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Vanilla dubia Hoehne, Arq. Bot. Est. S. Paulo 1 (6): 126. 1944. TYPUS:
Sem dados de localidade e data (fl., fr.), Schwacke 11.107 (holotypus, RB!)
Figura 1.
Planta escandente. Raízes adventícias. Caule cilíndrico com entrenós
de 2,9-8,5 cm de comp., 0,3-0,5 cm de diam.. Folhas linear-oblongadas, crasso-
coriáceas, acuminadas, 5,5-20 x 2,3-3 cm, bases com pseudopecíolo de 0,6-1,2
x 0,3-0,5 cm. Inflorescência racemosa, pauciflora, 2,7-3 x 0,2 cm; brácteas
côncavas, ovaladas, agudas 3-4 x 4-5 mm. Flores sucessivas, pedunculadas.
Ovário séssil de 1,5-3,8 cm de comp.. Sépalas linear-lanceoladas, agudas,
atenuadas para a base e espessadas para o ápice, 4,8-6,2 x 0,8-1,0 cm. Pétalas
linear-lanceoladas, obtusas, pouco atenuadas e curvadas em direção a base,
com nervura central destacada externamente e unguiculada no ápice, 4,6-5,8 x
0,6-0,7 cm. Labelo concrescido com a coluna até a metade, aberto
posteriormente em limbo côncavo-infundibulado, ligeiramente trilobado, 4,6-5
x 2,2-2,4 cm quando distendido; lobos laterais inteiros, eretos, levemente
ondulados; lobo mediano ovalado, obtuso, recurvado, ornado no centro por
barbelas lumbricóides longas, destacadas devido a curvatura do ápice do labelo,
disco provido de um fascículo de lamelas membranáceas e fendilhadas sob a
antera. Coluna pilosa na face inferior, rostelo proeminente 3,2-3,6 cm de comp..
Fruto carnoso, séssil, pouco curvado, achatado lateralmente 10 x 1,5 cm.
Material adicional examinado: Brasil, Espírito Santo, Santa Teresa, estrada
para Pedra da Onça, vale beira do rio, 750 m, 10/IX/1998 (fl.), L. Kollmann
519, E. Bausen & W. Pizziolo (MBML).
Hoehne (1944) ao descrever esta espécie levanta a suspeita do material
ter sido misturado, por contar apenas com uma folha, sete flores e um fruto,
separados e com uma etiqueta que apresentava somente o número de coleta
de Schwacke. O reencontro deste táxon na natureza possibilitou a comparação
com o material tipo, bem como esclarecer dúvidas referentes a sua distribuição
geográfica.
As folhas do material L. Kollmann et al. 519, embora menores (5,5-
10,6 x 2,3-2,9 cm) se enquadram morfologicamente com a do tipo (20 x 3
cm), vindo a confirmar a possibilidade de uma mesma procedência dos
materiais.
BOL. MUS. BIOL. MELLO LEITÃO (N. SÉR.) 13. 2002 47
Vanilla dungsii Pabst, Bradea 2 (10): 49. 1975. TYPUS: Rio de Janeiro, Nova
Friburgo, 1300 m, Fev. 1973 (fl.), F. Dungsi s.n. (holotypus, HB!) Figura 2.
Planta escandente. Raízes adventícias com apenas 4,0 cm de diam..
Caule, espesso, cilíndrico 0,4-0,6 cm diam, com entrenós de 16-18 cm de
comp.. Folhas lanceoladas, carnosas, distintamente pseudopecioladas, 20 x
4-5 cm; pseudopecíolo com 1-1,5 cm de comp.. Inflorescêcia multiflora, 5
cm de comp.. Flores sucessívas, brancas. Sépala dorsal estreitamente
aguda-espatulada, 5 x 0,8 cm de comp. na quarta parte superior; laterais
estreitamente acinaciformis, obtusas, 6-6,5 x 1,0 cm. Pétalas lanceoladas,
obtusas, com nervura mediana altamente carinada no dorso, não unguiculada
no ápice, 5,5 x 1-1,1 cm. Labelo concrescido até a metade da coluna,
inicialmente obtriangular, com ângulos arredondados, em seguida com o
lobo intermediário subquadrado, o ápice cortado, de margem ondulada, disco
provido de pulvínulos e pequenas lamelas diminutamente denticuladas, a
seguir um tufo elíptico de pelos carnosos e retrorsos na base do lobo apical,
5 x 2,5 cm entre os lobos laterais. Coluna um tanto sub-cilíndrica, pouco
encurvada, 3,5 x 0,3 cm.
O pesquisador Guido Pabst, nas descrições de novas espécies de
Orchidaceae, ilustrava apenas as partes florais, em Pabst (1975) ao descrever
Vanilla dungsii, ilustrou somente o labelo e a coluna, ficando a parte vegetativa
e o restante das partes florais excluídas. O material floral desta espécie foi
indicado, pelo autor, como preservado em meio líquido, posteriormente ao seu
falecimento em 1980, a coleção em meio líquido se perdeu, restando somente
a parte vegetativa do holótipo no herbário.
Porém era do costume de Guido Pabst, ilustrar e/ou colar em papel, os
segmentos florais das espécies identificadas e incluí-los em um fichário
particular. Aliado a perda da coleção em meio líquido, estas fichas representam
as únicas indicações para diversas espécies, principalmente para a coleção
tipo depositada no Herbário HB.
BOL. MUS. BIOL. MELLO LEITÃO (N. SÉR.) 13. 2002 49
Vanilla denticulata Pabst, An. Soc. Bot. Brasil, 23rd. Cong. Nac. Bot.: 109.
(1972) 1973. TYPUS: Pernambuco, Engenho Conceição, proximidades de Escada,
28 Set. 1967 (fl., cult.), Paulo Ferreira 37-67 (holotypus, HB!) Figura 3.
Planta epífita, escandente. Raízes tenuíssimas, flexuosas, pardas
quando secas. Caule glabro, cilíndrico com entrenós de 7-8 cm de comp.,
0,5 cm de diam.. Folhas estreitamente lanceoladas, coriáceas, breves, porém
distintamente pseudopecioladas, de margem pouco reflexa, 10-11 cm x 2,5
cm; pecíolo com 1,0 cm de comp.. Inflorescência racemosa, pauciflora;
brácteas acanoadas, agudas, 0,6 x 0,4 cm mal estendias. Flores sucessivas,
semifechadas, sépalas e pétalas amarelo-esverdeadas, labelo amarelo pálido.
Ovário um tanto cilíndrico, com pedicelo de 3,5 cm de comp.. Sépala dorsal
estreitamente assimétrica lanceolada-obovada, agudíssima, 4,5 x 0,8 cm;
laterais linear-lanceoladas, obtusas, pouco oblíquas, 4,25 x 0,7 cm. Pétalas
estreitamente linguiformes, pouco atenuadas e curvadas em direção à base,
com nervura central destacada externamente e unguiculada no ápice, 4,0 x
0,6 cm no terço superior. Labelo estreitamente obovado, com margens
soldadas a coluna até o terço apical, o ápice arrendondado e irregularmente
serrado-denticulado, com disco provido de cristas multilaminadas, denticuladas,
3,5-4 cm x 1,8-2 cm. Coluna delgada, quase reta, um pouco mais espessa na
parte superior, 3,0 cm de comp..
Esta espécie é conhecida somente pelo material tipo e apenas as
partes florais dissecadas foram ilustradas em Pabst (1973). Por se tratar de
um gênero em que os caracteres vegetativos são extremamente importantes
para a identificação, é apresentada aqui sua ilustração completa.
Agradecimentos
Referências Bibliográficas