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17/05/2022 20:27 Fundamentos do Design

FUNDAMENTOS DO DESIGN
CAPÍTULO 2 - COMO O
DESIGN
SURGIU E
EVOLUIU?

Nadja Maria Mourã o

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Introdução
O design, em conceito simplificado, refere-se à elaboração e desenvolvimento de um projeto capaz de atender
às necessidades do usuário, em domínio físico, sensorial e mú ltiplo. “No senso comum, o termo design está
fortemente associado às atividades estético-formais. Isso ocorreu em diversos países, mas assumiu
conotaçõ es peculiares no Brasil” (BONSIEPE, 2011, p. 13).  Ou seja, conforme o país e a ocasião, o design
adquiriu aspectos de função, forma, estética e, principalmente, usabilidade, que lhe condicionou
interpretaçõ es variadas.
O design nobre e elegante foi associado aos atributos de extravagante, efêmero, emotivo, social, de serviços,
entre outros.  Dessa forma, procura-se conhecer como o design surgiu? Como é a sua histó ria? O que é design
hoje e para o futuro?
Nesse capítulo será apresentado um estudo resumido sobre fatores que conduziram ao surgimento do design,
especificamente o pré-design e seu vínculo com a arte.  Veremos o design como atividade independente, seu
contexto a partir dos sistemas de produção em diferentes épocas e um sucinto estudo do design no Brasil.
Você também irá conhecer exemplos do design contemporâneo e quais as referências atuais. Para finalizar,
visualiza-se o design de hoje e para o amanhã.
Interessante, não é? Vamos estudar a partir de agora, acompanhe!

2.1 O Design antes do Design


Muito antes da existência do termo design, suas atribuiçõ es eram empregadas conforme as necessidades para
o desenvolvimento de produtos. O propó sito de elaborar uma técnica para atender a uma finalidade fez do ser
humano um criador de objetos.
Leroi-Gourhan (1993) relata que a técnica, nesse contexto, se refere a um conceito abstrato voltado a entender
os resultados da ação do ser humano sobre a natureza ao seu redor, especificamente sobre a matéria. Essa
ação teria um caráter previsível e retilíneo, simplesmente para atender a um desígnio.
Considerando os trabalhos egípcios e de outros povos da antiguidade, pode-se dizer que os primeiros traços
do design estão contidos nas pirâmides, na simbologia das pinturas, nos adornos reais, nos objetos em ouro,
entre outros. A fundição de metais para produção de adornos e joias, por exemplo, pode ser uma das origens
que envolvem o desenvolvimento do design, segundo Bü rdek (2010).
Na imagem a seguir, observam-se os registros da escrita egípcia. Nota-se o uso de símbolos e da forma
humana como recurso de comunicação e de expressão dos desejos daquela civilização. 

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Figura 1 - Os Egípcios deixaram um legado de registros em escrita, pinturas, esculturas e objetos,


enriquecidos com símbolos e signos para o futuro da humanidade.
Fonte: In Green, Shutterstock, 2019.

Assim, a criação dos objetos, o desenvolvimento da agricultura e a construção de moradias, são resultantes da
evolução humana. Atribuí-se aos primó rdios do design os procedimentos que atendem, além da função, aos
anseios de estética e forma, elementos estruturais da concepção do design.
Alguns teó ricos consideram o surgimento do design desde os tempos antigos. Bü rdek (2010) diz que foram
encontrados registros do artista, engenheiro e construtor Vitruvius (80 a 10 a.C), com a denominação de “Dez
livros sobre a arte da construção”. No entanto, segundo Bomfim (2002, p. 7) “o termo design teria surgido na
Inglaterra como tradução da palavra italiana disegno, no século XVII. Mas, foi a Revolução Industrial, a criação
das Schools of Design e o progresso que abriram caminhos para o design no mundo. 

2.1.1 O Pré-Design

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Considera-se o pré-design como a intenção de atender a um determinado propó sito a partir de técnicas e
métodos que resultem no desenvolvimento de um projeto. Clique na interação a seguir para saber mais.

Paraseja,
Ou compreender
“uma sempre
melhor
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os eficácia
caminhostécnica
percorridos
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qualidades (MURA,
almejados” produtivas,
2011,serviam
p. 119). para atender as exigências da corte, do clero e dos ricos
comerciantes. Os artefatos eram desenvolvidos em laborató rios artesanais, com nú mero limitado
de produção, segundo Moraes (1999).

A valorização dos objetos adornados, em tempos passados, ocorre tal qual a valorização das
artes. Assim, não faltaram elementos que envolviam as artes aos ofícios de criadores e
inventores, apesar da distinção de ambos, nos processos precursores do design. 

Historicamente, o trabalho de confeccionar rendas, feito pelas mãos das mulheres árabes se
tornaram símbolo de luxo e foram exportadas para Portugal e Europa no período das cruzadas. A
renda passou a ser produzida especialmente para “enfeitar os parlamentos, a vestimenta dos
oficiais e os altares da Igreja Romana” (GOMES; ARAÚ JO, 2013, p. 1).

Pode-se observar na imagem a seguir o detalhe do pequeno banquinho aos pés da dama e seus adornos, que o
configura como um objeto utilitário, confortável e estético. 

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Figura 2 - Imagem de uma dama da nobreza, sentada com os pés sobre um banquinho, revestido em tecido e
adornado com fitas rendadas.
Fonte: lynea, Shutterstock,2019.

As etapas evolutivas da produção dos objetos possibilitaram o surgimento do design, inclusive como área de
atuação profissional para aqueles que criavam produtos diferenciados.  

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2.1.2 A arte e o design


Para entender as origens do design é preciso compreender as relaçõ es com as artes. Segundo Fischer (1983, p.
21), arte é a “prática de uma ideia aplicada pelo ser humano”, por meio da matéria. Dessa forma, na histó ria da
humanidade a arte se faz presente nos elementos da religiosidade, costumes, tradiçõ es, estabelecendo
vínculos com o territó rio.
A beleza é um dos atributos concedido à arte para a contemplação. No entanto, os gregos e os romanos do
século 44 a.C - 17 a.C, não separavam os princípios entre a arte e a técnica. Eles estabeleceram uma estreita
relação com as artes, valorizando o ofício (pela funcionalidade) e a estética (pela técnica empregada para a
beleza). “As obras de arte, como outros produtos da indú stria humana, eram apreciadas pelo nível de trabalho
que revelavam” (OSBORNE, 1970, p. 32). Assim, seus mitos e fatos do cotidiano foram relatados por meio das
imagens produzidas nos vasos, nas construçõ es e nos templos.
Na Europa, durante o século XIII, nasceu o movimento renascentista, evocando a tridimensionalidade que dá
prestígio e reconhecimento aos artistas, escultores e pintores. Nesse contexto, destaca-se Leonardo da Vinci,
que em paralelo a criação de suas pinturas e esculturas, desenvolveu estudos científicos de anatomia, ó tica e
mecânica. Ele é considerado o precursor do conhecimento de máquinas, pela edição do Manual de Elementos
de Máquinas. “Como os artefatos práticos, máquinas e mecanismos têm mais um significado técnico do que
uma orientação de conformação abrangida pelo termo Design” (BÜ RDEK, 2010, p. 13). O autor complementa
que o modelo, como representação técnica, influenciou o surgimento do design: o designer como
criador/inventor.

VOCÊ O CONHECE?
Leonardo di Ser Piero da Vinci (1452 – 1519) foi um cientista, matemá tico,
engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botâ nico, poeta e mú sico,
durante o Renascimento na Itá lia. Seus cadernos formam um imenso laboratório de
pensamento. “Sã o desenhos, ilustrações, estudos e notas que Leonardo escreve entre
os anos 1478 - 1518. Trata-se de um conjunto de muitas pá ginas manuscritas, mais de
5000, de difícil leitura, pois Leonardo é canhoto e escreve do lado direito da pá gina
para o lado esquerdo” (FONSECA, 1997, p.4)

Aliás, no século XVII, Giorgio Vasari – arquiteto, pintor e autor de textos sobre a arte –, foi um dos primeiros a
defender a arte por seus aspectos ú nicos como “obra de arte”. Havia uma diferença entre os termos de “disegno
interno e externo” como conceitos do esboço para a obra plástica. Vasari tratou a tradução de “disegno” mais
do que um simples desenho ou esboço, mais com a representação das três artes: pintura, plástica e arquitetura
(BÜ RDEK, 2010, p. 13).

2.2 O design como atividade independente

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Os primeiros registros do design como elemento histó rico da vida humana, no período modernista,
condicionam determinadas normas e algumas restriçõ es sobre o que poderia ser chamado de design ou não.
Na verdade, mais do que uma intercessão, há uma mistura do design com a arquitetura e a engenharia,
conforme Cardoso (2008).
Os designers, em sua formação e ocupação, adquirem e usam conhecimentos assumidos para resolução das
“necessidades” dos usuários. Essa afirmação simplesmente quer dizer que “os designers, parcialmente
reproduzem a materialidade e os valores da cultura da qual eles são um produto, assumindo-a, incluindo suas
configuraçõ es de necessidade, como fundamento para a ação do design” (FRY, 2005, p. 63).
O design hoje está em tudo, envolve cada momento da vida urbana em todos os sentidos. A seguir, vamos
entender como o design surgiu e se desenvolveu, conhecendo um pouco da sua histó ria.

2.2.1 Breve história do Design no mundo


Segundo Cardoso (2008), falar sobre a histó ria dos artefatos em produção em grande escala é também a
histó ria do design, pela revolução técnica que mudou significativamente a produção em massa de
mercadorias, gerando o aumento do consumo.
A seguir, iremos recordar algumas partes da histó ria mundial que se relacionam diretamente à histó ria do
design.
 

• Primeira Etapa da Revolução Industrial (1760 – 1860)

Inicia-se um resumido relato a partir da revolução industrial, que constituiu em um conjunto de mudanças
tecnoló gicas com profundo impacto nos processos de produção, na Inglaterra, em meados do século XVIII, de
acordo com Proni (1997), expandindo pelo mundo nos tempos seguintes.
Em1754, William Shipley funda a Society of Arts (que se tornou a Royal Society of Arts – FRSA em 1908) com o
objetivo de unir e desenvolver a ciência, a arte, a manufatura e o comércio na Inglaterra. Em 1760 promoveu a
primeira exposição pú blica de arte. Mas, depois, seus esforços se concentraram no desenho industrial. No ano
de 1762, a FRSA já possuía 2500 membros. Pode-se dizer que a revitalização do trabalho manual abriu
caminhos para a produção de produtos do cotidiano mais estético, característica do design de hoje.
Observa-se o ambiente de um fábrica e os processos de produção pelas máquinas, na figura, diferente dos
processos de produção artesanal.

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Figura 3 - Imagem do novo sistema de produção, em que as funçõ es se fragmentam entre os operários,
possibilitando maior índice de produtos em menor tempo.
Fonte: Marzolino, Shutterstock, 2019.

• A fotografia

A fotografia surgiu em 1826, resultado das primeiras experiências com imagens, por meio da ação da luz em
processo químico em chapas (BENJAMIN, 2010). Contudo, não houve um impacto imediato. Somente com
novas tecnologias que o registro de imagens como comunicação visual tornou-se mais conhecido e barato.
 

• As Grandes Exposições e inovações

Cardoso (2008) relata que em 1851 foi inaugurada a “Grande Exposição dos Trabalhos de Indú stria de Todas
as Naçõ es” em Londres. As exposiçõ es de inovaçõ es modernas do mundo também influenciaram para a
codificação de normas e técnicas da sociedade, ao mesmo tempo em que ocorria uma conscientização do
novo mundo industrial.  
Um fato comum era a produção de peças especiais, exclusivamente para uma exposição. O objetivo era
mostrar a capacidade e qualidade técnica das indú strias. Os Estados Unidos e a Alemanha tiveram grandes
avanços em seus processos industriais, mas o consumo dos produtos semelhante aos da Inglaterra só
começaram no final do século XIX e no início do século XX, respectivamente. Pessoas do meio cultural e os
artistas do século XIX buscavam por um estilo que evidenciasse a efervescência do potencial criativo que a
modernidade transbordava na época.  
 
• Segunda Etapa da Revolução Industrial (1860 – 1950)

A indú stria passou por um período de transformaçõ es entre as décadas de 1920 e 1940, intensificando o
trabalho de design. Os impressos, popularizados, demandaram intensa criatividade em produtos de
comunicação em massa, além da expansão do rádio e do cinema.

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O Metropolitan Museum of Art de Nova York foi um dos oito locais para as exposiçõ es itinerantes dedicadas às
artes decorativas e industriais modernas que ocorreram na década de 1920. Eles estimularam o interesse do
pú blico e comercial em projetos inovadores em busca da sofisticação. As lojas de departamento de Nova York
exibiam peças do mobiliário interior de Jean Dunand e outros designers franceses.
 

• Movimento Neoplasticismo
A publicação de manifesto “De Stijl”, em 1917, deu início ao neoplasticismo no design. O objetivo desse
movimento era reduzir e simplificar as formas, com traços retos e puros, cores primárias, valorizando o
abstrato. O preto e branco deram destaque a neoplástica (destaque para o pintor holandês Mondrian).
 
• Art Nouveau e Art Déco

O Art Nouveau surgiu em 1900, em Paris, com efeitos do Arts and Craft, refletindo delicadamente as
contradiçõ es da era moderna, apresentando um estilo definido e bem característico. O Art Nouveau se
apresenta com formas geométricas e angulares, linhas de contorno definidas, planos retos e delgados.
Produtos de vidro, estampas com arabescos ou formas como flores, plantas e animais. Em alguns modelos, o
Art Nouveau se confunde com o seu sucessor, o Art Déco, em 1925. Esse com produtos inspirados em asas de
aviõ es, proas de barcos, entre outros (LEMME, 1997). De qualquer forma, tanto em adornos quanto em
produtos utilitários, os estilos deixaram suas marcas. Alguns designers de destaque do Art Nouveau foram
Emilie Flö gue (Á ustria), Emile Gallé (França), e o arquiteto espanhol Antoni Gaudí.
 
• Ensino do Design
Vale ressaltar a união entre a arquitetura, as artes plásticas e desenho industrial que se fortaleceram pela
importância da escola de arte Bauhaus, criada em 1919, pela pelo arquiteto Walter Gropius, na cidade de
Weimar,  na Alemanha. Em 1925, por discordar do governo alemão, a escola foi transferida para Dessau. A
Bauhaus foi perseguida pelos nazistas sete anos depois. Durante a guerra e no pó s-guerra, a Europa vivia um
período de escassez e austeridade.  A Bauhaus teve um papel fundamental no desenvolvimento do design,
proporcionando aos alunos um método de ensino totalmente diferente de qualquer outra escola. Os alunos
participavam de canteiros de obras, conheciam novos materiais, e ainda estudavam disciplinas técnicas da
engenharia. Dessa forma, se tornavam mestre da Bauhaus.   Ficou conhecida no restante do mundo, onde se
fundaram escolas, com a participação de seus grandes mestres, gerando cursos inspirados na metodologia de
ensino (BUDEK, 2010).  

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VOCÊ QUER LER?


O legado da Bauhaus ao ensino do design é bastante discutido. Tudo que a Bauhaus
evoluiu em processos do desenvolvimento do design tornou-se paradigma ao ensino do
design no sé culo XX. No artigo “Bauhaus: mé todos de ensino em Weimar, Dessau e
Berlim”, de Paschoarelli e Silva, os autores discorrem sobre os mé todos de ensino nas
diversas fases da vigê ncia da Bauhaus e sua influê ncia nos dias atuais. Disponível em:
<https://repositorio.ipcb.pt/bitstream/10400.11/6138/1/Bauhaus.pdf
(https://repositorio.ipcb.pt/bitstream/10400.11/6138/1/Bauhaus.pdf )>.

Assista ao vídeo abaixo e aprenda mais sobre a influência de alguns movimentos artísticos para o design.
Outras escolas com o mesmo princípio da Bauhaus surgiram apó s a segunda guerra mundial. Em 1954, foi
fundada a Schule Fü r Gestaltung, na cidade de Ulm, na Alemanha. Denominada Ulm, essa escola tinha como
propó sito continuar o trabalho de sua antecessora. Em 1956, o professor, pintor, designer e teó rico Tomas
Maldonado redirecionou os métodos de ensino da Ulm, levando à reflexão de bases tecnoló gicas.
O império das grandes empresas multinacionais foi um dos mais significativos fenô menos do pó s-guerra.
Surge a determinação para uma política econô mica internacionalizada entre naçõ es parceiras, iniciada na
década de desenvolvida 1940, destinada à recuperação e expansão das indú strias, além das fronteiras.
Havia uma tendência para a criação de formas universais, ou seja, o Estilo Internacional, que foi adquirindo
forças aos poucos, principalmente no pó s-guerra e expandindo em todo mundo, inclusive no Brasil.
 

• Automóveis
Dentro do campo do design, destaca-se o automó vel como produto emblemático na histó ria dos objetos,
evoluindo tanto como veículo de transporte como produto de consumo. O Fusca, ou melhor, beetle (besouro)
da Volkswagen, foi criado por Ferdinand Porsche e lançado oficialmente em 1935, sob o comando de Hitler.
Era um veículo inovador por seu motor refrigerado a ar, sistema elétrico de seis volts, câmbio seco de quatro
marchas (até o momento os carros eram de três marchas). O design do fusca sofreu poucas mudanças por
toda década de 1950, só ocorreram inovaçõ es estéticas e mecânicas a partir de 1957, mas manteve a sua
identidade se tornando o veículo mais amado por todos (BRANDÃ O, 2011). 

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Figura 4 - Além de serem conservados por colecionadores, os fusca também são encontrados no trânsito
urbano em vários países.
Fonte: tratong, Shutterstock, 2019.

• Terceira Etapa da Revolução Industrial (1950 – atualidade)

O valor artístico retorna aos novos produtos na década de 1970, a funcionalidade passa para o segundo plano. 
Stephan Wewerka é um dos designers representante dessa época. Suas cadeiras possuem formas marcantes,
com elementos kitch, símbolo dessa mudança (Bü rdek, 2010).
No final dos anos de 1980, o termo em inglês para denominar o que chamamos de design, passou a ser
amplamente usado. O uso do termo design seguiu uma ló gica dominante em todo o mundo urbano, sendo
inicialmente utilizada na Europa e, posteriormente pelos países asiáticos.
De acordo com Bü rdek (2010), na década de 1990 o design se apresenta pela diversidade estilística, com
objetos que representam mais os designers e seus projetos individuais. A internet e os meios de comunicação
apresentam novos aspectos que mudam o comportamento humano. Os usos de novos materiais sintéticos
permitiram uma variedade de cores e efeitos. O plástico assume amplo uso de pequenos objetos aos grandes
equipamentos. O MDF oferece novos modelos aos mó veis, ainda das formas angulosas e rígidas.
Há uma pluralidade dos segmentos do design no início dos anos 2000 (MOURA, 2015). Há denominaçõ es para
setores, antes unificados, para que possam ser mais bem compreendidos. Clique nos itens a seguir para
conhecê-los.
• Design industrial, design de produto.

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• Design visual, design gráfico, design comunicação.


Design de ambientes ou de interiores.


Design de moda, design de joias.


Design de superfície, design têxtil.


Design de informação, design de hipermídia, design digital, design de games, design d
animação.


Design sustentável e ecodesign.

Contudo, o  design  permanece nas bases conceituais dos procedimentos: a criação, o projeto e o
desenvolvimento de produto ou serviço. O  design  se expande em denominaçõ es influenciando e sendo
influenciado pela busca de respostas ao que foi proposto. São questõ es mais abrangentes levadas aos
profissionais do  design, que incorporam “atitudes e desafios políticos e sociais, deixando de lado a
fragmentação das áreas e subáreas divisó rias em busca de um pensamento projetual mais amplo e
consistente” (MOURA, 2015, p. 71).

VOCÊ QUER VER?


A Invenção de Hugo Cabret, de Martin Scorsese. O filme, baseado no livro The Invention
of Hugo Cabret, de  Brian Selznick, narra a história de Hugo Cabret, uma criança que
vive escondida na estaçã o de trem em Paris na dé cada de 1930 após a morte de seu
pai. A ú nica coisa que ele guarda de seu pai é um robô quebrado. O mais interessante
sã o as constantes referê ncias ao início do cinema, que coincide com a é poca da história.

Finalizando essa etapa, busca-se uma retrospectiva dos fatos da revolução industrial que, por suas invençõ es
estão contidas na histó ria do design. Veja no quadro o resumo dos períodos da Revolução Industrial. 

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Quadro 1 - Quadro síntese da histó ria da revolução industrial, dividida em três etapas.
Fonte: Elaborado pela autora, baseada em DUARTE, 1999.

O design ganha destaque com as mudanças e com o fortalecimento das empresas e das indú strias em todo
mundo. Contudo, há uma dificuldade de estabelecer a identidade nacional, seguindo os padrõ es
internacionais. Nesse aspecto a globalização afeta aos produtos que incorporam o conceito da marca,
independente da região que é concebido.

2.2.2 Design no Brasil a partir do Modernismo 


O modernismo tem como marco simbó lico a Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo em 1922, e
considerada um divisor de águas na histó ria da cultura brasileira. O evento, organizado por um grupo de
intelectuais e artistas por ocasião do Centenário da Independência, declara o rompimento com o
tradicionalismo cultural associado às correntes literárias e artísticas anteriores: o parnasianismo, o
simbolismo e a arte acadêmica. Mas, para incorporação deste novo estilo, levaram-se alguns anos (COELHO,
1990).
De acordo com Landim (2010), no processo de industrialização, o modernismo contribuiu com a
simplificação das formas e funçõ es, como no caso da indú stria automotiva, pois havia uma necessidade de
qualificar a mão de obra para atender ao desenvolvimento do setor.
A seguir, iremos apresentar o desenvolvimento do design por áreas.
 

• Arquitetura
Houve uma grande expansão da arquitetura moderna brasileira a partir da década de 50, atendendo a clientes
pú blicos e privados. A casa construída pelo arquiteto Gregori Warchavchik, em São Paulo, no ano 1927, é
considerada a primeira casa modernista do Brasil. Mas foi o Edifício do Ministério da Educação, construído
em 1936, no Rio de Janeiro, projeto do arquiteto Lú cio Costa, considerado o marco do Modernismo.

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Deve-se registrar a construção do Museu de Arte de São Paulo, projeto de Lina Bo Bardi em 1957 e inaugurado
em 1968. Como também, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1954, projetado por Afonso Eduardo
Reidy (CARVALHO, 2005).
Oscar Niemayer (1907 -2012) foi um dos líderes modernistas na arquitetura e contribuiu efetivamente com
seus inú meros projetos. Carvalho (2005) completa que, entre tantas obras, a cidade de Brasília foi um dos
grandes desafios. A capital brasileira foi construída na velocidade de um mandato do presidente Juscelino
Kubitschek  de Oliveira (1956-1961) e Niemeyer planejou uma série de edifícios, para configurá-los em
poucos meses.
 

• Mobiliário - Artistas e Designers


Com objetivo de atender à demanda por criaçõ es modernas das classes médias cultas que buscavam atualizar-
se, surgem as organizaçõ es de arquitetos e artistas em pequenos grupos.
Cardoso (2008) apresenta alguns exemplos que merecem destaque como: Joaquim Tenreiro; Estú dio Palma -
Lina Bo Bardi e G. Palanti; Mó veis Z - Zanine Caldas; Forma; Unilabor; Oca - Sérgio Rodrigues; Mobília
Contemporânea - Michel Arnoult; L’atelier - Jorge Zalszutin; Mobilínea - Ernesto Hauner.
A aproximação de desenho do mó vel moderno com certos objetos da cultura brasileira e a não preocupação
com modismos, acentuam o espírito de brasilidade. O designer Sérgio Rodrigues foi premiado com a poltrona
Sheriff, durante a IV Bienal do Mó vel, na cidade de Cantu - Itália, em 1961, conforme Cals (2000).
Os conceitos de mó veis em série, modulados e mais acessíveis, ganharam dimensõ es, segundo Cardoso
(2008). Clique nos itens a seguir para ver eventos de destaque do período. 

Geraldo de Barros, Zanine Caldas, Sergio Rodrigues, entre outros, projetam de acordo com
racionalização do processo produtivo, desde o início até a embalagem.


Machel Arnould é um dos grandes representantes desta forma de criação.


José Carlos Bornancini teve fortes vínculos com o uso de novas tecnologias industriais.

• José Carlos Bornancini, em parceria com Nelson Ivan Petzold, desenvolveu mais de duzento
produtos, para diversos segmentos da indú stria: computadores, maquinário agrícola, mó veis
brinquedos, armas, interiores de elevadores e utensílios domésticos.

• O desenvolvimento do Design Gráfico

O início da década de 1970 foi um período ainda conturbado pelos problemas políticos. A situação havia
mudado, e com o progresso desta atividade, os recursos gráficos passaram a ser usados para atender aos
novos padrõ es de criação e propagandas de produtos diversificados.
A simbologia ganha espaço, sendo este, o momento de criação de diversas instituiçõ es financeiras e
industriais. Cardoso (2008) relata o surgimento do tropicalismo, um novo estilo de mú sica na voz de Caetano
Veloso cuja capa do disco LP despertou muito interesse. São variados acontecimentos que ampliam as formas
de atuação para o designer gráfico.
As contribuiçõ es de Aloísio Magalhães foram muito importantes como defensor do design. Ele foi sucesso na
Bienal de Veneza, desenvolveu várias marcas para instituiçõ es bancárias, industriais, datas comemorativas.
Criou o padrão monetário do cruzeiro, em 1967, e desenhou as notas do cruzeiro novo, em 1976. 

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VOCÊ SABIA?
Em 1998, o entã o Presidente da Repú blica, Fernando Henrique Cardoso, assinou
um decreto instituindo o dia 5 de Novembro como o Dia Nacional do Design, data
de nascimento de Aloísio Magalhã es. O artigo “O design diferencial de Aloísio
Magalhã es” apresenta algumas definições sobre os conceitos de design e faz um
paralelo com a atuaçã o do designer brasileiro Aloísio Magalhã es, considerado um
dos mais influentes designers do sé culo 20 (NASCIMENTO, 2010).

Assim, o design gráfico no Brasil se destaca nos cartazes, marcas, na indú stria fonográfica (com as capas de
discos de vinil), nos projetos editoriais (capas de livro, revistas e jornais), na televisão, propagandas, entre
outros (CARDOSO, 2008).
 
• Início das instituições de Ensino do Design  
A primeira escola de ensino do design no Brasil foi a Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI), no Rio de
Janeiro. A constituição da escola ocorreu no período de transição de governos em 1960 e o golpe militar de
1964, o que afetou os métodos de ensino e a estrutura pedagó gica da instituição. No início, a escola buscou
seguir os métodos da Bauhaus, entre as ciências humanas e o conhecimento tecnoló gico. Mas, em 1968 houve
mudanças no seu foco pelas restriçõ es da ditadura e foi pressionada a ter um direcionamento de ensino
tecnoló gico (SOUZA, 1996).
Em 1956, em Belo Horizonte, a Escola de Artes Plásticas (oriunda da U.M.A. - Universidade Mineira de Arte -
Fundação Educacional), realizou o primeiro vestibular para os cursos de 1957. Em 1964 ela passou a ser a
Fundação Mineira de Arte - FUMA, hoje Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais
(OZANAN, 2005).
 

• Tendência de um novo tempo

O design brasileiro, em concordância ao modelo pó s-moderno na década 1980, produziu pouco. Mas é nesta
fase que se inicia um novo processo para o reconhecimento de uma estética multicultural brasileira. O
fechamento de grandes empresas, no final dos anos 80, coincidiu com a falta de investimentos e de obras
pú blicas, uma das mais graves crises vividas no Brasil. A globalização acelerada na década de 90 modificou o
quadro de atuação, contribuindo para a formação de grupos de profissionais (LANDIM, 2010).
Uma nova perspectiva para o design por meio da decodificação do pró prio pluralismo étnico e estético local,
cujo exemplo, de forma mais segura, apresenta como uma nova cultura projetual, evidenciada a partir dos
anos 1990.
A histó ria do design se integra à histó ria dos objetos e da humanidade. Na imagem a seguir, é possível
acompanhar alguns fatos pela síntese da linha do tempo.

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Figura 5 - Imagem da resumida da linha do tempo do design, considerando eventos do século XVIII, outros
eventos de 1900 a 2000, somente como divisão esquemática.
Fonte: Elaborada pela autora, 2019.

O design adquire reconhecimento internamente e internacionalmente, os aspectos do multiculturalismo


brasileiro se agregam aos elementos culturais e ao potencial criativo e despojado do design brasileiro. 

2.3 
Design contemporâneo
A vida urbana em todo o mundo contemporâneo está integrada aos elementos que sistemicamente, atuam em
todas as áreas. Observa-se a expansão tecnoló gica, como o processo de miniaturização dos componentes
eletrô nicos, que tornaram possíveis o uso de objetos e recursos de comunicação universais.
O mundo mergulhou no excesso de informaçõ es e bombardeios de recursos visuais incentivadores do
consumo. É um resultado programado pelo capitalismo e por uma estratégia estatal de geração de capital. O
ritmo da vida cotidiana é marcado pelas táticas da reprodução das relaçõ es sociais - pela compra e venda, pela
reflexão no espaço. “Numa sociedade de consumidores - um mundo que avalia qualquer pessoa e qualquer
coisa por seu valor como mercadoria -, são (subclasses) pessoas sem valor de mercado” (BAUMAN, 2008, p.
157).
Ao mesmo tempo há também correntes contrárias, que usam os recursos do design para preservação
ambiental. Há uma necessidade de mudanças em diversas áreas no mundo, no design não é diferente. Nesse
mundo contemporâneo o design tem seu papel a cumprir. Acompanhe a seguir. 

2.3.1 O que é o design contemporâneo?


Clique na interação a seguir para ler!

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Atualmente,
Nas ú ltimas percebe-se
décadas, muitos
uma popularização
designers têmdo
dialogado
uso do termo
com as
design
arteseplásticas,
dos conceitos
principalmente
que surgiram
ao
transformaraovalores
associados ato de projetar
estéticos,numa
globalizados
operação.e Os
de domínio.
irmãos Campana,
Esses novos
por exemplo,
conceitostrabalham
incidem sobcoma
expansão
refugos industriais,
do design para
criando
outros
um aspectos,
"estilo brasileiro”.
buscandoSão qualificá-lo
reconhecidos
comointernacionalmente
processo criativo, inovador
por seus
etrabalhos
provedordedeDesign-Arte.
soluçõ es emElementos
quaisquerdo
áreas
cotidiano
que noou
design
simplesmente
possa ser agregado. 
produtos sem nenhum valor,
são transformados em peças de caráter extremamente artístico, com linguagem ú nica e de
possível uso. 

Dessa forma, os processos produtivos também são norteadores do conceito do design nacional
contemporâneo. As tecnologias modernas de industrialização convivem lado a lado com as
artesanais, conceituando os produtos produzidos como objetos-arte (MOURA, 2011).

Há muitos avanços que chegam até o pú blico, como o Prêmio Design MCB - Museu da Casa Brasileira. Este
evento, desde 1986, vem gerando incentivo aos novos designers.  Contudo, muitos ficam somente no
protó tipo e outros são tendências que aos poucos se agregam aos produtos nacionais. 

2.3.2 Quem são os designers da atualidade?


Relatam-se novos produtos dos designers Carlos Motta, Rodrigo Almeida, Maurício Arruda e dos irmãos
Campana. Estes produtos premiados demonstram elementos de inovaçõ es e a qualidade técnica do design, que
compõ em diretrizes para o design brasileiro (MOURA, 2011).
Nesta geração, de acordo com Leon (2005), surgem os produtos brasileiros fabricados por indú strias
europeias. Além dos designers citados anteriormente, deve-se ainda destacar a participação de outros como:
Guto Índio da Costa, Freddy Van Camp, André Cruz, Gerson de Oliveira, Luciano Martins, Jacqueline Terpins,
Camila Fix, Angela Carvalho e Alex Neumeister. 

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CASO
A partir do vidro e do metal, Matthias Megyeri, designer alemã o, trouxe a reflexã o
sobre os problemas contemporâ neos como a insegurança e a crueldade. O
designer atribuiu um novo conceito ao que se considera “normal” na atualidade:
as grades de segurança e os recursos utilizados para a proteçã o. Dessa forma,
explorou e relacionou as sensações e percepções humanas com a ingenuidade.
Utilizou figuras de coelhos e pinguins, sequê ncias de pequenas borboletas que
lembram flores e o perfil de imagens de cidade que lembram o clima natalino:
pinheiros, casas com chaminé , igrejas, fá brica e um pá ssaro que parece ter
pousado em um muro para observar o silê ncio e a singela paisagem. Poré m, essa
cena é montada com objetos cortantes, de forma a assustar. Traz a fragilidade e
crueldade juntas, pelo propósito de segurança urbana. Megyeri diz que
“designers devem oferecer soluções para as necessidades e problemas reais
contemporâ neos [...] uso os produtos como veículo para explorar questões sociais
relevantes com abordagens críticas” (CATÁ LOGO DA I MOSTRA INTERNACIONAL
DE DESIGN, 2006, p. 7 apud MOURA, 2005, p. 76).

Neste contexto, os designers também utilizam a arte para propor a reflexão sobre os problemas
contemporâneos, questõ es sociais e políticas, criando oportunidades para que o usuário possa questionar
sobre as escolhas que a sociedade faz atualmente. 

2.4 Design e futuro


Atualmente, praticamente todos vivem no sistema, no qual quase tudo que se consome é produzido por
indú strias. Elementos e princípios do design ainda passam por um processo de solidez. Assim, alguns se
destacam como base para o futuro como a territoriedade, empreendedorismo e inovação. Clique nos cards a
seguir para saber mais sobre o futuro do design no Brasil e no Mundo.

Em diversas partes do planeta, observam-se pessoas protagonistas, engajadas em soluçõ es de


problemas socioambientais cujos métodos do design contribuem com outras áreas. Médicos,
engenheiros, soció logos, contadores, entre outros, utilizam ferramentas
do design compartilhando resultados em sistemas integrados pelos recursos digitais.

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Em “O futuro do design no Brasil”, SILVA et al. (2012, p. 53) relata que existe “a necessidade de
se desenvolver um modelo para um novo tipo de designer, munido de uma compreensão mais
aprofundada e bem mais complexa da questão de valores, e da sua responsabilidade com o
mercado, com a sociedade e com o meio ambiente”.

Reconhecido pela capacidade de agregar valores e oferecer melhor qualidade de vida, o design busca oferecer
contribuiçõ es para o artesanato popular e provavelmente esse será um dos caminhos para o design do futuro.
Investimentos atuais, com assessoria de institutos de fomento, estabelecem novos caminhos para a economia
nacional. Percebe-se a ascensão pela aceitação do gosto popular e dos produtos artesanais, com melhoria no
processo de produção e acabamento dos artefatos, adornos e produçõ es experimentais.

VOCÊ QUER VER?


O documentá rio A Vida em um Dia, de Kevin Macdonald (2010) é composto por vá rios
vídeos que foram selecionados dentre aproximadamente 80 mil vídeos enviados por
youtubers. A ideia é mostrar o que acontece em vá rios lugares do mundo em um ú nico
dia, 24 de julho de 2010, na vida de pessoas comuns. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=JaFVr_cJJIY (https://www.youtube.com/watch?
v=JaFVr_cJJIY)>.

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Os exemplos de profissionais e fatos apresentados esclarecem a diversidade e expansão da nação brasileira,


cujo povo busca constante soluçõ es harmoniosas, uma empatia pela diversidade cultural. A analogia da
evolução do design brasileiro às diretrizes que aos poucos adquire a nitidez é um fator possível em busca de
um futuro identitário e promissor.  Busca-se uma conscientização da realidade para conduzir o futuro do
design.

2.4.1 O design nos próximos anos


Segundo Le Breton (2009, p. 112) “o homem não se insere no mundo como um objeto atravessado de
sentimentos passageiros”, ele está inserido em suas açõ es, nas relaçõ es com os outros, com os objetos que o
entornam. Ou seja, ele está permanentemente sob a influência dos acontecimentos e sendo por eles tocados.
A partir do paradigma da hipermídia, acima das afirmaçõ es estabelecidas sobre a relação do objeto e a sua
função, encontra-se a sistematização da acoplagem do design ao corpo humano. Trata-se do vínculo entre o
inteligível-sensível, de forma a expandir os significados em contextos diversos.
Acredita-se na possibilidade da influência da tecnologia sobre a vontade humana. Por vezes, na
contemporaneidade, já existem fatos reais da sobreposição do uso de dados digitais sem a percepção ou
consentimento do usuário. É preciso considerar a relevância da tecnologia e ponderar sobre a extensão de
domínio dos produtos, que nem sempre na histó ria foi um resultado de progresso.

Figura 6 - É preciso saber onde o ser humano se encontra e o que ele quer para visualizar o papel do design
no futuro.
Fonte: nopporn, Shutterstock, 2019.

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Certamente, há inú meras vantagens para o ser humano em desenvolver, cada vez mais, as possibilidades
tecnoló gicas. Alerta-se para as aplicaçõ es do design em face às subjetividades que sinalizem aspectos
socioculturais e políticos. 

VOCÊ SABIA?
Mais da metade da populaçã o mundial vive em ambiente urbano. O pesquisador
Volker Minks (2013), busca soluções para o futuro do planeta. No artigo “A Rede
de Design Verde Urbano – uma alternativa sustentável para megacidades?”, Minks
destaca o trabalho da rede que promove a proteçã o, criaçã o e conexã o de espaços
verdes em á reas urbanas, incentivando a biodiversidade, a segurança alimentar.
També m realizam projetos em telhados verdes, horticultura urbanas, hidroponia e
aeroponia, entre outros. Saiba mais em:
<http://www.revistas.usp.br/revistalabverde/article/view/81089/84732
(http://www.revistas.usp.br/revistalabverde/article/view/81089/84732)>.

O design, no entanto, acordado aos objetivos propostos e valores destacados no desenvolvimento do projeto,
amplia as possibilidades de sucesso quando acordado ao potencial tecnoló gico, em expansão pela era da
informática.
Sabe-se que o design está, na atualidade, no ambiente que se conquistou, e, portanto, o que será feio a seguir,
depende de uma infinidade de fatos que representam sua histó ria. Sem um passado não há expectativa de
presente ou de futuro.

Síntese
Chegamos ao fim do capítulo. Conhecemos melhor como o design surgiu e evoluiu. Vimos um pouco da
histó ria do design e também o que é o design na atualidade. Conhecemos um pouco do design no mundo e no
Brasil por meio dos fatos histó ricos. Esses conteú dos auxiliaram a compreender a função do design e
possibilidades do design para o futuro. 
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:

• identificar elementos estruturais da disciplina;


• identificar aspectos históricos importantes para a conformação
do Design como disciplina e área de atuação profissional;
• relacionar aspectos históricos e conceitos fundamentais do
Design;
• identificar os aspectos que diferenciam o design de outras
atividades de configuração de objetos de uso;

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• relacionar aspectos culturais, tecnológicos, modos de produção e


sistemas econômicos com os diferentes momentos da história do
design;
• relacionar aspectos históricos e conceitos fundamentais do
Design;
• relacionar aspectos culturais, tecnológicos, modos de produção e
sistemas econômicos com os diferentes momentos da história do
design;
• identificar o design contemporâneo e seus expoentes;
• visualizar e projetar o design do futuro;
• construir possibilidades futuras para o design.

Bibliografia
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A VIDA EM UM DIA. Direção e produção: Kevin Macdonald. Reino Unido: Vinny Filmes, 2012. Disponível em:
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(http://repositorio.ipv.pt/bitstream/10400.19/675/3/Leonardo%20da%20Vinci.pdf)>. Acesso em:
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