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Artigo: “AVALIAÇÃO QUÍMICA E ACEITAÇÃO DA MERENDA ESCOLAR DE UMA

ESCOLA ESTADUAL DE LAVRAS–MG”.

Autores: FLÁVIO, Eliete Fernandes et. AL,

Publicação: 2002.

Classificação: B2

ISSN: 1413-7054.

As autoras realizaram, através do Departamento de Ciência dos Alimentos (DCA) da


Universidade Federal de Lavras, um estudo da análise da composição da
alimentação escolar e aplicação de questionários de preferência e aceitação aos
alunos do ensino fundamental (EF) matriculados em uma escola estadual.

O estudo foi realizado com o objetivo de averiguar se a escola atendia a proposta do


PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e recomendação do FNDE
(2001) de atender no mínimo 15% das necessidades energéticas diárias dos alunos
enquanto estão em ambiente escolar. A meta do PNAE naquela época era a
garantia de refeições com 350 kcal e 9 g de proteínas diárias.

Foram coletadas amostras das preparações do cardápio durante a semana. Essas


amostras passaram por análises físico-químicas e químicas, avaliando-se o teor de
cinzas, umidade, extrato etéreo, nitrogênio, fibra total e carboidratos. As preparações
avaliadas foram: sopa de macarrão com carne bovina e legumes, macarronada com
carne moída, arroz-doce, arroz temperado com carne bovina, tutu de feijão com
ovos e couve, sopa de canjiquinha com carne bovina e sopa de farinha de milho com
ovos.

A pesquisa de aceitação da merenda foi feita com 598 de 600 alunos matriculados
no EF da escola em questão. Foi aplicado um questionário com perguntas a respeito
da qualidade da alimentação servida, a quantidade de vezes na semana que o aluno
merendava, se costumava levar merenda de casa, qual era a preparação
mais/menos preferida, qual o cardápio que mais repetia e etc.

Os resultados do estudo demonstraram que na avaliação da composição química a


média do teor de proteínas das preparações foi de 6,5 g/dia, de carboidrato 28,92
g/dia e de lipídeos 3,5 g/dia, enquanto que a o valor calórico total por porção da
preparação foi de 170,03 kcal, em média. Quanto ao teor de cinzas que avaliou os
minerais Ca, Fe, Zn e Mg, observou-se uma adequação acima de 50% para todos
em relação a recomendações do PNAE baseadas na NRC (1989) para a faixa etária,
com exceção do Magnésio que teve adequação a recomendação de 44,4%.

Após a avaliação dos questionários respondidos pelos alunos, os resultados obtidos


foram de que 72% dos estudantes merendavam na escola, sendo que esta não
obtinha cantina, ou seja, ou o aluno se alimentava da merenda escolar ou de
alimentos levados de casa. Apenas 25% faziam consumo da alimentação escolar
diariamente; 61% afirmaram repetir a preparação oferecida; 32% dos alunos
relataram levar a merenda de casa, portanto a maioria (68%) ficou com a opção de
se alimentar na escola. Quanto ao questionamento da qualidade do serviço
prestado, a maioria dos alunos (76%) afirmou que a alimentação escolar está entre
boa e ótima e apenas 3% classificaram como ruim.

Pode-se concluir assim que, apesar de a escola ainda não atender aos 15% das
necessidades energéticas diárias preconizadas pelo PNAE daquela época (pois
atualmente passou de 15 para 20% das necessidades energéticas diárias) a
aceitação da merenda por parte dos alunos é boa e a maioria se encontra satisfeita
com o serviço de alimentação prestado. Vale ressaltar a importância de adequar os
cardápios de acordo com as recomendações de macro e micronutrientes do PNAE
para que essa deficiência encontrada não interfira negativamente no
desenvolvimento e aprendizagem dos alunos.

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