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MANUAL DE INVESTIGAÇÃO DA UCM

INSTITUTO INTEGRADO DE APOIO À INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

BEIRA – AGOSTO DE 2012


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Ficha Técnica

Título:

Manual de Investigação da UCM

Autores:

Fernando Canastra
Frans Haanstra
Martins Vilanculos

Copyright:

Instituto Integrado de Apoio à Investigação Científica

1.ª Edição – Agosto 2012

Universidade Católica de Moçambique


Rua Marquês de Soveral, 960
C.P. 821, Beira

Tel. 23 313 077 – Fax: 23 311 520

E-mail: iiaic@ucm.ac.mz

Impressão e acabamentos

Elizete da Silva
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Prefácio

O Manual, que temos a honra de apresentar, constitui um esforço e uma


tentativa de criarmos condições favoráveis para promover a pesquisa, a
divulgação e a publicação da actividade científica produzida na Universidade
Católica de Moçambique (UCM).

Queremos investir, cada vez mais, na institucionalização de práticas de


investigação orientadas por critérios de qualidade e excelência científicas.
Acreditamos que, na UCM, temos potencial para explorar e optimizar as
actividades de investigação que já se realizam. Na realidade, do que
precisamos, urgentemente, é de mobilizar este capital experiencial que vai
circulando, ainda que nem sempre de forma organizada e sistematizada.

Assim, o principal propósito deste Manual é facilitar a organização e


sistematização destas práticas, procurando adoptar uma linguagem comum,
pautada por critérios de rigor científico.

Exortamos, por isso, os docentes e discentes a assumirem este desafio


relacionado com o investimento em práticas de investigação nas mais diversas
modalidades, particularmente no campo da investigação-acção. A nossa
Universidade, devido à sua especificidade, não pode ficar, apenas, na
produção de conhecimento teórico e fundamental. Para além desta vertente,
importa apostar, também, em práticas de investigação orientadas para a
formação integral das pessoas e para o desenvolvimento das comunidades
(locais).

É neste contexto que se inscreve o aparecimento deste Manual. O seu


principal propósito visa dotar os docentes e discentes de ferramentas
metodológicas que os ajudem a produzirem conhecimento útil, tanto ao nível
pessoal e social, como profissional.

O Magnifico Reitor

Prof. Doutor Pe. Alberto Ferreira


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Abreviaturas

(utilizadas nas citações / referências bibliográficas)

• cap. (capítulo)
• ed. (edição)
• Ed. rev. (edição revista)
• 2.ª ed. (segunda edição)
• Ed. ou Eds. (editor ou editores)
• Trad. (tradutor)
• s.d. (sem data)
• p. ou pp. (página ou páginas)
• Vol. Ou Vols. (volume ou volumes)
• Rel. Tec. (Relatório Técnico)
• Supl. (suplemento)
• S.l. (sem local)
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Índice
Índice……….………………………………………………………………………………………..5
Intodução ........................................................................................................ 6
Cap. 1 – Procedimentos para produção de textos científicos ................. 7
1.1 – Trabalhos académicos ................................................................................ 7
1.1.1 – Pesquisa bibliográfica .............................................................................. 7
1.1.2 – Análise e interpretação dos textos ............................................................ 8
1.1.3 – Aplicação e contextualização do conhecimento produzido ......................... 9
1.1.4 – Procedimentos para produzir uma recensão crítica .................................. 9
1.1.5 –Recensão crítica ..................................................................................... 10
1.2 – Monografia, trababalho de projecto e dissertação ...................................... 11
1.2.1 - Tipos de pesquisa .................................................................................. 11
1.2.2 – Monografias (1º Ciclo) ............................................................................ 12
1.2.3 – Trabalho de projecto (1º e 2º Ciclos) ....................................................... 13
1.2.4 – Dissertações (1º e 2º Ciclos) ................................................................... 14
1.3 – Artigos científicos ..................................................................................... 15
1.3.1 – Estrutura de um artigo científico ........................................................... 16
1.3.2 – Critérios para a elaboração de um artigo científico ................................. 17
1.4 – Estágios profissionalizantes (2 º Ciclo) ...................................................... 18
1.4.1 – Critérios organizadores do estágio.......................................................... 18
Cap. 2 – Critérios para avaliar a pertinência científica dos textos
produzidos .................................................................................................... 22
2.1 – Critérios para avaliar trabalhos académicos .............................................. 22
2.1.1 – Exemplo de uma grelha de avaliação de um ensaio ................................ 23
2.2 – Critérios para avaliar monografias, dissertações ou trabalho de projecto.... 23
2.2.1 – Monografias / dissertações .................................................................... 23
2.2.2– Exemplo de uma grelha de avaliação de dissertações............................... 25
2.2.3 – Trabalho de projecto .............................................................................. 26
2.2.4 – Exemplo de uma grelha de avaliação do trabalho de projecto .................. 27
2.2.5 – Relatórios de avaliação dos estágios ....................................................... 28
2.2.6 – Exemplo de uma grelha de avaliação do relatório do estágio ................... 28
2.2.7 – Exemplo de preenchimento de uma grelha ............................................. 28
2.2.8 – Artigos científicos .................................................................................. 29
2.2.9 – Exemplo de uma avaliação peer review .................................................. 30
Cap. 3 - Recursos e instrumentos de pesquisa ...................................... 33
3.1 - Recursos electrónicos .............................................................................. 33
3.1.1 - Pesquisa de informação na internet....................................................... 33
3.1.2 - Exemplos de ferramentas disponíveis na internet .................................. 34
3.1.3 - Exemplos de bases de dados ................................................................. 35
3.1.4 - Revistas electrónicas ............................................................................ 36
3.1.5 - Repositórios científicos ......................................................................... 37
3.2 - Procedimentos e exemplos para aplicar as Normas APA ............................ 38
3.2.1 - Procedimentos a doptar na utilização das Normas APA .......................... 38
3.2.2- Citações (transcrições / parafráse) ......................................................... 39
3.2.3 - Citações simultâneas ............................................................................ 41
3.2.4 – O identificador da obra nas citações do texto ......................................... 43
3.2.5 – Diplomas legais ..................................................................................... 44
3.2.6 – Referências bibliográficas finais ............................................................. 46
3.2.7 – Livro colectivo ....................................................................................... 46
3.2.8 – Capítulo em livro colectivo ..................................................................... 47
3.2.9 – Artigo em revista científica ..................................................................... 48
3.2.10 – Dissetação de mestrado/doutoramento ................................................ 48
3.2.11 – Relatórios (no âmbito de organismos institucionais ou outros) .............. 49
3.2.12 – Comunicações em congressos .............................................................. 49
3.2.13 – Referências electrónicas ...................................................................... 50
Conclusão ...................................................................................................... 52
Referências bibliográficas........................................................................... 53
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Introdução

A investigação científica tem, também,


como missão produzir conhecimento
útil e emancipatório.
(Os autores)

O presente Manual tem como principal propósito apoiar os docentes e


discentes da UCM que realizam actividade de investigação científica. Constitui
um guia metodológico ao nível da organização, produção, divulgação e
publicação da actividade científica.

A sua utilidade inscreve-se na necessidade de estabelecer e adoptar alguns


procedimentos comuns em termos da “arte de fazer pesquisa”. Na realidade,
há vários manuais ou monografias disponíveis que, habitualmente, são
utilizados nas diversas Unidades Básicas da UCM. Não se trata, por
conseguinte, de substituir essa prática que procura dar resposta à
especificidade da formação especializada que aí é ministrada.

O objectivo deste Manual é procurar definir alguns critérios comuns


(partilhados) no campo da divulgação e publicação da actividade científica
realizada na UCM.

Importa, ainda, referir que o presente Manual não pretende substituir a


consulta de outros manuais de especialidade na área de investigação. Aliás,
aconselhamos vivamente os nossos leitores a triangular as perspectivas aqui
convocadas.

O Manual encontra-se organizado em três grandes secções: (a) procedimentos


para a produção de textos científicos (Capítulo 1), (b) critérios para avaliar a
pertinência científica dos textos produzidos (Capítulo 2) e (c) recursos e
instrumentos de pesquisa (Capítulo 3).

A Equipa, responsável pela elaboração deste Manual, deseja que todos os


docentes e discentes da UCM possam tirar partido deste instrumento
metodológico no campo da actividade científica.
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Cap. 1 - Procedimentos para a produção de


textos científicos

Esta secção apresenta alguns dos procedimentos que podem orientar a


produção de textos científicos, quer no âmbito de trabalhos académicos, quer
no âmbito da elaboração de monografias, trabalho de projecto, dissertações de
mestrado e doutoramento, quer, ainda, no âmbito da produção de artigos
científicos. Acresce referir que, devido à orientação seguida por muitos dos
cursos (a nível de licenciatura / mestrado) ministrados na UCM,
apresentaremos uma secção própria destinada aos estágios.

1.1 – Trabalhos académicos

Os Trabalhos académicos são uma excelente ferramenta para reforçar a


contextualização do conhecimento produzido: (a) permitem estabelecer
contacto com a pluralidade de abordagens científicas e disciplinares; (b)
facilitam o desenvolvimento do raciocínio crítico; (c) propiciam uma
aproximação ao pensamento complexo.

Entre outras competências, os trabalhos académicos reforçam a prática da:

(a) pesquisa bibliográfica;


(b) análise e interpretação de textos;
(c) aplicação e contextualização do conhecimento produzido.

1.1.1 – Pesquisa bibliográfica

A pesquisa bibliográfica visa, entre outros aspectos, estabelecer contacto com


estudos (monográficos e/ou empíricos) com o intuito de clarificar e
fundamentar um determinado assunto, temática, problemática ou objecto de
estudo.

Os principais procedimentos a ter em conta são:

(a) começar por consultar dicionários, enciclopédias (de especialidade, por


exemplo, na área da medicina) ou manuais de referência (numa
determinada área científica e/ou disciplinar);
8

(b) de seguida, deve-se elaborar um mapa conceptual com os


termos/temas que importa pesquisar;
(c) finalmente, convocam-se os recursos bibliográficos disponíveis, quer
na(s) biblioteca(s), quer na internet (bases de dados, revistas científicas,
repositórios científicos…).

Particularmente, em relação ao uso da internet, importa ter presente que a


informação aí disponível nem sempre se enquadra nos parâmetros
exigidos em termos científicos. Na terceira secção deste Manual, pode-se
encontrar um conjunto de recursos online que procuram respeitar esta
exigência científica (como é, por exemplo, o caso dos Repositórios
Sugestão Científicos, que a maioria das universidades já dispõe ou, também, das
Bases de Dados, catalogadas por área de especialidade ou, ainda, as
revistas científicas em formato electrónico).

1.1.2 – Análise e interpretação dos textos

A análise e interpretação dos textos, que foram pesquisados e consultados,


são o suporte teórico para a produção de um determinado trabalho académico.
Considerando que a conceptualização é uma condição imprescindível para
realizar aprendizagens em qualquer domínio científico e/ou disciplinar,
importa, por isso mesmo, ter em conta alguns procedimentos:

(a) antes de se começar a escrever sobre um determinado assunto é


preciso ler, na medida do possível, várias obras e/ou artigos científicos que
estejam relacionados com esse assunto;
(b) de seguida, importa realizar Fichas de Leitura com o objectivo de
sintetizar o pensamento, ideias, posições ou teorias dos diversos actores;
(c) finalmente, retomando o conteúdo já sintetizado nas Fichas de Leitura,
parte-se, então, para a organização e produção do texto.

As Fichas de Leitura são um óptimo instrumento para ter como suporte


conceptual do texto produzido. Para além de sintetizar e organizar o
conteúdo extraído dos autores, servem, também, como treino para
Sugestão aprender a interpretar o que se lê.
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1.1.3 – Aplicação e contextualização do conhecimento produzido

A realização de trabalhos académicos visa, entre outros aspectos, facilitar o


processo de “transferência” do conhecimento produzido. Na realidade, são
muitos estudantes que consideram o ensino universitário demasiado teórico e
descontextualizado do perfil formativo e profissional do curso que se
encontram a frequentar. Desta forma, o principal propósito da elaboração dos
trabalhos é aprofundar e sistematizar a relação “teoria-prática”.

Para que estes tenham uma funcionalidade e utilidade prática, importa seguir
alguns procedimentos:

(a) ter como ponto de partida a metodologia de “resolução de problemas”


(ou problematização);
(b) eleger um “quadro teórico” que sustente o processo de análise,
interpretação e resolução do problema em estudo (conceptualização);
(c) inferir as asserções teórico-práticas a partir da triangulação (ou por
outras palavras, confronto de fontes e perspectivas) realizada em torno da
revisão de literatura especializada (contextualização e aplicação do
conhecimento produzido).

Os trabalhos académicos são uma ferramenta para desenvolver a


autonomia dos estudantes em matéria de pesquisa científica e permitir
a “transferência” (contextualização e aplicação) do conhecimento
produzido. Sugestão: fases da produção de um texto académico. 1.ª
Fase: exploração e formulação da problemática (primeira aproximação
à literatura de especialidade); 2.ª Fase: conceptualização (síntese do
Sugestão pensamento, posicionamentos ou teorias dos autores, mediante a
técnica de Fichas de Leitura); 3.ª Fase: contextualização e aplicação
dos contributos extraídos da fase anterior (dando resposta ou propondo
uma resolução para o problema identificado).

1.1.4 – Procedimentos para produzir uma Recensão Crítica

As Recensões críticas são um instrumento privilegiado para desenvolver a


competência em matéria de discurso científico. Esta prática deve ser
incentivada nos estudantes, quer no âmbito do 1.º Ciclo, quer no âmbito do
10

2.º Ciclo. De seguida, sugerimos alguns procedimentos para produzir uma


Recensão Crítica.

1.1.5. Recensão Crítica (procedimentos):

O texto de recensão obedece a alguns procedimentos, que a seguir se


procuram explanar (Ceia, 2007):

(a) Não deve exceder as 1500 palavras, em casos de pequeno espaço de


divulgação editorial; deve ter cerca de 5000 palavras, no caso de
destaque editorial.
(b) Não pode conter notas de pé de página.
(c) Identifica, na entrada, i) o título do livro, ii) o autor, iii) a editora, iv) a
cidade de edição, v) o ano de edição. Caso se trate de uma tradução é
necessário também incluir o nome do tradutor.

Do ponto de vista da organização do conteúdo da obra recenseada, há


algumas etapas que devem ser seguidas (Ceia, 2007):

(a) Uma explicitação objectiva do assunto.


(b) A posição crítica do autor.
(c) O contributo da obra para o conhecimento (dentro da área científica ou
literária em que se enquadra).
(d) De preferência, deve a recensão incluir o ponto de vista do recenseador-
leitor da obra, apresentando sucintamente os pontos de discórdia ou
concórdia em relação às teses defendidas pelo autor da obra.

A Recensão Crítica é um instrumento para desenvolver, entre outras, as


seguintes competências: (a) postura crítica (uma vez que nos coloca
perante a diversidade de perspectivas sobre um determinado assunto); (b)
capacidade de síntese (uma vez que nos obriga a resumir e sintetizar a
complexidade do posicionamento dos autores lidos e interpretados); (c)
capacidade interpretativa (uma vez que nos obriga a ler e a interpretar o
Sugestão
ponto de vista dos autores). Este exercício é fundamental para elaborar o
quadro teórico (revisão de literatura) de um trabalho académico,
dissertação ou artigo.
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1.2 – Monografia, Trabalho de Projecto e Dissertação

A Monografia (1.º Ciclo), o Trabalho de Projecto (1.º e 2.º Ciclos) e a


Dissertação (2.º e 3.º Ciclos) procuram desenvolver competências no campo:
(a) da teorização e sistematização do conhecimento produzido, (b) da produção
de soluções e/ou resolução de problemas sociais e/ou profissionais e (c) do
desenvolvimento de competências de aprendizagem ao longo da vida. Por isso
dependendo do enfoque, da natureza da pesquisa ou do objecto de estudo, a
produção de conhecimento pode ter várias finalidades.

1.2.1 – Tipos de investigação

Existem vários tipos de abordagens (enfoques ou paradigmas) de investigação:

(a) positivista (racional-analítico ou hipotético-dedutivo),

(b) interpretativo (fenomenológico ou compreensivo) e

(c) crítico (participativo ou emancipador) (Flick, 2005; Lincoln & Denzin,


2000).

Estas abordagens utilizam métodos “qualitativos” e/ou “quantitativos”


conforme a definição do objecto de estudo. Por conseguinte, o que determina a
escolha destes é, precisamente, a problemática em estudo. Como referem
Lessard-Hérbet, Goyette e Boutin (2010, pp. 32-33) “(…) O facto de uma
investigação poder ser classificada de «interpretativa ou qualitativa provém
mais da sua orientação fundamental, do que dos procedimentos que ela
utiliza. Uma técnica de pesquisa não pode constituir um método de
investigação»”.

Daí que para estes autores (Lessard-Hérbet, Goyette & Boutin, 2010, p. 31), a
expressão “metodologias qualitativas” engloba, habitualmente, um conjunto
diversificado de abordagens: “observação participante, etnografia, estudo de
casos, interaccionismo simbólico, fenomenologia, ou, muito simplesmente,
abordagem qualitativa.”
12

A título de exemplo, se nos reportarmos aos Mestrados Profissionalizantes que


se ministram na UCM, a metodologia mais apropriada para realizar o Trabalho
de Projecto será numa modalidade de investigação-acção. Este tipo de
abordagem visa, sobretudo, permitir que o estudante aprenda a “reflectir na (e
sobre a) acção”, de forma a produzir conhecimento útil do ponto de vista da
sua autoformação. Assim, contrariamente à perspectiva positivista que
preconiza “um posicionamento neutro e distanciado” entre o investigador e o
seu objecto de estudo, nas abordagens compreensivas ou interpretativas, o
investigador participa em todo o processo de investigação, uma vez que ele é o
principal instrumento de recolha e análise de dados (Flick, 2005; Lessard-
Hérbet, Goyette & Boutin, 2010). Já no caso da investigação interpretativa na
modalidade de investigação-acção, particularmente em contexto de formação,
o investigador é, ao mesmo tempo, sujeito e objecto do estudo (Guerra, 2006;
Gutiérrez, 2003; Latorre, 2006).

Este Manual não pretende abordar de forma exaustiva as várias questões


epistemológicas que se colocam ao processo investigativo. O nosso
propósito é tão-somente mostrar que a investigação científica não se
confina, apenas, à chamada “investigação convencional”, associada,
normalmente, à visão predominantemente positivista. O nosso
Sugestão
posicionamento é de abertura perante as várias abordagens (Carmo &
Ferreira, 2008; Flick, 2005; Vilelas, 2009).

1.2.2 – Monografias (1.º Ciclo)

As Monografias visam, essencialmente, teorizar e sistematizar (ou, por outras


palavras, dar conta do “estado da arte”) uma área científica ou disciplinar
relacionadas com uma determinada formação académica. O texto produzido é,
sobretudo, de natureza monográfica, dando particular relevância à revisão de
literatura de uma determinada área científica ou disciplinar.

Os principais procedimentos a seguir são, entre outros, os seguintes:

(a) formulação do problema (ou a formulação da asserção teórica);


(b) revisão da literatura;
(c) implicações teórico-práticas produzidas.
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A Monografia, sobretudo, na maioria dos cursos ministrados na UCM,


cursos com carácter profissionalizante, tende a ser cada vez menos usada
como trabalho de final de curso. Contudo, caso se opte por esta
modalidade de pesquisa, importa seguir os seguintes passos: (a) partir de
um problema ou asserção (teórica); (b) realizar pesquisa bibliográfica; (c)
Sugestão
construir um quadro teórico; (d) dar resposta ao problema ou verificar a
pertinência da asserção teórica.

1.2.3 – Trabalho de Projecto (1.º e 2.º Ciclos)

O Trabalho de Projecto visa colmatar uma necessidade que se faz sentir, de


um modo geral, no ensino superior: dotar o estudante de maior “capacidade
operativa”. Na realidade, um pouco por toda a parte há muitos que
consideram que o ensino, que se tem vindo a ministrar no ensino superior, é
um ensino, essencialmente, teórico e descontextualizado. A tentativa que
presidiu ao Processo de Bolonha (na Europa) foi, por um lado, o de
“profissionalizar” o ensino académico e, por outro, estabelecer uma maior
ligação quer com experiência dos estudantes, quer com o mundo laboral (ou
com o mercado de trabalho). Daí o investimento de uma metodologia centrada
no desenvolvimento de competências no quadro de um determinado perfil
formativo-profissional (Le Boterf, 2011). Assim, a opção pelo Trabalho de
Projecto (tanto ao nível do 1.º Ciclo, como do 2.º Ciclo) justifica-se, cada vez
mais, uma vez que explora outro tipo de metodologia de pesquisa: a
“investigação-acção” (Elliot, 2005; Guerra, 2006; Latorre, 2006; Lewin et al.,
2006).

Este tipo de metodologia permite:

(a) produzir conhecimento numa óptica de utilidade pessoal, social e


profissional;
(b) integrar, numa retroalimentação permanente, o conhecimento e a acção
(teoria-prática);
(c) contribuir para a melhoria das práticas sociais e/ou profissionais.
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Os principais procedimentos a ter em conta são, entre outros, os seguintes:

(a) ter como ponto de partida um “diagnóstico” de uma determinada


realidade ou fenómeno (social e/profissional);
(b) definir uma problemática (sob a forma de “pergunta de partida” ou de
“hipóteses”);
(c) realizar uma conceptualização teórica (da área de intervenção);
(d) proceder à fundamentação da metodologia na modalidade de
investigação-acção (e das técnicas de recolha e registo no âmbito da
“observação participante”);
(e) caracterizar o projecto de investigação-acção;
(f) apresentar a proposta de solução, resolução ou de melhoria;
(g) sugerir os principais produtos esperados com este projecto ou, pelo
menos, pistas operatórias para a implementação futura do projecto
concebido.

O Trabalho de Projecto tem como grande potencialidade permitir uma


maior articulação entre a teoria e a prática, entre a reflexão e a acção,
entre o conhecimento e a aplicação do mesmo. Trata-se, deste modo, de
realizar uma aplicação integrada de conhecimentos e de competências
adquiridos ao longo do curso na execução de soluções para problemas
específicos na área do curso que o estudante se encontra a frequentar.
Sugestão Poderá, ainda, ser de carácter multidisciplinar, promovendo a abordagem
de situações novas, a recolha de informação e bibliografia pertinentes,
bem como a selecção fundamentada das metodologias e análise crítica
dos resultados obtidos ou esperados.

1.2.4 – Dissertações (2.º e 3.º Ciclos)

As Dissertações inscrevem-se no quadro da chamada “investigação de


natureza académica”, isto é, procura produzir conhecimento teórico a partir da
articulação entre um quadro teórico e um processo de recolha, análise e
interpretação de dados empíricos. A sua principal finalidade visa produzir
conhecimento a partir de um “problema” (sob a forma de “pergunta de partida”
ou de “hipótese(s)”). Este tipo de modalidade de investigação destina-se,
preferencialmente, àqueles que pretendem seguir a via académica.
15

Os principais procedimentos a seguir são, entre outros, os seguintes:

(a) formular e contextualizar o problema;


(b) realizar a revisão de literatura;
(c) fundamentar a opção metodológica (quer em termos de enfoque quer em
termos de métodos: qualitativos e/ou quantitativos);
(d) fundamentar os procedimentos de aplicação dos instrumentos e
técnicas de recolha, análise e interpretação dos dados;
(e) seleccionar o universo/amostra do estudo (caso se aplique);
(f) apresentar e analisar os dados;
(g) discutir os resultados (à luz do quadro teórico);
(h) apresentar as principais conclusões e sugerir recomendações para
investigações futuras.

As Dissertações são uma modalidade de pesquisa que permite o


aprofundamento, a teorização e a sistematização de uma determinada
área científica ou disciplinar. Distinguem-se do Trabalho de Projecto pelo
facto de se exigir uma maior sistematização teórica, para além de,
habitualmente, a modalidade de investigação adoptada se enquadrar nos
Sugestão paradigmas positivista ou interpretativo, ao invés do Trabalho de Projecto
que adopta, normalmente, a modalidade de investigação-acção, inscrita,
preferencialmente, no paradigma sócio-critico.

1.3 – Artigos científicos

Os artigos científicos são um instrumento essencial para divulgar a produção


científica. São, também, uma condição imprescindível para consolidar a
carreira de um professor no ensino superior, uma vez que este tende, cada vez
mais, a tornar-se, também, num investigador.

Há, fundamentalmente, duas modalidades de artigo científico. Uma em que a


investigação é de índole mais quantitativa e outra em que a investigação é
mais de índole qualitativa. Contudo, importa, também, referir que pode dar-se
o caso de um artigo reflectir, em conjunto, as duas modalidades. Por uma
questão metodológica, iremos abordar estas duas modalidades numa mesma
16

secção. No entanto, sempre que necessário proceder-se-á à distinção das duas


abordagens.

1.3.1 – Estrutura de um artigo científico

O artigo científico é, hoje em dia, um dos instrumentos mais utilizados para


divulgar a investigação científica produzida, quer seja no âmbito dos trabalhos
de final de curso (monografias, dissertações ou trabalho de projecto) ou de
projectos de pesquisa (bibliográfica ou de campo).

O artigo científico tem, habitualmente, a seguinte estrutura (Azevedo, 2004:


34-40):

(a) título do artigo, com a indicação do nome do(s) autor(es), do(s) cargo(s)
que ocupa(m) na instituição onde trabalha e contactos (e-mail e/ou
endereço postal);
(b) o resumo, que deve aparecer num tipo de tamanho inferior ao do tipo do
corpo do artigo (não ultrapassando uma centena ou centena e meia de
palavras). A este propósito importa ter presente que, a maioria das
revistas científicas, exige, também, um abstract em inglês (e, por vezes,
ainda noutras línguas, como por exemplo, em espanhol);
(c) as palavras-chave (três a cinco);
(d) introdução, que deve incluir, entre outros aspectos: os objectivos ou o
problema, as motivações/interesses do estudo, contextualização e
relevância do estudo;
(e) o quadro teórico, onde se apresentam, de forma sumária, outros
estudos empíricos relacionados com o problema em estudo;
(f) a opção metodológica (tipo de estudo, instrumentos e técnicas
seleccionados, procedimentos metodológicos e amostra / participantes);
(g) apresentação e discussão dos resultados (que no caso de abordagens
qualitativas se deve, também, justificar a escolha de determinados
participantes ou informantes ou a opção por determinadas unidades de
análise);
(h) conclusões e recomendações para futuras investigações;
(i) referências bibliográficas (onde só devem constar as referências citadas
no corpo do artigo). A maioria das revistas científicas adopta, como
17

modelo de referenciação/citação, o modelo das Normas APA (American


Psychological Association).

A escrita de um artigo científico, particularmente no âmbito da


realização de investigações empíricas, constitui um exercício de
capacidade de síntese. Sendo assim, o artigo deve ter, no máximo, 15
Sugestão páginas (incluindo as referências bibliográficas).

1.3.2 – Critérios para a elaboração de um artigo científico

A produção de um artigo científico, sobre uma determinada investigação


empírica (particularmente no âmbito do mestrado e doutoramento), obedece,
habitualmente, a um conjunto de critérios:

(a) privilegiar uma linguagem objectiva (evitando expressões como “na


minha opinião”, “eu acho que”, “eu acredito que”…);
(b) recorrer, na medida do possível, a uma linguagem de teor mais técnico
(ainda que sem se refugiar em discursos herméticos, procurar ser claro
e rigoroso nos “dados” (nas investigações de índole mais quantitativa)
ou “significados” (nas investigações de índole mais qualitativa)
apresentados;
(c) procurar articular as várias secções, organizando-as numa perspectiva
holística (estabelecer ligações entre as várias secções do artigo);
(d) fundamentar, muito bem (particularmente as investigações de índole
qualitativa), os argumentos de ordem subjectiva (explicitando os
posicionamentos subjectivos, como por exemplo, as ideologias, os
valores, as crenças… do investigador);
(e) evitar citações directas dos autores referenciados (sugere-se, como
regra, a referenciação do autor/data, resumindo as ideias, teorias ou
posicionamentos dos textos lidos).

Na elaboração de artigos científicos deve-se evitar, na medida do


possível, a transcrição de textos dos autores que fundamentam o discurso
de quem está a produzir o artigo. Contudo, importa, também, referir que a
interpretação que se faz no quadro de uma revisão de literatura deve ser
Sugestão
rigorosa, objectiva e sintética, evitando o discurso opinativo.
18

1.4 – Estágios profissionalizantes (2.º Ciclo)

O estágio visa oferecer ao estudante um contacto com o mundo do trabalho,


na fase final do mestrado (3.º Semestre).

O estágio consiste numa permanência, por um período mínimo de três meses


(25 horas por semana, perfazendo um total de 300 horas de trabalho de
contacto), numa entidade de reconhecido mérito e idoneidade que se
disponibilize para acolher o estagiário, durante a qual este desempenhará um
conjunto de tarefas consideradas úteis quer para o seu ingresso na realidade
laboral, quer para a actividade da entidade de acolhimento.

1.4.1. Critérios organizadores do estágio

Poderão existir três tipos de estágio:

(a) Integração do estagiário na actividade geral da entidade de acolhimento,


com realização de tarefas em diversas áreas funcionais.
(b) Integração do estagiário sob proposta da entidade de acolhimento, de
modo a participar na concepção e/ou implementação (ou ainda na
avaliação) de um projecto.
(c) Integração numa entidade de acolhimento, levando o estagiário um
plano de acção pré-definido, que deverá, posteriormente, ser aceite por
aquela.

O Estágio termina com a elaboração de um relatório contendo as seguintes


secções:

(a) Nota introdutória;


(b) diagnóstico;
(c) problemática;
(d) quadro teórico de referência;
(e) Caracterização da instituição / organização
(f) descrição das actividades;
(g) papel formativo da experiência de socialização (pré)profissional
(objectivos formativos do estágio);
(h) reflexão crítica (implicações autoformativas e profissionais).
19

Aos responsáveis do acompanhamento do estágio compete (coordenadores do


departamento e orientadores):

(a) Disponibilizar, em devido tempo, ao estagiário informação sobre


possíveis entidades de acolhimento, bem como receber deste informação
sobre a entidade em que pretende realizar o estágio.
(b) Proceder aos necessários contactos institucionais para formalizar o
estágio, nomeadamente assinando, no início do estágio, um protocolo,
com o estagiário e a entidade de acolhimento.
(c) Remeter à entidade de acolhimento a Grelha de Avaliação a utilizar pelo
tutor (vide Secção seguinte).
(d) Colaborar com o estagiário na resolução de quaisquer problemas que
possam surgir durante o estágio, quer no que respeita à sua relação
com a entidade de acolhimento quer com a UCM.

À entidade de acolhimento compete:

(a) Designar um tutor para o estagiário que deverá;


(b) Definir, no início do estágio, as tarefas a realizar pelo estagiário (Plano
de Estágio). Estas tarefas deverão, tanto quanto possível, ser adaptadas
à formação académica e técnica do estagiário;
(c) Assinar, no início do estágio, o protocolo que formaliza todo o processo;
(d) Disponibilizar ao estagiário os meios necessários para o devido
desempenho das tarefas que lhe forem atribuídas;
(e) Acompanhar o estagiário durante o período de estágio;
(f) Preencher a Grelha de Avaliação final a ser remetida ao Coordenador do
Departamento (vide Secção seguinte);
(g) Monitorizar a elaboração do relatório final, nomeadamente filtrando
alguma informação que entenda ser de carácter interno e confidencial.

Ao estagiário compete:

(a) Dirigir-se ao Coordenador do Departamento no início do ano lectivo em


que pretende realizar o estágio, a fim de dar início a todo o processo.
(b) Assinar, no início do estágio, o protocolo que formaliza todo o processo,
tomando consciência de que, salvo eventuais problemas insuperáveis,
ficará a partir daí vinculado à realização do estágio obrigatoriamente
naquela entidade de acolhimento.
20

(c) Contactar com o seu Orientador da UCM assim que começar o estágio,
sem prejuízo de outras reuniões posteriores associadas ao processo de
monitorização.
(d) Apresentar obrigatoriamente ao Orientador da UCM, após a conclusão
do estágio, um relatório pormenorizado das actividades desenvolvidas
que deve ser entregue num prazo acordado com o Orientador, de modo
a permitir que todo o processo de avaliação esteja concluído, no
máximo, até 30 dias após o fim do período de Estágio.
(e) Entregar a versão definitiva do Relatório de estágio na Secretaria da
respectiva Faculdade.

O Orientador da UCM deve:

(a) Estar disponível para ser contactado pelo estagiário a fim de se inteirar
do Plano de Estágio ou eventualmente participar na sua elaboração.
(b) Realizar pelo menos duas visitas à entidade de acolhimento durante o
período de estágio a fim de se inteirar da forma como ele está a
decorrer, nomeadamente em relação aos objectivos inicialmente
estabelecidos. Podem verificar-se excepções a esta visita,
nomeadamente se o estágio ocorrer noutra província ou até no
estrangeiro. Neste caso, o contacto far-se-á através de telefone, e-mail,
plataforma Moodle ou skype.
(c) Proceder à leitura do relatório final, bem como à avaliação global do
estágio, conjugando a sua apreciação do relatório com a avaliação do
tutor da entidade de acolhimento.
(d) Concluir o processo de avaliação do estágio, entregando, ao
Coordenador de Departamento, a nota final até ao prazo máximo de 30
dias após a data de conclusão do período de estágio.

Sendo o estágio uma experiência de aprendizagem de carácter


autoformativo, o Relatório Final deve ser organizado na modalidade de
investigação-acção. Este tipo de investigação constitui uma metodologia
privilegiada para valorizar a produção de conhecimento numa óptica
Sugestão social e/ou profissional. Assim, valoriza-se o próprio processo como um
dos momentos integrantes da experiência autoformativa em contexto.
21

Cap. 2 - Critérios para a avaliar a pertinência


científica dos textos produzidos

Nesta secção, indicam-se alguns critérios para a avaliar a pertinência


científica dos textos produzidos: (a) quer no âmbito de trabalhos académicos;
(b) quer, também, no campo da elaboração de monografias, dissertações (de
mestrado / doutoramento) ou de trabalho de projecto; (c) quer, ainda, no
contexto de produção de artigos científicos.

2.1 – Critérios para avaliar trabalhos académicos

Os Trabalhos Académicos, como já foi referido, visam, essencialmente,


articular a teoria com a prática. Neste sentido, são um excelente instrumento
para contextualizar a produção teórica dos saberes científicos, disciplinares
e/ou profissionais. Para que se possa tirar partido desta estratégia de
aprendizagem, importa seguir alguns critérios de avaliação:

(a) a formulação do problema (assunto, tema ou asserção) deve ser clara,


com relevância e bem delimitada;
(b) a opção metodológica deve estar fundamentada e em coerência com a
problemática definida (o critério determinante em que se deve basear a
opção metodológica centra-se, precisamente, nesta articulação);
(c) análise e interpretação (tendo como base de legitimação o quadro
teórico organizado em torno da revisão de literatura);
(d) conclusões e recomendações (procurando dar resposta à problemática e
sugerindo contributos teórico-práticos).

De seguida, apresentam-se algumas grelhas que podem facilitar a avaliação de


textos científicos.
22

2.1.1 – Exemplo de uma Grelha de Avaliação de um Ensaio

GRELHA DE AVALIAÇÃO - CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO


Escala 1 2 3 4 5
1 – Organização gráfica
2 – Articulação e domínio do discurso
académico (expressão escrita cuidada)
3 - Clarificação, delimitação e formulação da
problemática em análise
4 - Contextualização e conceptualização
teóricas da problemática em estudo
5 - Clareza expositiva dos conceitos
6 – Capacidade analítica
7 - Capacidade de síntese
8 – Argumentação cuidada e criativa
9 – Contributos teórico-práticos
10 – Rigor e coerência das
citações/referências bibliográficas TOTAL MÉDIA
0 0 0 0 0 0 0,0
Fórmula: 10

1
x4
10

A avaliação dos trabalhos académicos deve basear-se num roteiro onde


constem os critérios de avaliação, os procedimentos a seguir na
estruturação do texto e os procedimentos relacionados com os aspectos
formais. Este roteiro deverá ser entregue aos estudantes logo no início da
disciplina/módulo. O sucesso do trabalho, em termos de produto final,
Sugestão dependerá, sobretudo, desta explicitação relacionada com o processo de
produção, bem como da forma com este será acompanhado de produção
de feedback, no decorrer da elaboração do mesmo.
23

2.2 – Critérios para avaliar monografias, dissertações ou


trabalho de projecto

A opção pela modalidade de pesquisa que se pretende seguir na elaboração do


trabalho final de curso (1.º, 2.º ou 3.º Ciclos) depende da natureza do perfil
formativo e profissional de cada curso. Por exemplo, no final do 1.º Ciclo,
pode-se optar por uma monografia estágio ou pelo trabalho de projecto. O
critério definidor prende-se com a natureza do próprio curso, se se enquadra
numa vertente de formação de natureza académica ou de formação de
natureza profissionalizante. No primeiro caso, a monografia é a modalidade
mais ajustada. No segundo caso, será o trabalho de projecto. O mesmo sucede
com o 2.º Ciclo, ainda que neste caso a modalidade de pesquisa de natureza
académica seja a dissertação. Quanto aos mestrados profissionalizantes, a
modalidade indicada é Estágio ou trabalho de projecto. Já em relação ao 3.º
Ciclo, em princípio, opta-se pela realização de uma dissertação. Devido a estas
especificidades, importa definir critérios específicos de avaliação para cada
modalidade.

2.2.1 – Monografias / dissertações

As monografias assumem, basicamente, os critérios que foram referidos para


os trabalhos académicos. A principal diferença é que o quadro teórico deve ser
muito mais sistematizado, em termos de fundamentação de investigação
teórica e/ou empírica.

Quanto às dissertações (de mestrado/doutoramento) os principais critérios a


seguir são:

(a) o título (que deve identificar, de forma clara e concisa, a problemática


em estudo);
(b) o resumo, ou em inglês, o abstract (que deve incluir, pelo menos, o
propósito do estudo, a metodologia adoptada e os principais resultados);
24

(c) o problema (que deve ser formulado com clareza, bem delimitado e
contextualizado; deve, ainda, mostrar a relevância do estudo e os
interesses do investigador);
(d) a revisão de literatura (que deve fundamentar e ampliar o contexto ou os
antecedentes do problema em estudo, procurando ser rigoroso quer em
termos formais, nas citações, quer em termos de conteúdos, conceitos);
(e) a metodologia (que deve fundamentar a opção metodológica, descrever
os procedimentos a aplicar em termos de instrumentos e técnicas de
recolha e análise de dados, definir os critérios da amostra utilizada e
explicitar os limites da pesquisa);
(f) a apresentação e análise de dados (que deve ter como suporte analítico
a problemática, formulada em termos de hipótese(s) ou a partir de
questões de investigação);
(g) a discussão dos resultados (que deve ter como referente de discussão o
quadro teórico construído em torno da revisão da literatura);
(h) as conclusões e recomendações (que devem dar resposta à problemática
e sugerir propostas para realizar investigações futuras);
(i) as referências bibliográficas (que devem ser organizadas a partir de um
determinado modelo e ser coerente com o mesmo, por exemplo, o
modelo das Normas APA);
(j) os apêndices e anexos (que devem sustentar o processo de pesquisa,
quer em termos de produção de instrumentos e materiais, no caso dos
apêndices, quer em termos de evidências recolhidas, no caso dos
anexos).

Os apêndices são constituídos por todo o material produzido pelo


investigador (guiões, grelhas, tabelas, etc.). Os anexos reportam-se ao
material consultado pelo investigador (regulamentos, projectos, outra
Nota documentação consultada).
25

2.2.2 – Exemplo de um Grelha de Avaliação de Dissertações

GRELHA DE AVALIAÇÃO - CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO


Escala 1 2 3 4 5
1 – Organização gráfica
2 – Articulação e domínio do discurso
académico (expressão escrita cuidada)
3 - Indicação clara do problema de
investigação e metodologia adequada ao
objecto de estudo
4 - Revisão bibliográfica nacional e
internacional de grande actualização
5 - Utilização de fontes documentais de
relevo para o estudo
6 - Conhecimento de estudos de investigação
produzidos na área
7 - Quadro teórico e prático com grande
ligação à área científica do ciclo de estudos
8 – Exploração dos dados de forma elevada
9 – Contributos teórico-práticos
10 – Rigor e coerência das
citações/Referências bibliográficas TOTAL MÉDIA
0 0 0 0 0 0 0,0
Fórmula: 10

1
x4
10

Os Mestrados da UCM, de um modo geral, são de natureza


profissionalizante. Neste tipo de mestrados, a modalidade de
investigação mais apropriada é o Trabalho de Projecto. A Dissertação (no
2º Ciclo) é uma modalidade de pesquisa indicada para a realização de
Sugestão
Mestrados de natureza académica.
26

2.2.3 – Trabalho de projecto

O Trabalho de Projecto visa a aplicação de conhecimentos e de competências


adquiridos ao longo do curso na execução de soluções para problemas
específicos na área de conhecimento do curso.

O Trabalho de Projecto deverá envolver componentes de carácter teórico e


prático (ou experimental), promovendo a compreensão e a resolução de
problemas em situações novas e não familiares, a selecção e recolha criteriosa
de informação e bibliografia adequadas, a adopção de metodologias,
preferencialmente, na modalidade de investigação-acção, a concepção de uma
solução para o problema proposto e respectiva implementação, e a análise
crítica dos resultados.

Os principais critérios que se devem seguir na avaliação do Trabalho de


Projecto são:

(a) a qualidade do diagnóstico (que deve ser feito no local onde se prevê a
sua aplicação);
(b) o rigor na formulação do problema (que deve ser formulado na óptica de
resolução de problemas);
(c) a qualidade da informação recolhida no quadro da revisão da literatura
(que deve centrar-se, sobretudo, na contextualização da problemática
em estudo, bem como na convocação de estudos empíricos relacionados
com a mesma);
(d) a justificação e fundamentação teórica da opção metodológica (que deve
procurar descrever as potencialidades da modalidade de investigação-
acção, bem como o processo de recolha e registo da “observação
participante”);
(e) a qualidade da proposta de resolução (indicando os
produtos/resultados alcançados ou esperados);
(f) a qualidade e a profundidade da reflexão crítica produzida sobre as
principais implicações pedagógicas e autoformativas do projecto de
investigação-acção (que deve ter como principal propósito mostrar a
capacidade reflexivo-crítica do estudante).
27

2.2.4 – Exemplo de uma Grelha de Avaliação do Trabalho de Projecto

GRELHA DE AVALIAÇÃO - CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO


Escala 1 2 3 4 5
1 – Organização gráfica
2 – Articulação e domínio do discurso
académico (expressão escrita cuidada)
3 - Articulação e coerência entre o
diagnóstico, formulação do problema e a
metodologia adoptada
4 - Contextualização e conceptualização
teóricas da problemática em estudo
5 - Fundamentação da opção metodológica
no quadro da modalidade de investigação-
acção (procedimentos metodológicos,
caracterização do contexto e participantes)
6 – Análise e interpretação dos resultados
(diagnóstico, problemática e proposta de
resolução)
7 – Viabilidade, pertinência e sustentação da
proposta de resolução (ou dos produtos
esperados)
8 – Aprendizagens autoformativas e
profissionais realizadas
9 – Rigor e coerência nas
citações/Referências bibliográficas
10 – Evidências (anexos/apêndices) do
processo investigativo TOTAL MÉDIA
0 0 0 0 0 0 0,0
Fórmula: 10
∑1
x4
10

O Trabalho de Projecto tem como propósito promover uma investigação


no contexto de uma dinâmica formativa e/ou profissional. No âmbito dos
Mestrados da UCM, esta metodologia centra-se, sobretudo, na
possibilidade de produzir reflexão (conhecimento profissional) em torno
de uma experiência de formação (o trabalho de final de curso). Por isso, o
papel da investigação-acção, mais do que produzir conhecimento teórico
(ou validar teorias ou testar hipóteses), visa, essencialmente, permitir a
Sugestão aquisição de uma competência reflexiva (auto-distanciamento / auto-
questionamento) no campo de uma experiência de intervenção
profissional. Por isso, o principal critério de qualidade de um Projecto de
Investigaçã-Acção tende a estar associado ao processo (auto)formativo
da experiência em si.
28

2.2.5 – Relatórios de avaliação dos estágios

Os Relatórios de estágio, ainda que assumam um carácter predominantemente


prático, não deixam de ser um texto académico. Neste caso devem, também,
seguir alguns procedimentos.

2.2.6 - Exemplo de uma grelha de avaliação do estágio

GRELHA DE AVALIAÇÃO - CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO


Escala 1 2 3 4 5
1 – Organização gráfica
2 – Articulação e domínio do discurso académico
(expressão escrita cuidada)
3 – Diagnóstico (fundamentação teórica e empírica)
4 – Problemática (no quadro da investigação-acção)
5 - Conceptualização teórica (revisão de literatura)
6 - Fundamentação da metodologia e instrumentos
(recolha e análise de dados)
7 – Caracterização da instituição / organização /
empresa
8 – Descrição e análise das actividades realizadas
9 - Reflexão crítica (dimensões autoformativas e
profissionais)
10 – Coerência na organização das citações /
referências bibliográficas TOTAL MÉDIA
0 0 0 0 0 0 0,0
Fórmula: 10

1
x4
10
29

2.2.7 – Exemplo de preenchimento de uma Grelha (Trabalho de Projecto)

GRELHA DE AVALIAÇÃO - CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO


Escala* 1 2 3 4 5
1 – Organização gráfica 4
2 – Articulação e domínio do discurso
académico (expressão escrita cuidada) 3
3 - Articulação e coerência entre o
diagnóstico, formulação do problema e a
metodologia adoptada 4
4 - Contextualização e conceptualização
teóricas da problemática em estudo 3
5 - Fundamentação da opção metodológica
no quadro da modalidade de investigação-
acção (procedimentos metodológicos,
caracterização do contexto e participantes) 4
6 – Análise e interpretação dos resultados
(diagnóstico, problemática e proposta de
resolução) 4
7 – Viabilidade, pertinência e sustentação da
proposta de resolução (ou dos produtos
esperados) 5
8 – Aprendizagens autoformativas e
profissionais realizadas 5
9 – Rigor e coerência nas
citações/Referências bibliográficas 4
10 – Evidências (anexos/apêndices) do
processo investigativo 4 TOTAL MÉDIA
0 0 6 24 10 40 16,0
10

Fórmula: ∑1
x4
10
*Legenda
1. Mau
2. Insuficiente
3. Razoável
4. Bom
5. Muito Bom

A avaliação de textos académicos é uma prática (inter)subjectiva. Para


minimizar os efeitos da subjectividade, importa seguir critérios objectivos
e divulgá-los logo no início do processo investigativo. Desta forma,
tentamos garantir a confiabilidade e a validação dos
Sugestão
produtos/resultados obtidos.
30

2.2.8 – Artigos científicos

A produção de artigos científicos obedece a um determinado formato formal e


a sequência estrutural própria. Hoje, em dia, devido à exigência da carreira
académica, qualquer docente é chamado a realizar actividade científica,
divulgando-a e, na medida do possível, publicando-a em revistas científicas. A
UCM, a exemplo de outras universidades, investiu na criação de uma revista
científica, em formato electrónico (“Revista Electrónica de Investigação e
Desenvolvimento”). Para que este instrumento (ou outras revistas científicas)
seja utilizado com pertinência e qualidade científicas, importa seguir um
conjunto de critérios de avaliação.

2.2.9 – Exemplo de uma avaliação peer review

As revistas científicas, por norma, exigem uma avaliação conhecida por peer
review (revisão por pares). De seguida, apresentamos um exemplo com
indicadores que, habitualmente, são utilizados por esse tipo de revistas.
31

Quadro 2.1

Indicadores para apreciação

YES It could be NO You can comment


Sim better Não here
Pode ser Insira os seus
melhorado comentários
Does the title accurately reflect the content
of the Paper?
O título reflecte o conteúdo do artigo?
Is the abstract sufficiently concise and
informative?
O resumo é suficientemente conciso e
informativo?
Do the keywords provide adequate index
entries for this paper?
As palavras-chave traduzem
adequadamente o conteúdo do artigo?
In the introduction, is the purpose of the
paper clearly stated?
Os objectivos e propósito do artigo são
devidamente identificados na introdução?
Does the paper achieve its declared
purpose?
O artigo dá resposta ao que foi proposto?
Do the figures and tables aid the clarity of
the paper?
As figuras e tabelas contribuem clareza ao
conteúdo?
Are the language and syntax of the paper
satisfactory?
A linguagem do artigo é satisfatória?
Is the paper concise? (If not, please
indicate which parts might be cut?)
O artigo é conciso? (Se não, indique que
partes poderiam ser cortadas?)
Does the paper develop a logical argument
or a theme?
O artigo desenvolve um argumento lógico e
coerente?
Do the conclusions sensibly follow from the
work that is reported?
As conclusões resultam adequadas do
estudo efectuado?
Are the references authoritative and
representative?
As referências são credíveis e abrangentes?
Is the paper interesting or relevant for an
international audience?
O artigo é interessante e relevante para
uma audiência nacional ou internacional?
Is the paper formatted according to the
proposal guidelines?
O artigo está formatado de acordo com o
template proposto?

Fonte: adaptado de Revista Electrónica de Investigación y Evaluación Educativa. Recuperado a


18 de Janeiro, 2012, de http://www.uv.es/RELIEVE/

Referees’ comments are provided to author(s) without any identifying information.

Os comentários dos revisores serão fornecidos aos autores de forma anónima.


32

PLEASE MAKE SURE THAT YOU INCLUDE AT LEAST A PARAGRAPH FOR EACH
SECTION

Por favor escreva pelo menos um parágrafo em cada secção.

I) Quality of Abstract, Introduction and Structure of the Paper

I) Qualidade do Resumo, da Introdução e da estrutura do artigo

II) Quality of Background Theory (Literature Review) of the Paper and connection
to previously published research

II) Qualidade do Estudo Teórico e da ligação a estudos anteriores

III) Quality of Research Approach and Methodology

III) Qualidade do estudo e da metodologia seguida

IV) Quality of the Discussion, Research Findings and Conclusions

IV) Qualidade dos resultados alcançados, da discussão e das conclusões


33

Cap. 3 - Recursos e instrumentos de


pesquisa

Esta secção está organizada em três partes: (a) na primeira, apresentamos


alguns dos recursos electrónicos com vista a facilitar a pesquisa científica; (b)
na segunda, sugerimos alguns instrumentos para realizar pesquisa científica;
(c) finalmente, na terceira, indicamos alguns procedimentos e exemplos para
citar/referenciar os autores nos textos, optando por seguir as Normas APA (5.ª
Edição).

3.1 – Recursos electrónicos

Para além dos habituais recursos tradicionais (bibliotecas, arquivos ou centro


de recursos), nesta secção, sugerimos alguns recursos electrónicos (por
exemplo, bases de dados digitais, internet, revistas electrónicas, repositórios
científicos…) que podem facilitar o processo de pesquisa científica.

3.1.1 – Pesquisa de informação na Internet

Há, cada vez mais, bases de dados disponíveis por área científica e disciplinar.
O nosso propósito não é apresentar uma lista exaustiva. Sendo um Manual,
do que se trata é de sugerir uma metodologia para facilitar o acesso às fontes
bibliográficas. Contudo, importa, antes de mais, seguir alguns procedimentos
para ter sucesso nesta árdua e difícil tarefa, particularmente em relação à
pesquisa na internet (Martínez, Montero & Pedrosa, 2010):

(a) triangular, na medida do possível, a recolha dos diferentes sítios Web


(integração);
(b) partir da informação inicial para, posteriormente, realizar buscas mais
aprofundadas e delimitadas em relação ao tema/problemática de
pesquisa (aprofundamento);
34

(c) comparar a informação recolhida com outras fontes disponíveis,


particularmente em sítios Web ligados às universidades (contraditório);
(d) recorrer, na medida do possível, a fontes credíveis para averiguar a
qualidade e a pertinência científicas (fiabilidade).

Para Weitzel (2002) importa avaliar, também, o conteúdo da informação,


respeitando alguns critérios:

(a) autoridade;
(b) actualidade;
(c) cobertura/conteúdo;
(d) objectividade;
(e) precisão;
(f) usabilidade.

3.1.2 – Exemplos de ferramentas disponíveis na Internet

Com a utilização da Internet há inúmeras possibilidades de pesquisar


informação séria, pertinente e rigorosa:

(a) O Google Académico. Recuperado a 18 de Janeiro, 2012, de


http://scholar.google.pt/.
(b) O Google Books. Recuperado a 18 de Janeiro, 2012, de
http://books.google.pt/.
(c) Catálogo online. Recuperado a 18 de Janeiro, 2012, de
http://www.pluraleditores.co.mz/.
(d) Biblioteca online. Recuperado a 18 de Janeiro, 2012, de
http://biblioteca.universia.net/.
(e) Biblioteca do conhecimento online. Recuperado a 18 de Janeiro, 2012,
de http://www.b-on.pt/.

3.1.3 – Exemplos de bases de dados (electrónicas)

As bases de dados são um excelente instrumento de pesquisa,


particularmente para os que queiram realizar uma Dissertação (mestrado ou
35

doutoramento). Em pouco tempo, consegue-se aceder a multiplicidade de


fontes relacionadas com uma determinada problemática ou objecto de estudo.

A título de exemplo, sugerimos algumas:

• LATINDEX (Sistema de informação que disponibiliza revistas científicas


que são publicadas nos países da América Latina, Caribe, Espanha e
Portugal). Recuperado a 18 de Janeiro, 2012, de
http://www.latindex.unam.mx/.
• REDALYC (Base de dados que agrega um conjunto de revistas
científicas em formato electrónico). Recuperado a 18 de Janeiro, 2012,
de http://redalyc.uaemex.mx/.
• DIALNET (Base de dados que disponibiliza dissertações e revistas
electrónicas, por área disciplinar). Recuperado a 18 de Janeiro, 2012,
de http://dialnet.unirioja.es/.
• SCIELO (Base de dados que disponibiliza artigos científicos, por área
disciplinar). Recuperado a 18 de Janeiro, 2012, de
http://www.scielo.org/php/index.php.
• NCBI Bookshelf (Colecção de livros de Biomedicina da PubMed).
Recuperado a 1 de Agosto, 2012, de
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books.
• BIOMED (The open access Publisher). Recuperado a 1 de Agosto, 2012,
de http://www.biomedcentral.com/.
• MERLOT (Recursos educativos multimédia relacionados com o ensino
e a aprendizagem). Recuperado a 1 de Agosto, 2012, de
http://www.merlot.org/merlot/index.htm.
• DOAJ (Directory of Open Access Journals). Recuperado a 1 de Agosto,
2012, de http://www.doaj.org/.
• UN (Libraries, catalogues, and publications services of United Nations
system). Recuperado a 1 de Agosto, 2012, de
http://www.unsystem.org/en/libraries/index.html.
• BOCC (Biblioteca Online das Ciências da Comunicação). Recuperado a
1 de Agosto, 2012, de http://www.bocc.uff.br/.
• DATAJURIS (Base de dados em Direito). Recuperado a 1 de Agosto,
2012, de http://www.datajuris.pt/baseDados.php.
• AGROPORTAL (Bases de dados em Agricultura). Recuperado a 1 de
Agosto, 2012, de http://www.agroportal.pt/Referencia/bdados.htm.
36

• AGRICULTURA BIOLÓGICA (bases de dados). Recuperado a 1 de


Agosto, 2012, de http://www.dgadr.pt/sementes/sementes_search.asp.
• INFORMÁTICA (bases de dados). Recuperado a 1 de Agosto, 2012, de
http://vlib.org/Computing.
• EDUCAÇÃO (base de dados). Recuperado a 1 de Agosto, 2012, de
http://www.voced.edu.au/.
• UNESCO (base de dados). Recuperado a 1 de Agosto, 2012, de
http://www.ibe.unesco.org/en/services/online-
materials/databases.html.
• ENGENHARIA ALIMENTAR (bases de dados). Recuperado a 1 de
Agosto, 2012, de http://biblioteca.ulusofona.pt/index.php/areas/43-
engenharias/633-engenhariaalimentar.

Nas Normas APA, os documentos consultados online devem referir o dia


em que foram consultados (recuperados) já que, como acontece por vezes,
poderá deixar de estar acessível. Assim, garantimos que naquela data o
Sugestão documento estava online.

3.1.4 – Revistas electrónicas

Para além das revistas científicas, em formato de papel, que normalmente


existem nas bibliotecas das universidades (e noutros locais), com a facilidade
proporcionada pela internet, existem, cada vez mais, revistas científicas
publicadas em formato electrónico. Importa, antes de mais, que o valor
científico deste tipo de publicação é equivalente ao das revistas convencionais.
O que determina o rigor e a qualidade científicos são os critérios adoptados
por cada uma delas, bem como o reconhecimento que as mesmas acabam por
ganhar em termos de consulta.

A título de exemplo, vamos indicar um conjunto de revistas que podem


consultar, nos mais diversos domínios científicos e disciplinares:

• Portal de revistas científicas (Geral), em formato electrónico.


Recuperado a 18 de Janeiro, 2011, de
http://www.ergobservatory.info/ejdirectory.html.
37

• Portal de revistas cientificas (Geologia). Recuperado a 1 de Agosto,


2012, de (http://www.agiweb.org/georef/about/openaccess.html.
• Portal de revistas cientificas (Saúde). Recuperado a 1 de Agosto, 2012,
de http://revistas.ucm.es/index.php/RICP/issue/current/showToc.
• Portal de revistas cientificas (Educação). Recuperado a 1 de Agosto,
2012, de
http://revistas.ucm.es/index.php/RCED/issue/current/showToc.
• Portal de revistas cientificas (Economia). Recuperado a 1 de Agosto,
2012, de
http://revistas.ucm.es/index.php/REVE/issue/current/showToc.

As Revistas Científicas, em formato electrónico, assumem um papel cada


vez mais relevante no processo de divulgação e publicação científicas. A
UCM, brevemente, também irá criar a sua própria revista neste tipo de
Sugestão formato.

3.1.5 – Repositórios científicos

Os Repositórios Científicos ganham, cada vez mais, maior visibilidade em


termos de divulgação da actividade científica das próprias universidades. Para
além de possibilitarem, na maioria das vezes em regime de acesso aberto, a
divulgação das Dissertações de Mestrado e Doutoramento, também permitem
que os seus próprios docentes possam divulgar a sua produção científica
publicada noutras revistas científicas.

A título de exemplo, sugerimos alguns repositórios científicos:

• Repositórios Científicos das universidades portuguesas. Recuperado a


18 de Janeiro, 2012, de
http://www.uc.pt/fcdef/documentosbiblioteca/Bibliotecadigital/Reposi
torio/.
• Repositório Científico de Acesso Aberto em Portugal. Recuperado a 18
de Janeiro, 2012, de http://www.rcaap.pt/.
• Repositório Científico das Universidades Moçambicanas. Recuperado a
18 de Janeiro, 2012, de http://www.saber.ac.mz/handle/10857/2.
38

• Repositório Cientifico de Energia e Geologia. Recuperado a 1 de Agosto,


2012, de http://repositorio.lneg.pt/.
• Repositório Cientifico FAO. Recuperado a 1 de Agosto, 2012, de
http://www.fao.org/documents/en/docrep.jsp;jsessionid=64FD9DDD1
60C99C79D0EFFB860516103.

Os Repositórios Científicos são um excelente instrumento para divulgar a


produção científica dos docentes/discentes. A UCM também irá
disponibilizar esta ferramenta de modo a darmos visibilidade do que se
faz em termos de actividade científica. Permitindo, ainda, o acesso fácil
Sugestão
para quem queira consultar esse material científico.

3.2 – Procedimentos e exemplos para aplicar as Normas


APA

Há vários modelos para citar / referenciar as fontes bibliográficas: Numérico-


Alfabético, por ordem de Menção, Notas de Rodapé, Norma Portuguesa: NP-
405-1, APA, entre outros. A opção pela utilização das Normas APA justifica-se
pelo facto de tender a ser o mais usado em termos internacionais. Basta
consultar a maioria das revistas científicas e até Dissertações
(mestrado/doutoramento) para constatar que o modelo dominante é o modelo
das Normas APA. A UCM, querendo, também, afirmar-se não só ao nível
nacional, mas ao nível internacional, opta por aplicar este modelo em todas as
Unidades Básicas e nos seus respectivos Centros de Investigação. De seguida,
sugerimos alguns procedimentos para utilizar as Normas APA, ilustrando com
alguns exemplos.

As orientações para referências e citações aqui fornecidas estão de acordo com


as Normas American Psychological Association (APA) (5.ª ed.). Para os exemplos
que se seguem, baseámo-nos na obra de Mário Azevedo (2004) e nas
informações obtidas nos sítios Web disponíveis online em:
http://www.lib.usm.edu/research/guides/apa.html;
http://www.dianahacker.com/resdoc/social_sciences/intext.html.
39

3.2.1 – Procedimentos para uso das Normas APA

O sistema de referenciação bibliográfica que orienta a normativa APA é o


sistema, também conhecido, como “sistema nome e ano”, isto é, após uma
transcrição ou paráfrase, deve apresentar-se entre parênteses curvos o
apelido, o ano e a página (particularmente, no caso das transcrições). De
seguida, damos exemplos das diversas formas de citação/referenciação
bibliográficas.

3.2.2 – Citações (transcrições / paráfrase)

Uma citação num texto académico (ou artigo) necessita da inclusão do nome
do autor da fonte (frequentemente nas frases que introduzem o material
citado), da data de publicação e um número de página entre parêntesis (se for
o caso).

A investigação de índole mais qualitativa não visa validar teorias ou


testar hipóteses, mas construir novas teorias a partir de estudos
empíricos (Flick, 2005).
Exemplo

Nota: no texto referido, só aparece o autor e data uma vez que a ideia do autor
é resumida e interpretada por quem o citou. Estamos, portanto, perante uma
“paráfrase”. No exemplo a seguir, apresentamos uma citação na forma de
«transcrição»:

A investigação, numa abordagem qualitativa, tem, na sua base, algumas


genealogias sociohistóricas:

(…) a tradição do interaccionismo simbólico, preocupado com


os significados subjectivos e as atribuições individuais de
sentido; a etnometodologia, interessada nas rotinas do
quotidiano e na sua criação; e as posições estruturalistas ou
psicanalíticas, que exploram os processos do inconsciente
Exemplo
psicológico ou social (Flick, 2005, p. 17).
40

Nota: se a frase que apresenta o material a ser citado não referir o autor, deve
ser colocado no final, após a citação, utilizando vírgulas entre os vários itens
(como se pode constatar no exemplo acima referido).

Contudo, se o autor aparece, explicitamente, na frase, apenas se coloca a


página no fim (conforme exemplo referido a seguir).

Flick (2005), ao abordar alguns dos pressupostos epistemológicos da


abordagem qualitativa, considera que se torna difícil de pretender chegar a
objectividade preconizada pela corrente do positivista:

Ao reconstituir-se uma vida em resposta a uma questão


concreta, elabora-se e interpreta-se uma versão da
experiência. Em que medida a vida e as suas experiências
efectivamente acontecem da forma relatada é algo que não se
pode verificar. (…) A investigação qualitativa, que assume
como princípio metodológico a compreensão obtida com
diferentes procedimentos metodológicos, está desde o início
Exemplo confrontada com a construção da realidade feita pelo seu
‘objecto’. A experiência não é meramente espelhada em
narrativas ou textos produzidos sobre ela no âmbito da
Ciência Social (pp. 36-37).

Nota: neste exemplo, acabado de mencionar, constatamos, ainda, que pelo


facto de ser uma citação longa não leva aspas (“…”), nem se coloca em itálico.
Na normativa APA, quando estamos perante uma transcrição longa (mais de
40 palavras), deve-se mudar de parágrafo e avançar alguns espaços a direita,
apresentando o material transcrito com um tipo de caracteres menor do que o
utilizado no restante do texto e mediante espaço simples. Ainda, neste
exemplo, podemos verificar que a citação apresentada começou numa página e
passou para próxima, neste caso, tem que se colocar as duas páginas (pp.).

As citações que agregam mais de um autor, quando os mesmos não se


encontram na frase do texto produzido, devem ser separadas pelo «e
comercial» (&).
41

A investigação de índole mais qualitativa minimiza os efeitos da


subjectividade, inerente a este tipo de estudo, através da explicitação do
processo e do contexto onde decorreu a pesquisa científica (Léssart-
Exemplo Herbet, Goyette & Boutin, 2010).

Nota: a utilização do & (chamado e comercial) para ligar dois ou mais autores,
só se faz nas citações entre parênteses e na lista final da bibliografia. Dentro
do texto não deve ser usado, sendo substituído pelo «e» habitual.

As citações de citações devem ser referidas de acordo com o exemplo a seguir:

Para Lincoln e Guba (1985, citado em Flick, 2005):

O relatório de pesquisa – com a sua exposição e reflexão


sobre os procedimentos metodológicos, com todas as suas
narrativas sobre o acesso e as autoridades no terreno, com
o registo de variados materiais, com a sua transcrição das
Exemplo observações e conversas, interpretações e inferências
teóricas – é a única base para responder à questão da
qualidade da investigação (p. 251).

Nota: as Normas APA, neste tipo de transcrição longa, exigem que a indicação
da página seja inserida após o ponto final. No exemplo referido, vê-se,
também, uma outra particularidade: a citação é de uma transcrição indirecta,
isto é, o autor que se encontra entre parênteses é que citou os autores que se
encontram no texto. Neste caso deve utilizar-se «cit. em» (ou citado em). A
página referida no final da citação é do Flick (2005). É este quem transcreve a
citação de Lincoln e Guba (1985). Se pretendermos localizar esta citação
indirecta, temos que consultar a obra daquele autor.

Desaconselha-se o uso de expressões latinas como «idem, ibidem, id,


ibid». Sempre que se repita o autor nos parágrafos seguintes deve-se
colocar o mesmo (os mesmos) dentro de parênteses com a respectiva data
Sugestão e página, se for o caso.
42

3.2.3 – Citações simultâneas

As citações simultâneas de várias obras (ou artigos) são separadas por ponto e
vírgula.

As metodologias de investigação de índole qualitativa privilegiam o


sentido que os actores atribuem aos fenómenos sociais (Flick, 2005;
Lessart-Hérbet, Goyette & Boutin, 2010; Lincoln & Denzin, 2000).
Exemplo

Nota: repare-se que o texto resume a perspectiva dos vários autores citados
entre parênteses. Refira-se, ainda, que os autores aparecem por ordem
alfabética.

Quando a citação envolver mais que dois autores e menos de seis, na primeira
citação deverão aparecer todos. Posteriormente, nas citações seguintes destes
autores, deverá, apenas, a aparecer o primeiro nome acompanhado da
expressão «et al.».

a) O que melhor caracteriza e identifica a investigação-acção


(I-A) é o facto de se tratar de uma metodologia de pesquisa,
essencialmente prática e aplicada, que se rege pela
necessidade de resolver problemas reais. Com investigação
há uma acção que visa a transformação da realidade, e,
consequentemente, produzir conhecimentos a partir das
transformações resultantes da acção (Coutinho, Sousa,
Bessa, Ferreira & Vieira, 2009, p. 8).

b) A investigação-acção critica ou emancipadora vai para


além da acção pedagógica, intervindo na transformação do
Exemplo próprio sistema, procurando facilitar a implementação de
soluções que promovam a melhoria da acção. O grupo
assume colectivamente a responsabilidade do
desenvolvimento e transformação da prática. Se houver um
facilitador externo, deverá assumir temporariamente um
papel de moderador, ajudando a problematizar e modifica as
praticas e identificar e desenvolver os seus auto-
entendimentos. As responsabilidades pela mudança são
assumidas em conjunto (Coutinho et al., 2009, p. 11).
43

Nota: na lista final das referências devem incluir-se os nomes de todos os


autores.

Se o autor for um órgão governamental ou outra organização corporativa


(corporações, associações, grupo de estudos) use o nome da organização na
frase que apresenta o material a ser citado ou entre parênteses, na primeira
vez que citar a fonte. Posteriormente, refira as siglas desse organismo.

O Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua


Portuguesa (2012) reafirma os compromissos assumidos
internacionalmente no quadro da Igualdade de Género e
Emponderamento das Mulheres. [primeira citação]

O CMCPLP (2012) reitera, ainda, a importância de continuar a


Exemplo
implementar o Plano Estratégico de Cooperação para a Igualdade de
Género e Empoderamento das Mulheres, adoptado em Luanda a 11 de
Maio de 2011. [segunda citação e seguintes]

Nota: nas citações de textos em formato electrónico publicados na Internet,


deve evitar-se a citação de fontes que não sejam credíveis e fiáveis, do ponto
de vista científico. Assim, recomenda-se que, preferencialmente, se recorram a
textos publicados em revistas científicas em formato electrónico, em
repositórios científicos das universidades ou instituições de reconhecimento
nacional e internacional (por ex., Portais do Governo, UNESCO, etc.).

3.2.4 – O identificador da obra nas citações no texto

As Normas APA admitem três formatos para os identificadores das citações


incorporadas nos textos produzidos. Assim, perante uma ideia retirada de
uma obra citada, podemos citar das seguintes formas:
44

a) Guerra (2006) considera que o termo “amostra” não se deveria


aplicar na análise qualitativa, pelo facto de estar associado a uma
representatividade estatística.
b) Na análise qualitativa a “amostra” (ou por outras palavras, a
selecção dos participantes) visa uma “representatividade social”, isto é, o
propósito não é representar um determinado universo (populacional),
mas “representar” o ponto de vista dos actores no contexto do seu
posicionamento social (e/ou profissional) (Guerra, 2006).
c) “A questão central que se coloca na análise compreensiva não é a
Exemplo
definição de uma imensidade de sujeitos estatisticamente
“representativos”, mas sim uma pequena dimensão de sujeitos
“socialmente significativos”, reportando-os à diversidade de culturas,
opiniões, expectativas e à unidade do género humano” (Guerra, 2006, p.
20).

Nota: perante a mesma ideia, nós procurámos usar diversas formas de citar o
ponto de vista da autora (quer parafraseando, quer transcrevendo).

3.2.5 – Diplomas legais

A citação / referenciação dos documentos jurídicos nas Normas APA obedece a


algumas especificidades. Por exemplo, para citar uma Lei, Decreto-Lei ou
outro Diploma, devem seguir-se estes procedimentos:

a) O artigo 14º da Lei n.º 27/09, de 29 de Setembro (Lei do


Ensino Superior) estabelece que…
b) O artigo 2º do Código de Estrada prevê multas para certos
casos que a seguir se mencionam….
c) O Decreto n.° 60/2007, de 17 de Dezembro, ao abrigo do
Exemplo disposto na alínea b), n.° 2 do artigo 204 (Constituição da República
de Moçambique) estipula que…
45

Nota: na lista final bibliográfica a referência completa deve seguir as Normas


APA aplicadas a outras fontes, em geral.

3.2.6 – Referências bibliográficas finais

Nas referências finais de um texto produzido, de acordo com as Normas APA,


devem constar, pelo menos, cinco elementos:

a) Autor(es)
b) Ano de publicação
c) Título
d) Cidade
e) Editora

Autor Ano Título

Vilelas, J. (2009). Investigação: O processo de construção do


conhecimento. Lisboa: Edições Sílabo.
Exemplo
Cidade Editora

De seguida apresentamos vários exemplos ilustrativos contendo estes e outros


elementos que devem constar na lista final das referências bibliográficas.
46

Apelido, seguido
do primeiro nome Quando for mais
(ou nomes) em de um autor, usa-
siglas se o & comercial a
separar os autores

a) Flick, U. (2005). Métodos qualitativos na investigação científica.


Lisboa: Monitor.
b) Lessard-Hérbet, M., Goyette, G., & Boutin, G. (2010).
Investigação qualitativa. Fundamentos e práticas (4.ª ed.). Lisboa:
Instituto Piaget.
Exemplo c) Guerra, I. (2006). Fundamentos e processo de uma sociologia de
acção (2.ª ed.). Estoril, Portugal: Principia.

A primeira edição Quando a cidade


(1ª ed.) não se não é conhecida,
deve colocar. Só a deve colocar-se o
partir da segunda país
(2ª ed.)

Nota: esta é a regra geral para apresentar as referências finais. Contudo, há


excepções. De seguida, enumeram-se algumas.

3.2.7 – Livro colectivo

No livro colectivo, em princípio, refere-se o autor (ou os autores) que foi


responsável pela edição (Ed. / Eds.), coordenação (coord. / Coords.) ou
organização (Org. / Orgs.).
47

O autor que aparece


referenciado é o autor
que coordena a obra.
Dentro desta encontram-
se os autores da obra.

a) Sáez, J. (Coord.). (2007). Pedagogía social. Madrid: Pearson


Prentice Hall.
b) Lincoln, Y. S., & Denzin, N. K. (Eds.). (2000). Handbook of
qualitative research (2.ª ed.). London: Sage.
Exemplo

Estes dois autores


editaram essa obra.
Cada capítulo tem
um autor autónomo

3.2.8 – Capítulo em livro colectivo

No capítulo em livro o título principal, que vem a itálico, é de quem edita,


coordena ou organiza a obra.
Estes autores encontram-
se dentro de um livro
colectivo. Assim, o título
em itálico é o que vem a
seguir, depois dos autores
que editam a obra

Kelle, U., & Erzberger, C. (2002). Quantitative and qualitative methods:


no confrontation. In U. Flick, E. Kardoff & I. Steinke (eds.), Qualitative
research: a handbook. London: Sage.
Exemplo

Repare-se que, neste Quando uma editora está


caso, o que aparece em em mais de um país,
primeiro lugar são as coloca-se a cidade que
siglas dos primeiros aparecer primeiro na
nomes. Só depois vêm os lista (é o caso desta
apelidos editora referida aqui)
48

3.2.9 – Artigo em revista científica

Nos artigos publicados em revista científica, nas referências finais, segue-se a


seguinte ordem (Azevedo, 2004, 128):

a) Último nome do primeiro autor, vírgula, outras iniciais em abreviatura,


vírgula, & comercial seguido do último nome do segundo autor, vírgula,
outras iniciais em abreviatura seguidas da data entre parênteses, ponto
final.
b) Nome do artigo com inicial maiúscula só na primeira palavra, ponto
final.
c) Nome da revista em itálico com iniciais maiúsculas nas palavras
principais, vírgula, número da revista em itálico, vírgula, primeira e
última página do artigo separadas por hífen, ponto final.

O número ou volume da
Revista aparecem logo a
seguir ao título sem
colocar o “nº”

Zabalza, M. (2011). El practicum en la formación universitaria: estado


de la cuestión. Revista de Educación, 354, 21-43.
Exemplo

Nas revistas o título que A indicação do número de


aparece em itálico é o páginas aparece logo a
nome da Revista, seguir ao nº da Revista
juntamente com o nº (sem os “pp.”)

3.2.10 – Dissertação de mestrado / doutoramento

As dissertações de mestrado / doutoramento são, hoje em dia, uma das bases


que qualquer investigador utiliza, uma vez que estas dão conta das últimas
pesquisas sobre uma determinada área científica ou disciplinar.
49

a) Domingas, A. (2012). Estratégias de Comunicação Usadas na


Captação de Novos Ingressos – O Caso da Faculdade de Educação e
Comunicação. Dissertação de Mestrado não publicada. Faculdade de
Educação e Comunicação, Universidade Católica de Moçambique,
Nampula.
b) Baptista, I. (2005). Capacidade ética e desejo metafísico – uma
Exemplo
interpelação à razão pedagógica. Tese de Doutoramento apresentada
à Faculdade de Letras, Universidade do Porto, Porto.

3.2.11 – Relatórios (no âmbito de organismos institucionais ou


outros)

Os Relatórios publicados pelos organismos governamentais ou outros


referenciam-se do seguinte modo:

UNESCO (2007). Global Report on Adult and Learning Education.


Hamburgo: UIL.
Exemplo

3.2.12 – Comunicações em congressos

As comunicações em congressos (colóquios, jornadas, etc.) referenciam-se da


seguinte forma:
No caso das
comunicações, coloca-
se o mês em que se
realizou o congresso

Barros, P. (2009, Outubro). A investigação-acção como estratégia de


supervisão/formação e inovação educativa: um estudo de meta
análise de contextos de mudança e produção de saberes.
Comunicação apresentada no Congresso Internacional Galego-
Exemplo
Português de Psicopedagogia, Braga.
50

3.2.13 – Referências electrónicas

Nas fontes electrónicas os principais procedimentos a ter em conta são os


seguintes: (a) artigo publicado em Revista Electrónica; (b) documento ou livro
publicado na Internet; (c) documento acessível em Departamento de
Universidade; (d) relatório acessível na Internet; (e) comunicação apresentada
em congresso, acessível na Internet.

Antes de apresentarmos as diversas formas de referenciar as fontes


electrónicas, indicamos um exemplo onde se transfere o modelo de
referenciação de um revista em formato de papel para ser disponibilizada em
formato electrónico:

Alarcia, O & Bravo, A. (2012). La influencia de las TIC en la


interacción docente y discente en los procesos formativos
universitários. Revista de Universidad y Sociedad del Conocimiento,
9, (2), 31-47. Recuperado a 1 de Agosto, 2012, de
Exemplo http://rusc.uoc.edu/ojs/index.php/rusc/article/view/v9n2-flores-
arco.

Este primeiro número é Coloca-se esta


a itálico e o nº do informação para garantir
volume. O segundo que, quando este
número, entre material foi recuperado,
parênteses, é o nº de nessa data, estava
exemplares publicados acessível online
nesse ano

Neste exemplo, temos uma revista electrónica:

Évora, Y. (2004). As possibilidades de uso da internet na pesquisa em


enfermagem. Revista Electrónica de Enfermagem, 6 (3). Recuperado a 18
de Janeiro, 2012, de
Exemplo http://www.revistas.ufg.br/index.php/fen/article/view/831/974
51

Neste exemplo, temos um artigo de revista (em formato de papel), alojado


numa Base de Dados Científica:

Costa, F. (2011). Cultura e desenvolvimento: Reflexões em torno do


conceito de bacia cultural. Economia Global e Gestão, 16, 105-128.
Recuperado a 1 de Agosto, 2012, de
http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0
Exemplo
873-74442011000100007&lng=pt&nrm=iso

Esta Revista encontra-se


disponível na base de
dados:
http://www.scielo.gpeari
.mctes.pt/ (Scielo
Portugal)

Neste exemplo, temos teses de doutoramento disponibilizadas em Repositório


Aberto:

Guerra, J. (2011). Municípios, participação e sustentabilidade: dinâmicas


locais de imperativos globais. Tese de Doutoramento apresentada à
Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa, Lisboa. Recuperado a 1

Exemplo de Agosto, 2012, de http://repositorio.ul.pt/handle/10451/4755.

Neste exemplo, temos um documento que se encontra disponível no Portal da


UNESCO:

UNESCO (2010). Literacy initiative for empowerment (life). Recuperado a


18 de Janeiro, 2011, de
http://unesdoc.unesco.org/images/0021/002147/214701E.pdf.
Exemplo
52

Conclusão

O presente Manual, como já tivemos oportunidade de referir, não tem como


propósito substituir os diversos manuais de pesquisa que existem nas
diversas Faculdades (e Delegações / Extensões) da UCM. O que se pretende é
harmonizar alguns procedimentos, particularmente no âmbito da pesquisa
científica (recorrendo mormente aos recursos electrónicos) e, sobretudo, no
campo da divulgação e publicação da actividade realizada na UCM.

Na primeira parte, procurámos realçar os procedimentos básicos da produção


de textos científicos (trabalhos académicos, monografias, dissertações,
trabalho de projecto e artigos científicos). Na segunda, destacámos os
principais critérios para avaliar as várias modalidades de realizar pesquisa.
Finalmente, na terceira, sugerimos alguns instrumentos para realizar
pesquisa científica e indicámos alguns dos procedimentos a ter em conta na
aplicação das Normas APA.

Os autores estão confiantes que este Manual irá completar os outros


instrumentos de pesquisa já existentes (até por questões de especificidade).

O lema que presidiu à concepção do presente Manual foi, sobretudo, procurar


actualizar os modos de fazer pesquisa científica, dando particular relevo à
pesquisa realizada através dos meios electrónicos que, cada vez mais, estão ao
nosso dispor. Neste sector, relacionado com os recursos electrónicos, importa
manter-nos actualizados. Por isso, a nossa intenção é, anualmente, actualizar
este Manual de forma a integrar os novos contributos que, entretanto, vão
surgindo.
53

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