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CURSO: História da Arte

NOME: Fernanda de Almeida Rocha.


DRE: 118090963
DISCIPLINA: Cultura Brasileira (BAH369)
PROFESSOR: Paulo da Costa e Silva.

Uma mansão abandonada que emana a injustiça:

Século vinte e um. Final do ano de 2021.


Num belo dia andando pelas ruas com nomes de estados e municípios do Brasil. Um dos
bairros mais ricos de São Paulo é Higienópolis. Nele um homem vê seis funcionários
tentando cortar uma árvore. Uma mulher baixa e gorda com a cara encharcada de pomada,
usando uma máscara grudada no creme. Tem uma vestimenta um pouco velha e com odores.
A senhora diz que é um crime cortar árvores, mas ele estava prestes a descobrir quem era
ela…
Ela se nomeia como Mari. Não é boa com tecnologia, porém anota o celular dele. Na
farmácia, Mari é rude com os atendentes. Assim como havia sido minutos antes com os
serradores. O homem em questão se apresenta como Chico e é repórter. Ele grava toda
conversa a partir de então. Mari mora numa casa abandonada. Reside sozinha com seus
cachorros em uma imensidão de matos.
Em outro lugar mais distante, nos Estados Unidos, apenas os pássaros são ouvidos. Porém ali
já havia acontecido um crime…
Mari era Margarida Bonetti. Uma mulher foragida há duas décadas e toda vizinhança
brasileira sabia.
Século vinte. Final da década de 70.
Uma mulher é levada como escrava do Brasil para os Estados Unidos, Margarida Bonetti a
recebe de presente dos pais. Foi mantida em cárcere privado pelo casal. Trabalhava de
domingo a domingo. Dormia no porão da casa. Apanhava da patroa. Não tinha coragem de se
expor. Um nome com sobrenome: Hilda Rosa dos Santos.
Hilda sofreu por anos. Sempre silenciosa. Sempre aceitando. Possivelmente sempre
chorando. Sentia dores físicas e mentais. Ainda sem audácia. Não tinha forças.
Um anjo então aparece. Também com um nome. Era Vicky Schneider. Vizinha e amiga de
Hilda. Sua única companhia. Seria sua única salvação.
Vicky vê seu sofrimento e a ajuda, consegue tirar a amiga do tormento.
O casal é processado então Margarida foge para o Brasil. Volta para sua mansão que passa a
ser abandonada, mas não tanto. Ela vive por cerca de vinte anos sendo reconhecida, mas não
julgada.
Nos Estados Unidos seu ex-marido é culpado. Não consegue fugir. Recebe seis anos de
prisão, com fianças e indenizações. Hoje, é diretor de uma multinacional nos Estados Unidos.
Catorze anos pagos em seis e alguns mil dólares. Uma injustiça. Um sistema que auxilia a
elite.
Idosa, Hilda se vê livre. Livre e presa em suas emoções. Agora com o direito à cidadania
americana.
Passam séculos, nada muda. O dinheiro não paga.
Tantas Hildas pedindo socorro. Tantas Margaridas fingindo inocência.
e tantas desigualdades.
Um Brasil que protege os ricos e mata os pobres.
Uma cultura que se diz acolhedora, só não diz para quem.
Uma história de escravagismo. Entre tantas.
Nem sempre vai existir um Chico ou uma Vicky.

Autoavaliação:
Acho que minha nota tem que ser 10 porque não faltei a nenhuma aula, lia todos os textos e
só não participava com comentários por ter vergonha de falar em público. Mas foi uma
disciplina que me interessou bastante. Sobre o conto, achei que escrevi bem também e me
esforcei.

Bibliografia:
DOS SANTOS, Gabriel. Mulher da casa abandonada. Uol, 2022. Disponível em:
<https://radiojornal.ne10.uol.com.br/entretenimento/2022/07/15046722-mulher-da-casa-aban
donada-revelado-que-rene-bonetti-recebe-rs-1-milhao-de-salario-veja-detalhes-sobre-vida-de-
marido-de-margarida-bonetti.html>. Acesso em: 21 de julho de 2022.
O CATIVEIRO da brasileira Hilda. Istoé, 2022. Disponível em:
<https://istoe.com.br/margarida-bonetti-o-cativeiro-da-brasileira-hilda/> . Acesso em: 20 de
julho de 2022.
PERMUY, Pedro. Quem é Margarida da casa abandonada em Higienópolis?. Folha Vitória,
2022. Disponível em:
<https://www.folhavitoria.com.br/entretenimento/noticia/07/2022/quem-e-margarida-bonetti-
luisa-mell-higienopolis-casa-abandonada-resumo>. Acesso em: 21 de julho de 2022.
S. PAULO, Folha de. A Mulher da Casa Abandonada. Youtube, 8 de julho. Acesso em: 18 de
julho de 2022.

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