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Dendrologia significa estudo das árvores. Do grego: dendro - árvore; logos – estudo,
tratado. O termo foi proposto pelo naturalista italiano Ulisse Aldriovandi, em 1668 (SOUZA,
1973). Dendrologia é a parte da Silvicultura que inclui os estudos morfológicos,
anatômicos, fisiológicos e de classificação sistemática das árvores.
Árvore é um vegetal
perene que produz
lenho secundário e
atinge altura mínima
de oito metros na fase
adulta.
2. Componentes da
Árvore
Partes integrantes da
árvore: raiz, caule e
copa
O sistema radicular fixa a
árvore ao solo de onde retira,
por meio dos pelos
absorventes, água e sais
minerais indispensáveis à sua
vida.
O estudo do sistema radicular das espécies florestais interessa ao silvicultor por lhe dar
subsídios para a escolha do tipo de solo onde as mesmas devam ser cultivadas.
A morfologia do caule está correlacionada principalmente com os aspectos de utilização
comercial da madeira. O Fuste é a parte do caule comercializável, desprovida de ramos
laterais. Além do caule, os demais componentes da árvore são considerados resíduos da
exploração florestal.
As características morfológicas das folhas, bem como a arquitetura da copa das árvores estão
correlacionadas com aspectos fisiológicos, como aproveitamento da luz solar, que têm
implicações na escolha de espaçamento de plantio.
Caule é a parte da árvore que fica entre as raízes e a copa. Tem as funções de
sustentação (da copa), de condução (da seiva) e de armazenamento (de substancias
de reserva). É a parte da árvore que fornece a madeira, sendo, portanto a mais
importante.
Copa é a parte da árvore constituída pelos ramos, flores, folhas e frutos. Tem as funções
de fotossíntese, respiração e transpiração.
Cupressus
farinha-seca
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3. Crescimento do Caule
. Altura e diâmetro
. Anéis de crescimento
. Cerne e alburno
. Planos de observação e composição do lenho
O crescimento em altura ocorre graças aos meristemas apicais, que mantêm sua atividade
durante toda a vida da árvore.
O crescimento em diâmetro ocorre devido à atividade do câmbio, que é um tecido
meristemático secundário.
O câmbio produz células para o interior que formam o lenho ou xilema e também para o
exterior, que formam o liber ou floema.
A cada camada de lenho que o câmbio forma para dentro, ele vai sendo empurrado para fora,
e o diâmetro do tronco é aumentado.
A espessura do xilema é muito superior à do floema, porque são produzidas mais células de
xilemas do que floema e porque após aproximadamente um ano, o floema perde sua
atividade fisiológica e se desloca para o exterior, integrando-se à casca que se descama
periodicamente.
Primavera/Verão
- Crescimento vegetativo
intenso
- Maior lúmem
- Menor comprimento
- Menos denso
Outono/Inverno
- Células de menor
diâmetro
- Menor lúmem
- Maior comprimento
- Mais denso
Traqueídeo de comprimento maior, menor largura e parede mais grossa, componente do anel
formado no outono/inverno, de coloração mais clara. Fonte: Lepage et al. (1986)
4. Composição do Caule
O caule é composto de três partes, que aparecem num corte transversal, do interior para o
exterior: medula, lenho e casca.
Medula é um tecido meristemático primário, localizado na região central em toda a extensão
do tronco. É de diâmetro reduzido, porque perde logo a capacidade de se dividir. É de
pequena importância.
Lenho ou Xilema é a parte do caule localizado entre a medula e a casca. É formado pelas
células que o câmbio produz para o lado de dentro, onde o câmbio é um tecido meristemático
secundário. Tem as funções de sustentação, armazenamento e condução de seiva bruta. É a
parte mais importante do caule, fornecendo a madeira.
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Lenho ou Xilema
Cerne Alburno
Componentes do caule em seção transversal, radial (no sentido das células do raio da medula
à casca) e tangencial aos anéis de crescimento. Fonte: Burger e Richter (1991).
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Casca:
Ritidoma
Floema
Células do câmbio
T
R
Siau (1971)1
Secção de caule (tronco) de uma conífera, mostrando os planos de corte e/ou observação: X -
transversal, R - longitudinal radial, T - longitudinal tangencial. Fonte: Ilustração Kimura, L.
(BOTOSSO, 2009).
R - Secção Longitudinal – radial, o corte é feito paralelo ao eixo maior do tronco, paralelo
aos raios lenhosos em um plano passando pela medula e perpendicular aos anéis de
crescimento.
1. SIAU, J. F. Flow in wood. Syracuse,: Syracuse University Press, 1971. 131p. il.
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Madeira de Coníferas
Pinus sylvestris
Fonte: Taylor et al. (1978).
Lenho de conífera. Fonte: Panshin e Zeeuw (1970)1, citado por IPT (1988).
1 - PANSHIN, A. J.; ZEEUW, C. Textbook of wood technology. 3. ed. New York: McGraw-Hill,
1970, v. 1 (McGraw-Hill Series in Forest Resourses).
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1. SIAU, J. F. Flow in wood. Syracuse,: Syracuse University Press, 1971. 131p. il.
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Lenho de uma conífera nos três planos de observação. Fonte: Taylor et al. (1978).
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Madeiras de Folhosas
As folhosas representam um estágio mais evoluído no Reino Vegetal. Têm tecidos mais
especializados e estrutura mais complexa do que as coníferas, pois apresentam um maior
número de tipos de células em sua composição. A função de sustentação é desempenhada
pelas fibras, enquanto que a de condução é desempenhada pelos vasos.
Lenho de uma folhosa nos três planos de observação. Fonte: Esau (1974).
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Lenho de uma folhosa nos três planos de observação. Fonte: Taylor et al. (1978).
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Elementos constituintes do
xilema de uma folhosa:
A, B, C – elementos de
vaso largos;
D, E, F – elementos de
vaso estreitos;
G - traqueídeos;
H - fibro-traqueídeos;
I - fibra-libriforme;
J - células de parênquima
radial;
K – células de parênquima
axial.
Os elementos vasculares
apresentam as extremidades
perfuradas, através das quais
ligam-se a outros elementos
vasculares, formando
tubulações longitudinais
chamadas vasos. São vistos
na secção transversal do
caule como poros.
ML – lamela média;
P – parede primária;
S1 – camada externa;
S2; camada secundária média;
S3 – camada secundária interna;
W – verugas cerosas do lúmen.
Industrialmente, celulose é
conceituada como uma pasta
composta por fibras de madeira.
Dependendo do processo de
fabricação da celulose a pasta é
mecânica ou química.
Do exterior para o interior de uma fibra (célula da madeira), aparecem a lamela média, a
parede celular propriamente dita e o lúmen. A parede celular é subdividida em parede
primária e secundária. A lamela média está localizada entre as células, sendo formada
basicamente por lignina. A parede primária contém pequena porcentagem de celulose (5 a
10%) e alta porcentagem de lignina (60 a 75%). A parede secundária é formada de 3
camadas, denominadas S1, S2 e S3.
As camadas S1 e S3 são de espessura equivalente, muito menor que a espessura da camada
S2. Como a maior parte da parede celular é formada pela camada S2, as características dessa
camada influem nas características da madeira.
7. Ramificação
Os ramos laterais de uma árvore se desenvolvem a partir de gemas existentes nas axilas das
folhas. A morfologia do caule é amplamente determinada pela ramificação, que pode ocorrer
de duas maneiras: monopodial e simpodial.
A ramificação monopodial ocorre quando durante o desenvolvimento da árvore predomina
sempre o eixo principal, por atividade de uma única gema, a apical, a exemplo das espécies
dos gêneros Eucalyptus, Pinus e Araucaria.
A ramificação simpodial ocorre quando cessa em determinada época a atividade da gema
apical e desenvolvem-se sucessivamente várias gemas secundárias. À pequena altura do solo,
o caule se divide em dois ou mais ramos, que por sua vez se ramificam várias vezes. Ocorre
com a maioria das espécies florestais brasileiras, como os ipês, pau-ferro, paineira e fruteiras
como a mangueira.
. Quanto à Longevidade
. Quanto à Sociabilidade
. Quanto à Frugalidade
. Quanto à Naturalidade
. Quanto à Tolerância
. Quanto à Resistência
. Quanto à Morfologia
As coníferas não se regeneram do toco após o corte da árvore, havendo entretanto exceções
como a Cunninghamia lanceolata. Produzem madeira clara e mole, com fibras longas.
As folhosas ou latifoliadas possuem folhas persistentes ou caducas, com limbo bem
desenvolvido e de diferentes formas. Possuem frutos verdadeiros e de diferentes formas
como cápsula, vagem e sâmara.
As folhosas se regeneram da touça após o corte e geralmente produzem madeira mais escura
e dura, com fibras curtas.
Coníferas Folhosas
- Resinosas - Latifoliadas
- Folhas - Folhas
- persistentes - persistentes ou caducas
- limbo pouco desenvolvido - limbo desenvolvido
- simples - forma variada
- lineares ou em forma de agulhas
- Frutos verdadeiros e de diferentes formas
- Falso fruto (estróbilo e o cone ou pinha)
- Regeneram do toco
- Não se regeneram do toco, com algumas
exceções, como Cunninghamia lanceolata. - Madeira mais escura
- Fibras longas. 2 a 6 mm
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Familia: Taxodiaceae
Sinónimos: Cunninghamia lanceolata Cupuaçu (Theobroma grandiflorum)
Nombre común: Cuningamia Ocorrência – Região Amazônica,
Lugar de origen: Especie originaria de principalmente no Estado do Pará.
China. Etimología: Cunninghamia, género Outros nomes - cupuaçu-verdadeiro,
dedicado a James Cunninghame, cirurgião Características – espécie com altura de
chinês, que enviou plantas à Inglaterra. 4 a 8 m (até 15 m na mata alta), dotada
Lanceolata, do latim lanceolatus-a-um, de de copa alongada ou piramidal.
forma lanceolada, referindo-se às suas
folhas.
Grupos Ecológicos
1. Pioneiras:
2. Secundárias:
• Sementes - aladas; curta longevidade; poucas reservas; dispersão por vento ou animais;
não dormentes; oportunistas de clareira; banco de plântulas.
• Plântulas/Plantas - necessitam de luz para desenvolver. Ex.: Centrolobium tomentosum,
Chorisia speciosa; Inga sp; Tabebuia chrysotricha
3. Climácicas:
Fontes de Imagens
Eucalipto-de-flor-vermelha:
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://bp0.blogger.com/__Cp74pn-
pns/Ro2VyWxYKUI/AAAAAAAAC4I/gX_8Gl9e3e8/s400/DSC_0050.JPG&imgrefurl=
http://dispersamente.blogspot.com/2007_07_01_archive.html&usg=__472SJsMubnfy_F
WbUvXWo-gVqeA=&h=400&w=266&sz=40&hl=pt-
BR&start=81&tbnid=LCZedJVXGKP-
pM:&tbnh=124&tbnw=82&prev=/images%3Fq%3DEucalipto%2Bisolado%26gbv%3D2
%26ndsp%3D20%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26start%3D80
Eucalipto na forma específica:
http://images.google.com.br/images?gbv=2&hl=pt-
BR&q=Eucalipto+isolado&sa=N&start=0&ndsp=20
Embaúba:
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://img208.imageshack.us/img208/2521/e
mbaubathumb1.jpg&imgrefurl=http://natural.enternauta.com.br/plantas-
medicinais/embauba-propriedades-
medicinais/&usg=__BS35ZGrVPWHRuNZWH2L8lMVZrRU=&h=247&w=244&sz=29
&hl=pt-
BR&start=6&tbnid=oixPH_EV_dvg_M:&tbnh=110&tbnw=109&prev=/images%3Fq%3
DEmba%25C3%25BAba%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG
Questionário
1. O que é dendrologia?
2. Qual a importância dos estudos sobre sistema radicular e forma da copa das
árvores?
3. Como se dá o crescimento em altura e em diâmetro nas árvores?
4. Por que em condições tropicais os anéis de crescimento geralmente não são
visíveis?
5. Por que o anel primaveril (ou inicial) é mais largo e menos denso que o outonal
(ou tardio)? Justifique.
6. Por que o cerne é mais resistente ao apodrecimento do que o alburno?
7. Como podemos determinar a idade de uma árvore?
8. Entre as coníferas e as folhosas, qual tem a estrutura anatômica do lenho mais
complexa? Justifique.
9. Como ocorre a variação de lignina e de celulose nas diferentes camadas da parede
celular? Justifique.
10. Para objetivos comerciais (p.ex.: serraria, produção de celulose ou carvão, dentre
outros), é mais interessante que a espécie tenha ramificação monopodial ou
simpodial? Justifique.
11. Por que as espécies arbóreas, em geral, diferem quanto à forma específica e
florestal?
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12. Por que para algumas espécies arbóreas não é possível formar florestas comerciais
monoespecíficas?
13. Por que para algumas espécies arbóreas há grande mortalidade quando se efetua o
plantio a pleno sol? Em qual grupo ecológico isto é mais comum?
14. Que espécie é mais frugal? Angico-do-cerrado ou angico vermelho? Eucalyptus sp
ou Pinus sp?
15. A que grupo ecológico pertencem as árvores de alta longevidade?
16. Qual a origem da denominação “coníferas” para algumas espécies arbóreas?
17. Por que as coníferas produzem “falsos frutos”?
18. A que grupo morfológico pertencem as espécies que produzem celulose de fibras
longas?
19. Como se dá o processo de regeneração natural/sucessão ecológica?
20. Por que o cedro não apresenta sociabilidade?
21. O cupuaçu é uma árvore? Morfologicamente, a que classe de essência florestal se
enquadra?
8. (P1) O anel primaveril ou de verão é formado por células de paredes mais finas e o
tecido é menos denso do que o anel de inverno. (P2) No verão o crescimento vegetativo é
intenso, a gema apical produz maior quantidade de auxina.
9. (P1) O alburno é a parte interna do lenho. (P2) O alburno é mais escuro e apresenta
maior densidade do que o cerne.
10. (P1) O cerne tem função mecânica e apresenta células lignificadas. (P2) O cerne tem
menor valor comercial do que o alburno para construção civil.
11. (P1) Os anéis de crescimento são observados principalmente no corte tangencial do
caule. (P2) As coníferas apresentam fibras mais longas do que as folhosas.
12. (P1) As características da camada S2 das fibras influem nas características da madeira.
(P2) A maior parte da parede celular é formada pela camada S 2, que apresenta cerca de
50% de celulose, 30% de hemicelulose e 20% de lignina nas madeiras de folhosas.
13. (P1) As madeiras de folhosas, como do gênero Eucalyptus, produzem celulose de
qualidade para papéis de escrita, pois apresentam fibras curtas. (P2) As madeiras de
coníferas, como do gênero Pinus sp, produzem celulose de qualidade para papéis
higiênicos e de embalagens (sacolas e sacos de lojas e supermercados), pois apresentam
fibras longas.
14. (P1) Fruteiras como a mangueira e árvores das espécies brasileiras como ipês e paineira
apresentam ramificação monopodial. (P2) Espécies de Araucária, Pinus e Eucalyptus
apresentam ramificação simpodial.
15. (P1) A ramificação monopodial ocorre quando durante o desenvolvimento da árvore
predomina sempre o eixo principal. (P2) Nesse tipo de crescimento do caule há predomínio
de atividade de uma única gema, a apical.
Quadro de Respostas
1. ( ) 2. ( ) 3. ( ) 4. ( ) 5. ( )
6. ( ) 7. ( ) 8. ( ) 9. ( ) 10. ( )
11. ( ) 12. ( ) 13. ( ) 14. ( ) 15. ( )
Gabarito
1. ( A ) 2. ( E ) 3. ( B ) 4. ( D ) 5. ( A )
6. ( B ) 7. ( A ) 8. ( A ) 9. ( E ) 10. ( C )
11. ( D ) 12. ( A ) 13. ( B ) 14. ( E ) 15. ( A )