguido ter consignado em sua decisão que
tinha “apenas uma vaga lembrança do nome”, a verdade é que trocou
correspondências eletrônicas com o referido ex-aluno, conforme documento
anexo (Doc.7.
Em um desses correios eletrônicos, datado de 20.04.2021 (menos de
oito meses da data da referida decisão), o Arguido manifestou que teria ficado
humilhado com uma situação acadêmica, e que se não fosse pelo ex-aluno (de
quem, o Arguido, segundo a referida decisão, teria apenas uma vaga
lembrança) e outra ex-aluna de nome Érica, teria “deixado tudo”, destacando
que as suas palavras (ex-aluno) vieram em uma hora importante para ele,
sendo que ao final, inclusive, cumprimentou nominalmente (Dr.a Barbara) a
esposa do ex-aluno (FELIPE ANTÔNIO DO ESPÍRITO SANTO):

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Em resposta ao Arguido, por meio de correio eletrônico datado de
22.04.2021, o ex-aluno (com quem, o Arguido, segundo a referida decisão, não
tinha qualquer intimidade) retribui as palavras de reconhecimento
manifestando alguns elogios, e deixando um convite para que, por volta de
outubro, fosse (o Arguido) com a esposa tomar um vinho em sua casa:

Diante do referido convite, o Arguido (que manifestou em sua


decisão que sua relação com os alunos é “próxima o suficiente para a
construção conjunta do processo de ensino-aprendizagem e distante o
necessário para não gerar intimidade”), em outro correio eletrônico também
datado de 22.04.2021, em momento algum recusou o convite para o vinho, se
limitando em dizer que estava “muito agradecido” e que falariam a respeito
“mais adiante”:

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Ao contrário do que foi afirmado na decisão de 16.12.2021 (ID. n.º
31604656 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 31608109 - processo n.º 0736397-
47), conforme demonstrado alhures, por iniciativa do próprio Arguido, houve
uma troca de correios eletrônicos entre ele e o seu ex-aluno (FELIPE ANTÔNIO
DO ESPÍRITO SANTO), com intimidade suficiente para, inclusive, tratar sobre
uma data para tomarem vinho em sua residência, acompanhado das
respectivas esposas.
Contudo, apesar da relação de cordialidade havida entre o
Arguido e o seu ex-aluno (FELIPE ANTÔNIO DO ESPÍRITO SANTO) – que
embora não seja advogado e não esteja habilitado nos autos, é parte
interessada, posto que teria sido destituído da Direção Nacional do PROS, pelo
ato impugnado nos autos do processo n.º 0704028-97.2020.8.07.0000 – o
correio eletrônico enviado pelo último, se limitou apenas a solicitar que o
magistrado recebesse em audiência os advogados do processo, que inclusive
foram nominalmente citados.
Considerado pelo Arguido uma “anomalia relacional gravíssima”, o
correio eletrônico supracitado, embora tenha pedido licença para “uma tratativa além
das fronteiras acadêmicas”, fez questão de destacar que se mantinha “dentro dos
princípios republicanos”:

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Não é razoável que um simples pedido de audiência seja
considerado mais grave que uma possível prática do crime de falsidade
ideológica.
Assim, ante o exposto, resta demonstrada a parcialidade do
Arguido, em razão do tratamento diferenciado dispensado às partes, por um
lado determinando a comunicação ao Ministério Público de um simples pedido
de audiência, e por outro minimizando uma investigação da Polícia Civil do
Estado de Goiás a respeito da possível prática do crime de falsidade
ideológica.

1.2.3 Da suspeição do Arguido evidenciada pelo ato de ter proferido voto em


sessão pública sem explicitar as suas razões de decidir inviabilizando aos
Arguentes qualquer discussão ou debate a respeito do referido voto que lhe foi
desfavorável e amplamente divulgado em redes sociais e pela imprensa:

No julgamento dos processos n.º 0704028-97.2020.8.07.0001 e


0736397-47.2020.8.07.0001, o Relator, ora Arguido, demonstrou conduta parcial, ao
faltar com a devida transparência, prejudicando o amplo debate a respeito do voto
proferido em desfavor dos Arguentes, em sessão pública, mas sem explicar, ainda
que de forma sumária, as razões de decidir.
O julgamento em questão, se iniciou no dia 09.02.2022, para decisão
em conjunto dos recursos de apelação interpostos nos autos do processo n.º
0736397-47.2020.8.07.0001 (ID. n.º 108254534); e dos recursos de apelação
interpostos nos autos do processo n.º 0704028-97.2020.8.07.0001 (IDs. n.º
106232843 e 106204213).
Como pode se observar na transmissão da 2ª Sessão Ordinária
por Videoconferência da 8ª Turma Cível do TJDFT no YouTube 4, a partir de
5:16’:16’’, após sustentação de ambas as partes, o Relator, ora Arguido, sem
ler o voto ou mesmo informar ainda que de maneira sumária as suas razões de
decidir, declarou voto dando provimento às apelações e declarando MARCUS
VINICIUS CHAVES DE HOLANDA (parte ex adverso aos Arguentes), Presidente
Nacional do PROS.
Contudo, o julgamento foi suspenso em razão de pedido de vista do 1º
Vogal, Desembargador Robson Vieira Teixeira de Freitas.
Em continuidade do julgamento, na sessão do dia 08.03.2022, como se
pode observar na transmissão da 4ª Sessão Ordinária por Videoconferência da 8ª
Turma Cível do TJDFT no YouTube5, a partir de 18’:52’’, o 1º Vogal, Desembargador
Robson Vieira Teixeira de Freitas, proferiu voto acompanhando o Relator; tendo sido

4 https://www.youtube.com/watch?v=ccRemh6ix0w&ab_channel=TJDFToficial
5 https://www.youtube.com/watch?v=-RU3T8L0HOY&t=15s&ab_channel=TJDFToficial

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no mesmo sentido o voto do 2º Vogal, Desembargador Arquibaldo Carneiro;
conforme certidão de julgamento (ID. n.º 33286249 - processo n.º 0704028-97 / ID.
n.º 33213726 - processo n.º 0736397-47).
Então foi proclamado o resultado do julgamento, pelo
CONHECIMENTO e PROVIMENTO do recurso “para reformar a sentença e declarar
válidas a Convenção Nacional Extraordinária e a Reunião do Diretório Nacional do
Partido Republicano da Ordem Social – PROS, de 9 de julho de 2020 (ID 31369592,
autos nº 0736397-47), que passou a ser presidido por Marcus Vinícius Chaves de
Holanda, empossado na mesma data, conforme consta, dentre outros, do ID
31369592 (Autos 0703397-47)”, conforme Acórdão lançado aos autos em
09.03.2022 (ID. n.º 33305979 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 33305690 -
processo n.º 0736397-47).
O referido Acórdão também tornou sem efeito, por consequência desta
decisão, todas as medidas antecipatórias de tutela/liminares concedidas em favor do
Diretório Nacional do Partido Republicano da Ordem Social – PROS, representado
por Eurípedes Gomes de Macedo Júnior; e ainda declarou a nulidade de todos os
atos praticados pelo Diretório Nacional do Partido Republicano da Ordem Social –
PROS, sob a presidência de Eurípedes Gomes de Macedo Júnior e/ou seus
suplentes/substitutos regimentais, a partir da sessão de votação destes recursos (08
de março de 2022, às 13h55).
E no mesmo dia do julgamento, o Relator dos recursos de apelação
supracitados, ora Arguido, de ofício deu cumprimento imediato ao julgado,
determinando que fossem oficiados o Presidente do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), Ministro Edson Fachin; o Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito
Federal (TRE-DF), Desembargador Humberto Adjuto Ulhôa; o Presidente do Senado
Federal, Senador Rodrigo Pacheco; e o Presidente da Câmara dos Deputados,
Deputado Arthur Lira.
Deste modo resta mais do que evidente que o voto proferido pelo
Arguido, não foi levado a público, da maneira devida.
Não é admissível que um processo seja julgado, em uma sessão
pública, com a mera declaração de voto, sem a devida fundamentação
informando as razões de decidir que levaram à conclusão do voto.
Até mesmo na polêmica sistemática do julgamento de processos
em lista, nas sessões virtuais do Supremo Tribunal Federal, a partir de maio de
2020, após provocação do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil6, o relatório e os votos dos ministros, durante a sessão de julgamento
virtual, passaram a ser disponibilizados no sítio eletrônico da Corte.
Não é comum nem usual, tampouco pode ser admitido, que nas
sessões de julgamento, o voto do relator seja proferido sem a devida
publicidade dos seus fundamentos.

6 https://www.conjur.com.br/2020-abr-22/resolucao-preve-disponibilizacao-integra-votos-site-stf

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O modelo constitucional brasileiro de deliberação, estabelece de forma
clara e expressa, no artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, que todos os
julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas
as decisões, sob pena de nulidade.
Sobre a questão, cumpre trazer a lume importante reflexão do Ministro
Celso de Mello7, que no julgamento do Mandado de Injunção n.º 284 / DF, pelo
Supremo Tribunal Federal, consignou que: “o novo estatuto político brasileiro –
que rejeita o poder que oculta e não tolera o poder que se oculta – consagrou a
publicidade dos atos e das atividades estatais como valor constitucionalmente
assegurado, disciplinando-o, com expressa ressalva para as situações de
interesse público, entre os direitos e garantias fundamentais”.
Assim, ante o exposto, resta demonstrada a parcialidade do
Arguido, em razão de ter proferido voto em sessão pública de julgamento, sem
a devida fundamentação, publicidade e transparência, divulgando apenas
pequenos trechos da parte dispositiva, em nítido favorecimento da parte ex
adverso aos Arguentes.

1.2.4 Da suspeição do Arguido evidenciada pelo ato de ter proferido voto,


desfavorável aos Arguentes, alicerçado em fundamento surpresa do qual não
tiveram oportunidade de se manifestar:

No julgamento dos processos n.º 0704028-97.2020.8.07.0001 e


0736397-47.2020.8.07.0001, o Relator, ora Arguido, demonstrou conduta parcial, ao
invocar matérias jornalísticas e julgamento do Tribunal Superior Eleitoral, em
desfavor do Arguente, sem que lhe tenha sido oportunizada qualquer manifestação a
respeito.
Conforme se pode observar, o Arguido, fundamentou o seu voto
também em um julgamento de contas realizado pelo TSE, e ainda em matérias
jornalísticas desfavoráveis aos Arguentes, sem lhes oportunizar o devido
contraditório, conforme trecho do voto transcrito a seguir:

44. O Estatuto do PROS é de 25/11/2010, tendo sido registrado no Tribunal Superior


Eleitoral (TSE) em 24/9/2013. O Código de Ética é de 5/1/2014 (ID 30780604, pág. 1-
9), não havendo, nesse período, outro presidente senão Eurípedes Gomes de
Macedo Júnior. Sem outra razão senão assegurar a intangibilidade dos membros do
Diretório Nacional, em quase uma década de existência formal o Partido nunca teve
instituído o Conselho Nacional de Ética e Disciplina de que trata o art. 57 do seu
Estatuto. Por outro lado, como consequência desse encouraçado diretivo, um sem
número de irregularidades praticadas pelos dirigentes, especialmente por Eurípedes
Gomes de Macedo Júnior, ocupam páginas da imprensa, de decisões judiciais, de
promoções do Ministério Público, da Polícia etc.

7 STF, Tribunal Pleno, MI 284/DF, Relator p/ acórdão Ministro CELSO DE MELLO, DJ 26/06/1992.

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45. Na apelação 0704028-97 Eurípedes Júnior pede ao Poder Judiciário a
permanência do seu projeto partidário com a anulação de todos os atos praticados
pela oposição (os contras) a partir do Processo Administrativo 001/2019. Como
consequência de medidas judiciais exitosas, mantém-se presidente do PROS.
46. Na apelação 0736397-47 é Marcus Vinícius Chaves de Holanda, presidente eleito
e empossado em 9/7/2020, que busca a validação dos atos praticados sob sua
liderança e que o levou à presidência do PROS, em substituição a Eurípedes Júnior.
47. Há atos com o mesmo nome e datas muito próximas, como 9/1/2020 e 11/1/2020,
realizados pela situação e pela oposição. O detalhamento que consta neste voto,
como ficou demonstrado no relatório, tem a finalidade instrumental de esclarecer aos
eminentes Pares o que foi analisado em milhares de páginas contidas nos autos.
48. A confusão, o jogo de palavras, com insultos, prováveis crimes e outras
agressões fazem parte da guerra travada pelos dois grupos. Não por acaso, a história
bélica tem precedentes em que as melhores narrativas – nem sempre amigas da
verdade –, e não a superioridade de armas e de soldados, deram desfecho vitorioso
aos conflitos.
49. Em 16/1/2022 o jornal O Estado de S. Paulo, na página A6 do caderno Política,
publicou matéria de Katia Bembatti e Gustavo Queiroz intitulada “Fundo Partidário
bancou itens de luxo, avião e reforma em imóvel de dirigente”.
50. O texto informa que as “contas de 20 partidos foram desaprovadas pelo Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) e 13 passaram por aprovação com ressalvas”.
51. Na ordem das contas reprovadas do exercício de 2015, o PROS ocupa o primeiro
lugar, com R$ 10.714.595,94 de irregularidades em números absolutos. Em números
relativos é o segundo partido com mais irregularidades, que comprometeram 48,39%
do valor recebido do Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos
(Fundo Partidário).
52. Esse valor, corrigido pela tabela prática deste Tribunal de Justiça, até a
elaboração deste voto, apenas com a correção monetária a partir de 1º/1/2016, soma
R$ 14.631.859,18. Na liquidação a correção não será linear, mas a partir de cada
evento/desembolso, o que, seguramente, elevará o valor. Apenas para a
aproximação, se a data-base da correção for antecipada para 1º/1/2015, o valor
corrigido totalizará R$ 16.281.771,84.
53. Esses fatos não são novos. Ainda que o julgamento pelo TSE seja posterior à
propositura das ações, todos eles foram amplamente debatidos nos autos. A
malversação de recursos públicos pelos dirigentes do PROS, sob a presidência de
Eurípedes Gomes de Macedo Júnior, é tema amplamente analisado no relatório final
do Processo Administrativo 001/2019. A reprovação das contas do exercício de 2015,
pelo TSE, consta, expressamente, das razões da apelação (ID 30781044, Pág. 1-29)
e não houve, sobre esse capítulo, nenhuma abordagem nas contrarrazões.
54. A parcela do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) destinada
ao PROS para as eleições municipais de 2020 foi de R$ 37.187.846,96. Esses
números permitem compreender com objetividade aritmética a dimensão dos
interesses envoltos nestes dois processos. Ainda não há números da parcela que o
PROS receberá do Fundo de Campanha de 2022, que, no total, ultrapassa 5 (cinco)
bilhões de reais a serem rateados entre os partidos.
55. Transcrevo excerto da reportagem de O Estado de S. Paulo, que é pública e
relata fatos repetidamente noticiados nos autos:
“Aeronave. A lista das legendas que mais gastaram valores do Fundo Partidário de
forma irregular é encabeçada pelo PROS, com R$ 10,7 milhões considerados como
despesas irregulares. Do total, chama a atenção o investimento do R$ 3,1 milhões
que o partido fez na compra de aeronaves. Segundo a Justiça Eleitoral, 60% dos

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deslocamentos ocorreram entre as cidades de Formosa e Goiânia, ambas em Goiás.
Além de Formosa fazer parte do reduto eleitoral do então presidente do partido,
Eurípedes Júnior, os dois municípios estão a apenas 280 quilômetros de distância.
Os gatos com manutenção e combustível passaram de R$ 140 mil.
Como mostrou o Estadão, a compra de um helicóptero R66-Turbine foi o motivo da
destituição de Eurípedes da presidência da sigla em 2020. Na ocasião, também foi
revelada a compra de um avião. O TSE identificou uma terceira aeronave nas contas
do PROS, um avião EMB 810D Sêneca III, da Embraer. O TSE afirmou que é preciso
coibir “práticas recorrentes quanto à atuação de líderes partidários que agem como
‘donos’ das agremiações, em perfeita confusão entre seus interesses e fins
partidários.” Procurado, o partido não respondeu à reportagem.”
56. A reportagem credita, ainda, ao TSE, a seguinte afirmação: “Recursos públicos
estão sendo utilizados ao amparo de causas individuais e personalíssimas, de
evidente afronta aos princípios da administração pública”.
57. A prestação de contas do PROS, relativas ao exercício e 2015 e referida na
reportagem de O Estado de S. Paulo, foi julgada pelo Tribunal Superior Eleitoral em
13/5/2021, com acórdão relatado pelo Ministro Alexandre de Moraes:
PRESTAÇÃO DE CONTAS. PARTIDO REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL
(PROS). EXERCÍCIO FINANCEIRO DE 2015. INSUFICIÊNCIA DE DOCUMENTOS
FISCAIS PARA A COMPROVAÇÃO DE DESPESAS. APLICAÇÃO DE RECURSOS
EM PROGRAMAS DE INCENTIVO À PARTICIPAÇÃO FEMININA NA POLÍTICA.
DESCUMPRIMENTO. COMPRA DE IMÓVEL. DESAPROVAÇÃO.
1. Trata-se da Prestação de Contas do Diretório Nacional do Partido Republicano da
Ordem Social (PROS) relativa ao exercício financeiro de 2015.
2. Visando resguardar a celeridade dos julgamentos, em especial, as prestações de
contas, este TRIBUNAL SUPERIOR determinou a digitalização dos processos físicos
com a sua migração para o Processo Judicial Eletrônico, acompanhado da
correspondente suspensão dos prazos prescricionais dos feitos contábeis de 2015
(Res.-TSE 23.622/2020). Desta forma, fica afastada a alegada prescrição quinquenal,
não verificado o transcurso do prazo se considerado o período de suspensão.
Rejeição da questão de ordem por votação unânime.
3. Incabível o exame das contas fundacionais do exercício financeiro de 2015, em
razão do decidido na QO-PC 192-65, redator para o acórdão Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, na qual tal apreciação somente ocorrerá a partir do exercício financeiro
de 2021, em respeito à segurança jurídica e à necessidade de regulamentação da
matéria por este TRIBUNAL.
4. Assente a natureza jurisdicional do processo de prestação de contas, a inércia do
partido em atender intimação para sanar irregularidades apontadas em parecer
preliminar implica preclusão, tornando inaceitável a juntada de documentação tardia.
Precedentes.
5. O PROS deixou de aplicar o valor de R$ 1.098.423,86 (um milhão, noventa e oito
mil, quatrocentos e vinte e três reais e oitenta e seis centavos) em políticas de
incentivo à participação feminina.
6. Para a comprovação das despesas pagas com recursos do Fundo Partidário,
indispensável a observância do art. 18 Res.-TSE 23.464/2015, notadamente quanto à
exigência de nota fiscal idônea acompanhada da descrição detalhada dos serviços
prestados e, quando necessário, dos contratos, dos comprovantes de entrega de
material ou serviço prestado. No caso, R$ 5.216.995,94 (cinco milhões, duzentos e
dezesseis mil, novecentos e noventa e cinco reais e noventa e quatro centavos)
permaneceram sem comprovação.

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7. A utilização dos recursos do Fundo Partidário obedece ao preceito da estrita
legalidade. À época da aquisição dos três imóveis apontados pela assessoria técnica
inexistia, entre as possibilidades previstas em Lei para a utilização destes recursos,
autorização para a aquisição de imóveis, o que somente veio a ocorrer anos depois,
com a edição da Lei 13.877/19. A utilização de valores expressivos do Fundo
Partidário sem amparo legal constitui irregularidade que enseja o dever de
recolhimento dos respectivos valores ao erário.
8. As irregularidades totalizam 48,39% do total dos recursos do Fundo Partidário
recebidos pelo PROS no exercício de 2015. O percentual das falhas não é o único
critério para a aferição da regularidade das contas, somando-se a ele a transparência,
a lisura e o comprometimento do Partido em cumprir a obrigação constitucional de
prestar contas de maneira efetiva, de modo que a gravidade da irregularidade serve
como parâmetro para balizar a conclusão do ajuste contábil. No caso, o Partido tem
contra si falhas graves relativas à malversação de numerário público relevante, além
de compra de imóvel não permitida à época dos fatos, desvio de finalidade na
utilização de recursos, circunstâncias que ensejam a DESAPROVAÇÃO das contas.
9. Contas desaprovadas.
Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, em julgar
desaprovadas as contas do Partido Republicano da Ordem Social (PROS) –
Nacional, do exercício financeiro de 2015, nos termos do voto do relator. Por maioria,
em impor determinações, fixando a suspensão de novas cotas do fundo partidário em
6 meses, calculadas com base na média mensal dos repasses no ano de 2015, a ser
cumprida de forma parcelada em 12 vezes, nos termos do voto reajustado do relator.
Brasília, 13 de maio de 2021.
MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES – REDATOR PARA O ACÓRDÃO (PC nº
0000166-67.2016.6.00.0000, TSE) (em anexo)
58. Em resumo, o TSE reprovou as contas do Partido Republicano da Ordem Social
(PROS) Nacional. Por consequência, suspendeu novas cotas do fundo partidário em
6 meses, calculadas com base na média mensal dos repasses no ano de 2015, a ser
cumprida de forma parcelada em 12 vezes; determinou o recolhimento ao erário de
R$ 10.714.595,94 (somatório das despesas não comprovadas com os valores
utilizados para aquisição de três imóveis), atualizados e com recursos próprios, com
acréscimo de 2,5% relativos ao valor não aplicado para a participação política das
mulheres, no total de R$ 1.098.423,86, a serem corrigidos monetariamente. Há
embargos de declaração opostos ao acórdão, já respondidos pela Procuradoria-Geral
Eleitoral, que pugna pela sua manutenção.
59. A revista Veja (Edição 2774, ano 55, nº 4, de 2 fev. 2022), em matéria de capa
intitulada “A política do luxo. Levantamento inédito mostra como o dinheiro do
contribuinte é usado para custear gastos extravagantes dos partidos e propiciar uma
série de mordomias aos seus dirigentes” segue o mesmo caminho.
60. Em reportagem de Bruno Ribeiro e Leonardo Lellis (Pág. 24-29) Veja informa que
o presidente do PROS, Eurípedes Júnior recebeu, em 2021, R$ 340.449,00 a título de
salário, pago com recursos oriundos do Fundo Partidário.
61. Ainda segundo a revista, “das despesas dos diretórios nacionais das siglas, em
2021, a partir de informações fornecidas por elas próprias ao Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), parte significativa desses gastos, que totalizaram quase 1 bilhão de
reais no ano passado, vem sendo usada para permitir que os políticos desfrutem de
voo de jatinho, transporte por carrões e uso de mansões. Ironia das ironias, eles
ainda garantem a contratação de alguns dos melhores advogados da praça para
defendê-los de acusações por corrupção – ou seja, o dinheiro público serve para
livrar da Justiça os acusados de roubar dinheiro público”.

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62. Esses fatos são, como anotado, públicos e notórios, e constam, na essência, dos
autos, sendo, inclusive, objeto da representação feita contra a direção do PROS, que
resultou no Processo Administrativo 001/2019, no qual estavam os fundamentos para
o afastamento e a posterior substituição dos seus dirigentes.

Só que tais matérias e o referido julgamento do TSE, são


supervenientes à propositura da ação, não foram incluídos no processo e nem
constam do Processo Administrativo 001/2019. Ou seja, são questões novas,
que não foram devidamente debatidas nos autos.
O Relator, ora Arguido, não garantiu aos Arguentes a oportunidade de
se manifestar previamente sobre tais questões, de tal modo que não lhe foi possível
contrapor as matérias do Estado de S. Paulo, edição de 16.01.2022; Veja, edição de
04.02.2022; muito menos o Acórdão da PC n.º 0000166-67.2016.6.00.0000,
proferido por maioria do Tribunal Superior Eleitoral; o que contraria a previsão
expressa do artigo 10, do Código de Processo Civil, que veda a prolação de decisão
surpresa, ou seja, aquela que usa, como fundamentos jurídicos, matérias a respeito
das quais não foi dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que
apreciáveis de ofício.
Não importa se a matéria é de ordem pública. Ou se os fatos são
“públicos e notórios” — como, aliás, afirmado equivocadamente pelo Arguido em seu
voto. O artigo 10 do Código de Processo Civil, veda a prolação de decisão surpresa,
garantindo às partes o poder de influir efetivamente na decisão.
Somente argumentos e fundamentos submetidos à manifestação
precedente das partes podem ser aplicados pelo órgão julgador, que deve intimar os
interessados para que se pronunciem previamente sobre questão não debatida que
pode eventualmente ser objeto de deliberação judicial.
O Arguente só veio a ter conhecimento de que influenciaram o voto
proferido pelo Arguido, essas matérias jornalísticas e o julgamento do TSE, tendo
sido utilizados como fundamento do Acórdão, com a disponibilização do voto nos
autos, dias após o encerramento do julgamento.
O esforço do Arguido em atender as pretensões da parte contrária
aos Arguentes foi tão expressivo, que o levou até mesmo a fazer uso de
decisão surpresa, vedada pelo ordenamento jurídico pátrio, utilizando de fatos
e argumentos que não foram debatidos pelas partes.
Assim, ante o exposto, resta demonstrada a parcialidade do
Arguido, em razão de ter incorrido em decisão surpresa, vedada pelo
ordenamento jurídico pátrio, ao utilizar de fatos e argumentos que não foram
debatidos pelas partes, em nítido esforço para atender as pretensões da parte
contrária aos Arguentes.

1.2.5 Da suspeição do Arguido evidenciada pelo ato de ter proferido voto,


desfavorável aos Arguentes, impregnado de subjetivismo e pessoalidade,
revelando pré-julgamento negativo e verdadeira defesa do mérito dos atos
praticados pela parte ex adverso:

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No julgamento dos processos n.º 0704028-97.2020.8.07.0001 e
0736397-47.2020.8.07.0001, o Relator, ora Arguido, demonstrou conduta parcial, ao
proferir voto (ID. n.º 3305979 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 33305690 -
processo n.º 0736397-47), desfavorável aos Arguentes, impregnado de subjetivismo
e pessoalidade, revelando pré-julgamento negativo e verdadeira defesa do mérito
dos atos praticados pela parte ex adverso.
No referido voto, o Arguido, assumiu a posição da parte ex
adverso aos Arguentes, defendendo tese, consignando opiniões e ideias pré-
concebidas a respeito da forma de organização dos partidos políticos, do
PROS e de seu então Presidente Nacional, Eurípedes Gomes de Macedo
Júnior, ora Segundo Arguente, que revelam subjetivismos e pessoalidade que
não são compatíveis com a objetividade e imparcialidade que se espera de um
pronunciamento judicial.
O Arguido, nas razões de decidir do voto em questão, fez questão
de destacar que Eurípedes Gomes de Macedo Júnior, ora Segundo Arguente,
foi o único Presidente Nacional do PROS, desde sua criação em 24.09.2013
(fato que não possui qualquer relevância para a análise do controle de
legalidade dos atos jurídicos controvertidos); afirma de forma infundada que
“em quase uma década de existência formal o Partido nunca teve instituído o
Conselho Nacional de Ética e Disciplina” com o objetivo de “assegurar a
intangibilidade dos membros do Diretório Nacional”; e que em razão “desse
encouraçado diretivo, um sem número de irregularidades praticadas pelos
dirigentes, especialmente por Eurípedes Gomes de Macedo Júnior, ocupam
páginas da imprensa, de decisões judiciais, de promoções do Ministério
Público, da Polícia etc”; conforme trecho do voto que se transcrito abaixo:

44. O Estatuto do PROS é de 25/11/2010, tendo sido registrado no Tribunal Superior


Eleitoral (TSE) em 24/9/2013. O Código de Ética é de 5/1/2014 (ID 30780604, pág. 1-
9), não havendo, nesse período, outro presidente senão Eurípedes Gomes de
Macedo Júnior. Sem outra razão senão assegurar a intangibilidade dos
membros do Diretório Nacional, em quase uma década de existência formal o
Partido nunca teve instituído o Conselho Nacional de Ética e Disciplina de que
trata o art. 57 do seu Estatuto. Por outro lado, como consequência desse
encouraçado diretivo, um sem número de irregularidades praticadas pelos
dirigentes, especialmente por Eurípedes Gomes de Macedo Júnior, ocupam
páginas da imprensa, de decisões judiciais, de promoções do Ministério Público, da
Polícia etc. [grifo e negrito não original]

As afirmações supracitadas demonstram que o Arguido, ao


proferir o voto ora em discussão, possuía uma ideia negativa, já preconcebida
a respeito do Segundo Arguente, e ainda deturpada. Primeiro, porque embora
EURÍPEDES GOMES DE MACEDO JÚNIOR, ora Segundo Arguente, tenha sido o
único Presidente Nacional do PROS, desde sua criação em 24.09.2013, isso
significa apenas dois mandatos até a data da sua suposta destituição, posto que a
duração do mandato é de cinco anos, conforme disposto no artigo 30, § 1º, do

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Estatuto do PROS. Segundo, porque não é verdade que o “Partido nunca teve
instituído o Conselho Nacional de Ética e Disciplina”, posto que no mandato anterior
do Segundo Arguente, o referido conselho não só foi instituído como atuou
regularmente, conforme documentos anexos (Doc.8). Terceiro, porque não passa
de uma ilação, absolutamente infundada e leviana, a afirmação de que o Conselho
Nacional de Ética e Disciplina não teria sido instituído com o objetivo de “assegurar a
intangibilidade dos membros do Diretório Nacional”. Quarto, porque não há
nenhuma decisão condenatória, transitada em julgado, que possibilite afirmar que
tenha havido qualquer irregularidade praticada por EURÍPEDES GOMES DE
MACEDO JÚNIOR, ora Segundo Arguente.
Tanto que o Arguido teve que fundamentar seu voto, em matérias
jornalísticas lançadas em desfavor dos Arguentes, conforme trecho do voto
transcrito a seguir:

49. Em 16/1/2022 o jornal O Estado de S. Paulo, na página A6 do caderno Política,


publicou matéria de Katia Bembatti e Gustavo Queiroz intitulada “Fundo Partidário
bancou itens de luxo, avião e reforma em imóvel de dirigente”.
50. O texto informa que as “contas de 20 partidos foram desaprovadas pelo Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) e 13 passaram por aprovação com ressalvas”.
51. Na ordem das contas reprovadas do exercício de 2015, o PROS ocupa o primeiro
lugar, com R$ 10.714.595,94 de irregularidades em números absolutos. Em números
relativos é o segundo partido com mais irregularidades, que comprometeram 48,39%
do valor recebido do Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos
(Fundo Partidário).
52. Esse valor, corrigido pela tabela prática deste Tribunal de Justiça, até a
elaboração deste voto, apenas com a correção monetária a partir de 1º/1/2016, soma
R$ 14.631.859,18. Na liquidação a correção não será linear, mas a partir de cada
evento/desembolso, o que, seguramente, elevará o valor. Apenas para a
aproximação, se a data-base da correção for antecipada para 1º/1/2015, o valor
corrigido totalizará R$ 16.281.771,84.
53. Esses fatos não são novos. Ainda que o julgamento pelo TSE seja posterior à
propositura das ações, todos eles foram amplamente debatidos nos autos. A
malversação de recursos públicos pelos dirigentes do PROS, sob a presidência de
Eurípedes Gomes de Macedo Júnior, é tema amplamente analisado no relatório final
do Processo Administrativo 001/2019. A reprovação das contas do exercício de 2015,
pelo TSE, consta, expressamente, das razões da apelação (ID 30781044, Pág. 1-29)
e não houve, sobre esse capítulo, nenhuma abordagem nas contrarrazões.
54. A parcela do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) destinada
ao PROS para as eleições municipais de 2020 foi de R$ 37.187.846,96. Esses
números permitem compreender com objetividade aritmética a dimensão dos
interesses envoltos nestes dois processos. Ainda não há números da parcela que o
PROS receberá do Fundo de Campanha de 2022, que, no total, ultrapassa 5 (cinco)
bilhões de reais a serem rateados entre os partidos.
55. Transcrevo excerto da reportagem de O Estado de S. Paulo, que é pública e
relata fatos repetidamente noticiados nos autos:
“Aeronave. A lista das legendas que mais gastaram valores do Fundo Partidário de
forma irregular é encabeçada pelo PROS, com R$ 10,7 milhões considerados como
despesas irregulares. Do total, chama a atenção o investimento do R$ 3,1 milhões
que o partido fez na compra de aeronaves. Segundo a Justiça Eleitoral, 60% dos

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deslocamentos ocorreram entre as cidades de Formosa e Goiânia, ambas em Goiás.
Além de Formosa fazer parte do reduto eleitoral do então presidente do partido,
Eurípedes Júnior, os dois municípios estão a apenas 280 quilômetros de distância.
Os gatos com manutenção e combustível passaram de R$ 140 mil.
Como mostrou o Estadão, a compra de um helicóptero R66-Turbine foi o motivo da
destituição de Eurípedes da presidência da sigla em 2020. Na ocasião, também foi
revelada a compra de um avião. O TSE identificou uma terceira aeronave nas contas
do PROS, um avião EMB 810D Sêneca III, da Embraer. O TSE afirmou que é preciso
coibir “práticas recorrentes quanto à atuação de líderes partidários que agem como
‘donos’ das agremiações, em perfeita confusão entre seus interesses e fins
partidários.” Procurado, o partido não respondeu à reportagem.”
56. A reportagem credita, ainda, ao TSE, a seguinte afirmação: “Recursos públicos
estão sendo utilizados ao amparo de causas individuais e personalíssimas, de
evidente afronta aos princípios da administração pública”.
57. A prestação de contas do PROS, relativas ao exercício e 2015 e referida na
reportagem de O Estado de S. Paulo, foi julgada pelo Tribunal Superior Eleitoral em
13/5/2021, com acórdão relatado pelo Ministro Alexandre de Moraes: (...)
58. Em resumo, o TSE reprovou as contas do Partido Republicano da Ordem Social
(PROS) Nacional. Por consequência, suspendeu novas cotas do fundo partidário em
6 meses, calculadas com base na média mensal dos repasses no ano de 2015, a ser
cumprida de forma parcelada em 12 vezes; determinou o recolhimento ao erário de
R$ 10.714.595,94 (somatório das despesas não comprovadas com os valores
utilizados para aquisição de três imóveis), atualizados e com recursos próprios, com
acréscimo de 2,5% relativos ao valor não aplicado para a participação política das
mulheres, no total de R$ 1.098.423,86, a serem corrigidos monetariamente. Há
embargos de declaração opostos ao acórdão, já respondidos pela Procuradoria-Geral
Eleitoral, que pugna pela sua manutenção.
59. A revista Veja (Edição 2774, ano 55, nº 4, de 2 fev. 2022), em matéria de capa
intitulada “A política do luxo. Levantamento inédito mostra como o dinheiro do
contribuinte é usado para custear gastos extravagantes dos partidos e propiciar uma
série de mordomias aos seus dirigentes” segue o mesmo caminho.
60. Em reportagem de Bruno Ribeiro e Leonardo Lellis (Pág. 24-29) Veja informa que
o presidente do PROS, Eurípedes Júnior recebeu, em 2021, R$ 340.449,00 a título de
salário, pago com recursos oriundos do Fundo Partidário.
61. Ainda segundo a revista, “das despesas dos diretórios nacionais das siglas, em
2021, a partir de informações fornecidas por elas próprias ao Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), parte significativa desses gastos, que totalizaram quase 1 bilhão de
reais no ano passado, vem sendo usada para permitir que os políticos desfrutem de
voo de jatinho, transporte por carrões e uso de mansões. Ironia das ironias, eles
ainda garantem a contratação de alguns dos melhores advogados da praça para
defendê-los de acusações por corrupção – ou seja, o dinheiro público serve para
livrar da Justiça os acusados de roubar dinheiro público”.
62. Esses fatos são, como anotado, públicos e notórios, e constam, na essência, dos
autos, sendo, inclusive, objeto da representação feita contra a direção do PROS, que
resultou no Processo Administrativo 001/2019, no qual estavam os fundamentos para
o afastamento e a posterior substituição dos seus dirigentes.

Em outra oportunidade, o Arguido, apesar de reconhecer a


impertinência do comentário, aproveita a prolação do voto para tecer críticas ao
PROS, até então presidido pelo Segundo Arguente, consignando que este
seria o “resultado das distorções partidárias instaladas no Brasil”, por receber

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recursos públicos ao invés de contribuições de seus filiados; e ainda pagar
salários aos seus dirigentes:

63. O PROS é, em resumo, o resultado das distorções partidárias instaladas no


Brasil e sobrevive com recursos públicos, basicamente do Fundo Partidário.
Em vez de receber contribuições dos seus filiados, especialmente dos seus
dirigentes, como convém a uma associação, paga salários a eles. Não é o único.
Mas está em discussão, nestes dois processos, o PROS e não o sistema partidário
brasileiro. [grifo e negrito não original]

Mais adiante em seu voto, o Arguido mais uma vez consigna uma
opinião pessoal completamente alheia à matéria jurídica discutida nos autos,
de que os “partidos não podem, no Brasil, ter donos nem se afastar, na sua
administração interna, dos valores, compromissos e deveres do Estado de
Direito” (dando a entender que o PROS teria dono, e que teria se afastado dos
valores, compromissos e deveres do Estado de Direito), conforme trecho do
voto a seguir transcrito:

85. Os partidos não podem, em um “Estado de Partidos”, ter donos. Elemento


essencial à República e à Democracia – sem desconhecer a existência de partidos
em outros regimes – os partidos não podem, no Brasil, ter donos nem se afastar,
na sua administração interna, dos valores, compromissos e deveres do Estado
de Direito. [grifo e negrito não original]

Neste contexto, o Arguido em seu voto, em uma segunda


oportunidade, aproveita para ressaltar que desde a fundação do PROS,
EURÍPEDES GOMES DE MACEDO JÚNIOR, ora Segundo Arguente, é o seu
único Presidente, mencionando ainda que uma de suas filhas seria a Vice-
Presidente (demonstrando um esforço implícito de justificar a destituição do
Segundo Arguente, em razão de ter sido o único presidente deste a sua
fundação), conforme trecho do voto transcrito abaixo:

90. Eurípedes Gomes de Macedo Júnior é, desde a fundação do PROS, o seu


único presidente; a última eleição do Diretório Nacional ocorreu em 3/11/2017,
incluindo sua filha Jhennifer Hannah Lima de Macedo como vice-presidente.
[grifo e negrito não original]

Em seguida, o Arguido, na fundamentação do voto em questão, afirma


que o PROS não teria instalado o Conselho de Ética e Disciplina Nacional, que
seria de responsabilidade de EURÍPEDES GOMES DE MACEDO JÚNIOR, ora
Segundo Arguente, e que por isso não poderia se beneficiar da própria
omissão (mais uma vez buscando justificar a sua destituição):

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101. O PROS não instalou o Conselho de Ética e Disciplina Nacional, que era de
responsabilidade de Eurípedes Gomes de Macedo Júnior. Sua omissão não pode
beneficiá-lo, cabendo invocar o conhecido brocardo latino Nemo auditur propriam
turpitudinem allegans.
102. Em qualquer esfera das relações jurídicas, ninguém pode se beneficiar da
própria torpeza. A omissão proposital de não instalar o Conselho de Ética e
Disciplina Nacional não pode beneficiar aquele que tinha a obrigação de
instituí-lo. Isso consta expressamente da representação feita por Leôncio Bernardo
de Amorim, conforme Parecer Prévio emitido pelo relator do Processo Administrativo
nº 001/2019 (ID 30780693, Pág. 40-41). [grifo e negrito não original]

O Arguido, no voto em questão, chega ao ponto de afirmar que o


Conselho de Ética e Disciplina Nacional seria o “juiz natural das causas contra
os dirigentes do Partido”, e que sua inexistência “sempre atendeu a interesses
desses mesmos dirigentes”, por não se ter precedente interno de qualquer
investigação a respeito das “inúmeras – antigas e novas – denúncias contra
Eurípedes Gomes de Macedo Júnior”, ora Segundo Arguente (querendo levar a
crer que o Partido teria a obrigação de investigar o Segundo Arguente, a
respeito de fatos, que o Arguido sequer sabe se são verídicas):

106. A inexistência do Conselho de Ética e Disciplina Nacional, o juiz natural


das causas contra os dirigentes do Partido, viola o Estatuto, mas sempre
atendeu a interesses desses mesmos dirigentes. Com inúmeras – antigas e
novas – denúncias contra Eurípedes Gomes de Macedo Júnior, não há
precedente interno de qualquer investigação das condutas a ele atribuídas, nem
daquelas imputadas aos demais dirigentes nacionais do PROS. [grifo e negrito
não original]

Sobre a questão, cumpre ressaltar que mais uma vez sem razão as
afirmações do Arguido. Primeiro, porque a instalação do Conselho de Ética e
Disciplina Nacional não é responsabilidade do Presidente Nacional, mas sim da
Convenção Nacional que deve eleger os seus membros, nos termos do artigo 57, do
Estatuto do PROS. Segundo, porque o Conselho de Ética e Disciplina Nacional não
é o “juiz natural das causas contra os dirigentes do Partido”, mas sim o Diretório
Nacional, nos termos dos artigos 38, inciso IV, e 32, inciso VII, do Estatuto do
PROS. Terceiro, porque os Arguentes em momento algum defenderam a
inexistência do Conselho de Ética e Disciplina Nacional, como causa de nulidade do
ato que teria destituído o Segundo Arguente, da Presidência Nacional do PROS.
Mais adiante, o Arguido, em seu voto, ao enfrentar um dos
fundamentos da sentença recorrida – de que não haveria previsão legal ou
estatutária para que o Secretário de Comunicação da Executiva Nacional
instaurasse um processo disciplinar contra o Presidente – o rebateu, não com as
disposições estatutárias, mas tão somente com perguntas retóricas
(impregnadas de certa indignação), conforme trecho do voto transcrito a seguir:

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108. A sentença, de forma preliminar, afirma que Marcus Vinícius Chaves Holanda
não poderia, como sétimo dirigente do Partido, mesmo sendo os seis anteriores
representados, atuar como presidente ad hoc e designar relator para o Processo
Administrativo 001/2019. Indago: – Quem poderia? – Havia alguém no Diretório
Nacional do PROS habilitado e disposto a dar prosseguimento à
representação? Qual desses membros requereu admissão como assistente
nestes dois processos para comprovar que estava livre e desimpedido para
tanto? Das notícias anteriores de irregularidades, representações,
investigações criminais etc., contra Eurípedes Gomes de Macedo Júnior, algum
dirigente do Partido tomou qualquer iniciativa contra ele, internamente? Após
anularem o Processo Administrativo nº 001/2019, em 12/01/2019, foi tomada
alguma medida contra aqueles que foram condenados um dia antes, quando foi
aprovado o relatório final do Processo Administrativo 001/2019? Os atos foram
renovados? A resposta é, inevitavelmente, para todas essas questões, não!
Como a premonição de Flannery O’Connor (1925–1964), “O final de uma história
deve ser, ao mesmo tempo, surpreendente e inevitável”. Não se poderia esperar algo
diferente. Não houve, como registrado, pedido de assistência de nenhum dos
alegadamente livres e desimpedidos para conduzir as providências adotadas
por Marcus Vinícius Chaves Holanda contra Eurípedes Gomes de Macedo
Júnior e outros dirigentes do Partido (CPC, arts. 119 a 123). [grifo e negrito não
original]

Por fim, o Arguido, em seu voto, chegou ao ponto de assumir a defesa


explícita de MARCUS VINÍCIUS CHAVES DE HOLANDA (parte ex adverso aos
Arguentes), afirmando que ele só teria sido expulso sumariamente do PROS,
em razão de ter tomado “as medidas já mencionadas e designou a reunião
impugnada”; o que seria uma “tentativa de impedir a realização da reunião que
destituiu os seis dirigentes nacionais do Partido”; e que “não se poderia
esperar algo diferente” de EURIPEDES GOMES DE MACEDO JUNIOR, ora
Segundo Arguente, e do Diretório Nacional que presidia, conforme trecho a
seguir transcrito:

111. Também não foi alegado contra Marcus Vinícius Chaves Holanda suspeição ou
impedimento. Ao contrário, ele só foi expulso sumariamente do PROS, em
9/1/2020, sem qualquer direito de defesa, porque tomou as medidas já
mencionadas e designou a reunião impugnada, de 11/1/2020. A expulsão foi
uma tentativa de impedir a realização da reunião que destituiu os seis
dirigentes nacionais do Partido, dentre outras providências adotadas. Mais uma
vez a clarividência de Flannery O’Connor. Essa postura de Eurípides Júnior e do
Diretório Nacional que presidia, se foi surpreendente, era inevitável. Não se
poderia esperar algo diferente. [grifo e negrito não original]

Da análise dos excertos do voto proferido pelo Arguido (ID. n.º


3305979 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 33305690 - processo n.º 0736397-
47), resta inequívoco o seu esforço argumentativo para justificar a destituição
de EURIPEDES GOMES DE MACEDO JUNIOR, ora Segundo Arguente, do cargo
de Presidente Nacional do PROS, afastando-se da análise de legalidade dos
atos controvertidos, para imiscuir-se na defesa da motivação e do mérito dos
atos praticados pela parte ex adverso.

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O Arguido só faltou consignar que o Segundo Arguente, de fato
merecia ser destituído, e que a parte ex adverso acertou em promover tal
destituição.
Assim, ante o exposto, resta demonstrada a parcialidade do
Arguido, em razão de ter proferido voto, desfavorável aos Arguentes,
impregnado de subjetivismo e pessoalidade, revelando pré-julgamento
negativo e verdadeira defesa do mérito dos atos praticados pela parte ex
adverso.

1.2.6 Da suspeição do Arguido evidenciada pelo ato de ter proferido voto,


desfavorável aos Arguentes, com decisão extra petita em favor da parte ex
adverso, ao declarar que MARCUS VINÍCIUS CHAVES DE HOLANDA é o
presidente do Diretório Nacional do PROS; afastar a expulsão de EDMILSON
SANTANA DA BOA MORTE e MARCUS VINÍCIUS CHAVES DE HOLANDA; e
declarar a nulidade de todos os atos praticados pelo Diretório Nacional PROS,
sob a presidência de EURÍPEDES GOMES DE MACEDO JÚNIOR, ora Segundo
Arguente, e/ou seus suplentes/substitutos regimentais, a partir da sessão de
votação do recurso:

No julgamento dos processos n.º 0704028-97.2020.8.07.0001 e


0736397-47.2020.8.07.0001, o Relator, ora Arguido, demonstrou conduta parcial, ao
proferir voto (ID. n.º 3305979 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 33305690 -
processo n.º 0736397-47), desfavorável aos Arguentes, com decisão extra petita em
favor da parte ex adverso, ao declarar que MARCUS VINÍCIUS CHAVES DE
HOLANDA é o presidente do Diretório Nacional do PROS; afastar a expulsão de
EDMILSON SANTANA DA BOA MORTE (parte ex adverso aos Arguentes) e
MARCUS VINÍCIUS CHAVES DE HOLANDA (parte ex adverso aos Arguentes); e
declarar a nulidade de todos os atos praticados pelo Diretório Nacional PROS, sob a
presidência de EURÍPEDES GOMES DE MACEDO JÚNIOR (ora Segundo
Arguente) e/ou seus suplentes/substitutos regimentais, a partir da sessão de votação
do recurso.
O voto supracitado foi proferido também nos autos de Ação
Declaratória de Validade de Convenção com Pedido de Tutela Provisória (Processo
n.º 0736397-47.2020.8.07.0001), ilegitimamente proposta em nome do DIRETÓRIO
NACIONAL DO PARTIDO REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL (PROS),
representado pela pessoa de MARCUS VINICIUS CHAVES DE HOLANDA (parte ex
adverso aos Arguentes); em desfavor de EURÍPEDES GOMES DE MACEDO
JÚNIOR, ora Segundo Arguente; conforme consta da exordial (ID. n.º 76267321).
Na referida exordial, o Autor pleiteia que seja declarada a validade dos
atos da Convenção Nacional e da reunião do Diretório Nacional, registrados sob o
n.º 1599881, em 13.08.2020, no Cartório de 1º Protesto, Registro de Títulos e
Documentos e Pessoas Jurídicas de Goiânia/GO. E deste modo que seja
determinado ao Requerido, ora Segundo Arguente, que: a) forneça as senhas de
acesso ao Sistema de Gerenciamento de Informações Partidárias (SGIP); b)

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forneça as senhas de acesso ao Sistema de Filiação Partidária (Filia); c) forneça as
senhas de acesso ao sítio eletrônico, Facebook e Instagram, oficiais do partido; d)
proceda a entrega de chaves de três imóveis de propriedade do PROS, em
Goiânia/GO, Planaltina/GO e em Brasília/DF; e) proceda a entrega de chaves do
Helicóptero (Robinson Helicóptero), ano 2013, Modelo R66, número de série HMNT,
Prefixo PP-CHF; e f) proceda a entrega de chaves de 10 (dez) automóveis do
partido que estariam em poder do requerido, de parentes e amigos.
A apelação (ID. n.º 108254534), que levou ao julgamento que resultou
no Acórdão conduzido pelo voto em questão, requereu o que segue reproduzido
abaixo:

Deste modo, conforme se pode notar, o julgamento decidiu o que


não pedido pela parte ex adverso aos Arguentes, seja na exordial, seja na
apelação, posto que não consta das razões de pedir ou dos pedidos: a) que
fosse declarado que MARCUS VINÍCIUS CHAVES DE HOLANDA (parte ex adverso
aos Arguentes) é o presidente do Diretório Nacional do Partido Republicano da
Ordem Social – PROS; b) que fosse afastado “por nulidade absoluta (violação aos
princípios do contraditório e do direito de ampla defesa) todas as consequências
invocadas” da decisão que expulsou EDMILSON SANTANA DA BOA MORTE (parte
ex adverso aos Arguentes) e MARCUS VINÍCIUS CHAVES DE HOLANDA (parte ex
adverso aos Arguentes); c) que fosse declarado a nulidade de todos os atos
praticados pelo Diretório Nacional do Partido Republicano da Ordem Social – PROS,
sob a presidência de Eurípedes Gomes de Macedo Júnior e/ou seus
suplentes/substitutos regimentais, a partir da sessão de votação destes recursos.
De igual sorte, não houve pedido de cumprimento provisório do
Acórdão, o que caracteriza mais uma vez decisão extra petita, ao determinar
que fossem oficiados o Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ministro

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Edson Fachin; o Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-
DF), Desembargador Humberto Adjuto Ulhôa; o Presidente do Senado Federal,
Senador Rodrigo Pacheco; e o Presidente da Câmara dos Deputados, Deputado
Arthur Lira.
Neste sentido, denota-se do exposto que o esforço do Arguido em
atender as pretensões da parte ex adverso aos Arguentes foi tão forte, que se
concedeu até mesmo o que não foi pedido.
Assim, ante o exposto, resta demonstrada a parcialidade do
Arguido, em razão de ter proferido voto com decisão extra petita, concedendo
às partes adversárias aos Arguentes até mesmo o que não foi pedido.

1.2.7 Da suspeição do Arguido evidenciada pelo ato de ter proferido voto,


desfavorável aos Arguentes, em supressão de instância em favor da parte ex
adverso, ao afastar ato que se encontra sob a jurisdição do Juízo da 21ª Vara
Cível de Brasília/DF, nos autos do processo n.º 0734726-52.2021.8.07.0001:

No julgamento dos processos n.º 0704028-97.2020.8.07.0001 e


0736397-47.2020.8.07.0001, o Relator, ora Arguido, demonstrou conduta parcial, ao
proferir voto (ID. n.º 3305979 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 33305690 -
processo n.º 0736397-47), desfavorável aos Arguentes, em supressão de instância
em favor da parte ex adverso, ao afastar a validade de ato que se encontra sob a
jurisdição do Juízo da 21ª Vara Cível de Brasília/DF, nos autos do processo n.º
0734726-52.2021.8.07.0001.
O referido voto afastou “por nulidade absoluta (violação aos princípios
do contraditório e do direito de ampla defesa) todas as consequências invocadas” da
decisão partidária que expulsou EDMILSON SANTANA DA BOA MORTE (parte ex
adverso aos Arguentes) e MARCUS VINÍCIUS CHAVES DE HOLANDA (parte ex
adverso aos Arguentes), conforme trecho a seguir transcrito:

(...) 128. Na inicial, o apelado narrou que houve reunião da Comissão Executiva
Nacional do Partido em 9/1/2020. A convocação foi realizada por Eurípedes Gomes
de Macedo Júnior e tinha por objeto a representação formulada em 3/1/2020 por
Reginaldo Vale Tavares em desfavor de Marcus Vinicius Chaves de Holanda (ID nº
30780570, Pág. 1-7) e de Edmilson Santana da Boa Morte (ID nº 30780571, Pág. 1-
13).
129. Na reunião, em que Eurípedes Gomes de Macedo Júnior nomeou uma comissão
disciplinar ad hoc, foi declarada a perda automática do mandato de Edmilson Santana
da Boa Morte e de Marcus Vinícius Chaves de Holanda das funções de Secretário do
Multiculturalismo e Igualdade Racial e Secretário de Comunicação, diante do número
de faltas injustificadas em reuniões durante o ano, nos termos do art. 37, parágrafo
único do Estatuto do Partido (ID nº 30789579, Pág. 1-6).
130. Alega-se nos autos que Marcus Vinícius Chaves de Holanda não era sequer
filiado ao PROS e não poderia ser nomeado seu presidente tampouco integrar o
quórum de deliberação. Ocorre que ambos, Edmilson Santana da Boa Morte e
Marcus Vinícius Chaves de Holanda, foram expulsos do Partido nessa reunião.

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Os documentos apresentados pelo apelante não comprovam sequer que tenham sido
notificados da reunião e das acusações feitas (ID nº 30780572; 30780573; 30780575;
30780576; 30780577; 30780578; 30780579). Afasto, por nulidade absoluta
(violação aos princípios do contraditório e do direito de ampla defesa) todas as
consequências invocadas dessa decisão. (...) [grifo e negrito não original]

Entretanto, a referida decisão, além de ser extra petita, também


incorreu em flagrante supressão de instância, posto que a questão
controvertida se encontra sob a jurisdição do Juízo da 21ª Vara Cível, em razão
da Ação Anulatória de Ato Jurídico n.º 0734726-52.2021.8.07.0001.
Não é admissível que o Arguido declare de ofício a nulidade de ato
partidário que está sendo discutido em ação própria ainda em trâmite no
primeiro grau de jurisdição.
Deste modo, denota-se do exposto que o esforço do Arguido em
atender as pretensões da parte ex adverso aos Arguentes foi tanto, que se
chegou ao ponto de suprimir instâncias, sem que sequer tenha sido requerido
pelas partes interessadas.
Assim, ante o exposto, resta demonstrada a parcialidade do
Arguido, em razão de ter proferido voto incorrendo em flagrante supressão de
instância, por afastar ato que se encontra sob a jurisdição do Juízo da 21ª Vara
Cível de Brasília/DF, nos autos do processo n.º 0734726-52.2021.8.07.0001.

1.2.8 Da suspeição do Arguido evidenciada pelo ato de ter dado, de ofício,


sem qualquer requerimento da parte interessada, cumprimento imediato ao
próprio julgado, em favor da parte ex adverso aos Arguentes:

Na condução dos processos n.º 0704028-97.2020.8.07.0001 e


0736397-47.2020.8.07.0001, o Relator, ora Arguido, demonstrou conduta parcial, ao
promover de ofício, sem qualquer requerimento da parte interessada, cumprimento
imediato ao próprio julgado (IDs. n.º 33334213/33381472 - processo n.º 0704028-97
/ IDs. n.º 33324795/33326578 - processo n.º 0736397-47).
Neste sentido, foram oficiados o Presidente do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), Ministro Edson Fachin; o Presidente do Tribunal Regional Eleitoral
do Distrito Federal (TRE-DF), Desembargador Humberto Adjuto Ulhôa; o Presidente
do Senado Federal, Senador Rodrigo Pacheco; e o Presidente da Câmara dos
Deputados, Deputado Arthur Lira.
Em razão do ofício encaminhado ao Presidente do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), Ministro Edson Fachin, foi instaurado o Processo Administrativo n.º
SEI 2461-4.2022, no qual a Seção de Gerenciamento de Dados Partidários (SEDAP)
procedeu a alteração do Presidente Nacional do PROS.
A referida alteração se deu pela inativação de EURÍPEDES GOMES
DE MACEDO JÚNIOR, ora Segundo Arguente, para o exercício do cargo de
Presidente Nacional do PROS, a partir do dia 08.03.2022; para a anotação de

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Número do documento: 22071022151520000000035985809


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MARCUS VINICUS CHAVES DE HOLANDA (parte ex adverso aos Arguentes),
como Presidente Nacional.
Entretanto, o cumprimento de ofício do Acórdão, pelo próprio
relator dos recursos de apelação, ora Arguido, além de configurar decisão
extra petita, vez que não houve requerimento da parte interessada, representa
ainda invasão da competência do juízo que processou a causa no primeiro
grau de jurisdição.
O Código de Processo Civil, em seu artigo 522, estabelece que
cumprimento provisório da sentença será requerido por petição dirigida ao
juízo competente; que segundo o artigo 516, inciso II, é o Juízo que decidiu a
causa no primeiro grau de jurisdição.
Deste modo, resta claro que o cumprimento provisório do julgado
em questão demandaria requerimento próprio da parte interessada,
devidamente endereçado para o Juízo da 21ª Vara Cível da Comarca de
Brasília/DF, que foi o Juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição,
não sendo admissível que o Relator do recurso de apelação o faça de ofício.
Mesmo assim, o Arguido, de ofício, sem qualquer requerimento da
parte interessada, imediatamente deu cumprimento ao julgado, para colocar a
parte ex adverso aos Arguentes, no cargo de Presidente Nacional do PROS.
Assim, ante o exposto, resta demonstrada a parcialidade do
Arguido, em razão de ter dado, de ofício, sem qualquer requerimento da parte
interessada, cumprimento imediato ao próprio julgado, em favor da parte ex
adverso aos Arguentes.

1.2.9 Da suspeição do Arguido evidenciada pelo ato de ter proferido decisão


acatando pedido da parte ex adverso aos Arguentes, para realização de
diligência que extrapola os limites do que foi decidido no Acórdão, ao
determinar ao Cartório do 1º Ofício de Registro Civil, Casamentos, Pessoas
Jurídicas, Títulos e Documentos de Brasília/DF, que registre as atas do dia
09.07.2020, assim como os atos posteriores do Partido:

Na condução dos processos n.º 0704028-97.2020.8.07.0001 e


0736397-47.2020.8.07.0001, o Relator, ora Arguido, demonstrou conduta parcial, ao
proferir decisão no dia 17.03.2022, acatando pedido da parte ex adverso aos
Arguentes, para realização de diligência que extrapola os limites do que foi decidido
no Acórdão, ao determinar ao Cartório do 1º Ofício de Registro Civil, Casamentos,
Pessoas Jurídicas, Títulos e Documentos de Brasília/DF, que registre as atas do dia
09.07.2020, assim como os atos posteriores do Partido (ID. n.º 33580719 - processo
n.º 0704028-97 / ID. n.º 33580718 - processo n.º 0736397-47).
Mesmo após o encerramento de sua jurisdição, em função do
julgamento dos recursos de apelação, o Relator, ora Arguido, passou a decidir nos
autos questões afetas ao cumprimento provisório do Acórdão proferido pela 8ª
Turma Cível do TJDFT.

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Neste sentido, no dia 16.03.2022, a parte ex adverso aos
Arguentes, mesmo com a efetivação da alteração do Presidente Nacional do
PROS, requereu ao Eminente Relator, que fossem expedidos outros ofícios (ID.
n.º 33558633 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 33558625 - processo n.º
0736397-47), inclusive para órgão que sequer foi mencionado no Acórdão,
como é o caso do Cartório do 1º Ofício de Registro Civil, Casamentos, Pessoas
Jurídicas, Títulos e Documentos de Brasília/DF. E neste sentido requereu a
expedição de ofício ao: a) Tribunal Superior Eleitoral, para encaminhar, além do
Acórdão já enviado, “cópia das atas de 9 de julho de 2020 da Convenção Nacional
que elegeu o Diretório Nacional, bem como da reunião do Diretório Nacional que
elegeu a Comissão Executiva Nacional, constante no ID 31369592, nos autos do
processo n° 0736397-47.2020.8.07.0001, a fim de que a) registre todos os membros
do Diretório Nacional e da Comissão Executiva Nacional delas constantes; e b)
considere como nulo todo e qualquer pedido dirigido ao Tribunal pelo Partido
Republicano da Ordem Social, representado por Eurípides Gomes de Macedo
Júnior, após 8 de março de 2022, às 13h55, até o trânsito em julgado do processo
ou posterior decisão”; e, b) Cartório do 1º Ofício de Registro Civil, Casamentos,
Pessoas Jurídicas, Títulos e Documentos de Brasília/DF, para que sejam registradas
as atas da Convenção Nacional que elegeu o Diretório Nacional, bem como da
reunião do Diretório Nacional que elegeu a Comissão Executiva Nacional, do Partido
Republicano da Ordem Social – PROS, ambas de 9 de julho de 2020, assim como
os atos posteriores do Partido, representado por Marcus Vinícius Chaves de
Holanda”.
No dia 17.03.2022, o referido requerimento foi prontamente deferido
(ID. n.º 33580719 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 33580718 - processo n.º
0736397-47), pelo Eminente Relator, ora Arguido, determinando a expedição de
novo ofício ao Tribunal Superior Eleitoral com as cópias das atas a fim de viabilizar a
conclusão do registro de todos os membros do Diretório Nacional e da respectiva
Comissão Executiva Nacional; e ainda determinando a expedição de ofício ao
Cartório do 1º Ofício de Registro Civil, Casamentos, Pessoas Jurídicas, Títulos
e Documentos de Brasília/DF, para que “registre as atas da Convenção
Nacional que elegeu o Diretório Nacional, bem como a ata da reunião do
Diretório Nacional que elegeu a Comissão Executiva Nacional, do Partido
Republicano da Ordem Social – PROS, ambas de 9 de julho de 2020, assim
como os atos posteriores do Partido, representado por Marcus Vinícius
Chaves de Holanda, declarado presidente do Diretório Nacional do Partido
Republicano da Ordem Social – PROS”.
Acontece que durante toda a tramitação do processo n.º 0736397-
47.2020.8.07.0001, desde a exordial até o recurso de apelação, a parte ex
adverso aos Arguentes, a todo tempo defendeu a desnecessidade de registro
das atas do dia 09.07.2020, no Cartório do 1º Ofício de Registro Civil,
Casamentos, Pessoas Jurídicas, Títulos e Documentos de Brasília/DF,
alegando já estarem registradas no Cartório de 1º Protesto, Registro de Títulos
e Documentos e Pessoas Jurídicas de Goiânia/GO.

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O referido registro no Cartório de Goiânia/GO foi defendido pela parte
ex adverso aos Arguentes, na própria petição inicial da ação em questão, conforme
trecho reproduzido abaixo:

(Processo n.º 0736397-47.2020.8.07.0001, ID. n.º 76267321, fl. 12)

E reiterada pela parte ex adverso aos Arguentes, na réplica


apresentada em face da contestação que questionou o registro em Cartório de
Goiânia/GO:

(Processo n.º 0736397-47.2020.8.07.0001, ID. n.º 85526785, fl. 28)

Em toda a tramitação da ação ora em debate, em momento algum


foi defendido pela parte ex adverso aos Arguentes, a necessidade de
determinação judicial para a averbação das atas, em razão de ter havido
indeferimento de algum requerimento de registro no Cartório do 1º Ofício de
Registro Civil, Casamentos, Pessoas Jurídicas, Títulos e Documentos de
Brasília/DF.

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Número do documento: 22071022151520000000035985809


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Ao contrário, o que se teve a todo o momento, foi a defesa de que
o registro feito no Cartório de Goiânia/GO, bastaria para a validade dos atos
em questão.
Ademais, o Acórdão em questão determinou apenas que fossem
oficiados o Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ministro Edson
Fachin; o Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-
DF), Desembargador Humberto Adjuto Ulhôa; o Presidente do Senado Federal,
Senador Rodrigo Pacheco; e o Presidente da Câmara dos Deputados,
Deputado Arthur Lira.
Ou seja, o Acórdão em questão NÃO DETERMINOU, em momento
algum, a expedição de ofício para determinar ao Cartório do 1º Ofício de
Registro Civil, Casamentos, Pessoas Jurídicas, Títulos e Documentos de
Brasília/DF, que registre as atas do dia 09.07.2020, assim como os atos
posteriores do Partido:

Inclusive, cumpre destacar, que decorreu para o PARTIDO


REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL, representado por MARCUS VINIUCIUS
CHAVES DE HOLANDA, parte ex adverso, o prazo de recurso para embargos de
declaração a fim de impor qualquer alteração ao Acórdão em questão:

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Deste modo, não resta dúvida, que a determinação de expedição
de ofício para o Cartório do 1º Ofício de Registro Civil, Casamentos, Pessoas
Jurídicas, Títulos e Documentos de Brasília/DF, EXTRAPOLOU
COMPLETAMENTE os limites propostos pelas partes, bem como os limites do
que restou decidido pelo Acórdão da 8ª Turma Cível do TJDFT.
Fica claro, portanto, que não há limites para a disposição do
Arguido em atender as pretensões da parte ex adverso aos Arguentes.
Assim, ante o exposto, resta demonstrada a parcialidade do
Arguido, em razão de ter proferido decisão acatando pedido da parte ex
adverso aos Arguentes, para realização de diligência que extrapola os limites
do que foi decidido no Acórdão, ao determinar ao Cartório do 1º Ofício de
Registro Civil, Casamentos, Pessoas Jurídicas, Títulos e Documentos de
Brasília/DF, que registre as atas do dia 09.07.2020, assim como os atos
posteriores do Partido.

1.2.10 Da suspeição do Arguido evidenciada pelo ato de ter ignorado o pedido


de tutela provisória de urgência para concessão de efeito suspensivo aos
embargos de declaração opostos pelos Arguentes em 18.03.2022:

Na condução dos processos n.º 0704028-97.2020.8.07.0001 e


0736397-47.2020.8.07.0001, o Relator, ora Arguido, demonstrou conduta parcial, ao
ignorar o pedido de tutela provisória de urgência para concessão de efeito
suspensivo aos embargos de declaração opostos pelos Arguentes em 18.03.2022
(ID. n.º 33580719 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 33580718 - processo n.º
0736397-47).

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No dia 18.03.2022, o Segundo Arguente irresignado com o
Acórdão proferido pela 8ª Turma Cível do Distrito Federal e Territórios (ID. n.º
33305979 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 33305690 - processo n.º 0736397-
47), opôs Embargos de Declaração com pedido de Efeitos Infringentes, bem
como pedido liminar de tutela cautelar de urgência para concessão de efeito
suspensivo (ID. n.º 33659528 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 33658848 -
processo n.º 0736397-47), alegando: a) a nulidade do julgado em razão de conter
decisões extra petita; b) a nulidade do julgado em razão de ter incorrido em
supressão de instância; e, c) omissões no julgado.
Entretanto, até a presente data, não foi analisado pelo Arguido, o
pedido liminar formulado pelos Arguentes, nos referidos embargos de
declaração.
Deste modo fica evidente o favorecimento dado pelo Arguido à
parte ex adverso aos Arguentes, na condução dos processos n.º 0704028-
97.2020.8.07.0001 e 0736397-47.2020.8.07.0001.
Se por um lado, em favor das partes contrárias aos Arguentes, o
Arguido dá de ofício, sem qualquer requerimento da parte interessada,
cumprimento imediato ao próprio julgado (IDs. n.º 33334213/33381472 -
processo n.º 0704028-97 / IDs. n.º 33324795/33326578 - processo n.º 0736397-
47); e ainda defere pedido para realização de diligência que extrapola os
limites do que foi decidido no Acórdão, para determinar ao Cartório do 1º
Ofício de Registro Civil, Casamentos, Pessoas Jurídicas, Títulos e Documentos
de Brasília/DF, que registre as atas do dia 09.07.2020, assim como os atos
posteriores do Partido (ID. n.º 33580719 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º
33580718 - processo n.º 0736397-47). Por outro lado, com relação aos pedidos
de tutela provisória de urgência formulados pelos Arguentes, o Arguido
ignorou o pedido liminar de concessão da tutela cautelar de urgência recursal
(ID. n.º 110787936 - processo n.º 0736397-47), formulado pelo Segundo
Arguente em suas contrarrazões apresentadas no dia 07.12.2021, nos autos do
processo n.º 0736397-47.2020.8.07.0001, as quais foram apreciadas apenas no
Acórdão; e continua ignorando solenemente o pedido de tutela provisória de
urgência para concessão de efeito suspensivo aos embargos de declaração
opostos pelos Arguentes em 18.03.2022 (ID. n.º 33580719 - processo n.º
0704028-97 / ID. n.º 33580718 - processo n.º 0736397-47); mesmo após a
reiteração do pedido em 19.04.2022 (ID. n.º 34461025 - processo n.º 0704028-97
/ ID. n.º 34461029 - processo n.º 0736397-47).
Assim, ante o exposto, resta demonstrada a parcialidade do
Arguido, em razão de ter ignorado o pedido de tutela provisória de urgência
para concessão de efeito suspensivo aos embargos de declaração opostos
pelos Arguentes em 18.03.2022.

1.2.11 Da suspeição do Arguido evidenciada pelo ato de ter contestado a


informação trazida aos autos pela Polícia Civil do Estado de Goiás de que o
Hotel Kubistchek Plaza (que seria o local no qual teria se realizado a
Convenção Nacional e Reunião do Diretório Nacional do PROS que teria eleito

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Número do documento: 22071022151520000000035985809


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como Presidente Nacional do PROS a parte ex adverso aos Arguentes)
declarou, por escrito, que no dia 09.07.2020 “não foi realizada nenhuma
reunião ou evento” em suas dependências:

Na condução dos processos n.º 0704028-97.2020.8.07.0001 e


0736397-47.2020.8.07.0001, o Relator, ora Arguido, demonstrou conduta parcial, ao
contestar (ID. n.º 33955301 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 33953317 - processo
n.º 0736397-47), a informação trazida aos autos pela Polícia Civil do Estado de
Goiás de que o Hotel Kubistchek Plaza (que seria o local no qual teria se realizado a
Convenção Nacional e Reunião do Diretório Nacional do PROS que teria eleito como
Presidente Nacional do PROS a parte ex adverso aos Arguentes) declarou, por
escrito, que no dia 09.07.2020 “não foi realizada nenhuma reunião ou evento” em
suas dependências (ID. n.º 33955300, fls.5 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º
33953316, fls.5 - processo n.º 0736397-47).
Conforme já exposto alhures, no dia 29.03.2022, foi colacionado aos
autos o ofício n.º 22409/2022, enviado pela Delegacia do 1º Distrital de Goiânia, da
Polícia Civil do Estado de Goiás (ID. n.º 33955300, fls.1 - processo n.º 0704028-97 /
ID. n.º 33953316, fls.1 - processo n.º 0736397-47), solicitando informações a
respeito do andamento do processo n.º 0736397-47.2020.8.07.0001, bem como
cópia das atas referentes às reuniões realizada no dia 09.07.2020, que se
encontram anexadas ao referido processo.
O ofício esclarece que, na mencionada delegacia, encontra-se em
andamento procedimento de Verificação Preliminar de Informações (VPI) n.º
001/2022, registrada a partir do Registro de Atendimento Integrado (RAI) n.º
23932824, para apurar a conduta, a princípio, do crime de falsidade ideológica,
tendo em vista o teor do ofício n.º 2160/2022 (ID. n.º 33955300, fls.2 - processo n.º
0704028-97 / ID. n.º 33953316, fls.2 - processo n.º 0736397-47) e a sua resposta,
na qual o Hotel Kubistchek Plaza (que é o local no qual teria se realizado a
Convenção Nacional e Reunião do Diretório Nacional do PROS) declara, por
escrito em papel timbrado, que em suas dependências, no dia 09.07.2020, “não
foi realizada nenhuma reunião ou evento” (ID. n.º 33955300, fls.5 - processo n.º
0704028-97 / ID. n.º 33953316, fls.5 - processo n.º 0736397-47).
Em resposta ao Delegado da Polícia Civil do Estado de Goiás (ID.
n.º 33955301 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 33953317 - processo n.º
0736397-47), o Eminente Relator, ora Arguido, informou que a “8ª Turma Cível
deste Tribunal de Justiça (TJDFT) concluiu o julgamento das Apelações nº
0736397-47.2020.8.07.0001 e 0704028-97.2020.8.07.0001 (processos
associados) em 8 de março de 2022 e declarou a validade da Convenção
Nacional do Partido Republicano da Ordem Social (PROS) realizada em 9 de
julho de 2020”, e que consequentemente “declarou a validade das atas
lavradas e determinou o seu registro em Cartório, bem como encaminhou as
duas decisões ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que determinou o seu
cumprimento com a inclusão nos sistemas daquela Corte dos novos dirigentes
do PROS, eleitos na Convenção Nacional validada por este Tribunal de
Justiça”.

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Mesmo diante de uma declaração do hotel afirmando que
nenhuma reunião foi realizada em suas dependências no dia 09.07.2020 (o que
inclui suas galerias), o Eminente Relator, ora Arguido, cuidou de contra
argumentar a afirmação do próprio hotel, manifestando que o “Tribunal já
decidiu os dois recursos e teve ciência de que a Convenção foi realizada nas
salas 164/167, situadas na galeria do Hotel Kubitschek Plaza, onde, consta dos
autos, funcionava o Escritório de Advocacia que patrocinou a ação do PROS,
representado por Marcus Vinícius Chaves de Holanda”, e trata-se de “imóveis
de uso particular, fora da área reservada do Hotel”.
O Arguido justificando a necessidade de se “evitar tumulto processual e
sobreposição de atuação de autoridades públicas”, ainda rogou para que a
Autoridade Policial submetesse o Inquérito Policial ao Ministério Público e ao Poder
Judiciário do Estado de Goiás, com os dois Acórdãos da 8ª Turma Cível e as
informações constantes de sua resposta, para providências cabíveis.
Por fim, a respeito dos documentos solicitados, o Eminente Relator, ora
Arguido, se limitou a informar que os processos eram públicos e estavam à
disposição no sítio eletrônico do TJDFT na rede mundial de computadores.
O que levaria um magistrado a defender de forma tão contundente
a realização do ato praticado pela parte ex adverso aos Arguentes, em um
hotel que nega peremptoriamente a realização de tal ato?
Assim, ante o exposto, resta demonstrada a parcialidade do
Arguido, em razão de ter defendido a realização do ato praticado pela parte ex
adverso aos Arguentes, em um hotel que nega peremptoriamente que tal ato
tenha sido realizado em suas dependências.

1.2.12 Da suspeição do Arguido evidenciada pelo ato de ter ignorado a


reiteração do pedido de tutela provisória de urgência, feita em 19.04.2022, para
concessão de efeito suspensivo aos embargos de declaração opostos pelos
Arguentes em 18.03.2022:

Na condução dos processos n.º 0704028-97.2020.8.07.0001 e


0736397-47.2020.8.07.0001, o Relator, ora Arguido, demonstrou conduta parcial, ao
ignorar a reiteração (ID. n.º 34461025 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 34461029 -
processo n.º 0736397-47) do pedido de tutela provisória de urgência, feita em
19.04.2022, para concessão de efeito suspensivo aos embargos de declaração
opostos pelos Arguentes em 18.03.2022.
Em razão do completo silêncio do Relator, ora Arguido, a respeito do
pedido liminar de concessão de tutela cautelar de urgência para concessão de efeito
suspensivo aos embargos de declaração opostos no dia 18.03.2022 (ID. n.º
33580719 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 33580718 - processo n.º 0736397-47),
os Arguente reiteraram o pedido no dia 19.04.2022 (ID. n.º 34461025 - processo n.º
0704028-97 / ID. n.º 34461029 - processo n.º 0736397-47), ressaltando o perigo da
demora com a informação de que o patrimônio do partido está sendo dilapidado em

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velocidade exponencial, posto que a “nova” Direção Nacional do PROS, em apenas
quatro dias de gestão constituiu dívida em valor superior a dez milhões de reais,
conforme denunciado pelo próprio Tesoureiro-Geral da Executiva Nacional atual,
nos autos do processo n.º 0704028-97.2020.8.07.0001 (ID. n.º 34388152).
Entretanto, até a presente data, não foi analisado pelo Arguido, o
pedido liminar formulado pelos Arguentes, nos referidos embargos de
declaração.
Deste modo fica evidente o favorecimento dado pelo Arguido às
partes adversárias aos Arguentes, na condução dos processos n.º 0704028-
97.2020.8.07.0001 e 0736397-47.2020.8.07.0001.
Se por um lado, em favor das partes contrárias aos Arguentes, o
Arguido dá de ofício, sem qualquer requerimento da parte interessada,
cumprimento imediato ao próprio julgado (IDs. n.º 33334213/33381472 -
processo n.º 0704028-97 / IDs. n.º 33324795/33326578 - processo n.º 0736397-
47); e ainda defere pedido para realização de diligência que extrapola os
limites do que foi decidido no Acórdão, para determinar ao Cartório do 1º
Ofício de Registro Civil, Casamentos, Pessoas Jurídicas, Títulos e Documentos
de Brasília/DF, que registre as atas do dia 09.07.2020, assim como os atos
posteriores do Partido (ID. n.º 33580719 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º
33580718 - processo n.º 0736397-47). Por outro lado, com relação aos pedidos
de tutela provisória de urgência formulados pelos Arguentes, o Arguido
ignorou o pedido liminar de concessão da tutela cautelar de urgência recursal
(ID. n.º 110787936 - processo n.º 0736397-47), formulado pelos Arguentes em
suas contrarrazões apresentadas no dia 07.12.2021, nos autos do processo n.º
0736397-47.2020.8.07.0001, as quais foram apreciadas apenas no Acórdão; e
continua ignorando solenemente o pedido de tutela provisória de urgência
para concessão de efeito suspensivo aos embargos de declaração opostos
pelos Arguentes em 18.03.2022 (ID. n.º 33580719 - processo n.º 0704028-97 / ID.
n.º 33580718 - processo n.º 0736397-47); mesmo após a reiteração do pedido
em 19.04.2022 (ID. n.º 34461025 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 34461029 -
processo n.º 0736397-47).
Assim, ante o exposto, resta demonstrada a parcialidade do
Arguido, em razão de ter ignorado a reiteração do pedido de tutela provisória
de urgência, feita em 19.04.2022, para concessão de efeito suspensivo aos
embargos de declaração opostos pelos Arguentes em 18.03.2022.

1.2.13 Da suspeição do Arguido evidenciada pelo ato de ter determinado, sem


mencionar qualquer fundamento legal, a retirada dos embargos de declaração
opostos pelos Arguentes, da pauta da sessão designada para o dia 04.05.2022:

Na condução dos processos n.º 0704028-97.2020.8.07.0001 e


0736397-47.2020.8.07.0001, o Relator, ora Arguido, demonstrou conduta parcial, ao
determinar, sem mencionar qualquer fundamento legal, a retirada dos embargos de
declaração opostos pelos Arguentes da pauta da sessão designada para o dia

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04.05.2022, descumprindo o prazo estabelecido pelo artigo 1.024, § 1º, do Código
de Processo Civil (ID. n.º 34782759 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 34783918 -
processo n.º 0736397-47).
Os referidos processos, no dia 11.04.2022, haviam sido incluídos na
pauta para julgamento na 8ª Sessão Ordinária por Videoconferência da 8ª Turma
Cível do TJDFT, designada para o dia 04.05.2022 (ID. n.º 34336651 - processo n.º
0704028-97 / ID. n.º 34336649 - processo n.º 0736397-47).
Entretanto, no dia 28.04.2022, o Relator, ora Arguido, proferiu decisão
(ID. n.º 34782759 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 34783918 - processo n.º
0736397-47), manifestando que teria tomado naquele dia ciência da impetração do
Mandado de Segurança Cível n.º 0710891-04.2022.8.07.0000, contra os Acórdãos
n.º 1403788 e 1403789, proferidos pela 8ª Turma Cível, sob sua relatoria, da qual é
também o Presidente, e regimentalmente, representante da Autoridade Coatora. E,
apesar de registrar que a petição inicial foi indeferida liminarmente pela Eminente
Relatora no Conselho Especial do TJDFT, concluiu ser “prudente, ante os incidentes
processuais de iniciativa de Eurípedes Gomes de Macedo Júnior, por si e na
condição de ex-presidente do PROS, aguardar o trânsito em julgado dessa decisão”.
Isto posto, o Eminente Relator, ora Arguido, sem mencionar
qualquer fundamento legal, determinou a retirada da pauta da 8ª Sessão
Ordinária por Videoconferência da 8ª Turma Cível do TJDFT, designada para o
dia 04.05.2022, dos “Agravos Internos interpostos por Eurípedes Gomes de
Macedo Júnior, por si e na condição de ex-presidente do PROS, nos autos das
APCs 0704028-97 e 0736397-47, bem como os embargos de declaração
opostos aos acórdãos 1403788 e 1403789, que seriam julgados na mesma
sessão”.
Deste modo resta evidente que o Arguido tem criado obstáculos
injustificáveis à regular tramitação processual, mantendo os processos sob
sua jurisdição, evitando a inauguração da competência das Cortes Superiores.
O Código de Processo Civil, em seu artigo 1.024, § 1º, estabelece
que nos tribunais, o relator apresentará os embargos em mesa na sessão
subsequente, proferindo voto, e, não havendo julgamento nessa sessão, será
o recurso incluído em pauta automaticamente.
Não há qualquer embasamento legal apto a sustentar a suspensão
da tramitação de embargos de declaração, a fim de se aguardar o trânsito em
julgado de uma decisão que indeferiu liminarmente um mandado de segurança
impetrado contra Acórdão que revela manifesta teratologia.
Assim, ante o exposto, resta demonstrada a parcialidade do
Arguido, em razão de ter determinado, sem mencionar qualquer fundamento
legal, a retirada dos embargos de declaração opostos pelos Arguentes, da
pauta da sessão designada para o dia 04.05.2022.

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Número do documento: 22071022151520000000035985809


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1.2.14 Da suspeição do Arguido evidenciada pelo ato de ter proferido decisão
monocrática não conhecendo o Agravo de Instrumento n.º 0711180-
34.2022.8.07.0000:

No julgamento do processo n.º 0711180-34.2022.8.07.0000, o Relator,


ora Arguido, demonstrou conduta parcial, ao proferir decisão monocrática não
conhecendo o Agravo de Instrumento (ID. n.º 34386240).
De acordo com a decisão proferida pelo Arguido, o agravo de
instrumento em questão, teria sido interposto contra decisão do Eminente Relator,
que nos autos das apelações n.º 0736397-47.2020.8.07.0001 e 0704028-
97.2020.8.07.0001, aplicando as consequências jurídicas decorrentes do
julgamento, inativou o Segundo Agravante, EURÍPEDES GOMES DE MACEDO
JÚNIOR, ora Segundo Arguente, do exercício do cargo de Presidente Nacional do
PROS, a partir de 08.03.2022. E que deste modo, o recurso cabível seria o agravo
interno, nos termos do artigo 1.021, do Código de Processo Civil, e não o agravo de
instrumento.
Todavia, ao contrário do que foi consignado na decisão monocrática
proferida pelo Arguido, o agravo de instrumento em questão NÃO FOI
INTERPOSTO contra decisão monocrática do Eminente Relator dos processos n.º
0736397-47.2020.8.07.0001 e 0704028-97.2020.8.07.0001; MAS SIM em face da
decisão interlocutória proferida pelo Juízo da 25ª Vara Cível da Comarca de
Brasília/DF, nos autos do processo n.º 0708644-47.2022.8.07.0001, que versa sobre
ação ordinária para declarar a validade das Assembleias Gerais Extraordinárias de
Convenção Nacional do PARTIDO REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL (PROS)
realizadas no dia 26.04.2021, a fim de preservar o novo Estatuto do PROS que foi
aprovado e se encontra em processo de registro no Tribunal Superior Eleitoral
(TSE); bem como os órgãos partidários de Direção Nacional constituídos,
registrados no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas e devidamente anotados
no TSE; conforme exposto na exordial da ação originária (ID. n.º 118440205).
Ademais a ação que originou o agravo de instrumento em
discussão não possui qualquer pretensão de desconstituir, reformar ou
suspender o teor do julgado proferido por esta augusta 8ª Turma Cível do
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, nos autos dos processos
n.º 0736397-47.2020.8.07.0001 e 0704028-97.2020.8.07.0001.
Primeiro, porque é preciso ressaltar que o Acórdão da 8ª Turma
Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios NÃO
definiu quem é o atual representante legal do Partido Republicano da Ordem
Social (PROS), mas tão somente a validade de um ato jurídico que teria constituído
um órgão partidário de Direção Nacional. Ou seja, declarou “válidas a Convenção
Nacional Extraordinária e a Reunião do Diretório Nacional do Partido
Republicano da Ordem Social – PROS, de 9 de julho de 2020 (ID 31369592,
autos nº 0736397-47)”; e que “Marcus Vinícius Chaves de Holanda é o
presidente do Diretório Nacional do Partido Republicano da Ordem Social –
PROS, composto pelos demais membros constantes nos documentos
integrados no ID 31369592 (Autos 0703397-47)”.

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O fato de Marcus Vinicius Chaves de Holanda ser o Presidente do
Diretório Nacional que teria sido eleito na Convenção Nacional Extraordinária
realizada no dia 09.07.2020, não significa que ele seja o atual Presidente
Nacional do PROS. Isso porque houve ato superveniente que elegeu outro
órgão partidário de direção nacional.
Segundo, porque o fato de ter sido reconhecida a validade da
Convenção Nacional Extraordinária realizada no dia 09.07.2020 (ainda que
provisoriamente) pela 8ª Turma Cível do TJDFT, não impede o reconhecimento da
validade das Assembleias Gerais Extraordinárias de Convenção Nacional que foram
realizadas no dia 26.04.2021.
Um ato praticado em 09.07.2020, que só teve a sua validade
reconhecida a partir do dia 08.03.2022, não possui condições de destituir um ato
praticado em 26.04.2021 (posterior ao ato de 09.07.2020 e anterior a decisão de
08.03.2022).
Ao contrário, o ato praticado em 26.04.2021 (que por ser posterior),
inviabiliza a eficácia do ato anterior (09.07.2020) para produzir qualquer efeito
jurídico a partir de sua realização (26.04.2021).
Havendo dois atos válidos para a constituição de órgão partidário de
Direção Nacional de Partido Político, o representante legal será aquele advindo do
ato que tiver sido realizado por último.
Para a melhor visualização da sucessão de atos considerando a data
de sua realização apresenta-se alguns infográficos a fim de demonstrar a cronologia
dos fatos.
Antes do Ofício n.º 210/8ªTCIVEL da 8ª Turma Cível do TJDFT, os
órgãos partidários de Direção Nacional do PROS, anotados no Tribunal Superior
Eleitoral, apresentavam a seguinte cronologia (porque a Convenção Nacional
Extraordinária do dia 09.07.2020 ainda não possuía eficácia):

Com o Ofício n.º 210/8ªTCIVEL da 8ª Turma Cível do TJDFT, os


órgãos partidários de Direção Nacional do PROS, anotados no Tribunal Superior
Eleitoral, passaram a apresentar a seguinte cronologia (porque considerou a data de
comunicação de cada ato):

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Entretanto, a cronologia correta dos órgãos partidários de Direção
Nacional do PROS, anotados no Tribunal Superior Eleitoral, mesmo com a
decisão da 8ª Turma Cível do TJDFT, deveria a ser a seguinte (considerando a
data de realização de cada ato):

Deste modo, resta evidente que a decisão proferida pelo Arguido


não apresenta sequer fundamentação idônea.
Assim, ante o exposto, resta demonstrada a parcialidade do
Arguido, em razão de ter proferido decisão monocrática não conhecendo o
Agravo de Instrumento n.º 0711180-34.2022.8.07.0000.

1.2.15 Da suspeição do Arguido evidenciada pelo ato ter indeferido o pedido de


habilitação de terceiro interessado formulado por THIAGO PEREIRA MOURA
FÉ com a advertência de que a interposição de recurso, que apenas tumultue a
condução do processo, se declarado inadmissível, protelatório ou
improcedente, acarretará na condenação às penalidades fixadas nos arts.
1.021, § 4º, e 1.026, § 2º, do CPC:

Na condução do processo n.º 0704028-97.2020.8.07.0001, o Relator,


ora Arguido, demonstrou conduta parcial, ao ter indeferido o pedido de habilitação
de terceiro interessado formulado por THIAGO PEREIRA MOURA FÉ (ID. n.º
34782759 - processo n.º 0704028-97) – que é o Tesoureiro-Geral da Executiva
Nacional do PROS, empossada após o julgamento conduzido pelo Arguido, mas

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destituído logo em seguida por MARCUS VINÍCIUS CHAVES DE HOLANDA (parte
ex adverso aos Arguentes nos processos em discussão) – com a advertência de que
“a interposição de recurso contra esta decisão, que apenas tumultue a condução do
processo, se declarado inadmissível, protelatório ou improcedente, acarretará na
condenação às penalidades fixadas nos arts. 1.021, § 4º, e 1.026, § 2º, do CPC”.
No dia 12.04.2022, THIAGO PEREIRA DE MOURA FÉ (eleito
Tesoureiro-Geral da Executiva Nacional do PROS, na chapa de MARCUS VINICIUS
CHAVES DE HOLANDA, parte ex adverso aos Arguentes) requereu sua habilitação
como Terceiro Interessado (ID. n.º 34388152). noticiando a ocorrência de uma série
de ilicitudes conexas ao julgamento: “(i) tentativa de substituição pelo atual
presidente do PROS, por via oblíqua, do cargo de tesoureiro-geral e do presidente
da fundação, ao contrário do que decidido no acórdão; (ii) cadastramento no SGIP e
na agência da Caixa Econômica Federal de terceiro alheio ao cargo, com o objetivo
concretizado de transferência de recursos dos fundos partidários e eleitoral; (iii)
emissão de nota promissória em nome do partido, com validação de autenticidade
de chaves ICP-Brasil, a partir de contrato de prestação de serviços firmado
anteriormente ao julgamento do feito, pela pessoa física de Marcus Vinícius Chaves
de Holanda, com objeto afeto a uma espécie de lobby visando o êxito no julgamento
da presente apelação cível, tendo como execução o montante de R$10.232.208,00
(dez milhões duzentos e trinta e dois mil duzentos e oito reais); e (iv) a utilização do
poder geral de cautela visando repelir tais atos e garantir a autoridade do acórdão
exarado pela 8ª Turma Cível, até ulterior decisão de instância superior ou revisora”.
Entretanto, o Relator, ora Arguido, indeferiu o pedido de habilitação de
terceiro interessado formulado por THIAGO PEREIRA MOURA FÉ, sob o
fundamento, em apertada síntese, de que os fatos alegados pelo requerente, que,
em tese, legitimariam sua intervenção neste processo, são posteriores àqueles
discutidos na ação originária; e que sua exclusão do cargo de Tesoureiro-Geral do
Partido Republicano da Ordem Social - PROS e outros fatos narrados não têm
pertinência com o objeto da lide e não serão analisados neste processo.
Na mesma decisão, o Arguido advertiu que a interposição de recurso
acarretaria na condenação nas penalidades legais, conforme trecho transcrito
abaixo:

10. Previno o requerente que a interposição de recurso contra esta decisão, que
apenas tumultue a condução do processo, se declarado inadmissível, protelatório ou
improcedente, acarretará na condenação às penalidades fixadas nos arts. 1.021, § 4º,
e 1.026, § 2º, do CPC.

O mesmo magistrado que: a) proferiu voto (ID. n.º 3305979 -


processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 33305690 - processo n.º 0736397-47), com
decisão extra petita em favor da parte ex adverso aos Arguentes, ao declarar que
MARCUS VINÍCIUS CHAVES DE HOLANDA é o presidente do Diretório Nacional do
PROS; afastar a expulsão de EDMILSON SANTANA DA BOA MORTE e MARCUS
VINÍCIUS CHAVES DE HOLANDA; e declarar a nulidade de todos os atos
praticados pelo Diretório Nacional PROS, sob a presidência de Eurípedes Gomes de

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Número do documento: 22071022151520000000035985809


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Macedo Júnior (ora Segundo Arguente) e/ou seus suplentes/substitutos regimentais,
a partir da sessão de votação do recurso; b) proferiu voto (ID. n.º 3305979 -
processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 33305690 - processo n.º 0736397-47), em
supressão de instância em favor da parte ex adverso, ao afastar a validade de ato
que se encontra sob a jurisdição do Juízo da 21ª Vara Cível de Brasília/DF, nos
autos do processo n.º 0734726-52.2021.8.07.0001; e, c) proferiu decisão no dia
17.03.2022, acatando pedido da parte ex adverso aos Arguentes, para realização de
diligência que extrapola os limites do que foi decidido no Acórdão, ao determinar ao
Cartório do 1º Ofício de Registro Civil, Casamentos, Pessoas Jurídicas, Títulos e
Documentos de Brasília/DF, que registre as atas do dia 09.07.2020, assim como os
atos posteriores do Partido (ID. n.º 33580719 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º
33580718 - processo n.º 0736397-47); agora invoca a “pertinência com o objeto
da lide”, para declarar que não serão analisados nos autos.
Fica nítido que a atuação do Arguido é no sentido de assegurar
TUDO para atender os interesses e pretensões de MARCUS VINÍCIUS CHAVES
DE HOLANDA (parte ex adverso aos Arguentes) e NADA para toda e qualquer
pessoa que contrarie esses mesmos interesses e pretensões.
Assim, ante o exposto, resta demonstrada a parcialidade do
Arguido, em razão de ter indeferido o pedido de habilitação de terceiro
interessado formulado por THIAGO PEREIRA MOURA FÉ, com a advertência
de que a interposição de recurso, acarretará na condenação às penalidades
fixadas nos arts. 1.021, § 4º, e 1.026, § 2º, do CPC.

1.2.16 Da suspeição do Arguido evidenciada pelo ato de ter determinado, sem


mencionar qualquer fundamento legal, a suspensão da tramitação do Agravo
de Instrumento n.º 0711180-34.2022.8.07.0000:

No julgamento do processo n.º 0711180-34.2022.8.07.0000, o Relator,


ora Arguido, demonstrou conduta parcial, ao determinar, sem mencionar qualquer
fundamento legal, a suspensão da tramitação do Agravo de Instrumento n.º
0711180-34.2022.8.07.0000 (ID. n.º 34902632), até o trânsito em julgado do
Mandado de Segurança n.º 0710891-04.2022.8.07.0000, que não possui nenhuma
relação com o objeto do referido recurso.
Conforme já exposto alhures, o Relator, ora Arguido, julgou
monocraticamente o Agravo de Instrumento n.º 0711180-34.2022.8.07.0000, pelo
seu não conhecimento (ID. n.º 34386240).
De acordo com a decisão proferida pelo Arguido, o agravo de
instrumento em questão, teria sido interposto contra sua decisão, que nos autos das
apelações n.º 0736397-47.2020.8.07.0001 e 0704028-97.2020.8.07.0001, aplicando
as consequências jurídicas decorrentes do julgamento, inativou o Segundo
Agravante, EURÍPEDES GOMES DE MACEDO JÚNIOR, ora Segundo Arguente, do
exercício do cargo de Presidente Nacional do PROS, a partir de 08.03.2022. E que
deste modo, o recurso cabível seria o agravo interno, nos termos do artigo 1.021, do
Código de Processo Civil, e não o agravo de instrumento.

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Todavia, ao contrário do que foi consignado na decisão monocrática
proferida pelo Arguido, o agravo de instrumento em questão NÃO FOI
INTERPOSTO contra a sua decisão monocrática nos processos n.º 0736397-
47.2020.8.07.0001 e 0704028-97.2020.8.07.0001; MAS SIM em face da decisão
interlocutória proferida pelo Juízo da 25ª Vara Cível da Comarca de Brasília/DF, nos
autos do processo n.º 0708644-47.2022.8.07.0001, que versa sobre ação ordinária
para declarar a validade das Assembleias Gerais Extraordinárias de Convenção
Nacional do PARTIDO REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL (PROS) realizadas no
dia 26.04.2021, a fim de preservar o novo Estatuto do PROS que foi aprovado e se
encontra em processo de registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE); bem como os
órgãos partidários de Direção Nacional constituídos, registrados no Cartório de
Registro de Pessoas Jurídicas e devidamente anotados no TSE; conforme exposto
na exordial da ação originária (ID. n.º 118440205).
Neste sentido, os Arguentes se insurgiram da decisão monocrática do
Arguido (ID. n.º 34386240), por meio da interposição de Agravo Interno (ID. n.º
34850687).
Entretanto, o Arguido, ao invés de dar o devido andamento ao referido
agravo interno, determinado, sem mencionar qualquer fundamento legal, a
suspensão da tramitação do Agravo de Instrumento n.º 0711180-34.2022.8.07.0000
(ID. n.º 34902632), até o trânsito em julgado do Mandado de Segurança n.º
0710891-04.2022.8.07.0000, que não possui nenhuma relação com o objeto do
referido recurso.
Deste modo, resta evidente que não há qualquer respaldo legal apto a
sustentar a suspensão da tramitação de um agravo de instrumento, a fim de
aguardar o trânsito em julgado de uma decisão proferida em um mandado de
segurança impetrado contra o Acórdão que julgou processos distintos, sem qualquer
relação direta com a controvérsia abordada no agravo em questão.
Assim, ante o exposto, resta demonstrada a parcialidade do
Arguido, em razão de ter determinado, sem mencionar qualquer fundamento
legal, a suspensão da tramitação do Agravo de Instrumento n.º 0711180-
34.2022.8.07.0000, até o trânsito em julgado do Mandado de Segurança n.º
0710891-04.2022.8.07.0000, que não possui nenhuma relação com o objeto do
referido recurso.

2. DO DIREITO:

No presente caso, conforme exaustivamente exposto até aqui, há


inúmeras circunstâncias que demonstram o impedimento e a suspeição do
Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora Arguido, para atuar nos processos
em que os Arguentes figuram como parte, em especial nos processos n.º 0704028-
97.2020.8.07.0001, 0736397-47.2020.8.07.0001, e 0711180-34.2022.8.07.0000.
Isso porque restou fortemente demonstrado as ligações políticas da
família do Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora Arguido; além da

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contratação de sua irmã RAQUEL COSTA RIBEIRO, pelo valor de R$5.000.000,00
(cinco milhões de reais); e ainda a sua condução inquestionavelmente parcial dos
processos n.º 0704028-97.2020.8.07.0001, 0736397-47.2020.8.07.0001, e
0711180-34.2022.8.07.0000.
Em um sistema processual lastreado no Princípio do Devido
Processo Legal é medida que se impõe o afastamento do Magistrado que, por
razões diversas, não consegue oferecer garantia de sua imparcialidade.
O Princípio da Imparcialidade é a primeira concepção para que a
relação processual se instaure de maneira válida e legitima, de modo que todo
e qualquer cidadão tenha a confiança de que terá um julgamento justo e em
nível de igualdade com a outra parte.
Para o Professor Romeu Felipe Bacellar Filho8, o Princípio da
Imparcialidade constitui um dos alicerces do Estado Democrático de Direito, sendo
inclusive apontado pela doutrina americana, em sentido formal, como um
instrumento garantidor da efetividade do due process of law.
Em qualquer democracia, a imparcialidade é considerada como
elemento essencial da Justiça. Segundo a Professora Lorena Bachmaier Winter, da
Universidad Complutense de Madrid, “a imparcialidade é princípio nuclear da
prestação jurisdicional elemento essencial da Justiça, de modo que sem ela não há
como se falar propriamente de um processo judicial”9.
Para que haja um julgamento justo, exige-se inquestionável
imparcialidade, que significa além de não ser parte do processo, também não aderir
aos interesses de qualquer dos envolvidos no processo, conforme magistério do
Professor Antônio Magalhães Gomes Filho10:

A imparcialidade constitui um valor que se manifesta sobretudo no âmbito interno do


processo, traduzindo a exigência de que na direção de toda a atividade processual –
e especialmente nos momentos de decisão – o juiz se coloque sempre super partes,
conduzindo-se como um terceiro desinteressado, acima, portanto, dos interesses em
conflito.

No mesmo diapasão, o consagrado processualista penal, Aury Lopes


Júnior11, esclarece que a concepção de sistema processual não pode ser pensada
de forma desconectada do princípio supremo do processo, que é a imparcialidade,
pois existe um imenso prejuízo que decorre dos pré-juízos (conforme consolidada
jurisprudência do Tribunal Europeu de Direitos Humanos).

8BACELLAR FILHO, Romeu Felipe. Processo Administrativo Disciplinar. 2. ed. São Paulo: Max
Limonad, 2003. p. 227.
9BACHMAIER WINTER, Lorena. Imparcialidad Judicial y Libertad de Expresión de Jueces y
Magistrados. Thomson, 2008. p. 19, tradução livre.
10 GOMES FILHO, Antônio Magalhães. A motivação das decisões penais. RT, 2013. p. 32
11 LOPES JR., Aury. Direito processual penal – 16. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019. p. 50.

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No Brasil, embora o Princípio da Imparcialidade não tenha previsão
expressa na Constituição Federal, encontra-se expressamente prevista na
Convenção Americana de Direitos Humanos – da qual o Brasil é signatário – em seu
artigo 8º, que dispõe que todo indivíduo tem o direito de ser ouvido por um "juiz ou
tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido anteriormente pela lei":

Artigo 8. Garantias judiciais.


1. Toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um
prazo razoável, por um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial,
estabelecido anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal
formulada contra ela, ou para que se determinem seus direitos ou obrigações de
natureza civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza.

Ademais, a mais balizada doutrina é unânime em apontar que


apesar do Princípio da Imparcialidade não encontrar previsão expressa na
Constituição Federal, seria uma consequência do Princípio do Juiz Natural,
disposto no artigo 5º, incisos XXXVII e LIII, que estabelecem que “não haverá
juízo ou tribunal de exceção” e que “ninguém será processado nem
sentenciado senão pela autoridade competente”:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
(...)
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
(...)
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
(...)

O consagrado jurista e Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar


Ferreira Mendes, e o Procurador da República, Paulo Gustavo Branco12, lecionam
que integra também o conceito de juiz natural, para os fins constitucionais, a
ideia de imparcialidade:

Integra também o conceito de juiz natural, para os fins constitucionais, a ideia


de imparcialidade, isto é, a concepção de “neutralidade e distância em relação
às partes” (Neutralität und Distanz des Richters gegenüber den
Verfahrensbeteiligter). [grifo e negrito não originais]

12MENDES, Gilmar Ferreira e BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. – 11.
ed. – São Paulo: Saraiva, 2016. – (Série IDP). p. 438.

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Daí a necessidade de que o sistema preveja e desenvolva fórmulas que permitam o
afastamento, a exclusão ou a recusa do juiz que, por razões diversas, não possa
oferecer a garantia de imparcialidade.
Nesse quadro, portanto, assumem importância as normas processuais que definem
as regras de impedimento ou suspeição do juiz como elementos de concretização da
ideia do juiz natural.

No mesmo sentido o conceituado Professor Cassio Scarpinella


Bueno13:

O “princípio da imparcialidade” não tem previsão expressa na CF. A doutrina,


contudo, não hesita em entendê-lo como decorrência do “princípio do juiz natural” ou,
mais corretamente, como fator que o complementa. O que há na CF, de maneira
expressa, de mais próximo ao “princípio da imparcialidade” são as prerrogativas que
o art. 95 reconhece ao magistrado, forma garantística de viabilizar a ele o exercício
pleno de suas funções processuais, ao lado das vedações arroladas no parágrafo
único do dispositivo.
Não basta, apenas, que o órgão judiciário preexista ao fato a ser julgado. Isso,
por si só, pode não garantir a realização concreta de todos os valores
idealizados por aquele princípio. Também a pessoa natural que ocupa o cargo
de magistrado no órgão competente para julgamento deve ser imparcial.
Imparcialidade, nesse contexto, significa acentuar que o magistrado (o juiz,
propriamente dito, e não o juízo, que é indicativo do órgão jurisdicional) seja
indiferente em relação ao litígio. Seja, no sentido comum da palavra, um
terceiro, totalmente estranho, totalmente indiferente à sorte do julgamento e ao
destino de todos aqueles que, direta ou indiretamente, estejam envolvidos nele.
[grifo e negrito não original]

Deste modo, tem-se que o Princípio Constitucional do Juiz Natural


exige autoridade competente para o processamento, desde a instauração até o
julgamento final, que estando investido nesta função deve manter-se equidistante
das partes envolvidas, subordinando-se imperiosamente e exclusivamente às
normas, zelando pela imparcialidade quando na solução dos conflitos.
Isto posto, resta claro que o Princípio do Juiz Natural – por vezes
chamado de Princípio da Vedação dos Tribunais de Exceção – assegura que além
do órgão julgador ser preexistente ao fato a ser julgado, o Magistrado deverá
também se mostrar independente e imparcial.
Não por acaso, o Conselho Nacional de Justiça, considerando que a
adoção de um Código de Ética da Magistratura é instrumento essencial para os
juízes incrementarem a confiança da sociedade em sua autoridade moral; que é
fundamental para a magistratura brasileira cultivar princípios éticos, pois lhe cabe
também função educativa e exemplar de cidadania em face dos demais grupos
sociais; e que a Lei veda ao magistrado "procedimento incompatível com a

13BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de direito processual civil: volume único / – 5. ed. – São Paulo:
Saraiva Educação, 2019. p. 76.

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dignidade, a honra e o decoro de suas funções" e comete-lhe o dever de "manter
conduta irrepreensível na vida pública e particular" (Lei Complementar n.º 35/1979,
arts. 35, inciso VIII, e 56, inciso II); resolveu aprovar e editar o CÓDIGO DE ÉTICA
DA MAGISTRATURA NACIONAL, exortando todos os juízes brasileiros à sua fiel
observância.
No referido Código de Ética da Magistratura Nacional, em seu artigo 1º,
em termos mais gerais, estabelece que o exercício da magistratura exige
conduta norteada pelo Princípio da Imparcialidade; e em seus artigos 8º e 9º,
estabelece que o magistrado imparcial é aquele que busca nas provas a
verdade dos fatos, com objetividade e fundamento, mantendo ao longo de todo
o processo uma distância equivalente das partes, e evita todo o tipo de
comportamento que possa refletir favoritismo, predisposição ou preconceito:

Art. 1º O exercício da magistratura exige conduta compatível com os preceitos deste


Código e do Estatuto da Magistratura, norteando-se pelos princípios da
independência, da imparcialidade, do conhecimento e capacitação, da cortesia, da
transparência, do segredo profissional, da prudência, da diligência, da integridade
profissional e pessoal, da dignidade, da honra e do decoro.
(...)
Art. 8º O magistrado imparcial é aquele que busca nas provas a verdade dos fatos,
com objetividade e fundamento, mantendo ao longo de todo o processo uma distância
equivalente das partes, e evita todo o tipo de comportamento que possa refletir
favoritismo, predisposição ou preconceito.
Art. 9º Ao magistrado, no desempenho de sua atividade, cumpre dispensar às partes
igualdade de tratamento, vedada qualquer espécie de injustificada discriminação.
Parágrafo único. Não se considera tratamento discriminatório injustificado:
I - a audiência concedida a apenas uma das partes ou seu advogado, contanto que
se assegure igual direito à parte contrária, caso seja solicitado;
II - o tratamento diferenciado resultante de lei.

A imparcialidade dos julgamentos é uma preocupação antiga e


tem sido tema de debate em todo o mundo.
Na Inglaterra, que adota o Sistema do Common Law – no qual o direito
se constrói e se aperfeiçoa por meio das decisões dos tribunais e não pela
disposição de atos legislativos ou executivos – no julgamento do caso R. v. Sussex
Justice14 em 1924, pelo Tribunal da Corte do Rei (Court of King’s Bench),
formalmente conhecido como a “Corte do Rei perante o próprio Rei” (The Court of
the King Before the King Himself), após intenso debate sobre a exigência de
imparcialidade nos julgamentos, com base no dictum do Lord Hewart, consagrou-se
o axioma inglês de que que “não basta que a Justiça seja feita: é preciso que
ela seja vista por todos como feita” (justice must not only be done: it must also
be seen to be done).

14 https://www.barandbench.com/columns/the-origins-of-justice-must-be-seen-to-be-done

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O caso supracitado referia-se a um motociclista (McCarthy) que havia
se envolvido em um acidente, que acabou resultando em um processo judicial
perante o juízo criminal de primeiro grau (Magistrate's Court), com a acusação de
direção perigosa. Entretanto, o escrivão do juízo responsável pelo julgamento do
caso, era também membro (solicitor) da banca de advogados que estava
patrocinando a ação contra o réu (McCarthy); e mesmo assim participou do
julgamento, tendo se retirado com os magistrados quando da deliberação, e com
eles voltando com a condenação do réu. E, apesar da declaração dos Julgadores de
que haviam proferido a decisão sem consultar o escrivão, a Corte Superior (Court of
King’s Bench) anulou o julgamento em razão da aparente falta de imparcialidade do
julgamento.
A partir de então formou-se a concepção de não basta que um
julgamento tenha sido imparcial, é preciso que ele seja visto como imparcial,
acima de qualquer suspeita razoável.
A rica discussão a respeito do dever de imparcialidade dos
julgados, promovida ao longo dos anos no Common Law Inglês, decantou o
conceito de “real possibilidade de parcialidade” (real possibility of bias), como
teste de verificação de imparcialidade, de tal modo que bastaria, diante das
circunstâncias específicas do caso, que houvesse a real possibilidade de
parcialidade, para que o julgamento fosse comprometido.
A Corte Interamericana de Direitos Humanos define que “o direito de
ser julgado por um juiz ou tribunal imparcial é uma garantia fundamental do
devido processo”, ou seja, “deve-se garantir que o juiz ou tribunal em
exercício de sua função julgadora conte com a maior objetividade para realizar
o juízo”. (Caso Duque Vs. Colômbia, 2016).
O Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH), por sua vez, no
célebre julgamento do caso Piersack v. Belgium, realizado no dia 01.10.1982,
firmou o conceito de que a imparcialidade pode ser verificada por dois
aspectos distintos, um de ordem subjetiva e outro de ordem objetiva:

A imparcialidade é comumente definida pela ausência de preconceito ou ideia


preconcebida. Sua existência pode ser apreciada de várias maneiras. O Tribunal
distingue entre um aspecto subjetivo, abrangendo o que determinado juiz considerava
em sua visão íntima ou qual era seu interesse em um caso particular, e um aspecto
objetivo, que impõe a verificação de garantias suficientes para excluir qualquer dúvida
legítima sobre a sua imparcialidade. (Piersack v. Bélgica, 1982, e Grieves v. Reino
Unido [GC], 2003). Neste campo, mesmo as aparências podem ser importantes
(Castillo Algar v. Espanha, 1998, e Morel v. França, 2000).

A Organização das Nações Unidas, por meio do Grupo da Integridade


Judicial, aprovou em 2002, os chamados “Princípios de Conduta Judicial de
Bangalore”, entalhando regras fulcrais de comportamento pessoal e profissional para
juízes, com fundamento em diversos códigos e estatutos sobre o tema, inclusive na
Declaração Universal dos Direitos Humanos, prescrevendo, ao abordar o valor da
imparcialidade, que o juiz deve considerar-se suspeito ou impedido nos casos

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em que, a um observador sensato, parecer não estar habilitado a decidir com
imparcialidade.
Sobre o tema, o Ministro Edson Fachin, no julgamento do HC n.º
164.493, perante a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal, consignou em seu voto
que segundo a jurisprudência da Corte Europeia de Direitos Humanos, a
exigência de julgamento por um tribunal independente é atendida ao se
preencher dois critérios: um subjetivo, que examina a convicção pessoal do
magistrado; e um objetivo, que examina a existência de fatos que tragam
dúvidas razoáveis sobre a imparcialidade do magistrado.
A doutrina de Renato Brasileiro de Lima15 ensina que:

Em regra, as causas de suspeição são circunstâncias subjetivas relacionadas a fatos


externos ao processo capazes de prejudicar a imparcialidade do magistrado. Por isso,
são rotuladas como causas de incapacidade subjetiva do juiz. Grosso modo, o juiz é
suspeito quando se interessa por qualquer uma das partes.

O Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, no julgamento


da arguição de suspeição n.º 0010723-83.2020.8.26.0000, perante o seu Órgão
Especial, ao acolher a suspeição do Desembargador Carlos Henrique Abrão, da 14ª
Câmara de Direito Privado, apresentada pela Empresa JBS, firmou o
entendimento de que o afastamento de eventuais dúvidas a respeito da
atuação de um juiz está ligado à própria legitimidade do Poder Judiciário, de
sorte que o magistrado deve repelir qualquer questionamento razoável a
respeito da sua imparcialidade, ainda que, no seu íntimo, tenha a convicção da
preservação de suas condições subjetivas para um justo julgamento.
Neste sentido, o Eminente Ministro Gilmar Mendes, no julgamento do
HC n.º 164.493, perante a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal, registrou em seu
voto uma importante reflexão a respeito da “real possibilidade de parcialidade”:

Assim, não se cuida de discutir aqui se o juiz, na sua dimensão subjetiva, nutria
afeição ou desprezo pelo acusado. O que se deve perguntar de forma simples e
direta é: diante de todo o conjunto de atos jurisdicionais praticados por Sergio
Moro, ainda é possível manter a percepção de que o julgamento do paciente
deste HC foi realizado por um juiz despido de todo e qualquer preconceito
acerca da culpabilidade do acusado? É ainda possível afirmar que a decisão
condenatória assinada pelo magistrado serviria unicamente à realização do
interesse da Justiça independente dos desígnios pessoais do magistrado? As
respostas a essas duas questões, infelizmente, parecem ser negativas. [grifo e
negrito não original]

15LIMA, Renato Brasileiro. Manual de processo penal: volume único. 4. ed. rev., ampl. e atual.
Salvador: Ed. JusPodivm, 2016

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Assim, diante de todo o exposto, tendo em vista que, por razões
diversas, não pode oferece garantia de sua imparcialidade, é medida que se
impõe o afastamento do Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora
Arguido, da relatoria de todo e qualquer processo em que os Arguentes
figurem como parte, em especial nos n.º 0704028-97.2020.8.07.0001, 0736397-
47.2020.8.07.0001, e 0711180-34.2022.8.07.0000, em razão de seu impedimento
e suspeição.

2.1 DO CABIMENTO DA PRESENTE ARGUIÇÃO:

Em sede infraconstitucional, de acordo com o magistério de Humberto


Dalla Bernardina Pinho16, a distância dos magistrados dos centros de poder e dos
interesses sobre os quais poderão vir a decidir é assegurada pelo estabelecimento
de casos de impedimento e suspeição.
Portanto, ausentes as causas de impedimento e de suspeição, estaria,
a princípio assegurada a imparcialidade do magistrado, que se coloca como um dos
pressupostos de regular e válida constituição da relação processual.
Entretanto, estando presente qualquer uma das causas de
impedimento – que são situações objetivas que por si mesmas atraem a
presunção absoluta de parcialidade do magistrado; ou qualquer uma das
causas de suspeição – que são situações de incapacidade subjetiva do
magistrado ao exercício da jurisdição em determinado caso; deve o julgador
declarar-se impedido ou suspeito, nos casos previsto em lei, e se não o fizer
deverá ser afastado do processo pelo tribunal competente.
Os casos de impedimento e suspeição são previstos nos artigos 144 e
145 do Código de Processo Civil.
Para a arguição do impedimento ou suspeição, a parte deverá alegar
em petição específica dirigida ao magistrado alvo da recusa, na qual indicará o seu
fundamento, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, nos
termos do artigo 146 do Código de Processo Civil:

Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte


alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do
processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com
documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas.

No mesmo sentido o Regimento Interno do Tribunal do Distrito Federal


e Territórios, em seus artigos 314 e 315:

16PINHO, Humberto Dalla Bernardina de. Manual de direito processual civil contemporâneo– 2. ed. –
São Paulo: Saraiva Educação, 2020. p. 347/348.

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Art. 314. A arguição de impedimento ou de suspeição do relator será suscitada nos
15 (quinze) dias posteriores à distribuição ou, quando não tiver por fundamento
motivo preexistente, do fato que ocasionou o impedimento ou a suspeição.
Art. 315. A arguição deverá indicar os fundamentos de fato e de direito da recusa do
magistrado e será instruída com documentos e rol de testemunhas, se houver.
Parágrafo único. Quando exigido por lei, a petição será assinada pela própria parte ou
por procurador com poderes especiais.

Isto posto resta evidenciado que os requisitos de admissão da arguição


de impedimento e suspeição são: a) a apresentação dentro do prazo de 15 (quinze)
dias do conhecimento do fato; b) petição específica dirigida ao magistrado apontado
como impedido ou suspeito; c) o fundamento da recusa; e, d) a faculdade de
instrução com documentos e com rol de testemunhas.
In caso, a presente arguição atende a todos os requisitos de
admissibilidade, conforme se passa a expor.
A respeito do prazo de 15 (quinze) dias a contar do conhecimento
do fato, cumpre ressaltar que embora os Arguentes tenham tomado conhecimento
dos fatos ensejadores do impedimento somente agora, cumpre ainda destacar que o
impedimento é matéria de ordem pública não sujeita à preclusão, sendo, portanto,
irrelevante manifestar sobre o prazo no qual se deu a presente arguição.
Isso porque a arguição de impedimento pode ser arguida a qualquer
tempo e grau de jurisdição, podendo inclusive ser conhecida de ofício, posto que é
vício insanável, considerado inibidor do poder jurisdicional, sendo, inclusive, motivo
para ação rescisória (art. 966, inciso II, CPC).
Neste sentido é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça:

PROCESSUAL CIVIL - ART. 134/CPC - AÇÃO RESCISÓRIA - JUIZ IMPEDIDO -


NULIDADE ABSOLUTA.
1. Noticiam os autos que os recorridos ajuizaram ação rescisória, com pedido de
antecipação de tutela, contra sentença prolatada nos autos dos embargos à execução
fiscal, sob o fundamento de que o Juiz Federal Alexsander Fernandes Mendes,
prolator da sentença, atuou como procurador do INSS na execução originária,
aquiescendo com a oferta de bens à penhora apresentada pela empresa executada.
2. A configuração do prequestionamento pressupõe debate e decisão prévios pelo
Colegiado, ou seja, emissão de juízo sobre o tema. Se o Tribunal de origem não
adotou entendimento explícito a respeito do fato jurígeno veiculado nas razões
recursais, inviabilizada fica a análise sobre a violação do preceito evocado pelo
recorrente.
3. O impedimento é matéria de ordem pública, concebido pelo Código de
Processo Civil como fenômeno inibidor do poder jurisdicional, em que se
presume de forma absoluta a parcialidade do magistrado.
4. O impedimento tem natureza de objeção, pois pode ser conhecido de ofício
pelo Tribunal, e a sua arguição pode ser feita a qualquer tempo e grau de
jurisdição, independentemente de exceção. É vício tão grave que o CPC
posiciona esse instituto no rol taxativo da ação rescisória (art. 485, II). [grifo e
negrito não original]

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Agravo regimental improvido.
(AgRg no REsp n. 947.840/SC, relator Ministro Humberto Martins, Segunda Turma,
julgado em 6/4/2010, DJe de 16/4/2010.)

Sobre o peticionamento, a presente arguição segue em petição


específica dirigida ao magistrado indicado como impedido e suspeito.
Com relação ao fundamento da recusa, a presente arguição alega o
impedimento do Arguido, nos termos do artigo 144, inciso VIII, do Código de
Processo Civil, em razão da contratação, pela parte ex adverso aos Arguente, da
sua irmã, RAQUEL COSTA RIBEIRO, pelo valor de R$5.000.000,00 (cinco milhões
de reais); somado a 16 (dezesseis) circunstâncias que indicam que sua condução
dos processos em questão, na condição de relator, foi inquestionavelmente parcial.
Por fim, no que se refere, à instrução, a presente arguição segue
instruída com oito documentos anexos.
Assim, ante todo o exposto, é medida que se impõe a admissão e
o devido processamento da presente arguição, uma vez que o impedimento é
matéria de ordem pública e foi arguida por meio de petição específica, dirigida
ao magistrado apontado como impedido e suspeito, com o fundamento da
recusa demonstrado por meio de documentos.

2.2 DO IMPEDIMENTO DO ARGUIDO:

O Código de Processo Civil, em seu artigo 144, inciso VIII, estabelece


que há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo,
em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge,
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o
terceiro grau, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório:

Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no


processo:
(...)
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge,
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o
terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;
(...)

Por sua vez, o Regimento Interno do Tribunal do Distrito Federal e


Territórios, em seu artigo 312, estabelece que os desembargadores declarar-se-ão
impedidos ou suspeitos nos casos previstos em lei:

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Art. 312. Os desembargadores declarar-se-ão impedidos ou suspeitos nos casos
previstos em lei.
§ 1º A declaração será feita por escrito pelo relator e pelo revisor; nos demais casos
será feita verbalmente e constará da ata de julgamento.
§ 2º Se a causa do impedimento ou da suspeição estiver anotada na capa dos autos,
constará da papeleta de julgamento e o presidente do órgão julgador a declarará
quando chamar o processo a julgamento.

No presente caso, o impedimento do Desembargador DIAULAS


COSTA RIBEIRO, ora Arguido, nos termos do artigo 144, inciso VIII, do Código
de Processo Civil, foi exaustivamente demonstrado na presente arguição por
meio de documentos juntados aos autos, em razão da contratação, pela parte
ex adverso aos Arguente, da sua irmã, RAQUEL COSTA RIBEIRO, pelo valor de
R$5.000.000,00 (cinco milhões de reais); somado a 16 (dezesseis)
circunstâncias que indicam que sua condução dos processos em questão, na
condição de relator, foi inquestionavelmente parcial.
Assim, diante do exposto, é medida que se impõe o
reconhecimento do impedimento do Desembargador DIAULAS COSTA
RIBEIRO, ora Arguido, nos termos do artigo 144, inciso VIII, do Código de
Processo Civil.

2.3 DA SUSPEIÇÃO DO ARGUIDO:

O Código de Processo Civil, em seu artigo 145, inciso IV, estabelece


que há suspeição do juiz, interessado no julgamento do processo em favor de
qualquer das partes:

Art. 145. Há suspeição do juiz:


(...)
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.
(...)

Por sua vez, o Regimento Interno do Tribunal do Distrito Federal e


Territórios, em seu artigo 312, estabelece que os desembargadores declarar-se-ão
impedidos ou suspeitos nos casos previstos em lei:

Art. 312. Os desembargadores declarar-se-ão impedidos ou suspeitos nos casos


previstos em lei.
§ 1º A declaração será feita por escrito pelo relator e pelo revisor; nos demais casos
será feita verbalmente e constará da ata de julgamento.

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§ 2º Se a causa do impedimento ou da suspeição estiver anotada na capa dos autos,
constará da papeleta de julgamento e o presidente do órgão julgador a declarará
quando chamar o processo a julgamento.

No presente caso, a suspeição do Desembargador DIAULAS


COSTA RIBEIRO, ora Arguido, nos termos do artigo 145, inciso IV, do Código
de Processo Civil, foi exaustivamente demonstrada na presente arguição por
meio de 16 (dezesseis) diferentes circunstâncias que indicam que a sua
condução dos processos em questão, na condição de relator, favoreceu
nitidamente a parte ex adverso aos Arguentes.
Assim, diante do exposto, é medida que se impõe o
reconhecimento da suspeição do Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO,
ora Arguido, nos termos do artigo 145, inciso IV, do Código de Processo Civil.

2.4 DO ALCANCE DO IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO DO ARGUIDO:

O Código de Processo Civil, em seu artigo 146, § 6º, estabelece que


reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a partir do
qual o juiz não poderia ter atuado:

Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte


alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do
processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com
documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas.
(...)
§ 6º Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a partir
do qual o juiz não poderia ter atuado.
(...)

No presente caso, conforme já narrado na exposição fática, os


Arguentes tiveram acesso a documentos que indicam que MARCUS VINICIUS
CHAVES DE HOLANDA (parte ex adverso aos Arguentes nos processos em
discussão), antes das decisões proferidas nos autos dos referidos processos,
procurou, se reuniu e contratou a advogada RAQUEL COSTA RIBEIRO, irmã do
Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora Arguido, com o objetivo de
influenciar no julgamento e condução de tais processos, em trâmite na 8ª
Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.
De acordo com escritura pública de declaração, prestada por
LILIANE DE SOUSA DANTAS, a advogada RAQUEL COSTA RIBEIRO (irmã do
Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora Arguido) foi contratada por
seu ex-companheiro (MARCUS VINICIUS CHAVES DE HOLANDA), pelo valor de
R$5.000.000,00 (cinco milhões de reais), em razão de ter garantido assegurar
não só um resultado favorável no julgamento dos processos referentes à

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disputa pela Direção Nacional do PROS, bem como o imediato cumprimento da
decisão a fim de colocá-lo na Presidência Nacional, e ainda a condução
favorável dos processos com o objetivo de mantê-lo no cargo.
A mencionada declaração evidencia que a habilitação da advogada
CRISTIANE DAMASCENO LEITE, nos autos dos processos em questão (poucos
dias antes do julgamento), se deu por orientação da advogada RAQUEL COSTA
RIBEIRO (irmã do Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora Arguido), para
dissimular a sua própria contratação, posto que não seria possível formalizar em
contrato a sua atuação em razão do grau de parentesco com o relator dos
processos, tendo sido necessário que o contrato fosse feito em nome de uma
advogada de outro escritório.
A declaração prestada por LILIANE DE SOUSA DANTAS encontra-se
corroborada por imagem de conversação feita por meio da aplicação de internete
conhecida como Whatsapp, no dia 15.12.2021, com seu ex-companheiro MARCUS
VINICIUS CHAVES DE HOLANDA (parte ex adverso aos Arguentes nos processos
em discussão), na qual passou o endereço da casa da advogada RAQUEL
COSTA RIBEIRO (irmã do Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora
Arguido), para que ele fosse até tendo em vista que ela queria falar com ele:

O imóvel constante do endereço informado na mensagem supracitada,


SMPW, quadra 13, conjunto 6, lote 9-B, é de propriedade da advogada RAQUEL

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COSTA RIBEIRO (irmã do Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora
Arguido), conforme certidão cujo o teor segue parcialmente reproduzido abaixo:

A própria advogada RAQUEL COSTA RIBEIRO (irmã do


Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora Arguido), no dia 27.03.2022, em
conversa com a Declarante (LILIANE DE SOUSA DANTAS), por meio da aplicação
de internete conhecida como Whatsapp, reconhece que recebeu MARCUS
VINICIUS CHAVES DE HOLANDA (parte ex adverso aos Arguentes nos processos
em discussão) e lhe indicou as advogadas:

Isto posto, estando o impedimento fundamentado no fato da


contratação da irmã pela parte ex adverso aos Arguentes; tendo sido o
primeiro contato feito após a distribuição dos processos em questão; estando
comprovado que o primeiro contato se deu no dia 15.12.2021; deve ser esta a

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data a ser fixada como sendo o momento a partir do qual o Arguido não
deveria mais ter atuado.
Assim, ante todo o exposto, reconhecido o impedimento e a
suspeição, é media que se impõe a fixação do dia 15.12.2021, como sendo o
momento a partir do qual o Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora
Arguido, não devia mais ter atuado nos processos nos quais são partes os
Arguentes, nos termos do artigo 146, § 6º, do Código de Processo Civil.

2.5 DOS EFEITOS DO IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO DO ARGUIDO:

O Código de Processo Civil, em seu artigo 146, § 7º, estabelece que o


tribunal decretará a nulidade dos atos do magistrado que tenham sido praticados
quando já presente o motivo de seu impedimento e ou suspeição:

Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte


alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do
processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com
documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas.
(...)
§ 7º O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já
presente o motivo de impedimento ou de suspeição.

No presente caso, conforme já exposto alhures, dever ser fixado o


dia 15.12.2021, como sendo o momento a partir do qual o Desembargador
DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora Arguido, não devia mais ter atuado nos
processos nos quais são partes os Arguentes, nos termos do artigo 146, § 6º,
do Código de Processo Civil.
Deste modo, deve ser decretada a nulidade de todos os atos
praticados pelo Arguido, a partir de 15.12.2021, em especial o julgamento
iniciado no dia 09.02.2022 e finalizado no dia 08.03.2022, bem como o Acórdão
proferido também no dia 08.03.2022 (ID. n.º 33305979 - processo n.º 0704028-97
/ ID. n.º 33305690 - processo n.º 0736397-47).
Assim, ante todo o exposto, reconhecido o impedimento e a
suspeição, é media que se impõe a decretação da nulidade de todos os atos
praticados pelo Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora Arguido, a
partir do dia 15.12.2021, em especial o julgamento iniciado no dia 09.02.2022 e
finalizado no dia 08.03.2022, bem como o Acórdão proferido também no dia
08.03.2022 (ID. n.º 33305979 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 33305690 -
processo n.º 0736397-47), nos termos do artigo 146, § 7º, do Código de
Processo Civil.

2.6 DA SUSPENSÃO IMEDIATA DOS PROCESSOS EM DEPENDÊNCIA:

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O Código de Processo Civil, em seu artigo 146, § 2º, estabelece que
distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos:

Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte


alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do
processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com
documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas.
(...)
§ 2º Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que, se o
incidente for recebido:
I - sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr;
II - com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do
incidente.
(...)

Entretanto, o Regimento Interno do Tribunal do Distrito Federal e


Territórios, em seu artigo 313, estabelece que a arguição de impedimento ou de
suspeição suspenderá os processos em dependência até o julgamento do incidente:

Art. 313. A arguição de impedimento ou de suspeição suspenderá o processo até o


julgamento do incidente.
Parágrafo único. Os autos da exceção ou do incidente serão apensados aos autos do
processo originário.

Deste modo, embora o Código de Processo Civil, estabeleça ao


relator a competência para declarar os efeitos em que o incidente será
recebido, no caso do Egrégio Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
Territórios, a apresentação da arguição de impedimento ou se suspeição
suspenderá automaticamente o processo até o julgamento do incidente, nos
termos do artigo 313, do Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Distrito
Federal e Territórios.
Assim, ante todo o exposto, é media que se impõe a suspensão
dos processos n.º 704028-97.2020.8.07.0001, 0736397-47.2020.8.07.0001, e
0711180-34.2022.8.07.0000, até o julgamento da presente arguição, nos termos
do artigo 146, § 2º, do Código de Processo Civil, e do artigo 313, do Regimento
Interno do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.

2.7 DO ENVIO DOS PROCESSOS COM PEDIDOS DE URGÊNCIA


PENDENTES DE ANÁLISE PARA O SUBSTITUTO LEGAL DO ARGUIDO:

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O Código de Processo Civil, em seu artigo 146, § 3º, estabelece que
enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou quando este
for recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao substituto
legal:

Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte


alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do
processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com
documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas.
(...)
§ 3º Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou quando
este for recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao
substituto legal.
(...)

No presente caso, conforme já exposto alhures, os Arguentes, no


dia 18.03.2022, irresignados com o Acórdão proferido pela 8ª Turma Cível do
Distrito Federal e Territórios (ID. n.º 33305979 - processo n.º 0704028-97 / ID.
n.º 33305690 - processo n.º 0736397-47), opôs Embargos de Declaração com
pedido de Efeitos Infringentes, bem como pedido liminar de tutela cautelar de
urgência para concessão de efeito suspensivo (ID. n.º 33659528 - processo n.º
0704028-97 / ID. n.º 33658848 - processo n.º 0736397-47).
Entretanto, até a presente data não foi analisado o referido pedido
liminar, de tal modo que o pedido de tutela de urgência ainda está pendente de
apreciação.
Isto posto, havendo pedido de tutela de urgência pendente de
decisão, a partir da apresentação da presente arguição e a consequente
suspensão dos processos dependentes, os processos n.º 0704028-
97.2020.8.07.0001 e 0736397-47.2020.8.07.0001 devem imediatamente serem
encaminhados ao substituto legal do Arguido, para análise dos pedidos de
tutela de urgência, nos termos do artigo 146, § 3º, do Código de Processo Civil.
Assim, ante todo o exposto, é media que se impõe a determinação
de remessa dos processos n.º 0704028-97.2020.8.07.0001 e 0736397-
47.2020.8.07.0001, à conclusão do substituto legal do Desembargador
DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora Arguido, na 8ª Turma Cível do Tribunal de
Justiça do Distrito Federal e Territórios, para apreciação dos pedidos de tutela
de urgência formulados nos embargos de declaração opostos pelos Arguentes
(ID. n.º 33659528 - processo n.º 0704028-97 / ID. n.º 33658848 - processo n.º
0736397-47), nos termos do artigo 146, § 3º, do Código de Processo Civil.

3. DOS PEDIDOS:

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Por todo o exposto, requer o recebimento e o devido processamento da
presente arguição de impedimento e suspeição, uma vez que o impedimento é
matéria de ordem pública e foi arguida por meio de petição específica, dirigida ao
magistrado apontado como impedido e suspeito, com o fundamento da recusa
demonstrado por meio de documentos, além do que se segue adiante:

I. Que os autos sejam remetidos à conclusão do Desembargador


DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora Arguido, para que manifeste
reconhecendo o seu impedimento e ou a sua suspeição,
determinando a remessa ao seu substituto legal, nos termos do
artigo 146, § 1º, do Código de Processo Civil.
II. Em caso de não haver por parte o Arguido o reconhecimento do
seu impedimento e ou a sua suspeição, que seja determinada a
autuação em apartado da petição, para que no prazo de 15
(quinze) dias, apresente suas razões, acompanhadas de
documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a
remessa do incidente ao tribunal, nos termos do artigo 146, § 1º,
do Código de Processo Civil.
III. Autuado o incidente em apartado, que seja determinado à
Secretaria da 8ª Turma Cível do Tribunal de Justiça e
Territórios, a remessa imediata dos processos n.º 0704028-
97.2020.8.07.0001 e 0736397-47.2020.8.07.0001, à conclusão
do substituto legal do Desembargador DIAULAS COSTA
RIBEIRO, ora Arguido, para apreciação dos pedidos de tutela
de urgência formulados nos embargos de declaração
opostos pelos Arguentes (ID. n.º 33659528 - processo n.º
0704028-97 / ID. n.º 33658848 - processo n.º 0736397-47), nos
termos do artigo 146, § 3º, do Código de Processo Civil.
IV. Que seja determinada a suspensão dos processos n.º 704028-
97.2020.8.07.0001, 0736397-47.2020.8.07.0001, e 0711180-
34.2022.8.07.0000, até o julgamento da presente arguição, nos
termos do artigo 146, § 2º, do Código de Processo Civil, e do
artigo 313, do Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Distrito
Federal e Territórios.
V. Que seja reconhecido o IMPEDIMENTO do Desembargador
DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora Arguido, nos termos do artigo
144, inciso VIII, do Código de Processo Civil.
VI. Que seja reconhecido a SUSPEIÇÃO do Desembargador
DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora Arguido, nos termos do artigo
145, inciso IV, do Código de Processo Civil.
VII. Reconhecido o impedimento e a suspeição, que seja fixado o dia
15.12.2021, como sendo o momento a partir do qual o
Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora Arguido, não
devia mais ter atuado nos processos nos quais são partes os

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Arguentes, nos termos do artigo 146, § 6º, do Código de Processo
Civil.
VIII. Reconhecido o impedimento e a suspeição, que seja
DECRETADA A NULIDADE de todos os atos praticados pelo
Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO, ora Arguido, a partir
do dia 15.12.2021, em especial o julgamento iniciado no dia
09.02.2022 e finalizado no dia 08.03.2022, bem como o Acórdão
proferido também no dia 08.03.2022 (ID. n.º 33305979 - processo
n.º 0704028-97 / ID. n.º 33305690 - processo n.º 0736397-47),
nos termos do artigo 146, § 7º, do Código de Processo Civil.
IX. A condenação do Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO,
ora Arguido, nas custas do processo e a remessa dos autos ao
seu substituto legal, nos termos do artigo 146, § 5º, do Código de
Processo Civil.
X. Provar o alegado por meio de todos os meios de prova em direito
admitidas.
XI. Ser intimado da data do julgamento da presente arguição
para a devida inscrição para sustentação oral das presentes
razões.
XII. Que todas as publicações referentes a este feito sejam
realizadas exclusivamente em nome do advogado BRUNO
AURÉLIO RODRIGUES DA SILVA PENA, OAB/GO n.º 33.670,
para fins de futuras intimações, efetuando-se o devido
cadastramento, sob pena de arguição de nulidade dos atos
subsequentes, porquanto clara afronta aos princípios da
ampla defesa e contraditório.

Sem mais para o momento, são estes os termos que, cumpridas as


formalidades legais, aguarda-se o mais célere deferimento.

De Goiânia/GO para Brasília/DF, 10 de julho de 2022.

Bruno Aurélio Rodrigues da Silva Pena


OAB/GO n.º 33.670
(Assinado Eletrônicamente)

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Número do documento: 22071022151520000000035985809


https://pje2i.tjdft.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=22071022151520000000035985809
Assinado eletronicamente por: BRUNO AURELIO RODRIGUES DA SILVA PENA - 10/07/2022 22:15:15 Num. 37174950 - Pág. 70
ANEXOS:
Doc.1 - Procuração do PROS;
Doc.2 - Procuração de Euripedes Junior;
Doc.3 - Escritura Pública de Declaração de Liliane Dantas;
Doc.4 - Certidão de que Liliane Dantas é Segunda Secretária da Executiva
Nacional do PROS;
Doc.5 - Ata Notarial de conversas de whatsapp;
Doc.6 - Certidão de propriedade de imóvel em nome de Raquel Costa Ribeiro;
Doc.7 - Áudio da conversa telefônica de 10-06-2022 entre Liliane e Rubens;
Doc.8 - Transcrição do áudio da conversa telefônica de 10-06-2022 entre Liliane
e Rubens;
Doc.9 - E-mails trocados entre o Arguido e Felipe Espirito Santo;
Doc.10 - Prova de funcionamento do Conselho de Ética do PROS.

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Número do documento: 22071022151520000000035985809


https://pje2i.tjdft.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=22071022151520000000035985809
Assinado eletronicamente por: BRUNO AURELIO RODRIGUES DA SILVA PENA - 10/07/2022 22:15:15 Num. 37174950 - Pág. 71

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