Você está na página 1de 16

GUIA PARA ELABORAÇÃO DOS PLANOS REGIONAIS DE VIGILÂNCIA E ATENÇÃO

À SAÚDE DAS POPULAÇÕES EXPOSTAS AOS AGROTÓXICOS

A Ação 01 do Plano Estadual de Vigilância e Atenção à Saúde das Populações


Expostas aos Agrotóxicos, PEVASPEA 2020-2023 traz como uma das atividades a “Efetivação
dos GT Agrotóxicos Regionais”, como uma estratégia de desconcentração e fortalecimento das
ações, com foco na situação de saúde local e nas necessidades de cada região.
Para essa efetivação diversas são as ações a serem realizadas, e, dentre elas, encontra-se
a elaboração dos respectivos Planos Regionais.
O Plano Regional de Vigilância e Atenção à Saúde das Populações Expostas aos
Agrotóxicos é o instrumento por meio do qual os grupos de trabalho regionais materializam e
personalizam as diversas ações constantes do PEVASPEA, trazendo a análise e as proposições
com foco no seu território, na resolução de problemas loco-regionais, nas necessidades da
população daquela região, estando portanto alinhado com as diretrizes do Planejamento Regional
Integrado.
Para orientação e apoio na construção dos Planos Regionais, aqui assim denominados, foi
elaborado este guia, que tem por objetivo propor informações fundamentais que devem ser
contempladas nos respectivos planos, orientar para a proposição das ações regionais, sinalizar
caminhos e fontes de informação, entre outras estratégias porventura aqui debatidas.
O guia trata-se, portanto, de um instrumento conciso, objetivo e de apoio, podendo ser
acrescidas outras informações que forem consideradas necessárias em cada região de saúde.

FORMATAÇÃO
É importante que os Planos Regionais sejam elaborados com suas particularidades
seguindo uma estrutura padronizada, a fim de manter a identidade visual do PEVASPEA e facilitar
o encontro das informações pelas partes interessadas.
Neste sentido orienta-se que seja estruturado da seguinte forma:

INTRODUÇÃO
Este item deve abordar os aspectos gerais do Plano.

CONSUMO DE AGROTÓXICOS NA REGIÃO DE SAÚDE


Neste tópico devem ser inseridas as informações referentes ao cenário do uso de
agrotóxicos naquela região de saúde, particularizando dados por município sempre que possível.
Comparações com outras regiões também são interessantes, desde que baseadas em informações
referenciadas.
Pode também ser inserida informação relacionada à fumicultura e outros plantios de
relevância local.
Fontes de consulta: SIAGRO-ADAPAR. Pode ser solicitado a ADAPAR regional informações das
quantidades dos princípios ativos de agrotóxicos mais consumidos por município. Cultivos por
município: Cadernos municipais do Ipardes: http://www.ipardes.pr.gov.br/Pagina/Cadernos-
municipais; Dados dos municípios sobre outras atividades econômicas que utilizam agrotóxicos no
território.

AGROTÓXICOS EM AMBIENTES URBANOS


Este item deve abordar questões relacionadas ao uso de saneantes desinfestantes, raticidas
irregulares, “chumbinho”, existência de indústrias fabricantes de saneantes desinfestantes ou
agrotóxicos de uso agrícola naquela região, cenário da capina química, entre outras informações
relevantes.
Fontes de consulta: Sistema de Informações de Agravos de Notificações (SINAN) – Verificar
as intoxicações por saneantes domissanitários, agrotóxicos para saúde pública e da jardinagem
amadora.

RESÍDUOS DE AGROTÓXICOS EM ALIMENTOS


Neste tópico é importante fazer uma abordagem a respeito do cenário da região quanto a
inclusão no Programa Estadual de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos nas
modalidades Ceasa e alimentação escolar.
Fontes de consulta: Relatórios do PARA/PR. Verificar a procedência dos alimentos com resultados
insatisfatórios e se tem algum da respectiva região. Verificar quais os municípios que participam do
PARA/PR e se tem algum município com interesse em participar do referido programa. Informações
no site da SESA https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Programa-de-Analise-de-Residuos-de-
Agrotoxicos-em-Alimentos-PARA.

AGROTÓXICOS EM ÁGUA
Neste tópico é importante fazer uma abordagem a respeito do cenário da região quanto a
participação de municípios no monitoramento de resíduos de agrotóxicos em água para consumo
humano e os resultados obtidos nas amostragens anteriores, bem como os dados do controle de
qualidade semestrais realizados pelo prestador do serviço de abastecimento público de água.
Abordar possíveis pontos de pressão que áreas de cultivo possam fazer sobre mananciais de
abastecimento em cada município da sua regional e as principais culturas exploradas nestas áreas.
Fontes de consulta: Referência regional do Vigiagua que obterá os dados por meio da Pasta do
Programa de Vigilância da Qualidade da água para Consumo Humano (Vigiagua):CENTRAL > SVS
> DEVA > VIGIAGUA > GT Agrotóxicos > Laudo das análises de agrotóxicos; Controles semestrais
do Sistema de Informação da Vigilância da Qualidade da água para Consumo Humano (Sisagua)
por meio do Portal Brasileiro de Dados Abertos em <https://dados.gov.br/dataset?tags=SISAGUA>;
Perfil avançado dos municípios por meio do Instituto Paranaense de Desenvolvimento econômico
e Social (IPARDES) em <http://www.ipardes.pr.gov.br/Pagina/Perfil-avancado-dos-municipios e
Secretarias municipais de Agricultura>.
DADOS DE MORBIMORTALIDADE RELACIONADOS AOS AGROTÓXICOS
Este item deve abordar dados regionais e municipais de mortalidade infantil e malformação
congênita (coeficiente de mortalidade infantil/1.000nv, índice de mortalidade infantil, de 2016 a
2020, índice de anomalias congênita de 2016 a 2020), mortalidade e morbidade por câncer e
informações de câncer relacionado ao trabalho. O período dos dados será de 2016 a 2020,
discriminado por sexo e idade. Se possível levantar informações do local de moradia e a ocupação
referente ao trabalho.
Fontes de consulta: DATASUS/SINASC, DATASUS/SIM e SINAN.

INTOXICAÇÕES POR AGROTÓXICOS


O tópico deve abordar informações sobre as Intoxicações exógenas por agrotóxicos,
registradas no SINAN, na região e nos municípios de sua abrangência de 2016 a 2020.
Além do número de notificações registradas, é importante caracterizar o tipo de agrotóxico
(agrícola, doméstico ou de saúde pública), as circunstâncias de exposição/contaminação segundo
faixa etária e sexo, e o número de óbitos decorrentes da exposição. Devem ser levantadas também
informações da Violência autoprovocada por agrotóxicos, de 2016 a 2020, bem como outras
informações que a Regional de Saúde entender que sejam importantes para elaboração do seu
Plano Regional.
Fontes de consulta: Sinan net – Consultar as notificações por intoxicações por agrotóxicos de uso
agrícola, agrotóxicos de uso na saúde pública e agrotóxicos de uso domiciliar, verificando
completitude das fichas de notificação e se os casos foram encerrados corretamente. Consultar o
roteiro complementar aplicado pelos municípios para uma investigação mais acurada.

INTOXICAÇÕES POR AGROTÓXICOS RELACIONADAS AO TRABALHO


O Plano Regional deverá contemplar o diagnóstico do uso de agrotóxicos nos municípios com
levantamento do consumo de agrotóxicos, tipos de cultivos (com destaque para o fumo) e outras
atividades que utilizam agrotóxicos, como o uso nas campanhas de saúde pública, empresas
controladoras de pragas e vetores e na preservação de madeiras. Dados das intoxicações por
agrotóxicos relacionadas ao trabalho também deverão compor o diagnóstico, com detalhamento
sobre o perfil sociodemográfico dos trabalhadores intoxicados (sexo, ocupação, faixa etária, com
destaque para as crianças e adolescentes), caracterização dos agrotóxicos (uso agrícola, saúde
pública ou domissanitário; ingrediente ativo; tipo por finalidade), caracterização das intoxicações
(tipo de exposição, classificação final e evolução com destaque para os óbitos). É importante
também, a verificação dos municípios silenciosos ou com poucas notificações deste agravo.
Fontes de consulta: Dados do SINAN – Intoxicações exógenas – Filtros: campo 49: agentes:
agrotóxicos de uso agrícola, de saúde pública e de uso doméstico; campo 56: assinalar “Sim” para
a pergunta “A exposição/contaminação foi decorrente do trabalho/ocupação?”

AGROTÓXICOS E SUICÍDIO
O tópico deve abordar os dados do SIM do ano de 2016 a 2020 na Regional de Saúde e seus
municípios de abrangência Quanto a informação dos casos de suicídio que ocorreram em
trabalhadores da área rural. Segundo a Classificação Brasileira de Ocupações - CBO, observam-
se 9 ocupações referentes ao trabalho rural, com destaque para as quatro com maior número de
casos: trabalhador volante da agricultura, produtor agrícola polivalente, trabalhador agropecuário
em geral e produtor agropecuário em geral. As informações devem ser separadas por faixa etária e
sexo.
Fontes de consulta: DATASUS/SIM

O FORTALECIMENTO DA AGROECOLOGIA E A PRODUÇÃO ORGÂNICA NO PARANÁ


Neste tópico é interessante abordar o cenário da região quanto à produção
orgânica/agroecológica, como tem funcionado a comercialização desses alimentos e iniciativas de
fortalecimento da agroecologia na região, incluindo as compras institucionais destes produtos por
meio de programas como Alimentação Escolar, Compra Direta da Secretaria Estadual da Agricultura
e Abastecimento (SEAB)
Fontes de consulta: Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), Universidades e
Secretarias Municipais de Agricultura, relação de produtores orgânicos e agroecológicos e como
está funcionando a comercialização e distribuição destes alimentos nos municípios e região.
Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional/SEAB e SEED e Secretarias Municipais de
Educação sobre as compras institucionais.

ORIENTAÇÕES GERAIS

Para além dos critérios apresentados, destacamos a importância da elaboração do Plano


Regional de Vigilância e Atenção à Saúde das Populações Expostas aos Agrotóxicos, bem como
da composição do Grupo Técnico Regional (GT Regional) nas 22 regiões de saúde para a
implantação e a implementação das ações considerando o cenário e as necessidades locais. Neste
sentido as análises e levantamentos efetuados anteriormente no âmbito do Planejamento Regional
Integrado devem ser revisitadas e consideradas.

ORIENTAÇÃO QUANTO A DEFINIÇÃO E EXECUÇÃO DAS AÇÕES ESTRATÉGICAS

AÇÃO ESTRATÉGICA 1: FORTALECIMENTO DA VIGILÂNCIA E ATENÇÃO À SAÚDE DAS


POPULAÇÕES EXPOSTAS AOS AGROTÓXICOS
Objetivo Geral
Promover a institucionalização e fortalecimento do tema, de forma a atender as especificidades e
necessidades do Estado do Paraná e de suas regiões de saúde.
Objetivos específicos
• Dar publicidade ao tema nas instâncias de apresentação e pactuação pertinentes;
• Fomentar, apoiar e monitorar a instituição e ou continuidade dos GT Agrotóxicos Regionais;
• Organizar e elaborar os Planos Regionais 2020-2023;
• Estimular o estabelecimento de ações regionais específicas, a fim de atender as expectativas
e necessidades locais;
• Realizar discussão do tema no Estado, envolvendo outros setores além da saúde.

➢ Orientações aos GT Regionais


Esta ação deve ser contemplada nos Planos Regionais com uma abordagem voltada à
elaboração e apresentação do Plano nas instâncias regionais e envio ao GT estadual, bem como a
perspectiva/proposta de integração com outros órgãos no âmbito do GT regional a fim de garantir a
expansão do tema e o fortalecimento das ações.
Para as regiões de saúde em que se localizam os municípios elegidos como prioritários no
Plano Nacional de Saúde* (Cerro Azul, Quitandinha, Palmital, Pitanga, Prudentópolis, Rio Bonito do
Iguaçu, Cruz Machado, Chopinzinho, Marmeleiro, Planalto, Salto do Lontra, Guaraniaçu, Ortigueira
e Cândido de Abreu), incluir nesta ação a perspectiva da implementação do plano nestes
municípios.
Como sugestão para a composição dos GT’s Regionais destacam-se as entidades: IDR,
ADAPAR, IAT, SEED, Universidades, SANEPAR, Representantes de Conselhos Municipais de
Saúde, órgãos federais, se houver com proximidade ao tema, EMATER, Sindicatos rurais,
Secretaria Municipal da Agricultura e Meio Ambiente (município sede), Secretaria Municipal de
Saúde (município sede) e outros.
*Observação ao final deste documento.

AÇÃO ESTRATÉGICA 2: IMPLEMENTAÇÃO DA LINHA GUIA DE ATENÇÃO À SAÚDE DAS


POPULAÇÕES EXPOSTAS AOS AGROTÓXICOS
Objetivo Geral
Implementar a Linha Guia da Atenção às Populações Expostas aos Agrotóxicos nas
Regionais de Saúde com a finalidade de garantir a integralidade do cuidado, melhorar a qualidade
de vida da população e reduzir riscos e danos causados pela exposição aos agrotóxicos.
Objetivos Específicos
• Definir prioridade para estratificação de risco e inserção da Linha Guia de Atenção às
Populações expostas aos agrotóxicos;
• Capacitar os profissionais da Rede de Atenção para a identificação, notificação, diagnóstico
e tratamento de intoxicações crônicas e agudas por agrotóxicos;
• Fomentar a implantação da ficha de rastreio e da estratificação de risco de populações
expostas a agrotóxicos nas regiões prioritárias, incluindo ações de proteção e promoção da
saúde, prevenção, diagnóstico, tratamento, recuperação e reabilitação no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS).

➢ Orientações aos GT Regionais


Foram elencadas, como prioridade para o monitoramento da implantação da linha guia de
atenção as populações expostas aos agrotóxicos, 8 regiões de saúde prioritárias, segundo os
indicadores: Média de consumo de 2015 a 2019; Proporção de consumo (média de consumo/ média
população *100) de 2015 a 2019; Média de incidência no período de 2015 a 2019. Com isso foram
selecionadas:
1. As 3 (três) primeiras regionais em média de consumo: 10ª RS Cascavel, 11ªRS Campo
Mourão e 20ªRS Toledo;
2. As 3 (três) primeiras regionais em proporção de consumo: 11ªRS Campo Mourão, 20ªRS
Toledo e 22ªRS Ivaiporã;
3. As 3 (três) primeiras regionais em média de incidência: 4ªRS Irati, 7ªRS Pato Branco e
10ªRS Cascavel.
Destacamos que todas as regionais de saúde devem prever a implantação e implementação da
linha de cuidados nos municípios sendo que, neste primeiro momento, para as regiões prioritárias
o monitoramento será intensificado. Esta ação deverá estar descrita no Plano Regional de forma a
garantir a implantação e a implementação da linha guia a nível municipal e deve contemplar,
minimamente:
• Capacitar as equipes da APS para a implementação da linha guia.
• Realizar a aplicação da ficha de rastreio para exposição ocupacional e ambiental por
agrotóxicos.
• Realizar a estratificação de risco para a população exposta aos agrotóxicos.
• Realizar a notificação de intoxicação exógena no SINAN
• Promover, de forma articulada, a integralidade do cuidado na RAS ao cidadão exposto aos
agrotóxicos conforme a estratificação de risco.
• Realizar o monitoramento da análise situacional do território e diagnóstico do município.

AÇÃO ESTRATÉGICA 03: VIGILÂNCIA DAS NOTIFICAÇÕES E INVESTIGAÇÕES DAS


INTOXICAÇÕES EXÓGENAS POR AGROTÓXICOS
Objetivo Geral
Qualificar o banco de dados de Intoxicação Exógena do Sinan Net e investigar com roteiro
complementar as intoxicações por agrotóxicos graves em gestantes, crianças e adolescentes de 0
a 17 anos, além dos casos que levam a óbito e as tentativas de suicídio com uso de agrotóxicos.
Objetivos específicos
• Qualificar o banco de dados de Intoxicação Exógena por agrotóxicos avaliando completitude,
consistência e encerramento oportuno dos casos;
• Investigar os casos graves, óbitos, em gestantes, em crianças e adolescentes de 0 a 17 anos
de intoxicação por agrotóxicos com roteiro complementar, contemplando a investigação
conjunta da vigilância em saúde e parceiros, atuando na investigação do paciente e seus
encaminhamentos e do agente tóxico envolvido na intoxicação;
• Investigar os casos de tentativas de suicídio por intoxicação por agrotóxico, contemplando a
investigação relacionada ao paciente e sua história de exposição, acesso ao agente tóxico e
verificação sobre o paciente estar sendo acompanhado pela rede de saúde mental
estabelecida no município;
• Encaminhar para análise e notificação no banco do SINAN NET, quando não constar no
mesmo, os casos de intoxicação exógena por agrotóxicos atendidos pelos quatro Centros de
Informação e Assistência Toxicológica existentes no estado do Paraná;
• Monitorar e qualificar as notificações das intoxicações crônicas por agrotóxicos;
• Realizar ações de prevenção de intoxicação por agrotóxicos.
➢ Orientações aos GT Regionais
A ação deve ter continuidade, considerando a execução que já vem ocorrendo nas
Regionais de Saúde e municípios, atendendo aos critérios estabelecidos no objetivo geral e nos
objetivos específicos do Plano 2020-2023. É importante também que seja dada especial atenção
na diminuição das subnotificações, bem como evitar as inconsistências nas notificações e auxiliar
na completitude e no encerramento do caso de forma adequada.
As investigações devem ser realizadas envolvendo a vigilância sanitária, vigilância
ambiental, saúde do trabalhador, epidemiologia, atenção primária e a ADAPAR.
O roteiro complementar deve ser incorporado ao processo de investigação e a partir dele
propor ações de prevenção, trazendo um cenário mais realista das intoxicações por agrotóxicos que
ocorrem nos municípios para formular futuras ações e estratégias de saúde tanto no âmbito
individual quanto coletivo que envolva intoxicação por agrotóxico.

AÇÃO ESTRATÉGICA 4: PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA PRESENÇA DE


AGROTÓXICOS EM ALIMENTOS E ÁGUA DE CONSUMO HUMANO
Objetivo Geral
Implementar as ações de monitoramento de resíduos de agrotóxicos em alimentos e água
para consumo humano no estado do paraná, com vistas à segurança dos alimentos e água
consumidos pela população paranaense, a fim de prevenir riscos e ou danos à saúde.
Objetivos Específicos
• Coletar anualmente, no mínimo 800 amostras de alimentos e 300 amostras de água de
consumo humano para realização de monitoramentos das quantidades de resíduos de
agrotóxicos;
• Realizar 60 amostras fiscais para alimentos;
• Avaliar resultados sobre a presença de resíduos de agrotóxicos não autorizados nos
alimentos e os níveis de resíduos que estão excedendo os Limites Máximos (LMR)
estabelecidos pela legislação brasileira em vigor;
• Realizar análise de risco à saúde decorrente da exposição aos LMRs dos agrotóxicos
produzindo relatório consubstanciado para o Programa Estadual de Análise de Resíduos de
Agrotóxicos em Alimentos – PARA/PR que será amplamente divulgado;
• Avaliar resultados das análises de resíduos de agrotóxicos na água para consumo humano
para verificar a potabilidade conforme o Anexo XX da Portaria de Consolidação n.º 5 do
Ministério da Saúde, de 3 de outubro de 2017;
• Avaliar resultados das análises de resíduos de agrotóxicos na água para consumo humano
verificando se os agrotóxicos que são de monitoramento obrigatório pelo Anexo XX da
Portaria de Consolidação n.º 5 do Ministério da Saúde, de 3 de outubro de 2017 são
suficientes para avaliar a potabilidade da água e o risco à saúde da população abastecida;
• Compartilhar os resultados das análises de resíduos de agrotóxicos em água para consumo
humano com os órgãos relacionados;
• Rastrear os problemas encontrados e subsidiar ações de fiscalização (alimentos);
• Elaborar e dar ampla divulgação ao relatório anual com os resultados do PARA e das análises
da água para consumo humano.
➢ Orientações aos GT Regionais
Em relação ao PARA/PR, esta ação deve ser incluída nos Planos Regionais das regiões em
que existem municípios que participam do programa ou venham fazer parte dele. Deve ser proposto
como meta o número de amostras a serem coletadas na respectiva região e incluída também uma
ação relacionada à divulgação dos resultados. É importante ainda incluir ações de fiscalização em
conjunto com os municípios caso ocorram resultados insatisfatórios no PARA/PR.
Como subsídio para elaboração da ação, verificar no site da SESA/PR o relatório e os
resultados do PARA/PR 2018-2019 https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Programa-de-Analise-de-
Residuos-de-Agrotoxicos-em-Alimentos-PARA
Em relação às análises de água, esta ação deve ser incluída nos Planos Regionais e a meta
a ser cumprida deve ser voltada à realização das coletas das amostras nos municípios da
abrangência contemplados no monitoramento de resíduos de agrotóxicos em água para consumo
humano. Deve ser incluída no Plano a previsão de ação específica para levar os resultados, no caso
de resultados em desconformidade com a Norma de Potabilidade da Água para Consumo Humano
estabelecido por meio da Portaria GM/MS nº 888, de 04 de maio de 2021, que altera o Anexo XX
da Portaria de Consolidação GM/MS nº 5, de 28 de setembro de 2017, ao conhecimento dos
respectivos Conselhos Municipais de Saúde e aos Conselhos Municipais de Sanidade Agropecuária
para discussão e encaminhamentos locais.

AÇÃO ESTRATÉGICA 5: INCENTIVO ÀS FORMAS DE PRODUÇÃO AMBIENTALMENTE


SUSTENTÁVEIS NA PROMOÇÃO DE UMA ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E SAUDÁVEL
Objetivo Geral
Promover a saúde da população por meio do incentivo ao consumo de alimentos adequados
e saudáveis, baseados em práticas produtivas sustentáveis que corroborem com a proteção dos
produtores de alimentos e do meio ambiente.
Objetivos Específicos
• Promover o consumo de alimentos orgânicos e agroecológicos pela população;
• Incluir o tema agroecologia nas ações de promoção da alimentação adequada e saudável;
• Incentivar cadeias curtas de comercialização de alimentos de base agroecológica e orgânica;
• Incluir palestras sobre a produção, consumo e benefícios de alimentos de base agroecológica
e orgânica nas atividades do PEVASPEA estadual e regionais;
• Participar dos eventos de agroecologia, da agricultura familiar, feiras de trocas de sementes
e outros, para articulação e aproximação com os produtores, reforçando a relação da saúde
com a produção e consumo de alimentos.

➢ Orientações aos GT Regionais


Esta ação deve ser contemplada nos planos regionais no intuito de promoção da alimentação
adequada e saudável e fortalecimento da agroecologia. As ações e estratégias devem ser
adequadas à realidade regional e considerar possíveis parcerias nos territórios.
AÇÃO ESTRATÉGICA 6: AÇÕES DE COMUNICAÇÃO DA SESA/PR SOBRE O TEMA
“AGROTÓXICOS E AGRAVOS À SAÚDE”
Objetivo Geral
Coordenar as ações de comunicação sobre o tema agrotóxicos por meio da Secretaria de
Estado da Saúde, para que haja harmonia de linguagem, identidade visual entre os diversos
materiais produzidos e na mensagem a ser enviada à sociedade sobre o risco dos agrotóxicos a
saúde da população, bem como difundir informações sobre as ações realizadas no âmbito do Plano
Estadual de Vigilância e Atenção à Saúde das Populações Expostas aos Agrotóxicos e sobre a
problemática dos agrotóxicos para diferentes públicos.
Objetivos Específicos
• Elaborar e publicar os diversos materiais produzidos para comunicação com uma identidade
visual harmonizada para o Plano;
• Estabelecer vários canais de comunicação para esclarecimento do risco dos agrotóxicos a
saúde da população;
• Ampliar as formas de comunicação utilizando novas ferramentas como as redes sociais e as
mídias alternativas;
• Instrumentalizar a equipe técnica das regionais de saúde e municípios para divulgação das
ações realizadas no Plano de Saúde das Populações Expostas aos Agrotóxicos e informações
sobre o tema;
• Promover a produção e consumo de alimentos agroecológicos, visando à saúde dos
agricultores e da população em geral.

➢ Orientações aos GT Regionais


Esta ação é relacionada a divulgação do tema, e, portanto, diversas podem ser as
estratégias adotadas na região de saúde para fins de concretização. Podem ser divulgadas
matérias, releases, e material elaborado no Estado, estímulo aos municípios na elaboração de
informação quanto ao tema agrotóxicos e outros. Para composição dos boletins, folhetos e outros
instrumentos de divulgação previsto no PEVASPEA é importante que os Gt’s Regionais participem
ativamente do envio dessas informações para composição do material, logo, essa também pode
ser uma ação adicionada. As Regionais de Saúde e SESA/PR tem contas nas redes sociais
(Facebook, Twiter, Instagram, YouTube) que devem ser usados para fazer a divulgar as ações do
PEVASPEA.
Ressaltamos que, para fins de harmonização de linguagem e alinhamento, quando o GT
Regional propuser algum material educativo é importante compartilhar com o GT estadual para
verificação.

AÇÃO ESTRATÉGICA 7: VIGILÂNCIA DAS INTOXICAÇÕES POR AGROTÓXICOS


RELACIONADAS AO TRABALHO
Objetivo Geral
Realizar a vigilância das intoxicações por agrotóxicos relacionadas ao trabalho.
Objetivos Específicos
• Avaliar as fichas de notificação do SINAN das intoxicações por agrotóxicos relacionadas ao
trabalho, com vistas à qualificação das fichas e identificação dos casos prioritários para
investigação;
• Investigar os casos de intoxicações por agrotóxicos relacionadas ao trabalho de crianças e
adolescentes e os que resultaram em óbitos de trabalhadores(as);
• Capacitar as equipes de saúde dos municípios que não apresentaram nenhuma notificação
de intoxicação por agrotóxico relacionado ao trabalho no período de 2007 a 2019* em Vigilância e
Atenção a Saúde das Populações Expostas a Agrotóxicos;
• Capacitar as equipes de saúde de 2 municípios com cultivo de fumo para implantação da
Vigilância e Atenção a Saúde das Populações Expostas a Agrotóxicos e da Linha Guia das
Intoxicações por Agrotóxicos;
• Realizar o diagnóstico inicial sobre o trabalho e saúde dos Agentes de Combate à Endemias
do Paraná (levantamento de informações sobre o processo de trabalho, histórico ocupacional,
tempo de exposição, produtos, monitoramento da saúde).

➢ Orientações aos GT Regionais


As Regionais de Saúde devem monitorar as intoxicações por agrotóxicos relacionadas ao
trabalho e, nos casos de óbitos ou que ocorreram com crianças e adolescentes, solicitar
investigação ao município. Caso necessário, deverão apoiar os municípios na investigação in loco,
no levantamento de informações e constatações que elucidem as circunstâncias da ocorrência da
intoxicação. A Regional de Saúde deverá avaliar o relatório resultante da investigação antes do
envio ao CEST e apoiar o município nos encaminhamentos propostos para a prevenção de outras
intoxicações. Quanto às notificações no SINAN, as Regionais de Saúde devem analisar as fichas
para detectar inconsistências ou a ausência de preenchimento dos campos.
Para os municípios silenciosos (que não notificaram nenhum caso de intoxicação por
agrotóxico relacionado ao trabalho no período de 2007 a 2019), as Regionais de Saúde deverão
apoiar as capacitações e acompanhar o desenvolvimento das ações nos municípios para a
resolução deste problema.
No caso de existência da fumicultura nos municípios de sua abrangência, a Regional de
Saúde poderá elaborar um levantamento sobre esse cultivo (nº de famílias envolvidas, existência
de trabalho infantil, intoxicações por agrotóxicos e pela folha verde do tabaco, iniciativas de
diversificação de cultivo, entre outros) e realizar uma ação educativa junto aos produtores e/ou de
capacitação dos profissionais de saúde.
As Regionais de Saúde devem incentivar a participação dos Agentes de Combate à Endemias
nas reuniões do GT Agrotóxicos Regional, uma vez que se constituem em trabalhadores da saúde
expostos à agrotóxicos.

AÇÃO ESTRATÉGICA 08: DIAGNÓSTICO DA PULVERIZAÇÃO AÉREA DE AGROTÓXICOS NO


PARANÁ
Objetivo Geral
Realizar o diagnóstico inicial da prática de pulverização aérea de agrotóxicos no Paraná.
Objetivos específicos
• Realizar levantamento para identificar os municípios onde há ocorrência de pulverização
aérea de agrotóxicos;
• Identificar áreas e populações atingidas (moradias, escolas, serviços de saúde,
assentamentos, etc.) pela prática de pulverização aérea de agrotóxicos;
• Identificar os tipos de cultura que utilizam a pulverização aérea de agrotóxicos;
• Pesquisar e divulgar legislações municipais de proibição da pulverização aérea de
agrotóxicos.

➢ Orientações aos GT Regionais


Esta ação deve ser incluída nos Planos Regionais onde sabidamente existe a pulverização
de agrotóxicos por aviação agrícola, e, naquelas onde não se tem conhecimento da prática deve
também ser inserida na perspectiva de levantamento de informações a respeito da pulverização
aérea. As informações podem ser verificadas junto às Secretarias Municipais da Agricultura,
ADAPAR e outras. Podem ser utilizadas as informações dos Agentes Comunitários de Saúde das
equipes da estratégia Saúde da Família que atendem a zona rural, e dos trabalhadores da Saúde
das UBS existentes no meio rural ou próximo.

AÇÃO ESTRATÉGICA 9: VIGILÂNCIA DAS TENTATIVAS DE SUICÍDIO NOS TRABALHADORES


EXPOSTOS AOS AGROTÓXICOS
Objetivo Geral
Investigar os casos de tentativas de suicídio e a relação com a exposição aos agrotóxicos em
usuários do SUS internados no Hospital Psiquiátrico Adauto Botelho.
Objetivos Específicos
• Elaborar roteiro de entrevista semiestruturada para aplicar nos usuários com histórico de
tentativa de suicídio;
• Aplicar o roteiro em usuários com histórico recente de tentativa de suicídio que se encontram
internados no Hospital Adauto Botelho, hospital público e referência em psiquiatria do Estado
do Paraná;
• Orientar os usuários e familiares sobre os riscos da exposição aos agrotóxicos;
• Analisar as informações coletadas para construção de um perfil dos usuários com tentativas
de suicídio e exposição a agrotóxicos;
• Organizar a notificação no SINAN dos casos suspeitos de Transtornos Mentais Relacionados
ao Trabalho e de Intoxicação Crônica por Agrotóxicos junto ao serviço hospitalar;
• Realizar ações de prevenção indicada do suicídio;
• Elaborar e apresentar relatório da pesquisa.

➢ Orientações aos GT Regionais


Esta ação será conduzida pelo GT estadual.
AÇÃO ESTRATÉGICA 10: PROMOVER AÇÕES SANITÁRIAS DE CONTROLE,
MONITORAMENTO E APERFEIÇOAMENTO DA LEGISLAÇÃO ESTADUAL REFERENTE AOS
PRODUTOS SANEANTES DESINFESTANTES
Objetivo Geral
Minimizar os riscos à saúde e segurança dos usuários, dos trabalhadores, da população e o
impacto ao meio ambiente decorrente do uso e exposição aos agrotóxicos.

Objetivos específicos
• Monitorar sistematicamente as empresas fabricantes de saneantes desinfestantes, de forma
a verificar o cumprimento das Boas Práticas de Fabricação.
• Regulamentar o comércio de saneantes desinfestantes destinados a empresas
especializadas no controle de vetores e pragas urbanas.
• Revisar a Resolução Sesa n.º 374, de 30 de setembro de 2015, que dispõe sobre norma
técnica para funcionamento de empresas especializadas na prestação de serviço de controle
de vetores e pragas urbanas, tendo em vista necessidade de atualizar informações constantes
da norma e compatibilizar processos de trabalho com as inovações do mercado e ferramentas
de trabalho para controle e licenciamento sanitário.
• Promover ações sanitárias referente ao chumbinho e outros raticidas ilegais, mantendo o
controle, monitoramento e rastreabilidade dos saneantes desinfestantes comercializados.

➢ Orientações aos GT Regionais


Esta ação consiste:
Na verificação periódica (inspeções de rotina e investigativas) de indícios da presença do
“chumbinho” e de outros raticidas ilegais nos estabelecimentos, principalmente em casas
agropecuárias, de materiais de construção, aviários, cooperativas rurais, supermercados, entre
outros, a fim de detectar o comércio ilegal e minimizar os riscos à saúde e segurança da população
nos estabelecimentos dos municípios de sua abrangência.
Na inspeção sanitária periódica de empresas especializadas na prestação de serviço de
controle de vetores e pragas urbanas, atualizando o cadastro destas no SIEVISA e licenciando
conforme disposto na Resolução Sesa n.º 347/2015.
Na inspeção sanitária anual dos fabricantes de saneantes desinfestantes, localizados nas
áreas de abrangências das respectivas Regionais de Saúde, para verificação das condições de
Boas Práticas de Fabricação para fins de emissão da Licença Sanitária e manutenção do cadastro
atualizado no SIEVISA.
Na inspeção sanitária para a verificação do uso e do controle no comércio de saneantes de
uso profissional, destinados exclusivamente a empresas especializadas no controle de vetores e
pragas urbanas nos estabelecimentos dos municípios de sua abrangência.
QUADRO PARA DESCRIÇÃO DAS AÇÕES DO PLANO REGIONAL

AÇÃO ESTRATÉGICA xx: ESCREVER O TÍTULO DA AÇÃO EM MAIÚSCULO


Custo anual
Ação Estratégia Meta Indicadores Recursos Prazo Responsável
estimado
Quais Descrever os
recursos custos
Descrever as
Descrição da meta (o que serão Qual o prazo envolvidos.
Descrição Descrição das estratégias a serem Quais serão os indicadores áreas
indica que a ação foi necessários de conclusão Quando não
resumida da ação utilizadas para a realização da ação mensurados responsáveis pela
alcançada) para da ação aplicável
execução da ação
execução da descrever “não
ação se aplica”

Nota 1: Deve ser elaborado um quadro para cada Ação Estratégica.


Nota 2: Uma mesma ação estratégica pode contemplar várias ações. Deve ser preenchida uma linha para cada ação.

Observação: O Plano Nacional de Saúde (PNS) 2020/2023 definiu, como uma das estratégias, a ação voltada à Vigilância em Saúde de
Populações Expostas aos Agrotóxicos – VSPEA a nível municipal. A seleção dos municípios prioritários levou em consideração os seguintes
critérios: Seleção dos municípios com porte populacional igual ou maior que 7.500 de PEAO (população economicamente ativa ocupada);
levantamento da PEAO de acordo com os dados do Censo 2010 do IBGE; levantamento da PEAO em atividades econômicas da agricultura,
pecuária, produção florestal, pesca e agricultura (PEAO-A), considerando a seção A da CNAE, IBGE 2010; e assim a realização da proporção
da PEAO-A em relação à população PEAO total por município, com seleção dos municípios que apresentaram a proporção igual ou superior
a 30% da PEAO-A.
No Paraná os municípios prioritários que foram selecionados atendendo os critérios estabelecidos pelo VSPEA Nacional são:
• 2ªRS: Cerro Azul e Quitandinha;
• 5ªRS: Palmital, Pitanga, Prudentópolis e Rio Bonito do Iguaçu;
• 6ªRS: Cruz Machado;
• 7ªRS: Chopinzinho;
• 8ªRS: Marmeleiro, Planalto e Salto do Lontra;
• 10ªRS: Guaraniaçu;
• 21ªRS: Ortigueira;
• 22ªRS: Cândido de Abreu.

Nestes municípios as Regionais de Saúde, com apoio do GT estadual, irão auxiliar a elaboração e implantação do VSPEA municipal.
A meta de implantação da VSPEA em 60% dos municípios prioritários até o final do ciclo será mensurada pelo seguinte indicador: “Percentual
de municípios prioritários que implantaram a Vigilância de Populações Expostas a Agrotóxicos (VSPEA)”.

Para a implantação da VSPEA nos municípios prioritários devem ser realizadas três atividades que contribuirão com a organização do
trabalho, a saber:

• Elaboração do plano de ação da VSPEA;


• Formação de um grupo de trabalho ou estrutura similar para discussão do processo de trabalho da VSPEA; e
• Notificação de casos de intoxicação exógena por agrotóxicos.

Você também pode gostar