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A UA UL L AA

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Colocando o lugar
no papel

N esta aula vamos aprender a construir um


mapa simples do lugar em que vivemos. Colocando em prática tudo o que vimos
nas aulas anteriores, verificaremos que existem mudanças de nível do terreno,
e que a topografia deve dar informações não apenas sobre a distância e a
extensão, mas também sobre a altitude de um lugar.

Poucos meses depois de entrar para os Correios, Antônio resolveu casar com
Joana. Para ficar perto da área de trabalho, alugou uma pequena casa no morro
da Mangueira, de onde avista o Maracanã e a linha de trem que liga o centro e
os subúrbios distantes do Rio de Janeiro. Antônio e Joana resolveram dar uma
festa, no dia do casamento, na casa em que vão morar.
Para os convidados que não conhecem bem o lugar, não é fácil encontrar o
novo endereço do casal. Novamente, Antônio pede ajuda a Pedro para resolver
o problema.
Pedro mostra que a melhor maneira de indicar um lugar é com um mapa.
Explica também que é possível fazer um desenho simples copiando informações
de outros mapas, como o Guia das Ruas do Rio de Janeiro.
Depois, acrescentam-se pontos de referência, com símbolos cartográficos,
que facilitam o trabalho de encontrar determinado local. Fábricas, igrejas,
prédios públicos, estádios, estações de trem e paradas de ônibus são pontos
de referência fáceis de encontrar. E, quando corretamente representados em
um mapa, permitem traçar os caminhos a percorrer, ajudando a orientação
das pessoas.
Tão logo consegue o esboço do desenho que localiza a nova casa de Antônio,
Pedro lembra que ela fica em um morro, e que as pessoas teriam de subir ladeiras
e escadas para chegar à festa de casamento.

Existem diferentes maneiras de avaliar e indicar no mapa as mudanças de


nível no terreno. No mapa da casa de Antônio, Pedro resolveu mostrar as
escadarias e as ruas que são ladeiras por meio de pequenos riscos, um ao lado
do outro, dando a idéia de que havia uma elevação a ser vencida no caminho
para a casa de Antônio.

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O mapa de Pedro ficou, mais ou menos, assim: A U L A

O mapa é uma forma de representar os lugares. Como já vimos, ele fornece


informações que permitem a identificação, a localização, a medição de distâncias
e o cálculo da extensão dos lugares. No entanto, o mapa é um desenho em uma
folha de papel, que é uma superfície plana, e a realidade é formada por vários
níveis topográficos
topográficos: baixadas, morros e serras ou montanhas, uns mais baixos,
outros mais altos.
As informações que os mapas topográficos fornecem permitem saber se dois
estão no mesmo nível, ou se temos de subir ou descer para sair de um e chegar
ao outro.
Para saber se dois lugares estão no mesmo nível é necessário definir um
nível de base
base, que seja a origem de nosso padrão de medidas. O nível que se
convencionou usar como origem das medições da altitude foi o nível médio do
mar. Assim, a altitude é a medida do desnível que existe entre qualquer ponto
da superfície da Terra e o nível do mar. Considerando a altitude como um valor
absoluto
absoluto, ela pode ser positiva, isto é, acima de zero, nas elevações
elevações, como
morros ou montanhas. E pode ser negativa, isto é, abaixo de zero, nas depres-
sões
sões, que são as áreas abaixo do nível do mar.
É importante não confundir altitude com altura. A altura de uma parede é
a medida entre o piso e o teto, de acordo com o pé direito da casa. E tanto faz se
a casa está em um morro ou em uma baixada. Nossa altura não varia se subimos
ou descemos uma montanha, é sempre a mesma.
Já a altitude é um atributo do lugar, medido em relação ao nível médio do
mar. Podem existir elevações e depressões relativas a um determinado nível de
referência. Por exemplo: o estádio do Maracanã está abaixo da casa de Antônio
no morro da Mangueira, assim como a cidade de São Paulo está abaixo do nível
dos terrenos que a circundam: estão, portanto, em uma depressão relativa
relativa.
Existem várias maneiras de descobrir a altitude do lugar onde você mora. A
primeira delas é dispor de um altímetro calibrado, que é o instrumento que
mede as variações na altitude dos lugares. Os altímetros comuns são muito

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A U L A sensíveis às condições do tempo e devem ser sempre calibrados a um nível
conhecido. Isso pode ser feito em uma estação de trem, que mostra a altitude da

5 estação. Ir à estação ferroviária e ler a informação lá afixada é uma maneira bem


simples de conhecer a altitude de sua cidade.

A
RR
SEm
DA950
LTOLT.
A A

ALTO
SERRDA
A

Outra maneira de conhecer a altitude de um lugar é buscar a informação em


uma carta topográfica do IBGE ou do Serviço Geográfico do Exército (SGE). Para
tanto, é necessário saber ler as curvas de nível
nível, que são linhas desenhadas no
mapa e que unem pontos de mesma altitude nele representados.
As curvas de nível são desenhadas segundo um padrão regular de variação
de altitude entre elas - por exemplo, de 10 em 10 metros ou de 100 em 100 metros,
dependendo da escala do mapa. A distância entre as curvas de nível define as
cotas hipsométricas de um mapa, que são os valores que estão escritos ao lado
de cada curva ou na legenda de um mapa, mostrando as elevações e depressões
do terreno representado.

A partir das curvas de nível é possível não apenas conhecer a altitude do


lugar, mas também traçar o seu perfil topográfico
topográfico, que permite uma
visualização dos diferentes níveis existentes no terreno e uma melhor avalia-
ção das distâncias e de sua extensão, principalmente quando varia muito a
altitude entre um ponto e outro.

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Para desenhar um perfil topográfico é necessário traçar o caminho entre dois A U L A

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pontos de referência em um mapa.
A seguir, utilizamos novamente uma tira de papel, maior que a linha que
traçamos no mapa. Nessa tira, vamos marcando os pontos definidos pelo
encontro de nossa linha com as curvas de nível que existem no mapa, e anotando
os valores das cotas ao lado dos pontos. Depois, é necessário construir um
gráfico com esses valores, colocando no eixo horizontal as distâncias entre os
pontos e, no eixo vertical, a altitude observada. O perfil topográfico ficaria assim:

O topógrafo - o profissional que faz levan-


tamentos do terreno - mede perfis topográficos
no mundo real. Para isso, utiliza um instru-
mento chamado teodolito
teodolito, que indica a distân-
cia entre dois pontos e a elevação do terreno.

Com as medições do teodolito, o topógrafo


pode desenhar um mapa que mostre não ape-
nas o contorno de uma superfície, seja ela um
terreno ou uma fazenda, mas também as mu-
danças de nível que existem na realidade. Isso
facilita o trabalho de planejar e construir obras
de engenharia, como rodovias, pontes ou re-
presas de água.

Os mapas modernos são feitos por engenheiros-cartógrafos


engenheiros-cartógrafos, a partir de
fotografias aéreas e imagens de satélite. Porém, tanto uma como outra devem ser
corretamente aferidas a pontos especiais medidos no terreno, onde são conhe-
cidas as informações sobre a sua exata posição na superfície da Terra, incluindo
sua altitude em relação ao nível do mar.
A tarefa de desenhar os mapas é, na maioria das vezes, realizada com auxílio
de computadores, que são capazes de criar representações tridimensionais do
terreno, isto é, incluindo as variações de nível, os chamados modelos digitais
do terreno
terreno. Esses modelos são utilizados pelos engenheiros para calcular o

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A U L A volume de terra que vai ser retirado de um determinado lugar por onde passará
uma estrada, ou para calcular a quantidade de água de um reservatório de uma

5 usina hidrelétrica.

Modelos digitais de terrenos

Manicoré

À tardinha estávamos em Manicoré, na barranca elevada, caindo


tanto que a fila de casas marginando o rio, em alguns lugares, está a
três metros do barranco, se esboroando. O prefeito Feliciano e o juiz
nos recebem. Compro cachaça e chapéu de carnaúba. O passeio, já
sabe, era aquela multidão, umas vinte pessoas atrás da gente, se
sentindo na obrigação de ver tudo com a gente. Eu era dos da frente.
Nisto me beliscaram na perna, por dentro da polaina. O beliscão foi
forte, dei com uma perna na outra, pra disfarçar a dor, ah! foi um
Deus nos acuda! Milhares de mordidas nas duas pernas, eram pontas
de fogo, não resisti, na frente daquela gentarada mesmo, sentei no
chão, arranquei polainas, meias, me esfreguei, me babujei, berrei, fui
correndo para o Vitória
Vitória, completamente destroçado. Pisara numa
correição de formigas de fogo, coisa que nunca vi.

ANDRADE, Mário de - O turista aprendiz. São Paulo: Livraria Duas Cidades/


Secretaria de Cultura, Ciência e Tecnologia, 1976, pág. 138.

Atenção! No texto de Mario de Andrade, relatando suas andanças pelo


Brasil, podemos observar que o autor descreve as elevações das margens dos
rios amazônicos, mostrando que as casas são construídas na parte de maior
altitude como proteção contra as cheias periódicas. Entretanto, como o rio é
fundamental para a vida dos habitantes da Amazônia, muitas vezes as casas
estão perto demais dos barrancos que o rio vai carregando.

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Construir mapas simplificados pode ajudar as pessoas a encontrar os A U L A

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lugares. Mas, para que se tenha idéia das mudanças de nível, é necessário
representar a topografia do lugar. A altitude
altitude, que é a medida de um ponto de
referência ao nível médio do mar, expressa as elevações e depressões da
superfície da Terra.

Geralmente, em um mapa, as elevações e depressões são representadas por


curvas de nível
nível. As curvas de nível são desenhadas unindo pontos de mesma
altitude e segundo intervalos regulares que aparecem no mapa por meio de
cotas hipsométricas
hipsométricas.

Utilizando essas informações disponíveis em um mapa, é possível traçar o


perfil topográfico de um lugar, mostrando em um gráfico as variações na sua
altitude, o que permite visualizar os desníveis existentes no terreno.

Exercício 1
Por que Pedro decidiu que seria importante representar os desníveis no
mapa que indica a posição da casa de Antônio no morro da Mangueira?

Exercício 2
Considerando o nível médio do mar como a origem das medidas de altitude,
explique a diferença entre uma elevação e uma depressão absolutas.

Exercício 3
Correlacione a primeira coluna com a segunda:
a) Topografia ( ) Curvas que unem pontos de mesma altitude
b) Perfil topográfico ( ) Descrição precisa dos atributos de um lugar
c) Curvas de nível ( ) Gráfico que mostra os desníveis do terreno
entre dois pontos de referência.
d) Teodolito ( ) Valor que indica as variações das curvas de
nível em um mapa.
e) Cotas hipsométricas ( ) Instrumento usado pelo topógrafo para me-
dir os desníveis do terreno.

Exercício 4
Quando o autor de uma Uma janela para o mundo descreve Manicoré, no
Estado do Amazonas, qual o nível de referência utilizado para sua observa-
ção de que Manicoré está em uma “barranca elevada”?

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