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UNIVERSIDADE PAULISTA MÓDULO 2

unesp Campus de Jaboticabal


FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS

Departamento de Produção Vegetal


Silvicultura 2
DISCIPLINA:
Dendrologia 0
TEMA:
Rinaldo César de Paula 1
PROFESSORES:
Sérgio Valiengo Valeri 6
1. Dendrologia

Dendrologia significa estudo das árvores. Do grego: dendro - árvore; logos – estudo,
tratado. O termo foi proposto pelo naturalista italiano Ulisse Aldriovandi, em 1668 (SOUZA,
1973). Dendrologia é a parte da Silvicultura que inclui os estudos morfológicos,
anatômicos, fisiológicos e de classificação sistemática das árvores.

Árvore é um vegetal
perene que produz
lenho secundário e
atinge altura mínima
de oito metros na fase
adulta.

2. Componentes da
Árvore

Partes integrantes da
árvore: raiz, caule e
copa
O sistema radicular fixa a
árvore ao solo de onde retira,
por meio dos pelos
absorventes, água e sais
minerais indispensáveis à sua
vida.

Raízes pivotantes são aquelas em que há predominância do eixo principal sobre as


raízes secundárias. A raiz principal penetra verticalmente no solo, emitindo raízes
secundárias finas, em direção oblíqua. Ocorrem na maioria das essências florestais:
eucalipto, jatobá, jequitibá, entre outras.
Raízes superficiais são aquelas em que as raízes secundárias se desenvolvem com a
mesma força que a principal, próximas à superfície do solo. As espécies que possuem
este tipo de raízes podem ser plantadas em solo raso, mas dependem de chuvas
regulares durante o ano. Espécies de coníferas são exemplos, como de gênero Pinus.
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O estudo do sistema radicular das espécies florestais interessa ao silvicultor por lhe dar
subsídios para a escolha do tipo de solo onde as mesmas devam ser cultivadas.
A morfologia do caule está correlacionada principalmente com os aspectos de utilização
comercial da madeira. O Fuste é a parte do caule comercializável, desprovida de ramos
laterais. Além do caule, os demais componentes da árvore são considerados resíduos da
exploração florestal.
As características morfológicas das folhas, bem como a arquitetura da copa das árvores estão
correlacionadas com aspectos fisiológicos, como aproveitamento da luz solar, que têm
implicações na escolha de espaçamento de plantio.

Tronco de angico Tronco de eucalipto

Caule é a parte da árvore que fica entre as raízes e a copa. Tem as funções de
sustentação (da copa), de condução (da seiva) e de armazenamento (de substancias
de reserva). É a parte da árvore que fornece a madeira, sendo, portanto a mais
importante.

Copa é a parte da árvore constituída pelos ramos, flores, folhas e frutos. Tem as funções
de fotossíntese, respiração e transpiração.

Cupressus
farinha-seca
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3. Crescimento do Caule
. Altura e diâmetro
. Anéis de crescimento
. Cerne e alburno
. Planos de observação e composição do lenho
O crescimento em altura ocorre graças aos meristemas apicais, que mantêm sua atividade
durante toda a vida da árvore.
O crescimento em diâmetro ocorre devido à atividade do câmbio, que é um tecido
meristemático secundário.
O câmbio produz células para o interior que formam o lenho ou xilema e também para o
exterior, que formam o liber ou floema.
A cada camada de lenho que o câmbio forma para dentro, ele vai sendo empurrado para fora,
e o diâmetro do tronco é aumentado.
A espessura do xilema é muito superior à do floema, porque são produzidas mais células de
xilemas do que floema e porque após aproximadamente um ano, o floema perde sua
atividade fisiológica e se desloca para o exterior, integrando-se à casca que se descama
periodicamente.

Anel de crescimento do lenho formado na Primavera e verão

Primavera/Verão

- Gema apical produz maior


quantidade de auxina

- Crescimento vegetativo
intenso

- Células de maior diâmetro

- Maior lúmem

- Menor comprimento

- Paredes mais finas

- Menos denso

- Anel primaveril, ou inicial


ou precoce
Traqueídeo de comprimento menor, maior largura e parede mais fina, componente do anel
formado na primavera/verão, de coloração mais clara. Fonte: Lepage et al. (1986)
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Anel de crescimento do lenho formado outono e inverno

Outono/Inverno

Menor produção de auxina


em relação à giberelina

- Células de menor
diâmetro

- Menor lúmem

- Maior comprimento

- Paredes mais espessas

- Mais denso

- Anel outonal, ou tardio ou


estival

Traqueídeo de comprimento maior, menor largura e parede mais grossa, componente do anel
formado no outono/inverno, de coloração mais clara. Fonte: Lepage et al. (1986)

4. Composição do Caule
O caule é composto de três partes, que aparecem num corte transversal, do interior para o
exterior: medula, lenho e casca.
Medula é um tecido meristemático primário, localizado na região central em toda a extensão
do tronco. É de diâmetro reduzido, porque perde logo a capacidade de se dividir. É de
pequena importância.
Lenho ou Xilema é a parte do caule localizado entre a medula e a casca. É formado pelas
células que o câmbio produz para o lado de dentro, onde o câmbio é um tecido meristemático
secundário. Tem as funções de sustentação, armazenamento e condução de seiva bruta. É a
parte mais importante do caule, fornecendo a madeira.
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Lenho ou Xilema

Cerne Alburno

- Parte interna do lenho - Parte externa do lenho (lenho jovem


- Fisiologicamente inativo - Fisiologicamente ativo (células vivas)
- Impregnado de substâncias corantes - Função: condução e armazenamento
- Células lignificadas - Mais claro
- Em geral, mais escuro - Mais permeável
- Menos permeável - Menos comercial
- Mais comercial - Susceptível a organismos deterioradores
- Função mecânica (xilófagos)
- Em geral de maior densidade - Menor densidade

Componentes do caule em seção transversal, radial (no sentido das células do raio da medula
à casca) e tangencial aos anéis de crescimento. Fonte: Burger e Richter (1991).
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Casca:

Ritidoma

Floema

Células do câmbio

Fonte: Taylor at al. (1978)

A casca é dividida em duas partes. A interna, denominada de floema, tem as funções de


proteção ao lenho e de condução da seiva elaborada. A parte externa da casca é inativa
fisiologicamente e provém do líber ou floema, também tem a função de proteção do lenho e
recebe o nome de ritidoma.
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5. Planos de Observação do Caule X

T
R

Siau (1971)1

Secção de caule (tronco) de uma conífera, mostrando os planos de corte e/ou observação: X -
transversal, R - longitudinal radial, T - longitudinal tangencial. Fonte: Ilustração Kimura, L.
(BOTOSSO, 2009).

X - Secção Transversal ou de Topo, o corte é feito perpendicular às fibras e ao eixo maior


do caule. Nesta secção, a disposição dos tecidos é melhor observada. Podem ser observados
os raios, canais de resina (nas coníferas), parênquima radial e axial, traqueídeos e fibras
librioformes dos anéis primaveril e outonal, poros (nas folhosas).

R - Secção Longitudinal – radial, o corte é feito paralelo ao eixo maior do tronco, paralelo
aos raios lenhosos em um plano passando pela medula e perpendicular aos anéis de
crescimento.

T - Secção Longitudinal – tangencial, o corte é feito paralelo ao eixo maior do caule,


perpendicular à direção dos raios lenhosos e tangencial aos anéis de crescimento. Podem ser
observados os traqueídeos e as fibras.

1 Siau (1971), citado por Lepage et al. (1986).

1. SIAU, J. F. Flow in wood. Syracuse,: Syracuse University Press, 1971. 131p. il.
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6. Estrutura Anatômica do Lenho

Madeira de Coníferas

Pinus sylvestris
Fonte: Taylor et al. (1978).

Lenho de conífera. Fonte: Panshin e Zeeuw (1970)1, citado por IPT (1988).

1 - PANSHIN, A. J.; ZEEUW, C. Textbook of wood technology. 3. ed. New York: McGraw-Hill,
1970, v. 1 (McGraw-Hill Series in Forest Resourses).
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A organização estrutural das madeiras de coníferas é relativamente simples. É constituída de


traqueídeos (90 a 95% do volume) e de parênquima axial e radial.
Traqueídeos ou fibra-traqueídeos são células alongadas sem perfurações nas extremidades
e providas de pontuações em suas paredes. Têm as funções de condução e sustentação. As
fibras de coníferas são considerados fibras-longas, cujo comprimento varia de 2 a 6 mm e a
largura de 35 a 45 , podendo chegar a 10 mm (Araucaria).

Fonte: 1 Siau (1971), citado por Lepage et al. (1986)

1. SIAU, J. F. Flow in wood. Syracuse,: Syracuse University Press, 1971. 131p. il.
10

Lenho de uma conífera nos três planos de observação. Fonte: Taylor et al. (1978).
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Madeiras de Folhosas
As folhosas representam um estágio mais evoluído no Reino Vegetal. Têm tecidos mais
especializados e estrutura mais complexa do que as coníferas, pois apresentam um maior
número de tipos de células em sua composição. A função de sustentação é desempenhada
pelas fibras, enquanto que a de condução é desempenhada pelos vasos.

Lenho de uma folhosa nos três planos de observação. Fonte: Esau (1974).
12

Lenho de uma folhosa nos três planos de observação. Fonte: Taylor et al. (1978).
13

Elementos constituintes do
xilema de uma folhosa:
A, B, C – elementos de
vaso largos;
D, E, F – elementos de
vaso estreitos;
G - traqueídeos;
H - fibro-traqueídeos;
I - fibra-libriforme;
J - células de parênquima
radial;
K – células de parênquima
axial.

Os elementos vasculares
apresentam as extremidades
perfuradas, através das quais
ligam-se a outros elementos
vasculares, formando
tubulações longitudinais
chamadas vasos. São vistos
na secção transversal do
caule como poros.

Fonte: Esau (1974).

Fibra da Madeira de Folhosa


As fibras de folhosas são células alongadas com as extremidades afuniladas, havendo as
fibras libriformes que apresentam pontuações simples, e os fibros-traqueídeos com
pontuações areoladas, extremidades mais arredondadas e paredes mais finas. São
consideradas fibras curtas, cujas dimensões variam de 0,7 a 1,5 mm de comprimento e de 15
a 25  de largura.
A estrutura de madeira de eucalipto é composta por 65% de fibras (fibras librioformes e
fibro-traqueídeos), 17% de vasos e 18% de células parenquimatosas (axial e radial).
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Estrutura da parede celular de


uma fibra:

ML – lamela média;
P – parede primária;
S1 – camada externa;
S2; camada secundária média;
S3 – camada secundária interna;
W – verugas cerosas do lúmen.

Industrialmente, celulose é
conceituada como uma pasta
composta por fibras de madeira.
Dependendo do processo de
fabricação da celulose a pasta é
mecânica ou química.

Fonte: Sjöstrom (1981)1, citado por Lepage et al. (1986)

Do exterior para o interior de uma fibra (célula da madeira), aparecem a lamela média, a
parede celular propriamente dita e o lúmen. A parede celular é subdividida em parede
primária e secundária. A lamela média está localizada entre as células, sendo formada
basicamente por lignina. A parede primária contém pequena porcentagem de celulose (5 a
10%) e alta porcentagem de lignina (60 a 75%). A parede secundária é formada de 3
camadas, denominadas S1, S2 e S3.
As camadas S1 e S3 são de espessura equivalente, muito menor que a espessura da camada
S2. Como a maior parte da parede celular é formada pela camada S2, as características dessa
camada influem nas características da madeira.

A parede secundária apresenta em torno de 50% de celulose, 30% de hemiceluloses e 20%


de lignina.

1. SJÖSTROM, E. Wood chemistry: fundamentals and applications. New York: Academic


Press, 1981. 1121p.
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7. Ramificação
Os ramos laterais de uma árvore se desenvolvem a partir de gemas existentes nas axilas das
folhas. A morfologia do caule é amplamente determinada pela ramificação, que pode ocorrer
de duas maneiras: monopodial e simpodial.
A ramificação monopodial ocorre quando durante o desenvolvimento da árvore predomina
sempre o eixo principal, por atividade de uma única gema, a apical, a exemplo das espécies
dos gêneros Eucalyptus, Pinus e Araucaria.
A ramificação simpodial ocorre quando cessa em determinada época a atividade da gema
apical e desenvolvem-se sucessivamente várias gemas secundárias. À pequena altura do solo,
o caule se divide em dois ou mais ramos, que por sua vez se ramificam várias vezes. Ocorre
com a maioria das espécies florestais brasileiras, como os ipês, pau-ferro, paineira e fruteiras
como a mangueira.

Ramificação monopodial Ramificação simpodial

8. Forma das Árvores

Forma específica: A árvore apresenta forma específica quando cresce isoladamente,


recebendo luz plenamente; os ramos laterais são bem desenvolvidos e persistentes. A
árvore adquire a forma típica da espécie. Eucalipto-de-flor-vermelha, Jardim Escola
Secundária Domingos Sequeira - Leiria, Portugal.
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Povoamento de Corymbia citriodora (ex Eucalyptus citriodora), sob regime de regeneração:


talhadia sob alto fuste. As árvores de talhadia são provenientes de rebrota com idade de 10
anos e as arvores de alto fuste são provenientes de mudas por sementes com idade de 36
anos. O eucalipto na forma de povoamento adensado adquire a forma florestal e a
ramificação tende a ser monopodial, possui raízes profundas e a raiz principal é pivotante,
sendo assim, deve ser cultivado em solos com mais de 2 m de profundidade, dependendo da
espécie, pois já aos cinco anos de idade, o eucalipto apresenta raízes de mais de dois metros
de comprimento Andrade (1961). De modo geral as espécies de eucalipto são exigentes em
fertilidade do solo.

Copa de Corymbia citriodora na forma florestal, arboreto FCAV/Unesp em 2014.


A árvore apresenta forma florestal quando cresce integrando um maciço florestal; ela
apresenta um fuste longo, livre de ramos laterais até determinada altura do solo, encimado
por uma pequena copa.
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Folhosa: Machaerium scleroxylon


Caviúna-com-espihos, no Arboreto
da FCAV em 2014. Mesmo em
ambiente de floresta artificial
adensada, pela alta herdabilidade
quanto à forma de ramificação,
apresenta ramificação simpodial.
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Espécies do gênero Pinus possui raízes fasciculadas e exploram um rio de mais de 13 m


de solo ao redor da árvores, podendo ser cultivado em solos mais rasos e de menor
fertilidade do que o eucalipto. Assim, o Pinus é mais frugal do que o eucalipto.
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9. Classificação das Essências Florestais

. Quanto à Longevidade

. Quanto à Sociabilidade

. Quanto à Frugalidade

. Quanto à Naturalidade

. Quanto à Tolerância

. Quanto à Resistência

. Quanto à Morfologia

. Quanto ao Grupo Ecológico

Classificação das Essências Florestais


Quanto à longevidade (capacidade da espécie de se manter com vida): pequena longevidade
(vivem menos de 100 anos), longevidade média (vivem de 100 a 200 anos) e de grande
longevidade (vivem mais de 200 anos).
Quanto à sociabilidade: sociais, quando possuem a capacidade de formar povoamentos
homogêneos. Angico, pinheiro-brasileiro, pinus e eucalipto são espécies sociais. As
essências disseminadas não formam povoamentos homogêneos, como o cedro (sua
população é controlada pela broca da mariposa Hypsiphyla grandella Zeller, que se alimenta dos
meristemas apical e dos ramos.
Quanto à frugalidade (exigência da espécie em fertilidade do solo) : as espécies frugais são
de pequeno consumo de nutrientes, como angico, faveiro, barbatimão e pinus. As espécies de
frugalidade média são de consumo médio de nutrientes, como aroeira, angico, gonçalo-alves.
Uma espécie não frugal é de grande consumo de nutrientes do solo, como cedro, peroba e
jequitibá.
Quanto à naturalidade: as espécies nativas ou indígenas são aquelas integrantes da
vegetação natural do país. As espécies exóticas são aquelas trazidas de outros países. Uma
espécie nativa ou exótica pode ser classificada como introduzida, caso seja plantada fora de
sua zona de ocorrência natural. As espécies introduzidas podem ser adaptadas ou não
adaptadas, em função do seu comportamento na nova região de plantio.
Quanto à tolerância (habilidade das espécies de sobreviverem e crescerem à sombra de
outras): as espécies tolerantes se adaptam à sombra ou à luz difusa, como cedro, cinamomo e
guarantã. As espécies intolerantes exigem bastante luz ou luminosidade para se
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desenvolverem, como pinus e eucalipto.


Quanto à resistência: as essências florestais podem ser resistentes, de resistência média e
não resistentes aos diversos fatores como seca, vento, calor, frio, geada, fogo, solos úmidos,
pragas e moléstias.
Quanto à morfologia: as essências são classificadas em dois grandes grupos morfológicos:
coníferas e folhosas. As coníferas são também chamadas de resinosas, por possuírem, no
tronco, canais especializados no armazenamento de resinas. Possuem folhas persistentes e
com limbo pouco desenvolvido. De formato simples, são geralmente lineares e com a forma
de agulha sendo conhecidas como acículas. Produzem falsos frutos com forma simples e
característica, como o estróbilo e o cone ou pinha.

As coníferas não se regeneram do toco após o corte da árvore, havendo entretanto exceções
como a Cunninghamia lanceolata. Produzem madeira clara e mole, com fibras longas.
As folhosas ou latifoliadas possuem folhas persistentes ou caducas, com limbo bem
desenvolvido e de diferentes formas. Possuem frutos verdadeiros e de diferentes formas
como cápsula, vagem e sâmara.
As folhosas se regeneram da touça após o corte e geralmente produzem madeira mais escura
e dura, com fibras curtas.

Coníferas Folhosas

- Resinosas - Latifoliadas

- Folhas - Folhas
- persistentes - persistentes ou caducas
- limbo pouco desenvolvido - limbo desenvolvido
- simples - forma variada
- lineares ou em forma de agulhas
- Frutos verdadeiros e de diferentes formas
- Falso fruto (estróbilo e o cone ou pinha)
- Regeneram do toco
- Não se regeneram do toco, com algumas
exceções, como Cunninghamia lanceolata. - Madeira mais escura

- Madeira clara e macia - Fibras curtas: 0,7 a 1,5 mm

- Fibras longas. 2 a 6 mm
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Familia: Taxodiaceae
Sinónimos: Cunninghamia lanceolata Cupuaçu (Theobroma grandiflorum)
Nombre común: Cuningamia Ocorrência – Região Amazônica,
Lugar de origen: Especie originaria de principalmente no Estado do Pará.
China. Etimología: Cunninghamia, género Outros nomes - cupuaçu-verdadeiro,
dedicado a James Cunninghame, cirurgião Características – espécie com altura de
chinês, que enviou plantas à Inglaterra. 4 a 8 m (até 15 m na mata alta), dotada
Lanceolata, do latim lanceolatus-a-um, de de copa alongada ou piramidal.
forma lanceolada, referindo-se às suas
folhas.

Grupos Ecológicos

1. Pioneiras:

• Sementes – pequenas; dormentes; alta longevidade; dispersão por animais; necessitam de


luz para germinar; banco de sementes do solo.
• Plântula/Planta: rápido crescimento; produção contínua de sementes; ciclo de vida curto;
pequeno porte; modificadoras do ambiente; Ex.: Cecropia; Croton sp; Mimosa scabrella,
Trema micrantha.

2. Secundárias:

• Sementes - aladas; curta longevidade; poucas reservas; dispersão por vento ou animais;
não dormentes; oportunistas de clareira; banco de plântulas.
• Plântulas/Plantas - necessitam de luz para desenvolver. Ex.: Centrolobium tomentosum,
Chorisia speciosa; Inga sp; Tabebuia chrysotricha

3. Climácicas:

• Sementes – grandes; baixa longevidade; em geral não dormentes; germinam à sombra.

• Plântula/Planta - crescimento lento; tolerantes; precisam de luz para a fase reprodutiva.


Ex: Hymenaea sp; Lecythis pisonis, Genipa americana.
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Fontes de Imagens
Eucalipto-de-flor-vermelha:
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://bp0.blogger.com/__Cp74pn-
pns/Ro2VyWxYKUI/AAAAAAAAC4I/gX_8Gl9e3e8/s400/DSC_0050.JPG&imgrefurl=
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%26ndsp%3D20%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26start%3D80
Eucalipto na forma específica:
http://images.google.com.br/images?gbv=2&hl=pt-
BR&q=Eucalipto+isolado&sa=N&start=0&ndsp=20
Embaúba:
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://img208.imageshack.us/img208/2521/e
mbaubathumb1.jpg&imgrefurl=http://natural.enternauta.com.br/plantas-
medicinais/embauba-propriedades-
medicinais/&usg=__BS35ZGrVPWHRuNZWH2L8lMVZrRU=&h=247&w=244&sz=29
&hl=pt-
BR&start=6&tbnid=oixPH_EV_dvg_M:&tbnh=110&tbnw=109&prev=/images%3Fq%3
DEmba%25C3%25BAba%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG

Referências e Bibliografia Básica


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em: <http://lrfl.paginas.ufsc.br/files/2016/05/Documentos-194-EMBRAPA-
identifica%C3%A7%C3%A3o-macrosc%C3%B3pica-de-Madeiras.pdf>, Acesso em: 10
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RODRIGUES, F. C. M. P., COSTA, L. G. S., REIS, A. Estratégias de estabelecimento de
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SOUZA, P. F. Terminologia florestal: glossário de termos e expressões florestais.
Guanabara: Fundação IBGE, 1973. 304p.
TAYLOR, G. et al. La madera. Barcelona: Blume, 1978. 274p.

Questionário
1. O que é dendrologia?
2. Qual a importância dos estudos sobre sistema radicular e forma da copa das
árvores?
3. Como se dá o crescimento em altura e em diâmetro nas árvores?
4. Por que em condições tropicais os anéis de crescimento geralmente não são
visíveis?
5. Por que o anel primaveril (ou inicial) é mais largo e menos denso que o outonal
(ou tardio)? Justifique.
6. Por que o cerne é mais resistente ao apodrecimento do que o alburno?
7. Como podemos determinar a idade de uma árvore?
8. Entre as coníferas e as folhosas, qual tem a estrutura anatômica do lenho mais
complexa? Justifique.
9. Como ocorre a variação de lignina e de celulose nas diferentes camadas da parede
celular? Justifique.
10. Para objetivos comerciais (p.ex.: serraria, produção de celulose ou carvão, dentre
outros), é mais interessante que a espécie tenha ramificação monopodial ou
simpodial? Justifique.
11. Por que as espécies arbóreas, em geral, diferem quanto à forma específica e
florestal?
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12. Por que para algumas espécies arbóreas não é possível formar florestas comerciais
monoespecíficas?
13. Por que para algumas espécies arbóreas há grande mortalidade quando se efetua o
plantio a pleno sol? Em qual grupo ecológico isto é mais comum?
14. Que espécie é mais frugal? Angico-do-cerrado ou angico vermelho? Eucalyptus sp
ou Pinus sp?
15. A que grupo ecológico pertencem as árvores de alta longevidade?
16. Qual a origem da denominação “coníferas” para algumas espécies arbóreas?
17. Por que as coníferas produzem “falsos frutos”?
18. A que grupo morfológico pertencem as espécies que produzem celulose de fibras
longas?
19. Como se dá o processo de regeneração natural/sucessão ecológica?
20. Por que o cedro não apresenta sociabilidade?
21. O cupuaçu é uma árvore? Morfologicamente, a que classe de essência florestal se
enquadra?

Teste de Asserção e Razão


Responda as questões de 1 a 15, preenchendo os espaços entre parênteses do quadro final
de respostas com as letras:
(A) Se as duas proposições (P1 e P2) forem corretas e a segunda justifica a primeira;
(B) Se as duas proposições (P1 e P2) forem corretas e a segunda não justifica a
primeira;
(C) Se a primeira proposição (P1) for correta e a segunda (P2) incorreta;
(D) Se a primeira proposição (P1) for incorreta e a segunda (P2) correta;
(E) Se a primeira (P1) e a segunda (P2) proposições forem incorretas.

1. (P1) Dendrologia é a parte da Silvicultura que inclui os estudos morfológicos,


anatômicos e de classificação sistemática das árvores. (P2) Estes estudos são importantes
para escolha de espécies, definir técnicas silviculturais como plantio, condução e
exploração florestal, e tratamento preservativo da madeira.
2. (P1) Pinus apresenta raiz pivotante profunda. (P2) Eucalipto produz raízes superficiais e
não apresenta raiz pivotante principal.
3. (P1) A morfologia do caule está correlacionada com os aspectos de uso comercial da
madeira. O fuste é a parte do caule comercializável, desprovida de ramos laterais (P2).
4. (P1) O crescimento em altura da árvore ocorre graças ao câmbio. (P2) O câmbio é um
tecido meristemático secundário.
5. (P1). O câmbio é responsável pelo crescimento em diâmetro das árvores (P2) O câmbio
produz mais células para o interior que forma o xilema do que para o exterior que forma o
floema.
6. (P1) O floema perde a sua função de transporte da seiva elaborada após
aproximadamente um ano e se desloca para o exterior. (P2) Ritidoma é a casca espessa e
persistente resultante da morte do floema, e tem a função de proteção do lenho.
7. (P1) O anel de crescimento de inverno tem maior densidade do que o anel de verão. (P2)
No inverno, a baixa temperatura podendo estar associada à seca, há menor atividade
biológica da árvore, há menor produção de auxina em relação à giberelina, as paredes das
células são mais espessas.
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8. (P1) O anel primaveril ou de verão é formado por células de paredes mais finas e o
tecido é menos denso do que o anel de inverno. (P2) No verão o crescimento vegetativo é
intenso, a gema apical produz maior quantidade de auxina.
9. (P1) O alburno é a parte interna do lenho. (P2) O alburno é mais escuro e apresenta
maior densidade do que o cerne.
10. (P1) O cerne tem função mecânica e apresenta células lignificadas. (P2) O cerne tem
menor valor comercial do que o alburno para construção civil.
11. (P1) Os anéis de crescimento são observados principalmente no corte tangencial do
caule. (P2) As coníferas apresentam fibras mais longas do que as folhosas.
12. (P1) As características da camada S2 das fibras influem nas características da madeira.
(P2) A maior parte da parede celular é formada pela camada S 2, que apresenta cerca de
50% de celulose, 30% de hemicelulose e 20% de lignina nas madeiras de folhosas.
13. (P1) As madeiras de folhosas, como do gênero Eucalyptus, produzem celulose de
qualidade para papéis de escrita, pois apresentam fibras curtas. (P2) As madeiras de
coníferas, como do gênero Pinus sp, produzem celulose de qualidade para papéis
higiênicos e de embalagens (sacolas e sacos de lojas e supermercados), pois apresentam
fibras longas.
14. (P1) Fruteiras como a mangueira e árvores das espécies brasileiras como ipês e paineira
apresentam ramificação monopodial. (P2) Espécies de Araucária, Pinus e Eucalyptus
apresentam ramificação simpodial.
15. (P1) A ramificação monopodial ocorre quando durante o desenvolvimento da árvore
predomina sempre o eixo principal. (P2) Nesse tipo de crescimento do caule há predomínio
de atividade de uma única gema, a apical.

Quadro de Respostas

1. ( ) 2. ( ) 3. ( ) 4. ( ) 5. ( )
6. ( ) 7. ( ) 8. ( ) 9. ( ) 10. ( )
11. ( ) 12. ( ) 13. ( ) 14. ( ) 15. ( )

ATENÇÃO: Quando as duas alternativas são corretas, procure responder as questões


colocando um porque entre as afirmativas P1 e P2 para verificar se a segunda justifica a
primeira. Só consulte o gabarito, na página seguinte, após preencher o quadro de
respostas acima.
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Gabarito

1. ( A ) 2. ( E ) 3. ( B ) 4. ( D ) 5. ( A )
6. ( B ) 7. ( A ) 8. ( A ) 9. ( E ) 10. ( C )
11. ( D ) 12. ( A ) 13. ( B ) 14. ( E ) 15. ( A )

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