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10/07/2022
Número: 0722886-14.2022.8.07.0000
Classe: EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO
Órgão julgador colegiado: 2ª Câmara Cível
Órgão julgador: Gabinete do Des. Eustáquio de Castro
Última distribuição : 10/07/2022
Valor da causa: R$ 0,00
Processo referência: 0736397-47.2020.8.07.0001
Assuntos: Suspeição
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Advogados
PARTIDO REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL - PROS
(EXCIPIENTE)
BRUNO AURELIO RODRIGUES DA SILVA PENA
(ADVOGADO)
EURIPEDES GOMES DE MACEDO JUNIOR (EXCIPIENTE)
BRUNO AURELIO RODRIGUES DA SILVA PENA
(ADVOGADO)
DESEMBARGADOR DIAULAS COSTA RIBEIRO (EXCEPTO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
37174950 10/07/2022 Arguição de Impedimento e Suspeição - PROS e Petição
22:18 Euripedes Junior
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR RELATOR NESTA 8ª TURMA CÍVEL DO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS.
0704028-97.2020.8.07.0001
Embargos de Declaração na Apelação Cível em Ação Declaratória
de Falsidade de Documentos e Nulidade de Ato Jurídico
Recorrentes: Partido Republicano da Ordem Social (PROS) e
Eurípedes Gomes de Macedo Jr.
Recorridos: Marcus Vinícius Chaves de Holanda e outros.
0736397-47.2020.8.07.0001
Embargos de Declaração na Apelação Cível em Ação Declaratória
com Pedido de Tutela de Urgência
Recorrente: Eurípedes Gomes de Macedo Jr.
Recorrido: Partido Republicano da Ordem Social (PROS)
0711180-34.2022.8.07.0000
Agravo de Instrumento
Recorrentes: Partido Republicano da Ordem Social e Eurípedes
Gomes de Macedo Júnior.
Recorrido: Marcus Vinicius Chaves de Holanda.
para que Vossa Excelência, nos termos do artigo 146, § 1º, do Código de Processo
Civil, se manifeste, ao receber a presente petição, se reconhece o impedimento e a
suspeição, a fim de ordenar imediatamente a remessa dos autos a seu substituto
legal; ou, para que em caso contrário, determine a autuação em apartado da
1. DOS FATOS:
1 https://www25.senado.leg.br/web/senadores/senador/-/perfil/5166
2 https://politica.estadao.com.br/eleicoes/2018/candidatos/df/deputado-federal/dra-raquel-costa-
ribeiro,2233
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4 https://www.youtube.com/watch?v=ccRemh6ix0w&ab_channel=TJDFToficial
5 https://www.youtube.com/watch?v=-RU3T8L0HOY&t=15s&ab_channel=TJDFToficial
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6 https://www.conjur.com.br/2020-abr-22/resolucao-preve-disponibilizacao-integra-votos-site-stf
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7 STF, Tribunal Pleno, MI 284/DF, Relator p/ acórdão Ministro CELSO DE MELLO, DJ 26/06/1992.
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Mais adiante em seu voto, o Arguido mais uma vez consigna uma
opinião pessoal completamente alheia à matéria jurídica discutida nos autos,
de que os “partidos não podem, no Brasil, ter donos nem se afastar, na sua
administração interna, dos valores, compromissos e deveres do Estado de
Direito” (dando a entender que o PROS teria dono, e que teria se afastado dos
valores, compromissos e deveres do Estado de Direito), conforme trecho do
voto a seguir transcrito:
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Sobre a questão, cumpre ressaltar que mais uma vez sem razão as
afirmações do Arguido. Primeiro, porque a instalação do Conselho de Ética e
Disciplina Nacional não é responsabilidade do Presidente Nacional, mas sim da
Convenção Nacional que deve eleger os seus membros, nos termos do artigo 57, do
Estatuto do PROS. Segundo, porque o Conselho de Ética e Disciplina Nacional não
é o “juiz natural das causas contra os dirigentes do Partido”, mas sim o Diretório
Nacional, nos termos dos artigos 38, inciso IV, e 32, inciso VII, do Estatuto do
PROS. Terceiro, porque os Arguentes em momento algum defenderam a
inexistência do Conselho de Ética e Disciplina Nacional, como causa de nulidade do
ato que teria destituído o Segundo Arguente, da Presidência Nacional do PROS.
Mais adiante, o Arguido, em seu voto, ao enfrentar um dos
fundamentos da sentença recorrida – de que não haveria previsão legal ou
estatutária para que o Secretário de Comunicação da Executiva Nacional
instaurasse um processo disciplinar contra o Presidente – o rebateu, não com as
disposições estatutárias, mas tão somente com perguntas retóricas
(impregnadas de certa indignação), conforme trecho do voto transcrito a seguir:
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111. Também não foi alegado contra Marcus Vinícius Chaves Holanda suspeição ou
impedimento. Ao contrário, ele só foi expulso sumariamente do PROS, em
9/1/2020, sem qualquer direito de defesa, porque tomou as medidas já
mencionadas e designou a reunião impugnada, de 11/1/2020. A expulsão foi
uma tentativa de impedir a realização da reunião que destituiu os seis
dirigentes nacionais do Partido, dentre outras providências adotadas. Mais uma
vez a clarividência de Flannery O’Connor. Essa postura de Eurípides Júnior e do
Diretório Nacional que presidia, se foi surpreendente, era inevitável. Não se
poderia esperar algo diferente. [grifo e negrito não original]
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(...) 128. Na inicial, o apelado narrou que houve reunião da Comissão Executiva
Nacional do Partido em 9/1/2020. A convocação foi realizada por Eurípedes Gomes
de Macedo Júnior e tinha por objeto a representação formulada em 3/1/2020 por
Reginaldo Vale Tavares em desfavor de Marcus Vinicius Chaves de Holanda (ID nº
30780570, Pág. 1-7) e de Edmilson Santana da Boa Morte (ID nº 30780571, Pág. 1-
13).
129. Na reunião, em que Eurípedes Gomes de Macedo Júnior nomeou uma comissão
disciplinar ad hoc, foi declarada a perda automática do mandato de Edmilson Santana
da Boa Morte e de Marcus Vinícius Chaves de Holanda das funções de Secretário do
Multiculturalismo e Igualdade Racial e Secretário de Comunicação, diante do número
de faltas injustificadas em reuniões durante o ano, nos termos do art. 37, parágrafo
único do Estatuto do Partido (ID nº 30789579, Pág. 1-6).
130. Alega-se nos autos que Marcus Vinícius Chaves de Holanda não era sequer
filiado ao PROS e não poderia ser nomeado seu presidente tampouco integrar o
quórum de deliberação. Ocorre que ambos, Edmilson Santana da Boa Morte e
Marcus Vinícius Chaves de Holanda, foram expulsos do Partido nessa reunião.
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10. Previno o requerente que a interposição de recurso contra esta decisão, que
apenas tumultue a condução do processo, se declarado inadmissível, protelatório ou
improcedente, acarretará na condenação às penalidades fixadas nos arts. 1.021, § 4º,
e 1.026, § 2º, do CPC.
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2. DO DIREITO:
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8BACELLAR FILHO, Romeu Felipe. Processo Administrativo Disciplinar. 2. ed. São Paulo: Max
Limonad, 2003. p. 227.
9BACHMAIER WINTER, Lorena. Imparcialidad Judicial y Libertad de Expresión de Jueces y
Magistrados. Thomson, 2008. p. 19, tradução livre.
10 GOMES FILHO, Antônio Magalhães. A motivação das decisões penais. RT, 2013. p. 32
11 LOPES JR., Aury. Direito processual penal – 16. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019. p. 50.
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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
(...)
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
(...)
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
(...)
12MENDES, Gilmar Ferreira e BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. – 11.
ed. – São Paulo: Saraiva, 2016. – (Série IDP). p. 438.
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13BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de direito processual civil: volume único / – 5. ed. – São Paulo:
Saraiva Educação, 2019. p. 76.
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14 https://www.barandbench.com/columns/the-origins-of-justice-must-be-seen-to-be-done
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Assim, não se cuida de discutir aqui se o juiz, na sua dimensão subjetiva, nutria
afeição ou desprezo pelo acusado. O que se deve perguntar de forma simples e
direta é: diante de todo o conjunto de atos jurisdicionais praticados por Sergio
Moro, ainda é possível manter a percepção de que o julgamento do paciente
deste HC foi realizado por um juiz despido de todo e qualquer preconceito
acerca da culpabilidade do acusado? É ainda possível afirmar que a decisão
condenatória assinada pelo magistrado serviria unicamente à realização do
interesse da Justiça independente dos desígnios pessoais do magistrado? As
respostas a essas duas questões, infelizmente, parecem ser negativas. [grifo e
negrito não original]
15LIMA, Renato Brasileiro. Manual de processo penal: volume único. 4. ed. rev., ampl. e atual.
Salvador: Ed. JusPodivm, 2016
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16PINHO, Humberto Dalla Bernardina de. Manual de direito processual civil contemporâneo– 2. ed. –
São Paulo: Saraiva Educação, 2020. p. 347/348.
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3. DOS PEDIDOS:
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