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Aula 00
AULA 00
TEORIA GERAL
(ITENS 3,4,5,7 E 8 DO EDITAL)
Sumário
Sumário .............................................................................................. 1
Direito Civil na Prova da PGE/SP .............................................................. 2
Cronograma de Aulas ............................................................................. 5
Metodologia do Curso............................................................................. 6
Apresentação Pessoal............................................................................. 8
Considerações Iniciais .......................................................................... 10
3 – PESSOA NATURAL. PESSOA JURÍDICA ............................................... 10
3.1 – Pessoa natural. Personalidade ..................................................... 10
3.2 – Pessoa jurídica ......................................................................... 13
3.2.1. Classificação das pessoas jurídicas.............................................. 14
3.2.2. Desconsideração da personalidade jurídica ................................... 19
4 – DOMICÍLIO ................................................................................... 24
5 – CAPACIDADE................................................................................. 27
7 – AUSÊNCIA .................................................................................... 31
8 – BENS ........................................................................................... 34
Questões ........................................................................................... 43
Questões sem comentários................................................................. 43
Gabaritos ........................................................................................ 55
Questões com comentários................................................................. 57
Legislação pertinente ........................................................................... 67
Jurisprudência e Súmulas Correlatas....................................................... 69
Considerações Finais ............................................................................ 71
Questões
Di reito Ci vil
9%
Demais
91%
Família Contratos
Por isso, como você poderá ver ao longo das aulas e como poderá ver já nes t a
aula, os itens das nossas aulas CORRESPONDEM EXATAMENTE AOS
ITENS DO EDITAL, inclusive na numeração. Assim você poderá
ACOMPANHAR EXATAMENTE A MATÉRIA QUE CONSTARÁ DO
CONCURSO, SEM ESTUDAR TEMAS DESNECESSÁRIOS E SEM PERDER OS
NECESSÁRIOS. Nosso Curso foi pensado e desenvolvido na medida para
você!
Assim, em vista das informações que levantamos desenvolveremos um Curso
objetivo e direto, com base nos assuntos mais cobrados em prova.
Cronograma de Aulas
O nosso Curso compreenderá um total de 15 aulas, além desta aula
demonstrativa. Como vocês podem perceber as aulas são distribuídas para que
possamos tratar cada um dos assuntos com tranquilidade, transmitindo
segurança a vocês para um excelente desempenho em prova.
Elas ficarão distribuídas conforme cronograma abaixo:
Responsabilidade Civil
07 10/08/2015
(14)
Direitos da personalidade
14 19/10/2016
e do autor (6)
Direito intertemporal e
15 26/10/2016
hermenêutica (1, 2)
Você pode reparar que os itens 15, 16, 26, 28, 29, 30 e 31 estão ausentes.
Significa que você não os verá? Absolutamente não. Como eu te disse, nosso
Curso é focado no Edital da PGE/SP. Por isso, achamos melhor inserir esses
itens em outras disciplinas: Direito Empresarial, Direito do Consumidor e Ética e
Deontologia Jurídica, pois são itens que, a despeito de estarem contidos na
ementa de Direito Civil, são mais afeitos a essas disciplinas. Como sempre,
queremos otimizar seus estudos, sempre!
Eventuais ajustes de cronograma poderão ser realizados por questões didáticas
e serão sempre informados com antecedência.
Metodologia do Curso
Vistos esses aspectos iniciais referentes ao concurso, vamos tecer algumas
observações prévias importantes a respeito do nosso Curso:
PRIMEIRA, como a disciplina e conteúdo são vastos vamos priorizar os
assuntos mais recorrentes e importantes para a prova. Desse modo, os
conceitos e informações apresentados serão objetivos e diretos, visando à
resolução de provas objetivas.
SEGUNDA, serão utilizadas, ao longo do curso, as questões do último concurs o
da PGE/SP, de 2012, além das demais provas que mencionamos acima. NOSSO
INTUITO SERÁ, PORTANTO, FOCAR EXCLUSIVAMENTE NO EDITAL DO
SEU CONCURSO PARA QUE SUA PREPARAÇÃO SEJA 100%!
É bom registrar que todas as questões do material serão comentadas de
forma analítica. Sempre explicaremos o porquê de a assertiva estar correta
ou incorreta. Isso é relevante, pois o aluno poderá analisar cada uma delas,
perceber eventuais erros de compreensão e revisar os assuntos tratados.
TERCEIRA, os conteúdos desenvolvidos observarão a doutrina mais abalizada à
prova atualmente. Além disso, dado o conteúdo exigido nas questões,
levaremos em consideração especialmente a legislação pertinente e, se
Material objetivo
Fórum de Dúvidas
Por fim, nossas aulas seguirão uma estrutura padronizada. Haverá uma parte
inicial, onde abordaremos os assuntos que serão tratados, informações sobre
aulas passadas (tais como esclarecimentos, correções etc.). Em seguida,
teremos a parte teórica da aula, permeadas por questões.
Por fim, além da lista de questões apresentadas, da legislação e juris prudência
correlatas, faremos o fechamento da aula, com sugestões para a revisão e dicas
de estudo.
Vejamos a estrutura das aulas:
Apresentação Pessoal
Por fim, resta uma breve apresentação pessoal. Meu nome é Paulo H M Sous a.
Sou graduado e Mestre em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Atualmente, sou Doutorando em Direito pela mesma Instituição e visiting
researcher no Max-Planck-Institut für ausländisches und internationales
Privatrecht, em Hamburgo/Alemanha.
Estou envolvido especificamente com concursos há algum tempo. Atualmente,
sou o responsável pelo Curso de Direito Civil para a Primeira e Segunda Fases
da OAB do Estratégia Concursos. Produzo tanto o material em pdf quanto as
videoaulas para essas provas desde quando o Estratégia Concurs os lançou
esses cursos. Igualmente, leciono Direito já há 6 anos. Desde então exerço a
advocacia e me dediquei à docência, profissões que exerço ainda hoje.
Leciono as disciplinas de Direito Civil, desde a Introdução ao Direit o Civil at é o
Direito das Sucessões, e de Bioética, na graduação e na pós -graduação em
Direito em diversas instituições privadas. Recentemente empreendemos o
projeto das Carreiras Jurídicas aqui no Estratégia e eu me tornei o res pons ável
pela área do Direito Civil.
Deixarei abaixo meus contatos para quaisquer dúvidas ou sugestões. Será um
prazer orientá-los da melhor forma possível nesta caminhada que se inicia hoje.
Sempre que precisar, utiliza um desses canais de comunicação, o que for mais
fácil e conveniente para você:
prof.paulosousa@yahoo.com.br
https://www.facebook.com/PauloHenriqueSousa
Considerações Iniciais
Na aula de hoje vamos tratar dos conceitos iniciais de Direito Civil, com
algumas noções introdutórias importantes para a compreensão da Parte Geral
do Código.
Além dos conceitos mais abrangentes, passaremos pelas noções que formam a
==0==
base de compreensão dos demais institutos de Direito Civil, que costumam cair
com grande frequência nas provas. Embora pareça apenas introdutória, esta
aula representa parcela significativamente importante da matéria, com a
abordagem de temas exigidos em provas anteriores das Procuradorias.
Só para você ver, na última prova da PGE/SP, das 8 questões de Direito
Civil, tivemos 3 questões envolvendo o tema “Pessoas, Bens e Fato
Jurídico”. Hoje analisaremos a primeira parte desse conteúdo (itens 3, 4, 5, 7
e 8 do Edital), dando continuidade a ele (itens 9, 10 e 11 do Edital), na aula
que vem.
Só pra você saber, após o levantamento que fiz em relação às questões das
PGEs e outras Procuradorias (PGMs, PGR, PGFN), A PARTE GERAL DO
CÓDIGO CIVIL É A QUE TEM, DISPARADO, O MAIOR NÚMERO DE
QUESTÕES NAS PROVAS. Por isso, nessas duas aulas, fique atento!
O Direito Civil, portanto, não se preocupa com essa divisão entre humano e
não-humano, mas com outra distinção: sujeitos e objetos. Aí é que o conceito
de Pessoa Jurídica pode ser entendido, pois somente as pessoas são
consideradas sujeitos, ainda quando não sejam humanas.
Cria-se, assim, a categoria de sujeito de direito: “Sujeito de direito é quem
participa da relação jurídica, sendo titular de direitos e deveres”. Esse
conceito da doutrina parte do art. 1º do CC/2002, que estabelece que “Toda
pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”.
A pessoa, portanto, é um estado jurídico de potência em relação ao direit o, ou
seja, a possibilidade de ser titular de direitos e obrigações. Não há, portanto,
um sujeito sem direitos ou direitos sem sujeito que os titularize, por lógica.
Atualmente, porém, a tendência é confundir os conceitos, pois todo ser humano
é também pessoa e, consequentemente, sujeito de direito.
Pessoa
Ser humano
Física/Natural
Sujeito de
Direito
Pessoa
Coisa/Bem
Jurídica
1
Segundo AMARAL, Francisco. Direito Civil: introdução. 8ª Ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2014.
Concepção naturalista
Personalidade
Concepção formalista
Personalidade
Capacidade
2 Segundo AMARAL, Francisco. Direito Civil: introdução. 8ª Ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2014.
Estrutura organizativa
Publicidade de constituição
PGE/MT – 2011
35. O registro da pessoa jurídica no órgão competente tem eficácia
(A) resolutiva.
(B) declaratória.
(C) rescisória.
(D) discriminatória.
(E) constitutiva.
Comentários
Em realidade, a resolução dessa questão não demanda análise detalhada de
cada um dos itens. Como dissemos acima, o registro serve para “criar” a pessoa
jurídica. Qual o sinônimo de “criar”? Constituir! Logo, a alternativa E está
correta.
O registro não resolverá (“acabará, destruirá”), não declarará (se fosse
“declarar” a pessoa jurídica, ela já deveria existir previamente, mas ela só
existe com o registro), não rescindirá (“desconstituirá”) e não discriminará
(“especificará, detalhará”) a pessoa jurídica.
Diferentemente da pessoa física/natural, é possível anular o “nascimento”
de uma pessoa jurídica. Isso se descumpridos os requisitos legais de
sua instituição. É o que estabelece o art. 45, parágrafo único do CC/2002:
Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito
privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no
registro.
União Estados da
comunidade
internacional
Estados
Demais pessoas
regidas pelo Direito
Municípios Internacional Público
Distrito
Federal
Territórios
Autarquias
Associações
Consórcios
11. Organizações Sociais (art. 1º da Lei nº. 12. Cooperativas (art. 1º da Lei nº. 5.764/1971):
9.637/1998): são organizações cujas atividades conglomerado de pessoas que reciprocamente
sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, se obrigam a contribuir com bens ou serviços
ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e para o exercício de uma atividade econômica,
preservação do meio ambiente, à cultura e à de proveito comum, sem objetivo de lucro. Elas
saúde; também podem ser públicas.
PGE/AC – 2014
36 – Não são pessoas jurídicas de direito privado:
(A) as associações.
(B) os partidos políticos.
(C) as sociedades de economia mista.
(D) as autarquias.
Comentários
Essa era uma questões bem decoreba. Ela poderia confundir um pouco mais em
relação ao item C, já que a sociedade de economia mista é titularizada, em
larga medida, pelo Estado, o que dá a ela um ar “público”.
A alternativa A está incorreta, segundo o art. 44, inc. I.
A alternativa B está incorreta, segundo o art. 44, inc. V.
A alternativa C está incorreta, segundo o art. 5º, inc. III do Decreto-Lei
20/1967;
A alternativa D está correta, conforme o art. 41, inc. IV.
Como disse mais acima, o nascimento da PJ depende de um ato formal, já que
ela “naturalmente” não existe. Esse ato é o registro do ato constitutivo,
consoante regra do art. 45 do CC/2002. Mas, o que é necessário para o
registro? O art. 46 do CC/2002 estabelece quais são os requisitos gerais do
registro, em seus incisos:
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e
extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI - as condições de extinç ão da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse
caso.
TEORIA MAIOR
previsão: art. 50 do CC
Requisitos:
abuso de personalidade +
desvio de finalidade ou
confusão patrimonial
PGM/SP – 2014
65. Assinale a alternativa correta acerca da responsabilidade patrimonial
da pessoa jurídica, de seus sócios e administradores.
(A) O Código Civil de 2002 adotou a teoria menor da desconsideração da
personalidade jurídica.
(B) A desconsideração da personalidade jurídica afasta o princípio da
subsidiariedade da responsabilidade dos sócios, admitindo-se a c ons t riç ão
dos bens particulares deste, ainda que a sociedade possua patrimônio.
(C) No âmbito da relação cível, aplica-se a desconsideração da
personalidade jurídica sempre que a personalidade for obstáculo ao
ressarcimento de prejuízos causados aos credores.
PGE/PR – 2015
73. Assinale a alternativa CORRETA em relação à temática da pessoa
jurídica.
A) A desconsideração da personalidade jurídica é admitida sempre que a
pessoa jurídica seja utilizada para fins fraudulentos ou diversos daqueles
para os quais foi constituída e equivale à sua desconstituição para todos os
efeitos.
B) Os bens dominicais integrantes do patrimônio das pessoas jurídic as de
direito público não podem ser adquiridos por usucapião nem alienados.
C) Ao admitir que se aplica às pessoas jurídicas a proteção aos direit os da
personalidade, o ordenamento jurídico o faz em total simetria com a
proteção da personalidade humana.
D) A desconsideração inversa da pessoa jurídica dá-se quando s e at ingem
bens da pessoa jurídica para solver dívidas de seus sócios. Esse proceder é
expressamente vedado pelo ordenamento jurídico brasileiro porque
proporciona prejuízo aos demais participantes da sociedade.
E) As associações públicas são pessoas jurídicas de direito público
formadas por entes da Federação que se consorciam para realização de
objetivos que consagrem interesses comuns. Uma vez constituídas, as
associações públicas passam a integrar a Administração Pública indireta de
todos os entes federativos que participaram de sua formação.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois a desconstituição deve ser vista
casuisticamente, para cada situação concreta. A desconstituição ocorrerá numa
dada situação, não valendo para todas e quaisquer outras, com eficácia ampla.
A alternativa B está incorreta, pois, apesar de em regra os bens públicos não
se sujeitarem à usucapião ou alienação, conforme veremos à frente, na Aula
sobre Direito das Coisas, algumas categorias de bens são alienáveis , como é o
caso dos bens dominicais, que são os bens públicos sem destinação definida.
Esse é, a rigor, tema de Direito Administrativo, sendo lá melhor visto.
A alternativa C está incorreta, porque, como vimos anteriormente,
determinados direitos de personalidade são inaplicáveis às pessoas jurídicas.
Nesse sentido, vide a previsão do art. 52: “Aplica-se às pessoas jurídicas, no
que couber, a proteção dos direitos da personalidade.”
A alternativa D está incorreta, porque, como disse acima, a jurisprudência
reiterada do STJ admite a desconsideração inversa. Recomendo, mais uma vez,
a leitura do REsp, localizado no tópico “jurisprudência e súmulas correlatas”.
A alternativa E está correta, conforme art. 6º, inc. I, da Lei 11.107/2005,
melhor vista no Direito Administrativo.
4 – DOMICÍLIO
O domicílio é a localização espacial da pessoa, ou seja, local onde ela
estabelece suas atividades. Como um atributo da personalidade, o domicílio é
considerado a sede jurídica da pessoa, seja ela pessoa fís ica/natural ou pes s oa
jurídica.
REQUISITOS
Objetivo Residência
Todos têm domicílio, ainda que residência não tenham (art. 73 do CC/2002).
Ou seja, o domicílio é necessário, sempre. O domicílio é obrigatório e mesmo
os que não têm residência têm domicílio, como os sem-teto ou os errantes,
que se deslocam constantemente. Em geral, como se fixa o domicílio dos que
A. Necessidade não têm residência? Utiliza-se o local onde for encontrada a pessoa como seu
domicílio, segundo o art. 73 do CC/2002.
P T -se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o
I T
“ T
função pública;
M T o
órgã o a o qual está vi nculado ou subordinado (batalhão, capitania dos portos etc.);
P T
A O B
s em designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do
Com relação à pessoa jurídica, o CC/2002 fixa algumas regras no art. 75, que
estabelece que o domicílio é:
I - da União, o Distrito Federal;
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e
administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu e statuto ou atos constitutivos.
pessoa jurídica será, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das
suas agências, o lugar do estabelecimento, situado no Brasil, a que ela
corresponder.
Por isso, como já localizamos nossa pessoa no espaço (domicílio) e no tempo
(extinção da pessoa), vamos focar no nosso próximo tema da aula de hoje.
PGM/SP – 2014
62. Acerca das regras de domicílio estabelecidas pelo Código Civil de 2002,
assinale a alternativa correta.
(A) As pessoas jurídicas de direito público interno possuem domic ílio fixo,
na capital do país.
(B) O incapaz possui domicílio próprio e facultativo, independendo do
domicílio de seu representante ou assistente.
(C) No atual sistema não se admite a pluralidade de domicílios para a
pessoa física.
(D) O servidor público possui domicílio necessário, sendo o local onde
exerce permanentemente suas funções.
(E) A pessoa jurídica que conta com mais de um estabelecimento tem
domicílio exclusivo em sua sede.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois, como vimos, o art. 75 estabelece que o
domicílio das pessoas jurídicas de direito público interno variará conforme o
ente federativo tratado. Seria, inclusive, incoerente estabelecer que o domicílio
de um pequeno Município do interior do Amazonas ou do extremo sul do Rio
Grande do Sul ficasse em Brasília.
A alternativa B está incorreta, dado que o parágrafo único do art. 76 é claro
ao dispor que o domicílio do incapaz, que é necessário, corresponde ao
domicílio do representante legal (“O domicílio do incapaz é o do seu
representante ou assistente”).
A alternativa C está incorreta, pois, novamente, o art. 71 permite a
variabilidade de domicílios, sem maiores restrições, tendo a pessoa mais de
uma residência (“Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências , onde,
alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas”).
A alternativa D está correta, por expressa previsão do art. 76, parágrafo único
(“o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas
funções”). Assim, quando você for aprovado na PGE/SP, seu domicílio será,
necessariamente, o Município para o qual você será mandado,
independentemente de onde você fixe residência!
A alternativa E está incorreta, pois o art. 75, §1º claramente permite que a
pessoa jurídica tenha considerado como domicílios os diversos locais nos quais
tenha estabelecimento comercial (“Tendo a pessoa jurídica diversos
estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado
domicílio para os atos nele praticados”).
5 – CAPACIDADE
Determinada pessoa pode ter capacidade jurídica, mas é faticament e limitada,
em todos os sentidos. Nesses casos, a incapacitação é absoluta, pelo que
nenhum ato pode ser praticado, sob pena de nulidade. Os dois elementos
limitadores da capacidade são a idade e a saúde.
Temos aqui uma importe e recente modificação da
legislação civil trazida pela Lei 13.146/2015, a Lei
Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, ou
Estatuto da Pessoa com Deficiência. Sancionado em
06/07/2015, o Estatuto entrou em vigor 180 dias
após sua publicação, ocorrida em 07/07/2015.
Ou seja, já em Janeiro de 2016, por força do art. 127, o Estatuto da
Pessoa com Deficiência entrou em vigor, pelo que ele é tema que
constará, certamente, de sua prova. Por que ele é relevante? Porque
trouxe profundas alterações no CC/2002 em matéria de capacidade e
há grande chance de que essa novidade seja explorada já no seu
concurso, por isso, atenção!
O antigo art. 3º estabelecia três casos de incapacidade absoluta, veja só:
I - os menores de dezesseis anos;
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário
discernimento para a prática desses atos;
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
PGE/MA – 2003
32. São relativamente incapazes
(A) os pródigos e os que por causa transitória não puderem exprimir sua
vontade.
(B) os ébrios habituais e os excepcionais sem desenvolvimento mental
completo.
(C) os menores entre dezesseis e vinte e um anos.
(D) os que por enfermidade ou deficiência mental não tiverem o necessário
discernimento para a prática dos atos da vida civil.
(E) os silvícolas e os ausentes.
Comentários
Como essa questão é anterior ao Estatuto da Pessoa com Deficiência, há
mudanças em sua análise. Farei a correção e os comentários com base na
lei atualizada!
A alternativa A está correta, pois, segundo o art. 4º, inc. IV, os pródigos são
relativamente capazes. Igualmente, segundo o inc. III desse artigo, com a
redação dada pelo Estatuto, “aqueles que, por causa transitória ou permanente,
não puderem exprimir sua vontade” são igualmente relativamente incapazes.
A alternativa B está incorreta, já que, pelo novo art. 4º, inc. II, apesar de os
ébrios habituais e viciados em tóxicos serem relativamente capazes, os
excepcionais ganharam status de capacidade plena, com algumas
características peculiares a serem observadas, com a revogação do inc. III.
A alternativa C está incorreta, dado que é relativamente incapaz o menor
entre 16 e 18 anos desde a edição do CC/2002, segundo o art. 4º, inc. I.
A alternativa D está incorreta, pois “os que por enfermidade ou deficiência
mental não tiverem o necessário discernimento para a prática dos at os da vida
civil” não são mais nem absoluta nem relativamente capazes.
A alternativa E está duplamente incorreta, pois a capacidade dos indígenas é
regida por lei especial, segundo o art. 4º, parágrafo único e a ausência não é
causa de incapacitação, sequer estando prevista nos arts. 3º e/ou 4º .
Voltando à pessoa com deficiência, elas, inclusive, não têm mais limitação ao
testemunho. O art. 228, incs. II e III, do CC/2002 não admitia como
PGE/PA – 2012
61. Analise as proposições a seguir:
III - A emancipação judicial não prescinde da exigênc ia de idade mínima,
estando sujeita a registro público de caráter constitutivo da capac idade do
emancipado.
Comentários
A questão era mais ampla, contando com tópicos que traremos adiante, pelo
que vou focar no item III, que está correto.
A emancipação por intervenção judicial necessita de idade mínima de 16 anos ,
segundo o art. 5º, inc. I (“Cessará, para os menores, a incapacidade pela
concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento
público, independentemente de homologação judicial, ou por sent enç a do juiz,
ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos”).
Há casos em que a emancipação ocorrerá antes dos 16 anos, mas pelo
casamento, e não por decisão judicial (“Art. 1.520. Excepcionalmente, será
permitido o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil, para evitar
imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez.”), em
conformidade com o art. 5º, parágrafo único, inc. II (“Cessará, para os
menores, a incapacidade pelo casamento”).
O registro terá o condão de constituir a capacidade, por leitura do Enunciado
397 do CJF (“Art. 5º. A emancipação por concessão dos pais ou por sentença do
juiz está sujeita a desconstituição por vício de vontade.”)
7 – AUSÊNCIA
Neste tópico, a rigor trataremos da extinção da pessoa natural, de
maneira mais ampla que a mera ausência. Além da ausência, veremos
também a presunção de morte e a comoriência, institutos jurídicos todos
ligados à extinção da pessoa, de modo direto ou indireto, a depender do caso.
Em realidade, o fim da pessoa significa o fim de sua capacidade. De
acordo com o art. 6º do CC/2002, ela termina, no caso da pessoa nat ural, com
a morte. A extinção da pessoa jurídica tem regimento próprio, como veremos
mais adiante. Mais uma vez, assim como o termo ser humano, o termo mort e é
um conceito que não pertence ao Direito.
O que significa morte é, atualmente, um conceito médico, de morte encefálica,
ou seja, a cessação da atividade cerebral atestada por médico. Por isso,
atualmente, a morte sempre deve ser estabelecida mediante atestado de
morte, segundo o art. 9º, inc. I do CC/2002.
Em algumas situações, a pessoa não pode ter sua morte atest ada por médico,
porque não se sabe se ela morreu, com absoluta certeza. Aí é que entram as
situações de ausência e presunção de morte. A ausência é estabelecida pelo art.
22 do CC/2002:
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não
houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar -lhe os bens, o juiz,
a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e
nomear-lhe-á curador.
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar
mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus
poderes forem insuficientes.
Se ninguém requisitar em 30
Sentença determinando a
dias a abertura do
Habilitação dos herdeiros abertura da Sucessão
Inventário, vira herança
Provisória (6 meses depois)
jacente (bens vagos)
Conversão em Sucessão
Definitiva: certeza de morte, Se não regressa, termina a
Se regressa nos 10 anos
10 anos da abertura da Sucessão Definitiva e não
seguintes, retoma os bens no
Provisória ou se o ausente pode mais reclamar nada,
estado em que se encontram
for maior de 80 anos e ainda que retorne
passados 5 anos do sumiço
Presunção de morte
(sem decretação de
ausência)
PGE/MA – 2003
33. Poderão os interessados requerer a sucessão definitiva do ausente
(A) dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a
abertura da sucessão provisória.
(B) somente quando o ausente contar oitenta anos de idade e que de cinc o
anos antes datem suas últimas notícias ou vinte anos depois de passada
em julgado a sentença que concedeu a sucessão provisória.
(C) apenas se ficar provada sua morte.
8 – BENS
Quanto aos bens, o que é relevante tratar para o seu concurso é a classificação
deles, pois a aplicação das regras jurídicas variará em função dessa
classificação que se faz. Vejamos ela:
Móveis e imóveis
A noção de bens imóveis está no art. 79 do CC/2002: o
solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou
artificialmente. Igualmente, ainda que não sejam, na
Cesar Fiúza (Direito Civil: curso completo, 18ª ed., p. 237) categoriza os bens
imóveis em quatro:
1.ª bens imóveis por sua natureza. São o solo e suas adjacências naturais,
compreendendo as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo;
2.ª bens imóveis por acessão física. É tudo aquilo que o homem incorpora
permanentemente ao solo, como sementes e edifícios;
3.ª bens imóveis por acessão intelectual. É tudo aquilo que se mantém intencionalmente
no imóvel para sua exploração, aformoseamento ou comodidade. A categoria dos bens
imóveis por acessão intelectual foi retirada do Código, que a substituiu pela categoria das
pertenças.
4.ª bens imóveis por força de lei. São aqueles que, por sua própria natureza, não se
podem classificar como móveis ou imóveis. Nessa categoria se incluem os direitos reais
sobre imóveis e as ações que os asseguram, além do direito à sucessão aberta.
PGE/AC – 2014
37 - Consideram-se bens móveis:
(A) o que for artificialmente incorporado ao solo.
(B) as ações que versarem sobre bens imóveis.
(C) os materiais destinados a uma construção enquanto não forem
utilizados.
PGE/AM – 2010
53. São imóveis por definição legal
(A) somente os bens móveis pertencentes à herança, enquanto não for
partilhada.
(B) o direito à sucessão aberta e os direitos reais sobre bens imóveis.
(C) somente os direitos reais sobre bens imóveis e as ações que os
asseguram.
(D) tudo quanto se incorpora natural ou artificialmente ao solo.
(E) os materiais separados de um prédio para nele ou em outro prédio
serem reempregados.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois, segundo o art. 80, inc. II, somente o “o
direito à sucessão aberta” se considera imóvel, mas os bens móveis da herança
não perdem a característica de imóveis.
A alternativa B está correta, já que também são consideradas bens imóveis os
direitos à sucessão aberta e os direitos que tratam de bens imóveis , na dicção
do art. 80, incs. I e II (“Consideram-se imóveis para os efeitos legais os direitos
reais sobre imóveis e as ações que os asseguram e o direito à sucessão
aberta”).
A alternativa C está incorreta, novamente, pela dicção do inc. II do art. 80,
que inclui no rol dos bens imóveis também o direito à sucessão aberta.
Fungíveis e infungíveis
Na dicção do art. 85 do CC/2002, são fungíveis os móveis que podem
substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
Infungíveis, portanto, serão aqueles que, ao contrário, possuem peculiaridades
próprias que os tornam únicos, insubstituíveis.
Consumíveis e inconsumíveis
São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da
própria substância, sendo também considerados tais os destinados à
alienação, segundo leciona o art. 86. Inconsumíveis, consequentemente,
aqueles cuja fruição os mantém hígidos, sem destruição.
Divisíveis e indivisíveis
Os bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua
substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que
se destinam, consoante o art. 87 do CC/2002. Além disso, os bens
naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou
por vontade das partes (art. 88).
Singulares e coletivos
A regra do art. 89 do CC/2002 estabelece que são singulares os bens que,
embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos
demais. É o caso, por exemplo, de uma árvore frutífera ou de uma garrafa de
refrigerante.
Coletivos serão os bens singulares – iguais ou diferentes – reunidos em um
todo. Passa-se a considerar o todo, ainda que não desapareça a peculiaridade
individual de cada um. É o caso de um pomar de árvores frutíferas ou de um
carregamento de garrafas de refrigerante.
Nesse sentido, inclui-se a universalidade de fato, que constitui a pluralidade
de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação
unitária, conforme o art. 90. É o caso de uma biblioteca que, apesar de poder
ser compreendida através de cada um dos livros, constitui uma destinação
unitária, um todo maior.
Já a universalidade de direito, como o nome diz, não constitui uma
totalidade na prática. Porém, para efeito do Direito, determinado o complexo de
relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico, constitui uma
PGE/MA – 2003
36. Constitui universalidade de fato
(A) o conjunto de bens que, embora reunidos, consideram-se de per si,
independentemente dos demais.
(B) o complexo de relação jurídicas de uma pessoa, dotado de valor
econômico.
(C) a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa,
tenham destinação unitária.
(D) a pluralidade de bens que não podem ser objeto de relações jurídicas
próprias, devendo sempre ser alienados como um todo.
(E) a construção feita sobre terreno alheio e que passa a pertencer ao
proprietário deste.
Comentários
A alternativa A está incorreta, já que essa é a definição do bem singular (“ Art .
89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si,
independentemente dos demais.”). Veja que a própria noção (se consideram
independentemente dos demais) contraria a noção de universalidade
(destinação unitária).
A alternativa B está incorreta, dado que essa é a definição de universalidade
de direito (“Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações
jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.”).
A alternativa C está correta, conforme a literalidade do art. 90: “Constitui
universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à
mesma pessoa, tenham destinação unitária.”
A alternativa D está incorreta, porque contraria expressamente a previsão do
art. 90, parágrafo único, que permite que os bens que formam essa
universalidade possam ser objeto de relações jurídicas próprias.
A alternativa E está incorreta, por estar contida no conceito de acessão por
plantação ou construção (conforme art. 1.248, inc. V), melhor desenvolvida no
tópico do direito das coisas, algumas aulas ainda à frente.
Principais e acessórios
Segundo o art. 92 do CC/2002, principal é o bem que existe sobre si,
abstrata ou concretamente. Exemplo é o solo, ou um veículo automotor. Já o
1. Frutos
São os bens que se derivam periodicamente do bem principal, sem que
ele se destrua, ainda que parcialmente, como, por exemplo, as frutas de uma
árvore ou o aluguel de um imóvel. O art. 95 do CC/2002 estabelece que, apesar
de ainda não separados do bem principal, os frutos podem ser objeto de
negócio jurídico.
2. Produtos
Ao contrário dos frutos, sua obtenção significa redução do valor do bem,
pois não são produzidos periodicamente, como, por exemplo, a madeira da
árvore ou o petróleo de um campo. O art. 95 do CC/2002 estabelece que,
apesar de ainda não separados do bem principal, os produtos podem ser objet o
de negócio jurídico.
3. Benfeitorias
São acréscimos realizados num bem preexistente,
com diversas finalidades. Segundo o art. 96, as
benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que
não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais
agradável ou sejam de elevado valor, como, exemplificativamente, uma
piscina residencial ou uma estátua de mármore colocada na entrada da casa.
4. Acessões
Diferentemente das benfeitorias, as acessões não agregam alguma coisa a
algo preexistente, elas são criações – naturais ou artificiais – de bens. É
5. Pertenças
Segundo dispõe o art. 93, são pertenças os bens que, não constituindo
partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço
ou ao aformoseamento de outro. É o caso, por exemplo, de um rádio
destacável do veículo ou de um piano numa casa.
Em regra, o negócio estipulado entre as partes não abrange as pertenças, salvo
se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das
circunstâncias do caso, segundo o art. 94 do CC/2002.
6. Partes integrantes
São bens acessórios que se ligam de tal modo ao principal, que sua
remoção tornaria o bem principal incompleto. É o caso de uma torneira
numa casa ou das rodas e pneus de um veículo. Lendo os arts. 93 e 94 em
reverso, chagamos à conclusão de que as partes integrantes seguem a coisa
principal.
PGE/RS – 2015
QUESTÃO 71 – Assinale a alternativa INCORRETA.
A) Trata-se de universalidade de direito o complexo das relações jurídic as
dotadas de valor econômico.
B) Bens naturalmente divisíveis são aqueles passíveis de fracionamento,
muito embora possam se tornar indivisíveis por vontade das partes.
C) Salvo se o contrário resultar da lei, quando relacionados ao bem
principal, os negócios jurídicos não abrangem as pertenças.
D) Readquirem a qualidade de bens móveis os provenientes da demoliç ão
de algum prédio.
E) São pertenças os bens que, constituindo partes int egrantes, se destinam
ao aformoseamento de outro.
Comentários
A alternativa A está correta, conforme literal disposição do art. 91: “Constitui
universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa,
dotadas de valor econômico.”
A alternativa B está correta, pois o art. 87 estabelece que “Bens divisíveis s ão
os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição
considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.” Porém, o art . 88
estabelece que “Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis
por determinação da lei ou por vontade das partes.”
A alternativa C está correta, novamente por expressa previsão do art. 94: “Os
negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as
pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vont ade, ou
das circunstâncias do caso”.
A alternativa D está correta, segundo dicção do art. 84: “Os materiais
destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam
sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da
demolição de algum prédio.”
A alternativa E está incorreta, pois as pertenças não constituem partes
integrantes. Partes integrantes são partes integrantes e pertenças são
pertenças, não se confundindo. Vide, novamente, o art. 93: “São pertenças os
bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo
duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.”
Públicos e privados
São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas
jurídicas de direito público interno, segundo o art. 98 do CC/2002. Nesse
sentido, constituem bens públicos, na dicção do art. 99:
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou
estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os
de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público,
como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
PGE/RS – 2015
Questões
Questões sem comentários
PGM/SP – 2014
62. Acerca das regras de domicílio estabelecidas pelo Código Civil de 2002,
assinale a alternativa correta.
(A) As pessoas jurídicas de direito público interno possuem domic ílio fixo,
na capital do país.
(B) O incapaz possui domicílio próprio e facultati vo, independendo do
domicílio de seu representante ou assistente.
(C) No atual sistema não se admite a pluralidade de domicílios para a
pessoa física.
(D) O servidor público possui domicílio necessário, sendo o local onde
exerce permanentemente suas funções.
(E) A pessoa jurídica que conta com mais de um estabelecimento tem
domicílio exclusivo em sua sede.
PGM/SP – 2014
65. Assinale a alternativa correta acerca da responsabilidade patrimonial
da pessoa jurídica, de seus sócios e administradores.
(A) O Código Civil de 2002 adotou a teoria menor da desconsideração da
personalidade jurídica.
(B) A desconsideração da personalidade jurídica afasta o princípio da
subsidiariedade da responsabilidade dos sócios, admitindo-se a c ons t riç ão
dos bens particulares deste, ainda que a sociedade possua patrimônio.
(C) No âmbito da relação cível, aplica-se a desconsideração da
personalidade jurídica sempre que a personalidade for obstáculo ao
ressarcimento de prejuízos causados aos credores.
(D) Para que seja decretada a desconsideração da personalidade jurídica
em razão de confusão patrimonial, é necessária a comprovação de que a
confusão se deu com o objetivo de fraudar credores.
(E) A responsabilidade dos administradores por culpa no desempenho de
suas funções independe de desconsideração da personalidade jurídica.
PGE/AC – 2014
36 – Não são pessoas jurídicas de direito privado:
(A) as associações.
(B) os partidos políticos.
(C) as sociedades de economia mista.
(D) as autarquias.
PGE/AC – 2014
37 - Consideram-se bens móveis:
(A) o que for artificialmente incorporado ao solo.
(B) as ações que versarem sobre bens imóveis.
(C) os materiais destinados a uma construção enquanto não forem
utilizados.
(D) os materiais provisoriamente separados de um prédio para nele se
reempregarem.
PGE/AM – 2010
53. São imóveis por definição legal
(A) somente os bens móveis pertencentes à herança, enquanto não for
partilhada.
(B) o direito à sucessão aberta e os direitos reais sobre bens imóveis.
(C) somente os direitos reais sobre bens imóveis e as ações que os
asseguram.
(D) tudo quanto se incorpora natural ou artificialmente ao solo.
(E) os materiais separados de um prédio para nele ou em outro prédio
serem reempregados.
PGE/MA – 2003
32. São relativamente incapazes
(A) os pródigos e os que por causa transitória não puderem exprimir sua
vontade.
PGE/MA – 2003
33. Poderão os interessados requerer a sucessão definitiva do ausente
(A) dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a
abertura da sucessão provisória.
(B) somente quando o ausente contar oitenta anos de idade e que de cinc o
anos antes datem suas últimas notícias ou vinte anos depois de passada
em julgado a sentença que concedeu a sucessão provisória.
(C) apenas se ficar provada sua morte.
(D) dez anos após a arrecadação de seus bens ou se o ausente contar
oitenta anos de idade e de cinco anos antes forem suas últimas notícias.
(E) somente depois de quinze anos de seu desaparecimento, ou s e c ont ar
setenta anos de idade e de cinco anos antes forem suas últimas notícias.
PGE/MA – 2003
36. Constitui universalidade de fato
(A) o conjunto de bens que, embora reunidos, consideram-se de per si,
independentemente dos demais.
(B) o complexo de relação jurídicas de uma pessoa, dotado de valor
econômico.
(C) a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa,
tenham destinação unitária.
(D) a pluralidade de bens que não podem ser objeto de relações jurídicas
próprias, devendo sempre ser alienados como um todo.
(E) a construção feita sobre terreno alheio e que passa a pertencer ao
proprietário deste.
PGE/MT – 2011
PGE/PA – 2012
61. Analise as proposições a seguir:
III - A emancipação judicial não prescinde da exigênc ia de idade mínima,
estando sujeita a registro público de caráter constitutivo da capac idade do
emancipado.
PGE/PR – 2015
73. Assinale a alternativa CORRETA em relação à temática da pessoa
jurídica.
A) A desconsideração da personalidade jurídica é admitida sempre que a
pessoa jurídica seja utilizada para fins fraudulentos ou diversos daqueles
para os quais foi constituída e equivale à sua desconstituição para todos os
efeitos.
B) Os bens dominicais integrantes do patrimônio das pessoa s jurídic as de
direito público não podem ser adquiridos por usucapião nem alienados.
C) Ao admitir que se aplica às pessoas jurídicas a proteção aos direit os da
personalidade, o ordenamento jurídico o faz em total simetria com a
proteção da personalidade humana.
D) A desconsideração inversa da pessoa jurídica dá-se quando s e at ingem
bens da pessoa jurídica para solver dívidas de seus sócios. Esse proceder é
expressamente vedado pelo ordenamento jurídico brasileiro porque
proporciona prejuízo aos demais participantes da sociedade.
E) As associações públicas são pessoas jurídicas de direito público
formadas por entes da Federação que se consorciam para realização de
objetivos que consagrem interesses comuns. Uma vez constituídas, as
associações públicas passam a integrar a Administração Pública indireta de
todos os entes federativos que participaram de sua formação.
PGE/RS – 2015
PGE/RS – 2015
35 – Assinale a alternativa correta.
A) De acordo com o Código Civil, são bens públicos aqueles pertencentes
às pessoas jurídicas integrantes da Administração Pública.
B) Os bens públicos de uso comum, de uso especial e dominicais são
insuscetíveis de alienação.
C) Os bens pertencentes às empresas estatais prestadoras de serviços
públicos em regime de exclusividade são impenhoráveis, se a lei assim
determinar.
D) Os bens públicos podem ser adquiridos por usucapião urbano, desde
que não estejam afetados a serviço público.
E) Os bens públicos imóveis podem ser gravados com hipoteca, des de que
em garantia de dívidas da Fazenda Pública com credores públicos.
PGE/MA – 2003
34. Constituída uma fundação de direito privado por negócio jurídi c o ent re
vivos,
(A) o instituidor não precisará fazer a dotação de bens desde logo,
podendo reservar-se para fazê-la por testamento.
(B) o instituidor, necessariamente, declarará no mesmo instrumento a
maneira de administrá-la.
PGE/MA – 2003
35. A desconsideração da pessoa jurídica para que os efeitos de certas
relações de obrigações sejam estendidas aos bens particulares de seus
administradores ou sócios é ato
(A) privativo do Ministério Público, a bem da Fazenda pública ou de
incapazes.
(B) que o Juiz pode praticar sempre de ofício verificadas as causas legais.
(C) do Juiz ou de autoridade administrativa incumbida da administração
fazendária.
(D) praticado sob responsabilidade exclusiva da parte, cabendo ao Juiz
apenas determinar a penhora dos bens.
(E) do Juiz a requerimento da parte ou do Ministério Público quando lhe
couber intervir no processo.
PGE/MG – 2012
36. Assinale, dentre as alternativas abaixo, qual se refere a bem imóvel:
a) os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes
b) os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações
c) as energias que tenham valor econômico
d) o direito à sucessão aberta
e) os bens suscetíveis de movimento próprio ou de remoção por força
alheia, sem alteração da substância ou destinação econômico-social
PGE/MT – 2011
34. São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer
(A) os menores de dezesseis anos.
(B) os pródigos, ainda que casados.
(C) os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua
vontade.
(D) os maiores de dezesseis anos e menores de dezoito anos, ainda que
casados.
(E) os maiores de dezesseis e menores de vinte e um anos.
PGE/PI – 2014
18. A respeito da pessoa natural, da pessoa jurídica e dos bens, ass inale a
opção correta.
A) A vontade humana não constitui elemento da personificação da pes s oa
jurídica.
B) O atual Código Civil adotou a teoria ultra vires como regra; assim, a
pessoa jurídica sempre responde pelos atos que seus administradores
praticarem com excesso dos poderes conferidos a eles pelos atos
constitutivos.
C) O direito à sucessão aberta é bem móvel por determinação legal.
D) Atento ao princípio da dignidade da pessoa, o Código Civil em vigor
exige, para a aquisição da personalidade, que o sujeito tenha vida viável,
forma humana e condição social.
E) Comoriência corresponde à simultaneidade do falecimento de duas ou
mais pessoas, sendo impossível determinar-se qual delas morreu primeiro.
Nesse contexto, é dispensável que as mortes decorram do mes mo event o
fático, sendo essencial apenas o momento dos óbitos.
PGE/PI – 2008
30. Em relação aos bens jurídicos, assinale a opção correta.
A O direito à sucessão aberta é considerado como bem imóvel, ainda que a
herança seja formada por bens móveis ou abranja apenas direitos
pessoais.
B São pertenças os bens acessórios que se incorporam ao bem principal
para que este atinja suas finalidades. Os negócios jurídicos que dizem
respeito ao bem principal abrangem as pertenças, pois essas não podem
ser negociadas autonomamente.
C Infungíveis são os bens móveis que não se identificam pela sua
individualidade, mas pela quantidade. Por isso, podem ser frac ionados em
partes distintas, sem alteração de suas qualidades essenciais e sem
prejuízo ao uso a que se destinam.
D Bens móveis por antecipação são aqueles que eram imóveis, mas que
foram mobilizados por uma intervenção humana. Essa mudança de
natureza, no entanto, não dispensa os requisitos para a transmissão da
propriedade imóvel.
E Os bens dominicais são bens públicos disponíveis à utilização direta e
imediata do povo ou dos usuários de serviços, não se submetendo a
qualquer tipo de discriminação ou fruição.
PGE/PR – 2015
77. Assinale a alternativa CORRETA.
A) A emancipação do menor com 16 anos completos, concedida por ambos
os pais por escritura pública, depende, para a sua validade, de
homologação judicial.
B) A atuação do mandatário que age extrapolando os limites da procuração
que lhe foi outorgada é inválida e não produz quaisquer efeitos jurídicos.
C) Os efeitos da declaração de nulidade do negócio jurídico retroagem ao
momento da sua celebração, sendo que ele nunca convalesce, não pode
ser confirmado e nem ratificado. Poderá, todavia, subsistir convertido em
outro negócio jurídico cujos requisitos de validade estiverem present es , s e
atingir o fim visado pelas partes.
D) A relativa incapacidade do menor entre 16 e 18 anos autoriza-o a
invocar a anulabilidade de negócio jurídico realizado sem assistência,
mesmo que tenha se declarado maior no momento de sua celebração.
E) A fixação de condição resolutiva física ou juridicamente impossível
invalida todo o negócio jurídico.
PGE/PR – 2011
49. Não é hipótese de cessação da incapacidade para os menores:
a) a concessão dos pais, se o menor tiver pelo menos 14 anos de idade;
b) o casamento;
c) o exercício de emprego público efetivo;
d) a existência de relação de emprego em função da qual o menor, com 16
anos de idade, tenha economia própria;
e) a colação de grau em curso de ensino superior.
PGE/PR – 2011
55. No que se refere aos bens públicos, assinale a alternativa correta:
a) os bens dominicais constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de
direito público, constituindo-se objeto de direito real de cada uma delas;
b) a alienação dos bens públicos somente acontece quando houver
interesse social, independentemente de sua condição de uso pela
administração;
c) os bens públicos dominicais não podem ser alienados, tendo em vista
que potencialmente úteis à função pública;
d) se não houver disposição contrária de lei, consideram-se dominic ais os
bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha
dado estrutura de direito privado;
e) o uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído,
conforme for estabelecido por ato administrativo da entidade a que
pertencerem.
PGE/RS – 2015
70 – Em relação ao domicílio, conforme legislação vigente, analise as
seguintes assertivas:
I. Ressalvada hipótese de abandono, o domicílio do chefe de família
estende-se ao cônjuge e aos filhos não emancipados.
II. Exercendo profissões em locais diversos, cada um destes pode constituir
domicílio para as relações que lhes corresponderem.
III. O servidor público, o militar e o preso têm domicílio necessário, sendo,
respectivamente, o lugar onde exercem permanentemente suas funções,
onde servem e onde cumprem a sentença.
IV. Muda-se de domicílio pela alteração de localização do lugar,
independente da intenção da pessoa.
Quais estão corretas?
A) Apenas I e III.
B) Apenas I e IV.
C) Apenas II e III.
D) Apenas II e IV.
E) Apenas I, II e III.
PGE/RS – 2011
55 - Assinale a alternativa INCORRETA.
A) São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas
jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja
qual for a pessoa a que pertencerem.
B) Bens dominicais, porque desafetados de um interesse ou utilidade
pública, são passíveis de alienação e, portanto, também de usucapião.
C) O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído,
conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração
pertencerem.
D) Segundo jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, quando afetados
para a prestação de um serviço público, os bens de empresas públicas e de
sociedades de economia mista podem gozar dos privilégios dos bens
públicos, tal como, por exemplo, a impenhorabilidade.
E) Sobre bens públicos em espécie, no regime jurídico vigente, inexistem
águas públicas sob domínio dos Municípios; todas as águas públ ic as es t ão
ou sob domínio da União ou dos Estados ou do Distrito Federal.
PGE/RS – 2011
62 - Em se tratando de fundações, é correto afirmar que:
A) O Ministério Público fiscaliza as que forem públicas e não as privadas.
B) A sua instituição poderá ser feita por contrato particular se for fundaç ão
privada.
C) Se funcionarem em mais de um Estado, a fiscalização compete a cada
Ministério Público Estadual em que houver atividade.
D) A fiscalização do Ministério Público outorga-lhe o poder de fazer os
estatutos caso haja omissão do instituidor e desde que seja fundação
pública.
E) Caso haja insuficiência de bens para instituir a fundação, os que
existirem serão destinados ao Estado membro no qual ela teria sua
atividade principal.
PGE/RS – 2011
63 - Assinale a alternativa correta:
A) A universalidade de fato diferencia-se da de direito, pois, embora ambas
dependam de reconhecimento legal, a primeira precisa da vontade do
titular para instituí-la.
PGM/CURITIBA – 2015
65 - Depois de cinco dias de trabalho, as buscas pelo guarda municipal J.C.
(27 anos) e seu irmão M. (23 anos), desaparecidos em enxurrada durante
temporal que atingiu a capital, foram encerradas pelo corpo de bombeiros ,
conforme declaração do capitão Rodrigo Lima, que chefiou a operação.
Sobre a situação relatada, é correto afirmar que:
a) para a abertura da sucessão, é necessário processo judicial de jurisdição
voluntária, em que qualquer interessado ou o Ministério Público pode
pleitear a declaração judicial de ausência e a nomeação de curador(es)
para os bens dos ausentes, já que paira incerteza quanto ao paradeiro dos
irmãos.
b) a abertura da sucessão provisória só ocorrerá depois de transcorridos
dois anos da arrecadação dos bens dos falecidos e será convertida em
sucessão definitiva dez anos depois da abertura.
c) é dispensável a declaração de ausência, pois, mesmo sem cadáver, a
requerimento dos interessados, o juiz está autorizado a declarar a morte
presumida dos desaparecidos, ensejando, desde logo, a abertura da
sucessão definitiva.
d) a presunção decorrente da comoriência é no sentido de que, em se
tratando de simultaneidade de mortes entre irmãos, a morte do mais velho
precede a morte do mais novo.
e) do registro de sentença declaratória de morte presumida constará c omo
data do óbito a data de encerramento das buscas pelos desaparecidos.
PGM/CURITIBA – 2015
69 - Quanto aos bens públicos dominiais, identifique as afirmativas a seguir
como verdadeiras (V) ou falsas (F):
PGM/CURITIBA – 2015
73 - Quanto à desconsideração da pessoa jurídica, considere as s eguint es
afirmativas:
1. Permite-se ao magistrado, no caso concreto, a pedido da parte
interessada ou do Ministério Público, desconsiderar a personalidade da
empresa, fazendo cessar a sua autonomia patrimonial, tornando possível
atingir o patrimônio pessoal dos sócios, quando houver a prática de ato
irregular limitadamente aos administradores ou sócios que nela hajam
incorrido.
2. O Código Civil brasileiro de 2002 adota a chamada Teoria Menor da
Desconsideração da Pessoa Jurídica, que trata como tal toda e qualquer
hipótese de comprometimento do patrimônio pessoal do sócio por
obrigação da empresa. Fundamenta o seu cerne no simples prejuízo do
credor, para afastar a autonomia patrimonial da pessoa jurídica.
3. Não é possível desconsiderar a pessoa jurídica para responsabilizá -la por
obrigações assumidas pelos seus sócios quando estes atuaram
ostensivamente, ocultando os seus bens na sociedade ou des viando s eus
bens pessoais para ela, com prejuízo a terceiros.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
Gabaritos
PGM/SP – 2014
62. D
65. E
PGE/AC – 2014
36. D
37. C
PGE/AM – 2010
53. B
PGE/MA – 2013
32. A
33. A
36. C
PGE/MT – 2011
35. E
PGE/PA – 2012
61. Correto
PGE/PR – 2015
73. E
PGE/RS – 2015
71. E
35. C
PGE/MA – 2003
34. D
35. E
PGE/MG – 2012
36. D
PGE/MT – 2011
34. B
PGE/PI – 2014
18. E
PGE/PI – 2008
30. A
PGE/PR – 2015
77. C
PGE/PR – 2011
49. A
PGE/PR – 2011
55. D
PGE/RS – 2015
70. E
PGE/RS – 2011
55. B
62. C
63. D
PGM/Curitiba – 2015
65. C
69. A
73. A
PGM/SP – 2014
62. Acerca das regras de domicílio estabelecidas pelo Código Civil de 2002,
assinale a alternativa correta.
(A) As pessoas jurídicas de direito público interno possuem domic ílio fixo,
na capital do país.
(B) O incapaz possui domicílio próprio e facultativo, independendo do
domicílio de seu representante ou assistente.
(C) No atual sistema não se admite a pluralidade de domicílios para a
pessoa física.
(D) O servidor público possui domicílio necessário, sendo o local onde
exerce permanentemente suas funções.
(E) A pessoa jurídica que conta com mais de um estabelecimento tem
domicílio exclusivo em sua sede.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois, como vimos, o art. 75 estabelece que o
domicílio das pessoas jurídicas de direito público interno variará conforme o
ente federativo tratado. Seria, inclusive, incoerente estabelecer que o domicílio
de um pequeno Município do interior do Amazonas ou do extremo sul do Rio
Grande do Sul ficasse em Brasília.
PGM/SP – 2014
65. Assinale a alternativa correta acerca da responsabilidade patrimonial
da pessoa jurídica, de seus sócios e administradores.
(A) O Código Civil de 2002 adotou a teoria menor da desconsideração da
personalidade jurídica.
(B) A desconsideração da personalidade jurídica afasta o princípio da
subsidiariedade da responsabilidade dos sócios, admitindo-se a c ons t riç ão
dos bens particulares deste, ainda que a sociedade possua patrimônio.
(C) No âmbito da relação cível, aplica-se a desconsideração da
personalidade jurídica sempre que a personalidade for obstáculo ao
ressarcimento de prejuízos causados aos credores.
(D) Para que seja decretada a desconsideração da personalidade jurídica
em razão de confusão patrimonial, é necessária a comprovação de que a
confusão se deu com o objetivo de fraudar credores.
(E) A responsabilidade dos administradores por culpa no desempenho de
suas funções independe de desconsideração da personalidade jurídica.
Comentários
A alternativa A está incorreta, já que o art. 50 do CC/2002, segundo a
doutrina e a jurisprudência, adota a chamada “Teoria Maior”, cujos requisitos
são o abuso da personalidade jurídico somado ao desvio de finalidade/confus ão
patrimonial.
A alternativa B está incorreta. Veja-se que, num Juízo de plausibilidade já é
possível descartar essa hipótese. Se a sociedade tem patrimônio suficiente para
arcar com o débito, por que eu, credor, iria pedir a desconsideração, que é um
processo mais difícil, custoso e demorado? Por isso, não se fala em alteração da
subsidiariedade da responsabilidade, ainda que a personalidade jurídica tenha
sido desconsiderada.
A alternativa C está incorreta, pois, mais uma vez, não basta que ela s eja um
obstáculo ao ressarcimento, já que, em determinadas hipóteses, a sociedade
“quebra” e os credor ficam sem o crédito, sem maiores repercussões. O art . 50
exige dois requisitos: o abuso da personalidade jurídico somado ao desvio de
finalidade/confusão patrimonial. Mesmo havendo prejuízo, se não tivermos a
reunião desses requisitos, não se pode falar em desconsideração.
A alternativa D está incorreta, pois, novamente, o requisito de confusão
patrimonial é objetivo, bastando demonstrá-lo, sem que se procure trazer a
razão pela qual isso ocorreu (se com intuito fraudatório ou não).
A alternativa E está correta, conforme estabelece o art. 1.016 do CC/2002:
“Os administradores respondem solidariamente perante a sociedade e os
terceiros prejudicados, por culpa no desempenho de suas funções ”. A
desconsideração é independente da responsabilidade pela administração; são
duas situações completamente diferentes.
PGE/AC – 2014
36 – Não são pessoas jurídicas de direito privado:
(A) as associações.
(B) os partidos políticos.
(C) as sociedades de economia mista.
(D) as autarquias.
Comentários
Essa era uma questões bem decoreba. Ela poderia confundir um pouco mais em
relação ao item C, já que a sociedade de economia mista é titularizada, em
larga medida, pelo Estado, o que dá a ela um ar “público”.
A alternativa A está incorreta, segundo o art. 44, inc. I.
A alternativa B está incorreta, segundo o art. 44, inc. V.
A alternativa C está incorreta, segundo o art. 5º, inc. III do Decreto-Lei
20/1967;
A alternativa D está correta, conforme o art. 41, inc. IV.
PGE/AC – 2014
37 - Consideram-se bens móveis:
(A) o que for artificialmente incorporado ao solo.
(B) as ações que versarem sobre bens imóveis.
PGE/AM – 2010
53. São imóveis por definição legal
(A) somente os bens móveis pertencentes à herança, enquanto não for
partilhada.
(B) o direito à sucessão aberta e os direitos reais sobre bens imóveis.
(C) somente os direitos reais sobre bens imóveis e as ações que os
asseguram.
(D) tudo quanto se incorpora natural ou artificialmente ao solo.
(E) os materiais separados de um prédio para nele ou em outro prédio
serem reempregados.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois, segundo o art. 80, inc. II, somente o “o
direito à sucessão aberta” se considera imóvel, mas os bens móveis da herança
não perdem a característica de imóveis.
A alternativa B está correta, já que também são consideradas bens imóveis os
direitos à sucessão aberta e os direitos que tratam de bens imóveis , na dicção
do art. 80, incs. I e II (“Consideram-se imóveis para os efeitos legais os direitos
reais sobre imóveis e as ações que os asseguram e o direito à sucessão
aberta”).
PGE/MA – 2003
32. São relativamente incapazes
(A) os pródigos e os que por causa transitória não puderem exprimir sua
vontade.
(B) os ébrios habituais e os excepcionais sem desenvolvimento mental
completo.
(C) os menores entre dezesseis e vinte e um anos.
(D) os que por enfermidade ou deficiência mental não tiverem o necessário
discernimento para a prática dos atos da vida civil.
(E) os silvícolas e os ausentes.
Comentários
Como essa questão é anterior ao Estatuto da Pessoa com Deficiência, há
mudanças em sua análise. Farei a correção e os comentários com base na
lei atualizada!
A alternativa A está correta, pois, segundo o art. 4º, inc. IV, os pródigos são
relativamente capazes. Igualmente, segundo o inc. III desse artigo, com a
redação dada pelo Estatuto, “aqueles que, por causa transitória ou permanente,
não puderem exprimir sua vontade” são igualmente relativamente incapazes.
A alternativa B está incorreta, já que, pelo novo art. 4º, inc. II, apesar de os
ébrios habituais e viciados em tóxicos serem relativamente capazes, os
excepcionais ganharam status de capacidade plena, com algumas
características peculiares a serem observadas, com a revogação do inc. III.
A alternativa C está incorreta, dado que é relativamente incapaz o menor
entre 16 e 18 anos desde a edição do CC/2002, segundo o art. 4º, inc. I.
A alternativa D está incorreta, pois “os que por enfermidade ou deficiência
mental não tiverem o necessário discernimento para a prática dos at os da vida
civil” não são mais nem absoluta nem relativamente capazes.
A alternativa E está duplamente incorreta, pois a capacidade dos indígenas é
regida por lei especial, segundo o art. 4º, parágrafo único e a ausência não é
causa de incapacitação, sequer estando prevista nos arts. 3º e/ou 4º.
PGE/MA – 2003
33. Poderão os interessados requerer a sucessão definitiva do ausente
(A) dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a
abertura da sucessão provisória.
(B) somente quando o ausente contar oitenta anos de idade e que de cinc o
anos antes datem suas últimas notícias ou vinte anos depois de passada
em julgado a sentença que concedeu a sucessão provisória.
(C) apenas se ficar provada sua morte.
(D) dez anos após a arrecadação de seus bens ou se o ausente contar
oitenta anos de idade e de cinco anos antes forem suas últimas notícias.
(E) somente depois de quinze anos de seu desaparecimento, ou s e c ont ar
setenta anos de idade e de cinco anos antes forem suas últimas notícias.
Comentários
A alternativa A está correta, por expressa previsão do art. 37: “Dez anos
depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da s uces s ão
provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva ”.
A alternativa B está incorreta, já que segundo o art. 38, “pode-se requerer a
sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de
idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.” Não, porém, 20 anos
depois da sucessão provisória, mas 10 anos, como dito no tópico acima.
A alternativa C está incorreta, pois mesmo a presunção de morte autoriza a
abertura da sucessão provisória e, subsequentemente, a sucessão definitiva;
igualmente na ausência, sem que se prove a morte da pessoa.
A alternativa D está incorreta, pois o prazo de 10 anos conta-se do trânsito
em julgado da sentença de abertura da sucessão provisória. A arrecadação dos
bens ocorrerá, segundo o art. 28, §2º, depois de 30 dias depois do trâns it o em
julgado da sentença que manda abrir a sucessão provisória.
A alternativa E está duplamente incorreta. Como vimos, o prazo para a
sucessão definitiva, que é de 10 anos, conta-se do trânsito em julgado da
abertura da sucessão provisória, independentemente do tempo do
desaparecimento da pessoa, que pode ser maior ou menor que esse. Segundo,
permite-se o mesmo quando a pessoa contar com 80 e não 75 anos de idade.
PGE/MA – 2003
36. Constitui universalidade de fato
(A) o conjunto de bens que, embora reunidos, consideram-se de per si,
independentemente dos demais.
(B) o complexo de relação jurídicas de uma pessoa, dotado de valor
econômico.
PGE/MT – 2011
35. O registro da pessoa jurídica no órgão competente tem eficácia
(A) resolutiva.
(B) declaratória.
(C) rescisória.
(D) discriminatória.
(E) constitutiva.
Comentários
Em realidade, a resolução dessa questão não demanda análise detalhada de
cada um dos itens. Como dissemos acima, o registro serve para “criar” a pessoa
jurídica. Qual o sinônimo de “criar”? Constituir! Logo, a alternativa E está
correta.
O registro não resolverá (“acabará, destruirá”), não declarará (se fosse
“declarar” a pessoa jurídica, ela já deveria existir previamente, mas ela só
PGE/PA – 2012
61. Analise as proposições a seguir:
III - A emancipação judicial não prescinde da exigênc ia de idade mínima,
estando sujeita a registro público de caráter constitutivo da capac idade do
emancipado.
Comentários
A questão era mais ampla, contando com tópicos que traremos adiante, pelo
que vou focar no item III, que está correto.
A emancipação por intervenção judicial necessita de idade mínima de 16 anos ,
segundo o art. 5º, inc. I (“Cessará, para os menores, a incapacidade pela
concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento
público, independentemente de homologação judicial, ou por sent enç a do juiz,
ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos”).
Há casos em que a emancipação ocorrerá antes dos 16 anos, mas pelo
casamento, e não por decisão judicial (“Art. 1.520. Excepcionalmente, será
permitido o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil, para evitar
imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez.”), em
conformidade com o art. 5º, parágrafo único, inc. II (“Cessará, para os
menores, a incapacidade pelo casamento”).
O registro terá o condão de constituir a capacidade, por leitura do Enunciado
397 do CJF (“Art. 5º. A emancipação por concessão dos pais ou por sentença do
juiz está sujeita a desconstituição por vício de vontade.”)
PGE/PR – 2015
73. Assinale a alternativa CORRETA em relação à temática da pessoa
jurídica.
A) A desconsideração da personalidade jurídica é admitida sempre que a
pessoa jurídica seja utilizada para fins fraudulentos ou diversos daqueles
para os quais foi constituída e equivale à sua desconstituição para todos os
efeitos.
B) Os bens dominicais integrantes do patrimônio das pessoas jurídic as de
direito público não podem ser adquiridos por usucapião nem alienados.
C) Ao admitir que se aplica às pessoas jurídicas a proteção aos direit os da
personalidade, o ordenamento jurídico o faz em total simetria com a
proteção da personalidade humana.
D) A desconsideração inversa da pessoa jurídica dá-se quando s e at ingem
bens da pessoa jurídica para solver dívidas de seus sócios. Esse proceder é
PGE/RS – 2015
QUESTÃO 71 – Assinale a alternativa INCORRETA.
A) Trata-se de universalidade de direito o complexo das relações jurídic as
dotadas de valor econômico.
B) Bens naturalmente divisíveis são aqueles passíveis de fracionamento,
muito embora possam se tornar indivisíveis por vontade das partes.
C) Salvo se o contrário resultar da lei, quando relacionados ao bem
principal, os negócios jurídicos não abrangem as pertenças.
D) Readquirem a qualidade de bens móveis os provenientes da demoliç ão
de algum prédio.
E) São pertenças os bens que, constituindo partes integrantes, se destinam
ao aformoseamento de outro.
Comentários
PGE/RS – 2015
35 – Assinale a alternativa correta.
A) De acordo com o Código Civil, são bens públicos aqueles pertencentes
às pessoas jurídicas integrantes da Administração Pública.
B) Os bens públicos de uso comum, de uso especial e dominicais são
insuscetíveis de alienação.
C) Os bens pertencentes às empresas estatais prestadoras de serviços
públicos em regime de exclusividade são impenhoráveis, se a lei assim
determinar.
D) Os bens públicos podem ser adquiridos por usucapião urbano, desde
que não estejam afetados a serviço público.
E) Os bens públicos imóveis podem ser gravados com hipoteca, des de que
em garantia de dívidas da Fazenda Pública com credores públicos.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois de acordo com o art. 98, “São públicos os
bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público
interno”. Há aqui, uma distinção, que você verá melhor em Direito
Administrativo, decorrente do bem público X bem estatal. Há autores que
consideram que os bens da Administração Indireta não se i ncluem nos bens
Legislação pertinente
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a
que se tenha dado estrutura de direito privado, regem -se, no que couber, quanto ao seu
funcionamento, pelas normas deste Código.
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.
Considerações Finais
Chegamos ao final da aula inaugural! Vimos uma pequena parte da matéria,
que corresponde apenas aos dois primeiros livros da Parte Geral do CC/2002.
Esse é um pontapé inicial bastante importante, pois a compreensão desses
temas amplos facilita sua vida quando chegar aos livros especiais.
No entanto, mesmo que sejam temas mais genéricos, são assuntos bastante
exigidos nas provas da 1ª Fase, como deixei bem claro no início da aula. Na
verdade, com as modificações realizadas pela Lei 13.146/2015, o
Estatuto da Pessoa com Deficiência, é muito provável que o examinador
cobre alguma coisa nesse sentido. Vimos que há, inclusive, algumas
pegadinhas que podem te trazer problemas se você não prestar atenção, por
isso, todo cuidado é pouco! Podemos esperar questões que envolvam o
Estatuto na 1ª Fase da PGE/SP!
Na próxima aula daremos continuidade à Parte Geral do CC/2002, agora com os
fatos jurídicos. Será uma aula mais teórica e um tanto mais pesada, porém
muito importante, pois traremos os conceitos básicos da matéria que
subsidiarão nossos estudos ao longo de todo o curso.
Além disso, esse tópico é responsável, sozinho, por numerosas questões d as
últimas provas de PGEs, PGFN, PGMs e PGRs.
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou
disponível no fórum no Curso, por e-mail e, inclusive, pelo Facebook.
Aguardo vocês na próxima aula. Até lá!
Paulo H M Sousa
prof.paulosousa@yahoo.com.br
https://www.facebook.com/PauloHenriqueSousa