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AVALIAÇÃO

EXTERNA

 
 
 
COMO

 
COMPREENDER E

 
UTILIZAR OS
RESULTADOS
Con ra informações sobre cada
etapa necessária para fazer um
uso pedagógico dessas provas.
O material inclui também
exemplos de planos de
formação para professores em
    
aplicação dados diagnóstico ação mudança
Leitura e Matemática e
entrevistas sobre o impacto
obtido ao colocar tudo isso em
prática.

CONTINUE
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AVALIAR PARA
A MUDANÇA
Como fazer das avaliações externas um
caminho para a constante re exão da prática

Prova Brasil, ANA, Ideb...


Saber analisar os resultados
das avaliações externas para

introdução
re etir sobre as práticas
Por que
pedagógicas da escola e analisar os 
aprimorar o ensino e a resultados?

aprendizagem é um desa o
para todo gestor. aplicação 
Enfrentá-lo exige que
diretores, coordenadores dados 
pedagógicos e técnicos da
secretaria adotem uma série
de ações: fazer a leitura e a
diagnóstico 
análise detalhada do boletim
com os resultados, reunir a ação 
equipe para debater as
informações obtidas e, com
base no diagnóstico e nas
mudança 
re exões realizadas, preparar
um plano para transformar
tudo isso em trabalho efetivo
na escola.
Nas próximas páginas, você
encontra dicas importantes
sobre como colocar essas
ações em prática. É ao passar
por todas essas etapas –
leitura de dados, diagnóstico
e plano de ação – que será
possível obter mudanças
reais no ensino e na
aprendizagem.

Este material foi elaborado


com base no Programa
Avaliação e Aprendizagem,
iniciativa da Fundação Itaú
Social com coordenação
técnica da Comunidade
Educativa Cedac e cujo
objetivo é contribuir para
ampliar o uso pedagógico
dessas avaliações.

Desde 2011, o programa


desenvolveu estudos sobre os
usos das avaliações externas
com as secretarias
municipais e estaduais de
APESAR DE
Educação, o cinas em
parceria com a União REALIZADAS
Nacional dos Dirigentes
NO ENSINO
Municipais de Educação
(Undime), ações de formação FUNDAMENTAL,
para gestores e técnicos das
AS AVALIAÇÕES
equipes de várias redes e
publicações para educadores.
REFLETEM UM
A atuação ocorreu em Goiás,
São Paulo, Minas Gerais, no PERCURSO QUE

SE INICIA NA
SE INICIA NA
Ceará, Paraná, Pará, Espírito
Santo, Tocantins e EDUCAÇÃO
Maranhão.
INFANTIL


O QUE Criar classes homogêneas
É comum as escolas separarem as turmas por
NÃO desempenho e utilizarem os resultados das
avaliações externas para reforçar essas práticas.
FAZER Além do prejuízo psicológico provocado pelo rótulo,
essa estratégia ignora que a diversidade é bené ca,
que um estudante já avançado em determinada
habilidade pode contribuir com outro que ainda
não a dominou totalmente.

Parâmetros essenciais 
Foi em 1988 que o Ministério da
Para
Educação (MEC) criou o Sistema de ampliar o
Avaliação da Educação Básica alcance das
(Saeb). Desde então, foram várias avaliações,
as mudanças, da adoção de novas estados e
metodologias que permitem a municípios
comparação de dados ao longo do também
tempo à inclusão de informações aplicam
para aumentar a relevância sistemas
pedagógica do material fornecido próprios de
às escolas e aos sistemas de ensino. exames.
Essas
A análise dos resultados das provas são
avaliações possibilita a criação de inspiradas
um painel da Educação no país, na
ferramenta fundamental na metodologia
elaboração de políticas públicas do Saeb,
para a área. Em uma perspectiva mas trazem
política, elas contribuem para elementos
de nir qual o direito de especí cos
aprendizagem básico que todo de cada
aluno deve ter assegurado. Esses rede.
parâmetros são essenciais para que
as redes e as escolas re itam quais
são as estratégias para promover
uma Educação de qualidade.

São muitas as perguntas que


surgem após o diagnóstico feito
com base nesses resultados. Onde
melhoramos e quais práticas
permitiram isso? Como mudar os
pontos em que não houve avanço?
Precisamos dar mais atenção à
formação dos docentes? Criar
grupos de apoio aos alunos com
di culdades?

Vale lembrar que, apesar das


avaliações serem feitas com os
estudantes que estão no m de
cada ciclo do Ensino Fundamental
e Médio, elas não se referem
apenas àqueles anos. Elas re etem
um percurso que se inicia na
Educação Infantil. Para os alunos
chegarem aos anos nais
dominando as competências
exigidas, há um trabalho
desenvolvido ano a ano. Por isso, é
importante envolver todos os
docentes, independentemente da
área e do ano de atuação, nos
debates sobre os resultados. As
ações propostas devem considerar
as condições de ensino e
aprendizagem ao longo da
escolaridade, assegurando que
todos se corresponsabilizem pelo
processo.

Há, porém, limites. Avaliação


externa não acompanha o aluno
individualmente. Daí ser essencial
a avaliação interna, que permita
saber o desempenho de cada um, e
também analisar as práticas
pedagógicas e as condições gerais
da escola. É a articulação de todas
essas informações que dará um
retrato completo para gestores e
docentes melhorarem o processo de
ensino e garantirem o direito à
aprendizagem de cada e toda
criança e jovem.

PREPARE-SE PARA
A APLICAÇÃO
10 dicas para o gestor organizar a escola antes dessas provas
1 Se informar sobre a prova, suas
características e objetivos no
portal do Ministério da Educação
(MEC) e do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (INEP).

2
Manter atualizado os dados das
turmas que realizarão a prova
com base no Censo Escolar do ano
anterior, pois o INEP geralmente
entra em contato com algumas
escolas para fazer uma checagem
dessa informação;

3
Informar ao MEC/INEP os alunos
de inclusão e as condições
necessárias para assegurar sua
participação;

4
Conversar com os alunos sobre o
que é a avaliação, quais são seus
objetivos e como a escola pode
aproveitar os resultados. Reforçar
a importância de responder as
questões com seriedade;

5
Propor, no cotidiano das
avaliações em sala de aula, provas
no mesmo formato da Prova
Brasil, com testes e anotação de
respostas em gabarito, para os
alunos aprenderem a fazer
exercícios neste formato;

6
Realizar reunião de pais para
esclarecer sobre o que é a
avaliação, como a análise dos
resultados pode contribuir para
melhorar a aprendizagem dos
alunos e a responsabilidade dos
responsáveis em assegurar a
presença da criança ou jovem,
tanto no cotidiano escolar, quanto
no dia da aplicação da prova;

7
Orientar os professores quanto às
suas atribuições no dia da
aplicação, assim como na
preparação dos alunos para que
realizem com tranquilidade e
segurança a prova;

8
Assegurar a compreensão, pelos
estudantes e docentes, sobre a
necessidade do preenchimento
correto dos questionários
socioeconômicos aplicados no dia
do exame;

9
Organizar as salas de aula com a
quantidade correta de mesas e
cadeiras e um ambiente limpo e
agradável para a realização da
avaliação;

10
Garantir o ajuste da rotina da
escola de modo a favorecer tanto
os alunos que estiverem
realizando a prova, quanto
aqueles que estarão em aulas
normais. Por exemplo: ajustar
horário de merenda, entrada e
saída etc para que não ocorra
interrupções durante a aplicação.



O QUE Limitar a preparação a simulados
Muitos gestores acreditam que a preparação da
NÃO escola limita-se à aplicação de simulados ou até
mesmo situações de treino para a prova,
FAZER desvinculado das vivências cotidianas das aulas.
Isso é um grande equívoco, pois o principal
propósito do período que antecede a aplicação das
avaliações externas é o esclarecimento de toda a
comunidade escolar – pais, alunos, professores,
funcionários – sobre o que é a avaliação e quais as
garantias necessárias de organizações interna e das
famílias para a realização da prova.

ENTENDA O BOLETIM
DA PROVA BRASIL

INDICADORES CONTEXTUAIS

Para facilitar
a
compreensão,
vamos usar
como
exemplo o
boletim da
EM Jean
Piaget (nome
ctício).

1 A escala do 2 O indicador 
Inse varia entre aponta a
1 e 7. Um proporção de Informe os
resultado docentes alunos sobre a
avaliação
próximo do 7 capacitados
Explique os
denota um para as áreas
objetivos,
grupo em que a em que
ressaltando
média dos lecionam. O
como os
alunos tem porcentual
resultados serão
família com baixo mostra
usados para
melhor situação que muitos não melhorar a
social e têm formação aprendizagem.
econômica. O ou são
índice da Jean graduados em
Piaget é 3, outras áreas e
portanto, a estão em sala
renda familiar sem dominar o
mensal está conteúdo
entre 1 e 1,5 especí co.
salário mínimo
e os pais têm
ensino
fundamental
completo.



O QUE Ter diferentes expectativas de aprendizagem
Há professores que lecionam no mesmo ano
NÃO escolar e consideram expectativas de
aprendizagem distintas. É essencial debater a
FAZER questão com a equipe com base na proposta
curricular da rede, no diagnóstico dos estudantes
e na matriz de referência das avaliações
externas. Isso garante a articulação entre o que o
docente quer ensinar e o que é direito do aluno
aprender.
+ EXTRA

PARTICIPAÇÃO NA AVALIAÇÃO

3 Repare que 4 Veri car essa 


nem todos os taxa evita que a
alunos do 5o escola selecione O cálculo usa
ano zeram a apenas os alunos como base os
dados do
prova. A com bom
Censo Escolar
secretaria e a desempenho para
do ano de
escola devem realizar o exame e, aplicação da
identi cá-los dessa forma, prova, nesse
e tentar saber garanta resultados caso, 2015.
o motivo da melhores. A prática
falta. Vale inverte a lógica da
orientar os avaliação externa e
pais sobre a impede que se
importância obtenha um retrato
da presença el da realidade da
dos instituição e,
estudantes na consequentemente,
data marcada. da rede de ensino.

DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL
1

DOS ALUNOS DO 5° ANO DO


ENSINO FUNDAMENTAL POR
NÍVEL DE PROFICIÊNCIA LÍNGUA
PORTUGUESA
30 23.3 16.67 10 13.3 3.33 3.33 0 0

até nível 1 nível 2 nível 3 nível 4 nível 5 nível 6 nível 7 nível 8 nível 9
1 DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL
DOS ALUNOS POR NÍVEL DE
PROFICIÊNCIA EM MATEMÁTICA

As escalas de
pro ciência
(LP/Leitura
ou
Matemática)
possuem um
número de
níveis que
compreendem
um conjunto
de
habilidades
que os alunos
posicionados
em cada um
deles
provavelmente
dominam.

1 Em Leitura, a 2 O nível 
escala possui 9 esperado de
níveis no 5o ano (0 aprendizagem em
a 350 pontos) e 8 Língua Portuguesa
Para efeito
níveis no 9o ano e Matemática para
de exemplo,
(200 a 400 5o e 9o ano está
publicamos
pontos). Em situado entre 3 e
um grá co
Matemática, são 4. Se o aluno
de Língua
10 níveis no 5o. alcançou níveis Portuguesa
ano (0 a 375 superiores a 4, o e um de
pontos) e 9 no 9o desempenho está Matemática.
ano (200 a 425 acima do É essencial,
pontos). esperado, mas se porém, que
cou abaixo de 3 gestores e
apresenta equipe
desempenho docente
insu ciente. analisem os
resultados
de todos os
grá cos do
3 A escola Jean 4 A similaridade boletim.
Piaget tem melhor das escolas é Isso para as
resultado em baseada nos duas
relação à indicadores disciplinas.
pontuação do contextuais.
estado e do
município quando
se compara os
alunos no nível
insu ciente.
Mesmo assim,
mais da metade
dos estudantes da
instituição se
encontra nesse
nível, abaixo,
portanto, da média
do Brasil.



O QUE Analisar apenas a nota média
A cena se repete: avaliações externas em mãos,
NÃO compara-se a nota obtida pela escola em relação
aos anos anteriores e pronto. Não! Há re exões
FAZER importantes que podem ser feitas. Se, por
exemplo, houve apenas mudanças nos
porcentuais de alunos com desempenho
adequado, mas não nos daqueles que estão nos
níveis mais baixos, dá para realmente dizer que o
aumento da nota re ete melhorias na
aprendizagem?

HORA DA PRÁTICA
Cinco propostas de ações para desenvolver na escola e obter
mais do que uma boa nota em avaliações externas

O plano de ação é uma


ferramenta essencial para
planejar e colocar em prática o
trabalho necessário
considerando o diagnóstico 
obtido com base na análise dos
resultados das avaliações No portal
externas e internas. A meta Devolutivas
principal é assegurar a melhoria Pedagógicas
das
das
das condições de ensino e
aprendizagem e não apenas Avaliações
aumentar a nota da escola nessas de Larga
avaliações. Escala
preparado
O primeiro passo é feito pela pelo Inep, é
dupla gestora. Diretor e possível ter
coordenador pedagógico devem acesso a
sistematizar os dados de itens da
aprendizagem dos alunos Prova Brasil,
relacionados aos resultados de acompanhados
Leitura e de Matemática na de
Prova Brasil (ou em outro exame comentários
pedagógicos,
externo) e também nas
que
avaliações de sala de aula (em
favorecem a
geral, realizadas
identi cação
bimestralmente). A sugestão é
das
que as ações e discussões
habilidades
propostas para cada disciplina
que
sejam feitas em momentos possivelmente
distintos. Com essas informações ainda
reunidas dá para os gestores precisam ser
seguirem com as ações abaixo: trabalhadas.


O QUE Culpar alunos
“Os estudantes com de ciência estão puxando a
NÃO nota para baixo”. A a rmação, ainda comum, não
é justi cativa para discriminação. Os diretores
FAZER podem informar ao Inep quais são os alunos
com de ciência, assim o desempenho deles não
irá compor a média da escola. Para isso, é preciso
ter um laudo que comprove o diagnóstico.
PLANO 1
REUNIR-SE COM TODOS OS
PROFESSORES

  META
RESPONSÁVEIS IMEDIATA
Diretor e Discutir sobre o
coordenador que os alunos
pedagógico. ainda não
aprenderam
considerando os
resultados
comparativos
entre as avaliações
externas e as de
sala de aula.
+ EXTRA

 PRAZO  RECURSOS
Uma semana. Instrumentos de
acompanhamento
das
aprendizagens,
plataforma
Devolutivas
Pedagógicas, site
qedu.org.br e
proposta
curricular da
escola.
+ EXTRA

 RESULTADOS 
ESPERADOS
Levantamento das Monitore as ações
demandas da Os gestores
escola e da sala de precisam
aula e acompanhar a
planejamento de execução de todos
ações para os planos e fazer
melhoria das análise do que foi
condições de alcançado para, se
ensino de Leitura e for necessário,
de Matemática. rever as
+ EXTRA
estratégias.

"MOMENTO PARA VER O QUE FOI BOM E O QUE PRECISA


MELHORAR. A DISCUSSÃO AJUDA A DEFINIR AS AÇÕES
DESENVOLVIDAS NA ESCOLA."
EULÁLIA M. ALMEIDA, DIRETORA DA UEB PROF. ANTONIA
SAMPAIO RIBEIRO, EM MIRANDA DO NORTE, NO MARANHÃO.


O QUE Focar na propaganda
Nota do Ideb ou da Prova Brasil estampada em
NÃO cartaz na entrada da escola, com os parabéns pelo
aumento em relação à avaliação anterior. É normal
FAZER encontrar esse tipo de divulgação. O problema
ocorre quando esta é a única ação dos gestores
após receber os resultados. Cabe a eles promover
debates sobre o que esses dados revelam e
transformar isso em ações que garantam a
aprendizagem.
PLANO 2
COMPARTILHAR ANÁLISES COM
A SEMED

  META
RESPONSÁVEIS IMEDIATA
Diretor e Socializar as
coordenador informações e
pedagógico. de nir plano de
apoio da secretaria
às ações
planejadas pela
escola.

 PRAZO  RECURSOS
A de nir pela Dados sobre os
equipe da resultados da
secretaria. instituição
sistematizados e
analisados.
+ EXTRA

 RESULTADOS
ESPERADOS
Apoio da
secretaria no
planejamento das
ações da escola.
"ASSIM NOSSO TRABALHO NÃO FICA ISOLADO E
FORTALECE A PARCERIA NÃO APENAS COM A
SECRETARIA, MAS COM TODA A REDE."
VANUSA M. S. BARBOSA, DIRETORA ENTRE 2013 E 2016 DA
EMEIF ANTONIO ROZENDO NETO, EM SANTA INÊS, NO
MARANHÃO.

PLANO 3
AMPLIAR O CONHECIMENTO EM
LEITURA

  META
RESPONSÁVEIS IMEDIATA
Diretor, Organizar espaços
coordenador especí cos e
pedagógico e ampliar a
professores. participação da
comunidade nas
ações de leitura.

 PRAZO  RECURSOS
Dois meses para Livros e materiais
realizar encontros para leitura.
de formação com
os professores e
iniciar um projeto
institucional com a
participação da
comunidade.



 RESULTADOS ENCAMINHAMENTO
ESPERADOS Reunir docentes
Espaços em boas para de nir espaços
condições e maior de leitura e seus
envolvimento de usos (ou para
alunos e melhorar os já
comunidade nas existentes);
ações de leitura. elaborar projetos
institucionais de
leitura com
envolvimento de
familiares e
comunidade
escolar.
+ EXTRA

"ENVOLVER OS PAIS MOSTRA A TODOS A IMPORTÂNCIA


DA LEITURA E FAZ COM QUE OS ALUNOS TAMBÉM
SINTAM VONTADE DE LER."
MARIA EDNA PARGA, DIRETORA ENTRE 2013 E 2016 DA EM
TEREZINHA LOPES, EM SANTA INÊS, MARANHÃO.

PLANO 4
AUMENTAR ACERVO DE
MATERIAIS DE MATEMÁTICA

  META
RESPONSÁVEIS IMEDIATA
Dupla gestora e Melhorar as
docentes. condições para o
ensino de
Matemática na
escola.

 PRAZO  RECURSOS
Dois meses. Planilhas do
acervo da
instituição e do
orçamento,
internet, catálogos
de empresas e
ofício com a
solicitação para a
secretaria.

 RESULTADOS 
ESPERADOS ENCAMINHAMENTO
Acervo adequado Levantar o acervo
(especi car cada de jogos e
item) e em materiais,
quantidade compartilhar a
su ciente para necessidade de
todos os alunos e compra com
docentes. professores,
+ EXTRA
estudar orçamento,
de nir os materiais
necessários,
pesquisar preços e
compartilhar a
demanda com a
secretaria.
"PRECISÁVAMOS TRABALHAR MAIS MATEMÁTICA E A
SECRETARIA AJUDOU A AMPLIAR O ACERVO.TODOS
APROVARAM OS RECURSOS."
ANTONIO DJALMA CARVALHO JR, DIRETOR DA UEB JORGE
SALOMÃO EM MIRANDA DO NORTE, NO MARANHÃO.

PLANO 5
REALIZAR A FORMAÇÃO DE
PROFESSORES

  META
RESPONSÁVEIS IMEDIATA
Coordenador Trabalhar as
pedagógico. necessidades de
formação dos
docentes com foco
no ensino de
Leitura e de
Matemática.
+ EXTRA

 PRAZO  RECURSOS
De nir Sala de reunião,
cronograma de equipamentos e
formação. materiais para
formação.

 RESULTADOS
ESPERADOS
Melhoria do
planejamento das
aulas e impacto na
aprendizagem dos
alunos.

"IDENTIFICAMOS AS DIFICULDADES E ELABORAMOS


PROJETOS DE LEITURA OU CÁLCULO, EM QUE O ALUNO
CONSTRÓI JUNTO A AÇÃO."
PAULO SIDNEI DA SILVA, DIRETOR DA EM DE ABADIA, EM
CARBONITA, MINAS GERAIS.

MUDANÇA
Todas as etapas realizadas – aplicação, dados, diagnóstico e
ação – chega o momento de analisar quais os impactos que
podem ser obtidos na escola e nas redes de ensino. Leia a
seguir, três pontos de vista sobre mudanças possíveis.

 ENTREVISTA # 1
USO PEDAGÓGICO DAS AVALIAÇÕES
EXTERNAS DEPENDE DE FORMAÇÃO
Especialista a rma também que é preciso
melhorar o diálogo entre gestor público e escola
para colocar em prática o uso efetivo dos
resultados dessas provas


O sociólogo paulista Nelson Gimenes é
pesquisador da Fundação Carlos Chagas e
também professor do mestrado pro ssional
de formação de formadores da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Em 2012, ele coordenou, juntamente com
Vandré Gomes da Silva, a pesquisa “Uso da
avaliação externa por equipes gestoras e
pro ssionais docentes: um estudo em quatro
redes de ensino público”, realizada pela
Fundação Carlos Chagas e Fundação Itaú
Social. A seguir, o especialista fala sobre suas
impressões acerca do uso pedagógico dos
resultados das avaliações externas e internas
pelas redes.

Como foi feita a pesquisa “Uso da


Avaliação Externa por Equipes Gestoras e
Pro ssionais Docentes: um Estudo em
Quatro Redes de Ensino Público”?

GIMENES – A pesquisa aconteceu nas


redes do Espírito Santo e das cidades de
São Paulo, Castro, no Paraná, e Sorocaba,
no interior paulista. Ao todo visitamos 16
escolas. Escolhemos esses lugares para
avaliar como sistemas de tamanhos e
abordagens diferentes se apropriavam do
uso das avaliações externas. O município
de Castro possui uma rede pequena, mas
conta com sistema próprio de avaliação.
Já o estado do Espírito Santo é uma rede
de porte médio que também conta com o
próprio sistema de avaliação. A rede da
cidade de São Paulo foi selecionada pela
extensão e complexidade. E, por m,
fomos a Sorocaba porque se trata de um
município que, apesar de não possuir um
sistema de avaliação, desenvolveu a
própria política de avaliação ao
sistematizar os dados do Sistema de
Avaliação da Rede do Estado de São Paulo
(Saresp) e da Prova Brasil. Durante a
pesquisa, trabalhamos em duas
dimensões. Em uma delas, analisamos o
uso das avaliações externas pela
secretaria e pelos órgãos intermediários
de gestão. Em outra, investigamos o uso
feito pelas escolas.

Quais foram as conclusões?

GIMENES – Primeiro que existem


diversas interpretações dos resultados
das avaliações externas por parte dos
atores educacionais. Quando falamos em
atores, estamos nos referindo, por
exemplo, às secretarias de Educação, aos
gestores de escola e aos professores. Para
se ter ideia, uma das escolas visitadas se
apropriou da escala de pro ciência em
Matemática e Língua Portuguesa
(avançado, básico e abaixo do básico)
para também avaliar o comportamento
dos alunos. A escola vai se apropriando
dessa estrutura e pode gerar equívocos do
ponto de vista pedagógico, como o que
acabei de citar. Outra conclusão é que há
lacunas nas políticas de formação inicial
e continuada para fazer o uso pedagógico
dessas avaliações e também poucas
discussões entre secretarias e escolas em
relação aos resultados.

Quais são os principais entraves para que


as secretarias de Educação, os gestores de
escola e os professores possam tirar
proveito pedagógico das avaliações
externas e internas?

GIMENES – Para começar, muitos dos


cursos de Pedagogia e licenciatura, como
Letras e Matemática, que formam os
professores para o Ensino Fundamental e
Médio, pouco falam e discutem sobre as
diferentes dimensões de avaliação. Ou
seja, muitos professores saem da
faculdade sem nada sistematizado nesse
sentido. Em 2008, zemos uma pesquisa
(“Formação de Professores para o Ensino
Fundamental: Instituições Formadoras e
seus Currículos”2) em parceria com a
Fundação Victor Civita para analisar
currículos de cursos de Pedagogia e
licenciatura em Letras, Matemática e
Ciências Biológicas. Descobrimos que em
apenas 2% deles se falava de avaliação.

Em relação às avaliações externas,


percebemos durante a pesquisa que o
órgão gestor (como as secretarias de
educação) e as escolas se apropriam delas
de maneira particular. Isso porque faltam
orientações claras a respeito de como
uma escola ou secretaria poderia utilizar
melhor essas avaliações. O sistema de
avaliações externas se iniciou com mais
força no Brasil nos anos 1990, sem a
pretensão de trazer resultados especí cos
de cada escola, mas sim revelar dados
mais amplos acerca das políticas de
Educação pública implementadas pelas
secretarias estaduais e pelo Governo
Federal.

Entretanto, em 2005, surgiu a Prova


Brasil com caráter censitário. Ou seja,
todas as escolas públicas com o 5º e 9º
anos passaram a ser obrigadas a
participar da avaliação e também a contar
com o resultado particular. Agora, o
Governo Federal e as secretarias
estaduais querem que as escolas se
apropriem e façam uso desses dados, mas
há pouca orientação sobre como
efetivamente utilizar os resultados
dentro do âmbito escolar, embora
notamos cada vez mais esforços na
criação de mecanismos para a melhor
apropriação das informações obtidas
nessas avaliações. Por exemplo, o Inep
tem uma plataforma online chamada de
Devolutivas Pedagógicas que traz
informações valiosas para as escolas.

Então falta informação?

GIMENES – Mais que isso: falta


formação. A informação até existe, mas a
grande di culdade é saber se apropriar e
trabalhar com esses dados de diferentes
maneiras. Inclusive, em muitos casos,
isso exige uma formação especí ca para
analisar tabelas e grá cos, por exemplo.
Vamos supor que a média da minha
escola seja 5.6. O que isso signi ca de
fato? Quais outros dados, além do
resultado na Prova Brasil, podem ajudar a
explicar aquela nota?

Quando falo que existe informação me


re ro ao fato de algumas redes reunirem
os professores em um ginásio esportivo
para ouvir uma palestra de duas horas de
algum especialista como se isso fosse
capaz de orientá-los a fazer uso mais
sistemático das avaliações. O ideal é
oferecer uma formação de longo prazo e
caráter prático. Não adianta só passar
teoria ou então tirar apenas um dia para
avaliar esse assunto. A questão das
avaliações precisa estar inserida no
cotidiano da escola como um todo,
precisa estar articulada a outros
programas e projetos da rede.

Como instituir nas redes e nas escolas


uma cultura de interpretação pedagógica
dos resultados?

GIMENES – Como disse, é preciso


investir na formação dos recursos
humanos, tanto da equipe da secretaria,
quanto da escola. E, a meu ver, o
pro ssional chave para implementar de
fato a política de formação em avaliação
dentro da escola é o coordenador
pedagógico. Durante a pesquisa,
percebemos que as escolas com maior
domínio em avaliação tinham um
coordenador pedagógico sintonizado com
essa temática, que sempre colocava o
assunto em pauta durante as reuniões
com os professores. Além disso, capacitar
o coordenador pedagógico pode ser uma
boa estratégia para redes maiores, que
possuem uma grande quantidade de
docentes. No caso, é mais fácil formar os
coordenadores pedagógicos, que são em
menor número.

De que maneira essas avaliações podem


auxiliar e quali car o trabalho
pedagógico realizado?

GIMENES – A primeira coisa é saber que


as avaliações externas não anulam a
importância das avaliações preparadas e
aplicadas pelo professor em sala de aula.
Elas são complementares e precisam ser
vistas de maneira articulada. Outra
questão é que os resultados das
avaliações externas são um dos
componentes que ajudam na hora de
fazer uma avaliação mais ampla. Ou seja,
é preciso articular esse resultado com
outros dados, como o nível de distorção
idade/série e as condições de trabalho dos
professores, para se chegar a uma análise
mais ampla e consistente da escola e da
rede. Para deixar mais claro, gosto de
usar o seguinte exemplo: o termômetro é
a medida para que eu possa avaliar se
uma criança está com febre. Com base na
informação de que essa criança está com
temperatura corporal de 38 graus vou
tomar uma decisão para combater aquele
quadro febril. Nesse sentido, as
avaliações de desempenho são o
termômetro para que a escola e a rede
pensem em ações educacionais amplas e
efetivas.

 ENTREVISTA # 2Ler entrevista +


NÃO EXISTE FÓRMULA MÁGICA
Para coordenador, segredo é fazer um trabalho
pautado pela organização, formação de pessoal
e acompanhamento das ações da rede


Com cerca de 24 mil habitantes, a cidade de
Miranda do Norte, no Maranhão, abriga 28
escolas públicas com 6.250 alunos, 25
diretores, 16 coordenadores pedagógicos e
298 professores divididos entre Educação
Infantil e Ensino Fundamental. Em 2009,
incomodada com os baixos resultados da rede
na Prova Brasil, a equipe gestora da secretaria
de Educação resolveu voltar os olhos para os
dados das avaliações externas e assim tentar
melhorar a qualidade da Educação local. A
seguir, o coordenador de Educação da
secretaria, Renato Moreira da Silva, relata o
que mudou na rede do município desde
então.

 ENTREVISTA # 3Ler entrevista +


COMPARTILHAR PARA MELHORAR
Para aproveitar bem os resultados das
avaliações externas, diretora dividiu e debateu
as informações com professores, secretaria, pais
e alunos


Vanusa Marques Silva Barbosa foi diretora,
entre 2013 e 2016, da EMEIF Antonio Rozendo
Neto, em Santa Inês, Maranhão. Trata-se de
uma escola rural, no povoado de Três Satubas.
Ela foi uma das muitas gestoras que
participou do programa Avaliação e
Aprendizagem, iniciativa da Fundação Itau
Social, com coordenação técnica da
Comunidade Educativa Cedac. Na entrevista,
Vanusa conta como compartilhou e discutiu
as informações obtidas por meio dos
resultados de avaliações externas com a
equipe e a comunidade escolar. E como essa
prática contribuiu para a aprendizagem dos
alunos.

 Colaboraram neste especial

TEXTO e SUPERVISÃO CONSULTORIA


EDIÇÃO Gustavo Heidrich Comunidade
Rosi Rico Educativa
PROJETO DESENVOLVIMENTO Cedac (Angela
GRÁFICO Eber Freitas Luiz e Roberta
Rita Mayumi Mari Moura Panico)

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