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ARTIGOS

O USO DO ADOBE NO BRASIL: UMA


REVISÃO DA LITERATURA
THE USE OF ADOBE IN BRAZIL: A LITERATURE REVIEW

DANIEL PINHEIRO SANTOS | UFMG


SOFIA ARAÚJO LIMA BESSA, Dra. | UFMG

RESUMO
A utilização do adobe pelo homem, como técnica de construção resolutiva à demanda habitacional desde o
próprio surgimento desta necessidade, é uma verdade irrefutável. Não obstante, sua tradição se mantém até os
tempos atuais. No Brasil, a técnica foi amplamente utilizada no período colonial, passando por diversos cenários
e tendências, tendo seu uso declinado a partir da Revolução Industrial, pela oferta de novos materiais aparente-
mente vantajosos. Com os crescentes problemas ambientais causados pelo uso desenfreado desses materiais,
o adobe, dentre outras técnicas de construção com terra, ressurge com potencial de aplicação, principalmente
pelo baixo impacto ambiental associado. Este trabalho teve como objetivo analisar a produção do conhecimen-
to sobre o adobe no panorama nacional, desde o período colonial até os dias atuais com enfoque nos últimos
10 anos, buscando-se entender seu processo dinâmico de atuação tanto na paisagem arquitetônica brasileira
como no aspecto sociocultural associado, identificando as causas da retomada no seu uso por meio da questão
da sustentabilidade. Os resultados evidenciaram um aumento gradativo no número de publicações correlatas na
última década, mas também pode-se perceber uma demanda considerável por novas pesquisas na área, além da 53
atuação política e social para a sua consolidação na cadeia da construção civil nacional.

PALAVRAS-CHAVE: Alvenaria de terra; Arquitetura de terra; Estado-da-arte; Construção Sustentável

ABSTRACT
The use of adobe by human, as a technique for the construction of housing demand since the very emergence of this
need, is an irrefutable truth. Nevertheless, its tradition continues to the present times. In Brazil, the technique was wide-
ly used in the colonial period, going through various scenarios and trends, and its use declined after the Industrial
Revolution, by offering new competitive and apparently advantageous materials. With the growing environmental
problems caused by the rampant use of these materials, adobe, among other earth construction techniques, resurfaces
with application potential, mainly due to the low associated environmental impact. This paper aims to analyze the
production of knowledge about adobe in the national panorama, from the colonial period to the present day focusing
on the last 10 years, seeking to understand its dynamic process of action both in the Brazilian architectural landscape,
and in the associated socio-cultural aspect. , identifying the causes of the resumption in its use through the question
of sustainability. The results showed a gradual increase in the number of related publications in the last decade, but
also identified a considerable demand for new research in the area, in addition to the political and social action for its
consolidation in the national construction chain.

KEY WORDS: Earth Masonry; Earthen Architecture; State-of-Art; Sustainable Construction

http://dx.doi.org/10.29183/2447-3073.MIX2020.v6.n1.53-66
ISSN: 2447-0899 (IMPRESSA) | 2447-3073 (ONLINE) Mix Sustentável | Florianópolis | v.6 | n.1 | p.53-66 | mar. | 2020
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1. INTRODUÇÃO urgente necessidade de relocar populações afetadas pela


Existem construções com adobe em todos os continen- guerra (Dipasquale et al., 2011). Da Costa (2015) identificou
tes do planeta, em climas quentes ou frios, subtropicais uma dinâmica semelhante ocorrida no mesmo período
ou temperados, em todas as latitudes e quase todas as em Portugal, onde houve um diálogo entre a arquitetura
culturas e civilizações pré-industriais se utilizaram dele vernácula e a arquitetura clássica.
para edificar (Dethier, 1985). Essa técnica construtiva tem Um pouco mais tarde, entre 1981 e 1982, uma ampla
se adaptado à forma de vida humana desde as primeiras exposição e conferência organizada por Jean Dethier
habitações, ainda no período neolítico, há pelo menos 10 chamou a atenção pelo enfoque de abordagem, exibida
mil anos, com os primeiros sistemas de cultivo e de criação no Centre George Pompidou em Paris, intitulada “Des ar-
de animais feitos pelo homem, sendo considerada uma chitectures de terre ou l’avenir d’une tradition millénaire”
das mais antigas, presente na maioria dos sítios arqueo- – “Arquitetura de terra ou o futuro de uma tradição mile-
lógicos e edifícios históricos no mundo (Pacheco-Torgal e nar” (tradução nossa) - tinha como tema principal a terra
Jalali, 2011; Mazoyer e Roudart, 2008; Dethier, 1985). como material de construção e tornou-se um dos veículos
Dentre as diversas técnicas de construção com terra, de difusão mais conhecidos e visitados da arquitetura de
o adobe se apresenta como uma das mais tradicionais. As terra, que hoje, depois do bambu, é o material de constru-
muralhas de Jericó na atual Palestina (Oshiro, 1990), assim ção mais difundido no mundo (Correa, 2006; Berge, 2009).
como suas moradias, são uma das primeiras evidências da Assim, há um consenso entre os autores quanto ao evi-
utilização dessa técnica, no Neolítico Pré-Cerâmico A, 9 dente crescimento pelo interesse nas técnicas de constru-
mil anos antes de Cristo (Val, 2003). De acordo com Berge ção com terra em algum momento na segunda metade
(2009), os adobes mais antigos já encontrados foram lo- do século XX; Berge (2009) afirmou que, desde o início dos
calizados na parte superior da bacia do rio Tigree datam anos da década de 1980, a construção com terra experimen-
7500 a.C. Porém, ao longo da história, as técnicas de cons- tou um renascimento tanto na Europa como na América do
trução com terra passaram por diversos cenários e ten- Norte; Dipasquale et al. (2011) identificaram esse interesse
dências que culminaram na diminuição do seu emprego, um pouco antes, na década de 1960. Paradoxalmente, ain-
54 principalmente nos centros urbanos. da em meio a esta tímida ascensão, Moquin (1996) registrou
A nível mundial, não há um consenso específico para vestígios de um preconceito arraigado e latente quando
o período de declínio da construção com terra, porém descreve a proibição, na década de 1970, pelo governo ale-
atribui-se de forma geral para algum momento após a mão, na construção de edifícios com paredes estruturais de
Revolução Industrial, no século XIX. Para McHenry (1989) terra; nessa mesma década, Revuelta-Acosta et al. (2010)
na década de 1940 – pós Segunda Guerra Mundial – a sugeriu o advento da crise do petróleo como uma das prin-
devoção por materiais mais modernos levou ao declínio cipais motivações pelo retorno no interesse das técnicas de
no uso da terra como material de construção, que passou construção com terra, por conta da sua menor demanda
ser utilizada para construção de grandes casas de luxo energética no processo de fabricação e melhor conforto tér-
ou para as habitações dos muito pobres, que não tinham mico, quando comparado com as técnicas convencionais.
outra escolha, com pouca ou nenhuma aceitação entre a Na última década - início do século XXI - registrou-se
população flutuante entre essas duas classes. uma crescente atenção da comunidade científica ilustrada
Revuelta-Acosta et al. (2010) e Parra-Saldivar e Batty pelo número dez vezes maior de artigos de pesquisa pu-
(2005) identificaram esse declínio um pouco mais cedo, blicados quando comparado à década anterior (Pacheco-
no final do século XIX, quando começou a abundante Torgal e Jalali, 2011). No Brasil, a situação não fugiu à regra.
oferta de materiais manufaturados baratos. O número de publicações sobre a terra como material de
Por outro lado, é preciso entender que esse movimento construção tem aumentado consideravelmente, aliado
não aconteceu de maneira unânime e análoga por todo o à realização de eventos acadêmicos e técnicos voltados
mundo, uma vez que outros autores relatam justamente o especificamente à essa temática e ao surgimento de es-
resgate pelo uso da terra neste período, também marcado critórios de arquitetura e de empresas de construção
pela escassez de materiais, devido ao grande investimen- especializadas na área, além do surgimento de redes de
to na indústria bélica, durante a Segunda Guerra Mundial. profissionais – PROTERRA e Terra Brasil – voltadas para
Também houve um breve renascimento na constru- a discussão, normatização e divulgação da construção
ção com terra em países como França e Grã-Bretanha nes- com terra, ambas com números expressivos de membros
te período, tanto pela escassez de materiais como pela no Brasil. Esse resgate é justificado por diversos fatores,

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sendo principalmente associados às propriedades físicas, foi publicada uma lei proibindo a construção com terra e
químicas, térmicas, acústicas e mecânicas das técnicas de também qualquer outro modelo arquitetônico que reme-
construção com terra, além de fatores sociais, culturais, tesse ao período colonial (Lemos, 1989), o que também
técnicos, econômicos e históricos associados. ocorreu de forma análoga no Rio de Janeiro um pouco de-
Dessa forma, este trabalho teve como principal objeti- pois, onde o adobe e a técnica mista foram impedidas de
vo avaliar o processo histórico do adobe no Brasil, desde o ser empregadas (A casa, 1928 apud Santos, 2008).
período colonial, com enfoque na última década, a partir Com a implantação dessas políticas públicas com maior
da reunião do maior número de publicações acadêmicas ênfase nas grandes zonas urbanas, a herança construtiva do
e científicas sobre o tema, principalmente no período ana- adobe permaneceu vigente apenas no interior do país, sen-
lisado(2008-2018), buscando contribuir no entendimento do absorvida pelo cotidiano do povo rural e nas áreas peri-
das dinâmicas envolvidas nos projetos de pesquisa de- féricas, devido a sua facilidade de execução e baixo custo.
senvolvidos neste período e principalmente interpretar Gustavo Barroso, em 1912, foi o primeiro autor a descre-
e classificar os resultados obtidos e identificar possíveis ver detalhadamente as casas sertanejas como “(...) humildes,
lacunas ainda poucos exploradas, evidenciando possíveis quer sejam de palha só ou de palha e adobe como a dos
tendências a serem investigadas em trabalhos futuros. pobres, quer sejam de taipa e telha como a dos abastados”
(Barroso, 1912), o que evidencia a utilização do adobe, no iní-
2. ADOBES NO BRASIL cio do século XX, nas regiões mais áridas e carentes do país.
No Brasil, os sistemas construtivos com terra foram in- A partir de 1930, iniciou-se uma série de propostas que,
troduzidos e largamente utilizados no período colonial, ainda de forma tímida e pontual, representam a retomada
entre os séculos VXII e XVIII, por influência da arquitetura pela valorização das técnicas tradicionais. Porém, pareceu
característica vigente em Portugal à época, e também por ter havido um hiato quanto à utilização do adobe neste
influência dos povos africanos trazidos como escravos, período em obras arquitetônicas relevantes, uma vez que
uma vez que não há indícios de que os povos indígenas destacam-se, dentre essas iniciativas, a utilização da técni-
nativos utilizaram a terra como material de construção ca mista, paredes monolíticas de solo-cimento e de taipa
(Barbosa e Ghavami, 2007; Salgado, 2010; Silva, 2011). de pilão, pelos arquitetos Lúcio Costa, em 1936, e Acácio 55
Podem ser encontradas construções com terra remanes- Gil Borsói, na década de 1960, pela Associação Brasileira
centes da herança colonial portuguesa em diversas regiões, de Cimento Portland (ABCP), em 1940, e pelo engenheiro
como no norte de Minas Gerais, interior da Bahia e Goiás agrônomo Carlos B. Schmidt, em 1945, respectivamente
(Corrêa, 2013), interior do estado do Ceará (Abreu, 2009), (Joaquim, 2015; Nito e Amorim, 2015; Pinheiro et al., 2016).
interior do Piauí (Alexandria e Lopes, 2008; Delmonaco et É com a crise do petróleo na década de 1970, aliada
al., 2018), Mato Grosso, Paraná e São Paulo (Araújo, 2009), aos crescentes problemas ambientais causados, principal-
além de regiões rurais e urbanas de outros diversos estados mente, pela emissão massiva de poluentes gerados pela
brasileiros. Ainda no período colonial, Reis Filho (1987) re- indústria - ocasionando eventos popularmente conheci-
gistrou que o adobe era empregado nas construções mais dos como “ilhas de calor” e ou “aquecimento global” - alto
simples, sendo a pedra e barro utilizados nas residências consumo energético requisitado pelas novas tecnologias,
mais importantes. Outro padrão identificado neste mesmo extração descontrolada de matérias-primas não renová-
período por Santos (2008), propõe a utilização do adobe veis, frequentes crises econômicas e desigualdade social
nas construções do interior e pedra e cal nas construções acentuada, que a construção com terra ressurgiu de forma
litorâneas, baseada na disponibilidade dos materiais locais. mais significativa, tanto pelo viés técnico como no âmbi-
“A eliminação das técnicas tradicionais, em nome da to acadêmico. Porém, na década de 1970, não há registros
higiene e da saúde pública, é uma tendência forte nas le- de construções de grandes conjuntos habitacionais pela
gislações urbanas a partir do século XIX, com o chamado iniciativa pública com técnicas de construção com terra,
higienismo” (Santos, 2008, p. 246). Em São Paulo, Santos somente obras particulares (Revuelta-Acosta et al., 2010;
(2008) registrou que na virada do século XIX, a maioria das Joaquim, 2015; Nito e Amorim, 2015; Pinheiro et al.,2016).
construções já era feita de alvenaria de tijolos. A técnica, Apenas na década de 1990, como registra Agopyan
surgida em 1850 no estado, levou em média apenas 50 (2000), o Brasil passou a adotar as primeiras medidas mais
anos para substituir a arquitetura de terra. Outra iniciativa consistentes em busca de uma construção civil mais sus-
mais radical se baseou no proibicionismo, adotado por al- tentável, resultando num avanço considerável na utiliza-
guns estados brasileiros. Em 1894, no estado de São Paulo ção da terra, como descreveu Salgado (2010).

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3. MÉTODO Após a categorização dos temas e a divisão dos traba-


Nos últimos 10 anos, os trabalhos científicos sobre o uso lhos levantados, foi realizada uma análise geral dos tra-
do adobe apresentaram uma preocupação comum em balhos, bem como análises mais individualizada de cada
resgatar seu uso, seja pela conservação do patrimônio ou categoria. Esta divisão foi proposta no intuito de facilitar
pela inovação tecnológica, desmistificando preconceitos o entendimento e a avaliação de cada linha de pesquisa e,
relativos à construção com terra e promovendo o empre- por consequência, de cada trabalho consultado.
go dessas técnicas de forma mais competitiva no cenário
da construção civil. A partir do levantamento realizado, fo- 4. RESULTADOS E ANÁLISES
ram identificados 71 trabalhos sobre o tema na última dé- Pelas análises realizadas, percebeu-se que, em regiões nas
cada. O levantamento dos trabalhos foi realizado a partir quais o emprego dos adobes se originaram de uma heran-
de uma ampla busca nas principais base de dados científi- ça cultural tradicional e algumas construções e/ou produto-
cas online como: ResearchGate, Google Acadêmico, Portal res perduram até os dias atuais, é consenso entre os autores
de Periódicos da CAPES, ScienceDirect e Scielo, a partir do a necessidade da preservação do patrimônio edificado em
termo “adobe” combinado com outros como “construção”, terra a partir do incentivo de políticas públicas de conscien-
“propriedades”, “terra” e “arquitetura”. Houve também tização popular e financiamento dessas iniciativas junto aos
uma busca diretamente nos anais de eventos acadêmi- órgãos competentes, além do resgate da cultura local e da
cos voltados à arquitetura e construção com terra, como técnica de construção com terra como modalidade cons-
SIACOT e TerraBrasil e nas edições anteriores dos principais trutiva mais sustentável e socioeconomicamente acessível.
periódicos nacionais de arquitetura e engenharia a partir Algumas dessas regiões são: Lapinha da Serra - MG
dos listados na Plataforma Sucupira da CAPES. (Moreira e Rezende, 2018a,b; Braga, 2016), Pedro II – PI
Dentre os trabalhos coletados, observou-se alguma (Alexandria e Lopes, 2008), regiões norte e nordeste do es-
similaridade quanto à temática principal dos artigos asso- tado do Ceará (Carvalho et al., 2010), Barra do Bugres – MT
ciada ao adobe, constatando-se alguma semelhança na (Carignani e Reis, 2014), no estado da Bahia (Romero et al.,
metodologia adotada e no enfoque do enredo de inves- 2015), Várzea Grande – MT (Enoré, 2018), Princesa Isabel – PB
56 tigação. Assim, foi proposta uma classificação distribuída (Azerêdo et al.., 2016), Vitoriano Veloso – MG (Vale e Rezende,
nas categorias que mais se repetiram em relação à abor- 2017), Ibiapina – CE (Alcântara et al., 2018), Icatu – MA (Braga
dagem principal de cada trabalho, sendo definidas como: e Nascimento, 2018), região metropolitana de São Paulo – SP
levantamento, viés social, adição estabilizante, inovação (Silva et al., 2018) e São Luís – MA (Figueiredo et al., 2011).
tecnológica e análise da técnica. Por outro lado, percebeu-se a inserção do adobe em ce-
Na categoria “levantamento”, foram reunidos traba- nários de, até então, pouca tradição cultural e histórica,
lhos cujos objetivos foram a catalogação de patrimônio, como instrumento de inovação tecnológica, a partir de me-
habitações e/ou métodos construtivos com adobe, em todologias construtivas, tipologia arquitetônica, modos de
determinada região de interesse. produção, concepção dimensional e principalmente quan-
Os trabalhos classificados como “viés social” possuem to a composição, evidenciado pelo maior número de traba-
uma abordagem sociocultural associada, geralmente com lhos com enfoque em adições estabilizantes (Figura 1).
foco em habitações de interesse social e permanência da
tradição na construção com adobes pelos mestres artífices.
Muitos trabalhos possuíam o intuito de avaliar as proprie-
dades físicas e mecânicas de adobes com incorporação de
adições estabilizantes, sendo assim criou-se esta categoria.
As pesquisas com viés investigativo para propor ou-
tras inovações quanto à metodologia de produção, ava-
liação e novas práticas construtivas com os adobes foram
inseridas na categoria de “inovação tecnológica”.
A categoria denominada “análise da técnica” propôs reu-
nir estudos cujo objetivo foi a avaliação das propriedades fí-
sicas, mecânicas, térmicas e ou viabilidade econômica dos
adobes sem estabilização evidente, com base em normati- Figura 1 - Número de publicações por categoria de abordagem
Fonte: Autores
vos nacionais vigentes e/ou bibliografia técnica correlata.

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Não obstante, o número de trabalhos correlatos ao Nota-se, também, a contribuição efetiva da maioria dos
tema aumentou consideravelmente no ano de 2018 estados brasileiros nessas publicações – 15 estados - o que
(Figura 2). Vale ressaltar que pode se atribuir a quantidade evidencia uma crescente descentralização dessa abordagem.
mais expressiva de trabalhos nos anos pares a partir de Por outro lado, nas regiões Norte e Sul, onde o adobe está
2008 devido à realização do Terra Brasil – Congresso de presente na arquitetura vernácula e/ou contemporânea, o nú-
Arquitetura e Construção com Terra no Brasil - evento or- mero de publicações é menos expressivo, o que resulta num
ganizado pela Rede Terra Brasil, além da contribuição anu- vasto campo de pesquisa a ser desenvolvido nessas regiões.
al do SIACOT – Seminário Ibero-americano de Construção Em regiões onde não foram encontradas publicações re-
com terra - organizado pela Rede PROTERRA, ambos vol- centes, nota-se também a ausência de pesquisadores e ou
tados ao tema da arquitetura e construção com terra. profissionais filiados à Rede Terra Brasil. Fundada em 2007
(Rezende e Neves, 2012), a Rede Terra Brasil conta com mais
de 80 associados dentro e fora do Brasile atua como uma
das principais referências no âmbito científico e acadêmico
da arquitetura e construção com terra no território nacional,
contribuindo ativamente a partir da realização de eventos
(congressos e oficinas), publicações técnicas e científicas.

4.1. Adições estabilizantes


As técnicas de construção com terra, como qualquer ou-
Figura 2 - Número de publicações por ano tro material de construção, podem ser testadas para que
Fonte: Autores
seu comportamento e desempenho possam ser carac-
terizados e melhor compreendidos (Guillaud, 2008). Tal
De acordo com Dos Santos e Costa (2017), o adobe pode afirmação justifica o protagonismo dos trabalhos com en-
ser encontrado em praticamente todas as regiões do Brasil, foque nas adições estabilizantes na última década, direta-
porém, são mais frequentes nas áreas rurais da Região mente ligados ao interesse na melhoria das propriedades 57
Nordeste e Norte do país. No interior de Minas Gerais, os dos adobes, principalmente quanto a resistência mecâni-
adobes – dentre outras técnicas de construção com terra - ca, estabilidade volumétrica e absorção de água.
fazem parte do cenário de diversas cidades, distritos e vilas. A incorporação de adições estabilizantes em adobes,
Quanto as publicações no panorama nacional por es- principalmente fibras, é praticamente intrínseca ao pró-
tado brasileiro (Figura 3), destacam-se os estados da re- prio surgimento da técnica. Ao realizar a caracterização
gião Sudeste – Minas Gerais e São Paulo – e a região de adobes arqueológicos com 2000 anos de existência em
Nordeste – Ceará e Paraíba. Nisa Partica, no Turcomenistão, Adorni et al. (2013) identifi-
caram a presença de palha com tamanhos entre 5 a 25 mm.
Oliveira (1994) registrou o uso de adobes estabilizados com
palha picada e secos ao sol na Babilônia (atual Iraque).
A incorporação de adições naturais representa uma
proposta relevante entre os autores por possuírem bai-
xa ou nenhuma toxidade, fácil extração e baixo impacto
associado quanto à obtenção quando comparado, por
exemplo, com resíduos industriais, sendo também re-
nováveis, apresentam-se consideravelmente vantajosos.
São majoritariamente representadas pelas fibras (coco,
carnaúba, braquiária e bambu), excremento bovino e
mucilagem de cactos (sumo de palma), conferindo aos
adobes, principalmente, maior estabilidade volumétrica,
Figura 3 - Mapa do Brasil quanto ao número de publicações sobre o adobe por estado brasileiro resistência à absorção de água e menor massa específica.
(período 2008-2018).
Nota-se também o interesse em propor a destinação
Fonte: Autores
e/ou aproveitamento dos mais diversos resíduos, comu-
mente gerados direta ou indiretamente pela indústria,

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consumo humano, usinas termelétricas e estações de tra- incompatíveis com a literatura. Dessa forma, levantou-se
tamento de água, incorporando-os aos adobes. A diver- a importância de avaliar também o tipo de argila predo-
sificação nas adições propostas pelos autores evidencia minante e não apenas as proporções entre os minerais
a ampla flexibilidade associativa dos adobes, permitindo presentes no solo, como propuseram Vale et al. (2018).
a incorporação de materiais orgânicos, pozolânicos, cerâ- Outros autores realizaram a análise das construções
micos, poliméricos, compósitos, metálicos e minerais. Tais em adobe a partir da perspectiva arquitetônica, avaliando
adições promoveram o aumento à resistência à compres- as propriedades físicas e mecânicas dos adobes, caracte-
são, durabilidade, estabilidade volumétrica e redução na rísticas construtivas das residências e anomalias patológi-
absorção de água e na massa específica dos adobes. cas. Alcântara et al. (2018), Moreira e Rezende (2018 a,b) e
Delmonaco et al. (2018) realizaram a análise das constru-
4.2. Análise da técnica ções vernáculas em adobe no município de Ibiapina – CE,
Quando associado a soluções arquitetônicas adequadas ao Santana do Riacho – MG e Pedro II – PI, respectivamente,
ambiente, a edificação erguida com técnicas de construção onde foram identificadas anomalias patológicas provoca-
com terra pode apresentar um bom desempenho térmico, das principalmente pela má execução, negligência e prin-
a depender da espessura das paredes adotadas (Peixoto e cipalmente pelo uso equivocado dos materiais em asso-
Leite, 2018; Faria e Neves, 2013). Não obstante, a análise quan- ciação com os adobes, como o cimento, no revestimento
to as propriedades térmicas dos adobes, com base nas nor- de paredes, uma vez que esta união apresenta baixa coe-
mas nacionais de desempenho, apresenta-se como um as- são, provocando desprendimento do reboco da alvenaria
pecto de amplo interesse entre os autores nesta classificação. (Moreira e Rezende, 2018a), além da falta de manutenção
É bastante comum entre os autores a afirmação de que nas edificações, principalmente do casario histórico, o
as paredes de terra proporcionam maior conforto térmico que também remete a um descaso por parte de políticas
quando comparadas a de outros materiais, porém, geral- públicas para a preservação do patrimônio.
mente essa vantagem está diretamente ligada a maior es-
pessura adotada nas paredes de terra e não somente pe- 4.3. Viés Social
58 las propriedades intrínsecas ao material, conferindo-lhe Os trabalhos reunidos nesta classificação apresentaram
maior inércia térmica (Silva et al., 2018). Verificou-se que o enfoque na proposição da utilização dos adobes como
o adobe possui elevadacapacidade térmica, sendo esse instrumento solutivo para demandas socias, através de
quesito atendido em vedações verticaiscom pelo menos Habitações de Interesse Social (HIS), preservação do patri-
11 cm de espessura (Dal Soglio et al., 2018). mônio edificado e ou metodologia educacional. Pode-se,
Por outro lado, para que atenda a todos os requisitos então, constatar que as iniciativas propostas pelos auto-
de desempenho térmico em todas as zonas bioclimáticas res nessa abordagem previram a sua utilização como ins-
brasileiras, recomenda-se a aplicação de revestimentos trumento de participação comunitária para a construção
internos e externos com espessura de 3 cm, para adobes de habitações em todos os substratos sociais, tanto pelo
com 15 cm de largura (Peixoto e Leite, 2018). resgate da técnica tradicional local como pela sua inser-
Quanto à análise granulométrica do solo para produ- ção nestes cenários, a partir de recursos e mão de obra
ção de adobes em diferentes regiões do país, Corrêa et al. locais, convertendo este processo em benefício para a
(2012) realizaram a análise de solos coletados no municí- própria parcela envolvida, utilizando-o como um vetor
pio de Lavras - MG quanto à granulometria e umidade ide- de encapsulamento de resíduos ou rejeitos, dando-lhes
al coletados, validando a potencialidade no uso do solo destinação útil e duradoura, permitindo ser o adobe, em
para a fabricação de adobes na região. alguns casos, uma tecnologia para inclusão social.
Gonçalves (2018) validou, a partir de testes de cam- Barreto e Ino (2010) aportaram os processos de desen-
po, a utilização de diferentes solos na cidade de Pouso volvimento de projetos que tratam sobre HIS em assen-
Alegre – MG para a fabricação de adobes sem estabili- tamentos rurais a partir de variáveis que influenciaram
zação. Os estudos realizados por Rezende et al. (2014) e o processo construtivo de três HIS em adobes nesses as-
Vale et al. (2014) levantaram uma questão bastante perti- sentamentos, no estado de São Paulo, assim como Faria
nente ao obterem valores resistência a compressão com- (2010) apresentou resultados obtidos com dois projetos
patíveis com os indicados pelas normas nacionais para de pesquisa da Escola de Engenharia de São Carlos da
tijolos e blocos de vedação em adobes cujo solo utiliza- Universidade de São Paulo a partir de experiências com
do na produção possuíam composições granulométricas capacitação para produção de adobes e construção de

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HIS na mesma região. Pereira et al. (2014) propuseram construídas com essa técnica na região.
um projeto de alvenaria de adobes para HIS no estado 4.4. Levantamento
da Paraíba. Klein e Bueno (2012) registraram o proces- Os trabalhos apresentados nesta classificação buscaram
so de produção de adobes utilizados na construção de valorizar principalmente o aspecto histórico do adobe,
habitações em comunidades quilombolas no estado tanto a partir de revisões bibliográficas sobre sua herança
do Tocantins como método de ensino da matemática. arquitetônica no contexto inserido, como pela sua utiliza-
Joaquim e Lopes (2012) realizaram uma análise qualitativa ção atualmente, conforme ilustrados na Figura 4.
a partir de entrevistas com operários que participaram da Alexandria e Lopes (2008) e Santiago et al. (2017) realiza-
fabricação de adobes em canteiros de obras em Piracaia - ram o levantamento das construções com adobe no estado
SP, identificando as dificuldades encontradas, as soluções do Piauí, identificando as técnicas utilizadas e os procedi-
adotadas e a remuneração. mentos construtivos empregados; com o estudo identifi-
Pachamama (2018) buscou fomentar a autoconstrução cou-se que a tradição de construir com adobe, que caracte-
utilizando técnicas de construção com terra – adobe e tai- rizava a paisagem arquitetônica local na transição do século
pa-de-mão – em comunidades de baixa renda na cidade XIX para o século XX, ficou restrita atualmente apenas para
de Belo Horizonte, MG, por meio da elaboração de um a população de menor poder aquisitivo na cidade.
manual com linguagem acessível e boas práticas cons- Carvalho et al. (2009) e Carvalho et al. (2010) cataloga-
trutivas. Braga (2016) realizou uma análise dos adobes e ram as construções em adobe na região norte e nordeste
sua relação com a construção da paisagem cultura em do estado do Ceará como contribuição para a manuten-
Santana do Riacho – MG, enaltecendo a importância da ção do sistema construtivo tradicional e também na bus-
preservação deste patrimônio e da permanência da téc- ca da reavaliação das possibilidades técnicas à casa típica
nica entre os mestres artífices, perpetuando e incremento do semiárido cearense, identificando que a utilização do
sua utilização entre as futuras gerações. adobe ainda perdura nos tempos atuais, principalmente
Vale e Rezende (2017) realizaram a análise do uso do nas área rurais. No Mato Grosso do Sul, Dotta et al. (2017)
adobe no distrito de Vitoriano Veloso – MG, quanto as realizaram uma pesquisa documental, a partir da visão de
transformações sofridas pela arquitetura vernácula desde mestres adobeiros no Brasil e em Portugal. 59
a fundação e os impactos socioculturais associados. Braga Figueiredo et al. (2011) realizaram o levantamento e
e Nascimento (2018) registraram a fundamentação e en- caracterização das habitações edificadas a partir de técni-
tendimento do território numa comunidade quilombola cas de construção terra, dentre elas com adobe, no século
no estado do Maranhão, a partir da observação e do en- XVII e XIX no centro histórico de São Luís – MA. Carignani e
tendimento a partir da tradição do adobe e as habitações Reis (2014) aportaram um levantamento histórico a partir

Figura 4 - Levantamento das diferentes tipologias construtivas em adobes no Brasil


Fonte: Autores

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da revisão bibliográfica e iconográfica das técnicas de aquáticas no setor da construção civil local, a partir das re-
construção tradicionais no município de Barra do Bugres comendações políticas normativas, estratégicas e opera-
– MT, no intuito de promover a preservação e resgate do cionais necessárias à tal inserção. Barreto e Ino (2010) apre-
adobe na autoconstrução local. sentaram propostas de interface entre a parede de adobe
Na Bahia, Romero et al. (2015) realizaram o levantamen- e a instalação elétrica, a partir de diferentes concepções
to das construções com adobes, comparando a técnica de formatos e dimensões de adobes adaptados.
utilizada na região com as recomendações da norma pe-
ruana – NTE E.080:2000. Enoré (2018) fez o levantamento 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
das residências construídas com adobe no município de A análise do processo histórico do adobe desde a sua in-
Várzea Grande – MT, identificando as plantas baixas das serção na paisagem arquitetônica nacional, há pelo me-
residências, metodologia construtiva, materiais utilizados nos quatro séculos, até os tempos atuais, apresenta-se
e aspectos de preservação. Silva et al. (2018) realizaram o como uma ferramenta de contribuição para o entendi-
levantamento sobre a existência, distribuição e modelos mento do próprio percurso histórico e cultural do Brasil.
de produção de construções em arquitetura de terra, entre A partir dos diversos cenários a que foi submetido, o
elas os adobes, na região metropolitana de São Paulo – SP. adobe revelou duas características básicas intrínsecas: a
Tais trabalhos apresentam uma relevância comum resistência e a adaptabilidade.
pela valorização tanto do patrimônio histórico edificado Assim, são apresentadas algumas considerações obtidas:
em adobe como pela sua preservação e manutenção no • O século XXI apresentou-se como um evidente e
contexto urbano e rural em regiões do país onde a tra- contínuo cenário de ascensão das técnicas tradicionais no
dição é responsável tanto pela paisagem arquitetônica – Brasil praticamente um consenso entre os autores que a
construções históricas - como pela provisão habitacional partir da década de 1970, a abordagem sobre as técnicas
– construções contemporâneas - erguidas principalmente de construção com terra tem tido um tratamento cada
pelo método de autoconstrução. vez mais amplo dentro da dinâmica da construção civil;
• A utilização do adobe como técnica construtiva alter-
60 4.5. Inovação tecnológica nativa à utilização de técnicas convencionais – com maior
Nesta categoria, os autores propuseram inovações a partir energia incorporada no processo de fabricação - apresen-
da investigação da padronização de métodos de ensaio, atri- ta-se de forma relevante para a melhoria em diversos pa-
butos dimensionais e modelos de produção para os adobes. râmetros de sustentabilidade nestas edificações, principal-
Neves e Faria (2008) e Faria et al. (2008) apresentaram mente: eficiência energética, conforto térmico e acústico.
o desenvolvimento e a aplicação do procedimento para • No âmbito acadêmico nacional, o ano de 2018 apre-
ensaio de determinação da resistência à compressão sentou-se como um marco na última década, devido a ex-
de adobes, como etapa do Programa Interlaboratorial pressiva quantidade de trabalhos com enfoque no adobe,
PROTERRA, a partir de corpos de prova cúbicos, como sendo de extrema importância não só de forma quantita-
método a ser adotado por laboratórios, permitindo apri- tiva, mas também qualitativa;
morar o conhecimento sobre as características físicas e • A realização de eventos como o Terra Brasil e o SIACOT
mecânicas dos adobes. apresentam-se como iniciativas indispensáveis para a
Joaquim e Lopes (2014) estudaram a adoção prelimi- continuidade das pesquisas já publicadas e como incenti-
nar de máquinas para a mecanização parcial da produção vo para o surgimento de novas publicações sobre o tema.
de adobes a partir de máquinas utilizadas nos processos • Faz-se ainda necessária a disseminação e o estudo
de produção do setor da construção civil convencional da técnica em regiões com pouca expressividade cientí-
em âmbito nacional, além de outros setores industriais, fica, porém com grande potencial exploratório no tema.
propondo a integração desses métodos à fabricação dos Assim, a realização de eventos voltados para o tema nes-
adobes. Riva e Ribeiro (2014) propuseram um modelo de sas regiões apresenta-se oportuna e significativa;
adobe vegetado, em formato anelar, como técnica de bio- • Por fim, revela-se também a necessidade iminente na
engenharia de solos para contenção de pequenos taludes. implantação de políticas públicas para valorização da téc-
Pereira e Bezerra (2012) analisaram as variáveis de in- nica, inicialmente com a validação da norma em tramita-
fluência no processo de inovação tecnológica na cidade ção e posteriormente a partir da utilização da técnica em
de Palmas, identificando as possíveis vantagens competi- programas de habitações sociais e obras públicas.
tivas da introdução do adobe produzido com macrófitas

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https://doi.org/10.29183/2447-3073.MIX2020.v6.n1.53-66

AUTORES
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5039-4509
DANIEL PINHEIRO SANTOS | Universidade Federal de Minas
Gerais | Escola de Arquitetura | Belo Horizonte, MG -
Brasil | Correspondência para: Av. Amazonas, 699, apto
802, Centro, CEP 30180-001 | E-mail: danielpinheiro860@
gmail.com

ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1883-1251
SOFIA ARAUJO LIMA BESSA, Dra. | Universidade Federal de
Minas Gerais | Escola de Arquitetura | Belo Horizonte, MG
- Brasil | Correspondência para: Rua Paraíba, 697, Sala 319,
Savassi, CEP 30130-141 | E-maill: sofiabessa@ufmg.br

COMO CITAR ESTE ARTIGO


SANTOS, Daniel Pinheiro; BESSA, Sofia Araújo Lima. O
Uso do Adobe no Brasil: Uma Revisão da Literatura.
MIX Sustentável, [S.l.], v. 6, n. 1, p. 53-66, mar.
2020. ISSN 24473073. Disponível em:<http://www.
nexos.ufsc.br/index.php/mixsustentavel>. Acesso em:
dia mês. ano. doi:https://doi.org/10.29183/2447-3073.
MIX2020.v6.n1.53-66.

DATA DE ENVIO: 30/09/2019


66 DATA DE ACEITE: 18/12/2019

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