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Resumo da Aula Prática n◦ 5 de Biologia do Desenvolvimento

Tema:

Mecanismos de diferenciação celular

Nomes dos discentes: Adília Tembe, Helena Macamo, Marlon Vaz, Naira Novela, Tifane Zunguze
Curso: ECBT

Nome do docente responsável pela aula prática: dra. Irina Mendes

Nome do monitor: Izilda Matimba

Data de entrega: 25/11/21

Mecanismos de diferenciação celular

A evolução das espécies, ao longo de milhares de gerações, permitiu que organismos


simples, unicelulares, se tornassem seres compostos por um número elevado de células,
ou seja, serem multicelulares. A partir de uma célula precursora primordial proveniente
de um brotamento ou após fecundação, ocorre intensa proliferação celular e o processo
de diferenciação celular, o qual permite a especialização celular (De Sá et al., 2014).

A diferenciação celular, originando-se da ativação gênica diferencial, permite que as


células assumam funções diferentes, a despeito de terem genomas idênticos (Reece et
al., 2015)

Segundo Junqueira e Carneiro (2012), a diferenciação celular será mais bem


compreendida considerando-se que cada célula é dotada de duas características: a
diferenciação e a potencialidade. Diferenciação é o grau de especialização da célula,
enquanto que a potencialidade é a capacidade que a célula tem de originar outros tipos
celulares. Em qualquer célula, quanto maior for a potencialidade, menor será a
diferenciação, e vice-versa.
Figura 1. As células do embrião se diferenciam nos três folhetos embrionários (ectoderma, mesoderma e
endoderma), a partir dos quais serão formados todos os tecidos que compõem o corpo. À medida que
uma célula se diferencia, sua potencialidade diminui proporcionalmente (Junqueira e Carneiro, 2012).

O primeiro instante em que podemos observar o compromisso das células embrionárias


com um programa de diferenciação é durante a gastrulação, que ocorre logo após a
clivagem (Alberts et al., 2010).

De acordo com Junqueira e Carneiro (2012), logo após a fertilização o embrião sofre
divisões mitóticas sucessivas (para aumentar o número de células que compõem o
embrião) em grande velocidade no processo conhecido como clivagem. Para acelerar
este processo, as mitoses são abreviadas por meio da omissão das fases G1 e G2 (fases
nas quais ocorre intensa síntese de RNA e proteína, resultando no crescimento da massa
celular). Ao final da clivagem, o volume total do embrião não é alterado apesar de o
número de células ser significativamente maior.

Uma vez acumulado um número suficiente de células, inicia-se a gastrulação, que é o


processo de mudança na forma embrionária caracterizada por movimentos celulares
intensos resultando na definição dos três folhetos embrionários: ectoderma, mesoderma
e endoderma (Montanari, 2019).
Neste estágio, o embrião é conhecido como gástrula. Na gastrulação, com o início da
transcrição a partir do genoma zigótico, tanto o genoma materno quanto o paterno
passam a contribuir para o perfil protéico das células embrionárias (Montanari, 2019).

Segundo Moore et al. (2016), os rearranjos celulares da gastrulação e o início do


controle zigótico de transcrição gênica são eventos essenciais para a diferenciação
celular. Junqueira e Carneiro (2012) entram de acordo com estes autores quando dizem
que o rearranjo celular posiciona células nos microambientes que irão definir o
programa de diferenciação que cada célula deve seguir. O microambiente celular é
extremamente importante para a definição do tecido, processo que ocorre nas fases
iniciais da diferenciação.

O processo de rearranjo celular embrionário é conhecido como morfogénese. Participam


deste processo macromoléculas intracelulares e da matriz extracelular. As modificações
na forma das células dependem do citoesqueleto, existindo diversas moléculas
sinalizadoras extracelulares que estimulam alterações do citoesqueleto. Moléculas da
matriz extracelular interagem com receptores da membrana das células, ativando a
fosforilação em cadeia de diversas quinases proteicas intracelulares que irão agir sobre o
citoesqueleto (Junqueira e Carneiro, 2012).

Ainda de acordo com Junqueira e Carneiro (2012), é também por interação com
macromoléculas da matriz extracelular que as células migram, geralmente em pequenos
grupos. Assim, na vida embrionária existe intensa comunicação entre as células, e entre
estas e a matriz extracelular, para coordenar a organização do corpo do embrião.

O processo de diferenciação celular é importante para a constituição do embrião


humano em todas suas particularidades. As "células-tronco" tem potencial para tornar-
se quaisquer outras células, suas especializações, portanto, são fundamentais para a
composição corporal (Reece et al., 2015).
Referências bibliográficas

Alberts, B., Johnson.A., Lewis.J., Morgan.D., Raff.M., Roberts.K., Walter.P., J. Wilson,


T. Hunt (2010). Biologia Molecular da Célula, 5a ed., 1396pp., Porto Alegre, Artmed
Editora.

De Sá, A. B., A. C. N. Borgues, V. Nacife, V. M. De Lima, G. C. Correa, V. Resende


(2014). Introdução à Biologia Celular, 1a ed., 192pp., Rio de Janeiro, Editora
Universidade Estácio de Sá.

Junqueira e Carneiro (2012). Biologia Celular e Molecular, 9a ed., 331pp., Rio de


Janeiro, Editora Guanabara Koogan.

Montanari, T. (2019). Embriologia : Texto, Atlas e Roteiro de Aulas, 2ªed., 79pp., Porto
Alegre, Edição da autora.

Moore, K. L., T.V.N. Persaud, M. G. Torchia (2016). Embriologia Básica, 9ª ed.,


463pp., Rio de Janeiro, Elsevier Editora.

Reece, J. B., L. A. Urry, M. L. Cain, S. A. Wasserman, P. V. Minorsky, R. B. Jackson,


N. A. Campbell (2015). Biologia de Campbell, 10ª ed., 1442pp., Porto Alegre, Artmed
Editora.

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